anÁlise analÍtico

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1. ANÁLISE ANALÍTICO O estudo analítico pode ser definido como o exame cuidadoso de uma passagem bíblica. Para tanto, se torna necessário à escolha de um texto, e em seguida a delimitação textual. Um trecho do texto que possua sentido completo. Portanto, delimitar um texto significa “estabelecer limites para cima e para baixo, ou seja, onde ele começa e onde ele termina. O trecho resultante dessa delimitação recebe o nome de perícope” A pericope escolhida no presente trabalho foi Tiago 1.1- 18. Para um analise da passagem escolhida seguiremos o seguinte caminho: fluxograma da pericope, um resumo geral, a fim de encontrar o argumento central da pericope, e por fim, uma exposição. 2.1 FLUXOGRAMA 1.2 ARGUMENTO GERAL DA PERICOPE. O propósito é exortar os seus leitores a enfrentar as provações com uma grande alegria, pois a prova da fé produz perseverança, que, por sua vez, deve ter uma ação completa, pois o objetivo final das provações é que os cristãos sejam perfeitos e íntegros. Isso tudo exige sabedoria, que causa lhes falte, devem pedir a Deus com . E diante dessas provações os pobres não devem se abater pela sua condição, nem os ricos devem se orgulhar nas suas riquezas, pois nosso grande bem não é terreno, mas a coroa da vida preparada por aquele que nos ama, Cristo. E por fim, não devem confundir provações com tentações , para não atribuir a Deus culpa alguma, pois Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta. Pois Dele, só procede aquilo que é bom.

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1. ANLISE ANALTICOO estudo analtico pode ser definido como o exame cuidadoso de uma passagem bblica. Para tanto, se torna necessrio escolha de um texto, e em seguida a delimitao textual. Um trecho do texto que possua sentido completo. Portanto, delimitar um texto significa estabelecer limites para cima e para baixo, ou seja, onde ele comea e onde ele termina. O trecho resultante dessa delimitao recebe o nome de percope A pericope escolhida no presente trabalho foi Tiago 1.1-18. Para um analise da passagem escolhida seguiremos o seguinte caminho: fluxograma da pericope, um resumo geral, a fim de encontrar o argumento central da pericope, e por fim, uma exposio.

2.1 FLUXOGRAMA

0. ARGUMENTO GERAL DA PERICOPE.

O propsito exortar os seus leitores a enfrentar as provaes com uma grande alegria, pois a prova da f produz perseverana, que, por sua vez, deve ter uma ao completa, pois o objetivo final das provaes que os cristos sejam perfeitos e ntegros. Isso tudo exige sabedoria, que causa lhes falte, devem pedir a Deus com f. E diante dessas provaes os pobres no devem se abater pela sua condio, nem os ricos devem se orgulhar nas suas riquezas, pois nosso grande bem no terreno, mas a coroa da vida preparada por aquele que nos ama, Cristo. E por fim, no devem confundir provaes com tentaes, para no atribuir a Deus culpa alguma, pois Deus no pode ser tentado pelo mal, e a ningum tenta. Pois Dele, s procede aquilo que bom.

0. EXPOSIO DA PERICOPEDividimos a pericope em quatro partes, a fim de melhor compresso da passagem, que so: a) 2-4; b) 5-8 c) 9-11; e por fim d) 11-18).1. Tiago 1.2-4Meus irmos, tende grande gozo quando cairdes em vrias tentaes; Sabendo que a prova da vossa f opera a pacincia. Tenha, porm, a pacincia a sua obra perfeita, para que sejais perfeitos e completos, sem faltar em coisa alguma.

O argumento inicial de Tiago, que os seus leitores encarassem os sofrimentos com grande alegria. O motivo era que o tipo de sofrimentos que elas estavam passando tinham propsitos claros. Isso fica evidente pela forma que Tiago inicia a pericope, relacionando diretamente o tipo de sofrimento que eles estavam passando com os termos vrias provaes (peirasmos) no versculo 2 e prova (dokimion) da f no versculo 3. No versculo 2 temos a palavra grega (peirasmos), que significa prova, provao, teste (Dicionrio Bblico NVI). importante pontuar que em algumas verses como ARC, usa-se a palavra tentaes, isso devido ao fato da mesma palavra grega ser aplicada a tentao e a provao. Aparentemente, cria-se um problema, pois a mesma palavra usada em 15-18, onde vemos um tipo de tentao que leva ao pecado. Entretanto a questo simples, pois apesar de ser a mesma palavra, dependendo do contexto, podem aparecer de forma negativa (como veremos na seo 4) ou de forma positiva, como o caso aqui. o que Strong chama de bom e mal sentido.. O ponto de Tiago que essas provaes (um sentido positivo) ou testes so com propsitos e efeitos benficos, por isso so motivos de grande alegria para o Cristo. No versculo 3, est o outro termo que Tiago relaciona com os sofrimentos que eles estavam passando, prova da f. Tiago usa a palavra dokimion, que significa aquilo que aprovado como genuno da vossa f (NVI). ao de provar ou aquilo pelo qual algo testado ou provado, teste. Como afirma Barclay: essa a palavra que se usa para referir-se cunhagem autntica, moeda genuna., que visa purificar a impureza. Tiago afirma que essa provao produz perseverana, ou pacincia. Ele ainda afirma que a perseverana deve ter ao completa, ou como afirma a NTLH: Que essa perseverana seja perfeita a fim de que vocs [...], sejais perfeitos e completos (ARC). Uma melhor traduo para perfeitos, dado a forma que Tiago a usa na epistola (1:4, 17, 25; 3:2), seria NVI: sejam maduros e ntegros, sem que falte a vocs coisa alguma.Portanto, o ponto de Tiago nessa seo, que seus leitores agissem com uma atitude de alegria diante das provaes, tendo em vista, que o tipo de sofrimentos que eles estavam passando, era um teste para um proposito supremo, de gerar perseverana, e maturidade espiritual.1. Tiago 1.5-8E, se algum de vs tem falta de sabedoria, pea-a a Deus, que a todos d liberalmente e no o lana em rosto; e ser-lhe- dada. Pea-a, porm, com f, no duvidando; porque o que duvida semelhante onda do mar, que levada pelo vento e lanada de uma para outra parte. No pense tal homem que receber do Senhor alguma coisa. O homem de corao dobre inconstante em todos os seus caminhos.Na seo anterior, Tiago concluiu seu argumento descrevendo sobre a maturidade crist. Nesta seo, ele trata da sabedoria. Pois como exposta anteriormente, as provaes tm como objetivo serem perfeitos e completos, sem faltar em coisa alguma. ARC. Entretanto, a temtica da sabedoria pontuada vrias vezes na carta. Provavelmente, os leitores de Tiago necessitavam de Sabedoria. Pois para uma vida de perseverana, tendo em vista a maturidade espiritual, necessrio sabedoria. Que em Tiago, possui um aspecto profundamente marcado pela prtica da verdade.O meio que Tiago estabelece para obter sabedoria a orao com f. Tiago expe a liberalidade de Deus em conceder a sabedoria. Entretendo, Tiago adverte que o homem que duvida no receber de Deus coisa alguma. Atravs da figura das ondas do mar, que levada pelo vento e lanada de uma para outra parte, Tiago expe que a razo da dvida na orao para pedir sabedoria, um corao dividido. Talvez, apontando para a temtica do mundanismo, tratado no captulo 4.

1. 9-11Tendo argumentado sobre a atitude de alegria diante das provaes e o seu proposito supremo, sobre a importncia da sabedoria e como obt-la, e exortado seus leitores que um corao inconstante jamais receber de Deus coisa alguma, Tiago passa a tratar da questo dos pobres e ricos. O fluxo de argumentao segue naturalmente. Pois os pobres deveriam confiar plenamente em Deus, se gloriando na sua condio em Cristo. E os ricos no deveriam confiar em suas riquezas, pois a vida terrena como a flor da erva do campo. Quando o sol brilha forte, e o seu calor queima a planta, a a flor cai, e a sua beleza destruda. (NTLH). Dessa forma, Tiago adverte seus leitores, acerca do corao divido, no confiar nas riquezas, no caso dos ricos, e na falta de confiana nas promessas eternas de Deus, no caso dos pobres.

d) 12-18)Na seo (a), tratamos sobre o uso da palavra peirasmos, e a aparente problemtica do uso da palavra tentao. Observamos que apesar de ser a mesma palavra, o contexto determinar o seu sentido, podendo aparecer de forma negativa ou de forma positiva. Conclumos que em Tiago 1.2-4 aparece o sentido positivo de peirasmos. Nesta seo abordaremos o sentido negativo do termo.Tiago inicia no verso 12, mostrando como feliz o homem que persevera na provao, pois receber a coroa da vida. provao aqui, ainda aparece de forma positiva, ou seja, a provao como ferramenta de Deus para o cumprimento dos seus propsitos gloriosos.A seguir, o quadro muda para o lado negativo da tentao. Tiago exorta que ningum diga estou sendo tentado por Deus. Ele mostra duas razes. Primeira, Deus no pode ser tentado pelo mal. Segundo, Deus a ningum tenta, ou seja, no faz parte do modo de agir de Deus, tentar algum para o mal. Por isso, a fonte do tipo negativo de tentao no Deus. Logo surge a pergunta: ento qual a fonte desse tipo negativo de tentao e como acontece essa tentao? Os versculo 14 e 15 nos apresentam as respostas: Cada um, porm tentado pelo prprio mau desejo(14). e arrastado e seduzido. Ento esse desejo, tendo concebido, d luz o pecado, e o pecado, aps ser consumado, gera a morte.Portanto, o alerta de Tiago para que os seus leitores no confundissem entre a provao que vm de Deus e gera vida, com as tentaes geradas no prprio desejo mau, que gera a morte.Termina a percope, com um apelo: Meus amados irmos, no se deixem enganar, afim de que, eles no se enganassem acerca do carter de Deus. Tiago termina descrevendo a bondade, a imutabilidade de Deus, sua grande misericrdia em nos d boas dadivas, que nos regenerou atravs da palavra da verdade.