anais v seminário de saúde do trabalhador · maria isabel silva santos ... implicações da...

31
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO BIOMÉDICO FACULDADE DE ENFERMAGEM PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM TRABALHO, FORMAÇÃO E A SAÚDE DO TRABALHADOR DE SAÚDE E ENFERMAGEM Anais V Seminário de Saúde do Trabalhador Judicialização da saúde e as implicações para o trabalho em saúde e enfermagem17 de julho de 2017 Rio de Janeiro RJ / Brasil

Upload: vongoc

Post on 10-Nov-2018

216 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

CENTRO BIOMÉDICO

FACULDADE DE ENFERMAGEM

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

TRABALHO, FORMAÇÃO E A SAÚDE DO TRABALHADOR DE SAÚDE E ENFERMAGEM

Anais

V Seminário de Saúde do Trabalhador

“Judicialização da saúde e as implicações para o trabalho

em saúde e enfermagem”

17 de julho de 2017

Rio de Janeiro – RJ / Brasil

4

REITOR DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – UERJ

Prof. Dr. Ruy Garcia Marques

VICE-REITOR DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – UERJ

Prof.ª Maria Georgina Muniz Washington

SUB-REITORIA DE PÓS GRADUAÇÃO E PESQUISA – SR2

Prof. Dr. Egberto Gaspar de Moura

DIRETOR DO CENTRO BIOMÉDICO

Prof. Ms. Mario Sergio Alves Carneiro

DIRETORA DA FACULDADE DE ENFERMAGEM

Profa. Dra. Norma Valéria de Oliveira Dantas Souza

VICE-DIRETORA DA FACULDADE DE ENFERMAGEM

Profa. Ms. Eloá Carneiro Carvalho

COORDENADORA DA PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU

Profa. Dra. Lucia Helena Garcia Penna

COORDENADORA ADJUNTA DA PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU

Profa. Dra. Denize Cristina Oliveira

COORDENADORA DE GRADUAÇÃO

Profa. Dra. Maria Therezinha Nóbrega da Silva

COORDENADORA DE EXTENSÃO

Prof. Dra. Patrícia Lima Pereira Peres

PROMOÇÃO

PPGENF / ENF / UERJ

3

COMISSÃO ORGANIZADORA

Linha: Trabalho, Educação e Formação Profissional em Saúde e Enfermagem

Prof. Dr. Elias Barbosa de Oliveira

Profa. Dra. Norma Valéria Dantas de Oliveira Souza

Doutorandos

Amanda de Lucas Xavier Martins

Dayse Carvalho do Nascimento

Tarciso Feijó da Silva

Mestrandas

Ana Carolina Lopes Neves

Bruna dos Reis Martins

Caroline do Nascimento Leite

Maria Isabel Silva Santos

Marina Caldas Nicácio

Marina Nunes de Souza

Priscila Francisca de Almeida

Tatiana Cabral da Silva Ramos

Colaboração

Profa. Dra. Cristiane Helena Gallasch

LOCAL DO EVENTO

Espaço Rachel Hadock Lobo

Av. Boulevard 28 de setembro 157 / 7º andar

Vila Isabel / RJ

INFORMAÇÕES

Faculdade de Enfermagem / UERJ

Programa de Pós-graduação em Enfermagem

Telefone: 2587-6335 – Ramal 204

Av. Boulevard 28 de setembro 157 / 7º andar

Vila Isabel/RJ

ISBN: Volume 1 – Número 1

V Seminário de Saúde do Trabalhador

“Judicialização da saúde e as implicações para o trabalho

em saúde e enfermagem”

ANAIS – ISBN: ____________

4

SUMÁRIO

1. Apresentação ......................................................................................................... 05

2. Breve Histórico ...................................................................................................... 05

3. Tema Central 2017 .................................................................................................05

4. Eixos Temáticos ......................................................................................................05

5. Justificativa do Tema .............................................................................................06

6. Público Alvo ............................................................................................................06

7. Objetivos do Evento ...............................................................................................06

8. Programação Científica .........................................................................................07

9. Índice dos moderadores ............................................................................................07

10. Índice de Trabalhos Científicos ............................................................................08

11. Resumos ..................................................................................................................10

V Seminário de Saúde do Trabalhador

“Judicialização da saúde e as implicações para o trabalho

em saúde e enfermagem”

ANAIS – ISBN: ____________

5

1. APRESENTAÇÃO

O V Seminário de Saúde do Trabalhador é promovido pela Faculdade de

Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (FENF/UERJ) e tem como co-

promotor o Programa de Pós-Graduação em Enfermagem (PPGEnf) – Linha 2: Trabalho,

Educação e Formação Profissional em Saúde e Enfermagem. Ocorrido no dia 17 de julho

de 2017, no horário de 08 as 17h, nas dependências da Faculdade de Enfermagem –

Anfiteatro Rachel Haddock Lobo– Rua Boulevard 28 de Setembro, 157, 7º andar – Vila

IsabeL – Rio de Janeiro / RJ.

2. BREVE HISTÓRICO

Baseado nas propostas de proporcionar um espaço de aprendizagem sobre as temáticas

inerentes à saúde do trabalhador e promover debates que permitam trocas de

conhecimentos, fazendo parte da disciplina Trabalho, Formação e Saúde do Trabalhador

de Saúde e de Enfermagem, do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da

Faculdade de Enfermagem – UERJ, o Seminário de Saúde do Trabalhador apresenta sua

quinta edição. Com a característica de apresentar e discutir conteúdos inéditos a cada ano,

e relevantes nas áreas de promoção da saúde, prevenção de agravos e de pesquisas

relacionadas à saúde e trabalho, já abordou como temas centrais: O adoecimento do

trabalhador de Enfermagem (2013), Violência no Trabalho (2014), Reconhecimento e

Valorização do Trabalhador de Enfermagem (2015) e Precarização do Trabalho em

Saúde e em Enfermagem (2016).

3. TEMA CENTRAL 2017

Judicialização da saúde e as implicações para o trabalho em saúde e enfermagem

4. EIXOS TEMÁTICOS

1. Judicialização da saúde e o trabalho em Saúde.

2. Judicialização da saúde e o trabalho em Enfermagem.

V Seminário de Saúde do Trabalhador

“Judicialização da saúde e as implicações para o trabalho

em saúde e enfermagem”

ANAIS – ISBN: ____________

6

3. Processo, organização e condições de trabalho.

4. Formação e capacitação profissional em enfermagem.

5. Processo saúde-doença do trabalhador em saúde e enfermagem.

5. JUSTIFICATIVA DO TEMA

A judicialização em saúde é uma realidade cada vez mais crescente a cada ano no Brasil,

trazendo grandes e negativas repercussões para a saúde tendo em vista a crise no país e

na saúde pública. As repercussões acabam por interferir conjuntamente, nos serviços de

saúde e suas inter-relações com os processos, organização e condições de trabalho, bem

como com formação e capacitação no trabalho em saúde a nível técnico, nível de

graduação e pós-graduação. Além do mais, trazem repercussões à saúde do trabalhador -

processo saúde-doença do trabalhador em saúde e enfermagem. É de extrema relevância

promover maior abordagem e visibilidade sobre a referida temática, a fim de desenvolver

e criar mecanismos e estratégias coletivas de fortalecimento dos diferentes agentes

sociais, na luta por um trabalho digno e saudável.

6. PÚBLICO ALVO

Docentes e pesquisadores da área de Saúde do Trabalhador;

Profissionais da Saúde do Trabalhador;

Graduandos e pós-graduandos de áreas afins;

Profissionais de equipes de saúde;

Demais interessados na temática.

7. OBJETIVOS DO EVENTO

Debater os aspectos históricos, políticos, sociais e econômicos relacionados à

judicialização da saúde;

Discutir a temática de judicialização da saúde e suas implicações para o trabalho

em saúde e enfermagem.

V Seminário de Saúde do Trabalhador

“Judicialização da saúde e as implicações para o trabalho

em saúde e enfermagem”

ANAIS – ISBN: ____________

7

8. PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA

08h Credenciamento do Evento

08h30

Sessão de Abertura

Cerimonialista: Mestranda Marina Nunes de Souza

Diretora da FENF/UERJ: Profa. Dra. Norma Valéria Dantas de Oliveira Souza.

Coordenadora do PPGEnf/UERJ: Profa. Dra. Lucia Helena Garcia Penna.

Professora Representante da Disciplina: Profa. Dra. Cristiane Helena Gallasch.

Discentes Representantes da Disciplina: Ana Carolina Lopes Neves

Caroline do Nascimento Leite

Tarciso Feijó da Silva

Tatiana Cabral da S. Ramos

09h

Palestras

Palestrante

O contexto do Serviço de Saúde e Fatores para a Judicialização do Trabalho

em Saúde e Enfermagem

Dra. Thaísa Guerra (Defensora do Estado do Rio de Janeiro)

Palestrante

Implicações da judicialização da saúde para o trabalhado de enfermagem

Profª Eloá Carneiro Carvalho (FENF/UERJ)

Palestrante

Implicações da judicialização da saúde para a saúde do trabalhador

Prof. Dra. Helena Maria Scherlowski David (FENF/UERJ)

Moderadora:

Profa. Dra. Norma Valéria Dantas de Oliveira Souza (FENF/UERJ)

10h40 às

11h Coffee Break

11h às

11h50 Sessão de Perguntas e Debate

13h às 17h

Apresentação de Trabalhos (E-Pôster dialogado)

Moderadores:

Profª. Dra. Norma Valéria Dantas de Oliveira Souza (FENF/UERJ)

Prof. Dr. Elias Barbosa de Oliveira (FENF/UERJ)

Prof. Dr. Delson da Silva (FENF/UERJ)

Prof. Ms. Eugenio Fuentes Pérez Júnior (FENF/UERJ)

Secretários:

Amanda de Lucas Xavier Martins (PPGEnf/UERJ)

Dayse Carvalho do Nascimento (PPGEnf/UERJ)

Tarciso Feijó da Silva (PPGEnf/UERJ)

V Seminário de Saúde do Trabalhador

“Judicialização da saúde e as implicações para o trabalho

em saúde e enfermagem”

ANAIS – ISBN: ____________

8

ÍNDICE DOS TRABALHOS CIENTÍFICOS

Nº Temática Pag

1

O ambiente hospitalar e a qualidade de vida no trabalho

11

2

Trabalho em turnos e transtornos mentais comuns em profissionais de enfermagem de um

hospital psiquiátrico

12

3

Burnout em enfermeiros de um serviço de emergência: a organização do trabalho

13

4

Síndrome de Burnout em enfermeiros residentes de hospital de ensino

14

5

Avaliação do índice de capacidade para o trabalho e correlação com características sócio-

profissionais de trabalhadores de enfermagem em unidades de internação clínica

15

6

Revisão bibliográfica sobre o processo de trabalho do enfermeiro de emergência

16

7 Saúde dos rodoviários de transportes de pessoas: subsídios para a assistência de enfermagem

17

8

Enfermeiro(a) de equipe ou responsável técnico de enfermagem na estratégia de saúde da

família: eis a questão?

18

9 Saúde mental e trabalho: violência relacionada ao trabalho da equipe de saúde

da Estratégia de Saúde da Família 19

10 Repercussões sofridas pelos trabalhadores de enfermagem frente ao assédio moral

20

11

Fatores humanos que influenciam a violência sofrida pelo profissional de enfermagem em

emergência hospitalar

21

12

Precarização do trabalho no serviço de atendimento móvel de urgência: repercussões para a

saúde do trabalhador

22

13

Avaliação do índice de capacidade para o trabalho e correlação com características

sócioprofissionais de trabalhadores de enfermagem em unidades de internação clínica

23

14

Terceirização do trabalho em hospital público municipal: um desafio para gestão do serviço de

enfermagem

24

15

O conhecimento da enfermagem sobre submissão e dominação do trabalhador no contexto

neoliberal à luz de Pierre Bourdieu

25

16 Riscos psicossociais e transtornos mentais comuns em acadêmicos de enfermagem

26

V Seminário de Saúde do Trabalhador

“Judicialização da saúde e as implicações para o trabalho

em saúde e enfermagem”

ANAIS – ISBN: ____________

9

17

Tecnologia Educativa no gerenciamento de risco dos resíduos perfuro-cortantes da assistência

hospitalar

27

18

Trabalho precarizado e transtornos mentais comuns em trabalhadores de enfermagem de uma

unidade de internação psiquiátrica

28

19

Precarização do trabalho de enfermagem em hospital de ensino e as repercussões para a saúde

mental de enfermeiros de gestores dos serviços

29

20

Incorporação de tecnologias duras e implicações para os trabalhadores de enfermagem

30

21

A Judicialização no cenário da saúde pela perspectiva do Enfermeiro

31

V Seminário de Saúde do Trabalhador

“Judicialização da saúde e as implicações para o trabalho

em saúde e enfermagem”

ANAIS – ISBN: ____________

10

RESUMOS DOS TRABALHOS SESSÃO

ORAL

V SEMINARIO SAUDE DO TRABALHADOR

JUDICIALIZAÇÃO DA SAÚDE E AS IMPLICAÇÕES

PARA O TRABALHO EM SAÚDE E ENFERMAGEM

V Seminário de Saúde do Trabalhador

“Judicialização da saúde e as implicações para o trabalho

em saúde e enfermagem”

ANAIS – ISBN: ____________

11

O ambiente hospitalar e a qualidade de vida no trabalho

Érika Almeida Alves Pereira, Aline Ramos Velasco,

Karina Viana Ribeiro, Stéfanie Gimenez,

Denise Rasia, Joanir Pereira Passos

A Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) em profissionais que atuam em ambientes

hospitalares é tema que vem despertando interesse crescente à comunidade científica.

QVT é um conceito complexo, multidimensional, descrito de diferente maneira por

diversos autores, sendo ausente uma definição clara sobre o termo. O conceito comum

envolve condições de vida do indivíduo frente ao seu ambiente de trabalho, e abrange

questões de satisfação e bem-estar no profissional, sua saúde física, mental e social, além

de capacitação, segurança no emprego e no ambiente em que trabalha, entre outros. O

objetivo do estudo foi discutir os fatores relacionados à QVT de profissionais da área da

saúde atuantes no ambiente hospitalar, na perspectiva da saúde do trabalhador. Trata-se

de uma revisão integrativa, no período compreendido entre 2006 e 2017, nas bases de

dados LILACS, MEDLINE e BDENF, com o uso dos descritores: “quality of life” and

“work” and “hospitals”. Foram selecionados 25 artigos que atenderam aos critérios de

inclusão. Nota-se a ausência de um consenso sobre o conceito de QVT entre os autores e

os estudos selecionados, além disso, não existe uma escala padrão para medir/avaliar

QVT, uma vez que envolve fatores influenciados pelo ambiente de trabalho, cultura

organizacional, e diversos outros aspectos, tornando difícil o uso de uma escala que possa

ser aplicada nas diferentes culturas existentes. Destaca-se a grande preocupação com a

QVT dos profissionais da equipe de enfermagem em todo mundo, sendo esta a categoria

profissional cuja QVT foi mais pesquisada. Diferentes abordagens sobre a QVT foram

apresentadas: Estudos que visam validação e testagem de escalas para mensurar QVT e,

a associação de QVT com diversos aspectos como: satisfação, estresse ocupacional,

rotatividade profissional e intenção de deixar o emprego, fatores psicossociais e

emocionais existentes no ambiente de trabalho, produtividade e, identificação de fatores

determinantes para a existência e melhoria da QVT dos indivíduos. Os estudos apontam

para a importância da QVT, uma vez que níveis satisfatórios de QVT favorecem a saúde

do profissional, com melhores níveis de satisfação, menor risco de estresse ocupacional

e burnout, menores índices de absenteísmo, e, que as melhorias relacionadas a promoção

da QVT vão além do âmbito individual, atingindo diretamente níveis organizacionais,

com aumento da produtividade e comprometimento do profissional, melhoria na

qualidade de assistência prestada à nível de segurança do paciente. Visto isso, faz-se

necessário pensar em intervenções efetivas que promovam a QVT e, consequentemente,

a promoção à saúde dos profissionais, com vistas a benefícios diretos aos profissionais e,

consequentemente benefícios às organizações.

Palavras-chave: Qualidade de vida; Trabalho; Hospitais.

V Seminário de Saúde do Trabalhador

“Judicialização da saúde e as implicações para o trabalho

em saúde e enfermagem”

ANAIS – ISBN: ____________

12

Trabalho em turnos e transtornos mentais comuns em profissionais de

enfermagem de um hospital psiquiátrico

Lucas Barbosa Santos Dias; Raphael Lopes Valério; Elias Barbosa de Oliveira;

Silvia Regina Carvalho de Souza da Silva; Alexandre Vicente da Silva

Estudo que possui como objeto o trabalho em turnos e os Transtornos Mentais Comuns

(TMC) em profissionais de enfermagem da psiquiatria. Tem como objetivos descrever o

perfil sociodemográfico e profissional dos profissionais de enfermagem de um hospital

psiquiátrico que trabalham em turnos; rastrear a ocorrência de transtornos mentais

comuns em trabalhadores de enfermagem de um hospital psiquiátrico que trabalham em

turnos; identificar os sinais e sintomas preditores de transtornos mentais comuns em

trabalhadores de enfermagem de um hospital psiquiátrico que trabalham em turnos;

estabelecer a relação entre transtornos mentais comuns e características do perfil

sociodemográfico e profissional da amostra. Método quantitativo, descritivo e

exploratório, realizado em um hospital psiquiátrico do município do Rio de Janeiro. A

amostra foi composta por 63 trabalhadores de enfermagem que obedeceram aos critérios

de inclusão pré-estabelecidos. A pesquisa encontra-se inserida no projeto “Cargas de

trabalho em hospital psiquiátrico: repercussões para a saúde do trabalhador e a

organização hospitalar” do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da

Universidade do Estado do Rio de Janeiro. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética

em Pesquisa (CEP) do Hospital Universitário Pedro Ernesto sob o parecer 619.262 e

autorizado pelo CEP da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro. Para a coleta

de dados foi utilizado um instrumento estruturado para caracterizar o perfil

sociodemográfico e o Self Report Questionnaire (SRQ-20) da Organização Mundial de

Saúde (1985) específico para o rastreamento de TMC. Os resultados evidenciaram que

17(26,98%) trabalhadores da amostra apresentaram TMC. O profissional de enfermagem

que atua no ambiente hospitalar está exposto a riscos psicossociais que acarretam estresse

ocupacional, e dentre eles: número insuficiente de pessoal, escassez de materiais,

condições físicas inapropriadas, sobrecarga de trabalho, pressão do tempo, duplo vínculo

empregatício, carga horária extensa, regime de turnos. Essas condições são capazes de

causar prejuízos à saúde física e mental do trabalhador devido a uma alta demanda de

trabalho e o baixo controle sobre ele1,2,3. Quanto aos fatores preditores, houve prevalência

do fator I (humor depressivo ansioso), “sentir-se nervoso (a), tenso (a) ou preocupado

(a)” apareceu com 37(58,73%) afirmativas. Na psiquiatria os profissionais prestam

cuidados a quadros clínicos imprevisíveis e há a necessidade de observação e controle

constante dos pacientes, intensificando a carga psíquica no trabalho e gerando um estado

de estresse e alerta permanentes no profissional4. Na associação das variáveis

relacionadas ao perfil da amostra e a ocorrência de TMC, houve prevalência entre os

enfermeiros 6(50%), profissionais do plantão noturno 13(37,14%) e aqueles 13(37,14%)

com mais de um vínculo empregatício. Ratifica-se a importância de suporte em saúde

mental junto aos trabalhadores da psiquiatria, como também a elaboração de estratégias

de enfrentamento diante de problemas de ordem estrutural (pessoal e material) que podem

contribuir para a ocorrência de TMC, considerando que 24(38,10%) trabalhadores

afirmaram a necessidade de receber algum tipo de suporte em saúde mental. Conclui-se

que é necessário intervir neste contexto de trabalho com o intuito de programar medidas

de caráter preventivo e de tratamento com vistas a saúde do trabalhador e a organização.

Palavras-chave: Saúde mental; Saúde ocupacional; Enfermagem; Trabalho em turnos;

Psiquiatria.

V Seminário de Saúde do Trabalhador

“Judicialização da saúde e as implicações para o trabalho

em saúde e enfermagem”

ANAIS – ISBN: ____________

13

Burnout em enfermeiros de um serviço de emergência: a organização do trabalho

Elias Barbosa de Oliveira; Christiane Helena Gallash;

Pedro Paulo Alves da Silva Junior; Alexia Vidal Rodrigues Oliveira;

Raphael Lopes Valério; Lucas Barbosa Santos Dias

É crescente a preocupação com as condições inadequadas de trabalho da enfermagem em

hospitais, o que atrai a atenção de pesquisadores devido aos riscos que este ambiente

oferece somados a realização de atividades peculiares à assistência a pacientes com

diversos problemas de saúde. Quanto ao trabalho em serviço de emergência, deve-se

considerar a possibilidade da ocorrência da SB nos enfermeiros, tendo em vista a

existência de fatores de risco psicossocial que comprometem a saúde e o bem estar desta

parcela de trabalhadores e dentre eles: a superlotação dos serviços, a violência laboral, o

cuidado de pacientes com risco de morte, as inadequadas condições de trabalho em termos

de recursos humanos e materiais, as condições inapropriadas das instalações e a

intensificação do ritmo de trabalho1. Os trabalhadores submetidos ao estresse de alta

intensidade e duração, que não apresentam energia adaptativa suficiente para reagir frente

aos agentes estressores, desencadeiam sentimentos de esgotamento emocional e se

tornam vulneráveis para o desenvolvimento da SB2. A SB é um estado prolongado de

estresse no ambiente de trabalho e envolve três dimensões: (a) exaustão emocional:

desgaste ou perda dos recursos emocionais; (b) despersonalização: desenvolvimento de

sentimentos e atitudes negativas no trabalho; (c) diminuição da realização pessoal no

trabalho com tendência à autoavaliação profissional negativa, tornando-se infeliz e

insatisfeito2,3. Objetivo: analisar as dimensões envolvidas na síndrome de burnout em

enfermeiros de um serviço de emergência. Pesquisa quantitativa, descritiva, transversal

realizada com 37 enfermeiros de um serviço de emergência situado no município do Rio

de Janeiro. Utilizou-se um questionário para a caracterização da amostra e o Malach

Burnout Inventary (MBI - Human Services Survey). A amostra é composta, em sua

maioria pelo sexo feminino, trabalham mais de 50 horas semanais acumulam dois

vínculos empregatícios, com restrição de tempo para o descanso, o autocuidado, lazer e

convivência com a família. No caso das mulheres deve-se considerar a também o trabalho

doméstico como fator agravante do estresse. Identificou-se a suspeição de burnout na

amostra, considerando escores altos para as subescalas exaustão emocional 18(48,6%) e

despersonalização 24(64,9%), alto para a subescala realização profissional 16(45,9%). É

relevante avaliar as dimensões da síndrome de burnout, pois seu desenvolvimento implica

em adoecimento, queda da produtividade e qualidade do cuidado prestado. Deve-se

considerar a influência dos agentes estressores em serviço de emergência, os aspectos

sociodemográficas e profissionais dos participantes. Há necessidade de adoção de

medidas de cunho preventivo e também relativo à promoção da saúde, considerando o

impacto da SB.

Palavras-chave: Estresse; esgotamento profissional; equipe de enfermagem; saúde do

trabalhador; serviço de emergência.

V Seminário de Saúde do Trabalhador

“Judicialização da saúde e as implicações para o trabalho

em saúde e enfermagem”

ANAIS – ISBN: ____________

14

Síndrome de Burnout em enfermeiros residentes de hospital de ensino

Raphael Lopes Valério;

Lucas Barbosa Santos Dias;

Elias Barbosa de Oliveira

Trata-se de uma pesquisa de Síndrome de Burnout (SB) em residentes de enfermagem de

um hospital universitário. Muitos enfermeiros optam pela residência visando aquisição e

aperfeiçoamento de habilidades teóricas e práticas, proporcionando um crescimento

profissional para o ingresso no mercado de trabalho cada vez mais competitivo e

exigente1. Desse modo, ao optar pela residência em unidades hospitalares complexas e

diante de condições inadequadas de trabalho, o residente se expõe a riscos ocupacionais

e entre eles, os psicossociais, capazes de causar danos à saúde física e mental, devido à

alta demanda em termos de atividades de cunho técnico e assistencial e o baixo controle

sobre o processo de trabalho. Alerta-se para o fato de que residentes de enfermagem por

serem, em sua maioria, recém-formados e inexperientes, possuem estratégias reduzidas

de enfrentamento das situações geradores de desgaste2. A síndrome do esgotamento

profissional, também denominada de SB, foi descrita pela primeira vez em 1974 pelo

psicólogo Freudenberger e era usada para descrever um sentimento de fracasso e exaustão

causado por um excessivo desgaste de energia, força e recursos. Já no ano de 1986,

Maslach expandiu o conceito e definiu Burnout como uma reação a tensão emocional

crônica do indivíduo, por lidar excessivamente com pessoas. A SB é formada por três

dimensões que se relacionam ao mesmo tempo em que são independentes umas das

outras: exaustão emocional, despersonalização e diminuição da realização profissional3.

Algumas situações estão presentes no trabalho do enfermeiro residente, como: pressão

pelo tempo, carga pesada de trabalho, esforço físico, excessiva responsabilidade,

interrupções e incômodos no processo de trabalho e entre outros que são capazes de gerar

e intensificar o estresse ocupacional2. Objetivos: verificar a ocorrência de SB em

enfermeiros residentes de hospital de ensino; analisar as dimensões envolvidas na SB em

enfermeiros residentes de hospital de ensino. Metodologia: estudo quantitativo, descritivo

e exploratório, que tem como campo um hospital universitário situado no município do

Rio de Janeiro. A amostra será composta por residentes de enfermagem que obedeçam ao

seguinte critério de inclusão: estar realizando atividades de cunho técnico assistencial no

período da coleta de dados. Serão excluídos do estudo residentes afastados para

tratamento de doenças, de férias, afastamentos de outra natureza. Os dados serão

coletados após autorização da direção da instituição referida e aprovação pelo Comitê de

Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Pedro Ernesto, como preconizado pela

Resolução n.º 466 de 12 de dezembro de 2012. Todos os participantes assinarão o Termo

de Consentimento Livre e Esclarecido em conformidade com a resolução 466/12. Na

coleta de dados prevista para o primeiro semestre de 2018, serão utilizados os seguintes

instrumentos estruturados: Questionário de Perfil Sociodemográfico e o Maslach Burnout

Inventory (MBI), inventário investigativo específico validado internacionalmente. Ao

termino da coleta, os instrumentos serão lançados numa planilha do programa Excel e

analisados mediante os escores obtidos, através da técnica de estatística absoluta e

relativa.

Palavras-chave: Estresse; Enfermagem; Esgotamento Profissional; Formação.

V Seminário de Saúde do Trabalhador

“Judicialização da saúde e as implicações para o trabalho

em saúde e enfermagem”

ANAIS – ISBN: ____________

15

Avaliação do índice de capacidade para o trabalho e correlação com características

sócio-profissionais de trabalhadores de enfermagem em unidades de internação

clínica

Fernanda Medeiros da Fonseca Beiral

Elias Barbosa de Oliveira

Resumo: trata-se de um projeto de dissertação de mestrado, tem como objeto ¨índice de

capacidade para o trabalho e a correlação com as características sócio-profissionais em

trabalhadores de enfermagem em unidades de internação clínica”. O interesse pelo o

objeto do estudo surgiu da minha vivência como enfermeira chefe de um setor de

internações clínicas de um Hospital Universitário Federal, onde observei que existiam

profissionais de enfermagem que cumpriam carga horária de trabalho acima de 40 horas

semanais e em sua maioria, possuíam mais de um vínculo empregatício. Acrescentam-se

outros problemas que repercutem negativamente na saúde do trabalhador, afetando o

índice de capacidade para o trabalho e dentre eles: sentimentos de desvalorização

profissional, terceirização dos serviços e o trabalho temporário que não garantem os

direitos trabalhistas previstos em lei. Objetivos: realizar um levantamento das

características sócio-profissionais dos trabalhadores de enfermagem de unidades de

internação clínica; avaliar o índice de capacidade para o trabalho dos trabalhadores de

enfermagem; e discutir a relação entre índice de capacidade para o trabalho e as

características sócio-profissionais dos trabalhadores de enfermagem Método: estudo

quantitativo, descritivo e exploratório. O campo serão as unidades de internação clínica

de um Hospital Universitário público situado no município do Rio de Janeiro. O

recrutamento dos participantes será realizado mediante um censo, cuja amostra será

selecionada a partir dos seguintes critérios: trabalhadores de enfermagem (enfermeiros,

técnicos e auxiliares de enfermagem) que exerçam suas atividades laborativas a partir de

01 ano no serviço; vínculo estatutário; sendo excluídos os trabalhadores com menos de

01 ano de atuação no serviço; e temporário. Na coleta de dados será utilizado um

questionário (ICT, 1985) para avaliar o índice de capacidade para o trabalho e um

instrumento estruturado para a caracterização dos participantes. A coleta será realizada

na própria instituição após a autorização do estudo pelo Conselho de Ética em Pesquisa

(CEP) e assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE). Os dados serão

analisados mediante o resultado do escore obtido pelos participantes mediante a técnica

de análise estatística descritiva (números absoluto e relativo) cujos resultados serão

analisados a partir dos estudos recentes sobre o índice de capacidade para o trabalho e a

saúde do trabalhador. Contribuições: Através dos resultados será possível conhecer e

avaliar as repercussões da capacidade para o trabalho do trabalhador de enfermagem

mediante a correlação com as suas características sócio-profissionais, contribuindo deste

modo com a Política de Desprecarização do SUS, cuja meta principal é garantir os direitos

trabalhistas, investir na capacitação de recursos humanos e realização de concursos

públicos. Referências: Mello, M.T. Trabalhador em turno - Fadiga. São Paulo: Ed.

Atheneu, 2013. Ribeiro, M.C.S. Enfermagem e trabalho: fundamentos para a atenção à

saúde dos trabalhadores. Martinari, 2º edição, 2012.

Palavras-chave: Avaliação da Capacidade de Trabalho; Enfermagem; Saúde do

Trabalhador.

V Seminário de Saúde do Trabalhador

“Judicialização da saúde e as implicações para o trabalho

em saúde e enfermagem”

ANAIS – ISBN: ____________

16

Revisão bibliográfica sobre o processo de trabalho do enfermeiro de emergência

Flaviana Pereira Bastos Nascimento;

Ingrid de Araújo Lima;

Cristiane Aguiar da Silva;

Raquel Juliana de Oliveira Soares

Introdução: Os enfermeiros que atuam no setor de emergência exercem atividades que

exigem esforço excessivo, além da resposta rápida e eficaz exigida pelo atendimento.

Sendo necessários uma boa organização do trabalho, materiais de qualidade e em

quantidade suficientes, profissionais na equipe habilitados a exercer as funções do setor,

capazes de atender a demanda da população, nos princípios da humanização da

assistência. Muitos destes fatores não são respeitados e podem ocasionar o adoecimento

deste trabalhador, são eles: sobrecarga das atividades, número de profissionais reduzido

na equipe, tempo insuficiente para execução das tarefas, relação interpessoal ineficiente,

entre outros. Diante esta problemática, surgiu o interesse em conhecer sobre as

publicações da enfermagem sobre o processo de trabalho do enfermeiro no setor de

emergência. Teve como objetivo identificar as produções bibliográficas brasileiras

publicadas sobre processo de trabalho do enfermeiro de emergência entre os anos de 2012

a 2016. Método: Um estudo de revisão bibliográfica, no qual foi feita a coleta de dados

no mês de fevereiro de 2017 com o objetivo de levantar as produções científicas na base

de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), sendo utilizados os seguintes descritores,

encontrados no DeCS Descritores em Ciências da Saúde: emergência AND enfermeiro

AND trabalho. Na busca aplicou-se como critérios de exclusão, monografias, teses e

artigos com publicação apenas de resumo. E aplicou-se como critérios de inclusão artigo

completo publicado em português, no período de 2012 a 2016, um intervalo de cinco

anos. Artigos disponibilizados na íntegra na versão paga foram excluídos. Resultados e

Discussão: Foi encontrado um total de 14 artigos que atenderam os critérios

metodológicos definidos: na base eletrônica na BVS. Publicados nos anos 21,4% (3) em

2012, 50% (7) em 2013, 14,3% (2) em 2015 e 14,3% (2) em 2016. Após a leitura dos

estudos selecionados, emergiram as seguintes categorias para discussão: 50% abordavam

as funções exercidas pelos enfermeiros no processo de trabalho na área de emergência, o

enfermeiro exerce muitas atividades na emergência, foi pontuado atividades assistenciais,

procedimentos de média a alta complexidade, classificação de risco e funções gerenciais;

50% abordavam os condições e fatores que interferem no processo de trabalho, os estudos

que demonstraram que falta de harmonia com a equipe e com o local de trabalho pode

diminuir a efetividade da atividades do enfermeiro, falta de profissionais diante a

demanda alta de atividades, conforto do local de trabalho, entre outros, podem afetar a

motivação do profissional para o trabalho. Conclusão: É relevante ter conhecimento

sobre como ocorre o trabalho do enfermeiro no setor de emergência, que muitas vezes a

dinâmica de trabalho pode trazer consequências negativas para o trabalhador, para que

sejam criadas intervenções que melhore a qualidade do processo de trabalho.

Palavras-chave: enfermeiro; trabalho; emergência.

V Seminário de Saúde do Trabalhador

“Judicialização da saúde e as implicações para o trabalho

em saúde e enfermagem”

ANAIS – ISBN: ____________

17

Saúde dos rodoviários de transportes de pessoas: subsídios para a assistência de

enfermagem

Andréa Cordeiro dos Santos Lopes; Cristiane Aguiar Silva;

Flaviana Pereira Bastos Nascimento; Ingrid Araújo Lima;

Marília de Souza Fernandes; Raquel Juliana de Oliveira Soares

Introdução: O serviço de transporte rodoviário por ônibus vem crescendo

significativamente, sendo uma das principais modalidades usadas no deslocamento

coletivo de usuários o que ocasiona um número maior de profissionais rodoviários para

conduzir esses ônibus. O trabalho de condutor de ônibus tem uma relevância social muito

grande, além dos riscos a que são expostos e condições de trabalho, tem a

responsabilidade cotidiana de transportar passageiros. Objetivo: O objetivo do estudo é

analisar a produção científica brasileira sobre a situação de saúde de rodoviários de

transporte de pessoas. Método: Trata-se de revisão bibliográfica realizada nas bases de

dados Biblioteca Virtual de Saúde (BVS- BIREME), biblioteca eletrônica Scientific

Eletronic Library Online (Scielo) no período compreendido entre janeiro de 2003 a

dezembro de 2013, e sites dos Conselhos Regionais de Enfermagem. Para a coleta de

dados, foi elaborado um instrumento que contemplou: identificação do artigo, autores,

periódico, ano da publicação, metodologia e principais achados. Foram pesquisado o total

de 54 artigos e destes foram utilizados 5 artigos que compreenderam melhor o objeto

proposto, Resultado: Os 5 artigos científicos selecionados para a amostragem final deste

trabalho, foram publicados entre os anos de 2005 a 2012, onde a predominância tem

publicação nos anos de 2008 e 2012. Todos passaram pelos critérios de inclusão

previamente estabelecidos que foram divididos em dois segmentos: o primeiro com uma

tabela contemplando as informações: título, autores, periódico, ano da publicação e a

metodologia abordada nos estudos e o segundo com a síntese dos artigos pesquisados,

destacando os autores, título e principais achados dos estudos. Após análise de dados, foi

evidenciado que esta população tem alta probabilidade de adoecimento decorrente da

profissão, assim como foi evidenciado que os programas de prevenção de doenças e

promoção da saúde implantados nas empresas não correspondem à necessidade desses

profissionais, podendo colaborar para o agravamento da saúde deste trabalhador.

Conclusão: Conclui-se que, a atividade deste profissional é desgastante, podendo

ocasionar fadiga, estresse, ansiedade, problemas cardíacos decorrentes de cargas neuro-

humorais, dor epigástrica entre outros estressores. Assim, faz-se necessária a estratégia

de implantação de um programa direcionado a promoção da saúde e prevenção de doenças

do trabalhador, bem como um programa de educação em saúde com orientação acerca do

autocuidado.

Palavras-chave: Saúde do Trabalhador; Enfermagem do Trabalho; Transportes.

V Seminário de Saúde do Trabalhador

“Judicialização da saúde e as implicações para o trabalho

em saúde e enfermagem”

ANAIS – ISBN: ____________

18

Enfermeiro(a) de equipe ou responsável técnico de enfermagem na estratégia de

saúde da família: eis a questão?

Lidiane Dias Reis

De acordo com a carteira de serviços- Relação de serviços prestados na Atenção Primária

a Saúde, lançada em 2011 pela Secretaria Municipal de Saúde todas as unidades da

Atenção Primária à Saúde devem apresentar: Responsável técnico (RT) enfermeiro,

devidamente registrado no COREN, sendo de responsabilidade o planejamento,

organização, direção, coordenação, execução e avaliação dos Serviços de Enfermagem

da empresa / instituição onde estes são executados (Resolução Cofen nº 509/2016). Após

a expansão da estratégia de saúde da família (ESF) no Município do Rio de Janeiro os

enfermeiros de equipe tiveram que ter mais uma atribuição na unidade como RT de

Enfermagem, o grande questionamento ter a liderança de uma equipe com 3000 a 4500

usuários na sua competência de acordo com a Política de Nacional de Atenção Básica e

ainda desenvolver nas suas 40 horas semanais as duas atribuições da produção de

procedimentos versus a produção de cuidado. O enfermeiro estabelece relações

intercessoras com o usuário, necessitando incorporar, em sua caixa de ferramentas,

tecnologias leves como a escuta, o acolhimento, o vínculo, a responsabilização, e

habilidades para lidar com os altos graus de incerteza intrínseca desse trabalho. Além de

que, no papel de gestor do projeto terapêutico, o enfermeiro vive as tensões características

da articulação dos diversos núcleos de saberes e responsabilidades dos diferentes

profissionais envolvidos no projeto terapêutico. Isso é, vive a tensão entre o trabalho em

equipe versus o trabalho especializado mais individualizado. Desta forma o trabalho do

enfermeiro na atenção básica, na dupla dimensão assistencial e gerencial: voltado para o

indivíduo e para o coletivo, gerenciamento da equipe de enfermagem e do serviço de

saúde para a produção do cuidado. As ações gerenciais são predominantes dentre as

práticas do enfermeiro em unidades básicas de saúde (UBS); já na dimensão assistencial,

a consulta de enfermagem, como prática clínica, é reconhecida como importante próprio

enfermeiro, mas permanece principalmente na lógica da atenção clínica individual,

curativa, sem ampliar a compreensão do processo saúde/doença como produção social.

O grande questionamento seria a implementação de uma estratégia de valorização da

qualificação do profissional com o objetivo da capacidade de planejamento,

gerenciamento de seu tempo e espaço de ação, consciência da qualidade e das implicações

éticas e maior humanização das atividades de atenção primária pelo SUS. Outras medidas

são imprescindíveis, entre elas o aumento salarial, que muitas das vezes não há

valorização profissional na questão política atual e até mesmo nas novas formas de

contratos de trabalho que garantam maior estabilidade e fortaleçam o vínculo

empregatício, além da melhoria das condições de trabalho e de infraestrutura dos

relevantes serviços de responsabilidade social prestados pelos enfermeiros responsáveis

técnicos da Estratégia de saúde da família: EIS A QUESTÃO?

Palavras chaves: Saúde da família; rt de enfermagem, enfermeiro.

V Seminário de Saúde do Trabalhador

“Judicialização da saúde e as implicações para o trabalho

em saúde e enfermagem”

ANAIS – ISBN: ____________

19

Saúde mental e trabalho: violência relacionada ao trabalho da equipe de saúde

da Estratégia de Saúde da Família

Caroline do Nascimento Leite

Elias Barbosa de Oliveira

O presente projeto de mestrado tem como objeto de estudo “violência relacionada ao

trabalho (VRT) da equipe de estratégia de saúde da família (ESF) e as implicações para

a saúde mental dos trabalhadores”. A motivação para o estudo surgiu, inicialmente

atuando como enfermeira de uma unidade de ESF, onde observei problemas relacionados

à violência existente no território de atuação das equipes e seu impacto na saúde dos

trabalhadores, considerando a problemática das repercussões para a saúde mental dos

mesmos e a qualidade dos serviços oferecidos pela ESF. O Ministério da Saúde (MS)

define violência como evento representado por ações realizadas por indivíduos, grupos,

classes ou nações que ocasionam danos físicos, emocionais, morais e/ou espirituais a si

próprio ou a outros¹. Objetivos: analisar a visão dos profissionais da ESF sobre a

violência relacionada ao trabalho; descrever as repercussões da violência relacionada ao

trabalho para a saúde mental dos trabalhadores da ESF; discutir os mecanismos de

enfrentamento adotados pelos trabalhadores da ESF diante da violência relacionada ao

trabalho. Método: qualitativo do tipo descritivo e exploratório. O campo será uma

unidade de ESF que compõe a área programática 3.2, localizada na Região Metropolitana

do Rio de Janeiro, sob administração de Organização Social de Saúde (OSS) – prestadora

de serviços para a Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. Na seleção dos participantes

foram adotados os seguintes critérios de inclusão: todos os trabalhadores de saúde

(agentes comunitários de saúde, dentistas, enfermeiros, médicos, técnicos de enfermagem

e técnicos de saúde bucal) que exerçam suas atividades laborativas a partir de 01 ano na

unidade de ESF sendo excluídos os trabalhadores com menos de 01 ano de atuação no

serviço. Na coleta de dados será utilizada a técnica de entrevista do tipo semi-estruturada

mediante um roteiro contendo questões acerca do objeto de estudo e um instrumento para

a caracterização dos participantes. As entrevistas serão realizadas na própria unidade e

gravadas após a autorização do estudo pelo Conselho de Ética em Pesquisa (CEP) e

assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE). A pesquisa atenderá os

preceitos da Resolução nº 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde (CNS, 2012),

baseado nas normas de pesquisa em seres humanos. Após a transcrição na íntegra o

corpus do texto será categorizado mediante a técnica de análise de conteúdo cujos

resultados serão discutidos à luz da Psicodinâmica do Trabalho². Contribuições: Através

dos resultados será possível conhecer as repercussões da VRT para a saúde dos

trabalhadores e a organização, contribuindo deste modo com a Política de Humanização

do SUS, cuja meta principal é garantir promoção da saúde, segurança, bem-estar dos

trabalhadores que atuam no SUS. Neste sentido, cabe a reflexão acerca da VRT e o

impacto sobre a saúde mental dos trabalhadores da ESF.

Palavras-chave: Saúde do trabalhador, Violência, Violência relacionada ao trabalho.

V Seminário de Saúde do Trabalhador

“Judicialização da saúde e as implicações para o trabalho

em saúde e enfermagem”

ANAIS – ISBN: ____________

20

Repercussões sofridas pelos trabalhadores de enfermagem frente ao assédio moral

América Câmara de Lima;

Daniella Carbonetti Rangel Augusto;

Cristiane F. Silva Homero;

Maristela Cordeiro Magalhães;

Sergio Vicente Guimarães

Introdução:O assédio moral está relacionado a violência psicológica, com a intenção de

humilhar e que na maioria das vezes torna a pessoa fragilizada e menosprezada

socialmente e no contexto da atividade laboral, provocando-lhe estresse baixo auto-

estima e descontentamentos que podem levar ao prejuízo social e à organização como um

todo.¹ O assédio moral baseia-se na repercussão da conduta abusiva na saúde da vítima,

a periodicidade e duração do ato faltoso e a intencionalidade dos agressores.² Às condutas

abusivas estão relacionada àquelas que atentam contra a dignidade humana e em algumas

pessoas a não aguentarem e até a adoecerem ou a tomarem decisões inesperadas no que

tange à vida profissional, como pedir demissão ou mudar de cargo/setor.³ As

consequências geradas na vítima podem chegar a danos mais graves, como abandono do

cargo à depressão. Esse assédio se configura como ato antiético previsto como proibição

no artigo 78º do Código de Ética de Enfermagem e no âmbito judicial com sanções

previstas em lei. Objetivo: Minorizar essas atitudes no âmbito laboral. Metodologia:

Revisão bibliográfica da literatura de artigos científicos que retratam a temática de

assédio moral publicados no banco de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), no

período de 2011 a 2017. Resultados: Foram identificados sete artigos que versavam a

temática desenvolvida: utilizamos somente três que atendiam à pesquisa. Segundo o

Ministério da Saúde, a maior parte dos casos de assédio moral advém de 58% (assédio

vertical), na relação de chefe para subordinado; 29% (assédio coletivo), entre chefe e

colegas que assediam o funcionário; 12% (assédio horizontal) quando há assédio entre

colegas e 1% quando o subordinado assedia o chefe (assédio ascendente). ³ Conclusão:

Sendo o assédio moral um agravo à saúde do trabalhador, conclui-se que a sua prática é

responsável pelo surgimento de inúmeras patologias subsequentes ao esgotamento mental

e psicológico que se manifestam em três vertentes: psicopatológicas, psicossomáticas e

comportamentais.³ Sendo assim, o profissional de enfermagem necessita ter amplo

conhecimento do seu Código de Ética a fim de evitar as mazelas decorrentes do assédio

e atentar para a sua eliminação e prevenção. Contribuições para a Enfermagem:

Contribuir para a divulgação das consequências do assédio moral quanto ao agravo à

saúde no exercício profissional e orientar sua equipe sobre os mecanismos defesa no que

tange esses assédios a fim de possibilitar um respaldo legal da profissão e uma melhor

qualidade na assistência. Palavras-chave: Assédio Moral; Enfermagem; Saúde do Trabalhador.

V Seminário de Saúde do Trabalhador

“Judicialização da saúde e as implicações para o trabalho

em saúde e enfermagem”

ANAIS – ISBN: ____________

21

Fatores humanos que influenciam a violência sofrida pelo profissional de

enfermagem em emergência hospitalar

Ana Paula da Fonseca da Costa Fernandes; Claudia Barbastefano Monteiro;

Juliane Ferreira da Silva; Joanir Pereira Passos

O estudo, recorte de pesquisa pautada na perspectiva do profissional de enfermagem

tomando como dimensão particular a violência em seus diversos âmbitos, aborda os

fatores humanos que influenciam a violência sofrida pelo profissional de enfermagem em

emergência hospitalar. Tem como objetivo identificar fatores relacionados aos

profissionais de enfermagem que influenciam a violência sofrida a partir do contato com

o paciente ou seu familiar. Trata-se de estudo qualitativo, descritivo, utilizando a técnica

de análise de conteúdo. Os dados foram colhidos por meio de entrevista e analisados tendo

como base os temas identificados nas falas dos respondentes. Participaram do estudo 24

profissionais de enfermagem que trabalhavam na emergência de um hospital público de

grande porte localizado no município do Rio de Janeiro. Dentre os espaços de atuação da

Enfermagem, a emergência hospitalar, por suas características peculiares, é o espaço de

maior risco para a ocorrência de eventos violentos1. A violência sofrida a partir do contato

com o paciente ou familiar pode ser observado mundialmente, sendo a categoria de

enfermagem a mais afetada2-4. Quanto maior é a estimulação por meio de

comportamentos agressivos por parte do profissional de enfermagem, maior será a

intensidade da frustração sentida pelo paciente ou seu familiar e mais importante será a

agressão5. Por outro lado, estratégias como fuga de conflitos, afastamento físico do local,

o não envolvimento são observadas enquanto aliviadores do estresse causado pelo

conflito, além de diminuírem a probabilidade de agravamento da violência6. Além disso,

tais estratégias podem aliviar o sofrimento advindo do trabalho, diminuindo as chances

de adoecimento físico e mental dos profissionais7. No presente estudo, os fatores humanos

que influenciam uma situação de violência presentes nas falas dos respondentes foram

separados em duas categorias: os fatores negativos que agravam a situação de violência,

como comportamento agressivo por parte dos profissionais, utilizando-se de ameaças,

ironia e deboche frente a violência sofrida a partir do contato com o paciente ou seu

familiar; os fatores positivos que atenuam ou inibem a situação de violência, como a

empatia, a presença do segurança patrimonial, a utilização de palavras positivas frente a

uma violência sofrida por parte do paciente ou seu familiar. As atitudes negativas frente

a uma situação de violência podem ser consideradas enquanto estratégia de enfrentamento

diante de uma situação de sofrimento psíquico daquele profissional que sofreu a violência

no ambiente de trabalho. As falas dos respondentes apontam para a criação de sistema

defensivo específico para o medo da violência sofrida. No entanto, mecanismos de defesa

negativos devem ser desestimulados e desaconselhados por haver a possibilidade de ter

agravada a situação de violência podendo comprometer a integridade física do

profissional de enfermagem. Por outro lado, estimular atitudes positivas por parte dos

profissionais, bem como, fornecer-lhes apoio e suporte necessários para o enfrentamento

da violência no ambiente trabalho não apenas diminuirá as chances de agravamento de

situações de violência, como diminuirá a chance de adoecimento por parte dos

profissionais.

Palavras-chave: Enfermagem; Saúde do trabalhador; Violência.

V Seminário de Saúde do Trabalhador

“Judicialização da saúde e as implicações para o trabalho

em saúde e enfermagem”

ANAIS – ISBN: ____________

22

Precarização do trabalho no serviço de atendimento móvel de urgência:

repercussões para a saúde do trabalhador

Daniel da Silva Granadeiro;

Elias Barbosa de Oliveira

Trata-se de um recorte de dissertação de mestrado que possui como objeto “A

precarização do trabalho em serviço de atendimento móvel de urgência e suas implicações

para a saúde do trabalhador”. O SAMU compõe o transporte em saúde de usuários em

situação de urgência e emergência no Brasil. O acesso da população a este tipo de

atendimento é realizado através da central de regulação pelo número 192. Esse serviço

atende solicitação de socorro ao cidadão “acometido por agravos agudos à sua saúde, de

natureza clínica, psiquiátrica, cirúrgica, traumática, obstétrica e ginecológica”. O

Ministério da Saúde (MS) estabelece que a equipe do SAMU seja constituída por

enfermeiros, médicos, técnicos de enfermagem e condutores do veículo, cujas funções

dos componentes são determinadas pelas Portarias n° 814/01, e n° 2.048/021. A

motivação para o estudo surgiu, inicialmente como enfermeiro socorrista do SAMU, onde

pude observar e vivenciar problemas por parte dos profissionais de saude preocupações

relacionadas a precarização do trabalho, principalmente em decorrência da falta de

estabilidade no emprego e ausência de direitos trabalhistas previstos em lei. Objetivos:

Identificar o entendimento dos profissionais de saúde sobre a precarização do trabalho de

um serviço de atendimento móvel de urgência. Metodologia: método qualitativo

descritivo e exploratório. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa

(parecer nº. 1.710.253). A coleta de dados foi realizada de janeiro a abril de 2017, através

da técnica de entrevista semiestruturada mediante roteiro e um instrumento para o registro

das características sociodemográficas e profissionais. Participaram do estudo 18

profissionais (enfermeiros, médicos e técnicos de enfermagem) que atuavam no SAMU.

Para a categorização dos depoimentos optou-se pela análise de conteúdo temática

(Bardin, 2010)1, cujos resultados foram discutidos à luz da Psicodinâmica do Trabalho

(Dejours). Resultados parciais: nesta análise preliminar, foram identificadas 122

unidades de registro, das quais emergiram 05 unidades temáticas:

insegurança/instabilidade (63,4%); desproteção social (30%); ausência de direitos

trabalhistas (28%); ausência de poder decisório (17%); desvalorização profissional (8%).

Mediante os resultados identificados nas unidades temáticas, surgiu a primeira categoria:

Insegurança e ausência de direitos trabalhistas: desproteção social, a qual respondeu o

primeiro objetivo do estudo. Conclusão: A precarização tem provocado a fragmentação

e desmobilização dos trabalhadores, com conseqüente perda do poder de barganha e/ou

do caráter de negociações do coletivo2. Quanto ao trabalhador, sabe-se que não possui

direitos garantidos em lei como: seguro desemprego, licenças remuneradas, planos

assistenciais, entre outros3.

Palavras-chave: Enfermagem; Gestão de serviços e saúde; Saúde do trabalhador; Riscos

ocupacionais.

V Seminário de Saúde do Trabalhador

“Judicialização da saúde e as implicações para o trabalho

em saúde e enfermagem”

ANAIS – ISBN: ____________

23

Avaliação do índice de capacidade para o trabalho e correlação com características

sócioprofissionais de trabalhadores de enfermagem em unidades de internação

clínica

Fernanda Medeiros da Fonseca Beiral;

Elias Barbosa de Oliveira

Trata-se de um projeto de dissertação de mestrado, que possui como objeto ¨índice de

capacidade para o trabalho e a correlação com as características sócioprofissionais de

trabalhadores de enfermagem em unidades de internação clínica”. O interesse pelo o

objeto surgiu da minha vivência como enfermeira chefe de um setor de internações

clínicas de um hospital universitário federal, onde alguns fatores de ordem profissional e

organizacional repercutiam negativamente na saúde do trabalhador, afetando o índice de

capacidade para o trabalho (ICT). Quanto aos aspectos profissionais, destacam-se: o

duplo vínculo empregatício, as jornadas de trabalho extensas, sentimentos de

desvalorização profissional entre outros. No aspecto organizacional temos: a terceirização

dos serviços e o trabalho temporário que não garantem os direitos trabalhistas previstos

em lei, havendo trabalhadores com vínculos empregatícios distintos. Objetivos: avaliar

o índice de capacidade para o trabalho dos trabalhadores de enfermagem de unidades de

internações clinica; discutir a relação entre o índice de capacidade para o trabalho e as

características sócioprofissionais dos trabalhadores de enfermagem e analisar as

implicações do índice de capacidade do trabalho para o processo de trabalho de

enfermagem em unidade de internações clínica. Método: quantitativo, descritivo e

exploratório. O campo serão as unidades de internação clínica de um hospital

universitário público situado no município do Rio de Janeiro. O recrutamento dos

participantes será realizado mediante um censo, sendo a amostra selecionada a partir dos

seguintes critérios de inclusão: trabalhadores de enfermagem (enfermeiros, técnicos e

auxiliares de enfermagem com vínculos estatuário, temporários e que exerçam suas

atividades laborativas a partir de 01 ano no serviço. Serão excluídos os trabalhadores com

menos de 01 ano de atuação no serviço; em licença para tratamento de problemas de saúde

e outros afastamentos. Na coleta de dados será utilizado um questionário (ICT, 1985) para

avaliar o índice de capacidade para o trabalho e um instrumento estruturado para a

caracterização sócioprofissional dos participantes. A coleta será realizada na própria

instituição após a autorização do estudo pelo Conselho de Ética em Pesquisa (CEP) e a

assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE). Os dados obtidos serão

lançados em uma planilha do tipo Excel e posteriormente tabulados e descritos mediante

a técnica de análise estatística descritiva (números absoluto e relativo) cujos resultados

serão analisados a partir dos estudos recentes sobre a saúde do trabalhador e os índices de

capacidade para o trabalho na enfermagem. Contribuições: vislumbra-se através dos

resultados conhecer os escores relativos ao ICT da amostra estudada e discutir os índices

obtidos com as características sócioprofissionais da amostra correlacionando os mesmos

com o processo de trabalho, contribuindo deste modo com a Política de Desprecarização

do SUS, cuja meta principal é garantir os direitos trabalhistas, investir na capacitação de

pessoal e realizar concursos públicos.

Palavras-chave: Avaliação da Capacidade de Trabalho; Enfermagem; Saúde do

Trabalhador.

V Seminário de Saúde do Trabalhador

“Judicialização da saúde e as implicações para o trabalho

em saúde e enfermagem”

ANAIS – ISBN: ____________

24

Terceirização do trabalho em hospital público municipal: um desafio para gestão

do serviço de enfermagem

Cristiane Faustino da Silva Homero;

Elias Barbosa de Oliveira

Introdução: O presente estudo tem como objeto de pesquisa a terceirização do trabalho

de enfermagem em um hospital público municipal. A motivação para temática emergiu

devido a minha trajetória profissional como enfermeira terceirizada em três hospitais

públicos federal no período de 2007 até hoje. A terceirização é a possibilidade de

contratar terceiro para a realização de atividades que não constituem o objeto principal da

empresa. Essa contratação pode envolver tanto a produção de bens, como de serviços,

como ocorre na necessidade de contratação de serviços de limpeza, de vigilância ou até

de serviços temporários1. A terceirização de serviços públicos de saúde é definida como

a prestação de serviços de escopos clínicos ou preventivos em nome do governo por

prestadores não estatais, sendo, em geral, regulada por um documento contratual que

especifica tipo e quantidade do serviço e validade do acordo2. Objetivos: analisar a visão

dos gestores de enfermagem de um hospital publico frente à terceirização do trabalho;

descrever as repercussões da terceirização para o processo de trabalho de enfermagem em

hospital público e discutir as implicações para a saude do trabalhador terceirizado.

Metodologia: Estudo de natureza qualitativa, do tipo descritiva e exploratória. O cenário

da pesquisa será um hospital público municipal localizado na Baixada Fluminense. Os

participantes serão enfermeiros e técnicos de enfermagem terceirizados. Na coleta de

dados será utilizada a técnica de entrevista semi-estruturadas mediante um roteiro

contendo questões acerca do objeto de estudo. A pesquisa atenderá os preceitos da

Resolução nº 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde (CNS, 2012). Após a transcrição

na integra do corpus do texto será aplicada a técnica de análise de conteúdo (Bardin,

2011), cujos resultados serão analisados e discutidos a luz da Psicodinâmica do Trabalho

(DEJOURS, 2011). Contribuições: vislumbra-se ampliar o acervo de pesquisas

relacionadas ao tema na linha de pesquisa Saúde, trabalho e formação. Através dos

resultados será possível conhecer as repercussões da terceirização do trabalho para a

saúde do trabalhador de enfermagem, contribuindo deste modo com a Política de

Desprecarização do SUS, cuja meta principal é garantir os direitos trabalhistas, investir

na capacitação de recursos humanos e realização de concursos públicos. Neste sentido,

cabe a reflexão acerca do avanço da terceirização e privatização do serviço público.

Palavras-chave: Enfermagem; Gestão de serviços de saúde; Saúde do trabalhador.

Terceirização;

V Seminário de Saúde do Trabalhador

“Judicialização da saúde e as implicações para o trabalho

em saúde e enfermagem”

ANAIS – ISBN: ____________

25

O conhecimento da enfermagem sobre submissão e dominação do trabalhador no

contexto neoliberal à luz de Pierre Bourdieu

Eugenio Fuentes Pérez Júnior;

Helena Maria Scherlowski Leal David

Introdução: O estudo tem como tema a produção do conhecimento da enfermagem

brasileira sobre submissão e dominação do trabalhador no contexto neoliberal à luz de

Pierre Bourdieu. A flexibilização e a nova divisão internacional do trabalho, caracterizada

pela lioflização organizacional, pela empresa enxuta e pela perda parcial ou total da

proteção do trabalho, tem proporcionado a exposição do trabalhador à precarização, além

da submissão a uma série de mecanismos de gestão pautados na pressão psicológica para

o aumento da produtividade pelo medo do desemprego, repercutindo negativamente na

saúde física e metal dos trabalhadores Objetivos: Identificar e discutir a produção

brasileira do conhecimento da enfermagem sobre submissão e dominação do trabalhador

no contexto neoliberal à luz de Pierre Bourdieu. Métodos: Estudo do tipo bibliográfico

com abordagem qualitativa, realizado através de revisão integrativa da literatura na

biblioteca digital brasileira de teses e dissertações do Instituto Brasileiro de Informação

em Ciência e Tecnologia. Utilizou-se os termos: neoliberalismo e enfermagem;

precarização e enfermagem; violência simbólica e enfermagem; submissão e

enfermagem; globalização e enfermagem. Adotou-se como critério de inclusão a

produção da pesquisa de autoria de Enfermeiros. Resultados: Identificou-se 435

trabalhos, dos quais 114 teses e 321 dissertações. Foram selecionadas 4 teses de doutorado

e 7 dissertações de mestrado após aplicado os critérios de inclusão. Na análise qualitativa

dos estudos evidenciou-se a presença de relações de submissão e dominação no serviço

de enfermagem hospitalar, principalmente no que diz respeito a hierarquização e que a

forma simbólica perpetrada através da violência simbólica é a predominante nas relações

entre profissionais e usuários, tendo como mediadores as condições de trabalho.

Identificou-se também a existência de relações conflituosas devido às diferenças entre

trabalhadores precarizados e não precarizados no mesmo espaço, a sobrecarga de

trabalho, a tensão e o estresse entre os trabalhadores, a ansiedade diante da insegurança,

a desproteção social, a desestruturação dos serviços, a alta rotatividade e baixa autonomia

dos trabalhadores e por fim o acirramento da exploração do trabalho. Conclusão: O

estudo permitiu verificar a baixa produção da enfermagem sobre o tema, o que corrobora

com a necessidade de realizações de novas pesquisas acerca da submissão e dominação

do trabalhador de enfermagem.

Palavras-chave: Saúde; saúde do trabalhador; enfermagem do trabalho; Economia da

Enfermagem

V Seminário de Saúde do Trabalhador

“Judicialização da saúde e as implicações para o trabalho

em saúde e enfermagem”

ANAIS – ISBN: ____________

26

Riscos psicossociais e transtornos mentais comuns em acadêmicos de enfermagem

Thiago Carvalho de Souza;

Elias Barbosa de Oliveira

O presente estudo tem como objeto riscos psicossociais e transtornos mentais comuns em

acadêmicos de enfermagem. Tem como objetivos descrever o perfil sociodemográfico

dos acadêmicos de enfermagem do 8º período de graduação, avaliar a percepção do

acadêmico de enfermagem do 8º período de graduação sobre o seu estado de saúde e a

capacidade para o trabalho, realizar o diagnóstico de TMC e os sinais e sintomas

preditores de transtornos mentais comuns em acadêmicos de enfermagem do 8º período

de graduação. Método quantitativo, descritivo e exploratório tendo como campo uma

faculdade de enfermagem publica situada no município do Rio de Janeiro. A amostra será

composta por 55acadêmicos de enfermagem a partir dos critérios de seleção: acadêmicos

do 8º período de graduação, maiores de dezoito anos, frequentando regularmente o

internato e que não possuíssem vínculo empregatício. A seleção e recrutamento foram

realizados mediante um censo. Atendendo a resolução 466/12, todos os acadêmicos que

se adequaram aos critérios de seleção, foram convidados a participar do estudo vinculado

a um projeto guarda-chuva (PPGENF) intitulado: O trabalho do acadêmico nos serviços

de saúde: Riscos psicossociais. O projeto foi aprovado pelo número CCAE

499568152.000.525 e assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido. Na coleta

de dados realizada no primeiro e segundo semestre de 2015, foram utilizados os seguintes

instrumentos autoaplicados: Questionário de Perfil Sociodemográfico e o Self Report

Questionnaire (SRQ-20) da Organização Mundial de Saúde (1985) que possibilitaram

realizar o rastreamento de TMC no grupo. Na análise dos dados demográficos e do estado

de saúde, identificou-se alguns fatores de risco para a saúde e que podem manter relação

com os transtornos mentais comuns e entre eles: Estado civil casado, com 4(7,3%) devido

obrigações familiares; padrão de sono reduzido com menos de 8 horas/dia, com

53(96,4%), pode estar relacionado aos deslocamentos e as atividades acadêmicas

aumentando o nível de estresse e queda da energia vital e capacidade para o trabalho; uso

de medicamentos, 21(31,8%) e afastamento médico, 11(20%) – apesar de se tratar de um

grupo jovem o uso de medicamentos e afastamentos, refletem problemas de saúde que

podem interferir no desempenho acadêmico; sedentarismo 32(58,2%) – as inúmeras

atividades acadêmicas e os deslocamentos, não tem permitido da pratica de atividade

física regular, contribuindo para o cansaço e queda da energia vital; uso recreacional de

bebidas alcóolicas em 28(50,9%) – refletem a necessidade agrária do grupo assim como

um mecanismo de enfrentamento no coletivo, em face do estresse acadêmico. Sobre

TMC, evidenciou-se que 34(61,8%) da amostra foi diagnosticada com TMC e os demais

21(38,1%) tiveram apresentaram sinais e sintomas preditores de TMC, cujos escores

estavam abaixo do ponto de corte. Na análise das variáveis, houve uma maior prevalência

no fator “I - Humor depressivo ansioso” no que se referiu ao item “sentir-se nervoso(a),

tenso(a) ou preocupado(a)” com 53(96,4%) afirmativas. Ratifica-se a importância do

suporte ao aluno no que diz respeito ao diagnóstico de TMC, com encaminhamento por

parte dos professores de saúde mental ao profissional especialista considerando a

possibilidade de afastamento ou até mesmo o abandono do curso.

Palavras-chave: Transtornos mentais comuns; Saúde mental; Estudantes; Enfermagem;

Internato.

V Seminário de Saúde do Trabalhador

“Judicialização da saúde e as implicações para o trabalho

em saúde e enfermagem”

ANAIS – ISBN: ____________

27

Tecnologia Educativa no gerenciamento de risco dos resíduos perfuro-cortantes da

assistência hospitalar

Marcia Cristiane de Lima Peixoto; Taíza Florêncio Costa;

Maritza Consuelo Ortiz Sanchez;Claudia Christy Tenório

INTRODUÇÂO: os serviços de saúde em sua complexidade comportam ambientes aos

quais os trabalhadores estão expostos a vários riscos especialmente o biológico1. Nesses

cenários, não muito raro, encontram-se os profissionais de enfermagem, que de forma

estendida e contínua, por ser inerente à profissão, realizar grande número de atividades

junto ao usuário, exporem-se a alguns riscos, dentre eles os acidentes com material

perfurocortante. MÉTODO: Revisão Integrativa da Literatura, trazendo a questão

norteadora: como o processo educacional no trabalho pode contribuir com a segurança

do trabalhador? Objetivo: descrever a educação permanente como uma tecnologia

fortalecedora da conscientização profissional sobre o descarte de perfurocortantes.

Buscou-se na biblioteca virtual de saúde, junto às bases LILACS, BDENF e MEDLINE,

por artigos com textos completos, disponíveis em Português, Espanhol e Inglês que

apresentassem relação com os propósitos do estudo, no espaço 2011-2015. Excluíram-se

os artigos que não trouxeram no título pelo menos um dos descritores infracitados.

RESULTADOS: foram selecionados 10 textos, dentre eles, 03 participaram do

desenvolvimento desta pesquisa. DISCUSSÂO: os acidentes envolvendo material

perfurocortante, não se encerram nas ações e consequências ao acidentado, estas

ocorrências comumente são associadas às ações de outros profissionais, ao ambiente

insalubre: profissionais de limpeza e higienização em instituições assistenciais, catadores

de recicláveis etc...; situações inerentes à profissão ou a rotina da unidade: no caso dos

profissionais da saúde. O que qualifica essas ocorrências, como evento oculto e

inesperado, sendo difícil identificar um responsável2. Entretanto, a origem por vezes, é

de fácil identificação, como o lixo biológico hospitalar depositado no meio ambiente.

Partindo dessas reflexões, pode-se intuir que o lixo biológico pode ser danoso a um

indivíduo, a uma família ou a uma comunidade, quando contamina o solo e as águas.

Nesse sentido, um mecanismo de transformação dessa realidade, no âmbito hospitalar

remete a Educação Permanente em Saúde (EPS), instituída como Política Nacional de

Educação Permanente em Saúde (PNEPS) vigente no Brasil desde 20033. Com isso,

acredita-se que a EPS possa corresponder com uma pedagogia centrada na resolução de

problemas, a partir da análise crítica e da problematização sobre a prática diária, que nesse

caso, refere-se ao descarte de perfurocortantes, que através de rodas de conversa,

efetuadas no cenário de atividades, pode contribuir com a mudança institucional e social,

pela apropriação ativa do saber científico e do fortalecimento das ações em equipe4,5.

CONCLUSÃO: A EPS correlaciona-se com a saúde do trabalhador, quando imbuída em

esclarecer dúvidas sobre o manejo e descarte apropriado dos resíduos sólidos, em especial

dos perfurocortantes, fortalece o conceito de segurança e proteção no ambiente do

trabalho. Esse estudo também poderá apresentar contribuições externas à instituição, a

partir da conscientização sobre os danos que podem decorrer do descarte de resíduos

biológicos na comunidade.

Palavras-chave: Enfermagem; Resíduos dos Serviços de Saúde; Educação em Saúde.

V Seminário de Saúde do Trabalhador

“Judicialização da saúde e as implicações para o trabalho

em saúde e enfermagem”

ANAIS – ISBN: ____________

28

Trabalho precarizado e transtornos mentais comuns em trabalhadores de

enfermagem de uma unidade de internação psiquiátrica

Elias Barbosa de Oliveira;

Julia Fernandes da Silva Sodré;

Maísa Rodrigues Guedes

O presente estudo tem como objeto trabalho precarizado e Transtornos Mentais Comuns

(TMC) em profissionais de enfermagem da psiquiatria. Objetivos: descrever o perfil

sóciodemográfico dos trabalhadores de enfermagem que atuam em regime de plantão em

uma unidade de internação psiquiátrica e analisar os sinais e sintomas preditores de TMC

em trabalhadores com vínculo de trabalho precarizado. De acordo com o Ministério da

Saúde (MS), trabalho precário é aquele que se exerce na ausência dos direitos trabalhistas,

que não garante proteção social e qualidade de vida ao trabalhador. A partir de então, foi

permitida a adoção de múltiplas formas de vínculos pelas instituições públicas, que

incluem o regime estatutário, o celetista, os vínculos terceirizados e temporários1. O

conceito de transtornos mentais comuns (TMC) desenvolveu-se na década de 1970, por

meio de pesquisas sobre o adoecimento mental no âmbito da atenção primaria em saúde;

contexto em que se verifica maior prevalência de transtornos não psicóticos em contraste

com o perfil de casos psiquiátricos mais graves do ambiente hospitalar. A expressão TMC

foi criada por Golberg e Huxley e se refere a sintomas como: insônia, fadiga,

irritabilidade, esquecimento, dificuldade de concentração e queixas somáticas. Os TMC,

apesar de inicialmente não serem graves, causam enorme sofrimento psíquico e,

posteriormente, podem estar associados à diminuição da capacidade para o trabalho e

absenteísmo doença2. Metodologia: estudo quantitativo, descritivo e exploratório, que

tem como campo um hospital psiquiátrico situado no município do Rio de Janeiro. A

amostra será composta por trabalhadores de enfermagem que obedeçam aos seguintes de

inclusão: trabalhar no serviço de psiquiatria há pelo menos seis meses e ter vínculo do

tipo terceirizado ou temporário. A seleção e recrutamento serão realizados mediante um

censo. O projeto encontra-se inserida na linha de pesquisa Trabalho, Formação e Saúde

do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de

Janeiro (UERJ). O projeto deverá ser encaminhado para aprovação em Comitê de Ética

em Pesquisa. Atendendo a resolução 466/12, todos os profissionais de enfermagem que

se adequarem aos critérios de seleção, serão convidados a participarem do estudo após a

assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Na coleta de dados prevista

para o segundo semestre de 2017, serão utilizados os seguintes instrumentos estruturados:

Questionário do perfil sóciodemográfico dos participantes e o Self Report Questionnaire

(SRQ-20) da Organização Mundial de Saúde (1985) que possibilita realizar o

rastreamento de TMC. Ao termino da coleta, os instrumentos serão lançados numa

planilha do programa Excel e analisados mediante os escores obtidos, através da técnica

de estatística absoluta e relativa. Trata-se de um projeto de pesquisa que vem sendo

desenvolvido por alunos de iniciação científica da Faculdade de Enfermagem da UERJ.

Espera-se que a partir da realização do estudo seja possível analisar e discutir o trabalho

em turnos como fator de risco para os TMC e a importância do acompanhamento e suporte

em saúde mental daqueles profissionais com diagnóstico de TMC.

Palavras-chave: Enfermagem; Saúde mental; Saúde ocupacional. Transtornos mentais.

V Seminário de Saúde do Trabalhador

“Judicialização da saúde e as implicações para o trabalho

em saúde e enfermagem”

ANAIS – ISBN: ____________

29

Precarização do trabalho de enfermagem em hospital de ensino e as

repercussões para a saúde mental de enfermeiros de gestores dos serviços

Fernanda Chagas Marques;

Elias Barbosa de Oliveira

Introdução: A flexibilização do trabalho é entendida como uma nova dinâmica da

contemporaneidade no que tange as formas de vinculação trabalhista. Este termo tem

sido utilizado para designar os novos ajustes realizados nos direitos trabalhistas,

visando instituir mecanismos que amparem mudanças de cunho econômico, social,

tecnológico e político na dicotomia trabalho e capital.¹ Isto posto, flexibilizar as

relações de trabalho consiste em basear-se na interferência direta que a demanda

econômica impõe regulando os processos de contratação, demissão e custos da força

de trabalho.¹ Trata-se de um projeto de pesquisa que possui como objeto o desgaste

mental dos enfermeiros, chefes de serviço, na dinâmica cotidiana de trabalho com

diferentes vínculos empregatícios. Objetivos: analisar o processo de precarização do

trabalho de enfermagem em hospital de ensino sob a ótica dos enfermeiros gestores

dos serviços de enfermagem e discutir as implicações para a saúde mental do grupo.

Metodologia: Pesquisa qualitativa, descritiva e exploratória. O cenário de pesquisa

será o Hospital Estadual Getúlio Vargas. Os participantes serão enfermeiros chefes

de serviço responsáveis pela gestão dos serviços frente ao processo de precarização

da força de trabalho da enfermagem diante da problemática de diferentes vínculos

empregatícios. A coleta de dados será realizada mediante entrevistas semiestruturadas

que após gravadas e descritas serão analisada através da técnica de análise de

conteúdo do tipo temática e os resultados discutidos com o suporte teórico da

Psicodinâmica do Trabalho (Dejours, 2001). Contribuições: identificar as

repercussões da precarização do trabalho em hospital de ensino irá contribuir com a

Política da Precarização do Trabalho do SUS (Brasil, 2001), como também no suporte

por parte do serviço e identificação dos estressores psicológicos desta população,

fomentando a luta por igualdade e melhoria da qualidade de vida no trabalho e

minimização dos riscos psicossociais enfrentados por esta parcela de trabalhadores.

Palavras-chave: Enfermagem. Gestão de serviços de saúde. Saúde do trabalhador.

Saúde mental

V Seminário de Saúde do Trabalhador

“Judicialização da saúde e as implicações para o trabalho

em saúde e enfermagem”

ANAIS – ISBN: ____________

30

Incorporação de tecnologias duras e implicações para os trabalhadores de

enfermagem

Eugenio Fuentes Pérez Júnior; Elias Barbosa de Oliveira;

Ariane da silva Pires; Helena Gomes Ferraz;

Hellen Marcia Peres; Vanessa Galdino de Paula

Introdução: Este estudo foi motivado pela observação das queixas dos trabalhadores de

enfermagem quanto ao uso das tecnologias duras em unidade de terapia intensiva. Ao se

refletir sobre a utilização de tecnologias duras pelos trabalhadores de enfermagem em

terapia intensiva, deve-se considerar que ambiente e equipamento de trabalho são riscos

psicossociais diante de problemas relativos à confiabilidade dos parâmetros estabelecidos

nos aparelhos, à disponibilidade de recursos, à conveniência em termos ergonômicos, à

manutenção e ao reparo. Na perspectiva da tecnologia dura como fator de risco

psicossocial a sua incorporação ao trabalho ocorre mediada pelas condições de trabalho e

pelos conhecimentos e habilidades do trabalhador. Condições precárias de trabalho

influenciam negativamente o desempenho dos profissionais e produzem sobrecargas

física e psíquica aos trabalhadores. Assim, a introdução de uma nova tecnologia,

independente de sua natureza, é acompanhada de intensificação do trabalho e da pressão

por produtividade repercutindo na saúde dos trabalhadores. Objetivos analisar os

conhecimentos inerentes à incorporação da tecnologia dura pelos trabalhadores de

enfermagem em terapia intensiva e as implicações para a saúde do grupo. Método:

Qualitativo, descritivo, tendo como campo o centro de tratamento intensivo adulto em um

hospital público no município de Niterói (Brasil). Utilizou-se a técnica de entrevista

semiestruturada com 25 trabalhadores de enfermagem em 2011. A pesquisa foi aprovada

pelo Comitê de Ética em Pesquisa e protocolada no Comitê Nacional de Ética em

Pesquisa com o número 2063.0.000.258-11. Resultados: na visão dos trabalhadores de

enfermagem a tecnologia dura é essencial na assistência ao paciente crítico por

possibilitar maior controle clínico, prevenir complicações e facilitar o trabalho da equipe,

ao proporcionar maior agilidade no atendimento e segurança no diagnostico, reduzindo a

carga de trabalho, melhorando a qualidade do cuidado e minimiza a ocorrência de erros

e eventos adversos. Problemas decorrentes da ausência de manutenção dos aparelhos

acarretam interrupções, incomodo e estresse. O funcionamento inadequado dos

equipamentos, afeta a segurança do trabalhador ao se considerar a perda da confiança nas

informações fornecidas pelos aparelhos. Há intensificação do trabalho e dispêndio de

tempo, causando desmotivação, irritação e desgaste, principalmente nas situações

inesperadas em que o profissional precisa intervir no intuito de minimizar efeitos adversos

nos pacientes, contribuindo para o aparecimento de situações indutoras de estresse.

Conclui-se que os trabalhadores de enfermagem possuem uma relação dialética com as

tecnologias duras em terapia intensiva que, ora remete à percepção positiva ou benefícios

obtidos com a sua incorporação, ora à percepção negativa decorrente de problemas

técnicos e avarias dos aparelhos que comprometem a qualidade do serviço ofertado e

acarretam desgaste no trabalho com sobrecargas física e psíquica aos trabalhadores.

Palavras-chave: Enfermagem. Unidades de terapia intensiva. Riscos ocupacionais.

Saúde do trabalhador.

V Seminário de Saúde do Trabalhador

“Judicialização da saúde e as implicações para o trabalho

em saúde e enfermagem”

ANAIS – ISBN: ____________

31

A Judicialização no cenário da saúde pela perspectiva do Enfermeiro

Emanuele Menezes Correia;

Linda Nice Gama;

Nelma Carvalho Costa;

Rafaela Alves Barbosa;

Stephanie Maciel de Gois Costa Homem;

Talita Lima Venetillo Gomes

Introdução: A Judicialização vem sendo cada vez mais implementada como via de

recurso na área de saúde, recorrendo especialmente ao Artigo 2º da Lei 8080 de 1990, em

que é dever do Estado promover condições de saúde fundamentais para o indivíduo,

quando por ela só é imprecisa. São diferentes formas de garantir os princípios da

dignidade da pessoa humana e da saúde, e uma delas é pelo poder judiciário. É necessário

que a toda a equipe profissional de saúde, especialmente a enfermagem, estejam atentos

as diversas vias para garantir a efetividade da assistência ao paciente, contribuindo com

as práticas de saúde relacionado as questões humanas fundamentais (CARVALHO;

DAVID, 2013). Metodologia: Essa revisão integrativa tem como objetivo retratar as

reflexões da judicialização no cenário da saúde pela perspectiva do profissional

enfermeiro no Brasil. Trata-se de revisão integrativa da literatura, que buscou evidenciar

e discutir a sinergia do enfermeiro frente a temática da judicialização na saúde. O

levantamento bibliográfico foi realizado no mês de junho de 2017 nas bases de dados:

LILACS, MEDLINE e SciELO. Foram utilizadas as palavras-chaves: Judicialização na

Saúde e Enfermagem. Para compilar as buscas, foram utilizados os operadores booleanos

AND e OR. Dos 173 encontrados, foram pré-selecionados por meio da leitura do título e

resumo, excluindo-se os duplicados, os que não haviam texto completo disponível e os

que não atenderam a temática proposta, de 112 pré-selecionados, totalizaram-se 2 artigos,

publicados nos idiomas português, inglês e espanhol. Resultado: Conforme descreve

Ramos e Gomes (2014) a judicialização da saúde é uma expressão cada vez mais presente

nos cenários de assistência à saúde no Brasil, sendo um bem público e caracterizado como

um direito constitucional de todo cidadão, brasileiro ou não, em todo o território nacional,

onde são visados sempre os princípios os SUS. No artigo realizado por Carvalho e David

(2013), abordam que a atuação do enfermeiro perante a judicialização abrange valores

que permeiam a ética, política e a sentido filosófico das questões humanas fundamentais,

afim de garantir o direito à saúde, a dignidade humana como princípio norteador do direito

à saúde. Conclusão: É notório a necessidade de ampliar a temática na área da saúde diante

dos profissionais enfermeiros, por também serem responsáveis pela eficácia da

assistência ao usuário, garantindo a efetividade e a qualidade da saúde do indivíduo,

família e comunidade, se pela judicialização for necessário.

Palavras-chave: Política de Saúde; Enfermagem; Judicialização.