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Realizado em 11,12 e 13 de novembro de 2015, na UFSC - Florianópolis - SC Realização: Universidade Federal de Santa Catarina Curso e Departamento de Psicologia “Sociedade Contemporânea e Produção de Subjetividade” ANAIS Posters

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Realizado em 11,12 e 13 de novembro de 2015, na UFSC - Florianópolis - SC

Realização:

Universidade Federalde Santa Catarina

Curso e Departamento de Psicologia

“Sociedade Contemporânea e Produção de Subjetividade”

AnAisPosters

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1

SUMÁRIO

REFLEXÕES E PLANO DE AÇÃO PARA QUALIFICAÇÃO DOS TRABALHADORES

DO NASF DE LAGUNA, SC ....................................................................................... 12

BRUNA AGUIAR DE OLIVEIRA GUEDES .................................................................................... 12

REPRESENTAÇÃO DOS MORADORES DO MEIO RURAL DE UM MUNICÍPIO DO

PLANALTO CATARINENSE SOBRE O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE E A FUNÇÃO

DO PSICÓLOGO NESSE CONTEXTO ...................................................................... 13

LARISSA RIBEIRO DE LIZ ........................................................................................................... 13

ANDERSON CHAGAS DE OLIVEIRA........................................................................................... 13

CICLO DA VIOLÊNCIA VERSUS REPETIÇÃO EM PSICANÁLISE- ATÉ QUE A

MORTE NOS SEPARE ............................................................................................... 14

KAMILLA COSTA NEVES ........................................................................................................... 14

ATENDIMENTO PSICOLÓGICO ONLINE NO BRASIL: DE 2000 A 2014 .................. 15

GISELLE DECHEN CARVALHO ................................................................................................... 15

VERA BAUMGARTEN DE ULYSSÉA BAIÃO ................................................................................ 15

INFÂNCIA E PSICOLOGIA SOCIAL: DESDOBRAMENTOS CRÍTICOS .................... 16

JOÃO PAULO ROBERTI JUNIOR ................................................................................................ 16

IDONÉZIA COLLODEL BENETTI ................................................................................................. 16

ENTRE O DESEJO DE SER E O MEDO DE ESTAR. CONTRIBUIÇOES DA

PSICOLOGIA PARA A TOCOFOBIA (MEDO DE GRAVIDEZ E/OU PARTO): ESTUDO

DE CASO. .................................................................................................................. 17

JANETE LEONY VITORINO ........................................................................................................ 17

BULLYING E CONSCIENTIZAÇÃO: EM DEFESA À LIBERDADE DE SER ............... 18

LARISSA RIBEIRO DE LIZ ........................................................................................................... 18

ANDERSON CHAGAS DE OLIVEIRA........................................................................................... 18

WESLLEY DAVISON SOARES DA SILVA ..................................................................................... 18

QUEIXA ESCOLAR: INTERVENÇÃO DA PSICOLOGIA ESCOLAR COM GRUPO DE

ALUNOS ..................................................................................................................... 19

LUCIANE GUISSO ..................................................................................................................... 19

MARIVETE GESSER ................................................................................................................... 19

POSSIBILIDADE DE ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO ESCOLAR FRENTE A

MEDICALIZAÇÃO DA QUEIXA ESCOLAR ................................................................ 20

LUCIANE GUISSO ..................................................................................................................... 20

MARIVETE GESSER ................................................................................................................... 20

PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS: O CUIDADO À SAÚDE JUNTO A

POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA ...................................................................... 21

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2

TAÍZA GABRIELA ZANATTA CRESTANI ..................................................................................... 21

LISANDRA ANTUNES DE OLIVEIRA........................................................................................... 21

AS INFLUÊNCIAS DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE CASAIS

HOMOAFETIVOS NA REGULAMENTAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O

PROCESSO DE ADOÇÃO. ........................................................................................ 22

TATIANE ALINE DA SILVA MANFRA ......................................................................................... 22

PARA QUE PSICÓLOGO EM DELEGACIA? UM ESTUDO SOBRE A INSERÇÃO DO

PSICÓLOGO NAS DELEGACIAS ESPECIALIZADAS ............................................... 23

BETTIELI BARBOZA DA SILVEIRA .............................................................................................. 23

A PSICOPATIA E OS CRIMES HEDIONDOS: UMA INTERAÇÃO POSSÍVEL ........... 24

ANDRESSA MORGANA ABATI .................................................................................................. 24

SCHEILA BEATRIZ SEHNEM ...................................................................................................... 24

MAUS TRATOS INFANTO JUVENIS E AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA: UMA REVISÃO

DE CONCEITOS E PROCEDIMENTOS UTILIZADOS ............................................... 25

ÍTALO ROBERTO NUNES DE OLIVEIRA ..................................................................................... 25

INFÂNCIA E CONTEMPORANEIDADE: DISCURSOS MIDIÁTICOS E SEUS EFEITOS

NA TRAJETÓRIA DE VIDA DE CRIANÇAS BRASILEIRAS ....................................... 26

ANDERSON CHAGAS DE OLIVEIRA........................................................................................... 26

LARISSA RIBEIRO DE LIZ ........................................................................................................... 26

WESLLEY DAVISON SOARES DA SILVA ..................................................................................... 26

AÇÃO SOCIOEDUCATIVA DE GRUPO DE HOMENS COMO MEDIDA CAUTELAR

PREVISTA NA LEI MARIA DA PENHA....................................................................... 27

SHEILA FAGUNDES ISLEB ......................................................................................................... 27

EDNA MARIA DA SILVA VIEIRA ................................................................................................ 27

UMA REFLEXÃO DA EFETIVIDADE DA PROPOSTA DE TRATAMENTO DA

COMUNIDADE TERAPÊUTICA PARA A REINSERÇÃO SOCIAL DO DEPENDENTE

QUÍMICO .................................................................................................................... 28

PATRICIA MOCELIN ALBINO .................................................................................................... 28

LER/DORT: DA ETIOLOGIA À REABILITAÇÃO ......................................................... 29

RENATA OLIVERA RIGON ......................................................................................................... 29

CAROLINE MEERHOLZ ............................................................................................................. 29

RUBIA JASPER MENDES ........................................................................................................... 29

MILENA GARCIA DA SILVA ....................................................................................................... 29

KAMILA DOS SANTOS ANDRADE ............................................................................................. 29

PSICOLOGIA POSITIVA: UM MOVIMENTO NOVO, UM NOVO FOCO ..................... 30

KAMILA DOS SANTOS ANDRADE ............................................................................................. 30

CAROLINE MEERHOLZ ............................................................................................................. 30

MILENA GARCIA DA SILVA ....................................................................................................... 30

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3

SUICÍDIO NO TRABALHO: QUAL A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO EM RELAÇÃO

AO ADOECIMENTO DO TRABALHADOR? ............................................................... 31

RUBIA JASPER MENDES ........................................................................................................... 31

RENATA OLIVERA RIGON ......................................................................................................... 31

MILENA GARCIA DA SILVA ....................................................................................................... 31

PRÁTICAS DE GESTÃO DE PESSOAS:RELATO DE EXPERIÊNCIA DO ESTÁGIO

DE PSICOLOGIA EM UMA INSTITUIÇÃO HOSPITALAR LOCALIZADA NO VALE DO

ITAJAÍ. ........................................................................................................................ 32

MARIA APARECIDA FLORÊNCIO DIAS ...................................................................................... 32

ROSANA MARQUES DA SILVA ................................................................................................. 32

A RELAÇÃO ENTRE O HÁBITO DE CONSUMIR FILMES E JOGOS COM

CONTEÚDO VIOLENTOS E A PRÁTICA DE COMPORTAMENTOS DE AGRESSÕES

FÍSICAS...................................................................................................................... 33

ANDRÉIA ISABEL GIACOMOZZI ................................................................................................ 33

CAMILA DETONI SÁ DE FIGUEIREDO ....................................................................................... 33

PRISCILA P. NUNES .................................................................................................................. 33

VANESSA PHILIPPI CECCONI .................................................................................................... 33

APOSENTADORIA, SAÚDE DO IDOSO E SAÚDE DO TRABALHADOR: REVISÃO

DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA .................................................................................... 34

MARCOS HENRIQUE ANTUNES ............................................................................................... 34

CONTRIBUIÇÕES DO YOUTUBE PARA A COMUNICAÇÃO E O COMPROMISSO

SOCIAL DO PSICÓLOGO .......................................................................................... 35

BÁRBARA PIAZZA DOS REIS ..................................................................................................... 35

GRAZIELLE TAGLIAMENTO ...................................................................................................... 35

SAÚDE MENTAL E TRABALHO: UM ESTUDO COMPARATIVO ENTRE

FUNCIONÁRIOS ADMITIDOS E DESLIGADOS DE UMA EMPRESA DO MEIO-

OESTE CATARINENSE ............................................................................................. 36

SCHEILA BEATRIZ SEHNEM ...................................................................................................... 36

TÂNIA APARECIDA STEFANES .................................................................................................. 36

TODO MUNDO OLHA, QUASE NINGUÉM VÊ: A PERCEPÇÃO DE

TRABALHADORES OPERACIONAIS COM RELAÇÃO À INVISIBILIDADE SOCIAL

DE SEUS TRABALHOS. ............................................................................................ 36

PRISCILA SILVA CARDOSO ....................................................................................................... 36

SOFIA CIESLAK ZIMATH ........................................................................................................... 36

OFICINAS EM SAÚDE MENTAL: NOVAS FORMAS DE SE PENSAR PSICOLOGIA 38

PRISCILA SILVA CARDOSO ....................................................................................................... 38

ISABELLI NOGUEIRA ................................................................................................................ 38

CAROLINE CAMILO DE CASTRO FRANCO ................................................................................ 38

TACILA MARIA SAMBATI ......................................................................................................... 38

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MÃES PRIMÍPARAS: VIVÊNCIA DO PROCESSO DE INSERÇÃO DO FILHO NA

CRECHE .................................................................................................................... 39

IÁRA CASTEGNARO .................................................................................................................. 39

SCHEILA BEATRIZ SEHNEM ...................................................................................................... 39

SIMONE BALBINOT .................................................................................................................. 39

O PROCESSO DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO EM UMA OPERADORA DE

PLANO DE SAÚDE: DA ANÁLISE À EXECUÇÃO ..................................................... 40

JAQUELINE SARA JORGE .......................................................................................................... 40

ROSANA MARQUES DA SILVA ................................................................................................. 40

CONTRATRANSFERÊNCIA DO ESTAGIÁRIO DE PSICOLOGIA ............................. 41

ALEXANDRE PETRY .................................................................................................................. 41

CIRURGIA PLÁSTICA: O IDEAL DE BELEZA E A IMPOSIÇÃO SOCIAL. ................. 41

GIULIA OLIVA GRASSI .............................................................................................................. 41

GIOVANIA MITIE MAESIMA CUNHA ........................................................................................ 41

ALÉM DO LEVEL-UP: ASPECTOS PSICOLÓGICOS DOS JOVENS ADULTOS AO

FAZEREM USO DOS JOGOS DE MMORPG. ............................................................ 42

ALEXANDRE PETRY .................................................................................................................. 42

LISANDRA ANTUNES DE OLIVEIRA........................................................................................... 42

RELATO DE EXPERIÊNCIA: AS IMPLICAÇÕES DA PSICOLOGIA SOCIAL EM UM

GRUPO DE ADOLESCENTES EM CONDIÇÕES DE VULNERABILIDADE SOCIAL . 43

JULIANA BEREZOSCHI .............................................................................................................. 43

CATARINA GEWEHR ................................................................................................................ 43

ETIENNE ALESSANDRA HAFEMANN ........................................................................................ 43

SIMONE DE LIMA ..................................................................................................................... 43

BULLYING NAS ESCOLAS: CONCEPÇÃO DE PROFESSORES.............................. 45

IÁRA CASTEGNARO .................................................................................................................. 45

MARINA RECH MARIN ............................................................................................................. 45

A INCLUSÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA EM ESPORTES RADICAIS EM SC

................................................................................................................................... 46

JACKSIANI ERAT ....................................................................................................................... 46

ADRIANO HENRIQUE NUERNBERG.......................................................................................... 46

NÁTALI CRISTÓFOLLI ............................................................................................................... 46

PROJETO PLACAR – PLANEJAMENTO DE CARREIRA .......................................... 46

MIRIAN LUIZA DOS SANTOS .................................................................................................... 46

JULIANA MORGANA STEDILE .................................................................................................. 46

PSICOTERAPIA COM CRIANÇA DE DIFÍCIL MANEJO: CASO L .............................. 48

JULIANA MORGANA STEDILE .................................................................................................. 48

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MIRIAN LUIZA DOS SANTOS .................................................................................................... 48

EDUCANDO PARA A PAZ: INTERVENÇÃO GRUPAL COM PROFISSIONAIS DA

EDUCAÇÃO ............................................................................................................... 49

FLORA CURIA GOMES .............................................................................................................. 49

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: UM GRUPO PSICOTERAPÊUTICO COM AGRESSORES

CONJUGAIS ............................................................................................................... 50

ÁLVARO CIELO MAHL .............................................................................................................. 50

INTERVENÇÃO PSICOLÓGICA EM GRUPO DE AGRESSIVIDADE INFANTIL ........ 50

FLORA CURIA GOMES .............................................................................................................. 50

PSICOTERAPIA COM ADOLESCENTE - O CASO S. ................................................ 51

MIRIAN LUIZA DOS SANTOS .................................................................................................... 51

RESPEITO À MULHER VÍTIMA DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: RELATO DE ESTÁGIO

EM UMA DELEGACIA DE PROTEÇÃO DO SUL DE SANTA CATARINA .................. 52

SAMIRA MAFIOLETTI MACARINI ............................................................................................. 52

ANGELA MARIA BENEDET ....................................................................................................... 52

ELIANA CRISTINA GALLO PENNA ............................................................................................. 52

PROCEDIMENTO DE INTERVENÇÃO DO PSICÓLOGO COM PESSOAS QUE

SOFRERAM ALGUM TIPO DE VIOLÊNCIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA ................ 53

LARISSA TAMARA DA ROCHA .................................................................................................. 53

CAROLINE ZANERIPE DE SOUZA .............................................................................................. 53

JULIANA FRAINER .................................................................................................................... 53

ROBERTO MORAES CRUZ ........................................................................................................ 53

INTERVENÇÃO PSICOSSOCIAL ATRAVÉS DE OFICINA DE FOTOGRAFIA NO

CONTEXTO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DO SUAS ................................................. 54

CAROLINE ZANERIPE DE SOUZA .............................................................................................. 54

CAIO CEZAR CARDOSO NASCIMENTO ..................................................................................... 54

ALESSANDRA VIEIRA SCHETZ ................................................................................................... 54

O MAPA DE REDE SOCIAL COMO INSTRUMENTO DE INTERVENÇÃO NO

CONTEXTO DA VIOLÊNCIA FAMILIAR: RELATO DE CASO DE UMA EXPERIÊNCIA

DESENVOLVIDA NO CENTRO DE REFERÊNCIA ESPECIALIZADO DE

ASSISTÊNCIA SOCIAL (CREAS) ............................................................................... 55

KEYTH DE MORAES .................................................................................................................. 55

VANDERLÉIA BATISTA .............................................................................................................. 55

FATORES DE AJUSTAMENTO EMOCIONAL DOS RESPONSÁVEIS PELA CRIANÇA

ABUSADA SEXUALMENTE ....................................................................................... 56

CAROLINE FONTES ................................................................................................................... 56

CARLOS ALEXANDRE CAMPOS ................................................................................................ 56

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LEVANTAMENTO DE NECESSIDADES PARA AMPLIAÇÃO DO PROGRAMA DE

INCLUSÃO DA DIVERSIDADE: RELATO DE EXPERIÊNCIA EM UMA

COOPERATIVA MÉDICA ........................................................................................... 57

ELISANDRA PAULINA ............................................................................................................... 57

ABUSO SEXUAL EM MENINOS: ROMPENDO O SILÊNCIO .................................... 58

MABEL FALAVINHA BARAN ..................................................................................................... 58

ANA PATRICIA A. V. PARIZOTTO .............................................................................................. 58

RELAÇÕES AMOROSAS VIA TECNOLOGIAS: ANÁLISE DE UMA PRODUÇÃO

CINEMATOGRÁFICA ................................................................................................. 59

LUIZA ELESBÃO SBRISSA .......................................................................................................... 59

BRUNA MALLMANN BUCCO .................................................................................................... 59

ANELIZE SAGGIN ALVES ........................................................................................................... 59

ADRIANE ROSO ........................................................................................................................ 59

PERCEPÇÃO DE PAIS E FILHOS SOBRE O DIVÓRCIO .......................................... 60

“SAINDO DO ARMÁRIO”: ASSUMINDO A HOMOAFETIVIDADE .............................. 61

ÁLVARO CIELO MAHL .............................................................................................................. 61

HABILIDADES SOCIAIS EM PROFESSORES DA EDUCAÇÃO INFANTIL ............... 62

IÁRA CASTEGNARO .................................................................................................................. 62

SCHEILA BEATRIZ SEHNEM ...................................................................................................... 62

ADRIANA DA SILVA .................................................................................................................. 62

ATRÁS DAS GRADES: A RELAÇÃO PESSOA-AMBIENTE NO ESPAÇO PRISIONAL

................................................................................................................................... 63

BETTIELI BARBOZA DA SILVEIRA .............................................................................................. 63

ROBERTA BORGHETTI ALVES ................................................................................................... 63

LUCIANO FRANZIM NETO ........................................................................................................ 63

ARIANE KUHNEN ..................................................................................................................... 63

REVISÃO SISTEMÁTICA E INTEGRATIVA SOBRE A MENSURAÇÃO DO APEGO

AO LUGAR ................................................................................................................. 64

BETTIELI BARBOZA DA SILVEIRA .............................................................................................. 64

ROBERTA BORGHETTI ALVES ................................................................................................... 64

LUCIANO FRANZIM NETO ........................................................................................................ 64

ARIANE KUHNEN ..................................................................................................................... 64

A PSICANÁLISE E A TROCA DE SIGNOS: UMA INTERPRETAÇÃO DO CONTO ‘O

SACI’ .......................................................................................................................... 64

JOÃO PAULO KOLTERMANN.................................................................................................... 64

INTERAÇÕES DE CRIANÇAS EM SITUAÇÃO DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL

NA CIDADE DE FLORIANÓPOLIS – SC .................................................................... 66

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BEATRIZ PIRES COLTRO ........................................................................................................... 66

VICTÓRIA LUIZA KONELL ......................................................................................................... 66

ALINE AKINA ARAI ................................................................................................................... 66

LUCIANA MACHADO SCHMIDT ............................................................................................... 66

SARA ENGEL VOIGT ................................................................................................................. 66

O IMPACTO DAS VIVÊNCIAS NO SISTEMA PRISIONAL SOBRE A SUBJETIVIDADE

DOS DETENTOS ....................................................................................................... 67

TALLITA FRANDOLOSO ............................................................................................................ 67

MOTIVOS DE DESLIGAMENTO EM UMA REDE DE SUPERMERCADO DO VALE DE

ITAJAÍ ......................................................................................................................... 67

LUANA FERREIRA DE BELÉM.................................................................................................... 67

TATIANE LOPES DEARO ........................................................................................................... 67

ATENÇÃO BÁSICA: DESAFIOS NAS RELAÇÕES DE TRABALHO DENTRO DO SUS

................................................................................................................................... 68

JULIANA BEREZOSCHI .............................................................................................................. 68

ROSANA SCHMITT ................................................................................................................... 68

ETIENNE ALESSANDRA HAFEMANN ........................................................................................ 68

SER OU NÃO SER? A INFLUÊNCIA DA OPINIÃO DOS PAIS PARA O JOVEM AO

ASSUMIR SUA IDENTIDADE HOMOAFETIVA .......................................................... 70

CONTEXTO DE TRABALHO E CUSTO HUMANO NO TRABALHO: UM ESTUDO

COM TRABALHADORES PORTUÁRIOS DE TRANSPORTE .................................... 70

O DISCURSO DOS PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA SOBRE A

HOMOAFETIVIDADE NO CONTEXTO ESCOLAR..................................................... 72

COMPORTAMENTO PRÓ-AMBIENTAL: ESTADO DA ARTE DAS

DIMENSIONALIDADES DO FENÔMENO .................................................................. 73

UM OLHAR SOBRE SUJEITOS E OBJETOS NA ERA DAS CONEXÕES ................. 74

SABERES E PRÁTICAS ESCOLARES - A CONSTRUÇÃO DA INFÂNCIA E A

EDUCABILIDADE DA CRIANÇA NA EDUCAÇÃO INFANTIL ..................................... 75

SUPERAR O FRACASSO ESCOLAR - A AFETIVIDADE: UMA ESTRATÉGIA DE

MOTIVAÇÃO .............................................................................................................. 76

AS VIVÊNCIAS DE PRECONCEITO NO ÂMBITO ESCOLAR ................................... 77

AS PRÁTICAS EDUCATIVAS DO PROFESSOR NO TEMPO E ESPAÇO ESCOLAR

................................................................................................................................... 78

RODA DE GESTANTES E MÃES DA TAPERA .......................................................... 79

EXPERIÊNCIA DE ESTÁGIO NO SERVIÇO DE ATENÇÃO À SAÚDE DE PESSOAS

EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA SEXUAL .................................................................. 80

AINDA SOMOS OS MESMO E VIVEMOS COMO NOSSOS PAIS? ........................... 81

UM BREVE OLHAR CRÍTICO SOBRE A SAÚDE DA MULHER E A PRÁTICA DA

PSICOLOGIA.............................................................................................................. 82

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A SAÚDE DA CRIANÇA E A PSICOLOGIA: PROBLEMATIZANDO AS DIFERENÇAS

DE CLASSE SOCIAL .................................................................................................. 83

SAÚDE DO HOMEM E AS IMPLICAÇÕES DA CONCEPÇÃO SOCIAL DO “SER

HOMEM” ..................................................................................................................... 84

REPERCUSSÃO DA TRAIÇÃO NA VIDA DA MULHER ............................................. 85

IMPLANTAÇÃO DE UMA REPÚBLICA PARA ADOLESCENTES EM

VULNERABILIDADE SOCIAL NO MUNICÍPIO DE MARAVILHA/SC .......................... 86

A PRÁXIS DO PSICÓLOGO NAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE UM CAPSAD DE

SANTA CATARINA ..................................................................................................... 87

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: UM ESTUDO ACERCA DA VIOLÊNCIA VIVIDA NA

INTIMIDADE DO ESPAÇO PRIVADO ........................................................................ 88

PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA: REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE BENEFICIÁRIOS

DA CIDADE DE ERECHIM-RS ................................................................................... 88

O PROCESSO DE INCLUSÃO DE ESTUDANTES COM TRANSTORNO DO

ESPECTRO DO AUTISMO NO ENSINO SUPERIOR ................................................ 89

EQUIPE REFLEXIVA: UMA INTERVENÇÃO TERAPÊUTICA COM BASE NA

PERSPECTIVA CONSTRUCIONISTA SOCIAL. ......................................................... 90

VIVÊNCIA GRUPAL NA FORMAÇÃO EM PSICOLOGIA ........................................... 91

ATUAÇÃO DO CONSELHO MUNICIPAL DE SAÚDE DE IRANI/SC:

POTENCIALIDADES E FRAGILIDADES .................................................................... 92

OS PROFESSORES E O DIAGNÓSTICO DE TRANSTORNO DE DÉFICIT DE

ATENÇAÕ/HIPERATIVIDADE (TDAH): UM OLHAR ACERCA DA INTERVENÇÃO .. 93

TEORIAS LEIGAS SOBRE O PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA: AS

REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE NÃO USUÁRIOS DO PROGRAMA .................... 94

ÁLCOOL X ADOLESCÊNCIA ..................................................................................... 96

PERCEPÇÃO DE PROFISSIONAIS DA EQUIPE DE UMA CASA DE APOIO À

MULHER VÍTIMA DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA DE UM MUNICÍPIO DA REGIÃO

SERRANA DIANTE DA VIOLÊNCIA SOFRIDA PELAS MULHERES E SUAS

CONSEQUÊNCIAS .................................................................................................... 97

ANÁLISE DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA SOBRE RISCOS PSICOSSOCIAIS NO

TRABALHO NO IDIOMA ESPANHOL ........................................................................ 98

SUICÍDIO: COMPREENSÃO E PREVENÇÃO ........................................................... 99

O (NÃO) ESPAÇO PARA PROCESSO DE LUTO NA CONTEMPORANEIDADE .... 100

O IMPACTO DA DOENÇA: MUDANÇAS E A (RE)CONSTRUÇÃO DE SENTIDO ... 101

A CONSTITUIÇÃO DO SUJEITO E SUAS RELAÇÕES CORPO E ALIMENTO NAS

PATOLOGIAS ALIMENTARES ................................................................................. 102

REFLEXÕES SOBRE EUTANÁSIA - ARGUMENTOS PRÓ E CONTRA .................. 103

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO NOS CURSOS DE MAGISTÉRIO DA REGIÃO

METROPOLITANA DE FLORIANÓPOLIS ................................................................ 104

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ATUAÇÃO EM PREVENÇÃO AOS PROBLEMAS RELACIONADOS AO USO DE

DROGAS NO RIO GRANDE-RS E REGIÃO ............................................................ 105

A TERAPIA COMUNITARIA INTEGRATIVA ENQUANTO TÉCNICA DE

INTERVENÇÃO SOCIAL EM SEGURANÇA PÚBLICA: O RELATO DE UMA

EXPERIÊNCIA EM DELEGACIA ESPECIALIZADA.................................................. 107

A PERCEPÇÃO DE ACADÊMICOS DOS CURSOS DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO

E DA PSICOLOGIA ACERCA DA INFLUÊNCIA DE JOGOS DIGITAIS VIOLENTOS

SOBRE O COMPORTAMENTO DE CRIANÇAS ...................................................... 108

SINAIS E SINTOMAS DE COMPROMETIMENTOS PSICOLÓGICOS EM CRIANÇAS

VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA ......................................................................................... 109

PSICOTERAPIA E PESSOAS COM DEFICIÊNCIA: UM ENCONTRO ATRAVÉS DOS

REFERENCIAIS DA GESTALT-TERAPIA ................................................................ 110

ATUAÇÃO DE PSICÓLOGOS NO INSTITUTO MÉDICOLEGAL DE FLORIANÓPOLIS

SANTA CATARINA ................................................................................................... 111

PSICOLOGIA DO TRABALHO E GESTÃO PÚBLICA: DESAFIOS E

POTENCIALIDADES ................................................................................................ 112

REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DO POLIAMOR PARA ESTUDANTES DO CURSO DE

PSICOLOGIA............................................................................................................ 113

DO MONTE CABURAÍ AO CHUÍ: AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE PESSOAS

DE DIFERENTES REGIÕES DO BRASIL ACERCA DA BISSEXUALIDADE ........... 114

PRÁTICAS E PRODUÇÃO DE SENTIDOS NO COTIDIANO DE TRABALHO DE

TRABALHADORAS DOMÉSTICAS SEM VÍNCULO FORMAL ................................. 115

MAPEAMENTO DE BARREIRAS DE UMA PESSOA COM DEFICIÊNCIA VISUAL EM

CASA NOTURNA DE FLORIANÓPOLIS .................................................................. 116

A CONSTRUÇÃO DAS RELAÇÕES SOCIAIS SOBRE A PERSPECTIVA DE

ARTISTAS CIRCENCES .......................................................................................... 117

PSICOLOGIA NA DOENÇA DE PARKINSON: UMA DEMANDA EM POTENCIAL

PARA A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NA OTIMIZAÇÃO DO COTIDIANO DOS

ACOMETIDOS .......................................................................................................... 118

PRÁTICAS E PRODUÇÃO DE SENTIDOS NO COTIDIANO DE TRABALHADORAS

DOMÉSTICAS COM VÍNCULO FORMAL DE TRABALHO DO MUNICÍPIO DE

FLORIANÓPOLIS/SC. .............................................................................................. 119

A INFORMALIDADE NO TRABALHO: REFLEXÕES SOBRE SUA DEFINIÇÃO NO

CAMPO DA PSICOLOGIA E SEU RECONHECIMENTO ENQUANTO FORMA

LEGÍTIMA DE TRABALHO ....................................................................................... 120

NÍVEL DE SATISFAÇÃO DOS ACADÊMICOS DO SEGUNDO ANO DO CURSO

DE PSICOLOGIA EM RELAÇÃO À ESCOLHA PROFISSIONAL ............................. 121

REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE IDOSOS SOBRE A SEXUALIDADE E O AMOR

NA CONTEMPORANEIDADE. ................................................................................. 122

O PSICODRAMA E O ATENDIMENTO AOS AUTORES DE VIOLÊNCIA SEXUAL . 123

O TRABALHO DESENVOLVIDO PELA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA:

APONTAMENTOS TEÓRICOS ................................................................................ 124

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PSICOLOGIA NA SAÚDE PÚBLICA: UMA INTERFACE ENTRE FORMAÇÃO E

ATUAÇÃO ................................................................................................................ 124

DA CATEGORIA DE BASE AO PROFISSIONAL: A CONSTITUIÇÃO DO EU DOS

JOGADORES DE FUTEBOL .................................................................................... 125

O CUIDADO PARA O CUIDADOR: A SAÚDE DOS TRABALHADORES NA

INSTITUIÇÃO HOSPITALAR .................................................................................... 127

QUANDO OS FILHOS DIZEM ADEUS: A PERCEPÇÃO SOBRE A MORTE E O

PROCESSO DE LUTO DOS PAIS QUE PERDERAM SEUS FILHOS EM SITUAÇÃO

DE TRAGÉDIA ......................................................................................................... 128

OFICINAS TERAPÊUTICAS ..................................................................................... 128

ÉTICA SPINOZISTA: A ÉTICA DOS ENCONTROS E SEUS EFEITOS SOBRE A

NOÇÃO DE SUBJETIVAÇÃO DELEUZIANA ........................................................... 129

PROGRAMA DE APOIO A PLANOS DE REESTRUTURAÇÃO E EXPANSÃO DAS

UNIVERSIDADES FEDERAIS: UMA REVISÃO DE LITERATURA. .......................... 130

RELEITURA NA PERSPECTIVA CLINICA LACANIANA DO FILME ‘‘ELA’’ .............. 131

ESTÁGIO EM PSICOLOGIA ESCOLAR: COMPREENDENDO AS POSSIBILIDADES

DO FAZER DO PSICÓLOGO ................................................................................... 132

INTERVENÇÕES URBANAS: UMA ANÁLISE SOBRE A PICHAÇÃO ...................... 133

PSICOLOGIA E PICHAÇÃO: INTERVENÇÕES POSSÍVEIS ................................... 134

ANÁLISES PRELIMINARES DE UM ESTUDO SOBRE A RELAÇÃO ENTRE

SATISFAÇÃO SEXUAL E SATISFAÇÃO EM RELACIONAMENTOS AMOROSOS . 135

PSICOTERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL NO ATENDIMENTO A

CRIANÇAS: DESAFIO NA PRÁTICA CLÍNICA ......................................................... 136

PSICOPATAS ORGANIZACIONAIS: UM DEBATE A RESPEITO DA SUA

EXISTÊNCIA E CONSEQUÊNCIAS NO AMBIENTE ORGANIZACIONAL ............... 138

TÍTULO: INFÂNCIA, PSICOLOGIA E DOCÊNCIA: CONHECIMENTOS

ENTRELAÇADOS .................................................................................................... 139

AS PRÁTICAS PSICOTERÁPICAS QUE ATRAVESSAM UM CAPS: O QUE PODE

UM GRUPO? ............................................................................................................ 140

PREVALÊNCIA DE USO DE DROGAS NOS AMBIENTES EDUCACIONAIS DE

VACARIA/RS ............................................................................................................ 141

NOMEAÇÃO E TRIAGEM NEUROPSICOLÓGICA .................................................. 142

DESENVOLVIMENTO INFANTIL: COMPRENDENDO REGRAS E LIMITES ........... 143

SER MULHER E O CASAMENTO: O PARADOXO EXISTENCIAL .......................... 143

VISITA ABERTA ÀS GESTANTES E ACOMPANHANTES NA MATERNIDADE DO

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO/UFSC COMO PRÁTICA DE HUMANIZAÇÃO

VINCULADA À REDE CEGONHA ............................................................................ 145

PROJETO DE PREPARAÇÃO PARA A APOSENTADORIA DESENVOLVIDO NO

SIASS-CHAPECÓ/SC. ............................................................................................. 146

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11

AS CONTRIBUIÇÕES DA ARTETERAPIA NO DESENVOLVIMENTO DA PESSOA

DIAGNOSTICADA COM AUTISMO .......................................................................... 147

JULIANA BARBOSA DE ALENCAR ........................................................................................... 147

JOÃO PAULO KOLTERMANN.................................................................................................. 147

UM PANORAMA ACERCA DO AUTISMO ................................................................ 148

FERNANDA WESSLER NEHRING ............................................................................................. 148

AS DIFICULDADES ENCONTRADAS EM EDUCAR FILHOS ADOLESCENTES .... 149

ELIETE SERGINA DE SOUSA MACHADO ................................................................................. 149

PRISCILA MACHADO .............................................................................................................. 149

PSICOLOGIA E TRABALHO: UM ESTUDO DE CASO SOBRE O TRABALHO NOS

SHOPPINGS DE BLUMENAU .................................................................................. 150

RAIANY APARECIDA FOLHIARINI DE ARRUDA ....................................................................... 150

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12

REFLEXÕES E PLANO DE AÇÃO PARA QUALIFICAÇÃO DOS TRABALHADORES DO

NASF DE LAGUNA, SC

BRUNA AGUIAR DE OLIVEIRA GUEDES

Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)

Processo: Trabalho

RESUMO

Em 2008 o Ministério da Saúde criou os Núcleos de Apoio a Saúde da Família (NASF). A Atenção

Primária à Saúde é complexa e demanda intervenção ampla em diversos aspectos para que

possa ter efeito positivo sobre a qualidade de vida da população, exigindo um conjunto de

saberes para ser eficiente, eficaz e resolutiva. É definida como o primeiro contato do usuário com

a rede assistencial do sistema de saúde e caracteriza-se, principalmente, pela continuidade e

integralidade da atenção, coordenação da assistência dentro do próprio sistema, atenção

centrada na família, orientação e participação comunitária e competência cultural dos

profissionais (STARFIELD, 2004). O NASF tem como responsabilidade central atuar e reforçar

nove diretrizes na atenção à saúde, a saber: a interdisciplinaridade, a intersetorialidade, a

educação popular, o território, a integralidade, o controle social, a educação permanente em

saúde, a promoção da saúde e a humanização. (BRASIL, 2010). Na minha prática, sinto falta de

algumas dessas diretrizes serem mais aprofundadas, principalmente a questão da

interdisciplinariedade e a educação permanente em saúde. Muitos profissionais não sabem como

lidar com o conhecimento do outro e no que podem contribuir, além de faltar momentos de

reflexão em grupo e estudos e esclarecimentos sobre o trabalho do NASF em si. Com o objetivo

de qualificar a atuação das equipes de NASF propõe-se a realização de oficinas de qualificação

do processo de trabalho relacionadas as necessidades de saúde. Esse plano é baseado no

documento do Ministério da Saúde, intitulado de Oficina de Qualificação do NASF (2010). Os

objetivos desse plano de ação são: a) Realizar alinhamento conceitual sobre a Atenção Primária

à Saúde; b) Realizar alinhamento conceitual sobre as diretrizes e o processo de trabalho do

NASF; c) Realizar alinhamento conceitual e problematização sobre integração do NASF com as

equipes de SF e as Redes de Atenção à Saúde locais; d) Discutir e problematizar a atuação do

NASF junto às ESF e e) Construir uma proposta de intervenção com foco no tema central da

oficina. A Metodologia a ser utilizada será exposições dialogadas sobre a Atenção Primária à

Saúde e ESF no local, a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), o tema central da oficina,

o NASF e o seu panorama de implantação no Brasil e apresentação de experiência municipal de

Apoio Matricial e/ou de NASF com foco no tema central da oficina; além de trabalho em grupo –

leitura e discussão de textos, problematização em grupos de trabalho (discussão de caso,

construção de Projeto Terapêutico Singular, Projeto de Intervenção, Apoio Matricial etc.) e

construção de uma proposta de intervenção relacionadas ao tema. Com esse plano de ação,

espera-se alcançar como resultados um alinhamento conceitual de todos os trabalhadores do

NASF na cidade de Laguna, SC; uma maior qualificação dos serviços prestados pelo NASF no

município e o aprimoramentos dos profissionais que nele atuam.

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13

REPRESENTAÇÃO DOS MORADORES DO MEIO RURAL DE UM MUNICÍPIO DO

PLANALTO CATARINENSE SOBRE O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE E A FUNÇÃO DO

PSICÓLOGO NESSE CONTEXTO

LARISSA RIBEIRO DE LIZ

ANDERSON CHAGAS DE OLIVEIRA

Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos

Processo: Políticas Públicas Sociais

RESUMO

Considerando-se que no Brasil são poucos os estudos voltados para a qualidade da assistência

à saúde das populações rurais, esta pesquisa foi proposta por estudantes e apresentou como

tema central a representação que os moradores de uma localidade do meio rural do Planalto

Catarinense têm em relação às políticas públicas do Sistema Único de Saúde (SUS) e, ainda,

qual a percepção/representação deles acerca do papel desempenhado pelo psicólogo nessa

conjuntura. Diante disso, buscou-se analisar de que forma acontece o atendimento na atenção

básica de saúde aos moradores desse meio rural, procurando compreender/apreender o nível

de satisfação desses usuários acerca do acesso e acolhimento nos serviços de saúde oferecidos

pelos profissionais que compõem a Estratégia Saúde da Família (ESF) e, mais particularmente,

dos psicólogos, que na saúde básica fazem parte do Núcleo de Apoio à Saúde da Família

(NASF). Tratou-se de uma pesquisa exploratória, de natureza qualitativa, na qual a coleta de

dados aconteceu por meio de entrevistas semiestruturadas, realizadas individualmente com dez

(10) pessoas maiores de dezoito (18) anos. Os dados coletados foram interpretados através da

análise de conteúdo temática. Os resultados dessa investigação indicaram, de forma geral, que

parte dos usuários do SUS fazem uma avaliação positiva dos serviços de saúde oferecidos,

embora tenham sido observadas algumas queixas, tais como extenso tempo de espera e filas

longas para o atendimento, número insuficiente de profissionais (principalmente médicos) e

deficiências na estrutura física da unidade básica de saúde. Em relação aos atendimentos

prestados pela ESF, foi possível averiguar que a mesma traz benefícios para a comunidade,

como o estabelecimento de vínculos, de acolhimentos e a resolutividade de suas necessidades

de saúde mais comuns. Em relação à atuação do psicólogo na atenção primária, por meio do

NASF, evidenciou-se que boa parte dos usuários nunca foram atendidos por esse profissional;

isso demonstra, portanto, que o trabalho desse profissional e sua contribuição para a saúde

coletiva são desconhecidos por parte da população. Entretanto, dentre os usuários pesquisados,

alguns tiveram acesso aos serviços do psicólogo em algum momento de suas vidas e

demonstraram satisfação com o atendimento recebido, pois consideraram que as intervenções

desse profissional trouxeram benefícios à sua saúde mental. Assim sendo, os resultados desta

pesquisa apontaram para a necessidade de se conhecer mais aprofundadamente os usuários

dos serviços básicos de saúde residentes no meio rural, valorizando suas críticas e sugestões

acerca dos modos de organização dos serviços organizados pelas equipes de Saúde da Família

e do NASF. Aos psicólogos fica a tarefa de tentarem fazer com que seus serviços tornem-se

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mais conhecidos e acessíveis pela população. Desta forma, as facilidades e dificuldades

apontadas pelos entrevistados neste estudo podem servir de referência para gestores,

profissionais e, até mesmo, usuários, para que todos possam buscar formas de reestruturar e

aprimorar o cotidiano da saúde básica, tornando todo o sistema mais eficiente.

Palavras-chave: Área rural; Sistema Único de Saúde; Núcleo de Apoio à Saúde da Família;

Psicólogo.

CICLO DA VIOLÊNCIA VERSUS REPETIÇÃO EM PSICANÁLISE- ATÉ QUE A MORTE NOS

SEPARE

KAMILLA COSTA NEVES

Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)

Processo: Políticas Públicas Sociais

RESUMO

Este estudo busca compreender a influência da história de vida na escolha conjugal de mulheres

que sofrem violência doméstica e os fatores que levam à admissão e/ou tolerância da repetição

de um comportamento considerado intolerável. Participaram 08 mulheres, maiores de 18 anos

de diferentes raças e etnias que passaram pela violência doméstica praticada pelo parceiro

íntimo, localizada em um Centro de Referência de Atenção á Mulheres Vítimas de Violência

Doméstica, em Santa Catarina. As participantes assinaram uma ficha de Termo de

consentimento livre e esclarecido, preencheram um questionário sociodemográfico e

responderam um roteiro de entrevista semi estruturada. Tais entrevistas foram analisadas e

categorizadas através da técnica de análise de conteúdo, e para a explanação dos dados lançou-

se mão da abordagem psicanalítica. Os aspectos abordados permitem compreender o ciclo da

violência doméstica como resultante de uma história de vida assinalada por vivências

traumáticas que move estas mulheres, através da repetição, à realização de escolhas conjugais

que formam o panorama da violência.

Palavras-chave: O ciclo da violência doméstica; Repetição e teoria psicanalítica.

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ATENDIMENTO PSICOLÓGICO ONLINE NO BRASIL: DE 2000 A 2014

GISELLE DECHEN CARVALHO

VERA BAUMGARTEN DE ULYSSÉA BAIÃO

Eixo: A vida na era da Informação, comunicação e tecnologia

Processo: Comunicação

RESUMO

O atendimento psicológico online foi autorizado em caráter de pesquisa desde o ano 2000

(Resolução CFP 003/2000), regulamentado em 2005 (Resolução 012/2005) e com novas regras

em 2012 (Resolução 011/2012). Esta modalidade de atendimento pode ser realizada de forma

assíncrona (e-mail) e síncrona (chat e videoconferência). Esta forma tecnológica de atender vem

acompanhada de um grande alcance geográfico e acessibilidade a públicos diversos, como

pacientes que residem fora de seu país ou que não querem ou não conseguem frequentar

sessões presenciais de terapia, seja pela barreira da língua, motivos de saúde ou outros. Nas

publicações foram encontradas reflexões acerca do vínculo terapêutico, segurança da internet e

conexão, tempo de terapia, acessibilidade, perfil de pacientes. A proposta presente consistiu em

sistematizar informações sobre esta temática, seu histórico, suas características e

particularidades. O presente estudo foi uma revisão bibliográfica de publicações científicas

brasileiras, datadas de 2000 até 2014, sobre atendimento psicológico online. A busca ocorreu

em http://www.bvs-psi.org.br e foram encontradas publicações nas revistas eletrônicas:

Psicologia, Ciência e Profissão; Psicologia em estudo; Temas em Psicologia; Revista Brasileira

de Orientação Profissional; Revista Mental; Revista da SPAGESP; e teses da Universidade de

São Paulo, Pontifícia Universidade Católica de Campinas e Universidade de Brasília. Foram

encontrados os seguintes materiais: 3 teses, sendo 2 de Mestrado e 1 de Doutorado, e 9 artigos.

As temáticas das publicações se subdividem em: modalidades de intervenção psicológica online

(2 artigos), relação terapêutica em intervenção psicológica online (2 teses e 1 artigo), internet e

intervenções psicológicas online (3 artigos), orientação profissional online (1 artigo), intervenção

psicológica online em grupo (1 tese e 1 artigo), e por fim, psicoterapia online (1 artigo). Nos anos

2000, 2001, 2004, 2008, 2009 e 2010 não foram encontradas publicações sobre atendimento

psicológico online. Em 2002 tiveram 2 publicações, em 2003 apenas 1; em 2005, 2006 e 2007

tiveram 1 publicação em cada ano, assim como em 2011 e 2012. Em 2013 e 2014 este número

dobra e foram encontradas 2 publicações em cada ano. Percebeu-se que na literatura nacional

as publicações sobre atendimento psicológico online ainda são bem escassas, sendo

encontrados apenas 12 trabalhos nesta temática no período estabelecido. A relação entre

internet e Psicologia tem muito ainda a ser explorada, mais especificamente no que diz respeito

a formas de atuação do psicólogo, temáticas a serem trabalhadas com pacientes, relação

terapêutica, dentre muitos outros desafios que o presente traz e que o futuro reserva. É uma

prática que vem crescendo e estudos ressaltam que este campo é promissor e benéfico à saúde

mental, uma modalidade legítima de intervenção psicológica. Palavras-chave: atendimento

online, terapia online, internet, computador.

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INFÂNCIA E PSICOLOGIA SOCIAL: DESDOBRAMENTOS CRÍTICOS

JOÃO PAULO ROBERTI JUNIOR

IDONÉZIA COLLODEL BENETTI

Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos

Processo: Grupais e de Mobilização Social

RESUMO

A infância, retratada na obra cinematográfica “Cidade de Deus”, é capturada de maneira a

apresentar a situação de violência vivida nos grandes centros urbanos do Brasil. É a arte

retratando a vida, no contexto desta favela – um lugar que apresenta marginalização,

invisibilidade, omissão, desamparo, crianças e adolescentes sem defesa. Este trabalho, um

ensaio de cunho comparativo, está ancorado na teoria de Psicologia Social com a finalidade de

abordar alguns aspectos importantes da violência e da infância retratados no filme e busca: a)

resumir a obra da filmografia, b) abordar pontos teóricos da Psicologia Social, c) inserir-se na

literatura para respaldar os assuntos arrolados no filme e d) relacionar a obra da filmografia com

as teorias que são os pilares da Psicologia Social. A abordagem de análise demandou a seguinte

trajetória: (a) assistir ao filme separando/retirando e numerando 30 fotogramas, os mais

impactantes, do ponto de vista da autora da análise; (b) rever o filme e anotar as problemáticas

recorrentes relacionadas ao mundo da Psicologia Social; (c) construir uma planilha4 dos

principais problemas mostrados pelo filme, representados na figura 1; (d) catalogar/categorizar

as imagens de acordo com o levantamento das problemáticas mais salientes encontradas no

filme; (e) registrar observações consideradas relevantes, para a compreensão do significado das

cenas selecionadas, bem como seu significado dentro das teorias relativas à Psicologia Social.

A relevância de trabalhos com filmes reside no fato de que são poucas as produções que

envolvem as obras cinematográficas para ilustrar conteúdos acadêmicos de Psicologia. A teoria

e obra cinematográfica estão imbricadas nesse trabalho, apontando e estabelecendo pontos de

contato entre as duas versões – uma proveniente da academia e outra da filmografia. Na Cidade

de Deus há necessidade de planejamento de políticas de Saúde de Grupo e Ambientais e de

transformações psicossociais; há urgência em que se analisem os conflitos psicossociais

gritantes existentes, denunciados no filme; é fundamental que se faça pesquisa das condições

de interação social nos grupos; é imprescindível que se estudem as condições de lazer, esporte

e moradia em sua dimensão psicossocial em lugares como a Cidade de Deus. Existe

necessidade da clareza e definição do Executivo, um plano estratégico e articulado de ações,

etc. O que tem acontecido é a execução de ações isoladas, programas e/ou projetos alternativos,

atuações fragmentadas, imediatistas e sem continuidade, priorizando somente a situação

emergente. É sabido que a pobreza e a exclusão social são os resultados da ação de instituições

e de políticas que limitam e/ou inviabilizam a interação social, o acesso de determinados grupos

sociais ou pessoas a recursos, restringindo seus direitos de cidadania. Então, para valorizar cada

jovem, é preciso planejar e aplicar políticas públicas que criem oportunidades para que eles

ponham em prática toda a sua potencialidade criativa e expressiva. Tudo isso pode ser da alçada

da Psicologia Social, uma vez que ela também se atém a aprofundar o conhecimento da natureza

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social do fenômeno psíquico, já que acredita que cada indivíduo aprende a ser um homem nas

relações com os outros homens.

ENTRE O DESEJO DE SER E O MEDO DE ESTAR. CONTRIBUIÇOES DA PSICOLOGIA

PARA A TOCOFOBIA (MEDO DE GRAVIDEZ E/OU PARTO): ESTUDO DE CASO.

JANETE LEONY VITORINO

Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)

Processo: Avaliação

RESUMO

Por mais contraditório que possa parecer, o momento da gravidez para muitas mulheres

apresenta tristeza, ansiedade, e até sintomas psicóticos. Ao invés da mais serena felicidade

nessa fase da vida, passa ser, muitas vezes, uma fase de muitas angústias. Este estudo de caso

é proveniente de atendimento psicológico de uma paciente que chega para atendimento

psicológico em virtude de apresentar crises de pânico pela possibilidade de engravidar ou de

estar grávida. Apesar da chegada da maternidade ser socialmente considerada momento de bem

estar emocional na vida da mulher, a mesma não a protege dos transtornos psíquicos. Numa

perspectiva de gênero seria apenas a mulher acometida, mas não somente, toda configuração

familiar fica envolvida neste emaranhado de emoções. Os transtornos emocionais na mulher são

mais comuns do que se imagina e muitos casos ainda não são diagnosticados e até minimizados

pelo próprio profissional da saúde mental. Tem-se dado importância crescente ao tema

principalmente porque os danos que essas patologias podem ocasionar não atingem apenas à

mulher, mas também trazem outras repercussões, como vida profissional, social e de

relacionamentos. Em relação a processos, o tema está vinculado aos processos de avaliação

psicológica de indivíduos, sendo respaldado nos aspectos conceituais. Enquanto patologia e

segundo Pedrosa (2013), “a mesma possui múltiplas faces e ainda pode ser classificada em dois

momentos, primária e secundária”. Como primária, ela pode ser definida, “como aquela que

antecede um processo gestacional ou até mesmo anteriormente ao parto”. Este momento pode

iniciar-se precocemente na adolescência, por fatores que podem mobilizar emocionalmente em

relação à gestação e parto. Já a tocofobia secundária, ocorre fundamentalmente após o

momento do processo do parto, tendo como principais eventos, os partos difíceis, dolorosos e

demorados. Desta forma, este estudo buscou abordar o tema “tocofobia”, tendo como objetivo

pesquisar, dentre as contribuições bibliográficas e da clínica psicológica, subsídios de um tema

relevante, mas pouco estudado entre o meio acadêmico. Utilizou-se o estudo de caso como

metodologia de trabalho visando acompanhamento clínico baseado em estudos já realizados

sobre o tema. Concluiu-se que é possível ressignificar a história da maternidade vivenciada em

figuras femininas de referência da paciente bem como, os conceitos de maternidade,

maternagem. Objetivo: Pesquisar, dentre as contribuições bibliográficas e da clínica psicológica,

subsídios de um tema relevante, mas pouco estudado entre o meio acadêmico. Metodologia:

Estudo de Caso. Conclusão: Concluiu-se que é possível ressignificar a história da maternidade

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vivenciada em figuras femininas de referência da paciente bem como, os conceitos de

maternidade, maternagem.

Palavras-chave: Clínica Psicológica, sintoma, tocofobia, maternidade, gênero, pânico.

BULLYING E CONSCIENTIZAÇÃO: EM DEFESA À LIBERDADE DE SER

LARISSA RIBEIRO DE LIZ

ANDERSON CHAGAS DE OLIVEIRA

WESLLEY DAVISON SOARES DA SILVA

Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)

Processo: Formativos e Educativos

RESUMO

Nos últimos anos aumentou a quantidade de pesquisas e trabalhos que abordam a problemática

do bullying, tanto a nível mundial, quanto a nível nacional. Em muitos países, inclusive no Brasil,

esse problema já se tornou praticamente uma epidemia, principalmente nas escolas, embora não

se limite somente a esses ambientes, pois o assédio moral (bullying, mobbing) encontra-se

disseminado também nas empresas, nas repartições públicas, indústrias, comércio, entre outros.

Conforme Silva (2010), bullying é uma forma específica de violência e, assim sendo, deve ser

identificado e tratado como um problema social complexo e de responsabilidade de todos. Este

não é um problema circunscrito a um ou mais alunos somente, mas, pelo contrário, envolve

crianças e adolescentes, suas famílias, as escolas, com todos os seus funcionários, desde os

encarregados pela limpeza até professores e diretores. O bairro, a cidade, enfim, todos, direta

ou indiretamente, são atingidos por esse tipo de violência. Diante disso, muitas vezes torna-se

necessário intervir na realidade onde ocorre o bullying, criando-se planos de intervenção para

compreender e tentar modificar a situação. Por isso, este trabalho foi proposto por alunos de

graduação em Psicologia objetivando a criação de um plano de intervenção – com detalhamento

de todas suas etapas -, passível de aplicação em escolas onde essas questões estejam se

tornando frequentes e graves. Um plano de intervenção, muitas vezes, assemelha-se a um plano

de ensino e, conforme Martins (1990), para se elaborar um bom planejamento de ensino é

importante se ter o melhor conhecimento possível da realidade onde esse plano será

implementado. Desta forma, destaca-se que o processo ensino-aprendizagem é atravessado por

importantes variáveis intervenientes, tais como a comunidade onde a escola encontra-se

inserida, a própria escola, o professor, entre outros. No Brasil, a Associação Brasileira

Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência (ABRAPIA) realizou uma pesquisa no

Rio de Janeiro, entre 2002 e 2003. Par¬ticiparam 5428 crianças, com idade média de 13,47 anos,

sendo 50,5% meninos e 49,5% meninas. Destes, 16,9% identificaram-se como vítimas, 10,9%

vítimas/agressores, 12,7% agressores, e 57,5% testemunhas (LOPES, 2005, citado por

BANDEIRA e HUTZ, p. 36, 2012). Por meio desse plano de intervenção, chegou-se às

conclusões de que se faz necessária a ingerência sobre processos psicológicos nos segmentos

do sistema educacional, envolvendo em sua análise diferentes tipos de situações, problemas,

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condições, demandas e necessidades, de maneira consistente com a realidade do local (no caso

deste plano, escolas), critérios éticos e técnicos da profissão. Além disso, agir no ambiente

escolar, sensibilizando os alunos e profissionais da escola sobre este tipo de comportamento,

informando-os e conscientizando-os a respeito do que é o bullying e da importância de combatê-

lo, principalmente, no ambiente escolar, onde se dá grande parte do processo de

desenvolvimento da criança e adolescente, explicitando a estes quais as formas mais simples

de combate a esta forma violência e da gravidade da ocorrência da mesma dentro das escolas.

Palavras-chave: Bullying; Plano de Intervenção; Escolas.

QUEIXA ESCOLAR: INTERVENÇÃO DA PSICOLOGIA ESCOLAR COM GRUPO DE

ALUNOS

LUCIANE GUISSO

MARIVETE GESSER

Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)

Processo: Formativos e Educativos

RESUMO

A queixa escolar está relacionada a dificuldades apresentadas pelo aluno na passagem para a

leitura e escrita, assim como dificuldades do aluno em comportar-se de forma homogênea na

sala de aula (Souza, 2007; Neves, 2001). O presente trabalho tem por objetivo caracterizar a

intervenção realizada enquanto psicóloga escolar em um grupo de alunos do ensino primário, de

uma escola particular do município de Florianópolis-SC. Quando fomos procurados pela

professora desse grupo, esta relatava ter dificuldades com o comportamento e aprendizagem da

turma, em virtude do comportamento de um aluno que não prestava atenção as suas

explicações, saia da sala quando queria e, tinha crises e acessos de raiva decorrentes de não

ser atendido quando necessitava. Procuramos, em parceria a mesma, realizar um trabalho com

os alunos para ouvi-los e entender as relações que se estabeleciam naquele grupo. A

metodologia utilizada foram encontros semanais, a partir da perspectiva sócio cultural. No total

foram realizados cinco encontros, onde trabalhamos temas diversos considerando os

apontamentos dos alunos. Como principais resultados, podemos destacar, a reflexão que

pudemos fazer junto a estes alunos sobre as dificuldades de relacionamento que apareceram de

forma geral no grupo. Também, os encontros nos mostraram que, os alunos puderam perceber

a diferença do colega (apontado pela professora como problema) enquanto diferença a ser

acolhida (Miskolci & Leite Junior, 2014). Pensamos junto com a turma, novas formas de trabalho,

onde todos pudessem ser ouvidos e refletir sobre o papel da escola na promoção de novas

relações sociais. Essa proposta, foi acolhida pela professora, uma vez que nesta instituição era

comum o encaminhamento de casos para diagnósticos. Enquanto psicóloga escolar, recém

chegada na instituição, precisei refletir sobre os sentidos que estavam atrás dessa busca da

escola por práticas medicalizantes, quando muitas das relações poderíamos direcionar um novo

olhar e uma forma de significar o ensino-aprendizagem vivenciados.

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POSSIBILIDADE DE ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO ESCOLAR FRENTE A MEDICALIZAÇÃO

DA QUEIXA ESCOLAR

LUCIANE GUISSO

MARIVETE GESSER

Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)

Processo: Formativos e Educativos

RESUMO

A psicologia escolar pode ser descrita como a área que visa “contribuir para a construção de um

processo educacional que seja capaz de socializar o conhecimento historicamente acumulado e

de contribuir para a formação étnica e política dos sujeitos” (Tanamaschi & Meira, 2003, p. 43).

Nas práticas escolares, o profissional de psicologia ainda é solicitado a realizar observações,

avaliações e encaminhamentos dos alunos considerados problemas por professores e

educadores. Esta realidade foi observada na prática enquanto psicóloga escolar de uma rede de

quatro escolas particulares da região da grande Florianópolis-SC. Eram comuns na realidade

destas escolas as solicitações para avaliações de alunos com dificuldades na aprendizagem e

de comportamento, por parte de professores e-ou coordenadores de ensino. O objetivo deste

trabalho é apresentar a experiência com grupos escolares considerando o acolhimento e

inclusão das diferenças dos alunos. A metodologia proposta foi de trabalhar com as turmas,

contando com a colaboração dos docentes. Após as observações que fazíamos, conversamos

com os professores para entender melhor a demanda que traziam. Pensávamos diante isso,

novas formas de trabalho, onde o grupo de alunos pudesse sentir-se ouvido. Realizamos este

trabalho com dois grupos de ensino fundamental, por meio de encontros, durante o período da

aula, sendo que a proposta foi bem recebida pelas docentes. Podemos considerar como

resultado conseguindo, a abertura e a reflexão dos docentes a novas propostas de intervenção

junto com os alunos com queixa escolar. Também, este trabalho possibilitou um olhar coletivo

do grupo para os acontecimentos que estes vivenciavam no dia-a-dia da escola. Salientamos,

que estas possibilidade de trabalho, precisam ser buscada cada vez mais pela psicologia crítica,

enquanto formas de atuação “emergentes” (Martinez, 2010), uma vez que propiciam novas

práticas de intervenção e possibilidades de ação no contexto escolar de forma coletiva,

problematizando as relações que são vivenciadas pelos alunos e professores neste contexto.

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PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS: O CUIDADO À SAÚDE JUNTO A POPULAÇÃO EM

SITUAÇÃO DE RUA

TAÍZA GABRIELA ZANATTA CRESTANI

LISANDRA ANTUNES DE OLIVEIRA

Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos

Processo: Políticas Públicas e Sociais

RESUMO

Conforme aponta a literatura, a população que vive em situação de rua representa uma parcela

significativa do contingente de indivíduos e grupos socialmente vulneráveis existentes no Brasil.

A complexidade do fenômeno, que abrange um emaranhado de questões (como, por exemplo,

o uso abusivo de álcool e outras drogas, conflitos familiares, entre outros), desafia a configuração

tradicional das políticas públicas, ilustrando a necessidade de uma revisão constante no que

tange as formas de elaborar estratégias de intervenção eficazes. Com o propósito de colaborar

para a instauração de um olhar abrangente sobre a questão, o presente estudo buscou investigar

de que maneira a rede de proteção social de um município do extremo oeste catarinense se

estrutura para atender a população em situação de rua. Primeiramente, fora realizado um

apanhado geral acerca dos processos de exclusão e inclusão social com base em obras de

Robert Castel, Zygmunt Bauman, George Simmel e Norbert Elias. Após este momento, a

trajetória das políticas públicas brasileiras fora brevemente apresentada sob o amparo dos

estudos de Eni Puccinelli Orlandi, Aldaíza de Oliveria Sposati, Salvatore Santagada, Mariana

Pfeifer e Marcus Vinicius Polignano. Também foram utilizados manuais de orientação profissional

elaborados pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, pelo Ministério da

Saúde e pelo Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão, bem como protocolos e diretrizes

legais cujo tema refere-se ao atendimento da população em situação de rua. Após a revisão

literária, iniciou-se a pesquisa de campo. Esta etapa compreende a realização de entrevistas

individuais, realizadas com servidores públicos, que, durante o ano de 2013, atuaram nos setores

que compõem a rede de proteção social - básica e especial - do munícipio de São Miguel do

Oeste (SC). A apreciação, organização e exposição dos dados oriundos da transcrição das

entrevistas seguiu as orientações da Análise de Conteúdo proposta por Bardin, cujas categorias

de discussão foram definidas a priori. Em linhas gerais, verificou-se que os setores aparentam

atuar de forma isolada, cujos limites para o planejamento de ações cooperativas apresentam-se

confusos, e, não obstante, evidenciam a necessidade da articulação da rede como um todo para

o atendimento da demanda. Em consonância, faz-se necessária a elaboração de diagnósticos e

a realização de estudos territoriais para que estratégias de intervenção eficazes sejam

delineadas. O estabelecimento de vínculos entre os serviços e a população se constitui enquanto

o pilar que alicerça o bom trabalho. O usuário tem de encontrar espaço para expor suas

necessidades e dúvidas, trazer seus anseios, medos e credos em relação aos obstáculos que

encontra no seu cotidiano para que os laços entre as necessidades apresentadas pela população

e os serviços públicos sejam estreitados. Destarte, são em ações focadas na prevenção e

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promoção de saúde, que prezam pelo reconhecimento dos indivíduos em situação de risco e/ou

vulnerabilidade social enquanto sujeitos de direitos (e não pedintes), é que a atuação do

psicólogo nas políticas públicas deve ancorar-se.

Palavras-chave: população em situação de rua; políticas públicas; saúde; assistência social; rede

de proteção social.

AS INFLUÊNCIAS DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE CASAIS HOMOAFETIVOS NA

REGULAMENTAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O PROCESSO DE ADOÇÃO.

TATIANE ALINE DA SILVA MANFRA

Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos

Processo: Políticas Públicas e Sociais

RESUMO

A importância de abordar esse tema está em reconhecer como os paradigmas de preconceito e

exclusão acerca da adoção por casais homoafetivos influenciam nas representações sociais dos

personagens envolvidos, uma vez que tal assunto encontra-se em discussão entre sociedade e

projeto de lei que permitiria a adoção (PL nº 2.153/11). Partindo da concepção de homem sócio

histórico e observando as transformações culturais que o mesmo vem exercendo sobre o meio

social, criam-se condições para novas leis que efetivam direitos, por exemplo, no caso do

presente estudo a resolução 175 de 14 de maio de 2013, a qual abre possibilidade para a criação

da PEC acima citada. Acredita-se que a concepção familiar e os direitos constituídos ao longo

de uma trajetória social tenham mudado as atividades diárias de indivíduos, porém, ainda

observa-se a intolerância de uma sociedade conservadora quanto à aceitação da constituição

de casais homoafetivos, principalmente quando desta união, existe a vontade de realizar uma

adoção. A adoção é um processo no qual o indivíduo munido por diversos motivos, tem o

interesse de constituir uma família, isso implica em dar um lar à uma criança e/ou adolescente,

em disponibilizar afeto, estabilidade, estrutura emocional e social para a criança adotada de

acordo no que foi institucionalizado pelo (ECA, 1990). Diante deste contexto, o presente estudo,

que faz parte de um trabalho de conclusão de curso, tem como objetivo geral: analisar as

influências das representações sociais de casais homoafetivos na regulamentação de Políticas

Públicas para o processo de adoção; como objetivos específicos: a) compreender a concepção

de família presente na sociedade contemporânea e as crenas ligadas a ela, b) descrever as

dificuldades encontradas no processo de adoção decorrentes das representações sociais da

relação homoafetiva. Para tal, foi realizado uma pesquisa de revisão bibliográfica e documental.

Para a análise dos dados, utilizou-se análise qualitativa. Espera-se que os resultados tragam

maiores indicadores e deixem portas abertas para futuros estudos que auxiliem tanto na

superação das desigualdades sociais, uma vez que mediante a Constituição Federal de 1988:

todo cidadão brasileiro é igual perante a lei, quanto instigue a continuidade de pesquisas sobre

a forma e a qualidade das influencias das representações sociais na instituição de políticas

públicas, isto porque acredita-se que a cultura influencia na formulação de diretrizes políticas e

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leis, bem como estas influenciam diretamente na cultura e constituição das representações

sociais.

Palavras chaves: Representações Sociais, homoafetividade, adoção, Políticas Públicas.

PARA QUE PSICÓLOGO EM DELEGACIA? UM ESTUDO SOBRE A INSERÇÃO DO

PSICÓLOGO NAS DELEGACIAS ESPECIALIZADAS

BETTIELI BARBOZA DA SILVEIRA

Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)

Processo: Trabalho

RESUMO

O Estado de Santa Catarina foi o primeiro no país a abrir concurso público e contratar psicólogos

para compor a equipe de trabalho das Delegacias Civis Especializadas. A partir deste marco,

abriu-se a oportunidade para outros psicólogos ingressarem na esfera jurídica. Neste sentido,

este trabalho trata-se de uma proposta que visa problematizar e relatar a experiência de uma

estagiária de psicologia em uma Delegacia Especializada na Proteção à Criança, ao

Adolescente, à Mulher e ao Idoso (DPCAMI) ao longo de um ano letivo. As intervenções da

estudante contemplaram as seguintes propostas: realizar observações e atendimentos aos

usuários; verificar as possibilidades de atuação interdisciplinar; investigar a percepção dos

demais profissionais sobre a função do psicólogo; e, avaliar a possibilidade de autonomia do

psicólogo em suas intervenções. Deste modo, ao analisar os resultados deste percurso na

delegacia percebe-se, de imediato e confirma-se ao longo do estágio, que o psicólogo é um

profissional subjugado na referida instituição, considerado um ser dispensável em relação as

demandas do campo e deslocado de qualquer integração em processos decisórios. Nos casos

em que é convidado a atuar, nota-se a prevalência de atendimentos psicológicos a mulheres

vítimas de violência física e a crianças e/ou adolescentes que sofreram violência sexual. Em

relação aos trabalhos em equipe interdisciplinar constata-se uma nova incongruência, haja vista

que tais interfaces raramente aconteciam. Entende-se que percepção que o psicólogo suscitava

neste período de observação na DPCAMI é um “resultado em construção”, pois apesar de sua

carente autonomia e autoridade, tem em sua inserção um fato recente constituído por uma “voz”

que ainda carece de atenção. As condições que integram e interagem neste universo, os

impactos e aprendizados obtidos, as motivações e as dificuldades enfrentadas ainda são temas

de muito debate. A problematização dessas esferas, se mostra essencial para (re)pensar os

impasses dos trabalhos do Psicólogo no campo jurídico e, sobretudo no que se refere à formação

acadêmica. Percebe-se que o psicólogo policial pode desempenhar um papel muito mais ativo e

integrado na equipe de trabalho e no diálogo com os usuários da delegacia. Portanto, este artigo

prima para que existam diálogos mais frequentes sobre a profissão do psicólogo e seus desafios,

pois somente assim é possível evoluir na luta pela existência e manutenção dos direitos humanos

dos sujeitos envolvidos, com vista a uma atuação mais assertiva.

Palavras-chave: Delegacia. Psicologia jurídica. Estágio. Psicólogo Policial.

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A PSICOPATIA E OS CRIMES HEDIONDOS: UMA INTERAÇÃO POSSÍVEL

ANDRESSA MORGANA ABATI

SCHEILA BEATRIZ SEHNEM

Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)

Processo: Avaliação

RESUMO

A psicopatia, constructo composto por múltiplas variáveis, características e conotações e

frequentemente associado ao contexto jurídico, é também interesse de estudo para a área da

saúde mental, haja vista que é considerada a condição mais grave de desarmonia na formação

da personalidade. Este trabalho de investigação objetivou verificar a presença de traços

psicopáticos em sujeitos condenados por crimes hediondos em um presídio do meio-oeste

catarinense, através da caracterização do perfil sociodemográfico dos sujeitos, da avaliação da

presença de possíveis critérios diagnósticos associados à psicopatia e da investigação das

variáveis de personalidade e a relação destas com os critérios diagnósticos da psicopatia. Para

a obtenção dos dados, foi realizada uma entrevista semiestruturada, posteriormente analisada

com base no Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais – DSM-5 e pela

aplicação do Teste Zulliger no Sistema Compreensivo ZSC em sua forma individual, visando à

análise de personalidade e a identificação de aspectos, como adaptação, afetividade e

relacionamento. Participaram do estudo três indivíduos do sexo masculino que se encontravam

em regime integralmente fechado numa Unidade Prisional de um município do Meio-Oeste

catarinense durante o mês de março de 2014. Todos os participantes eram condenados à

reclusão pela prática de crimes hediondos, sendo considerados de alta periculosidade pelo

sistema judicial. Como resultados obtidos, verificou-se que o perfil sociodemográfico dos

participantes é condizente ao perfil dos criminosos brasileiros, exemplificado pela faixa etária

média, pelo aspecto escolaridade e pela questão da religiosidade. Em relação ao crime cometido,

os três sujeitos foram condenados por latrocínio, cujos números de prevalência vêm aumentando

significativamente na justiça criminal brasileira. Ao analisar a presença de possíveis critérios

diagnósticos da psicopatia nesses sujeitos, as falas colhidas em seus depoimentos permitiram

correlações entre as situações vivenciadas por eles com os critérios diagnósticos estabelecidos

pelo DSM-5 para o quadro da psicopatia, sendo prevalentes os aspectos de graves problemas

de comportamentos ainda na infância, tendência à falsidade, impulsividade, falta de empatia,

irresponsabilidade e ausência de remorso, evidenciado pela indiferença em ter ferido, maltratado

ou roubado alguém. Por fim, a investigação das variáveis da personalidade e a investigação da

relação dessas com a psicopatia veio a consolidar os resultados anteriormente descritos,

evidenciando a presença de sintomas que sinalizaram o transtorno em dois dos sujeitos

participantes. Diante desta exposição, pode-se concluir que a pesquisa cumpriu com seus

objetivos iniciais, sendo que seus resultados reforçam a ideia de que indivíduos praticantes de

crimes hediondos possuem características de personalidade relativas à psicopatia, alertando,

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ainda, para o modo de tratamento dispensado a esses sujeitos, que demonstra não ser efetivo à

correção, à reabilitação e à reinserção deles na sociedade. A pesquisa aponta, também, para a

necessidade de um diagnóstico prévio sobre possíveis transtornos que podem acometer

indivíduos responsáveis por crimes hediondos, assim como de um acompanhamento efetivo aos

mesmos, no sentido de reabilitá-los ao convívio social. Como resultado final, mostra-se essencial

a realização de novos estudos na área tanto para ampliar o conhecimento científico da Psicologia

quanto para corroborar com os resultados encontrados nesta pesquisa.

Palavras-chave: Psicopatia. Crimes Hediondos. Personalidade.

MAUS TRATOS INFANTO JUVENIS E AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA: UMA REVISÃO DE

CONCEITOS E PROCEDIMENTOS UTILIZADOS

ÍTALO ROBERTO NUNES DE OLIVEIRA

Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)

Processo: Avaliação

RESUMO

Os casos de violência contra crianças e adolescentes notificados crescem de mãos dadas com

a importância da avaliação psicológica no contexto investigativo/judiciário. O enfoque deste

trabalho foi aprofundar estudos sobre a avaliação psicológica de infantes e jovens na condição

de vítimas de maus tratos, tendo em vista a necessidade do tratamento diferenciado em face das

demandas delas, os diferentes tipos de violências, o processo de vitimização, a presença de

danos resultantes de tais experiências, e também os procedimentos avaliativos utilizados. O

método de trabalho foi a pesquisa bibliográfica qualitativa de publicações obtidas em livros,

legislações, dissertações, e para atualizar os estudos foram também levantadas informações em

artigos científicos no banco de dados SCIELO BRASIL - Scientific Electronic Library Online.

Pôde-se perceber no contexto judiciário de avaliação psicológica a grande utilização de métodos

do psicodiagnóstico da clínica em razão da busca da sintomatologia com possível relação com

as ações perpetradas de maus tratos. Verificou-se devido ao objetivo que a avaliação psicológica

pertence a prática semelhante da perícia psicológica por causa da integração de diferentes fontes

de informações e indicadores de violência, bem como o uso de técnicas de avaliação da

credibilidade da declaração por meio de uma entrevista bem estruturada. Observou-se que a

maioria dos estudos na área de psicologia tanto no que diz respeito aos sintomas, como na

construção de procedimentos são predominantemente referentes ao abuso sexual. A prática

investigativa nas suspeitas de maus tratos apontou a relevância e avanço da avaliação pelo

saber psi e permitiu aprofundar as questões relacionadas com crianças e adolescentes vítimas

de violência neste contexto. Sugere-se outras pesquisas que possibilite aprofundar as questões

da violência infanto juvenil relacionadas com a avaliação psicológica no contexto

investigativo/judiciário. Recomenda-se novos estudos a fim da manutenção da importância e

preparo do psicólogo neste âmbito de atuação e para o desenvolvimento de instrumentos

psicológicos para avaliação dos vários tipos de maus tratos contra crianças e adolescentes.

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INFÂNCIA E CONTEMPORANEIDADE: DISCURSOS MIDIÁTICOS E SEUS EFEITOS NA

TRAJETÓRIA DE VIDA DE CRIANÇAS BRASILEIRAS

ANDERSON CHAGAS DE OLIVEIRA

LARISSA RIBEIRO DE LIZ

WESLLEY DAVISON SOARES DA SILVA

Eixo: A vida na era da Informação, comunicação e tecnologia

Processo: Comunicação

RESUMO

Desde meados do século XX, as tecnologias audiovisuais invadem de modo cada vez mais

intenso o cotidiano da população, implicando em estilos de vida padronizados. Em um diálogo

com autores da Psicologia Social, que consideram os atravessamentos das dimensões

individuais, culturais, políticas e tecnológicas nos processos de produção da subjetividade, a

presente investigação analisou teoricamente o papel da mídia e do consumismo nas trajetórias

de vida de crianças brasileiras. O método utilizado foi a pesquisa bibliográfica de autores que

refletiram sobre as temáticas do consumo e da mídia. Notou-se que, nos dias atuais, em virtude

das novas configurações familiares e demandas do mercado de trabalho, os pais têm cada vez

menos tempo para os filhos, sendo o dia a dia das crianças, muitas vezes, preenchidos na

interação com aparatos tecnológicos. O contato diário com televisores, videogames,

computadores e celulares tem resultado em diferentes impactos sociais e subjetivos como, por

exemplo, a dificuldade de muitas crianças em manter laços consistentes de sociabilidade, a

ingestão cada vez maior de comidas industrializadas, a intensificação do desejo de consumir e

de competir, a gravidez precoce na adolescência, a evidência de quadros de ansiedade, dentre

outros efeitos. As crianças têm adentrado no mundo adulto mais cedo e de uma forma distorcida,

já que muitas vezes o acesso à informação é indiscriminado e não existe uma censura do que é

conteúdo para crianças e do que é conteúdo para adultos. Logo, as propagandas voltadas para

o público infantil, geralmente, os consideram como adultos em miniatura, os bombardeando

diariamente com comerciais que prometem a experimentação de mundos “mágicos” por meio do

consumo de objetos industrializados. Assim, pondera-se que a manipulação veiculada por meio

dos discursos midiáticos interfere nas relações intersubjetivas que acontecem nos âmbitos da

família, da escola e da comunidade. Por fim, ressalta-se a importância da ampliação de espaços

coletivos de conscientização da população sobre essa realidade, com o objetivo de reduzir os

impactos nocivos dos discursos midiáticos na infância.

Palavras-chave: Infância; Mídia, Consumismo; Subjetividade.

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AÇÃO SOCIOEDUCATIVA DE GRUPO DE HOMENS COMO MEDIDA CAUTELAR

PREVISTA NA LEI MARIA DA PENHA

SHEILA FAGUNDES ISLEB

EDNA MARIA DA SILVA VIEIRA

Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)

Processo: Grupais e de Mobilização Social

RESUMO

Os dados da violência contra a mulher no Brasil são alarmantes: pesquisas apontam que uma

mulher é espancada a cada 24 segundos no Brasil. Tal dado denota a necessidade de estudos

e desenvolvimento de estratégias que garantam a redução dos índices de violência. A Lei

11.340/06, conhecida como Lei Maria da Penha, cria mecanismos de prevenção, proteção,

assistência e punição visando coibir a violência doméstica e intrafamiliar contra a mulher. As

vítimas procuram a Justiça e a polícia para intervir nos conflitos familiares, mas a pretensão da

maioria delas com essa intervenção não é a condenação ou punição dos agressores, mas que

tais instituições resolvam o conflito intrafamiliar travado com o homem ofensor. Neste sentido,

além das medidas protetivas aplicadas à mulher, o juiz “poderá determinar o comparecimento

obrigatório do agressor a programas de recuperação e reeducação” (Art. 45), seguindo a

perspectiva da adoção de medidas cautelares que promovam a abstenção do comportamento

violento, e não necessariamente a punição do agressor. Constata-se que a solução simplista da

punição imediata do agressor não satisfaz as mulheres, que desejam que seus ofensores deixem

de ser violentos e não voltem a agredi-las. Nesta perspectiva, as equipes do Serviço de Proteção

e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos dos CREAS do município de Blumenau

promovem os encontros de Grupo de Homens, que acontecem quinzenalmente, com proposta

de seis encontros, onde são discutidas diversas temáticas, contribuindo para a ampliação das

formas de sentir e agir. Os encaminhamentos ao serviço surgiram a partir de uma parceria entre

o judiciário e o CREAS, firmada em outubro de 2014. Desde então, foram encaminhados aos

Grupos 84 homens, com aumento gradativo dos encaminhamentos mediante os bons resultados

obtidos. Deste total, 28 homens já concluíram os três meses de encontros estabelecidos e

avaliaram terem adquirido maior compreensão acerca do fenômeno da violência resultante da

cultura e da identidade de gênero, construída ao longo de seu processo de socialização. Os

encontros do Grupo, que promovem um espaço de escuta e orientação aos homens autores de

violência doméstica e intrafamiliar, se revelaram como efetivo instrumento de intervenção para

reflexão e manejo das relações familiares caracterizadas pela prática da violência pautada nas

relações de poder e opressão, relacionadas às questões de gênero, viabilizando o

autoconhecimento e reduzindo a reincidência de práticas violadoras de direitos.

Palavras-chave: Lei Maria da Penha, violência de gênero, medidas protetivas e cautelares, ação

socioeducativa.

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UMA REFLEXÃO DA EFETIVIDADE DA PROPOSTA DE TRATAMENTO DA COMUNIDADE

TERAPÊUTICA PARA A REINSERÇÃO SOCIAL DO DEPENDENTE QUÍMICO

PATRICIA MOCELIN ALBINO

Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos

Processo: Terapêutico de indivíduos ou grupos

RESUMO

A questão do uso abusivo de álcool e drogas é um tema atual que traz grandes preocupações

para a sociedade. Segundo pesquisas feitas pelo Instituto Nacional de ciência e tecnologia para

Políticas Públicas de álcool e outras drogas (INPAD, 2013), existem atualmente cerca de 8

milhões de usuários no país. Entre 2012 e 2013 foram divulgados dados onde pesquisadores

estimam que 5,7% dos brasileiros sejam dependentes de substâncias psicoativas. Diante disso,

algumas propostas que visam à redução dos índices atuais vêm sendo estudadas. Sabemos

hoje que o número de Instituições configuradas como comunidades terapêuticas tem aumentado

muito nas últimas décadas passando a predominar no tratamento dos dependentes químicos, e

que a grande maioria delas possui em seu bojo o aspecto religioso como foco central de

tratamento. O que se questiona neste estudo é se tais CT´s percebem a premente necessidade

de observar a multicausalidade na Dependência Química e se ciente disto, possuem um olhar

focado no desenvolvimento de recursos internos subjetivos que preparem o sujeito para a sua

reinserção social com manutenção da abstinência. A dependência química aqui é compreendida

dentro de um processo dinâmico relacional, onde o sujeito apreende o mundo a partir dos

diferentes grupos pelos quais transita ao longo de sua vida. A forma e a qualidade dessa

apreensão mediada pela linguagem (que por sua vez transmite a cultura de cada grupo em

específico) auxiliam no processo de constituição de identidade individual. Refletir a questão

multicausal, significa compreender o sujeito em sua totalidade, os aspectos históricos envolvidos

no seu processo de constituição de identidade, o seu meio social e o contexto que o tornou

dependente. Responsabilizar o sujeito, como se a ele fosse dada a opção da livre escolha de

usar ou não a droga, o torna de certa forma excluso de um grupo, já que por questões sócio-

culturais, não existe um consenso sobre o tema (drogadição), por ser um produto cultural que

está permeado de contradições entre a ideologia, a subjetividade e os valores sociais coletivos.

Neste sentido, o presente estudo, que se trata de um recorte do Trabalho de Conclusão de Curso

da pesquisadora, pretendeu conhecer as ideologias, os métodos e as práticas de tratamento das

comunidades terapêuticas, para assim responder o objetivo geral: avaliar se o tratamento

oferecido pelas comunidades terapêuticas possui efetividade na manutenção da abstinência do

dependente químico quando este retorna ao seu meio social. Utilizou-se para esta pesquisa

bibliográfica e documental, além da revisão bibliográfica e pesquisa de depoimentos em

programas televisivos, jornais e revistas de grande circulação, o instrumento do diário de campo

da pesquisadora (a qual realiza estágio de psicologia em uma Comunidade Terapêutica no

município de Curitiba) e realizou-se análise qualitativa dos dados, confrontando-os, com o marco

teórico referenciado na Psicologia Social baseada no método materialista histórico dialético.

Palavra chave: Psicologia social; Comunidade terapêutica; Tratamento; Reinserção Social.

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LER/DORT: DA ETIOLOGIA À REABILITAÇÃO

RENATA OLIVERA RIGON

CAROLINE MEERHOLZ

RUBIA JASPER MENDES

MILENA GARCIA DA SILVA

KAMILA DOS SANTOS ANDRADE

Eixo: A vida na era da Informação, comunicação e tecnologia

Processo: Trabalho

RESUMO

LER/DORT são patologias interligadas ao esforço repetitivo e são entendidas como doenças

ocupacionais, sendo que existem certas profissões que apresentam maiores fatores de risco,

como por exemplo: profissionais em linhas de montagem e de produção, digitadores, bancários

e outros. Percebe-se que este tema vem se tornando cada vez mais comum, uma vez que,

ultimamente, é difícil não encontrar um trabalho em que não se realize atividades repetitivas,

principalmente com o avanço da tecnologia. Por isso, é necessário olhar com cuidado para os

ambientes laborais para que existam programas de prevenção a estas patologias e que sejam

locais onde exista a promoção de saúde do trabalhador. Como objetivo geral deste trabalho

pretendeu-se realizar uma revisão bibliográfica sobre a etiologia, diagnóstico, prevenção,

tratamento e reabilitação das doenças. E especificamente, objetivou-se analisar os conceitos

desde o diagnóstico até a reabilitação, buscar os prós e contras entre os autores e identificar

quais tratamentos são mais utilizados tratando-se de LER/DORT. Desta forma, como método,

utilizou-se de pesquisas na base de dados SCIELO com os construtos LER/DORT. Encontrou-

se 17 artigos que abordassem este tema e como critério de exclusão foi utilizado somente os

artigos que abrangessem os temas de prevenção, promoção, tratamento ou reabilitação. Sendo

assim, restaram 8 artigos como amostra final. Além disto, também optou-se por utilizar um livro

bibliográfico como base para o diálogo dos autores dos artigos. Por fim, conclui-se que ainda há

muitos estudos a serem realizados na área, principalmente com um viés psicológico, uma vez

que os materiais encontrados em relação a este tema são poucos e em outras áreas da saúde.

É preciso que existam mais pesquisas em relação a estes temas para que as organizações

possam perceber que existem diversas maneiras de cuidar da saúde do trabalhador, mesmo que

já adoecido.

Palavras-Chave: LER/DORT. Etiologia. Promoção. Prevenção. Tratamento. Reabilitação.

Saúde do Trabalhador.

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PSICOLOGIA POSITIVA: UM MOVIMENTO NOVO, UM NOVO FOCO

KAMILA DOS SANTOS ANDRADE

CAROLINE MEERHOLZ

MILENA GARCIA DA SILVA

Eixo: Vida Moderna, ambiente e sustentabilidade

Processo: Trabalho

RESUMO

A Psicologia, desde seu início, teve como objeto de estudo as patologias e fragilidades dos seres

humanos. Em 1998, Martin Seligman iniciou um movimento chamado Psicologia Positiva, cujo

principal objetivo é abordar as potencialidades e qualidades positivas dos sujeitos. Este artigo

propôs-se a fazer uma breve descrição desse movimento, bem como apontar as principais

publicações existentes na atualidade sobre o tema. O Método de pesquisa utilizado foi a Revisão

Integrativa de Literatura baseada no autor Broome. Através da revisão de artigos publicados,

foram retirados os principais apontamentos existentes sobre o tema, possibilitando discussões

sobre o que já se tem de evolução nas pesquisas e também, a reflexão de novos estudos na

área. Realizou-se buscas com os termos Psicologia Positiva na base de dados SciELO. Foram

encontrados, entre o ano de 2001 e o mês de Junho de 2015, 55 artigos publicados sobre o tema

Psicologia Positiva. Após a localização destes, os resumos foram lidos e foram excluídas as

publicações em que os autores mencionaram essa teoria mas não a utilizaram como sustentação

ou não a conceituaram ao longo do desenvolvimento dos trabalhos. Dessa forma, foram

selecionados 11 estudos, os quais, em seu desenvolvimento, existe uma conceituação sobre a

teoria e seus objetivos. Os estudos sobre a Psicologia Positiva encontram-se em expansão. O

interesse pelos aspectos positivos e potencialidades vêm aumentando nos últimos anos. Atentar

ao desenvolvimento de habilidades, o desenvolvimento saudável e abordar as potencialidades e

qualidades positivas dos seres humanos são os principais objetivos da Psicologia Positiva. Esse

movimento surge para contribuir com a ciência da Psicologia e não ignorar todo o conhecimento

construído por outras teorias desde o seu surgimento. Pôde-se evidenciar ainda, que se tem

poucas quantidades de produções científicas sobre a teoria da Psicologia Positiva quanto

comparada com outras teorias. Por outro lado, entende-se que este campo é promissor e tem

muito a ser explorado para que não seja “esquecido” novamente como foi na década de 30. Após

a realização da revisão integrativa destaca-se, por fim, a vasta aplicabilidade da teoria da

Psicologia Positiva em diversos contextos de vida dos sujeitos, podendo ser utilizada não apenas

em crises, mas em situações de empoderamento, crescimento e desenvolvimento.

Palavras Chave: Psicologia Positiva. Martin Seligman. Potencialidades Humanas.

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SUICÍDIO NO TRABALHO: QUAL A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO EM RELAÇÃO AO

ADOECIMENTO DO TRABALHADOR?

RUBIA JASPER MENDES

RENATA OLIVERA RIGON

MILENA GARCIA DA SILVA

Eixo: A vida na era da Informação, comunicação e tecnologia

Processo: Trabalho

RESUMO

O presente artigo aborda o tema suicídio, o qual ainda é tabu na sociedade em que vivemos.

Suicídio (do latim sui, "próprio", e caedere, "matar") é o ato intencional de matar a si mesmo.

Pensar em suicídio ainda é um tabu para as pessoas, para as organizações e para a sociedade.

É um tema no qual muitas pessoas não gostam nem de pensar, tão menos verbalizar. Pode

causar preconceito, constrangimento, medo entre outros sentimentos. O objetivo geral deste

trabalho é revisar as contribuições acerca do tema suicídio e relacionar o fenômeno suicídio com

as condições que o sujeito vivencia no trabalho. Busca refletir sobre a influência de até onde a

organização de trabalho interfere na ideação suicida. Ainda, como objetivos específicos, busca-

se levantar quais as características dos sujeitos que cometem suicídio e conceituar tal fenômeno.

A metodologia do trabalho foi a de revisão bibliográfica, sendo utilizado o banco de dados do

Sistema SCIELO. O período de investigação foi de cinco anos, de 2010 a 2015. O material

encontrado totalizou dez artigos científicos, duas resenhas críticas de livros bibliográficos que

trabalhavam esse tema e uma entrevista de um escritor renomado na área. Também foi relatado

o papel da sociedade e da saúde pública nesse contexto, bem como qual o papel da organização

como fonte de prazer e sofrimento na vida do sujeito. Por fim, conclui-se que o suicídio ainda é

visto como um tabu, percebeu-se que não é de forma natural que as pessoas falam sobre esse

assunto. Nos dias atuais, as organizações avaliam os trabalhadores de forma individualista,

podendo ser um dos fatores desencadeantes para o favorecimento da competição nas equipes

de trabalhos e, posteriormente, ao adoecimento do trabalhador, chegando ao pensamento

suicida. Quando o trabalhador deixa de perceber sua atividade como algo prazeroso e passa a

sentir sofrimento no seu dia-a-dia de trabalho, ele pode começar a focar a sua atenção apenas

nas adversidades, e buscar a se “esconder” diante de algum problema, e, consequentemente,

adoecer, desenvolver ideação suicida e chegar a concretizar o ato.

Palavras-chave: Suicídio. Suicídio no trabalho. Características de suicidas.

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PRÁTICAS DE GESTÃO DE PESSOAS:RELATO DE EXPERIÊNCIA DO ESTÁGIO DE

PSICOLOGIA EM UMA INSTITUIÇÃO HOSPITALAR LOCALIZADA NO VALE DO ITAJAÍ.

MARIA APARECIDA FLORÊNCIO DIAS

ROSANA MARQUES DA SILVA

Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos

Processo: Trabalho

RESUMO

Este resumo trata-se de um relato de experiência do estágio obrigatório do 9° e 10° período do

curso de psicologia da Universidade do vale do Itajaí - UNIVALI. O estágio em Psicologia

Organizacional e do Trabalho com ênfase em organizações e comunidade possui como objetivo

geral aplicar conhecimentos e desenvolver as competências técnicas, científicas e éticas da

formação do psicólogo por meio da análise, intervenção e avaliação da dinâmica dos processos

psicossociais, de gestão e de educação, em organizações e comunidades, em interação com

outros profissionais. As atividades estão sendo realizadas em uma instituição hospitalar no Vale

do Itajaí tendo como objetivo aperfeiçoar as práticas de Gestão de Pessoas, incluindo os

sistemas de ingresso, desenvolvimento e valorização. Como procedimentos, adotaram-se

observação, entrevistas, questionários, análise documental, planejamento e realização de

reuniões em equipe e elaboração de material informativo, alterações e atualizações de

documentos do uso do psicólogo, como entrevista de desligamento e formulário de avaliação do

colaborador, assim como treinamentos, conversas informais com os colaboradores e reuniões

com os gestores para fins de análise teórica. Como principais resultados verificaram-se:

atualização da descrição e análise de cargos, aprimoramento do recrutamento e seleção interna

e externa, contando com a participação dos coordenadores de área; realização de atividades em

datas comemorativas e aniversariantes do mês; elaboração do projeto de inclusão de pessoas

com deficiência à equipe da instituição; elaboração da proposta de Gestão de benefícios ao

colaborador e projeto de formação continuada. A instituição hospitalar visa à prevenção e o

tratamento dos problemas de saúde da população. Neste contexto, o número de profissionais e

campos de atuação é vasto, portanto a psicologia é mais uma área da saúde que atua no campo

hospitalar tanto voltada para o cliente externo na sua integralidade, como também para a saúde

e bem-estar do cliente interno, visando realizar uma escuta psicológica proporcionando ao

colaborador falar sobre sua vivência para darem significação ao seu trabalho, realizando

atendimento humanizado com qualidade e alinhando as políticas de gestão de pessoas aos

objetivos organizacionais e individuais.

Palavras-chave: Gestão de Pessoas, psicologia organizacional e do trabalho, instituição

hospitalar.

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A RELAÇÃO ENTRE O HÁBITO DE CONSUMIR FILMES E JOGOS COM CONTEÚDO

VIOLENTOS E A PRÁTICA DE COMPORTAMENTOS DE AGRESSÕES FÍSICAS

ANDRÉIA ISABEL GIACOMOZZI

CAMILA DETONI SÁ DE FIGUEIREDO

PRISCILA P. NUNES

VANESSA PHILIPPI CECCONI

Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)

Processo: Grupais e de Mobilização Social

RESUMO

Encontra-se na literatura uma ampla discussão sobre os efeitos que as mídias, jogos, séries e

filmes podem causar em seus utilizadores. Há diversos estudos especificamente destinados a

mensurar os efeitos das modalidades violentas de filmes e videogames. Em um destes estudos,

realizado por Alves & Carvalho (2011), foi feito um levantamento na literatura e consideram que

jogos definidos como violentos podem levar a efeitos negativos, porém, afirmam que se deve

considerar os outros componentes sociais dos indivíduos que jogam. Em outra pesquisa,

realizada por Batista, Fukahori e Haydu (2004), observou-se maior agressividade dos sujeitos

após assistirem a um filme violento. Com objetivo de melhor compreender tal questão realizou-

se estudo quantitativo e comparativo com 692 estudantes de escolas públicas entre o nono ano

do ensino fundamental e o terceiro ano do ensino médio de Florianópolis acerca de exposições

à mídias com conteúdos violentos e envolvimento em brigas. Os dados foram analisados com

auxílio do software SPSS versão 17. Resultados: 54,3% dos estudantes eram meninas e 45,7%

meninos, com média de idade de 15 anos e 6 meses com desvio padrão de 1,6. No que tange

às vivencias dos participantes, 82,2% deles afirmaram que já presenciaram cenas de violência,

sendo que 51,8% destas cenas ocorreram na escola, 27,2% na rua, 8,4% em outros locais, 6,8%

em casa, 5,1 no bairro e 0,8% em locais de lazer. Não houve diferenças estatisticamente

significativas entre ter presenciado cenas de violência e o sexo dos participantes. Sobre hábitos

de lazer e violência, verificou-se que 33,6% dos participantes afirmaram que costumam assistir

a filmes com conteúdos violentos, sendo que destes, 21,4% são meninas e 48,4% são meninos.

Houve associação estatisticamente significativa entre sexo e o hábito de assistir filmes violentos,

indicando que os meninos assistem mais a este tipo de filme que as meninas [χ2 = 94,15; g l= 4;

p = .000]. A respeito do costume de jogar jogos de vídeo game de cunho violento 48,4% dos

meninos afirmam jogar estes jogos, enquanto 17,65% das meninas afirmou jogá-los. Houve

diferenças estatisticamente significativas entre meninos e meninas, sendo que os meninos jogam

mais tais tipos de jogos que as meninas [χ2 = 155,59; g l= 4; p = .000]. Com relação a já ter se

envolvido diretamente em brigas, 17, 3% afirmaram que já participaram de brigas, sendo que

destes 40% são meninas e 60% meninos, havendo associação estatisticamente significativas

entre sexo e ter participado de brigas [χ2 = 10,84; g l= 1; p < 0,001], com meninos também

participando mais de brigas. Além disso, observou-se associação entre já ter participado de briga

e assistir filmes de conteúdo violento [χ2 = 36,96; g l= 4; p =.000] bem como jogar jogos de vídeo

game com tais conteúdos [χ2 = 37,9; g l= 4; p = .000].

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APOSENTADORIA, SAÚDE DO IDOSO E SAÚDE DO TRABALHADOR: REVISÃO DA

PRODUÇÃO CIENTÍFICA

MARCOS HENRIQUE ANTUNES

Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos

Processo: Trabalho

RESUMO

Este estudo teve como objetivo apresentar uma revisão integrativa da produção científica

brasileira sobre aposentadoria, saúde do idoso e saúde do trabalhador, evidenciando as ênfases

e as inter-relações entre tais temas. Para tanto, realizou-se uma busca nas bases de dados

Scientific Eletronic Library Online (SciELO) e LILACS acerca de artigos publicados no período

entre 2004 e maio de 2015. A pesquisa ocorreu a partir da combinação de duas palavras-chave,

as quais foram intermediadas pelo uso do operador booleano “AND”. Os critérios de inclusão

utilizados nesta revisão foram: i) exclusivamente artigos que apresentem resultados de

investigação científica e/ou relatos de experiência; ii) apenas produções desenvolvidas no

contexto brasileiro, com o objetivo de verificar quais as publicações veiculadas no país.

Considerando-se esses procedimentos, foram identificados 20 artigos que atendiam aos

propósitos desta revisão, os quais foram lidos na integra, e, posteriormente, descritos, analisados

e discutidos, tendo como referência as seguintes questões norteadoras: i) quais as

características metodológicas dos estudos (natureza, objetivos e técnicas)?; ii) quais os

principais resultados evidenciados nos estudos selecionados em cada uma das três estratégias

de busca? A partir desse processo, verificou-se que, predominantemente, tais artigos tratavam

sobre a interface aposentadoria e saúde do idoso, cujo foco se direcionava mais às questões do

processo de envelhecimento do que aos fatores de saúde que estão envolvidos na experiência

de aposentar-se. Além disso, os resultados indicaram a carência de publicações que explorem a

relação entre aposentadoria e saúde do trabalhador, bem como entre saúde do idoso e saúde

do trabalhador. Assim, constatou-se que tanto o resultado total quanto os relativos à cada

estratégia utilizada para a busca da produção, sinalizam que tais temas não estão recebendo a

devida atenção por parte de pesquisadores brasileiros, o que é preocupante, sobretudo, devido

ao envelhecimento populacional que exige respostas importantes e imediatas. Em relação aos

aspectos metodológicos, verificou-se a prevalência de estudos de natureza qualitativa, com o

uso de entrevistas semiestruturadas, sendo importante que novos estudos sejam executados

dando preferência à abordagens quantitativas, utilizando-se de técnicas que permitam a

mensuração dos fatores concernentes à relação entre os temas de interesse. Por fim, a partir

dos resultados evidenciados, ressalta-se a necessidade de produções que tratem sobre tais

temas, possibilitando uma melhor compreensão da relação entre os mesmos e conferindo

subsídios para o planejamento e execução de políticas e ações direcionadas para esses

públicos.

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CONTRIBUIÇÕES DO YOUTUBE PARA A COMUNICAÇÃO E O COMPROMISSO SOCIAL

DO PSICÓLOGO

BÁRBARA PIAZZA DOS REIS

GRAZIELLE TAGLIAMENTO

Eixo: A vida na era da Informação, comunicação e tecnologia

Processo: Comunicação

RESUMO

Percebe-se, no Brasil, um baixo contingente de psicólogos ocupando espaços de fala nos

veículos de comunicação, assim como espaços de poder político. A discussão sobre o

compromisso social do psicólogo não é nova. Conforme o Código de Ética da profissão, o

psicólogo deve atuar com responsabilidade social, pautado em uma análise crítica e histórica

sobre a(s) realidade(s) política, econômica, social e cultural; comprometendo-se com a promoção

da universalização do acesso da população às informações e ao conhecimento da ciência

psicológica, assim como aos serviços e aos padrões éticos da profissão. No entanto, os meios

de comunicação de massa tradicionais seguem uma lógica unidirecional na difusão da

informação – da imprensa para o senso comum –, impossibilitando o psicólogo de exercer um

verdadeiro diálogo, uma vez havendo uma hierarquia de papéis no processo comunicacional que

antecede a formulação e a disseminação da mensagem. Em resposta a essa impossibilidade de

ter autonomia no processo comunicacional, o YouTube, ao contrário da televisão, é um espaço

híbrido que soube aproveitar as ferramentas proporcionadas pelo advento da internet. Nesse

sentido, este trabalho teve o objetivo de discutir a contribuição que esse meio de comunicação

pode proporcionar para a psicologia social – já que esta possui uma ligação intrínseca com os

processos de subjetivação e com as redes de relações, as quais implicam funcionamentos

dialéticos e dialógicos, promovendo então uma verdadeira transformação social. Para atingir tal

objetivo, foi realizada uma discussão a partir da literatura sobre o assunto, tendo como base a

concepção histórico-cultural de homem, admitindo que este, no cenário pós-moderno, está em

interação com a cibercultura, onde a realidade tem sido virtualmente construída e produtora de

(inter)subjetividades. É importante, portanto, que a psicologia reconheça que pode contribuir no

processo de democratização da comunicação social, na busca por um verdadeiro diálogo entre

os diferentes atores sociais. Ainda que possam tomar dimensões diversas, as interfaces entre

psicologia e comunicação social devem atentar um olhar diferenciado à internet, quando

comparada com os demais meios de comunicação de massa. Agora os cidadãos usuários se

apropriaram da característica que até então estava sob custódia dos jornalistas: a de informar à

população os eventos à sua volta considerados relevantes. Em suma, há uma quebra do

esquema tradicional emissor-receptor, uma vez que o receptor passa a ser também emissor.

Palavras-chave: Psicologia. Compromisso social. Comunicação Social. YouTube.

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SAÚDE MENTAL E TRABALHO: UM ESTUDO COMPARATIVO ENTRE FUNCIONÁRIOS

ADMITIDOS E DESLIGADOS DE UMA EMPRESA DO MEIO-OESTE CATARINENSE

SCHEILA BEATRIZ SEHNEM

TÂNIA APARECIDA STEFANES

Eixo: A vida na era da Informação, comunicação e tecnologia

Processo: Trabalho

RESUMO

O tema “trabalho” tem despertado interesse de pesquisadores, haja vista que entender o

significado do trabalho, na perspectiva dos trabalhadores, tem-se mostrado um desafio para as

organizações. Saúde mental e trabalho não é um tema novo, porém, muito atual. O trabalho

simboliza um significado importante para a construção da subjetividade e identidade do individuo,

onde se constitui o meio que possibilita a formação de uma rede de relacionamento com as

pessoas. No entanto, os índices de transtornos mentais relacionados ao trabalho têm aumentado

significativamente acometendo o aparelho psíquico dos trabalhadores. Tendo em vista a relação

entre homem e trabalho, esta pesquisa teve como objetivo verificar o nível de Saúde Mental entre

ingressantes e desligados de uma empresa do meio-oeste catarinense, bem como identificar o

conceito de trabalho atribuído por este público-alvo. Participaram da pesquisa vinte

colaboradores de uma empresa, entre estes os dez (10) primeiros admitidos e os dez (10)

primeiros desligados do mês de março do ano de 2014. Como instrumentos de coleta de dados

foram utilizados entrevista com roteiro semiestruturado e o teste psicológico QSG, de autoria de

Goldberg. O projeto foi submetido à apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da

Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc) Campus de Joaçaba, e aprovado sob o

protocolo n. 491.183. Os resultados, referente à saúde mental indicaram que a saúde geral dos

entrevistados apresenta comprometimento, e funcionários admitidos encontram-se mais

suscetíveis ao desenvolvimento de problemas psíquicos quando comparados à amostra de

desligados. Quanto ao conceito de trabalho, o ganho financeiro foi a categoria que predominou

em ambas as amostras. Os resultados que apontam problemas relacionados à saúde do

trabalhador mantiveram incidência maior na amostra de admitidos, dado este que deve ser

considerado pela estrutura organizacional da empresa. Neste sentido, os resultados indicam a

necessidade de planos de ações, os quais garantam as melhorias necessárias em nível

organizacional, visando à retenção da força de trabalho, principalmente, no processo de seleção.

TODO MUNDO OLHA, QUASE NINGUÉM VÊ: A PERCEPÇÃO DE TRABALHADORES

OPERACIONAIS COM RELAÇÃO À INVISIBILIDADE SOCIAL DE SEUS TRABALHOS.

PRISCILA SILVA CARDOSO

SOFIA CIESLAK ZIMATH

Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)

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Processo: Trabalho

RESUMO

O trabalho representa para os seres humanos uma condição fundamental e diferencial de sua

existência. Em uma relação dialética, enquanto o sujeito cria e transforma o ambiente em que

vive através do trabalho, também sua subjetividade é transformada por este. Vários teóricos

caracterizam qual o sentido do trabalho e qual a importância deste na subjetividade dos sujeitos.

O sentimento de bem-estar com relação à atividade laboral é constantemente definido através

da significação que o sujeito dá para seu trabalho, bem como a significação dada pela sociedade.

Entende-se que a importância dada à significação do trabalho pelo sujeito, e que a

desqualificação ou a invisibilidade decorrente de sua função pode trazer grandes consequências

ao aparelho psíquico de quem executa a função desqualificada socialmente. Partindo deste

pressuposto, o presente trabalho expõe como os trabalhadores operacionais de uma empresa

que presta serviços de terceirização na área da limpeza de Joinville percebem a invisibilidade

social sofrida e a desqualificação de seu trabalho e a interferência na sua subjetividade, bem

como no desempenho de sua função. Invisibilidade social; desvalorização profissional;

psicologia. Compreender como trabalhadores da área de limpeza percebem a invisibilidade

social, bem como a forma que esta interfere em sua subjetividade. O estudo caracteriza-se como

uma pesquisa qualitativa de cunho exploratório. Para a coleta de dados foram realizadas

entrevistas individuais realizadas com profissionais que atuam como colaboradores terceirizados

na área da limpeza de Joinville-SC, utilizando-se um roteiro semiestruturado. Percebeu-se que

a maioria dos profissionais sente-se desvalorizada com sua profissão e que alguns deles

apresentaram episódios de grande desrespeito e humilhação. Assim entende-se que a

invisibilidade é mais do que não ser visto, é ser desvalorizado, é não ter seu trabalho valorizado

e respeitado. A invisibilidade pública está tão intrínseca que houve relatos de alguns pesquisados

que não se sentem profissionais, sendo por conta da atividade realizada, ou por falta de estudos,

em que entendem que é um trabalho que “qualquer um” poderia fazer. A invisibilidade está

presente a cada ato de desrespeito e desvalorização empregado para com profissionais da

limpeza, desde os mais “simples” como não perceber e reconhecer o trabalho feito, até as formas

mais expressivas como casos de desrespeito só pelo fato desses trabalhadores atuarem na área

da limpeza, como o relato no ato de fazer compras quando os lojistas ficam sabendo seu ramo

de atuação, ou até mesmo no ato mais forte de humilhação e segregação relatado nesse artigo,

quando posto um prato de comida no chão, semelhante a como se dá comida a um cachorro.

Pode-se também compreender a importância do trabalho na vida do sujeito e ter sua principal

fonte de identidade desconstruída de forma pejorativa e sem valor é muito significativo e tem

impactos em sua subjetividade. A desvalorização do trabalho realizado relacionado com a

desigualdade social é profundamente adoecedor para o sujeito.

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OFICINAS EM SAÚDE MENTAL: NOVAS FORMAS DE SE PENSAR PSICOLOGIA

PRISCILA SILVA CARDOSO

ISABELLI NOGUEIRA

CAROLINE CAMILO DE CASTRO FRANCO

TACILA MARIA SAMBATI

Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos

Processo: Políticas Públicas e Sociais

RESUMO

A partir da reforma psiquiátrica ocorrida em 1970 e com a inserção dos CAPS (Centros de Apoio

Psicossocial) no SUS (Sistema Único de Saúde) a Psicologia teve (e tem) que pensar e buscar

novas formas de atuação. Com a luta antimanicomial e o fim dos hospitais e clínicas psiquiátricas

a Psicologia Clínica precisou se reinventar para conseguir abranger as novas demandas de

saúde mental da contemporaneidade. Para além dos procedimentos curativos ou de manutenção

dos sintomas dos transtornos mentais, a psicologia junto com as políticas públicas também se

tornaram instrumentos fundamentais na proteção e garantia da preservação dos Direitos

Humanos dos usuários, bem como promover a autonomia dos sujeitos. Longe dos modelos

antigos de institucionalização da loucura, os novos modelos prevêem entender os usuários do

serviço de saúde mental como protagonistas e produtores da própria história. Dessa forma

entende-se que as oficinas podem favorecer novas formas de se pensar e fazer psicologia, bem

como olhar por outros ângulos os sintomas e com novas perspectivas de promoção da saúde

mental. Psicologia; Oficinas; Saúde Mental; Contemporaneidade. Conhecer práticas psicológicas

por meio de oficinas; Compreender os benefícios das oficinas terapêuticas; Pensar em novas

práticas de psicologia como promotoras de autonomia. Revisão Bibliográfica. Inicialmente é

importante compreender a relação da sociedade e loucura. Antes da reforma psiquiátrica, os

ditos loucos eram enclausurados em manicômios e removidos de qualquer convívio social,

privados de direitos básicos e sem qualquer autonomia. Para Amarante (1996) "o manicômio é

exatamente o espaço que a sociedade reserva para os loucos, e isso não quer dizer, em

absoluto, que é ela que produz a doença. Mas que esta não deseja, ou não sabe, conviver com

eles" (p. 73). Portanto, a partir dessa reforma a sociedade começou a pensar em novas formas

de tratamento e sob outros prismas a questão dos transtornos mentais. Segundo Mendonça

(2005) “as oficinas procuram caminhar no sentido de permitir ao sujeito estabelecer laços de

cuidado consigo mesmo, de trabalho e de afetividade com os outros, determinando a finalidade

político-social associada à clínica” (p. 628). Para Rocha (1997) as oficinas são utilizadas porque

entende-se que a atividade produtiva possui a capacidade de modificar àquilo que torna ou

tornaria "doente". As oficinas podem também ser produtoras de autonomia em maior ou menor

grau, uma das formas é que os usuários que decidem se as atividades propostas pela equipe

terapêutica lhe é interessante (Pádua; Morais, 2010). A partir da necessidade de ampliar os

horizontes como formas de abordagens enquanto saúde mental, a psicologia teve que se

adequar às novas demandas e as novas formas de atender as demandas já existentes, e com

uma vertente social, a psicologia clínica se desintegra do estereótipo elitizado e individualizado,

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promovendo outras formas de intervenções não só de tratamento, mas também como produtoras

de empoderamento e autonomia.

MÃES PRIMÍPARAS: VIVÊNCIA DO PROCESSO DE INSERÇÃO DO FILHO NA CRECHE

IÁRA CASTEGNARO

SCHEILA BEATRIZ SEHNEM

SIMONE BALBINOT

Eixo: Vida Moderna, ambiente e sustentabilidade

Processo: Formativos e Educativos

RESUMO

O nascimento de um filho sempre causa transformações dentro do contexto familiar,

principalmente quando, após os primeiros meses, a mulher retorna ao mercado de trabalho, o

que acaba exigindo novas opções de cuidados para o bebê e crianças pequenas. Entre estas

opções a mais frequente é a creche. Esta tem se tornado a alternativa viável no que se refere

aos cuidados alternativos com seus filhos, e que partir da nova Lei de Diretrizes e Bases da

Educação passou a ser incluída como parte da educação infantil responsável pelas crianças até

os três anos de idade e as pré-escolas para crianças de quatro a seis anos. Entretanto, a entrada

de bebês na creche, especialmente durante o primeiro ano de vida, é um tema que tem gerado

controvérsias no meio científico e leigo, pois implica separações diárias entre o bebê e sua mãe,

enquanto ele ainda é muito pequeno. A partir destas constatações, desenvolveu-se este trabalho

de investigação com o objetivo de identificar o perfil sociodemográfico dessas mães, os

sentimentos que surgem durante este processo de separação mãe/bebê e quais suas crenças a

respeito desta rede de apoio. Participaram deste trabalho de investigação, em forma de

entrevista semiestruturada, oito mães primigestas, cujos bebês ingressaram na creche durante

o primeiro ano de vida. A partir da análise dos dados foi possível perceber a dificuldade e

insegurança das mães no momento da separação quando da inserção do filho na creche, mas,

principalmente, a preocupação e expectativa destas no que se refere aos cuidados que a

instituição disponibilizará aos seus filhos. Ao mesmo tempo, pode-se perceber que esse

comportamento manifestou-se somente na fase inicial de adaptação do menor, que a

acessibilidade das mesmas à instituição e aos profissionais que ali trabalham transmitiu

segurança e confiança a essas mães. Nota-se que a decisão ou necessidade de colocar o filho

na creche tem aspectos positivos, como realização profissional ou remuneração financeira e

colabora para a socialização e desenvolvimento da criança. Por outro lado, para a maioria das

entrevistadas, o cuidado por outros ainda gera sentimentos de culpa, inseguranças e medos,

apesar de reconhecerem os benefícios que a creche pode oferecer aos seus filhos.

Palavras-chave: Mães. Creche. Sentimentos. Crenças.

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O PROCESSO DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO EM UMA OPERADORA DE PLANO DE

SAÚDE: DA ANÁLISE À EXECUÇÃO

JAQUELINE SARA JORGE

ROSANA MARQUES DA SILVA

Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos

Processo: Trabalho

RESUMO

O processo de Avaliação de Desempenho (AD) consiste em uma das práticas de gestão de

pessoas, sendo um processo no qual líderes e subordinados se reúnem para avaliar o

desempenho do colaborador no trabalho, tendo por objetivo a melhoria do desempenho humano.

O presente estudo trata-se de um relato de experiência das atividades realizadas durante o

estágio curricular do curso de psicologia da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, cujos

objetivos foram: avaliar o processo de Avaliação de Desempenho, considerando os aportes

teóricos; analisar a ferramenta de Avaliação de Desempenho e propor sugestões de melhorias.

Como procedimentos, durante o primeiro semestre de estágio realizou-se a análise documental

das ferramentas de levantamento de necessidades de treinamento e do formulário de Avaliação

de Desempenho, assim como do processo (métodos) de AD. Considerando tais informações,

realizou-se análise sobre o tema, relacionando as informações coletadas aos achados teóricos.

Foram propostas algumas sugestões de melhorias como: participação dos gestores durante todo

o processo de AD; revisão da ferramenta utilizada; elaboração de novos descritores de

desempenho (comportamentos observáveis); validação dos comportamentos por pessoas chave

da organização e criação de escala de graduações para avaliação dos comportamentos. O

segundo semestre de estágio foi dedicado para a execução das ações sugeridas, sendo que a

estagiária iniciou com a revisão da ferramenta de AD, descrevendo operacionalmente as

competências e elaborando comportamentos observáveis, em parceria com a equipe de Gestão

de Pessoas e gestores de área. Após a revisão da ferramenta, que consistiu de uma escala

gráfica, foi realizado um treinamento com os gestores, objetivando a validação dos

comportamentos observáveis, bem como sugestões de descrições de novos comportamentos. A

aplicação foi realizada com um grupo piloto no setor de laboratório e ao final foi desenvolvido um

treinamento com os gestores sobre feedback. Os resultados apontaram as contribuições teóricas

para o processo da AD na organização como: a participação dos gestores na construção e

validação da ferramenta; a construção da ferramenta por meio de comportamentos observáveis;

a criação de escalas de graduações para avaliar os comportamentos. Após a apresentação e

aplicação das mudanças propostas, obteve-se uma ferramenta mais precisa em sua avaliação e

resultados, assim como a participação e validação dos gestores de todas as áreas da

organização. Foi possível observar a satisfação dos líderes com a nova ferramenta, o

departamento de Gestão de Pessoas recebeu diversos elogios em relação as alterações

realizadas. Foi possível verificar nos gestores que eles compreenderam a importância do

processo de AD para o crescimento da organização, como ferramenta necessária para o

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levantamento de necessidades de treinamento e desenvolvimento de competências, assim como

a necessidade de sua participação em todo o processo de AD.

Palavras-chave: avaliação de desempenho; competências; gestores.

CONTRATRANSFERÊNCIA DO ESTAGIÁRIO DE PSICOLOGIA

ALEXANDRE PETRY

Eixo: A vida na era da Informação, comunicação e tecnologia

Processo: Terapêutico de indivíduos ou grupos

RESUMO

O presente trabalho visa analisar e estudar a contratransferência do estagiário de psicologia. A

contratransferência é postulada basicamente como o conjunto de manifestações do inconsciente

do analista relacionadas com as da transferência do seu paciente (ROUDINESCO; PLON, 1998).

Como objetivo, a pesquisa buscou alcançar sentimentos, pensamentos e atitudes dos estagiários

de psicologia em relação aos seus sentimentos contratransferenciais diante de seus pacientes,

fenômenos que são, na clínica, inevitáveis para o processo psicanalítico. O método utilizado para

a coleta e análise de dados foi o método psicanalítico, que visa o contato além do conteúdo

consciente do discurso do entrevistado, ou seja, o conteúdo inconsciente, que é trazido á tona

por meio da associação livre, da atenção flutuante e da transferência. Os dados foram colhidos

a partir de uma entrevista com roteiro semi-estruturado respondido por três estagiários de

psicologia que já fazem atendimento clínico e que utilizam para tal a abordagem psicanalítica.

Foi encontrada certa dificuldade por parte dos estagiários ao se lidar com os manejos

transferenciais de seus pacientes, variando a forma de manejo de cada um com a situação, da

mesma forma que existem divergências entre eles de como se lidar com as situações

contratransferenciais. Assim, inevitavelmente os estagiários acabam criando uma “expectativa

para o tratamento”, algo que provêm deles e de seus pacientes. Esta expectativa se liga ao

desejo do paciente de ser tratado e curado, da mesma forma que transmite o desejo do estagiário

de psicologia de ser um terapeuta. Além disso, por meio da revisão bibliográfica, se encontrou

uma vasta divergência sobre o que seria o conceito da contratransferência, de forma que os

autores basicamente se dividem entre colocá-la como um empecilho para o tratamento

psicanalítico ou uma ferramenta para o mesmo. Isso mostra a importância das questões da

análise pessoal para a formação do psicólogo e o papel da contratransferência no dia a dia do

psicólogo em formação.

Palavras Chave: Contratransferência; Psicanálise; Estagiário de Psicologia.

CIRURGIA PLÁSTICA: O IDEAL DE BELEZA E A IMPOSIÇÃO SOCIAL.

GIULIA OLIVA GRASSI

GIOVANIA MITIE MAESIMA CUNHA

Eixo: A vida na era da Informação, comunicação e tecnologia

Processo: Comunicação

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RESUMO

A preocupação com a aparência sempre foi uma constante no universo feminino. Por conta disso,

o ideal de beleza foi se modificando ao longo do tempo e a partir de modalidades simbólicas

amplamente empreendidas, os indivíduos se engajam para se enquadrar em tais modalidades.

A aparência corporal torna-se um constituinte bastante cobrado no sentido de se manter nos

padrões das modalidades simbólicas, havendo imposições explícitas e implícitas veiculadas

principalmente pela mídia. Por meio de tais imposições quem está fora dos padrões é

estigmatizado e as mulheres são as pessoas que mais sofrem nesse âmbito. Nesse contexto, a

pesquisa objetiva identificar quais são os fatores que levam as mulheres a realizarem cirurgias

plásticas analisando como a imposição social difundida por meio da idealização da beleza

contribui para decisão das mesmas. A pesquisa é de caráter qualitativo descritivo, na qual foram

realizadas entrevistas semiestruturadas com quatro mulheres de diferentes idades da cidade de

Florianópolis que fizeram cirurgia plástica com fins exclusivamente estéticos. A partir da pesquisa

notou-se que os avanços da ciência e da tecnologia proporcionam a possibilidade de modificação

e aperfeiçoamento quando o indivíduo está insatisfeito com o seu corpo. A preocupação estética

relacionada com tratamento dado ao corpo, atualmente, representa um objeto de consumo e a

mídia tem importante papel propagador da valorização da aparência. As motivações pelas quais

as mulheres optaram pela cirurgia tem um caráter individual que vai em direção da insatisfação

corporal, e também coletiva, pois a família exerce um papel importante nessa decisão. A imagem

corporal que as mulheres tinham de si mudou depois da cirurgia, em um sentido mais positivo,

mas não completamente satisfeito. Houve uma unanimidade ao afirmar que há a existência de

uma influência social na aparência e satisfação corporal e consequentemente na escolha pela

decisão de realizar a cirurgia. Constatou-se que o ideal de beleza além de estar relacionado com

as formas corporais, está também associado à saúde do corpo.

Palavras-chave: cirurgia plástica, ideal de beleza, modalidades simbólicas, aparência corporal.

ALÉM DO LEVEL-UP: ASPECTOS PSICOLÓGICOS DOS JOVENS ADULTOS AO

FAZEREM USO DOS JOGOS DE MMORPG.

ALEXANDRE PETRY

LISANDRA ANTUNES DE OLIVEIRA

Eixo: A vida na era da Informação, comunicação e tecnologia

Processo: Culturais

RESUMO

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43

O presente artigo buscou estudar aspectos psicológicos dos jovens adultos ao fazerem uso dos

jogos de MMORPG. Os jovens adultos se classificam como a faixa etária social que fica entre o

fim da adolescência e o inicio da vida adulta, período em que tais sujeitos se colocam como

singulares em seu meio social. Como objetivo, a pesquisa visa buscar quais os motivos que

levam os jovens adultos a fazerem uso dos jogos de Massively Multiplayer Online Role-Playing

Game, jogos eletrônicos que permitem aos seus participantes uma inserção em um universo

online com milhares de outros jogadores ao mesmo tempo, com certas regras estruturadas e

admitindo um grande leque de escolhas que os seus usuários podem fazer, visando a liberdade

dos mesmos. Utilizando o método de pesquisa qualitativa, foram feitas entrevistas com roteiro

semiestruturado com quatro jovens adultos que fazem uso dos jogos de MMORPG com

frequência em seu dia-a-dia, buscando responder o que atrai os jovens adultos á jogarem os

jogos de MMORPG, como é para eles esse mundo e a relação que eles têm com o jogo em que

estão inseridos. Utilizando o método de análise de conteúdo de Bardin, através das entrevistas

notou-se que os jovens adultos buscam nos jogos de MMORPG á socialização com outros

indivíduos semelhantes a eles, algo que os mesmos buscam em outros contextos além do jogo

virtual, porém com mais dificuldade. Os jogos de MMORPG são utilizados, portanto por tais

indivíduos não só como forma de prazer, mas também, como um espaço para se socializar com

outros indivíduos semelhantes a eles, que buscam interação e amizades com os mesmos gostos

que possui entre os seus companheiros de jogo. O jovem adulto encontra assim interação e

conforto com outros sujeitos que apoiam o seu meio de vivência e a sua identidade. Não apenas

para se socializar, os jogos de MMORPG também são uma forma do indivíduo conseguir

reconhecimento sobre as suas atitudes e valores agregados pelo seu trabalho árduo. Nesse meio

tempo, o indivíduo encontra um novo método de obtenção de prazer que é mais difícil de ser

encontrado e conquistado no mundo real, onde nem todas as pessoas possuem os mesmos

objetivos e desejos que o jovem adulto possui e valoriza.

Palavras Chave: Jovem Adulto; Jogo Eletrônico; MMORPG; Aspectos Psicológicos.

RELATO DE EXPERIÊNCIA: AS IMPLICAÇÕES DA PSICOLOGIA SOCIAL EM UM GRUPO

DE ADOLESCENTES EM CONDIÇÕES DE VULNERABILIDADE SOCIAL

JULIANA BEREZOSCHI

CATARINA GEWEHR

ETIENNE ALESSANDRA HAFEMANN

SIMONE DE LIMA

Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos

Processo: Grupais e de Mobilização Social

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44

RESUMO

A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de

políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso,

em condições dignas de existência (Brasil,1990). Tal perspectiva dimensiona que o trabalho do

psicólogo necessita produzir-se como mediador de compreensões críticas, a fim de que sujeitos

em situação de vulnerabilidade social possam acessar, de modo compreensível, todos os

dispositivos sociais capazes de lhes permitir ações e reflexões que permitam um processo de

emancipação ético-política em um contexto social profundamente marcado pela desigualdade

econômico-social. O presente trabalho, realizou-se junto à ONG Amigo Esperança, e constou

de sete encontros realizados no período vespertino, com duração de uma hora e meia, no

período de abril a junho de 2015. A ele aderiram onze adolescentes localizados na faixa etária

de 12 a 15 anos, sendo estes nove meninos e duas meninas, todos residentes em uma área de

ocupação urbana na periferia da cidade de Blumenau/SC. Dos onze adolescentes, cinco não se

encontravam alfabetizados e demonstravam evidentes dificuldades de comunicação oral, não

conseguindo completar frases de média complexidade durante os encontros, três desses cinco

possuíam uma segunda professora na escola regular, de modo a complementar seu processo

de aprendizagem de conteúdos e os seis restantes eram alfabetizados e conseguiam se

expressar sem dificuldades. Toda a intervenção foi realizada a partir dos direcionamentos

propostos pelo ECA, desenvolvendo-se por meio de sessões de vivência grupal, nas quais foram

trabalhados os temas: educação, preconceito, projeto de vida, violência, sexualidade, escola e

adolescência. Através de técnicas de trabalho grupal, exposição de conteúdos áudio visuais,

experimentações lúdicas e rodas de conversa, procurou-se compreender a realidade vivida pelos

jovens e intermediar processos de reflexão crítica das aspectos existentes a fim de perspectivar

melhores condições para realização do processo de desenvolvimento desta fase do Ciclo Vital

entre os participantes do grupo. Ao longo dos encontros foi possível constatar não só a

assiduidade como também o manifesto interesse nos conteúdos a serem trabalhados. Ao final

do processo percebeu-se que temas como preconceito e violência poderiam ser trabalhados de

modo mais aprofundado, na medida em que no cotidiano destes adolescentes as crenças

relativas a preconceito racial e violência se apresentam como forma habitual de resolução de

problemas entre eles. Durante o processo de prática dos grupos foi possível perceber que a

realização de semelhante trabalho no período matutino teria boa acolhida na Comunidade, na

medida em que houve interesse dos adolescentes que freqüentavam a escola no período

vespertino. Compreendemos que práticas desta ordem não podem constituir-se de intervenções

esparsas e descontínuas. Precisam ser realizadas periodicamente e envolver outros atores

comunitários tais como pais, professores, lideranças comunitárias, de modo a potencializar

resultados mais aprofundados e real acompanhamento/mediação de um saudável processo de

desenvolvimento dos adolescentes que, ao terem sua realidade reconhecida e suas buscas de

soluções apoiadas, poderá vivenciar de modo emancipado e socialmente relevante sua

existência.

Palavras-chave: Adolescente, psicologia social,população de baixa renda

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BULLYING NAS ESCOLAS: CONCEPÇÃO DE PROFESSORES

IÁRA CASTEGNARO

MARINA RECH MARIN

Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)

Processo: Formativos e Educativos

RESUMO

A escola é importante para o desenvolvimento do indivíduo, é um lugar que proporciona

conhecimento, sendo fundamental para a convivência do ser humano, no entanto, também é

local em que alunos sofrem agressões, repetidas vezes, esta violência que acontece no interior

das escolas é conhecida como bullying. O Bullying compreende todas as atitudes agressivas e

intencionais praticadas por um ou mais alunos contra outro(s), sem que haja motivo aparente, e

de forma repetida. Este artigo trata sobre a concepção de professores sobre o fenômeno bullying

e as atitudes preventivas adotadas por eles e pelas instituições escolares. A pesquisa foi

realizada em três escolas: sendo uma particular; uma municipal e uma estadual, de um município

do Meio-Oeste Catarinense. Participaram da pesquisa 25 professores das séries finais do Ensino

Fundamental, sendo 08 professores da rede particular, 09 professores da rede municipal e 08

professores da rede estadual. Os dados foram coletados mediante questionário composto por

perguntas abertas. Os resultados indicaram que os professores confundem o conceito de bullying

com algumas das formas de manifestações praticadas contra a vítima, e que as escolas não

desenvolvem estratégias para a prevenção do bullying, porém, é importante que as instituições

escolares adotem estratégias para prevenir o fenômeno conhecido como bullying, pois, uma

história escolar traumática pode ocasionar prejuízos na vida do indivíduo. A presença do

Psicólogo nas instituições escolares é necessária para auxiliar na prevenção e no enfrentamento

do bullying, desenvolvendo estratégias próprias de prevenção, contribuindo para o

desenvolvimento de competências e habilidades de todos os envolvidos no processo

educacional, bem como, desenvolver trabalhos de orientação sobre a temática, envolvendo toda

a equipe escolar, os alunos e os pais. Em razão de os professores pesquisados não conhecerem

a temática de maneira completa, conclui-se que é relevante novos estudos relacionados ao

fenômeno bullying no ambiente escolar, incluindo nas pesquisas a figura do professor e a

importância de o Psicólogo estar inserido nas instituições escolares para a prevenção e o

enfrentamento dessa violência escolar.

Palavras-chave: Bullying. Professor. Escola. Prevenção.

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A INCLUSÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA EM ESPORTES RADICAIS EM SC

JACKSIANI ERAT

ADRIANO HENRIQUE NUERNBERG

NÁTALI CRISTÓFOLLI

Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos

Processo: Políticas Públicas e Sociais

RESUMO

A atual legislação brasileira sobre o direito à acessibilidade é fundamental para que a inclusão

das pessoas com deficiência ocorra em todos os âmbitos do esporte e lazer, porém a sua

existência não garante que a acessibilidade seja respeitada na prática. Em 2010, o Ministério do

Turismo em parceria com Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de

Aventura criou o Manual de Boas Práticas, que visa promover a inclusão das pessoas com

deficiência em esportes radicais, apresentando dados científicos de que a prática segura é

possível. Entretanto, isso também não garante que a inclusão esteja ocorrendo. Este estudo

objetivou verificar se há inclusão de pessoas com deficiência em esportes radicais no estado de

Santa Catarina, através do contato tanto com empresas catarinenses que ofertam a realização

recreativa de esportes radicais, quanto com associações vinculadas a prestação de serviço e

apoio às pessoas com deficiências. E, posteriormente, por meio de uma entrevista

semiestruturada com doze pessoas com deficiência que já haviam realizado um esporte radical,

foram identificados barreiras e facilitadores encontrados pelos entrevistados neste contexto. Este

estudo considera a perspectiva do Modelo Social da Deficiência para compreender a pessoa

com deficiência, e, a partir disso, entende que a impossibilidade de realizar um esporte radical

não está exclusivamente ligada à uma incapacidade da pessoa com deficiência, mas às barreiras

do seu contexto social. Identificou-se que a inclusão em Santa Catarina é baixa e as principais

barreiras relatadas foram a falta de receptividade das empresas que ofertam a realização de

esportes radicais em receber o público com deficiência e o preço das atividades. Os principais

facilitadores apresentados foram o apoio da família, assistência durante a prática do esporte e a

oportunidade de realizar o esporte radical através da associação que o praticante era membro.

Concluiu-se que os facilitadores foram essenciais para a prática do esporte e que a redução das

barreiras encontradas é fundamental para que haja uma maior inclusão.

PROJETO PLACAR – PLANEJAMENTO DE CARREIRA

MIRIAN LUIZA DOS SANTOS

JULIANA MORGANA STEDILE

Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos

Processo: Trabalho

RESUMO

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O projeto PlaCar, Planejamento de Carreira, está sendo realizado no Estágio Obrigatório do 9º

e 10º período do curso de Psicologia da UNIVALI- Universidade do Vale do Itajaí, com ênfase

em Organizações e Comunidade e atua com jovens aprendizes que desenvolvem o programa

de aprendizagem na unidade do Centro de Integração Empresa Escola de Santa Catarina -

CIEE/SC -Itajaí. O projeto está sendo realizado com 25 jovens, de 14 a 20 anos, inseridos no

mercado de trabalho. Os objetivos do trabalho são Proporcionar aos jovens reflexões e

mobilização pessoal para o processo de planejamento de carreira profissional; proporcionar o

auto-conhecimento considerando as potencialidades e oportunidades de melhorias; Ampliar o

conceito de empregabilidade demonstrando as diversas possibilidades de inserção no mercado

de trabalho, e mobilizar os jovens na definição de metas de carreira. A metodologia do programa

foi dividida em duas etapas para melhor organização. A primeira etapa foi realizada em grupo,

sendo que os conteúdos das atividades foram distribuídos em três módulos temáticos

trabalhados em três encontros: Carreira e Planejamento; Autoconhecimento; Empregabilidade.

Na segunda etapa do projeto PlaCar, será oferecido aos jovens que concluíram a primeira etapa,

dois encontros individuais onde será realizado testes de avaliação de competências e potencial,

como o Inventário de Habilidades Sociais, e o Inventário de Âncoras de Carreira. Será utilizado

entrevistas como auxílio para estabelecimento de Plano de Metas. Na primeira etapa, já

concluída foi estabelecido um contrato psicológico com os jovens, onde foi realizado para

apresentação dos participantes e o acolhimento das expectativas dos jovens. Como atividade foi

proposta a formação de grupos para que elaborassem o conceito de carreira. Depois das

apresentações dos grupos foi apresentado o contexto histórico de Carreira, e os modelos, por

meio de slides e vídeos temáticos. No segundo encontro, que visava trabalhar o auto-

conhecimento, foi utilizado a técnica "eu na capa da revista". O objetivo desta técnica era

proporcionar aos jovens uma percepção de como eles almejam estar daqui a uma décaca e quais

as competências e habilidades deles já tem para chegar neste objetivo e quais eles precisam

desenvolver. A partir dos relatos dos mesmos, foi abordado o conceito de competências e

habilidades. No terceiro encontro foi abordado a temática de empregabilidade, que visava

identificar as necessidades do mercado atual. Após o acolhimento do que os aprendizes

entendiam por este conceito, foi abordado o conceito teórico. Em seguida, os jovens se dividiram

em grupos realizaram a atividade da venda do produto inútil, onde eles precisariam ser

empreendedores para efetuar uma venda. Como avaliação, os jovens escreviam post-its

palavras-chaves que representasse o conhecimento adquirido no final de cada encontro. A partir

dos relatos, foi possível perceber que os jovens adquiriram conhecimentos sobre o conceito de

carreira, ressignificaram empregabilidade e compreenderam a importância de se auto-conhecer

para melhor desenvolver as habilidades e competências para o planejamento de suas carreiras.

O projeto ainda não foi finalizado, mas espera-se que na próxima etapa, os jovens realizem o

planejamento de suas carreiras.

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PSICOTERAPIA COM CRIANÇA DE DIFÍCIL MANEJO: CASO L

JULIANA MORGANA STEDILE

MIRIAN LUIZA DOS SANTOS

Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)

Processo: Terapêutico de indivíduos ou grupos

RESUMO

Este trabalho tem por objetivo compartilhar as intervenções clínicas realizadas no Estágio

Curricular Obrigatório com ênfase em Saúde e Integralidade do 7º e 8º período do curso de

Psicologia na Instituição de Ensino UNIVALI - Universidade do Vale do Itajaí no I e II semestre

de 2014, sob a perspectiva da abordagem Analítica Infantil, ilustrando o caso "L". L. iniciou os

atendimentos psicológicos na Clínica de Psicologia com 2 anos de idade. A queixa principal da

fonte de encaminhamento veio pelo serviço de Fonoaudiologia da Univali, Instituição no qual L.

estava em atendimento há 1 ano. Aos 4 meses de idade, L. foi diagnosticada com Fibrose Cística.

Aos 9 meses, após diversas internações hospitalares, L. passou a rejeitar a alimentação oral, e

a equipe médica optou por realizar a gastrostomia, com a implantação da sonda gastro-intestinal.

Assim, L. iniciou os atendimentos na clínica de Fonoaudiologia da Univali, que a encaminhou

para a clínica de Psicologia com a queixa: "ausência de alimentação oral". Foi realizada uma

entrevista inicial com os pais de L. Em seguida, foi realizado com a criança a Hora do Jogo

Diagnóstica. Para avaliação e levantamento das Hipóteses Diagnósticas foi utilizado a Síntese

do Inventário Portage Operacionalizado. Os resultados da avaliação apresentaram 9 meses de

atraso na área de cuidados próprios. Foram realizadas as seguintes hipóteses diagnósticas da

paciente de acordo com o DSM I-V: Problema de Relacionamento Pai/Mãe e Criança, e Problema

de Relacionamento Associado a um transtorno Mental ou Condição Médica Geral. No Projeto

Terapêutico Singular da paciente, buscou-se trabalhar a curto prazo: permanência do setting

terapêutico, controle dos esfíncteres e aumento do repertório de brincadeiras. A médio prazo:

expressão emocional, conhecimento dos alimentos (texturas, sabores, odores), treino de

habilidades parentais e iniciação do processo de alimentação. A longo prazo: desenvolvimento

de empatia, ingresso escolar e iniciação do processo de alimentação oral. Para cumprimento

destes objetivos, foram realizados atendimentos com a mãe e a criança junto, para que L. se

acostumasse com o ambiente da clínica. Nos atendimentos seguintes, a paciente aceitou brincar

no setting apenas com a estagiária. As brincadeiras enfatizavam situações que se

assemelhassem ao ambiente familiar, como brincadeiras de "casinha". Após a criança sentir-se

confortável e segura no setting terapêutico, foi solicitado à mãe que trouxesse alguns alimentos

prontos de casa para que fossem manuseados nas sessões. As sessões tiveram vídeos

educativos e desenhos para a criança, além de orientações fornecidas à mãe sobre como dar

continuidade a terapêutica em casa. Os objetivos a curto prazo foram alcançados, e os objetivos

a médio prazo foram melhorados. Como continuidade dos atendimentos, espera-se que a

paciente inicie seu processo de alimentação oral, ingresse na escola. A criança ao longo do

estágio desenvolveu sua autonomia, controle dos esfíncteres, aceitou tocar, brincar e

experimentar alimentos, iniciando o processo de alimentação oral, houve a ampliação das

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habilidades parentais, e auto-confiança da mãe de L. Como principais dificuldades presentes no

estágio, destaco a idade da criança, diagnóstico de doença crônica e a proposta de atendimento

interdisciplinar.

EDUCANDO PARA A PAZ: INTERVENÇÃO GRUPAL COM PROFISSIONAIS DA

EDUCAÇÃO

FLORA CURIA GOMES

Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos

Processo: Formativos e Educativos

RESUMO

O trabalho visa apresentar a intervenção realizada pela Psicóloga em exercício no ano de 2014

da Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Garopaba- SC para o Programa Saúde na

Escola- Política Pública Intersetorial do Governo Federal - realizado nas escolas da rede. O

programa foi composto por palestra interativa sobre o tema Educação para a Paz com intuito de

conceituar os profissionais a respeito do mesmo, assim como aproximá-los do conceito por meio

de exemplos práticos expostos pela palestrante para facilitar a atuação dos profissionais no

âmbito escolar. Em seguida foi realizado o experimento “Viagem de Fantasia” (técnica projetiva

fundamentada nos preceitos da Gestalt Terapia) proporcionando aos profissionais um reencontro

interior para ressignificação do período escolar. O projeto foi realizado em grupo com 185

profissionais das 20 escolas municipais, contemplando-se um encontro por escola. A intervenção

teve como objetivo a sensibilização dos participantes para busca de transformação individual e

social baseada nos princípios de Educação para Paz com o intuito de formar multiplicadores da

paz nas escolas da rede. A facilitadora buscou através da palestra interativa, propiciar um espaço

onde cada participante refletisse criticamente a respeito do conceito em questão e das práticas

realizadas pelos mesmos no dia a dia da vida escolar. Foram fornecidos por meio da “Viagem

de Fantasia” subsídios para a realização de um reencontro com a história escolar de cada um,

promovendo com que os mesmos pudessem observar e transformar quando necessário,

qualquer evento traumático que estivesse afetando a atuação do educador na escola. Os grupos

tiveram bom aproveitamento do programa, possibilitando que os participantes vivenciassem

momentos positivos e negativos de suas experiências escolares, sendo que os eventos

traumáticos lembrados foram trabalhados por meio de intervenções da facilitadora. O trabalho

apontou para a necessidade de que mais projetos fossem realizados a nível institucional,

reforçando que o clima da escola é definido pelas vivências particulares de cada indivíduo que

nela atua. Para uma escola viver a Educação para a Paz os indivíduos devem ser trabalhados

interiormente, tornando-se multiplicadores da Paz que vivenciam dentro de si mesmos.

Palavras Chave: Educação para Paz; Programa Saúde na Escola; Rede Escolar.

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VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: UM GRUPO PSICOTERAPÊUTICO COM AGRESSORES

CONJUGAIS

ÁLVARO CIELO MAHL

Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)

Processo: Terapêutico de indivíduos ou grupos

RESUMO

A violência no ambiente doméstico está presente em todos os contextos sem haver distinção de

classe social, raça, nível de escolaridade ou religião. Esta pesquisa adentra sobre o problema

da violência conjugal, discutindo o perfil do agressor e vítima, fatores que estão associados a

essa agressão, as consequências físicas e psicológicas que a vítima sofre e algumas alternativas

de tratamento para os agressores da violência. O objetivo deste trabalho foi verificar a eficácia

de um grupo psicoterapêutico com agressores conjugais, tendo 5 participantes, agressores

denunciados por suas parceiras. Os participantes, agressores conjugais, foram encaminhados

ao grupo pela Delegacia da Mulher, após o Fórum da Comarca de São Miguel do Oeste-SC, em

audiências, ter ofertado ao agressor a possibilidade de participar de um grupo psicoterapêutico.

Em decorrência disto, para a concretização desta proposta, o juiz da vara criminal da cidade

passou a indicar o grupo para o agressor. O critério de inclusão no grupo abrangia que o

participante convivesse com a parceira e que a violência tivesse sido denunciada. Realizou-se

uma entrevista inicial com os agressores para obter um perfil dos mesmos, e para avaliar o

trabalho aplicou-se a Escala de Táticas De Conflito, antes e após a intervenção, nas

companheiras dos agressores; no final os agressores ainda responderam o Questionário de

Satisfação com o Tratamento e a Entrevista de Avaliação da intervenção Psicológica. No perfil

dos agressores, evidenciou-se que os mesmos minimizam o comportamento agressivo e

responsabilizam a mulher pelas agressões, que por sua vez revelam serem vítimas de violência

física e psicológica. Após a realização do grupo psicoterapêutico detectou-se uma redução dos

níveis de violência verbal/emocional e física, com incremento de formas não violentas de

resolução de conflitos. Sobre a prática do grupo psicoterapêutico, podemos dizer que apostar

apenas na punição não elimina, nem tão pouco reduz os níveis de violência conjugal; demonstra-

se assim, a importância do desenvolvimento de estratégias interventivas visando à proteção da

vítima e a prevenção da reincidência em crimes de violência conjugal.

INTERVENÇÃO PSICOLÓGICA EM GRUPO DE AGRESSIVIDADE INFANTIL

FLORA CURIA GOMES

Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)

Processo: Terapêutico de indivíduos ou grupos

RESUMO

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O presente trabalho visa demonstrar como foi realizada a intervenção terapêutica grupal com

crianças de quatro a sete anos, encaminhadas com queixa de agressividade na escola ao

Serviço de Psicologia da Equipe Multidisciplinar da Secretaria de Educação e Cultura do

Município de Garopaba – SC no ano de 2014. O trabalho apresenta as intervenções psicológicas

e técnicas projetivas fundamentadas pela teoria da Gestalt Terapia, que foram realizadas pela

Psicóloga em oito encontros com quatro grupos de cinco crianças. Cada encontro teve como

foco um tema considerado relevante para o desenvolvimento do aluno. Durante os oitos

encontros foram realizadas atividades que abordaram temas como família e sua configuração;

técnicas projetivas para integração de aspectos inconscientes ao consciente de acordo com a

capacidade de abertura e entendimento de cada criança; observação e intervenção da Psicóloga

durante as atividades lúdicas, possibilitando a resolução de conflitos no momento presente;

trabalho para diminuição da ansiedade e estresse infantil; discussão a respeito do sentimento

raiva e novas estratégias mais saudáveis para o direcionamento do mesmo. O mesmo teve como

objetivo, proporcionar ressignificação e empatia dos participantes na dinâmica familiar e escolar;

autoconhecimento; noção de si e do outro; nomeação de sentimentos e necessidades; contato

com a raiva e estratégias positivas de controle e redirecionamento da energia agressiva.

Os alunos tiveram aproveitamento satisfatório participando de todas as vivências com entrega;

demonstrando maior consciência de seus sentimentos e necessidades e expressando a raiva de

maneira adequada durante as técnicas. Alguns participantes demonstraram necessidade de

continuação do trabalho apesar de obterem boa evolução no processo. Foi possível perceber

que os impulsos agressivos mal direcionados relacionaram-se à falta de limite; falta de atenção

e afeto, assim como padrões de comportamentos inadequados vividos no ambiente familiar.

Estes resultados apontam a importância da participação da família em parceria com a escola no

trabalho com a agressividade infantil.

Palavras Chave: Grupo de Crianças; Agressividade; Gestalt Terapia.

PSICOTERAPIA COM ADOLESCENTE - O CASO S.

MIRIAN LUIZA DOS SANTOS

Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)

Processo: Terapêutico de indivíduos ou grupos

RESUMO

O presente trabalho tem por objetivo compartilhar as intervenções clinicas realizadas no Estágio

Curricular Obrigatório com Ênfase em Saúde e Integralidade dos 8º e 9º períodos do curso de

Psicologia da Universidade do Vale do Itajaí - Univali, realizado no ano de 2014. A busca do

paciente pela clinica de Psicologia foi espontânea e sua principal queixa baseava-se na angustia

de se conhecer. Os atendimentos tiveram inicio no dia 17/04/2014, sendo os primeiros cinco

atendimentos destinados a estruturação da anamnese e elaboração do laudo psicológico. Com

base no relato do paciente e nos resultados da avaliação psicológica, os sintomas apresentados

por S. foram compatíveis com Ansiedade e Distimia de Humor. Em Gestalt Terapia entendem-

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se os sintomas como resultados de gestalts inacabadas, resultantes do desajustamento entre o

ser e o meio no processo Self/Contato. Com base nos conceitos da Gestalt Terapia as figuras

que emergiam neste caso foram: necessidade de se conhecer, ansiedade e depressão; sendo

as partes constituintes: a mudança na situação financeira da família, insatisfação com o trabalho,

rigidez das crenças familiares e pessoais referentes a religião, e dificuldade de desenvolvimento

de vínculos, a qual resultava em uma rede social reduzida. As partes e figuras que emergiam

colaboravam para a constituição do bloqueio do tipo Confluente, no qual o sujeito não consegue

se diferenciar do meio. O processo terapêutico neste caso objetivou a compreensão do paciente

quanto a diferenciação existente entre ele e o meio, e ele e o outro, possibilitando a realização

de escolhas baseado em expectativas e posicionamentos, pois foi observado que esta

configuração era desencadeadora da ansiedade. As intervenções foram fundamentadas nos

conceitos do Humanismo e do Existencialismo através da abordagem Gestalt Terapia,

concebendo o homem como centro de si e com poder de lidar tanto com seu potencial quanto

com a realidade onde se encontra, não negando suas limitações, impossibilidades e fracassos.

Para tal foram desenvolvidas técnicas de representação e de escuta ativa, nas quais S. pode

reelaborar sua posição em seus relacionamentos, passando a compreender-se como ator

desses cenários e contribuinte para a realidade em que se encontra. No decorrer dos

atendimentos S. afirmou compreender posições e escolhas das pessoas que compõem sua rede

de relacionamentos, demonstrando ter reconfigurado suas percepções.

RESPEITO À MULHER VÍTIMA DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: RELATO DE ESTÁGIO EM

UMA DELEGACIA DE PROTEÇÃO DO SUL DE SANTA CATARINA

SAMIRA MAFIOLETTI MACARINI

ANGELA MARIA BENEDET

ELIANA CRISTINA GALLO PENNA

Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)

Processo: Avaliação

RESUMO

A violência doméstica se faz presente nas relações inter e intrafamiliares permeando diferentes

espaços do cotidiano, havendo muitas vezes a necessidade de intervenções da Psicologia. A Lei

Maria da Penha configura como Violência Doméstica e Familiar contra a mulher, qualquer ação

ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou

psicológico e dano moral ou patrimonial. De acordo com pesquisa DataSenado,

aproximadamente uma em cada cinco brasileiras reconhece já ter sido vítima deste tipo de

violência, sendo que muitas delas encontram dificuldades de romper com o chamado ciclo de

violência. O presente estudo refere-se a um projeto de estágio desenvolvido durante o ano de

2014, em uma delegacia de atendimento à mulher, da região sul de Santa Catarina. Os objetivos

do trabalho envolveram: 1) promoção de acolhimento e mediação quanto aos direitos à

assistência e proteção em situações de violência contra a mulher; 2) informação e

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encaminhamento das vítimas às instâncias cabíveis; 3) promoção junto à comunidade de ações

com caráter preventivo sobre a violência contra a mulher, no formato de palestras. Participaram

dessa atividade de estágio, mulheres vítimas de violência doméstica citadas em boletins de

ocorrência registrados na instituição; bem como, mulheres que frequentam locais de formação

escolar e grupos de mães, que possam ser beneficiadas de informação, formação de cidadania

e formulação de novos conceitos acerca da violência doméstica. Considera-se que o trabalho

individual ou em grupo de conscientização, discussões e palestras sobre vítimas de violência

doméstica pôde proporcionar às mulheres possibilidades de buscarem assistência social,

médica e jurídica, bem como apoio psicológico para tratamento e superação das vivências

decorrentes da violência. De uma forma geral, o trabalho realizado contribuiu para um maior

aprofundamento sobre a temática da violência doméstica e familiar, auxiliando as mulheres

vítimas na reflexão sobre sua situação de vida e proporcionando às mesmas a possibilidade de

rompimento do ciclo de violência no qual estavam envolvidas, tornando-as protagonistas de suas

próprias histórias.

PROCEDIMENTO DE INTERVENÇÃO DO PSICÓLOGO COM PESSOAS QUE SOFRERAM

ALGUM TIPO DE VIOLÊNCIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA

LARISSA TAMARA DA ROCHA

CAROLINE ZANERIPE DE SOUZA

JULIANA FRAINER

ROBERTO MORAES CRUZ

Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)

Processo: Terapêutico de indivíduos ou grupos

RESUMO

Produzir conhecimento acerca da intervenção de profissionais que trabalham com pessoas que

sofreram algum tipo de violência é necessário, uma vez que o fenômeno violência é considerado

um problema social e de saúde pública. O presente trabalho tem como objetivo apresentar alguns

procedimentos de intervenção realizados por psicólogos no contexto clínico com pessoas que

sofreram algum tipo de violência. Os procedimentos foram realizados em uma clínica escola de

uma universidade do sul do país, por uma equipe multidisciplinar, formada por médicos,

advogados, juízes e psicólogos. Como procedimentos de intervenção dos psicólogos, foi

realizado do ponto de vista geral: a) divulgação de informações, por meio de folders e de

palestras abertas à comunidade em geral, acerca de procedimentos básicos sobre como lidar,

em um primeiro momento, com as situações de violência. Para as pessoas que procuravam o

serviço e que relatavam, como queixa principal, o sofrimento que estavam vivenciando

decorrente de situações de violência, foram realizadas intervenções mais específicas

envolvendo: b) entrevista e avaliação dos casos: as pessoas que procuraram a clínica eram

encaminhadas para o atendimento psicológico, análise da demanda e dos acontecimentos e, em

casos mais graves, eram mantidas em atendimento individual semanal ou em grupo; c) trabalhos

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em grupo: os profissionais da psicologia também realizaram intervenções em grupo, nos quais

eram discutidos temas sobre violência. Os participantes compartilhavam suas angústias e

esclareciam dúvidas entre si e com os profissionais responsáveis pelo grupo; d) intervenções

com os acusados de cometeram violência: eram realizadas rodas de conversas com os próprios

acusados, que eram convidados a participar, com a finalidade de mediar os conflitos entre o

acusado e a vítima. Por meio dos procedimentos apresentados, os profissionais tiveram como

objetivo promover bem-estar, prevenir a ocorrência da violência em situações futuras e atenuar

o sofrimento dos participantes. Estes indicaram a importância de haver um ambiente terapêutico

adequado, como aquele do qual fizeram parte, que possibilitasse a avaliação das situações

vivenciadas e a elaboração de procedimentos para o enfrentamento das dificuldades, medos e

sofrimentos.

Palavras-chave: Procedimentos de intervenção; Violência; Psicólogos.

INTERVENÇÃO PSICOSSOCIAL ATRAVÉS DE OFICINA DE FOTOGRAFIA NO CONTEXTO

DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DO SUAS

CAROLINE ZANERIPE DE SOUZA

CAIO CEZAR CARDOSO NASCIMENTO

ALESSANDRA VIEIRA SCHETZ

Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos

Processo: Políticas Públicas e Sociais

RESUMO

A Oficina de fotografia ocorreu a partir da parceria entre uma universidade federal e um Centro

de Referência de Assistência Social de Florianópolis, durante uma experiência de estágio em

psicologia, sob orientação da professora dra. Kátia Maheirie. Foi estipulado como público-alvo,

adolescentes que residissem, preferencialmente, no território atendido pelo CRAS. De forma

geral, o objetivo da Oficina era propor um espaço de trocas que promovesse o aumento da

potência de ação dos participantes em relação à vida. De forma específica, objetivou a

apresentação dos serviços do CRAS, a instrumentalização técnica para fotografar e o acesso a

informações sobre os direitos dos jovens enquanto cidadãos brasileiros. Para tanto, formou-se

uma equipe com psicólogos, estudantes de psicologia e um fotógrafo profissional. A oficina teve

frequência semanal e duração de três meses, durante os quais mantivera-se aberta ao ingresso

de novos participantes. Inicialmente, com base na revisão da literatura sobre o tema e nas

necessidades do público atendido pelo CRAS, realizou-se um planejamento com objetivos,

método, cronograma e orçamento da Oficina. A partir daí, foram realizadas divulgações nas

escolas públicas, nas redes sociais virtuais e no próprio Centro. Os encontros foram organizados

de maneira que, em geral, contemplassem três momentos: um teórico-técnico sobre fotografia,

um técnico-prático de fotografia e outro de dinâmicas e discussões. Além disso, eram propostos

desafios fotográficos a cada encontro, com temas que serviriam como base para as dinâmicas e

discussões, sendo eles: identidade, cidade e trabalho. O local de encontro do grupo era o próprio

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CRAS, com exceção de uma saída de campo realizada em um ponto turístico da cidade. Por fim,

foram planejadas e executadas exposições de fotografias produzidas na Oficina - em uma escola

e dois eventos públicos -, e a distribuição de um calendário com as fotos utilizadas nas

exposições para os participantes. Ao final da experiência, foram identificados resultados positivos

para a universidade, o CRAS e o público-alvo. Para este, entendeu-se como principal resultado,

a facilitação do acesso ao Centro, tornando-o uma referência de fato para os jovens participantes,

além de evolução técnica quanto a reprodução e interpretação fotográfica e o acesso a

informações e direitos quanto à estudos, profissão, trabalho e acesso à cidade. A aproximação

entre a universidade e o CRAS, configurou um contexto propício para refletir e compreender

como a teoria científica com suas constantes reformulações e as políticas públicas se

materializam no cotidiano. Tal conjunto propicia, além da reinvenção de intervenções

psicológicas dentro de um processo de ressignificação da própria Assistência Social brasileira,

uma renovação das motivações, ideias e esforços em desenvolver um serviço qualificado e

baseado em um verdadeiro compromisso social.

Palavras-chave: fotografia; adolescentes; CRAS.

O MAPA DE REDE SOCIAL COMO INSTRUMENTO DE INTERVENÇÃO NO CONTEXTO DA

VIOLÊNCIA FAMILIAR: RELATO DE CASO DE UMA EXPERIÊNCIA DESENVOLVIDA NO

CENTRO DE REFERÊNCIA ESPECIALIZADO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (CREAS)

KEYTH DE MORAES

VANDERLÉIA BATISTA

Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)

Processo: Políticas Públicas e Sociais

RESUMO

A violência familiar é toda ação ou omissão que prejudique o bem-estar, a integridade física,

psicológica ou a liberdade e o direito ao pleno desenvolvimento de outro membro da família. Este

fenômeno expressa dinâmica de poder/afeto, nas quais estão presentes relações de

subordinação-dominação, podendo se manifestar de várias formas e com diferentes graus de

severidade, incluindo a violência física, psicológica, sexual e a negligência (Ministério da Saúde,

2001). A violência familiar também deve ser vista como uma das expressões da questão social,

provocada por um modelo econômico excludente e desigual, bem como relacionada a questões

culturais e relações assimétricas de gênero. Tal forma de violência envolve consequências

físicas, psicobiológicas, psicológicas e sociais para a pessoa que a vivencia. Entre estas,

destaca-se baixa-autoestima, sentimentos de insegurança, autoimagem negativa, isolamento

social, dificuldades de relacionamento interpessoal e sintomas de depressão. Neste contexto, as

redes sociais desempenham um papel importante, visto que influenciam o sentimento de

autoestima, identidade e competência do indivíduo (Moré & Crepaldi, 2012). O objetivo do

presente estudo é relatar o impacto da utilização do mapa de rede social pessoal como

instrumento de intervenção no atendimento de uma mulher de 50 anos, que vivenciou violência

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física e psicológica perpetrada pelo filho adolescente, que receberá o nome fictício de Margarida.

A intervenção foi realizada no Centro de Referência Especializado de Assistência Social

(CREAS) do município de Gaspar/SC e desenvolvida por uma equipe interdisciplinar, formada

por Assistente Social e Psicólogo. O instrumento utilizado foi o mapa mínimo proposto por Carlos

E. Sluzki (1997), o qual é sistematizado por um diagrama formado por três círculos concêntricos,

divididos em quatro quadrantes, que juntos constituem a rede social pessoal do informante:

família, amizades, relações de trabalho ou escolares e relações comunitárias e de serviços. O

instrumento foi aplicado por meio de três atendimentos psicossociais que visaram o

preenchimento do mapa. Margarida apresentou vínculos familiares e comunitários frágeis,

contudo, denotou uma rede significativa de amizade. Os resultados demonstraram que, além de

identificar a rede social e afetiva de Margarida, o mapa proporcionou o resgate de sua história

de vida, o fortalecimento dos vínculos familiares, o aumento da autoestima e o fortalecimento de

Margarida, permitindo a esta ter um posicionamento diferente diante da violência vivenciada. No

mais, o mapa possibilitou Margarida conhecer os serviços da rede de Sistema de Garantia de

Direitos do município, percebendo estes como apoio, o que permitiu a garantia de acesso a seus

direitos e maior proteção a mesma. Neste sentido, o mapa de rede social configurou-se um

instrumento de intervenção importante e significativo no contexto da violência familiar.

Palavras-chave: mapa de rede social, violência familiar, instrumento de intervenção.

FATORES DE AJUSTAMENTO EMOCIONAL DOS RESPONSÁVEIS PELA CRIANÇA

ABUSADA SEXUALMENTE

CAROLINE FONTES

CARLOS ALEXANDRE CAMPOS

Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)

Processo: Avaliação

RESUMO

O abuso sexual é um fato mobilizador de todos que o cercam. A criança não procura sozinha

centros especializados de proteção, o que faz com que recaia sobre a família a decisão de

procurar ajuda. Este artigo tem por objetivo descrever os fatores emocionais dos responsáveis

por filhos que sofreram abuso sexual. Participaram deste estudo seis responsáveis com filhos

que sofreram abuso sexual, em que o autor do abuso está afastado do convívio familiar, e que

foram atendidos por programa especializado. Os instrumentos utilizados foram uma entrevista

semiestruturada realizada individualmente e o teste psicológico Escala Fatorial de Ajustamento

Emocional/Neuroticismo (EFN). O abuso sexual com menores apresenta fortes reflexos no

sistema familiar. Na presente pesquisa as mães foram o público que se fez presente como

responsável pelo menor. Mesmo conquistando seu lugar no mercado de trabalho a mulher não

deixou sua posição de guardiã do equilíbrio do lar. Quando a família passa por casos de abuso

sexual, a mulher (mãe) deve se munir de recursos internos para ajudar o menor a enfrentar a

situação. Esta pesquisa trouxe dados de influências internas e externas significativas para as

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reações e tomadas de decisão para a proteção dos filhos. No perfil sociodemográfico as famílias

de baixa renda e de baixa escolaridade tiveram mais que um filho e prevalecem na pesquisa,

porém não se pode generalizar, uma vez que as famílias de classe alta não denunciam ou

recorrem a ajuda de Centros especializados pela exposição que pode comprometer a imagem

social da família, fazendo com que a negligência permaneça em segredo familiar com ameaça e

chantagens. Os fatores emocionais dos responsáveis pelos menores quando se encontram fora

do padrão esperado podem ser prejudiciais para os filhos, ocasionando ao menor sofrimento

pela falta ou pelo excesso de proteção e cuidados, agravando os sintomas de abuso sexual.

Todas apresentaram fatores emocionais alterados, sugerindo comprometimentos dos

mecanismos internos, favorecendo o adoecimento psíquico. A importância de cuidados não

somente com o menor que sofre o abuso sexual, mas também com seus responsáveis, fica

evidente. A maneira de enfrentamento e as reações dos responsáveis são decisivas para definir

o grau de consequências do menor. Destaca- se a importância de um trabalho integrado no

atendimento não somente às vítimas, mas no fortalecimento da rede de apoio às famílias.

Palavras-chave: Abuso sexual. Mães. Fatores emocionais.

LEVANTAMENTO DE NECESSIDADES PARA AMPLIAÇÃO DO PROGRAMA DE

INCLUSÃO DA DIVERSIDADE: RELATO DE EXPERIÊNCIA EM UMA COOPERATIVA

MÉDICA

ELISANDRA PAULINA

Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos

Processo: Grupais e de Mobilização Social

RESUMO

Trata-se de um relato de experiência das atividades realizadas durante o estágio curricular com

ênfase em organizações e comunidade do curso de Psicologia da Universidade do Vale do Itajaí

– UNIVALI. O estágio foi realizado em uma cooperativa médica da região do vale do Itajaí, e

envolveu o programa de inclusão da diversidade, implantado anteriormente na organização. Este

programa tem como objetivo promover um espaço de discussão e reflexão sobre a inclusão da

diversidade por meio de encontros mensais. Após a apreensão das demandas, optou-se em

realizar um levantamento das necessidades da organização para a ampliação do referido

programa. Como objetivo geral elencou-se diagnosticar as principais necessidades em relação

à inclusão social da diversidade e como objetivos específicos: promover o programa de inclusão

da diversidade; levantar as dificuldades vivenciadas pelos coordenadores e colaboradores com

deficiência em relação à inclusão da diversidade e relações de trabalho e analisar as

contribuições, sugestões e percepções do publico alvo em relação ao programa. Para a coleta

de dados utilizou-se entrevistas semiestruturadas com os gestores que possuem colaboradores

com deficiência em seu departamento e foram questionários abertos para os colaboradores com

deficiência. Os resultados demonstraram boa adaptação, inclusão e relacionamento dos

colaboradores com deficiência com a organização e vice-versa. No entanto foram identificados

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alguns fatores a serem melhorados: melhor aceitação da equipe e do gestor em relação à

deficiência e maior conhecimento sobre as limitações de cada tipo de deficiência para favorecer

estratégias de entender a deficiência. O público-alvo também sugeriu alguns temas como

orientação sexual, religião e respeito às diversidades. Ainda sugeriram como estratégias para

ampliação do programa de inclusão da diversidade workshops e vivencias para favorecer a

divulgação do programa. Como sugestões de continuidade das atividades do estágio foram

propostos o acompanhamento aos gestores para melhor resolução de questões relacionadas à

inclusão, bem como a elaboração de material explicativo sobre as deficiências presentes

atualmente na organização.

ABUSO SEXUAL EM MENINOS: ROMPENDO O SILÊNCIO

MABEL FALAVINHA BARAN

ANA PATRICIA A. V. PARIZOTTO

Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)

Processo: Trabalho

RESUMO

Esta pesquisa teve como objetivo identificar o número de casos de abuso sexual em meninos,

atendidos pelo Conselho Tutelar de Joaçaba, comparando com o índice estadual, definir o abuso

sexual e caracterizar estratégias de prevenção. É um estudo descritivo, onde foram observados,

analisados e interpretados dados de abuso sexual em meninos na cidade de Joaçaba e no

Estado Catarinense, ocorridos entre janeiro de 2012 à janeiro de 2013, com idades entre 0 à 18

anos incompletos. A coleta de dados foi realizada por meio do Sistema de Informações para

Infância e Adolescência – SIPIA. Para coleta de dados do referido Estado, foi realizado contato,

via e-mail, com a corregedoria geral da Justiça do Estado. No que se refere a identificação das

vitimas de abuso sexual, na cidade de Joaçaba, do total de casos notificados por algum tipo de

violência sexual, os meninos foram vítimas em 05 casos, em contrapartida 13 meninas foram

vítimas. A maior incidência de casos é dos 05 aos 12 anos, sendo nove casos registrados para

estas idades, apenas dois casos até 05 anos e seis casos entre 12 e 17 anos. Em relação aos

dados do Estado de Santa Catarina, pode-se observar que os números aumentaram

consideravelmente do ano de 2011 (205 casos) para o ano 2012 (499 casos), os casos de

violência sexual em meninos duplicaram de um ano para o outro. Considerando que, segundo o

Instituto Brasileiro de Geografia Estatística – IBGE o estado de Santa Catarina possui 295

municípios, considerando que o município de Joaçaba possui população estimada de 28.398 mil

habitantes e considerando ainda que a população do estado de Santa Catarina estima-se em

6.634.254 milhões de habitantes, sendo assim, conforme dados coletados nesta pesquisa, no

município de Joaçaba foram registrados 05 casos de abuso sexual em meninos em 2012 e no

estado foram registrados 499 casos. A partir destes dados coletados, a incidência é de que há

01 caso de abuso sexual em meninos para cada 13.495 habitantes do estado, e 01 caso de

abuso sexual em meninos para cada 5.680 habitantes do município de Joaçaba. Ponderando os

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dados pesquisados e supondo que para cada município do estado de Santa Catarina, hajam 05

casos registrados durante um ano, sabendo que no estado há 295 municípios o número triplicaria

de 499 casos no estado para 1.475 casos, assim 01 caso para cada 4.498 habitantes. Uma

estratégia é a conscientização da população em geral, por meio de campanhas informativas em

contexto estadual e nacional, enfocando as formas de prevenção, como e onde fazer denúncias.

Em suma, esta pesquisa indicou que há necessidade de mais estudos nacionais, voltados para

violência sexual em meninos, bem como refere que os casos registrados vêm aumentando. E

que muito pouco está sendo feito para modificar esta realidade.

Palavras-chave: Abuso Sexual em Meninos, Violência, Prevenção.

RELAÇÕES AMOROSAS VIA TECNOLOGIAS: ANÁLISE DE UMA PRODUÇÃO

CINEMATOGRÁFICA

LUIZA ELESBÃO SBRISSA

BRUNA MALLMANN BUCCO

ANELIZE SAGGIN ALVES

ADRIANE ROSO

Eixo: A vida na era da Informação, comunicação e tecnologia

Processo: Comunicação

RESUMO

Vivemos a imersão de tecnologias e objetos computacionais no cotidiano de forma onipresente,

período que pode ser denominado de “era das conexões”. As relações afetivas estão passando

por transformações, devido à crescente centralidade que as novas tecnologias de comunicação

e informação adquirem no dia a dia. Nesse contexto, objetivamos promover reflexões acerca das

relações amorosas via consumo das tecnologias. Para tanto, apresentaremos um recorte de uma

pesquisa com viés qualitativo, na qual utilizamos como fonte de análise a produção

cinematográfica Medianeras - Buenos Aires na era do amor virtual (2011). Insere-se no projeto

de pesquisa de nível superior “Saberes, afeto e cultura material: experiências e vozes do

consumo na era das conexões”. A nossa leitura interpretativa parte de uma abordagem

psicossocial que toma as formas simbólicas como construções sócio-históricas. Buscamos uma

conexão entre os mundos subjetivos, intersubjetivos e sócio-culturais, apoiando-nos na Teoria

das Representações Sociais. Podemos tomar o verbo “amar” como uma ação, assim como

qualquer outro verbo. Implicitamente nesta ação, está subentendido que para amar alguém, é

necessário “contato”. Contato que exige proximidade, subtração de distância e, por que não

dizer, contato físico? Porém, a modernidade traz um conceito de “contato”, mais como um

nickname, um número numa agenda, um perfil e caracteres, do que a presença física de alguém.

Será que esse contato virtual pode ser uma linha de fuga para amenizar a solidão? Será que

enquanto se está conectado, esse vazio termina? Os personagens centrais do filme trazem uma

característica em comum, a fobia, que é retratada pela falta de interações sociais e pelo

isolamento. No entanto, o primeiro contato entre eles se dá via internet, através de um bate-papo

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online, onde este acaba por construir um laço inicial, mostrando que a frieza do urbano pode se

aquecer pelo calor da rede. Percebemos que as tecnologias parecem aproximar as pessoas,

mas também as remetem à sensação de não se estar completo. Quando se tem alguém

fisicamente presente e se está sempre conectado com outras ou quando há uma comunicação

virtual, porém, ao mesmo tempo, sente-se a falta de um contato físico - insistindo no vazio.

Todavia, o filme faz um alerta: para que o amor se concretize, o sujeito deve se movimentar para

ser notado e precisa se permitir para entrar em contato com o outro. E é a serviço dessa

movimentação que, em alguns momentos, as tecnologias entram como possibilidades.

palavras-chave: psicologia social, relações amorosas, cinema, tecnologia, internet.

PERCEPÇÃO DE PAIS E FILHOS SOBRE O DIVÓRCIO

DIUVANI TOMAZONI ALEXANDRE

FERNANDA GERMANI DE OLIVEIRA CHIARATTI

TÂNIA WISBECK CIDRAL

Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos

Processo: Políticas Públicas e Sociais

RESUMO

A presente pesquisa foi realizada em uma cidade do Litoral Catarinense, tendo como objetivo

geral identificar a percepção que pais e filhos com idade compreendida entre 10 a 16 anos têm

sobre o divórcio vivenciado por eles. E objetivos específicos: (a) verificar as possíveis mudanças

de comportamento na vida dos adolescentes após o divórcio dos pais; (b) averiguar a percepção

que os cuidadores têm sobre a reação dos filhos perante o divórcio; (c) descrever como ocorre

o relacionamento do adolescente com o progenitor com o qual não reside; (d) comparar a

percepção que pais e filhos têm a respeito de divórcio. Esta pesquisa classifica-se como

quantitativa e qualitativa. Os instrumentos de pesquisa foram dois questionários, sendo um para

os pais e outro para os respectivos filhos. Participaram da pesquisa treze adolescentes e sete

mães e três pais. Os dados referentes às respostas dos adolescentes foram tabulados em forma

de gráficos. As respostas dos pais e mães passaram pela análise de conteúdo. A partir dos

resultados obtidos foi possível descobrir que: (a) as mudanças de comportamento apresentadas

pelos adolescentes após o divórcio dos pais são de rebeldia e negação diante do processo de

separação; (b) na visão dos adolescentes não há possibilidade de reconciliação dos pais; (c) o

adolescente tem contato constante com o genitor que não detém a guarda; (d) pais e filhos, na

sua maioria, assumiram que diante da notícia do divórcio os filhos tiveram uma reação ruim,

assim como ambos concordam que os filhos já se adaptaram à vida após o divórcio. Conclui-se

que nem sempre o divórcio pode ser considerado como fonte de trauma para o filho, por isso é

de extrema importância ambos os genitores manterem contato com o filho e o bom

relacionamento entre os ex-cônjuges, pai-filho, mãe-filho é essencial para o desenvolvimento

emocional, social e cognitivo do adolescente.

Palavras - chave: divórcio, percepção, adolescentes, pais.

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“SAINDO DO ARMÁRIO”: ASSUMINDO A HOMOAFETIVIDADE

ÁLVARO CIELO MAHL

Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)

Processo: Grupais e de Mobilização Social

RESUMO

Ainda hoje existe muito preconceito em relação à homoafetividade e violência contra o

homoafetivo. Portanto, a aceitação própria e o assumir-se para a família e sociedade pode tornar-

se um processo árduo e conflitivo para os homoafetivos, pois precisam enfrentar a cultura que

têm internalizada e ainda o julgamento da sociedade. Assim, esse estudo teve os objetivos de

verificar como ocorreu o processo de descobrir-se homoafetivo, assumir-se frente a família e

sociedade bem como identificar os fatores que facilitariam e dificultariam este processo.

Realizaram-se cinco entrevistas com homoafetivos que têm experiência em se assumir perante

a família e demais pessoas do seu contexto social. Os dados foram avaliados a partir da análise

de conteúdo pela proposição em três categorias: 1 – A identidade homoafetiva; 2 – A família e o

contexto social; 3 – Fatores facilitadores e complicadores de assumir-se. Denotou-se que para

os entrevistados o sentimento de diferença perante as outras pessoas é perceptível na fase da

infância e começo da adolescência, pois, mesmo que não tenham a noção do significado das

palavras heterossexualidade e homoafetividade, percebem-se diferentes das outras pessoas.

Neste processo, a identificação do direcionamento do interesse afetivo sexual para uma pessoa

do mesmo gênero, que acontece independentemente da vontade consciente do sujeito, provoca

sentimentos de confusão e são geradores de ansiedade que podem culminar até mesmo numa

negação de si. Identificou-se que a aceitação própria é o passo mais importante para os

homoafetivos, pois a partir do momento em que se aceitam e se assumem deixam de viver o que

relatam ser uma “vida de mentiras, uma vida escondida”. Neste processo, o apoio da família

surge como fundamental, pois entende-se que é neste que o sujeito busca a compreensão e

ajuda para que sua própria aceitação se concretize. Após contar para a família, ter a

compreensão e ser aceito, o homoafetivo, se sente mais tranquilo e mais preparado para se

assumir para as outras pessoas. À medida que estes sentem que continuam sendo amados e

protegidos pela família, os problemas sociais trazidos pela homossexualidade acabam sendo

menos difíceis de enfrentar. Dentre os fatores que ajudariam no processo de assumir-se perante

família e demais pessoas do contexto social destaca-se ter alguém para conversar que os

entendam e os aceitem. Como aspectos que dificultariam este processo temos: o medo do

julgamento da sociedade e da família, o medo de contar e serem rejeitados, levando alguns a

tentarem mudar e outros a esconder sua orientação sexual. Verificou-se por fim que o assumir-

se homoafetivo tanto para o próprio indivíduo quanto para a família e sociedade pode-se tornar

uma questão difícil, pois o mesmo precisa enfrentar sua própria homofobia internalizada, as

crenças presentes tanto na família quanto na sociedade e o “padrão” de vida em que a sociedade

julga ser correto.

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HABILIDADES SOCIAIS EM PROFESSORES DA EDUCAÇÃO INFANTIL

IÁRA CASTEGNARO

SCHEILA BEATRIZ SEHNEM

ADRIANA DA SILVA

Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos

Processo: Formativos e Educativos

RESUMO

As “habilidades sociais” são caracterizadas como um conjunto de desempenhos apresentados

pelo indivíduo diante das demandas a ele impostas diariamente, refletindo diretamente em suas

relações interpessoais. Tais comportamentos permitem ao indivíduo ter uma interação social

positiva tanto no âmbito pessoal quanto no social. Dessa forma, o desenvolvimento de um amplo

repertório de habilidades sociais acarretará em relações mais saudáveis, indicando ajustamento

psicossocial e expectativas futuras positivas, ao contrário, um repertório social empobrecido

pode constituir sintoma ou correlato de problemas psicológicos. Na infância, o aprendizado das

habilidades acontece pelos modelos que as crianças possuem, sendo a família o primeiro grupo

social que ela é inserida e, posteriormente, a escola. Sendo os professores as referências destas,

ao lado dos pais, faz-se necessário que estes tenham um bom repertório de habilidade social,

uma vez que, em algum momento, eles servirão de modelos a estas crianças e poderão estimular

ou não o desenvolvimento destas ao longo da carreira acadêmica do aluno. Assim, o presente

artigo objetivou identificar o nível de habilidade social dos professores da educação infantil de

escolas das redes particular e municipal do município de Joaçaba. Trata-se de uma pesquisa

descritiva, realizada com 09 professoras participantes, sendo 05 da rede municipal e 04 da rede

particular de ensino do município de Joaçaba, situada na região meio-oeste de Santa Catarina.

Todos os sujeitos entrevistados são do sexo feminino, a grande maioria encontra-se na faixa

etária entre 21 e 29 anos, atuam há mais de 3 anos na educação infantil, com uma média de 16

alunos por turma. Os instrumentos utilizados foram o inventário de Habilidades Sociais e uma

entrevista semiestruturada. De modo geral, os sujeitos obtiveram níveis medianos de habilidade

sociais, demonstrando ter um bom conhecimento sobre o assunto. As habilidades sociais mais

reforçadas pelos sujeitos e sala de aula são: empatia, civilidade, expressão dos sentimentos o

autocontrole e expressividade emocional, habilidades sociais acadêmicas e o fazer amizades,

todavia, ressalta-se a necessidade de se trabalhar a solução de problemas interpessoais e a

assertividade em seus alunos, aspectos estes necessários para uma qualidade de vida em todas

as fases do desenvolvimento. Evidencia-se a importância do desenvolvimento de habilidades

sociais desde a infância, como fator preventivo de comportamentos desadaptativos na vida

adulta e o papel da família e da escola como fatores determinantes nesse processo.

Palavras-chave: Habilidades Sociais. Professor. Criança.

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ATRÁS DAS GRADES: A RELAÇÃO PESSOA-AMBIENTE NO ESPAÇO PRISIONAL

BETTIELI BARBOZA DA SILVEIRA

ROBERTA BORGHETTI ALVES

LUCIANO FRANZIM NETO

ARIANE KUHNEN

Eixo: A vida na era da Informação, comunicação e tecnologia

Processo: Políticas Públicas e Sociais

RESUMO

O objeto de estudo da Psicologia Ambiental (PA) é constituído pelo estudo da interação das

pessoas com os mais diversos ambientes. Tal área propõe um debate a fim de promover

reflexões entre os significados e sentidos atribuídos pelos seres humanos em relação ao meio.

A manifestação da PA se remete ao processo de aprimorar a compreensão acerca do

desenvolvimento humano e a indissociabilidade entre o contexto físico e o sociocultural. Este

trabalho foca nas características inerentes da relação entre a qualidade dos ambientes e a saúde

humana, a fim de que se possa explorar e recriar as características físicas destes ambientes e

torna-las restaurativas. Para ser considerado um ambiente restaurador, de acordo com a Teoria

de Restauração da Atenção, algumas características devem estar presentes, são elas: escape,

escopo ou extensão, fascinação e compatibilidade. Deste modo, apresentam-se como lugares

que permitem a redução de fatores estressantes ao proporcionar equilíbrio e sensação de bem-

estar, o que é referido como capacidade restaurativa do ambiente. Portanto, refere-se a uma

tentativa de se romper com o caráter fechado das instituições prisionais, visto que elas promovem

rupturas profundas com os papeis que os internos desempenhavam anteriormente na sociedade.

Trata-se de um estudo teórico que contempla às seguintes abordagens: fundamentos históricos

e epistemológicos da PA; o espaço prisional e a PA; e os aspectos psicofisiológicos envolvidos

na possível estruturação de um ambiente restaurador no espaço prisional. Percebeu-se que os

estudos recentes sobre esta temática estão ganhando notoriedade e são e interdisciplinares.

Alguns pesquisadores da Psicologia Ambiental indicam que a Teoria da Restauração da Atenção

pode ser importante quando aliada no controle e resposta das pessoas aos episódios de

estresse. É primordial se pensar sob uma ótica que compreenda as especificidades acerca de

um espaço construído, modificado e organizado, que atua como regulador de comportamentos

do sujeito. Com isso, destaca-se aos planejadores dos espaços prisionais a relevância de atentar

para as interações entre sujeito e ambiente, de modo que a elaboração de propostas arquiteturais

deva ser centrada no usuário e nas suas relações sociais, bem como nas implicações ecológicas

das interferências realizadas. Na intenção de ampliar o escopo dos achados em PA, este artigo

esforça-se para problematizar acerca da aplicabilidade dos conhecimentos da área em prol da

melhor qualidade ambiental e, por conseguinte, a melhor qualidade de vida dos usuários no

ambiente prisional.

Palavras-chave: Psicologia ambiental. Espaço prisional. Pesquisa interdisciplinar.

Desenvolvimento humano.

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64

REVISÃO SISTEMÁTICA E INTEGRATIVA SOBRE A MENSURAÇÃO DO APEGO AO

LUGAR

BETTIELI BARBOZA DA SILVEIRA

ROBERTA BORGHETTI ALVES

LUCIANO FRANZIM NETO

ARIANE KUHNEN

Eixo: A vida na era da Informação, comunicação e tecnologia

Processo: Políticas Públicas e Sociais

RESUMO

O apego ao lugar é um dos objetos de estudo da Psicologia Ambiental, formado pelo vínculo de

uma pessoa ou de um grupo com o lugar e pode variar em termos de especificidade, nível

espacial e características físicas ou sociais. Este fenômeno é manifestado por meio do afeto, da

cognição e do comportamento. Trata-se de um conceito novo, com certa diversidade e

divergência entre os autores que o investigam, o que reflete em dificuldades para encontrar e

elaborar instrumentos que o mensurem. Nesta ótica, este artigo de revisão sistemática propõe

analisar as propriedades psicométricas dos instrumentos de medida disponíveis que possuam

evidência de validade e/ou de precisão. Foram investigados 27 artigos, de onde se pode extrair

18 instrumentos de medida padronizados. Os resultados foram organizados em duas categorias

de análise voltados a unidimensionalidade e a multidimensionalidade do apego ao lugar nos

instrumentos de medida. Constatou-se que a maioria dos instrumentos foram construídos

baseados no pressuposto que apego ao lugar é um fenômeno multidimensional. Em relação aos

parâmetros psicométricos, percebeu-se que na maioria dos instrumentos foram realizadas

análises fatoriais como evidências de validade do instrumento e análise da consistência interna

dos itens por meio do alfa de Cronbach. Ressalta-se que não houve o detalhamento de tais

evidências e que em alguns artigos ocorreu a omissão dos resultados, dificultando a análise

minuciosa destas evidências. Salienta-se também que não foi encontrado instrumento sobre este

fenômeno construído ou adaptado para a realidade brasileira. Além disso, nota-se que os

laboratórios de Psicologia Ambiental no Brasil carecem de instrumentos de medida voltados aos

seus fenômenos, ficando essa tarefa para laboratórios de Avaliação Psicológica. Com essa

demanda, torna-se relevante e produtivo a interface entre as linhas de pesquisas destes

laboratórios a fim de criar e/ou adaptar instrumentos relacionado a PA e assim contribuir para o

avanço científico.

Palavras-chave: Apego ao lugar. Psicologia Ambiental. Avaliação Psicológica. Instrumento.

A PSICANÁLISE E A TROCA DE SIGNOS: UMA INTERPRETAÇÃO DO CONTO ‘O SACI’

JOÃO PAULO KOLTERMANN

Eixo: A vida na era da Informação, comunicação e tecnologia

Processo: Comunicação

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65

RESUMO

Em uma era da informação, com destaque à comunicação digital via a escrita e à inúmeras

publicações de Best Sellers em massa no âmbito mundial, a análise de texto pode servir como

uma ferramenta para auxiliar em uma melhor compreensão da subjetividade presente em cada

texto e, assim, em uma melhor compreensão do contexto contemporâneo. O presente estudo

traz como objetivo esclarecer como a técnica psicanalítica pode ir além do consultório e da

análise da fala e ser utilizada como uma base para a interpretação textual e, para tanto, é

elaborada uma análise psicanalítica do conto ‘O Saci’ de Monteiro Lobato. O estudo traz em suas

bases teóricas a compreensão do signo linguístico como a combinação de um conceito com sua

imagem acústica de Saussure, a teoria do inconsciente da psicanálise de Freud, os estudos

sobre contos de fadas de Bettelheim e a compreensão do Lalangue de Lacan aos olhares do

autor Machado. No estudo é elaborada a compreensão do método da substituição de signos

linguísticos, semelhante ao método utilizado na interpretação dos contos de fadas promovida por

Bettelheim, resumindo-se na troca de signos presentes no texto por signos externos ao texto a

partir de uma argumentação com base psicanalítica a fim de elaborar uma versão mais verossímil

a uma realidade subjetiva do texto. O conto ‘O Saci’ trabalhado nesse estudo apresenta um

menino chamado Pedrinho que visita sua vó que mora em um sítio e lá passa por uma aventura

envolvendo-se com seres mitológicos e assustadores. É observado que o objetivo principal

seguido pelo personagem Pedrinho no conto é de conhecer a ‘mata virgem’, essa que é cercada

de perigos da mitologia brasileira. Foi percebido que esses perigos associavam-se a ansiedades

da personagem frente à ‘mata virgem’. Então, pelo método da troca de signos, foi entendido que

essas tensões existiam frente a emergência da sexualidade da personagem Pedrinho,

substituindo o signo 'mata virgem' pela noção da sexualidade da personagem. Desta forma, é

interpretado que o texto dispõem-se como uma forma lúdica de aliviar essas tensões

inconscientes, visto que com o auxílio da personagem Saci, Pedrinho atravessa a aventura do

conto de uma forma segura e, nessa trajetória, ele toma conhecimento da ‘mata virgem’ o

suficiente para aliviar suas ansiedades, finalizando com um retorno seguro à sua casa. Como

visto em Bettelheim, o conto surge como uma forma de auxiliar as crianças que entram em

contato com ele a superarem certas tensões inerentes ao seu desenvolvimento. O estudo conclui

que a interpretação de narrativas, contos ou textos por esse método, cuja base é exclusivamente

argumentativa, pode ser um meio eficaz para estimular questionamentos e reflexões em termos

subjetivos do texto; mas, por outro lado, deixa a desejar pela ausência de fatos precisos e

concretos para conduzir a interpretação de forma mais factível.

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66

INTERAÇÕES DE CRIANÇAS EM SITUAÇÃO DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL NA

CIDADE DE FLORIANÓPOLIS – SC

BEATRIZ PIRES COLTRO

VICTÓRIA LUIZA KONELL

ALINE AKINA ARAI

LUCIANA MACHADO SCHMIDT

SARA ENGEL VOIGT

Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos

Processo: Grupais e de Mobilização Social

RESUMO

A presente pesquisa objetivou identificar o papel das interações criança-criança e entre crianças

e funcionários de uma Casa Lar da cidade de Florianópolis. Os participantes observados na

pesquisa foram oito crianças do sexo masculino, entre seis e doze anos de idade e os

funcionários e voluntários da instituição que as acompanhavam. Foram realizadas observações

naturalísticas diretas, com a técnica de registro cursivo, ao longo de quatro semanas. A partir

dos registros foram elaboradas quatro categorias de comportamentos presentes nas interações:

conversar; brincar; receber apoio e entrar em conflito. As duas categorias predominantes foram

brincar e conversar, sendo brincar o único comportamento observado em que prevalece a

interação com pares. Para os outros três comportamentos, a interação se deu em maior número

com os funcionários e voluntários. Segundo a literatura pesquisada, o acolhimento institucional

de crianças e adolescentes se compõe como medida de proteção aos indivíduos que se

encontram sob situação de risco de violação da sua integridade física, psicológica e/ou sexual,

funcionando como uma estratégia de garantia de direitos da infância e da adolescência. Desse

modo, tem-se enfatizado a importância da atenção e do cuidado ofertados a esses indivíduos,

proporcionando-lhes bem-estar e qualidade de vida, bem como a relevância do incentivo a

atividades de interação social e afetiva. Na presente investigação, os resultados obtidos

demonstram que os adultos que participam do cotidiano das crianças institucionalizadas exercem

papel central nas atividades realizadas por elas na Casa Lar, além de configurarem-se como

integrantes importantes da rede de apoio social e afetivo destas crianças. Notou-se, porém, que

as crianças interagem pouco entre si, o que pode estar relacionado à dificuldade de

estabelecimento de vínculos significativos devido às suas frequentes entradas e saídas na Casa

Lar. É possível que, embora bem atendidos pelos funcionários e voluntários da instituição, essas

crianças precisem de maior incentivo na promoção de interações entre si, através de atividades

programadas que privilegiem o contato e a formação de vínculos entre os pares. Sugere-se um

futuro projeto de intervenção que possa levar esta demanda em consideração.

Palavras-chave: Interação cuidador-criança; Interação criança-criança; Crianças

institucionalizadas; Acolhimento institucional; Observação naturalística.

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O IMPACTO DAS VIVÊNCIAS NO SISTEMA PRISIONAL SOBRE A SUBJETIVIDADE DOS

DETENTOS

TALLITA FRANDOLOSO

Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos

Processo: Políticas Públicas e Sociais

RESUMO

Vivenciamos atualmente a falência do sistema prisional brasileiro, o número de detentos vem

aumentando todos os dias, mas a violência no país e a reincidência de crimes não diminuíram

com o passar dos anos. Ainda que reconheçam a necessidade de encontrar estratégias para

potencializar mudanças nos sistemas prisionais, poucos são os artigos científicos relacionados

a esse contexto. Este artigo teve como objetivo compreender o impacto das vivências no sistema

prisional diante da subjetividade dos detentos, assim como identificar as estratégias utilizadas

pelos detentos para manter sua subjetividade no sistema prisional e entender de que forma

ocorre o processo de institucionalização, nesse contexto, também conhecido como prisionização.

Foram entrevistados detentos da Cadeia Pública de Maravilha, que está localizada no Oeste de

Santa Catarina, com a autorização do administrador da instituição, o local foi escolhido por

conveniência. Os entrevistados assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecimento

para garantir o anonimato e a confiabilidade das informações obtidas. O critério previamente

estabelecido foi entrevistar somente detentos que estivessem seis meses ou mais na instituição

e que fossem reincidentes no sistema prisional. Metodologicamente, foi utilizada uma pesquisa

qualitativa com análise de conteúdo de Bardin (2011), para coleta de dados foram realizadas

entrevistas com questões semiestruturadas. As entrevistas foram gravadas e transcritas para

elaboração da análise. Por meio da análise dos relatos dos participantes, pode-se perceber que

o cotidiano prisional e seu funcionamento impactam negativamente a subjetividade dos detentos,

porém, percebe-se que são utilizadas todas as estratégias possíveis para que o impacto seja

menor, tanto na subjetividade quanto no processo de institucionalização/prisionização, como

principais estratégias utilizadas são enfatizadas a importância das relações com os demais

detentos e o bom convívio. Destacou-se também a importância que a família possui no momento

em que os detentos se deparam sem nenhum tipo de relação com o mundo externo, percebe-se

que a família tem o papel de mediação do detento com a sociedade, o que na maioria das vezes

pode possibilitar aos detentos o sentimento de ainda pertencer ao mundo externo, influenciando

positivamente a subjetividade e o vínculo familiar.

MOTIVOS DE DESLIGAMENTO EM UMA REDE DE SUPERMERCADO DO VALE DE ITAJAÍ

LUANA FERREIRA DE BELÉM

TATIANE LOPES DEARO

Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)

Processo: Trabalho

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RESUMO

Trata-se de um relato de experiência das atividades desenvolvidas durante o primeiro semestre

do estágio curricular supervisionado em psicologia na ênfase Organizações e Comunidade da

Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI, cujo objetivo é aplicar conhecimentos e desenvolver

as competências técnico-científicas e éticas da formação do psicólogo por meio da análise,

intervenção e avaliação da dinâmica dos processos psicossociais, de gestão e de educação, em

organizações e comunidades, em interação com outros profissionais, sendo realizado numa rede

de supermercados localizada no Vale do Itajaí. O estágio foi realizado em parceria com a Gestora

e a Assistente de Recursos Humanos da organização campo de estágio. O objetivo das

atividades do estágio foi investigar os motivos dos desligamentos que ocorreram no período do

ano de 2013 a maio de 2015. Assim, constituiu-se de uma pesquisa documental, onde foram

analisadas as respostas das entrevistas de desligamentos de 154 ex-funcionários. Foram

definidos os conceitos de rotatividade, assim como estudados suas causas e a contribuição da

entrevista de desligamento para a retenção de talentos. Os resultados evidenciaram que os

desligamentos, em sua maioria, são voluntários e 50% dos funcionários atribuem-no a motivos

organizacionais e 50 % por motivos externos. Os motivos organizacionais evidenciados estão

relacionados 36% ao turno de trabalho; 34% ao salário; 15% por não ter oportunidade de

crescimento; 7% relacionamento com líderes e gerentes, 5% com o clima de trabalho e 3%

relacionamento com os colegas de trabalho. Nos fatores externos verificou-se que 42% dos

colaboradores se desligaram da empresa por uma proposta de emprego; 20% por motivos

pessoais não especificados; 18% por mudança de cidade; 9% por motivo de doença; 5% para

cuidar dos filhos; 3% por dificuldade de locomoção; 2% para focar nos estudos e 1% não

responderam a entrevista. A partir das variáveis encontradas nas entrevistas, foi realizada a

reformulação da entrevista de desligamento. Ao participar do processo de desligamento, foram

analisados e identificados fatores que possibilitarão a elaboração de possíveis intervenções,

assim, expandindo o trabalho da psicologia organizacional, de modo a contribuir com os

processos de seleção e retenção dos colaboradores na rede de supermercados.

Palavras chave: Desligamento; Rotatividade; Retenção de talentos.

ATENÇÃO BÁSICA: DESAFIOS NAS RELAÇÕES DE TRABALHO DENTRO DO SUS

JULIANA BEREZOSCHI

ROSANA SCHMITT

ETIENNE ALESSANDRA HAFEMANN

Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos

Processo: Grupais e de Mobilização Social

RESUMO

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O presente trabalho se caracteriza por um relato de experiência na Atenção Básica em Saúde,

tendo como base as diretrizes nacionais propostas pelo Sistema Único de Saúde. De acordo

com a Conferência de Otawa realizada em 1986 no Canadá, “promoção de saúde é o processo

de capacitação da comunidade para atuar na melhoria da sua qualidade de vida, incluindo maior

participação no controle desse processo”. Para a efetivação desse controle, o trabalho articulado

da equipe de uma ESF com os Agentes de Saúde é indispensável, na medida em que são estes

que vão constituir o elo principal que vincula a comunidade aos serviços e atividades oferecidas

pela Unidade de referência. Os agentes comunitários tem um papel fundamental na

implementação da política do SUS, uma vez que estão muito próximos e numa relação muito

íntima com a comunidade: conhecem as famílias, seus costumes e seus problemas. Este

trabalho foi realizado no período de agosto a novembro de 2014, através da disciplina de Estágio

Básico, a partir de uma proposta de trabalho acadêmico via Programa de Educação pelo

Trabalho para a Saúde (PET – Saúde) do Ministério da Saúde e da Educação. A experiência de

estágio deu-se numa Unidade de Estratégia de Saúde da Família, no município de Blumenau,

com o objetivo de identificar os problemas que dificultam a realização do trabalho de agentes

comunitários de saúde. A Unidade conta com duas equipes e seis ACS que desenvolvem suas

atividades em quatro micro áreas no bairro Tribess em Blumenau. A demanda surgiu por parte

da própria equipe multiprofissional da ESF, através de entrevistas abertas realizadas com as

ACS e por observação da autora quanto ao funcionamento da unidade básica de saúde. Foi

utilizado o Planejamento Estratégico Situacional (PES) trabalhado somente com as Agentes

Comunitárias. Esta metodologia proporciona a classificação dos tipos de problemas, a

verificação da resolubilidade deles e descarte dos que estão fora da governabilidade do grupo.

As entrevistas realizadas revelaram dificuldades e facilidades das ACS em trabalhar com a

equipe de Saúde da Unidade, apontando problemas na comunicação, cooperação afetando tanto

o relacionamento profissional quanto o diálogo interpessoal. De acordo com o resultado das

entrevistas, observou-se que o processo de comunicação de informações não ocorria de forma

clara e objetiva, provocando assim condutas contrárias ás quais são esperadas num ambiente

de trabalho que possibilitasse o bem-estar no cotidiano de trabalho. Este trabalho possibilitou um

amplo conhecimento das atividades realizadas pelos profissionais presentes na unidade,

inclusive pelas ACS. O grupo das ACS acatou a instrução de um método onde a autonomia da

resolução de problemas ocorre de forma clara e objetiva dentro das possibilidades existentes no

contexto vivido. Sugeriu-se que diante de nova necessidade este método fosse aplicado com

toda a equipe multiprofiossinal da unidade.

Palavras-chave: Agente Comunitário de Saúde,comunicação,resolução de problemas

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SER OU NÃO SER? A INFLUÊNCIA DA OPINIÃO DOS PAIS PARA O JOVEM AO ASSUMIR

SUA IDENTIDADE HOMOAFETIVA

JANAÍNA FERNANDA KONFLANZ

PAULA CRISTINA TASCA

Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)

Processo: Grupais e de Mobilização Social

RESUMO

A relação familiar e o apoio intrínseco e esperado desta é algo que reflete no comportamento e

sentimento do indivíduo. A família é, para muitos, as pessoas mais importantes de seu convívio,

e seu apoio é sempre desejado, especialmente quando se trata de buscar a aceitação de sua

orientação afetiva. Quando este suporte é negado ou rejeitado, pode causar grande impacto

emocional, e em alguns casos, ainda, causar a negação da própria identidade. Este artigo

abordará questões sobre a influência da opinião dos pais para o jovem ao assumir sua identidade

homoafetiva, busca entender se a visão da família, sua educação e cultura, de alguma forma

influenciam na aceitação da homoafetividade. Com o intuito de compreensão desta influência,

foram realizadas entrevistas semiestruturadas com quatro jovens homoafetivos do gênero

masculino, com idade de 20 e 21 anos, residentes em municípios da região oeste do Estado de

Santa Catarina, e analisadas através da análise de conteúdo de Bardin. A partir disso, tornou-se

compreensível que é complexo para os jovens se perceberem homoafetivos e que fogem a regra

da heteronormatividade, onde ser heteroafetivo é normal e correto, e que a opinião dos pais é

de extrema relevância e tem grande influência para seu desenvolvimento. Eles sentem receio da

reação dos pais e principalmente medo de rejeição, de que um possível afastamento possa ser

ocasionado pela não aceitação. Este sentimento pode ser percebido como uma das causas de

sofrimento e necessidade de esconder seus reais desejos, comportamentos e até sua própria

identidade, pois se verificou, a partir desta pesquisa, que o medo de rejeição faz com que as

pessoas homoafetivas não consigam agir de forma natural, pois são julgadas de forma

preconceituosa pelo fato de terem uma das características da sua identidade como sendo errada,

e isto um determinante do caráter.

Palavras-chave: Homoafetividade. Aceitação. Homofobia familiar. Jovem homoafetivo.

CONTEXTO DE TRABALHO E CUSTO HUMANO NO TRABALHO: UM ESTUDO COM

TRABALHADORES PORTUÁRIOS DE TRANSPORTE

ROSANA MARQUES DA SILVA

LEONARDO SANTOS PEREIRA

BRUNA THAYS DE LIMAS

Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)

Processo: Trabalho

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RESUMO

Esta pesquisa aborda questões relacionadas à saúde do trabalhador, na perspectiva da

psicodinâmica do trabalho, focando os fatores psicossociais de risco no contexto do trabalho

portuário. A psicodinâmica do trabalho fundamenta-se no pressuposto de que os trabalhadores

possuem em si a habilidade de resguardar-se, de buscar por possibilidades e apreender com a

mudança e reconstrução de uma realidade que está posta. Neste sentido, os objetivos do estudo

foram investigar como os trabalhadores avaliam a organização, as relações socioprofissionais e

as condições de trabalho, assim como as principais exigências decorrentes das atividades

executadas. Caracteriza-se como estudo descritivo, de cunho quantitativo. A coleta de dados foi

realizada com 35 trabalhadores portuários de transporte de um terminal privado, por meio da

Escala de Avaliação do Contexto de Trabalho (EACT) e da Escala de Custo Humano no Trabalho

(ECHT), ambas componentes do Inventário sobre Trabalho e Riscos de Adoecimento (ITRA). Os

dados foram analisados por meio de estatística descritiva, sendo utilizado o cálculo de média,

desvio padrão e alpha de Cronbach. Os resultados apontaram na EACT avaliações críticas nos

fatores organização do trabalho e condições de trabalho. Na organização do trabalho, os dados

foram críticos principalmente no que se refere à rigidez das normas na execução das tarefas, à

existência de fiscalização do desempenho e à execução de atividades repetitivas. Analisando

estes resultados, verifica-se que os trabalhadores avaliam que há uma intensa cobrança por

resultados e pelo cumprimento das normas institucionais. Nas condições de trabalho, as médias

mais altas são atribuídas à existência de muito barulho no ambiente de trabalho e às condições

de trabalho oferecem riscos à segurança das pessoas. Na ECHT, o fator custo cognitivo

apresentou classificação crítica, sendo que os resultados de todos os itens avaliados

concentraram-se nas avaliações crítica e grave. Os itens com resultados mais altos e

classificados como estado grave, referem-se a usar a visão de forma contínua, usar a memória

e ter concentração mental. O custo físico também apresentou avaliação crítica, principalmente

nos itens relacionados aos sistema osteomuscular, como usar os braços e pernas de forma

contínua, ficar em posição curvada e usar as mãos repetidamente. A média do custo afetivo foi

satisfatória, sendo que houve média crítica nas questões relacionadas a ter controle das

emoções e ter que lidar com ordens contraditórias. Concluindo, acredita-se que os resultados

deste estudo contribuirão para a empresa pesquisada, favorecendo informações que auxiliem no

planejamento de ações em saúde do trabalhador, assim como na compreensão de alguns fatores

que favorecem o sofrimento e o adoecimento no trabalho, visando à revisão e reformulação de

políticas de gestão do trabalho vigente e de políticas de gestão de pessoas.

Palavras- chave: saúde do trabalhador; fatores psicossociais de risco; trabalhador portuário.

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O DISCURSO DOS PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA SOBRE A

HOMOAFETIVIDADE NO CONTEXTO ESCOLAR

EDINARA ROCHA BERNIERI

FÁBIO AUGUSTO LISE

Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos

Processo: Grupais e de Mobilização Social

RESUMO

A homoafetividade é, de fato, um tema polêmico e complexo. Envolvem questões psicossociais,

valores, interpretações e demais conceitos implicados diretamente com essa minoria na

sociedade que apesar de prezar pelos direitos de igualdade carrega também, posicionamentos

de discriminação e preconceitos em relação aos homoafetivos. Nesse sentido, a investigação a

cerca desse fenômeno torna-se relevante, pois se percebe a necessidade de fazer com que os

professores possam refletir sobre suas visões e ideologias sobre o tema, podendo pensar sobre

a homoafetividade na sua prática profissional no cotidiano do contexto escolar. Este trabalho

objetivou compreender o discurso dos professores de ensino médio sobre a homoafetividade no

contexto escolar. Para tanto, a pesquisa segue um enfoque qualitativo buscando compreender

os conceitos definidos pelos sujeitos acerca do objetivo investigado. Os sujeitos envolvidos foram

oito professores de ensino médio que trabalham numa escola da rede pública de ensino. A coleta

de dados foi realizada por meio de entrevista semiestruturada, e também por meio de um

encontro do grupo focal ambas foram audiogravadas e posteriormente transcritas. Nos

resultados obtidos evidenciaram-se vários sentidos atribuídos a homoafetividade, persistindo,

por vezes, a noção de homoafetividade como uma questão de escolha, outras ainda relacionadas

a algo malígno, como pecado e tida por alguns professores ainda, como algo natural. Evidenciou-

se com o estudo a importância de aprofundar a investigação na questão da preparação dos

professores para o desenvolvimento de um trabalho voltado a esse assunto. Em relação à como

os professores lidam com esse fenômeno na escola a maioria dos professores apresentaram-se

com dificuldade e disseram não tratar desse assunto com os alunos. Foi ressaltada no decorrer

desse estudo a importância do posicionamento dos professores tendo em vista que trabalhar a

homoafetividade no contexto escolar exige a capacidade de perceber as diversidades e poder

visualizar os sujeitos como seres humanos.

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COMPORTAMENTO PRÓ-AMBIENTAL: ESTADO DA ARTE DAS DIMENSIONALIDADES

DO FENÔMENO

ROBERTA BORGHETTI ALVES

DAYSE DA SILVA ALBUQUERQUE

ARIANE KUHNEN

CAMILA KLEIN

NIKOLAS OLEKSZECHEN

Eixo: Vida Moderna, ambiente e sustentabilidade

Processo: Formativos e Educativos

RESUMO

O crescente desenvolvimento urbano, as alterações climáticas e a degradação do meio ambiente

trouxeram preocupações aos pesquisadores, que repercutiram na investigação do

comportamento do ser humano frente à conservação dos recursos naturais e a redução

intencional dos impactos ao meio ambiente causados pela ação do homem, intitulado como

comportamento pró-ambiental (CPA). Tal fenômeno possui terminologias como comportamento

ecológico, comportamento ambiental e comportamento pró-ambiental, o que repercute na

variedade de definições, dimensões e medidas para acessá-lo. Desse modo, a presente revisão

sistemática teve como objetivo identificar as dimensionalidades do Comportamento Pró-

Ambiental (CPA) investigadas por meio de instrumentos de medida. A pesquisa utilizou as bases

de dados Scielo, Lilacs, Pepsic, Science Direct e Sage Publications tendo como descritores:

comportamento pró-ambiental, comportamento ambiental e comportamento ecológico e suas

respectivas traduções em inglês. Foram incluídos apenas artigos empíricos, com trabalho

completo disponível na base de dados, e que utilizaram instrumento de medida para mensurar

a(s) dimensão(ões) que compõe(m) o construto comportamento pró-ambiental (CPA). Realizou-

se a análise a partir de uma sequência de passos e regras: a) pré-análise: leitura exaustiva dos

artigos; b) codificação aberta dos dados, por meio da análise das similaridades e diferenciações;

c) nomeação das categorias de análise, caracterizada pelo processo de identificação de pontos

nodais cuja similaridade possibilitou serem agrupados, e assim foram criadas as categorias; d)

integração final entre as categorias, de forma a construir a teoria fundamentada nos dados.

Foram localizados treze artigos, sendo somente um artigo elaborado em âmbito nacional. A partir

dos achados foram propostas quatro principais categorias que contemplam as dimensões que

foram utilizadas para mensurar o CPA: Ativismo e Comportamento Pró-Social, Consumo verde,

Economia de Recursos, e Lixo. Evidenciou-se a divergência entre os autores acerca da definição

e delimitação das dimensões, principalmente no que tange ao fenômeno ativismo, pois para

alguns autores ele é considerado uma variável preditora ou um fenômeno relacionado ao

comportamento pró-ambiental e para outros é uma dimensão do CPA. Além disso, ao se discutir

ativismo e consumo, considerou-se mais apropriado situá-lo em dimensões distintas, em

decorrência de suas especificidades em termos de comportamentos/ações que o definem.

Percebeu-se proximidade entre ativismo e comportamento pró-social, principalmente por

destacarem maior envolvimento e engajamento socioambiental. No que diz respeito à economia

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de energia e água, os estudos salientam que o consumo adequado e/ou desperdício estão

associados a diversos recursos, o que indica a necessidade de expandir a dimensão para

abarcar outros pontos. Limpeza urbana também se apresenta de maneira restrita, limitando a

possibilidade de apresentação de itens associados à reciclagem e/ou à limpeza em ambiente

doméstico/privado. Tendo isso em vista e se pautando nos resultados desta revisão, sugere-se

a ampliação de estudos que visem o aprofundamento do CPA, principalmente em âmbito

nacional, de modo a expandir a compreensão do fenômeno em contexto brasileiro. Por fim,

conclui-se que o Comportamento Pró-Ambiental é um fenômeno complexo, multifacetado e que

está em processo de construção de seu aporte teórico.

Palavras-chave: Comportamento Pró-Ambiental; Instrumentos de medida; Dimensões.

UM OLHAR SOBRE SUJEITOS E OBJETOS NA ERA DAS CONEXÕES

LUIZA ELESBÃO SBRISSA

DAIANE DE MAGALHÃES TOLENTINO

SILVANA DE OLIVEIRA TATTO

ADRIANE ROSO

Eixo: A vida na era da Informação, comunicação e tecnologia

Processo: Comunicação

RESUMO

Os objetos a todo o momento se fazem presentes na nossa vida, fazendo uma mediação entre

os sujeitos e ao mundo. Eles, portanto, dizem de nós - através da forma intencionada e afetiva

que interagimos com eles, da maneira como nos apropriamos e os usamos, dos lugares que lhes

damos em nossas vidas - e dizem sobre nosso entorno, pois os objetos ganham também um

sentido no social. Vale destacar, que é impossível capturar um objeto em sua totalidade. Por

isso, dizemos que a realidade é construída, correspondendo a uma ação humana subjetiva e

intersubjetiva. Considerando a dimensão da natureza material dos objetos que interage

dialogicamente com as subjetividades, analisaremos alguns objetos presentes na produção

cinematográfica Medianeras - Buenos Aires na era do amor virtual (2011). Traremos um recorte

de uma pesquisa qualitativa, inserida no projeto de nível superior “Saberes, afeto e cultura

material: experiências e vozes do consumo na era das conexões”. Adotamos perspectivas

teóricas distintas – Teoria das Representações Sociais e Cultura Material - empregadas para a

análise, na tentativa de compreender como a representação de certos objetos compõem,

resignificam e transmutam as inter-relações Eu-Outro-Objeto/Mundo na modernidade. Dentre os

objetos analisados, encontramos o livro do Wally, que se torna a grande metáfora do sentimento

de se viver na cidade: a angústia de ser alguém perdido na multidão. Representa também a

procura pelo outro – um amor possível. Os objetos dentro dos espaços privados (apartamento)

dos protagonistas também se constituíram objetos de análise. Esses objetos que vão se

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inserindo, que ora são extensões de seus corpos – mochila, computador, manequim -, ora unem

os dois – cadeira, vitrine, rádio, webcam, computador. Alguns objetos – como o manequim de

Mariana – são personificados, transformando a relação dos personagens com os objetos

inanimados. Os objetos, como a vitrine, os cabos, o computador, também permitem que os

personagens se expressem, conectando-os ao mundo; a fotografia, o planetário, as janelas nas

medianeiras os auxiliam a redescobrir a cidade e a se encontrar com o outro. Especulamos,

portanto, que os objetos, vistos sob uma perspectiva material e simbólica, se abrem para outras

possibilidades, para a criação de modos de resistir ao que aparentemente está posto na

modernidade.

Palavras-chave: Psicologia Social, Representações Sociais, Cultura Material, Cinema,

Medianeras.

SABERES E PRÁTICAS ESCOLARES - A CONSTRUÇÃO DA INFÂNCIA E A

EDUCABILIDADE DA CRIANÇA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

FERNANDA GERMANI DE OLIVEIRA CHIARATTI

DIUVANI TOMAZONI ALEXANDRE

ZILA GOMES DE MORAES FLORES

Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos

Processo: Formativos e Educativos

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo compreender o que é o processo de adaptação da criança na

escola de educação infantil, investigando as práticas escolares que o constituem. A pesquisa foi

desenvolvida a partir de três perspectivas: a) recuperando a construção histórica dessas práticas

(perspectiva histórica); b) recuperando a construção das determinações sociais dessas práticas

(perspectiva sociológica); c) recuperando-as no cotidiano, numa perspectiva

antropológica/cultural. Inicialmente, estão sendo construídos os referenciais teóricos a partir de

trabalhos que analisam a historicidade do conceito de infância, isto é, como ele foi construído

historicamente no e pelo discurso pedagógico, buscando explicitar em que medida esse conceito

de infância está presente nas representações dos professores. O trabalho de campo foi

desenvolvido em uma escola particular de educação infantil do município de Itajaí – Santa

Catarina, para observar as práticas escolares relacionadas ao atendimento das crianças neste

período, ou seja, a educabilidade construída através de determinados saberes e brincares. Os

sujeitos foram crianças com faixa etárias de dois a três anos que freqüentaram a escola pela

primeira vez. Para a produção do material empírico foi um estudo na perspectiva de natureza

etnográfica, com observação participante, entrevistas e análise documental. Os achados

principais apontam que a organização das formas escolares: sujeitos, tempos, espaços e

práticas pedagógicas é fundamental no processo de adaptação, principalmente o papel do

professor, no qual este precisa estar claro o seu papel e sua prática pedagógica. Assim, acredita-

se que estudar o período de adaptação da criança que freqUenta pela primeira vez a pré-escola,

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com faixa etária entre 2 a 3 anos, torna-se mais importante, pois é um dos processos que fazem

parte da cultura e das práticas escolares que necessitam ser conhecidas e pesquisadas para

que se possa receber as crianças de forma a contribuir para a sua autonomia e a socialização.

SUPERAR O FRACASSO ESCOLAR - A AFETIVIDADE: UMA ESTRATÉGIA DE

MOTIVAÇÃO

FERNANDA GERMANI DE OLIVEIRA CHIARATTI

ISABEL REGINA DEPINE

DIUVANI TOMAZONI ALEXANDRE

ZILA GOMES DE MORAES FLORES

Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos

Processo: Formativos e Educativos

RESUMO

Diante das constantes transformações por que vem passando a sociedade atual, um dos grandes

desafios da escola atual é trabalhar os conteúdos escolares de forma diversificada e prazerosa,

com vistas a tornar os alunos motivados a permanecer na escola. No entanto, do modo como os

professores conduzem a maioria das aulas, ou seja, impondo aulas tradicionais onde o

aprendizado se resume ao ato de ler textos e/ou resolver exercícios pré-determinados,

esquecendo de motivar os alunos, e muitas vezes humilhando-os perante os colegas quando

não conseguem resolver determinadas atividades escolares tal como o professor deseja,

acabando assim com a auto-estima dos mesmos, demonstra que muitas vezes os professores

não se preocupam muito em manter esse entusiasmo dos alunos. Diante dessas constatações

desenvolveu-se neste estudo o tema “A motivação para superar o fracasso escolar”. Para dar

conta dessa temática, utilizou-se como embasamento teóricos autores como Almeida (2003),

Cória-Sabini (1986), Dantas (1990), Libâneo (1992), Meira e Antunes (2003), Patto (1996).

Desenvolveu-se um plano de intervenção com os 32 alunos do 3 ano do Ensino Fundamental do

município de Itajaí (SC). Utilizou-se como metodologia, a aplicação de diversas dinâmicas como:

“Você é disciplinado”, “Alfabeto vivo” e “Cometa Halley” para trabalhar a afetividade dos alunos.

Ao final das atividades, concluiu-se que a afetividade exerce grande influência sobre a

aprendizagem, constatou-se também que o psicólogo escolar tem um papel muito importante a

desempenhar no contexto escolar no que se refere a contribuir na melhoria da qualidade do

processo ensino aprendizagem, pois tendo ele uma visão mais ampla a respeito de como se da

o processo de aprendizagem e desenvolvimento humano, pode ele auxiliar o professor a

desenvolver um trabalho mais dinâmico e interdisciplinar em sala de aula, bem como auxiliar o

aluno a superar as dificuldades de aprendizagem que o impedem de aprender e muitas vezes o

levam a desistir de estudar.

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AS VIVÊNCIAS DE PRECONCEITO NO ÂMBITO ESCOLAR

ANDRÉIA ISABEL GIACOMOZZI

NATÁLIA CRISTINA DE OLIVEIRA MENEGHETTI

PRISCILA P. NUNES

Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)

Processo: Terapêutico de indivíduos ou grupos

RESUMO

O preconceito é uma atitude desfavorável em relação a um indivíduo pelo fato de pertencer a um

grupo ao qual são atribuídas características negativas (Allport, 1954) e implica juízos de valor

sobre o outro grupo. O outro, por ser percebido como diferente, pode representar uma ameaça

ao grupo interno, o que justificaria sua discriminação. Neste pré-julgamento, o outro é visto como

inferior, gerando comportamentos de injustiça e desconsideração (Smith & Mackie, 2000). Sofrer

preconceito sempre é prejudicial ao indivíduo, contudo quando ele é experienciado na fase da

adolescencia, suas consequencias podem ser ainda mais prejudiciais. Com objetivo de melhor

compreender tal questão no âmbito escolar, realizou-se estudo quantitativo e comparativo com

692 estudantes de escolas públicas entre o nono ano do ensino fundamental e o terceiro ano do

ensino médio de Florianópolis acerca de vivência de preconceito na escola. Os dados foram

analisados com auxílio do software SPSS versão 17. Resultados: 54,3% dos estudantes eram

meninas e 45,7% meninos, com média de idade de 15 anos e 6 meses com desvio padrão de

1,6. No que tange às vivencias dos participantes, 27,2% dos participantes afirmaram que já

sofreram preconceito no ambiente escolar. Destes, 44, 9% eram do sexo masculino e 55,1% do

sexo feminino, sem associação estatisticamente significativa entre ter sofrido preconceito e o

sexo do participante. Para os que afirmaram ter sofrido preconceito na escola, questionou-se

qual tipo, sendo que 35% afirmou ter sido por causa do peso corporal, 18% preconceito racial,

10,5% homofobia, 9,5% por questões de aparência física, 5% bulling, dentre outros. Realizando-

se cruzamento entre sexo e tipo de preconceito sofrido observou-se que as meninas sofreram

mais preconceito por aparência, peso e homofobia, enquanto os meninos sofreram mais

preconceito racial [χ2 = 22,75; g l= 6; p =.001].

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AS PRÁTICAS EDUCATIVAS DO PROFESSOR NO TEMPO E ESPAÇO ESCOLAR

FERNANDA GERMANI DE OLIVEIRA CHIARATTI

ISABEL REGINA DEPINE

ZILA GOMES DE MORAES FLORES

DIUVANI TOMAZONI ALEXANDRE

Eixo: A vida na era da Informação, comunicação e tecnologia

Processo: Formativos e Educativos

RESUMO

A organização da rotina das atividades da criança na escola é um aspecto de suma importância.

Essa deve ser pensada a partir do planejamento feito pela equipe pedagógica e professores,

traduzida no plano de trabalho ou de aula. A rotina possibilita à criança segurança e domínio do

espaço e do tempo que passa na escola. Assim a presente pesquisa enfocou o tema tempo e

espaço escolar na educação infantil. Evidenciou-se como objetivo essencial, conhecer as ações

e reações das crianças frente ao que lhes é proposto no tempo e no espaço escolar. Para tanto,

envolveu uma metodologia de pesquisa de campo, visando buscar dados reais que comprovem

as causas do problema investigado. Realizou-se uma abordagem teórica, onde se procurou

conhecer sobre o lugar da infância, as práticas educativas do professor, tempo e o espaço

escolar. A amostra trabalhada abrangeu 25 alunos de uma sala de aula do Jardim II, entre a faixa

etária de quatro a cinco anos, do Centro de Educação Infantil, no município de Itajaí (SC).

Utilizou-se como fundamento para a investigação, a observação da prática educativa do

professor, suas atividades realizadas no espaço escolar. Com base nos resultados obtidos,

destacou-se, na experiência escolar, que a professora trabalhava utilizando o parque, histórias,

os desenhos como atividades mais relevantes, com conteúdos de naturezas diversas que

abrange desde cuidados básicos e essenciais até conhecimentos específicos. E a história foi

considerada uma atividade bem freqüente realizada pela professora. A análise realizada mostrou

que tanto os profissionais quanto as crianças quando chegam à instituição infantil encontram

uma rotina diária que é comum a todos os grupos de crianças (hora de entrar na creche, hora de

entrar na sala, hora do lanche, hora do parque, hora da higiene, hora do almoço, hora do

descanso e, assim, sucessivamente até o final do dia). Assim, do ponto de vista da rotina

estabelecida, não é a atividade que determina o tempo, mas o tempo que a determina.

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RODA DE GESTANTES E MÃES DA TAPERA

ROBERTA FERREIRA GASPARINO DA SILVA

Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos

Processo: Grupais e de Mobilização Social

RESUMO

A partir de um projeto piloto desenvolvido pelo Centro de Referencia da Assistência Social -

CRAS Tapera em 2014 com objetivo de reconhecer vulnerabilidades e potencialidades do

território, promover o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários e aproximar jovens

famílias do CRAS, em 2015 deu-se início à Roda de Gestantes e Mães com bebês da Tapera.

A Roda nasce como uma proposta de oficina intersetorial, a fim de facilitar o acesso e integrar

ações entre a rede de atendimento. Jovens gestantes, casais grávidos e mães com bebês de

colo são o público-alvo da oficina, com prioridade às famílias elegíveis para o Programa Bolsa

Família e outros programas de transferencia de renda. Além de oferecer apoio psicossocial às

gestantes e suas famílias, a roda objetiva estimular a participação da figura materna e da figura

paterna no cuidado e proteção dos filhos e demais membros da família; facilitar a troca de

experiência e saberes mediada por profissionais do SUAS e SUS; fortalecer a cultura do diálogo,

a fim de informar e prevenir as diversas formas de violência e estigmatização; proporcionar

acolhida na transição do ciclo de desenvolvimento familiar. Os encontros acontecem

quinzenalmente, com a duração de 2 horas. De acordo com o Mapa de Vulnerabilidade social,

múltiplos fatores colocam ou podem colocar as pessoas em risco social além de características

sócio econômicas. Baixos níveis de escolaridade, acesso a serviços públicos, perfis familiares,

características demográficas, agravos à saúde, gravidez precoce entre outros. Este contexto

demonstra tanto a distância entre o acesso da população às políticas públicas do Estado, como

demonstram quais as prioridades do território para enfrentar as situações de vulnerabilidade.

Neste sentido, o alcance da Roda de Gestantes e Mães da Tapera é avaliado positivamente por

proporcionar um espaço coletivo de acolhida às famílias num território com alta incidência de

fatores de risco social, ampliando as possibilidades de ações preventivas. Entre os temas que

atravessam a Roda destacam-se questões de genero, segurança alimentar e nutricional, direitos

sociais na maternidade e paternidade, planejamento familiar, cuidados e proteção dos filhos,

direitos socioassistenciais, trabalho doméstico e rede de apoio. A Roda de gestantes e mães da

Tapera, ao ser reconhecida como um espaço de pertencimento entre iguais; neste caso, entre

outras mães ou futuras mães que buscam lugar no mundo, potencializa a descoberta de que não

estão sós, que seus temores e preocupações são semelhantes e que trocar experiência as

fortalece e auxilia a produção de novos territórios existenciais.

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EXPERIÊNCIA DE ESTÁGIO NO SERVIÇO DE ATENÇÃO À SAÚDE DE PESSOAS EM

SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA SEXUAL

CHARLENE FERNANDA THUROW

BRUNA DE MELO CUNHA

Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)

Processo: Formativos e Educativos

RESUMO

O presente trabalho visa o compartilhamento da experiência acadêmica através da realização

do Estágio Básico Supervisionado V na Universidade Regional de Blumenau, que tem como

objetivo a realização de um diagnóstico através das ferramentas que estão à disposição do

psicólogo, para efetuar um planejamento e elaboração de um projeto de ação profissional em

psicologia em contextos de promoção de saúde com vistas ao aprimoramento de qualidade de

vida. A instituição concessionária de estágio é o Serviço de Atenção Integral a Pessoas em

Situação de Violência Sexual – SAVS, que realiza a atenção secundária em saúde para vítimas

desta violência e integra a rede intersetorial de enfrentamento da violência na cidade de

Blumenau e possui, como função principal a preservação da vida, a atenção integral em saúde,

sendo tais ações regulamentadas e amparadas através de políticas nacionais, legislações,

estatutos e portarias. O objetivo geral do estágio realizado foi propor projetos de ações que

promovam melhorias para o SAVS, sendo os objetivos específicos: a) Compreender a dinâmica

de atendimento do serviço; b) Compreender o papel do SAVS na Rede de Atenção e Proteção a

Pessoas em Situação de Violência Sexual no município de Blumenau; c) Levantar o perfil dos

usuários do serviço; d) Diagnosticar as potencialidades do serviço e suas fragilidades; e) Buscar

através de bibliografia já produzida informações que subsidiem esclarecimentos sobre a temática

e norteiem a elaboração das propostas de intervenção; f) Propor o projeto de intervenção:

EfetivAção - proposta de ação visando a maior efetividade de atuação do SAVS. Cujo objetivo

será buscar o aprimoramento dos mecanismos estruturais do serviço. Conclusão: Proporcionado

o espaço no Serviço de Atenção Integral a Pessoas em Situação de Violência Sexual, tivemos a

oportunidade de observar, compreender a efetividade de um serviço especializado. Avaliamos

que este estágio nos proporcionou um imenso aprendizado sobre a especificidade de uma

instituição de saúde e sobre o próprio fenômeno da violência sexual que ainda é representado

como um ‘tabu’ na sociedade. Tivemos a oportunidade de observar a relevância do trabalho de

um psicólogo em uma instituição que trabalha na perspectiva multiprofissional. As atividades

desenvolvidas no período de estágio e a busca por referencial teórico da psicologia, de

epidemiologia e de legislação nos proporcionou a correlação e síntese entre teoria estudada em

sala de aula, e pesquisada com a prática no campo de estágio, sendo tal experiência essencial

para nossa formação.

Palavras-chave: atenção secundária em saúde, compartilhamento da experiência acadêmica,

serviço especializado, violência sexual.

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AINDA SOMOS OS MESMO E VIVEMOS COMO NOSSOS PAIS?

RAICA MOTERLE

MURILO CAVAGNOLI

LARISSA DMAIELLA AKKARI KLIMECK KAMMER

Eixo: A vida na era da Informação, comunicação e tecnologia

Processo: Formativos e Educativos

RESUMO

Uma proposta pedagógica propondo um exercício de polifonia e dialogia (BAKHTIN, 2010), num

movimento horizontal, com as disciplinas do semestre e, vertical do curso, coloca os acadêmicos

de Psicologia da Unochapecó desde o primeiro período da graduação em contato com o mundo,

construindo uma visão crítica e científica do mesmo. Diálogos de aprendizagem, esse é o projeto

que expõe os alunos a essa realidade, possibilitando uma experiência prática e teórica, pois os

trabalhos se desenvolvem com as turmas, realizando uma socialização do tema proposto e a

escrita de um trabalho na mesma lógica, integrando os aprendizados, que muitas vezes,

apresenta-se compartimentado na academia. Inseridas nesse contexto, os autores tem como

tema proposto para o semestre de 2014/2, As Relações Virtuais: O Homem e a Tecnologia.

Cursando na data o 2º segundo semestre do curso, que contempla os componentes curriculares

de História da Psicologia II, Psicologia do Desenvolvimento I, Métodos de Observação e

Produção de Conhecimento I e Sociedade e Desenvolvimento Humano o desafio foi lançado.

Diante da problemática realizou-se pesquisas bibliográficas, debates e momentos de reflexão

possibilitando que o tônus do trabalho seguisse sua trajetória através da história da humanidade,

sua interação com a tecnologia e o processo de movimentos que produzem sentidos e

subjetividades, fazendo assim a interface com a Psicologia. Lévy (1998) coloca os humanos e

não humanos como atores nesse rizoma e, nessa rede são compreendidos pelas diferenças,

possíveis linhas de fuga e homogeneidade que possam produzir. Nesse processo de

subjetivação o humano não opera como ator principal, ou seja, os atravessamentos dos híbridos

irão deixar suas marcas e produzir seus sentidos (SIBILIA, 2004). Uma busca incansável pelo

efêmero, turbilhões de informação despejadas em megabytes buscam preencher espaços vazios

de uma interioridade outrora perdida e hoje experienciada em visibilidade excessiva. E nessa

busca, principalmente nas relacionais e subjetivas, a figura do psicólogo é um caminho que pode

levar esses sujeitos a possíveis encontros e a acessar novos devires. A construção desses

saberes psicológicos na atualidade está imerso também na forma como os sujeitos se relacionam

frente à “novidade” tecnológica que hoje media a comunicação, a educação, os negócios, o lazer,

enfim, as relações desse início de século XXI. Nesta sociedade de intensos movimentos, dobras

e lacunas, sendo preenchidas por verdades construídas nesse processo de atravessamentos de

tempos e espaços, talvez há muita informação e pouco conhecimento, muitas experiências e

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poucos sentidos, o contexto contemporâneo convida para que não se tenha limites. Um novo

sujeito surge dessa equação, um sujeito que pode se desvelar e se dizer, sem se mostrar, que

usa a tecnologia, que ao mesmo tempo que potencializa e realiza, transborda num mundo

superficial, onde o básico falta e essa realidade virtual, tão presente e corriqueira para alguns,

continua sendo um imenso campo dos sonhos para outros. O papel da Psicologia nesse

momento histórico é ímpar, tendo como meta um sujeito mais saudável e em equilíbrio pela

alteridade e empoderamento, sejam estas adquiridas no mundo virtual ou não.

Palavras – Chaves: Relações Humanas, Tecnologia, Psicologia

UM BREVE OLHAR CRÍTICO SOBRE A SAÚDE DA MULHER E A PRÁTICA DA

PSICOLOGIA

JULIANA MARION

CAROLINE RUBIN ROSSATO PEREIRA

Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos

Processo: Políticas Públicas e Sociais

RESUMO

Ao analisar historicamente o “ser mulher”, percebe-se que, até meados de 1970, esse “ser”

estava colado à imagem de esposa e mãe, a qual devia prestar obediência e dedicação exclusiva

ao marido, filhos e lar. Essa concepção esteve presente também no âmbito da saúde, onde a

saúde da mulher tomava como perspectiva seu corpo, percebido como um corpo de reprodução

e com ações voltadas à gestação, fazendo com que a esta ficasse sem assistência durante a

maior parte de sua vida e enfatizando a visão da mulher como mãe. Partindo disso, o presente

trabalho tem por objetivo promover uma reflexão sobre a política de saúde da mulher e a possível

contribuição da psicologia acerca deste tema no campo da saúde coletiva. Para que esse fosse

alcançado, foi realizada uma revisão não sistemática da literatura, incluindo artigos, livros e a

Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher. Os autores investigados e a própria

Política Nacional apontam para uma modificação da concepção social da mulher, que atualmente

vem sendo desvinculada da função de mãe (reprodutora) e esposa (dona de casa). Ao assumir

um lugar de sujeito de direito, passa a exigir a ampliação da visão de sua saúde, que agora deve

assistir todos os ciclos de sua vida. Dessa forma, a política da saúde da mulher deve ter como

base uma atenção integral e humanizada, relacionada com o seu contexto de vida, contemplando

as particularidades das mais diversas faixas etárias e grupos populacionais. Além disso, deve

acompanhar a mudança do papel da mulher na sociedade e prezar por uma atuação baseada

em uma concepção biopsicossocial de saúde, que olha para além do corpo reprodutivo da

mulher. Nessa perspectiva, o profissional deixa de ocupar um lugar de detentor de técnicas e do

saber, passando a portar-se como potencializador do desenvolvimento pessoal e social dos

usuários. No entanto, é importante questionar a efetividade dessa proposta de modificação da

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visão sobre a saúde da mulher. Na revisão de artigos realizada através da base de dados Scielo

Public Health, grande parte dos artigos encontrados através do indicador “woman” and “health”

possuíam ainda como foco a reprodução (aborto, métodos contraceptivos, gestação, parto) e a

saúde biológica. Dessa forma, este trabalho busca refletir sobre a viabilidade e a efetivação da

proposta de uma atenção "biopsicossocial" às mulheres brasileiras na saúde pública atualmente.

Palavras-chave: Políticas públicas; Saúde da mulher; Psicologia da Saúde.

A SAÚDE DA CRIANÇA E A PSICOLOGIA: PROBLEMATIZANDO AS DIFERENÇAS DE

CLASSE SOCIAL

JULIANA MARION

CAROLINE RUBIN ROSSATO PEREIRA

Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos

Processo: Políticas Públicas e Sociais

RESUMO

O Programa de Saúde da Criança visa à promoção e à proteção da saúde das crianças do Brasil.

Em resumo, entende-se que as ações voltadas para a saúde da criança devem ter o

compromisso de promover a qualidade de vida e o cuidado necessário para que essas possam

se desenvolver biopsicossocialmente. Partindo disso, esse trabalho tem por objetivo refletir sobre

a importância do Programa de Saúde da Criança e a atenção dedicada às crianças de diferentes

classes sociais. Para que esse fosse alcançado, foi realizada uma revisão não sistemática de

artigos e livros sobre a temática, além da legislação correspondente à atenção à saúde da

criança. Por estarem sujeitas a diversas condições externas desfavoráveis, como a escassez de

recursos alimentícios, moradias muitas vezes precárias, os adultos cuidadores precisando

trabalhar fora de casa para garantir a sobrevivência familiar e deixando as crianças com

parentes, vizinhos ou sozinhas, pode-se inferir que crianças das classes populares estão mais

sujeitas a terem seus direitos violados. É importante dar suporte e possibilidade para que essas

crianças se desenvolvam de maneira saudável e com igualdade de oportunidades que as

crianças de classes mais favorecidas. Em resposta às políticas públicas dirigidas às crianças,

entre elas a Saúde da Criança, a família de baixa renda é constantemente visada e avaliada

pelos atores dos serviços de saúde e assistência social. Nesse sentido, as equipes da rede de

saúde devem garantir que os objetivos das políticas sejam compridos, contudo, essa prática

ocorre predominantemente junto às camadas mais pobres da sociedade. Assim, cabe ressaltar

que é igualmente importante questionar-se acerca da atenção conferida à saúde da criança de

classe média/alta. A saúde da criança da classe média/alta depende da escolha de seus

familiares, mais especificamente dos pais, que são geralmente vistos como responsáveis legais.

Logo, considerando-se haver uma cisão no âmbito da saúde da criança, estando essa dividida

de acordo com sua classe social. A partir daí, pode-se pensar nas diferenças da atuação do

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psicólogo em cada uma dessas realidades e população alvo. Assim, percebe-se que o Estado

promove a proteção às criança das camadas populares, para as quais as políticas públicas

buscam garantir um desenvolvimento saudável longe da violência, mas reserva à família das

classes mais altas o dever e direito de cuidar integralmente de suas crianças. Com isso, parece

esquecer-se das violências que podem ocorrer no seio familiar independentemente de seu

contexto socioeconômico.

Palavras-chave: Políticas públicas; Saúde da criança; Psicologia da saúde.

SAÚDE DO HOMEM E AS IMPLICAÇÕES DA CONCEPÇÃO SOCIAL DO “SER HOMEM”

JULIANA MARION

CAROLINE RUBIN ROSSATO PEREIRA

Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos

Processo: Políticas Públicas e Sociais

RESUMO

A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem parte da importância de se romper

com a percepção dos homens de que cuidar da saúde é um ato incompatível com a

masculinidade. Tal percepção Enfatiza, assim, os aspectos educacionais e o acolhimento dessa

população nos serviços de saúde. Partindo disso, o presente trabalho tem por objetivo refletir

sobre o “ser homem” e a importância da política de saúde para essa parcela da população. Para

que esse objetivo fosse alcançado, foi realizada uma revisão não sistemática da literatura,

incluindo artigos e livros sobre a temática, além da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde

do Homem. Não há como pensar em uma política para a população masculina sem considerar

que “ser homem” é algo bastante heterogêneo e dependente de variáveis socioculturais. A

significação do feminino e do masculino são frutos de um processo social constante de

construção e transformação, sendo os comportamentos concebidos como “másculos” derivados

de modelos historicamente construídos. A agressividade é constantemente relacionada ao sexo

masculino e mantém estreito vínculo com grande parte dos comportamentos de risco emitidos

por essa população. Ainda, a precariedade da cultura do cuidado à saúde entre os homens

também parece estar relacionada à imagem social do “ser homem”. Em decorrência disso, as

representações sociais sobre a masculinidade auxiliam a compreender a pouca procura por parte

dos homens por assistência nos serviços de saúde. Tal realidade repercute de modo na vida dos

homens, colocando muitas vezes o dito “sexo forte” em situação de vulnerabilidade à violência e

ao adoecimento. Com isso, pode-se pensar que cabe à psicologia desenvolver estratégias que

visem a desconstrução dessa imagem social do homem que tanto ameaça a saúde e a vida

dessa parcela da população. Por estar tão fortemente ligada a crenças machistas, a educação e

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a conscientização da população quanto aos fatores de risco e a importância de se buscar os

serviços de atenção à saúde se fazem necessários.

Palavras-chave: Políticas públicas; Saúde do homem; Psicologia da saúde.

REPERCUSSÃO DA TRAIÇÃO NA VIDA DA MULHER

ANGELA MARIA BAVARESCO

DAIANE FONTANARI SCHEIBLER

DAIANA DENIZE NICLOTI

MARISETE CAMINI

Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)

Processo: Formativos e Educativos

RESUMO

O presente trabalho discorre sobre a repercussão da traição na vida da mulher. Esse trabalho

objetivou verificar a repercussão da traição na vida de mulheres que possuíam relacionamento

amoroso. Como objetivos específicos, identificar os sentimentos vivenciados pelas mulheres

após a separação; verificar os motivos apresentados às mulheres para a traição; analisar as

decisões tomadas pelas mulheres para a vida a partir da ocorrência da traição e avaliar a

recorrência da traição nos relacionamentos amorosos das mulheres. Utilizou-se no estudo a

pesquisa qualitativa, com entrevista, e, como instrumento de coleta de dados o questionário

semiestruturado. Como participantes tem-se quatro mulheres, de idades entre vinte e cinquenta

anos, com base nesses dados complementamos a pesquisa utilizando uma análise de conteúdo

de Bardin. A infidelidade é um tema muito complexo, que gera sentimentos e atitudes

diferenciados em cada indivíduo. Constatou-se que algumas pessoas traem seus parceiros como

forma de fortalecer seu ego, sua autoestima, outras traem para satisfazer algo que está

incompleto na relação com o parceiro. Foi possível ainda identificar que, as participantes,

inicialmente constituíram um vínculo amoroso com seus parceiros com o desejo de serem felizes,

novas realizações pessoais e conjugais. Porém, com a ocorrência da traição vinda de seu

parceiro, esses planos foram rompidos, gerando angústia, sofrimento, dor e baixa autoestima.

Percebeu-se que essas mulheres devem enfrentar esse processo de perda, porque é necessário

que a pessoa conviva com esses momentos de “luto”, para posteriormente se recuperar. Porém

sabe-se que, esse processo não acontece de imediato, isso requer tempo e paciência. Conclui-

se que, a vida dessas pessoas é repleta de sentimentos negativos, mas com a busca de um

tratamento psicológico que, engloba também, a resiliência de cada indivíduo, poderá haver um

alívio das tensões, medos e angústias relacionadas à infidelidade, principalmente no que se

refere às participantes que relataram serem “injustas” com seus atuais parceiros em decorrência

da traição que sofreram nos relacionamentos anteriores.

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IMPLANTAÇÃO DE UMA REPÚBLICA PARA ADOLESCENTES EM VULNERABILIDADE

SOCIAL NO MUNICÍPIO DE MARAVILHA/SC

FERNANDA UNSER

LISANDRA ANTUNES DE OLIVEIRA

Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos

Processo: Políticas Públicas e Sociais

RESUMO

É fundamental desenvolver o cuidado integral (social, emocional, psicológico, educacional,

profissional e de saúde) dos cidadãos. Em virtude disto, este trabalho tem como objetivo mostrar

e explorar orientações a nível Federal sobre o serviço da república para adolescentes que

completaram dezoito anos e passam a ser desligados das famílias acolhedoras ou desvinculados

da adoção e que não tenham possibilidade de retorno à família de origem. Com a implantação

da república, poderá contribuir na promoção e prevenção da saúde mental e física; incentivar o

desenvolvimento da autonomia financeira e emocional e oferecer um suporte para estas;

orientação para que essa fase pré e pós desligamento seja bem assistida e disponibilizar um

espaço físico que atenderá as necessidades de um lar - previsto por lei e caracterizado como

direito fundamental. Também possibilitar o compartilhamento de experiências com outros

adolescentes e com os profissionais que prestarão serviços, permitindo também um melhor

desenvolvimento pessoal e profissional. Esta pesquisa, de caráter qualitativo, ocorreu a partir da

coleta de dados, obtidos por meio de roteiro estruturado com três adolescentes que estão em

famílias acolhedoras, com idades entre dezesseis e dezessete anos, da cidade de Maravilha,

Santa Catarina. O método utilizado para explorar os dados foi qualitativo, que busca

compreender os significados e as características situacionais. Por meio desta pesquisa,

compreendeu-se que é fundamental ter um serviço para auxiliar os adolescentes a fim de garantir

sua integridade e segurança, já que é essencial propiciar ao adolescente capacidade de

profissionalização, aprendizagem e questões financeiras mínimas para uma vida confortável,

levando em conta toda a sua vivência anterior e posterior ao desligamento da família de origem

e instituição. Portanto, constata-se a importância de voltar o olhar para esses adolescentes e

buscar que as leis em nível de Constituição Brasileira possam ser realmente exercidas em prol

dos adolescentes, procurando contribuir para um desenvolvimento integral saudável.

Palavras-chave: República. Vulnerabilidade Social. Adolescentes. Saúde mental social.

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A PRÁXIS DO PSICÓLOGO NAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE UM CAPSAD DE SANTA

CATARINA

CAMILA PARAVISI FRIZZO

ISABELLA KSZANI DOS SANTOS

Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos

Processo: Políticas Públicas e Sociais

RESUMO

O Centro de Atenção Psicossocial está inserido dentro das políticas públicas atuais em saúde

mental, que tem como objetivo a assistência a partir de cuidados em âmbito extra-hospitalar e

redução do número de leitos nos hospitais psiquiátricos, passando assim de um modelo

hospitalocêntrico para um modelo assistencialista de cuidado. A partir disso, este trabalho

buscou identificar as possibilidades e limitações da atuação do psicólogo no campo das políticas

públicas de saúde mental em um Centro de Atenção Psicossocial para Álcool e outras Drogas –

CAPSad, e foi elaborado para a disciplina de Psicologia Comunitária do curso de graduação em

Psicologia do CESUSC. A metodologia utilizada consistiu em observação participante e a

realização de uma entrevista semiestruturada com a psicóloga local, além de correlacioná-las

com artigos encontrados sobre a atuação do psicólogo neste contexto. Foi possível observar que

o CAPSad atua em uma lógica de redução de danos e oferece atividades como: oficinas,

acolhimento, atendimentos psicológicos e construção de um projeto terapêutico. O psicólogo

deve ter uma escuta qualificada e postura acolhedora, dando subsídios para que o sujeito busque

uma cidadania emancipatória e assim favoreça uma maior autonomia e promoção de direitos.

Assim, além de ter o conhecimento específico, o profissional deve ter sua função atrelada a um

trabalho multidisciplinar e intersetorial. Encontraram-se limitações no âmbito das políticas

públicas no que se refere à ausência de um CAPSad III, o que possibilitaria quantitativa e

qualitativamente um melhor cuidado com os usuários. No entanto, exalta-se que há uma tentativa

cada vez maior de articulação de rede, promovendo uma troca de informações entre, por

exemplo, unidades básicas de saúde e a saúde mental. Portanto, nota-se que a atuação do

psicólogo é importante não só no serviço, mas também dentro das políticas públicas, para que

haja um movimento de mudança e de ampliação de suas potencialidades.

PALAVRAS-CHAVE: CAPSad, Saúde Mental, Políticas Públicas, Articulação de Rede,

Acolhimento.

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VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: UM ESTUDO ACERCA DA VIOLÊNCIA VIVIDA NA INTIMIDADE

DO ESPAÇO PRIVADO

CAROLA JORGE RIFFEL

Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)

Processo: Avaliação

RESUMO

A violência contra a mulher ainda é preocupante, mesmo existindo ações e leis que protejam

essas mulheres, poucas são as que têm coragem de denunciar, permanecendo em silêncio.

Dessa forma, o presente trabalho tem como proposta realizar um estudo sobre a violência

doméstica contra a mulher no espaço privado, na sua moradia, enfatizando os motivos que levam

as mulheres a não realizar a denúncia de seu agressor, compreendendo que esses motivos são

bastante relevantes para essas mulheres que sofrem a agressão, sendo, muitas vezes, mais

forte do que a vontade de denunciar seu agressor. A pesquisa desenvolvida será por meio da

abordagem qualitativa e revisão bibliográfica, assim a coleta de dados ocorrerá por meio de

livros, artigos científicos presentes na base de dados da SCIELO, dentre outras bases, revistas

que abordam sobre o tema para que se possa compreender os verdadeiros motivos e fatores

que possam estar influenciando a permanência da mulher nessa relação, levando-as a não

denunciarem seu agressor. A violência contra a mulher ainda é um assunto bastante atual, uma

vez que esse ato permanece em evidência na sociedade contemporânea, e elas continuam a

sofrer tanto fisicamente como psicologicamente. Deste modo, percebe-se a dificuldade de

realizar a denúncia por diversos motivos, já que elas vivem um sofrimento dentro da própria casa

e não conseguem se libertar. Uma dor que pode ser tanto física como psicológica, como se

estivesse em um ciclo de violência do qual não consegue sair. Ponderamos, no entanto, que as

motivações que impedem as denúncias se dão nas práticas do cotidiano vividas, muitas vezes,

na intimidade familiar, embora também fora dela, pois existe o medo, a vergonha, a dependência

financeira, a crença de que o marido pode mudar, então, a escolha pela denúncia representa um

processo que essa mulher precisa vivenciar até sentir-se pronta e segura para realizar.

Palavras-chave: violência doméstica, mulheres, denúncias.

PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA: REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE BENEFICIÁRIOS DA

CIDADE DE ERECHIM-RS

SUZANA CARLA PELIZZA

FELIPE BIASUS

Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos

Processo: Políticas Públicas e Sociais

RESUMO

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O Programa Bolsa Família (PBF) é um programa de transferência de renda, que beneficia as

famílias em pobreza e extrema pobreza no Brasil. Foi criado em 2004 com a unificação de outros

projetos de transferência de renda já pré-existentes. O PBF já é objeto de estudos científicos em

outras regiões brasileiras que apontam a percepção dos participantes sobre o programa é de

ajuda, sendo o dinheiro advindo do PBF um complemento a outras fontes de renda da família,

que deve ser recebido pela mulher gerando equidade nos papéis de gênero na família. A

pesquisa teve como objetivo descrever as representações sociais do programa bolsa família para

beneficiários da cidade de Erechim. A coleta de dados foi realizada através de entrevista

semiestruturada com 40 beneficiários do PBF. Através do relatório de cadastro das famílias

beneficiadas foi realizado sorteio para composição da amostra. Cada família cadastrada recebeu

um número, iniciando em 1 até n (conforme número total de famílias beneficiadas), foram

sorteados 40 números para compor a amostra. Esta quantidade foi definida com base em

estudos de representação social com grupos homogêneos, os quais apontam para uma

saturação de informações a partir da 20ª entrevista. Todos os participantes assinaram Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido. Os dados textuais oriundo das entrevistas transcritas foram

analisados com o software Alceste que realiza uma análise de classificação hierárquica

descendente e permitiu uma análise lexicográfica do material textual oferecendo contextos que

são caracterizados pelo seu vocabulário e pelos segmentos de textos que compartilham esse

vocabulário. Os resultados deste apontam para uma representação social vinculada a duas

ideias principais: ajuda e condições. Destacam a importância do programa na manutenção da

família, no acesso a serviços e direitos, estando condicionada a características e

comportamentos, tanto na realização do cadastro único, condição inicial para buscar o benefício,

como a participação em atividades nos CRAS, acompanhamento de saúde e a frequência escolar

dos filhos.

O PROCESSO DE INCLUSÃO DE ESTUDANTES COM TRANSTORNO DO ESPECTRO DO

AUTISMO NO ENSINO SUPERIOR

ALINE AKINA ARAI

PATRÍCIA MUCCINI SCHAPPO

Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos

Processo: Políticas Públicas e Sociais

RESUMO

Representando um dos maiores desafios ao processo de inclusão escolar, a presença de

pessoas com transtorno do espectro do autismo (TEA) no ensino superior é uma realidade

recente. Segundo dados da pesquisa de Lins (2014), temos um número muito pequeno de

estudantes com TEA nas universidades públicas federais. Nesse trabalho, busca-se compartilhar

os trabalhos desenvolvidos pela Coordenadoria de Acessibilidade Educacional (CAE) da UFSC

no tocante à remoção de barreiras à participação de três estudantes com TEA que estão

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matriculados em cursos de graduação dessa universidade. Os estudantes com TEA participaram

de reuniões semestrais de acompanhamento no que se refere à acessibilidade educacional. Na

ocasião os estudantes apontaram suas necessidades específicas, como a necessidade de

receber informações mais detalhadas pelos professores e coordenação do curso, ter uma

organização prévia das aulas e de ser inserido em pequenos grupos para as atividades

acadêmicas. Da mesma forma, são realizadas reuniões com os coordenadores dos cursos e os

professores, os quais recebem orientações sobre a importância da antecipação das informações

e detalhamento das atividades e procedimentos. Nesse contexto, verifica-se a importância da

participação dos professores no processo educacional dos estudantes com TEA, sendo parte

fundamental para a construção de práticas inclusivas. A construção de uma prática inclusiva

requer, portanto, um olhar para as diferenças e ações que sejam coerentes com as necessidades

apresentadas pelos estudantes com TEA. Além disso, no que tange às condições de

permanência dos estudantes com TEA no ensino superior, a situação se agrava à medida em

que poucas pessoas possuem um conhecimento legítimo sobre a condição, tornando mais difícil

para os educadores do ensino superior estimarem as dificuldades encontradas pelos alunos com

autismo. Por outro lado, também pode ser difícil para educadores da educação superior entender

porque adequações nas atividades acadêmicas deveriam ser realizadas, uma vez que não estão

familiarizados com as implicações de tal deficiência (Taylor, 2005). Para tanto, a CAE propõe um

trabalho colaborativo junto aos cursos de graduação e programas de pós-graduação, visando

construir uma universidade que entende e atende as diferenças. Ao avaliar as barreiras e se

buscar formas de promover a inclusão destes estudantes, ficou evidente a importância de

estratégias como a formação docente, a orientação à comunidade universitária e a flexibilização

de estratégias pedagógicas e dos dispositivos acadêmicos.

EQUIPE REFLEXIVA: UMA INTERVENÇÃO TERAPÊUTICA COM BASE NA PERSPECTIVA

CONSTRUCIONISTA SOCIAL.

MILENA CAROLINA FIORINI

Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)

Processo: Terapêutico de indivíduos ou grupos

RESUMO

Este estudo tem como objetivo apresentar o conceito e a estrutura da equipe reflexiva,

intervenção pós-moderna utilizada no contexto da terapia familiar sistêmica. A partir da década

de 1990, algumas abordagens dentro do contexto da teoria familiar sistêmica passaram a adotar

os pressupostos do construcionismo social. A perspectiva construcionista social fundamenta-se

na ideia de que a realidade é construída por meio das relações psicossociais e da prática do

discurso social. Na prática terapêutica, o construcionismo social assinala uma nova postura do

terapeuta, que deixa de assumir o papel de especialista para adotar a conduta do “não saber”.

Essa perspectiva enfatiza, entre outros aspectos, o poder da interação social na geração de

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significados para as pessoas, a postura de co-construção entre terapeuta e cliente, o foco na

ação, a atenção às potencialidades do cliente e a conversação como principal prática de

intervenção. O surgimento das equipes reflexivas foi fruto do trabalho de Tom Andersen (1991)

e orientado pelo que o autor denominou de processos reflexivos. A concepção inicial foi

decorrente de certo desconforto do autor e sua equipe em relação às intervenções terapêuticas

predominantes até então, que enfatizavam as hipóteses e interpretações do terapeuta em

relação ao cliente como formas exclusivas de enxergar o problema. A estrutura da equipe

reflexiva pode apresentar variações em seu modo de funcionamento, porém prevê, basicamente,

um momento da sessão terapêutica em que tanto o(s) terapeuta(s) quanto o(s) cliente(s) ouvem

as reflexões de uma equipe de terapeutas que assiste à sessão. As premissas fundamentais são

baseadas na reflexão como uma maneira de construir novos significados para os problemas

apresentados pelo(s) cliente(s) e na multiplicidade de possibilidades para compreende-los. Este

estudo apresenta um caráter eminentemente teórico, sendo que o método envolveu uma

pesquisa bibliográfica realizada em livros e artigos científicos que abordam o tema em questão.

Como resultado, espera-se que a concepção do trabalho terapêutico envolvendo equipes

reflexivas se apresente como uma estratégia relevante de intervenção para a prática da terapia

familiar sistêmica.

VIVÊNCIA GRUPAL NA FORMAÇÃO EM PSICOLOGIA

EDUARDO RAMIRO PORN DE MORAES

ANA PAULA VARNIER BRAGÉ

Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)

Processo: Grupais e de Mobilização Social

RESUMO

ste trabalho constitui um relato de nossa experiência na disciplina Oficina de Vivência Grupal, do

curso de graduação em Psicologia da UNOCHAPECÓ. Nesta disciplina protagonizamos a práxis

grupal, com ênfase na inserção crítica, postura ética e compromisso da psicologia em dinâmicas

experienciadas por coletivos. Para isso, fomos desafiados no exercício teórico-prático, ou seja,

na aplicação técnica e supervisionada, onde o grupo (a turma) pudesse construir coletivamente

um espaço de troca de vivências e de apreensão das demandas grupais. A leitura desses

processos foi embasada na ótica de sujeito fenomenológico, sob o prisma do Psicodrama,

compreendendo o homem como ser que nasce com qualidades inatas de espontaneidade e

criatividade, que aos poucos vão sendo cristalizadas por um conjunto de delimitações que

constituem a conserva cultural. A partir daí formaram-se duplas para aplicação de jogos

psicodramáticos, sendo que cada dupla foi avaliada pela prática de direção e pelo relato da

sessão, devendo esta estar estruturada e embasada teoricamente. As etapas de um jogo

psicodramático contemplam o aquecimento inespecífico e específico, como fases de apreensão

do clima afetivo do grupo, garantindo o envolvimento para a dramatização; a dramatização, onde

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o grupo revivencia suas experiências através do “como se”, para que possa ressignificar os

sentidos que investe em seus papéis; o compartilhamento, onde ocorre a participação

terapêutica do grupo, na qual todos tem a oportunidade de expor sentimentos, vivências, conflitos

que lhe tocaram. No processamento realizado após as vivências fizemos leituras teórico-práticas.

Na relação télica existe a “mútua disponibilidade de duas pessoas capazes de se colocarem uma

no lugar da outra”, ou seja, realizar uma inversão de papéis. A matriz de identidade é a placenta

social do indivíduo, seu lócus desenvolvimental, afetivo e social. Espontaneidade e criatividade

implicam reinaugurar existências, dando respostas inéditas ou transformadoras para situações

antigas. No decorrer das aulas vários contrastes pessoais, morais, profissionais foram

emergindo, sendo acolhidos e trabalhados juntamente com o grupo. O propósito da disciplina

não é apenas de aprendizagem, mas a percepção do outro e do grupo com o qual convivemos

no cotidiano da graduação. A respeito desse cotidiano, descobrimos através dos jogos que a

turma se caracteriza pela PERDA: de familiares e colegas, afastados, acidentados ou falecidos.

O luto e o sofrimento habitando um pouco cada um e todos. Também predominaram discursos

individuais, localizados na primeira fase da matriz, eu-comigo, em que cada um centra-se mais

em si, “quem sou, como estou e como sinto”. Medos e pressões originados na conserva cultural

foram ganhando relevo: medos do futuro, de tentar, de dizer, de fazer, de sentir. Pressões

vivenciadas com angústia nos diferentes espaços: emprego, família, amores, universidade. Mas

a partir do luto, dos processos individuais e dessas pressões que foram emergindo e revelando

o sofrimento dos acadêmicos, também nos reconhecemos enquanto coletivo, enquanto colegas,

elos capazes de compor o horizonte de uma ciência e profissão. Revelaram-se potências

singulares na formação acadêmica e também lacunas para complementaridade grupal.

Desvelaram-se passos de uma caminhada conjunta, de uma apropriação coletiva do

conhecimento, apontando sua própria necessidade de atualização.

ATUAÇÃO DO CONSELHO MUNICIPAL DE SAÚDE DE IRANI/SC: POTENCIALIDADES E

FRAGILIDADES

ANDRESSA BERTONCELLO

Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos

Processo: Grupais e de Mobilização Social

RESUMO

Introdução: O reconhecimento de conselhos gestores de políticas públicas como espaços de

democratização da gestão pública foi o desafio lançado pela disciplina Participação e

Governança Local do Mestrado Profissional em Políticas Sociais e Dinâmicas Regionais

(Unochapecó). O debate promovido durante as aulas, com base em estudos realizados sobre o

funcionamento dos conselhos municipais na região oeste catarinense, indica um cenário em que

inúmeras fragilidades ainda persistem envolvendo os conselheiros que na maioria das vezes

desconhecem seu "papel público" em face às competências regimentais. Entretanto, os

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conselhos gestores no Brasil são espaços de construção e fortalecimento de potencialidades

coletivas na busca de práticas inovadoras e participativas na gestão municipal de políticas

públicas. Objetivo: Conhecer a realidade do Conselho Municipal de Saúde (CMS) de Irani/SC,

identificando potencialidades e fragilidades em sua atuação nos processos de participação social

e governança local. Metodologia: Observação de duas reuniões ordinárias do conselho (abril e

maio); Leitura e análise de documentos públicos. Resultados: O CMS de Irani foi criado pelo

Decreto Municipal nº 39/1988 e revogado pela Lei Municipal nº 673/1992 que o instituiu em

caráter permanente como órgão deliberativo do SUS no município. Desde então, o conselho é

vinculado à Secretaria Municipal de Saúde, tendo sido até o ano de 2013 presidido pelos próprios

gestores. É possível observar que a principal fragilidade na atuação do CMS de Irani diz respeito

ao controle da agenda pela Secretaria Municipal de Saúde. Na análise das Atas, período 2009 a

2014, denota-se que em 75% das reuniões ocorridas o assunto principal da reunião esteve

relacionado aos interesses da Secretaria Municipal de Saúde, em torno da aprovação de Planos,

Pactos e/ou Prestação de Contas. Isso evidencia que tanto a agenda quanto o objetivo das

reuniões representaram apenas interesses governamentais. Como potencialidade, observa-se a

percepção dos conselheiros sobre a necessidade de construir um conselho ativo com

responsabilidades coletivas e compartilhadas, demonstrando ao poder público seu papel na

condução da política municipal de saúde. Entendem ser necessária a capacitação de seus

membros no sentido de qualificar a participação social e pautas coletivas. Considerações: Ao

compreender a trajetória do CMS de Irani, evidencia-se a urgência de garantir uma atuação com

autonomia do Conselho em relação à Secretaria de Saúde, valendo-se das contribuições dos

diferentes atores sociais no intuito de produzir novas formas de formular e gerir essa política

pública.

Palavras-chave: Política Municipal de Saúde; Conselho Gestor; Participação Social.

OS PROFESSORES E O DIAGNÓSTICO DE TRANSTORNO DE DÉFICIT DE

ATENÇAÕ/HIPERATIVIDADE (TDAH): UM OLHAR ACERCA DA INTERVENÇÃO

FRANCIELI CRISTINA WINGERT

MARISETE CAMINI

Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos

Processo: Formativos e Educativos

RESUMO

O presente artigo teve como problema de pesquisa, investigar como os professores lidam com

crianças com Transtorno de Déficit de Atenção/ Hiperatividade. Com o objetivo de verificar as

formas de identificação do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) utilizadas

pelos professores de séries iniciais, do município de Guaraciaba- SC. Além de, identificar como

os professores agem quando da identificação do aluno com TDAH; verificar as percepções dos

professores que possuem alunos com TDAH; averiguar a política da escola quando da

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identificação de alunos com TDAH e identificar os profissionais que realizam o diagnóstico do

TDAH. Foram três professoras participantes, de uma escola municipal do município de

Guaraciaba - SC, que responderam a um questionário com perguntas abertas. Como requisito

de participação, que elas trabalhem com crianças nos anos iniciais do ensino fundamental, tendo

algum aluno que apresentou ou que apresenta o TDAH, devendo possuir o diagnóstico do TDAH.

Apresentou-se o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), que foi assinado pelas

professoras, ficando bem claro que a sua participação na pesquisa seria voluntária, sigilosa e

sem custos financeiros, com atribuição de nomes fictícios para as mesmas. Para a análise dos

dados, optou-se pela análise de conteúdo de Bardin. Nos resultados obtidos, revelou-se que as

professoras tem um conhecimento superficial sobre o assunto, buscando conhecimento por

conta própria, quando depararam-se com alunos hiperativos e desatentos dentro da sala de aula.

Percebeu-se que, as professoras têm conhecimento de quais são os sinais observados nas

crianças, sabendo identificá-los quando presentes na sala, ressaltando a importância de uma

especialização e de programas pedagógicos que possam usar para privilegiem essas crianças.

Pode-se notar, que há uma certa angústia, por elas terem o aluno com dificuldades e não terem

o diagnóstico preciso. Não sabendo qual atitude a ser tomada, e nem para onde encaminhar

esses alunos. Percebe-se que, existe uma falta de comunicação entre escola, professores e

família, pois ao mesmo tempo em que são repassadas as informações aos pais sobre a condição

de aprendizagem de seus filhos, eles não levam adiante o trabalho de realização de um

diagnóstico preciso, deixando vago esse processo, dificultando o trabalho dos professores em

relação a esses alunos. Uma das professoras, levantou a questão da importância de um segundo

professor auxiliar, devido ao alto número de alunos, o que interfere e prejudica o processo de

ensino aprendizagem. Verificou-se, que estes alunos são inclusos em sala de aula, sem que haja

uma preparação teórica dos professores para atenderem a demanda. As professoras

apresentam pouco conhecimento, acerca deste distúrbio de aprendizagem e se sentem

inseguras quanto à qualidade do conhecimento que possuem para o trabalho com essas

crianças. Notou-se que, as professoras não possuem muita referência para quem encaminhar

as crianças com suspeita de TDAH, para que seja feito um diagnóstico preciso.

Palavras-chave: Professor. Aluno com TDAH. Escola. Profissionais. Família.

TEORIAS LEIGAS SOBRE O PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA: AS REPRESENTAÇÕES

SOCIAIS DE NÃO USUÁRIOS DO PROGRAMA

ANDRESSA WRZESINSKI

FELIPE BIASUS

Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos

Processo: Políticas Públicas e Sociais

RESUMO

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O programa Bolsa Família é um programa de transferência de renda condicionada, instituído no

ano de 2004, com o intuito de unificar os programas sociais já existentes (Vale Gás, Bolsa-Escola

e Bolsa Alimentação). Desde sua implantação tornou-se tema de discussão na literatura

científica que busca compreender desde sua gênese até seus impactos reais. Entretanto a

opinião e sentimentos de não-beneficiários são negligenciados nestas investigações

principalmente se considerarmos estas percepções como um instrumento de avaliação desta

política pública. Por conseguinte através do embasamento da Teoria das Representações

Sociais (TRS) este estudo buscou descrever as Representações Sociais do Programa Bolsa

Família, para não usuários do programa moradores de Erechim, a partir do qual se torna possível

compreender as cognições e sentimentos da população a respeito do objeto pesquisado. Os

resultados obtidos com auxílio da classificação hierárquica descendente realizada pelo software

ALCESTE apontam um desconhecimento do programa (leis, normatizações, forma de acesso,

valor do benefício). Evidenciaram-se duas classes de Representações Sociais sobre o programa,

a primeira refere à tentativa de explicá-lo como um salário baixo que o governo concede a quem

não tem condições. Enquanto a segunda classe fala da finalidade do programa, relacionando-o

a manutenção das crianças na escola, permanência da mãe em casa e aquisição de alimentos.

Embora afirmem desconhecimento no que tange aspectos legais, os não beneficiários referem-

se indiretamente a dois eixos estruturantes do programa, quando o definem como um salário

baixo que o governo dá para quem não tem condições, abordam o objetivo em curto prazo do

PBF, o alívio imediato da pobreza através da transferência de renda. Ao falarem da transferência

de renda, referem indiretamente a proposta do segundo objetivo, que consiste em bem-estar em

longo prazo, a partir das condicionalidades em educação e saúde que visam o desenvolvimento

humano. Portanto, mesmo insuficiente, os não-beneficiários possuem uma visão do programa

congruente com os objetivos a que este se propõe, além de ressaltarem preponderantemente

aspectos positivos, exceto quando referem à moralidade quanto ao emprego do benefício e

alguns aspectos negativos que emergiram, mas, que não apresentam amplitude para

caracterizar-se enquanto resultado. Mediante o desconhecimento de aspectos provenientes de

órgãos legais, que implementam ou fiscalizam o programa, sugere-se a Secretaria de Cidadania

do município que divulgue, desde aspectos legais até pesquisas científicas que demonstrem o

impacto do programa na vida dos beneficiários para a comunidade em geral.

AS CONTRIBUIÇÕES DA ARTETERAPIA NO DESENVOLVIMENTO DA PESSOA

DIAGNOSTICADA COM AUTISMO

JULIANA BARBOSA DE ALENCAR

JOÃO PAULO KOLTERMANN

Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)

Processo: Terapêutico de indivíduos ou grupos

RESUMO

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O Autismo por muitos anos foi acobertado e tratado como uma deficiência mental na qual as

pessoas que possuíam seu diagnóstico eram destinadas ao asilamento e passavam por

condições de sofrimento e violência. Conforme o distúrbio foi chamando a atenção dos cientistas

e sendo cada vez mais estudado, o Transtorno do Espectro do Autismo ganhou formas

específicas de tratamento e terapia, mas sua condição ainda é precária não eliminando muito do

sofrimento que lhe é relacionado. Atualmente, acompanhando uma maior visibilidade das

pessoas com o Autismo, é notada a importância de disponibilizar um leque de opções de terapias

disponíveis para a pessoa com esse espectro. O presente estudo tem como objetivo evidenciar

a relação existente entre a Arteterapia e as pessoas diagnosticadas com TEA. Foi pretendido

também conhecer as modalidades dança/movimento terapia, musicoterapia e as artes visuais

que fazem parte da Arteterapia. O estudo utilizou-se de uma entrevista estruturada com uma

profissional que utiliza da Arteterapia como método de tratamento para pessoas com

deficiências, incluindo o espectro autista. Intercalado à entrevista o estudo busca esclarecer o

que é a Arteterapia e seus instrumentos e como ela é importante para a qualidade de vida da

pessoa diagnosticada com TEA. Foi concluído que a Arteterapia auxilia para a área de

socialização do indivíduo, principalmente para a sua expressividade. A dança/movimento terapia

é capaz de promover a integração motora, física e social que são afetadas no distúrbio e também

de ajudar no autoconhecimento corporal, e na coordenação motora. A musicoterapia é

responsável por promover significativas melhoras na área da comunicação, pois a música serve

como uma forma alternativa de comunicação e também leva as pessoas a relatarem suas

experiências, mesmo que esse tipo de terapia não necessite de nenhuma habilidade verbal. Além

disso, a música é caracterizada por conter padrões (ritmo) e ser estruturada e ordenada, o que

ajuda a canalizar as estereotipias e ecolalias que fazem parte da sintomatologia do espectro.

Ademais, ela favorece o contato visual e a aceitação nas mudanças de rotina. A profissional

entrevistada trouxe que as maiores melhoras que ela observou durante seus anos de atuação

foram principalmente com relação ao autoconhecimento, à amplitude dos relacionamentos, à

descoberta de habilidades e à ampliação de formas de comunicação.

Palavras-chave: Transtorno do Espectro do Autismo, Arteterapia, contribuições.

ÁLCOOL X ADOLESCÊNCIA

DANIELA COSTA

STEFANI GALHARDI WITTMANN

Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos

Processo: Políticas Públicas e Sociais

RESUMO

A adolescência é caracterizada por mudanças biológicas, cognitivas, emocionais e sociais,

constituindo um importante momento para a formação do indivíduo, pois é nesta fase que se

adquirem novas práticas, comportamentos e ganho de autonomia. Este período também é

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marcado por certa vulnerabilidade, já que determinados comportamentos podem fragilizar a

saúde do jovem, como, por exemplo, consumir bebidas alcoólicas. Sabe-se que o consumo de

álcool tem aumentado entre os adolescentes e isso tem se constituído na sociedade

contemporânea como um fenômeno na produção de subjetividade, além de ser considerado um

grave problema de saúde pública. O presente estudo tem como objetivos identificar os fatores

que induzem os adolescentes a iniciar o consumo de bebidas alcoólicas, entender de que forma

a influência social favorece tal prática; discutir como se dá a construção da identidade na

adolescência e sua relação com o início do uso do álcool. Esta pesquisa é uma revisão

bibliográfica e para sua elaboração, dada a relevância do problema na Saúde Pública, optou-se

por pesquisar artigos sobre o tema “álcool e adolescentes”, publicados entre os anos de 1990 a

2013. Pôde-se perceber que o consumo cada vez mais precoce de bebidas alcoólicas deve-se

ao seu fácil acesso nos estabelecimentos comerciais e às vastas propagandas que incentivam o

consumo do álcool. Além disso, adolescentes que já bebem costumam pressionar seus colegas

para que eles se juntem ao grupo. Entre os jovens o grupo de amigos possui uma grande

influência sobre seus padrões de comportamento. Para os jovens, beber é um ritual de

sociabilidade, sendo uma autoafirmação frente aos amigos e a bebida pode ser também um fator

de aproximação e de identificação entre seus membros. Diante deste problema de Saúde

Pública, compete a toda a sociedade a busca para uma solução. Então, conclui-se que o

profissional psicólogo possui aí uma ocupação notória: utilizar estratégias de ações preventivas

quanto ao consumo precoce de bebidas alcoólicas em escolas, grupos de jovens, famílias, bem

como na atenção primária de saúde com a finalidade de promover o despertar do risco do uso

abusivo de bebidas alcoólicas.

Palavras-chave: Adolescência, Álcool, Saúde, Comportamento.

PERCEPÇÃO DE PROFISSIONAIS DA EQUIPE DE UMA CASA DE APOIO À MULHER

VÍTIMA DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA DE UM MUNICÍPIO DA REGIÃO SERRANA DIANTE

DA VIOLÊNCIA SOFRIDA PELAS MULHERES E SUAS CONSEQUÊNCIAS

VIVIANI COELHO

INEA GIOVANA DA SILVA ARIOLI

Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)

Processo: Políticas Públicas e Sociais

RESUMO

A violência contra a mulher nos dias de hoje é uma temática amplamente difundida nos meios

de comunicação, sendo um fenômeno complexo e multicausal que atinge milhares de pessoas

e as afetam nas diversas dimensões física, emocional, socioeconômica e cultural. A Lei Maria

da Penha, em seus artigos, cria mecanismos para coibir e evitar a violência doméstica e familiar

contra a mulher e estabelecer medidas de assistência e proteção às mulheres em situação de

violência. Uma das medidas protetivas de urgência para mulheres vítimas de violência é a Casa

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de Apoio à Mulher Vítima de Violência, que tem por objetivo dar abrigo em caráter emergencial

e provisório à mulher em risco iminente de vida em decorrência da violência física, sexual e

psicológica, nos casos em que seu retorno para casa represente efetivo risco de vida. Considera-

se o acolhimento feito pelos profissionais da casa às mulheres e seus filhos de suma importância,

mas profissionais que acolhem também podem sofrer, decorrente desta convivência com a

violência no âmbito do trabalho. Faz-se necessário colocar em debate a questão da violência

contra a mulher, com um olhar mais cuidadoso e atento aos profissionais que atuam diretamente

com mulheres abrigadas, no intuito de proporcionar a ampliação das informações e perspectivas

sobre o tema, ao desvelar a percepção destes sujeitos e possibilitar uma assistência adequada

a estes profissionais, caso necessário, identificando através de suas percepções, possibilidades

de melhoria em sua qualidade de vida e aprimoramento do seu fazer cotidiano na Casa de Apoio.

A partir deste cenário, objetivou-se nesta pesquisa compreender a percepção de profissionais

da equipe de uma Casa de Apoio à Mulher Vítima de Violência Doméstica de um Município da

Região Serrana, diante da violência sofrida pelas mulheres e suas consequências.

Especificamente buscou-se identificar os conceitos, para os profissionais, de violência contra

mulher; caracterizar a percepção dos profissionais acerca da violência vivida pela mulher;

descrever as ações dos profissionais da equipe diante da violência vivida pela mulher e verificar

as possíveis consequências emocionais para o profissional da equipe decorrente da convivência

com mulheres vítimas de violência. Essa pesquisa, que se encontra ainda em andamento,

configura-se de cunho qualitativo, de campo e transversal, desenvolvida com a equipe de uma

Casa de Apoio à Mulher Vítima de Violência da região serrana, composta por assistente social,

coordenadora, psicóloga, cuidadoras, cozinheira e auxiliar de serviços gerais. A coleta de dados

se deu através de um grupo focal realizado com 7 (sete) profissionais da equipe multidisciplinar

da Casa de Apoio, utilizando um roteiro com questões norteadoras para possibilitar o diálogo e

favorecer sua discussão. Após a transcrição do áudio do grupo focal, com a leitura flutuante,

foram encontrados resultados parciais como: O preconceito sofrido por mulheres vitimas de

violência; A dificuldade da mulher vitima de violência aderir ao serviço; A dificuldade de

articulação da rede após a saída da mulher da casa; A ausência de serviços que trabalhem o

agressor.

Palavras-chave: Violência contra a mulher, Profissionais, Casa de Apoio

ANÁLISE DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA SOBRE RISCOS PSICOSSOCIAIS NO TRABALHO

NO IDIOMA ESPANHOL

PRISCILA GASPERIN PELLEGRINI

SUZANA DA ROSA TOLFO

Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)

Processo: Trabalho

RESUMO

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As mudanças ocorridas no mundo do trabalho nas últimas décadas implicaram na necessidade

de realizar pesquisas com foco nas situações que podem propiciar prejuízos à saúde do

trabalhador e da organização. Neste sentido, os riscos psicossociais no trabalho vem sendo foco

de pesquisa nos últimos anos, pois acabam por acarretar sofrimento ao trabalhador. Busca-se

discutir a configuração e a disseminação da produção científica sobre riscos psicossociais no

trabalho, bem como sua relevância, em diferentes aspectos, para profissionais que atuam na

área e para pesquisadores. Diante disso, este trabalho teve como objetivo realizar uma busca e

posterior mapeamento de artigos publicados sobre o tema no idioma espanhol. Procedeu-se a

uma pesquisa bibliométrica com busca manual e booleana de artigos publicados na base de

dados Portal Capes, no período de 2005 a 2014, utilizando o descritor psychosocial risks at work,

no idioma inglês. Obteve-se 46 artigos, 10 dos quais não eram pertinentes ao tema, 3

apresentaram-se repetidos pelo sistema de busca, 3 estavam publicados em inglês e 1 possuía

acesso restrito. A amostra final resultou em 29 artigos, avaliados de acordo com as categorias:

ano de publicação, nome do periódico, afiliação dos autores, número de autores, país de origem

dos autores, população-alvo, tipo de artigo (empírico ou teórico), abordagem teórica,

delineamento da pesquisa (quantitativo, qualitativo ou misto) e tratamento dos dados. Por meio

da análise dos dados foi possível mapear os critérios definidos para o estudo, tornando evidentes

características importantes sobre a produção científica sobre riscos psicossociais no trabalho na

língua espanhola: um número pequeno de publicações, aumentando ao longo do tempo;

publicações em periódicos de diversas áreas, predominando a área médica; maior quantidade

de artigos empíricos; variabilidade nas atividades desenvolvidas pelos participantes das

diferentes pesquisas e prevalência de publicações em revistas espanholas. Os resultados

apontam a expansão de estudos sobre o tema permeada por uma confusão a respeito da

nomenclatura e inexistência de uma definição clara sobre o fenômeno.

SUICÍDIO: COMPREENSÃO E PREVENÇÃO

FABRICIA DA SILVA PERON

JÉSSICA MELO DE LIMA

SÍLVIA BATISTA VON BOROWSKI

Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)

Processo: Grupais e de Mobilização Social

RESUMO

Sabe-se que o suicídio causa um grande impacto na sociedade, é um problema ao indivíduo e a

todos ao seu redor. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), o suicídio é considerado

a terceira maior causa de morte no mundo, além disso, o Brasil ocupa o nono lugar em números

absolutos, existindo um crescimento de mais de 20% nos últimos 20 anos. Infelizmente, não se

dispõe de registros mundiais equivalentes para as tentativas de suicídio, mas sabe-se que as

taxas de tentativas de suicídio são de 10 à 40 vezes mais altas que as de suicídio. O ato de tirar

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a própria vida existe desde a antiguidade e hoje é considerado um problema de saúde pública

mundial. Diante disso, é importante falar desse assunto e abordá-lo como forma de prevenção.

É necessário também haver um acolhimento e atendimento as pessoas que tentaram suicídio e

para isso, é preciso ter profissionais preparados - psicólogos, médicos, psiquiatras, enfermeiros

e também a sociedade em si estimulando a conscientização e prevenção. A prevenção deve

ocorrer para que o número de mortes sejam minimizados e para que com base nos sinais e

fatores de riscos seja possível levantar fatores de proteção. Assim, o presente trabalho fruto de

um trabalho de conclusão de curso em Psicologia destaca como objetivo descrever o suicídio

enquanto fenômeno psicológico, sua caracterização e fatores de risco. E como específicos

discutir as questões teóricas e programas relacionados à informação e prevenção ao suicídio, a

partir do referencial da Psicologia. Visando uma familiaridade com o tema, definiu-se como

método de pesquisa o exploratório, classificando-a como qualitativa e descritiva. Deste modo,

utilizou-se para a pesquisa, artigos da base de dados Scielo, com o descritor “suicido”. Foi

encontrado 146 artigos com alguns filtros como Brasil, língua portuguesa e publicado no período

de 2010 a 2014. Destes, 131 foram excluídos por abordarem temáticas que não pertencerem ao

escopo deste trabalho. Assim, foram encontrados 15 artigos, dentre os quais trabalham os

fatores de risco, programas de prevenção e orientação para práticas. Os artigos pesquisados

nos trazem dados e informações que fortalecem a necessidade de prevenção. É possível

identificar ainda que o ato suicida está relacionado a transtornos como a depressão, transtornos

de ansiedade, álcool e/ou drogas. Acredita-se que somente estudando e discutindo esse assunto

pode-se construir práticas que impactem efetivamente na prevenção e zelo da vida. Além disso,

os artigos reforçam a importância de um trabalho multidisciplinar que esteja efetivamente

articulado para emergências desta magnitude. Dentre as considerações, ressalta-se a

importância da Psicologia ampliar o debate nos cursos de graduação e efetivar registros

científicos sobre processos de prevenção do ato. Além de considerar como potencializar o

trabalho em equipe multidisciplinar diante desta demanda. Os artigos contribuem também para

uma discussão cada vez maior a cerca do tema, o que é fundamental, pois a discussão se torna

uma ferramenta potencializadora de vida.

O (NÃO) ESPAÇO PARA PROCESSO DE LUTO NA CONTEMPORANEIDADE

CRISTINE GABRIELLE DA COSTA DOS REIS

MIKAELA ALINE BADE MÜNCHEN

ALBERTO M QUINTANA

CAMILA PEIXOTO FARIAS

Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)

Processo: Terapêutico de indivíduos ou grupos

RESUMO

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Na contemporaneidade concebe-se a morte como algo da ordem de um tabu. Uma vez que ela

integrou-se aos domínios dos hospitais, passou a ser vista como um processo desumano e

solitário, encarada como fracasso. Uma vez que gera angústia e ansiedade, a morte passa a ser

banida das pautas sociais e falar sobre ela gera desconforto, sendo considerado um assunto

desnecessário e de mau-gosto. Sendo assim, a interdição da morte na contemporaneidade,

acaba interferindo no processo de luto. Entendendo isso, objetivou-se realizar uma reflexão

acerca do modo de vivência contemporânea de elaboração do luto, por entender que esse

barramento provoca um sofrimento ainda maior, para além da perda. Acredita-se ser de relevada

importância, pois é um movimento contemporâneo de falta de espaço e, com isso, de recursos

para lidar com o sofrimento, que atravessa a vida de todos nós e está cada vez mais presente

na nossa prática enquanto profissionais da psicologia. Para tanto, realizou-se um estudo do tipo

bibliográfico, em que se buscou diferentes referências que discorressem sobre a morte e o luto,

em seus aspectos históricos e subjetivos. Entendeu-se que a morte interdita causa um

impedimento do sofrimento, que não pode ser sentido e mostrado, não havendo lugar para

expressão da dor e do luto diante da perda. O luto é um processo psíquico que permite a renúncia

do objeto e tem a função de matar o morto, conferindo-lhe um lugar simbólico subjacente à

elaboração da perda, é o que impulsiona a elaboração narrativa e a simbolização da perda,

mediante elaboração da dor psíquica. Ainda, o luto constitui-se como uma reação à perda de um

ente querido ou de uma abstração que ocupava tal lugar. Tomando isso como base, o luto é o

resultado de uma dolorosa perda, mas de extrema importância psíquica e que, para ser

elaborado, precisa ser pensado e sentido. Contudo, em uma sociedade que preconiza pela

produção e não tem tempo para sofrer, as manifestações de dor são tidas como inadequadas.

Nesse sentido, o espaço para sofrer e elaborar a perda é escasso. Há, ainda, um movimento de

patologização do sofrimento e, com isso, uma tentativa de calar as manifestações de dor. Logo,

pensa-se sobre a medicalização exacerbada – sintoma social atual – do luto. Há uma procura

por eficiência e maior assepsia possível, bem como uma busca por silenciar as manifestações

do sujeito por meio de tranquilizantes ou sedativos, mantendo-o em posição de passividade e

evitando, inclusive, a possibilidade de expressão e vivência de tais sofrimentos. Dessa forma,

entende-se que a evitação da morte, na contemporaneidade, bem como os movimentos de

intensa produção, tem influência importante para que não haja espaço, nem tempo, para as

pessoas sofrerem, processarem seus lutos e elaborarem suas perdas.

Morte; Luto; Sofrimento; Contemporaneidade.

O IMPACTO DA DOENÇA: MUDANÇAS E A (RE)CONSTRUÇÃO DE SENTIDO

CRISTINE GABRIELLE DA COSTA DOS REIS

MIKAELA ALINE BADE MÜNCHEN

ALBERTO M QUINTANA

CAMILA PEIXOTO FARIAS

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Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)

Processo: Terapêutico de indivíduos ou grupos

RESUMO

A doença, de modo geral, gera um grande impacto na vida do indivíduo. Quando se trata de

câncer, frequentemente, associa-se ao assunto morte, gerando sentimentos de isolamento,

medo e incerteza diante do futuro incerto que se apresenta. É uma jornada de exames,

internações e procedimentos invasivos e dolorosos, que confrontam o sujeito com sua própria

fragilidade, com o vazio de sentido e a proximidade com a finitude. Sendo assim, o adoecimento

e a hospitalização, provocam uma série de mudanças na vida desses sujeitos. Com base nisso,

objetivou-se, no presente estudo, compreender alguns dos impactos provocados pela doença e

como esses sujeitos puderam reconstruir um sentido frente à falta de explicações e o vazio que

a doença causou. Para tanto, este trabalho constitui-se como um recorte de uma pesquisa

qualitativa, descritiva e de cunho exploratório, que foi desenvolvida com doze pacientes com

câncer avançado, assistidos pelo serviço de Hematologia-Oncologia de um Hospital escola do

interior do Rio Grande do Sul. As coletas de dados foram feitas por meio de entrevistas

semiestruturadas e a análise dos dados foi feita por meio da análise de conteúdo. Entendeu-se

que os sujeitos representaram a doença em suas vidas como o rompimento com as atividades

funcionais e corriqueiras, o que gerou uma descaracterização de suas vidas normais. Isso por

que, os entrevistados relataram uma série de cuidados e restrições que deveriam ser realizados

quanto à sua saúde. Frequentemente, não podiam executar atividades do dia a dia, as quais

estavam acostumados, necessitando da ajuda de outros para a realização, o que alimentava um

sentimento de dependência. Ainda, tinham que deixar de trabalhar, o que gerou grande

sofrimento, sentindo-se com parte de sua identidade desfalcada. Para dar conta da falta de

sentido que a doença causava, na grande maioria das vezes, buscavam suporte na religiosidade,

que lhes oferecia subsídios para reconstruírem um sentido para tal vivência. Além disso, a

religiosidade lhes oferecia conforto diante da ruptura que o câncer provocou. Assim, entende-se

que a doença provoca um grande impacto capaz de causar desamparo e desconforto, de modo

que os sujeitos precisaram, nesse caso, buscar as explicações que faltam, na religiosidade, para

integrá-las à sua vivência e poder dar algum sentido para esta. Câncer; Religião;

Descaracterização; Sentido.

A CONSTITUIÇÃO DO SUJEITO E SUAS RELAÇÕES CORPO E ALIMENTO NAS

PATOLOGIAS ALIMENTARES

CRISTINE GABRIELLE DA COSTA DOS REIS

ALBERTO M QUINTANA

CAMILA PEIXOTO FARIAS

LUÍSA DA ROSA OLESIAK

Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)

Processo: Terapêutico de indivíduos ou grupos

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RESUMO

Na contemporaneidade, o corpo aparece investido em demasia, como palco para as

manifestações de conflitivas e sofrimentos do sujeito. Nesse contexto a relação com a

alimentação ganha destaque como forma de manifestação do mal-estar. Nesse sentido, nas

Clínicas de Psicologia e serviços de atenção a saúde, manifesta-se uma incidência significativa

de patologias ligadas ao comportamento alimentar que evidenciam formas de sofrimento do

sujeito, através do registro do corpo e ato. Diante disso, apresentam-se as patologias alimentares

como a Anorexia e Bulimia, nas quais subjacente a relação com o objeto comida encontramos a

singularidade da relação estabelecida com os objetos de afeto. Nas últimas décadas, a

problemática da alimentação, aparece como objeto de investigações científicas centralizadas,

muitas vezes, apenas em aspectos quantitativos e objetivos, sendo assim, o tratamento dessas

psicopatologias, um desafio teórico e clínico. Dessa forma, este estudo visa, por meio da

pesquisa bibliográfica de materiais já publicados, entre livros e artigos científicos referentes aos

últimos doze anos, compreender as significações subjacentes desses comportamentos,

compreender a montagem psíquica evidenciada por tais comportamentos e refletir sobre o

aperfeiçoamento das terapêuticas. De modo geral, a Anorexia, centrada na recusa a alimentação

e a manutenção de um peso mínimo natural, apresenta a distorção da imagem corporal e um

corpo recusado em suas materialidades e não compreendido em seus limites. A bulimia

manifestada por episódios de compulsões alimentares acompanhados de comportamentos

compensatórios inadequados, bem como, de perturbações na percepção do seu corpo, coloca

este como estranho, sem controle na exteriorização dos seus excessos, estando em vigia

constante. Nesse sentido, surge uma busca contínua de uma imagem ausente de falhas, de um

corpo próprio e diferenciado do outro, o que na constituição psíquica desses sujeitos ainda não

foi possibilitado. Sendo assim, a dificuldade de diferenciação reverbera no corpo, evidenciando

a ilusão de um corpo indestrutível, através das retratadas negações das vulnerabilidades e limites

corpóreos, denotando assim, a permanência de um modelo primário das relações com este corpo

frente ao sentimento de poder supremo. Nessa busca por uma imagem não fragmentada,

manifesta-se a idealização de um alcance a completude e de um controle sobre si e seu corpo.

Conclui-se assim, que o distúrbio alimentar aparece na tentativa de solucionar uma conflitiva

psíquica por meio do corpo, exigindo repetições constantes, decorrentes da impossibilidade de

elaboração, constituindo uma lógica destrutiva que apresenta a ação de uma energia agressiva

voltada a si mesmo. Com isso, ao permitir que essa energia em excesso seja dominada e ligada

por meio da linguagem a uma representação, possibilita-se uma elaboração, havendo a

construção pelo sujeito de uma narrativa sobre si e sobre seu corpo. Transtornos alimentares;

Corpo; Psíquico.

REFLEXÕES SOBRE EUTANÁSIA - ARGUMENTOS PRÓ E CONTRA

CARLOS OTÁVIO DE SOUZA

Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)

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Processo: Políticas Públicas e Sociais

RESUMO

A eutanásia, também conhecida como “boa morte” (SIQUEIRA & SCHRAMM (2005), ou “morte

feliz” caracteriza-se pela livre escolha do indivíduo em morrer de uma forma considerada digna

e sem sofrimento (VAZ, 2009). É bom deixar claro que não é possível garantir uma ausência total

de sofrimento, o sofrimento poderá existir, mas a expectativa criada é que a intensidade seja

muito menor do que a dor de uma morte natural. Normalmente quem opta por esse método são

doentes terminais que já não tem mais resultados positivos em seus tratamentos e a única coisa

que resta é esperar a morte chegar e a opção de morrer sem dor é muito atrativa aos adeptos

dessa prática, pois é considerado positivo poder evitar um sofrimento intenso ao término da vida.

As polêmicas relacionadas à eutanásia trazem muitas discussões, já que não é fácil lidar com o

fenômeno da vida e tem se tornado cada vez mais difícil definir o que é vida e o que é morte.

Cada vez mais a ciência avança e métodos curativos são criados, tecnologias são implantadas

para manter pessoas vivas ou para melhorar a qualidade destas. . Nem sempre essas soluções

trazem qualidade de vida, nem sempre uma cadeira de rodas e toda assistência possível a uma

vítima de um acidente que ficou paraplégico o fará feliz, já que apesar de ter todo o auxílio

possível ele nunca poderá ter uma vida considerada “normal”, ele nunca mais poderá andar e

realizar atividades que gostava anteriormente. É possível até mesmo dizer que algumas pessoas

se sintam mortas em vida. Mesmo com essas condições criadas pela ciência a insatisfação de

muitas pessoas é presente, pois não há um contentamento geral em levar uma vida debilitada,

e é nesse contexto em que brotam os questionamentos existenciais e a eutanásia aparece como

opção para muitos indivíduos. Existem diversos argumentos que apóiam a eutanásia, o que mais

se destaca é a defesa de autonomia individual de cada ser e com isso o direito a

autodeterminação. Vale lembrar que a eutanásia em nenhum momento defende a morte, mas

diferente da lei que tenta “proteger a vida”, a eutanásia vê a morte como algo que o individuo

concebe por vontade própria por acreditar que esta é uma opção ou a única solução. Acredita-

se que por trás dessa solução, há o "benefício" de poupar o sujeito de mais sofrimento

preservando certa "qualidade de vida". Já os argumentos contrários a Eutanásia, envolvem

desde a interferência de grupos e dogmas religiosos, até o código de ética da medicina. Neste

presente trabalho foi realizada uma reflexão teórica sobre o tema e um pouco do debates que

acontecem a respeito do assunto tanto.

Palavras Chave: Eutanásia, Qualidade de vida, Argumentos, Bioética

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO NOS CURSOS DE MAGISTÉRIO DA REGIÃO

METROPOLITANA DE FLORIANÓPOLIS

ANA BRASIL DE OLIVEIRA

SILVANA ARLETE CARDOSO

NATIELEN PEIXE

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SARA ENGEL VOIGT

Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos

Processo: Formativos e Educativos

RESUMO

A contribuição dos conteúdos de Psicologia à formação de educadores no Brasil tem sido de

grande relevância ao longo da história da profissionalização docente, não somente em cursos

superiores, como também em cursos de nível médio, denominados cursos de Magistério. Apesar

da LDBEN (Lei 9394/96) prever que até o ano de 2007 a formação de professores em nível médio

deveria extinguir-se, gradualmente, tais cursos ainda constituem uma realidade no Estado de

Santa Catarina. Mediante este cenário, o presente trabalho tem por objetivo apresentar os dados

obtidos em pesquisa realizada com a colaboração dos alunos do curso de Psicologia da UFSC,

integrantes do Programa Institucional de Incentivo à Docência (PIBID), no ano de 2015. O PIBID

Psicologia tem como campo de atuação, desde 2010, a disciplina de Psicologia da Educação do

curso de Magistério em uma escola estadual de Florianópolis. A pesquisa investigou as

condições em que se dá o ensino de Psicologia nas escolas estaduais que ofertam o curso de

Magistério, atualizando levantamentos realizados no ano 2000 e 2007. Observando-se a

permanência de vagas nos cursos de Magistério da rede pública na região metropolitana de

Florianópolis, mesmo após quase duas décadas de promulgação da lei, considerou-se relevante

a atualização do levantamento das condições do ensino de Psicologia nesta realidade. No ano

de 2015, cinco escolas estaduais na região em questão ofereceram o curso. Foram entrevistados

os professores das disciplinas de Psicologia atuantes nestas escolas, os quais responderam

questionário construído com o propósito de levantar seu perfil com relação à idade, sexo,

formação e atuação profissional. Além disso, também se obteve os planos de ensino utilizados

pelos mesmos nas disciplinas de Psicologia da Educação ofertadas em duas horas/aula na 3ª

série e uma hora/aula na 4ªsérie dos Cursos de Magistério. Os dados obtidos se encontram em

processo de análise, mas já é possível destacar a diminuição de escolas na região metropolitana

de Florianópolis que atualmente oferecem o referido Curso. As informações obtidas contribuirão

para a discussão e a reflexão acerca das condições de ensino de Psicologia nos cursos de

Magistério da rede pública estadual e, mais especificamente, na região metropolitana de

Florianópolis. Este estudo insere-se também como contribuição ao debate atual acerca da oferta

obrigatória dos cursos de licenciatura em Psicologia, conforme propõe as Diretrizes Nacionais

para os cursos de Psicologia a partir de 2011, tratando em especial da atuação do licenciado em

Psicologia junto à formação de professores.

ATUAÇÃO EM PREVENÇÃO AOS PROBLEMAS RELACIONADOS AO USO DE DROGAS

NO RIO GRANDE-RS E REGIÃO

LARA TORRADA PEREIRA

CRISTIANE BARROS MARCOS

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CRISTINA TONDOLO

CRISTINE LUCILA SCHWENGBER

Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)

Processo: Terapêutico de indivíduos ou grupos

RESUMO

O Centro Regional de Estudos, Prevenção e Recuperação de Dependentes Químicos -

CENPRE, é um programa de extensão vinculado a Universidade Federal do Rio Grande – FURG.

Existente desde 1989 como um projeto de prevenção, teve suas atividades na área de tratamento

da dependência química iniciadas em 1999. Localiza-se no Hospital Universitário Dr. Miguel Riet

Corrêa Jr. - HU-FURG e busca acolher pessoas com a finalidade de prevenir e tratar os

problemas relacionados ao uso de substâncias psicoativas. Nesse sentido, o presente estudo

vem apresentar o trabalho realizado nesta instituição. A equipe conta com secretária, psicólogos,

assistentes sociais, consultor terapêutico e bolsistas estudantes de graduação de diferentes

cursos (Letras, Pedagogia, Medicina, Direito e Psicologia). A busca pelo serviço acontece,

principalmente, por encaminhamento de alguma instituição da rede (saúde, escolas, assistência

social), pela intervenção de algum familiar do paciente ou de forma espontânea. O procedimento

para o tratamento se estrutura em: acolhimento, encaminhamento para psicólogo ou serviço

social e grupos de apoio. São realizadas atividades com adultos, idosos e também adolescentes.

No que se refere à prevenção, destaca-se o projeto de prevenção primária e secundária “De Bem

com a Vida - DBV” que é específico para adolescentes oriundos de escolas públicas e projetos

sociais. O DBV, que está em sua 37º edição, tem como objetivo a conscientização quanto aos

possíveis problemas relativos ao uso de drogas e o desenvolvimento e fortalecimento de

habilidades, competências e atitudes positivas. São realizados 10 encontros semanais com

duração de 4 horas mediados por bolsistas e voluntários capacitados pelo CENPRE. A cada

encontro, de forma dinâmica e interativa, são abordados diferentes temas como sistemas

corporais, adolescência, mídia, bullying e projeto de vida, por exemplo. Na prevenção terciária,

são realizados encontros quinzenais, com duração de uma hora, destinado ao acompanhamento

de pacientes que já concluíram o seu tratamento. O objetivo desse grupo é propiciar um espaço

de reflexão que atue como suporte afim de evitar problemas relacionados ao uso de substâncias.

Para tanto, a cada encontro são trabalhados diferentes temáticas previamente estipuladas e os

participantes têm a oportunidade de fazer sugestões sobre quais temas gostariam de conversar

e trocar experiências. Além destes serviços, o CENPRE atende também a demandas específicas

da comunidade, como ações em empresas, palestras vinculadas à projetos escolares e

comunitários e intervenções em eventos esportivos e culturais. Entende-se que a continuidade e

ampliação de serviços no âmbito da prevenção e tratamento ao uso de drogas é fundamental,

uma vez que a demanda por este tipo de trabalho é permanente e diz respeito à saúde pública.

Além disso locais capacitados para atendimento especializado de maneira gratuita ainda estão

em expansão no Brasil e, por enquanto, evidenciam-se insuficientes para o tamanho da

demanda.

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A TERAPIA COMUNITARIA INTEGRATIVA ENQUANTO TÉCNICA DE INTERVENÇÃO

SOCIAL EM SEGURANÇA PÚBLICA: O RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA EM DELEGACIA

ESPECIALIZADA

CLARISSA MOREIRA ENDERLE

Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)

Processo: Políticas Públicas e Sociais

RESUMO

Este trabalho pretende defender a utilização da Terapia Comunitária Integrativa (TCI) enquanto

técnica de intervenção social e comunitária, a ser utilizado pelo Psicólogo Policial Civil no interior

de delegacias especializadas. Para isso, será utilizado o relato da experiência da implantação

das rodas de TCI na DPCAMI (Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso)

de São José/SC, durante o ano de 2014. O objetivo precípuo do projeto foi o de contribuir para

a diminuição do fenômeno da violência, promovendo a pacificação das relações intra-familiares.

Com este trabalho pretende-se refletir sobre novas possibilidades de atuação do Psicólogo

Policial Civil em delegacias especializadas. A metodologia utilizada foi o relato de experiência,

no qual se descreve o processo de implantação das rodas, bem como o estudo de um caso, no

qual se acompanha a evolução pessoal de uma participante assídua durante as rodas de TCI. A

discussão foi realizada a partir dos feedbacks que os participantes emitiram na etapa de

encerramento, conforme registrado nas fichas preenchidas após o final de cada roda. As palavras

mais encontradas nos registros foram: justiça, fé, coragem, força, esperança, luz, desabafo, auto-

estima e confiança. Dentre os depoimentos, destacaram-se: -“eu vim aqui pensando que meu

problema era o maior que existia no mundo e vi que tem gente com problemas bem piores do

que o meu” (sic.) - “eu percebi que os outros só fazem com a gente aquilo que a gente permite e

que nós mulheres temos força”. (sic.) - “Eu aprendi aqui nessas rodas que eu não posso ter pena

dele, (sic.) As falas evidenciaram a percepção das mulheres de que não estão sozinhas em seu

sofrimento, mas inseridas em uma rede de apoio. Ao acompanhar-se o caso de Jamile,

participante assídua, foi possível acompanhar sua história de vida pregressa e atual, bem como

sua evolução durante os grupos. Os relatos demonstraram que a TCI pode ser um valioso

instrumento de intervenção social no sentido da promoção da autonomia. As mulheres, ao

ouvirem o depoimento uma das outras, deixam de verem a si mesmas como vítimas passivas da

violência para perceberem-se como capazes de autogerirem-se. Além disso, o grupo cumpre a

tarefa de prestar acolhimento e conforto, diminuindo o sofrimento psíquico. Foi possível perceber

que a maioria das participantes vinha em busca de auxílio e fortalecimento interno. A experiência

demonstrou que a técnica atua tanto preventivamente quanto de maneira terapêutica,

restaurando as fissuras que a violência é capaz de causar nas relações humanas.

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108

Palavras-chaves – violência, gênero, delegacia

A PERCEPÇÃO DE ACADÊMICOS DOS CURSOS DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO E DA

PSICOLOGIA ACERCA DA INFLUÊNCIA DE JOGOS DIGITAIS VIOLENTOS SOBRE O

COMPORTAMENTO DE CRIANÇAS

LUCAS SCHWEITZER

ALINE ALFLEN SCHMITT

VANESA MONTAGNA

Eixo: A vida na era da Informação, comunicação e tecnologia

Processo: Comunicação

RESUMO

Tem sido emergente na Psicologia a discussão acerca das consequências dos jogos digitais

violentos no comportamento de crianças, especialmente pela atualidade da temática na

sociedade, com notícias em diferentes mídias que atribuem relações entre o realismo dos jogos

digitais violentos e o comportamento violento. Nesse sentido, a presente pesquisa buscou

contemplar tanto aqueles que, teoricamente, estão implicados no processo de desenvolvimento

dos jogos, como aqueles que atuam diretamente com o comportamento dos indivíduos, neste

caso, comparar a percepção de acadêmicos dos cursos de Sistemas da Informação e Psicologia

acerca da influência de jogos digitais violentos sobre o comportamento de crianças. Enquanto

método, a pesquisa, de caráter exploratório e abordagem quantitativa, selecionou para a coleta

de dados 20 estudantes das 8ª e 9ª fase do curso Sistemas da Informação e 20 estudantes das

6ª e 7ª fase do curso de Psicologia de uma universidade da Grande Florianópolis. Como

instrumento para coleta de dados, foi utilizado de um questionário construído pelos autores com

base nos objetivos e referencial teórico sobre o assunto. Enquanto resultados, os sujeitos dos

dois cursos discordam que os jogos digitais violentos sejam fatores determinantes para o

comportamento violento. No que se refere a possíveis consequências para o desemprenho

escolar das crianças, percebe-se que os acadêmicos do curso de Psicologia discordam que jogos

digitais violentos podem ser benéficos para o desempenho escolar e, em geral, concordam que

podem prejudicá-lo, enquanto os sujeitos do curso de Sistemas de Informação têm opiniões

divididas quanto aos jogos serem prejudiciais para o desempenho escolar, apesar de

considerarem que não são benéficos. Um dado relevante a ser apontado é que, quando os

acadêmicos dos dois cursos são questionados sobre a possibilidade de jogos digitais violentos

fazerem com que modifiquem o seu próprio comportamento, existe número significativo de

respostas concordando parcialmente com as informações. Dessa forma, pode ser percebido que,

quando se referem a si mesmos ou a pessoas em geral, a influência não se daria de forma tão

exacerbada, porém, quando os sujeitos passam a ser crianças, as percepções mudam, fazendo

com que boa parte dos sujeitos concordem que há uma influência. Além disso, quanto a

percepção dos acadêmicos pesquisados sobre a possibilidade de responsabilização sobre o

comportamento violento de crianças, apresentaram-se respostas com argumentos bastante

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109

semelhantes entre os dois cursos, se pautando principalmente na importância do cuidado familiar

e das outras mediações que a criança tem em sua vida para que não ocorram comportamentos

violentos. Algo relevante a se constatar, com base nos dados colhidos, é que não se

demonstraram diferenças marcantes entre os dois cursos em diversos itens do instrumento,

indicando um caminho para novas pesquisas de modo a confrontar os dados com os obtidos por

esta pesquisa.

Palavras-Chave: Comportamento Violento, Jogos Digitais, Crianças, Sistemas da Informação,

Psicologia.

SINAIS E SINTOMAS DE COMPROMETIMENTOS PSICOLÓGICOS EM CRIANÇAS

VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA

DANIEL FRANZONI MAIORAL

Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)

Processo: Avaliação

RESUMO

A violência infantil tem mobilizado esforços de diferentes áreas do conhecimento para o

desenvolvimento de processos de diagnósticos mais acurados e eficientes, está é responsável

por uma crescente demanda de atendimento de crianças nos serviços públicos de saúde e de

atuação de profissionais que combatem este fenômeno (Abranches & Assis, 2011). A violência

contra a criança é praticada, entre muitas formas, pela omissão, supressão ou transgressão dos

seus direitos, que são definidos por normas culturais e convenções legais (Sociedade Brasileira

de Pediatria, 2001). Os efeitos da tortura, ódio, estupro, sedução, indiferença, privação de amor

e cuidado para com a criança são obstáculos devastadores a seu desenvolvimento, já que sua

estrutura e funcionamento psicológico ainda estão em formação (Bassols, Bergmann, Falceto, &

Mardini, 2011). As crianças que sofrem algum tipo de violência possuem mais probabilidade que

seus pares que não sofreram violência de apresentar atrasos em todas as esferas de seu

desenvolvimento (Bee & Boyd, 2011). Nesse sentido, torna-se relevante investigar as

repercussões da violência na vida da criança e no seu entorno familiar. O objetivo deste trabalho

foi identificar evidências de comprometimentos psicológicos em crianças vítimas de violência nos

informes psicológicos e caracterizar tais comprometimentos. Para isso foi usada uma

metodologia de pesquisa é de natureza descritiva, abordagem qualitativa e utiliza fonte de dados

documental. A realização desta pesquisa se deu a partir informes de 50 crianças, com idade

entre 8 meses a 17 anos, sendo 14 do sexo masculino e 36 do feminino. Esses informes fazem

parte de procedimentos que correram na Justiça de 2005 a 2012, em sete cidades do centro-

oeste catarinense. Esta pesquisa também se encontra dentre aquelas realizada após a

ocorrência de um fenômeno, no caso, a violência perpetrada contra a criança e suas possíveis

repercussões psicológicas e danos causados ao desenvolvimento mental, social e cognitivo da

criança.

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PSICOTERAPIA E PESSOAS COM DEFICIÊNCIA: UM ENCONTRO ATRAVÉS DOS

REFERENCIAIS DA GESTALT-TERAPIA

ADRIANA BOLIS

ALINE DOS SANTOS LANER

Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos

Processo: Terapêutico de indivíduos ou grupos

RESUMO

Nos últimos anos, a atenção a pessoas com deficiência, historicamente marcada por

contradições, vem recebendo forte influência do Modelo Social da Deficiência, o qual se propõe

a compreender a deficiência na relação do sujeito com seu ambiente, problematizando assim as

barreiras presentes no meio social. Nesta perspectiva, segundo Silva (2010), a deficiência é um

conceito complexo que reconhece o corpo com lesão, mas que também denuncia a estrutura

social que oprime a pessoa com deficiência. Ao ser uma das ciências e profissões envolvidas na

atenção a pessoas com deficiência, faz-se importante que a Psicologia dialogue com essas

teorias, repensando suas práticas e problematizando a formação dos profissionais para atender

a esta demanda em suas especificidades. Neste trabalho, pretendemos refletir acerca das

contribuições deste modelo teórico para a prática clínica, especialmente da psicoterapia, fazendo

uso dos referenciais da Gestal-terapia – orientadores de nossa compreensão de homem e de

mundo. Nos referenciamos especialmente nas contribuições que a Gestalt-terapia proporciona

quanto a importância da relação com o mundo para a constituição subjetiva (ser em relação), as

funções de contato e a auto-regulação organísmica. Entretanto, compreendemos que esta é uma

problemática importante para o profissional de psicologia, independente da abordagem teórica

que o norteia. A atuação clínica requer o compromisso ético e político com o fazer em Psicologia,

assim as reflexões acerca das possibilidades de atendimento psicológico às pessoas com

deficiência devem se dar como contribuição à efetiva inclusão desta população nos diversos

espaços sociais inclusive nos de atenção à saúde, já que historicamente se concentram nas

instituições de cuidado e reabilitação, além de contribuir para que as barreiras atitudinais,

arquitetônicas e culturais diminuam cada vez mais. Um estudo prévio qualitativo, contando com

a entrevista de três psicólogas, psicoterapeutas de pessoas com deficiência, nos permitiu inferir

que, para além dos limites da lesão, o sofrimento psíquico que leva os sujeitos até a clínica são

fruto dos conflitos vivenciados por eles em sua relação com o meio social, conflitos estes que

estão diretamente relacionados à vivência das barreiras sociais, ou seja, da experiência da

deficiência (segundo o modelo social). De outra feita, propomos uma breve reflexão sobre as

barreiras que as pessoas com deficiência encontram ao buscar a psicoterapia, seja por meio dos

dispositivos informativos - geralmente visuais, como cartazes e cartões de visita, impróprios para

cegos, ou pessoas com baixa visão, de barreiras arquitetônicas - que limitam o acesso físico aos

consultórios e centros de saúde (ausência de rampas), ou da escassez de profissionais fluentes

em libras, por exemplo. É preciso assim, que a Psicologia, enquanto ciência e profissão,

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111

contemple estas questões, tanto no campo profissional como científico e principalmente nos

cursos de formação de psicólogos, de forma a contribuir na efetiva inclusão das pessoas com

deficiência.

Palavras-chave: Psicoterapia, Pessoas Com Deficiência, Modelo Social da Deficiência, Gestalt-

terapia.

ATUAÇÃO DE PSICÓLOGOS NO INSTITUTO MÉDICOLEGAL DE FLORIANÓPOLIS

SANTA CATARINA

DANIEL FRANZONI MAIORAL

Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)

Processo: Trabalho

RESUMO

A prática e a inserção do Psicólogo na área de conhecimento específica da Psicologia Jurídica

tem ocorrido de forma gradativa no Brasil desde a regulamentação da profissão e da

normatização do que tange a intersecção desta área e da área do Direito, assim como a produção

acadêmica acerca derivadas desses domínios. O presente artigo provém da experiência em

estágio curricular final realizado no Instituto Médico Legal de Florianópolis/Santa Catarina

através do sistema de ênfases no curso de Psicologia da Universidade Federal de Santa

Catarina, este trabalho tem como principal objetivo elucidar a prática e as realizações de

Psicólogos no local desde a inauguração do setor de Psicologia, em 1987, ao encerramento de

suas atividades em 2015 devido à falta de abertura de novas vagas e a aposentadoria das

profissionais atuantes. Para tal, fez se uma explanação sobre o surgimento e desenvolvimento

da Psicologia Jurídica no Brasil e especialmente em Santa Catarina, suas atuações históricas e

processos de desenvolvimento técnico-cientifico, dificuldades e obstáculos encontrados.

Seguidamente discorrendo sobre as definições de perícia psicológica, laudos, sobre

peculiaridades de casos referentes a abuso sexual de crianças e adolescentes, violência contra

mulheres e crianças, aperfeiçoamento e características de atuação da Psicologia em Institutos

Médico Legais do Brasil visando a legalização da profissão Psicólogo Perito, além de

contextualizar os dados com marcos legais e históricos no mesmo período de tempo da

construção do cargo e do trabalho de perícia no mesmo Instituto, salientando por fim, a

importância do profissional de Psicologia e suas qualificações técnicas necessárias para atuar

no campo Jurídico e Forense na posição de perito oficial de acordo com a lei e ética do psicólogo,

em especial no atendimento e avaliação de crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual e

auxilio através da prática de avaliação psicológica e documentos oficiais, respondendo assim a

uma demanda que a justiça faz de uma atuação especializada e responsável.

UM PANORAMA ACERCA DO AUTISMO

FERNANDA WESSLER NEHRING

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Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos

Processo: Formativos e Educativos

RESUMO

Nas últimas décadas, o aumento do número de diagnósticos e as inúmeras pesquisas em torno

do Autismo, tornaram-no um tema de extrema importância para diversas áreas do conhecimento,

inclusive para a Psicologia. O presente trabalho tem como objetivo a compreensão do que é o

Autismo e as contribuições da Psicologia para esta síndrome. Para isso, realizou-se uma busca

de artigos científicos disponíveis nas bases de dados eletrônicas SciELO e PePSIC, através da

busca com as palavras chave Psicologia e Autismo, e utilizou-se cinco artigos, publicados entre

2004 e 2014. O Autismo está incluído nos Transtornos Invasivos do Desenvolvimento (TID), e

segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, o DSM-5, é caracterizado

por déficits na interação social e na comunicação, por padrões de comportamento repetitivos e

estereotipados e por um repertório restrito de interesses e atividades. Sua etiologia ainda não foi

completamente descrita, mas são conhecidas algumas das alterações a nível cerebral que essa

síndrome provoca, e que sua origem tem forte componente genético, além de contribuições

significativas do contexto biológico e social. A síndrome tem início precoce, geralmente em torno

dos três anos de idade, e sua prevalência varia entre 40 e 130 casos á cada 100 mil indivíduos,

sendo quatro vezes mais comum no sexo masculino. A atuação na Psicologia, junto ao Autismo,

pode ser feita de diversas formas, dependendo do contexto específico que o psicólogo e o

indivíduo estão inseridos, e do grau de comprometimento das funções cognitivas que esse

indivíduo apresenta. O psicólogo pode atuar como investigador, pesquisador, no diagnóstico e

na avaliação. A psicoterapia pode ser individual, nas instituições ou na família. Quanto mais

precoce a intervenção, maiores as possibilidades de desenvolvimento do indivíduo autista. Junto

com uma equipe multiprofissional, o psicólogo busca ajudar o autista a adquirir um repertório

cognitivo e comportamental mais funcional, proporcionando uma melhora na qualidade de vida

do indivíduo e de sua família. Dessa forma, mesmo já havendo importantes conhecimentos sobre

o tema, ainda tornam-se fundamentais mais pesquisas sobre o Autismo, com intuito de conhecer

totalmente essa síndrome, e aprimorar a atuação da Psicologia na mesma, que está cada vez

mais presente em nosso contexto social e de trabalho.

Palavras-chave: Psicologia, Autismo, Transtorno.

PSICOLOGIA DO TRABALHO E GESTÃO PÚBLICA: DESAFIOS E POTENCIALIDADES

MARCELO SCHMITZ DOS SANTOS

KARIN BRUXEL

Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos

Processo: Trabalho

RESUMO

As atividades da psicologia em contextos de trabalho têm se ampliado, saindo dos espaços das

fábricas e grandes empresas, em direção a outras formas de intervenção. Dentre essas, a

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realização do estágio acompanhado em Psicologia, Processos de Gestão e Trabalho do curso

de psicologia, na AMOSC: Associação dos Municípios do Oeste de Santa Catarina. Esta

associação agrega 21 municípios da região oeste de Santa Catarina. A demanda de capacitação

em Gestão de Pessoas para secretários e gestores das prefeituras ASSOCIADAS foi

apresentada pela AMOSC, ao curso de psicologia.O trabalho no serviço público possui algumas

especificidades, tais como os cargos comissionados, a estabilidade no emprego e a progressão

salarial independente da produtividade, que muitas vezes desencadeiam sentimentos de

injustiça e dificultam a boa condução das atividades. Frente a isso, muitas vezes implicar o

servidor público no exercício satisfatório de sua função torna-se um grande desafio para os

gestores. Outra dificuldade enfrentada é a falta de conhecimento técnico para o exercício das

funções, de alguns cargos comissionados. Para conhecimento do campo de estágio e

elaboração do projeto de capacitação, foi realizado no primeiro encontro, um LEVANTAMENTO

junto aos 35 participantes, de temáticas relacionadas à gestão de pessoas que gostariam que

fossem abordadas. Os resultados da pesquisa indicam que as principais dificuldades enfrentadas

no cotidiano de trabalho por estes gestores estão no que Dejours (1994) denomina Organização

do Trabalho. As temáticas específicas apontadas pelo grupo para a capacitação foram: Gestão

de Pessoas, Planejamento, Comunicação, Relações Interpessoais, Planos de Carreira,

Implicação com o Trabalho no Serviço Público. Essas temáticas serão trabalhadas em encontros

mensais, com duração de cerca de três horas cada, na sede da AMOSC. Os conteúdos teóricos

serão abordados de forma participativa e dialogada, buscando também a troca de experiências

entre os participantes. Este estágio junto a servidores públicos abre um novo campo de práticas

em Psicologia do Trabalho, produzindo novas demandas e estratégias contextualizadas de

intervenção. Palavras-chave: Gestão de Pessoas, Serviço Público, Psicologia do Trabalho.

REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DO POLIAMOR PARA ESTUDANTES DO CURSO DE

PSICOLOGIA.

VANESSA IVO ROSA

Eixo: A vida na era da Informação, comunicação e tecnologia

Processo: Formativos e Educativos

RESUMO

O ser humano dedica grande parte da sua existência na busca pela satisfação e pela

compreensão de seus relacionamentos conjugais, uma vez que estes não tem sido considerados

plenos e satisfatórios como são culturalmente esperados. A percepção das relações conjugais

ao longo da história sofreram inúmeras mudanças e a sua representação atual está pautada

principalmente na sexualidade e no amor. Entretanto, este modelo de união conjugal com o qual

a sociedade atual está ambientada está passando por uma mudança em sua configuração. As

famílias atuais são compostas por casais homoafetivos, famílias monoparentais, assim como

uniões que permitem se configurar para além dos preceitos da monogamia. Novas relações

conjugais que vão além da manifestação do amor e do sexo entre um homem e uma mulher,

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atualmente é possível (re)ver uniões que permitem não só atividades sexuais e amorosas fora

do contexto conjugal entre duas pessoas, como também conexões entre dois, três, quatro ou

mais parceiros ao mesmo tempo. Considerando isto, esta pesquisa teve por objetivo geral

identificar as Representações Sociais acerca do Poliamor para estudantes universitários do

curso de Psicologia de uma universidades do Sul de Santa Catarina. A fim de alcançar este

objetivo, um questionário com questões abertas e fechadas, foi elaborado e aplicado em alunos

da graduação do curso de Psicologia. Participaram da pesquisa 30 estudantes e os participantes

se encontravam entre a primeira e a última fase do curso, com idades entre 18 e 53 anos. O

instrumento utilizado foi composto por questões que recolheram características sócio-

demográficas do grupo além de questões que visavam acessar as Representações Sociais dos

participantes acerca do Poliamor. Como técnica para tratamento dos dados foram utilizados

recursos de estatística descritiva. Como principal resultado, vale registrar que grande parte dos

estudante tinha conhecimento do que se trata o Poliamor. Outro fator de destaque demonstrou

que muitos estudantes acreditam que o Poliamor é uma forma possível de se relacionar,

entretanto apenas uma minoria vê o Poliamor como uma forma possível de vivenciar suas

próprias relações amorosas. Também se evidencia que as Representações Sociais dos

estudantes trazem a liberdade, a cumplicidade o amor e o respeito como as palavras que mais

representam o Poliamor. Já as palavras ciúmes, traição e preconceito foram as palavras que

tiveram a menor incidência no que se refere à Representação Social do Poliamor. Apesar dos

resultados obtidos terem sido significativamente positivos, os estudantes demonstraram que o

conceito de Poliamor pode ser facilmente confundido com aspectos que não o representam.

DO MONTE CABURAÍ AO CHUÍ: AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE PESSOAS DE

DIFERENTES REGIÕES DO BRASIL ACERCA DA BISSEXUALIDADE

VANESSA IVO ROSA

CAROLINA BUNN BARTILOTTI

CAYO LOURAN ZAHLOUTH PEDROSO

Eixo: Vida Moderna, ambiente e sustentabilidade

Processo: Comunicação

RESUMO

As sexualidades humanas são vividas de diferentes formas dentro de contextos históricos e

sociedades diferentes, tendo hoje peculiaridades específicas para a sociedade que está sendo

construída na atualidade. A identidade de pessoas que se relacionam com ambos os sexos se

constitui também e principalmente através do processo de construção social das sexualidades.

Por conseguinte, tem se percebido que a aceitação da flexibilidade sexual de uma pessoa que

se identifique como bissexual tem se apresentado como um desafio. Considerando isso, esta

pesquisa teve por objetivo comparar as Representações Sociais acerca da bissexualidade de

estudantes universitários do Norte/Nordeste com as Representações Sociais de alunos de

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universidades do Sul/Sudeste. A fim de alcançar este objetivo, um questionário fechado foi

produzido e encaminhado via Google Docs para alunos de graduação, com idade entre 18 e 30

anos, de universidades públicas e privadas. O instrumento utilizado foi composto por questões

que recolhem as características sócio-demográficas e questões que visavam acessar as

Representações Sociais dos participantes. Participaram da pesquisa 1.996 estudantes de

Universidades Públicas e Privadas do Norte, Nordeste, Sul e Sudeste do Brasil. Como técnica

para tratamento dos dados foram utilizados recursos de estatística descritiva e testes

comparativos utilizando teste t para amostras independentes. Como principal resultado, se

evidencia que a percepção dos estudantes do Norte e Nordeste sobre a bissexualidade é

diferente da percepção dos estudantes da região Sul e Sudeste, sendo os estudantes do Norte

e Nordeste que apresentam maior resistência em relação a reconhecer a bissexualidade

enquanto identidade possível e menos discriminada socialmente. Do Monte Caburaí ao Chuí

existe muita diversidade. Diferenças sociais, culturais, estruturais e, certamente de acesso a

informação, educação e saúde. Apesar de metodologicamente esta pesquisa apresentar um

recorte de população e trabalhar somente com alunos universitários, todas as diferenças sociais

certamente permeiam a vida e a construção das Representações Sociais dos alunos moradores,

tanto no N/N, quanto no S/S.

PRÁTICAS E PRODUÇÃO DE SENTIDOS NO COTIDIANO DE TRABALHO DE

TRABALHADORAS DOMÉSTICAS SEM VÍNCULO FORMAL

NIKOLE FERNANDES

MARIA CHALFIN COUTINHO

MARCELO AUGUSTO DE MORAIS

TIELLY ROSADO MADERS

Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos

Processo: Trabalho

RESUMO

Este estudo é parte do projeto universal “Práticas e produção de sentidos no cotidiano de

trabalho”, o qual busca compreender o cotidiano de trabalhadoras inseridas no setor de serviços

domésticos sobre o prisma da psicologia social do trabalho. A presente pesquisa, de abordagem

qualitativa, objetivou investigar os sentidos e significados construídos no cotidiano de

trabalhadoras domésticas sem vínculo formal da Grande Florianópolis/SC. Foram realizadas

entrevistas recorrentes com três diaristas, a partir de um roteiro semi-estruturado, produções

imagéticas e a técnica da agenda colorida. A análise das informações se deu por meio dos

Núcleos de Significação, em que ao final das leituras foram formados os seguintes núcleos:

vivências no trabalho, gestão da vida cotidiana e trabalho, projetos e trajetórias laborais e

educacionais. Quanto a trajetória das trabalhadoras, constatou-se que elas iniciaram as

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atividades laborais muito cedo para contribuir com a renda familiar, iniciando no trabalho

doméstico junto com a mãe, por necessidade e baixo grau de escolaridade. Na gestão da vida

cotidiana e trabalho observou-se que a vida cotidiana é delineada a partir de acordos realizados

entre patroas-empregadas, acerca dos dias, horários e processo de trabalho. O tempo que sobra

entre esses acertos e encaixes, que ocorrem semanalmente, é utilizado para o trabalho

doméstico não remunerado, realizado em suas próprias casas e, após isso, o lazer. No núcleo

vivências no trabalho observou-se as relações pessoais e os afetos que permeiam o ambiente

de trabalho, gerando um forte vínculo com os patrões, ressaltado nas falas das entrevistadas.

Também nesse núcleo apresentou-se a vivência do trabalho doméstico como desgastante e

árduo, tanto físico como emocionalmente. Quanto aos projetos, estes incluem voltar a estudar e

trabalhar em outro setor de serviços, também estão ligados ao futuro dos filhos, e o desejo de

que estes estudem e obtenham nível superior.

Palavras chave: Trabalho, sentidos, serviços domésticos, trabalho informal

MAPEAMENTO DE BARREIRAS DE UMA PESSOA COM DEFICIÊNCIA VISUAL EM CASA

NOTURNA DE FLORIANÓPOLIS

CARLOS OTÁVIO DE SOUZA

AUGUSTO CÉSAR DECKER

MARIANA DIAS TEIXEIRA

Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos

Processo: Políticas Públicas e Sociais

RESUMO

Segundo dispõe o art. 1º da Lei 10.406 do Código Civil “Toda pessoa é capaz de direitos e

deveres na ordem civil”. No entanto, no que diz respeito aos direitos das pessoas com deficiência,

por conta de um projeto político de sociedade excludente e historicamente consolidado, mostrou-

se necessário o desenvolvimento de políticas e práticas inclusivas. Em forma de relato neste

trabalho foi demonstrada uma experiência de campo vivida por alguns alunos que frequentaram

uma casa noturna em Florianópolis. Um dos alunos interpretou o papel de uma pessoa com

deficiência visual com o objetivo de mapear as possíveis barreiras que pode viver este sujeito

caso ele(a) queira sair a noite como forma de lazer. Sobre a deficiência visual Bruno (1999)

escreve que o conceito de deficiência visual envolve dois grupos distintos: cegueira e baixa visão

(congênita ou adquirida), ou visão subnormal, como é mais conhecida em nosso meio. A cegueira

consiste na perda total da visão em ambos os olhos ou percepção luminosa e, o Código

Internacional das Doenças (CID) considera a acuidade visual inferior a 0.05 ou campo visual

inferior a 10 graus. A pessoa cega não utiliza recurso visual algum; diferencia o claro do escuro

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sem que, no entanto, consiga visualizar qualquer tipo de vulto. Nestes casos, a bengala é

essencial para a locomoção.

A baixa visão é o comprometimento visual em ambos os olhos, mesmo após tratamento e ou

correção de erros refracionais comuns, com acuidade visual inferior a 20/70 (0,3) e ou restrição

de campo visual que interfira na execução de tarefas visuais. As pessoas com baixa visão ou

visão subnormal fazem uso de resíduos visuais como contrastes de mesas, cadeiras e chão para

orientação e mobilidade, podendo não necessitar da bengala. Todavia, assim como os cegos,

não consegue ler e está impossibilitado de dirigir, por exemplo. A partir da experiência, e com o

apoio teórico da disciplina de psicologia e pessoas com deficiência ministrada no departamento

de psicologia da UFSC, foi possível realizar discussões a respeito de que tipo de barreiras tende

a enfrentar uma Pessoa com deficiência, sejam elas atitudinais ou arquitetônicas. No que diz

respeito às pessoas com deficiência visual, o que vimos através da vivência nesta casa noturna

de Florianópolis foi que persistem diversas barreiras arquitetônicas e atitudinais: o local não

oferecia estrutura física para que uma pessoa com esta condição pudesse usufruir com

segurança e autonomia da festa, pois não eram oferecidas condições para que uma pessoa com

deficiência visual pudesse orientar-se no ambiente, seja pelo fato de não haver pisos táteis, uma

escada ou banheiro adaptados; tampouco oferecia cardápio em Braile, ou seja, todos os seus

recursos não consideravam, ou mesmo ignoravam, a possibilidade de bem atender toda a

diversidade de clientes da casa.

Palavras-chave: Pessoa com deficiência, Barreiras, Relato, Deficiência Visual

A CONSTRUÇÃO DAS RELAÇÕES SOCIAIS SOBRE A PERSPECTIVA DE ARTISTAS

CIRCENCES

ITAMARA SCARIOT BRUTSCHER

ANGELA MARIA BAVARESCO

MICHELI CARLA BORTOLOTTI

Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos

Processo: Grupais e de Mobilização Social

RESUMO

O circo vive em constante mudança, nessa sua constante mobilidade vários contatos, laços e

comunicações são criados. Diante disto, o presente estudo abordou questões referentes a

artistas circenses, face à mobilidade e itinerância dos profissionais do circo, analisando suas

relações sociais. Não podemos esquecer que esses artistas têm sentimentos, porém sua vida

foge de um contexto que se julgue habitual, devido ao tempo em que ficam em cada local, o circo

vive em constante mudança, um povo nômade, que busca renda por meio de suas

apresentações artísticas. Dessa maneira se dirige uma visão a esses indivíduos que participam

e também constituem nossa sociedade, e que em sua itinerância são seres sociais. Utilizando

para tal o método qualitativo, seguindo o modelo de análise de conteúdo de Bardin (2000). Por

meio da análise das entrevistas realizadas, constatou-se que independente do modo de vida, da

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cultura, dos costumes e do local onde se está inserido, as relações sociais se manifestam, se

constroem e desconstroem, como um processo natural da vida humana. Artistas circenses, de

um modo geral são pessoas com facilidade de comunicação, sendo está facilitada pela diferença,

pela curiosidade, ser artista circense é ser sempre artista, seja fora ou dentro do circo, portanto,

ser diferente faz parte de sua identidade, o que funciona como alavanca nos contatos sociais.

Existem sim barreiras na construção destes relacionamentos, o preconceito, a aceitação e a

distância. Porém, a vida nômade aliada às tecnologias, aos diferentes meios de comunicação

geram amizades e relações concretas e de longo prazo. A multiplicidade de recursos

tecnológicos ampliou também para os circos as alternativas de sociabilidade e comunicação.

Fica claro que as construções das relações sociais se sobrepõem a certas limitações, e que o

ser humano é um ser social, capaz de criar maneiras e ser flexível na formação e

estabelecimento de seus relacionamentos.

PALAVRAS CHAVES: Circo. Artista circense. Relações sociais.

PSICOLOGIA NA DOENÇA DE PARKINSON: UMA DEMANDA EM POTENCIAL PARA A

ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NA OTIMIZAÇÃO DO COTIDIANO DOS ACOMETIDOS

SOFIA CIESLAK ZIMATH

NAYARA CAMARGO MASSI

FRANCIELE MACEDO HOS

ANNE CAROLINE DA SILVA

TACILA MARIA SAMBATI

Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)

Processo: Avaliação

RESUMO

Este trabalho traz uma reflexão sobre a demanda dos conflitos emocionais sofridos pelos

pacientes com a Doença de Parkinson (DP). Essa doença atinge principalmente pessoas com

idade acima de 60 anos, sendo caracterizada por sua ação crônica e progressiva, resultante da

morte dos neurônios motores da substância negra, o que gera distúrbios motores e disfunções

de postura. O objetivo foi o de confirmar a importância do trabalho do psicólogo junto a estes

pacientes, os quais mostram comorbidades e déficits físicos decorrentes da mesma. MÉTODO:

Para a pesquisa foi realizado um levantamento de dados com 08 parkinsonianos voluntários,

antigos frequentadores da Associação Joinville dos Portadores de Parkinson (AJPP). Eles foram

submetidos a uma entrevista inicial, posteriormente foi aplicada a Escala de Depressão de Beck

(BDI) e da Parkinson’s Disease Quality of Life Questionnaire Versão Brasileira (PDQL-BR), os

quais serviram de respaldo científico para o pressuposto inicial de que a necessidade do trabalho

do psicólogo, para com esse grupo, é de extrema relevância. RESULTADOS: A partir destes

dados, pode-se concluir que os escores dos sintomas parkinsonianos variaram entre 27 e 51;

nos sintomas sistêmicos verificou-se uma variação entre 14 e 28; na função social a variação foi

de 17 a 31; e as funções emocionais foi de 14 a 32. Nos resultados de aplicação do PDQL-BR

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verifica-se que os sintomas parkinsonianos são os que mais estão em evidência, em relação a

interferência na qualidade de vida do indivíduo com DP. Pode-se verificar que 5 sujeitos

apresentaram, segundo o BDI, indícios de uma depressão moderada, enquanto 2 apresentaram

indícios de depressão leve e apenas 1 apresentou indícios de uma depressão grave. Identificou-

se, principalmente, a real existência da demanda de atuação do psicólogo para com os pacientes

de DP, bem como a sua relevância para a melhoria da qualidade de vida dos acometidos em

Joinville. Assim, é possível sugerir tratamento com uma equipe multiprofissional, englobando

fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, entre outros, pois, a doença de

Parkinson é degenerativa e, como não possui uma cura, necessita de estratégias que propiciem

melhores condições para o indivíduo.

Palavras-chave: doença de Parkinson, qualidade de vida, depressão, psicologia

PRÁTICAS E PRODUÇÃO DE SENTIDOS NO COTIDIANO DE TRABALHADORAS

DOMÉSTICAS COM VÍNCULO FORMAL DE TRABALHO DO MUNICÍPIO DE

FLORIANÓPOLIS/SC.

MARCELO AUGUSTO DE MORAIS

MARIA CHALFIN COUTINHO

NIKOLE FERNANDES

TIELLY ROSADO MADERS

Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos

Processo: Trabalho

RESUMO

O trabalho doméstico, uma modalidade de trabalho assalariado bastante antiga, tem sido alvo

de recentes regulamentações trabalhistas. Contrapondo a informalidade de alguns contingentes

do mundo do trabalho contemporâneo, as práticas do trabalho doméstico tem se caracterizado

pela formalização do vínculo de trabalho. Ademais, situado no âmbito do setor de serviços, o

trabalho doméstico se caracteriza pelo predomínio de mão de obra feminina e pelo servilismo

das relações de trabalho. Parte integrante do projeto intitulado ‘Práticas e produção de sentidos

no cotidiano de trabalho’, essa pesquisa se insere no âmbito do trabalho contemporâneo e teve

como enfoque o trabalhador doméstico com vínculo formal de trabalho. A pesquisa teve como

objetivo investigar as práticas possíveis e os sentidos do trabalho produzidos no cotidiano de

trabalhadores de serviços domésticos no município de Florianópolis/SC. Para tanto, ao tratar-se

de uma pesquisa de natureza qualitativa, o levantamento de informações foi realizado por meio

de entrevistas recorrentes e semi-estruturadas. As informações foram obtidas através de três

entrevistadas. Como ferramentas complementares de levantamento de informações, utilizou-se

a técnica da agenda colorida e a produção de imagens acerca do cotidiano de trabalho das

entrevistadas. A análise das informações foi baseada nos Núcleos de Significação. A partir de

leituras e reflexões das entrevistas transcritas identificou-se quatro Núcleos: Trajetórias laborais

e educacionais, Gestão da vida cotidiana e trabalho, Vivências no trabalho e Projetos. Os

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resultados levantaram questões como: a naturalidade do trabalho doméstico como atributo

feminino, a consolidação do vínculo formal de trabalho perante a onda de novas

regulamentações do emprego doméstico, a dupla jornada de trabalho e o afeto como substrato

da relação entre patroas e empregadas. Embora, o vínculo formal de trabalho seja uma realidade,

não obstante, o trabalho doméstico remunerado sem vínculo formal foi observado como

possibilidade complementar de renda.

Palavras-chave: Serviços domésticos, Sentidos do Trabalho, Cotidiano, Vínculo Formal

A INFORMALIDADE NO TRABALHO: REFLEXÕES SOBRE SUA DEFINIÇÃO NO CAMPO

DA PSICOLOGIA E SEU RECONHECIMENTO ENQUANTO FORMA LEGÍTIMA DE

TRABALHO

LUCAS SCHWEITZER

SUZANA DA ROSA TOLFO

JÚLIA GONÇALVES

Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos

Processo: Trabalho

RESUMO

O mundo do trabalho está diante de uma realidade em que formas de reestruturação se

intensificaram, com o desemprego, flexibilização e precarização das relações de trabalho. Esse

cenário demarca a necessidade de novos modos de trabalhar e de se inserir no mercado de

trabalho. Atualmente, convivem e até se ampliam as ocupações informais, em que parte a

população passa a encontrar fonte de renda em variadas formas de trabalho autônomo,

ambulante, temporário, irregular e precário (COSTA, 2010; COUTINHO, BORGES, GRAF,

SILVA, 2013). Partindo desses pressupostos, o presente trabalho buscou compreender a forma

como a informalidade vêm sendo retratada na Psicologia, especialmente no que se refere a sua

definição e importância de reconhecimento enquanto forma de trabalho, com base no acesso a

literatura especializada no assunto. Quanto a sua conceituação, a “informalidade” historicamente

remete a uma forma de atividade laboral distinta da atividade de emprego formal característico

do contexto capitalista, que costuma aparecer em contraposição ao emprego formal (COUTINHO

et al, 2013). Atualmente, ainda é compreendida como desqualificada e ilegítima, com ônus para

a atuação profissional/social dos trabalhadores (ORGANISTA, 2006; CAMPOS, 2005). Isso

suscita a noção de que os mercados e os contratos de trabalho "informais" têm sido percebidos

no Brasil como problemas econômicos e sociais, que representam rupturas com um padrão

contratual praticamente único, que é o contrato "formal”. Três fontes de interpretação são

possíveis sobre informalidade para Noronha (2003): a dualidade formal/informal é característica

das interpretações económicas; os juristas analisam a questão da perspectiva do par legal/ilegal

e; a população, em decorrência das visões de economistas e juristas (entre outras), classifica os

empregos como justos ou injustos. Todas essas interpretações apresentam a relação entre

trabalho formal e informal de modo binário, em que a informalidade estaria sempre associada ao

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polo negativo, sendo ilegal e injusto (NORONHA, 2003). Parte-se do pressuposto de uma

informalidade que surge no bojo do capitalismo vigente, com estratégias cotidianas de fazer, “se

virar” nos desafios impostos pela atividade, em uma organização social excludente, indiferente,

e que leva à invisibilidade dos trabalhadores informais. Considerando os elementos expostos,

inda que entendendo as peculiaridades das formas de trabalho informal, é importante contribuir

para o reconhecimento de sua existência, dando a ele não apenas o status de oposto do trabalho

assalariado ou enquanto versão negativa do trabalho formal. Ao contrário, merece ser visto como

forma legítima de trabalho que pode ser apreendida em sua positividade para que, assim,

possam ser oferecidos elementos para a proteção social que lhe falta. É necessário o

entendimento da informalidade não apenas como polo negativo e oposto a formalidade, sempre

compreendendo a forma como suas particularidades levam a diferentes produções de sentidos

(SATO, 2011; BENDASSOLLI, 2015).

Palavras-Chave: Informalidade; Psicologia; Trabalhadores Informais; Produção de Sentidos.

NÍVEL DE SATISFAÇÃO DOS ACADÊMICOS DO SEGUNDO ANO DO CURSO DE

PSICOLOGIA EM RELAÇÃO À ESCOLHA PROFISSIONAL

SOFIA CIESLAK ZIMATH

JÉSSICA KAROLINA RODRIGUES

GISLAINE ALVES FLADZINSKI

CAMILA SAFANELLI

Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)

Processo: Avaliação

RESUMO

Identificar o nível de satisfação dos acadêmicos do segundo ano do curso de Psicologia, em

relação à escolha profissional, e constatar se estas correspondem às expectativas iniciais. Esta

pesquisa esclarecerá algumas questões referentes ao perfil demográfico dos acadêmicos de

Psicologia, a dúvida existente no momento da escolha, que sempre estará sujeita a mudanças,

os fatores que influenciam a escolha profissional, a maturidade envolvida neste processo, como

também as expectativas para o ingresso no mercado de trabalho após a conclusão do curso.

MÉTODO: O tipo de pesquisa realizada está caracterizado como uma pesquisa de campo, a

realização contou com a aplicação de questionários com perguntas fechadas e semiabertas e a

amostra foi constituída por 28 acadêmicos, dos turnos matutino e noturno, que cursavam o

segundo ano do curso de Psicologia. O projeto foi submetido a aprovação do Comitê de Ética

em Pesquisa da Universidade sendo considerado aprovado.

RESULTADOS: Dos participantes 82% eram do sexo feminino, sendo o intervalo da idade entre

18 e 20 anos para 57% da amostra. A grande maioria (82%) indicou que que possuem algum

tipo de vínculo trabalhista, seja ele formal, estágio ou informal, sendo que apenas 35% da

amostra tem um trabalho relacionado à Psicologia. Com relação à escolha desta profissão, 39%

apontou estar segura e 18% muito segura. Obteve-se um percentual mais elevado em relação à

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satisfação da escolha da profissão de psicólogo, estando satisfeitos (53%0 e muito satisfeitos

(25%). O fator que mais influenciou no momento da escolha foi o psicológico, pelo fato do curso

estar dentro da área de ciências humanas e, também, pelos participantes considerarem que

possuem habilidades e competências pessoais compatíveis com o curso. Ficou evidente o

quanto é essencial o primeiro ano letivo dentro da universidade, pois amplia o conhecimento que

o ingressante tem sobre a profissão, o que o possibilita ter uma maior segurança sobre sua

escolha profissional.

Palavras-chave: Satisfação, Escolha Profissional, Psicologia

REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE IDOSOS SOBRE A SEXUALIDADE E O AMOR NA

CONTEMPORANEIDADE.

PRISCILA MACHADO

Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos

Processo: Trabalho

RESUMO

O aumento do número de idosos tem despertado o interesse de várias áreas do conhecimento,

principalmente da área da saúde. Junto a isso desperta-se o interesse em estudar o processo

de envelhecimento, incluindo as temáticas sexualidade e amor, que são compreendidas como

constituição biológica, psicológica e social do indivíduo. Diante disso, o estudo teve como objetivo

principal compreender as representações sociais de idosos sobre a sexualidade e o amor na

contemporaneidade. Dessa forma buscou-se identificar a representação social sobre a

sexualidade; identificar a representação social sobre o amor e, identificar a relação estabelecida

entre amor e sexualidade. Como método de estudo foi realizada uma pesquisa de campo com

idosos participantes de um projeto de extensão de uma Universidade de Palhoça/SC. Trata-se

de uma pesquisa exploratória de natureza qualitativa, delineada como estudo de campo. Os

dados foram coletados por meio de entrevista semiestruturada com cinco idosos e as

informações coletadas foram submetidas a análise de conteúdo baseada na teoria de Bardin. Os

resultados apontaram que o amor é um sentimento que está presente num ato de doação e

liberdade entre os indivíduos, mas pode ser expressado numa relação entre ser humano e outros

seres vivos. Para outros entrevistados o amor somente se apresenta na relação materna, e que

possibilita a proteção e cura do filho amado. A sexualidade é representada com a conversa sobre

o sexo, companheirismo, constituinte na relação entre duas pessoas, num ato de carinho e que

promove a união entre dois indivíduos. Outros compreendem a sexualidade com um aspecto que

é o sinônimo de sexo, que ora é complemento do amor e momentos de trocas de caricias, e ora

é somente o ato sexual. Assim sendo, conclui-se que o amor e a sexualidade para os idosos

estão relacionados a um ato de doação, carinho e companheirismo entre os indivíduos, que está

além do ato sexual e do prazer.

Palavras-chave: Representações Sociais, Idosos, Sexualidade, Amor.

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O PSICODRAMA E O ATENDIMENTO AOS AUTORES DE VIOLÊNCIA SEXUAL

JAQUELINE VANESSA MIRANDA

MICHELA DA ROCHA IOP

ALINE MARQUES

RAQUEL REIF

Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)

Processo: Formativos e Educativos

RESUMO

O presente trabalho é resultado de uma apresentação de seminário realizada em sala de aula

na disciplina de Psicodrama, com base em um artigo de Mônica Barcellos Café e Nilton do

Nascimento, intitulado “O Psicodrama e o Atendimento aos Autores de Violência Sexual”,

publicado na Revista Brasileira de Psicodrama, volume 20, número 2, do ano de 2012. O principal

objetivo desse trabalho é ressaltar a importância do Psicodrama, por meio de sua teoria e

técnicas, como abordagem teórica capaz de amparar profissionais da Psicologia no atendimento

de sujeitos presos em decorrência de violência sexual cometida contra crianças e adolescentes.

O método empregado foi a leitura e compreensão do artigo através da articulação entre este

material, os conteúdos ministrados e os debates realizados na disciplina de Psicodrama ao longo

do primeiro semestre de 2014. O artigo trouxe que os atendimentos psicoterapêuticos foram

realizados na penitenciária Odenir Guimarães localizada no estado de Goiás, por uma dupla de

acadêmicos de Psicologia, os quais selecionaram seis indivíduos entre 21 e 59 anos para

participarem do projeto, a partir de critérios como: grau de parentesco com a vítima ou não;

vítimas meninos ou meninas; condenados por apenas um caso ou por mais de um; se

provocaram a morte da vítima ou não; etc. Durante esse processo os mecanismos de atuação

do Psicodrama permitiram aos autores de violência sexual tomarem consciência dos seus

comportamentos disfuncionais e adquirir capacidade de evitá-los, gerando mudanças

significativas em suas vidas. Sobre os resultados obtidos destaca-se que houve oportunidade

destes sujeitos exporem seus problemas e, dessa forma, receberem ajuda e preparação para

melhor enfrentá-los, bem como a melhora na qualidade de vida deles e a possibilidade de inseri-

los novamente no convívio social sem causar-lhes danos ou às demais pessoas a sua volta. Por

meio das reflexões provenientes da realização desta atividade em sala de aula, foi possível

reconhecer a abrangência do Psicodrama nas mais diversas áreas de atuação da Psicologia,

inclusive em casos tão delicados e com um público bem específico, como os mencionados neste

trabalho, oportunizando-lhes a reconstrução e ressignificação de suas vidas.

Palavras-Chave: Psicodrama. Atendimento psicológico. Autores de violência sexual.

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O TRABALHO DESENVOLVIDO PELA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA:

APONTAMENTOS TEÓRICOS

LUCAS SCHWEITZER

SUZANA DA ROSA TOLFO

Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos

Processo: Trabalho

RESUMO

Partindo do pressuposto de centralidade do trabalho e compreendendo que é no ambiente de

trabalho que o sujeito vivenciaria a concretude de alguns valores coletivos, o presente trabalho

objetivou identificar a forma como o trabalho desenvolvido pela população em situação de rua

vêm sendo retratado na literatura especializada no assunto, em especial no campo da Psicologia

Social do Trabalho. Para essa discussão, há a necessidade de reconhecer o trabalho enquanto

função constituinte da vida subjetiva e do vínculo social, sendo que não estar trabalhando pode

significar não estar integrado a realidade social. No atual contexto do mundo do trabalho, “cair

na rua” tem sido a única alternativa de sobrevivência de pessoas que perderam o emprego,

elemento que ressalta a necessidade de se pensar na importância e sentido do trabalho para a

vida dessas pessoas, principalmente ao considerar que o aumento crescente do desemprego

tem como decorrência um crescimento substancial da população em situação de rua (GHIRARDI,

2005). Dessa forma, ainda que a literatura aponte uma conturbada relação da população em

situação de rua com o mundo do trabalho, bem como uma representação social que as relaciona

a sujeira, loucura, a falta de “qualificações morais e profissionais” ou a “preguiça” (MATTOS,

FERREIRA, 2004; SNOW, ANDERSON, 1998), o vínculo desta população com o trabalho pode

ser demonstrado ao se considerar dados apontando que 70,9% deste grupo exerce atividades

remuneradas (BRASIL, 2008). Destes, apenas 9% dos sujeitos possuem carteira assinada,

restando-lhes atividades marginais, bicos e pequenas ocupações como alternativa de

sobrevivência (BARROS, 2015), o que indica uma constante presença de trabalho informal, mas

não de emprego, que, relacionado a invisibilidade social recorrente a estes sujeitos, acaba

gerando uma ausência de reconhecimento de existência e uma impossibilidade de encontrar um

lugar social (HELOANI, 2015). Ao se realizar estudos com as pessoas em situação de rua,

acessa-se uma população marcada por diversas identidades/papéis destituídas, em paralelo a

falta de reconhecimento na realidade social, ou seja, trata-se de uma questão de uma falta de

pertencimento que se relacionada a um sofrimento ético-político (SAWAIA, 1999) e a exclusão

social (BARROS, 2015). Em linhas gerais, para a população de rua, seja na ausência de trabalho

formal, na presença de trabalho informal ou ao considerar a própria vida na rua, chega-se a

exclusão que vem por diferentes caminhos e que, por vezes, se associam ao contexto do trabalho

na atualidade, marcado pela instabilidade, informalidade e a presença do desempenho estrutural.

PSICOLOGIA NA SAÚDE PÚBLICA: UMA INTERFACE ENTRE FORMAÇÃO E ATUAÇÃO

ALINE MARQUES

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MICHELA DA ROCHA IOP

JAQUELINE VANESSA MIRANDA

RAQUEL REIF

Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos

Processo: Políticas Públicas e Sociais

RESUMO

Atualmente o campo da saúde apresenta novas possibilidades de atuação, exigindo um suporte

teórico capaz de abarcar esse espaço, que no Brasil ainda se mostra recente. Neste cenário a

Psicologia busca cada vez mais firmar-se e consolidar-se. Diante disto, este estudo visa a

problematização de questões teóricas e práticas concernentes a uma experiência de estágio em

uma Estratégia de Saúda da Família (ESF) no município de Ituporanga em Santa Catarina. A

atividade desenvolvida neste estágio compreendeu a triagem para o serviço de Psicologia

através de entrevista semi estruturada, realizada uma vez por semana, durante um período de

seis meses, entre outubro de 2014 e março de 2015, perfazendo um total de 72 horas. Espera-

se com este trabalho refletir o manejo da Psicologia no que se refere ao trabalho no Sistema

Único de Sáude – SUS, por meio de discussões sobre as dificuldades enfrentadas no dia-a-dia

da clínica psicológica no âmbito dos serviços públicos de saúde, procurando argumentar a

importância do debate sobre a prática psicológica ensinada nas academias em confronto com a

realidade das instituições públicas. O método empregado foi a leitura e compreensão de artigos

acadêmicos encontrados nas bases SciELO e PePSIC através de combinações como Saúde

Pública, Psicologia, Saúde Coletiva, e Psicologia da Saúde, além da articulação entre esta

revisão bibliográfica e a prática vivenciada na ESF descrita acima. Com relação aos resultados

obtidos verificou-se a necessidade de fortalecimento técnico e teórico das matrizes curriculares

dos cursos de formação em Psicologia, para que os mesmos sejam capazes de subsidiar a

atuação do psicólogo na saúde pública. Propõe-se, também, o questionamento do modelo de

atuação, onde os pressupostos epistemológicos estão voltados para a prática clínica de caráter

elitista, com predominância de uma visão individualista e psicologizante dos problemas sociais.

Dessa forma, compreende-se a importância de um novo olhar sobre o ser humano e sobre o

processo de saúde-doença, a partir da valorização da proposta de trabalho do SUS, que favorece

a atuação com base nos princípios de saúde coletiva.

Palavras-Chave: Psicologia da Saúde; Saúde Pública; Estágio; Capacitação profissional.

DA CATEGORIA DE BASE AO PROFISSIONAL: A CONSTITUIÇÃO DO EU DOS

JOGADORES DE FUTEBOL

MISAEL SZYTKO

MARIA CAROLINA DA SILVEIRA MOESCH

EDUARDA MORO

Eixo: A vida na era da Informação, comunicação e tecnologia

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Processo: Grupais e de Mobilização Social

RESUMO

O futebol acabou atravessando as fronteiras e os laços dos países, atingindo uma dimensão

global a qual o possibilitou fincar suas raízes mundo a fora sendo um dos esportes mais

praticados no mundo. Com relação ao Brasil, o futebol é o esporte mais popular do país e é

praticado por diferentes classes sociais e faixas etárias. A relevância deste esporte no cenário

brasileiro ganhou tanta proporção, que o Brasil é considerado por muitos como o “país do

futebol”. Contudo, no decorrer dos anos, pelas inúmeras transformações ocorridas na sociedade,

até mesmo esse esporte passou e vem passando por modificações, principalmente, na maneira

das pessoas relacionarem-se com o futebol. Baseado nesse cenário de transformações, a

presente pesquisa realizada teve como objetivo principal compreender quais e como os

processos subjetivos produzem sentidos na constituição do eu, de um jogador da categoria base

e de um jogador profissional. A pesquisa aconteceu na Associação Chapecoense de Futebol, na

cidade de Chapecó-SC. Além do seu objetivo principal, a pesquisa buscou mapear por meio da

cartografia e da fotografia como se dá o trajeto de um jogador da categoria de base até o time

profissional e, quais agenciamentos são produzidos na prática cotidiana do jogador de futebol.

Nesse sentido, tais questionamentos foram compreendidos através do método cartográfico,

sendo o mesmo, utilizado como o principal instrumento de análise dos fatos emergentes no

decorrer da pesquisa. Também, utilizamos a fotografia como instrumento disparador e facilitador

na compreensão dos fenômenos psicológicos, e consequentemente, na produção de

informações, análises e dinâmica dos grupos, pois o método cartográfico não possibilitou o

entendimento de algumas informações. A análise desta produção de conhecimentos se deu à

luz dos referenciais teóricos de autores contemporâneos que discorrem sobre o assunto, como

Michel Foucault, Gilles Deleuze, Félix Guattari e Suely Rolnik, dando ênfase nos conceitos como

subjetividade e processo de subjetivação. Sobre os resultados desta pesquisa, cabe ressaltar

que pesquisa ainda está em processo de finalização e de análise. Porém, alguns resultados nos

mostraram uma espetacularização do eu dos jogadores, mas como objetos do mundo do futebol

Os próprios jogadores intitulam-se como objetos ou produtos em uma vitrine do mercado do

futebol. Além disso, os jogadores reproduzem e internalizam cobranças excessivas sobre eles,

apontando que sempre devem estar preparados e na melhor forma possível para estar inserido

e presentes nessa vitrine do mundo futebolístico. Ademais foi observado a presença um discurso

coletivo dos jogadores e a reprodução de discursos idênticos, ou seja, a homogeneidade dos

discursos desde a base ao profissional. O discurso coletivo é caracterizado por um “nós”, pois

mesmo quando realizam ações de maneira individual os jogadores apontam a ação e seu

resultado como algo do coletivo. O outro fator observado foi à questão da religiosidade muito

presente nos jogadores e a obtenção dos resultados ligada com a fé. A pesquisa ainda mostrou

a importância da inserção da psicologia no futebol, contribuindo na qualificação do clube para a

formação dos jogadores e uma expansão da área da Psicologia do Esporte.

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O CUIDADO PARA O CUIDADOR: A SAÚDE DOS TRABALHADORES NA INSTITUIÇÃO

HOSPITALAR

MISAEL SZYTKO

BRUNO HENRIQUE MASCARELLO

ANDRÉA LUIZA DA SILVEIRA

Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)

Processo: Trabalho

RESUMO

O presente trabalho é decorrente do processo de estágio dos componentes curriculares Estágio

Acompanhado em Psicologia, Processos de Gestão e Trabalho I e II, e Seminário em Psicologia,

Processos de Gestão e Trabalho I e II do Curso de graduação de Psicologia da Unochapecó. A

realização deste estágio teve duração de um ano e ocorreu pela inserção dos acadêmicos em

uma instituição hospitalar de Santa Catarina. Através da inserção na instituição hospitalar e

algumas observações realizadas, constatou-se a demanda relacionada às questões da saúde

dos trabalhadores na instituição hospitalar. Nesse sentido, o objetivo principal foi desenvolver

ações de forma multiprofissional, interdisciplinar e intersetorial voltadas à saúde dos

trabalhadores nos processos de trabalho, visando contribuir nas relações, nas situações

funcionais e na promoção da saúde e qualidade de vida dos trabalhadores da instituição

hospitalar. Para tal, o trabalho fundamentou-se no referencial teórico-metodológico das teorias

acerca da Psicologia Organizacional e do Trabalho, no método da Psicodinâmica do Trabalho,

nas propostas da política pública da saúde do trabalhador e na perspectiva de educação

permanente em saúde. Visando concretizar essas ações foram constituídos grupos com os

trabalhadores e com as chefias, procurando a realização e criação de um espaço coletivo,

facilitando as discussões grupais, uma reflexão e uma ação transformadora frente o trabalho.

Diante disso, os resultados nos evidenciam um aceleramento do processo de trabalho na

instituição hospitalar, o qual não possibilita aos trabalhadores refletir sobre sua atividade e afetam

de forma veemente as relações pessoais, sociais e profissionais. Os grupos constituídos com os

trabalhadores modificaram brevemente essa situação da escassez de reflexões sobre o contexto

de trabalho, facilitaram e qualificaram os movimentos dialógicos no contexto de trabalho,

havendo uma melhora nas relações estabelecidas entre os próprios trabalhares, possibilitam

mobilização de novas experiências e desenvolvimento de novos recursos no processo de

trabalho, voltadas a saúde do trabalhador e a qualidade de vida dos trabalhadores. Também, a

execução da proposta resultou em novos diálogos e novas ações frente ao tema da saúde do

trabalhador no hospital, sendo concretizada a execução do trabalho em outras instituições

hospitalares e a possibilidade da continuação da proposta de trabalho no hospital pela

modalidade de projeto de extensão e não por processo de estágio.

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QUANDO OS FILHOS DIZEM ADEUS: A PERCEPÇÃO SOBRE A MORTE E O PROCESSO

DE LUTO DOS PAIS QUE PERDERAM SEUS FILHOS EM SITUAÇÃO DE TRAGÉDIA

KAUÊ SANDIELLY CIPRIANI

Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)

Processo: Grupais e de Mobilização Social

RESUMO

A morte ainda é vista como uma incógnita, rodeada de crenças e paradigmas da sociedade

moderna. As palavras morte, morrer e luto remetem de imediato a sentimentos de dor, fracasso

e solidão. Aprender a aceitar e conviver com a morte e o morrer é essencial para a saúde mental

da população como um todo, portanto, torna-se necessário que este processo, embora doloroso,

seja discutido de modo natural entre todos. O principal objetivo desta pesquisa foi discutir a

percepção sobre a morte e o processo de luto como resposta natural ao ciclo de vida humano.

Concomitante a este fator, ocorreu o levantamento de dados, por meio de uma pesquisa

descritiva de cunho qualitativo, cuja realização foi submetida à apreciação pelo Comitê de Ética

em Pesquisa – CEP – da Universidade do Oeste de Santa Catarina – UNOESC – Joaçaba e

aprovado sob o número do Parecer 725.974. Os sujeitos participantes deste estudo foram 5

(cinco) pais e 4 (quatro) mães, totalizando uma amostra de 9 (nove) sujeitos de pesquisa, sendo

estes membros da Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa

Maria (AVTSM). O requisito de inclusão na pesquisa foi de que estes pais tivessem perdido seus

filhos em decorrência do incêndio na Boate Kiss em 27 de janeiro de 2013. Como instrumento

de coleta de dados foi utilizada uma entrevista contendo 16 (dezesseis) questões abertas e

fechadas. Com o resultado da pesquisa a respeito da morte e do luto, fica eminente que ambos

os fenômenos despertam olhares curiosos, porém, receosos. Ademais, ficou perceptível que a

morte é vista como um ciclo, o qual as pessoas que partiram já concluíram, e ainda, entende-se

o processo de luto não somente nas fases e estágios as quais comumente são descritas na

literatura, mas sim, como um amplo conjunto de reações físicas e psicológicas que passa a

influenciar a vida pessoal, familiar e social do enlutado.

OFICINAS TERAPÊUTICAS

DÉBORA REGINA NAU

MARTA INÉS ARABIA

ANA PAULA KLAUMANN

Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos

Processo: Grupais e de Mobilização Social

RESUMO

A doença mental por muito tempo esteve relacionada à loucura. Segundo Foucault (2002), a

incapacidade ao trabalho leva os loucos, juntamente com mendigos, criminosos, velhos,

agitadores e demais excluídos da sociedade a ocupar os espaços destinados à exclusão social.

Com o passar do tempo à medicina psiquiátrica modificará esta concepção, surgindo assim

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formas de tratamento. A lei número 10.216/01 de abril de 2001, conhecida como lei

antimanicomial, visa garantir aos internos melhores condições de saúde e direitos à cidadania,

assegura que “o tratamento em regime de internação será estruturado de forma a oferecer

assistência integral à pessoa portadora de doenças mentais, incluindo serviços médicos, de

assistência social, psicológicos, ocupacionais, de lazer e outros”. Dentro do viés da psicologia

via atividades lúdicas é que foi idealizado o presente projeto, seguindo o caminho proposto pela

lei Paulo Delgado. O Histórico do Projeto data de julho de 2013 quando ocorreu a primeira

aproximação com a realidade de um hospital psiquiátrico para os discentes que participaram

dessa primeira experiência. O ponto de partida foi pesquisar sobre todo o contexto da Saúde

Mental, a Reforma Psiquiátrica, a luta antimanicomial, os direitos humanos, e a atual situação do

Brasil. Almejando uma visualização ampla de todo este processo. O presente trabalho teve como

objetivo promover uma melhoria na qualidade de vida dos usuários, na Ala Psiquiátrica de um

Hospital da cidade de Rio do Sul – SC, mediante a prática de atividades lúdicas e terapêuticas.

Oportunizando o resgaste de valores sociais e familiares, estimulando a autonomia e indo ao

encontro das potencialidades de cada um. A metodologia não se restringe a um conjunto de

métodos ou técnicas a serem utilizados nas nossas ações, mas envolve a articulação entre

questões de natureza teórica e procedimentos mobilizados em diferentes atividades. É a partir

do estudo da realidade dos pacientes que emergem os temas geradores que orientam a escolha

dos conteúdos a serem problematizados no processo terapêutico, para a compreensão dessa

realidade e busca de alternativas de intervenção social mediante os jogos lúdicos e dinâmicas

aplicadas. Com o desenvolvimento do projeto percebemos então que as atividades trazem de

algum modo benefícios aos que participam, ainda que seja pelo simples fato de serem ouvidos

e acolhidos. Sentimentos como a autoestima só são desenvolvidos em um ambiente onde o

indivíduo é respeitado, ouvido e tratado como sujeito único, onde possa desenvolver suas

potencialidades, em detrimento de suas limitações. Verificou-se nesse primeiro momento que,

isolar o paciente do seu meio de convivência dificulta ainda mais o seu desenvolvimento social.

A Oficina Terapêutica nos possibilitou ampliar nosso olhar frente ao doente mental e também ao

contexto de internação psiquiátrica. Pontuamos a importância de intensificar as ações de

intervenção, e inclusão social dos pacientes psiquiátricos. Considerando os resultados que

obtivemos até hoje em nossas atividades, é de fundamental importância dar continuidade ao

projeto, visando benefícios às pessoas que se encontram em internação e a criação de novas

propostas de atividades integradas ao projeto “Oficinas terapêuticas”.

ÉTICA SPINOZISTA: A ÉTICA DOS ENCONTROS E SEUS EFEITOS SOBRE A NOÇÃO DE

SUBJETIVAÇÃO DELEUZIANA

MARCELO SCHMITZ DOS SANTOS

MURILO CAVAGNOLI

Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos

Processo: Grupais e de Mobilização Social

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RESUMO

Spinoza é um filosofo do Sec. XVII, contemporâneo e critico de Descartes, principalmente no

tocante a superioridade da mente sobre o corpo. Sua teoria reverbera na construção do

pensamento de Deleuze, que junto a Guattari, tece importantes contribuições posteriormente

apropriadas pela psicologia para a compreensão dos processos de subjetivação. A obra mais

importante de Spinoza é sua “Ética” (2014) na qual nos fornece elementos para o entendimento

de sua ontologia. Pensando na ontologia de Spinoza, tudo que existe é afecção de uma única

substância, Deus, mas ao contrário da concepção teológica, Deus para Spinoza não é

antropomórfico, não é transcendente e não tem um telos para as coisas. Para Spinoza, a

substancia é única e existe em si e para si. Deus é a substância, a Natureza. O Deus Spinozista

é composto de infinitos atributos, dos quais conseguimos perceber apenas dois, pensamento

(idéias) e extensão (corpos), esses que nos constituem em um paralelismo, sem a sobreposição

de um sobre outro (ao contrario do que previa Descartes). Enquanto “modos” estamos sujeitos

aos encontros, que, se convergem com a nossa natureza aumentam nossa potencia (conatus) a

partir dos afetos alegres, já se não convergem conosco diminuem nossa potencia de agir

(conatus) a partir dos afetos tristes. Na leitura proposta por Deleuze, a noção de encontro e

potência de ação se faz fundamental para a proposição de uma concepção de sujeito e de mundo

que aposta na subjetivação, como movimento descentrado e possíveis apenas nas relações.

Pela apropriação de Espinosa, Deleuze, junto a Guattari, pode nos oferecer uma ontologia onde

tanto agenciamentos coletivos de enunciação (relações semioticamente mediadas) e

agenciamentos maquínicos (encontros entre corpos) concorrem no processo de produção de

subjetividade, afirmando a singularização na produção de corpos e pensamentos não

assujeitados a relações hierarquizadas, ou seja, ao que Spinoza propõe como “maus encontros”,

carregados de transcendências. A ética Spinozista, portanto, não deve ser encarada como moral

(lei) perpassando assim, pelo conhecimento inadequado, o que leva a servidão dos homens,

mas deve ser entendida como ética (ideia adequada), para que os homens, “livremente, façam

o que é melhor”. (SPINOZA, 2014, p.94) Na leitura proposta por Deleuze, a ética Spinozista

ganha potência como uma ética dos bons encontros, produtores de potência de ação e de

singularização. Esta leitura trás grandes contribuições ao campo da psicologia social. Palavras-

Chave: Espinosa; ontologia; Deleuze e Subjetivação.

PROGRAMA DE APOIO A PLANOS DE REESTRUTURAÇÃO E EXPANSÃO DAS

UNIVERSIDADES FEDERAIS: UMA REVISÃO DE LITERATURA.

SULIANA DA SILVA

TALITA CAETANO SILVA

MARUCIA PATTA BARDAGI

Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos

Processo: Políticas Públicas e Sociais

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RESUMO

O presente trabalho situa-se no campo da educação superior brasileira, com foco nas

universidades federais. Teve como objetivo analisar o Programa de Apoio a Planos de

Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI) o qual vigorou entre 2007 e

2012, sendo “uma das ações integrantes ao Plano de Desenvolvimento da Educação" (REUNI,

2010) e foi instituído em reconhecimento ao papel estratégico das universidades, em especial do

setor público, para o desenvolvimento econômico e social. Osobjetivos imediatos do REUNI

concerniam em expandir o número de ingressos e reduzir as taxas de evasão nos cursos

presenciais de graduação, por meio de um investimento maciço. Assim como, aumentar o acesso

de estudantes de camadas sociais de menor renda ao Ensino Superior. O REUNI tinha como

foco a ampliação da infraestrutura das IES existentes, do número de cursos, de vagas,

contratação de profissionais, construção de novas universidades e campi. Para a concretização

desta pesquisa o método escolhido foi revisão bibliométrica da literatura existente sobre o tema.

Realizou-se uma busca no banco de teses e dissertações da CAPES, com a palavra-chave

Reuni, nos campos título, assunto, resumo. Após a leitura dos resumos aqueles que tinham como

objetivo avaliar o Reuni, foram selecionados e buscou-se o trabalho completo ou artigo.

Excluindo-se as repetições, os trabalhos teóricos e aqueles cujo foco não era avaliar a

implementaçãodo programa, chegou-se a 34 publicações, que foram lidas e analisadas. A

estratégia mais utilizada para o levantamento de dados foi análise documental e entrevistas

(alunos, professores e gestores), grande parte das publicações usou dados referentes ao número

de vagas, criação de cursos, melhoria da infraestrutura, contratação de técnicos administrativos

e professores, para avaliar o cumprimento das metas estabelecidas pelo Reuni. Outros aspectos

citados foram evasão, perfil do estudante ingressante, formação docente, estratégias de

avaliação do programa e recursos/investimentos. Apesar, de o Reuni ser percebido pela maioria

dos autores como positivo na questão de expansão do Ensino Superior, váriosoutros apontam

questões referentes à qualidade de ensino e o aumento do trabalho dos docentes. Sugere-se

que sejam realizados estudos de longo prazo para verificar as reais consequências da

implementação do Reuni.

RELEITURA NA PERSPECTIVA CLINICA LACANIANA DO FILME ‘‘ELA’’

RAFAEL MEZZAROBA

MATEUS LUIZ FRANZ TROYACK

CLEDIMAR MEZZOMO

Eixo: A vida na era da Informação, comunicação e tecnologia

Processo: Terapêutico de indivíduos ou grupos

RESUMO

Com a crescente influência das tecnologias midiáticas como formadoras de opiniões, e

consequentemente, de subjetividades, acreditamos ser de grande pertinência a problematização

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dessas formas de tecnologias e como elas atuam como agentes responsáveis palas diferentes

formas que o sujeito experiência suas relações entre seres humanos e também com essas novas

formas de mídias. Através de uma reflexão feita a partir do filme ELA, procuraremos expor

algumas problematizações sobre até que ponto, a informática o os avanços das novas formas

de mídias, tentam atender e/ou suprir a carência afetiva humana e como esses novos e

poderosos meios de comunicações interferem e contribuem para a formação de subjetividades.

Para isso propomos algumas problematizações a respeito da relação entre Samantha e

Theodore, (personagens principais do filme) a luz da psicanalise lacaniana, onde discorreremos

sobre até que ponto a necessidade de significação é necessária para a formação do sujeito,

como ele experiência as relações interpessoais e como a tecnologia no filme (apesar do modelo

futurista) interfere (para o “bem” e para o “mal”) na construção social e como agente responsável

por subjetivações. Visando maior proveito nessa analise focar-nos-emos em uma analise do filme

estabelecendo uma relação entre a fase edípica e a relação que se dá entre Samantha e

Theodore no filme. O método para pensarmos as implicações tecnológicas, bem como essas

implicações se dão, é a analise bibliográfica dos conceitos da psicanalise proposta por Jacques

Lacan e a sua aplicação pratica na releitura do filme Ela. Os resultados que pretendemos

alcançar é a disseminação da importância da psicologia clínica, mais especificamente a

psicanálise, como uma das formas ou instrumentos que possuímos, como futuros profissionais

da psicologia, para entender, avaliar e interpretar a dinâmica de funcionamento dos sujeitos,

como esse se constitui, bem como, a forma que as diferentes experiências atuam nas

construções de subjetividades.

ESTÁGIO EM PSICOLOGIA ESCOLAR: COMPREENDENDO AS POSSIBILIDADES DO

FAZER DO PSICÓLOGO

ANA LETICIA MANDRIK

LIANI MARIA HANAUER FAVRETTO

Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos

Processo: Formativos e Educativos

RESUMO

Apresentação: Dentre as demandas emergentes NoEstagio Curricular Obrigatório em Psicologia

Escolar, evidenciou-se a necessidade em conhecer aspectos das famílias dos alunos que

frequentam a Escola. Neste sentido, foi realizado um diagnóstico socioeconômico das

famílias.Objetivos: Estabelecer uma analise sobre a realidade escolar;viabilizar a identificação

das potencialidades e das fragilidades famílias;identificar as principais demandas da comunidade

escolar; elaborar propostas de intervenção, a partir da necessidade das

famílias/escola.Metodologia: Por meio da reunião pedagógica,que contou com a participação dos

professores e funcionários da Instituição Escolar,foi elaborado um questionário com 31 questões

(abertas e fechadas), visando conhecer a realidade socioeconômica das famílias.Os

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questionários foram entregues a 179 famílias (número este correspondente as famílias que tem

filhos na Escola).No que tange as variáveis que compõem o questionário cita-se: Perfil das

famílias: (escolaridade, moradia, local de trabalho.); dinâmica familiar; uso de redes sociais e

principais dificuldades no âmbito escolar.Resultados: Quanto ao perfil das famílias, denota-se

que 32% das mães dos alunos possuem ensino médio completo; em relação a figura paterna

22% possuem o ensino médio completo enquanto que 21% possuem o ensino fundamental

incompleto. Em relação a moradia, 28% possuem residência própria e 72% residem em casas

alugadas ou cedidas. No que tange a ocupação, 49% dos pais e 36% das mães dos alunos citam

a Industria como principal fonte de renda. Em relação à dinâmica familiar, alguns pontos

identificados: apenas 4% das famílias participam de atividades de cunho cultural; enquanto que

99% das famílias afirmaram assistir televisão regularmente todos os dias, destes 37% disseram

passar de 3 a 5 horas em frente à televisão. Em relação ao âmbito escolar, 94% das famílias

apontaram acompanhar a vida escolar dos filhos. No que tange as principais dificuldades, 22%

citaram a “má influencia”, 17% as “características de personalidade do filho”, 14% a “influência

dos meios de comunicação”, 53% dividiu-se entre “falta de tempo falta, interesse do filho,

distorção de valores e falta de autoridade”.O diagnostico proporcionou a caracterização das

famílias, o que contribuiu para uma maior aproximação da escola com a comunidade,

auxiliandonas ações que adotadas pela instituição, como Grupo de Pais; Grupo de Professores,

ações em sala de aula sobre temas pertinentes as faixas etárias, discussões acerca do processo

de ensino/aprendizagem e a promoção do ser humano enquanto sujeito histórico e social.

INTERVENÇÕES URBANAS: UMA ANÁLISE SOBRE A PICHAÇÃO

ANDRESSA SAUZEM MAYER

SAMARA SILVA DOS SANTOS

Eixo: Vida Moderna, ambiente e sustentabilidade

Processo: Culturais

RESUMO

A pichação cada vez mais faz parte da configuração urbana, apropriando-se e questionando os

limites da cidade nos diversos contextos e ambientes. Essa intervenção social tem sido

compreendida como um sistema de comunicação, no qual as palavras não precisam existir

gramaticalmente para representar às expressões, mas possuir um remetente para essas

inscrições. No Brasil, a pichação é considerada uma prática ilícita, o graffiti possui uma ressalva

nos casos do proprietário consentir a arte, caso contrário, também se torna uma ação ilegal.

Assim, essas manifestações fazem um convite à reflexão sobre a desterritorialização e a

subjetividade emergentes no conflito entre preservação do patrimônio e a possibilidade de

intervenção cultural. Nesse sentido, este trabalho tem como objetivo analisar as respostas de

jovens transgressores em relação à capacidade expressiva, simbólica, da pichação. Este estudo

é um recorte do projeto de pesquisa intitulado: “Entre o grafite e a pixação: os significados da

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transgressão para o adolescente em conflito com a lei”. Fizeram parte desse estudo seis jovens

em conflito com a lei, que possuíam envolvimento com pichação na cidade do interior do Estado

do Rio Grande do Sul. A idade dos jovens variou de 16 a 28 anos, a escolaridade de Ensino

Fundamental completo a Ensino Superior incompleto e todos os jovens eram do sexo masculino.

Este estudo teve caráter qualitativo exploratório, no qual os dados obtidos de acordo foram

analisados através da análise de conteúdo. Os participantes indicaram que a pichação consegue

expressar muitas vezes o que eles estão sentindo e querem expor para o mundo, sendo utilizado

como um recurso de expressão e linguagem. Dessa forma, os jovens utilizam os muros como

registros pessoais de sentimentos, críticas sociais, expondo sua subjetividade através dos riscos

e rabiscos legíveis e não legíveis aos demais. Percebe-se que os adolescentes seguem uma

lógica mais competitiva e arriscada, no qual a expressão está vinculada a representatividade de

sua marca, símbolo (tag). Enquanto, os jovens tendem, para além desse tipo de inscrição,

expressarem-se através de opiniões singulares, questões individuais, declarações protestantes,

reflexões críticas sobre a sociedade através de palavras escritas ou desenhos (graffiti). Os

participantes destacam que a pichação por meio dessa capacidade expressiva, desacomoda e

incomoda os demais cidadãos. A literatura reconhece uma necessidade dos jovens em expressar

suas questões, mas contesta a forma com que essa prática ilícita pode afetar a cidade ao mesmo

tempo em que percebe a pichação como um fenômeno natural da urbanização. Tendo em vista

a necessidade de expressão dos jovens através do muro, questionam-se os espaços e as

estratégias que a cidade tem de lidar com essa demanda e as formas com que isso vem sendo

feito para com a juventude.

PSICOLOGIA E PICHAÇÃO: INTERVENÇÕES POSSÍVEIS

ANDRESSA SAUZEM MAYER

SAMARA SILVA DOS SANTOS

Eixo: Vida Moderna, ambiente e sustentabilidade

Processo: Trabalho

RESUMO

As pichações têm ocupado os espaços urbanos de forma intensa e as estratégias de

enfrentamento desse fenômeno frequentemente ocorrem via repressão policial. Adolescentes

que se envolvem com pichação podem cumprir Medida Socioeducativa (MSE) em meio aberto

e, geralmente, são encaminhados para o Centro de Referência Especializado de Assistência

Social (CREAS). O CREAS tem como objetivo oferecer atendimento especializado para crianças

e adolescentes (incluindo suas famílias), que se encontrem em situação de ameaça ou violação

de direitos. O trabalho do psicólogo, no campo da assistência social tem demandado uma

articulação intersetorial para a efetivação das intervenções psicossociais. O objetivo deste

trabalho foi analisar as respostas de psicólogos, que trabalham no acompanhamento

socioeducativo de adolescentes que cumprem MSE por pichação, sobre desafios e perspectivas

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das intervenções. Este estudo é um recorte do projeto de pesquisa intitulado: “Psicologia e

políticas públicas: saúde e desenvolvimento em contextos de vulnerabilidade social”, no qual foi

utilizada uma entrevista piloto feita com um psicólogo de uma instituição que atua com essa

população. Os dados foram analisados de forma qualitativa, através da análise de conteúdo. Na

opinião do participante as pichações podem ser compreendidas como uma forma de

comunicação para esses jovens, percebendo as motivações pessoais a fim de intervir sobre essa

lógica. Para o profissional, há falta de investimentos na infraestrutura e na estrutura da cidade

para contribuir para a inclusão desses jovens. Alguns estudos sobre pichação apontam para o

poder inclusivo dessa prática, tanto de forma agressiva através dos riscos codificados a formação

grupal das gangues. Os dados indicam o questionamento sobre a prática ilícita através da

implicação do jovem sobre a ação em conjunto com a exploração das suas potencialidades a fim

de alcançar um futuro com mais oportunidades. Em relação às especificidades do atendimento

com o adolescente pichador, o profissional relatou que percebe uma exposição menor à violência

e a vulnerabilidade do que nos casos de adolescentes em conflito com a lei que tenham cometido

outros tipos de infração. Nesse sentido, verifica-se o processo de responsabilização e

re(instituição) de direitos, a pretensão de interrupção do comportamento infracional previsto pelo

Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE). Ressalta-se o cuidado para a

estigma que esses adolescentes enfrentam ao transgredir a lei, a criminalização e a exclusão

social podem agravar a situação na qual o jovem se encontra. Entretanto, questiona-se a

inserção social e cultural desses jovens e o suporte que a cidade e a sociedade têm lidado com

essas manifestações. Percebe-se uma emergência frente ao aumento das pichações, às

operações policiais e as possibilidades de inserção social desses jovens na sociedade. Dessa

forma, é necessário atender as potencialidades que desse jovem, como a criatividade, a

competitividade e a comunicação explícitas pela pichação. Nesse sentido o trabalho do psicólogo

diante dessas questões revela a complexidade do fenômeno da pichação que envolve esses

atores sociais e a criminalização desse ato infracional.

ANÁLISES PRELIMINARES DE UM ESTUDO SOBRE A RELAÇÃO ENTRE SATISFAÇÃO

SEXUAL E SATISFAÇÃO EM RELACIONAMENTOS AMOROSOS

JECICA DE FREITAS

FELIPE SILVA MATHES BASSO

WALLESKA MAIER DA SILVA

Eixo: Vida Moderna, ambiente e sustentabilidade

Processo: Avaliação

RESUMO

Em algum momento da vida os indivíduos procuram um parceiro para instituir um relacionamento

afetivo. Esse processo ocorre por meio de quesitos arbitrariamente escolhidos pelo próprio

sujeito (Bee, 1997). É com os burgueses que se estabelece a associação entre o casamento, o

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amor e a sexualidade. Na modernidade inauguram-se os conceitos de amor-paixão e amor-

sexual como base do matrimônio. Com isso, marca-se um mudança histórica através desse

elemento revolucionário que permite a construção de uma trajetória do amor presente desde o

século XVI, contemplado nas obras shakespearianas e na ideia de liberdade individual, incluindo

o auge da revolução burguesa (Araujo, 2002). Ao casamento passam a ser associadas

expectativas e idealizações, tais como a felicidade a dois e a essencialidade do binômio

amor/sexo (Araujo, 2002). Observou-se, dessa forma, que a instituição do casamento passou a

assumir novos aspectos para além das determinações econômicas, sociais e culturais até então

vigentes. Sendo assim, a seguinte pesquisa tem por objetivo correlacionar os construtos

satisfação sexual e satisfação nos relacionamentos afetivos entre jovens e adultos na

contemporaneidade. Entretanto, somente indivíduos que possuem algum tipo de vínculo afetivo

participaram da pesquisa. A escolha da temática justifica-se pelo número de divórcios, que no

Brasil chegou a 351.153 em 2011, um crescimento de 45,6%, em relação a 2010 (241.122),

Estatística do Registro Civil de 2011. Logo, os construtos satisfação sexual e satisfação nos

relacionamentos afetivos proporcionam uma compreensão mais precisa sobre os preditores da

satisfação conjugal, tornando-se assim um alvo para as produções científicas. Metodologia:

Foram aplicados aos jovens e adultos que apresentaram as prerrogativas de seleção

(Relacionamento ou Vínculo Afetivo) dois instrumentos: a Escala de satisfação sexual de

Sanches Aragón e a Escala de satisfação global de Rusbult. Portanto, os dados foram coletados

a partir de uma pesquisa de cunho quantitativa e descritiva, com amostra de 243 casos.

Resultados: Obtivemos correlações positivas para as questões que abordavam os construtos

satisfação no relacionamento e satisfação em relação ao papel do companheiro dentro do

relacionamento (r=0,83 p<0,05). No quesito desgaste e aborrecimento da vida sexual

concomitante com monotonia (r=0,52 p<0,05) e excitabilidade tanto do parceiro quanto da rotina

e atividade sexual (r=0,63 p<0,05). Discussões: Foi possível constatar que estar satisfeito no

relacionamento está correlacionado positivamente com os parceiros desempenharem seu papel

dentro do relacionamento. E que uma vida sexual monótona consequentemente corresponde à

insatisfação. Considerar seu parceiro excitante e possuir uma vida sexual satisfeita é condizente.

PSICOTERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL NO ATENDIMENTO A CRIANÇAS:

DESAFIO NA PRÁTICA CLÍNICA

EDGMARA GIORDANI CAMICIA

CAROLINA SUZIN SCHMITH

TÂNIA RUDNICKI

Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)

Processo: Terapêutico de indivíduos ou grupos

RESUMO

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Trata do relato de experiência em psicoterapia cognitivo-comportamental com um menino de oito

anos. Atendimentossemanais, sob supervisão e realizados em Clínica-Escola, Caxias do Sul,

totalizando 18 sessões. A família - pai e mãe foram participativos, fundamental para o progresso

do paciente, até o momento da decisão do abandono.Encaminhados pela Escola pelo

comportamento do filho: masturbação em sala de aula e intervalos; dificuldade aceitar limites e

no inter-relacionamento.Além disso, tomava banho com o pai, chorando sempre que tal não

ocorresse. Suspeita de abuso por parte de adolescente amigo da família, aos três anos de idade,

conforme relato materno. O menino também tinha acesso fácil à equipamentos eletrônicos com

conteúdo sexual impróprio. Os pais o tratavam punitivamente,utilizando expressões como “seu

monstro”. Ao solicitar pontos positivo em relação ao filho, não conseguiram verbalizar nenhum.

O menino demonstrava agressividade, ansiedade, desvalia, além de desencadear sintomas

relacionados àsintomatologia depressiva, como isolamento, sintomas bulímicos -vômito,

alimentação compulsiva. Roía unhas e provocava hematomas na pele, beliscando-se.A

demanda estava relacionada, principalmente à dificuldade dos pais em manejar a situação,

devido a situações por eles já vividas na infância (abandono, educação rígida e sem afeto).

Referiam que não conseguiam estabelecer limites pelo “medo de reproduzir o mesmo padrão

vivido nas suas infâncias”.Foi realizado treinamento de pais e psicoeducação, com a intenção de

orientá-los sobre a importância dos limites no desenvolvimento da criança e manejo como não

ceder frente aos comportamentosapresentados. Estabelecer rotina e responsabilidades de

acordo com a idade, coesão do casal no trato com o filho, combinações sobre punições em caso

de desobediência, entre outros. Feitas também combinações em relação a questão

dasexualidade e manejo quanto à masturbação, bem como sanar dúvidas do menino sobre a

questão sexual, orientando sobre exposição quanto a conteúdo sexual impróprio. Em relação a

autoestima do filho, psicoeducou-se sobre a importância da valorização quando o menino

mostrava atitudes positivas. Foram esclarecidas dúvidas do paciente em relação às questões de

ordem sexual e feitas combinações sobre masturbação e banho – masturbação no banheiro,

sem repreensão. Obanhopassou a ser realizado sozinho, sendo combinado com o paciente e os

pais.Utilizaram-se jogos estruturados e competitivos com a intenção de trabalhar a tolerância a

frustração e respeito às normas. Através destas intervenções, os sintomas de ordem sexual

amenizaram, até desapareceram,porém, continuava apresentando intensa agitação e

ansiedade, bem como dificuldade na aceitação de limites. Indicada avaliação psiquiátrica, mas

os pais demonstraram grande resistência e, no retorno das férias, alegaram que como o paciente

já tinha demonstrado muitos sinais de melhora não sendo “mais necessário o atendimento”. Por

meio desta vivência nos deparamos com os desafios no atendimento infantil, visto que demanda

o constante envolvimento dos pais no processo terapêutico, levando, neste caso, a interrupção

prematura do processo terapêutico.

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PSICOPATAS ORGANIZACIONAIS: UM DEBATE A RESPEITO DA SUA EXISTÊNCIA E

CONSEQUÊNCIAS NO AMBIENTE ORGANIZACIONAL

SOFIA CIESLAK ZIMATH

KÁROL ALMEIDA DE LIMA

Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)

Processo: Trabalho

RESUMO

Instigar um debate e reflexão a respeito de psicopatas organizacionais, demonstrando que a

presença deles no ambiente de trabalho é muito prejudicial para a organização e pessoas

envolvidas diretamente com eles. MÉTODO: É um tema com poucas referências brasileiras,

sendo realizada uma revisão bibliográfica, para que os dados possam subsidiar futuras

pesquisas em campo. Apresenta-se a definição de psicopatia e psicopatia organizacional, as

funções da Área de Recursos Humanos na empresa diante deste panorama e aponta-se ações

preventivas para lidar com as situações organizacionais. RESULTADOS: Existem diferentes

graus de psicopatas, seus comportamentos são violentos, trabalham entre nós e diferem do

transtorno da personalidade narcisista. Conceito psicológico de definição controversa, pois eles

possuem absoluta consciência e domínio dos seus atos e sem culpa nenhuma ao realizá-los.

São atraídos por poder, controle e dinheiro e preferindo as corporações para agir; primeiramente

conquistam as pessoas e são bons comunicadores, no decorrer do tempo as pessoas percebem

a máscara deles. O Psychopathy Checklist (PCL-R) é um instrumento para avaliação e

diagnóstico da psicopatia criado por Robert D. Hare. Um líder de uma empresa atento,

provavelmente, conseguiria poupar pessoas de serem vítimas e sofrerem. Críticos apontam que

a liderança é descrita como se fosse sempre positiva, ética e boa; porém, muitas são tóxicas,

adotando práticas de trabalho prejudiciais, agindo por ganância, impaciência e poder (BATRA,

2007 apud GALVIN et al, 2010); o que acaba influindo na tomada de decisão ética nas empresas.

Corporações administradas por psicopatas dão tratamento insensível a seus funcionários, fazem

rescisões abruptas, as condições de trabalho são insalubres, há quebra de direitos humanos e

leis do trabalho (KETOLA, 2006 apud BODDY, 2010), comprometendo o clima dentro da

organização. Infere-se que a qualidade de vida dos funcionários acaba sendo influenciada

negativamente, pois as práticas éticas e socialmente responsáveis são infringidas, e também

influenciam na qualidade dos produtos e serviços. A Área de Recursos Humanos bem

estruturada protege o clima interno, realizando seus processos com a máxima qualidade. A

presença de psicólogos qualificados com visão abrangente sobre transtornos mentais nas

empresas, é muito importante, pois são eles que em geral tomam decisões sobre a contratação

de funcionários, ou ainda, participam da escolha dos finalistas para uma vaga. Uma estratégia

eficaz que pode ser aplicada é que as corporações possuam um conhecimento detalhado sobre

o assunto e tomem atitudes importantes a respeito de funcionários identificados com esse perfil

(CLARKE, 2011). Os psicólogos devem ser os facilitadores para a construção e divulgação da

linha geral de escuta na empresa; se existirem vítimas, elas devem ser acolhidas, pois seu estado

psíquico e físico está devastado. O psicólogo deve estar atento ao seu Código de Ética, que

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prevê a promoção da saúde e qualidade de vida das pessoas e da coletividade. Verificou-se que

psicopatia corporativa é um fenômeno universal, no Brasil poucos estudos são encontrados.

TÍTULO: INFÂNCIA, PSICOLOGIA E DOCÊNCIA: CONHECIMENTOS ENTRELAÇADOS

ADRIANA BOLIS

MAIARA LOPES DA LUZ

MONICA SANTINI DE OLIVEIRA DOKI

Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos

Processo: Formativos e Educativos

RESUMO

O PIBID - Programa de Incentivo a Bolsas de Iniciação à Docência é um programa nacional

desenvolvido pela CAPES, com o intuito de incentivar a profissão docente entre os estudantes

dos cursos de licenciatura. Na UFSC, o PIBID Psicologia funciona desde 2010 com atuação no

curso de Magistério em uma escola estadual da região metropolitana de Florianópolis. A

profissão de licenciado em Psicologia é pouco conhecida por sua restrita área de atuação

(majoritariamente na docência em cursos técnicos), entretanto o curso de licenciatura promove

um importante papel na formação do profissional de Psicologia, ainda que não atue como

licenciado, conforme avaliação dos estudantes participantes do PIBID. Neste trabalho

pretendemos relatar a experiência da sensibilização dos estudantes para os conteúdos

trabalhados na disciplina de Psicologia da Educação, oferecida a turmas de magistério, onde

atuam bolsistas Pibid. Transmitir conhecimentos científicos demanda que o professor desenvolva

métodos de transposição didática adequados ao contexto em que seus alunos estarão inseridos.

Ensinar não se trata de transmitir conhecimentos abstratos, de difícil aplicação. Pelo contrário,

demanda que o professor de Psicologia promova a tradução destes conhecimentos para que

tenha uma aplicabilidade prática na atuação profissional de seus alunos, visando uma real

apropriação dos conteúdos. Desta forma, nas primeiras aulas de Psicologia no curso de

Magistério, nos preocupamos inicialmente em conhecer as concepções e trabalhar os

preconceitos dos alunos acerca da infância. Para tal, propomos a criação de cartazes onde

devem aparecer imagens de revistas, frases e palavras que remetam à infância. Na sequência

das aulas, são assistidos e debatidos vídeos do documentário “Crianças Invisíveis”, nos quais

aparecem contextos muito diversos onde se desenvolvem diferentes infâncias. Para finalizar esta

atividade, retomamos os cartazes produzidos e comparamos as crianças dos cartazes às

crianças dos vídeos e da vida real, que cada um traz de sua experiência nos relatos em sala de

aula. Pretendemos com isso sensibilizar os estudantes para a diversidade da infância, para que

desde já estes futuros professores possam conhecer suas fantasias e repensar suas concepções

prévias, de forma a se aproximar de um conhecimento teórico-prático mais científico. O que se

observa no decorrer das aulas é um processo de sensibilização dos estudantes, de que o ideário

de Infância com que eles chegam não corresponde à realidade das crianças com as quais vão

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trabalhar. E também fica evidente com o passar das aulas a mudança deste entendimento de

Infância para uma concepção mais científica, corroborando para uma atuação profissional mais

efetiva frente à diversidade do contexto escolar.

AS PRÁTICAS PSICOTERÁPICAS QUE ATRAVESSAM UM CAPS: O QUE PODE UM

GRUPO?

LUIZ HENRIQUE FERNANDES DOS REIS

MARIA ALICE DE CARVALHO ECHEVARRIETA

EMILIA REGINA FRANZOSI

Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos

Processo: Trabalho

RESUMO

Este painel apresenta alguns questionamentos que temos feito a partir das nossas experiências

como estagiários de psicologia na rede pública de saúde de Florianópois, mais especificamente

no Centro de atenção Psicossocial Infantil(CAPSi) e no Centro Psicossocial Álcool e Drogas

(CAPSad). Seu objetivo é pensar o trabalho do psicólogos com grupos no SUS a partir de uma

perspectiva crítica às perspectivas tradicionais de grupo. Um argumento que permeia o

imaginário social sobre práticas grupais no âmbito da saúde, ainda hoje, é a noção de grupo

como uma solução menos eficaz para problemas de ordem psicológica, que só é utilizado em

decorrência da baixa oferta de serviços psicológicos clínicos e ao alto custo associado à esse

tipo de tratamento. Esse argumento, que Regina Barros descreve como econômico-

circunstancial, redundou no uso de grupos como recurso para postos de saúde como meio para

diminuir as filas de espera e teve como efeito secundário uma diminuição na importância dada a

este dispositivo e a consequente escassez de produção teórica sobre práticas de grupos. Esta

carência teórica, por sua vez, realimenta o imaginário social que os concebe como um substituto

pobre da psicoterapia individual, esta sim muito mais efetiva. As perspectivas sobre grupos que

são hegemônicas dentro da psicologia partem de uma concepção do grupo como composto de

indivíduos indivisos, mutuamente interdependentes que buscam o equilíbrio entre as partes.

Nestas perspectivas, a sociedade, o indivíduo e o grupo, também operariam dentro dessa lógica.

A partir disto constrói-se um saber sobre o comportamento dos ‘indivíduos’ dentro do grupo,

teorizando a emergência de comportamentos intragrupais. A insuficiência desse referencial para

entender o que acontecia nos grupos dos CAPS nos levou a buscar outros, em especial a noção

de clínica grupal de Regina Benevides Barros. Essa proposição teórica parte da noção de

subjetividade, entendida não como posse de um sujeito individual, mas como agenciamentos

produzidos no campo dos processos de produção social e material. O que implica,

imediatamente, na noção de multiplicidade, uma vez que cada sujeito vê-se ao longo da sua

história implicado em conjugações de forças, relações de saber-poder, maquinas que se põem

em funcionamento, produzindo desejos e formas ser e estar no mundo. A subjetividade do tipo

indivíduo é apenas mais uma das subjetividades possíveis, levada a cabo como efeito da

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serialização capitalística. A noção de produção de subjetividade rejeita a de indivíduo como algo

acabado, constante, passível de ser capturado pelo discurso médico-psicológico-científico,

afirmando a potência criativa e a capacidade de reformulação de cada sujeito. Nessa perspectiva

o que haveria no processo grupal não seria uma natureza grupal, em oposição a individual, que

desencadearia a emergência de papeis; não se trata de transformar o grupo num objeto a ser

pensado, o qual possui um interior que pode ser teorizado e psicologizado, pelo qual se podem

atingir mudanças de comportamento almejadas, mas sim pensar o grupo como um dispositivo

capaz de agenciar a produção de subjetividades desejantes.

PREVALÊNCIA DE USO DE DROGAS NOS AMBIENTES EDUCACIONAIS DE VACARIA/RS

CINTHIA MARIA CECATO PICOLI

Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos

Processo: Formativos e Educativos

RESUMO

A pesquisa é desenvolvida através do Conselho Municipal sobre Drogas de Vacaria – COMAD,

visando conhecer o contexto do uso de drogas na rede de ensino no município de Vacaria. O

estudo possibilitará dados importantes para uso na aplicabilidade da prevenção, no que tange à

atribuição de cada órgão/instituição que faz parte deste Conselho. Objetivo geral: estudar a

prevalência e fatores de risco para o uso de drogas entre estudantes, bem como construir um

diagnóstico das unidades educacionais pesquisadas no município de Vacaria. Objetivos

específicos: identificar o padrão de uso de drogas entre alunos matriculados nas instituições de

ensino de Vacaria; divulgar informações que orientem a prevenção e promovam esclarecimentos

aos envolvidos; aprofundar discussões significativas para a melhoria da qualidade de vida da

comunidade acadêmica; incentivar práticas preventivas e de inclusão social; enfatizar a formação

permanente dos educadores para as intervenções frente ao processo preventivo do uso indevido

de drogas; sensibilizar os professores e familiares para a abordagem da questão nos seus

contextos; instrumentalizar as instituições de ensino a construírem e manterem um programa de

prevenção ao uso de drogas inserido no cotidiano escolar. Método: Trata-se de uma pesquisa

exploratório-descritiva e transversal. De acordo com a finalidade do estudo, a abordagem

utilizada será o método quantitativo. A pesquisa será realizada na rede de ensino e nas

instituições de nível superior do município. Os participantes serão todos os educandos da rede

pública e privada de ensino que possuam 10 anos completos e acima deste, desde que presentes

na aula no dia da aplicação do questionário. O número aproximado da população é de 9.001

sujeitos. O instrumento utilizado é o questionário contendo cinco questões fechadas. Os dados

serão analisados com auxílio do programa SPSS. O tratamento estatístico visa tornar os dados

válidos e significativos. Resultados: a parceria com as instituições de ensino articula a

necessidade de obter um panorama atual da realidade do uso de drogas em Vacaria e com estes

trabalhar efetivamente na prevenção às drogas, beneficiando toda a comunidade. Almeja-se que

a médio e longo prazo, as ações preventivas sejam cada vez mais realizadas em rede, e possam

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apontar melhoras significativas na prevenção ao uso de drogas, sejam licitas ou ilícitas, e reduzir

o problema da criminalidade e da violência gerada por elas.

NOMEAÇÃO E TRIAGEM NEUROPSICOLÓGICA

LUCAS MENTOR DE ALBUQUERQUE NOBREGA

JACKSIANI ERAT

Eixo: Vida Moderna, ambiente e sustentabilidade

Processo: Avaliação

RESUMO

O Montreal Cognitive Assessment–MoCA (Nasreddine et al, 2005) consiste em um instrumento

de rastreio cognitivo concebido na língua inglesa internacionalmente conhecido, sendo traduzido

para o idioma português brasileiro em versão experimental por Sarmento, Bertolucci, Wajman

(2007). Na rotina prática hospitalar observa-se que vários pacientes fracassavam ao nomear

corretamente todos os animais do teste. Assim, necessitando estudos brasileiros e possíveis

adaptações. Objetivos: Investigar desempenho de adultos hígidos utilizando o MoCA e propor

sugestões para o item “Nomeação” da versão brasileira. Metodologia: Breve entrevista

psicológica à utilização do MoCA (versão experimental brasileira), e aplicação de uma versão do

item Nomeação desenvolvida para este estudo-piloto (contendo mesmo desenho do leão,

rinoceronte e camelo, acrescido da imagem do elefante, cavalo e posteriormente do hipopótamo,

no mesmo estilo gráfico da versão original. Neste caso, aceitou-se os termos “camelo” e

“dromedário”. A amostra da primeira fase contou com 32 sujeitos (X=28,3; S=11,4), atingindo

103 na segunda fase do estudo (Média: 30,23; Mediana: 25; Moda: 23; medidas de dispersão

foram Máxima:82; Mínima: 15; Desvio Padrão:12,55; Coeficiente de variação (%):41,52). Os

participantes eram de ambos os sexos, maiores de 18 anos minimamente alfabetizados,

residentes na grande Florianópolis/SC, que concordaram em participar. Resultados e discussão:

Na primeira fase, na “nomeação” todos responderam corretamente os animais leão, cavalo e

camelo. Mas, ao nomear o rinoceronte, 6 sujeitos, com boa acuidade visual e nível de

escolaridade acima do ensino médio, erraram. Devido às semelhanças, o elefante foi escolhido

para substituir o rinoceronte nesta versão inicial pelas semelhanças, como ser de grande porte,

cor acinzentada e pertencer a fauna africana. Mas na segunda fase foi descartado, assim como

a figura do cavalo, pela relevante facilidade apresentada aos respondentes. Na segunda fase

optou-se pelo rinoceronte por semelhantes razões. No item Nomeação, o Teste de aderência do

Qui quadrado nas respostas às figuras do rinoceronte e hipopótamo indicou H0 (acertos e erros

de identificação dos animais não dependem da figura mostrada (fo=fe ou Χ2 =0), os erros

independem das figuras), e H1 (acertos e erros de identificação dos animais decorrem da figura

apresentada (fo ≠ fe ou Χ2›0), os erros dependem das figuras. Χ20,05; 1 Gl =3,84 e Χ2calc.=

102,1). Observou-se que imagem do camelo/dromedário costuma ser confusa já que a imagem

do mesmo tem uma única corcova. Conclusão: É válido apresentar imagens claras com

diferentes animais com distintos níveis de dificuldade no item Nomeação do teste. Há uma

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relação significativa entre os reconhecimentos das figuras do rinoceronte (9,7% de erros) e

hipopótamo (5,3%). Os desvios observados nas duas situações não são ao acaso, as imagens

influenciaram nas respostas. Os acertos e erros são estatisticamente (P<0,05) diferentes entre

as situações. Os erros verificados na identificação dos animais dependeram das imagens, que

foram determinantes nas respostas. Enfim, rejeita-se Ho e aceita-se H1. O MoCA mostra boa

aplicabilidade, mas necessita de adaptação cultural brasileira adequada.

DESENVOLVIMENTO INFANTIL: COMPRENDENDO REGRAS E LIMITES

TAYLINE LECARDELLI

LIANI MARIA HANAUER FAVRETTO

Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos

Processo: Formativos e Educativos

RESUMO

Segundo La Taille (1999, p.01) a palavra limites “salienta três dimensões da palavra: transpor

limites para alcançar a maturidade, respeitá-los em favor da moralidade e, por último, a idéia de

construir limites que permitam a preservação da intimidade. No campo da educação, o termo é

usado no sentido usual e restritivo e trata daquilo que é permitido ou proibido, em prol da

moralidade”. Objetivos: Contribuir para a reflexão acerca de regras e limites, para a convivência

social; identificar as regras existentes na família, escola e sociedade; apresentar e discutir

situações que envolvam regras e limites na sociedade; desenvolver folder informativo aos pais,

acerca do tema. Método: As atividades sobre o tema aconteceram em dois momentos: O primeiro

momento, aconteceu por meio de encontros com as crianças dos Grupos IV (o que corresponde

a 4 anos de idade), de um Centro de Educação Infantil de um Município do Oeste de Santa

Catarina. Os encontros visavam as crianças identificarem as regras e limites em diversos

contextos sociais, além dos limites no transito e meio ambiente. As atividades foram realizadas

por meio de vídeos, discussões em grupos, pinturas, confecção de um mural com as regras,

discutidas/elaboradas com as crianças. Foi realizado uma atividade de caça ao tesouro onde as

crianças precisaram seguir as regras que estavam pelo caminho até encontrarem o baú. O

segundo momento, ocorreu por meio de um contato com os pais, onde foi entregue um folder

informativo, sobre a referida temática. Resultados: Por meio desta atividade, foi possível

apresentar e discutir algumas regras que são necessárias para o convívio satisfatório em sala

de aula, identificando os direitos e deveres de todas as crianças. Foi possível também, realizar

um trabalho de prevenção ao transito e meio ambiente, pois as regras e limites são necessárias

em todos os contextos. Também, contribuiu para a aproximação do Centro Educacional, com as

famílias, visando o entendimento acerca da convivência social.

SER MULHER E O CASAMENTO: O PARADOXO EXISTENCIAL

KETHLIN CARRARO

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LISANDRA ANTUNES DE OLIVEIRA

PAULA CRISTINA TASCA

Eixo: Vida Moderna, ambiente e sustentabilidade

Processo: Terapêutico de indivíduos ou grupos

RESUMO

A mulher ao longo de sua existência viu apenas uma forma de ser bem sucedida socialmente,

através do casamento. Porém, devido a muitas transformações socioculturais a mulher vem

buscando e conquistando a igualdade de direitos. Emancipando-se e quebrando o modelo

tradicional, machista e patriarcal de nossa sociedade. O objetivo foi compreender os fenômenos

relacionados à vida e ao casamento, de ordem cultural, na vida de mulheres, que por algum

motivo buscaram e estão sob acompanhamento psicológico em uma unidade básica de saúde.

Como ponto central analisou-se se as imposições sociais influenciam na tomada de decisões na

vida dessas mulheres em relação ao matrimônio e conhecer como é, para elas, Ser Mulher.

MÉTODO: O método utilizado foi o fenomenológico, pois este possibilita captar o sentido ou o

significado da vivência para as pessoas em determinadas situações, por elas experienciadas em

seu existir cotidiano (Forghieri, 2004). Foram entrevistadas 3 mulheres, entre 40 a 45 anos, que

por algum motivo buscaram e estão sob acompanhamento psicológico em uma unidade básica

de saúde (UBS) do extremo-oeste do estado de Santa Catarina. E como instrumento para a

coleta de dados foi realizada uma entrevista composta por uma pergunta de fim aberto: eu

gostaria que você me falasse sobre como você vivencia o casamento… As entrevistas

aconteceram na UBS, foram gravadas mediante consentimento das participantes acordado junto

à explanação do termo de consentimento livre e esclarecido, foram transcritas de forma literal a

fim de obter a compreensão fenomenológica. RESULTADOS: Apesar das participantes

vivenciarem situações distintas em relação aos seus casamentos, percebeu-se pelas vivências

relatadas, que houve um movimento interno para obter uma maior satisfação e pertencimento no

relacionamento e na dinâmica de suas vidas como um todo. Situações nas quais as essências

não se distinguem uma da outra, pois, como trouxeram à tona, é nessa etapa que se aflora a

participação mais ativa na sua própria vida, e isso remete a mudanças de paradigmas, onde a

mulher decide apossar-se de si mesma, ou continuar levando uma condição advinda de valores

externos, morais. A busca por autonomia e não satisfação perante as situações enfrentadas em

suas vidas, as participantes, abordaram livremente a experiência terapêutica e as contribuições

significativas em suas vidas. E essa capacidade é a tendência ao crescimento, para caminhar

rumo à maturidade e reorganizar sua personalidade em relação com a vida de maneira

construtiva e madura. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Casamento e sua construção vão além da

união de dois seres, pois envolve o contexto histórico, político e a subjetividade dos sujeitos no

mundo familiar ou conjugal, configurando-se numa variedade de formas em sua organização,

onde os pares carregam crenças, valores, jeitos de ser. O ser humano possui uma capacidade

de sempre buscar novos horizontes para seu crescimento e desenvolvimento como pessoa, isso

motiva a crer na possibilidade de um espaço de convivência que respeita a livre expressão dos

sujeitos, na igualdade dos direitos, na não descriminação.

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VISITA ABERTA ÀS GESTANTES E ACOMPANHANTES NA MATERNIDADE DO

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO/UFSC COMO PRÁTICA DE HUMANIZAÇÃO VINCULADA À

REDE CEGONHA

HENRIETTE CAROLINE ITTNER DA SILVA

ALESSANDRA VIEIRA SCHETZ

AMANDA KLIEMANN

ELISANGELA BÖING

NATIELEN PEIXE

ZAIRA APARECIDA OLIVEIRA CUSTODIO

Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos

Processo: Políticas Públicas e Sociais

RESUMO

A visita aberta às gestantes e acompanhantes ao Hospital Universitário Polydoro Ernani de

Santiago é uma prática de atenção humanizada direcionada às mulheres gestantes e seus

acompanhantes, sendo coordenada pela equipe multiprofissional da maternidade. Esta visita,

que é vinculada ao Sistema Único de Saúde, faz parte do Programa de Humanização no Pré-

natal e Nascimento, regido pela portaria n° 569/GM/MS de 2000. Também está vinculada à Rede

Cegonha, instituída no ano de 2011 pela portaria 1.459/2011, que visa oferecer à gestante e seu

acompanhante a oportunidade de conhecer a maternidade que vai parir seu filho. A partir da

adesão da Rede Cegonha no município de Florianópolis, em setembro de 2014, foi estabelecido

que a visita aberta às gestantes e acompanhantes à maternidade do HU aconteceria na primeira

e na terceira terça-feira de cada mês das 14 às 18 horas. Na primeira terça-feira recebe-se

gestantes oriundas da Grande Florianópolis, e, na terceira terça-feira, para gestantes vinculadas

às Unidades Básicas de Saúde às quais são referências de atendimento para o HU. Esta visita

tem por objetivo aproximar as gestantes e seus acompanhantes do ambiente no qual desejam

ter seus filhos, a fim de que eles se sintam familiarizados, acolhidos e cientes do que pode ser

oferecido pelo serviço. A visita é dividida em dois momentos, sendo que o primeiro ocorre no

auditório, onde é apresentado o vídeo institucional da maternidade, bem como as rotinas de seu

funcionamento, e por fim distribuído o material educativo. Ainda neste momento os profissionais

que coordenam a atividade estimulam os participantes a fazerem perguntas a fim de esclarecer

suas dúvidas. No segundo momento ocorre a divisão dos participantes em subgrupos para a

realização da visita no Centro Obstétrico e Alojamento Conjunto. Durante o primeiro momento

(no auditório), vê-se a importância de disponibilizar informações acerca dos aspectos que

compõem o Parto Humanizado, como: a presença de acompanhante de escolha da gestante

durante o processo de pré-parto, parto e pós-parto; a possibilidade de utilização de métodos não

farmacológicos para o alívio da dor (como bola suíça, massagens, banho terapêutico) e estímulo

ao parto normal; a realização de cesarianas somente por indicação médica; estabelecimento do

contato pele-a-pele entre mãe e bebê na primeira hora após o parto; a prática do Alojamento

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Conjunto; equipe multiprofissional; assistência prestada pela Central de Incentivo ao Aleitamento

Materno, com profissionais que orientam e estimulam a prática da amamentação, entre outros

aspectos. Aproximadamente seiscentas gestantes e acompanhantes realizaram a visita na

maternidade do HU desde que esta atividade passou a ser vinculada à Rede Cegonha, há cerca

de um ano, com média de 15 pessoas por visita. Ao final da atividade as gestantes e

acompanhantes demonstram e referem tanto satisfação pelas informações recebidas quanto

gratidão pela oportunidade de conhecerem e se apropriarem das rotinas da maternidade. Esta

atividade vem cumprindo seu papel de promoção de saúde, conscientização e garantia dos

direitos que envolve o processo de nascimento.

PROJETO DE PREPARAÇÃO PARA A APOSENTADORIA DESENVOLVIDO NO SIASS-

CHAPECÓ/SC.

ELIZANGELA RAQUEL ZANELLA DREY

ANGÉLICA MUCELIN

ANDRÉA LUIZA DA SILVEIRA

Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos

Processo: Grupais e de Mobilização Social

RESUMO

Este trabalho foi desenvolvido através do componente curricular Estágio Acompanhado em

Psicologia, Processos de Gestão e Trabalho, do curso de Psicologia da Unochapecó, que está

sendo realizado no SIASS - Subsistema de Atenção à Saúde do Servidor, no município de

Chapecó. Através das demandas levantadas em reuniões com a equipe multiprofissional do

SIASS e análises documentais, destacaram-se dificuldades ligadas às condições de trabalho e

saúde em geral, especificamente relacionada a saúde mental, aspectos das relações de trabalho.

Neste último ponto, a iminência da aposentadoria de servidores das diversas instituições que

pertencem ao SIAS apresentou-se como importante tanto para a equipe multiprofissional como

para os próprios servidores. Deste modo, foi planejado um projeto de Preparação para a

Aposentadoria a ser desenvolvido com os servidores públicos. Propusemos como objetivo geral

construir ações de preparação para a aposentadoria, visando refletir sobre os projetos de vida

que se apresentam no momento em que se aproxima o processo da aposentadoria. Assim,

focamos nas condições para refletir sobre o processo da aposentadoria enquanto uma nova fase

da vida. Pretende-se contribuir para a elaboração de um projeto de vida para o período da

aposentadoria, levando em consideração os aspectos psicológicos, sociais, econômicos e de

saúde através de reflexões sobre as escolhas realizadas ao longo da vida e sobre o “trabalho” e

seus sentidos. Como metodologia utilizamos Oficinas como estratégias de intervenção

psicossocial. As oficinas são abertas, variando no número de pessoas e na frequência dos

participantes. Ocorrem uma vez por semana, durante uma hora e 30 minutos, sob a coordenação

de duas estagiárias sob orientação acadêmica semanal. Por meio das oficinas de intervenção

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psicossocial em Preparação para a Aposentadoria, os participantes constatam novos desafios

frente a aposentadoria que se aproxima e lançam formas de como eles lidar.

Trabalho. Identidade. Qualidade de vida. Saúde mental. Grupos. Organização Social.

AS CONTRIBUIÇÕES DA ARTETERAPIA NO DESENVOLVIMENTO DA PESSOA

DIAGNOSTICADA COM AUTISMO

JULIANA BARBOSA DE ALENCAR

JOÃO PAULO KOLTERMANN

Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)

Processo: Terapêutico de indivíduos ou grupos

RESUMO

O Autismo por muitos anos foi acobertado e tratado como uma deficiência mental na qual as

pessoas que possuíam seu diagnóstico eram destinadas ao asilamento e passavam por

condições de sofrimento e violência. Conforme o distúrbio foi chamando a atenção dos cientistas

e sendo cada vez mais estudado, o Transtorno do Espectro do Autismo ganhou formas

específicas de tratamento e terapia, mas sua condição ainda é precária não eliminando muito do

sofrimento que lhe é relacionado. Atualmente, acompanhando uma maior visibilidade das

pessoas com o Autismo, é notada a importância de disponibilizar um leque de opções de terapias

disponíveis para a pessoa com esse espectro. O presente estudo tem como objetivo evidenciar

a relação existente entre a Arteterapia e as pessoas diagnosticadas com TEA. Foi pretendido

também conhecer as modalidades dança/movimento terapia, musicoterapia e as artes visuais

que fazem parte da Arteterapia. O estudo utilizou-se de uma entrevista estruturada com uma

profissional que utiliza da Arteterapia como método de tratamento para pessoas com

deficiências, incluindo o espectro autista. Intercalado à entrevista o estudo busca esclarecer o

que é a Arteterapia e seus instrumentos e como ela é importante para a qualidade de vida da

pessoa diagnosticada com TEA. Foi concluído que a Arteterapia auxilia para a área de

socialização do indivíduo, principalmente para a sua expressividade. A dança/movimento terapia

é capaz de promover a integração motora, física e social que são afetadas no distúrbio e também

de ajudar no autoconhecimento corporal, e na coordenação motora. A musicoterapia é

responsável por promover significativas melhoras na área da comunicação, pois a música serve

como uma forma alternativa de comunicação e também leva as pessoas a relatarem suas

experiências, mesmo que esse tipo de terapia não necessite de nenhuma habilidade verbal. Além

disso, a música é caracterizada por conter padrões (ritmo) e ser estruturada e ordenada, o que

ajuda a canalizar as estereotipias e ecolalias que fazem parte da sintomatologia do espectro.

Ademais, ela favorece o contato visual e a aceitação nas mudanças de rotina. A profissional

entrevistada trouxe que as maiores melhoras que ela observou durante seus anos de atuação

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foram principalmente com relação ao autoconhecimento, à amplitude dos relacionamentos, à

descoberta de habilidades e à ampliação de formas de comunicação.

Palavras-chave: Transtorno do Espectro do Autismo, Arteterapia, contribuições.

UM PANORAMA ACERCA DO AUTISMO

FERNANDA WESSLER NEHRING

Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos

Processo: Formativos e Educativos

RESUMO

Nas últimas décadas, o aumento do número de diagnósticos e as inúmeras pesquisas em torno

do Autismo, tornaram-no um tema de extrema importância para diversas áreas do conhecimento,

inclusive para a Psicologia. O presente trabalho tem como objetivo a compreensão do que é o

Autismo e as contribuições da Psicologia para esta síndrome. Para isso, realizou-se uma busca

de artigos científicos disponíveis nas bases de dados eletrônicas SciELO e PePSIC, através da

busca com as palavras chave Psicologia e Autismo, e utilizou-se cinco artigos, publicados entre

2004 e 2014. O Autismo está incluído nos Transtornos Invasivos do Desenvolvimento (TID), e

segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, o DSM-5, é caracterizado

por déficits na interação social e na comunicação, por padrões de comportamento repetitivos e

estereotipados e por um repertório restrito de interesses e atividades. Sua etiologia ainda não foi

completamente descrita, mas são conhecidas algumas das alterações a nível cerebral que essa

síndrome provoca, e que sua origem tem forte componente genético, além de contribuições

significativas do contexto biológico e social. A síndrome tem início precoce, geralmente em torno

dos três anos de idade, e sua prevalência varia entre 40 e 130 casos á cada 100 mil indivíduos,

sendo quatro vezes mais comum no sexo masculino. A atuação na Psicologia, junto ao Autismo,

pode ser feita de diversas formas, dependendo do contexto específico que o psicólogo e o

indivíduo estão inseridos, e do grau de comprometimento das funções cognitivas que esse

indivíduo apresenta. O psicólogo pode atuar como investigador, pesquisador, no diagnóstico e

na avaliação. A psicoterapia pode ser individual, nas instituições ou na família. Quanto mais

precoce a intervenção, maiores as possibilidades de desenvolvimento do indivíduo autista. Junto

com uma equipe multiprofissional, o psicólogo busca ajudar o autista a adquirir um repertório

cognitivo e comportamental mais funcional, proporcionando uma melhora na qualidade de vida

do indivíduo e de sua família. Dessa forma, mesmo já havendo importantes conhecimentos sobre

o tema, ainda tornam-se fundamentais mais pesquisas sobre o Autismo, com intuito de conhecer

totalmente essa síndrome, e aprimorar a atuação da Psicologia na mesma, que está cada vez

mais presente em nosso contexto social e de trabalho.

Palavras-chave: Psicologia, Autismo, Transtorno.

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AS DIFICULDADES ENCONTRADAS EM EDUCAR FILHOS ADOLESCENTES

ELIETE SERGINA DE SOUSA MACHADO

PRISCILA MACHADO

Eixo: Vida Moderna, ambiente e sustentabilidade

Processo: Trabalho

RESUMO

No âmbito da educação familiar, educar um filho adolescente se faz na tentativa de acertos e

erros, ao se tornarem pais não recebem um manual de como educar de forma correta seus filhos.

Até porque, se isso existisse, qual seria a implicação destes para se empenharem, se

responsabilizarem e até mesmo poder fazer desta uma oportunidade de crescimento pessoal?

Ginott (2004) declara que nenhum pai planeja o dia do seu filho, eles sempre procuram fazer o

melhor que podem para educá-los. Acontece que alguns pais na tentativa de cumprir seu papel,

encontram dificuldades e que a maioria delas diz respeito aos próprios impasses que os pais têm

de estarem nas relações sociais com seus filhos. Com isso, se tem como objetivo compreender

os sentidos produzidos pelos pais de filhos adolescentes sobre as dificuldades encontradas em

educá-los na adolescência sobre o olhar da Abordagem Centrada na Pessoa (ACP). Para isso

fez-se primeiro uma apresentação da adolescência de modo que pudesse mostrar as nuances

dessa fase da vida. Logo uma discussão da produção de sentidos no cotidiano baseado na

literatura de Mary Spink. E por fim, um panorama sobre a Abordagem Centrada na Pessoa, teoria

que servirá de base para a análise dos dados. Como método de estudo foi realizada uma

pesquisa de campo em uma escola particular de Palhoça/SC, os principais resultados obtidos

nessa pesquisa foram: as dificuldades apresentadas pelos pais para educar seu filho

adolescente, que se repetiram em todas as mães entrevistadas, bem como dificuldade em

dialogar, pois todas reconhecem uma introspecção nas filhas adolescentes. Denotaram também

dificuldade em aceitar as transformações que ocorrem na adolescência como lentidão, indecisão

e distanciamento social. Os sentidos construídos por essas mães se apresentaram ligados ao

seu cotidiano e a conceitos rígidos, demarcados ao longo das suas histórias, que aparecem para

elas como barreiras para a construção do diálogo, de aceitar que de tempos em tempos os filhos

se transformam e requer dos pais discernimento para acompanhar essa evolução.

PALAVRAS-CHAVES: Adolescência, Família, Educação. Produção de Sentidos no Cotidiano e

Abordagem Centrada na Pessoa.

Page 152: AnAis Posters...Realizado em 11,12 e 13 de novembro de 2015, na UFSC - Florianópolis - SC Realização: Universidade Federal de Santa Catarina Curso e Departamento de Psicologia 1

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PSICOLOGIA E TRABALHO: UM ESTUDO DE CASO SOBRE O TRABALHO NOS

SHOPPINGS DE BLUMENAU

RAIANY APARECIDA FOLHIARINI DE ARRUDA

Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos

Processo: Trabalho

RESUMO

O presente pôster se refere à vivência de estágio na área do trabalho dentro de um Shopping na

cidade de Blumenau, no período de março à junho de 2015. Na atualidade vivemos em uma

sociedade isolada, onde o trabalho, interações e conversas esta sendo substituído pela

tecnologia. E com essas mudanças o trabalho dos sujeitos esta sendo descartado por máquinas

mecanizadas e frias, sendo assim, a sociedade e os seus protagonistas ficam cada vez mais

isolados das pessoas, contextos ou afetividade. No ambiente organizacional as empresas não

reconhecem os valores dos funcionários, e a liberdade de expressão é traduzida em um

silenciamento, um luto organizacional. Mas apesar disto, o sujeito ainda encontra no trabalho o

seu lugar no social e este possui uma relação com o seu emprego que reproduz diariamente

uma identidade que o diferencia dos demais. Neste ínterim esta realidade é intensificada nos

shoppings pois este é um ambiente de puro consumo, é a janela do espetáculo do capitalismo,

e sendo assim não deve apresentar seus bastidores, bem como seus “organizadores”, ou seja,

o funcionário é escondido, e não deve aparecer para o consumidor. Com isto, as relações de

poder ficam nítidas, e os colaboradores como da limpeza ou estacionamento não possuem um

dialogo simples, fácil e acolhedor para o administrativo. A psicologia entra neste cenário

organizacional para quebrar essas barreiras virtuais, da qual a própria instituição não reconhece,

mas alimenta com o seu discurso. Sendo assim a psicologia exercida durante este estágio,

procurou uma aproximação entre os colaboradores afim de lançar um olhar da organização para

seus funcionários. Para tanto foi feito uma proposta de treinamentos, qualidade de vida do

trabalhador, conversas individuais, dinâmicas, eventos entre outros instrumentos da Psicologia

do Trabalho e Organizacional. Assim o trabalho do psicólogo dentro de uma organização norteia

o intermédio entre funcionários e empresa, atuando no processo de gestão, quebrando barreiras,

sugerindo novos desafios, onde o psicólogo não pensa somente nas questões financeira, mas

sim no sujeito que esta vivendo este trabalho.

Palavra Chave: Psicologia, Trabalho, Shopping e Organização.