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Realizado em 11,12 e 13 de novembro de 2015, na UFSC - Florianópolis - SC
Realização:
Universidade Federalde Santa Catarina
Curso e Departamento de Psicologia
“Sociedade Contemporânea e Produção de Subjetividade”
AnAisPosters
1
SUMÁRIO
REFLEXÕES E PLANO DE AÇÃO PARA QUALIFICAÇÃO DOS TRABALHADORES
DO NASF DE LAGUNA, SC ....................................................................................... 12
BRUNA AGUIAR DE OLIVEIRA GUEDES .................................................................................... 12
REPRESENTAÇÃO DOS MORADORES DO MEIO RURAL DE UM MUNICÍPIO DO
PLANALTO CATARINENSE SOBRE O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE E A FUNÇÃO
DO PSICÓLOGO NESSE CONTEXTO ...................................................................... 13
LARISSA RIBEIRO DE LIZ ........................................................................................................... 13
ANDERSON CHAGAS DE OLIVEIRA........................................................................................... 13
CICLO DA VIOLÊNCIA VERSUS REPETIÇÃO EM PSICANÁLISE- ATÉ QUE A
MORTE NOS SEPARE ............................................................................................... 14
KAMILLA COSTA NEVES ........................................................................................................... 14
ATENDIMENTO PSICOLÓGICO ONLINE NO BRASIL: DE 2000 A 2014 .................. 15
GISELLE DECHEN CARVALHO ................................................................................................... 15
VERA BAUMGARTEN DE ULYSSÉA BAIÃO ................................................................................ 15
INFÂNCIA E PSICOLOGIA SOCIAL: DESDOBRAMENTOS CRÍTICOS .................... 16
JOÃO PAULO ROBERTI JUNIOR ................................................................................................ 16
IDONÉZIA COLLODEL BENETTI ................................................................................................. 16
ENTRE O DESEJO DE SER E O MEDO DE ESTAR. CONTRIBUIÇOES DA
PSICOLOGIA PARA A TOCOFOBIA (MEDO DE GRAVIDEZ E/OU PARTO): ESTUDO
DE CASO. .................................................................................................................. 17
JANETE LEONY VITORINO ........................................................................................................ 17
BULLYING E CONSCIENTIZAÇÃO: EM DEFESA À LIBERDADE DE SER ............... 18
LARISSA RIBEIRO DE LIZ ........................................................................................................... 18
ANDERSON CHAGAS DE OLIVEIRA........................................................................................... 18
WESLLEY DAVISON SOARES DA SILVA ..................................................................................... 18
QUEIXA ESCOLAR: INTERVENÇÃO DA PSICOLOGIA ESCOLAR COM GRUPO DE
ALUNOS ..................................................................................................................... 19
LUCIANE GUISSO ..................................................................................................................... 19
MARIVETE GESSER ................................................................................................................... 19
POSSIBILIDADE DE ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO ESCOLAR FRENTE A
MEDICALIZAÇÃO DA QUEIXA ESCOLAR ................................................................ 20
LUCIANE GUISSO ..................................................................................................................... 20
MARIVETE GESSER ................................................................................................................... 20
PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS: O CUIDADO À SAÚDE JUNTO A
POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA ...................................................................... 21
2
TAÍZA GABRIELA ZANATTA CRESTANI ..................................................................................... 21
LISANDRA ANTUNES DE OLIVEIRA........................................................................................... 21
AS INFLUÊNCIAS DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE CASAIS
HOMOAFETIVOS NA REGULAMENTAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O
PROCESSO DE ADOÇÃO. ........................................................................................ 22
TATIANE ALINE DA SILVA MANFRA ......................................................................................... 22
PARA QUE PSICÓLOGO EM DELEGACIA? UM ESTUDO SOBRE A INSERÇÃO DO
PSICÓLOGO NAS DELEGACIAS ESPECIALIZADAS ............................................... 23
BETTIELI BARBOZA DA SILVEIRA .............................................................................................. 23
A PSICOPATIA E OS CRIMES HEDIONDOS: UMA INTERAÇÃO POSSÍVEL ........... 24
ANDRESSA MORGANA ABATI .................................................................................................. 24
SCHEILA BEATRIZ SEHNEM ...................................................................................................... 24
MAUS TRATOS INFANTO JUVENIS E AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA: UMA REVISÃO
DE CONCEITOS E PROCEDIMENTOS UTILIZADOS ............................................... 25
ÍTALO ROBERTO NUNES DE OLIVEIRA ..................................................................................... 25
INFÂNCIA E CONTEMPORANEIDADE: DISCURSOS MIDIÁTICOS E SEUS EFEITOS
NA TRAJETÓRIA DE VIDA DE CRIANÇAS BRASILEIRAS ....................................... 26
ANDERSON CHAGAS DE OLIVEIRA........................................................................................... 26
LARISSA RIBEIRO DE LIZ ........................................................................................................... 26
WESLLEY DAVISON SOARES DA SILVA ..................................................................................... 26
AÇÃO SOCIOEDUCATIVA DE GRUPO DE HOMENS COMO MEDIDA CAUTELAR
PREVISTA NA LEI MARIA DA PENHA....................................................................... 27
SHEILA FAGUNDES ISLEB ......................................................................................................... 27
EDNA MARIA DA SILVA VIEIRA ................................................................................................ 27
UMA REFLEXÃO DA EFETIVIDADE DA PROPOSTA DE TRATAMENTO DA
COMUNIDADE TERAPÊUTICA PARA A REINSERÇÃO SOCIAL DO DEPENDENTE
QUÍMICO .................................................................................................................... 28
PATRICIA MOCELIN ALBINO .................................................................................................... 28
LER/DORT: DA ETIOLOGIA À REABILITAÇÃO ......................................................... 29
RENATA OLIVERA RIGON ......................................................................................................... 29
CAROLINE MEERHOLZ ............................................................................................................. 29
RUBIA JASPER MENDES ........................................................................................................... 29
MILENA GARCIA DA SILVA ....................................................................................................... 29
KAMILA DOS SANTOS ANDRADE ............................................................................................. 29
PSICOLOGIA POSITIVA: UM MOVIMENTO NOVO, UM NOVO FOCO ..................... 30
KAMILA DOS SANTOS ANDRADE ............................................................................................. 30
CAROLINE MEERHOLZ ............................................................................................................. 30
MILENA GARCIA DA SILVA ....................................................................................................... 30
3
SUICÍDIO NO TRABALHO: QUAL A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO EM RELAÇÃO
AO ADOECIMENTO DO TRABALHADOR? ............................................................... 31
RUBIA JASPER MENDES ........................................................................................................... 31
RENATA OLIVERA RIGON ......................................................................................................... 31
MILENA GARCIA DA SILVA ....................................................................................................... 31
PRÁTICAS DE GESTÃO DE PESSOAS:RELATO DE EXPERIÊNCIA DO ESTÁGIO
DE PSICOLOGIA EM UMA INSTITUIÇÃO HOSPITALAR LOCALIZADA NO VALE DO
ITAJAÍ. ........................................................................................................................ 32
MARIA APARECIDA FLORÊNCIO DIAS ...................................................................................... 32
ROSANA MARQUES DA SILVA ................................................................................................. 32
A RELAÇÃO ENTRE O HÁBITO DE CONSUMIR FILMES E JOGOS COM
CONTEÚDO VIOLENTOS E A PRÁTICA DE COMPORTAMENTOS DE AGRESSÕES
FÍSICAS...................................................................................................................... 33
ANDRÉIA ISABEL GIACOMOZZI ................................................................................................ 33
CAMILA DETONI SÁ DE FIGUEIREDO ....................................................................................... 33
PRISCILA P. NUNES .................................................................................................................. 33
VANESSA PHILIPPI CECCONI .................................................................................................... 33
APOSENTADORIA, SAÚDE DO IDOSO E SAÚDE DO TRABALHADOR: REVISÃO
DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA .................................................................................... 34
MARCOS HENRIQUE ANTUNES ............................................................................................... 34
CONTRIBUIÇÕES DO YOUTUBE PARA A COMUNICAÇÃO E O COMPROMISSO
SOCIAL DO PSICÓLOGO .......................................................................................... 35
BÁRBARA PIAZZA DOS REIS ..................................................................................................... 35
GRAZIELLE TAGLIAMENTO ...................................................................................................... 35
SAÚDE MENTAL E TRABALHO: UM ESTUDO COMPARATIVO ENTRE
FUNCIONÁRIOS ADMITIDOS E DESLIGADOS DE UMA EMPRESA DO MEIO-
OESTE CATARINENSE ............................................................................................. 36
SCHEILA BEATRIZ SEHNEM ...................................................................................................... 36
TÂNIA APARECIDA STEFANES .................................................................................................. 36
TODO MUNDO OLHA, QUASE NINGUÉM VÊ: A PERCEPÇÃO DE
TRABALHADORES OPERACIONAIS COM RELAÇÃO À INVISIBILIDADE SOCIAL
DE SEUS TRABALHOS. ............................................................................................ 36
PRISCILA SILVA CARDOSO ....................................................................................................... 36
SOFIA CIESLAK ZIMATH ........................................................................................................... 36
OFICINAS EM SAÚDE MENTAL: NOVAS FORMAS DE SE PENSAR PSICOLOGIA 38
PRISCILA SILVA CARDOSO ....................................................................................................... 38
ISABELLI NOGUEIRA ................................................................................................................ 38
CAROLINE CAMILO DE CASTRO FRANCO ................................................................................ 38
TACILA MARIA SAMBATI ......................................................................................................... 38
4
MÃES PRIMÍPARAS: VIVÊNCIA DO PROCESSO DE INSERÇÃO DO FILHO NA
CRECHE .................................................................................................................... 39
IÁRA CASTEGNARO .................................................................................................................. 39
SCHEILA BEATRIZ SEHNEM ...................................................................................................... 39
SIMONE BALBINOT .................................................................................................................. 39
O PROCESSO DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO EM UMA OPERADORA DE
PLANO DE SAÚDE: DA ANÁLISE À EXECUÇÃO ..................................................... 40
JAQUELINE SARA JORGE .......................................................................................................... 40
ROSANA MARQUES DA SILVA ................................................................................................. 40
CONTRATRANSFERÊNCIA DO ESTAGIÁRIO DE PSICOLOGIA ............................. 41
ALEXANDRE PETRY .................................................................................................................. 41
CIRURGIA PLÁSTICA: O IDEAL DE BELEZA E A IMPOSIÇÃO SOCIAL. ................. 41
GIULIA OLIVA GRASSI .............................................................................................................. 41
GIOVANIA MITIE MAESIMA CUNHA ........................................................................................ 41
ALÉM DO LEVEL-UP: ASPECTOS PSICOLÓGICOS DOS JOVENS ADULTOS AO
FAZEREM USO DOS JOGOS DE MMORPG. ............................................................ 42
ALEXANDRE PETRY .................................................................................................................. 42
LISANDRA ANTUNES DE OLIVEIRA........................................................................................... 42
RELATO DE EXPERIÊNCIA: AS IMPLICAÇÕES DA PSICOLOGIA SOCIAL EM UM
GRUPO DE ADOLESCENTES EM CONDIÇÕES DE VULNERABILIDADE SOCIAL . 43
JULIANA BEREZOSCHI .............................................................................................................. 43
CATARINA GEWEHR ................................................................................................................ 43
ETIENNE ALESSANDRA HAFEMANN ........................................................................................ 43
SIMONE DE LIMA ..................................................................................................................... 43
BULLYING NAS ESCOLAS: CONCEPÇÃO DE PROFESSORES.............................. 45
IÁRA CASTEGNARO .................................................................................................................. 45
MARINA RECH MARIN ............................................................................................................. 45
A INCLUSÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA EM ESPORTES RADICAIS EM SC
................................................................................................................................... 46
JACKSIANI ERAT ....................................................................................................................... 46
ADRIANO HENRIQUE NUERNBERG.......................................................................................... 46
NÁTALI CRISTÓFOLLI ............................................................................................................... 46
PROJETO PLACAR – PLANEJAMENTO DE CARREIRA .......................................... 46
MIRIAN LUIZA DOS SANTOS .................................................................................................... 46
JULIANA MORGANA STEDILE .................................................................................................. 46
PSICOTERAPIA COM CRIANÇA DE DIFÍCIL MANEJO: CASO L .............................. 48
JULIANA MORGANA STEDILE .................................................................................................. 48
5
MIRIAN LUIZA DOS SANTOS .................................................................................................... 48
EDUCANDO PARA A PAZ: INTERVENÇÃO GRUPAL COM PROFISSIONAIS DA
EDUCAÇÃO ............................................................................................................... 49
FLORA CURIA GOMES .............................................................................................................. 49
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: UM GRUPO PSICOTERAPÊUTICO COM AGRESSORES
CONJUGAIS ............................................................................................................... 50
ÁLVARO CIELO MAHL .............................................................................................................. 50
INTERVENÇÃO PSICOLÓGICA EM GRUPO DE AGRESSIVIDADE INFANTIL ........ 50
FLORA CURIA GOMES .............................................................................................................. 50
PSICOTERAPIA COM ADOLESCENTE - O CASO S. ................................................ 51
MIRIAN LUIZA DOS SANTOS .................................................................................................... 51
RESPEITO À MULHER VÍTIMA DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: RELATO DE ESTÁGIO
EM UMA DELEGACIA DE PROTEÇÃO DO SUL DE SANTA CATARINA .................. 52
SAMIRA MAFIOLETTI MACARINI ............................................................................................. 52
ANGELA MARIA BENEDET ....................................................................................................... 52
ELIANA CRISTINA GALLO PENNA ............................................................................................. 52
PROCEDIMENTO DE INTERVENÇÃO DO PSICÓLOGO COM PESSOAS QUE
SOFRERAM ALGUM TIPO DE VIOLÊNCIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA ................ 53
LARISSA TAMARA DA ROCHA .................................................................................................. 53
CAROLINE ZANERIPE DE SOUZA .............................................................................................. 53
JULIANA FRAINER .................................................................................................................... 53
ROBERTO MORAES CRUZ ........................................................................................................ 53
INTERVENÇÃO PSICOSSOCIAL ATRAVÉS DE OFICINA DE FOTOGRAFIA NO
CONTEXTO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DO SUAS ................................................. 54
CAROLINE ZANERIPE DE SOUZA .............................................................................................. 54
CAIO CEZAR CARDOSO NASCIMENTO ..................................................................................... 54
ALESSANDRA VIEIRA SCHETZ ................................................................................................... 54
O MAPA DE REDE SOCIAL COMO INSTRUMENTO DE INTERVENÇÃO NO
CONTEXTO DA VIOLÊNCIA FAMILIAR: RELATO DE CASO DE UMA EXPERIÊNCIA
DESENVOLVIDA NO CENTRO DE REFERÊNCIA ESPECIALIZADO DE
ASSISTÊNCIA SOCIAL (CREAS) ............................................................................... 55
KEYTH DE MORAES .................................................................................................................. 55
VANDERLÉIA BATISTA .............................................................................................................. 55
FATORES DE AJUSTAMENTO EMOCIONAL DOS RESPONSÁVEIS PELA CRIANÇA
ABUSADA SEXUALMENTE ....................................................................................... 56
CAROLINE FONTES ................................................................................................................... 56
CARLOS ALEXANDRE CAMPOS ................................................................................................ 56
6
LEVANTAMENTO DE NECESSIDADES PARA AMPLIAÇÃO DO PROGRAMA DE
INCLUSÃO DA DIVERSIDADE: RELATO DE EXPERIÊNCIA EM UMA
COOPERATIVA MÉDICA ........................................................................................... 57
ELISANDRA PAULINA ............................................................................................................... 57
ABUSO SEXUAL EM MENINOS: ROMPENDO O SILÊNCIO .................................... 58
MABEL FALAVINHA BARAN ..................................................................................................... 58
ANA PATRICIA A. V. PARIZOTTO .............................................................................................. 58
RELAÇÕES AMOROSAS VIA TECNOLOGIAS: ANÁLISE DE UMA PRODUÇÃO
CINEMATOGRÁFICA ................................................................................................. 59
LUIZA ELESBÃO SBRISSA .......................................................................................................... 59
BRUNA MALLMANN BUCCO .................................................................................................... 59
ANELIZE SAGGIN ALVES ........................................................................................................... 59
ADRIANE ROSO ........................................................................................................................ 59
PERCEPÇÃO DE PAIS E FILHOS SOBRE O DIVÓRCIO .......................................... 60
“SAINDO DO ARMÁRIO”: ASSUMINDO A HOMOAFETIVIDADE .............................. 61
ÁLVARO CIELO MAHL .............................................................................................................. 61
HABILIDADES SOCIAIS EM PROFESSORES DA EDUCAÇÃO INFANTIL ............... 62
IÁRA CASTEGNARO .................................................................................................................. 62
SCHEILA BEATRIZ SEHNEM ...................................................................................................... 62
ADRIANA DA SILVA .................................................................................................................. 62
ATRÁS DAS GRADES: A RELAÇÃO PESSOA-AMBIENTE NO ESPAÇO PRISIONAL
................................................................................................................................... 63
BETTIELI BARBOZA DA SILVEIRA .............................................................................................. 63
ROBERTA BORGHETTI ALVES ................................................................................................... 63
LUCIANO FRANZIM NETO ........................................................................................................ 63
ARIANE KUHNEN ..................................................................................................................... 63
REVISÃO SISTEMÁTICA E INTEGRATIVA SOBRE A MENSURAÇÃO DO APEGO
AO LUGAR ................................................................................................................. 64
BETTIELI BARBOZA DA SILVEIRA .............................................................................................. 64
ROBERTA BORGHETTI ALVES ................................................................................................... 64
LUCIANO FRANZIM NETO ........................................................................................................ 64
ARIANE KUHNEN ..................................................................................................................... 64
A PSICANÁLISE E A TROCA DE SIGNOS: UMA INTERPRETAÇÃO DO CONTO ‘O
SACI’ .......................................................................................................................... 64
JOÃO PAULO KOLTERMANN.................................................................................................... 64
INTERAÇÕES DE CRIANÇAS EM SITUAÇÃO DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL
NA CIDADE DE FLORIANÓPOLIS – SC .................................................................... 66
7
BEATRIZ PIRES COLTRO ........................................................................................................... 66
VICTÓRIA LUIZA KONELL ......................................................................................................... 66
ALINE AKINA ARAI ................................................................................................................... 66
LUCIANA MACHADO SCHMIDT ............................................................................................... 66
SARA ENGEL VOIGT ................................................................................................................. 66
O IMPACTO DAS VIVÊNCIAS NO SISTEMA PRISIONAL SOBRE A SUBJETIVIDADE
DOS DETENTOS ....................................................................................................... 67
TALLITA FRANDOLOSO ............................................................................................................ 67
MOTIVOS DE DESLIGAMENTO EM UMA REDE DE SUPERMERCADO DO VALE DE
ITAJAÍ ......................................................................................................................... 67
LUANA FERREIRA DE BELÉM.................................................................................................... 67
TATIANE LOPES DEARO ........................................................................................................... 67
ATENÇÃO BÁSICA: DESAFIOS NAS RELAÇÕES DE TRABALHO DENTRO DO SUS
................................................................................................................................... 68
JULIANA BEREZOSCHI .............................................................................................................. 68
ROSANA SCHMITT ................................................................................................................... 68
ETIENNE ALESSANDRA HAFEMANN ........................................................................................ 68
SER OU NÃO SER? A INFLUÊNCIA DA OPINIÃO DOS PAIS PARA O JOVEM AO
ASSUMIR SUA IDENTIDADE HOMOAFETIVA .......................................................... 70
CONTEXTO DE TRABALHO E CUSTO HUMANO NO TRABALHO: UM ESTUDO
COM TRABALHADORES PORTUÁRIOS DE TRANSPORTE .................................... 70
O DISCURSO DOS PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA SOBRE A
HOMOAFETIVIDADE NO CONTEXTO ESCOLAR..................................................... 72
COMPORTAMENTO PRÓ-AMBIENTAL: ESTADO DA ARTE DAS
DIMENSIONALIDADES DO FENÔMENO .................................................................. 73
UM OLHAR SOBRE SUJEITOS E OBJETOS NA ERA DAS CONEXÕES ................. 74
SABERES E PRÁTICAS ESCOLARES - A CONSTRUÇÃO DA INFÂNCIA E A
EDUCABILIDADE DA CRIANÇA NA EDUCAÇÃO INFANTIL ..................................... 75
SUPERAR O FRACASSO ESCOLAR - A AFETIVIDADE: UMA ESTRATÉGIA DE
MOTIVAÇÃO .............................................................................................................. 76
AS VIVÊNCIAS DE PRECONCEITO NO ÂMBITO ESCOLAR ................................... 77
AS PRÁTICAS EDUCATIVAS DO PROFESSOR NO TEMPO E ESPAÇO ESCOLAR
................................................................................................................................... 78
RODA DE GESTANTES E MÃES DA TAPERA .......................................................... 79
EXPERIÊNCIA DE ESTÁGIO NO SERVIÇO DE ATENÇÃO À SAÚDE DE PESSOAS
EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA SEXUAL .................................................................. 80
AINDA SOMOS OS MESMO E VIVEMOS COMO NOSSOS PAIS? ........................... 81
UM BREVE OLHAR CRÍTICO SOBRE A SAÚDE DA MULHER E A PRÁTICA DA
PSICOLOGIA.............................................................................................................. 82
8
A SAÚDE DA CRIANÇA E A PSICOLOGIA: PROBLEMATIZANDO AS DIFERENÇAS
DE CLASSE SOCIAL .................................................................................................. 83
SAÚDE DO HOMEM E AS IMPLICAÇÕES DA CONCEPÇÃO SOCIAL DO “SER
HOMEM” ..................................................................................................................... 84
REPERCUSSÃO DA TRAIÇÃO NA VIDA DA MULHER ............................................. 85
IMPLANTAÇÃO DE UMA REPÚBLICA PARA ADOLESCENTES EM
VULNERABILIDADE SOCIAL NO MUNICÍPIO DE MARAVILHA/SC .......................... 86
A PRÁXIS DO PSICÓLOGO NAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE UM CAPSAD DE
SANTA CATARINA ..................................................................................................... 87
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: UM ESTUDO ACERCA DA VIOLÊNCIA VIVIDA NA
INTIMIDADE DO ESPAÇO PRIVADO ........................................................................ 88
PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA: REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE BENEFICIÁRIOS
DA CIDADE DE ERECHIM-RS ................................................................................... 88
O PROCESSO DE INCLUSÃO DE ESTUDANTES COM TRANSTORNO DO
ESPECTRO DO AUTISMO NO ENSINO SUPERIOR ................................................ 89
EQUIPE REFLEXIVA: UMA INTERVENÇÃO TERAPÊUTICA COM BASE NA
PERSPECTIVA CONSTRUCIONISTA SOCIAL. ......................................................... 90
VIVÊNCIA GRUPAL NA FORMAÇÃO EM PSICOLOGIA ........................................... 91
ATUAÇÃO DO CONSELHO MUNICIPAL DE SAÚDE DE IRANI/SC:
POTENCIALIDADES E FRAGILIDADES .................................................................... 92
OS PROFESSORES E O DIAGNÓSTICO DE TRANSTORNO DE DÉFICIT DE
ATENÇAÕ/HIPERATIVIDADE (TDAH): UM OLHAR ACERCA DA INTERVENÇÃO .. 93
TEORIAS LEIGAS SOBRE O PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA: AS
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE NÃO USUÁRIOS DO PROGRAMA .................... 94
ÁLCOOL X ADOLESCÊNCIA ..................................................................................... 96
PERCEPÇÃO DE PROFISSIONAIS DA EQUIPE DE UMA CASA DE APOIO À
MULHER VÍTIMA DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA DE UM MUNICÍPIO DA REGIÃO
SERRANA DIANTE DA VIOLÊNCIA SOFRIDA PELAS MULHERES E SUAS
CONSEQUÊNCIAS .................................................................................................... 97
ANÁLISE DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA SOBRE RISCOS PSICOSSOCIAIS NO
TRABALHO NO IDIOMA ESPANHOL ........................................................................ 98
SUICÍDIO: COMPREENSÃO E PREVENÇÃO ........................................................... 99
O (NÃO) ESPAÇO PARA PROCESSO DE LUTO NA CONTEMPORANEIDADE .... 100
O IMPACTO DA DOENÇA: MUDANÇAS E A (RE)CONSTRUÇÃO DE SENTIDO ... 101
A CONSTITUIÇÃO DO SUJEITO E SUAS RELAÇÕES CORPO E ALIMENTO NAS
PATOLOGIAS ALIMENTARES ................................................................................. 102
REFLEXÕES SOBRE EUTANÁSIA - ARGUMENTOS PRÓ E CONTRA .................. 103
PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO NOS CURSOS DE MAGISTÉRIO DA REGIÃO
METROPOLITANA DE FLORIANÓPOLIS ................................................................ 104
9
ATUAÇÃO EM PREVENÇÃO AOS PROBLEMAS RELACIONADOS AO USO DE
DROGAS NO RIO GRANDE-RS E REGIÃO ............................................................ 105
A TERAPIA COMUNITARIA INTEGRATIVA ENQUANTO TÉCNICA DE
INTERVENÇÃO SOCIAL EM SEGURANÇA PÚBLICA: O RELATO DE UMA
EXPERIÊNCIA EM DELEGACIA ESPECIALIZADA.................................................. 107
A PERCEPÇÃO DE ACADÊMICOS DOS CURSOS DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO
E DA PSICOLOGIA ACERCA DA INFLUÊNCIA DE JOGOS DIGITAIS VIOLENTOS
SOBRE O COMPORTAMENTO DE CRIANÇAS ...................................................... 108
SINAIS E SINTOMAS DE COMPROMETIMENTOS PSICOLÓGICOS EM CRIANÇAS
VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA ......................................................................................... 109
PSICOTERAPIA E PESSOAS COM DEFICIÊNCIA: UM ENCONTRO ATRAVÉS DOS
REFERENCIAIS DA GESTALT-TERAPIA ................................................................ 110
ATUAÇÃO DE PSICÓLOGOS NO INSTITUTO MÉDICOLEGAL DE FLORIANÓPOLIS
SANTA CATARINA ................................................................................................... 111
PSICOLOGIA DO TRABALHO E GESTÃO PÚBLICA: DESAFIOS E
POTENCIALIDADES ................................................................................................ 112
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DO POLIAMOR PARA ESTUDANTES DO CURSO DE
PSICOLOGIA............................................................................................................ 113
DO MONTE CABURAÍ AO CHUÍ: AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE PESSOAS
DE DIFERENTES REGIÕES DO BRASIL ACERCA DA BISSEXUALIDADE ........... 114
PRÁTICAS E PRODUÇÃO DE SENTIDOS NO COTIDIANO DE TRABALHO DE
TRABALHADORAS DOMÉSTICAS SEM VÍNCULO FORMAL ................................. 115
MAPEAMENTO DE BARREIRAS DE UMA PESSOA COM DEFICIÊNCIA VISUAL EM
CASA NOTURNA DE FLORIANÓPOLIS .................................................................. 116
A CONSTRUÇÃO DAS RELAÇÕES SOCIAIS SOBRE A PERSPECTIVA DE
ARTISTAS CIRCENCES .......................................................................................... 117
PSICOLOGIA NA DOENÇA DE PARKINSON: UMA DEMANDA EM POTENCIAL
PARA A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NA OTIMIZAÇÃO DO COTIDIANO DOS
ACOMETIDOS .......................................................................................................... 118
PRÁTICAS E PRODUÇÃO DE SENTIDOS NO COTIDIANO DE TRABALHADORAS
DOMÉSTICAS COM VÍNCULO FORMAL DE TRABALHO DO MUNICÍPIO DE
FLORIANÓPOLIS/SC. .............................................................................................. 119
A INFORMALIDADE NO TRABALHO: REFLEXÕES SOBRE SUA DEFINIÇÃO NO
CAMPO DA PSICOLOGIA E SEU RECONHECIMENTO ENQUANTO FORMA
LEGÍTIMA DE TRABALHO ....................................................................................... 120
NÍVEL DE SATISFAÇÃO DOS ACADÊMICOS DO SEGUNDO ANO DO CURSO
DE PSICOLOGIA EM RELAÇÃO À ESCOLHA PROFISSIONAL ............................. 121
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE IDOSOS SOBRE A SEXUALIDADE E O AMOR
NA CONTEMPORANEIDADE. ................................................................................. 122
O PSICODRAMA E O ATENDIMENTO AOS AUTORES DE VIOLÊNCIA SEXUAL . 123
O TRABALHO DESENVOLVIDO PELA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA:
APONTAMENTOS TEÓRICOS ................................................................................ 124
10
PSICOLOGIA NA SAÚDE PÚBLICA: UMA INTERFACE ENTRE FORMAÇÃO E
ATUAÇÃO ................................................................................................................ 124
DA CATEGORIA DE BASE AO PROFISSIONAL: A CONSTITUIÇÃO DO EU DOS
JOGADORES DE FUTEBOL .................................................................................... 125
O CUIDADO PARA O CUIDADOR: A SAÚDE DOS TRABALHADORES NA
INSTITUIÇÃO HOSPITALAR .................................................................................... 127
QUANDO OS FILHOS DIZEM ADEUS: A PERCEPÇÃO SOBRE A MORTE E O
PROCESSO DE LUTO DOS PAIS QUE PERDERAM SEUS FILHOS EM SITUAÇÃO
DE TRAGÉDIA ......................................................................................................... 128
OFICINAS TERAPÊUTICAS ..................................................................................... 128
ÉTICA SPINOZISTA: A ÉTICA DOS ENCONTROS E SEUS EFEITOS SOBRE A
NOÇÃO DE SUBJETIVAÇÃO DELEUZIANA ........................................................... 129
PROGRAMA DE APOIO A PLANOS DE REESTRUTURAÇÃO E EXPANSÃO DAS
UNIVERSIDADES FEDERAIS: UMA REVISÃO DE LITERATURA. .......................... 130
RELEITURA NA PERSPECTIVA CLINICA LACANIANA DO FILME ‘‘ELA’’ .............. 131
ESTÁGIO EM PSICOLOGIA ESCOLAR: COMPREENDENDO AS POSSIBILIDADES
DO FAZER DO PSICÓLOGO ................................................................................... 132
INTERVENÇÕES URBANAS: UMA ANÁLISE SOBRE A PICHAÇÃO ...................... 133
PSICOLOGIA E PICHAÇÃO: INTERVENÇÕES POSSÍVEIS ................................... 134
ANÁLISES PRELIMINARES DE UM ESTUDO SOBRE A RELAÇÃO ENTRE
SATISFAÇÃO SEXUAL E SATISFAÇÃO EM RELACIONAMENTOS AMOROSOS . 135
PSICOTERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL NO ATENDIMENTO A
CRIANÇAS: DESAFIO NA PRÁTICA CLÍNICA ......................................................... 136
PSICOPATAS ORGANIZACIONAIS: UM DEBATE A RESPEITO DA SUA
EXISTÊNCIA E CONSEQUÊNCIAS NO AMBIENTE ORGANIZACIONAL ............... 138
TÍTULO: INFÂNCIA, PSICOLOGIA E DOCÊNCIA: CONHECIMENTOS
ENTRELAÇADOS .................................................................................................... 139
AS PRÁTICAS PSICOTERÁPICAS QUE ATRAVESSAM UM CAPS: O QUE PODE
UM GRUPO? ............................................................................................................ 140
PREVALÊNCIA DE USO DE DROGAS NOS AMBIENTES EDUCACIONAIS DE
VACARIA/RS ............................................................................................................ 141
NOMEAÇÃO E TRIAGEM NEUROPSICOLÓGICA .................................................. 142
DESENVOLVIMENTO INFANTIL: COMPRENDENDO REGRAS E LIMITES ........... 143
SER MULHER E O CASAMENTO: O PARADOXO EXISTENCIAL .......................... 143
VISITA ABERTA ÀS GESTANTES E ACOMPANHANTES NA MATERNIDADE DO
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO/UFSC COMO PRÁTICA DE HUMANIZAÇÃO
VINCULADA À REDE CEGONHA ............................................................................ 145
PROJETO DE PREPARAÇÃO PARA A APOSENTADORIA DESENVOLVIDO NO
SIASS-CHAPECÓ/SC. ............................................................................................. 146
11
AS CONTRIBUIÇÕES DA ARTETERAPIA NO DESENVOLVIMENTO DA PESSOA
DIAGNOSTICADA COM AUTISMO .......................................................................... 147
JULIANA BARBOSA DE ALENCAR ........................................................................................... 147
JOÃO PAULO KOLTERMANN.................................................................................................. 147
UM PANORAMA ACERCA DO AUTISMO ................................................................ 148
FERNANDA WESSLER NEHRING ............................................................................................. 148
AS DIFICULDADES ENCONTRADAS EM EDUCAR FILHOS ADOLESCENTES .... 149
ELIETE SERGINA DE SOUSA MACHADO ................................................................................. 149
PRISCILA MACHADO .............................................................................................................. 149
PSICOLOGIA E TRABALHO: UM ESTUDO DE CASO SOBRE O TRABALHO NOS
SHOPPINGS DE BLUMENAU .................................................................................. 150
RAIANY APARECIDA FOLHIARINI DE ARRUDA ....................................................................... 150
12
REFLEXÕES E PLANO DE AÇÃO PARA QUALIFICAÇÃO DOS TRABALHADORES DO
NASF DE LAGUNA, SC
BRUNA AGUIAR DE OLIVEIRA GUEDES
Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)
Processo: Trabalho
RESUMO
Em 2008 o Ministério da Saúde criou os Núcleos de Apoio a Saúde da Família (NASF). A Atenção
Primária à Saúde é complexa e demanda intervenção ampla em diversos aspectos para que
possa ter efeito positivo sobre a qualidade de vida da população, exigindo um conjunto de
saberes para ser eficiente, eficaz e resolutiva. É definida como o primeiro contato do usuário com
a rede assistencial do sistema de saúde e caracteriza-se, principalmente, pela continuidade e
integralidade da atenção, coordenação da assistência dentro do próprio sistema, atenção
centrada na família, orientação e participação comunitária e competência cultural dos
profissionais (STARFIELD, 2004). O NASF tem como responsabilidade central atuar e reforçar
nove diretrizes na atenção à saúde, a saber: a interdisciplinaridade, a intersetorialidade, a
educação popular, o território, a integralidade, o controle social, a educação permanente em
saúde, a promoção da saúde e a humanização. (BRASIL, 2010). Na minha prática, sinto falta de
algumas dessas diretrizes serem mais aprofundadas, principalmente a questão da
interdisciplinariedade e a educação permanente em saúde. Muitos profissionais não sabem como
lidar com o conhecimento do outro e no que podem contribuir, além de faltar momentos de
reflexão em grupo e estudos e esclarecimentos sobre o trabalho do NASF em si. Com o objetivo
de qualificar a atuação das equipes de NASF propõe-se a realização de oficinas de qualificação
do processo de trabalho relacionadas as necessidades de saúde. Esse plano é baseado no
documento do Ministério da Saúde, intitulado de Oficina de Qualificação do NASF (2010). Os
objetivos desse plano de ação são: a) Realizar alinhamento conceitual sobre a Atenção Primária
à Saúde; b) Realizar alinhamento conceitual sobre as diretrizes e o processo de trabalho do
NASF; c) Realizar alinhamento conceitual e problematização sobre integração do NASF com as
equipes de SF e as Redes de Atenção à Saúde locais; d) Discutir e problematizar a atuação do
NASF junto às ESF e e) Construir uma proposta de intervenção com foco no tema central da
oficina. A Metodologia a ser utilizada será exposições dialogadas sobre a Atenção Primária à
Saúde e ESF no local, a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), o tema central da oficina,
o NASF e o seu panorama de implantação no Brasil e apresentação de experiência municipal de
Apoio Matricial e/ou de NASF com foco no tema central da oficina; além de trabalho em grupo –
leitura e discussão de textos, problematização em grupos de trabalho (discussão de caso,
construção de Projeto Terapêutico Singular, Projeto de Intervenção, Apoio Matricial etc.) e
construção de uma proposta de intervenção relacionadas ao tema. Com esse plano de ação,
espera-se alcançar como resultados um alinhamento conceitual de todos os trabalhadores do
NASF na cidade de Laguna, SC; uma maior qualificação dos serviços prestados pelo NASF no
município e o aprimoramentos dos profissionais que nele atuam.
13
REPRESENTAÇÃO DOS MORADORES DO MEIO RURAL DE UM MUNICÍPIO DO
PLANALTO CATARINENSE SOBRE O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE E A FUNÇÃO DO
PSICÓLOGO NESSE CONTEXTO
LARISSA RIBEIRO DE LIZ
ANDERSON CHAGAS DE OLIVEIRA
Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos
Processo: Políticas Públicas Sociais
RESUMO
Considerando-se que no Brasil são poucos os estudos voltados para a qualidade da assistência
à saúde das populações rurais, esta pesquisa foi proposta por estudantes e apresentou como
tema central a representação que os moradores de uma localidade do meio rural do Planalto
Catarinense têm em relação às políticas públicas do Sistema Único de Saúde (SUS) e, ainda,
qual a percepção/representação deles acerca do papel desempenhado pelo psicólogo nessa
conjuntura. Diante disso, buscou-se analisar de que forma acontece o atendimento na atenção
básica de saúde aos moradores desse meio rural, procurando compreender/apreender o nível
de satisfação desses usuários acerca do acesso e acolhimento nos serviços de saúde oferecidos
pelos profissionais que compõem a Estratégia Saúde da Família (ESF) e, mais particularmente,
dos psicólogos, que na saúde básica fazem parte do Núcleo de Apoio à Saúde da Família
(NASF). Tratou-se de uma pesquisa exploratória, de natureza qualitativa, na qual a coleta de
dados aconteceu por meio de entrevistas semiestruturadas, realizadas individualmente com dez
(10) pessoas maiores de dezoito (18) anos. Os dados coletados foram interpretados através da
análise de conteúdo temática. Os resultados dessa investigação indicaram, de forma geral, que
parte dos usuários do SUS fazem uma avaliação positiva dos serviços de saúde oferecidos,
embora tenham sido observadas algumas queixas, tais como extenso tempo de espera e filas
longas para o atendimento, número insuficiente de profissionais (principalmente médicos) e
deficiências na estrutura física da unidade básica de saúde. Em relação aos atendimentos
prestados pela ESF, foi possível averiguar que a mesma traz benefícios para a comunidade,
como o estabelecimento de vínculos, de acolhimentos e a resolutividade de suas necessidades
de saúde mais comuns. Em relação à atuação do psicólogo na atenção primária, por meio do
NASF, evidenciou-se que boa parte dos usuários nunca foram atendidos por esse profissional;
isso demonstra, portanto, que o trabalho desse profissional e sua contribuição para a saúde
coletiva são desconhecidos por parte da população. Entretanto, dentre os usuários pesquisados,
alguns tiveram acesso aos serviços do psicólogo em algum momento de suas vidas e
demonstraram satisfação com o atendimento recebido, pois consideraram que as intervenções
desse profissional trouxeram benefícios à sua saúde mental. Assim sendo, os resultados desta
pesquisa apontaram para a necessidade de se conhecer mais aprofundadamente os usuários
dos serviços básicos de saúde residentes no meio rural, valorizando suas críticas e sugestões
acerca dos modos de organização dos serviços organizados pelas equipes de Saúde da Família
e do NASF. Aos psicólogos fica a tarefa de tentarem fazer com que seus serviços tornem-se
14
mais conhecidos e acessíveis pela população. Desta forma, as facilidades e dificuldades
apontadas pelos entrevistados neste estudo podem servir de referência para gestores,
profissionais e, até mesmo, usuários, para que todos possam buscar formas de reestruturar e
aprimorar o cotidiano da saúde básica, tornando todo o sistema mais eficiente.
Palavras-chave: Área rural; Sistema Único de Saúde; Núcleo de Apoio à Saúde da Família;
Psicólogo.
CICLO DA VIOLÊNCIA VERSUS REPETIÇÃO EM PSICANÁLISE- ATÉ QUE A MORTE NOS
SEPARE
KAMILLA COSTA NEVES
Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)
Processo: Políticas Públicas Sociais
RESUMO
Este estudo busca compreender a influência da história de vida na escolha conjugal de mulheres
que sofrem violência doméstica e os fatores que levam à admissão e/ou tolerância da repetição
de um comportamento considerado intolerável. Participaram 08 mulheres, maiores de 18 anos
de diferentes raças e etnias que passaram pela violência doméstica praticada pelo parceiro
íntimo, localizada em um Centro de Referência de Atenção á Mulheres Vítimas de Violência
Doméstica, em Santa Catarina. As participantes assinaram uma ficha de Termo de
consentimento livre e esclarecido, preencheram um questionário sociodemográfico e
responderam um roteiro de entrevista semi estruturada. Tais entrevistas foram analisadas e
categorizadas através da técnica de análise de conteúdo, e para a explanação dos dados lançou-
se mão da abordagem psicanalítica. Os aspectos abordados permitem compreender o ciclo da
violência doméstica como resultante de uma história de vida assinalada por vivências
traumáticas que move estas mulheres, através da repetição, à realização de escolhas conjugais
que formam o panorama da violência.
Palavras-chave: O ciclo da violência doméstica; Repetição e teoria psicanalítica.
15
ATENDIMENTO PSICOLÓGICO ONLINE NO BRASIL: DE 2000 A 2014
GISELLE DECHEN CARVALHO
VERA BAUMGARTEN DE ULYSSÉA BAIÃO
Eixo: A vida na era da Informação, comunicação e tecnologia
Processo: Comunicação
RESUMO
O atendimento psicológico online foi autorizado em caráter de pesquisa desde o ano 2000
(Resolução CFP 003/2000), regulamentado em 2005 (Resolução 012/2005) e com novas regras
em 2012 (Resolução 011/2012). Esta modalidade de atendimento pode ser realizada de forma
assíncrona (e-mail) e síncrona (chat e videoconferência). Esta forma tecnológica de atender vem
acompanhada de um grande alcance geográfico e acessibilidade a públicos diversos, como
pacientes que residem fora de seu país ou que não querem ou não conseguem frequentar
sessões presenciais de terapia, seja pela barreira da língua, motivos de saúde ou outros. Nas
publicações foram encontradas reflexões acerca do vínculo terapêutico, segurança da internet e
conexão, tempo de terapia, acessibilidade, perfil de pacientes. A proposta presente consistiu em
sistematizar informações sobre esta temática, seu histórico, suas características e
particularidades. O presente estudo foi uma revisão bibliográfica de publicações científicas
brasileiras, datadas de 2000 até 2014, sobre atendimento psicológico online. A busca ocorreu
em http://www.bvs-psi.org.br e foram encontradas publicações nas revistas eletrônicas:
Psicologia, Ciência e Profissão; Psicologia em estudo; Temas em Psicologia; Revista Brasileira
de Orientação Profissional; Revista Mental; Revista da SPAGESP; e teses da Universidade de
São Paulo, Pontifícia Universidade Católica de Campinas e Universidade de Brasília. Foram
encontrados os seguintes materiais: 3 teses, sendo 2 de Mestrado e 1 de Doutorado, e 9 artigos.
As temáticas das publicações se subdividem em: modalidades de intervenção psicológica online
(2 artigos), relação terapêutica em intervenção psicológica online (2 teses e 1 artigo), internet e
intervenções psicológicas online (3 artigos), orientação profissional online (1 artigo), intervenção
psicológica online em grupo (1 tese e 1 artigo), e por fim, psicoterapia online (1 artigo). Nos anos
2000, 2001, 2004, 2008, 2009 e 2010 não foram encontradas publicações sobre atendimento
psicológico online. Em 2002 tiveram 2 publicações, em 2003 apenas 1; em 2005, 2006 e 2007
tiveram 1 publicação em cada ano, assim como em 2011 e 2012. Em 2013 e 2014 este número
dobra e foram encontradas 2 publicações em cada ano. Percebeu-se que na literatura nacional
as publicações sobre atendimento psicológico online ainda são bem escassas, sendo
encontrados apenas 12 trabalhos nesta temática no período estabelecido. A relação entre
internet e Psicologia tem muito ainda a ser explorada, mais especificamente no que diz respeito
a formas de atuação do psicólogo, temáticas a serem trabalhadas com pacientes, relação
terapêutica, dentre muitos outros desafios que o presente traz e que o futuro reserva. É uma
prática que vem crescendo e estudos ressaltam que este campo é promissor e benéfico à saúde
mental, uma modalidade legítima de intervenção psicológica. Palavras-chave: atendimento
online, terapia online, internet, computador.
16
INFÂNCIA E PSICOLOGIA SOCIAL: DESDOBRAMENTOS CRÍTICOS
JOÃO PAULO ROBERTI JUNIOR
IDONÉZIA COLLODEL BENETTI
Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos
Processo: Grupais e de Mobilização Social
RESUMO
A infância, retratada na obra cinematográfica “Cidade de Deus”, é capturada de maneira a
apresentar a situação de violência vivida nos grandes centros urbanos do Brasil. É a arte
retratando a vida, no contexto desta favela – um lugar que apresenta marginalização,
invisibilidade, omissão, desamparo, crianças e adolescentes sem defesa. Este trabalho, um
ensaio de cunho comparativo, está ancorado na teoria de Psicologia Social com a finalidade de
abordar alguns aspectos importantes da violência e da infância retratados no filme e busca: a)
resumir a obra da filmografia, b) abordar pontos teóricos da Psicologia Social, c) inserir-se na
literatura para respaldar os assuntos arrolados no filme e d) relacionar a obra da filmografia com
as teorias que são os pilares da Psicologia Social. A abordagem de análise demandou a seguinte
trajetória: (a) assistir ao filme separando/retirando e numerando 30 fotogramas, os mais
impactantes, do ponto de vista da autora da análise; (b) rever o filme e anotar as problemáticas
recorrentes relacionadas ao mundo da Psicologia Social; (c) construir uma planilha4 dos
principais problemas mostrados pelo filme, representados na figura 1; (d) catalogar/categorizar
as imagens de acordo com o levantamento das problemáticas mais salientes encontradas no
filme; (e) registrar observações consideradas relevantes, para a compreensão do significado das
cenas selecionadas, bem como seu significado dentro das teorias relativas à Psicologia Social.
A relevância de trabalhos com filmes reside no fato de que são poucas as produções que
envolvem as obras cinematográficas para ilustrar conteúdos acadêmicos de Psicologia. A teoria
e obra cinematográfica estão imbricadas nesse trabalho, apontando e estabelecendo pontos de
contato entre as duas versões – uma proveniente da academia e outra da filmografia. Na Cidade
de Deus há necessidade de planejamento de políticas de Saúde de Grupo e Ambientais e de
transformações psicossociais; há urgência em que se analisem os conflitos psicossociais
gritantes existentes, denunciados no filme; é fundamental que se faça pesquisa das condições
de interação social nos grupos; é imprescindível que se estudem as condições de lazer, esporte
e moradia em sua dimensão psicossocial em lugares como a Cidade de Deus. Existe
necessidade da clareza e definição do Executivo, um plano estratégico e articulado de ações,
etc. O que tem acontecido é a execução de ações isoladas, programas e/ou projetos alternativos,
atuações fragmentadas, imediatistas e sem continuidade, priorizando somente a situação
emergente. É sabido que a pobreza e a exclusão social são os resultados da ação de instituições
e de políticas que limitam e/ou inviabilizam a interação social, o acesso de determinados grupos
sociais ou pessoas a recursos, restringindo seus direitos de cidadania. Então, para valorizar cada
jovem, é preciso planejar e aplicar políticas públicas que criem oportunidades para que eles
ponham em prática toda a sua potencialidade criativa e expressiva. Tudo isso pode ser da alçada
da Psicologia Social, uma vez que ela também se atém a aprofundar o conhecimento da natureza
17
social do fenômeno psíquico, já que acredita que cada indivíduo aprende a ser um homem nas
relações com os outros homens.
ENTRE O DESEJO DE SER E O MEDO DE ESTAR. CONTRIBUIÇOES DA PSICOLOGIA
PARA A TOCOFOBIA (MEDO DE GRAVIDEZ E/OU PARTO): ESTUDO DE CASO.
JANETE LEONY VITORINO
Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)
Processo: Avaliação
RESUMO
Por mais contraditório que possa parecer, o momento da gravidez para muitas mulheres
apresenta tristeza, ansiedade, e até sintomas psicóticos. Ao invés da mais serena felicidade
nessa fase da vida, passa ser, muitas vezes, uma fase de muitas angústias. Este estudo de caso
é proveniente de atendimento psicológico de uma paciente que chega para atendimento
psicológico em virtude de apresentar crises de pânico pela possibilidade de engravidar ou de
estar grávida. Apesar da chegada da maternidade ser socialmente considerada momento de bem
estar emocional na vida da mulher, a mesma não a protege dos transtornos psíquicos. Numa
perspectiva de gênero seria apenas a mulher acometida, mas não somente, toda configuração
familiar fica envolvida neste emaranhado de emoções. Os transtornos emocionais na mulher são
mais comuns do que se imagina e muitos casos ainda não são diagnosticados e até minimizados
pelo próprio profissional da saúde mental. Tem-se dado importância crescente ao tema
principalmente porque os danos que essas patologias podem ocasionar não atingem apenas à
mulher, mas também trazem outras repercussões, como vida profissional, social e de
relacionamentos. Em relação a processos, o tema está vinculado aos processos de avaliação
psicológica de indivíduos, sendo respaldado nos aspectos conceituais. Enquanto patologia e
segundo Pedrosa (2013), “a mesma possui múltiplas faces e ainda pode ser classificada em dois
momentos, primária e secundária”. Como primária, ela pode ser definida, “como aquela que
antecede um processo gestacional ou até mesmo anteriormente ao parto”. Este momento pode
iniciar-se precocemente na adolescência, por fatores que podem mobilizar emocionalmente em
relação à gestação e parto. Já a tocofobia secundária, ocorre fundamentalmente após o
momento do processo do parto, tendo como principais eventos, os partos difíceis, dolorosos e
demorados. Desta forma, este estudo buscou abordar o tema “tocofobia”, tendo como objetivo
pesquisar, dentre as contribuições bibliográficas e da clínica psicológica, subsídios de um tema
relevante, mas pouco estudado entre o meio acadêmico. Utilizou-se o estudo de caso como
metodologia de trabalho visando acompanhamento clínico baseado em estudos já realizados
sobre o tema. Concluiu-se que é possível ressignificar a história da maternidade vivenciada em
figuras femininas de referência da paciente bem como, os conceitos de maternidade,
maternagem. Objetivo: Pesquisar, dentre as contribuições bibliográficas e da clínica psicológica,
subsídios de um tema relevante, mas pouco estudado entre o meio acadêmico. Metodologia:
Estudo de Caso. Conclusão: Concluiu-se que é possível ressignificar a história da maternidade
18
vivenciada em figuras femininas de referência da paciente bem como, os conceitos de
maternidade, maternagem.
Palavras-chave: Clínica Psicológica, sintoma, tocofobia, maternidade, gênero, pânico.
BULLYING E CONSCIENTIZAÇÃO: EM DEFESA À LIBERDADE DE SER
LARISSA RIBEIRO DE LIZ
ANDERSON CHAGAS DE OLIVEIRA
WESLLEY DAVISON SOARES DA SILVA
Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)
Processo: Formativos e Educativos
RESUMO
Nos últimos anos aumentou a quantidade de pesquisas e trabalhos que abordam a problemática
do bullying, tanto a nível mundial, quanto a nível nacional. Em muitos países, inclusive no Brasil,
esse problema já se tornou praticamente uma epidemia, principalmente nas escolas, embora não
se limite somente a esses ambientes, pois o assédio moral (bullying, mobbing) encontra-se
disseminado também nas empresas, nas repartições públicas, indústrias, comércio, entre outros.
Conforme Silva (2010), bullying é uma forma específica de violência e, assim sendo, deve ser
identificado e tratado como um problema social complexo e de responsabilidade de todos. Este
não é um problema circunscrito a um ou mais alunos somente, mas, pelo contrário, envolve
crianças e adolescentes, suas famílias, as escolas, com todos os seus funcionários, desde os
encarregados pela limpeza até professores e diretores. O bairro, a cidade, enfim, todos, direta
ou indiretamente, são atingidos por esse tipo de violência. Diante disso, muitas vezes torna-se
necessário intervir na realidade onde ocorre o bullying, criando-se planos de intervenção para
compreender e tentar modificar a situação. Por isso, este trabalho foi proposto por alunos de
graduação em Psicologia objetivando a criação de um plano de intervenção – com detalhamento
de todas suas etapas -, passível de aplicação em escolas onde essas questões estejam se
tornando frequentes e graves. Um plano de intervenção, muitas vezes, assemelha-se a um plano
de ensino e, conforme Martins (1990), para se elaborar um bom planejamento de ensino é
importante se ter o melhor conhecimento possível da realidade onde esse plano será
implementado. Desta forma, destaca-se que o processo ensino-aprendizagem é atravessado por
importantes variáveis intervenientes, tais como a comunidade onde a escola encontra-se
inserida, a própria escola, o professor, entre outros. No Brasil, a Associação Brasileira
Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência (ABRAPIA) realizou uma pesquisa no
Rio de Janeiro, entre 2002 e 2003. Par¬ticiparam 5428 crianças, com idade média de 13,47 anos,
sendo 50,5% meninos e 49,5% meninas. Destes, 16,9% identificaram-se como vítimas, 10,9%
vítimas/agressores, 12,7% agressores, e 57,5% testemunhas (LOPES, 2005, citado por
BANDEIRA e HUTZ, p. 36, 2012). Por meio desse plano de intervenção, chegou-se às
conclusões de que se faz necessária a ingerência sobre processos psicológicos nos segmentos
do sistema educacional, envolvendo em sua análise diferentes tipos de situações, problemas,
19
condições, demandas e necessidades, de maneira consistente com a realidade do local (no caso
deste plano, escolas), critérios éticos e técnicos da profissão. Além disso, agir no ambiente
escolar, sensibilizando os alunos e profissionais da escola sobre este tipo de comportamento,
informando-os e conscientizando-os a respeito do que é o bullying e da importância de combatê-
lo, principalmente, no ambiente escolar, onde se dá grande parte do processo de
desenvolvimento da criança e adolescente, explicitando a estes quais as formas mais simples
de combate a esta forma violência e da gravidade da ocorrência da mesma dentro das escolas.
Palavras-chave: Bullying; Plano de Intervenção; Escolas.
QUEIXA ESCOLAR: INTERVENÇÃO DA PSICOLOGIA ESCOLAR COM GRUPO DE
ALUNOS
LUCIANE GUISSO
MARIVETE GESSER
Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)
Processo: Formativos e Educativos
RESUMO
A queixa escolar está relacionada a dificuldades apresentadas pelo aluno na passagem para a
leitura e escrita, assim como dificuldades do aluno em comportar-se de forma homogênea na
sala de aula (Souza, 2007; Neves, 2001). O presente trabalho tem por objetivo caracterizar a
intervenção realizada enquanto psicóloga escolar em um grupo de alunos do ensino primário, de
uma escola particular do município de Florianópolis-SC. Quando fomos procurados pela
professora desse grupo, esta relatava ter dificuldades com o comportamento e aprendizagem da
turma, em virtude do comportamento de um aluno que não prestava atenção as suas
explicações, saia da sala quando queria e, tinha crises e acessos de raiva decorrentes de não
ser atendido quando necessitava. Procuramos, em parceria a mesma, realizar um trabalho com
os alunos para ouvi-los e entender as relações que se estabeleciam naquele grupo. A
metodologia utilizada foram encontros semanais, a partir da perspectiva sócio cultural. No total
foram realizados cinco encontros, onde trabalhamos temas diversos considerando os
apontamentos dos alunos. Como principais resultados, podemos destacar, a reflexão que
pudemos fazer junto a estes alunos sobre as dificuldades de relacionamento que apareceram de
forma geral no grupo. Também, os encontros nos mostraram que, os alunos puderam perceber
a diferença do colega (apontado pela professora como problema) enquanto diferença a ser
acolhida (Miskolci & Leite Junior, 2014). Pensamos junto com a turma, novas formas de trabalho,
onde todos pudessem ser ouvidos e refletir sobre o papel da escola na promoção de novas
relações sociais. Essa proposta, foi acolhida pela professora, uma vez que nesta instituição era
comum o encaminhamento de casos para diagnósticos. Enquanto psicóloga escolar, recém
chegada na instituição, precisei refletir sobre os sentidos que estavam atrás dessa busca da
escola por práticas medicalizantes, quando muitas das relações poderíamos direcionar um novo
olhar e uma forma de significar o ensino-aprendizagem vivenciados.
20
POSSIBILIDADE DE ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO ESCOLAR FRENTE A MEDICALIZAÇÃO
DA QUEIXA ESCOLAR
LUCIANE GUISSO
MARIVETE GESSER
Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)
Processo: Formativos e Educativos
RESUMO
A psicologia escolar pode ser descrita como a área que visa “contribuir para a construção de um
processo educacional que seja capaz de socializar o conhecimento historicamente acumulado e
de contribuir para a formação étnica e política dos sujeitos” (Tanamaschi & Meira, 2003, p. 43).
Nas práticas escolares, o profissional de psicologia ainda é solicitado a realizar observações,
avaliações e encaminhamentos dos alunos considerados problemas por professores e
educadores. Esta realidade foi observada na prática enquanto psicóloga escolar de uma rede de
quatro escolas particulares da região da grande Florianópolis-SC. Eram comuns na realidade
destas escolas as solicitações para avaliações de alunos com dificuldades na aprendizagem e
de comportamento, por parte de professores e-ou coordenadores de ensino. O objetivo deste
trabalho é apresentar a experiência com grupos escolares considerando o acolhimento e
inclusão das diferenças dos alunos. A metodologia proposta foi de trabalhar com as turmas,
contando com a colaboração dos docentes. Após as observações que fazíamos, conversamos
com os professores para entender melhor a demanda que traziam. Pensávamos diante isso,
novas formas de trabalho, onde o grupo de alunos pudesse sentir-se ouvido. Realizamos este
trabalho com dois grupos de ensino fundamental, por meio de encontros, durante o período da
aula, sendo que a proposta foi bem recebida pelas docentes. Podemos considerar como
resultado conseguindo, a abertura e a reflexão dos docentes a novas propostas de intervenção
junto com os alunos com queixa escolar. Também, este trabalho possibilitou um olhar coletivo
do grupo para os acontecimentos que estes vivenciavam no dia-a-dia da escola. Salientamos,
que estas possibilidade de trabalho, precisam ser buscada cada vez mais pela psicologia crítica,
enquanto formas de atuação “emergentes” (Martinez, 2010), uma vez que propiciam novas
práticas de intervenção e possibilidades de ação no contexto escolar de forma coletiva,
problematizando as relações que são vivenciadas pelos alunos e professores neste contexto.
21
PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS: O CUIDADO À SAÚDE JUNTO A POPULAÇÃO EM
SITUAÇÃO DE RUA
TAÍZA GABRIELA ZANATTA CRESTANI
LISANDRA ANTUNES DE OLIVEIRA
Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos
Processo: Políticas Públicas e Sociais
RESUMO
Conforme aponta a literatura, a população que vive em situação de rua representa uma parcela
significativa do contingente de indivíduos e grupos socialmente vulneráveis existentes no Brasil.
A complexidade do fenômeno, que abrange um emaranhado de questões (como, por exemplo,
o uso abusivo de álcool e outras drogas, conflitos familiares, entre outros), desafia a configuração
tradicional das políticas públicas, ilustrando a necessidade de uma revisão constante no que
tange as formas de elaborar estratégias de intervenção eficazes. Com o propósito de colaborar
para a instauração de um olhar abrangente sobre a questão, o presente estudo buscou investigar
de que maneira a rede de proteção social de um município do extremo oeste catarinense se
estrutura para atender a população em situação de rua. Primeiramente, fora realizado um
apanhado geral acerca dos processos de exclusão e inclusão social com base em obras de
Robert Castel, Zygmunt Bauman, George Simmel e Norbert Elias. Após este momento, a
trajetória das políticas públicas brasileiras fora brevemente apresentada sob o amparo dos
estudos de Eni Puccinelli Orlandi, Aldaíza de Oliveria Sposati, Salvatore Santagada, Mariana
Pfeifer e Marcus Vinicius Polignano. Também foram utilizados manuais de orientação profissional
elaborados pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, pelo Ministério da
Saúde e pelo Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão, bem como protocolos e diretrizes
legais cujo tema refere-se ao atendimento da população em situação de rua. Após a revisão
literária, iniciou-se a pesquisa de campo. Esta etapa compreende a realização de entrevistas
individuais, realizadas com servidores públicos, que, durante o ano de 2013, atuaram nos setores
que compõem a rede de proteção social - básica e especial - do munícipio de São Miguel do
Oeste (SC). A apreciação, organização e exposição dos dados oriundos da transcrição das
entrevistas seguiu as orientações da Análise de Conteúdo proposta por Bardin, cujas categorias
de discussão foram definidas a priori. Em linhas gerais, verificou-se que os setores aparentam
atuar de forma isolada, cujos limites para o planejamento de ações cooperativas apresentam-se
confusos, e, não obstante, evidenciam a necessidade da articulação da rede como um todo para
o atendimento da demanda. Em consonância, faz-se necessária a elaboração de diagnósticos e
a realização de estudos territoriais para que estratégias de intervenção eficazes sejam
delineadas. O estabelecimento de vínculos entre os serviços e a população se constitui enquanto
o pilar que alicerça o bom trabalho. O usuário tem de encontrar espaço para expor suas
necessidades e dúvidas, trazer seus anseios, medos e credos em relação aos obstáculos que
encontra no seu cotidiano para que os laços entre as necessidades apresentadas pela população
e os serviços públicos sejam estreitados. Destarte, são em ações focadas na prevenção e
22
promoção de saúde, que prezam pelo reconhecimento dos indivíduos em situação de risco e/ou
vulnerabilidade social enquanto sujeitos de direitos (e não pedintes), é que a atuação do
psicólogo nas políticas públicas deve ancorar-se.
Palavras-chave: população em situação de rua; políticas públicas; saúde; assistência social; rede
de proteção social.
AS INFLUÊNCIAS DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE CASAIS HOMOAFETIVOS NA
REGULAMENTAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O PROCESSO DE ADOÇÃO.
TATIANE ALINE DA SILVA MANFRA
Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos
Processo: Políticas Públicas e Sociais
RESUMO
A importância de abordar esse tema está em reconhecer como os paradigmas de preconceito e
exclusão acerca da adoção por casais homoafetivos influenciam nas representações sociais dos
personagens envolvidos, uma vez que tal assunto encontra-se em discussão entre sociedade e
projeto de lei que permitiria a adoção (PL nº 2.153/11). Partindo da concepção de homem sócio
histórico e observando as transformações culturais que o mesmo vem exercendo sobre o meio
social, criam-se condições para novas leis que efetivam direitos, por exemplo, no caso do
presente estudo a resolução 175 de 14 de maio de 2013, a qual abre possibilidade para a criação
da PEC acima citada. Acredita-se que a concepção familiar e os direitos constituídos ao longo
de uma trajetória social tenham mudado as atividades diárias de indivíduos, porém, ainda
observa-se a intolerância de uma sociedade conservadora quanto à aceitação da constituição
de casais homoafetivos, principalmente quando desta união, existe a vontade de realizar uma
adoção. A adoção é um processo no qual o indivíduo munido por diversos motivos, tem o
interesse de constituir uma família, isso implica em dar um lar à uma criança e/ou adolescente,
em disponibilizar afeto, estabilidade, estrutura emocional e social para a criança adotada de
acordo no que foi institucionalizado pelo (ECA, 1990). Diante deste contexto, o presente estudo,
que faz parte de um trabalho de conclusão de curso, tem como objetivo geral: analisar as
influências das representações sociais de casais homoafetivos na regulamentação de Políticas
Públicas para o processo de adoção; como objetivos específicos: a) compreender a concepção
de família presente na sociedade contemporânea e as crenas ligadas a ela, b) descrever as
dificuldades encontradas no processo de adoção decorrentes das representações sociais da
relação homoafetiva. Para tal, foi realizado uma pesquisa de revisão bibliográfica e documental.
Para a análise dos dados, utilizou-se análise qualitativa. Espera-se que os resultados tragam
maiores indicadores e deixem portas abertas para futuros estudos que auxiliem tanto na
superação das desigualdades sociais, uma vez que mediante a Constituição Federal de 1988:
todo cidadão brasileiro é igual perante a lei, quanto instigue a continuidade de pesquisas sobre
a forma e a qualidade das influencias das representações sociais na instituição de políticas
públicas, isto porque acredita-se que a cultura influencia na formulação de diretrizes políticas e
23
leis, bem como estas influenciam diretamente na cultura e constituição das representações
sociais.
Palavras chaves: Representações Sociais, homoafetividade, adoção, Políticas Públicas.
PARA QUE PSICÓLOGO EM DELEGACIA? UM ESTUDO SOBRE A INSERÇÃO DO
PSICÓLOGO NAS DELEGACIAS ESPECIALIZADAS
BETTIELI BARBOZA DA SILVEIRA
Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)
Processo: Trabalho
RESUMO
O Estado de Santa Catarina foi o primeiro no país a abrir concurso público e contratar psicólogos
para compor a equipe de trabalho das Delegacias Civis Especializadas. A partir deste marco,
abriu-se a oportunidade para outros psicólogos ingressarem na esfera jurídica. Neste sentido,
este trabalho trata-se de uma proposta que visa problematizar e relatar a experiência de uma
estagiária de psicologia em uma Delegacia Especializada na Proteção à Criança, ao
Adolescente, à Mulher e ao Idoso (DPCAMI) ao longo de um ano letivo. As intervenções da
estudante contemplaram as seguintes propostas: realizar observações e atendimentos aos
usuários; verificar as possibilidades de atuação interdisciplinar; investigar a percepção dos
demais profissionais sobre a função do psicólogo; e, avaliar a possibilidade de autonomia do
psicólogo em suas intervenções. Deste modo, ao analisar os resultados deste percurso na
delegacia percebe-se, de imediato e confirma-se ao longo do estágio, que o psicólogo é um
profissional subjugado na referida instituição, considerado um ser dispensável em relação as
demandas do campo e deslocado de qualquer integração em processos decisórios. Nos casos
em que é convidado a atuar, nota-se a prevalência de atendimentos psicológicos a mulheres
vítimas de violência física e a crianças e/ou adolescentes que sofreram violência sexual. Em
relação aos trabalhos em equipe interdisciplinar constata-se uma nova incongruência, haja vista
que tais interfaces raramente aconteciam. Entende-se que percepção que o psicólogo suscitava
neste período de observação na DPCAMI é um “resultado em construção”, pois apesar de sua
carente autonomia e autoridade, tem em sua inserção um fato recente constituído por uma “voz”
que ainda carece de atenção. As condições que integram e interagem neste universo, os
impactos e aprendizados obtidos, as motivações e as dificuldades enfrentadas ainda são temas
de muito debate. A problematização dessas esferas, se mostra essencial para (re)pensar os
impasses dos trabalhos do Psicólogo no campo jurídico e, sobretudo no que se refere à formação
acadêmica. Percebe-se que o psicólogo policial pode desempenhar um papel muito mais ativo e
integrado na equipe de trabalho e no diálogo com os usuários da delegacia. Portanto, este artigo
prima para que existam diálogos mais frequentes sobre a profissão do psicólogo e seus desafios,
pois somente assim é possível evoluir na luta pela existência e manutenção dos direitos humanos
dos sujeitos envolvidos, com vista a uma atuação mais assertiva.
Palavras-chave: Delegacia. Psicologia jurídica. Estágio. Psicólogo Policial.
24
A PSICOPATIA E OS CRIMES HEDIONDOS: UMA INTERAÇÃO POSSÍVEL
ANDRESSA MORGANA ABATI
SCHEILA BEATRIZ SEHNEM
Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)
Processo: Avaliação
RESUMO
A psicopatia, constructo composto por múltiplas variáveis, características e conotações e
frequentemente associado ao contexto jurídico, é também interesse de estudo para a área da
saúde mental, haja vista que é considerada a condição mais grave de desarmonia na formação
da personalidade. Este trabalho de investigação objetivou verificar a presença de traços
psicopáticos em sujeitos condenados por crimes hediondos em um presídio do meio-oeste
catarinense, através da caracterização do perfil sociodemográfico dos sujeitos, da avaliação da
presença de possíveis critérios diagnósticos associados à psicopatia e da investigação das
variáveis de personalidade e a relação destas com os critérios diagnósticos da psicopatia. Para
a obtenção dos dados, foi realizada uma entrevista semiestruturada, posteriormente analisada
com base no Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais – DSM-5 e pela
aplicação do Teste Zulliger no Sistema Compreensivo ZSC em sua forma individual, visando à
análise de personalidade e a identificação de aspectos, como adaptação, afetividade e
relacionamento. Participaram do estudo três indivíduos do sexo masculino que se encontravam
em regime integralmente fechado numa Unidade Prisional de um município do Meio-Oeste
catarinense durante o mês de março de 2014. Todos os participantes eram condenados à
reclusão pela prática de crimes hediondos, sendo considerados de alta periculosidade pelo
sistema judicial. Como resultados obtidos, verificou-se que o perfil sociodemográfico dos
participantes é condizente ao perfil dos criminosos brasileiros, exemplificado pela faixa etária
média, pelo aspecto escolaridade e pela questão da religiosidade. Em relação ao crime cometido,
os três sujeitos foram condenados por latrocínio, cujos números de prevalência vêm aumentando
significativamente na justiça criminal brasileira. Ao analisar a presença de possíveis critérios
diagnósticos da psicopatia nesses sujeitos, as falas colhidas em seus depoimentos permitiram
correlações entre as situações vivenciadas por eles com os critérios diagnósticos estabelecidos
pelo DSM-5 para o quadro da psicopatia, sendo prevalentes os aspectos de graves problemas
de comportamentos ainda na infância, tendência à falsidade, impulsividade, falta de empatia,
irresponsabilidade e ausência de remorso, evidenciado pela indiferença em ter ferido, maltratado
ou roubado alguém. Por fim, a investigação das variáveis da personalidade e a investigação da
relação dessas com a psicopatia veio a consolidar os resultados anteriormente descritos,
evidenciando a presença de sintomas que sinalizaram o transtorno em dois dos sujeitos
participantes. Diante desta exposição, pode-se concluir que a pesquisa cumpriu com seus
objetivos iniciais, sendo que seus resultados reforçam a ideia de que indivíduos praticantes de
crimes hediondos possuem características de personalidade relativas à psicopatia, alertando,
25
ainda, para o modo de tratamento dispensado a esses sujeitos, que demonstra não ser efetivo à
correção, à reabilitação e à reinserção deles na sociedade. A pesquisa aponta, também, para a
necessidade de um diagnóstico prévio sobre possíveis transtornos que podem acometer
indivíduos responsáveis por crimes hediondos, assim como de um acompanhamento efetivo aos
mesmos, no sentido de reabilitá-los ao convívio social. Como resultado final, mostra-se essencial
a realização de novos estudos na área tanto para ampliar o conhecimento científico da Psicologia
quanto para corroborar com os resultados encontrados nesta pesquisa.
Palavras-chave: Psicopatia. Crimes Hediondos. Personalidade.
MAUS TRATOS INFANTO JUVENIS E AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA: UMA REVISÃO DE
CONCEITOS E PROCEDIMENTOS UTILIZADOS
ÍTALO ROBERTO NUNES DE OLIVEIRA
Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)
Processo: Avaliação
RESUMO
Os casos de violência contra crianças e adolescentes notificados crescem de mãos dadas com
a importância da avaliação psicológica no contexto investigativo/judiciário. O enfoque deste
trabalho foi aprofundar estudos sobre a avaliação psicológica de infantes e jovens na condição
de vítimas de maus tratos, tendo em vista a necessidade do tratamento diferenciado em face das
demandas delas, os diferentes tipos de violências, o processo de vitimização, a presença de
danos resultantes de tais experiências, e também os procedimentos avaliativos utilizados. O
método de trabalho foi a pesquisa bibliográfica qualitativa de publicações obtidas em livros,
legislações, dissertações, e para atualizar os estudos foram também levantadas informações em
artigos científicos no banco de dados SCIELO BRASIL - Scientific Electronic Library Online.
Pôde-se perceber no contexto judiciário de avaliação psicológica a grande utilização de métodos
do psicodiagnóstico da clínica em razão da busca da sintomatologia com possível relação com
as ações perpetradas de maus tratos. Verificou-se devido ao objetivo que a avaliação psicológica
pertence a prática semelhante da perícia psicológica por causa da integração de diferentes fontes
de informações e indicadores de violência, bem como o uso de técnicas de avaliação da
credibilidade da declaração por meio de uma entrevista bem estruturada. Observou-se que a
maioria dos estudos na área de psicologia tanto no que diz respeito aos sintomas, como na
construção de procedimentos são predominantemente referentes ao abuso sexual. A prática
investigativa nas suspeitas de maus tratos apontou a relevância e avanço da avaliação pelo
saber psi e permitiu aprofundar as questões relacionadas com crianças e adolescentes vítimas
de violência neste contexto. Sugere-se outras pesquisas que possibilite aprofundar as questões
da violência infanto juvenil relacionadas com a avaliação psicológica no contexto
investigativo/judiciário. Recomenda-se novos estudos a fim da manutenção da importância e
preparo do psicólogo neste âmbito de atuação e para o desenvolvimento de instrumentos
psicológicos para avaliação dos vários tipos de maus tratos contra crianças e adolescentes.
26
INFÂNCIA E CONTEMPORANEIDADE: DISCURSOS MIDIÁTICOS E SEUS EFEITOS NA
TRAJETÓRIA DE VIDA DE CRIANÇAS BRASILEIRAS
ANDERSON CHAGAS DE OLIVEIRA
LARISSA RIBEIRO DE LIZ
WESLLEY DAVISON SOARES DA SILVA
Eixo: A vida na era da Informação, comunicação e tecnologia
Processo: Comunicação
RESUMO
Desde meados do século XX, as tecnologias audiovisuais invadem de modo cada vez mais
intenso o cotidiano da população, implicando em estilos de vida padronizados. Em um diálogo
com autores da Psicologia Social, que consideram os atravessamentos das dimensões
individuais, culturais, políticas e tecnológicas nos processos de produção da subjetividade, a
presente investigação analisou teoricamente o papel da mídia e do consumismo nas trajetórias
de vida de crianças brasileiras. O método utilizado foi a pesquisa bibliográfica de autores que
refletiram sobre as temáticas do consumo e da mídia. Notou-se que, nos dias atuais, em virtude
das novas configurações familiares e demandas do mercado de trabalho, os pais têm cada vez
menos tempo para os filhos, sendo o dia a dia das crianças, muitas vezes, preenchidos na
interação com aparatos tecnológicos. O contato diário com televisores, videogames,
computadores e celulares tem resultado em diferentes impactos sociais e subjetivos como, por
exemplo, a dificuldade de muitas crianças em manter laços consistentes de sociabilidade, a
ingestão cada vez maior de comidas industrializadas, a intensificação do desejo de consumir e
de competir, a gravidez precoce na adolescência, a evidência de quadros de ansiedade, dentre
outros efeitos. As crianças têm adentrado no mundo adulto mais cedo e de uma forma distorcida,
já que muitas vezes o acesso à informação é indiscriminado e não existe uma censura do que é
conteúdo para crianças e do que é conteúdo para adultos. Logo, as propagandas voltadas para
o público infantil, geralmente, os consideram como adultos em miniatura, os bombardeando
diariamente com comerciais que prometem a experimentação de mundos “mágicos” por meio do
consumo de objetos industrializados. Assim, pondera-se que a manipulação veiculada por meio
dos discursos midiáticos interfere nas relações intersubjetivas que acontecem nos âmbitos da
família, da escola e da comunidade. Por fim, ressalta-se a importância da ampliação de espaços
coletivos de conscientização da população sobre essa realidade, com o objetivo de reduzir os
impactos nocivos dos discursos midiáticos na infância.
Palavras-chave: Infância; Mídia, Consumismo; Subjetividade.
27
AÇÃO SOCIOEDUCATIVA DE GRUPO DE HOMENS COMO MEDIDA CAUTELAR
PREVISTA NA LEI MARIA DA PENHA
SHEILA FAGUNDES ISLEB
EDNA MARIA DA SILVA VIEIRA
Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)
Processo: Grupais e de Mobilização Social
RESUMO
Os dados da violência contra a mulher no Brasil são alarmantes: pesquisas apontam que uma
mulher é espancada a cada 24 segundos no Brasil. Tal dado denota a necessidade de estudos
e desenvolvimento de estratégias que garantam a redução dos índices de violência. A Lei
11.340/06, conhecida como Lei Maria da Penha, cria mecanismos de prevenção, proteção,
assistência e punição visando coibir a violência doméstica e intrafamiliar contra a mulher. As
vítimas procuram a Justiça e a polícia para intervir nos conflitos familiares, mas a pretensão da
maioria delas com essa intervenção não é a condenação ou punição dos agressores, mas que
tais instituições resolvam o conflito intrafamiliar travado com o homem ofensor. Neste sentido,
além das medidas protetivas aplicadas à mulher, o juiz “poderá determinar o comparecimento
obrigatório do agressor a programas de recuperação e reeducação” (Art. 45), seguindo a
perspectiva da adoção de medidas cautelares que promovam a abstenção do comportamento
violento, e não necessariamente a punição do agressor. Constata-se que a solução simplista da
punição imediata do agressor não satisfaz as mulheres, que desejam que seus ofensores deixem
de ser violentos e não voltem a agredi-las. Nesta perspectiva, as equipes do Serviço de Proteção
e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos dos CREAS do município de Blumenau
promovem os encontros de Grupo de Homens, que acontecem quinzenalmente, com proposta
de seis encontros, onde são discutidas diversas temáticas, contribuindo para a ampliação das
formas de sentir e agir. Os encaminhamentos ao serviço surgiram a partir de uma parceria entre
o judiciário e o CREAS, firmada em outubro de 2014. Desde então, foram encaminhados aos
Grupos 84 homens, com aumento gradativo dos encaminhamentos mediante os bons resultados
obtidos. Deste total, 28 homens já concluíram os três meses de encontros estabelecidos e
avaliaram terem adquirido maior compreensão acerca do fenômeno da violência resultante da
cultura e da identidade de gênero, construída ao longo de seu processo de socialização. Os
encontros do Grupo, que promovem um espaço de escuta e orientação aos homens autores de
violência doméstica e intrafamiliar, se revelaram como efetivo instrumento de intervenção para
reflexão e manejo das relações familiares caracterizadas pela prática da violência pautada nas
relações de poder e opressão, relacionadas às questões de gênero, viabilizando o
autoconhecimento e reduzindo a reincidência de práticas violadoras de direitos.
Palavras-chave: Lei Maria da Penha, violência de gênero, medidas protetivas e cautelares, ação
socioeducativa.
28
UMA REFLEXÃO DA EFETIVIDADE DA PROPOSTA DE TRATAMENTO DA COMUNIDADE
TERAPÊUTICA PARA A REINSERÇÃO SOCIAL DO DEPENDENTE QUÍMICO
PATRICIA MOCELIN ALBINO
Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos
Processo: Terapêutico de indivíduos ou grupos
RESUMO
A questão do uso abusivo de álcool e drogas é um tema atual que traz grandes preocupações
para a sociedade. Segundo pesquisas feitas pelo Instituto Nacional de ciência e tecnologia para
Políticas Públicas de álcool e outras drogas (INPAD, 2013), existem atualmente cerca de 8
milhões de usuários no país. Entre 2012 e 2013 foram divulgados dados onde pesquisadores
estimam que 5,7% dos brasileiros sejam dependentes de substâncias psicoativas. Diante disso,
algumas propostas que visam à redução dos índices atuais vêm sendo estudadas. Sabemos
hoje que o número de Instituições configuradas como comunidades terapêuticas tem aumentado
muito nas últimas décadas passando a predominar no tratamento dos dependentes químicos, e
que a grande maioria delas possui em seu bojo o aspecto religioso como foco central de
tratamento. O que se questiona neste estudo é se tais CT´s percebem a premente necessidade
de observar a multicausalidade na Dependência Química e se ciente disto, possuem um olhar
focado no desenvolvimento de recursos internos subjetivos que preparem o sujeito para a sua
reinserção social com manutenção da abstinência. A dependência química aqui é compreendida
dentro de um processo dinâmico relacional, onde o sujeito apreende o mundo a partir dos
diferentes grupos pelos quais transita ao longo de sua vida. A forma e a qualidade dessa
apreensão mediada pela linguagem (que por sua vez transmite a cultura de cada grupo em
específico) auxiliam no processo de constituição de identidade individual. Refletir a questão
multicausal, significa compreender o sujeito em sua totalidade, os aspectos históricos envolvidos
no seu processo de constituição de identidade, o seu meio social e o contexto que o tornou
dependente. Responsabilizar o sujeito, como se a ele fosse dada a opção da livre escolha de
usar ou não a droga, o torna de certa forma excluso de um grupo, já que por questões sócio-
culturais, não existe um consenso sobre o tema (drogadição), por ser um produto cultural que
está permeado de contradições entre a ideologia, a subjetividade e os valores sociais coletivos.
Neste sentido, o presente estudo, que se trata de um recorte do Trabalho de Conclusão de Curso
da pesquisadora, pretendeu conhecer as ideologias, os métodos e as práticas de tratamento das
comunidades terapêuticas, para assim responder o objetivo geral: avaliar se o tratamento
oferecido pelas comunidades terapêuticas possui efetividade na manutenção da abstinência do
dependente químico quando este retorna ao seu meio social. Utilizou-se para esta pesquisa
bibliográfica e documental, além da revisão bibliográfica e pesquisa de depoimentos em
programas televisivos, jornais e revistas de grande circulação, o instrumento do diário de campo
da pesquisadora (a qual realiza estágio de psicologia em uma Comunidade Terapêutica no
município de Curitiba) e realizou-se análise qualitativa dos dados, confrontando-os, com o marco
teórico referenciado na Psicologia Social baseada no método materialista histórico dialético.
Palavra chave: Psicologia social; Comunidade terapêutica; Tratamento; Reinserção Social.
29
LER/DORT: DA ETIOLOGIA À REABILITAÇÃO
RENATA OLIVERA RIGON
CAROLINE MEERHOLZ
RUBIA JASPER MENDES
MILENA GARCIA DA SILVA
KAMILA DOS SANTOS ANDRADE
Eixo: A vida na era da Informação, comunicação e tecnologia
Processo: Trabalho
RESUMO
LER/DORT são patologias interligadas ao esforço repetitivo e são entendidas como doenças
ocupacionais, sendo que existem certas profissões que apresentam maiores fatores de risco,
como por exemplo: profissionais em linhas de montagem e de produção, digitadores, bancários
e outros. Percebe-se que este tema vem se tornando cada vez mais comum, uma vez que,
ultimamente, é difícil não encontrar um trabalho em que não se realize atividades repetitivas,
principalmente com o avanço da tecnologia. Por isso, é necessário olhar com cuidado para os
ambientes laborais para que existam programas de prevenção a estas patologias e que sejam
locais onde exista a promoção de saúde do trabalhador. Como objetivo geral deste trabalho
pretendeu-se realizar uma revisão bibliográfica sobre a etiologia, diagnóstico, prevenção,
tratamento e reabilitação das doenças. E especificamente, objetivou-se analisar os conceitos
desde o diagnóstico até a reabilitação, buscar os prós e contras entre os autores e identificar
quais tratamentos são mais utilizados tratando-se de LER/DORT. Desta forma, como método,
utilizou-se de pesquisas na base de dados SCIELO com os construtos LER/DORT. Encontrou-
se 17 artigos que abordassem este tema e como critério de exclusão foi utilizado somente os
artigos que abrangessem os temas de prevenção, promoção, tratamento ou reabilitação. Sendo
assim, restaram 8 artigos como amostra final. Além disto, também optou-se por utilizar um livro
bibliográfico como base para o diálogo dos autores dos artigos. Por fim, conclui-se que ainda há
muitos estudos a serem realizados na área, principalmente com um viés psicológico, uma vez
que os materiais encontrados em relação a este tema são poucos e em outras áreas da saúde.
É preciso que existam mais pesquisas em relação a estes temas para que as organizações
possam perceber que existem diversas maneiras de cuidar da saúde do trabalhador, mesmo que
já adoecido.
Palavras-Chave: LER/DORT. Etiologia. Promoção. Prevenção. Tratamento. Reabilitação.
Saúde do Trabalhador.
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PSICOLOGIA POSITIVA: UM MOVIMENTO NOVO, UM NOVO FOCO
KAMILA DOS SANTOS ANDRADE
CAROLINE MEERHOLZ
MILENA GARCIA DA SILVA
Eixo: Vida Moderna, ambiente e sustentabilidade
Processo: Trabalho
RESUMO
A Psicologia, desde seu início, teve como objeto de estudo as patologias e fragilidades dos seres
humanos. Em 1998, Martin Seligman iniciou um movimento chamado Psicologia Positiva, cujo
principal objetivo é abordar as potencialidades e qualidades positivas dos sujeitos. Este artigo
propôs-se a fazer uma breve descrição desse movimento, bem como apontar as principais
publicações existentes na atualidade sobre o tema. O Método de pesquisa utilizado foi a Revisão
Integrativa de Literatura baseada no autor Broome. Através da revisão de artigos publicados,
foram retirados os principais apontamentos existentes sobre o tema, possibilitando discussões
sobre o que já se tem de evolução nas pesquisas e também, a reflexão de novos estudos na
área. Realizou-se buscas com os termos Psicologia Positiva na base de dados SciELO. Foram
encontrados, entre o ano de 2001 e o mês de Junho de 2015, 55 artigos publicados sobre o tema
Psicologia Positiva. Após a localização destes, os resumos foram lidos e foram excluídas as
publicações em que os autores mencionaram essa teoria mas não a utilizaram como sustentação
ou não a conceituaram ao longo do desenvolvimento dos trabalhos. Dessa forma, foram
selecionados 11 estudos, os quais, em seu desenvolvimento, existe uma conceituação sobre a
teoria e seus objetivos. Os estudos sobre a Psicologia Positiva encontram-se em expansão. O
interesse pelos aspectos positivos e potencialidades vêm aumentando nos últimos anos. Atentar
ao desenvolvimento de habilidades, o desenvolvimento saudável e abordar as potencialidades e
qualidades positivas dos seres humanos são os principais objetivos da Psicologia Positiva. Esse
movimento surge para contribuir com a ciência da Psicologia e não ignorar todo o conhecimento
construído por outras teorias desde o seu surgimento. Pôde-se evidenciar ainda, que se tem
poucas quantidades de produções científicas sobre a teoria da Psicologia Positiva quanto
comparada com outras teorias. Por outro lado, entende-se que este campo é promissor e tem
muito a ser explorado para que não seja “esquecido” novamente como foi na década de 30. Após
a realização da revisão integrativa destaca-se, por fim, a vasta aplicabilidade da teoria da
Psicologia Positiva em diversos contextos de vida dos sujeitos, podendo ser utilizada não apenas
em crises, mas em situações de empoderamento, crescimento e desenvolvimento.
Palavras Chave: Psicologia Positiva. Martin Seligman. Potencialidades Humanas.
31
SUICÍDIO NO TRABALHO: QUAL A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO EM RELAÇÃO AO
ADOECIMENTO DO TRABALHADOR?
RUBIA JASPER MENDES
RENATA OLIVERA RIGON
MILENA GARCIA DA SILVA
Eixo: A vida na era da Informação, comunicação e tecnologia
Processo: Trabalho
RESUMO
O presente artigo aborda o tema suicídio, o qual ainda é tabu na sociedade em que vivemos.
Suicídio (do latim sui, "próprio", e caedere, "matar") é o ato intencional de matar a si mesmo.
Pensar em suicídio ainda é um tabu para as pessoas, para as organizações e para a sociedade.
É um tema no qual muitas pessoas não gostam nem de pensar, tão menos verbalizar. Pode
causar preconceito, constrangimento, medo entre outros sentimentos. O objetivo geral deste
trabalho é revisar as contribuições acerca do tema suicídio e relacionar o fenômeno suicídio com
as condições que o sujeito vivencia no trabalho. Busca refletir sobre a influência de até onde a
organização de trabalho interfere na ideação suicida. Ainda, como objetivos específicos, busca-
se levantar quais as características dos sujeitos que cometem suicídio e conceituar tal fenômeno.
A metodologia do trabalho foi a de revisão bibliográfica, sendo utilizado o banco de dados do
Sistema SCIELO. O período de investigação foi de cinco anos, de 2010 a 2015. O material
encontrado totalizou dez artigos científicos, duas resenhas críticas de livros bibliográficos que
trabalhavam esse tema e uma entrevista de um escritor renomado na área. Também foi relatado
o papel da sociedade e da saúde pública nesse contexto, bem como qual o papel da organização
como fonte de prazer e sofrimento na vida do sujeito. Por fim, conclui-se que o suicídio ainda é
visto como um tabu, percebeu-se que não é de forma natural que as pessoas falam sobre esse
assunto. Nos dias atuais, as organizações avaliam os trabalhadores de forma individualista,
podendo ser um dos fatores desencadeantes para o favorecimento da competição nas equipes
de trabalhos e, posteriormente, ao adoecimento do trabalhador, chegando ao pensamento
suicida. Quando o trabalhador deixa de perceber sua atividade como algo prazeroso e passa a
sentir sofrimento no seu dia-a-dia de trabalho, ele pode começar a focar a sua atenção apenas
nas adversidades, e buscar a se “esconder” diante de algum problema, e, consequentemente,
adoecer, desenvolver ideação suicida e chegar a concretizar o ato.
Palavras-chave: Suicídio. Suicídio no trabalho. Características de suicidas.
32
PRÁTICAS DE GESTÃO DE PESSOAS:RELATO DE EXPERIÊNCIA DO ESTÁGIO DE
PSICOLOGIA EM UMA INSTITUIÇÃO HOSPITALAR LOCALIZADA NO VALE DO ITAJAÍ.
MARIA APARECIDA FLORÊNCIO DIAS
ROSANA MARQUES DA SILVA
Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos
Processo: Trabalho
RESUMO
Este resumo trata-se de um relato de experiência do estágio obrigatório do 9° e 10° período do
curso de psicologia da Universidade do vale do Itajaí - UNIVALI. O estágio em Psicologia
Organizacional e do Trabalho com ênfase em organizações e comunidade possui como objetivo
geral aplicar conhecimentos e desenvolver as competências técnicas, científicas e éticas da
formação do psicólogo por meio da análise, intervenção e avaliação da dinâmica dos processos
psicossociais, de gestão e de educação, em organizações e comunidades, em interação com
outros profissionais. As atividades estão sendo realizadas em uma instituição hospitalar no Vale
do Itajaí tendo como objetivo aperfeiçoar as práticas de Gestão de Pessoas, incluindo os
sistemas de ingresso, desenvolvimento e valorização. Como procedimentos, adotaram-se
observação, entrevistas, questionários, análise documental, planejamento e realização de
reuniões em equipe e elaboração de material informativo, alterações e atualizações de
documentos do uso do psicólogo, como entrevista de desligamento e formulário de avaliação do
colaborador, assim como treinamentos, conversas informais com os colaboradores e reuniões
com os gestores para fins de análise teórica. Como principais resultados verificaram-se:
atualização da descrição e análise de cargos, aprimoramento do recrutamento e seleção interna
e externa, contando com a participação dos coordenadores de área; realização de atividades em
datas comemorativas e aniversariantes do mês; elaboração do projeto de inclusão de pessoas
com deficiência à equipe da instituição; elaboração da proposta de Gestão de benefícios ao
colaborador e projeto de formação continuada. A instituição hospitalar visa à prevenção e o
tratamento dos problemas de saúde da população. Neste contexto, o número de profissionais e
campos de atuação é vasto, portanto a psicologia é mais uma área da saúde que atua no campo
hospitalar tanto voltada para o cliente externo na sua integralidade, como também para a saúde
e bem-estar do cliente interno, visando realizar uma escuta psicológica proporcionando ao
colaborador falar sobre sua vivência para darem significação ao seu trabalho, realizando
atendimento humanizado com qualidade e alinhando as políticas de gestão de pessoas aos
objetivos organizacionais e individuais.
Palavras-chave: Gestão de Pessoas, psicologia organizacional e do trabalho, instituição
hospitalar.
33
A RELAÇÃO ENTRE O HÁBITO DE CONSUMIR FILMES E JOGOS COM CONTEÚDO
VIOLENTOS E A PRÁTICA DE COMPORTAMENTOS DE AGRESSÕES FÍSICAS
ANDRÉIA ISABEL GIACOMOZZI
CAMILA DETONI SÁ DE FIGUEIREDO
PRISCILA P. NUNES
VANESSA PHILIPPI CECCONI
Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)
Processo: Grupais e de Mobilização Social
RESUMO
Encontra-se na literatura uma ampla discussão sobre os efeitos que as mídias, jogos, séries e
filmes podem causar em seus utilizadores. Há diversos estudos especificamente destinados a
mensurar os efeitos das modalidades violentas de filmes e videogames. Em um destes estudos,
realizado por Alves & Carvalho (2011), foi feito um levantamento na literatura e consideram que
jogos definidos como violentos podem levar a efeitos negativos, porém, afirmam que se deve
considerar os outros componentes sociais dos indivíduos que jogam. Em outra pesquisa,
realizada por Batista, Fukahori e Haydu (2004), observou-se maior agressividade dos sujeitos
após assistirem a um filme violento. Com objetivo de melhor compreender tal questão realizou-
se estudo quantitativo e comparativo com 692 estudantes de escolas públicas entre o nono ano
do ensino fundamental e o terceiro ano do ensino médio de Florianópolis acerca de exposições
à mídias com conteúdos violentos e envolvimento em brigas. Os dados foram analisados com
auxílio do software SPSS versão 17. Resultados: 54,3% dos estudantes eram meninas e 45,7%
meninos, com média de idade de 15 anos e 6 meses com desvio padrão de 1,6. No que tange
às vivencias dos participantes, 82,2% deles afirmaram que já presenciaram cenas de violência,
sendo que 51,8% destas cenas ocorreram na escola, 27,2% na rua, 8,4% em outros locais, 6,8%
em casa, 5,1 no bairro e 0,8% em locais de lazer. Não houve diferenças estatisticamente
significativas entre ter presenciado cenas de violência e o sexo dos participantes. Sobre hábitos
de lazer e violência, verificou-se que 33,6% dos participantes afirmaram que costumam assistir
a filmes com conteúdos violentos, sendo que destes, 21,4% são meninas e 48,4% são meninos.
Houve associação estatisticamente significativa entre sexo e o hábito de assistir filmes violentos,
indicando que os meninos assistem mais a este tipo de filme que as meninas [χ2 = 94,15; g l= 4;
p = .000]. A respeito do costume de jogar jogos de vídeo game de cunho violento 48,4% dos
meninos afirmam jogar estes jogos, enquanto 17,65% das meninas afirmou jogá-los. Houve
diferenças estatisticamente significativas entre meninos e meninas, sendo que os meninos jogam
mais tais tipos de jogos que as meninas [χ2 = 155,59; g l= 4; p = .000]. Com relação a já ter se
envolvido diretamente em brigas, 17, 3% afirmaram que já participaram de brigas, sendo que
destes 40% são meninas e 60% meninos, havendo associação estatisticamente significativas
entre sexo e ter participado de brigas [χ2 = 10,84; g l= 1; p < 0,001], com meninos também
participando mais de brigas. Além disso, observou-se associação entre já ter participado de briga
e assistir filmes de conteúdo violento [χ2 = 36,96; g l= 4; p =.000] bem como jogar jogos de vídeo
game com tais conteúdos [χ2 = 37,9; g l= 4; p = .000].
34
APOSENTADORIA, SAÚDE DO IDOSO E SAÚDE DO TRABALHADOR: REVISÃO DA
PRODUÇÃO CIENTÍFICA
MARCOS HENRIQUE ANTUNES
Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos
Processo: Trabalho
RESUMO
Este estudo teve como objetivo apresentar uma revisão integrativa da produção científica
brasileira sobre aposentadoria, saúde do idoso e saúde do trabalhador, evidenciando as ênfases
e as inter-relações entre tais temas. Para tanto, realizou-se uma busca nas bases de dados
Scientific Eletronic Library Online (SciELO) e LILACS acerca de artigos publicados no período
entre 2004 e maio de 2015. A pesquisa ocorreu a partir da combinação de duas palavras-chave,
as quais foram intermediadas pelo uso do operador booleano “AND”. Os critérios de inclusão
utilizados nesta revisão foram: i) exclusivamente artigos que apresentem resultados de
investigação científica e/ou relatos de experiência; ii) apenas produções desenvolvidas no
contexto brasileiro, com o objetivo de verificar quais as publicações veiculadas no país.
Considerando-se esses procedimentos, foram identificados 20 artigos que atendiam aos
propósitos desta revisão, os quais foram lidos na integra, e, posteriormente, descritos, analisados
e discutidos, tendo como referência as seguintes questões norteadoras: i) quais as
características metodológicas dos estudos (natureza, objetivos e técnicas)?; ii) quais os
principais resultados evidenciados nos estudos selecionados em cada uma das três estratégias
de busca? A partir desse processo, verificou-se que, predominantemente, tais artigos tratavam
sobre a interface aposentadoria e saúde do idoso, cujo foco se direcionava mais às questões do
processo de envelhecimento do que aos fatores de saúde que estão envolvidos na experiência
de aposentar-se. Além disso, os resultados indicaram a carência de publicações que explorem a
relação entre aposentadoria e saúde do trabalhador, bem como entre saúde do idoso e saúde
do trabalhador. Assim, constatou-se que tanto o resultado total quanto os relativos à cada
estratégia utilizada para a busca da produção, sinalizam que tais temas não estão recebendo a
devida atenção por parte de pesquisadores brasileiros, o que é preocupante, sobretudo, devido
ao envelhecimento populacional que exige respostas importantes e imediatas. Em relação aos
aspectos metodológicos, verificou-se a prevalência de estudos de natureza qualitativa, com o
uso de entrevistas semiestruturadas, sendo importante que novos estudos sejam executados
dando preferência à abordagens quantitativas, utilizando-se de técnicas que permitam a
mensuração dos fatores concernentes à relação entre os temas de interesse. Por fim, a partir
dos resultados evidenciados, ressalta-se a necessidade de produções que tratem sobre tais
temas, possibilitando uma melhor compreensão da relação entre os mesmos e conferindo
subsídios para o planejamento e execução de políticas e ações direcionadas para esses
públicos.
35
CONTRIBUIÇÕES DO YOUTUBE PARA A COMUNICAÇÃO E O COMPROMISSO SOCIAL
DO PSICÓLOGO
BÁRBARA PIAZZA DOS REIS
GRAZIELLE TAGLIAMENTO
Eixo: A vida na era da Informação, comunicação e tecnologia
Processo: Comunicação
RESUMO
Percebe-se, no Brasil, um baixo contingente de psicólogos ocupando espaços de fala nos
veículos de comunicação, assim como espaços de poder político. A discussão sobre o
compromisso social do psicólogo não é nova. Conforme o Código de Ética da profissão, o
psicólogo deve atuar com responsabilidade social, pautado em uma análise crítica e histórica
sobre a(s) realidade(s) política, econômica, social e cultural; comprometendo-se com a promoção
da universalização do acesso da população às informações e ao conhecimento da ciência
psicológica, assim como aos serviços e aos padrões éticos da profissão. No entanto, os meios
de comunicação de massa tradicionais seguem uma lógica unidirecional na difusão da
informação – da imprensa para o senso comum –, impossibilitando o psicólogo de exercer um
verdadeiro diálogo, uma vez havendo uma hierarquia de papéis no processo comunicacional que
antecede a formulação e a disseminação da mensagem. Em resposta a essa impossibilidade de
ter autonomia no processo comunicacional, o YouTube, ao contrário da televisão, é um espaço
híbrido que soube aproveitar as ferramentas proporcionadas pelo advento da internet. Nesse
sentido, este trabalho teve o objetivo de discutir a contribuição que esse meio de comunicação
pode proporcionar para a psicologia social – já que esta possui uma ligação intrínseca com os
processos de subjetivação e com as redes de relações, as quais implicam funcionamentos
dialéticos e dialógicos, promovendo então uma verdadeira transformação social. Para atingir tal
objetivo, foi realizada uma discussão a partir da literatura sobre o assunto, tendo como base a
concepção histórico-cultural de homem, admitindo que este, no cenário pós-moderno, está em
interação com a cibercultura, onde a realidade tem sido virtualmente construída e produtora de
(inter)subjetividades. É importante, portanto, que a psicologia reconheça que pode contribuir no
processo de democratização da comunicação social, na busca por um verdadeiro diálogo entre
os diferentes atores sociais. Ainda que possam tomar dimensões diversas, as interfaces entre
psicologia e comunicação social devem atentar um olhar diferenciado à internet, quando
comparada com os demais meios de comunicação de massa. Agora os cidadãos usuários se
apropriaram da característica que até então estava sob custódia dos jornalistas: a de informar à
população os eventos à sua volta considerados relevantes. Em suma, há uma quebra do
esquema tradicional emissor-receptor, uma vez que o receptor passa a ser também emissor.
Palavras-chave: Psicologia. Compromisso social. Comunicação Social. YouTube.
36
SAÚDE MENTAL E TRABALHO: UM ESTUDO COMPARATIVO ENTRE FUNCIONÁRIOS
ADMITIDOS E DESLIGADOS DE UMA EMPRESA DO MEIO-OESTE CATARINENSE
SCHEILA BEATRIZ SEHNEM
TÂNIA APARECIDA STEFANES
Eixo: A vida na era da Informação, comunicação e tecnologia
Processo: Trabalho
RESUMO
O tema “trabalho” tem despertado interesse de pesquisadores, haja vista que entender o
significado do trabalho, na perspectiva dos trabalhadores, tem-se mostrado um desafio para as
organizações. Saúde mental e trabalho não é um tema novo, porém, muito atual. O trabalho
simboliza um significado importante para a construção da subjetividade e identidade do individuo,
onde se constitui o meio que possibilita a formação de uma rede de relacionamento com as
pessoas. No entanto, os índices de transtornos mentais relacionados ao trabalho têm aumentado
significativamente acometendo o aparelho psíquico dos trabalhadores. Tendo em vista a relação
entre homem e trabalho, esta pesquisa teve como objetivo verificar o nível de Saúde Mental entre
ingressantes e desligados de uma empresa do meio-oeste catarinense, bem como identificar o
conceito de trabalho atribuído por este público-alvo. Participaram da pesquisa vinte
colaboradores de uma empresa, entre estes os dez (10) primeiros admitidos e os dez (10)
primeiros desligados do mês de março do ano de 2014. Como instrumentos de coleta de dados
foram utilizados entrevista com roteiro semiestruturado e o teste psicológico QSG, de autoria de
Goldberg. O projeto foi submetido à apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da
Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc) Campus de Joaçaba, e aprovado sob o
protocolo n. 491.183. Os resultados, referente à saúde mental indicaram que a saúde geral dos
entrevistados apresenta comprometimento, e funcionários admitidos encontram-se mais
suscetíveis ao desenvolvimento de problemas psíquicos quando comparados à amostra de
desligados. Quanto ao conceito de trabalho, o ganho financeiro foi a categoria que predominou
em ambas as amostras. Os resultados que apontam problemas relacionados à saúde do
trabalhador mantiveram incidência maior na amostra de admitidos, dado este que deve ser
considerado pela estrutura organizacional da empresa. Neste sentido, os resultados indicam a
necessidade de planos de ações, os quais garantam as melhorias necessárias em nível
organizacional, visando à retenção da força de trabalho, principalmente, no processo de seleção.
TODO MUNDO OLHA, QUASE NINGUÉM VÊ: A PERCEPÇÃO DE TRABALHADORES
OPERACIONAIS COM RELAÇÃO À INVISIBILIDADE SOCIAL DE SEUS TRABALHOS.
PRISCILA SILVA CARDOSO
SOFIA CIESLAK ZIMATH
Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)
37
Processo: Trabalho
RESUMO
O trabalho representa para os seres humanos uma condição fundamental e diferencial de sua
existência. Em uma relação dialética, enquanto o sujeito cria e transforma o ambiente em que
vive através do trabalho, também sua subjetividade é transformada por este. Vários teóricos
caracterizam qual o sentido do trabalho e qual a importância deste na subjetividade dos sujeitos.
O sentimento de bem-estar com relação à atividade laboral é constantemente definido através
da significação que o sujeito dá para seu trabalho, bem como a significação dada pela sociedade.
Entende-se que a importância dada à significação do trabalho pelo sujeito, e que a
desqualificação ou a invisibilidade decorrente de sua função pode trazer grandes consequências
ao aparelho psíquico de quem executa a função desqualificada socialmente. Partindo deste
pressuposto, o presente trabalho expõe como os trabalhadores operacionais de uma empresa
que presta serviços de terceirização na área da limpeza de Joinville percebem a invisibilidade
social sofrida e a desqualificação de seu trabalho e a interferência na sua subjetividade, bem
como no desempenho de sua função. Invisibilidade social; desvalorização profissional;
psicologia. Compreender como trabalhadores da área de limpeza percebem a invisibilidade
social, bem como a forma que esta interfere em sua subjetividade. O estudo caracteriza-se como
uma pesquisa qualitativa de cunho exploratório. Para a coleta de dados foram realizadas
entrevistas individuais realizadas com profissionais que atuam como colaboradores terceirizados
na área da limpeza de Joinville-SC, utilizando-se um roteiro semiestruturado. Percebeu-se que
a maioria dos profissionais sente-se desvalorizada com sua profissão e que alguns deles
apresentaram episódios de grande desrespeito e humilhação. Assim entende-se que a
invisibilidade é mais do que não ser visto, é ser desvalorizado, é não ter seu trabalho valorizado
e respeitado. A invisibilidade pública está tão intrínseca que houve relatos de alguns pesquisados
que não se sentem profissionais, sendo por conta da atividade realizada, ou por falta de estudos,
em que entendem que é um trabalho que “qualquer um” poderia fazer. A invisibilidade está
presente a cada ato de desrespeito e desvalorização empregado para com profissionais da
limpeza, desde os mais “simples” como não perceber e reconhecer o trabalho feito, até as formas
mais expressivas como casos de desrespeito só pelo fato desses trabalhadores atuarem na área
da limpeza, como o relato no ato de fazer compras quando os lojistas ficam sabendo seu ramo
de atuação, ou até mesmo no ato mais forte de humilhação e segregação relatado nesse artigo,
quando posto um prato de comida no chão, semelhante a como se dá comida a um cachorro.
Pode-se também compreender a importância do trabalho na vida do sujeito e ter sua principal
fonte de identidade desconstruída de forma pejorativa e sem valor é muito significativo e tem
impactos em sua subjetividade. A desvalorização do trabalho realizado relacionado com a
desigualdade social é profundamente adoecedor para o sujeito.
38
OFICINAS EM SAÚDE MENTAL: NOVAS FORMAS DE SE PENSAR PSICOLOGIA
PRISCILA SILVA CARDOSO
ISABELLI NOGUEIRA
CAROLINE CAMILO DE CASTRO FRANCO
TACILA MARIA SAMBATI
Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos
Processo: Políticas Públicas e Sociais
RESUMO
A partir da reforma psiquiátrica ocorrida em 1970 e com a inserção dos CAPS (Centros de Apoio
Psicossocial) no SUS (Sistema Único de Saúde) a Psicologia teve (e tem) que pensar e buscar
novas formas de atuação. Com a luta antimanicomial e o fim dos hospitais e clínicas psiquiátricas
a Psicologia Clínica precisou se reinventar para conseguir abranger as novas demandas de
saúde mental da contemporaneidade. Para além dos procedimentos curativos ou de manutenção
dos sintomas dos transtornos mentais, a psicologia junto com as políticas públicas também se
tornaram instrumentos fundamentais na proteção e garantia da preservação dos Direitos
Humanos dos usuários, bem como promover a autonomia dos sujeitos. Longe dos modelos
antigos de institucionalização da loucura, os novos modelos prevêem entender os usuários do
serviço de saúde mental como protagonistas e produtores da própria história. Dessa forma
entende-se que as oficinas podem favorecer novas formas de se pensar e fazer psicologia, bem
como olhar por outros ângulos os sintomas e com novas perspectivas de promoção da saúde
mental. Psicologia; Oficinas; Saúde Mental; Contemporaneidade. Conhecer práticas psicológicas
por meio de oficinas; Compreender os benefícios das oficinas terapêuticas; Pensar em novas
práticas de psicologia como promotoras de autonomia. Revisão Bibliográfica. Inicialmente é
importante compreender a relação da sociedade e loucura. Antes da reforma psiquiátrica, os
ditos loucos eram enclausurados em manicômios e removidos de qualquer convívio social,
privados de direitos básicos e sem qualquer autonomia. Para Amarante (1996) "o manicômio é
exatamente o espaço que a sociedade reserva para os loucos, e isso não quer dizer, em
absoluto, que é ela que produz a doença. Mas que esta não deseja, ou não sabe, conviver com
eles" (p. 73). Portanto, a partir dessa reforma a sociedade começou a pensar em novas formas
de tratamento e sob outros prismas a questão dos transtornos mentais. Segundo Mendonça
(2005) “as oficinas procuram caminhar no sentido de permitir ao sujeito estabelecer laços de
cuidado consigo mesmo, de trabalho e de afetividade com os outros, determinando a finalidade
político-social associada à clínica” (p. 628). Para Rocha (1997) as oficinas são utilizadas porque
entende-se que a atividade produtiva possui a capacidade de modificar àquilo que torna ou
tornaria "doente". As oficinas podem também ser produtoras de autonomia em maior ou menor
grau, uma das formas é que os usuários que decidem se as atividades propostas pela equipe
terapêutica lhe é interessante (Pádua; Morais, 2010). A partir da necessidade de ampliar os
horizontes como formas de abordagens enquanto saúde mental, a psicologia teve que se
adequar às novas demandas e as novas formas de atender as demandas já existentes, e com
uma vertente social, a psicologia clínica se desintegra do estereótipo elitizado e individualizado,
39
promovendo outras formas de intervenções não só de tratamento, mas também como produtoras
de empoderamento e autonomia.
MÃES PRIMÍPARAS: VIVÊNCIA DO PROCESSO DE INSERÇÃO DO FILHO NA CRECHE
IÁRA CASTEGNARO
SCHEILA BEATRIZ SEHNEM
SIMONE BALBINOT
Eixo: Vida Moderna, ambiente e sustentabilidade
Processo: Formativos e Educativos
RESUMO
O nascimento de um filho sempre causa transformações dentro do contexto familiar,
principalmente quando, após os primeiros meses, a mulher retorna ao mercado de trabalho, o
que acaba exigindo novas opções de cuidados para o bebê e crianças pequenas. Entre estas
opções a mais frequente é a creche. Esta tem se tornado a alternativa viável no que se refere
aos cuidados alternativos com seus filhos, e que partir da nova Lei de Diretrizes e Bases da
Educação passou a ser incluída como parte da educação infantil responsável pelas crianças até
os três anos de idade e as pré-escolas para crianças de quatro a seis anos. Entretanto, a entrada
de bebês na creche, especialmente durante o primeiro ano de vida, é um tema que tem gerado
controvérsias no meio científico e leigo, pois implica separações diárias entre o bebê e sua mãe,
enquanto ele ainda é muito pequeno. A partir destas constatações, desenvolveu-se este trabalho
de investigação com o objetivo de identificar o perfil sociodemográfico dessas mães, os
sentimentos que surgem durante este processo de separação mãe/bebê e quais suas crenças a
respeito desta rede de apoio. Participaram deste trabalho de investigação, em forma de
entrevista semiestruturada, oito mães primigestas, cujos bebês ingressaram na creche durante
o primeiro ano de vida. A partir da análise dos dados foi possível perceber a dificuldade e
insegurança das mães no momento da separação quando da inserção do filho na creche, mas,
principalmente, a preocupação e expectativa destas no que se refere aos cuidados que a
instituição disponibilizará aos seus filhos. Ao mesmo tempo, pode-se perceber que esse
comportamento manifestou-se somente na fase inicial de adaptação do menor, que a
acessibilidade das mesmas à instituição e aos profissionais que ali trabalham transmitiu
segurança e confiança a essas mães. Nota-se que a decisão ou necessidade de colocar o filho
na creche tem aspectos positivos, como realização profissional ou remuneração financeira e
colabora para a socialização e desenvolvimento da criança. Por outro lado, para a maioria das
entrevistadas, o cuidado por outros ainda gera sentimentos de culpa, inseguranças e medos,
apesar de reconhecerem os benefícios que a creche pode oferecer aos seus filhos.
Palavras-chave: Mães. Creche. Sentimentos. Crenças.
40
O PROCESSO DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO EM UMA OPERADORA DE PLANO DE
SAÚDE: DA ANÁLISE À EXECUÇÃO
JAQUELINE SARA JORGE
ROSANA MARQUES DA SILVA
Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos
Processo: Trabalho
RESUMO
O processo de Avaliação de Desempenho (AD) consiste em uma das práticas de gestão de
pessoas, sendo um processo no qual líderes e subordinados se reúnem para avaliar o
desempenho do colaborador no trabalho, tendo por objetivo a melhoria do desempenho humano.
O presente estudo trata-se de um relato de experiência das atividades realizadas durante o
estágio curricular do curso de psicologia da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, cujos
objetivos foram: avaliar o processo de Avaliação de Desempenho, considerando os aportes
teóricos; analisar a ferramenta de Avaliação de Desempenho e propor sugestões de melhorias.
Como procedimentos, durante o primeiro semestre de estágio realizou-se a análise documental
das ferramentas de levantamento de necessidades de treinamento e do formulário de Avaliação
de Desempenho, assim como do processo (métodos) de AD. Considerando tais informações,
realizou-se análise sobre o tema, relacionando as informações coletadas aos achados teóricos.
Foram propostas algumas sugestões de melhorias como: participação dos gestores durante todo
o processo de AD; revisão da ferramenta utilizada; elaboração de novos descritores de
desempenho (comportamentos observáveis); validação dos comportamentos por pessoas chave
da organização e criação de escala de graduações para avaliação dos comportamentos. O
segundo semestre de estágio foi dedicado para a execução das ações sugeridas, sendo que a
estagiária iniciou com a revisão da ferramenta de AD, descrevendo operacionalmente as
competências e elaborando comportamentos observáveis, em parceria com a equipe de Gestão
de Pessoas e gestores de área. Após a revisão da ferramenta, que consistiu de uma escala
gráfica, foi realizado um treinamento com os gestores, objetivando a validação dos
comportamentos observáveis, bem como sugestões de descrições de novos comportamentos. A
aplicação foi realizada com um grupo piloto no setor de laboratório e ao final foi desenvolvido um
treinamento com os gestores sobre feedback. Os resultados apontaram as contribuições teóricas
para o processo da AD na organização como: a participação dos gestores na construção e
validação da ferramenta; a construção da ferramenta por meio de comportamentos observáveis;
a criação de escalas de graduações para avaliar os comportamentos. Após a apresentação e
aplicação das mudanças propostas, obteve-se uma ferramenta mais precisa em sua avaliação e
resultados, assim como a participação e validação dos gestores de todas as áreas da
organização. Foi possível observar a satisfação dos líderes com a nova ferramenta, o
departamento de Gestão de Pessoas recebeu diversos elogios em relação as alterações
realizadas. Foi possível verificar nos gestores que eles compreenderam a importância do
processo de AD para o crescimento da organização, como ferramenta necessária para o
41
levantamento de necessidades de treinamento e desenvolvimento de competências, assim como
a necessidade de sua participação em todo o processo de AD.
Palavras-chave: avaliação de desempenho; competências; gestores.
CONTRATRANSFERÊNCIA DO ESTAGIÁRIO DE PSICOLOGIA
ALEXANDRE PETRY
Eixo: A vida na era da Informação, comunicação e tecnologia
Processo: Terapêutico de indivíduos ou grupos
RESUMO
O presente trabalho visa analisar e estudar a contratransferência do estagiário de psicologia. A
contratransferência é postulada basicamente como o conjunto de manifestações do inconsciente
do analista relacionadas com as da transferência do seu paciente (ROUDINESCO; PLON, 1998).
Como objetivo, a pesquisa buscou alcançar sentimentos, pensamentos e atitudes dos estagiários
de psicologia em relação aos seus sentimentos contratransferenciais diante de seus pacientes,
fenômenos que são, na clínica, inevitáveis para o processo psicanalítico. O método utilizado para
a coleta e análise de dados foi o método psicanalítico, que visa o contato além do conteúdo
consciente do discurso do entrevistado, ou seja, o conteúdo inconsciente, que é trazido á tona
por meio da associação livre, da atenção flutuante e da transferência. Os dados foram colhidos
a partir de uma entrevista com roteiro semi-estruturado respondido por três estagiários de
psicologia que já fazem atendimento clínico e que utilizam para tal a abordagem psicanalítica.
Foi encontrada certa dificuldade por parte dos estagiários ao se lidar com os manejos
transferenciais de seus pacientes, variando a forma de manejo de cada um com a situação, da
mesma forma que existem divergências entre eles de como se lidar com as situações
contratransferenciais. Assim, inevitavelmente os estagiários acabam criando uma “expectativa
para o tratamento”, algo que provêm deles e de seus pacientes. Esta expectativa se liga ao
desejo do paciente de ser tratado e curado, da mesma forma que transmite o desejo do estagiário
de psicologia de ser um terapeuta. Além disso, por meio da revisão bibliográfica, se encontrou
uma vasta divergência sobre o que seria o conceito da contratransferência, de forma que os
autores basicamente se dividem entre colocá-la como um empecilho para o tratamento
psicanalítico ou uma ferramenta para o mesmo. Isso mostra a importância das questões da
análise pessoal para a formação do psicólogo e o papel da contratransferência no dia a dia do
psicólogo em formação.
Palavras Chave: Contratransferência; Psicanálise; Estagiário de Psicologia.
CIRURGIA PLÁSTICA: O IDEAL DE BELEZA E A IMPOSIÇÃO SOCIAL.
GIULIA OLIVA GRASSI
GIOVANIA MITIE MAESIMA CUNHA
Eixo: A vida na era da Informação, comunicação e tecnologia
Processo: Comunicação
42
RESUMO
A preocupação com a aparência sempre foi uma constante no universo feminino. Por conta disso,
o ideal de beleza foi se modificando ao longo do tempo e a partir de modalidades simbólicas
amplamente empreendidas, os indivíduos se engajam para se enquadrar em tais modalidades.
A aparência corporal torna-se um constituinte bastante cobrado no sentido de se manter nos
padrões das modalidades simbólicas, havendo imposições explícitas e implícitas veiculadas
principalmente pela mídia. Por meio de tais imposições quem está fora dos padrões é
estigmatizado e as mulheres são as pessoas que mais sofrem nesse âmbito. Nesse contexto, a
pesquisa objetiva identificar quais são os fatores que levam as mulheres a realizarem cirurgias
plásticas analisando como a imposição social difundida por meio da idealização da beleza
contribui para decisão das mesmas. A pesquisa é de caráter qualitativo descritivo, na qual foram
realizadas entrevistas semiestruturadas com quatro mulheres de diferentes idades da cidade de
Florianópolis que fizeram cirurgia plástica com fins exclusivamente estéticos. A partir da pesquisa
notou-se que os avanços da ciência e da tecnologia proporcionam a possibilidade de modificação
e aperfeiçoamento quando o indivíduo está insatisfeito com o seu corpo. A preocupação estética
relacionada com tratamento dado ao corpo, atualmente, representa um objeto de consumo e a
mídia tem importante papel propagador da valorização da aparência. As motivações pelas quais
as mulheres optaram pela cirurgia tem um caráter individual que vai em direção da insatisfação
corporal, e também coletiva, pois a família exerce um papel importante nessa decisão. A imagem
corporal que as mulheres tinham de si mudou depois da cirurgia, em um sentido mais positivo,
mas não completamente satisfeito. Houve uma unanimidade ao afirmar que há a existência de
uma influência social na aparência e satisfação corporal e consequentemente na escolha pela
decisão de realizar a cirurgia. Constatou-se que o ideal de beleza além de estar relacionado com
as formas corporais, está também associado à saúde do corpo.
Palavras-chave: cirurgia plástica, ideal de beleza, modalidades simbólicas, aparência corporal.
ALÉM DO LEVEL-UP: ASPECTOS PSICOLÓGICOS DOS JOVENS ADULTOS AO
FAZEREM USO DOS JOGOS DE MMORPG.
ALEXANDRE PETRY
LISANDRA ANTUNES DE OLIVEIRA
Eixo: A vida na era da Informação, comunicação e tecnologia
Processo: Culturais
RESUMO
43
O presente artigo buscou estudar aspectos psicológicos dos jovens adultos ao fazerem uso dos
jogos de MMORPG. Os jovens adultos se classificam como a faixa etária social que fica entre o
fim da adolescência e o inicio da vida adulta, período em que tais sujeitos se colocam como
singulares em seu meio social. Como objetivo, a pesquisa visa buscar quais os motivos que
levam os jovens adultos a fazerem uso dos jogos de Massively Multiplayer Online Role-Playing
Game, jogos eletrônicos que permitem aos seus participantes uma inserção em um universo
online com milhares de outros jogadores ao mesmo tempo, com certas regras estruturadas e
admitindo um grande leque de escolhas que os seus usuários podem fazer, visando a liberdade
dos mesmos. Utilizando o método de pesquisa qualitativa, foram feitas entrevistas com roteiro
semiestruturado com quatro jovens adultos que fazem uso dos jogos de MMORPG com
frequência em seu dia-a-dia, buscando responder o que atrai os jovens adultos á jogarem os
jogos de MMORPG, como é para eles esse mundo e a relação que eles têm com o jogo em que
estão inseridos. Utilizando o método de análise de conteúdo de Bardin, através das entrevistas
notou-se que os jovens adultos buscam nos jogos de MMORPG á socialização com outros
indivíduos semelhantes a eles, algo que os mesmos buscam em outros contextos além do jogo
virtual, porém com mais dificuldade. Os jogos de MMORPG são utilizados, portanto por tais
indivíduos não só como forma de prazer, mas também, como um espaço para se socializar com
outros indivíduos semelhantes a eles, que buscam interação e amizades com os mesmos gostos
que possui entre os seus companheiros de jogo. O jovem adulto encontra assim interação e
conforto com outros sujeitos que apoiam o seu meio de vivência e a sua identidade. Não apenas
para se socializar, os jogos de MMORPG também são uma forma do indivíduo conseguir
reconhecimento sobre as suas atitudes e valores agregados pelo seu trabalho árduo. Nesse meio
tempo, o indivíduo encontra um novo método de obtenção de prazer que é mais difícil de ser
encontrado e conquistado no mundo real, onde nem todas as pessoas possuem os mesmos
objetivos e desejos que o jovem adulto possui e valoriza.
Palavras Chave: Jovem Adulto; Jogo Eletrônico; MMORPG; Aspectos Psicológicos.
RELATO DE EXPERIÊNCIA: AS IMPLICAÇÕES DA PSICOLOGIA SOCIAL EM UM GRUPO
DE ADOLESCENTES EM CONDIÇÕES DE VULNERABILIDADE SOCIAL
JULIANA BEREZOSCHI
CATARINA GEWEHR
ETIENNE ALESSANDRA HAFEMANN
SIMONE DE LIMA
Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos
Processo: Grupais e de Mobilização Social
44
RESUMO
A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de
políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso,
em condições dignas de existência (Brasil,1990). Tal perspectiva dimensiona que o trabalho do
psicólogo necessita produzir-se como mediador de compreensões críticas, a fim de que sujeitos
em situação de vulnerabilidade social possam acessar, de modo compreensível, todos os
dispositivos sociais capazes de lhes permitir ações e reflexões que permitam um processo de
emancipação ético-política em um contexto social profundamente marcado pela desigualdade
econômico-social. O presente trabalho, realizou-se junto à ONG Amigo Esperança, e constou
de sete encontros realizados no período vespertino, com duração de uma hora e meia, no
período de abril a junho de 2015. A ele aderiram onze adolescentes localizados na faixa etária
de 12 a 15 anos, sendo estes nove meninos e duas meninas, todos residentes em uma área de
ocupação urbana na periferia da cidade de Blumenau/SC. Dos onze adolescentes, cinco não se
encontravam alfabetizados e demonstravam evidentes dificuldades de comunicação oral, não
conseguindo completar frases de média complexidade durante os encontros, três desses cinco
possuíam uma segunda professora na escola regular, de modo a complementar seu processo
de aprendizagem de conteúdos e os seis restantes eram alfabetizados e conseguiam se
expressar sem dificuldades. Toda a intervenção foi realizada a partir dos direcionamentos
propostos pelo ECA, desenvolvendo-se por meio de sessões de vivência grupal, nas quais foram
trabalhados os temas: educação, preconceito, projeto de vida, violência, sexualidade, escola e
adolescência. Através de técnicas de trabalho grupal, exposição de conteúdos áudio visuais,
experimentações lúdicas e rodas de conversa, procurou-se compreender a realidade vivida pelos
jovens e intermediar processos de reflexão crítica das aspectos existentes a fim de perspectivar
melhores condições para realização do processo de desenvolvimento desta fase do Ciclo Vital
entre os participantes do grupo. Ao longo dos encontros foi possível constatar não só a
assiduidade como também o manifesto interesse nos conteúdos a serem trabalhados. Ao final
do processo percebeu-se que temas como preconceito e violência poderiam ser trabalhados de
modo mais aprofundado, na medida em que no cotidiano destes adolescentes as crenças
relativas a preconceito racial e violência se apresentam como forma habitual de resolução de
problemas entre eles. Durante o processo de prática dos grupos foi possível perceber que a
realização de semelhante trabalho no período matutino teria boa acolhida na Comunidade, na
medida em que houve interesse dos adolescentes que freqüentavam a escola no período
vespertino. Compreendemos que práticas desta ordem não podem constituir-se de intervenções
esparsas e descontínuas. Precisam ser realizadas periodicamente e envolver outros atores
comunitários tais como pais, professores, lideranças comunitárias, de modo a potencializar
resultados mais aprofundados e real acompanhamento/mediação de um saudável processo de
desenvolvimento dos adolescentes que, ao terem sua realidade reconhecida e suas buscas de
soluções apoiadas, poderá vivenciar de modo emancipado e socialmente relevante sua
existência.
Palavras-chave: Adolescente, psicologia social,população de baixa renda
45
BULLYING NAS ESCOLAS: CONCEPÇÃO DE PROFESSORES
IÁRA CASTEGNARO
MARINA RECH MARIN
Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)
Processo: Formativos e Educativos
RESUMO
A escola é importante para o desenvolvimento do indivíduo, é um lugar que proporciona
conhecimento, sendo fundamental para a convivência do ser humano, no entanto, também é
local em que alunos sofrem agressões, repetidas vezes, esta violência que acontece no interior
das escolas é conhecida como bullying. O Bullying compreende todas as atitudes agressivas e
intencionais praticadas por um ou mais alunos contra outro(s), sem que haja motivo aparente, e
de forma repetida. Este artigo trata sobre a concepção de professores sobre o fenômeno bullying
e as atitudes preventivas adotadas por eles e pelas instituições escolares. A pesquisa foi
realizada em três escolas: sendo uma particular; uma municipal e uma estadual, de um município
do Meio-Oeste Catarinense. Participaram da pesquisa 25 professores das séries finais do Ensino
Fundamental, sendo 08 professores da rede particular, 09 professores da rede municipal e 08
professores da rede estadual. Os dados foram coletados mediante questionário composto por
perguntas abertas. Os resultados indicaram que os professores confundem o conceito de bullying
com algumas das formas de manifestações praticadas contra a vítima, e que as escolas não
desenvolvem estratégias para a prevenção do bullying, porém, é importante que as instituições
escolares adotem estratégias para prevenir o fenômeno conhecido como bullying, pois, uma
história escolar traumática pode ocasionar prejuízos na vida do indivíduo. A presença do
Psicólogo nas instituições escolares é necessária para auxiliar na prevenção e no enfrentamento
do bullying, desenvolvendo estratégias próprias de prevenção, contribuindo para o
desenvolvimento de competências e habilidades de todos os envolvidos no processo
educacional, bem como, desenvolver trabalhos de orientação sobre a temática, envolvendo toda
a equipe escolar, os alunos e os pais. Em razão de os professores pesquisados não conhecerem
a temática de maneira completa, conclui-se que é relevante novos estudos relacionados ao
fenômeno bullying no ambiente escolar, incluindo nas pesquisas a figura do professor e a
importância de o Psicólogo estar inserido nas instituições escolares para a prevenção e o
enfrentamento dessa violência escolar.
Palavras-chave: Bullying. Professor. Escola. Prevenção.
46
A INCLUSÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA EM ESPORTES RADICAIS EM SC
JACKSIANI ERAT
ADRIANO HENRIQUE NUERNBERG
NÁTALI CRISTÓFOLLI
Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos
Processo: Políticas Públicas e Sociais
RESUMO
A atual legislação brasileira sobre o direito à acessibilidade é fundamental para que a inclusão
das pessoas com deficiência ocorra em todos os âmbitos do esporte e lazer, porém a sua
existência não garante que a acessibilidade seja respeitada na prática. Em 2010, o Ministério do
Turismo em parceria com Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de
Aventura criou o Manual de Boas Práticas, que visa promover a inclusão das pessoas com
deficiência em esportes radicais, apresentando dados científicos de que a prática segura é
possível. Entretanto, isso também não garante que a inclusão esteja ocorrendo. Este estudo
objetivou verificar se há inclusão de pessoas com deficiência em esportes radicais no estado de
Santa Catarina, através do contato tanto com empresas catarinenses que ofertam a realização
recreativa de esportes radicais, quanto com associações vinculadas a prestação de serviço e
apoio às pessoas com deficiências. E, posteriormente, por meio de uma entrevista
semiestruturada com doze pessoas com deficiência que já haviam realizado um esporte radical,
foram identificados barreiras e facilitadores encontrados pelos entrevistados neste contexto. Este
estudo considera a perspectiva do Modelo Social da Deficiência para compreender a pessoa
com deficiência, e, a partir disso, entende que a impossibilidade de realizar um esporte radical
não está exclusivamente ligada à uma incapacidade da pessoa com deficiência, mas às barreiras
do seu contexto social. Identificou-se que a inclusão em Santa Catarina é baixa e as principais
barreiras relatadas foram a falta de receptividade das empresas que ofertam a realização de
esportes radicais em receber o público com deficiência e o preço das atividades. Os principais
facilitadores apresentados foram o apoio da família, assistência durante a prática do esporte e a
oportunidade de realizar o esporte radical através da associação que o praticante era membro.
Concluiu-se que os facilitadores foram essenciais para a prática do esporte e que a redução das
barreiras encontradas é fundamental para que haja uma maior inclusão.
PROJETO PLACAR – PLANEJAMENTO DE CARREIRA
MIRIAN LUIZA DOS SANTOS
JULIANA MORGANA STEDILE
Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos
Processo: Trabalho
RESUMO
47
O projeto PlaCar, Planejamento de Carreira, está sendo realizado no Estágio Obrigatório do 9º
e 10º período do curso de Psicologia da UNIVALI- Universidade do Vale do Itajaí, com ênfase
em Organizações e Comunidade e atua com jovens aprendizes que desenvolvem o programa
de aprendizagem na unidade do Centro de Integração Empresa Escola de Santa Catarina -
CIEE/SC -Itajaí. O projeto está sendo realizado com 25 jovens, de 14 a 20 anos, inseridos no
mercado de trabalho. Os objetivos do trabalho são Proporcionar aos jovens reflexões e
mobilização pessoal para o processo de planejamento de carreira profissional; proporcionar o
auto-conhecimento considerando as potencialidades e oportunidades de melhorias; Ampliar o
conceito de empregabilidade demonstrando as diversas possibilidades de inserção no mercado
de trabalho, e mobilizar os jovens na definição de metas de carreira. A metodologia do programa
foi dividida em duas etapas para melhor organização. A primeira etapa foi realizada em grupo,
sendo que os conteúdos das atividades foram distribuídos em três módulos temáticos
trabalhados em três encontros: Carreira e Planejamento; Autoconhecimento; Empregabilidade.
Na segunda etapa do projeto PlaCar, será oferecido aos jovens que concluíram a primeira etapa,
dois encontros individuais onde será realizado testes de avaliação de competências e potencial,
como o Inventário de Habilidades Sociais, e o Inventário de Âncoras de Carreira. Será utilizado
entrevistas como auxílio para estabelecimento de Plano de Metas. Na primeira etapa, já
concluída foi estabelecido um contrato psicológico com os jovens, onde foi realizado para
apresentação dos participantes e o acolhimento das expectativas dos jovens. Como atividade foi
proposta a formação de grupos para que elaborassem o conceito de carreira. Depois das
apresentações dos grupos foi apresentado o contexto histórico de Carreira, e os modelos, por
meio de slides e vídeos temáticos. No segundo encontro, que visava trabalhar o auto-
conhecimento, foi utilizado a técnica "eu na capa da revista". O objetivo desta técnica era
proporcionar aos jovens uma percepção de como eles almejam estar daqui a uma décaca e quais
as competências e habilidades deles já tem para chegar neste objetivo e quais eles precisam
desenvolver. A partir dos relatos dos mesmos, foi abordado o conceito de competências e
habilidades. No terceiro encontro foi abordado a temática de empregabilidade, que visava
identificar as necessidades do mercado atual. Após o acolhimento do que os aprendizes
entendiam por este conceito, foi abordado o conceito teórico. Em seguida, os jovens se dividiram
em grupos realizaram a atividade da venda do produto inútil, onde eles precisariam ser
empreendedores para efetuar uma venda. Como avaliação, os jovens escreviam post-its
palavras-chaves que representasse o conhecimento adquirido no final de cada encontro. A partir
dos relatos, foi possível perceber que os jovens adquiriram conhecimentos sobre o conceito de
carreira, ressignificaram empregabilidade e compreenderam a importância de se auto-conhecer
para melhor desenvolver as habilidades e competências para o planejamento de suas carreiras.
O projeto ainda não foi finalizado, mas espera-se que na próxima etapa, os jovens realizem o
planejamento de suas carreiras.
48
PSICOTERAPIA COM CRIANÇA DE DIFÍCIL MANEJO: CASO L
JULIANA MORGANA STEDILE
MIRIAN LUIZA DOS SANTOS
Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)
Processo: Terapêutico de indivíduos ou grupos
RESUMO
Este trabalho tem por objetivo compartilhar as intervenções clínicas realizadas no Estágio
Curricular Obrigatório com ênfase em Saúde e Integralidade do 7º e 8º período do curso de
Psicologia na Instituição de Ensino UNIVALI - Universidade do Vale do Itajaí no I e II semestre
de 2014, sob a perspectiva da abordagem Analítica Infantil, ilustrando o caso "L". L. iniciou os
atendimentos psicológicos na Clínica de Psicologia com 2 anos de idade. A queixa principal da
fonte de encaminhamento veio pelo serviço de Fonoaudiologia da Univali, Instituição no qual L.
estava em atendimento há 1 ano. Aos 4 meses de idade, L. foi diagnosticada com Fibrose Cística.
Aos 9 meses, após diversas internações hospitalares, L. passou a rejeitar a alimentação oral, e
a equipe médica optou por realizar a gastrostomia, com a implantação da sonda gastro-intestinal.
Assim, L. iniciou os atendimentos na clínica de Fonoaudiologia da Univali, que a encaminhou
para a clínica de Psicologia com a queixa: "ausência de alimentação oral". Foi realizada uma
entrevista inicial com os pais de L. Em seguida, foi realizado com a criança a Hora do Jogo
Diagnóstica. Para avaliação e levantamento das Hipóteses Diagnósticas foi utilizado a Síntese
do Inventário Portage Operacionalizado. Os resultados da avaliação apresentaram 9 meses de
atraso na área de cuidados próprios. Foram realizadas as seguintes hipóteses diagnósticas da
paciente de acordo com o DSM I-V: Problema de Relacionamento Pai/Mãe e Criança, e Problema
de Relacionamento Associado a um transtorno Mental ou Condição Médica Geral. No Projeto
Terapêutico Singular da paciente, buscou-se trabalhar a curto prazo: permanência do setting
terapêutico, controle dos esfíncteres e aumento do repertório de brincadeiras. A médio prazo:
expressão emocional, conhecimento dos alimentos (texturas, sabores, odores), treino de
habilidades parentais e iniciação do processo de alimentação. A longo prazo: desenvolvimento
de empatia, ingresso escolar e iniciação do processo de alimentação oral. Para cumprimento
destes objetivos, foram realizados atendimentos com a mãe e a criança junto, para que L. se
acostumasse com o ambiente da clínica. Nos atendimentos seguintes, a paciente aceitou brincar
no setting apenas com a estagiária. As brincadeiras enfatizavam situações que se
assemelhassem ao ambiente familiar, como brincadeiras de "casinha". Após a criança sentir-se
confortável e segura no setting terapêutico, foi solicitado à mãe que trouxesse alguns alimentos
prontos de casa para que fossem manuseados nas sessões. As sessões tiveram vídeos
educativos e desenhos para a criança, além de orientações fornecidas à mãe sobre como dar
continuidade a terapêutica em casa. Os objetivos a curto prazo foram alcançados, e os objetivos
a médio prazo foram melhorados. Como continuidade dos atendimentos, espera-se que a
paciente inicie seu processo de alimentação oral, ingresse na escola. A criança ao longo do
estágio desenvolveu sua autonomia, controle dos esfíncteres, aceitou tocar, brincar e
experimentar alimentos, iniciando o processo de alimentação oral, houve a ampliação das
49
habilidades parentais, e auto-confiança da mãe de L. Como principais dificuldades presentes no
estágio, destaco a idade da criança, diagnóstico de doença crônica e a proposta de atendimento
interdisciplinar.
EDUCANDO PARA A PAZ: INTERVENÇÃO GRUPAL COM PROFISSIONAIS DA
EDUCAÇÃO
FLORA CURIA GOMES
Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos
Processo: Formativos e Educativos
RESUMO
O trabalho visa apresentar a intervenção realizada pela Psicóloga em exercício no ano de 2014
da Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Garopaba- SC para o Programa Saúde na
Escola- Política Pública Intersetorial do Governo Federal - realizado nas escolas da rede. O
programa foi composto por palestra interativa sobre o tema Educação para a Paz com intuito de
conceituar os profissionais a respeito do mesmo, assim como aproximá-los do conceito por meio
de exemplos práticos expostos pela palestrante para facilitar a atuação dos profissionais no
âmbito escolar. Em seguida foi realizado o experimento “Viagem de Fantasia” (técnica projetiva
fundamentada nos preceitos da Gestalt Terapia) proporcionando aos profissionais um reencontro
interior para ressignificação do período escolar. O projeto foi realizado em grupo com 185
profissionais das 20 escolas municipais, contemplando-se um encontro por escola. A intervenção
teve como objetivo a sensibilização dos participantes para busca de transformação individual e
social baseada nos princípios de Educação para Paz com o intuito de formar multiplicadores da
paz nas escolas da rede. A facilitadora buscou através da palestra interativa, propiciar um espaço
onde cada participante refletisse criticamente a respeito do conceito em questão e das práticas
realizadas pelos mesmos no dia a dia da vida escolar. Foram fornecidos por meio da “Viagem
de Fantasia” subsídios para a realização de um reencontro com a história escolar de cada um,
promovendo com que os mesmos pudessem observar e transformar quando necessário,
qualquer evento traumático que estivesse afetando a atuação do educador na escola. Os grupos
tiveram bom aproveitamento do programa, possibilitando que os participantes vivenciassem
momentos positivos e negativos de suas experiências escolares, sendo que os eventos
traumáticos lembrados foram trabalhados por meio de intervenções da facilitadora. O trabalho
apontou para a necessidade de que mais projetos fossem realizados a nível institucional,
reforçando que o clima da escola é definido pelas vivências particulares de cada indivíduo que
nela atua. Para uma escola viver a Educação para a Paz os indivíduos devem ser trabalhados
interiormente, tornando-se multiplicadores da Paz que vivenciam dentro de si mesmos.
Palavras Chave: Educação para Paz; Programa Saúde na Escola; Rede Escolar.
50
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: UM GRUPO PSICOTERAPÊUTICO COM AGRESSORES
CONJUGAIS
ÁLVARO CIELO MAHL
Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)
Processo: Terapêutico de indivíduos ou grupos
RESUMO
A violência no ambiente doméstico está presente em todos os contextos sem haver distinção de
classe social, raça, nível de escolaridade ou religião. Esta pesquisa adentra sobre o problema
da violência conjugal, discutindo o perfil do agressor e vítima, fatores que estão associados a
essa agressão, as consequências físicas e psicológicas que a vítima sofre e algumas alternativas
de tratamento para os agressores da violência. O objetivo deste trabalho foi verificar a eficácia
de um grupo psicoterapêutico com agressores conjugais, tendo 5 participantes, agressores
denunciados por suas parceiras. Os participantes, agressores conjugais, foram encaminhados
ao grupo pela Delegacia da Mulher, após o Fórum da Comarca de São Miguel do Oeste-SC, em
audiências, ter ofertado ao agressor a possibilidade de participar de um grupo psicoterapêutico.
Em decorrência disto, para a concretização desta proposta, o juiz da vara criminal da cidade
passou a indicar o grupo para o agressor. O critério de inclusão no grupo abrangia que o
participante convivesse com a parceira e que a violência tivesse sido denunciada. Realizou-se
uma entrevista inicial com os agressores para obter um perfil dos mesmos, e para avaliar o
trabalho aplicou-se a Escala de Táticas De Conflito, antes e após a intervenção, nas
companheiras dos agressores; no final os agressores ainda responderam o Questionário de
Satisfação com o Tratamento e a Entrevista de Avaliação da intervenção Psicológica. No perfil
dos agressores, evidenciou-se que os mesmos minimizam o comportamento agressivo e
responsabilizam a mulher pelas agressões, que por sua vez revelam serem vítimas de violência
física e psicológica. Após a realização do grupo psicoterapêutico detectou-se uma redução dos
níveis de violência verbal/emocional e física, com incremento de formas não violentas de
resolução de conflitos. Sobre a prática do grupo psicoterapêutico, podemos dizer que apostar
apenas na punição não elimina, nem tão pouco reduz os níveis de violência conjugal; demonstra-
se assim, a importância do desenvolvimento de estratégias interventivas visando à proteção da
vítima e a prevenção da reincidência em crimes de violência conjugal.
INTERVENÇÃO PSICOLÓGICA EM GRUPO DE AGRESSIVIDADE INFANTIL
FLORA CURIA GOMES
Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)
Processo: Terapêutico de indivíduos ou grupos
RESUMO
51
O presente trabalho visa demonstrar como foi realizada a intervenção terapêutica grupal com
crianças de quatro a sete anos, encaminhadas com queixa de agressividade na escola ao
Serviço de Psicologia da Equipe Multidisciplinar da Secretaria de Educação e Cultura do
Município de Garopaba – SC no ano de 2014. O trabalho apresenta as intervenções psicológicas
e técnicas projetivas fundamentadas pela teoria da Gestalt Terapia, que foram realizadas pela
Psicóloga em oito encontros com quatro grupos de cinco crianças. Cada encontro teve como
foco um tema considerado relevante para o desenvolvimento do aluno. Durante os oitos
encontros foram realizadas atividades que abordaram temas como família e sua configuração;
técnicas projetivas para integração de aspectos inconscientes ao consciente de acordo com a
capacidade de abertura e entendimento de cada criança; observação e intervenção da Psicóloga
durante as atividades lúdicas, possibilitando a resolução de conflitos no momento presente;
trabalho para diminuição da ansiedade e estresse infantil; discussão a respeito do sentimento
raiva e novas estratégias mais saudáveis para o direcionamento do mesmo. O mesmo teve como
objetivo, proporcionar ressignificação e empatia dos participantes na dinâmica familiar e escolar;
autoconhecimento; noção de si e do outro; nomeação de sentimentos e necessidades; contato
com a raiva e estratégias positivas de controle e redirecionamento da energia agressiva.
Os alunos tiveram aproveitamento satisfatório participando de todas as vivências com entrega;
demonstrando maior consciência de seus sentimentos e necessidades e expressando a raiva de
maneira adequada durante as técnicas. Alguns participantes demonstraram necessidade de
continuação do trabalho apesar de obterem boa evolução no processo. Foi possível perceber
que os impulsos agressivos mal direcionados relacionaram-se à falta de limite; falta de atenção
e afeto, assim como padrões de comportamentos inadequados vividos no ambiente familiar.
Estes resultados apontam a importância da participação da família em parceria com a escola no
trabalho com a agressividade infantil.
Palavras Chave: Grupo de Crianças; Agressividade; Gestalt Terapia.
PSICOTERAPIA COM ADOLESCENTE - O CASO S.
MIRIAN LUIZA DOS SANTOS
Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)
Processo: Terapêutico de indivíduos ou grupos
RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo compartilhar as intervenções clinicas realizadas no Estágio
Curricular Obrigatório com Ênfase em Saúde e Integralidade dos 8º e 9º períodos do curso de
Psicologia da Universidade do Vale do Itajaí - Univali, realizado no ano de 2014. A busca do
paciente pela clinica de Psicologia foi espontânea e sua principal queixa baseava-se na angustia
de se conhecer. Os atendimentos tiveram inicio no dia 17/04/2014, sendo os primeiros cinco
atendimentos destinados a estruturação da anamnese e elaboração do laudo psicológico. Com
base no relato do paciente e nos resultados da avaliação psicológica, os sintomas apresentados
por S. foram compatíveis com Ansiedade e Distimia de Humor. Em Gestalt Terapia entendem-
52
se os sintomas como resultados de gestalts inacabadas, resultantes do desajustamento entre o
ser e o meio no processo Self/Contato. Com base nos conceitos da Gestalt Terapia as figuras
que emergiam neste caso foram: necessidade de se conhecer, ansiedade e depressão; sendo
as partes constituintes: a mudança na situação financeira da família, insatisfação com o trabalho,
rigidez das crenças familiares e pessoais referentes a religião, e dificuldade de desenvolvimento
de vínculos, a qual resultava em uma rede social reduzida. As partes e figuras que emergiam
colaboravam para a constituição do bloqueio do tipo Confluente, no qual o sujeito não consegue
se diferenciar do meio. O processo terapêutico neste caso objetivou a compreensão do paciente
quanto a diferenciação existente entre ele e o meio, e ele e o outro, possibilitando a realização
de escolhas baseado em expectativas e posicionamentos, pois foi observado que esta
configuração era desencadeadora da ansiedade. As intervenções foram fundamentadas nos
conceitos do Humanismo e do Existencialismo através da abordagem Gestalt Terapia,
concebendo o homem como centro de si e com poder de lidar tanto com seu potencial quanto
com a realidade onde se encontra, não negando suas limitações, impossibilidades e fracassos.
Para tal foram desenvolvidas técnicas de representação e de escuta ativa, nas quais S. pode
reelaborar sua posição em seus relacionamentos, passando a compreender-se como ator
desses cenários e contribuinte para a realidade em que se encontra. No decorrer dos
atendimentos S. afirmou compreender posições e escolhas das pessoas que compõem sua rede
de relacionamentos, demonstrando ter reconfigurado suas percepções.
RESPEITO À MULHER VÍTIMA DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: RELATO DE ESTÁGIO EM
UMA DELEGACIA DE PROTEÇÃO DO SUL DE SANTA CATARINA
SAMIRA MAFIOLETTI MACARINI
ANGELA MARIA BENEDET
ELIANA CRISTINA GALLO PENNA
Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)
Processo: Avaliação
RESUMO
A violência doméstica se faz presente nas relações inter e intrafamiliares permeando diferentes
espaços do cotidiano, havendo muitas vezes a necessidade de intervenções da Psicologia. A Lei
Maria da Penha configura como Violência Doméstica e Familiar contra a mulher, qualquer ação
ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou
psicológico e dano moral ou patrimonial. De acordo com pesquisa DataSenado,
aproximadamente uma em cada cinco brasileiras reconhece já ter sido vítima deste tipo de
violência, sendo que muitas delas encontram dificuldades de romper com o chamado ciclo de
violência. O presente estudo refere-se a um projeto de estágio desenvolvido durante o ano de
2014, em uma delegacia de atendimento à mulher, da região sul de Santa Catarina. Os objetivos
do trabalho envolveram: 1) promoção de acolhimento e mediação quanto aos direitos à
assistência e proteção em situações de violência contra a mulher; 2) informação e
53
encaminhamento das vítimas às instâncias cabíveis; 3) promoção junto à comunidade de ações
com caráter preventivo sobre a violência contra a mulher, no formato de palestras. Participaram
dessa atividade de estágio, mulheres vítimas de violência doméstica citadas em boletins de
ocorrência registrados na instituição; bem como, mulheres que frequentam locais de formação
escolar e grupos de mães, que possam ser beneficiadas de informação, formação de cidadania
e formulação de novos conceitos acerca da violência doméstica. Considera-se que o trabalho
individual ou em grupo de conscientização, discussões e palestras sobre vítimas de violência
doméstica pôde proporcionar às mulheres possibilidades de buscarem assistência social,
médica e jurídica, bem como apoio psicológico para tratamento e superação das vivências
decorrentes da violência. De uma forma geral, o trabalho realizado contribuiu para um maior
aprofundamento sobre a temática da violência doméstica e familiar, auxiliando as mulheres
vítimas na reflexão sobre sua situação de vida e proporcionando às mesmas a possibilidade de
rompimento do ciclo de violência no qual estavam envolvidas, tornando-as protagonistas de suas
próprias histórias.
PROCEDIMENTO DE INTERVENÇÃO DO PSICÓLOGO COM PESSOAS QUE SOFRERAM
ALGUM TIPO DE VIOLÊNCIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
LARISSA TAMARA DA ROCHA
CAROLINE ZANERIPE DE SOUZA
JULIANA FRAINER
ROBERTO MORAES CRUZ
Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)
Processo: Terapêutico de indivíduos ou grupos
RESUMO
Produzir conhecimento acerca da intervenção de profissionais que trabalham com pessoas que
sofreram algum tipo de violência é necessário, uma vez que o fenômeno violência é considerado
um problema social e de saúde pública. O presente trabalho tem como objetivo apresentar alguns
procedimentos de intervenção realizados por psicólogos no contexto clínico com pessoas que
sofreram algum tipo de violência. Os procedimentos foram realizados em uma clínica escola de
uma universidade do sul do país, por uma equipe multidisciplinar, formada por médicos,
advogados, juízes e psicólogos. Como procedimentos de intervenção dos psicólogos, foi
realizado do ponto de vista geral: a) divulgação de informações, por meio de folders e de
palestras abertas à comunidade em geral, acerca de procedimentos básicos sobre como lidar,
em um primeiro momento, com as situações de violência. Para as pessoas que procuravam o
serviço e que relatavam, como queixa principal, o sofrimento que estavam vivenciando
decorrente de situações de violência, foram realizadas intervenções mais específicas
envolvendo: b) entrevista e avaliação dos casos: as pessoas que procuraram a clínica eram
encaminhadas para o atendimento psicológico, análise da demanda e dos acontecimentos e, em
casos mais graves, eram mantidas em atendimento individual semanal ou em grupo; c) trabalhos
54
em grupo: os profissionais da psicologia também realizaram intervenções em grupo, nos quais
eram discutidos temas sobre violência. Os participantes compartilhavam suas angústias e
esclareciam dúvidas entre si e com os profissionais responsáveis pelo grupo; d) intervenções
com os acusados de cometeram violência: eram realizadas rodas de conversas com os próprios
acusados, que eram convidados a participar, com a finalidade de mediar os conflitos entre o
acusado e a vítima. Por meio dos procedimentos apresentados, os profissionais tiveram como
objetivo promover bem-estar, prevenir a ocorrência da violência em situações futuras e atenuar
o sofrimento dos participantes. Estes indicaram a importância de haver um ambiente terapêutico
adequado, como aquele do qual fizeram parte, que possibilitasse a avaliação das situações
vivenciadas e a elaboração de procedimentos para o enfrentamento das dificuldades, medos e
sofrimentos.
Palavras-chave: Procedimentos de intervenção; Violência; Psicólogos.
INTERVENÇÃO PSICOSSOCIAL ATRAVÉS DE OFICINA DE FOTOGRAFIA NO CONTEXTO
DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DO SUAS
CAROLINE ZANERIPE DE SOUZA
CAIO CEZAR CARDOSO NASCIMENTO
ALESSANDRA VIEIRA SCHETZ
Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos
Processo: Políticas Públicas e Sociais
RESUMO
A Oficina de fotografia ocorreu a partir da parceria entre uma universidade federal e um Centro
de Referência de Assistência Social de Florianópolis, durante uma experiência de estágio em
psicologia, sob orientação da professora dra. Kátia Maheirie. Foi estipulado como público-alvo,
adolescentes que residissem, preferencialmente, no território atendido pelo CRAS. De forma
geral, o objetivo da Oficina era propor um espaço de trocas que promovesse o aumento da
potência de ação dos participantes em relação à vida. De forma específica, objetivou a
apresentação dos serviços do CRAS, a instrumentalização técnica para fotografar e o acesso a
informações sobre os direitos dos jovens enquanto cidadãos brasileiros. Para tanto, formou-se
uma equipe com psicólogos, estudantes de psicologia e um fotógrafo profissional. A oficina teve
frequência semanal e duração de três meses, durante os quais mantivera-se aberta ao ingresso
de novos participantes. Inicialmente, com base na revisão da literatura sobre o tema e nas
necessidades do público atendido pelo CRAS, realizou-se um planejamento com objetivos,
método, cronograma e orçamento da Oficina. A partir daí, foram realizadas divulgações nas
escolas públicas, nas redes sociais virtuais e no próprio Centro. Os encontros foram organizados
de maneira que, em geral, contemplassem três momentos: um teórico-técnico sobre fotografia,
um técnico-prático de fotografia e outro de dinâmicas e discussões. Além disso, eram propostos
desafios fotográficos a cada encontro, com temas que serviriam como base para as dinâmicas e
discussões, sendo eles: identidade, cidade e trabalho. O local de encontro do grupo era o próprio
55
CRAS, com exceção de uma saída de campo realizada em um ponto turístico da cidade. Por fim,
foram planejadas e executadas exposições de fotografias produzidas na Oficina - em uma escola
e dois eventos públicos -, e a distribuição de um calendário com as fotos utilizadas nas
exposições para os participantes. Ao final da experiência, foram identificados resultados positivos
para a universidade, o CRAS e o público-alvo. Para este, entendeu-se como principal resultado,
a facilitação do acesso ao Centro, tornando-o uma referência de fato para os jovens participantes,
além de evolução técnica quanto a reprodução e interpretação fotográfica e o acesso a
informações e direitos quanto à estudos, profissão, trabalho e acesso à cidade. A aproximação
entre a universidade e o CRAS, configurou um contexto propício para refletir e compreender
como a teoria científica com suas constantes reformulações e as políticas públicas se
materializam no cotidiano. Tal conjunto propicia, além da reinvenção de intervenções
psicológicas dentro de um processo de ressignificação da própria Assistência Social brasileira,
uma renovação das motivações, ideias e esforços em desenvolver um serviço qualificado e
baseado em um verdadeiro compromisso social.
Palavras-chave: fotografia; adolescentes; CRAS.
O MAPA DE REDE SOCIAL COMO INSTRUMENTO DE INTERVENÇÃO NO CONTEXTO DA
VIOLÊNCIA FAMILIAR: RELATO DE CASO DE UMA EXPERIÊNCIA DESENVOLVIDA NO
CENTRO DE REFERÊNCIA ESPECIALIZADO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (CREAS)
KEYTH DE MORAES
VANDERLÉIA BATISTA
Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)
Processo: Políticas Públicas e Sociais
RESUMO
A violência familiar é toda ação ou omissão que prejudique o bem-estar, a integridade física,
psicológica ou a liberdade e o direito ao pleno desenvolvimento de outro membro da família. Este
fenômeno expressa dinâmica de poder/afeto, nas quais estão presentes relações de
subordinação-dominação, podendo se manifestar de várias formas e com diferentes graus de
severidade, incluindo a violência física, psicológica, sexual e a negligência (Ministério da Saúde,
2001). A violência familiar também deve ser vista como uma das expressões da questão social,
provocada por um modelo econômico excludente e desigual, bem como relacionada a questões
culturais e relações assimétricas de gênero. Tal forma de violência envolve consequências
físicas, psicobiológicas, psicológicas e sociais para a pessoa que a vivencia. Entre estas,
destaca-se baixa-autoestima, sentimentos de insegurança, autoimagem negativa, isolamento
social, dificuldades de relacionamento interpessoal e sintomas de depressão. Neste contexto, as
redes sociais desempenham um papel importante, visto que influenciam o sentimento de
autoestima, identidade e competência do indivíduo (Moré & Crepaldi, 2012). O objetivo do
presente estudo é relatar o impacto da utilização do mapa de rede social pessoal como
instrumento de intervenção no atendimento de uma mulher de 50 anos, que vivenciou violência
56
física e psicológica perpetrada pelo filho adolescente, que receberá o nome fictício de Margarida.
A intervenção foi realizada no Centro de Referência Especializado de Assistência Social
(CREAS) do município de Gaspar/SC e desenvolvida por uma equipe interdisciplinar, formada
por Assistente Social e Psicólogo. O instrumento utilizado foi o mapa mínimo proposto por Carlos
E. Sluzki (1997), o qual é sistematizado por um diagrama formado por três círculos concêntricos,
divididos em quatro quadrantes, que juntos constituem a rede social pessoal do informante:
família, amizades, relações de trabalho ou escolares e relações comunitárias e de serviços. O
instrumento foi aplicado por meio de três atendimentos psicossociais que visaram o
preenchimento do mapa. Margarida apresentou vínculos familiares e comunitários frágeis,
contudo, denotou uma rede significativa de amizade. Os resultados demonstraram que, além de
identificar a rede social e afetiva de Margarida, o mapa proporcionou o resgate de sua história
de vida, o fortalecimento dos vínculos familiares, o aumento da autoestima e o fortalecimento de
Margarida, permitindo a esta ter um posicionamento diferente diante da violência vivenciada. No
mais, o mapa possibilitou Margarida conhecer os serviços da rede de Sistema de Garantia de
Direitos do município, percebendo estes como apoio, o que permitiu a garantia de acesso a seus
direitos e maior proteção a mesma. Neste sentido, o mapa de rede social configurou-se um
instrumento de intervenção importante e significativo no contexto da violência familiar.
Palavras-chave: mapa de rede social, violência familiar, instrumento de intervenção.
FATORES DE AJUSTAMENTO EMOCIONAL DOS RESPONSÁVEIS PELA CRIANÇA
ABUSADA SEXUALMENTE
CAROLINE FONTES
CARLOS ALEXANDRE CAMPOS
Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)
Processo: Avaliação
RESUMO
O abuso sexual é um fato mobilizador de todos que o cercam. A criança não procura sozinha
centros especializados de proteção, o que faz com que recaia sobre a família a decisão de
procurar ajuda. Este artigo tem por objetivo descrever os fatores emocionais dos responsáveis
por filhos que sofreram abuso sexual. Participaram deste estudo seis responsáveis com filhos
que sofreram abuso sexual, em que o autor do abuso está afastado do convívio familiar, e que
foram atendidos por programa especializado. Os instrumentos utilizados foram uma entrevista
semiestruturada realizada individualmente e o teste psicológico Escala Fatorial de Ajustamento
Emocional/Neuroticismo (EFN). O abuso sexual com menores apresenta fortes reflexos no
sistema familiar. Na presente pesquisa as mães foram o público que se fez presente como
responsável pelo menor. Mesmo conquistando seu lugar no mercado de trabalho a mulher não
deixou sua posição de guardiã do equilíbrio do lar. Quando a família passa por casos de abuso
sexual, a mulher (mãe) deve se munir de recursos internos para ajudar o menor a enfrentar a
situação. Esta pesquisa trouxe dados de influências internas e externas significativas para as
57
reações e tomadas de decisão para a proteção dos filhos. No perfil sociodemográfico as famílias
de baixa renda e de baixa escolaridade tiveram mais que um filho e prevalecem na pesquisa,
porém não se pode generalizar, uma vez que as famílias de classe alta não denunciam ou
recorrem a ajuda de Centros especializados pela exposição que pode comprometer a imagem
social da família, fazendo com que a negligência permaneça em segredo familiar com ameaça e
chantagens. Os fatores emocionais dos responsáveis pelos menores quando se encontram fora
do padrão esperado podem ser prejudiciais para os filhos, ocasionando ao menor sofrimento
pela falta ou pelo excesso de proteção e cuidados, agravando os sintomas de abuso sexual.
Todas apresentaram fatores emocionais alterados, sugerindo comprometimentos dos
mecanismos internos, favorecendo o adoecimento psíquico. A importância de cuidados não
somente com o menor que sofre o abuso sexual, mas também com seus responsáveis, fica
evidente. A maneira de enfrentamento e as reações dos responsáveis são decisivas para definir
o grau de consequências do menor. Destaca- se a importância de um trabalho integrado no
atendimento não somente às vítimas, mas no fortalecimento da rede de apoio às famílias.
Palavras-chave: Abuso sexual. Mães. Fatores emocionais.
LEVANTAMENTO DE NECESSIDADES PARA AMPLIAÇÃO DO PROGRAMA DE
INCLUSÃO DA DIVERSIDADE: RELATO DE EXPERIÊNCIA EM UMA COOPERATIVA
MÉDICA
ELISANDRA PAULINA
Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos
Processo: Grupais e de Mobilização Social
RESUMO
Trata-se de um relato de experiência das atividades realizadas durante o estágio curricular com
ênfase em organizações e comunidade do curso de Psicologia da Universidade do Vale do Itajaí
– UNIVALI. O estágio foi realizado em uma cooperativa médica da região do vale do Itajaí, e
envolveu o programa de inclusão da diversidade, implantado anteriormente na organização. Este
programa tem como objetivo promover um espaço de discussão e reflexão sobre a inclusão da
diversidade por meio de encontros mensais. Após a apreensão das demandas, optou-se em
realizar um levantamento das necessidades da organização para a ampliação do referido
programa. Como objetivo geral elencou-se diagnosticar as principais necessidades em relação
à inclusão social da diversidade e como objetivos específicos: promover o programa de inclusão
da diversidade; levantar as dificuldades vivenciadas pelos coordenadores e colaboradores com
deficiência em relação à inclusão da diversidade e relações de trabalho e analisar as
contribuições, sugestões e percepções do publico alvo em relação ao programa. Para a coleta
de dados utilizou-se entrevistas semiestruturadas com os gestores que possuem colaboradores
com deficiência em seu departamento e foram questionários abertos para os colaboradores com
deficiência. Os resultados demonstraram boa adaptação, inclusão e relacionamento dos
colaboradores com deficiência com a organização e vice-versa. No entanto foram identificados
58
alguns fatores a serem melhorados: melhor aceitação da equipe e do gestor em relação à
deficiência e maior conhecimento sobre as limitações de cada tipo de deficiência para favorecer
estratégias de entender a deficiência. O público-alvo também sugeriu alguns temas como
orientação sexual, religião e respeito às diversidades. Ainda sugeriram como estratégias para
ampliação do programa de inclusão da diversidade workshops e vivencias para favorecer a
divulgação do programa. Como sugestões de continuidade das atividades do estágio foram
propostos o acompanhamento aos gestores para melhor resolução de questões relacionadas à
inclusão, bem como a elaboração de material explicativo sobre as deficiências presentes
atualmente na organização.
ABUSO SEXUAL EM MENINOS: ROMPENDO O SILÊNCIO
MABEL FALAVINHA BARAN
ANA PATRICIA A. V. PARIZOTTO
Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)
Processo: Trabalho
RESUMO
Esta pesquisa teve como objetivo identificar o número de casos de abuso sexual em meninos,
atendidos pelo Conselho Tutelar de Joaçaba, comparando com o índice estadual, definir o abuso
sexual e caracterizar estratégias de prevenção. É um estudo descritivo, onde foram observados,
analisados e interpretados dados de abuso sexual em meninos na cidade de Joaçaba e no
Estado Catarinense, ocorridos entre janeiro de 2012 à janeiro de 2013, com idades entre 0 à 18
anos incompletos. A coleta de dados foi realizada por meio do Sistema de Informações para
Infância e Adolescência – SIPIA. Para coleta de dados do referido Estado, foi realizado contato,
via e-mail, com a corregedoria geral da Justiça do Estado. No que se refere a identificação das
vitimas de abuso sexual, na cidade de Joaçaba, do total de casos notificados por algum tipo de
violência sexual, os meninos foram vítimas em 05 casos, em contrapartida 13 meninas foram
vítimas. A maior incidência de casos é dos 05 aos 12 anos, sendo nove casos registrados para
estas idades, apenas dois casos até 05 anos e seis casos entre 12 e 17 anos. Em relação aos
dados do Estado de Santa Catarina, pode-se observar que os números aumentaram
consideravelmente do ano de 2011 (205 casos) para o ano 2012 (499 casos), os casos de
violência sexual em meninos duplicaram de um ano para o outro. Considerando que, segundo o
Instituto Brasileiro de Geografia Estatística – IBGE o estado de Santa Catarina possui 295
municípios, considerando que o município de Joaçaba possui população estimada de 28.398 mil
habitantes e considerando ainda que a população do estado de Santa Catarina estima-se em
6.634.254 milhões de habitantes, sendo assim, conforme dados coletados nesta pesquisa, no
município de Joaçaba foram registrados 05 casos de abuso sexual em meninos em 2012 e no
estado foram registrados 499 casos. A partir destes dados coletados, a incidência é de que há
01 caso de abuso sexual em meninos para cada 13.495 habitantes do estado, e 01 caso de
abuso sexual em meninos para cada 5.680 habitantes do município de Joaçaba. Ponderando os
59
dados pesquisados e supondo que para cada município do estado de Santa Catarina, hajam 05
casos registrados durante um ano, sabendo que no estado há 295 municípios o número triplicaria
de 499 casos no estado para 1.475 casos, assim 01 caso para cada 4.498 habitantes. Uma
estratégia é a conscientização da população em geral, por meio de campanhas informativas em
contexto estadual e nacional, enfocando as formas de prevenção, como e onde fazer denúncias.
Em suma, esta pesquisa indicou que há necessidade de mais estudos nacionais, voltados para
violência sexual em meninos, bem como refere que os casos registrados vêm aumentando. E
que muito pouco está sendo feito para modificar esta realidade.
Palavras-chave: Abuso Sexual em Meninos, Violência, Prevenção.
RELAÇÕES AMOROSAS VIA TECNOLOGIAS: ANÁLISE DE UMA PRODUÇÃO
CINEMATOGRÁFICA
LUIZA ELESBÃO SBRISSA
BRUNA MALLMANN BUCCO
ANELIZE SAGGIN ALVES
ADRIANE ROSO
Eixo: A vida na era da Informação, comunicação e tecnologia
Processo: Comunicação
RESUMO
Vivemos a imersão de tecnologias e objetos computacionais no cotidiano de forma onipresente,
período que pode ser denominado de “era das conexões”. As relações afetivas estão passando
por transformações, devido à crescente centralidade que as novas tecnologias de comunicação
e informação adquirem no dia a dia. Nesse contexto, objetivamos promover reflexões acerca das
relações amorosas via consumo das tecnologias. Para tanto, apresentaremos um recorte de uma
pesquisa com viés qualitativo, na qual utilizamos como fonte de análise a produção
cinematográfica Medianeras - Buenos Aires na era do amor virtual (2011). Insere-se no projeto
de pesquisa de nível superior “Saberes, afeto e cultura material: experiências e vozes do
consumo na era das conexões”. A nossa leitura interpretativa parte de uma abordagem
psicossocial que toma as formas simbólicas como construções sócio-históricas. Buscamos uma
conexão entre os mundos subjetivos, intersubjetivos e sócio-culturais, apoiando-nos na Teoria
das Representações Sociais. Podemos tomar o verbo “amar” como uma ação, assim como
qualquer outro verbo. Implicitamente nesta ação, está subentendido que para amar alguém, é
necessário “contato”. Contato que exige proximidade, subtração de distância e, por que não
dizer, contato físico? Porém, a modernidade traz um conceito de “contato”, mais como um
nickname, um número numa agenda, um perfil e caracteres, do que a presença física de alguém.
Será que esse contato virtual pode ser uma linha de fuga para amenizar a solidão? Será que
enquanto se está conectado, esse vazio termina? Os personagens centrais do filme trazem uma
característica em comum, a fobia, que é retratada pela falta de interações sociais e pelo
isolamento. No entanto, o primeiro contato entre eles se dá via internet, através de um bate-papo
60
online, onde este acaba por construir um laço inicial, mostrando que a frieza do urbano pode se
aquecer pelo calor da rede. Percebemos que as tecnologias parecem aproximar as pessoas,
mas também as remetem à sensação de não se estar completo. Quando se tem alguém
fisicamente presente e se está sempre conectado com outras ou quando há uma comunicação
virtual, porém, ao mesmo tempo, sente-se a falta de um contato físico - insistindo no vazio.
Todavia, o filme faz um alerta: para que o amor se concretize, o sujeito deve se movimentar para
ser notado e precisa se permitir para entrar em contato com o outro. E é a serviço dessa
movimentação que, em alguns momentos, as tecnologias entram como possibilidades.
palavras-chave: psicologia social, relações amorosas, cinema, tecnologia, internet.
PERCEPÇÃO DE PAIS E FILHOS SOBRE O DIVÓRCIO
DIUVANI TOMAZONI ALEXANDRE
FERNANDA GERMANI DE OLIVEIRA CHIARATTI
TÂNIA WISBECK CIDRAL
Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos
Processo: Políticas Públicas e Sociais
RESUMO
A presente pesquisa foi realizada em uma cidade do Litoral Catarinense, tendo como objetivo
geral identificar a percepção que pais e filhos com idade compreendida entre 10 a 16 anos têm
sobre o divórcio vivenciado por eles. E objetivos específicos: (a) verificar as possíveis mudanças
de comportamento na vida dos adolescentes após o divórcio dos pais; (b) averiguar a percepção
que os cuidadores têm sobre a reação dos filhos perante o divórcio; (c) descrever como ocorre
o relacionamento do adolescente com o progenitor com o qual não reside; (d) comparar a
percepção que pais e filhos têm a respeito de divórcio. Esta pesquisa classifica-se como
quantitativa e qualitativa. Os instrumentos de pesquisa foram dois questionários, sendo um para
os pais e outro para os respectivos filhos. Participaram da pesquisa treze adolescentes e sete
mães e três pais. Os dados referentes às respostas dos adolescentes foram tabulados em forma
de gráficos. As respostas dos pais e mães passaram pela análise de conteúdo. A partir dos
resultados obtidos foi possível descobrir que: (a) as mudanças de comportamento apresentadas
pelos adolescentes após o divórcio dos pais são de rebeldia e negação diante do processo de
separação; (b) na visão dos adolescentes não há possibilidade de reconciliação dos pais; (c) o
adolescente tem contato constante com o genitor que não detém a guarda; (d) pais e filhos, na
sua maioria, assumiram que diante da notícia do divórcio os filhos tiveram uma reação ruim,
assim como ambos concordam que os filhos já se adaptaram à vida após o divórcio. Conclui-se
que nem sempre o divórcio pode ser considerado como fonte de trauma para o filho, por isso é
de extrema importância ambos os genitores manterem contato com o filho e o bom
relacionamento entre os ex-cônjuges, pai-filho, mãe-filho é essencial para o desenvolvimento
emocional, social e cognitivo do adolescente.
Palavras - chave: divórcio, percepção, adolescentes, pais.
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“SAINDO DO ARMÁRIO”: ASSUMINDO A HOMOAFETIVIDADE
ÁLVARO CIELO MAHL
Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)
Processo: Grupais e de Mobilização Social
RESUMO
Ainda hoje existe muito preconceito em relação à homoafetividade e violência contra o
homoafetivo. Portanto, a aceitação própria e o assumir-se para a família e sociedade pode tornar-
se um processo árduo e conflitivo para os homoafetivos, pois precisam enfrentar a cultura que
têm internalizada e ainda o julgamento da sociedade. Assim, esse estudo teve os objetivos de
verificar como ocorreu o processo de descobrir-se homoafetivo, assumir-se frente a família e
sociedade bem como identificar os fatores que facilitariam e dificultariam este processo.
Realizaram-se cinco entrevistas com homoafetivos que têm experiência em se assumir perante
a família e demais pessoas do seu contexto social. Os dados foram avaliados a partir da análise
de conteúdo pela proposição em três categorias: 1 – A identidade homoafetiva; 2 – A família e o
contexto social; 3 – Fatores facilitadores e complicadores de assumir-se. Denotou-se que para
os entrevistados o sentimento de diferença perante as outras pessoas é perceptível na fase da
infância e começo da adolescência, pois, mesmo que não tenham a noção do significado das
palavras heterossexualidade e homoafetividade, percebem-se diferentes das outras pessoas.
Neste processo, a identificação do direcionamento do interesse afetivo sexual para uma pessoa
do mesmo gênero, que acontece independentemente da vontade consciente do sujeito, provoca
sentimentos de confusão e são geradores de ansiedade que podem culminar até mesmo numa
negação de si. Identificou-se que a aceitação própria é o passo mais importante para os
homoafetivos, pois a partir do momento em que se aceitam e se assumem deixam de viver o que
relatam ser uma “vida de mentiras, uma vida escondida”. Neste processo, o apoio da família
surge como fundamental, pois entende-se que é neste que o sujeito busca a compreensão e
ajuda para que sua própria aceitação se concretize. Após contar para a família, ter a
compreensão e ser aceito, o homoafetivo, se sente mais tranquilo e mais preparado para se
assumir para as outras pessoas. À medida que estes sentem que continuam sendo amados e
protegidos pela família, os problemas sociais trazidos pela homossexualidade acabam sendo
menos difíceis de enfrentar. Dentre os fatores que ajudariam no processo de assumir-se perante
família e demais pessoas do contexto social destaca-se ter alguém para conversar que os
entendam e os aceitem. Como aspectos que dificultariam este processo temos: o medo do
julgamento da sociedade e da família, o medo de contar e serem rejeitados, levando alguns a
tentarem mudar e outros a esconder sua orientação sexual. Verificou-se por fim que o assumir-
se homoafetivo tanto para o próprio indivíduo quanto para a família e sociedade pode-se tornar
uma questão difícil, pois o mesmo precisa enfrentar sua própria homofobia internalizada, as
crenças presentes tanto na família quanto na sociedade e o “padrão” de vida em que a sociedade
julga ser correto.
62
HABILIDADES SOCIAIS EM PROFESSORES DA EDUCAÇÃO INFANTIL
IÁRA CASTEGNARO
SCHEILA BEATRIZ SEHNEM
ADRIANA DA SILVA
Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos
Processo: Formativos e Educativos
RESUMO
As “habilidades sociais” são caracterizadas como um conjunto de desempenhos apresentados
pelo indivíduo diante das demandas a ele impostas diariamente, refletindo diretamente em suas
relações interpessoais. Tais comportamentos permitem ao indivíduo ter uma interação social
positiva tanto no âmbito pessoal quanto no social. Dessa forma, o desenvolvimento de um amplo
repertório de habilidades sociais acarretará em relações mais saudáveis, indicando ajustamento
psicossocial e expectativas futuras positivas, ao contrário, um repertório social empobrecido
pode constituir sintoma ou correlato de problemas psicológicos. Na infância, o aprendizado das
habilidades acontece pelos modelos que as crianças possuem, sendo a família o primeiro grupo
social que ela é inserida e, posteriormente, a escola. Sendo os professores as referências destas,
ao lado dos pais, faz-se necessário que estes tenham um bom repertório de habilidade social,
uma vez que, em algum momento, eles servirão de modelos a estas crianças e poderão estimular
ou não o desenvolvimento destas ao longo da carreira acadêmica do aluno. Assim, o presente
artigo objetivou identificar o nível de habilidade social dos professores da educação infantil de
escolas das redes particular e municipal do município de Joaçaba. Trata-se de uma pesquisa
descritiva, realizada com 09 professoras participantes, sendo 05 da rede municipal e 04 da rede
particular de ensino do município de Joaçaba, situada na região meio-oeste de Santa Catarina.
Todos os sujeitos entrevistados são do sexo feminino, a grande maioria encontra-se na faixa
etária entre 21 e 29 anos, atuam há mais de 3 anos na educação infantil, com uma média de 16
alunos por turma. Os instrumentos utilizados foram o inventário de Habilidades Sociais e uma
entrevista semiestruturada. De modo geral, os sujeitos obtiveram níveis medianos de habilidade
sociais, demonstrando ter um bom conhecimento sobre o assunto. As habilidades sociais mais
reforçadas pelos sujeitos e sala de aula são: empatia, civilidade, expressão dos sentimentos o
autocontrole e expressividade emocional, habilidades sociais acadêmicas e o fazer amizades,
todavia, ressalta-se a necessidade de se trabalhar a solução de problemas interpessoais e a
assertividade em seus alunos, aspectos estes necessários para uma qualidade de vida em todas
as fases do desenvolvimento. Evidencia-se a importância do desenvolvimento de habilidades
sociais desde a infância, como fator preventivo de comportamentos desadaptativos na vida
adulta e o papel da família e da escola como fatores determinantes nesse processo.
Palavras-chave: Habilidades Sociais. Professor. Criança.
63
ATRÁS DAS GRADES: A RELAÇÃO PESSOA-AMBIENTE NO ESPAÇO PRISIONAL
BETTIELI BARBOZA DA SILVEIRA
ROBERTA BORGHETTI ALVES
LUCIANO FRANZIM NETO
ARIANE KUHNEN
Eixo: A vida na era da Informação, comunicação e tecnologia
Processo: Políticas Públicas e Sociais
RESUMO
O objeto de estudo da Psicologia Ambiental (PA) é constituído pelo estudo da interação das
pessoas com os mais diversos ambientes. Tal área propõe um debate a fim de promover
reflexões entre os significados e sentidos atribuídos pelos seres humanos em relação ao meio.
A manifestação da PA se remete ao processo de aprimorar a compreensão acerca do
desenvolvimento humano e a indissociabilidade entre o contexto físico e o sociocultural. Este
trabalho foca nas características inerentes da relação entre a qualidade dos ambientes e a saúde
humana, a fim de que se possa explorar e recriar as características físicas destes ambientes e
torna-las restaurativas. Para ser considerado um ambiente restaurador, de acordo com a Teoria
de Restauração da Atenção, algumas características devem estar presentes, são elas: escape,
escopo ou extensão, fascinação e compatibilidade. Deste modo, apresentam-se como lugares
que permitem a redução de fatores estressantes ao proporcionar equilíbrio e sensação de bem-
estar, o que é referido como capacidade restaurativa do ambiente. Portanto, refere-se a uma
tentativa de se romper com o caráter fechado das instituições prisionais, visto que elas promovem
rupturas profundas com os papeis que os internos desempenhavam anteriormente na sociedade.
Trata-se de um estudo teórico que contempla às seguintes abordagens: fundamentos históricos
e epistemológicos da PA; o espaço prisional e a PA; e os aspectos psicofisiológicos envolvidos
na possível estruturação de um ambiente restaurador no espaço prisional. Percebeu-se que os
estudos recentes sobre esta temática estão ganhando notoriedade e são e interdisciplinares.
Alguns pesquisadores da Psicologia Ambiental indicam que a Teoria da Restauração da Atenção
pode ser importante quando aliada no controle e resposta das pessoas aos episódios de
estresse. É primordial se pensar sob uma ótica que compreenda as especificidades acerca de
um espaço construído, modificado e organizado, que atua como regulador de comportamentos
do sujeito. Com isso, destaca-se aos planejadores dos espaços prisionais a relevância de atentar
para as interações entre sujeito e ambiente, de modo que a elaboração de propostas arquiteturais
deva ser centrada no usuário e nas suas relações sociais, bem como nas implicações ecológicas
das interferências realizadas. Na intenção de ampliar o escopo dos achados em PA, este artigo
esforça-se para problematizar acerca da aplicabilidade dos conhecimentos da área em prol da
melhor qualidade ambiental e, por conseguinte, a melhor qualidade de vida dos usuários no
ambiente prisional.
Palavras-chave: Psicologia ambiental. Espaço prisional. Pesquisa interdisciplinar.
Desenvolvimento humano.
64
REVISÃO SISTEMÁTICA E INTEGRATIVA SOBRE A MENSURAÇÃO DO APEGO AO
LUGAR
BETTIELI BARBOZA DA SILVEIRA
ROBERTA BORGHETTI ALVES
LUCIANO FRANZIM NETO
ARIANE KUHNEN
Eixo: A vida na era da Informação, comunicação e tecnologia
Processo: Políticas Públicas e Sociais
RESUMO
O apego ao lugar é um dos objetos de estudo da Psicologia Ambiental, formado pelo vínculo de
uma pessoa ou de um grupo com o lugar e pode variar em termos de especificidade, nível
espacial e características físicas ou sociais. Este fenômeno é manifestado por meio do afeto, da
cognição e do comportamento. Trata-se de um conceito novo, com certa diversidade e
divergência entre os autores que o investigam, o que reflete em dificuldades para encontrar e
elaborar instrumentos que o mensurem. Nesta ótica, este artigo de revisão sistemática propõe
analisar as propriedades psicométricas dos instrumentos de medida disponíveis que possuam
evidência de validade e/ou de precisão. Foram investigados 27 artigos, de onde se pode extrair
18 instrumentos de medida padronizados. Os resultados foram organizados em duas categorias
de análise voltados a unidimensionalidade e a multidimensionalidade do apego ao lugar nos
instrumentos de medida. Constatou-se que a maioria dos instrumentos foram construídos
baseados no pressuposto que apego ao lugar é um fenômeno multidimensional. Em relação aos
parâmetros psicométricos, percebeu-se que na maioria dos instrumentos foram realizadas
análises fatoriais como evidências de validade do instrumento e análise da consistência interna
dos itens por meio do alfa de Cronbach. Ressalta-se que não houve o detalhamento de tais
evidências e que em alguns artigos ocorreu a omissão dos resultados, dificultando a análise
minuciosa destas evidências. Salienta-se também que não foi encontrado instrumento sobre este
fenômeno construído ou adaptado para a realidade brasileira. Além disso, nota-se que os
laboratórios de Psicologia Ambiental no Brasil carecem de instrumentos de medida voltados aos
seus fenômenos, ficando essa tarefa para laboratórios de Avaliação Psicológica. Com essa
demanda, torna-se relevante e produtivo a interface entre as linhas de pesquisas destes
laboratórios a fim de criar e/ou adaptar instrumentos relacionado a PA e assim contribuir para o
avanço científico.
Palavras-chave: Apego ao lugar. Psicologia Ambiental. Avaliação Psicológica. Instrumento.
A PSICANÁLISE E A TROCA DE SIGNOS: UMA INTERPRETAÇÃO DO CONTO ‘O SACI’
JOÃO PAULO KOLTERMANN
Eixo: A vida na era da Informação, comunicação e tecnologia
Processo: Comunicação
65
RESUMO
Em uma era da informação, com destaque à comunicação digital via a escrita e à inúmeras
publicações de Best Sellers em massa no âmbito mundial, a análise de texto pode servir como
uma ferramenta para auxiliar em uma melhor compreensão da subjetividade presente em cada
texto e, assim, em uma melhor compreensão do contexto contemporâneo. O presente estudo
traz como objetivo esclarecer como a técnica psicanalítica pode ir além do consultório e da
análise da fala e ser utilizada como uma base para a interpretação textual e, para tanto, é
elaborada uma análise psicanalítica do conto ‘O Saci’ de Monteiro Lobato. O estudo traz em suas
bases teóricas a compreensão do signo linguístico como a combinação de um conceito com sua
imagem acústica de Saussure, a teoria do inconsciente da psicanálise de Freud, os estudos
sobre contos de fadas de Bettelheim e a compreensão do Lalangue de Lacan aos olhares do
autor Machado. No estudo é elaborada a compreensão do método da substituição de signos
linguísticos, semelhante ao método utilizado na interpretação dos contos de fadas promovida por
Bettelheim, resumindo-se na troca de signos presentes no texto por signos externos ao texto a
partir de uma argumentação com base psicanalítica a fim de elaborar uma versão mais verossímil
a uma realidade subjetiva do texto. O conto ‘O Saci’ trabalhado nesse estudo apresenta um
menino chamado Pedrinho que visita sua vó que mora em um sítio e lá passa por uma aventura
envolvendo-se com seres mitológicos e assustadores. É observado que o objetivo principal
seguido pelo personagem Pedrinho no conto é de conhecer a ‘mata virgem’, essa que é cercada
de perigos da mitologia brasileira. Foi percebido que esses perigos associavam-se a ansiedades
da personagem frente à ‘mata virgem’. Então, pelo método da troca de signos, foi entendido que
essas tensões existiam frente a emergência da sexualidade da personagem Pedrinho,
substituindo o signo 'mata virgem' pela noção da sexualidade da personagem. Desta forma, é
interpretado que o texto dispõem-se como uma forma lúdica de aliviar essas tensões
inconscientes, visto que com o auxílio da personagem Saci, Pedrinho atravessa a aventura do
conto de uma forma segura e, nessa trajetória, ele toma conhecimento da ‘mata virgem’ o
suficiente para aliviar suas ansiedades, finalizando com um retorno seguro à sua casa. Como
visto em Bettelheim, o conto surge como uma forma de auxiliar as crianças que entram em
contato com ele a superarem certas tensões inerentes ao seu desenvolvimento. O estudo conclui
que a interpretação de narrativas, contos ou textos por esse método, cuja base é exclusivamente
argumentativa, pode ser um meio eficaz para estimular questionamentos e reflexões em termos
subjetivos do texto; mas, por outro lado, deixa a desejar pela ausência de fatos precisos e
concretos para conduzir a interpretação de forma mais factível.
66
INTERAÇÕES DE CRIANÇAS EM SITUAÇÃO DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL NA
CIDADE DE FLORIANÓPOLIS – SC
BEATRIZ PIRES COLTRO
VICTÓRIA LUIZA KONELL
ALINE AKINA ARAI
LUCIANA MACHADO SCHMIDT
SARA ENGEL VOIGT
Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos
Processo: Grupais e de Mobilização Social
RESUMO
A presente pesquisa objetivou identificar o papel das interações criança-criança e entre crianças
e funcionários de uma Casa Lar da cidade de Florianópolis. Os participantes observados na
pesquisa foram oito crianças do sexo masculino, entre seis e doze anos de idade e os
funcionários e voluntários da instituição que as acompanhavam. Foram realizadas observações
naturalísticas diretas, com a técnica de registro cursivo, ao longo de quatro semanas. A partir
dos registros foram elaboradas quatro categorias de comportamentos presentes nas interações:
conversar; brincar; receber apoio e entrar em conflito. As duas categorias predominantes foram
brincar e conversar, sendo brincar o único comportamento observado em que prevalece a
interação com pares. Para os outros três comportamentos, a interação se deu em maior número
com os funcionários e voluntários. Segundo a literatura pesquisada, o acolhimento institucional
de crianças e adolescentes se compõe como medida de proteção aos indivíduos que se
encontram sob situação de risco de violação da sua integridade física, psicológica e/ou sexual,
funcionando como uma estratégia de garantia de direitos da infância e da adolescência. Desse
modo, tem-se enfatizado a importância da atenção e do cuidado ofertados a esses indivíduos,
proporcionando-lhes bem-estar e qualidade de vida, bem como a relevância do incentivo a
atividades de interação social e afetiva. Na presente investigação, os resultados obtidos
demonstram que os adultos que participam do cotidiano das crianças institucionalizadas exercem
papel central nas atividades realizadas por elas na Casa Lar, além de configurarem-se como
integrantes importantes da rede de apoio social e afetivo destas crianças. Notou-se, porém, que
as crianças interagem pouco entre si, o que pode estar relacionado à dificuldade de
estabelecimento de vínculos significativos devido às suas frequentes entradas e saídas na Casa
Lar. É possível que, embora bem atendidos pelos funcionários e voluntários da instituição, essas
crianças precisem de maior incentivo na promoção de interações entre si, através de atividades
programadas que privilegiem o contato e a formação de vínculos entre os pares. Sugere-se um
futuro projeto de intervenção que possa levar esta demanda em consideração.
Palavras-chave: Interação cuidador-criança; Interação criança-criança; Crianças
institucionalizadas; Acolhimento institucional; Observação naturalística.
67
O IMPACTO DAS VIVÊNCIAS NO SISTEMA PRISIONAL SOBRE A SUBJETIVIDADE DOS
DETENTOS
TALLITA FRANDOLOSO
Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos
Processo: Políticas Públicas e Sociais
RESUMO
Vivenciamos atualmente a falência do sistema prisional brasileiro, o número de detentos vem
aumentando todos os dias, mas a violência no país e a reincidência de crimes não diminuíram
com o passar dos anos. Ainda que reconheçam a necessidade de encontrar estratégias para
potencializar mudanças nos sistemas prisionais, poucos são os artigos científicos relacionados
a esse contexto. Este artigo teve como objetivo compreender o impacto das vivências no sistema
prisional diante da subjetividade dos detentos, assim como identificar as estratégias utilizadas
pelos detentos para manter sua subjetividade no sistema prisional e entender de que forma
ocorre o processo de institucionalização, nesse contexto, também conhecido como prisionização.
Foram entrevistados detentos da Cadeia Pública de Maravilha, que está localizada no Oeste de
Santa Catarina, com a autorização do administrador da instituição, o local foi escolhido por
conveniência. Os entrevistados assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecimento
para garantir o anonimato e a confiabilidade das informações obtidas. O critério previamente
estabelecido foi entrevistar somente detentos que estivessem seis meses ou mais na instituição
e que fossem reincidentes no sistema prisional. Metodologicamente, foi utilizada uma pesquisa
qualitativa com análise de conteúdo de Bardin (2011), para coleta de dados foram realizadas
entrevistas com questões semiestruturadas. As entrevistas foram gravadas e transcritas para
elaboração da análise. Por meio da análise dos relatos dos participantes, pode-se perceber que
o cotidiano prisional e seu funcionamento impactam negativamente a subjetividade dos detentos,
porém, percebe-se que são utilizadas todas as estratégias possíveis para que o impacto seja
menor, tanto na subjetividade quanto no processo de institucionalização/prisionização, como
principais estratégias utilizadas são enfatizadas a importância das relações com os demais
detentos e o bom convívio. Destacou-se também a importância que a família possui no momento
em que os detentos se deparam sem nenhum tipo de relação com o mundo externo, percebe-se
que a família tem o papel de mediação do detento com a sociedade, o que na maioria das vezes
pode possibilitar aos detentos o sentimento de ainda pertencer ao mundo externo, influenciando
positivamente a subjetividade e o vínculo familiar.
MOTIVOS DE DESLIGAMENTO EM UMA REDE DE SUPERMERCADO DO VALE DE ITAJAÍ
LUANA FERREIRA DE BELÉM
TATIANE LOPES DEARO
Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)
Processo: Trabalho
68
RESUMO
Trata-se de um relato de experiência das atividades desenvolvidas durante o primeiro semestre
do estágio curricular supervisionado em psicologia na ênfase Organizações e Comunidade da
Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI, cujo objetivo é aplicar conhecimentos e desenvolver
as competências técnico-científicas e éticas da formação do psicólogo por meio da análise,
intervenção e avaliação da dinâmica dos processos psicossociais, de gestão e de educação, em
organizações e comunidades, em interação com outros profissionais, sendo realizado numa rede
de supermercados localizada no Vale do Itajaí. O estágio foi realizado em parceria com a Gestora
e a Assistente de Recursos Humanos da organização campo de estágio. O objetivo das
atividades do estágio foi investigar os motivos dos desligamentos que ocorreram no período do
ano de 2013 a maio de 2015. Assim, constituiu-se de uma pesquisa documental, onde foram
analisadas as respostas das entrevistas de desligamentos de 154 ex-funcionários. Foram
definidos os conceitos de rotatividade, assim como estudados suas causas e a contribuição da
entrevista de desligamento para a retenção de talentos. Os resultados evidenciaram que os
desligamentos, em sua maioria, são voluntários e 50% dos funcionários atribuem-no a motivos
organizacionais e 50 % por motivos externos. Os motivos organizacionais evidenciados estão
relacionados 36% ao turno de trabalho; 34% ao salário; 15% por não ter oportunidade de
crescimento; 7% relacionamento com líderes e gerentes, 5% com o clima de trabalho e 3%
relacionamento com os colegas de trabalho. Nos fatores externos verificou-se que 42% dos
colaboradores se desligaram da empresa por uma proposta de emprego; 20% por motivos
pessoais não especificados; 18% por mudança de cidade; 9% por motivo de doença; 5% para
cuidar dos filhos; 3% por dificuldade de locomoção; 2% para focar nos estudos e 1% não
responderam a entrevista. A partir das variáveis encontradas nas entrevistas, foi realizada a
reformulação da entrevista de desligamento. Ao participar do processo de desligamento, foram
analisados e identificados fatores que possibilitarão a elaboração de possíveis intervenções,
assim, expandindo o trabalho da psicologia organizacional, de modo a contribuir com os
processos de seleção e retenção dos colaboradores na rede de supermercados.
Palavras chave: Desligamento; Rotatividade; Retenção de talentos.
ATENÇÃO BÁSICA: DESAFIOS NAS RELAÇÕES DE TRABALHO DENTRO DO SUS
JULIANA BEREZOSCHI
ROSANA SCHMITT
ETIENNE ALESSANDRA HAFEMANN
Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos
Processo: Grupais e de Mobilização Social
RESUMO
69
O presente trabalho se caracteriza por um relato de experiência na Atenção Básica em Saúde,
tendo como base as diretrizes nacionais propostas pelo Sistema Único de Saúde. De acordo
com a Conferência de Otawa realizada em 1986 no Canadá, “promoção de saúde é o processo
de capacitação da comunidade para atuar na melhoria da sua qualidade de vida, incluindo maior
participação no controle desse processo”. Para a efetivação desse controle, o trabalho articulado
da equipe de uma ESF com os Agentes de Saúde é indispensável, na medida em que são estes
que vão constituir o elo principal que vincula a comunidade aos serviços e atividades oferecidas
pela Unidade de referência. Os agentes comunitários tem um papel fundamental na
implementação da política do SUS, uma vez que estão muito próximos e numa relação muito
íntima com a comunidade: conhecem as famílias, seus costumes e seus problemas. Este
trabalho foi realizado no período de agosto a novembro de 2014, através da disciplina de Estágio
Básico, a partir de uma proposta de trabalho acadêmico via Programa de Educação pelo
Trabalho para a Saúde (PET – Saúde) do Ministério da Saúde e da Educação. A experiência de
estágio deu-se numa Unidade de Estratégia de Saúde da Família, no município de Blumenau,
com o objetivo de identificar os problemas que dificultam a realização do trabalho de agentes
comunitários de saúde. A Unidade conta com duas equipes e seis ACS que desenvolvem suas
atividades em quatro micro áreas no bairro Tribess em Blumenau. A demanda surgiu por parte
da própria equipe multiprofissional da ESF, através de entrevistas abertas realizadas com as
ACS e por observação da autora quanto ao funcionamento da unidade básica de saúde. Foi
utilizado o Planejamento Estratégico Situacional (PES) trabalhado somente com as Agentes
Comunitárias. Esta metodologia proporciona a classificação dos tipos de problemas, a
verificação da resolubilidade deles e descarte dos que estão fora da governabilidade do grupo.
As entrevistas realizadas revelaram dificuldades e facilidades das ACS em trabalhar com a
equipe de Saúde da Unidade, apontando problemas na comunicação, cooperação afetando tanto
o relacionamento profissional quanto o diálogo interpessoal. De acordo com o resultado das
entrevistas, observou-se que o processo de comunicação de informações não ocorria de forma
clara e objetiva, provocando assim condutas contrárias ás quais são esperadas num ambiente
de trabalho que possibilitasse o bem-estar no cotidiano de trabalho. Este trabalho possibilitou um
amplo conhecimento das atividades realizadas pelos profissionais presentes na unidade,
inclusive pelas ACS. O grupo das ACS acatou a instrução de um método onde a autonomia da
resolução de problemas ocorre de forma clara e objetiva dentro das possibilidades existentes no
contexto vivido. Sugeriu-se que diante de nova necessidade este método fosse aplicado com
toda a equipe multiprofiossinal da unidade.
Palavras-chave: Agente Comunitário de Saúde,comunicação,resolução de problemas
70
SER OU NÃO SER? A INFLUÊNCIA DA OPINIÃO DOS PAIS PARA O JOVEM AO ASSUMIR
SUA IDENTIDADE HOMOAFETIVA
JANAÍNA FERNANDA KONFLANZ
PAULA CRISTINA TASCA
Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)
Processo: Grupais e de Mobilização Social
RESUMO
A relação familiar e o apoio intrínseco e esperado desta é algo que reflete no comportamento e
sentimento do indivíduo. A família é, para muitos, as pessoas mais importantes de seu convívio,
e seu apoio é sempre desejado, especialmente quando se trata de buscar a aceitação de sua
orientação afetiva. Quando este suporte é negado ou rejeitado, pode causar grande impacto
emocional, e em alguns casos, ainda, causar a negação da própria identidade. Este artigo
abordará questões sobre a influência da opinião dos pais para o jovem ao assumir sua identidade
homoafetiva, busca entender se a visão da família, sua educação e cultura, de alguma forma
influenciam na aceitação da homoafetividade. Com o intuito de compreensão desta influência,
foram realizadas entrevistas semiestruturadas com quatro jovens homoafetivos do gênero
masculino, com idade de 20 e 21 anos, residentes em municípios da região oeste do Estado de
Santa Catarina, e analisadas através da análise de conteúdo de Bardin. A partir disso, tornou-se
compreensível que é complexo para os jovens se perceberem homoafetivos e que fogem a regra
da heteronormatividade, onde ser heteroafetivo é normal e correto, e que a opinião dos pais é
de extrema relevância e tem grande influência para seu desenvolvimento. Eles sentem receio da
reação dos pais e principalmente medo de rejeição, de que um possível afastamento possa ser
ocasionado pela não aceitação. Este sentimento pode ser percebido como uma das causas de
sofrimento e necessidade de esconder seus reais desejos, comportamentos e até sua própria
identidade, pois se verificou, a partir desta pesquisa, que o medo de rejeição faz com que as
pessoas homoafetivas não consigam agir de forma natural, pois são julgadas de forma
preconceituosa pelo fato de terem uma das características da sua identidade como sendo errada,
e isto um determinante do caráter.
Palavras-chave: Homoafetividade. Aceitação. Homofobia familiar. Jovem homoafetivo.
CONTEXTO DE TRABALHO E CUSTO HUMANO NO TRABALHO: UM ESTUDO COM
TRABALHADORES PORTUÁRIOS DE TRANSPORTE
ROSANA MARQUES DA SILVA
LEONARDO SANTOS PEREIRA
BRUNA THAYS DE LIMAS
Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)
Processo: Trabalho
71
RESUMO
Esta pesquisa aborda questões relacionadas à saúde do trabalhador, na perspectiva da
psicodinâmica do trabalho, focando os fatores psicossociais de risco no contexto do trabalho
portuário. A psicodinâmica do trabalho fundamenta-se no pressuposto de que os trabalhadores
possuem em si a habilidade de resguardar-se, de buscar por possibilidades e apreender com a
mudança e reconstrução de uma realidade que está posta. Neste sentido, os objetivos do estudo
foram investigar como os trabalhadores avaliam a organização, as relações socioprofissionais e
as condições de trabalho, assim como as principais exigências decorrentes das atividades
executadas. Caracteriza-se como estudo descritivo, de cunho quantitativo. A coleta de dados foi
realizada com 35 trabalhadores portuários de transporte de um terminal privado, por meio da
Escala de Avaliação do Contexto de Trabalho (EACT) e da Escala de Custo Humano no Trabalho
(ECHT), ambas componentes do Inventário sobre Trabalho e Riscos de Adoecimento (ITRA). Os
dados foram analisados por meio de estatística descritiva, sendo utilizado o cálculo de média,
desvio padrão e alpha de Cronbach. Os resultados apontaram na EACT avaliações críticas nos
fatores organização do trabalho e condições de trabalho. Na organização do trabalho, os dados
foram críticos principalmente no que se refere à rigidez das normas na execução das tarefas, à
existência de fiscalização do desempenho e à execução de atividades repetitivas. Analisando
estes resultados, verifica-se que os trabalhadores avaliam que há uma intensa cobrança por
resultados e pelo cumprimento das normas institucionais. Nas condições de trabalho, as médias
mais altas são atribuídas à existência de muito barulho no ambiente de trabalho e às condições
de trabalho oferecem riscos à segurança das pessoas. Na ECHT, o fator custo cognitivo
apresentou classificação crítica, sendo que os resultados de todos os itens avaliados
concentraram-se nas avaliações crítica e grave. Os itens com resultados mais altos e
classificados como estado grave, referem-se a usar a visão de forma contínua, usar a memória
e ter concentração mental. O custo físico também apresentou avaliação crítica, principalmente
nos itens relacionados aos sistema osteomuscular, como usar os braços e pernas de forma
contínua, ficar em posição curvada e usar as mãos repetidamente. A média do custo afetivo foi
satisfatória, sendo que houve média crítica nas questões relacionadas a ter controle das
emoções e ter que lidar com ordens contraditórias. Concluindo, acredita-se que os resultados
deste estudo contribuirão para a empresa pesquisada, favorecendo informações que auxiliem no
planejamento de ações em saúde do trabalhador, assim como na compreensão de alguns fatores
que favorecem o sofrimento e o adoecimento no trabalho, visando à revisão e reformulação de
políticas de gestão do trabalho vigente e de políticas de gestão de pessoas.
Palavras- chave: saúde do trabalhador; fatores psicossociais de risco; trabalhador portuário.
72
O DISCURSO DOS PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA SOBRE A
HOMOAFETIVIDADE NO CONTEXTO ESCOLAR
EDINARA ROCHA BERNIERI
FÁBIO AUGUSTO LISE
Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos
Processo: Grupais e de Mobilização Social
RESUMO
A homoafetividade é, de fato, um tema polêmico e complexo. Envolvem questões psicossociais,
valores, interpretações e demais conceitos implicados diretamente com essa minoria na
sociedade que apesar de prezar pelos direitos de igualdade carrega também, posicionamentos
de discriminação e preconceitos em relação aos homoafetivos. Nesse sentido, a investigação a
cerca desse fenômeno torna-se relevante, pois se percebe a necessidade de fazer com que os
professores possam refletir sobre suas visões e ideologias sobre o tema, podendo pensar sobre
a homoafetividade na sua prática profissional no cotidiano do contexto escolar. Este trabalho
objetivou compreender o discurso dos professores de ensino médio sobre a homoafetividade no
contexto escolar. Para tanto, a pesquisa segue um enfoque qualitativo buscando compreender
os conceitos definidos pelos sujeitos acerca do objetivo investigado. Os sujeitos envolvidos foram
oito professores de ensino médio que trabalham numa escola da rede pública de ensino. A coleta
de dados foi realizada por meio de entrevista semiestruturada, e também por meio de um
encontro do grupo focal ambas foram audiogravadas e posteriormente transcritas. Nos
resultados obtidos evidenciaram-se vários sentidos atribuídos a homoafetividade, persistindo,
por vezes, a noção de homoafetividade como uma questão de escolha, outras ainda relacionadas
a algo malígno, como pecado e tida por alguns professores ainda, como algo natural. Evidenciou-
se com o estudo a importância de aprofundar a investigação na questão da preparação dos
professores para o desenvolvimento de um trabalho voltado a esse assunto. Em relação à como
os professores lidam com esse fenômeno na escola a maioria dos professores apresentaram-se
com dificuldade e disseram não tratar desse assunto com os alunos. Foi ressaltada no decorrer
desse estudo a importância do posicionamento dos professores tendo em vista que trabalhar a
homoafetividade no contexto escolar exige a capacidade de perceber as diversidades e poder
visualizar os sujeitos como seres humanos.
73
COMPORTAMENTO PRÓ-AMBIENTAL: ESTADO DA ARTE DAS DIMENSIONALIDADES
DO FENÔMENO
ROBERTA BORGHETTI ALVES
DAYSE DA SILVA ALBUQUERQUE
ARIANE KUHNEN
CAMILA KLEIN
NIKOLAS OLEKSZECHEN
Eixo: Vida Moderna, ambiente e sustentabilidade
Processo: Formativos e Educativos
RESUMO
O crescente desenvolvimento urbano, as alterações climáticas e a degradação do meio ambiente
trouxeram preocupações aos pesquisadores, que repercutiram na investigação do
comportamento do ser humano frente à conservação dos recursos naturais e a redução
intencional dos impactos ao meio ambiente causados pela ação do homem, intitulado como
comportamento pró-ambiental (CPA). Tal fenômeno possui terminologias como comportamento
ecológico, comportamento ambiental e comportamento pró-ambiental, o que repercute na
variedade de definições, dimensões e medidas para acessá-lo. Desse modo, a presente revisão
sistemática teve como objetivo identificar as dimensionalidades do Comportamento Pró-
Ambiental (CPA) investigadas por meio de instrumentos de medida. A pesquisa utilizou as bases
de dados Scielo, Lilacs, Pepsic, Science Direct e Sage Publications tendo como descritores:
comportamento pró-ambiental, comportamento ambiental e comportamento ecológico e suas
respectivas traduções em inglês. Foram incluídos apenas artigos empíricos, com trabalho
completo disponível na base de dados, e que utilizaram instrumento de medida para mensurar
a(s) dimensão(ões) que compõe(m) o construto comportamento pró-ambiental (CPA). Realizou-
se a análise a partir de uma sequência de passos e regras: a) pré-análise: leitura exaustiva dos
artigos; b) codificação aberta dos dados, por meio da análise das similaridades e diferenciações;
c) nomeação das categorias de análise, caracterizada pelo processo de identificação de pontos
nodais cuja similaridade possibilitou serem agrupados, e assim foram criadas as categorias; d)
integração final entre as categorias, de forma a construir a teoria fundamentada nos dados.
Foram localizados treze artigos, sendo somente um artigo elaborado em âmbito nacional. A partir
dos achados foram propostas quatro principais categorias que contemplam as dimensões que
foram utilizadas para mensurar o CPA: Ativismo e Comportamento Pró-Social, Consumo verde,
Economia de Recursos, e Lixo. Evidenciou-se a divergência entre os autores acerca da definição
e delimitação das dimensões, principalmente no que tange ao fenômeno ativismo, pois para
alguns autores ele é considerado uma variável preditora ou um fenômeno relacionado ao
comportamento pró-ambiental e para outros é uma dimensão do CPA. Além disso, ao se discutir
ativismo e consumo, considerou-se mais apropriado situá-lo em dimensões distintas, em
decorrência de suas especificidades em termos de comportamentos/ações que o definem.
Percebeu-se proximidade entre ativismo e comportamento pró-social, principalmente por
destacarem maior envolvimento e engajamento socioambiental. No que diz respeito à economia
74
de energia e água, os estudos salientam que o consumo adequado e/ou desperdício estão
associados a diversos recursos, o que indica a necessidade de expandir a dimensão para
abarcar outros pontos. Limpeza urbana também se apresenta de maneira restrita, limitando a
possibilidade de apresentação de itens associados à reciclagem e/ou à limpeza em ambiente
doméstico/privado. Tendo isso em vista e se pautando nos resultados desta revisão, sugere-se
a ampliação de estudos que visem o aprofundamento do CPA, principalmente em âmbito
nacional, de modo a expandir a compreensão do fenômeno em contexto brasileiro. Por fim,
conclui-se que o Comportamento Pró-Ambiental é um fenômeno complexo, multifacetado e que
está em processo de construção de seu aporte teórico.
Palavras-chave: Comportamento Pró-Ambiental; Instrumentos de medida; Dimensões.
UM OLHAR SOBRE SUJEITOS E OBJETOS NA ERA DAS CONEXÕES
LUIZA ELESBÃO SBRISSA
DAIANE DE MAGALHÃES TOLENTINO
SILVANA DE OLIVEIRA TATTO
ADRIANE ROSO
Eixo: A vida na era da Informação, comunicação e tecnologia
Processo: Comunicação
RESUMO
Os objetos a todo o momento se fazem presentes na nossa vida, fazendo uma mediação entre
os sujeitos e ao mundo. Eles, portanto, dizem de nós - através da forma intencionada e afetiva
que interagimos com eles, da maneira como nos apropriamos e os usamos, dos lugares que lhes
damos em nossas vidas - e dizem sobre nosso entorno, pois os objetos ganham também um
sentido no social. Vale destacar, que é impossível capturar um objeto em sua totalidade. Por
isso, dizemos que a realidade é construída, correspondendo a uma ação humana subjetiva e
intersubjetiva. Considerando a dimensão da natureza material dos objetos que interage
dialogicamente com as subjetividades, analisaremos alguns objetos presentes na produção
cinematográfica Medianeras - Buenos Aires na era do amor virtual (2011). Traremos um recorte
de uma pesquisa qualitativa, inserida no projeto de nível superior “Saberes, afeto e cultura
material: experiências e vozes do consumo na era das conexões”. Adotamos perspectivas
teóricas distintas – Teoria das Representações Sociais e Cultura Material - empregadas para a
análise, na tentativa de compreender como a representação de certos objetos compõem,
resignificam e transmutam as inter-relações Eu-Outro-Objeto/Mundo na modernidade. Dentre os
objetos analisados, encontramos o livro do Wally, que se torna a grande metáfora do sentimento
de se viver na cidade: a angústia de ser alguém perdido na multidão. Representa também a
procura pelo outro – um amor possível. Os objetos dentro dos espaços privados (apartamento)
dos protagonistas também se constituíram objetos de análise. Esses objetos que vão se
75
inserindo, que ora são extensões de seus corpos – mochila, computador, manequim -, ora unem
os dois – cadeira, vitrine, rádio, webcam, computador. Alguns objetos – como o manequim de
Mariana – são personificados, transformando a relação dos personagens com os objetos
inanimados. Os objetos, como a vitrine, os cabos, o computador, também permitem que os
personagens se expressem, conectando-os ao mundo; a fotografia, o planetário, as janelas nas
medianeiras os auxiliam a redescobrir a cidade e a se encontrar com o outro. Especulamos,
portanto, que os objetos, vistos sob uma perspectiva material e simbólica, se abrem para outras
possibilidades, para a criação de modos de resistir ao que aparentemente está posto na
modernidade.
Palavras-chave: Psicologia Social, Representações Sociais, Cultura Material, Cinema,
Medianeras.
SABERES E PRÁTICAS ESCOLARES - A CONSTRUÇÃO DA INFÂNCIA E A
EDUCABILIDADE DA CRIANÇA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
FERNANDA GERMANI DE OLIVEIRA CHIARATTI
DIUVANI TOMAZONI ALEXANDRE
ZILA GOMES DE MORAES FLORES
Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos
Processo: Formativos e Educativos
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo compreender o que é o processo de adaptação da criança na
escola de educação infantil, investigando as práticas escolares que o constituem. A pesquisa foi
desenvolvida a partir de três perspectivas: a) recuperando a construção histórica dessas práticas
(perspectiva histórica); b) recuperando a construção das determinações sociais dessas práticas
(perspectiva sociológica); c) recuperando-as no cotidiano, numa perspectiva
antropológica/cultural. Inicialmente, estão sendo construídos os referenciais teóricos a partir de
trabalhos que analisam a historicidade do conceito de infância, isto é, como ele foi construído
historicamente no e pelo discurso pedagógico, buscando explicitar em que medida esse conceito
de infância está presente nas representações dos professores. O trabalho de campo foi
desenvolvido em uma escola particular de educação infantil do município de Itajaí – Santa
Catarina, para observar as práticas escolares relacionadas ao atendimento das crianças neste
período, ou seja, a educabilidade construída através de determinados saberes e brincares. Os
sujeitos foram crianças com faixa etárias de dois a três anos que freqüentaram a escola pela
primeira vez. Para a produção do material empírico foi um estudo na perspectiva de natureza
etnográfica, com observação participante, entrevistas e análise documental. Os achados
principais apontam que a organização das formas escolares: sujeitos, tempos, espaços e
práticas pedagógicas é fundamental no processo de adaptação, principalmente o papel do
professor, no qual este precisa estar claro o seu papel e sua prática pedagógica. Assim, acredita-
se que estudar o período de adaptação da criança que freqUenta pela primeira vez a pré-escola,
76
com faixa etária entre 2 a 3 anos, torna-se mais importante, pois é um dos processos que fazem
parte da cultura e das práticas escolares que necessitam ser conhecidas e pesquisadas para
que se possa receber as crianças de forma a contribuir para a sua autonomia e a socialização.
SUPERAR O FRACASSO ESCOLAR - A AFETIVIDADE: UMA ESTRATÉGIA DE
MOTIVAÇÃO
FERNANDA GERMANI DE OLIVEIRA CHIARATTI
ISABEL REGINA DEPINE
DIUVANI TOMAZONI ALEXANDRE
ZILA GOMES DE MORAES FLORES
Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos
Processo: Formativos e Educativos
RESUMO
Diante das constantes transformações por que vem passando a sociedade atual, um dos grandes
desafios da escola atual é trabalhar os conteúdos escolares de forma diversificada e prazerosa,
com vistas a tornar os alunos motivados a permanecer na escola. No entanto, do modo como os
professores conduzem a maioria das aulas, ou seja, impondo aulas tradicionais onde o
aprendizado se resume ao ato de ler textos e/ou resolver exercícios pré-determinados,
esquecendo de motivar os alunos, e muitas vezes humilhando-os perante os colegas quando
não conseguem resolver determinadas atividades escolares tal como o professor deseja,
acabando assim com a auto-estima dos mesmos, demonstra que muitas vezes os professores
não se preocupam muito em manter esse entusiasmo dos alunos. Diante dessas constatações
desenvolveu-se neste estudo o tema “A motivação para superar o fracasso escolar”. Para dar
conta dessa temática, utilizou-se como embasamento teóricos autores como Almeida (2003),
Cória-Sabini (1986), Dantas (1990), Libâneo (1992), Meira e Antunes (2003), Patto (1996).
Desenvolveu-se um plano de intervenção com os 32 alunos do 3 ano do Ensino Fundamental do
município de Itajaí (SC). Utilizou-se como metodologia, a aplicação de diversas dinâmicas como:
“Você é disciplinado”, “Alfabeto vivo” e “Cometa Halley” para trabalhar a afetividade dos alunos.
Ao final das atividades, concluiu-se que a afetividade exerce grande influência sobre a
aprendizagem, constatou-se também que o psicólogo escolar tem um papel muito importante a
desempenhar no contexto escolar no que se refere a contribuir na melhoria da qualidade do
processo ensino aprendizagem, pois tendo ele uma visão mais ampla a respeito de como se da
o processo de aprendizagem e desenvolvimento humano, pode ele auxiliar o professor a
desenvolver um trabalho mais dinâmico e interdisciplinar em sala de aula, bem como auxiliar o
aluno a superar as dificuldades de aprendizagem que o impedem de aprender e muitas vezes o
levam a desistir de estudar.
77
AS VIVÊNCIAS DE PRECONCEITO NO ÂMBITO ESCOLAR
ANDRÉIA ISABEL GIACOMOZZI
NATÁLIA CRISTINA DE OLIVEIRA MENEGHETTI
PRISCILA P. NUNES
Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)
Processo: Terapêutico de indivíduos ou grupos
RESUMO
O preconceito é uma atitude desfavorável em relação a um indivíduo pelo fato de pertencer a um
grupo ao qual são atribuídas características negativas (Allport, 1954) e implica juízos de valor
sobre o outro grupo. O outro, por ser percebido como diferente, pode representar uma ameaça
ao grupo interno, o que justificaria sua discriminação. Neste pré-julgamento, o outro é visto como
inferior, gerando comportamentos de injustiça e desconsideração (Smith & Mackie, 2000). Sofrer
preconceito sempre é prejudicial ao indivíduo, contudo quando ele é experienciado na fase da
adolescencia, suas consequencias podem ser ainda mais prejudiciais. Com objetivo de melhor
compreender tal questão no âmbito escolar, realizou-se estudo quantitativo e comparativo com
692 estudantes de escolas públicas entre o nono ano do ensino fundamental e o terceiro ano do
ensino médio de Florianópolis acerca de vivência de preconceito na escola. Os dados foram
analisados com auxílio do software SPSS versão 17. Resultados: 54,3% dos estudantes eram
meninas e 45,7% meninos, com média de idade de 15 anos e 6 meses com desvio padrão de
1,6. No que tange às vivencias dos participantes, 27,2% dos participantes afirmaram que já
sofreram preconceito no ambiente escolar. Destes, 44, 9% eram do sexo masculino e 55,1% do
sexo feminino, sem associação estatisticamente significativa entre ter sofrido preconceito e o
sexo do participante. Para os que afirmaram ter sofrido preconceito na escola, questionou-se
qual tipo, sendo que 35% afirmou ter sido por causa do peso corporal, 18% preconceito racial,
10,5% homofobia, 9,5% por questões de aparência física, 5% bulling, dentre outros. Realizando-
se cruzamento entre sexo e tipo de preconceito sofrido observou-se que as meninas sofreram
mais preconceito por aparência, peso e homofobia, enquanto os meninos sofreram mais
preconceito racial [χ2 = 22,75; g l= 6; p =.001].
78
AS PRÁTICAS EDUCATIVAS DO PROFESSOR NO TEMPO E ESPAÇO ESCOLAR
FERNANDA GERMANI DE OLIVEIRA CHIARATTI
ISABEL REGINA DEPINE
ZILA GOMES DE MORAES FLORES
DIUVANI TOMAZONI ALEXANDRE
Eixo: A vida na era da Informação, comunicação e tecnologia
Processo: Formativos e Educativos
RESUMO
A organização da rotina das atividades da criança na escola é um aspecto de suma importância.
Essa deve ser pensada a partir do planejamento feito pela equipe pedagógica e professores,
traduzida no plano de trabalho ou de aula. A rotina possibilita à criança segurança e domínio do
espaço e do tempo que passa na escola. Assim a presente pesquisa enfocou o tema tempo e
espaço escolar na educação infantil. Evidenciou-se como objetivo essencial, conhecer as ações
e reações das crianças frente ao que lhes é proposto no tempo e no espaço escolar. Para tanto,
envolveu uma metodologia de pesquisa de campo, visando buscar dados reais que comprovem
as causas do problema investigado. Realizou-se uma abordagem teórica, onde se procurou
conhecer sobre o lugar da infância, as práticas educativas do professor, tempo e o espaço
escolar. A amostra trabalhada abrangeu 25 alunos de uma sala de aula do Jardim II, entre a faixa
etária de quatro a cinco anos, do Centro de Educação Infantil, no município de Itajaí (SC).
Utilizou-se como fundamento para a investigação, a observação da prática educativa do
professor, suas atividades realizadas no espaço escolar. Com base nos resultados obtidos,
destacou-se, na experiência escolar, que a professora trabalhava utilizando o parque, histórias,
os desenhos como atividades mais relevantes, com conteúdos de naturezas diversas que
abrange desde cuidados básicos e essenciais até conhecimentos específicos. E a história foi
considerada uma atividade bem freqüente realizada pela professora. A análise realizada mostrou
que tanto os profissionais quanto as crianças quando chegam à instituição infantil encontram
uma rotina diária que é comum a todos os grupos de crianças (hora de entrar na creche, hora de
entrar na sala, hora do lanche, hora do parque, hora da higiene, hora do almoço, hora do
descanso e, assim, sucessivamente até o final do dia). Assim, do ponto de vista da rotina
estabelecida, não é a atividade que determina o tempo, mas o tempo que a determina.
79
RODA DE GESTANTES E MÃES DA TAPERA
ROBERTA FERREIRA GASPARINO DA SILVA
Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos
Processo: Grupais e de Mobilização Social
RESUMO
A partir de um projeto piloto desenvolvido pelo Centro de Referencia da Assistência Social -
CRAS Tapera em 2014 com objetivo de reconhecer vulnerabilidades e potencialidades do
território, promover o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários e aproximar jovens
famílias do CRAS, em 2015 deu-se início à Roda de Gestantes e Mães com bebês da Tapera.
A Roda nasce como uma proposta de oficina intersetorial, a fim de facilitar o acesso e integrar
ações entre a rede de atendimento. Jovens gestantes, casais grávidos e mães com bebês de
colo são o público-alvo da oficina, com prioridade às famílias elegíveis para o Programa Bolsa
Família e outros programas de transferencia de renda. Além de oferecer apoio psicossocial às
gestantes e suas famílias, a roda objetiva estimular a participação da figura materna e da figura
paterna no cuidado e proteção dos filhos e demais membros da família; facilitar a troca de
experiência e saberes mediada por profissionais do SUAS e SUS; fortalecer a cultura do diálogo,
a fim de informar e prevenir as diversas formas de violência e estigmatização; proporcionar
acolhida na transição do ciclo de desenvolvimento familiar. Os encontros acontecem
quinzenalmente, com a duração de 2 horas. De acordo com o Mapa de Vulnerabilidade social,
múltiplos fatores colocam ou podem colocar as pessoas em risco social além de características
sócio econômicas. Baixos níveis de escolaridade, acesso a serviços públicos, perfis familiares,
características demográficas, agravos à saúde, gravidez precoce entre outros. Este contexto
demonstra tanto a distância entre o acesso da população às políticas públicas do Estado, como
demonstram quais as prioridades do território para enfrentar as situações de vulnerabilidade.
Neste sentido, o alcance da Roda de Gestantes e Mães da Tapera é avaliado positivamente por
proporcionar um espaço coletivo de acolhida às famílias num território com alta incidência de
fatores de risco social, ampliando as possibilidades de ações preventivas. Entre os temas que
atravessam a Roda destacam-se questões de genero, segurança alimentar e nutricional, direitos
sociais na maternidade e paternidade, planejamento familiar, cuidados e proteção dos filhos,
direitos socioassistenciais, trabalho doméstico e rede de apoio. A Roda de gestantes e mães da
Tapera, ao ser reconhecida como um espaço de pertencimento entre iguais; neste caso, entre
outras mães ou futuras mães que buscam lugar no mundo, potencializa a descoberta de que não
estão sós, que seus temores e preocupações são semelhantes e que trocar experiência as
fortalece e auxilia a produção de novos territórios existenciais.
80
EXPERIÊNCIA DE ESTÁGIO NO SERVIÇO DE ATENÇÃO À SAÚDE DE PESSOAS EM
SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA SEXUAL
CHARLENE FERNANDA THUROW
BRUNA DE MELO CUNHA
Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)
Processo: Formativos e Educativos
RESUMO
O presente trabalho visa o compartilhamento da experiência acadêmica através da realização
do Estágio Básico Supervisionado V na Universidade Regional de Blumenau, que tem como
objetivo a realização de um diagnóstico através das ferramentas que estão à disposição do
psicólogo, para efetuar um planejamento e elaboração de um projeto de ação profissional em
psicologia em contextos de promoção de saúde com vistas ao aprimoramento de qualidade de
vida. A instituição concessionária de estágio é o Serviço de Atenção Integral a Pessoas em
Situação de Violência Sexual – SAVS, que realiza a atenção secundária em saúde para vítimas
desta violência e integra a rede intersetorial de enfrentamento da violência na cidade de
Blumenau e possui, como função principal a preservação da vida, a atenção integral em saúde,
sendo tais ações regulamentadas e amparadas através de políticas nacionais, legislações,
estatutos e portarias. O objetivo geral do estágio realizado foi propor projetos de ações que
promovam melhorias para o SAVS, sendo os objetivos específicos: a) Compreender a dinâmica
de atendimento do serviço; b) Compreender o papel do SAVS na Rede de Atenção e Proteção a
Pessoas em Situação de Violência Sexual no município de Blumenau; c) Levantar o perfil dos
usuários do serviço; d) Diagnosticar as potencialidades do serviço e suas fragilidades; e) Buscar
através de bibliografia já produzida informações que subsidiem esclarecimentos sobre a temática
e norteiem a elaboração das propostas de intervenção; f) Propor o projeto de intervenção:
EfetivAção - proposta de ação visando a maior efetividade de atuação do SAVS. Cujo objetivo
será buscar o aprimoramento dos mecanismos estruturais do serviço. Conclusão: Proporcionado
o espaço no Serviço de Atenção Integral a Pessoas em Situação de Violência Sexual, tivemos a
oportunidade de observar, compreender a efetividade de um serviço especializado. Avaliamos
que este estágio nos proporcionou um imenso aprendizado sobre a especificidade de uma
instituição de saúde e sobre o próprio fenômeno da violência sexual que ainda é representado
como um ‘tabu’ na sociedade. Tivemos a oportunidade de observar a relevância do trabalho de
um psicólogo em uma instituição que trabalha na perspectiva multiprofissional. As atividades
desenvolvidas no período de estágio e a busca por referencial teórico da psicologia, de
epidemiologia e de legislação nos proporcionou a correlação e síntese entre teoria estudada em
sala de aula, e pesquisada com a prática no campo de estágio, sendo tal experiência essencial
para nossa formação.
Palavras-chave: atenção secundária em saúde, compartilhamento da experiência acadêmica,
serviço especializado, violência sexual.
81
AINDA SOMOS OS MESMO E VIVEMOS COMO NOSSOS PAIS?
RAICA MOTERLE
MURILO CAVAGNOLI
LARISSA DMAIELLA AKKARI KLIMECK KAMMER
Eixo: A vida na era da Informação, comunicação e tecnologia
Processo: Formativos e Educativos
RESUMO
Uma proposta pedagógica propondo um exercício de polifonia e dialogia (BAKHTIN, 2010), num
movimento horizontal, com as disciplinas do semestre e, vertical do curso, coloca os acadêmicos
de Psicologia da Unochapecó desde o primeiro período da graduação em contato com o mundo,
construindo uma visão crítica e científica do mesmo. Diálogos de aprendizagem, esse é o projeto
que expõe os alunos a essa realidade, possibilitando uma experiência prática e teórica, pois os
trabalhos se desenvolvem com as turmas, realizando uma socialização do tema proposto e a
escrita de um trabalho na mesma lógica, integrando os aprendizados, que muitas vezes,
apresenta-se compartimentado na academia. Inseridas nesse contexto, os autores tem como
tema proposto para o semestre de 2014/2, As Relações Virtuais: O Homem e a Tecnologia.
Cursando na data o 2º segundo semestre do curso, que contempla os componentes curriculares
de História da Psicologia II, Psicologia do Desenvolvimento I, Métodos de Observação e
Produção de Conhecimento I e Sociedade e Desenvolvimento Humano o desafio foi lançado.
Diante da problemática realizou-se pesquisas bibliográficas, debates e momentos de reflexão
possibilitando que o tônus do trabalho seguisse sua trajetória através da história da humanidade,
sua interação com a tecnologia e o processo de movimentos que produzem sentidos e
subjetividades, fazendo assim a interface com a Psicologia. Lévy (1998) coloca os humanos e
não humanos como atores nesse rizoma e, nessa rede são compreendidos pelas diferenças,
possíveis linhas de fuga e homogeneidade que possam produzir. Nesse processo de
subjetivação o humano não opera como ator principal, ou seja, os atravessamentos dos híbridos
irão deixar suas marcas e produzir seus sentidos (SIBILIA, 2004). Uma busca incansável pelo
efêmero, turbilhões de informação despejadas em megabytes buscam preencher espaços vazios
de uma interioridade outrora perdida e hoje experienciada em visibilidade excessiva. E nessa
busca, principalmente nas relacionais e subjetivas, a figura do psicólogo é um caminho que pode
levar esses sujeitos a possíveis encontros e a acessar novos devires. A construção desses
saberes psicológicos na atualidade está imerso também na forma como os sujeitos se relacionam
frente à “novidade” tecnológica que hoje media a comunicação, a educação, os negócios, o lazer,
enfim, as relações desse início de século XXI. Nesta sociedade de intensos movimentos, dobras
e lacunas, sendo preenchidas por verdades construídas nesse processo de atravessamentos de
tempos e espaços, talvez há muita informação e pouco conhecimento, muitas experiências e
82
poucos sentidos, o contexto contemporâneo convida para que não se tenha limites. Um novo
sujeito surge dessa equação, um sujeito que pode se desvelar e se dizer, sem se mostrar, que
usa a tecnologia, que ao mesmo tempo que potencializa e realiza, transborda num mundo
superficial, onde o básico falta e essa realidade virtual, tão presente e corriqueira para alguns,
continua sendo um imenso campo dos sonhos para outros. O papel da Psicologia nesse
momento histórico é ímpar, tendo como meta um sujeito mais saudável e em equilíbrio pela
alteridade e empoderamento, sejam estas adquiridas no mundo virtual ou não.
Palavras – Chaves: Relações Humanas, Tecnologia, Psicologia
UM BREVE OLHAR CRÍTICO SOBRE A SAÚDE DA MULHER E A PRÁTICA DA
PSICOLOGIA
JULIANA MARION
CAROLINE RUBIN ROSSATO PEREIRA
Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos
Processo: Políticas Públicas e Sociais
RESUMO
Ao analisar historicamente o “ser mulher”, percebe-se que, até meados de 1970, esse “ser”
estava colado à imagem de esposa e mãe, a qual devia prestar obediência e dedicação exclusiva
ao marido, filhos e lar. Essa concepção esteve presente também no âmbito da saúde, onde a
saúde da mulher tomava como perspectiva seu corpo, percebido como um corpo de reprodução
e com ações voltadas à gestação, fazendo com que a esta ficasse sem assistência durante a
maior parte de sua vida e enfatizando a visão da mulher como mãe. Partindo disso, o presente
trabalho tem por objetivo promover uma reflexão sobre a política de saúde da mulher e a possível
contribuição da psicologia acerca deste tema no campo da saúde coletiva. Para que esse fosse
alcançado, foi realizada uma revisão não sistemática da literatura, incluindo artigos, livros e a
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher. Os autores investigados e a própria
Política Nacional apontam para uma modificação da concepção social da mulher, que atualmente
vem sendo desvinculada da função de mãe (reprodutora) e esposa (dona de casa). Ao assumir
um lugar de sujeito de direito, passa a exigir a ampliação da visão de sua saúde, que agora deve
assistir todos os ciclos de sua vida. Dessa forma, a política da saúde da mulher deve ter como
base uma atenção integral e humanizada, relacionada com o seu contexto de vida, contemplando
as particularidades das mais diversas faixas etárias e grupos populacionais. Além disso, deve
acompanhar a mudança do papel da mulher na sociedade e prezar por uma atuação baseada
em uma concepção biopsicossocial de saúde, que olha para além do corpo reprodutivo da
mulher. Nessa perspectiva, o profissional deixa de ocupar um lugar de detentor de técnicas e do
saber, passando a portar-se como potencializador do desenvolvimento pessoal e social dos
usuários. No entanto, é importante questionar a efetividade dessa proposta de modificação da
83
visão sobre a saúde da mulher. Na revisão de artigos realizada através da base de dados Scielo
Public Health, grande parte dos artigos encontrados através do indicador “woman” and “health”
possuíam ainda como foco a reprodução (aborto, métodos contraceptivos, gestação, parto) e a
saúde biológica. Dessa forma, este trabalho busca refletir sobre a viabilidade e a efetivação da
proposta de uma atenção "biopsicossocial" às mulheres brasileiras na saúde pública atualmente.
Palavras-chave: Políticas públicas; Saúde da mulher; Psicologia da Saúde.
A SAÚDE DA CRIANÇA E A PSICOLOGIA: PROBLEMATIZANDO AS DIFERENÇAS DE
CLASSE SOCIAL
JULIANA MARION
CAROLINE RUBIN ROSSATO PEREIRA
Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos
Processo: Políticas Públicas e Sociais
RESUMO
O Programa de Saúde da Criança visa à promoção e à proteção da saúde das crianças do Brasil.
Em resumo, entende-se que as ações voltadas para a saúde da criança devem ter o
compromisso de promover a qualidade de vida e o cuidado necessário para que essas possam
se desenvolver biopsicossocialmente. Partindo disso, esse trabalho tem por objetivo refletir sobre
a importância do Programa de Saúde da Criança e a atenção dedicada às crianças de diferentes
classes sociais. Para que esse fosse alcançado, foi realizada uma revisão não sistemática de
artigos e livros sobre a temática, além da legislação correspondente à atenção à saúde da
criança. Por estarem sujeitas a diversas condições externas desfavoráveis, como a escassez de
recursos alimentícios, moradias muitas vezes precárias, os adultos cuidadores precisando
trabalhar fora de casa para garantir a sobrevivência familiar e deixando as crianças com
parentes, vizinhos ou sozinhas, pode-se inferir que crianças das classes populares estão mais
sujeitas a terem seus direitos violados. É importante dar suporte e possibilidade para que essas
crianças se desenvolvam de maneira saudável e com igualdade de oportunidades que as
crianças de classes mais favorecidas. Em resposta às políticas públicas dirigidas às crianças,
entre elas a Saúde da Criança, a família de baixa renda é constantemente visada e avaliada
pelos atores dos serviços de saúde e assistência social. Nesse sentido, as equipes da rede de
saúde devem garantir que os objetivos das políticas sejam compridos, contudo, essa prática
ocorre predominantemente junto às camadas mais pobres da sociedade. Assim, cabe ressaltar
que é igualmente importante questionar-se acerca da atenção conferida à saúde da criança de
classe média/alta. A saúde da criança da classe média/alta depende da escolha de seus
familiares, mais especificamente dos pais, que são geralmente vistos como responsáveis legais.
Logo, considerando-se haver uma cisão no âmbito da saúde da criança, estando essa dividida
de acordo com sua classe social. A partir daí, pode-se pensar nas diferenças da atuação do
84
psicólogo em cada uma dessas realidades e população alvo. Assim, percebe-se que o Estado
promove a proteção às criança das camadas populares, para as quais as políticas públicas
buscam garantir um desenvolvimento saudável longe da violência, mas reserva à família das
classes mais altas o dever e direito de cuidar integralmente de suas crianças. Com isso, parece
esquecer-se das violências que podem ocorrer no seio familiar independentemente de seu
contexto socioeconômico.
Palavras-chave: Políticas públicas; Saúde da criança; Psicologia da saúde.
SAÚDE DO HOMEM E AS IMPLICAÇÕES DA CONCEPÇÃO SOCIAL DO “SER HOMEM”
JULIANA MARION
CAROLINE RUBIN ROSSATO PEREIRA
Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos
Processo: Políticas Públicas e Sociais
RESUMO
A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem parte da importância de se romper
com a percepção dos homens de que cuidar da saúde é um ato incompatível com a
masculinidade. Tal percepção Enfatiza, assim, os aspectos educacionais e o acolhimento dessa
população nos serviços de saúde. Partindo disso, o presente trabalho tem por objetivo refletir
sobre o “ser homem” e a importância da política de saúde para essa parcela da população. Para
que esse objetivo fosse alcançado, foi realizada uma revisão não sistemática da literatura,
incluindo artigos e livros sobre a temática, além da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde
do Homem. Não há como pensar em uma política para a população masculina sem considerar
que “ser homem” é algo bastante heterogêneo e dependente de variáveis socioculturais. A
significação do feminino e do masculino são frutos de um processo social constante de
construção e transformação, sendo os comportamentos concebidos como “másculos” derivados
de modelos historicamente construídos. A agressividade é constantemente relacionada ao sexo
masculino e mantém estreito vínculo com grande parte dos comportamentos de risco emitidos
por essa população. Ainda, a precariedade da cultura do cuidado à saúde entre os homens
também parece estar relacionada à imagem social do “ser homem”. Em decorrência disso, as
representações sociais sobre a masculinidade auxiliam a compreender a pouca procura por parte
dos homens por assistência nos serviços de saúde. Tal realidade repercute de modo na vida dos
homens, colocando muitas vezes o dito “sexo forte” em situação de vulnerabilidade à violência e
ao adoecimento. Com isso, pode-se pensar que cabe à psicologia desenvolver estratégias que
visem a desconstrução dessa imagem social do homem que tanto ameaça a saúde e a vida
dessa parcela da população. Por estar tão fortemente ligada a crenças machistas, a educação e
85
a conscientização da população quanto aos fatores de risco e a importância de se buscar os
serviços de atenção à saúde se fazem necessários.
Palavras-chave: Políticas públicas; Saúde do homem; Psicologia da saúde.
REPERCUSSÃO DA TRAIÇÃO NA VIDA DA MULHER
ANGELA MARIA BAVARESCO
DAIANE FONTANARI SCHEIBLER
DAIANA DENIZE NICLOTI
MARISETE CAMINI
Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)
Processo: Formativos e Educativos
RESUMO
O presente trabalho discorre sobre a repercussão da traição na vida da mulher. Esse trabalho
objetivou verificar a repercussão da traição na vida de mulheres que possuíam relacionamento
amoroso. Como objetivos específicos, identificar os sentimentos vivenciados pelas mulheres
após a separação; verificar os motivos apresentados às mulheres para a traição; analisar as
decisões tomadas pelas mulheres para a vida a partir da ocorrência da traição e avaliar a
recorrência da traição nos relacionamentos amorosos das mulheres. Utilizou-se no estudo a
pesquisa qualitativa, com entrevista, e, como instrumento de coleta de dados o questionário
semiestruturado. Como participantes tem-se quatro mulheres, de idades entre vinte e cinquenta
anos, com base nesses dados complementamos a pesquisa utilizando uma análise de conteúdo
de Bardin. A infidelidade é um tema muito complexo, que gera sentimentos e atitudes
diferenciados em cada indivíduo. Constatou-se que algumas pessoas traem seus parceiros como
forma de fortalecer seu ego, sua autoestima, outras traem para satisfazer algo que está
incompleto na relação com o parceiro. Foi possível ainda identificar que, as participantes,
inicialmente constituíram um vínculo amoroso com seus parceiros com o desejo de serem felizes,
novas realizações pessoais e conjugais. Porém, com a ocorrência da traição vinda de seu
parceiro, esses planos foram rompidos, gerando angústia, sofrimento, dor e baixa autoestima.
Percebeu-se que essas mulheres devem enfrentar esse processo de perda, porque é necessário
que a pessoa conviva com esses momentos de “luto”, para posteriormente se recuperar. Porém
sabe-se que, esse processo não acontece de imediato, isso requer tempo e paciência. Conclui-
se que, a vida dessas pessoas é repleta de sentimentos negativos, mas com a busca de um
tratamento psicológico que, engloba também, a resiliência de cada indivíduo, poderá haver um
alívio das tensões, medos e angústias relacionadas à infidelidade, principalmente no que se
refere às participantes que relataram serem “injustas” com seus atuais parceiros em decorrência
da traição que sofreram nos relacionamentos anteriores.
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IMPLANTAÇÃO DE UMA REPÚBLICA PARA ADOLESCENTES EM VULNERABILIDADE
SOCIAL NO MUNICÍPIO DE MARAVILHA/SC
FERNANDA UNSER
LISANDRA ANTUNES DE OLIVEIRA
Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos
Processo: Políticas Públicas e Sociais
RESUMO
É fundamental desenvolver o cuidado integral (social, emocional, psicológico, educacional,
profissional e de saúde) dos cidadãos. Em virtude disto, este trabalho tem como objetivo mostrar
e explorar orientações a nível Federal sobre o serviço da república para adolescentes que
completaram dezoito anos e passam a ser desligados das famílias acolhedoras ou desvinculados
da adoção e que não tenham possibilidade de retorno à família de origem. Com a implantação
da república, poderá contribuir na promoção e prevenção da saúde mental e física; incentivar o
desenvolvimento da autonomia financeira e emocional e oferecer um suporte para estas;
orientação para que essa fase pré e pós desligamento seja bem assistida e disponibilizar um
espaço físico que atenderá as necessidades de um lar - previsto por lei e caracterizado como
direito fundamental. Também possibilitar o compartilhamento de experiências com outros
adolescentes e com os profissionais que prestarão serviços, permitindo também um melhor
desenvolvimento pessoal e profissional. Esta pesquisa, de caráter qualitativo, ocorreu a partir da
coleta de dados, obtidos por meio de roteiro estruturado com três adolescentes que estão em
famílias acolhedoras, com idades entre dezesseis e dezessete anos, da cidade de Maravilha,
Santa Catarina. O método utilizado para explorar os dados foi qualitativo, que busca
compreender os significados e as características situacionais. Por meio desta pesquisa,
compreendeu-se que é fundamental ter um serviço para auxiliar os adolescentes a fim de garantir
sua integridade e segurança, já que é essencial propiciar ao adolescente capacidade de
profissionalização, aprendizagem e questões financeiras mínimas para uma vida confortável,
levando em conta toda a sua vivência anterior e posterior ao desligamento da família de origem
e instituição. Portanto, constata-se a importância de voltar o olhar para esses adolescentes e
buscar que as leis em nível de Constituição Brasileira possam ser realmente exercidas em prol
dos adolescentes, procurando contribuir para um desenvolvimento integral saudável.
Palavras-chave: República. Vulnerabilidade Social. Adolescentes. Saúde mental social.
87
A PRÁXIS DO PSICÓLOGO NAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE UM CAPSAD DE SANTA
CATARINA
CAMILA PARAVISI FRIZZO
ISABELLA KSZANI DOS SANTOS
Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos
Processo: Políticas Públicas e Sociais
RESUMO
O Centro de Atenção Psicossocial está inserido dentro das políticas públicas atuais em saúde
mental, que tem como objetivo a assistência a partir de cuidados em âmbito extra-hospitalar e
redução do número de leitos nos hospitais psiquiátricos, passando assim de um modelo
hospitalocêntrico para um modelo assistencialista de cuidado. A partir disso, este trabalho
buscou identificar as possibilidades e limitações da atuação do psicólogo no campo das políticas
públicas de saúde mental em um Centro de Atenção Psicossocial para Álcool e outras Drogas –
CAPSad, e foi elaborado para a disciplina de Psicologia Comunitária do curso de graduação em
Psicologia do CESUSC. A metodologia utilizada consistiu em observação participante e a
realização de uma entrevista semiestruturada com a psicóloga local, além de correlacioná-las
com artigos encontrados sobre a atuação do psicólogo neste contexto. Foi possível observar que
o CAPSad atua em uma lógica de redução de danos e oferece atividades como: oficinas,
acolhimento, atendimentos psicológicos e construção de um projeto terapêutico. O psicólogo
deve ter uma escuta qualificada e postura acolhedora, dando subsídios para que o sujeito busque
uma cidadania emancipatória e assim favoreça uma maior autonomia e promoção de direitos.
Assim, além de ter o conhecimento específico, o profissional deve ter sua função atrelada a um
trabalho multidisciplinar e intersetorial. Encontraram-se limitações no âmbito das políticas
públicas no que se refere à ausência de um CAPSad III, o que possibilitaria quantitativa e
qualitativamente um melhor cuidado com os usuários. No entanto, exalta-se que há uma tentativa
cada vez maior de articulação de rede, promovendo uma troca de informações entre, por
exemplo, unidades básicas de saúde e a saúde mental. Portanto, nota-se que a atuação do
psicólogo é importante não só no serviço, mas também dentro das políticas públicas, para que
haja um movimento de mudança e de ampliação de suas potencialidades.
PALAVRAS-CHAVE: CAPSad, Saúde Mental, Políticas Públicas, Articulação de Rede,
Acolhimento.
88
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: UM ESTUDO ACERCA DA VIOLÊNCIA VIVIDA NA INTIMIDADE
DO ESPAÇO PRIVADO
CAROLA JORGE RIFFEL
Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)
Processo: Avaliação
RESUMO
A violência contra a mulher ainda é preocupante, mesmo existindo ações e leis que protejam
essas mulheres, poucas são as que têm coragem de denunciar, permanecendo em silêncio.
Dessa forma, o presente trabalho tem como proposta realizar um estudo sobre a violência
doméstica contra a mulher no espaço privado, na sua moradia, enfatizando os motivos que levam
as mulheres a não realizar a denúncia de seu agressor, compreendendo que esses motivos são
bastante relevantes para essas mulheres que sofrem a agressão, sendo, muitas vezes, mais
forte do que a vontade de denunciar seu agressor. A pesquisa desenvolvida será por meio da
abordagem qualitativa e revisão bibliográfica, assim a coleta de dados ocorrerá por meio de
livros, artigos científicos presentes na base de dados da SCIELO, dentre outras bases, revistas
que abordam sobre o tema para que se possa compreender os verdadeiros motivos e fatores
que possam estar influenciando a permanência da mulher nessa relação, levando-as a não
denunciarem seu agressor. A violência contra a mulher ainda é um assunto bastante atual, uma
vez que esse ato permanece em evidência na sociedade contemporânea, e elas continuam a
sofrer tanto fisicamente como psicologicamente. Deste modo, percebe-se a dificuldade de
realizar a denúncia por diversos motivos, já que elas vivem um sofrimento dentro da própria casa
e não conseguem se libertar. Uma dor que pode ser tanto física como psicológica, como se
estivesse em um ciclo de violência do qual não consegue sair. Ponderamos, no entanto, que as
motivações que impedem as denúncias se dão nas práticas do cotidiano vividas, muitas vezes,
na intimidade familiar, embora também fora dela, pois existe o medo, a vergonha, a dependência
financeira, a crença de que o marido pode mudar, então, a escolha pela denúncia representa um
processo que essa mulher precisa vivenciar até sentir-se pronta e segura para realizar.
Palavras-chave: violência doméstica, mulheres, denúncias.
PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA: REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE BENEFICIÁRIOS DA
CIDADE DE ERECHIM-RS
SUZANA CARLA PELIZZA
FELIPE BIASUS
Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos
Processo: Políticas Públicas e Sociais
RESUMO
89
O Programa Bolsa Família (PBF) é um programa de transferência de renda, que beneficia as
famílias em pobreza e extrema pobreza no Brasil. Foi criado em 2004 com a unificação de outros
projetos de transferência de renda já pré-existentes. O PBF já é objeto de estudos científicos em
outras regiões brasileiras que apontam a percepção dos participantes sobre o programa é de
ajuda, sendo o dinheiro advindo do PBF um complemento a outras fontes de renda da família,
que deve ser recebido pela mulher gerando equidade nos papéis de gênero na família. A
pesquisa teve como objetivo descrever as representações sociais do programa bolsa família para
beneficiários da cidade de Erechim. A coleta de dados foi realizada através de entrevista
semiestruturada com 40 beneficiários do PBF. Através do relatório de cadastro das famílias
beneficiadas foi realizado sorteio para composição da amostra. Cada família cadastrada recebeu
um número, iniciando em 1 até n (conforme número total de famílias beneficiadas), foram
sorteados 40 números para compor a amostra. Esta quantidade foi definida com base em
estudos de representação social com grupos homogêneos, os quais apontam para uma
saturação de informações a partir da 20ª entrevista. Todos os participantes assinaram Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido. Os dados textuais oriundo das entrevistas transcritas foram
analisados com o software Alceste que realiza uma análise de classificação hierárquica
descendente e permitiu uma análise lexicográfica do material textual oferecendo contextos que
são caracterizados pelo seu vocabulário e pelos segmentos de textos que compartilham esse
vocabulário. Os resultados deste apontam para uma representação social vinculada a duas
ideias principais: ajuda e condições. Destacam a importância do programa na manutenção da
família, no acesso a serviços e direitos, estando condicionada a características e
comportamentos, tanto na realização do cadastro único, condição inicial para buscar o benefício,
como a participação em atividades nos CRAS, acompanhamento de saúde e a frequência escolar
dos filhos.
O PROCESSO DE INCLUSÃO DE ESTUDANTES COM TRANSTORNO DO ESPECTRO DO
AUTISMO NO ENSINO SUPERIOR
ALINE AKINA ARAI
PATRÍCIA MUCCINI SCHAPPO
Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos
Processo: Políticas Públicas e Sociais
RESUMO
Representando um dos maiores desafios ao processo de inclusão escolar, a presença de
pessoas com transtorno do espectro do autismo (TEA) no ensino superior é uma realidade
recente. Segundo dados da pesquisa de Lins (2014), temos um número muito pequeno de
estudantes com TEA nas universidades públicas federais. Nesse trabalho, busca-se compartilhar
os trabalhos desenvolvidos pela Coordenadoria de Acessibilidade Educacional (CAE) da UFSC
no tocante à remoção de barreiras à participação de três estudantes com TEA que estão
90
matriculados em cursos de graduação dessa universidade. Os estudantes com TEA participaram
de reuniões semestrais de acompanhamento no que se refere à acessibilidade educacional. Na
ocasião os estudantes apontaram suas necessidades específicas, como a necessidade de
receber informações mais detalhadas pelos professores e coordenação do curso, ter uma
organização prévia das aulas e de ser inserido em pequenos grupos para as atividades
acadêmicas. Da mesma forma, são realizadas reuniões com os coordenadores dos cursos e os
professores, os quais recebem orientações sobre a importância da antecipação das informações
e detalhamento das atividades e procedimentos. Nesse contexto, verifica-se a importância da
participação dos professores no processo educacional dos estudantes com TEA, sendo parte
fundamental para a construção de práticas inclusivas. A construção de uma prática inclusiva
requer, portanto, um olhar para as diferenças e ações que sejam coerentes com as necessidades
apresentadas pelos estudantes com TEA. Além disso, no que tange às condições de
permanência dos estudantes com TEA no ensino superior, a situação se agrava à medida em
que poucas pessoas possuem um conhecimento legítimo sobre a condição, tornando mais difícil
para os educadores do ensino superior estimarem as dificuldades encontradas pelos alunos com
autismo. Por outro lado, também pode ser difícil para educadores da educação superior entender
porque adequações nas atividades acadêmicas deveriam ser realizadas, uma vez que não estão
familiarizados com as implicações de tal deficiência (Taylor, 2005). Para tanto, a CAE propõe um
trabalho colaborativo junto aos cursos de graduação e programas de pós-graduação, visando
construir uma universidade que entende e atende as diferenças. Ao avaliar as barreiras e se
buscar formas de promover a inclusão destes estudantes, ficou evidente a importância de
estratégias como a formação docente, a orientação à comunidade universitária e a flexibilização
de estratégias pedagógicas e dos dispositivos acadêmicos.
EQUIPE REFLEXIVA: UMA INTERVENÇÃO TERAPÊUTICA COM BASE NA PERSPECTIVA
CONSTRUCIONISTA SOCIAL.
MILENA CAROLINA FIORINI
Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)
Processo: Terapêutico de indivíduos ou grupos
RESUMO
Este estudo tem como objetivo apresentar o conceito e a estrutura da equipe reflexiva,
intervenção pós-moderna utilizada no contexto da terapia familiar sistêmica. A partir da década
de 1990, algumas abordagens dentro do contexto da teoria familiar sistêmica passaram a adotar
os pressupostos do construcionismo social. A perspectiva construcionista social fundamenta-se
na ideia de que a realidade é construída por meio das relações psicossociais e da prática do
discurso social. Na prática terapêutica, o construcionismo social assinala uma nova postura do
terapeuta, que deixa de assumir o papel de especialista para adotar a conduta do “não saber”.
Essa perspectiva enfatiza, entre outros aspectos, o poder da interação social na geração de
91
significados para as pessoas, a postura de co-construção entre terapeuta e cliente, o foco na
ação, a atenção às potencialidades do cliente e a conversação como principal prática de
intervenção. O surgimento das equipes reflexivas foi fruto do trabalho de Tom Andersen (1991)
e orientado pelo que o autor denominou de processos reflexivos. A concepção inicial foi
decorrente de certo desconforto do autor e sua equipe em relação às intervenções terapêuticas
predominantes até então, que enfatizavam as hipóteses e interpretações do terapeuta em
relação ao cliente como formas exclusivas de enxergar o problema. A estrutura da equipe
reflexiva pode apresentar variações em seu modo de funcionamento, porém prevê, basicamente,
um momento da sessão terapêutica em que tanto o(s) terapeuta(s) quanto o(s) cliente(s) ouvem
as reflexões de uma equipe de terapeutas que assiste à sessão. As premissas fundamentais são
baseadas na reflexão como uma maneira de construir novos significados para os problemas
apresentados pelo(s) cliente(s) e na multiplicidade de possibilidades para compreende-los. Este
estudo apresenta um caráter eminentemente teórico, sendo que o método envolveu uma
pesquisa bibliográfica realizada em livros e artigos científicos que abordam o tema em questão.
Como resultado, espera-se que a concepção do trabalho terapêutico envolvendo equipes
reflexivas se apresente como uma estratégia relevante de intervenção para a prática da terapia
familiar sistêmica.
VIVÊNCIA GRUPAL NA FORMAÇÃO EM PSICOLOGIA
EDUARDO RAMIRO PORN DE MORAES
ANA PAULA VARNIER BRAGÉ
Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)
Processo: Grupais e de Mobilização Social
RESUMO
ste trabalho constitui um relato de nossa experiência na disciplina Oficina de Vivência Grupal, do
curso de graduação em Psicologia da UNOCHAPECÓ. Nesta disciplina protagonizamos a práxis
grupal, com ênfase na inserção crítica, postura ética e compromisso da psicologia em dinâmicas
experienciadas por coletivos. Para isso, fomos desafiados no exercício teórico-prático, ou seja,
na aplicação técnica e supervisionada, onde o grupo (a turma) pudesse construir coletivamente
um espaço de troca de vivências e de apreensão das demandas grupais. A leitura desses
processos foi embasada na ótica de sujeito fenomenológico, sob o prisma do Psicodrama,
compreendendo o homem como ser que nasce com qualidades inatas de espontaneidade e
criatividade, que aos poucos vão sendo cristalizadas por um conjunto de delimitações que
constituem a conserva cultural. A partir daí formaram-se duplas para aplicação de jogos
psicodramáticos, sendo que cada dupla foi avaliada pela prática de direção e pelo relato da
sessão, devendo esta estar estruturada e embasada teoricamente. As etapas de um jogo
psicodramático contemplam o aquecimento inespecífico e específico, como fases de apreensão
do clima afetivo do grupo, garantindo o envolvimento para a dramatização; a dramatização, onde
92
o grupo revivencia suas experiências através do “como se”, para que possa ressignificar os
sentidos que investe em seus papéis; o compartilhamento, onde ocorre a participação
terapêutica do grupo, na qual todos tem a oportunidade de expor sentimentos, vivências, conflitos
que lhe tocaram. No processamento realizado após as vivências fizemos leituras teórico-práticas.
Na relação télica existe a “mútua disponibilidade de duas pessoas capazes de se colocarem uma
no lugar da outra”, ou seja, realizar uma inversão de papéis. A matriz de identidade é a placenta
social do indivíduo, seu lócus desenvolvimental, afetivo e social. Espontaneidade e criatividade
implicam reinaugurar existências, dando respostas inéditas ou transformadoras para situações
antigas. No decorrer das aulas vários contrastes pessoais, morais, profissionais foram
emergindo, sendo acolhidos e trabalhados juntamente com o grupo. O propósito da disciplina
não é apenas de aprendizagem, mas a percepção do outro e do grupo com o qual convivemos
no cotidiano da graduação. A respeito desse cotidiano, descobrimos através dos jogos que a
turma se caracteriza pela PERDA: de familiares e colegas, afastados, acidentados ou falecidos.
O luto e o sofrimento habitando um pouco cada um e todos. Também predominaram discursos
individuais, localizados na primeira fase da matriz, eu-comigo, em que cada um centra-se mais
em si, “quem sou, como estou e como sinto”. Medos e pressões originados na conserva cultural
foram ganhando relevo: medos do futuro, de tentar, de dizer, de fazer, de sentir. Pressões
vivenciadas com angústia nos diferentes espaços: emprego, família, amores, universidade. Mas
a partir do luto, dos processos individuais e dessas pressões que foram emergindo e revelando
o sofrimento dos acadêmicos, também nos reconhecemos enquanto coletivo, enquanto colegas,
elos capazes de compor o horizonte de uma ciência e profissão. Revelaram-se potências
singulares na formação acadêmica e também lacunas para complementaridade grupal.
Desvelaram-se passos de uma caminhada conjunta, de uma apropriação coletiva do
conhecimento, apontando sua própria necessidade de atualização.
ATUAÇÃO DO CONSELHO MUNICIPAL DE SAÚDE DE IRANI/SC: POTENCIALIDADES E
FRAGILIDADES
ANDRESSA BERTONCELLO
Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos
Processo: Grupais e de Mobilização Social
RESUMO
Introdução: O reconhecimento de conselhos gestores de políticas públicas como espaços de
democratização da gestão pública foi o desafio lançado pela disciplina Participação e
Governança Local do Mestrado Profissional em Políticas Sociais e Dinâmicas Regionais
(Unochapecó). O debate promovido durante as aulas, com base em estudos realizados sobre o
funcionamento dos conselhos municipais na região oeste catarinense, indica um cenário em que
inúmeras fragilidades ainda persistem envolvendo os conselheiros que na maioria das vezes
desconhecem seu "papel público" em face às competências regimentais. Entretanto, os
93
conselhos gestores no Brasil são espaços de construção e fortalecimento de potencialidades
coletivas na busca de práticas inovadoras e participativas na gestão municipal de políticas
públicas. Objetivo: Conhecer a realidade do Conselho Municipal de Saúde (CMS) de Irani/SC,
identificando potencialidades e fragilidades em sua atuação nos processos de participação social
e governança local. Metodologia: Observação de duas reuniões ordinárias do conselho (abril e
maio); Leitura e análise de documentos públicos. Resultados: O CMS de Irani foi criado pelo
Decreto Municipal nº 39/1988 e revogado pela Lei Municipal nº 673/1992 que o instituiu em
caráter permanente como órgão deliberativo do SUS no município. Desde então, o conselho é
vinculado à Secretaria Municipal de Saúde, tendo sido até o ano de 2013 presidido pelos próprios
gestores. É possível observar que a principal fragilidade na atuação do CMS de Irani diz respeito
ao controle da agenda pela Secretaria Municipal de Saúde. Na análise das Atas, período 2009 a
2014, denota-se que em 75% das reuniões ocorridas o assunto principal da reunião esteve
relacionado aos interesses da Secretaria Municipal de Saúde, em torno da aprovação de Planos,
Pactos e/ou Prestação de Contas. Isso evidencia que tanto a agenda quanto o objetivo das
reuniões representaram apenas interesses governamentais. Como potencialidade, observa-se a
percepção dos conselheiros sobre a necessidade de construir um conselho ativo com
responsabilidades coletivas e compartilhadas, demonstrando ao poder público seu papel na
condução da política municipal de saúde. Entendem ser necessária a capacitação de seus
membros no sentido de qualificar a participação social e pautas coletivas. Considerações: Ao
compreender a trajetória do CMS de Irani, evidencia-se a urgência de garantir uma atuação com
autonomia do Conselho em relação à Secretaria de Saúde, valendo-se das contribuições dos
diferentes atores sociais no intuito de produzir novas formas de formular e gerir essa política
pública.
Palavras-chave: Política Municipal de Saúde; Conselho Gestor; Participação Social.
OS PROFESSORES E O DIAGNÓSTICO DE TRANSTORNO DE DÉFICIT DE
ATENÇAÕ/HIPERATIVIDADE (TDAH): UM OLHAR ACERCA DA INTERVENÇÃO
FRANCIELI CRISTINA WINGERT
MARISETE CAMINI
Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos
Processo: Formativos e Educativos
RESUMO
O presente artigo teve como problema de pesquisa, investigar como os professores lidam com
crianças com Transtorno de Déficit de Atenção/ Hiperatividade. Com o objetivo de verificar as
formas de identificação do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) utilizadas
pelos professores de séries iniciais, do município de Guaraciaba- SC. Além de, identificar como
os professores agem quando da identificação do aluno com TDAH; verificar as percepções dos
professores que possuem alunos com TDAH; averiguar a política da escola quando da
94
identificação de alunos com TDAH e identificar os profissionais que realizam o diagnóstico do
TDAH. Foram três professoras participantes, de uma escola municipal do município de
Guaraciaba - SC, que responderam a um questionário com perguntas abertas. Como requisito
de participação, que elas trabalhem com crianças nos anos iniciais do ensino fundamental, tendo
algum aluno que apresentou ou que apresenta o TDAH, devendo possuir o diagnóstico do TDAH.
Apresentou-se o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), que foi assinado pelas
professoras, ficando bem claro que a sua participação na pesquisa seria voluntária, sigilosa e
sem custos financeiros, com atribuição de nomes fictícios para as mesmas. Para a análise dos
dados, optou-se pela análise de conteúdo de Bardin. Nos resultados obtidos, revelou-se que as
professoras tem um conhecimento superficial sobre o assunto, buscando conhecimento por
conta própria, quando depararam-se com alunos hiperativos e desatentos dentro da sala de aula.
Percebeu-se que, as professoras têm conhecimento de quais são os sinais observados nas
crianças, sabendo identificá-los quando presentes na sala, ressaltando a importância de uma
especialização e de programas pedagógicos que possam usar para privilegiem essas crianças.
Pode-se notar, que há uma certa angústia, por elas terem o aluno com dificuldades e não terem
o diagnóstico preciso. Não sabendo qual atitude a ser tomada, e nem para onde encaminhar
esses alunos. Percebe-se que, existe uma falta de comunicação entre escola, professores e
família, pois ao mesmo tempo em que são repassadas as informações aos pais sobre a condição
de aprendizagem de seus filhos, eles não levam adiante o trabalho de realização de um
diagnóstico preciso, deixando vago esse processo, dificultando o trabalho dos professores em
relação a esses alunos. Uma das professoras, levantou a questão da importância de um segundo
professor auxiliar, devido ao alto número de alunos, o que interfere e prejudica o processo de
ensino aprendizagem. Verificou-se, que estes alunos são inclusos em sala de aula, sem que haja
uma preparação teórica dos professores para atenderem a demanda. As professoras
apresentam pouco conhecimento, acerca deste distúrbio de aprendizagem e se sentem
inseguras quanto à qualidade do conhecimento que possuem para o trabalho com essas
crianças. Notou-se que, as professoras não possuem muita referência para quem encaminhar
as crianças com suspeita de TDAH, para que seja feito um diagnóstico preciso.
Palavras-chave: Professor. Aluno com TDAH. Escola. Profissionais. Família.
TEORIAS LEIGAS SOBRE O PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA: AS REPRESENTAÇÕES
SOCIAIS DE NÃO USUÁRIOS DO PROGRAMA
ANDRESSA WRZESINSKI
FELIPE BIASUS
Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos
Processo: Políticas Públicas e Sociais
RESUMO
95
O programa Bolsa Família é um programa de transferência de renda condicionada, instituído no
ano de 2004, com o intuito de unificar os programas sociais já existentes (Vale Gás, Bolsa-Escola
e Bolsa Alimentação). Desde sua implantação tornou-se tema de discussão na literatura
científica que busca compreender desde sua gênese até seus impactos reais. Entretanto a
opinião e sentimentos de não-beneficiários são negligenciados nestas investigações
principalmente se considerarmos estas percepções como um instrumento de avaliação desta
política pública. Por conseguinte através do embasamento da Teoria das Representações
Sociais (TRS) este estudo buscou descrever as Representações Sociais do Programa Bolsa
Família, para não usuários do programa moradores de Erechim, a partir do qual se torna possível
compreender as cognições e sentimentos da população a respeito do objeto pesquisado. Os
resultados obtidos com auxílio da classificação hierárquica descendente realizada pelo software
ALCESTE apontam um desconhecimento do programa (leis, normatizações, forma de acesso,
valor do benefício). Evidenciaram-se duas classes de Representações Sociais sobre o programa,
a primeira refere à tentativa de explicá-lo como um salário baixo que o governo concede a quem
não tem condições. Enquanto a segunda classe fala da finalidade do programa, relacionando-o
a manutenção das crianças na escola, permanência da mãe em casa e aquisição de alimentos.
Embora afirmem desconhecimento no que tange aspectos legais, os não beneficiários referem-
se indiretamente a dois eixos estruturantes do programa, quando o definem como um salário
baixo que o governo dá para quem não tem condições, abordam o objetivo em curto prazo do
PBF, o alívio imediato da pobreza através da transferência de renda. Ao falarem da transferência
de renda, referem indiretamente a proposta do segundo objetivo, que consiste em bem-estar em
longo prazo, a partir das condicionalidades em educação e saúde que visam o desenvolvimento
humano. Portanto, mesmo insuficiente, os não-beneficiários possuem uma visão do programa
congruente com os objetivos a que este se propõe, além de ressaltarem preponderantemente
aspectos positivos, exceto quando referem à moralidade quanto ao emprego do benefício e
alguns aspectos negativos que emergiram, mas, que não apresentam amplitude para
caracterizar-se enquanto resultado. Mediante o desconhecimento de aspectos provenientes de
órgãos legais, que implementam ou fiscalizam o programa, sugere-se a Secretaria de Cidadania
do município que divulgue, desde aspectos legais até pesquisas científicas que demonstrem o
impacto do programa na vida dos beneficiários para a comunidade em geral.
AS CONTRIBUIÇÕES DA ARTETERAPIA NO DESENVOLVIMENTO DA PESSOA
DIAGNOSTICADA COM AUTISMO
JULIANA BARBOSA DE ALENCAR
JOÃO PAULO KOLTERMANN
Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)
Processo: Terapêutico de indivíduos ou grupos
RESUMO
96
O Autismo por muitos anos foi acobertado e tratado como uma deficiência mental na qual as
pessoas que possuíam seu diagnóstico eram destinadas ao asilamento e passavam por
condições de sofrimento e violência. Conforme o distúrbio foi chamando a atenção dos cientistas
e sendo cada vez mais estudado, o Transtorno do Espectro do Autismo ganhou formas
específicas de tratamento e terapia, mas sua condição ainda é precária não eliminando muito do
sofrimento que lhe é relacionado. Atualmente, acompanhando uma maior visibilidade das
pessoas com o Autismo, é notada a importância de disponibilizar um leque de opções de terapias
disponíveis para a pessoa com esse espectro. O presente estudo tem como objetivo evidenciar
a relação existente entre a Arteterapia e as pessoas diagnosticadas com TEA. Foi pretendido
também conhecer as modalidades dança/movimento terapia, musicoterapia e as artes visuais
que fazem parte da Arteterapia. O estudo utilizou-se de uma entrevista estruturada com uma
profissional que utiliza da Arteterapia como método de tratamento para pessoas com
deficiências, incluindo o espectro autista. Intercalado à entrevista o estudo busca esclarecer o
que é a Arteterapia e seus instrumentos e como ela é importante para a qualidade de vida da
pessoa diagnosticada com TEA. Foi concluído que a Arteterapia auxilia para a área de
socialização do indivíduo, principalmente para a sua expressividade. A dança/movimento terapia
é capaz de promover a integração motora, física e social que são afetadas no distúrbio e também
de ajudar no autoconhecimento corporal, e na coordenação motora. A musicoterapia é
responsável por promover significativas melhoras na área da comunicação, pois a música serve
como uma forma alternativa de comunicação e também leva as pessoas a relatarem suas
experiências, mesmo que esse tipo de terapia não necessite de nenhuma habilidade verbal. Além
disso, a música é caracterizada por conter padrões (ritmo) e ser estruturada e ordenada, o que
ajuda a canalizar as estereotipias e ecolalias que fazem parte da sintomatologia do espectro.
Ademais, ela favorece o contato visual e a aceitação nas mudanças de rotina. A profissional
entrevistada trouxe que as maiores melhoras que ela observou durante seus anos de atuação
foram principalmente com relação ao autoconhecimento, à amplitude dos relacionamentos, à
descoberta de habilidades e à ampliação de formas de comunicação.
Palavras-chave: Transtorno do Espectro do Autismo, Arteterapia, contribuições.
ÁLCOOL X ADOLESCÊNCIA
DANIELA COSTA
STEFANI GALHARDI WITTMANN
Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos
Processo: Políticas Públicas e Sociais
RESUMO
A adolescência é caracterizada por mudanças biológicas, cognitivas, emocionais e sociais,
constituindo um importante momento para a formação do indivíduo, pois é nesta fase que se
adquirem novas práticas, comportamentos e ganho de autonomia. Este período também é
97
marcado por certa vulnerabilidade, já que determinados comportamentos podem fragilizar a
saúde do jovem, como, por exemplo, consumir bebidas alcoólicas. Sabe-se que o consumo de
álcool tem aumentado entre os adolescentes e isso tem se constituído na sociedade
contemporânea como um fenômeno na produção de subjetividade, além de ser considerado um
grave problema de saúde pública. O presente estudo tem como objetivos identificar os fatores
que induzem os adolescentes a iniciar o consumo de bebidas alcoólicas, entender de que forma
a influência social favorece tal prática; discutir como se dá a construção da identidade na
adolescência e sua relação com o início do uso do álcool. Esta pesquisa é uma revisão
bibliográfica e para sua elaboração, dada a relevância do problema na Saúde Pública, optou-se
por pesquisar artigos sobre o tema “álcool e adolescentes”, publicados entre os anos de 1990 a
2013. Pôde-se perceber que o consumo cada vez mais precoce de bebidas alcoólicas deve-se
ao seu fácil acesso nos estabelecimentos comerciais e às vastas propagandas que incentivam o
consumo do álcool. Além disso, adolescentes que já bebem costumam pressionar seus colegas
para que eles se juntem ao grupo. Entre os jovens o grupo de amigos possui uma grande
influência sobre seus padrões de comportamento. Para os jovens, beber é um ritual de
sociabilidade, sendo uma autoafirmação frente aos amigos e a bebida pode ser também um fator
de aproximação e de identificação entre seus membros. Diante deste problema de Saúde
Pública, compete a toda a sociedade a busca para uma solução. Então, conclui-se que o
profissional psicólogo possui aí uma ocupação notória: utilizar estratégias de ações preventivas
quanto ao consumo precoce de bebidas alcoólicas em escolas, grupos de jovens, famílias, bem
como na atenção primária de saúde com a finalidade de promover o despertar do risco do uso
abusivo de bebidas alcoólicas.
Palavras-chave: Adolescência, Álcool, Saúde, Comportamento.
PERCEPÇÃO DE PROFISSIONAIS DA EQUIPE DE UMA CASA DE APOIO À MULHER
VÍTIMA DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA DE UM MUNICÍPIO DA REGIÃO SERRANA DIANTE
DA VIOLÊNCIA SOFRIDA PELAS MULHERES E SUAS CONSEQUÊNCIAS
VIVIANI COELHO
INEA GIOVANA DA SILVA ARIOLI
Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)
Processo: Políticas Públicas e Sociais
RESUMO
A violência contra a mulher nos dias de hoje é uma temática amplamente difundida nos meios
de comunicação, sendo um fenômeno complexo e multicausal que atinge milhares de pessoas
e as afetam nas diversas dimensões física, emocional, socioeconômica e cultural. A Lei Maria
da Penha, em seus artigos, cria mecanismos para coibir e evitar a violência doméstica e familiar
contra a mulher e estabelecer medidas de assistência e proteção às mulheres em situação de
violência. Uma das medidas protetivas de urgência para mulheres vítimas de violência é a Casa
98
de Apoio à Mulher Vítima de Violência, que tem por objetivo dar abrigo em caráter emergencial
e provisório à mulher em risco iminente de vida em decorrência da violência física, sexual e
psicológica, nos casos em que seu retorno para casa represente efetivo risco de vida. Considera-
se o acolhimento feito pelos profissionais da casa às mulheres e seus filhos de suma importância,
mas profissionais que acolhem também podem sofrer, decorrente desta convivência com a
violência no âmbito do trabalho. Faz-se necessário colocar em debate a questão da violência
contra a mulher, com um olhar mais cuidadoso e atento aos profissionais que atuam diretamente
com mulheres abrigadas, no intuito de proporcionar a ampliação das informações e perspectivas
sobre o tema, ao desvelar a percepção destes sujeitos e possibilitar uma assistência adequada
a estes profissionais, caso necessário, identificando através de suas percepções, possibilidades
de melhoria em sua qualidade de vida e aprimoramento do seu fazer cotidiano na Casa de Apoio.
A partir deste cenário, objetivou-se nesta pesquisa compreender a percepção de profissionais
da equipe de uma Casa de Apoio à Mulher Vítima de Violência Doméstica de um Município da
Região Serrana, diante da violência sofrida pelas mulheres e suas consequências.
Especificamente buscou-se identificar os conceitos, para os profissionais, de violência contra
mulher; caracterizar a percepção dos profissionais acerca da violência vivida pela mulher;
descrever as ações dos profissionais da equipe diante da violência vivida pela mulher e verificar
as possíveis consequências emocionais para o profissional da equipe decorrente da convivência
com mulheres vítimas de violência. Essa pesquisa, que se encontra ainda em andamento,
configura-se de cunho qualitativo, de campo e transversal, desenvolvida com a equipe de uma
Casa de Apoio à Mulher Vítima de Violência da região serrana, composta por assistente social,
coordenadora, psicóloga, cuidadoras, cozinheira e auxiliar de serviços gerais. A coleta de dados
se deu através de um grupo focal realizado com 7 (sete) profissionais da equipe multidisciplinar
da Casa de Apoio, utilizando um roteiro com questões norteadoras para possibilitar o diálogo e
favorecer sua discussão. Após a transcrição do áudio do grupo focal, com a leitura flutuante,
foram encontrados resultados parciais como: O preconceito sofrido por mulheres vitimas de
violência; A dificuldade da mulher vitima de violência aderir ao serviço; A dificuldade de
articulação da rede após a saída da mulher da casa; A ausência de serviços que trabalhem o
agressor.
Palavras-chave: Violência contra a mulher, Profissionais, Casa de Apoio
ANÁLISE DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA SOBRE RISCOS PSICOSSOCIAIS NO TRABALHO
NO IDIOMA ESPANHOL
PRISCILA GASPERIN PELLEGRINI
SUZANA DA ROSA TOLFO
Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)
Processo: Trabalho
RESUMO
99
As mudanças ocorridas no mundo do trabalho nas últimas décadas implicaram na necessidade
de realizar pesquisas com foco nas situações que podem propiciar prejuízos à saúde do
trabalhador e da organização. Neste sentido, os riscos psicossociais no trabalho vem sendo foco
de pesquisa nos últimos anos, pois acabam por acarretar sofrimento ao trabalhador. Busca-se
discutir a configuração e a disseminação da produção científica sobre riscos psicossociais no
trabalho, bem como sua relevância, em diferentes aspectos, para profissionais que atuam na
área e para pesquisadores. Diante disso, este trabalho teve como objetivo realizar uma busca e
posterior mapeamento de artigos publicados sobre o tema no idioma espanhol. Procedeu-se a
uma pesquisa bibliométrica com busca manual e booleana de artigos publicados na base de
dados Portal Capes, no período de 2005 a 2014, utilizando o descritor psychosocial risks at work,
no idioma inglês. Obteve-se 46 artigos, 10 dos quais não eram pertinentes ao tema, 3
apresentaram-se repetidos pelo sistema de busca, 3 estavam publicados em inglês e 1 possuía
acesso restrito. A amostra final resultou em 29 artigos, avaliados de acordo com as categorias:
ano de publicação, nome do periódico, afiliação dos autores, número de autores, país de origem
dos autores, população-alvo, tipo de artigo (empírico ou teórico), abordagem teórica,
delineamento da pesquisa (quantitativo, qualitativo ou misto) e tratamento dos dados. Por meio
da análise dos dados foi possível mapear os critérios definidos para o estudo, tornando evidentes
características importantes sobre a produção científica sobre riscos psicossociais no trabalho na
língua espanhola: um número pequeno de publicações, aumentando ao longo do tempo;
publicações em periódicos de diversas áreas, predominando a área médica; maior quantidade
de artigos empíricos; variabilidade nas atividades desenvolvidas pelos participantes das
diferentes pesquisas e prevalência de publicações em revistas espanholas. Os resultados
apontam a expansão de estudos sobre o tema permeada por uma confusão a respeito da
nomenclatura e inexistência de uma definição clara sobre o fenômeno.
SUICÍDIO: COMPREENSÃO E PREVENÇÃO
FABRICIA DA SILVA PERON
JÉSSICA MELO DE LIMA
SÍLVIA BATISTA VON BOROWSKI
Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)
Processo: Grupais e de Mobilização Social
RESUMO
Sabe-se que o suicídio causa um grande impacto na sociedade, é um problema ao indivíduo e a
todos ao seu redor. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), o suicídio é considerado
a terceira maior causa de morte no mundo, além disso, o Brasil ocupa o nono lugar em números
absolutos, existindo um crescimento de mais de 20% nos últimos 20 anos. Infelizmente, não se
dispõe de registros mundiais equivalentes para as tentativas de suicídio, mas sabe-se que as
taxas de tentativas de suicídio são de 10 à 40 vezes mais altas que as de suicídio. O ato de tirar
100
a própria vida existe desde a antiguidade e hoje é considerado um problema de saúde pública
mundial. Diante disso, é importante falar desse assunto e abordá-lo como forma de prevenção.
É necessário também haver um acolhimento e atendimento as pessoas que tentaram suicídio e
para isso, é preciso ter profissionais preparados - psicólogos, médicos, psiquiatras, enfermeiros
e também a sociedade em si estimulando a conscientização e prevenção. A prevenção deve
ocorrer para que o número de mortes sejam minimizados e para que com base nos sinais e
fatores de riscos seja possível levantar fatores de proteção. Assim, o presente trabalho fruto de
um trabalho de conclusão de curso em Psicologia destaca como objetivo descrever o suicídio
enquanto fenômeno psicológico, sua caracterização e fatores de risco. E como específicos
discutir as questões teóricas e programas relacionados à informação e prevenção ao suicídio, a
partir do referencial da Psicologia. Visando uma familiaridade com o tema, definiu-se como
método de pesquisa o exploratório, classificando-a como qualitativa e descritiva. Deste modo,
utilizou-se para a pesquisa, artigos da base de dados Scielo, com o descritor “suicido”. Foi
encontrado 146 artigos com alguns filtros como Brasil, língua portuguesa e publicado no período
de 2010 a 2014. Destes, 131 foram excluídos por abordarem temáticas que não pertencerem ao
escopo deste trabalho. Assim, foram encontrados 15 artigos, dentre os quais trabalham os
fatores de risco, programas de prevenção e orientação para práticas. Os artigos pesquisados
nos trazem dados e informações que fortalecem a necessidade de prevenção. É possível
identificar ainda que o ato suicida está relacionado a transtornos como a depressão, transtornos
de ansiedade, álcool e/ou drogas. Acredita-se que somente estudando e discutindo esse assunto
pode-se construir práticas que impactem efetivamente na prevenção e zelo da vida. Além disso,
os artigos reforçam a importância de um trabalho multidisciplinar que esteja efetivamente
articulado para emergências desta magnitude. Dentre as considerações, ressalta-se a
importância da Psicologia ampliar o debate nos cursos de graduação e efetivar registros
científicos sobre processos de prevenção do ato. Além de considerar como potencializar o
trabalho em equipe multidisciplinar diante desta demanda. Os artigos contribuem também para
uma discussão cada vez maior a cerca do tema, o que é fundamental, pois a discussão se torna
uma ferramenta potencializadora de vida.
O (NÃO) ESPAÇO PARA PROCESSO DE LUTO NA CONTEMPORANEIDADE
CRISTINE GABRIELLE DA COSTA DOS REIS
MIKAELA ALINE BADE MÜNCHEN
ALBERTO M QUINTANA
CAMILA PEIXOTO FARIAS
Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)
Processo: Terapêutico de indivíduos ou grupos
RESUMO
101
Na contemporaneidade concebe-se a morte como algo da ordem de um tabu. Uma vez que ela
integrou-se aos domínios dos hospitais, passou a ser vista como um processo desumano e
solitário, encarada como fracasso. Uma vez que gera angústia e ansiedade, a morte passa a ser
banida das pautas sociais e falar sobre ela gera desconforto, sendo considerado um assunto
desnecessário e de mau-gosto. Sendo assim, a interdição da morte na contemporaneidade,
acaba interferindo no processo de luto. Entendendo isso, objetivou-se realizar uma reflexão
acerca do modo de vivência contemporânea de elaboração do luto, por entender que esse
barramento provoca um sofrimento ainda maior, para além da perda. Acredita-se ser de relevada
importância, pois é um movimento contemporâneo de falta de espaço e, com isso, de recursos
para lidar com o sofrimento, que atravessa a vida de todos nós e está cada vez mais presente
na nossa prática enquanto profissionais da psicologia. Para tanto, realizou-se um estudo do tipo
bibliográfico, em que se buscou diferentes referências que discorressem sobre a morte e o luto,
em seus aspectos históricos e subjetivos. Entendeu-se que a morte interdita causa um
impedimento do sofrimento, que não pode ser sentido e mostrado, não havendo lugar para
expressão da dor e do luto diante da perda. O luto é um processo psíquico que permite a renúncia
do objeto e tem a função de matar o morto, conferindo-lhe um lugar simbólico subjacente à
elaboração da perda, é o que impulsiona a elaboração narrativa e a simbolização da perda,
mediante elaboração da dor psíquica. Ainda, o luto constitui-se como uma reação à perda de um
ente querido ou de uma abstração que ocupava tal lugar. Tomando isso como base, o luto é o
resultado de uma dolorosa perda, mas de extrema importância psíquica e que, para ser
elaborado, precisa ser pensado e sentido. Contudo, em uma sociedade que preconiza pela
produção e não tem tempo para sofrer, as manifestações de dor são tidas como inadequadas.
Nesse sentido, o espaço para sofrer e elaborar a perda é escasso. Há, ainda, um movimento de
patologização do sofrimento e, com isso, uma tentativa de calar as manifestações de dor. Logo,
pensa-se sobre a medicalização exacerbada – sintoma social atual – do luto. Há uma procura
por eficiência e maior assepsia possível, bem como uma busca por silenciar as manifestações
do sujeito por meio de tranquilizantes ou sedativos, mantendo-o em posição de passividade e
evitando, inclusive, a possibilidade de expressão e vivência de tais sofrimentos. Dessa forma,
entende-se que a evitação da morte, na contemporaneidade, bem como os movimentos de
intensa produção, tem influência importante para que não haja espaço, nem tempo, para as
pessoas sofrerem, processarem seus lutos e elaborarem suas perdas.
Morte; Luto; Sofrimento; Contemporaneidade.
O IMPACTO DA DOENÇA: MUDANÇAS E A (RE)CONSTRUÇÃO DE SENTIDO
CRISTINE GABRIELLE DA COSTA DOS REIS
MIKAELA ALINE BADE MÜNCHEN
ALBERTO M QUINTANA
CAMILA PEIXOTO FARIAS
102
Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)
Processo: Terapêutico de indivíduos ou grupos
RESUMO
A doença, de modo geral, gera um grande impacto na vida do indivíduo. Quando se trata de
câncer, frequentemente, associa-se ao assunto morte, gerando sentimentos de isolamento,
medo e incerteza diante do futuro incerto que se apresenta. É uma jornada de exames,
internações e procedimentos invasivos e dolorosos, que confrontam o sujeito com sua própria
fragilidade, com o vazio de sentido e a proximidade com a finitude. Sendo assim, o adoecimento
e a hospitalização, provocam uma série de mudanças na vida desses sujeitos. Com base nisso,
objetivou-se, no presente estudo, compreender alguns dos impactos provocados pela doença e
como esses sujeitos puderam reconstruir um sentido frente à falta de explicações e o vazio que
a doença causou. Para tanto, este trabalho constitui-se como um recorte de uma pesquisa
qualitativa, descritiva e de cunho exploratório, que foi desenvolvida com doze pacientes com
câncer avançado, assistidos pelo serviço de Hematologia-Oncologia de um Hospital escola do
interior do Rio Grande do Sul. As coletas de dados foram feitas por meio de entrevistas
semiestruturadas e a análise dos dados foi feita por meio da análise de conteúdo. Entendeu-se
que os sujeitos representaram a doença em suas vidas como o rompimento com as atividades
funcionais e corriqueiras, o que gerou uma descaracterização de suas vidas normais. Isso por
que, os entrevistados relataram uma série de cuidados e restrições que deveriam ser realizados
quanto à sua saúde. Frequentemente, não podiam executar atividades do dia a dia, as quais
estavam acostumados, necessitando da ajuda de outros para a realização, o que alimentava um
sentimento de dependência. Ainda, tinham que deixar de trabalhar, o que gerou grande
sofrimento, sentindo-se com parte de sua identidade desfalcada. Para dar conta da falta de
sentido que a doença causava, na grande maioria das vezes, buscavam suporte na religiosidade,
que lhes oferecia subsídios para reconstruírem um sentido para tal vivência. Além disso, a
religiosidade lhes oferecia conforto diante da ruptura que o câncer provocou. Assim, entende-se
que a doença provoca um grande impacto capaz de causar desamparo e desconforto, de modo
que os sujeitos precisaram, nesse caso, buscar as explicações que faltam, na religiosidade, para
integrá-las à sua vivência e poder dar algum sentido para esta. Câncer; Religião;
Descaracterização; Sentido.
A CONSTITUIÇÃO DO SUJEITO E SUAS RELAÇÕES CORPO E ALIMENTO NAS
PATOLOGIAS ALIMENTARES
CRISTINE GABRIELLE DA COSTA DOS REIS
ALBERTO M QUINTANA
CAMILA PEIXOTO FARIAS
LUÍSA DA ROSA OLESIAK
Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)
Processo: Terapêutico de indivíduos ou grupos
103
RESUMO
Na contemporaneidade, o corpo aparece investido em demasia, como palco para as
manifestações de conflitivas e sofrimentos do sujeito. Nesse contexto a relação com a
alimentação ganha destaque como forma de manifestação do mal-estar. Nesse sentido, nas
Clínicas de Psicologia e serviços de atenção a saúde, manifesta-se uma incidência significativa
de patologias ligadas ao comportamento alimentar que evidenciam formas de sofrimento do
sujeito, através do registro do corpo e ato. Diante disso, apresentam-se as patologias alimentares
como a Anorexia e Bulimia, nas quais subjacente a relação com o objeto comida encontramos a
singularidade da relação estabelecida com os objetos de afeto. Nas últimas décadas, a
problemática da alimentação, aparece como objeto de investigações científicas centralizadas,
muitas vezes, apenas em aspectos quantitativos e objetivos, sendo assim, o tratamento dessas
psicopatologias, um desafio teórico e clínico. Dessa forma, este estudo visa, por meio da
pesquisa bibliográfica de materiais já publicados, entre livros e artigos científicos referentes aos
últimos doze anos, compreender as significações subjacentes desses comportamentos,
compreender a montagem psíquica evidenciada por tais comportamentos e refletir sobre o
aperfeiçoamento das terapêuticas. De modo geral, a Anorexia, centrada na recusa a alimentação
e a manutenção de um peso mínimo natural, apresenta a distorção da imagem corporal e um
corpo recusado em suas materialidades e não compreendido em seus limites. A bulimia
manifestada por episódios de compulsões alimentares acompanhados de comportamentos
compensatórios inadequados, bem como, de perturbações na percepção do seu corpo, coloca
este como estranho, sem controle na exteriorização dos seus excessos, estando em vigia
constante. Nesse sentido, surge uma busca contínua de uma imagem ausente de falhas, de um
corpo próprio e diferenciado do outro, o que na constituição psíquica desses sujeitos ainda não
foi possibilitado. Sendo assim, a dificuldade de diferenciação reverbera no corpo, evidenciando
a ilusão de um corpo indestrutível, através das retratadas negações das vulnerabilidades e limites
corpóreos, denotando assim, a permanência de um modelo primário das relações com este corpo
frente ao sentimento de poder supremo. Nessa busca por uma imagem não fragmentada,
manifesta-se a idealização de um alcance a completude e de um controle sobre si e seu corpo.
Conclui-se assim, que o distúrbio alimentar aparece na tentativa de solucionar uma conflitiva
psíquica por meio do corpo, exigindo repetições constantes, decorrentes da impossibilidade de
elaboração, constituindo uma lógica destrutiva que apresenta a ação de uma energia agressiva
voltada a si mesmo. Com isso, ao permitir que essa energia em excesso seja dominada e ligada
por meio da linguagem a uma representação, possibilita-se uma elaboração, havendo a
construção pelo sujeito de uma narrativa sobre si e sobre seu corpo. Transtornos alimentares;
Corpo; Psíquico.
REFLEXÕES SOBRE EUTANÁSIA - ARGUMENTOS PRÓ E CONTRA
CARLOS OTÁVIO DE SOUZA
Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)
104
Processo: Políticas Públicas e Sociais
RESUMO
A eutanásia, também conhecida como “boa morte” (SIQUEIRA & SCHRAMM (2005), ou “morte
feliz” caracteriza-se pela livre escolha do indivíduo em morrer de uma forma considerada digna
e sem sofrimento (VAZ, 2009). É bom deixar claro que não é possível garantir uma ausência total
de sofrimento, o sofrimento poderá existir, mas a expectativa criada é que a intensidade seja
muito menor do que a dor de uma morte natural. Normalmente quem opta por esse método são
doentes terminais que já não tem mais resultados positivos em seus tratamentos e a única coisa
que resta é esperar a morte chegar e a opção de morrer sem dor é muito atrativa aos adeptos
dessa prática, pois é considerado positivo poder evitar um sofrimento intenso ao término da vida.
As polêmicas relacionadas à eutanásia trazem muitas discussões, já que não é fácil lidar com o
fenômeno da vida e tem se tornado cada vez mais difícil definir o que é vida e o que é morte.
Cada vez mais a ciência avança e métodos curativos são criados, tecnologias são implantadas
para manter pessoas vivas ou para melhorar a qualidade destas. . Nem sempre essas soluções
trazem qualidade de vida, nem sempre uma cadeira de rodas e toda assistência possível a uma
vítima de um acidente que ficou paraplégico o fará feliz, já que apesar de ter todo o auxílio
possível ele nunca poderá ter uma vida considerada “normal”, ele nunca mais poderá andar e
realizar atividades que gostava anteriormente. É possível até mesmo dizer que algumas pessoas
se sintam mortas em vida. Mesmo com essas condições criadas pela ciência a insatisfação de
muitas pessoas é presente, pois não há um contentamento geral em levar uma vida debilitada,
e é nesse contexto em que brotam os questionamentos existenciais e a eutanásia aparece como
opção para muitos indivíduos. Existem diversos argumentos que apóiam a eutanásia, o que mais
se destaca é a defesa de autonomia individual de cada ser e com isso o direito a
autodeterminação. Vale lembrar que a eutanásia em nenhum momento defende a morte, mas
diferente da lei que tenta “proteger a vida”, a eutanásia vê a morte como algo que o individuo
concebe por vontade própria por acreditar que esta é uma opção ou a única solução. Acredita-
se que por trás dessa solução, há o "benefício" de poupar o sujeito de mais sofrimento
preservando certa "qualidade de vida". Já os argumentos contrários a Eutanásia, envolvem
desde a interferência de grupos e dogmas religiosos, até o código de ética da medicina. Neste
presente trabalho foi realizada uma reflexão teórica sobre o tema e um pouco do debates que
acontecem a respeito do assunto tanto.
Palavras Chave: Eutanásia, Qualidade de vida, Argumentos, Bioética
PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO NOS CURSOS DE MAGISTÉRIO DA REGIÃO
METROPOLITANA DE FLORIANÓPOLIS
ANA BRASIL DE OLIVEIRA
SILVANA ARLETE CARDOSO
NATIELEN PEIXE
105
SARA ENGEL VOIGT
Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos
Processo: Formativos e Educativos
RESUMO
A contribuição dos conteúdos de Psicologia à formação de educadores no Brasil tem sido de
grande relevância ao longo da história da profissionalização docente, não somente em cursos
superiores, como também em cursos de nível médio, denominados cursos de Magistério. Apesar
da LDBEN (Lei 9394/96) prever que até o ano de 2007 a formação de professores em nível médio
deveria extinguir-se, gradualmente, tais cursos ainda constituem uma realidade no Estado de
Santa Catarina. Mediante este cenário, o presente trabalho tem por objetivo apresentar os dados
obtidos em pesquisa realizada com a colaboração dos alunos do curso de Psicologia da UFSC,
integrantes do Programa Institucional de Incentivo à Docência (PIBID), no ano de 2015. O PIBID
Psicologia tem como campo de atuação, desde 2010, a disciplina de Psicologia da Educação do
curso de Magistério em uma escola estadual de Florianópolis. A pesquisa investigou as
condições em que se dá o ensino de Psicologia nas escolas estaduais que ofertam o curso de
Magistério, atualizando levantamentos realizados no ano 2000 e 2007. Observando-se a
permanência de vagas nos cursos de Magistério da rede pública na região metropolitana de
Florianópolis, mesmo após quase duas décadas de promulgação da lei, considerou-se relevante
a atualização do levantamento das condições do ensino de Psicologia nesta realidade. No ano
de 2015, cinco escolas estaduais na região em questão ofereceram o curso. Foram entrevistados
os professores das disciplinas de Psicologia atuantes nestas escolas, os quais responderam
questionário construído com o propósito de levantar seu perfil com relação à idade, sexo,
formação e atuação profissional. Além disso, também se obteve os planos de ensino utilizados
pelos mesmos nas disciplinas de Psicologia da Educação ofertadas em duas horas/aula na 3ª
série e uma hora/aula na 4ªsérie dos Cursos de Magistério. Os dados obtidos se encontram em
processo de análise, mas já é possível destacar a diminuição de escolas na região metropolitana
de Florianópolis que atualmente oferecem o referido Curso. As informações obtidas contribuirão
para a discussão e a reflexão acerca das condições de ensino de Psicologia nos cursos de
Magistério da rede pública estadual e, mais especificamente, na região metropolitana de
Florianópolis. Este estudo insere-se também como contribuição ao debate atual acerca da oferta
obrigatória dos cursos de licenciatura em Psicologia, conforme propõe as Diretrizes Nacionais
para os cursos de Psicologia a partir de 2011, tratando em especial da atuação do licenciado em
Psicologia junto à formação de professores.
ATUAÇÃO EM PREVENÇÃO AOS PROBLEMAS RELACIONADOS AO USO DE DROGAS
NO RIO GRANDE-RS E REGIÃO
LARA TORRADA PEREIRA
CRISTIANE BARROS MARCOS
106
CRISTINA TONDOLO
CRISTINE LUCILA SCHWENGBER
Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)
Processo: Terapêutico de indivíduos ou grupos
RESUMO
O Centro Regional de Estudos, Prevenção e Recuperação de Dependentes Químicos -
CENPRE, é um programa de extensão vinculado a Universidade Federal do Rio Grande – FURG.
Existente desde 1989 como um projeto de prevenção, teve suas atividades na área de tratamento
da dependência química iniciadas em 1999. Localiza-se no Hospital Universitário Dr. Miguel Riet
Corrêa Jr. - HU-FURG e busca acolher pessoas com a finalidade de prevenir e tratar os
problemas relacionados ao uso de substâncias psicoativas. Nesse sentido, o presente estudo
vem apresentar o trabalho realizado nesta instituição. A equipe conta com secretária, psicólogos,
assistentes sociais, consultor terapêutico e bolsistas estudantes de graduação de diferentes
cursos (Letras, Pedagogia, Medicina, Direito e Psicologia). A busca pelo serviço acontece,
principalmente, por encaminhamento de alguma instituição da rede (saúde, escolas, assistência
social), pela intervenção de algum familiar do paciente ou de forma espontânea. O procedimento
para o tratamento se estrutura em: acolhimento, encaminhamento para psicólogo ou serviço
social e grupos de apoio. São realizadas atividades com adultos, idosos e também adolescentes.
No que se refere à prevenção, destaca-se o projeto de prevenção primária e secundária “De Bem
com a Vida - DBV” que é específico para adolescentes oriundos de escolas públicas e projetos
sociais. O DBV, que está em sua 37º edição, tem como objetivo a conscientização quanto aos
possíveis problemas relativos ao uso de drogas e o desenvolvimento e fortalecimento de
habilidades, competências e atitudes positivas. São realizados 10 encontros semanais com
duração de 4 horas mediados por bolsistas e voluntários capacitados pelo CENPRE. A cada
encontro, de forma dinâmica e interativa, são abordados diferentes temas como sistemas
corporais, adolescência, mídia, bullying e projeto de vida, por exemplo. Na prevenção terciária,
são realizados encontros quinzenais, com duração de uma hora, destinado ao acompanhamento
de pacientes que já concluíram o seu tratamento. O objetivo desse grupo é propiciar um espaço
de reflexão que atue como suporte afim de evitar problemas relacionados ao uso de substâncias.
Para tanto, a cada encontro são trabalhados diferentes temáticas previamente estipuladas e os
participantes têm a oportunidade de fazer sugestões sobre quais temas gostariam de conversar
e trocar experiências. Além destes serviços, o CENPRE atende também a demandas específicas
da comunidade, como ações em empresas, palestras vinculadas à projetos escolares e
comunitários e intervenções em eventos esportivos e culturais. Entende-se que a continuidade e
ampliação de serviços no âmbito da prevenção e tratamento ao uso de drogas é fundamental,
uma vez que a demanda por este tipo de trabalho é permanente e diz respeito à saúde pública.
Além disso locais capacitados para atendimento especializado de maneira gratuita ainda estão
em expansão no Brasil e, por enquanto, evidenciam-se insuficientes para o tamanho da
demanda.
107
A TERAPIA COMUNITARIA INTEGRATIVA ENQUANTO TÉCNICA DE INTERVENÇÃO
SOCIAL EM SEGURANÇA PÚBLICA: O RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA EM DELEGACIA
ESPECIALIZADA
CLARISSA MOREIRA ENDERLE
Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)
Processo: Políticas Públicas e Sociais
RESUMO
Este trabalho pretende defender a utilização da Terapia Comunitária Integrativa (TCI) enquanto
técnica de intervenção social e comunitária, a ser utilizado pelo Psicólogo Policial Civil no interior
de delegacias especializadas. Para isso, será utilizado o relato da experiência da implantação
das rodas de TCI na DPCAMI (Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso)
de São José/SC, durante o ano de 2014. O objetivo precípuo do projeto foi o de contribuir para
a diminuição do fenômeno da violência, promovendo a pacificação das relações intra-familiares.
Com este trabalho pretende-se refletir sobre novas possibilidades de atuação do Psicólogo
Policial Civil em delegacias especializadas. A metodologia utilizada foi o relato de experiência,
no qual se descreve o processo de implantação das rodas, bem como o estudo de um caso, no
qual se acompanha a evolução pessoal de uma participante assídua durante as rodas de TCI. A
discussão foi realizada a partir dos feedbacks que os participantes emitiram na etapa de
encerramento, conforme registrado nas fichas preenchidas após o final de cada roda. As palavras
mais encontradas nos registros foram: justiça, fé, coragem, força, esperança, luz, desabafo, auto-
estima e confiança. Dentre os depoimentos, destacaram-se: -“eu vim aqui pensando que meu
problema era o maior que existia no mundo e vi que tem gente com problemas bem piores do
que o meu” (sic.) - “eu percebi que os outros só fazem com a gente aquilo que a gente permite e
que nós mulheres temos força”. (sic.) - “Eu aprendi aqui nessas rodas que eu não posso ter pena
dele, (sic.) As falas evidenciaram a percepção das mulheres de que não estão sozinhas em seu
sofrimento, mas inseridas em uma rede de apoio. Ao acompanhar-se o caso de Jamile,
participante assídua, foi possível acompanhar sua história de vida pregressa e atual, bem como
sua evolução durante os grupos. Os relatos demonstraram que a TCI pode ser um valioso
instrumento de intervenção social no sentido da promoção da autonomia. As mulheres, ao
ouvirem o depoimento uma das outras, deixam de verem a si mesmas como vítimas passivas da
violência para perceberem-se como capazes de autogerirem-se. Além disso, o grupo cumpre a
tarefa de prestar acolhimento e conforto, diminuindo o sofrimento psíquico. Foi possível perceber
que a maioria das participantes vinha em busca de auxílio e fortalecimento interno. A experiência
demonstrou que a técnica atua tanto preventivamente quanto de maneira terapêutica,
restaurando as fissuras que a violência é capaz de causar nas relações humanas.
108
Palavras-chaves – violência, gênero, delegacia
A PERCEPÇÃO DE ACADÊMICOS DOS CURSOS DE SISTEMAS DA INFORMAÇÃO E DA
PSICOLOGIA ACERCA DA INFLUÊNCIA DE JOGOS DIGITAIS VIOLENTOS SOBRE O
COMPORTAMENTO DE CRIANÇAS
LUCAS SCHWEITZER
ALINE ALFLEN SCHMITT
VANESA MONTAGNA
Eixo: A vida na era da Informação, comunicação e tecnologia
Processo: Comunicação
RESUMO
Tem sido emergente na Psicologia a discussão acerca das consequências dos jogos digitais
violentos no comportamento de crianças, especialmente pela atualidade da temática na
sociedade, com notícias em diferentes mídias que atribuem relações entre o realismo dos jogos
digitais violentos e o comportamento violento. Nesse sentido, a presente pesquisa buscou
contemplar tanto aqueles que, teoricamente, estão implicados no processo de desenvolvimento
dos jogos, como aqueles que atuam diretamente com o comportamento dos indivíduos, neste
caso, comparar a percepção de acadêmicos dos cursos de Sistemas da Informação e Psicologia
acerca da influência de jogos digitais violentos sobre o comportamento de crianças. Enquanto
método, a pesquisa, de caráter exploratório e abordagem quantitativa, selecionou para a coleta
de dados 20 estudantes das 8ª e 9ª fase do curso Sistemas da Informação e 20 estudantes das
6ª e 7ª fase do curso de Psicologia de uma universidade da Grande Florianópolis. Como
instrumento para coleta de dados, foi utilizado de um questionário construído pelos autores com
base nos objetivos e referencial teórico sobre o assunto. Enquanto resultados, os sujeitos dos
dois cursos discordam que os jogos digitais violentos sejam fatores determinantes para o
comportamento violento. No que se refere a possíveis consequências para o desemprenho
escolar das crianças, percebe-se que os acadêmicos do curso de Psicologia discordam que jogos
digitais violentos podem ser benéficos para o desempenho escolar e, em geral, concordam que
podem prejudicá-lo, enquanto os sujeitos do curso de Sistemas de Informação têm opiniões
divididas quanto aos jogos serem prejudiciais para o desempenho escolar, apesar de
considerarem que não são benéficos. Um dado relevante a ser apontado é que, quando os
acadêmicos dos dois cursos são questionados sobre a possibilidade de jogos digitais violentos
fazerem com que modifiquem o seu próprio comportamento, existe número significativo de
respostas concordando parcialmente com as informações. Dessa forma, pode ser percebido que,
quando se referem a si mesmos ou a pessoas em geral, a influência não se daria de forma tão
exacerbada, porém, quando os sujeitos passam a ser crianças, as percepções mudam, fazendo
com que boa parte dos sujeitos concordem que há uma influência. Além disso, quanto a
percepção dos acadêmicos pesquisados sobre a possibilidade de responsabilização sobre o
comportamento violento de crianças, apresentaram-se respostas com argumentos bastante
109
semelhantes entre os dois cursos, se pautando principalmente na importância do cuidado familiar
e das outras mediações que a criança tem em sua vida para que não ocorram comportamentos
violentos. Algo relevante a se constatar, com base nos dados colhidos, é que não se
demonstraram diferenças marcantes entre os dois cursos em diversos itens do instrumento,
indicando um caminho para novas pesquisas de modo a confrontar os dados com os obtidos por
esta pesquisa.
Palavras-Chave: Comportamento Violento, Jogos Digitais, Crianças, Sistemas da Informação,
Psicologia.
SINAIS E SINTOMAS DE COMPROMETIMENTOS PSICOLÓGICOS EM CRIANÇAS
VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA
DANIEL FRANZONI MAIORAL
Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)
Processo: Avaliação
RESUMO
A violência infantil tem mobilizado esforços de diferentes áreas do conhecimento para o
desenvolvimento de processos de diagnósticos mais acurados e eficientes, está é responsável
por uma crescente demanda de atendimento de crianças nos serviços públicos de saúde e de
atuação de profissionais que combatem este fenômeno (Abranches & Assis, 2011). A violência
contra a criança é praticada, entre muitas formas, pela omissão, supressão ou transgressão dos
seus direitos, que são definidos por normas culturais e convenções legais (Sociedade Brasileira
de Pediatria, 2001). Os efeitos da tortura, ódio, estupro, sedução, indiferença, privação de amor
e cuidado para com a criança são obstáculos devastadores a seu desenvolvimento, já que sua
estrutura e funcionamento psicológico ainda estão em formação (Bassols, Bergmann, Falceto, &
Mardini, 2011). As crianças que sofrem algum tipo de violência possuem mais probabilidade que
seus pares que não sofreram violência de apresentar atrasos em todas as esferas de seu
desenvolvimento (Bee & Boyd, 2011). Nesse sentido, torna-se relevante investigar as
repercussões da violência na vida da criança e no seu entorno familiar. O objetivo deste trabalho
foi identificar evidências de comprometimentos psicológicos em crianças vítimas de violência nos
informes psicológicos e caracterizar tais comprometimentos. Para isso foi usada uma
metodologia de pesquisa é de natureza descritiva, abordagem qualitativa e utiliza fonte de dados
documental. A realização desta pesquisa se deu a partir informes de 50 crianças, com idade
entre 8 meses a 17 anos, sendo 14 do sexo masculino e 36 do feminino. Esses informes fazem
parte de procedimentos que correram na Justiça de 2005 a 2012, em sete cidades do centro-
oeste catarinense. Esta pesquisa também se encontra dentre aquelas realizada após a
ocorrência de um fenômeno, no caso, a violência perpetrada contra a criança e suas possíveis
repercussões psicológicas e danos causados ao desenvolvimento mental, social e cognitivo da
criança.
110
PSICOTERAPIA E PESSOAS COM DEFICIÊNCIA: UM ENCONTRO ATRAVÉS DOS
REFERENCIAIS DA GESTALT-TERAPIA
ADRIANA BOLIS
ALINE DOS SANTOS LANER
Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos
Processo: Terapêutico de indivíduos ou grupos
RESUMO
Nos últimos anos, a atenção a pessoas com deficiência, historicamente marcada por
contradições, vem recebendo forte influência do Modelo Social da Deficiência, o qual se propõe
a compreender a deficiência na relação do sujeito com seu ambiente, problematizando assim as
barreiras presentes no meio social. Nesta perspectiva, segundo Silva (2010), a deficiência é um
conceito complexo que reconhece o corpo com lesão, mas que também denuncia a estrutura
social que oprime a pessoa com deficiência. Ao ser uma das ciências e profissões envolvidas na
atenção a pessoas com deficiência, faz-se importante que a Psicologia dialogue com essas
teorias, repensando suas práticas e problematizando a formação dos profissionais para atender
a esta demanda em suas especificidades. Neste trabalho, pretendemos refletir acerca das
contribuições deste modelo teórico para a prática clínica, especialmente da psicoterapia, fazendo
uso dos referenciais da Gestal-terapia – orientadores de nossa compreensão de homem e de
mundo. Nos referenciamos especialmente nas contribuições que a Gestalt-terapia proporciona
quanto a importância da relação com o mundo para a constituição subjetiva (ser em relação), as
funções de contato e a auto-regulação organísmica. Entretanto, compreendemos que esta é uma
problemática importante para o profissional de psicologia, independente da abordagem teórica
que o norteia. A atuação clínica requer o compromisso ético e político com o fazer em Psicologia,
assim as reflexões acerca das possibilidades de atendimento psicológico às pessoas com
deficiência devem se dar como contribuição à efetiva inclusão desta população nos diversos
espaços sociais inclusive nos de atenção à saúde, já que historicamente se concentram nas
instituições de cuidado e reabilitação, além de contribuir para que as barreiras atitudinais,
arquitetônicas e culturais diminuam cada vez mais. Um estudo prévio qualitativo, contando com
a entrevista de três psicólogas, psicoterapeutas de pessoas com deficiência, nos permitiu inferir
que, para além dos limites da lesão, o sofrimento psíquico que leva os sujeitos até a clínica são
fruto dos conflitos vivenciados por eles em sua relação com o meio social, conflitos estes que
estão diretamente relacionados à vivência das barreiras sociais, ou seja, da experiência da
deficiência (segundo o modelo social). De outra feita, propomos uma breve reflexão sobre as
barreiras que as pessoas com deficiência encontram ao buscar a psicoterapia, seja por meio dos
dispositivos informativos - geralmente visuais, como cartazes e cartões de visita, impróprios para
cegos, ou pessoas com baixa visão, de barreiras arquitetônicas - que limitam o acesso físico aos
consultórios e centros de saúde (ausência de rampas), ou da escassez de profissionais fluentes
em libras, por exemplo. É preciso assim, que a Psicologia, enquanto ciência e profissão,
111
contemple estas questões, tanto no campo profissional como científico e principalmente nos
cursos de formação de psicólogos, de forma a contribuir na efetiva inclusão das pessoas com
deficiência.
Palavras-chave: Psicoterapia, Pessoas Com Deficiência, Modelo Social da Deficiência, Gestalt-
terapia.
ATUAÇÃO DE PSICÓLOGOS NO INSTITUTO MÉDICOLEGAL DE FLORIANÓPOLIS
SANTA CATARINA
DANIEL FRANZONI MAIORAL
Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)
Processo: Trabalho
RESUMO
A prática e a inserção do Psicólogo na área de conhecimento específica da Psicologia Jurídica
tem ocorrido de forma gradativa no Brasil desde a regulamentação da profissão e da
normatização do que tange a intersecção desta área e da área do Direito, assim como a produção
acadêmica acerca derivadas desses domínios. O presente artigo provém da experiência em
estágio curricular final realizado no Instituto Médico Legal de Florianópolis/Santa Catarina
através do sistema de ênfases no curso de Psicologia da Universidade Federal de Santa
Catarina, este trabalho tem como principal objetivo elucidar a prática e as realizações de
Psicólogos no local desde a inauguração do setor de Psicologia, em 1987, ao encerramento de
suas atividades em 2015 devido à falta de abertura de novas vagas e a aposentadoria das
profissionais atuantes. Para tal, fez se uma explanação sobre o surgimento e desenvolvimento
da Psicologia Jurídica no Brasil e especialmente em Santa Catarina, suas atuações históricas e
processos de desenvolvimento técnico-cientifico, dificuldades e obstáculos encontrados.
Seguidamente discorrendo sobre as definições de perícia psicológica, laudos, sobre
peculiaridades de casos referentes a abuso sexual de crianças e adolescentes, violência contra
mulheres e crianças, aperfeiçoamento e características de atuação da Psicologia em Institutos
Médico Legais do Brasil visando a legalização da profissão Psicólogo Perito, além de
contextualizar os dados com marcos legais e históricos no mesmo período de tempo da
construção do cargo e do trabalho de perícia no mesmo Instituto, salientando por fim, a
importância do profissional de Psicologia e suas qualificações técnicas necessárias para atuar
no campo Jurídico e Forense na posição de perito oficial de acordo com a lei e ética do psicólogo,
em especial no atendimento e avaliação de crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual e
auxilio através da prática de avaliação psicológica e documentos oficiais, respondendo assim a
uma demanda que a justiça faz de uma atuação especializada e responsável.
UM PANORAMA ACERCA DO AUTISMO
FERNANDA WESSLER NEHRING
112
Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos
Processo: Formativos e Educativos
RESUMO
Nas últimas décadas, o aumento do número de diagnósticos e as inúmeras pesquisas em torno
do Autismo, tornaram-no um tema de extrema importância para diversas áreas do conhecimento,
inclusive para a Psicologia. O presente trabalho tem como objetivo a compreensão do que é o
Autismo e as contribuições da Psicologia para esta síndrome. Para isso, realizou-se uma busca
de artigos científicos disponíveis nas bases de dados eletrônicas SciELO e PePSIC, através da
busca com as palavras chave Psicologia e Autismo, e utilizou-se cinco artigos, publicados entre
2004 e 2014. O Autismo está incluído nos Transtornos Invasivos do Desenvolvimento (TID), e
segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, o DSM-5, é caracterizado
por déficits na interação social e na comunicação, por padrões de comportamento repetitivos e
estereotipados e por um repertório restrito de interesses e atividades. Sua etiologia ainda não foi
completamente descrita, mas são conhecidas algumas das alterações a nível cerebral que essa
síndrome provoca, e que sua origem tem forte componente genético, além de contribuições
significativas do contexto biológico e social. A síndrome tem início precoce, geralmente em torno
dos três anos de idade, e sua prevalência varia entre 40 e 130 casos á cada 100 mil indivíduos,
sendo quatro vezes mais comum no sexo masculino. A atuação na Psicologia, junto ao Autismo,
pode ser feita de diversas formas, dependendo do contexto específico que o psicólogo e o
indivíduo estão inseridos, e do grau de comprometimento das funções cognitivas que esse
indivíduo apresenta. O psicólogo pode atuar como investigador, pesquisador, no diagnóstico e
na avaliação. A psicoterapia pode ser individual, nas instituições ou na família. Quanto mais
precoce a intervenção, maiores as possibilidades de desenvolvimento do indivíduo autista. Junto
com uma equipe multiprofissional, o psicólogo busca ajudar o autista a adquirir um repertório
cognitivo e comportamental mais funcional, proporcionando uma melhora na qualidade de vida
do indivíduo e de sua família. Dessa forma, mesmo já havendo importantes conhecimentos sobre
o tema, ainda tornam-se fundamentais mais pesquisas sobre o Autismo, com intuito de conhecer
totalmente essa síndrome, e aprimorar a atuação da Psicologia na mesma, que está cada vez
mais presente em nosso contexto social e de trabalho.
Palavras-chave: Psicologia, Autismo, Transtorno.
PSICOLOGIA DO TRABALHO E GESTÃO PÚBLICA: DESAFIOS E POTENCIALIDADES
MARCELO SCHMITZ DOS SANTOS
KARIN BRUXEL
Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos
Processo: Trabalho
RESUMO
As atividades da psicologia em contextos de trabalho têm se ampliado, saindo dos espaços das
fábricas e grandes empresas, em direção a outras formas de intervenção. Dentre essas, a
113
realização do estágio acompanhado em Psicologia, Processos de Gestão e Trabalho do curso
de psicologia, na AMOSC: Associação dos Municípios do Oeste de Santa Catarina. Esta
associação agrega 21 municípios da região oeste de Santa Catarina. A demanda de capacitação
em Gestão de Pessoas para secretários e gestores das prefeituras ASSOCIADAS foi
apresentada pela AMOSC, ao curso de psicologia.O trabalho no serviço público possui algumas
especificidades, tais como os cargos comissionados, a estabilidade no emprego e a progressão
salarial independente da produtividade, que muitas vezes desencadeiam sentimentos de
injustiça e dificultam a boa condução das atividades. Frente a isso, muitas vezes implicar o
servidor público no exercício satisfatório de sua função torna-se um grande desafio para os
gestores. Outra dificuldade enfrentada é a falta de conhecimento técnico para o exercício das
funções, de alguns cargos comissionados. Para conhecimento do campo de estágio e
elaboração do projeto de capacitação, foi realizado no primeiro encontro, um LEVANTAMENTO
junto aos 35 participantes, de temáticas relacionadas à gestão de pessoas que gostariam que
fossem abordadas. Os resultados da pesquisa indicam que as principais dificuldades enfrentadas
no cotidiano de trabalho por estes gestores estão no que Dejours (1994) denomina Organização
do Trabalho. As temáticas específicas apontadas pelo grupo para a capacitação foram: Gestão
de Pessoas, Planejamento, Comunicação, Relações Interpessoais, Planos de Carreira,
Implicação com o Trabalho no Serviço Público. Essas temáticas serão trabalhadas em encontros
mensais, com duração de cerca de três horas cada, na sede da AMOSC. Os conteúdos teóricos
serão abordados de forma participativa e dialogada, buscando também a troca de experiências
entre os participantes. Este estágio junto a servidores públicos abre um novo campo de práticas
em Psicologia do Trabalho, produzindo novas demandas e estratégias contextualizadas de
intervenção. Palavras-chave: Gestão de Pessoas, Serviço Público, Psicologia do Trabalho.
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DO POLIAMOR PARA ESTUDANTES DO CURSO DE
PSICOLOGIA.
VANESSA IVO ROSA
Eixo: A vida na era da Informação, comunicação e tecnologia
Processo: Formativos e Educativos
RESUMO
O ser humano dedica grande parte da sua existência na busca pela satisfação e pela
compreensão de seus relacionamentos conjugais, uma vez que estes não tem sido considerados
plenos e satisfatórios como são culturalmente esperados. A percepção das relações conjugais
ao longo da história sofreram inúmeras mudanças e a sua representação atual está pautada
principalmente na sexualidade e no amor. Entretanto, este modelo de união conjugal com o qual
a sociedade atual está ambientada está passando por uma mudança em sua configuração. As
famílias atuais são compostas por casais homoafetivos, famílias monoparentais, assim como
uniões que permitem se configurar para além dos preceitos da monogamia. Novas relações
conjugais que vão além da manifestação do amor e do sexo entre um homem e uma mulher,
114
atualmente é possível (re)ver uniões que permitem não só atividades sexuais e amorosas fora
do contexto conjugal entre duas pessoas, como também conexões entre dois, três, quatro ou
mais parceiros ao mesmo tempo. Considerando isto, esta pesquisa teve por objetivo geral
identificar as Representações Sociais acerca do Poliamor para estudantes universitários do
curso de Psicologia de uma universidades do Sul de Santa Catarina. A fim de alcançar este
objetivo, um questionário com questões abertas e fechadas, foi elaborado e aplicado em alunos
da graduação do curso de Psicologia. Participaram da pesquisa 30 estudantes e os participantes
se encontravam entre a primeira e a última fase do curso, com idades entre 18 e 53 anos. O
instrumento utilizado foi composto por questões que recolheram características sócio-
demográficas do grupo além de questões que visavam acessar as Representações Sociais dos
participantes acerca do Poliamor. Como técnica para tratamento dos dados foram utilizados
recursos de estatística descritiva. Como principal resultado, vale registrar que grande parte dos
estudante tinha conhecimento do que se trata o Poliamor. Outro fator de destaque demonstrou
que muitos estudantes acreditam que o Poliamor é uma forma possível de se relacionar,
entretanto apenas uma minoria vê o Poliamor como uma forma possível de vivenciar suas
próprias relações amorosas. Também se evidencia que as Representações Sociais dos
estudantes trazem a liberdade, a cumplicidade o amor e o respeito como as palavras que mais
representam o Poliamor. Já as palavras ciúmes, traição e preconceito foram as palavras que
tiveram a menor incidência no que se refere à Representação Social do Poliamor. Apesar dos
resultados obtidos terem sido significativamente positivos, os estudantes demonstraram que o
conceito de Poliamor pode ser facilmente confundido com aspectos que não o representam.
DO MONTE CABURAÍ AO CHUÍ: AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE PESSOAS DE
DIFERENTES REGIÕES DO BRASIL ACERCA DA BISSEXUALIDADE
VANESSA IVO ROSA
CAROLINA BUNN BARTILOTTI
CAYO LOURAN ZAHLOUTH PEDROSO
Eixo: Vida Moderna, ambiente e sustentabilidade
Processo: Comunicação
RESUMO
As sexualidades humanas são vividas de diferentes formas dentro de contextos históricos e
sociedades diferentes, tendo hoje peculiaridades específicas para a sociedade que está sendo
construída na atualidade. A identidade de pessoas que se relacionam com ambos os sexos se
constitui também e principalmente através do processo de construção social das sexualidades.
Por conseguinte, tem se percebido que a aceitação da flexibilidade sexual de uma pessoa que
se identifique como bissexual tem se apresentado como um desafio. Considerando isso, esta
pesquisa teve por objetivo comparar as Representações Sociais acerca da bissexualidade de
estudantes universitários do Norte/Nordeste com as Representações Sociais de alunos de
115
universidades do Sul/Sudeste. A fim de alcançar este objetivo, um questionário fechado foi
produzido e encaminhado via Google Docs para alunos de graduação, com idade entre 18 e 30
anos, de universidades públicas e privadas. O instrumento utilizado foi composto por questões
que recolhem as características sócio-demográficas e questões que visavam acessar as
Representações Sociais dos participantes. Participaram da pesquisa 1.996 estudantes de
Universidades Públicas e Privadas do Norte, Nordeste, Sul e Sudeste do Brasil. Como técnica
para tratamento dos dados foram utilizados recursos de estatística descritiva e testes
comparativos utilizando teste t para amostras independentes. Como principal resultado, se
evidencia que a percepção dos estudantes do Norte e Nordeste sobre a bissexualidade é
diferente da percepção dos estudantes da região Sul e Sudeste, sendo os estudantes do Norte
e Nordeste que apresentam maior resistência em relação a reconhecer a bissexualidade
enquanto identidade possível e menos discriminada socialmente. Do Monte Caburaí ao Chuí
existe muita diversidade. Diferenças sociais, culturais, estruturais e, certamente de acesso a
informação, educação e saúde. Apesar de metodologicamente esta pesquisa apresentar um
recorte de população e trabalhar somente com alunos universitários, todas as diferenças sociais
certamente permeiam a vida e a construção das Representações Sociais dos alunos moradores,
tanto no N/N, quanto no S/S.
PRÁTICAS E PRODUÇÃO DE SENTIDOS NO COTIDIANO DE TRABALHO DE
TRABALHADORAS DOMÉSTICAS SEM VÍNCULO FORMAL
NIKOLE FERNANDES
MARIA CHALFIN COUTINHO
MARCELO AUGUSTO DE MORAIS
TIELLY ROSADO MADERS
Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos
Processo: Trabalho
RESUMO
Este estudo é parte do projeto universal “Práticas e produção de sentidos no cotidiano de
trabalho”, o qual busca compreender o cotidiano de trabalhadoras inseridas no setor de serviços
domésticos sobre o prisma da psicologia social do trabalho. A presente pesquisa, de abordagem
qualitativa, objetivou investigar os sentidos e significados construídos no cotidiano de
trabalhadoras domésticas sem vínculo formal da Grande Florianópolis/SC. Foram realizadas
entrevistas recorrentes com três diaristas, a partir de um roteiro semi-estruturado, produções
imagéticas e a técnica da agenda colorida. A análise das informações se deu por meio dos
Núcleos de Significação, em que ao final das leituras foram formados os seguintes núcleos:
vivências no trabalho, gestão da vida cotidiana e trabalho, projetos e trajetórias laborais e
educacionais. Quanto a trajetória das trabalhadoras, constatou-se que elas iniciaram as
116
atividades laborais muito cedo para contribuir com a renda familiar, iniciando no trabalho
doméstico junto com a mãe, por necessidade e baixo grau de escolaridade. Na gestão da vida
cotidiana e trabalho observou-se que a vida cotidiana é delineada a partir de acordos realizados
entre patroas-empregadas, acerca dos dias, horários e processo de trabalho. O tempo que sobra
entre esses acertos e encaixes, que ocorrem semanalmente, é utilizado para o trabalho
doméstico não remunerado, realizado em suas próprias casas e, após isso, o lazer. No núcleo
vivências no trabalho observou-se as relações pessoais e os afetos que permeiam o ambiente
de trabalho, gerando um forte vínculo com os patrões, ressaltado nas falas das entrevistadas.
Também nesse núcleo apresentou-se a vivência do trabalho doméstico como desgastante e
árduo, tanto físico como emocionalmente. Quanto aos projetos, estes incluem voltar a estudar e
trabalhar em outro setor de serviços, também estão ligados ao futuro dos filhos, e o desejo de
que estes estudem e obtenham nível superior.
Palavras chave: Trabalho, sentidos, serviços domésticos, trabalho informal
MAPEAMENTO DE BARREIRAS DE UMA PESSOA COM DEFICIÊNCIA VISUAL EM CASA
NOTURNA DE FLORIANÓPOLIS
CARLOS OTÁVIO DE SOUZA
AUGUSTO CÉSAR DECKER
MARIANA DIAS TEIXEIRA
Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos
Processo: Políticas Públicas e Sociais
RESUMO
Segundo dispõe o art. 1º da Lei 10.406 do Código Civil “Toda pessoa é capaz de direitos e
deveres na ordem civil”. No entanto, no que diz respeito aos direitos das pessoas com deficiência,
por conta de um projeto político de sociedade excludente e historicamente consolidado, mostrou-
se necessário o desenvolvimento de políticas e práticas inclusivas. Em forma de relato neste
trabalho foi demonstrada uma experiência de campo vivida por alguns alunos que frequentaram
uma casa noturna em Florianópolis. Um dos alunos interpretou o papel de uma pessoa com
deficiência visual com o objetivo de mapear as possíveis barreiras que pode viver este sujeito
caso ele(a) queira sair a noite como forma de lazer. Sobre a deficiência visual Bruno (1999)
escreve que o conceito de deficiência visual envolve dois grupos distintos: cegueira e baixa visão
(congênita ou adquirida), ou visão subnormal, como é mais conhecida em nosso meio. A cegueira
consiste na perda total da visão em ambos os olhos ou percepção luminosa e, o Código
Internacional das Doenças (CID) considera a acuidade visual inferior a 0.05 ou campo visual
inferior a 10 graus. A pessoa cega não utiliza recurso visual algum; diferencia o claro do escuro
117
sem que, no entanto, consiga visualizar qualquer tipo de vulto. Nestes casos, a bengala é
essencial para a locomoção.
A baixa visão é o comprometimento visual em ambos os olhos, mesmo após tratamento e ou
correção de erros refracionais comuns, com acuidade visual inferior a 20/70 (0,3) e ou restrição
de campo visual que interfira na execução de tarefas visuais. As pessoas com baixa visão ou
visão subnormal fazem uso de resíduos visuais como contrastes de mesas, cadeiras e chão para
orientação e mobilidade, podendo não necessitar da bengala. Todavia, assim como os cegos,
não consegue ler e está impossibilitado de dirigir, por exemplo. A partir da experiência, e com o
apoio teórico da disciplina de psicologia e pessoas com deficiência ministrada no departamento
de psicologia da UFSC, foi possível realizar discussões a respeito de que tipo de barreiras tende
a enfrentar uma Pessoa com deficiência, sejam elas atitudinais ou arquitetônicas. No que diz
respeito às pessoas com deficiência visual, o que vimos através da vivência nesta casa noturna
de Florianópolis foi que persistem diversas barreiras arquitetônicas e atitudinais: o local não
oferecia estrutura física para que uma pessoa com esta condição pudesse usufruir com
segurança e autonomia da festa, pois não eram oferecidas condições para que uma pessoa com
deficiência visual pudesse orientar-se no ambiente, seja pelo fato de não haver pisos táteis, uma
escada ou banheiro adaptados; tampouco oferecia cardápio em Braile, ou seja, todos os seus
recursos não consideravam, ou mesmo ignoravam, a possibilidade de bem atender toda a
diversidade de clientes da casa.
Palavras-chave: Pessoa com deficiência, Barreiras, Relato, Deficiência Visual
A CONSTRUÇÃO DAS RELAÇÕES SOCIAIS SOBRE A PERSPECTIVA DE ARTISTAS
CIRCENCES
ITAMARA SCARIOT BRUTSCHER
ANGELA MARIA BAVARESCO
MICHELI CARLA BORTOLOTTI
Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos
Processo: Grupais e de Mobilização Social
RESUMO
O circo vive em constante mudança, nessa sua constante mobilidade vários contatos, laços e
comunicações são criados. Diante disto, o presente estudo abordou questões referentes a
artistas circenses, face à mobilidade e itinerância dos profissionais do circo, analisando suas
relações sociais. Não podemos esquecer que esses artistas têm sentimentos, porém sua vida
foge de um contexto que se julgue habitual, devido ao tempo em que ficam em cada local, o circo
vive em constante mudança, um povo nômade, que busca renda por meio de suas
apresentações artísticas. Dessa maneira se dirige uma visão a esses indivíduos que participam
e também constituem nossa sociedade, e que em sua itinerância são seres sociais. Utilizando
para tal o método qualitativo, seguindo o modelo de análise de conteúdo de Bardin (2000). Por
meio da análise das entrevistas realizadas, constatou-se que independente do modo de vida, da
118
cultura, dos costumes e do local onde se está inserido, as relações sociais se manifestam, se
constroem e desconstroem, como um processo natural da vida humana. Artistas circenses, de
um modo geral são pessoas com facilidade de comunicação, sendo está facilitada pela diferença,
pela curiosidade, ser artista circense é ser sempre artista, seja fora ou dentro do circo, portanto,
ser diferente faz parte de sua identidade, o que funciona como alavanca nos contatos sociais.
Existem sim barreiras na construção destes relacionamentos, o preconceito, a aceitação e a
distância. Porém, a vida nômade aliada às tecnologias, aos diferentes meios de comunicação
geram amizades e relações concretas e de longo prazo. A multiplicidade de recursos
tecnológicos ampliou também para os circos as alternativas de sociabilidade e comunicação.
Fica claro que as construções das relações sociais se sobrepõem a certas limitações, e que o
ser humano é um ser social, capaz de criar maneiras e ser flexível na formação e
estabelecimento de seus relacionamentos.
PALAVRAS CHAVES: Circo. Artista circense. Relações sociais.
PSICOLOGIA NA DOENÇA DE PARKINSON: UMA DEMANDA EM POTENCIAL PARA A
ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NA OTIMIZAÇÃO DO COTIDIANO DOS ACOMETIDOS
SOFIA CIESLAK ZIMATH
NAYARA CAMARGO MASSI
FRANCIELE MACEDO HOS
ANNE CAROLINE DA SILVA
TACILA MARIA SAMBATI
Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)
Processo: Avaliação
RESUMO
Este trabalho traz uma reflexão sobre a demanda dos conflitos emocionais sofridos pelos
pacientes com a Doença de Parkinson (DP). Essa doença atinge principalmente pessoas com
idade acima de 60 anos, sendo caracterizada por sua ação crônica e progressiva, resultante da
morte dos neurônios motores da substância negra, o que gera distúrbios motores e disfunções
de postura. O objetivo foi o de confirmar a importância do trabalho do psicólogo junto a estes
pacientes, os quais mostram comorbidades e déficits físicos decorrentes da mesma. MÉTODO:
Para a pesquisa foi realizado um levantamento de dados com 08 parkinsonianos voluntários,
antigos frequentadores da Associação Joinville dos Portadores de Parkinson (AJPP). Eles foram
submetidos a uma entrevista inicial, posteriormente foi aplicada a Escala de Depressão de Beck
(BDI) e da Parkinson’s Disease Quality of Life Questionnaire Versão Brasileira (PDQL-BR), os
quais serviram de respaldo científico para o pressuposto inicial de que a necessidade do trabalho
do psicólogo, para com esse grupo, é de extrema relevância. RESULTADOS: A partir destes
dados, pode-se concluir que os escores dos sintomas parkinsonianos variaram entre 27 e 51;
nos sintomas sistêmicos verificou-se uma variação entre 14 e 28; na função social a variação foi
de 17 a 31; e as funções emocionais foi de 14 a 32. Nos resultados de aplicação do PDQL-BR
119
verifica-se que os sintomas parkinsonianos são os que mais estão em evidência, em relação a
interferência na qualidade de vida do indivíduo com DP. Pode-se verificar que 5 sujeitos
apresentaram, segundo o BDI, indícios de uma depressão moderada, enquanto 2 apresentaram
indícios de depressão leve e apenas 1 apresentou indícios de uma depressão grave. Identificou-
se, principalmente, a real existência da demanda de atuação do psicólogo para com os pacientes
de DP, bem como a sua relevância para a melhoria da qualidade de vida dos acometidos em
Joinville. Assim, é possível sugerir tratamento com uma equipe multiprofissional, englobando
fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, entre outros, pois, a doença de
Parkinson é degenerativa e, como não possui uma cura, necessita de estratégias que propiciem
melhores condições para o indivíduo.
Palavras-chave: doença de Parkinson, qualidade de vida, depressão, psicologia
PRÁTICAS E PRODUÇÃO DE SENTIDOS NO COTIDIANO DE TRABALHADORAS
DOMÉSTICAS COM VÍNCULO FORMAL DE TRABALHO DO MUNICÍPIO DE
FLORIANÓPOLIS/SC.
MARCELO AUGUSTO DE MORAIS
MARIA CHALFIN COUTINHO
NIKOLE FERNANDES
TIELLY ROSADO MADERS
Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos
Processo: Trabalho
RESUMO
O trabalho doméstico, uma modalidade de trabalho assalariado bastante antiga, tem sido alvo
de recentes regulamentações trabalhistas. Contrapondo a informalidade de alguns contingentes
do mundo do trabalho contemporâneo, as práticas do trabalho doméstico tem se caracterizado
pela formalização do vínculo de trabalho. Ademais, situado no âmbito do setor de serviços, o
trabalho doméstico se caracteriza pelo predomínio de mão de obra feminina e pelo servilismo
das relações de trabalho. Parte integrante do projeto intitulado ‘Práticas e produção de sentidos
no cotidiano de trabalho’, essa pesquisa se insere no âmbito do trabalho contemporâneo e teve
como enfoque o trabalhador doméstico com vínculo formal de trabalho. A pesquisa teve como
objetivo investigar as práticas possíveis e os sentidos do trabalho produzidos no cotidiano de
trabalhadores de serviços domésticos no município de Florianópolis/SC. Para tanto, ao tratar-se
de uma pesquisa de natureza qualitativa, o levantamento de informações foi realizado por meio
de entrevistas recorrentes e semi-estruturadas. As informações foram obtidas através de três
entrevistadas. Como ferramentas complementares de levantamento de informações, utilizou-se
a técnica da agenda colorida e a produção de imagens acerca do cotidiano de trabalho das
entrevistadas. A análise das informações foi baseada nos Núcleos de Significação. A partir de
leituras e reflexões das entrevistas transcritas identificou-se quatro Núcleos: Trajetórias laborais
e educacionais, Gestão da vida cotidiana e trabalho, Vivências no trabalho e Projetos. Os
120
resultados levantaram questões como: a naturalidade do trabalho doméstico como atributo
feminino, a consolidação do vínculo formal de trabalho perante a onda de novas
regulamentações do emprego doméstico, a dupla jornada de trabalho e o afeto como substrato
da relação entre patroas e empregadas. Embora, o vínculo formal de trabalho seja uma realidade,
não obstante, o trabalho doméstico remunerado sem vínculo formal foi observado como
possibilidade complementar de renda.
Palavras-chave: Serviços domésticos, Sentidos do Trabalho, Cotidiano, Vínculo Formal
A INFORMALIDADE NO TRABALHO: REFLEXÕES SOBRE SUA DEFINIÇÃO NO CAMPO
DA PSICOLOGIA E SEU RECONHECIMENTO ENQUANTO FORMA LEGÍTIMA DE
TRABALHO
LUCAS SCHWEITZER
SUZANA DA ROSA TOLFO
JÚLIA GONÇALVES
Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos
Processo: Trabalho
RESUMO
O mundo do trabalho está diante de uma realidade em que formas de reestruturação se
intensificaram, com o desemprego, flexibilização e precarização das relações de trabalho. Esse
cenário demarca a necessidade de novos modos de trabalhar e de se inserir no mercado de
trabalho. Atualmente, convivem e até se ampliam as ocupações informais, em que parte a
população passa a encontrar fonte de renda em variadas formas de trabalho autônomo,
ambulante, temporário, irregular e precário (COSTA, 2010; COUTINHO, BORGES, GRAF,
SILVA, 2013). Partindo desses pressupostos, o presente trabalho buscou compreender a forma
como a informalidade vêm sendo retratada na Psicologia, especialmente no que se refere a sua
definição e importância de reconhecimento enquanto forma de trabalho, com base no acesso a
literatura especializada no assunto. Quanto a sua conceituação, a “informalidade” historicamente
remete a uma forma de atividade laboral distinta da atividade de emprego formal característico
do contexto capitalista, que costuma aparecer em contraposição ao emprego formal (COUTINHO
et al, 2013). Atualmente, ainda é compreendida como desqualificada e ilegítima, com ônus para
a atuação profissional/social dos trabalhadores (ORGANISTA, 2006; CAMPOS, 2005). Isso
suscita a noção de que os mercados e os contratos de trabalho "informais" têm sido percebidos
no Brasil como problemas econômicos e sociais, que representam rupturas com um padrão
contratual praticamente único, que é o contrato "formal”. Três fontes de interpretação são
possíveis sobre informalidade para Noronha (2003): a dualidade formal/informal é característica
das interpretações económicas; os juristas analisam a questão da perspectiva do par legal/ilegal
e; a população, em decorrência das visões de economistas e juristas (entre outras), classifica os
empregos como justos ou injustos. Todas essas interpretações apresentam a relação entre
trabalho formal e informal de modo binário, em que a informalidade estaria sempre associada ao
121
polo negativo, sendo ilegal e injusto (NORONHA, 2003). Parte-se do pressuposto de uma
informalidade que surge no bojo do capitalismo vigente, com estratégias cotidianas de fazer, “se
virar” nos desafios impostos pela atividade, em uma organização social excludente, indiferente,
e que leva à invisibilidade dos trabalhadores informais. Considerando os elementos expostos,
inda que entendendo as peculiaridades das formas de trabalho informal, é importante contribuir
para o reconhecimento de sua existência, dando a ele não apenas o status de oposto do trabalho
assalariado ou enquanto versão negativa do trabalho formal. Ao contrário, merece ser visto como
forma legítima de trabalho que pode ser apreendida em sua positividade para que, assim,
possam ser oferecidos elementos para a proteção social que lhe falta. É necessário o
entendimento da informalidade não apenas como polo negativo e oposto a formalidade, sempre
compreendendo a forma como suas particularidades levam a diferentes produções de sentidos
(SATO, 2011; BENDASSOLLI, 2015).
Palavras-Chave: Informalidade; Psicologia; Trabalhadores Informais; Produção de Sentidos.
NÍVEL DE SATISFAÇÃO DOS ACADÊMICOS DO SEGUNDO ANO DO CURSO DE
PSICOLOGIA EM RELAÇÃO À ESCOLHA PROFISSIONAL
SOFIA CIESLAK ZIMATH
JÉSSICA KAROLINA RODRIGUES
GISLAINE ALVES FLADZINSKI
CAMILA SAFANELLI
Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)
Processo: Avaliação
RESUMO
Identificar o nível de satisfação dos acadêmicos do segundo ano do curso de Psicologia, em
relação à escolha profissional, e constatar se estas correspondem às expectativas iniciais. Esta
pesquisa esclarecerá algumas questões referentes ao perfil demográfico dos acadêmicos de
Psicologia, a dúvida existente no momento da escolha, que sempre estará sujeita a mudanças,
os fatores que influenciam a escolha profissional, a maturidade envolvida neste processo, como
também as expectativas para o ingresso no mercado de trabalho após a conclusão do curso.
MÉTODO: O tipo de pesquisa realizada está caracterizado como uma pesquisa de campo, a
realização contou com a aplicação de questionários com perguntas fechadas e semiabertas e a
amostra foi constituída por 28 acadêmicos, dos turnos matutino e noturno, que cursavam o
segundo ano do curso de Psicologia. O projeto foi submetido a aprovação do Comitê de Ética
em Pesquisa da Universidade sendo considerado aprovado.
RESULTADOS: Dos participantes 82% eram do sexo feminino, sendo o intervalo da idade entre
18 e 20 anos para 57% da amostra. A grande maioria (82%) indicou que que possuem algum
tipo de vínculo trabalhista, seja ele formal, estágio ou informal, sendo que apenas 35% da
amostra tem um trabalho relacionado à Psicologia. Com relação à escolha desta profissão, 39%
apontou estar segura e 18% muito segura. Obteve-se um percentual mais elevado em relação à
122
satisfação da escolha da profissão de psicólogo, estando satisfeitos (53%0 e muito satisfeitos
(25%). O fator que mais influenciou no momento da escolha foi o psicológico, pelo fato do curso
estar dentro da área de ciências humanas e, também, pelos participantes considerarem que
possuem habilidades e competências pessoais compatíveis com o curso. Ficou evidente o
quanto é essencial o primeiro ano letivo dentro da universidade, pois amplia o conhecimento que
o ingressante tem sobre a profissão, o que o possibilita ter uma maior segurança sobre sua
escolha profissional.
Palavras-chave: Satisfação, Escolha Profissional, Psicologia
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE IDOSOS SOBRE A SEXUALIDADE E O AMOR NA
CONTEMPORANEIDADE.
PRISCILA MACHADO
Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos
Processo: Trabalho
RESUMO
O aumento do número de idosos tem despertado o interesse de várias áreas do conhecimento,
principalmente da área da saúde. Junto a isso desperta-se o interesse em estudar o processo
de envelhecimento, incluindo as temáticas sexualidade e amor, que são compreendidas como
constituição biológica, psicológica e social do indivíduo. Diante disso, o estudo teve como objetivo
principal compreender as representações sociais de idosos sobre a sexualidade e o amor na
contemporaneidade. Dessa forma buscou-se identificar a representação social sobre a
sexualidade; identificar a representação social sobre o amor e, identificar a relação estabelecida
entre amor e sexualidade. Como método de estudo foi realizada uma pesquisa de campo com
idosos participantes de um projeto de extensão de uma Universidade de Palhoça/SC. Trata-se
de uma pesquisa exploratória de natureza qualitativa, delineada como estudo de campo. Os
dados foram coletados por meio de entrevista semiestruturada com cinco idosos e as
informações coletadas foram submetidas a análise de conteúdo baseada na teoria de Bardin. Os
resultados apontaram que o amor é um sentimento que está presente num ato de doação e
liberdade entre os indivíduos, mas pode ser expressado numa relação entre ser humano e outros
seres vivos. Para outros entrevistados o amor somente se apresenta na relação materna, e que
possibilita a proteção e cura do filho amado. A sexualidade é representada com a conversa sobre
o sexo, companheirismo, constituinte na relação entre duas pessoas, num ato de carinho e que
promove a união entre dois indivíduos. Outros compreendem a sexualidade com um aspecto que
é o sinônimo de sexo, que ora é complemento do amor e momentos de trocas de caricias, e ora
é somente o ato sexual. Assim sendo, conclui-se que o amor e a sexualidade para os idosos
estão relacionados a um ato de doação, carinho e companheirismo entre os indivíduos, que está
além do ato sexual e do prazer.
Palavras-chave: Representações Sociais, Idosos, Sexualidade, Amor.
123
O PSICODRAMA E O ATENDIMENTO AOS AUTORES DE VIOLÊNCIA SEXUAL
JAQUELINE VANESSA MIRANDA
MICHELA DA ROCHA IOP
ALINE MARQUES
RAQUEL REIF
Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)
Processo: Formativos e Educativos
RESUMO
O presente trabalho é resultado de uma apresentação de seminário realizada em sala de aula
na disciplina de Psicodrama, com base em um artigo de Mônica Barcellos Café e Nilton do
Nascimento, intitulado “O Psicodrama e o Atendimento aos Autores de Violência Sexual”,
publicado na Revista Brasileira de Psicodrama, volume 20, número 2, do ano de 2012. O principal
objetivo desse trabalho é ressaltar a importância do Psicodrama, por meio de sua teoria e
técnicas, como abordagem teórica capaz de amparar profissionais da Psicologia no atendimento
de sujeitos presos em decorrência de violência sexual cometida contra crianças e adolescentes.
O método empregado foi a leitura e compreensão do artigo através da articulação entre este
material, os conteúdos ministrados e os debates realizados na disciplina de Psicodrama ao longo
do primeiro semestre de 2014. O artigo trouxe que os atendimentos psicoterapêuticos foram
realizados na penitenciária Odenir Guimarães localizada no estado de Goiás, por uma dupla de
acadêmicos de Psicologia, os quais selecionaram seis indivíduos entre 21 e 59 anos para
participarem do projeto, a partir de critérios como: grau de parentesco com a vítima ou não;
vítimas meninos ou meninas; condenados por apenas um caso ou por mais de um; se
provocaram a morte da vítima ou não; etc. Durante esse processo os mecanismos de atuação
do Psicodrama permitiram aos autores de violência sexual tomarem consciência dos seus
comportamentos disfuncionais e adquirir capacidade de evitá-los, gerando mudanças
significativas em suas vidas. Sobre os resultados obtidos destaca-se que houve oportunidade
destes sujeitos exporem seus problemas e, dessa forma, receberem ajuda e preparação para
melhor enfrentá-los, bem como a melhora na qualidade de vida deles e a possibilidade de inseri-
los novamente no convívio social sem causar-lhes danos ou às demais pessoas a sua volta. Por
meio das reflexões provenientes da realização desta atividade em sala de aula, foi possível
reconhecer a abrangência do Psicodrama nas mais diversas áreas de atuação da Psicologia,
inclusive em casos tão delicados e com um público bem específico, como os mencionados neste
trabalho, oportunizando-lhes a reconstrução e ressignificação de suas vidas.
Palavras-Chave: Psicodrama. Atendimento psicológico. Autores de violência sexual.
124
O TRABALHO DESENVOLVIDO PELA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA:
APONTAMENTOS TEÓRICOS
LUCAS SCHWEITZER
SUZANA DA ROSA TOLFO
Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos
Processo: Trabalho
RESUMO
Partindo do pressuposto de centralidade do trabalho e compreendendo que é no ambiente de
trabalho que o sujeito vivenciaria a concretude de alguns valores coletivos, o presente trabalho
objetivou identificar a forma como o trabalho desenvolvido pela população em situação de rua
vêm sendo retratado na literatura especializada no assunto, em especial no campo da Psicologia
Social do Trabalho. Para essa discussão, há a necessidade de reconhecer o trabalho enquanto
função constituinte da vida subjetiva e do vínculo social, sendo que não estar trabalhando pode
significar não estar integrado a realidade social. No atual contexto do mundo do trabalho, “cair
na rua” tem sido a única alternativa de sobrevivência de pessoas que perderam o emprego,
elemento que ressalta a necessidade de se pensar na importância e sentido do trabalho para a
vida dessas pessoas, principalmente ao considerar que o aumento crescente do desemprego
tem como decorrência um crescimento substancial da população em situação de rua (GHIRARDI,
2005). Dessa forma, ainda que a literatura aponte uma conturbada relação da população em
situação de rua com o mundo do trabalho, bem como uma representação social que as relaciona
a sujeira, loucura, a falta de “qualificações morais e profissionais” ou a “preguiça” (MATTOS,
FERREIRA, 2004; SNOW, ANDERSON, 1998), o vínculo desta população com o trabalho pode
ser demonstrado ao se considerar dados apontando que 70,9% deste grupo exerce atividades
remuneradas (BRASIL, 2008). Destes, apenas 9% dos sujeitos possuem carteira assinada,
restando-lhes atividades marginais, bicos e pequenas ocupações como alternativa de
sobrevivência (BARROS, 2015), o que indica uma constante presença de trabalho informal, mas
não de emprego, que, relacionado a invisibilidade social recorrente a estes sujeitos, acaba
gerando uma ausência de reconhecimento de existência e uma impossibilidade de encontrar um
lugar social (HELOANI, 2015). Ao se realizar estudos com as pessoas em situação de rua,
acessa-se uma população marcada por diversas identidades/papéis destituídas, em paralelo a
falta de reconhecimento na realidade social, ou seja, trata-se de uma questão de uma falta de
pertencimento que se relacionada a um sofrimento ético-político (SAWAIA, 1999) e a exclusão
social (BARROS, 2015). Em linhas gerais, para a população de rua, seja na ausência de trabalho
formal, na presença de trabalho informal ou ao considerar a própria vida na rua, chega-se a
exclusão que vem por diferentes caminhos e que, por vezes, se associam ao contexto do trabalho
na atualidade, marcado pela instabilidade, informalidade e a presença do desempenho estrutural.
PSICOLOGIA NA SAÚDE PÚBLICA: UMA INTERFACE ENTRE FORMAÇÃO E ATUAÇÃO
ALINE MARQUES
125
MICHELA DA ROCHA IOP
JAQUELINE VANESSA MIRANDA
RAQUEL REIF
Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos
Processo: Políticas Públicas e Sociais
RESUMO
Atualmente o campo da saúde apresenta novas possibilidades de atuação, exigindo um suporte
teórico capaz de abarcar esse espaço, que no Brasil ainda se mostra recente. Neste cenário a
Psicologia busca cada vez mais firmar-se e consolidar-se. Diante disto, este estudo visa a
problematização de questões teóricas e práticas concernentes a uma experiência de estágio em
uma Estratégia de Saúda da Família (ESF) no município de Ituporanga em Santa Catarina. A
atividade desenvolvida neste estágio compreendeu a triagem para o serviço de Psicologia
através de entrevista semi estruturada, realizada uma vez por semana, durante um período de
seis meses, entre outubro de 2014 e março de 2015, perfazendo um total de 72 horas. Espera-
se com este trabalho refletir o manejo da Psicologia no que se refere ao trabalho no Sistema
Único de Sáude – SUS, por meio de discussões sobre as dificuldades enfrentadas no dia-a-dia
da clínica psicológica no âmbito dos serviços públicos de saúde, procurando argumentar a
importância do debate sobre a prática psicológica ensinada nas academias em confronto com a
realidade das instituições públicas. O método empregado foi a leitura e compreensão de artigos
acadêmicos encontrados nas bases SciELO e PePSIC através de combinações como Saúde
Pública, Psicologia, Saúde Coletiva, e Psicologia da Saúde, além da articulação entre esta
revisão bibliográfica e a prática vivenciada na ESF descrita acima. Com relação aos resultados
obtidos verificou-se a necessidade de fortalecimento técnico e teórico das matrizes curriculares
dos cursos de formação em Psicologia, para que os mesmos sejam capazes de subsidiar a
atuação do psicólogo na saúde pública. Propõe-se, também, o questionamento do modelo de
atuação, onde os pressupostos epistemológicos estão voltados para a prática clínica de caráter
elitista, com predominância de uma visão individualista e psicologizante dos problemas sociais.
Dessa forma, compreende-se a importância de um novo olhar sobre o ser humano e sobre o
processo de saúde-doença, a partir da valorização da proposta de trabalho do SUS, que favorece
a atuação com base nos princípios de saúde coletiva.
Palavras-Chave: Psicologia da Saúde; Saúde Pública; Estágio; Capacitação profissional.
DA CATEGORIA DE BASE AO PROFISSIONAL: A CONSTITUIÇÃO DO EU DOS
JOGADORES DE FUTEBOL
MISAEL SZYTKO
MARIA CAROLINA DA SILVEIRA MOESCH
EDUARDA MORO
Eixo: A vida na era da Informação, comunicação e tecnologia
126
Processo: Grupais e de Mobilização Social
RESUMO
O futebol acabou atravessando as fronteiras e os laços dos países, atingindo uma dimensão
global a qual o possibilitou fincar suas raízes mundo a fora sendo um dos esportes mais
praticados no mundo. Com relação ao Brasil, o futebol é o esporte mais popular do país e é
praticado por diferentes classes sociais e faixas etárias. A relevância deste esporte no cenário
brasileiro ganhou tanta proporção, que o Brasil é considerado por muitos como o “país do
futebol”. Contudo, no decorrer dos anos, pelas inúmeras transformações ocorridas na sociedade,
até mesmo esse esporte passou e vem passando por modificações, principalmente, na maneira
das pessoas relacionarem-se com o futebol. Baseado nesse cenário de transformações, a
presente pesquisa realizada teve como objetivo principal compreender quais e como os
processos subjetivos produzem sentidos na constituição do eu, de um jogador da categoria base
e de um jogador profissional. A pesquisa aconteceu na Associação Chapecoense de Futebol, na
cidade de Chapecó-SC. Além do seu objetivo principal, a pesquisa buscou mapear por meio da
cartografia e da fotografia como se dá o trajeto de um jogador da categoria de base até o time
profissional e, quais agenciamentos são produzidos na prática cotidiana do jogador de futebol.
Nesse sentido, tais questionamentos foram compreendidos através do método cartográfico,
sendo o mesmo, utilizado como o principal instrumento de análise dos fatos emergentes no
decorrer da pesquisa. Também, utilizamos a fotografia como instrumento disparador e facilitador
na compreensão dos fenômenos psicológicos, e consequentemente, na produção de
informações, análises e dinâmica dos grupos, pois o método cartográfico não possibilitou o
entendimento de algumas informações. A análise desta produção de conhecimentos se deu à
luz dos referenciais teóricos de autores contemporâneos que discorrem sobre o assunto, como
Michel Foucault, Gilles Deleuze, Félix Guattari e Suely Rolnik, dando ênfase nos conceitos como
subjetividade e processo de subjetivação. Sobre os resultados desta pesquisa, cabe ressaltar
que pesquisa ainda está em processo de finalização e de análise. Porém, alguns resultados nos
mostraram uma espetacularização do eu dos jogadores, mas como objetos do mundo do futebol
Os próprios jogadores intitulam-se como objetos ou produtos em uma vitrine do mercado do
futebol. Além disso, os jogadores reproduzem e internalizam cobranças excessivas sobre eles,
apontando que sempre devem estar preparados e na melhor forma possível para estar inserido
e presentes nessa vitrine do mundo futebolístico. Ademais foi observado a presença um discurso
coletivo dos jogadores e a reprodução de discursos idênticos, ou seja, a homogeneidade dos
discursos desde a base ao profissional. O discurso coletivo é caracterizado por um “nós”, pois
mesmo quando realizam ações de maneira individual os jogadores apontam a ação e seu
resultado como algo do coletivo. O outro fator observado foi à questão da religiosidade muito
presente nos jogadores e a obtenção dos resultados ligada com a fé. A pesquisa ainda mostrou
a importância da inserção da psicologia no futebol, contribuindo na qualificação do clube para a
formação dos jogadores e uma expansão da área da Psicologia do Esporte.
127
O CUIDADO PARA O CUIDADOR: A SAÚDE DOS TRABALHADORES NA INSTITUIÇÃO
HOSPITALAR
MISAEL SZYTKO
BRUNO HENRIQUE MASCARELLO
ANDRÉA LUIZA DA SILVEIRA
Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)
Processo: Trabalho
RESUMO
O presente trabalho é decorrente do processo de estágio dos componentes curriculares Estágio
Acompanhado em Psicologia, Processos de Gestão e Trabalho I e II, e Seminário em Psicologia,
Processos de Gestão e Trabalho I e II do Curso de graduação de Psicologia da Unochapecó. A
realização deste estágio teve duração de um ano e ocorreu pela inserção dos acadêmicos em
uma instituição hospitalar de Santa Catarina. Através da inserção na instituição hospitalar e
algumas observações realizadas, constatou-se a demanda relacionada às questões da saúde
dos trabalhadores na instituição hospitalar. Nesse sentido, o objetivo principal foi desenvolver
ações de forma multiprofissional, interdisciplinar e intersetorial voltadas à saúde dos
trabalhadores nos processos de trabalho, visando contribuir nas relações, nas situações
funcionais e na promoção da saúde e qualidade de vida dos trabalhadores da instituição
hospitalar. Para tal, o trabalho fundamentou-se no referencial teórico-metodológico das teorias
acerca da Psicologia Organizacional e do Trabalho, no método da Psicodinâmica do Trabalho,
nas propostas da política pública da saúde do trabalhador e na perspectiva de educação
permanente em saúde. Visando concretizar essas ações foram constituídos grupos com os
trabalhadores e com as chefias, procurando a realização e criação de um espaço coletivo,
facilitando as discussões grupais, uma reflexão e uma ação transformadora frente o trabalho.
Diante disso, os resultados nos evidenciam um aceleramento do processo de trabalho na
instituição hospitalar, o qual não possibilita aos trabalhadores refletir sobre sua atividade e afetam
de forma veemente as relações pessoais, sociais e profissionais. Os grupos constituídos com os
trabalhadores modificaram brevemente essa situação da escassez de reflexões sobre o contexto
de trabalho, facilitaram e qualificaram os movimentos dialógicos no contexto de trabalho,
havendo uma melhora nas relações estabelecidas entre os próprios trabalhares, possibilitam
mobilização de novas experiências e desenvolvimento de novos recursos no processo de
trabalho, voltadas a saúde do trabalhador e a qualidade de vida dos trabalhadores. Também, a
execução da proposta resultou em novos diálogos e novas ações frente ao tema da saúde do
trabalhador no hospital, sendo concretizada a execução do trabalho em outras instituições
hospitalares e a possibilidade da continuação da proposta de trabalho no hospital pela
modalidade de projeto de extensão e não por processo de estágio.
128
QUANDO OS FILHOS DIZEM ADEUS: A PERCEPÇÃO SOBRE A MORTE E O PROCESSO
DE LUTO DOS PAIS QUE PERDERAM SEUS FILHOS EM SITUAÇÃO DE TRAGÉDIA
KAUÊ SANDIELLY CIPRIANI
Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)
Processo: Grupais e de Mobilização Social
RESUMO
A morte ainda é vista como uma incógnita, rodeada de crenças e paradigmas da sociedade
moderna. As palavras morte, morrer e luto remetem de imediato a sentimentos de dor, fracasso
e solidão. Aprender a aceitar e conviver com a morte e o morrer é essencial para a saúde mental
da população como um todo, portanto, torna-se necessário que este processo, embora doloroso,
seja discutido de modo natural entre todos. O principal objetivo desta pesquisa foi discutir a
percepção sobre a morte e o processo de luto como resposta natural ao ciclo de vida humano.
Concomitante a este fator, ocorreu o levantamento de dados, por meio de uma pesquisa
descritiva de cunho qualitativo, cuja realização foi submetida à apreciação pelo Comitê de Ética
em Pesquisa – CEP – da Universidade do Oeste de Santa Catarina – UNOESC – Joaçaba e
aprovado sob o número do Parecer 725.974. Os sujeitos participantes deste estudo foram 5
(cinco) pais e 4 (quatro) mães, totalizando uma amostra de 9 (nove) sujeitos de pesquisa, sendo
estes membros da Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa
Maria (AVTSM). O requisito de inclusão na pesquisa foi de que estes pais tivessem perdido seus
filhos em decorrência do incêndio na Boate Kiss em 27 de janeiro de 2013. Como instrumento
de coleta de dados foi utilizada uma entrevista contendo 16 (dezesseis) questões abertas e
fechadas. Com o resultado da pesquisa a respeito da morte e do luto, fica eminente que ambos
os fenômenos despertam olhares curiosos, porém, receosos. Ademais, ficou perceptível que a
morte é vista como um ciclo, o qual as pessoas que partiram já concluíram, e ainda, entende-se
o processo de luto não somente nas fases e estágios as quais comumente são descritas na
literatura, mas sim, como um amplo conjunto de reações físicas e psicológicas que passa a
influenciar a vida pessoal, familiar e social do enlutado.
OFICINAS TERAPÊUTICAS
DÉBORA REGINA NAU
MARTA INÉS ARABIA
ANA PAULA KLAUMANN
Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos
Processo: Grupais e de Mobilização Social
RESUMO
A doença mental por muito tempo esteve relacionada à loucura. Segundo Foucault (2002), a
incapacidade ao trabalho leva os loucos, juntamente com mendigos, criminosos, velhos,
agitadores e demais excluídos da sociedade a ocupar os espaços destinados à exclusão social.
Com o passar do tempo à medicina psiquiátrica modificará esta concepção, surgindo assim
129
formas de tratamento. A lei número 10.216/01 de abril de 2001, conhecida como lei
antimanicomial, visa garantir aos internos melhores condições de saúde e direitos à cidadania,
assegura que “o tratamento em regime de internação será estruturado de forma a oferecer
assistência integral à pessoa portadora de doenças mentais, incluindo serviços médicos, de
assistência social, psicológicos, ocupacionais, de lazer e outros”. Dentro do viés da psicologia
via atividades lúdicas é que foi idealizado o presente projeto, seguindo o caminho proposto pela
lei Paulo Delgado. O Histórico do Projeto data de julho de 2013 quando ocorreu a primeira
aproximação com a realidade de um hospital psiquiátrico para os discentes que participaram
dessa primeira experiência. O ponto de partida foi pesquisar sobre todo o contexto da Saúde
Mental, a Reforma Psiquiátrica, a luta antimanicomial, os direitos humanos, e a atual situação do
Brasil. Almejando uma visualização ampla de todo este processo. O presente trabalho teve como
objetivo promover uma melhoria na qualidade de vida dos usuários, na Ala Psiquiátrica de um
Hospital da cidade de Rio do Sul – SC, mediante a prática de atividades lúdicas e terapêuticas.
Oportunizando o resgaste de valores sociais e familiares, estimulando a autonomia e indo ao
encontro das potencialidades de cada um. A metodologia não se restringe a um conjunto de
métodos ou técnicas a serem utilizados nas nossas ações, mas envolve a articulação entre
questões de natureza teórica e procedimentos mobilizados em diferentes atividades. É a partir
do estudo da realidade dos pacientes que emergem os temas geradores que orientam a escolha
dos conteúdos a serem problematizados no processo terapêutico, para a compreensão dessa
realidade e busca de alternativas de intervenção social mediante os jogos lúdicos e dinâmicas
aplicadas. Com o desenvolvimento do projeto percebemos então que as atividades trazem de
algum modo benefícios aos que participam, ainda que seja pelo simples fato de serem ouvidos
e acolhidos. Sentimentos como a autoestima só são desenvolvidos em um ambiente onde o
indivíduo é respeitado, ouvido e tratado como sujeito único, onde possa desenvolver suas
potencialidades, em detrimento de suas limitações. Verificou-se nesse primeiro momento que,
isolar o paciente do seu meio de convivência dificulta ainda mais o seu desenvolvimento social.
A Oficina Terapêutica nos possibilitou ampliar nosso olhar frente ao doente mental e também ao
contexto de internação psiquiátrica. Pontuamos a importância de intensificar as ações de
intervenção, e inclusão social dos pacientes psiquiátricos. Considerando os resultados que
obtivemos até hoje em nossas atividades, é de fundamental importância dar continuidade ao
projeto, visando benefícios às pessoas que se encontram em internação e a criação de novas
propostas de atividades integradas ao projeto “Oficinas terapêuticas”.
ÉTICA SPINOZISTA: A ÉTICA DOS ENCONTROS E SEUS EFEITOS SOBRE A NOÇÃO DE
SUBJETIVAÇÃO DELEUZIANA
MARCELO SCHMITZ DOS SANTOS
MURILO CAVAGNOLI
Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos
Processo: Grupais e de Mobilização Social
130
RESUMO
Spinoza é um filosofo do Sec. XVII, contemporâneo e critico de Descartes, principalmente no
tocante a superioridade da mente sobre o corpo. Sua teoria reverbera na construção do
pensamento de Deleuze, que junto a Guattari, tece importantes contribuições posteriormente
apropriadas pela psicologia para a compreensão dos processos de subjetivação. A obra mais
importante de Spinoza é sua “Ética” (2014) na qual nos fornece elementos para o entendimento
de sua ontologia. Pensando na ontologia de Spinoza, tudo que existe é afecção de uma única
substância, Deus, mas ao contrário da concepção teológica, Deus para Spinoza não é
antropomórfico, não é transcendente e não tem um telos para as coisas. Para Spinoza, a
substancia é única e existe em si e para si. Deus é a substância, a Natureza. O Deus Spinozista
é composto de infinitos atributos, dos quais conseguimos perceber apenas dois, pensamento
(idéias) e extensão (corpos), esses que nos constituem em um paralelismo, sem a sobreposição
de um sobre outro (ao contrario do que previa Descartes). Enquanto “modos” estamos sujeitos
aos encontros, que, se convergem com a nossa natureza aumentam nossa potencia (conatus) a
partir dos afetos alegres, já se não convergem conosco diminuem nossa potencia de agir
(conatus) a partir dos afetos tristes. Na leitura proposta por Deleuze, a noção de encontro e
potência de ação se faz fundamental para a proposição de uma concepção de sujeito e de mundo
que aposta na subjetivação, como movimento descentrado e possíveis apenas nas relações.
Pela apropriação de Espinosa, Deleuze, junto a Guattari, pode nos oferecer uma ontologia onde
tanto agenciamentos coletivos de enunciação (relações semioticamente mediadas) e
agenciamentos maquínicos (encontros entre corpos) concorrem no processo de produção de
subjetividade, afirmando a singularização na produção de corpos e pensamentos não
assujeitados a relações hierarquizadas, ou seja, ao que Spinoza propõe como “maus encontros”,
carregados de transcendências. A ética Spinozista, portanto, não deve ser encarada como moral
(lei) perpassando assim, pelo conhecimento inadequado, o que leva a servidão dos homens,
mas deve ser entendida como ética (ideia adequada), para que os homens, “livremente, façam
o que é melhor”. (SPINOZA, 2014, p.94) Na leitura proposta por Deleuze, a ética Spinozista
ganha potência como uma ética dos bons encontros, produtores de potência de ação e de
singularização. Esta leitura trás grandes contribuições ao campo da psicologia social. Palavras-
Chave: Espinosa; ontologia; Deleuze e Subjetivação.
PROGRAMA DE APOIO A PLANOS DE REESTRUTURAÇÃO E EXPANSÃO DAS
UNIVERSIDADES FEDERAIS: UMA REVISÃO DE LITERATURA.
SULIANA DA SILVA
TALITA CAETANO SILVA
MARUCIA PATTA BARDAGI
Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos
Processo: Políticas Públicas e Sociais
131
RESUMO
O presente trabalho situa-se no campo da educação superior brasileira, com foco nas
universidades federais. Teve como objetivo analisar o Programa de Apoio a Planos de
Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI) o qual vigorou entre 2007 e
2012, sendo “uma das ações integrantes ao Plano de Desenvolvimento da Educação" (REUNI,
2010) e foi instituído em reconhecimento ao papel estratégico das universidades, em especial do
setor público, para o desenvolvimento econômico e social. Osobjetivos imediatos do REUNI
concerniam em expandir o número de ingressos e reduzir as taxas de evasão nos cursos
presenciais de graduação, por meio de um investimento maciço. Assim como, aumentar o acesso
de estudantes de camadas sociais de menor renda ao Ensino Superior. O REUNI tinha como
foco a ampliação da infraestrutura das IES existentes, do número de cursos, de vagas,
contratação de profissionais, construção de novas universidades e campi. Para a concretização
desta pesquisa o método escolhido foi revisão bibliométrica da literatura existente sobre o tema.
Realizou-se uma busca no banco de teses e dissertações da CAPES, com a palavra-chave
Reuni, nos campos título, assunto, resumo. Após a leitura dos resumos aqueles que tinham como
objetivo avaliar o Reuni, foram selecionados e buscou-se o trabalho completo ou artigo.
Excluindo-se as repetições, os trabalhos teóricos e aqueles cujo foco não era avaliar a
implementaçãodo programa, chegou-se a 34 publicações, que foram lidas e analisadas. A
estratégia mais utilizada para o levantamento de dados foi análise documental e entrevistas
(alunos, professores e gestores), grande parte das publicações usou dados referentes ao número
de vagas, criação de cursos, melhoria da infraestrutura, contratação de técnicos administrativos
e professores, para avaliar o cumprimento das metas estabelecidas pelo Reuni. Outros aspectos
citados foram evasão, perfil do estudante ingressante, formação docente, estratégias de
avaliação do programa e recursos/investimentos. Apesar, de o Reuni ser percebido pela maioria
dos autores como positivo na questão de expansão do Ensino Superior, váriosoutros apontam
questões referentes à qualidade de ensino e o aumento do trabalho dos docentes. Sugere-se
que sejam realizados estudos de longo prazo para verificar as reais consequências da
implementação do Reuni.
RELEITURA NA PERSPECTIVA CLINICA LACANIANA DO FILME ‘‘ELA’’
RAFAEL MEZZAROBA
MATEUS LUIZ FRANZ TROYACK
CLEDIMAR MEZZOMO
Eixo: A vida na era da Informação, comunicação e tecnologia
Processo: Terapêutico de indivíduos ou grupos
RESUMO
Com a crescente influência das tecnologias midiáticas como formadoras de opiniões, e
consequentemente, de subjetividades, acreditamos ser de grande pertinência a problematização
132
dessas formas de tecnologias e como elas atuam como agentes responsáveis palas diferentes
formas que o sujeito experiência suas relações entre seres humanos e também com essas novas
formas de mídias. Através de uma reflexão feita a partir do filme ELA, procuraremos expor
algumas problematizações sobre até que ponto, a informática o os avanços das novas formas
de mídias, tentam atender e/ou suprir a carência afetiva humana e como esses novos e
poderosos meios de comunicações interferem e contribuem para a formação de subjetividades.
Para isso propomos algumas problematizações a respeito da relação entre Samantha e
Theodore, (personagens principais do filme) a luz da psicanalise lacaniana, onde discorreremos
sobre até que ponto a necessidade de significação é necessária para a formação do sujeito,
como ele experiência as relações interpessoais e como a tecnologia no filme (apesar do modelo
futurista) interfere (para o “bem” e para o “mal”) na construção social e como agente responsável
por subjetivações. Visando maior proveito nessa analise focar-nos-emos em uma analise do filme
estabelecendo uma relação entre a fase edípica e a relação que se dá entre Samantha e
Theodore no filme. O método para pensarmos as implicações tecnológicas, bem como essas
implicações se dão, é a analise bibliográfica dos conceitos da psicanalise proposta por Jacques
Lacan e a sua aplicação pratica na releitura do filme Ela. Os resultados que pretendemos
alcançar é a disseminação da importância da psicologia clínica, mais especificamente a
psicanálise, como uma das formas ou instrumentos que possuímos, como futuros profissionais
da psicologia, para entender, avaliar e interpretar a dinâmica de funcionamento dos sujeitos,
como esse se constitui, bem como, a forma que as diferentes experiências atuam nas
construções de subjetividades.
ESTÁGIO EM PSICOLOGIA ESCOLAR: COMPREENDENDO AS POSSIBILIDADES DO
FAZER DO PSICÓLOGO
ANA LETICIA MANDRIK
LIANI MARIA HANAUER FAVRETTO
Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos
Processo: Formativos e Educativos
RESUMO
Apresentação: Dentre as demandas emergentes NoEstagio Curricular Obrigatório em Psicologia
Escolar, evidenciou-se a necessidade em conhecer aspectos das famílias dos alunos que
frequentam a Escola. Neste sentido, foi realizado um diagnóstico socioeconômico das
famílias.Objetivos: Estabelecer uma analise sobre a realidade escolar;viabilizar a identificação
das potencialidades e das fragilidades famílias;identificar as principais demandas da comunidade
escolar; elaborar propostas de intervenção, a partir da necessidade das
famílias/escola.Metodologia: Por meio da reunião pedagógica,que contou com a participação dos
professores e funcionários da Instituição Escolar,foi elaborado um questionário com 31 questões
(abertas e fechadas), visando conhecer a realidade socioeconômica das famílias.Os
133
questionários foram entregues a 179 famílias (número este correspondente as famílias que tem
filhos na Escola).No que tange as variáveis que compõem o questionário cita-se: Perfil das
famílias: (escolaridade, moradia, local de trabalho.); dinâmica familiar; uso de redes sociais e
principais dificuldades no âmbito escolar.Resultados: Quanto ao perfil das famílias, denota-se
que 32% das mães dos alunos possuem ensino médio completo; em relação a figura paterna
22% possuem o ensino médio completo enquanto que 21% possuem o ensino fundamental
incompleto. Em relação a moradia, 28% possuem residência própria e 72% residem em casas
alugadas ou cedidas. No que tange a ocupação, 49% dos pais e 36% das mães dos alunos citam
a Industria como principal fonte de renda. Em relação à dinâmica familiar, alguns pontos
identificados: apenas 4% das famílias participam de atividades de cunho cultural; enquanto que
99% das famílias afirmaram assistir televisão regularmente todos os dias, destes 37% disseram
passar de 3 a 5 horas em frente à televisão. Em relação ao âmbito escolar, 94% das famílias
apontaram acompanhar a vida escolar dos filhos. No que tange as principais dificuldades, 22%
citaram a “má influencia”, 17% as “características de personalidade do filho”, 14% a “influência
dos meios de comunicação”, 53% dividiu-se entre “falta de tempo falta, interesse do filho,
distorção de valores e falta de autoridade”.O diagnostico proporcionou a caracterização das
famílias, o que contribuiu para uma maior aproximação da escola com a comunidade,
auxiliandonas ações que adotadas pela instituição, como Grupo de Pais; Grupo de Professores,
ações em sala de aula sobre temas pertinentes as faixas etárias, discussões acerca do processo
de ensino/aprendizagem e a promoção do ser humano enquanto sujeito histórico e social.
INTERVENÇÕES URBANAS: UMA ANÁLISE SOBRE A PICHAÇÃO
ANDRESSA SAUZEM MAYER
SAMARA SILVA DOS SANTOS
Eixo: Vida Moderna, ambiente e sustentabilidade
Processo: Culturais
RESUMO
A pichação cada vez mais faz parte da configuração urbana, apropriando-se e questionando os
limites da cidade nos diversos contextos e ambientes. Essa intervenção social tem sido
compreendida como um sistema de comunicação, no qual as palavras não precisam existir
gramaticalmente para representar às expressões, mas possuir um remetente para essas
inscrições. No Brasil, a pichação é considerada uma prática ilícita, o graffiti possui uma ressalva
nos casos do proprietário consentir a arte, caso contrário, também se torna uma ação ilegal.
Assim, essas manifestações fazem um convite à reflexão sobre a desterritorialização e a
subjetividade emergentes no conflito entre preservação do patrimônio e a possibilidade de
intervenção cultural. Nesse sentido, este trabalho tem como objetivo analisar as respostas de
jovens transgressores em relação à capacidade expressiva, simbólica, da pichação. Este estudo
é um recorte do projeto de pesquisa intitulado: “Entre o grafite e a pixação: os significados da
134
transgressão para o adolescente em conflito com a lei”. Fizeram parte desse estudo seis jovens
em conflito com a lei, que possuíam envolvimento com pichação na cidade do interior do Estado
do Rio Grande do Sul. A idade dos jovens variou de 16 a 28 anos, a escolaridade de Ensino
Fundamental completo a Ensino Superior incompleto e todos os jovens eram do sexo masculino.
Este estudo teve caráter qualitativo exploratório, no qual os dados obtidos de acordo foram
analisados através da análise de conteúdo. Os participantes indicaram que a pichação consegue
expressar muitas vezes o que eles estão sentindo e querem expor para o mundo, sendo utilizado
como um recurso de expressão e linguagem. Dessa forma, os jovens utilizam os muros como
registros pessoais de sentimentos, críticas sociais, expondo sua subjetividade através dos riscos
e rabiscos legíveis e não legíveis aos demais. Percebe-se que os adolescentes seguem uma
lógica mais competitiva e arriscada, no qual a expressão está vinculada a representatividade de
sua marca, símbolo (tag). Enquanto, os jovens tendem, para além desse tipo de inscrição,
expressarem-se através de opiniões singulares, questões individuais, declarações protestantes,
reflexões críticas sobre a sociedade através de palavras escritas ou desenhos (graffiti). Os
participantes destacam que a pichação por meio dessa capacidade expressiva, desacomoda e
incomoda os demais cidadãos. A literatura reconhece uma necessidade dos jovens em expressar
suas questões, mas contesta a forma com que essa prática ilícita pode afetar a cidade ao mesmo
tempo em que percebe a pichação como um fenômeno natural da urbanização. Tendo em vista
a necessidade de expressão dos jovens através do muro, questionam-se os espaços e as
estratégias que a cidade tem de lidar com essa demanda e as formas com que isso vem sendo
feito para com a juventude.
PSICOLOGIA E PICHAÇÃO: INTERVENÇÕES POSSÍVEIS
ANDRESSA SAUZEM MAYER
SAMARA SILVA DOS SANTOS
Eixo: Vida Moderna, ambiente e sustentabilidade
Processo: Trabalho
RESUMO
As pichações têm ocupado os espaços urbanos de forma intensa e as estratégias de
enfrentamento desse fenômeno frequentemente ocorrem via repressão policial. Adolescentes
que se envolvem com pichação podem cumprir Medida Socioeducativa (MSE) em meio aberto
e, geralmente, são encaminhados para o Centro de Referência Especializado de Assistência
Social (CREAS). O CREAS tem como objetivo oferecer atendimento especializado para crianças
e adolescentes (incluindo suas famílias), que se encontrem em situação de ameaça ou violação
de direitos. O trabalho do psicólogo, no campo da assistência social tem demandado uma
articulação intersetorial para a efetivação das intervenções psicossociais. O objetivo deste
trabalho foi analisar as respostas de psicólogos, que trabalham no acompanhamento
socioeducativo de adolescentes que cumprem MSE por pichação, sobre desafios e perspectivas
135
das intervenções. Este estudo é um recorte do projeto de pesquisa intitulado: “Psicologia e
políticas públicas: saúde e desenvolvimento em contextos de vulnerabilidade social”, no qual foi
utilizada uma entrevista piloto feita com um psicólogo de uma instituição que atua com essa
população. Os dados foram analisados de forma qualitativa, através da análise de conteúdo. Na
opinião do participante as pichações podem ser compreendidas como uma forma de
comunicação para esses jovens, percebendo as motivações pessoais a fim de intervir sobre essa
lógica. Para o profissional, há falta de investimentos na infraestrutura e na estrutura da cidade
para contribuir para a inclusão desses jovens. Alguns estudos sobre pichação apontam para o
poder inclusivo dessa prática, tanto de forma agressiva através dos riscos codificados a formação
grupal das gangues. Os dados indicam o questionamento sobre a prática ilícita através da
implicação do jovem sobre a ação em conjunto com a exploração das suas potencialidades a fim
de alcançar um futuro com mais oportunidades. Em relação às especificidades do atendimento
com o adolescente pichador, o profissional relatou que percebe uma exposição menor à violência
e a vulnerabilidade do que nos casos de adolescentes em conflito com a lei que tenham cometido
outros tipos de infração. Nesse sentido, verifica-se o processo de responsabilização e
re(instituição) de direitos, a pretensão de interrupção do comportamento infracional previsto pelo
Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE). Ressalta-se o cuidado para a
estigma que esses adolescentes enfrentam ao transgredir a lei, a criminalização e a exclusão
social podem agravar a situação na qual o jovem se encontra. Entretanto, questiona-se a
inserção social e cultural desses jovens e o suporte que a cidade e a sociedade têm lidado com
essas manifestações. Percebe-se uma emergência frente ao aumento das pichações, às
operações policiais e as possibilidades de inserção social desses jovens na sociedade. Dessa
forma, é necessário atender as potencialidades que desse jovem, como a criatividade, a
competitividade e a comunicação explícitas pela pichação. Nesse sentido o trabalho do psicólogo
diante dessas questões revela a complexidade do fenômeno da pichação que envolve esses
atores sociais e a criminalização desse ato infracional.
ANÁLISES PRELIMINARES DE UM ESTUDO SOBRE A RELAÇÃO ENTRE SATISFAÇÃO
SEXUAL E SATISFAÇÃO EM RELACIONAMENTOS AMOROSOS
JECICA DE FREITAS
FELIPE SILVA MATHES BASSO
WALLESKA MAIER DA SILVA
Eixo: Vida Moderna, ambiente e sustentabilidade
Processo: Avaliação
RESUMO
Em algum momento da vida os indivíduos procuram um parceiro para instituir um relacionamento
afetivo. Esse processo ocorre por meio de quesitos arbitrariamente escolhidos pelo próprio
sujeito (Bee, 1997). É com os burgueses que se estabelece a associação entre o casamento, o
136
amor e a sexualidade. Na modernidade inauguram-se os conceitos de amor-paixão e amor-
sexual como base do matrimônio. Com isso, marca-se um mudança histórica através desse
elemento revolucionário que permite a construção de uma trajetória do amor presente desde o
século XVI, contemplado nas obras shakespearianas e na ideia de liberdade individual, incluindo
o auge da revolução burguesa (Araujo, 2002). Ao casamento passam a ser associadas
expectativas e idealizações, tais como a felicidade a dois e a essencialidade do binômio
amor/sexo (Araujo, 2002). Observou-se, dessa forma, que a instituição do casamento passou a
assumir novos aspectos para além das determinações econômicas, sociais e culturais até então
vigentes. Sendo assim, a seguinte pesquisa tem por objetivo correlacionar os construtos
satisfação sexual e satisfação nos relacionamentos afetivos entre jovens e adultos na
contemporaneidade. Entretanto, somente indivíduos que possuem algum tipo de vínculo afetivo
participaram da pesquisa. A escolha da temática justifica-se pelo número de divórcios, que no
Brasil chegou a 351.153 em 2011, um crescimento de 45,6%, em relação a 2010 (241.122),
Estatística do Registro Civil de 2011. Logo, os construtos satisfação sexual e satisfação nos
relacionamentos afetivos proporcionam uma compreensão mais precisa sobre os preditores da
satisfação conjugal, tornando-se assim um alvo para as produções científicas. Metodologia:
Foram aplicados aos jovens e adultos que apresentaram as prerrogativas de seleção
(Relacionamento ou Vínculo Afetivo) dois instrumentos: a Escala de satisfação sexual de
Sanches Aragón e a Escala de satisfação global de Rusbult. Portanto, os dados foram coletados
a partir de uma pesquisa de cunho quantitativa e descritiva, com amostra de 243 casos.
Resultados: Obtivemos correlações positivas para as questões que abordavam os construtos
satisfação no relacionamento e satisfação em relação ao papel do companheiro dentro do
relacionamento (r=0,83 p<0,05). No quesito desgaste e aborrecimento da vida sexual
concomitante com monotonia (r=0,52 p<0,05) e excitabilidade tanto do parceiro quanto da rotina
e atividade sexual (r=0,63 p<0,05). Discussões: Foi possível constatar que estar satisfeito no
relacionamento está correlacionado positivamente com os parceiros desempenharem seu papel
dentro do relacionamento. E que uma vida sexual monótona consequentemente corresponde à
insatisfação. Considerar seu parceiro excitante e possuir uma vida sexual satisfeita é condizente.
PSICOTERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL NO ATENDIMENTO A CRIANÇAS:
DESAFIO NA PRÁTICA CLÍNICA
EDGMARA GIORDANI CAMICIA
CAROLINA SUZIN SCHMITH
TÂNIA RUDNICKI
Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)
Processo: Terapêutico de indivíduos ou grupos
RESUMO
137
Trata do relato de experiência em psicoterapia cognitivo-comportamental com um menino de oito
anos. Atendimentossemanais, sob supervisão e realizados em Clínica-Escola, Caxias do Sul,
totalizando 18 sessões. A família - pai e mãe foram participativos, fundamental para o progresso
do paciente, até o momento da decisão do abandono.Encaminhados pela Escola pelo
comportamento do filho: masturbação em sala de aula e intervalos; dificuldade aceitar limites e
no inter-relacionamento.Além disso, tomava banho com o pai, chorando sempre que tal não
ocorresse. Suspeita de abuso por parte de adolescente amigo da família, aos três anos de idade,
conforme relato materno. O menino também tinha acesso fácil à equipamentos eletrônicos com
conteúdo sexual impróprio. Os pais o tratavam punitivamente,utilizando expressões como “seu
monstro”. Ao solicitar pontos positivo em relação ao filho, não conseguiram verbalizar nenhum.
O menino demonstrava agressividade, ansiedade, desvalia, além de desencadear sintomas
relacionados àsintomatologia depressiva, como isolamento, sintomas bulímicos -vômito,
alimentação compulsiva. Roía unhas e provocava hematomas na pele, beliscando-se.A
demanda estava relacionada, principalmente à dificuldade dos pais em manejar a situação,
devido a situações por eles já vividas na infância (abandono, educação rígida e sem afeto).
Referiam que não conseguiam estabelecer limites pelo “medo de reproduzir o mesmo padrão
vivido nas suas infâncias”.Foi realizado treinamento de pais e psicoeducação, com a intenção de
orientá-los sobre a importância dos limites no desenvolvimento da criança e manejo como não
ceder frente aos comportamentosapresentados. Estabelecer rotina e responsabilidades de
acordo com a idade, coesão do casal no trato com o filho, combinações sobre punições em caso
de desobediência, entre outros. Feitas também combinações em relação a questão
dasexualidade e manejo quanto à masturbação, bem como sanar dúvidas do menino sobre a
questão sexual, orientando sobre exposição quanto a conteúdo sexual impróprio. Em relação a
autoestima do filho, psicoeducou-se sobre a importância da valorização quando o menino
mostrava atitudes positivas. Foram esclarecidas dúvidas do paciente em relação às questões de
ordem sexual e feitas combinações sobre masturbação e banho – masturbação no banheiro,
sem repreensão. Obanhopassou a ser realizado sozinho, sendo combinado com o paciente e os
pais.Utilizaram-se jogos estruturados e competitivos com a intenção de trabalhar a tolerância a
frustração e respeito às normas. Através destas intervenções, os sintomas de ordem sexual
amenizaram, até desapareceram,porém, continuava apresentando intensa agitação e
ansiedade, bem como dificuldade na aceitação de limites. Indicada avaliação psiquiátrica, mas
os pais demonstraram grande resistência e, no retorno das férias, alegaram que como o paciente
já tinha demonstrado muitos sinais de melhora não sendo “mais necessário o atendimento”. Por
meio desta vivência nos deparamos com os desafios no atendimento infantil, visto que demanda
o constante envolvimento dos pais no processo terapêutico, levando, neste caso, a interrupção
prematura do processo terapêutico.
138
PSICOPATAS ORGANIZACIONAIS: UM DEBATE A RESPEITO DA SUA EXISTÊNCIA E
CONSEQUÊNCIAS NO AMBIENTE ORGANIZACIONAL
SOFIA CIESLAK ZIMATH
KÁROL ALMEIDA DE LIMA
Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)
Processo: Trabalho
RESUMO
Instigar um debate e reflexão a respeito de psicopatas organizacionais, demonstrando que a
presença deles no ambiente de trabalho é muito prejudicial para a organização e pessoas
envolvidas diretamente com eles. MÉTODO: É um tema com poucas referências brasileiras,
sendo realizada uma revisão bibliográfica, para que os dados possam subsidiar futuras
pesquisas em campo. Apresenta-se a definição de psicopatia e psicopatia organizacional, as
funções da Área de Recursos Humanos na empresa diante deste panorama e aponta-se ações
preventivas para lidar com as situações organizacionais. RESULTADOS: Existem diferentes
graus de psicopatas, seus comportamentos são violentos, trabalham entre nós e diferem do
transtorno da personalidade narcisista. Conceito psicológico de definição controversa, pois eles
possuem absoluta consciência e domínio dos seus atos e sem culpa nenhuma ao realizá-los.
São atraídos por poder, controle e dinheiro e preferindo as corporações para agir; primeiramente
conquistam as pessoas e são bons comunicadores, no decorrer do tempo as pessoas percebem
a máscara deles. O Psychopathy Checklist (PCL-R) é um instrumento para avaliação e
diagnóstico da psicopatia criado por Robert D. Hare. Um líder de uma empresa atento,
provavelmente, conseguiria poupar pessoas de serem vítimas e sofrerem. Críticos apontam que
a liderança é descrita como se fosse sempre positiva, ética e boa; porém, muitas são tóxicas,
adotando práticas de trabalho prejudiciais, agindo por ganância, impaciência e poder (BATRA,
2007 apud GALVIN et al, 2010); o que acaba influindo na tomada de decisão ética nas empresas.
Corporações administradas por psicopatas dão tratamento insensível a seus funcionários, fazem
rescisões abruptas, as condições de trabalho são insalubres, há quebra de direitos humanos e
leis do trabalho (KETOLA, 2006 apud BODDY, 2010), comprometendo o clima dentro da
organização. Infere-se que a qualidade de vida dos funcionários acaba sendo influenciada
negativamente, pois as práticas éticas e socialmente responsáveis são infringidas, e também
influenciam na qualidade dos produtos e serviços. A Área de Recursos Humanos bem
estruturada protege o clima interno, realizando seus processos com a máxima qualidade. A
presença de psicólogos qualificados com visão abrangente sobre transtornos mentais nas
empresas, é muito importante, pois são eles que em geral tomam decisões sobre a contratação
de funcionários, ou ainda, participam da escolha dos finalistas para uma vaga. Uma estratégia
eficaz que pode ser aplicada é que as corporações possuam um conhecimento detalhado sobre
o assunto e tomem atitudes importantes a respeito de funcionários identificados com esse perfil
(CLARKE, 2011). Os psicólogos devem ser os facilitadores para a construção e divulgação da
linha geral de escuta na empresa; se existirem vítimas, elas devem ser acolhidas, pois seu estado
psíquico e físico está devastado. O psicólogo deve estar atento ao seu Código de Ética, que
139
prevê a promoção da saúde e qualidade de vida das pessoas e da coletividade. Verificou-se que
psicopatia corporativa é um fenômeno universal, no Brasil poucos estudos são encontrados.
TÍTULO: INFÂNCIA, PSICOLOGIA E DOCÊNCIA: CONHECIMENTOS ENTRELAÇADOS
ADRIANA BOLIS
MAIARA LOPES DA LUZ
MONICA SANTINI DE OLIVEIRA DOKI
Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos
Processo: Formativos e Educativos
RESUMO
O PIBID - Programa de Incentivo a Bolsas de Iniciação à Docência é um programa nacional
desenvolvido pela CAPES, com o intuito de incentivar a profissão docente entre os estudantes
dos cursos de licenciatura. Na UFSC, o PIBID Psicologia funciona desde 2010 com atuação no
curso de Magistério em uma escola estadual da região metropolitana de Florianópolis. A
profissão de licenciado em Psicologia é pouco conhecida por sua restrita área de atuação
(majoritariamente na docência em cursos técnicos), entretanto o curso de licenciatura promove
um importante papel na formação do profissional de Psicologia, ainda que não atue como
licenciado, conforme avaliação dos estudantes participantes do PIBID. Neste trabalho
pretendemos relatar a experiência da sensibilização dos estudantes para os conteúdos
trabalhados na disciplina de Psicologia da Educação, oferecida a turmas de magistério, onde
atuam bolsistas Pibid. Transmitir conhecimentos científicos demanda que o professor desenvolva
métodos de transposição didática adequados ao contexto em que seus alunos estarão inseridos.
Ensinar não se trata de transmitir conhecimentos abstratos, de difícil aplicação. Pelo contrário,
demanda que o professor de Psicologia promova a tradução destes conhecimentos para que
tenha uma aplicabilidade prática na atuação profissional de seus alunos, visando uma real
apropriação dos conteúdos. Desta forma, nas primeiras aulas de Psicologia no curso de
Magistério, nos preocupamos inicialmente em conhecer as concepções e trabalhar os
preconceitos dos alunos acerca da infância. Para tal, propomos a criação de cartazes onde
devem aparecer imagens de revistas, frases e palavras que remetam à infância. Na sequência
das aulas, são assistidos e debatidos vídeos do documentário “Crianças Invisíveis”, nos quais
aparecem contextos muito diversos onde se desenvolvem diferentes infâncias. Para finalizar esta
atividade, retomamos os cartazes produzidos e comparamos as crianças dos cartazes às
crianças dos vídeos e da vida real, que cada um traz de sua experiência nos relatos em sala de
aula. Pretendemos com isso sensibilizar os estudantes para a diversidade da infância, para que
desde já estes futuros professores possam conhecer suas fantasias e repensar suas concepções
prévias, de forma a se aproximar de um conhecimento teórico-prático mais científico. O que se
observa no decorrer das aulas é um processo de sensibilização dos estudantes, de que o ideário
de Infância com que eles chegam não corresponde à realidade das crianças com as quais vão
140
trabalhar. E também fica evidente com o passar das aulas a mudança deste entendimento de
Infância para uma concepção mais científica, corroborando para uma atuação profissional mais
efetiva frente à diversidade do contexto escolar.
AS PRÁTICAS PSICOTERÁPICAS QUE ATRAVESSAM UM CAPS: O QUE PODE UM
GRUPO?
LUIZ HENRIQUE FERNANDES DOS REIS
MARIA ALICE DE CARVALHO ECHEVARRIETA
EMILIA REGINA FRANZOSI
Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos
Processo: Trabalho
RESUMO
Este painel apresenta alguns questionamentos que temos feito a partir das nossas experiências
como estagiários de psicologia na rede pública de saúde de Florianópois, mais especificamente
no Centro de atenção Psicossocial Infantil(CAPSi) e no Centro Psicossocial Álcool e Drogas
(CAPSad). Seu objetivo é pensar o trabalho do psicólogos com grupos no SUS a partir de uma
perspectiva crítica às perspectivas tradicionais de grupo. Um argumento que permeia o
imaginário social sobre práticas grupais no âmbito da saúde, ainda hoje, é a noção de grupo
como uma solução menos eficaz para problemas de ordem psicológica, que só é utilizado em
decorrência da baixa oferta de serviços psicológicos clínicos e ao alto custo associado à esse
tipo de tratamento. Esse argumento, que Regina Barros descreve como econômico-
circunstancial, redundou no uso de grupos como recurso para postos de saúde como meio para
diminuir as filas de espera e teve como efeito secundário uma diminuição na importância dada a
este dispositivo e a consequente escassez de produção teórica sobre práticas de grupos. Esta
carência teórica, por sua vez, realimenta o imaginário social que os concebe como um substituto
pobre da psicoterapia individual, esta sim muito mais efetiva. As perspectivas sobre grupos que
são hegemônicas dentro da psicologia partem de uma concepção do grupo como composto de
indivíduos indivisos, mutuamente interdependentes que buscam o equilíbrio entre as partes.
Nestas perspectivas, a sociedade, o indivíduo e o grupo, também operariam dentro dessa lógica.
A partir disto constrói-se um saber sobre o comportamento dos ‘indivíduos’ dentro do grupo,
teorizando a emergência de comportamentos intragrupais. A insuficiência desse referencial para
entender o que acontecia nos grupos dos CAPS nos levou a buscar outros, em especial a noção
de clínica grupal de Regina Benevides Barros. Essa proposição teórica parte da noção de
subjetividade, entendida não como posse de um sujeito individual, mas como agenciamentos
produzidos no campo dos processos de produção social e material. O que implica,
imediatamente, na noção de multiplicidade, uma vez que cada sujeito vê-se ao longo da sua
história implicado em conjugações de forças, relações de saber-poder, maquinas que se põem
em funcionamento, produzindo desejos e formas ser e estar no mundo. A subjetividade do tipo
indivíduo é apenas mais uma das subjetividades possíveis, levada a cabo como efeito da
141
serialização capitalística. A noção de produção de subjetividade rejeita a de indivíduo como algo
acabado, constante, passível de ser capturado pelo discurso médico-psicológico-científico,
afirmando a potência criativa e a capacidade de reformulação de cada sujeito. Nessa perspectiva
o que haveria no processo grupal não seria uma natureza grupal, em oposição a individual, que
desencadearia a emergência de papeis; não se trata de transformar o grupo num objeto a ser
pensado, o qual possui um interior que pode ser teorizado e psicologizado, pelo qual se podem
atingir mudanças de comportamento almejadas, mas sim pensar o grupo como um dispositivo
capaz de agenciar a produção de subjetividades desejantes.
PREVALÊNCIA DE USO DE DROGAS NOS AMBIENTES EDUCACIONAIS DE VACARIA/RS
CINTHIA MARIA CECATO PICOLI
Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos
Processo: Formativos e Educativos
RESUMO
A pesquisa é desenvolvida através do Conselho Municipal sobre Drogas de Vacaria – COMAD,
visando conhecer o contexto do uso de drogas na rede de ensino no município de Vacaria. O
estudo possibilitará dados importantes para uso na aplicabilidade da prevenção, no que tange à
atribuição de cada órgão/instituição que faz parte deste Conselho. Objetivo geral: estudar a
prevalência e fatores de risco para o uso de drogas entre estudantes, bem como construir um
diagnóstico das unidades educacionais pesquisadas no município de Vacaria. Objetivos
específicos: identificar o padrão de uso de drogas entre alunos matriculados nas instituições de
ensino de Vacaria; divulgar informações que orientem a prevenção e promovam esclarecimentos
aos envolvidos; aprofundar discussões significativas para a melhoria da qualidade de vida da
comunidade acadêmica; incentivar práticas preventivas e de inclusão social; enfatizar a formação
permanente dos educadores para as intervenções frente ao processo preventivo do uso indevido
de drogas; sensibilizar os professores e familiares para a abordagem da questão nos seus
contextos; instrumentalizar as instituições de ensino a construírem e manterem um programa de
prevenção ao uso de drogas inserido no cotidiano escolar. Método: Trata-se de uma pesquisa
exploratório-descritiva e transversal. De acordo com a finalidade do estudo, a abordagem
utilizada será o método quantitativo. A pesquisa será realizada na rede de ensino e nas
instituições de nível superior do município. Os participantes serão todos os educandos da rede
pública e privada de ensino que possuam 10 anos completos e acima deste, desde que presentes
na aula no dia da aplicação do questionário. O número aproximado da população é de 9.001
sujeitos. O instrumento utilizado é o questionário contendo cinco questões fechadas. Os dados
serão analisados com auxílio do programa SPSS. O tratamento estatístico visa tornar os dados
válidos e significativos. Resultados: a parceria com as instituições de ensino articula a
necessidade de obter um panorama atual da realidade do uso de drogas em Vacaria e com estes
trabalhar efetivamente na prevenção às drogas, beneficiando toda a comunidade. Almeja-se que
a médio e longo prazo, as ações preventivas sejam cada vez mais realizadas em rede, e possam
142
apontar melhoras significativas na prevenção ao uso de drogas, sejam licitas ou ilícitas, e reduzir
o problema da criminalidade e da violência gerada por elas.
NOMEAÇÃO E TRIAGEM NEUROPSICOLÓGICA
LUCAS MENTOR DE ALBUQUERQUE NOBREGA
JACKSIANI ERAT
Eixo: Vida Moderna, ambiente e sustentabilidade
Processo: Avaliação
RESUMO
O Montreal Cognitive Assessment–MoCA (Nasreddine et al, 2005) consiste em um instrumento
de rastreio cognitivo concebido na língua inglesa internacionalmente conhecido, sendo traduzido
para o idioma português brasileiro em versão experimental por Sarmento, Bertolucci, Wajman
(2007). Na rotina prática hospitalar observa-se que vários pacientes fracassavam ao nomear
corretamente todos os animais do teste. Assim, necessitando estudos brasileiros e possíveis
adaptações. Objetivos: Investigar desempenho de adultos hígidos utilizando o MoCA e propor
sugestões para o item “Nomeação” da versão brasileira. Metodologia: Breve entrevista
psicológica à utilização do MoCA (versão experimental brasileira), e aplicação de uma versão do
item Nomeação desenvolvida para este estudo-piloto (contendo mesmo desenho do leão,
rinoceronte e camelo, acrescido da imagem do elefante, cavalo e posteriormente do hipopótamo,
no mesmo estilo gráfico da versão original. Neste caso, aceitou-se os termos “camelo” e
“dromedário”. A amostra da primeira fase contou com 32 sujeitos (X=28,3; S=11,4), atingindo
103 na segunda fase do estudo (Média: 30,23; Mediana: 25; Moda: 23; medidas de dispersão
foram Máxima:82; Mínima: 15; Desvio Padrão:12,55; Coeficiente de variação (%):41,52). Os
participantes eram de ambos os sexos, maiores de 18 anos minimamente alfabetizados,
residentes na grande Florianópolis/SC, que concordaram em participar. Resultados e discussão:
Na primeira fase, na “nomeação” todos responderam corretamente os animais leão, cavalo e
camelo. Mas, ao nomear o rinoceronte, 6 sujeitos, com boa acuidade visual e nível de
escolaridade acima do ensino médio, erraram. Devido às semelhanças, o elefante foi escolhido
para substituir o rinoceronte nesta versão inicial pelas semelhanças, como ser de grande porte,
cor acinzentada e pertencer a fauna africana. Mas na segunda fase foi descartado, assim como
a figura do cavalo, pela relevante facilidade apresentada aos respondentes. Na segunda fase
optou-se pelo rinoceronte por semelhantes razões. No item Nomeação, o Teste de aderência do
Qui quadrado nas respostas às figuras do rinoceronte e hipopótamo indicou H0 (acertos e erros
de identificação dos animais não dependem da figura mostrada (fo=fe ou Χ2 =0), os erros
independem das figuras), e H1 (acertos e erros de identificação dos animais decorrem da figura
apresentada (fo ≠ fe ou Χ2›0), os erros dependem das figuras. Χ20,05; 1 Gl =3,84 e Χ2calc.=
102,1). Observou-se que imagem do camelo/dromedário costuma ser confusa já que a imagem
do mesmo tem uma única corcova. Conclusão: É válido apresentar imagens claras com
diferentes animais com distintos níveis de dificuldade no item Nomeação do teste. Há uma
143
relação significativa entre os reconhecimentos das figuras do rinoceronte (9,7% de erros) e
hipopótamo (5,3%). Os desvios observados nas duas situações não são ao acaso, as imagens
influenciaram nas respostas. Os acertos e erros são estatisticamente (P<0,05) diferentes entre
as situações. Os erros verificados na identificação dos animais dependeram das imagens, que
foram determinantes nas respostas. Enfim, rejeita-se Ho e aceita-se H1. O MoCA mostra boa
aplicabilidade, mas necessita de adaptação cultural brasileira adequada.
DESENVOLVIMENTO INFANTIL: COMPRENDENDO REGRAS E LIMITES
TAYLINE LECARDELLI
LIANI MARIA HANAUER FAVRETTO
Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos
Processo: Formativos e Educativos
RESUMO
Segundo La Taille (1999, p.01) a palavra limites “salienta três dimensões da palavra: transpor
limites para alcançar a maturidade, respeitá-los em favor da moralidade e, por último, a idéia de
construir limites que permitam a preservação da intimidade. No campo da educação, o termo é
usado no sentido usual e restritivo e trata daquilo que é permitido ou proibido, em prol da
moralidade”. Objetivos: Contribuir para a reflexão acerca de regras e limites, para a convivência
social; identificar as regras existentes na família, escola e sociedade; apresentar e discutir
situações que envolvam regras e limites na sociedade; desenvolver folder informativo aos pais,
acerca do tema. Método: As atividades sobre o tema aconteceram em dois momentos: O primeiro
momento, aconteceu por meio de encontros com as crianças dos Grupos IV (o que corresponde
a 4 anos de idade), de um Centro de Educação Infantil de um Município do Oeste de Santa
Catarina. Os encontros visavam as crianças identificarem as regras e limites em diversos
contextos sociais, além dos limites no transito e meio ambiente. As atividades foram realizadas
por meio de vídeos, discussões em grupos, pinturas, confecção de um mural com as regras,
discutidas/elaboradas com as crianças. Foi realizado uma atividade de caça ao tesouro onde as
crianças precisaram seguir as regras que estavam pelo caminho até encontrarem o baú. O
segundo momento, ocorreu por meio de um contato com os pais, onde foi entregue um folder
informativo, sobre a referida temática. Resultados: Por meio desta atividade, foi possível
apresentar e discutir algumas regras que são necessárias para o convívio satisfatório em sala
de aula, identificando os direitos e deveres de todas as crianças. Foi possível também, realizar
um trabalho de prevenção ao transito e meio ambiente, pois as regras e limites são necessárias
em todos os contextos. Também, contribuiu para a aproximação do Centro Educacional, com as
famílias, visando o entendimento acerca da convivência social.
SER MULHER E O CASAMENTO: O PARADOXO EXISTENCIAL
KETHLIN CARRARO
144
LISANDRA ANTUNES DE OLIVEIRA
PAULA CRISTINA TASCA
Eixo: Vida Moderna, ambiente e sustentabilidade
Processo: Terapêutico de indivíduos ou grupos
RESUMO
A mulher ao longo de sua existência viu apenas uma forma de ser bem sucedida socialmente,
através do casamento. Porém, devido a muitas transformações socioculturais a mulher vem
buscando e conquistando a igualdade de direitos. Emancipando-se e quebrando o modelo
tradicional, machista e patriarcal de nossa sociedade. O objetivo foi compreender os fenômenos
relacionados à vida e ao casamento, de ordem cultural, na vida de mulheres, que por algum
motivo buscaram e estão sob acompanhamento psicológico em uma unidade básica de saúde.
Como ponto central analisou-se se as imposições sociais influenciam na tomada de decisões na
vida dessas mulheres em relação ao matrimônio e conhecer como é, para elas, Ser Mulher.
MÉTODO: O método utilizado foi o fenomenológico, pois este possibilita captar o sentido ou o
significado da vivência para as pessoas em determinadas situações, por elas experienciadas em
seu existir cotidiano (Forghieri, 2004). Foram entrevistadas 3 mulheres, entre 40 a 45 anos, que
por algum motivo buscaram e estão sob acompanhamento psicológico em uma unidade básica
de saúde (UBS) do extremo-oeste do estado de Santa Catarina. E como instrumento para a
coleta de dados foi realizada uma entrevista composta por uma pergunta de fim aberto: eu
gostaria que você me falasse sobre como você vivencia o casamento… As entrevistas
aconteceram na UBS, foram gravadas mediante consentimento das participantes acordado junto
à explanação do termo de consentimento livre e esclarecido, foram transcritas de forma literal a
fim de obter a compreensão fenomenológica. RESULTADOS: Apesar das participantes
vivenciarem situações distintas em relação aos seus casamentos, percebeu-se pelas vivências
relatadas, que houve um movimento interno para obter uma maior satisfação e pertencimento no
relacionamento e na dinâmica de suas vidas como um todo. Situações nas quais as essências
não se distinguem uma da outra, pois, como trouxeram à tona, é nessa etapa que se aflora a
participação mais ativa na sua própria vida, e isso remete a mudanças de paradigmas, onde a
mulher decide apossar-se de si mesma, ou continuar levando uma condição advinda de valores
externos, morais. A busca por autonomia e não satisfação perante as situações enfrentadas em
suas vidas, as participantes, abordaram livremente a experiência terapêutica e as contribuições
significativas em suas vidas. E essa capacidade é a tendência ao crescimento, para caminhar
rumo à maturidade e reorganizar sua personalidade em relação com a vida de maneira
construtiva e madura. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Casamento e sua construção vão além da
união de dois seres, pois envolve o contexto histórico, político e a subjetividade dos sujeitos no
mundo familiar ou conjugal, configurando-se numa variedade de formas em sua organização,
onde os pares carregam crenças, valores, jeitos de ser. O ser humano possui uma capacidade
de sempre buscar novos horizontes para seu crescimento e desenvolvimento como pessoa, isso
motiva a crer na possibilidade de um espaço de convivência que respeita a livre expressão dos
sujeitos, na igualdade dos direitos, na não descriminação.
145
VISITA ABERTA ÀS GESTANTES E ACOMPANHANTES NA MATERNIDADE DO
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO/UFSC COMO PRÁTICA DE HUMANIZAÇÃO VINCULADA À
REDE CEGONHA
HENRIETTE CAROLINE ITTNER DA SILVA
ALESSANDRA VIEIRA SCHETZ
AMANDA KLIEMANN
ELISANGELA BÖING
NATIELEN PEIXE
ZAIRA APARECIDA OLIVEIRA CUSTODIO
Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos
Processo: Políticas Públicas e Sociais
RESUMO
A visita aberta às gestantes e acompanhantes ao Hospital Universitário Polydoro Ernani de
Santiago é uma prática de atenção humanizada direcionada às mulheres gestantes e seus
acompanhantes, sendo coordenada pela equipe multiprofissional da maternidade. Esta visita,
que é vinculada ao Sistema Único de Saúde, faz parte do Programa de Humanização no Pré-
natal e Nascimento, regido pela portaria n° 569/GM/MS de 2000. Também está vinculada à Rede
Cegonha, instituída no ano de 2011 pela portaria 1.459/2011, que visa oferecer à gestante e seu
acompanhante a oportunidade de conhecer a maternidade que vai parir seu filho. A partir da
adesão da Rede Cegonha no município de Florianópolis, em setembro de 2014, foi estabelecido
que a visita aberta às gestantes e acompanhantes à maternidade do HU aconteceria na primeira
e na terceira terça-feira de cada mês das 14 às 18 horas. Na primeira terça-feira recebe-se
gestantes oriundas da Grande Florianópolis, e, na terceira terça-feira, para gestantes vinculadas
às Unidades Básicas de Saúde às quais são referências de atendimento para o HU. Esta visita
tem por objetivo aproximar as gestantes e seus acompanhantes do ambiente no qual desejam
ter seus filhos, a fim de que eles se sintam familiarizados, acolhidos e cientes do que pode ser
oferecido pelo serviço. A visita é dividida em dois momentos, sendo que o primeiro ocorre no
auditório, onde é apresentado o vídeo institucional da maternidade, bem como as rotinas de seu
funcionamento, e por fim distribuído o material educativo. Ainda neste momento os profissionais
que coordenam a atividade estimulam os participantes a fazerem perguntas a fim de esclarecer
suas dúvidas. No segundo momento ocorre a divisão dos participantes em subgrupos para a
realização da visita no Centro Obstétrico e Alojamento Conjunto. Durante o primeiro momento
(no auditório), vê-se a importância de disponibilizar informações acerca dos aspectos que
compõem o Parto Humanizado, como: a presença de acompanhante de escolha da gestante
durante o processo de pré-parto, parto e pós-parto; a possibilidade de utilização de métodos não
farmacológicos para o alívio da dor (como bola suíça, massagens, banho terapêutico) e estímulo
ao parto normal; a realização de cesarianas somente por indicação médica; estabelecimento do
contato pele-a-pele entre mãe e bebê na primeira hora após o parto; a prática do Alojamento
146
Conjunto; equipe multiprofissional; assistência prestada pela Central de Incentivo ao Aleitamento
Materno, com profissionais que orientam e estimulam a prática da amamentação, entre outros
aspectos. Aproximadamente seiscentas gestantes e acompanhantes realizaram a visita na
maternidade do HU desde que esta atividade passou a ser vinculada à Rede Cegonha, há cerca
de um ano, com média de 15 pessoas por visita. Ao final da atividade as gestantes e
acompanhantes demonstram e referem tanto satisfação pelas informações recebidas quanto
gratidão pela oportunidade de conhecerem e se apropriarem das rotinas da maternidade. Esta
atividade vem cumprindo seu papel de promoção de saúde, conscientização e garantia dos
direitos que envolve o processo de nascimento.
PROJETO DE PREPARAÇÃO PARA A APOSENTADORIA DESENVOLVIDO NO SIASS-
CHAPECÓ/SC.
ELIZANGELA RAQUEL ZANELLA DREY
ANGÉLICA MUCELIN
ANDRÉA LUIZA DA SILVEIRA
Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos
Processo: Grupais e de Mobilização Social
RESUMO
Este trabalho foi desenvolvido através do componente curricular Estágio Acompanhado em
Psicologia, Processos de Gestão e Trabalho, do curso de Psicologia da Unochapecó, que está
sendo realizado no SIASS - Subsistema de Atenção à Saúde do Servidor, no município de
Chapecó. Através das demandas levantadas em reuniões com a equipe multiprofissional do
SIASS e análises documentais, destacaram-se dificuldades ligadas às condições de trabalho e
saúde em geral, especificamente relacionada a saúde mental, aspectos das relações de trabalho.
Neste último ponto, a iminência da aposentadoria de servidores das diversas instituições que
pertencem ao SIAS apresentou-se como importante tanto para a equipe multiprofissional como
para os próprios servidores. Deste modo, foi planejado um projeto de Preparação para a
Aposentadoria a ser desenvolvido com os servidores públicos. Propusemos como objetivo geral
construir ações de preparação para a aposentadoria, visando refletir sobre os projetos de vida
que se apresentam no momento em que se aproxima o processo da aposentadoria. Assim,
focamos nas condições para refletir sobre o processo da aposentadoria enquanto uma nova fase
da vida. Pretende-se contribuir para a elaboração de um projeto de vida para o período da
aposentadoria, levando em consideração os aspectos psicológicos, sociais, econômicos e de
saúde através de reflexões sobre as escolhas realizadas ao longo da vida e sobre o “trabalho” e
seus sentidos. Como metodologia utilizamos Oficinas como estratégias de intervenção
psicossocial. As oficinas são abertas, variando no número de pessoas e na frequência dos
participantes. Ocorrem uma vez por semana, durante uma hora e 30 minutos, sob a coordenação
de duas estagiárias sob orientação acadêmica semanal. Por meio das oficinas de intervenção
147
psicossocial em Preparação para a Aposentadoria, os participantes constatam novos desafios
frente a aposentadoria que se aproxima e lançam formas de como eles lidar.
Trabalho. Identidade. Qualidade de vida. Saúde mental. Grupos. Organização Social.
AS CONTRIBUIÇÕES DA ARTETERAPIA NO DESENVOLVIMENTO DA PESSOA
DIAGNOSTICADA COM AUTISMO
JULIANA BARBOSA DE ALENCAR
JOÃO PAULO KOLTERMANN
Eixo: Sofrimento(s) e Violência(s)
Processo: Terapêutico de indivíduos ou grupos
RESUMO
O Autismo por muitos anos foi acobertado e tratado como uma deficiência mental na qual as
pessoas que possuíam seu diagnóstico eram destinadas ao asilamento e passavam por
condições de sofrimento e violência. Conforme o distúrbio foi chamando a atenção dos cientistas
e sendo cada vez mais estudado, o Transtorno do Espectro do Autismo ganhou formas
específicas de tratamento e terapia, mas sua condição ainda é precária não eliminando muito do
sofrimento que lhe é relacionado. Atualmente, acompanhando uma maior visibilidade das
pessoas com o Autismo, é notada a importância de disponibilizar um leque de opções de terapias
disponíveis para a pessoa com esse espectro. O presente estudo tem como objetivo evidenciar
a relação existente entre a Arteterapia e as pessoas diagnosticadas com TEA. Foi pretendido
também conhecer as modalidades dança/movimento terapia, musicoterapia e as artes visuais
que fazem parte da Arteterapia. O estudo utilizou-se de uma entrevista estruturada com uma
profissional que utiliza da Arteterapia como método de tratamento para pessoas com
deficiências, incluindo o espectro autista. Intercalado à entrevista o estudo busca esclarecer o
que é a Arteterapia e seus instrumentos e como ela é importante para a qualidade de vida da
pessoa diagnosticada com TEA. Foi concluído que a Arteterapia auxilia para a área de
socialização do indivíduo, principalmente para a sua expressividade. A dança/movimento terapia
é capaz de promover a integração motora, física e social que são afetadas no distúrbio e também
de ajudar no autoconhecimento corporal, e na coordenação motora. A musicoterapia é
responsável por promover significativas melhoras na área da comunicação, pois a música serve
como uma forma alternativa de comunicação e também leva as pessoas a relatarem suas
experiências, mesmo que esse tipo de terapia não necessite de nenhuma habilidade verbal. Além
disso, a música é caracterizada por conter padrões (ritmo) e ser estruturada e ordenada, o que
ajuda a canalizar as estereotipias e ecolalias que fazem parte da sintomatologia do espectro.
Ademais, ela favorece o contato visual e a aceitação nas mudanças de rotina. A profissional
entrevistada trouxe que as maiores melhoras que ela observou durante seus anos de atuação
148
foram principalmente com relação ao autoconhecimento, à amplitude dos relacionamentos, à
descoberta de habilidades e à ampliação de formas de comunicação.
Palavras-chave: Transtorno do Espectro do Autismo, Arteterapia, contribuições.
UM PANORAMA ACERCA DO AUTISMO
FERNANDA WESSLER NEHRING
Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos
Processo: Formativos e Educativos
RESUMO
Nas últimas décadas, o aumento do número de diagnósticos e as inúmeras pesquisas em torno
do Autismo, tornaram-no um tema de extrema importância para diversas áreas do conhecimento,
inclusive para a Psicologia. O presente trabalho tem como objetivo a compreensão do que é o
Autismo e as contribuições da Psicologia para esta síndrome. Para isso, realizou-se uma busca
de artigos científicos disponíveis nas bases de dados eletrônicas SciELO e PePSIC, através da
busca com as palavras chave Psicologia e Autismo, e utilizou-se cinco artigos, publicados entre
2004 e 2014. O Autismo está incluído nos Transtornos Invasivos do Desenvolvimento (TID), e
segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, o DSM-5, é caracterizado
por déficits na interação social e na comunicação, por padrões de comportamento repetitivos e
estereotipados e por um repertório restrito de interesses e atividades. Sua etiologia ainda não foi
completamente descrita, mas são conhecidas algumas das alterações a nível cerebral que essa
síndrome provoca, e que sua origem tem forte componente genético, além de contribuições
significativas do contexto biológico e social. A síndrome tem início precoce, geralmente em torno
dos três anos de idade, e sua prevalência varia entre 40 e 130 casos á cada 100 mil indivíduos,
sendo quatro vezes mais comum no sexo masculino. A atuação na Psicologia, junto ao Autismo,
pode ser feita de diversas formas, dependendo do contexto específico que o psicólogo e o
indivíduo estão inseridos, e do grau de comprometimento das funções cognitivas que esse
indivíduo apresenta. O psicólogo pode atuar como investigador, pesquisador, no diagnóstico e
na avaliação. A psicoterapia pode ser individual, nas instituições ou na família. Quanto mais
precoce a intervenção, maiores as possibilidades de desenvolvimento do indivíduo autista. Junto
com uma equipe multiprofissional, o psicólogo busca ajudar o autista a adquirir um repertório
cognitivo e comportamental mais funcional, proporcionando uma melhora na qualidade de vida
do indivíduo e de sua família. Dessa forma, mesmo já havendo importantes conhecimentos sobre
o tema, ainda tornam-se fundamentais mais pesquisas sobre o Autismo, com intuito de conhecer
totalmente essa síndrome, e aprimorar a atuação da Psicologia na mesma, que está cada vez
mais presente em nosso contexto social e de trabalho.
Palavras-chave: Psicologia, Autismo, Transtorno.
149
AS DIFICULDADES ENCONTRADAS EM EDUCAR FILHOS ADOLESCENTES
ELIETE SERGINA DE SOUSA MACHADO
PRISCILA MACHADO
Eixo: Vida Moderna, ambiente e sustentabilidade
Processo: Trabalho
RESUMO
No âmbito da educação familiar, educar um filho adolescente se faz na tentativa de acertos e
erros, ao se tornarem pais não recebem um manual de como educar de forma correta seus filhos.
Até porque, se isso existisse, qual seria a implicação destes para se empenharem, se
responsabilizarem e até mesmo poder fazer desta uma oportunidade de crescimento pessoal?
Ginott (2004) declara que nenhum pai planeja o dia do seu filho, eles sempre procuram fazer o
melhor que podem para educá-los. Acontece que alguns pais na tentativa de cumprir seu papel,
encontram dificuldades e que a maioria delas diz respeito aos próprios impasses que os pais têm
de estarem nas relações sociais com seus filhos. Com isso, se tem como objetivo compreender
os sentidos produzidos pelos pais de filhos adolescentes sobre as dificuldades encontradas em
educá-los na adolescência sobre o olhar da Abordagem Centrada na Pessoa (ACP). Para isso
fez-se primeiro uma apresentação da adolescência de modo que pudesse mostrar as nuances
dessa fase da vida. Logo uma discussão da produção de sentidos no cotidiano baseado na
literatura de Mary Spink. E por fim, um panorama sobre a Abordagem Centrada na Pessoa, teoria
que servirá de base para a análise dos dados. Como método de estudo foi realizada uma
pesquisa de campo em uma escola particular de Palhoça/SC, os principais resultados obtidos
nessa pesquisa foram: as dificuldades apresentadas pelos pais para educar seu filho
adolescente, que se repetiram em todas as mães entrevistadas, bem como dificuldade em
dialogar, pois todas reconhecem uma introspecção nas filhas adolescentes. Denotaram também
dificuldade em aceitar as transformações que ocorrem na adolescência como lentidão, indecisão
e distanciamento social. Os sentidos construídos por essas mães se apresentaram ligados ao
seu cotidiano e a conceitos rígidos, demarcados ao longo das suas histórias, que aparecem para
elas como barreiras para a construção do diálogo, de aceitar que de tempos em tempos os filhos
se transformam e requer dos pais discernimento para acompanhar essa evolução.
PALAVRAS-CHAVES: Adolescência, Família, Educação. Produção de Sentidos no Cotidiano e
Abordagem Centrada na Pessoa.
150
PSICOLOGIA E TRABALHO: UM ESTUDO DE CASO SOBRE O TRABALHO NOS
SHOPPINGS DE BLUMENAU
RAIANY APARECIDA FOLHIARINI DE ARRUDA
Eixo: Estado, Organização Social e Direitos Humanos
Processo: Trabalho
RESUMO
O presente pôster se refere à vivência de estágio na área do trabalho dentro de um Shopping na
cidade de Blumenau, no período de março à junho de 2015. Na atualidade vivemos em uma
sociedade isolada, onde o trabalho, interações e conversas esta sendo substituído pela
tecnologia. E com essas mudanças o trabalho dos sujeitos esta sendo descartado por máquinas
mecanizadas e frias, sendo assim, a sociedade e os seus protagonistas ficam cada vez mais
isolados das pessoas, contextos ou afetividade. No ambiente organizacional as empresas não
reconhecem os valores dos funcionários, e a liberdade de expressão é traduzida em um
silenciamento, um luto organizacional. Mas apesar disto, o sujeito ainda encontra no trabalho o
seu lugar no social e este possui uma relação com o seu emprego que reproduz diariamente
uma identidade que o diferencia dos demais. Neste ínterim esta realidade é intensificada nos
shoppings pois este é um ambiente de puro consumo, é a janela do espetáculo do capitalismo,
e sendo assim não deve apresentar seus bastidores, bem como seus “organizadores”, ou seja,
o funcionário é escondido, e não deve aparecer para o consumidor. Com isto, as relações de
poder ficam nítidas, e os colaboradores como da limpeza ou estacionamento não possuem um
dialogo simples, fácil e acolhedor para o administrativo. A psicologia entra neste cenário
organizacional para quebrar essas barreiras virtuais, da qual a própria instituição não reconhece,
mas alimenta com o seu discurso. Sendo assim a psicologia exercida durante este estágio,
procurou uma aproximação entre os colaboradores afim de lançar um olhar da organização para
seus funcionários. Para tanto foi feito uma proposta de treinamentos, qualidade de vida do
trabalhador, conversas individuais, dinâmicas, eventos entre outros instrumentos da Psicologia
do Trabalho e Organizacional. Assim o trabalho do psicólogo dentro de uma organização norteia
o intermédio entre funcionários e empresa, atuando no processo de gestão, quebrando barreiras,
sugerindo novos desafios, onde o psicólogo não pensa somente nas questões financeira, mas
sim no sujeito que esta vivendo este trabalho.
Palavra Chave: Psicologia, Trabalho, Shopping e Organização.