anais ii seminÁrio regional de educaÇÃo ambiental...

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1 ANAIS II SEMINÁRIO REGIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E ESCOLAS SUSTENTÁVEIS 2016 ISSN 2448-4261

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ANAIS

II SEMINÁRIO REGIONAL DE

EDUCAÇÃO AMBIENT AL E

ESCOLAS SUSTENTÁVEIS 2016

ISSN 2448-4261

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Anais do II Seminário Regional de

Educação Ambient al Escolas Sustentáveis

Teresina, 01 a 04 DE JUNHO DE 2016.

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Os autores e autoras dos Anais do II Seminário Regional de Educação Ambiental e Escolas Sustentáveis– SEMEARES são responsáveis pelos conteúdos, informações, imagens, contexto científico e correçãolinguística que constam nos artigos enviados para publicação.

II Seminário Regional de Educação Ambiental e Escolas Sustentáveis

(2016 : Teresina, PI)

S471a Anais do Seminário Regional de Educação Ambiental e Escolas

Sustentáveis, Teresina, 1 a 4 de junho de 2016 / Organização, Maria

Majaci Moura da Silva ... [et al.]. – Teresina : EDUFPI, 2016.

182p.

Evento realizado no Colégio Técnico de Teresina, promovido pela

Universidade Federal do Piauí, com o apoio de instituições Federais,

Estaduais e ONGs.

ISSN 2448-4261

1. Educação ambiental. 2. Escolas sustentáveis. 3. Sustentabilidade.

4. Diversidade. I. Silva, Maria Majaci Moura da. II. Título.

CDD 372.357 981 22

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍReitor: Prof. Dr. José Arimatéia Dantas Lopes

Vice-Reitora: Prof.ª Dr.ª Nadir do Nascimento Nogueira

Superintendente de Comunicação Social:Prof.ª Dr.ª Jacqueline Lima Dourado

CONSELHO EDITORIALProf. Dr. Ricardo Alaggio Ribeiro (Presidente)

Prof. Dr. Antônio Fonseca dos Santos Neto

Prof.ª Ma. Francisca Maria Soares Mendes

Prof. Dr. José Machado Moita Neto

Prof. Dr. Solimar Oliveira Lima

Prof.ª Dr.ª Teresinha de Jesus Mesquita Queiroz

Prof. Dr. Viriato Campelo

Revisão: Edilce Madeiro de Lima

Editora da Universidade Federal do Piauí - EDUFPICampus Universitário Ministro Petrônio Portella

CEP: 64049-550 - Bairro Ininga - Teresina - PI - Brasil

Todos os direitos reservados

FICHA CATALOGRÁFICA

Serviço de Processamento Técnico da Universidade Federal do Piauí

Biblioteca Comunitária Jornalista Carlos Castelo Branco

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SUMARIO

APRESENTAÇÃO ...................................................................................................................................6

COMISSÕES............................................................................................................................................7

PROGRAMAÇÃO...................................................................................................................................9

1 - III FEIRA AMBIENTAL DA UNIDADE ESCOLAR DJALMA NUNES:PROTEÇÃO EPRESERVAÇÃO DA FAUNA ...........................................................................................................11

2- ARQUEOLOGIA PÚBLICA E TURISMO SUSTENTÁVEL..........................................................18

3- ANÁLISE DE EFICIÊNCIA UTILIZANDO TERMOGRAFIA EM TRANSFORMADORES........23

4- EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ENSINO FUNDAMENTAL: REFLEXÕES A PARTIR DEEXPERIÊNCIAS VIVENCIADAS NO CONTEXTO ESCOLAR.................................................31

5- CONCEPÇÃO DOS DISCENTES SOBRE O GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NOAMBIENTE ESCOLAR...................................................................................................................41

6- EXPERIÊNCIA EXITOSA DE FORMAÇÃO PARA PROFESSORES A DISTÂNCIA EMEDUCAÇÃO AMBIENTAL E ESCOLAS SUSTENTÁVEIS COM VIDAS NO PÓLO DE CASTELODO PIAUÍ – PI.................................................................................................................................50

7- SANEAMENTO BÁSICO NA ÁREA URBANA DE BARRAS/PIAUÍ SERVIÇOS DEABASTECIMENTO DE ÁGUA E COLETA DE ESGOTO .............................................................53

8- PROJETO MAIS CIENTÍFICO: ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS E MICROBIOLÓGICAS DO RIOPARNAÍBA NA REGIÃO DE TERESINA.......................................................................................61

9- OFICINA DE RECICLAGEM: UMA SOLUÇÃO PARA O APROVEITAMENTO DOS RESÍDUOSSÓLIDOS NA ESCOLA..................................................................................................................68

10- PROPOSTA DE REDUÇÃO DE RESÍDUOS ORGÂNICOS: ESTUDO DE CASO ERESTAURANTEUNIVERSITÁRIO............................................................................................................................76

11- ESTUDO DA VIABILIDADE DA IMPLANTAÇÃO DA TARIFA HOROSAZONAL NO GRUPO BNA REGIÃO NORDESTE DO BRASIL..........................................................................................83

12- O BICHO DA SEMANA: CONTEXTUALIZANDO O ENSINO DE ZOOLOGIA........................88

13- AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DO CLORADOR SIMPLIFICADO POR DIFUSÃO NADESINFECÇÃO DA ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO EM PROPRIEDADES DOASSENTAMENTO RURAL RIO PARDO EM PRESIDENTE FIGUEIREDO – AMAZONAS ...... 97

14- DIAGNÓSTICO DA FLORESTA NACIONAL DE PALMARES PARA O ECOTURISMO EEDUCAÇÃO AMBIENTAL NO CONTEXTO ESCOLAR........................................................... 101

15- DIAGNÓSTICO PARA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NO IFPI: ESTUDO DE CASO NO CAMPUSTERESINA CENTRAL................................................................................................................... 108

16 -A INSERÇÃO DA SUSTENTABILIDADE NA ESCOLA CEMTI DIDÁCIO SILVA, EM TERESINA– PIAUÍ ...........................................................................................................................................117

17 -AGROECOLOGIA PELA PERCEPÇÃO DE ALUNOS DE CURSOS TÉCNICOS DE FLORIANO,PIAUÍ .............................................................................................................................................125

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18 -MEDIDAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM RESIDÊNCIAS............................................... 136

19 -O PEDAGOGO FRENTE À EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA PRÉ-ESCOLA............................. 142

20- PROJETO MAIS CIENTÍFICO: ATIVIDADES PRÁTICAS DE ENSINO- APRENDIZAGEM PARAALUNOS DO NÍVEL TÉCNICO EM UMA ESCOLA PÚBLICA DA REDE ESTADUAL DETERESINA/PI, POR MEIO DA IMPLANTAÇÃO DA FARMÁCIA VIVA E DAS ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS E MICROBIOLÓGICAS DO RIO PARNAÍBA E POTY NA REGIÃO DE TERESINA,PI ....................................................................................................................................................150

21- PROPOSTA EDUCATIVA DE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL PARA O ENSINO DEBIOLOGIA .....................................................................................................................................153

22- AS CONCEPÇÕES DOS DIRETORES , PROFESSORES E DOS ALUNOS DO FUNDAMENTALNO MUNICIPIO DE CORRENTE –PI SOBRE EDUCAÇÃO AMBIENTAL ............................ 157

23- OFICINA DE RECICLAGEM: UMA ABORDAGEM ECONÔMICA, SOCIAL E AMBIENTALREALIZADA NA UNIDADE ESCOLAR PAULO FERRAZ NO MUNICÍPIO DE CAMPO MAIOR,PIAUÍ. ............................................................................................................................................170

24- ETNOBOTÂNICA DE PLANTAS MEDICINAIS EM QUINTAIS AGROFLORESTAIS DALOCALIDADE BANANEIRA- JATOBÁ DO PIAUÍ ....................................................................176

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APRESENTAÇÃO

A Universidade Federal do Piauí através do Colégio Técnico de Teresina promoveu pelosegundo ano consecutivo o SEMINÁRIO REGIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E ESCOLASSUSTENTÁVEIS – II SEMEARES no período de 01 a 04 de junho de 2016 com tema central“Educação Ambiental e Energias Renováveis”.

Tendo como objetivo principal contribuir com a criação de um espaço para a troca deconhecimentos e experiências no âmbito da energias renováveis, visando a produção de energiasmais limpas e sustentáveis.

Quando se fala em “energias limpas”, não estamos falando de um tipo de geração de energiaque não cause nenhum impacto ambiental, pois, até o momento, esse sonho ainda não se tornourealidade. Na verdade, a energia limpa refere-se àquela fonte de energia que não lança poluentesna atmosfera e que apresenta um impacto sobre a natureza somente no local da instalação dausina. Entre as formas de energia que atendem a esses requisitos estão: energia eólica, energiasolar, energia maremotriz, energia geotérmica, energia hidráulica e energia nuclear, ainda existemalgumas formas de energia que não intensifica o efeito estufa e não agrava o problema doaquecimento global. Entre elas, podemos citar a biomassa (biocombustível), como o etanol e obiodiesel.

O II SEMEARES conseguiu reunir estudantes, educadores, pesquisadores e representantesdos diferentes setores da sociedade para intercâmbio de experiências e difusão/aplicação dostrabalhos desenvolvidos sobre Educação Ambiental e Energias Limpas, contemplando os eixostemáticos. A apresentação dos trabalhos foi pautada em dez eixos temáticos: Sustentabilidadedos Espaços Físicos nas Escolas; Transversalidade da Educação Ambiental no Currículo Escolar;Eficiência Energética e Energias Renováveis; Resíduos Sólidos; Uso Racional da Água e dosRecursos Naturais; Fortalecimento das Com-vidas nas Escolas; Turismo Sustentável; EducaçãoAmbiental e Saúde; Direitos Humanos e Agroecologia. .

Todos os artigos aqui reunidos abordam a Educação Ambiental como exigência para obterrespostas na resolução dos problemas, permeia os diversos setores da sociedade em todos osníveis de ensino, de natureza multidisciplinar, interdisciplinar e transdisciplinar, a EducaçãoAmbiental é também um instrumento eficaz das políticas públicas para o meio ambiente, cumprindopapel fundamental na conservação do ambiente em que vivemos. As atividades desenvolvidasabrangeram conferências, palestras, mesas redondas, minicursos, oficinas lançamento de livrose apresentação de trabalhos em comunicação e em painéis, reunindo congressistas de váriasestados do Brasil.

A Comissão Organizadora

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COMISSÕES:

COMISSÃO CENTRALMARIA MAJACI MOURA DA SILVA – UFPIMARCOS ANTONIO TAVARES LIRA - UFPILUANAS MARIA BATISTA – SEDUCANA HELENA MENDES LUSTOSA - IBAMA

COMISSÃO ORGANIZADORA:CRISTIANE LOPES CARNEIRO DE ALBUQUERQUE - CTT/UFPIJOSÉ BENTO DE CARVALHO REIS – CTT/UFPILUANAS MARIA BATISTA - SEDUCMILCIADES GADELHA DE LIMA – FUNDAÇÃO AGENTEMARIA IZOLDA MONTE CARDOSO - IBAMACÉLIA M. SILVA – FUNASARAIMUNDA NONATA DA CRUZ OLIVEIRA – FUNASA MARIA DE LOURDES ROCHA LIMA NUNES - UFPIMARIA MAJACI MOURA DA SILVA – UFPIANA HELENA MENDES LUSTOSA - IBAMAVÂNIA MARIA GOMES DA COSTA LIMA - UFPIHERICA MARIA SARAIVA MELO - UFPINEUSENILDES SENA DE OLIVEIRA - UFPIFABIO ADRIANO SANTOS E SILVA-UFPIELINARA SOARES BARROS DE SOUSA- UFPIRAIMUNDA FERREIRA DAMASCENO VIEIRA - FUNASA

COMISSÃO CIENTIFICADr. FRANCISCO DE ASSIS DA SILVA ARAÚJO – IBAMA/UEMADR. GONÇALO MENDES DA CONCEIÇÃO – UEMADra. LUZINEIDE FERNANDES - UFPIMS. SIMONE PUTRIK – UFPIMS. ANA HELENA MENDES LUSTOSA - IBAMADra. MARIA MAJACI MOURA DA SILVA - UFPIMS MARCOS ANTONIO TAVARES LIRA - UFPIMS. FÁBIO ADRIANO SANTOS SILVA - UFPIDr. MARCOS JACOB DE OLIVEIRA ALMEIDA - EMBRAPADr. FRANCISCO DAS CHAGAS OLIVEIRA (KIM) - EMBRAPADra. MARIA DE LOURDES ROCHA LIMA NUNES - UFPI

COMISSÃO EXECUTIV AERIKA BRENDA MONTEIRO XAVIERJORGE FERNANDES NASCIMENTOANDREA GINO DE SOUSAJOSÉ PEREIRA DA SILVAFRANCINE DUTRA DE SENAGLENIO ALEX ALVES RIBEIROGUILHERME WENDEL ALVES PESSOAIEUNE CARVALHO DE MOURAJOSÉ ROBERT DA SILVA CARVALHOTHALITA DA COSTA ROCHAJOABE DOS SANTOS SARAIVAJESSICA TAIRINE PACHECO E SILVAWIBENI ALEXANDRE E SILVA LIMA

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Eixos temáticos:1 Sustentabilidade dos Espaços Físicos2 Educação Ambiental no Currículo Escolar3 Eficiência Energética / Energias Renováveis4 Direitos Humanos e Qualidade de vida5 Uso racional da Agua6 Fortalecimento das Com-vidas nas Escolas7 Turismo Sustentável8 Educação Ambiental e Saúde9 Resíduos Sólidos10 Agricultura Organica e Agroecologia

INSTITUIÇÕES PARCEIRAS

- INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO – IFPI- FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE – FUNASA- SECRETARIA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO – SEDUC- FEDERAÇÃO DAS INDUSTRIAS DO PIAUÍ – FIEPI/SENAI- FUNDAÇÃO AGENTE- COMPANHIA DE DESENV. DOS VALES DO SÃO FRANCISCO E PARNAIBA-CODEVASF- UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUI - UESPI- INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS- IBAMA- SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIDRICOS – SEMAR- EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA – EMBRAPA

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PROGRAMAÇÃO

ABERTURA

DATA: 01 de Junho de 2016.LOCAL: Auditório do CTT/UFPI18:30 - Apresentação de Violino: Ieune Moura

Apresentação do Coral - UFPI19:20 - Composição da Mesa19:30 - Pronunciamentos20:30 - Palestra de Abertura: Profª Dra. Dulce Maria Pereira – UFOP/MG21:10 - Café com prosa

DATA: 02 de junho de 20168:30 - Mesa Redonda: Energia Solar no PiauíDr. Albemerc Moura de Morais - UFPI/FAPEPGeraldo Guttenberg Chaves Alves - MAQSOL ENERGYDr. Marcos Antônio Tavares Lira - UFPIMediador: Profª Dra. Helcia M.C.D.e Silva/UFPB9:50 - Café com prosa10:20 - Mesa Redonda: Tráfico de Animais Silvestres e Riscos de Transmissão de Zoonoses.Palestrantes: Dr. Sandovaldo Gonçalves de Moura - IBAMA

Fabiano Barbosa Pessoa – IBAMAEverardo Mendes Vila Nova-Policia Federal

Mediador: Dr. Antônio de Sousa Junior -:CTT/UFPI11:30 - Apresentação Oral ( 4 trabalhos)12:30 - INTERVALO PARA ALMOÇO14:30 - Palestra: Acessibilidade: Um passo para a inclusão no ambiente escolar.Profª. Dra. Nicia Leite Formiga –CT/UFPIMediador:15:50 - Café com prosa16:00 - Energia de Biomassa - Prof. Dr. Manoel Rangel Borges . Neto –IFPE – Petrolina-PEMediador: Prof. Dr. Raimuno Lenilde de Araujo - UFPI16:40 - Natureza, Conhecimento e dor: Denis Barros de Carvalho - UFPI17:00 - Apresentação Oral ( 2 trabalhos)

DATA: 03 de junho de 201608:30 - Mesa Redonda Educação Ambiental no Contexto das Bases Nacional Comum CurricularRepresentantes do CEE, CNE e MECMediador: Profª Luanas Maria Batista09:20 - Palestra: Uso e Consumo Sustentável de EnergiaGilvan Rodrigues Monteiro – EletrobrasMediador: Prof. Dr. Raimuno Lenilde de Araujo10:00 - Café com prosa10:20 - Apresentação dos Paineis12:30 - INTERVALO14:30 - MINICURSOS E OFICINAS18:30 - Termino dos Minicursos e oficinas

DATA: 04 de junho de 20168:00 - Cont. MINICURSOS E OFICINAS

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10:30 - Café com Prosa10:40 - Energia de Biomassa ,Prof. Dr. Manoel Rangel Borges . Neto –IFPE – Petrolina-PEMediador: Prof. Dr. Raimuno Lenilde de Araujo11:20 - Apresentação oral ( 4 trabalhos)12:30 - INTERVALO PARA ALMOÇO14:30 - Palestra: Biodiesel: Manejo e Estocagem Prof. Dr. Francisco Cardoso Figueiredo -UFPIMediador: Prof. Dr. Marcio Cleto Moura - UFPI15:10 - Café com Prosa15:30 - Análise e diagnóstico da qualidade da água da bacia do rio Parnaíba e seus afluentesProf. Dr. Francisco José de Paula- UFCMediador: Prof. Dr. Marcio Cleto Moura - UFPI16:30 - Encerramento e Entrega de Certificados

MINI-CURSOS – 8 h/a

1 – Gerenciamento dos Resíduos Sólidos em Serviços de Saúde ( 20 vagas)Prof. Raniela Borges Sinimbu - UFPIAna Helena M. Lustosa - IBAMAProf. Sérgio Mendes Rodrigues - UFPI2 – Fundamentos e principios da Agroecologia- ( 20 )Dra. Cristiane Lopes Carneiro D’Albuquerque -UFPI3 - Consumo Sustentável ( 20 vagas)Ms. Hérica Maria Saraiva Melo - UFPI4 – Energia solar - ( 30 vagas)Albemerc Moura de Morais -UFPI/FAPEPMarcos Antônio Tavares Lira - UFPI5- Educação Ambiental e Escolas Sustentáveis (20 )Prof. Dra. Dulce Maria Silva – UFOPLuanas Maria Batista - SEDUCMaria Isolda Monte Cardoso - IBAMA6 - Ética e Educação Ambiental: Reflexão e Ação a partir da Experiência Estética ( 20 Vagas )Dayanne Batista Sampaio7 – Educação Ambiental e a Vigilância Sanitária no PIDanielly Zilma de Sousa Honorato – GEVISA/FMSAndréa Gino de Sousa - GEVISA/FMS/PMT (20 )8– O Saber Popular e o Conhecimento CientificoProfª Dra. Luzia Neide Coriolano - UECE

OFICINAS

1 – Construção de Clorador Simplificado de Água para Consumo Humano ( 20 vagas)FUNASA2 – Materiais Recicláveis ( 20 vagas)Eletrobras : Gilvan Rodrigues Monteiro3 – Polo Ceramico Poti Velho ( 20 vagas)4 – Prevenção e Combate aos incêndios Florestais e Urbanos ( 20 vagas)Gildênio de Jesus Sousa - IBAMA5 - Como Construir uma Usina de Compostagem (20 vagas)Profª. Drª. Luzineide Fernandes - UFPI6 - Formas e objetos com palito de picolé e Origami com papéis usados ( 25 vagas)Jorge Fernandes Nascimento Costa CTT

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III FEIRA AMBIENT AL DA UNIDADE ESCOLAR DJALMA NUNES:PROTEÇÃO E PRESERVAÇÃO DA FAUNA

Antônio Cícero de Andrade PEREIRAMestre em Engenharia de Pesca pela UFC; Professor Efetivo Assistente III DE da UESPI e Coordenador de

Área do Subprojeto de Licenciatura em Ciências Biológicas do Pibid/UESPI/[email protected]

Giselly Almeida Rolim MOURAGraduanda do Curso de Licenciatura Plena em Ciências Biológicas da UESPI e Bolsista de Iniciação à

Docência do Pibib/UESPI/[email protected]

Luana de Aguiar LEALGraduanda do Curso de Licenciatura Plena em Ciências Biológicas da UESPI e Bolsista de Iniciação à

Docência do Pibib/UESPI/[email protected]

Ramária Maria NOGUEIRAGraduanda do Curso de Licenciatura Plena em Ciências Biológicas da UESPI

[email protected]

RESUMO

Visando alfabetizar cientificamente os estudantes da Unidade Escolar Djalma Nunes e desenvolver açõesassociadas à Educação Ambiental, o subprojeto de Licenciatura em Ciências Biológicas do Pibid/UESPI/CAPES do Campus Dr. ª Josefina Demes, em Floriano/PI, criou a Feira Ambiental. Este evento, realizadoanualmente, integra toda a comunidade escolar, trazendo conhecimentos que englobam às questões ambientais,proporcionando aprendizado através da contextualização. Este trabalho teve como objetivo refletir sobre aspráticas educativas desenvolvidas durante a III Feira Ambiental da Unidade Escolar Djalma Nunes queotimizaram a construção de competências dos sujeitos participantes desta pesquisa-ação, vinculados à EducaçãoAmbiental. Três eventos distintos caracterizaram esta ação extensionista: o planejamento, a monitoria e aculminância. Durante o planejamento, reuniões semanais foram realizadas entre os meses de agosto e outubrode 2015, onde foram decidiras delimitação do tema, a distribuição de funções entre os colaboradores, aelaboração do cronograma de atividades, o acompanhamento sistemático das ações desenvolvidas peloscolaboradores. Na monitoria dos sujeitos da pesquisa-ação orientavam os estudantes da escola nas pesquisasbibliográficas necessárias para realização das ações participativas. A culminância, caracterizou-se pelasatividades desenvolvidas durante a III Feira Ambiental: Proteção e Preservação da Fauna. Este evento vemacontecendo anualmente, desde a implementação do Pibid/UESPI da Unidade Escolar Djalma Nunes, trazendoaos alunos da escola, professores e toda a comunidade escolar práticas educativas diferenciadas, semprecontextualizando à Educação Ambiental. A integração entre bolsistas, professores, estudantes e núcleo gestorda escola vem favorecendo a todas as partes envolvidas, tornando-se um exemplo de prática colaborativabem- sucedida, que cada vez mais consolida a construção da identidade profissionais dos futuros professoresque fazem parte do Pibid/UESPI.

Palavras-chave: Proteção e preservação da fauna; Educação Ambiental; ação extensionista; Pibid/UESPI/CAPES.

1 INTRODUÇÃO

A formação inicial dos professores, segundo a LDBEN nº 9.394/1996 (BRASIL, 1996), é feita noscursos de licenciatura nas instituições de ensino superior. Dentre os diferentes segmentos de IES temos as

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Universidades, que tem como marca principal o princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão,sendo este último um processo interdisciplinar, educativo, cultural, científico e político que promove a interaçãotransformadora entre Universidade e outros setores da sociedade (FORPROEX, 2012, p. 16).

Para Silva e Vasconcelos (2006, p. 122), a dinâmica extensionista institucional envolve formatos oumodalidades que se diferenciam, principalmente, quanto à finalidade. As ações de extensão são classificadas emprograma, projeto, curso, evento e prestação de serviços. De acordo com Magalhães et al. (2004 apud IATSKIUet al., 2015, p. 111), projetos de extensão universitária são processos educativos, de conotação cultural, artísticae científica, que objetivam promover a integração da universidade com a sociedade, através de atividades deensino e pesquisa desenvolvidas no âmbito da academia.

O Pibid (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência) tem como principal finalidade fomentara iniciação à docência, contribuir para o aperfeiçoamento da formação de docentes em nível superior econsequentemente para a melhoria da qualidade da educação básica pública brasileira (CAPES, 2013).

O Pibid/UESPI conta atualmente com subprojetos desenvolvidos em nove Campi Universitários. Destessubprojetos, focaremos no de Licenciatura em Ciências Biológicas do Campus Dr. ª Josefina Demes, em Floriano,Piauí. Contemplado com 24 bolsas de Iniciação à Docências, quatro de Supervisão e duas de Coordenação de área.

Dentre as ações desenvolvidas pelo subprojeto supracitado, destacaremos a Feira Ambiental daUnidade Escolar Djalma Nunes. Caracterizada como uma ação extensionista, sua principal finalidade édesenvolver as competências necessárias aos bolsistas de Pibid/UESPI no processo de construção de suaidentidade profissional.

Em 2015 vivenciamos a III Feira Ambiental da Unidade Escolar Djalma Nunes, que teve como temática:Proteção e Preservação da Fauna. Desta forma, pudemos trabalhar interdisciplinarmente a Educação Ambiental,que segundo os PCN’s (BRASIL, 1998) é enquadrado como um dos temas transversais, e deve ser trabalhadaenfatizando-se os aspectos sociais, econômicos, políticos e ecológicos. As vantagens de uma abordagem assimé a possibilidade deuma visão mais integradora e melhora na compreensão das questões socioambientais como um todo.

Conforme a Lei nº 9.795/99 (BRASIL, 1999), a Educação Ambiental é um direito do cidadão, quedispõe no artigo 1º o conceito de Educação Ambiental:Entende-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroemvalores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meioambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.

Nas escolas, a Educação Ambiental deve sensibilizar os alunos que necessitam viver em conformidadecom o ambiente em que habitam e com outros seres vivos, no sentido de apresentar uma análise crítica dosprincípios que levam à destruição dos recursos naturais e de outros seres vivos (NARCIZO, 2009).

Visando alfabetizar cientificamente os estudantes da Unidade Escolar Djalma Nunes e desenvolverações associadas à Educação Ambiental, o subprojeto de Licenciatura em Ciências Biológicas do Pibid/UESPI/CAPES do Campus Dr. ª Josefina Demes, em Floriano/PI, criou a Feira Ambiental. Este evento, realizadoanualmente, integra toda a comunidade escolar, trazendo conhecimentos que englobam às questões ambientais,proporcionando aprendizado através da contextualização.

Este trabalho teve como objetivo refletir sobre as práticas educativas desenvolvidas durante a III FeiraAmbiental da Unidade Escolar Djalma Nunes que otimizaram a construção de competências dos sujeitosparticipantes desta pesquisa-ação, vinculados à Educação Ambiental.

2 MATERIAIS E MÉT ODOS

A III Feira Ambiental: Proteção e Preservação da Fauna, foi realizada na Unidade Escolar DjalmaNunes (Figura 01), escola-parceira do Pibid/UESPI, situada Rua Raimundo Ataíde, 1043, Bairro Matadouro,em Floriano/PI.

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Figura 01 – Mapa da Cidade de Floriano/PI, com localização da Unidade Escolar Djalma Nunes (Fonte: Googlemapas).Esta ação extensionista caracterizou uma pesquisa-ação. De acordo com Prodanov (2013,p. 67), estetipo de pesquisa pode ser realizado em uma organização (escola, por exemplo) na qual haja hierarquia ou gruposcujos relacionamentos sejam complexos.

Segundo Thiollent (1998 apud PRODANOV, op. cit.) “[...] pela pesquisa-ação é possível estudardinamicamente os problemas, decisões, ações, negociações, conflitos e tomadas de consciência que ocorrementre os agentes durante o processo de transformação de situação”.

Iremos descrever esta pesquisa-ação como constituída por 3 eventos distintos: o planejamento, amonitoria e a culminância.

Como caracterização do planejamento, reuniões semanais foram realizadas entre os meses de agosto eoutubro de 2015. Estiveram presentes os sujeitos desta pesquisa: a Professora- Supervisora da escola-parceira,os Bolsistas de Iniciação à Docência e acadêmicos voluntariados do curso de Licenciatura Plena em CiênciasBiológicas da Universidade Estadual do Piauí, bem como o Coordenador de Área do subprojeto de Licenciaturaem Ciências Biológicas do Pibid/UESPI do Campus Dr. ª Josefina Demes, que presidia as reuniões. Nestasforam feitas a delimitação do tema, a distribuição de funções entre os colaboradores, a elaboração do cronogramade atividades, o acompanhamento sistemático das ações desenvolvidas pelos colaboradores.

O evento intitulado monitoria foi realizado pelos mesmos sujeitos, onde estes orientavam os estudantesda Unidade Escolar Djalma Nunes nas pesquisas bibliográficas necessárias para realização das ações participativas:produção de materiais didáticos (réplicas de animais) utilizando subsídios de baixo custo; e a confecção depainéis com as pesquisas que contemplavam os mesmos animais selecionados para a produção das réplicas.

A culminância, caracterizada pelas atividades desenvolvidas durante a III Feira Ambiental: Proteção ePreservação da Fauna, foi realizada em dois momentos e em espaços distintos: o primeiro na Unidade EscolarDjalma Nunes, onde os estudantes apresentaram para toda a comunidade escolar suas produções relacionadasaos animais adotados pelas turmas; e o segundo momento no auditório “Bráulino Duque de França” da UniversidadeEstadual do Piauí do Campus Dr.ª Josefina Demes, Floriano/PI, onde foi proferida duas palestras intituladas“Defesa do Animais: uma questão de educação” e “Proteger e preservar a Fauna é divertido” seguida de umasessão de cinema com a exibição do filme “O Planeta dos Macacos: A Origem”, que contempla a temática sobremaus-tratos aos animais.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Não houve surpresas nos eventos de planejamento e monitoria, estando todas as ações educativasdevidamente estruturadas, caracterizando o cumprimento das atividades programadas dentro do cronograma

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previamente estabelecido pelos sujeitos da pesquisa. Desta forma, nos ateremos ao evento intitulado Culminância.3.1 Primeiro dia de Culminância:

A III Feira Ambiental da Unidade Escolar Djalma Nunes: Proteção e Preservação da Fauna, contoucom a participação de aproximadamente 150 alunos, organizados em turmas seriadas. Cada turma adotou umorganismo animal, ficando responsável pela produção de um painel autoexplicativo que contemplasse asimportâncias econômicas e ecológicas destes organismos para os seres humanos e as ações antrópicas quepoderiam influenciar na dinâmica de populações destes animais. Outra ação educativa destinada às turmas foi aexposição de uma réplica deste animal, confeccionada pelos mais diversos materiais: garrafas PET, argila, isopor,biscuit, cartolinas, entre outros.

Descreveremos algumas ações educativas desenvolvidas pelas turmas. Dentre elas podemos destacara produção do 3ª ano do ensino médio, que fez uma réplica de um jacaré (Figura 02).

Figura 02 – Ações Educativas apresentadas pelos estudantes do 3º ano do ensino médio.

Outra turma que merece destaque pelo trabalho original na confecção da réplica foi o 9º ano do ensinofundamental (Figura 03).

Figura 03 – Ações Educativas apresentadas pelos estudantes do 9º ano do ensino fundamental.

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O 1º dia de Culminância aconteceu na quadra poliesportiva da Unidade Escolar Djalma Nunes, ambienteamplo e arejado que favoreceu a socialização dos alunos das diversas turmas, que puderam apreciar as açõeseducativas desenvolvidas pelos colegas de escola (Figura 04).

Figura 04 – Socialização dos estudantes na quadra poliesportiva da Unidade Escolar Djalma Nunes durante aIII Feira Ambiental: Proteção e Preservação da Fauna.

3.2 Segundo Dia de Culminância

Neste 2º dia de culminância, as ações educativas formam de caráter informativo, onde os alunos foramcontemplados com duas palestras que enalteceram ainda mais a temática do referidoevento de extensão. A primeira palestra foi proferida pela professora Lina Santana, apresentada pelo título“Defesa do Animais: uma questão de educação” (Figura 05).

Figura 05 – Professora Lina Santana ministrando a palestra “Defesa do Animais: uma questão de educação”.

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A segunda palestra foi ministrada pelo professor Antônio Cícero de Andrade Pereira, intitulada “Protegere preservar a Fauna é divertido”, trazendo um momento de descontração ao relacionar metodologias lúdicas deaprendizagem às práticas de preservação de espécies ameaçadas de extinção (Figura 06).

Figura 06 – Professor Cícero Andrade ministrando a palestra “Proteger e preservar a Fauna é divertido”.

Visando exemplificar a temática abordado, conforme programado, foi exibido uma sessão cinema comintuito de associar o lazer que a sétima arte nos proporciona à exposição do tema “Maus-tratos aos animais”(Figura 07).

Figura 07 – Estudantes da Unidade Escolar Djalma Nunes apreciando a sessão de cinema.

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A III Feira Ambiental da Unidade Escolar Djalma Nunes: Proteção e Preservação da Fauna foi umaação extensionista realizada pelo subprojeto de Licenciatura em Ciências Biológicas do Pibid/UESPI/CAPESdo Campus Dr. ª Josefina Demes, Floriano, Piauí.

Este evento vem acontecendo anualmente, desde a implementação do Pibid/UESPI da Unidade EscolarDjalma Nunes, trazendo aos alunos da escola, professores e toda a comunidade escolar práticas educativasdiferenciadas, sempre contextualizando à Educação Ambiental.

A integração entre bolsistas, professores, estudantes e núcleo gestor da escola vem favorecendo atodas as partes envolvidas, tornando-se um exemplo de prática colaborativa bem- sucedida, que cada vez maisconsolida a construção da identidade profissionais dos futuros professores que fazem parte do Pibid/UESPI.

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da EducaçãoNacional. Brasília: Diário Oficial da União, 1996.

. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ciências Naturais. Brasília:MEC. SEF, 1998.

Lei 9.795, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional deEducação Ambiental. Brasília Diário Oficial da União, 1999.

CAPES. Portaria nº 096, de 18 de julho de 2013. Regulamento do programa institucional de bolsa deiniciação à docência. Disponível em: http://www.capes.gov.br/educacao- basica/capespibid/documentos-pibid. Acesso em: 19 set. 2014.

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IATSKIU, Patrícia; MATTOS, Rosane Regina de; MACHADO, Camila Juraszeck; BORILLE, JosimarMariano; FLISSAK, Júlia Caroline; FERNANDES, Noara Maria Kapp. Relato de experiência:capacitação e formação continuada de professores de ciências e biologia. Revista Conexão UEPG.vol. .11 n. 1, p. 110-117. Ponta Grossa, 2015. Disponível em: http://www.revistas2.uepg.br/index.php/conexao Acesso em: 24 de julho de 2015.

NARCIZO, Kaliane Roberta dos Santos. Uma análise sobre a importância de trabalhar EducaçãoAmbiental nas escolas. Rev. eletrônica Mestr. Educ. Ambient. v. 22, 2009.

PRODANOV, Cleber Cristiano. Metodologia do trabalho científico [recurso eletrônico]: métodos etécnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. / Cleber Cristinao Prodanov, Ernani Cesar de Freitas. 2.ed. Novo Hamburgo: Feevale, 2013.

ROCHA, André Luís Franco da. A possibilidade de uma abordagem crítica no ensino de Zoologia: dassituações-limite às práxis pedagógicas. Dissertação (Mestrado) Programa de Pós- Graduação emEducação Científica e Tecnológica. Universidade Federal de Santa Catarina.

Florianópolis, 2013.

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ARQUEOLOGIA PÚBLICA E TURISMO SUSTENTÁVEL

“Sem um Patrimônio Cultural, tangível e intangível nãohaverá turismo, pelo fato de este se encontrarintrinsecamente unido ao Patrimônio da Humanidade. Ofuturo de cada um de nós depende do outro. “

UNESCO- Memórias do futuro

Laize Carvalho de SOUSAPós-graduanda do Mestrado de Arqueologia da UFPI

[email protected]

RESUMO

O presente artigo discute a relação direta existente entre patrimônio cultural e o turismo. Destaca o patrimônioarqueológico (exemplo, sítios arqueológicos), como ativos produtos do turismo sustentável e as contribuições daarqueologia pública no processo de preservação do patrimônio arqueológico, interação com a comunidade e,ainda, na mediação de dilemas para dinamização do turismo e economia local. O texto chama a atenção para sepensar políticas integradas de preservação para conservação dos bens culturais, almejando o desenvolvimentode forma inclusiva e sustentável.

Palavras-chave: Patrimônio Cultural, Turismo Sustentável, Arqueologia Pública, Inclusão.

INTRODUÇÃO

A cultura e o turismo mantem uma relação de interdependência e são mecanismos de desenvolvimentosocioeconômico. E, sem patrimônio cultural (material e imaterial) é inviável a realização de atividades turísticas.Nesse artigo apresentaremos o patrimônio arqueológico, referenciados aos sítios arqueológicos, como ativosprodutos do turismo sustentável bem como as contribuições da arqueologia pública nesse processo de preservaçãodo patrimônio arqueológico, através da interação com a comunidade e, ainda, mediação de dilemas paradinamização do turismo e economia local.

Para subsidiar este estudo utilizamos um levantamento bibliográfico para fundamentar as discussõesaqui apresentadas, tendo em vista que a pesquisa bibliográfica é resultado da análise e interpretação de textos.

Para que ocorra o turismo sustentável é necessário, a promoção e a utilização responsável e conscientede conservação dos bens culturais patrimoniais ao lado de um desenvolvimento socioeconômico. Sem dúvida,consiste em um tema de atualidade, relevância social, político e econômico, por considerar todo o desenvolvimentoe crescimento em uma perspectiva sustentável, favorecendo a compreensão da realidade e a participação social.

É importante destacar que, a relação estabelecida entre o patrimônio e as populações é sem dúvidaessencial, porque no patrimônio está explicito a herança cultural de cada povo e nação. A proteção, preservaçãoe divulgação do patrimônio podem acontecer de forma harmoniosa e sustentável em união com as comunidadeslocais e as organizações governamentais e nãogovernamentais, visando ações que preserve o patrimônio e o meio ao qual está inserido evitando assim suadegradação, a sua perda ao longo dos tempos além de colaborar para o seu engrandecimento, como representaçãoda sua história.

O turismo está associado a essa dinâmica da relação existente entre patrimônio e identidade cultural daspopulações. O patrimônio sempre se apresentou como um instrumento importante para o turismo, pois este

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abrange um vasto potencial de oportunidades, uma vez que envolve um conjunto de elementos locais diversificados,desde o patrimônio ambiental e cultural, até ao patrimônio arqueológico.

A nossa carta magna em vigor previu, em seu art. 180 que: “A União, Os Estados, o Distrito Federal eos Municípios promoverão e incentivarão o turismo como fator de desenvolvimento social e econômico”.

Para Barretto, o turismo é social complexo e diversificado (1995:17). Nas palavras de Salazar (2006:18)compreende-se que, o turismo: “não é apenas uma atividade econômica, mas pode ser agente de transformaçõessociais e culturais geradas como resultado direto do desenvolvimento econômico, dos diferentes usos do podere da maneira como as pessoas decidem se representar”.

Diante destas reflexões e discussões torna-se necessário pensar sobre Turismo Sustentável, este estádiretamente ligado às questões de desenvolvimento sustentável. Os debates sobre sustentabilidade no turismoganharam força com a Rio-92 momento em que a atividade turística passou a ser valorizada, no dizer de Rabinovici(2010: 7) “como instrumento de conservação da natureza, atrelado aos paradigmas de promoção da diversidade,de integração entre povos e sustentabilidade”.

Considerando o contexto descrito, os discursos sustentáveis ganharam repercussão atrelada a políticaassociada à qualidade de vida, conservação de recursos naturais e promoção às futuras gerações. Mas, pedindoemprestadas as palavras de Becker et al 1999 apud FUNARI&ROBRAHN- GONZÁLEZ, 2008: 60, percebe-se que: “ apesar de a discussão ter sido inicialmente voltada às ciências naturais e ás análises de crescimentoeconômico, a questão mais ampla é social, cultural e histórica: diz respeito à viabilidade das relações entresociedade e natureza ao longo de grandes períodos de tempo”.

E, para se pesar um turismo sustentável é necessária uma ferramenta essencial para sua estruturação: oplanejamento sustentável. Para o Ministério do Turismo do Brasil (2005), o planejamento sustentável deve serpensado de modo a oferecer os meios adequados para implantação e administração da atividade turística, deforma integrada e participativa em todas as suas etapas.

Essa participação, envolvimento da comunidade local, deve objetivar:

Engajamento em educação, hospitalidade e na compreensão da atividade turística; a promoçãoda integração e participação social das comunidades locais no planejamento turístico regional;na conscientização para preservação dos patrimônios históricos, culturais, arqueológicos eambientais; e a capacitação e utilização da mão de obra local (Alfonso, 2009).

É nesse contexto de inclusão social que a arqueologia pública entra em cena como um suporte nãosó para conservação dos bens patrimoniais arqueológicos, para construção de umaconsciência cultural e turística, mas, para melhoria da qualidade de vida e cidadania, contribuindo com apromoção do desenvolvimento de um turismo sustentável em sítios arqueológicos.

Dessa maneira, pensamos o turismo como um mecanismo de aprendizagem e disseminação do patrimônio,contribuindo para a preservação e para a sustentabilidade econômica de uma região.

E acreditamos que a arqueologia pública pode trazer contribuições significativas com políticas integradaspara o desenvolvimento de um turismo sustentável em áreas propulsoras, que abrangem projetos arqueológicosde arqueologia preventiva/contrato, na mediação de dilemas e questões sociais entre empreendedores, IPHAN(Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e comunidades.

Os sítios arqueológicos, por exemplo, se apresentam como um potencial indutor de desenvolvimentolocal e elemento de inserção sócio produtiva. São espaços de memória, de identidade e de cultura, a associaçãoda arqueologia e do turismo “pode ser altamente educativa e apresentar um quadro totalmente autentico dopassado”, (RAHTZ, 1989: 25).

No entanto, nem sempre os sítios arqueológicos estão ativos nas lembranças das comunidades(RODRIGUES & NISHIKAWA, 2013). Então, a arqueologia pode exercer um papel significante no processode construção de ligações entre o presente e o passado através da preservação da história e das tradições e davalorização do patrimônio cultural (McManamom 2000; Funari &Robrahn-González, 2008).

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Projetos de arqueologia pública podem ser desenvolvidos como referência sobre um passado queprecisa estar vivo na memória das pessoas para servir de integração e de cultura. Trabalhar junto com a comunidadefaz parte do objetivo desse campo de pesquisa, “o arqueólogo passa ser um articulador entre patrimônioarqueológico e sociedade”, incentivando a comunidade a conhecer a arqueologia e o patrimônio arqueológico.

Com a realização de encontros, entrevistas e diálogos com a participação de membros da comunidadecomo mecanismo de pesquisa para o desenvolvimento de atividades e coleta de dados, registrando todas asinformações materiais e símbolos históricos e culturais que marcam a identidade de determinada comunidadecom a participação da população como condição de pesquisa, visando à possibilidade de um turismo sustentável,em áreas de projetos arqueológicos por licenciamento ambiental que sejam apropriadas para o desenvolvimentode atividade turística, por exemplo.

Compreendendo, assim, a arqueologia pública como:

[...] um campo de pesquisa, debate e aplicação da Arqueologia, destinado a dialogar com asociedade sobre as questões públicas da disciplina (legislação, gestão, ética e educação),almejando garantir proteção e preservação do patrimônio arqueológico, bem como, defender osinteresses profissionais, científicos e públicos da Arqueologia (FERNANDES, 2007:47).

Sendo assim, as ações de arqueologia pública visam promover inclusão social e gestão do patrimôniocultural e arqueológico, buscando intensos diálogos com as comunidades envolvidas em projetos de arqueologia.

O desenvolvimento e discussões sobre arqueologia pública no Brasil estão relacionados ao acentuadodesenvolvimento de pesquisas preventivas, através de contratos em empreendimentos diversos, sua discussão eprática estão associadas ao desenvolvimento socioambiental inserida num contexto capitalista.

No entanto, a relação com a sociedade através de trabalhos de arqueologia por contrato pode se dá demaneira integrada, além de visar à preservação do patrimônio arqueológico ela pode colaborar com odesenvolvimento da economia regional e da melhoria de vida da comunidade local trazendo benefícios econômicosadvindos da atividade turística, em áreas favoráveis para essa prática, por exemplo.

Além de discutir medidas para um turismo educativo, cultural e sustentável num contexto capitalista (emáreas diretamente impactadas por empreendimentos), a arqueologia púbica busca índices satisfatórios dedesenvolvimento econômicos e conservação do patrimônio cultural e arqueológico.

Ela “prepara” o indivíduo socialmente para compreender as relações sociais, econômicas e patrimoniaisatuantes no interior de empreendimentos econômicos, proporcionando a construção de uma cidadania patrimonial.Apontando caminhos para o benefício das comunidades através da atividade turística e da preservação dopatrimônio em todas as suas valências. Contribui com o fortalecimento de vínculos culturais, de identidade,memória coletiva de grupos sociais em seus aspectos significativos, dinamizando a agência dos grupos comoatores sociais, ao identificar e valorizar os marcos e elementos materiais e imateriais que fortalece o senso depertencimento, proporcionando uma dimensão social e cultural do desenvolvimento sustentável com o propósitode provocar nas comunidades o desejo de assumir as medidas de conservação (proteção e gestão).

A arqueologia pública exerce um papel de mediadora no processo de articulação de definição deestratégias voltadas à reflexão sobre o desenvolvimento sustentável, garantindo o conhecimento e a valorizaçãoatravés de diálogos entre sociedade e seus patrimônios, dentro do universo das representações sociais.Fortalecendo as manifestações culturais e tradicionais da comunidade e o reconhecimento dos cidadãos emrelação aos bens culturais.

E essa participação da sociedade na gestão do seu patrimônio pode ser desenvolvida com a construçãode processos de práticas de ações patrimoniais e turísticas. Atuando como um motor para se discutir questõescom uma perspectiva de cidadania.

Questões como cidadania, saneamento básico, infraestrutura são inexoráveis na projeção do processode um turismo sustentável. Logo, compreendemos que não podemos ser arqueólogos preocupados apenas emregistrar, preservar o patrimônio antes que desapareça, mas sim, em fazer uma arqueologia pública junto aos

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públicos interagindo com a comunidade, publicitando a arqueologia e contribuindo, também, com políticas públicasque favoreçam melhorias na qualidade de vida da comunidade de determinada região pesquisada.

Partindo dessa perspectiva, é necessária uma análise que contemple as especificidades presentes emcada região/comunidade para se saber quais políticas públicas podem ser aplicadas. É fundamental a atuação depolíticas públicas articuladas; “políticas públicas são formas de planejamento governamental que têm o objetivode coordenar os meios e os recursos do Estado e também do setor privado para a realização de ações relevantespoliticamente determinadas” (KAUCHAKJE, S. 2007:61).

É também, de especial importância pensar políticas integradas de preservação para conservação dosbens culturais, arqueológicos, históricos e naturais que primem pela dimensão social e cultural do desenvolvimentosustentável.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

No processo de construção e planejamento para o desenvolvimento social de uma determinada regiãoé inevitável, a priori se pensar as relações econômicas, políticas e sociais. Mas,a atividade turística sustentável não tem, nem pode andar dissociada dos aspectos culturais e ambientais.

Para que a atividade turística possa atingir bons resultados gerando benefícios sociais (empregos, geraçãode renda), valorização da cultura, preservação do patrimônio e natureza local, é necessário que as intervençõesaplicadas pensem instrumentos de gestão ambiental e patrimonial.

Levando, sempre, em conta as fragilidades ecológicas da área na qual será instalada a intervenção, ascondições de infraestrutura, avaliando as potencialidades e limitações para a atividade turística e trabalhandocom a conservação e sustentabilidade dos aspectos culturais (modo de saber e fazer) da comunidade.

A arqueologia pública não pode se distanciar da realidade sociocultural da população pesquisada. Eladeve contribuir para a inclusão e apropriação da comunidade sobre a importância da preservação dos recursosarqueológicos, da ligação entre passado e presente para promoção do futuro. De maneira que o foco deve sernas famílias e nos territórios porque são nesses espaços que ocorrem o desenvolvimento das relações sociais.

E a preservação se encontra, a priori vinculada à identidade cultural, se a entendermos como: “[...] umsistema de reprodução (elementos de simbolização e procedimentos de encenação desses elementos) das relaçõesentre os indivíduos e os grupos entre estes e seu território de reprodução e produção, por seu meio, seu espaçoe seu tempo” (COELHO, 1997:201 apud SANTOS, 2011:62).

Considerando o que foi discutido, existe uma necessidade de se fazer um levantamento do patrimôniocom a participação da comunidade para o processamento de informações, discutindo a importância de definirestratégias concretas para dialogar com o empreendedor, com o governo para fazer propostas de gestão, depúblico, de mitigação. Envolvendo a comunidade no planejamento e dinamização do turismo almejando odesenvolvimento de forma inclusiva e sustentável.

Em outras palavras, acreditamos no processo de preservação sustentável do patrimônio, na construçãoda identidade e da cidadania com o desenvolvimento da atividade turística e a participação da arqueologiapública como um mecanismo para a não marginalização das comunidades, sendo estas, não objetos, mas, sujeitosativos nesse processo.

REFERENCIAS

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BARRETTO, M. Manual de Iniciação ao estudo do Turismo. Campinas, SP: Papirus. (Coleção Turismo),1995.

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FERNANDES, Tatiana. Vamos criar um sentimento?! Um olhar sobre a Arqueologia pública no Brasil.São Paulo: USP. 2007. 165 f. Dissertação (Mestrado em Arqueologia). Museu de Arqueologia e Etnologia,Universidade de São Paulo, 2007.

FUNARI, Pedro Paulo A.; ROBRAHN-GONZÁLEZ, E. Ética, capitalismo e arqueologia pública noBrasil. História. São Paulo, v.2 7, n.2, p.13-30, 2008. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0101-90742008000200002&script=sci_arttext >. Acesso em 14 jul. 2014.

KAUCHACKJE, Samira. Gestão Pública de Serviços Sociais. 1 ed. Curitiba: ABDR, 2007.

MINISTÉRIO DO TURISMO. Roteirização Turística-Módulo Operacional 7. Brasília, 2005

RABINOVICI, A. Organizações Não governamentais e a Sustentabilidade do Turismo. V EncontroNacional da Anppas. Florianópolis, p. 1-20, 2010.

RAHTZ, P. Convite à Arqueologia. Trad. De L. O. C. Lemos. Rio de Janeiro, Imago, 1989.

RODRIGUES, Robson; NISHIKAWA, Dulcelaine L. Lopes. Projetos Educacionais e PolíticasInterventivas no Campo do Patrimônio Histórico, Cultural e Arqueológico na Região de Araraquara(SP). Revista de Ar queologia Pública, Campinas, n. 7, p. 60-74, dez. 2013.

SALAZAR, N. B. Arqueoturismo no Semi-árido Sergipano: o desafio da conservação de um patrimôniomilenar. Caderno Vir tual de Turismo. v. 7, n. 2, p. 35-46, 2006. Disponível em: http://www.ivt.coppe.ufrj..br./caderno/ojs/. Acesso em: 20 abr. 2016.

SANTOS, Claristella. O compasso da arqueologia em face do avanço da modernidade no Brasil.

Ar chitecton – Revista de Ar quitetura e Urbanismo. v. 1, n. 1, p.60-67, 2011.

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ANÁLISE DE EFICIÊNCIA UTILIZANDO TERMOGRAFIA EMTRANSFORMADORES

FREITAS, J. Q. – Graduanda em Engenharia Elétrica – UFPI ([email protected]),

FONSECA JÚNIOR, J. M. - Graduando em Engenharia Elétrica – UFPI ([email protected]),

BARBOSA, F. R. - Doutor em Engenharia Elétrica – UFC ([email protected]).

RESUMO

A aplicação da termografia como instrumento de diagnóstico difundiu-se na indústria e em setores daconstrução civil. A análise da radiação infravermelha, amplamente utilizada no setor elétrico, é um método nãointrusivo e com alta fidelidade nos resultados alcançados. A partir dos dados por ela fornecidos e suaparametrização serão obtidas informações sobre o estado de operação dos transformadores de potência,principalmente em redes domésticas de distribuição de média e baixa tensão. O estudo dos transformadoresatravés da termografia tem como principal objetivo o aumento na eficiência do sistema, considerando os trêspilares essenciais para seu funcionamento ideal: a confiabilidade, manutenibilidade e disponibilidade doequipamento. O trabalho, por meio desse intuito, visa, portanto, causar um impacto positivo no fornecimentode energia elétrica, almejando uma melhor qualidade e menor desperdício de energia oferecida, causadodentre inúmeros fatores, pela existência de equipamentos ineficientes. A emissão de radiação pelostransformadores e a temperatura a eles associada quando estão operando corretamente consistem no pontochave do trabalho, pois através da anormalidade destes dados é possível detectar possíveis falhas nessesequipamentos. Portanto, a termografia, nesse contexto, possui vantagens significativas: dispõe de uma altaprecisão e rapidez na medição de temperaturas, além de poder analisar os aparelhos em modo operante semqualquer contato físico e interferência no seu funcionamento.

Palavras-chave: Eficiência. Termografia. Transformadores.

INTRODUÇÃO

O transformador, equipamento indispensável na atual rede de geração e distribuição de energia elétrica,tem como uma de suas funções básicas elevar ou reduzir a tensão presente no sistema no qual está envolvido.Apesar de seu uso ser de fundamental importância para a sociedade, diversos fatores podem causar seucomprometimento e forçar, dessa forma, o fim temporário do seu serviço.

Sem o fornecimento de energia elétrica em uma determinada região devido à paralização de umtransformador, o consumo da população é prejudicado. As concessionárias, por sua vez, casodesrespeitem os indicadores de continuidade de fornecimento do agente regulador, como o DEC(Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora) e o FEC (Frequência Equivalente deInterrupção por Unidade Consumidora) [6,7], serão obrigadas a pagar multas por irregularidades naprestação de serviço.

O uso da termografia por meio de uma máquina termográfica, no intuito de, através de dados térmicosemitidos por cada transformador, conseguir diagnosticar falhas incipientes causadas pelo elevado aumento natemperatura, contribui para aumentar a sua vida útil e evitar uma interrupção no seu funcionamento. Assim, háuma melhora na qualidade de energia e diminuição de perdas agravadas por falhas nesses aparelhos. Atravésdesse método, a avaliação do estado do transformador é feita sem que haja um contato físico direto com oequipamento e em tempo real.

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No desenvolvimento teórico do trabalho, há quatro tópicos. O primeiro tópico consiste na definição datermografia e sua contribuição para a pesquisa. O segundo tópico trata dos transformadores e a análise dos efeitostérmicos sobre eles. O terceiro traz os conceitos dos indicadores de continuidade do agente regulador e suas fórmulas.E, por fim, o quarto tópico discorre sobre a demanda de energia e a contribuição do trabalho na sustentabilidade.

Termografia

O espectro eletromagnético é dividido em regiões por comprimentos de ondas, as chamadas bandas,todas elas têm a mesma natureza e nada as diferenciam, apenas os diferentes meios empregados para produzir edetectar a radiação.

Fig. 1 Espectro eletromagnético. 1: Raio X; 2: UV; 3: Visível; 4: Infravermelhos; 5: Micro-ondas; 6: Ondas de

rádio. [12]

O espectro captado em uma termografia está compreendido na banda de infravermelhos que possui umintervalo de comprimento de onda entre 2 e 13ì m. Essa radiação é emitida naturalmente pelos corpos acima dozero absoluto, 0°K ou -273,16°C, devido ao grau de agitação de seus átomos e moléculas, podendo a mesmaser emitida em outras faixas de comprimento de onda.

Segundo Gustav Robert Kirchhoff um Corpo Negro seria um receptor e emissor ideal de radiações,absorvendo toda radiação por ele recebida, independente do comprimento de onda, ângulo de incidência epolarização. A sua temperatura seria o parâmetro para a radiação por ele emitida, sendo a mesma, único fatorpreponderante sobre a sua distribuição espectral [12].

Quando a temperatura de um corpo negro atinge a faixa de 500 a 550°C, o mesmo começa a se tornarvisível a olho nu, apresentando coloração laranja ou vermelha e tornando-se amarela ou branca com o incrementocontínuo da temperatura. Por definição a temperatura de cor de um objeto é a temperatura em que um corponegro teria de ser aquecido para que obtivesse as mesmas características. [8,12,16]

Parâmetros como: emissividade do objeto, a temperatura aparente refletida, a distância entre o objetoe a câmara, a umidade relativa, temperatura da atmosfera, devem ser informados ao dispositivo termográficopara que o mesmo apresente exatidão em suas leituras, pois estes podem influenciar ocasionando imprecisão nosresultados obtidos [12]. Variação na corrente de carga, efeito da convecção natural e forçada e condiçõesambientais também podem interferir ou limitar um ensaio termográfico [5].

A metodologia do projeto está em desenvolvimento, atendendo normas técnicas [5,17]. A partirda pesquisa teórica, estudos termográficos em transformadores serão relacionados com a influência econsequências de efeitos térmicos sobre o mesmo, objetivando ao final desta pesquisa a aplicação de umaRNA – Rede Neural Artificial, diagnosticando transformadores quanto ao estado térmico e possíveis falhasa ele associadas.

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Transformadores e a análise termográfica

Transformadores são máquinas elétricas que trabalham alterando a tensão, esta pode ser elevada ouabaixada, compostos por enrolamentos, primário e secundário, e por um núcleo magnético. Transformadores dedistribuição se utilizam deste mesmo princípio, sendo dotados também de um sistema de isolamento sólido,papel, e líquido, óleo. Perdas em um transformador geram calor, elas podem ocorrer no núcleo por histerese oucorrentes de Foucault e podem ocorrer nos enrolamentos, que aquecem devido ao Efeito Joule, onde parte daenergia é dissipada em forma de calor [16]. Nacionalmente, seguem as normas NBR5356/NBR5380 –“Transformador de Potência” e NBR5440 – “Transformadores para redes aéreas de distribuição – Padronização”que estabelecem critérios quanto a temperatura de operação do mesmo [1,2,3].

O fator de redução da vida útil do óleo é devido a esforços térmicos, mecânicos e elétricos, interferindoem suas propriedades dielétricas [10]. A temperatura dos enrolamentos fornece uma relação com o grau dedegradação do isolamento sólido. O envelhecimento do isolamento líquido é acelerado a partir de temperaturasacima dos 75°C [15]. Oxigênio, umidade e metais, como o cobre, em contato direto catalisam a sua oxidação,que ao interagir com o isolamento de papel contribui para a sua degradação, formando produtos desta reaçãoque ficam imersos no óleo, alterando a sua rigidez dielétrica e outras avarias, como mostrado na Figura 1. Ficaestabelecido pela NBR 5356, método de ensaio NBR 6869, o valor mínimo para os óleos minerais isolantes tipoA e B, de 30kV [1].

Os aquecimentos produzidos por perdas no transformador podem influenciar diminuindo a vida útil doisolamento, mesmo em condições normais de funcionamento, sendo necessário o devido dimensionamentoem sua fabricação, quanto aos limites suportados. Segundo a norma IEEE C57.12.00- 2000, ficam delimitadosos seguintes critérios para transformadores de potência: temperatura ambiente máxima de 40°C e temperaturamédia em 24 horas não deve exceder 30°C. Também fica estabelecido que a temperatura média do enrolamentonão deve ultrapassar 65°C em condições de operação com carga, tensão e frequência nominais [13].

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Tabela 1 - Limites de elevação de temperatura º C para transformadores. [1]

A Tabela 1 apresenta os limites de elevação de temperatura (°C) estabelecidos pela ANBT, NBR5356 e utilizados por uma fabricante de transformadores [18].

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A deterioração do óleo isolante é um fator natural na operação de transformadores de potência. A suaaceleração decorre do funcionamento em condições incompatíveis com a capacidade instalada ou de falhas,sejam elas na fabricação, instalação, manutenção e operacionalização destas máquinas. Podem ocorrer alteraçõesnas propriedades do isolamento líquido como: coloração, densidade relativa, viscosidade, rigidez dielétrica, fatorde potência, entre outros, os quais podem ser constatados em uma análise físico-química. O estudo em seudesenvolvimento visa uma análise rápida e precisa da deterioração em função do esforço térmico [10].

Indicadores

O fornecimento de energia elétrica é avaliado pelos indicadores de continuidade que verificam a frequênciae a duração de interrupções ocorridas que afetam diretamente o consumidor [6]. Segundo a ANEEL, os indicadoresde continuidade são divididos em individuais e de conjuntos de unidades consumidoras.

I. Os indicadores de unidades individuais podem ainda ser subdivididos em:a) Duração de Interrupção Individual por Unidade Consumidora ou por Ponto de Conexão (DIC) - o

intervalo de tempo em que permaneceu a interrupção de energia e que utiliza a seguinte fórmula, representandoo somatório dos intervalos de tempo no período considerado:

b) Frequência de Interrupção Individual por Unidade Consumidora ou por Ponto de Conexão (FIC)– o número de vezes que ocorreu a interrupção representado de acordo com a fórmula:

c) Duração Máxima de Interrupção Contínua por Unidade Consumidora ou por Ponto de Conexão(DMIC) – tempo máximo de duração de uma interrupção cuja fórmula é:

Fig. 2 - Radiador de transformador obstruído por borra

proveniente da oxidação do óleo isolante [9].Fig. 3 – Distribuição de calor em transformador imerso

em óleo com ponto quente de 47,1°C.

Fonte: Autoria própria.

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d) Duração da Interrupção Individual ocorrida em Dia Crítico por unidade consumidora ou ponto deconexão (DICRI) - duração da descontinuidade de energia em um dia crítico:

Onde:

DIC = expressa em horas e centésimos de hora;FIC = expressa em número de interrupções;DMIC = expressa em horas e centésimos de hora;DICRI = expressa em horas e centésimos de hora;i = índice de interrupções da unidade consumidora no período de apuração, variando de 1 a n;

n = número de interrupções da unidade consumidora considerada, no período de apuração;

t(i) = tempo de duração da interrupção (i) da unidade consumidora considerada ou ponto de conexão,no período de apuração;

t(i) max = valor correspondente ao tempo da máxima duração de interrupção contínua (i), no períodode apuração, verificada na unidade consumidora considerada, expresso em horas e centésimos de horas;

tcrítico = duração da interrupção ocorrida em Dia Crítico.

II. Os indicadores de continuidade de conjunto de unidade consumidora são:a) Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (DEC) – média do intervalo de

tempo em que ocorreu a interrupção no período considerado em cada unidade consumidora e que utiliza aseguinte fórmula:

b) Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (FEC) – média do número deinterrupções ocorridas no período considerado em cada unidade consumidora e que utiliza a seguinte fórmula:

Onde:DEC = expressa em horas e centésimos de hora;FEC = expressa em número de interrupções e centésimos do número de interrupções;i = índice de unidades consumidoras atendidas em Baixa Tensão ou Média Tensão faturadas do conjunto;Cc = número total de unidades consumidoras faturadas do conjunto no período de apuração, atendidas

em Baixa Tensão ou Média Tensão.

Demanda e sustentabilidade

A demanda de energia elétrica está relacionada a dois principais fatores: padrão de consumo por partedas famílias e o estado de operação dos equipamentos, como pode ser visto na Figura 4 [14]. No gráfico da

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imagem, o consumo excede a geração máxima quando a família desperdiça e os equipamentos são ineficientes.Já quando o a família é consciente e os equipamentos são eficientes, o consumo não ultrapassa a geração média[11].

Fig. 4 - Demanda de eletricidade e fontes de atendimento à demanda de energia [14]

O diagnóstico a partir da imagem termográfica visa, nesse sentido, contribuir para o aumento da eficiênciaenergética em transformadores, atrelada à sustentabilidade, trabalhando para manter seus três conceitos essenciais,a confiabilidade, manutenibilidade e disponibilidade, para que haja um maior tempo de operação do equipamentoe o aumento de sua vida útil, colaborando com menores gastos com mão de obra e insumos para sua manutenção.

A confiabilidade consiste na capacidade de um aparelho desempenhar com sucesso a sua funçãoespecífica no tempo estabelecido. Manutenibilidade é a facilidade de um item ser mantido ou recolocado noestado em que ele pode executar suas funções requeridas, sob condições de uso determinadas pelo fabricante,sendo a sua manutenção executada sob os procedimentos e meios prescritos [4]. E, por fim, a disponibilidade éa capacidade do equipamento de estar em condições de desempenhar sua função, em um determinado intervalode tempo, assim que solicitado.

CONCLUSÃO

Conclui-se que a contribuição deste projeto para um desenvolvimento sustentável consiste no impactoprovocado no funcionamento adequado e manutenção da vida útil do transformador. O monitoramento doequipamento permite o conhecimento da temperatura sem necessitar desliga-lo ou qualquer tipo de intervenção.Com os dados térmicos do aparelho, é possível evitar falhas causadas pelo seu superaquecimento através demedidas de proteção para mantê-lo em seu estado normal de operação e, consequentemente, prolongar a vidaútil do mesmo. Além disso, o transformador operando corretamente apresenta menos perdas de energia,contribuindo com a economia e melhorando a qualidade no fornecimento, evitando interrupções.

REFERENCIAS

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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICASTransformador de Potência. Rio de Janeiro,RJ, 1993. ABNT. NBR 5380:

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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 5440: Transformadores pararedes aéreas de distribuição. Rio de Janeiro, RJ, 1999.

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EDUCAÇÃO AMBIENT AL NO ENSINO FUNDAMENTAL: REFLEXÕES APARTIR DE EXPERIÊNCIAS VIVENCIADAS NO CONTEXT O ESCOLAR

Maria Valdirene Araújo Rocha MORAESProfessora da Coordenação do Curso de Licenciatura em Geografia, Universidade Federal do Piauí

[email protected]

RESUMO

A presente pesquisa objetivou envolver alunos e professores do 6º ano do ensino fundamental da Escola MunicipalFaustino de Albuquerque, Fortaleza, Ceará e a mostra a experiência vivenciada nessa faixa etária de ensino,acerca do conteúdo de Educação Ambiental (EA) na disciplina de Geografia, através do Projeto Interdisciplinarde Reciclagem e Coleta Seletiva. O conjunto de atividades desenvolvidas e vivenciadas nessa instituição, buscarampromover atividades interdisciplinares, cuja principal estratégia foi trabalhar o Projeto de Reciclagem e ColetaSeletiva. As ações educativas sobre a EA foram introduzidas nas aulas de Geografia, sempre permeando dentrodos conteúdos do currículo escolar, partindo de explanação teórica e depois de produção de painéis e maquetes,onde os alunos exprimiam suas ideias e seus questionamentos. Percebeu-se o engajamento dos alunos de formagradativa e participação nas atividades, além do interesse na compreensão da temática, que é tão complexa paraseres que estão ainda no início de formação.

Palavras-chaves: Sensibilização. Coleta Seletiva. Resíduos Sólidos.

INTRODUÇÃO

A Educação Ambiental (EA), indiscutivelmente, deve ser introduzida no contexto social dos indivíduosdesde muito cedo, para que haja a compreensão dos mesmos para a problemática ambiental que vivencia-seatualmente. É certo que não se consegue conscientizar as pessoas para a questão ambiental, mas pode-se pelomenos sensibilizar, apresentar a discussão acerca desse assunto, para que a partir das vivências das mesmas,possa perceber a necessidade urgente do fazer e propagar os valores relacionados a conservação dos recursosnaturais e o seu uso de forma sustentável.

Jacobi (2012 p. 29) chama a atenção para a necessidade de promover uma “política de consumosustentável que leve em conta três eixos: a realidade dos limites ecológicos da Terra, a promoção da justiçasocial e a necessidade de ser econômica e politicamente viável”. O mesmo autor salienta que o consumosustentável, agrega um conjunto de atividades que articulam variados temas como: ética, defesa do meioambiente e cidadania.

Torna-se necessário há muito tempo, a implementação da educação ambiental nos diversos meios decomunicação, nas escolas, etc. como menciona Sato (2004) quando enfatiza a “necessidade da maior abrangênciados objetivos da EA dentro da multidimensionalidade relacionada à questão ambiental devido a rápida deterioraçãoda qualidade de vida do planeta”. Santos (2012 p. 71) coloca que “é impossível eliminar o consumo de nossasvidas nem reduzir a relação íntima que ele mantém com a produção”. Mas devemos pensar sobre esse consumoque está sendo delineado atualmente, e posicionar-se de forma de forma coerente, e sem dúvida, sensibilizaraqueles que fazem parte da educação básica, para que possam ser multiplicadores da EA e garantir um futurosustentável para as gerações futuras.

A Conferência de Estocolmo (1972), marco da ideia de Desenvolvimento Sustentável e EA, culminouna Conferência Intergovernamental de Tbilisi (1977) que definiu EA na sua Recomendação 1 (b e h), como(MMA, 2016):

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“b) a educação ambiental é o resultado de uma reorientação e articulação de diversas disciplinase experiências educativas que facilitam a percepção integrada do meio ambiente, tornandopossível uma ação mais racional e capaz de responder às necessidades sociais”. h) A educaçãoambiental deve ser concebida como um processo contínuo e que propicie aos seus beneficiários- graças a uma renovação permanente de suas orientações, métodos e conteúdo - um sabersempre adaptado às condições variáveis do meio ambiente”.

Sato (2004) ainda reforça que o ambiente não pode ser considerado um objeto de cada disciplina, esim, deve ser abordado numa dimensão que permeia todas as atividades, impulsionando os aspectos físicos,biológicos, sociais e culturais dos seres humanos. A autora completa que a EA “tem sido identificada comotransdisciplinar, isto é, deve permear todas as disciplinas do currículo escolar” (SATO, 2004 p. 24).

A partir da ideia destes conceitos, a presente pesquisa objetivou envolver alunos do 6º ano do ensinofundamental, onde mostra uma experiência vivenciada nessa faixa etária de ensino, acerca do conteúdo de EAna disciplina de Geografia, através do Projeto Interdisciplinar de Reciclagem e Coleta Seletiva, na Escola MunicipalGovernador Faustino de Albuquerque, Fortaleza, Ceará.

O conjunto de atividades desenvolvidas e vivenciadas nessa instituição, buscaram promover atividadesinterdisciplinares, cuja principal estratégia foi trabalhar o Projeto de Reciclagem e Coleta Seletiva, com o objetivode adquirir conhecimento acerca da importância da reciclagem, chamando a atenção para o consumo exacerbadoque vem ocorrendo atualmente em nossa sociedade, estimulando assim, a criatividade como uma potencialidadehumana a ser desenvolvida no ensino de Geografia e na EA.

EDUCAÇÃO AMBIENT AL NOS CURRÍCULOS ESCOLARES

Após a Conferência de Estocolmo em 1972, iniciou-se um processo de sensibilização ambiental no mundointeiro, quando a preocupação com o meio ambiente, era predominantemente preservacionista, aconteceram muitosmovimentos em defesa da natureza e com sua preservação. Estes movimentos mobilizaram formadores de opiniãode muitos setores da sociedade, com o objetivo de exigir dos governantes, medidas mitigadoras do uso inadequadoe de forma predatório dos recursos naturais. Em 1977 acontece a Conferência realizada em Tbilisi, Geórgia, em 14a 26 outubro de 1977, que enfatiza na Recomendação 3 que deve ser “confiado à escola um papel determinante noconjunto da educação ambiental e organizar, com esse fim, uma ação sistemática na educação primária e secundária”.Em 1979 foi realizado o Seminário de Educação Ambiental para a América Latina realizada pela UNESCO ePNUMA na Costa Rica. No Brasil, neste mesmo ano, foi publicado o documento “Ecologia – uma proposta parao ensino de 1º e 2º graus” através do Departamento do Ensino Médio do MEC (MEC, 2016).

A Conferência de Tbilisi (1977), tem importante papel no âmbito da EA, abordando na Recomendação12 sobre os conteúdos e métodos aplicados a todas as disciplinas da educação básica, devendo o tema EA serincorporado nas diversas disciplinas. A Recomendação 13 trata da EA nas Universidades, tendo papel fundamentalpara romper com os métodos tradicionais de ensino, veja o que essa Recomendação sugere:

“a) Que se examine o potencial atual das universidades para o desenvolvimento de pesquisa; b)Que se estimule a aplicação de um tratamento interdisciplinar ao problema fundamental dacorrelação entre o homem e a natureza; c) Que se elaborem fundamentos teóricos da proteçãoambiental”.

Em 1985, o MEC emite o parecer nº 819/1985, que a inclusão dos conteúdos ecológicos ao longo doprocesso de formação dos educandos de 1º e 2º Graus de ensino, abrangendo todas as áreas do conhecimento.No ano de 1987, o Conselho Federal de Educação (CFE) aprova o Parecer nº 226/1987 que visa aimplementação da EA nos currículos escolares de 1º e 2º Graus de ensino.

Ainda em 1987, acontece em Moscou na Rússia, o Congresso Internacional sobre Educação e FormaçãoRelativas ao Meio Ambiente, visando uma estratégia de ação em matéria de educação e formação ambiental, foi

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promovido pela UNESCO e trata da importância de conhecimento da humanidade nas diversas áreas formais e nãoformais acerca da EA e na inclusão dos conceitos ambientais nos currículos de todos os níveis. Dias (1998) citado porZanardi (2010) aborda que em países como o Brasil, considerado um país pobre, seria importante o desenvolvimentoda EA de modo que possa melhorar a qualidade de vida da população. Em 1987, foi divulgado o Relatório deBrundtland, intitulado de Nosso Futuro Comum, elaborado pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente (CMMA),traz a temática da EA e do Desenvolvimento Sustentável, aos quais reafirmam a crítica ao modelo capitalista, resultantedo uso excessivo da natureza, sem considerar a capacidade de suporte dos recursos naturais (CMMA, 1988).

Em 1988, a Constituição da República Federativa do Brasil, dedica o Capítulo VI ao Meio Ambientee no Art. 225, inciso VI determina que o Poder Público deve promover a EA em todos os níveis de ensino,reforçando assim a temática EA em âmbito nacional.

Em 1989, foi realizada a 3ª Conferência Internacional sobre Educação Ambiental para as Escolas de 2ºGrau com o tema Tecnologia e Meio Ambiente em Illinois/EUA (SOUZA; BENEVIDES, 2005).

O MEC determina, de acordo com a Portaria nº 678/1991, que a educação escolar deve complementara EA perfazendo todos os currículos de todos os níveis de ensino, que enfatizou também a importância dacapacitação dos professores nessa temática. Ainda em 1991 o MEC lança outra Portaria nº 2.421/1991, instituindoum Grupo de Trabalho em EA com o intuito de definir as metas e objetivos junto as Secretarias Estaduais deEducação na implementação da EA no Brasil, a fim de elaborar uma proposta de EA com atuação junto aoMEC para a CNUMAD das Nações Unidas que seria realizada no ano seguinte, a Rio-92.

No Capítulo 36 da Agenda 21 (2005, pág. 431), trata no seu tópico 36.1, alínea b, que os Governosdevem procurar atualizar ou preparar melhor estratégias destinadas ao meio ambiente e desenvolvimento comotema interdisciplinar de todos os níveis de ensino nos próximos 3 anos (ou seja, até 1995), devendo ser feito emparceria com todos os segmentos da sociedade. Deve-se ainda dedicar-se a uma revisão exaustiva dos currículospara assegurar uma abordagem multidisciplinar, que compreenda as questões ambientais e desenvolvimento,respeitando seus aspectos socioculturais e demográficos.

Ainda no Capítulo 36 da Agenda 21 (2005, pág. 432), trata no seu tópico 36.1, alínea i, sugere que ospaíses apoiem as universidades para a EA, devendo oferecer a todos os estudantes cursos interdisciplinares. Asredes e atividades regionais e ações de universidades nacionais e internacionais deve promover a pesquisa emabordagens comuns de ensino em Desenvolvimento Sustentável, devendo fazer vínculos com setores empresariais,tendo em vista o intercâmbio de tecnologia e conhecimentos em geral. Em 1994, elabora uma proposta decriação do Programa Nacional de Educação Ambiental (PRONEA), visando levar o tema EA para todos osníveis de ensino (MEC/MMA, 2005).

Em 1996, é publicada a Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996, que institui as Diretrizes e Bases daEducação Nacional (LDBN) onde assegura em seu Art. 26, parágrafo § 7º (incluído pela Lei 12.608/2012), que“os currículos do ensino fundamental e médio (antigo 1º e 2º Graus) devem incluir os princípios da proteção edefesa civil e a EA de forma integrada aos conteúdos obrigatórios”.

Ainda em 1996, Governo do Brasil e UNESCO, promovem três cursos de Capacitação deMultiplicadores em Educação Ambiental, organizado pela Coordenação de Educação Ambiental, tendo comoobjetivo preparar técnicos das Secretarias Estaduais de Educação, Delegacias Regionais de Educação do MECe algumas universidades Federais, para atuarem no processo de inclusão da EA no Currículo escolar (MEC,2016). Percebe-se que após a década de 1970, muitos foram os esforços do Governo Federal na tentativa dedisseminar e implementar políticas de EA no País.

Em 1997, foi elaborado os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) com o tema “Convívio Social,Ética e Meio Ambiente”, onde a dimensão ambiental é inserida como um tema transversal nos currículos doEnsino Fundamental. Matos (2004 pág. 26) relata que a proposta dos PCNs, “pelo que se observa, só foiimplementado através de experiências pontuais em algumas escolas”. BRASIL (2000, p 45) citado por Zanardi(2010) aborda que os PCNs, no tema transversal Meio Ambiente, trazem discussões acerca da relação dosproblemas ambientais, levando a debates sobre a responsabilidade humana voltada para a sustentabilidade do

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ambiente.A Lei nº 9.795 de 27 de abril de 1999 que dispõem sobre a EA e institui a Política Nacional deEducação Ambiental, como já foi citada anteriormente o que consta no seu Art. 1º, vem contribuir com asquestões ambientais que visam o Desenvolvimento Sustentável, bem como traz metas e estratégias que devemser implementadas na educação básica, visando a educação da população como um todo, sendo capaz de agire disseminar a cultura da sustentabilidade. Sobre a implementação da EA na educação básica o Art. 8º trata:

“As atividades vinculadas à Política Nacional de Educação Ambiental devem ser desenvolvidasna educação em geral e na educação escolar, por meio das seguintes linhas de atuação inter-relacionadas: I - capacitação de recursos humanos; II - desenvolvimento de estudos, pesquisase experimentações; III - produção e divulgação de material educativo; IV- acompanhamento e avaliação”.

Os PCNs introduziram uma proposta dos temas transversais como forma de contribuir para práticas deuma concepção de educação tratada como um valor social, imprescindível para a construção da cidadania. Atransversalização do termo Meio Ambiente no currículo foi uma forma para definição de um campo de atuaçãoda EA. A Lei 9.795/1999 reconhece a EA como um componente urgente, essencial e permanente em todo oprocesso educativo (MEC, 2016).

O MEC (2016) apresenta os resultados das políticas institucionais aplicadas na EA, através do MEC noperíodo de 1999 a 2002, pela Coordenação-Geral de Educação Ambiental (COEA) na Secretaria de EducaçãoFundamental, esta analisa de forma geral, a implementação dos PCNs nas escolas como restringidos a projetostemáticos, desarticulados do currículo e das possiblidades de diálogo das áreas do conhecimento com a temática.Aborda ainda, que normalmente são campanhas isoladas em datas comemorativas, quando muitas vezes partem dainiciativa dos professores, que acabam por desenvolvê-los de forma extracurricular. Os autores salientam que essequadro dificulta um trabalho com a transversalidade e a interdisciplinaridade propostas para a prática da EA.

A Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável (CMDS) ou Rio+10 foi uma Conferênciaorganizada pela Nações Unidas, ocorrida em Johanesburgo, na África do Sul, no período de 26 de agosto a 4de setembro de 2002, após dez anos a realização da Rio-92, no Rio de Janeiro, Brasil. No documento ‘Declaraçãode Johanesburgo’ foi relatado 37 princípios, nos quais firmam o compromisso para o Desenvolvimento Sustentávele reconhece que a diminuição da pobreza, mudança dos padrões de consumo e o manejo adequado dos recursosnaturais para o desenvolvimento social e econômico são os principais objetivos para alcançar o DesenvolvimentoSustentável.

Pardo (2002) salienta sobre o desafio de todas as áreas do conhecimento em atuar como mediadoresno despertar da sociedade, por meio da prática educativa, a sensibilização para a preservação da natureza e suautilização com responsabilidade. Mayer (1998) reforça a ideia de que

a construção do conhecimento parte desde o contexto escolar, da organização do trabalho docente,percebendo as relações complexas que daí se estabelecem.

A realização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD)ou Rio+20, aconteceu no Rio de Janeiro entre os dias 13 a 22 de junho de 2012. Teve como objetivo renovar ocompromisso político com o desenvolvimento sustentável, o qual resultou em um documento de 49 páginasintituladas de “O futuro que queremos”, que aborda a Educação de forma geral, e não mais como EA. Nodocumento reconhece que todos devem ter acesso à educação de qualidade, sendo necessário para obtençãodo desenvolvimento sustentável, no qual sugere que os sistemas de ensino sejam fortalecidos e melhor desenvolvidosos currículos escolares e dos educadores.

O MEC apresenta em 2005 o Manual de Educação “Consumo Sustentável”, onde se propõe inovaçõestecnológicas e mudanças nas escolhas individuais de consumo, enfatizando que as ações coletivas e mudançaspolíticas, econômicas e institucionais, para que os padrões e os níveis de consumo se tornem mais sustentáveis,que o ‘consumo sustentável’ possa ser uma meta atingida. O autor coloca que “o meio ambiente não está relacionadoapenas a questão de como usamos os recursos (os padrões), mas também uma preocupação com o quanto

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usamos (os níveis), tornando-se uma questão de acesso, distribuição e justiça social e ambiental” (CONSUMOSUSTENTÁVEL, 2005 p. 19).

A “natureza trabalha em ciclos “nada se perde, tudo se transforma”, mas, no entanto, com a industrializaçãoe a concentração da população nas grandes cidades, o lixo foi se tornando um problema” (CONSUMOSUSTENTÁVEL, 2005 p. 114). Jacobi (2012 p. 30) aponta para a necessidade de se multiplicar e disseminar aspráticas individuais e coletivas conscientes e preocupadas com a sustentabilidade ambiental. O autor ressalta ainda, “oimportante papel das instituições da sociedade civil na conscientização da sociedade sobre a importância de o consumoser cada vez mais sustentável”. A sociedade moderna rompeu os ciclos da natureza, por um lado, extraímos cada vezmais matérias-primas, por outro, cresce-se montanhas de lixo (CONSUMO SUSTENTÁVEL, 2005 p. 114).

CONSUMO NO ESPAÇO DA ESCOLA

Vivemos atualmente a problemática ambiental, dentre tantos problemas associados, podemos apontara problemática do lixo, que está estritamente relacionado ao problema da sociedade de consumo atual. Pereirae Soares (2004) revelam que a pobreza e o meio ambiente travam uma luta sem trégua, onde áreas frágeis, comomargens de rios, beiras de córregos, lixões e

estradas, representam o cenário desse embate, comprometendo como um todo, a qualidade das águas,a saúde da população e o futuro dos lençóis freáticos.

A quantidade de resíduos produzidos pelo homem atualmente é alarmante e traz consequências emvários níveis, especialmente ao tema ambiental. Se quisermos reduzir os resíduos que produzimos, temos derepensar o que e quanto consumimos (DOURADOS; BELIZÁRIO, 2012). A escola tem papel fundamental nadisseminação de um novo modelo de consumo, diferente do que o consumo capitalista impõe. Belizário et al.(2012) discorrem que a EA como disciplina escolar, é capaz de provocar a mudança de atitude, a partir doproblema de bons modos, respeito ao planeta e outras questões ambientais. Enfatiza ainda que a EA “devepermitir reflexões e posturas mais complexas e, portanto, propor ideias mais qualificadas para lidar com a crisecivilizatória” (BELIZÁRIO et al., 2012 p.91).

Nos dias de hoje, de valores diferenciados, nos remete às preocupações com a sociedade e o meio ambienteem que vivemos. O consumo consciente é uma dessas preocupações, que a escola deve ter e disseminar entre seusalunos, sensibilizando-os para que os mesmos tenham consciência de seus direitos e responsabilidades com relação aomeio em que vivem. A escola torna-se um lugar ideal para unir a teoria à prática, onde a temática da EA deve permeara todas as disciplinas do currículo escolar, como uma necessidade social (BORGES; OLIVEIRA, 2011).

Belizário et al. (2012) apontam para que haja consenso sobre a diversidade dos diversos olhares sobreo tema EA, para que reconheçam a crise ambiental existente atualmente e que a EA busque respostas a ela, noque concerne o questionamento ao modelo socioeconômico vigente e a radicalidade das mudanças necessárias.Sorrentino et al. (2005) citado por Belizário et al. (2012) aborda educação ambiental:

“A EA nasce como um processo educativo que conduz a um saber ambiental materializado nosvalores éticos e nas regras políticas de convívio social e de mercado, que implica a questãodistributiva entre benefícios e prejuízos da apropriação e do uso da natureza. Ela deve, portanto,ser direcionada para a cidadania ativa considerando seu sentido de pertencimento ecorresponsabilidade que, por meio da ação coletiva e organizada, busca a compreensão esuperação das causas estruturais e conjunturais dos problemas ambientais. Trata-se de construiruma cultura ecológica que compreenda natureza e sociedade como dimensões intrinsecamenterelacionadas e que não podem mais ser pensadas – seja nas decisões governamentais, seja nasações da sociedade civil – de forma separada, independente ou autônoma”.

Pensando em alcançar níveis satisfatórios de desenvolvimento sustentável e uma boa parcela da populaçãosensibilizada para a questão da EA, Sato (2004) propõe cinco objetivos, importantes para tentar superar asexpectativas nessa área:

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“1. Sensibilização ambiental: processo de alerta, considerado como primeiro objetivo para alcançaro pensamento sistêmico da EA; 2. Compreensão ambiental: conhecimento dos componentes edos mecanismos que regem o sistema natural; 3. Responsabilidade ambiental: reconhecimentodo ser humano como principal protagonista para determinar e garantir a manutenção do planeta;4. Competência ambiental: capacidade de avaliar e agir efetivamente no sistema ambiental; 5.Cidadania ambiental: capacidade de participar ativamente, resgatando os direitos e promovendouma nova ética capaz de conciliar a natureza e a sociedade”.

A escola, e principalmente os professores, através de uma prática interdisciplinar, devem promovermetodologias que favoreçam devidamente a implementação da EA em âmbito escolar, tentando relacionarproblemas ambientais globais, mas contextualizando o meio ambiente local, para uma efetiva compreensão doalunado.

ESTUDO DE CASO NA ESCOLA MUNICIP AL GOVERNADOR FAUSTINO DE ALBUQUERQUE,FORTALEZA, CEARÁ

Caracterização da área de estudo

A Escola Municipal Governador Faustino de Albuquerque, está localizada no bairro Conjunto Ceará,em Fortaleza, Ceará, na zona oeste da Capital cearense (Figura 1). A população desse bairro de acordo com oCenso de 2010 era de 42.894 habitantes (IBGE, 2010), limita-se ao norte com os bairros Parque das Nações,a leste com o bairro Genibaú, a oeste com o bairro Esplanada do Araturi e ao Sul com o bairro Granja Portugal(Figura 1). A escola funciona com 2 turnos, manhã e tarde, conta com 10 turmas em cada turno, com um total dealunos, de aproximadamente 600 alunos. Com relação a estrutura física da escola, a mesma possui uma biblioteca,um laboratório de informática, uma cantina, dez salas de aulas, uma sala de vídeo, uma secretaria, uma sala dosprofessores e sala da diretoria.

Figura 1 – Localização da área de estudo. Fonte: IBGE (2010); Google Earth Pro (2016). Org. Moraes (2016).

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Aplicabilidades das ações de EA na escola

As atividades de educação ambiental foram aplicadas nas aulas de Geografia das turmas de 6º ano doturno da tarde durante os anos de 2010 a 2014, de forma interdisciplinar, sendo dedicada uma aula a cadasemana para debater acerca das questões ambientais relacionadas a problemática dos resíduos sólidos. Sempreque era possível, na exposição do conteúdo das aulas de Geografia, chamava-se a atenção para a sensibilizaçãoda EA e o desenvolvimento sustentável. Dessa forma, desejava-se formar multiplicadores de ações voltadas aconscientização ambiental e aplicações na reeducação do consumo.

O livro didático não aborda sobre essas questões nos seus diversos conteúdos, onde poderia serrealizado um link dos assuntos ‘convencionais’ abordados no livro com as questões ambientais, visto que estamosem plena crise ambiental, e todas as disciplinas precisam encontrar uma forma de sensibilizar o alunado para essaproblemática. Sato (2004) salienta que nos países em desenvolvimento como o Brasil, nota-se com frequência apresença dos livros didáticos nas aulas de todas as disciplinas, sendo reflexo das péssimas condições de trabalho,baixos salários e falta de recursos pedagógicos, a maioria dos professores são obrigados a ministrarem suasaulas utilizando apenas o livro didático.

Sato (2004) sugere novos métodos pedagógicos pautados no livro didático de forma mais efetiva, masnão como o único recurso didático. A autora salienta que o “uso excessivo dos mesmos reflete uma metodologiacentralizada no professor, tornando o sistema educacional autoritário e sem criatividade”, não auxiliando noprocesso ensino-aprendizagem.

A abordagem acerca da EA na Escola Governador Faustino de Albuquerque, em Fortaleza, teve comoauxílio o conteúdo do livro didático que norteava as discussões em sala de aula, Sato (2004) menciona que deve serpromovido discussões, debatendo os problemas conflitantes em vez de ignorá-los. A comunidade escolar da referidaescola, é de baixa renda, onde as famílias residem em locais de risco, como nas margens do rio Maranguapinho eafluentes, que com a poluição, tornaram-se ao longo dos anos, apenas córregos poluídos, que no conhecimento doalunado, os chamam de ‘canais’, que na verdade com a poluição estão formados por efluentes domésticos.

Então, a partir desse conhecimento prévio da situação de moradia, conversando de forma informal como alunado, percebeu-se a importância de trazer a discussão dos resíduos sólidos. A maioria, de certa forma, sãovítimas da crise ambiental e social, mas termos crianças com conhecimento sobre a problematização ambientalque vivemos atualmente, certamente, farão dessas crianças multiplicadores de boas ações, como por exemplo,saber orientar os pais sobre os vários problemas que o lixo pode causar. E o importante é que cada cidadão,independentemente de sua posição social, faça a sua parte, e galgando de um a um, é possível pensarmos numambiente mais sustentável e saudável.

As ações educativas sobre a EA foram introduzidas nas aulas de Geografia, sempre permeando dentrodos conteúdos do currículo escolar, partindo de explanação teórica e depois de produção de painéis e maquetes,onde os alunos exprimiam suas ideias e seus questionamentos. Percebeu-se o engajamento dos alunos de formagradativa e participação nas atividades, além do interesse na compreensão da temática, que é tão complexa paraseres que estão ainda no início de formação.

No conteúdo ‘paisagem geográfica’ logo no primeiro capítulo do livro de Geografia, após acontextualização do conteúdo do livro, sempre partindo do local para o global, questionou-se as mudanças noespaço geográfico, como o crescimento das cidades. A temática ambiental é contemplada no currículo de Geografiaenfatizam Vasconcelos e Scabello (2015 p.97), salientando que conteúdos voltados para compreensão daurbanização, “permite perceber a relação entre os elementos naturais e sociais, responsáveis pela origem doespaço urbano”. O questionamento acerca do crescimento urbano, fez os alunos pensarem o que esse crescimentourbano proporcionou de positivo e negativo no ambiente. Dentre os pontos positivos, a necessidade dos elementosbásicos de saúde, educação e transporte, estava presente nas respostas dos alunos.

Quando questionado pelos pontos negativos, surge como respostas os diversos tipos de poluição (sonora,da água, do ar, etc.), e entra em discussão a questão dos impactos causados uso desenfreado de produtos

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industrializados e descartáveis, gerando elevadas quantidades de resíduos. Nesta perspectiva de análise depaisagem, questionou-se os impactos ambientais relacionados aos resíduos sólidos, como é realizada a disposiçãofinal desses resíduos e formas de reuso dos mesmos, onde o processo deve ser iniciado em casa, a partir dasensibilização de cada um em fazer a sua parte. Vasconcelos e Scabello (2015 p.98) colocam que esse conteúdodidático (urbanização) conduz o alunado à “compreensão da complexidade que existe entre a intervenção humanana natureza e suas eventuais consequências”.

No último assunto do livro didático abordado sobre a ‘organização da economia: indústria, comércio eserviço’, culminou no fechamento das atividades relacionadas aos resíduos sólidos, momento importante dediscussão, pois o assunto do livro didático, estava estritamente relacionado as discussões que permearam aolongo de todo o ano. Foram realizadas oficinas mensais, que eram propostos trabalhos em grupos para analisar,a quantidade de lixo que produzíamos diariamente, em virtude principalmente, da era dos descartáveis, produtosindustrializados, como enlatados, caixinhas, garrafinhas, etc. Nessas oficinas, eram organizados por tipo de resíduoproduzido e descartado, onde a partir dessa triagem, relacionava-se o tempo de decomposição, e o destino quedeveria ser dado a determinado resíduo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Durante o período de aplicação das atividades de EA concomitante com o ensino de Geografia naEscola Municipal Faustino de Albuquerque, em Fortaleza, Ceará, foi gratificante ver que algo de bom aconteceu,na certeza que não atingiu a todos, mas que causou um certo incômodo e curiosidade na grande maioria. Oprojeto foi aplicado na primeira séria do Ensino Fundamental II, visando que os mesmos, ao saírem do EnsinoFundamental I, onde normalmente nas escolas municipais da Prefeitura Municipal de Fortaleza, é composta porapenas uma professora, e em algumas das vezes, composta por uma professora auxiliar. Esses alunos têm certadificuldade de se adaptarem ao ritmo de terem no Ensino Fundamental II cerca de 10 a 12 professores.

Como professora de Geografia, quis iniciar a sensibilização nessa série inicial do Ensino FundamentalII, para os mesmos possam tornar-se multiplicadores das ações apreendidas durante essa disciplina. Observou-se que foi positivo levar essa temática tão complexa, inserindo nos conteúdos escolares, passando essa visãodo local para a compreensão do local. Percebe-se a necessidade de ações como essa em outras áreas doensino, como suporte para a compreensão dessa temática, em outras disciplinas do currículo escolar.

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CONCEPÇÃO DOS DISCENTES SOBRE O GERENCIAMENTO DOSRESÍDUOS SÓLIDOS NO AMBIENTE ESCOLAR

1 Jéssica Aline Cardoso GOMES,Graduanda em Tecnologia Gestão Ambiental no Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia do Piauí,

[email protected] Leane Macêdo de CARVALHO,

Graduada em Ciências Biológicas da Universidade Federal do Piauí,[email protected]

3 Lúcia Silva FONTES,Professora-orientadora da UFPI/CCN/DB,

[email protected] Adriana de Sousa LIMA,

Professora da UFPI/CCE/DMTE,[email protected]

RESUMO

A Educação Ambiental (EA) é componente essencial da Educação Nacional, determinada por meio de ações direcionadasa conservação e preservação do meio ambiente de maneira individual ou coletiva, agindo como fonte preventiva dediversos impactos ambientais. A presente pesquisa foi realizada em uma Escola Estadual no Município de Loreto-MA,com o objetivo de analisar a concepção dos alunos referente ao gerenciamento dos resíduos sólidos, instigar a percepçãode problemáticas ambientais locais, verificar as principais ferramentas metodológicas utilizadas pelos docentes, identificara participação dos alunos e desenvolvimento de projetos na escola sobre a temática ambiental. Essa pesquisa caracteriza-se como quantitativa e qualitativa, tendo como público-alvo 53 alunos de duas turmas de 3º ano do Ensino Médio,utilizou-se como instrumento de coleta de dados um questionário constituído por questões abertas e fechadas. Oseducandos apresentaram dificuldades em diferenciar conceitos referentes ao gerenciamento dos resíduos e conseguiramidentificar diversas problemáticas ambientais. De acordo com os alunos as ferramentas metodológicas usadas pelosdocentes são principalmente as centradas no professor. A maioria dos alunos entrevistados afirmaram terem sidoenvolvidos em atividades ambientais desenvolvidas na escola. Dessa maneira, conclui-se a necessidade de desenvolveraulas mais atraentes e dinâmicas com a finalidade de potencializar a aprendizagem e incentivar o correto gerenciamentodos resíduos e, consequentemente, minimizar os danos ambientais.

Palavras-chave: Educação Ambiental; Percepção Ambiental; Resíduos Sólidos.

INTRODUÇÃO

Os contemporâneos problemas ambientais são resultantes da atual evolução tecnológica, da globalização e daação antrópica. Vivemos num tempo de mudanças, em que o cidadão deve estar ciente dos seus cuidados com o futuro.Diante do exposto, é relevante a execução de práticas na área da educação ambiental com a finalidade de preparar oindivíduo para atuar sobre as mudanças globais, em curto, médio e longo prazo. O ambiente escolar é o local propício paraa construção de um indivíduo capaz de atuar na formação de uma sociedade sustentável (NASCIMENTO, 2012).

Existe atualmente a necessidade de transformar o comportamento humano em relação à natureza, com afinalidade de desenvolver um modelo de desenvolvimento sustentável que englobe uma gestão consciente dosrecursos naturais, de maneira a conservar para as futuras gerações e simultaneamente satisfazer as exigências dasgerações atuais (ANDRADE, 2001).

Dessa maneira, o instrumento utilizado com a finalidade de gerar mudanças e atingir o desenvolvimentosustentável é a Educação Ambiental (EA), que no Brasil segue as orientações da Política Nacional de Educação

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Ambiental (PNEA), determinando-a como componente essencial e permanente da educação nacional.Caracterizando-se pelos processos voltados para a conservação do meio ambiente, tanto de maneira individualquanto coletiva, devendo estar presente no processo educativo em todos os níveis e modalidades de maneiraarticulada, com caráter formal e não formal (BRASIL, 1999).

Sendo assim, para Antunes (2004), a EA fundamenta-se na ação de educar para a sustentabilidade,definindo a correta relação humana com o ambiente. É estabelecida como um processo contínuo que auxilia oser humano no reconhecimento de indícios e causas dos problemas ambientais. Buscando aprimorar conhecimentos,atitudes e a vontade de desenvolver ações na busca de soluções para os problemas existentes no âmbito ambiental.

Segundo Reigota (2002), a escola é o ambiente ideal para o progresso da Educação Ambiental (EA), poispropicia a construção de saberes que abrangem a formação de uma consciência ecológica fundamentada em princípioséticos, atitudes, comportamentos individuais e coletivos. Conduzindo as pessoas a um entendimento crítico doambiente ao seu redor, permitindo tomar uma posição consciente direcionada a uma melhor qualidade de vida.

É de fundamental importância desenvolver nas instituições de ensino práticas educativas que versemsobre a temática dos resíduos, em toda sua multiplicidade, abrangendo tanto fatores ambientais como sociais epolíticos. Analisando o ciclo produtivo desde a extração de recursos naturais e a geração de resíduos até suarecolocação como insumos na cadeia produtiva (SOBARZO, 2008).

Explica Effting (2007), pertence aos educadores o compromisso e a responsabilidade com asatuais e futuras gerações, dessa maneira competindo à educação ambiental trespassar obstáculosburocráticos e passar a integrar a realidade escolar. Devendo alcançar relevância política e envolvertoda a sociedade.

Em virtude de tantas problemáticas ambientais resultantes da geração de resíduos pela ação humana eseu errôneo gerenciamento, pode constatar-se que este trabalho teve como objetivo analisar a concepção dosalunos referente ao gerenciamento dos resíduos sólidos, instigar a percepção de problemáticas ambientaislocais, verificar as principais ferramentas metodológicas utilizadas pelos docentes, identificar a participaçãodos educandos em atividades ambientais e o desenvolvimento de projetos na escola sobre a temática ambiental.

METODOLOGIA

A presente pesquisa foi realizada na escola pública Centro de Ensino Paulo Freire no município deLoreto-MA. O público-alvo deste estudo constitui-se de 53 alunos de duas turmas do 3º ano do Ensino Médio.Obedecendo a critérios éticos os sujeitos da pesquisa ou seus responsáveis assinaram termo de consentimentolivre e esclarecido (TCLE).

Este estudo utilizou tanto abordagens de caráter quantitativo quanto qualitativo. Para a obtenção dosdados e realização de análises, deu-se na aplicação de um questionário dirigido aos alunos e com a observaçãodo ambiente escolar em relação ao gerenciamento de resíduos na instituição.

O questionário foi elaborado numa linguagem clara e objetiva. Baseado em livros didáticos dos autoresAmabis e Martho (2010), Linhares e Gerwandsnajder (2013), utilizados com maior frequência pelos docentes ediscentes do Centro de Ensino Paulo Freire na disciplina de Biologia.

O instrumento de coleta de dados era constituído por 11 questões, sendo seis objetivas que versavamsobre distinção entre reciclagem e reutilização, coleta seletiva, padrão de cores dos coletores, tratamento edisposição final dos resíduos.

Enquanto que as cinco questões subjetivas abordavam o desenvolvimento de projetos na escola, odiagnóstico de problemas ambientais na comunidade ou no entorno da escola, opinião dos participantes a respeitoda utilização de metodologias didáticas e estratégias de ensino que poderiam ser utilizadas pelos docentes, como objetivo de atingir maior aprendizado e assimilação do conteúdo.

Em seguida, os dados obtidos foram tabelados, analisados e apresentados em forma de gráficos, utilizandoo programa Microsoft Excel 2010.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

Através da observação dos dados obtidos com a aplicação do questionário, possibilitou constatar queos alunos participantes da presente pesquisa apresentavam faixa etária entre 16 a 22 anos, sendo 55% do sexofeminino e 45% masculino.

Conforme a análise das questões objetivas a respeito do gerenciamento dos resíduos sólidos quandoquestionados sobre a definição de reciclagem, os alunos apresentaram o menor percentual de acertos de 8%.Notou-se que a maioria marcou erroneamente a definição de reutilização ao invés de reciclagem, deixando evidenteque estes não sabiam distinguir corretamente ambos os termos: na questão referente à coleta seletiva obtiveram55%; na interrogativa acerca do processo de compostagem com 51% de acertos; no questionamento sobre incineraçãoapresentaram 47% e a última relativa à distinção entre lixão e aterro sanitário com 57%. Como podemos observarna figura 1 a percentagem de acertos obtidos nas questões com maior índice foram as interrogativas 2, 3 e 5.

Figura 1. Porcentagem de acertos nas questões objetivas.Fonte: Pesquisa direta

Diante dos resultados expostos os quais corroboram com o estudo de Silva et. al. (2015), ao entrevistaralunos de uma escola pública no estado da Paraíba, verificou-se que 70% destes afirmaram saber o conceito dereciclagem, mas ao analisar as definições dadas por os mesmos, muitos responderam de forma equivocadadando o conceito de reutilização em vez de reciclagem.

Quando indagados sobre a execução de coleta seletiva na escola, 91% afirmaram que a mesma não érealizada e 9% responderam que sim (Figura 2). Com base nas observações feitas na instituição, notou-se ainexistência de coleta seletiva pela ausência de coletores, seguindo o padrãode cores e devidamente identificados para os diversos tipos de resíduos. Na real situação foram encontradospoucos lixeiros, em sua maioria improvisados, no qual os resíduos encontravam-se misturados sem nenhum tipode segregação.

Perguntas

1 2 3 4 50

20

40

60

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me

ro d

e a

lun

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8%

55% 51% 47%57%

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Figura 2. Realização de coleta seletiva na escola. Fonte: Pesquisa direta

Percebeu-se ao analisar as respostas dos educandos que a maioria assinalou a não realização de coletaseletiva na escola, e que os mesmos não compreendem a necessidade de uma estrutura adequada para a coletados resíduos sólidos, algo bastante preocupante. Visto que se trata de uma importante ferramenta no gerenciamentodos resíduos (Figura 2). A realização de coleta seletiva é de grande importância para o meio ambiente, sendo aescola o local ideal e propício para desenvolvimento dessas atividades, pois sua implantação promoveria aaproximação das escolas com a comunidade (DIAS, 2004).

Referente ao acondicionamento temporário dos resíduos nos coletores diferenciados utilizados na ColetaSeletiva: ao serem interrogados sobre as cores dos coletores para os distintos tipos de resíduos, 75% dosentrevistados não souberam identificar corretamente as cores dos recipientes para os distintos resíduos,relacionando erroneamente e 25% acertaram a classificação.

Como podemos notar na (figura 3), esses resultados evidenciam a pouca familiarização dos alunos comesta prática de segregação fundamental para o aproveitamento de materiais recicláveis.

Figura 3. Percentual de alunos que correlacionaram corretamente e erroneamente as cores dos coletores para os diferentes

resíduos sólidos para a coleta seletiva. Fonte: Pesquisa direta

Com base nos resultados expostos referente a correta identificação dos coletores para a coleta eletiva, oestudo dos autores Cajaiba e Santos (2014), realizado em escolas públicas do município de Uruará-PA, corroboramcom a presente pesquisa. Pois obtiveram resultados semelhantes, sendo que 63% dos alunos entrevistadosafirmaram não saberem correlacionar o padrão de cores com o tipo de resíduo.

Respostas

NãoSim0

20

40

60

80

100

me

ro d

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lun

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(%)

75%

25%

Respostas

Não Sim0

20

40

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80

100

me

ro d

e a

lun

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91%

9%

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Sobre a destinação dada aos resíduos gerados no ambiente escolar: 45% dos alunos afirmaram que sãorecolhidos pelo carro de coleta do município e levados ao lixão; 44% não responderam; 9% admitiram nãoterem conhecimento sobre o que é feito desses resíduos e 2% declararam que os resíduos gerados na escolaeram reciclados (Figura 4).

Pode-se inferir através de observações a respeito da destinação dos resíduos gerados no Centro de EnsinoPaulo Freire que não são reutilizados e nem reciclados, mas direcionados sem passar por nenhum tipo de segregação.Onde são levados diretamente a disposição final realizada no lixão da cidade, sendo posteriormente queimado.

Figura 4. Destinação dos resíduos gerados no ambiente escolar. Fonte: Pesquisa direta

Com relação à percepção de problemáticas ambientais locais, os alunos apresentaram os problemasencontrados na comunidade onde residem e ao entorno da escola. Dentre as questões ambientais observadas:66% apontaram o acúmulo de resíduos em lugares impróprios; 34% indicaram a falta de tratamento de esgoto;25% mencionaram a poluição de rios e córregos; 19% citaram as queimadas e 8% assinalaram o desmatamentocomo podemos notar na figura 5.

Figura 5. Problemáticas ambientais citadas pelos alunos da unidade escolar. Fonte: Pesquisa direta

Nota-se de acordo com os dados apresentados na (figura 5), que os discentes conseguiram identificaruma variedade de problemas ambientais locais, sendo citado pela maioria dos entrevistados o errôneo descartedos resíduos sólidos acumulados em locais impróprios. Tornando- se assim, o gerenciamento de resíduos uma

Respostas

Lixão Nãoresponderam

Não sabem Reciclagem0

20

40

60

80

100

me

ro d

e a

lun

os

(%)

55% 51%

47%57%

Respostas

0

20

40

60

80

100

me

ro d

e a

lun

os

(%)

66%

34%25%

19%8%

Acúmulo de resíduo emlocais impróprios

Esgoto sem tratamento

Poluição de rios e córregos

Queimadas

Desmatamento

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importante temática que poderia ser bem mais desenvolvida junto aos alunos pelos docentes e gestores dainstituição.

Quando questionados a respeito das metodologias e recursos didáticos utilizados pelos docentes nasaulas de temática ambiental: 70% dos alunos apontaram a efetuação de seminários; seguido de 64% odesenvolvimento de oficinas; 60% apresentação de vídeos; 38% a execução de debates; 15% citaram palestras;9% aulas expositivas e 4% mencionaram a realização de aulas- passeio (Figura 6).

Figura 6. Metodologia utilizadas nas aulas de temática ambiental. Fonte: Pesquisa direta

O resultado mostrou uma variedade de exposição do conteúdo abordado, o que corrobora com oestudo de REZENDE, S. L; REZENDE, W. L; MELO, F. C. S. A; PAULINO, V. C. P.(2011), onde estes defendem “é fundamental que no ambiente escolar as oportunidades de aprendizagem sejammais que dinâmicas e diversificadas e promovam o crescimento tanto cognitivo quanto emocional do aluno”.

Dessa forma, o ensino de ciências não deve se restringir apenas a aulas expositivas ou ao simplesestudo do livro didático, mas buscar diversificar as atividades e recursos didáticos utilizados na açãoeducativa, de forma a auxiliar na motivação dos alunos e a atender as diferentes necessidades e interessesdos estudantes.

Em relação às ferramentas didáticas que poderiam ser utilizadas pelos docentes com a finalidade deobter maior aprendizado e fixação dos conteúdos de temática ambiental de acordo com os alunos: 57% apontarama realização de aulas-passeio; seguida de 19% palestras; 11% o desenvolvimento de campanhas de conscientizaçãosobre a coleta seletiva; 9% citaram oficinas; 7% debates; 6% efetuação de seminários; 6% utilização de vídeosem sala de aula e 4% relata aulas expositivas (Figura 7).

Figura 7. Estratégias para maior eficiência do processo ensino-aprendizagem. Fonte: Pesquisa direta

Respostas

0

20

40

60

80

100

me

ro d

e a

lun

os

(%)

70%64%

60%

38%

15%

Debates

Palestras

Aulas expositivas

Aulas passeio

Seminários

Oficinas

Vídeos

9%4%

Respostas

0

20

40

60

80

100

me

ro d

e a

lun

os

(%)

57%

19%11% 9% 7%

Oficinas

Debates

Seminários

Aulas expositivas

Aulas-passeio

Palestras

Campanhas

6% 6% 4% Vídeos

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Com base nos dados acima, nota-se que a maioria dos discentes citaram a realização de aulas-passeio,como metodologia complementar eficaz no ensino da EA. De acordo com Carvalho (1998), a utilização deatividades de campo como estratégia didática são essenciais, pois permitem o contato direto dos alunos com oambiente, possibilitando a sensibilização acerca dos problemas ambientais gerando oportunidades de reflexãosobre valores necessários às mudanças de comportamento e atitude dos alunos.

Esses resultados (Figura 7), estão de acordo com os encontrados por Lima e Braga (2014), em suapesquisa realizada numa escola privada em Porto Velho no estado de Rondônia a partir da realização de aulas-passeio desenvolvidas com alunos do ensino médio, concluiu-se que essa estratégia didática possibilitou aosestudantes a aquisição de conhecimentos e a associação teórica e prática feita em campo.

Relativo à participação em projetos, minicursos, oficinas entre outras atividades desenvolvidas na escoladurante o ano letivo sobre a temática ambiental, as respostas foram: 70% do alunado relataram já terem participado;enquanto que 26% afirmaram nunca terem sido envolvidos nessas atividades e 4% não responderam (Figura 8).

Figura 8. Participação em atividades ambientais na escola. Fonte: Pesquisa direta

Baseado no relato de alunos que participaram de atividades ambientais na instituição, percebe-se queessas iniciativas são valiosas mesmo sendo realizadas de maneira pontuada, ou seja, em épocas específicas,auxiliando na conscientização e estimulando a participação individual e coletiva dos alunos na prevenção deproblemáticas ambientais. Comprova-se a relevância dessas atividades desenvolvidas pelos professores no ensinoda EA nos depoimentos dos alunos citados a seguir:

Aluno A: “Sim. Gostei, pois com essas atividades podemos perceber que os geradoresdesses problemas somos nós e assim passamos a ter consciência das nossas atitudes”.

Aluno B: “Sim, já participei. Gostei sim, os projetos do qual participei, pois desperta anossa consciência sobre o que realmente está acontecendo, fazendo assim refletirmossobre nossas devidas ações”.

A respeito dos alunos (26%) que afirmaram não terem sido envolvidos em atividades ou projetos ambientaisdurante o ano partindo da análise das respostas dadas, pode-se inferir que estes gostariam de serem incluídosnessas atividades. Entendendo que para os discentes o desenvolvimento de práticas educativas é visto comofonte de conscientização e aprendizagem para a conservação do meio ambiente:

Aluno C: “Não. Mas gostaria de participar, pois queria ajudar na preservação do meioambiente”.

Aluno D: “Não participei porque não teve esse projeto na minha escola”.

Respostas

Jáparticiparam

Nuncaparticiparam

0

20

40

60

80

100

me

ro d

e a

lun

os

(%) 91%

9%

9%

Nãoresponderam

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Quanto ao desenvolvimento de projetos na escola sobre a temática ambiental de acordo com as respostasdos discentes e nas observações realizadas no âmbito da instituição, constatou-se que no final de cada ano letivoocorre a realização da “Feira de Biologia” cujo o tema é Os Impactos Ambientais no Século XXI.

Este evento é realizado e organizado por uma das turmas do terceiro ano do Ensino Médio, sob asupervisão e coordenação de um dos professores de Biologia, da direção e dos coordenadores pedagógicos daescola. Contudo coube ao professor de biologia dividir a turma em equipes, sendo cada uma responsável porabordar uma temática referente à problemáticas ambientais, ficando assim os alunos responsáveis de realizar aexposição dos temas abordados como desmatamento, assoreamento, poluição da água, lixo dentre outros.

A equipe do “Lixo” que abordava principalmente a questão da problemática dos resíduos sólidos foiacompanhada de perto, desde o pré-projeto no preparatório da oficina a exposição na Feira de Biologia. Foirealizada juntamente com os alunos a confecção de coletores com material reciclado e a produção de maqueteesquemática do lixão do município, também foi exposta fotos do local do lixão.

Durante a realização da oficina foi comentado o tempo de decomposição de alguns materiais, esclarecendoas problemáticas referentes ao mau gerenciamento dos resíduos sólidos no município, explicando também asformas de tratamento e demonstração de produtos confeccionados com materiais reciclados. Para os visitantesalém da explicação e exposição de parte da realidade ambiental, foram também distribuídos folders explicativos,esclarecendo a realização e a importância da implantação da coleta seletiva no âmbito escolar.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base nos resultados expostos pode-se concluir que os alunos apresentaram dificuldades quandoquestionados sobre a temática dos resíduos sólidos. Percebeu-se também que não tinham conhecimento sobrevários conceitos, até mesmo confundindo-se nas suas definições, sendo necessário o desenvolvimento de projetosque abordem a temática de resíduos.

Nota-se ainda uma carência relacionada a práticas que envolvam os profissionais que atuam na escola,relacionando os conteúdos curriculares da sua respectiva disciplina e a discussão com seus alunos a respeito daproblemática dos resíduos sólidos e outras questões ambientais.

Os procedimentos metodológicos utilizados pelos docentes precisam de mudanças, saindo de atividadescentradas no professor em direção a atividades que permitam a participação ativa dos discentes. Nessa perspectiva,é notável a necessidade de desenvolver práticas educativas que tornem a aprendizagem dos conteúdos da EAmais agradáveis e acessíveis aos discentes.

Sendo a “Feira de Biologia” a única abordagem sobre a EA e não existindo outro projeto específicosobre o tema, evidencia-se a necessidade de desenvolver práticas ambientais que sejam realizadas de formacontínua, por meio da criação de projetos dinâmicos e eficaz. E posteriormente, introduzidas nas aulas em todasas disciplinas, já que se trata de um tema transversal.

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Diário Oficial da União, 1999.

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LINHARES, S; GEWANDEZNAJDER, F. Biologia hoje. 2. ed. São Paulo: Ática, 2013.

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Manual pedagógico alternativo para o Ensino de Ciências no 8º Ano do Ensino Fundamental. ItinerariusReflectionis. Revista Eletrônica do Curso de Pedagogia do Campus Jataí - UFG. Vol. 2, nº 11, 2011.

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EXPERIÊNCIA EXIT OSA DE FORMAÇÃO PARA PROFESSORES ADISTÂNCIA EM EDUCAÇÃO AMBIENT AL E ESCOLAS SUSTENTÁVEIS

COM VIDAS NO PÓLO DE CASTELO DO PIAUÍ – PI

Andréa Gino de Sousa¹Maria Majaci Moura da Silva²

¹ UFPI/DGH/[email protected]² UFPI/CTT/[email protected]

RESUMO

O trabalho descrito nesse resumo, tem como principal objetivo apresentar a metodologia e os resultados obtidosdurante a extensão universitária ‘Projeto Escolas Sustentáveis e Com Vidas’, implantado pela UniversidadeFederal do Piauí – UFPI, através do Colégio Técnico de Teresina – CTT e aplicado no Polo de Educação nacidade de Castelo do Piauí – PI, através da metodologia educação a distância, com duração de seis meses,utilizando a plataforma online do Projeto desenvolvido pelo Ministério de Educação – MEC que utiliza metodologiasespecificas de educação voltadas para a sustentabilidade e sensibilização ambiental. O ambiente virtual possibilitaque se forme uma Rede de Escolas Sustentáveis, em vários estados do Brasil e a primeira experiência exitosa foia implantada através da UFPI - CTT contribuindo para a divulgação de práticas sociais, educacionais e sustentáveise proporcionando uma ampla discussão dos processos educativos permanentes e continuados, capazes desensibilizar a comunidade para a construção de uma sociedade de direitos, ambientalmente justa e sustentável,por meio de três dimensões interdependentes: Gestão, Currículo e Espaço físico.

Palavras-chave: Educação Ambiental. Escola Sustentável. Educação a distância.

INTRODUÇÃO

As questões ambientais têm-se transformado em temas recorrentes no âmbito escolar em todos os níveiseducacionais, devido as consequências da crise ambiental deflagrada através do processo de expropriação dosrecursos naturais, e, sobretudo, às claras alterações de clima e paisagem nos mais distintos ambientes do planeta.Diante desse cenário e considerando que a sociedade enfrenta grandes problemas ambientais, propostas desensibilização ambiental vêm ao encontro das atuais necessidades de preservação e uso sustentável dos recursosnaturais e oportunizar o acesso de propostas educativas e conscientizadoras que perpassem os muros da escolavislumbram como uma ação permanente na direção da liberdade educativa e ambiental.

O Programa Nacional de Escolas Sustentáveis, de responsabilidade do Ministério de Educação e Cultura– MEC, dispõe sobre ações de apoio às escolas e instituições de ensino superior em sua transição para asustentabilidade socioambiental, considerando as dimensões do Currículo, da Gestão e do Espaço físico. Aproposta prevê ações sinérgicas entre a Escola e a Universidade, no âmbito do ensino, da pesquisa e da extensão(MEC, 2013).

Dentro dos preceitos do Programa, a Universidade Federal do Piauí - UFPI, através do Colégio Técnicode Teresina – CTT, voltados para a concepção da Educação Ambiental conforme estabelece os documentos dereferência internacional e movidos pelos questionamentos ambientais que norteiam essa temática, instituiu em2014 a primeira turma de extensão universitária voltada para a Escola Sustentável, estando inicialmente instaladaem 5 municípios de baixo Índice de Desenvolvimento Humano – IDH, Boa Hora do Piauí, Batalha do Piauí,Barras, Castelo do Piauí e Jatobá do Piauí.

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Pretende-se contar a experiência exitosa ocorrida no município polo de Castelo do Piauí – PI, com oobjetivo de apresentar as ferramentas, mecanismos e metodologias disponíveis do programa para tornar a escolaum espaço de educadores sustentáveis, inserir a Educação Ambiental como tema transversal em todos os níveise modalidade de ensino e facilitar a compreensão das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental(MEC, 2013).

METODOLOGIA

O trabalho foi desenvolvido no município de Castelo do Piauí – PI, há 175 km da capital Teresina, com oseducadores de nível fundamental e médio de escolas municipais e estaduais que já possua uma graduação, já queo programa em primeiro momento se trata de extensão universitária e que possua algum engajamento com açõesambientais ou pedagógicas nas escolas.

A metodologia do Programa aconteceu através de aulas de Educação a Distância – EAD, e encontrospresenciais previamente estabelecidos, para esclarecimento de dúvidas e orientações pedagógicas com um tutortreinado na Plataforma do programa.

O Programa através de sua plataforma on-line, possui um processo formativo e continuo embasado em 3grandes eixos temáticos: Módulo 1 partindo do EU, buscando o ENGAJAMENTO individual, o exercício daPegada Ecológica que pretende incitar a reflexão sobre as marcas que deixamos no mundo devido à satisfaçãode nossas necessidades e desejos; Módulo 2 indo em busca do OUTRO, ou os outros com quem convivemos,em busca do exercício da RESPONSABILIDADE: o território escolar e o Projeto Político-Pedagógico, noâmbito ambiental e por último; Módulo 3, percepção do MUNDO e adentrar nas múltiplas possibilidades deatuação na busca da SUSTENTABILIDADE (BRASIL, 2014).

O projeto teve duração de 6 meses, entre ambientação / treinamentos na plataforma do Programa e aImplantação das ações sustentáveis nas escolas, a fim de desenvolver as percepções ambientais e a importânciada prática sustentável no meio escolar.

RESULTADOS/DISCUSSÃO

Por meio da aplicação da metodologia exposta, o Programa de Escola Sustentáveis Com Vidas, atravésde projeto de Extensão Universitária da UFPI/ CTT, trouxe durante a aplicação do projeto de ação, que pormeio das atividades desenvolvidas: oficinas, feiras, construção de hortas sustentáveis, monitoramento de água deconsumo e coleta seletiva, a possibilidade de criar um espaço onde alunos e professores pudessem debater e(re)construir novos conhecimentos, desconstruindo antigas noções, dentro da perspectiva de educação ambiental.

Historicamente, a Educação a Distância surgiu para superar as distâncias geográficas, mas, dada acomplexidade das sociedades hodiernas, várias outras distâncias acabam por surgir, sejam elas culturais, sociais,econômicas ou até mesmo afetivas (CORRÊA, 2002). Tais princípios estão em consonância com a declaraçãode Tbilisi, com a Agenda 21 e o Tratado de Educação Ambiental para as sociedades Sustentáveis eresponsabilidade global, ambos elaborados na Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente em 1992na cidade do Rio de Janeiro, no qual o segundo documento propõem: “A educação ambiental deve envolver umaperspectiva holística, enfocando a relação entre o ser humano, a natureza e o universo de forma interdisciplinar”,finalmente a Carta da Terra, documento elaborado mediante um significativo trabalho de consultas e discussõesocorridas no seio de instituições governamentais e não governamentais em diversos países no período de 1997à 2000, o seguinte trecho: “Promover a contribuição das artes e humanidades, assim como das ciências, naeducação para sustentabilidade”, reforça o caráter de educação para a sustentabilidade.

Entre as ações previstas para a execução do projeto, estava o Diagnóstico ambiental das escolas a qual oseducadores trabalhavam, cujo objetivo era identificar as principais necessidades, demandas e potencialidadesrelativas ao desenvolvimento de educação para sustentabilidade. Realizadas todas essas etapas e diagnosticadas

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as realidades, durante o Módulo 1 e Módulo 2, foram iniciadas as atividades de visitas e descrição das Propostasde intervenção de educação integral, onde os educadores, tutores e alguns monitores visitaram as escolas eacompanharam as atividades no transcorrer da construção do projeto a ser desenvolvido.

Durante a vigência do projeto também ocorreram oito encontros de esclarecimento de dúvidas eaprofundamento com os educadores, com o objetivo de interação e troca de experiências entre as mesmas parao fortalecimento do projeto. Esses encontros tinham como iniciativa incluir adimensão da sustentabilidade no ambiente escolar, uma vez que as ações educativas serão repensadas de acordocom a realidade identificada pelos educadores.

A prática educacional para a sustentabilidade requer abordagens e saberes que não necessariamenteestão presentes no corpo docente escolar. Não se trata apenas dos conteúdos, mas principalmente dascompetências e habilidades necessárias para a criação de um ambiente de aprendizagem que favoreça esteprocesso.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A amplitude dos conhecimentos reproduzidos, trouxe uma reflexão sobre suas atitudes diárias e comoestas influenciam no ambiente em que vivem, repensando o seu agir cotidiano e se conscientizando da importânciade preservar e cuidar do meio em que estão inseridos. Acredita-se que tais experiências repercutiram de maneirapositiva na vida dos participantes do projeto.

Em suma, trouxe no bojo da experiência vivenciada, o entendimento de que, a partir do momento em quevislumbramos a Educação Ambiental como alicerce na construção do saber ecológico e passamos a introduzi-lano cotidiano escolar, esta atua na promoção da conscientização e responsabilidade ambiental, e, por conseguinte,contribui na formação de sujeitos críticos e multiplicadores de seus ideais.

Percebeu-se ainda que, a partir dessa conscientização ecológica se desenvolve o comprometimento, ascompetências e os valores que conduzirão todos os envolvidos a repensar e avaliar de maneira diferente a suaspráxis diárias e as consequências que esta gera no meio ambiente em que vivem, ressignificando assim, seu olharfrente as questões ambientais e a importância de sua preservação.

REFERENCIAS

BRASIL. Programa nacional de educação ambiental – ProNEA: documento básico. Ministério do MeioAmbiente, Diretoria de Educação Ambiental; Ministério da Educação, Coordenação Geral de EducaçãoAmbiental. 2.ed. Brasília, 2004.

Tratado de Educação Ambiental para as sociedades Sustentáveis e responsabilidade global.Disponível em: <http://tratadodeeducacaoambiental.net/tratadoea/portugues.pdf>. Acesso em: 20 out. 2009.

Ministério da Educação – MEC. Manual Escolas Sustentáveis. 2013. Disponível em:http://pdeinterativo.mec.gov.br/escolasustentavel/manuais/Manual_Escolas_Sustentaveis_v%2005.07.2013.pdf. Acesso em 20 de novembro de 2014.

CORREA, Juliane. Novas tecnologias da informação e da comunicação; novas estratégias de ensinoaprendizagem. In: COSCARELLI, Carla Viana (Org.). Novas tecnologias, novos textos, novas formas depensar. Belo Horizonte: Autêntica, 2002.

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SANEAMENT O BÁSICO NA ÁREA URBANA DE BARRAS/PI: SERVIÇOS DEABASTECIMENT O DE ÁGUA E COLETA DE ESGOTO.

Rosa Maria da Conceição dos SANTOSGraduanda do Curso de Pós-Graduação em Gestão Ambiental da Faculdade Múltipla.

E-mail: [email protected] José Alves da SILVA

Professor Orientador Especialista em Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável pela FAZ-Faculdade de Selvira.

E-mail: [email protected] do Socorro Monteiro CARCARÁ

Co-Orientadora-Jornalista-Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente da UFPI.E-mail: [email protected]

RESUMO

O presente trabalho analisa as atividades básicas de saneamento ambiental da área Urbana do Município deBarras/PI e as consequências para a população e o desenvolvimento do espaço urbano, dando ênfase na destinaçãodos efluentes sanitários que tem implicações negativas na saúde dos moradores e a poluição hídrica. Seguindoessa temática a analise deste estudo teve como metodologia observações feitas na área central da cidade,levantamentos bibliográficos, entrevistas com os moradores e secretários municipais através de questionários,organização e discussão dos dados. A população reside há mais de vinte anos no local e relata que esse problemajá é bastante persistente e se sente preocupada em estar sujeita às enfermidades pela exposição dos esgotos acéu acerto nas vias públicas. A pesquisa possui caráter descritivo, contemplando o método qualitativo e quantitativo.Palavras-Chaves: Saneamento Básico. Qualidade de Vida. Políticas Públicas.

INTRODUÇÃO

O intenso crescimento urbano ocorrido nos últimos séculos em todo o mundo de forma rápida edesordenada, resultou numa grande desigualdade de acesso às estruturas e a generalização do saneamento aosconglomerados populacionais. Sendo que essa expansão urbana se torna um desafio sobre o controle e asustentação de todos os meios físicos à vida humana, ligada propriamente aos serviços básicos, a partir destesque pode se originar as melhorias para o desenvolvimento social, econômico e ambiental de um País.

O saneamento é uma das práticas sanitárias indispensável à saúde humana, sendo reconhecido porvários autores, que destacam a importância do mesmo para a qualidade de vida.

Equivale, quando se tratam de habitação, a saúde pública e a preservação da natureza, segundoEinstein (2008, p.19 apud CORSEUIL et al 2008, p.56):

O saneamento básico é definido como o anexo de serviços e ações com o objetivo de alcançarníveis crescentes de salubridade ambiental, nas condições que maximizem a promoção e amelhoria das classes de vida nos meios urbano e rural.

O objetivo do sanear está ligado à promoção da saúde, um direito social de todos. Condiz em garantia universalização da salubridade no ambiente habitado, e isso deve ser proporcionado pelos serviços e açõescom o papel de aprimoramento na vida das pessoas.

A realidade exposta sobre as deficiências do saneamento básico na área urbana de Barras-PI, direciona ainvestigação sobre os serviços de abastecimento de água e coleta de esgotos e os impactos gerados nesse local.

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Essa circunstância resulta da falta do Plano Diretor para o desenvolvimento urbano, que é um dosprincipais elementos da ordenação das condições sociais e ambientais na questão habitacional. A temática aindaenvolve a ausência da base central na promoção do saneamento que é o Plano Municipal de Saneamento Básicoestabelecido na Lei Nacional do Saneamento Básico para qualidade vida da população acompanhada pelaintegração dos diferentes setores ligados no desenvolvimento urbano, saúde pública, áreas ambientais e derecursos hídricos subentendido como indispensável para se atingir o pleno êxito das ações de salubridade.

O estudo de campo analisar atividades básicas de saneamento ambiental da área urbana do municípiode Barras/PI, que provoca consequências para população e o desenvolvimento para cidade. Além de conhecero processo básico de saneamento do município, constata importância do manejo sustentável de água e esgotoscomo ações essenciais para qualidade de vida da população e formular propostas para a universalização dosaneamento básico na prevenção de doenças para o bem-estar social e ambiental no município.

A importância deste trabalho se reflete em destacar o papel do saneamento na qualidade de vida daspessoas, pois ele está presente no nosso dia a dia, portanto através dele é possível ter melhores condições desaúde, moradia digna e um ambiente sadio. Por meio deste conhecimento profundo, a sociedade pode exigir dosgestores as suas medidas e inciativas para implantação de projetos para favorecer o atendimento das suasnecessidades e objetivando obter o máximo de eficácia de ações, que todos tenham acesso aos serviços desaneamento básico. Assim, visa garantir uma interdisciplinaridade da participação social, gestão pública esustentabilidade ambiental.

METODOLOGIA

A pesquisa possui um caráter descritivo e utiliza como base a situação do Saneamento Básico na ÁreaUrbana de Barras/PI: Serviço de Abastecimento de Água e Coleta de Esgoto. Para

desenvolver os resultados foi aplicado um questionário para fazer o levantamento de informações porparte dos sujeitos pesquisados, no intuito de conhecer a realidade dos mesmos sobre o saneamento básico dolocal de estudo e a sua importância para qualidade de vida dos habitantes. Sendo usado método indutivo,dedutivo e multi-casos permitindo observar as particularidades da área e quantidade da população a ser pesquisada.Partindo do conhecimento geral para o especifico sobre uma abordagem qualitativa e quantitativa, utilizando-sede amostragem na obtenção das informações necessárias para conclusão desta pesquisa.

Abordagem desse estudo foi realizada com 50 moradores que moram na Área Urbana do Município deBarras-PI, com a finalidade de coleta informações da realidade que eles vivem no local. Para alcançar isso foi necessáriaa observação da área, levantamento bibliográfico e fotográfico e visitas aos órgãos públicos como a Secretária Municipalde Meio Ambiente e a Secretária Municipal de Saúde, no intuito de entender o problema, as reclamações e as respostasdos secretários sobre a destinação do esgotamento sanitário e suas consequências nesse espaço.

A coleta de dados aconteceu através de conversas informais e pesquisa de campo. Para obtenção dasinformações foi usado questionário com perguntas abertas e fechadas aplicado diretamente aos moradores daárea de estudo que levam o pesquisador a responder estes tipos de questões quais fornecem um melhordetalhamento nas informações e permite identificar o pensamento, a ideias ou posição pessoal do investigado.

Após as informações obtidas, passou-se para organização dos dados por meio de tabulações e descriçãopara auxilio da interpretação dos resultados. Na análise buscou-se demostra a frequência das informações e acomprovação do problema e das hipóteses em questão, para a compreensão do problema investigado e aelaboração do relatório final.

RESULTADOS/DISCUSSÃO

O município de Barras está localizado na microrregião do Baixo Parnaíba Piauiense, compreendendouma área de 1.719,798 km2 e tendo como limites ao norte os municípios de Batalha, Esperantina e Campo

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Largo do Piauí, ao sul Boa Hora, Cabeceiras do Piauí e Miguel Alves, a leste Piripiri e Batalha, e a oeste MiguelAlves, Nossa Senhora dos Remédios e Campo Largo do Piauí. As sedes municipais têm as coordenadasgeográficas de 04º 14’49" de latitude sul e 42º 17’45" de longitude oeste e distância cerca de 119 km deTeresina. (AGUIAR, GOMES, 2004). O local da área pesquisa é resultado da formação histórica do munícipio.Sabemos que se desenvolveu com a construção da capela e a partir disso foi começando a surgir às primeirasconcentrações populacionais urbanas, contribuindo para o aparecimento de casas, os prédios

públicos de serviços. Com essa expansão de desenvolvimento o local se tornou ponto central da cidadeformando-se a Área Urbana de Barras-PI. Concentra-se diversas atividades econômicas, os atrativos turísticose de lazer, os polos comerciais, órgãos públicos, órgãos federais, instituições públicas, privadas e os monumentosantigos apresentando a beleza arquitetônica, tendo uma população de 1.800 habitantes só neste setor.

No art. 225º da Constituição Brasileira (1998), estabelece que todos têm direito ao meio ambienteecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se aoPoder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. Odireito de ter um ambiente saudável e de qualidade está absolutamente decretado no ato constitucional, só queisso não está sendo devidamente cumprido na maioria das grandes e médias regiões metropolitanas do Brasil,quando se menciona o atendimento dos serviços do saneamento básico especialmente, o acesso à disposiçãofinal do esgotamento sanitário.

A realidade das condições salubres na Área Urbana da cidade não foge o caso, é altamente caóticaquanto se trata na destinação dos efluentes sanitários. O destino dos esgotos das residências tem o lançamentodireto nas ruas por não haver uma rede coletora de esgotos. É feito uma tubulação da casa até a rua e o efluenteé diretamente lançado nas vias públicas. Como esses detritos ele não infiltra no solo devido à impermeabilidadedo calçamento nas ruas ficando expostos a céu aberto, como podemos observar na figura abaixo.

Figura 01: Elevada Concentração de Esgoto na Rua Marechal Pires Ferreira- Centro Urbano

Expondo a população a alto risco de contaminação de doenças e também no agravamento da oluiçãodas fontes hídricas. Com base nessas informações mencionadas, é preocupante o lançamento de efluentesprovenientes do Hospital Leônidas Melo diretamente na via pavimentada no centro da cidade, com odor muitoforte e desagradável.

Nisso podemos destacar que a Secretária do Meio Ambiente e de Recursos Hídricos do Estado doPiauí (SEMAR, 2014), na sua legislação ambiental decreta em seu art.3º que, um dos principais objetivos

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decretado pela mesma é “a garantia de crescentes níveis de saúde ambiental das coletividades humanas e dosindivíduos, inclusive através do provimento de infraestrutura sanitária e de condições de salubridade dasedificações, vias e logradouros públicos”. E ainda destacar no seu art.26º que, “os esgotos sanitários deverãoser coletados, tratados e receber destinação adequada, de forma a se evitar contaminação de qualquer natureza”.A legalidade das condições salubres destaca muito bem importância da salubridade ambiental e social nautilização adequada do espaço territorial e dos recursos hídricos para os fins urbanos e rurais sobre uso eocupação da área.

O reflexo dessa situação se manifesta nas condições precárias, que são submetidos os moradores,colocando em risco a própria saúde, e ainda na frequente degradação da área urbana. Sendo um verdadeiro atode desumanidade com os habitantes, ficam vulneráveis a esse tipo de situação que já vem se alastrando há muitotempo, carecido das políticas pública para solucionar o problema.

O município de Barras não tem o Plano Diretor mesmo com a exigência do Estatuto da Cidadeestabelecido na lei, o mesmo só tem um projeto de lei nº13 que foi elaborado em 2006, na qual não teve êxito.Sabemos que o plano é extremamente importante para melhora qualidade da vida urbana, pois os problemasexistentes ligados ao saneamento básico ainda persistem por falta da elaboração e execução deste plano. Nessaideia Carneiro (2013, p.104) diz que:

A ausência do PD no município de Barras prejudica a implementação de uma política urbananorteada pelos instrumentos do EC, e não garante a participação efetiva das entidadesrepresentativas nas diretrizes da política de desenvolvimento urbano proposta para o município.Convém assinalar que a aplicação dos instrumentos contidos no EC, inseridos no PD, garantiráo pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e a melhor qualidade de vida da população.Ressalta- se, ainda, como um dos aspectos fundamentais de uma política urbana, a necessidadede desenvolver os instrumentos de gestão e reforma urbana para que o município idealize umplanejamento que promova a função social da propriedade urbana e o direito de todos à cidade.

O autor ainda ressaltar a relação do valor do PD, pois ele contribuiria para minimizar inúmeros problemasrelacionados ao uso, parcelamento e ocupação do solo, bem como ao acesso a serviços e equipamentos urbanos,com ênfase na habitação e saneamento ambiental. Plano Diretor é um instrumento indispensável para alcançaro monitoramento da organização espacial, onde se vive sofrendo constante alteração pela dinâmica humana eisso acaba impulsionando a presença de outros planos para aprimorar um espaço melhor, como o Plano Municipalde Saneamento Básico conveniado pela FUNASA, instituído pela a Lei 11.445/07, constitui que todos osmunicípios brasileiros devem preparar o seu plano para implantar os serviços que compõem o saneamento etodos tenham o acesso à salubridade.

Nessa ideia Sampaio (2013, p.03) ressalva, que “Plano Municipal de Saneamento Básico se constituicomo uma base essencial para definição das estratégias e diretrizes para a formulação de políticas públicas queassegurem a universalização dos serviços”.

Podemos destacar que a implantação Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB), no municípiose torna essencial, pois a forma precária como é ofertado os serviços do saneamento, do abastecimento de águapara os moradores é uma grande calamidade pelas constantes faltas, e as condições precárias na aparência daqualidade da água. A destinação dos resíduos sólidos é outro grande transtorno para população, pois a coleta dolixo é deficiente pela demora do recolhimento e a sua destinação inadequada que fica acessível no solo urbano.Essas precariedades do saneamento se torna emblemática para as condições de sanidade no local, a comunidadeestá sujeita a sérios danos na qualidade de vida, principalmente a veiculação de doenças.

Diante dessa situação problemática o SECRETÁRIO DO MEIO AMBIENTE E A SECRETÁRIADE SAÚDE, dizem que “a gestão municipal está realizando a construção do seu PMSB, sobre as atribuiçõesque a Política Nacional do Saneamento Básico recomenda aos municípios”. Pois a partir de sua conclusão eaprovação que serão tomadas medidas, para melhorar a qualidade salubre do local, sobretudo a implantação dainfraestrutura do esgotamento sanitário na abrangência urbana e rural.

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O estudo de campo faz com que o pesquisador tenha uma junção de análise da dimensão geográficasobre lugar habitado. No sentido de analisar atividades básicas de saneamento ambiental da Área Urbana doMunicípio de Barras/PI, foi realizado um diagnóstico das condições socioambientais com entrevistas aosmoradores que residem no local, para se alcançar os seguintes resultados:

Gráfico 01: Grau de Escolaridade

Quanto ao grau de escolaridade dos moradores 30% (trinta por cento) possuem ensino fundamental,em quanto que 20% (vinte por cento) tem ensino superior, 50% (cinquenta por cento) possuem ensino médio. Deacordo com as respostas dos entrevistados da área em estudo percebe-se que eles são alfabetizados. E issomostra que eles têm conhecimentos para estar fazendo esclarecimentos da situação do saneamento, no caso adestinação do esgotamento sanitário no Centro Urbano.

Gráfico 02: Tempo de Moradia

Segundo as respostas dos moradores na área pesquisada 30% (trinta por cento) dos entrevistados járesidem a mais de trinta anos, pois eles argumentam que essa situação do saneamento é bastante persistente.Sendo que apenas 40% (quarenta por cento) moram nesse local há vinte anos, e relatam que esse problemanunca houve inciativa municipal para resolvê-lo, enquanto dos 20% (vinte por cento) moram a cerca de quinzeanos, mas o tempo de moradia os faz relata a realidade da precariedade do saneamento, 10% (dez por cento)residem apenas cinco anos, colocam que o pouco tempo de habitação fazem com que eles estejam relatando acarência da sanidade exposta no local.

Ensino Superior

Ensino Médio

Ensino Fundamental

mais de 30 anos

20 anos

15 anos

5 anos

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Gráfico 03: Conhecimento sobre Saneamento Básico

De acordo com o resultado da pesquisa de campo 100% (cento por cento) dos moradores entrevistadosafirmaram que sabem o que é saneamento básico e há uma relação muito forte com a saúde e o meio ambiente,relatam que a salubridade vem acompanhada de benefícios, principalmente na prevenção de doenças para se teruma vida saudável. Eles reconhecem que estão submetidos às más condições sanitárias.

Gráfico 04: Qualidade dos Serviços

Em relação dos dados coletados podemos verifica-se que 100% (cem por cento) destacam que aqualidade da prestação dos serviços no local acontece de maneira deficiente em todos os aspectos principalmente,o abastecimento de água acompanhado pelas constantes falta de água, o tempo de demora para a mesma chegarnas residências. O tratamento de esgoto não tem, e isso aumentar a grande concentração dos resíduos líquidosa céu abertos nas ruas ficando uma visão de área alargada sobre ruas, ocasionando transtorno para os residentese para população que vai realizar suas atividades cotidianas, na qual se deparam com essa situação todos osdias.

Sim

Não

Regular

Péssimo

Deficiente

Bom

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Gráfico 05: Destino do Esgoto

Os dados da pesquisa revelam que inexiste o sistema de esgotamento sanitário, pois 70% (setenta porcento) dos esgotos produzidos são escoados diretamente nas vias públicas a céu aberto. Enquanto que 20%(vinte por cento) desses efluentes tem o direcionamento para o rio devido a maiorias das casas terem a proximidadescom o curso d´agua, observar-se que 10% (dez por cento) das residências utilizam ás fossas sépticas, onde osmoradores costumam destinar à fossa somente o esgoto do banheiro. Os resíduos líquidos gerados na cozinhasão lançados diretamente nas ruas. A questão dos excretos do banheiro os moradores contratam uma empresapara fazer a limpeza, mas a mesma faz a destinação desses resíduos no lixão da cidade e nas áreas próximas dosmananciais, contribuindo no agravamento da situação dos esgotos.

Gráfico 06: Preocupação com o Destino do Esgoto

Quanto, aos dados coletados na pesquisa de campo 100% (cem por cento) dos entrevistados semostram altamente preocupados com exposição dos efluentes das residências, pela forma como ele fica acumuladoe também os maus odores, devido ao processo de decomposição ocasionado pelo tempo de permanência nasruas, além disso, as quantidades de concentração dos esgotos favorecem o surgimento de insetos, como é o casodo mosquito da dengue, além de atrair pragas urbanas como as aves e roedores.

O mesmo necessita urgentemente de reformas na política do saneamento, pois a situação dos esgotosnas vias públicas é algo que vem caminhando ao longo do tempo sem nenhuma solução, o que demonstra aausência das gestões públicas voltada para o bem-estar dos moradores, a falta de planejamento urbano colocaos moradores a ficarem sujeitos a ter problemas de saúde e danos ambientais. Essa deficiência do saneamentoimpacta de forma nociva aos indicadores sociais e econômicos, afetando principalmente as crianças.

Sim

Não

Corre a céu aberto pelas vias públicas

Fossas sépticas

Encanado para o rio

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Essa problemática relata, que para se alcançar eficiência do saneamento na cidade é muito importanteà atuação da gestão pública no cumprimento e execução das obrigações da proporcionando qualidade de vidapara população isso fica muito bem subentendido na Política Nacional do Saneamento. Sabemos que a elaboraçãoe implantação de prestações dos serviços básicos só dependem de esforços de origem administrativa para incluirefeitos positivos na qualidade de vida social e ambiental do Município.

A população deve receber informações claras, através de campanhas informativas sobre a situação dosaneamento, contempladas por criação de projetos educativos, sociais sobre práticas sanitárias e também aimplantação da infraestrutura na destinação dos efluentes sanitários, sobre os procedimentos do modelo degestão a ser adotado e conhecer as reponsabilidades de medidas perante o sistema, como subsidio para odesenvolvimento das ações e a definição dos instrumentos a serem alcançados.

De modo que a comunidade esteja envolvida para tomar decisões na melhoria do espaço urbano,levando inclusive todas alternativas que sejam benéficas de modo geral. Informar a demanda significa reconhecerque a população tem poder efetivo de decisões e soluções em adquirir um lugar habitável de qualidade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Analisando os dados coletados, 100% afirmam que as condições do saneamento básico hoje se encontramem péssimo estado. Verifica-se a necessidade de medidas urgentes para se terem melhoria na qualidade de vidada população, principalmente o esgotamento sanitário. Os entrevistados dizem que até o momento nada foi efeitopara solucionar o problema, portanto o desempenho da entidade pública não está sendo condizentes com osdireitos humanos estabelecidos na legislação.

Os objetivos estabelecidos no presente estudo comprovam a precárias condições salubridade no local.No decorrer da pesquisa percebemos que o Poder Público Municipal, de maneira razoável, organizou algumasruas, onde os efluentes ficavam empossados fazendo com que os mesmos melhorassem o seu escoamento entreas vias públicas para ameniza o cenário na qual se encontram, proporciona um espaço mais salubre.

REFÊRENCIAS

AGUIAR, Roberto. B.; GOMES, José, Roberto. C. Projeto Cadastro de Fontes de Abastecimento porÁgua Subterrânea do Estado do Piauí: Diagnóstico do Município de Barras. - Fortaleza: CPRM

- Serviço Geológico do Brasil, 2004.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. promulgada em 04 de outubro de 1988.Brasília, DF .Disponível em:<https://legislacao.planalto.gov.br/ legisla/legislacao.nsf/v iwTodos/509f2321d97cd2d203256b28005 >. Acesso em : 27 Out.2015.

CARNEIRO, Wesley. P. Planejamento Regional e Urbano do Território dos Cocais: Um estudo de caso dagestão urbana em Barras (PI). 2013. 136 p. Dissertação (Mestrado em Estudos Regionais e Geoambientais) -Universidade Federal do Piauí, Teresina, 2013.

CORSEUIL, Claudia. W.; KOBIYAMA, Masato.; MOTA, Aline. A. Recursos hídricos e saneamento. 1ª ed.Curitib: Ed. Organic Trading, 2008.160.

PIAUÍ. Secretaria do Meio Ambiente e de Recursos Hídricos do Estado do Piauí. Legislação Ambiental doEstado do Piaui. Conselho Estadual de Recursos Hídricos. – Teresina: SEMAR, 2014. 431 p.

SAMPAIO, Américo. O. Plano Municipal de Saneamento Básico. Revista da DAE. São Paulo, Nº 193 -setembro / dezembro 2013.

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PROJETO MAIS CIENTÍFICO: ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS EMICROBIOLÓGICAS DO RIO P ARNAÍBA NA REGIÃO DE TERESINA, PI.

Sabrina Abreu dos SANTOSAluna do curso Técnico em Farmácia

E-mail: [email protected]: Adauto Teodoro AGUIAR NETO

Professor do Curso Técnico em Farmácia – PREMEN - NORTE E-mail: [email protected]

Giorsan Wilker Cardoso RIOS Professor do PREMEN – NORTE

E-mail: [email protected] Simey do Vale GARCIA

Professora do Curso Técnico em Farmácia – PREMEN - NORTEE-mail: [email protected]

RESUMO

O respectivo trabalho tem como principal atividade inserir os alunos do ensino técnico para a iniciação científica,por meio das análises físico-químicas e microbiológicas do Rio Parnaíba. A água é um recurso fundamental, naausência deste recurso é impossível pensar na sobrevivência. Com o excesso de mananciais contaminados,enchentes, poluição doméstica e industrial, as cidades não apresentam sustentabilidade de água. Esse trabalhoteve como objetivo identificar os aspectos físico-químicos e microbiológicos, do rio Parnaíba em Teresina-PI einserir os alunos dos cursos Técnicos em Farmácia e Meio Ambiente a desenvolver habilidades no trabalho decampo e laboratorial. Nas análises físico-químicas e microbiológicas foram utilizadas as técnicas adotadas noManual da Fundação Nacional de Saúde – FUNASA (2009), e para a identificação das bactérias termo tolerantespara a confirmação da Escherichia coli foi utilizado a técnica de pour plate em triplicata. Os índices físico-químicas, encontram-se dentro dos parâmetros estabelecidos pela do CONAMA nº357/2005 e da portaria nº2.914/2011.Os resultados das análises microbiológicas, dos 5 pontos pesquisados, as amostras tiveram o númerode coliformes fecais/100ml maiores que (>16). No meio de diferenciação UFC/100ml, foram encontradas no(Pa1-0 UFC, Pa2-18UFC, Pa3-10UFC, Pa4-0 UFC e Pa5- 12 UFC) indicando a presença da Escherichiacoli. Os resultados microbiológicos demonstram que as águas do rio Parnaíba, são impróprias para o consumohumano de acordo com a portaria nº 2.914/2011, exceção do ponto Pa1 e Pa4, mas para a balneabilidadeencontra-se adequada de acordo com a resolução do CONAMA nº 274.

Palavras-chave: Análises físico-químicas e microbiológicas. Rio Parnaíba. Atividades Práticas de ensino-aprendizagem.

INTRODUÇÃO

Para Andrade e Massabni (2011), a não realização das atividades práticas pelos docentes, podemconstituir uma forma que no processo de ensino esta historicamente incorporada, ou seja,ligada diretamente a uma visão tradicional que traz para a prática na aprendizagem poucas reflexões.

Dentre as modalidades de atividades práticas se utilizou os experimentos investigativos, pois segundoCampos e Nigro (1999), essa modalidade exige do aluno grande participação durante a sua execução, poisenvolve discussão de ideias, experimentos para testá-las, elaboração de hipóteses e isso contribuem de formasignificativa para a formação intelectual e de conceitos do discente que está em processo de formação intelectual.

Zompero e Laburu (2011) relatam que as habilidades cognitivas, o raciocínio e a interação entre osalunos, são aprimorados quando se utiliza os experimentos investigativos.

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Nesta perspectiva de instigar o aluno para buscar o conhecimento técnico e científico, realizou-se asanálises físico-químicas e microbiológicas do Rio Parnaíba na região de Teresina – PI, para assim termos ummaior envolvimento pelo estudo e uma interatividade aluno e professor.

Segundo Reis et al (2006) a água é vital para a sobrevivência e manutenção da vida na terra, sendo impensávela existência de vida sem esse recurso tal vital. A água doce no planeta só corresponde apenas a 1%, porem mesmoassim a pureza desse recurso findável vem se alterando e sendo veículo de transmissão de inúmeras doenças.

Para RADIS (2011) grande parte das doenças ocasionadas pela água doce está associada a não qualidadena distribuição, contaminação, falta de tratamento, contaminação de rios e lagoas, coleta e disposição final dolixo inadequado.

Braga et al (2003) aponta que os esgotos das cidades, resíduos industriais, desmatamentos e substânciasquímicas utilizadas na agricultura, favorecem a uma má qualidade no corpo d’água.

Segundo Amaral et al (2003) a manutenção da qualidade da água e a preservação de suas característicasno que se refere à água dos mananciais como poços, minas e nascentes, exige das autoridades e população emgeral a atenção para a preservação das suas características físico- químicas e microbiológicas.

Para Carvalho (2003) de toda água disponível no Brasil, encontra-se na região nordeste 3%, no Sudeste 6%,no Sul 6%, na região centro-oeste 15% e na região norte 70%, tem em média 34 milhões de litros de água para pessoada população brasileira, mas segundo o mesmo autor 20% da população não dispõem de rede de esgoto e água.

FIRJAN (2006) a qualidade de vida da população e seu desenvolvimento econômico está ligado diretamenteao poderio hídrico, e à medida que ocorrem as aglomerações urbanas e industriais se tem a maior dificuldade napreservação hídrica.

Macedo (2001) relata que o novo século traz consigo a falta da água e o homem precisa discutir sobre ofuturo desse recurso. Para Filho e Nascimento (2005) o recurso hídrico é necessário para manutenção econômica,social e para a existência da humanidade.

Segundo TEIXEIRA (2005) o monitoramento da qualidade da água é de suma importância, pois de acordocom os resultados das análises tem como se realizar a correção, intervenção e adotar ações preventivas para segarantir uma boa qualidade da água, para a população tanto para consumo quanto para banho em rios e riachos.

O respectivo trabalho tem como objetivo avaliar os aspectos físico-químicos e microbiológicos do rioParnaíba em Teresina-PI, instigar o interesse pela pesquisa aos alunos, desenvolver nos alunos a capacidadecrítica e correlacionar as atividades em classe com atividades práticas laboratoriais.

MATERIAL E MÉTODOS

A realização desse trabalho foi desenvolvida através dos experimentos investigativos, onde os alunosparticiparam ativamente desde pré-projeto até a finalização do projeto, que culminou nos respectivos resultadospara o desenvolvimento do trabalho com a supervisão dos professores.

A coleta das amostras foram realizadas em 5 (cinco) pontos distintos no rio Parnaíba, para a realizaçãodas análises físico-químicas e microbiológicas. A água foi coletada em frascos de vidro âmbar e em saco coletorestéril (para análises microbiológicas), em seguida foi acondicionado em uma caixa de isopor com placas de gelo,e encaminhada imediatamente para o laboratório de química e microbiologia de um laboratório particular quecedeu as dependências ao PREMEN- Norte.

Para as análises físico-químicas utilizou-se técnicas adotadas no Manual da Fundação Nacional de Saúde– FUNASA >2009?. Foram analisados os seguintes parâmetros físico-químicos: temperatura >º?C, pH,alcalinidade total >mg/L?, cloreto>mg/L? e dureza >mg/L?.

Para a análise microbiológica utilizou-se a técnica de tubos múltiplos de 1:1 da tabela 2 do Manual daFUNASA >2009), foi feito também uma cultura em placa de petri, utilizando-se a técnica de pourplate em meioseletivo e diferencial em triplicata para a confirmação da Escherichia coli>ANDREOLI et al., 2003).Utilizou-se dois meios de cultura:CVB > Caldo Verde Brilhante Bile a 2%? para o teste confirmativo do grupo coliformes

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totais e um meio de diferenciação com o Ágar Mac Conkey para a visualização de colônias típicas > vermelho-violeta com halo turvo?para confirmação de Escherichia coli.

Depois de analisadas as amostras, os resultados foram comparados com a resolução do Conselho Nacionaldo Meio Ambiente (CONAMA)n°357/2005 e nº274/2000 e da Portaria nº 2.914/2011 do Ministério da Saúde.

RESULTADOS E DISCUSSÃOINTERAÇÃO DOS ALUNOS COM A PESQUISA

A participação dos alunos foi de suma importância para o seu desenvolvimento crítico e na sua formaçãoprofissional, pois enfrentaram problemas durante o desenvolvimento da pesquisa em campo e nas respectivasanálises. A iniciação científica para os acadêmicos de ensino superior, já se enfrenta grandes dificuldades, quemdirá ao ensino técnico, mas se pode construir conhecimento com qualidade, com poucos recursos, esforço dainstituição e atuação mais proativa dos professores. Para Fava-de-Moraes e Fava (2000) os alunos que participamde iniciação científica adquirem habilidades como espirito de equipe, terminam mais rápido uma graduação,melhor performance nas seleções de pós-graduação e mais desenvoltura ao falar em público. O mesmo autorrelata quesses alunos, adquirem a capacidade de não ter medo do novo e de poder enfrentarproblemas na vida profissional, quando surgir as primeiras dificuldades.

O envolvimento dos acadêmicos para pesquisar o Rio Parnaíba (figura 1e 2), não foi uma tarefa das maisdifíceis, mas conter os ânimos para que iniciasse logo, sim. Explicamos que no início de um desenvolvimento deprojeto temos que avaliar todas as possíveis variáveis inerentes ao que vai se pesquisar. Isso a primeiro momentofoi difícil deles compreenderem, mas com as leituras orientadas pelos professores aos estudantes, ficou mais fácilo entendimento.

Dewey (1959) diz que para a construção da sociedade democrática o meio mais efetivo é a oferta daeducação, e que o desenvolvimento social e econômico dos alunos de ensino médio é mais efetivo, quando setem a prática da iniciação científica.

CAMPANHAS ANÁLISES FISICO-QUIMICAS

Segundo Richter e Netto (2000), a qualidade da água está correlacionada com as características química,física e bacteriológica, mas para questões sanitárias a composição física não tem muita importância. A água paraser considerada de boa qualidade, tem que ser isenta de quaisquer organismos que produzam efeitos fisiológicosou enfermidades.

Figura 1 – Alunos do Curso Técnico, fazendo referência aodia do meio ambiente.

Figura 2 – Alunos do Curso Técnico, realizando as análisesFísico-Químicas.

Fonte: Fotografada pelos autores

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CETESB (2005) relata que independente da finalidade da água não pode conter substâncias tóxicas enem microrganismos patogênicos, pois podem afetar o ser humano e o equilíbrio da vida aquática.

Tabela 1 – Registro das Análises Físico-Químicas das 5 amostras, coletadas do Rio Parnaíba na região deTeresina, PI.

Fonte: Laboratório do PREMEN – Norte.

As temperaturas foram aferidas no local da coleta e tiveram uma variação de 26° a 28°C. Segundo aCETESB (2005) esse parâmetro é de fundamental importância, pois sua alteração esta correlacionada ao retardamentoou aceleração da atividade biológica, absorção de oxigênio e podem forma precipitados de compostos.

A resolução do CONAMA 357/05 estabelece que os pH podem variar de 7,0 a 7,5, sendo que osvalores encontrados estão dentro dos parâmetros estabelecidos pela respectiva portaria. Franca et al (2006) dizque a indústria, esgoto doméstico e o intemperismo de rochas podem influenciar o pH dos corpos d’água.

A análise da alcalinidade total variou entre 26 a 28 mg/L. Para Cruz et al (2007) os valores encontradossão provenientes de matéria orgânica em decomposição, pois é provocado pela reação dos íons de bicarbonatos.

Os teores de cloretos de acordo com a portaria nº 2.914/2011 estabelece um limite máximo de 250 mg/L, os resultados das respectivas análises variaram de 4 a 5 mg/L estando assim dentro dos limites de aceitabilidade.Segundo CETESB (2005) relata que a concentração máxima de cloretos estabelecidos pela portaria é mais emrelação ao gosto do que por motivos de toxicidade, mas para Richter e Netto (2000) pessoas que sofrem dedoenças cardíacas ou renais devem evitar beber água, com teores de cloretos acima do valor estipulado pelaportaria, pois podem ser prejudiciais.

Os resultados da dureza situaram-se na faixa de 10 a 12 mg/L, indicando teores aceitáveis de dureza,conforme a portaria nº 2.914/2011, a qual estabelece o limite de 500 mg/L. Para Richter e Netto (2000), diz queáguas excessivamente duras, causam prejuízos as indústrias sendo nocivas as atividades industrias e que águasmuito duras deverão sofrer tratamento. Cruz et al (2007) afirma que em períodos chuvosos podem aumentar aconcentração de dureza, devido ao carreamento de substâncias dos leitos para os rios.

ANÁLISES MICROBIOLÓGICAS

Os resultados microbiológicos do rio Parnaíba (Tabela 2), quando confrontados com a portaria nº 2.914/2011, em relação à potabilidade, com exceção do ponto P1 e P4, todas as outras amostras encontram-seimpróprias para o consumo humano, mas para a balneabilidade todos os resultados encontra-se adequado deacordo com a resolução do CONAMA nº 274.

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Tabela 2 – Registro das Análises Microbiológicas das 5 amostras, coletadas do Rio Parnaíba na região deTeresina, PI.

Fonte: Laboratório do Particular de Teresina.

Os pontos P2, P3 e P5, apresentaram alta incidência de coliformes fecais e no meio de diferenciaçãoforam identificados a bactéria Escherichia coli, essa respectiva identificação pode estar correlacionada ao despejode dejetos próximos aos pontos de coletas conforme a figura 3 e 4.

Figura 3 – Esgoto despejado nas galerias pluviais Figura 4 – Esgoto diretamente no Rio Parnaíba

Para Richter e Netto (2000) a realização das análises para a determinação de coliformes é de suma importância para o sistema deabastecimento. O mesmo autor confirma que a presença de coliformes pode ocasionar diversos tipos de doenças de transmissãohídrica, e que esta contaminação pode ser correlacionada a despejo de esgotos domésticos.

Segundo SILVA e SILVA (2005), a Escherichia coli é umas das bactérias mais comuns na diarreiainfantil e que a contaminação por esse patógeno estar correlacionado a falta de água potável e saneamentobásico. CETESB (2005) confirma que quando a Escherichia coli está presente no corpo d’água, devem-se tomar providência imediata, pois indica contaminação fecal recente por animais domésticos, pássaros ehumanos.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A água é um bem precioso, a falta desse recurso ou sua poluição implica na sobrevivência da humanidadee de todas as espécies, por isso a importância em se analisar e desenvolver projetos que tenha como atorprincipal a água.

As análises físico-químicas do rio Parnaíba estão dentro dos parâmetros estabelecidos pela resoluçãodo CONAMA nº 357/2005 e da portaria nº 2.914/2011.

Os resultados microbiológicos demonstram que as águas do rio Parnaíba, são impróprias para o consumohumano de acordo com a portaria nº 2.914/2011, com exceção do ponto Pa1 e Pa4, mas para a balneabilidadeencontra-se adequada de acordo com a resolução do CONAMA nº 274.

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OFICINA DE RECICLAGEM: UMA SOLUÇÃO PARA O APROVEIT AMENT ODOS RESÍDUOS SÓLIDOS NA ESCOLA

Jaqueline Pereira de OLIVEIRA1

Maria Pessoa da SILVA 2

1Graduanda em Licenciatura Plena em Ciências Biológicas. Universidade Estadual do Piauí –UESPI/Campus Heróis do Jenipapo.

E-mail de contato: [email protected]ª Subst.UESPI/Campus Heróis do Jenipapo. Dra. em Desenvolvimento e Meio Ambiente.

RESUMO

O presente trabalho além de contribuir para a preservação dos recursos naturais, também auxilia na mudança deconsciência e perspectiva sobre o lixo, que deixa de ser algo sem valor na comunidade escolar, e se tornarmatéria-prima de novos produtos, que poderão ser utilizados. Tendo em vista a grande quantidade de lixoproduzido nas escolas, a reciclagem tornou-se uma atitude cada vez mais discutida e trabalhada nas comunidadesescolares. A realização deste trabalho visou apresentar aos educando o problema do lixo, bem como despertarem cada um, uma visão ambientalista, voltada para a busca de alternativas que reduzam os índices de poluição.Dessa forma, objetivou-se desenvolver uma postura crítica, consciente e atuante em relação às questões ambientais,priorizando ações de reciclagem e, em especial, reutilização de materiais. O trabalho desenvolvido foi divididoem três etapas, uma teórica, com a conversa sobre o tema e uma prática, com oficinas de pufes reaproveitamentode Pneus e garrafas PET. Buscou-se promover nos discentes um conhecimento mais aprofundado sobre o tema,sensibilizá-los quanto ao consumismo exagerado de produtos que podem ser substituídos por outrosecologicamente sustentáveis.

Palavras-chave: Educação Ambiental, PET, Pneu, reutilização.

INTRODUÇÃO

A coleta, tratamento e destinação final dos resíduos sólidos urbanos tornaram - se um dos problemasambientais mais graves dos tempos atuais para as administrações municipais no Brasil (SILVA; JOIA, 2008). Olixo tem diversas formas de percepção para os indivíduos, dentre elas a visão sociopolítica, pela qual a coleta, otransporte, o tratamento e a eliminação dos resíduos sólidos são considerados limpeza pública, portanto, atribuiçãoque cabe ao Poder Público Municipal (PEREIRA, 1993).

A partir de alguns anos as questões ambientais têm ganhado mais visibilidade e espaço, como um fator depreocupação: os bens naturais finitos, indispensáveis à vida humana mostram que estão se esgotando. O crescimentoeconômico e populacional gera quase automaticamente o aumento da poluição e do consumo desses recursosnaturais. A conservação do meio ambiente e o desenvolvimento sustentável deixam, com o passar do tempo, deserem simples e se tornam urgente e grande importância na existência de todos os seres vivos.

Um dos problemas mais discutidos é o destino do lixo produzido pela sociedade, principalmente noscentros urbanos, onde a concentração maior de pessoas e o crescimento populacional favorece grande quantidadede lixo nas cidades e dificuldades para encontrar locais dedescarte correto destes materiais. Essa situação facilita a proliferação de ratos e de vários tipos de insetos quetransmitem doenças e geram epidemias, prejudicando a saúde humana. Além disso, alguns locais se transformamem lixões, poluindo o solo e a água, como também geram um problema social. Dessa forma, a reciclagem destesmateriais torna-se a maneira mais rápida e prática diminuindo a emissão de dejetos no meio ambiente.

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O presente trabalho além de contribuir para a preservação dos recursos naturais, também auxilia namudança de consciência e perspectiva sobre o lixo, que deixa de ser algo sem valor na comunidade escolar, ese tornar matéria-prima de novos produtos, que poderão ser utilizados na vida acadêmica, pois a escola tempapel fundamental e importante no processo de transmitir e influenciar na educação ambiental e social de suaclientela.

Uma das propostas de Educação Ambiental é construir no indivíduo e na coletividade uma conscientizaçãona mudança de atitude que valorize a preservação do ambiente. Adotar a reciclagem mostra novos comportamentosdiante do ambiente ao qual estão inseridos. Assim a reciclagem ensina a população a não desperdiçar, a ver o lixocomo algo que pode ser útil e não como uma ameaça (SCARLATO; PONTIN, 1992).

Uma forma de contribuição e ampliação da prática da coleta seletiva é a implantação de trabalhos deEducação Ambiental nas escolas, pois os alunos conscientes de seu papel ambiental podem transmitir aos seuspais, irmãos, vizinhos, ou seja, todos os integrantes da comunidade. De acordo com os Parâmetros CurricularesNacionais (PCNs), (Brasil, 2001), a perspectiva ambiental consiste num modo de ver o mundo em que sevalorizam as inter-relações e interdependência do homem com a natureza. Em termos a Educação Ambiental,essa perspectiva contribui para evidenciar a necessidade de fortalecer atitudes corretas de relação com o meioambiente ampliando a integração da escola com os processos que ocorrem na sociedade. A educação Ambientalapresenta uma nova dimensão a ser incorporadas ao processo educacional, trazendo toda uma recente discussãosobre as questões ambientais e as consequentes transformações de conhecimento, valores e atitudes diante deuma nova realidade a ser construída (GUIMARÃES, 1995).

A escola desempenha um papel importante na formação de cidadãos conscientes. Diante disso, veio ànecessidade de pôr em prática um dos aspectos da Educação Ambiental que é a formação de cidadãos responsáveispela formação de uma sociedade consciente de seu papel ambiental de reduzir, reutilizar e reciclar o lixo.

O meio ambiente depende da relação existente entre homem e natureza. Os seres humanos vivem emsociedade e, suas diferentes atividades, relacionam-se com o meio ambiente. Cada sociedade tem um modopróprio de deixar marcas no meio ambiente, que são o resultado de suas práticas econômicas, políticas e religiosas.E, dentro de cada sociedade, os diferentes grupos também têm suas particularidades nessa relação com oambiente (VIANNA et al, 1992).

Os rápidos avanços tecnológicos possibilitaram exploração dos recursos naturais pondo em risco a suaexistência, por isso é necessário saber mais sobre os limites da renovação de materiais descartados sem quesejam reaproveitados. E, devido aos efeitos negativos causados pelo modelo econômico capitalista, surgirammanifestações e movimentos que discutem sobre o perigo que humanidade corre ao afetar de forma tão violentao seu meio ambiente (BRASIL, 2001).

Diante deste problema ambiental, a sociedade atual está sendo questionada, surgindo à necessidade debusca de novos valores e atitudes no relacionamento com o meio em que vivemos. Hoje esta realidade estásendo questionada na Educação Ambiental formal com os PCNs (Brasil, 2001), enfatizando a urgência daimplantação de um trabalho de Educação Ambiental. A Educação Ambiental não deve se preocupar em transmitirconhecimentos científicos, mas sim em produzir conhecimentos a partir de experiências direta do dia-a-dia doaluno. A aprendizagem é mais efetiva quando o ensino está relacionado com a realidade do aluno.

A abordagem interdisciplinar da problemática ambiental impõe a contribuição conjunta de profissionaisde diversos campos disciplinares. Essa perspectiva interdisciplinar defendida pelos educadores ambientais tem oobjetivo de superar a fragmentação do conhecimento para a melhor compreensão globalizada do ambiente(GUIMARÃES, 1995).

As oficinas tiveram o objetivo de desenvolver uma postura crítica, consciente e atuante em relação àsquestões ambientais, priorizando ações de reciclagem e, em especial, reutilização de materiais. A realização deoficinas de reciclagem e reutilização do lixo é uma prática que permite a participação dos alunos em todo oprocesso de aproveitamento do lixo. Dessa forma, a aprendizagem é mais efetiva, pois o conhecimento é construídoa partir de sua realidade (DIAS, 1994).

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A escola é o elemento fundamental na constituição da cidadania, ou seja, deve voltar-se para os valorese os problemas da comunidade, e a partir desses valores construírem uma consciência crítica sobre a própriasituação do local (ARAÚJO, 1997).

A educação ambiental deve ser abordada com interdisciplinaridade, pois, envolve todos em volta. Acoleta seletiva tem importância fundamental, pois viabiliza e facilita a reciclagem. É importante falar que aprática da coleta seletiva só se torna possível com a participação da comunidade, que tem que estarconsciente do seu papel ambiental de separar o lixo. A separação dos resíduos pode ocorrer tanto na fontegeradora (residência, escolas) quanto nas estações de coleta seletiva e reciclagem ou outros espaços (BAILÃO,2001). Quanto mais limpo os resíduos, mais valiosos são, pois, a indústria exige o material limpo e separado paraque possa ser transformado novamente em algo útil. Por isso a grande importância de se buscar o material na suafonte geradora: residência e empresas. Neste contexto, surgiu a necessidade de ampliar a prática da reciclagemdo lixo e principalmente da Educação Ambiental na escola vinculando o educando com os problemas dacomunidade e com valores e atitudes voltados para a conservação do meio ambiente.

LOGÍSTICA REVERSA

A logística reversa tem por objetivo a gestão e a distribuição do material descartado tornando possívelo retorno de bens ou materiais constituintes ao ciclo produtivo agregando valor econômico, ecológico, legal e delocalização ao negócio. Onde se foi regida pela a Lei Federal nº 12305/2010 – Política Nacional dos ResíduosSólidos (PNRS) regulamentada pelo Decreto Nº. 7.404, de 23 de dezembro de 2010 a qual dispõe sobre osprincípios, objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamentode resíduos sólidos, incluída os perigosos, às responsabilidades dos geradores e do poder público e aosinstrumentos econômicos aplicáveis (BRASIL 2010).

Segundo o inciso XII do artigo 3º da Lei 12.305/2010 conceitua a logística reversa como:

“Instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações,procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos aosetor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outradestinação final ambientalmente adequada.’’

O artigo 30 da Lei 12305/2010 informa que:

“A responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, a ser implementada deforma individualizada e encadeada, abrangendo os fabricantes, importadores, distribuidores ecomerciantes, os consumidores e os titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e demanejo de resíduos sólidos”

De acordo com o artigo 33 da Lei 12.305/2010 são obrigados a estruturar e implementar sistemas delogística reversa, mediante retorno dos produtos após o uso pelo consumidor, de forma independente do serviçopúblico de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, os fabricantes, importadores, distribuidores ecomerciantes de:I - Agrotóxicos;II - pilhas e baterias;II - pneus;IV - Óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens;V - Lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista; VI - produtos eletroeletrônicos eseus componentes.§ 1º Na forma do disposto em regulamento ou em acordos setoriais e termos de compromisso firmados entreo poder público e o setor empresarial, os sistemas previstos no caput serão estendidos a produtos

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comercializados em embalagens plásticas, metálicas ou de vidro, e aos demais produtos e embalagens,considerando, prioritariamente, o grau e a extensão do impacto à saúde pública e ao meio ambiente dosresíduos gerados.

A partir da oficina de pufes a escola também contribuiu com a reutilização e redução destes resíduosprincipalmente com pneus que tem um período de durabilidade prolongado.

GARRAFA PET

As garrafas PET são de grande utilidade no setor comercial o PET é um dos plásticos mais questionadospelos movimentos ambientalistas, sendo considerado o grande “vilão” dos resíduos sólidos porque obstrui galerias,rios e córregos, prejudicando o sistema de drenagem das águas das chuvas e agravando as consequências deenchentes (DIAS; TEODOSIO, 2006). O grande consumo de garrafas PET e a necessidade de reduzir cada vezmais vieram à vontade de promover no ambiente escolar medidas que fossem capazes de diminuir os possíveisdanos causados pelas mesmas utilizando-as em oficinas pufes.

O CEMPRE (2005) contabilizou que somente as regiões metropolitanas do Brasil com 15 milhões dedomicílios e 50 milhões de pessoas, consumiram em 2004, 6 bilhões de embalagens PET. Para esta instituição,o correto equacionamento da logística reversa das embalagens é que vai viabilizar a reciclagem de diversosmateriais, inclusive o PET. Como se sabe, a degradação do resíduo plástico abandonado é extremamente lenta,podendo levar décadas ou mesmo séculos (GORNI, 2004).

METODOLOGIA

A sociedade está apoiada em atividades industrializadas. Atividade estas que nos dão empregos, lucrose produtos que nos proporcionam muitas vezes, uma vida de certa forma confortável. Muito embora saibam queà medida que avançamos em termos de desenvolvimento tecnológico e científico, poluímos mais o ar, usamosmais energia, jogamos fora mais lixo e exploramos indiscriminadamente os recursos não renováveis. A metodologiaadotada está de acordo com os pressupostos da pesquisa qualitativa e foi dividida em duas etapas, inicialmenteforam realizados levantamentos com livros do acervo particular de bibliotecas e sites acadêmicos disponibilizadosna internet, foram utilizadas também artigos, teses, monografias e revistas para o uso do lixo como matéria primapara reciclagem, além da realização de oficinas de reutilização de matérias recicláveis.

A estratégia adotada para a realização deste trabalho será de Educação Ambiental com oficinas dereciclagem que será realizado na Escola Municipal Raio da Esperança localizada na Rua Bento Carvalho S/NBairro de Flores pertencente à rede pública, tendo como público alvo os alunos da 8ª e 9ª ano totalizando 40alunos do Ensino Fundamental.

As atividades na escola serão desenvolvidas no horário das aulas extraclasse. Onde foram realizadasas oficinas de reutilização de garrafas plásticas PET e de pneus para a confecção de pufes. Durante as oficinasque foram em três momentos onde dois foram oficinas os alunos aprenderam que os objetos descartadosdiariamente podem ser reutilizados e reciclados. Os alunos confeccionaram pufes serviu de decoração aescola onde foi destinada a sala de educação especial tornando o ambiente mais alegra e aconchegante. Coma oficina, os alunos poderão refazer os objetos a partir de garrafa pet e pneus velhos influenciando o uso dematerial reciclável.

1ª ETAPA

Na primeira etapa foi realizada uma conversa com os alunos sobre a importância de materiais reutilizáveise recicláveis, onde foram apresentadas as propostas das oficinas e deixado um ponto de coleta com a finalidadede arrecadar materiais para a realização das mesmas. Discutir educação ambiental, ou seja, educar-se

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ambientalmente é um processo lento. Requer mudanças de hábitos, de pensamentos, de atitudes e de relaçõescom os que estão ao nosso redor. Esse é o maior desafio com os jovens, pois muitos deles chegam imaturos àoficina e, às vezes, sem conhecimentos básicos de cuidados e de preservação à vida, de cuidados com si própriose de cuidados com os ambientes onde estão inseridos. Essa falta de olhar para si e para aquilo ou aqueles que nosrodeiam é uma grande falha da educação.

2ª ETAPA OFICINA DE PNEU COMO PRÁTICA DE EDUCAÇÃO AMBIENT AL

Na segunda etapa foi realizada uma oficina de pufes de pneus, que serão arrecadados no bairro, onde osmateriais necessários são: 3 pneus usados, 12 faixas de 20 cm de largura por 2,20 cm de comprimento de tecidode lycra. Primeiro passo para a confecção do Puff: Estender a faixa por baixo do pneu. Em seguida torça a faixae continue com ela por baixo repetindo o procedimento até não sobrar mais tecido finalizando com nó. Use asegunda faixa de tecido para cobrir o restante do pneu (da mesma forma que a faixa anterior) e finalize com otecido dando nó na parte que vai ficar para baixo.

3ª ETAPA DE GARRAFA PET COMO PRÁTICA DE EDUCAÇÃO AMBIENT AL

Na terceira etapa foi realizada a arrecadação das garrafas pet para a confecção dos pufes. Os alunos foramlevados para a quadra da escola, onde em pequenos grupos, sob a orientação dos professores e estagiária, seorganizaram para cortar as garrafas PET. Garrafas pet são necessárias e ao mesmo tempo indesejáveis. Elas sãoimprescindíveis para o armazenamento de bebidas, entretanto, depois de utilizadas se tornam um problema no meioambiente. Pensando no conceito de sustentabilidade e colocando em prática um pouco de criatividade, vamosreutilizar as garrafas PET que temos em casa e que costumeiramente são jogados no lixo. Vamos confeccionar pufespráticos e úteis com o mesmo material. Material necessário para quatro pufes: 128 garrafas PET (02 litros) limpase secas; Tesoura; Fita adesiva grossa; Cola ; Papelão para encapar seu pufes e tecido para cobrir.

Para fazer os pufes de garrafas PET: Corte a parte superior da garrafa pet. Como a intenção é reutilizartudo sem deixar resíduo no meio ambiente, a parte da tampa não será desprezada. Você vai encaixá-la dentro dagarrafa com a tampa virada para baixo colocando a no fundo da garrafa. Depois disso feito, coloque uma garrafainteira (sem partir a parte superior) como se fosse encaixar essa garrafa dentro da outra. Depois do encaixe,passe a fita adesiva grossa para prender uma garrafa à outra. Repete esse passo com todas as garrafas. Depoisagrupe todos formando um quadrado. A fita vai segurar as garrafas e manter o formato do “quadrado” firme, afita adesiva grossa que dará estabilidade ao Puff depois de pronto. A base do Puff está pronta. Depois é sóencapá-lo com tecido. Esses materiais são bem confortáveis para o uso além de muito bonitos. Também épossível variar no formato do Puff.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A grande quantidade de resíduos sólidos que poderiam ser reaproveitados e reciclados é inutilizada naforma de lixo, implicando perda ambiental devido ao potencial poluidor desses resíduos que comprometem aqualidade do ar, do solo e das águas superficiais e subterrâneas (AZEVEDO, 1996). É oportuno ressalta que apalavra “lixo” refere-se a todo resíduo humano que não pode ser reciclado ou reutilizado, já resíduo sólido é oproduto oriundo de atividades humanas que pode ser transformado e agregado novo valor de mercado(GRIMBERG; BLAUTH, 1998; MANDARINO, 2000; PEREIRA, 2009).

Promover a Educação ambiental aos participantes inseridos no ambiente escolar para possam transmitire multiplicar e juntos sejamos possíveis restaurar os nossos recursos naturais que estão acabando levantando edissipando possíveis soluções ambientais foi de extrema importância. Mostrar que por meio de atividades simplescomo coleta seletiva, além de contribuir significativamente para a sustentabilidade, vem incorporando gradativamente

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um perfil de inclusão social e geração de renda para os setores mais carentes e excluídos do acesso aos mercadosformais de trabalho (SINGER, 2002).

A partir das oficinas de confecção de pufes, com os alunos o reaproveitando garrafas PETs, Pneus,abrindo espaço para outros materiais que são possíveis reciclar e reutilizar. Com o hábito da coleta seletiva dolixo espera-se uma melhora na diminuição do acúmulo de lixo a ser despejado nos aterros sanitários e uma maiorgeração de renda através da comercialização dos recicláveis (PEREIRA NETO, 1999). Por meio das oficinasmostrou-se que reciclar, reutilizar e reduzir faz se necessário, pois por meio da Educação Ambiental é que oeducador trabalha a integração ser humano e ambiente e conscientiza de que o ser humano é natureza e nãoapenas parte dela.

Neste contexto, pôde-se inferir que a percepção ambiental do alunado sobre o lixo é, relativamente,similar e está relacionada ao que é inútil e que provoca danos à natureza. De acordo com MANDARINO(2000):

“O lixo está associado à noção da inutilidade de determinado objeto, diferentemente de resíduo,que permite pensar em nova utilização, quer como matéria-prima para a produção de outrosbens de consumo, quer como composto orgânico para o solo.”

Atualmente a natureza vem sendo muito degradada, desde as diversas práticas de poluições até osdesperdícios de seus recursos. Por isso preservar a natureza significa contribuir com cada atitude que tomamosem nossa rotina pensando em não prejudicar mais ainda o meio ambiente. Precisamos conscientizar cada serhumano para que conheça o meio ambiente em que vive e crie vínculos emocionalmente positivos com asobrevivência da Terra. Segundo Grippi (2001), a Educação Ambiental é uma peça fundamental para o sucessode qualquer programa de coleta seletiva, pois é importante esclarecer ao cidadão do seu papel como gerador delixo. Com a conscientização da comunidade do seu dever e separar o lixo, fica mais fácil executar um programade coleta seletiva. De acordo com Oliveira (1993), só defende o seu ambiente aquele que conhece, pois sabe da suaimportância para o seu bem-estar. O homem só valoriza aquilo que conhece e esse conhecimento se dáprincipalmente através da educação.

Por meio dos resultados obtidos e da relação entre a prática e as leituras prévias do tema norteador dotrabalho, reforçamos a necessidade de trabalhar mais o tema da educação ambiental na escola, pois entendemosque o conhecimento adquirido na escola, é transmitido pelos alunos aos amigos e familiares, disseminando aconscientização ambiental para a comunidade. Segundo GADOTTI (2000), o processo educativo por eladesencadeado visa à formação de um cidadão cooperativo e ativo, contrariamente ao que vem sendo desenvolvidopelas pedagogias tradicionais, o que busca é a constituição de uma sociedade sustentável.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A reciclagem é um conjunto de técnicas que tem por finalidade aproveitar os resíduos e reutilizá-los nociclo de produção de que saíram ou em um ciclo de produção paralelo. É uma atividade pela qual, materiais quepoderiam se tornar lixo, ou que já estão no lixo, são desviados, coletados, separados e tratados para seremusados como matéria-prima na manufatura de novos produtos. Como, para as empresas de reciclagens, essesmateriais recuperados sempre têm um custo mais conveniente que o da matéria prima original, cabe à logísticaviabilizar economicamente o transporte e a armazenagem dos produtos, obtendo como efeito colateral benéficouma diminuição dos danos ambientais. Vários são os desafios encontrados ações para a melhoria da qualidadede vida, muito deles relaciona-se a mudanças de atitudes com o meio.

O processo de logística reversa revela-se como uma grande oportunidade de se desenvolver asistematização dos fluxos de resíduos, bens e produtos descartados, seja pelo fim de sua vida útil, seja porobsolescência tecnológica e o seu reaproveitamento, dentro ou fora da cadeia produtiva de origem, contribuindo

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dessa forma para redução do uso de recursos naturais e dos demais impactos ambientais, isto é, o sistemalogístico reverso consiste em uma ferramenta organizacional com o intuito de viabilizar técnica e economicamenteas cadeias reversas, de forma a contribuir para a promoção da sustentabilidade de uma cadeia produtiva.

Como a grande parte do lixo das escolas é constituída por papéis e embalagens descartáveis, as escolaspodem ajudar a diminuir o desperdício desses materiais reaproveitáveis, implantando a coleta seletiva. A escolasendo uma instituição voltada à produção do saber crítico deve agir no sentido de mobilizar os alunos em prol domeio ambiente, promovendo atividades que estimulem a sua criatividade como cartazes, peças de teatro e oficinasde reciclagem de lixo. Uma forma de contribuir com a implantação da coleta seletiva é implantação de trabalhosde Educação Ambiental nas escolas, pois os alunos conscientes de seu papel ambiental de diminuir, de reaproveitare de reciclar o lixo podem ensinar a seus familiares, ou seja, a comunidade em geral.

Conclui-se que a sociedade atual é altamente consumista, causando danos ao meio ambiente, com isso aeducação ambiental busca implantar a todos sobre os impactos ambientais que o planeta vem sofrendo. Natemática de reciclagem nas escolas, a educação ambiental visa desenvolver em seus alunos interesse em preservare cuidar do meio em que vivem. As oficinas de garrafa PET são apenas uma das formas de incentivo ao educandoem descobrir um dos resíduos por eles descartados. Transmitir ideias sobre preservação ambiental, reciclagem,poluição, cuidados com o planeta, respeito à vida, gentileza, educação e outros temas afins requer muita paciênciae crenças pessoais fortalecidas. Tudo porque maioria de nós não tem a cultura e, consequentemente, o hábito depensar sobre esses assuntos. E se há pensamentos não há questionamentos e não há pratica. Às vezes podemosser atingidos pelo desanimo. E esse nos engessa e nos faz questionar se de fato conseguiremos atingir alguém outransformar atitudes.

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PROPOSTA DE REDUÇÃO DE RESÍDUOS ORGÂNICOS: ESTUDO DECASO EM RESTAURANTE UNIVERSITÁRIO

Daniela Teixeira de SOUSA1

Graduanda do Curso de Engenharia de Produção da UFPI;[email protected]

Maria do Socorro Ferreira dos SANTOS2

Doutorado em Engenharia Química pela UFCG;[email protected] Borges SINIMBU3

Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Saúde e Comunidade da UFPI;[email protected] da Silva SIMÕES4

Mestre em Engenharia de Produção pela UFPB;[email protected]

RESUMO

Realizar refeições fora de casa tornou-se um hábito comum em os brasileiros. A busca por alimentos prontoslevou ao crescimento de estabelecimentos, como restaurantes, que oferecem tais serviços e/ou produtos. Emcontrapartida, esses locais geram diversos tipos de resíduos, em especial os resíduos orgânicos, geradostanto durante o preparo das refeições quanto no serviço de refeições- alimento servido e não consumido.Esses resíduos, se não forem tratados de forma adequada contamina e compromete o meio ambiente e asaúde da população. Para escolha da destinação adequado dos resíduos é necessário que se tenha o máximode conhecimento a cerca desses resíduos gerados, como tipo, quantidade composição física química dentreoutros. Desse modo, o presente trabalho teve como objetivo o levantamento de informações acerca dosresíduos orgânicos gerados na unidade I do Restaurante da Universidade Federal do Piauí, Campus MinistroPetrônio Portela, a fim de propor uma destinação adequada para o mesmo. Para chegar aos resultadosrealizou-se estudo de caso, com preenchimento em formulários para identificação dos tipos e quantidades deresíduos orgânicos gerados tanto durante o preparo quanto aos restos deixados nas bandejas das refeiçõesservidas na Unidade I do restaurante universitário. Constatou-se que é gerada diariamente uma quantidadeexpressiva de resíduos orgânicos que pode ter uma destinação adequada por meio da técnica de compostagem.Contribuindo assim, para diminuição de resíduos encaminhados para os atuais meios de destinação eminimização os impactos que esses resíduos podem causar ao meio ambiente e a sociedade.

Palavras-Chave: Resíduos sólidos orgânicos, Restaurante universitário, Compostagem.

INTRODUÇÃO

A geração de resíduo sólido é uma ação corriqueira na vida do homem desde o início da civilização.Este é um dos problemas da sociedade atual ocasionado pelo crescimento da população, da ocupaçãoestrondosa dos centros urbanos e pelo aumento dos bens de consumo (VALERIO; SILVA; COHER,2008).

No Brasil foi instituída a Política Nacional de Resíduos Sólidos- PNRS, Lei 12.305/ 2010, pararegulamentar o gerenciamento dos resíduos sólidos dispondo as responsabilidades dos geradores e do poderpúblico, bem como os instrumentos econômicos aplicáveis (BRASIL, 2010), de modo a garantir uma destinaçãoadequada desses resíduos, minimizando o impacto por eles causado.

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É notório que nos centros de produção de alimentos, como os restaurantes, a maior parte da matériaprima usada no preparo das refeições tem origem orgânica e que a geração desses resíduos ocorre principalmenteno processo de preparo e pelas sobras deixadas pelos comensais.

A fim de minimizar tais perdas, algumas políticas de redução de resíduos podem ser implantadas, masa sua geração nunca pode ser eliminada em sua totalidade. Assim, sempre haverá resíduos orgânicos nesseslocais, sendo necessária uma correta destinação.

Para tratamento adequado desses resíduos, a compostagem apresenta-se como técnica eficiente e debaixo custo, pois seu processo simplificado transforma a fração orgânica dos resíduos em um composto rico emnutrientes, que pode ser utilizado na agricultura como corretivo do solo.

Diante do exposto, o presente trabalho tem como objetivo o levantamento de informações acerca dosresíduos orgânicos gerados em um Restaurante Universitário- RU da Universidade Federal do Piauí- UFPI,Campus Ministro Petrônio Portella, para uma proposta de redução por meio da técnica de compostagem.

METODOLOGIA

A pesquisa pode ser classificada como quantitativa por mensurar a quantidade em quilograma (Kg) deresíduos gerados no restaurante universitário. Ter caráter descritivo, pois, segundo Hair et.al (2005) tem finalidadede registrar e descrever os fenômenos observados sem interferência do pesquisador. Além disso, pode sertratada como estudo de caso por buscar examinar uma população ou fenômeno dentro de um contexto específico.

A pesquisa teve como fonte de informação o Restaurante Universitário (RU) do Campus Ministro PetrônioPortella da Universidade Federal do Piauí- UFPI localizado na cidade de Teresina- Piauí, que atende em três unidades(unidade I, II e III). Por se tratar da central de produção, a unidade I foi escolhida para a realização da coleta dos dados.

A população definida foram os resíduos orgânicos oriundos do processo de preparo das refeiçõesservidas no almoço e jantar em um período de 10 dias, assim como as sobras do almoço dos comensais nomesmo período.

O processo de coleta das amostras referente à quantidade do resíduo orgânico servido e não consumidodeixado nas bandejas, foi constituída pelas etapas: seleção prévia e aleatória de bandejas, recebimento dabandeja selecionada pela amostra, separação dos resíduos em grupos, conforme Quadro 1, pesagem e anotaçãodos quantitativos.

Quadro 1- Classificação dos resíduos em grupo.

Fonte: Elaboração própria

Já na coleta de dados do resíduo orgânico gerado durante o processo de preparo foi realizada apesagem dos resíduos das lixeiras da cozinha do restaurante. Essa coleta se deu ao final da preparação de cadarefeição e foi composta pelas etapas: recolhimento das lixeiras, separação dos resíduos em grupos, pesagem eanotação dos quantitativos, nessa etapa foram contabilizados apenas os resíduos do Grupo 1.

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RESULTADOS E DISCUSSÕES

Para a obtenção dos dados foram coletadas 86 amostras (bandeiras) analisadas por dia. Durante os 10dias de coleta foi possível identificar o número de refeições ofertadas, quantidade de resíduo proveniente decada grupo, a quantidade média de resíduo por indivíduo, bem como a estimativa de geração diária total deresíduos deixado nas bandejas pelos frequentadores do RU I, os valores estão expostos no Quadro 2.

Quadro 2: Quantidade per capta de resíduos deixados nas bandejas

Fonte: Elaboração própria

Conforme observado no Quadro 2 os resíduos do Grupo 1- resíduos orgânicos aptos a compostagem,apresenta resultados que variam de 5,63 à 14,135 Kg, sendo os três maiores índices observado no 9º, 8º e 5ºdia de coleta. Os resíduos do Grupo 2 os valores variam de 0,62 à 4,13 Kg, sendo que os maiores índices foramobservados nos dias 5, 8 e 10 dias. Já os resíduos do grupo 3, inorgânicos, variaram de 0,0022 à 0,0748 kg deresíduo.

No Quadro 2 é apresentada a quantidade média gerada de resíduos por indivíduo. Se observa variaçãoentre 0,065 (5,630/86) à 0,164(14,135/86) Kg para os resíduos do Grupo 1. Desse modo, tem-se uma quantidade

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diária de resíduos proveniente das bandejas, valores que variam de 89,163((5,630/86) x 1.362) à 219,093((14,135/86) x1.333) kg. Para os resíduos do Grupo 2, a quantidade média por indivíduo variou entre 0,007 e0,048 Kg, já os do grupo 3, os inorgânicos, variaram de 0,00003 à 0,00087 kg de resíduo por indivíduo.

Em se tratando dos resíduos provenientes do processo de preparo das refeições servidas no almoço ejantar os tipos e as quantidades estão expostos no Quadro 3. É importante salientar que nessa etapa foi coletadoapenas informações referente aos resíduos do Grupo 1 e que os valores se referem à geração total diária deresíduos orgânicos gerados durante o preparo das refeições, tanto do almoço quanto do jantar, servidas para astrês unidades do Campus em estudo.

Quadro 3 - Composição física dos resíduos gerados no preparo das refeições

Fonte: Elaboração própria

* As aparas estão inclusos materiais como: cascas de cebola, raízes do cheiro verde, semente e pendão depimentão, pimentinha e tomate.

Conforme Quadro 3, pode-se verificar que as quantidades de resíduo orgânico variam de 46,60 à230,00 Kg, sendo os três maiores índices observados no 3º, 4º e 6º dia de coleta os quais apresentaram valoresde 146,10; 230,00 e 135,00 Kg respectivamente. Esses valores podem ser justificados pela característica empeso significativo de alguns ingredientes que compõe a salada, para os três dias que apresentaram maioresvalores os resíduos que influenciaram foram carroço da manga, repolho e casca do abacaxi.

Conforme o mesmo Quadro pode se observar que dentre os resíduos gerados durante o preparo, osque apresentam maiores quantidades de geração foram o repolho, a acelga, o abacaxi e a casca de manga. Cabedestacar que, a limpeza e apara de alguns ingredientes como, a manga, as batatas (doce e inglesa), abacaxi eoutros são feitos para preparação de refeições dos dias seguintes, essa prática e realizada a fim de antecipar asatividades e como forma de atender a grande demanda diária.

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No Quadro 4 é apresentada a composição física, observada a partir do cardápio oferecido, bem comoo somatório dos resíduos oriundos tanto dos resíduos deixados nas bandejas quanto dos resíduos geradosdurante o preparo das refeições.

Quadro 4 - Quantidade total de resíduos gerados no RU I

Fonte: Elaboração própria

Observa-se conforme Quadro 4 que a estimativa da composição física dos resíduos do Grupo 1 sãoarroz, feijão, salada e casca de frutas, para o Grupo 2 estão as carnes: bovina, peixe, calabresa e outras e noGrupo 3 estão as embalagens plásticas de doce e copos descartáveis.

Durante os dias de coleta, foi oferecido um total de 12.723 refeições. O que representa uma média de1.272 refeições diária (12.723/10). Essa quantidade de refeições servidas gerou 1.310,24 Kg de resíduos doGrupo 1- resíduos orgânicos aptos a compostagem, 254,37 Kg de resíduos do Grupo 2- resíduos orgânicosnão indicados a compostagem e 3,22 Kg de resíduos do Grupo 3 resíduos inorgânicos, resíduos provenientesdos restos deixados nas bandejas pelos frequentadores e 1.208,24 Kg oriundos do preparo das refeições.

Como dito anteriormente, os resíduos gerados durante o preparo das refeições pertencem a mesmaclassificação do Grupo 1 das refeições servidas e não consumidas. Portanto esses valores devem ser somados,tem-se desse modo, que são gerados um total 2.519,19 (1.310,24 + 1.208,95) Kg de resíduos orgânicos, o querepresenta uma média estimada de 251,92Kg (2.519,19/10) por dia para essa classificação de grupo.

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A estimativa de geração diária para cada grupo de resíduos está disposta no Quadro 5.

Quadro 5- Resumo da pesquisa

Fonte: Elaboração própria

Em resumo e conforme pode ser visto no Quadro 5, dos resíduos oriundo do preparo das refeições edas sobras deixadas nas bandejas analisadas na unidade I do restaurante em estudo, estima-se que 90,72%desse resíduo pertence ao Grupo 1, o que indica que são resíduos orgânicos que podem ser tratados por meioda compostagem. 9,16% pertencem ao grupo dos resíduos orgânicos não indicados a compostagem e apena0,12% corresponde a resíduos inorgânicos.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente- MMA (2010) a compostagem é um método simplificadoe de baixo custo para o tratamento do resíduo orgânico, além de ser considerado pela lei nº 12.305/2010em seu artigo 3º, inciso VII, como uma forma de destinação final ambientalmente adequada (BRASIL,2010).

Pode ser entendida como um processo aeróbico de decomposição controlada que transforma resíduosorgânicos pela ação de micro-organismos, em adubo útil ao solo (CORDEIRO, 2010). Além da produção deum composto orgânico útil ao solo, Inácio e Miller (2009), destaca que a compostagem contribui para processode minimização dos impactos ambientais, da minimização de resíduos e da maximização da reciclagem.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após análise dos dados conclui-se que dos resíduos sólidos oriundo do preparo das refeições e dassobras deixadas nas bandejas gerados no Restaurante Universitário Unidade I do Campus em estudo, apresentaramuma quantidade média estimada de 251,92 Kg por dia de resíduo orgânico apto a compostagem, 25, 437 Kg deresíduo orgânico não indicado a compostagem e 0,322Kg de resíduo inorgânico.

Conclui-se que, de todo o resíduo gerado no restaurante em estudo 90,72% é composto por resíduosorgânicos aptos a compostagem, uma técnica de redução de resíduos orgânico simples e de baixo custo. Alémda destinação ambientalmente adequada para a fração orgânica dos resíduos gerados pelo restaurante acompostagem pode trazer ganhos de ordem econômica, ambiental e social.

Depreende em termos ambientais o tratamento de redução dos resíduos orgânicos por meio dacompostagem, é capaz de proporcionar uma diminuição de resíduos encaminhados para os atuais meios dedisposição final da cidade de Teresina, como aterros e lixões e assim contribui para redução do impacto ambientale aumento da qualidade de vida.

É importante salientar que, embora os objetivos tenham sido alcançados, existem aspectos que nãoforam abordados e que podem ser objeto de estudos futuros como os aspectos financeiros da instalação emanutenção de uma usina de compostagem dentro da UFPI, bem como o levantamento dos resíduos orgânicosgerados nas outras unidades do restaurante universitário no Campus Ministro Petrônio Portela.

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ESTUDO DA VIABILIDADE DA IMPLANT AÇÃO DA TARIFAHOROSAZONAL NO GRUPO B NA REGIÃO NORDESTE DO BRASIL

Ary Paixão Santana BORGES,Graduando do curso de Engenharia Elétrica da UFPI

[email protected], Amanda Maria Rodrigues BARROSO,

Graduanda do Curso de Engenharia Elétrica da [email protected]

Rejanne Alves de MELO,Graduanda do curso de Engenharia Elétrica da UFPI

[email protected], Fábio Rocha BARBOSA,

Professor Doutor do Curso de Engenharia Elétrica da [email protected].

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo apresentar o modelo tarifário usado atualmente pelos consumidores de baixatensão, além de analisar o comportamento do grupo B na região nordeste do Brasil em relação ao consumoenergético, e dessa forma avaliar se o uso da tarifa branca é favorável para essa realidade. Será analisado ocomportamento regional através de dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico - ONS. Este trabalhoserve, então, como uma grande ferramenta para os consumidores optarem, ou não por essa nova tarifa, sendobem inovador, pois traz dados reais fornecidos por órgãos competentes do setor elétrico.

Palavras Chave: Consumo Energético, Energia Elétrica, Estrutura Tarifaria, Tarifa Branca

INTRODUÇÃO

Por alguns anos a Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL não reformulou os modelos detarifação, desse modo o setor energético teve alguns problemas. Porém no ano de 2012 foram propostas algumasmudanças, sendo uma delas a tarifa branca. O modelo tarifário do Setor Elétrico Brasileiro – SEB está noterceiro ciclo de reformulação tarifarias das distribuidoras. Os objetivos dessas mudanças são exatamente unireficiência energética e preservar os interesses econômicos e jurídicos dos consumidores.

METODOLOGIA

Tarifação Convencional

O modelo tarifário atual usado para calcular o consumo do grupo de Baixa Tensão – BT, mais conhecidocomo grupo B, é o convencional adotado para calcular o valor a ser pago pelo consumidor. Ele foi criado emmeados dos da década de 80, e desde então vem sendo adotado pelas

distribuidoras de energia elétrica. O cálculo da tarifa é bem simples, sendo apenas uma multiplicação daquantidade de kWh consumidor pelo do valor do kWh determinado pela Agência Nacional de Energia Elétrica– ANEEL e ao final somado a isso alguns tributos determinados por lei.

A resolução nº 456 da ANEEL de novembro de 2000 é responsável pela normatização dos cálculostarifários, de acordo com a natureza do consumidor. A divisão dos tipos de consumidores é feita pelo nível de

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tensão, sendo eles: Grupo A e Grupo B. O grupo A é um grupamento composto de unidades consumidoras comfornecimento em tensão igual ou superior a 2,3kV, ou atendidas a partir de sistema subterrâneo de distribuiçãoem tensão secundaria, caracterizado pela tarifa binômia e subdividido nos seguintes subgrupos:

Subgrupo A1 para o nível de tensão de 230kV ou mais;Subgrupo A2 para o nível de tensão de 88 a 138kV;Subgrupo A3 para o nível de tensão de 69kV;Subgrupo A3a para o nível de tensão de 30 a 44kV;Subgrupo A4 para o nível de tensão de 2,3 a 25kV;Subgrupo AS para sistema subterrâneo.A tarifa do grupo A possui três modalidades de fornecimento, sendo elas: Estrutura Tarifaria Convencional,

Estrutura tarifária horo-sazonal Verde e Estrutura horo-sazonal azul. Este tipo de tarifa é classificado comobinômia, pois é formada por preço do consumo de energia elétrica ativa (kWh) e à demanda faturável (kW).

Já o grupo B é um grupamento composto de unidades consumidoras com fornecimento em tensãoinferior a 2,3kV, caracterizado pela tarifa monômia e subdividido nos seguintes subgrupos:

Subgrupo B1 – residencial; Subgrupo B2 – rural;Subgrupo B3 – demais classes; eSubgrupo B4 – iluminação pública.Para a aplicação das tarifas de energia do grupo B os consumidores são identificados por classes e

subclasses de consumo: Residencial; Industrial; Comercial; Serviços e Outras Atividades; Rural; Poder Público;Iluminação Pública; Serviço Público; Consumo Próprio.

Esses consumidores do grupo B não possuem atualmente uma flexibilidade na forma de faturação deenergia como ocorre no grupo A, que por sua vez conseguem permutar por diferentes tipos de contratos. Noentanto, no ano de 2010 em uma das suas revisões a ANEEL tarifarias criou a tarifa branca.

1.1 Tarifa Branca

A ANEEL, em uma de suas audiências públicas apresentou a tarifa do tipo branca, sendo uma nova opçãoque sinaliza aos consumidores a variação do valor da energia conforme o dia e o horário do consumo. Ela é oferecidapara as unidades consumidoras que são atendidas em baixa tensão (127, 220, 380 ou 440 Volts), denominadas degrupo B. Com essa tarifa, o consumidor passa a ter possibilidade de pagar valores diferentes em função da hora e dodia da semana. Se o consumidor adotar hábitos que priorizem o uso da energia fora do período de ponta, diminuindofortemente o consumo no horário de ponta (aquele com maior demanda de energia na área de concessão) e nointermediário, a opção pela Tarifa Branca oferece a oportunidade de reduzir o valor pago pela energia consumida.

Nos dias úteis, o valor Tarifa Branca varia em três horários: ponta, intermediário e fora de ponta. Naponta e no intermediário, a energia é mais cara, assim no horário fora de ponta, a energia é mais barata. Nosferiados nacionais e nos finais de semana, o valor é sempre fora de ponta. Os períodos horários de ponta,intermediário e fora ponta são homologados pela ANEEL nas revisões tarifárias periódicas de cada distribuidora,que ocorrem em média a cada quatro anos.

Antes da criação da Tarifa Branca, havia apenas uma tarifa, a Convencional, que tem um valor único(em R$/kWh) cobrado pela energia consumida e é igual em todos os dias, em todas as horas. Assim, a TarifaBranca cria condições que incentivam alguns consumidores a deslocarem o consumo dos períodos de pontapara aqueles em que a rede de distribuição de energia elétrica tem capacidade ociosa.

É importante que o consumidor, antes de optar pela Tarifa Branca, conheça seu perfil de consumo e arelação entre a Tarifa Branca e a Convencional. Quanto mais o consumidor deslocar seu consumo para o períodofora de ponta e quanto maior for a diferença entre essas duas tarifas, maiores são os benefícios da Tarifa Branca.Essa tarifa não é recomendada se o consumo for maior nos períodos de ponta e intermediário e não houverpossibilidade de transferência do uso dessa energia elétrica para o período fora de ponta.

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Para ter certeza do seu perfil, o consumidor deve comparar suas contas com a aplicação das duastarifas. Isso é possível por meio de simulação com base nos hábitos de consumo e equipamentos do consumidorou com o uso de um medidor, aprovado pelo Inmetro, que consiga registrar o consumo conforme os horários emque a energia elétrica é utilizada. Para aderir à Tarifa Branca, os consumidores precisam formalizar sua opçãojunto à distribuidora. Quem não optar por essa modalidade continuará sendo faturado pelo sistema atual. AFigura 1 compara a tarifa convencional e a tarifa branca.

Figura 1 – Comparativo entre Tarifa Convencional e Tarifa Branca – ANEEL

Esse tipo de classificação em horário de ponta, fora ponta ou intermediário são nomenclaturas antesutilizadas apenas pelos grandes consumidores, porém com esse novo método de tarifação os clientes do grupo Btambém podem ser faturados com esse tipo de variação de valor.

Analisando a figura 1, pode-se observar que o consumidor pode pagar mais barato a fatura de energia,se o mesmo transferir as atividades de maior consumo de energia para o horário fora de ponta. Alguns clientespoderão conseguir fazer essa mudança no horário de consumo de energia sem grandes problemas, porém outrosnão conseguirão, pois possuem um modo de vida, que não seria tão fácil de mudar os hábitos. O grupo Btambém possui consumidores do tipo

comercial, sendo esse tipo de consumidor mais inflexível ainda, pois o mesmo tem sua rotina determinadapelo mercado, por exemplo: um supermercado que tem a maioria dos seus clientes comprando no horário depoisdo comercial, pois os mesmos estão saindo dos seus trabalhos, não conseguirá trazer para horário fora de pontaalgumas operações.

A região nordeste do Brasil é caracterizada por uma grande parcela de consumidores no grupo B,diferente das regiões sul ou sudeste, no qual os consumidores de alta tensão estão em um grande número. Então,a base da economia dessa região está no setor terciário ou setor de serviços, dessa forma o consumo de energiaestá fora, na maioria dos dias, do horário intermediário ou horário de ponta. No dia 23/05/2016 a demandamáxima instantânea em MW ocorreu as 14:31, horário esse que está longe do horário de ponta, mostrando assimque a implantação da tarifa branca pode ser rentável, pois nesse horário a tarifa está bem abaixo do valorcobrado atualmente. O horário de demanda máxima na região nordeste do Brasil durante o último ano sempreesteve próximo a esse horário. Se analisarmos a Figura 2 praticamente todas as regiões tem sua demandamáxima no horário de pico diferente da região nordeste, ou seja, para as demais implantarem talvez seja necessáriauma readequação no consumo ao longo do dia.

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Figura 2 – Tabela da Demanda Instantânea Máxima em GW nas Regiões do Brasil – Fonte: ONS

Figura 3 – Gráfico da Demanda Instantânea Máxima em GW nas Regiões do Brasil – Fonte: NOS

CONCLUSÃO

Esse trabalho teve como função apresentar a tarifa branca, modelo esse ainda pouco conhecido e nãoimplantado no mercado, porém que pode ser visto como uma forma de melhorar a qualidade energética e ocontrole da demanda excessiva nos horários de ponta. Esse trabalho teve como objetivo mostrar um pouco darealidade do consumo do grupo B na região nordeste do Brasil, podendo ser concluído que se adequado ohorário de consumo pode-se haver uma redução nas contas de energia, além de uma melhoria do sistema.Apesar de ter sido feito para a realidade de uma região do país, o estudo pode ser expandido a outros consumidoresdo grupo B. Esse documento tem uma função não apenas acadêmica, mas orientativa, pois como citadoanteriormente essa tarifa por ser nova no mercado é pouco conhecida e se não utilizada pelos consumidores daforma correta pode surgir o efeito contrário ao esperado.

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AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA – ANEEL “Resolução Normativa nº 414”, de 09/09/2010 Brasília – DF

SANTOS, A. B. de S.; CAMACHO, J. R.; GUIMARÃES JR., S. C., RODRIGUES, K. D. “Tarifa Branca– um Estudo da Estrutura Tarifária do Grupo B do Setor Elétrico – Parte I: Regulação”, XII Conferênciade Estudos em Tabela XVII– Comparação Monetária entre as Modalidades Engenharia Elétrica, CEEL 2014,em submissão.

RELATÓRIO DE ANÁLISE DAS CONTRIBUIÇÕES DA AUDIÊNCIA PÚBLICA Nº 002/2012, item 54,Fl. 18, Nota Técnica 107/2012-SRE/ANEEL, de 20/04/2012.

AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA – ANEEL “Resolução Homologatória nº 1.605”, de27/08/2013 Brasília – DF.

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O BICHO DA SEMANA: CONTEXTUALIZANDO OENSINO DE ZOOLOGIA.

Bruno Afonso Borges de Sousa SILVAGraduando do Curso de Licenciatura Plena em Ciências Biológicas da UESPI e Bolsista de

Iniciação à Docência do Pibib/UESPI/[email protected]

Antônio Cícero de Andrade PEREIRAMestre em Engenharia de Pesca pela UFC; Professor Efetivo Assistente III DE da UESPI e

Coordenador de Área do Subprojeto de Licenciatura em Ciências Biológicas doPibid/UESPI/CAPES (Orientador)

[email protected] Viana SOARES

Graduanda do Curso de Licenciatura Plena em Ciências Biológicas da UESPI e Bolsista de Iniciação àDocência do Pibib/UESPI/CAPES

[email protected]árcia Santos COSTA

Professora Efetiva da SEDUC/PI e Supervisora do Pibid/UESPI/[email protected]

RESUMO

Este trabalho relata as reflexões de pibidianos do subprojeto de Licenciatura em Ciências Biológicas do Pibid/UESPI/CAPES quando desenvolveram uma pesquisa-ação caracterizada pelas práticas educativas ao elaborareme aplicarem o projeto de conservação da fauna intitulado: O Bicho da Semana, que teve como objetivo apresentara importância econômica e ecológica de alguns representantes da fauna piauiense através da contextualização,favorecendo o ensino de Zoologia, de forma interdisciplinar à Educação Ambiental. A pesquisa-ação aqui relatadaaconteceu entre os meses de maio e outubro de 2015 na Unidade Escolar Djalma Nunes, situada na cidade deFloriano/PI. Como sujeitos desta pesquisa destacamos cinco bolsistas de iniciação à docência, uma supervisorae um coordenador de área, todos pertencentes ao subprojeto de Licenciatura em Ciências Biológicas do Pibid/UESPI/CAPES do campus Dr. ª Josefina Demes, em Floriano/PI. Outros sujeitos de mesma relevância são osalunos de 1º, 2º e 3º anos do Ensino Médio da escola supracitada. Foram realizadas cinco práticas educativasentre os meses de execução desta pesquisa- ação. Ao término de cada prática, antes mesmo de iniciarmos umnovo ciclo de procedimentos preliminares, refletíamos sobre o desempenho de todas as ações desenvolvidas,enaltecendo os pontos positivos e procurando alternativas para retificar os negativos. Tirando proveito da elevadaDiversidade Biológica no município de Floriano, pudemos trabalhar a interdisciplinaridade dos conteúdossupracitados através da contextualização, trazendo à tona espécie já conhecidas pelos alunos da Unidade EscolarDjalma Nunes. Das práticas educativas realizadas, foram testadas algumas variações quanto às metodologiasabordadas: a utilização de diferentes espaços escolares; produção de materiais didáticos para auxílio visual;adequação da apresentação conforme mudança no contingente de sujeitos participantes. Constatamos que asapresentações mais proveitosas foram aquelas em salas de aula, permitindo aos alunos um maior sentimento deautonomia para participar, refletir e discutir sobre as informações compartilhadas pela prática educativa.

Palavras-chave: Proteção e preservação da fauna; Educação Ambiental; Ensino de Zoologia; Pibid/UESPI/CAPES.

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INTRODUÇÃO

O ensino de Zoologia nas escolas de Educação Básica brasileira privilegia a memorização mecânica doobjeto ou do conteúdo e não a aprendizagem real e efetiva do discente, capacitando o sujeito na busca crítica desua autonomia (FREIRE, 1997; 2001; 2005; 2007, apud ROCHA, 2013). Segundo Amorim (2008, p. 127), aZoologia é frequentemente vista como “ultrapassada”

em sua abordagem mais morfológica. No entanto, muito dessa visão se deve ao modo como é abordadanas aulas, pois o ensino de Zoologia continua constituído apenas pela apresentação de grupos taxonômicos epelos conjuntos de características dos indivíduos.

Santos e Téran (2009 apud PEREIRA, 2012) apontem diversos tipos de problemas no ensino dezoologia, como:

[...] o uso exclusivo do livro didático, a falta de recursos didáticos alternativos; a exposição oralcomo único recurso metodológico, o tempo reduzido para o planejamento e execução de atividadesacadêmicas em sala de aula, laboratórios e espaços não-formais, e a formação inicial do professordeficiente em relação à realidade de ensino (PEREIRA, 2012, p. 14).

Araújo (2014, p. 12), afirma que ensinar Ciências usando o tema de conservação da fauna é importantepara formar cidadãos conscientes e críticos, que no futuro possam gerenciar seus recursos de uma maneirasustentável.

“Precisamos cada vez mais proporcionar estudos que viabilizem o ensino de ciência e o fortalecimentode práticas de conservação, nesse sentido estaremos deixando para o futuro não só um trabalho científico,mais um caminho de construção de atividades voltadas para o meio ambiente e o ensino” (SILVA, 2012, p.43).

Conforme afirma Moreira (2006 apud ROCHA, 2013),

“Para efetivamente contextualizar o ensino de Ciências com a realidade discente, esta deve sera gênese e o objetivo final do processo educativo, não apenas uma desculpa motivacional, muitopresente na pedagogia tradicional bancária. Relacionando as tarefas educacionais com os saberese experiências de vida, a contextualização curricular cria condições para dar lugar, na escola, àsculturas de origem dos alunos e ao desenvolvimento de autoconceitos positivos” (ROCHA,2013, p. 213).

Este trabalho relata as reflexões de pibidianos do subprojeto de Licenciatura em Ciências Biológicasdo Pibid/UESPI/CAPES quando desenvolveram uma pesquisa-ação caracterizada pelas práticas educativasao elaborarem e aplicarem o projeto de conservação da fauna intitulado: O Bicho da Semana, que tevecomo objetivo apresentar a importância econômica e ecológica de alguns representantes da fauna piauienseatravés da contextualização, favorecendo o ensino de Zoologia, de forma interdisciplinar à EducaçãoAmbiental.

METODOLOGIA

Este trabalho está fundamentado segundo o ponto de vista dos procedimentos técnicos como sendouma pesquisa-ação. De acordo com Prodanov (2013, p. 67), este tipo de pesquisa pode ser realizado emuma organização (escola, por exemplo) na qual haja hierarquia ou grupos cujos relacionamentos sejamcomplexos.

Segundo Thiollent (1998 apud PRODANOV, op. cit.) “[...] pela pesquisa-ação é possível estudardinamicamente os problemas, decisões, ações, negociações, conflitos e tomadas de consciência que ocorrementre os agentes durante o processo de transformação de situação”.

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A pesquisa-ação aqui relatada aconteceu entre os meses de maio e outubro de 2015 na UnidadeEscolar Djalma Nunes, situada na cidade de Floriano/PI. Como sujeitos desta pesquisa destacamos cincobolsistas de iniciação à docência, uma supervisora e um coordenador de área, todos pertencentes ao subprojetode Licenciatura em Ciências Biológicas do Pibid/UESPI/CAPES do campus Dr. ª Josefina Demes, em Floriano/PI. Outros sujeitos de mesma relevância são os alunos de 1º, 2º e 3º anos do Ensino Médio da escolasupracitada.

Para podermos caracterizar o objeto deste estudo, precisaremos explicitar as inquietações reveladasdurante as reuniões periódicas entre os sujeitos da pesquisa em interdisciplinarizar o ensino do Zoologia à EducaçãoAmbiental. Foi nesse contexto que surgiu “O Bicho da Semana”, que teve como proposta a prática educativaatravés da contextualização, cujas temáticas abordadas eram constituintes da fauna piauiense.

Os procedimentos preliminares desta prática seguiram a seguinte ordem: escolha da temática abordada,pesquisa bibliográfica sobre a temática escolhida associada à contextualização regional, confecção do materialdidático expositivo a ser utilizado durante a prática educativa.

Após a efetivação dos procedimentos preliminares, a prática intitulada “O Bicho da Semana” erarealizada, através da apresentada de painel aos estudantes da Unidade Escolar Djalma Nunes. Seguida àapresentação, era iniciada uma reflexão com participação dos sujeitos da pesquisa, cuja compartilhamento deconhecimentos associados à contextualização favoreceria ao desenvolvimento de competências entre as partesenvolvidas.

Foram realizadas cinco práticas educativas entre os meses de execução desta pesquisa- ação. Aotérmino de cada prática, antes mesmo de iniciarmos um novo ciclo de procedimentos preliminares, refletíamossobre o desempenho de todas as ações desenvolvidas, enaltecendo os pontos positivos e procurando alternativaspara retificar os negativos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Visando favorecer ao leitor um melhor entendimento a respeito das práticas educativas desenvolvidasnesta pesquisa, vamos organizá-las em tópico de acordo com sua cronologia de execução, criando subtemasintitulados de acordo com os organismos animais contemplados nas referidas práticas. Cada prática contemplouum representante dos Vertebrados, pertencentes as seguintes classes: Ave; Amphibia; Reptilia; Mammalia; eOsteichthyes (Peixes ósseos).

1.1 UrubuO primeiro representante da fauna piauiense que abordamos foi uma espécie de Urubu, Coragyps

atratus, relativamente abundante no município de Floriano/PI. Por se tratar de uma ave urbana, estes animaispodem desempenhar um papel vital na remoção de resíduos orgânicos, devido a sua natureza necrófagas (SICK,1997; NOVAES; LIMA,1998 apud COSTA et al., 2009, p. 01).

Esta primeira prática foi caracterizada pela apresentação utilizando um painel como ferramenta didática,confeccionado com materiais de baixo custo, como: folhas de isopor, cola de isopor, pincel atômico, EVA,imagens e textos impressos e fita adesiva (Figura 01).

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Figura 01 – Painel utilizado na apresentação sobre o Urubu na prática “O Bicho da Semana”.

Uma outra característica que devemos destacar foi a forma de apresentação, onde reunimos todos osalunos do ensino médio da Unidade Escolar Djalma Nunes num espaço comum de forma simultânea (Figura 02),permitindo-os associar este momento de aprendizagem à informalidade, tendo total liberdade para formularperguntas relacionadas à prática aplicada.

Figura 02 – Apresentação da primeira prática “O Bicho da Semana” no pátio da Unidade Escolar Djalma Nunes aos

estudantes de 1º, 2º e 3º anos do Ensino Médio.

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Mesmo o urubu sendo um animal conhecido pelos alunos, foi observado que estes mostraraminteresse em participar ativamente da prática educativa através de relatos de experiências envolvendo estesanimais.

1.2 SapoO Sapo caruru, Bufo sp., atualmente realocado ao gênero Rhinella sp., foi o segundo animal contemplado

pela prática “O Bicho da Semana”.É uma espécie bastante comum em todo o nordeste brasileiro. Possuem hábitos noturnos, enquanto

durante o dia permanecem escondidos sob rochas ou em buracos no solo de jardins, para protegerem-se daexposição direta à luz solar., apresenta corpo largo, pele grossa e pernas atrofiadas, alimentando-se vorazmentede insetos e pequenos vertebrados (ZUG; ZUG, 1979; LANOO, 2005 apud MELO, 2010, p. 3-4).

Foram utilizados os mesmos materiais para a produção didática que auxiliou na prática sobre o Urubu.Mas, no que consiste à forma de apresentação, por solicitação do Núcleo Gestor da Unidade Escolar DjalmaNunes, a segunda prática foi realizada nas salas de aula individualmente (Figura 03) com a presença de pelomenos um bolsista de iniciação à docência devidamente orientado pela Supervisora.

Figura 03 – Segunda apresentação da prática “O Bicho da Semana” em sala de aula aos estudantes do 3º ano do EnsinoMédio da Unidade Escolar Djalma Nunes.

Mesmo com a necessidade desta adaptação metodológica espacial, a prática educativa “O Bicho daSemana” que contemplou o sapo como protagonista, não teve seu desempenho influenciado negativamente,onde pudemos verificar a construção de competências e saberes através da interação entre professores e alunos,similar à descrita anteriormente na primeira prática.

Para Bazzo (2000 apud LIMA; VASCONCELOS, 2006, p. 399), não há o método ideal para ensinarnossos alunos a enfrentar a complexidade dos assuntos trabalhados, mas sim haverá alguns métodos potencialmentemais favoráveis do que outros.

1.3 IguanaNa terceira prática, abordamos um representante entre os répteis facilmente encontrado em áreas

verdes da cidade de Floriano/PI, a iguana-verde. Pertencente à família Iguanidae, a qual possui atualmente mais

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de 35 espécies. Embora esta família apresente vários gêneros e espécies, apenas um representante ocorre noBrasil, a Iguana iguana, tendo como nomes popularmente sinimbu e camaleão (FEIO; COSTA; MOURA,2009).

Figura 04 – Terceira apresentação da prática “O Bicho da Semana” em sala de aula aos estudantes do 2º ano do EnsinoMédio da Unidade Escolar Djalma Nunes.

Ainda atendendo à solicitação do Núcleo Gestor da escola, expusemos separadamente nas salas deaula às informações pesquisadas sobre a iguana-verde. Porém, diferentemente das duas primeiras práticaseducativas, utilizamos o banner como ferramenta didática na apresentação referente a iguana-verde. Esta alternativametodológica foi cogitada durante as reuniões entre os sujeitos da pesquisa, que ao refletirem sobre suas práticas,analisaram que mesmo oriundos de materiais de baixo custo, os painéis anteriormente produzidos tinham baixadurabilidade. Esta modificação estrutural-metodológica só foi possível graças à liberação de recursos fomentadospela Coordenação Institucional do Pibid/UESPI/CAPES.

1.4 SaguiA quarta prática “O Bicho da Semana” teve como objeto o sagui (Figura 05), um animal silvestre

comumente criado em cativeiro em vários lares brasileiros como “bichinho de estimação”. Trouxemosinformações pertinentes sobre esta temática, socializando inclusive a legislação que engloba os crimesambientais.

Os Saguis, Callithrix jacchus, são animais arbóreas, ocupa os biomas caatinga, cerrado e mata Atlânticacosteira do nordeste brasileiro, nos estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará ePiauí, se estendendo ao sul até os rios Grande e São Francisco (HERSHKOVITZ, 1977 apud MORAIS-JÚNIOR, 2010, p. 09).

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Figura 05 – Apresentação da quarta prática “O Bicho da Semana” na quadra poliesportiva da Unidade Escolar DjalmaNunes aos estudantes de 1º, 2º e 3º anos do Ensino Médio.

1.5 SurubimNa quinta prática educativa socializada com os estudantes de ensino médio da Unidade Escolar Djalma

Nunes abordamos o surubim como temática (Figura 06).

Figura 06 – Apresentação da quinta prática “O Bicho da Semana” na quadra poliesportiva da Unidade Escolar DjalmaNunes aos estudantes de 1º, 2º e 3º anos do Ensino Médio.

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Também conhecido como pintado ou cachara, Pseudoplatystoma punctifer (Castelnau, 1855), é umpeixe ósseo altamente apreciado na culinária piauiense.

De acordo com Chicrala (2013) esses peixes são popularmente conhecidos como surubins ou pintadose estão entre os mais importantes grupos de espécies continentais com valor comercial no Brasil.

A ausência de espinhas intramusculares, o alto rendimento em filé (próximo de 50%) e a carnesuave, de coloração clara e com textura firme são algumas das vantagens de mercado quedespertaram o interesse pela sua exploração em cativeiro. [...] A composição química do filédos surubins apresenta valores de proteína bruta acima que 20% e uma reduzida concentraçãode lipídios (menor que 2%). Essas qualidades, aliadas à versatilidade do preparo culinário dessespeixes, representam características que os tornam populares entre os especialistas emgastronomia e os consumidores que buscam uma alimentação mais rica e saudável” (CHICRALA,2013, p. 55).

Analisando as apresentações das práticas educativas referentes ao sagui e ao surubim, ambas realizadasutilizando banners como produção didática, e expostos inicialmente como palestras na quadra poliesportiva daUnidade Escolar Djalma Nunes para os estudantes de ensino médio, verificamos que este método de exposiçãopouco favoreceu a participação dos alunos, demonstrando ser o menos eficaz. Percebemos também que, otamanho do espaço físico foi diretamente proporcional a dispersão dos alunos e inversamente proporcional a suaparticipação na prática educativa proposta.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para otimizar o ensino de Zoologia, verificamos uma necessidade de associação desta à EducaçãoAmbiental, de forma interdisciplinar.

Tirando proveito da elevada Diversidade Biológica no município de Floriano, pudemos trabalhar ainterdisciplinaridade dos conteúdos supracitados através da contextualização, trazendo à tona espécie já conhecidaspelos alunos da Unidade Escolar Djalma Nunes.

Diante das variações metodológicas apresentadas, entre as formas de apresentação utilizadas nestaspráticas educativas, constatamos que foram mais proveitosas quando apresentadas em salas de aula, permitindoaos alunos um maior sentimento de autonomia para participar, refletir e discutir sobre as informações compartilhadaspela prática educativa.

Avaliando as diferentes formas de exposição das produções didáticas, é indiscutível que a exposiçãopor banner mostrou-se ser de melhor qualidade didático-visual, mas podemos afirmar que ambas as formas deexposição são válidas e podem ser prontamente utilizadas para tais fins.

As reuniões de socialização entre os sujeitos da pesquisa foram essenciais para o sucesso alcançadodurante a realização destas práticas educativas, permitindo-nos refletir sobre a nossa prática pedagógicacoletivamente, enriquecendo-nos de experiências indispensáveis para o trabalho docente.

Para concluir, destacamos a importância de trabalhar o ensino de Zoologia interdisciplinarmente àEducação Ambiental, contextualizando para melhor desempenhar a construção de competência necessária paraa formação de cidadãos ambientalmente comprometidos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DO CLORADOR SIMPLIFICADO PORDIFUSÃO NA DESINFECÇÃO DA ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO EM

PROPRIEDADES DO ASSENTAMENT O RURAL RIO PARDO EMPRESIDENTE FIGUEIREDO – AMAZONAS .

Kelmer Batalha Passos(1) Biólogo pela Universidade Federal do Amazonas - UFAM, Mestre emDiversidade Biológica – UFAM, Doutorando em Biodiversidade e Biotecnologia – REDE BIONORTE,

contratado temporário da FUNASA, Superintendência Estadual do Amazonas.Gil Franklin Moraes de Carvalho(1) farmacêutico – Bioquímico pela Universidade Nilton Lins – Uni-

Nilton Lins, Especialista em Análises Clínicas – UNICEL Literatus, Técnico de laboratório, servidor daFUNASA, Superintendência Estadual do Amazonas.

Elivaldo Edivando Valente(1) Laboratorista, servidor da FUNASA, Superintendência Estadual doAmazonas. Endereço(1): Rua Oswaldo Cruz, 51 - Glória - Manaus - AM - CEP: 69027-000 – Brasil - Tel.: (92)

3301-4134 - e-mail: [email protected]

RESUMO

A água tem influência direta sobre a saúde, a qualidade de vida e o desenvolvimento do ser humano. Onde existeágua potável de qualidade para atender à demanda, as populações têm protegido e melhorado seus padrões devida. Um dos métodos mais simples e econômicos de se fazer desinfecção de água em poços rasos ou cisternasé o clorador simplificado por difusão. Nesse contexto, o presente estudo tem por finalidade avaliar a eficiênciado clorador simplificado por difusão na desinfecção de águas de poços rasos para discutir possíveis alternativascapazes de solucionar, ou pelo menos, diminuir os riscos à saúde dos indivíduos que consomem água semtratamento no assentamento rural de Rio Pardo no Município de Presidente Figueiredo no Estado do Amazonas.O clorador simplificado por difusão mostrou eficiência na qualidade microbiológica da água consumida pelapopulação rural, com ausência de coliformes. Não houve relato de rejeição da água por parte da população localcom relação ao gosto.

Palavras Chave: Clorador, desinfecção de água, consumo humano e qualidade de vida

INTRODUÇÃO

A água tem influência direta sobre a saúde, a qualidade de vida e o desenvolvimento do ser humano.Onde existe água potável de qualidade para atender a demanda, as populações têm protegido e melhorado seuspadrões de vida.

Carvalho (1983), Silva e Araújo (2003), e outros, citam percentuais de contaminação por coliformestotais e fecais em água de cisterna/poços rasos que chegam a 91%.

Um dos métodos mais simples e econômicos de se fazer desinfecção de água em poços rasos oucisternas é o clorador simplificado por difusão, que consiste na introdução de uma mistura de 340g de hipocloritode cálcio com 850 g de areia lavada em uma garrafa plástica, de um litro, onde são feitos dois furos opostos, de6 mm de diâmetro, aproximadamente 10 cm abaixo do gargalo, para que o cloro possa sair da garrafa. Essagarrafa deve ser introduzida no poço/cisterna, amarrada com uma linha de nylon, mantendo-se o gargalo próximoà linha d’água. Cada garrafa é suficiente para tratar 2.000 litros de água, e pode permanecer por 30 dias dentrodo poço raso (Viana, 1988).

Nesse contexto, o presente estudo tem por finalidade avaliar a eficiência do clorador simplificado pordifusão na desinfecção de águas de poços rasos, para discutir possíveis alternativas capazes de solucionar, ou

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pelo menos diminuir os riscos à saúde dos indivíduos que consomem água sem tratamento no assentamento ruralde Rio Pardo no Município de Presidente Figueiredo no Estado do Amazonas.

METODOLOGIA

Foram realizadas quatro visitas ao assentamento Rural de Rio Pardo no município de PresidenteFigueiredo. Durante a primeira visita, foi realizado o diagnóstico de 10 propriedades que utilizam água de poçoraso para consumo doméstico, e não fazem cloração da mesma. As visitas seguintes foram para a instalação doclorador e duas visitas de monitoramento (15 e 30 dias após a instalação do clorador).

Todas as propriedades apresentaram contaminação por coliformes totais e receberam, com autorizaçãodos proprietários, uma garrafa cloradora. No segundo dia após instalação das garrafas, foi realizada uma vistorianas condições das garrafas e foram coletadas amostras de água.

Os cloradores foram montados utilizando garrafas de plástico tipo “pet” de 1.500 ml, contendo 340 gde cloro em pó, e 850 g de areia média peneirada com peneira de cal # 50. Cada garrafa recebeu dois furos de6 mm de diâmetro, em posições opostas, a 10 cm da borda. Para tampar a garrafa, foi utilizada sua própriatampa plástica.

Os cloradores inseridos dentro das cisternas foram fixados por um fio de nylon à borda das mesmaspara que a tampa da garrafa ficasse fora da linha d’água. Foi garantida a razão de um clorador para cada 2.000litros de água, conforme preconizado por Viana (1988).

O cálculo do volume de água das cisternas foi realizado utilizando-se a fórmula de volume de cilindroreto: V= ðr2 x h.

Onde: r = raio da cisterna, e h = altura da água na cisterna.No momento da instalação dos cloradores, foi colhida uma amostra de água para análise microbiológica,

e outra para determinação de pH e turbidez de cada poço raso.No décimo quinto dia após a instalação dos cloradores, foi avaliado in loco o teor de cloro livre, pH,

Turbidez e também foi coletada uma amostra para análise microbiológica, em frasco estéril conforme técnicasdescritas pelo Ministério da Saúde – Fundação Nacional de Saúde (2009).

No trigésimo dia após a instalação do clorador, todo o procedimento acima descrito foi repetido.Após a última coleta, no trigésimo dia de instalação dos cloradores, as garrafas foram retiradas das

cisternas.

RESULTADOS/DISCUSSÃO

De maneira geral, os moradores não conhecem as técnicas de construção de poços rasos. Corroboradocom os dados obtidos nas entrevistas, durante visita às propriedades e os resultados das análisesmicrobiológicas, observou-se poços rasos sem condição de fornecer água de qualidade quanto ao aspectomicrobiológico (Tabela1).

Uma síntese do diagnostico situacional dos sistemas de abastecimento de água está descrita natabela 1.

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Tabela 1: Resultados de análises feitas antes da instalação dos cloradores.

A primeira mensuração do teor de cloro e análise bacteriológica da água foi realizada dois dias após ainstalação das garrafas cloradoras, e os valores encontrados estão apresentados na Tabela 2. Nessa ocasião,também foi realizada nova inspeção das cisternas para avaliar a posição das garrafas e nível d’água.

Tabela 2: Resultados das análises microbiológicas dois dias após a instalação do clorador.

A segunda mensuração do teor de cloro e análise bacteriológica da água foi realizada quinze dias apósa instalação das garrafas cloradoras, e os valores encontrados estão apresentados na Tabela 3. Nessa ocasião,também foi realizada nova inspeção das cisternas para avaliar a posição das garrafas e nível d’água.

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Tabela 3: Resultados das análises microbiológicas quinze dias após a instalação do clorador

CONCLUSÕES

O sistema de desinfecção pelo clorador simplificado por difusão, mostrou - se eficiente quando utilizadodentro dos parâmetros sugeridos na literatura.

Independentemente do NMP de coliformes, e do tipo de coliforme (se total ou fecal), houve diminuiçãoe/ou eliminação total deles em todas as amostras estudadas. O clorador simplificado por difusão é um sistemamuito simples de ser construído e instalado, porém, requer, pelo menos nos primeiros trinta dias de uso, omonitoramento do teor de cloro ativo na água, aspecto que dispensa análise microbiológica, desde que sejadetectado cloro na água, o que assegura ausência de coliformes na mesma.

Um dos fatores preocupantes antes do início do experimento, referia-se à aceitação, por parte dosmoradores, da alteração no paladar da água que consumiam, em função da utilização do cloro. Como 100% dosentrevistados, que permaneceram até o fim do experimento, afirmaram não se sentirem incomodados com o paladar,conclui-se que o clorador foi bem aceito. Estes passaram a difundir entre os vizinhos, os benefícios do clorador.

Por fim, pode-se afirmar que o clorador simplificado por difusão é um instrumento fundamental paramanutenção da qualidade microbiológica da água consumida pela população rural ou que não tenham acesso àágua tratada por se tratar de um sistema simples, barato e altamente eficiente na descontaminação da água decisterna, mas, não deve ser o único instrumento.

REFERÊNCIAS

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CARVALHO, Ângela Cleusa F. B. Efeitos dos cloradores simplificados sobre a qualidade bacteriológica deágua de poços rasos (cisternas) na comunidade de Bom Jardim. Dissertação de mestrado. Escola de Veterinária,UFMG, Belo Horizonte. 1983.

SILVA, Rita de Cássia Assis da; ARAÚJO, Tânia Maria de. Qualidade da água do manancial subterrâneo emáreas urbanas de Feira de Santana (BA). Ciência e Saúde coletiva. Rio de Janeiro, vol. 8, n 4, p. 1019 – 1028.2003. ISSN 1413 – 8123.

VIANA, Francisco Cecílio. Construção de poços rasos – cisternas – e do uso de cloradores por difusão. 4. Ed.UFMG. Belo Horizonte, 1988.

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DIAGNÓSTICO DA FLORESTA NACIONAL DE PALMARES PARA OECOTURISMO E EDUCAÇÃO AMBIENT AL NO CONTEXTO ESCOLAR

Mateus Henrique Freire FARIAS¹, Francisco Afonso de Azevêdo NEIVA², Débora Carolinedo Nascimento RODRIGUES³, Nelson Leal ALENCAR4

¹ Graduando do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas – UFPI – [email protected]² Graduando do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas – UFPI – [email protected]

³ Graduanda do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas – UFPI – [email protected] Professor da Universidade Federal do Piauí –UFPI – [email protected]

RESUMO

Este trabalho expõe a estrutura e os recursos naturais da Floresta Nacional de Palmares, localizada nomunicípio de Altos, estado do Piauí. Essa exposição tem o objetivo de mostrar as potencialidades desselocal para a prática do ecoturismo associado à educação ambiental. Tal prática em conjunto com osconteúdos teóricos que são ministrados nas escolas é importante para o processo de conscientizaçãoecológica das crianças.

Palavras-chave: Ecoturismo, Educação Ambiental, Escola, Unidade de Conservação.

INTRODUÇÃO

A Educação ambiental (EA), tenta despertar a consciência, em todos, de que o ser humano é parte domeio. Desse modo, pode ser definida como um processo educacional responsável por formar indivíduospreocupados com os problemas ambientais e que busquem a conservação, preservação e a sustentabilidade dosrecursos naturais.

O ecoturismo é uma segmentação do turismo, voltado para a contemplação, prática deatividades de lazer e esportivas no meio natural, de forma a preservar os patrimônios naturais e culturaisdo local visitado. Esse tipo de turismo surgiu como resposta aos profundos desejos de estar em contatocom as diversas formas de vida, com os outros seres que compartilham da experiência de vida noplaneta Terra.

No entanto, é imprescindível que a prática ecoturística esteja associada à educação ambiental, suapropagação necessariamente deve estar ligada ao desenvolvimento de práticas responsáveis capazes deproporcionar a participação social em espaços ambientais de modo sustentável.

O uso de FLONAS e de UC’s de uma forma geral no Brasil vem sendo trabalhado e desenvolvido comêxito em algumas áreas, porém ainda há localidades onde não há um incentivo e gestão adequada para o taltrabalho, como é o caso do Piauí, que possui UC’s que são referências mundiais, como a Serra da Capivara e oParque Nacional de Sete Cidades, mas ao mesmo tempo não disponibiliza recursos e incentivo ao desenvolvimentoe gestão de FLONAS em todo o estado, como contraste disso a única Floresta Nacional que o Piauí possui é aFLONA de Palmares.

Portanto, a finalidade do presente trabalho consiste na propagação da educação ambiental juntamentecom atividades ecoturísticas em Florestas Nacionais, especificamente, a FLONA de Palmares, localizada nomunicípio de Altos – PI, mostrando a importância do conhecimento da fauna e flora local, para que a partir dissoa prática do ecoturismo nessa área seja efetiva, veiculada à preservação e conservação desse meio, buscandoassim a minimização dos impactos negativos na natureza.

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EDUCAÇÃO AMBIENT AL NO CONTEXTO ESCOLAR

O termo educação ambiental passa a ser usado quando o ser humano percebe a importância daconservação do ambiente em que vive, visto os índices de degradação ambiental, que já alcançam níveis alarmantes.É imprescindível trabalhá-lo no ambiente escolar, pois não há melhor lugar para o ensino e a conscientizaçãosobre o citado tema do que na escola. A criança vista como agente disseminador de conhecimento deve ser omaior alvo da educação ambiental, por meio delas podem-se formar gerações conscientes da importância dapreservação ambiental. O principal papel da educação ambiental é passar a responsabilidade e o compromissocom a preservação da natureza ao público, e isso passado a um público disseminador e multiplicador podealcançar níveis de eficácia extremamente altos.

A educação ambiental e também a educação de uma forma geral é mais do que um simples processode passagem de conhecimento, “é um processo de criação de possibilidades para sua construção” (FREIRE,1996, p. 26). A construção de um ser integral embasado e conscientizado da importância do cuidado como mundo em que vive e ciente do seu compromisso é o que se pretende com a educação ambiental nasescolas.

“O processo educativo é eminentemente prático. Não se pode alcançar a plenitude da consciênciaanalítica e crítica apenas com teorias. O fazer, o observar, o sentir são essenciais” (DIAS, 2006, p. 37). E éapoiado nesse propósito que se pretende colocar a educação ambiental em prática no ecoturismo. Atividadesextracurriculares para os alunos, onde eles possam não só aprender os conceitos de educação e preservaçãoambiental, mas praticar e, além disso, perceber a grandiosidade e ver de perto a importância da preservação danatureza. Colocá-los em contato com ela trará a eles uma experiência única de contemplação, que gerará oprazer e a vontade do cuidado e preservação da natureza.

METODOLOGIA

A floresta Nacional de Palmares (FLONA de Palmares) localizada no município de Altos noestado do Piauí foi criada em 21 de fevereiro de 2005, como uma Unidade de Conservação (UC) deUso Sustentável. Com o objetivo de promover o manejo do uso múltiplo dos recursos florestais, amanutenção de banco de germoplasma de espécies nativas e das características da vegetação doCerrado e da Caatinga; além da proteção da biodiversidade, a recuperação de áreas degradadas e aeducação ambiental (LOPES, 2007). Representa hoje a primeira e única Floresta Nacional do estadodo Piauí.

A FLONA de Palmares tem uma área de 170 hectares, distribuídos em forma retangular, sendo divididaem dois retângulos menores por uma linha de transmissão de energia elétrica. Está localizada ao lado da ColôniaAgrícola Penal Major César de Oliveira e limitando-se com propriedades privadas. Sua localização geográficamostra que seu território está localizado dentro do território do município de Altos, bem próximo ao limite dafronteira com o município de Teresina (figura I). O acesso à FLONA se dar pela BR 343, a cerca de 20quilômetros da PRF de Teresina.

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Figura I: Localização da FLONA de Palmares (ponto vermelho) no município de Altos-PI. Fonte:LIMAFILHO, 2011.

Figura II: Mapa da Floresta Nacional de Palmares. Fonte: FEITOSA, 2012.

A área onde está inserida a FLONA de Palmares compreende vegetação associada às florestasestacionais semideciduais, característica de áreas com esse clima (LOPES, 2007, p.37). A vegetação da área,não só da FLONA, mas de todo o estado do Piauí, sofre influência de três biomas: Floresta Amazônica, Cerradoe Caatinga; sendo assim considerada área de tensão ecológica.

Segundo levantamento florístico feito em maio de 2004 e publicado em 2013 (LIMA, 2013) pelo qualforam feitas 20 parcelas permanentes de 1.000 m², totalizando uma área amostral de 2 ha. De acordo com ocitado trabalho foram identificados 1.435 indivíduos arbóreos com DAP maior que 10 cm, tendo sido identificado

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76 espécies diferentes, das quais as mais abundantes foram: o Caneleiro (Cenostigma macrophylla) com 271indivíduos, seguido pelo Tuturubá de Cambão (Pouteria macrophylla) com 126 indivíduos, Pau d’arco amarelo(Tubebuia serratifolia) com 86 indivíduos, Farinha-seca (Machaerium stipitatum) com 82 indivíduos e o Paude Rato (n.c.) com 80 indivíduos identificados. Estas cinco espécies somam 44,95% dos indivíduos amostrados.

Em relação a fauna da área, é possível observarmos várias espécies animais, de mamíferos, como gatodo mato (Leopardus tigrinus), paca (Agouti paca), cutia (Dasyprocta aguti), macaco prego (Sapajus apela),macaco guariba (Alouatta guariba), sagui de tufo branco (Callithrix jacchus), veado catingueiro (Mazamagouazoubira), bicho-preguiça (Bradypus variegatus), dentre outros. A avifauna também é bastante rica, podendoser observada várias espécies de aves, algumas raras, como o trinca-ferro (Saltator maximus). Em relação aosrépteis, podemos observar algumas espécies de serpentes não peçonhentas, como a jiboia (Boaconstrictor),caninana (Spilotes pullatus), cobra-verde (Liophis typhlus) e peçonhenta somente a cobra coral (Micruruslemniscatus).

Logo após a área de recepção da FLONA encontram-se as entradas para as trilhas dentro da floresta.As trilhas estão dispostas conforme o mapa da figura II. A FLONA dispõe de onze trilhas, sendo nove abertas àvisitação. As trilhas foram nomeadas, conforme suas características marcantes, com nomes vulgares de árvoresda flora encontrada na floresta.

As trilhas de maior destaque e mais visitadas são: a Trilha do Ipê, também chamada de trilha principal,pois é aberta e plana, podendo ser percorrida por carro, bicicleta ou mesmo a pé. Possui um percurso de 1.435m e baixa dificuldade, onde é possível realizar várias paradas para demonstrações e explicações acerca da florada área.

Outra trilha que merece destaque é a do Cedro, esta que possui um percurso de 1.404 m e só pode serpercorrida a pé, pois é bem fechada. Nela se pode apreciar bastante a natureza e observar árvores marcantes emuito importantes da região, como o cedro (Cedrela fissilis), árvore de lei muito utilizada na construção civil.

A trilha da Aroeira é uma das mais difíceis de serem percorridas, pois possui atividades bastante elevadas,chegando até 210 m acima do nível do mar. Possui um trajeto de 575 m e se caracteriza por uma vegetaçãobastante fechada.

A trilha do Caneleiro é a que possui o maior e mais dificultoso trajeto, sendo 1.673 m com elevações deaté 201 m acima do nível do mar. É preciso uma preparação física considerável para “enfrentá-la”.

A FLONA de Palmares desde sua criação tem sido frequentada pelos mais variados tipos de visitantes,com diferentes objetivos. Pesquisadores de diversas áreas, professores, estudantes de graduação, observadoresde fauna e flora, escolas de educação básica, além de amantes da natureza e de aventura. Os objetivos sãodiversos, como o estudo florístico ou faunístico da área, elaboração de teses, artigos, trabalhos ou a simplesapreciação da natureza e aventura proporcionada pelas trilhas, além de aulas práticas sobre educação ambientalna ocasião das escolas que já visitaram a FLONA.

A visita às trilhas da FLONA acontece sempre acompanhada de um guia (condutor de visitantes), esteque tenha feito o curso de preparação oferecido pela Associação de Condutores de Visitantes da FLONA. Essaassociação dispõe de um total de seis guias e um mateiro, que são chamados de acordo com a ocasião da visita.O guia pode conduzir no máximo quinze pessoas por grupo.

A visita feita por escolas a FLONA de Palmares dá-se pelo seguinte cronograma: inicialmente, após achegada à FLONA, é ministrada uma palestra a todos os visitantes, alunos e professores, onde são apresentadasinformações características sobre a FLONA de Palmares e sobre a fauna e flora da região; ensinamentos sobreeducação ambiental e a sua prática, não somente dentro da floresta, mas nos hábitos do dia-a-dia das pessoas,em casa ou na escola; cuidados com a preservação da natureza e informações preventivas dos perigos ao se lidarcom a natureza.

Depois das instruções, são divididos os grupos conforme a quantidade de visitantes entre os guias, osquais planejam rotas adequadas ao grupo. Durante a visita o guia passa informações e conhecimentos sobre afloresta, além de continuar a focar na prática da preservação ambiental, seja dentro da floresta, seja no ambiente

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em que cada um vive. Ao final da visita há também a possibilidade da prática recreativa e esportiva na área derecepção já citada.

A transversalidade da educação ambiental no currículo escolar vem sendo trabalhada de uma formamuito teórica e tradicional no Brasil, existe a necessidade de ser trabalhada na prática, que é de igual ou de maiorimportância do que a teórica. Como DIAS (2006), já fazia menção, o processo de introdução da educaçãoambiental às pessoas e principalmente às crianças, necessita da prática, pois quando se fala de educação ambiental,o desenvolvimento da observação crítica e de habilidades voltadas ao contexto social se dá, prioritariamente, naprática, pois nela o indivíduo pode perceber a importância da educação e conscientização ambiental e os impactosque a falta dela na sociedade pode causar.

Levando em consideração esses aspectos o artigo tem o objetivo de expor as características da FLONAde Palmares, mostrando as suas potencialidades e benefícios da prática do ecoturismo para as escolas da região,contribuindo para o aumento do número desse tipo de visitação. Essas atividades já vêm sendo feitas na FLONAde Palmares a muito tempo, porém, com pouca divulgação.

A expansão dessa atividade ao maior número de escolas possíveis é o principal objetivo a ser buscado.O apoio e aceitação de diretores de escolas, professores e de famílias de alunos à prática do ecoturismo comoatividade escolar extracurricular visando o ensino da educação ambiental é extremamente importante para seobter resultados positivos.

As UC’s, no Brasil vêm sendo usadas para o ecoturismo já algum tempo, algumas com um plano demanejo bem elaborado e objetivo bem determinado, com a disseminação da EA sempre em foco. As FLONASseguem, de forma menos expressa, o mesmo caminho, porém enfrenta alguns problemas como a falta de gestão,falta de recursos econômicos e humanos e falta de incentivo populacional. É aí que entra a questão da divulgaçãoe incentivo a essa prática nas escolas, com o propósito de criar gerações que tenham esse interesse e preocupação.

Um exemplo de FLONA brasileira que possui um plano de manejo bem elaborado para o ecoturismoe educação ambiental é a Floresta Nacional de Tapajós no município de Santarém - PA, que desenvolveu metase linhas de ação estratégicas para o bom desenvolvimento dessa prática, como a criação de um Centro deReferência em Educação Ambiental (CEREA), desenvolvimento de seminários e encontros com o municípiopara a discussão do tema e a realização de cursos de capacitação para docentes da Rede Municipal de EnsinoFundamental (FLORESTA NACIONAL DE TAPAJÓS, PLANO DE MANEJO, 2004).

O mesmo é o que se quer buscar por meio deste trabalho com a FLONA de Palmares, buscando asformas mais adequadas aos padrões da citada FLONA para o desenvolvimento do turismo sustentável e adisseminação da educação ambiental por meio deste.

RESULTADOS/DISCUSSÃO

Visto a importância de educação ambiental, como ela está intimamente ligada ao ecoturismo e a eficáciade sua transversalidade de forma prática nas escolas, temos como resultado deste trabalho o diagnóstico daFLONA de Palmares para este propósito, visando a aplicação prática e melhoria da transversalidade da EA nasescolas.

Sendo uma UC, a FLONA de Palmares dispõe de uma área adequada para o ecoturismo sustentávele disseminação da educação ambiental, possuindo, como já citado uma área muito bem preservada e possuidorade um caráter educacional com a infraestrutura voltada para este fim.

Infraestrutura esta que dispõe de uma área de recepção bem arborizada, excelente para a prática deatividades de lazer em proximidade com a natureza, incluindo a possibilidade da prática de esportes em umcampo de futebol e de vôlei. A unidade possui uma sala de vídeo, onde é possível a realização de palestras, alémde banheiros, sendo dois femininos e um masculino e uma área externa aberta onde também podem ser feitaspalestras. Existe a possibilidade da observação de algumas espécies provenientes da área, isso é possível pelacoleta de animais que ocasionalmente foram atropelados e mortos na BR, que são fixados em formol. Há também

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uma xiloteca, onde é possível observar amostras de madeira de algumas das espécies vegetais mais comuns daregião. Disponibilização de binóculos para observação de pássaros, além das trilhas já citadas que constituem oprincipal veículo para pratica do ecoturismo e ensino da EA.

A FLONA de Palmares também está inserida em um contexto apropriado para EA, pois nela édesenvolvido desde 2012 um projeto socioambiental (Projeto Socioambiental da Floresta Nacional de Palmares),criado e desenvolvido pelo chefe da FLONA, Gaspar da Silva Alencar. Este projeto tem como principal objetivoenvolver e integrar crianças e adolescentes das comunidades circunvizinhas da floresta em projetos de educaçãoambiental.

Pretende-se mostrar por meio deste trabalho que o melhor ambiente e contexto para disseminar osvalores da educação ambiental é o escolar. A melhoria da transversalidade da educação ambiental nas escolasdepende do ensino prático desta, do contato com o objeto de estudo. Uma unidade de conservação é umambiente adequado para que haja essa interação, e a FLONA de Palmares tem não só o ambiente adequado,mas também a infraestrutura e contexto próprio para proporcionar o desenvolvimento dessa habilidade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O que se espera é que a disseminação da educação ambiental, por meio da prática do ecoturismo tenhao maior alcance e eficácia possíveis no contexto escolar. Como se pôde perceber nas visitas já feitas anteriormentepor estudantes, a maioria não volta da visita da mesma forma que vieram, ou seja, mudam a sua consciênciaecológica depois do passeio.

O ensino e a educação de crianças e adolescentes representam a garantia do futuro do planeta. Comoa própria teoria piagetiana dita, o processo de ensino aprendizagem é uma construção intelectual do ser humano.Portanto, cabe a educação ambiental a construção de um ser humano conscientizado da importância da conservaçãodo planeta, que respeite a natureza e dê o real valor e importância que ela representa na vida de todos.

Assim como já vem acontecendo a utilização da FLONA de Palmares para a disseminação da AE pormeio do ecoturismo, procura-se também por meio deste trabalho a divulgação do local para que cada vez maisescolas, institutos, estudantes e o público de forma geral conheçam e visitem a floresta. O incentivo e apoio dasescolas são essenciais para que possa ter resultado. As escolas como centros disseminadores de conhecimentogarantem que a educação ambiental chegue às crianças e jovens e não só os instruam e os eduquem, mas osincentivem ao respeito, educação e conservação da natureza.

REFERÊNCIAS

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CUBA, Marcos Antonio. Educação Ambiental nas Escolas. Eccom, Lorena, v. 1, n. 2, p.23-31, jun. 2010.

DIAS, Genebaldo Freire. Pegada Ecológica e sustentabilidade humana. São Paulo: Editora Gaia, 2002.Evolução da Educação Ambiental.

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FEITOSA, Amanda Alves; NUNES, Ramon Paiva; LEITE, Antônio Celso de Sousa. Georreferenciamento dastrilhas da Floresta Nacional de Palmares, Altos, PI. In: CONGRESSO NORTE NORDESTE DE PESQUISA

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DIAGNÓSTICO PARA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NO IFPI: ESTUDO DECASO NO CAMPUS TERESINA CENTRAL

Fabrício Higo Monturil de MORAISEspecialista em Gestão Ambiental Professor do Curso de Eletrotécnica do IFPI

[email protected] Augusto Vasconcelos de Oliveira Lopes da SILVA

Mestre em Desenvolvimento e Meio ambiente Professor do Curso de Eletrotécnica do [email protected]

Cristiana de Sousa LEITEEspecialista em Projeto, Controle e Execução de Engenharia Elétrica

Engenheira Eletricista da UFPI e Professora do Curso de Engenharia Elétrica da [email protected]

Wellisch Victor Clementino SOUSAGraduando do Curso Técnico em Eletrotécnica do IFPI

[email protected]

RESUMO

Esse artigo apresenta os resultados parciais do Projeto de Iniciação Científica Júnior, aprovado no Edital nº77/2015 do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí e tem como objetivo geral fazer oDiagnóstico Energético do Prédio C do Campus Teresina Central dessa instituição. Para tanto, levantou-se osdados gerais da instituição, solicitou-se as faturas de energia elétrica do ano de 2015, caracterizou-se ofornecimento de energia Elétrica, analisou-se os custos com Energia Elétrica e sugeriu-se estratégias paraeliminação das perdas e gestão dos custos gerenciáveis. Ao término dos estudos pôde-se constatar que ametodologia foi eficaz no Diagnóstico Energético e possibilitou identificar Perdas Evitáveis que podem sereliminados e viabilizar a execução de Projetos de Eficiência Energética para a redução dos Custos Gerenciáveis,ressaltando que o uso de energia é só um dos aspectos ambientais gerenciáveis das Instituições de Ensino eque essas organizações devem reconhecer que o caminho para a excelência perpassa pela sua consolidaçãocomo Espaço Educador Sustentável.

Palavras-chave: Sustentabilidade, Energia Elétrica, Gestão Ambiental, Educação Ambiental.

INTRODUÇÃO

Nos dias atuais, o acesso à energia está associado à melhoria da qualidade de vida. Porém, o crescimentopopulacional e o desenvolvimento econômico geram um aumento de demanda, solicitando o investimento nacriação de novas Usinas Geradoras de Energia ou no aumento da Eficiência Energética (LEITE et al., 2014). Deacordo com governo brasileiro, um aumento do consumo de energia elétrica de 4,2% ao ano, superior à projeçãoda taxa de crescimento populacional estimada em 0,7% ao ano (EPE, 2015).

Analisando-se o último Plano Decenal de Energia (PDE), observa-se que há previsão da expansão deFontes Alternativas de Energia. Porém, projeta-se ainda, para os próximos dez anos, a criação de 22 novasUsinas Hidrelétricas de grande porte (principal fonte de energia elétrica do país), alagando uma área de 3.813km² (59% em vegetação nativa) e afetando, diretamente, 38 mil habitantes, dente eles, populações de altavulnerabilidade social como as populações indígenas (EPE, 2015). Percebe-se, portanto, que o aumento dageração de Energia Elétrica causa impactos socioambientais. Porém, se utilizarmos mais eficientemente a energiaque produzimos, estaremos protegendo o meio ambiente e usufruindo ainda de outros benefícios como: redução

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no consumo e nas contas de Energia Elétrica, melhora na imagem da organização perante a sociedade e oAumento da confiabilidade do sistema, por exemplo (MARQUES et al., 2007).

Segundo a Lamberts et al. (2014) o potencial técnico de economia em edificações existentes é estimadoem 30%, enquanto que em prédios novos (quando se considera a eficiência energética nas edificações desde afase de projeto) pode alcançar até 50%.

Nas universidades não é diferente, nesse contexto, dada à diversidade e complexidade dessessistemas, tendo em vista que não é possível gerenciar o que não se pode medir, deve- seapresentar técnicas e métodos para definir objetivos e ações para melhorar o seu desempenhoambiental e controlar os resultados, auxiliando os gestores nas análises de PEE, conscientizandoa comunidade acadêmica, pressupondo que o desenvolvimento desse tipo de projeto emuniversidades deve objetivar mais do que a verificação de indicadores gerenciais. (LEITE et al,2014).

Instituições de ensino devem consolidar-se como Espaços Educadores Sustentáveis, integrando:Proposta Curricular (com temática da Educação Ambiental de forma transversal), Gestão Democrática eEdificações, tornando-as referências de Sustentabilidade Socioambiental (MEC, 2012). Portanto, as instituiçõesde ensino devem ser exemplo de sustentabilidade para toda a comunidade, principalmente a acadêmica, e incentivarmudanças concretas na realidade social articulando três eixos: edificações, currículo e gestão.

Para Silva et al. (2016) é imperativa a consolidação da Institucionalização da Gestão Ambiental nasInstituições de Ensino com a Interoperabilidade entre os vários setores da instituição, através de um fluxo contínuode informações devidamente oficializado, com a definição de rotinas administrativas, utilizando-se a Tecnologiada Informação e a Inteligência Analítica no tratamento de dados que devem ser expressos em suas respectivasunidades físicas. Entende-se, portanto, SGA como sendo um processo contínuo e parte do seu Sistema daGestão, utilizado para desenvolver e implantar sua política ambiental, de forma a garantir resultados aceitáveis dagestão sobre seus aspectos ambientais, sendo um destes: o uso da energia (ABNT, 2004).

Conforme mostra a Figura 1, tem-se, então, a Gestão Energética como parte integrante de um SGAque também deve integrar o Sistema de Gestão das organizações:

Figura 1: Articulação de um Sistema de Gestão Energética.

Fonte: Silva et al., 2016

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Segundo Marques et al. (2007), um Sistema de Gestão Energética (SGE) tem por objetivos: tornarcada vez mais eficientes as instalações, sistemas e equipamentos, avaliar a demanda energética necessária aoatendimento de sua necessidade atual e futura, bem como, adquirir e contratar no mercado essa disponibilidadeenergética. É importante observar que as avaliações, por si só, não conduzem ao desempenho ambiental esperado.São requeridas, ainda, medidas e ações posteriores, executadas de forma planejada e estruturada, com metas eresponsáveis bem definidos, com acompanhamento por parte da administração e, na melhor das hipóteses,sendo parte de um SGE.

Entre os vários custos gerenciáveis de uma organização, devemos destacar a energia elétrica em virtudedas incertezas de sua disponibilidade e dos seus aspectos ambientais. Porém, dada à diversidade e complexidadedesses sistemas, é interessante apresentar técnicas e métodos para definir objetivos e ações para melhorar odesempenho ambiental e controlar os resultados. Nesse contexto, os Projetos de Eficiência Energética situam-sedentro de um Sistema de Gestão Ambiental como ações concretas de um Sistema de Gestão Energética paramelhorar o desempenho ambiental da organização. Tratam-se, portanto, de processos que possuem prazos deinício e fim definidos que objetivam o uso eficiente de energia elétrica.

Dentre as ações propostas por PEE, destacam-se o combate ao desperdício de Energia e a melhoriado desempenho de equipamentos e processos, em área urbana e rural, que podem atender os setores: residencial(incluindo os de baixa renda), industrial, de comércio, de serviços e o poder público (incluindo os serviçosoferecidos como iluminação pública e abastecimento de água). Tais ações devem englobar ainda projetoseducacionais que visam à formação de uma cultura em conservação e uso racional de Energia Elétrica,principalmente, no público escolar e em comunidades de baixo poder aquisitivo.

A Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (ABESCO) defineProjeto de Eficiência Energética (PEE) como sendo um conjunto de medidas bem definidas que, quandoimplantadas, levarão a uma redução, previamente determinada, dos custos de consumo de energia de umaempresa ou empreendimento, mantendo-se os níveis de produção e da qualidade do produto final. Esseprojeto deve ser implantado em oito etapas bem definidas que marcam o início e o fim da intervenção(ABESCO, 2016).

Após a autorização da execução dos serviços, no Pré-diagnóstico deve-se adotar procedimentos paraa elaboração de Projetos Básicos de Eficiência Energética além do estudo técnico-econômico das alternativasde redução das perdas e a elaboração das recomendações e conclusões. Essa fase é, portanto, decisiva, umavez que sua aceitação por parte do contratante viabilizará a implantação dos projetos, garantindo os financiamentosnecessários.

Esse artigo apresenta os resultados parciais do Projeto de Iniciação Científica Júnior, aprovado noEdital nº 77/2015 do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí (IFPI) (MORAIS, 2015) quevisa estimular a implantação de PEE na instituição. Dessa forma, é seu objetivo geral fazer o Diagnóstico Energéticodo Prédio “C” do Campus Teresina Central do IFPI. Para tanto, são Objetivos Específicos:

1. Levantar os dados Gerais da instituição;2. Solicitar as faturas de energia elétrica do ano de 2015 do campus;3. Caracterizar o fornecimento de energia Elétrica ao campus;4. Identificar os custos com Energia Elétrica no campus;5. Analisar os custos com Energia Elétrica do Prédio C do campus;6. Sugerir estratégias para eliminação das perdas e gestão dos custos gerenciáveis.

METODOLOGIA

Para o levantamento de dados gerais da instituição analisou-se documentos relevantes disponíveis nosite da instituição, em especial: o PDI, a Organização Didática e o Calendário Acadêmico da instituição. Emseguida protocolou-se um memorando junto Direção Geral do Campus Teresina Central do IFPI, apresentando

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o objetivo geral da pesquisa e solicitando cópias das faturas de energia elétrica de fevereiro de 2015 a janeiro de2016 para caracterizar o consumo energético do Campus no ano de 2015.

De posse desses dados, identificou-se a forma de fornecimento de energia, os custos gerenciáveis(consumo e demanda de energia) e as perdas evitáveis (demanda de ultrapassagem, reativo excedente, multas ejuros). Por fim, com base na bibliografia especializada, sugeriu-se estratégias de gestão energética para eliminaçãodas perdas evitáveis e gestão dos custos gerenciáveis.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí (IFPI) foi criado em 29 de dezembrode 2008 nos termos da Lei Federal nº 11.892, que transformou 38 unidades dos Centro Federal de EducaçãoTecnológica (CEFET), em Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, o IFPI é uma instituição deeducação superior, básica e profissional, especializada na oferta de educação profissional e tecnológica nasdiferentes modalidades de ensino, sendo vinculada ao Ministério da Educação, e possuindo natureza jurídica deautarquia, detentora de autonomia administrativa, patrimonial, financeira, didático-pedagógica e disciplinar (IFPI,2016).

Atualmente o IFPI visa “Consolidar-se como centro de excelência em Educação Profissional, Científicae Tecnológica, mantendo-se entre as melhores instituições de ensino da região Nordeste” e conta com 19 campiespalhados por todo o estado do Piauí, o IFPI sofreu grande expansão a partir do ano de 2000, onde ampliousua representatividade no estado, resultado de uma política de expansão e interiorização do acesso à EducaçãoTecnológica (IFPI, 2014). Como pode ser visto na Figura 2, atualmente, o IFPI possui uma estrutura multicampi,contando em 2016 com um total de 17 unidades no estado.

Figura 2 – Número de campi do CEFET-PI e do IFPI.

Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

No ano de 2000 o IFPI possuía apenas com dois campi: o Teresina Central, situado na capital doestado e outro na cidade de Floriano, que é reconhecido como a primeira Unidade de Ensino Descentralizada(UNED) das Escolas Federais de Ensino Profissional do estado do Piauí, inaugurado em 1994 quando o IFPIainda chamava-se Escola Técnica Federal do Piauí (1967- 1998). Sete anos depois foram inaugurados maisdois campi no interior do estado, situados nas cidades de Parnaíba e Picos e mais um campus na capital oTeresina Zona Sul (RÊGO, 2015). A

Figura 3 mostra a distribuição das unidades do IFPI, destacando a presença do IFPI em todas asregiões do estado a Reitoria, cuja sede foi inaugurada em 30 de setembro de 2015, desocupando o Prédio A doCampus Teresina Central a partir de então.

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Figura 3: Distribuição das unidades do IFPI.

Fonte: IFPI, 2014.

A partir de então a expansão e interiorização do IFPI intensificou-se e em 2009 foram inaugurados osCampi de Angical do Piauí, Corrente, Paulistana, Piripiri, São Raimundo Nonato e Uruçuí. Em 2013 tambémentraram em funcionamento os campi de Pedro II, Oeiras, São João do Piauí e, em 2014, os de Campo Maior,Cocal e Valença do Piauí (IFPI, 2014). Além desses campi, atualmente o IFPI conta ainda com outros CampiAvançados, não contabilizados na Figura 2, como os do Bairro Dirceu, na cidade de Teresina e os das cidadesde José de Freitas e Pio IX, inaugurados em 2013, 2014 e 2015, respectivamente.

De acordo com a metodologia apresentada, foram analisadas as faturas de energia elétrica do CampusTeresina Central, solicitadas à Direção Geral do campus por meio de um memorando que foi prontamenteatendido. Pôde-se verificar que esse campus, objeto de estudo dessa pesquisa é composta por três prédios:A, B e C, inaugurados, respectivamente, em 1943, 1970 e 1975 e que juntos à concessionária de energialocal são classificadas como do tipo Poder Púbico Federal, alimentadas em tensão de 13,8kV. O Prédio A(cadastrado junto à concessionária com a U.C. 0085773-4) é faturado com a Tarifa Convencional que cobrauma tarifa única para Demanda de Potência (R$/kW) e outra para Consumo de Energia (R$/kWh), independenteda hora do dia.

Já os Prédios B e C, cadastrados junto a concessionaria com as U.C. 0085774-2 e 1271253- 1,respectivamente, são faturados através da Tarifa Verde que cobra uma tarifa única para a Demanda de Potência(R$/kW) e duas tarifas para o Consumo de Energia: uma para o Horário Ponta (R$/MWh), ou seja, período emque a demanda de energia é maior na área de concessão da concessionária de energia local, compreendido entreas 17 horas e 30 minutos e 20 horas e 29 minutos de cada dia (exceção feita aos sábados, domingos e algunsferiados previstos pela Agência Reguladora) e outra tarifa de energia com um custo menor que a anterior para oHorário Fora de Ponta (R$/MWh), ou seja, para o restante do dia.

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A Tabela 1 mostra o resumo da composição das despesas com energia elétrica desse campus noperíodo de janeiro a dezembro de 2015, destacando, conforme o seu tipo de tarifa de energia, os CustosGerenciáveis (Demanda de Potência, Consumo de Energia Ponta e Fora Ponta, Bandeira Tarifária eContribuição de Iluminação Pública – COSIP) e as Perdas Evitáveis (Demanda de Ultrapassagem, ReativoExcedente, Multas e Juros). Pôde-se identificar um gasto de R$ 6.673,11 por mês com perdas que poderiamser facilmente evitadas e um custo de R$ 100.606,96 por mês que podem reduzidos com a atuação de umSistema de Gestão Energética.

* Custos e descontos eventuais da fatura não analisados pelo projeto.

Tabela 1: Despesas com energia elétrica do Campus Teresina Central de janeiro a dezembro de 2015.

Fonte: Elaborada pelo próprio autor.

Com uma área física total de, aproximadamente, 3.000,00 m², distribuída em três andares, o PrédioC do Campus Teresina Central do IFPI é composto por: 14 salas de aula, 15 laboratórios, um auditório, cincosalas administrativas, oito banheiros, uma lanchonete, além de três hall e duas rampas de acesso, sendoresponsável por 13,47% dos gastos com energia elétrica do Campus. As figuras 2 e 3 mostram a variação dosgastos com energia elétrica do Teresina Central de janeiro a junho de 2015 e de julho a dezembro de 2015,respectivamente.

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Figura 2: Variação das despesas com energia elétrica do Prédio C de janeiro a junho de 2015.

Fonte: Elaborada pelo próprio autor.

Figura 3: Variação das despesas com energia elétrica do Prédio C de julho a dezembro de 2015.

Fonte: Elaborada pelo próprio autor.

Ressalta-se que em janeiro estava encerrando-se o período letivo 2014.2 e somente no abril iniciou-seo período letivo de 2015.1, sendo interrompido pela greve dos docentes que teve início em 28 de maio a 13 deoutubro de 2015, período de menor consumo de energia nesse em razão da finalidade da edificação. A Figura 4apresenta a composição percentual das Perdas Evitáveis e dos Custos Gerenciáveis no Prédio C que devemorientar as ações de Eficiência Energética.

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Figura 4: Composição percentual das despesas com energia elétrica do Prédio C em 2015.

Fonte: Elaborada pelo próprio autor.

Para a eliminação das Perdas Evitáveis no Prédio C faz-se necessária a revisão do contrato defornecimento energia elétrica junto à concessionária para reduzir o valor pago com demanda de ultrapassagem,a instalação de bancos de capacitores para reduzir o reativo excedente, em menor escala (correspondente aapenas 1% das perdas), além da diminuição da burocracia para o pagamento das faturas em dia e assim evitar acobrança de multas e juros. Já para a redução dos custos gerenciáveis, devem ser desenvolvidos Projetos deEficiência Energética (PEE), voltados, inicialmente, para os sistemas de iluminação e climatização que juntoscorrespondem a, aproximadamente, 72% do consumo de energia elétrica em prédios públicos, uma vez queesses custos estão diretamente relacionados ao consumo de Energia Ativa, principal foco dos PEE.

Conforme dito anteriormente, este artigo apresenta os resultados parciais do Projeto de Iniciação Científicaintitulado: “Identificação das potencialidades de economia de energia elétrica nas salas de aula do Bloco C docampus Teresina Central do IFPI”, dessa forma, para a conclusão desse projeto, além dos resultados jáapresentados, são objetivos específicos (MORAIS, 2015):

1. Estudo dos fluxos de materiais e energia nas salas de aula;2. Caracterização do consumo energético das salas de aula;3. Identificação dos índices de eficiência energética das salas de aula;4. Avaliação das perdas de energia das salas de aula;5. Estudo técnico-econômico das alternativas para redução das perdas;6. Sugestão de PEE a serem executados.

CONCLUSÕES

Utilizando-se os documentos oficiais como o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) e aOrganização Didática das Instituições de Ensino pode-se fazer a caracterização geral das instituições de ensinosuperior e com a análise das faturas de energia elétrica fornecidos pela concessionária local pode-se fazer oDiagnóstico Energético das edificações, identificando as Perdas Evitáveis e os Custos Gerenciáveis para sugerirestratégias para redução dos gastos e aumento da Eficiência Energética.

O apoio da administração com o fornecimento das informações necessárias para a execução de pesquisasem Eficiência Energética, como o fornecido pela Direção Geral do Campus Teresina Central, bem como opagamento de Bolsa do Programa de Iniciação Científica, como as bolsas dos Programas de Iniciação Científicado IFPI, são imperativos e evidenciam o reconhecimento da comunidade acadêmica como peça importante paraa consolidação da Educação e da Gestão Ambiental em Instituições de Ensino.

Pôde-se caracterizar o IFPI como uma Instituição de Ensino Multicampi e teve grande expansão a partir do ano2000, constituindo-se de 17 campi situados em 16 municípios de todas as regiões do estado. Identificou-se que dos R$

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95.463,66 que a instituição paga por mês, somente referente ao Teresina Central, 6,99% são gastos desnecessários quepodem ser eliminados com ações de engenharia e gestão, com esse capital economizado podendo viabilizar a execução deProjetos de Eficiência Energética que, segundo Lamberts et al. (2014), devem ser direcionados, primeiramente aosSistemas de Iluminação e Climatização (responsáveis por 72% do consumo de prédios públicos) com uma estimativa deredução de até 30%, reduzido o Consumo de Energia Elétrica e a Demanda de Potência Elétrica.

Vale ressaltar que o uso de energia é só um dos aspectos ambientais gerenciáveis em Instituições de Ensino eque Teresina Central é só um dos 17 campus da instituição. Deve-se, portanto, propor estratégias para melhoriacontínua de todos os Aspectos Ambientais das instituições como uma política institucional, não se restringindo a umcampus isolado e tendo o diagnóstico como ponto de partida. Tais instituições devem reconhecer que o caminho paraa excelência, que é apontada como visão no último Plano de Desenvolvimento Institucional do IFPI, por exemplo,perpassa pela sua consolidação como Espaço Educador Sustentável, devendo sendo referência para toda comunidade.

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A INSERÇÃO DA SUSTENTABILIDADE NA ESCOLA CEMTI DIDÁCIOSILVA, EM TERESINA - PIAUÍ

Marcelo Kássio Barbosa MOURAGraduando do Curso de Engenharia Civil do Instituto Galileo de Ensino Superior

[email protected] Carvalho de OLIVEIRA

Graduando do Curso de Engenharia Civil do Instituto Galileo de Ensino [email protected]

Géssyca Fernandes SOUSAGraduanda do Curso de Engenharia Civil do Instituto Galileo de Ensino Superior

[email protected] Castro SILVA

Orientadora e professora do Instituto Galileo de Ensino [email protected]

RESUMO

Este trabalho teve como objetivo de diagnosticar as ações de sustentabilidade na escola Centro de EnsinoMunicipal de Tempo Integral (Cemti) Didácio Silva no processo de conscientização da comunidade escolar.Foi realizado um check list da estrutura física e dos projetos e atividades desenvolvidas na escola relacionadacom as questões ambientais, e de entrevistas com o diretor, professores, funcionários e alunos da escola comoforma de perceber sua satisfação com a escola, além de registros fotográficos durante as visitas. Após areforma na escola em 2015, houve uma melhora na estrutura física, na rede elétrica, hidráulica e sanitária, alémde contar com novo refeitório, cantina e banheiros. A escola tem dez salas de aula, sala de diretoria, sala dosprofessores, sala de leitura, laboratório de informática e de ciências em boas condições, quadra coberta,despensa e cozinha em bom estado. Uma ação positiva que vem das cozinheiras é destinar os resíduosorgânicos para criadores de animais da comunidade. Apesar de não ter nenhum aluno, professor ou funcionáriocom deficiência, na escola possui rampas de acesso e banheiros adaptados. Na instituição de ensino háprojetos desenvolvidos abordando temas ambientais, como sustentabilidade, reflorestamento e energiasrenováveis que auxiliam no aprendizado e conscientização dos alunos e da comunidade. Apesar de algunsprojetos não terem continuidade devido, principalmente, pela falta de recursos, é prudente que durante aelaboração dos mesmos, buscar parcerias com outras instituições de ensino públicas federais e estaduais,além dos órgãos públicos e, assim viabilizar os projetos socioambientais. A temática ambiental é importantepara a construção de um futuro sustentável, possibilitando que a sociedade perceba o ambiente como potencialpositivo para o desenvolvimento e solução dos problemas que afetam sua vida cotidiana. Palavras-chave:Ambiente escolar. Educação ambiental. Projetos socioambientais.

Palavras Chave: Diagnostico, escola sustentável, educação ambiental

INTRODUÇÃO

No curso de engenharia civil são abordados assuntos relacionados à sustentabilidade através da disciplinaCiências do Ambiente, com o intuito de conscientização do discente sobre temas relacionados às questõesambientais, sociais e econômicas que auxiliarão na atuação profissional do engenheiro civil. Segundo Jacobi(2003), incrementar os meios de informação e seu acesso é fundamental para o papel indutivo do poder públiconos conteúdos educacionais que são necessários para abrir caminhos possíveis para alterar o quadro atual de

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degradação socioambiental. Através da consciência ambiental e, consequentemente, nas mudanças de atitudesda população é uma forma de fortalecer sua co-responsabilidade na fiscalização e no controle dos agentes dedegradação ambiental.

O termo sustentabilidade é aplicado como uma forma de solucionar os problemas ambientaiscausados pelo crescimento econômico e populacional, em busca de qualidade de vida e uma sociedadesustentável. Segundo Agopyan et al. (2011), a sustentabilidade tem o desafio de fazer a economia evoluir,sem deixar de atender às expectativas da sociedade e conciliando com um ambiente sadio para as presentese futuras gerações. Nas instituições de ensino, pode-se fazer um trabalho de conscientização esensibilização com os discentes através da educação ambiental formal que deve estar incluída nosconteúdos de cada disciplina, mas para que isso aconteça é necessário que os docentes consigam visualizardentro dos seus conteúdos a aplicabilidades de temas abordando situações do cotidiano, principalmenteas disciplinas exatas (BRASIL, 1999).

Para isso, o ambiente escolar deve favorecer o aprendizado e o desenvolvimento do discente edo docente através de práticas educacionais que favoreçam a interdisciplinaridade, buscando sempre oconhecimento, o diálogo e o trabalho coletivo para obter êxito nas atividades curriculares eextracurriculares. Contudo, é necessário que a escola tenha uma estrutura física adequada para acolhertodos os alunos, professores e funcionários, principalmente nas escolas integrais que deve proporcionarbem-estar durante sua permanência diária, em especial os alunos com deficiências.

A Conferência Mundial de Educação para Todos, realizada em 1990, em Jomtien, Tailândia, e aConferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais: acesso e qualidade, em 1994, emSalamanca, Espanha, abordaram a inclusão escolar como tema nas conferências internacionais, quedeclararam que é dever da escola “acolher todas as crianças, independentemente de suas condiçõesfísicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras” (BRASIL, 1997, p. 17). Em Teresina, aescola integral iniciou em 2008 e inclui o ensino fundamental, médio e o ensino profissionalizante onde osalunos permanecem nove horas diárias, que inclui as atividades curriculares, extracurriculares, almoço elanches (RODRIGUES, 2013).

Esta pesquisa teve como objetivo diagnosticar as ações de sustentabilidade na escola Centro deEnsino Municipal de Tempo Integral (Cemti) Didácio Silva no processo de conscientização da comunidadeescolar. Para isso, foi realizado um check list da estrutura física e dos projetos e atividades desenvolvidasna escola relacionadas com as questões socioambientais. Foram realizadas entrevistas com o diretor,professores, funcionários e alunos da escola como forma de perceber a satisfação com a estrutura físicaescola, além de registros fotográficos durante as visitas.

Caracterização da área de estudoA Cemti Didácio Silva está localizada no bairro Dirceu Arcoverde II, na zona Sudeste de Teresina, e em

2015 passou por uma reforma e foi entregue em maio com nova fachada (Figura 1).A escola conta com 465 alunos do ensino fundamental e médio, 21 professores e 31 funcionários. Com

a reforma foi entregue novo refeitório com 216 m2, cantina, banheiros com chuveiro e teto, parte da rede elétrica,hidráulica e sanitária foram refeitas.

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Figura 1 - Cemti Didácio Silva antes e após a reforma em 2015 Fonte: Foto de João Pio 2015)

A estrutura física da escola segue o modelo padrão das escolas públicas e uma área de 2800 m2. Possuisala de diretoria, sala dos professores, biblioteca, laboratório de informática com doze computadores emfuncionamento e oito notebooks disponíveis para os professores, laboratório de ciências contendo materiais dequalidade, quadra coberta com 357 m2, despensa, cozinha (Figura 2).

Figura 2 – Biblioteca, Laboratórios de Informática e de Ciências Fonte: dos autores (2016)

A escola ofertava a Educação de Jovens e Adultos (EJA) que funcionava no horário noturno, mas comopassou a funcionar integralmente a EJA foi encerrada. Segundo o diretor, a escola oferta o curso pré-vestibularaos finais de semana com aulas via satélite para os alunos do Colégio e a comunidade em geral.

As salas de aulas possuem ar condicionado e nos corredores há plantas que contribui para um ambienteesteticamente mais bonito e agradável de conviver. Na escola foi desenvolvido um mecanismo para aproveitamentoda água produzida pelos aparelhos de ar condicionado para regar as plantas (Figura 3).

Figura 3 - Jardins e o mecanismo que auxilia a regar as plantas Fonte: dos autores (2016)

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Ressalta-se que a escola é dotada de lixeiros específicos para a coleta seletiva, mas não é executada deforma correta, resultando em acúmulo de resíduos (Figura 4). A gestão alega que não cumpre os requisitosbásicos da coleta seletiva, pois não há Pontos de Entrega Voluntária (PEV) próximo à escola. Como sugestãopara destinação dos resíduos da coleta seletiva, a gestão escolar poderia destinar os resíduos para catadores,como o Movimento Emaús Trapeiros de Teresina, situado na zona Leste, ou para empresas de reciclagem emTeresina.

Figura 4 - Lixeiras destinadas à coleta seletiva e o acúmulo de lixo da escola Fonte: dos autores (2016)

Após o almoço no refeitório, os resíduos orgânicos (resto de comida) são destinados para os criadoresde animais da comunidade, assim diminui a quantidade de resíduos dispostos no aterro controlado (Figura 5).Dessa forma, está sendo colocado em prática à responsabilidade compartilhada e a destinação ambientalmentecorreta de acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, evitando danos ou riscos à saúde pública eminimizando os impactos ambientais adversos (BRASIL, 2010).

Figura 5 - Refeitório, cozinha e o resíduo orgânico Fonte: dos autores (2016)

De forma unânime, os funcionários e os alunos afirmam insatisfação com alguns aspectos físicos daescola, relatando que a mesma não atende a todos os parâmetros de escola de tempo integral. Como porexemplo, a quantidade de banheiros que é inferior diante do número de alunos (Figura 6).

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Figura 6 - Banheiro com boxes com vasos e chuveiro Fonte: dos autores (2016)

Porém, os mesmos atendem aos requisitos mínimos de adequação aos alunos com deficiência oumobilidade reduzida, presença de rampas de acesso (Figura 7), mas não há piso tátil.

Figura 7 - Cadeira de rodas e rampas e banheiro adaptado para pessoas com deficiência Fonte: dos autores (2016)

Na escola não tem nenhum aluno, professor ou funcionário com deficiência, mas está adequada pararecebê-los. Geralmente as escolas podem comprometer a acessibilidade devido à presença de barreirasarquitetônicas, mas as adaptações necessárias são realizadas, favorecendo a permanência das pessoas comdeficiência nos ambientes da escola.

Projetos e atividades com enfoque socioambientalO Cemti Didácio Silva se tornou um diferencial das outras instituições de ensino pelos projetos e

atividades socioambientais, como:Em 2006, deu-se início ao Projeto Didácio Arte que se baseia em uma feira de conhecimento aberta

para os alunos e a comunidade, onde se trabalha durante o ano letivo o tema que será apresentado no desfilecívico. Em 2015, a escola foi um dos destaques no desfile cívico, levando para o desfile réplicas de uma usinaeólica e destacou a importância do reflorestamento (Figura 8).

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Figura 8 - Cemti Didácio Silva no desfile cívico em 2015 Fonte: arquivo da escola

Em 2014 foi implantado o Projeto Abraçar que trabalha com a proximidade entre alunos e professoresatravés do apadrinhamento de cada sala por uma dupla de docentes. O objetivo do projeto é conscientizar osdiscentes em manter a sala limpa e organizada com a supervisão dos professores padrinhos, que dentre outrasatividades é responsável pelo direcionamento de sala.

Em 2015, foi realizada no Parque Potycabana a 12ª edição da Semana Nacional da Ciência e Tecnologia,com o tema “Luz, ciência e vida”. A escola Cemti Didácio Silva participou do evento com o tema “Meio ambientee educação, é possível sim um mundo melhor”, tendo como objetivo de ampliar os conhecimentos dos alunosabordando diversos temas como sustentabilidade, conservação da fauna e flora, reflorestamento, alteraçõesclimáticas e energia limpa (Figura 9). No final do evento foram selecionados alguns alunos do 3º ano do ensinomédio para uma visita à usina eólica na Pedra do Sal.

Figura 9 - Projeto Didácio Arte na Semana Nacional da Ciência e Tecnologia Fonte: arquivo da escola

O Projeto Plantando e Educando foi implantado em 2012 e tinha como objetivo à inserção de umahorta no âmbito escolar que iria funcionar como um laboratório de aprendizagem para os

alunos, ampliando o contato dos mesmos com o meio natural. O projeto foi encerrado um ano e meiodepois devido à redução dos custos da própria instituição.

Os professores alegaram que apesar da iniciativa para execução dos projetos existem alguns limites queimpedem a continuação dos mesmos, como a falta de entusiasmo dos alunos, a colaboração dos colegas deprofissão e, principalmente, a falta de recursos. Marchezi e Santos (2013) enfatizam que quanto mais conhecimentosobre o projeto a ser desenvolvido pelo grupo responsável pela análise de viabilidade do mesmo, menor será orisco de surgirem problemas que inviabilizem os projetos após a sua implantação.

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Para os discentes a escola trabalha constantemente com temas ambientais, mas para alguns alunos háuma dificuldade e desinteresse em participar dos projetos e atividades porque na escola que estudavam antesnão havia uma abordagem e incentivo na participação das atividades.

De acordo com Noronha (2015), a escola Cemti Didácio Silva foi uma das escolas premiadas com oprêmio Gestão Escolar 2015, lançado pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Conselho Nacional deSecretários Estaduais da Educação (Consed), em parceria com instituições como a União Nacional de SecretáriosMunicipais de Educação (Undime). Entre os parceiros da iniciativa estão à representação no Brasil da Organizaçãodas Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) e o Fundo Nacional de Desenvolvimento daEducação (FNDE).

Essa premiação ratifica que a escola Cemti Didácio Silva está no caminho certo no processo contínuoe interativo do ensino-aprendizagem, utilizando a educação ambiental na busca da sustentabilidade escolar, fazendocom que a comunidade escolar passe a perceber que são importantes na sua vida.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O ambiente escolar deve favorecer o aprendizado através de práticas educacionais que favoreçam ainterdisciplinaridade, buscando sempre o conhecimento, o diálogo e o trabalho coletivo para obter êxito nasatividades curriculares e extracurriculares. A escola Cemti Didácio Silva é uma escola que apresenta umadiferencial de outras instituições de ensino pública na busca da integração da comunidade escolar com asociedade.

Após a reforma na escola em 2015, houve uma melhora na estrutura física, na rede elétrica, hidráulicae sanitária, além de contar com novo refeitório, banheiros entre outros. A escola tem dez salas de aula, sala dediretoria, sala dos professores, sala de leitura, laboratório de informática, quadra coberta, despensa, cozinha embom estado. Apesar de não ter nenhum aluno, professor ou funcionário com deficiência, na escola possui rampase banheiros adaptados.

Ressaltamos que para consegui uma melhora na educação é preciso que haja investimentos, mas tambémcompromisso e responsabilidades de toda comunidade escolar. Para isso, é preciso um enfoque mais aprimoradosobre os temas ambientais, socioeconômicos e culturais, e uma maior preocupação do governo em proporcionarincentivos no ensino-aprendizagem de alunos e professores.

A escola Cemti Didácio Silva possui diversos projetos e atividades em andamentos que fortalece oconhecimento dos discentes, mas há projetos que não conseguiram ser concluído devido à falta de recursos daescola. Devem-se buscar parcerias com outras instituições de ensino público a nível municipal e federal, órgãospúblicos e associações que favoreçam a viabilidade dos projetos.

Seria bastante significativo que a gestão da escola retomasse os projetos pendentes, como a horta,dessa forma ampliando o conceito de educação ambiental, resíduos orgânicos e compostagem perante os alunos.

REFERENCIAS

AGOPYAN, Vahan et al. O desafio da sustentabilidade na construção civil. São Paulo: Blucher, 2011 (SérieSustentabilidade, v. 5).

BRASIL. Lei n° 12.305 de 02 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Leino 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm>. Acesso em: 10 de abr. 2016

______. Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacionalde Educação Ambiental e dá outras providências. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9795.htm>. Acesso em: 10 de abr. 2016

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BRASIL. Ministério da Ação Social. Declaração de Salamanca e linhas de ação sobre necessidades educativasespeciais. Brasília: CORDE, 1997.

JACOBI, Pedro. Educação ambiental, cidadania e sustentabilidade. Cadernos de Pesquisa, n. 118, p. 189-205, março 2003.

MARCHEZI, R. dá S. M.; SANTOS, H. R. dá F. Projetos ambientais: uma visão de negócio. Curitiba: Appris,2013.

NORONHA, Mateus. Professor piauiense recebe prêmio Gestão Escolar 2015 em Brasília. 2015. Disponívelem: <http://www.piaui.pi.gov.br/noticias/index/categoria/2/id/23142>. Acesso em: 10 maio 2016.

RODRIGUES, Pedro. Escolas de tempo integral beneficiam mais de 6 mil jovens ao ano. Teresina, 19 mar.2013. Disponível em: <http://www.piaui.pi.gov.br/noticias/index/id/9019>. Acesso em 22 maio 2016.

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AGROECOLOGIA PELA PERCEPÇÃO DE ALUNOS DE CURSOSTÉCNICOS DE FLORIANO, PIAUÍ

Jackson da Silva SÁGraduando do Curso de Licenciatura Plena em Ciências Biológicas da UESPI e Bolsista de

Iniciação à Docência do Pibib/UESPI/[email protected]

Antônio Cícero de Andrade PEREIRAMestre em Engenharia de Pesca pela UFC; Professor Efetivo Assistente III DE da UESPI e Coordenador de

Área do Subprojeto de Licenciatura em Ciências Biológicas doPibid/UESPI/CAPES (Orientador)

[email protected] da Conceição Bezerra da Silva MATIAS

Doutora em Agronomia (Produção Vegetal) pela UNESP; Professora EBTT D 101 DE da UFPI/CAF eCoordenadora do Curso Técnico em Agropecuária

[email protected]

RESUMO

O presente trabalho consistiu na realização de uma pesquisa em Escolas Federais de Ciência e Tecnologiado município de Floriano/PI que formam profissionais com competências em Agroecologia, tendo comoobjetivo identificar a presença de conhecimentos sobre Agroecologia na formação profissional através dapercepção de estudantes de Instituições de nível Técnico no município de Floriano, Piauí. A populaçãoalvo deste estudo foram estudantes dos II e IV módulos do curso Técnico em Agropecuária do ColégioTécnico de Floriano – CTF/UFPI, correspondentes ao 2º e 3º anos do ensino médio respectivamente; ealunos do IV módulo do curso Técnico em Meio Ambiente do Instituto Federal do Piauí - IFPI,correspondente ao 3º ano do ensino médio, ambos no município de Floriano, Piauí, caracterizando-secomo um diagnóstico da percepção desses jovens coletados através da aplicação de um questionáriocontendo nove questões objetivas de múltipla escolha. Analisando os resultados, verificamos que mais de90% residem na zona urbana, sendo que 62,37 % dos sujeitos da pesquisa conceituaram Agroecologiacomo uma Ciência. Segundo os estudantes são os meios de comunicação os principais difusores daAgroecologia. Outra informação coletada relevante foi sobre a utilização de agrotóxicos, onde constatamosseu uso moderado considerado aceitável pelos estudantes, mesmo em cultivos em Agroecologia, confirmandoque estão não associam os agrotóxicos como pratica inaceitável na agricultura. Percebemos que os sujeitosda pesquisa aqui apontados ainda se encontram carentes de conhecimentos relacionados ao Agroecologia,como: produtos orgânicos, agrotóxicos, agriculturas de base ecológica, certificação, transgênicos, entreoutros conceitos, relevantes para a formação profissional em suas áreas de atuação, bem como para aconstrução de competências essenciais na formação para a cidadania.

Palavras chave: Agroecologia; Agrotóxico; Educação Ambiental; Ecologia.

INTRODUÇÃO

A Agroecologia busca integrar os saberes históricos dos agricultores com os conhecimentos de diferentesciências (agronomia e ecologia), permitindo tanto a compreensão, análise e crítica do atual modelo dodesenvolvimento e de agricultura, como o estabelecimento de novas estratégias para o desenvolvimento(CAPORAL; AZEVEDO, 2011, p. 88).

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A Agroecologia vem se constituindo na ciência basilar de um novo paradigma de desenvolvimentorural, que tem sido construído ao longo das últimas décadas (CAPORAL; COSTABEBER; PAULUS, 2011, p.45).

De acordo com o Núcleo de Educação Ambiental de Rio Grande (NEMA, 2008, p. 3), considera-seque a agroecologia é uma prática amigável de produção de alimentos que respeita a natureza e possui relações detrabalho, produção e comercialização socialmente justas.

A partir de sua etimologia, a agroecologia está relacionada com uma abordagem ecológica em relaçãoà agricultura, incluindo as biointerações entre os sistemas agrícolas e os impactos da agricultura nos ecossistemas(JESUS, 2005, p. 40).

A Agroecologia contribui para que as sociedades possam redirecionar o curso alterado da coevoluçãosocial e ecológica, nas suas múltiplas inter-relações e mútua influência (CAPORAL; COSTABEBER; PAULUS,2006).

Com este crescente número de conceitos e definições sobre Agroecologia na última década, surgiramalguns equívocos:

Mostra-se cada vez mais evidente uma profunda confusão no uso do termo Agroecologia,gerando interpretações conceituais que, em muitos casos, prejudicam o entendimento daAgroecologia como ciência que estabelece as bases para a construção de estilos de agriculturassustentáveis e de estratégias de desenvolvimento rural sustentável (CAPORAL;COSTABEBER, 2004, p. 6-7).

Um destes equívocos seria a utilização dos termos Agroecologia e Ecologia Agrícola como sinônimos,sendo que este último é um ramo da ecologia, que se dedica ao estudo das relações ecofisiológicas na agriculturadiferindo da Agroecologia (JESUS, op. cit, p. 40).

Para Caporal (2009, p. 13), a aplicação dos princípios da Agroecologia aos sistemas de produçãoagropecuários, pode recorrer a muitos dos ensinamentos clássicos das ciências agrárias e a muitas das tecnologiasensinadas aos agrônomos e outros profissionais nas escolas convencionais.

A escassez de profissionais com conhecimento em agroecologia e na produção orgânica dificulta queos/as agricultores/as consigam assistência técnica para orientá-los/las. Ainda existem poucos técnicos emAgroecologia, e há grande carência na formação técnica com enfoque agroecológico (CIAPO, 2013, p. 36).Nos últimos anos, algumas iniciativas começaram a minimizar esse quadro:

Diversos cursos de nível médio e superior têm orientado seus currículos e suas linhas pedagógicaspara uma abordagem que considera os princípios da agroecologia e as técnicas adequadas aossistemas orgânicos de produção e de base agroecológica. Nesse contexto, os Institutos Federaisde Educação, Ciência e Tecnologia – IFEs oferecem cursos de agroecologia em quase todos osestados brasileiros, ao passo que as universidades também têm disponibilizado cursos com esseenfoque à comunidade acadêmica (CIAPO, op. cit.).

O presente trabalho consistiu na realização de uma pesquisa em Escolas Federais de Ciência e Tecnologiado município de Floriano/PI que formam profissionais com competências em Agroecologia, tendo como objetivoidentificar a presença de conhecimentos sobre Agroecologia na formação profissional através da percepção deestudantes de Instituições de nível Técnico no município de Floriano, Piauí.

MATERIAIS E MÉT ODOS

A presente pesquisa enquadra-se como exploratória, de caráter investigativo, constituída por doisprocedimentos distintos do ponto de vista técnicos: O primeiro puramente Bibliográfico, caracterizado pelaconstrução de um referencial teórico elaborado a partir de materiais já publicados, [...] com o objetivo de

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colocar os pesquisadores em contato direto com todo material já escrito sobre o assunto da pesquisa(PRODANOV, 2013, p. 54); e um outro de Levantamento (survey), que ocorre quando envolve a interrogativadireta das pessoas cujo comportamento desejamos conhecer através de algum tipo de questionário (Ibid., p.58).

Entre os trabalhos analisados na fase de estudo bibliográfico, chamou-nos atenção a publicação deHouffman et al. (2009), que para coleta de dados na fase de Levantamento, elaboraram um questionário constituídopor perguntas objetivas de múltipla escolha. Para a pesquisa aqui descrita, adaptamos o questionário supracitadoa uma estrutura similar, porém contendo nove questões (Quadro 01).

Questionário utilizado para Levantamento de dados da Pesquisa intitulado: AGROECOLOGIA PELAPERCEPÇÃO DE ALUNOS DE CURSOS TÉCNICOS DE FLORIANO, PIAUÍ.

1. Onde você reside?

( ) Zona urbana..............................................................................................................................92%

( ) Zona rural...................................................................................................................................8%

2. Você já ouviu falar sobre Agroecologia?

( ) Sim, na escola...........................................................................................................................42%

( ) Sim, por amigos..........................................................................................................................1%

( ) Sim, meios de comunicação (TV, internet, rádio, jornais, revistas, dentre outros).........................46%

( ) Não, nunca ouvi falar.................................................................................................................11%

3. O que você entende por agroecologia?

( ) É o manejo sustentável de florestas..............................................................................................5%

( ) É a Produção de alimentos orgânicos...........................................................................................7%

( ) É a técnica exclui o uso de agrotóxico para produção agrícola...................................................26%

( ) É a Ciência que estuda a relação do homem e o meio ambiente de forma sustentável..................62%

4. O uso do agrotóxico na Agroecologia é permitido?

( ) Sim.............................................................................................................................................2%

( ) Não..........................................................................................................................................46%

( ) Sim, em pequenas quantidades e com equipamentos de proteção adequados na aplicação do produto... 52%

5. O que diferencia um produto orgânico de um produto convencional?

( ) Aparências................................................................................................................................19%

( ) Certificação...............................................................................................................................64%

( ) Local de comercialização...........................................................................................................17%

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6. Você conhece algum produtor rural Agroecológico?

( ) Sim, apenas um produtor...........................................................................................................12%

( ) Sim, de 2 a 5 produtores Agroecológicos.....................................................................................7%

( ) Sim, de 6 a 10 produtores agroecológicos...................................................................................5%

( ) Não, não conheço nenhum produtor agroecológico....................................................................76%

7. Em sua família existe o costume de usar plantas medicinais no tratamento de doenças?

( ) Sempre.....................................................................................................................................19%

( ) Muitas vezes.............................................................................................................................26%

( ) Poucas vezes.............................................................................................................................37%

( ) Raramente.................................................................................................................................14%

( ) Nunca.........................................................................................................................................4%

8. Como você imagina a agricultura do futuro?

( ) Será totalmente tecnificada........................................................................................................43%

( ) Será de extrema valorização aos produtos orgânicos e livre dos transgênicos..............................17%

( ) Será baseada nos princípios agroecológicos...............................................................................36%

( ) Será concentrada em grandes propriedades.................................................................................4%

9. Você teria interesse em participar de algum curso ou palestra agroecológica?

( ) Sim, palestra.............................................................................................................................27%

( ) Sim, curso.................................................................................................................................68%

( ) Sim, já participei..........................................................................................................................0%

( ) Não, não tenho interesse.............................................................................................................5%

Tabela 01 - Questionário aplicado aos alunos com a porcentagem de cada resposta.

A população alvo deste estudo foi constituída por alunos de cursos técnicos integrados ao ensino médiodo município de Floriano, Piauí, caracterizando-se como um diagnóstico da percepção desses jovens. Olevantamento baseou-se na aplicação de questionário, durante o segundo semestre letivo de 2014, com osestudantes enquadrados num perfil específico das seguintes Instituições: estudantes dos II e IV módulos do cursoTécnico em Agropecuária do Colégio Técnico de Floriano– CTF/UFPI, correspondentes ao 2º e 3º anos doensino médio respectivamente; e alunos do IV módulo do curso Técnico em Meio Ambiente do Instituto Federaldo Piauí - IFPI, correspondente ao 3º ano do ensino médio.

Após apresentação do projeto e exposição dos objetivos da pesquisa, obtivemos um total de 101estudantes que se prontificaram em responder ao questionário, tornando-se nos sujeitos deste estudo. Os dadoscoletados foram tabulados, o que favoreceu à análise das informações levantadas através de estudos estatísticas.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

Visando favorecer a compreensão dos leitores sobre a discussão que iremos iniciar nesta seção,fragmentaremos os resultados das questões respondidas pelos sujeitos da pesquisa.

Analisando as respostas da primeira questão, verificamos que 93 alunos (92,07 %) confirmaram residirna zona urbana (Tabela 02). Essa discrepância pode estar relacionada à distância entre os municípios circunvizinhosà Floriano e as Instituições pesquisadas. Outra hipótese seria a carência de políticas públicas que visem estimularos jovens oriundos de zonas rurais a ingressarem em instituições federais de nível técnico.

Tabela 02 - Respostas dos alunos com relação à 1ª pergunta do questionário (Onde você reside?)

Sá-Oliveira et al. (2015, p. 100) destacaram em sua pesquisa que o número reduzido de estudantes,pode ser explicado tanto pela distância das escolas do meio rural, [..] quanto ao declínio na motivação parajovens de se envolverem profissionalmente nas atividades agrícolas, com muito trabalho, pouca renda e poucaspossibilidades de estudos.

Quando perguntados sobre terem ouvido falar em Agroecologia, o maior percentual de (46,53 %;n=47) de alunos afirmaram que os meios de comunicação são os principais difusores da Agroecologia, seguidospor 41,58 % (n=42) que declararam a escola como fonte divulgadora. Menos de 11 % dos sujeitos da pesquisaconfessaram (10,89 %; n=11) nunca terem ouvido falar sobre Agroecologia (Tabela 03).

Tabela 03 - Respostas dos alunos com relação à 2ª pergunta do questionário (Você já ouviu falar sobre Agroecologia?)

A inserção do tema nos meios de comunicação reflete a importância da agroecologia na atualidade,revelando que há uma parcela da população preocupada com as questões ambientais (SÁ-OLIVEIRA et al.,op. cit.). A escola mostra-se, em sequência, como uma ferramenta importante na difusão pedagógica e comcrescimento da Agroecologia, sendo a educação escolar indispensável para esta difusão. Altiere (2004, p.23),caracteriza Agroecologia como uma nova abordagem mais profunda tanto da natureza, dos agros ecossistemase dos princípios segundo os quais eles funcionam. Como trata-se de uma área nova, torna-se compreensívelalguns estudantes desconhecem sobre o tema abordado.

Quando indagados sobre noções de conceito em Agroecologia, as respostas predominantes dos sujeitos(62,37 %, n=63) identificaram a Agroecologia como Ciência. Aproximadamente 25 % intuíram que a Agroecologiaé a técnica que exclui o uso de químicos. Outros percentuais (6,93 %; n=7) e (4,95 %; n=5), apontam que se refereà produção de alimentos orgânicos; e sobre o manejo sustentável de florestas, respectivamente (Tabela 04).

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Tabela 04 - Respostas dos alunos em relação à 3ª pergunta do questionário (O que você entende por Agroecologia?)

Notamos percepções dispersas sobre as noções de um conceito sólido sobre Agroecologia, confundindosua definição à princípios diferentes, uma vez que afirmaram já possuir tais informações adquiridas pelos diversosmeios de comunicação. Segundo Caporal e Costabeber (2004, p. 06) a uma confusão no uso do termoAgroecologia, gerando interpretações conceituais que, em muitos casos, prejudicam o entendimento da Agroecologiacomo Ciência.

Não raro, como visto na pesquisa, tem-se confundido Agroecologia com a prática ou tecnologia agrícolaambientalmente mais adequada, ou com uma agricultura que não usa agrotóxico, como um novo modelotecnológico, e até mesmo como a oferta de produtos “limpos” ou ecológicos (CAPORAL; COSTABEBER2004, CAPORAL, 2009). Apesar da boa intenção, são frases equivocadas, já que se entende por Agroecologiacomo um enfoque científico, [..] que se nutre de outras disciplinas científicas e experiências dos próprios agricultores(CAPORAL; COSTABEBER 2004, p. 7-13).

Sobre a utilização do uso de agrotóxicos em Agroecologia, a maioria dos estudantes (52,47%; n=53)afirmam que sua permissão só é autorizada em pequena quantidade. Outros responderam (45,54 %; n= 46) quenessa ciência não se utiliza produtos químicos (Tabela 05). Notemos que é possível identificar a dúvida entre osestudantes em relação aos princípios que regem a Agroecologia.

Tabela 05 - Respostas dos alunos em relação à 4ª pergunta do questionário (O uso de agrotóxico na Agroecologia é

permitido?)

Para Caporal e Costambeber, (op. cit., p. 12) esclarecem que na Agroecologia é central o conceito detransição agroecológica, que na agricultura, tem como meta a passagem de um modelo agroquímico de produçãoa estilos de agriculturas com princípios de base ecológica. Torna-se essencial conhecer os fundamentos básicosda Agroecologia, para não a entender como agricultura baseada nos princípios de agricultura que, simplesmente,não utiliza agrotóxicos ou fertilizantes químicos (Ibid, p. 9). Desta forma, percebemos deficiências na construçãodos conhecimentos por parte dos sujeitos a pesquisa sobre o uso de agrotóxicos e os princípios Agroecológicos.

Quando indagados sobre diferenças entre produtos orgânicos e convencionais, a maioria dos alunospesquisados (64,35 %; n= 65) responderam que produtos orgânicos e convencionais se diferem por certificação.

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Uma parcela (18,81 %; n=19) afirmou que é possível diferenciá-los pela aparência, enquanto outra (16,83 %;n= 17) supõe que o local de comercialização desses produtos é o responsável por diferenciá-los (Tabela 06).

Tabela 06 - Respostas dos alunos em relação à 5ª pergunta do questionário (O que diferencia um produto orgânico de um

produto convencional?

É visível a carência de uma parcela de estudantes sobre informações relevantes de produtos orgânicose convencionais, no momento em que abordam aparência e local de comercialização, sendo que não é seguroidentificar os produtos por qualquer outro meio se não pela certificação.

Borguini e Torres (2006, p. 65) esclarecem que, orgânico é um termo de rotulagem que indica que osprodutos são produzidos atendendo às normas da produção orgânica e que estão certificados por uma estruturaou autoridade de certificação devidamente constituída.

Estas certificadoras devem possuir diretrizes próprias devendo exercer controle apropriado sobreo uso de suas licenças, certificados e marcas de certificação. No Brasil usa-se o selo de certificação juntamenteà marca específica de cada produtor, para indicar a concordância com as diretrizes [..] e fornecer aoconsumidor a garantia de um produto isento de contaminação química (SANTOS; MONTEIRO, 2004, p.82-83).

Quando perguntados sobre possuírem referencias de produtor rural agroecológico, a maioria dos sujeitos(76,23 %; n=77) afirmaram não conhecer nenhum produtor, seguidos por quase 12 % (11,88 %; n=12) queconfirmaram conhecer somente um (Tabela 07). Menos de 12 % (4,95%; n=5) (6,93 %; n=7) apontam conhecerde dois a dez produtores que pertençam a este seguimento.

Tabela 07 - Respostas dos alunos em relação à 6ª pergunta do questionário (Você conhece algum produtor rural

agroecológico?)

Como uma parcela predominante dos estudantes que participaram da pesquisa (92,07 %; n=93) residemna zona urbana, pode justificar a sua não relação com produtores rurais agroecológicos, e/ou a presença de laçosrestringirem aos produtores que praticam a convencional.

Na questão que abordou sobre o uso de plantas medicinais pelas famílias dos alunos, quase a totalidadedos sujeitos afirmaram que suas famílias utilizaram em alguma circunstância estes recursos no combate a males eenfermidade (Tabela 08), sendo notória a prática da medicina popular na comunidade Florianense.

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Apesar da grande tecnologia de produção de medicamentos, as plantas ainda são utilizadas como fontemedicinal. A agroecologia não só enfatiza a utilização racional dos recursos naturais como desenvolve as dimensõessociocultural e econômica como também o cultivo de plantas medicinais (BORSATO et al., 2009, p. 9).

Tabela 08 - Respostas dos alunos em relação à 7ª pergunta do questionário (Em sua família existe o costume de usar plantas

medicinais no tratamento de doenças?)

Quando questionados sobre a agricultura do futuro, a maioria (43,56 %; n=44) respondeu que serátotalmente tenrificada. Um pouco mais de 35 % apostam que esta será baseada nos princípios agroecológicos(Tabela 09).

Tabela 09 - Respostas dos alunos em relação à 8ª pergunta do questionário (Como você imagina a agricultura do futuro?)

Para os estudantes dos cursos de Técnico em Agropecuária do Colégio Técnico de Floriano– CTF/UFPI e de Técnico em Meio Ambiente do Instituto Federal do Piauí – IFPI, a agricultura do futuro serácaracterizada pelo aumento tecnológico, sobrepujando uma visão futura de agricultura baseada em princípiosagroecológicos. Fazendo uma analogia aos dados descritos por Sá-Oliveira et al. (2015, p. 101) que em suapesquisa, os autores relatam que a maioria (38,23 %: n=112) da população alvo quando indagados de formasimilar defendem que a agricultura do futuro será de extrema valorização dos produtos orgânicos e livres detransgênicos. Os autores ainda afirmam que, apesar dos alunos entenderem o processo agroecológico, estes nãofazem relação ao tema, o que mais uma vez reflete a falta de difusão da filosofia agroecológica.

Sobre a pergunta relacionada ao interesse dos sujeitos em participar de curso ou palestra sobre atemática Agroecologia, verificamos que mais de 95 % destes estão interessados em conhecer mais sobrea temática, sendo a participação em curso (68,31 %; n=69) a alternativa predominante (Tabela 10).

Um dado importante que remete a pouca difusão da Agroecologia. Foi observado que nenhum dosestudantes dos cursos contemplados da pesquisa, que tem como eixos-base associados a recursos naturais,

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ambiente e saúde, nunca participaram de nenhuma atividade diretamente relacionada à Agroecologia, tornando-se de fundamental importância para estes estudantes a inserção da Agroecologia como componente curricular.

Tabela 10 - Respostas dos alunos em relação à 9ª pergunta do questionário (Você teria interesse em participar de algum

curso ou palestra agroecológica?)

Segundo Caporal, Costambeber e Paulus (2011, p. 53), a Agroecologia como matriz disciplinar apontapara um novo paradigma científico, ao contrário do paradigma convencional da Ciência, sendo integrador erompendo com o isolacionismo das Ciências.

Socializando uma informação pertinente, dada a demanda de estudantes em cursos Técnicos reveladanesta pesquisa que demonstraram interesse em cursos de Agroecologia, verificamos que a única oferta para oreferido curso aconteceu em 2013 no CTF/UFPI, turma que concluiu em 2015.1, não havendo ofertas posterioresdeste curso no município de Floriano, Piauí.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao analisarmos as percepções sobre a temática Agroecologia de alunos dos cursos Técnico emAgropecuária e Técnico em Meio Ambiente de Instituições em Ensino Federais de Floriano, Piauí, verificamos opredomínio no que consiste ao conceito da Agroecologia como Ciência.

Também foi predominante a presença dos meios de comunicação como ferramenta de divulgação dosprincípios de Agroecologia. No momento em que nos encontramos, como a presença maçante das Tecnologiasda Informação e Comunicação, não nos espanta saber que estes mecanismos sejam significativos para a difusãoda Agroecologia para os jovens de Floriano, Piauí. O que nos espantos foi a escola não ser a principal fonte deinstrução sobre esta temática.

Percebemos que os sujeitos da pesquisa aqui apontados ainda se encontram carentes de conhecimentosrelacionados ao Agroecologia, como: produtos orgânicos, agrotóxicos, agriculturas de base ecológica, certificação,transgênicos, entre outros conceitos, relevantes para a formação profissional em suas áreas de atuação, bemcomo para a construção de competências essenciais na formação para a cidadania.

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MEDIDAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM RESIDÊNCIAS

Rejanne Alves de MELO,Graduanda do curso de Engenharia Elétrica da UFPI

[email protected] Paixão Santana BORGES,

Graduando do curso de Engenharia Elétrica da [email protected]ábio Rocha BARBOSA,

Professor Doutor do Curso de Engenharia Elétrica da [email protected]

Nelber Ximenes MELO, Professor Mestre do Curso de Engenharia Elétrica da [email protected]

RESUMO

Este trabalho tem o objetivo de identificar medidas de eficiência energética aplicadas em instalações elétricasresidenciais. Realizou-se uma pesquisa acerca das novas tecnologias de iluminação e refrigeração e demaisequipamentos de uso doméstico disponíveis, verificou-se sobre a viabilidade de utilização de iluminação artificiale natural mais eficiente, além de tecnologias de automação e controle de iluminação. Foi analisado o consumo deenergia elétrica em uma residência utilizada como exemplo, para identificar onde se dá maior consumo e onde seaplicar medidas de eficiência. E por fim foram feitas sugestões de ações a serem adotadas para se obter umamelhor eficiência energética nas residências.

Palavras Chave: Consumo, Eficiência energética, Medidas, Tecnologias.

INTRODUÇÃO

A ANEEL-Agência Nacional de Energia Elétrica, define Eficiência Energética como sendo toda atividadetécnico-econômica, com o objetivo de propiciar um uso otimizado de matéria prima fornecida pela natureza.

Na década de 70 ocorreu o súbito choque do Petróleo, que deu origem as principais crises deabastecimento de energia, levando os líderes de todo mundo a readequaram suas estratégicas de gerenciamentoe utilização dos recursos energéticos disponíveis. Surgiram então várias medidas de geração e utilização deenergia de forma mais eficiente a fim de minimizar os efeitos dessa crise.

Os países industrialmente desenvolvidos se organizaram e levantaram fundos a serem aplicados emprojetos de eficiência do uso de energia e projetos que visavam o aproveitamento de fontes renováveis deenergia. Tais investimentos objetivavam a diminuição da dependência energética em relação ao uso de petróleoe seus derivados (HADDAD et al, 1999).

Na década de 80 outro problema fez com que novamente entrasse em pauta a questão do uso doscombustíveis fosseis oriundos do petróleo, estes estavam influenciando de forma consideravelmente o clima.

Resultado dessa discussão foi a instauração do protocolo de Kyoto em 1997, e foi um acordo internacionalde estabelecimento de metas de redução de emissões de CO2. Para alcançar tal objetivo, entre outras açõesforam sugeridos medidas e mecanismos que estimulasse a eficiência energética.

No Brasil o enfrentamento dessa crise se deu de forma a intensificar a geração de energia, ações comoacréscimo de usinas térmicas, o lançamento de um programa nuclear que visava a criação de usinas nucleares ea expansão das hidrelétricas para geração de energia elétricas foram implementadas. Foi ainda criado o ProgramaNacional do Álcool, PROÁLCOOL.

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Percebendo que a indústria era o setor quem mais consumia derivado de petróleo, o governo brasileiroaumentou os preços desse insumo e implantou um sistema de controle de abastecimento através de cotas decombustíveis. Tais medidas foram tomadas com o intuito de diminuir o consumo do combustível, por não serbem vista pelos donos de industrias o governo lançou então em 1981 o Programa de Conservação de EnergiaElétricas, o CONSERVE. Esse se constitui na principal experiência a impulsionar a eficiência energética no Brasil(PIMENTEL, 2011).

No decorrer do tempo, o desperdício de energia e a questão ambiental tem se tornado pontos importantespara o desenvolvimento econômico do Brasil. Baseado nessas preocupações foram criados programas taiscomo o Programa Brasileiro de Etiquetagem-PBE, o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica-PROCEL, o Programa Nacional de Conservação de Petróleo e Derivados- CONPET e as ESCOS, grupos deestudos da Conservação de Energia, que desenvolvem e apoiam estudos direcionados a eficiência na cadeia decaptação, transformação e consumo de energia.

1. Eficiência Energética na Instalação Elétrica: Tecnologias e Medidas

De acordo com Haddad (2004), considera-se uma edificação mais eficiente energeticamente que outraquando proporciona as mesmas condições ambientais com menor consumo de energia. Através de um usoracional da energia na residência, busca-se uma diminuição no consumo para usos finais de iluminação, refrigeraçãoe equipamentos.

1.1 Aplicações na IluminaçãoNa iluminação, a eficiência energética é diretamente ligada a eficiência do tipo de lâmpada empregada

no projeto e a maneira na qual são utilizadas durante o dia.Na Figura 1, tem se o consumo referente a iluminação de uma residência tomada como base e

especificada na metodologia desse trabalho. Verifica-se que as áreas de maior consumo de energia via iluminação,utilizando lâmpadas fluorescentes de 15W a 32W, são as áreas referentes a cozinha, os quartos, a circulaçãocomum, varanda e área de lazer.

Figura 1 – Consumo de energia elétrica referente de residência utilizada como base.

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Para se obter um uso eficiente de energia na área de iluminação da residência base, analisa- seespecificamente o que se pode projetar utilizando tecnologias próprias para cada área específica da casa, comopor exemplo sensores de presença nos corredores, fotocélula nas varandas, entre outros.

1.1.1 Sensor de PresençaSão dispositivos que funcionam com um circuito eletrônico dentro de um invólucro plástico, onde

encontra-se um contador de tempo, sensor de calor ou regulagem de sensibilidade. Instala-se o equipamento emdeterminado local onde se pode abranger toda área que se queira controlar. Depois de instalado, realiza-se umajuste fino para se ter o melhor rendimento possível.

Por ser um equipamento que funciona diretamente ligado a temperatura, qualquer pessoa que passarem frente a esta instalação será detectado, acionando a lâmpada que ficará ligada dentro do tempo pré-determinadopela programação de instalação.

A vantagem do uso desse equipamento é ter a possibilidade de não utilizar interruptores, acarretandomenos circuitos instalados, menos condutores e assim mais economia na instalação.

1.1.2 Fotocélulas (relé fotoelétrico)O relé fotoelétrico, conhecido como fotocélula, é um dispositivo de controle que objetiva acender e

apagar um circuito de iluminação ou até mesmo uma única lâmpada. O que permite que uma lâmpada sejaacionada automaticamente quando o ambiente em questão tiver com baixo nível de luz desejada e desligadaautomaticamente quando este tiver o nível de luz suficiente, por exemplo, ao entardecer e ao amanhecerrespectivamente. Sua principal aplicação é o acionamento automático de iluminação pública, áreas externas emresidências, letreiros, fachadas, entre outros.

Existem vários tipos de relés fotoelétricos construídos sob normas específicas de acordo com suafabricação, que são eles: relés para montagem em postes, relés para montagem diretamente sobre a lumináriacontrolada, relés em que o sensor de luminosidade é separado do dispositivo que manobra a carga, onde émontada em determinado lugar, enquanto que o sensor aplicado em outro.

Para um correto funcionamento do relé fotoelétrico, é necessário que ele seja instalado evitando que aluz acionada influencie a leitura do sensor. É necessário tomar certos cuidados na instalação para que a lâmpadaou circuito de iluminação não exceda a capacidade de chaveamento do relé.

1.1.3 Interruptores Dimmers e Controles de PotênciaOs Dimmers e Controles de Potência são circuitos que quando intercalados com cargas na rede de

energia elétrica, permitem controlar a sua potência elétrica.Quando ligados em série com aparelhos que usam motores universais, possibilitam o controle de

velocidade. Quando ligados em série com aparelhos de aquecimento, como chuveiros e torneiras elétricas,possibilitam o controle da temperatura.

Os Dimmers não podem ser utilizados para controlar lâmpadas do tipo eletrônicas, fluorescentes ou equipamentoseletrônicos em geral, pois podem com tal variação de potência ocorrer degradação do equipamento/lâmpada.

Existe outro tipo de Dimmer, que é um dos mais populares, o de toque. Neste, existe uma chapametálica que quando tocada com os dedos dosa-se a quantidade de luz que será produzida pela lâmpada. Otempo de permanência dos dedos no sensor determina o ponto da intensidade do sinal obtida na carga.

1.1.4 Lâmpadas de Estado Sólidos (LED)O material LED é constituído por uma série de camadas de material semicondutor e é capaz de converter

energia elétrica diretamente em luz. Apresenta um baixo consumo de energia elétrica e longa durabilidade e assimtorna-se uma opção interessante para melhor eficiência energética e ecológica. Dependendo do material utilizadoem sua composição, a cor emitida pelo LED varia entre azul, verde, amarela e vermelha.

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Uma lâmpada incandescente tem vida útil de 1.000 horas e uma fluorescente de 10.000 horas, aLED rende entre 20.000 e 100.000 horas de uso ininterrupto. Ou seja, apenas em termos de durabilidade,uma lâmpada de LED já equivale em média a 50 lâmpadas comuns. Isto se traduz em muito menos trocas delâmpadas, e consequentemente, muito menor geração de lixos. Uma lâmpada incandescente converte apenas5% da energia elétrica que consome em luz. As lâmpadas LED, segundo a fabricante Philips, convertem até40%. Esta eficiência se traduz em economia, pois um LED de 12W ilumina tanto quanto uma lâmpadaincandescente de 100W.

Essa diminuição no desperdício de energia traz benefícios evidentes ao meio ambiente e à conta de Luz.

2.3 Aplicações no resfriamento

Os equipamentos de ar condicionado consomem cerca de 11% da energia elétrica de uma residência.A escolha de um equipamento mais eficiente, traz resultados positivos e visíveis na redução do valor da conta deenergia.

Para avaliar corretamente um equipamento de ar condicionado é importante conhecer alguns conceitos,como a Classificação Energética e o Coeficiente de Eficiência Energética, além de realizar um corretodimensionamento do equipamento para o compartimento o qual será instalado.

A classificação energética varia de uma escala de A a G, onde os equipamentos mais eficientes sãoclassificados em A e os menos eficientes em G.

O coeficiente de Eficiência Energética é a relação entre a capacidade e o consumo do equipamento dear condicionado. Equipamentos com um consumo alto para uma dada capacidade de arrefecimento ou aquecimentotêm coeficiente de Eficiência Energética baixos. O Coeficiente de Eficiência Energética no modo de arrefecimentocorresponde ao índice EER, e no modo de aquecimento corresponde ao índice COP. Quanto mais alto é o valordo índice, mais eficiente é o equipamento.

O compressor é o principal componente do condicionador de ar, independente do seu modelo oucapacidade frigorífica, e sua função é proporcionar a elevação da pressão de um gás ou escoamento gasoso. Atecnologia do compressor pode influenciar consideravelmente a eficiência energética do equipamento, dessasformas modelos com tecnologia inverter são mais eficientes quando comparados com os de compressorconvencional, devido ao fato que ajusta automaticamente a velocidade de funcionamento. Os equipamentos quenão possuem essa tecnologia, desligam quando a temperatura definida é atingida e ligam quando a temperaturaoscilar.

4. Metodologia

Primeiramente, foi realizada uma pesquisa bibliográfica via livros didáticos, internet e trabalhospublicados relacionados ao contexto histórico do surgimento de eficiência energética, da aplicação dessa noBrasil e no mundo e acerca das tecnologias de redução do consumo de energia elétrica em uma instalaçãoresidencial.

Na segunda etapa, prosseguiu-se com a análise da instalação selecionada. Como referência para análisede consumo de energia foi utilizada uma residência constituída por 3 quartos, área de serviço, 2 banheiros, salade estar, cozinha, sala de jantar, circulação, uma garagem para dois carros, uma área de lazer, com banheirotendo uma área total de 365,40m2.

Por fim, sugeriu-se medidas de eficiência energética em residências, levando em conta os instrumentose tecnologias disponíveis que auxiliam na redução do consumo de energia elétrica.

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3 Resultado e discussão

Chegamos então nas medidas básicas para se obter eficiência energética em uma residência

3.1 Iluminação• Utilização de reatores eletrônicos no lugar dos eletromagnéticos;• Se possível, em locais de pouca movimentação tais como escadas e garagem, instalar sensores de

presença;• Sempre utilizar lâmpadas adequadas para cada tipo de ambiente e mais eficientes, conforme orientação

PROCEL e etiqueta de eficiência energética;• Utilizar materiais que ampliem o aproveitamento da iluminação natural tais como janelas amplas,

telhas translúcidas, tetos e paredes em cores claras;• Realizar a pintura de teto e paredes internas utilizando cores claras, a fim de refletir melhor a luz e

diminuir a dependência da iluminação artificial;• Manter as luminárias sempre limpas, pois quando sujas, o fluxo luminoso é reduzido, sendo necessário

um maior número de lâmpadas acesas.

3.2 Ar condicionado• Quando o ar condicionado do ambiente estiver ligado, sempre manter fechadas as portas e janelas;• Em equipamentos com controle digital, para atender as condições de conforto fazer regulagem do

termostato para uma temperatura ambiente;• No ato da compra, adquirir modelos aparelhos de ar condicionado que possuam o Selo PROCEL

de Economia de Energia preferencialmente com classificação A ou B;• Procurar instalar o aparelho em local com boa circulação de ar e evitar posicionar erroneamente

objetos que obstruam a saída e/ou entrada de ar dos equipamentos;• Para a instalação do aparelho, sempre observar as dimensões mínimas solicitadas pelo fabricante;• Manter os filtros limpos, pois quando sujos, esses diminuem a eficiência dos equipamentos além de

prejudicarem a qualidade do ar no ambiente;• Proteger a parte externa do aparelho da incidência solar.

3.3 Refrigeradores• Evitar o acumulo excessivo de gelo, realizando regulagem do termostato do refrigerador de forma

correta e com sua limpeza periódica;• Ao comprar um refrigerador, deve-se procurar um que se adeque às necessidades.

Quanto maior o refrigerador, maior seu consumo;• Não abrir o refrigerador sem necessidade, colocando ou retirar os produtos de uma só vez;• Evitar levar produtos ainda quentes ao refrigerador. Isso exige mais do motor;• Nunca forrar as prateleiras com plásticos, com vidros ou qualquer outro material e colocar organizar

os produtos de forma a uma maior circulação do ar;• Colocar líquidos em recipientes fechados;• Degelar o refrigerador segundo as recomendações do fabricante;• Evitar colocar panos ou plásticos na parte traseira do refrigerador;• Verificar o funcionamento da borracha de vedação para evitar fuga de ar frio.

Atualmente com a evolução dos estudos acerca de eficiência energética, muitas soluções sãocriadas para diminuir o consumo de energia elétrica e melhoria da eficiência durante o uso desserecurso.

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São variados os meios de se obter aproveitamento energético nos diversos setores de uma residência.Além disso, existe a questão da conscientização que possibilita a economia dos recursos utilizados diariamente,como energia elétrica.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conforme visto os meios para se realizar a eficiência energética em uma instalação residencial sãovariados. Considerando o panorama energético e a política energética nacional e a necessidade de se economizarenergia para o país.

Também ficou clara a importância da eficientização para a economia residencial. Foram apresentadosprogramas de eficientização nacionais e outras orientações normativas de equipamentos e comportamentospessoais relevantes. Também uma revisão sobre componentes de consumo mais eficientes, componentes decontroles que contribuem com a economia de energia e procedimentos para execução das instalações e deescolha dos principais equipamentos que podem ajudar a cumprir uma meta de eficientização mais eficaz.

REFERÊNCIAS

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O PEDAGOGO FRENTE À EDUCAÇÃO AMBIENT AL NA PRÉ-ESCOLA

Cintia Silva de MORAESLicenciada em Pedagogia FSA

[email protected]úscya Albuquerque de Moura MARQUES

Licenciada em Geografia UESPI Especialista em Geografia e Ensino [email protected]

RESUMO

A degradação do meio ambiente mostra a importância de uma educação ambiental a fim de contribuir paraa conservação e a preservação dos recursos naturais. Este artigo aborda o papel do pedagogo frente àeducação ambiental com o objetivo principal de mostrar a importância do mesmo no processo educativovisando ouso racional do meio ambiente e de trazer sugestões para a escola, família e comunidade. Ainvestigação foi realizada através de pesquisa bibliográfica identificando- se quais estratégias devem seradotadas pelo pedagogo, visando a construção da consciência ambiental do aluno da pré-escola e tambémexploratória, descritiva e explicativa, por se contextualizar o papel do pedagogo frente a educação ambiental.Utilizaram-se os métodos observacional e monográfico. Na fundamentação teórica os principais autoresque deram suportem à investigação foram: Libanêo (2010); Ricotta (2006); Dias (2004); Guimarães (2013);Grün (2012), em virtude de abordarem o tema investigado de forma coerente e consistente. Nodesenvolvimento da pesquisa trabalhou-se o histórico da educação ambiental, seu aspecto na educaçãoformal, destacando o papel do pedagogo na pré- escola e sua função na construção de valores éticos,trazendo ainda os fatores que interferem na conscientização da EA e a importância da escola, da família eda comunidade no desenvolvimento de uma postura consciente da criança diante do processo de aquisiçãode um posicionamento mais ambiental, enfocando a necessidade de sensibilização dessa temática, no intuitode propor sugestões didático-metodológicas que envolvam a escola, família e comunidade voltadas paraconscientização de que o uso do meio ambiente que é um bem comum de todos, essencial para uma sadiaqualidade de vida. Desse modo espera-se a compreensão do valor da educação ambiental como um processode construção de valores de conhecimentos e atitudes voltadas para a conservação do meio ambiente euma formação humana mais ética e cidadã.

PALAVRA- CHAVES: Educação Ambiental. Pré-Escola. Pedagogo.

INTRODUÇÃO

Diante de uma civilização moderna, industrial e tecnológica cada vez mais crescente, o papel do pedagogonão se resume mais somente em ensinar a ler e escrever nas séries iniciais, mas de preparar cidadãos para umareflexão crítica acerca dos acontecimentos, de forma a tornar mais sustentável à relação entre natureza e sociedade.

O Pedagogo atua de forma intencional na pratica educativa com intuito de contribuir para a construçãode princípios éticos facilitando assim formação e assimilação de saberes e modo de ação, tendo em vista acomposição do homem como ser social capaz de agir e interagir com o meio ambiente.

Neste sentido, investigou-se, o papel do pedagogo frente educação ambiental na pré-escola, com opropósito de assegurar experiências concretas que insiram o educando numa pratica social real a fim de orientá-los, com o objetivo de estabelecer uma relação de mudanças de atitudes, para que assim não seja reduzida aqualidade de vida das gerações futuras.

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Diante dessa realidade investigaram-se algumas estratégias a serem adotadas pelo pedagogo, visandoà construção de uma consciência ambiental em crianças da Pré -escola em virtude da crescente gravidade dosproblemas ambientais e a necessidade de mudanças na relação homem/natureza.

CONTEXT O HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO AMBIENT AL

Os problemas ambientais só começaram a ser identificados como impactantes a partir da RevoluçãoIndustrial, ocorrida a partir do século XVIII, onde a maioria da mão de obra assalariada nas indústrias veio docampo, com isso teve-se o aumento da população urbana industrial de forma desordenada, diminuindo a qualidadede vida e proporcionando o surgimento de problemas sociais e ambientais.

Diante disso, a educação Ambiental surge na década de 1960 como resposta a uma sequência dedesastres ambientais e junto a isso, consequentemente, uma queda na qualidade de vida dos paísesindustrializados.

Na década de 1970 teve como destaque em Estocolmo a Conferência das Nações Unidas sobre omeio ambiente que denunciava a destruição que ocorria naquele momento com a natureza, esse encontro contoucom a participação de 113 países e teve como resultado a elaboração de dois documentos que são a Declaraçãosobre o Meio ambiente Humano e o Plano de Ação Mundial, os dois tem como objetivo estimular o uso racionaldos recursos naturais e a melhoria do ambiente humano. Desenvolveu-se também nessa época o Programa dasNações Unidas sobre o Meio Ambiente – PNUMA, no qual tinha o propósito de monitorar o avanço dosproblemas ambientais no mundo.

Em 1980 destaca-se a como sendo a época em que a maioria dos países manifesta interesse em leisque regulamentem a atividade industrial, nesse mesmo período foi criada pela ONU a Comissão Mundial sobreo Meio Ambiente e Desenvolvimento-CMMAD.

A década de 1990 colocou em evidência os problemas relacionados ao clima, impulsionando umarelação de consciência ambiental em muitos países.

Em 1991, no Brasil foi criada a portaria 678/91 do MEC determinando que a educação escolarcontemplasse a Educação Ambiental nos diferentes níveis e modalidades de ensino.

O século XXI revela a atual situação do meio ambiente em que os acordos assinados entre os paísespouco foram efetivados, pois os impactos negativos provocados no ambiente natural pelo crescimento semlimites que impôs forte domínio sobre a natureza além de suas necessidades mostrou-se ecologicamente predatório,socialmente perverso e politicamente injusto. Guimarães (2013, p.12) destaca que

Com o passar do tempo a humanidade vai afirmando uma consciência individual. Paralelamente,cada vez mais vai deixando de se sentir integrada com o todo e assumindo a noção de parte danatureza. Nas sociedades atuais o ser humano totalmente desintegrado do todo não percebemais as relações de equilíbrio da natureza. Age de forma totalmente desarmônica sobre oambiente causando grandes desequilíbrios ambientais.

Os impactos ambientais derivam de uma atual crise social e financeira que se gerou ao longo das ultimasdécadas com a busca desenfreada do lucro a todo custo trazendo assim um elevado comprometimento daqualidade de vida do homem e sua sobrevivência. Cada vez mais a sociedade vem estabelecendo um modeloconsumista e capitalista, onde o homem modifica as características do meio ambiente utilizando os recursosnaturais existentes sem o respeito à capacidade natural de recomposição, criando cenários de desastres ambientais,impondo assim restrições ao bem-estar das gerações futuras.

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A ATUAÇÃO DO PEDAGOGO NA PRÉ-ESCOLA E A EDUCAÇÃO AMBIENT AL

A educação ambiental não deve esta pautada na assimilação de conteúdos, e sim em uma ação educativapermanente que desenvolva valores, constituindo-se em um instrumento capaz de gerar ações transformadoras.Sendo assim é necessária uma abordagem ambiental que considere as dimensões sociais, política, econômica,culturais e éticas que não trate as questões ambientais de forma superficial já que

Em nenhum período da história da humanidade, ela precisou tanto de mudanças de paradigma,de uma educação renovadora, libertadora. Mais do que produzir painéis solares mais barato,reciclar e dotar os carros de células de combustíveis, em vez de petróleo, precisamos de umprocesso mais completo, que promova o desenvolvimento de uma compreensão realista domundo. [...] O papel da Educação Ambiental, nesse contexto, torna-se mais urgente. Precisamosoferecer mais formação. A educação ainda “treina” a (o) estudante para ignorar as consequênciaslógicas de seus atos. (DIAS, 2004 p.16)

Os Parâmetros Curriculares Nacionais, denominados PCN (1997), pretendem esclarecer as finalidadesda educação e fornecer subsídios norteadores para que o professor construa sua prática pedagógica. Neles OsTemas Transversais (1997) eleitos para constituir os PCNs são aqueles que necessitam ser trabalhados comurgência social, numa abrangência nacional, possibilitando o processo de ensino e aprendizagem favorecendoa compreensão da realidade e estimulando a participação social, já que

A transversalidade pressupõe um tratamento integrado das áreas e um compromisso das relaçõesinterpessoais e sociais escolares com as questões que estão envolvidas nos temas, a fim de quehaja uma coerência entre os valores experimentados na vivência que a escola propicia aosalunos e o contato intelectual com tais valores. (BRASIL, 1997 p. 45)

Assim as práticas interdisciplinares de educação ambiental devem considerar os conteúdos das diferentesáreas do conhecimento uma vez que possibilita a construção de conhecimentos diversificados sobre o meionatural e social contribuindo na criação de valores indispensáveis para a formação da cidadania.

A Educação Ambiental sozinha não pode resolver os problemas ambientais, mas é um dos principaisinstrumentos de conscientização da sociedade quanto à utilização dos recursos do meio ambiente. Espera- seque com os conhecimentos da EA aconteça uma mudança de comportamento, com a aquisição de valores quevisem uma preservação ambiental.

Freire (1997) afirma que “O homem é consciente à medida que conhece, e tende a se comprometercom a própria realidade”. Desta forma a educação ambiental deve fornecer subsídios para o processo detransformação cultural, contribuindo para a formação de crianças como cidadãos dotados de valores, direitos edeveres voltados para as questões ambientais.

A pré-escola tem um papel fundamental na formação da criança, esta fase é o primeiro contato dacriança com o processo de aprendizagem, base para todos os anos de escola que ela terá no futuro, tendo comofunção primordial oferecer as crianças um ambiente que propicie um crescimento infantil com aquisição deconhecimentos em que proporcione a formação de valores voltados para a autonomia, à cooperação e atuaçãocrítica e criativa na sociedade.

A pré-escola serve para propiciar o desenvolvimento infantil, considerando, os conhecimentos evalores culturais que as crianças já têm e, progressivamente, garantindo a ampliação dosconhecimentos, de forma a possibilitar a construção de autonomia, cooperação, criticidade,criatividade, responsabilidade, e a formação do autoconceito positivo, contribuindo, portantopara a formação da cidadania (KRAMER, 1991, p.71).

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O papel do pedagogo frente aos desafios da Educação Ambiental é de grande importância, devido suaatuação como mediador e articulador da aprendizagem e de agente de sensibilização dos educandos quanto àsquestões ambientais no desenvolvimento de metodologias que insiram o conteúdo no cotidiano escolar de maneiradinâmica, constante e permanente.

O pedagogo da pré-escola deve trabalhar nos educandos uma relação de compreensão, sensibilizaçãoe ação na relação do ser humano com a natureza, implementando uma conscientização ambiental no intuito dequestionar criticamente os valores estabelecidos pela sociedade, buscando embasamento para construção deseus próprios valores. De acordo com Ricotta (2006, p.67) “ O talento do educador está associado à prática deuma filosofia de trabalho imbuída de um sentido que está além da tarefa de educar: a de formar nos alunos,princípios que poderão direcioná-los pela vida”.

O trabalho do pedagogo como educador ambiental contribui para a formação de pequenos cidadãos,dotados de valores, direitos e deveres, especialmente os voltados às questões ambientais. Desta forma o pedagogodeve atuar de maneira a contribuir para que o educando adquira conhecimentos e seja capaz de agir e transformara sociedade em que vive ultrapassando os muros da escola. Sabe-se que o educador não tem papel neutro e quesua prática deve permitir que o educando critique valores com base em sua realidade, diante disso Ricotta (2006,p.94) observa que

Os valores assim como o desejo e os interesses, são infinitamente variáveis. É por isso que, aoconviverem entre si, os homens tendem a valorizar as mesmas “coisas”, encontrando significadossemelhantes e construindo afinidades.

É necessário que o pedagogo, enquanto professor desenvolva um roteiro com atividades periódicasrelacionadas à EA, utilizando linguagens e conteúdos adequados para as crianças, fazendo com que por meiodestas elas desenvolvam atitudes e comportamentos responsáveis de cidadania e compromisso com o meioambiente.

O trabalho pedagógico da escola deve considerar a criança como ser individual, levando em consideraçãosuas diferentes características, no sentido de que elas sejam vistas como seres que vivem em sociedade e sãocapazes de desenvolver sua autonomia e identidade, já que

A escola representa um espaço reconhecidamente social agregando pessoas em função deuma ideologia e missão de organizar pensamentos, treinar habilidades e competências. Conduznossas atitudes, de modo a compreendermos o que é importante para nós com base nas escolhasque somos capazes de fazer. É na escolarização que temos possibilidade de crescer e ganhar aautonomia necessária para a sobrevivência (RICOTTA, 2006, p.24).

A escola é um local privilegiado a formação de cidadãos e ao desenvolvimento de valores que influenciamna obtenção de atitudes corretas, efetivando ações e práticas educativas voltadas para a conscientização dascrianças sobre os problemas ambientais de nossa época,

No entanto, o ambiente familiar também deverá promover e facilitar o desenvolvimento da criança, como propósito de torná-la um adulto com responsabilidade, pois é na família que a criança tem o primeiro contatode interação com o mundo, recebendo influências em sua formação pessoal, sendo

A família o espaço indispensável para a garantia da sobrevivência de desenvolvimento e daproteção integral dos filhos e demais membros. Indispensavelmente do arranjo familiar ou daforma como vêm se estruturando. É a família que propicia os aportes afetivos e,sobretudo materiais necessários ao desenvolvimento e bem-estar dos seus componentes. Eladesempenha um papel decisivo na educação formal e informal, e em seu espaço que são absorvidosos valores éticos e humanitários, e onde se aprofundam os laços de solidariedade. É também emseu interior que se constroem as marcas entre as gerações e são observados valores culturais(KALOUSTIAN, 2011. p. 11-12)

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Na interação escola/família, é importante identificar a função que cada um tem a contribuir e suasresponsabilidades para que possam educar as crianças para agir eticamente na sociedade, inclusive na perspectivaambiental.

Desta forma é possível entender que as ações das crianças permitem a elas pensar o meio social ecultural em que vivem adquirindo conhecimento e habilidades para tornarem-se cidadãos participativos nacomunidade.

A EA surge como um processo de formação constante para as crianças visando uma aprendizagemcontínua, evidenciando a importância de sensibilizar as crianças para que atuem de maneira responsável nasquestões da vida em sociedade.

É função da escola e da família construir valores necessários para a formação de cidadão críticos eresponsáveis por seus atos, assim como também é responsável pela construção da personalidade cabendo a elaconhecer e saber quais valores são essenciais à formação pessoal da criança, diante disso

A aliança entre escola e família possibilita-nos refletir sobre o modelo e os valores a seremenfatizados na construção da personalidade, assim como sobre os limites a serem construídospara que cada uma – tanto escola como família - possa de fato reconhecer o que lhe cabe.(RICOTTA, 2006, p.43)

A construção de valores em família deve propiciar uma relação de pensamentos, sentimentos e condutasque valorizam ações voltadas para o cuidado com o meio ambiente e sua utilização de maneira racional. Todavia,é dever da escola orientar os alunos a tornarem-se críticos e, assim compreender o papel que devem desempenharcomo cidadãos na mudança da realidade na qual estão inseridos. Dessa maneira, a escola deve reformular osistema educativo partindo para práticas pedagógicas inovadoras que possam proporcionar aos educandosvalores e atitudes direcionados a ação e não a adaptação, tornando-os cidadãos responsáveis de seu papel nomundo.

“A escola tem que ajudar a criança para que, em seu processo de crescimento, ela vá compreendendoa realidade que a cerca e nela se vá localizando lúcida e criativamente” (NIDECOFF 1979, p.11).

Os pais devem educar seus filhos para que estes possam compreender o ambiente a sua volta e refletirsobre valores como respeito, responsabilidade, e senso de justiça a serem seguidos transformando-os em adultoscomprometidos e educados, pois:

A família constrói a personalidade, os universos íntimos e privados, favorecendo a autoestima,a segurança, a confiança os sentimentos e emoções – enfim os alcances e limites pessoais bemcomo o modo de estabelecer relações e vínculos. [...] já a escola desenvolve a consciência e oentendimento dos espaços público, social e de convivência, que propiciam interações. Ambasoferecem o aprendizado de valores que serão incorporados pela pessoa. (RICOTTA, 2006 p.31)

Escola e família juntas tem função de propiciar elementos fundamentais na construção do conhecimento,assim a criança com a teoria e aplicação da prática poderá intervir na comunidade diante dos problemas ambientaisvivenciados.

FATORES QUE INTERFEREM NO PROCESSO DE SENSIBILIZAÇÃO AMBIENT AL

A Educação Ambiental não é só conservação e preservação do meio ambiente, muito menos ensinarhábitos e atitudes corretas, mas é discutir a realidade que nos cerca e que destino terá a sociedade em quevivemos.

Dentre os fatores que agem para facilitar ou dificultar a sensibilização ambiental podemos destacar: Oambiente familiar, o escolar, o cultural e a mídia.

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As experiências e comportamentos familiares influenciam nas crianças aquisição de valores e atitudes,já que a família é a matriz da aprendizagem, principal responsável na construção da personalidade da criança esua inclusão no mundo social.

O ambiente escolar tem grande influência no desenvolvimento infantil, pois a aprendizagem se faz apartir de elementos adquiridos anteriormente, assim ele age com intervenção direta nos sentimentos, valores, econceitos pré-estabelecidos pelas crianças com intuito de estruturar adultos responsáveis que saibam atuar emsociedade, por isso

É indispensável um trabalho de educação em questões ambientais, visando tanto geraçõesjovens como os adultos, dispensando a devida atenção ao setor das populações menosprivilegiadas, para assentar as bases de uma opinião pública bem-informada e de uma condutaresponsável dos indivíduos, das empresas e das comunidades, inspiradas no sentido de suaresponsabilidade, relativamente a proteção e melhoramento do meio ambiente, em toda a suadimensão humana. (DIAS, 2004, p.372)

O ambiente cultural influencia no desenvolvimento da criança na escola, pois as ações realizadas pelascrianças são fruto dos ambientes culturais em que vivem. De acordo com Rios (2001, p.34)

A cultura, enquanto elemento mediador de sustentação da sociedade e patrimônio dos sujeitosque a constituem, precisa ser preservada e transmitida exatamente porque não está incorporadaao patrimônio natural e o regime capitalista enraizado no seio da sociedade, pois tem comoconsequência o consumo exagerado e muitas vezes desnecessário causando efeitos irreversíveisao meio ambiente.

Nessa perspectiva

Na relação do ser humano com o meio, que atualmente parece se processar de forma bastantedesequilibrada, dominadora, necrotizante, é que a Educação Ambiental tem grande campo adesenvolver. Praticando um trabalho de compreensão, sensibilização e ação sobre esta necessáriarelação integrada do ser humano com a natureza; adquirindo uma consciência da intervençãohumana sobre o ambiente que seja ecologicamente equilibrado. (GUIMARÃES, 2013, p.31).

Outro fator de grande relevância é a mídia, que embasa um pensamento de que os recursos naturais sãoinfinitos, associados a ideia de que a felicidade é medida pelo nível de consumo de uma sociedade, impondoassim, a forma de agir e pensar, intervindo no comportamento com atitudes individualista e consumidoras, porisso:

O homem vem buscando ser mais rápido do que o que pode aguentar e mais eficiente do que anatureza pode permitir, com um detalhe: sem inventividade. Apenas repetem padrões decomportamento considerados corretos e aceitos por nossa cultura de consumo, de exacerbaçãodo perfeito. (RICOTTA, 2006, p.128)

A mídia utiliza-se de estratégia de comunicação que abordam uma linguagem direcionada a repetiçãode atitudes consumistas muitas vezes transmitindo valores e conhecimentos que trazem malefícios as crianças,influenciando-as na construção de sua personalidade como ser integrante de uma sociedade capitalista em que aprincipal função e produzir lucros.

O pedagogo tem como objetivo principal auxiliar a criança na construção de sua identidade comocidadão apto a defender o meio ambiente no atual cenário ambiental. Como afirma Dias (2004, p.255) “ A EA[...] pode e deve ser o agente otimizado de novos processos educativos que conduzam as pessoas por caminhosonde se vislumbre a possibilidade de mudanças e melhoria do seu ambiente total e da qualidade de sua experiênciahumana”.

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As crianças precisam de orientação da família, da escola e do professor para saber atuar diante dosproblemas ambientais que vivenciam em sua comunidade e estes precisam guiá-las na direção correta. AssimCurrier (2012, p. 9) diz que “transformar a escola numa escola ecológica é uma proposta corajosa e inovadora”.Nela, as crianças, os professores e as pessoas da comunidade tem papel fundamental na formação de uma ideiabásica e cada vez mais necessária: a participação cidadã.

A prática de Educação Ambiental na pré-escola exercida pelo Pedagogo objetiva a sensibilização dascrianças com ações voltadas para o meio ambiente que visa à preservação e/ou conservação do ambiente pormeio de atividades que despertem o lúdico, a curiosidade, criatividade e interação da criança levando aoaprendizado de maneira divertida e à consciência ambiental de forma progressiva. Com base na análise desteestudo, propõem-se sugestões para a formação de valores ambientais envolvendo a escola, família e a comunidade,como maneiras de se potencializar as situações de ensino e de aprendizagem sobre o meio ambiente na pré-escola.

Currier (2012, p.39) afirma que “devemos enfatizar na criança a importância de seu próprio lar e de suafamília”. É muito importante que cada criança forme hábitos de cooperação, respeito mútuo e um senso decorresponsabilidade dentro de seu ambiente familiar, na convivência com seus familiares. Diante disso podem-sepropor as seguintes práticas:

a) Convidar os avôs dos alunos para relatar as crianças na escola como era a comunidade na épocade sua infância, explicando por que alguns locais mudaram de aspecto ambiental; podendo aindavisitar o arquivo público da cidade, o museu, o IBAMA, a SEMAM e a SEMAR.

b) Pedir às crianças que observem no ambiente familiar fatores que possam estar contribuindo para adegradação ambiental como hábitos, especialmente àqueles que geram desperdícios, usodesnecessário de tecnologias, práticas exageradas de consumo e uso desregrado de energia eágua, além de produção e destinação de resíduos sólidos (lixo).

c) Explicar as crianças à importância de uma coleta seletiva, em seguida fazer uma coleta na escola,depois pedir que as crianças façam em casa e por último organizar um dia de coleta seletiva nacomunidade, onde os alunos deverão mostrar os conhecimentos adquiridos.

d) Confeccionar na escola um mural com embalagem que as crianças tenham recolhido em casa paraidentificar os diferentes tipos de lixo: vidro, plástico, papel e metal.

e) Produzir junto com as crianças brinquedos de materiais considerados como lixo, por exemplo oplástico, explicitando a importância do reutilizar, reciclar, reduzir e diminuindo a cultura do consumo.

f) Fazer um plantio de árvores na praça da comunidade para que as crianças possam vivenciar essemomento e compreender a importância destas para a qualidade da vida humana e de todos os seresvivos do planeta.

g) Construir uma horta comunitária no espaço escolar com ajuda das crianças utilizando adubo orgânico.

CONCLUSÃO

Investigou-se o papel do pedagogo frente à educação ambiental na pré-escola identificando quais asestratégias devem ser adotadas, visando à construção da consciência ambiental do aluno na pré-escola, propondosugestões para a formação de valores ambientais envolvendo a escola, a família e a comunidade.

Os resultados encontrados mostram que a educação formal deve englobar a EA não como uma disciplinaespecífica, mas em uma interpretação transdisciplinar e interdisciplinar que se constitua a partir de compreensõespedagógicas, que desenvolva atitudes individuais e coletivas visando uma transformação social.

Neste contexto, o ensino na pré-escola deve considerar a criança como elemento ativo de mudançasocial para transformação da sociedade, assim o pedagogo deve atuar como mediador e articulador daaprendizagem sensibilizando e conscientizando os alunos por meio da Educação Ambiental de seu papel social,associando ação e reflexão, teoria e prática. Por conseguinte escola e família devem estar interligadas com intuito

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de formar valores éticos na criança a fim de propiciar sentimentos e condutas que valorizem o meio ambiente eassim formar cidadãos dotados de valores como cidadania, respeito, justiça e responsabilidade que saiba utilizaro meio ambiente de maneira racional.

O papel da escola e da família frente ao meio ambiente é de influenciar e orientar as crianças a agir demaneira correta com o meio ambiente propiciando uma aprendizagem capaz de criar cidadão críticos que saibamenfrentar as diferentes situações e buscar soluções para problemas ambientais existentes. Assim as crianças terãouma formação embasada em valores éticos responsáveis, onde fatores negativos como a mídia, uma famíliadesestruturada e uma sociedade capitalista não terão influência em sua formação pessoal.

Portanto, propõem-se sugestões que visam à otimização da sala de aula pelo pedagogo buscandoenvolver escola, família e comunidade ressaltando a importância da construção nas crianças de valores éticosvoltados para o meio ambiente.

REFERÊNCIAS

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PÚBLICA DA REDE ESTADUAL DE TERESINA/PI, POR MEIO DAIMPLANT AÇÃO DA FARMÁCIA VIVA E DAS ANÁLISES FÍSICO-

QUÍMICAS E MICROBIOLÓGICAS DO RIO P ARNAÍBA E POTY NAREGIÃO DE TERESINA, PI.

Autora: Simey do Vale GARCIAProfessor do Curso Técnico em Farmácia – PREMEN - NORTE

E-mail: [email protected]: Adauto Teodoro AGUIAR NETO

Professor do Curso Técnico em Farmácia – PREMEN - NORTEE-mail: [email protected]

Giorsan Wilker Cardoso RIOSProfessor do PREMEN - NORTEE-mail: [email protected]

Ismael Reis GUIMARÃESProfessor do PREMEN – NORTE

E-mail: [email protected]

RESUMO

O projeto mais científico tem como atividade a inserção de práticas educacional para que os alunos do níveltécnico tenham meios que possam contribuir para a construção crítica de cada indivíduo. O objetivo do projetoé a formação de habilidades e competências para que os alunos consigam desenvolver o conhecimento de formacrítica e autônoma em níveis mais complexos dos estudos. São três projetos, sendo que um já foi executado“Análises Físico-Químicas e Microbiológicas do Rio Parnaíba na região de Teresina-PI” e os outros dois “AnálisesFísico- Químicas e Microbiológicas do Rio Poti na região de Teresina-PI” e a “Farmácia Viva”, estão no processode planejamento para execução no ano 2016. O presente trabalho incentivou e forneceu aos alunos do ensinotécnico a iniciação cientifica, para o desenvolvimento de habilidades práticas e teóricas de maior complexidade,pois já fizeram artigos e participam de eventos científicos.

Palavras-chave: Pratica Educacional. Iniciação Científicas. Desenvolvimento de habilidades

INTRODUÇÃO

Segundo a (Lei 9394-96) das Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB em seu artigo 22, dizque o ensino médio é uma etapa final da Educação Básica e a reconhece como a etapa de escolarização doindivíduo tendo que assegurar de forma indispensável meios para que o mesmo possa progredir nos estudosposteriores e no trabalho.

A lei deixa clara, a importância do ensino médio para a inserção de meios que possam contribuir deforma construtiva os conhecimentos científicos e sociais dos discentes. Para (RODRIGUES, 2006), a pesquisacientífica é uma ferramenta de ensino que tem como finalidade o ensino, pesquisa e extensão e a formação dosprofissionais que atuarão no campo de trabalho.

FONTE (2004) aponta que a pesquisa científica tem um papel de suma importância para a evolução doconhecimento em todos os aspectos, pois os trabalhos produzem ciência de maneira crítica.

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ANDRADE (2001) relata que as pesquisas científicas são baseadas no raciocínio lógico e tem comoprincipal ação encontrar resoluções dos problemas propostos ou a origem dos problemas, mediante a comparaçãocom estudos já divulgados.

No papel de docente percebo que os alunos precisam estar preparados para várias batalhas, que sóserão vencidas em grande parte, após a apresentação do conhecimento de cada um.

A iniciação cientifica é de suma importância, pois além dos conhecimentos metodológicos e teóricos, oaluno vivencia na prática as atividades construídas durante o pré-projeto e nesse momento se tem a formação euma maturação da mentalidade dos alunos.

Este projeto nasceu com base na interação aluno e professor vivido a partir da iniciação científica das“Análises Físico-Químicas e Microbiológicas do Rio Parnaíba” dentro da sala de aula, onde foi observada, adificuldade e a curiosidade dos discentes em reconhecer o papel importante da pesquisa para a sua formaçãoprofissional e intelectual.

Antes das atividades de cada etapa do projeto os professores e alunos se reuniram para debater ostemas específicos de cada etapa. Isso foi importante, pois tivemos um maior envolvimento do estudo e umamaior interatividade aluno e professor em sala de aula.

De forma unânime, os alunos do PREMEN-NORTE do curso Técnico em Farmácia concordam eafirmam que a pesquisa para eles, é de fundamental importância para um aprofundamento no conhecimentoespecífico e também social.

O projeto Mais Científico tem como objetivo melhorar a qualidade técnica científica dos alunos docurso de Farmácia do PREMEN – NORTE, inserindo-os na pesquisa de campo, leitura deartigos científicos,desenvolvimento de artigos e apresentação dos projetos nas feiras científicas ocorridas em território nacional.

A Farmácia Viva, vai ter como atividade a construção de uma horta de plantas medicinais, propiciar aosalunos participantes o conhecimento técnico para repassar a comunidade acadêmica e a população do Bairro oconhecimento sobre o a atividade farmacológica correta das plantas medicinais existentes na horta, pois namaioria das vezes a comunidade utiliza sem o conhecimento de sua atividade terapêutica.

O objetivo geral desta pesquisa é oportunizar a formação de habilidades e competências para que osalunos consigam desenvolver o conhecimento de forma crítica e autônoma em níveis mais complexos dos estudos.Enquanto os objetivos específicos são: desenvolver nos alunos a capacidade crítica; ativar o laboratório deFarmácia/Química do PREMEN – NORTE , Realizar a implantação da FARMÁCIA VIVA, Instigar o interessepela pesquisa; correlacionar as atividades em classe com atividades práticas laboratoriais; realizar as análisesFísico-Químicas e Microbiológicas do Rio Parnaíba e Poty de acordo com a portaria nº 2.914/2011 e resoluçãodo CONAMA nº357/2005.

METODOLOGIA

3.1 Desenho do EstudoVai ser realizada uma pesquisa de abordagem quali-quantitativa de caráter descritivo.A abordagem quantitativa e a abordagem qualitativa referem-se a conjuntos de métodos, abrangendo,

várias referências epistemológicas. São diversas metodologias de análise que podem abraçar uma abordagemqualitativa, modo de referenciar mais os seus embasamentos epistemológicos do que propriamente asparticularidades metodológicas (SEVERINO, 2007).

3.2 População alvoA população alvo desse trabalho são os alunos do curso técnico em farmácia em uma escola pública de

Teresina-PI. O universo é composto por 46 alunos que vão desenvolver diversas pesquisas de formas simultâneae paralela.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A implantação do MAIS CIENTÍFICO é de extrema importância para a formação educacional edesenvolvimento intelectual, pois os alunos são estimulados a produzir conhecimento.

Para se torna realidade contamos com o apoio da direção e coordenação pedagógica do PREMEN-NORTE, no intuito de dar prosseguimento ao projeto e de fortalecer as ações de educação dentro da nossaunidade de ensino.

Os projetos da Farmácia Viva e as Análises Físico-Químicas e Microbiológicas do rio Poty, já estão nafase de pesquisa de referências bibliográficas e discussão em sala de aula, para depois partirmos para a parteprática de análise e discussão dos resultados obtidos.

O presente trabalho procurou incentivar e fornecer aos alunos do ensino técnico a iniciação cientifica,para o desenvolvimento de habilidades práticas e teóricas de maior complexidade, através das análises físico-químicas e microbiológicas do rio Parnaíba.

REFERÊNCIAS

ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho científico: elaboração de trabalhos nagraduação. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2001.

BRASIL. Lei nº9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm> acessado dia 10 de abril de 2016.

RODRIGUES.A.de.J. Metodologia Científica: completo e essencial para a vida universitária. São Paulo:Avercamp, 2006.

FONTE.N.N.da. Pesquisa científica: o que é e como se faz. [S.L:s.ed,s. d], 2004. SEVERINO, A. J.Metodologia do trabalho cientifico. 23ªed., São Paulo, 2007.

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PROPOSTA EDUCATIVA DE PRESERVAÇÃO AMBIENT AL PARA OENSINO DE BIOLOGIA

Fabiana Maria Reinaldo BANDEIRA1, Amanda Graziele Araújo RESENDE1, Flávia Vieira de

SOUSA1, Maria Pessoa da SILVA 2.1 Graduandas do curso de Licenciatura Plena em Ciências Biológicas da UESPI.

2 (Doutora em Desenvolvimento e Meio Ambiente/ Professora substituta da UESPI)

[email protected]

RESUMO

Trabalho foi realizado durante o mês de outubro do ano de 2015 na Unidade Escolar Briolanja de Oliveira, nacidade de Campo Maior-PI, como trabalho exigido pela disciplina de PPI do curso de Licenciatura Plena emCiências Biológicas da UESPI. O mesmo constou de três etapas ou atividades realizadas pelos alunos comauxílio dos graduandos. A primeira etapa realizada foi a divulgação de coleta dos materiais necessários para odesenvolvimento do trabalho, sendo estes: rolos de papel higiênico, papelão e tampas de garrafas Pets.A segundaetapa do trabalho foi a realização da oficina de papel, para construção do mural escolar com material reciclado.Fazendo uso do material coletado pelos alunos, usando-se como material principal o rolo de papel higiênico epapelão, para complementar tinta guache, cola, tesoura, pincel, TNT e EVA. Na terceira etapa, realizou-se umaoficina de tampas de garrafa Pets, visando complementar o espaço escolar como paisagismo, para essa oficinautilizou-se de tampas de garrafas Pets e pregos. A partir da finalização do projeto foi possível verificar quedurante e após a finalização das oficinas os alunos conseguiram vislumbrar os materiais geralmente rejeitadoscom um olhar de produção sustentável. No entanto, a proposta de oficinas com cunho sustentável coopera tantopara o aprendizado prático efetivo dos alunos quanto para harmonia do espaço escolar que ganha espaçosconstruídos pela ação discente. Dessa forma, aplicação de projetos que visem a sustentabilidade nas escolaspossui importância significativa no processo de aprendizagem e formação de cidadãos.

Palavras-chave: Reutilização, Sustentabilidade, Espaço Escolar.

INTRUDUÇÃO

O acúmulo de lixo pode ser observado nos centros urbanos e cada vez em maior quantidade, gerandoacumulação de resíduos que podem acarretar diversos danos ao meio ambiente e social. Diante dessa situaçãotorna-se necessário alertar e sensibilizar a população através de informações e ações que visam reduzir e dá umnovo valor ao lixo descartado através da reutilização.

Dessa forma, a melhor maneira de conscientizar é através da educação e direcionamento sustentávelem escolas, visando informatizar a comunidade estudantil da importância e do valor que o ‘’lixo’’ pode promover.Nesse sentido, antes do descarte do lixo, deve- se avaliar o seu potencial de redução, reutilização e reciclagem,seguindo-se essa sequência o meio ambiente será o principal beneficiado (MANO et al, 2010). Ações quevisem direta ou indiretamente a reutilização de objetos consideráveis descartáveis contribuem para a saúde domeio ambiente, além de gerar matéria prima para outros trabalhos.

A reciclagem é, indiscutivelmente, uma das melhores soluções para o problema que representa a maiorparte dos nossos resíduos domésticos (SILVA et al, 2014). Reciclar é preciso, e é de fundamental importânciapara a vida do ser humano e do meio ambiente, uma vez que, ano após ano a reciclagem vem crescendo no mundointeiro, isto porque, a consciência da população a respeito da reciclagem está cada vez maior (SILVA et al 2014).

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Segundo Lopes e Nelma et alapud Reigota (2004), é por meio da Educação Ambiental em todos osníveis sociais, intelectuais, técnicos e científicos que podemos atingir a meta do desenvolvimento sustentável,criando condições para a sobrevivência futura. Estes mecanismos são propostos metodológicos ecologicamentecorretos de preservação ambiental, pois assim é possível combater o desperdício e criar mecanismos que possamassegurar um mundo habitável para as gerações futuras. (SILVA et al 2014).

Nesse contexto, trabalhos realizados com cunho sustentável, permitem ampliar conhecimentos do usoe transformação de resíduos sólidos em objeto de trabalho gerando renda e criando arte a partir da reutilização.Projetos com o mesmo significado em espaço escolar é uma iniciativa que gera conscientização e mobilizaçãodos jovens, considerados o futuro da sociedade.

Mediante o exposto, pensar em educação para a sustentabilidade significa realizar, no âmbito daescola, ações que remetam à formação dos indivíduos, a partir de práticas consistentes que contribuam efetivamentepara despertar uma conscientização voltada a questões que deixem de particularizar as questões individuais, epossuam uma maior amplitude e significação (PAULA etal, 2011). O objetivo do trabalho foi promover atividadesde reutilização enfatizando o ato de reciclar para a melhoria do ambiente escolar.

METODOLOGIA

O trabalho foi realizado em outubro de 2015, na escola Unidade Escolar Briolanja Oliveira, situada naAvenida Monsenhor Mateus, s/n, Bairro de Flores, na cidade de Campo Maior – PI a 84 km da capital Teresina,constando de três atividades, relacionadas à reutilização de materiais.

A primeira etapa realizada foi a divulgação de coleta dos materiais necessários para o desenvolvimentodo trabalho, sendo estes: rolos de papel higiênico, papelão e tampas de garrafas Pets.A segunda fase do trabalhofoi a realização da oficina de Papel, para construção do mural escolar com material reciclado. Fazendo uso domaterial coletado pelos alunos, usando-se como material principal o rolo de papel higiênico e papelão, paracomplementar tinta guache, cola, tesoura, pincel, TNT e EVA.

No terceiro momento, realizou-se uma oficina de tampas de garrafa Pets, visando complementar oespaço escolar como paisagismo, para essa oficina utilizou-se de tampas de garrafas Pets e pregos.

A escola funciona nos turnos, matutino, vespertino e noturno. O trabalho foi realizado na turma do 2ªano do Ensino Médio no período vespertino, com faixa etária variando de 16 a 20 anos. A escola na qual foirealizado o projeto conta em sua estrutura com cinco de sete salas utilizadas, laboratório de informática, pátiodescoberto e área verde, além de outros espaços comuns as demais escolas como sala da direção.

RESULTADOS/DISCUSSÃO

Segundo Cuba (2010), é crescente a necessidade da implantação da educação ambiental em âmbitoescolar, uma vez que é perceptível a ausência da capacitação de docentes voltadas a análises da relação ambiental.Ressaltando a importância para as futuras gerações ao se pôr no currículo das escolas atividades voltadas àpreservação do meio ambiente.

Nesse sentido, o trabalho exposto foi realizado durante a disciplina de PPI-VI do curso de LicenciaturaPlena em Ciências Biológicas e desenvolvido numa escola pública Estadual da cidade de Campo Maior queoferta as modalidades de Ensino Regular (Ensino Fundamental e Médio) e Educação para Jovens e Adultos(EJA). Visto que a escola é vista como um espaço aberto para discussão de questões, possibilitando o pensamentocrítico. Responsável por contribuição para a propagação de valores socioculturais (SANTOS; REIS; TAVARES,2012).

No que tange as atividades, primeiramente foi exposta aos alunos de forma dialogada a apresentaçãodo projeto a ser aplicado em como a conceituação de reciclagem, sua importância e aplicação na sociedade,para o conhecimento prévio dos alunos sobre a abordagem geral do trabalho.

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Nessa abordagem, a educação para o ambiente deve ser praticada em toda sociedade, devido à discussãosobre problemas ambientais vivenciados por esta. É a educação para o meio ambiente o modo mais rápido eefetivo para o homem compreender-se como ser natural, responsabilizando-se por suas atitudes no seu habitat(SANTOS; REIS; TAVARES, 2012).

A primeira atividade foi caracterizada pela coleta dos materiais recicláveis por parte do alunado. Asegunda atividade foi realizada com sucesso, na qual os alunos contribuíram com os materiais solicitados para aoficina de papel, possuindo como função a confecção de um mural a ser utilizado pela escola, confeccionadoscom rolos de papel higiênico e papelão, além de elementos complementares, tendo como tema a semana daconsciência negra em desenvolvimento no âmbito escolar (Figura 1

Figura 1: Atividades da oficina de papel, confecção do mural (A); mural construído com materiais reutilizados (B);

oficina com tampas de garrafa pet (C); paisagismo finalizado (D).

A terceira atividade proposta durante a aplicação do projeto foi uma segunda oficina, tendo como temacentral o paisagismo na escola. Para a oficina foi aproveitado tampas de garrafa pet de diversas cores e pregospara a construção de uma paisagem em espaço escolar pelos alunos. No que confere ao paisagismo, segundoQueiroz (2013) afirma que o paisagismo pode ser considerado como uma forma de arte ou técnica de promovera preservação de espaços livres.

A partir da finalização do projeto foi possível verificar que durante e após a finalização das oficinas osalunos conseguiram vislumbrar os materiais geralmente rejeitados com um olhar de produção sustentável, com afinalidade de reduzir o lixo graças a reutilização. Tornando-se conscientes da necessidade de preservação domeio ambiente, visto que atitudes e hábitos sustentáveis ofertam resultados efetivos na qualidade de vida.

Dessa forma segundo Cuba (2010), a educação ambiental é caracterizada como a adoção da gestãoambiental como princípio base, por centrar na participação dos indivíduos na gestão de seus lugares, como aescola, contribuição para adquirirem uma nova postura em relação ao meio.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Por fim, a aplicação de projetos voltados à reutilização de materiais dispersos no ambiente, contribuipara minimizar os impactos negativos causados pelos mesmos, impondo atitudes sustentáveis no ambiente escolar.A fim de conscientizar e informatizar sobre os processos voltados a preservação do meio ambiente.

A proposta de oficinas com cunho sustentável coopera tanto para o aprendizado prático efetivo dosalunos quanto para harmonia do espaço escolar que ganha recintos construídos pela ação discente. Favorecendoo convívio entre as partes envolvidas, ampliando conhecimentos sobre a utilidade diversificada de materiaisdescartáveis no dia-a-dia, envolvendo alunos em atividades práticas, estabelecendo contato do homem com aconservação de seu meio.

Aplicação de projetos que visem a sustentabilidade nas escolas possui importância significativa noprocesso de aprendizagem e formação de cidadãos. Construindo uma nova visão sobre hábitos pequenos, masque contribuem para um todo, facilitando a aprendizagem de temas voltados à reciclagem e manuseio de resíduoscom finalidade sustentável que pode ser utilizada também em casa para harmonizar ambientes e criar assim áreasde convívios que visem o equilíbrio da arte e natureza.

REFERENCIAS

CUBA, M. A. Educação Ambiental nas Escolas. ECCOM , v. 1, n. 2, p. 23-31, 2010.

MANO, Eloisa Biasotto; PACHECO, Élen B. A. V.; BONELLI, Cláudia M. C.. Meio Ambiente Poluição eReciclagem. 2° Ed. 2010, editora Edgard Blücher Ltda., pag. 114.

PAULA. A; HAIDUKE. I. F; SELEME. R: O Projeto Facel de Sustentabilidade: O Uso da Tecnologia emProjeto de Educação para a Sustentabilidade. P. 10. Curitiba – Abril/2011.

QUEIROZ, T. N. Paisagismo. Revista on-line IPOG Especialize, n. 1, v. 1, 2013. REIGOTA, Marcos.Meio Ambiente e representação social. 6 ed. São Paulo: Cortez, 2004.

SANTOS, F. A. S; Reis, S. R; Tavares, J. A. V. Educação Ambiental e sua Importância para a Sociedade emRisco: Reflexão no Ensino Formal. Anais: Simpósio Educação e Comunicação, 2012.

SILVA, P.J.I; GOMES,A.D et al. Reutilizar e Reciclar - Proposta de Educação Ambiental para o Brejo Paraibano.Anais do 2º Congresso Brasileiro de Extensão Universitária Belo Horizonte– 12 a 15 de setembro de2004.

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AS CONCEPÇÕES DOS DIRETORES , PROFESSORES E DOS ALUNOS DOFUNDAMENT AL NO MUNICIPIO DE CORRENTE –PI SOBRE

EDUCAÇÃO AMBIENT AL

Carmen Maria de Souza CavalcanteMestre em Ciências da Educação

E-mail: [email protected].

RESUMO

O presente estudo tem por objetivo verificar se o ensino de Educação Ambiental (EA) está sendo trabalhadono Ensino Fundamental (8º e 9º anos) de 5 (cinco escolas) da rede municipal de Corrente-PI. Nesse sentido,a pesquisa investigou os diretores, professores e alunos para verificar se o ensino de EA é trabalhado emtodas as disciplinas, quais as principais atividades desenvolvidas? Quais os conhecimentos adquiridos pelosalunos e professores na temática ambiental? E quais as metodologias empregadas e os recursos didáticosutilizados nas aulas? O estudo proposto adotou a pesquisa qualitativa e quantitativa, de caráter exploratório edescritivo. A coleta de dados foi realizada através da aplicação de questionários com professores e alunos, eentrevistas com diretores, enfocando aspectos tais como: ensino, aprendizagem e gestão em relação à EducaçãoAmbiental. Destaca-se na referida pesquisa as contribuições dos autores: DEMO, 1998; SATO, 2002 eSILVA, 2013, dentre outros. Dessa forma, constatou-se que diretores, professores e alunos apresentambaixo nível de conhecimento sobre a problemática ambiental, motivos que vão desde a falta de capacitaçãodos docentes, à falta de tempo para estudo e pesquisa, escassez e até a inexistência de recursos didáticosatualizados. Os resultados revelaram que a EA não faz parte da realidade das escolas pesquisadas, nem tãopouco apresentam os padrões apresentados nos documentos oficiais. Notadamente deverão ser incentivadaspráticas alternativas que favoreçam a preparação das escolas e dos docentes, para que dominem ascompetências e habilidades coerentes com o trabalho na temática ambiental.

Palavras-chave: Educação Ambiental. Ensino Fundamental. Ensino e Aprendizagem.

INTRODUÇÃO

As buscas para entender e solucionar as questões ambientais são tão antigas que dificilmente podemosapontar data exata em que estas iniciaram. A preocupação com a devastação ambiental em todo o planeta já vemsendo enfatizada desde tempos imemoriais. Acreditamos que o primeiro e mais devastador desastre ecológico, oDilúvio, ocorrido em tempos bíblicos, tenha deixado marcas significativas a respeito do poder da natureza sobreos indivíduos.

No Brasil, a exploração e comercialização do pau-brasil que teve início em 1503, são consideradas omarco inicial da história de depredação do meio ambiente brasileiro. D. Pedro II, incomodado com a exploraçãodas riquezas naturais brasileiras manda editar a Lei nº 601, na qual se proibia a exploração florestal em terrasdescobertas e dá poderes às províncias para sua aplicação. Essa lei não foi devidamente cumprida, e as devastaçõesdas florestas para instalação da monocultura de café foi se expandindo. Entretanto, por volta de 1920, devido àexploração desenfreada que não obedecia às leis naturais, foi considerado extinto o pau-brasil, símbolo da florabrasileira.

No estado do Piauí, as agressões sofridas pela natureza são uma extensão das agressões cometidasnoutras partes do país, do mundo mesmo, nomeadamente com o desmatamento e consequente desertificação doterritório. Apesar da gravidade do problema que ameaça o desaparecimento de cidades inteiras, inexpressivas

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ações para ajudar no combate ao problema têm sido tomadas pela Tutela. E, é nesta perspectiva dedesenvolvimento sustentável, que o Estado do Piauí criou a Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricosdo Piauí (SEMAR), que tem como política ambiental priorizar metas de fortalecimento institucional e de açõespara uso racional dos recursos naturais do estado do Piauí.

Devido à influência da institucionalização da EA, e constatando o descaso com que as questões ambientaissão tratadas no município de Corrente-PI, a autora da pesquisa, com formação em Ciências Biológicas,sendo profissional da educação, sentiu-se atraída pelo tema, e decidiu investigar se os alunos do EnsinoFundamental, especificamente da rede pública das escolas municipais, têm conhecimento da problemáticaambiental. O interesse por este público se deu em decorrência da convicção de que é nesta faixa etária quegrande parte dos conhecimentos são consolidados; estes podendo vir a provocar uma mudança de condutados alunos, os quais possivelmente, num futuro próximo, poderão contribuir com a sociedade, no sentido dereatar e estreitar a relação homem-natureza. No mesmo segmento investigativo, a pesquisadora procuroudescobrir se os docentes das escolas pesquisadas estão contribuindo com informações e atitudes pessoaisque incentive os alunos a mudarem um possível comportamento destrutivo dos bens naturais, e a adquirirconsciência crítica e restauradora.

Para isso, procuramos investigar os agentes educacionais representados por 15 docentes, 49 discentesdo 8º e 9º anos e 5 diretores de cinco escolas do ensino fundamental da zona urbana e rural da rede municipal domunicípio de Corrente-PI, com o intuito de descobrir se a EA está inserida nas atividades curriculares, e se hápráticas que conduzam ao respeito ao meio ambiente.

Desta forma, este estudo traz como objetivo geral: Averiguar se o ensino de Educação Ambiental estásendo trabalhado no Ensino Fundamental das escolas municipais de Corrente-PI, e apresenta como objetivosespecíficos: verificar se o ensino de EA está sendo trabalhado em todas as disciplinas pelos professores doensino fundamental da rede municipal de Corrente-PI; - investigar se os alunos das escolas do ensino fundamentalda rede municipal têm noções básicas sobre a EA; - verificar se os diretores desenvolvem ações que contribuempara a melhoria da qualidade do ensino da EA; - identificar se é possível ter perspectivas quanto à EA nasescolas municipais de Corrente-PI.

METODOLOGIA

A preocupação com o Meio Ambiente só entrou na agenda dos governos de muitos países nas últimastrês décadas do século XX. Atualmente, o assunto Meio Ambiente vem sendo discutido nas ruas, escolas,imprensa, política, ONGs e por variados mecanismos. Envolve toda a população mundial que de forma coletivabusca meios para prevenir eventuais problemas ambientais que possam surgir.

A partir dos anos 60 do século findo apresentam como decisivos para o despertar de uma consciênciavoltada para a preservação do ambiente. Entretanto, foi com a publicação do livro Primavera Silenciosa deRachel Carson, denunciando o uso indiscriminado dos produtos químicos no ambiente, que a discussão tomouproporções mundiais.

A partir de então as questões ambientais passaram a ser objeto de preocupação de todos os países.Com esse propósito, em 1972 foi realizada a Conferência de Estocolmo, que tinha como meta a discussãosobre a poluição, além do reconhecimento da necessidade de educar os indivíduos, capacitar professores,entre outras. Os líderes das nações participantes dessa Conferência começaram a estruturar seus órgãosambientais e a estabelecer legislações. Em decorrência da Conferência mencionada foi criado o Programa dasNações Unidas para o Meio Ambiente. A partir desse evento criou-se Convenções, Legislações específicasde resíduos perigosos, emissões de gases poluentes, Protocolos, Tratados, relatórios, Convênios, ONGs,Fóruns, entre outras ações.

Devido à influência da institucionalização da EA, e constatando o descaso com que as questões ambientaissão tratadas no município de Corrente-PI, a autora da pesquisa, sentiu-se atraída pelo tema, e decidiu investigar

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se os alunos do Ensino Fundamental, especificamente da rede pública das escolas municipais, têm conhecimentoda problemática ambiental.

A preferência pelas escolas da rede pública municipal obedeceu a um critério meramenteespeculativo, em se tratando de público alvo, pois acreditamos que esses ambientes abrigam grande parteda população que num futuro próximo terá o poder de decisão das ações pertinentes à preservação econservação do meio ambiente. O estudo proposto adotou a pesquisa qualitativa e quantitativa, de caráterexploratório e descritivo.

O universo da pesquisa foi composto pelo corpo docente, discente e equipe gestora do 8º e 9º anos de5 (cinco) escolas municipais do Ensino Fundamental de Corrente-PI, assim distribuídos: 52 (cinquenta e dois)professores, 177 (cento e setenta e sete) alunos, 16 (dezesseis) diretores.

A amostra foi definida pelo critério de acessibilidade, “constitui o menos rigoroso de todos ostipos de amostragem. Por isso mesmo é destituída de qualquer rigor estatístico. O pesquisador selecionaos elementos a que tem acesso, admitindo que estes possam de alguma forma, representar o universo”(GIL, 2008.p.94); de forma aleatória, sendo constituído por 15 (quinze) professores, representando28,84% do universo; 49 (quarenta e nove) alunos, representando 27,68% do universo, de ambos ossexos, com idades entre 14 a 17 anos, do 8º e 9º anos e 5 (cinco) diretores, representando 31,25% douniverso.

O recurso utilizado para a coleta de dados foi a aplicação de questionários e entrevistas, com perguntasfechadas e abertas, aplicadas diretamente aos professores e alunos.

O Questionário é um importante instrumento de coleta de dados para a pesquisa e constitui-se de umalista ordenada de perguntas que são encaminhadas para potenciais informantes selecionados previamente(MARTINS, 2006). Para a sua elaboração, é necessário um bom planejamento, pondo em foco o problema dapesquisa.

As entrevistas estruturadas também foram aplicadas diretamente à equipe gestora. Entrevistas equestionários apresentavam questões de fácil entendimento, como também, a constante preocupação em deixaro entrevistado bem à vontade para que as informações fluíssem livremente.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Concepções dos Diretores sobre o Ensino do Meio Ambiente Nesta seção serão apresentadas e analisadas as informações colhidas junto aos diretores das cinco

escolas públicas municipais pesquisadas. A maioria das diretoras entrevistadas se apresentou um pouco apreensivasao serem questionadas sobre o desenvolvimento da EA nas escolas por elas administradas. Em certos momentosdas entrevistas, as declarações soavam como um desabafo mediante o descaso com que as políticas públicasconduzem a EA no município de Corrente-PI. Algumas tentavam justificar as próprias ações, responsabilizandoos docentes por não colaborarem com as práticas, e aos alunos que em sua maioria chegavam às escolas comhábitos inadequados, oferecendo resistência diante de qualquer tentativa de mudança. Como podem sercomprovadas a seguir, as respostas fornecem um diagnóstico do que e como está sendo trabalhado a EA nessasescolas.

Ao serem perguntados se a EA está presente no Projeto Político Pedagógico (PPP) anual da escola, asdiretoras “A”, “B” e “C” afirmaram que não está, entretanto, as diretoras “D” e “E” deram respostas diferenciadas:sim, mas só será colocada em prática a partir de junho de 2013 como temática de inserção ambiental; estápresente apenas no currículo escolar na disciplina Ciências Naturais (Gráfico 01):

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Gráfico 01: Inserção da Educação Ambiental no Projeto Político Pedagógico

É lamentável perceber que o PPP dessas escolas não contemple a EA, pois é nele que estão definidosos objetivos a alcançar e as metas a cumprir.

[...] prevê todas as atividades da escola, do pedagógico ao administrativo, devendo ser uma dasmetas do Projeto construir uma escola democrática, capaz de contemplar vontades da comunidadena qual ele surge tanto na sua elaboração quanto na sua operacionalização, desde professores,técnicos. Existindo projeto pedagógico próprio, torna-se bem mais fácil planejar o ano letivo, ourever e aperfeiçoar a oferta curricular, aprimorar expedientes avaliativos, demonstrando acapacidade de evolução positiva crescente. É possível lançar desafios estratégicos, como: diminuira repetência, introduzir índices crescentes de melhoria qualitativa, experimentar didáticasalternativas, atingir posição de excelência (DEMO, 1998, p.248).

Quando indagadas se a Educação Ambiental é trabalhada de maneira interdisciplinar e de que forma,a diretora “A” afirmou que sim, através de mutirões de limpeza às margens do Rio Corrente. No ano passadolevamos mudas para reflorestamento. A diretora “B” informou que acontece em gincanas e datas comemorativas;a diretora “C” garantiu que trabalha esporadicamente, nesses momentos os alunos são orientados da importânciade preservar o meio ambiente, ressaltando as questões locais; enquanto a diretora “D” declarou que apenassuperficialmente, através de conversas raras com os alunos; já a diretora “E” confessa que não, apenas emprojetos pedagógicos isolados (Gráfico 02):

Gráfico 02: Prática interdisciplinar da Educação Ambiental

Fonte: 5 (cinco) entrevistados do segmento diretores

Fonte: 5 (cinco) entrevistados do segmento diretores

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Podemos perceber pelas respostas obtidas, que mesmo com a contribuição dos PCNs para a inserçãoda EA nas escolas, ainda há limites para essas escolas entenderem as propostas contidas no documento, além demotivação suficiente ou metodologia na execução Bizerril e Faria (2001). No que se refere o assunto, incluímoso esclarecimento:

Isso porque o trabalho interdisciplinar ainda é visto com muita dificuldade por parte da maioriados professores. Um dos motivos dessa dificuldade é, sem dúvida, o medo de exposição demuitos professores que preferem continuar trancados em suas salas de aula a expor seu trabalhodiante dos outros, se abrindo e se sujeitando a possíveis críticas. Além disso, professores dedisciplinas tidas como mais importantes tendem a se afastar de projetos que não tratem de seusconteúdos específicos, alegando precisar de tempo para poder cumprir seus planos de curso(SILVA, 2013, p.41-42).

A interdisciplinaridade deveria ser uma constante nas escolas, até porque é princípio fundamental naPolítica Nacional de Educação Ambiental (PNEA), que dispõe entre as ações educacionais no ensino formal aincorporação da dimensão ambiental de forma interdisciplinar, integrada, contínua e permanente nos diferentesníveis e modalidades de ensino (BRASIL, 1999). Determina que não deva ser implantada como disciplina específicano currículo de ensino, e que deverá constar na formação inicial e continuada de professores: Incluir.

Art. 11 A dimensão ambiental deve constar dos currículos de formação de professores, emtodos os níveis e em todas as disciplinas. Parágrafo único. Os professores em atividade devemreceber formação complementar em suas áreas de atuação, com o propósito de atenderadequadamente ao cumprimento dos princípios e objetivos da Política Nacional de EducaçãoAmbiental (PRONEA, 2005, p.68).

Ao serem interrogadas a respeito das disciplinas em que o trabalho na temática ambiental é maissignificativo, as diretoras “A”, “B” e “C” responderam que é em Ciências Naturais; as diretoras “D” e “E”afirmaram que é em Geografia (Gráfico 03

Gráfico 03: Disciplinas que se destacam na temática ambiental

Essa concepção é largamente aceita pelo fato dessas disciplinas possuírem conteúdos ecológicos.Percebemos com isso que a falta de interdisciplinaridade acarreta a acomodação desses gestores, que supostamenteacreditam que a EA sendo superficialmente abordada nessas disciplinas, seja suficiente. Como o trabalho em EAdeveria ser incluído em todas as disciplinas para o desenvolvimento de um ensino-aprendizagem eficaz, há de sesuperar a convicção de que a EA é uma modalidade exclusiva das Ciências Naturais e Geografia.

Na pergunta, a escola, como um todo, desenvolve projetos de Educação Ambiental e há quanto tempo,as diretoras “A”, “B” e “C” responderam que não; a diretora “D” declarou que no ano de 2009 foi realizado na

Fonte: 5 (cinco) entrevistados do segmento diretores

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escola, um projeto relacionado às causas e efeitos dos danos causados ao meio ambiente; a diretora “E” afirmouque são realizadas gincanas em datas comemorativas há 8 anos (Gráfico 04).

Gráfico 04: Desenvolvimento de projetos de EA

Mediante as declarações das gestoras, percebemos claramente o quanto esse trabalho está fora dofoco dessas escolas; apesar da importância dessas atividades no cotidiano dos alunos, que certamente contribuiriacom o fortalecimento dos valores morais. Tudo leva a crer que a quase inexistência de projetos direcionados aoensino de EA é resultante da falta de conhecimento atrelado à baixa criatividade desses diretores que aparentementenão procuram mecanismos para incluir a temática.

De acordo com Sato,

Há diferentes formas de incluir a temática ambiental nos currículos escolares, como atividadesartísticas, experiências práticas, atividades fora de sala de aula, produção de materiais locais,projetos ou qualquer outra atividade que conduza os alunos a serem reconhecidos como agentesativos no processo que norteia a política ambientalista. Cabe aos professores, por intermédio deprática interdisciplinar, proporem novas metodologias que favoreçam a implementação daEducação Ambiental, sempre considerando o ambiente imediato, relacionado a exemplos deproblemas atualizados (2002, p.25).

Causam desconforto tais declarações, pois a Lei nº 9.795/99 que dispõe sobre a educação ambiental,explana no Art. 3. “Como parte do processo educativo mais amplo, todos têm direito à educação ambiental,incumbindo: II - às instituições educativas, promover a educação ambiental de maneira integrada aos programaseducacionais que desenvolvem”.

A inexistência de um órgão norteador e fiscalizador das ações referentes às questões ambientais nomunicípio é motivo de preocupação. Devido a isso surge a dificuldade no andamento de um trabalho quedeveria ser articulado entre os agentes educacionais e a sociedade. Os sujeitos deveriam participarconscientemente para que haja uma mudança significativa de atitudes. Não se concebe mais a ideia de que nãotenhamos, enquanto indivíduos, nenhuma responsabilidade com o que está ocorrendo com a natureza. Metasdeveriam ser traçadas, as escolas deveriam contribuir com a temática, tentativas de resoluções de problemaslocais a serem organizadas, pois com discernimento, respeito à legislação e interesse coletivo há de seconscientizar os indivíduos para preservar o que ainda nos resta deste meio ambiente tão mal tratado peloshomens.

Fonte: 5 (cinco) entrevistados do segmento diretores

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2 Concepções dos Professores sobre o Ensino do Meio Ambiente

A Educação Ambiental atualmente é vista como um processo modificador das ações destruidoras dosseres humanos, incapazes de conter a ganância por bens materiais. Nesse sentido Cumplido e Prieto (2009)reforçam:

A Educação Ambiental é, primeiramente, um processo no qual se valoriza o ambiente em quese vive, incorporando as dimensões históricas, política, socioeconômica e cultural. Nesse processocontínuo, devem-se adquirir habilidades, valores, experiências, conhecimentos e uma consciênciaecológica, propiciando ao educan-do condições para poder agir individual e coletivamente. Étambém um estudo científico das características da interação entre o homem e a natureza(CUMPLIDO e PRIETO, 2009, p.11).

Sendo a EA um processo contínuo, questionamos os professores para descobrir se trabalham a temáticaambiental em suas aulas. Conforme os dados ilustrados no gráfico 5, 33% dos professores afirmaram trabalharregularmente a temática ambiental em suas aulas, enquanto 33% confessaram não a trabalharem. 27% dizem quetrabalham frequentemente e 7% declaram que raramente trabalham a temática em sala de aula. Gráfico 05:

Gráfico 05: Frequência de trabalho da temática ambiental em sala de aula

Pelas declarações concedidas percebemos que muito ainda precisa ser feito nestas escolas pesquisadas,para que seja instituída uma EA consciente e transformadora. Em decorrência de tais afirmações, acreditamosque o professor necessita de conhecimentos em EA para o desenvolvimento de um trabalho satisfatório, pois atemática considerada recente nas escolas da região requer formação continuada e disposição coletiva parasensibilizar os alunos no tocante a mudança nos hábitos nocivos ao meio ambiente.

Em seguida, inquirimos os professores na tentativa de descobrir se receberam alguma formação específicapara trabalhar a temática ambiental e, caso a resposta fosse positiva, quais foram. No gráfico 6 podemos constatarque a maioria dos entrevistados, 78% não recebeu as informações mais básicas em EA, apenas 22% receberamformação em Meio Ambiente. Gráfico 06:

Fonte: 15 (quinze) entrevistados do segmento professores

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Gráfico 06: Formação específica para o trabalho da temática ambiental

Isso permite afirmar que, sem conhecimento teórico atrelado à prática, dificilmente esses docentesdesenvolverão um trabalho que resulte em mudança de comportamento coletivo diante dos danos já causados ànatureza.

Perguntamos aos professores se recebem apoio e incentivo didático-pedagógico para ministrar conteúdosrelacionados à EA. Dos entrevistados, 78% declararam que não recebem apoio nem incentivo, enquanto 22%afirmaram que a Secretaria de Educação apoia e incentiva o trabalho relacionado à EA, como pode ser visto nográfico 07. Acreditamos que as ações se fortaleceriam se houvesse mais comprometimento dos órgãos incumbidosde apoiar e intermediar as práticas voltadas para a temática ambiental nas escolas. Gráfico 07:

Gráfico 07: Apoio e incentivo didático-pedagógico

É importante salientar que é um número pouco representativo diante de um dos objetivos da EducaçãoAmbiental, segundo o proNEA, que “é promover processos de educação ambiental voltados para valoreshumanistas, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências que contribuam para a participação cidadã naconstrução de sociedades sustentáveis” (2005, p.39). gráfico 08 refere-se ao questionamento sobre as principaisdificuldades que um professor enfrenta na prática didático-pedagógica para ministrar a EA com eficiência. Comesses dados podemos constatar que 31% dos entrevistados alegam como dificuldade no seu mister, a insuficiênciade recursos didáticos, entretanto, nas respostas do gráfico anterior foram mencionados vários recursos empregados

Fonte: 15 (quinze) entrevistados do segmento professores

Fonte: 15 (quinze) entrevistados do segmento professores

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por esseprofessores. A falta de conhecimento em EA foi referida por 22%, a ausência de capacitação por 19%,enquanto 17% afirmam ter falta de tempo para preparar os conteúdos, devido à carga horária exaustiva emoutros colégios e 11% assumem que é por falta de interesse deles mesmos, isto é, dos docentes.

Gráfico 08: Principais dificuldades para ministrar a Educação Ambiental

Pela complexidade das respostas, concluímos que boa parte dos entrevistados, apesar da responsabilidadeque lhes recai sobre os ombros, ainda não perceberam a elevada contribuição que a EA oferece para a transformaçãoda humanidade, preparando os sujeitos para enfrentarem os desafios de uma sociedade global.

3 Concepções dos Alunos sobre a Importância de Respeito e Proteção ao Meio Ambiente

Para iniciar o questionamento com os alunos fora perguntado o que eles entendem por Educação Ambiental.As respostas se mostram pulverizadas, variando do desconhecimento absoluto como “eu não entendo nada sobreEducação Ambiental”; “não conheço o assunto”; “eu não sei bem o que é, mas para mim EA não é só nas escolas,mas em casa também se deve ter”. Entretanto, algumas respostas tiveram definições mais coerentes “eu entendo queEA é preservar e conservar a natureza, não destruir os animais e vegetais”. Alguns depoimentos relacionam a EAcom o adequado tratamento do lixo, “eu entendo que EA é não jogar lixo no chão”; “não jogar lixo para o meioambiente e ter muita educação, saber que não pode jogar papel no chão”. O gráfico 9 destaca estes dados.

Gráfico 9: Entendimento sobre a EA

Fonte: 15 (quinze) entrevistados do segmento professores

Fonte: 49 (quarenta e nove) entrevistados do segmento alunos

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Quando foram investigados se a escola em que estudam já realizou algum trabalho sobre EducaçãoAmbiental, 54% declaram que sim, em datas comemorativas; 25% afirmam que regularmente são desenvolvidostrabalhos envolvendo a temática; 21% dizem que nunca foram trabalhados conteúdos abordando o assunto;dados dispostos no gráfico 10.

Gráfico 10: Frequência dos trabalhos sobre EA realizados nas escolas

Cabe ressaltar que a temática ambiental não está sendo desenvolvida como preconiza a Lei 9.795/99,percebemos um disfarce velado no que deveria ser a busca sistemática pela divulgação dos conhecimentosintegrados de todas as disciplinas, no sentido de avigorar a conscientização ambiental. Embora algumas dessasescolas estejam em momentos pontuais referenciando as questões ambientais, em outras é nítida a total ausênciade trabalhos correlatos.

O gráfico 11 expõe as técnicas aplicadas nas aulas sobre EA. Dos alunos entrevistados, 41% confessamnão ter aulas sobre EA; 21% asseguram que são ministradas aulas expositivas; 20% garantem que são ministradasaulas expositivas alternadas com aulas práticas e 18% dizem que a EA acontece apenas através de excursõesocasionais

Gráfico 11: Técnicas aplicadas nas aulas sobre EA

De posse destes dados em que quase a maioria dos entrevistados declara não ter aulas sobre a temáticaambiental, fica mais simplificado diagnosticar a equívoca presunção desses docentes em tentar restaurar valoresmorais e ambientais por um dos mecanismos certamente mais credíveis da sociedade, que é a escola. Sem

Fonte: 49 (quarenta e nove) entrevistados do segmento alunos

Fonte: 49 (quarenta e nove) entrevistadosdo segmento alunos

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objetivos concretos sobre o implante da EA nesse espaço, sem o fortalecimento cotidiano desse ensino,presumimos que a tendência mais acentuada é a continuação da desvalorização dos recursos naturais, porquecremos que só há zelo e comprometimento quando somos instigados e sensibilizados a conhecer o tema emquestão.

Os depoimentos realçados no gráfico 12 informam se todas as disciplinas do currículo trabalham osconteúdos relacionados à Educação Ambiental. Nesse aspecto, 26% dos entrevistados responderam que só asdisciplinas de Geografia e Ciências enfocam a temática; 18% apenas Português, Geografia e Ciências; 18%unicamente a disciplina de Ciências; 13% Geografia; 13% Geografia, Ciências e História; 4% Geografia, Ciênciase Artes, 4% Matemática, Geografia e Ciências; 4% Português, Matemática, História e Geografia.

Gráfico 12: Disciplinas em que os professores trabalham os conteúdos relacionados à EA

Um olhar mais atento rapidamente detecta que é nas disciplinas de Ciências e Geografia que se concentrammaiores expectativas para um ensino na temática. Pela visão da maioria, essas disciplinas têm um aparato quemelhor combina com a abordagem das questões ambientais, seja por focar o meio físico, seja por estudar osseres vivos e suas complexidades. Ao solicitar o preenchimento do questionário para um professor de Matemática,ouvimos a justificativa “você deve conversar com os professores de Ciências e Geografia, eu não entendo nadadisso”. Obviamente esse posicionamento revela o desconhecimento de um agente que indiscutivelmente deveriatrabalhar a temática em suas aulas, pois é sempre bom destacar que a EA deve estar presente em todas asdisciplinas, com conteúdos associados ao trabalho proposto, buscando de contínuo, conhecimentoscomplementares que promovam modificações socioeconômicas e socioambientais dentro do contexto local.

Nessa circunstância, chegamos à perturbadora realidade dos alunos envolvidos: a maioria não tem oconhecimento necessário para desenvolver habilidades que favoreçam o contínuo cuidado com o ambiente emque vive. Acreditamos que essa tarefa aparentemente difícil pode ser adequada a princípio, pela observância dalegislação ambiental, amparada pelos órgãos encarregados de disseminar mecanismos de transformação nosambientes escolares.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Educação Ambiental é um assunto bastante difundido e discutido, em todas as esferas da sociedade,seja global ou local. Pela grande polêmica que gira em torno do assunto, há momentos em que acreditamos quetudo já foi dito a esse respeito. Pesquisadores publicam suas pesquisas, e pelo visto a curto prazo, a temática sebanalizou, chegando a dúvida se realmente o homem algum dia se conscientizará de forma decisiva do muito que

Fonte: 49 (quarenta e nove) entrevistados do segmento alunos

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ainda precisa ser reparado na natureza. De maneira especial, precisamos da união gradativa de esforços paradescobrir uma maneira de conservar e preservar os recursos naturais, através de um desenvolvimento que reponhao que já foi retirado do meio ambiente.

A Educação Ambiental foi instituída para proporcionar uma reavaliação dos atuais valores adotadospelos indivíduos, de forma que os mesmos se sensibilizem e sintam necessidade de mudar os seus hábitos emfavor da sobrevivência coletiva; e que também se sinta responsável pelas consequências das próprias escolhas.O empecilho para o trabalho em EA surge quando se tem dúvida da maneira correta de ministrá-la. Como elanão está inserida como disciplina na grade curricular, basta que o docente ponha em prática as orientaçõesprevistas nos PCNs, quando norteia e declara ser a interdisciplinaridade a melhor maneira de consolidar a EAnas escolas. Contudo, nas escolas pesquisadas, a proposta teórica procedente dos PCNs referentes aos conteúdosambientais, não está sendo inserida nas disciplinas que compõem o currículo escolar.

Nesta pesquisa investigamos a Educação Ambiental e sua efetiva contribuição no processo de formaçãodos alunos da rede pública de ensino, especificamente em escolas municipais de Corrente-PI; ressaltando omodo de como esta área do conhecimento está sendo ministrada; além de ilustrar, no primeiro capítulo, umadescrição histórica da EA destacando as principais conferências nacionais e internacionais, organizadas com ointuito de consolidar um tipo de educação com características específicas, como forma de reatar a relaçãohomem-natureza.

De acordo com o declarado nas entrevistas e nos questionários, verificamos que a Educação Ambientalnão está inserida nos conteúdos ou distribuída nas diferentes áreas do conhecimento, surgindo apenas como umassunto que se esgota na atividade desenvolvida, ou seja, o seu envolvimento acontece de forma pontual. Adiscussão ambiental é pouco praticada nas escolas pesquisadas. Descobrimos que atualmente essas escolas nãotêm integrado essa modalidade em seu programa curricular, de acordo com os princípios da Lei nº 9.795/99, queinstituiu a Política da EA no Brasil.

Segundo as declarações das diretoras, praticamente não há ações direcionadas a melhoria da qualidadedo ensino da EA, a Secretaria Municipal de Educação, órgão responsável pela organização e por promover amanutenção dos ensinos fundamental, médio, infantil, não participa com nenhum tipo de implantação de projetose campanhas educativas nessas escolas, assim como, não estimula a troca de experiências, através de reuniõespara planejamentos anuais entre Coordenadores Pedagógicos, Diretores e Professores.

A maioria dos professores revela que reconhece a problemática ambiental, entretanto, têm limitaçõesquanto aos métodos e conteúdos a serem trabalhados com os alunos. Reconhecemos nesta investigação, que adificuldade na inserção da EA no ensino fundamental das escolas pesquisadas, está relacionada com a deficiêncianas formações inicial e continuada dos professores, acompanhada de desmotivação interior.

Como contribuição para o desenvolvimento de um trabalho pertinente ao ensino de EA sugerimos quea referida seja incluída no currículo escolar, que seja organizada em fascículos, com assuntos diversificados,entre eles os problemas ambientais mais acentuados no município; organização de oficinas em que o aluno,através da manipulação da realidade, perceba o que de fato causa danos ao meio ambiente; coordenação depalestras, seminários, jogos educativos, entre outros, direcionados as questões ambientais no âmbito global elocal; realização de gincanas, com preparação de redações sobre a temática ambiental, entre outros.

É imperativa uma revisão das grades curriculares, como também, a capacitação de profissionais paratrabalharem os conteúdos relacionados à temática, incentivando a formação de indivíduos ambientalmenteconscienciosos de sua parcela de responsabilidade com a natureza. É possível que através da educação hajamudança de comportamento das pessoas, resgatando a virtude e valores perdidos pela consciência do bem-estar individual a qualquer custo.

Pretendemos com este estudo compartilhar com os professores, alunos e estudiosos da temáticaambiental, algumas informações referentes ao estágio em que se encontra o ensino da EA no município deCorrente-PI e, ao mesmo tempo, subsidiar futuras pesquisas na área.

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OFICINA DE RECICLAGEM: UMA ABORDAGEM ECONÔMICA, SOCIAL EAMBIENT AL REALIZADA NA UNIDADE ESCOLAR PAULO FERRAZ NO

MUNICÍPIO DE CAMPO MAIOR, PIAUÍ.

Francisco Anderson Abreu Pereira 1,3, Géssica Maria Gomes do Nascimento1, João

Wanderson Pereira Oliveira1, Maria Pessoa da Silva2.1 Graduandos do Curso de Licenciatura Plena em Ciências Biológicas da Universidade Estadual do

Piauí-UESPI, Campo Maior – PI2 Professora Doutora do Curso Licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade Estadual do

Piauí-UESPI, Campo Maior – PI3 Autor para correspondência: [email protected]

RESUMO

O desenvolvimento tecnológico e o crescimento econômico, sem dúvida, trouxeram grandes benefícios.Mas, aliado ao acentuado crescimento populacional e a um comportamento de consumo inadequado,surgiram também efeitos ambientais adversos. Entre eles, destaca-se a poluição, principal causa dadegradação ambiental. As discussões a essa problemática ambiental são cada vez mais frequentes e asações de reciclagem vêm se avolumando na atualidade. Objetivou-se com o presente estudo, realizaroficinas de reciclagem com alunos do ensino médio da Educação de Jovens e Adultos (EJA) com ointuito de sensibilizá-los para a importância da preservação do meio ambiente, bem como mostrar maneirassimples de reutilização do lixo para transformá-lo em algo útil, até mesmo como forma de geração derenda para as famílias mais necessitadas. As ações metodológicas contemplaram três momentos: Escolhada escola e pedido de aceitação; palestra sobre a importância da reciclagem e a realização das oficinas.Esta última aconteceu em quatro aulas, correspondendo a quatro horas de atividade e para uma melhorlogística dividiu-se a turma em grupos de cinco pessoas onde cada grupo se dedicava a confecção deum determinado material. Os principais materiais utilizados foram garrafas Pets (de todos os tamanhos),papelões, CDs velhos e revistas. No total foram confeccionados 10 objetos dentre eles quadros, jarros,guirlanda e sinos natalinos. Os resultados foram satisfatórios, os alunos mostraram-se empolgados coma prática e interessados em aprender a confeccionar outros materiais que pudessem também contribuircom a renda familiar. O desenvolvimento dessa oficina oportunizou não apenas o crescimentocontextualizado dos alunos do EJA, mas também, do professor que averiguou o assunto abordado, paraadquirir um melhor embasamento da reutilização de lixo; portanto, trabalhos como este ainda são degrande relevância diante da necessidade de políticas que visem sensibilizar a sociedade da necessidadede reutilização de materiais, conservando assim o ambiente.

Palavras-chave: geração de renda, meio ambiente, e reutilização do lixo.

INTRODUÇÃO

O Meio ambiente é o espaço em que ocorrem as interações dos seres vivos entre si e com o meio emque vivem. Há pouco tempo, tendia-se considerar o ambiente apenas como a vizinhança, os arredores. Noentanto, os profundos desequilíbrios e a crescente degradação ambiental provocado pela intervenção humananas últimas décadas levaram o homem a compreender que o mundo é um só e que o desequilíbrio e a devastaçãoocorridos em determinados pontos do planeta podem comprometer o ambiente como um todo. Sabe-se

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também que os problemas globais, como as mudanças climáticas e a destruição da camada de ozônio, acabampor atingir direta ou indiretamente vários pontos da Terra. Por isso, as questões ecológicas passaram a fazerparte de todos os projeto e programas de desenvolvimento global, nacional, regional ou local (OLIVEIRA,2003).

O desenvolvimento tecnológico e o crescimento econômico, sem dúvida trouxeram grandes benefíciosà sociedade. Mas, aliados ao crescimento populacional e a um comportamento de consumo inadequado,provocaram vários efeitos colaterais. Entre eles, destaca-se a poluição, principal agente de degradação do meioambiente e de redução da qualidade de vida do homem.

Diante disso, Donaire (1995) coloca que em uma sociedade equitativa, todos os indivíduos,independentes do gênero, origem social, raça, idade, credo, ideologia, língua e orientação sexual, têm asmesmas oportunidades para desenvolver-se. O herdado tem uma importância mínima, o adquirido, máxima,por ser resultado do mérito, do esforço e da capacidade de empreendimento individual. Neste enfoque,surgem políticas ambientais, pressões ambientalistas, que buscam a melhoria do meio ambiente, e comoconsequência, da qualidade de vida.

Desse modo, a comunidade pode contribuir na proteção e preservação ambiental com a elaboração deplanos de desenvolvimento autossustentáveis, dependendo tanto da obtenção dos conhecimentos científicos,como também da sua divulgação ao público em geral. Para isso, deve-se permitir que toda a sociedade sejaesclarecida, através da educação ambiental, para que a mesma seja capaz de escolher o melhor caminho parasolucionar o problema (ROGERIO, 2010).

Nesse contexto, Corsen (2003), destaca que educandos e educadores têm que possuir e despertaruma percepção. Pois é através da educação com uma conscientização ambiental que ambos poderão construiruma aprendizagem. Descrevendo essa construção de conhecimento através de programas, debates, cursos,palestras, aulas interdisciplinares, temas transversais, entre outros meios para este fim.

Nessa ótica, Reigota (1994) destaca ainda mais essa ideia, quando afirma que: “além de umacompreensão mais global sobre o tema, esse método pode proporcionar o intercâmbio de experiências entreprofessores e alunos e envolver toda a comunidade escolar e extraescolar”.

Travassos (2006) faz uma observação pertinente, quando diz que “a Educação Ambiental tem que serdesenvolvida como uma prática, para a qual todas as pessoas que lidam em uma escola precisam estar preparadas”.Assim sendo, nosso dever enquanto cidadãos é formar pessoas com hábitos e comportamentos que venham aimpedir que o meio ambiente, pela ação do próprio homem, torne-se inadequado para a vida saudável que sepretende deixar como legado às futuras gerações.

Dias (2003), também relata sobre a Educação Ambiental, que é através de pequenas atitudes que se faza diferença. Pois, ser um sujeito consciente vai além de ouvir palestras e discursos sobre a poluição em geral esobre o meio ambiente, sujeito consciente é aquele que se torna diferente, que muda seus hábitos e atitudesperante a realidade ecológica.

Segundo Valle (1995), “reciclar o lixo significa refazer o ciclo, permite trazer de volta, à origem, sob aforma de matéria-prima aqueles materiais que não se degradam facilmente e que podem ser reprocessados,mantendo as suas características básicas”.

A preocupação com essa problemática toda é manifestada por Carvalho (2004), quando indaga que “aeducação acontece como parte de uma ação humana de transformar a natureza em cultura, atribuindo-lhe sentidos,trazendo-a para o campo da compreensão e da experiência humana de estar no mundo e participar da vida”. Éatravés de uma educação de boa qualidade que conquistamos nosso maior direito como cidadãos, que é o deentender o mundo que nos cerca, melhorando assim a nossa condição de vida.

Portanto está pesquisa decorre de um problema formulado sobre o incentivo a importância da preservaçãodo meio ambiente e persiste na seguinte questão: os alunos do EJA tem consciência da reutilização do lixo paratransformá-lo em algo útil, até mesmo como forma de geração de renda para o desenvolvimento familiar daspessoas mais carentes?

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Ressalta-se que não se pode deixar de fazer referência ainda, ao valor do lixo e da reciclagem quegeram oportunidades de mobilização comunitárias, destacando sempre a relação homem-natureza, para que osalunos se identifiquem como elementos integrantes do meio ambiente, reiterando uma das atribuições maisrelevantes da escola, seu poder de transformar a comunidade na qual está inserida. Nessa ótica, o objetivo dopresente estudo, foi realizar oficinas de reciclagem com alunos do ensino médio da Educação de Jovens eAdultos (EJA) com o intuito de sensibilizá- los da importância da preservação do meio ambiente, bem comomostrar maneiras simples de reutilização do lixo para transformá-lo em algo útil, até mesmo como forma degeração de renda para as famílias mais necessitadas.

1. Metodologia

A metodologia seguiu a distribuição a baixo:

a) Descrição da áreaA Unidade Escolar Paulo Ferraz, situada no município de Campo Maior, Piauí, na Rua Lucinho Fontinele

de Miranda, s/nº, nasceu da necessidade de atender aos moradores do bairro São Luís e comunidades vizinhas.Foi fundada em 1984 no Governo Estadual de Hugo Napoleão e Municipal de Cézar Melo; recebeu esse nomeem homenagem ao parlamentar Paulo da Silva Ferraz.

De acordo com a Lei 10.098 que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoçãoda acessibilidade, a escola vem buscando através do PDE – Plano de Desenvolvimento da Educação,adequar-se a essa necessidade. E dentre os inúmeros Programas ofertados pelo Sistema Educacional,está inserida na Gestão Nota 10, PDE Interativo, Escola Sustentável, Atleta na Escola e Mais Educação.Participa ainda de Projetos Nacionais como a Olimpíada da Matemática, Olimpíada da Língua Portuguesae CNIJMA (Conferência Nacional Infanto Juvenil pelo Meio Ambiente), além de desenvolver projetospróprios como Olimpíada da Tabuada, Projetos de Leitura e Escrita, Projetos de Prevenção ao Uso deDrogas, Projeto Horta Escolar, Projetos de Educação para o Trânsito e Cultura Afro Brasileira. Contaainda com as parcerias entre a Universidade Estadual do Piauí - UESPI através do Programa PIBID nasáreas de História e Biologia e o PRONATEC com a oferta de cursos profissionalizantes aos alunos daEJA.

Em sua estrutura física e pedagógica, a escola dispõe de sala de vídeo, laboratório de informática,biblioteca, seis salas de aula, secretaria, diretoria, sala de professores, pátio coberto, cozinha, banheiros dealunos e funcionários, e conta com recursos tecnológicos como computadores, Notebook, TVs, DVDs, Projetorde Imagens, Lousa Digital, máquinas de Xerox, Aparelhos de som, Caixas Amplificadas, um bom acervo delivros, mapas, globos, jogos educativos, planetário, torso humano, esqueleto humano, etc.

Os níveis e modalidades de ensino ministrados na escola são: ensino fundamental – 6º ao 9º ano; e EJA(Educação de Jovens e Adultos) – Presencial da 5ª a 7ª etapa.

b) Coleta de dadosA execução do trabalho se deu em primeiro lugar com a realização de uma palestra, onde houve a

participação de todos os alunos do ensino médio da Educação de Jovens e Adultos (EJA) com o intuito desensibilizá-los da importância da preservação do meio ambiente, bem como mostrar maneiras simples de reutilizaçãodo lixo para transformá-lo em algo útil, até mesmo como uma maneira de geração de renda para as famíliascarentes, da Unidade Escolar Paulo Ferraz, Campo Maior – PI. Nesse momento, intercalado com a fala dospalestrantes foram apresentados vídeos e chamado atenção para a necessidade de combater a problemática dolixo tanto em escala mundial quanto regional.

O segundo momento caracterizou-se com a realização das oficinas, que durou o equivalente aquatro horas de atividade. A oficina de reciclagem foi desenvolvida por meio de uma metodologia

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participativa, lúdica e transformadora, abordando as questões ambientais do ponto de vista danatureza, da cultura, da ciência e da ética, possibilitando a construção do conhecimento socializadoenvolvendo todos os segmentos da escola. De maneira geral a ação dividiu-se me três momentos: Escolhada escola para que sejam aplicadas as oficinas e pedido de aceitação; a realização de uma palestra sobrea importância da reciclagem e a realização das oficinas. Para uma melhor logística dividiu-se a turma emgrupos de cinco pessoas onde cada grupo ficava na incumbência de confeccionar um determinado material.Os principais materiais utilizados foram garrafas Pets (de todos os tamanhos), papelões, CDs velhos erevistas.

2. RESULTADOS E DISCUSSÃO

No total foram confeccionados 10 objetos dentre eles quadros, jarros, guirlanda e sinos natalinos. Osresultados foram satisfatórios, os alunos mostraram-se empolgados com a prática. Nessa ótica, Ferreira (1978),fala que é fundamental relevância para o aluno, a prática das oficinas, pois quando se engaja em atividades dessanatureza ele observa, manuseia e vê com seus próprios olhos a ocorrência de determinado fenômeno.Consequentemente, construirá seu próprio conceito a partir da realidade concreta, podendo também compararos conteúdos que lhe são propostos a partir da experiência vivenciada.

No que tange as oficinas realizadas, constatou-se que as mesmas foram de suma importância paraa percepção de sustentabilidade por parte dos alunos, pois mostrou para os mesmos que coisas antesconsideradas lixo, podem ser transformadas e objetos de decoração ou mesmo artigo de venda. Nessaótica, Reigota (1994) argumenta que “A Educação Ambiental por si só não resolverá os complexos problemasambientais planetários. Mas, ela pode influir decisivamente para isso, quando forma cidadãos conscientesdos seus direitos e deveres. Tendo consciência e conhecimento da problemática global e atuando na suacomunidade, haverá mudança no sistema, que se não é de resultados imediatos, visíveis, também não serásem efeitos concretos”.

Portanto, observa- se que a ludicidade ajuda no aprendizado e no equilíbrio de emoções, criando umambiente prazeroso estimulando a aprendizagem. Segundo Santo Agostinho (apud NEVES 2007) “O lúdico éeminentemente educativo no sentido em que constitui a força impulsora de nossa curiosidade a respeito domundo e da vida, o princípio de toda descoberta e toda criação”.

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Figura 1: Etapas da oficina de reciclagem realizada com os alunos da Unidade Escolar Paulo Ferraz, CampoMaior – PI: a. Apresentação e orientação da realização da atividade; b, d, e. Etapas preliminares da confecção;c. Principal material utilizado (garrafa pet); e, f, g, h. Material produzido.

Fonte: PEREIRA, A. F; NASCIMENTO, G. M. G; OLIVEIRA, J. W. P; SILVA, M. P.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O desenvolvimento dessa oficina oportunizou não apenas o crescimento contextualizado dos alunos doEJA, mas também, do próprio professor que averiguou o assunto abordado, para adquirir um melhor fundamentoda reutilização de lixo; e até mesmo mudou algumas posturas perante a degradação ambiental sejam elas locaisou globais. A concepção sobre a prática da reutilização do lixo também mudou, devido aos resultados positivos,obtidos no decorrer e na finalização das atividades que foram programadas.

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Em síntese, o que foi percebido é a necessidade da prática de programar projetos ambientais nasescolas, pois nosso mundo está entrando em falência, mediante todos os desastres ambientais

ocasionados pelo homem, em consequência do avanço e tecnologia, mas diante deste cenário temosque ter sensibilização, razão e ação para poder transformar essa atual realidade, cada um fazendo sua parte,inclusive reivindicando de nossos dirigentes políticos o cumprimento das inúmeras leis ambientais e o incentivo detecnologias limpas no setor agrícola e industrial.

Portanto, trabalhos como este ainda são de grande relevância diante da necessidade de políticas quevisem sensibilizar a sociedade da necessidade de reutilização de materiais, conservando assim o ambiente.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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DIAS, G. F Educação Ambiental: princípios e práticas. 8 ed. São Paulo: Gaia, 2003. DONAIRE, D. Gestãoambiental na empresa. São Paulo: Atlas, 1995.

FERREIRA, N. C. Proposta de Laboratório para a Escola Brasileira: um ensaio sobre ainstrumentalização no ensino médio de Física. São Paulo, 1978, p. 138 Dissertação (Mestrado) – Institutode Física – Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo – USP.

OLIVEIRA, M. V. C. Princípios Básicos do Saneamento do Meio. São Paulo, editora Senac São Paulo,2003.

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ETNOBOTÂNICA DE PLANTAS MEDICINAIS EM QUINT AIS AGROFLORESTAIS DALOCALIDADE BANANEIRA- JA TOBÁ DO PIAUÍ.

Simone Soares Ferreira da SILVA 1, 3,

Antônia Patrícia de Sousa SILVA 1,

Jaqueline Pereira de OLIVEIRA1,

Maria Pessoa da SILVA 2

1 Graduanda do Curso de Licenciatura Plena em Ciências Biológicas da UESPI 2 Professora da UESPI/Doutora em Desenvolvimento e Meio Ambiente.

3 Autora para correspondência: [email protected]

RESUMO

O conhecimento sobre plantas medicinais simboliza muitas vezes o único recurso terapêutico de muitascomunidades e grupos étnicos. O uso de vegetais no tratamento e na cura de enfermidades é tão antigo quantoa espécie humana. Ainda hoje nas regiões mais pobres do país e até mesmo nas grandes cidades brasileiras,plantas medicinais são comercializadas em feiras livres, mercados populares e encontradas em quintaisresidenciais. A etnobotânica é citada na literatura como sendo um dos caminhos alternativos que mais evoluiunos últimos anos para a descoberta de produtos naturais. O estudo sobre plantas medicinais ocorreu nacomunidade Bananeira no município de Jatobá do Piauí e objetivou conhecer as plantas medicinais bem comosuas formas de uso, indicações e parte usada. Foi aplicado um questionário semiestruturado com perguntasfechadas para a coleta das informações. As perguntas foram: que espécies a família cultivava em seu quintal,qual a finalidade deste cultivo, qual a indicação, qual parte a família usava e como era feito a manipulaçãodeste remédio para o uso no dia a dia. A comunidade possui cerca de 44 famílias dados estes cedidos pelaagente comunitária de saúde, dentre estas apenas 28 cultivam alguma espécie de planta medicinal em seusquintais. Estes medindo de 10m a 50m de extensão e sete delas não cultivam qualquer espécie para usomedicinal. Foram encontradas 21 famílias botânicas, onde a mais utilizada foi a cidreira (Melissa officinalisL.), sendo a folha a parte mais usada, pois serve para fazer chá, para cura e alívio da gripe. Mediante aentrevista foram tiradas várias fotos das plantas. Pode-se concluir que atualmente mesmo com mudanças noshábitos das famílias, as mesmas ainda cultivam diversas ervas medicinais em seus quintais. Assim, desta formaeste conhecimento vai passando de geração a geração.

Palavras chave: Comunidade, Produtos naturais, Entrevista, Tratamento.

INTRODUÇÃO

O Brasil é um país com grande diversidade biológica e cultural e que conta, por isso, com um acúmuloconsiderável de conhecimentos e tecnologias tradicionais, entre os quais se destaca o vasto acervo de saberessobre o manejo e utilização de plantas medicinais. Diversos grupos culturais recorrem às plantas como recursoterapêutico, sendo que, nos últimos anos, intensificou-se o uso como forma alternativa ou complementar aostratamentos da medicina tradicional (DORIGONI et al. 2001).

O uso de plantas medicinais pode ser influenciado pela questão econômica, o alto custo dosmedicamentos e o difícil acesso a consultas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), também pela dificuldade delocomoção daqueles que residem em áreas rurais ou pela tendência atual de utilização de recursos naturaiscomo alternativa aos medicamentos sintéticos. Toda sociedade humana acumula um acervo de informaçõessobre o ambiente que a cerca, que vai lhe possibilitar interagir com ele para prover suas necessidades de

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sobrevivência. Neste acervo, inscreve-se o conhecimento relativo ao mundo das plantas com o qual estassociedades estão em contato (AMOROZO, 1996).

O acúmulo de conhecimentos empíricos sobre a ação dos vegetais vem sendo transmitido desde asantigas civilizações até os dias atuais, e a utilização de plantas medicinais tornou-se uma prática generalizada namedicina popular (DORIGONI et al., 2001).

A Etnobotânica inclui todos os estudos concernentes à relação entre populações tradicionais e as plantas(COTTON, 1996). Apresenta como características básicas de estudo o contato direto com as populaçõestradicionais, procurando uma aproximação e vivência que permitam conquistar a confiança das mesmas, resgatando,assim, todo conhecimento possível sobre a relação de afinidade entre o homem e as plantas de uma comunidade(RODRIGUES et al. 2001).

As interações entre populações humanas e plantas assim como a investigação de novos recursosvegetais, tem merecido algum destaque na atualidade, devido ao crescente interesse pelos produtos naturais(MARTINS, 1995). No entanto, a desagregação dos sistemas de vida tradicionais que acompanha a devastaçãodo ambiente e a intrusão de novos elementos culturais, ameaça muito de perto um acervo de conhecimentosempíricos e um patrimônio genético de valor inestimável (AMOROZO & GÉLY, 1998). O conhecimentosobre plantas medicinais simboliza muitas vezes o único recurso terapêutico de muitas comunidades e gruposétnicos. Entretanto, o crescente uso de plantas medicinais tem segundo diversos autores (CUNHA, 2003;AZEVEDO; SILVA, 2006), aumentado a pressão ecológica exercida sobre esses recursos naturais. O presentetrabalho objetivou-se identificar como a comunidade expressa seu afeto pelos quintais e conhecer as plantasmedicinais bem como suas formas de uso, indicações e a parte usada pelos moradores. Podemos perceberque algumas famílias tem uma grande afinidade com algumas plantas, procurando preserva e, além disso,demostrando como eles utilizam. Alguns trazem seus costumes de geração a geração pois eles têm umconhecimento muito valioso para que serve cada parte daquela plantação, os mais idosos são os tem umaforma de expressa mais espontânea para que cada tipo de vegetal tem sua importância, muitos sabem receitascaseiras feitas para curar vários tipos de doenças e alguns relatam que remédio caseiro e muito mais eficientepara a cura do que alguns medicamentos farmacêuticos. Pois vimos que alguns têm um diálogo bastanteproveitoso e com todas essas informações podemos aprender muitas recitas, tem informações que podemosrepassa ainda mais de geração a geração. Pois essa é uma forma boa de aprendermos os costumes de cadapessoa.

METODOLOGIA

O presente trabalho foi desenvolvido no dia 23 de junho de 2015, na comunidade Bananeira, temextensão com cidade Jatobá do Piauí, foi feito um levantamento de dados nos quintais das casas, comfinalidade de saber quais plantas os moradores cultivam em seus quintais. Baseado na entrevista feitaprimeiramente com a agente comunitária de saúde onde a mesma informou que a comunidade possui 44famílias, com a faixa etária de 22 a 82 anos com ambos os gêneros e quintais com extensão média de 10m a50m. Para a entrevista foi aplicado um questionário (QUADRO1), semiestruturado com perguntas fechadaspara que eles pudessem informar o que possuíam nas suas residências, quais tipos de plantações eles maistinham, se eles utilizavam elas para fazer alguns medicamentos, e no decorre da entrevista foi pedido paracada morador também sempre que possível um registro fotográfico. Em algumas casas não possuíam apenasplantas medicinais em muitas delas também estavam presentes as que são usadas para uso comestível - innatura.

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QUADRO 1. Perguntas utilizadas na entrevista dos moradores da comunidade Bananeira Jatobá do Piauí.

RESULTADO E DISCUSSÃO

De todas as 44 residências visitadas, entrevistou-se 35 famílias com ambos os gêneros e 9 dessas nãose encontravam na hora da entrevista. A faixa etária dos entrevistados variou entre 22 a 82 anos. Das casasvisitadas apenas vinte e oito delas possuíam quintais com plantas medicinais e sete não cultivam qualquer espéciede plantas para uso medicinal. Dentre estes 20% não fazem uso de planta medicinal. (Figura 1).

FIGURA 1- Percentual de uso de plantas medicinais

NOME:_______________________________________________________

IDADE_____________ GÊNERO_______________

EXTENSÃO DO QUINTAL:__________________________

DADOS ETNOBOTÂNICOS

1. Quais plantas você cultiva em seu quintal?

2. Que nome você utiliza para eles?

3. Qual a finalidade deste cultivo?

4. Qual parte da planta você mais utiliza?

5. Como e feito a manipulação deste remédio para o uso no dia a dia.

6. Quantas vezes ao dia pode ser utilizado?

TITULO: ETNOBOTÂNICA DE PLANTAS MEDICINAIS EM QUINTAISAGROFLORESTAIS DA LOCALIDADE BANANEIRA- JATOBÁ DO PIAUÍ.

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Ao final das entrevistas, foi obtido um total de 22 espécies botânicas, dentre elas algumas são comestíveise usadas também na produção de suco, a planta que foi encontrada em maior quantidade foi a erva cidreira(Melissa officinalis L.), que tem como parte mais utilizada as folhas para o uso de chá, que é indicado parainsônia. Foi encontrado um total de 22 espécies, distribuído em 15 famílias. A tabela 1 mostra a representaçãodas famílias e a figura 2 mostra a representatividade das espécies. A mais representativa foi a cidreira

TABELA 1. Lista das espécies encontradas na comunidade Bananeira, Jatobá do Piauí-PI. Com nome vulgarcientifico e família bem como a categoria de uso: M = medicinal; parte usada F= folha; B=batata; S semente; Lleite.

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FIGURA 2- representatividade das espécies. A mais que apresenta é Cidreira.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considerando os dados levantados nesse estudo constatou-se que a comunidade Bananeira de Jatobádo Piauí tem um conhecimento bem amplo da variedade de plantas medicinais responsáveis por suprir diferentesenfermidades. Mas também percebemos que algum entrevistado tem desinteresse e desconhece a importânciade cada planta do seu quintal. Percebeu-se que mesmo com os avanços tecnológicos atuais, a maioria dapopulação continua interessada na utilização de plantas com a finalidade medicinal. Alguns fatores que influenciamna escolha por remédios naturais é o preço elevado dos medicamentos e por acreditarem que remédios caseirossão melhores do que farmacêuticos, pois estes no entendimento de cada morador eles são menos prejudiciais àsaúde, alivia a dor mais rápido, além de trazer benefícios a saúde, algumas plantas são de usos alimentícias quepodem produzir doces, remédios, sucos em fim possuem inúmeras finalidades. Com isso pode-se se percebercomo eles explicam detalhadamente a importância de cada planta. E com isso concluímos que além da pesquisada realização do trabalho, tivemos o prazer de se informa mais como cada planta tem seu valor seja ele comercial,industrial, alimentício.

REFERÊNCIAS

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DORIGONI, P.A., GHEDINI, P.C., FRÓES, L.F., BAPTISTA, K.C., ETHUR, A.B.M., BALDISSEROTTO,B., BÜRGER, M.E., ALMEIDA,C.E., LOPES, A.M. & ZÁCHIA, R.A. 2001.

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