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Maringá - PR Bristol Metrópole Hotel de 12, 13 e 14 de setembro de 2018 ANAIS DO XIV Conclave Maringaense de Odontologia busca www.cmouem.com.br Universidade Estadual de Maringá Centro de Ciências da Saúde Departamento de Odontologia

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Maringá - PRBristol Metrópole Hotelde 12, 13 e 14 de setembro de 2018

ANAIS DOXIV ConclaveMaringaense deOdontologia

busca

www.cmouem.com.br

Universidade Estadual de MaringáCentro de Ciências da SaúdeDepartamento de Odontologia

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Apoio

Patrocinadores

Realização

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ReitorProf. Dr. Mauro Luciano Baesso

Vice-ReitorProf. Dr. Julio César Damasceno

Centro de Ciências da Saúde

DiretorRoberto Kenji Nakamura Cuman

AdjuntoNelson Nardo Júnior

Chefe do Departamento de OdontologiaProf. Dr. Ângelo José Pavan

Chefe Adjunto do Departamento de OdontologiaProf. Dr. Gustavo Jacobucci Farah

Representante Titular do Departamento deOdontologia no Conselho UniversitárioProf. Dr. Rafael dos Santos Silva

Representante Suplente do Departamentode Odontologia no Conselho UniversitárioProf. Dr. André Gasparetto

Coordenador do Curso de OdontologiaProf. Dr. Luiz Fernando Lolli

Coordenadora Adjunta do Curso de OdontologiaProfª. Dra. Flávia Matarazzo Martins

Endereço DODAv. Mandacaru, 1550. Bloco

(44) 3011-9051 e(44) 3011-9052 [email protected]

DODAv. Mandacaru, 1550. Bloco S08 87083-170 - Maringá - PR.

UEMAv. Colombo, 5790Campus 87020-900Maringá - PR

Universidade Estadual de MaringáCentro de Ciências da SaúdeDepartamento de Odontologia

PRODUÇÃO EDITORIAL:

Carlos Alexandre Venancio

[email protected]

44 99117-9134

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Possui graduação em Odontologia pela Univer-

sidade Estadual de Londrina (UEL), especializa-

ção em periodontia pela Faculdade de Odontologia

de Bauru da Universidade de São Paulo (FOBUSP)

e mestrado, na mesma área, pela FOBUSP. Dou-

tora em Ciências da Saúde, área de concentração

Micoses Humanas pela Universidade Estadual de

Maringá (UEM). Atualmente, no Departamento

de Odontologia da UEM, como professora adjun-

ta em Estomatologia e Radiologia, e no Programa

de Residência Multiprofissional em Saúde/ área

de Radiologia, desenvolve atividades de ensino,

pesquisa e extensão. Atua, principalmente, nos

seguintes temas: epidemiologia diagnóstico e

tratamento das doenças da cavidade bucal; pa-

cientes com comprometimento sistêmico, com na

Doença renal crônica e Câncer Bucal/Odontolo-

gia Oncológica, lasers em odontologia.

HOMENAGEADA:

PROFA. DRA. NELÍ PIERALISI

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COMISSÃO ORGANIZADORA DO

XIV CONCLAVE MARINGAENSE DE

ODONTOLOGIA - CMO 2018

DIOGO HENRIQUE NAKAIE

PRESIDENTE

ISABELA REGINA GRILO SILVA

VICE- PRESIDENTE

ANNA CAROLINA CENCI MATICK

GABRIELA NUNES ZORZI

MATEUS EUGÊNIO SIMÕES DE MORAES

LUIZ EDUARDO DE SOUZA

DIOGO HENRIQUE NAKAIE

IZABELA CAMPOS

WESLLEY SOUZA PETYK

MILENA DE SOUZA MORAES

IBRAHIN HENRIQUE BALAIS CAMPESE

CARLOS HENRIQUE MILAN GOMES DO NASCIMENTO

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Trabalhos

busca

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CIRURGIA

BIOPERFORMANCE DA BIOCERÂMICA BCP-NB2O5 EM MODELO DE AVULSÃO DENTÁRIA EM RATOS JOVENS

Douglas Bolzon Scatolim ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Luzmarina HernandesWilson Ricardo WeinandAlfredo Franco QueirozCamila Girotto da Silva

O procedimento indicado no caso de avulsão dentária resultante de trauma é a recolocação do dente no alvéolo para a manutenção do osso alveolar. Quando a perda do dente ocorre durante o crescimento do in-divíduo, o implante não pode ser realizado, consequentemente a ausência do estímulo mastigatório sobre o osso resulta na reabsorção do osso alveolar, portanto, a preservação do osso alveolar, após a perda den-tária, torna-se fundamental para o sucesso do tratamento futuro com implantes dentais. Caso as dimen-sões ósseas do rebordo alveolar estejam aquém das necessárias, técnicas de reconstrução que empreguem enxertos e biomateriais devem ser considerados. As cerâmicas baseadas em fosfato de cálcio estão entre os materiais mais utilizados como substitutos ósseos. As cerâmicas de fosfato de cálcio bifásicas (BCPs) cons-tituídas de hidroxiapatita e TCP ( tricálcio fosfato) têm mostrado melhor bioperformance no corpo vivo do que a hidroxiapatita pura. No entanto os BCPs são muito frágeis e reabsorvidos lentamente, mas podem ser associados com materiais mais resistentes, como o nióbio. O nióbio é um metal que na presença do oxi-gênio, forma o pentóxido de nióbio (Nb2O5), que é biocompatível, resistente à corrosão e indutor da nu-cleação da apatita, o que o torna bioativo. Estudos já realizados mostraram que o compósito composto por BCP e Nb2O5 apresenta maior dureza que o BCP puro, além de ser biocompatível, bioativo, osteocondutor e osteoindutor. Tendo em vista que este material nunca foi testado na região maxilofacial, o objetivo deste trabalho foi avaliar a capacidade do compósito BCP/Nb2O5, na forma de enxerto, de promover a osteogê-nese e manutenção do osso alveolar, em modelo de avulsão dentária. Utilizaram-se 14 ratos Wistar machos

(CEUA n° 9354050517), de 21 dias de idade, divididos em 3 grupos de acordo com o material de preenchi-mento do alvéolo dentário: (1) Coágulo do próprio animal (controle negativo); (2) BCP (controle positivo) e (3) BCP/Nb2O5. Sob anestesia realizou-se a exodontia do incisivo superior direito. A seguir acomodou-se o enxerto no interior do alvéolo, até o seu preenchimento. Trinta dias após a cirurgia os animais foram eutanasiados e as amostras foram fixadas e processadas para inclusão em parafina e coloração com H&E e Azan para estudo histológico sob microscopia de luz. As análises revelaram que, nos três grupos houve formação óssea e as biocerâmicas foram bioativas. Nos alvéolos enxertados com as biocerâmicas houve o desenvolvimento de tecido conjuntivo vascularizado ao redor dos grânulos e desenvolvimento de matriz óssea em contato direto com os grânulos. A maior frequência de osso maduro foi observada nos enxertos com as biocerâmicas. Nos alvéolos preenchidos com BCP/Nb2O5 a formação óssea foi semelhante àquela do grupo BCP, exceto pela maior frequência de vasos sanguíneos hiperêmicos no compósito. A presença de osteoclastos era baixa. No grupo coágulo também houve formação óssea; nestes alvéolos as trabéculas ósseas formadas eram mais delicadas. Conclui-se que a biocerâmica BCP/Nb2O5, na forma granulada, foi capaz de atuar como material de preenchimento e de estimular a formação e a manutenção óssea no inte-rior do alvéolo no período avaliado.

Palavras-chave: osteogênese, exodontia, biomateriais.

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CIRURGIA

TRATAMENTO CIRÚRGICO DE SEQUELA DE TRAUMA PANFACIAL EM DECORRÊNCIA DE ABORDAGEM PRECOCE

Iago Demetrio da Silva ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Gustavo Zanna FerreiraGuilherme Paladini Feltrin

Ricardo Augusto Gonçalves PierriJosé Henrique Santana QuintoAndressa Bolognesi Bachesk

As fraturas panfaciais são fraturas nas quais todos os ossos da face são acometidos. Elas correspondem à aproximadamente 5% dos traumas maxilofaciais e apresentam-se como os casos mais desafiadores para o cirurgião bucomaxilofacial (BMF). Lesões faciais complexas são geralmente resultantes de um trauma de

alta energia possuindo sua etiologia a partir de acidentes automobilísticos, seguidos por agressão física, acidentes esportivos e ferimentos por arma de fogo, exigindo conhecimento apurado do cirurgião Buco-maxilofacial sobre o posicionamento tridimensional das estruturas anatômicas faciais e das técnicas de fixação. Os pacientes politraumatizados de face necessitam de um tratamento multidisciplinar, pois geral-mente apresentam traumas em outras regiões do corpo e estão sujeitos a sequelas tanto físicas quanto emo-cionais no pós-operatório. O diagnóstico das fraturas panfaciais é feito através de exame clínico e imagi-nológico, onde a tomografia computadorizada (TC) revela o grau exato de deslocamento ósseo das fraturas, possibilitando também a reconstrução em três dimensões (3D) com a finalidade de se ter uma ideia global dos casos. As complicações relacionadas às fraturas panfaciais traduzem-se pela má resolução do caso, que acarreta em sequelas muitas vezes inevitáveis. Cirurgias subsequentes para aprimorar os resultados obtidos previamente podem ser necessárias. As sequelas de trauma quando abordadas de forma precoce, antes da ocorrência da consolidação óssea, tende a permitir um melhor reposicionamento dos ossos fra-

turados, sem a necessidade de osteotomias e com maior previsibilidade de resultado. O presente trabalho tem por objetivo relatar e discutir o tratamento de sequela de trauma, em uma abordagem precoce, de um paciente do gênero masculino de 46 anos de idade, vítima de acidente automobilístico de alta energia, o qual foi submetido a procedimento cirúrgico de emergência pela equipe de neurocirurgia para drenagem de Hematoma subdural. Durante o procedimento os fragmentos ósseos fraturados do osso frontal e com-plexo órbito-zigomático-maxilar foram fixados por placas e parafusos de titânio em posição inadequada, gerando alterações estéticas e funcionais. Sendo assim, houve a necessidade de um novo procedimento cirúrgico para o reposicionamento dos ossos fraturados e nova fixação, onde ocorreu o acompanhamento tardio de aproximadamente seis meses. Não houve complicações pós operatórias, e o paciente respondeu bem ao novo tratamento realizado. Dessa forma, o caso foi consolidado com resultados satisfatórios.

Palavras-chave: traumatologia, fraturas panfaciais, reconstituição facial.

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CIRURGIA

AVALIAÇÃO DA POSIÇÃO ANATÔMICA DO CANAL MANDIBULAR EM INDIVÍDUOS CLASSES II E III DE ANGLE EM RELAÇÃO À OSTEOTOMIA

SAGITAL DO RAMO MANDIBULAR EM CIRURGIAS ORTOGNÁTICAS

Vinicius Eduardo de Oliveira Verginio ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Liogi Iwaki FilhoLilian Cristina Vessoni Iwaki

Amanda Lury YamashitaFernanda Chiguti YamashitaEder Alberto Sigua Rodriguez

A osteotomia sagital bilateral do ramo mandibular (OSBRM) é o procedimento mais utilizado para corrigir as deformidades mandibulares, devido a sua versatilidade, sendo usada nos casos de assimetria, avanço e

recuo mandibular. Devido à posição e trajetória do canal mandibular, o nervo alveolar inferior (NAI) tem grande risco de lesão durante a OSBRM. O conhecimento da localização anatômica e da trajetória do NAI através da tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC) é essencial para reduzir as complicações relacionadas ao NAI. Portanto o objetivo deste estudo foi avaliar a posição anatômica do canal mandibular em pacientes classes II e III de Angle submetidos à osteotomia sagital bilateral do ramo mandibular. Foram selecionadas TCFC pré e pós-operatórias. Para esta análise, foram realizadas as medidas da espessura da mandíbula, distância do aspecto interno das suas corticais superior, inferior, vestibular e lingual em rela-ção ao canal mandibular e a relação de proximidade entre o canal mandibular e a cortical óssea. Para dar origem aos pontos foi traçada a trajetória do canal mandibular, através de cortes axiais/coronais e de uma radiografia panorâmica gerada pela TCFC, onde por meio de pontos interligados formam uma representa-ção 3D do caminho do canal mandibular. Essas mensurações foram realizadas em três pontos diferentes da mandíbula, através de cortes axiais/coronais da TCFC, e tiveram como base algumas linhas de orientação.

Para a análise estatística, foram utilizados o teste de Shapiro-Wilk e o teste t pareado, ao nível de signifi-cância de 5% (p<0,05). Foram observados no presente estudo 79 pacientes, sendo 41 pertencentes da classe III e 38 da classe II. Na classe II, 32 indivíduos eram do sexo feminino e 6 do sexo masculino. Já na classe III, 23 eram do sexo feminino e 18 do sexo masculino. Em ambas as classes, a maior distância entre a cortical vestibular externa e o canal mandibular foi a nível do primeiro e segundo molares, enquanto o menor estava a nível de terceiro molar canal, e também que houve achado de proximidade do canal mandibular da corti-cal vestibular externa até 13,16% na classe II e em até 12,5% na classe III. Conclui-se que a área mais segura para realizar a osteotomia levando em consideração a proximidade do canal com a cortical vestibular é na área entre o primeiro e o segundo molar inferior.

Palavras-chave: cirurgia ortognática, nervo mandibular, tomografia computadorizada por raios x.

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CIRURGIA

CIRURGIA COSMÉTICA COMO TRATAMENTO PARA DISPLASIA FIBROSA CRANIOFACIAL

Caio Cesar Santos Patron Luiz ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Gustavo Jacobucci FarahElen de Souza Tolentino

José Henrique Santana Quinto

A displasia fibrosa (DF) é uma doença localizada rara, frequentemente associada com deformidades ósseas causadas pela proliferação anormal de tecido fibroso intercalado com osso normal ou imaturo devido à presença osteoblastos mutados, pouco diferenciados. É mais comum nas duas primeiras décadas de vida e afeta o gênero feminino com mais frequência do que o gênero masculino. Os ossos mais acometidos são os longos, como as costelas, a tíbia e o fêmur, mas também pode haver acometimento dos ossos craniofaciais (Displasia Fibrosa Óssea Craniofacial), dentre eles os maxilares. Radiograficamente, apresenta o aspecto clássico de “vidro despolido”, de caráter expansivo, de limites imprecisos e predileção pela maxila. A DF apresenta duas formas: a monostótica, mais comum, e a poliostótica, mais rara. A transformação maligna é rara: cerca de 0,5% para o subtipo monostótico e 4% para a síndrome de McCune-Albright (DF polios-tótica) O tratamento ainda é controverso, mas o que predomina é a cirurgia conservadora ou radical, além da proservação. Este trabalho tem como objetivo mostrar as vantagens da abordagem conservadora ou cosmética por meio de um relato de caso com acompanhamento de 22 anos. Paciente de 56 anos, parda, procurou o projeto de extensão de Lesões Bucais (LEBU) da Universidade Estadual de Maringá (UEM) com a queixa de “tecido crescido” na região posterior de maxila esquerda. A mesma foi diagnosticada com DF monostótica. Sua primeira cirurgia cosmética foi realizada no ano de 1996. A paciente é acompanhada até a presente data, tendo realizado desde então um total de 5 cirurgias para as recorrências que esta condição apresentou. A cirurgia cosmética nestes casos trata de uma abordagem mais conservadora que devolve estética ao paciente e que pode ser feita em nível ambulatorial com um pós-operatório favorável. A ressec-ção pode trazer consequências irrevessíveis ao paciente, visto que algumas estruturas anatômicas podem ser lesadas durante o ato cirurgico, somadas à demanda estética da região craniofacial e à necessidade de reconstruções e reabilitação da região. Contudo não se pode generalizar qual o melhor tratamento ou abor-dagem para essas lesões. Fatores como extensão, localização e comportamento da lesão devem ser consi-derados, sendo cada caso planejado individualmente.

Palavras-chave: displasia fibrosa, cirurgia, tratamento.

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CIRURGIA

LESÃO HIPERPLÁSICA EM DUCTO PAROTÍDEO – RELATO DE CASO CLÍNICO CIRÚRGICO

Júlia Cieslak Correa ([email protected])Centro Universitário Ingá – Uningá

Heldo Cesar Figueira JuniorThyago A. de Oliveira

Hiperplasias são lesões de tecido conjuntivo, consideradas lesões reativas por se formarem, geralmente, devido a esforços mecânicos, se dão por aumento na produção de células locais. Se apresentam como nó-dulos macios e assintomáticos, sendo mais comum em indivíduos portadores de próteses dentárias mal adaptadas, em pessoas que fazem uso de aparelhos ortodônticos e em crianças durante a dentição mis-ta. A classificação das hiperplasias é dada segundo a sua localização (tipo do tecido afetado), como por exemplo a hiperplasia fibrosa inflamatória, que atinge um tecido predominantemente fibroso. O objetivo deste trabalho é relatar um caso de um paciente do gênero feminino, 64 anos, portadora de prótese total

superior, que procurou atendimento na clínica odontológica do Centro Universitário Ingá (UNINGÁ), para tratar lesão fibrosa que se apresentou na região de drenagem do ducto de Stenon, da glândula parótida. A paciente não reportou sintomatologia dolorosa, porém já convive com a lesão há mais de 2 anos. No exame intraoral inicial havia a hipótese de que a hiperplasia estaria obstruindo a passagem de saliva da glândula parótida. Foi realizada então a ordenha da glândula onde se observou que havia secreção salivar, porém inferior quantitativamente ao lado não acometido. A sialografia demonstrou ausência de calcificação ou interrupção da continuidade salivar. Planejou-se a remoção cirúrgica da hiperplasia pelo trauma constante na região.Foi realizada incisão ao redor da lesão e a divulsão dos tecidos com tesoura metzenbaum. Após a exérese da hiperplasia o ducto foi localizado, inserido guia em nylon intraductal visando a continuidade da drenagem salivar, evitando interrupção por epitelização da comunicação com o meio bucal, que foi sutu-rado na mucosa jugal a fim de se evitar remoção involuntária. O pós-operatório se apresentou satisfatório com drenagem espontânea da glândula e a remoção do guia suturado na mucosa jugal foi realizada após 10 dias. As lesões do ducto salivar podem ser idiopáticas, iatrogênicas ou pós-traumáticas, as quais se não tratadas precocemente podem levar a uma sialocele (acúmulo de extravasamento salivar numa cavidade subcutânea), e a estenoses (estreitamento patológico de um conduto) que são as mais frequentes causas das obstruções das glândulas salivares. Conclui-se que o diagnóstico e o tratamento precoce de lesões localiza-das no ducto parotídeo são de grande importância, evitando a ocorrência de complicações que despende-riam de abordagens mais traumáticas, ou em casos extremos, a perda de função da glândula acometida. A abordagem escolhida está bem indicada por demandar acesso intraoral pequeno, baixa morbidade e repo-sicionamento fisiológico dos tecidos nos planos acessados.

Palavras-chave: hiperplasia, glândula parótida, tecido conjuntivo.

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CIRURGIA

CISTO DE RETENÇÃO MUCOSO EM SEIO MAXILAR – RELATO DE CASO CLÍNICO CIRÚRGICO

Mark Alisson Estanganini Silva ([email protected])Centro Universitário Ingá – Uningá

Heldo Cesar Figueira JuniorÂngelo José Pavan

Iago Demétrio da Silva

Os seios maxilares são cavidades bilaterais que ocupam todo o interior das maxilas, sua forma geralmente é piramidal e seu tamanho variável, estes representam os maiores seios dos ossos pneumáticos. São revesti-dos por uma fina membrana mucosa constituída predominantemente por epitélio respiratório que adere ao periósteo e é contínua ao revestimento nasal. Uma patologia comum que acomete o seio maxilar é o cisto de retenção mucoso, definido como um fenômeno de retenção do muco, produzido nas glândulas seromuco-sas, que compõem o tecido de revestimento dos mesmos. Embora haja controvérsias quanto a sua etiologia, definições mais aceitas sugerem que eles sejam causados pela obstrução e consequente deficiência de dre-nagem dos ductos seromucosos, predominantemente por inflamações na mucosa de revestimento, aler-gias ou infecções das vias respiratórias superiores, traumas ou por processos infecciosos de origem dental e periodontal. A presença do cisto no seio maxilar é geralmente descoberta por exames radiográficos onde assume características radiológicas específicas como radiopacidade, formato ovóide semelhante à cúpula invertida, bordos arredondados, base larga, uniloculares e estarem situados no assoalho do seio maxilar. Em grande parte dos casos são assintomáticos e não requerem intervenção cirúrgica por, em geral, se rom-perem ou regredirem espontaneamente. Este trabalho tem por objetivo o levantamento científico acerca do cisto de retenção mucoso, abordando o caso de um paciente do gênero masculino, 24 anos, leucoderma, que foi encaminhado para atendimento clínico relatando dores recorrentes agudas no terço médio esquer-do da face, sensação de pressão e incômodos respiratórios. O paciente não relatou históricos de sinusites, rinites ou alergias graves. Ao exame extraoral não foi constatado qualquer anormalidade. As condições de saúde bucal se apresentavam satisfatórias, especificamente, na região da queixa. Foram solicitados exames imaginológicos, dos quais na tomografia foi constatada na parte anterior e inferior da mucosa do seio maxi-lar esquerdo a presença de uma massa hiperdensa uniforme, de forma elevada, arredondada, com formato de cúpula invertida e contornos bem definidos. Levantou-se a hipótese diagnóstica de cisto de retenção mucoso. Devido à sintomatologia dolorosa, decidiu-se realizar uma abordagem cirúrgica da lesão. Foi exe-cutado o procedimento de punção aspirativa, e enucleação cística por meio do acesso de Caldwell-Luc. O conteúdo líquido, juntamente com os fragmentos do cisto removidos, foram encaminhados para análise histopatológica, onde posteriormente foi confirmado o diagnóstico definitivo de cisto de retenção mucoso. As queixas do paciente cessaram após a cirurgia, não houve comunicação bucosinusal no pós-operatório e exame tomográfico posterior evidenciou processo fisiológico de remodelação óssea na parede anterior do seio. O paciente continua a ser acompanhado por exames clínicos e radiográficos. Sendo assim, a enuclea-ção do cisto de retenção mucoso no seio maxilar por meio da técnica de Caldwell-Luc se mostra um meio eficaz para o tratamento dos casos sintomáticos da doença.

Palavras-chave: cistos maxilomandibulares, cirurgia maxilofacial, seio maxilar.

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CIRURGIA

REMOÇÃO DE BROCA CIRÚRGICA DESLOCADA PARA A REGIÃO LINGUAL, DURANTE EXODONTIA DE TERCEIROS MOLARES

MANDIBULARES: RELATO DE CASO

Leonardo Mottes ([email protected])Unicesumar

Tiago Gai AitaGustavo Faria Cerqueira

A extração de terceiros molares é um procedimento frequente na prática odontológica. A grande incidência de terceiros molares impactados associa-se a diversas situações, como pericoronarite, cárie na superfície distal do segundo molar, dor, reabsorção radicular externa e cistos ou tumores odontogênicos. Inadverti-damente diversos acidentes e complicações podem ocorrer durante ou após o procedimento. Dentre elas podemos citar hemorragia, alveolite, fraturas radiculares, infecções, fraturas ósseas, parestesia, fratura de

mandíbula e lesões a dentes adjacentes. A porcentagem de acidentes ou complicações associadas a exo-dontia de terceiros molares pode variar de 2,6 a 30%. Os fatores principais incluem; estado geral de saúde do paciente, idade, grau de impacção dentária, experiência do cirurgião, técnica cirúrgica, tabagismo entre outros. A forma adequada para evitar situações inesperadas é realizar um bom planejamento do procedi-mento cirúrgico, que deve iniciar pelo conhecimento da história médica, e se estender até os cuidados pós-operatórios. Paciente do gênero masculino, 42 anos, foi encaminhado ao especialista em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial (CTBMF), por outro Cirurgião-Dentista (CD) com diagnóstico de broca fraturada na região do dente 48. Segundo relatos do CD, no decorrer da odontosecção houve a fratura da broca, onde a mesma ficou retida na região lingual do dente. Após a fratura, o Cirurgião-Dentista conse-guiu remover a maior parte do dente, deixando apenas o ápice radicular, mas não encontrou o fragmento da broca. Foi então realizado uma radiografia periapical confirmando que a broca estava alojada em intimo contato com o nervo alveolar inferior. Por orientação do especialista CTBMF o dentista solicitou uma To-mografia Computadorizada (TC) de feixe cônico da região. As imagens da TC sugeriam que o fragmento da broca estava na região lingual, assim como existia a presença do fragmento radicular. Antes do procedi-mento cirúrgico foi percebido que o retalho cirúrgico foi incorretamente executado, assim como a ostecto-mia foi excessiva, levando a lesão dos tecidos moles linguais, causando uma deiscência local com exposição óssea. Foi então realizada nova intervenção cirúrgica para remoção da broca e do fragmento radicular. Após 15 dias houve sequestro ósseo na região lingual onde não havia sido suturado por falta de tecido mole. Com 45 dias de pós-operatório a região operada já estava com a cicatrização de tecido mole completo. Foi soli-citado a realização de radiografia panorâmica de controle onde foi constatado, além da boa cicatrização da região do 48, também havia um corpo estranho no alvéolo do dente 38. O dente em questão havia sido re-movido três semanas antes do dente 48. O paciente não havia sido informado da fratura desta broca. Como a região não apresentava alterações locais e radiográficas optou-se pela proservação. Podemos concluir que as manobras cirúrgicas realizadas de forma incorreta pelo Cirurgião-Dentista, responsável pela exodontia dos terceiros molares mandibulares como: o retalho mucoperiosteal, sutura e técnicas cirúrgicas inapro-priadas, foram os fatores determinantes para a ocorrência do acidente transoperatório.

Palavras-chave: acidentes e complicações, terceiros molares, exodontia.

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CIRURGIA

EXODONTIAS MÚLTIPLAS EM PACIENTE TRANSPLANTADO RENAL: RELATO DE CASO

Lênin Dominicalli Guimarães ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Neli PieralisiGustavo Jacobucci Farah

Ana Carolina Guimarães AlvesMarcelly Christoffoli

Izabela Campos

A cada ano, o número de indivíduos diagnosticados como portadores da Doença Renal Crônica (DRC) au-menta. Atualmente, a DRC atinge cerca de 13% da população brasileira, compreendendo um significativo problema de saúde pública. Essa ascensão nos números está associada à sua etiologia variada, dentre as prin-cipais causas estão o diabetes mellitus (DM), a hipertensão arterial sistêmica e, pouco menos, a glomeru-lonefrite primária. A DRC é caracterizada pela presença de lesão renal, estrutural ou funcional, com queda da taxa de filtração glomerular (TFG) por um mínimo de três meses. Assim, há decréscimo das funções me-tabólicas, endócrinas e excretórias desempenhadas pelos rins, com reflexo em um desequilíbrio orgânico e acúmulo de resíduos e líquidos. No último estágio da doença, há necessidade de terapia renal substitutiva (TRS). As TRSs disponíveis são hemodiálise (HD), diálise peritoneal e transplante renal. O transplante renal é atualmente a melhor forma de tratamento para o paciente com insuficiência renal crônica, tanto do ponto de vista médico, quanto social ou econômico. Ele está indicado quando houver insuficiência renal crônica em fase terminal, estando o doente em diálise ou mesmo em fase pré-dialítica. Esse procedimento eleva a expectativa de vida do paciente com DRC, reduzindo complicações a longo prazo e mantendo a qualidade de vida do mesmo dentro de uma rotina normal. No entanto, para preservar a função do tecido transplan-tado, a variedade de fármacos utilizados por estes pacientes resulta em imunossupressão e gera impactos nas condições da cavidade bucal. O paciente transplantado renal necessita, então, receber cuidados di-ferenciados diante da necessidade de um procedimento cirúrgico, mesmo odontológico. Sendo assim, o objetivo deste trabalho é apresentar um caso clínico no qual foram realizadas 2 cirurgias de extração de múltiplos dentes, com o intuito de auxiliar os profissionais esclarecendo os cuidados a serem tomados na anestesia e nas medicações pré e pós cirúrgicas. Paciente adulto, gênero masculino, 47 anos, com queixas principais de bruxismo cêntrico noturno, queixou-se de sangramento matinal e dor em alguns de seus

dentes que se encontravam comprometidos e com indicação exodôntica. Em pacientes com transplante renal, é de suma importância o conhecimento das medicações de uso contínuo e de fármacos nefrotóxicos pelos profissionais que realizam o procedimento cirúrgico. Esses indivíduos fazem uso de agentes imunos-supressores e recebem corticosteróides, cuja dose deve ser adaptada nos períodos trans e pós operatórios, com risco de potencializar infecções autolimitantes e torná-las mais graves. O procedimento foi realizado sem intercorrências na Clínica Odontológica da Universidade Estadual de Maringá-UEM, em função dos cuidados tomados por profissionais que adquiriram esses conhecimentos, conduzindo ao sucesso cirúrgico em prol da saúde do paciente.

Palavras-chave: exodontias múltiplas, transplante renal, cirurgia.

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CIRURGIA

ESTUDO DO COLÁGENO E VASCULARIZAÇÃO NO PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO DE FERIDAS CUTÂNEAS TRATADAS COM KT®

Leonardo Alan Delanora ([email protected])Universidade Estadual de MaringáEneri Vieira de Souza Leite MelloAna Luiza Machado Wunderlich

Ana Carolina GuidiJoão Carlos Palazzo de Mello

A pele é responsável pela primeira linha de proteção contra agentes externos e agressões físicas, esse teci-do sofre constantes adaptações oriundas da sua dinâmica e arquitetura, tensões mecânicas provenientes de estímulos físicos externos são gatilhos para tais alterações. A bandagem Kinesio Taping® (KT®) é uma alternativa que vem sendo utilizada clinicamente como auxiliar no processo de reabilitação, seu método de utilização se baseia na aplicação de faixas elásticas sobre a pele, essa tensão aplicada gera estímulos cutâneos do sistema sensório motor, alterando o produto final da cicatrização. Embora os efeitos da KT® sejam alvo de muitos pesquisadores, não há, de acordo com nosso conhecimento, evidências histológicas científicas que comprovem os efeitos desse tratamento no tecido de cicatrização. Portanto, o objetivo desse trabalho, foi avaliar os efeitos da técnica no tecido cicatricial, a nível de colágeno, suporte sanguíneo e área cicatri-cial. Para tal, foram utilizados 35 ratos Wistar, divididos em 7 grupos (Grupo C; KT0; KT20; KT40; KT60; KT80; KT100) correspondentes ao nível de distensão da bandagem aplicada. Para a confecção das feridas cutâneas os animais foram anestesiados, epilados e realizada uma incisão no sentido longitudinal de 5 cm de comprimento, em seguida as incisões foram suturadas, utilizando-se fios de Nylon 5-0 (PolySuture®). Após 7 dias, os pontos foram removidos e no décimo dia, foram submetidos ao tratamento com a bandagem KT®. As tensões foram produzidas manualmente, variando o comprimento da bandagem no seu sentido longitudinal. Após 6 horas, as mesmas foram removidas e o fragmento da pele, coletado e fixado, seguido de procedimento histológico de rotina. Os cortes foram corados (Hematoxilina e Eosina, Mallory-Azan e Picro Sirius Red) e avaliados em microscópio de luz (Nikon YS29) e com luz polarizada (Polarizador Atta-chment Nszh-KPO). As mensurações quanto a área cicatricial (µm2), densidade vascular e deposição de colágeno foram feitas com o programa Image Pro-Plus® 4.5. Todos os resultados foram analisados estatis-ticamente utilizando o software GraphPad Prism® 5. Como resultados, obtivemos que em todos os grupos tratados, houve um predomínio de fibras colágenas tipo III e redução de fibras colágenas tipo I, podendo ser atribuídas à inibição de MMPs, concomitante com a redução da área cicatricial das feridas, com diferenças estatisticamente significantes nos grupos com tensões maiores que 40%. Pudemos notar um aumento no número absoluto de vasos nos tecidos submetidos a maiores tensões de bandagem, porém na análise da densidade vascular (números de vasos por área cicatricial) apenas os submetidos a força de tensão de 80%, mostraram-se estatisticamente significantes, corroborando com evidências clínicas de Martins (2014), as quais sugerem que os efeitos vasculares em pós-operatórios de cirurgias estéticas são melhores em tensões submáximas da KT®. Os achados nos levaram a concluir que a bandagem KT® foi capaz de provocar alte-rações no tecido cicatricial e pode influenciar no processo de cicatrização da pele, porém mais estudos mo-leculares são necessários para desvendarmos como os mecanismos acontecem. Concluímos que as tensões externas são fatores de grande importância no processo de cicatrização de feridas e campo abrangente para futuras pesquisas na área da odontologia.

Palavras-chave: cicatrização, força de tensão, colágeno.

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CIRURGIA

REMOÇÃO DE CANINO IMPACTADO NO MENTO POR INDICAÇÃO ORTODÔNTICA: RELATO DE CASO

Guilherme I. L. Silva ( [email protected])UnicesumarTiago Aita

Gustavo Faria CerqueiraKelly Regina Micheletti Cerqueira

Gustavo Zanna Ferreira

A indicação para extrações dentárias devido alguma anormalidade de desenvolvimento é comum, podendo ser por fatores ambientais, idiopáticas ou hereditárias. Essas alterações têm diversas consequências, como perdas de estruturas nobres, deslocamentos dentários, distúrbios de erupção e defeitos no desenvolvimen-to dental e ósseo do paciente, sendo de grande importância um bom diagnóstico para indicação do correto tratamento. O cisto dentígero, ou ainda cisto folicular, é o tipo mais comum de cisto odontogênico que tem sua origem incerta, mas se desenvolve pelo acúmulo de fluido entre epitélio reduzido do esmalte e a coroa do dente. Sendo mais frequente em pacientes de 10 á 30 anos e do gênero masculino, sua localização pode acometer dente permanente impactado como o terceiro molar inferior, canino, terceiro molar supe-rior, segundos pré-molares inferiores, supranumerários ou odontomas. São assintomáticos e geralmente descobertos por exames radiográficos de rotina, apresentando como característica radiográfica uma área radiolúcida unilocular associada a coroa de dente incluso. Histopatologicamente contém cápsula fibrosa, substância amorfa, cristas epiteliais e camada de epitélio reduzido, mas deve-se ter cuidado pois tem como diagnóstico diferencial, ceratocisto, ameloblastoma ou ainda apenas um folículo coronário aumentado. Seu tratamento consiste em enucleação do cisto juntamente com o dente não erupcionado ou ainda mar-supialização, se for de grande extensão. Se for possível a erupção do dente envolvido, poderá ser removido a cápsula cística, mantendo o dente e tendo o acompanhamento ou tratamento ortodôntico para auxiliar erupção. O caso clínico é referente a paciente do gênero feminino, com 12 anos de idade, na qual a queixa principal foi “encaminhamento do ortodontista para exodontia dente 43 na região do mento”. Ao exame clinico, foi visualizado dente 83 em posição e a palpação foi percebido um abaulamento da cortical vesti-bular do mento sugerindo o dente incluso. Ao exame de imagem sugeria dente 43 incluso no mento, na po-sição horizontal. Com uma radiografia oclusal foi confirmado que o dente em questão encontrava-se com sua coroa próximo a cortical vestibular. Foi realizado procedimento cirúrgico em ambulatório sob anestesia local, incisão intrabucal e deslocamento para acesso a sínfese. Foi então realizado ostectomia para exposi-ção do dente 43, luxação com elevadores, remoção do dente em questão assim como do cisto que envolvia a coroa do mesmo seguido de correção de irregularidades ósseas. Finalizando o procedimento foi curetado a loja cirúrgica e irrigado com soro fisiológico 0,9% para suturar por planos. A lesão foi encaminhada para análise histopatológica, onde foi confirmado a suspeita de cisto dentígero. O paciente encontra-se em pós operatório de 14 meses sem recidiva da lesão e com neoformação óssea.

Palavras-chave: incluso, cisto, dentígero, cirurgia.

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CIRURGIA

RELAÇÃO DO CICLO MENSTRUAL E DO USO DE CONTRACEPTIVOS ORAIS NA INCIDÊNCIA DE ALVEOLITE

Douglas Bolzon Scatolim ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Elen de Souza TolentinoGustavo Jacobucci Farah

A alveolite (osteíte alveolar) é uma complicação que ocorre em 1 a 4% dos casos de exodontia. O coágulo sanguíneo que deveria formar-se após a extração dentária dissolve-se ou se solta antes da cicatrização da ferida, expondo os ossos e os nervos subjacentes, causando desconforto, dor e mau hálito. A alveolite possui uma etiologia multifatorial que vai desde fatores locais e circunstanciais, como a técnica cirúrgica e o cuidado pós-operatório, até problemas sistêmicos, como circulação, diabetes, período do ciclo mens-trual, uso de contraceptivos orais, dentre outros. Os objetivos deste trabalho são apresentar uma revisão de literatura sobre a relação do ciclo menstrual e do uso de contraceptivos orais na incidência de alveolite

e apresentar uma proposta de manejo das pacientes a fim de evitar que ela ocorra. Para selecionar artigos que tratem desta relação, realizou-se uma busca na base de dados PubMed utilizando os termos “dry soc-ket”, “alveolar osteitis”, “causes” e “etiology”, houve preferência por textos publicados nos últimos 10 anos, embora alguns estudos clássicos também tenham sido selecionados. A busca resultou em 12 artigos os quais demonstraram, que mulheres que se submetem a extrações dentárias enquanto usam contracepti-vos orais ou estão no meio do ciclo menstrual têm maior susceptibilidade ao desenvolvimento de alveolite. Isso ocorre, possivelmente, porque o estrógeno influencia localmente o processo fisiológico da fibrinólise, sendo capaz de aumentar os níveis plasmáticos de plasminogênio e do t-pa (ativador de plasminogênio tecidual), o que ocasiona um aumento na concentração de plasmina, que é responsável pela degradação da fibrina, levando à dissolução do coágulo. Para evitar a complicação, os autores recomendam que pacientes usuárias ou não de contraceptivos orais façam a cirurgia no período coincidente com a menstruação, pois, nesse período, os níveis de estrógeno são menores, e, segundo os estudos, nesse intervalo de tempo, há menor incidência de casos de osteíte alveolar. Assim, conclui-se que, no momento da exodontia, o período do ciclo menstrual ou o uso do contraceptivo oral, influenciam o desenvolvimento de alveolite, para evitar tal circunstância, é de bom senso, por parte do dentista, um manejo correto da paciente. Além disso, são necessários mais estudos que abordem a fibrinólise influenciada por estrogênios.

Palavras-chave: alvéolo seco, fibrinólise, anticoncepcionais orais.

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CIRURGIA

ENUCLEAÇÃO CÍSTICA PERIAPICAL

Heloise Silva Coltro ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Ângelo José PavanIago Demetrio da Silva

Cistos odontogênicos são classificados como sendo cistos de desenvolvimento, ou ainda como cistos infla-mátorios. Os cistos inflamatórios são lesões causadas por disseminação inflamatória, decorrente de cáries, traumatismo dentário e infecções periodontais, sendo os casos mais comuns oriundos de infecções dos canais radiculares. Essas inflamações atingem os restos epiteliais de Malassez, na região periapical, de-sencadeando a formação cística através da proliferação destes restos epiteliais sob influência de fatores de crescimento e citocinas inflamatórias, que histopatológicamente compreende a uma cavidade, com fluido líquido ou semi-sólido, envolto por uma cápsula de tecido epitelial e conjuntivo. Os cistos inflamatórios possuem sub-classificações, sendo os mais comuns os cistos periapicais, ou cistos radiculares, que ocorrem com maior incidência na região anterior maxilar, mas que também podem ser encontrados em mandíbula. Geralmente, os cistos periapicais são assintomáticos, porém quando ocorrem em grandes proporções po-dem causar sinais, como dores à palpação e mastigação, mobilidade dos dentes próximos e também sen-sibilidade destes, assim como abaulamento na região inflamada e assimetria facial, devido o espaço ocu-pado pela lesão. Em casos de cistos radiculares, os dentes adjacentes não respondem à testes de vitalidade pulpar. Este trabalho tem por objetivo relatar o caso de uma paciente, 22 anos, leucoderma, que procurou tratamento odontológico com queixa de dores no dente. Clinicamente, a paciente apresentou uma leve depressão na região do dente 46, onde, posteriormente, ao realizar a radiografia panorâmica, foi possível visualizar que o dente possuía tratamento endodôntico e lesão radiolúcida na região apical. Foi realizado uma tomografia Cone Beam, levantando-se a hipótese diagnosticada de cisto periapical. Procedeu-se com punção aspirativa e exérese da lesão por enucleação com apicectomia da raiz distal do dente 46. A pacien-te foi medicada com Clauvulim BD 400mg, Ibuprofeno 600mg e Toragesic 10mg. O material foi enviado para exame histopatológico, onde se confirmou o diagnóstico definitivo de cisto periapical inflamatório. Três meses após o procedimento, foi realizado uma nova radiografia panorâmica mostrando neoformação óssea alveolar na região do dente 46, devolvendo a anatomia. O prognóstico da paciente foi satisfatório. O tratamento para esse tipo de lesão pode ser o tratamento endodôntico, com ou sem apicectomia, descom-pressão, marsupialização e enucleação cística. Para lesões que excedam 2cm indica-se a cirurgia periapical seguida de curetagem.

Palavras-chave: cirurgia, patologia, diagnóstico.

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CIRURGIA

AMELOBLASTOMA UNICÍSTICO MANDIBULAR: USO DE DESCOMPRESSÃO COMO FORMA DE TRATAMENTO

Raphela Zanin Rodrigues ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Liogi Iwaki Filho.Andressa Bolognesi Bachesk;

Eder Alberto Sigua Rodrigues;Isabela Ardenghi Baptista;

O ameloblastoma é um tumor benigno que se origina do epitélio odontogênico., localmente agressivo, de crescimento lento, características de infiltração local e elevado índice de recidiva. Quanto ao comporta-mento clínico, trata-se de um tumor de crescimento lento, normalmente assintomático em estágios ini-ciais, o que implica diagnóstico tardio, quando o tumor já atingiu grandes proporções, podendo provocar deslocamento, mobilidade e reabsorção dentária, assim como parestesia. Os sintomas mais comuns são inchaço, dor e desconforto local. Apresenta três variantes histológicas, que pode ser classificado em: mul-ticístico, periférico e unicístico. Esse acomete pacientes jovens em região posterior de mandíbula. Normal-mente apresentam padrão radiográfico de lesões multicísticas radiolúcidas, com limites bem definidos de forma semelhante a “favos de mel” ou “bolhas de sabão”. Em imagem de lesões unicísticas radiolúcidas uniloculares, que, em geral, circundam a coroa de um dente incluso, podendo ser confundidos com cis-tos dentígeros. A reabsorção dentária é um fator característico que diferencia o ameloblastoma de lesões císticas simples. O tratamento pode variar desde tratamentos mais conservadores como a descompressão seguido da enucleação, a crioterapia que usa baixas temperaturas como forma de tratamento, até agressi-vos como a ressecção. Este trabalho tem o objetivo de relatar um caso clínico de ameloblastoma unicístico mural tratado com descompressão seguida da enucleação, após o laudo inicial de cisto dentígero. Paciente, gênero feminino, 26 anos, compareceu na clínica Odontológica da UEM com suspeita de tumor odontogê-nico. Ao exame clínico apresentava edema em região de ângulo mandibular direito, sintomatologia doloro-sa. Ao exame radiográfico imagem radiolúcida unilocular de aproximadamente 4,5 cm envolvendo o dente 48 semi irrompido, com expansão das tábuas ósseas. Hipóteses diagnóstico foram cisto dentigero e amelo-blastoma unicístico. O tratamento de escolha foi à realização da descompressão seguido de enucleação. O material foi encaminhado ao exame histopatológico, com laudo de cisto dentígero. Em acompanhamento de 6 meses, o exame tomográfico revelou regressão significativa da lesão, sendo realizado a enucleação da lesão e do dente, que então foi diagnosticada como ameloblastoma unicistico mural. O tratamento de escolha mostrou efetivo. Paciente encontra em PO de 6 meses pós enucleação com sinais de neoformação óssea e sem recidiva até o presente momento.

Palavras-chave: ameloblastoma, biópsia, mandíbula.

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CIRURGIA

CISTO DENTÍGERO TRATADO POR MARSUPIALIZAÇÃO SEGUIDO DE TRACIONAMENTO ORTODÔNTICO: RELATO DE CASO CLÍNICO

Caio Cesar Santos Patron Luiz ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Angelo josé PavanRaphaela Zanin Rodrigues

José Henrique Santana QuintoLucas Costa Nogueira

O cisto dentígero é o tipo mais comum dos cistos de desenvolvimento representando cerca de 20% de todos os cistos revestidos por epitélio nos ossos gnáticos, sendo a cavidade cística preenchida pelo líquido citrino, esta patologia tem origem da separação do folículo de um dente não erupcionado. Histologicamente possui uma cápsula de tecido conjuntivo frouxo e delgado, revestido por células epiteliais não ceratinizadas, com-posto por duas ou três camadas de células planas ou cuboidais e possui leve predileção por gênero mascu-lino na faixa etária de 10 a 30 anos de idade. Radiograficamente imagem radiolúcida, unilocular associada à coroa de um dente incluso. O tratamento mais comum é a enucleação da lesão e do dente envolvido. Nos casos de cistos de grades extensões a técnica recomendada é a da marsupialização e se existir a possibilida-de do dente envolvido erupcionar o tratamento ortodôntico é indicado. Como critérios para diagnóstico, devem-se levar em consideração o tamanho do cisto, a idade do paciente, os dentes envolvidos e o envol-vimento de outras estruturas anatômicas. O presente trabalho tem como objetivo relatar um caso clinico, de um paciente do sexo masculino, 5 anos, que compareceu na clínica Odontológica da UEM com queixa de aumento de volume na maxila. Ao exame clínico apresentava abaulamento na região anterior da maxila envolvendo a região vestibular e palatina, assintomático. No exame radiográfico apresentava lesão radiolú-cida, unilocular de aproximadamente 3,0 cm, com expansão da tábua óssea. A hipótese diagnostica foram cisto de dentígero e cisto folicular inflamatório. O paciente foi submetido à marsupialização e o material encaminhado ao exame histopatológico, que confirmou a presença de cisto dentígero. No pós operatório de 1 ano o exame tomográfico revelou, cavidade cística reduzida e deslocamento dos dentes 21,22,23, in-clusos, com isso o paciente foi submetido a uma nova cirurgia para enucleação da lesão e tracionamento ortodôntico dos dentes 21 e 22 e exodontia dos dentes 51,52,61 e 62. No momento o paciente não apresenta recidiva e mantém acompanhamento clinico e radiográfico para avaliar o tracionamento dos dentes 21 e 22. Como conclusão, vemos a importância de se realizar um diagnostico precoce e um correto plano de trata-mento, sendo no caso, o tracionamento para favorecer a erupção dos dentes afetados pela lesão.

Palavras-chave: cisto dentígero, cirurgia, tratamento.

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CIRURGIA

ABORDAGEM CONSERVADORA DE FRATURA DE CÔNDILO MANDIBULAR EM PACIENTE PEDIÁTRICO – RELATO DE CASO CLÍNICO

Eloise Girondi Berlin ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Gustavo Jacobucci FarahIago Demetrio da Silva

Eder Alberto Sigua RodriguezLucas Costa Nogueira

As fraturas de côndilo correspondem de 25 a 35% das fraturas de mandíbula, sendo a mais prevalente den-tre os traumas faciais. Esse tipo de fratura geralmente acomete pacientes na infância que sofrem quedas, onde a força do trauma atinge a região de sínfise e é dissipada na região posterior de mandíbula acometendo a região subcondilar, o pescoço do côndilo ou a cabeça do côndilo. No que se refere ao seu tratamento, ele pode ser realizado de forma conservadora que envolve uma multidisciplinaridade de terapias como a nu-tricional, fisioterapêutica ou fonoaudiológica e mioterapia funcional ou a terapia cirúrgica, que consiste na utilização de placas e parafusos de titânio para a estabilização da fratura. Porém, ainda há controvérsias na utilização dessas terapias. Quando se trata de indivíduos em fase de crescimento, a terapia conservadora se mostra de forma mais eficaz, uma vez que, nessa etapa, ocorrem mudanças significativas nas estrutu-ras craniofaciais e no sistema estomatognático da criança. Este trabalho busca apresentar o caso clínico de um paciente de quatro anos de idade, do sexo masculino que foi atendido pelo serviço de Cirurgia e traumatologia Bucomaxilofacial da UEM. Na avaliação inicial foi relatado que o paciente sofreu uma queda da própria altura e foi verificado que o mesmo possuía limitação na abertura de boca e oclusão alterada, foi realizado uma tomografia de feixe cônico (Cone Beam) onde pode-se verificar uma fratura unilateral acometendo o côndilo mandibular direito, o qual se apresentava deslocado para o plano medial. Como tra-tamento, adotou-se a abordagem conservadora que consistiu na mudança de dieta, onde orientou-se aos responsáveis pela criança a alimentá-lo com alimentos pastosos e líquidos e realizar exercícios semanais de abertura oral passiva, protrusão, retrusão e lateralidade, aplicação de compressas mornas na musculatura da região afetada juntamente com tratamento fonoaudiológico e acompanhamento. Após trinta e dois dias o paciente apresentou uma melhora na abertura bucal, oclusão e na mastigação. Baseado nos achados da revisão de literatura realizada e no resultado do caso clínico, pode-se sugerir que tais fraturas podem gerar consequências severas no crescimento craniofacial, como deficiência mandibular, assimetria, retrusão ou anquilose articular. A intervenção em crianças se faz necessária para prevenir tais complicações e promo-ver o crescimento mandibular normal, com adequado desenvolvimento oclusal. Dessa forma o tratamento conservador apresentou efetividade para o caso.

Palavras-chave: fratura de côndilo mandibular, terapia conservadora, paciente pediátrico.

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CIRURGIA

CIRURGIA PRÉ-PROTÉTICA PARA LESÃO ÓSSEA BILATERAL: RELATO DE CASO

Matheus Chaves Veronezzi ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Elen de Souza TolentinoPaula Gabriela Vieira ChicoraMariliani Chicarelli da Silva

Vanessa Cristina VeltriniEder Alberto Sigua Rodriguez

Exostoses são protuberâncias ósseas benignas, localizadas, que surgem da cortical óssea afetando com maior frequência os maxilares. As exostoses bucais mais conhecidas são: o toro palatino e o toro mandi-bular. Porém existem outros tipos de exostoses, como as vestibulares, que clinicamente apresentam-se como aumento de volume ósseo bilateral ao longo da face vestibular dos rebordos alverolares da maxila/mandíbula. Eles começam a se desenvolver no início da idade adulta e podem aumentar muito lentamente ao longo dos anos, sendo usualmente assintomáticos. A etiologia dessas anomalias de desenvolvimento é provavelmente multifatorial, incluindo fatores ambientais que atuam em uma interação complicada e pouco clara com fatores genéticos. Essas lesões são encontradas em cerca de 3% dos adultos e são mais comuns em homens do que em mulheres. Se o diagnostico é incerto, a biópsia deve ser realizada para eli-minar a possibilidade de outras lesões ósseas. Além disso, a remoção cirúrgica pode ser necessária para a colocação de uma prótese dentária. Visto isso, o objetivo deste trabalho é relatar o caso de uma paciente leucoderma, de 60 anos, encaminhada para a Clínica Odontológica da UEM, ao Projeto LEBU, apresentando como queixa principal a necessidade de cirurgia para posterior confecção de uma prótese total superior. Ao exame intrabucal observou-se duas tumefações exofíticas em região posterior de rebordo alveolar superior, bilaterais, de superfície lisa, consistência dura e bordas regulares, de aproximadamente seis centímetros cada e assintomáticas. Frente às características, as hipóteses clínicas foram: exostose óssea e displasia fi-brosa. Procedeu-se com a realização de radiografias oclusal e panorâmica, onde foi possível visualizar duas massas escleróticas bem circunscritas, ovais e de densidade semelhante ao osso normal. Foi realizada a re-moção das protuberâncias e envio do material para exame histopatológico, o qual revelou aspectos micros-cópicos consistentes com osteoma, o que somado aos achados clínicos estabelece o diagnóstico definitivo de exostoses ósseas. Nos retornos de 07, 21 e 45 dias, a paciente apresentou boa evolução na cicatrização da

ferida cirúrgica e atualmente a mesma encontra-se em acompanhamento. Uma nova prótese total superior foi confeccionada e a mesma encontra-se com boa adaptação. No presente caso o tratamento de escolha foi a excisão, porém em casos onde a alteração não é extensa e não compromete a oclusão, estética e é assin-tomática, pode-se fazer apenas a proservação. De qualquer maneira, é importante distinguir exostoses de osteossarcomas precoces e condrossarcomas. Além disso, caso o paciente apresente múltiplos crescimen-tos ósseos deve ser avaliado a possível associação com a síndrome de Gardner, um distúrbio autossômico dominante caracterizado por múltiplos osteomas, dentes supranumerários e polipose intestinal, achados que não estavam presentes neste caso.

Palavras-chave: exostose, hamartoma, maxila.

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CIRURGIA

INDICAÇÕES RELACIONADAS À EXODONTIA DE QUARTOS MOLARES IMPACTADOS – RELATO DE CASO CLÍNICO

Nicole Kusdra ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Ângelo José PavanIago Demetrio da Silva

Mark Alisson Estanganini SilvaEloise Berlin

Dente supranumerário é definido como aquele que excede o número normal de dentes, podendo ocorrer em qualquer região de ambos os arcos dentários. Além disso, pode estar presente em ambas as dentições, porém mais prevalente na dentição permanente, sendo cinco vezes menos frequente na dentição decídua. De acordo com a literatura, houve relato da existência de quarto, quinto, sexto e sétimo molares. Os quar-tos molares ou distomolares, geralmente estão situados logo após os terceiros molares, e apresentam-se rudimentares, multicúspides, e muito menores que os terceiros molares. Sua etiologia ainda não está bem esclarecida. No entanto, há teorias que fundamentam as existências desses dentes, como a teoria da hipe-ratividade da lâmina dentária que é a mais aceita dentre outras como a hereditariedade, dicotomia do botão dental, distúrbios do desenvolvimento, teoria atávica, e influência de fatores locais. A erupção atrasada ou ectópica de dentes adjacentes, anomalias de espaço e cistos foliculares podem estar associados à impac-tação desses dentes supranumerários. O objetivo deste trabalho é mostrar indicações para a exodontia de quarto molar e apresentar possíveis problemas caso um dente impactado não seja removido, mediante o relato de caso clínico de paciente com distomolares impactados. Uma paciente do gênero feminino pro-curou atendimento na clínica odontológica da Universidade Estadual de Maringá (UEM) para a extração de seus terceiros molares superiores para tratamento ortodôntico. Todavia, após uma avaliação clínica foi solicitada uma radiografia panorâmica, que demonstrou a presença de dois quartos molares impactados na maxila. A paciente relatou que nunca sentiu dor, ou incômodo em relação a esses distomolares, e apre-sentava boas condições de saúde, assim, foi submetida a um procedimento cirúrgico com anestesia local, sendo utilizado 3 tubetes de Mepivacaína 2% com Epinefrina 1:100.000 para a retirada de seus terceiros e quartos molares. A paciente não apresentou alterações durante o trans e pós operatório, foi prescrito Amoxicilina 500 mg, Ibuprofeno 600mg, Paracetamol 750mg e orientação com bochechos com Digluco-

nato de Clorexidina 0,12% e retorno após uma semana a para remoção de suturas. Foi realizada uma nova radiografia panorâmica, apenas para controle demonstrando neoformação óssea na região. A remoção de quartos molares deve ser feita com muito cuidado pois pode gerar consequências aos dentes adjacentes. Quando são irrompidos no tempo correto não há necessidade de intervenção, apenas acompanhamento. Porém, no caso de impactação a exodontia é indicada, pois esses dentes são menores que outros, e também para prevenir ou tratar problemas futuros. O quarto molar quando impactado, com o passar do tempo pode apresentar desenvolvimento de lesões císticas, tumores, atipia dentária na erupção, problemas ortodônti-cos, periocoronite, entre outras complicações. Com isso, o tratamento exodôntico na paciente foi efetivo, prevenindo complicações futuras, preservando os dentes adjacentes e mantendo sua saúde bucal.

Palavras-chave: exodontia, impactação, quarto molar.

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CIRURGIA

FECHAMENTO DE FÍSTULA BUCOSINUSAL COM TÉCNICA MODIFICADA DE PALATOPLASTIA

Leonardo Alan Delanora ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Liogi Iwaki FilhoLucas Costa Nogueira Nogueira

Silvia Natalia Souza de Péder

Fístulas bucosinusais são comunicações não fisiológicas entre a boca e a cavidade nasal oriundas de diversas etiologias, como processos patológicos, traumas e deformidades congênitas. Uma das consequências des-sas comunicações é a regurgitação nasal de fluidos e até mesmo alimentos sólidos, assim como a alteração da fonação do indivíduo, tornando-a hipernasalizada. O tratamento se baseia primordialmente por meio cirúrgico, visando a remoção da fístula e obliteração da comunicação, dentre essas cirurgias, as técnicas como, o uso do corpo adiposo da bochecha, de retalhos palatinos, enxertos gengivais e ósseos, vêm sido amplamente utilizados para o fechamento dessas comunicações. A utilização de incisões parassagitais vêm trazendo bons resultados para o tratamento de fístulas bucosinusais e um baixo índice de complicações pós-operatórias. Este trabalho traz o relato do paciente Z.C, 26 anos, gênero masculino, que compareceu à clínica Odontológica da UEM com a seguinte queixa, “meu dente está inchado na gengiva”. Ao exame clínico apresentava edema em região anterior do palato de consistência amolecida, sem sintomatologia de dor. Ao exame radiográfico notou-se uma lesão radiolúcida unilocular de aproximadamente 4,5 cm envolvendo os dentes 11, 12, 21, 22, que ao teste de sensibilidade responderam positivamente. A hipótese diagnostica foi de cisto do ducto nasolabial. O tratamento de escolha foi a realização da marsupialização, associada a enucleação em um segundo tempo cirúrgico. O material foi enviado para o exame histopato-lógico que confirmou a hipótese de cisto do ducto nasolabial. Após seis anos o paciente retornou a clínica da UEM e já apresentava uma fístula bucosinusal, a qual teve uma tentativa de fechamento por outro pro-fissional, porém sem sucesso. Visando a resolução do caso, foi planejado e realizado o tratamento cirúrgico com fistulectomia, que se trata da remoção total do tecido da fístula responsável pela manutenção da co-municação e o seu fechamento utilizando a técnica modificada de palatoplastia com uso de 2 retalhos, essa que por sua vez diminui a tensão sobre os pontos sob a comunicação, dessa maneira, evitando a deiscência do tecido e favorecendo a cicatrização. Após a cirurgia foi mantido a placa de Hawley que o paciente já possuía para proteção adicional da ferida cirúrgica e maior conforto para o paciente. Atualmente o paciente encontra-se em acompanhamento clinico e radiográfico de 1 ano, com um bom prognóstico e sem sinais de recidiva.

Palavras-chave: fístula buco-sinusal, incisão parassagital, técnica modificada de palatoplastia.

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DENTÍSTICA

INFLUÊNCIA DO NÍVEL DE FLUORESCÊNCIA DA RESINA COMPOSTA NAS DIMENSÕES CAVITÁRIAS DURANTE A REMOÇÃO DE

RESTAURAÇÕES ESTÉTICAS

Samuel Kaik Alves de Lima ([email protected])Universidade Estadual de Maringa

Renata Correa PascottoBruna Medeiros Bertol de Oliveira

Lilian Cristina Vessoni Iwaki

Na Dentística restauradora, o tratamento de cáries primárias e a substituição de restaurações são proce-dimentos rotineiramente realizados. A similaridade da cor da resina com o dente, em casos de substitui-ções, acaba dificultando a diferenciação entre o material e a estrutura dentária, podendo gerar um desgaste desnecessário durante o preparo cavitário. Dentro de uma filosofia de mínima invasão torna-se de suma importância avaliar métodos que auxiliem na distinção entre o material restaurador e a estrutura dentária durante a substituição de restaurações estéticas. Recentemente foi introduzido no mercado uma caneta de alta rotação Cobra LED Ultra Vision (Gnatus), que conta com um sistema de iluminação LED acoplado e que evidencia a fluorescência do material restaurador em contraste com o da estrutura dental facilitando a remoção seletiva do compósito e diminuindo desgastes desnecessários à estrutura dental. O objetivo desta pesquisa foi avaliar in vitro, com auxílio de tomografias computadorizadas de feixe cônico, o uso de sistema de iluminação auxiliar acoplado a uma turbina de alta rotação, no aumento das dimensões cavitárias du-rante a remoção de restaurações de Classe I com resina composta. Quarenta e oito terceiros molares huma-nos foram adaptados em um manequim. Foram confeccionadas cavidades Classe I seguidas da restauração com resina composta. Os dentes foram divididos em quatro grupos, sendo os elementos restaurados com uma resina de baixa e alta fluorescência e removidas com e sem o auxílio da iluminação auxiliar. Os dentes foram submetidos a tomografia computadorizada de feixe cônico após os preparos cavitários e após a re-moção das restaurações a fim de analisar se houve ou não perda de estrutura dentaria sadia. As diferenças entre as medidas iniciais e finais foram submetidas a análise de variância de Kruskal-Wallis (p<0,05). Os resultados demostraram que a fonte de luz ultravioleta auxiliar não foi efetiva em preservar a estrutura dentária durante a substituição das restaurações estéticas tanto nas resinas de baixa quando nas de alta fluorescência. Por outro lado, a remoção das restaurações realizadas com a resina de alta fluorescência per-mitiu a confecção de um preparo cavitário mais conservador independente do uso da luz auxiliar. Assim, o profissional deve ser cauteloso ao indicar a substituição, uma vez que o ciclo restaurador repetitivo pode levar à fratura do remanescente dentário, muitas vezes condenando o dente à extração.

Palavras-chave: preparo do dente, restauração dentária permanente, tomografia computadorizada de feixe cônico.

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DENTÍSTICA

TRATAMENTOS CONSERVADORES EM CASO DE FRATURA CORONÁRIA: RELATO DE CASO

Jaqueline Mary Inagaki ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Margareth Calvo Pessutti NunesAlfredo Franco Queiroz

Nair Narumi Orita PavanMarcos Sérgio Endo

As fraturas coronárias são o tipo de trauma mais comuns em dentes permanentes anteriores, podendo ser causadas por acidentes, práticas desportivas ou quedas; predominam em indivíduos do sexo masculino, principalmente em idade escolar e acometem esmalte e dentina podendo ser acompanhadas, ou não, de exposição pulpar. Em fraturas onde houve exposição pulpar, existe o risco de ocorrer a contaminação do tecido, podendo levar à necrose. A conduta ideal para casos de fratura diz respeito ao atendimento de urgência, sendo que este seja feito de forma rápida e com intervenções pouco invasivas. O objetivo deste trabalho é relatar um caso de fratura coronária com exposição pulpar, onde realizou-se a pulpotomia e colagem de fragmento dental. Paciente do gênero masculino, compareceu à clínica odontológica com o fragmento dentário acondicionado em soro, cerca de 4 horas após sofrer o trauma. Foi diagnosticado com fratura coronária com exposição pulpar no dente 21. Realizou-se inicialmente o capeamento pulpar direto com Ca(OH)₂ PA e cimento de hidróxido de cálcio e restauração provisória com cimento de ionômero de vi-dro. Durante o segundo atendimento clínico, realizou-se a pulpotomia do elemento traumatizado. Após o corte da polpa utilizou-se o Otosporin® sobre o tecido pulpar por cerca de 5 minutos, Ca(OH)₂ PA, cimento de hidróxido de cálcio e restauração com cimento de ionômero de vidro. Após um período de 40 dias, per-cebeu-se a formação da camada protetora de tecido mineralizado sobre a polpa decisiva para a realização a colagem do fragmento. Os procedimentos adesivos do fragmento e do remanescente foram realizados se-guindo o protocolo no processo de colagem de fragmento. Pela boa coaptação das partes, não foi necessário a realização de bisel, evitando assim, uma maior fragilização do fragmento dentário. Conclui-se que em casos de fratura com exposição pulpar é necessário tomar uma conduta conservadora, priorizar a vitalidade pulpar e restabelecer função e saúde. Visto que a estética e os aspectos psicológicos envolvidos em fraturas de dentes anteriores são fatores importantes, a colagem do fragmento é um procedimento conservador que corresponde no restabelecimento da estética e do equilíbrio emocional do paciente. Fatores como cor da dentina e translucidez do esmalte são recuperados com a colagem. Além disso, o rápido atendimento de urgência e o correto acondicionamento do fragmento dentário são extremamente importantes para o bom prognóstico e resultado final.

Palavras-chave: fratura coronária, colagem de fragmento, dentística operatória.

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DENTÍSTICA

SISTEMA RESTAURADOR HÍBRIDO BASEADO NA TECNOLOGIA DO IONÔMERO DE VIDRO EQUIA FORTE® E SEU POTENCIAL EM

RESTAURAÇÕES ESTÉTICAS

Glen Victor Kondo ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Renata Corrêa PascottoJoana Yumi Teruya Uchimura

Os primeiros cimentos de ionômeros de vidro (CIV) introduzidos no início dos anos 70 apresentavam re-sultados clínicos insatisfatórios, como baixa resistência às forças mastigatórias e maior sensibilidade à si-nérese e embebição. Com o passar do tempo, modificações na formulação do CIV como o acréscimo de íons metálicos ou de componente resinoso foram realizadas a fim de melhorar o seu desempenho clínico. Os CIVs de alta viscosidade foram introduzidos no mercado no final da década de 90, apresentando partí-

culas de pó com dimensões diminuídas e proporção pó e líquido ≥3.6:1 o que proporcionou maior dureza superficial, uma reação de presa mais rápida e menor sensibilidade à umidade, essas mudanças ampliaram as possibilidades clínicas desse sistema restaurador. Recentemente a GC introduziu no mercado nacional o sistema Equia Forte® e Equia Forte Coat®. Esse sistema restaurador híbrido apresenta a inserção de partí-culas de vidro ultrafinas, altamente reativas dispersas numa matriz de cimento de ionômero de vidro con-vencional, além da adição de ácido poliacrílico com alto peso molecular que torna a matriz do cimento mais forte e quimicamente mais estável. Proporciona maior resistência à flexão, à erosão ácida, maior resiliência e manipulação mais simples. Essas inovações melhoraram ainda mais as propriedades mecânicas e estéticas do CIV, fazendo com que este seja comparado até mesmo às restaurações resina composta. Este trabalho busca apresentar um novo conceito para a restauração estética na clínica diária usando o sistema restaura-dor híbrido Equia Forte® baseado na tecnologia do ionômero de vidro. O novo material restaurador da GC Equia Forte® representa uma excelente opção restauradora em dentes estética e funcional tanto anteriores quanto posteriores, mostrando-se, de fato, um material a ser utilizado em restaurações na clínica diária. Com ele é possível aliar a adesão química do cimento de ionômero de vidro com a resistência e facilidade dos compósitos Bulk Fill que podem ser inseridos na cavidade em um único incremento. A aplicação de um revestimento superficial resinoso (Equia Forte Coat®) com carga de nano partículas preenche porosi-dades superficiais e favorece o aumento das propriedades físicas e estéticas do material, melhorando a sua resistência ao desgaste, à erosão ácida e aumentando sua lisura superficial, assim como incorpora um novo monômero multifuncional que produz uma matriz resinosa mais resistente.

Palavras-chave: cimento de ionômero de vidro, restauração estética, bulk fill.

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DENTÍSTICA

RESTABELECENDO A ESTÉTICA DE DENTES ANTERIORES COM DIASTEMAS POR MEIO DE LAMINADOS CERÂMICOS

Maicom Colombo Júnior ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Sílvia Sbeghen SábioJosé MondelliSérgio Sábio

Carina Gisele Costa Bispo

A busca pela estética dentária aumenta a cada dia nas clínicas especializadas de odontologia pelos pacientes que buscam melhorias na aparência do sorriso. Para a maioria dos pacientes, um sorriso estético, significa dentes brancos, bem alinhados e simétricos. Além disso, o grande desenvolvimento dos materiais adesi-vos às estruturas dentárias revolucionou a odontologia transformando os tratamentos restauradores com desgastes mínimos, de alta qualidade e reproduzindo satisfatoriamente as características dos dentes natu-rais. O presente trabalho teve por objetivo apresentar um relato de caso clínico de paciente com diastemas generalizados, bem como importantes alterações forma, textura e cor. E assim, apresenta um paciente do gênero masculino, 27 anos, procurou a Clínica do curso de especialização em Dentística, na expectativa de melhorar seu sorriso com a finalização do tratamento ortodôntico através do tratamento restaurador estético. O paciente ainda encontrava se com o aparelho ortodôntico fixo instalado para estabilização da mordida. Após realização de exame clínico e anamnese, foi determinado o plano de tratamento junto ao paciente. Devido à presença de diastemas generalizados, cujos espaços foram redistribuídos pelo orto-dontista para melhor resultado final, optou-se pela confecção de facetas indiretas do tipo lente de contato dental de pré a pré-molares para fechar os espaços interdentais, melhorando o contorno e a cor dos dentes. Foi realizado o enceramento diagnóstico e na mesma sessão, o planejamento com base na Proporção Áurea a partir do uso da grade de Levin. Na sessão seguinte, foi realizado mock-up utilizando guia em silicona de condensação e resina bisacrílica (Protemp - 3M) com a aprovação do paciente. O material de escolha para a confecção das peças cerâmicas foi o vidro ceramizado reforçado por dissilicato de lítio (E-max - Ivoclar). Confeccionou-se os preparos, a moldagem foi realizada com silicone de adição e enviada para o Laboratório Romanini (Londrina – PR) para a confecção das Lâminas. A cimentação foi feita com cimento resinoso fo-topolimerizável AllCem Veener Trans da FGM. Sendo assim, pode-se concluir que a reabilitação com face-tas cerâmicas de dissilicato de lítio é uma opção de tratamento satisfatória para os casos onde necessita-se realizar mudanças na forma e cor dos dentes sem fazer grandes desgastes nos mesmos.

Palavras-chave: dentística operatória, laminados dentários, estética dentária.

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DENTÍSTICA

INTERAÇÃO QUÍMICA DE DOIS DIFERENTES ADESIVOS AUTOCONDICIONANTES EM DENTINA

COM LESÕES CERVICAIS NÃO-CARIOSAS

Fernanda Midori Tsuzuki ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientador: Renata Corrêa PascottoBruna Medeiros Bertol OliveiraAdriana Lemos Mori Ubaldini

Mauro Luciano BaessoMarcelo Giannini

Estudos laboratoriais têm demonstrado que a adesão à dentina afetada por lesões cervicais não-cariosas (LCNCs) pode ser comprometida podendo levar a uma presença maior de falhas na resistência adesiva das

restaurações. No entanto, recentemente tem-se voltado à atenção das pesquisas para o benefício de uma interação química adicional entre os monômeros funcionais do sistema adesivo e os componentes do subs-trato dental em LCNCs com a intenção de melhorar a longevidade dessas restaurações. O objetivo deste es-tudo foi caracterizar as interações químicas entre dois adesivos autocondicionantes e a dentina em LCNCs. Este estudo foi aprovado pelo Comitê Permanente de Ética e Pesquisa em Seres Humanos (COPEP) (CAAE: 47305015.7.0000.0104. Parecer 1.174.800/2015). Foram utilizados 20 dentes humanos com LCNCs na face vestibular extraídos por motivos periodontais e/ou ortodônticos. Todos os dentes apresentaram o grau de esclerose dentinária 4, de acordo com a escala de esclerose modificada por Ritter et al. (2008). Para o con-trole foram confeccionadas cavidades Classe V na face lingual hígida dos mesmos dentes, com o uso de uma ponta diamantada cilíndrica CVDentus acoplada à um aparelho ultrasom, sob refrigeração contínua de água. As amostras foram divididas em dois grupos de acordo com o monômero funcional do sistema ade-sivo utilizado (N=10): G1, 10- metacriloiloxidecil dihidrogenofosfato (10-MDP) e G2, N-metacriloil glicina

(metacrilamida). As LCNCs e os defeitos artificiais (DAs) foram caracterizados por sua composição mineral (CM) e grau de desmineralização (GD) utilizando espectroscopia micro-Raman e as interações químicas (IQ) adesivo/dentina por meio da espectroscopia fotoacústica no infravermelho via transformada de Fou-rier. Os dados CM, IQ e GD foram submetidos aos testes de Shapiro-Wilk e t-Student (p<0,05). A dentina nos LCNCs apresentou-se hipermineralizada em comparação com os DAs. No G1, as IQ e o GD nos primeiros 2 µm nas LCNCs e DAs foram semelhantes. No G2, as IQ não puderam ser identificadas, embora tenham sido encontradas mudanças nos componentes minerais. O GD nos DAs e LCNCs foram mais pronunciados que no G1. A interação química dos adesivos testados com as LCNCs depende do tipo de monômero funcional. Os resultados demonstraram que a ligação química do adesivo 10-MDP para LCNCs naturais é mais intenso do que para DAs.

Palavras-chave: adesividade, dentina, análise espectral raman.

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DENTÍSTICA

ESTRATIFICANDO NATURALMENTE COM RESINA COMPOSTA: CASO CLÍNICO DE FRATURA EM DOIS INCISIVOS CENTRAIS

Beatriz Paula de Lima ([email protected])Unicesumar

Guilherme Saintive Cardia

A busca pela estética do sorriso é cada vez mais frequente entre os pacientes quando procuram atendi-mento odontológico. Assim, os casos de fratura coronária em dentes anteriores representam um grande desafio ao profissional, pois além da reabilitação funcional, deve-se também restabelecer a estética. Quan-do o resultado estético exigido pelo paciente não é atingido com a excelência desejada, deve-se refazer o tratamento com uma abordagem clínica mais cautelosa e conservadora, buscando mimetizar a estrutura dentária remanescente, com a mais adequada cor, textura, brilho, translucidez, opacidade, opalescência e fluorescência. Desta forma, o objetivo deste trabalho é relatar um caso clínico onde a paciente buscava uma estética mais favorável em incisivos centrais superiores fraturados com restaurações antigas insatisfatórias.

Paciente do gênero feminino, 34 anos, procurou atendimento em uma clínica particular, queixando-se da estética dos dentes anteriores. Ao realizar o exame clínico, foi observado a presença de restaurações insatisfatórias nos elementos dentários 11 e 21. Como tratamento, optou-se pela remoção das restaurações antigas e a confecção de novas restaurações a fim de restabelecer a harmonia desejada pela paciente. Após a definição do tratamento, iniciou-se a etapa restauradora com a confecção da muralha. A restauração antiga foi removida, e em seguida foi realizado o isolamento absoluto, o bisel, condicionamento com ácido fosfórico 37% seguido da aplicação do sistema adesivo SingleBond 2 (3M ESPE). Todas as resinas compostas utilizadas para a confecção do caso foram do sistema Z350 XT (3M ESPE). O batente palatino foi realizado com a resina CT. Em seguida, foi incrementado uma camada de resina A1D, A1B e por último foi feito o in-cremento da última camada e das cristas proximais com a resina A1E. Posteriormente foi realizado a etapa de acabamento e polimento imediato com a finalidade de alcançar o máximo de sucesso estético clínico naquela mesma sessão, e após 07 dias a paciente retornou para o acabamento e polimento final das restau-

rações. Desse modo, podemos perceber que os pacientes se preocupam cada mais pela estética e muitos desejam uma perfeita harmonia no sorriso. Para isso, o profissional deve se atentar para um correto plano de tratamento, buscando ao máximo solucionar as exigências do paciente.

Palavras-chave: estética dentária, fratura, resina composta.

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DENTÍSTICA

TRATAMENTO DE PACIENTE COM AGENSESIA DE INCISIVOS LATERAIS SUPERIORES POR MEIO DE REANATOMIZAÇÕES DENTÁRIAS COM

RESINA COMPOSTA

Thiago Alexandre Zilioli ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Renata Corrêa PascottoJoana Yumi Teruya UchimuraMaria Luisa Gomes Ferreira

Monica Cristiane Alves XavierIsabela Lisboa Almeida

A procura por padrões estéticos sublimes tem-se acentuado nos últimos anos, contribuindo para o advento de novas técnicas e procedimentos que atendam às exigências dos pacientes. Assim alterações dentárias, tais como agenesias e presença de diastemas geram uma desarmonia do sorriso, além de causar um impacto estético e funcional para o paciente. Alterações essas que afetam a proporção áurea dental, pois remodelam diretamente o formato, tamanho e correlação de altura e largura dos dentes. A substituição do incisivo lateral pelo canino e as reanatomizações deste com Resina composta são uma das alternativas terapêuticas mais conservadoras para tratar esse problema, com melhor aceite pelos pacientes sob o ponto de vista es-tético e confere uma melhor saúde periodontal, frente a reabilitação protética dento ou implantosuportada e os laminados cerâmicos. Sendo assim, o objetivo desse trabalho é apresentar um caso clínico de agenesia de incisivos laterais superiores que utilizou-se tratamento interdisciplinar envolvendo ortodontia, perio-dontia e dentística com a reanatomização dentária e recontorno cosmético através de resina composta, a fim de melhorar a aparência estética e natural do sorriso. Paciente jovem, 10 anos, sexo feminino, pro-curou uma clínica odontológica particular em busca de um tratamento para melhorar a falta de estética do seu sorriso. Durante exame clínico observou-se que o caso consistia na agenesia dos incisivos laterais superiores, dentes 12 e 22, confirmado posteriormente através de exames complementares. A principio foi feito a pré-reanatomização dos caninos em incisivo lateral, removendo a convexidade da face vestibular, ponta de cúspide e redução da largura mésio-distal. Na consulta seguinte realizou-se a pré-reanatomiza-ção dos pré-molares em caninos com resina composta para facilitar a colagem de braquetes ortodônticos. Posteriormente foi encaminhado o paciente para ortodontia, para que ocorresse a mesialização dos dentes superiores a fim de preencher os espaços faltantes. Após a movimentação ortodôntica fechando os espaços

realizou-se uma gengivoplastia para dar maior proporção ao dente devido as reanatomizações desejadas. Finalizou-se o caso com resina composta e sistema adesivo sem preparo cavitário. Assim o resultado foi satisfatório para a paciente que recuperou sua autoestima e a função do sistema estomatognatico. Con-clui-se que o fechamento de diastemas e a reanatomização dos caninos nos casos de agenesia de incisivos laterossuperiores com resina composta mostram uma técnica bastante valiosa e econômica por ser uma boa alternativa de tratamento para restabelecer a harmonia do sorriso, com mínimo desgaste da estrutura dentaria, conferindo melhor condição periodontal e baixo custo.

Palavras-chave: anodontia, ortodontia, estética dentária.

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DENTÍSTICA

RESOLUÇÃO ESTÉTICA DO SORRISO EM CASO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

Gustavo Henrique Franciscato Garcia ([email protected])Unicesumar

Luciana Manzotti de MarchiLaís Medeira Barriviera

Cintia Gaio MuradFausto Rodrigo Victorino

A violência contra a mulher vem sendo cada vez mais evidente e noticiada nos últimos tempos. Desde 1980, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu a violência contra a mulher como um proble-ma de saúde pública devido sua dimensão, gravidade das sequelas orgânicas e emocionais que produz. Na prática odontológica a violência física pode ser frequentemente diagnosticada, sendo que muitas dessas agressões podem ser observadas na região de cabeça e pescoço, como o traumatismo dentário. O objeti-vo deste trabalho é apresentar um caso clínico de traumatismo dentário como consequência de violência doméstica em que foi necessária a integração da endodontia e da dentística restauradora com a finalidade de restabelecer a função e estética do sorriso da paciente. Paciente do gênero feminino, 31 anos de idade, compareceu a clínica odontológica da Unicesumar se queixando do escurecimento do elemento 21, em que relatou um trauma ocasionado por acidente automobilístico. Posteriormente, após obtenção do vínculo dentista-paciente, a mesma relatou que o trauma foi ocasionado por violência doméstica. Após realização da anamnese, exame físico e radiográfico foi diagnosticado que o dente 21 apresentava necropulpecto-mia e apresentava-se extruído no arco em relação aos outros dentes. O traumatismo dento alveolar pode envolver três estruturas básicas: dentes, porção alveolares e tecidos moles adjacentes. Sendo uma delas a luxação extrusiva, em que o dente é deslocado parcial e axialmente para fora do alvéolo, com maior mo-bilidade que os adjacentes, ocorrendo, normalmente, sangramento do sulco gengival. A causa do escure-cimento do dente resultou da hemorragia pulpar e se fez necessário o tratamento endodôntico visto que a polpa se encontrava em estado necrótico. O clareamento interno em conjunto com o clareamento externo foi realizado após a finalização do tratamento endodôntico e na sequencia foram realizados alguns ajustes com resina composta na resolução estética do sorriso. O tratamento proposto à paciente foi concluído com êxito e aprovado pela paciente. Por meio deste caso clínico, conclui-se que nos traumatismos dentários por violência doméstica, a relação de confiança entre profissional e paciente é indispensável, pois a mulher já se encontra fragilizada, com baixa autoestima e sem confiança. Dessa forma, todo o apoio prestado não está apenas voltado à boca do paciente, e sim na reintegração deste indivíduo na sociedade, devolvendo sua autoestima por meio do restabelecimento da função e estética do sorriso.

Palavras-chave: violência doméstica, clareamento dental, estética.

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DENTÍSTICA

CARACTERIZAÇÃO E POTENCIAL ANTI-EROSIVO DE UM VERNIZ EXPERIMENTAL: ESTUDO IN VITRO

Marcia Cristina Hickmann Reolon ([email protected])Uningá

Orientadora: Núbia Inocencya Pavesi PiniRenata Corrêa Pascotto

Paulo Henrique dos SantosGabriela Cristina Santin

Daniel Sundfeld Neto

Esse estudo avaliou a eficácia de um verniz fluoretado experimental em relação ao seu potencial anti-ero-sivo em esmalte e dentina. O verniz base utilizado contem 5% NaF (Enamelast – Ultradent®) e a quitosana utilizada foi de peso molecular médio (Sigma-Aldrich®), na forma de micropartículas (SprayDryer®). A quitosana, o verniz (V-NaF) e o verniz experimental com adição de 2% de quitosana (Vexp) foram caracte-rizados por Espectroscopia Infravermelha transformada via Fourier (ATR-FTIR). Para avaliação do poten-cial anti-erosivo, 96 blocos de esmalte e 96 blocos de dentina (4x4mm) foram obtidos a partir de incisivos dentais bovinos recém extraídos, planificados e polidos, de maneira que apresentassem lisura e homoge-neidade superficial. Após o preparo, cada bloco teve sua base, suas laterais e uma hemiface polida recoberta com verniz ácido resistente, delimitando na superfície da amostra uma área de referência (sem tratamento) e uma área teste (submetida aos tratamentos). As amostras foram aleatoriamente divididas em 3 grupos (n=16 para esmalte e n=16 para dentina), de acordo com o tratamento proposto: sem aplicação de verniz (controle negativo); aplicação de verniz fluoretado (V-NaF); e aplicação verniz experimental (VExp). Após a aplicação do verniz, os espécimes foram submetidos ao protocolo erosivo (Ácido cítrico 0,5% - pH 2.5, 5 minutos, 4xdia, por 5 dias). Posteriormente ao primeiro e ultimo desafio erosivo diários, os espécimes foram submetidos ao tratamento com slurry de dentifrício fluoretado (1400 ppm F – proporção 1:3) por dois minutos. Findado o período experimental, o verniz ácido resistente foi removido e as amostras foram analisadas em perfilômetro para quantificação do desgaste. Os dados foram submetidos a analise de variân-cia (ANOVA) e teste de Kruskal-Wallis (p<0,05). De acordo com o ATR-FTIR, pode-se observar que não há alteração espectroscópica no processo de obtenção de micropartículas de quitosana, e que, sua adição ao verniz fluoretado também não altera a caracterização dos picos identificados, apenas resulta em aumento de intensidade dos mesmos. Segundo a perfilometria, o verniz fluoretado apenas não foi capaz de adicionar

proteção aos tecidos (esmalte e dentina) em relação ao grupo controle negativo (p>0,05). O verniz experi-mental foi eficiente em reduzir o desgaste do esmalte em cerca de 80% em esmalte e 40% em dentina, com diferença estatisticamente significante em relação aos respectivos grupos controle e ao V-NaF (p<0,05). Pode-se concluir que a quitosana foi eficiente em adicionar potencial anti-erosivo ao verniz fluoretado.

Palavras-chave: erosão, dentina, esmalte.

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DENTÍSTICA

TRAUMATISMO E REABILITAÇÃO FUNCIONAL E ESTÉTICA DO ELEMENTO 11 E 21 – RELATO DE CASO

Jhone Felipe Guimarães ([email protected])Unicesumar

Orientadorer: Sheila bernini polaquiniOrientadorer: Alline batistussi França

Traumatismos dentários são eventos frequentes na população, as causas principais são acidentes de trân-sito, esportes e envolvimento em situações violentas, podendo envolver fraturas ósseas e dentárias, danos aos tecidos moles e lesões da face. Esses traumas, principalmente aqueles que envolvem os dentes anterio-res, influenciam a função e a estética do indivíduo, afetando seu comportamento. É uma ocorrência que além da dentística e endodontia pode envolver outras especialidades odontológicas, tais como cirurgia, periodontia, prótese e ortodontia. Dessa forma pode-se concluir que o tratamento é complexo, e o prog-nóstico, muitas vezes, duvidoso e, quanto menor o tempo decorrido entre o acidente e o atendimento,

maiores serão as chances de evitar danos mais complexos aos dentes e demais estruturas envolvidas. A extensão da fratura dental determina a necessidade ou não do tratamento endodôntico bem como o tipo de restauração. O tempo ocorrido entre o traumatismo e o tratamento pode afetar diretamente a saúde da pol-pa O objetivo deste trabalho é relatar um caso clínico de traumatismo dentário abordado com uma conduta multidisciplinar, envolvendo a Endodontia e a Dentística na reabilitação dos elementos 11 e 21. Paciente, gênero Feminino,23 anos, compareceu a Clínica de Odontologia da Unicesumar, relatando traumatismo na região anterossuperior de maxila após uma queda da sua própria altura com o comprometimento estético. Não foi constatado nenhuma alteração de ordem sistêmica, ou laceração de tecido mole ou duro. Inicial-mente foram realizados o exame radiográfico e clinico para estabelecer o diagnóstico. Detectou-se que o dente 11 apresentava fratura coronária horizontal na região de linha media e no dente 21 fratura transversal, diante disso o tratamento endodôntico fez-se necessário. Concluída a endodontia foi realizado um planeja-mento para a confecção da guia de silicone com o objetivo de reabilitar as fraturas coronárias. O tratamento restaurador foi executado com a guia de silicone e a resina composta em um procedimento conservador, devolvendo a estética e qualidade de vida ao paciente. As lesões que envolvem os dentes anteriores (in-cisivos centrais, incisivos laterais e caninos) podem resultar em efeitos desfavoráveis na função e afetam diretamente a autoestima, o comportamento e o sucesso pessoal, especialmente se há perda dentária per-manente. O cirurgião dentista frente a um traumatismo dental deve fazer um exame minucioso, verifican-do se existem lesões em tecidos moles ou duros, exposição ou envolvimento da polpa dentária, buscando o melhor tratamento, atuando de forma conservadora sempre que possível, a fim de devolver qualidade de vida ao paciente e a estética.

Palavras-chave: traumatismos dentários, dentes anteriores, resina composta.

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DENTÍSTICA

ANÁLISE DA MODIFICAÇÃO DA COR DENTÁRIA DURANTE O CLAREAMENTO CASEIRO COM A UTILIZAÇÃO DE MENSURAÇÕES

VISUAIS E DIGITAIS

Thainara Badocco Busignani ([email protected])Unicesumar

Adriana Lemos Mori UbaldiniIsabela Cristina Ribeiro dos Santos

Geovana Scaldelai

A escala visual de cor consiste no método de mensuração de cor dentária mais popular entre os cirurgiões dentistas por ser uma técnica rápida e simples. Contudo, por consistir em um método subjetivo, seu re-sultado pode apresentar variações em função da idade e experiência do examinador assim como a fonte de luz e as condições do ambiente. Por causa desta subjetividade do métodos de seleção visual da cor, foram lançados no mercado sistemas eletrônicos espectrofotométricos e colorimétricos com a finalidade de obter determinações reprodutíveis. Considerando que não existe um método padrão ouro para a avaliação da cor dentária, o objetivo do presente estudo clínico randomizado foi comparar a mensuração da cor dentária durante um procedimento de clareamento caseiro utilizando escalas de cor tradicional e 3D analisadas pelo método visual e digital. O clareamento caseiro foi realizado em catorze pacientes (n=14) com o uso de uma moldeira de silicone individualizada e peróxido de carbamida 10%, que foi aplicado 8 horas por dia durante 28 dias consecutivos. A cor dentária foi mensurada por dois avaliadores usando quatro metodologias dis-tintas, pelo método visual foram medidas as escalas tradicional (VT) e 3D (V3D), enquanto que com o uso do espectrofotômetro foram calculadas de forma digital as mesmas escalas tradicional (DT) e 3D (D3D). A cor dos dentes foi mensurada antes do início do clareamento (T0), após 2 (T1) e 4 (T2) semanas de trata-mento. A modificação da cor dentária foi obtida pelo cálculo da mudança no número de unidades guia de cores (∆UGC) que foi analisado no intervalo entre T0-T1 e T1-T2. A análise estatística foi realizada com os valores de ∆UGC com o teste Mann-Whitney comparando o efeito clareador e a metodologia utilizada para mensuração da cor dentária. O efeito clareador foi detectado para VT (p=0.000), V3D (0.002), DT (0.000) mas não foi estatisticamente significante para D3D (p=0.063). Quando as metodologias de mensuração de cor foram comparadas, não houve diferença estatística significante entre VT e DT tanto para os intervalos T0-T1 (p=0.851) e T1-T2 (p=0.639), já para a comparação V3D e D3D, não houve diferença estatística signi-ficante no intervalo T0-T1 (p=0.515), contudo, a diferença foi significante entre T1-T2 (p=0.022), mostran-do ausência de reprodutibilidade da escala 3D visual e digital. Conclui-se que a analise de cor pela escala tradicional consistiu na melhor alternativa para a mensuração de cor dentária, tanto pela estratégia visual quanto digital, uma vez que além de detectar o efeito clareador, apresentou resultados reprodutíveis inde-pendentemente do modo que foi avaliada.

Palavras-chave: clareamento dental, tooth bleaching, cor, color, dente, tooth.

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DENTÍSTICA

EFICÁCIA DO CLAREAMENTO CASEIRO COMPARANDO SENSIBILIDADE DENTAL UTILIZANDO PROTOCOLO PROGRESSIVO DE APLICAÇÃO EM

RELAÇÃO AO PROTOCOLO CONVENCIONAL

Kamila dos Santos ([email protected])Unicesumar

Orientadora: Adriana Lemos Mori UbaldiniNicolle Negri Dourado

Lucas NerysPascal Magne (Departamento de Odontologia, University of Southern Califórnia)

A sensibilidade dentária pós-clareamento dentário resulta da capacidade dos agentes clareadores em per-mear o esmalte, os túbulos dentinários e atingir a polpa promovendo uma pulpite reversível. Esta resposta dolorosa tem sido relacionada a concentração, ao tempo e a frequência de aplicação do agente clareador. Considerando que 14% dos pacientes que iniciam o clareamento dentário não dão continuidade ao trata-mento em função da sensibilidade, o objetivo do presente estudo clínico randomizado foi investigar se o uso de uma técnica de clareamento caseiro com início progressivo reduz a presença de sensibilidade den-tária e/ou modifica o efeito clareador do tratamento. O clareamento caseiro foi realizado com moldeira de silicone individualizada e peróxido de carbamida 10% (PC10). Vinte e oito pacientes foram divididos em 2 grupos (n=14): grupo controle (GC), no qual o clareamento foi realizado pela técnica convencional com o uso do PC10 por 8 horas ao dia durante 28 dias consecutivos; e grupo progressivo (GP), em que o PC10 foi utilizado por ½ hora no 1º dia, 1 hora no 2º dia, 2 horas no 3º dia, 3 horas no 4º dia, 4 horas no 5º dia e 8 horas do 6º ao 28º dia de tratamento. A sensibilidade foi mensurada por meio de um questionário objetivo e a coloração dentária foi avaliada com um espectrofotômetro digital utilizando-se a codificação de cor CIE/Lab pelo cálculo do ∆E. As variáveis cor e sensibilidade foram medidas no momento inicial (T0), após 2 (T1) e 4 (T2) semanas de tratamento, e foram avaliadas respectivamente com os testes Qui.quadrado e Mann-Whitney. Como resultado, a presença de sensibilidade demonstrou ser significantemente menor no GP quando comparado ao GC em T1 (0.029) mas não apresentou diferença estatística entre os grupos no T2 (0.094). Quanto ao efeito clareador, os valores de ∆E foram significantemente diferente quando o T1 foi comparado ao T2, tanto para GC (p=0.012) quanto para GP (p=0.000); contudo, não houve diferença estatística quando GC foi comparado ao GP nos intervalos de tempo avaliados T1 (p= 0.696) e T2 (p=0.280). Conclui-se que a técnica de clareamento caseira com início progressivo é uma estratégia eficaz por reduzir a sensibilidade dentária dos pacientes durante as duas primeiras semanas de clareamento e proporcionar um efeito clareador semelhante ao obtido pela técnica convencional.

Palavras-chave: clareamento dental, cor, sensibilidade dentinária.

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DENTÍSTICA

TRATAMENTO CONSERVADOR DE SÍNDROME DO DENTE TRINCADO COM RESTAURAÇÃO INDIRETA DO TIPO OVERLAY DE CERÂMICA:

RELATO DE CASO

Melissa Ayumi Tateyama ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Vivian Sayuri KitayamaMarcos Sérgio Endo

Raquel Sano Suga TeradaNair Narumi Orita PavanJaqueline Mary Inagaki

A Síndrome do Dente Trincado envolve uma fratura incompleta que acomete a dentina e ocasionalmente se estende à polpa, podendo desencadear sensibilidade dolorosa durante a mastigação, ingestão de alimentos doces ou variações de temperatura. A etiologia é multifatorial, sendo geralmente associada à procedimen-tos restauradores, fatores oclusais, condições de desenvolvimento e fatores diversos. O diagnóstico fre-quentemente é desafiador e tem sido relacionado ao sucesso do tratamento restaurador e ao prognóstico. O objetivo deste trabalho é relatar um caso clínico de overlay em cerâmica realizada posteriormente ao tratamento endodôntico, em paciente com síndrome do dente trincado. Paciente do gênero feminino, 42 anos de idade, procurou atendimento odontológico com queixa de dor ao frio no elemento 26. Ao exame clínico, foi detectada restauração classe II (MO) de resina composta sem infiltração, resposta positiva exa-cerbada no teste de sensibilidade ao frio, resposta negativa ao teste de percussão vertical, ausência de bolsa periodontal e a presença de uma trinca pigmentada no sulco palatino. Na radiografia periapical, não foi detectada linha de fratura, assim como na Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico, realizada poste-riormente. Com base no teste de sensibilidade ao frio e nos sintomas da paciente, foi diagnosticado como pulpite irreversível e trinca dentária. Ao realizar abertura coronária, observou-se que a trinca se estendia até o centro do dente. Foi realizado o tratamento endodôntico do elemento em questão e encaminhado para realização de restauração indireta devido à fragilidade do elemento. Durante a remoção da restau-ração de resina composta, a parede distal fragilizada fraturou-se. Com o uso do microscópio operatório foi possível observar diversas trincas, sendo a palatina a maior delas. A paciente optou por salvar o dente, então foi planejada a confecção de uma restauração indireta do tipo Overlay de E-max. Na primeira sessão foi confeccionada uma base de resina composta flow, desgaste das cúspides e proteção com material resi-

noso provisório. Na segunda sessão, realizou-se o preparo do dente para restauração indireta, moldagem e registro oclusal com silicone de adição. Na próxima sessão, foi feita a cimentação da peça cerâmica de acordo com o protocolo de cimentação do material. O acabamento e polimento foram realizados após sete dias, finalizando a instalação da peça. Após três meses de cimentação e quatro meses do tratamento endo-dôntico, o dente apresenta-se assintomático e em controle clínico e radiográfico. O prognóstico de dentes trincados depende de uma série de fatores, como a localização e extensão da trinca, o dente afetado e, prin-cipalmente, o diagnóstico precoce, o qual pode prevenir a propagação da trinca. As restaurações indiretas com proteção de cúspide são alternativas conservadoras para sobrevivência de elementos dentários com trincas, principalmente em casos de dentes não vitais.

Palavras-chave: trinca dentária, overlay, cerâmicas odontológicas.

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DENTÍSTICA

UTILIZAÇÃO DE APARELHOS FOTOATIVADORES POR ESTUDANTES DE ODONTOLOGIA

Esthela Maria Pereira Castanheiro ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientadora: Raquel Sano Suga TeradaGustavo Farias Rodrigues

Camila Hirata Navarro

O sucesso do tratamento restaurador com materiais resinosos está diretamente relacionado à correta fotoa-tivação, pois a longevidade das restaurações fica comprometida caso a fotoativação seja deficiente. Além disso, a diversidade de aparelhos disponíveis no mercado pode dificultar a correta seleção no momento da aquisição de um bom equipamento no ato da compra. Neste contexto, o presente estudo se propôs a avaliar a utilização de fotoativadores por estudantes de graduação em Odontologia. O local do estudo foi a Clínica Odontológica da Universidade Estadual de Maringá e os sujeitos da pesquisa eram estudantes do terceiro, quarto e quinto ano. Um questionário contendo perguntas abertas e fechadas foi aplicado por um único pesquisador e o mesmo continha perguntas sobre fotoativação, aparelhos fotoativadores e utilização clíni-ca. Levantou-se ainda perguntas relativas à densidade de potência do fotoativador indicada pelo fabrican-te; posicionamento do aparelho para fotoativar uma restauração classe III por palatina; frequência do uso do fotoativador; higienização da ponteira de luz após o uso; consequências de uma fotoativação ineficiente à restauração; modificação da potência do fotoativador com o tempo; e utilização de barreira de segurança para proteção do aparelho durante o uso. No total, participaram do estudo 73 estudantes voluntários de um total de XXXX alunos matriculados. Os estudantes aceitaram responder anonimamente ao questionário. Com os dados coletados, os resultados obtidos revelaram que 87,6% dos estudantes não sabiam responder qual era a densidade de potência do seu fotoativador. Questionados sobre o posicionamento do apare-lho para fotoativar uma restauração classe III por palatina, observou-se diferentes respostas, sendo que a maioria respondeu que deveria-se posicionar o aparelho o mais próximo possível da restauração. Com relação à frequência do uso do aparelho fotoativador durante o período de uma semana, observou-se que a grande maioria utiliza-o de uma a duas vezes. Sobre a higienização da ponteira de luz após o uso, notou-se que os estudantes em sua maioria higienizam os aparelhos utilizando álcool 70°. Ao abordar sobre as con-sequências de uma fotoativação ineficiente à restauração, diversas respostas foram coletadas, sendo estas o insucesso da restauração, comprometimento das propriedades físico-química do material restaurador, infiltrações, fraturas, trincas e baixa resistência da restauração. Em relação a modificação da potência do aparelho fotoativador com o passar do tempo, 71,2% assinalaram não saber. Sobre a utilização da barreira de segurança para proteção do aparelho fotoativador durante o uso, verificou-se que 78,0% disseram utili-zar. Conclui-se que o conhecimento dos estudantes sobre fotoativação é restrito e o tema poderia ser mais abordado na proposta pedagógica do curso de graduação.

Palavras-chave: cura luminosa de adesivos dentários, restauração dentária permanente, resinas compos-tas.

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DENTÍSTICA

EFEITOS DO PRÉ AQUECIMENTO DE RESINAS COMPOSTAS

Camila Hirata Navarro ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Raquel Sano Suga TeradaLarissa Coelho Pires LopesFernanda Midori Tsuzuki

Um dos grandes desafios na prática clínica é conseguir uma boa adaptação marginal. Uma das alternativas propostas para contornar este problema com materiais resinosos tem sido o pré-aquecimento do material, antes da restauração. A principal fonte ativadora da reação de polimerização é a luz, porém o calor também pode ser usado como tratamento para melhorar o desempenho. Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi revisar os efeitos do pré-aquecimento de resinas compostas através de uma revisão de literatura na base de dados PubMed. A polimerização de uma resina composta consiste em uma sequência de reações quími-cas em que cadeias carbônicas são quebradas para que moléculas se unam e formem polímeros. Sabe-se que quando o material resinoso não é devidamente polimerizado, parte dos monômeros não reagidos podem ser levados pela saliva, o que pode causar reações alérgicas e de sensibilidade. Outra parte desses monôme-ros não reagidos pode permanecer na estrutura polimérica podendo levar à alteração de cor da restauração, à diminuição da resistência mecânica, diminuição da estabilidade dimensional e estimular o crescimento de bactérias ao redor da restauração. A literatura relata que o pré-aquecimento aumenta a mobilidade de radicais e monômeros, o que resulta em um alto grau de conversão, bem como uma melhoria da taxa de polimerização, e das propriedades mecânicas, como maior dureza de superfície, maior resistência à flexão, melhor tenacidade à fratura e maior resistência à tração e ao desgaste. Além disso, aumenta a fluidez do composto resinoso demonstrando uma melhor adaptação deste material à cavidade, em comparação com o material utilizado em temperatura ambiente. A literatura ressalta que os protocolos de pré-aquecimento não provocam nenhum efeito prejudicial às propriedades mecânicas da resina e sua citocompatibilida-de não é afetada. Aparentemente, a resina aquecida não apresenta aumento significante da temperatura pulpar se comparado ao material em temperatura ambiente em cavidades com apenas 1 mm de dentina remanescente, não prejudicando o tecido pulpar. Apesar do aumento da taxa de conversão dos monômeros ser acompanhada de uma maior tensão de contração, essa tensão é compensada pelo aumento da fluidez, pois, ao mesmo tempo, ocorre um relaxamento da cadeia polimérica. Portanto, conclui-se que os efeitos do pré-aquecimento de resinas compostas são benéficos e não prejudiciais aos tecidos dentários e podem ser indicados a fim de prolongar a longevidade das restaurações.

Palavras-chave: aquecimento, resina composta, restauração dentária permanente.

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DENTÍSTICA

AVALIAÇÃO DA SOLUBILIDADE E SORÇÃO EM ÁGUA DE ALGUNS MATERIAIS RESTAURADORES DIRETOS

Anna Carolina Cenci Matick ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Raquel Sano Suga TeradaCamila Hirata Navarro

Dayla HigashiMitsue Fujimaki

Renata Corrêa Pascotto

Apesar dos avanços das propriedades dos materiais restauradores diretos, a degradação devido à sorção de líquidos ainda pode comprometer irreversivelmente o sucesso das restaurações. Cuidados na manipulação e durante a inserção do material para evitar sinérese e embebição, especialmente quando o material for um

cimento de ionômero de vidro, são essenciais. A sorção (SR) e solubilidade (SL) podem afetar a resistência ao desgaste, as propriedades mecânicas e a estabilidade de cor, além de contribuírem para o processo de infiltração marginal das restaurações. Portanto, os parâmetros de SL e SR dos materiais restauradores são considerados fatores críticos, pois podem interferir na qualidade e durabilidade das restaurações. Recen-temente foi lançado no mercado um novo sistema restaurador híbrido, o Equia Forte® (EQUI). Segundo o fabricante, o EQUI é composto de 3 produtos; o ionômero de vidro com adição de partículas de vidro altamente reativas, um ácido poliacrílico de alto peso molecular e um protetor resinoso. Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a SL e SR de água de alguns materiais restauradores: Equia® Forte/GC Corp., Z100/3M (Z100), Fuji IX/GC (FUJI) e Vidrion R/SS White (VIDR). Quatorze espécimes de cada ma-terial (10.0 mm x 2.0 mm) foram confeccionados, levados a uma dissecadora, pesados diariamente até es-tabilização, inseridos em recipientes contendo 40mL de água destilada e posteriormente divididos em dois grupos segundo o tempo de armazenagem: 7 ou 30 dias. Após cada período, os espécimes foram retirados

da água, pesados, levados à dissecadora e pesados novamente. Os resultados foram analisados estatisti-camente (ANOVA Two-way e Tukey). Verificou-se que os materiais Z100 e EQUI não sofreram alterações nos valores de SL e SR nos períodos de tempo analisados. Quanto à SL, todos os demais materiais apre-sentaram uma variação significativa ao longo do tempo. Os valores de SR após 30 dias foram: 14.24±0.54, 112.81±15.41, 89.73±18.33 e 152.22±11.57 g/mm3, respectivamente para Z100, EQUI, FUJI e VIDR, havendo diferença significante entre os períodos apenas para os materiais ionoméricos. Conclui-se que a armazena-gem em água destilada não alterou a SL e SR do EQUI. Os parâmetros de solubilidade e sorção de água dos materiais resinosos Z100 e EQUI são mais estáveis do que dos materiais ionoméricos FUJI e VIDR, durante o período de tempo analisado.

Palavras-chave: solubilidade, cimentos de ionômero de vidro, resinas compostas.

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DENTÍSTICA

USO DE FACETAS CERÂMICAS PARA O TRATAMENTO DA AGENESIA DE INCISIVOS LATERAIS SUPERIORES - RELATO DE CASO

Vanessa Dias Barboza Munhoz ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Vivian Sayuri KitayamaFernanda Midori TsuzukiRaquel Sano Suga Terada

Marcos Sérgio Endo

A agenesia dentária, especialmente de incisivos laterais superiores, é considerada o tipo de anomalia dental mais comum, uma vez que é observada em aproximadamente 2% da população e corresponde a cerca de 20% de todos os casos de agenesia dentária. Na maioria das vezes, essa alteração provoca desarmonia do sorriso e gera insatisfação ao paciente. Sendo assim, nos casos em que se opta por manter os espaços corres-pondentes aos incisivos laterais superiores, existem várias alternativas para a reabilitação dos mesmos, tais como prótese fixa parcial aderida por resina, prótese fixa associada a cantilever, prótese parcial removível e implante com coroa unitária implanto-suportada. Por outro lado, realizar movimentação ortodôntica para mesialização do canino, pode trazer resultados estéticos e funcionais a longo prazo, sendo necessário de-finir em seguida a abordagem adequada para devolver uma estética harmoniosa ao sorriso. Nesse sentido, o uso de facetas demonstra ser uma opção conservadora com propriedades relacionadas à resistência, lon-gevidade, biocompatibilidade e estética. Portanto, o objetivo deste trabalho é apresentar um caso clínico de reabilitação estética por meio de facetas cerâmicas, como tratamento para agenesia de incisivos laterais. Trata-se de um paciente do sexo masculino, de 31 anos, que procurou atendimento relatando insatisfação estética relacionada aos dentes anteriores. Quanto aos aspectos clínicos, observou-se diastemas e agenesia dos dentes 12 e 22. Já durante a anamnese, o paciente informou ter passado por tratamento ortodôntico há 10 anos para fechamento dos espaços e reanatomização dos caninos em incisivos laterais, porém as expectativas do mesmo não haviam sido atendidas, pois não houve uma adequada e desejada finalização. Dessa forma, o planejamento iniciou-se pelo enceramento diagnóstico, seguido de mock-up, o qual foi modificado para melhor restabelecimento estético. O plano de tratamento proposto consistia na realização de gengivoplastia, seguida de clareamento caseiro com peróxido de carbamida 10%, sendo que a conclusão do caso seria alcançada por meio de laminados cerâmicos em 8 elementos dentários. Assim, foi realizado preparo seguindo a técnica APT - Galip Gurel, enquanto que para a cimentação utilizou-se Try-in Vario-link Veneer cor +1. Como resultado final, observou-se melhora da forma, proporção e harmonia do sorriso. Quanto ao paciente, o mesmo se mostrou bastante satisfeito com o aspecto final, alcançando o objetivo proposto. Portanto, conclui-se que a previsibilidade e a durabilidade das reanatomizações de caninos com laminados cerâmicos, em casos de agenesia de incisivos laterais superiores, constitui uma excelente alter-nativa para o tratamento estético reabilitador. Além disso, essa abordagem demonstrou-se válida para o completo recobrimento da face dentária, pois evita a preparação agressiva e possibilita a manutenção da estrutura dentária.

Palavras-chave: anodontia, facetas dentárias, dentística operatória.

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DENTÍSTICA

TRATAMENTO MULTIDISCIPLINAR NA REABILITAÇÃO DENTÁRIA POS TRAUMATISMO – RELATO DE CASO

Samuel Kaik Alves de Lima ([email protected])Universidade Estadual de Maringa

Margareth Calvo Pessutti NunesDebora Reis Dias

Narumi Orita PavanAlfredo Franco Queiroz

Marcos Sergio Endo

A grande incidência de lesões na face deve-se à enorme exposição e à pouca proteção desta região, o que acarreta frequentemente lesões graves. O traumatismo dentoalveolar envolve três estruturas básicas: den-

tes, porção alveolar e tecidos moles adjacentes. O traumatismo dentário pode causar perdas dentárias ou propiciar reabsorções radiculares e anquiloses. O tipo de dano e as estruturas atingidas orientam o trata-mento. O trauma dentoalveolar tem uma incidência significativa entre os traumas faciais, e a complexidade do tratamento depende do tipo de fratura e do grau de desenvolvimento do dente. Os traumas dentários, principalmente aqueles que envolvem os dentes anteriores, influenciam a função e a estética do indivíduo, afetando seu comportamento. Um traumatismo dental deve ser sempre considerado uma urgência e trata-do de forma imediata para aliviar a dor, facilitar a redução dos dentes deslocados e melhorar o prognóstico. Assim sendo, o presente trabalho vem relatar o caso clinico do paciente F. E. A. A. sexo masculino, leuco-derma, o qual compareceu ao projeto C.E.M.Trau da clinica odontológica da Universidade Estadual de Ma-ringá, sendo encaminhado pela residência de Traumatologia Buco Maxilo Facial, relatando ter sofrido um acidente motociclístico atingindo o osso nasal e região ântero-superior da maxila com fratura do elemento 22 e luxação lateral dos elementos 11 e 21. O paciente chegou ate a clinica com contenção semirrígida nos elementos anteriores e com movimentação em bloco dos centrais. O exame clinico e radiográfico apontou fratura corono-radicular do elemento 22 e aos testes de sensibilidade o 11 e 21 responderam positivamente. Assim, realizou-se o aumento de coroa do incisivo lateral esquerdo restabelecendo a distância biológica, realizando em campo aberto a restauração em cimento de ionômero de vidro na palatina e tratamento en-dodôntico seguido do reforço radicular e cimentação do pino de fibra de vidro para confecção da prótese fixa. O paciente estava com ausência dos molares superiores e inferiores e em MIH os incisivos inferiores tocavam os superiores, impedindo a remodelação maxilar, sendo assim, foi realizado um levante oclusal da mordida para que pudesse ser aliviado a região anterior. Conforme o tratamento foi sendo realizado, percebeu-se que os elementos centrais já não estavam respondendo aos testes de sensibilidade, com a ra-diografia apresentando normalidade, optamos pelo teste de cavidade, o qual apresentou-se negativamen-te, levando-os também ao tratamento endodôntico. Antes da análise de cor da prótese do 22, realizamos o clareamento de todos os dentes favorecendo a estética e consequente qualidade de vida. Sendo assim, e após a cimentação da prótese o paciente se mostrou muito satisfeito com o tratamento e nos realçou que o tratamento reabilitador multidisciplinar integrado, representa uma decisão terapêutica conservativa da estrutura dental remanescente em casos de fraturas coronárias complicadas.

Palavras-chave: traumatismo dentário, reabilitação bucal, prótese parcial fixa.

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DENTÍSTICA

MATRIZ CUSTOMIZADA E CARIMBO OCLUSAL NO RESTABELECIMENTO DA MORFOLOGIA OCLUSAL E PONTOS DE CONTATO: RELATO DE CASO

Jaqueline Mary Inagaki ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Raquel Sano Suga TeradaVivian Sayuri KitayamaMelissa Ayumi Tateyama

Larissa Coelho Pires Lopes

Com o avanço dos materiais odontológicos, a realização de restaurações estéticas em dentes posteriores é uma realidade bem difundida, restabelecendo-se saúde e função com mais excelência. Em lesões cariosas proximais, recuperar o ponto de contato e contorno proximal adequado é um objetivo comum e um dos principais requisitos para a manutenção da saúde periodontal e da integridade interdental. A perda do pon-to de contato resulta em problemas como o acúmulo de biofilme, impacção alimentar e a movimentação dental. O objetivo deste trabalho é relatar um caso de restauração de resina composta classe II utilizando-se carimbo oclusal e matriz customizada. Paciente do gênero masculino foi diagnosticado com lesão cariosa ocluso-distal no dente 45. Primeiramente, fez-se profilaxia com pedra pomes e água e, posteriormente, a seleção de cor da resina. Realizou-se a confecção do carimbo oclusal moldando-se a superfície oclusal com silicona de adição translúcida (Scan Transluc - Yller) e a preparação do grampo (Unimatrix - TDV) adicio-nando-se resina (Top Dam – FGM) em suas extremidades e fotopolimerizando-a. Realizou-se isolamento absoluto, uma cunha de madeira foi acomodada na face distal, acrescentou-se resina na superfície proxi-mal do dente e o grampo previamente preparado foi inserido e a resina fotoativada. Em seguida, removeu--se o tecido cariado e foi feito o condicionamento ácido em esmalte e o procedimento adesivo (Clearfil SE Bond – Kuraray). A cunha, a matriz customizada e o grampo foram posicionados para a inserção da resina (Palfique LX5- Tokuyama). O último incremento de resina foi adaptado com ligeiro excesso na oclusal e o carimbo oclusal foi posicionado sobre o dente e pressionado. A restauração foi fotoativada pela vestibular, lingual e oclusal, com o carimbo ainda em posição. Após a remoção do carimbo oclusal, realizou-se o aca-bamento e polimento da restauração. Conclui-se que a matriz customizada e o carimbo oclusal são técnicas simples e efetivas devido à capacidade de copiar a anatomia oclusal e face interproximal originais. O uso da matriz customizada auxilia no restabelecimento de contorno e contato proximal adequados em restau-rações de resina composta classe II. O carimbo oclusal facilita a reconstrução da morfologia oclusal e crista marginal, evita os desgastes e ajustes oclusais e, consequentemente, diminui o tempo de trabalho clínico.

Palavras-chave: dentística, resina composta, restauração dentária permanente.

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DENTÍSTICA

CORREÇÃO DA PROPORÇÃO E ESTÉTICA ANTERIOR POR MEIO DE AMELOPLASTIA ASSOCIADA A REANATOMIZAÇÕES DENTÁRIAS EM

RESINA COMPOSTA

Glen Victor Kondo ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Renata Corrêa PascottoJoana Yumi Teruya Uchimura

Thiago Alexandre Zilioli

O sorriso sem dúvidas é considerado por muitas pessoas o cartão de visita quando se trata de beleza. A busca pelo belo tem sido fomentada desde a antiguidade, sendo os gregos os primeiros a estabelecerem os conceitos de simetria, harmonia e equilíbrio como o ponto principal da beleza de um conjunto. A tentativa incessante do ser humano em compreender o mundo, suas leis, estruturas, composições e comportamento também se estabeleceu na odontologia, levando-nos ao conhecimento de princípios estéticos que regem um sorriso harmonioso. No entanto, é sabido que faces exatamente simétricas não são observáveis na na-tureza, e que a perspectiva do belo varia a cada paciente, cabendo ao profissional bom senso para condu-zir seus casos. Tamanho, forma e proporcionalidade são aspectos importantes a serem considerados pelo cirurgião dentista, sobretudo no que toca restaurações estéticas. O objetivo do trabalho é apresentar um caso clínico de uma paciente do gênero feminino que possuía incisivos laterais com proporções reduzidas e desproporcionais aos incisivos centrais. A paciente compareceu ao consultório queixando-se da estética de seu sorriso. Com a ajuda de um compasso de pontas secas, foi realizada a medição dos incisivos centrais, identificando que esses dentes apresentavam 9,5 mm de largura, o que acentuava ainda mais a despropor-ção com relação aos incisivos laterais conóides, Planejou-se então a redução da largura por meio de amelo-plastia dos dentes 11 e 21 para redução de 1 mm de suas faces distais seguida de reanatomização dos incisivos laterais com resina composta para o restabelecimento da proporção estética do segmento anterior. Para tal, foram utilizadas as resinas compostas Empress Direct A1 para escultura em dentina e Estelite Omega (Tokuyama) na cor BL2 para escultura em esmalte. O caso permitiu observar que o restabelecimento da proporção estética dos dentes anteriores proporcionou um sorriso mais agradável, equilibrado e harmôni-co. A busca do sorriso perfeito, atualmente, é almejada por muitos, e para isso, surge a necessidade de uma visão crítica e minuciosa do cirurgião dentista para projetar em casos reais os padrões considerados ideais e que já foram estabelecidos na literatura. Para isso, as decisões que sequenciarão o tratamento devem ser tomadas em conjunto com o paciente, visando suprir seus anseios e exigências na conclusão do trabalho.

Palavras-chave: restauração, estética, harmonia.

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DENTÍSTICA

TÉCNICA DE COLAGEM DE FRAGMENTO PARA RESTAURAÇÃO DE FRATURA EM DENTE ANTERIOR

Juliana Oliveira Valim ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientadora: Margareth Calvo Pessuti NunesGabriela Nunes Zorzi

Alfredo Franco QueirozMarcos Sérgio Endo

Nair Narumi Orita Pavan

Os traumatismos em dentes anteriores têm sido um grande desafio para o cirurgião-dentista, uma vez que são considerados uma situação de urgência tanto em relação à fratura propriamente dita, como também pela alteração emocional produzida no paciente. Ocorrem em maioria com os dentes anteriores, sendo os incisivos centrais superiores os com maior prevalência de acometimento, seguido dos laterais superiores. A reabilitação de dentes fraturados visa restabelecer a estética e devolver a função ao paciente e pode ser rea-lizado por diversos métodos restauradores, dependendo da extensão e tipo do traumatismo. Dentre as vá-rias formas de restauração de dentes fraturados, a colagem de fragmento deve ser a primeira escolha quan-do o fragmento estiver disponível, intacto e for único, por apresentar vantagens como: total recuperação da estética, pois a forma, contorno, alinhamento, translucidez e textura superficial são as do dente natural. Além disso, a estética obtida é mais duradoura, pois uma mínima quantidade de material restaurador fica exposta na superfície vestibular. Assim, esse trabalho tem como objetivo relatar o caso de uma paciente do gênero feminino, de 8 anos de idade que, com uma queda de bicicleta, fraturou o elemento 21 com perda de estrutura coronária, envolvendo dentina e esmalte sem exposição pulpar. Apesar do grande envolvimento dentário, optou-se pela colagem dentária pelo aspecto psicológico e por ser um fragmento grande, único, sem exposição da polpa aparente. Houve a necessidade de um isolamento modificado pela dificuldade do isolamento absoluto convencional, devido à idade de erupção dos dentes. Por conta da extensão da fratura em profundidade e idade da paciente, foi usado cimento de hidróxido de cálcio para proteção pulpar. Além disso, foi feito um alívio no fragmento para acomodar a proteção realizada no remanescente, porém sem realização de bisel. A colagem foi realizada por meio da técnica de adesão direta e usou-se uma resina híbri-da de dentina. Como houve perda de estrutura do fragmento, após a colagem foi complementado com uma resina de esmalte. Após sete dias foi realizado o acabamento, polimento e ajustes necessários. O resultado

final do caso foi satisfatório, possibilitando a devolução da forma e função do elemento dentário, além da estética natural, o que garantiu o bem-estar psíquico da paciente.

Palavras-chave: traumatismos dentários; estética dentária; colagem dentária.

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DENTÍSTICA

CONCEITOS ATUAIS DA PROTEÇÃO PULPAR: REVISÃO DE LITERATURA

Mariana Dias Bazanella ([email protected])Unicesumar

Profa. Dra. Cintia Gaio MuradAline Nonato Magalhães

A proteção pulpar é caracterizada pela aplicação de um agente protetor que atua diretamente sobre a pa-rede dentinária ou tecido pulpar exposto com a finalidade de manter a vitalidade pulpar, estimulando a formação de dentina terciária e protegendo a polpa de possíveis injúrias. O objetivo deste trabalho é avaliar e comparar, por meio de uma revisão de literatura, as indicações e o uso adequado da proteção do complexo dentino-pulpar. Atualmente, os procedimentos se concentram em duas opções: capeamento pulpar direto – no qual se aplica o hidróxido de cálcio PA diretamente sobre a polpa exposta durante o preparo cavitário, a fim de estimular a formação de dentina reparadora, e o capeamento indireto – utilizando o material den-tário de acordo com a condição pulpar, profundidade da cavidade (relativamente ao que restou de dentina

separando a polpa do meio externo) e idade do paciente. Para o sucesso do tratamento é importante saber que quanto menor a quantidade de dentina remanescente, maior é o calor transmitido ao órgão pulpar, maior a evaporação do fluido dentinário, podendo acarretar a morte dos odontoblastos, limitando o po-tencial reparador desse órgão pulpar. Na prática odontológica, previamente à proteção da polpa, faz-se a limpeza do preparo, utilizando soluções apropriadas para remover os microfragmentos orgânicos, e assim facilitando a adesão dos agentes protetores, e que possuam propriedades não tóxicas. Para uma efetiva proteção do complexo dentino-pulpar utilizam-se, forradores, como por exemplo, o cimento de hidróxido de cálcio, bases protetoras como o cimento de ionômero de vidro e sistemas adesivos, que promovem a hi-bridização na dentina. As propriedades desejadas destes agentes protetores são que sejam antimicrobianos, biocompatíveis, isolantes térmico e elétrico, promovam adesão, insolúveis e não devem interferir nas ações mecânicas ou estéticas do material restaurador. No mercado odontológico existem materiais dentários va-riados para este fim, e torna-se primordial conhecer as vantagens e desvantagens de cada um deles, a fim de obter sucesso do tratamento restaurador. Conclui-se que é de responsabilidade do cirurgião-dentista conhecer e saber utilizar o melhor material dentário, diante das características da cavidade, para assim conseguir restabelecer e manter a saúde da polpa, assegurando o melhor prognóstico ao paciente.

Palavras-chave: dentina, polpa dentária, materiais dentários, hidróxido de cálcio.

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DENTISTÍCA

REANATOMIZAÇÃO DE INCISIVO LATERAL CONÓIDE COM RESINA COMPOSTA: RELATO DE CASO

Natália Karoline de Souza ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Silvia Sbeghen SábioThiago Alexandre Zilioli

Maria Luisa Gomes FerreiraGlen Victor Kondo

Geórgia Ayumi Guinoza Inushi

A estética, em dentística, é definida como a arte de criar, reproduzir, copiar e harmonizar restaurações com estruturas dentárias e anatômicas circunvizinhas, de modo que o trabalho se torne belo, expressivo e imperceptível. A utilização da resina composta (RC) na restauração de dentes anteriores com alterações de forma, textura, cor e/ou com problemas de alinhamento tem sido uma excelente opção na dentística restauradora. O recontorno cosmético ou a reanatomização dos dentes anteriores com RC tem sido uma técnica bastante valiosa e econômica, pois possibilita satisfatória melhoria na aparência do sorriso, na fun-ção oclusal e condições do complexo periodontal. Para isso, é necessário ter conhecimento de anatomia dentária, proporção áurea, harmonia e simetria dentofacial. Portanto, é um tratamento considerado como um procedimento conservador, altamente estético, alternativo à confecção de coroas protéticas ou facetas laminada, preservando assim a estrutura dentária. O objetivo deste trabalho foi realizar a reanatomização dentária dos dentes anteriores com RC de uma paciente jovem a fim de devolver a forma, a função dentária, além de proporcionar a harmonia do sorriso. Paciente jovem, de 15 anos, gênero feminino, compareceu à clínica apresentando incisivo lateral conóide e queixava-se da falta de harmonia em seu sorriso. Após o exame clínico, optou-se pela técnica de reanatomização do dente com RC por ser um procedimento conservador. O enceramento de diagnóstico foi apresentado à paciente, a qual se mostrou favorável ao tratamento proposto. Ainda na primeira sessão, foi selecionada a cor dos dentes, com auxílio da escala Vita (VITA), sob luz natural. As cores selecionadas da RC foram AO1, A1 e WE e a RC utilizada foi a Estelite, Tokuyama, Japan. Para a realização dos procedimentos de reanatomização utilizou-se uma guia de silicona servindo como muralha para a confecção da porção palatina do recontorno. Realizou todo procedimento sob isolamento absoluto, o condicionamento com ácido fosfórico foi realizado por 30 segundos, lavou e secou-se e em seguida a aplicação do sistema adesivo Clearfil SE Bond - Kuraray através de um pincel. Para

a primeira camada da porção palatina foi utilizada a RC A1, em seguida para o corpo a cor OA1 e A1 e por fim WE translúcida, para criar os efeitos naturais tornando o dente semelhante à estrutura dentária. Cada incremento da RC foi aplicado com pincel de ponta chata Kolinsky USA, de modo a minimizar a incorpo-ração de bolhas de ar e fotopolimerizado por 40 segundos. Finalizada a reanatomização dentária, a oclusão foi checada em M.I.H. e nos movimentos excursivos de lateralidade e protrusão. Conclui-se que as reana-tomizações com resinas compostas são alternativas, estéticas, rápidas, eficientes, com mínimo desgaste da estrutura dentária e seu uso resulta na transformação imediata do sorriso.

Palavras-chave: estética dentária, odontologia, dentística operatória.

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DENTÍSTICA

CAPACIDADE DE MASCARAMENTO DE DIFERENTES PROTOCOLOS DE RESTAURAÇÃO CERÂMICA EM SUBSTRATO DENTAL ESCURECIDO

Marcia Cristina Hickmann Reolon ([email protected])Uningá

Orientadora: Núbia Inocencya Pavesi PiniMarcelo Cartaxo Fiqueiredo

Letícia Caroline MülllerGabriela Cristina Santin

Daniel Sundfeld Neto

Esse estudo teve por objetivo comparar diferentes protocolos restauradores para o mascaramento de cor do substrato dentinário severamente escurecido. Vinte e oito blocos de dentina (8x8 mm) obtidos de dentes incisivos bovinos foram pigmentados com vinho tinto (24 h) e randomicamente divididos em 4 grupos (n=7) de acordo com o tratamento restaurador proposto: OP+LT0,5 – interposição de um disco de resina composta opaca (OP/0,3 mm) seguido da cimentação de uma lâmina de cerâmica LT de 0,5 mm; LT0,5 – apenas cimentação da cerâmica da espessura de 0,5 mm; OP+LT 1 – associação do disco de resina e cimen-tação de uma lâmina de cerâmica LT de 1 mm; LT1 – apenas cimentação da cerâmica da espessura de 1 mm. Como grupo controle (GC), blocos de esmalte (8x8 mm / n=7), não pigmentados, receberam lâminas de ce-râmicas HT de 0,5 mm. Todas as restaurações foram realizadas com cerâmica de dissilicato de lítio na cor A1 e cimentadas com cimento translúcido. A análise de cor foi realizada com espectrofotômetro manual (VITA Easyshade) para obtenção dos valores de L*, a*, b*, a partir dos quais foram calculados os valores de ∆L, ∆a, ∆b e ∆E. As leituras foram realizadas em todos os momentos do estudo: LI (inicial), LP (após pigmentação – utilizada para a distribuição randomizada dos espécimes em cada grupo) e LC1 (24h após cimentação). Os resultados demonstraram que o protocolo de pigmentação foi eficaz para a obtenção de um substrato escu-recido e padronizado, já que diferenças significantes foram observadas em relação a LI (p<0,05) em todos os grupos. Todos os protocolos restauradores resultaram em maior valor de ∆L em relação ao GC (p<0,05), sendo que o grupo que apresentou a menor valor foi o OP+LT1, sendo estatisticamente diferente dos demais (p<0,05). Todos os protocolos, incluindo GC, resultaram em variações para o ∆E, sendo que o OP+LT1 foi o único que apresentou variação similar a do GC (p>0,05). Concluiu-se que, para o sucesso no mascaramento de um substrato severamente escurecido, há a necessidade de uma maior espessura de desgaste (mínimo 1 mm) sendo viável a interposição de uma camada de resina composta entre o substrato e a cerâmica.

Palavras-chave: dentina, facetas de cerâmica, análise de cor.

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DENTÍSTICA

ESTUDO RETROSPECTIVO DOS CASOS DE FRATURAS CORONÁRIAS DO PROJETO CEMTRAU – 2013 A 2018

Beatriz Caio Felipe ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Margareth Calvo Pessuti NunesFernanda De Lima MaziniNair Narumi Orita PavanAlfredo Franco Queiroz

Marcos Sérgio Endo

O projeto CEMTrau da Universidade Estadual de Maringá é um centro especializado no tratamento de fratu-ras dento-alveolares, que atua na clínica de odontologia da Universidade Estadual de Maringá desde 2003. No presente trabalho foi realizado o levantamento de dados dos pacientes atendidos no projeto no período de 2013 a 2018 focando em fraturas coronárias por ser o trauma dento-alveolar mais ocorrente, sendo que as restaurações de dentes fraturados são de suma importância para o paciente tanto estética como funcional-mente. O trabalho relata um caso clínico para exemplificação de um dos tratamentos realizados no projeto. O número de fraturas foram computadas por dente, retiradas dos prontuário e divididas nas seguintes ca-tegorias: fratura de esmalte e fratura de esmalte e dentina e nas subcategorias: fratura de esmalte e dentina com exposição pulpar e sem exposição pulpar. O total de pacientes com fraturas coronárias atendidos nos últimos cinco anos do projeto foi de 66, totalizando 74 dentes com fraturas coronárias, uma vez que o mes-mo paciente pode ter sofrido diferentes fraturas em um ou mais dentes, dessas 74 fraturas, 21 dentes (apro-ximadamente 28,3%) tiveram fraturas em esmalte e 53 dentes (por volta de 71,6%) fraturas em esmalte e dentina, desses 53 casos, 9 (ou ainda 16,9%) dentes sofreram fraturas esmalte e dentina com exposição pulpar e 44 (aproximadamente 83%) casos de fraturas esmalte e dentina sem exposição pulpar. A partir desses dados nota-se que a fratura mais comumente atendida no projeto CEMTrau é a fratura de esmalte e dentina sem exposição pulpar, que necessita de tratamento restaurador e acompanhamento. Quando da inviabilidade do fragmento para a colagem o tratamento pode ser realizado utilizando enceramento diag-nóstico. No caso clínico utilizado para exemplificação, foram realizados procedimentos adesivos estéticos, feitos por meio de um enceramento em modelo de gesso para estabelecimento da face palatina e incisal da restauração, procurando reproduzir a anatomia e características de cores da dentição natural, respeitando propriedades como opalescência, translucidez e fluorescência. As fraturas dento-alveolares são urgências

frequentes na prática odontológica, e por serem inesperadas exigem do profissional um bom preparo téc-nico e conhecimento para oferecer o melhor tratamento possível, uma vez que essas além de afetar a saúde bucal do paciente também podem afetar sua auto estima.

Palavras-chave: dentística, traumatismos dentários, restauração dentária permanente.

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DENTÍSTICA

SISTEMAS ADESIVOS AUTOCONDICIONANTES E UNIVERSAIS - UMA REVISÃO DE LITERATURA

Alexandra Maria Rossett Gonçalves ([email protected])Unicesumar

Orientadora: Profa. Dra. Cintia Gaio Murad. Área de Dentística

O maior desafio para os sistemas adesivos é fornecer uma qualidade de adesão semelhante em dois tecidos dentários de diferentes naturezas. Os adesivos autocondicionantes e universais surgem para diminuir os obstáculos e sensibilidade da técnica convencional de adesão, onde pode haver colapso das fibras coláge-nas presentes na dentina através da sua secagem exacerbada, ocorrendo falha na adesão, na durabilidade e sensibilidade. A composição do sistemas autocondicionantes, com altas concentrações de monômeros juntamente com ácidos nos primers, dissolve e/ou modifica a smear layer e a parte superficial da dentina subjacente. Dessa maneira, o selamento resultaria em menor ou até nenhuma sensibilidade pós-operatória, pois não haveria grande discrepância entre a profundidade de condicionamento e a extensão de infiltração

dos monômeros resinosos no substrato. Estes sistemas adesivos, além da capacidade de adesão ao esmalte e dentina, têm ainda a capacidade de promover a adesão em diversos materiais de restauração e ainda sim-plificam os passos clínicos. A evolução mais significativa desse sistema foi a criação da molécula de MDP (10-methacryloyloxydecyl dihydrogen phosphate) considerado o mais efetivo entre os monômeros pre-sentes em tais adesivos, onde esta age com o cálcio presente na hidroxiapatita, formando um sal bastante estável e, aumentando assim, a resistência da interface adesiva. O mecanismo de adesão em esmalte e den-tina envolve remoção de minerais dos tecidos e reposição de monômeros resinosos, que depois de aplicado, promovem retenção nas microporosidades criadas. Este mecanismo de ação é a chamada camada híbrida. Porém, devido aos insucessos causados pela umidade da dentina, foram criados os sistemas autocondicio-nantes, onde o condicionamento ácido não é imprescindível. Entretanto, após diversos estudos, perce-beu-se que o condicionamento ácido nesta técnica poderia ter maiores efeitos caso fosse feito apenas em esmalte, devido a desmineralização do esmalte promovida pelo primer ser menos acentuada quando com-

parada com sistemas que utilizam o ácido, sendo então nomeada como condicionamento seletivo, visto que é realizado apenas no esmalte. O sistema all-in-one ou universal é considerado menos efetivos do que os autocondicionantes. Apesar da facilidade de aplicação clínica, estes apresentam degradação hidrolítica precoce e não formam camada híbrida impermeável, acarretando em baixa longevidade restauradora. De acordo com a revisão de literatura, o sistema autocondicionante de dois passos apresenta-se com melhores resultados na hibridização da dentina e mais efetivos do que os sistemas universais, podendo ambos serem utilizados com condicionamento seletivo em esmalte. Ainda, os sistemas autocondicionantes de dois pas-sos têm resultados semelhantes à técnica de sistema adesivos convencionais, tendo como vantagem sobre essa, a diminuição de sensibilidade pós-operatoria causada pelo condicionamento ácido total.

Palavras-chave: adesivo autocondicionante, sistema adesivo universal, molécula MDP

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DENTÍSTICA

TRATAMENTOS ESTÉTICOS CONSERVADORES PARA SORRISO GENGIVAL E FLUOROSE – RELATO DE CASO CLÍNICO

Tatiana Emy Matsushita ([email protected])Universidade Estadual de MaringáMariana Vieira Hussar Manfiolli

Samuel Kaik Alves de LimaGabriela de Souza Zimiani

Durante um bom tempo, dentes que apresentavam anomalias de cor eram inicialmente submetidos a um processo de desgaste para, então, serem reconstruídos com materiais restauradores diretos ou indiretos. Apesar de que, o resultado estético desses procedimentos fosse satisfatório, as substituições desses mate-riais restauradores ainda eram sequentes, já que não possuía, no comércio odontológico, um material com características e propriedades idênticas ao elemento dental. Há diversas etiologias que podem ser atribuídas para os casos de manchamentos da estrutura dental, assim como distintos graus de comprometimentos no quesito estético e funcional. Essas alterações de cor implicam um tratamento específico ou a combinação de diferentes métodos de intervenções para a sua devida solução. Uma abordagem ampla e conservadora para o tratamento da estética e funcionalidade do sorriso tem se tornado de grande importância na odon-tologia moderna, evidenciando-se tratamentos como a microabrasão, clareamento dentário, aumento de coroa clínica, coroas e facetas cerâmicas a partir de materiais que simulam as estruturas dentárias. Nessas circunstâncias, deve-se haver compatibilidade entre a seleção do plano de tratamento e às expectativas do paciente, entretanto é importante salientar as limitações e possibilidades da alternativa definida, des-sa forma a atuação em equipe interdisciplinar geralmente é necessária. Este trabalho tem como objetivo relatar um caso clínico de tratamento estético periodontal para correção de sorriso gengival associada à microabrasão e clareamento dental. O relato de caso clínico consiste em uma paciente do gênero feminino, 20 anos, a qual queixava-se da cor, forma e lesões de mancha branca dos seus dentes anteriores superiores. Diagnosticou-se que também possuía sorriso gengival, coroa clínica curta, fluorose e estrutura amarela-da. Sendo assim, o tratamento começou com a cirurgia de aumento de coroa clínica dos dentes 13 ao 23 com gengivoplastia em bisel interno, rebatimento de retalho com osteotomia nesses dentes e plastia no tecido ósseo. Após 4 meses de cicatrização, foi realizada a análise da profundidade das manchas brancas e apurou a necessidade de microabrasão do esmalte, realizada a partir da manipulação de uma pasta à base de pedra pomes e com ácido fosfórico 37% em um total de 6 aplicações com duração de 15 segundos cada, concluídos em duas sessões com intervalo de duas semanas e seguidamente realizou-se tratamento clarea-dor caseiro com placas de acetato e peróxido Carbamida 16% utilizados em média por 30 dias. Mediante a abordagem descrita para o caso, a técnica empregada permitiu a realização do procedimento restaurador de forma adequada e conservadora, solucionando o problema estético e preservando a saúde periodontal.

Palavras-chave: Gengivoplastia, Microabrasão do Esmalte, Estética Dentária.

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DENTÍSTICA

UTILIZAÇÃO DE APARELHOS FOTOATIVADORES EM RESTAURAÇÕES COM RESINAS BULK-FILL

Gustavo Farias Rodrigues ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientadora: Raquel Sano Suga TeradaEsthela Maria Pereira Castanheiro

Fernanda Midori Tsuzuki

O avanço das tecnologias de inovação na Odontologia exige melhorias constantes em novos produtos. A utilização das resinas bulk-fill vem aumentando com o tempo, pois seu manuseio é mais prático e rápi-do em relação à técnica incremental de inserção da resina composta. Segundo os fabricantes, sua aplica-ção pode ser feita em incremento único de 4-6 mm no interior da cavidade. Entretanto, é necessário que a fotoativação seja adequada para que a restauração com a resina bulk-fill mantenha suas propriedades. Uma fotoativação satisfatória ajuda a estabelecer uma boa força de adesão e, consequentemente, diminui a descoloração marginal, aumenta a dureza, a resistência à flexão, à fratura e ao desgaste e diminui a sen-sibilidade pós-operatória. Neste contexto, o objetivo desse trabalho é apresentar uma revisão de literatura sobre o estágio atual dos fotoativadores para responder a seguinte pergunta: como utilizar e selecionar um fotoativador para restaurar dentes com resinas bulk-fill? Para tanto, foram feitas buscas na base de dados Pubmed. Utilizou-se como base artigos publicados nos últimos 5 anos (2013-2018). A literatura descreve que o tipo de aparelho fotoativador influencia a profundidade de polimerização da resina composta, pois a taxa de conversão de monômeros em polímeros está diretamente relacionada com a intensidade, compri-mento de onda e tempo de irradiação do aparelho. A fim de obter uma fotoativação adequada das resinas bulk-fill, os aparelhos emissores de luz LED devem ter uma potência de pelo menos 500 mW/cm² e preci-sam apresentar diâmetro compatível com o tamanho do dente a ser trabalhado. O fotoativador deve estar o mais próximo e paralelamente possível da restauração, evitando assim que alguma parte da resina seja fotoativada de maneira inadequada. Um aparelho em forma de caneta é mais indicado do que um aparelho em que a ponta tem algum tipo de angulação, isso porque é mais fácil para acessar regiões de molares, não fazendo sombra sobre o dente, tendo assim uma maior exposição da luz na resina, afetando no sucesso da restauração. Para as resinas bulk-fill contendo apenas canforoquinona como fotoiniciador, os LEDs mo-nowave e polywave tiveram a mesma eficiência. Para compósitos contendo canforoquinona associada a fotoiniciadores alternativos, o LED polywave apresentou maior grau de conversão. As fontes atuais à base de LED predominam nos consultórios, porém conceitos de aplicabilidade clínica são essenciais para que o profissional tenha certeza de que seu aparelho está em condições adequadas para uma efetiva fotoativação dos compósitos que está utilizando. Como considerações finais, o profissional precisa conhecer as carac-terísticas do aparelho fotoativador e os aspectos relacionados à composição e às propriedades das resinas bulk-fill, a fim aumentar o tempo de vida clínica das restaurações.

Palavras-chave: Resinas compostas, Polimerização, Revisão.

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DENTÍSTICA

REABILITAÇÃO ESTÉTICA DO SORRISO COM ORTODONTIA E LAMINADOS CERÂMICOS: RELATO DE CASO

Fernanda Midori Tsuzuki ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Talissa Mayer GarridoMatheus Mantovani Bortoluzzi

Patricia Saram Progiante

Os avanços das técnicas e materiais levaram a uma mudança no conceito da odontologia e a estética tor-nou-se um dos principais motivos de busca por tratamento. Em muitos casos, para o alcance da harmonia estética e funcional conservadora desejada pelo paciente, é necessário que seja realizado uma reabilitação interdisciplinar com especialidades como a dentística e a ortodontia. O objetivo deste trabalho é realizar o relato de um caso de reabilitação estética do sorriso com ortodontia e laminados cerâmicos. A paciente C. F. G., do sexo feminino, com 34 anos e 11 meses de idade procurou tratamento com queixa de desalinhamen-to dentário e aspecto infantil. Ao analisar a face da paciente, observou-se uma boa proporção dos terços faciais, simetria frontal, selamento labial e um bom perfil facial. No exame clínico intrabucal, verificou-se mordida Classe II bilateral, apinhamento na região anterior superior e inferior, linhas médias coinciden-tes, leve sobremordida e corredor bucal amplo. Além disso, os incisivos superiores apresentavam incisais irregulares. Devido a presença de apinhamento superior e inferior, optou-se pela realização de ortodontia para alinhamento e nivelamento em ambas as arcadas durante 18 meses. Após a remoção do aparelho, foi realizado clareamento dentário. Em seguida, realizou-se o enceramento diagnóstico, seguido de mock-up. Foram confeccionados 10 laminados cerâmicos a base de dissilicato de lítio, os quais foram cimentados dos dentes 15 ao 25. Foram cimentados os laminados dos incisivos centrais, seguidos dos laterais e caninos di-reitos e então dos pré-molares direitos. Logo depois, a mesma sequência foi realizada do lado esquerdo. Ao final da cimentação, foi realizada a remoção dos fios afastadores, e dos excessos de cimento com lâmina de bisturi na face vestibular, broca multilaminada na face palatina e lixas metálicas e plástica nas faces inter-proximais. Por último, foi feito o ajuste oclusal. Como resultado, obteve-se dentes maiores e mais claros, com alinhamento incisal acompanhando a curva do sorriso, maior volume e consequente diminuição do corredor bucal, atendendo às expectativas do paciente. Conclui-se que o tratamento multidisciplinar da ortodontia com a dentística/prótese e a sequência de um protocolo reabilitador previsível, possibilitou a obtenção de um resultado estético e funcional satisfatório, com uma abordagem minimamente invasiva, preservando ao máximo a estrutura dentária sadia e atendendo as expectativas da paciente com a utilização de laminados cerâmicos.

Palavras-chave: facetas dentárias, dentística operatória, reabilitação bucal.

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ENDODONTIA

CURETAGEM PULPAR COMO ALTERNATIVA DE TRATAMENTO CONSERVADOR DA POLPA DENTÁRIA

Juliana Oliveira Valim ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientadora: Margareth Calvo Pessutti NunesAlfredo Franco Queiroz

Marcos Sérgio EndoNair Narumi Orita Pavan

Em função da importância da prevenção na odontologia atual, todos os procedimentos envolvidos na prá-tica clínica devem ser direcionados à preservação da estrutura dental sadia e à manutenção da integridade do complexo dentino-pulpar. No entanto, em casos onde ocorre a exposição pulpar em decorrência de traumatismos, torna-se necessário decidir qual a melhor conduta a ser adotada anteriormente à restaura-ção do dente. O correto diagnóstico da condição pulpar e o tempo decorrido após o traumatismo são fatores determinantes para a escolha da forma mais adequada de tratamento. Nas situações clínicas onde ocorre a exposição do tecido pulpar, superficialmente infectado, o mesmo pode ser tratado de forma conserva-dora. A curetagem é um tratamento conservador que envolve a excisão superficial da região de exposição pulpar e subseqüente proteção do tecido com um material de ação terapêutica, para permitir a formação de uma barreira mineralizada. Assim, torna-se uma possibilidade interessante no tratamento de pacien-tes que sofrem traumatismo dentoalveolar com exposição da polpa dentária. Portanto, esse trabalho tem como objetivo relatar o caso clínico de um paciente do sexo masculino, de 13 anos de idade, que procurou atendimento no projeto Centro Especializado Maringaense de Traumatismo em Odontologia (CEMTrau) da Universidade Estadual de Maringá, no dia seguinte à uma queda de bicicleta, que provocou uma fratura coronária no dente 21 com exposição pulpar. Realizou-se a curetagem da polpa exposta com uma ponta diamantada esférica, sob refrigeração. O tecido pulpar foi protegido com pasta e cimento de hidróxido de cálcio, sobre o qual foi aplicado cimento de ionômero de vidro forrador. Como o paciente recuperou o fragmento dentário, foi realizada a colagem pela técnica adesiva. Quinze dias após a curetagem o dente respondeu negativamente ao teste de percussão e ligeiramente mais sensível ao teste de sensibilidade ao frio. Radiograficamente observou-se normalidade do periápice. Trinta dias após o traumatismo, o dente 21 foi submetido a novos testes e apresentou sinais e sintomas compatíveis com a normalidade. Diante do caso clínico apresentado podemos concluir que a curetagem pulpar se mostrou uma opção adequada á manutenção da vitalidade do complexo dentino-pulpar, e que o correto diagnóstico das condições clínicas iniciais foi fundamental para o sucesso do tratamento proposto e realizado.

Palavras-chave: traumatismos dentários, tratamento conservador, polpa dentária.

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ENDODONTIA

O CENÁRIO DA DOR PÓS-OPERATÓRIA POSTERIORMENTE AO TRATAMENTO ENDODÔNTICO: REVISÃO DE LITERATURA

Kamila Ananias ([email protected])Instituição: Centro Universitário Ingá

Orientador: Marcos Sérgio EndoAna Carolina GuimarãesNair Narumi Orita Pavan

Bruna Angélica VianaIzabela Volpato Marques

A dor pós-operatória pode ser definida como como uma dor de qualquer grau ou intensidade que ocorre após o início do tratamento endodôntico, enquanto que a continuação dessa dor de forma exacerbada que perturbe a rotina do paciente e que necessite de intervenção de emergência é chamada de flare-up. Tendo em vista que o tratamento endodôntico visa reverter o processo patológico e eliminar os sinais e sintomas associados a ele, há uma situação desagradável quando o tratamento por si só inicializa dor ou inchaço, podendo o paciente associar a presença de dor pós-operatória ou flare-up com as habilidades do profis-sional. Desta forma, o presente estudo tem o objetivo de elencar, através de uma revisão de literatura, a prevalência da dor pós-operatória e suas causas. Foi realizada uma busca no banco de dados PubMed, de artigos publicados até julho de 2018, com os descritores “postoperative pain”, “flare-up”, “pain”, “root canal treatment”, e “endodontic treatment”. A prevalência de dor pós-operatória pode variar entre 3 e 48%, enquanto que a presença de flare-up varia de 0,39 a 20%, com intensidade proporcional a injúria sofrida, que incita um processo de inflamação local, com vasodilatação, aumento da permeabilidade vas-cular e quimiotaxia de células inflamatórias. O tempo de mensuração da dor após a obturação dos canais nos estudos variou de seis horas a 30 dias, com a maior parte mensurando até 48 horas, aferida através da escala visual analógica, escala numérica ou escala de classificação verbal. Neles, os fatores associados à dor pós-operatória são diversos, como instrumentação inadequada, extrusão de material irrigador, extrusão de material obturador, trauma oclusal, canais não instrumentados, dor pré-operatória, patologias peria-picais, extrusão de debris apicais, instrumentos utilizados e medicação intracanal utilizada. Dentre eles, a dor pré-operatória é datada como um fator relevante quando comparada aos casos assintomáticos, com média de 3,9% e 1,33%, respectivamente, dos casos de dor pós-operatória. Outro fator considerável é a injúria microbiana, salientada como a maior e mais comum causa desse tipo de dor, com papel importante

de bactérias gram negativas anaeróbias no desenvolvimento dos sintomas, que justifica o maior número de casos de flare-up em dentes diagnosticados com necrose pulpar, encontrado em 11,2% desses casos por Onay e em 51,61% no estudo de Tanalp, salientando a importância de se estabelecer um diagnóstico pulpar e periapical inicial. Causas adicionais são relatadas na literatura, como o número de sessões (sessão única ou múltiplas), idade, gênero, dente acometido e fatores psicológicos, como medo de dentista, ansiedade e apreensão frente ao procedimento. Conclui-se que apesar de multifatorial e as vezes causada por fatores que independem das habilidades do profissional, a prevalência de dor pós-operatória é baixa, contudo, cabe ao cirurgião dentista elencar os procedimentos adequados para cada diagnóstico pulpar/periapical, para evitar ou minimizar os casos de dor pós-operatória e flare-up.

Palavras-chave: dor pós-operatória, endodontia, odontalgia.

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ENDODONTIA

COMPARAÇÃO DA QUALIDADE DA OBTURAÇÃO DO SISTEMA DE CANAIS RADICULARES UTILIZANDO-SE AS TÉCNICAS COM CONE

ÚNICO E CONDENSAÇÃO LATERAL: UMA REVISÃO DA LITERATURA

Carolina Veronez Garbúggio ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientadora: Nair Narumi Orita PavanMarcos Sérgio Endo

Nos últimos anos o tratamento endodôntico apresentou um expressivo avanço tecnológico, possibilitando a realização de uma terapia eficaz, segura e rápida. Nesse ambiente de avanços, a obturação do sistema de canais radiculares utilizando cone único vem sendo muito utilizada pela simplicidade e agilidade da sua execução. O objetivo deste estudo foi revisar a literatura sobre a obturação do sistema de canais radicula-res comparando a técnica de cone único e da condensação lateral em relação à qualidade da obturação do

sistema referido. A metodologia consistiu na seleção de artigos somente em inglês com as palavras-chave “single-cone obturation” e “lateral compactation” e o booleano AND. A pesquisa se deu na base Medli-ne e os dados obtidos foram tabelados e analisados. Foram encontrados um total de 37 artigos, sendo que somente 19 se enquadraram nos seguintes critérios de inclusão: falar sobre a qualidade da obturação do sistema de canais radiculares incluindo as variáveis: espaços vazios, força de ligação da dentina, porosidade e microinfiltração; e comparar as técnicas de obturação utilizando cone único e realizando a condensação lateral. Os achados literários mostraram que a qualidade da obturação depende diretamente do tipo de cimento utilizado para a realização a técnica e da forma do canal radicular do dente a ser obturado; e diver-giram sobre a melhor técnica com relação aos espaços vazios encontrados nos canais obturados assim como sobre a qualidade da obturação de canais curvos. De acordo com o levantamento realizado neste trabalho, a respeito da força de ligação com a dentina, a utilização da técnica de cone único mostrou-se mais eficiente; quanto a porosidade na obturação, pudemos observar que a técnica de cone único é melhor e que as duas técnicas reduzem a extensão de microinfiltração quando o canal é preparado mecanicamente; além de que a obturação com cone único apresenta a mesma eficácia na obturação que a da condensação lateral em al-guns casos de canais retilíneos com cimentos específicos. Na existência de uma forma irregular no canal a literatura mostrou que se faz necessário realizar a técnica da condensação lateral a fim de se evitar espaços. Podemos concluir, no entanto, que a condensação lateral se mostrou mais eficiente na qualidade da obtu-ração quando comparada a técnica do cone único.

Palavras-chave: obturação do sistema de canais radiculares, qualidade da obturação, cone único.

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ENDODONTIA

AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE SUJIDADE DO HIDRÓXIDO DE CÁLCIO ASSOCIADO AO ÓLEO DE MELALEUCA EM CANAIS RADICULARES

Milene Tonsis Gonçalves ([email protected])Unicesumar

Fausto Rodrigo VictorinoLucas Nerys

Isabela Silva Rocha

O óleo de melaleuca também conhecido como Tea- Tree Oil (TTO) é um extraído da planta Melaleuca al-tenifolia com propriedades antimicrobianas e pode ser utilizado como veículo do hidróxido de cálcio P.A. para uso como medicação intracanal. O objetivo do presente estudo foi avaliar a limpeza da parede denti-nária após uso de pasta de hidróxido de cálcio preparada com óleo de melaleuca como veículo para medi-cação intracanal. Foram utilizados trinta dentes humanos unirradiculares, instrumentados com o sistema PROTAPER e divididos em 03 grupos com 10 espécimes cada de acordo com a medicação intracanal utiliza-da: G1- hidróxido de cálcio associado ao propilenogligol; G2- hidróxido de cálcio associado ao óleo de me-laleuca e G3- sem medicação, para controle. As pastas foram introduzidas nos canais radiculares utilizando espiral lentulo em baixa rotação logo após o preparo químico-mecânico.. Após 7 dias, os medicamentos foram removidos utilizando-se a lima memória k-file, juntamente com solução de hipoclorito de sódio 1%, EDTA 17% e soro fisiológico como lavagem final. As coroas dos dentes foram então removidas e as raízes foram clivadas no sentido vestíbulo-lingual com um disco diamantado em peça reta. Os segmentos radicu-lares foram então revestidos com ouro em uma unidade de revestimento por pulverização catódica (Denton Vacuum Inc., Morristown, NJ, EUA) e o terço apical das paredes do canal radicular examinadas a 750× com microscópio eletrônico de varredura (JSM, 220A, JEOL Tóquio, Japão). A limpeza das paredes do canal ra-dicular foi analisada em relação ao número de túbulos dentinários abertos e limpos utilizando o software Image Tool 3.1. Para análise estatística, foi aplicado o teste ANOVA, seguido do teste de Tukey, com índice de significância de 5%. Quando comparado ao propilenoglicol como veículo do hidróxido de cálcio P.A., o óleo de Melaleuca não demonstrou diferença significativa ao deixar resíduos nos túbulos dentinários. Con-tudo, pode ser considerado como uma alternativa ao propilenoglicol em associação ao hidróxido de cálcio como veículo em medicação intracanal, por apresentar propriedades antibacteriana, antiviral, antifúngica e anti-inflamatória, potencializando o efeito da medicação. No entanto, mais estudos sobre esse tema são necessários, para verificar sua influência em relação à obturação dos canais radiculares.

Palavras-chave: endodontia, óleo de melaleuca, limpeza dentinária.

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ENDODONTIA

AVULSÃO DENTÁRIA DE DENTE PERMANENTE – RELATO DE CASO

Gisselly Maria Campos da Silva ([email protected])Unicesumar

Aline França BatitussiCarolina Ferrairo Danieletto-Zanna

A avulsão dentária é uma lesão complexa decorrente de um trauma que leva ao deslocamento total do dente para fora do alvéolo. Estudos epidemiológicos têm mostrado que a avulsão de dentes corresponde a 0,5-16% das lesões traumáticas na dentição permanente e de 7 a 13% na dentição decídua. Tanto na den-tição decídua quanto na permanente, os incisivos centrais superiores são os dentes mais frequentemente avulsionados. O reimplante dentário tem sido destacado como o tratamento de eleição para este tipo de trauma, sendo o imediato ou aquele realizado na primeira hora, os mais indicados. Isso porque, para se conseguir um bom prognóstico, devem ser considerados o tempo de permanência do dente fora do alvéo-lo, o meio de estocagem, a contenção utilizada e seu período e a conduta do profissional. O objetivo deste

trabalho é relatar um caso de reimplante tardio de incisivos centrais superiores avulsionados. Paciente do gênero masculino, 28 anos, foi encaminhado a clínica do adulto do Centro Universitário de Maringá. Du-rante a anamnese o paciente relatou ter tido um acidente automobilístico há 1 dia onde ocorreu a avulsão dentária dos incisivos centrais superiores. Também informou que os mesmos foram transportados em am-biente seco e o reimplante aconteceu tardiamente. Ao exame clínico foi observado fraturas coronárias dos dentes 12, 21, 22 e contenção rígida realizada no atendimento de urgência. No exame radiográfico foi pos-sível observar o posicionamento dos elementos dentários 11 e 21, sem alterações significativas. A primeira conduta a ser executada foi a remoção da contenção rígida, para confecção de uma semi-rigida e posterior ajuste oclusal. Após 7 dias o paciente retornou a clínica de Odontologia para início do tratamento endo-dôntico nos dentes avulsionados. Após 2 semanas removeu-se a contenção semi-rigida. Posteriormente à conclusão do tratamento endodôntico foram realizadas as restaurações estéticas dos dentes 12, 21 e 22 com resina composta e sistema adesivo, no dente 22 como meio de retenção foi optado pelo uso do pino intra-dentinário devido o contato oclusal comprometer a estabilidade do mesmo. Apesar do reimplante tardio possuir um prognóstico desfavorável a longo prazo, pode ser realizado com objetivo de restaurar o dente por razões estéticas, psicológicas e funcionais, mantendo o contorno do osso alveolar. Contudo, o resulta-do esperado é a anquilose e a reabsorção por substituição da raiz, com posterior perda do elemento dental. Diante disso, ressaltamos a importância dos corretos procedimentos a serem adotados imediatamente após a ocorrência de uma avulsão dentária.

Palavra-chave: avulsão dentária, reimplante dentário, traumatismos dentários.

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ENDODONTIA

ACURÁCIA DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE FEIXE CÔNICO DE PEQUENO VOLUME E ALTA RESOLUÇÃO NA DETECÇÃO DE ANATOMIA COMPLEXA DO ISTMO APICAL: ANÁLISE EX VIVO

Fernanda Chiguti Yamashita ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Elen de Souza TolentinoPablo Andrés Amoroso-Silva

Marco Antonio Húngaro-DuarteLilian Cristina Vessoni Iwaki

Izabel Regina Fischer Rubira-Bullen

Istmos não são incomuns e representam um dos principais complicadores na Endodontia. O terço apical é uma área crítica e sua limpeza deficiente é responsável pela maioria dos casos de falhas no tratamento endodôntico. Raízes mesiais de molares inferiores possuem uma anatomia interna complexa, com uma frequência de istmos no nível apical bastante alta. A microtomografia computadorizada (μ-TC) é conside-rada padrão-ouro e vem sendo utilizada nos estudos da anatomia do canal radicular, pois fornece imagens microscópicas tridimensionais não destrutivas com alta resolução espacial. No entanto, essa tecnologia permite somente estudos ex-vivo. Dessa forma, o objetivo deste estudo foi avaliar a acurácia da tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC) de pequeno volume na detecção e mensuração de istmos no terço apical de canais radiculares de molares inferiores, utilizando o μ-TC como referência. Quarenta primeiros molares inferiores selecionados com base no escaneamento com μ-TC e apresentando istmos nos 3mm apicais das raízes mesiais foram tomografados utilizando os ajustes de resolução mais alta de uma unidade TCFC de pequeno volume (3D Accuitomo® 170, J. Morita Mfg. Kyoto, Japão). Somente istmos classificados como tipo II foram selecionados. Comprimentos de istmos foram medidos e comparados entre as imagens da μ-TC e TCFC para estudar a acurácia das leituras da TCFC. Os dados quantitativos para a taxa de sensi-bilidade foram apresentados como valores percentuais com intervalo de confiança de 95%. Os resultados foram analisados por meio de regressão linear entre comprimentos reais (μ-TC) e comprimentos da TCFC, gráfico de Bland-Altman e teste t (p<0,05). A sensibilidade da TCFC à detecção de istmos foi de 65% (IC 95% = 0,4667-0,8333). Uma média de 74,7% dos comprimentos pode ser medida no Accuitomo 3D e as diferenças entre os comprimentos dos istmos no μ-TC e na TCFC foram significativos (p = 0,000, média = 0,756 ± 0,655, teste t), mostrando que não houve concordância entre os dois métodos. A acurácia da iden-

tificação dos istmos apicais dos molares inferiores foi altamente influenciada pelo método de avaliação. A imagem da TCFC de pequeno volume não conseguiu detectar e medir o comprimento dos istmos com precisão. Além disso, não foi confiável prever a verdadeira anatomia do canal radicular apical utilizando configurações de alta resolução na TCFC.

Palavras-chave: tomografia computadorizada de feixe cônico, anatomia, microtomografia por raio-x.

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ENDODONTIA

RETRATAMENTO ENDODÔNTICO EM MOLAR SUPERIOR COM PINO METÁLICO: RELATO DE CASO

Maria Luisa Gomes Ferreira ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientador: Marcos Sérgio EndoMelissa Ayumi Tateyama

Existem casos que resultam em fracasso, sendo o retratamento endodôntico indicado quando há uma in-fecção persistente podendo manifestar-se no paciente sinais e sintomas preocupantes. O objetivo deste trabalho é relatar um caso clínico de retratamento em molar superior com pino intracanal metálico. Pa-ciente do gênero masculino, 62 anos de idade, procurou atendimento em consultório particular queixan-do-se de dor espontânea, contínua, intensa, ao toque e inchaço facial. Ao exame clínico, foi possível obser-var o dente 26 com prótese fixa, edema na região de fundo de vestíbulo e na face, sensibilidade à percussão vertical, ausência de mobilidade e bolsa periodontal. Na radiografia periapical, constatou-se obturação

insatisfatória, a qual foi realizada há mais de 20 anos segundo o paciente, e a presença de pino intracanal e núcleo metálico fundido. De acordo com os sinais e sintomas, o diagnóstico foi abscesso periapical agudo e necessidade de retratamento endodôntico. Como tratamento de urgência, foi realizado a drenagem no ponto de flutuação com lâmina de bisturi n. 15, sob profilaxia antibiótica com 2 g de Amoxicilina 30 minu-tos antes do atendimento. Além disso, foi removido a coroa através de secção vestíbulo-lingual e o núcleo/pino com inserto ultrassônico E12, pela técnica SISU com auxílio de dois aparelhos de ultrassom CV Dentus e Dabi. Ao remover o pino, detectou-se o canal mesiopalatino (MP) com auxílio do microscópio operatório e inserto ultrassônico E3D, onde houve drenagem via canal. Realizou-se então a instrumentação com lima única Reciproc blue (R25) do canal MP sob irrigação com NaOCl 2,5%, aplicação do EDTA 17% sob agitação e inserção de medicação hidróxido de cálcio + propilenoglicol + paramonoclorofenol canforado (PMCC), assim como confecção de prótese provisória. Prescreveu-se Amoxicilina 500 mg, a cada 8/8h por cinco dias, promovendo remissão dos sinais e sintomas. O paciente retornou após um ano, quando se procedeu a desobturação dos canais mesiovestibular (MV), distovestibular (DV) e palatino (P) com inserto R1 clearso-nic, solvente óleo de laranja e limas manuais. O preparo químico-mecânico foi feito com sistema reciproc blue R25 nos canais MV, MP e DV e R50 no canal palatino, com hipoclorito de sódio 2,5%. Logo após, uso de EDTA 17% sob agitação com ponta plástica easy clean durante 20 minutos por três vezes. Utilizou-se de medicação intracanal hidróxido de cálcio + propilenoglicol + PMCC por 15 dias e posterior obturação pela técnica da condensação lateral com cimento contendo hidróxido de cálcio (Sealapex), procedido por se-lamento duplo e restauração com material provisório. Na semana seguinte, foi confeccionada uma prótese provisória para planejamento da prótese definitiva. O retratamento endodôntico pode apresentar alguns riscos podendo resultar no insucesso. Além disso quando há a necessidade de remoção de pino metálico extenso o procedimento se torna ainda mais complexo. Canais não detectados podem desenvolver pato-logia periapical e manifestar sintomatologia dolorosa. Assim, o profissional deve estar apto a realizar os procedimentos por meio do conhecimento da técnica e agregar o uso de tecnologias para aumentar a pre-visibilidade do retratamento e favorecer o reparo periapical.

Palavras-chave: endodontia, retratamento, ultrassom.

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ENDODONTIA

ANÁLISE DA AÇÃO ANTIMICROBIANA DO EXTRATO DE PSIDIUM GUAJAVA L. EM CANDIDA ALBICANS, STAPHYLOCOCCUS AUREUS E

ESCHENICHIA COLI

Cauane da Silva Teofilo ([email protected])Unicesumar

Fausto Rodrigo VictorinoCintia Berner Zocante

Marcos Alessandro dos Santos Ribeiro

Durante o tratamento endodôntico a desinfecção química é um grande marco para um resultado bem-su-cedido, por que ela é direcionada para eliminação de microrganismos presentes nos túbulos dentinários, nas fissuras, reentrâncias e ramificações do sistema do canal radicular. Os Microrganismos desempenham um importante papel na etiologia das patologias pulpar e periapical. São vários os microrganismos que compõem a cavidade bucal alguns se caracterizam por serem mais patogênicos, como o S. aureus, E. coli e a C. albicans. O uso de irrigantes antibacterianos de forma generosa e de medicação intracanal, é importante para reduzir o número de bactérias no interior dos canais, e a associação dos métodos químico/mecânico, mostra-se mais efetiva para redução microbiana no interior dos canais. Apesar da utilização de plantas medicinais no tratamento Odontológico ser ainda pouco explorada, nas pesquisas com fitoterápicos o uso popular pode sugerir espécies potencialmente importantes, porém, faz-se necessário uma série de estu-dos, entre eles, a identificação de espécies com comprovada ação farmacológica e/ou substâncias biolo-gicamente ativas. O uso de fármacos fitoterápicos na prática clínica, tratamento e prevenção de afecções de menor severidade vêm sendo reconhecido pelo SUS. O presente trabalho teve como objetivo testar a atividade antimicrobiana dos extratos hidroalcoólico, metanólico e etanólico da Psidium Guajava L. (goia-ba) frente aos microrganismos Eschenichia coli, Staphylococcus aureus e Candida albicans, que por sua vez desempenham um importante papel na etiologia das patologias pulpar e periapicais. As extrações foram realizadas com solvente orgânico destilado e de grau P. A (etanol e metanol) e água destilada, na forma pura. Os extratos foram concentrados sob pressão reduzida em evaporador rotativo. Os ensaios antimicrobianos foram realizados através da técnica de difusão em ágar, com o inóculo dos respectivos microrganismos com turvação de 0,5 da escala de McFarland. O halo de inibição foi medido em milímetros. Para a análise dos re-sultados foi feito o teste Análise de variância ANOVA seguido do Teste de Tukey, com índice de significância de 5%. Diante dos resultados concluiu-se que resultados alcançados no presente estudo, estão coerentes com o histórico da atividade antimicrobiana da espécie vegetal em questão é que o extrato hidroalcóolico da Psidium guajava L. (goiaba) apresentou capacidade maior de inibição do que os extratos etanólico e me-tanólico respectivamente.

Palavras-chave: psidium, extratos vegetais, ação antimicrobiana.

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ENDODONTIA

RESOLUÇÃO CLÍNICA DE METAMORFOSE CÁLCICA DA POLPA

Larissa de Oliveira Garcia ([email protected])Unicesumar

Renata FernandesGuilherme Henrique Fiorucci

Isabela RochaFausto Rodrigo Victorino

Casos de traumatismo dentário podem resultar em uma alteração da polpa dental, chamada Metamorfose Cálcica da Polpa, que pode levar à obliteração total ou parcial do canal radicular devido a deposição exces-siva de dentina. Essa alteração pode ser diagnosticada através de testes de sensibilidade, exame clínico, radiográfico e tomográfico. Normalmente apenas com o exame radiográfico não é possível visualizar luz de canal, o que contraindica o tratamento endodôntico quando necessário. O objetivo do presente estudo é apresentar, por meio de caso clínico, os aspectos da Metamorfose Cálcica da Polpa e as implicações clí-nicas desta alteração pulpar. Paciente gênero feminino, 33 anos de idade, leucoderma, procurou a Clínica de Odontologia da Unicesumar com queixa estética do dente 11. Ao exame físico, notou-se leve escureci-mento do dente 11 e resposta negativa ao teste de sensibilidade pulpar ao frio. Radiograficamente, obser-vou-se completa obliteração do conduto radicular, porém com aparente presença de câmara pulpar e lesão periapical. Durante a anamnese, a paciente relatou ter sofrido trauma no mesmo dente há 30 dias. Assim, o diagnóstico determinado foi Metamorfose Cálcica da Polpa com início de lesão periapical. Após abertu-ra coronária, para o tratamento endodôntico, constatou-se a total obliteração da embocadura do canal e ainda presença de polpa na câmara pulpar. A localização da luz do canal radicular só foi realizada com o auxílio do microscópio clínico DF Vasconcelos e inserto ultrassônico diamantado E6D (Helse Ultrassonic). Após isso, foram realizadas odontometria eletrônica com localizador foraminal NovApex (Forum) e instru-mentação com sistema Protaper Next®(Dentsply). Após uma troca de medicação intracanal com pasta de hidróxido de cálcio por 20 dias, foi realizada obturação com cimento endodôntico Sealer 26® (Dentsply). Após 7 dias foi realizado clareamento interno com perborato de sódio. De acordo com o apresentado, po-de-se dizer que a metamorfose cálcica da polpa é uma alteração pulpar que normalmente compromete a estética, por escurecer a coroa e dificulta muito a resolução clínica por obliterar a luz do canal radicular. Assim, é de fundamental importância o correto diagnóstico, o devido planejamento e o uso de recursos avançados para a resolução de casos com metamorfose cálcica da polpa.

Palavras-chave: polpa dentária, necrose da polpa dentária, calcificação pulpar.

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ENDODONTIA

TRAUMA COM LUXAÇÃO EXTRUSIVA E FRATURA CORONÁRIA COM ENVOLVIMENTO PULAR – RELATO DE CASO

Isabela Weber ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientador: Marcos Sérgio EndoYasmin Firmino

Nair Narumi Orita PavanAna Carolina Guimarães Alves

Maria Luisa Gomes Ferreira

Traumatismos dentários podem ocorrer em qualquer paciente, com qualquer faixa etária, inclusive em pa-cientes onde não houve ainda a formação completa e fechamento do ápice radicular. Em pacientes jovens, onde há a ocorrência de traumas mais complexos, com envolvimento dentino-pulpar, alguns fatores po-

dem levar ao sucesso ou insucesso do caso. Quanto mais rápido for realizado o atendimento, maiores são as chances de obtenção de um prognóstico favorável. Para a realização do tratamento de dentes com rizo-gênese incompleta, algumas considerações devem ser tomadas, como por exemplo, qual é o estado pulpar, se trata-se de um tecido vivo ou em necrose, qual é o estágio de desenvolvimento radicular, para que haja a melhor tomada de decisão. Em dentes com necrose pulpar e rizogênese incompleta, o objetivo do trata-mento deve se basear na obtenção da formação de um tecido duro mineralizado ou uma barreira para que a obturação do sistema de canais radiculares possa ser realizada da maneira correta. Com isso, o objetivo des-te trabalho é apresentar um caso clínico, de um paciente do gênero masculino, com 13 anos, que compare-ceu à Clínica Odontológica da UEM, relatando que havia sofrido trauma há cinco anos, nos elementos 21 e 22, onde somente o atendimento de urgência havia sido realizado, depois o tratamento foi abandonado. No elemento 21, o trauma sofrido foi uma luxação extrusiva e fratura coronária com envolvimento pulpar, e no dente 22 uma fratura coronária com envolvimento pulpar. Ao exame clínico, os dentes já estavam restaura-

dos, se apresentavam com mobilidade grau I, sem necessidade de contenção e exsudato via sulco. O dente apresentava sensibilidade positiva à percussão vertical e palpação, com presença de fístula na região do dente 22. No momento do trauma, o dente 22 ainda não apresentava sua formação radicular completa, por isso, ao exame radiográfico foi possível observar o ápice radicular aberto e presença de extensa lesão peria-pical envolvendo os elementos 21 e 22. A princípio, o tratamento proposto seria a realização do tratamento endodôntico do elemento 21, e tentativa de apicificação com barreira de MTA no elemento 22, porém foram realizadas duas trocas de hidróxido de cálcio, a primeira realizada com propilenoglicol, e a segunda com soro, com intervalo de 3 meses entre elas, e após isso o paciente só retornou após 6 meses, onde ao exame radiográfico foi possível notar diminuição da lesão periapical e formação de barreira de tecido duro no ápice do dente 22, sendo assim realizou-se mais uma troca de medicação com hidróxido de cálcio com propi-lenoglicol e iodofórmio, e na sessão seguinte a obturação do canal radicular pela técnica da condensação lateral. Com um bom diagnóstico e boa tomada de decisão, mesmo que o tratamento seja buscado de forma tardia, como ocorreu nesse caso, ainda assim é possível alcançar sucesso em casos de rizogênese incomple-ta em dentes com necrose pulpar.

Palavras-chave: traumatismos dentários, endodontia e odontologia.

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ENDODONTIA

REVASCULARIZAÇÃO PULPAR: UMA ALTERNATIVA PARA DENTES COM RIZOGÊNESE INCOMPLETA E ABSCESSO PERIAPICAL CRÔNICO -

RELATO DE CASO

Luiz Eduardo de Souza ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Marcos Sergio EndoIzabela Volpato MarquesNair Narumi Orita PavanAline Licheski do BomfimNajara Barbosa da Rocha

O traumatismo dentário em dente ainda em fase de desenvolvimento radicular pode levar a necrose pulpar e a estagnação na sua formação. Esses dentes por possuírem paredes finas e frágeis contraindicam o trata-mento endodôntico convencional, uma das alternativas de tratamento consiste na revascularização pul-par, técnica de base biológica que permite a continuação do desenvolvimento radicular. O procedimento é direcionado por uma descontaminação do canal, com irrigação e inserção de uma medicação intracanal, posteriormente a indução do sangramento que formará um coágulo de sustentação para migração, pro-liferação e diferenciação de células mesenquimais, que darão origem a um novo tecido. O objetiva deste trabalho é relatar um caso de abscesso periapical crônico no dente 21, com rizogênese incompleta, em que executou-se a revascularização pulpar. Paciente do gênero masculino, 9 anos, compareceu ao projeto C.E.M.Trau-Odonto, após queda. Após realizado exame clínico, radiográfico e tomográfico optou-se por realizar o planejamento do protocolo de revascularização pulpar. Para um melhor controle do caso foram realizadas tomografias computadorizadas nos períodos de 3 e 6 meses, mensurações através do progra-ma iCATVision por profissional calibrado. O procedimento ocorreu em duas sessões, na primeira fez-se a desinfecção do canal radicular com 20 ml de NaOCl 1% e em seguida aplicou-se 10 ml de EDTA 17%. Nes-sa mesma sessão, inseriu-se uma medicação intracanal a base de hidróxido de cálcio e foi realizado uma restauração provisória. Na segunda sessão, 1 mês após, removeu-se a medicação, irrigou-se com 20 ml de EDTA 17%, e realizou-se a indução do sangramento para formação do coágulo sanguíneo com a lima K#80. Assim, confeccionou-se um plug de MTA seguido de restauração definitiva com resina composta. Ao com-parar as mensurações por meio da tomografia computadorizada de feixe cônico em um corte parasagital pôde-se verificar a formação de uma barreira mineralizada antes do ápice sugerindo um selamento apical.

Constatou-se um aumento do comprimento radicular de 1,61 mm na parede vestibular e 0,40 mm na pa-latina, e 0,12 mm na espessura da parede palatina; além de detectar um fechamento da abertura apical. Observou-se também a regressão do tamanho da lesão periapical e a remissão da fístula. Conclui-se que a revascularização pulpar permitiu a continuação do desenvolvimento radicular, com aumento do compri-mento e da espessura da parede do canal, além da formação de barreira mineralizada apical e em processo de reparo da lesão periapical.

Palavras-chave: revascularização pulpar, rizogênese incompleta, tomografia.

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ENDODONTIA

TRATAMENTO ENDODÔNTICO EM DENTE COM VARIAÇÃO DE COMPRIMENTO

Milena de Souza Moraes ([email protected])Universidade Estadual de MaringáCarlos Alberto Hererro de Morais

Lucas Masaru MarubayashiAline Thomazelli Peres TomazoliAna Carolina Guimarães Alves

O conhecimento e o esmero do endodontista em todas as etapas do tratamento endodôntico são premissas para o bom prognóstico nas condutas clínicas. O reconhecimento da anatomia e comprimento médio dos dentes é indispensável para realização do tratamento endodôntico, visando a completa remoção do tecido pulpar, dos microrganismos e da dentina infectada, além da adequada modelagem, propiciando condições ideais para o selamento da cavidade pulpar e reparo dos tecidos perirradiculares. Partindo-se destes pres-supostos, a intervenção endodôntica adequada e de resultado previsível exige o conhecimento detalhado da configuração interna de todos os grupos de dentes. O comprimento dos incisivos centrais superiores pode variar de 21,5 a 27,3 milímetros, tendo como comprimento médio, 23,7 mm. Erros na determinação do comprimento de patência e de trabalho, podem causar acidentes e complicações, entre elas a subins-trumentação, onde o preparo do canal radicular fica aquém do limite apical estimado. Este trabalho tem como objetivo relatar o caso clínico de um incisivo central superior com variação anatômica de compri-mento. Paciente do gênero masculino, melanoderma, 12 anos de idade, sem nenhum comprometimento sistêmico, compareceu à clínica odontológica da Universidade Estadual de Maringá, no ano de 2018, com histórico de trauma, necrose pulpar e abscesso no dente 11. No início do tratamento endodôntico, suspei-tou-se que a radiografia periapical estivesse alongada. A odontometria pela técnica de Ingle, mostrou um comprimento radicular maior que o esperado, o qual foi confirmado com a utilização do localizador fora-minal NovApex, tendo como comprimento real do dente, 28,5 milímetros. Deu-se sequência, na primeira sessão, ao preparo químico-mecânico do canal radicular e à medicação intracanal, a base de hidróxido de cálcio. Foi realizada instrumentação manual, com limas tipo K. Após 7 dias, o dente, assintomático e sem exsudato, foi obturado com a utilização da técnica Híbrida de Tagger. Juntamente com o diagnóstico e o plano de tratamento, o conhecimento da morfologia do canal radicular e suas variações mais frequentes é um requisito básico para o sucesso do tratamento endodôntico, portanto, conclui-se que o conhecimento do comprimento médio dos dentes seja primordial para colaborar com esse sucesso, bem como o uso de tecnologias, como o localizador foraminal, pode auxiliar e otimizar esse processo, principalmente, nos ca-sos de variações anatômicas ou de comprimento radicular.

Palavras-chave: endodontia, odontometria, canal radicular.

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ENDODONTIA

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO PARA CALCIFICAÇÃO DA POLPA DENTÁRIA - RELATO DE CASO

Rayama Augusto de Lima ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Marcos Sérgio EndoYasmin Firmino

Juliana Quintino TrizziNair Narumi Orita PavanAlfredo Franco Queiroz

Um dos maiores desafios com o qual o clínico pode se deparar durante o tratamento endodôntico é a pre-sença de canais calcificados ou atrésicos. As calcificações pulpares levam à obliteração do espaço do canal radicular através de deposição progressiva de tecido mineralizado em seu interior. A formação de calcifi-cações na polpa pode ser consequência de processos fisiológicos ou até mesmo de uma resposta da polpa à um estímulo, como por exemplo à cárie dentária. Também podem ocorrer calcificações a partir de um traumatismo dentário. As calcificações na polpa podem ser classificadas como calcificações distróficas ou como calcificações metaplásicas. Clinicamente, esses dentes podem se apresentar com uma coloração mais escura na coroa dentária, podendo ser mais sutil nos primeiros meses e anos, podendo evoluir para colora-ções mais perceptíveis. Dentes com achados radiográficos compatíveis com obliteração do canal radicular, devem ser tratados com mais cuidado e zelo, pois acidentes e iatrogenias podem ocorrer durante o percurso do tratamento se algumas considerações não forem tomadas. Tomando essas considerações, o objetivo do presente trabalho é a exposição de um caso clínico, no qual uma paciente do gênero feminino, 47 anos, compareceu ao setor de urgência da Clínica Odontológica da UEM com queixa de dor espontânea, con-tínua, e localizada na região de dente 13. Ao exame clínico, o dente apresentou sensibilidade à percussão vertical e responde negativamente ao teste de sensibilidade ao frio. Ao exame radiográfico, não foi possível observar a presença de luz no espaço correspondente ao canal radicular. Durante a tentativa de abertura coronária, o procedimento foi suspenso, devido à preocupação em causar uma iatrogenia. A paciente foi encaminhada para a residência de Endodontia da Universidade, porém a mesma procurou um consultório particular antes de ser iniciado o tratamento. Quando a mesma foi atendida na residência, detectou-se um desvio causado no atendimento prévio, provavelmente durante a abertura coronária, não sendo possível a localização do canal. Foi explanado para a paciente sobre a necessidade de uma intervenção, já que o dente

apresentava lesão periapical, e a impossibilidade de se obter acesso através do canal. Com isso, optou-se na realização de uma cirurgia parendodôntica para remoção da lesão. Realizou-se então a cirurgia, com uma incisão semi-lunar na região, ostectomia da região apical do dente 13, acesso e curetagem da lesão, apicectomia com broca Zecrya, com um retropreparo realizado com broca esférica diamantada 1/2 e sela-mento com MTA, o qual foi inserido com um condensador de amálgama. Conclui-se que a partir de uma proservação de 6 meses, o dente encontra-se em função, sem sintomatologia e com achados radiográficos compatíveis com reparo ósseo.

Palavras-chave: apicectomia, calcificações da polpa dentária, endodontia.

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ENDODONTIA

ANÁLISE DA CONCORDÂNCIA INTRA E INTEREXAMINADORES EM RELAÇÃO AO LIMITE APICAL DE OBTURAÇÃO

Esthela Maria Pereira Castanheiro ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientador: Marcos Sergio EndoIsabela Inoue Kussaba

Ana Carolina Guimarães AlvesNair Narumi Orita PavanGabriela Cristina Santin

Alguns fatores podem interferir no sucesso do tratamento endodôntico, seja por questões relacionadas à filosofia ou à técnica endodôntica. Dessas variáveis, o limite apical de obturação corresponde à distância entre a ponta da guta-percha e o ápice dental, classificando a obturação radiograficamente em ideal, sub ou sobreobturação. Tendo conhecimento que a interpretação radiográfica pelo observador é subjetiva e depende do seu raciocínio e discernimento, podendo ter discrepância nos resultados entre observadores e/ou até mesmo no mesmo avaliador. Diante disso, o presente estudo teve como objetivo analisar o grau de concordância entre os examinadores na interpretação do limite apical de obturação por meio de radio-grafias periapicais dos tratamentos endodônticos realizados pelo Programa de Residência em Endodontia da Universidade Estadual de Maringá nos anos de 2015 e 2016. A coleta de informações foi iniciada após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa desta instituição de ensino. As mensurações foram realizadas por dois estudantes do quarto ano do curso de Odontologia nas mesmas condições de avaliação e sem co-municação durante o processo. Foram analisadas 111 radiografias periapicais de dentes que foram subme-tidos ao tratamento endodôntico. Como critério de inclusão, essas radiografias deveriam apresentar uma imagem nítida, com processamento e enquadramento adequados. As avaliações foram realizadas por dois examinadores e ocorreram em uma sala com condições ideais para interpretação radiográfica. Utilizou--se negatoscópio, régua plástica milimetrada e lupa para mensurar a distância da ponta da guta-percha ao ápice dental na radiografia periapical posteriormente à obturação do canal radicular. As avaliações das radiografias foram realizadas em dois momentos distintos, com uma diferença de 15 dias. Os resultados das mensurações foram tabulados em planilha Excel e o coeficiente de correlação intraclasse foi aplicado por meio do programa SPSS. A análise fundamentou-se na interpretação da magnitude dos estimadores de concordância intraclasse que é convencionada em: 0 (ausência), 0-0,19 (pobre), 0,20-0,39 (fraca), 0,30-

0,59 (moderada), 0,60-0,79 (substancial), e ≥ 0,80 (quase completa). Os resultados referentes à concor-dância intra-examinadores, foram: examinador 1 e examinador 2, respectivamente, de 0,86 e 0,69. Na análise interexaminadores, verificou-se que na primeira avaliação os examinadores apresentaram concor-dância de 0,70 e na segunda de 0,82. Analisando os resultados com base na interpretação da concordância intraclasse, verificou-se dispersão das respostas intra-examinadores, tendo valor dito quase completo do examinador 1 (0,86) e valor substancial do examinador 2 (0,69). Com relação à concordância interexami-nadores, a primeira avaliação, revelou-se um valor substancial de concordância (0,70). Em contrapartida, na segunda avaliação revelou-se um valor quase completo de concordância (0,82). Desse modo, obser-va-se que na última avaliação houve alta concordância inter-examinadores e variância com a anterior. Conclui-se que os dados evidenciaram valores suficientes de concordância e confiabilidade entre os exa-minadores durante a análise dos limites apicais de obturação, mesmo com as dificuldades encontradas na interpretação de exames radiográficos que podem variar conforme o avaliador.

Palavras-chave: endodontia, radiografia dentária, tratamento do canal radicular.

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ENDODONTIA

A IMPORTÂNCIA DA PROSERVAÇÃO EM PACIENTES COM TRAUMATISMOS DENTO-ALVEOLARES – RELATO DE CASO

Morgana Ducatti Alves ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Margareth Calvo Pessutti NunesMarcos Sérgio Endo

Nair Narumi Orita PavanAlfredo Franco Queiroz

A avulsão dentária é uma das injúrias mais graves causadas por traumatismos em face, consistindo em deslocamento total do dente para fora do seu alvéolo, o qual deve ser reimplantado ao seu local de origem, quando o dente for encontrado. Casos de avulsão são comuns em traumatismos dentários, o qual acomete geralmente crianças e adolescentes. Para o correto reimplante do elemento dentário ao seu alvéolo, deve--se: inspecionar o dente, verificando assim possível fratura, inspeção visual da área do alvéolo bem como suas paredes, danos causados à gengiva e realizar uma boa anamnese, investigando as causas do traumatis-mo. O dente avulsionado deve ser manuseado pela sua coroa e reimplantado imediatamente após o trauma, ou então, ser armazenado em leite, soro ou saliva, sendo reimplantado até 30 minutos após a avulsão, para que assim, seja minimizado possíveis sequelas, como a reabsorção inflamatória. Para um prognóstico favo-rável e durabilidade do elemento avulsionado em posição, a proservação e controles periódicos do paciente são de extrema importância. O presente trabalho relata um caso clínico de um paciente do sexo masculino, 6 anos de idade, no qual houve avulsão do dente 21, após queda de um muro. Ele foi encaminhado ao Hos-pital Universitário de Maringá, e a conduta clínica foi o reimplante do dente (2 horas após a queda), conten-ção rígida com fio de aço (durante 2 semanas). O paciente foi então, encaminhado ao projeto C.E.M.Trau/Odonto, onde foi removida a contenção rígida e adaptada contenção semirrígida com fio de Nylon; levante oclusal com resina composta nos molares, pois devida extrusão do dente 21, este encontrava-se em trauma oclusal com os incisivos inferiores; intrusão com aparelho ortodôntico (placa de Hawley com mola e bo-tão) e apicificação com hidróxido de cálcio (durante 12 meses). Após longo período de acompanhamento (durante 9 anos), observamos escurecimento coronário, reabsorção radicular no 1/3 apical com lesão. Por isso, optou-se pela cirurgia parendodôntica com curetagem e remoção da lesão, retroinstrumentação com ultrassom e retrobturação utilizando material MTA (Agregado de Trióxido Mineral), com o objetivo de pa-ralisar a reabsorção inflamatória. Portanto, verificamos a importância da proservação e uma correta con-duta clínica em pacientes traumatizados, na tentativa de manter o próprio elemento dentário em posição o maior tempo possível. Devido a complicações do caso, o paciente continuará em acompanhamento e controle até a completa estabilização do quadro.

Palavras-chave: avulsão dentária, traumatismo dentário, estética dentária.

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ENDODONTIA

CLOREXIDINA COMO SOLUÇÃO IRRIGADORA NA ENDODONTIA - REVISÃO DE LITERATURA

Gabriella Dutra de Souza ([email protected])Uningá

Orientador: Marcos Sérgio EndoMelissa Ayumi TateyamaGabriela Cristina SantinNair Narumi Orita PavanAna Carolina Guimarães

O preparo químico-mecânico dos canais radiculares é um passo crucial no tratamento endodôntico. A so-lução usada como irrigante nesta etapa deve ser antimicrobiana, biocompatível com os tecidos periapicais, ter a capacidade de dissolver matéria orgânica e lubrificar os canais radiculares. A solução de hipoclorito de sódio (NaOCl) é o irrigante mais comumente usado durante o preparo dos canais radiculares e suas prin-cipais vantagens são a ação antimicrobiana e o poder de dissolver o tecido orgânico. No entanto, outras soluções estão sendo testadas para suplementar ou potencializar seu efeito antimicrobiano. Uma das várias soluções alternativas de irrigação é a clorexidina. Esta droga é um agente antimicrobiano eficaz que tem potencial para uso como solução irrigante ou medicação intracanal. Então, o objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão de literatura sobre o uso da clorexidina como solução irrigante no tratamento endo-dôntico. Para tanto, foi realizada uma busca nas bases de dados PubMed, Portal de Periódicos CAPES, SciE-LO e Biblioteca Virtual da Saúde com as palavras-chave “chlorhexidine”; “chlorhexidine digluconate”; “irrigation solution”; “irrigation solutions”; “endodontics” combinados aos operadores booleanos AND e OR, no período de 2013 a 2018. Foram encontrados 48 artigos e destes, selecionados 14. A clorexidina é utilizada em diversas áreas da Odontologia, incluindo a Endodontia. Dentre suas propriedades, podemos ressaltar a substantividade, que é a capacidade de se ligar aos tecidos dentários prolongando seu efeito te-rapêutico, baixa tensão superficial, baixa citotoxicidade e elevada atividade antimicrobiana, podendo ser bactericida em altas concentrações e bacteriostática em baixas concentrações. É relatado na literatura que a clorexidina possui eficácia antimicrobiana contra o Enterococcus faecalis semelhante ao NaOCl e que, ao ser utilizada como irrigante final após o NaOCl, diminui a aderência deste micro-organismo à superfície dentinária. Já em relação à biocompatibilidade, a literatura apresenta que a clorexidina 2% possui citotoxi-cidade menor que o NaOCl em células-tronco. Apesar de estudos indicarem que a clorexidina pode ser uma

substituta ao NaOCl na irrigação dos canais radiculares, esta não possui as características necessárias à um irrigante, já que não dissolve tecidos orgânicos e não remove smear layer. Deve-se ficar atento em relação às associações da clorexidina à outras substâncias, uma vez que pode resultar em precipitados e compostos prejudiciais. Pode-se concluir que a clorexidina possui efeitos positivos quando utilizada como irrigante final após o NaOCl, no entanto seu uso como irrigante principal deve ser realizado apenas em casos selecio-nados. Além do mais, sua associação à outras soluções ainda deve ser melhor investigada.

Palavras-chave: clorexidina, solução irrigadora, endodontia.

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ENDODONTIA

CONDUTA CLÍNICA FRENTE UMA LIMA FRATURADA: RELATO DE CASO

Carolina Veronez Garbúggio ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientador: Marcos Sérgio EndoIzabela Volpato MarquesNair Narumi Orita PavanMelissa Ayumi Tateyama

Ana Carolina Guimarães Alves

A fratura de lima é um acidente comum que pode ocorrer durante o tratamento endodôntico. Muitas vezes a fratura ocorre pela falta de conhecimento anatômico, por uso de instrumentos inadequados ou falha téc-nica do operador. O objetivo do trabalho é relatar um caso clínico em que o paciente chegou para a residên-cia de Endodontia (UEM) com um instrumento fraturado na região apical do dente 24. Realizou-se a anam-nese e exame clínico inicial juntamente com uma radiografia periapical, onde foi constatado a presença de uma lima endodôntica no terço apical e lesão periapical. Foi removido a restauração provisória e abaixo da mesma, constatou-se presença de cárie. Retirada toda a cárie da distal, notou-se que a margem estava em nível subgengival, impossibilitando um isolamento absoluto adequado para realização do tratamento endodôntico. Portanto, realizou-se um saneamento e foi encaminhado para a residência de Periodontia para aumento de coroa clínica. Após 2 meses foi realizada a cirurgia periodontal e 30 dias após reconstruiu a parede distal para então iniciar o tratamento do canal radicular. Iniciada a terapia endodôntica, a lima fraturada foi detectada no conduto vestibular. Realizou-se a instrumentação na técnica crown-down com uso de Gates-Glidden #2 e #3 e uso de broca Largo no terço cervical para ampliação do mesmo. Obteve-se a patência foraminal no canal palatino, porém, o canal vestibular foi instrumentado até o objeto fratura-do pois não foi conseguido a remoção ou a ultrapassagem do mesmo. Utilizou-se EDTA 17% e medicação intracanal com hidróxido de cálcio associado ao propilenoglicol e paramonoclorofenol canforado. Após 15 dias, foi realizada uma nova tentativa em remover o fragmento com uso de inserto ultrassônico E5 (Helse) em potência baixa, onde houve sucesso, confirmado por uma radiografia periapical. Fez-se a patência fora-minal do canal vestibular e instrumentou no novo comprimento de trabalho que passou de 17 mm para 20 mm. Foi realizada irrigação com EDTA 17% sob agitação durante 20 segundos por 3 vezes com Easy Clean, e finalizou com irrigação de hipoclorito de sódio 2,5% também sob agitação durante 1 minuto. Utilizou a mesma medicação intracanal e selamento provisório. Na sessão seguinte, decorrido 15 dias, o dente mos-trou-se assintomático, sem dor à percussão vertical e palpação, mucosa oral normal, sem fístula e canal

limpo e seco. A obturação foi realizada pela técnica da condensação lateral com uso do cimento resinoso AH Plus, selamento duplo com restaurador pronto a base de óxido de zinco e cimento de ionômero de vi-dro convencional. Assim, a paciente foi encaminhada para seu posto de saúde de origem para a restauração definitiva. Conclui-se que é essencial realizar uma avaliação clínica e radiográfica criteriosa, não desistir na primeira tentativa de remoção ou ultrapassagem do fragmento, e empregar alternativas modernas para resolução do caso.

Palavras-chave: tratamento do canal radicular, acidentes, ultrassom.

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ENDODONTIA

DOR PÓS-OPERATÓRIA EM TRATAMENTOS ENDODÔNTICOS REALIZADOS EM SESSÃO ÚNICA - REVISÃO DE LITERATURA

Henrique Issao Nakahara ([email protected])Unicesumar

Orientador: Fernando Accorsi Orosco

O tratamento endodôntico tem por finalidade prevenir e eliminar infecções dos canais radiculares, por meio de processos de limpeza e modelagem, utilizando de meios químicos e mecânicos, seguidos de um selamento adequado dos canais radiculares. A realização do tratamento endodôntico em sessão única é algo que vem sendo almejado há diversos anos, existindo relatos de tratamentos em sessão única realizados desde o século XIX. Há filosofias distintas que falam sobre a realização do tratamento endodôntico, sendo que a discussão entre sessão única ou múltiplas sessões é um dos temas mais comentados. No tratamento em múltiplas sessões, o profissional aplica uma medicação no canal radicular para minimizar as chances do insucesso do tratamento, porém, esse método demanda um maior tempo; nos tratamentos realizados

em sessão única, o profissional realiza o preparo dos canais radiculares e em seguida a sua obturação, eli-minando a necessidade de retornos para a finalização do tratamento, reduzindo o tempo do tratamento endodôntico, eliminando os riscos de contaminação entre sessões e permitindo a instalação de pinos in-tra-radiculares em uma mesma sessão. Apesar das inúmeras vantagens citadas, o tratamento endodôntico em dentes sem vitalidade em única sessão é considerado duvidoso por diversos especialistas. Acredita-se que o preparo químico-mecânico, por não conseguir remover completamente a contaminação presente no canal radicular, levará ao insucesso do tratamento endodôntico. A dor pós-operatória é um dos gran-des receios dos endodontistas e muitos utilizam a medicação intracanal como um método para prevenir o incômodo do paciente e evitar possíveis transtornos. A dor pós-operatória nos tratamentos endodônticos possui diversos fatores etiológicos, dentre eles a extrusão de detritos durante a instrumentação e a extrusão de material obturador são os mais comuns. O presente trabalho é uma revisão de literatura que teve por ob-jetivo avaliar a relação entre a dor pós-operatória e os tratamentos realizados em uma única visita e quais as

causas relacionadas ao seu surgimento. Através da revisão pode-se concluir que os tratamentos realizados em uma única sessão apresentavam uma menor relação com a dor pós-operatória do que os tratamentos realizados em múltiplas visitas, e que as técnicas de instrumentação exercem grande influência sobre a existência de uma dor pós-operatória.

Palavras-chave: endodontia, dor pós-operatória, sessão única.

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ENDODONTIA

AVULSÃO TRAUMÁTICA E REIMPLANTE DENTÁRIO: RELATO DE CASO CLÍNICO

Fernanda De Lima Mazini ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Margareth Calvo Pessutti NunesIsabela Inoue KussabaAlfredo Franco Queiroz

Marcos Sérgio EndoNair Narumi Orita Pavan

A avulsão dentária consiste no deslocamento do dente para fora do seu alvéolo sendo a principal conduta o reimplante do dente avulsionado, que deve ser feito de maneira rápida para possibilitar a preservação da vitalidade das estruturas aderidas à superfície da raiz e a recuperação do ligamento periodontal, o que só

ocorre quando a viabilidade dessas células é mantida. O prognóstico do elemento dentário avulsionado depende da qualidade do atendimento, no ato do trauma, além de uma análise criteriosa de fatores, como a idade do paciente, a área traumatizada, o tecido de suporte afetado e o tempo que o dente permanece fora do alvéolo. Este traumatismo se torna mais grave quando o pronto atendimento não é conduzido de forma a favorecer a permanência do elemento dentário na cavidade oral. Sendo assim, o objetivo desse trabalho é relatar um caso após trauma, onde foi realizado o reimplante e tratamento endodôntico do dente avulsio-nado. Paciente, 23 anos, sexo feminino, iniciou o atendimento no Hospital Universitário, apresentava trau-ma dentoalveolar na região de incisivos superiores. Os dentes foram mantidos secos, sem nenhum meio de conservação, posteriormente foram armazenados em soro. Na avaliação clínica a paciente se apresentou com avulsão do dente 22 e subluxação dos dentes 11 e 21. O elemento 22 foi reimplantado 2 horas após o trauma e realizada a contenção semirrígida de canino a canino. A paciente foi encaminhada ao projeto CEMTrau, da Universidade Estadual de Maringá, na avaliação clínica a paciente relatou dor na anamnese

e observação de trauma oclusal na região do dente 22. Após exame radiográfico o tratamento iniciou-se com o reposicionamento do dente com fio ortodôntico. Na sessão seguinte após uma semana foi realizada a abertura coronária, instrumentação e odontometria, e medicação intracanal com pasta de hidróxido de cálcio em propilenoglicol. A coroa foi fechada com algodão, cotosol e IRM, e posteriormente concluído a obturação. A paciente seguirá em acompanhamento pelo projeto pelos próximos cinco anos. Assim con-clui-se que o reimplante mediato, ou tardio, é uma alternativa para dentes que permanecem fora do alvéolo por um período superior à uma hora, fora de meio de conservação adequado, porque em muitos casos se consegue uma retenção prolongada. A permanência do dente na boca pode reduzir o impacto psicológico, bem como protelar reabilitação protética e manter o espaço adequadamente.

Palavras-chave: avulsão dentária, reimplante dentário, traumatismos dentários.

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ENDODONTIA

ACIDENTES E COMPLICAÇÕES COM HIPOCLORITO DE SÓDIO DURANTE O TRATAMENTO ENDODÔNTICO

Juan Victor Branco Fantin ([email protected])Unicesumar

Orientadora: Prof. Me. Renata Fernandes

O hipoclorito de sódio está entre os grandes causadores de acidentes durante o atendimento clínico no âmbito odontológico. È a solução mais utilizada na endodontia devido à sua ação bactericida, capacidade de dissolução de tecidos orgânicos, e auxiliar na limpeza do canal radicular. Apresenta diversas concentra-ções, sendo mais utilizadas à 0,5%, 1%, 2,5%. Na maioria dos casos os acidentes acontecem devido a algum tipo de erro durante o tratamento endodôntico, como por exemplo, alargamento excessivo do conduto, trepanação lateral, erro na determinação do comprimento de trabalho, podendo vir a ocorrer um extrava-samento de hipoclorito de sódio nos tecidos adjacentes. O objetivo desse trabalho é descrever através de revisão da literatura, as principais causas de acidentes e complicações devido ao uso de hipoclorito de só-

dio na terapia endodôntica, e, assim, discutir as técnicas e materiais utilizados no tratamento. Existe uma frequência maior de casos de acidentes oftálmicos, ou seja, quando há contato direto da solução irrigadora com os olhos do paciente, e casos de reação alérgica ao hipoclorito de sódio que pode ser leve como uma urticaria até intensa como uma broncoconstrição. Na ocorrência de acidentes com solução irrigadora, o grau de severidade pode variar de acordo com a quantidade extravasada e a concentração do hipoclorito de sódio utilizado. Todavia, existem sinais e sintomas indicativos de extravasamento com hipoclorito: Dor se-vera e imediata; edema imediato dos tecidos moles adjacentes; extensão do edema pela face; sangramento através do canal radicular; equimose na pele ou mucosa como resultado de um sangramento intersticial; dor severa inicial e desconforto revelam destruição tecidual; parestesia reversível ou, muito raramente, persistente; possibilidade de existir uma infecção secundária. O tratamento para os acidentes de extrava-samento com o hipoclorito de sódio, sempre dependerá da quantidade de líquido injetado e a sua concen-tração. Assim, quanto maior a quantidade mais tempo levará para a reparação tecidual e consequentemen-

te regressão dos sintomas. Quando em contato com os olhos o hipoclorito de sódio pode lesionar a retina e recomenda-se realizar a irrigação com água corrente ou com solução salina e, nos casos mais severos, o encaminhamento para o oftalmologista. Para o tratamento da dor quando há extravasamento em tecidos moles recomenda-se prescrever anti-inflamatório não esteroidal associado com analgésico e antibiótico.

Palavras-chave: endodontia, hipoclorito de sódio, acidentes e complicações.

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ENDODONTIA

REVASCULARIZAÇÃO PULPAR EM DENTES COM NECROSE E RIZOGÊNESE INCOMPLETA

Juliana Lopes Pereira ([email protected])Unicesumar

Orientador: Fernando Orosco

Para o cirurgião dentista, é desafiador o tratamento de dentes imaturos com necrose pulpar e patologia api-cal. A modelagem e limpeza do sistema de canais radiculares é árdua pois as paredes dentinárias são muito finas. A revascularização pulpar é uma nova abordagem da endodontia regenerativa para o tratamento de dentes diagnosticados com necrose pulpar e portadores de rizogênese incompleta, e sendo assim, a api-cificação tem sido substituída por este novo método alternativo. A apicificação consiste na inserção de pasta de hidróxido de cálcio a longo prazo no interior do canal radicular visando induzir a formação de uma barreira apical, possibilitando a obturação do dente. Porém, esta técnica pode provocar a fragilização do dente devido às características que o mesmo apresenta, como paredes dentinárias finas e pouca inserção do

dente em osso, permitindo que o dente esteja em maior susceptibilidade à fratura, além da necessidade de trocas periódicas do material, dificultando o retorno e controle do paciente. Dentre as recomendações para a realização da técnica de revascularização pulpar destaca-se a importância da desinfecção dos canais ra-diculares a partir de soluções irrigadoras e medicação intracanal, podendo ser hidróxido de cálcio ou pasta tri-antibiótica a fim de eliminar as bactérias presentes em dentina. A proposta é possibilitar o controle da infecção do sistema de canais radiculares, com abundante irrigação e o mínimo de ação de instrumentos, e posteriormente, estimular a penetração de tecido perirradicular no interior do canal radicular, para que seja possível estimular um sangramento e o coágulo se estabilize. Desse modo, haverá o restabelecimento da vitalidade do dente, e consequente desenvolvimento radicular, aumento do comprimento e da espessu-ra das paredes dentinárias. Ainda são necessários estudos complementares para reunir métodos, descrever e discutir este assunto. É possível encontrar na literatura vários protocolos de tratamento para a utilização da técnica de revascularização pulpar, sempre buscando alcançar a melhor forma para o sucesso do tra-

tamento. Dessa forma, esta revisão de literatura abordou a definição da técnica e seu desenvolvimento ao longo dos anos, destacando a sua aplicabilidade e sua recomendação como alternativa à apicificação, a fim de instituir um protocolo acessível para a realização na prática clínica.

Palavras-chave: revascularização pulpar, apicificação, necrose pulpar.

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FRATURA RADICULAR NO TERÇO MÉDIO EM INCISIVOS CENTRAIS: RELATO DE CASO

Magno G. Goeij ([email protected])Uningá

Thais Regina Dias PainiMarcos Sérgio Endo

Os traumatismos têm representado uma demanda frequente na clínica odontológica atual, as lesões trau-máticas dos dentes e de suas estruturas de suporte podem provocar sérios problemas funcionais e estéticos, exigindo dos profissionais um atendimento minucioso, imediato e integrado. A anamnese, o exame clínico e exames por imagem são instrumentos indispensáveis para o diagnóstico e o tratamento depende de fa-tores como localização da fratura, mobilidade dos fragmentos, e acompanhamento clínico e radiográfico. O diagnóstico das fraturas radiculares horizontais tipicamente só é possível através de exames radiográfi-cos, sendo classificadas conforme a localização da linha de fratura, podendo se apresentar no terço apical,

médio ou no terço cervical da raiz. Sabe-se a importância da realização do tratamento endodôntico em dentes traumatizados que sofreram necrose pulpar. Este relato de caso foi estudado devido a uma fratura radicular horizontal de terço médio intra-alveolar nos dois incisivos centrais após três anos do trauma, sem ter utilizado splintagem após o ocorrido. Na anamnese o paciente relatou que sofreu uma pancada durante a prática esportiva, mas nunca procurou um dentista, ou seja, não houve esplintagem seguido do acidente e atualmente os dentes começaram a doer, por isso, procurou a clínica, então, para a surpresa do pacien-te, foi diagnosticado a fratura nos elementos 11 e 21, feito os testes de sensibilidade e percussão, o teste de sensibilidade respondeu negativo e o teste de percussão vertical houve a resposta positiva, deste modo, comprovando necrose pulpar nesses elementos. Então o tratamento proposto constituiu-se de intervenção endodôntica da porção coronal com medidas para o controle da infecção, não conseguindo ultrapassar a linha de fratura, sendo assim, instrumentado apenas a parte média e coronal, não havendo contato com o ápice; a pasta de hidróxido de cálcio foi a medicação intracanal eleita. Após um período de monitoramen-to com imagens radiográficas e troca de medicação a cada 15 dias, foi avaliado que era possível ser feita a obturação, e assim, foi realizada. Após o término do tratamento os dentes apresentaram-se estáveis clini-camente e radiograficamente, deste modo, foi possível comprovar a efetivade do tratamento endodôntico em dentes com fraturas horizontais após um bom diagnóstico e assim, obtendo um resultado satisfatório.

Palavras-chave: diagnóstico, necrose da polpa dentária, endodontia

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ANÁLISE DAS OBTURAÇÕES DOS CANAIS RADICULARES POR MEIO DE RADIOGRAFIAS PERIAPICAIS

Isabela Inoue Kussaba ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientador: Marcos Sergio EndoEsthela Maria Peireira Castanheiro

Nair Narumi Orita PavanGabriela Cristina Santin

Ana Carolina Guimarães Alves

O tratamento endodôntico está relacionado a prevenção e controle da infecção pulpar e perirradicular ob-jetivando garantir uma eficaz limpeza dos canais radiculares, a fim de eliminar micro-organismo e restos teciduais e, simultaneamente, criar condições morfológicas e dimensionais para proceder uma correta ob-turação. O aspecto radiográfico da obturação do canal radicular tem sido considerado um método tradicio-nal de avaliação da qualidade deste selamento na cavidade endodôntica. Sabe-se que esses aspectos como a densidade da obturação e seu limite apical podem interferir no sucesso do tratamento endodôntico. As imagens radiográficas também indicam presença ou ausência de periodontite apical ou infiltração coroná-ria, consistindo um importante recurso diagnóstico. O fracasso do tratamento endodôntico está intima-mente relacionado a uma inadequada obturação do canal radicular, assim sendo é oportuno realizar uma investigação criteriosa acerca da qualidade das obturações por meio de imagens radiográficas. Dessa forma este estudo teve como objetivo avaliar a qualidade das obturações dos canais radiculares realizados nos anos de 2015 a 2016, da Residência em Endodontia da Universidade Estadual de Maringá. O presente estudo analisou 198 prontuários dos pacientes submetidos ao tratamento endodôntico, 103 prontuários foram ex-cluídos por não se adequarem às exigências pré-estabelecidas. Do restante, 95 prontuários foram incluídos e 235 canais radiculares tratados endodonticamente foram observados. Por meio de imagens radiográficas periapicais iniciais e finais, as obturações foram analisadas por duas alunas da graduação, utilizando o coe-ficiente de concordância Kappa para qualificar a concordância inter e intra-observadores. Os dados cole-tados foram sexo, idade, dente, condição pulpar e periapical, número de canais obturados, limite apical de obturação e densidade do material obturador. Foram excluídas radiografias mal processadas, enquadradas inadequadamente, e inexistentes na tomada inicial e/ou final. O nível de concordância Kappa inter e intra--examinadores foi de 0,82 e 0,86, respectivamente. Quanto ao sexo, o feminino foi prevalente ao masculi-

no. A faixa etária dominante foi dos 30 a 39 anos. A maioria dos dentes tratados: foram os primeiros molares permanentes, 44,1% diagnosticados com necrose pulpar e 55% sem lesão periapical. De um registro de 235 canais obturados, 90,2% dos canais tiveram uma obturação ideal e a densidade do material obturador 100% adequada. Conclui-se que a obturação dos canais radiculares realizado pelos residentes em Endodontia se mostrou satisfatória.

Palavras-chave: endodontia, epidemiologia, tratamento do canal radicular.

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ENDODONTIA

COMPARAÇÃO DA ACURÁCIA DA RADIOGRAFIA PERIAPICAL COM A TCFC NO DIAGNÓSTICO DE FRATURAS RADICULARES:

REVISÃO DE LITERATURA

Melissa Ayumi Tateyama ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Nair Narumi Orita PavanMarcos Sérgio Endo

Fraturas radiculares em dentes permanentes são causadas principalmente por trauma, forças mastigatórias excessivas e hábitos parafuncionais e podem ocorrer em dentes anteriores e posteriores. Devido às varia-ções de apresentações clínicas e à ausência de sinais patognomônicos, o diagnóstico por meio de radiogra-fias periapicais, em busca da linha de fratura, pode não ser visualizado, sendo necessários exames acura-dos como a tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC), que permite uma melhor visualização da

fratura devido à ausência de sobreposições e a aquisição de imagens em diferentes planos. Dessa forma, o objetivo deste trabalho é analisar e comparar, por meio de revisão de literatura, a acurácia da radiografia periapical com a tomografia computadorizada de feixe cônico no diagnóstico de fraturas radiculares. Foi realizada uma busca nas bases de dados Pubmed, Portal de Periódicos CAPES, SCIELO, MEDLINE, LILACS, BBO e IBECS, utilizando as palavras-chave: “tooth fractures”; “tooth fracture”; “root fractures”; “root fracture” “root fractures”; “radiography, dental”; “cone-bem computed tomography”; “CBCT” e “diag-nosis”, combinadas com os operadores booleanos “AND” e “OR”. Foram encontrados 199 artigos, sendo 19 selecionados. Os critérios de inclusão foram: artigos em inglês, estudos in vivo e in vitro em dentes hu-manos comparando a radiografia periapical e a TCFC no diagnóstico de fraturas radiculares horizontais e/ou verticais. Ambos os métodos possuem limitações na detecção de fraturas radiculares in vivo e in vitro. A radiografia periapical com variação do ângulo horizontal deve ser o primeiro exame complementar a ser realizado devido ao fácil acesso, baixo custo e alta resolução, utilizando a TCFC em casos inconclusivos. A TCFC pode ser um fator coadjuvante ao exame clínico e radiográfico, porém, muitas vezes propicia a obser-vação precoce de alterações perirradiculares em vez da detecção da fratura radicular em si, principalmente na presença de artefatos como materiais obturadores e pinos metálicos. Pode-se concluir que a TCFC se mostrou superior à radiografia periapical e deve ser utilizada quando o diagnóstico radiográfico for incon-clusivo. No entanto, ambos os métodos possuem falhas na detecção de fraturas radiculares, principalmente in vivo. O diagnóstico precoce de fraturas radiculares é extremamente complicado, principalmente em casos de fraturas incompletas e na presença de artefatos, e não deve ser baseado apenas em exames de ima-gem. Um diagnóstico acurado é essencial para evitar erros em diagnósticos, custos adicionais ao paciente e procedimentos desnecessários.

Palavras-chave: fraturas radiculares, radiografia periapical, tomografia computadorizada de feixe cônico.

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ENDODONTIA

ASSOCIAÇÃO DE HIDRÓXIDO DE CÁLCIO E CLOREXIDINA COMO MEDICAÇÃO INTRACANAL: REVISÃO DE LITERATURA

Simone Cristina Halmenschlager ([email protected])Uningá

Marcos Sérgio EndoMelissa Ayumi TateyamaNair Narumi Orita PavanGabriela Cristina SantinIzabela Volpato Marques

A redução ou eliminação da infecção bacteriana é um fator importante para o sucesso do tratamento endo-dôntico. Embora possua um papel primordial na limpeza dos canais radiculares, o preparo químico-me-cânico não assegura uma eliminação completa dos micro-organismos devido às limitações de técnica e à anatomia interna dos canais radiculares. As medicações intracanais são ferramentas utilizadas previamente à obturação que auxiliam a redução de micro-organismos nos canais radiculares, auxiliam no reparo e previ-nem a recontaminação. O hidróxido de cálcio é comumente utilizado na Endodontia como medicação intra-canal devido à sua propriedade antimicrobiana, no entanto, por não ser eficaz contra todos os tipos de micro--organismos, tem sido sugerido a sua combinação à outros agentes químicos. A clorexidina é um composto antimicrobiano de amplo espectro usado durante o preparo químico-mecânico e também como medicação intracanal entre sessões. A associação da clorexidina ao hidróxido de cálcio tem sido sugerida por aumentar a atividade antimicrobiana sem interferir nas propriedades biológicas do hidróxido de cálcio. O objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão de literatura sobre os efeitos do hidróxido de cálcio associado à clorexidina como medicação intracanal entre sessões do tratamento endodôntico. Para tanto, foi realizada uma busca nas bases de dados PubMed, SciELO, Portal de Periódicos Capes e Biblioteca Virtual da Saúde com as pa-lavras-chave “calcium hydroxide”; “chlorhexidine”; “chlorhexidine gel”; “intracanal medication” com os booleanos AND e OR, entre os anos 2013 e 2018. Onze artigos foram selecionados. O hidróxido de cálcio atua como uma barreira física no canal radicular interrompendo a oferta de nutrientes para as bactérias rema-nescentes e, assim, impedindo sua recontaminação. A clorexidina é eficaz contra micro-organismos gram--positivos e gram-negativos, sendo sugerido seu uso como medicação intracanal entre sessões por ser mais efetivo que o hidróxido de cálcio contra Enterococcus faecalis. Esta associação tem sido pesquisada como medicação intracanal, mostrando ação antimicrobiana, reparo e atividade efetiva nas endotoxinas presentes

nos canais radiculares, além de ter sido relatado seu uso em casos de dentes com necrose pulpar com etiologia infecciosa, traumatizados e revascularização pulpar. Estudos demonstram que a atividade antimicrobiana da clorexidina é reduzida quando combinada com outras substâncias, incluindo o hidróxido de cálcio. Isso se deve ao fato da clorexidina ser degradada em até 7 dias em ambientes de pH elevado. No entanto, estudos têm mostrado que o uso combinado da clorexidina com o hidróxido de cálcio manteve o valor do pH, e apresentou melhor capacidade de molhamento quando comparado com a associação com soro fisiológico. A associação da clorexidina com o hidróxido de cálcio em seu uso clínico ainda deve ser considerado devido ao seu amplo espectro e sua ação residual (substantividade) na dentina. Pode-se concluir que a medicação intracanal é de fundamental importância na redução microbiana nos canais radiculares e que a associação do hidróxido de cálcio e clorexidina tem como justificativa aumentar as propriedade antimicrobianas do hidróxido de cálcio, mantendo suas características biológicas e mecânicas de barreira física. No entanto, ainda é um assunto pou-co claro e controverso, necessitando de mais estudos acerca do tema.

Palavras-chave: hidróxido de cálcio, clorexidina, materiais.

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ENDODONTIA

ACIDENTES E COMPLICAÇÕES DURANTE O TRATAMENTO ENDODÔNTICO: REVISÃO DE LITERATURA

Tainá dos Santos Dias ([email protected])Unicesumar

Renata FernandesFausto Rodrigo Victorino

O tratamento endodôntico tem por finalidade diminuir a presença de bactérias e normalizar as regiões lesionadas como: ápice (caso tenha alteração patológica no local) e condutos radiculares. As complicações endodônticas são frequentes no campo odontológico e tais situações tem prevalência nas etapas de con-fecção do acesso à câmara pulpar e exploração dos canais radiculares. No decorrer da terapia endodôntica, trepanações não ocorrem raramente como se pensa, pois sua etiologia se deve à procedimentos operató-rios. A instrumentação consiste na limpeza e modelagem do sistema endodôntico. Onde a principal técnica utilizada é a coroa-ápice, que tem por serventia realizar o alargamento e o acesso ao canal, proporcionando

uma melhor irrigação e diminuindo a possibilidade de complicações. O presente estudo tem por objetivo identificar os possíveis acidentes e complicações em decorrência da cirurgia de acesso e instrumentação en-dodôntica. As complicações endodônticas tornaram-se frequentes no campo odontológico e tais situações tem prevalência maior nas etapas de cirurgia de acesso à câmara pulpar e exploração inicial dos canais. Uma das principais consequências da trepanação é a infecção por bactérias oriundas dos condutos radiculares e tecidos periodontais. Tensões oriundas da abertura coronária, canais radiculares curvos e atrésicos, fadiga do material e uso excessivo do instrumento podem causar fratura. Deve-se sempre considerar a anatomia dos canais radiculares por ser contribuinte em casos de fraturas acidentais de instrumentos endodônticos. Curvaturas e atresias dos condutos também apresentam certo nível de complicação ao realizar o preparo químico mecânico. Como alternativas terapêuticas relacionadas à fratura, pode-se realizar a remoção do fragmento através de diversas técnicas ou pode-se optar pela cirugia paraendodôntica. Indica-se a cirugia paraendodôntica a partir do momento que o tratamento endodôntico convencional apresentar insucesso nos casos de complicações por fratura, realizando a exposição do ápice e permitindo a remoção do ma-terial e uma obturação mais eficaz. Existem diversas técnicas e princípios para a resolução de situações acidentais. Entre uma das técnicas está o uso do ultrassom na remoção de material fraturado no sistema de canais e o uso do MTA (Agregado Mineral Trióxido) em desvios e trepanaçōes como forma de selamento. No entanto, destaca-se que a prevenção é a forma mais cautelosa na diminuição das complicações durante o tratamento endodôntico, que se dá por um bom planejamento do caso e a correta escolha dos materiais.

Palavras-chave: endodontia, anatomia, cavidade pulpar.

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ENDODONTIA

REIMPLANTE DENTÁRIO APÓS AVULSÃO TRAUMÁTICA: 10 ANOS DE ACOMPANHAMENTO - RELATO DE CASO

Luiz Eduardo de Souza ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Marcos Sergio EndoIzabela Volpato MarquesNair Narumi Orita PavanAlfredo Franco Queiroz

Margareth Calvo Pessuti Nunes

A avulsão dentária é uma injúria traumática complexa que afeta diversos tecidos e consiste em um deslo-camento completo do dente do processo alveolar, resultando em dano severo ao suprimento sanguíneo, a inervação e ao ligamento periodontal. Ocorre frequentemente em incisivos permanentes, sendo comum em crianças devido a pouca resistência do osso alveolar para as forças extrusivas. Um dos fatores mais importante na determinação do prognóstico é o tempo extra-alveolar. Outros fatores importantes são o meio e as condições de armazenamento, o estágio de desenvolvimento radicular, o tratamento antes do reimplante e a forma de esplintagem. A falta de conhecimento pode levar a danos no ligamento periodon-tal, aos cementoblastos e a camada de pré-cemento, eventos que podem permitir o desenvolvimento de reabsorção inflamatória externa e reabsorção radicular por substituição, processos progressivos que podem levar a perda dentária. Este trabalho objetiva relatar um caso de avulsão dentária do elemento 21 com ápi-ce aberto, em que executou-se o reimplante. Paciente, 6 anos, compareceu ao C.E.M.Trau-Odonto, após queda de bicicleta. O dente avulsionou no hospital e foi colocado em um copo com soro fisiológico, sendo reimplantado em menos de duas horas e realizada a esplintagem que foi removida após 11 dias. Uma sema-na após ao trauma, o dente apresentou-se assintomático, com resposta negativa para o teste de palpação e percussão vertical, respondendo positivamente ao teste de sensibilidade pulpar a frio e no exame radio-gráfico mostrou-se com aspecto de normalidade. No mês seguinte passou a responder de forma negativa ao teste de sensibilidade pulpar, 2,7 anos depois do trauma foi constatada a presença de calcificação. Reali-zou-se a abertura coronária e instrumentação manual, sendo a lima memória (LM) #45 no comprimento de trabalho de 20 mm e irrigação com Hipoclorito de sódio (NaOCl) 1%, em seguida irrigação com EDTA 17% por 3 minutos e aspiração, inserção da medicação intracanal à base de hidróxido de cálcio e propilenogli-col. Após 3 trocas de medicação, foi realizado a obturação do canal através da técnica de cone moldado #80

e condensação lateral com cimento Endofill, selamento duplo com guta-percha em bastão, restauração provisória à base de óxido de zinco e eugenol, sendo na semana seguinte restaurado definitivamente com resina composta. No controle 1,6 e 4,2 anos após a obturação, o dente apresentou-se assintomático, com resposta negativa para o teste de palpação e percussão vertical, radiograficamente mostrou-se com aspec-tos de normalidade, não havendo reabsorção dentária. Conclui-se que o reimplante dentário apresentou um prognóstico favorável não exibindo reabsorção radicular, além de restabelecer estética e função duran-te 10 anos ao paciente.

Palavras-chave: traumatismo dentário, avulsão, reimplante.

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ENDODONTIA

MOLAR SUPERIOR COM CINCO CANAIS: RELATO DE CASO

Rafael Felipe Paschoalotto ([email protected])Uningá

Marcos Sérgio EndoIzabela Volpato MarquesNair Narumi Orita PavanMelissa Ayumi TateyamaThais Regina Dias Paini

O conhecimento da anatomia interna dos canais radiculares é de suma importância para o sucesso do tra-tamento endodôntico, sendo que muitas vezes este acaba se tornando mais complexo quando na presença de canais extras. O presente trabalho tem como objetivo relatar um caso de um primeiro molar superior com 5 canais radiculares. Paciente chegou a consulta na urgência pois teve um quadro de dor aguda há 10 dias e inchaço no rosto com diagnóstico de abscesso fênix. Realizou-se a abertura coronária, saneamento dos canais e encaminhado para residência de Endodontia (UEM). Na primeira consulta foram realizados os testes de palpação, e mobilidade onde se mostraram negativos e os testes de sensibilidade, percussão vertical e horizontal positivos. Ao remover a restauração provisória foram localizados 4 canais sendo: me-siovestibular (MV), mesiopalatino (MP), distovestibular (DV) e palatino (P). Os canais foram então explo-rados e posteriormente realizada a odontometria eletrônica e radiográfica. Após as mensurações, foram utilizadas as brocas Gates-Glidden #2 e #3 e os canais MV e DV foram instrumentados manualmente até a lima memória. Foi inserido um curativo de demora com formocresol e selamento provisório. Após 10 dias o paciente retornou para o atendimento, sem sintomatologia. Foram utilizadas Gates-Glidden #2 e #3 nos canais MP e P e então, estes foram preparados com sistema reciprocante Wave one Gold (WOG) e instru-mentação manual, respectivamente. Todos os canais que foram instrumentados com limas manuais, foram escalonados com recuo progressivo programado. Após o preparo, finalizou a irrigação com hipoclorito de sódio 1%, utilizou-se o protocolo de EDTA 17% com agitação por meio de uma ponta plástica (Easy Clean) e medicação intracanal com hidróxido de cálcio associado ao propilenoglicol e paramonoclorofenol canfora-do. Após 15 dias o paciente retornou, assintomático, aspecto da mucosa oral normal sem fístula, percussão e palpação negativa. Foi detectado um quinto canal, o distopalatino, entre o canal DV e P. Por ser muito atrésico e a lima anatômica inicial ser a #8 foi instrumentado até a lima memória #25 com escalonamento e uso de Gates-Glidden #2 e #3. Após a irrigação final, os canais mostraram-se limpos e secos então foram obturados com cones calibrados na técnica da condensação lateral, exceto o canal MP em que foi utilizado

cone único. O cimento utilizado foi a base de óxido de zinco e eugenol e em seguida, realizou-se o sela-mento duplo com restaurador pronto contendo óxido de zinco, seguido de restauração provisória. Após 1 semana o selamento provisório foi retirado e o dente restaurado com cimento de ionômero de vidro e resi-na composta. Conclui-se que embora a maioria dos achados são para 4 canais no primeiro molar superior, devemos como clínicos sempre estarmos atentos para encontrar possíveis canais extras, somente assim teremos um resultado satisfatório na terapia endodôntica.

Palavras-chave: canais radiculares, tratamento do canal radicular, dente molar.

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PERIODONTIA/IMPLANTODONTIA

ENXERTO DE TECIDO CONJUNTIVO SUBEPITELIAL ASSOCIADO AO EMDOGAIN® PARA RECOBRIMENTO DE RECESSÕES MÚLTIPLAS:

RELATO DE CASO

Letícia Caselato Ceron ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Roberto Masayuki HayacibaraDébora Reis Dias

Fernanda Angélio da Costa

A recessão gengival é caracterizada como a migração apical da margem gengival, provocando aumento da coroa clínica e exposição radicular. Sua fisiopatologia pode ser dividida em fatores diretos e predisponen-tes, em que o primeiro mecanismo responsável é a inflamação da margem gengival, que pode ser causada por placa bacteriana ou trauma de escovação. O tratamento das recessões gengivais tornou-se uma questão terapêutica importante devido ao número crescente de solicitações estéticas dos pacientes. Várias aborda-gens cirúrgicas foram propostas nos últimos anos para obter recobrimento radicular em superfícies vesti-bulares expostas. Para as recessões múltiplas, tem sido indicado a técnica de Zucchelli e De Sanctis que é o retalho posicionado coronalmente modificado, sendo previsível e bem documentada na literatura. Além disso, o uso de enxerto de tecido conjuntivo associado ao retalho coronal é o padrão-ouro no tratamento de recessão gengival, apresenta maior porcentagem de recobrimento radicular e recobrimento radicular completo. Diversos estudos mostram que a associação com uso de derivados da matriz de esmalte que esti-mula a regeneração verdadeira, pode apresentar menores percepções de sintomas pós-operatórios, menor desconforto e influencia positivamente na cicatrização precoce de uma ferida de tecido mole. Portanto, o objetivo desse trabalho é relatar um caso clínico de recobrimento radicular bilateral utilizando a técnica de Zucchelli E De Sanctis, associando enxerto de tecido conjuntivo subepitelial e Emdogain®. Paciente do gênero feminino, 41 anos, sem alterações sistêmicas, compareceu à clínica odontológica com queixa principal de recessão gengival e estética. No exame físico a paciente relatou não ter sensibilidade dentária e foi observado recessões em diversos dentes por possível trauma de escovação, sendo indicado a cirurgia de recobrimento radicular nos dentes 12, 13, 22 e 23. Foi então realizada a partir da técnica de Zuchelli e De Sanctis, removido o enxerto de tecido conjuntivo subepitelial do palato, aplicado o Straumann® PrefGel e Straumann® Emdogain na superfície radicular, o enxerto foi posicionado sobre o mesmo e suturado. Atualmente, a paciente segue em acompanhamento há 11 meses no lado direito e 10 no esquerdo, com resultado estético favorável e satisfação da paciente. Dessa forma, pode-se observar que as associações de tais técnicas foram eficazes, resolvendo a queixa da paciente levando em consideração as suas expectativas, sendo uma forma viável de tratamento para recessões múltiplas.

Palavras-chave: enxerto autólogo, recessão gengival, regeneração.

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PERIODONTIA/IMPLANTODONTIA

COLOCAÇÃO DE IMPLANTE UNITÁRIO ASSOCIADO AO ENXERTO CONJUNTIVO SUBEPITELIAL – RELATO DE CASO

Gabriella Dutra de Souza ([email protected])Uningá

Jeniffer PerussoloHeloisa de Oliveira Nunhes

Breno Sendão Alves

A terapia com implantes dentários é considerada uma alternativa eficaz e previsível para a reabilitação de regiões edêntulas totais e parciais, capaz de restabelecer a função mastigatória e a estética. A previsibilidade e o sucesso desta terapia dependem de diversos fatores como a qualidade e a quantidade de tecido ósseo e tecido mole peri-implantar. A instalação de implantes em áreas com perda óssea horizontal e vertical pode estar associada a uma relação coroa-implante desfavorável, ocasionando um resultado estético insatisfa-tório e dificuldades de higienização, prejudicando o prognóstico do tratamento. Desta forma, previamente ou durante a instalação de implantes dentários, a reconstrução óssea e/ou aumento de tecido mole pode ser necessária para a obtenção de resultados funcionais duradouros e com excelência estética. O objetivo deste trabalho é relatar um caso clínico que aborda a colocação de um implante unitário associado ao enxerto de tecido conjuntivo (ETC) subepitelial. Paciente do gênero feminino, 54 anos, sistemicamente saudável, procurou atendimento odontológico queixando-se de ausência dentária e dificultante durante a mastiga-ção. Durante o exame clínico foi possível observar a ausência dos elementos 15,16, 17, 18, 36, 37, 38, 46, 47, 48. Após a avaliação do exame de tomografia computadorizada (TC) notou-se, que embora houvesse perda óssea horizontal e vertical nestas regiões, os implantes poderiam ser colocados na posição tridimensional adequada. Sendo assim, optou-se pela reabilitação das regiões edêntulas com próteses implanto-suporta-das. Inicialmente, foi realizada a colocação de um implante (Tissue Level Standard Plus Straumann®) na região do elemento 36, associada ao enxerto de tecido conjuntivo (ETC) subepitelial a fim de aumentar o volume de tecido mole na região vestibular. O ETC foi retirado do palato através da técnica de incisão única e suturado ao retalho. A paciente encontra-se em acompanhamento e na etapa de confecção das próteses definitivas. O presente relato de caso demonstrou que o uso de enxerto de tecido conjuntivo subepitelial associado à colocação de implantes é uma opção favorável para aumento do volume de rebordo, sendo ca-paz de devolver a naturalidade, facilidade na higienização, adequada adaptação da prótese e conforto para o paciente, reforçando a importância da manipulação de tecido mole ao redor de implantes.

Palavras-chave: implante dentário, tecido conjuntivo, reabilitação.

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PERIODONTIA/IMPLANTODONTIA

ANÁLISE DE INSUCESSO TARDIO DE IMPLANTES: ALÉM DOS FATORES BIOLÓGICOS

Camila Fernanda Vasconcelos ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Mychelle Vianna Pereira CompanhoniCarlos Nelson Elias

Flávia Matarazzo Martins

Após a década de 60, com a descrição da osseointegragraçāo por Bränemark, os implantes começaram a ser utilizados no tratamento de indivíduos parcial ou totalmente desdentados. Os pacientes procuram com o tratamento obter melhor estética, conforto e funcionalidade. Apesar do processo de osseointegração apresentar resultados previsíveis e estáveis ao longo do tempo, os índices de sucesso são próximos de 95%. Um primeiro fator que justifica o sucesso é a biocompatibilidade entre o óxido de titânio na superfície do implante e os tecidos peri-implantares. Outros fatores são a forma do implante e a morfologia da superfície, os quais garantem a estabilidade mecânica do implante. Quando esses fatores são alterados no momento da instalação ou com atividades bacterianas locais, a osseointegração fica comprometida com possibili-dade de perda do implante. Alguns estudos in vitro, indicam que existe relação do insucesso da terapia de reabilitação implanto-suportada com as falhas que podem estar presentes na superfície do implante. Estas imperfeições são capazes de prejudicar a adesão das fibras de colágeno, reduzindo a área de superfície, o que resulta numa quantidade menor de locais para fixação celular e estabilidade mecânica. Além disso, re-tardam a osteocondução, reduzem o número das células precursoras de osteoblastos e afetam a cicatrização do local cirúrgico. Ademais, a falha pode estar relacionada com o colapso dos tecidos peri-implantares, fornecendo entradas e retenções de focos de contaminação que propiciam a peri-implantite. Desta forma, o presente trabalho tem como objetivo investigar e apontar possíveis causas das falhas dos implantes den-tários e relacionar os casos clínicos com estudos in vitro. O estudo apresenta uma série de casos clínicos de pacientes que recorreram à Clínica Odontológica da UEM com queixas referentes aos seus implantes dentários. Estes foram diagnosticados com peri-implantite e após o tratamento e acompanhamento dos casos, notou-se que muitos pacientes retornaram com os implantes sem retenção mecânica mínima e foi necessária a explantação dos mesmos. A análise dos implantes foi realizada no microscópio eletrônica de varredura (MEV) e por espectroscopia de raios-X por dispersão em energia (EDS), para caracterização da superfície e da composição química da superfície do implante, respectivamente. Os implantes apresen-taram defeitos no acabamento e no tratamento superficial, forma inadequada de projeto e sinais subins-trumentação durante o procedimento cirúrgico de instalação. Foi observado que os implantes analisados apresentaram defeitos que podem estar associados ao desencadeamento da perda da osseointegração. A importância desses fatores deve ser considerada para a realização de pesquisas futuras.

Palavras-chave: implant-surface, osseointegration, peri-implantitis.

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PERIODONTIA/IMPLANTODONTIA

AVALIAÇÃO DO USO DE ESPONJA DE COLÁGENO NO PALATO APÓS REMOÇÃO DE ENXERTO GENGIVAL LIVRE: CICATRIZAÇÃO E

CONFORTO PÓS-OPERATÓRIO

Loiana Luppi ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Cléverson de Oliveira e Silva

A ausência de tecido queratinizado, associado ou não a outros fatores, pode dificultar a higienização do pa-ciente, devido ao desconforto e sensibilidade, e nesses casos, o enxerto gengival livre (EGL) é a técnica mais utilizada para aumentar a faixa de tecido queratinizado. Porém, complicações pós-operatórias associadas a este procedimento são comuns principalmente no local doador característico com dor pós-operatória e atraso na cicatrização. Um material compatível com os tecidos e que tem um efeito favorável sobre a cica-trização de feridas é a esponja de colágeno bovino liofilizado estéril (Hemospon). Desta forma, este trabalho

teve como objetivo avaliar a influência da utilização da esponja de fibrina na cicatrização e o desconforto na região doadora do EGL. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UEM (1.963.631) e realizado pela Clínica Odontológica do Departamento de Odontologia da UEM. Um total de 14 pacientes foram incluídos no estudo e divididos aleatoriamente em 2 grupos: Grupo Teste, em que os pacientes rece-beram esponja de fibrina na área doadora do EGL, e Grupo Controle, em que os pacientes tiveram a região apenas suturada para estabilização do coágulo. Os parâmetros analisados foram a completa epitelização (CE) do palato, o desconforto e dor pós-operatória através da Escala Visual Analógica (VAS) e a qualidade de vida relacionada à saúde bucal (OHIP-14). Quanto a CE, os dois grupos alcançaram os mesmos resultados no mesmo período de tempo sendo 0% e 28,57% nos dias 7 e 14 de pós-operatório (PO) respectivamen-te, e aos 28 de PO 100% dos sítios estavam completamente epitelizados. Em relação a dor e desconforto, não houve diferença estatisticamente significante, porém, quando analisamos os índices da VAS, o grupo controle apresentou desconforto extremo (14%), moderado (29%), leve (14%) e ausente (43%) e o grupo

teste teve apenas desconforto leve (43%) e ausente (57%), principalmente aos 7 dias de PO. Também, o grupo controle teve maior consumo de medicamentos 13,71 ± 8,71 em comparação com o grupo teste 6,57 ± 4,89. Na qualidade de vida em relação a saúde bucal dos pacientes, de modo geral, o grupo controle, aos 28 dias de PO obteve valores de escores mais altos 21,14 ± 5,49, quando comparado ao grupo teste 14,0 ± 1,86, e nas dimensões (07) estudadas pelo teste OHIP-14, principalmente referente à dor física, desconforto psicológico e incapacidade psicológica, o grupo controle mostrou valores estatisticamente significantes e desfavoráveis em comparação ao grupo que recebeu o Hemospon. Desta forma, pode se concluir que o uso da esponja de colágeno diminuiu a dor e desconforto pós-operatório e melhora a qualidade de vida. Porém, estudos com amostras maiores ainda precisam ser realizados para mostrar que a utilização da esponja de colágeno bovino liofilizado traz benefícios as cirurgias periodontais e menor desconforto para o paciente.

Palavras-chave: enxerto gengival, esponja de colágeno, periodontia.

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PERIODONTIA/IMPLANTODONTIA

PRESERVAÇÃO DO REBORDO ALVEOLAR E IMPLANTE TARDIO: ACOMPANHAMENTO DE 2 ANOS

Fernanda Angelio da Costa ([email protected])Maurício Guimarães Araújo

Jeniffer PerussoloRafael Lazarin

Débora Reis Dias

O processo alveolar é uma estrutura dento-dependente desenvolvida durante a erupção dentária, que após a extração dental, irá sofrer alterações dimensionais horizontais e verticais, que podem comprometer a estética e a posterior reabilitação com implantes dentários. Além da indicação de uma exodontia minima-mente traumática, diversos estudos na literatura demonstram a importância da preservação do rebordo alveolar a fim de reduzir as alterações dimensionais do tecido ósseo, e consequentemente reduzir a neces-sidade de cirurgias adicionais. Desta forma, o objetivo do presente trabalho é apresentar um caso clínico de preservação do rebordo alveolar utilizando enxerto ósseo xenógeno (Geistlich Bio-Oss Collagen®), se-guido da colocação tardia de implante dentário, associado ao enxerto conjuntivo subepitelial. Paciente do gênero feminino, 50 anos, compareceu à clínica odontológica da Universidade Estadual de Maringá quei-xando-se de mobilidade dentária e dor. Ao exame clínico verificou-se mobilidade da prótese fixa e fratura radicular longitudinal na região do dente 14. Após a avaliação das dimensões do rebordo alveolar através de exame de tomografia computadorizada optou-se pela realização de preservação do rebordo alveolar, seguida pela colocação de implante tardio. Foi realizada a extração minimamente traumática do dente 14 e curetagem periapical. Após a exodontia observou-se a presença de fenestração da tábua óssea vestibular, sendo necessária a colocação de uma membrana de colágeno reabsorvível (Geistlich Bio-Gide®) sobre a parede vestibular, seguida pelo preenchimento do alvéolo com enxerto ósseo xenógeno (Geistlich Bio-Oss Collagen®). A membrana foi então posicionada para fechar a entrada do alvéolo e seguida pela realiza-ção de suturas e instruções pós-operatórias. Após 6 meses a paciente retornou e uma nova tomografia foi solicitada na qual foi verificada disponibilidade óssea adequada, possibilitando então, a instalação de um implante (Straumann®, Tissue Level Standard Plus 3.3 x 10mm) na posição tridimensional ideal na região do 14. Além disso, foi realizado um enxerto de tecido conjuntivo subepitelial visando aumentar o volume de tecido mole na região vestibular. Atualmente, a paciente encontra-se em 2 anos de acompanhamento da preservação e está finalizando a prótese definitiva. Os resultados clínicos e tomográficos sugerem que o procedimento para preservação do rebordo alveolar foi eficaz e que embora não impeça as alterações dimensionais ósseas pós-extração, as limita, contribuindo para a longevidade e sucesso das reabilitações com implantes dentários.

Palavras-chave: implante dentário, preservação alveolar, enxerto ósseo.

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PERIODONTIA/IMPLANTODONTIA

ASSOCIAÇÃO ENTRE A PRESENÇA DE PLACA SUPRAGENGIVAL E O SANGRAMENTO À SONDAGEM AO REDOR DE IMPLANTES DENTÁRIOS

Lais de Paula Sumback Sivila Souza ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Flávia Matarazzo MartinsGiuliano Portolese Sversutti Cesar

Maurício Guimarães Araújo

O objetivo do presente estudo foi avaliar a associação entre presença de placa supragengival e a presença do sangramento à sondagem ao redor de implantes osseointegrados. Foram incluídos neste estudo indivíduos reabilitados com implantes dentários de diferentes marcas nacionais e em função mastigatória há pelo me-nos 1 ano, que compareceram à Clínica Odontológica da Universidade Estadual de Maringá, entre março de 2010 e setembro de 2011. Todos os participantes foram informados sobre os objetivos do estudo, seus riscos e benefícios, incluindo os tipos de medições clínicas e terapias que seriam realizadas. Os indivíduos que concordaram em participar assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, responderam a um questionário de saúde/anamnese, estando de acordo com as diretrizes e normas do Conselho Nacional de Saúde (Resolução n° 196/96). As mensurações clínicas foram realizadas em 6 sítios (mesiovestibular, ves-tibular, distovestibular, mesiolingual, lingual, distolingual), em todos os implantes, utilizando-se sonda periodontal milimetrada Carolina do Norte PCPUNC-BR 15 (HuFriedy do Brasil, Rio de Janeiro, RJ, Brasil). Os parâmetros clínicos avaliados foram: índice de placa (presença/ausência), sangramento à sondagem (presença/ausência). Foram excluídos aqueles implantes onde não foi possível realizar a sondagem devido ao sobrecontorno protético e consequentemente não apresentavam dados de sangramento à sondagem. A análise dos dados colhidos neste estudos ocorreu por meio do desenvolvimento de diferentes testes estatís-ticos, dentre eles: risco relativo, risco atribuível, odds ratio (OR) e teste de homogeneidade de proporções. Ao todo foram incluídos 185 indivíduos, 621 implantes e 3726 sítios (6 sítios por implante). O sangramento à sondagem foi significantemente associado à presença de placa supragengival com um risco relativo de 1,234 (IC 95%: 1,017–4,606) e um odds ratio 1,7964 (IC 95%: 1,541-2,093). A análise de risco atribuível revelou que em um total de 100 sítios, 71 sangram e destes, 14 são atribuíveis à placa. A proporção de sítios com sangramento à sondagem foi maior entre os sítios que apresentaram placa comparado aos que não apresentaram placa supragengival (p < 0,001). Baseado nos achados deste estudo, pode-se concluir que existe associação significante entre presença de placa supragengival e sangramento à sondagem ao redor de implantes dentários. No entanto, apenas uma pequena parte do sangramento parece ser atribuído à placa supragengival.

Palavras-chave: sangramento à sondagem, placa supragengival, implantes.

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PERIODONTIA/IMPLANTODONTIA

PERIODONTITE CRÔNICA GENERALIZADA: COMPARAÇÃO ENTRE A CLASSIFICAÇÃO DE 1999 E A ATUAL

Laura Moretto Molina ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Roberto Masayuki HayacibaraDebora Reis Dias

Marcela Fráguas Gélamo

A periodontite é uma doença infecciosa, sendo assim um processo inflamatório que se inicia na gengiva e se estende aos tecidos de suporte do dente. É uma doença que altera a qualidade de vida do paciente, comprometendo função e estética. A classificação de 1999 dividiu a periodontite em crônica e agressiva, sendo que a primeira delas geralmente acomete pacientes adultos, apresenta um prognóstico mais favorá-vel e progressão da doença mais lenta. A segunda, periodontite agressiva, acomete indivíduos saudáveis, jovens e caracteriza-se por rápida perda de inserção clínica associada à destruição óssea alveolar, tem um prognóstico mais desfavorável e o tratamento mais complexo. A nova classificação de doenças periodontais e periimplantares foi publicada no ano de 2018, com a sugestão de grandes mudanças. Primeiramente, não há mais distinção entre periodontite crônica e agressiva, representando apenas uma doença. Outra suges-tão foi a classificação em estágio, grau e extensão. A classificação em quatro estágios envolve a severidade e complexidade do tratamento. Enquanto a separação por grau A, B e C avalia a taxa de progressão da doença e leva em consideração fatores de risco como o tabagismo e a diabetes mellitus descontrolada. A extensão da doença é dividida entre localizada e generalizada. Desta forma, o objetivo deste trabalho é relatar um caso clínico, que pela classificação de 1999 seria de Periodontite Crônica Generalizada, e classificá-lo de acordo com os novos critérios, comparando as duas classificações. Paciente do gênero masculino, 55 anos de idade, compareceu a clínica de Periodontia do terceiro ano da UEM com queixa de dor na gengiva. Rela-tou hipertensão controlada e fumar cerca de 40 cigarros diários. No periograma foi observado presença de bolsas periodontais profundas, recessões gengivais, lesões de furca e mobilidade em alguns dentes. A perda óssea foi confirmada na radiografia periapical. O paciente foi diagnosticado com Periodontite Crônica Ge-neralizada, e atualmente se encontra em terapia periodontal básica. O plano de tratamento envolve instru-ção de higiene bucal, controle de placa bacteriana, raspagem e alisamento radicular e posterior reavaliação e manutenção. No presente caso clínico, a extensa perda de inserção determinou o estágio da doença e o tabagismo é um fator de risco para determinar o grau, representando assim, alta taxa de progressão da pe-riodontite. Sendo assim, a nova classificação proposta leva em conta não só a severidade da doença como também a complexidade de tratamento do caso e os riscos associados, que antes não participavam da clas-sificação. Portanto, é possível classificar o paciente de maneira individual.

Palavras-chave: classificação, diagnóstico, periodontite.

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PERIODONTIA

TRATAMENTO DE HIPERPIGMENTAÇÃO GENGIVAL – RELATO DE CASO CLÍNICO

Juliana Piassa Brito ([email protected])Unicesumar

Lívia Tolentino CardiaJeniffer Ronchi

A coloração gengival está associada à fatores etiológicos endógenos, e depende de elementos como: o grau de irrigação sanguínea, espessura epitelial, quantidade de queratina e pigmentos presentes no epitélio gengival. Os pigmentos gengivais são basicamente: melanina, hemoglobina reduzida, oxihemoglobina, caroteno, bilirrubina e ferro. As pigmentações melânicas são caracterizadas por manchas escuras, variando de marrom à preto, localizadas na mucosa mastigatória, principalmente na gengiva marginal livre e gen-giva inserida, causadas pela produção e deposição excessiva de melanina pelos melanócitos, localizados principalmente entre a camada basal e supra basal do epitélio. As lesões que se encontram mais superfi-

cialmente tendem a ser mais acastanhadas, e as que se localizam mais profundamente tendem a ser mais escuras, geralmente variando de cinza à preto. As pigmentações melânicas são mais comuns em algumas etnias, e por isso leva o nome de pigmentação racial, sendo mais comum em indivíduos de pele escu-ra, porém, quando comparamos indivíduos de cor de pele escura com cor de pele clara não é encontrado diferença no número de melanócitos. A hiperpigmentação é considerada multifatorial, podendo ser de-senvolvida por fatores genéticos, distúrbios sistêmicos, tabagismo, síndromes, e fármacos. Não apresenta nenhuma patologia, sendo totalmente benigna. A única queixa dos pacientes que possuem a hiperpigmen-tação é o comprometimento estético principalmente durante a fala e sorriso. Existem vários técnicas para tratamento, entre elas os agentes químicos, desgastes com instrumentos rotatórios, crioterapia, enxertos gengivais autógenos, gengivoplastia e laser de alta potência. O objetivo deste trabalho é relatar um caso clínico de hiperpigmentação gengival em uma paciente melanoderma que se queixava das manchas escu-ras na gengiva ao sorrir. Ao exame clínico foi possível observar pigmentações melânicas bilaterais, tanto na região superior, quanto na região inferior, associadas a um periodonto saudável. Diante deste quadro a paciente foi primeiramente orientada a possível incidência de repigmentação após o procedimento, e da necessidade de mais de uma intervenção. Em seguida a primeira sessão da cirurgia de despigmentação gengival foi realizada, através da técnica de raspagem gengival com lâmina de bisturi, no qual o tecido fica cruento e uma cicatrização por segunda intenção pode ser observada. Noventa dias após a primeira sessão, a paciente retornou à clínica com recidiva de aproximadamente 30% das manchas, e, então, foi submetida a uma nova raspagem na tentativa de uma eliminação total das manchas. Noventa dias após a segunda ci-rurgia, a paciente retornou à clínica para avaliação e não foi constatada nova recidiva. Após 6 meses, pode ser observado um resultado satisfatório no qual a queixa da paciente foi completamente sanada. Sugere-se um acompanhamento a longo prazo para observarmos resultados ainda mais consistentes, no entanto, no tempo de acompanhamento deste trabalho, pode-se concluir que esta foi uma opção viável, de baixo custo e complexidade, justificando a indicação do procedimento.

Palavras-chave: hiperpigmentação, cirurgia estética, periodontia.

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PERIODONTIA/IMPLANTODONTIA

CORRELAÇÃO CLÍNICA E TOMOGRÁFICA DAS CARACTERÍSTICAS PERIODONTAIS EM PACIENTES AFRODESCENDENTES EM DIFERENTES

NÍVEIS DE MISCIGENAÇÃO RACIAL

Flávia Barroso Castelani ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Cléverson de Oliveira e SilvaFlávia Carneiro Tagliari Bisol

O periodonto é um conjunto de tecidos formado por quatro componentes, sendo gengiva, ligamento pe-riodontal, cemento radicular e osso alveolar. Desses quatro componentes, a literatura aponta que somente a gengiva pode sofrer alteração de suas características devido a influência da etnia negra. Não apresentando estudos apontando se os outros componentes podem sofrer esta alteração. Diante disso, o objetivo deste es-tudo foi avaliar as características periodontais clínica e tomograficamente em indivíduos afrodescendentes

com diferentes níveis de miscigenação racial. Foram selecionados 50 pacientes, de ambos os gêneros, com idades entre 18 e 60 anos, periodontalmente saudáveis e que possuam todos os dentes ântero-superiores. Eles foram divididos em cinco grupos com 10 pacientes cada: Grupo 1 - pacientes com um avô negro; Grupo 2 - dois avós negros; Grupo 3 - três avós negros; Grupo 4 - quatro avós negros; Grupo 5 - controle, com pa-cientes que não possuam avós negros. Através da técnica de “Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico para Tecidos Moles”, foram mensuradas a espessura da tábua óssea vestibular nas alturas de 1, 3 e 5 mm apical à crista óssea alveolar e a espessura gengival. Além disso, foi analisada a profundidade de sondagem, recessão gengival, nível clínico de inserção, índice de sangramento à sondagem, comprimento e largura da coroa clínica e comprimento da mucosa queratinizada dos dentes ântero-superiores. Para análise estatísti-ca, foram realizados os testes ANOVA e teste de correlação de Person, considerando um nível de significân-cia de 5%. De acordo com a análise clínica, o único resultado estatisticamente significante encontrado foi que houve diferença na largura da coroa dos incisivos centrais entre os grupos G1 e G4, sendo que o grupo G4 apresentou os dentes mais largos que o grupo 1. Percebe-se ainda que os incisivos centrais, em todos os grupos foram mais largos que os caninos que por sua vez foram mais largos que os incisivos laterais. Já na análise tomográfica não houve diferença estatística entre os grupos referente a avaliação da espessura da mucosa queratinizada, espessura da tábua óssea vestibular e distância da junção cemento-esmalte à crista óssea vestibular. Para avaliar os parâmetros periodontais são necessários mais estudos, com uma amostra para comprovar se a influência da etnia negra realmente pode alterar as características periodontais.

Palavras-chave: periodonto, pigmentação gengival, afrodescendentes.

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PERIODONTIA

CORRELAÇÃO DA ESPESSURA DA MUCOSA VESTIBULAR E PALATINA EM INDIVÍDUOS DE DIFERENTES ETNIAS

Lorena Borgononi Aquaroni ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Cléverson de OliveiraGabriela Santin

As mucosas periodontais são fundamentais na manutenção da saúde periodontal, pois proporcionam maior resistência ao periodonto contra injúrias externas, contribuem para a estabilização e posicionamento da margem gengival. Dentre elas, está a mucosa mastigatória que é, formada pelo revestimento do palato duro e a gengiva. É sabido a gengiva é o componente periodontal que pode sofrer alterações nas características clínicas devido à influência de diferentes etnias, entretanto, não há trabalhos na literatura que comprovem se outros componentes do periodonto também podem sofrer alterações pela influência étnica. O objetivo do presente trabalho é avaliar, por meio de tomografia computadorizada de feixe cônico a influência da et-nia branca e negra sobre a mucosa mastigatória (gengiva e revestimento do palato duro), levando em con-sideração suas principais diferenças anatômicas e correlacionar a espessura gengival com a espessura da mucosa palatina. No presente estudo prospectivo a amostra total baseada em cálculo amostral será consti-tuída de 84 indivíduos, divididos em 2 grupos: Grupo I (brancos; n=42) Grupo II (negros; n=42). A avalição será autodeclarada quanto à cor da pele. Estes indivíduos serão selecionados na clínica da UEM e serão submetidos a Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico (TCFC) (i-CAT Next Generation® Imaging Sciences International, Hatfield, PA, EUA). Serão utilizados os seguintes critérios de inclusão: (i) Presença de todos os dentes anteriores superiores e, pelo menos, mais 14 dentes; (ii) não fumante; (iii) periodontal-mente saudável; (iv) ter entre 18 e 60 anos de idade. A TCFC será realizada afim de determinar a espessura da mucosa vestibular e palatina dos indivíduos acordo com o método de Januário et al. (2011). Serão medi-das a distância entre a junção cemento-esmalte (JCE), a crista óssea alveolar e a espessura da parede óssea vestibular da maxila. A mucosa vestibular será avaliada em três posições diferentes em relação à crista óssea alveolar, ou seja, a uma distância de 0 – imediatamente coronal a crista, e, 1, 3, e 5 milímetros apical à crista nos dentes: incisivo central, lateral e canino de ambos os lados. Já a mucosa palatina será avaliada em três diferentes posições: 3, 6, 9 e 12 mm apical a crista óssea. Serão avaliadas as espessuras do incisivo central ao segundo molar superior nas três diferentes alturas em apenas um lado da arcada. Como resultados, o grupo controle e negros obteve as seguintes médias para a mucosa vestibular, respectivamente: canino esquerdo - 0,95 e 1,10, incisivo lateral esquerdo – 1,05 e 1,39, incisivo central esquerdo – 1,38 e 1,71, incisivo central direito – 1,45 e 1,67, incisivo lateral direito – 1,15 e 1,51, canino direito – 1,06 e 1,27. Já a mucosa palatina obteve os seguintes resultados para controle e negros respectivamente: canino – 3,12 e 3,07, primeiro pré molar – 3,42 e 3,38, segundo pré molar – 3,53 e 3,45, primeiro molar – 2,84 e 2,83, segundo molar – 2,84 e 2,66. Conclui-se que a mucosa vestibular apresentou-se mais espessa nos indivíduos do grupo negros, podendo, assim, ser sugerida a influência étnica na espessura da mucosa vestibular. Já a mucosa palatina apresentou as médias muito semelhantes em ambos os grupos.

Palavras-chave: tomografia computadorizada de feixe cônico, mucosa vestibular, mucosa palatina.

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PERIODONTIA/ IMPLANTODONTIA

REABILITAÇÃO COM IMPLANTES IMEDIATOS ADJACENTES EM ÁREA ESTÉTICA

Giovana Romano de Oliveira ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Roberto Masayuki HayacibaraDebora Reis Dias

Durante muitos anos a definição de sucesso na reabilitação com implantes foi limitada, sendo a taxa de sobrevivência destes o único parâmetro considerado. No entanto, atualmente, as expectativas para o tra-tamento mudaram e a estética possui papel importante no sucesso. Apesar de ser uma técnica delicada e que requer experiência, a colocação imediata de implantes já está bem estabelecida na literatura e, quan-do bem indicada, representa uma técnica benéfica para o paciente por ser menos traumática e envolver menos procedimentos cirúrgicos. Estudos afirmam que é mais difícil manter/criar papila entre implantes adjacentes do que entre implante e dente natural, por isso implantes imediatos adjacentes em área esté-

tica são um grande desafio, pois requerem critérios e cuidados adicionais, principalmente em relação ao planejamento, considerando a posição apico-coronal bem como a distância entre eles, visando à formação completa de papila. O presente trabalho tem como objetivo relatar o caso de uma paciente de 29 anos que compareceu à clínica odontológica apresentando como queixa a mobilidade nos dentes 11 e 21 e incômodo na estética do 21. Relatou ter usado aparelho ortodôntico por 2 anos e ter passado por uma cirurgia or-tognática em 2014. Após avaliação com radiografia e tomografia, foi diagnosticada reabsorção radicular severa, indicou-se a extração dos dentes 11 e 21 e colocação de implantes imediatos. Em ambos os alvéolos foi realizada curetagem, colocação de implante imediato Straumann® BLT 3.3mmX12mm, enxerto ósseo associado a Bio-Oss® granulação fina, Bio-Oss Collagen® e enxerto de tecido conjuntivo por vestibular, estendendo sobre a embocadura do alvéolo. Os dentes foram armazenados para serem copiados o formato e volume na futura prótese sobre implantes. Após a cirurgia, posicionou-se na região a prótese provisória removível previamente confeccionada, realizando os ajustes para evitar qualquer contato oclusal na área. Três meses após a instalação dos implantes, foi feita a cirurgia de cicatrizadores e colocação das coroas provisórias sobre implante para condicionamento tecidual. Após oito meses estas foram substituídas pelas próteses definitivas que estão há oito meses em função, apresentando estética e condicionamento tecidual satisfatório. É possível concluir que, com planejamento criterioso e técnica adequada, mesmo em casos complexos que requerem alto padrão estético, seja possível dar ao paciente um resultado funcional e este-ticamente satisfatório.

Palavras-chave: reabilitação, implantes, estética.

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PERIODONTIA/IMPLANTODONTIA

DENTE CONDENADO POR COMPROMETIMENTO PERIODONTAL E IATROGENIA NO TRATAMENTO ENDODÔNTICO: RELATO DE CASO

Maysa Koster ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Roberto Masayuki HayacibaraEduardo KuriharaDébora Reis Dias

A Periodontite é uma inflamação mediada pelo hospedeiro, associada à microrganismos, que resulta na perda de inserção periodontal e perda óssea marginal. Em estágios mais avançados, quando a doença já produziu danos significativos aos tecidos de inserção, podem ocorrer perdas dentárias. Os dentes poste-riores do arco superior apresentam as raízes muito próximas ao seio maxilar, se não em íntimo contato, e algumas iatrogenias durante o tratamento endodôntico podem acontecer. É o caso das sobreobturações - quando o material obturador ultrapassa o limite do canal dentino-cementário - dependendo de sua mag-nitude, pode alojar-se dentro do seio maxilar. Se o conteúdo não for removido, pode afetar a integridade do assoalho ou até resultar em sinusite odontogênica. Sendo assim, o objetivo do trabalho é relatar um caso clínico de doença periodontal associada à presença de um cone obturador extravasado que ultrapassou o seio maxilar. Paciente do gênero masculino, 47 anos, compareceu à Clínica, com a queixa principal de in-fecção na gengiva. Relatou que passou por tratamento endodôntico há 3 anos e que um cone de guta percha havia extravasado. No exame clínico, foi notada a presença de uma bolsa periodontal profunda na mesial do dente 26, lesão de furca e presença de fístula na região vestibular de origem endodôntica. Na radiografia periapical foi possível observar a presença do cone de guta percha além do ápice dentário, quase comple-tamente dentro do seio maxilar, o que foi confirmado na tomografia computadorizada de feixe cônico, sendo observado também o velamento do seio maxilar. O paciente foi diagnosticado com periodontite, e devido à avançada perda de inserção e óssea, e envolvimento de furca, o dente foi condenado. Realizou-se a exodontia simples do 26, remoção do cone de guta percha no seio maxilar, curetagem da extensa lesão e, para vedar a comunicação bucosinusal, um enxerto de tecido conjuntivo pediculado foi deslocado sobre o alvéolo, permitindo cicatrização por primeira intenção. Após oito meses de cicatrização, foi realizada nova tomografia e cirurgia de levantamento de seio maxilar, com a utilização de enxerto ósseo xenógeno (Bio Oss® - Geistlich) e membrana de colágeno (Bio Gide® - Geistlich). Seis meses após a cirurgia de elevação, o paciente retornou para instalação do implante na região (Straumann Tissue Level 4.8 x 10mm) e enxerto ósseo xenógeno (Bio Oss® - Geistlich), para aumento de volume. Três meses após a colocação do implante, iniciou a reabilitação protética e instalação da prótese e o paciente segue em acompanhamento. Desta for-ma, é possível concluir que o seio maxilar é uma estrutura delicada e, por estar próximo do ápice dos dentes superiores-posteriores, iatrogenias podem ser consequência do tratamento endodôntico na região. Além disso, a doença periodontal pode levar à perda dentária. E a cirurgia de levantamento de seio e posterior colocação de implantes é um procedimento viável para estes casos.

Palavras-chave: doença periodontal, levantamento de seio maxilar, implante.

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PERIODONTIA/IMPLANTODONTIA

PRODUTOS NATURAIS COMO ANTISSÉPTICOS CAPAZES DE REDUZIR BIOFILME DA CAVIDADE BUCAL

Igor Henrique Silva Pinheiro ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Nelí PieralisiMarina Cristina Gadêlha

Melyssa NegriFlávia Matarazzo

Patrícia de Souza Bonfim

Na atual classificação da doença periodontal está claro que a placa bacteriana, hoje denominada biofilme dental, exerce o papel primordial no desenvolvimento e evolução da doença. Geralmente, os biofilmes são muito bem protegidos contra antissépticos, isso porque na cavidade bucal, o biofilme é composto por microorganismos que se aderem a uma película, composta por glicoproteínas salivares, fosfoproteínas, lipídeos e componentes do fluído gengival. Trata-se de uma organização na qual ocorre a formação de canais que facilitam a comunicação intercelular e a proteção contra a ação de agentes antimicrobianos e a resposta imune do hospedeiro e como consequência disso, são extremamente difíceis de se erradicar. Há muito tempo, a população mundial vem fazendo uso de produtos naturais com ação farmacológica, pois além dos benefícios à saúde que estes proporcionam, eles possuem baixa toxicidade e um menor custo e muitos estudos comprovam os seus efeitos antimicrobianos, podendo servir de apoio na prevenção de cárie e doenças periodontais. Diante do exposto, o objetivo deste trabalho foi verificar se há redução do biofilme bucal utilizando-se antissépticos naturais. Primeiramente avaliou-se a carga microbiana em meio Ágar Mueller Hinton (MH), incubado por 72 horas, a 37 °C de amostras coletadas da cavidade bucal (dentes, gengiva, língua e parede interna da bochecha) de alunos do curso de Biomedicina da Universidade Estadual de Maringá. Em seguida, os participantes do estudo foram separados em: grupo controle 1 (enxaguante bucal comercial), grupo controle 2 (creme dental comercial, onde, para o bochecho, os participantes re-ceberam cerca de 10 gramas de creme dental, com 15 ml de água), grupo tratamento 1 (solução aquosa de Cinnamomum zeylanicum) e grupo tratamento 2 (solução hidroalcoólica a 30% de extrato de própolis). Foi solicitado a cada grupo um bochecho com 15 ml com os respectivos produtos durante 15 segundos e na sequência realizou-se o mesmo tipo de coleta e processamento de amostra utilizado antes do bochecho. Pode ser observado que o grupo controle 1 apresentou uma redução de 81% e 44% de biofilme encontrados,

respectivamente, nos dentes e nas bochechas. Todavia, houve um aumento de 33% de biofilme na língua. Já o grupo controle 2 obteve uma redução de 51% nos dentes, apenas, enquanto os demais sítios apresen-taram um aumento. Em relação aos grupos que utilizaram os produtos naturais, o grupo tratamento 1 mos-trou uma redução do biofilme em todos os sítios analisados, com 41%, 23% e 15%, respectivamente, para os dentes, bochecha e língua. No grupo tratamento 2, também, foi possível observar a redução do biofilme, sendo na língua 45% e na bochecha 95%. Diante destes resultados, concluímos que a solução aquosa de Cinnamomum zeylanicum e a solução hidroalcoólica a 30% de extrato de própolis são capazes de reduzir biofilme de cavidade bucal.

Palavras-chave: biofilme, própolis, canela.

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PERIODONTIA/IMPLANTODONTIA

EFEITO DO L-PRF NO PALATO APÓS REMOÇÃO DE ENXERTO GENGIVAL LIVRE

Heloisa de Oliveira Nunhes ([email protected])Uningá

Breno Sendão AlvesJeniffer Perussolo

Gabriella Dutra de SouzaLilian de Oliveira Santos RibeiroThalita Paro Piazzon de Oliveira

Ao decorrer dos atendimentos odontológicos é possível observar, frequentemente, a presença de defeitos gengivais nos pacientes. A periodontia oferece alguns métodos para a correção dos mesmos, onde, entre eles, apresenta-se o enxerto gengival livre (EGL). O EGL é uma técnica cirúrgica utilizada para o aumento na largura de tecido queratinizado ao redor de dentes e implantes. Como parte do procedimento, o EGL é um enxerto obtido de uma área doadora do palato que cicatrizará por segunda intenção. Entretanto, é comum ocorrer algumas complicações pós-operatórias, dentre elas, dor, sensação de queimação e atra-so na cicatrização do sítio doador. Dessa forma, para reduzir as complicações pós-operatórias os estudos demonstram a utilização de agentes hemostáticos, cimento cirúrgico, analgésicos e laser terapia. Recen-temente, tem sido dado destaque aos hemoderivados, em especial a fibrina rica em plaquetas e leucócitos (L-PRF), tanto para cicatrização tecidual, quanto para regeneração óssea. O L-PRF é um concentrado pla-quetário de segunda geração obtido pela coleta do sangue do próprio paciente, pois durante seu processo de centrifugação ocorre uma coagulação fisiológica que formará uma rede de densa fibrina de degradação lenta que agrega plaquetas e leucócitos. Dessa forma, gera um sistema que acumula citocinas inflamatórias e diversos fatores de crescimento. Assim o objetivo deste trabalho é relatar um caso clínico comparativo que aborda a cicatrização do sítio doador com L-PRF após a remoção de um EGL. Paciente do gênero femi-nino, de 27 anos de idade, foi submetida a um procedimento cirúrgico onde o EGL foi obtido da região do palato, das áreas compreendidas entre pré-molares e molares. Para obter uma maior precisão na remoção tecidual, foi confeccionada uma placa de acetato, a qual foi utilizada como um guia cirúrgico, onde foi re-movido 7mm x 15mm (L x C) de tecido em ambos os lados. O lado direito foi reabilitado com o L-PRF, o lado esquerdo foi mantido como controle e em ambos foi utilizado o cimento cirúrgico para proteção do sítio. Para obtenção do L-PRF, o braço foi garroteado e veia de maior calibre foi identificada para venopunção de

20ml de sangue da paciente. O sangue coletado foi imediatamente levado à centrífuga a 2700 RPM por 12 minutos. Após o término da centrifugação, foi aguardado 30 minutos, e após esse período o concentrado foi coletado e acondicionado na caixa de preparo do L-PRF. O retorno da paciente foi marcado depois de 7 dias para remoção das suturas e controle da cirurgia. Posteriormente, foi realizado o acompanhamento pós-operatório da paciente nos períodos de 14, 21 e 42 dias, onde foi possível observar um processo de ci-catrização mais rápido no sítio tratado com L-PRF. Dessa forma, o presente relato de caso demonstrou o uso de L-PRF como uma opção favorável ao comprovar aumento da cicatrização palatal após a remoção de um enxerto gengival livre.

Palavras-chave: enxerto gengival, biomaterial, cicatrização.

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PERIODONTIA/IMPLANTODONTIA

USO DO EMDOGAIN ASSOCIADO AO ENXERTO DE TECIDO CONJUNTIVO NO RECOBRIMENTO DE RECESSÕES MÚLTIPLAS: RELATO

DE CASO

Lais de Paula Sumback Sivila Souza ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Maurício Guimarães AraújoDébora Reis Dias

Fernanda de Campos Cancelli

A recessão gengival é caracterizada pelo deslocamento apical da margem gengival para a junção cemento--esmalte, com exposição da superfície radicular o que pode resultar em sensibilidade dentinária crônica e deficiências estéticas para o paciente. Sua etiologia está associada à trauma de escovação ou inflamação por placa bacteriana. O tratamento padrão-ouro na literatura é o retalho posicionado coronalmente associado ao enxerto de tecido conjuntivo. Para recessões múltiplas, Zucchelli e De Sanctis sugeriram uma modifica-ção na técnica, com o uso de incisões oblíquas, resultando na formação de papilas cirúrgicas, permitindo ótima adaptação do retalho e melhor resultado estético. O derivado de matriz de esmalte é constituído pelo extrato acídico da matriz de esmalte porcino, que contém um conjunto de amelogeninas hidrófobas. Estas são proteínas do esmalte que são depositadas na superfície radicular antes da formação do cemento e podem ser as responsáveis pela diferenciação dos tecidos periodontais. Assim, o Eemdogain promove regeneração periodontal verdadeira estimulando as células formadoras de cemento (cementoblastos), em vez de formar epitélio juncional longo. Estudos recentes mostram que sua associação à outras técnicas de recobrimento radicular traz benefícios, acelera a cicatrização e diminui o desconforto do paciente. O presente trabalho tem como objetivo relatar o caso de uma paciente de 21 anos que compareceu à Clínica Odontológica da UEM relatando sensibilidade nos dentes posteriores e insatisfação estética. Ao exame clí-nico foi possível observar múltiplas recessões gengivais, classe I de Miller, na região dos prés e primeiros molares superiores e lesões de abrasão gengival causadas por trauma de escovação. Ao exame radiográfico constatou-se que não havia presença de perda óssea. Após orientação de higiene foi realizada cirurgia de recobrimento radicular pela técnica de Zucchelli e De Sanctis do lado esquerdo, utilizando enxerto de teci-do conjuntivo e Emdogain. Posteriormente o lado direito passou pelo mesmo procedimento, porém sem o uso de Emdogain. A paciente segue em acompanhamento há 7 meses do lado esquerdo e 5 meses do direito, com resultado estético satisfatório. Conclui-se então que as duas abordagens são efetivas e previsíveis no tratamento de recessões gengivais, porém estudos mostram que o Emdogain promove regeneração perio-dontal, enquanto a técnica padrão-ouro, epitélio juncional longo. Além disso, o uso do derivado de matriz de esmalte acelera o processo de cicatrização.

Palavras-chave: recessão gengival, enxerto, regeneração.

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PERIODONTIA

DISTÂNCIA ENTRE PONTO DE CONTATO E CRISTA ÓSSEA INTERPROXIMAL PARA

FORMAÇÃO DE PAPILA GENGIVAL - RELATO DE CASO

Gustavo Henrique Franciscato Garcia ([email protected])Unicesumar

Guilherme Saintive CardiaLívia Tolentino

A visualização das papilas ao sorrir é um dos fatores estéticos mais importantes no diagnóstico do sorriso. Elas são visíveis durante o sorriso em mais de 90% da população. A presença da papila gengival preen-chendo completamente o espaço da ameia interdental são influenciadas por alguns fatores, dentre eles está a existência da crista óssea proximal a uma distância mínima de 5 mm do ponto de contato, já que a crista óssea pode ser reabsorvida por processos inflamatórios (periodontite, reabsorção radicular externa,

trauma cirúrgico etc.), por exemplo. A falta do ponto de contato entre os dentes, como os tão conhecidos diastemas, causados por exemplo, pela existência de uma inserção do freio labial que se estende até a re-gião palatina, processo de erupção passiva, entre outros, também podem influenciar na ausência da papila. Isso foi constatado em um clássico estudo em humanos realizado por Tarnow e colaboradores em 1992 no qual mostraram, após diversas mensurações, a relação entre o aumento da prevalência do buraco negro e o aumento da distância entre o ponto de contato e a crista óssea. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi de demonstrar através de um relato de caso, a formação de uma papila entre os incisivos centrais superiores após estabelecida uma distância de 5mm do ponto de contato a crista óssea. Paciente do sexo feminino, 24 anos de idade, se queixava do extenso diastema entre os dentes 11 e 21. Após avaliação clínica obser-vou-se que este era consequência de um freio labial que se estendia até a região palatina. Sendo assim, a frenectomia e o fechamento do diastema com resina composta foi o plano de tratamento proposto. Após a realização dos procedimentos constatou-se que a distância necessária entre a crista óssea e o ponto de contato para formação da papila havia sido estabelecida e que 3 meses após a finalização do caso o espaço interproximal já estava preenchido. Até os dias atuais não se sabe ao certo o porquê essa distância máxima é essencial para o reestabelecimento da papila, no entanto os resultados clínicos nos mostram diariamente o sucesso deste achado. Desta forma podemos concluir que com um correto diagnóstico e com uma boa execução do tratamento, a Odontologia de excelência pode ser alcançada nesses casos.

Palavras-chave: estética dental, diastema, papila dentária.

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PERIODONTIA

A RELAÇÃO DA FORÇA UTILIZADA DURANTE A ESCOVAÇÃO COM A PRESENÇA DE RECESSÃO GENGIVAL UTILIZANDO A ESCOVA DENTAL

ELÉTRICA COM DISPOSITIVO DE IDENTIFICAÇÃO DE FORÇA

NATALIA ELOA PEREGO KIDO ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientador: Roberto Masayuki Hayacibara

A recessão gengival é caracterizada pela migração da gengiva apicalmente em relação a junção cemento--esmalte, afeta uma porção significativa da população adulta e sua etiologia é multifatorial. Estudos suge-rem uma relação positiva entre a força de escovação e a presença de recessões gengivais, porém ainda fal-tam mais estudos para confirmar essa relação. Sendo assim, a pesquisa teve como objetivo avaliar a relação da força utilizada na escovação com a presença de recessões gengivais utilizando escova dental elétrica com dispositivo de identificação de força. Foram selecionados 117 pacientes, que se encaixaram nos critérios de

inclusão. Primeiramente os voluntários passaram por exame clínico, para serem analisados a respeito da presença ou ausência de recessões gengivais e quantas possuíam e em seguida os tecidos gengivais foram corados com azul de toluidina a 1% e analisados se haviam abrasões gengivais ou não e fotografados, a fim de comparação após realizarem a escovação. Em seguida, os voluntários foram instruídos a escovar cada quadrante por 30 segundos, totalizando uma escovação de 2 minutos com a escova dental elétrica. Não foi informado que a escova possuía um dispositivo que sinalizava sobre a força realizada. Durante a escovação o examinador observou quantas vezes o dispositivo que indica a necessidade de redução de força acendeu. Após o voluntário finalizar a escovação foram realizados novamente o exame bucal para verificar se houve algum novo dano ao tecido mole utilizando o mesmo corante e realizadas as fotografias intra-orais. Como resultados obtivemos que a taxa de incidência de recessões para o grupo que apresentou abrasão gengival foi 1,49556 vezes a taxa de incidência de recessões para o grupo que não apresentaram abrasão gengival. Por outro lado, a porcentagem da taxa de incidência de recessões é de aproximadamente 1,017 a mais para

cada aumento unitário em força. Isto é, cada vez que a luz acendeu uma vez a mais o voluntário tem 1,01694 a mais de chance de apresentar recessões gengivais. Sendo a taxa média de incidência de recessões é de, aproximadamente, 2 recessões. Podemos concluir que voluntários que utilizaram uma maior força de esco-vação, apresentaram um maior número de recessões e este evento ocorreu com mais frequência em volun-tários que apresentaram abrasão gengival após a escovação utilizando uma escova elétrica com dispositivo de indicação de força.

Palavras-chave: recessão gengival, escovação dentária, higiene bucal.

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PERIODONTIA/IMPLANTODONTIA

TÉCNICA DE INTERFACE ALVÉOLO-RESTAURAÇÃO (IAR) ASSOCIADA AO ENXERTO CONJUNTIVO

SUBEPITELIAL NO TRATAMENTO DE FRATURA RADICULAR

Fernanda Angelio da Costa ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Jeniffer PerussoloLeticia Yuki Kawanichi

Débora Reis Dias

Os tecidos de inserção supracrestal são responsáveis por formar uma barreira que impede o contato de microrganismos e seus produtos tóxicos com o tecido ósseo subjacente. No entanto, restaurações subgen-givais, cáries extensas e fraturas podem invadir essa região, comprometendo a saúde do tecido periodontal. As técnicas mais utilizadas para restabelecer este espaço são a cirurgia de aumento de coroa, a extrusão or-todôntica ou a associação de ambas. Outra forma de tratamento descrita na literatura é a técnica da Inter-face alvéolo-restauração (IAR) descrita por Ross e Gargiulo (1982) que consiste em modificar a posição do término cervical respeitando os tecidos de inserção supracrestal e permitindo, desta forma, o controle do biofilme microbiano e a posterior reabilitação. Este procedimento modifica a superfície radicular, remo-vendo contornos e concavidades excessivas sem interferir na altura coronária remanescente. Dessa forma, o objetivo do presente trabalho é relatar um caso clínico da técnica de interface alvéolo-restauração (IAR) associada ao enxerto de tecido conjuntivo subepitelial como tratamento de fratura radicular. Paciente do sexo masculino, 24 anos, procurou atendimento odontológico devido a fratura dental. Ao exame clínico foi possível observar presença de bolsa periodontal de 6 mm e sangramento à sondagem associada a fratura radicular no dente 21. Tal condição foi confirmada através de tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC), que demonstrou uma extensa perda óssea nas faces vestibular e mesial do dente 21. Sendo assim, optou-se pela realização da técnica de interface alvéolo-restauração (RAI), associada ao enxerto de tecido conjuntivo subepitelial. O procedimento cirúrgico foi iniciado através da criação de um túnel em espessura total na região dos dentes 21 e 22, promovendo a visualização direta da região da fratura. Em seguida, com o auxílio de uma ponta diamantada 1111 em alta rotação foi realizado o desgaste da superfície dental a partir da crista óssea em direção coronal a fim de alterar a relação angular dessa superfície com a crista óssea e dar uma nova forma à raiz. Uma cureta periodontal foi utilizada para realizar o alisamento radicular e remover as irregularidades da superfície. Posteriormente, foi removido um enxerto de tecido conjuntivo do palato o qual foi inserido e suturado no interior do túnel previamente criado sobre a face vestibular e interproximal do dente 21. Por fim, foram realizadas suturas suspensórias para reposicionar o retalho e o paciente recebeu as instruções pós-operatórias. O paciente retornou após 7 dias para acompanhamento e as suturas foram removidas após 2 semanas da realização do procedimento cirúrgico. Após 6 meses foi observado ganho de volume, ausência de alterações significativas no nível da margem gengival, profundidade de sondagem de 4 mm e ausência de sangramento à sondagem no dente 21. Sendo assim iniciou-se a confecção da prótese definitiva. Portanto, conclui-se, que neste caso, a técnica da interface alvéolo-restauração (IAR) associado ao enxerto de tecido conjuntivo subepitelial foi uma abordagem eficaz e conservadora para o tratamento da fratura radicular.

Palavras-chave: espaço biológico, fratura radicular, odontoplastia.

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PERIODONTIA / IMPLANTODONTIA

PRESERVAÇÃO DE REBORDO ALVEOLAR – UM RELATO DE CASO

Loiana Luppi ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Maurício Guimarães AraújoDébora Reis Dias

O processo alveolar é uma estrutura dento-dependente que é submetido à alterações dimensionais após uma perda ou remoção de um dente individual ou múltiplos. O processo de cicatrização após a perda do elemento, envolve remodelação óssea que resulta em alterações quantitativas e qualitativas nos tecidos ao redor. Em área estética, isto tem um impacto negativo e técnicas de preservação e aumento de rebordo são alternativas para compensar essa remodelação óssea. Portanto, preservar essas áreas para uma reabilitação posterior com implantes e também manter distância ideal de estruturas anatômicas como o seio maxi-lar e a fossa nasal, são de extrema importância. Por isso, técnicas de extração minimamente traumática e preservação do rebordo vem sendo estudadas e mostram manutenção das estruturas alveolares além de

causar menor desconforto ao paciente. A preservação de rebordo é uma técnica simples, de fácil execução e seu sucesso depende da exodontia minimamente traumática que, por sua vez, exige alguns cuidados para evitar danos aos tecidos moles e duros. Sendo assim, o objetivo do trabalho é relatar um caso clínico de extração minimamente traumática e preservação do rebordo do dente 23. Paciente do gênero feminino, 51 anos, compareceu à clínica odontológica da UEM para reabilitação com implantes. Após avaliação clínica foi observado presença de fistula na região do 23, com sugestão de fratura radicular longitudinal, que foi confirmado pela tomografia computadorizada de feixe cônico. Foi realizada a exodontia pela técnica mi-nimamente traumática: seccionamento da raiz a fim de criar um espaço para a utilização do periótomo no sentido vestíbulo-lingual e romper as fibras do ligamento periodontal e a alavanca de ponta delicada com movimentos de rotação para a extração. Logo após realizou-se curetagem do alvéolo e preservação do re-bordo utilizando enxerto ósseo xenógeno (Bio-Oss Collagen) e membrana de colágeno (Bio-Gide) devido à fenestração óssea vestibular. A paciente segue em acompanhamento há 5 meses, e após nova tomografia da região, foi confirmada presença de osso o suficiente para posicionar um implante na correta posição tridimensional e posterior reabilitação. Desse modo, conclui-se que a técnica de preservação do rebordo permite manutenção da arquitetura dos tecidos adjacentes, é um procedimento relativamente simples, de fácil execução, que evita procedimentos de enxertia óssea mais extensos.

Palavras-chave: preservação alveolar, extração dentária, periodontia.

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PERIODONTIA

PERIODONTITE ASSOCIADA A LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA - DESCRIÇÃO DE CASO CLINICO

Gisselly Maria Campos da Silva ([email protected])Unicesumar

Thiago ArrudaMaria Paula Jacobucci Botelho

A doença periodontal inclui condições de inflamação dos tecidos de proteção e suporte do dente, como gengiva, ligamento periodontal, cemento e osso alveolar, induzido por biofilme dental. Outros fatores que contribuem para a causa da doença periodontal são fatores genéticos e ambientais, especialmente o uso do tabaco, bem como imunossupressores, neoplásicos, dermatológicos e hematológicos. O objetivo deste tra-balho é relatar um caso de Periodontite Associada a Leucemia Mieloide Crônica. Paciente do gênero femi-nino, 28 anos, relatou durante a anamnese fazer tratamento de Leucemia Mieloide Crônica, diagnosticada há cerca de 6 anos por hemograma completo. A Leucemia Mieloide Crônica é uma doença clonal da célula

progenitora hematopoiética, caracterizada pela presença do cromossomo Filadélfia (cromossomo Ph ou Ph1), podendo ser classificada como linfoide ou mielóide, de acordo com a linhagem celular, e como aguda ou crônica, de acordo para a evolução da doença. A paciente procurou atendimento na clínica do Centro Universitário de Maringá – PR, com queixa de mobilidade nos dentes anteriores, após trauma sofrido na região. Foi realizado exame clinico, que permitiu analisar radiográfica e clinicamente bolsa periodontal, sangramento gengival, mobilidade dentária grau l e perda óssea. A paciente recebeu atendimento para controle da microbiota presente na bolsa periodontal (4mm – 6mm), sendo realizado a raspagem de todos os elementos dentários com presença de bolsa periodontal. Apesar do quadro, o índice de placa da paciente encontrava-se baixo, havendo investigação da causa estar associada a outros fatores. Foi solicitado hemo-grama completo e foi possível observar o número de leucócitos abaixo do normal, podendo confirmar o comprometimento sistêmico, no qual a paciente relatou fazer o uso todos os dias do medicamento Glivec. Após acompanhamento durante um ano, a paciente não encontra-se em um estágio de controle da doen-ça periodontal, havendo uma progressão no número de bolsa e na profundidade de sondagem. Durante o período de acompanhamento a paciente apresentou a presença de abcesso periodontal, o qual foi realizado novamente a raspagem das regiões com bolsa devido a não regressão da doença. Além do comprometi-mento periodontal o paciente leucêmico pode apresentar outras manifestações orais, sendo importante o exame oral ser realizado pelo cirurgião dentista podendo assim prevenir e minimizar os riscos provocados pela doença. Pacientes também devem ser informados do processo da doença periodontal, alternativas terapêuticas, complicações potenciais, resultados esperados e suas responsabilidades em tratamento. Ne-nhuma outra manifestação bucal foi observada, porém sua história médica foi significante para o desenvol-vimento desse estudo.

Palavra-chave: leucemia, higiene bucal, periodontite.

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PERIODONTIA

AUMENTO DE COROA CLÍNICA COMO TRATAMENTO DA ERUPÇÃO PASSIVA ALTERADA

Letícia da Silva Bofete ([email protected])Unicesumar

Humberto PasquinelliRafael de Oliveira Lazarin

O sorriso gengival é caracterizado por uma exposição excessiva de gengiva ao sorrir, é uma das alterações mais comuns na população, com prevalência de 10,5% a 29%, sendo mais frequente no gênero feminino. O sorriso gengival afeta a estética do sorriso e é uma queixa do paciente com esse perfil, podendo causar baixa autoestima, pois este sente-se constrangido ao sorrir. O sorriso gengival pode apresentar diferentes etio-logias, entre elas excesso vertical de maxila, erupção passiva alterada, hiperfunção do musculo e extrusão dentaria. Para os casos de erupção passiva o tratamento consiste em aumento de coroa clínica, associado ou não a osteotomia. O objetivo do presente trabalho é apresentar um caso clínico, na qual a paciente do

gênero feminino compareceu a clínica com a queixa de insatisfação do seu sorriso, pois “mostrava muito a gengiva”. No exame clínico através da sondagem e exame radiográfico determinamos o diagnóstico de erupção passiva alterada. Na anamnese a paciente não apresentava nenhuma alteração sistema e negava uso de medicamento continuo além de apresentar boas condições de saúde bucal. O procedimento ini-ciou-se com a preparação do paciente e sua antissepsia intra e extra oral, seguido do bloqueio do nervo infraorbitário em ambos os lados, e complemento com a técnica infiltrativa. Após a identificação do nível da junção cemento esmalte foram realizados as marcações do tamanho das futuras coroas clínicas e em se-guida realizou incisões em bisel interno com auxílio de lamina de bisturi 15C, sendo removido em seguida o colar gengival, realizou-se uma incisão intra-sulcular para confecção de um retalho de espessura total. Por fim foi executada uma osteotomia, removendo-se aproximadamente de dois milímetros a três milímetros de tecido ósseo, para o restabelecimento do espaço biológico. Adicionalmente, realizou-se osteoplastia para remodelação do aumento de volume ósseo. Suturas interrompidas simples foram confeccionadas nas papilas interdentárias. A paciente foi orientada quanto aos cuidados e medicações pós operatórias, após 07 dias o paciente não apresentava nenhuma queixa de sensibilidade e não houve nenhum sinal de infecção, neste dia foi realizada a remoção dos pontos. Após 11 meses observou-se que o procedimento foi efetivo sem apresentar recidivas, o tecido gengival apresentou-se saudável. Concluímos que o aumento de coroa clínico é satisfatório como tratamento para a correção do sorriso gengival.

Palavras-chave: sorriso gengival, erupção passiva alterada, cirurgia plástica periodontal.

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PERIODONTIA/IMPLANTODONTIA

FRATURA DENTAL E REABILITAÇÃO COM IMPLANTE TARDIO: RELATO DE CASO

Flávia Barroso Castelani ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Cléverson de Oliveira e SilvaMurilo Pereira de Melo

Dentes tratados endodonticamente e com pinos intrarradiculares apresentam resistência diminuída de-vido, principalmente, a grande perda de estrutura dentária e são suscetíveis à fratura. Dentre os tipos de fraturas radiculares, as verticais são o maior tipo de complicação em dentes despolpados e geralmente o tratamento é a extração. Uma das opções para restabelecimento da região anterior é o implante dentário. Contudo, a reabilitação da área estética depende de vários fatores como, aparência de tecidos moles, espa-ços interdentais, tamanho, forma, posição e cor dos dentes, entre outros. Além disso, com a extração pode ser esperado perda óssea alveolar, alterações morfológicas e estruturais dos tecidos moles. As numerosas

alterações no processo alveolar podem levar a dificuldades no momento da colocação do implante e da prótese. O objetivo deste trabalho será apresentar um caso clínico de fratura radicular em dente anterior, tratado endodonticamente, e restabelecimento da estética e função a partir da instalação de implante den-tário. Paciente do gênero masculino, 55 anos, procurou atendimento na clínica odontológica com queixa principal de dor no dente 21 e no exame clínico e tomográfico observou-se a presença de fratura radicular. Foi realizada extração atraumática do elemento e, a fim de proporcionar preservação do rebordo alveolar e auxiliar na regeneração óssea do local, preencheu-se o alvéolo com um substituto ósseo (Bio-oss) e uma membrana de colágeno (Bio-Gide) na parede vestibular. Em seguida, um enxerto gengival livre foi sutu-rado na margem gengival para vedamento do alvéolo. Como se trata de uma região estética um provisó-rio inicial foi instalado e para reforçar essa estrutura confeccionou-se uma haleta metálica por palatina e preencheu-se a distal com resina composta. Depois de 6 meses o implante foi instalado, juntamente com um novo provisório, que permaneceu por 3 meses para gerar um condicionamento gengival adequado. Após este período a prótese definitiva foi introduzida e o paciente demostrou-se satisfeito com o resulta-do final. Pode-se concluir que, na zona estética, o cirurgião dentista é confrontado com uma situação de desafio a respeito do processo de tomada de decisão para proporcionar uma solução de tratamento ótima. Sendo assim, a decisão clínica deve ser realizada antes da extração do dente e visar o restabelecimento da função, contorno, estética, fonação e saúde do paciente.

Palavras-chave: implante, enxerto ósseo, reabilitação estética.

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PERIODONTIA

TRAUMA OCLUSAL SECUNDÁRIO ASSOCIADO À PERDA DOS DENTES POSTERIORES – RELATO DE CASO CLÍNICO

Luiz Fernando Bernardino Bartozek ([email protected])Unicesumar

Ms. Manfredo ZamponiSoniara Aparecida Luli

O trauma oclusal secundário está relacionado com forças oclusais excessivas, pontos de contato prematu-ros que causam danos ao periodonto, tendo como consequências perda de inserção, aumento da mobilida-de dos elementos dentários envolvidos com formação de tecido de granulação vascularizado na membrana periodontal. Quando ocorre este tipo de trauma tem-se uma doença periodontal instalada (periodontite crônica), fazendo-se necessário um tratamento para estabilizá-la, raspagem e alisamento corono-radicu-lar, e para controlar as forças extremas que estão incidindo no periodonto faz-se um ajuste oclusal. Nesse relato de caso uma paciente 38 anos, gênero feminino que procurou atendimento para avaliação geral de

sua condição bucal, durante realização do odontograma e periograma constatou-se mobilidade dos dentes ântero superiores, vestibularização do dente 21, periodontite crônica generalizada severa e lesões cario-sas, além de perda dentária de alguns elementos póstero inferiores. A mobilidade devia-se a um trauma oclusal secundário nos dentes anteriores superiores devido à perda do suporte dental posterior, doença periodontal instalada, além de perdas ósseas horizontais e verticais extensas observadas radiograficamen-te. Optou-se por fazer-se uma raspagem supra e subgengival para controle da periodontite, orientação de higiene bucal e indicação de digluconato de clorexidina 0,12% a cada 12 horas durante 7 dias, e ajuste oclusal para redução do trauma. Uma reavaliação foi feita após 30 dias, 60 dias e 120 dias e pode-se perceber que a periodontite regrediu, sendo agora localizada e leve, contudo mesmo tendo sido removido o contato prematuro existente a mobilidade não regrediu satisfatoriamente, mas os incisivos centrais que estavam vestibularizados voltaram para sua posição apenas com a atuação da força da musculatura labial. Para que mobilidade fosse diminuída e assim não ter necessidade de exodontia, decidiu-se fazer uma contenção semirrígida, onde os dentes foram fixados através de fibras de reforço impregnadas com resina composta fotopolimerizável. A colocação dessa fibra foi feita na região palatina para que assim não interferisse na es-tética, abrangendo dos dentes 13 ao 23. A continuação do tratamento se dará através da confecção de uma prótese parcial removível na arcada inferior para que ocorra um levante de mordida e a oclusão seja satis-fatória. Paciente colaboradora mostrou interesse no tratamento, tendo melhorado seu padrão de higiene bucal.

Palavras-chave: trauma oclusal, esplintagem, prótese removível.

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PERIODONTIA/IMPLANTODONTIA

AUMENTO DE COROA CLÍNICA ESTÉTICA E REANATOMIZAÇÃO DENTÁRIA COM RESINA COMPOSTA: RELATO DE CASO CLÍNICO

Lauana Gabriela Rodrigues Figueira ([email protected])Unicesumar

Orientadora: Livia Tolentino CardiaFernanda de Abreu Marion

O desejo por um sorriso perfeito por parte dos pacientes que procuram atendimento odontológico tem se tornado cada vez maior, sendo um grande desafio para os cirurgiões dentistas atenderem às exigências estéticas de cada paciente. A Periodontia aliada com a Dentística restauradora, abrange diversas técnicas que podem ser realizadas para reconstituição e harmonização de um sorriso. Quando possui uma correta indicação, o aumento de coroa clínica estética e posteriormente a realização de reanatomização com re-sina composta é uma ótima alternativa para alcançar um sorriso harmonioso e dessa forma se aproximar dos padrões de beleza almejados pelo paciente. Com isso, este trabalho tem como objetivo relatar um caso

clínico no qual desarmonias gengivais e dentárias foram observadas e em seguida tratadas. Clinicamente no dente 11 foi constatada uma fratura horizontal no nível do terço médio, e o contorno gengival se apre-sentava com posição alterada em relação aos demais dentes. Desta forma foi proposto um aumento de coroa clínica estético e posterior reabilitação com resina composta como plano de tratamento. Durante o procedimento cirúrgico, houve o cuidado para que o zênite e altura do dente homólogo ficasse o mais semelhante possível, visando o sucesso estético periodontal do paciente. Após remoção gengival houve a necessidade de um levantamento de retalho para remoção óssea para recuperação da distância biológica. Em seguida o retalho foi suturado e o paciente foi medicado. Sete dias após o procedimento cirúrgico os pontos foram removidos. Com 60 dias de pós operatório, foi dado início ao procedimento restaurador no dente 11 com resina composta pela técnica de mão livre, técnica realizada através da adaptação de incre-mentos de resina diretamente sobre a superfície a ser restaurada, sem o auxílio de nenhum anteparo, guia ou muralha, por exemplo. Após a finalização desta etapa, o acabamento e polimento foram realizados com o auxílio de pontas diamantadas de granulação fina denominadas de F e FF, logo após, para dar o requinte final, a restauração foi polida utilizando pasta de polimento, ponta enhance e discos de feltro. O sucesso do tratamento esta relacionado com o diagnóstico adequado, com um plano de tratamento criterioso, levando em consideração a expectativa e exigência do paciente, e também o conhecimento do procedimento a ser realizado pelo cirurgião dentista. Portanto, este trabalho nos mostra a importância de um planejamento e conhecimento adequado, integrando outras áreas para que o procedimento possa ser realizado com maes-tria, tendo como resultado a satisfação do paciente.

Palavras-chave: cirurgia periodontal, resina composta, estética.

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PERIODONTIA/IMPLANTODONTIA

RECOBRIMENTO RADICULAR BILATERAL ASSOCIADO AO USO DE MUCOGRAFT-RELATO DE CASO

Tatiani Just ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Maurício Guimarães AraújoFernanda de Campos Cancelli

Natália Eloá Perego kidoGiuliano Portolese Sversutti Cesar

Para o recobrimento radicular a técnica do retalho reposicionado coronário associado ao enxerto tecido conjuntivo subepitelial é considerada, atualmente, padrão-ouro, principalmente em casos em que há te-cido queratinizado menor ou igual a 2mm, quando há mais ou igual tecido, apenas o retalho reposiciona-do, pode ser eficaz. Essa técnica é indicada para tratamento de recessões gengivais, necessidade estética e em casos de hipersensibilidade advinda da recessão, uma vez que causa o recobrimento da raiz exposta, aumentando a dimensão de gengiva e consequentemente a melhora estética. No entanto, por mais que o ganho de volume aumente a previsibilidade do tratamento diminuindo a chance da recidiva das reces-sões, o desconforto pós-operatório na área doadora do palato, relatada pelos pacientes e as dificuldades da técnica de remoção do tecido do enxerto são pontos negativos e invariáveis, até o momento. Desta forma, a utilização de mucograft, um enxerto xenógeno, é uma possibilidade de vedar esses pontos negativos, uma vez que é uma matriz composta por colágeno tipo I e III, formada por uma estrutura reabsorvível, que apresenta duas camadas, a primeira, mais compacta, que permite à matriz manter a integridade estrutural, dando estabilidade a cicatrização e a segunda, formada por colágeno esponjoso, que facilita a organização do coágulo e a penetração de células de tecido mole, permitindo a formação de novos vasos sanguíneos e a integração do tecido, o que pode torná-lo uma alternativa viável na substituição ao tecido autógeno, podendo ser tão eficaz e previsível quando ao enxerto de tecido conjuntivo, com a vantagem de não causar desconforto ao paciente, uma vez que possui invasão mínima, ausência de morbidade na área doadora do enxerto, reduz o tempo de cirurgia e promove cicatrização mais rápida da ferida. Portanto, o presente tra-balho tem como objetivo relatar a comparação de um caso bilateral de recobrimento radicular, no qual em um lado foi realizada apenas a técnica com retalho reposicionado e no outro a associação ao mucograft. A paciente M.M.E, 56 anos, gênero feminino, compareceu a clínica odontológica da Universidade Estadual de Maringá com queixas de sensibilidade e estética devido as recessões. Após a realização das cirurgias, com um acompanhamento de 4 meses, foi possível observar que as duas técnicas obtiveram resultados positi-vos, porém o que foi associado ao mucograft obteve melhores resultados, com um ganho maior de volume, consequentemente melhor estética e previsibilidade do tratamento.

Palavras-chave: recessão, mucograft, enxerto.

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PERIODONTIA/IMPLANTODONTIA

UTILIZAÇÃO DE ENXERTO AUTÓGENO PARA O TRATAMENTO DE RECESSÕES GENGIVAIS EM INCISIVOS INFERIORES: RELATO DE CASO

Maysa Koster ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Roberto Masayuki HayacibaraGabriela de Souza Zimiani

Débora Reis Dias

A recessão gengival tem como característica a migração da gengiva apicalmente em relação à junção ce-mento esmalte, além disso a superfície radicular fica exposta ao meio bucal. Possui etiologia multifatorial, que pode ser uma consequência da inflamação induzida por placa bacteriana ou por traumas devido a es-covação incorreta. Na região ântero-inferior, a recessão gengival geralmente está associada à condições mucogengivais pobres, como a falta de gengiva, inserção do freio e vestíbulo raso, tornando o uso de en-xerto livre o mais recomendado para seu tratamento. Levando em consideração o aumento de tecido que-ratinizado, o enxerto gengival livre é uma técnica indicada, porém com um resultado estético questionável. Além desse procedimento, o enxerto gengival livre modificado, o qual visa ganho de tecido queratinizado e o recobrimento radicular, também é indicado em recessões classe I ou II de MIller, neste caso o enxerto é colocado coronalmente em relação à recessão gengival, acima da junção mucogengival. Outra técnica que pode ser recomendada é o enxerto de tecido conjuntivo subepitelial livre, o qual apresenta maior pos-sibilidade de resultado estético devido à remoção do epitélio, além da cobertura radicular e do ganho de tecido queratinizado. Desta forma o presente trabalho tem por objetivo comparar os resultados de ganho de tecido queratinizado e estéticos obtidos em dois casos clínicos apresentando o tratamento de recessões gengivais classe II de Miller em incisivos inferiores, à partir das técnicas de enxerto gengival livre e enxerto subepitelial de tecido conjuntivo livre. No primeiro caso, a paciente do gênero feminino, 25 anos, não fu-mante, foi submetida à técnica cirúrgica de enxerto gengival livre modificado. No segundo caso, paciente do gênero feminino, 30 anos, não fumante, realizou-se a técnica cirúrgica de enxerto subepitelial de tecido conjuntivo. Quanto à formação do tecido queratinizado, com o acompanhamento a longo prazo dos casos, ambas por seis meses, observou-se resultados satisfatórios nas duas técnicas. Porém em relação à estética, a técnica cirúrgica utilizando enxerto subepitelial de tecido conjuntivo livre apresentou-se mais vantajo-sa, devido à mimetização do enxerto com a gengiva pré-existente. Sendo assim, é possível concluir que o enxerto subepitelial de tecido conjuntivo livre, quando utilizado de forma semelhante ao enxerto gengival livre modificado, consegue associar os resultados estéticos com boa formação de tecido queratinizado.

Palavras-chave: recessão gengival, transplante autólogo, estética.

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PERIODONTIA/IMPLANTODONTIA

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DE ABSCESSO PERIODONTAL: RELATO DE CASO

Geovane Barteli EstevesUningá

Jeniffer PerussoloFrancieli Ribeiro de Brito

Natalia dos Campos

O abscesso é uma inflamação purulenta localizada no tecido periodontal, que causa dor e tumefação. Ele pode ser classificado como gengival, periodontal ou pericoronário. O abscesso periodontal envolve os teci-dos adjacentes à bolsa periodontal podendo levar a destruição do osso e do ligamento periodontal. Este tipo de abscesso é tipicamente encontrado em pacientes com periodontite não tratada, em associação a bolsas periodontais profundas e a remoção incompleta de cálculo. O tratamento visa o manejo da fase aguda, se-guido da resolução da condição crônica. Desta forma, o presente trabalho tem como objetivo, relatar um caso de diagnóstico e tratamento de abscesso periodontal. Paciente do sexo masculino, 73 anos, sistemica-mente saudável compareceu à Clínica Odontológica da UNINGÁ para realização de tratamento periodontal. Ao exame clínico e radiográfico, foram identificados: lesões de furca grau II nos elementos 17 e 26, sangra-mento à sondagem, aumento da profundidade de sondagem e perda óssea nos demais dentes. Na região do dente 44 foi observada uma elevação ovóide de superfície vermelha e brilhante, sangramento espontâneo, supuração e bolsas periodontais de 6, 8 e 9 mm nas faces mesial, distal e lingual, respectivamente. Com base na avaliação clínica e radiográfica o paciente foi diagnosticado com Periodontite Crônica Localizada Severa e abscesso periodontal na região do elemento 44. Na primeira consulta, foi realizada a instrução de higiene bucal, controle de placa, e na região do elemento 44 raspagem e alisamento dental supra e sub-gengival e irrigação com digluconato de clorexidina 0,12% na região. No retorno pode-se observar uma diminuição no índice de placa, porém o abscesso ainda estava presente sem sinais de melhora, foi então realizada uma nova raspagem supra e subgengival e irrigação do abscesso com digluconato de clorexidina 0,12%, associada a prescrição de Metronidazol 250mg. Após uma semana o paciente retornou com uma melhora significativa e com índice de placa de 33%, ausência de sangramento e supuração na região do dente 44. Após o tratamento da condição aguda foi realizado o tratamento periodontal básico e o paciente continua em terapia de manutenção. Diante do caso apresentado, concluímos que o tratamento proposto foi eficaz perante os procedimentos realizados, observando-se a melhora do caso com restabelecimento da saúde periodontal.

Palavra chave: periodontia, abscesso periodontal, tratamento periodontal.

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ORTODONTIA/PEDIATRIA

TRATAMENTO ORTODÔNTICO DE MORDIDA ABERTA ANTERIOR EM PACIENTE INFANTIL

Geórgia Ayumi Guinoza Inushi ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Hélio Hissashi TeradaMonique Cimão dos Santos

Thiago Alexandre ZilioliMonica Cristiane Alves Xavier

Estudos realizados no Brasil têm revelado uma alta prevalência de más oclusões na população, sendo então consideradas um dos mais preocupantes problemas de saúde bucal no país. Podendo ser desenvolvidas a partir de hábitos bucais deletérios, as más oclusões apresentarão maior ou menor severidade dependendo da frequência, intensidade, duração e tipo de objeto utilizado, além de serem determinadas de acordo com a idade do indivíduo na época de instalação desses hábitos. Como um dos maiores exemplos de disfunção oclusal cita-se a mordida aberta, onde os dentes apresentam trespasse vertical negativo, e portanto uma infraoclusão. Pode ainda ser classificada em subdivisões, na qual se inclui a mordida aberta anterior, e esta por sua vez se define mais especificamente como uma ausência de contato entre dentes anteriores em re-lação cêntrica. É caracterizada como uma anomalia multietiológica, e devido instabilidade e variação de características, acaba tendo seu tratamento dificultado. Assim, atribui-se importância a um diagnóstico precoce e a um início de intervenção logo na infância, de forma a apresentar resultados muito mais satis-fatórios e com maior sucesso quanto ao ganho de estabilidade se comparados a abordagens realizadas em pacientes adultos. O propósito deste trabalho consiste justamente em abordar aspectos característicos da mordida aberta anterior, explicitado na apresentação de um caso clínico, onde foi efetuado o tratamento de uma paciente do sexo feminino em fase de crescimento (nove anos de idade), que apresentava tal disfun-ção. Nessa situação, a chupeta foi identificada como a principal causa do desenvolvimento da má oclusão, e optou-se por intervenção ortodôntica utilizando um expansor de maxila do tipo Hyrax e posteriormente placa com grade palatina removível. Por ser um aparelho passivo, ou seja, que não exerce força sobre os dentes, e atuando como auxiliar na remoção dos hábitos deletérios, a escolha foi realizada. A placa com grade palatina funciona como um obstáculo mecânico que não só impede a sucção do dedo ou da chupeta, como também mantém a língua numa posição mais retruída, impedindo sua interposição entre os incisivos durante a deglutição e a fala. A efetividade do seu uso depende do grau de cooperação por parte do pacien-te, e como nesse caso a paciente se mostrou colaboradora, o tratamento odontológico teve duração de um período de aproximadamente um ano e meio, com acompanhamento mensal. Ao término, por mais que tenham sido obtidos resultados satisfatórios de restabelecimento da oclusão, foi necessário um tratamento conjunto à fonoaudiologia. Com a finalização completa do quadro, pôde-se observar a correção da mordida aberta anterior, além de funções como deglutição, respiração e fonação normalizadas e estáveis, revelando exatidão de um tratamento interdisciplinar entre os fonoaudiólogos e os ortodontistas/ortopedistas.

Palavras-chave: má oclusão, mordida aberta, ortodontia.

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ORTODONTIA/PEDIATRIA

CIRURGIA PARA REMOÇÃO DE DENTE DECÍDUO INTRUÍDO NO FREIO LABIAL SUPERIOR APÓS 3 ANOS DE TRAUMATISMO

Larissa Ishizu ([email protected])Universidade Estadual de MaringáMarina de Lourdes Calvo Fracasso

Patrícia Fernandes Brito SilvaGabriela Cristina SantinAndressa Mioto StabileJéssica Behrens Crispim

O traumatismo dentário é muito frequente em crianças na idade pré-escolar e escolar. A maxila é mais aco-metida devido sua posição anatômica, e os incisivos centrais superiores são os mais envolvidos. Como con-sequência pode ocorrer o deslocamento dentário, devido à maior porosidade e resiliência do osso alveolar. Dentre os tipos de traumatismos nos dentes decíduos, a intrusão dentária, caracterizada pelo deslocamen-to axial do dente para o interior do seu alvéolo no sentido do seu longo eixo, é uma das que mais causam distúrbios no desenvolvimento dos germes dos dentes sucessores. As sequelas nos dentes permanentes dependem de fatores como: tipo de trauma no dente decíduo, a direção e a severidade do deslocamento dentário, a idade da criança no momento do trauma e o tipo de tratamento realizado. O objetivo deste tra-balho é relatar o caso clínico de uma paciente do gênero feminino, 6 anos de idade, encaminhada pela UBS da sua cidade de origem para conduta e tratamento de uma lesão no fundo do rebordo gengival, próximo ao dente 21. Durante a anamnese, foi relatado que a criança foi vítima de um acidente automobilístico a 3 anos atrás e em consequência houve um grande trauma na região da face, com diagnóstico de intrusão em grau severo do dente decíduo anterior. Como tratamento instituído foi aguardar a re-erupção espontânea do dente, não sendo realizado a proservação do caso. Decorridos 3 anos do acidente, em consulta de rotina na UBS, foi diagnosticado uma lesão endurecida na região do dente 21, ocasionando desconforto para a paciente, sendo em seguida encaminhada para avaliação na Clínica de Residência de Odontopediatria. Ao exame clínico, foi observado a presença dos dentes 11 e 21, totalmente irrompidos, com lesões hipoplási-cas na face vestibular de ambos os dentes. A palpação foi observada a presença de uma lesão endurecida, próximo ao freio labial superior. O exame radiográfico periapical e panorâmico mostrou a presença de uma lesão radiopaca na região anterior, mas sem confirmação do diagnóstico. O exame por tomografia com-putadorizada apontou a presença do dente decíduo, em posição transversal na região anterior da maxila,

totalmente íntegro, coroa e raiz, em nível do osso alveolar. Como tratamento, foi optado pela remoção ci-rúrgica do dente decíduo. Seguindo o protocolo cirúrgico, foi realizado a anestesia terminal infiltrativa na região anterior e palatina, incisão cirúrgica na região da mucosa gengival com lâmina de bisturi n. 15 até a região do freio labial superior, descolamento da mucosa, acesso ao dente e posterior remoção com fórceps. Após foi realizado a curetagem da área cirúrgica, irrigação com soro fisiológico, sutura e medicação pós--operatório. Decorridos sete dias do atendimento a sutura foi removida, novo exame radiográfico realizado e consultas de acompanhamento clínico e radiográfico agendadas. Conclui-se, portanto, que o cirurgião dentista habilitado para o atendimento clínico, possua conhecimento técnico e científico a respeito do atendimento de pacientes com traumatismos em dentes decíduos, seguindo um protocolo de tratamento baseado em evidências científicas, como forma de minimizar danos aos pacientes e prevenir sequelas para os dentes decíduos e permanentes.

Palavras-chave: traumatismos dentários, radiografia, diagnóstico.

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ORTODONTIA/PEDIATRIA

DENTE SUPRANUMERÁRIO DO TIPO MESIODENS EM MANDÍBULA UMA LOCALIZAÇÃO ATÍPICA

Rayama Augusto de Lima ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Gabriela Cristina SantinLucas Masaru Marubayashi

Andressa Mioto StabileThaynara de Souza Lopes

Marina de Lourdes Calvo Fracasso

Os dentes supranumerários, do tipo mesiodens, são definidos como dentes que se desenvolvem na arcada além dos dentes de série normal e são caracterizados por estarem presentes na linha média entre os dois incisivos centrais, podendo variar quanto à forma, posição, localização e quantidade. Ocorrem com maior frequência na dentadura permanente e, mais raramente, na dentadura decídua, sendo mais comuns na região central da maxila, todavia, existem casos de ocorrência na mandíbula, sendo estas raras. Ainda hoje a etiologia desses elementos dentários é muito controvérsia, mas várias teorias têm sido sugeridas, dentre elas a de que pode estar relacionada com processos fisiológicos envolvidos no desenvolvimento dentário, principalmente na fase de iniciação, na qual ocorre princípio da formação da lâmina dentária, assim, in-terferências ocorridas nesse estágio podem resultar em únicos ou múltiplos dentes supranumerários. Tais dentes podem gerar diversas complicações bucais, como: má oclusão, reabsorção radicular, desvitalização de dente vizinho, impactação de dentes da série normal, estética deficiente, além da possibilidade de for-mação de cistos e destruição óssea. O diagnóstico precoce dessa anomalia envolve a realização de um minu-cioso exame clínico, além de solicitação de exames complementares como radiografias panorâmicas, oclu-sais e periapicais em crianças na fase de dentição mista, para que seja realizado um diagnóstico adequado, precoce e preciso tendo em vista a prevenção de futuros problemas de oclusão. O objetivo deste trabalho é relatar um caso clínico de dois mesiodens, sendo um decíduo e um permanente na região de mandíbula, bem como descrever o planejamento, procedimento cirúrgico e a proservação. Paciente infantil, 5 anos de idade, gênero feminino, melanoderma, sistemicamente saudável, compareceu a clínica odontológica da Universidade Estadual de Maringá (UEM), juntamente com o seu responsável, com a queixa da presença de um dente a mais. Após avaliação clínica e radiográfica observou-se a presença de dois mesiodens no arco inferior, sendo que, o decíduo estava erupcionado e o permanente ainda estava intraósseo. Foi realizado o

planejamento e o procedimento cirúrgico, no qual foram removidos os dentes 71, 81 e o mesiodens decíduo para que houvesse a possibilidade de realização de retalho cirúrgico para posterior ostectomia e acesso ao supranumerário permanente. O controle clínico e radiográfico pós-operatório foi realizado em 7 dias e observou-se boa cicatrização dos tecidos. A proservação do paciente continua a ser feita periodicamente a fim de acompanhar a irrupção dos dentes permanentes.

Palavras-chave: dente supranumerário, odontopediatria, dente decíduo.

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ODONTOPEDIATRIA

VISÃO INFANTIL DO DENTISTA E ABORDAGEM PSICOLÓGICA

Ana Carolina Gomes Lisboa ([email protected])Universidade do Oeste Paulista

Karine TakahashiHeitor Ceolin Araujo

Nos cuidados rotineiros da criança, o profissional pode se deparar com situações em que a criança de-monstra aversão, evitando contato pessoal, principalmente nos casos de primeira consulta. A maioria dos procedimentos odontológicos para uma criança pode ser vista como uma ameaça dolorosa, e as crianças cujos pais demonstram medo e ansiedade à consulta odontológica também podem expressar mais medo, podendo não favorecer o cuidado. Quando a criança apresenta manifestação de medo na eminência de um tratamento odontológico, o tratamento será possível por um manejo adequado pelo cirurgião dentista. A origem do medo pode estar relacionada à personalidade, experiências prévias, idade e sexo. Esse trabalho teve como objetivo analisar a percepção das crianças sobre o cirurgião-dentista através da análise de dese-

nhos e caracterização verbal. Este estudo teve uma amostra de 108 crianças de 5 a 11 anos de idade de ambos os sexos, das quais 59 eram pacientes do ambulatório de odontopediatria do oeste de São Paulo Presidente Prudente, e 49 alunos da escola de Tertuliano de Área Leão localizada na cidade de São Paulo. Anastasio, SP, Brasil. As crianças fizeram um desenho expressando sua visão sobre o cirurgião-dentista e o ambiente den-tário. Os desenhos coletados foram interpretados por um psicólogo e agrupados em planilha do Microsoft Office Excel e realizaram uma análise estatística utilizando o teste exato de Fisher, a regressão logística e a regressão logística simples. Através deste estudo foi possível observar que 57,6% das crianças analisadas no ambulatório de odontopediatria da Unoeste apresentaram resultados agradáveis da visão de atendimento odontológico, enquanto 42,4% apresentaram um resultado hostil, sendo estas, em sua maioria do gênero feminino. Na escola, apenas 24,5% das crianças resultado agradável e 75,5% apresentaram resultado hostil, a ausência de diferença de gênero. Podemos concluir que houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos, e as crianças do sexo feminino apresentaram-se mais aversivas ao tratamento odontológi-co, portanto o odontopediatra é responsável pela saúde bucal do paciente, como também por sua evolução psicológica, devendo assim enxergar o paciente de forma integral e individual, no seu contexto social e familiar, para que aconteça cuidados de forma mais humanizada.

Palavras-chave: psicologia infantil, desenho, medo.

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ODONTOPEDIATRIA

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DAS RADIOGRAFIAS OBTIDAS PELOS ACADÊMICOS DO CURSO DE ODONTOLOGIA NA CLÍNICA INTEGRADA

INFANTIL

Daniela Fernandes Ceron ([email protected])Centro Universitário Ingá – UNINGÁ

Gabriela Cristina SantinLucimara Cheles da Silva FranzinSimone Cristina Halmenschlager

Talita Morgueti TonakiThalita Paro Piazzon de Oliveira

A realização de exames radiográficos se tornou essencial na odontologia para elaboração de diagnóstico, planejamento e acompanhamento, sendo essa prática preconizada pela American Academy of Pediatric Dentistry – AAPD no atendimento de pacientes infantis. Entretanto é importante que o profissional esteja consciente de que os raios X são radiações de caráter ionizante, apresentando efeitos biológicos no orga-nismo com grande potencial citotóxico, mutagênico e carcinogênico, devendo o profissional capacitar-se para realizar exames radiográficos fidedignos, minimizando a necessidade de repetição do exame, uma vez que pacientes infantis são mais suscetíveis a desenvolver tumores frente à exposição radiográfica, apre-sentando cerca de 10 vezes mais riscos quando comparado ao paciente adulto. Diante disso, foi realizado um estudo observacional com delineamento transversal, cuja amostra foram 354 radiografias contidas nos prontuários dos pacientes atendidos na Clínica Integrada Infantil, obtidas pelos alunos do curso de gra-duação em Odontologia, de uma Instituição de Ensino Superior, do município de Maringá - PR, com a finalidade de verificar a quantidade de erros cometidos pelos alunos durante a realização desses exames. O número amostral foi calculado utilizando a fórmula para populações infinitas e adotando frequência es-perada de erros de 80%, intervalo de confiança de 95%, nível de significância de 5% e amplitude de 5%. Dois acadêmicos foram calibrados intra e interexaminadores com uma Kappa superior a 0,8. Após o perío-do de coleta, os dados foram analisados através de análise descritiva (número absoluto e percentual). Das radiografias avaliadas, 66% foram de crianças acima de 7 anos de idade, 50% do sexo masculino, e 68,5% realizadas pela técnica periapical. Dos erros observados o “armazenamento incorreto” foi o mais presente, acometendo 86,7% das radiografias analisadas, seguido do erro “presença de digital” (51%). Os erros du-rante a tomada radiográfica (alongada, encurtada, sobreposição, meia lua, posicionamento do picote, filme

invertido, alta e baixa densidade) variaram de 1,1 a 22%. Assim, é possível observar que a técnica radio-gráfica é bem executada, sendo negligenciadas as etapas de processamento e armazenamento, sugerindo a falta de paciência dos alunos frente a essas etapas que requerem tempo. Conclui-se que, a maior parte dos erros radiográficos ocorreram na fase de processamento e armazenamento das radiografias.

Palavras-chave: odontopediatria, radiografia, raios X.

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ORTODONTIA - PEDIATRIA

REABSORÇÃO DENTÁRIA EXTERNA DO PRIMEIRO MOLAR SUPERIOR PERMANENTE: RELATO DE CASO

Débora Maria Pelisson Lourenço ([email protected])Universidade Estadual de Londrina

José Augusto Pinheiro SperandioLarissa Dolfini Alexandrino

João Otávio Martinez Carneiro Toncovitch

As reabsorções dentárias externas são processos decorrentes da atividade celular local, que provocam a desestruturação de tecidos mineralizados dentários sem causar sintomatologia dolorosa. Essa patologia apresenta diversas causas e origens específicas, com mecanismos bem definidos. Uma das causas da reab-sorção dentária externa comum são dentes não irrompidos e impactados, uma vez que durante a trajetória de erupção há compressão dos vasos sanguíneos dos dentes vizinhos e início de uma inflamação local, que viabilizam a remoção dos cementoblastos das raízes e a exposição da estrutura mineralizada, a qual sofre perda de estrutura devido à ação de células clásticas. Os caninos superiores e terceiros molares são os den-tes que frequentemente causam essa injúria em dentes adjacentes, haja vista que são dentes com altas taxas de impactação dentária devido, principalmente, a falta de espaço e, consequentemente, erupção ectópica. Logo, o presente trabalho visa apresentar um relato de caso incomum de reabsorção externa por pressão, no qual o segundo pré-molar superior direito impactado e com erupção atípica provoca a reabsorção radi-cular do primeiro molar permanente superior direito. Paciente de 13 anos, leucoderma, gênero masculino, compareceu ao Pronto-Socorro Odontológico da Universidade Estadual de Londrina queixando-se de dor espontânea e sem precedentes de sintomatologia na região do primeiro molar superior direito, após exame físico foi constado a fratura da cúspide mésio-vetibular do primeiro molar, a qual foi removida. No entanto, ao remover o fragmento foi observada a cúspide palatina do segundo pré-molar superior transpassando o assoalho da câmara pulpar do primeiro molar. O diagnóstico foi complementado pelas imagens de to-mografia computadorizada, que foram fundamentais para a confirmação de reabsorção radicular externa, uma vez que esta tecnologia oferece imagens em três dimensões, eliminando a sobreposição de imagens como observado nas radiografias periapicais. Desse modo, a conduta clínica foi a de extração do primeiro molar superior, já que houve grande perda de estrutura dentária, e preservação do segundo pré-molar. O paciente foi orientado a buscar tratamento ortodôntico para correção e alinhamento dentário. Portanto, conclui-se que o diagnóstico precoce de reabsorções dentárias ocasionadas por dentes impactados, favo-rece a bons prognósticos evitando extrações de dentes importantes e necessários para uma oclusão normal.

Palavras-chave: reabsorções dentárias, erupção atípica, ortodontia.

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ODONTOPEDIATRIA/ORTODONTIA

LUXAÇÃO INTRUSIVA DO DENTE DECÍDUO - TRATAMENTO E REABILITAÇÃO PROTÉTICA: RELATO DE CASO CLÍNICO

Marcelly Tupan Christoffoli ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientadora: Marina de Lourdes Calvo FracassoJéssica Behrens Crispim

Thaynara de Souza LopesIsabela Rodrigues

Maria Gisette Arias Provenzano

A perda de um dente decíduo precocemente traz consequências estéticas, psicológicas e funcionais para a criança, tendo em vista que os mesmos são mantenedores de espaço naturais e tem grande importância no contexto da saúde bucal infantil. O traumatismo dentário está entre as causas mais frequentes de perda

precoce dos dentes decíduos, podendo gerar sequelas para ambas as dentições. Dentre os tipos de traumas mais recorrentes na dentição decídua destacam-se as luxações, o que pode ser explicado pela alta resiliên-cia do osso alveolar em crianças jovens. O trauma de maior severidade é a luxação intrusiva, que se refere ao deslocamento do elemento dentário para dentro do osso alveolar devido a uma força que incide axialmente sobre o mesmo e está entre os traumatismos que gera maiores consequências para o sucessor permanente. Nestes casos, é recomendado o tratamento conservador com o aguardo da reerupção dentária ou mesmo o radical, com a extração do dente intruído, sempre com acompanhamento radiográfico. Em casos onde a severidade da luxação intrusiva torna inviável a manutenção do dente decíduo, sendo necessária a extração do mesmo é interessante reabilitar o arco dentário. Para isso, existem algumas opções de mantenedores de espaço fixos e removíveis, os quais serão elencados de acordo com a necessidade e idade da criança. O objetivo deste estudo é relatar o caso clínico de uma criança de 34 meses, com história de traumatismo dentário, com diagnóstico de subluxação no dente 51 e luxação intrusiva severa no dente 61. O plano de

tratamento instituído foi o acompanhamento clínico e radiográfico do elemento 51 e exodontia do 61 e posterior reabilitação protética. O tratamento imediato envolveu a limpeza das lacerações do tecido mole com soro fisiológico, seguido pela exodontia do 61. Em relação ao elemento 51 optou-se pelo acompanha-mento clínico e radiográfico. Decorridos 5 meses do traumatismo, optou-se, pela reabilitação protética. A prótese fixa de Denari que possui um encaixe no sistema macho-fêmea (tubo-barra) não interferindo no processo de crescimento e desenvolvimento maxilar bem como garante maior segurança e é de fácil higie-nização. Após a moldagem anatômica dos arcos dentários, a prótese foi confeccionada em laboratório. Foi optado pela cimentação com um cimento resinoso dual (Relyx U200- 3M-ESPE), devido suas proprieda-des físico-mecânicas, referentes à força de união, resistência ao desgaste e resistência à compressão. Foi realizado ainda, a confecção de stops de resina composta fotopolimerizável (Z350- 3M- ESPE) ao redor das cintas metálicas. Decorridos 13 meses do trauma e 8 meses da instalação da prótese observou-se clínica e radiograficamente uma resposta positiva das estruturas do dente e do periodonto na área traumatizada e estruturas adjacentes, assim como a satisfação por parte da criança e familiares quanto ao tratamento rea-lizado. Foi reforçado aos familiares a importância das visitas de acompanhamento como forma de avaliação de possíveis sequelas advindas do traumatismo para os dentes decíduos e sucessores permanentes, bem como a supervisão da prótese. Conclui-se, portanto, que o planejamento e conduta clínica correta frente à traumatismos dentários severos na primeira infância são fundamentais para o sucesso do tratamento.

Palavras-chave: pediatria, traumatismos dentários, dente decíduo.

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ORTODONTIA/PEDIATRIA

DISTÚRBIO DE ERUPÇÃO DENTÁRIA EM PACIENTE INFANTIL: RELATO DE CASO

Kamilla Espin de Souza ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientadora: Gabriela Cristina SantinJéssica Behrens Crispim

Marina de Lourdes Calvo FracassoThaynara de Souza LopesAna Beatriz Rocha Pinto

A erupção dentária é um processo fisiológico pelo qual um dente se desloca do seu local de desenvolvimento original até o plano oclusal no meio bucal. No entanto, existem situações em que ocorrem falhas no proces-so de erupção, tanto na dentição decídua quanto na dentição permanente, devido ao mau funcionamento de mecanismos eruptivos relacionados a fatores sistêmicos ou locais, como sexo, localização geográfica, nível socioeconômico, entre outro. A prevalência de dentes decíduos impactados é rara, e pode ser ocasio-nado por defeitos de desenvolvimento, traumas, cistos, tumores ou tecido fibroso em excesso. Portanto, é de suma importância que o profissional conheça as causas da alteração da cronologia da erupção dental, para diagnosticar esses casos e traçar um correto plano de tratamento a estes paciente. O objetivo do pre-sente trabalho é relatar o caso clínico de um paciente, sexo feminino, 3 anos de idade, não sindrômica, com queixa de falhas na erupção dentária dos elementos 51, 61, 72 e 82. Após exame clínico detalhado e auxílio de tomadas radiográfica para localização dos mesmos, o tratamento de escolha foi a exposição cirúrgica, por meio da ulotomia, a fim de remover tecido fibrótico em excesso e viabilizar a erupção dos dentes. Em um primeiro momento cirúrgico foi realizado a ulectomia dos dentes 51 e 61, e após 2 meses de acompa-nhamento os dentes iniciaram o processo de erupção e após 6 meses estavam completamente expostos ao meio bucal, demonstrando o sucesso no procedimento de escolha. Após um ano da realização do primeiro procedimento cirúrgico, foi realizado a ulotomia dos dentes 72 e 82 que ainda não estavam erupcionados. Os mesmo foram acompanhados e com uma semana já se apresentação em processo de erupção. Caso haja atraso significativo no padrão de erupção de um ou mais elementos é aconselhável o acompanhamento para evitar complicações posteriores, visto que se o dente não erupcionar pode anquilosar e gerar sequelas para o dente permanente. O diagnóstico de dentes decíduos com distúrbios de erupção é importante para evitar sequelas estéticas, funcionais, fonéticas e psicológicas. Além disso, a escolha do tratamento adequa-

do é complexa, já que poucos casos são descritos na literatura.

Palavras-chave: dente decíduo, dente impactado, erupção dentária.

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ODONTOPEDIATRIA/CASO CLÍNICO

EXÉRESE DE FREIO LABIAL SUPERIOR EM PACIENTE INFANTIL

Eloise Girondi Berlin ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientador: Gabriela SantinJéssica Behrens Crispim

Larissa IshizuMarina Fracasso

Patricia Fernandes Brito Silva

O freio labial superior é uma prega sagital da mucosa alveolar, de formato triangular, e que em condições normais possui inserção no limite mucogengival. É importante devido ao fato de ser responsável por limi-tar parte dos movimentos dos lábios, e é formado a partir de tecido remanescente de células centrais da lâmina vestibular ainda na fase intrauterina. É considerado uma estrutura dinâmica, pois pode sofrer va-riações quanto a sua inserção, forma e tamanho ao longo do desenvolvimento do indivíduo. Diante disso, no recém nascido ele se estende até a papila palatina, sendo chamado de freio teto-labial. Na dentição de-cídua o freio labial superior mais denso entre os incisivos é considerado normal, e com o passar do tempo, através do desenvolvimento das estruturas ósseas e irrupção dos dentes, essa estrutura tende a diminuir de tamanho, ficando mais fino. No entanto, quando persistente, o freio labial superior pode causar diastema mediano, interferir na escovação, causar recessão gengival, provocar a formação de bolsas periodontais, restringir o movimento do lábio, interferir na fonação e produzir efeito estético indesejável. Alguns sinais clínicos podem ser observados nas anomalias do freio, como inserção baixa na margem gengival ou na pa-pila interproximal, isquemia da papila na face palatina quando o freio é tracionado e a presença de diastema interincisal mediano. Desta maneira, o objetivo deste trabalho é de relatar um caso clínico de freio labial persistente e abordagem cirúrgica em um paciente pediátrico da residência de Odontopediatria da UEM. A paciente gênero feminino, de 6 anos de idade, encontrava-se sob tratamento ortodôntico e foi notada a presença do freio labial superior fibroso, com inserção baixa e diastema. Com o movimento de tração do lábio superior, a papila palatina se mostrava isquêmica. A opção de tratamento escolhida foi a exérese do freio labial superior utilizando a técnica do pinçamento único e a completa desinserção das fibras para evi-tar a recidiva. No pós operatório verificou-se que a cicatrização ocorreu de maneira adequada, e durante o acompanhamento percebeu-se o fechamento do diastema. Ratificamos, desta maneira, que a frenectomia foi o tratamento que propiciou o correto reposicionamento e uma nova inserção para o freio labial, além da resolução do diastema, demonstrando sucesso do diagnóstico e técnica cirúrgica.

Palavras-chave: freio labial, odontopediatria, frenectomia.

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ORTODONTIA/PEDIATRIA

SÍNDROME DO INCISIVO CENTRAL SUPERIOR SOLITÁRIO E SUAS IMPLICAÇÕES NO CRESCIMENTO CRANIOFACIAL E DESENVOLVIMENTO

DA DENTIÇÃO: CONDUTA E PROSERVAÇÃO DE 8 ANOS

Ana Beatriz Rocha Pinto (email: [email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientador(a): Profª Drª Maria Gisette Arias ProvenzanoJéssica Behrens Crispim

Patrícia Fernandes Brito SilvaAndressa Mioto Stabile

Gabriela Cristina Santin

A síndrome do Incisivo Central Superior Solitário (SMMCI) é uma anomalia rara, com incidência de 1:50.000 nascimentos. Como sinal patognomônico apresenta um único incisivo central decíduo e permanente na re-gião da linha média e ausência da sutura palatina mediana na região anterior ao forame incisivo. A síndrome pode estar associada à outras alterações congênitas ou encontrada isoladamente, comprometendo assim o desenvolvimento e o crescimento craniomandibular transversal da criança, trazendo ainda prejuízo esté-tico funcional e psicossocial. Outro aspecto relevante é a possibilidade de ser um sinal de holoprosencefa-lia, onde seu fenótipo envolve anomalias graves do cérebro e da face. Diante disso, o presente estudo tem como objetivo realizar uma revisão de literatura sobre SMMCI e descrever um caso de uma paciente do sexo feminino com a síndrome, 12 anos de idade, tratada com abordagens preventivas, ortopédicas e estéticas realizadas em 8 anos de acompanhamento na Clínica Odontológica da Universidade Estadual de Maringá. Entre as informações obtidas em sua anamnese, o responsável não relatou nenhuma alteração sistêmica, além da prematuridade ao nascimento, aos 6 meses de gestação e baixo peso. Ao exame clínico inicial, aos 4 anos de idade, observou-se a ausência do filtro labial e freios, presença de apenas uma crista alveolar na linha média, overbite acentuado somado à atresia maxilar, apinhamento ântero-inferior, palato profundo, presença de um único incisivo central superior decíduo. A radiografia periapical confirmou o diagnóstico de síndrome do incisivo central superior mediano ao observar a presença de apenas um germe dental do incisivo central superior permanente. Durante a fase da dentadura decídua as abordagens foram educati-vas e preventivas para manutenção da saúde bucal. Enquanto na fase da dentadura mista foram realizadas intervenções ortopédicas no monitoramento irruptivo dos dentes permanentes diante da irrupção ectópica do primeiro molar permanente superior esquerdo, aumento da sobremordida profunda com apinhamento

ântero inferior e mordida cruzada posterior pelo hipodesenvolvimento maxilar decorrente da ausência de sutura intermaxilar na SMMCI. Assim, com base na consulta literária e o presente caso descrito, pôde-se concluir que a SMMCI apresenta-se como uma síndrome rara e complexa com necessidade de uma abor-dagem interdisciplinar para elaboração de um adequado planejamento oclusofuncional, estético e psicoe-mocional, advindo das implicações no crescimento transversal e sagital até o estabelecimento adequado da dentadura permanente. Desse modo os resultados clínicos podem ser otimizados repercutindo em uma melhora na qualidade de vida do paciente.

Palavras-chave: anodontia, crescimento e desenvolvimento, criança.

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ODONTOPEDIATRIA/ORTODONTIA

ESTUDO LONGITUDINAL DAS COMPLICAÇÕES CLÍNICAS E RADIOGRÁFICAS ENVOLVENDO TRAUMATISMOS NOS DENTES

DECÍDUOS

Laís Albuquerque Marengoni ([email protected])Universidade Estadual de MaringáMarina de Lourdes Calvo Fracasso

Thaynara de Souza LopesPatrícia Fernandes Brito Silva

Jéssica Behrens Crispim

Traumatismos na primeira infância são eventos frequentes, de alta incidência e de difícil prevenção, espe-cialmente nos primeiros anos de vida. Considerado um acidente comum entre as crianças, sendo a fase de maior prevalência quando as mesmas começam a levantar, andar e correr. O correto atendimento clínico emergencial de acordo com a severidade da injúria, assim como, o envolvimento dos familiares para adesão às consultas pós-operatória, é importante como forma de prevenir e tratar sequelas clínicas e radiográficas, tanto para dentes decíduos como para os dentes permanentes. Estudos científicos apontam como sequelas clínicas nos dentes decíduos a descoloração da coroa, necrose pulpar, anquilose, perda prematura, hipe-remia pulpar e posição anormal e como sequelas radiográficas as reabsorções inflamatórias, obliteração pulpar e lesão periapical. O objetivo dessa pesquisa é avaliar a frequência dos traumatismos dentários em dentes decíduos, as sequelas pós-operatória em injúrias envolvendo os tecidos de sustentação, bem como a associação destas injúrias às sequelas clínicas e radiográficas. Foram avaliadas (clínica e radiografica-mente) 201 crianças, num total de 342 dentes traumatizados, atendidas no serviço odontológico de uma Instituição pública. Os dados foram submetidos a uma análise descritiva e o Teste Qui-quadrado (p≤0,05). A frequência mostrou em relação: idade 24 -35 meses (35,5%), fator etiológico a queda da própria altura (77,8 %), gênero masculino (59,5%), arco dentário o superior (96,5%), incisivos centrais superiores dente 51 (43,1%) e 61 (41,1%); o lado esquerdo (50,2 %) e 70,6% mais de um dente afetado, 8,2% com história prévia de trauma; tipo de injúria a luxação lateral (33,6%) e a concussão (25,3%). Houve associação entre a variável tipo de injúria ao tecido de suporte com a presença de sequelas radiográficas (p=0,02), sendo a reabsorção radicular inflamatória a mais presente, e ainda entre a variável tipo de injúria de tecido de su-porte com perda precoce do dente decíduo (p=0,01). Por fim, o presente estudo apontou que traumatismos dentários envolvendo dentes decíduos são frequentes, causam injúrias aos dentes e tecidos de sustentação, com potencial de gerar sequelas graves que comprometem a integridade do dente e arco dentário. O co-nhecimento dos profissionais sobre os riscos de complicações após um traumatismo dentário nos dentes decíduos auxilia a estabelecer um tratamento mais eficaz e um maior envolvimento dos familiares para o controle pós-operatório.

Palavras-chave: traumatismos dentários, dente decíduo, complicações.

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ODONTOPEDIATRIA

AVALIAÇÃO DO PREENCHIMENTO DOS PRONTUÁRIOS DA CLÍNICA INFANTIL POR ACADÊMICOS DE ODONTOLOGIA

Carla Martins ([email protected])Uningá

Gabriela Cristina SantinDaniela Fernandes Ceron

Talita Morgueti TonakiTaamar Lobo Peschieira

Lucimara Cheles da Silva Franzin

Atualmente o preenchimento adequado do prontuário odontológico é de extrema importância para o ci-rurgião-dentista, pois, se tratando de um documento legal, o mesmo pode ser solicitado em processos judiciais, além de que registramos nele a anamnese, história passada das doenças gerais e necessidade de tratamento, bem como os procedimentos realizados em cada atendimento, atendendo critérios adminis-trativos, clínicos e legais, que auxiliam na realização do tratamento, sendo essencial um aprofundado co-nhecimento por parte do profissional, para produzir e arquivar os registros odontológicos adequadamente desde sua graduação, em virtude de que o preenchimento inadequado do prontuário odontológico pode gerar uma série de problemas tanto para o profissional quanto para o paciente. Diante disso, foi realizado um estudo observacional com delineamento transversal, no qual foram incluídos dados de pacientes de até 12 anos de idade, ambos os sexos, realizados por alunos da graduação de um Centro Universitário, nos últimos cinco anos. A aleatoriedade foi realizada por meio de sorteio entre o banco de dados dos pacientes. Foram coletados dados como: menção a radiografia, presença de radiografias, assinaturas, preenchimento de odontograma e plano de tratamento. Foram analisados 462 prontuários, 51% do sexo feminino e, 47% na faixa etária entre 7 e 10 anos. Sobre o preenchimento, 76% dos prontuários não mencionavam a realiza-ção de radiografias, 47% não possuíam alguma assinatura e, 51% não possuíam odontograma preenchido, assim como, ausência de planejamento em 33%. Grande parte dos prontuários apresentou algum tipo de falha no preenchimento, não encontrando associação entre presença de falhas e o perfil do paciente. Dessa forma, pode-se sugerir que o preenchimento inadequado é inerente ao acadêmico, podendo, muitas vezes, ser negligenciado pela ânsia em realizar o procedimento clínico durante o curso de graduação. Conclui-se que os alunos devem ser orientados de maneira mais precisa a respeito do preenchimento e armazena-mento dos prontuários odontológicos e de suas radiografias, gerando consciência da importância de sua

elaboração, visto que, o preenchimento e armazenamento correto desses documentos, tornam os profis-sionais amparados legalmente em eventuais situações, além de minimizar os erros cometidos durante os atendimentos, pois, no prontuário odontológico são armazenadas informações essenciais para realização de um tratamento bem sucedido.

Palavras-chave: odontopediatria, radiografia, documentação.

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ORTODONTIA/ODONTOPEDIATRIA

AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO DE PROFISSIONAIS E ALUNOS DE GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA NA PRESCRIÇÃO DE

ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDES PARA CRIANÇAS

Beatriz de Souza da Silva Zamboni MartinsUnicesumar

Maria Paula Jacobucci BotelhoGustavo Jacobucci Farah

Isabela Cristina Ribeiro dos Santos

A terapêutica medicamentosa é um importante instrumento na Odontologia, entretanto um número re-levante de cirurgiões-dentistas no momento da prescrição apresentam insegurança e baseiam-se em pro-tocolos empíricos, desvalorizando as pesquisas farmacológicas atuais. O conhecimento da farmacologia é importante não só pela prescrição que será feita, mas também pelas possíveis interações que podem ocorrer com outros fármacos que o paciente possa estar utilizando e com sua própria condição fisiológica. Na in-fância o organismo apresenta-se em desenvolvimento, com características farmacocinéticas e fisiológicas únicas, por isso a prescrição deve ser cautelosa e empregada corretamente. Informações específicas sobre a cinética e o perfil de segurança das drogas na terapêutica pediátrica são inexistentes ou incompletas e isto gera ansiedade nos prescritores. A dor é o sintoma mais comum que leva uma pessoa a buscar atendi-mento médico ou odontológico. Anti-inflamatórios não esteroides (AINE) estão bem indicados para o tra-tamento da dor de origem odontológica, mas em crianças seu uso deve ser restrito por causarem a inibição da enzima ciclo-oxigenase constitutiva (COX-1). O objetivo desta pesquisa é avaliar o conhecimento e a capacidade dos alunos do último ano de Graduação em Odontologia e dos cirurgiões-dentistas que atuam nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Maringá em relação à prescrição de AINE a pacientes pediátricos. Antes de dar início a este projeto, o mesmo foi submetido à apreciação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Secretaria Municipal de Saúde de Maringá e do Unicesumar (CAAE 85583718.8.1001.5539). Este é um estu-do quantitativo, transversal e descritivo. Os dados estão sendo coletados a partir de um questionário apli-cado junto aos alunos da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e do Centro Universitário de Maringá e uma análise das prescrições realizadas por cirurgiões-dentistas nas UBS. Os dados estão sendo ponderados através da linguagem de programação R e analisados de forma descritiva. Até o momento, 102 estudantes na faixa etária entre 18 e 25 anos responderam o questionário. Em relação à própria percepção em relação aos conhecimentos em terapêutica e farmacologia pediátrica, 59,8% responderam que consideram seu conhecimento a respeito do tema regular. Apenas 83,3% consideram essencial esse conhecimento para sua prática clínica. Em relação à indicação de um AINE para crianças, 71,3% responderam acertadamen-te e 90,1% responderam também de forma correta a respeito do tempo indicado para sua prescrição. No entanto, quando foi questionado em relação às situações em que seria indicada a prescrição de AINE em Odontopediatria, apenas 39% responderam corretamente. Em relação aos profissionais que atuam nas UBS de Maringá, foi solicitada uma relação das prescrições realizadas durante 6 meses para que os dados pos-sam ser analisados e confrontados em relação ao objeto dessa pesquisa. Após sua finalização, os resultados serão divulgados na Secretaria de Saúde, através da Comissão de Farmácia e Terapêutica, e junto aos alunos da UEM e Unicesumar. Espera-se contribuir para que alunos da graduação se formem compreendendo o necessário da prescrição farmacológica para pacientes pediátricos, e que tenham capacidade e segurança para prescrever tanto quanto dentistas que já atuam na área.

Palavras-chave: AINES, odontopediatria, farmacologia.

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ORTODONTIA/PEDIATRIA

EFETIVIDADES DAS AÇÕES EDUCATIVAS E PREVENTIVAS EM SAÚDE BUCAL, IMPLEMENTADAS NA PRIMEIRA INFÂNCIA

Maria Luiza Barucci Araujo ([email protected])Universidade Estadual de MaringáMarina de Lourdes Calvo Fracasso

Gabriela Cristina SantinHelena Sandrini Venante

Sandra Mara Maciel

A primeira infância é um período de extrema importância para implementação das medidas educativas preventivas, visto que seus hábitos de higiene e dieta são estabelecidos nesta fase, definindo a condição de saúde bucal dos indivíduos. A preconização do atendimento odontológico precoce, antes do primeiro ano de idade, com o intuito de promoção em saúde, prevenção e familiarização da criança com procedimentos relacionados à saúde bucal é aliada a esse trabalho, uma vez que relaciona a condição de saúde bucal destes após a saída do programa. O trabalho teve o objetivo de avaliar a condição de saúde bucal de indivíduos que participaram de programa educativo preventivo na primeira infância da UBS Iguaçu, Maringá, PR, tendo como critério de inclusão: crianças adscritas ao projeto no primeiro ano de vida e com boa saúde geral. A amostra, obtida por conveniência, foi dividida em Grupo 1 – pacientes que receberam alta do programa; e Grupo 2 – pacientes que abandonaram o programa. Os dados foram coletados em duas etapas: Etapa 1 – através dos prontuários de papel, analisando as variáveis: dados sociodemográficos, história da dieta alimentar, higiene bucal, cárie dentária e adesão ao programa; e Etapa 2 – acesso ao prontuário eletrônico, coletando odontograma atual (ceo-d e CPO-D) do paciente no gestor. Foram avaliados 1142 prontuários; sendo que 604 permanecem em atendimento no sistema, e 37,8% completaram o protocolo do programa. Quando da análise da associação da variável adesão ao programa com as demais variáveis do estudo obser-vou-se associação positiva entre a escolaridade materna, cujo menor grau de instrução materna relacio-na-se a maior frequência de abandono do programa (p=0,001); número de vezes que a mãe realiza a esco-vação da criança, mostrando que crianças que abandonaram o programa escovam os dentes com menor frequência (p=0,04); e se a criança é colaboradora ao atendimento, identificando-se que não colaborar no atendimento odontológico tem associação significativa também com o abandono (p=0,000). Em relação à experiência de cárie e o índice CPO-D houve diferença estatística entre os grupos, nas diferentes idades, constatando-se maior presença de dentes cariados para o grupo dos pacientes do abandono. Conclui-se, portanto, que o programa educativo-preventivo revelou ser eficaz, refletindo na melhor condição de saúde bucal dos seus participantes.

Palavras-chave: saúde bucal, bebês, adolescentes.

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ORTODONTIA/PEDIATRIA

ANÁLISE LONGITUDINAL PROSPECTIVA DAS INTERCORRÊNCIAS SOBRE O USO DA PRÓTESE FIXA CONECTADA MODIFICADA TIPO

DENARI

Lucas Masaru MarubayashiUniversidade Estadual de Maringá

Gabriela Cristina SantinMaria Gisette Arias Provenzano

Jéssica Behrens CrispimAndressa Mioto Stabile

Patrícia Fernandes Brito Silva

A dentição decídua e seu desenvolvimento na cavidade bucal possuem características e peculiaridades que são extremamente importantes, pois contribuem para um bom desenvolvimento e manutenção do siste-ma estomatognático da criança, sendo, muitas vezes, protagonistas em algumas funções como: fonação, mastigação, oclusão, articulação, estética e fatores psicossociais. A perda precoce dos dentes anteriores superiores, pode acarretar a uma série de problemas interferindo diretamente na fala, mastigação e oclu-são. Geralmente, esses dentes são perdidos devido a cárie precoce da infância e traumatismos. A reabili-tação desses pacientes requer um planejamento que devolva além da estética e função, qualidade de vida. O uso da prótese fixa conectada modificada, do tipo Denari, vem sendo um método bastante eficaz como uma alternativa reabilitadora. Apesar de fixa, esse tipo de prótese apresenta um sistema macho / fêmea, que permite o crescimento transversal da maxila que ocorre durante a infância. Entretanto, poucos são os artigos encontrados na literatura científica que abordem, além de relatos de casos clínicos, a proservação, eficácia e intercorrências dessa prótese. Sendo assim, este estudo teve como objetivo, realizar uma análise longitudinal prospectiva das intercorrências durante o uso da prótese fixa conectada modificada, tipo De-nari. A amostra foi composta por 21 pacientes atendidos pela residência em Odontopediatria, da Univer-sidade Estadual de Maringá, durante os anos de 2016 a 2018. Foram avaliadas as variáveis: causa da perda precoce dos dentes decíduos, idade da criança e intercorrências com a prótese. Dos pacientes avaliados, 9 eram meninos e 12 meninas. Os motivos da perda precoce foram trauma (85,7%), cárie (9,5%) e agenesia (4,8%). A faixa etária do momento da perda dentária variou entre 11 meses a 4 anos e 3 meses. 15 pacien-tes apresentaram intercorrências, sendo em 14 casos decorrente de episódio de trauma e um por recidiva de cárie dentária nos dentes de suporte da prótese. O tempo médio de acompanhamento da instalação da

prótese foi de 18 meses, sendo que 57% das intercorrências aconteceram até 2 meses após a instalação da prótese. Conclui-se que, apesar da prótese fixa conectada modificada tipo Denari ser um dispositivo capaz de restabelecer estética e função, deve ser acompanhada durante o período de uso, sendo passível de inter-corrências, principalmente após eventos de traumatismos.

Palavras-chave: prótese dentária, odontopediatria, dente decíduo.

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ORTODONTIA/PEDIATRIA

POLITRAUMATISMO CRANIOFACIAL EM PACIENTE INFANTIL: CONDUTA, TRATAMENTO E POSSÍVEIS SEQUELAS - PROSERVAÇÃO DE

3 ANOS

Ana Beatriz Rocha Pinto (email: [email protected])Universidade Estadual de Maringá

Profª Drª Marina de Lourdes Calvo FracassoJéssica Behrens Crispim

Patrícia Fernandes Brito SilvaAndressa Mioto Stabile

Gabriela Cristina Santin

Traumas e fraturas envolvendo o complexo maxilofacial em pacientes infantis são pouco relatados na literatura científica quando comparado aos adultos e podem trazer implicações importantes no desenvolvimento e cres-cimento craniofacial. No tratamento deste tipo de fratura, pode ser indicado materiais reabsorvíveis, utilizado

na fixação de fraturas, visto que possuem a vantagem de evitar restrições no crescimento craniomaxilofacial, não sendo necessária a remoção ou substituição do material. Concomitante, traumas dento-alveolares podem ocorrer e seu impacto nestes pacientes é muito maior, onde o tipo de trauma sofrido, direção, força e intensida-de podem oferecer riscos e sequelas à dentição decídua, e à dentição permanente. Os dentes decíduos quando perdidos prematuramente, podem trazer consequências às crianças, e afetar na estética, função, qualidade de vida, desenvolvimento da fala e reduzir o espaço presente no arco dentário, por isso o tratamento deve envolver a reabilitação destes dentes. O presente trabalho tem o objetivo de relatar um caso clínico de uma criança de 5 anos, do gênero feminino, que sofreu um trauma craniofacial, ocasionando fraturas do tipo aberta, cominutiva e com múltiplos traços, no terço médio da face, em osso zigomático e em mandíbula na parassínfise, ambos no lado direito. Ao exame clínico observou-se que a paciente apresentava edema, crepitação óssea, equimo-se, assimetria, má-oclusão, além de lacerações frontais e em lábio superior e inferior. A intensidade do trauma ocasionou avulsão dos elementos 54, 53, 52, 51, 61, 72, 71, 81, 82 e 83. O tratamento de emergência foi prestado pela equipe de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial da UEM e equipe médica do Hospital Universitário de Maringá, e foram realizadas suturas em tecido mole e odontossíntese das fraturas em maxila e mandíbula sob anestesia geral, e posteriormente a paciente passou por cirurgia para redução da fratura mandibular utilizando placas e parafusos reabsorvíveis. Após alta hospitalar, a paciente foi encaminhada para a Residência em Odon-topediatria da UEM, para que fosse iniciado o tratamento reabilitador com a instalação de prótese parcial fixa anterior conectada pelo sistema tubo-barra, que apesar de ser fixa, não interfere no desenvolvimento normal da maxila e é uma alternativa ao uso de próteses removíveis, nos quais crianças não costumam ser colaboradoras. A prótese foi removida após 2 anos de uso, visto o irrompimento próximo dos dentes permanentes. Na atual fase de atendimento, em consulta de manutenção, por meio de controles clínico e radiográfico, foi diagnosticado severa dilaceração radicular do elemento 21 que está iniciando sua irrupção. A partir do caso relatado, podemos concluir que a abordagem cirúrgica com a utilização das placas reabsorvíveis bem como a utilização da prótese parcial fixa anterior modificada, trouxe resultados satisfatórios não limitando seu crescimento craniofacial e preser-vando o perímetro do arco, melhorando a qualidade de vida e autoestima da paciente. Além disso, mostra-se um tratamento viável de acordo com as corretas indicações de uso. Desse modo, fica clara a necessidade de uma abordagem multidisciplinar no atendimento a pacientes politraumatizados bem como um bom planejamento na tentativa de minimizar e tratar as sequelas imediatas e a longo prazo.

Palavras-chave: traumatismos dentários, reabilitação, sequelas.

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ORTODONTIA/PEDIATRIA

PRÓTESE DENARI COMO FORMA DE TRATAMENTO PARA AGENESIA DE INCISIVOS INFERIORES

Larissa Ishizu ([email protected])Universidade Estadual de MaringáMarina de Lourdes Calvo Fracasso

Maria Gisette Arias ProvenzanoPatrícia Fernandes Brito Silva

Andressa Mioto StabileJéssica Behrens Crispim

A Odontopediatria geralmente tem como prioridade a educação em saúde e a realização de procedimen-tos preventivos com o objetivo de manter a saúde bucal da criança. No entanto, quando surgem casos de perda precoce de dentes decíduos anteriores, prioriza-se elaborar um plano de tratamento para este caso, pois pode ocasionar alterações como: mordida aberta com interposição de língua, posição inadequada da língua, efeitos deletérios na fala, dificuldades na mastigação, alteração na estética e no desenvolvimento emocional da criança. As ausências dentárias podem ocorrer por diversas razões, dentre elas, cárie dentá-ria, traumatismos dentários ou por alterações congênitas, como as agenesias. Como forma de tratamento, a indicação da prótese deve ser realizada após análise minuciosa, sendo cada paciente tratado individual-mente, analisando múltiplos fatores que podem estar presentes: a idade da criança, grau de rizólise do den-te perdido, estágio de formação da raiz do dente permanente, grau de valorização da estética pela criança, fonação, colaboração da criança e dos pais e interferência oclusal. Em seguida, deve-se fazer a escolha pelo tipo fixo ou removível. O objetivo deste estudo é relatar um caso clínico de uma paciente que compareceu à Clínica Odontológica da Universidade Estadual de Maringá, do sexo feminino, 7 anos de idade, com há-bito de sucção não nutritiva (chupeta), diagnosticada com múltiplas agenesias, sendo elas nos dentes 52, 62, 12, 22, 71, 72, 81, 82, 31, 32, 41, 42, cujo tratamento de escolha foi a instalação de uma prótese fixa com cursor conhecida como prótese de Denari. Esta prótese é cimentada com cimento resinoso dual nos dentes adjacentes ao espaço protético, e por ter um encaixe macho-fêmea não impede o crescimento maxilar ou mandibular. Esta forma de tratamento é considerada uma alternativa rápida e minimamente invasiva, fa-vorável para a reabilitação protética de perda precoce de dentes decíduos anteriores. Após a instalação da prótese fixa tipo Denari, foi confeccionado um aparelho removível superior, com torno expansor para cor-rigir os dentes posteriores, com grade palatina para impedir a interposição lingual, e ganchos nos incisivos

centrais para fechamento do diastema. Ao realizarmos a avaliação do freio labial superior, foi observado um freio muito fibroso, com inserção baixa, formação de lábio duplo ao sorrir, e ao realizarmos a tração do lábio superior, a papila palatina se mostrava isquêmica. Então foi realizada a frenectomia labial superior. No caso clínico acima descrito, foi possível analisar a recuperação funcional, estética, melhora na autoestima e no convívio social da paciente, e além disso, a preservação da dimensão correta da arcada.

Palavras-chave: criança, odontopediatria, saúde bucal.

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ORTODONTIA/PEDIATRIA

MUCOCELE EM LÁBIO INFERIOR: RELATO DE CASO

Bruna Ayumi Nishijo ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientadora: Elen de Souza TolentinoAmanda Lury Yamashita

César Felipe de Gouvêa CarvalhoIgor Henrique Silva PinheiroMatheus Chaves Veronezzi

As mucoceles são lesões benignas comuns da mucosa oral e resultam da ruptura de um ducto de glândula salivar menor e extravasamento de mucina para dentro dos tecidos moles adjacentes. A cianose tecidual, a congestão vascular associada ao tecido sobrejacente esticado e a translucidez do líquido acumulado, ge-ralmente, conferem uma coloração azulada à lesão. No entanto, esta coloração pode variar dependendo do tamanho da lesão, da proximidade da superfície e da elasticidade do tecido sobrejacente. O extravasamento é resultante de um trauma local, sendo assim mais comuns em crianças e adultos jovens. Clinicamente, as mucoceles apresentam um aumento de volume mucoso em forma de cúpula, tendo consistências e ta-manhos variados. Em geral, elas são assintomáticas, não causando problemas significativos. Entretanto, podem acarretar em desconforto ao interferir na fala e estética. O lábio inferior é o sítio mais comum de envolvimento para a lesão e a mesma geralmente é encontrada lateralmente à linha média. As opções de tratamento incluem excisão cirúrgica, marsupialização, micromarsupialização, criocirurgia, vaporização a laser e excisão a laser. O prognóstico é excelente, embora ocasionalmente algumas mucoceles possam recidivar, necessitando de reexcisão. Para minimizar esse risco de recorrência, o cirurgião-dentista deve remover qualquer glândula salivar menor que possa localizar-se dentro da lesão quando a área for excisada. Seu diagnóstico diferencial inclui lesões como: lipoma, hemangioma oral, linfangioma oral, neoplasias de glândulas salivares menores benignas ou malignas, fibroma traumático e granuloma piogênico. Por isso, o objetivo do presente trabalho é relatar o caso de um paciente leucoderma, gênero masculino, 12 anos da idade, apresentando como queixa principal uma “bolinha na boca”, com tempo de evolução de aproxima-damente seis meses, história de remissão e exacerbação da lesão. Ao exame intrabucal, foi observado uma vesícula de aproximadamente 3 mm de diâmetro. Esta apresentou-se com coloração azulada e textura lisa, mole à palpação, séssil e bem delimitada, no lábio inferior do lado esquerdo. Frente às características da lesão, levantou-se a hipótese diagnóstica de mucocele. Prosseguiu-se com biópsia excisional e envio do material para exame histopatológico, o qual revelou aspectos consistentes com o diagnóstico de mucocele.

Assim, o conhecimento clínico das lesões bucais, bem como a determinação dos aspectos relacionados à etiopatogenia dessas lesões, é necessário para o correto diagnóstico e a indicação de tratamento adequado.

Palavras-chave: mucocele, diagnóstico, biópsia.

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PEDIATRIA/ORTODONTIA

EXTRAÇÃO SERIADA E O APINHAMENTO DENTÁRIO DEFINITIVO NO PACIENTE INFANTIL, UMA VISÃO CONTEMPORÂNEA

Giselma Leite dos Santos ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Profª. Drª. Maria Gisette Arias ProvenzanoGabriela Cristina SantinAndressa Mioto Stabile

Patricia Fernandes Brito SilvaJéssica Behrens Crispim

Apinhamento dentário representa a irregularidade dos dentes definida pela discrepância dente-osso nega-tiva e pode ser classificado em primário, secundário e terciário. O apinhamento dentário primário é diag-nosticado como temporário ou definitivo, sendo o temporário auto corrigível e o definitivo, subdividido em genético e ambiental. Frequentemente, observa-se que espaço insuficiente interfere na possibilidade de irrupção dos incisivos laterais superiores que encontram retardados e muitas vezes irrompem por lingual. Dependendo do tamanho desses dentes permanentes, o procedimento adequado será somente observar, manter os espaços ou, ainda, aplicar o método de extração seriada, em alternativa à expansão ortopédica quando está não apresenta indicação. A vertente terapêutica que pode ser indicada para o apinhamento primário definitivo ambiental é a mecânica expansionista, enquanto que para a genética o indicado é o programa de extração seriada (PES). Extração seriada nada mais é do que extrações dentarias estratégicas pré-determinada em período oportuno, iniciado durante a dentadura mista, almejando a redução da massa dentaria e o alinhamento espontâneo dos dentes permanentes remanescentes, ao reposicionar os dentes adjacentes em direção ao espaço da extração. Sua indicação compreende casos com maloclusão classe I, discrepância dente-osso negativa acentuada maior que 10mm, arcos dentários com morfologia adequada sem atresia. Este tratamento deve iniciar-se após a erupção dos quatro incisivos inferiores e incisivos cen-trais superiores. Inicialmente, no primeiro período transitório, é realizado a extração de dentes decíduos com o objetivo de eliminar o apinhamento primário, e em outra fase no segundo período transitório é reali-zado as exodontias de dentes permanentes para diluir o apinhamento secundário. PES é um procedimento ortodôntico interceptador que visa conciliar a discrepância entre a quantidade de discrepância de material dentário e as bases ósseas, sendo que o diagnóstico preciso é um requisito básico para o sucesso desta tera-pia. O objetivo deste trabalho é discorrer, através de uma revisão de literatura sobre o programa de extração

seriada para o tratamento do apinhamento dentário em crianças, considerando sua indicação e contrain-dicações, sequência de extrações, vantagens, desvantagens e procedimentos clínicos associados em uma visão contemporânea. Com base na revisão de literatura realizada em uma visão contemporânea, pode-se concluir que o programa de extração seriada é um ótimo procedimento que pode ser realizado em crianças que apresentam apinhamento dentário genético na dentição mista. Ele pode ser interpretado como um facilitador para o tratamento ortodôntico com aparelhagem fixa. Salienta-se a importância de um diag-nóstico preciso e oportuno para indicação do método, pois cabe mencionar que nem sempre a resposta clínica é a esperada, podendo-se conciliar com mecânica ortodôntica numa fase posterior para obtenção de resultados mais satisfatórios, proporcionando ao paciente, relações oclusais mais estáveis.

Palavras-chave: apinhamento, extração seriada, dentadura mista.

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ODONTOPEDIATRIA

PERDA PRECOCE DE DENTE DECÍDUO ANTERIOR E TRAUMA RECORRENTE ACOMETENDO PILAR DE PRÓTESE DENARI

Daniela Fernandes Ceron ([email protected])Centro Universitário Ingá – UNINGÁ

Gabriela Cristina SantinMaria Gisette Arias Provenzano

Lucas Masaru MarubayashiPatrícia Fernandes Brito Silva

Jéssica Behrens Crispim

A perda precoce de dentes anteriores é uma característica clínica muito comum encontrada no atendimen-to de pacientes infantis, possuindo como principal causa o trauma sofrido durante a infância. A prótese fixa do tipo Denari se tornou uma alternativa muito eficaz na reabilitação estético funcional de pacientes com essas características, trazendo benefícios para o desenvolvimento da fala e demais funções, além de evitar hábitos nocivos. O presente trabalho relata o caso clínico de um paciente do gênero masculino, com 3 anos de idade, que compareceu à residência em pediatria da Clínica Odontológica da Universidade Estadual de Maringá, apresentando perda precoce do elemento 51, devido a um trauma sofrido na escola relatado por seu responsável. O tratamento de escolha foi a confecção e instalação de prótese fixa do tipo Denari, uma vez que pela sua idade, o paciente necessitava de mantenedor de espaço, bem como reabilitação estética. O paciente foi submetido à moldagem superior e inferior para o registro de mordida, sendo realizada a prova da prótese após sua confecção, verificando possíveis interferências oclusais e altura do dente de estoque em relação ao dente homólogo e dentes vizinhos. A cimentação foi realizada com cimento resinoso dual associado à stops de resina, seguida de ajustes oclusais e instrução de higiene oral com a prótese já instala-da. Após 11 meses de proservação clínica e radiográfica demonstrando integridade das estruturas ósseas e grande adaptação do paciente à prótese, o mesmo retornou à clínica odontológica com trauma recorrente, onde o elemento 61 avulsionou, a prótese se quebrou, sendo necessária a realização de radiografia para ava-liação do trauma, anestesia infiltrativa para sutura na área do elemento 61 e confecção de nova prótese, que se encontra em andamento. Conclui-se que, a prótese fixa do tipo Denari é uma alternativa rápida, de baixo custo e minimamente invasiva, promissora para reabilitação protética na perda precoce de dentes decí-duos anteriores, necessitando de proservação clínica e radiográfica para bom funcionamento do sistema tubo-barra e crescimento adequado da arcada do paciente, além de que essa prótese é suscetível à fratura e

descolamento, necessitando de reinstalação ou até mesmo da confecção de nova prótese.

Palavras-chave: odontopediatria, traumatismos dentários, prótese dentária.

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ORTODONTIA/PEDIATRIA

HIPOMINERALIZAÇÃO MOLAR INCISIVO: IMPLICAÇÕES CLÍNICAS E IMPORTÂNCIA DA PROSERVAÇÃO – RELATO DE CASO

Laura Moretto Molina ([email protected])Universidade Estadual de MaringáMarina de Lourdes Calvo Fracasso

Ana Beatriz Rocha PintoAndressa Mioto Stabile

Gabriela Cristina SantinJéssica Behrens Crispim

A Hipomineralização Molar Incisivo é um defeito qualitativo de esmalte que ocorre na fase da maturação da matriz, de molares e incisivos permanentes, causando alteração na translucidez, com áreas de colo-ração variando do branco ao amarelo-acastanhado, sendo esta última a mais severa. A prevalência varia de 3,6 a 25%. A etiologia é controversa, porém sabe-se que os ameloblastos podem ser sensibilizados no período entre o último trimestre gestacional e os três primeiros anos de vida, que correspondem ao perío-do de mineralização dos referidos dentes. Dessa forma, agressões como febre alta na infância, distúrbios respiratórios, infecções no decíduo correspondente, parto prematuro, entre outros, podem ser preditivos para a ocorrência desta patologia. O diagnóstico precoce é fundamental uma vez que, os dentes acome-tidos por HMI podem sofrer fraturas pós eruptivas com grande perda de estrutura dentária, deixando a dentina desprotegida e aumentando a susceptibilidade à doença cárie. É de extrema importância que, o cirurgião-dentista tenha conhecimento dos defeitos de estrutura, haja visto que outras anomalias podem ser confundidas com a HMI, entre elas: fluorose, amelogênese imperfeita, hipoplasia e cárie dentária. O tratamento deve priorizar a redução da dor e considerar a viabilidade desses dentes a longo prazo. Devem ser implementadas medidas preventivas e educativas de higiene oral e dieta, aplicação tópica de flúor e a utilização de pastas dessensibilizantes, assim como restaurações com cimento de ionômero de vidro. O tratamento restaurador no paciente infantil tem como objetivo preservar a estrutura dentária, até que o tratamento reabilitador definitivo seja realizado futuramente. A Hipomineralização Molar Incisivo pode ocasionar prejuízos estéticos e funcionais, alterando o comprimento dos arcos dentários de modo que a perda dos pontos de contatos podem resultar em movimentação indesejada dos dentes adjacentes. Em ca-sos extremos, a HMI pode ser tão devastadora podendo levar os molares permanentes à exodontia. Assim, o objetivo deste trabalho será a apresentação de um caso clínico de HMI, em uma criança de 9 anos, com

grande comprometimento da estrutura dentária dos primeiros molares permanentes superiores e inferio-res, causando intensa sensibilidade dentária, influenciando diretamente a qualidade de vida da criança. Foi realizado o tratamento clínico imediato, com raspagem supra gengival, restaurações de cimento de ionômero de vidro convencional, aplicação do verniz fluoretado e a integração com a terapia ortodôntica. Nas consultas de reavaliação bimestrais, foi necessário a reaplicação do material ionomérico, com acompa-nhamento clínico e radiográfico por 30 meses. Conclui-se, que o diagnóstico precoce aliado ao tratamento proposto mostrou-se eficaz, minimizando danos aos tecidos duros e preservando ao máximo o esmalte remanescente, visando uma futura reabilitação na idade adulta.

Palavras-chave: hipomineralização, odontopediatria, defeito de esmalte.

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ORTODONTIA/PEDIATRIA

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DE PACIENTE COM CÁRIE PRECOCE DA INFÂNCIA

Maria Luiza Barucci Araujo ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Gabriela Cristina SantinJéssica Behrens CrispimAndressa Mioto Stabile

Lucas Masaru Marubayashi

A cárie precoce da infância (CPI) é caracterizada pela presença de um ou mais dentes decíduos cariados, perdidos ou restaurados antes dos 71 meses de idade. De natureza rampante, aguda e progressiva, é consi-derada a doença mais comum na infância, e não autolimitante, sendo necessária a intervenção profissional para seu controle. Suas consequências podem afetar o crescimento e desenvolvimento das crianças, por estar intimamente ligada à dificuldade de alimentação pela perda das coroas dos dentes supero-anteriores e pela dor causada pela doença cárie. Sua etiologia pode envolver a alimentação desregrada, acesso ilimita-do ao açúcar, falta de acesso ao uso de fluoretos e negligência dos pais ou responsáveis em relação à saúde bucal de seus filhos. Idade da criança, extensão das lesões, nível comportamental e grau de cooperação dos pais são fatores determinantes no tratamento da CPI. É preconizada a orientação aos pais, controle da dieta, remoção dos hábitos inadequados de dieta, uso de fluoretos, assim como intervenção endodôntica e restauradora. Diante desses fatos, o objetivo desse trabalho é relatar um caso clínico de cárie precoce na infância em um paciente do gênero masculino de 2 anos de idade. Paciente pediátrico, S. O. J, compareceu à Clínica Odontológica da Universidade Estadual de Maringá encaminhado por um dentista particular e, ao exame clínico foi diagnosticado com cárie precoce da infância com extensas destruição dos incisivos cen-trais, além de lesões cariosas nos posteriores e língua geográfica. Como parte do plano de tratamento foram iniciadas as endodontias nos elementos 54, 52, 61, 62, 64 e 85, seguindo o protocolo de remoção de tecido cariado, acesso à polpa, instrumentação dos canais radiculares, curativo de demora com formocresol e res-tauração provisória com cotosol. Posteriormente foi realizado obturação dos canais com pasta de hidróxido de cálcio (hidróxido de cálcio, óxido de zinco e propilenoglicol) e restauração definitiva dos mesmos. Hou-ve um quadro de abscesso, referente ao dente 54, o paciente foi então medicado com amoxicilina, para dar continuidade ao tratamento. Após alguns meses o paciente retornou com pólipo pulpar no mesmo dente, no qual foi feito curativo com formocresol e restauração com CIV. Optou-se pela exodontia dos dentes 51 e 61, mesmo após o tratamento endodôntico, devido à reabsorção externa acentuada. Os dentes 55, 53, 63, 65, 73, 73, 83, 84 e 85 foram restaurados com CIV, após a remoção de tecido cariado, sendo necessária, em alguns destes, a proteção pulpar com cimento de hidróxido de cálcio. Já na fase de reabilitação, realizou-se a cimentação de pino de fibra de vidro com cimento resinoso dual, e confecção de muralha nos dentes 52 e 62. Com isso, é possível concluir que, apesar de desafiador, a reabilitação após cárie precoce da infância, aliado a conscientização da família em relação à implantação de hábitos saudáveis é de extrema importân-cia para saúde e bem estar do paciente infantil.

Palavras-chave: reabilitação bucal, odontopediatria, cárie dentária.

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PEDIATRIA

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DE MUCOCELE EM VENTRE LINGUAL: RELATO DE CASO

Marcela Fráguas Gélamo ([email protected])Universidade Estadual de MaringáMarina de Lourdes Calvo Fracasso

Jéssica Behrens CrispimAna Beatriz Rocha Pinto

Patrícia Fernandes Brito SilvaAndressa Mioto Stabile

Mucocele é conhecido como um fenômeno de retenção de glândula salivar menor, ocasionado pela rup-tura dos ductos excretores. Esse fenômeno não é contagioso, podendo ser causado por trauma local, sendo geralmente a sua localização mais frequente a superfície do lábio inferior. Também pode ser encontrado no revestimento interno da bochecha, no ventre da língua e no assoalho da boca. Quando encontrada no assoalho da boca, a mucocele é conhecida como rânula. São raramente encontradas no lábio superior. Cli-nicamente, aparecem como lesões nodulares, podendo ser exofíticas e pediculadas, além disso sua duração pode ser de dias ou até mesmo anos. Histologicamente, essa lesão pode ser classificada como extravasa-mento mucoso ou cisto mucoso de retenção, microscopicamente, as mucoceles apresentam-se como um tecido de granulação envolvendo mucina, ademais, como a inflamação ocorre concomitantemente, neu-trófilos e histiócitos geralmente estão presentes. Os tratamentos propostos são a excisão total da lesão, a amarria da lesão com fio de sutura, o laser, entre outros. Esta lesão benigna pode ter um tamanho que varia entre poucos milímetros até 2 ou 3 centímetros de diâmetro, e não costuma causar dor, exceto quando é acompanhada de algum tipo de ferimento.Sendo assim, o objetivo do presente trabalho é descrever a abor-dagem clínica realizada frente a uma mucocele no ventre lingual. Paciente C.P.S., gênero feminino, com 4 anos de idade, foi encaminhada para a residência de odontopediatria da clínica odontológica da Universi-dade Estadual de Maringá, juntamente com seu responsável, apresentando a queixa de uma lesão no ventre lingual. Ao exame clínico, foi observada uma lesão nodular, exofítica, pediculada, com aproximadamente 10 milímetros, com hipótese diagnóstica de mucocele. Para uma escolha de tratamento em paciente in-fantil devemos avaliar os tipos de tratamento que podem ser realizados avaliando os riscos de cada técnica. A técnica da amarria da lesão foi a opção de tratamento escolhida. Após anestesia com anestésico tópico, benzocaína, foi realizada a amarria da lesão com o fio de sutura de seda. Após a amarria, a lesão sofreu uma

alteração de cor, ficando mais arroxeada, devido a interrupção da vascularização. Quatro dias após o pro-cedimento, a paciente retornou sem a lesão, com o relato de que a mucocele sumiu um dia após o procedi-mento. O acompanhamento da paciente deve ser realizado para verificar se terá recidiva da lesão. A técnica escolhida além de ser simples e de fácil manejo da criança, oferece menores riscos ao paciente.

Palavras-chave : odontopediatria, mucocele, língua.

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ODONTOPEDIATRIA/ORTODONTIA

RECONSTRUÇÃO DE CANINOS DECÍDUOS COM MATRIZ DE ACETATO- RELATO DE CASO

Monica Cristiane Alves Xavier ([email protected])Universidade Estadual de MaringáMarina de Lourdes Calvo Fracasso

Jéssica Behrens CrispimCarlos Luiz Fernandes Salles

Patrícia Fernandes Brito SilvaAndressa Mioto Stabile

A cárie dentária é uma doença açúcar dependente e multifatorial muito comum na infância e na adolescên-cia, sendo uma das principais causas de perda precoce de dentes decíduos. Apesar da dentição decídua possuir um tempo limitado na cavidade bucal, é de extrema importância preservá-la até sua esfoliação fisiológica, ou quando necessário fazer sua reabilitação, para que possam ser evitados problemas mastigatórios, estéticos, fo-néticos, de deglutição, fonação, perda de espaço do arco dentário e mau posicionamento dos dentes adjacentes. Considerando a importância de se manter dentes decíduos na arcada dentária e as diversas alternativas para a restauração de dentes decíduos anteriores destruídos por cárie, o presente trabalho tem como objetivo apresen-tar um caso clínico de reabilitação de caninos decíduos superiores realizada a partir da confecção de matrizes individualizadas de acetato e resina composta. Paciente do gênero masculino, 7 anos de idade, procurou a clíni-ca de Odontopediatria da Universidade Estadual de Maringá devido à presença de lesões cariosas. Na avaliação clínica, o paciente apresentava a seguinte condição: dentição mista, 1º período transitório, estando presentes os quatro primeiros molares e os incisivos centrais superiores e inferiores permanentes. Observou-se também, a mobilidade dos incisivos laterais superiores, perda precoce dos molares decíduos inferiores e raízes residuais no segundo molar decíduo. Os caninos superiores, direito e esquerdo, apresentaram-se com grande destruição coronária, com característica de lesão crônica. O exame radiográfico mostrou na região dos dentes 53 e 63, total integridade radicular. Em seguida, foi realizado o planejamento clínico contendo algumas outras intervenções odontológicas, sendo a principal delas a realização da reconstrução dos dentes caninos superiores decíduos. O procedimento foi dividido em duas etapas, sendo a primeira a etapa laboratorial em que feito a moldagem dos arcos dentários com alginato e obtenção do modelo de estudo, seguido do enceramento dos caninos até sua reconstrução e de nova moldagem para obtenção do modelo de trabalho. A partir do novo modelo reanatomi-zado, realizou-se a plastificação e confecção das matrizes de acetato individualizadas. Na segunda etapa (etapa clínica), foi realizada a prova e adaptação da matriz de acetato nos dentes envolvidos. Posteriormente, realizou-

-se anestesia, remoção do tecido cariado dos elementos dentários 53 e 63, proteção do remanescente dentário, preenchimento da matriz com resina composta, remoção dos excessos de material com sonda exploradora n° 5, polimerização, remoção da matriz e acabamento e polimento das coroas em resina composta com discos Sof- Lex e o kit de acabamento e polimento (Optimize do TDV). O tratamento reabilitador dos elementos 53 e 63 foi finalizado totalizando duas sessões de atendimento clínico, no entanto os familiares foram alertados para que retornassem aos exames periódicos programados de acordo com o planejamento das manutenções preventivas, sendo ainda reforçado a importância do controle da dieta e adequada higiene bucal para manutenção da saúde bucal. Conclui-se, portanto, que a matriz de acetato individualizada, associada a resina composta, agilizou o procedimento clínico, diminuindo o tempo e custo operatório, garantindo ainda a reconstrução da coroa anatô-mica dos dentes decíduos, devolvendo a estética e, principalmente, a função mastigatória e o equilíbrio oclusal.

Palavras-chave: cárie dentária, dente decíduo, restauração dentária.

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PEDIATRIA

CONDICIONAMENTO DE PACIENTE COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA), NO CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO PÓS TRATAMENTO

TRAUMÁTICO – RELATO DE CASO

Tânia Mara Bovo ([email protected])Unicesumar

Orientador: Nádia Mazzei Mendes FeitozaMaria Gisette Arias Provenzano

O autismo é um transtorno espectro autista (TEA) e representa um distúrbio do neurodesenvolvimento, caracterizado pela inabilidade em interagir socialmente, dificuldade no domínio da linguagem falada para se comunicar e com comportamento restritivo, repetitivo, indiferença, ecolalia e transtornos de sono e ali-mentação. O autismo incide principalmente, em pacientes do gênero masculino e os seus comportamentos diferenciados começam a se manifestar durante a primeira infância e os pais são os primeiros a identifica-

rem esses sinais e informar ao médico. Essa síndrome foi descrita pela primeira vez em 1943 por Leo Kanner e Hans Asperger como autismo diante da presença de um conjunto de sintomas e alterações observada em idade muito precoce, antes dos três anos de idade. Esse distúrbio do desenvolvimento vem sendo estuda-do a mais de seis décadas, contudo ainda permanecem algumas divergências. Estima-se que 20 a cada 10 mil nascidos sejam portadores de autismo, não existe uma causa específica na etiologia que envolve essa síndrome, o autismo pode acontecer de forma isolada ou em combinação com outros distúrbios mentais. Considerando a importância da promoção de saúde bucal, sobretudo em pacientes com necessidades espe-ciais, estudos que abordem o oportuno diante da escassez dos profissionais que atendem esse público. Em se tratando do tratamento odontológico em pacientes autistas, muitas vezes, é considerado desafiador tan-to para os pais como para os profissionais. Isto decorre da dificuldade de abordagem, do comportamento repetitivo e limitado, sobretudo na recusa em responder aos comandos, condições difíceis frequentemente encontradas. Em contrapartida, sabe-se que a abordagem terapêutica adotada pode interferir de sobre-maneira na resposta desses pacientes ao tratamento proposto. Atendimentos odontológicos nesse público devem iniciar em idade bem precoce, pois muitos problemas bucais podem ser evitados se os pais forem instruídos a cuidar da higiene bucal dessas crianças para que a prevenção possa ser mantida, evitando a necessidade de abordagens curativas. Diante disso, o presente estudo mostra os desafios enfrentados por pais e cirurgiões-dentistas na realização do tratamento odontológico em pacientes autistas, tendo como objetivo descrever um caso clínico por meio de diferentes formas de abordagem que contribuem para um atendimento eficaz e seguro. O caso apresentado corresponde a um atendimento em consultório odonto-lógico de uma criança autista. M.V. N., gênero masculino, com 11 anos de idade, diagnosticado aos 2 anos e 8 meses de idade, com grau severo de TEA e muita dificuldade em abordagem, pois devido a tratamentos odontológicos anteriores mal sucedidos instalou-se um trauma. Com base na literatura revisada e no re-sultado clínico alcançado, observou-se que um atendimento odontológico adequado no condicionamento, permitem êxito no tratamento. Desta forma é de suma importância ações educativas efetivas, menos des-gastantes e traumáticas durante os cuidados da saúde bucal destes pacientes, pois permite uma rotina de maior frequência nas visitas dos pacientes autistas no consultório odontológico.

Palavras-chave: autismo, deficiência intelectual, odontologia preventiva.

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ODONTOPEDIATRIA

REABILITAÇÃO PROTÉTICA COM COROA DE AÇO EM DECÍDUO TRATADO ENDODONTICAMENTE SEM SUCESSOR PERMANENTE

Tamaar Lobo Peschieira ([email protected])Uningá

Gabriela Cristina SantinLucimara Cheles da Silva FranzinThalita Paro Piazzon de Oliveira

Daniela Fernandes CeronCarla Martins

Apesar dos dentes decíduos permanecem por período curto na boca, eles são muito importantes para a função mastigatória, articulação, oclusão, fonação, estética e ainda, para a evolução correta do sistema mastigatório. É comum na prática clínica nos depararmos com destruição precoce de dentes decíduos, principalmente os posteriores, por apresentarem menor espessura de esmalte e dentina quando relaciona-dos aos dentes permanentes e por serem de difícil acesso se tratando de higienização, criando assim, um ambiente agradável e propício para instalação e progressão da doença cárie. No entanto, se não diagnos-ticada precocemente, a cárie pode levar a uma destruição significativa das estruturas dentárias, que con-sequentemente requerem intervenções protéticas, estando entre elas a utilização de coroas de aço. Essas coroas são indicadas em casos de ampla destruição coronária por hipoplasia, quando apresentam ame-logênese/dentinogênese imperfeita (dificuldade de retenção de material adesivo), para os que sofreram tratamento pulpar e por perda da dimensão vertical por cárie precoce na infância. Esse material tem como vantagem, o baixo custo, curto tempo operatório, facilidade da técnica e longevidade. Com isto, este tra-balho tem como objetivo relatar um caso clínico de uma criança que possuí agenesias e necessitou do uso de coroa de aço para reabilitação protética após o tratamento endodôntico. Paciente do sexo feminino, 11 anos e 5 meses de idade, compareceu a Clínica Odontológica do Centro Universitário Ingá, para ser atendida no Projeto de Extensão Cenita, que atende crianças de famílias de baixa renda. Durante o exame clínico, foi possível observar higiene bucal deficiente e cárie extensa no elemento 75 e 85. Ao exame radiográfico, foi constatado hipodontia correspondente aos elementos 15, 24, 25, 35 e 45 e lesão inter-radicular no dente 75. Foi passado um plano de tratamento onde as opções terapêuticas eram tratamento endodôntico no 75 e 85, sendo posteriormente o 85 restaurado com resina composta e o 75 devido ao grau de destruição da coroa, ausência do sucessor permanente e o baixo poder aquisitivo da família, optou-se pela realização da coroa

de aço. Nas consultas de retorno, foi observado a boa adaptação da coroa de aço e relatado pela paciente conforto mastigatório. Sendo assim, conclui-se que a reabilitação dentária em pacientes infantis com co-roa de aço é uma abordagem eficaz, pois além de restabelecer a função mastigatória na dentição decídua, recupera o espaço mesio-distal e no caso, mantem o dente decíduo no lugar do permanente até este sofrer rizólise fisiológica por completo.

Palavras-chave: hipodontia, odontopediatria, prótese dentária.

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PEDIATRIA/ORTODONTIA

ANOMALIA DE DESENVOLVIMENTO DENTÁRIO: MACRODONTIA – RELATO DE CASO CLÍNICO

Nome Juliana Piassa Brito ([email protected])Unicesumar

Orientadora: Profa. Dra. Cintia Gaio Murad;Profa. Dra. Emília Teruko Kobayashi;

Jeniffer Ronchi

Anomalias no desenvolvimento do dente são observadas com relativa frequência e afetam o tamanho, for-ma, número e mineralização dos dentes. A macrodontia é considerada uma alteração de desenvolvimento, apresentada como um aumento anormal das dimensões de um elemento dental, comparado às dimensões habituais do dente envolvido. Em dentes anteriores pode ocorrer na dentadura decídua ou permanente, podendo ser unilateral ou bilateral. Trata-se de uma anomalia de forma pouco frequente na população mundial, que apresenta prevalência menor que 1%. Esta alteração é encontrada comumente na região an-terior e superior, da mandíbula, podendo estar relacionada com síndromes. As condições de macrodontia envolvem fatores periodontais, estéticos e aspectos ortodônticos. As complicações habituais da macro-dontia estão associadas a apinhamento, má oclusão, impactação, e além disso, tem uma maior predispo-sição para a doença cárie, por ser um dente com uma maior área e uma superfície não tão bem formada, quando à de dentes de série normal. Para diagnóstico, a radiografia se torna fundamental, de forma a auxi-liar o cirurgião-dentista a diferenciar a macrodontia da fusão dentária e da geminação, que são anomalias de desenvolvimento dentário com aspectos clínicos muito parecidas. Vários tratamentos são mostrados na literatura, como restaurações, próteses, terapia pulpar, exodontia, controle longitudinal e ortodontia. O que determina a escolha do tratamento são as características clínicas e radiográficas observadas, e a condi-ção psicológica do paciente. O objetivo deste trabalho é relatar um caso clínico de um paciente, do gênero masculino, 13 anos de idade, em dentição mista, atendido na clínica odontológica da Unicesumar para tratamento ortodôntico. No exame clínico, foi observado que o incisivo central superior direito exibia alte-ração na borda incisal, e coroa clínica com largura mésio-distal maior que o seu homólogo, que apresentava aspecto normal. Nos exames radiográficos periapical e panorâmico, foi confirmada a diferença de tama-nho entre os dois dentes, na coroa e também nas dimensões da raiz, mas com um único canal radicular. A câmara pulpar e o conduto do dente 11 apresentavam-se mais volumosos, comparados com o dente 21. O paciente está atualmente sendo acompanhado no tratamento de ortodontia preventiva para controle do espaço. Após a finalização deste tratamento, será avaliado para tratamento restaurador estético adequado.

Palavras-chave: macrodontia, anomalia dentária, ortodontia.

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ODONTOPEDIATRIA

UTILIZAÇAO DA PRÓTESE DENARI MANTENEDOR DE ESPAÇO ESTÉTICO-FUNCIONAL NA PRIMEIRA INFÂNCIA - RELATO DE CASO

Thalita Paro Piazzon de Oliveira ([email protected])Instituição de Ensino Centro Universitário Ingá

Prof. Ms. Helder Dias CasolaRenata Paula C1ortati Rabelo

Tamaar Lobo PeschieiraHeloisa de Oliveira NunhesDaniela Fernandes Ceron

A prótese Denari trata se uma prótese parcial fixa modificada. A principal característica desta prótese, que a diferencia de uma prótese utilizada em adultos é a presença de conectores com o sistema tubo-barra. A estrutura metálica de um dos dentes de apoio apresenta uma barra que se encaixa em um tubo presente no pôntico, este sistema não é fixo, o que permite o distanciamento lento entre o retentor e o pôntico, através do deslocamento da barra, que ocorre crescimento da pré-maxila. A reposição do dente decíduo perdido prematuramente é indicada para que não haja consequências estéticas, funcionais (fala e mastigação) e psicológicas. Crianças na primeira infância não possuem maturidade e cooperação para o uso de próteses removíveis. Assim sendo, indica-se as próteses parciais fixas modificadas. Dessa forma, o objetivo deste trabalho é apresentar um relato de caso de uma criança, sexo masculino, de 2 anos e 5 meses de idade que compareceu a clínica odontológica em Maringá-PR, após ter sofrido traumatismo dentário na região ântero-superior, devido a uma queda. No exame clínico pôde-se observar ausência dos dentes 51, 52, 61 e 62. Durante a anamnese a família informou que o fato ocorrido, já havia se passado a 03 (três) meses, ques-tionou quanto à possibilidade de reposição do dente perdido, pois a criança estava tendo prejuízos para se socializar, relatava queixa durante mastigação e consequentemente estava deixando de se alimentar corretamente, causando também danos nutricionais, como a mãe fez questão de ressaltar, a perca de peso da criança, como o re-implante do dente decíduo não é indicado, e a criança era muito jovem e imatura para se adaptar a próteses removíveis, o tratamento de escolha foi a confecção de uma prótese parcial fixa modificada. Optou se pelo apoio da sedação consciente, assistida pelo médico-anestesista, tudo para não traumatizar o paciente e a família. Onde com sucesso a prótese Denari foi instalada em uma única sessão sem maiores intercorrências alcançando o objetivo do tratamento proposto. Assim podemos concluir que a Prótese Denari é de grande eficácia, pois, além de suprir as necessidades dos nossos pequenos pacientes mantendo o espaço dos dentes permanentes que estão por irromper no arco, são de boa aceitação estética,

baixo custo e fácil confecção, trazendo conforto e funcionalidade aos pequenos.

Palavras-chave: prótese parcial fixa, dente decíduo, traumatismos dentários.

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ORTODONTIA/PEDIATRIA

TRATAMENTO CLÍNICO FRENTE A MÚLTIPLOS TRAUMAS DENTÁRIOS NO PACIENTE INFANTIL DECORRENTE DE ACIDENTE CICLÍSTICO

Lucas Masaru Marubayashi ( [email protected] )Universidade Estadual de Maringá

Gabriela Cristina SantinJéssica Behrens CrispimAndressa Mioto Stabile

Marina de Lourdes Calvo Fracasso

Os traumas dentários são injúrias frequentes em crianças e adolescentes, e sua prevenção tem sido um pro-blema em função da etiologia e do grupo de idade em que ocorrem. Quando as lesões traumáticas afetam os dentes decíduos o objetivo principal é evitar maiores consequência ao dente afetado e, principalmente sequelas nos dentes permanentes sucessores. Os traumas dentários na infância e adolescência são particu-larmente relevantes em termos de saúde pública, pelo custo do tratamento, pela necessidade de acompa-nhamento durante um tempo relativamente extenso visto as consequências das injurias e pela possibilida-de de prevenção. Aproximadamente 40% das crianças têm seu primeiro contato com o odontopediatra em função de uma lesão traumática. Nos dentes decíduos, os traumas dentários ocorrem com maior frequência nos primeiros anos de vida, entre 1 a 3 anos de idade, quando as crianças estão na fase de exploração de am-bientes e aprendendo a andar. A fratura coronária é o tipo de trauma mais comum, podendo ser fratura de esmalte, esmalte/dentina, esmalte/dentina/polpa, além de fraturas radiculares. Os traumatismo podem também afetar o tecido de suporte, podendo ser concussão, subluxação, luxação lateral, luxação intrusiva ou extrusiva e avulsão. Sendo assim o objetivo do presente trabalho é descrever a abordagem clínica reali-zada, frente a múltiplas lesões traumáticas. Paciente M.A.S.O, do sexo masculino, melanoderma, de 8 anos de idade, sistemicamente saudável, compareceu a clínica odontológica da Universidade Estadual de Ma-ringá, juntamente com seu responsável, encaminhado pelo hospital universitário de Maringá após atrope-lamento por um ciclista. No hospital foi realizado o atendimento de urgência, as suturas foram realizadas e paciente foi medicado. Ao exame clínico e radiográfico foi observado a avulsão dos dentes 52, 51, 61, 62, 63 e também o germe do dente 11; fratura de esmalte e dentina no dente 42; fratura radicular no dente 64; Per-da da tábua óssea vestibular da região dos incisivos superiores, deixando os dentes permanentes expostos; além de lacerações e edema extraoral. Instruções de higiene e dieta foram reportadas à mãe e ao paciente. Foi realizada a exodontia do dente 64, e restauração do dente 42. Conclui-se que o correto planejamento e um bom conhecimento sobre as lesões traumáticas, além da realização de acompanhamentos periódicos, se faz necessário para um bom prognóstico e evolução do caso.

Palavras-chave: traumatismos dentários, odontopediatria, avulsão dentária.

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ORTODONTIA/PEDIATRIA

LESÃO DE GLÂNDULA SALIVAR EM LÁBIO INFERIOR NO PACIENTE INFANTIL: RELATO DE CASO

Gabriel Petrolini Casagrande ( [email protected] )Unicesumar

Carina Faleiros DemitoBeatriz de Souza da Silva Zamboni Martins

Lucas Masaru MarubayashiIsabela Cristina Ribeiro dos Santos

Mucocele é uma lesão comum na mucosa bucal, que resulta da ruptura de um ducto de glândula salivar e consequente derramamento de mucina para o interior dos tecidos moles circunjacentes. Frequentemente este derrame resulta de trauma local, embora em muitos casos a etiologia seja indefinida. É uma lesão não infecciosa benigna que clinicamente apresenta-se como uma lesão em forma de bolha, bem circunscrita, mole à palpação, com superfície lisa e brilhante, e tamanho variado. Quando localizada superficialmen-te, tem coloração azulada ou translúcida e, quando mais profunda, tem coloração semelhante à mucosa. Frequentemente afeta a cavidade bucal de crianças e adultos jovens, localizando-se geralmente na porção interna dos lábios inferiores, mas pode ser encontrada também no lábio superior, mucosa jugal, palato, região retromolar e ventre de língua. A mucocele pode regredir espontaneamente, entretanto, em alguns casos, pode ser necessária a excisão cirúrgica da lesão. O objetivo deste trabalho é relatar um caso clínico de uma lesão de glândula salivar, em uma criança do gênero feminino, M.L.P.Q., 6 anos de idade, com boa saúde geral, que compareceu à Clínica Integrada Infantil de Odontologia da Unicesumar – Centro Univer-sitário de Maringá, juntamente com seu responsável. Durante a anamnese, foi relatado que a paciente tinha hábito de sucção labial e apertamento noturno. A queixa principal era o surgimento de “uma bolinha” no lábio inferior que incomodava a paciente, principalmente quando esta sorria. Após o exame físico e clínico detalhado, observou-se uma lesão flutuante, bem circunscrita, de consistência mole, medindo entre 1,5 a 2 milímetros no lábio inferior. Chegou-se a hipótese de diagnóstico de mucocele. Com o consentimento de seu responsável foi realizado como planejamento do caso a remoção completa da lesão. Realizou-se então anestesia infiltrativa em torno da lesão, pinçamento da mesma e excisão com bisturi contornando a lesão. Os tecidos foram levemente divulsionados e as glândulas salivares que estavam ainda presentes foram de-vidamente removidas. Em seguida, a região foi suturada. A lesão foi enviada para exame histopatológico, e o laudo confirmou a hipótese de diagnóstico. A paciente ainda encontra-se em acompanhamento e não

apresentou até o momento nenhum tipo de intercorrências ou recidiva. Conclui-se então, que o conheci-mento sobre as lesões, planejamento e uma boa execução cirúrgica se faz necessário, para uma boa evolu-ção e prognóstico do caso.

Palavras-chave: mucocele, excisão cirúrgica, lesão de glândula salivar.

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ORTODONTIA

O PAPEL DA ATIVAÇÃO INADEQUADA DA CONTENÇÃO 3X3 MODIFICADA NA VESTIBULARIZAÇÃO E RECESSÃO GENGIVAL DOS

INCISIVOS INFERIORES

Giovana Romano de Oliveira ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Roberto Masayuki HayacibaraDebora Reis Dias

A colocação de contenção ortodôntica após a conclusão do tratamento ortodôntico, é necessária para evi-tar um possível desalinhamento dentário, causado pelas alterações do arco, com o passar dos anos. Entre as contenções fixas, está a contenção modificada (modelo modificado de Lew) desenvolvida por Bicalho & Bicalho em 2001, confeccionada com fio de aço 0,6mm e idealizada para facilitar a higiene com o fio dental nas áreas interproximais. Apesar das contenções fixas serem descritas como eficazes, seguras e previsíveis, ainda assim estão sujeitas a complicações, dentre estas a distorção do fio e o torque indesejado, provo-cando o deslocamento das raízes para fora do envelope ósseo e, consequentemente, à recessão gengival. O objetivo do presente trabalho é relatar a casuística que sugere a possível ligação entre a vestibularização da raiz e recessão gengival com a ativação inadequada da contenção 3x3 modificada. Foi feita uma análise retrospectiva de prontuários, que resultou em 21 casos de pacientes que tiveram a contenção 3x3 modifica-da ativada inadequadamente, o que possivelmente resultou na vestibularização de raiz e recessão gengival dos dentes. No primeiro caso, a paciente J.F.C.R, gênero feminino, 24 anos, compareceu à clínica odonto-lógica queixando-se de recessão gengival. Relatou ter usado aparelho ortodôntico por 3 anos e removeu há 4 anos, possuía contenção 3x3 modificada que se soltava com frequência. No exame clínico, notou-se a vestibularização da raiz e recessão gengival de 4,5mm (V) no dente 31. Diante disso, passou por tratamento ortodôntico para corrigir a posição da raiz e foi realizado recobrimento radicular com enxerto de tecido conjuntivo na região, com acompanhamento de 6 meses, sem complicações. No segundo caso, a paciente R.A.P, gênero feminino, 24 anos, compareceu à clínica odontológica queixando-se de recessão gengival, que havia notado há 3 meses, após ter enroscado as cerdas da escova de dentes na contenção 3x3 modifi-

cada. Mencionou uso de aparelho ortodôntico por 1 ano e 2 meses e remoção há 9 anos. No exame clínico, constatou-se vestibularização da raiz e recessão de 5,5mm (V) no dente 31. O mau posicionamento foi cor-rigido através da ortodontia e realizou-se recobrimento radicular na área com enxerto de tecido conjuntivo e acompanhamento de 6 meses, sem intercorrências. Sendo assim, os dois casos receberam abordagem combinada da ortodontia e periodontia visando o restabelecimento da função e estética à longo prazo. Por-tanto, a possibilidade de tal ativação inesperada, ressalta a importância do monitoramento regular destes dispositivos, bem como os pacientes e dentistas devem ser informados sobre estas complicações e como detectá-las, especialmente em estágio inicial.

Palavras-chave: contenção, vestibularização, recessão gengival.

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ORTODONTIA∕PEDIATRIA

ORIGEM GENÉTICA DAS AGENESIAS DENTÁRIAS NÃO-SINDRÔMICAS: REVISÃO DE LITERATURA

Bruna Zinhani ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Laurindo Zanco Furquim

A agenesia dentária pode ser definida como uma condição na qual o indivíduo apresenta um ou vários den-tes ausentes devido a um transtorno na lâmina dentária que impede a formação do germe dental. De acordo com a sua gravidade, pode ser subdividida em hipodontia, oligodontia e anodontia. Essa displasia pode acontecer como parte de uma síndrome, como, por exemplo, nos casos de Síndrome de Witkop ou pode estar relacionada a um padrão familiar, ligada a genética, podendo ser passada por sucessivas gerações. Por esse motivo, estudos a níveis moleculares vêm sendo realizados para que melhor se entenda a origem genética. O objetivo do presente trabalho é reportar quais os principais genes e mutações envolvidos nas agenesias dentárias não-sindrômicas encontrados na literatura dos últimos 10 anos. Para isso, foi realizado um levantamento bibliográfico nas bases de dados PubMed, Scielo e Science Direct com as palavras-chave em inglês “tooth agenesis”, “dental missing”, “genetic”, “oligodontia” e “hypodontia”. Estes estudos já provaram que existem ao menos 300 genes envolvidos no desenvolvimento e formação dos dentes, alguns exercendo forte influência e outros menor influência na codificação de fatores transcricionais, receptores ou fatores de crescimento que são expressos em estágios específicos do desenvolvimento dentário. Acredi-ta-se que a agenesia dentária resulte da expressão alterada, devido a uma mutação, de um ou mais desses genes durante o início e a morfogênese precoce do germe dentário. Foram encontrados diversos estudos que comprovam que os principais genes envolvidos são PAX9, MSX1 e AXIN2, que sofrem mutações do tipo frameshift, missense ou nonsense, podendo levar a uma haploinsuficiência. De acordo com a literatura, é possível saber que PAX9 se encontra no cromossomo 14 e que está relacionado a inúmeros casos de oligo-dontia. Além de ser responsável por regular a expressão de BMP4 que, por sua vez, regula a expressão de MSX1. Em relação a este gene, MSX1, os autores afirmam ser encontrado no cromossomo 4 e é associado a ausência de pré-molares. E por fim, o gene AXIN2 localizado no cromossomo 7, foi relacionado a casos de oligodontia e, principalmente, anodontia familiar. Os resultados dessa revisão contribuem para o melhor entendimento das agenesias dentárias no âmbito acadêmico e por parte do cirurgião-dentista.

Palavras-chave: agenesia dentária, genética, ortodontia.

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ODONTOPEDIATRIA

PROTOCOLOS PARA INDICAÇÃO DE SELANTE EM PACIENTES INFANTIS

Fabiana Cristina Regioli([email protected])

UningáGabriela Cristina SantinDaniela Fernandes Ceron

Simone Cristina HalmenschlagerLucas Masaru Marubayashi

Julia Cieslak Correa

A cárie dentária é uma doença multifatorial que afeta a maioria das populações em todo o mundo, carac-terizada por uma lesão de processo dinâmico que pode progredir, estabilizar ou reverter, de acordo com os hábitos do indivíduo e seu conhecimento sobre saúde bucal. Sendo assim, é indispensável que o profissio-

nal avalie o grau e atividade da lesão, além do indivíduo como um todo, orientando e gerando qualidade ao seu tratamento. Ainda que existam diversas opções de tratamento para a doença cárie na odontologia atual, o índice de cárie ainda é bastante elevado, sendo atualmente maior em crianças, no qual as lesões ca-riosas são localizadas principalmente em região de fossas e fissuras de dentes posteriores, onde a anatomia dificulta a higienização efetiva. Portanto, podemos utilizar em alguns casos, o selante de fossas e fissuras, podendo ser utilizado em técnica preventiva ou terapêutica em pacientes com risco à cárie ou com lesões já instaladas, minimizando assim o desenvolvimento da doença cárie. Apesar da fácil aplicação, o sucesso do selante está associado a sua correta indicação, realização adequada da técnica, execução e escolha do material, tornando dever do profissional buscar conhecimento de suas aplicações para garantir a eficácia de sua utilização, visto que, os diversos materiais utilizados como selante possuem indicações e técnicas diferentes, necessitando de cuidados específicos em suas aplicações. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão dos principais protocolos sobre o uso de selantes de fossas e fissuras, discorrendo

sobre suas indicações, materiais e técnicas em pacientes infantis. Foram revisados os protocolos publicados pela American Academy of Pediatric Dentistry (AAPD), Associação Brasileira de Odontopediatria (ABO-ped), Associação Brasileira de Ensino Odontológico (ABENO) e de revisões sistemáticas publicadas na base de dados da Cochrane. Em todas as referências, priorizou-se pela publicação mais atualizada. Conclui-se que o selante é uma intervenção extremamente eficaz na redução da incidência de lesões cariosas nas su-perfícies oclusais, desde que o profissional saiba utilizá-lo de maneira correta, de acordo com as normas preconizadas, associando o uso racional do flúor, controle de dieta, boa higienização e acompanhamento adequado, sendo recomendado até mesmo na presença de cáries incipientes.

Palavras-chave: odontopediatria, cárie dentária, restauração dentária temporária.

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PRÓTESE

O EFEITO DO USO DO PINO INTRADENTINÁRIO DE FIBRA DE VIDRO NA RESTAURAÇÃO DE RESINA COMPOSTA

Weslley Souza Petyk ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientador: Sérgio SábioAna Cláudia Ramin Silva

Clóvis Lamartine de Moraes Melo NetoMaria Luisa Gomes Ferreira

Tarso Lorga

Pinos intradentinários metálicos (PIMs) são utilizados quando há grandes perdas de estruturas dentárias associados a uma restauração direta, eles objetivam o fornecimento de maior retenção ou resistência a fra-turas para as restaurações. Porém, os PIMs podem prejudicar a estética em restaurações de resina compos-ta. Além disso, o ato de rosquear o PIM, na dentina promove stress que pode gerar complicações técnicas. Por esse motivo, outros materiais têm sido propostos como forma de substitui-los, um exemplo é o pino intradentinário de fibra de vidro (PIFV), instalado pela cimentação adesiva, evitando tensões provocadas pelo rosqueamento, além de, sua cor branca proporcionar uma facilidade na obtenção de estética. Deste modo, o objetivo do estudo foi comparar a resistência a fratura entre restaurações contendo o PIM e res-taurações contendo PIFV. A metodologia utilizada foram 45 dentes bovinos anteriores hígidos divididos aleatoriamente em 3 grupos (n=15). Grupo I (controle) dentes restaurados apenas com resina composta, sem reforço, cada platô incisal foi condicionado com ácido fosfórico a 37% e lavado abundantemente. O sistema adesivo foi passado e, então fotopolimerizado. A RC Bulk Fill® foi adicionada com uma espátula de inserção, através da técnica incremental, sendo que cada incremento de 2 mm foi fotoativado por 20 se-gundos. Então foi formada uma restauração de 3,5 mm de altura, 2,5 mm de espessura vestíbulo-lingual e um degrau palatino 0,5 mm acima do platô incisal. Com o Grupo II – dentes restaurados com reforço (PIM) com uma broca metálica, foi confeccionado um orifício no centro do platô incisal na dentina, o pino de aproximadamente 5 mm foi instalado manualmente; Grupo III – dentes restaurados com reforço (PIFV). O teste resistência a fratura foi realizado na máquina universal de ensaios, onde uma força de compressão foi aplicada, e a velocidade de aplicação da força foi de 1 mm por segundo de forma constante até que ocor-resse a fratura da restauração. O resultado obtido no teste Tukey (p≤0,05) mostrou que quanto a variável força máxima (KgF), não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos (p = 0,272). O teste

Qui-quadrado mostrou que os grupos II e III apresentaram mais de 70% de fraturas do tipo coesiva-adesiva quando comparados ao grupo I (mais de 70% de fraturas adesivas), sendo essa diferença estatisticamente significante (p< 0,05). Portanto, conclui-se que, os pinos intradentinários testados não aumentaram a re-sistência a fratura, entretanto com a utilização dos mesmos, houve uma predominância de fraturas coesi-vas-adesivas.

Palavras-chave: pino intradentinário, fibra de vidro, metálico.

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PRÓTESE

UMA ALTERNATIVA REABILITADORA ESTÉTICA E FUNCIONAL PARA DENTES POSTERIORES DESVITALIZADOS

Ellen Namie Hayashi ([email protected]) Universidade Estadual de Maringá

Orientador: Sérgio Sábio Ana Cláudia Ramin Silva

Weslley Souza Petyk Rodrigo Lorenzi Poluha

Clóvis Lamartine de Moraes Melo Neto

A reabilitação de dentes posteriores endodonticamente tratados sempre foi um desafio para os cirurgiões dentistas. As endocrowns se mostraram uma ótima alternativa em relação a técnica clássica, pois não há a necessidade de pinos intrarradiculares, além de apresentarem um menor custo, técnica simplificada por isso há uma redução do tempo de trabalho, maior preservação de remanescente dentário, longevidade, estética e devolução de função. O presente trabalho tem como objetivo relatar um caso clínico de uma pa-ciente de 32 anos de idade, sexo feminino, solicitou uma reabilitação definitiva para o dente 26 endodon-ticamente tratado e extensamente reconstruído por compósito que sofria continuas fraturas. A paciente exigia uma solução estética rápida, pois em um prazo de 10 dias não estaria mais na cidade. Posteriormente a análise radiográfica e confirmação do adequado tratamento endodontico, toda a restauração de resina composta foi removida. Após o exame clínico, foi proposto duas sessões através da confecção de uma coroa endocrown a paciente consentiu o tratamento e logo em seguida iniciou-se o preparo do elemento 26 com brocas diamantadas e expulsividade de 6° a 12° em cada parede e margens nítidas e angulação de aproxi-madamente 90º, ângulos internos arredondados, tendo no mínimo 1,2mm de profundidade no término e um estojamento em todo o preparo. Na moldagem foi feito o afastamento da gengiva com fio retrator e utilizou-se silicona de adição pela técnica de dois tempos. Após a moldagem, confeccionou-se uma pro-visória com resina acrílica através da escultura negativa e cimentada com cimento a base de hidróxido de cálcio. Na segunda consulta foi feito a prova da peça e adaptação, pontos de contato proximais e oclusais, cor e forma, depois da verificação desses itens, iniciou-se a cimentação que foi feita com cimento resinoso adesivo de cura dual passado em toda a extensão interna da peça e então assentada no elemento preparado, houve a fotopolimerização inicial, seguida da remoção dos excessos e a fotoativação em cada face da coroa que, somada a presa química, garantiu uma adequada cimentação. Com isso pode se concluir que as endo-crowns são uma ótima alternativa rápida para reabilitação definitiva de dentes posteriores, mostrando uma ótima estética e funcionalidade.

Palavras-chave: prótese dental, estética, reabilitação.

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PRÓTESE

UTILIZAÇÃO DE MINI PILAR OU ABUTMENT UCLA EM PROTOCOLOS SOBRE IMPLANTES

Eliane da Silva Santos ([email protected])Unicesumar

Orientadora:Priscila MoralezManfredo Zamponi

Cleverson Luciano TrentoVilmar Devanir Gottardo

Renato Zardetto Junior

Através de uma crescente procura na odontologia por reabilitações com implantes dentários, o cirurgião dentista devolve ao seu paciente qualidade na mastigação, estética dentre outros submetendo, assim seu paciente a uma fase cirúrgica, para colocação de implantes e fase protética e de uma forma mais segura com a escolha adequada de componentes protéticos, para minimizar os efeitos da força mastigatória exercida sobre esses pinos e uma maior previsibilidade e segurança do caso.O objetivo é apresentar um caso clínico, de uma cirurgia guiada NEO GUIDE que na fase protética,foi selecionado componentes intermediários, elencar a melhor indicação assim como suas vantagens e desvantagens.Ao indicar um protocolo sobre im-plante para o paciente è necessário uma minuciosa avaliação oral do mesmo,podendo esse ser parafusado diretamente sobre os implantes,utilizando abutment ucla. Esse cilindro acrílico por sua vez será fundi-do,em laboratório,podendo nesse passo não apresentar uma boa adaptação marginal,favorecendo acumulo de biofilme e afrouxamento do parafuso rosqueado sobre a prótese. Alguns casos onde existe uma altura limitada de espaço inter oclusal menor que 4,5 mm, ou implantes instalados muito próximos o abutment ucla será bem empregado.No relato do caso apresentado paciente F.S.A. de 56 anos,negou qualquer com-prometimento sistêmico,realizou as radiografias e tomografias para o planejamento do caso clinico. Após o correto planejamento o mesmo foi submetido a cirugia oral para a instalação de implantes e seleção de componentes logo após a cirugia.Os componentes de escolha foram os mini pilares,pois durante o plane-jamento cirúrgico ocorreu uma correta distribuição dos implantes, o espaço inter oclusal apresentava se maior que 4,5mm e implantes infra osso. Na sequencia os demais passos como utilização de transferes sobre os mini pilares,sua estabilização com resina acrílica quimicamente ativa (RAAQ)e a moldagem.No molde é colocado sobre os transferes análogos,ao qual ter por função apresentar no modelo a replica da posição do implante e sua plataforma. Apartir do modelo o laboratório confecciona a barra metálica,o cirurgião den-tista realiza a prova da barra,registros de mordida,ate a montagens dos dentes e sua acrilizaçāo. Conclui se que os mini pilares são componentes intermediários,que apresentam melhor adaptação sobre os implantes e barra metálica,obtendo assim uma boa estabilidade,e menor risco de acumulo de biofilme, sendo impor-tante para a longevidade das próteses e higiene do paciente uma vez que o mesmo apresentou perdas ósseas devido problemas periodontal,microorganismos próximo a superfície dos implantes leva a perda óssea,ca-racterizada como peri-implantite.

Palavras-chave: mini pilares, abutments ucla, protocolo bränemark.

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PRÓTESE/DTM

REABILITAÇÃO COM FACETAS E COROAS TOTAIS A INTERAÇÃO DA PERIODONTIA E DA PRÓTESE VISANDO A ESTÉTICA

DO PACIENTE – RELATO DE CASO

Gabriel Finkler ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Sérgio SábioAna Cláudia Ramim Silva

Henrique Fernando Borges Júnior

A busca constante da estética natural, juntamente com a evolução de técnicas avançadas garantiu ao clíni-co e ao paciente a oportunidade de alcançar resultados funcionais e estéticos a longo prazo. O objetivo do presente trabalho é relatar um caso clínico de reabilitação com facetas e coroas totais, após plastia gengival. Paciente G.M.G.D, 55 anos, gênero feminino, caucasiana, procurou a residência em prótese dentária da

Universidade Estadual de Maringá com a queixa principal de insatisfação dos elementos dentais do arco su-perior, em relação a cor, formato, alinhamento da borda incisal e tamanho. O exame clínico e radiográfico evidenciou um núcleo de pino de fibra de vidro no elemento 12, e um núcleo metálico fundido no elemento 24, com a necessidade de instalação de coroas totais. Pela demanda estética da paciente foi proposta a rea-lização de facetas nos elementos 13, 11, 21, 22 e 23, onde por meio de moldagem anatômica, foi realizado um enceramento diagnóstico para aprovação da paciente, fazendo uso de mock up. Em um primeiro momen-to, a satisfação foi parcial tendo em vista que apenas alguns critérios estéticos foram atendidos. A paciente almejava dentes maiores, porém o aumento não era possível na borda incisal pela ausência de trespasse horizontal e vertical. A paciente então, passou por avaliação da periodontia, visando uma plastia gengival com finalidade protética, e ganho na cervical dos elementos, o procedimento foi realizado e após o período cicatricial, foi executada uma nova moldagem, enceramento e prova de mock-up. Após o consentimento da paciente, iniciou-se o tratamento. Inicialmente, realizou-se o refino dos preparos dos elementos 12 e 24, seguido de moldagem para confecção da infraestrutura em dissilicato de lítio (e-Max). Uma moldagem

de transferência com os copings em posição foi feita e os provisórios recolocados. Com o enceramento foi feito também uma guia de desgaste para avaliação da espessura das facetas orientando o preparo, que se iniciou com o mock up em posição. Durante todas as etapas de preparo e moldagem fios retratores foram utilizados, após executada a moldagem em silicone de adição a mesma foi encaminhada para o laboratório, afim de, se confeccionar as facetas, juntamente com a aplicação de cerâmica das coroas totais. Após o envio das peças pelo laboratório, os elementos 12 e 24 foram cimentados com cimento ionomérico dual e, as fa-cetas com o cimento de facetas e laminados fotoativado. Após o término do caso a paciente demonstrou-se bastante satisfeita com os resultados obtidos, os quais acabaram por alcançar suas expectativas devolvendo harmonia para seu sorriso e conferindo um aumento de sua auto-estima.

Palavras-chave: faceta, reabilitação estética, coroa total.

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PRÓTESE/DTM

DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR MUSCULAR VERSUS ARTICULAR, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO BASEADO EM EVIDÊNCIAS

Paula Gabriela Vieira Chicora ([email protected])Universidade Estadual de MaringáOrientador: Rafael dos Santos Silva

Henrique Ferreira de Freitas MirandaEduardo Kurihara

Sérgio Sábio

Com uma prevalência estimada entre 3 e 15% da população mundial, as Disfunções Temporomandibulares (DTM), apresentam-se como o segundo tipo de disfunção mais comum dentro das dores orofaciais, após a dor dente (Bender SD, 2014). A Academia Americana de Dor orofacial (2010) define as DTMs como “um grupo de condições musculoesqueléticas e neuromusculares que envolvem as articulações temporomandi-bulares (ATM), os músculos mastigatórios e todos os tecidos associados, cujos sinais e sintomas são diver-sos, podendo incluir dificuldades na mastigação, fala e outras funções orofaciais”. Okeson, em revisão de literatura, observou uma prevalência de 40 a 60% de pelo menos um sinal detectável de DTM entre todas as pesquisas nos grupos analisados, e cita que “se os sinais e sintomas da disfunção mastigatória são comuns na população em geral, então o problema das DTM torna-se importante e deve ser abordado”. O presente trabalho tem como objetivo realizar uma revisão de literatura acerca das desordens temporomandibula-res, bem como apontar os principais sinais e sintomas entre as DTMs musculares e articulares. Os sinais da DTM são comumente detectados entre a segunda e quarta décadas de vida e acomete mais mulheres que homens, podendo chegar a uma proporção de 1:4. (Okeson, 2016). Tendo etiologia multifatorial, o conhecimento dos fatores predisponentes (que tornam o indivíduo susceptível), os desencadeantes (os que iniciam), e os perpetuantes (mantém a patologia) associados aos sinais clínicos e anamnese, são im-prescindíveis para o correto diagnóstico e tratamento. As DTMs classificam-se em dois tipos principais: as musculares e articulares.A DTM muscular acomete principalmente osmúsculos da mastigação e tem como sintoma a dor (mialgia) e a disfunção, a qual diminui a amplitude dos movimentos mandibulares. Todas as desordens da musculatura mastigatória não são iguais clinicamente, existem cinco tipos:co-contração protetora, dor muscular (mialgia não inflamatória), dor miofascial (mialgia com pontos-gatilho) e mialgia crônica mediada pelo sistema nervoso central. Já a DTM articularacomete as ATMs e seus componentes e tem também a dor (artralgia) e a disfunção, interrupção no movimento normal do côndilo-disco com produção de ruídos articulares, como sintomas esão divididas em quatro categorias principais: artralgia, desarranjo do complexo côndilo-disco (com e sem redução), hipermobilidade e distúrbios degenerativos. Deste modo, é de extrema importância que o cirurgião dentista saiba identificar as principais característi-cas, baseadas em evidências, porquanto não são raros os casos de pacientes portadores de DTM que chegam ao consultório odontológico.

Palavras-chave: dor orofacial, disfunção temporomandibular, diagnóstico.

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PRÓTESE/DTM

TOXINA BOTULÍNICA NO TRATAMENTO DO BRUXISMO – REVISÃO DE LITERATURA

Amanda Ayla Raimundini ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Rafael S. SilvaMatheus H. Ferreira

A versatilidade da toxina botulínica está cada vez mais sendo explorada por diferentes áreas da saúde. A sua utilização agora chegou na odontologia, onde ela pode ser utilizada para tratamento de dores orofa-ciais causadas por disfunção temporomandibular, bruxismo e tratamento estético para sorriso gengival. A toxina botulínica já é usada desde a década de 1960 na medicina por amenizar e retardar o surgimento das marcas de expressão. Ela também é largamente usada par para o tratamento de cefaleia crônica, enxaque-ca tensional, hiperidrose, também conhecida como sudorese em excesso. O alvo comum das terapias de bruxismo (ato de ranger os dentes) é o relaxamento muscular, e várias opções foram introduzidas para al-cançar este objetivo, incluindo a aplicação da toxina botulínica. Essa toxina é o produto de fermentação de Clostridium botulinum, um bactérias anaeróbias na formação de esporos. Devido a sua alta afinidade pelas sinapses colinérgicas, botulinum tipo A toxina (BoNT-A) produz um bloqueio na ligação da acetilcolina em direção à placa muscular, causando relaxamento muscular em dosagens terapêuticas. Assim, o BoNT-A foi introduzido como uma abordagem potencial para controlar o bruxismo em pacientes com dor miofascial dos músculos da mandíbula. No entanto, a literatura ainda não está clara sobre sua eficácia e a dose neces-sária para obter alívio da dor, mandíbula redução da rigidez e diminuição do número e da intensidade de eventos de bruxismo. Além disso, o conhecimento é incerto quanto ao melhor Protocolo de BoNT-A para o manejo do bruxismo (ou seja, número e intervalo entre injecções, locais dos músculos para a sua apli-cação), assim, apontando a necessidade de resumir as informações disponíveis. Existe falta de protocolos clínicos, padronização de dosagem e diferentes diluições dos preparos entre as várias marcas comerciais, o que pode contribuir para explicar o conhecimento incompleto sobre o tema. Conclusão é de que, apesar da escassez de trabalhos sobre o tema, a BoNT-A parece ser uma possível opção complementar de manejo para o bruxismo do sono, ajudando a minimizar os sintomas e a reduzir a intensidade das contrações dos músculos, embora sejam necessários mais estudos, especialmente quanto às indicações de tratamento para o bruxismo em si. Sabe-se que o bruxismo tem ação central e que o seu manejo através de terapias perifé-ricas como a aplicação de toxina botulínica acabam não tratando efetivamente o problema, apesar de fazer

algum sentido, se uma forma complementar, dentro de um plano de tratamento específico.

Palavras-chave: toxina botulínica, bruxismo, DTM.

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PRÓTESE

TRATAMENTO REABILITADOR APÓS REMOÇÃO DE FIBROMA CEMENTO OSSIFICANTE

Ana Cláudia Ramin Silva ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientador: Sérgio SábioClóvis Lamartine de Moraes Melo Neto

O fibroma cemento-ossificante é uma neoplasia óssea benigna de crescimento lento que acomete princi-palmente a região posterior da mandíbula e atinge principalmente o gênero feminino, durante a terceira ou quarta décadas de vida, porém, apesar de ser benigno é mutilante e exige um complexo tratamento reabilitador. O presente trabalho tem por objetivo descrever e discutir um caso de fibroma cemento-ossifi-cante que gerou grandes danos funcionais e estéticos sendo necessário uma extensa reabilitação protética. Paciente leucoderma, 41 anos de idade, gênero feminino, procurou a clínica odontológica da Universidade Estadual de Maringá queixando-se de mobilidade dentária e desconforto na região anterior da mandíbula. Ao exame físico intrabucal, notou-se uma tumefação vestibular e lingual de consistência dura à palpação, recoberta por mucosa normal, com deslocamentos dentários. Apesar disto, todos os dentes possuíam vi-talidade pulpar, com exceção do dente 42 que clinicamente apresentava se mais deslocado que os demais e radiograficamente possuía uma lesão radiolúcida em seu periápice. Foi realizada uma biópsia incisional, em seguida foi feita a realização de tomografia computadorizada e, planejou-se a enucleação do tumor se-guida de reconstrução local. Depois de um ano e dois meses, após analise radiográfica e clínica e observado o aspecto de normalidade foram realizadas instalações de 4 implantes, passados 6 meses a paciente foi en-caminhada para a reabilitação da função e estética, uma nova prótese total superior (PT) foi confeccionada, uma vez que a atual apresentava-se fraturada, com oclusão insatisfatória e a paciente possuía dificuldade na fonética e alimentação, e estética insatisfatória, a nova PT era importante para estabelecer a nova DVO e relações com as futuras novas próteses inferiores. Na mandíbula, após a inserção de 4 implantes, op-tou-se pelo uso de próteses aparafusadas. A PT confeccionada demonstrou melhor adaptação ao rebordo e o correto reestabelecimento de uma correta DVO e devolução da estética ao paciente. Visitas regulares ao cirurgião dentista são de fundamental importância para se descobrir esses tipos de patologias ainda no início e implantes ósseointegrados apresentam grande versatilidade em reabilitações e tiveram um papel fundamental para esse caso. A paciente possui acompanhamento de 5 anos, não houve recidiva da lesão, evidenciando assim o sucesso do tratamento.

Palavras-chave: reabilitação oral, prótese dentária, fibroma cemento ossificante.

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PRÓTESE/DTM

AVALIAÇÃO DA EFETIVIDADE DE APARELHOS INTRAORAIS COMPARADOS AO CPAP EM PACIENTES COM SÍNDROME DA APNEIA

OBSTRUTIVA DO SONO: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

Izabela Campos ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Rafael Santos Silva

A Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS) é uma desordem respiratória comum. Manifesta-se atra-vés do colapso repetido, parcial ou total, da via aérea superior (VAS) durante o sono, resultando na redução ou ausência do fluxo aéreo por mais de 10 segundos. Como consequência, o paciente costuma apresentar ronco alto, engasgos e/ou paradas respiratórias, sensação de sono não reparador, sonolência diurna, etc. A SAOS representa um importante problema de saúde pública, aumentando o número de acidentes de tra-balho e no trânsito e da morbimortalidade cardiovascular. O tratamento padrão ouro para a SAOS é o CPAP

(Continuous Positive Airway Pressure), uma máscara nasal firmemente aderida à face do paciente que gera um fluxo contínuo de ar, dilatando toda a VAS. Apesar de promover um sono mais reparador, reduzindo os sintomas, muitos pacientes relatam desconforto com o uso e acabam desistindo do tratamento. Uma alternativa são os aparelhos intra-orais (AIO), que protruem a mandíbula e, em casos selecionados, abrem o espaço aéreo. Neste contexto, o objetivo deste estudo foi avaliar se há melhora substancial da SAOS em pacientes submetidos ao uso contínuo de AIO quando comparado ao CPAP. O estudo foi conduzido por meio de uma revisão sistemática de literatura de acordo com a recomendação PRISMA, composta por um checklist de 27 itens e um fluxograma de 4 etapas. A questão de busca foi determinada de acordo com a es-tratégia PICOS, sendo ela “Pacientes com SAOS utilizando AIO, quando comparados ao CPAP, apresentam melhora substancial do transtorno?”. Os descritores foram selecionados a partir de uma pesquisa inicial nas ferramentas DeCS e MeSH Database. Como resultado, obteve-se as seguintes palavras-chave: obstructive sleep apnea, polysomnography, mandibular advancement device, oral appliance e randomized controlled

trials. O levantamento dos artigos ocorreu no período de julho e agosto de 2018. Os critérios de inclusão foram ensaios clínicos randomizados, publicados em inglês ou português, nos últimos 10 anos, indexados nas bases de dados PubMed, SciELO e MEDLINE, que abordassem a avaliação clínica do estado da SAOS dos pacientes tratados com AIO e CPAP, e que utilizassem o exame polissonográfico durante o desenvolvimen-to da pesquisa. Os dados obtidos foram analisados, a partir de 14 artigos selecionados após aplicação dos critérios descritos. Os estudos apontaram que a percepção dos pacientes quanto a redução dos sintomas foi similar em pacientes tratados com AIO e CPAP, com diferença estatística mínima a favor do CPAP. Ainda, houve melhora na pressão arterial de pacientes hipertensos entre 2 a 4 mmHg e leve redução da rigidez da parede arterial, com consequente diminuição do risco cardiovascular nas duas abordagens. Por fim, os es-tudos apontam uma melhora do sono, da qualidade de vida e em testes de direção também nas duas formas de tratamento. Mediante os resultados apresentados, pode-se concluir que AIOs devem ser considerados no tratamento de todos os níveis da SAOS, não apenas nos casos leves e moderados. Apesar do CPAP ser um dispositivo mais eficiente, a adesão ao tratamento pelo paciente e satisfação com os resultados foram maiores com os AIO.

Palavras-chave: apneia obstrutiva do sono, aparelho intraoral, CPAP.

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PRÓTESE

EFETIVIDADE DA RESISTÊNCIA ADESIVA EM DIFERENTES TRATAMENTOS DE SUPERFÍCIE CERÂMICA DE DISSILICATO DE LÍTIO

Diogo Henrique Nakaie ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Adilson Luiz RamosLísia Emi Nishimori

Marcelo GianniniTomohiro Takagaki

Junji Tagami

As cerâmicas de dissilicato de lítio (LDGC) têm sido amplamente indicadas para uso em odontologia, de-vido à sua versatilidade e excelentes propriedades, tais como: estabilidade química, biocompatibilidade, baixa condutividade térmica, propriedades mecânicas, alta resistência à compressão, difusividade térmi-ca, translucidez e fluorescência. Seu sucesso clínico depende de muitos fatores, entre eles a capacidade de ligação a materiais de cimento resinoso e substratos dentários. Assim, muitos tratamentos de superfície de cerâmica foram propostos para melhorar a força de união entre materiais de dissilicato de lítio e de resina. O objetivo da pesquisa foi avaliar diferentes tratamentos de superfície cerâmicas e da utilização de agentes silanizadores pertencentes aos adesivos odontológicos em cerâmicas de dissilicato de lítio. Os discos de dissilicato de lítio foram divididos entre 7 grupos que receberam tratamentos de superfície distintos: G1- ácido hidrofluorídrico a 5% (5HA) por 20 segundos + adesivo universal (SBU) (Scotchbond Universal, 3M ESPE); G2 – 5HA por 20 segundos + silano (Ceramic Primer, 3M ESPE) + SBU; G3 - Monobond Etch & Prime (Ivoclar Vivadent) por 60 segundos + SBU; G4 – sem tratamento de superfície + sinalo + SBU; G5 – ácido fosfórico 37% (37PA) por 20 segundos + SBU; G6 – 37PA por 20 segundos + silano + SBU, e G7 – 5HA por 60 segundos + SBU. Após tratamentos de superfície e aplicação de adesivos, foram utilizados tubos de silicone para a construção de cilindros de cimento resinoso (RelyX Ultimate, 3M ESPE) nas superfícies cerâmica, seguidos da ativação da luz. As amostras foram armazenadas em água por 24 horas e testadas em uma má-quina de teste universal de microcisalhamento. Os resultados foram expressos em MPa e os dados de resis-tência de união foram analisados por análise de variância de ANOVA seguido do post-hoc de Tukey (5%). Os padrões de falha foram analisados por Kruskal Wallis com comparações múltiplas de Dunn. A resistência de união entre as amostras apresentou irelevância estatística entre os grupos G1, G2, G3 e G7, apresentando valores superiores quando comparados entre os grupos G4, G5 e G6. Desta forma este trabalho apresentou

média adesiva aproximada entre o tratamento clássico de superfície cerâmica quando comparado ao novo material Monobond etch & prime.

Palavras-chave: resistêcia ao cisalhamento, adesão, cerâmica.

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PRÓTESE

RESTAURAÇÃO ESTETICA EM DENTE POSTERIOR COM COROA EM E.MAX ASSOCIADA A PINO DE FIBRA DE VIDRO: RELATO DE CASO

Weslley Souza Petyk ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientador: Sérgio SábioHelder Fernando Borges Junior

Clóvis Lamartine De Moraes Melo NetoRodrigo Lorenzi Poluha

Yasmin Firmino De Souza

Restauração estética vem se tornando cada vez mais populares na odontologia atual e, com o avanço das técnicas e materiais é possível estabelecer estética e função de maneira satisfatória e duradoura. O presente trabalho tem como objetivo relatar um caso clínico de restauração do elemento 35, com fratura coroná-ria, em uma paciente com alto índice de exigência estética. Paciente 47 anos, gênero feminino, procurou atendimento na Clínica Odontológica da Universidade Estadual de Maringá queixando-se de fratura coro-nária do elemento 35. Ao exame clinico observou-se fratura coronária distolingual sem invasão de espaço biológico no referido elemento e facetas de desgastes em incisivos, caninos e pré-molares, compatíveis com apertamento. No exame radiográfico constatou-se tratamento endodôntico satisfatório. O tratamento proposto foi a reabilitação do dente 35 com uma prótese parcial fixa e, após o consentimento do paciente foi solicitada a confecção de um núcleo de preenchimento com fibra de vidro e prótese parcial fixa em dissili-cato de lítio monolítico. Inicialmente, houve a remoção da restauração provisória, sob isolamento absoluto e desobturação dos canais radiculares. Terminado o preparo foram inseridos fios de afastamento gengival nº1 e nº 000 e em seguida moldagem do arco inferior com silicone de adição, a moldagem foi encaminhada ao laboratório. Na mesma sessão realizou-se a confecção de uma coroa provisória em resina acrílica. Após envio da coroa pelo laboratório, a mesma foi provada e seus contatos proximais e oclusais foram ajustados. Os pontos desgastados foram polidos mecanicamente e, a peça e o preparo foram condicionados para a cimentação. O processo se deu através de aplicação de ácido fluorídrico a 10 %, silano e adesivo. O cimento dual foi dosado, manipulado e inserido no interior da coroa e fotopolimerizado. Após este procedimento os excessos foram removidos e novamente sofreu fotopolimerização. Então, o fio de afastamento gengival foi retirado e o material excedente foi removido e polido com o auxílio de lâminas de bisturi nº 12, discos de granulação fina e tiras de lixa de poliéster. O dissilicato de lítio para coroas individuais é uma opção de tra-

tamento estético e confiável para dentes posteriores, apresentando altas taxas de sucesso. A utilização de pino de fibra de vidro pré-fabricado e moldagem com silicone de adição permitem a otimização do tempo de trabalho, resultando em um menor tempo clinico para a finalização do caso.

Palavras-chave: prótese dentária, pinos de retenção dentária, estética dentária.

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PRÓTESE/DTM

ASSOCIAÇÃO ENTRE DOENÇAS REUMATOLÓGICAS E DISFUNÇÕES TEMPOROMANDIBULARES

Matheus Herreira Ferreira ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Rafael dos Santos SilvaAmanda Ayla Raimundini

A articulação temporomandibular (ATM) é uma articulação sinovial localizada entre a mandíbula e o crânio na região anterior ao pavilhão auditivo, do lado direito e esquerdo. Essa articulação permite os movimentos de abertura e fechamento da boca e funções como mastigar, falar e engolir, sendo qualquer distúrbio desse complexo chamado de DTM (Disfunção Temporomandibular). Essas DTM podem sofrer com as chamadas comorbidades, que são doenças sistêmicas com manifestações que afetam o complexo músculo-articular da face, como por exemplo as doenças de origem reumatológica. Estas fazem parte de um grupo com mais de cem condições que podem afetar os rins, coração, pulmões, olhos, intestino, pele e principalmente o

aparelho locomotor, como os ossos, articulações, cartilagens, músculos, tendões e ligamentos. O diag-nóstico e tratamento de doenças reumatológicas com manifestações na face requer uma integração entre o reumatologista e o cirurgião dentista, para que seja corretamente realizado. Deste modo, o objetivo desse estudo é apresentar uma revisão de literatura, dos bancos de dados Scielo e PubMed, assim como livros texto, mostrando quais as implicações em estruturas articulares e musculares da cabeça e pescoço em pa-cientes com comorbidades de origem reumática. A literatura mostra que há uma gama de doenças reu-matológicas que afetam as estruturas da face, tais como: artrite reumatóide, artrite psoriática, osteoatrite, espondilite anquilosante, síndrome de Sjörgen, fibromialgia entre outras. O envolvimento da ATM nas con-dições previamente citadas pode sofrer considerável variação, desde pequenas erosões na cortical a severas destruições ósseas no côndilo, fossa articular e eminência articular, causando mudanças fisiológicas, como diminuição da mobilidade articular e até anquilose. Este mesmo envolvimento pode interferir na modula-ção de dor, que exacerba a hiperalgesia difusa (aumento da dor a estímulos normalmente dolorosos) e/ou alodínia (dor a estímulos normalmente não dolorosos). Fatores psicológicos, comportamentais e a genética também são citados por autores como fatores predisponentes quando se fala de quadros dolorosos. Porém, muitos autores reiteram que esses distúrbios podem ser silenciosos, e sem sinais ou sintomas que deflagrem uma correlação, ou procura do paciente por um profissional. Para o correto diagnóstico dessas interações é imprescindível o conhecimento do clínico para a realização de uma boa anamnese e exame físico somado a exames complementares como a tomografia e/ou a ressonância magnética que indiquem essa interação.

Palavras-chave: doenças reumáticas, articulação temporomandibular, osteoartrite.

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PRÓTESE

O IMPACTO DO EDENTULISMO NA QUALIDADE DE VIDA DOS IDOSOS: REVISÃO NARRATIVA DA LITERATURA

Viviane Silveira Ferreira Meneghini ([email protected])Unicesumar

Alessandro Gavazzoni

A população mundial de idosos está aumentando nas últimas décadas e este processo está acontecendo em diversos países em desenvolvimento, inclusive no Brasil. Atualmente, a população com mais de 65 anos re-presenta 9,22% da população brasileira, sendo estimado um crescimento desta porcentagem para 13,54% até o ano de 2030. Este envelhecimento da população causa diversos problemas de saúde pública como as alterações no sistema cardiovascular, sistema respiratório e no estado sistêmico em geral. Além disso, o processo fisiológico do envelhecimento leva a modificações sistêmicas da musculatura, ossos e sistema nervoso o que, em última instância, influencia a fisiologia do sistema estomatognático. Neste contexto, o principal problema está relacionado com o edentulismo, que pode ser definido como a perda de todos

os dentes e ocorre como consequência final de um processo multifatorial envolvendo aspectos biológicos (cáries, doença periodontal, patologias pulpares, traumas e câncer), assim como aspectos sócio-econô-mico-culturais relacionados com o tratamento dentário, como o acesso ao tratamento e preferências dos pacientes, por exemplo. No Brasil, 41,5% de indivíduos acima de 65 anos são edêntulos totais e esta perda dentária possui se relaciona com problemas sistêmicos. Dentre estes, é possível destacar as doenças cardio-vasculares e a diabetes. Estes dois problemas podem ser caracterizados como comorbidades e são, em úl-tima instância, ocasionados por problemas nutricionais. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar, por meio da revisão de literatura, o impacto do edentulismo na qualidade de vida dos indivíduos idosos. A qualidade de vida pode ser mensurada, de forma indireta, por meio de aspectos relatados pelos pacien-tes como o desconforto, dor, mastigação, fala, funções sociais, emocionais, autopercepção e auto-estima. Dentre os estudos verificados é possível afirmar que as análises foram feitas utilizando questionários e o exame intrabucal. Somado a isso, a utilização de Escala Visual Analógica (EQ-VAS) do instrumento EuroQol

(pesquisa que tem por objetivo estimar os parâmetros de valorização dos estados de saúde) foi umas das principais formas de avaliar a qualidade de vida dos indivíduos envolvidos. A partir deste trabalho é pos-sível concluir, de forma resumida, que o paciente edêntulo apresenta problemas mastigatórios e, conse-quentemente, existe um deficit nutricional. Em consequência disso, o indivíduo pode desenvolver ou pio-rar um quadro de doença cardiovascular ou de diabetes pré-existente que tende a diminuir sua qualidade de vida. Por fim, a partir desta revisão, é importante ressaltar que os profissionais envolvidos no tratamento de indivíduos que apresentam edentulismo devem estar atentos com relação a necessidade de aumentar a informação para que esta possa ser repassada com maior ênfase para a população.

Palavras-chave: edentulismo, qualidade de vida, idosos.

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REGENERAÇÃO DA PAPILA INTERDENTAL PÓS COLOCAÇÃO DE COROA PROVISÓRIA ÚNICA SOBRE IMPLANTE: UM RELATO DE CASO

Maicom Colombo Júnior ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Eduardo KuriharaRoberto Masayuki Hayacibara

Talita de Carvalho Kimura

A formação da papila interdental com reestabelecimento estético e funcional entre um implante único e um dente adjacente sempre foi um grande desafio na odontologia. Influenciada pela disposição dos dentes, pela recessão gengival e diastemas e determinada pelas relações de contato entre os dentes, pela largura da superfície proximal destes e pelo contato da junção cemento-esmalte, a papila interdental é composta por tecido conjuntivo denso revestido de epitélio bucal e possui como funções: preencher as ameias gengivais, auxiliar na sustentação dos dentes, fornecer estética, contribuir para a fonética e também atuar como bar-reira à compactação de restos alimentares. Sua ausência forma um “espaço negro” chamado também de “black space” que pode comprometer todas essas funções da papila, principalmente a estética. Para con-seguir uma neoformação da papila, é necessário que o profissional, em seu planejamento, predetermine um espaço tridimensional, se atentando nos principais fatores para a formação da papila: distância de até 5 mm entre o ponto de contato dos dentes e a crista óssea alveolar, condição saudável do tecido periodontal e do implante e prótese bem feita e adaptada. Dessa forma, o objetivo desse trabalho é relatar um caso clínico, que foi escolhido para esperar pela formação da papila espontaneamente em vez de imediatamente fechar o “black space”. Paciente do sexo feminino, 34 anos, compareceu em uma clínica odontológica particular localizada em Maringá - PR, com fratura no elemento 11 no sentido palatino vestibular. Após a avaliação clínica e radiográfica, foi indicada a extração do elemento dentário e a cirurgia para colocação do implante Straumann bone level Regular Crossfit (RC). Após 60 dias de cirurgia, a prótese provisória de resina acrílica de formato triangular foi instalada na região do dente 11. A instalação da coroa provisória permitiu a for-mação da papila naquela região e após 3 meses, foi possível visualizar a presença de papila entre o dente e o implante. Devido à condição incomum de formação de papila entre dente e implante, muitos profissionais optam por eliminar o “black space” com o dente provisório, porém, embora seja raro, o presente estudo nos mostra que é possível obter um resultado mais estético de maneira espontânea e mais natural.

Palavras-chave: papila dentária, implantação dentária, periodonto.

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PRÓTESE/DTM

REESTABELECIMENTO DA ESTÉTICA DO SORRISO POR MEIO DE PRÓTESES FIXAS EM ARCO COM REDUÇÃO DO ESPAÇO PROTÉTICO E

APINHAMENTO – RELATO DE CASO

Erica Ayumi Hoshino ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientador: Sérgio SábioHenrique Ferreira de Freitas Miranda

Ana Cláudia Ramin Silva

Resumo: A redução do espaço protético nas reabilitações orais é um fator limitante no planejamento, exe-cução e restabelecimento da função e estética do paciente, tendo em vista que dificulta o posicionamento do elemento, o que garante a retenção e a harmonia no arco. A finalidade do presente trabalho é a des-crição de um caso clínico com tal limitação nos incisivos superiores, que necessitavam da substituição de provisórios a pino instáveis que geravam insegurança e insatisfação na paciente, comprometendo sua au-toestima. Paciente M.F, 56 anos, compareceu a clínica odontológica da Universidade Estadual de Maringá, com o provisório do elemento 11 solto e necessidade de substituição por uma coroa definitiva. Durante o exame clínico constatou-se também instabilidade, alteração de cor e forma nos elementos 12, 21 e 22, e que apoiado ao exame radiográfico evidenciaram a mesma necessidade, além da insatisfação da paciente que se sentia constrangida em sorrir. Foi estabelecido o plano de tratamento, que se iniciou com a confecção de quatro padrões de fundição, nos incisivos centrais superiores para retenção das futuras coroas com núcleos metálicos fundidos. Após a cimentação dos núcleos, novos provisórios foram feitos pela técnica da bolinha, fornecendo mais retenção e segurança para a paciente que já se demonstrou motivada com o tratamento. Em virtude da redução do espaço protético, e apinhamento dental superior e inferior, o desafio estava no restabelecimento da estética e harmonia do arco, com o desarranjo das raízes. Após todos os provisórios serem instalados promovendo condicionamento gengival e perfil de emergência adequado dos preparos, foi realizada a moldagem para confecção de copings em dissilicato de lítio (e-max), a mesma foi executada com silicona de adição e pela técnica do duplo fio (00 e 000), posteriormente com a chegada dos copings, realizou-se uma moldagem de transferência comprovando a adaptação marginal nos elementos dentais. Por ser uma região estética optou-se pela coroas metal free, sendo necessário o condicionamento prévio das mesmas com ácido fluorídrico 10%, seguido de lavagem com água e posterior aplicação de ácido fos-fórico 37% e silano, a cimentação foi realizada com cimento resinoso dual. Já o tratamento dos elementos dentais foi feito com ácido fosfórico 37%, abundante lavagem, aplicação de adesivo e fotoativação. A subs-tituição dos provisórios pelos núcleos metálicos e coroas metal free foram imprescindíveis para devolver a estética e satisfação da paciente, que sentia receio de sorrir. A redução do espaço oclusal era um limitante do caso, mas com o correto planejamento e posicionamento dos núcleos e do preparo, foi obtido espaço suficiente para satisfazer a demanda estética e funcional da paciente.

Palavras-chave: coroa total, reabilitação oral, dimensão vertical de oclusão.

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PRÓTESE/DTM

LENTES DE CONTATO EM REABILITAÇÃO ESTÉTICA INDIRETA

Alana Castilho de Souza ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Sérgio SábioGabriel FinklerIzabela Campos

Ana Cláudia Ramim SilvaHenrique Fernando Borges Júnior

Atualmente, há diversas opções restauradoras disponíveis para dentes anteriores, através da realização de procedimentos diretos ou indiretos. A busca por uma odontologia estética encontra-se em contínuo avan-ço, visto que o número de pacientes que buscam um sorriso harmonioso cresce a cada dia. Além do quesito estética, os procedimentos restauradores podem restabelecer a função do elemento dentário e melhorar o bem-estar psicossocial do paciente, aumentado sua qualidade de vida. Dessa forma, o presente trabalho tem por objetivo relatar um caso de reabilitação estética com uso de facetas indiretas em porcelana e co-roa de implante unitário. Paciente do sexo feminino, 25 anos de idade, chegou a Clínica Odontológica da Universidade Estadual de Maringá apresentando queixa estética com relação aos dentes anteriores supe-riores, devido presença de coroa clínica curta. O plano de tratamento de escolha foi a realização de lentes de contato indiretas de porcelana nos elementos 15 ao 23, troca da coroa do implante unitário do elemento 24 e inserção de coroa total devido a extensa perda estrutural no elemento 25. Inicialmente, foi realizada a moldagem para execução de enceramento diagnóstico para uma posterior confecção de mock-up, com resina bis acrílica, determinando se as projeções estavam corretas e de acordo com o agrado do paciente. Concomitantemente a isto, houve a confecção da coroa total do elemento 25 para o implante. Posterior ao preparo dentário, uma moldagem em silicona de adição foi realizada com inserção de fios de retração gengival. Esta etapa é extremamente necessária para evitar distorções do material de moldagem, uma vez que o mesmo apresenta característica hidrofóbica e foi inserido em um meio em que há presença de líquido crevicular. Em seguida a moldagem com o material de escolha. Para finalizar o tratamento, as facetas fo-ram cimentadas e a coroa do implante e do dente 25 inseridas. Conclui-se, portanto, que gradativamente laminados cerâmicos apresentam-se como uma opção bastante eficaz nas questões estéticas levantadas por inúmeros pacientes, melhorando significativamente a qualidade de vida destes, levando em conta as principais características dessas restaurações, que são conservadoras e, em geral, possuem grande vida útil, embora atualmente não sejam tão acessíveis por conta de seu valor.

Palavras-chave: estética dentária, facetas dentárias, implante dentário.

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PRÓTESE/DTM

A RELATIVIDADE DO CONCEITO DE ESTÉTICA: RELATO DE CASO

Amanda Ayla Raimundini ([email protected])Eduardo Kurihara

Adriane da Conceição Oliveira

A estética é uma questão de percepção variada e que está associada à maneira como o indivíduo a inter-preta. O que constitui um padrão estético para uma pessoa em particular pode não ser aceitável para uma outra. A percepção estética pode diferir do dentista que é ensinado sobre os fatores ideiais do tratamento a de um paciente que não foi submetido a tal educação. Então, a comunicação dentista-paciente é o ele-mento fundamental para se garantir um resultado estético, eficiente e funcional. Entender o paciente e suas necessidades, bem como ajudá-lo a entendê-las é o primeiro passo para proporcionar um tratamento satisfatório. O presente trabalho tem o objetivo de descrever um caso da paciente L.N.S, de gênero femi-nino, 87 anos, que procurou atendimento na Clínica Odontológica da UEM com a necessidade de trocar a prótese total, pois esta havia sido feita em 1991, com 27 anos de uso. Durante a anamnese contou que ex-

traiu todos os dentes com 15 anos, fez sua primeira prótese em 1966 e nessa época o pai lhe deu um dente de ouro. Relatou, também, que só trocaria a prótese se fosse mantido o dente de ouro na nova. Frente ao caso, o tratamento instituído foi confecção de uma prótese total convencional, e no momento da entrega reali-zado a substituição do dente de estoque pelo dente de ouro, realizado na mesma sessão clínica. Podemos concluir, então, que o conceito estético apresenta duas dimensões: subjetiva e objetiva. A beleza subjetiva é uma qualidade relacionada ao gosto pessoal. É como sintetizou Voltaire: "a beleza está nos olhos de quem vê." Esta percepção vem influenciada por conceitos culturais, raciais e étnicos e pode variar muito. Já a beleza objetiva é baseada na consideração do próprio objeto. São princípios científicos e artísticos que fo-ram estabelecidos ao longo dos anos através de registros de pacientes, modelos de diagnóstico, pesquisas, medidas científicas e conceitos artísticos de beleza, que se considerados e aplicados corretamente, deter-minam como resultado final o sorriso ideal. Assim o profissional de odontologia para alcançar a eficiência no tratamento deve se atentar a essas questões para garantir melhor satisfação do paciente.

Palavras-chave: estética, prótese total, dente de ouro.

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PRÓTESE/DTM

CORRELAÇÃO ENTRE OS ASPECTOS CLÍNICOS E A MORFOLOGIA DO DISCO DA ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR EM PACIENTES

SINTOMÁTICOS COM DESLOCAMENTO DE DISCO ARTICULAR COM REDUÇÃO

Paula Gabriela Vieira Chicora ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientadora: Lilian Cristina Vessoni IwakiAmanda Fonteque GiozetAmanda Lury Yamashita

Liogi Iwaki FilhoEduardo Grossmann

O deslocamento do disco articular é definido como a relação anormal entre o disco articular e a cabeça da mandíbula, a superfície da fossa mandibular e o tubérculo articular. O deslocamento do disco articular é um dos subtipos mais frequentes de disfunção temporomandibular (DTM) e pode ocorrer sem ou com re-dução. O deslocamento do disco articular sem redução ocorre quando o disco articular permanece desloca-do anteriormente na posição de máxima abertura da boca. Já o deslocamento do disco articular com redu-ção (DDCR) ocorre quando o disco articular retorna para a posição normal no momento em que a boca está aberta. Na maioria das vezes, cliques recíprocos da articulação temporomandibular (ATM) estão presentes, o que pode indicar uma variação da morfologia bicôncava (fisiológica) do disco articular, acarretando em dor na ATM, devido à sobrecarga mecânica. A ressonância magnética nuclear (RMN) tem sido empregada na investigação de problemas relacionados à ATM. A presença de dor nem sempre é um sinal patognomô-nico do deslocamento do disco articular. Portanto, o objetivo deste estudo foi correlacionar as alterações na morfologia do disco articular nas imagens de RMN com os aspectos clínicos de pacientes sintomáticos com DDCR. Neste estudo, foram utilizadas imagens de RMN com boca aberta e fechada de 109 pacientes que foram diagnosticados com DDCR, de ambos os gêneros e que apresentavam algum sinal ou sintoma clínico de DTM articular. Informações clínicas dos prontuários como: idade, sexo, máxima distância interincisiva (MDI), ruído articular, bruxismo, etiologia desconhecida e nível de dor foram avaliados neste estudo. As morfologias dos discos articulares foram classificadas de acordo com sua forma em: bicôncava, biplanar, hemiconvexa, biconvexa e dobrada. Em relação à morfologia do disco articular, houve associação significa-

tiva entre as morfologias bicôncava, hemiconvexa e biplanar nos dois lados da ATM. Além disso, com a boca fechada, a morfologia hemiconvexa e biplanar teve maior prevalência em ambos os lados da ATM. Enquan-to que com a boca aberta, prevaleceu a morfologia bicôncava. Não houve associação entre dor, idade e sexo com a morfologia do disco articular. Um total de 32 pacientes apresentaram restrição de abertura bucal com MDI<40mm e este foi associado à morfologia biplanar. Com a boca fechada, o bruxismo excêntrico foi a única variável clínica com fator de risco de desenvolver as morfologias biplanar e hemiconvexa. Já com a boca aberta, a MDI<40mm foi fator de risco para desenvolver a morfologia hemiconvexa. Assim, conclui-se que a posição da boca (aberta ou fechada), mas não o lado da mesma, influencia na alteração da morfologia do disco articular. E o bruxismo excêntrico mostrou-se como fator de risco para desenvolver as morfologias biplanar e hemiconvexa.

Palavras-chave: disco da articulação temporomandibular, ressonância magnética, transtorno da articula-ção temporomandibular.

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PRÓTESE/DTM

A INFLUÊNCIA DA XEROSTOMIA EM PACIENTES PORTADORES DE PRÓTESE REMOVÍVEL

Maria Eduarda Fanhani de Morais ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientadora: Elen de Souza TolentinoIgor Henrique Silva Pinheiro

Mailon Cury CarneiroLilian Cristina Vessoni IwakiMariliani Chicarelli da Silva

Xerostomia é o termo utilizado para designar a sensação de boca seca, podendo estar associada ou não à hi-possalivação. Isso porque alterações na composição da saliva podem induzir a essa sensação, sem, contudo, haver uma diminuição do fluxo salivar. A saliva tem um papel essencial principalmente para os portadores de prótese removível, já que ela proporciona conforto e retenção da mesma. Entre a mucosa oral de suporte e a prótese há uma fina camada de saliva que lubrifica e protege o rebordo das agressões que as próteses po-dem vir a causar. Sendo assim, a diminuição do fluxo salivar, com consequente falta de lubrificação e dimi-nuição dos fatores imunológicos presentes na saliva gera uma diminuição significativa na qualidade de vida dos pacientes. Isso ocorre devido às lesões provocadas na mucosa, tornando os pacientes mais suscetíveis a infecções na cavidade bucal, além de dificultar a deglutição, fonação e paladar. Ademais, medicamen-tos xerogênicos, radioterapia na região de cabeça e pescoço, diabetes mellitus e Síndrome de Sjögren são apontadas como as causas mais comuns da diminuição da salivação. Dessa forma, o objetivo deste trabalho é elucidar a influência da xerostomia em pacientes portadores de próteses removíveis. Para isso, realizou--se uma revisão de literatura usando as bases de dados PubMed, Lilacs, Scielo e Google Acadêmico. Verifi-cou-se que há uma associação entre xerostomia e o uso de próteses dentárias removíveis. Esta condição é ainda mais agravada, visto que a maioria dos pacientes portadores de próteses são idosos, polimedicados, com patologias sistêmicas, com diminuição das capacidades motoras, cognitivas e psicológicas. Isso acaba favorecendo e acentuando as lesões e doenças bucais. Como tratamento, aconselha-se uma alteração de hábitos, com ênfase para a dieta alimentar e o consumo diário de água, alteração da medicação habitual para uma com menor efeito xerostomizante, dose de 5mg de Pilocarpina 3 vezes ao dia com as refeições, além do uso de adesivos de prótese dentária que são tidos como uma boa opção para melhorar a retenção e a estabilidade da mesma, juntamente com o uso de estimulantes e/ou substitutos salivares. Diante disto,

nota-se que o cirurgião-dentista tem um papel crucial no acompanhamento destes pacientes e cabe a ele definir um tratamento eficaz e adequado com a finalidade de evitar um agravamento do quadro geral e melhorar a qualidade de vida.

Palavras-chave: xerostomia, hipossalivação, prótese removível.

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PRÓTESE/DTM

LAMINADOS CERÂMICOS E COROA TOTAL EM E-MAX: RELATO DE CASO

Jéssica de Mattos Andriato ([email protected])Universidade Estadual de MaringáOrientadora: Sílvia Sbeghen Sábio

Ana Cláudia Ramin SilvaLuisa Moura Fialho

Clóvis Lamartine de Moraes de Melo NetoRodrigo Lorenzi Poluha

O advento de modificações nos componentes cerâmicos promovem crescente utilização destes para casos das mais variadas complexidades, tornando possível, melhorar a condição dos elementos dentários já fra-gilizados e descaracterizados por restaurações de caráter resinoso degradadas. O objetivo deste trabalho é relatar um caso de restaurações indiretas, utilizando elementos cerâmicos e coroas totais. Paciente E.F., sexo masculino, 24 anos, procurou a clínica odontológica com intuito de restaurar o elemento 21 e para tro-car as restaurações dos elementos dentários 12, 11 e 22. Após a avaliação, notou-se uma extensa quantidade de material resinoso e comprometimento do remanescente dental, foi recomendada então a substituição destas por materiais cerâmicos. Inicialmente, pensou-se no facetamento em cerâmica E-max dos quatro elementos. Devida a extensa quantidade de resina nos dentes 11 e 21, decidiu-se então a confecção de coroa total nestes elementos e facetamento do 12 e 22. Apenas o elemento 21 apresentava tratamento endodônti-co. Inicialmente, as resinas insatisfatórias foram substituídas por novas restaurações com cor diferente do substrato remanescente e as que apresentaram maior profundidade cavitária foram forradas com cimento apropriado. Realizou-se moldagem anatômica dos arcos dentários para confecção do enceramento diag-nóstico. Com enceramento em mãos, foi realizado Mock-up em resina bisacrílica para melhor visualização pelo paciente. Nos elementos 12 e 22 foram realizados preparos de faceta tipo overlap, com extensão do envelopamento para a face interproximal. Após o acabamento do preparo e verificação da expulsividade dos preparos totais, a restauração provisória foi confeccionada em resina bisacrílica e cimentada poste-riormente. Quinze dias após a cimentação da provisória, esta sofreu fratura longitudinal no elemento 11, deixando a peça solta. Foi realizado reposicionamento e fixação do provisório novamente, com excessão da coroa do elemento 11 as demais peças foram cimentadas, e a mesma posteriormente recebeu cimen-tação. Na etapa de instalação das peças cerâmicas, observou-se coloração diferenciada no elemento 11.

Após anamnese o paciente relatou a causa do ocorrido. Por essa razão, todas as peças cerâmicas não foram instaladas na mesma sessão, sendo necessária a fixação do elemento 11 em uma outra sessão em que o lami-nado cerâmico deste elemento foi cimentado seguindo o mesmo protocolo utilizado nos demais elementos. Conclui-se que materiais cerâmicos provam cada vez mais que se estabeleceram na odontologia estética por apresentarem propriedades superiores em caráter de durabilidade, estabilidade na cor e mimetização de características dentárias, tornando-se o material de escolha para restaurações ântero-superiores.

Palavras-chave: overlap, cerâmica, preparos dentários.

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PRÓTESE

RESTABELECIMENTO DE DIMENSÃO VERTICAL E CURVA DO SORRISO ATRAVÉS DE REABILITAÇÃO COM COROAS TOTAIS

Ana Cláudia Ramin Silva ([email protected])Orientador: Sérgio Sábio

Henrique Ferreira de Freitas MirandaWeslley Souza Petyk

A ausência ou o desgaste excessivo dos elementos dentais anteriores é fator de alta influência na estética e harmonia do sorriso, que são aspectos fundamentais para o bem-estar psíquico e social do indivíduo, e um planejamento adequado para uma reabilitação protética deve permitir o restabelecimento de uma di-mensão vertical de oclusão (DVO) apropriada e qualidade estética às próteses novas. O objetivo do presente trabalho é descrever um caso clínico em que houve necessidade de restabelecimento da DVO através de reabilitação protética, fazendo uso de coroas totais. Paciente V.B, gênero masculino, 63 anos de idade, che-gou a clínica odontológica da Universidade Estadual de Maringá queixando-se de insatisfação com seu sor-

riso, pois seus dentes aparentavam ser muito pequenos e tinham coloração diferente. Durante a anamnese o paciente relatou ter feito uma prótese fixa no dente 13, que apresentava uma grande diferença quando comparado aos demais dentes, e isso lhe trazia um grande incomodo. Ao exame clínico observou-se perda da DVO e inversão da linha do sorriso, ocasionados devido ao grande desgaste dentário. Foram realizados exames complementares, em que se constatou a necessidade de tratamento endodôntico com finalidade protética no dente 24 e, os dentes 11 e 23 apresentavam endodontia satisfatória. O dente 12 possuía uma coroa total, porém a mesma estava inadequada. Já os dentes 15,14,21,22 e 25 eram bastante desgastados e precisavam de preparo para uma posterior confecção de coroa total. Então, determinou-se o plano de tratamento e após exposição para o paciente e sua aceitação os procedimentos foram inicializados. Primei-ramente, realizou-se uma moldagem anatômica que foi encaminhada para o laboratório e o enceramento diagnostico foi executado. Os preparos para coroa total foram iniciados, e o dente 12 que já possuía uma coroa total, recebeu um novo preparo e confecção de um padrão de fundição. Os elementos preparados receberam coroa provisória, que em um primeiro momento foram realizadas a partir da “técnica da bo-linha”, possibilitando um condicionamento gengival adequado, facilitando a moldagem que seria reali-zada posteriormente, aguardava-se também que o laboratório enviasse o modelo encerado e permitisse a confecção de mock-up. Realizou-se moldagem através da técnica do duplo fio (000 e 00) conferindo um afastamento gengival com qualidade e novas coroas provisórias foram inseridas, com o objetivo do paciente se acostumar com a nova dimensão que seria estabelecida. Após todos os procedimentos serem efetuados, o laboratório encaminhou as peças e as mesmas foram cimentadas em sessão única com cimento resinoso dual. A utilização de coroas totais foi de suma importância para o restabelecimento da DVO do paciente, assim como seu sorriso apresentou-se mais harmônico. O paciente mostrou-se bastante satisfeito com os resultados obtidos, o que acabou por alcançar suas expectativas.

Palavras-chave: coroa total, reabilitação oral, dimensão vertical de oclusão.

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PRÓTESE

REABILITAÇÃO ATRAVÉS DE PRÓTESE OCULAR: RELATO DE CASO COM ACOMPANHAMENTO POR CINCO ANOS

Vanessa Dias Barboza Munhoz ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Daniela Micheline dos SantosClóvis Lamartine de Moraes Melo Neto

Marcelo Coelho GoiatoIsabela Caroline de Sousa Ervolino

Atualmente, próteses oculares bucomaxilofaciais constituem uma forma de reabilitação especializada odontológica de caráter humanitário, visto que o tratamento através dessa categoria de prótese desem-penha um importante papel na preservação da estética facial, possibilitando um restabelecimento har-mônico para indivíduos que sofreram a perda de um ou ambos globos oculares. Nesse sentido, deve-se considerar que a adaptação ideal da prótese se daria logo após a instalação do problema, minimizando assim a ocorrência de sequelas. Além disso, no que se refere a pacientes infantis, o uso dessa variedade de prótese, pode contribuir para estimular adequadamente o crescimento dos tecidos e evitar a ocorrência de distúrbios durante o desenvolvimento da face. Dessa forma, o objetivo desse trabalho é apresentar um caso clínico correspondente a uma paciente do sexo feminino, de um mês de idade, que foi encaminhada ao Departamento de Prótese e Materiais Dentários da Unesp-FOA, após ter perdido o globo ocular esquerdo por trauma decorrente de violência doméstica. Inicialmente, como plano de tratamento, optou-se pela confecção de próteses expansoras, com a finalidade de promover o aumento gradativo da cavidade ocular, viabilizando a confecção de uma futura prótese ocular individualizada. Em sequência, após a troca pro-gressiva das próteses expansoras durante o período de 6 meses, foi efetuada moldagem da cavidade ocular com silicona de adição, a qual foi incluída em mufla contendo gesso pedra. Posteriormente foi realizada a inclusão da resina acrílica branca No1 termopolimerizável (Clássicos ®) no espaço deixado pelo molde, para a elaboração da porção que representaria a esclera do globo ocular. Após a polimerização da resina pelo método convencional, a esclera foi submetida a acabamento, polimento e à prova para marcação quanto à posição do ponto central da pupila da paciente, em comparação com seu globo ocular natural. Em seguida, a partir de uma base de cartolina circular, realizou-se a pintura da porção que representa a íris e a pupila, por meio de tintas à base de óleo (Gato preto ®). Após a secagem da pintura, a porção de cartolina foi fixada

e centralizada na esclera previamente desgastada e pintada com resina acrílica autopolimerizável de di-versas cores (Clássicos ®). Na etapa subsequente, filamentos de lã vermelha foram fixados na esclera, para simulação dos vasos sanguíneos. Esse conjunto foi então incluído novamente em mufla, associado a resina incolor termopolimerizável (Clássico ®). Após a finalização da prótese, a mesma foi instalada e a paciente vem sendo submetida a um acompanhamento pós-operatório periódico ao longo de 5 anos, de maneira que a substituição da prótese é realizada a cada 6 meses, com a finalidade de acompanhar o crescimento físico da criança, evitando que ocorra desadaptação da prótese. Dessa forma, analisando o caso descrito, é possí-vel concluir que a utilização de próteses expansoras proporcionam um aumento da cavidade anoftálmica, facilitando a adaptação da prótese ocular. Também é necessário ressaltar, que a utilização da prótese per-mitiu o restabelecimento do equilíbrio estético da face da paciente desde seu primeiro mês de vida, fator que futuramente irá refletir de modo positivo no desenvolvimento psíquico e social da mesma.

Palavras-chave: prótese bucomaxilofacial, prótese ocular, reabilitação facial.

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PRÓTESE

REABILITAÇÃO ORAL APÓS TRATAMENTO DE PERI-IMPLANTITE

Gabriel Finkler ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientador: Sérgio SábioClóvis Lamartine de Moraes Melo Neto

Bruna MilhomensAna Cláudia Ramin Silva

Para pacientes com edentulismo total, a quantidade de rebordo alveolar é de extrema importância para a estabilização de uma prótese total convencional removível. Entretanto com o passar dos anos a quanti-dade de tecido ósseo que serve de suporte para esse tipo de prótese vai sendo perdida principalmente na mandíbula, dificultando a estabilidade da prótese, a função mastigatória e a fala. Além disso, o estresse mecânico gerado pelas próteses removíveis pode afetar o rebordo residual. E a reabilitação com implantes gera estabilidade para a prótese e conforto durante a fala e mastigação para o paciente edêntulo, entretanto a manutenção dos implantes é de fundamental importância, pois doenças peri-implantares podem afetar os tecidos ao redor de implantes e, resultar em formação de bolsa peri-implantar e na perda de suporte ósseo e do implante. O objetivo do presente trabalho é relatar um caso clínico de tratamento de peri-im-plantite através do debridamento mecânico associado a tratamento reabilitador com próteses em ambos os arcos. Paciente 66 anos de idade, gênero masculino, procurou atendimento na clínica de odontologia da Universidade Estadual de Maringá devido a uma fratura na barra suportada por três implantes. Ao exame radiográfico, observou-se uma extensa perda óssea envolvendo mais da metade de um dos implantes. Ao exame clínico, constatou-se que este implante apresentava profundidade de sondagem desfavoráveis e, sangramento a sondagem, portanto, o diagnóstico de peri-implantite. Os demais implantes não apresen-taram sangramento e a profundidade de sondagem foi menor ou igual a 3mm, sendo, portanto, conside-rados com saúde peri-implantar. Como plano de tratamento, foi sugerido extrair os três dentes superiores que o paciente possuía e reabilitar o arco superior com implantes, para realização de overdenture. E para o arco inferior foi sugerido o tratamento peri-implantar na região do implante que apresentava perda óssea objetivando a realização de uma nova overdenture ou a instalação de mais 2 ou 3 implantes para a realização de uma prótese de Toronto. Devido às condições econômicas, o paciente preferiu reabilitar o arco superior com uma prótese total convencional, para obter uma melhor estética, mediante as extrações dos 3 dentes e prosseguir com o tratamento peri-implantar para ser confeccionada uma nova overdenture. Após a re-moção da barra fraturada, o paciente foi submetido a cirurgia para a realização de debridamento mecânico do implante com peri-implantite. Uma nova barra metálica foi então confeccionada, a prótese inserida e o paciente foi instruído a realizar adequadamente a higiene bucal. O tratamento descrito neste caso resultou em melhora dos parâmetros clínicos e radiográficos peri-implantares, além de melhorar as condições bu-cais do paciente e trazer resultados favoráveis, os quais permitiram uma total satisfação do paciente.

Palavras-chave: implante dentário, peri-implantite, reabilitação oral.

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PRÓTESE

REABILITAÇÃO EM PACIENTE ACAMADO POR ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC) – RELATO DE CASO

Andersson David Gonçalves Nuñez ([email protected])Unicesumar

Orientador: Nádia Mazzei Mendes Feitoza

O Acidente vascular cerebral (AVC), acontece quando o suprimento sanguíneo que irriga o cérebro é rom-pido. Devido a este fator, as células cerebrais começam entrar em apoptose podendo levar o paciente ao óbito. Dentre os tipos de AVC podemos encontrar o isquêmico que se apresenta com maior frequência e deriva da falta de suprimento sanguíneo no encéfalo, e também encontramos o hemorrágico que se apre-senta em menor frequência e ocorre quando há ruptura do vaso sanguíneo que se localiza no interior do crânio, causando uma irritação no cérebro derivado do contato do sangue com parênquima nervoso (tecido cerebral com maior função) causando uma pressão devido ao coágulo, prejudicando assim sua função. Sua etiologia é descrita pela hipertensão, doença da artéria coronária, pericoronarite, tabagismo, estresse e

falta de exercícios físicos. Além dos fatores congênitos que podem causar o AVC, temos também os hábitos que exercem grande influência na aparição desta enfermidade, tais aspectos de vida podem ser observados na realização de uma boa anamnese. Coletando assim informações pertinentes para a realização de um tratamento odontológico seguro, tanto para o paciente quanto para o profissional. Foram observados em recentes estudos que a presença de doenças periodontais relacionadas ao aparecimento de doenças como o AVC e sua relação com os Streptococos.Mutans, assim como com o uso de um simples exame radiográfico panorâmico de rotina, podemos identificar a presença de ateromas de carótida observando de forma pre-coce a possível chance do paciente em ter um AVC isquêmico, diminuindo o risco. Pacientes que já sofrem deste mal e fazem uso de anticoagulantes para ajudar no tratamento possuem grandes chances de sofrerem uma hemorragia durante alguma intervenção cirúrgica, todos estes fatores devem ser observados e levados em consideração antes de qualquer conduta clínica. O AVC pode resultar em algumas sequelas, principal-mente físicas, os quais podem comprometer atividades diárias simples como a higiene bucal, podendo dei-

xar seu estado ainda mais complexo. Este presente trabalho aborda o tratamento da paciente E., 38 anos de idades, do gênero feminino que após sofrer um acidente vascular cerebral a 10 anos, encontra-se acamada e totalmente dependente de cuidadores. Com isso, sua saúde bucal se encontra debilitada levando a lesões de cáries amplas, lesões apicais, fratura de coroa clínica e perda óssea acentuada. Protocolos de tratamento levariam a exodontia. Porém, após relatos da irmã a qual a acompanhava em seus tratamentos, a hipótese foi descartada, optando-se por um tratamento alternativo com tratamento endodôntico, e próteses provi-sórias. A paciente se mostrou satisfeita com o tratamento. E ficou claro que em primeiro lugar vem o bem estar do paciente no contexto geral e não só bucal. Percebemos que tratamentos apesar de serem julgados corretos, poderiam prejudicar ainda mais a condição geral da paciente. A preocupação com o potencial hu-mano traz grandes benefícios para os profissionais da odontologia, conseguindo não só melhorar a qualida-de de trabalho mas atingir assim o sucesso no tratamento e consequentemente a satisfação de ter realizado da melhor forma possível para alguém que tanto necessita.

Palavras-chave: acidente vascular cerebral, deficiência física, endodontia.

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RADIOLOGIA

ANÁLISE DE PACIENTES COM DIFERENTES PADRÕES ESQUELÉTICOS VERIFICANDO A PREVALÊNCIA DA PNEUMATIZAÇÃO DO OSSO

TEMPORAL AVALIADA EM TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE FEIXE CÔNICO

Vinícius Tadeu Batistussi França ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientador: Mariliani Chicarelli da SilvaLetícia Ângelo WalewskiElen de Souza Tolentino

Lilian Cristina Vessoni Iwaki

A pneumatização é caracterizada pela presença de cavidades cheias de ar, que são comumente encontradas em vários locais do crânio. Sendo assintomáticas, as características da pneumatização da eminência articu-lar do osso temporal, também são radiograficamente, defeitos radiolúcidos no processo zigomático do osso temporal, com aparência similar às células da mastóide, se estendendo anteriormente até a eminência ar-ticular, sem ultrapassar a sutura zigomaticotemporal e não havendo expansão, nem destruição da cortical do zigomático. O presente estudo visou avaliar a prevalência e as características da pneumatização do osso temporal, de acordo com a idade, o gênero e os distintos padrões esqueléticos. Para isso, foi realizada uma avaliação observacional de 587 pacientes encaminhados ao Laboratório de Imagens em Pesquisa Clínica da UEM nos anos de 2014 a 2018. Os pacientes foram divididos em 12 grupos, de acordo com faixa etária, gênero e padrões esqueléticos (Classes I, II e III). Para cada paciente foram analisados presença ou ausência de pneumatização do teto da fossa articular e das eminências articulares em ambos os lados, através de reconstruções axiais, coronais e parassagitais. Caraterísticas ósseas como unilateralidade ou bilateralidade, se eram unilocular ou multilocular foram incluídos no estudo. Para análise estatística foram utilizados os testes kappa, qui-quadrado e de regressão (p<0,05). Os resultados obtidos mostraram que 53.23% (n= 625) das ATMs apresentaram pelo menos algum tipo de pneumatização, já em relação aos indivíduos, 63.7% (n=374) apresentaram alguma pneumatização; 91 (13.47%) tiveram pneumatizações em ambos os locais (EAP e TFAP); 5 indivíduos apresentaram apenas EAP e 278 apenas TFAP. No total, 369 (62.9%) indivíduos apresentaram TFAP e 96 (16.3%) EAP. Foi possível concluir que os resultados obtidos neste estudo indicam uma maior prevalência das pneumatizações da fossa e eminência articular em relação a estudos anteriores, muito provavelmente por conta do uso da TCFC, que é o padrão ouro para análise de estruturas de interes-se. Também, com base em nossos resultados, especula-se que a ausência ou redução de TBP em pacientes Classe II e III pode estar relacionada ao processo de remodelação e adaptação em curso da articulação, que é submetida a forças anormais de oclusão. Além disso, é preciso ressaltar a importância no diagnóstico dessas estruturas, sobretudo, quando houver possibilidade de intervenção cirúrgica, portanto, o método diagnóstico deve apresentar alta confiabilidade.

Palavras-chave: diagnóstico por imagem, tomografia computadorizada de feixe cônico, osso temporal.

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RADIOLOGIA/ESTOMATOLOGIA/PATOLOGIA

ESTUDO ANATÔMICO DO FORAME TIMPÂNICO COM TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE FEIXE CÔNICO

Matheus Herreira Ferreira ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Mariliani ChicarelliTalita de Carvalho Kimura

Elen de Souza TolentinoLilian Cristina Vessoni Iwaki

Wilton Takeshita

O forame timpânico, primeiramente descrito em 1889 por Emil Huschke, é uma comunicação óssea que se situa entre o meato acústico externo e a articulação temporomandibular, que se forma logo após o nas-cimento e, na maioria dos casos, se fecha por volta dos cinco anos de idade. Quando esse fechamento não ocorre, considera-se uma anomalia anatômica, causando uma série de distúrbios às estruturas adjacen-

tes, envolvendo articulação temporomandibular, meato acústico externo e fossa articular. O exame pa-drão ouro para identificação dessa estrutura é a tomografia computadorizada, já que a região é passível de sobreposição de imagens na região de osso temporal, o que descarta o uso de radiografias. O objetivo do presente estudo foi fazer um levantamento da prevalência da persistência do forame timpânico em adul-tos, por meio de imagens de TCFC em relação a idade, gênero e classe esquelética de Angle. O estudo foi de caráter observacional e retrospectivo com 510 imagens de TCFC realizadas no Laborátorio de Imagens em Pesquisa Clínica (LIPC) da Central de Tecnologia em Saúde (CTS) do Complexo de Centrais de Apoio à Pes-quisa (COMCAP) da Universidade Estadual de Maringá (UEM), nos anos de 2014 a 2018. Dois especialistas em radiologia odontológica e imaginologia avaliaram, de maneira indepedente, as imagens. Os forames fo-ram identificados nas reconstruções axiais e sua presença confirmada nas reconstruções coronais e sagitais. Para cada forame, foi observada sua localização e realizada a medição de seu tamanho. Os dados obtidos foram analisados estatisticamente com o auxílio do software SPSS (versão 17.0.1; SPSS, Inc, Chicago, IL). O teste de Wilcoxon Pareado foi ultizado para avaliar a confiabilidade entre os observadores, nos exames e medidas realizadas. Diferenças entre sexo, incidencia e lado afetado foram calculados aplicando-se o testes T pareado e as medidas o Teste ANOVA, sendo considerados significantes quando P ≤0.05. Pela aná-lise estatística, pode-se observar que, não houve diferença significante entre as medidas dos observadores (P< 0,05). De todos os pacientes, o forâme timpanico foi encontrado em 49 (9,7%) sendo unilateral em 39 pacientes (79,6%) e bilateralmente em 10 casos (20,4%). Não houve significância estatística em relação ao gênero ou idade, porém, houve diferença entre as classes de Angle, com predileção em classe III, sendo no lado esquerdo axialmente (P= 0,001) e sagitalmente (P= 0,026). Assim é possível concluir que sua preva-lência independe de gênero ou idade, porém há uma predileção estatisticamente significante para a classe III.

Palavras-chave: forame timpânico, forame de huschke, tomografia computadorizada de feixe cônico.

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RADIOLOGIA/ESTOMATOLOGIA/PATOLOGIA

MEU PACIENTE TEM HISTÓRIA DE CÂNCER BUCAL E RADIOTERAPIA: O QUE FAZER?

Nadia Fernanda Saraiva Casoni ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientadora: Neli PieralisiÂngelo José Pavan

Gustavo Jacobucci FarahRicardo Augusto Gonçalves PierriMariana Vieira Hussar Manfiolli

O câncer bucal (CB) é definido como aquele que afeta lábios e o interior da cavidade oral. Dependendo do es-tadiamento do tumor, pode ser tratado por remoção cirúrgica, quimioterapia ou radioterapia, associados ou não. Os dois últimos tratamentos atuam destruindo as células tumorais. Infelizmente, esses tratamentos não são seletivos às células mutadas, causando danos irreversíveis nas células normais adjacentes, promovendo se-quelas bucais como mucosite, xerostomia, infecções bucais, trismo, cárie de radiação e osteorradionecrose. Al-gumas delas podem perdurar após o termino da oncoterapia, exigindo atenção no manejo odontológico desses pacientes. Com isso, este trabalho objetiva realizar uma revisão de literatura acerca do protocolo de tratamento após o término da terapia antineoplásica. Alguns artigos foram levantados nas bases de dados PubMed e Scielo empregando-se as palavras-chave efeitos adversos, câncer oral, radioterapia, protocolo, odontologia e quimio-terapia. As informações coletadas mostraram que é oportuno ao paciente continuar com o acompanhamento odontológico periódico, quando a avaliação bucal detalhada é fundamental. Baseado na avaliação radiográfica, os focos infecciosos devem ser excluídos por meio do controle da higiene bucal do paciente, com uso de denti-frício fluoretado e fio dental, acompanhado por raspagem supragengival, aplicado flúor gel e indicado bochecho com flúor. Nas raspagens subgengivais, são recomendados a profilaxia antibiótica e bochecho com gluconato de clorexidina 0,12%, pós procedimento. Frequentemente, o paciente apresenta saliva mais espessa e menor capacidade tamponante, o que pode acarretar disgeusia e lesões cariosas. Em função destas últimas, preferen-cialmente, são realizadas restaurações com materiais que liberem flúor. O tratamento da xerostomia é paliativo, são indicados lubrificantes bucais e/ou saliva artificial bem como a ingestão freqüente de líquidos. Sistemica-mente, pode ser feito uso de Cloridrato de pilocarpina a 2%. Caso a lesão cariosa tenha comprometido o dente, é preferível realizar endodontia evitando extrações, por no mínimo cinco anos, prevenindo o desenvolvimento da osteoradionecrose, a mais severa das sequelas da radioterapia. Se as exodontias forem inevitáveis, instituir profilaxia antibiótica, eliminar espículas ósseas, com irrigação com clorexidina 0,12%. Para infecções bucais

fúngicas, indicar bochecho com antifúngico tópico como nistatina, clortrimazol, cetoconazol e clorexidina ou sistêmico como Azole. Nos casos de mucosite, os tratamentos visam diminuir dor, como os enxaguatórios bu-cais contendo anestésico, bochecho com gel de lidocaína 2%, solução salina de bicarbonato de sódio, chá de camomila. Para a mucosite, outros tratamentos são relatados como os fatores de crescimento, sais de alumínio, citocinas, glutamina citoprotetores e antioxidantes, betametasona, benzidamida, ácido acetilsalicílico, polimi-xina E, drogas imunomoduladoras, tobramicina, bochechos com hidróxido de alumínio e magnésio, bochechos com gluconato de clorexidina a 0,12% e antiinflamatórios, dependendo do caso. Recentemente, a laserterapia de baixa intensidade (biomodulação) é uma alternativa, por sua ação na redução da dor e do edema, acelerando a reparação de ulcerações. Por fim, o trismo em exercícios diários e aplicação de calor úmido contribuem para sua resolução. Desta forma, o cirurgião-dentista deve conhecer o protocolo de atendimento após a terapia antineo-plásica, a fim de oferecer assistência individualizada e proporcionar melhor qualidade de vida após o tratamento.

Palavras-chave: câncer oral, radioterapia, efeitos adversos, terapia.

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RADIOLOGIA/ESTOMATOLOGIA/PATOLOGIA

DIFERENTES FORMAS DO USO DO TABACO ENTRE JOVENS QUE LEVAM AO CÂNCER BUCAL: REVISÃO DE LITERATURA

Jeniffer Lariane Tenorio ([email protected])Unicesumar

Fábio Vieira de MirandaLeonardo Perez Faverani

Gustavo Antônio Correa MomessoValthierre Nunes de Lima

O câncer é uma proliferação anormal de células, que geralmente é rápida, desordenada e desenfreada, onde o tumor de cavidade oral em uma estimativa do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA) em 2016 estava em 7º dos mais frequentes e o mais comum e mais grave é o CEC (Carcinoma Espino-celular) ou CCE (Carcinoma de Células Escamosas), contudo, a orientação e prevenção podem colaborar na conscientização desses jovens e a diminuição do uso podendo evitar possíveis agravamentos e os livrando

do tabagismo constante, em razão de que, o número de mortes por tabaco deve subir para 8 milhões de pessoas por ano em 2030. O presente trabalho busca apresentar uma revisão literária sobre estudos dos novos hábitos com o tabaco entre jovens que levam ao câncer bucal, como o uso de narguilé, mascar fumo, cigarro eletrônico além do cigarro tradicional e o álcool, o trabalho foi realizado mediante o tema, com o objetivo de apresentar os riscos causados por estes novos hábitos para avaliar através da literatura a mensu-ração destes, buscamos também conscientizar os profissionais a orientar os pacientes sobre o risco do uso dessas substancias, visto que, o número de novos casos e óbitos em decorrência do câncer de cavidade oral é expressivo, além de, ser porta de entrada para o tabagismo regular. Foi realizado a revisão da literatura, considerando a relevância do tema, buscando atualização e conhecimento no assunto, onde abordamos a origem frequência e as consequências dessas substancias. Dentre esses estudos percebemos então que es-ses novos hábitos levam a resultados como câncer bucal além de outros e consequentemente a morte está relacionada. Ademais, intentamos o maior conhecimento sobre o câncer de cavidade oral, as novas práticas que vem surgindo e orientações para que possam fomentar mais interesse e pesquisas sobre o assunto, visto que, o seu maior público está entre jovens e é evidente o aumento expressivo na utilização dessas substan-cias e também sua atuação na causa dessa doença que segundo a OMS está entre as principais causas de morte no mundo, sabendo que a prevenção é mais valiosa do que o tratamento, e mais conservador.

Palavras-chave: tabaco, narguilé, carcinoma.

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ÁREA: RADIOLOGIA/ESTOMATOLOGIA/PATOLOGIA

IMPORTÂNCIA DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA NO PLANEJAMENTO CIRÚRGICO/ENDODÔNTICO: RELATO DE CASO

Daniel Marim Gonçalves ([email protected])Unicesumar

Orientador: Fausto Rodrigo VictorinoEliane Santos Deitós

Fabio Vieira de MirandaGustavo Zanna FerreiraRonyllson Lima Ribeiro

Na odontologia sabemos o quanto é importante um correto diagnóstico para o melhor manejo do paciente antes, durante e pós-operatório. Neste sentido, os exames imagiológicos contribuem indiscutivelmente e estão em constante evolução. Rotineiramente, a radiografia convencional tem sido um excelente recurso no diagnóstico médico dentário, tanto pelo seu custo, como pela facilidade de obtenção, porém resulta em imagens bidimensionais as quais apresentam limitações que podem interferir no sucesso do tratamento. Já a tomografia computadorizada (TC) permite a visualização de imagens tridimensionais com distorção mínima, muito próxima do real, atribuída ao grande contraste da imagem e a possibilidade de reconstruí--la nos planos axial, coronal e sagital, fornecendo muito mais detalhes ao cirurgião dentista. O objetivo do presente estudo é, por meio de um caso clínico, relatar a importância da TC como fator indispensável para diagnóstico e planejamento cirúrgico/endodôntico. Paciente gênero masculino, 34 anos de idade, procu-rou a Clínica Odontológica da Unicesumar queixando-se da estética em seus dentes anteriores. Ao exame clínico, verificou-se abaulamento no palato duro na região dos dentes 11 à 24 e presença de fístula na face vestibular do dente 21. Radiograficamente, verificou-se o dente 23 impactado e lesão periapical no dente 21, o qual após o rastreamento da fístula e os testes de sensibilidade pulpar, definiu-se o diagnóstico de necrose pulpar. Ao exame tomográfico, observou-se extensa lesão radiolúcida ao redor do dente 23, suges-tiva de Cisto Dentígero e deslocamento para a cortical palatina com reabsorção radicular externa apical dos dentes 11, 21 e 22. Assim, optou-se pela realização do tratamento endodôntico do dente 21 e exodontia do 23. No 21, após abertura coronária, instrumentação manual e medicação intracanal com pasta de hidróxido de cálcio por 30 dias, foi obturado com cimento Sealer 26®. Após 15 dias, foi realizada a exodontia do dente 23, e remoção da cápsula cística associada ao dente, cuja hipótese diagnóstica de Cisto Dentígero foi confir-mada mediante exame histopatológico. O paciente permanece em acompanhamento clínico e radiográfico

de um ano sem qualquer sinal de recidiva da lesão cística até o momento. Diante da complexidade do caso, ficou evidente a importância da TC para o sucesso do planejamento e do tratamento.

Palavras-chave: tomografia computadorizada, endodontia, cisto dentígero.

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RADIOLOGIA/ESTOMATOLOGIA/PATOLOGIA

COMPLICAÇÕES NA CAVIDADE BUCAL OCASIONADAS PELA DOENÇA RENAL CRÔNICA – REVISÃO DE LITERATURA

Isabela Lisboa Almeida ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientadora: Nelí PieralisiMonique Cimão dos SantosCarolini Gimenez Capaci

Carolina Silos Moraes de Castro e SouzaFelipe Corrêa Michellon

Na doença renal crônica (DRC), ocorre uma diminuição progressiva na função dos néfrons, averiguada prin-cipalmente pelo clearance de creatinina em 24 horas, que varia de 110-120 ml/min em pacientes saudáveis. De acordo com os níveis de envolvimento renal, a DRC é classificada em cinco (5) estágios com variação nas alternativas terapêutica. Os estágios 1, 2 e 3 correspondem a fase conservadora da doença, onde o objetivo é evitar o seu agravamento, o estágio 4, denomina-se como pré-diálise. O estágio 5, denominado dialítico, compreende o final da DRC em que o clearance de creatinina pode chegar a um valor de 5-10 ml/min. Neste momento, há necessidade de uma terapia substitutiva da função renal entre as três alternativas existentes - a diálise peritoneal, a hemodiálise (HD) e o transplante renal. Em decorrência dessa condição sistêmica, associada à condição psicológica e socioeconômica, há uma predisposição a transtornos odontológicos. Em 50-95,6% dos pacientes hemodialíticos e transplantados, as condições imunossupressoras favorecem o aparecimento de lesões bucais. Em adultos sob hemodiálise, há predisposição para sangramento gengival e doença periodontal, sendo um quadro comum e frequentemente grave pois observa-se que a condição de higiene bucal diminui à medida que a DRC progride. São frequentes, a perda prematura de dentes e ou-tros processos infecciosos, como a candidose, causando impacto na morbidade, mortalidade e qualidade de vida desses pacientes. Várias outras manifestações bucais da DRC, como erosão do esmalte dentário, úlceras aftosas, palidez da mucosa, halitose urêmica, presença de áreas liquenóides, e disfunções salivares, entre outras, são relatadas pela literatura. Entre as disfunções salivares, a hiposalivação é caracterizada pela diminuição do fluxo salivar. Em decorrência disso, a probabilidade do paciente ter carie aumenta significa-tivamente e, dessa forma, é de suma importância que seja identificada e tratada. Dessa forma, é importante que o cirurgião dentista tenha atenção a execução detalhada do exame clínico de um paciente DRC, para que sejam extraídas todas as informações dos pacientes para realização de um tratamento correto, diante

de possíveis alterações na cavidade bucal. Desse modo, o presente estudo visa expor uma revisão de litera-tura sobre as complicações que a doença renal crônica acarreta na cavidade bucal.

Palavras-chave: doença renal, efeitos adversos, odontologia.

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ESTOMATOLOGIA/PATOLOGIA/RADIOLOGIA

PROTOCOLO DE ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO DURANTE A TERAPIA ANTINEOPLÁSICA

Mariana Vieira Hussar Manfiolli ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientadora: Neli PieralisiElen de Souza Tolentino

Matheus Chaves VeronezziErica Ayumi Hoshino

Resumo: O câncer é considerado um problema de saúde pública, uma vez que atualmente é a segunda maior causa de morte no mundo e sua incidência vem crescendo cada dia mais. Os cânceres de cabeça e pescoço representam cerca de 4% dos casos de neoplasias malignas, sendo mais comuns em homens do que em mulheres e em pessoas com mais de 50 anos. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), são estimados para o Brasil 11.200 novos casos de câncer na cavidade bucal em homens e 3.500 em mulheres para cada ano do biênio 2018-2019. As modalidades terapêuticas oncológicas têm evoluído, levando à cura de pacientes que antigamente eram tratados com paliativos. As modalidades de terapia antineoplásica mais frequentemente empregadas são a radioterapia, quimioterapia e cirurgia. Cada uma delas atua de uma ma-neira diferente, de forma que a cirurgia se restringe ao local do tumor, causando por vezes limitações fun-cionais e estéticas. Já a radioterapia possui efeito sítio-específico, enquanto a quimioterapia possui efeito sistêmico. Ao destruir as células tumorais, as terapias algumas vezes podem causar danos irreversíveis às células normais, levando a efeitos colaterais agudos e crônicos, reversíveis e irreversíveis. Dentre os locais acometidos por estes efeitos, a cavidade bucal é um dos mais agredidos, necessitando da atuação do cirur-gião dentista. Dentre as complicações orais encontram-se a mucosite, xerostomia, disgeusia, as infecções fúngicas, bacterianas e virais, as cáries de radiação, trismo, osteorradionecrose, neurotoxicidade, e, em pacientes pediátricos, o comprometimento da formação óssea, muscular e dentária. Esses efeitos geral-mente variam dependendo do tratamento, do paciente e do tumor. A intervenção odontológica tem um papel importante na saúde geral dos pacientes, podendo impactar positivamente no seu tratamento e na sua qualidade de vida. A prevenção é o melhor controle das complicações orais causadas pelo tratamento antineoplásico, iniciando a partir da instituição de cuidados orais pré, acompanhamento durante e assis-tência após a conclusão da terapia planejada. Neste contexto, o presente trabalho tem por objetivo formular um protocolo para o cirurgião-dentista que atenda às necessidades do paciente durante o seu tratamento antineoplásico, seja ele quimioterapia ou radioterapia, com base em uma revisão de literatura. As infor-mações foram obtidas em artigos das bases de dados PubMed, SciELO e Google Acadêmico, utilizando os termos radiotherapy, chemotherapy, oral cancer e oral side effects, limitando a pesquisa aos artigos mais recentes. Pode-se verificar que é fundamental o manejo das principais complicações decorrentes da terapia antineoplásica em boca que acometem o paciente durante o tratamento, como a mucosite, a xerostomia associada à perda de função glandular, infecções oportunistas e disgeusia. Essas alterações podem fazer com que o paciente interrompa o tratamento, prejudicando o prognóstico. Dessa forma, o cirurgião-den-tista, assim como médicos oncologistas e toda a equipe multidisciplinar, deven ter conhecimento amplo de todas as manifestações que o tratamento oncológico causa no organismo, a fim de oferecer toda assistência e uma melhor qualidade de vida durante o tratamento.

Palavras-chave: antineoplásicos, câncer bucal, assistência odontológica.

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RADIOLOGIA/ ESTOMATOLOGIA/ PATOLOGIA

PREVALÊNCIA E CLASSIFICAÇÃO DAS ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS DO PROCESSO ESTILÓIDE EM RADIOGRAFIAS PANORÂMICAS

Letícia Carvalho Lima Teixeira ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientadora: Lilian Cristina Vessoni IwakiCésar Felipe de Gouvêa Carvalho

Mariliani Chicarelli da SilvaElen de Souza Toletino

Letícia Ângelo Walewski

O complexo estilo-hioideo é uma cadeia que envolve o processo estiloide, o ligamento estilo-hioideo e o corno menor do osso hioide, e conecta o osso temporal ao osso hioide. Esse complexo apresenta uma con-siderável variabilidade anatômica e apenas as porções ossificadas podem ser visualizadas nas radiografias panorâmicas. Geralmente as alterações são assintomáticas. O objetivo deste estudo foi avaliar a variação e

a frequência das alterações no processo estiloide em radiografias panorâmicas realizadas na Clínica de Ra-diologia Odontológica e Imaginologia da Universidade Estadual de Maringá. A amostra foi composta pelas radiografias panorâmicas de pacientes atendidos no projeto “Implantodontia em Mandíbula”, do Centro de Especialidades Odontológicas (CEO), da Policlínica Zona Norte de Maringá - PR. Essas radiografias fo-ram realizadas no período de março a julho de 2018. Das 365 radiografias realizadas neste período, foram selecionadas 193 imagens sem repetições que possuíam o processo estiloide visível. As variáveis avaliadas foram: gênero, idade, lateralidade (unilateral, bilateral), lado de ocorrência (direito, esquerdo) e tamanho do processo. O comprimento do processo estiloide foi mensurado em milímetros, no lado frontal, desde o ponto de origem da placa timpânica até a ponta do processo, independentemente de ter sido segmenta-do. O processo estiloide que apresentou tamanho maior ou igual a 30 mm foi classificado de acordo com a morfologia (Tipo I- Alongado; Tipo II- Pseudoarticulado; Tipo III- Segmentado) e o padrão de calcificação (A- Contorno calcificado; B- Parcialmente calcificado; C- Nodular; D- Completamente calcificado). Os dados foram analisados por meio de testes Mann-Whitney, qui-quadrado e exato de Fisher com auxílio do Software SigmaPlot 12.0. Dos 193 pacientes, observou-se que 60,1% eram do gênero feminino e 39,9% do gênero masculino. Em relação aos indivíduos, 28,49% apresentaram algum alongamento do processo es-tiloide, sendo que 17,09% das radiografias tiveram alongamentos bilaterais e 11,39% apresentaram apenas alongamentos unilaterais. A morfologia mais presente no estudo, foi tipo I em ambos os gêneros. Quanto ao padrão de calcificação, os mais prevalentes no gênero masculino foi o D (40%), e no gênero feminino foi o A (45,8%). As análises estatísticas mostraram diferença estatística em relação a diferença de idade e comprimento do processo estiloide entre aqueles com e sem alongamento (p> 0,05). Outros pesquisadores têm defendido a teoria do envelhecimento para o alongamento do processo estiloide, mas o nosso estudo mostrou que o alongamento apareceu em pessoas mais jovens, embora a nossa amostra tenha uma idade média de 65 anos. A ossificação do processo estiloide pode ser atribuída à combinação de fatores, incluin-do raça, estilo de vida e hábitos alimentares. Em conclusão, a radiografia panorâmica digital é útil para a detecção de um processo estiloide alongado em pacientes. A calcificação do processo estiloide em idosos e adultos é baixa, sem correlação com o gênero. O alongamento processo estiloide do tipo I foi observado com maior frequência na população estudada.

Palavras-chave: radiografia panorâmica, variação anatômica, osso temporal.

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RADIOLOGIA/ESTOMATOLOGIA/PATOLOGIA

MANIFESTAÇÕES BUCAIS DO XERODERMA PIGMENTOSO: RELATO DE CASO

Mailon Cury Carneiro ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientadora: Elen de Souza TolentinoVanessa Cristina Veltrini

Neli PieralisiDanyelly Alline AngeliErica Ayumi Hoshino

O xeroderma pigmentoso (XP) é uma genodermatose rara, podendo afetar 1 em cada 200 mil indivíduos. Numerosas neoplasias malignas cutâneas podem se desenvolver em idade muito precoce. A condição é herdada como traço autossômico recessivo e é causada por um dos vários defeitos nos mecanismos de re-paro do DNA por excisão e/ou por reparo de pós-replicação. Como resultado da inabilidade das células epiteliais em reparar danos causados pela luz ultravioleta, ocorrem mutações nas células epiteliais, levando ao desenvolvimento do câncer de pele, do tipo não melanoma, em uma taxa de 10 mil vezes a que seria nor-malmente esperada para pessoas com menos de 20 anos de idade. Como consequência da exposição solar, a região de cabeça e pescoço é o sítio mais comumente afetado por essas neoplasias malignas cutâneas. Em cavidade bucal, pode haver o desenvolvimento de carcinoma epidermoide em lábio inferior e ápice lingual. Este último sítio é muito pouco usual para o câncer bucal e o seu desenvolvimento está relacionado ao au-mento da exposição solar que está área recebe, embora mínima, em contraste com o restante da mucosa bucal. Manifestações bucais em pacientes com XP são raramente discutidas na literatura, uma vez que es-ses pacientes apresentam muitas outras lesões corporais. Dessa forma, o objetivo principal deste trabalho é relatar um caso de uma paciente com XP que desenvolveu um carcinoma epidermoide em língua. Para-lelamente a isso, realizar uma revisão da literatura sobre o assunto. Paciente do gênero feminino, 23 anos, com diagnóstico prévio de XP, compareceu à Clínica Odontológica da Universidade Estadual de Maringá queixando-se de “mancha na ponta e na lateral da língua”, com tempo de evolução de 8 meses. Durante o exame físico intrabucal, notou-se, em assoalho de boca, uma úlcera de aproximadamente 3 cm, recoberta por membrana fibrinótica amarelada e endurecida, permeada por placas brancas irregulares. Observou-se também uma placa branca de 2 cm em borda de língua, de superfície verrucosa, limites indefinidos, per-meada por focos ulcerados eritematosos que envolviam também o ápice lingual. Após a realização de bióp-sias incisionais, chegou-se ao diagnóstico final de carcinoma epidermoide moderadamente diferenciado invasivo, em assoalho de boca. Já no ápice, observou-se a presença de hiperqueratose com atipia discreta, característica compatível com o diagnóstico clínico de leucoplasia. A paciente foi encaminhada ao oncolo-gista. O carcinoma epidermoide em boca é uma complicação grave do XP e a detecção precoce acaba sendo extremamente importante, pois tem impacto terapêutico e prognóstico, contribuindo para a sobrevida do paciente.

Palavras-chave: xeroderma pigmentoso, manifestações bucais, carcinoma de células escamosas.

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RADIOLOGIA/ ESTOMATOLOGIA/ PATOLOGIA

AVALIAÇÃO DAS PREDIÇÕES DOS PLANEJAMENTOS VIRTUAIS BIDIMENSIONAL E TRIDIMENSIONAL NOS TECIDOS MOLES FACIAIS EM

CIRURGIA ORTOGNÁTICA

Amanda Lury Yamashita ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientadora: Lilian Cristina Vessoni IwakiFlávio Wellington da Silva Ferraz

Adilson Luiz RamosIsolde Terezinha Santos Previdelli

Liogi Iwaki Filho

As deformidades dentomaxilofaciais são frequentemente encontradas na prática odontológica. Para a cor-reção destas deformidades, tem sido utilizada a cirurgia ortognática, um tratamento de alta complexidade que visa restabelecer o equilíbrio estético e funcional do paciente. Desta forma, o planejamento cirúrgico virtual (PCV) em cirurgia ortognática destaca-se por: guiar o procedimento cirúrgico em relação à magni-tude e direção do movimento cirúrgico dos tecidos duros e moles, fornecer o resultado esperado ao pacien-te, auxiliar no tratamento ortodôntico pré e pós-operatório e servir como uma ferramenta de comunicação entre ortodontista, cirurgião bucomaxilofacial e paciente. De forma simplificada, o PCV é o processo que utiliza dados clínicos, estudos de imagem, registro de mordida em relação cêntrica, modelos da oclusão do paciente, fotografias clínicas do paciente para simular uma cirurgia em ambiente virtual e depois transfe-rir os movimentos planejados para o ato cirúrgico, utilizando guias prototipados. As alterações do tecido mole após à cirurgia ortognática bimaxilar são multifatoriais e dependem de fatores relacionados à cirurgia (magnitude e direção dos movimentos ósseos) e ao paciente (idade, sexo). Atualmente, há poucos estu-dos que avaliam os fatores relacionados ao paciente (sexo e idade) e as alterações do tecido mole. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a acurácia dos PCVs bidimensional (2D) e tridimensional (3D) nos tecidos moles faciais em pacientes submetidos à cirurgia bimaxilar, considerando os fatores do paciente (sexo e idade). A amostra foi composta por pacientes classes II (46 pacientes) e III (42 pacientes). Para avaliar a acurácia dos PCVs, foram analisados 10 pontos nos eixos Y (anteroposterior) e Z (superoinferior): pró-nasal (Pn), subnasal (Sn), ponto A (A’), lábio superior (Ls), estômio (St), lábio inferior (Li), ponto B (B’), pogônio (Pog’), gnátio (Gn’) e mentoniano (Me’). No PCV 2D, foram utilizadas as alterações verticais e anteropos-teriores que foram executados no PCV 3D. Por meio do modelo linear misto (p <0.05), houve interações

significativas entre sexo/acurácia (B’-Z), idade/acurácia (Li’-Y, Li-Z, B’-Y, Pog’-Y, Gn’-Y e Me’-Y) e dife-renças significantes entre os sexos (Pn-Z, Sn-Z, Gn’-Z e Me’-Z) e acurácia (St-Y, St-Z, Li-Y, B’-Y, Pog’-Y, Pog’-Z, Gn’-Y, Gn’-Z, Me’-Y e Me’-Z) para os pacientes classe II. Em relação à classe III, houve interação significativa entre idade/acurácia (Me’-Z) e diferenças significantes entre os sexos (Ls-Z, St-Z, Li-Z, B’-Z, Pog’-Z, Gn’-Z e Me’-Z), idades (Li-Z e B’-Z) e acurácia (Sn-Z, Pog’-Z, Gn’-Y, Gn’-Z e Me’-Y e Me’-Z). Em conclusão, houve uma tendência à super-predição com direção superior nos pacientes classe II e sub-pre-dição com direção inferior nos pacientes classe III, principalmente nos pontos do tecido mole localizados na mandíbula. Além disso, é necessário ter um cuidado maior nos PCVs de tecidos moles de homens jovens com classe II.

Palavras-chave: tomografia computadorizada de feixe cônico, cirurgia ortognática, deformidades dento-faciais.

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ESTOMATOLOGIA/PATOLOGIA/RADIOLOGIA

QUIMIOTERAPIA ANTINEOPLÁSICA: ORIENTAÇÕES ODONTOLÓGICAS – REVISAO DE LITERATURA

Erica Ayumi Hoshino ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientadora: Neli PieralisiFernanda Angelio da Costa

Mailon Cury CarneiroMariliani Chicarelli da Silva

Resumo: A partir da análise do estadiamento de um tumor maligno, em que é levado em conta sua exten-são, localização e presença ou não de metástase, bem como as condições de saúde do paciente, quer sejam elas físicas, sociais ou psicológicas, seleciona-se o tratamento oncológico. Na atualidade, a quimioterapia antineoplásica (QmT) é a alternativa terapêutica mais frequente e abrange cerca de 70% dos tratamentos oncológicos, empregada de maneira isolada ou associada a outras técnicas, como a radioterapia e a cirur-gia. A QmT produz efeitos adversos bucais por ser uma terapia que atua de forma sistêmica, que acaba por não só prejudicar a qualidade de vida, mas também, pode acarretar a pausa do tratamento, o que vem a comprometer o prognóstico da doença. Infelizmente, nem sempre os pacientes passam pela avaliação e/ou orientação de um cirurgião dentista antes do tratamento. Da mesma forma, esse profissional pode des-conhecer quais e como seriam os efeitos colaterais da terapia, assim como conduzir o caso corretamente. Considerando que o paciente é pouco orientado a esse respeito e que existe a necessidade do profissio-nal dentista conhecer sobre as complicações e seus respectivos tratamentos, o trabalho tem por objetivo propor orientações odontológicas aos paciente que são submetidos a QmT, pelo cirurgião dentista, para prevenir, amenizar ou tratar. Para isso, foi realizada uma revisão de literatura nas bases de dados PubMed/Medline, Lilacs e Scielo cruzando as palavras-chave “chemotherapy”, “care”, “preventive dentistry” e ‘’oral side effects’’. Foram incluídos artigos de pesquisa ou revisão de literatura, publicados nos últimos 10 anos nas línguas inglesa ou portuguesa, que abordassem o tema proposto. A partir dos artigos coletados, pode-se verificar que as principais implicações decorrentes da quimioterapia antineoplásica em cavidade oral são a mucosite, xerostomia, infecções oportunistas e disgeusia. Além disso, foi visto que não há uma maneira de impedir que tais efeitos adversos ocorram, por completo, mas é possível limitar sua intensidade e progressão, sendo importante ter o acompanhamento do dentista, antes mesmo do início desta alterna-tiva terapêutica oncológica. Portanto, pode-se verificar que é fundamental o conhecimento das principais complicações em cavidade bucal decorrentes da QmT e seus tratamentos pelo cirurgião dentista. Esses conhecimentos contribuem para a formação desse profissional da saúde que passa a ter referencias para orientar e amenizar o desconforto, provocado pelos efeitos da QmT, a tantos pacientes oncológicos, propi-ciando uma melhor qualidade de vida a eles.

Palavras-chave: antineoplásicos, mucosite, xerostomia.

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RADIOLOGIA/ESTOMATOLOGIA/PATOLOGIA

PREPARO ODONTOLÓGICO PARA TERAPIA ONCOLÓGICA

Tatiana Emy Matsushita ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Neli PieralisiRafael Tribulato Bueno Rego

O câncer é uma doença crônica, degenerativa, de rápida e incontrolável proliferação, geralmente fatal. No Brasil, segundo o INCA, para cada ano do biênio 2018-2019, estima-se a ocorrência de 600 mil casos novos de câncer. O tratamento para essa doença inclui a radioterapia e/ou a quimioterapia. A primeira alterna-tiva consiste no uso das radiações ionizantes para destruir ou inibir o crescimento das células anormais que formam um tumor. Seus efeitos dependerão da dose e poder de penetração das radiações, além de respostas individuais de cada paciente. Assim, as células presentes na mucosa da cavidade bucal, faringe e laringe, por possuírem uma alta capacidade mitótica e baixa radiorresistência, tornam-se alvos fáceis ao desenvolvimento de efeitos adversos causados pela exposição à radiação. Por sua vez, como a radioterapia

para destruir as células tumorais, o tratamento quimioterápico utiliza medicamentos anticancerígenos. Devido à alta sensibilidade dos tecidos e a intensa imunossupressão sofrida pelo enfermo, no entanto, esses agentes apresentam efeitos tóxicos que induzem os pacientes oncológicos a apresentarem efeitos adversos bucais. Entre esses efeitos colaterais na cavidade bucal, clinicamente importantes, ocorre a interrupção da função e da integridade dos tecidos bucais. Como resultado tem-se trismo, cárie, a gengivite, xerostomia, osteorradionecrose, celulite e erupções na mucosa, como a candidose e a mucosite. Este trabalho teve como objetivo mostrar os procedimentos que possam ser realizados pelo cirurgião dentista, de acordo com o plano de tratamento oportuno para eliminar complicações da terapia oncológica ou estabilizar as con-dições bucais. Uma revisão de literatura foi realizada, sendo utilizados os termos “cavidade oral”, “efeitos adversos”, “prevenção” nas bases de dados Pubmed e Scielo. Segundo os artigos coletados, pacientes sub-metidos à quimioterapia, radioterapia, ou ambos, estão muito susceptíveis a apresentarem manifestações bucais Deste modo, sendo o tratamento antineoplásico associado às complicações bucais, pode-se produ-zir desconforto e dor severa no local, nutrição deficiente e septicemia, em alguns pacientes, com risco de vida. Isso tudo, promove aumento no tempo de hospitalização e dos custos, atrasos na administração ou limitações de dosagens dos tratamentos, até mesmo, dificulta a continuidade da oncoterapia. Este contex-to mostra que é imprescindível à presença do dentista na equipe multidisciplinar que atende os pacientes oncológicos. Ainda segundo a literatura consultada, o tratamento odontológico em pacientes oncológicos deve anteceder o antineoplásico, tendo o importante papel de precaver quaisquer complicações futuras, no processo durante e após a quimioterapia. Esse profissional da saúde poderá avaliar a condição bucal, antes de iniciar a terapia oncológica, e elaborar um plano de tratamento adequado às suas necessidades, de forma prevenir e evitar quaisquer complicações, tanto durante, como após o tratamento contra o câncer. Pode-se concluir que, na tentativa de minimizar os efeitos deletérios do tratamento oncológico e melhorar a qualidade de vida do paciente, o cirurgião dentista atuará na educação e motivação do paciente para obter uma adequada higiene bucal. Como consequência, haverá menos infecção local e sistêmica, durante e após o tratamento do câncer, aumentando a qualidade de vida do paciente.

Palavras-chave: cavidade oral, prevenção, efeitos adversos.

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RADIOLOGIA/ESTOMATOLOGIA/PATOLOGIA

HABILIDADES DOS CIRURGIÕES-DENTISTAS PARA IDENTIFICAR CALCIFICAÇÕES EM TECIDO MOLE, ABAIXO DO ÂNGULO DA

MANDÍBULA, ADJACENTES ÀS VÉRTEBRAS CERVICAIS 3 E 4, NO NÍVEL DA JUNÇÃO INTERVERTEBRAL EM RADIOGRAFIAS PANORÂMICAS

Beatriz Caio Felipe ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Lilian Cristina Vessoni IwakiAna Carolina Caio Passoni

Elen de Souza TolentinoMariliani Chicarelli da SilvaFernanda Chiguti Yamashita

Os ateromas são calcificações que acometem as artérias e são característicos da aterosclerose. Estes podem causar o acidente vascular encefálico (AVE) isquêmico, uma das causas mais comum de morte no Brasil e no mundo. Nas radiografias panorâmicas, os ateromas são visualizados quando atingem a artéria caróti-da comum na sua região de bifurcação, apresentando-se como massas radiopacas irregulares nas regiões abaixo do ângulo da mandíbula, adjacentes às vértebras cervicais. Localizam-se na mesma região que as calcificações da cartilagem tritícea e do corno superior da cartilagem tireoide que podem ser confundi-dos com os ateromas calcificados da artéria carótida. Essas são cartilagens hialinas que sofrem processos fisiológicos de calcificação, ou seja, não necessitam de nenhum tratamento. Por isso, este trabalho teve como objetivo analisar a acurácia em relação às habilidades de cirurgiões-dentistas em identificar essas calcificações antes de um treinamento e se houve melhoras dessas habilidades após o treinamento. Cento e duas radiografias panorâmicas realizadas na Universidade Estadual de Maringá e obtidas pelo equipamento Orthopantomograph® OP300 (Instrumentarium, Finlândia) foram encaminhadas a cinco cirurgiões-den-tistas não especialistas em radiologia. Destas radiografias, 51 foram utilizadas como radiografias controle, e o restante apresentavam calcificações na região abaixo do ângulo da mandíbula, adjacentes às vértebras cervicais 3 e 4 no nível da junção intervertebral cervical. Para a análise estatística, foram utilizados os tes-tes de diagnóstico: sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo (VPP), valor preditivo negativo (VPN) e acurácia. Uma significativa melhora na sensibilidade foi observada após o treinamento, com um aumento de 20% para 70%. Ao contrário da especificidade em que houve uma diminuição do valor de 98%

para 80%. Isso se deve ao fato em que a região abaixo do ângulo da mandíbula não foi analisada a priori por alguns avaliadores, passando despercebida. Além disso o VPP diminuiu de 89% para 78%, enquanto que o VPN aumentou de 55% para 73%. Já em relação à acurácia, observou-se um aumento de 59% da primeira análise para 75% da segunda análise. Dessa forma, conclui-se que a acurácia e a probabilidade do teste em detectar corretamente as calcificações quando ela está presente após o treinamento é maior, diferente-mente da capacidade de diagnosticar corretamente os que não apresentaram as calcificações.

Palavras-chave: radiografia panorâmica, doenças das artérias carótidas, calcificação vascular.

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RADIOLOGIA/ESTOMATOLOGIA/PATOLOGIA

CORRELAÇÃO ENTRE A EFUSÃO, MORFOLOGIA E POSIÇÃO SAGITAL DO DISCO DA ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR EM PACIENTES

COM DESLOCAMENTO CRÔNICO COM REDUÇÃO: UMA ANÁLISE RETROSPECTIVA CLÍNICA E POR EXAME DE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA

NUCLEAR

Matheus Chaves Veronezzi ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientadora: Lilian Cristina Vessoni IwakiLetícia Ângelo Walewski

Gustavo Nascimento de Souza PintoEduardo Grossmann

Liogi Iwaki Filho

Resumo: A efusão articular é uma alteração na qual ocorre o acúmulo de fluído sinovial causada por uma in-flamação na articulação temporomandibular (ATM), que é observada em imagens de ressonância magnéti-ca nuclear (RMN). Essa inflamação pode ser oriunda de uma sobrecarga mecânica que ocorre em pacientes que apresentam alguma desordem ou disfunção temporomandibular (DTM). As DTMs são um conjunto de alterações que acometem o sistema estomatognático, em especial os músculos da mastigação e as ATMs. Estudos sugerem que as DTMs afetam entre 5% a 12% da população. Dos desarranjos internos da ATM, os deslocamentos do disco articular com redução (DDCRs) são os mais comuns, associados ou não a queixas dolorosas.O objetivo do presente estudo foi avaliar o nível de efusão articular, a morfologia e a posição sagi-tal do disco articular (DA) em pacientes com DDCR, além de correlacionar tais achados com gênero, idade, lado acometido, duração e nível da dor e a distância interincisal máxima. A amostra foi composta por 116 pacientes com DDCR, avaliados clinicamente e com laudos de RMN. Aavaliação da morfologia do DA foi realizada de acordo com seu formato (bicôncavo, biplanar, hemiconvexo, biconvexo e dobrado) e a posição sagital de acordo com seu posicionamento em boca aberta e fechada. A efusão articular foi categorizada em ausente ou presente. Foram adquiridas as informações de gênero, idade (em anos), lado acometido, duração da dor (em meses) e sua intensidade a partir da escala visual analógica (EVA) (0-10) e a distância interincisal máxima aferida em milímetros. Para a análise estatística foram utilizados o teste qui-quadrado, o teste exato de Fisher, Mann-Whitney e a correlação de Kruskal-Wallis. Para todos os resultados foi consi-

derado um p-valor<0.05. Ao todo, 68.7% dos indivíduos apresentaram efusão articular, com uma média de idade de 35 anos, sendo que o gênero feminino foi o mais prevalente. Houve relação entre a efusão articular com o DDCR, quando esta estava presente em ambos os lados. Em relação ao lado, o esquerdo teve uma maior significância em relação à dor, sendo que 71% dos pacientes apresentaram dor acima de 5 pela EVA. Não houve correlação entre a morfologia e posição sagital do DA com o surgimento da efusão articular. Essa prevalência pelo gênero feminino é esperada, uma vez que há diferenças constitucionais como uma maior frouxidão ligamentar, e como consequência, resultando em uma maior fragilidade das ATMs femininas. A correlação entre efusão articular e o DDCR bilateral demonstra que o DDCR é um fator importante na patogênese de sinais e sintomas de DTMs artrogênicas. Clinicamente, podemos inferir que o DDCR está associado com a efusão articular, sendo mais prevalente no gênero feminino. Há possibilidades que a dor esteja associada com a efusão articular.

Palavras-chave: articulação temporomandibular, imagem por ressonância magnética, transtornos da arti-culação temporomandibular.

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RADIOLOGIA/ ESTOMATOLOGIA/ PATOLOGIA

IMPORTÂNCIA DOS EXAMES DE IMAGEM NO DIAGNÓSTICO DE TERCEIROS MOLARES SUPERIORES RETIDOS E AS SUAS

COMPLICAÇÕES – REVISÃO DA LITERATURA E RELATO DE CASO

Igor Henrique Silva Pinheiro ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientadora: Lilian Cristina Vessoni IwakiFernanda Chiguti YamashitaMariliani Chicarelli da Silva

Elen de Souza TolentinoLiogi Iwaki Filho

A extração de terceiros molares superiores impactados são procedimentos comuns no dia a dia da clínica odontológica e de acordo com as estatísticas apresentam baixas taxas de complicações e intercorrências. Entretanto, podemos encontrar alguns casos na literatura em que na tentativa de se extrair estes den-

tes, pode-se acabar deslocando-os acidentalmente para alguns espaços anatômicos, como o seio maxi-lar, principalmente, devido a sua proximidade com os ápices dos molares superiores, mas também para a fossa pterigopalatina, espaços faríngeos, fossa infratemporal e inclusive para o tecido mole da bochecha. O deslocamento iatrogênico de um dente para esses espaços é algo raro de se acontecer de acordo com os estudos, e quando ocorrem dependem de alguns fatores como, a direção da força aplicada, ou devido a uma tentativa de autoextração. Para que esse tipo de acontecimento seja evitado, o cirurgião-dentista pode contar com o auxílio dos exames de imagem, como a radiografia panorâmica e a tomografia compu-tadorizada de feixe cônico (TCFC). Alguns estudos buscaram avaliar qual dos exames é o mais preciso no momento de se verificar a proximidade de um terceiro molar superior com o seio maxilar. Nestes estudos, a TCFC apresentou-se mais precisa por fornecer mais informações, tanto qualitativas quanto quantitativas para o diagnóstico e o planejamento cirúrgico, auxiliando, dessa forma, na diminuição ou até mesmo ex-tinguindo as complicações que poderiam vir a ocorrer no momento da extração desses dentes. Nos casos em que o dente, no momento da extração, se desloca para os locais mencionados, os exames imaginológi-cos se mostram mais uma vez, de suma importância, principalmente a TCFC, já que por meio dela é possível observar o local exato para onde o dente foi deslocado, já que ela permite realizar diversas reconstruções como a axial, coronal, sagital as reconstruções panorâmicas e os cortes parassagitais. Também permite rea-lizar mensurações exatas, visto que ela apresenta proporção de 1:1. Assim, este trabalho teve por objetivo apresentar alguns casos clínicos e realizar uma revisão da literatura demonstrando a importância dos exa-mes imaginológicos na resolução desses tipos de casos, e qual entre os dois tipos de exames mencionados oferecem melhor precisão no momento do diagnóstico e na execução do planejamento cirúrgico.

Palavras-chave: exames de imagem, dentes impactados, tomografia computadorizada.

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RADIOLOGIA/ ESTOMATOLOGIA/ PATOLOGIA

DOENÇAS PSICOSSOCIAIS E SUA RELAÇÃO COM AS ALTERAÇÕES BUCAIS

Izabella Giannasi Farah ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientadora: Elen de Souza TolentinoNeli Pieralisi

Mariliani Chicarelli da SilvaAna Cláudia Ramin Silva

Lilian Cristina Vessoni Iwaki

O estresse caracteriza-se como uma resposta do organismo a agressões de ordem física, psíquica e infec-ciosa capazes de perturbar seu equilíbrio. Seu excesso, seja por grande intensidade ou duração, é capaz de produzir alterações a qualquer nível neuroendocrinoimune do organismo estabelecendo, assim, a relação estresse/doença, o que explica a participação de fatores psíquicos no desenvolvimento de determinadas condições na mucosa bucal. A associação entre níveis altos de estresse e alterações em mucosa bucal foi re-latada em pacientes que apresentaram imunossupressão decorrente do estado emocional debilitada. Além disso, condições como a ansiedade e a depressão também têm sido associadas ao surgimento de alterações bucais, tais como a hipossalivação e xerostomia, mucosa mordiscada, síndrome da ardência bucal, infec-ções oportunistas, língua geográfica, herpes simples, estomatite aftosa e o líquen plano, por exemplo. Ao analisar um indivíduo é preciso abrange-lo como um todo, levando em consideração sua interação como meio e o reflexo deste em seu dia- a- dia. A psiconeuroimunologia, que investiga as interações entre o sis-tema neuroendócrino, imune e os aspectos psicológicos e comportamentais, tem mostrado que o sistema imune influencia e é influenciado pelo cérebro. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2013, cerca de 400 milhões de pessoas sofriam de doenças psicossociais e mais de 50% dessa população não tinham acesso a tratamento adequado ou não procuravam tratamento. Esse fato fez com que a Odontologia percebesse a necessidade de capacitar seus profissionais a detectar, reconhecer e instituir o tratamento adequado para as condições bucais associadas a doenças psicossociais e, sempre que necessários, enca-minhar esses pacientes a tratamento médico e/ou acompanhamento psicológico. Dessa forma, o presen-te trabalho se propõe a realizar uma revisão crítica da literatura científica a respeito do assunto, visando relacionar se determinadas lesões bucais ou mesmo alguns sintomas relatados pelos pacientes podem ser manifestações de quadros de desequilíbrio emocional. É extremamente importante que o cirurgião dentis-

ta esteja capacitado a reconhecer o quadros psicossomáticos, os efeitos colaterais de seu tratamento, assim como os relacionar com alterações bucais, avaliando o paciente com visão mais integrada e de maneira multidisciplinar, atuando juntamente com outras áreas, como a Medicina e a Psicologia.

Palavras-chave: lesões de boca, doenças psicossomáticas, estudo retrospectivo.

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RADIOLOGIA/ESTOMATOLOGIA/ PATOLOGIA

SÍNDROME DE CROUZON: RELATO DE CASO COM DISCUSSÃO DOS ASPECTOS CRÂNIO-FACIAIS

Isabela Inoue kussaba ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientadora: Lilian Cristina Vessoni IwakiLiogi Iwaki FilhoFernanda LoboIsadora BalanNeli Pieralisi

A síndrome de Crouzon é uma condição rara de caráter autossômico dominante, caracterizada pelo fecha-mento precoce das suturas cranianas, com expressão fenotípica variável, resultando em anomalias que afetam o crânio e o terço médio da face. A mutação nos genes que codificam o receptor 2 do fator de cres-cimento do fibroblasto (FGFR2) é a responsável pelas deformidades. A causa é desconhecida, mas o fecha-mento prematuro dessas suturas pode resultar em uma pressão intracraniana aumentada. O diagnóstico precoce é essencial para guiar o crescimento e o desenvolvimento da face e do crânio. O tratamento, ge-ralmente, necessita diversas intervenções cirúrgicas, que iniciam no primeiro ano de vida. Nesse estudo, será relatado o tratamento ortodôntico-cirúrgico de um paciente adulto diagnosticado com Síndrome de Crouzon por seu geneticista ao nascimento. O paciente foi submetido a uma cirurgia no primeiro ano de vida para tratamento das fusões (sinostoses) das suturas cranianas, o que promoveu uma maior expansão craniana, uma melhor proteção ocular e diminuiu a exposição dos globos oculares, melhorando o aspecto do exorbitismo. O que motivou o paciente e seus familiares a procurar o cirurgião bucomaxilofacial para realizar a cirurgia ortognática foi à má oclusão dentária, função respiratória e estética facial. Os principais sinais faciais apresentados neste paciente foram: discreto achatamento da porção occipital; calcificação do ligamento estilo-hioide; maxila hipoplásica, prognatismo mandibular relativo e mordida aberta anterior; ângulo nasolabial fechado; leve deficiência visual; lábio superior curto, lábio inferior, juntamente com a língua, proeminentes; nariz com aspecto “adunco”; desvio de septo nasal severo; voz nasalada; órbitas ra-sas, proptose ocular bilateral; baixa higiene bucal; bom estado geral de saúde; desenvolvimento psicomo-tor normal e capacidade mental dentro da normalidade. A síndrome de Crouzon é um distúrbio que afeta, primariamente, o crânio e o terço médio da face. Independentemente da severidade, a intervenção cirúrgi-ca atualmente considerada como padrão para correção da hipoplasia de terço médio de face é a osteotomia

Le Fort III. Porém, o padrão de osteotomia deve sofrer adaptações dependendo da manifestação clínica do paciente. A mandíbula, teoricamente, não apresenta alteração de crescimento. No entanto, diversos relatos demonstram a necessidade de intervenções mandibulares para correção completa da deformidade. No caso relatado, a cirurgia mandibular foi indicada para correção da inclinação do plano oclusal, avanço mandibular e correção de deficiência anteroposterior de mento. Acreditamos que diversas síndromes e malformações congênitas que supostamente resultam em alterações no desenvolvimento maxilar afetam, também, secundariamente, o crescimento mandibular, e que osteotomias mandibulares frequentemente são necessárias para esses pacientes.

Palavras-chave: síndrome crouzon, tomografia computadorizada de feixe cônico, cirurgia ortognática.

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RADIOLOGIA/ESTOMATOLOGIA/ PATOLOGIA

A IMPORTÂNCIA DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE FEIXE CÔNICO NO PLANEJAMENTO DO TRACIONAMENTO CIRÚRGICO-

ORTODÔNTICO DE CANINO SUPERIOR RETIDO

Gustavo Trevisan Tortella ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientadora: Lilian Cristina Vessoni IwakiIsadora BalanFernanda Lobo

Eder Alberto Sigua RodriguesLiogi Iwaki Filho

A impactação dentária é definida como uma falha de irrupção de um dente na posição apropriada na arcada dentária dentro do período normal de crescimento e desenvolvimento. Os caninos superiores permanen-tes são os segundos dentes mais frequentemente impactados após os terceiros molares. Apresenta uma prevalência de aproximadamente 1 a 3% da população, sendo que em 8% dos casos, essas impactações são bilaterais. Esta condição leva a desvantagens estéticas e funcionais, sendo a reabsorção radicular do incisivo lateral o efeito adverso mais comum. Para o correto planejamento destes casos, cirurgiões-den-tistas, ortodontistas, cirurgiões bucomaxilofaciais e radiologistas devem trabalhar em conjunto para uma resolução ideal do tratamento mais adequado para cada paciente. A precisão da localização dos caninos superiores impactados é essencial, especialmente se for necessária uma intervenção cirúrgica. Dentre tan-tas opções cirúrgicas, a mais recomendada na literatura é a exposição do canino impactado para realizar o tracionamento do mesmo por dispositivos ortodônticos. A tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC) vem sendo cada vez mais utilizada como método auxiliar de diagnóstico na prática clínica. A TCFC quando comparada aos exames radiográficos, como a radiografia periapical ou a panorâmica, apresenta maior confiabilidade para elaboração do plano de tratamento, permitindo identificar de forma mais preci-sa a real localização e inclinação do canino impactado e a presença de reabsorções nos dentes adjacentes. Segundo as diretrizes da Comissão Europeia para o uso da TCFC, o profissional deve avaliar em cada caso se os benefícios do uso da TCFC superam os potenciais riscos ao paciente. Atualmente existem no mercado tomógrafos com alta resolução espacial, com tamanhos de voxels, FOVs(Field of View) e pontos focais pe-quenos que apresentam imagens com menos ruídos, mais detalhes e com baixas doses efetivas de radiação. Portanto, o objetivo deste trabalho é relatar dois casos de impactação de caninos superiores, onde se usou

um equipamento de TCFC de alta resolução, com parâmetros técnicos operacionais que proporcionaram uma baixa dose efetiva de radiação e que foram importantes para definir o plano de tratamento, a técnica cirúrgica e principalmente para prevenir complicações. O protocolo de tratamento utilizado para ambos os casos foi o tracionamento ortodôntico com uma prévia exposição cirúrgica dos mesmos.

Palavras-chave: tomografia computadorizada de feixe cônico, dente impactado, dente canino.

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RADIOLOGIA/ESTOMATOLOGIA/PATOLOGIA

AVALIAÇÃO DOS CONSTITUINTES DE DIFERENTES SISTEMAS DE PLACAS DE FÓSFORO

Gustavo Nascimento de Souza Pinto ([email protected])Unicamp

Orientador: Francisco Haiter NetoYuri Nejaim

Felippe Benavente Canteras

O uso de imagens radiográficas adquiridas em sistemas digitais, placas de fósforo e CMOS, nos consultórios odontológicos tem sido uma prática cada vez mais comum no dia a dia clínico, além disso o número de opções disponíveis no mercado vem aumentando, oferecendo, assim diferentes opções. Apesar desta mo-dalidade apresentar inúmeras vantagens quando comparadas com o sistema convencional, pouco se sabe

sobre a composição física e química das placas de fósforo disponíveis no mercado. Dessa forma, o objetivo

deste estudo foi analisar diferentes tipos de placas de fósforo de sistemas radiográficos digitais existentes no mercado para compreender possíveis diferenças na qualidade da imagem, tamanho do grânulo e com-ponentes de cada placa. Para a realização deste estudo foram selecionadas placas de fósforo de 3 sistemas digitais diferentes: Digora Optime©, Express© e VistaScan©. Para análise das placas, foram adquiridas imagens no mesmo aparelho de raios X e com o mesmo tempo de exposição, cada placa foi processada no seu próprio, sistema como indicam os fabricantes. Para a qualidade da imagem foi mensurada com auxílio de uma escala de diferentes densidades contendo chumbo e alumínio e essas imagens foram analisadas no software Image J® (Instituto Nacional de Saúde, Estados Unidos), disponível gratuitamente. Além dis-so, foram realizadas imagens no microscópio eletrônico de varredura (MEV) para avaliação do tamanho, do formato e da disposição dos grânulos e no microscópio eletrônico de transmissão (MET) para análise dos componentes de cada placa. Os dados obtidos foram analisados estatisticamente por meio do teste de ANOVA com nível de significância de 5%. Em relação a qualidade de imagem, o sistema VistaScan apre-sentou os valores de atenuação do alumínio e chumbo mais próximos do padrão ouro. Quando avaliado o tamanho do grânulo, o sistema Express apresentou a maior média 4,26μm, seguido dos sistemas Digora Optime 3,25μm e VistaScan 2,58μm. Ao analisar os componentes de cada placa de fósforo, o sistema Vis-taScan foi o único que apresentou concentração de európio em sua composição. Os demais componentes não apresentaram diferença estatística significante. Dessa forma, os autores concluem que as placas de fósforo possuem diferenças e que a placa do sistema VistaScan apresentou os melhores resultados, sendo a mais indicada para uso.

Palavras-chave: radiografia digital, metais, microscopia eletrônica de transmissão e varredura.

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ESTOMATOLOGIA

DISFUNÇÕES SALIVARES NA DOENÇA RENAL CRÔNICA: XEROSTOMIA, UMA REVISÃO DE LITERATURA

Aline Aparecida de Sousa da Silva Pilege ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientadora: Neli PieralisiRosane Hwang de Faria

Marcia da SilvaLilian Vessoni Iwaki

Marcelo Militão da Silva

Dentre as terapias alternativas de substituição da função renal, indicadas para a doença renal crônica em estágio terminal, a diálise leva ao acometimento de patologias subjacentes. Os pacientes portadores de insuficiência renal crônica sob tratamento de hemodiálise (HD) apresentam alterações sistêmicas que po-dem promover manifestações bucais. As desordens bucais mais freqüentes, observadas em pacientes em HD, incluem efeitos adversos da terapia medicamentosa, lesões mucosas, infecções bucais e as disfunções salivares. Entre estas últimas, são identificadas as variações na composição bioquímica da saliva, na taxa de fluxo salivar, a hipossalivação e a xerostomia (Xe). O objetivo deste estudo é expor a relação da doença renal crônica com Xe. Para o levantamento de dados foram coletados artigos publicados nos últimos oito anos ( 2010 - 2018). Foram consultadas as bases LILACS, PubMed, SciELO e Jane, usando as palavras- chave "xerostomia", "insuficiência renal crônica", " hemodialise". Foram incluídos artigos de pesquisa e revisão, nas línguas inglesa, espanhola e portuguesa, obtendo 43 artigos. Foi verificado que, em pacientes sob HD, a Xe é um dos achados clínicos mais comuns, sendo caracterizada como sensação subjetiva de boca seca, associada a dificuldade na fala, sensação de queimação da mucosa bucal, mastigação, disgeusia, deglutição e degustação.E, ainda que a alteração real na taxa de fluxo salivar, denominada hipossalivação, devesse ser a causa de Xe, nos pacientes em HD, muitas dessas queixas mostraram taxas de fluxo salivar normais. Deste modo, outras causas podem ser atribuídas para Xe,como a hipertensão,diabetes mellitus, interação medicamentosa, idade avançada e restrição de ingestão de líquidos. Os pacientes em questão necessitam manter o peso interdialitico adequado, pois a sobrecarga de fluidos pode resultar em hipertensão, manifes-tações cardiovasculares, edema pulmonar e aumento de risco de morte prematura. Aí está a importância do diagnóstico de Xe, por interferir no consumo de fluidos, responsável pela alteração do peso interdialítico, em função da sede excessiva que esses pacientes sentem pela meta diária de controle de ingestão hídrica.

A hipossalivação, uma vez presente, favorece maior índice de lesões cariosas, o que pode ser prevenido. Por outro lado, se ocorrer a Xe no paciente transplantado renal, o uso de drogas imunossupressoras podem predispor à infecções oportunistas, como a candidose e evoluir para a candidemia, o que pode ocorrer, também, durante a HD. Portanto, recomenda-se que os pacientes com doença renal crônica devam ser submetidos a exames bucais regulares para diagnosticar a Xe e eliminar qualquer lesão suspeita. Además, é de suma relevância a manutenção de uma higiene bucal sistemática do paciente, através da intensificação dessas visitas odontológicas. Com isso, o presente trabalho sugere que o cirurgião dentista seja incluído na equipe multiprofissional de nefrologia para obter uma saúde bucal ideal.

Palavras-chave: xerostomia, insuficiência renal crônica, hemodiálise.

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RADIOLOGIA/ESTOMATOLOGIA/PATOLOGIA

A INFLUÊNCIA DA UREIA NA COLONIZAÇÃO POR LEVEDURAS EM CAVIDADE BUCAL DE PACIENTES RENAIS CRÔNICOS

Milena de Souza Moraes ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Neli PieralisiIsadora Mecca Martinelli

Ana Carolina Guimarães AlvesKarina Mayumi Sakita

Patricia de Souza Bonfim e Mendonça

A Doença Renal Crônica (DRC) é uma patologia altamente prevalente com impacto sobre a cavidade bucal e saúde geral do paciente. Na DRC, a insuficiência renal leva a alterações na composição da saliva, como o aumento dos níveis da ureia que, metabolizada em amônia, promove uma elevação do pH. Apesar da alcalinidade do meio não favorecer a presença de fungos, o estado de imunodepressão dos pacientes com DRC propicia a colonização e infecções fúngicas bucais, sendo Candida albicans a espécie fúngica mais frequentemente isolada. A capacidade de permanecer no ambiente bucal e se adaptar às várias modifica-ções do mesmo é uma versatilidade de C. albicans. Neste ambiente, essa espécie pode expressar fatores de virulência além de invadir outros sítios podendo causar infecção sistêmica. Desta forma, o objetivo do pre-sente estudo foi avaliar a associação da DRC com a presença de leveduras em cavidade bucal e nível de ureia salivar de pacientes atendidos num hospital do noroeste do estado do Paraná. Foram incluídos pacientes portadores de DRC no estágio terminal, sob hemodiálise, aptos a receberem transplante renal e aqueles que já o receberam, a partir de 18 anos de idade, sob tratamento nefrológico. Os dados demográficos dos parti-cipantes foram coletados de suas fichas clínicas hospitalares. A verificação de pH, o exame físico bucal e a coleta das amostra salivar para exame de ureia e para a análise micológica foram executados por um único dentista. A análise microbiológica foi realizada pelo Laboratório de Pesquisa em Micologia Médica da UEM. As amostras salivares foram centrifugadas e o sedimento foi semeado em Sabouraud Dextrose Agar e Chro-magar Candida para avaliação quantitativa e identificação por metodologia clássica. A quantificação da ureia foi realizada com o sobrenadante e ensaiada pelo método colorimétrico empregando o Kit Ureia Einz Color®. Os pacientes foram agrupados conforme o limite de normalidade das taxas de ureia salivares en-contradas na literatura, envolvendo pacientes saudáveis. O teste Qui-quadrado (χ2) foi utilizado para ava-liar diferenças estatísticas entre os grupos analisados. Razão de probabilidade (OR) e intervalo de confiança

de 95% (IC) foram calculados pelo Software STATA Dados 9.1. Todas as variáveis foram expressas em valores absolutos e frequências relativas. Valores de p <0,05 foram considerados significativos. Foram amostrados 33 pacientes e nenhum apresentou características de candidose. Entretanto, 26 (78.8%) tiveram culturas salivares positivas para leveduras do gênero Candida. Dentre esses, 18 (69,2%) se encontravam com taxas de ureia superiores (Grupo I) à média limite considerada, enquanto 8 (30,8%) apresentaram taxas inferio-res a ela (Grupo II). Não houve associação significativa entre a presença de levedura e aumento de ureia sa-livar nos grupos amostrados. Mas é possível analisar que o número de pacientes com culturas positivas para leveduras no Grupo I foi 12% superior ao Grupo II. De forma geral, os dados do presente trabalho reforçam aqueles apresentados na literatura, confirmando que as leveduras são capazes de se adaptar a diferentes condições metabólicas e permanecerem como colonizantes. Assim, a imunossupressão gerada pela DRC parece favorecer a colonização bucal por leveduras, mesmo em condições adversas de pH.

Palavras-chave: doença renal crônica, candida albicans, ureia.

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RADIOLOGIA

DEISCÊNCIAS ÓSSEAS ALVEOLARES EM PACIENTES COM ANEMIA FALCIFORME E TALASSEMIA: UM ESTUDO COM TOMOGRAFIA

COMPUTADORIZADA DE FEIXE CÔNICO

Mateus Eugênio Simões de Moraes ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Adilson Luiz RamosMonique Cimão dos Santos

Dados da literatura indicam que tanto na anemia falciforme quanto na χ-talassemia são encontradas al-terações no padrão ósseo. Isto ocorre porque a medula óssea sofre hipertrofia para compensar o déficit hematopoiético. A distância entre a junção cemento-esmalte e a crista óssea é um parâmetro biológico que pode ser igualmente afetado. O aumento das distâncias a partir desta junção à crista óssea pode ser um indicativo de deiscência óssea alveolar quando esta distância for maior do que 2mm. A má posição dentária

identificada nos pacientes anêmicos, bem como a expansão maxilar oriunda da deformação facial dos mes-mos, cria uma correlação entre o movimento dentário vestíbulo-lingual e o aumento da distância da junção cemento-esmalte à crista óssea. Até o presente, não há estudos que avaliaram a prevalência das deiscências alveolares neste grupo de pacientes. O presente estudo retrospectivo observacional utilizou uma amostra com 13 pacientes, de ambos os gêneros com média de 32,85 anos de idade, com diagnóstico clínico e labo-ratorial de anemia falciforme e beta talassemia. Todos possuíam exames Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico (TCFC). Foram excluídos pacientes que haviam realizado tratamento ortodôntico, submetidos à cirurgia ortognática, portadores de síndromes craniofaciais, pacientes totalmente edêntulos, pacientes menores de idade e pacientes grávidas. As imagens por TCFC foram obtidas pelo equipamento i-CAT Next Generation® (Imaging Sciences International, Hatfield, PA, EUA). As distâncias entre a junção cemento--esmalte e a crista óssea alveolar foram medidas pela vestibular e lingual, conforme descrito por Castro et al em 2016. As avaliações foram realizadas das superfícies dos incisivos central e lateral, caninos, primeiro e segundo pré-molares e primeiros molares, superiores e inferiores. A ferramenta do iCATVision 1.8.1.10 foi utilizada para realizar as mensurações. Quando maior que 2 mm, foi considerado como deiscência óssea. Os resultados foram comparados aos resultados do estudo de Castro et al, 2016. Foram mensuradas 588 su-perfícies, delas, 230 (39,3%) registraram deiscências ósseas alveolares (distância >2 mm). Esta prevalência foi muito maior quando comparado com os resultados de Castro et al, 2016, em que registraram apenas 11% desta ocorrência. As médias das distâncias entre a junção cemento-esmalte e a crista óssea também foram, em sua maioria (92%), maiores no grupo teste em relação ao controle.As imagens de TCFC permitem men-surações do osso alveolar sem sobreposições e com qualidade. Por mais que a média de idade(teste: 32,85 anos; controle: 13,30 anos) e a quantidade da amostra (teste: 13 pacientes; controle: 30 pacientes) dos dois grupos sejam bem diferentes, esses resultados podem sugerir que os pacientes com anemia falciforme ou beta-talassemia podem apresentar mais deiscências ósseas e maiores do que pessoas sem essas condições.

Palavras-chave: deiscência óssea, tomografia computadorizada, talassemia.

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RADIOLOGIA/ESTOMATOLOGIA/PATOLOGIA

CISTO PERIAPICAL NA MANDÍBULA: RELATO DE CASO

Jaqueline Lie Nakamura Makiyama ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientadora: Vanessa Cristina VeltriniAmanda Lury Yamashita

Co-Silvia Natalia Souza de PéderCo-Talita de Carvalho Kimura

Danyelly Alline Angeli

O cisto periapical é a lesão cística inflamatória mais frequentemente encontrada nos ossos maxilares. Tem como característica etiológica principal a morte do tecido pulpar. A necrose leva a uma inflamação no periápice radicular, que evolui para essa patologia cística. Durante o processo inflamatório crônico conhe-cido como granuloma apical, há estimulação à multiplicação de células epiteliais, principalmente os restos de Malassez, que formarão o revestimento cístico característico. Os cistos periapicais são caracterizados pela presença de uma cápsula de tecido conjuntivo fibroso e um lúmen contendo líquido e restos celu-lares, revestido por epitélio, em geral, pavimentoso. À medida em que o epitélio descama para o interior do lúmen, há um aumento do conteúdo proteico e, consequentemente, da pressão osmótica. A maioria cresce lentamente, justamente devido à entrada de líquido, na tentativa de dissolução do soluto luminal. Radiograficamente, a lâmina dura ao redor do dente apresenta-se descontínua, e há lesão radiolúcida ar-redondada e unilocular. Em geral, os cistos periapicais são assintomáticos, sendo descobertos em exames radiográficos de rotina. Quando maiores, causam abaulamento de cortical. As opções terapêuticas variam desde tratamento endodôntico convencional até tratamento cirúrgico. Apesar de algumas lesões císticas serem resolvidas conservadoramente, com terapia endodôntica, a realização de descompressão, enuclea-ção ou marsupialização é necessária, na maioria dos casos. O objetivo do presente trabalho é relatar o caso clínico de uma paciente de 63 anos, gênero feminino, que compareceu ao projeto “Diagnóstico, trata-mento e epidemiologia das doenças da cavidade bucal - LEBU”, queixando-se de um “problema na boca”, com evolução de dois meses. Ao exame clínico, notou-se ausência de alterações extrabucais e presença de um abaulamento vestibular, na região anterior da mandíbula. A mucosa sobrejacente era normocrômica e lisa. Não havia sintomatologia dolorosa. Ao exame radiográfico, foi observada uma imagem radiolúcida, unilocular, bem delimitada, de aproximadamente 2,5cm, associada aos dentes 31, 32, 41 e 42, que não respondiam aos testes de vitalidade e também apresentavam reabsorção radicular. A hipótese diagnóstica foi de cisto periapical inflamatório. O tratamento de escolha foi a marsupialização, seguida do tratamento

endodôntico dos dentes envolvidos e posterior avaliação para necessidade da enucleação, em um segundo tempo cirúrgico. O tecido removido durante a biópsia foi encaminhado ao exame histopatológico, que confirmou o diagnóstico de cisto periapical inflamatório. No acompanhamento de dois meses, após a mar-supialização, observou-se regressão da lesão, com início de neoformação óssea. Atualmente, a paciente encontra-se em proservação. Conclui-se que, apesar dos cistos periapicais serem relativamente comuns, os mesmos podem atingir grandes dimensões. Desta forma, os exames radiográfico e histopatológico são de suma importância para que essas lesões sejam diagnosticadas e tratadas adequadamente. O sucesso te-rapêutico também depende de um planejamento correto, bem como de conhecimento anatômico e de boa execução da técnica cirúrgica.

Palavras-chave: cisto radicular, doenças periapicais, diagnóstico.

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RADIOLOGIA/ ESTOMATOLOGIA/ PATOLOGIA

MUCOSITE ORAL: ALTERNATIVAS DE TRATAMENTOS

MARIA EDUARDA FERNANDES ( [email protected])Universidade Estadual de Maringá

Nelí PieralisiFernanda Angelio da Costa

Mariana Podadeiro de AndradeMariana Vieira Hussar Manfiolli

Vanessa Cristina Veltrini

A mucosite é caracterizada por um comprometimento ulcerativo da mucosa oral (MO) e do trato gastroin-testinal como efeito adverso da terapia oncológica. Tanto a radioterapia de cabeça e pescoço como a qui-mioterapia, devido o contato com agentes quimioterápico, promovem a MO, que ocorre mais cedo após a quimioterapia em relação a radioterapia. A MO acomete cerca de 80% dos pacientes que passam pela radio-terapia, 40-80% daqueles em quimioterapia e mais de 75% dos pacientes que receberam um transplante de medula óssea. O objetivo deste trabalho é discutir a prevenção e possíveis tratamentos da mucosite oral. O contato com a temática ocorreu através de pesquisa bibliográfica utilizando os seguintes termos “Mucosi-tis”, “treatament of mucosities”, “Buccal cancer”, nas seguintes bases de dados Google Acadêmico, SCIE-LO e PubMed. Pode-se verificar que a ocorrência varia de acordo com alguns fatores de risco, como idade, sexo, certos tipos de genes, má higiene bucal, dose do quimioterápico administrado, a via de administração e uso concomitante dos procedimentos antineoplásicos. Sabe-se, que os quimioterápicos mais comumente associados ao desenvolvimento da mucosite oral são 5-fluoracil, metotrexato, cisplatina, bleomicina e do-xorrubicina. Os sintomas da doença começam entre uma a duas semanas após o início do tratamento. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a MO pode ser classificada em quatro graus, de 0 a 4. O grau 0 é aquele no qual não existem sinais ou sintomas. No grau 1, a mucosa acha-se eritematosa e dolorida. O grau 2 é caracterizado por úlceras e o paciente alimenta-se normalmente. No grau 3, o paciente apresenta úlce-ras e só consegue ingerir líquidos. No grau 4, o paciente não consegue se alimentar. Os estudos mostraram que existe diversas intervenções para a prevenção e tratamento da MO, porém nenhuma foi considerada efetiva para todos os casos. Apesar disto, a higiene bucal tem sido o principal fator para tentar prevenir as complicações da MO, sendo necessária uma avaliação criteriosa do autocuidado do pacientes, instituindo alto padrão de higiene por no mínimo 3 semanas antes do tratamento. Ademais, deve-se eliminar focos de infecção, paralisar tratamentos ortodônticos, instruir sobre próteses a fim de evitar traumas. A maioria dos artigos recomenda o uso do laserterapia de baixa intensidade e crioterapia como formas de tratamen-

to, além da amifostina, fator estimulador de colônias de granulócitos e glutamina. Alguns pesquisadores recomendaram uso profilático de benzidamina e bochechos com doxepina para reduzir intensidade da dor da MO. Especificamente, no controle da dor neuropática, a gabapentina ou pregabalina tem sido útil. Já em casos de ocorrer infecções bacterianas, a literatura indicou colutórios anti-sépticos como a clorexidina. Sendo assim, apesar da MO ser considerada uma das complicações bucais mais frequentes em pacientes oncológicos, ainda, não há um tratamento único efetivo para todos os pacientes devido sua vasta etiologia e graus da doença. Portanto, é de extrema importância que o profissional tenha conhecimento do grau de MO, meios de prevenção e possíveis terapias disponíveis para essa complicação oncológica. Isso viabilizará discutir o quimioterápico com o oncologista e individualizar a condução de cada paciente.

Palavras–chaves: mucosite oral, tratamento farmacológico, câncer bucal.

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RADIOLOGIA/ESTOMATOLOGIA/PATOLOGIA

O PAPEL DO CIRURGIÃO DENTISTA NA PREVENÇÃO DA DOENÇA RENAL CRÔNICA EM ESTÁGIOS INICIAIS

Carolini Gimenez Capaci ( carolcapaci3@gmail).Universidade Estadual de Maringá

Neli PieralisiAline Pilege

Monique CimãoAna Carolina Passoni

Vanessa Veltrini

A Doença Renal Crônica (DRC) corresponde as alterações na taxa de filtração glomerular, medida do nível da função renal (TFG), e/ou presença de lesão parenquimatosa mantidas, no mínimo, por três meses. Nos últimos anos, a DRC assumiu a condição de problema de saúde pública, compreendendo uma das princi-pais causas de morte e incapacidade. No mundo, mais de três milhões de pessoas são portadoras da DRC e a ocorrência de casos cresce cerca de 8% ao ano. No Brasil, a incidência da DRC tem aumentado devido ao maior numero de pacientes hipertensos, diabéticos e, também, pelo envelhecimento da população, tidos como grupos de risco para DRC. Baseada na presença de afecções renais e na TGF, a DRC pode ser classi-ficada em 5 estágios. Aos estágios iniciais, no estágio 1, encontra-se alguma lesão renal com TGF normal ou aumentada (≥90 ml/min/1,73m2). No estágio 2, o ritmo de filtração glomerular está entre 89 a 60ml/min/1,73m2 e ao estágio 3 a filtração glomerular encontra-se entre 59 a 30ml/min/1,73m2. Nesses estágios, a DRC é assintomática e seu tratamento é conservador, que consiste em controlar os fatores de risco para progressão da DRC, com o objetivo de conservar a TGF pelo maior tempo possível. No âmbito odontológico, ao receber um paciente renal crônico, o dentista deve estar atento as peculiaridades de cada estágio da DRC para estabelecer um tratamento correto e que não vá comprometer a função renal dos mesmos. Portanto, o objetivo desse trabalho é abordar a conduta do cirurgião dentista frente a pacientes DRC nos estágios 1, 2 e 3. Em vista disso, foi realizado uma revisão de literatura nos registros de dados PUBMED e scielo 2011- 2017, utilizando os termos " stages of chronic kidney disease", "chronic kidney disease" e "dentistry". Para o atendimento odontológico a pacientes DRC nos estágios 1, 2 e 3, dois pontos devem ser destacados: a anamnese e a terapia farmacológica. Em relação a anamnese, o alvo é explorar o histórico da doença renal cronica a fim de sugerir ao cirurgião-dentista o estágio da DRC que o paciente apresenta, bem como, pla-nejar o tratamento odontológico adequado a ele. Quanto a terapia farmacológica, os cuidados devem ser

redobrados, uma vez que os rins são responsáveis pela eliminação de fármacos e, nesses pacientes, a função desse orgão já está comprometida. Para tanto, a ordem geral é evitar a administração ou prescrição de fár-macos com potencial nefrotóxico. Ainda, antes de qualquer procedimento invasivo, o cirurgião- dentista deve sempre considerar a comunicação com o médico nefrologista para se obter informações sobre o está-gio atual da doença otimizando o tratamento e colaborando com a manutenção da TGF nesses pacientes. Pode se observar que o cirurgião dentista, ao incluir tais cuidados no manejo dos pacientes em estágios iniciais da DRC, tem um importante papel na prevenção da evolução da doença.

Palavras–chaves: doença renal cronica, estágios da doença renal cronica, odontologia.

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RADIOLOGIA/ESTOMATOLOGIA/PATOLOGIA

LESÃO NEOPLASICA EM GLÂNDULA SALIVAR MENOR: UM DESAFIO DIAGNÓSTICO

Camila Fernanda Vasconcelos ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Vanessa Cristina VeltriniLetícia Carvalho Lima Teixeira

Leonardo Alan Delanora

As neoplasias de glândulas salivares são relativamente incomuns, no entanto, constituem uma importante área no campo da patologia oral e maxilofacial e se tornam um desafio devido a variedade de tipos histoló-gicos, nem sempre de fácil distinção pelo exame anatomopatológico. O adenoma canalicular é um tumor benigno que acontece quase que exclusivamente em glândulas salivares menores, localizado (em 75% dos casos) no lábio superior. Clinicamente, pode ser confundido com uma mucocele ou comumente referido como um adenoma pleomórfico, devido a sua ocorrência quase quatro vezes maior. Também pode mi-metizar tumores malignos (carcinoma adenóide cístico, carcinoma mucoepidermóide, adenocarcinoma polimorfo de baixo grau). Apresenta-se como um aumento volumétrico, indolor, de crescimento lento e que varia de alguns milímetros a 2cm. A sua ocorrência é mais frequente em idosos, na sétima década de vida, com predileção pelo sexo feminino. Exibe características histológicas de natureza monomórfica, com cordões compostos por uma única camada de células epiteliais colunares ou cuboidais, com núcleos intensamente basofílicos. Estas estruturas formam longos canais ao circundar arranjos ductais. É um tu-mor encapsulado, com estroma composto por tecido conjuntivo frouxo, sem a formação de metaplásia condroide, diferente do adenoma pleomórfico, com o qual é frequentemente confundido. Para minimizar possíveis erros diagnósticos, estudos têm levado ao desenvolvimento de exames que permitem a distinção entre lesões similares. Diante disso, pretendemos, como o presente trabalho, relatar um caso de adenoma canalicular, com ênfase para o diagnóstico diferencial, especialmente com o adenoma pleomórfico. Uma paciente do gênero feminino, de 63 anos, tabagista, compareceu ao Projeto LEBU da Clínica Odontológica da Universidade Estadual de Maringá, queixando-se de uma ‘’bolinha na boca’’. Fazia uso de prótese total e relatava que a mesma lhe causava incômodo no freio labial superior. Ao exame físico intrabucal, foi ob-servada a presença de um nódulo indolor, próximo a essa região, medindo aproximadamente 8mm, séssil, flutuante, róseo, arredondado, de textura lisa e evolução de 1 mês. As hipóteses diagnósticas foram muco-cele, adenoma pleomórfico e schwannoma. Realizou-se a biópsia excisional da lesão e frenectomia. A peça cirúrgica foi enviada para análise histopatológica, que apontou para adenoma canalicular. Uma semana após a cirurgia, observou-se uma excelente cicatrização. O tratamento correto desta lesão é a completa remoção cirúrgica, seguida de proservação do paciente.

Palavras-chave: glândulas salivares, adenoma, diagnóstico diferencial.

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RADIOLOGIA/ESTOMATOLOGIA/PATOLOGIA

CABEÇA DA MANDÍBULA BÍFIDA - RELATO DE CASO

Thais Alves Vieira ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Mariliani ChicarelliMatheus Herreira FerreiraAna Carolina Caio Passoni

Elen de Souza Tolentino

Cabeça da mandíbula bífida é uma anormalidade que foi primeiramente descrita por Hrdlicka em 1941, na American Journal of Physical Anthropology, sendo considerada uma deformidade óssea rara. Apresenta ser uma alteração morfológica assintomática, embora possa estar relacionada a ruídos da ATM (articulação temporomandibular), com casos de limitação de abertura e até anquilose. É frequentemente encontrada em achados incidentais de exames de radiografias panorâmicas e tomografias, o que torna seu diagnóstico mais complexo. Autores reiteram pouca predileção por sexo e com maioria dos casos unilateral. Na litera-tura encontra se bastante critérios diagnósticos, sendo mais aceito a presença de uma anatomia duplicada ou lobulada, caracterizada por uma depressão no sentindo anteroposterior ou médiolateral do côndilo, com origem no pescoço da mandíbula, e sem uma etiologia definida, causada através de distúrbios no de-senvolvimento embrionário da região, ou mudanças na estrutura da mesma, devido a traumas, crescimen-to descontrolado de estruturas fibrosas, alimentação e o fator genético. É necessário saber os diagnósticos diferenciais em relação à outras lesões degenerativas, cistos, lesões metastáticas ou metabólicas. O padrão ouro para esse diagnóstico é o corte coronal da tomografia computadorizada de feixe cônico. O tratamento em casos assintomáticos envolve apenas acompanhamento e intervenções não invasivas, exceto em caso de anquilose pós trauma, onde a cirurgia se torna indicada. O objetivo do presente estudo é relatar um caso de côndilo bífido encontrado em imagem de TCFC realizada no departamento de Odontologia da Univer-sidade Estadual de Maringá, obtidas pelo equipamento i-CAT Next Generation® (Imaging Sciences Inter-nacional, Hatfield, PA, EUA), com FOV (Field of View) de 17X23 cm, voxel isométrico 250µ, tensão de tubo de 120 kVp e corrente de tubo de 3-8 mA. A bifidez da cabeça da mandíbula foi encontrada em um paciente do gênero masculino, de 24 anos, do lado esquerdo. Assim como o preconizado na literatura, o côndilo do caso se apresentava com bifurcação oriunda do colo do processo condilar, com características de erosão cortical, sem maiores danos ósseos. Frente a esses achados, o clínico deve observar atentamente a qualquer alteração na região articular, pois em maioria são assintomáticos, para que possa fazer avaliação correta do prognóstico do paciente, realizando assim o tratamento mais adequado.

Palavras-chave: côndilo mandibular, tomografia computadorizada de feixe cônico, articulação temporo-mandibular.

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ESTOMATOLOGIA

AVALIAÇÃO DA PRESENÇA DE LESÕES BUCAIS EM UMA POPULAÇÃO JOVEM COM HÁBITO DE MASCAR FUMO

Thayná Fernanda Franco de Moura ([email protected])Unicesumar

Fábio Vieira de MirandaMaria Paula Jacobucci Botelho

Mariana de Souza LessaVerônica Ramos de Souza

Gisselly Maria Campos da Silva

Nos últimos anos vem ocorrendo uma diminuição das pessoas que fumam em nosso país. Parte dessa dimi-nuição vem em decorrência da Lei Antifumo (n.12.546/2011). Porém, o consumo de formas alternativas de uso do tabaco vem aumentando entre os jovens e, principalmente, entre os universitários. Por desconhe-cimento dos malefícios que essas formas alternativas de consumo do tabaco oferecem, alguns jovens vêm trocando o cigarro convencional por narguilé e, também, pelo hábito de mascar fumo. O ambiente univer-sitário favorece a aquisição de novos hábitos e novos vícios ao mesmo tempo. Entre os alunos dos cursos de agronomia e medicina veterinária é bastante comum o hábito de mascar fumo até mesmo dentro da sala de aula. Quando questionados de maneira informal, esses alunos relatam desconhecer os riscos que esta prática pode trazer a sua saúde, problemas que podem variar de doenças periodontais até o câncer bucal. Desta forma, intencionou-se a realização de uma pesquisa junto a essa população com o objetivo de cons-cientizá-los sobre os riscos e avaliar a presença de lesões bucais. O projeto passou por avaliação pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Unicesumar, recebendo aprovação (91283118.2.0000.5539). Foram selecionados alunos de graduação em agronomia e medicina veterinária, do primeiro ao último ano para essa coleta. Pre-viamente ao exame físico, foi realizada uma palestra para que os alunos soubessem dos objetivos do projeto e os alunos que se interessaram em participar responderam a um questionário rápido e específico. Foram selecionados alunos que mascam e não mascam fumo, para que servissem como grupo controle. Cada um dos grupos terá 22 componentes e os componentes dos dois grupos serão pareados e relação ao gênero e à idade. Os dados colhidos estão sendo colocados em uma planilha, para posterior tabulação. Até o momento foram feitos 14 exames em pessoas com hábito e 32 sem hábito. Em 11 dos entrevistados foi observado re-cessão gengival, 7 apresentavam região esbranquiçada, e 4 tinham presença de região muito avermelhada, todas essas lesões em regiões onde relatavam deixar o fumo. De acordo com a FoodandDrugAdministration

(FDA) dos EUA, consumidores de tabaco sem fumaça estão mais expostos à nicotina e a substâncias cance-rígenas do que os dependentes do cigarro comum. É preciso que as pessoas sejam informadas dos riscos a que estão expostas com este hábito.

Palavras-chave: tabaco sem fumaça, câncer bucal e doença periodontal.

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RADIOLOGIA/ESTOMATOLOGIA/PATOLOGIA

ESTUDO DAS ANOMALIAS DENTÁRIAS: GEMINAÇÃO

Barbara Rodrigues Pinto ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Elen de Souza TolentinoAna Carolina Caio PassoniDouglas Bolzon Scatolim

Heloiza Silva Macário

A geminaçäo dentária é uma alteração morfológica no padräo de normalidade dos dentes, decorrente da tentativa de divisão de um germe dental simples por invaginação durante a fase de proliferação. O dente geminado apresenta uma coroa bífida separada totalmente ou parcialmente, porém com apenas uma raiz, além de canais radiculares ampliados devido a tentativa de divisão, e com provável alteração pulpar e dos tecidos duros. Ocorre principalmente nos incisivos e caninos decíduos e incisivos permanentes e pode ter origem de processos inflamatórios, fatores endócrinos, fatores mecânicos e caráter hereditário. Além dis-so, essa anomalia atinge ambos os gêneros de forma igual e possui maior frequência na região anterior da maxila. O presente trabalho tem como objetivo apresentar o caso de uma paciente do gênero feminino, 22 anos, que apresentou como queixa principal a “falta de espaço para os dentes do siso”, revelando um caso de manifestações clínicas e radiográficas de dentes geminados. No exame físico observou-se que os den-tes anteriores inferiores apresentavam a largura mesio-distal acentuada com uma pequena depressão e as incisais chanfradas. Já o exame radiográfico exibiu a cavidade pulpar em forma de “Y”, com duas porções coronárias e um único canal radicular. Os dentes 18, 28, 38 e 48 não estavam irrompidos e por esse motivo, como tratamento, foi indicada sua extração. Nesse caso os dentes geminados não tiveram indicações de tratamento, mas normalmente, em dentes decíduos, é aconselhada a exodontia. A dentição permanente possui três indicações de tratamento. A primeira, quando a coroa não for muito larga, a recomendação é realizar o tratamento restaurador e polimento periódico com discos abrasivos. Quando a coroa for grande e mal formada, a opção de escolha é o tratamento endodôntico e confecção da coroa com pino. Por último, a exodontia em alguns casos. O tratamento é de grande importância, uma vez que a anomalia pode causar problemas de posicionamento e como consequência dificultar a remoção de placa bacteriana. Visando um tratamento bem sucedido, é indispensável que o profissional tenha tanto o conhecimento teórico quanto técnico para fazer um correto diagnóstico e devolver a função e a estética, já que ambas podem ser prejudi-cadas em casos de geminação, causando prejuízo para o paciente.

Palavras-chave: geminação, distúrbio dentário, odontologia.

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RADIOLOGIA/ESTOMATOLOGIA/PATOLOGIA

LEUCOPLASIA ASSOCIADA À MELANOSE DO FUMANTE

Milena Maria Nicolin Braz ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Vanessa Cristina VeltriniElen de Souza Tolentino

Neli PieralisiMailon Cury Carneiro

Talita de Carvalho Kimura

O uso do tabaco tem sido associado a muitas lesões bucais, variando de lesões benignas a desordens po-tencialmente malignas e até câncer bucal. A melanose oral é uma das consequências do tabagismo e se caracteriza por uma pigmentação focal benigna da mucosa. A patogênese está associada a um componente do cigarro, que estimularia os melanócitos a produzirem mais melanina. Mesmo em indivíduos que geneti-camente possuem uma maior formação de melanina, o tabaco é capaz de causar um aumento na sua produ-ção. Essa hiperfunção seria decorrente do efeito estimulatório da nicotina e do benzopireno, componentes do tabaco altamente absorvidos pela mucosa bucal. Clinicamente, a melanose do fumante tende a apa-recer como áreas pigmentadas dispersas, não aparentemente associadas a predisposição genética, uso de medicação ou distúrbios hormonais/sistêmicos. A região mais acometida é a gengiva vestibular anterior, porém pode ser vista em qualquer parte da mucosa bucal. Outra lesão que costuma acometer fumantes é a leucoplasia, atualmente classificada como desordem potencialmente maligna. Geralmente afeta pessoas acima dos 40 anos, sendo representada por placas ou manchas brancas, encontradas principalmente no vermelhão do lábio, mucosa jugal e gengiva. Mais de 80% dos pacientes com esta lesão são fumantes e es-tudos mostram que 16 a 62% dos carcinomas em boca estão associados a lesões leucoplásicas, no momento do diagnóstico. Com isso, o objetivo deste trabalho é relatar um caso de leucoplasia associada à melanose do fumante. Paciente do gênero feminino, 44 anos, compareceu à Clínica Odontológica da Universidade Estadual de Maringá, queixando-se de “dor na boca do lado esquerdo”. Relatou ser fumante há mais de 20 anos, consumindo em média 40 cigarros ao dia. Durante o exame físico intrabucal, foram observadas, em mucosa jugal, placas esbranquiçadas associadas a áreas pigmentadas, totalizando aproximadamente 2cm. O diagnóstico presuntivo foi de leucoplasia associada à melanose do fumante. Após a realização de uma biópsia incisional, o material foi encaminhado à análise histopatológica. Microscopicamente, observou-se a melanose focal, associada à presença de hiperqueratose com atipia moderada, quadro compatível com o diagnóstico clínico de leucoplasia. Como conduta, a paciente foi orientada quanto ao tabagismo e se fez o

acompanhamento periódico das lesões. O correto diagnóstico permite um tratamento adequado e eficaz, tendo impacto terapêutico e prognóstico, contribuindo para a qualidade de vida do paciente. No caso da leucoplasia, seu diagnóstico e potencial de malignização ainda estão atrelados ao julgamento clínico, à realização de biópsias adequadas e a um criterioso exame histopatológico.

Palavras-chave: leucoplasia; melanose; diagnóstico diferencial.

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RADIOLOGIA/ESTOMATOLOGIA/PATOLOGIA

GRANULOMA DE ANEL HIALINO: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SOBRE A ETIOPATOGENIA DAS LESÕES INTRABUCAIS

Talita de Carvalho Kimura ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientadora: Vanessa Cristina VeltriniMaicom Colombo Júnior

O Granuloma de anel hialino ou granuloma de pulso é um achado incomum. Caracteriza-se por ser uma lesão inflamatória crônica, com presença de células gigantes multinucleadas, associadas a anéis eosinofí-licos. A lesão foi descrita inicialmente como “periostite crônica”, porém, ao longo dos anos, duas teorias opostas sobre sua etiopatogenia foram propostas. A teoria endógena propõe que os granulomas seriam uma degeneração hialina das paredes dos vasos sanguíneos A teoria exógena sugere que estas estruturas surgi-riam da implantação de partículas de alimentos de origem vegetal, particularmente celulose (fragmentos de pulso). Essas partículas adentrariam os tecidos bucais humanos por meio de várias portas de entrada possíveis: pela pressão exercida por uma prótese sobre um rebordo edentado; por inoculação intracanal, no caso de uma cárie extensa; pela mucosa ao redor de um terceiro molar com pericoronarite; em alvéo-los dentários vazios; ou mesmo por meio de incisões cirúrgicas. Numa tentativa de degradação do mate-rial pelas células fagocíticas do hospedeiro, ocorreria uma resposta granulomatosa crônica, com formação dos anéis hialinos nas paredes vasculares. Clinicamente, este peculiar granuloma é assintomático, embora desconforto local, inchaço e sensibilidade possam ser observados, em muitos casos. Radiograficamente, podem mostrar dois padrões: área radiolúcida irregularmente delimitada por trabéculas ósseas; ou o pa-drão periférico, de erosão mal definida da crista óssea alveolar. A maioria das lesões acomete a mandíbula, preferencialmente áreas desdentadas, paredes de cistos inflamatórios ou em áreas com história prévia de extração dentária, pericoronarite, comprometimento periodontal ou trauma. O tratamento é curetagem ou excisão total. A recidiva é rara, mas pode ocorrer, normalmente associada à remoção incompleta. O objetivo deste trabalho é realizar uma revisão crítica da literatura a respeito da etiopatogenia do granuloma de anel hialino. Foi realizado um levantamento bibliográfico nas bases de dados PubMed, Scielo e Google Acadêmico, utilizando os termos: oral and extraoral hyaline ring granuloma, giant-cell hyaline angiopa-thy, pulse granuloma e chronic periostitis. Conhecer a entidade é importante, pois são lesões grandes, que podem atingir 2,5cm de diâmetro e se passar por neoplasias. São fácil e equivocadamente diagnosticadas como vasculopatia hialina da hipertensão, da diabetes ou da amiloidose, por serem lesões mais conhecidas dos patologistas. O desenvolvimento do Granuloma de anel hialino também pode ter relação com a exis-tência de fístulas gastrintestinais, divertículos ou perfurações, que podem estar histologicamente aparen-tes, mas clinicamente ocultas.

Palavras-chave: granuloma de anel hialino, granuloma de pulso, angiopatia hialina de células gigantes.

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RADIOLOGIA/ ESTOMATOLOGIA/ PATOLOGIA

A IMPORTÂNCIA DA ODONTOLOGIA NO DIAGNÓSTICO E MANEJO DE PACIENTES COM SÍNDROME DE GORLIN-GOLTZ: REVISÃO DE

LITERATURA

Heloiza Silva Macário ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientador: Elen de Souza TolentinoPaula Gabriela Vieira Chicora

Matheus Chaves VeronezziIgor Henrique Silva Pinheiro

A Síndrome de Gorlin-Goltz (SGG), também conhecida como síndrome do carcinoma nevoide de células basais é uma desordem autossômica dominante hereditária, com alta penetrância e expressividade fenotípica variá-vel. Foi primeiramente definida como uma tríade principal: múltiplos carcinomas basocelulares, queratocistos odontogênicos e anomalias esqueléticas. Os critérios de diagnóstico são conhecidos como maiores e menores. Os maiores são: dois ou mais carcinomas basocelulares, queratocistos odontogênicos, três ou mais depressões planto-palmares, costelas bífidas, entre outras. Os critérios menores são: macrocefalia, retrognatismo e malfor-mações congênitas, tais como fenda labial ou palatina. O diagnóstico da SGG poderia ser feito quando ocorrerem dois ou mais critérios maiores ou a presença de um critério maior associado a um ou mais critérios menores. A prevalência na população varia de 1:50.000 a 1:150.000 nascimentos, com frequência idêntica no gênero femini-no e masculino e predileção maior por pessoas negras e caucasianas. Visto isso, o objetivo deste trabalho é apre-sentar uma revisão de literatura demonstrando a importância do cirurgião dentista no diagnóstico e tratamento dos portadores dessa síndrome, uma vez que uma das suas principais manifestações ocorre em boca na forma de cistos odontogênicos. As informações foram obtidas por meio de pesquisa de artigos científicos nas bases de dados online PubMed, Scielo e Google Acadêmico. Os pacientes com suspeita da síndrome de Gorlin-Goltz de-vem passar por uma equipe multiprofissional composta por dermatologistas, cirurgiões bucomaxilofaciais, esto-matologistas, e neurocirurgiões, os quais por meio de biópsias das lesões de pele suspeitas bem como de massas infratentoriais detectadas por ressonância magnética cerebral, biópsia aspirativa, além de biópsia das paredes císticas dos maxilares confirmam a suspeita de diagnóstico. De modo geral, o queratocisto odontogênico está presente em 65-75% dos casos da síndrome, e a maioria ocorre na região do ramo da mandíbula, geralmente, associado a dentes não irrompidos, e aparecem principalmente entre a primeira e a segundas décadas de vida. É aconselhado que os pacientes sejam acompanhados clinicamente e radiograficamente por um longo período, sendo que nos primeiros cinco anos esse acompanhamento deve ser feito semestralmente. No manejo desses pa-cientes, os problemas odontológicos são melhores tratados cirurgicamente por meio da enucleação associada ou não a curetagem agressiva das paredes ósseas, bem como remoção de osso periférico (osteotomia) ou ressecção, a fim de diminuir as chances de recidiva dos cistos odontogênicos dos maxilares. Além disso, pode-se utilizar uma terapia complementar, como a crioterapia com nitrogênio líquido e cauterização química com a Solução de Carnoy. A taxa de recorrência deve ser levada em consideração, pois quando associada à síndrome sobe de 37% para 63%. A expectativa de vida em portadores de SGG não é alterada significativamente, mas a morbidade das complicações pode ser substancial. O diagnóstico precoce, muitas vezes, permite que terapias conservadoras sejam usadas. Desse modo, é de extrema importância que o cirurgião dentista saiba identificar as principais características da SGG, porquanto não são raros os casos de pacientes portadores dessa síndrome que chegam à clínica odontológica.

Palavras-chave: síndrome de Gorlin-Goltz, carcinomas basocelulares, queratocistos.

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RADIOLOGIA/ ESTOMATOLOGIA/PATOLOGIA

LIPOMA SUBMUCOSO EM MUCOSA JUGAL: RELATO DE CASO

Elis Ribeiro Mariucio Aranha ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientadora: Vanessa Cristina VeltriniLetícia Teixeira

Amanda Lury YamashitaTalita de Carvalho Kimura

Os lipomas são tumores benignos comuns do tecido mesenquimal, porém infrequentes na região oral e maxilofacial. Em geral, clinicamente, apresentam-se como aumentos volumétricos nodulares, de cresci-mento lento, superfície lisa e consistência macia, podendo ser sésseis ou pediculados. Na boca, os locais mais comumente acometidos são a mucosa jugal, o fundo de sulco vestibular, o assoalho, a língua, a face interna dos lábios, o rebordo alveolar, o palato e as glândulas salivares. São atingidos mais frequentemente indivíduos entre 30 e 70 anos, sem predileção por gênero. A etiologia dos lipomas é incerta, mas algumas possibilidades são aventadas: hereditariedade, alterações endócrinas, trauma e infecções. Enquanto a gor-dura normal do corpo pode ser perdida, o metabolismo do lipoma, por sua vez, é completamente indepen-dente do da gordura corpórea normal e, por isso, se a ingestão calórica diminuir, os lipomas não regridem de tamanho. Microscopicamente, são compostos por adipócitos maduros, que pouco se diferenciam do tecido adiposo normal circunjacente, podendo aparecer envoltos por fina cápsula fibrosa. O tratamento é feito com excisão local conservadora, sendo raros os casos de recidiva. Assim, o objetivo deste trabalho é relatar o caso de um paciente do gênero masculino, 68 anos, ex-tabagista, diabético e hipertenso, que compareceu à clínica odontológica da Universidade Estadual de Maringá, no projeto de LEBU (Diagnóstico, tratamento e epidemiologia das doenças da cavidade bucal), queixando-se de “caroço” em mucosa jugal, com um ano de evolução. O paciente relatou que, devido à lesão, não conseguia utilizar a prótese total infe-rior. Após um exame físico extrabucal sem alterações, procedeu-se o exame intrabucal. Um nódulo estava presente na mucosa jugal direita, medindo aproximadamente 8mm. Era ovalado, séssil, róseo-amarelado, resiliente à palpação e com limites bem definidos. As hipóteses diagnósticas foram lipoma e hiperplasia fibrosa inflamatória. O tratamento de escolha foi a biópsia excisional, seguida de envio da peça cirúrgica para exame histopatológico, no qual se confirmou o diagnóstico presuntivo de lipoma. Após uma semana, a sutura foi removida e se observou boa cicatrização. O paciente se encontra em proservação. Conclui-se que é importante, para o cirurgião-dentista, ter conhecimento desta patologia. Assim, a chances de se chegar a um diagnóstico correto e se realizar um tratamento adequado são maiores.

Palavras-chave: lipoma, diagnóstico, tratamento.

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RADIOLOGIA/ ESTOMATOLOGIA/PATOLOGIA

LEUCOPLASIA BUCAL HOMOGÊNEA: RELATO DE CASO

Daniela Suemi Kamikawa ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientadora: Vanessa Cristina VeltriniPaula Gabriela Vieira Chicora

Amanda Lury YamashitaTalita de Carvalho Kimura

Atualmente, a Leucoplasia bucal é classificada como uma desordem potencialmente maligna das mais co-muns. A Organização Mundial da Saúde a definiu como mancha ou placa branca, não removível à raspa-gem, que não pode ser caracterizada, clínica ou microscopicamente, como nenhuma outra lesão. Conforme o aspecto clínico, as Leucoplasias podem ser homogêneas e não-homogêneas. Microscopicamente, po-rém, podem se apresentar como hiperqueratose com atipia discreta, moderada, intensa, ou já representar um carcinoma in situ, ou mesmo invasivo. As leucoplasias homogêneas costumam apresentar alterações celulares discretas, enquanto que as não-homogêneas comumente exibem atipia epitelial mais intensa ou até carcinoma invasivo. A análise histopatológica é, portanto, indispensável, não só para a conclusão diagnóstica, como também para que se atribua corretamente o grau de atipia e se conheça o potencial de malignização, fundamentais para a instituição do tratamento mais apropriado. Assim, o objetivo deste trabalho foi realizar uma breve revisão da literatura, bem como relatar o caso clínico de um paciente leuco-derma, gênero masculino, 47 anos, que compareceu ao projeto "Diagnóstico, tratamento e epidemiologia das doenças da cavidade bucal - LEBU", da clínica odontológica da Universidade Estadual de Maringá. O mesmo queixou-se de “mancha branca na gengiva” e “dentes moles”. Ao exame físico extrabucal, obser-vou-se a ausência de doenças sistêmicas, porém o paciente relatou fumar 20 cigarros por dia, há cerca de 30 anos. Ao exame intrabucal, notou-se placa branca e irregular, localizada no rebordo alveolar inferior, lados direito e esquerdo, resistente à tentativa de remoção por raspagem e sem sintomatologia dolorosa. Diante disso, realizou-se a biópsia excisional de ambos os lados, seguida de envio do material para análise histopatológica. O resultado apontou hiperqueratose com atipia discreta, o que é compatível com o diag-nóstico clínico de leucoplasia, no caso, homogênea. O paciente foi orientado a abandonar o tabagismo, uma vez que o tabaco está diretamente associado, etiologicamente, a esta lesão. É importante ressaltar, sempre, que a análise histopatológica é fundamental para que se possa prever o comportamento biológico e o potencial de transformação maligna. Além disso, quando não se pode remover a lesão por completo, deve-se realizar o acompanhamento periódico, pois a lesão pode apresentar alterações indicativas de mu-dança de comportamento.

Palavras-chave: leucoplasia, diagnóstico, biópsia.

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ESTOMATOLOGIA/PATOLOGIA/RADIOLOGIA

A IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO MINUCIOSA DO EXAME RADIOGRÁFICO NO DIAGNÓSTICO DAS MALIGNIDADES: RELATO DE

CASO

Mariana Vieira Hussar Manfiolli ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientadora: Neli PieralisiElen de Souza Tolentino

Mariliani Chicarelli da SilvaErica Ayumi Hoshino

Matheus Chaves Veronezzi

Resumo: As neoplasias de cabeça e pescoço representam um sério problema de saúde pública, devido a alta incidência, prevalência e mortalidade. Neste grupo, os tumores de boca e orofaringe estão entre os mais frequentes, sendo que em 2012 foram responsáveis por mais de 219 mil mortes em todo o mundo. O Carcinoma de Células Escamosas (CCE) corresponde a aproximadamente 90% dessas malignidades. Dentre os hábitos presentes na maioria dos pacientes diagnosticados com essas neoplasias, o tabagismo e o eti-lismo se destacam, tornando-se importantes fatores etiológicos para seu desenvolvimento. Os locais mais acometidos na cavidade oral são: borda lateral da língua, assoalho bucal e vermelhidão dos lábios; onde as características clínicas da lesão são úlceras com as bordas elevadas e base endurecida e, em seu estágio inicial, não têm sintomatologia dolorosa. A avaliação inicial do CEC da boca e orofaringe é realizada através da história clínica e do exame físico do paciente. O diagnóstico é confirmado pelo resultado da biópsia in-cisional da lesão. Os métodos de imagem complementam o exame clínico no estadiamento TNM das lesões, principalmente no que se refere à sua extensão submucosa, disseminação linfonodal e à distância. Visto isso, o presente trabalho tem por objetivo relatar o caso de um paciente do gênero masculino, 61 anos, ta-bagista, que foi encaminhado à clínica odontológica da Universidade Estadual de Maringá (UEM) para rea-lização de uma radiografia panorâmica, solicitada pela UBS. Na radiografia, chamou a atenção uma discreta rarefação óssea difusa em rebordo alveolar inferior do lado direito. Quando perguntado sobre o motivo do exame, o paciente relatou sentir dor nesta região há 3 meses, sendo tratado com corticoide tópico pelo dentista, sem resultados. Procedeu-se então com o exame físico, onde notaram-se alterações nos gânglios auriculares posteriores e submandibulares. Ao exame intrabucal área eritematosa ulcerada permeada por placas leucoplásicas no rebordo alveolar inferior direito. Paciente foi submetido a um exame de tomografia

computadorizada que confirmou uma rarefação óssea difusa na região. Prosseguiu-se com biópsia incisio-nal e exame histopatológico, o qual revelou aspectos compatíveis com carcinoma epidermoide moderada-mente diferenciado e invasivo. Diante do diagnóstico, o paciente foi encaminhado ao médico oncologista que nos autorizou realizar todos os procedimentos que fossem necessários antes do tratamento oncológico escolhido. O relato salienta a importância de o profissional estar atento aos menores sinais, visto que, no presente caso, a avaliação da radiografia panorâmica revelou um sutil sinal da doença. Desse modo, a de-tecção precoce desses tumores é de grande valia para um tratamento, prognóstico e sobrevida favoráveis, uma vez que as taxas de sobrevida em 5 anos dos carcinomas oral e orofaríngeo são aproximadamente 50%, e a maioria desses pacientes sobrevivem pouco tempo após o diagnóstico.

Palavras-chave: câncer bucal, carcinoma epidermoide, assistência odontológica.

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RADIOLOGIA/ESTOMATOLOGIA/PATOLOGIA

LÍQUEN PLANO EROSIVO ASSOCIADO À LÍQUEN PLANO PILAR EM MUCOSA JUGAL

Melissa Koto Murai ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientadora: Vanessa Cristina VeltriniIsadora Balan

Amanda Lury YamashitaTalita de Carvalho Kimura

O Líquen Plano é uma doença inflamatória crônica, autoimune, mediado pelas células T, que afeta o epi-télio escamoso. Pode se manifestar na mucosa bucal e genital, bem como em unhas, cabelos e pele, sendo passível de sofrer malignização. Essa lesão é mais comum em mulheres de meia idade, e é rara em crianças. Apesar de sua etiologia não estar plenamente esclarecida, acredita-se que ele decorra de um ataque linfo-citário equivocado aos queratinócitos da camada basal do epitélio. Os linfócitos T induzem, dessa forma, a apoptose celular, a qual leva à liberação de quimiocinas, perpetuando o processo inflamatório. As lesões intrabucais são classificadas em vários tipos. O reticular, mais comum, se manifesta na forma de finas es-trias brancas que se entrelaçam e são chamadas “estrias de Wickham”. O erosivo, mais sintomático, ca-racteriza-se pela formação de úlceras. Clinicamente, no tipo erosivo, as ulcerações são irregulares e podem ou não apresentar centro fibrinoso. No atrófico, aparecem áreas avermelhadas difusas, com ou sem estrias brancas periféricas. No Líquen em placa, há placas irregulares, esbranquiçadas e homogêneas, que lembram Leucoplasia. O Papular mostra pequenas pápulas brancas, com estriações finas na periferia. O Bolhoso é a forma clínica mais incomum, e apresenta-se como bolhas que aumentam de tamanho e tendem à ruptura, deixando a superfície ulcerada e dolorosa. Também existe o Líquen Plano Pilar, uma variante cutânea que afeta os folículos pilosos, podendo ocorrer isoladamente ou associada a outros tipos, principalmente os que acometem a boca. Seu diagnóstico consiste em exame clínico e exames complementares, especialmente o histopatológico, que mostrará graus variáveis de orto e paraqueratose, bem como acantose/hiperplasia, e ainda infiltrado linfocítico perifolicular e corpos de Civatte. O tratamento abrange anti-histamínicos, corticosteróides, colutórios com lidocaína, ou apenas proservação. O objetivo deste trabalho é relatar um caso clínico de associação entre Líquen Plano Pilar e Líquen Plano Erosivo em mucosa jugal. A paciente, do gênero feminino, com 50 anos de idade, compareceu ao projeto “Diagnóstico, tratamento e epidemiologia das doenças da cavidade bucal - LEBU", da clínica odontológica da Universidade Estadual de Maringá, rela-tando “dor e ardência na boca”. Durante anamnese, a paciente relatou possuir diabetes controlada e lesões esbranquiçadas no couro cabeludo, com perda folicular. A hipótese diagnóstica foi de Líquen Plano Pilar. Ao exame intrabucal, foram observadas gengivite descamativa e, na mucosa jugal, estrias esbranquiçadas com pequenas ulcerações, onde se realizou a biópsia. O exame histopatológico confirmou o diagnóstico de Líquen Plano Erosivo. A paciente está em acompanhamento no mesmo projeto. O Líquen Plano ainda é um desafio para o cirurgião-dentista. É fundamental conhecer as características clínicas e histopatológicas das variantes clínicas, a fim de que se possa chegar a um correto diagnóstico.

Palavras-chave: líquen plano, diagnóstico, biópsia.

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RADIOLOGIA/ESTOMATOLOGIA/PATOLOGIA

PROTOCOLO DE TERAPÊUTICA MEDICAMENTOSA AO PACIENTE ODONTOLÓGICO COM DOENÇA RENAL CRÔNICA

Marcelly Tupan Christoffoli ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientadora: Neli PieralisiGustavo Jacobucci FarahFlávia Barroso CastelaniMilena de Souza MoraesThiago Alexandre Zilioli

Os rins, órgãos integrantes do sistema urinário, são responsáveis por algumas das funções essenciais do organis-mo. Estão envolvidos na excreção de produtos resultantes do metabolismo (ureia, creatinina, H+, fosfato, ácido úrico) e na retenção de moléculas essenciais (aminoácidos, glicose e proteínas). A Doença Renal Crônica (DRC) é resultante da perda progressiva e irreversível de grande parte dos néfrons funcionais, unidade formadora dos rins, causando uma incapacidade de realizar suas funções. Com o passar do tempo, o número de doentes renais no consultório odontológico vem crescendo significantemente, gerando então levantamentos acerca da prescri-ção medicamentosa que esses pacientes especiais devem receber. O presente trabalho tem por objetivo a realiza-ção de uma revisão da literatura sobre o tema, a partir da seleção de dados publicados nos últimos anos, visando criar um protocolo que auxilie os Cirurgiões Dentistas no momento da prescrição de medicamentos aos pacientes renais. Antes de iniciar qualquer procedimento deve ter sido feita uma avaliação médica dos meses anteriores ao atendimento, e o médico do paciente precisa ser consultado, para informar sobre a suficiência do controle meta-bólico que ele apresenta. Nos pacientes dialisados, os procedimentos odontológicos devem ser realizados no dia seguinte à diálise. Isso permite que a heparina utilizada durante a diálise seja metabolizada e que o paciente esteja em melhor estado fisiológico quanto ao volume intravascular e aos produtos metabólicos resultantes. Deve-se considerar o uso de antibioticoterapia profilática devido ao risco aumentado que esses pacientes possuem de desenvolverem episódios de endocardite bacteriana. Pacientes com insuficiência renal significativa podem ser incapazes de eliminar do sangue o anestésico local e/ou seus metabólitos. Portanto, doenças renais significativas (ASA IV ou V) representam uma contraindicação relativa à administração de anestésicos locais. Anestésicos, como a lidocaína, que é metabolizada no fígado, podem ser usados moderadamente. Pacientes com disfunções renais podem limitar a excreção dos agentes antimicrobianos. Quando for necessário o uso de medicação anti-biótica, analgésica ou antinflamatória, devem ser usados drogas com metabolização hepática. O ajuste das doses dos antibióticos que se excretam pela urina pode realizar-se por meio do aumento dos intervalos entre as doses

terapêuticas usuais ou através da variação das doses. Amoxicilina, eritromicina, clindamicina e o metronidazol podem ser usados com precaução. As tetraciclinicas e os aminoglicosídeos estão contraindicados na presença de doença renal. Por sua vez, os analgésicos, como paracetamol e ácido acetilsalicílico, podem ser utilizados com segurança em doses baixas a moderadas, porém o uso deve ser cauteloso, quando em doses maiores. Os anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) devem ser evitados devido à retenção de fluidos e sódio na vigência de alterações circulatórias mais graves. A administração de AINEs pode levar em declínio exagerado da função renal, uma vez que ocorre a associação de pelo menos dois fatores agressivos ao rim. A partir disso, destaca-se que pacientes com DRC em estágios mais severos, dialisados ou transplantados, exigem cuidados peculiares, como ajuste na dosagem, ou até, contraindicação absoluta de certos medicamentos rotineiramente empregados na odontologia. Com isso, o dentista tem o dever de conhecê-los e saber em quais situações pode prescrevê-los.

Palavras-chave: insuficiência renal crônica, odontólogos, tolerância a medicamentos.

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RADIOLOGIA/ESTOMATOLOGIA/PATOLOGIA

TUMOR ODONTOGÊNICO EPITELIAL CALCIFICANTE EM MANDÍBULA: RELATO DE CASO CLÍNICO

Letícia Carvalho Lima Teixeira ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Elen de Souza TolentinoMariliani Chicarelli da SilvaLilian Cristina Vessoni Iwaki

Izabella Giannasi Farah

O tumor odontogênico epitelial calcificante, ou tumor de Pindborg, é uma neoplasia odontogênica benigna rara de patogênese incerta que geralmente é indolor e de crescimento lento. A maioria dos casos relatados acomete a mandíbula, em sua região posterior atingindo principalmente adultos entre 30 e 50 anos, sem predileção por gênero. O tumor pode exibir uma área radiolúcida ou mista, geralmente multilocular com margens festonadas, frequentemente bem definidas, podendo ou não estar associado à um dente não ir-rompido. O tratamento varia de uma intervenção mais conservadora a uma ressecção mais agressiva em virtude de relatos de recidiva. Este trabalho tem como objetivo apresentar um caso de um paciente do gê-nero masculino, de 23 anos, com a queixa principal de “carne crescida” em região anterior de mandíbula, de 7 anos de evolução e assintomático. Relatou já ter removido a lesão há 5 anos e que houve recidiva da mesma. Na avaliação extrabucal, notou-se uma discreta tumefação na região. Já no exame intrabucal, ob-servou-se um nódulo séssil, róseo, firme à palpação e textura lisa, com 4 cm de diâmetro e envolvimento das corticais vestibular e lingual. Os dentes 31 e 41, tratados endodonticamente, apresentavam-se com mobilidade e os dentes 32, 33 e 42 não foram responsivos ao teste de vitalidade pulpar. Na radiografia pano-râmica, observou-se uma área radiolúcida multilocular, de aproximadamente 2 cm na região, e na radio-grafia oclusal de mandíbula observou-se um discreto abaulamento de cortical vestibular e afastamento dos incisivos centrais. Portanto, as hipóteses diagnósticas foram de lesão central de células gigantes, mixoma odontogênico e ameloblastoma. Foi realizada uma biópsia incisional na qual a peça foi enviada para exa-me histopatológico, e nele revelou-se células com um leve pleomorfismo nuclear, pontes intercelulares e material extracelular hialinizado, definindo assim o diagnóstico final de um tumor odontogênico epitelial calcificante. Optou-se por uma ressecção marginal com acesso intra e extrabucal, onde a lesão e os dentes envolvidos foram extraídos. O controle pós-operatório de 6 meses mostrou ausência de sinais de recidiva e uma prótese parcial removível foi instalada na região. Sendo assim, o paciente mantém-se em proservação devido aos relatos de recidiva para este tipo de neoplasia.

Palavras-chave: tumor odontogênico, diagnóstico, tratamento.

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ESTOMATOLOGIA/PATOLOGIA

AMELOBLASTOMA UNICÍSTICO EM REGIÃO ANTERIOR DE MANDÍBULA - RELATO DE CASO CLÍNICO

Isabela Ardenghi Baptista (email: [email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientador: Edevaldo Tadeu CamariniVanessa Cristina Veltrini

José Henrique Santana QuintoRaphaela Zanin Rodrigues

Diversas patologias podem acometer a região facial entre elas estão os tumores do epitélio odontogênico, o mais comum e importante deles é o ameloblastoma o qual é um tumor de crescimento lento, localmente invasivo, de etiologia ainda não definida e em sua maioria benigno. Os ameloblastomas são classificados em três variações: Ameloblastoma, ameloblastoma unícistico e ameloblastoma periférico. O ameloblastoma unicístico tem a prevalência de 13% a 21% dos casos de todos os ameloblastomas, com maior frequência em jovens, sem propensão de gênero, com predileção por região posterior de mandíbula, apesar do grande volume do qual a lesão pode causar nos ossos gnáticos em sua grande maioria é assintomática. Radiogra-ficamente se mostra como uma imagem radiolúcida, bem circunscrita, envolvendo a coroa de um terceiro molar não irrompido, com o diagnóstico diferencial bem próximo a um cisto dentígero. O histopatológico demonstra três padrões, são eles: Luminal, o qual o tumor esta confinado a superfície luminal do cisto; In-traluminal - Plexiforme, onde o tumor projeta-se do revestimento cístico em direção ao lúmen do cisto; E o mural, o qual a parede do cisto esta infiltrada pelo tumor. O tratamento proposto para os ameloblastomas unicísticos é descompressão e enucleação seguido de curetagem e nos casos mais agressivos ressecção em bloco. Tratamentos amplamente discutidos devido a taxa de recidiva do tumor ser de 10% a 20%. Com isso, o objetivo do trabalho é apresentar um caso clínico onde a paciente L.B.S., gênero feminino, 36 anos de idade, sem alterações sistêmicas procurou atendimento na clínica de odontologia da Universidade Estadual de Maringá com a queixa principal de abaulamento em assoalho de boca e apinhamento dentário. Ao exame tomográfico notou-se uma imagem hipodensa, bem delimitada, bem definida em região anterior de man-díbula entre os dentes 32 e 44 com rompimento e abaulamento de cortical lingual e vestibular, reabsorção de algumas raízes e deslocamento dentário. A paciente foi submetida a biópsia incisional e descompressão da lesão. O diagnóstico foi fechado com o resultado da biópsia, como ameloblastoma unicístico. Sendo

assim, é importante considerar o exame clínico, imaginológico e o histopatológico para concluir o diagnós-tico e realizar um correto plano de tratamento.

Palavras-chave: ameloblastoma, biópsia, tomografia.

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RADIOLOGIA/ ESTOMATOLOGIA/ PATOLOGIA

DESORDENS POTENCIALMENTE MALIGNAS: LEVANTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO EM 23 ANOS DE PROJETO LEBU

Rafaella Martin Vargas ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientador: Neli PieralisiMatheus Chaves Veronezzi

Mariana Vieira Hussar ManfiolliVanessa Cristina VeltriniElen de Souza Tolentino

RESUMO: De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), para o Brasil, estimam-se 11200 casos no-vos de câncer da boca em homens e 3500 em mulheres para cada ano do biênio 2018-2019, sendo a neopla-sia bucal maligna mais frequente o carcinoma espinocelular (CEC). A taxa de sobrevida nos últimos 30 anos tem-se mantido de 50% em 5 anos, apesar dos avanços nas técnicas de diagnóstico, tratamento cirúrgico e tratamento adjuvante. Algumas lesões intra-orais tais como a leucoplasia, eritroplasia, queilite actínica e o líquen plano podem preceder o CEC, razão esta pela qual são denominadas desordens potencialmente malignas (DPM), como proposto pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em oficina realizada em 2005 e mantida em 2017. O presente estudo visa apresentar o levantamento epidemiológico das DPM biopsiadas no projeto de extensão “Diagnóstico, tratamento e epidemiologia das doenças da cavidade bucal - LEBU” da Universidade Estadual de Maringá (UEM)em todo seu período de vigência. Para isso, foi consultado o caderno-controle de biópsias onde são transcritos os procedimentos e seus diagnósticos definitivos adqui-ridos por meio de exame anatomopatológico.As lesões orais potencialmente malignas possuem um risco de conversão em carcinoma espinocelular oral que varia entre 5% a 18%. Dentre estas, a leucoplasia é a mais frequente e, a eritroplasia, que embora seja a menos comum, é a que possui o maior potencial pra malignização. A partir do levantamento, obteve-se que entreabrilde 1995 e junho de 2018, foram realiza-das um total de2623 biópsias, das quais um 9,53% dos casos eram de DPM.Aslesões encontradas com mais frequência foram o líquen plano e a leucoplasia com respectivamente48,74% e 37,18% dos casos e, com menor frequência, a queilite actínica e a eritroplasia com respectivamente 12,56% e 1,5%.Em relação ao gênero, a prevalência em homens e mulheres foi de respectivamente 44,22% e 55,77%. Entre as duas le-sões mais frequentes, líquen plano e leucoplasia, na primeira a prevalência maior foi em mulheres (77,31%) e na segunda de homens (58,10%). Fica evidente a importância de se conhecer essas lesões, uma vez que

não são episódios incomuns na rotina clínica. Além disso, por se tratarem de lesões que possuem poten-cial para transformação para o câncer, o profissional deve ser capaz de reconhece-las, orientar o paciente quanto aos fatores de risco e trata-las, além de instruir seus pacientes sobre a importância de se realizar o autoexame bucal, para que o mesmo possa identificar qualquer alteração no início de sua aparição. Se diagnosticadas precocemente, as DPM podem ser reversíveis, diminuindo assim a alta taxa de mortalidade e morbidade associada ao câncer de boca.

Palavras-chave: câncer oral, leucoplasia bucal, eritroplasia.

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ESTOMATOLOGIA

CONSEQUÊNCIAS DA RADIOTERAPIA NA REGIÃO DE CABEÇA E PESCOÇO

Rafael Tribulato Bueno Rego ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Neli PieralisiTatiana Emy Matsushita

Lilian Cristina Vessoni IwakiGustavo Jacobucci Farah

Nadia Fernanda Saraiva Casoni

Para o Brasil, estimam-se 14.700 casos novos de câncer da cavidade oral em homens e mulheres para os pró-ximos 2 anos. Entre as formas de tratamento dessas neoplasias estão a cirurgia, quimioterapia e a radioterapia. Sendo que a radioterapia ocupa um importante lugar no tratamento de carcinoma da região de cabeça e pesco-ço. A radioterapia tem como objetivo atingir as células malignas, impedindo a sua multiplicação por mitose e\ou determinando a morte celular. A radioterapia mesmo sendo um tratamento loco-regional causa alterações visíveis nos tecidos adjacentes às áreas irradiadas, podendo causar efeitos adversos. O objetivo desse trabalho é fazer uma revisão de literatura acerca das principais sequelas provenientes da radioterapia de cabeça e pescoço. Entre os efeitos adversos mais comuns da radioterapia que atingem a cavidade oral, estão: mucosite, xerosto-mia, infecções secundárias, trismo, e osteorradionecrose. Mucosite: nos tratamentos radioterápicos de cabeça e pescoço, a mucosite representa a alteração vascular associada à diminuição da repopulação do tecido normal. Os primeiros sinais incluem eritema e inflamação podendo em casos mais avançados causar ulceras na mucosa bucal. Xerostomia: ocorre devido à inclusão das glândulas salivares no campo de radiação. Estas estruturas, por serem radiossensíveis, sofrem prejuízo na sua função secretora por atrofia dos ácinos serosos, tornando a saliva mais espessa e viscosa, além de prejudicar o seu efeito bactericida. Os pacientes relatam dificuldade de degluti-ção, alimentar-se, falar, e em dormir. Os efeitos da radioterapia persistem ao longo dos anos e dependem de um jogo das variáveis. É considerado uma produção normal de saliva 1000 a 1500 ml\dia sendo que é considerado xerostomia uma produção inferior a 0,7 ml\min. Trismo: a incidência da radiação na musculatura mastigatória e/ou na articulação temporomandibular, pode causar fibrose gradual dos feixes musculares envolvidos. Esse en-rijecimento muscular pode ocasionar uma abertura de boca limitada tendo impacto negativo na vida do paciente na higiene oral, fala, nutrição e aparência facial. O padrão de normalidade para abertura bucal encontrasse entre 40-60mm, sendo valores inferiores a 35mm sugestivos de trismo. Infecções fungicas e bacterianas: foi observado que os pacientes irradiados apresentam aumento na colonização fungica principalmente por C. albicans. Outra

complicação frequente observada nos pacientes em terapia antineoplásica, são as cáries de radiação. As infecções virais, principalmente causada pelo herpes simples e herpes zoster, também tem sido observada com frequência em pacientes oncológicos. Osteorradionecrose: é uma necrose isquêmica do osso. A radiação reduz o potencial de vascularização dos tecidos colocando em risco a atividade celular, formação de colágeno e capacidade cura-tiva de ferida. Sem nutrientes e sem defesa toda a estrutura dos ossos maxilar e mandibular sofre degeneração. Histologicamente, osteorradionecrose é caracterizada por destruição de osteócitos, ausência de osteoblastos de osso marginal e a falta de novo osteóide.Sabendo-se que os efeitos secundários da radioterapia são muito preju-diciais ao indivíduo, o cirurgião-dentista tem a função de minimizar, ou se possível, evitar esses efeitos propor-cionando uma melhor qualidade de vida para esse indivíduo. Uma adequação do meio bucal é necessária antes da radioterapia.

Palavras-chave: neoplasia, radioterapia, efeitos colaterais.

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RADIOLOGIA/ESTOMATOLOGIA/PATOLOGIA

FIBRO-ODONTOMA AMELOBLÁSTICO: UM DIAGNÓSTICO DESAFIADOR

Mailon Cury Carneiro ([email protected]) Universidade Estadual de Maringá

Orientadora: Elen de Souza TolentinoLilian Cristina Vessoni IwakiMariliani Chicarelli da Silva

Neli PieralisiVanessa Cristina Veltrini

O fibro-odontoma ameloblástico (FOA) é um tumor odontogênico raro, misto e de desenvolvimento lento e não agres-sivo. Normalmente está associado a um dente não irrompido, prevalecendo nas duas primeiras décadas de vida, sem predileção por gênero ou região anatômica. Seu crescimento progressivo e indolor pode causar grandes lesões e au-mento de volume. Radiograficamente a lesão é radiolúcida, com conteúdo calcificado em quantidade variável, poden-do ser uni ou multilocular. Microscopicamente, é composto por cordões e ilhas de epitélio odontogênico e tecido me-senquimal rico em células semelhantes à papila dentária, além de focos mineralizados de dentina e esmalte. Em vista disso, o objetivo deste trabalho é relatar um caso de um extenso FOA, analisando seus aspectos radiográficos, tomográ-ficos e microscópicos. Paciente do gênero feminino, 11 anos, compareceu ao atendimento acompanhada de sua mãe, para obter uma segunda opinião sobre o seu caso, munida de radiografia panorâmica, tomografia computadorizada helicoidal e tomografia computadorizada por feixe cônico, bem como de seus respectivos laudos emitidos pelos radio-logistas responsáveis, que sugeriam o diagnóstico presuntivo de FOA, odontoma complexo e odontoameloblastoma. Clinicamente, não foi encontrada nenhuma alteração. A análise dos exames de imagem demonstrou área radiopaca/hiperdensa circundada por halo radiolúcido/hipodenso, bem delimitada, medindo 3 cm de diâmetro, localizada na re-gião de ângulo da mandíbula, do lado esquerdo. O diagnóstico presuntivo da equipe após análise clínico-imaginológica foi de odontoma complexo. Procedeu-se com a exérese da lesão em centro cirúrgico e o exame histopatológico revelou tecido mixoide ricamente celularizado, semelhante à papila dentária, ilhotas e cordões de epitélio odontogênico, com as células periféricas em paliçada e as centrais lembrando retículo estrelado, bem como esmalte e dentina. O diagnós-tico estabelecido foi de FOA. O tratamento geralmente consiste em exérese da lesão e o prognóstico é excelente devido à baixa taxa de recidiva. A paciente apresentou um bom pós-operatório e se encontra em proservação. De acordo com a quarta classificação de tumores de cabeça e pescoço da Organização Mundial de Saúde (OMS), realizada em 2017, o FOA deixou de ser uma entidade distinta e atualmente é agrupado e classificado como um odontoma em desenvolvimento. Alguns autores postularam que o fibroma ameloblástico (o tumor histologicamente menos diferenciado) se desenvol-ve primeiro em uma forma moderadamente diferenciada, seguindo para um FOA e eventualmente em um odontoma complexo. No entanto, o conceito de que essas lesões representam uma continuidade de diferenciação não é ampla-mente aceito, com outros pesquisadores sugerindo que eles são entidades patológicas separadas. Entretanto, muitos autores discordam desta alteração na classificação. É evidente que, apesar dos numerosos esforços, ainda há conside-rável confusão sobre a natureza dessas lesões. O que se sabe é que a determinação de um plano de tratamento adequado é essencial, com acompanhamento a longo prazo em intervalos curtos, visto que há possibilidade de recorrência.

Palavras-chave: odontoma, mandíbula, diagnóstico diferencial.

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RADIOLOGIA/ESTOMATOLOGIA/PATOLOGIA

UTILIZAÇÃO DO LASER DE BAIXA INTENSIDADE NA MUCOSITE BUCAL INDUZIDA POR TRATAMENTO ANTINEOPLÁSICO

Mariana Podadeiro de Andrade ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Neli PieralisiMaria Eduarda Fernandes

Mariana Vieira Hussar ManfiolliElen de Souza Tolentino

O câncer vem se tornando um problema de saúde pública mundial e tem como principais abordagens a ci-rurgia, a radioterapia e a quimioterapia. Os tratamentos antineoplásicos de cabeça e pescoço podem causar inúmeros efeitos colaterais, sendo uma das mais comuns a mucosite bucal. É encontrada em aproximada-mente 40% dos pacientes que fazem quimioterapia e em quase 100% dos pacientes submetidos à radio-terapia na região de cabeça e pescoço. A mucosite bucal, também, ocorre após o transplante de medula óssea, uma vez que o regime mieloablativo, adotado ao se receber o transplante, pode ser quimioterápico e/ou radioterápico. A mucosite bucal pode ser definida como uma condição inflamatória, caracterizada pela atrofia epitelial, edema, eritema e ulcerações que podem acometer toda a mucosa bucal, gerando dor e desconforto. As lesões ulceradas podem aumentar o risco de infecções locais e sistêmicas. Além disso, a consequência da sintomatologia é o prejuízo da fala, deglutição e alimentação, fatores que podem provocar a diminuição da qualidade de vida do paciente e a interrupção do tratamento oncológico, interferindo na sobrevida do mesmo. O controle dessa condição está associado à prevenção e ao acompanhamento através do uso de medicamentos e enxaguatórios bucais associados à clorexidina, por exemplo. Ainda, a aplicação do laser de baixa intensidade vem sendo utilizada como terapêutica alternativa para prevenir e minimizar os efeitos da mucosite bucal. Diante disso, o objetivo do presente trabalho é realizar uma revisão de lite-ratura acerca da utilização do laser de baixa intensidade na mucosite bucal em pacientes submetidos ao tratamento de câncer. Assim, foi realizado um levantamento bibliográfico a respeito do assunto, utilizando as bases de dados PubMed, Scielo e Google Acadêmico. Os lasers de baixa intensidade são usados com o propósito terapêutico, devido às baixas densidades de energia usada e ao comprimento de onda capaz de penetrar nos tecidos. É um método simples, não invasivo e não traumático bem tolerado pelos pacientes e que tem apresentado resultados positivos. Sua irradiação produz efeitos anti-inflamatórios, analgésicos e de reparação tecidual, auxiliando significativamente na cicatrização das lesões e na diminuição imediata da dor. Segundo alguns estudos, a aplicação do laser reduziu a intensidade, a severidade e a duração da mu-cosite, assim como a administração de opióides. Ademais, entre seus efeitos benéficos, foi verificado que o atraso no início da condição tornam o laser de baixa potência um método profilático eficiente. Portanto, a laserterapia é indicada na prevenção e tratamento da mucosite bucal e sua utilização com pacientes onco-lógicos antes, durante e após o tratamento antineoplásico é de extrema importância, por apresentar uma grande capacidade analgésica e reparadora, melhorando, assim, a qualidade de vida e saúde do paciente.

Palavras-chave: terapia com luz de baixa intensidade, mucosite, braquiterapia.

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RADIOLOGIA/ESTOMATOLOGIA/PATOLOGIA

INFECÇÃO OPORTUNISTA EM PACIENTE SOB TRATAMENTO ANTINEOPLÁSICO

Dayanne Simões Ferreira Santos ([email protected])Faculdade de Odontologia de Bauru

Paulo Sérgio da Silva SantosRaquel D´Aquino Garcia Caminha

Aloizio Premoli MacielDaniel Gomes SalgueiroLarissa Tadei de Marchi

A Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA) é uma doença onco-hematológica resultante da produção exacer-bada de células linfóides pouco diferenciadas na medula óssea. A LLA afeta predominantemente crianças, entretanto, em adultos representa cerca de 20% de todas as leucemias. Existem duas linhagens de LLA, de células T e de células B, sendo esta última representante de 75% dos diagnósticos de LLA. Na LLA, as

células do sistema imune ficam com suas funções bastante prejudicadas, além do próprio tratamento an-tineoplásico com quimioterápicos proporcionar maior imunossupressão, criando ambiente propício para infecções oportunistas, como exemplo infecção por Herpes Simples Virus (HSV) humano. O HSV estabe-lece latência vitalícia após a infecção primária, manifesta-se clinicamente várias vezes durante a vida e com frquência, na boca. Porém, em indivíduo imunocomprometido os aspectos clínicos podem não ser clássicos e, além disso, é causa de morbidade e mortalidade significativas em tais pacientes, podendo le-vá-los à internação, impossibilitar a realização de procedimento ou, caso já internado, aumentar o tempo de permanência no hospital justamente pela manifestação do HSV. Posto isso, o objetivo é relatar o caso de uma mulher, branca de 27 anos com diagnóstico de LLA de células B há cerca de 2 meses, internada em um hospital público, para infusão de quimioterápico com protocolo Graal, 2003 bloco 1 de consolidação. Foi solicitada interconsulta odontológica devido a queixa algica em gengiva, por parte da paciente. Ao exame físico intraoral, a paciente apresentou mucosas hidratadas, normocoradas, atrofia em gengiva marginal livre, úlcera única em mucosa gengival inserida e mucosa gengival livre, próxima ao zênite do dente 21, dor e higiene oral regular. O diagnóstico presuntivo foi de HSV ou periodontite localizada. Houve a necessidade de prolongação da internação hospitalar para acompanhamento da evolução da lesão. A conduta instituída foi Aciclovir 400mg a cada 6 horas, por 7 dias, além de laserterapia de baixa potência diária (Therapy XT - DMC®; potência - 100mW; comprimento de onda - 660nm; energia total - 2J) até que a lesão regredisse por completo. A paciente respondeu bem ao tratamento, após 3 dias recebeu alta hospitalar e continuou em acompanhamento ambulatorial. O efeito imunossupressor relacionado à quimioterapia das LLA provo-ca alterações sistêmicas importantes deixando o paciente suscetível a outras doenças infecciosas oportu-nistas que podem aumentar o tempo de internação desse paciente. Cabe ao cirurgião-dentista diagnosticar essas doenças oportunistas, e junto com a equipe multidisciplinar, estabelecer condutas a fim de melhorar a condição de saúde bucal dos indivíduos sob quimioterapia e minimizar as morbidades associadas a infec-ções oportunistas durante a mielossupressão transitória.

Palavras-chave: doença onco-hematológica, infecções oportunistas, quimioterapia.

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RADIOLOGIA/ESTOMATOLOGIA/PATOLOGIA

LESÕES PIGMENTADAS: DESAFIO NO DIAGNÓSTICO

Kamilla Espin de Souza ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientadora: Elen de Souza TolentinoMailon Cury Carneiro

Neli PieralisiMariliani Chicarelli da Silva

Vanessa Cristina Veltrini

O líquen plano (LP) é uma doença crônica autoimune, comum do epitélio escamoso estratificado, que acomete as mucosas oral e genital, unhas, couro cabeludo e pele. É mediada por linfócitos T e apresenta padrões clínicos característicos como estriações brancas, pápulas ou placas brancas, eritema, erosões e bo-lhas. Sua etiologia é desconhecida, mas há fatores causais associados como a ansiedade, diabetes, doenças autoimunes, entre outros. Normalmente acomete mulheres de meia idade, em uma proporção de 3:2 em relação aos homens. Já o melanoma consiste em uma neoplasia maligna agressiva, tendo sua forma mais comum caracterizada pela presença de manchas de bordas irregulares ou nódulos, de coloração enegrecida ou marrom, indolor e de superfície lisa, podendo estar ulcerada e, neste caso, apresentando-se dolorida. Além disso, pode haver mobilidade dentária, linfadenopatia regional e sangramento. As regiões de rebor-do alveolar, gengiva superior e palato duro são as mais acometidas. O tabaco e os raios UV solares são os possíveis fatores etiológicos, sendo mais comum em homens de meia idade. Apesar de o LP normalmente se enquadrar entre as lesões brancas, há relatos em que essas lesões se apresentam enegrecidas, podendo ser incluídas no diagnóstico diferencial de lesões pigimentadas. Dessa forma, este trabalho tem por obje-tivo relatar um caso atípico de LP em paciente do gênero masculino, 52 anos, melanoderma, ex-tabagista, que compareceu à Clínica Odontológica da UEM encaminhado pela sua médica, pois apresentava manchas escuras na garganta. Durante o exame físico intrabucal, máculas enegrecidas circundadas por finas estrias esbranquiçadas com limites mal definidos em palato mole e pilar amigdaliano. O diagnóstico presuntivo foi de melanoma. Após realização de uma biópsia incisional, o material foi encaminhado à análise histopato-lógica que eviendenciou um LP associado à incontinência pigmentar pós-inflamatória. A pigmentação da lesão é justificada, uma vez que em pessoas de pele escura não é incomum observar a formação de placas de melanose reativa, benigna, provavelmente devido à estimulação de melanócitos da área pelas células inflamatórias que causam a condição autoimune, podendo facilmente ser confundida clinicamente com o melanoma. A associação do exame clínico com a análise histopatológica é extremamente importante,

permitindo identificação de lesões que se apresentam atípicas.

Palavras-chave: líquen plano, melanoma, diagnóstico diferencial.

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RADIOLOGIA/ESTOMATOLOGIA/PATOLOGIA

ATUAÇÃO DO CIRURGIÃO-DENTISTA NA ATENÇÃO TERCIÁRIA DE MARINGÁ E REGIÃO

Gabriel Quirino Dalpoz ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Neli PieralisiNajara Barbosa da RochaIsabela Regina Grilo Silva

Flávia Akemi Nakayama HenschelLarissa Cleucir Lower

É sabido que existe uma relação de sinergismo entre doenças bucais e problemas sistêmicos e por isso a odontologia hospitalar (OH) vem ganhando destaque, apesar de já ter citações científicas indicando esta relação desde dois mil e cem anos antes de Cristo. A melhora da higiene bucal e acompanhamento do cirurgião-dentista (CD) reduzem a progressão de doenças em pacientes hospitalizados, além de reduzir a utilização de medicamentos (como antibióticos), mortalidade, custos hospitalares e período de inter-nação. A higienização de pacientes internados é muitas vezes feita com o auxílio de enxaguantes bucais contendo clorexidina. Devido esta importância, objetivou-se verificar a atuação do cirurgião-dentista na odontologia hospitalar no noroeste do Paraná. Trata-se de um estudo transversal, descritivo, a partir de dados secundários sobre presença de cirurgião-dentista e sua atuação nos hospitais da região noroeste do Paraná. Os dados não encontrados por meio eletrônico, foram obtidos por contato telefônico no setor de informações do hospital para esclarecimentos. O perfil dos hospitais foi obtido do sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos da Saúde (CNES). Foi realizada a análise descritiva dos dados e para a asso-ciação entre as variáveis foi utilizado o teste G com nível de significância de cinco por cento e intervalo de confiança de noventa e cinco por cento. Das trinta cidades, vinte e duas (aproximadamente setenta e três por cento) apresentavam trinta e três hospitais, com predomínio do setor privado (oitenta por cento). Da totalidade, apenas cinco hospitais (15,5 por cento) apresentavam CDs atuando em seu corpo clínico, sendo quatro (oitenta por cento) presentes em uma mesma cidade (Maringá-PR). Todos os cinco hospitais ofereciam serviço bucomaxilofacial e um oferecia adicionalmente atendimento odontopediátrico. Veri-ficou-se que houve uma associação estatisticamente significante entre o porte dos hospitais e a presença de cirurgião dentista (p=0,00), ou seja, os hospitais de grande porte apresentavam cirurgiões dentistas em seu corpo clínico em comparação aos outros portes. Conclui-se que apesar da importância da odontologia

hospitalar na promoção de saúde e prevenção de doenças, bem como a obrigatoriedade prevista em lei da presença do cirurgião-dentista nesse tipo de ambiente, uma minoria de hospitais da região noroeste do Paraná apresentou este profissional em seu corpo clínico, constatando que sua presença de fato nesse tipo de instituição ainda é escassa.

Palavras-chave: saúde bucal, odontologia, unidade hospitalar de odontologia.

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RADIOLOGIA/ESTOMATOLOGIA/PATOLOGIA

PÊNFIGO VULGAR: REVISÃO DE LITERATURA

Bruna Xavier Bezerra ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientador: Elen de Souza TolentinoPaula Gabriela Vieira Chicora

Kamilla Espin de SouzaIgor Henrique Silva Pinheiro

Mariliani Chicarelli Silva

As doenças autoimunes sistêmicas de origem dermatológica decorrem de um descontrole na produção de autoanticorpos que atacam elementos teciduais da pele ou de superfícies mucosas. Dentre estas, destaca-se o pênfigo vulgar, que é uma patologia de categoria autoimune com aspecto bolhoso, potencialmente fatal e que tem as lesões bucais como seu primeiro sinal. O presente trabalho tem como objetivo realizar uma re-visão de literatura acerca do pênfigo vulgar, bem como de suas manifestações clínicas. As informações fo-ram obtidas por meio de pesquisa de artigos científicos nas bases de dados online PubMed, Scielo e Google Acadêmico. A prevalência na população não é alta, é mais comumente encontrado no gênero feminino, na faixa etária de 60 anos e predileção maior por pessoas oriundas do Mediterrâneo, sul da Ásia e descendentes de judeus. O pênfigo vulgar pode apresentar prognóstico letal caso não seja diagnosticado e tratado pre-cocemente. Seu aspecto bolhoso decorre da produção anormal de anticorpos que atacam glicoproteínas da superfície das células epidérmicas. Essas são as desmogleína 3 e desmogleína 1, as quais são componentes dos desmossomos, que por sua vez são estruturas de adesão entre as células epidérmicas. Assim, ocorre a inibição da interação molecular responsável pela aderência, o que provoca a separação da camada espinho-sa da epiderme, processo chamado de acantólise, que resulta em uma fenda dentro do epitélio formando bolhas intraepiteliais. Suas lesões primárias caracterizam-se por bolhas flácidas que despontam sobre a pele normal ou eritematosa e que, devido à sua fragilidade, rompem-se facilmente resultando em erosões que provocam dor e sangramento. Uma das principais características clínicas do pênfigo vulgar é o Sinal de Nikolsky positivo, no qual o descolamento da epiderme é induzido por uma pressão na pele aparentemente normal, próximo à lesão, ou ainda o Sinal de Nikolsky II, em que a bolha é estendida lateralmente quando tem sua superfície pressionada no sentido vertical. Na mucosa bucal, as lesões predominam no palato, gengiva e mucosa jugal, mas podem acometer todas as regiões e ainda apresentar-se como gengivite des-camativa. Na histopatologia, as amostras de tecido perilesionais apresentam uma separação intraepitelial logo acima da camada de células basais do epitélio e as células espinhosas soltas tendem a assumir uma

forma arredondada. Para realizar o diagnóstico diferencial e excluir as demais formas de pênfigo, como o penfigoide bolhoso e o penfigoide de membranas mucosas, ou ainda outras doenças bolhosas como a epi-dermólise bolhosa, deve-se realizar o teste de imunofluorescência direta do tecido perilesional fresco ou do tecido acondicionado em solução de Michel, o qual mostra depósitos de anticorpos e compostos do sistema complemento na superfície dos queratinócitos em toda a epiderme. Quanto ao tratamento, adota-se a ad-ministração de corticosteroides, preferencialmente a prednisona, e a associação com medicamentos imu-nossupressores caso a corticoterapia não surta efeito, tendo a azatioprina como medicamento de primeira escolha. Por fim, casos mais graves podem ser tratados com pulsoterapia com metilprednisolona ou ainda imunoglobulina endovenosa e, em todos os casos, recomenda-se o uso de protetor solar para que as lesões cutâneas não sejam agravadas pela luz ultravioleta.

Palavras-chave: pênfigo vulgar, doença autoimune, manifestações bucais.

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RADIOLOGIA/ ESTOMATOLOGIA/PATOLOGIA

PARACOCCIDIOIDOMICOSE: REVISÃO DE LITERATURA

Guilherme de Lima Simplicio ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientador: Elen de Souza TolentinoMatheus Chaves VeronezziAna Carolina Caio Passoni

Neli PieralisiMariliani Chicarelli da Silva

RESUMO: A Paracoccidioidomicose (PCM), também conhecida como blastomicose sul-americana, é uma micose sistêmica endêmica na América Latina causada pela inalação do fungo dimórfico Paracoccidiodes brasiliensis. A PCM afeta principalmente homens que vivem em áreas rurais, entre 30 e 50 anos de idade, sendo mais prevalente nas Américas do Sul e Central. No Brasil, destaca-se como a oitava maior causa de mortalidade entre infecções crônicas ou recorrentes e tem a maior taxa de mortalidade entre as micoses sistêmicas, responsável por aproximadamente 51,2% dessas mortes. O objetivo deste trabalho é apresentar uma revisão de literatura demonstrando a importância do cirurgião dentista no manejo dessa doença, uma vez que um dos seus sítios secundários de manifestação é a cavidade oral. As informações foram obtidas por meio de pesquisa de artigos científicos nos bancos de dados online PubMed, Scielo e Google Acadêmi-co, utilizando os termos “Oral manifestations of paracoccidioidomycosis” e “South american oral blas-tomycosis”, limitando a pesquisa a artigos publicados nos últimos 5 anos. Em geral, a PCM envolve primei-ramente os pulmões, pela inalação de esporos do microrganismo e, posteriormente, pode disseminar-se sistemicamente. Expectoração, frio, dispneia, dor torácica, febre, hemoptise, anorexia e perda de peso são observados na maioria dos casos. Lesões na mucosa bucal podem ser a primeira manifestação clínica da doença, apresentando-se como uma estomatite moriforme - exulcerações de bordas irregulares, superfície granulomatosa, eritematosas e com pontos hemorrágicos. Em alguns casos podem apresentar-se também sob a forma de ulcerações mais profundas. As lesões afetam mais comumente a mucosa alveolar, gengiva e palato, podendo afetar mais de um desses locais. Seu diagnóstico pode ser realizado por meio de exame histopatológico onde a demonstração dos característicos brotamentos múltiplos de leveduras usualmente é suficiente. O tratamento requer a administração de antifúngicos sistêmicos com duração de 6 a 12 meses, dependendo da gravidade e grau de disseminação da doença, assim como do estado imunológico do hos-pedeiro. O diagnóstico diferencial inclui outras micoses profundas e o carcinoma de células escamosas. Por fim, o papel do cirurgião dentista no diagnóstico precoce e no tratamento clínico adequado da PCM é de

importância crítica para prevenir o desenvolvimento da doença e suas complicações.

Palavras-chave: paracoccidioidomicose, blastomicose sul-americana, manifestações bucais.

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RADIOLOGIA/ESTOMATOLOGIA/PATOLOGIA

OSTEONECROSE ASSOCIADA AO USO DE BISFOSFONATO: RELATO DE CASO CLÍNICO

Mariane Tiemi Takahashi Miake ([email protected])Unicesumar

Fábio Vieira de MirandaLeonardo Perez FaveraniValthierre Nunes de Lima

Gustavo Antônio Correa MomessoWilliam Phillip Pereira da Silva

Os bisfosfonatos são drogas sintéticas análoga ao pirofosfato endógeno, amplamente utilizado na atuali-dade para o tratamento de doenças do metabolismo ósseo, sendo sua principal indicação o tratamento da osteoporose. Esse medicamento tem como seu principal mecanismo de ação a apoptose dos osteoclastos e com isso o seu principal efeito colateral é a indução da osteonecrose associada ao bisfosfonato (ONMRB). Esta lesão pode ser identificada por exposição de osso necrótico na cavidade oral, persistindo por mais de 8 semanas, podendo ou não ser acompanhado de outros sintomas. O desenvolvimento da lesão geralmente é associado a algum trauma local e sendo a mandíbula a região mais acometida. Outros fatores como idade do paciente e tempo de exposição ao medicamento também devem ser considerados. No intuito de evi-denciar a relação entre a utilização do medicamento e o efeito colateral advindo, apresentaremos um relato de caso de uma paciente cujo relata ter realizado uso de bisfosfonato (ácido zoledrônico) via endovenosa para tratamento da osteoporose e também ser diabética controlada. Após análise da radiografia panorâ-mica, imagens de tomografia computadorizada e exame clínico foi detectado fístula devido à prótese mau adaptada em região do elemento 46 e presença de raiz residual do elemento 45. Com a colheita de todas as informações o tratamento seguiu protocolo de Osteonecrose associado ao uso de bisfosfonato. Diante deste quadro, foi prescrito Peroxidin Gel 50mg, Metronidazol 400mg, Omeprazol 20mg e Ciprofloxacina 500mg. Após 45 dias do início do tratamento observou-se a regressão da lesão. Em sequência foi realizado debri-damento da região afetada e remoção da raiz residual. Os fragmentos ósseos foram encaminhados para biópsia, sendo confirmado o diagnóstico de Osteonecrose associado à bisfosfonato. O pós-operatório foi satisfatório, contudo após 6 meses foi detectado nova lesão em exame de tomografia computadorizada. A paciente foi encaminhada para cirurgião bucomaxilofacial para nova cirurgia à nível hospitalar devido risco de fratura patológica. Mediante o caso apresentado podemos observar a dificuldade de tratamento para tal

manifestação, pois até então mesmo a literatura apresentando diversas formas de tratamento não há um protocolo definido. Alguns estudos apontam que antibióticos administrados por longo período apresen-tam melhores resultados. Tendo em vista tamanha dificuldade, é importante ressaltar o fundamental papel sobre a prevenção, sendo este um simples encaminhamento do paciente para uma criteriosa avaliação de um cirurgião dentista sendo realizado todos os procedimentos necessários previamente ao início do trata-mento utilizando bisfosfonato.

Palavras-chave: bisfosfonato, osteonecrose, patologia óssea.

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RADIOLOGIA/ESTOMATOLOGIA/PATOLOGIA

EFICÁCIA DO OLEATO DE MONOETANOLAMINA 5% NO TRATAMENTO DE HEMANGIOMAS INTRAORAIS – ESTUDO RETROSPECTIVO

Larissa Oliveira de Faria ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Elen de Souza TolentinoMariliani Chicarelli da Silva

Rafaella Martin Vargas

O hemangioma é uma lesão vascular benigna caracterizada por uma proliferação anormal de vasos sanguí-neos, muito comum na região de cabeça e pescoço. Na boca, as regiões mais frequentemente acometidas incluem lábios, língua, mucosa jugal e palato. A realização de um correto diagnóstico, a observação das características clínicas da lesão e seu local de acometimento são de extrema importância para que a correta conduta seja realizada. Existem diversos métodos utilizados no seu tratamento, porém a escleroterapia com oleato de etanolamina a 5% é uma opção frequentemente utilizada por tratar-se de uma técnica efe-tiva e relativamente simples. Todavia, ainda não existe um protocolo definido para sua aplicação. O obje-tivo do presente trabalho é avaliar a prevalência de hemangiomas em boca, além de relatar os protocolos de tratamento e resultados alcançados com a utilização do oleato de monoetanolamina a 5%, por meio da coleta de dados dos prontuários dos atendimentos realizados na Clínica Odontológica da Universidade Estadual de Maringá pelo Projeto LEBU, assim como propor um protocolo de aplicação do esclerosante. Os dados a coletados foram: idade, gênero, etnia, localização anatômica, tempo de evolução, tamanho da lesão e conduta terapêutica. Paralelamente, os casos tratados com escleroterapia foram quantificados e os dados referentes a número de aplicações, intervalo entre aplicações, dose e diluição com solução anestésica empregada e efeitos colaterais/queixas foram coletados, além dos resultados alcançados após o protocolo de tratamento ter sido aplicado. Os dados coletados foram organizados em planilhas do programa Microsoft Excel 2010 para a análise descritiva. Foram encontrados 65 casos de hemangioma oral confirmados por meio de vitropressão, sendo as mulheres mais acometidas (53%). Quanto à etnia, 67,6% dos pacientes eram leu-codermas e a faixa etária mais acometida foi de 60-70 anos (32,3%). A localização anatômica predominante foi lábio inferior (34,7%), o tempo de evolução foi em média de 5 anos e o tamanho das lesões em média de 0,5 - 1,0 cm. A conduta terapêutica mais prevalente foi a escleroterapia com o oleato de etanolamina a 5% - Ethamolin® (44,6%), realizada com diluição em anestésico em 48,4% dos casos. Este tratamento foi realizado com uma média de 1-2 aplicações em um intervalo de 7-8 dias. Apenas 2 casos relataram efeitos colaterais como dor e edema. Dos casos tratados com a escleroterapia, 18% relataram uma leve regressão da lesão e 33% uma regressão completa. Frente aos casos analisados e experiência adquirida durante o tra-tamento das lesões, sugerimos um protocolo de aplicação de 0,3 mL de Ethamolin® associado a 0,2 mL de anestésico local sem vasoconstritor para cada 1cm de lesão. A proservação como forma de tratamento foi adotada em 37% dos casos. A análise da prevalência e o conhecimento das características de lesões vascu-lares como o hemangioma é de grande valia para cirurgiões dentistas e epidemiologistas, uma vez que os dados fornecem informações importantes para o estabelecimento da conduta mais adequada frente a estes casos. Dessa forma é possível garantir um melhor conforto e condições de saúde para o paciente.

Palavras-chave: hemangioma, diagnóstico, tratamento.

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ESTOMATOLOGIA

SÍNDROME DE GARDNER: A IMPORTÂNCIA DE UM DIAGNÓSTICO PRECOCE NA ODONTOLOGIA

Danielli Dos Santos Floriani ([email protected])Unicesumar

Orientadora: Nádia Mazzei Mendes FeitozaJúlia Theresa Al-Ghadban

A Síndrome de Gardner (SG), de caráter hereditário por um gene autossômico dominante, consiste em uma doença caracterizada pelo aparecimento de pólipos gastrointestinais, múltiplos osteomas, cistos epi-dérmicos ou sebáceos, dentes impactados e supranumerários e tumores dermoides ocasionalmente. Essa doença possui uma incidência que varia entre 1:8.000 e 1:14.000 nascidos-vivos, que afeta homens e mu-lheres de forma igual e sem predileção étnica. Considerada um subgrupo clínico da Polipose Adenotamosa Familiar (FAP), visto que ambas são decorrentes de mutações no gene APC (Adenomatous Polyposis Coli), foi caracterizada inicialmente por Gardner em 1951. Devido as várias manifestações se faz necessário uma

avaliação de corpo inteiro, sendo indicado primeiramente uma radiografia panorâmica e logo depois para uma complementação de diagnóstico, são necessários exames complementares como exame sanguíneo, tomografia computadorizada e colonoscopia. Podem ocorrer também em lugares menos comuns tais como a face ou extremidades e tendem a acometer pacientes em uma idade próximo a puberdade, e estão presen-tes sob a forma múltipla em 50 a 65% desses. As anormalidades dentárias podem estar presentes em cerca de 30% dos pacientes com essa síndrome, que podem resultar em vários dentes retidos ou não irrompidos, hipodontia, dentes excedentários, odontomas e cisto dentígero. A maioria dos dentes erupcionados possui canais calcificados e pouco espaço periodontal ao redor dos dentes. A síndrome possui um espectro variado de manifestações clínicas que podem se apresentar desde os 2 meses até os 70 anos de idade. Sendo carac-terística, a progressão maligna dos pólipos intestinais em aproximadamente 100% dos pacientes na segun-da década de vida. Muito já se estudou sobre a síndrome de Gardner (SG), mas poucos profissionais buscam um conhecimento mais específico e não costumam se atualizar, se tornando um profissional despreparado para o atendimento ou identificação da síndrome. O objetivo deste trabalho é relatar como a Síndrome de Gardner (SG) pode ser diagnosticada a partir de manifestações bucomaxilofaciais e de exames de imagem de rotina descrevendo seus aspectos clínicos, e enfatizando a importância do conhecimento do cirurgião--dentista de tal condição, objetivando o diagnóstico precoce e favorecendo o prognóstico, onde a detecção precoce pode levar a uma melhor qualidade de vida e até salvar vidas.

Palavras-chave: síndrome de gardner, osteoma, odontoma.

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RADIOLOGIA/ ESTOMATOLOGIA/ PATOLOGIA

PROCESSO PROLIFERATIVO NÃO NEOPLÁSICO EM GENGIVA INSERIDA: RELATO DE CASO

Vitor Menani Sergi ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientador: Neli PieralisiPaula Gabriela Vieira Chicora

Douglas Bolzon ScatolimVanessa Cristina VeltriniElen de Souza Tolentino

Resumo: A lesão periférica de células gigantes (LPCG) é um processo proliferativo benigno, não neoplásico, decorrente da irritação local crônica ou trauma, acometendo mucosa alveolar e gengiva, sendo a mandíbu-la ligeiramente mais afetada que a maxila. A faixa etária de maior incidência tem dois picos: um durante o período da dentição mista e o outro durante a terceira e quinta décadas de vida. Esta lesão, ainda que bem circunscrita, sendo de base séssil ou pediculada, pode comprometer o tecido ósseo adjacente, reabsorven-do o osso alveolar, além de deslocar os dentes envolvidos. Dentre as lesões reacionais, a LPCG possui alta recorrência, no entanto suas características clínicas se assemelham a outras do mesmo grupo, tornando o exame histopatológico indispensável para correto diagnóstico e tratamento. O objetivo deste trabalho é relatar um caso clínico de Lesão Periférica de Células Gigantes, em gengiva. Paciente leucoderma, do gênero feminino e com 23 anos de idade, compareceu no projeto LEBU, da clínica odontológica da UEM, queixando-se de uma "bolinha na gengiva". O exame físico extrabucal não mostrou algo digno de nota, enquanto o exame intra bucal apontou um nódulo séssil, de coloração rósea, assintomático e resiliente, na face vestibular da gengiva inserida, entre canino e pré-molar inferiores esquerdos. Não havia qualquer histórico de doenças sistêmicas e antecedentes familiares, ainda, hábitos nocivos ou vícios que pudessem ser associados à lesão. Na radiografia, observou-se uma rarefação óssea em forma de "taça" na região, com leve distalização do pré-molar. Frente aos achados clínicos e radiográficos, o diagnóstico presuntivo foi de LPCG. Realizou-se biópsia excisional da lesão, seguida pela curetagem do periósteo e do ligamento pe-riodontal, além da raspagem dos dentes envolvidos, a fim de diminuir a probabilidade de recidiva. Após sutura, a área foi protegida com cimento cirúrgico. Nos controles pós-operatórios, constatou-se evolução e resultados favoráveis do quadro. A análise histopatológica confirmou a hipótese diagnóstica, pois foi pos-sível observar proliferação celular bem delimitada, composta por células mononucleares monomórficas e

várias células gigantes multinucleadas, com focos de ossificação periférica e sem sinais de malignidade. Assim conclui-se que, quando diagnosticada e tratada adequadamente, a LPCG tem um prognóstico exce-lente, com altas taxas de sucesso e raras recorrências.

Palavras-chave: lesão periférica de células gigantes, biópsia, diagnóstico.

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RADIOLOGIA/ESTOMATOLOGIA/PATOLOGIA

A IMPORTÂNCIA DA ODONTOLOGIA NO DIAGNÓSTICO DA SÍNDROME DE GARDNER

Izabella Giannasi Farah ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientadora: Elen de Souza TolentinoLetícia Carvalho Lima TeixeiraLilian Cristina Vessoni IwakiMariliani Chicarelli da Silva

Neli Pieralisi

A Síndrome de Gardner (SG) é uma herança autossômica dominante caracterizada por pólipos intestinais e anormalidades, principalmente, ósseas e cutâneas. Representa a variação da polipose adenomatosa fami-lial, na qual os pólipos intestinais têm até 100% de chance de evolução para adenocarcinomas, as quais são malignidades. O diagnóstico é baseado em achados clínicos, critérios genéticos e endoscopia gastrointesti-nal. Em cerca de um terço dos casos o indivíduo acometido é o primeira a manifestar a doença. A ressecção profilática do cólon e reto (proctolectomia) deve ser realizada antes dos 25 anos, idealmente entre 16 e 20 anos. A colectomia é indicada se forem detectados 30 ou mais pólipos ou se a biópsia revelar sinais de ma-lignização. Além disso, esses pacientes requerem observação por toda a vida, com suporte médico e emo-cional. Assim, o objetivo deste trabalho é relatar um caso de SG em uma paciente de 12 anos, apresentando o dente 13 impactado e tumefação endurecida em ângulo mandibular esquerdo. Na radiografia panorâmica observou-se uma massa esclerótica associada à cortical mandibular sugestiva de osteoma. Na tomografia computadorizada de feixe cônico, um segundo pequeno nódulo foi observado em osso frontal. Frente à hipótese diagnóstica de dois osteomas, iniciou-se uma investigação mais aprofundada da história familiar da paciente. Descobriu-se que o pai fora submetido a colectomia, assim como outros parentes paternos. Suspeitando de SG, a paciente foi encaminhada para exame de fundo de olho e, quando completasse 15 anos, uma colonoscopia. A paciente retornou após 3 anos com aumento na lesão em mandíbula e portando o resultado do exame do cólon, que evidenciou uma polipose colorretal, sendo submetida à polipectomia. O osteoma mandibular foi removido cirurgicamente. Portanto, como as lesões nos ossos gnáticos ante-cedem as manifestações intestinais, o cirurgião dentista pode ser o primeiro profissional a avaliar um pa-ciente com síndrome de Gardner e, o seu conhecimento sobre as características dessa síndrome permite o encaminhamento correto dos seus pacientes, afetando de maneira positiva na saúde do mesmo. O cirurgião

dentista deve estar sempre atento em casos de pacientes com mais de três lesões osteomatosas, devendo encaminhá-lo ao médico para avaliar a possibilidade de ser portador da síndrome.

Palavras-chave: síndrome de gardner, diagnóstico, osteoma.

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RADIOLOGIA/ESTOMALOTOGIA/PATOLOGIA

LIPOMA ORAL COM DEZ ANOS DE EVOLUÇÃO: RELATO DE CASO

Flávia Akemi Nakayama Henschel ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Elen de Souza TolentinoAmanda Lury Yamashita

César Felipe de Gouvêa CarvalhoRicardo Augusto Gonçalves Pierri

Vanessa Cristina Veltrini

Lipoma é uma neoplasia benigna de gordura caracterizada clinicamente por uma massa nodular de adipó-citos com superfície lisa e consistência macia, coloração amarelada quando superficial ou rosada quando profunda, podendo ser séssil ou pediculada e geralmente não causa dor. Afeta principalmente pacientes entre 40 e 60 anos e tem demostrado uma ocorrência equilibrada entre os gêneros. É comum na região de cabeça e pescoço, sendo menos comum a ocorrência na cavidade oral. Entretanto, quando presente, afeta principalmente a mucosa jugal e a língua. Possui crescimento lento e pode atingir cerca de 2 a 3 cm de tamanho. Geralmente ocorre como um tumor solitário, mas múltiplas lesões também são encontradas e geralmente associadas a síndromes. Microscopicamente a maioria dos lipomas orais apresenta-se como um aglomerado de adipócitos maduros semelhantes ao tecido adiposo normal. É uma lesão bem circuns-crita que pode ser circundada por uma fina cápsula fibrosa. O tratamento é feito por excisão cirúrgica local conservadora, apresentando pouco risco de recorrência, ou por tratamentos médicos como: injeções de esteroides para causar atrofia do tecido adiposo e lipossucção. O objetivo deste trabalho é apresentar um caso clínico de lipoma oral com dez anos de evolução. O caso trata-se de um paciente do gênero masculino, de cinquenta e seis anos, feoderma, cadeirante devido a um AVC, tabagista durante quarenta e oito anos, que compareceu ao projeto LEBU da Universidade Estadual de Maringá com a queixa de um nódulo no lábio inferior do lado esquerdo. Além disso foi relatado o mordiscamento da lesão. Clinicamente constatou-se um nódulo com tamanho aproximado de dois centímetros, pediculado, com formato oval, textura lisa, coloração rosada e consistência mole no lábio inferior esquerdo. O diagnóstico presuntivo foi dado como lipoma ou tumor de glândula salivar menor. Assim, foi adotado como tratamento uma biópsia excisional, na qual o material coletado, flutuante em formol, foi encaminhado ao laboratório para análise e, posterior-mente, resultando na confirmação do diagnóstico de lipoma. No último atendimento foi observada uma boa cicatrização na região onde havia a lesão e total satisfação do paciente. Apesar de ser caracterizada como uma neoplasia benigna, a excisão cirúrgica foi muito importante para devolver estética ao paciente

devido à localização anatômica da mesma, além de proporcionar adequação na mastigação e a eliminação do hábito nocivo de mordiscamento. O exame microscópico também é importante para descartar a possi-bilidade de um lipossarcoma.

Palavras-chave: lipoma, adipócitos, biópsia.

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PATOLOGIA

LESÃO CÍSTICA DE GRANDE EXTENSÃO EM MAXILA: RELATO DE CASO

Heloísa Rivilini Martines ([email protected])Unicesumar

Fábio Vieira de MirandaBeatriz Prezotto Miranda de Oliveira

Gustavo Zanna FerreiraFausto Rodrigo Victorino

O cisto periapical inflamatório também conhecido como cisto radicular, cisto periapical ou apical, é clas-sificado como cisto odontogênico, tem sua formação geralmente ligada a morte da polpa do dente que lhe deu origem. Qualquer estímulo em coroa dental refletirá no tecido pulpar, ou seja, cárie, ou fratura coronária e/ou radicular poderá levar a uma inflamação irreversível da polpa. Essa inflamação faz com que aumente a vascularização no local, aumentando também o volume, limitando o feixe de tecido conjuntivo frouxo, resultando em necrose pulpar. Se o conteúdo necrótico extravasar pelo forame apical, desenca-deará um processo inflamatório, desenvolvendo um abscesso dentoalveolar, se o mesmo não for tratado, evoluirá para um granuloma. À medida que o granuloma cresce, o conteúdo celular de seu interior se funde dando origem ao cisto periapical, revestido por células epiteliais de Malassez, que se auto destroem durante o processo inflamatório, podendo alcançar dimensões consideráveis, ocasionando a expansão da cortical óssea externa e uma tumefação indolor dando origem à cavidade cística. O objetivo deste estudo é relatar um caso clínico de lesão apical, de grande dimensão localizado em região do ápice dos elementos 12 ao 24, com aumento de volume em palato duro do lado esquerdo. Este trabalho mostra a importância de uma boa anamnese, exame clínico e exames radiográficos. Exames complementares, como por exemplo, teste de sensibilidade, punção aspirativa para avaliar o conteúdo aspirado e exame histopatológico, favorecendo o correto diagnóstico. A conduta frente este caso extenso, foi a marsupialização, com o objetivo de diminuir a pressão interna da cavidade cística e sua extensão, e posteriormente realização do tratamento endodôn-tico dos dentes envolvidos. No procedimento cirúrgico foi realizado a biópsia incisional da cápsula cística para avaliação histopatológica onde pode-se observar uma cavidade revestida por tecido epitelial, circuns-crita por tecido conjuntivo fibroso e células inflamatórias mononucleares, e o diagnóstico foi compatível com cisto periapical. Após a marsupialização resultou a diminuição imediata da lesão, sendo assim houve melhora na fala, alimentação e higienização do paciente, já que a mesma abrangia grande parte da porção anterior do palato duro. A remoção cirúrgica da lesão total foi realizada e posteriormente será realizado o tratamento endodôntico dos elementos envolvidos. O caso está em proservação.

Palavras-chave: cisto periapical, cisto odontogênico, marsupialização.

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RADIOLOGIA/ ESTOMATOLOGIA/ PATOLOGIA

CONSEQUÊNCIAS DA RADIOTERAPIA NA REGIÃO DE CABEÇA E PESCOÇO E A IMPORTÂNCIA DO ACOMPANHAMENTO ODONTOLÓGICO

Carolina Santos da Silva ([email protected])Unicesumar

Carolina Ferrairo Danieletto-ZannaGustavo Zanna Ferreira

O termo câncer de cabeça e pescoço é abrangente e se relaciona aos tumores malignos das vias aerodigesti-vas superiores, englobando estruturas como a cavidade bucal, a laringe, a faringe, dentre outras. De acordo com os dados do Instituto Nacional de Câncer, a estimativa para o câncer da cavidade bucal no Brasil em 2018 é de 14.700 novos casos, de modo que, da quantidade total, 11.200 se referem a homens e 3.500 a mu-lheres. Quanto aos tratamentos disponíveis para o câncer de cabeça e pescoço, podem ser empregados: a radioterapia, a quimioterapia, a cirurgia ou a associação destas. Tratando-se especificamente do tratamen-to radioterápico, este atua danificando direta ou indiretamente o DNA das células tumorais, por meio da

liberação de radicais livres. No entanto, além de afetar as células tumorais, também afetam as células nor-mais adjacentes ao campo de radiação. A abordagem realizada nesta revisão de literatura irá discorrer sobre as consequências da radioterapia em pacientes que estão em tratamento para câncer de cabeça e pescoço e a relevância do acompanhamento odontológico. Os principais efeitos colaterais inerentes a radioterapia encontrados foram: a mucosite, a xerostomia, a osteorradionecrose, o trismo, a cárie associada à radiação e as infecções oportunistas. A mucosite consiste em inflamação e possível ulceração da mucosa oral que pode gerar desconforto e baixa qualidade de vida aos pacientes, dentre os diversos tratamentos estão os colutó-rios bucais (clorexidina, benzidamina), fatores estimuladores de granulócitos e macrófagos, fator de cres-cimento epidérmico e o laser de baixa intensidade, que tem se mostrado uma opção para prevenção e tra-tamento. A sensação de boca seca denominada de xerostomia, normalmente associada à redução do fluxo salivar. Esta condição pode também favorecer o desenvolvimento de cáries associadas à radiação, as quais têm sua prevenção através de aplicações tópicas de flúor em gel e bochechos de solução fluoretada e higie-ne oral supervisionada. O trismo, cuja severidade está relacionada à quantidade total de dose de radiação, pode afetar os cuidados com a higiene bucal, a fonação, a nutrição, a reabilitação protética e a qualidade de vida, sendo minimizado com exercícios e alongamentos realizados desde o início da radioterapia. Pacientes que foram submetidos à radioterapia, na região de cabeça e pescoço, estão inclinados a possuírem fatores predisponentes, como a imunossupressão, a oscilação da flora bucal, a redução da salivação e dano tecidual local. Dessa maneira, há maior susceptibilidade em desenvolver infecções oportunistas, as quais podem ter origem virótica, fúngica ou bacteriana. A osteorradionecrose é uma consequência tardia, possivelmente, a mais crítica da radioterapia, cujo tratamento também torna-se complexo, podendo incluir uso de medica-mentos, procedimentos cirúrgicos, oxigenação hiperbárica dentre outros. Dessa forma, a participação do cirurgião dentista na equipe multiprofissional é extremamente relevante, pois poderá atuar na prevenção, no diagnóstico e no tratamento das manifestações de efeitos colaterais da radioterapia em pacientes com câncer de cabeça e pescoço, visando melhora na qualidade de vida destes.

Palavras-chave: neoplasias de cabeça e pescoço, oncologia, radioterapia.

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RADIOLOGIA/ESTOMATOLOGIA/PATOLOGIA

A IMPORTÂNCIA DO CIRURGIÃO-DENTISTA NO DIAGNÓSTICO DA DISPLASIA CLEIDOCRANIANA

Lúcia de Fátima Antoniassi ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientadora: Elen de Souza TolentinoMailon Cury Carneiro

Matheus Chaves VeronezziLilian Cristina Vessoni IwakiMariliani Chicarelli da Silva

RESUMO: A Displasia Cleidocraniana (DCC), antes conhecida como Disostose Cleidocraniana, é uma de-sordem congênita de herança autossômica dominante que leva a distúrbios no crescimento, principalmen-te, dos ossos de origem endocondral e intramembranosa, como os ossos do crânio, clavícula e esqueleto facial. Essa condição geralmente é causada por uma mutação do gene RUNX2 localizado no cromossomo

6p21. Este gene codifica para uma proteína, que normalmente orienta diferenciação osteoblástica e a for-mação óssea apropriada. No entanto, 40% dos casos de DCC ocorrem espontaneamente sem causa genética aparente. Afeta homens e mulheres com igual frequência e sem predileção de gênero ou etnia, possuindo uma taxa de incidência de 1 em 1 milhão de nascidos vivos. A característica mais importante é a hipoplasia clavicular, que leva à capacidade de aproximar os ombros anteriormente, sendo que em 10% dos casos, a clavícula está totalmente ausente. Anormalidades dentárias são características típicas do DCC, ocorrendo em 93,5% dos pacientes afetados. Visto isso, o objetivo deste trabalho é demonstrar a importância do ci-rurgião-dentista no diagnóstico da DCC, apresentando as principais anormalidades dentárias relacionadas a essa desordem. Para isso, realizou-se uma revisão da literatura dos últimos 5 anos, utilizando as bases de dados PubMed, Scielo e Google Acadêmico. A aparência de pessoas com DCC geralmente é patognomôni-ca, estando associada a várias deformidades esqueléticas e dentárias. Normalmente são pessoas com baixa estatura, diâmetro transverso do crânio aumentado, com bossa frontal e parietal pronunciadas, além de hipertelorismo ocular e base nasal alargada com dorso do nariz deprimido. Em relação às condições den-tárias, a dentição decídua geralmente se desenvolve normalmente, enquanto a dentição permanente se apresenta severamente alterada. Dentes supranumerários, retenção prolongada da dentição decídua, falha no irrompimento dos dentes permanentes, múltiplas anomalias da coroa e da raiz, formação de cripta ao redor dos dentes retidos e locais ectópicos dos dentes são os distúrbios mais comuns da dentição. Um pala-to altamente arqueado é uma manifestação bucal menos comum desta doença. O seu diagnóstico é baseado na correlação clínica e radiográfica. O manejo destes pacientes requer uma abordagem multidisciplinar, incluindo especialidades médicas, odontológicas e genéticas. O aconselhamento parental e a identificação da herança familiar são muito importantes. Em relação aos problemas dentários, pode-se optar pela extra-ção de todos os dentes com confecção de uma prótese, autotransplante de dentes impactados seleciona-dos seguido de restauração protética, ou uma remoção dos dentes decíduos e supranumerários seguida de exposição dos dentes permanentes através de tratamento ortodôntico, sendo esta última a mais realizada.

Palavras-chave: displasia cleidocraniana, diagnóstico, anormalidades dentárias.

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RADIOLOGIA/ ESTOMATOLOGIA/ PATOLOGIA

CISTOS ODONTOGÊNICOS INFLAMATÓRIOS E DE DESENVOLVIMENTO: ESTUDO OBSERVACIONAL E RETROSPECTIVO DE 22 ANOS DOS CASOS

DIAGNOSTICADOS NO PROJETO “DIAGNÓSTICO, TRATAMENTO E EPIDEMIOLOGIA DAS DOENÇAS DA CAVIDADE BUCAL – LEBU” DA

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

Iago Demetrio da Silva ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Mariliani Chicarelli da SilvaElen de Souza Tolentino

Fernanda Lobo

Cistos odontogênicos são caracterizados por uma cavidade patológica revestida por tecido epitelial, contendo em seu interior material líquido ou semi sólido. Em geral, são tratados por enucleação, crioterapia, curetagem, marsupialização e extração dentária. Este trabalho teve como objetivo avaliar a prevalência de lesões císticas odontogênicas inflamatórias e de desenvolvimento de forma observacional e retrospectiva por meio da análise de prontuários de pacientes diagnosticados com cistos no projeto LEBU durante seu período de vigência de 1995 a 2017. Um banco de dados com as variáveis foi organizado em planilha do programa Microsoft Excel 2010 para a tabulação e estatística. Os dados obtidos foram analisados estatisticamente com o auxílio do Software Statistica 8.0. Foram utilizadas tabelas de frequências com percentual e gráficos seguidos de teste qui-quadrado para ve-rificar possíveis associações entre as variáveis avaliadas. O nível de significância adotado nos testes foi de 5%, ou seja, foram consideradas significativas as associações cujo p<0,05. Dos 70 cistos diagnosticados 51% eram do tipo inflamatórios e 19% de desenvolvimento. O cisto periapical inflamatório foi o mais prevalente 62,8% seguido do cisto dentígero 17,2%. Em relação ao gênero, as mulheres foram mais afetadas que os homens, apresentando prevalência de (1,12:1). Os cistos Paradentário e odontogênico ortoqueratinizado acometeram apenas homens, e os cistos radicular lateral, dentígero e queratocisto odontogênico não tiveram predileção por gênero. Em re-lação a raça houve um maior acometimento de leucodermas (n=56; 80%). Tratando-se da faixa etária, o cisto periapical acometeu pessoas com idades entre 21 a 40 anos (n=27; 61,3%), o cisto periodontal lateral, residual acometeram pessoas com idades entre 51 a 60 anos, o cisto paradentário acometeu pessoas com idades entre 21 a 30 anos, o cisto dentígero e queratocisto odontogênico acometeram pessoas com idades entre 11 a 20 anos, e a variável ortoqueratinizada acometeu pessoas com idade entre 31 a 40 anos. Em relação a localização das lesões o cisto periapical inflamatório acometeu mais a região anterior de maxila (n=24; 54,4%), sendo também a área mais acometida pelo cisto periodontal lateral, residual e queratocisto odontogênico. Outros cistos analisados acometeram mais a região posterior de mandíbula. Em relação ao tratamento das lesões a enucleação foi a mais utilizada para a maioria dos cistos (75,7%), exceto para o queratocisto odontogênico onde a marsupialização foi o tratamento mais realizado (75%). A importância do estudo da prevalência das lesões císticas odontogênicas inflamatórias e de desenvolvimento em uma determinada população é de fundamental importância aos cirur-giões dentistas e aos epidemiologistas, uma vez que fornecem uma visão importante para o entendimento dos grupos de risco, extensão e gravidade destas patologias, para que seja possível estabelecer o diagnóstico precoce das mesmas e traçar medidas preventivas com o intuito de garantir a redução do número de casos, assim como melhorar a qualidade de vida da população por meio de políticas públicas de saúde voltadas para a prevenção e tratamento dessas lesões.

Palavras-chave: lesões císticas, diagnóstico, epidemiologia.

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RADIOLOGIA/ESTOMATOLOGIA/PATOLOGIA

A IMPORTÂNCIA DA ODONTOLOGIA NO DIAGNÓSTICO E MANEJO DE PACIENTES COM DISPLASIA ECTODÉRMICA: REVISÃO DE LITERATURA

Giovana Felipe Hara ([email protected])Universidade Estadual De MaringáOrientador: Elen de Souza Tolentino

Matheus Chaves VeronezziNeli Pieralisi

Mariliani Chicarelli da SilvaLilian Cristina Vessoni Iwaki

A displasia ectodérmica (DE) constitui um complexo grupo de condições hereditárias na qual ocorrem ano-malias de duas ou mais estruturas anatômicas derivadas do ectoderma. Portanto, pode-se observar hipo-plasia ou aplasia de alguns tecidos como pele, cabelos, unhas, dentes e glândulas sudoríparas. Existem mais de 150 síndromes clinicamente distintas em que a DE está presente. Destas a mais bem conhecida talvez seja a displasia ectodérmica hipoidrótica (DEH). A prevalência na população varia de 1:10.000 a 1:100.000 nascimentos e a proporção entre os sexos é de cinco homens para uma mulher. Estudos genéticos indicam que cerca de 94% dos casos da DE ocorrem por mutação no gene EDA, situado no cromossomo X, que determina a produção da ectodisplasina A, uma proteína necessária ao desenvolvimento de algumas estru-turas derivadas do ectoderma. Visto isso, o objetivo deste trabalho é apresentar uma revisão de literatura demonstrando a importância do cirurgião dentista no diagnóstico dessa doença, uma vez que algumas das características clínicas são malformações dentárias e alterações faciais. As informações foram obtidas por meio de pesquisa de artigos científicos nas bases de dados online PubMed, Scielo e Google Acadêmico. Nos casos de DEH os sinais cardinais são: hipotricose (diminuição de cabelos), hipoidrose (diminuição na sudo-rese) e hipodontia ou oligodontia (ausência congênita de alguns dentes). Esta acomete as dentições decídua e permanente e, nos dentes presentes, a forma das suas coroas é caracteristicamente anormal. A coroa dos incisivos é afilada, cônica ou pontiaguda e a dos molares tem diâmetro reduzido (taurodontismo). Também foi relatada ausência completa dos dentes (anodontia), porém este achado parece incomum. Pode ocorrer perda de dimensão vertical de oclusão, devido às ausências dentárias, resultando em lábios pronunciados, associada à presença de discretas fissuras ao redor da boca e olhos. Os pacientes podem apresentar graus variados de xerostomia e as unhas podem ser distróficas ou quebradiças. Algumas alterações estão pre-sentes ao nascimento, enquanto outras só tornam-se evidentes durante a infância. A fim de esclarecer a

transmissão genética da doença neste grupo, o exame completo dos familiares dos pacientes com DE e a identificação dos indivíduos que apresentam as formas parciais da doença na família são necessários. Além disso, o diagnóstico pode ser feito a partir do exame histopatológico da pele dos pacientes com DEH, onde se visualiza um número reduzido de glândulas sudoríparas e folículos pilosos. No manejo desses pacientes, o problema dentário é melhor tratado com colocação de próteses totais, sobredentaduras ou próteses fixas, dependendo do número e localização dos dentes remanescentes. Além de estabelecer uma boa função oral, os objetivos principais do tratamento são: prevenir a hipertermia e melhorar o desenvolvimento psicos-social. É de extrema importância que o cirurgião dentista saiba identificar as principais características da DE, porquanto não são raros os casos de pacientes portadores dessa síndrome que chegam à clínica odon-tológica. O diagnóstico correto e precoce é primordial para restabelecer as funções estética, mastigatória, fonética e psicológica desses pacientes, reintegrando-os ao convívio social.

Palavras-chave: displasia ectodérmica, manifestações bucais, anomalias dentárias.

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RADIOLOGIA/ESTOMATOLOGIA/PATOLOGIA

SIALOLITÍASE E EXOSTOSE ÓSSEA MANDIBULAR MIMETIZANDO CORPO ESTRANHO: RELATO DE CASO

Jeniffer Ronchi ([email protected])Unicesumar

Fábio Vieira de MirandaLéonardo Perez Faverani

Gustavo Antônio Correa MomessoValthierre Nunes de Lima

Tarik Ocon Braga Polo

Sialolitíase ou cálculo salivar é uma doença que tem seu desenvolvimento dentro do sistema de ductos das glândulas salivares. A mesma surge através da deposição de sais de cálcio no interior dos ductos salivares excretores. É frequentemente encontrada nas glândulas salivares maiores, sendo a glândula submandibu-lar em 80% dos casos a mais acometida, e em menor frequência a glândula parótida. Os sialólitos podem também se formar dentro das glândulas salivares menores, comumente na mucosa bucal e glândulas do lábio superior. Os cálculos salivares podem gerar episódios de dor ou aumento de volume da glândula em questão aos pacientes principalmente durante as refeições. Exostoses são crescimentos ósseos benignos que frequentemente se desenvolvem na região de mandíbula e maxila, comum na região de pré-molares e molares. O objetivo deste trabalho é relatar um caso clinico onde a paciente apresentou duas lesões inde-pendentes, paciente do gênero feminino, 39 anos, foi encaminhado ao estomatologista para avaliação de lesões bucais. Ao exame clinico, observou-se a presença de um sialólito, no ducto da glândula submandi-bular do lado direito, próximo a cavidade bucal. Tomou-se como conduta a realização de uma radiografia oclusal de mandíbula, onde não foi possível verificar nenhum material radiopaco, provavelmente por ser pouco calcificado. Diante disso, o tratamento empregado foi a remoção cirúrgica da lesão glandular. A mesma paciente queixou-se de um aumento de volume na região inferior esquerda, onde foi possível ob-servar um abaulamento em cortical óssea na região apical do elemento 37, com um aumento de volume duro a palpação na região óssea vestibular. A conduta foi a realização de uma radiografia periapical, onde observamos uma lesão de discreta radiopacidade oval bem delimitada na raiz do elemento 37. Diante deste quadro, foi solicitada uma tomografia computadorizada, no qual foi constatado uma imagem hiperdensa compatível com corpo estranho, na cortical óssea vestibular, na altura do terço médio alveolar do segundo molar inferior esquerdo. Foi proposto para paciente a biópsia excisional desta lesão, durante o procedi-

mento cirúrgico foi realizado o descolamento do retalho e pode-se observar um crescimento ósseo, que foi removido e enviado para o exame histopatológico. O diagnóstico para a lesão foi compatível com exostose óssea. Paciente encontra-se em proservação de ambas as lesões.

Palavras-chave: sialolitíase, exostose, lesão.

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PATOLOGIA

CISTO DO DUCTO NASOPALATINO – RELATO DE CASO

Priscila Nunes Silva ([email protected])Unicesumar

Fábio Vieira de MirandaGustavo Antônio Correa Momesso,

Leonardo Perez Faverani,Eduardo Luis Ancioto

O Cisto do ducto nasopalatino ou cisto do canal incisivo classifica-se sendo um cisto não odontogênico fissural, tem sua origem em remanescentes epiteliais que formam o ducto nasopalatino, uma estrutura embrionária que liga a cavidade nasal e oral na região do canal incisivo. Localizado entre as raízes vitais dos incisivos superiores, podendo ocorrer em todo o trajeto do ducto nasopalatino. Embora a patogênese desta lesão seja desconhecida, ela representa uma degeneração cística espontânea de remanescentes do ducto nasopalatino. O cisto pode se desenvolver em qualquer idade, porém, é mais comum na quarta e sexta dé-cadas de vidas, apresentando predileção pelo sexo masculino. Na maioria dos casos o cisto é diagnosticado por um achado radiográfico, como uma lesão radiolúcida bem delimitada, com um halo radiopaco próximo a linha média entre os incisivos superiores, alguns cistos podem ter formato de pêra invertida, devido à resistência das raízes dos dentes adjacentes, porém, outros casos podem exibir o formato clássico de cora-ção, como resultado de sobreposição da espinha nasal. Quando o mesmo apresenta manifestações clínicas, estas podem ser aumento de volume em região de papila incisiva, com sensação tátil flutuante e sintomato-logia dolorosa. A biópsia é recomendada, mas para realizar o diagnóstico não basta o histopatológico, pois também precisamos das características clínicas, sendo o teste de vitalidade pulpar positivo e características radiográficas. O objetivo deste trabalho é relatar um caso do cisto do ducto nasopalatino em uma paciente do gênero feminino, 44 anos, a mesma estava realizando tratamento odontológico e durante exames de imagens de rotina constataram a presença de uma lesão radiolúcida próximo a linha média superior, foi realizado teste de vitalidade e os elementos envolvidos se apresentaram vitais. Diante deste quadro foi solicitada a tomografia computadorizada que mostrou uma lesão localizada próximo ao ápice do elemen-to 22 vital. Foi realizada a biópsia excisional pela enucleação cirúrgica e o material foi encaminhado para exame histopatológico, apresentando cortes histológicos em que revelam cavidade circunscrita por tecido epitelial, tecido conjuntivo fibroso e infiltrado inflamatório mononuclear. O diagnóstico foi compatível com Cisto do ducto Nasopalatino. Paciente encontra-se em proservação. Conclui-se que para alcançar o diagnóstico final é indispensável à correlação das características clínicas, imageológicas e histopatológicas.

Palavras-chave: cisto não odontogênico, dentes vitais, histopatológico.

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RADIOLOGIA/ESTOMATOLOGIA/PATOLOGIA

PENFIGÓIDE DAS MEMBRANAS MUCOSAS: RELATO DE CASO

Luna Marcia Matiazzo Ganassin ([email protected])Unicesumar

Fábio Vieira de Miranda (Orientador)Bruna Sevinhago Providelo

Carolina Ferrairo Danieletto-ZannaGustavo Zanna Ferreira

O penfigóide das membranas mucosas, comumente conhecido como penfigóide cicatricial, pertence a um grupo de doenças autoimunes mucocutâneas bolhosas crônicas, na qual o organismo do paciente pro-duz anticorpos que atuam contra componentes da membrana basal. Esta condição pode provocar lesões nas mucosas oral, conjuntival, nasal, esofágica, laríngea e vaginal, como também na pele. A doença afeta geralmente adultos na quinta e sexta década de vida, sendo as mulheres mais frequentemente afetadas, na razão de 2:1. As lesões bucais apresentam-se como vesículas ou bolhas que eventualmente se rompem deixando extensas áreas de ulceração. Esta manifestação apresenta-se de forma variável em toda a cavi-dade oral, grandes áreas de erupções vesico-bolhosas podem ser observadas envolvendo mucosa alveo-lar, palato, mucosa jugal, assoalho da boca e língua, podendo ser notado locais de erosão ou descamação inicial da gengiva, o que pode leva-la a ser confundida com a gengivite descamativa. O diagnóstico das manifestações bucais de doenças autoimunes necessita das características clínicas, histopatológicas e em alguns casos imunofluorescência. Uma diagnose precisa favorece na escolha da melhor terapêutica para o paciente. O objetivo deste trabalho foi relatar um caso clínico, paciente do sexo masculino, leucoderma, 53 anos, procurou atendimento na clínica de odontologia do Centro Universitário de Maringá (Unicesu-mar), queixando-se de dor intensa e sangramento recorrente na gengiva durante a higienização. No exame clínico foi observado uma inflamação gengival exacerbada, com extensas áreas ulceradas e a formação de bolhas durante o procedimento de sondagem, o que possivelmente caracteriza o Sinal de Nikolsky. Com isso a biópsia incisional, de tecido mole, da região perilesional foi realizada, e o material foi encaminhado para análise histopatológica. Os cortes corados com hematoxilina e eosina, revelaram tecido epitelial ce-ratinizado, presença de bolha subepitelial, hiperplasia de tecido epitelial, tecido conjuntivo fibroso com infiltrado inflamatório composto por neutrófilos, plasmócitos, eosinófilos e linfócitos, além de áreas vas-cularizadas. Desta forma o diagnóstico foi sugestivo para penfigóide cicatricial, porém com indicação da realização do exame de imunofluorescência para confirmação. Foi iniciado tratamento com administração tópica de corticosteroide através de bochechos de propionato de clobetasol (0,05%) por 30 dias. A partir da melhora do quadro, a medicação foi cessada e o paciente se encontra em proservação.

Palavras-chave: doenças autoimunes, lesões vesico-bolhosas, diagnóstico.

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RADIOLOGIA/ESTOMATOLOGIA/PATOLOGIA

MUCOCELE EM LÁBIO INFERIOR ASSOCIADA AO USO DE APARELHO ORTODÔNTICO – RELATO DE CASO

Gabriela Capelli do Carmo ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientadora: Nelí PieralisiCo-Elen de Souza Tolentino

César Felipe de Gouvêa CarvalhoIgor Henrique Silva Pinheiro

Traumatismos mecânicos, como, o mordiscamento do lábio inferior, a presença de diastema, dentes giro-vertidos e aparelhos ortodônticos, são situações que favorecem o aparecimento de uma lesão cística benig-na denominada mucocele. Estes traumatismos levam a obstrução do ducto da glândula não permitindo que a saliva produzida por ela seja liberada causando o acúmulo em seu interior. Comumente, esta lesão ocorre em lábio inferior, principalmente, em crianças e adolescentes nas primeiras décadas de vida, e clinicamen-te apresenta-se como uma bolha contendo saliva em seu interior, sua coloração pode ser azulada ou igual à da mucosa adjacente. Geralmente é assintomática e em alguns casos pode haver o rompimento espontâneo e não ocorrer novos episódios, entretanto há casos de recidivas, principalmente, onde o fator etiológico não é removido. A mucocele aparece em locais onde o epitélio é menos queratinizado, como ventre de língua, mucosa jugal e soalho bucal (rânula). O objetivo deste trabalho é relatar um caso onde paciente de 14 anos, gênero feminino, usuário de aparelho ortodôntico fixo, compareceu a Clínica de Estomatologia da Universidade Estadual de Maringá apresentando uma lesão bolhosa, arredondada, em região central de lábio inferior, pediculada e de coloração igual à da mucosa adjacente, medindo aproximadamente 5 mm, com consistência resiliente e aparentando líquido em seu interior e sem sintomatologia, a hipótese diag-nóstica levantada foi de mucocele e fibroma traumático. Após anamnese e preenchimento do prontuário, foi proposto a paciente e a seu responsável a remoção cirúrgica da lesão. Foi realizada assepsia e anestesia infiltrativa ao redor da lesão com mepivacaína 3%, a partir daí seguiu-se uma delicada incisão ao redor do pedículo da lesão, com remoção completa da mesma e sem extravasamento da saliva do seu interior. Para finalizar foi realizada a sutura com ponto em U e o material coletado foi encaminhado para análise histopa-tológica fixado em formol a 10%. Após sete dias foi feito a remoção da sutura e observou-se a recorrência da lesão. O laudo histopatológico confirmou a hipótese de mucocele. A recorrência da lesão nos leva a pensar que o aparelho ortodôntico pode ser o fator etiológico deste caso e dessa forma, enquanto o tratamento ortodôntico não for concluído a mucocele poderá persistir. Ademais, podemos concluir que se bem diag-nosticada, e o tratamento for realizado corretamente, este tipo de lesão apresenta um bom prognóstico e baixas taxas de recidivas, exceto em casos onde há persistência fator causal, como o do caso apresentado.

Palavras-chave: mucocele, aparelho ortodôntico, lábio inferior.

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RADIOLOGIA/ESTOMATOLOGIA/PATOLOGIA

DOIS CARCINOMAS ESPINOCELULARES PRIMÁRIOS SIMULTÂNEOS EM BOCA: RELATO DE CASO

Tamara Fernandes de Castro ([email protected])Universidade Estadual Paulista

Orientador: Glauco Issamu MiyaharaSaygo Tomo

Cristiane FuruseDaniel Galera Bernabé

Eder Ricardo Biasoli

O câncer de boca representa um problema de saúde publica no mundo todo, uma vez que é o quinto tipo de câncer mais comum e está associado a baixas taxas de cura e sobrevida, já que a maioria dos casos é diagnosticada em estágio avançado. Dentre as malignidades que podem acometer a boca, o carcinoma es-pinocelular (CEC) é o mais comum, representando cerca de 95% de todas as lesões malignas dessa região. Sua etiologia é multifatorial, entretanto o tabagismo e etilismo são os principais fatores de risco para seu desenvolvimento. Atinge principalmente o sexo masculino, entre a sexta e sétima décadas de vida. A borda lateral da língua, assoalho bucal, lábio inferior e a região retromolar são as localizações mais frequente-mente acometidas. Todavia, a ocorrência de múltiplos tumores primários é rara. O objetivo deste trabalho é descrever um caso incomum de múltiplos CECs primários simultâneos em mucosa bucal. Paciente do sexo feminino, 60 anos, branca, não tabagista e não etilista, compareceu a clínica de Estomatologia da Facul-dade de Odontologia de Araçatuba - UNESP, com queixa principal de “feridas na boca”, com três anos de evolução e ausência de sintomatologia dolorosa. O exame físico extrabucal não revelou nenhuma alteração digna de nota. Ao exame físico intrabucal foram observadas duas lesões, uma em ventre de língua com extensão para assoalho bucal e rebordo alveolar inferior do lado direito, e outra em mucosa jugal esquerda. Ambas as lesões apresentavam-se como úlceras exofíticas com aspecto verrucoso, coloração esbranquiça da e avermelhada, e com limites indefinidos. O diagnóstico diferencial incluiu condiloma culminado, pa-racoccidioidomicose e CEC. Após biópsia incisional das duas lesões, a análise histopatologica confirmou o diagnóstico de CEC. A paciente foi encaminhada para tratamento oncológico em centro especializado. Múltiplos tumores primários são raros e a incidência varia de 7% a 20% dos casos de CEC em boca. Embora seja considerada uma ocorrência baixa, existe um pequeno subconjunto de pacientes em maior risco para desenvolver múltiplos CECs primários na mucosa bucal, o que parece ser determinado pela raça caucasiana

e gênero feminino, compatível com o caso descrito. O caso descrito é raro pela presença de dois tumores primários simultâneos, e alerta o cirurgião dentista para atenção aos detalhes clínicos e conduta para diag-nóstico.

Palavras-chave: câncer de boca, carcinoma espinocelular, tumores primários múltiplos.

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RADIOLOGIA/ ESTOMATOLOGIA/ PATOLOGIA

ODONTOMAS: UMA REVISÃO DE LITERATURA

Carlos Henrique Milan Gomes do Nascimento ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientador: Elen de Souza TolentinoPaula Gabriela Vieira Chicora

Matheus Chaves VeronezziIgor Henrique Silva PinheiroMariliani Chicarelli da Silva

Os tumores odontogênicos compreendem um grupo complexo de lesões de comportamento clínico e his-tológicos diversos. Algumas dessas lesões são verdadeiras neoplasias, no entanto, raramente apresentam comportamento maligno. Outras, podem se apresentar como malformações semelhantes a tumores, ditas hamartomas, como é o caso dos Odontomas. Um hamartoma é uma malformação focal semelhante a um tumor benigno que cresce controladamente na mesma proporção que as células vizinhas, ainda que se desenvolva desorganizadamente. O presente trabalho temo como objetivo realizar uma revisão de litera-

tura acerca dos Odontomas e suas manifestações clínico-radiográficas. As informações foram obtidas por meio de pesquisa de artigos científicos nas bases de dados online PubMed, Scielo e Google Acadêmico. Os Odontomas são tumores odontogênicos do tipo misto, pois têm origem tanto do epitélio odontogênico quanto do ectomesênquima. É o tumor odontogênico mais comum dos maxilares, com prevalência de 70% dos casos. São comumente detectados nas duas primeiras décadas de vida e não possuem predileção por gênero. A sua composição estrutural consiste em tecido dental maduro que compreende esmalte, dentina, cemento e polpa. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), estas lesões classificam-se em dois tipos principais: composto e complexo. O odontoma composto tem origem na proliferação exagerada da lâmina dentária, em que os tecidos dentais estão representados de uma maneira organizada, formando numerosos dentes rudimentares ou miniaturas contidos em uma matriz fibrosa frouxa. O local mais aco-metido é a região anterior da maxila. Já no odontoma complexo, os tecidos dentais estão desordenados e morfologicamente não remetem a forma de dentes. A localização mais prevalente é a região posterior de mandíbula e maxila. Radiograficamente, o odontoma composto se caracteriza como um conjunto de es-truturas semelhantes aos dentes, envoltos por uma zona radiolúcida, sendo esta imagem patognomônica, o que faz com que o diagnóstico seja clínico e radiográfico. O odontoma complexo aparece como um au-mento de volume calcificado com a radiodensidade da estrutura dentária cercada por uma delgada imagem radiolúcida. Nesse tipo de odontoma, pode ocorrer expansão das corticais ósseas. Além disso, um dente não irrompido frequentemente se mostra associado à massa radiopaca. E ainda, um odontoma complexo pode ser confundido radiograficamente com um osteoma ou outra lesão altamente calcificada, tais como o odontomameloblastoma e o fibro-odontoma ameloblástico, sendo estes principais diagnósticos diferen-ciais, necessitando assim, de uma análise histopatológica para confirmação de diagnóstico. O tratamento para ambos os tipos de odontoma é a excisão cirúrgica total e sem margem de segurança, uma vez que as lesões possuem prognóstico favorável, raros casos de recidiva e reparação óssea com facilidade. E por fim, quando ocorre retenção dentária causada pela lesão, deve-se realizar um trabalho cuidadoso para preservar o dente não irrompido (quando viável e com exceção dos terceiros molares), oferecendo possibilidade para seu posterior irrompimento.

Palavras-chave: odontoma, tumores odontogênicos, manifestações bucais.

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ESTOMATOLOGIA – RADIOLOGIA

CONTRIBUIÇÃO DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE FEIXE CÔNICO NO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE TUMORES INTRAÓSSEOS

BENIGNOS E MALIGNOS NA REGIÃO BUCOMAXILOFACIAL

Lorena Borgognoni Aquaroni ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Elen de Souza TolentinoLilian Vessoni Iwaki

Fernanda Chiguiti YamashitaAmanda Lury Yamashita

A tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC) tem sido amplamente indicada em Odontologia, pois é um exame complementar que permite obter a reprodução de uma secção do corpo humano em quaisquer uns dos três planos do espaço. Antes do advento da TCFC, a radiografia panorâmica foi a ferramenta de imagem mais comumente utilizada em cirurgia oral e maxilofacial. Entretanto, a mesma possui algumas limitações, como

por exemplo: ampliação variável, distorção, sobreposição e imagem imprecisa de estruturas que não estejam localizadas dentro do plano focal. Assim, a introdução da TCFC mudou dramaticamente a prática dos cirurgiões dentistas, uma vez que o acesso às imagens seccionais se tornou mais rápido e fácil do que quando era basea-da em uma prática hospitalar. Em relação ao diagnóstico de lesões intraósseas e seu planejamento cirúrgico, a visualização da imagem em diversos planos pode fornecer informações valiosas, que na maioria dos casos não são obtidas em outros exames de imagem, tais como o tamanho da lesão, presença e extensão de reabsorção óssea, expansão ou perfuração de corticais, presença de calcificações internas ou externas, assim como a relação com estruturas anatômicas adjacentes importantes. Considerando o grande desafio que é estabelecer o diag-nóstico diferencial entre os diversos tipos de cistos e tumores da região bucomaxilofacial por meio de achados imaginológicos, o objetivo do presente estudo é descrever detalhadamente as características destas lesões em exames de TCFC, por meio de uma análise retrospectiva. A amostra deste estudo é constituída por exames de TCFC pertencentes ao arquivo do Departamento de Estomatologia da Faculdade de Odontologia de Bauru e da Universidade Estadual de Maringá. Foram revisadas imagens pré-operatórias de tumores e cistos intraósseos benignos de origem odontogênica, confirmados microscopicamente, de pacientes atendidos entre os anos de 2008 a 2017. As tomografias foram realizadas no aparelho i-CAT® e 3D Accuitomo®. As imagens foram analisa-das com os próprios programas dos tomógrafos (Xoran versão 3.1.62; Xoran Technologies, Ann Arbor, MI, EUA e One Volume Viewer, J. Morita MFG. Corporation, Kioto, Japão) e dividas em “agressivas” e “não agressivas”, de acordo com seu comportamento descrito na literatura. Foram analisadas as seguintes variáveis: gênero, ida-de, localização da lesão, densidade, tamanho da lesão, relação com dente não irrompido, bordas, expansão das corticais, perfuração das corticais, deslocamento dentário, reabsorção radicular e presença de calcificações. O teste exato de Fischer foi utilizado para comparar cada variável nas lesões agressivas e não agressivas (p<0,05). Ao total somaram-se 28 lesões, dentre elas, o queratocisto odontogênico foi a mais prevalente, correspondendo a 50% das lesões encontradas. A média de idade dos pacientes acometidos foi de 29,3 anos. Além disso, 23 lesões (82,1%) acometeram mandíbula. Foram encontrados valores estatisticamente significantes apenas na variável perfuração de cortical com valores maiores para as lesões agressivas (p=0,0002531). Conclui-se que a TCFC foi uma importante ferramenta para o diagnóstico diferencial das lesões estudadas, sendo a perfuração de corticais ósseas a característica a ser considerada para sugerir o comportamento agressivo da lesão.

Palavras-chave: tomografia computadorizada de feixe cônico; neoplasias; diagnóstico diferencial.

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RADIOLOGIA/ESTOMATOLOGIA/PATOLOGIA

INTERFACE ENTRE ODONTOLOGIA HOSPITALAR E PACIENTES COM DOENÇA RENAL CRÔNICA

Thiago Alexandre Zilioli ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Neli PieralisiAna Carolina Guimarães Alves

Isabela Regina Grilo SilvaFlavia Matarazzo

Roberta Corrêa Pascotto

A Resolução 163/2015 do Conselho Federal de Odontologia define Odontologia Hospitalar (OH) como a área da Odontologia que atua em pacientes que necessitem de atendimento em ambiente hospitalar, internados ou não, ou em assistência domiciliar. Ainda, atribui objetivos: promoção da saúde, prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças orofaciais, de manifestações bucais de doenças sistêmicas ou de consequências de seus respectivos tratamentos. Entre as doenças sistêmicas está a Doença Renal Crônica (DRC) caracterizada pela limitação da filtração glomerular endócrina e tubular dos rins, resultando em acúmulo de substâncias originárias dos proces-sos metabólicos no sangue. Esse desequilíbrio químico promove manifestações sistêmicas e bucais nos pacien-tes com DRC, cujas condições exigem precauções especiais durante o atendimento odontológico. Para isso, um plano de tratamento deve ser constituído pelo Cirurgião dentista (CD), a partir de discussão estabelecida com o nefrologista, com respeito aos cuidados específicos a fim de proteger os paciente contra possíveis riscos que houver. Assim, o objetivo deste estudo é expor a atuação do CD em pacientes DRC, em nível hospitalar, através de uma revisão de literatura utilizando os bancos de dados Lilacs, Pubmed e Scielo, com os descritores “odonto-logia hospitalar” e “insuficiência renal”. A DRC pode ter consequências que afetam a cavidade bucal de muitas maneiras, conduzindo a uma perda de função, de estética e de conforto. Os pacientes em diálise têm risco con-sideravelmente aumentado de infecção e hemorragia, atribuída a utilização de anticoagulantes no processo de diálise. Em função de complicações da doença e/ou de seu próprio tratamento dialítico, mesmo pela realização do transplante renal, pode haver déficit no cuidado diário com a higiene bucal. O CD se torna um profissional extremamente importante em nível hospitalar, não apenas na intervenção curativa, mas acima de tudo preven-tiva. O CD deve ter a capacidade de reconhecer o nível de risco, estar ciente das condições gerais dos protocolos farmacológicos, das características do atendimento recebido, bem como de alterações psicológicas que estes pacientes possam apresentar. O CD deve estar preparado para trabalhar de forma integrada com outros profis-sionais da área da saúde, como médicos, enfermeiros, fonoaudiólogos, psicólogos, fisioterapeutas e farmacêu-

ticos. O contato entre os profissionais envolvidos na reabilitação desses pacientes é de suma importância para o êxito do tratamento, melhora da qualidade de vida dos pacientes debilitados sistemicamente e sua saúde geral na medida em que elimina possíveis quadros de infecção bucal oportunistas e possibilita condições melhores de mastigação. Además, quando a abordagem odontológica é desenvolvida no próprio hospital, facilita o acesso e a prestação dos serviços, além de dar ao profissional maior segurança durante as intervenções mais críticas. Por fim, analisa-se que devido ao fato da DRC ter consequências que afetam a cavidade oral, conduzindo a uma perda de função, de estética e de conforto, o dentista ao atuar no alcance de boas condições bucais e uma profilaxia an-tibiótica adequada, pode evitar possíveis complicações sistêmicas e eliminar focos de infecção, não descartando que o contrário é verdadeiro, fazendo do cirurgião dentista fulcral na concretização do conceito de saúde.

Palavras-chave: assistência odontológica, insuficiência renal crônica, odontologia preventiva.

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RADIOLOGIA/ESTOMATOLOGIA/PATOLOGIA

ANÁLISE TRIDIMENSIONAL DA INCLINAÇÃO E ALTURA DO TUBÉRCULO ARTICULAR E A CORRELAÇÃO ENTRE IDADE, GÊNERO E PERFIL FACIAL

NAS IMAGENS DE TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE FEIXE CÔNICO

Isabella Maria Zanutto ([email protected])Fernanda Lobo

Letícia Ângelo WalewskiLilian Vessoni Iwaki

Elen Tolentino de SouzaMariliani Chicarelli da Silva

A articulação temporomandibuar (ATM) é a principal ligação entre o crânio e a mandíbula. É uma das ar-ticulações mais exigidas e utilizadas do corpo humano, sendo constituída por estruturas ósseas e tecido mole. Durante o decorrer da vida do indivíduo, podem estar presentes fatores que afetam a morfologia e posição da ATM, entre eles a idade, o gênero, o padrão de crescimento facial, alterações patológicas e/ou funcionais, diminuição ou aumento da atividade muscular, força oclusal e alterações da oclusão dentária. Como resultado das mudanças nestes fatores, em resposta a uma adaptação da ATM, pode ocorrer a remo-delação e reconfiguração de suas superfícies, dependendo das condições mecânicas e funcionais a que as estruturas adjacentes são submetidas. Anteriormente à TCFC, diferentes autores estudaram desde a mor-fologia e estruturas ósseas da região, até a inclinação e a correlação das variações dos reparos anatômicos locais, em pacientes normais ou com anormalidades oclusais, usando várias medidas e ferramentas. O ob-jetivo do presente estudo foi realizar uma pesquisa observacional e retrospectiva de imagens de tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC), avaliando a inclinação (ITA) e altura do tubérculo articular (ATA) e correlacionar estas estruturas com a idade, gênero e perfil facial. Para isso, a amostra foi selecionada no LIPIC-UEM, onde as imagens por TCFC foram obtidas pelo equipamento i-CAT Next Generation® (Ima-ging Sciences International, Hatfield, PA, EUA), com volume de 300µ de voxel isométrico, FOV (Field of View) de 17 X 23 cm, tensão de tubo de 120 kVp e corrente do tubo de 3-8 mA, As imagens foram analisadas com o próprio programa do tomógrafo (Xoran versão 3.1.62) e as medidas ANB foram realizadas no soft-ware InVensalius 3.0®. Avaliados por dois avaliadores distintos. Depois de, selecionada de acordo com os critérios de inclusão e exclusão, a amostra foi dividida em 90 homens e 90 mulheres e subdividida em faixa etária e perfil facial classes I, II e III, divididos assim em 12 grupos distintos. Neste estudo, além de técnicas básicas de análise exploratória, como média e desvio padrão, foram utilizados o teste T, ANOVA, Tukey e o de correlação de Pearson. Ao analisar a relação das medidas obtidas entre os gêneros, obteve-se diferença significativa para ATA sendo maior no gênero masculino. Na classe esquelética, a ATA apresentou diferença estatisticamente significante para todas as classes, com exceção da ATA do lado esquerdo onde as classes I e II não apresentaram diferença, e a classe III apresentou menor ATA em relação aos outros grupos. Entre as diferentes faixas etárias, notou-se diferença significativa tanto para ITA (p= 0,030/ 0,006) quanto para ATA (p= 0,003/ 0,023), sendo maior na faixa etária acima de 40 anos. O estudo conclui que houve diferenças anatômicas quando comparados grupos de gênero, idade e padrão esquelético diferentes.

Palavras-chave: articulação temporomandibular, tomografia computadorizada de feixe cônico, diagnós-tico por imagem.

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ODONTOLOGIA LEGAL/ SAÚDE COLETIVA

A IMPORTÂNCIA DA INSTRUÇÃO DE HIGIENE BUCAL EM PACIENTES SUBMETIDOS À HEMODIÁLISE

Tamires Saragioto Pialarissi ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientador: Neli PieralisiAna Carolina Alves

Diogo NakaieGabriela Ribeiro Rocha

Resumo: Com prevalência mundial de 8-19% e atingindo aproximadamente 10 milhões de brasileiros, a doença renal crônica (DRC) é uma patologia caracterizada pela diminuição progressiva na função renal, decorrente da presença de anormalidades na estrutura e/ou função dos rins, com comprometimento dos néfrons, que se manifesta por no mínimo três meses. Sua identificação pode ser feita através do exame de clearance de creatinina, um comparativo da dosagem de creatinina no sangue e na urina, o qual possibilita identificar em qual dos cinco estágios possíveis da doença ela se encontra. Sendo o quinto estágio o mais severo, é necessário iniciar uma terapia renal substitutiva, como a diálise peritoneal, hemodiálise ou o transplante renal. Nesses pacientes, como resultado do seu quadro sistêmico, há uma imunossupressão presente, e, portanto, as infecções devem ser evitadas para viabilizar a realização do transplante de rim ou impedir a rejeição do mesmo. Na odontologia, a literatura mostra que à medida que a DRC se agrava, a higiene bucal diminui, o que favorece maior chance de infecção periodontal e risco de comprometimento sistêmico. Diante disso, o objetivo do presente estudo é avaliar a influência da instrução de higiene bucal padronizada sobre o índice de placa bacteriana visível em pacientes sob hemodiálise. Após aprovação pelo comitê de ética da UEM, foram incluídos no estudo 26 pacientes hemodialisados, atendidos no setor de nefrologia do Hospital Santa Casa de Maringá, no período de fevereiro de 2017 a janeiro de 2018. A avaliação do índice de placa bacteriana visível (IPV) foi realizada durante três semanas consecutivas, passando uma sonda clínica na superfície do dente, sem o auxílio de evidenciadores de placa. Inicialmente, o índice foi coletado, seguido de uma instrução de higiene bucal. Sete dias após, o IPV foi obtido novamente, com pos-terior instrução de higiene lingual, e na terceira semana, foi levantado o IPV final, após todas as instruções. Do total dos pacientes, 76,9% eram homens e 23,07% mulheres, com idade média de 48 anos. Em relação à redução do IPV, 88,5% tiveram uma diminuição do IPV, dentre eles 34,6% alcançaram índice de placa abaixo de 20%. Quando comparado o IPV médio inicial e final houve uma redução de 19,17% do índice. Contudo, quando comparado os valores médios de IPV obtidos em cada etapa, não houve uma diferença estatisticamente significante entre eles (p>0.05). A alta prevalência e severidade de doenças periodontais em pacientes submetidos à hemodiálise devido à manutenção inadequada da higiene bucal, é um fator que requer atenção, sendo essencial a diminuição dos mesmos, através da promoção da higiene bucal. Para tanto, deve-se atentar para as limitações desse grupo, como a encefalopatia urêmica, que causa lentidão cognitiva e psicomotora nestes pacientes, dificultando uma higiene bucal satisfatória. Portanto, a orienta-ção de higiene bucal padronizada pode ser uma ferramenta para a redução de índice de placa dos pacientes hemodialisados, de forma a reduzir os riscos de infecções, promover saúde e consequentemente aumentar a qualidade de vida.

Palavras-chave: diálise renal, saúde bucal, insuficiência renal crônica.

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ODONTOLOGIA LEGAL/SAÚDE COLETIVA

QUALIFICAÇÃO DA ATENÇÃO À SAÚDE BUCAL NA ÁREA DE PERIODONTIA NO SUS: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Gabriela dos Santos Ribeiro RochaUniversidade Estadual de Maringá

Orientadora: Profª Drª Mitsue FujimakiSilvia Maria Piedade Damasceno

Marly Kimie Sonohara

A periodontite é uma doença inflamatória crônica que acomete os tecidos que suportam os dentes. É uma condição de alta prevalência no Brasil e necessita de diagnóstico precoce e tratamento adequado para im-pedir sua evolução. O objetivo deste trabalho é relatar as atividades de sensibilização dos profissionais da atenção primária na Odontologia para a necessidade de organização dos serviços na área de periodontia em um município da região Sul do país. A Universidade Estadual de Maringá (UEM) juntamente com profissio-nais da área de Periodontia de um Centro de Especialidades Odontológicas promoveu diagnóstico situacio-nal, planejamento e execução de atividades de educação profissional durante o ano de 2016. O diagnóstico foi realizado no Centro de Especialidades Odontológicas a partir da identificação dos motivos de encami-nhamento nas fichas do usuário, preenchida na atenção primária. A partir destes dados, foram elaboradas 1) palestra: “Atenção à saúde periodontal” para apresentação dos dados levantados e discussão com pro-fissionais do município e 2) oficinas com grupos menores para reflexão a partir de uma situação-problema na qual um usuário do Sistema Único de Saúde perdeu seus dentes por doença periodontal, mesmo tendo acesso ao tratamento odontológico na Unidade Básica de Saúde e elaboração de propostas para mudanças no processo de trabalho. Participaram das atividades 147 profissionais. A partir das rodas de conversa iden-tificou-se problemas de encaminhamento da atenção primária, falhas estruturais na atenção secundária e diagnóstico tardio da doença periodontal. Após os problemas evidenciados, os cirurgiões-dentistas dis-cutiram propostas para melhoria do serviço em quatro vertentes: Estrutura (necessidade de instrumentos básicos para diagnóstico e tratamento da doença periodontal, materiais e espaço físico para realização de atividades coletivas); Processo de Trabalho (proposição de metas de produção voltadas à prevenção, rea-lização de sondagem periodontal, organização dos fluxos de referência e contrarreferência); Recursos Hu-manos (contratação de técnicos, desenvolvimento de habilidades para o trabalho de prevenção e educação e criação de uma rede de comunicação entre profissionais). Conclui-se que esta experiência de integração ensino-serviço, baseada no diagnóstico, problematização e participação colaborativa dos profissionais, apresentou resultados positivos, estimulando-os a promover mudanças no processo de trabalho para a melhoria da qualidade da atenção odontológica na área de periodontia.

Palavras-chave: sistema único de saúde, periodontia, atenção secundária à saúde.

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SAÚDE COLETIVA

AVALIAÇÃO DA SAÚDE BUCAL DE PACIENTES ESPECIAIS PERTENCENTES A ASSOCIAÇÃO NORTE PARANAENSE REABILITAÇÃO-

ANPR, MARINGÁ-PR

Nathalia Aparecida Gazetta de Melo ([email protected])Unicesumar

Maria Gisette AriasLucas Matheus CostaNádia Mazzei Mendes

Luciana Ferreira NettoCarina Faleiros Demito

A Convenção sobre os direitos da Pessoa com Deficiência (CDPD) considera “pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdades de condições com as demais pessoas”. Segundo a OMS, estima-se que 1 bilhão de pessoas vivem com alguma deficiência, no Brasil, o último senso demográfico do IBGE em 2010, apontou para 45,6 bilhões com algum tipo de deficiência, sendo do tipo visual, auditiva, motora ou mental/intelectual. Na cidade de Maringá (PR) a população censitária segundo o tipo de deficiência em 2010 era cerca de 67.105 pessoas. As Diretrizes de atenção à saúde bucal da pessoa com deficiência para Odontologia, considera um indivíduo com necessidade especial aquele que apresenta uma ou mais limitações, temporária ou permanente, de ordem mental, física, sensorial, emocional de crescimento ou médica que impeça de ser submetido a uma situação odontológica convencional. Considera-se de suma importância a integração do cirurgião dentis-ta no atendimento multidisciplinar da pessoa com necessidades especiais, pois a mesma possui um risco aumentado de doenças bucais, devido a sua condição física, motora ou mental. Este estudo transversal tem por objetivo descrever as condições de saúde bucal dos alunos da ANPR (Associação Norte Paranaense Reabilitação), por meio de avaliação clínica realizada por um examinador devidamente calibrado e também obter ações de motivação/prevenção com medidas de higiene bucal. Foram examinados todos os alunos autorizados pelos seus pais/e ou responsáveis por meio do consentimento livre e esclarecido. De um total de 273 alunos, 178 alunos fizeram parte da amostra avaliada, sendo 82 do sexo feminino e 96 do masculino. Foram utilizados os indices ceo-d, CPO-D e o IHOS, por meio de jogo clínico e luz natural. Após o exame clínico, foi utilizado o evidenciador com corante a base de fucsina para quantificar o índice de placa de

Green & Vermillion (IHOS) e na presença de manchas brancas de cárie dentária, utilizou-se o verniz fluore-tado. Foi identificado a presença de alteração gengival/periodontal. Observou-se um total de 70,22% livres de lesões cariosas cavitadas. 4,6% apresentaram doença periodontal, sendo que apenas 30,89% apresen-taram IHOS bom na avaliação do biofilme dentário presente. Os alunos especiais na faixa etária abaixo de 5 anos apresentaram os melhores índices de higiene bucal com ausência de alteração no periodonto. Pôde-se concluir a necessidade de programas educativos preventivos na promoção de saúde e manutenção de sua saúde bucal para os pacientes com necessidades especiais.

Palavras-chave: higiene bucal, promoção da saúde, pessoas com necessidades especiais.

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ODONTOLOGIA LEGAL/SAÚDE COLETIVA

PROMOÇÃO DE SAÚDE BUCAL EM DIFERENTES INSTITUIÇÕES NOS MUNICÍPIOS DE MARINGÁ, SARANDI E MARIALVA: A IMPORTÂNCIA DA

AQUISIÇÃO DE HÁBITOS SAUDÁVEIS NA INFÂNCIA

Fernanda do Nascimento de Lemos Campos ([email protected])Universidade Estadual de Maringá - (UEM)

Orientadora: Profª Drª Mitsue Fujimaki Gabriela dos Santos Ribeiro Rocha

Gustavo Barteli EstevesMárcia Cristina da Silva

Josely Emiko Umeda

A cárie é uma doença infecciosa crônica, multifatorial modulada por fatores comportamentais e de etiologia microbiana fortemente influenciada pelos carboidratos da dieta e pela ação dos componentes salivares. Esta doença ainda é um problema de saúde pública na maioria dos países industrializados, afetando mais de 50% das crianças, aproximadamente 80% dos adolescentes (Mouradian et al., 2000) e quase 100% da população adulta (Petersen et al., 2005). A cárie é considerada a principal patologia que leva à perda dentária e que pode ser evitada com a aquisição de hábitos saudáveis pela população. Para minimizar este problema e alcançar a parte da po-pulação que não tem acesso ao consultório odontológico e/ou aos tratamentos de custo mais elevado, existe na odontologia o Tratamento Restaurador Atraumático conhecido pela sigla em inglês ART (Atraumatic Restorative Treatment), que é uma forma simplificada de atendimento na qual se dispensa o uso de anestesia e isolamento absoluto, permitindo sua aplicação em locais desprovidos de equipamentos odontológicos (FRENCKEN et al., 1997). Este projeto tem como objetivos desenvolver ações de promoção de saúde bucal em diferentes Instituições nos municípios de Maringá, Sarandi e Marialva, contribuindo para a diminuição das necessidades de tratamento clínico odontológico. Além disso, ampliar a atuação dos acadêmicos para além das atividades na Unidade de Saúde, num espaço social de grande importância para a criação de hábitos saudáveis, a partir da interação com crianças, pais, professores, assistentes sociais, agentes comunitárias de saúde e outros profissionais da estratégia saúde da família, vivenciando o trabalho em equipe; e avaliar e discutir as abordagens utilizadas no desenvol-vimento das competências nestes cenários de práticas, previstas nas Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Odontologia. São propostas atividades permanentes nos Centros de Educação Infantil (CMEI) de Ma-ringá, no Centro de Convivência Pro-Arte em Marialva, na Escola Municipal Darci Aparecida Pereira Mochi, e no Centro Espírita Maria Dolores em Sarandi, Paraná, juntamente com os professores e cuidadores das crianças, baseados na criação de hábitos saudáveis, estímulo para o auto-cuidado a partir da escovação supervisionada,

conscientização da saúde bucal por meio de atividades lúdico-educativas e o atendimento curativo utilizando o Tratamento Restaurador Atraumático (ART), selantes de cicatrículas e fissuras e aplicações tópicas de flúor. É importante observar que ao longo dos anos em que o projeto vem sendo desenvolvido, o número de dentes cariados apresentou redução significativa, mostrando a importância das ações preventivas e atividades lúdico- educativas na aquisição de hábitos saudáveis. Além disso, verifica-se nessa sequência de anos que existe uma maior prevalência de dentes cariados em crianças recém ingressas nas instituições do que comparado a crianças que já tem um vínculo mais antigo e recebem ensinamentos em saúde bucal. Como conclusão, as ações interse-torias são necessárias para resultados satisfatórios na prática da promoção da saúde e a formação do profissional da saúde deve oportunizar momentos de prática da prevenção e promoção, promovendo a aquisição de hábitos saudáveis na infância que serão importantes para toda a vida.

Palavras-chave: prevenção, cárie, ART.

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SAÚDE COLETIVA

TABAGISMO SOB A ÓTICA DE UM GRUPO DE ACADÊMICOS DE MARINGÁ-PR

Luiz Lorhan Cordeiro ([email protected])Uningá

Orientador: Lucimara Cheles da Silva FranzinGabriela Cristina Santin

Suzimara Gea Osório

Os profissionais da saúde como o cirurgião dentista, possuem credibilidade, e podem influenciar a população por eles assistida. O profissional atuante com pacientes usuários de produtos derivados do tabaco pode auxiliá-los na cessação, e redução da exposição tabágica familiar. O objetivo deste estudo foi investigar as características e a atuação de aca-dêmicos, graduandos de Odontologia, de um Centro Universitário de Maringá, quanto ‘a prevenção do uso do tabaco e derivados e o impacto na prevenção da exposição tabágica familiar (crianças). Trata-se de um estudo exploratório, descritivo, quantitativo. O estudo foi desenvolvido com 116 acadêmicos do último ano do curso de Odontologia (amos-tra total). Após a aprovação do projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNINGÁ (CAAE: 79379517.0.0000.5220), os participantes que aceitaram participar, assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. A coleta de dados ocorreu no período compreendido entre outubro e novembro de 2017, utilizando-se um questionário autoaplicável, com questões abertas e fechadas. Um banco de dados foi incluído no programa Microsoft Excel, com as respostas re-ferentes aos questionários, sendo realizado a análise descritiva com emprego da frequência absoluta e percentual para análise das informações, utilizando-se o pacote estatístico SPSS, versão 22. Observou-se que 61% dos participantes receberam orientação e treinamento de como abordar e aconselhar seus pacientes a cessarem o hábitos do tabagismo durante a graduação. Cerca de 61% relataram alertar seus pacientes quanto ‘a cessação do tabagismo, entretanto ape-nas 36% abordavam a exposição do tabagismo passivo dos familiares, em especial as crianças. A prevalência de uso de produtos derivados de tabaco entre os acadêmicos foi de 15%, sendo que 42% já haviam feito uso em algum momento da vida, com um consumo médio de 7 cigarros por dia. Os ex usuários iniciaram as atividades com idade média de 18 anos e usaram o tabaco e/ou produtos derivados por aproximadamente 4 anos. O cirurgião dentista como profissional da saúde, além da função de diagnosticar e tratar as lesões da cavidade bucal, após devida capacitação, orientação, e interação com os demais membros da equipe responsável pelo Programa antitabagístico, deveria participar ativamente do processo de cessação em todas as suas etapas denominando de 5 As: Ask - identificar, perguntar, Advise – orien-tar, proporcionar maior conhecimento ao usuário sobre os malefícios do tabaco e derivados, motivando a cessação, Assess – avaliar sua dependência e interesse na cessação, Assist- assistir, a fim de que o paciente estabeleça uma data para a cessação e tenha informações de como faze-lo, Arrange- acompanhar, consiste no agendamento de suporte durante este processo de cessação. No entanto, embora com controvérsias, estudos tem mostrado que embora o Cd esteja ciente dos efeitos negativos promovidos pelo cigarro e derivados, sua participação em campanhas e programas anti –tabagicas tem sido mínimas (JOHNSON, 2004). O Ministério da Saúde (2016) cita que embora cerca de 50% dos usuários tentem cessar o uso de produtos derivados do tabaco, somente 57,5% recebem aconselhamento de um profis-sional da área da saúde e poucos recebem acompanhamento adequado. Segundo a Pesquisa Especial sobre o Tabagismo (PETab. 2011) cerca de 40% dos profissionais da saúde não dão a devida relevância ao tabagismo como fator de risco e/ou doença (INCA, 2011). Assim este estudo prove informações exploratórias preliminares relevantes sobre um grupo de acadêmicos, fornecendo subsídios para capacitações posteriores por Instituições de Ensino Superior a respeito do conhecimento e atuação de novos profissionais da área da Odontologia.

Palavras-chave: cessação, prevenção, exposição tabágica, odontologia.

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ODONTOLOGIA LEGAL

APLICABILIDADE DE QUATRO REVELADORES PARA IDENTIFICAÇÃO DE IMPRESSÕES LABIAIS INVISÍVEIS

Morgana Ducatti Alves ([email protected])Luiz Fernando Lolli

Karyn Sabrina Marinho UmbelinoNatalia de Souza Silva

Amanda Penha MathiasMariucha Ramella Marcon Nemer

A identificação humana é um procedimento de extrema importância na sociedade para a resolução de ques-tões cíveis, criminais e outras. No âmbito criminal também é aplicada para investigar vestígios em locais de delitos. A Queiloscopia é o estudo de impressões labiais, visíveis ou invisíveis, das linhas e morfologia do lábio, podendo ser utilizada quando há vestígios em cenas de crimes, encontradas em copos, guardanapos, tecidos ou espelhos. Mesmo com suas limitações e dificuldades, por se tratar de um órgão mole e muito móvel, podendo uma mesma pessoa, produzir impressões diferentes, as impressões labiais são ricas em detalhes, tornando-se um método crescente na identificação humana. O objetivo deste estudo foi verificar a aplicabilidade e eficácia de quatro reveladores e duas superfícies diferentes, para colaborar na identifi-cação através de impressões labiais invisíveis. Foram selecionados 30 acadêmicos do curso de Odontologia da Universidade Estadual de Maringá - PR, tendo como critério de inclusão indivíduos que não possuíam alterações morfológicas labiais. Os participantes tiveram os lábios registrados impressos em papel sulfite branco com batom de cor vermelha, representando um registro prévio (n=30). Os 30 acadêmicos compu-seram aleatoriamente 4 grupos de 10 indivíduos, com repetição intencional de alguns em grupos distintos, os quais foram escolhidos sem que a pesquisadora soubesse. Os reveladores e superfícies foram: Pó Fluo-rescente no Papel (Grupo I); Fumete de Iodo no Papel (Grupo II); Reagente de Micropartículas Magnéticas no Vidro (Grupo III); e mistura caseira Pó Carvão/Toner no Vidro (Grupo IV). O registro prévio (n=30) foi comparado a cada impressão labial invisível coletada de cada grupo (n=1). O critério comparativo foi a dis-posição morfológica da imagem, a sobreposição no programa PhotoScape® comparando-as seletivamente e, também o método de Suzuki e Tschuchihashi. Para cada grupo foi elaborada uma lista de suspeitos. Os resultados demonstraram que no Grupo I foram identificados 7 suspeitos, no Grupo II apenas 4 indivíduos estavam entre a lista de suspeitos e, Grupos III e IV foram identificados 6 suspeitos em ambos. Conclui-se que os reveladores tiveram aplicabilidades diferentes e que o pó fluorescente foi o revelador mais eficaz de todos. O Reagente de micropartículas e o pó carvão/toner foram equivalentes e o fumete de iodo teve o pior desempenho.

Palavras-chave: odontologia legal, impressões labiais, identificação humana.

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ODONTOLOGIA LEGAL/SAÚDE COLETIVA

IMPLANTES ODONTOLÓGICOS: CONHECIMENTO E ATUAÇÃO DE CIRURGIÕES DENTISTAS NOS ASPECTOS DE RESPONSABILIDADE

PROFISSIONAL

Márcia Cristina da Silva ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Luiz Fernando LolliNatália de Souza Silva

Amanda Penha MathiasGabriela dos Santos Ribeiro Rocha

Morgana Ducatti Alves

A especialidade de Implantodontia possibilita o tratamento reabilitador, com a instalação de implantes osseointegráveis e é segura e previsível se bem planejada e executada. Esta especialidade requer uma prá-tica profissional zelosa, como diversas áreas da Odontologia, pois são vários os procedimentos com po-tencial de causar danos físicos, emocionais ou prejuízos financeiros por conta de resultados não previstos ou que estejam em desacordo com o desejo do paciente. Assim, na formação destes especialistas os temas relacionados à responsabilidade profissional devem ser abordados. A responsabilidade profissional pode ser entendida como obrigações de ordem jurídica e ética. Assim, se comprovado um resultado danoso ao paciente o cirurgião dentista estará sujeito às penalidades previstas nas leis. Sabendo da grande demanda por tratamentos com implantes e próteses sobre implantes e ainda, as ações na justiça que envolvem esses procedimentos, o objetivo deste estudo foi verificar o conhecimento de cirurgiões dentistas que realizam implantes na região Noroeste do Paraná e a atuação profissional em relação à aspectos de responsabilidade profissional. Ao todo, foram convidados 130 profissionais dos quais 62 aceitaram participar da pesquisa e constituíram a amostra. Os participantes assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido e responderam a um questionário aplicado individualmente em forma de entrevista. Na entrevista, as ques-tões foram divididas em cinco variáveis: perfil profissional, aspectos éticos e legais, conduta profissional e experiência processual, documentação odontológica e estrutura física. Os dados obtidos foram organi-zados em planilhas eletrônicas e analisados descritivamente. O perfil profissional evidenciou que 76% dos entrevistados eram do sexo masculino. Em relação às respostas da entrevista, na variável “aspectos éticos e legais” 93,5% dos participantes citaram o Código de Ética Odontológico na legislação aplicada e 82,3% relataram propor mais de uma opção de tratamento ao paciente. Quanto à “conduta profissional e expe-riência processual”, 79% dos profissionais não estavam respondendo ou não haviam respondido algum processo cível/criminal/ético e nem tiveram reclamação no PROCON. Foi ainda verificado que 64,5% deles realizavam o guia cirúrgico para determinados casos. Observando as respostas da variável “documentação odontológica” 58% possuíam prontuário e termo de consentimento para todos os pacientes e 80,6% apre-sentavam consultórios com condições adequadas para o atendimento ao paciente na variável “estrutura”. Concluiu-se que a maioria dos profissionais da região Noroeste do Paraná que atuam com implantes age de acordo com os aspectos éticos e legais de responsabilidade profissional, mostrando-se confiantes em seu trabalho e poucos relataram alguma complicação em seus procedimentos ou relacionamentos com os pacientes. Porém, não conhecem bem a legislação e precisam atentar-se quanto à documentação de pron-tuários, termos e contratos.

Palavras-chave: odontologia legal, responsabilidade profissional, implantes dentários.

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SAÚDE COLETIVA

ANÁLISE DA DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DAS TAXAS DE ENDOCARDITE NO ESTADO DO PARANÁ, NO PERÍODO DE 2012 A 2017

Melissa Koto Murai. ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientador: Luciano AndradeLuciano Andrade

Marcela Bergamini

Apesar dos grandes avanços na cardiologia, a endocardite ainda persiste como um dos fatores que levam a cirurgias e mortes, principalmente em países em desenvolvimento devido a falta de acesso a tratamen-tos odontológicos. O objetivo deste trabalho é analisar a relação entre a taxa de endocardite (tratamento clínico e cirúrgico) e as condições socioeconômicas e as coberturas populacionais para Equipes de Saúde da Família e Saúde Bucal (ESB) nos 399 municípios do estado do Paraná, nos períodos entre 2012 a 2017. Foi feita a Pesquisa ecológica, analítica e transversal, utilizando ferramentas de análise espacial. Os dados foram obtidos no banco de dados online do Sistema Único de Saúde do Brasil e Instituto Brasileiro de Geo-grafia e Estatística, e avaliados através de Análise Exploratória de Dados Espaciais utilizando-se o software GeoDa™. Os resultados no período analisado foram de 519 casos de endocardite, com média 9,65/100.000 habitantes, onde verificou-se uma autocorrelação espacial positiva para a taxa de endocardite (I = 0,7320 - índice de moran, p = 0,001), com presença de agrupamentos de cidades com altas taxas de mortalidade por Endocardite na região Noroeste, Norte-Central e Sudoeste de acordo com as mesorregiões do IBGE, no estado do Paraná. Dentre 06 indicadores analisados por modelo de regressão espacial,o “Spatial Lag’’ foi o que melhor se adequou para explicar o fenômeno, onde constatou-se a associação espacial positiva signi-ficativa entre a taxa de Endocardite e a Cobertura de Saúde Bucal, (p<0.02), mostrando um melhor ajuste do que a regressão linear clássica (modelo clássico vs Spatial Lag: R² 0,05 vs 0,74; Critério de Informação de Akaike: 2064,07 vs 1423,72; respectivamente). Pela análise o p-valor possui tendência significativa entre a Cobertura de Saúde Bucal e a Taxa de endocardite, ou seja, quanto maior a taxa de endocardite maior a Cobertura de Saúde Bucal, podendo-se inferir que não necessariamente, uma maior a Cobertura de Saúde Bucal abranja toda a população, além de que, um diagnóstico precoce da doença pode resultar num prog-nóstico melhor. Sendo assim, uma maior cobertura através de programa de saúde bucal não implicará, obrigatoriamente, em uma abrangência total da população, devendo-se, portanto, melhorar no quesito de acessibilidade e encaminhamento odontológico. São necessários mais estudos para estimar acessibilidade da população aos centros odontológicos e a melhoria no diagnóstico da endocardite.

Palavras-chave: cobertura de saúde bucal, endocardite, epidemiologia.

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ODONTOLOGIA LEGAL/SAÚDE COLETIVA

HARMONIZAÇÃO OROFACIAL ODONTOLÓGICA: UMA LEITURA DA LEGALIDADE

Karyn Sabrina Marinho Umbelino ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientador: Luiz Fernando LolliNatália de Souza Silva

Gabriela dos Santos Ribeiro RochaFernanda Do Nascimento de Lemos Campos

Amanda Penha Mathias

Desde o advento da harmonização facial estética por cirurgiões dentistas, especialmente envolvendo apli-cações nos três terços da face, muitos questionamentos e dúvidas tem surgido. O presente trabalho busca abordar as questões legais que envolvem essa prática na Odontologia, com o intuito de orientar os profis-sionais acerca das competências do dentista, legalidade de atuação e questionamentos jurídicos realizados. É importante salientar inicialmente que a Lei 5.081 de 24 de agosto de 1966 regulamenta o exercício da Odontologia no Brasil e afirma no seu artigo 6º inciso I que compete ao cirurgião-dentista “praticar to-dos os atos pertinentes à Odontologia, decorrentes de conhecimentos adquiridos em curso regular ou em cursos de pós-graduação”. Ou seja, o conhecimento prévio adquirido é a condição padrão para se realizar procedimentos em Odontologia. A lei ainda menciona no Art. 6º, inciso II que compete ao profissional “prescrever e aplicar especialidades farmacêuticas de uso interno e externo, indicadas em Odontologia”. Observa-se assim a competência para não só prescrever, mas também aplicar substâncias, podendo ser de uso externo (não apenas via oral). A referida norma é uma lei ordinária, o que significa que acima dela estão apenas a Constituição Federal e as emendas constitucionais. Dito isto, fica claro que, em matéria de Odon-tologia, é a norma de maior força na hierarquia das leis. O Conselho Federal de Odontologia, utilizando de sua prerrogativa legal, baixou no ano de 2016 a Resolução CFO 176/2016 que autoriza a utilização de toxina botulínica e preenchedores faciais para fins estéticos e terapêuticos na área anatômica odontológica. A Resolução ainda menciona que a área de atuação clínico-cirúrgica vai do osso hióide (limite inferior) indo superiormente até o násio (limite superior). E que para fins de harmonização facial o terço superior da face é incluído. A legislação citada ficou como a referência legal para atuação. Entretanto, algumas entidades médicas como a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) ajuizaram ações judiciais. Uma das ações resultou em suspensão temporária da Resolução CFO 176/2016. Com a suspensão, voltaram a vigorar no

ordenamento jurídico três resoluções anteriores, sendo a Res. CFO 112/2011, Res. CFO 145 de 2014 e a Res. CFO 146 de 2014. Ao avaliar em conjunto o disposto nestas resoluções a regra atual fica sendo: 1 - O uso da toxina botulínica deve ser voltado para procedimentos odontológicos e vedado para procedimentos não odontológicos. 2 - O ácido hialurônico pode ser utilizado para procedimentos odontológicos com reco-nhecida comprovação científica. Isto na prática, significa que todos os demais procedimentos na face, que não sejam para reabilitação odontológica devem ser suspensos, inclusive a manipulação do terço superior da face. O CFO deverá tomar medidas judiciais para restabelecimento dos efeitos da Resolução 176/2016, mas até que isto ocorra e tenha resultado a regra é a que está mencionada acima. Conclui-se que os pro-cedimentos de harmonização facial estéticos na Odontologia não possuem aceitação geral e necessitam de consolidação legislativa, trazendo ainda um cenário de instabilidade aos que se habilitam para esta prática.

Palavras-chave: legislação odontológica, estética, área de atuação profissional

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ODONTOLOGIA LEGAL/ SAÚDE COLETIVA

PREVALÊNCIA DE ALEITAMENTO MATERNO E HÁBITOS DE SUCÇÃO NÃO NUTRITIVOS EM ITAMBÉ, PARANÁ

Clodoaldo Penha Antoniassi ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Mitsue FujimakiGabriel Marcondes Castanheira

O aleitamento materno tem relevância nutricional, imunológico e psicossocial, sendo uma prática que deve ser fomentada pela equipe multiprofissional das Unidades Básicas de Saúde. No entanto, o estilo de vida atual introduziu novas rotinas nas famílias. Com esta nova realidade, os hábitos de sucção não nutri-tivos aumentaram sua frequência em crianças que não têm amamentação exclusiva até os seis meses. Entre os principais hábitos deletérios destacam-se a sucção de chupetas e mamadeiras, onicofagia, sucção do polegar, além das perturbações funcionais gnatológicas: abrasão, bruxismo e respirador bucal. Esses hábi-tos são capazes de gerar oclusopatias graves sendo seus danos relacionados a Tríade de Graber (frequência,

intensidade e duração). Como objetivo este estudo buscou avaliar a prevalência de aleitamento materno e os hábitos não nutritivos em crianças até seis anos de idade no município de Itambé, Paraná. Este estudo transversal, tipo inquérito, foi realizado durante a primeira fase da Campanha Nacional de Vacinação do Município, em 2011. Localizado na região noroeste do Estado de Paraná, Brasil, o município possui uma população estimada de 6 mil habitantes. O número de nascidos vivos no ano de 2011 foi de 78 crianças, sem óbitos infantis neste ano. O total de crianças menores de seis anos vacinadas nesta fase da campanha foi 291 crianças. O tamanho amostral resultou em 159 indivíduos. Dentro da metodologia proposta, optou-se pela entrevista dirigida aos responsáveis pela criança, utilizando-se para a coleta das informações um for-mulário estruturado, com 15 questões fechadas, sendo realizada por um único cirurgião-dentista. Como resultado, obteve-se que 13% das mães relataram que nunca realizaram amamentação exclusiva ou esta ocorreu somente no primeiro mês; 28% realizaram amamentação exclusiva de 2 a 5 meses e 58% utilizaram a amamentação exclusiva por 6 meses ou mais. Em relação à sucção de chupeta 31% relataram que fizeram uso ou ainda fazem e 69% nunca fizeram. A sucção de mamadeira foi relatada por mais de 01 ano por 75% das entrevistadas. O hábito de roer unhas e/ou outros objetos se mostrou presente em 17% dos casos, já o hábito de dormir com a boca aberta foi observado em 18% dos casos. Ainda, 21% mencionaram que as crianças possuíam o hábito de ranger os dentes em algum momento do dia. O estudo revela que em Itam-bé, a amamentação materna exclusiva configura maiores percentuais que a média nacional, de 41%. Esse resultado impacta positivamente nos números de internações infantis, quadros infecciosos respiratórios, casos de diarreia, além de atuar diretamente na redução da mortalidade infantil. A busca pelo aumento dos índices de aleitamento exclusivo materno até os 6 meses é uma realidade em Itambé e em todo o Brasil. Deve-se dar ênfase às ações de promoção e prevenção à saúde materna e do lactente, bem como oferecer um pré-natal e uma puericultura qualificada, diminuindo assim hábitos não nutritivos que influenciam a saúde e qualidade de vida infantil.

Palavras-chave: aleitamento materno, saúde bucal, saúde da criança.

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ODONTOLOGIA LEGAL/SAÚDE COLETIVA

AVALIAÇÃO DE QUALIDADE DA ATENÇÃO ODONTOLÓGICA DA CLÍNICA AMPLIADA DO DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA - UEM SOB A

ÓTICA DOS USUÁRIOS

Jessica Catiste Silva ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientador: Najara Barbosa da RochaMarcos Sérgio Endo

Mitsue FujimakiLuiz Fernando Lolli

Carina Gisele Costa Bispo

A Clínica Ampliada (CA) da Universidade Estadual de Maringá (UEM) é uma experiência pioneira no ce-nário odontológico brasileiro e há poucas experiências de CA em outras áreas da saúde. A CA da UEM tem como objetivo oferecer um atendimento integral e humanizado ao paciente, bem como promover a intera-ção e o vínculo do aluno com os demais sujeitos envolvidos na atenção odontológica, como a comunidade e a equipe multiprofissional de saúde. É sabido que a satisfação do usuário passou a ser uma meta dos ser-viços de saúde e um pré-requisito para averiguar a qualidade do cuidado. Por isso este estudo objetivou-se avaliar o funcionamento e atendimento odontológico da CA da UEM sob a ótica dos usuários. Trata-se de um estudo observacional, transversal, descritivo, retrospectivo, com usuários que frequentaram a CA da UEM de 2017 a 2018 no município de Maringá-PR. Foi aplicado um questionário com questões abertas e fechadas com variáveis socioeconômicas, perguntas sobre o acesso, encaminhamento e transporte, motivo da consulta e perguntas sobre satisfação dos usuários. Os dados foram coletados por um pesquisador, pre-viamente calibrado em estudo piloto, digitados no Programa EpiInfo e analisados pelo Programa Bioestat. O principal motivo de procura da CA pelos pacientes foi a dor (46,5%), ou seja, somente quando houve a sintomatologia. A UEM foi escolhida principalmente porque o atendimento é gratuito (47,9%). A maioria dos pacientes avaliou satisfatoriamente os questionamentos sobre CA em relação aos recursos humanos, estrutura, limpeza e atendimento. A questão que teve maior porcentagem de insatisfação foi a não percep-ção de mudança de hábito alimentar após o tratamento (31,2%), porém a maioria dos pacientes ainda está satisfeitos (60,4%). Todos os pacientes citaram que os dentistas os escutam com atenção, se relacionam bem com eles e tem confiança no trabalho realizado pelo dentista. A grande maioria (85,4%) citou que o dentista fez mais do que ele precisava no tratamento odontológico. Os atendimentos da recepção (95,8%)

e odontológico (100%) foram avaliados como muito bom/bom, sendo que todos acharam que o dentista fez um bom trabalho e recomendariam a CA para realização de tratamento odontológico. Quase a totalidade (93,8%) disse que as necessidades em saúde bucal tinham sido resolvidas no tratamento na CA. Os pacien-tes sugeriram melhorias no setor de espera e no tempo de consulta do paciente. A partir dos resultados, verificou-se que a experiência da CA da UEM está sendo positiva, oferecendo uma atenção odontológica humanizada e resolutiva, sendo que os pacientes ficaram satisfeitos com atendimento oferecido e com os resultados do tratamento. Por a CA ser pioneira na forma diferenciada de atenção odontológica no ensino brasileiro, é necessário e importante realizar avaliação constante sob a ótica do usuário para aprimoramen-to e melhoria dos serviços oferecidos.

Palavras-chave: satisfação dos usuários, odontologia, clínica ampliada.

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SAÚDE COLETIVA

PROJETO AMAZÔNIA CANAÃ: LEVANDO QUALIDADE DE VIDA A POPULAÇÕES DE DIFÍCIL ACESSO A SAÚDE

HALMENSCHLAGER S. C. ([email protected])Uningá

Orientador: Lucimara Cheles da Silva FranzinRenato Victor Oliveira

Claudio FranzinDaniela Fernandes Ceron

Matheus Anderson Lavagnoli Marins

Apesar da importância da saúde geral e bucal, uma grande parcela da população não tem acesso aos serviços médicos e odontológicos regulares. Embora no Brasil a Política Nacional de Saúde preconize a universalida-de como um princípio do Sistema Único de Saúde (SUS), o acesso aos serviços de saúde ainda são restritos por parte de algumas comunidades. Existem desigualdades regionais marcantes, e populações que habitam em locais de difícil recurso e acessibilidade, ainda permanecem desassistidas em relação ao atendimento de saúde geral e odontológico. O objetivo deste estudo é apresentar o Projeto Social “Amazônia Canaã”, que presta atenção ‘a saúde geral e odontológica, social e evangelização a populações de povoados e ri-beirinhos da região Amazônica e Pará, desprovidas do atendimento ‘a saúde pelo serviço público e demais especialidades. Entre os diversos projetos e ações públicas inspiradas para o enfrentamento ‘as doenças tem-se o Projeto Amazônia Canaã, criado em 2007 pela Igreja Presbiteriana Renovada de Santarém (IPRS) proporcionando saúde geral e bucal, melhorando a qualidade de vida e autoestima da população destas comunidades. O alvo deste trabalho é realizar missões humanitárias com exercício médico, odontológico e multidisciplinar, de modo educativo/preventivo (atividades lúdicas), curativo (Tratamento Restaurador Atraumático –ART e uso de equipamentos portáteis), médico (atendimentos e cirurgias de pequeno porte) e social junto às comunidades ribeirinhas carentes e povoados, da região Amazônica e do Pará, atendendo a todas as faixas etárias. Trata-se de uma ação multidisciplinar que utiliza um barco- base e também solicita o espaço de escolas e igrejas para esta finalidade, contando com profissionais liberais voluntários (médicos, enfermeiros, dentistas, professores, psicólogos) sem fins lucrativos, e tem desde o ano de 2017 o apoio de acadêmicos e docentes da UNINGÀ- Maringá. No ano de 2018 a missão multidisciplinar esteve presente nos povoados de Prainha, Boa Vista, Pacoval e populações ribeirinhas dos estados da Amazônia e Pará, com 25 profissionais, realizando 56 cirurgias médicas de pequeno porte em um hospital de Prainha. Na área

odontológica promoveu atividades lúdicas educativas/preventivas, e distribuição de escovas de dentes, Tratamento Restaurador Atraumático e restaurações com equipamentos odontológicos portáteis, além de exodontias, atendendo pacientes adultos e infantis, realizando um total de 1500 procedimentos, num pe-ríodo de 10 dias. Sendo assim, com muita responsabilidade este projeto procura ampliar seu atendimento a cada ano servindo como modelo em sua área, possibilitando a expansão para outras regiões de difícil acesso a saúde, a fim de propiciar ações para melhoria da saúde e qualidade de vida para outras comunidades em nosso país.

Palavras-chave: educação em saúde, saúde bucal, cárie dentária.

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SAÚDE COLETIVA/ ODONTOLOGIA LEGAL

RESPONSABILIDADES NA RELAÇÃO CIRURGIÃO-DENTISTA /PACIENTE – VOCÊ SABE QUAIS SÃO?

Natália de Souza Silva ( [email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientador: Luiz Fernando LolliAmanda Penha MathiasMárcia Cristina da Silva

Mariucha Ramela Marcon NemerMorgana Alves Ducatti

Não é incomum observar que a formação acadêmica do cirurgião-dentista tem sido focada mais no co-nhecimento técnico operacional, e menos nos aspectos éticos e legais, fato que acaba contribuindo para a geração de um profissional de perfil altamente tecnicista e com carência de conhecimento sobre responsa-bilidade profissional, em especial na relação com os pacientes. O presente trabalho teve por objetivo sin-tetizar informações acerca da responsabilidade dentista-paciente focando principalmente no comparativo das Responsabilidades Civil, Criminal e Ética. A Odontologia é disciplinada por normas próprias e normas que se aplicam a ela. As primeiras são as leis específicas da profissão, o código deontológico, ou seja, o Códi-go de Ética Odontológica, o qual tem por função disciplinar a conduta ética dos profissionais da área. Como normas que se aplicam, tem-se a Constituição Federal, Lei Civil, Lei Criminal, dentre outras. Porém, ob-serva-se que poucos profissionais, conhecem estes aspectos de modo mais detalhado. A responsabilidade civil é aquela que obriga alguém a reparar eventual dano que praticou, sendo subjetiva para os profissionais liberais e arbitrada por meio da verificação da culpa, havendo a possibilidade da inversão do ônus da prova segundo previsão do Código de Defesa do Consumidor. A responsabilidade criminal trata da obrigação de arcar com as consequências de um crime praticado, é objetiva, pois este deve estar previsto anteriormente no código que o rege, ou seja, o Código Penal Brasileiro. No âmbito criminal não admite inversão do ônus da prova, devendo-se demonstrar de forma inquestionável o cometimento do crime. Já quando se fala em responsabilidade ética, um dos principais pontos de diferença é a jurisdição, sendo que esta é regida pelo Conselho Federal e Regionais de Odontologia e está relacionada ao cometimento de infrações éticas, as quais estão previamente descritas no Código de Ética Odontológica. Cada uma das três formas de respon-sabilidade possui sanções diferentes, sendo que na justiça civil a reparação dos danos morais e patrimo-niais. Criminalmente, são de detenção, reclusão e multa. Na vertente ética, as modalidades de pena são

advertência confidencial, censura confidencial, censura pública, suspensão do exercício em até 30 dias, cassação do exercício e multa pecuniária, que pode variar de 25 vezes o valor da anuidade. Conclui-se que existem diferenças importantes entre as formas de responsabilidade na relação profissional-paciente e que é de fundamental importância o conhecimento de cada uma delas para a atuação profissional segura e va-lorativa.

Palavras-chave: odontologia legal, deontologia, responsabilidade legal.

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ODONTOLOGIA LEGAL/SAÚDE COLETIVA

A INFLUÊNCIA DE CUIDADOS A FATORES SISTÊMICOS NO TRATAMENTO ODONTOLÓGICO INTEGRADO VISANDO A QUALIDADE

DE VIDA DO PACIENTE- RELATO DE CASO

Isabela Regina Grilo Silva ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Flavia Matarazzo MartinsNajara Barbosa da Rocha

A saúde bucal é uma condição que constitui um grande fator de interferência na qualidade de vida dos indivíduos. A cárie dental e a doença periodontal representam as doenças mais prevalentes na população brasileira e também ocupam os postos como as maiores causas de perda dentária, consequência que mais oferece impactos na qualidade de vida dos indivíduos, em dimensões físicas, psicossociais, nutricionais e funcionais. O contexto social e emocional em que se inserem os indivíduos revelou-se um modulador dos

hábitos e estilos de vida, assim como da percepção e do cuidado das pessoas com sua saúde bucal, e por isso, passou a ser um importante instrumento de discussão nas políticas públicas de saúde. Logo, o objetivo desse trabalho é relatar um caso clínico de uma paciente do sexo feminino, 42 anos, casada, melanoderma, auxiliar de enfermagem que chegou na Clínica Odontológica da UEM com queixa principal de “dar uma geral porque meus dentes estão feios”. Na anamnese foi constatado que tratava-se de uma paciente diabé-tica, que fazia uso da medicação Glifage XR 500mg, fumante (cerca de 10 cigarros por dia) e odontofóbica devido a traumas de infância devido a perda de vários dentes, além de estar passando por “momentos de depressão” por questões socioeconômicas. A partir disso, foi realizado um plano de tratamento integrado a fim de ampliar o cuidado integral e humanitário a paciente. O tratamento teve início com a parte perio-dontal, em que houve melhora considerável do índice de placa (inicialmente 70%, reavaliação 13%), tendo sido levado por meio da instrução e supervisão de novos hábitos de higiene oral, além de disponibilizarmos um kit contendo escova de dentes, escova interdental e fio dental, também devido ao abandono total do cigarro ao longo das consultas, por meio de motivação intensa. Os procedimentos endodônticos também foram finalizados, para assim então iniciar-se a etapa restauradora, também com a confecção de nova PPR. As exodontias deverão ser feitas assim que sua condição de diabetes se estabelecer em medidas conside-radas seguras, já que a mesma tinha abandonado o tratamento anteriormente ao ingresso no tratamento odontológico. Ao longo do tratamento a paciente foi se mostrando colaborativa e interessada, depositando confiança no tratamento, assim foi observado uma nova maneira de olhar para a saúde bucal, resgatando a esperança e auto estima da paciente, refletindo positivamente em sua qualidade de vida.

Palavras-chave: qualidade de vida, odontologia integrada, motivação.

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ODONTOLOGIA LEGAL/SAÚDE COLETIVA

PROJETO DE EXTENSÃO: TRATAMENTO ODONTOLÓGICO EM PACIENTES PORTADORES DE DEPENDÊNCIA QUÍMICA

Jéssica de Mattos Andriato ([email protected])Universidade Estadual de MaringáOrientador: Carlos Alberto Herrero

Newton Cesar KameiElen Namie HayashiMarcelo Capitânio

O abuso de drogas é um dos principais problemas sociais e de saúde pública do mundo. Alguns estudos su-gerem um aumento significativo do número de dependentes químicos com manifestações orais decorren-tes do consumo de drogas, bem como a falta de conhecimento por parte dos cirurgiões dentistas quanto ao assunto. No entanto muitas vezes serão os profissionais da área odontológica os primeiros a terem a oportu-nidade de diagnosticar o aparecimento de possíveis alterações surgidas em virtude do consumo de cigarro, álcool ou drogas ilícitas. Instituições não governamentais de recuperação e reabilitação social de indivíduos dependentes químicos têm como propósito trazer de volta para o convívio social indivíduos reabilitados e recuperados do vício das drogas. O objetivo deste trabalho é relatar sobre o projeto de extensão: Tratamen-to Odontológico em pacientes portadores de dependência química do Departamento de Odontologia da Universidade Estadual de Maringá (UEM) realizado no Recanto Mundo Jovem (Iguatemi-PR). Este projeto teve início em 2012, no começo de cada ano fazemos palestras sobre orientação de higiene oral e dieta na própria clínica de reabilitação, após as palestras fazemos uma triagem para realizarmos um levantamento do quadro de urgências para que posteriormente possamos atender estes casos em primeira instância. Na clínica odontológica da UEM fazemos nesses pacientes os procedimentos como: exodontias, endodontias, restaurações, raspagem e alisamento radicular, detecção de lesões de tecido mole entre outros. Há uma alta prevalência no aparecimento da doença periodontal nos indivíduos usuários de álcool e cigarro, podendo causar também alterações em tecido mole, pois estas substâncias estão fortemente associadas ao desenvol-vimento do câncer bucal e de outros cânceres do trato aerodigestivo superior. As drogas, como a maconha e a cocaína, por exemplo, provocam diversos alterações na cavidade bucal, como a redução do fluxo salivar, que aumenta a suscetibilidade à cárie dental; em sua fase de excitação, as drogas podem também levar os indivíduos a desencadear o bruxismo. Pode-se afirmar que é de grande importância social o envolvimento do cirurgião-dentista na reabilitação dessas pessoas portadoras de dependência química, que, além de es-tarem com a saúde física e mental abaladas, também requerem cuidados específicos na saúde bucal.

Palavras-chave: alterações bucais, dependente químico, fatores de risco.

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SAÚDE COLETIVA

REVISÃO DE LITERATURA SOBRE ERGONOMIA E ODONTOPEDIATRIA

Monica Cristiane Alves Xavier ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Najara Barbora da RochaGeórgia Ayumi Guinoza Inushi

Mitsue FujimakiMarcos Sergio Endo

Marina de Lourdes Calvo Fracasso

Adotar princípios ergonômicos na prática odontológica é essencial, pois os cirurgiões-dentistas e discentes são indivíduos muito vulneráveis a riscos ocupacionais na rotina odontológica. Neste contexto, os profis-sionais da área da odontopediatria merecem atenção especial, pois com as dificuldades no atendimento infantil, dependendo do comportamento da criança sugere-se que poderia atrapalhar a correta ergonomia no atendimento e com isso estes profissionais terem maiores problemas posturais. Por isso, para verificar a esta suposição, este trabalho teve o objetivo de realizar uma revisão de literatura sobre a aplicação da ergonomia no tratamento odontológico infantil (odontopediatria). Realizou-se uma revisão de literatu-ra, por dois pesquisadores independentes (MCAX, GAGI) utilizando as palavras-chave: ergonomia, odon-topediatria e doenças ocupacionais, na base de dados Bireme e Google Acadêmico utilizando o operador boleando “and”. A análise foi realizada em duas fases, primeiro os resumos e títulos foram selecionados e depois os textos completos dos títulos selecionados foram obtidos e lidos para determinar o conjunto de amostra final (n=2). A síntese dos dados foi realizada por cada pesquisador que preencheu um formulário padronizado no programa Microsoft Excel. Foram selecionados 2 artigos, estudos observacionais por meio de fotos obtidas pelo acompanhamento de estudantes na disciplina de odontopediatria. Os dois estudos foi realizado alunos de graduação da Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP, com o objetivo de analisar as posturas e posições adotadas para o atendimento de bebês e foi visto que não houve associação significativa entre as posturas e posições de trabalho e o comportamento dos bebês e em relação aos dife-rentes tipos de procedimentos, mostrando que a dificuldade de adequação da postura dos alunos avaliados não esteve relacionada às dificuldades impostas pelo tratamento dos pacientes, mas aos hábitos posturais inadequados adquiridos por eles. A partir dos estudos encontrados nesta revisão foi sugerido que os pro-blemas na ergonomia não estavam relacionados com o fato da dificuldade do atendimento, mas com os vícios que os estudantes adquiriram durante sua vida acadêmica, porém os estudos em torno deste tema são bastante escassos, mostrando a necessidade da realização de mais pesquisas em torno deste assunto a

fim de verificar a influência do atendimento infantil na prática ergonômica para a prevenção de doenças osteomusculares em relação a sua atividade laboral.

Palavras-chave: ergonomia, odontopediatria, doenças ocupacionais.

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ODONTO LEGAL/SAÚDE COLETIVA

ESTUDO MORFOMÉTRICO DO FORAME MAGNO PARA A IDENTIFICAÇÃO DO DIMORFISMO EM IMAGENS DE TOMOGRAFIA DE

FEIXE CÔNICO

Isabella Maria Zanutto ([email protected])Letícia Ângelo WalewskiAna Claudia Ramin Silva

Mariliani Chicarelli da SilvaElen de Souza Tolentino

Lilian Vessoni Iwaki

Na literatura, a identidade pode ser descrita como um conjunto de características que individualizam uma pessoa e a diferencia de outras, sendo um termo amplamente utilizado em estudos forenses. Em estudos de identificação humana forense, um dos principais pontos a serem identificados primariamente, é o sexo do indivíduo, desempenhando um papel crucial na investigação humana, uma vez que, restringe a possibi-lidade em 50%. Um reparo anatômico importante em base de crânio de interesse antropométrico, anatô-mico, forense e demais campos médicos, é o forame magno (FM). A tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC) é uma tecnologia que vem sendo utilizada em inúmeras finalidades, inclusive no contexto forense, oferece várias vantagens, custos mais baixos, qualidade e fidelidade das suas imagens semelhantes ou superiores à tomografia computadorizada multislice. O objetivo desse trabalho foi avaliar se as dimen-sões morfométricas do forame magno podem ser utilizados para a determinação do sexo, do ponto de vista forense, utilizando a tomografia de feixe cônico. Para isso, foram utilizadas as imagens do Laboratório de Imagens em Pesquisa Clínica (LIPC), localizado na Clínica de Radiologia Odontológica e Imaginologia da UEM, no intervalo de 2014 a 2017. Foram excluídas imagens com baixa qualidade, borrões ou artefatos causados por objetos metálicos, pacientes menores de 18 anos, ou com doenças congênitas ou adquiridas e lesões de deformidades craniofaciais, história de trauma ou cirurgia na região a ser investigada. Todas as imagens são obtidas no sistema i-CAT Next Generation® (Imaging Sciences International, Hatfi’eld, PA, EUA), com 23 x 17 de campo de visão (FOV – field of view), com voxel isométrico de 0,30 mm. As medi-das foram realizadas em 296 imagens tomográficas, sendo 147 do sexo masculinos e 149 do sexo feminino. Eram medidas: a altura determinada pelo comprimento máximo interno do FM e a largura, determinada pela largura máxima interna do FM do forame magno, e posteriormente calculado a área do forame magno, por dois cálculos distintos já estabelecidos na literatura, Routal e Teixeira. Nosso estudo apresentou valores estatisticamente significantes maiores para o sexo masculino, tanto altura, largura e área do forame magno. Utilizando as dimensões do FM, a taxa de acurácia geral da determinação do sexo foi de 72%. Destes, 80,5% dos homens e 63,3% das mulheres foram denominados com o sexo corretamente. O melhor parâmetro para determinação do sexo foi o comprimento do FM com correlação de 0,986. Na literatura já há relatos da análise morfológica do dimorfismo, entretanto em populações mais homogêneas, ou utilizando outras tomadas radiográficas, ou ainda realizando mensurações em ossadas. Nosso estudo mostrou, utilizando TCFC, a diferença antropológica do forame magno entre gênero masculino e feminino. Além disso, sugere a usabilidade da mensuração comprimento do forame magno na identificação forense.

Palavras-chave: tomografia computadorizada de feixe cônico, antropologia forense, dimorfismo.

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SAÚDE COLETIVA

O AUMENTO DA OBESIDADE NO MUNDO TODO NÃO ESTÁ SENDO PERCEBIDO PELA ODONTOLOGIA?

Mariane Ubialli Cintra ([email protected])Unicesumar

Maria Paula Jacobucci BotelhoThaís Regina Signorini Rezende

A obesidade é uma doença crônica caracterizada pelo acúmulo de gordura corporal e tem causa multi-fatorial. Além de poder trazer prejuízo à saúde sistêmica, também pode trazer prejuízos à saúde bucal e psicológica. Nos últimos dez anos, essa doença aumentou cerca de 60% no Brasil, sendo que uma em cada 5 pessoas está acima do peso. Uma das justificativas para isso, foi o aumento da renda familiar associado à diminuição de tempo das pessoas. Assim, ingerem mais alimentos industrializados e ricos em açúcares e desenvolvem hábitos sedentários, o que provoca o aumento do peso e o aparecimento de doenças ditas oportunistas. Devido ao fato de que a obesidade é uma doença que envolve vários sistemas do organismo,

não podemos deixar de salientar a importância do papel do sistema estomatognático na sua instalação e, ao mesmo tempo, as consequências que esse sistema sofre por conta da doença. De acordo com alguns estu-dos, os distúrbios orais mais frequentemente associados à obesidade são: a cárie, o aumento na incidência de processos inflamatórios, a doença periodontal, a má oclusão, os problemas articulares e o traumatismo dental. Dessa forma, a Odontologia, por ter papel crucial na melhora da qualidade de vida desses pacientes, e com o elevado número de pessoas acometidas por essa doença, precisa estar preparada para o seu atendi-mento. Ainda que não seja unânime a opinião dos autores sobre a relação entre doenças bucais e obesidade, é importante destacar que os obesos estão sendo esquecidos nos planejamentos das clinicas de Odontolo-gia, nas Instituições de ensino e mesmo nas Unidades Básicas de Saúde. Se um obeso buscar atendimento odontológico, poucos locais estarão preparados para atendê-los. Não se verificam nas clínicas, de maneira geral, a presença de cadeiras que os acomodem. Isto também é realidade nas clinicas universitárias, desta forma não se pode falar em clínicas com acessibilidade. E, se não há acessibilidade considerada em sua forma ampla, os alunos não serão estimulados a trabalhar com grupos minoritários. É preciso formar pro-fissionais de excelência, profissionais cidadãos, que se envolvam com os problemas da sociedade e se dis-ponham a trabalhar arduamente para buscar soluções.

Palavras-chave: obesidade, promoção da saúde, odontologia integral.

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ODONTOLOGIA LEGAL/SAÚDE COLETIVA

ESTUDO SOBRE A EFICÁCIA DAS SOBRE LUVAS UTILIZADAS EM CLÍNICA ODONTOLÓGICA

Carolina Cancian ([email protected])Unicesumar

Maria Paula Jacobucci BotelhoBeatriz Rosi Beira

O trabalho na área da saúde traz consigo riscos ergonômicos, físicos, químicos e biológicos. Esses últimos devem ser considerados tanto para os profissionais quanto para os pacientes envolvidos e para o meio am-biente. A transmissão de infecções pode ocorrer de forma direta ou indireta na área da saúde. Na Odonto-logia, o atendimento ao paciente requer a manipulação de instrumentais esterilizados ao mesmo tempo em que se manipula a boca do paciente e produtos não estéreis. Assim, as mãos, consideradas o nosso principal instrumento de trabalho, desempenham importante papel na veiculação de infecções. A prevenção da in-fecção cruzada é aspecto crucial na prática odontológica. Os profissionais que trabalham nessa área devem

adotar rotinas básicas de biossegurança para promover proteção da equipe, pacientes e ambiente de assis-tência odontológica, minimizando o risco de transmissão de doenças infectocontagiosas. Para permitir o manuseio de cimentos odontológicos, resinas, próteses, entre outros, durante o atendimento odontoló-gico, alguns profissionais sugerem a utilização de sobre luvas para pegar nas embalagens e/ou manipular materiais. Ainda restam dúvidas em relação à eficácia dessa manobra em impedir a contaminação cruzada. Sendo assim, idealizou-se este projeto que tem por objetivo verificar a eficácia da utilização de sobre luvas para impedir que microrganismos sejam transmitidos entre as mãos dos profissionais / boca do paciente / instrumentais e superfícies. Este projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa do Unicesumar, recebendo aprovação para a sua realização (CAAE 96149818.8.0000.5539). Será utilizado um codificador invisível fluorescente para verificar se ao colocar e remover as sobre luvas, não ocorre a contaminação de sua superfície externa, favorecendo a transmissão de microrganismos mesmo com sua utilização. Alunos do 1º. ao 4º. anos do curso de Odontologia do Unicesumar serão convidados a participar dos experimentos. Dispositivos em forma de cone confeccionados em cartolina branca serão utilizados para simular os ma-teriais utilizados no cotidiano da Odontologia e sua contaminação será verificada através da utilização de luz negra. Pretende-se, desta forma, contribuir para diminuir a infecção cruzada durante os atendimentos odontológicos, despertar nos alunos de graduação em Odontologia a consciência dos riscos a que estão expostos durante o exercício de suas atividades. Caso as sobre luvas não cumpram o papel desejado de im-pedir a ocorrência de infecções cruzadas, propor outras formas para essa finalidade.

Palavras-chave: luvas protetoras, odontologia, biossegurança.

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SAÚDE COLETIVA – PESQUISA

RELAÇÃO ENTRE SAÚDE BUCAL, CONSUMO ALIMENTAR E ESTADO NUTRICIONAL DE IDOSOS DE UM MUNICÍPIO DO SUL DO BRASIL

Ilma Carla de Souza Porcelli ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Sandra Mara MacielMariele Andrade do Nascimento

Marina de Lourdes Calvo FracassoRegina Célia Poli-Frederico

O envelhecimento da população é um fenômeno que acontece no mundo todo, assim como em nosso país. Dados preocupantes dos últimos levantamentos nacionais mostram o retrato da saúde bucal precária dos idosos, com alto índice de edentulismo, que reflete na mastigação e na dieta do indivíduo, acarretando consequências negativas em sua saúde sistêmica; sendo portanto, um importante problema de saúde pú-blica. O objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência de edentulismo e a presença de pares de dentes posteriores em oclusão, além de investigar sua relação com o consumo de macro e micronutrientes e o estado nutricional de idosos independentes, cadastrados nas Unidades Básicas de Saúde do município de Londrina, Pr. Trata-se de um estudo transversal que envolveu uma amostra de 494 idosos, de ambos os gêneros, acima de 60 anos de idade, cadastrados nas Unidades Básicas de Saúde do município de Londrina, Pr. A coleta de dados incluiu exames bucais segundo os critérios da OMS; avaliação antropométrica através do cálculo do Índice de Massa Corpórea (IMC); análise do consumo alimentar pela utilização do inquérito “recordatório de 24 horas” e de frequência alimentar; além de entrevistas estruturadas para obtenção de informações sociodemográficas. Os testes Qui-quadrado e Mann Whitney e a análise de variância (ANOVA) foram aplicados, sendo o nível de significância fixado em 5%. A prevalência de edentulismo foi de 47,3%, este predominou no gênero feminino, faixa etária de 65 a 74 anos, procedência rural, baixa escolarida-de e classificação econômica baixa/média. Registrou-se o consumo significativamente menor da maioria dos macronutrientes e micronutrientes, como de frutas entre os idosos edêntulos e naqueles com menor número de pares de dentes posteriores em oclusão. Taxas expressivas de baixo peso e obesidade foram registradas entre edêntulos quando comparados aos dentados, sem esta diferença atingir significância es-tatística. Os resultados mostram a alta prevalência de edentulismo e apontam para a influência da perda dentária no padrão de consumo alimentar dos idosos. Evidenciam que quanto menos dentes e/ou pares oclusais posteriores estes possuírem, mais problemas nutricionais poderão acontecer com menor ingestão de alimentos ricos em nutrientes, o que pode comprometer sua saúde geral e qualidade de vida.

Palavras-chave: saúde bucal, estado nutricional, idoso.

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SAÚDE COLETIVA

ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO EM ADOLESCENTES PORTADORES DE DEPENDÊNCIA QUÍMICA: RECANTO MUNDO JOVEM

Ellen Namie Hayashi ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientador: Carlos Alberto Herrero de MoraisNewton César Kamei

Jéssica de Mattos AndriatoGlen Victor Kondo

Ainda hoje, há um estigma quando se trata do atendimento de pacientes com problemas mentais ou algum tipo de dependência química. Inclusive na Odontologia, porém, devemos considerar que esses pacientes possuem importantes alterações no meio bucal, devido ao uso de drogas, necessitando assim de uma aten-ção especial. Além disso, o cirurgião dentista pode ser o primeiro a notar tais mudanças. Este trabalho tem como objetivo apresentar o Projeto Atendimento Odontológico em Adolescentes Portadores de Depen-dência Química da UEM, que atende adolescentes e adultos internos do Recanto Mundo Jovem, esta casa de recuperação funciona como uma unidade terapêutica e tem capacidade para suportar até 30 pessoas, com idade a partir de 12 anos. Este projeto conta com 9 alunos de gradação, 1 aluno da pós graduação e 2 docentes. Anualmente os participantes vão até o recanto para ministrar uma palestra sobre higiene oral e alimentação, posteriormente a palestra são distribuídos kits de higiene oral para os pacientes e realizado uma triagem, onde se prioriza os casos de urgência, a partir dessa seleção é feito uma lista com o nome de todos os internos e qual o tratamento indicado. O atendimento é realizado na clinica odontológica da UEM e no consultório do Recanto. Os procedimentos realizados incluem, cirurgia buco maxilo facial, dentística restauradora, endodontia e periodontia. As ações do projeto visam a resolução de urgências devido o pouco tempo de permanência em média nove meses e uma grande rotatividade de internos na casa. Desde a uti-lização de drogas licitas a ilícitas, cada uma promove alguma alteração no meio bucal. Fumantes possuem um maior acúmulo de cálculo, manchas características nos dentes e menor resposta vascular, já o uso da maconha acarreta severa xerostomia elevando assim o risco de cárie. Além disso, o consumo frequente de álcool associado ao fumo pode aumentar as chances de se desenvolver uma leucoplasia, placa branca presente em mucosa. Pacientes dependentes químicos em geral possuem o índice de CPOD elevado, bru-xismo, redução da capacidade tampão, xerostomia, halitose, doenças periodontais e apresentam um maior nível de ansiedade. Deste modo, ainda é necessário que a barreira do preconceito, descriminação e estigma sejam quebradas. Além da necessidade do cirurgião dentista se aprofundar nos cuidados do tratamento que envolve estes pacientes.

Palavras-chave: odontologia, drogas, estigma.

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ODONTOLOGIA LEGAL/ SAÚDE COLETIVA

ESTUDO RETROSPECTIVO DAS BIÓPSIAS REALIZADAS NO PROJETO DE EXTENSÃO “DIAGNÓSTICO, TRATAMENTO E EPIDEMIOLOGIA DAS DOENÇAS DA CAVIDADE BUCAL- LEBU” ENTRE FEVEREIRO DE 2013 E

DEZEMBRO DE 2017

Tamires Saragioto Pialarissi ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientador: Mariliani Chicarelli SilvaPaula Gabriela Vieira Chicora

Matheus Chaves VeronezziElen de Souza Tolentino

RESUMO: O conhecimento das doenças bucais por meio de estudos epidemiológicos perfaz um importante papel na saúde pública e no que se refere a estomatologia, revelando a precisão da prevalência, da incidên-cia e da evolução de inúmeras doenças que acometem a região bucal, bem como, a distribuição percentual dentro de características próprias de determinadas populações regionais e mundiais, mostrando-se útil para o diagnóstico e estabelecimento de políticas de prevenção. O projeto de extensão “Diagnóstico, tra-tamento e epidemiologia das doenças da cavidade bucal – LEBU” realiza atendimentos aos pacientes enca-minhados das unidades básicas de saúde da 15ª Regional de Saúde, de clínicas particulares e livre demanda dessa região, onde o estabelecimento do diagnóstico ocorre por meio do exame clínico, o qual é constituído por uma série de etapas como a anamnese, o exame físico e os exames complementares. Dentre os exames complementares, pode-se citar a biópsia como ferramenta indispensável no processo diagnóstico. Deste modo, o presente trabalho visa apresentar o levantamento epidemiológico das lesões bucais biopsiadas no projeto de extensão LEBU no período de fevereiro de 2013 a dezembro de 2017, bem como, demonstrar a prevalência entre gêneros feminino e masculino. As informações foram obtidas por meio da verificação da pasta de biópsias pertencentes aos monitores de patologia bucal, onde são anexadas cópias dos laudos re-ferentes aos procedimentos de biópsias realizados durante os atendimentos do projeto LEBU. Os resultados mostraram uma diversidade de lesões da mucosa bucal e ossos gnáticos submetidas a análise histopatoló-gica, em um período de cinco anos, sendo as mais frequentes: hiperplasia fibrosa inflamatória (HFI), com 23,12%, seguida por fibroma traumático (11,83%), mucocele (9,28%), líquen plano (4,21%), leucoplasia (3,80%), papiloma e cisto periapical inflamatório (3,26% cada), carcinoma espinocelular (CEC) com 3,12% e demais lesões totalizando 30,82%. Quanto ao gênero, o perfil epidemiológico mostrou um maior percen-tual de indivíduos do gênero feminino (61,36%), o que pode ser justificado por dois fatores, o primeiro é que algumas dessas lesões possuem predileção pelo gênero feminino e o segundo, pelo fato de que as mu-lheres procuram mais por atendimento odontológico quando comparado aos homens. Por fim, as lesões da mucosa bucal exercem e recebem influência da saúde geral do indivíduo, fazendo com que o conhecimento do cirurgião dentista em relação aos aspectos usuais e não-usuais que acometem o complexo bucomaxilo-facial assuma, dessa forma, grande importância na prevenção, diagnóstico e tratamento destas desordens.

Palavras-chave: levantamento epidemiológico, biopsia, diagnóstico.

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ODONTOLOGIA LEGAL/ SAÚDE COLETIVA

INTER-RELAÇÕES ENTRE A PSICOPEDAGOGIA E O ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO

Fernanda do Nascimento de Lemos Campos ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientador: Luiz Fernando LolliMaria Carolina Lolli

Gabriela dos Santos Ribeiro RochaNatalia de Souza SilvaMorgana Ducatti Alves

A Odontologia busca em seu perfil de atuação o avanço das práticas clínicas e sociais incluindo ferramentas de ou-tras áreas. Neste caminho constante de melhorar os atendimentos clínicos, a Psicopedagogia, uma área relativamente nova, que permeia entre os saberes da saúde e da educação, tem mostrado grande relevância para práticas profissionais humanistas. Dedicada a entender os processos da aprendizagem, tendo como base os domínios: cognitivo (memória, coordenação motora), afetivo (sentimentos e emoções) e social (relações, comunicação), a Psicopedagogia pode au-xiliar na prática profissional do Dentista contribuindo com novas possibilidades para ampliar o entendimento sobre as necessidades do paciente e, assim, melhorar as condições de atendimento suprindo as expectativas do cliente. O medo e a ansiedade são sentimentos prevalentes que causam estresse no tratamento odontológico em todas as idades. Con-trolar esses sentimentos é um desafio para o cirurgião-dentista. O comportamento amedrontado durante o tratamen-to dentário pode ser condicionado por diversos fatores: nível cognitivo; personalidade; experiências anteriores com outros profissionais; crenças; costumes; condições de saúde/doença e a conduta profissional. Diante destes fatores, fica clara a importância de pesquisar sobre métodos efetivos para melhorar relações profissional-paciente. Este traba-lho teve como objetivo explorar as inter-relações entre a odontologia e a psicopedagogia, ressaltando a importância desta última para o sucesso de tratamentos odontológicos. A coleta de dados para a pesquisa foi definida a partir das bases bibliográficas PubMed, BIREME e Scielo. Conhecimentos psicopedagógicos podem auxiliar o cirurgião dentista a compreender as necessidades cognitivas, afetivo-emocionais e sociais de pacientes de todas as idades. Entenden-do melhor os processos comportamentais e de comunicação estabelecidos na prática profissional, o odontólogo terá condições para melhorar as estratégias de intervenção utilizadas na clínica. O uso de ferramentas lúdicas e concretas para a explicação do diagnóstico e plano terapêutico pode ser relevante, possibilitando a redução de comportamentos ansiosos principalmente quando é necessária uma intervenção mais invasiva, dolorosa e demorada. Tais ferramentas, que podem ser utilizadas com pacientes de todas as idades, têm a tendência de desencadear maior tranquilidade por possibilitar uma melhor compreensão sobre o que será feito, o que será sentido, o que será necessário, como será o pós-atendimento e o prognóstico favorecendo assim, uma proximidade relativa entre paciente-profissional, gerando vínculos de confiança efetivos que contribuem na redução de comportamentos ansiosos e/ou medo durante ou de-pois de um tratamento odontológico. Pesquisas anteriores revelaram, na sua maioria, que os pacientes submetidos a distrações lúdicas contextualizadas no consultório, apresentam mais comportamentos de cooperação no decorrer do plano terapêutico e, consequentemente, menor ocorrência de comportamentos disruptivos. É válido mencionar que os recursos lúdicos podem ser utilizados como ferramentas motivacionais na educação para a saúde bucal. São exem-plos: desenhos; escrita; modelos anatômicos; recursos audiovisuais; brincadeiras; papel e lápis; fotografias; pôsteres e livros. São inúmeros os benefícios da incorporação de conhecimentos da psicopedagogia na formação de profissionais da saúde no que se refere à melhoria na qualidade das intervenções. A união das áreas corresponde a uma nova visão do tratamento humanizado considerando a produção e a promoção dos cuidados em saúde bucal.

Palavras-chave: psicoterapia; ansiedade ao tratamento odontológico; odontologia,

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ODONTOLOGIA LEGAL/SAÚDE COLETIVA

PROJETO SORRIR, DESENVOLVENDO AÇÕES DE PROMOÇÃO E PREVENÇÃO EM SAÚDE BUCAL EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM

CONDIÇÃO DE VULNERABILIDADE SOCIAL: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Nadia Fernanda Saraiva Casoni ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientador: Profº Drº André GasparettoGabriela dos Santos Ribeiro Rocha

Fernanda Do Nascimento De Lemos CamposGustavo Barteli EstevesMárcia Cristina da Silva

A vulnerabilidade social é caracterizada pela fragilidade e dependência, que ocorre principalmente com indivíduos de menor nível socioeconômico. As populações socialmente vulneráveis apresentam alta pre-valência de doenças bucais o que torna a atuação dos profissionais de saúde e graduandos nesse espaço social é de fundamental importância. O objetivo deste trabalho é relatar as atividades realizadas no Pro-jeto Sorrir. O projeto foi criado em 2017, e suas atividades iniciaram em 2018 e tem como característica a intersetorialidade, pois articula suas ações com instituições de acolhimento de crianças e adolescentes, o intuito do projeto é desenvolver atividades educativas, visando promover e prevenir agravos em saúde bu-cal de grupos socialmente vulneráveis, estimular o desenvolvimento de hábitos saudáveis nessa população, além de integrar os graduandos e pós-graduandos do curso de odontologia em uma realidade diferente da clínica odontológica universitária, criando consciência social e contribuindo para formação humanista. As atividades são realizadas em duas instituições de acolhimento, uma atende crianças entre zero e doze anos e outra adolescentes acima de treze anos, ambas situam-se em uma cidade do noroeste do Paraná. As crianças e adolescentes atendidas por estas instituições são retiradas de suas famílias, por determinação judicial, devido a diversos motivos, desde violência, até outras questões que possam acarretar em qual-quer transtorno no desenvolvimento da criança e adolescente. As atividades preconizadas pelo projeto tem como foco principal a educação em saúde, entre as ações estão a escovação supervisionada, atividades lúdicas e orientação de higiene bucal e dieta. A literatura mostra que educadores de instituições de aco-lhimento possuem conhecimento razoável no que diz respeito à saúde bucal, apontando a necessidade de profissionais que ofereçam conhecimento técnico e que possam auxiliar os educadores na manutenção da saúde bucal das crianças/adolescentes destes locais. A implantação de assistência odontológica curativa

ou preventiva em instituições de acolhimento apresenta resultados positivos e resolutivos em relação a re-dução de experiência de cárie dentária, no entanto, a presença de profissionais e graduandos nestes meios não tem por objetivo apenas promover a melhoria da saúde bucal, mas traz benefício na autoestima destes indivíduos, que carecem da cuidado familiar, e consequentemente contribui para motivar o paciente ao autocuidado em saúde bucal e geral.

Palavras-chave: saúde bucal, saúde da criança institucionalizada, colaboração intersetorial.

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SAÚDE COLETIVA

A PROMOÇÃO DE SAÚDE E AS PRÁTICAS DE PREVENÇÃO COMO INSTRUMENTOS TRANSFORMADORES NA CONDIÇÃO DE SAÚDE

BUCAL DE CRIANÇAS PERTENCENTES A CMEI GERARDO BRAGA DO MUNICÍPIO DE MARINGÁ-PR

Karina Fernandes de Freitas ([email protected])Unicesumar

Orientador: Flávia Tanaka

As instituições de educação infantil em parceria com os profissionais dos serviços de atenção primaria a saúde são espaços privilegiados para a promoção da saúde da criança. O Programa Saúde na Escola (PSE), instituído pelo Decreto Presidencial no 6.286, representa um meio de articulação entre escola e unidades de saúde. Suas ações intersetoriais e interdisciplinares visam estabelecer práticas de promoção da saúde e prevenção de agravos a crianças, adolescentes, jovens e adultos estudantes brasileiros. Diante do exposto, o presente trabalho tem como objetivos relatar as experiências desenvolvidas durante as atividades da dis-ciplina de Estágio Supervisionado II da Unicesumar, por meio da implementação de ações educativo-pre-ventivas em saúde bucal nos escolares, diagnóstico precoce da doença cárie e principalmente desmistificar o medo do dentista. Participaram deste trabalho todas as crianças matriculadas na CMEI Gerardo Braga no município de Maringá, totalizando 255 escolares. As atividades foram realizadas todas as sextas-feiras no período da tarde durante os meses de agosto a novembro do ano 2017. As atividades educativo-preventivas foram desenvolvidas em cada sala do Infantil três ao cinco e incluíram atividades educativas por meio de métodos lúdicos direcionados a cada faixa etária. Foram utilizados jogos de memória, brincadeiras com pinturas, teatros de fantoche, palestras com cartazes coloridos que abordaram temas sobre: alimentação saudável, higiene bucal, doenças cárie, hábitos saudáveis. Ações de escovação supervisionada em grupos de oito alunos por turma foram realizadas pelos acadêmicos sob supervisão do professor, com distribui-ção de novas escovas dentais. Os exames bucais foram realizados no pátio da escola, sendo os escolares posicionados em cadeiras sob luz natural. Realizou-se o preenchimento da ficha de identificação com os seguintes dados do examinado: nome completo, idade, sexo e série. O material utilizado para o exame bu-cal foram espátulas de madeira que auxiliaram a afastar os tecidos moles. Todos os participantes estavam devidamente paramentados e seguiram todas as normas de biossegurança. Os escolares identificados com necessidades de tratamento odontológico foram encaminhados para a Unidade Básica de Saúde (UBS) de referência. Torna-se fundamental ressaltar que a maioria das crianças que foram encaminhadas pela CMEI receberam o tratamento odontológico na sua UBS. Observou-se que as crianças se mostraram participati-vas e comunicativas durante as atividades educativas e houve uma redução da ansiedade e do medo com relação aos profissionais dentista. Foi realizada ainda a orientação aos professores e cuidadores destes alu-nos quanto aos cuidados no armazenamento das escovas dentais, sendo entregues porta-escovas novos e orientação quanto aos procedimentos de prevenção.

Palavras-chave: saúde bucal; educação em saúde; prevenção,

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SAÚDE COLETIVA

INOVAÇÃO NO ENSINO DA ODONTOLOGIA: UMA LEITURA DO LEGADO DE 30 ANOS DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

Márcia Cristina da Silva ([email protected])Universidade Estadual de MaringáGabriela dos Santos Ribeiro Rocha

Flávia Matarazzo MartinsLuiz Fernando Lolli

A autorização de criação da Universidade Estadual de Maringá (UEM) data de 1969. Mas foi no ano de 1988 que foi criado o curso de graduação em Odontologia juntamente com o Departamento de Odontologia da UEM (DOD-UEM). O objetivo deste estudo foi levantar as ações de protagonismo do DOD-UEM com ên-fase na inovação do ensino da odontologia e ações correlatas. A pesquisa ocorreu por meio de uma busca de dados nos arquivos institucionais do DOD-UEM como textos oficiais, documentos, relatórios, banco de dados e artigos publicados referentes ao período de 1988 a 2018. Ainda busca na internet entrevista com docentes e discentes. Os achados foram categorizados nas temáticas “formação profissional”, “integração ensino-serviço” e “impacto social”. O primeiro aspecto inovador em relação à “formação profissional” é o currículo integrado implantado em 1992 e vigente até os dias atuais. O currículo busca oferecer uma for-mação com temas integrados dentro de um determinado conjunto instrucional. Destacam-se ainda a reo-rientação da formação profissional com implantação do pró-saúde e PET-Saúde a partir de 2006, criação da clínica ampliada em 2009, a educação interprofissional com disciplina envolvendo 7 cursos de graduação iniciada em 2014, dentre outros. O curso sempre teve por objetivo construir perfil acadêmico e profissional com competências, habilidades e conteúdos contemporâneos, para que seja possível atuar com qualidade e resolutividade no Sistema Único de Saúde. Além do exposto, o Departamento inaugurou no ano de 2008 o Programa de Pós-Graduação em Odontologia Integrada a nível de Mestrado e no ano 2012 ampliou para Doutorado. O programa realiza ações integradas com a graduação. O DOD ainda possui sete programas de Residência em Odontologia, sendo a primeira implantada em 2002 (Cirurgia Bucomaxilofacial) e as demais em 2014 (Endodontia, Odontopediatria, Periodontia, Prótese, Radiologia e Saúde Coletiva e da Família). Na “integração ensino-serviço”, o curso possui, desde sua criação, estágio na rede de atenção à saúde, com parcerias vigorosas registradas com os municípios de Porto Rico, Maringá e Marialva, além de ações rela-cionadas com mais de 30 municípios da região. Todos os atendimentos realizados na Clínica Odontológica (COD-UEM) são para usuários do SUS. A vertente “inserção social” é muito marcada no DOD-UEM. São inúmeros projetos de extensão que permitem a participação de 80% dos alunos do curso de graduação e que prestam os mais variados serviços assistenciais à comunidade. Destacam-se os projetos de lesões bu-cais, trauma, bebê e outros. No ano 2012 um grupo de professores do DOD-UEM desenvolveu um curso de qualificação de gestores de saúde bucal que, por meio de onda formativa e metodologias inovadoras, quali-ficou todos os gestores do Estado do Paraná. Esta iniciativa ganharia o prêmio “inova SUS” no ano de 2018. Prêmio este também conferido à disciplina interprofissional de Atenção em Saúde. Além do exposto, existe uma infinidade de ações inovadoras e premiadas que se destacaram ao longo dos 30 anos. Conclui-se que o DOD-UEM exerce um papel de vanguarda na Odontologia brasileira desde a sua criação, sendo referência e contribuindo para a qualificação da profissão, com ações diversificadas e diferentes vertentes temáticas.

Palavras-chave: educação em odontologia, prática odontológica associada, formação profissional.

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ODONTOLOGIA LEGAL/SAÚDE COLETIVA

CAMPO PERICIAL PARA A ODONTOLOGIA: UMA OPORTUNIDADE CRESCENTE E POUCO EXPLORADA

Gabriela dos Santos Ribeiro Rocha ([email protected])Universidade Estadual De Maringá

Orientador: Profº Drº Luiz Fernando LolliKaryn Sabrina Marinho Umbelino

Morgana Ducatti AlvesMárcia Cristina da Silva

Mariucha Ramella Marcon Nemer

Perícia pode ser definida como o ato de examinar situações ou fatos relacionados às pessoas e coisas, com o objetivo oferecer esclarecimentos à justiça. As perícias podem ocorrer no foro cível, criminal, trabalhista e em sede administrativa. Perito é o responsável por realizar coleta, analise, vistoria e avaliação de fenômenos relacionados a sua área de competência, afim de prestar apoio à justiça, quando demanda conhecimentos técnicos sobre determinado assunto. O objetivo deste trabalho foi apresentar as possibilidades de atuação do cirurgião dentista no contexto pericial em face da demanda processual atual. Para elaboração deste tra-balho, foram realizadas buscas de informações na literatura, por meio de bases de dados eletrônicas, busca manual, e consulta a jurisprudência. Os achados mostraram que o cirurgião-dentista tem respaldo legal para atuar como perito, situação prevista no artigo 6º, inciso IV da Lei 5081, de 24 de agosto de 1966. Um fato contraditório é que o Cirurgião dentista brasileiro tem buscado novos campos de atuação, muitos deles como a harmonização facial carecem de legislação. Outros que possuem legislação são pouco explorados. No âmbito cível, a perícia busca formar elementos de prova para a reparação de um dano. As perícias cíveis podem ser de erro profissional (ou Mala Práxis), arbitramento de honorários profissionais, estimativa da idade e avaliação de equipamentos odontológicos. Dentre estas, destaca-se a perícia Mala Práxis em função do crescente número de ações judiciais contra dentistas. Normalmente as perícias cíveis são realizadas por peritos não oficiais, sendo nomeados para o encargo em cada caso. Na área criminal as perícias são reali-zadas para esclarecimentos de crimes ou para a investigação de ocorrência deles. No âmbito trabalhista a perícia é realizada para investigação de acidentes de trabalho com repercussão na face e doenças de tra-balho com manifestação bucal. Na área administrativa são realizadas perícias (ou auditorias) de convênios e ainda as perícias dos conselhos de odontologia. As perícias trabalhistas, à exemplo das cíveis também podem ser realizadas por peritos nomeados. As avaliações administrativas não possuem finalidade judicial

e normalmente são feitas por auditores contratados ou nomeados. Por fim, as perícias criminais normal-mente são feitas por peritos concursados. Porém, na ausência destes pode haver nomeação. Em termos de demanda de atuação para peritos não oficiais o site Jus Brasil é um dos que permite consultar a Jurispru-dência de ações contra dentistas. Importante salientar que, na Odontologia, as áreas de Implantodontia, Prótese e Ortodontia atualmente são as que mais são acionadas na justiça. Assim, conhecer procedimentos destas áreas é fundamental para quem quer ser perito. Esta análise permite concluir que existem diversos campos de atuação para o cirurgião dentista que tenha interesse pelo campo pericial, com destaque para as perícias cíveis de Mala Práxis e ainda as trabalhistas, as primeiras pela demanda crescente e ambas pela possibilidade de nomeação.

Palavras-chave: odontologia legal, prova pericial, mercado de trabalho.

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ODONTOLOGIA LEGAL/SAÚDE COLETIVA

NOVA ATUALIZAÇÃO DA PNAB

Júlia Cieslak Correa ([email protected])Centro Universitário Ingá – Uningá

Helder Dias CasolaRenata Paula Cortati Rabelo

Gabriella Dutra de SouzaThalita Paro Piazzon de Oliveira

Fabiana Cristina Regioli

A portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017 aprovou a revisão na Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) que não sofria modificações significativas desde o modelo de 2011. A nova portaria traz como prin-cipal proposta adequar a assistência à saúde pública à realidade de cada município nos dias atuais, fazendo assim um modelo mais direcionado e econômico, dando liberdade aos gestores de compor as suas equipes, tendo um prazo máximo de até 4 meses para tal composição. Equipes estas que devem ser compostas mi-nimamente por médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem e ou técnicos de enfermagem. O objetivo desse trabalho é apresentar as mudanças na política nacional de atenção básica como por exemplo as alte-rações no Núcleo Ampliado de Saúde da Família (NASF) o qual deverá atuar de forma conjunta às equipes que trabalham na atenção básica por isso, o nome mudaria para Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (Nasf-AB). Apresenta também integração entre agentes de combate as endemias (ACE) e os agentes comunitários de saúde (ACS), usando como justificativa o fato de fazerem visitas domiciliares e compartilhar o conhecimento sobre o local, ampliando o cuidado à saúde. Segundo Mauro Junqueira, presidente da Conasems: “fazer uma visita a um domicílio para ver um paciente crônico e fingir que não vê ali um foco de dengue, por exemplo.” Mais uma associação é implementada onde o termo atenção básica (AB) e atenção primaria (AP) se tornam equivalentes. Essas serão realizadas por equipes multiprofissionais visando desenvolver um conjunto de ações individuais, familiares e coletivas, como por exemplo a pro-moção, proteção e prevenção em saúde, proibindo qualquer exclusão, seja por raça, etnia, sexo, gênero, entre outras. Esta portaria foi muito criticada por diversas entidades, dentre elas a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO), Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (CEBES) e a Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (ENSP/Fiocruz). As quais criticam o modelo atual afirmando ser um retrocesso para a lei orgânica do SUS, ameaçando seus princípios e diretrizes. Outras pessoas criticaram esse novo modelo que pode prejudicar a economia utilizando como argumento a não especificação de recursos direcionados exclusivamente para a saúde, podendo esses estarem a disposição de outras necessidades do município.

Palavras-chave: saúde pública, economia, lei orgânica.

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SAÚDE COLETIVA

ENSINO INTERPROFISSIONAL NA GRADUAÇÃO DE ODONTOLOGIA: RELATOS DE EXPERIÊNCIAS NO ENSINO BRASILEIRO

Juliana Kois Guimarães ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Najara Barbosa da RochaMonica Cristiane Alves XavierGeórgia Ayumi Guinoza Inushi

Marcos Sérgio EndoMitsue Fujimaki

A educação interprofissional (EIP) é definida como o aprendizado que acontece quando duas ou mais pro-fissões aprendem sobre, com e entre si, de forma a melhorar a colaboração e os resultados na saúde. A

EIP desenvolve competências favoráveis para formação de profissionais na saúde, como por exemplo, o trabalho em equipe, a resolutividade e a integralidade da atenção, porém a literatura sobre este assunto ainda é muito escassa. Por isso, o objetivo do presente trabalho foi estudar o cenário brasileiro de ensino interprofissional na graduação privada e/ou pública de Odontologia. Foi realizada uma revisão de litera-tura com pesquisa de artigos por dois revisores independentes em três bases de dados: BIREME, Google Acadêmico e PubMed, utilizando os descritores: Odontologia, Graduação, Relações interprofissionais, com operador boleano “OR”. Os critérios de inclusão foram estudos realizados no Brasil, qualquer tipo de estu-do, experiências na graduação de cursos com formação interprofissional, sendo que um dos cursos incluí-dos tinha que ser a Odontologia. Foram encontradas quatro experiências interprofissionais na graduação em Odontologia em duas Universidades privadas (UNIFOR e FCMS/JF) e duas em Universidades Públicas (UEM e UFRGS). Na UNIFOR a disciplina iniciou-se em 2012 e é obrigatória para oito cursos da saúde e esta experiência mostrou que é uma ferramenta importante para o desenvolvimento das competências gerais e colaborativas na formação de estudantes, principalmente para atuar em equipe, resultando na melhoria da integralidade do cuidado. Na UEM, a disciplina começou em 2015 e é comum na grade curricular de sete cursos na área da saúde, sendo que a disciplina contribuiu para formação de profissionais capacitados a interagir com todas as áreas da saúde para abordagem multiprofissional. A disciplina na FCMS/JF acontece nos seis semestres iniciais de cinco cursos da área da saúde, e foi revelado a positividade da formação inter-profissional em saúde no que se refere à colaboração e ao trabalho em equipe. Na UFRGS, a disciplina é ad-ministrada de forma eletiva para treze diferentes profissões, e mostrou que o ensino integrado possibilita a interdisciplinaridade na Odontologia. Apenas a disciplina da UEM trouxe algum tipo de desvantagem, mas em relação ao tipo de metodologia que é utilizada no ensino, a ativa, e nenhuma em relação ao EIP. Com os resultados foi evidenciado que a EIP é importante para a aquisição de competências importantes para a formação de profissionais de saúde, como o trabalho em equipe e práticas colaborativas, porém ainda há poucas experiências deste ensino na Odontologia. Por isso são sugeridas mudanças nas grades curriculares das universidades públicas e privadas para a inclusão da EIP em seus projetos pedagógicos.

Palavras-chave: odontologia, graduação, relações interprofissionais.

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SAÚDE COLETIVA

O USO DE SEDAÇÃO NO TRATAMENTO ODONTOLÓGICO DE PACIENTES COM NECESSIDADES ESPECIAIS

Caroline Prigol ([email protected])Unicesumar

Orientador: Nádia Mazzei Mendes Feitoza

Pacientes com necessidades especiais (PNEs), são aqueles que apresentam uma alteração ou condição, simples ou complexa, momentânea ou permanente, de etiologia biológica, física, mental, social e/ou com-portamental e cuja harmonia entre órgãos e sistemas foram quebrados apresentando um desvio do padrão de normalidade. Inúmeras são as razões para que essa harmonia seja quebrada, desde uma doença heredi-tária, defeitos congênitos, doenças sistêmicas, alteração comportamental e envelhecimento. A aparência de normalidade pode muitas vezes ocultar doenças sistêmicas crônicas, sugerindo assim uma anamnese mais detalhada, de forma a descobrir fatores que possam vir a acarretar em maiores complicações a saúde do paciente. Sendo assim, a atuação de forma conjunta com profissionais que já façam o acompanhamento

deste paciente como médicos, psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, além de outros profissionais que se fazem necessário para uma melhora de suas atividades diárias, se torna a melhor al-ternativa para a preservação da saúde mental e física desse indivíduo. A inclusão do indivíduo com neces-sidades especiais na sociedade atual é uma questão muito frequente no nosso dia a dia. Principalmente relacionado aos cuidados bucais. Sabemos que muitas vezes os responsáveis, não tem informações sufi-cientes sobre a importância de uma boa saúde bucal a pacientes com necessidades especiais. Também a falta de comprometimento dos cuidadores com o tratamento, a falta de acessibilidade nos consultórios odontológicos, sejam eles públicos ou privados e a falta de profissionais capacitados no mercado de traba-lho, podem ser um agravante muito sério para a qualidade de vida desses pacientes, tornando sua condição de saúde não apenas bucal mas também geral, ainda mais problemáticas. Saber reconhecer o paciente com necessidade especial é imprescindível para estabelecer o seu tratamento de acordo com suas restrições. Alguns desses pacientes fazem parte de um grupo considerado de maior risco de desenvolvimento de cá-

rie, doença periodontal e maloclusão e além disso, presença de defeitos de esmalte, alimentação pastosa e uso de carboidratos com frequência, incapacidade de realizar a própria higiene, movimentos inadequados de músculos mastigatórios e da língua, tornam esses indivíduos pacientes de grande dificuldade de trata-mento, principalmente aqueles os quais o comportamento compromete praticamente cem por cento do tratamento, tornando-o inviável sem o uso de sedação. Perante o exposto, o objetivo dessa revisão de lite-ratura é relatar as diversas e mais importantes técnicas de sedação, sejam elas conscientes ou não, expondo as vantagens e desvantagens de cada uma delas e sua indicação no cotidiano odontológico, favorecendo assim o crescimento e aperfeiçoamento, capacitando e qualificando o cirurgião dentista para que ele possa oferecer opções menos traumáticas a esses pacientes.

Palavras-chave: deficiência intelectual, odontologia preventiva, sedação.

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SAÚDE COLETIVA/ODONTOLOGIA LEGAL

MERCADO DE TRABALHO ODONTOLÓGICO COMPETITIVO? SEJA EMPREENDEDOR E PENSE EM UM PLANO DE NEGÓCIOS!

Natália de Souza Silva (e-mail: [email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientador: Luiz Fernando LolliAmanda Penha Mathias

Fernanda do Nascimento de Lemos CamposKaryn Sabrina Marinho Umbelino

Morgana Alves Ducatti

Com a competitividade do mercado de trabalho odontológico, cresce a necessidade de profissionais con-temporâneos buscarem alternativas inovadoras para fazer um bom posicionamento dos seus serviços. É necessário ter diferenciais que possam impactar na busca e fidelização de clientes. Uma das formas de gal-gar valorização profissional é através de um plano de negócios. Este trabalho objetivou relacionar aspectos organizacionais da administração com a prática odontológica a fim de demonstrar alternativas para uma gestão empreendedora de qualidade e resultados. Foram consultados artigos por meio de busca nas ba-ses “GOOGLE ACADÊMICO e SCIELO” empregando-se os termos “dentista empreendedor”, “gestão de consultório odontológico”, “administração na odontologia”, “planejamento estratégico em odontologia”, “plano de negócios em odontologia”. Os achados foram processados por correlação temática visando des-tacar o que poderia ser aplicado na ciência odontológica. Um primeiro ponto de relevância é o profissional pensar no seu consultório ou clínica como uma empresa e não a extensão de si, mesmo atuando como pes-soa física e de modo individual. O segundo ponto de destaque é a necessidade de se buscar uma visão em-preendedora. O empreendedorismo pode surgir de mudança social, mudança econômica, mudança regu-lamentar ou mudança tecnológica. De modo geral, empreendedor é aquele que enxerga uma oportunidade e tem necessidade de realização, que busca com autoconfiança, que se prepara para os desafios, que analisa estrategicamente as alternativas, é comprometido, líder, possui boa rede de relacionamentos, influencia pessoas e tem criatividade. É o profissional que assume riscos calculados e tem coragem de tomar decisões. Uma ferramenta fundamental para o perfil empreendedor é o plano de negócios. Nos dias atuais planejar é fundamental e um plano de negócios é uma forma de pensar o futuro do negócio. Uma boa forma de ini-ciar um plano de negócios é pensar na missão, visão e valores do negócio. O plano de negócios envolve o plano de marketing, plano operacional, plano de recursos humanos e o plano financeiro, todos com várias

especificidades sobre o negócio. O plano de marketing busca analisar 4 p’s, sendo: produto, preço, praça e promoção. O produto é o tipo de serviço oferecido, suas características e potencial, o preço é o que deve ser cobrado pelo serviço, a praça é o mercado (local) a ser explorado, promoção é a forma e divulgação, de oferta. Existem ainda outros p’s como pessoas e percepção que podem ser considerados no planejamento. O plano operacional tem relação com a execução das atividades, envolvendo espaço físico, layout, espe-cificidades legais, fluxograma de atividades, etc. O plano de recursos humanos busca selecionar, treinar, avaliar e motivar os colaboradores ou pessoas envolvidas com o negócio. Já o plano financeiro é o recurso de implantação e os valores de retirada (pró-labores, salários, custos gerais, etc), ou seja, todas as questões que envolve dinheiro. O Plano de Negócios pode ser feito pelo próprio profissional treinado ou por uma empresa contratada. Conclui-se que a ciência da administração pode auxiliar e muito a ciência odontoló-gica, oferecendo rotas para a criação, alteração, melhoramento e/ou ajustes das atividades profissionais na busca de qualidade e resultado.

Palavras-chave: odontologia, planejamento estratégico, gestão da qualidade total.

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SAÚDE COLETIVA

IMPORTÂNCIA DE AÇÕES EDUCATIVO-PREVENTIVAS PARA PESSOAS COM ALGUM TIPO DE DEFICIÊNCIA

Thaís Regina Signorini Rezende ([email protected])Unicesumar

Maria Paula Jacobucci BotelhoMariane Ubialli Cintra

A Saúde Coletiva é um campo amplo de práticas, que envolve vários saberes que se complementam. Teve início na década de 1970, quando se repensava a saúde, transcendendo a questão da doença em si mesma. Nessa década surge o conceito de Promoção da Saúde, baseado na constatação de que a forma como as pes-soas, governos e comunidades lidavam com a doença era equivocada. Era preciso modificar as prioridades na saúde, enfatizando a promoção da saúde e a prevenção de doenças no lugar de serviços eminentemente clínicos e curativos. Esta prática tem se tornado realidade para grande parte das pessoas, mas para pacien-tes com necessidades especiais, isto não se verifica com muita frequência. Pacientes portadores de neces-sidades especiais (PNE) são definidos como todos os indivíduos que apresentam determinados desvios dos padrões de normalidade, identificáveis ou não, e que por isto necessitam de atenção e abordagens especiais por um período da vida ou durante toda ela. A Odontologia para PNE é uma especialidade relativamente nova, que teve seu reconhecimento em 2001. Segundo a Organização Mundial da Saúde, aproximadamente 10% da população tem algum tipo de deficiência, ou seja, representam parcela significativa da população. A Odontologia de forma geral é consideravelmente defasada neste quesito devido à insuficiência de pro-fissionais diante da alta demanda de atendimento a estes pacientes que requerem atendimento diferen-ciado. Diversos trabalhos relatam que tais pacientes apresentam alto risco para patologias bucais, como a instalação da doença cárie e de doenças periodontais, o que pode ser explicado devido à dificuldade ou incapacidade de manejo de objetos, limitações referentes á habilidade e experiência dos cuidadores, tem-po, entre outros fatores que acometem a higiene bucal. Além disso, na maioria das vezes, esses pacientes têm dificuldade de acesso a tratamentos odontológicos e seus responsáveis têm pouco acesso a informações relacionadas à saúde bucal. Quando conseguem atendimento odontológico, os cirurgiões-dentistas nor-malmente não têm o devido cuidado em relação à educação em saúde bucal, omitindo a realização de ações preventivas por visarem mais eficiência, optando pelas extrações como tratamento/solução do que roti-neiramente prezarem pela promoção da saúde. Porém, alguns estudos têm demonstrado que cuidadores de PNE têm interesse em receber orientações relacionadas à saúde bucal para poderem melhorar as condições de vida de seus filhos, mas os dentistas tem desconsiderado este desejo. É preciso mudar esta realidade. Com o objetivo de aprimorar o conhecimento dos alunos de graduação em Odontologia e colaborar com a inclusão social dos PNE, as universidades brasileiras deveriam incluir na grade curricular uma disciplina com enfoque no tratamento odontológico desta parcela da população. Assim, este projeto visa estimular já nos alunos de graduação em Odontologia a consciência de que a promoção de saúde deve ser o objetivo de todo profissional da saúde coletivamente para todos os pacientes, independentemente da presença de alguma condição especial de saúde ou, melhor dizendo, principalmente nessas situações.

Palavras-chave: promoção da saúde, capacitação profissional, odontologia preventiva.

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ODONTOLOGIA LEGAL/SAÚDE COLETIVA.

PREVENÇÃO DE AGRAVOS EM PACIENTES INTERNADOS NA UTI ATRAVÉS DE MANOBRAS DE HIGIENE BUCAL

Camila Jaqueline de Castro Muraroto ([email protected])Unicesumar

Orientadora: Maria Paula Jacobucci BotelhoCo-Patrícia Lopes de Castro

A higiene bucal dentro de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é de extrema importância na preven-ção de agravos à saúde dos pacientes que se encontram ali internados. Esses pacientes podem estar sob ventilação mecânica, fato que os deixa ainda mais vulneráveis às infecções do trato respiratório, pois o mecanismo do elevador ciliar é inibido. A boca abriga mais de 600 espécies bacterianas e essas bactérias podem se disseminar para outras partes do organismo, causando doenças. Há evidências científicas do papel de bactérias periodontopatogênicas e infecções respiratórias. Os microrganismos que colonizam a cavidade bucal podem se difundir para outras partes do corpo através da via hematogênica ou da aspiração.

A higiene bucal mostra-se eficiente na diminuição da quantidade de microrganismos na cavidade bucal, diminuindo a possibilidade de infecções respiratórias causadas por sua aspiração. Desta forma, manobras de higiene bucal em pacientes internados na UTI podem contribuir para diminuir a morbidade e a morta-lidade desses pacientes, proporcionando a redução de complicações e gastos. Manobras de higiene bucal podem, também, reduzir a necessidade de uso de antibióticos, reduzindo o estabelecimento de resistência bacteriana e infecções oportunistas, além de diminuir gastos. Embora a higiene bucal de pacientes inter-nados na UTI seja reconhecida como importante estratégia para promover bem-estar e diminuir os riscos desse internamento, ainda há dificuldades em proporcionar esses tipos de cuidados, principalmente pela ausência de treinamento e protocolos adequados. A presença de cirurgiões-dentistas capacitados e a im-plantação de protocolos podem trazer benefícios para os pacientes e também para os hospitais, reduzindo custos que agravamentos poderiam trazer. Durante a graduação, os alunos deveriam ser orientados a res-peito dos vários locais de trabalho que poderiam ocupar após a conclusão do curso e receber capacitação adequada para isto. Os objetivos desse estudo foram realizar uma revisão literária das publicações sobre o tema, sendo utilizadas as bases de dados Scielo, Scopus e Google acadêmico. Concluímos que é importante que o cirurgião-dentista faça parte integrante da equipe que atua nas Unidades de Terapia Intensiva dos hospitais para que protocolos de higiene bucal sejam adaptados aos pacientes ali internados e os cuidados sejam estabelecidos seguindo a logística de cada instituição, proporcionando o melhor cuidado disponível e garantindo a segurança e o bem-estar de quem ali se encontra.

Palavras-chave: odontologia, unidade de terapia intensiva, saúde bucal.

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ODONTOLOGIA LEGAL/SAÚDE COLETIVA

O PAPEL DOS CUIDADOS PALIATIVOS EM PACIENTES RENAIS CRÔNICOS ESTÁGIO IV E V

Isabela Regina Grilo Silva ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Lenin Dominicalli GuimarãesMarcelly Tupan Christoffoli

Sergio YamadaNajara Barbosa da Rocha

Neli Pieralisi

Cuidados paliativos (CP) são definidos pela OMS como assistência promovida por uma equipe multipro-fissional a qual a odontologia vem sendo incorporada. Atualmente, os CP são dirigidos para o conforto de pessoas que apresentam uma doença crônica, como uma proposta de intervenção terapêutica para esses pacientes, com finalidade de conviver com a doença de forma digna e com qualidade de vida (QV). A doen-ça renal crônica(DRC) por sua vez baseia-se em alterações na taxa de filtração glomerular, medidas pela depuração de creatinina, em que se baseia em 5 estágios funcionais, sendo os estágios mais avançados o 4 (15-29mL/min) conhecido como pré-diálise e estágio 5 (<15mL/min) a maioria já em diálise, em que o paciente já pode ter comprometimentos sistêmicos em outros sistemas do corpo. Dessa forma, o objetivo desse trabalho é discorrer sobre os CP no paciente com DRC nesses estágios junto a odontologia. Para tanto, foi realizada uma busca de dados no PubMed e Google Acadêmico com as palavras-chave “Palliative care”; “Multiprofessional Team”; “Chronic renal failure”. Resultou-se em 14 artigos em que pode-se verificar que idealmente os CP devem começar no momento do diagnostico da DRC e ir progredindo conforme o avan-ço da doença, estando o paciente ciente que sua condição é de uma doença progressiva e incurável, e que a diálise trata-se de um tratamento e não cura. Devido a isso, os CP atuam para aliviar sofrimento físico, psicológico e existencial do paciente e de sua família, que devem ser pensadas de maneira individualizada e de acordo com a fase da doença. As intervenções variam desde a gestão dos sintomas para melhora da QV e planejamento junto a família quanto a internação hospitalar, investimento terapêutico entre outros. Compete então, ao CD nessa situação, a função de promover o alívio da dor e seu controle, além de diag-nosticar condições bucais prevalentes. A associação de analgésicos tópicos, também possibilitando a redu-ção da dose de medicação sistêmica e seus efeitos adversos, contribuindo para o bem estar do paciente. No controle de infecções buco-dentais, atuar preventiva ou curativamente, prevenindo complicações locais e

sistêmicas, devido a já existente maior chance de bacteremia em que essa população está mais exposta pelo uso do cateter para diálise. Espera-se que com o atendimento multiprofissional, com a inserção de den-tistas nessa área, leve benefícios aos pacientes em questão, com devidas terapêuticas e cuidados aliviando seus sofrimentos e visando sua qualidade de vida, mesmo que breve.

Palavras-chave: cuidados paliativos, equipe multiprofissional, doença renal crónica.

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SAÚDE COLETIVA

ATENÇÃO ODONTOLÓGICA EM GESTANTES: REVISÃO DE LITERATURA

Pâmela Rocha da Silva ([email protected])Unicesumar

Maria Gisette Arias Provenzano

A gestação é um período onde ocorrem diversos acontecimentos fisiológicos, psicológicos, e hormonais, o que favorece condições adversas ao meio bucal, requerendo uma maior atenção por parte dos cirurgiões dentistas e de uma equipe multidisciplinar. A gravidez em si não compõe o fator etiológico principal de doenças bucais. Embora neste período ocorra uma intensificação de problemas pré-existentes, diante das alterações hormonais, razão que se faz necessária a inclusão da gestante no sistema única de saúde, através do programa estratégia de Saúde de família (ESF). Neste acompanhamento a gestante receberá em todo o período, com ações preventivas, diminuindo risco a saúde e atendimento adequado. Algumas mudanças

fisiológicas são percebidas no período gestacional como: aumento de peso, variação na pressão, aumento do debito cardíaco, potencial de hipoglicemia, restrição da função respiratória e diminuição dos batimen-tos cardíacos, e por isso é necessário que o profissional esteja atento a essas mudanças para tomar a melhor conduta durante o atendimento a gestante. A doença periodontal quando encontrada em gestantes, au-menta o risco de parto prematuro, devido a mediadores inflamatórios como prostraglandinas que promo-vem contração no útero, levando ao parto prematuro e bebês nascidos com baixo peso. Para esta revisão de literatura a pesquisa foi realizada nas seguintes bases de dados: Google, SCIELLO. Foram usadas as seguin-tes palavras-chave: atendimento a gestante, Sistema Único de Saúde, pré natal odontológico. Este estudo tem por objetivo apresentar um protocolo de melhor atendimento á gestante, através de uma revisão de literatura. Avaliação das alterações bucais como granuloma gravídico entre outras. Demonstrar o período ideal de atendimento odontológico, técnicas de raios-X, anestésicos e vasoconstritores, fármacos idéias para este grupo de paciente, visando os cuidados clínicos e enfatizando a higiene oral como prevenção, para que então possa ter um atendimento adequado e seguro, devido às necessidades especiais das gestan-tes. Concluiu-se que o atendimento odontológico durante a gestação, traz grandes benefícios a saúde da gestante como um todo, e pode ser totalmente seguro desde que o profissional tenha conhecimento sobre o assunto, seja apto e criterioso em relação aos procedimentos a serem executados, visando o melhor pe-ríodo, conduta e intervenções na gestante.

Palavras-chave: atendimento a gestante, sistema único de saúde, pré natal odontológico.

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ODONTOLOGIA LEGAL/SAÚDE COLETIVA

IMPORTÂNCIA DO AUTOEXAME BUCAL NA DETECÇÃO PRECOCE DE DESORDENS POTENCIALMENTE MALIGNAS E DO CÂNCER DE BOCA

MikaelliParizzi ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

Orientador: Elen de Souza TolentinoMailon Cury Carneiro

Matheus Chaves VeronezziIgor Henrique Silva Pinheiro

Neli Pieralisi

As neoplasias malignas bucais possuem uma alta taxa de mortalidade no Brasil e no mundo. Na maioria dos casos, quando os pacientes são diagnosticados, a doença já se encontra avançada ou metastática, o que, somado à agressividade do próprio tumor, complica o tratamento e piora significativamente o prognóstico. Normalmente essas lesões são precedidas por alterações visíveis na mucosa bucal, podendo ser detectadas pelo autoexame. No entanto, a conscientização sobre a prevenção do câncer de boca, especialmente sobre o papel do autoexame ainda é muito baixa nos países em desenvolvimento, onde a incidência de câncer bucal é bastante alta. Na estimativa de 2018, realizada pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA), serão re-gistrados 14.700 novos casos de câncer bucal no Brasil, sendo 11.200 em homens e 3.500 em mulheres. Por essa razão, com o objetivo de reduzir a mortalidade e a morbidade desta doença, várias campanhas de prevenção do câncer bucal foram lançadas, a fim de educar a população com maior risco de desenvolver a doença, como consumidores de álcool e/ou tabaco, por exemplo. Mediante isso, o objetivo deste trabalho é demonstrar a importância do autoexame para a detecção precoce de alterações na cavidade oral. Para isso, realizou-se uma revisão da literatura sobre o assunto, utilizando as bases de dados PubMed e Google Acadêmico. A conscientização da população em relação a uma mudança no estilo de vida, principalmente quando relacionado a hábitos deletérios, comoo tabagismo e o etilismo crônicos podem reduzir signifi-cativamente os índices de câncer bucal. Adicionalmente, o reconhecimento e o tratamento de desordens potencialmente malignas como leucoplasia, eritroplasia, líquen plano e queilite actínica, pode ser funda-mental visto que, em muitos casos, essas lesões são reversíveis. O método mais empregado na detecção e triagem de lesões precoces é a inspeção visual da cavidade bucal. Esta é uma técnica não invasiva, rápida e barata que pode ser realizada por profissionais de diferentes áreas e pelo próprio paciente. Segundo o INCA, o autoexame de boca pode ser feito diante de um espelho, em um local iluminado, verificando-se lábio,

mucosa labial e jugal, palato, língua, assoalho, gengiva e orofaringe. Deve ser feito regularmente, obser-vando-se se há anormalidades como: mudança de coloração, áreas irritadas, feridas que não cicatrizam em uma semana, dentes fraturados ou amolecidos e nódulos. A triagem e a educação em saúde são abordagens bem reconhecidas, prevenindo a ocorrência do câncer de boca. Entretanto, o autoexame não substitui a necessidade do acompanhamento profissional regular, devendo o cirurgião-dentista realizar um cuidado-so exame clínico em todas as consultas.

Palavras-chave: autoexame, neoplasias bucais, prevenção de doenças.

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ODONTOLOGIA LEGAL/SAÚDE COLETIVA

AVALIAÇÃO DA DISPONIBILIDADE DA DISCIPLINA VOLTADA A PACIENTES COM NECESSIDADES ESPECIAIS NA MATRIZ CURRICULAR

DOS CURSOS DE ODONTOLOGIA NO ESTADO DO PARANÁ

Karla Pattaro Machado ([email protected])Unicesumar

Maria Paula Jacobucci BotelhoFlorence Palma Capelossi

Atualmente a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) juntamente com as Diretrizes Curri-culares Nacionais (DCN) para os Cursos de Graduação em Odontologia são as normas que regulamentam o curso de odontologia nos institutos de educação superior (IES) no Brasil. Segundo as DCN, o principal objetivo dos cursos de graduação é formar profissionais com conhecimentos, habilidades e competências que atendam às necessidades sociais. Entretanto, a odontologia para pacientes com necessidades especiais

(PNE) não é citada em nenhum dos documentos, cabendo à IES optar por oferecer ou não esse conteúdo em sua estrutura curricular. O objetivo deste trabalho foi caracterizar a disciplina de PNE nos cursos de Odontologia do estado do Paraná. As informações foram coletadas com base nos dados oficiais relativos às IES disponibilizados no endereço eletrônico www.emec.mec.gov.br e nos web sites oficiais das insti-tuições. Como critério de inclusão foram considerados na pesquisa cursos regulamentados pelo MEC em funcionamento, onde foram excluídos aqueles que não possuíam um sítio web oficial e não apresentavam informações completas a respeito da matriz curricular. A fim de caracterizar o perfil dos cursos de gra-duação utilizou-se o formulário proposto por Montagna (2018) com modificações para a coleta de dados. Os dados foram montados e tabulados utilizando o programa Microsoft® Excel v. 2010, sendo analisados por meio de estatísticas descritivas. Atualmente vinte e uma IES oferecem o curso de graduação em odon-tologia no Estado do Paraná, sendo que uma delas oferece o curso em 5 cidades distintas, totalizando 26 cursos em todo estado. Uma instituição foi excluída por não apresentar sua matriz curricular disponível, totalizando 20 IES em análise. Das vinte IES analisadas, quatorze (70%) eram IES privadas e seis públicas (30%). Quando analisadas suas matrizes curriculares em relação à oferta de disciplinas que abordavam PNE nos cursos de odontologia das IES avaliadas, seis deles ofertavam o com conteúdo, sendo duas IES públicas e as demais privadas, sendo que a disciplina variou seu período de oferta, este podendo ser no 8º e 9º pe-ríodos. Somente uma IES apresentou o conteúdo como disciplina optativa. Mafi et al. (2017) relatam que a formação e a implementação de práticas interdisciplinares ainda são desafios a serem vencidos. Contudo, a experiência interdisciplinar pelo discente durante a graduação contribui para formação de profissionais com melhor capacidade de acolher, escutar e construir vínculos e menos tecnicistas. O contato com PNE durante a graduação é de extrema importância, não apenas para o conhecimento bem como para a quebra de possíveis preconceitos que possam envolver o atendimento dessa população, contribuindo para forma-ção de profissionais mais humanizados e inteirados com a sociedade a fim de promover não apenas saúde bucal e sim qualidade de vida aos PNE.

Palavras-chave: paciente com deficiência, instituição de ensino superior, diretrizes curriculares.

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SAÚDE COLETIVA

O USO DE EXTRATOS VEGETAIS NA SAÚDE BUCAL: REVISÃO DE LITERATURA

Aline de Santana Garcia ([email protected])Universidade Estadual de Maringá

André Gasparetto

A fitoterapia é o tratamento de doenças realizado por meio de medicamentos feitos exclusivamente de matéria-prima vegetal. Plantas medicinais vêm sido utilizadas há séculos, mas só recentemente pesquisas científicas sobre o verdadeiro efeito desses extratos no tratamento de patologias têm sido realizadas e, por isso, as espécies com comprovado efeito curativo ainda são poucas. Atualmente o uso de fitoterápicos na odontologia ainda é pouco disseminado, seja por dificuldade de acesso a eles ou falta de capacitação dos profissionais, mesmo seu uso já sendo reconhecido pelo SUS na clínica para tratamento e prevenção de doenças menos severas. Um fitoterápico difere das plantas medicinais por estas últimas serem usadas pela população através de sucos, infusões (chás), macerações, entre outros, sendo que o conhecimento de suas

propriedades terapêuticas geralmente é passado através de familiares. Um fitoterápico é um medicamento fruto da industrialização de uma planta medicinal. Este último é mais indicado por, além de passar por um processo de descontaminação, também estar na dosagem correta, o que impede a intoxicação que poderia ocorrer devido a quantidades exageradas da planta. No entanto, vale ressaltar que o conhecimento popular é muito útil uma vez que indica espécies que com potenciais propriedades medicinais. A fitoterapia tem sido procurada devido ao baixo custo, o que provê maior acesso a pessoas com baixa renda, além dos fito-terápicos possuírem menor toxicidade por serem naturais (quando usados em doses corretas). Há pesquisas que mostram os efeitos antimicrobiano, analgésico e anti-inflamatório de algumas espécies vegetais em doenças bucais. Espécies como a camomila (Camomila-vulgar) e o cravo da índia (Syzygium aromaticum), além de serem indicadas em casos de gengivites, abscesso na boca e inflamação, também mostram efeito bactericida e bacteriostático contra bactérias constituintes do biofilme dental, que podem ou não ser cario-gênicas; essas espécies inibem o crescimento dessas bactérias e impedem sua aderência à superfície dental.

O alho (Allium sativum) e o óleo de copaíba também têm mostrado efeito antimicrobiano ao Streptococcus mutans, principal agente causador da doença cárie. Os extratos vegetais não só são utilizados no tratamen-to de doenças bucais, mas alguns como evidenciadores da placa dental, como o açaí (Euterpe oleracea), que possui efeito 90% melhor do que evidenciadores sintéticos vendidos, como o verde de malaquita. Alguns fitoterápicos também têm sido adicionados a dentifrícios, como a camomila na marca Paradontax e o pró-polis na Sorriso. É necessário mais estudos sobre plantas medicinais com potenciais propriedades curativas para que elas possam vir a ser utilizadas através dos medicamentos fitoterápicos. Além disso, a capacita-ção dos cirurgiões-dentistas é essencial para que eles possam prescrever corretamente esses fitoterápicos na dose correta. A conscientização da população sobre os perigos do uso de plantas medicinais em doses exageradas, mesmo sendo totalmente naturais, também é de extrema importância para evitar-se casos de intoxicação que podem até levar à morte.

Palavras-chave: saúde bucal, fitoterápicos, doenças bucais.

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SAÚDE COLETIVA

ALTERAÇÕES FÍSICAS E BUCAIS EM PORTADORES DE SÍNDROME DO X FRÁGIL

Maria Vitória Santos Rodrigues ([email protected])

UnicesumarMaria Paula Jacobucci Botelho

A Síndrome do X frágil (SXF) é a segunda causa mais comum de deficiência intelectual. Tem uma causa ge-nética: uma herança autossômica que gera um retardo mental de moderado a severo. A psicopatologia afeta o braço longo do cromossomo X, precisamente o gene FMR1, dificultando o desenvolvimento cerebral. Seu diagnóstico é feito através de um exame citogenético. Percebe-se que em homens o grau de severidade é expresso de maneira mais intensa quando comparado com mulheres, devido à ausência do segundo cro-mossomo sexual X. Segundo o Instituto Lico Kaesemodel (ILK), localizado em Curitiba - PR, até o dia 10 de agosto de 2018, totalizou 537 cadastros de diagnósticos da síndrome. Dentre alguns desses casos, entre 5 a 7 pessoas da família também são diagnosticados com SXF, após um da família saber que é portador da mes-ma. O ILK faz um trabalho de pesquisas, diagnósticos e prevenção e ainda está em crescimento, por isso o número de cadastros ainda é baixo, sendo a maioria destes casos localizados na região sul e sudeste. O pre-sente trabalho tem como objetivo expor as características físicas e bucais de portadores da síndrome do X frágil, pois é de suma importância o conhecimento dessas alterações por parte do Cirurgião-dentista, assim facilitando o atendimento e conduzindo de maneira satisfatória o tratamento. Para isso, foi o utilizado um estudo descritivo, baseado em uma revisão de literatura através da análise dos seguintes descritores: Sín-drome do X frágil e Características físicas e bucais em pacientes portadores de síndrome do X frágil. Pode--se observar dentre as características físicas a face alongada, orelhas e fronte proeminentes, dificuldade no aprendizado, fala arrastada, entre outras. Já em relação a alterações bucais percebe-se má oclusão, palato profundo e estreito, macroglossia, altos índices de placa levando a uma susceptibilidade à cárie e a doenças periodontais. Parte desses achados pode ser explicada devido à dificuldade de coordenação motora para realizar uma higiene bucal adequada. Além desses achados, como muitos desses pacientes desencadeiam crises convulsivas, sendo necessário o uso de medicamentos para o controle dessa desordem neurológica, os anticonvulsivantes podem apresentar como efeito adverso um crescimento gengival, dificultando ainda mais a escovação e o uso do fio dental. Transtornos comportamentais, tais como agressividade e hipera-tividade também são percebidos em alguns casos, o que acaba deixando o tratamento mais difícil, sendo necessário geralmente o uso de métodos de contenção e até mesmo anestesia geral para realizar procedi-mentos relativamente simples. Por tanto, tendo em vista o foco atual da odontologia na prevenção e não no tratamento, pode-se concluir através desta pesquisa que o cirurgião-dentista precisa deter conhecimento para realizar a motivação em relação a manobras preventivas de doenças bucais e, perante as dificuldades cognitivas, físicas e motoras, orientar a família e o paciente sobre a forma como realizar uma higiene bucal adequada, além de notar as alterações presentes na cavidade oral, evitando assim gerar traumas e promo-vendo uma saúde bucal e sistêmica adequada e de qualidade.

Palavras-chave: X frágil, alterações bucais, deficiência.

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ODONTOLOGIA LEGAL/SAÚDE COLETIVA

ÓLEO ESSENCIAL DE MELALEUCA ALTERNIFOLIA (TEA TREE): ESTUDO SOBRE SUA AÇÃO CONTRA PATÓGENOS DAS DOENÇAS

PERIODONTAIS

Patrícia Lopes de Castro ([email protected]) Unicesumar

Orientadora: Maria Paula Jacobucci BotelhoCo-Autora: Camila Jaqueline de Castro Muraroto

O conceito de saúde variou muito ao longo do tempo, refletindo a conjuntura social, econômica, política e cultural. Aquilo que é considerado saudável ou doentio depende muito da época, do lugar, de conceitos filosóficos e religiosos. A humanidade desde muito cedo tem se empenhado em enfrentar a doença de vá-rias formas. Uma delas é através de agentes fitoterápicos. Sua utilização é tão antiga quanto a civilização humana. É no reino vegetal que está a maior contribuição para os medicamentos disponíveis atualmen-te. O termo fitoterapia foi dado à terapêutica que utiliza os medicamentos cujos constituintes ativos são plantas ou seus derivados e que tem sua origem no conhecimento e no uso popular. Sua utilização tem se tornado objeto de políticas públicas nacionais e internacionais, incentivadas pela Organização Mundial da Saúde. Na Odontologia vários trabalhos têm sido desenvolvidos utilizando agentes fitoterápicos. Óleos essenciais são obtidos através da síntese de uma cadeia de reações bioquímicas de plantas e fatores como a forma de obtenção, condições climáticas, época de colheita e origem geográfica podem influenciar sua composição. O óleo essencial de tea tree é obtido por hidrodestilação ou destilação por arraste a vapor das folhas de Melaleuca alternifoliaI. Também é conhecido como tea tree oil (TTO) ou óleo de Melaleuca e tem ação contra bactérias Gram positivas e Gram negativas, fungos, alguns vírus, além de apresentar atividade anti-inflamatória, e com poucos efeitos adversos relatados. Tem sido considerado como uma alternativa fitoterápica para o tratamento de patologias bucais, como a doença periodontal, podendo atuar na pre-venção, tratamento ou como coadjuvante da higiene bucal. Seu mecanismo de ação está relacionado a alterações na membrana citoplasmática. Como apresenta propriedades lipofílicas tem uma rápida absorção e difusão no epitélio gengival. Contudo a sua alta volatilidade, insolubilidade em água e sua complexi-dade química, dificulta a compatibilidade com muitos veículos carreadores, prejudicando sua aplicação e consequentemente ação. Assim, este estudo é uma revisão de literatura com o objetivo de servir como embasamento teórico para futuros testes laboratoriais da atividade do TTO contra patógenos periodonto-patogênicos, como o Aggrebatibacter actinomycetemcomitans, Porphyromonas gingivalis e Bacteroides forsythus, aliando conhecimentos adquiridos durante o primeiro ano de graduação em Odontologia para embasar conhecimentos e práticas futuras.

Palavras-chave: odontologia, medicamentos fitoterápicos, doenças periodontais.

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