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ANO DE 1 972 LIVRO 11 ANAIS DO SENADO Secretaria Especial de Editoração e Publicações - Subsecretaria de Anais do Senado Federal TRANSCRIÇÃO SENADO FEDERAL

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ANO DE 1972LIVRO 11

ANAIS DO SENADO

Secretaria Especial de Editorao e Publicaes - Subsecretaria de Anais do Senado Federal

TRANSCRIO

SENADO FEDERAL

115 SESSO DA 2 SESSO LEGISLATIVA DA 7 LEGISLATURA, EM 2 DE OUTUBRO DE 1972

PRESIDNCIA DOS SRS. PETRNIO PORTELLA E CARLOS LINDENBERG

s 14 horas e 30 minutos, acham-se presentes os Srs. Senadores:

Adalberto Sena Cattete Pinheiro Renato Franco Alexandre Costa Clodomir Milet Petrnio Portella Waldemar Alcntara Ruy Carneiro Paulo Guerra Wilson Campos Luiz Cavalcante Lourival Baptista Antnio Fernandes Carlos Lindenberg Paulo Torres Osires Teixeira Fernando Corra Filinto Mller Daniel Krieger Guido Mondin.

O SR. PRESIDENTE (Petrnio Portella): A lista de presena acusa o comparecimento de 20 Srs. Senadores. Havendo nmero regimental, declaro aberta a Sesso.

O Sr. 1-Secretrio vai proceder leitura do Expediente.

lido o seguinte:

EXPEDIENTE

PARECERES

PARECER N 381, DE 1972

Redao final do Projeto de Lei da Cmara n

29/72 (n 806/72, na Casa de origem). Relator: Sr. Adalberto Sena A Comisso apresenta a redao final do

Projeto de Lei da Cmara n 29, de 1972 (n 806/72, na Casa de origem), que modifica os incisos IV do art. 13 e III do art. 18 da Lei n 5.700, de 1 de setembro de 1971, que dispe sobre a forma e a apresentao dos Smbolos Nacionais, e d outras providncias.

Sala das Sesses, em 2 de outubro de 1972. Filinto Mller, Presidente Adalberto Sena, Relator Cattete Pinheiro.

ANEXO AO PARECER N 381, DE 1972

Redao final do Projeto de Lei da Cmara n 29,

de 1972 (n 806-B/72, na Casa de origem). Modifica os incisos IV do art. 13 e III do art. 18 da

Lei n 5.700, de 1 de setembro de 1971, que dispe sobre a forma e a apresentao dos Smbolos Nacionais, e d outras providncias.

O Congresso Nacional decreta: Art. 1 Os incisos IV do art. 13 e III do art. 18 da

Lei n 5.700, de 1 de setembro de 1971, passam a vigorar com a seguinte redao:

"Art. 13 ....................................................................... IV No Supremo Tribunal Federal, nos Tribunais

Superiores, nos Tribunais Federais de Recursos e nos Tribunais de Contas da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios;

Art. 18 ........................................................................ III No Supremo Tribunal Federal, nos Tribunais

Superiores, nos Tribunais Federais de Recursos, nos Tribunais de Contas da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios e nos Tribunais de Justia estaduais, quando determinado pelos respectivos Presidentes, pelo falecimento de um de seus ministros, desembargadores ou conselheiros;"

Art. 2 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicao, revogadas as disposies em contrrio.

PARECER

N 382, DE 1972

Redao final do Projeto de Resoluo n 42, de 1972.

Relator: Sr. Adalberto Sena A Comisso apresenta a redao

final do Projeto de Resoluo n 42,

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de 1972, que suspende, por inconstitucionalidade, a execuo de dispositivos da Constituio do Estado do Esprito Santo.

Sala das Sesses, em 2 de outubro de 1972, Filinto Mller, Presidente Adalberto Sena, Relator Cattete Pinheiro.

ANEXO AO PARECER

N 382, DE 1972

Redao final do Projeto de Resoluo n 42, de 1972.

Fao saber que o Senado Federal aprovou,

nos termos do art. 42, inciso VII, da Constituio, e eu,..............................................................................., Presidente, promulgo a seguinte:

RESOLUO N , DE 1972

Suspende, por inconstitucionalidade, a

execuo de dispositivos da Constituio do Estado Esprito Santo.

O Senado Federal resolve: Artigo nico. suspensa, por

inconstitucionalidade, nos termos da deciso definitiva proferida pelo Supremo Tribunal Federal, em 6 de maro de 1968, nos autos da Representao n 764, do Estado do Esprito Santo, a execuo dos seguintes dispositivos da Constituio daquele Estado:

I pargrafo 3 do artigo 60; II inciso II, do pargrafo 2, do artigo 62; III no inciso IV, do pargrafo 2, do artigo 62,

as expresses "atravs do Poder Executivo". O SR. PRESIDENTE (Petrnio Portella): O

Expediente lido vai publicao. Concedo a palavra ao nobre Senador Lourival

Baptista, orador inscrito. O SR. LOURIVAL BAPTISTA (pronuncia o

seguinte discurso.): Sr. Presidente, Srs. Senadores, ao se falar de Sergipe, hoje, vem logo lembrana de todos o petrleo que jorra de seu subsolo e de sua plataforma submarina, ou os imensos depsitos de potssio, magnsio e sal-gema. Isto faz com que no se esquea a tradio agropecuria que desde longa data

destacou o meu Estado. A esta tradio se juntam as terras banhadas pelo So Francisco, cujo aproveitamento constitui meta do Governo do eminente Presidente Garrastazu Mdici.

H muitos anos funciona em Sergipe o Colgio Agrcola Benjamin Constant, modelar estabelecimento de ensino, hoje subordinado ao Ministrio da Educao e Cultura. Junto a ele est a Estao Experimental de Quissam, do Ministrio da Agricultura. No Colgio Agrcola estudam atualmente mais de 500 alunos, o que bem demonstra o apreo em que tido e tambm a vocao agrcola de considervel parcela da mocidade sergipana.

Do Colgio Agrcola Benjamin Constant tm sado sucessivas turmas de Tcnicos Agrcolas, que trabalham no Banco do Nordeste, na SUDAP, na rede da ABCAR, na SUDAM, em prefeituras e em empresas privadas. A sua contribuio para o desenvolvimento agrcola no Nordeste tem sido, assim, destacada.

Natural, portanto, o movimento que ora surge no Estado visando criao de uma Faculdade de Agronomia. A reivindicao vem encontrando amplo apoio em todos os meios da vida sergipana. de se notar que temos em Sergipe homens altura da iniciativa e que por ela vm propugnando com entusiasmo. Dentre eles devo destacar o Dr. Roberto da Costa Barros, delegado estadual do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Agrrio, a cuja honradez e competncia se somam devoo ao trabalho e inequvoca vocao para o ensino. Sou testemunha dos notveis servios que o Dr. Roberto da Costa Barros tem prestado ao meu Estado, tornando-se merecedor da estima do povo sergipano. A presena desse grande servidor, engenheiro-agrnomo, mais intensifica a aspirao para criao da Faculdade de Agronomia.

Notveis tm sido os servios prestados a Sergipe pela Universidade Federal l instalada h quatro anos. Para isso contribuem a inteligncia e o entusiasmo da mocidade sergipana, bem como a competncia e a dedicao do seu corpo docente, frente o Magnfico Reitor Lus Bispo.

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Ainda recentemente, tivemos o 1 Festival de Arte e Folclore de So Cristovo, notvel e vitoriosa promoo da Universidade e que, sem exagero, empolgou o Estado.

A criao da Faculdade de Agronomia, com o aproveitamento do Colgio Agrcola Benjamin Constant e Estao Experimental de Quissam, parece de concretizao relativamente fcil, o que implicaria em iniciativa da mxima importncia no s para Sergipe como para o Nordeste. Est, por outro lado, perfeitamente conforme metas prioritrias do atual Governo, razo pela qual dirijo, desta tribuna, apelo ao ilustre Ministro da Educao e Cultura, a fim de que determine o exame do assunto. Nenhuma dvida tenho de que entusiasmo e apoio no faltaro aos promotores da idia por parte do Ministrio, graas esclarecida, dinmica e excepcional gesto do Ministro Jarbas Passarinho.

Por outro lado, apoio de toda espcie no faltar aos que lideram o movimento pr criao da Faculdade de Agronomia por parte do Governo do Estado sob a direo do operoso Governador Paulo Barreto de Menezes e da Universidade Federal de Sergipe, a ambos interessando sobremodo a expanso contnua de nossa Universidade, na concretizao de velho sonho de nossa gente.

Eis por que, Sr. Presidente, manifestando minha solidariedade idia, como do meu dever, formulo repito um apelo ao Ministro Jarbas Passarinho para que examine o assunto, dando seu indispensvel e decisivo apoio iniciativa, a fim de que possa concretizar-se o mais breve possvel! (Muito bem!)

O SR. PRESIDENTE (Petrnio Portella): Concedo a palavra ao nobre Senador Osires Teixeira.

O SR. OSIRES TEIXEIRA (pronuncia o seguinte discurso. Sem reviso do orador.): Sr. Presidente, Srs. Senadores, no faz muito, ocupamos esta tribuna e falamos a propsito do Congresso Interamericano Indigenista, na oportunidade, comunicando Casa e Nao as palavras do Presidente do Congresso, onde S. S traduzia, num relatrio consubstanciado na verificao da

poltica indigenista brasileira, o acerto, a importncia e, sobretudo, a validade dessa poltica desenvolvida pela FUNAI.

No obstante o depoimento calcado num relatrio oficial, o eminente Senador Nelson Carneiro, dias aps, com base em entrevista divulgada pelo Jornal do Brasil, enviou Comisso de Constituio e Justia pedido de verificao de suposta existncia de uma colnia penal para ndios delinqentes, no Estado de Minas Gerais.

Antes do esclarecimento, Sr. Presidente e Srs. Senadores, convm rememorar.

Quem cuida do problema do ndio no Brasil a FUNAI, rgo do Ministrio do Interior, criado pela Lei n 5.371, de 1967, que intende toda uma poltica de proteo ao indgena, a defesa do territrio indgena, e, como no poderia deixar de ser, inclusive o poder de polcia nas reas tribais.

E como a FUNAI exerce esse poder? Sua ao, Sr. Presidente, Srs. Senadores,

calcada nas concluses da Conveno n 107, de Genebra, da Organizao Internacional do Trabalho, que, dispondo sobre os direitos dos indgenas de todos os continentes, fixa:

"Art. 8 Na medida em que for compatvel com os interesses da comunidade nacional e com o sistema jurdico nacional:

a) os mtodos de controle social peculiares s populaes interessadas devero ser utilizados, tanto quanto possvel, para reprimir os delitos cometidos pelos componentes de tais populaes;

b) quando no for possvel a utilizao de tais mtodos de controle, as autoridades e os tribunais chamados a conhecer de tais casos devero tomar em considerao os costumes dessas populaes em matria penal."

"Art. 10: 1. As pessoas pertencentes s

populaes interessadas devero beneficiar-se de uma proteo especial contra o uso abusivo da deteno preventiva e dispor de

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meios legais para assegurar a proteo efetiva de seus direitos fundamentais.

2. Na aplicao a membros das populaes interessadas de sanes penais previstas pela legislao federal, dever levar-se em conta o grau de desenvoltura cultural dessas populaes.

3. Dever ser dada preferncia antes aos mtodos de recuperao que aos de recluso."

A Conveno n 107, de Genebra, Sr. Presidente e Srs. Senadores, constitui-se, por assim dizer, num extrato do pensamento brasileiro, j no alvorecer da Repblica, defendido por Jos Bonifcio, que mandava se tratassem os ndios com carinho e brandura. Significa tambm o extrato do pensamento do quase Santo Cndido Mariano da Silva Rondon.

Como dizia, calcado nas disposies da Conveno n 107 e nos dispositivos legais sobre o assunto, a FUNAI exerce o seu poder de polcia.

Quem define a posio jurdica do indgena brasileiro, at que venha a ser votado, pelo Congresso, o Estatuto do ndio, o Decreto n 5.484, de 27 de junho de 1928, cujo captulo II, referente aos crimes praticados por ndios, determina:

"Art. 28. So equiparados aos menores de que trata o art. 30 do Cdigo Penal os ndios nmades, os arranchados ou aldeados e os que tenham menos de cinco anos de estabelecimento em povoao indgena.

1 O ndio de qualquer das trs categorias acima que tiver praticado qualquer infrao, obrando com discernimento, ser recolhido, mediante requisio do inspetor competente, a colnias correcionais, ou estabelecimentos industriais disciplinares pelo tempo que ao mesmo inspetor parecer, contanto que no exceda de cinco anos."

Verifica-se, Sr. Presidente e Srs. Senadores, que o Decreto n 5.484 teve o cuidado de estabelecer o mximo de arbtrio ao Inspetor Indgena, fixando num mximo de cinco anos esse recolhimento.

Acontece, Sr. Presidente e Srs. Senadores, que a Fundao Nacional do

ndio, preocupada em servir ao indgena brasileiro e dar-lhe melhores condies de vida conquanto todos os Srs. Senadores saibam que, na rea tribal, por vezes, a harmonia social quebrada no permite que o Inspetor Indgena recolha sumariamente este ou aquele silvcola que deturpou o sentido de vivncia comum. Quando isso acontece, sempre o problema levado ao Tuxaua. S quando este no tem condies disciplinares, nem autoridade suficiente para restabelecer o equilbrio social de sua gente, que se recorre Fundao Nacional do ndio, para que tome providncias. No para levar os ndios como se divulgou no Jornal do Brasil e foi dito pelo eminente Senador Nelson Carneiro a uma colnia penal, porque a FUNAI no tem colnias penais; no para segreg-los e, sim, reconduzi-los ao convvio dos seus irmos, depois de tratados conscientemente; no para puni-los, mas para instru-los; no para infundir medo quele que quebrou o rito social de sua comunidade, porm, sobretudo, para despertar nele a sua utilidade no ambiente social em que vive; no para recuper-lo, no sentido convencional da palavra, mas para reeduc-lo. Para isso, a FUNAI dispe de um posto indgena essa a designao correta , no uma colnia penal, situado no Municpio de Resplendor, em Minas Gerais, chamado Posto Guido Marlire, que ocupa rea de cerca de 300 hectares. Os ndios que roubarem a autoridade do Tuxaua, que no se subordinarem ao Cacique, esses, sim, so levados para Guido Marlire, no s para serem reeducados mas, acima de tudo, orientados, j que h uma desambincia no meio social em que vivem, para que retornem prontos a colaborar, dispostos a contribuir para o desenvolvimento da tribo. Tanto a preocupao de orientar os ndios que, quando tm famlia, vo com ela para essas reas. L, no se submetem a nenhum dos princpios estabelecidos para punies carcerrias. Ali se encontram para serem treinados e aprenderem uma profisso, eis que, no Posto Indgena Guido Marlire, ensinam-se profisses, tais como a de tratorista, oleiro, carpinteiro, horticultor, capataz rural e tantas outras que faro dos ndios homens mais teis, quando regressarem s tribos de origem. Nesse Posto, como em todos os outros da

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FUNAI, mantida permanente assistncia mdica e odontolgica e no particular, no Posto Guido Marlire, esta se faz atravs de um convnio da FUNAI com a Universidade Federal de Minas Gerais.

O Brasil tem sido vtima, Sr. Presidente e Srs. Senadores, de ignbeis exploraes da sua poltica indigenista por rgos da imprensa do exterior, quando, na verdade, todos sabemos a Ptria inteira sabe que o Brasil foi o nico Pas do Continente que, para a conquista de sua civilizao, jamais dizimou tribos indgenas: ao contrrio, inmeras delas participaram das grandes lutas brasileiras. Numerosos ndios figuram, na nossa Histria, como verdadeiros heris e defensores da unidade nacional e da nossa independncia em relao a Portugal. Por isso, lamentvel que, de quando em vez, rgos da categoria do Jornal do Brasil, intencionados em bem informar o pblico, levados quem sabe? por reprteres sensacionalistas, estampam matrias que servem de base para que a imprensa internacional possa fazer campanhas difamatrias contra o nosso Pas, calcadas em notcias desavisadas como essa. o caso do eminente Senador Nelson Carneiro que, preocupado, talvez, em corrigir uma eventual distoro, conduz o problema de tal forma que novas matrias passam a ser publicadas a propsito do assunto e novos elementos surgem em favor da imprensa internacional, vida em procurar, no Brasil este Pas que est realmente significando em todo o mundo ocidental um verdadeiro milagre de desenvolvimento e de progresso, um Pas que est assustando os homens e os pases do velho continente com a sua capacidade de recuperao, com a sua capacidade de poupana, com a capacidade de seus homens pblicos, com a abeberao do know-how que eles levaram milnios para reunir e que ns, em poucos anos, estamos absorvendo com rapidez espantosa e de maneira dinmica vida em procurar esses mnimos detalhes, essas pequenas notcias para difamar o Brasil e destorcer o grande sentido da sua poltica desenvolvimentista.

No h, Sr. Presidente e Srs. Senadores, colnia penal de ndios no Brasil. Os ndios desajustados do seu

ambiente social s vo para o Posto Guido Marlire por recomendao da prpria comunidade tribal e to logo se reequilibram e podem regressar comunidade, para l voltam e sempre que o fazem com uma nova profisso, com melhores conhecimentos, com melhor sade, em melhores condies de contribuir com o seu Tuxaua, com o seu Cacique, de contribuir com os seus irmos para a prosperidade da tribo, para a prosperidade da sua gente.

Eram estas, Sr. Presidente, as informaes e os esclarecimentos que queria, em nome do Governo, trazer a V. Ex., Casa e Nao. (Muito bem! Muito bem! Palmas.)

Comparecem mais os Srs. Senadores: Geraldo Mesquita Flvio Britto Jos

Esteves Milton Trindade Fausto Castelo-Branco Jess Freire Ruy Santos Benedito Ferreira Emival Caiado Antnio Carlos.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Lindenberg): Tendo sido publicado e distribudo em avulsos o Parecer n 56, de 1972-CN, da Comisso Mista incumbida de emitir parecer sobre o Decreto-lei n 1.235, esta Presidncia convoca Sesso Conjunta do Congresso Nacional a realizar-se amanh, tera-feira, s 19 horas, no plenrio da Cmara dos Deputados e destinada apreciao da matria.

No h mais oradores inscritos. Est terminado o perodo destinado ao Expediente.

Esto presentes na Casa 32 Srs. Senadores. No h quorum para votao, havendo, entretanto, para discusso.

Passa-se :

ORDEM DO DIA

Discusso, em turno nico, da Redao Final (oferecida pela Comisso de Redao em seu Parecer n 374, de 1972), do Projeto de Decreto Legislativo n 14, de 1972 (n 61-B/72, na Cmara dos Deputados), que aprova o texto do Convnio Constitutivo do "Fundo de Desenvolvimento" previsto pelo Protocolo Adicional ao

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Tratado sobre ligao Ferroviria, de 25 de fevereiro de 1938, celebrado entre os Governos da Repblica da Bolvia e da Repblica Federativa do Brasil, em 23 de julho de 1964, o qual foi assinado em Corumb, a 4 de abril de 1972.

Discusso da redao final. Se nenhum dos Srs. Senadores quiser discuti-

la, encerrarei a discusso. (Pausa.) Encerrada a discusso. A redao final considerada definitivamente

aprovada, nos termos do art. 362 do Regimento Interno.

O projeto vai promulgao. a seguinte a redao final aprovada: Redao final do Projeto de Decreto

Legislativo n 14, de 1972 (n 61-B/72, na Cmara dos Deputados).

Fao saber que o Congresso Nacional aprovou nos termos do art. 44, inciso I, da Constituio, e eu, ...................................................., Presidente do Senado Federal, promulgo o seguinte:

DECRETO LEGISLATIVO

N , DE 1972

Aprova o texto do Convnio Constitutivo do "Fundo de Desenvolvimento" previsto pelo Protocolo Adicional ao Tratado sobre Ligao Ferroviria, de 25 de fevereiro de 1938, celebrado entre os Governos da Repblica da Bolvia e da Repblica Federativa do Brasil, em 23 de julho de 1964, o qual foi assinado em Corumb, a 4 de abril de 1972.

O Congresso Nacional decreta: Art. 1 aprovado o texto do Convnio

Constitutivo do "Fundo de Desenvolvimento" previsto pelo Protocolo Adicional ao Tratado sobre Ligao Ferroviria, de 25 de fevereiro de 1938, celebrado entre os Governos da Repblica da Bolvia e da Repblica Federativa do Brasil, em 23 de julho de 1964, o qual foi assinado em Corumb, a 4 de abril de 1972.

Art. 2 Este Decreto Legislativo entrar em vigor na data de sua publicao, revogadas as disposies em contrrio.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Lindenberg): Item 2 Discusso, em turno nico (apreciao

preliminar da juridicidade, nos termos do art. 297 do Regimento Interno) do Projeto de Lei da Cmara n 194, de 1968 (n 3.228-B, de 1965, na Casa de origem), que dispe sobre a garantia recproca entre proprietrio e arrendatrio de seringal, na Amaznia, visando intensificao, em grande escala, da cultura da seringueira, tendo:

PARECER, sob n 269, de 1972, da Comisso: de Constituio e Justia, pela injuridicidade. Em discusso o projeto, quanto juridicidade.

(Pausa.) Se nenhum dos Srs. Senadores desejar discuti-

lo, encerrarei a discusso. (Pausa.) Est encerrada. A votao fica adiada para a prxima Sesso

Ordinria. Esgotada a matria constante da Ordem do

Dia. Nada mais havendo que tratar, designo para a

Sesso Ordinria de amanh a seguinte:

ORDEM DO DIA 1

Votao, em turno nico (apreciao preliminar da juridicidade, nos termos do art. 297 do Regimento Interno) do Projeto de Lei da Cmara n 194, de 1968 (n 3.228-B, de 1965, na Casa de origem), que dispe sobre a garantia recproca entre proprietrio e arrendatrio de seringal, na Amaznia, visando intensificao, em grande escala, da cultura da seringueira, tendo:

PARECER, sob n 269, de 1972, da Comisso: de Constituio e Justia, pela injuridicidade.

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Votao, em turno nico, do Requerimento n 100, de 1972, de

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autoria do Sr. Senador Vasconcelos Torres, que solicita a transcrio nos Anais do Senado Federal de voto de congratulaes ao General Antnio Jorge Corra, Presidente da Comisso que programou e coordenou as festividades do Sesquicentenrio da Independncia do Brasil, tendo:

PARECER, sob n 366, de 1972, da Comisso: de Constituio e Justia, favorvel.

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Votao, em segundo turno, do Projeto de Lei do Senado n 18, de 1972, de autoria do Sr. Senador Nelson Carneiro, que acrescenta um pargrafo ao art. 317, do Cdigo Civil e d outras providncias, nos termos do Substitutivo da Comisso de Constituio e Justia (apresentado em seu Parecer n 255, de 1972), aprovado em 1 turno na Sesso de 31 de agosto de 1972.

4

Discusso, em turno nico, do Parecer n 349, de 1972, da Co-

misso de Finanas, sobre as contas da Rede Ferroviria Federal S. A., relativas ao exerccio de 1964, encaminhadas ao Senado pelo Projeto de Decreto Legislativo n 39, de 1971 (n 32-A/71, na Cmara dos Deputados).

(Parecer pelo Arquivamento.)

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Projeto de Decreto Legislativo n 39, de 1971 (n 32-A/71, na Cmara dos Deputados), que aprova as contas da Rede Ferroviria Federal S. A., relativas ao exerccio de 1964.

(Matria prejudicada, em virtude de seu prejulgamento pelo Plenrio na Sesso de 22 de junho do corrente, quando rejeitou, por inconstitucionalidade, o Projeto de Decreto Legislativo n 24, de 1971, que aprova as contas do Servio Federal de Processamento de Dados (SERPRO), relativas ao exerccio de 1968).

Est encerrada a Sesso. (Encerra-se a Sesso s 15 horas e 10

minutos.)

116 SESSO DA 2 SESSO LEGISLATIVA DA 7 LEGISLATURA, EM 3 DE OUTUBRO DE 1972

PRESIDNCIA DOS SRS. PETRNIO PORTELLA E CARLOS LINDENBERG

s 14 horas e 30 minutos, acham-se presentes os Srs. Senadores:

Adalberto Sena Geraldo Mesquita Flvio Britto Cattete Pinheiro Milton Trindade Renato Franco Alexandre Costa Clodomir Milet Fausto Castelo-Branco Petrnio Portella Helvdio Nunes Waldemar Alcntara Jess Freire Ruy Carneiro Paulo Guerra Wilson Campos Arnon de Mello Luiz Cavalcante Augusto Franco Lourival Baptista Antnio Fernandes Heitor Dias Ruy Santos Carlos Lindenberg Paulo Torres Nelson Carneiro Jos Augusto Magalhes Pinto Orlando Zancaner Benedito Ferreira Emival Caiado Osires Teixeira Fernando Corra Filinto Mller Saldanha Derzi Antnio Carlos Celso Ramos Lenoir Vargas Daniel Krieger Guido Mondin.

O SR. PRESIDENTE (Petrnio Portella): A lista de presena acusa o comparecimento de 40 Srs. Senadores. Havendo nmero regimental, declaro aberta a Sesso.

O Sr. 1-Secretrio proceder leitura do Expediente.

lido o seguinte:

EXPEDIENTE

OFCIO

DO SR. MINISTRO EXTRAORDINRIO PARA OS ASSUNTOS DO GABINETE CIVIL DA PRESIDNCIA DA REPBLICA.

N 869/SAP/72, de 2 do corrente,

encaminhando cpia do Parecer do Ministrio do Trabalho e Previdncia Social sobre o Projeto de Lei do Senado n 10, de

1972, de autoria do Sr. Senador Franco Montoro, que restaura a aposentadoria com proventos integrais do ex-combatente segurado do INPS e d outras providncias.

O Expediente ser encaminhado Comisso de Legislao Social.

O SR. PRESIDENTE (Petrnio Portella): O Expediente lido vai publicao.

Concedo a palavra ao nobre Lder da Maioria, Senador Filinto Mller.

O SR. FILINTO MLLER (como Lder da Maioria, pronuncia o seguinte discurso. Sem reviso do orador.): Sr. Presidente e Srs. Senadores, o nosso eminente Ministro das Relaes Exteriores, Embaixador Mrio Gibson Barboza, distribuiu ontem comunicado atravs do qual d conta Nao das conversaes mantidas, em Nova Iorque, por ocasio da Reunio da 27 Assemblia-Geral das Naes Unidas, com o Chanceler argentino, o eminente Brigadeiro Eduardo McLoughlin. E torna pblico o texto do acordo enviado por ambos os Chanceleres Assemblia-Geral das Naes Unidas, acordo que visa a cumprir as recomendaes feitas, na Reunio de Estocolmo, pelas Naes Unidas e a por termo a quaisquer possveis desentendimentos que hajam ou houvessem surgido no decorrer de conversaes, de negociaes; visa a solucionar problemas de desenvolvimento nacional, com aproveitamento dos nossos rios sucessivos, e problemas tambm de meio-ambiente recomendados pela Reunio de Estocolmo.

O documento, Sr. Presidente, da mais alta importncia e traz uma imensa tranqilidade, um desafogo a todos ns, brasileiros, como tambm, estou certo, ao grande povo argentino e aos nossos vizinhos da Bolvia, do Uruguai, do Paraguai e do Peru, que

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tambm tm problemas de rios sucessivos e esto interessados, como ns, em que se mantenha na Amrica, neste espao do mundo, o mesmo clima de harmonia, de entendimento, de compreenso que tem marcado a nossa trajetria na vida das naes.

O acordo proposto Assemblia-Geral das Naes Unidas define perfeitamente as posies dos pases interessados nesse problema. Foi proposto pelos eminentes Chanceleres do Brasil e da Argentina, Embaixador Mrio Gibson Barboza e Brigadeiro Eduardo McLoughlin, mas segundo notcia a imprensa, estariam tambm no entendimento, aceitando a soluo, os Governos do Peru, da Bolvia, do Paraguai e do Uruguai, representados pelos seus eminentes Chanceleres.

Sr. Presidente, a poltica brasileira sempre teve uma caracterstica, alis registrada na nossa Constituio o art. 7 da Constituio Brasileira no um dispositivo para enfeitar a Constituio; para ser cumprido, como todos os demais.

O Brasil proclamou, desde h muito, que usar e sempre, para soluo de divergncias internacionais, dos entendimentos ou negociaes diretas, da arbitragem ou de qualquer outro meio pacfico, supervisionado pelos organismos internacionais a que pertencemos e que integramos. Esta tem sido a nossa orientao poltica; esta, mais uma vez, foi a orientao vitoriosa nesta emergncia que estamos examinando.

Da mesma maneira, Sr. Presidente, de justia proclamar-se que a Nao Argentina procurou sempre entendimento para a soluo dos seus problemas, dos seus dissdios internacionais. E, graas a isso, podemos afirmar que na Amrica Latina reina um esprito de cordialidade, harmonia e amizade, que pode servir e serve de exemplo a muitas naes do mundo.

Desejamos promover o desenvolvimento nacional; estamos promovendo-o por todas as maneiras. Desenvolvimento global, abrangendo todas as regies do Brasil. Mas no queremos que este desenvolvimento se processe custa de prejuzos ou sacrifcios de naes amigas; do contrrio, desejamos que tambm as

naes vizinhas se desenvolvam no mesmo ritmo; que o Uruguai, Argentina, Paraguai, Bolvia, enfim todas as naes da Amrica Latina tenham o mesmo desenvolvimento global de que vem desfrutando o Brasil, para que assim as nossas populaes possam usufruir da riqueza construda e viver em paz e tranqilidade.

Por esse motivo, Sr. Presidente, consideramos da maior importncia a nota ontem divulgada pelo Itamarati; ela devolve a tranqilidade a todos os brasileiros, a todos ns, sul-americanos, e nos assegura o direito de realizar aquelas obras indispensveis ao nosso desenvolvimento, sem que impliquem em qualquer prejuzo s naes vizinhas.

Estamos aqui, Sr. Presidente, para aplaudir no somente a atuao do grande Ministro que o Embaixador Mrio Gibson Barboza, que, cumprindo orientao do Presidente Emlio Mdici, levou a bom termo as conversaes; desse Ministro das Relaes Exteriores que se coloca no mesmo nvel de Joaquim Nabuco, de Rio Branco, de Lauro Mller, de Raul Fernandes, que foi seu mestre e amigo, e eleva pela sua atuao o nome do Brasil; mas tambm para proclamar a nossa admirao, o nosso apreo, o nosso respeito e a nossa estima ao Ministro das Relaes Exteriores da Argentina, Embaixador Eduardo McLoughlin, cuja atuao contribuiu de maneira decisiva para que os entendimentos se realizassem e fossem levados a bom termo, para o bem das duas naes.

Sr. Presidente, o documento da mais alta relevncia e, por esse motivo, peo vnia a V. Ex. para l-lo, a fim de que fique consignado nos Anais do Senado e sirva de exemplo do quanto vale uma poltica de corao aberto, de boa-vontade, de entendimento, de desejo de manter harmonia entre os povos.

Diz o comunicado: O Itamarati comunica: O Ministro de Estado das Relaes

Exteriores, ao ensejo de sua viagem a Nova Iorque, para participar da XXVII Sesso da Assemblia-Geral das Naes Unidas, examinou longamente com o

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Ministro das Relaes Exteriores e Culto da Argentina, Brigadeiro RE Eduardo McLoughlin, os pontos de vista do Brasil e da Argentina no tocante ao aproveitamento dos recursos naturais.

Os Ministros das Relaes Exteriores do Brasil e da Argentina, tendo em conta os legtimos interesses de seus respectivos pases em questo de tanta relevncia e inspirados na tradio de boa vontade e cooperao que sempre caracterizou as relaes entre os dois pases, concordaram em apresentar conjuntamente um Projeto de Resoluo XXVII Sesso da Assemblia-Geral das Naes Unidas, de modo a refletir o acordo que concluiram sobre a matria.

Os dois Ministros das Relaes Exteriores concordaram que este acordo no s atende aos interesses recprocos e, portanto, prevalecer nas relaes entre os dois pases, como tambm contempla situaes regionais e multilaterais.

O texto do acordo a que chegaram os Ministros das Relaes Exteriores do Brasil e da Argentina, e que est sendo apresentado Assemblia-Geral das Naes Unidas sob a forma de projeto de resoluo, o seguinte: "Os Chanceleres do Brasil e da Argentina,

Havendo considerado o texto do Princpio 20 que figurava no documento A/CONF. 48/4 juntamente com suas emendas, transmitidos Assemblia-Geral das Naes Unidas, para seu exame, pela Conferncia das Naes Unidas sobre o Meio-Ambiente, celebrada em Estocolmo de 5 a 16 de junho de 1972;

Relembrando a Resoluo 2.849 (XXVI), de 20 de dezembro de 1971, da Assemblia-Geral das Naes Unidas, sobre Desenvolvimento e Meio-Ambiente, a qual foi co-patrocinada por ambos os pases;

Tendo em conta que, no exerccio da soberania sobre seus recursos naturais, os Estados devem procurar, por meio de uma

efetiva cooperao bilateral e multilateral ou de mecanismos regionais, preservar e melhorar o meio-ambiente;

Salientam que, na explorao e desenvolvimento de seus recursos naturais, os Estados no devem causar efeitos prejudiciais sensveis em zonas situadas fora de sua jurisdio nacional;

Reconhecem que a cooperao entre os Estados no campo do meio-ambiente, inclusive a cooperao para a execuo dos princpios 21 e 22 da "Declarao sobre o Meio-Ambiente", se lograr adequadamente, dando-se conhecimento oficial e pblico dos dados tcnicos relativos aos trabalhos a serem empreendidos pelos Estados, dentro de sua jurisdio nacional, com o propsito de evitar prejuzos sensveis que se possam ocasionar no meio-ambiente da rea vizinha;

Reconhecem ademais que os dados tcnicos mencionados no pargrafo precedente sero dados e recebidos com o melhor esprito de cooperao e boa vizinhana, sem que isto possa ser interpretado como facultando a qualquer Estado retardar ou impedir os programas e projetos de explorao e desenvolvimento dos recursos naturais dos Estados em cujos territrios se empreendam tais programas e projetos."

Sr. Presidente, esse, como eu disse, documento da mais alta importncia, que traz grande efuso ao corao de todos os brasileiros e nos assegura tranqilidade no prosseguimento da obra de desenvolvimento nacional, do mesmo passo que assegura tranqilidade aos nossos vizinhos, cujos direitos e interesses nos cumpre respeitar; documento que ressalta, mais uma vez, o esprito de harmonia reinante na Amrica Latina especialmente, e que nos une, a ns deste extremo sul do Continente, nos mesmos laos de confiana, de franqueza, de esperana no futuro, e de amizade.

Por isso, Sr. Presidente, quis dar conhecimento, no incio dos nossos trabalhos de hoje, ao Senado Federal e Nao, desse acordo que nos vai per-

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mitir continuar em nossa senda, tranqilamente, e vai reforar os laos de amizade que nos ligam a todos os pases da Amrica Latina, muito especialmente Repblica Argentina.

Era o que tinha a dizer. (Muito bem! Muito bem! Palmas prolongadas! O orador cumprimentado!)

O SR. PRESIDENTE (Petrnio Portella): Concedo a palavra ao nobre Senador Nelson Carneiro, Lder da minoria.

O SR. NELSON CARNEIRO (como Lder da Minoria, pronuncia o seguinte discurso. Sem reviso do orador.): Sr. Presidente, as palmas unnimes que coroaram as ltimas palavras do nobre Lder da Maioria demonstram que a satisfao pelo bom termo dos entendimentos entre Brasil e Argentina patrimnio comum da Nao.

Maioria e Minoria nos somamos em aplaudir o xito das dmarches que, por algum tempo, povoaram de apreenses nossos espritos.

, portanto, com alegria que ns, os da Minoria, aplaudimos as palavras proferidas pelo nobre Lder da Maioria.

Mas, Sr. Presidente, no s este assunto me traz tribuna.

Esta no ser a primeira vez, Sr. Presidente, que a clarividncia poltica de Agapito Duro figurar nos Anais parlamentares. certo que apenas tm notcia de sua existncia os Deputados de outras Legislaturas, muitos dos quais ilustram as Bancadas desta Casa. Nunca lhe foi dado, assim, a merc de invadir as pginas da Seo II do Dirio do Congresso Nacional. Justo, pois, que, antes de contar o milagre, apresente, Deus me perdoe, o santo. Porque, a bem dizer, de santo no tem nada, salvo talvez o prenome. Mas no encontrei, nesta minha peregrinao pelo mundo, que j vai se fazendo longa, ningum que a mim mais se afeioasse, a quem eu devesse pessoalmente mais favores.

Por estranha coincidncia, nascemos no mesmo dia, no mesmo ms, no mesmo ano, na mesma cidade. Conhecemo-nos aos vinte e dois anos, quando ele, num rasgo de inusitada solidariedade, passou a escrever a co-

luna diria do jornal, onde meu nome, proscrito pelos jpiteres do tempo, no podia aparecer. E a enviar-me pontualmente os duzentos e vinte mil ris recebidos mensalmente do dirio.

Desde ento, nunca mais nos separamos, embora nem sempre estejamos juntos. Ele desaparece nas horas de bonana. Mas o primeiro a chegar quando os horizontes prenunciam borrasca. No sendo rico, vive como pode, com o que tem. Os vcios que possui no so aqueles que figuram no dia-a-dia. No bebe. No fuma. No joga. No provou maconha, embora no acredite em dependncia, depois que ouviu, nas galerias desta Casa, notvel orao do Senador Waldemar Alcntara. Seu culto mulher no se pode chamar de defeito, melhor fora apont-lo como qualidade. A poltica seu mal, mal de que est proibido de sofrer, por fora do famoso 477, a mocidade estudantil, que ainda agora v ameaados o curso e o futuro de um aluno da Universidade Federal de Minas Gerais, porque, numa discusso com o professor, tratou-o por "voc".

Dorme e acorda Agapito, pensando no melhor meio de corrigir erros, de apontar solues para nosso desenvolvimento. Tem um faro canino, e, antes mesmo de tomar posse o Sr. Jnio Quadros, j previa publicamente o desfecho para tantos inesperado.

Nas horas de apreenso, aparece-me Agapito Duro com sua palavra de ponderao, de advertncia, de sensatez. Nem eu mesmo sei a medida exata de quanto lhe devo, nesses quatro decnios de fraternal, de ntima convivncia, to numerosas tm sido as vezes que eu prprio me confundo, e fico sem saber se eu sou eu ou se eu sou ele. a nica moeda com que lhe posso pagar, aos poucos, todo o bem que me fez, todo o carinho que me dispensa.

Quando, no ltimo domingo, saltei do avio que me trouxe de rpida viagem Bahia, farto nas delcias de sua mesa e afogado nos excessos de sua hospitalidade, o funcionrio da empresa area j me esperava com mensagem que ali deixara meu querido Agapito. Logo saltou no hotel o ilustre Senador Teotnio Vilela, que

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voltava de um ameno sururu alagoano, rumei procura do velho companheiro, que me aguardava, impaciente e intranqilo, medindo com largas passadas os 300 metros de seu apartamento. No se assustem V. Ex.s, que no o conhecem pessoalmente. Agapito Duro j foi mpeto, agora se transformou em prudncia. Se entrar numa revoluo, ser depois de vitoriosa e consolidada. No ser o primeiro, nem o ltimo. A autenticidade nada perde com isso. At, pelo contrrio, ganha em servios e dedicao. Fez-me, sentar, afrouxar a gravata, tirar o palet, e, somente por minha reiterada recusa, no conseguiu que eu trocasse os sapatos por um par de chinelos cara-de-gato. Andava preocupado com a sucesso presidencial. Lembrei-lhe que isso era assunto proibido, at no noticirio legislativo da "Voz do Brasil" e nas publicaes internas das duas Casas do Congresso. Sim, ele o sabia, e sabia mais ainda. Relacionava os candidatos palpveis. Distinguia-os pelos padrinhos, pelos ttulos, pelas tendncias, pelas possibilidades. Preocupava-o, entretanto, o editorial do Correio da Manh, daquele dia. Recordava que, h algum tempo, na mesma primeira pgina, o grande matutino sugerira a prorrogao do mandato do atual Chefe da Nao. O de agora, porm, parecia sua experincia ainda de maior gravidade. Comeou a ler, comentando, os tpicos que sublinhara a lpis verde, em homenagem ao ressurgimento da Ao Integralista Brasileira. No sei por que, Agapito Duro meteu na conversa os expedicionrios da FEB, para homenagear aos que estiveram sob as cruzes de Pistia. Uma coisa, bom anotar, nada tinha a ver com a outra, nem Agapito jamais foi de extremos. Todavia, o homem no muda, vai morrer assim. Sua conversa continua entremeada de assuntos diversos, mas retorna invariavelmente ao tema central.

Olhei sua mesa de trabalho, e a vi atulhada de livros de palavras cruzadas, de um tratado sobre adivinhaes, de dicionrios de charadas novas e novssimas. No precisaria ser nenhum Sherlock Holmes para descobrir que meu amigo passara a manh debruado sobre os volumes, procurando decifrar os trechos que passou a ler em voz alta, caminhando

de um para outro lado e a cada momento me perguntando: "Que diz voc a isso, meu caro Nelson?".

Eu no dizia nada, esperava que ele dissesse. O artigo era longo, mas as quatro primeiras colunas no o intrigavam tanto. A ltima era a que lhe parecia importante:

"A sucesso presidencial tende a ser o ponto culminante do processo revolucionrio, do qual esto naturalmente excludas as tendncias opostas aos ideais de 1964."

Dizia o editorial do Correio da Manh. Confesso que, pela primeira vez, fiz mau

juzo do juzo do Agapito, to curial me parecera a afirmativa. Como apreendendo meu pensamento, ele prosseguiu a leitura do editorial em tom pausado e grave:

"Como fora conflitante com a Revoluo e sua indispensvel unidade, devem ser presentemente (e repetiu o presentemente) entendidos tantos os antigos inimigos da ordem, como os indefinidos por ttica, os ressentidos pelo despeito e os renegados de todos os matizes".

A coisa, agora, ficava mais grave. Nem precisei externar qualquer opinio, porque Agapito Duro, aps advertir-me que "tem mais", continuou:

"O povo brasileiro o texto do editorial pressente a ronda de apetites de poder, liberados pela realizao do desenvolvimento nacional. Torna-se mais fcil identificar as sombras que espreitam o momento da afirmao brasileira, com a cupidez poltica, que j nivela por baixo os antigos e os novos interessados em quebrar a unidade do Sistema."

Com aquela sabedoria que Deus lhe deu e os tempos aprimoraram, Agapito arrancou-me dos lbios a frase que deles saltava. E esclareceu:

" isso mesmo que o jornal quer dizer. Que a sucesso est a por baixo de tudo, mais cedo na indireta do que num pleito direto".

13 No me deixou interromp-lo. Seguiu lendo

o jornal: "A unidade incompatvel com a solrcia

divisionista, aqui e ali presente, na nostalgia dos que sobrevivem ao passado e na solido que aflige os descidos do poder no meio do caminho".

Agapito ps a mo em meu ombro, mais como um pai do que como um irmo, e sentenciou:

"Em festa de jacu inhambu no entra". Eis por que, Sr. Presidente, no comentarei

o editorial, nem as razes que o inspiraram, suas origens, suas repercusses, suas conseqncias. Para essa festa no esto convidados, Srs. Senadores, os inhambus da poltica nacional... (Muito bem! Muito bem! Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Petrnio Portella): Concedo a palavra ao nobre Senador Antnio Fernandes.

O SR. ANTNIO FERNANDES (pronuncia o seguinte discurso.): Sr. Presidente, Srs. Senadores:

Por iniciativa da Associao Comercial do Distrito Federal, que se propunha a solucionar o problema do menor abandonado, na Capital Federal, mas que pela complexidade do problema atraiu o interesse das classes mais representativas do Pas, ser promovido, em Braslia, o 1 Encontro Nacional das Classes Empresariais para Estudos sobre o Problema do Menor ENCEPROM.

Com data prevista entre os dias 9 a 14 de outubro, quando sero instalados solenemente os trabalhos do 1 ENCEPROM no moderno Auditrio da Confederao Nacional do Comrcio, que ser inaugurado naquela ocasio, conforme ficou decidido pelo Presidente daquela Entidade, Senador Jess Pinto Freire, visando a destacar a importncia desse acontecimento que tem como objetivo debater e estudar assuntos que possam oferecer elementos em favor do movimento de mbito nacional.

Espera-se do Encontro debates exaustivos com estudos de profundidade capazes de oferecer grande contribuio em forma de subsdios

poltica federal com relao ao Menor, em todos os recantos da Ptria.

Com a presena dos mais destacados lderes das Classes Empresariais do Brasil, ho de reunir-se no Simpsio, homens da mxima boa-vontade para a abertura dos debates, altamente interessados no destino de seres inocentes, que merecem ser olhados com carinho, dedicao, amor e devotamento.

A carga de responsabilidades dos homens da gerao atual para com os brasileiros do futuro, grande demais. Por isso, devemos despertar seu potencial, agora, com orientao verdadeiramente humana, procurando encontrar solues prticas, sem perder de vista os rigores tcnicos.

A preparao da criana, com o progresso introduzido nos vrios sistemas de educao, h de obedecer a fatores responsveis pela formao de sua personalidade e burilamento de seu esprito para se integrar convenientemente na Sociedade; tal preparao cabe aos pais e educadores no trabalho de promover o seu desenvolvimento, bem como preparar o homem do futuro para as conquistas em todos os setores de atividades, dentro de normas regulamentares contra os desperdcios e outras formas prejudiciais s boas normas de vida na comunidade.

Sr. Presidente, Srs. Senadores, As condies atuais do sistema brasileiro

abrem perspectivas favorveis ao aprimoramento das relaes do homem com o trabalho: o Governo procurando dar equilbrio ao crescimento econmico, que em ritmo satisfatrio vem se processando para melhorar o nvel de vida, destinando parcelas da produo em favor dos trabalhadores, abrindo novas frentes de trabalho, gerando a confiana em suas realizaes.

O SR. BENEDITO FERREIRA: V. Ex. me concede um aparte?

O SR. ANTNIO FERNANDES: Pois no, nobre Senador.

O SR. BENEDITO FERREIRA: Devo congratular-me com V. Ex. por trazer ao conhecimento do Senado e por que no dizer? ao debate um assunto de tamanha relevncia, como

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si ser a preocupao dos nossos homens de empresa de coadjuvarem os seus esforos, somarem a sua capacidade de trabalho para ajudar o Governo Brasileiro na busca que vem encetando para resolver este mais que terrvel e angustiante problema do menor abandonado. V. Ex. deu uma conotao muito interessante, quando chama a ateno para um instruir e um educar. Ensinam os estudiosos que o homem intrinsecamente bom, podendo, no entanto, ser existencialmente ruim. E o que vem ocorrendo com a nossa juventude, principalmente com a juventude abandonada, de modo especial, no meu Estado, face a esse desajustamento social, que vem assolando e infelicitando cada vez mais a famlia? a produo alarmante de pequenos marginais, de pequenos desajustados. No recebendo dos poderes pblicos, no recebendo da sociedade o tratamento adequado, esses jovens, muitas vezes, quando encaminhados ao Juizado de Menores, no tendo e no contando esse Juizado com os meios eficazes para resolver e reconduzir esses jovens quela condio de bom, quela condio de intrinsecamente bom que o homem recebe de Deus, o que ocorre? Esses jovens, quando liberados, quando soltos seria melhor a expresso saem dali muitas vezes mais que preparados, at, para aliciar outros, para com esses outros formar quadrilhas; e antes de se tornarem cidados teis sociedade, tornam-se verdadeiros marginais, verdadeiros malfeitores. Como eu disse, quero enfatizar, quero reiterar que V. Ex. faz muito bem em pronunciar esse discurso e eu o felicito pela sua oportunidade. E como homem de empresa, tambm, como homem pblico e sobretudo como pai, quero lanar, aqui nesta oportunidade, inserindo no seu discurso a minha satisfao, as minhas congratulaes ao empresrio brasileiro que desperta e vem em socorro da juventude brasileira, e como V. Ex. disse, em socorro do futuro da nossa Ptria. Muito obrigado.

O SR. ANTNIO FERNANDES: A satisfao toda minha, meu nobre Colega, em receber esse seu aparte que veio realmente confirmar e valorizar o meu ponto de vista neste pronunciamento.

Nossa jogada para o futuro est ligada, indiscutivelmente, ao modo de preparao que imprimirmos aos "pequenos polegares" de hoje, abrindo vastos horizontes em favor de uma participao histrica ativa nas decises que devem nortear seus destinos.

O problema de alta relevncia, requer estudos acurados que devem ser debatidos com calor e muita luz para criarem, no ambiente, clima de entendimento e de confiana, a fim de estabelecerem uma srie de medidas, visando a encontrar solues com extremado amor e dedicao grande causa.

Estudos que alm da atenderem s necessidades de formao mental desde a infncia, visando preparao profissional do menor, criem condies favorveis para ser aproveitado em servios administrativos com diversas especialidades na indstria, no comrcio, nas artes e no campo.

O esporte sem dvida uma das atraes que mais absorve a juventude. motivao para atrair grande parcela da "populao mirim", para, nos estabelecimentos de ensino e internatos especializados na formao scio-educativa, receberem aprendizagem profissional, colocao em empregos e outros benefcios.

Entidades religiosas ao lado dos rgos governamentais, Juizados de Menores, Secretarias de Servios Sociais, Secretarias de Justia dos Estados, etc. no tm poupado esforos em estudos e levantamentos procura de programas que, apoiados financeiramente, encontrem para o problema tratamento satisfatrio. Segundo concluses a respeito do assunto, o grande segredo nos programas de assistncia ao Menor reside na conquista do apoio da Comunidade, criando Conselhos Comunitrios para que junto com os poderes pblicos formem barreiras contra a vadiagem e o desemprego.

Sr. Presidente, Srs. Senadores, dos debates e estudos que sero apreciados por empresrios habituados a enfrentar no cotidiano assuntos de grande responsabilidade, eles havero de encontrar nos temas escolhidos mais um teste de capacidade para descobrirem novos rumos em favor da transformao do Menor "o melhor cidado, em qualquer circunstncia,

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sempre resolvido a burilar-se, decidido a instruir-se, disposto a esquecer-se de si prprio e pronto a servir".

Com estas consideraes, Sr. Presidente, Srs. Senadores, desejo congratular-me com todos os profissionais que integram a Associao Comercial de Braslia, na pessoa ilustre de seu Presidente, Sr. Vicente de Paula Arajo, pela feliz iniciativa, com a Comisso Coordenadora do 1 Encontro e com todas as entidades pblicas e particulares que aderiram ao movimento, dando todo seu apoio e colaborao. (Muito bem! Palmas.)

Comparecem mais os Srs. Senadores: Jos Lindoso Jos Esteves Jos Sarney

Wilson Gonalves Dinarte Mariz Milton Cabral Joo Cleofas Amaral Peixoto Carvalho Pinto Accioly Filho Mattos Leo.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Lindenberg): No h outros oradores inscritos.

Sobre a mesa, requerimento que vai ser lido pelo Sr. 1-Secretrio.

lido o seguinte:

REQUERIMENTO N 119, DE 1972

Tendo o Sr. Presidente da Repblica

designado o Sr. Senador Franco Montoro para, na qualidade de Observador Parlamentar, integrar a Delegao do Brasil XXVII Sesso da Assemblia Geral das Naes Unidas, em Nova Iorque, solicito, na qualidade de Lder do MDB no Senado, nos termos do art. 44. 1, alnea b, item 3, do Regimento Interno, a necessria autorizao da Casa para que o referido Senador possa desempenhar aquela misso, a partir do dia 23 de setembro.

Sala das Sesses, 3 de outubro de 1972. Nelson Carneiro, Lder do MDB.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Lindenberg): De acordo com o art. 44, 4, do Regimento Interno, o requerimento ser remetido Comisso de Relaes Exteriores, devendo ser submetido deliberao do Plenrio aps a Ordem do Dia, em virtude do disposto no art. 391, item II, letra b, da Lei interna.

Sobre a mesa, pedidos de substituio, que vo ser lidos pelo Sr. 1-Secretrio.

So lidas as seguintes:

Substituies

Braslia, 3 de outubro de 1972. Senhor Presidente: Tenho a honra de comunicar a Vossa Excelncia

que esta Liderana deliberou propor a substituio do nobre Senhor Senador Virglio Tvora, por se encontrar ausente, pelo nobre Senhor Senador Clodomir Milet, na Comisso Mista do Congresso Nacional que dar parecer sobre o Projeto de Lei n 8, de 1972-CN (Lei Complementar).

Aproveito a oportunidade para renovar os protestos da mais alta estima e distinta considerao. Antnio Carlos, Vice-Lder da ARENA.

Braslia, 3 de outubro de 1972.

Senhor Presidente: Tenho a honra de comunicar a Vossa Excelncia

que esta Liderana deliberou propor a substituio do nobre Senhor Senador Jos Lindoso, por se encontrar ausente, pelo nobre Senhor Senador Ruy Santos, na Comisso Mista do Congresso Nacional que dar parecer sobre o Projeto de Lei n 8, de 1972-CN (Lei complementar).

Aproveito a oportunidade para renovar os protestos da mais alta estima e distinta considerao. Antnio Carlos, Vice-Lder da ARENA.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Lindenberg): Sero feitas as substituies solicitadas.

Encerrada a Hora do Expediente, passa-se :

ORDEM DO DIA

Item 1 Votao, em turno nico (apreciao preliminar

da juridicidade, nos termos do art. 297 do Regimento Interno) do Projeto de Lei da Cmara n 194, de 1968 (n 3.228-B, de 1965, na Casa de origem), que dispe sobre a garantia recproca entre proprietrio e arrendatrio de seringal, na Amaznia, visando intensificao,

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em grande escala, da cultura da seringueira, tendo:

PARECER, sob n 269, de 1972, da Comisso:

de Constituio e Justia, pela injuridicidade. A discusso da matria foi encerrada na

sesso anterior, sendo a votao adiada por falta de quorum.

Em votao o projeto, quanto preliminar. Os Senhores Senadores que o aprovam

queiram permanecer sentados. (Pausa.) Rejeitado o projeto. A matria vai ao Arquivo, feita a devida

comunicao Cmara dos Deputados. o seguinte o projeto rejeitado:

PROJETO DE LEI DA CMARA N 194, DE 1968

(N 3.228-B/65, na Casa de origem)

Dispe sbre a garantia recproca entre

proprietrio e arrendatrio de seringal, na Amaznia, visando intensificao, em grande escala, da cultura da seringueira.

O Congresso Nacional decreta: Art. 1 Fica assegurada a continuidade do

arrendamento do seringal ao locatrio que acordar em cultivar a seringueira hevea brasiliensis na propriedade arrendada, por perodo no inferior a 20 (vinte) anos, contando-se ste prazo a partir da data do incio da referida cultura.

Art. 2 O pagamento da renda do seringal, regulado pela Lei n 4.841, de 17 de outubro de 1942, continuar sendo o mesmo anterior ao plantio estabelecido no contrato de arrendamento.

Art. 3 Para total garantia do proprietrio e do arrendatrio, o acrdo para a cultura da seringueira far-se- mediante contrato, nos trmos e sob as cautelas da presente Lei.

1 Se a proposta partir do locatrio, e o proprietrio no concordar com a lavratura do contrato, para o fim previsto no art. 1, obriga-se ste a respeitar o prazo contratual anterior proposta para plantio.

2 No caso de o arrendatrio decidir-se, mesmo sem nvo contrato, a efetuar o plantio de seringueiras, poder faz-lo, mas sem direito a indenizao, na conformidade das leis vigentes, quando devolver a propriedade ou esta lhe fr reclamada pelo proprietrio aps o trmino do contrato.

3 Entende-se por proprietrios os que alm de possurem legalmente as terras, atravs de escrituras pblicas, estejam ocupando-as na qualidade de posseiros e mediante simples licenas de ocupao fornecidas pelas autoridades federais, municipais ou estaduais.

4 Fica assegurada ao proprietrio do solo e ao posseiro, quando se tratar de terras devolutas situadas em regies da Amaznia Legal, a preferncia para exploraes e concesses de minas e jazidas.

5 A posse em regies da Amaznia Legal entende-se como ocupao de fato e de direito de terras devolutas, beneficiadas pelos ocupantes, como servios de agricultura, pecuria ou indstria extrativa de qualquer natureza. Para prova dessa posse, serviro as licenas de ocupao referidas no 3, os contratos de financiamento efetuados com o Banco do Brasil S.A., Banco da Amaznia S. A., Superintendncia do Desenvolvimento da Amaznia ou qualquer outra entidade estatal ou de economia mista.

Art. 4 Se o proprietrio firmar o nvo contrato no poder majorar o valor da renda resultante do aumento da produo conseqente ao plantio racional realizado.

1 O direito assegurado ao arrendatrio, de continuar a pagar a renda anterior ao plantio, justifica-se como recompensa pelo capital empregado na cultura da seringueira.

2 O aumento do valor da renda da borracha assegurado ao proprietrio aps o trmino da vigncia do prazo do contrato previsto no art. 1.

Art. 5 Caso as normas do plantio se processem anualmente, fica assegurado ao arrendatrio o direito de prorrogao, alm do que estabelece o art. 1, correspondendo a 1 (um) ano, por ano de cultivo da seringueira, tomando-se como base o determinado no 2 deste artigo.

17 1 Acordando proprietrio e arrendatrio com

o cultivo da hevea brasiliensis, a cultura total no poder ser inferior a 100% (cem por cento) do total das rvores de seringueiras silvestres em uso, existentes no seringal.

2 O plantio deve obedecer ao seguinte critrio:

1) Obriga-se o arrendatrio a plantar, no 1 ano, 10% (dez por cento) do total de rvores existentes em uso;

2) no 2 ano, 20% (vinte por cento); 3) no 3 ano, 20% (vinte por cento); 4) no 4 ano, 25% (vinte e cinco por cento); 5) no 5 ano, 25% (vinte e cinco por cento). Art. 6 O total de seringueiras cultivadas no

pode ser inferior ao estabelecido no 2 do art. 5, entretanto, poder ser ultrapassado, a critrio do arrendatrio.

Art. 7 O Banco da Amaznia S. A. financiar a cultura referida no art. 1, assistindo-lhe o direito de fiscalizar o plantio, nos termos desta Lei, para garantia de seu capital.

Pargrafo nico. Obriga-se o Banco da Amaznia S.A. a prestar ajuda tcnica ao arrendatrio, no primeiro e no segundo ano.

Art. 8 O plantio da seringueira deve ser realizado prximamente sede do seringal, iniciando-se o plantio numa rea jamais inferior a 2 (dois) quilmetros da sede do seringal.

Pargrafo nico. Se ocorrer que as terras prximas sede sejam alagadias ou imprestveis para a cultura mencionada neste artigo, o Banco da Amaznia S. A., atravs de seus tcnicos, designar o local mais adequado ao fim a que se destinam.

Art. 9 Todo recurso de que dispe, ou vier a dispor o Banco da Amaznia S.A. para a heveacultura, ser obrigatriamente aplicado na Amaznia.

Pargrafo nico. O Banco da Amaznia S.A. proceder distribuio dos recursos financeiros especficos, previstos neste artigo, proporcionalmente produo de cada Estado ou

Territrio da Amaznia, tomando por base o ltimo ano aps a entrada em vigor da presente Lei.

Art. 10. So garantidos os direitos do arrendatrio, ainda que a propriedade do seringal se transforme ou modifique por ato inter vivos, por causa mortis, sucesso ou deciso judicial.

Art. 11. A transferncia do contrato, pelo arrendatrio, smente se efetivar mediante permisso expressa do proprietrio e anuncia do Banco da Amaznia S.A., se a ste estiver vinculado.

Art. 12. O proprietrio que explorar diretamente seu seringal obrigado a inverter, anualmente, em plantio de seringueiras, importncia no inferior a 5% (cinco por cento) do valor da borracha produzida, num perodo consecutivo, nunca inferior a 5 (cinco) anos.

1 O proprietrio a que alude ste artigo, sendo financiado ou estando vinculado por qualquer tipo de operao ao Banco da Amaznia S.A., est sujeito fiscalizao do referido Banco, para efeito de recolhimento dos recursos ali previstos, devendo o quantum dsses recursos ser deduzido da conta de venda da borracha que lhe consignada.

2 No estando o proprietrio vinculado ao Banco da Amaznia S.A., ainda assim, a ste assiste o direito de fiscalizar-lhe a produo durante 5 (cinco) anos consecutivos, para a perfeita aplicao da porcentagem determinada neste artigo, referentemente ao plantio racional da seringueira.

3 O contrle a que se refere o pargrafo anterior ser feito atravs dos certificados de origem e das guias de trnsito em uso, os quais sero, obrigatriamente, visados pelas agncias do mencionado banco.

Art. 13. O proprietrio que desejar aumentar o plantio alm da porcentagem prevista no artigo anterior poder recorrer ajuda financeira do Banco da Amaznia S.A., obedecido sempre o prescrito no art. 8 e seu pargrafo nico.

Art. 14. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicao.

18 Art. 15. Revogam-se as disposies em

contrrio. O SR. PRESIDENTE (Carlos Lindenberg): Item 2 Votao, em turno nico, do Requerimento n

100, de 1972, de autoria do Sr. Senador Vasconcelos Torres, que solicita a transcrio nos Anais do Senado Federal de voto de congratulaes ao General Antnio Jorge Corra, Presidente da Comisso que programou e coordenou as festividades do Sesquicentenrio da Independncia do Brasil, tendo:

PARECER, sob n 366, de 1972, da Comisso: de Constituio e Justia, favorvel. Em votao. Os Srs. Senadores que aprovam o requerimento

queiram permanecer sentados. (Pausa.) Aprovado o requerimento. A Mesa associa-se homenagem prestada pelo

Senado Federal ao Sr. General Antnio Jorge Corra, fazendo constar dos Anais voto de congratulaes a S. S pela sua atuao como Presidente da Comisso que programou e coordenou as festividades do Sesquicentenrio da Independncia do Brasil.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Lindenberg): Item 3 Votao, em segundo turno, do Projeto de Lei do

Senado n 18, de 1972, de autoria do Sr. Senador Nelson Carneiro, que "acrescenta um pargrafo ao art. 317 do Cdigo Civil e d outras providncias nos termos do Substitutivo da Comisso de Constituio e Justia (apresentado em seu Parecer n 255, de 1972), aprovado em 1 turno na Sesso de 31 de agosto de 1972".

A discusso deste projeto foi encerrada a 6 de setembro findo, com a apresentao de emenda em plenrio. Com a aprovao do Requerimento n 115/72, retirando a emenda, a matria volta apreciao, em fase de votao.

Em votao o projeto, nos termos do Substitutivo da Comisso de Constituio e Justia, aprovado em 1 turno.

Os Srs. Senadores que o aprovam queiram permanecer sentados. (Pausa.)

Aprovado. A matria vai Comisso de Redao. o seguinte o Substitutivo aprovado:

Substitutivo

Acrescenta um pargrafo ao art. 317 do Cdigo Civil.

"Art. 1 Acrescente-se ao artigo 317 do Cdigo

Civil o seguinte pargrafo nico: "No aprovado qualquer dos motivos

enumerados neste artigo, poder o Juiz decretar o desquite, se verificar a existncia de invencvel incompatibilidade entre os cnjuges."

Art. 2 A presente Lei entrar em vigor na data de sua publicao, revogadas as disposies em contrrio."

O SR. PRESIDENTE (Carlos Lindenberg): Item 4 Discusso, em turno nico, do Parecer n 349,

de 1972, da Comisso de Finanas, sobre as contas da Rede Ferroviria Federal S.A., relativas ao exerccio de 1964, encaminhadas ao Senado pelo Projeto de Decreto Legislativo n 39, de 1971 (n 32-A/71, na Cmara dos Deputados).

Em discusso o parecer. Se nenhum dos Srs. Senadores desejar usar

da palavra, encerrarei a discusso. (Pausa.) Est encerrada. Em votao. Os Srs. Senadores que aprovam o parecer

queiram permanecer sentados. (Pausa.) Aprovado o parecer. A matria vai ao arquivo.

19 o seguinte o parecer aprovado:

PARECER N 349, DE 1972

da Comisso de Finanas, sobre as contas da

Rede Ferroviria Federal S/A, relativas ao exerccio de 1964, encaminhadas ao Senado Federal pelo Projeto de Decreto Legislativo n 39, de 1971 (n 32-A/71, na Cmara dos Deputados).

Relator: Sr. Wilson Gonalves 1. Oriundo da Cmara dos Deputados

(Comisso de Fiscalizao Financeira e Tomada de Contas), o Projeto de Decreto Legislativo n 39, de 1971, aprova as contas da Rede Ferroviria Federal S/A, relativas ao exerccio de 1964.

2. O Tribunal de Contas da Unio, pelo Aviso n 332-P/62, submete simplesmente os autos considerao do Congresso Nacional, com os elementos que os integram, ressalvando que esse encaminhamento no possui carter conclusivo, nem importa em responsabilidade pela legalidade e regularidade das despesas, visto no ser possvel o exame aritmtico e moral das mesmas contas sem um controle efetivo da Empresa, falta de quaisquer registros ou anotaes a respeito.

3. O Senado Federal, entretanto, ao apreciar o Projeto de Decreto Legislativo n 24, de 1971, que aprova as contas do Servio de Processamento de Dados (SERPRO), assim decidiu (DCN II, de 23-6-72, pgs. 1.622 e segs.):

"O projeto ser arquivado, feita a devida comunicao Cmara dos Deputados e o processo de contas, de acordo com o parecer da Comisso de Constituio e Justia, dever ser encaminhado Comisso de Finanas para o devido procedimento.

De acordo, ainda, com a deciso do Plenrio, os demais projetos de decretos legislativos, que versam matria idntica, devero constar de Ordem do Dia, a fim de serem considerados prejudicados, conforme determina o art. 372, 1, do Regimento Interno, sem prejuzo do exame das contas, neles

referidas, pela Comisso de Finanas." 4. Como se verifica do pronunciamento da

Presidncia, apoiado em fundamentos jurdicos da douta Comisso de Constituio e Justia, declarados inconstitucionais os projetos de decretos legislativos, por no se tratar de hiptese que exija a sua edio, a matria vem a esta Comisso para que seja fixada a orientao a seguir em tais casos, nos exatos termos do art. 115, alnea "e", item 4, do Regimento Interno.

5. Dispe o art. 45 da Constituio que "a lei regular o processo de fiscalizao pela Cmara dos Deputados e pelo Senado Federal, dos atos do Poder Executivo, inclusive os da administrao indireta".

Ora, essa lei, at o presente momento, no existe, no havendo, portanto, qualquer processo adequado para que seja exercido o poder fiscalizador do Congresso Nacional, nem a estrutura tcnica administrativa indispensvel.

6. Ante o exposto, opinamos pelo arquivamento do presente processo, at que seja devidamente regulado o art. 45 da Lei Maior, quando, ento, se proceder segundo o que for estabelecido.

o parecer. Sala das Comisses, em 19 de setembro de

1972. Joo Cleofas, Presidente Wilson Gonalves, Relator Ruy Santos Saldanha Derzi Geraldo Mesquita Daniel Krieger Antnio Carlos Alexandre Costa Milton Trindade Fausto Castelo-Branco.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Lindenberg): Item 5

MATRIA A SER DECLARADA PREJUDICADA

Projeto de Decreto Legislativo n 39, de 1971 (n 32-A/71, na Cmara dos Deputados), que "aprova as contas da Rede Ferroviria Federal S.A., relativas ao exerccio de 1964".

A matria fica prejudicada, em virtude de seu prejulgamento pelo Plenrio na Sesso de 22 de junho do corrente, quando rejeitou, por incons-

20

titucionalidade, o Projeto de Decreto Legislativo n 24, de 1971, que "aprova as contas do Servio Federal de Processamento de Dados (SERPRO), relativas ao exerccio de 1968".

O projeto vai ao Arquivo, feita a devida comunicao Cmara dos Deputados.

Esgotada a matria constante da Ordem do Dia.

Passa-se apreciao de Requerimento n 119, lido na Hora do Expediente.

Concedo a palavra ao Sr. Senador Fernando Corra, relator designado para, em nome da Comisso de Relaes Exteriores, emitir parecer sobre o requerimento.

O SR. FERNANDO CORRA (para emitir parecer. Sem reviso do orador.): Sr. Presidente, a indicao do Sr. Senador Franco Montoro pelo ilustre Lder do MDB, Senador Nelson Carneiro, para integrar a Delegao do Brasil, como observador parlamentar, junto XXVII Assemblia-Geral das Naes Unidas, preenche os dispositivos do nosso Regimento Interno. Ademais, o Senador Franco Montoro preenche, pessoalmente, todas as qua-

lidades para funcionar como observador eficiente do nosso Parlamento na Assemblia-Geral das Naes Unidas.

O parecer pela aprovao. O SR. PRESIDENTE (Carlos Lindenberg): O

parecer da Comisso de Relaes Exteriores favorvel.

Em votao o requerimento. Os Srs. Senadores que o aprovam queiram

permanecer sentados. (Pausa.) Aprovado o requerimento. concedida a licena solicitada. Lembro aos Srs. Senadores a Sesso do

Congresso Nacional, s 19 horas, para apreciao do Projeto de Decreto Legislativo n 44/72-CN.

Nada mais havendo que tratar, vou encerrar a Sesso.

Designo para a prxima a seguinte:

ORDEM DO DIA

TRABALHO DE COMISSES Est encerrada a Sesso. (Encerra-se a Sesso s 15 horas e 30 minutos.)

117 SESSO, DA 2 SESSO LEGISLATIVA DA 7 LEGISLATURA, EM 4 DE OUTUBRO DE 1972

PRESIDNCIA DOS SRS. PETRNIO PORTELLA E RUY CARNEIRO

s 14 horas e 30 minutos, acham-se

presentes os Srs. Senadores: Adalberto Sena Flvio Britto Jos Lindoso

Cattete Pinheiro Milton Trindade Renato Franco Alexandre Costa Clodomir Milet Fausto Castelo-Branco Petrnio Portella Helvdio Nunes Waldemar Alcntara Ruy Carneiro Paulo Guerra Wilson Campos Arnon de Mello Luiz Cavalcante Augusto Franco Lourival Baptista Antnio Fernandes Heitor Dias Ruy Santos Carlos Lindenberg Eurico Rezende Paulo Torres Nelson Carneiro Jos Augusto Magalhes Pinto Orlando Zancaner Benedito Ferreira Emival Caiado Osires Teixeira Fernando Corra Filinto Mller Saldanha Derzi Accioly Filho Antnio Carlos Lenoir Vargas Daniel Krieger Guido Mondin.

O SR. PRESIDENTE (Petrnio Portella): A lista de presena acusa o comparecimento de 40 Srs. Senadores. Havendo nmero regimental, declaro aberta a Sesso.

Sr. 1-Secretrio vai proceder leitura do Expediente.

lido o seguinte:

EXPEDIENTE

MENSAGEM

DO SR. PRESIDENTE DA REPBLICA Submetendo ao Senado a escolha de nome

indicado para cargo cujo provimento depende de sua prvia aquiescncia:

MENSAGEM

N 175, DE 1972

(N 275/72, na origem)

Excelentssimos Senhores membros do Senado Federal:

De conformidade com, o disposto no artigo 42 (item III) da Consti-

tuio, tenho a honra de submeter aprovao de Vossas Excelncias a escolha, que desejo fazer, do Senhor Mrio Loureiro Dias Costa, Ministro de Segunda Classe, da Carreira de Diplomata, para exercer a funo de Embaixador do Brasil junto ao Governo da Repblica do Iraque, nos termos dos artigos 22 e 23 da Lei n 3.917, de 14 de julho de 1961.

2. Os mritos do Embaixador Mario Loureiro Dias Costa, que me induziram a escolh-lo para o desempenho dessa elevada funo, constam da anexa informao do Ministrio das Relaes Exteriores.

Braslia, em 4 de outubro de 1972. Emlio G. Mdici. EXPOSIO DE MOTIVOS DO SR.

MINISTRO DAS RELAES EXTERIORES Em 2 de outubro de 1972 G/DP/341/921.1 (B46) (E27) A Sua Excelncia o Senhor General-de-Exrcito Emlio Garrastazu Mdici. Presidente da Repblica. Senhor Presidente: Tenho a honra de submeter assinatura de

Vossa Excelncia o anexo projeto de Mensagem ao Senado Federal, destinada indicao do Senhor Mario Loureiro Dias Costa, Ministro de Segunda Classe, da Carreira de Diplomata, para exercer a funo de Embaixador do Brasil junto ao Governo da Repblica do Iraque, conforme preceituam os artigos 22 e 23 da Lei n 3.917, de 14 de julho de 1961.

2. O Itamarati elaborou o "Curriculum Vitae" do Embaixador Mario Loureiro Dias Costa, o qual, juntamente com a Mensagem ora submetida assinatura de Vossa Excelncia, ser apresentado ao Senado Federal para exame e deciso de seus ilustres Membros.

22 Aproveito a oportunidade para renovar a Vossa

Excelncia, Senhor Presidente, os protestos do meu mais profundo respeito. Mrio Gibson Barboza.

"CURRICULUM VITAE" DO SR. MINISTRO MARIO

LOUREIRO DIAS COSTA

Nascido em Nova Friburgo, Rio de Janeiro, 15 de maio de 1925.

Consul de Terceira Classe, pelo Curso de Preparao Carreira de Diplomata, do Instituto Rio-Branco, 1949.

Terceiro-Secretrio da Embaixada em Berna, 1954.

Vice-Consul em Milo, provisoriamente, 1954. Encarregado do Consulado-Geral em Milo,

1954. Segundo-Secretrio da Embaixada em Berna,

1954 a 1957. Membro da Misso Especial s Solenidades

de Posse do Presidente do Paraguai, 1958. disposio do Comissariado Gereal do Brasil

junto Exposio Universal e Internacional de Bruxelas, 1958.

Oficial do Gabinete do Ministro de Estado, 1957 a 1959.

Membro do Grupo de Trabalho da Transferncia do M.R.E. para Braslia, 1959.

Segundo-Secretrio da Embaixada em Lima, 1959 a 1961.

Encarregado de Negcios em Lima, 1960, 1961.

Promovido a Primeiro-Secretrio, por merecimento, 1961.

Primeiro-Secretrio da Embaixada em Lima, 1961 a 1962.

Chefe da Diviso de Difuso Cultural, 1962 a 1964.

Representante do M.R.E. junto Comisso Filatlica do Ministrio da Viao e Obras Pblicas, 1962.

Membro da Delegao do Brasil ao Festival do Cinema Brasileiro e ao Simpsio Latino-Americano, Nova Iorque, 1962.

Representante do M.R.E. no Grupo Executivo da Indstria Cinematogrfica, (GEICINE), 1962.

Coordenador dos Servios Preparatrios das II Reunies Anuais Ordinrias do Conselho Interamericano Econmico e Social (CIES), So Paulo, 1963.

Chefe da Seo Brasileira da Co-Comisso Mista do Acordo d.e Co-produo Cinematogrfica Brasil-Espanha,, 1964 a 1965.

Vice-Presidente da Comisso de Seleo de Filmes Brasileiros para os Festivais Internacionais de Cinema, 1964.

Representante do Brasil no XIV Festival Internacional de Cinema, Berlim, 1964.

Representante do Brasil na Inaugurao do Pavilho do Brasil na XXXII Bienal de Veneza, 1964.

Primeiro-Secretrio da Embaixada em Roma, 1964 a 1967.

Membro da Comisso Mista do Acordo Cultural Brasil-Itlia, Roma, 1965.

Representante do Brasil na XXXIII Bienal de Veneza, 1966.

Encarregado de Negcios em Karachi, 1966. Primeiro-Secretrio da Embaixada em

Assuno, 1967. Conselheiro, 1967. Conselheiro da Embaixada em Assuno,

1967 a 1968. Auxiliar do Secretrio-Geral de Poltica

Exterior, 1968. Promovido a Ministro de Segunda Classe, por

merecimento, 1968. Encarregado de Negcios em Caracas, 1969. Cnsul-Geral em Marselha, 1970 a 1972. O Ministro Mario Loureiro Dias Costa, nesta

data, encontra-se no exerccio da funo de Cnsul-Geral em Marselha.

Secretaria de Estado das Relaes Exteriores em. 28 de setembro de 1972. Ayrton Gil Dieguez, Chefe da Diviso do Pessoal.

( Comisso de Relaes Exteriores.) Restituindo autgrafos de Projetos de Lei

sancionados: N 171/72 (n 271/72, na

origem), de 3 do corrente, referente ao

23

Projeto de Lei da Cmara n 21/72 (n 716-B/72, na Casa de origem), estabelece normas destinadas a preservar a autenticidade das obras literrias cadas em domnio pblico (Projeto que se transformou na Lei n 5.805, de 3-10-72);

N 172/72 (n 272/72, na origem), de 3 do corrente, referente ao Projeto de Lei da Cmara n 27, de 1972 (n 807-B/72, na Casa de origem), que concede penso especial Senhora Maria Cmara de Souza Costa, viva do ex-Ministro da Fazenda Artur de Souza Costa (Projeto que se transformou na Lei n 5.806, de 3-10-72);

n 173/72 (n 273/72, na origem), de 3 do corrente, referente ao Projeto de Lei da Cmara n 31/72 (n 808-B/72, na Casa de origem), que modifica o art. 1 do Decreto-lei n 954, de 13 de outubro de 1969, que concede penso especial ao pintor Homero Massena;

N 174/72 (n 274/72, na origem), de 3 do corrente, referente ao Projeto de Lei da Cmara n 33/72 (n 814-B/72, na Casa de origem), que autoriza o Poder Executivo a doar 5.000 sacas de caf dos estoques governamentais, como contribuio do Brasil ao Programa Mundial de Alimentos (PMA), da Organizao das Naes Unidas (ONU) e da Organizao das Naes Unidas para Alimentao e Agricultura (FAO), relativa ao perodo de 1973/1974.

AVISO

DO SR. PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE

CONTAS DA UNIO TC-26.631/72 Aviso n 706/72 21 de

setembro de 1972 A Sua Excelncia o Senhor Senador Petrnio

Portella DD. Presidente do Senado Federal Anexo: o voto Senhor Presidente: Tenho a honra de comunicar a

Vossa Excelncia, para os fins previstos

no pargrafo nico do art. 41, do Decreto-lei n 199/67, que este Tribunal, em sesso de 31 de agosto prximo findo, julgou regulares as contas do Senado Federal, atinentes ao exerccio de 1971, de acordo com os pareceres emitidos pela Diretoria competente e acolhidos no voto do Sr. Ministro-Relator, e deu quitao ao Ordenador de Despesa, Evandro Mendes Vianna.

Outrossim, apraz-me transmitir a Vossa Excelncia, em anexo, cpia do voto proferido pelo Sr. Relator das citadas contas, Ministro Victor Amaral Freire.

Aproveito a oportunidade para renovar a Vossa Excelncia protestos de estima e considerao. Mem de S, Presidente.

Processo n 26.631/72 c/ 2 vol.

CONTAS DO SENADO FEDERAL

No presente processo, a Secretaria do Senado

Federal presta contas a este Tribunal das despesas que realizou durante o exerccio financeiro e oramentrio de 1971.

Os balanos e demonstrativos que compem a prestao de contas, de responsabilidade do Diretor-Geral daquela Secretaria, foram encaminhados a esta Corte pelo Presidente do Senado, Senador Petrnio Portella.

Antes de entrarmos propriamente no mrito das contas ora em exame, pelo fato de termos sido relator das contas anteriores do Senado, relativas a 1967 e 1968, desejamos fazer alguns comentrios sobre a evoluo e o melhoramento que se observa na rea da Secretaria do Senado Federal, no que diz respeito implantao dos novos sistemas de controle financeiro e oramentrio institudos pela Constituio de 1967.

Conforme tivemos oportunidade de ressaltar, quando do exame das contas de 1967 e 1968, o Senado Federal, segundo a palavra do prprio Presidente da poca, somente com o ad-

24

vento da Constituio de 1967 e do Decreto-lei n 199/67, passaram a contabilizar as suas prprias operaes econmico-financeiras e oramentria de forma a permitir o levantamento anual das suas contas nos termos exigidos pela legislao atual.

As prprias contas relativas ao exerccio de 1968 j foram sensivelmente melhores do que as de 1967, quando a Secretaria do Senado ainda no estava completamente aparelhada para o exerccio dessa funo de controle interno.

Ainda assim, conforme ressaltamos naquela poca, as contas de 1968 j se constituram de Balanos e demonstraes contbeis apresentadas na forma dos 3 e 4 do art. 70 da Constituio.

As contas ora apresentadas, relativas a 1971, esto a nosso ver na mais perfeita ordem.

A parte referente execuo oramentria est devida e minuciosamente demonstrada, chegando ao grau de anlise de subelemento de despesa, sem que se observe qualquer excesso de despesa em relao s respectivas dotaes, tendo sido dessa forma rigorosamente cumprida a determinao constitucional art. 61, 1, letra d.

O fato importante, tendo em vista que nos exerccios por ns anteriormente examinados, 1967 e 1968, ocorreram, embora em escala pequena, alguns gastos sem e alm dos crditos oramentrios.

O Balano Oramentrio deixou um saldo favorvel, isto , uma economia da ordem de Cr$ 14.696.322,74, representada pelos saldos de dotaes no utilizados.

No que se refere execuo financeira, propriamente, o Balano Financeiro apresentado demonstra perfeita sintonia contbil com o Balano Oramentrio e o Balano Patrimonial.

O Balano Patrimonial, que integra a prestao de contas, demonstra a existncia, em 31-12-71, to-somente de valores disponveis, de bens mveis e imveis e de estoques de almoxarifados sob a guarda da Secretaria do Senado.

No h indicao da existncia de valores a receber de terceiros nem de resduos passivos Restos a Pagar.

Todas as disponibilidades encontram-se depositadas em Bancos, comprovadas pelos respectivos extratos bancrios. H em Caixa parcela percentualmente reduzida, em relao ao montante das disponibilidades totais. Os bens adquiridos nos exerccios encontram-se inventariados.

A ttulo de colaborao, para o aperfeioamento do controle interno a cargo da Secretaria do Senado, sugerimos que as prximas prestaes de contas venham acompanhadas de termos de verificao dos valores existentes em Caixa e nos diversos almoxarifados, bem como de pronunciamento da Mesa do Senado sobre as contas.

Ao dar o meu voto pela regularidade das contas, cumpro um dever de justia salientar a forma elogiosa pela qual o Senado Federal vem dando cumprimento s normas constitucionais e legais relativas ao exerccio da atividade financeira e oramentria a seu cargo.

TCU, em 30 de agosto de 1972. Victor Amaral Freire, Ministro-Relator.

OFCIO

DO SR. PRESIDENTE DA FEDERAO DAS

INDSTRIAS DO ESTADO DE SO PAULO NOS SEGUINTES TERMOS:

So Paulo, 25 de setembro de 1972.

Pres.-021336 P-39.612/70

Excelentssimo Senhor Senador Petrnio Portella Dignssimo Presidente do Senado Federal. Sr. Presidente: A Federao das Indstrias do Estado de So

Paulo, rgo sindical de 2 grau, que por lei rgo consultivo dos Poderes Pblicos, por seu presidente abaixo assinado, em cumprimento ao que foi decidido em reunio de sua Diretoria-Executiva, tem a satisfao de se congratular com Vossa

25 Excelncia pela instalao do Centro de

Processamento de Dados do Senado. Essa medida, do mais elevado alcance,

colocando os recursos da tcnica eletrnica a servio do Poder Legislativo, permitindo o cadastramento de toda a legislao do Pas e sua utilizao quase instantnea, indubitavelmente um grande passo para a to necessria reforma legislativa.

Ela demonstra do modo iniludvel que o Senado, que h muito se imps ao conceito de todos pela modernizao e atualizao de seus servios, continua na senda do aperfeioamento de seu instrumental, tornando-o cada vez mais dinmico, para atender as exigncias de nossa poca, no s em benefcio do Legislativo, como da Nao.

Aproveito o ensejo para transmitir a Vossa Excelncia nossos protestos do mais subido apreo e profunda considerao. Theobaldo De Nigris, Presidente.

PARECERES

PARECER

N 383, DE 1972 da Comisso de Constituio e Justia, sobre

o Projeto de Lei da Cmara n 36/72 (n 826-A/72, na Cmara dos Deputados), que "dispe sobre a transformao de cargos em comisso e funes gratificadas no Quadro de Pessoal da Secretaria da Cmara dos Deputados, e d outras providncias".

Relator: Sr. Jos Lindoso O projeto ora submetido nossa considerao

de autoria da douta Comisso Diretora da Cmara e tem por objeto transformar os cargos em comisso e funes gratificadas do Pessoal de sua Secretaria, adaptando-os estrutura administrativa aprovada pela Resoluo n 20, de 30 de novembro de 1971.

Deflui de um exame dos articulados da proposio que a mesma, no seu art. 3, extingue os cargos efetivos de Diretor, smbolo PL-1, ressalvados os direitos de seus atuais ocupantes.

O art. 4, includo no projeto em virtude de emenda de plenrio do Deputado Magalhes Melo, exige para o provimento de cargo de Assessor Tcnico Jurdico e Assessor Tcnico, nele previstos, a qualificao mnima de graduado em curso de nvel universitrio.

O art. 5 indica as fontes de onde sairo os recursos para fazer face s despesas.

O projeto se faz acompanhar de seis tabelas discriminativas dos mencionados cargos em comisso e das funes gratificadas que passaro a vigorar.

Ressalta do exposto que a Cmara, visando a atender ao princpio constitucional, institudo no art. 98 da Lei Maior, adotou uma srie de providncias, dentre as quais a edio da citada Resoluo n 20, de 30 de novembro de 1971, e do projeto de lei em tela.

Entendemos, aps o devido exame do projeto, que suas disposies atendem s complexas normas constitucionais e legais disciplinadoras do princpio da paridade.

Assim, damos pela constitucionalidade e juridicidade da proposio que merece ser aprovada.

Sala das Comisses, em 27 de setembro de 1972. Daniel Krieger, Presidente Jos Lindoso, Relator Jos Sarney Helvdio Nunes Nelson Carneiro, com restries Mattos Leo Jos Augusto Osires Teixeira, com restries Arnon de Mello.

PARECER

N 384, DE 1972 da Comisso de Servio Pblico Civil, sobre o

Projeto de Lei da Cmara n 36, de 1972 (n 826-A/72, na Cmara dos Deputados), que "dispe sobre a transformao de cargos em comisso e funes gratificadas no Quadro de Pessoal da Secretaria da Cmara dos Deputados, e d outras providncias".

Relator: Sr. Augusto Franco Apresentado pela Mesa da Cmara dos

Deputados, o presente projeto dispe sobre a transformao de cargos em comisso e funes gratifica-

26

das no Quadro de Pessoal da Secretaria da Cmara dos Deputados e, dentre outras providncias, aprova, "na forma do anexo, a tabela discriminativa dos cargos em comisso" do citado Quadro de Pessoal, "resultante da adaptao estrutura administrativa aprovada pela Resoluo n 20, de 30 de novembro de 1971".

Essas transformaes, consoante estabelece o artigo 2, "somente se efetivaro com a publicao dos respectivos atos de provimento, mantido, at ento, o preenchimento dos cargos em comisso e das funes gratificadas constantes da situao anterior tabela" ora em exame.

Pelo artigo 3, so considerados extintos quando vagarem os atuais cargos isolados, de provimento efetivo, de Diretor, Smbolo PL-1, cujos direitos so resguardados.

exigida pelo artigo 4 a qualificao mnima de graduado em curso de nvel universitrio para o provimento dos cargos de Assessor Tcnico e Jurdico, criados pelo projeto.

2. Aps devidamente examinada a matria, pela ilustrada Comisso de Constituio e Justia desta Casa, foi a mesma considerada constitucional e jurdica, vez que atendidas "as complexas normas constitucionais e legais disciplinadoras do princpio da paridade" referido no artigo 98 da Lei Maior.

3. Com a aprovao da Resoluo n 20, de 1971, a Cmara dos Deputados passou a ter uma nova organizao administrativa mais ampla, moderna e complexa, face s suas necessidades de servio.

Evidentemente, para atender s situaes criadas na referida Resoluo, tornou-se imperativa a apresentao do presente projeto de lei, uma vez alterada, no s a nomenclatura de alguns cargos, como tambm, a prpria estrutura funcional dos diversos rgos administrativos. Assim, com o aparecimento desses rgos, indispensvel a criao de novos cargos e funes. E isso s se poderia realizar pela via de um projeto de lei, ante disposio constitucional.

4. A proposio obedece aos preceitos legais regulamentadores do assunto, uma vez, evidentemente, s ter sido apresentada aps a realizao

dos estudos e levantamentos tcnicos indispensveis pela Mesa daquela Casa do Congresso Nacional.

5. No mbito da competncia regimental desta Comisso, nada encontramos que possa ser oposto ao projeto, razo por que opinamos pela sua aprovao.

o parecer. Sala das Comisses, em 3 de outubro de

1972. Osires Teixeira, Presidente, eventual Augusto Franco, Relator Paulo Guerra Magalhes Pinto Heitor Dias.

PARECER

N 385, DE 1972

da Comisso de Finanas, sobre o Projeto de Lei da Cmara n 36, de 1972 (n 826-A/72, na Cmara dos Deputados), que "dispe sobre a transformao de cargos em comisso e funes gratificadas no Quadro de Pessoal da Secretaria da Cmara dos Deputados, e d outras providncias".

Relator: Sr. Cattete Pinheiro O projeto ora submetido ao nosso exame de

autoria da Mesa da Cmara dos Deputados e tem por objeto transformar cargos em comisso e funes gratificadas no Quadro de Pessoal de sua Secretaria, adaptando-os estrutura administrativa aprovada pela Resoluo n 20, de 1971 (art. 1).

Essa transformao somente se efetivar aps a publicao dos atos de provimento (art. 2).

O artigo 5 estabelece que as despesas decorrentes do disposto no projeto sero atendidas por dotaes prprias da Cmara dos Deputados.

2. A tabela discriminativa estabelece novos smbolos (de 1-C a 3-C) que significam a retribuio do pessoal pelo desempenho de cargos e funes, conforme a estrutura e a necessidade dos servios prestados pela Secretaria aos Senhores Deputados.

3. Trata-se, pois, de outorgar ao servidor da Cmara valores retributivos em consonncia com os princpios que disciplinam a administrao daquela Casa do Congresso e nos

27 moldes dos concedidos, de um modo geral, ao servidor pblico.

Do ponto de vista financeiro, somos, portanto, favorveis aprovao do presente projeto, por ser o mesmo justo e equnime.

o parecer. Sala das Comisses, em 4 de outubro de

1972. Ruy Santos, Presidente Cattete Pinheiro, Relator Lourival Baptista Nelson Carneiro Saldanha Derzi Alexandre Costa Daniel Krieger Fausto Castelo-Branco Flvio Britto.

O SR. PRESIDENTE (Petrnio Portella): O Expediente lido vai publicao.

Sobre a mesa, requerimento que ser lido pelo Sr. 1-Secretrio.

lido o seguinte:

REQUERIMENTO N 120, DE 1972

Tendo sido designado pelo Excelentssimo Sr.

Presidente da Repblica para, na qualidade de Observador Parlamentar, integrar a Delegao do Brasil XXVII Sesso da Assemblia Geral das Naes Unidas, em Nova Iorque, de 4 de novembro a 15 de dezembro do corrente ano, solicito, nos termos do art. 44 do Regimento Interno, autorizao do Senado para o desempenho daquela misso.

Esclareo que deverei estar ausente do Pas a partir de 1 de novembro, durante cerca de 60 dias.

Sala das Sesses, em 4 de outubro de 1972. Antnio Carlos.

O SR. PRESIDENTE (Petrnio Portella): De acordo com o art. 44, 4, do Regimento Interno, o requerimento ser remetido Comisso de Relaes Exteriores, devendo ser submetido deliberao do Plenrio aps a Ordem do Dia, em virtude do disposto no art. 391, item II, letra b, da Lei interna.

Concedo a palavra ao nobre Senador Nelson Carneiro, que falar como Lder da Minoria.

O SR. NELSON CARNEIRO (como lder da minoria, pronuncia o seguinte discurso. Sem reviso do orador.): Sr. Presidente, escolhi de propsito esta tribuna, da qual costu-

mam falar os representantes da Maioria, para destacar o constrangimento que aqui me traz.

Nos longos anos da minha carreira parlamentar, Sr. Presidente, poucas vezes tenho sentido esta mesma sensao. Tenho divergido de muitos governos, de muitos homens,