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&$3Ë78/2 Amplificadores com Múltiplos Estágios ,1752'8d-2 Em grande parte das aplicações dos dispositivos eletrônicos há a necessidade de amplificar sinais com um mínimo de distorções. Sob esta circunstância, necessita-se de dispositivos (transistores) que operam o mais linearmente possível. Os amplificadores são classificados de várias maneiras, de acordo com a sua faixa de freqüência, método de operação, tipo de carga conectada na saída do amplificador e método de acoplamento entre estágios. A classificação por freqüência inclui os amplificadores para corrente contínua (freqüência de zero hertz), áudio (20 Hz até 20 KHz), vídeo ou pulso (até alguns MHz), radiofreqüência (de alguns KHz até centenas de MHz) e ultra-alta-freqüência. A posição do ponto quiescente e o alcance da característica que está sendo utilizada determinam o método de operação. Quanto ao método de operação, os amplificadores podem ser classificados em classe A, classe B. classe AB ou classe C. Um amplificador classe A é aquele em que o ponto de operação e o sinal de entrada são tais que a corrente no círculo de saída circula durante todo o tempo. Um amplificador classe A opera essencialmente sobre uma porção linear da sua característica de saída no meio da reta de carga. Um amplificador classe B é aquele em que o ponto de operação está em um extremo da sua característica. O amplificador classe AB opera entre os extremos definidos pelas classes A e B e o amplificador classe C é aquele em que a tensão de saída é igual a zero para mais do que meio ciclo de sinal senoidal de entrada. Amplificadores de alto ganho podem ser construídos conectando-se dois ou mais estágios em cascata conforme indicado na figura1. A 1 A 2 ACLOPADOR COM GANHO UNITÁRIO A 1 v e A 1 A 2 v e )LJXUD$PSOLILFDGRUFRPHVWiJLRVHPFDVFDWD O sinal de tensão nos terminais de saída do primeiro estágio é acoplado à entrada do próximo estágio por um bloco de ganho unitário. Este bloco deve ser projetado de modo

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Amplificadores com Múltiplos Estágios

���� ������ �

Em grande parte das aplicações dos dispositivos eletrônicos há a necessidade de amplificar sinais com um mínimo de distorções. Sob esta circunstância, necessita-se de dispositivos (transistores) que operam o mais linearmente possível.

Os amplificadores são classificados de várias maneiras, de acordo com a sua faixa de freqüência, método de operação, tipo de carga conectada na saída do amplificador e método de acoplamento entre estágios. A classificação por freqüência inclui os amplificadores para corrente contínua (freqüência de zero hertz), áudio (20 Hz até 20 KHz), vídeo ou pulso (até alguns MHz), radiofreqüência (de alguns KHz até centenas de MHz) e ultra-alta-freqüência. A posição do ponto quiescente e o alcance da característica que está sendo utilizada determinam o método de operação. Quanto ao método de operação, os amplificadores podem ser classificados em classe A, classe B. classe AB ou classe C.

Um amplificador classe A é aquele em que o ponto de operação e o sinal de entrada são tais que a corrente no círculo de saída circula durante todo o tempo. Um amplificador classe A opera essencialmente sobre uma porção linear da sua característica de saída no meio da reta de carga.

Um amplificador classe B é aquele em que o ponto de operação está em um extremo da sua característica. O amplificador classe AB opera entre os extremos definidos pelas classes A e B e o amplificador classe C é aquele em que a tensão de saída é igual a zero para mais do que meio ciclo de sinal senoidal de entrada.

Amplificadores de alto ganho podem ser construídos conectando-se dois ou mais estágios em cascata conforme indicado na figura1.

A1 A2

ACLOPADORCOM GANHO

UNITÁRIOA1 ve A1 A2 ve

������������ �����������������������������������

O sinal de tensão nos terminais de saída do primeiro estágio é acoplado à entrada do próximo estágio por um bloco de ganho unitário. Este bloco deve ser projetado de modo

Eletrônica Experimental Amplificadores com Múltiplos Estágios - Cap.8-2

que as condições de operação (corrente contínua) não sejam afetadas pelo primeiro estágio durante a amplificação do sinal de entrada.

Tipicamente, os amplificadores de potência operam em classe AB, e os amplificadores de rádio-freqüência operam em classe C. Nesta experiência , vamos estudar com mais detalhe amplificadores com mais de um estágio, operando em classe A, cujas aplicações típicas são áudio e vídeo.

���� ���������������� �� ������������� ��� �����������������

As principais características que definem o desempenho de um amplificador com mais de um estágio são: ganho, resposta em freqüência, número de estágios, malha de realimentação, distorção para grandes excursões de sinal, tipo de acoplamento entre estágios e imunidade a ruído.

������ ���������� �!"�#$%&'(��

Em um estágio amplificador, a resposta em freqüência pode ser dividida em três regiões: na região intermediária, chamada de região de meia-faixa ou de freqüências médias, a amplificação razoavelmente constante é igual à "Ao" e o atraso do sinal também é constante. Na região abaixo das freqüências médias, o amplificador apresenta um comportamento semelhante ao do circuito passa-alta como indicado na figura 2(a) e acima da mesma região de freqüências médias, o comportamento semelhante ao circuito passa-baixa como indicado na figura 2(b).

CA

RA As(�)Ae(�)

CB

RB

As(�)Ae(�)

A

As(Z)

Zc

0,707A

Z

A

As(Z)

Zc

0,707A

Z

(a) Circuito passa-alta (b) Circuito passa-baixa

���������

A faixa de passagem de um amplificador é definida como diferença entre es freqüências de corte superior e inferior.

B = fcs - fci (1)

Eletrônica Experimental Amplificadores com Múltiplos Estágios - Cap.8-3

������ ��()��*�������+� �*��, �� �-(!('�*�"�"��-( �&��*��

Uma importante previsão sobre a faixa de passagem refere-se ao efeito de uma rede de realimentação. Suponha que o ganho de transferência A0 sem realimentação é dado por uma função de transferência de pólo simples. Como exemplificado na figura 2, o ganho do circuito passa-baixa é dado por:

� � ����

�0

1 ( ) (2)

O ganho com realimentação é dado por:

���U

��1 �

(3)

Substituindo a expressão 2 na expressão 3 temos:

� �� �� �� � � ��

� � � ���

� � � ���

� � ����

� ��

� �0

0

0

0

1

1 1 1� � (4)

Dividindo-se o numerador e o denominador da expressão 4 por 1 + �A0, obtém-se:

� ���

� � �U

U

FV

��

0

1 (5)

onde:

��

�U00

01�

� � (6)

��

�FVU

FV��1 0�

(7)

Portanto, a freqüência de corte superior do circuito realimentado é igual à freqüência de corte do circuito não realimentado multiplicada pelo fator 1 + �A0.

Analogamente, podemos determinar a freqüência de corte inferior do circuito realimentado a partir da expressão do ganho do circuito passa-alta, ou seja:

� ��

� � �R

F

��1 1

(8)

Como resultado, temos:

���F L

F

11

01�

� �

(9)

Um circuito amplificador que apresente 2 pólos simples que determinam as freqüências de corte terá um alargamento da faixa de passagem quando o mesmo é realimentado. A figura 3 ilustra este alargamento.

Eletrônica Experimental Amplificadores com Múltiplos Estágios - Cap.8-4

G

fcir

0,707 |Aor|

ffci fcsrfcs

|Aor|

0,707 |Ao|

|Ao|

���RU

R��1 0�

����������������������������������� ������������������������������������������� ���������������� �����������

��� ���������

����.� ��()��*�������+� �*�����/+(���-(+�*���� �'��'�����

A freqüência de corte superior para "n" estágios ligados em cascata pode ser obtida a partir das freqüências de corte superior individuais de cada estágio desde que os mesmos não estejam interagindo entre si. Neste caso, os ganhos de transferência dos estágios individuais são multiplicados. Se denominarmos de freqüência de corte superior do estágio de ordem "i" como fcsi onde i = 1,2,...n, então a freqüência de corte superior do sistema global fcs pode ser obtida a partir da seguinte expressão (onde o modulo da magnitude cai de 3dB):

� �� � � �� � 21212212

12

1

1

1

1

1�

��

�FVQFVFVFV����

(10)

Para "n" estágios idênticos com freqüências de corte superiores “fcse”, temos:

� �� �FV FVH

Q� �2 11 1 2 (11)

De forma análoga, podemos obter a freqüência de corte inferior para "n" estágios idênticos como segue:

� ��

�F

F H

Q1

1

1 1 22 1

��

(12)

No entanto, se a impedância de entrada de cada estágio é suficientemente pequena de modo a atuar como uma carga apreciável sobre a impedância de saída do estágio precedente, então não é mais possível considerar os estágios independentes ou não interagindo entre si. Nesta situação as freqüências de corte para cada estágio individual

Eletrônica Experimental Amplificadores com Múltiplos Estágios - Cap.8-5

não podem mais ser definidas e passa a ser necessária a utilização de programas simuladores dada a complexidade da análise.

����0� �(����*���'��-� �&����&�"�����/+(���

Existem várias maneiras de se implementar o bloco acoplador de estágios como indicado na figura 4. O mais simples é mais largamente utilizado e o acoplamento resistência-capacitância (RC), onde a tensão CA (corrente alternada) na saída do primeiro estágio aplicada ao terminal de entrada do próximo estágio por meio de um capacitor de acoplamento como ilustrado na figura 4(a). O capacitor de acoplamento possibilita a isolação CC entre estágios e, portanto, mantém as condições de polarização inalterada. A reatância capacitiva do capacitor de acoplamento em freqüências médias deve ser suficientemente baixa a fim de que a transferência do sinal se faça sem perda e sem distorção de fase.

No acoplamento por transformador, a tensão de saída CA do primeiro estágio corresponde à queda de tensão no primeiro do transformador e o sinal é transferido para o próximo estágio pelo secundário do transformador como ilustrado na figura(b). O transformador de acoplamento possibilita a isolação CC entre estágios e também permite o casamento de impedância entre estágios, mas apresenta desvantagens em termos de resposta em freqüência e fase. Além disso, os transformadores são relativamente grandes e caros.

No acoplamento direto a saída do primeiro estágio e diretamente conectada à entrada do próximo estágio sem utilizar elementos de acoplamento conforme está ilustrado na figura 4(c). Este método apresenta a vantagem do amplificador precisar de poucos componentes e a resposta em freqüência não ser afetada pelos elementos de acoplamento. No entanto, torna-se mais difícil estabelecer o ponto de polarização estática para cada estágio, porque a tensão de saída CC de um estágio determina a tensão de entrada DC do estágio seguinte. Este tipo de acoplamento é utilizado em circuitos integrados onde não existe espaço disponível para capacitores ou outros elementos de acoplamento.

CAPACITOR DEACLOPLAMENTO

Re

Rc1

vcc

R3 Rc2

R4

vcc

Re Ce

�������� �!����� �������"#$�

Eletrônica Experimental Amplificadores com Múltiplos Estágios - Cap.8-6

�������� %!����� ������������������������$�

ACLOPAMENTO DIRETO

Re1 Re2

Rc1 Rc2

�������� �!���� �������������$�

����1� (���"23��

Se aplicarmos um sinal senoidal na entrada de um amplificador classe A ideal obteremos um sinal senoidal na saída. Na prática, a forma de onda na saída pode não ser uma réplica exata da forma de onda do sinal de entrada devido a vários tipos de distorção provenientes de não linearidades dos dispositivos eletrônicos empregados. Os tipos de distorção que podem estar presentes são: distorção em freqüência, distorção de fase, distorção não linear.

Eletrônica Experimental Amplificadores com Múltiplos Estágios - Cap.8-7

8.2.5.1 Distorção em freqüência e fase

A distorção em freqüência ocorre quando as harmônicas que compõem um dado sinal são amplificadas diferentemente. Em um transistor bipolar, esta distorção é causada pelas capacitâncias internas do dispositivo ou pode ocorrer devido ao circuito reativo associado. Em outras palavras, se a característica da resposta em freqüência não for uma reta horizontal na faixa de freqüências em consideração, o circuito amplificador apresentará distorção em freqüência na faixa considerada. A distorção em fase resulta de deslocamentos de fase desiguais das harmônicas que compõem o sinal a ser amplificado.

8.2.5.2 Distorção não linear (de segunda harmônica)

A distorção não linear resulta da produção de novas freqüências no sinal de saída que não existiam no sinal de entrada. Estas novas freqüências ou harmônicas resultam da existência de uma curva dinâmica não 1inear para o dispositivo ativo. A figura 5 ilustra as curvas de carga estática e dinâmica de um estágio transistorizado com uma resistência de carga RL conectada na saída.

Re1

vcc

R1 C1

R2 Ce1 RL

Rc1

E ie1

(b) Reta de Carga Dinâmica

D

(a) Reta de Carga Estática

ie2

ie3 o

��� �

F H

� ��1

1 1

��� �

/ F

� �1

1/ /

�������&��"���������'�����(������������������������������������������)�������������������������������*���$�

Em geral a característica de transferência dinâmica não é uma linha reta e isto provém do fato das curvas estáticas de saída IC X VCE não serem retas eqüidistantes para incrementos iguais da excitação de entrada.

Vamos supor que a curva dinâmica no ponto de polarização quiescente "Q" pode ser representada por uma parábola ao invés de uma reta. Desta forma, a relação entre a corrente incremental no coletor Ic é a corrente incremental na base Ib é dada mais precisamente pela expressão:

�� � �% � �%� �1 2 2. . (13)

onde G1 e G2 são constantes. Na verdade a curva dinâmica poderia ser expressa como um polinômio de grau n, mas se considerarmos uma variação incremental do sinal, um polinômio de grau 2 é uma boa aproximação.

Se a corrente de entrada na base for senoidal e da forma:

�% +%� �� cos� (14)

Eletrônica Experimental Amplificadores com Múltiplos Estágios - Cap.8-8

A substituição da expressão 14 na expressão 13 resulta:

�� � ��� � � ��� �� �1 2 2 2. .cos . .cos� � (15)

Considerando que cos , , .cos2 0 5 0 5 2� �� �� � , a expressão da corrente instantânea total IC resulta:

�� �� �� �� �� � � � �� � � � � �1 2 2.cos cos� � (16)

Portanto, a distorção não linear parabólica introduz na saída uma componente cuja freqüência é o dobro daquela do sinal senoidal da excitação de entrada.

As amplitudes B0, B1 e B2 para uma dada resistência de carga são determinadas diretamente a partir do sinal de saída distorcido em amplitude. Observa-se na figura 6 que:

������

������

����

F

F

F

Im,

,2

Im,0

����

��

���

Substituindo estes valores na expressão 16 e isolando B0, B1 e B2 temos:

� �� �� ��

� � �� �� ��SS

1 2 2

2 0 2 4

� � �

� � � �

(Im Im )

(Im Im )

(17)

� �� �� ��

� � �� �� ��SS

1 2 2

2 0 2 4

� � �

� � � �

(Im Im )

(Im Im )

(18)

A distorção de segunda harmônica em porcentagem é definida como:

� �2 2 1 100� � (19)

Eletrônica Experimental Amplificadores com Múltiplos Estágios - Cap.8-9

�������,�"���������'������������'������������������-���������������������� ������&$�

8.2.5.3 Efeito da realimentação negativa sobre a distorção

Vamos supor que um sinal de grande amplitude é aplicado a um estágio amplificador de maneira que a operação do dispositivo ultrapasse levemente sua faixa de operação linear e em conseqüência o sinal de saída apresente distorção de segunda harmônica na saída. A figura 7 ilustra o efeito da malha de realimentação �.

�B2r

-A

+B2r = B2 - A�B2r

�B2r

�������.�/����������� ��������� ������'�������%�����������'������������������-�����

O diagrama da figura acima se refere a um sistema linear. No entanto, dado que existe uma não linearidade, esta se propaga como está indicado acima. Supondo que a amplitude da componente de segunda harmônica (B2) diminua de amplitude por efeito

Eletrônica Experimental Amplificadores com Múltiplos Estágios - Cap.8-10

de realimentação, conclui-se que a amplitude da componente de segunda harmônica do circuito realimentado (B2r) é dada por:

� �� � � �2 2 1� � � (20)

e, portanto a distorção de segunda harmônica do circuito realimentado é dada por:

��

�U2

2

1�

� � (21)

��.� ���������������������������������������

A figura 8 mostra 2 amplificadores na configuração emissor comum ligados em cascata através de um capacitor "Cb".

R2

C1

Ce2Ce1

CbC2

~

vcc

R3Rc1R1 Rc2

RLRe2R4Re1

Rs

_

+ve

�������0���� ������������������������ �������������������������� �������"#�

��.��� �/-',-��*��+�&4��

O circuito equivalente em freqüências médias do amplificador de dois estágios apresentado na figura 8 está indicado na figura 9. O modelo do transistor empregado é o �-híbrido simplificado.

Rs

~ _

+ R1

RBB’

R2

B

RS

Rs

R0

RBB’

Rc1

B

R3 R4 RS

vm

gm.vB’E

Eletrônica Experimental Amplificadores com Múltiplos Estágios - Cap.8-11

R0 Rc2 vs gm.vB’E

RL

�������1�2�#���������(��3� �����������(4��������5�������������������� ����������������������$�

O ganho de tensão é dado por:

333

33

33

3 3V

H

P

H

V

P

� � �. .1 2 (22)

onde Av1 é o ganho do primeiro estágio e Av2 é o ganho do segundo estágio. Considerando R1//R2 >> RBB’ + R� e R3//R4 >> RBB’ + R�, demonstra-se facilmente a partir do circuito da figura 9 que:

� �)’//(//.’ 101 UUF

VH

P �����������

���

��� �

����

S

S (23)

� �)////.’ 201 ����

����

���

���

F

P

V

���

S

S (24)

Se colocarmos um resistor Re3 em série com Rel//(1/j�Cs1), o ganho Avl do estágio fica substancialmente reduzido. Neste caso demonstra-se facilmente para R1//R2 >> RBB” R� e Ro = � que:

� �� .

’1

//)’//(

3

11

6H

F

���������

����������

�����

SS

SS (25)

��.��� ��������� �5�()��!"�#$%&'(��

Vamos assumir para o circuito da figura 8 que o valor do capacitor “Ce” é arbitrariamente grande de modo a atuar como um curto-circuito do resistor Re sob o ponto de vista incremental. Considerando um resistor Re3 em série com Re1//(1+jCe1), o circuito acoplador entre os 2 estágios pode ser representada conforme indicado na figura 10.

Eletrônica Experimental Amplificadores com Múltiplos Estágios - Cap.8-12

RBB’

Re3

Cb

gm.vB’E

Rc1

Estágio 02

RS

R0

A

Estágio 01

��������6��#������������ ���������������������������� �����������

Utilizando os teoremas de Thevenin e Norton que permitem fazer a conversão da associação série, gerador de tensão resistência, para associação paralela, gerador de corrente/resistência, e vice-versa, obtivemos o circuito da figura 11.

RBB’

CbRc1//(R0+Re3

RS

�� �� �30

3010’ //

H

H&(%

���������

���

�������� ������������������������������������

A partir do resultado já apresentado na figura 2, a freqüência de corte inferior resulta:

� �� � ���������

H&

F

SS���

�’//2

1

3011 (26)

mas normalmente temos Ro » Re3 e Rc1, portanto:

� ���������

&

F

SS��

�’2

1

11 (27)

A expressão 27 é válida desde que os capacitores Cel Ce2 C1 e C2 sejam suficientemente grandes de modo que apenas a reatância capacitiva apresentada pelo capacitor “Cb” seja apreciável em baixas freqüências. Utilizando considerações semelhantes àquelas feitas no experimento amplificador de pequenos sinais (primeiro semestre) devemos satisfazer às seguintes expressões:

Eletrônica Experimental Amplificadores com Múltiplos Estágios - Cap.8-13

� �’2

11

1 �������

6F��

�SS

(28)

� �2012

12

FF�����

���

�SS

(29)

� � � �� �� �111 1//’2

1

H6F

H �����������

SSS���

� (30)

��.�.� ���������� ��-����!"�#$%&'(���

Como já vimos no item 8.1.2. a análise de amplificadores com mais de um estágio é trabalhosa e complicada. Felizmente, é possível fazer certas aproximações na análise e assim reduzir a complexidade dos cálculos da faixa de passagem.

Para realizar a análise em alta freqüência, os capacitores C1, C2, Ce1, Ce2 e Cb podem ser considerados curto-circuito. Assim, o circuito equivalente em altas freqüências para o amplificador apresentado na figura 8 está esquematizado na figura 12.

RBB’

Ve Rc1 RS

B’ Rs

~ _

+ RS1 CS1

CP1

gmVB’E Rc1 Vm

RB’B2 B’

R 2

CP2

C 2 Rc2 RL Vs gmVB’E

����������2�#���������(��3� ����������� �������(4������������� �����������������������

Visando diminuir a complexidade dos cálculos, podemos realizar uma análise aproximada em altas freqüências substituindo as capacitâncias C1 e C2 pelas capacitâncias de Miller correspondentes. Estas capacitâncias são dadas pelas seguintes expressões:

� �� �� � 1211 .’//1 �S

���������F0

��� (31)

� �� �� �� � �� �0 F2 2 21� � / / . � (32)

Eletrônica Experimental Amplificadores com Múltiplos Estágios - Cap.8-14

Como resultado temos o circuito aproximado apresentado na figura 13.

RBB’2

Rc1

B’

vmRp 2 CM2

gmVB’E

Cp 2

ve

Rs

R 1

~ _

+

B’ RB’B

C � CM1

Rc2 RL gmVB’E

������������� �������������������������� �*���������������'������7� ���

O circuito da figura 13 permite obter facilmente a relação de transferência vs/ve como segue:

� �� �� � � �� �� �33

� � � � � �V

H

�� �

0

1 1 1 2. (33)

Se as freqüências f1 e f2 estiverem distantes entre si, então a freqüência de corte superior é dada aproximadamente pela menor delas. No entanto, se as freqüências f1 e f2 não estiverem largamente separadas, então a freqüência de corte superior pode ser estimada através da expressão:

�FV�

��

��

��

1

111 1

12

22

1 2

,� �

(34)

Utilizando-se o programa PSPICE e o modelo adequado do transistor é possível obter com precisão a freqüência de corte superior a partir da análise da resposta em freqüência.

��0� ��������������������������������������������6��������������� � � �

O circuito da figura 14(a) mostra um amplificador com dois estágios em cascata, cujos ganhos de tensão. Sãs respectivamente Av1 e Av2. A saída do segundo estágio e dirigida para a entrada por meio dos resistores R1 e R2. O sinal sobre o resistor Rl soma-se com sinal negativo ao sinal de entrada ve (este caso corresponde à realimentação negativa da tensão série).

Eletrônica Experimental Amplificadores com Múltiplos Estágios - Cap.8-15

vs

i

+

R1

Ve ~ _

+ R2

R1 AV2 AV1

ie

i’ E

vs

B

_

+

Ve ~ _

+

AV2 AV2

R2

R1

R2 R1

(a) (b)

������������!�"�� ������'����5�������������8�%!�#���������(��3� ������������ ������'��$�

Considerando-se na figura 14(a) que o ganho de corrente do segundo estágio é muito maior que a unidade, o erro cometido será pequeno na utilização das fórmulas da faixa de passagem e da distorção harmônica desenvolvidas nos itens 8.1.1 e 8.3.3, pois poderemos desprezar i’ face a i.

A seguir, vamos separar o amplificador com realimentação apresentado na figura 14(a) em um bloco amplificador de ganho A mais uma malha de realimentação � segundo a figura 7. O bloco amplificador de ganho A é obtido aplicando-se as seguintes regras:

1. Fazendo vs = 0, obtemos o circuito de entrada. Portanto temos: R1//R2 no circuito da figura 14(b).

2. Fazendo ie = 0, obtemos o circuito de saída. Portanto temos R1+R2 conectado ao nó de saída do circuito da figura 14(b).

Como resultado, temos o circuito da figura l4(b) representando o bloco amplificador de ganho A sem realimentação. A malha de realimentação � que corresponde à relação vt/vs é dada por:

� � ��

v t

� �V

1

1 2

(35)

No caso em que R1 << R2, o circuito da figura 14(b) se implica, pois R1//R2 R1 e R1+R2 R2. O valor de � nesta situação é R1/R2.

��0��� �!�(��� *�� �-4�� *�� "��-( �&��23�� &�� "��(��%&'(�� *�� �&�"�*�� �� &��"��(��%&'(��*����7*��

A partir do diagrama esquemático de um amplificador com realimentação série de tensão apresentado na figura 1, vamos determinar a resistência de entrada e a resistência de saída. Sabe-se que a resistência de entrada e a resistência de saída do amplificador não realimentado são iguais a Rentrada e Rsaída respectivamente. Verifica-se facilmente que:

� � � �H H H U� �. onde � � �

H H L� (36)

Eletrônica Experimental Amplificadores com Múltiplos Estágios - Cap.8-16

�� � �

� �� � �

V

Y L /

V /

Y H H�

��

. .. . se

�� �

/

6 /�

1 (37)

Sabendo-se que Rer = ve / ie e vr = -vS , das expressões 36 e 37 temos:

� � �HU H 9� �( )1 � (38)

Para determinar a resistência de saída, fazemos ve = 0 e determinarmos Rsr = vs/is.

�� � �

� � �

�V

V Y U

V

V Y

V

� ��. . .�

(39)

Portanto:

��

�VU

V

9

��1 �

(40)

Com o uso da realimentação negativa espera-se que o ganho fique mais estável face às variações nas características de componentes, que a resistência de entrada aumente e a de saída diminua.

��������&�2�#��������������� ������'����5����������������� �*��������� �� ����������������������������������9��$�

��1� ��8��������������������������������

Dado o diagrama da figura 16 de um amplificador de 2 estágios idênticos em cascata, vamos fazer o projeto considerando os seguintes dados:

VCC = 12V Ic = 2mA Rc = 2Re Rb = R1//R2 VBE = 0,6V fci = 500 Hz RL = 12k� Rs = 50�

RL

Rs

vsVe ~

_

+

Rer

vr_ +

vr �vs

+

_

Av VI

Rsr

ReVI

Eletrônica Experimental Amplificadores com Múltiplos Estágios - Cap.8-17

��������,�2��� �����������������������������������

Considerando inicialmente que não existe nenhum elo de realimentação e tomando o

transistor BC5474 para T1 e T2, das características de manual, obtemos os valores dos parâmetros do transistor par a Ic = 2mA, ou seja: hie = 3k� hfe =210 hre = 1,3 .10-4

hoe = 12A/v � = 190 Cc = 3pF fT = 170 MHz a) Polarização estática dos trensistores T1 e T2, supondo o ponto quiescente no meio

da reta de carga e R1//R2 = 50 k� Tomando os valores comerciais mais próximos: Re = 1k� Rc = 2,2 k� Para a polarização de base, temos:

:;<"

"

+:=/ " +F

H H����

������

��� � �1

2

. .�

Podemos montar o seguinte sistema de equações

vs

R3

R2

R1

R4

RS

R2

R1

Ve ~ _

+

R2

R1

Eletrônica Experimental Amplificadores com Múltiplos Estágios - Cap.8-18

� �� �

�E

1 2

1 2

.

��

� �� ��FF

2

1 2��.

� �

� �1

2

181 8

68 1

��

,

,

��

Tomando os valores comerciais mais próximos: b) Análise dinâmica do amplificador de 2 estágios Utilizando fórmulas de conversão já vistas, podemos determinar os parâmetros do modelo �-híbrido.

Gm = q1e/KT = 0. 07722 S

R� = hfe/gm = 2720 �

RBB' = hie - RS = 280 �

R = Rrr/her = 21 M�

R0 = R/[ R h0e –(1+hfe )] = 523 k�

C = Cc = 3pF

CS = gm/(2rrfT) = 72,3 pF

Impondo fc1 = 500 Hz, da expressão 27, temos:

� � �������

�FF

E9.65

’.2

1

11

���

�SS

Também devemos ter:

� �������

�VF

7

11 10.04,1

’.2

1��

���

SS

� ������

�FF

3

2011 10.24,2

//.2

1��

��

S

Eletrônica Experimental Amplificadores com Múltiplos Estágios - Cap.8-19

� �� � � �� �� � �����������

����

HVF

UU

H

4

1

10.3,11//’.2

1��

����

�SSS

Tomando os valores comerciais convenientes temos:

�� � �� �� � �����������

����

HVF

H

4

1

10.3,11//’.2

1��

����

�SSS

S

Cb = �F (stiroflex)

C1 = 10 F (tântalo)

C2 = 10 F (tântalo)

Ce = 330 F (eletrolítico)

Cálculo do ganho

� �� � 8,82’//.’ 101 ����

�S

S

S �����������

�����

F

V

� � 7,116////.’ 202 �

�� ����

�������

��F

UU

UU

Por tanto:

� � �Y Y Y1 1 2 9600� �.

c) Análise do Aplificador realimenado Considerando R3 << R4, ou seja, R3//R4 = R3 e R3+R4 = R4, e utilizando R3 = 150 � << Re para não alterar o pronto de polarização estática e tomando inicialmente R4 = 4,7 k� temos:

� �� �� � 7,7

’3.1

//’ 11 �

�����

�V

F

Y �����������������

SS

SS

No cálculo do ganho Av2 devemos considerar também R4, portanto temos:

Eletrônica Experimental Amplificadores com Múltiplos Estágios - Cap.8-20

� � 9,7//////.’ 4202 �

�� �����

�������

�FY

S

S

Portanto o ganho em malha aberta resulta:

� � �YW Y Y� �1 2 610 7. ,

O valor de � é dado por:

� ��

� �

�� �

3

3 43 0910 2, .

Portanto o ganho em malha é dado por:

97

YW

YW

��

�1

30 7�

,

De acordo com o ítem 3.2 a freqüência de corte não se altera quando introduzimos R3 no circuito de malha aberta. Portanto a freqüência de corte inferir do circuito realimentado é dada por:

��

�FLU

FL

YW

��

�1

25 2�

,

Tomamos C3 = C2 temos: C3 = 10 F (tântalo) Como vimos anteriormente, análise em altas freqüências é bastante trabalhosa. Para determinar as freqüências de corte superio, vamos utilizar o programa PSPICE traçando as curvas de resposta em freqüência do amplificador. Na figura 17 temos as diagramas de ganho e fase em função da freqüência para o curcuito da figura 16 sem nenhum elo de realimentação. Como resultado temos: fcs =320 kHz. Na figura 18 temos os diagramas de ganho e fase em função da freqüência para o circuito em malha aberta, mas considerando o efeito de . Como resultado temos: fcs = 310 kHz. Na figura 19 temos os diagramas de ganho e fase em função da freqüência para o circuito realimentado. Como resultado temos: fcs = 9,2 MHz.

Eletrônica Experimental Amplificadores com Múltiplos Estágios - Cap.8-21

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��� ������������

Eletrônica Experimental Amplificadores com Múltiplos Estágios - Cap.8-22

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