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XXX CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA DO SOLO

RECIFE: 17-22 JULHO

2005

APRESENTAÇÃO DE JOÃO BERTOLDO DE OLIVEIRA

Pesquisador Voluntário do IAC - São Paulo

Membro do Comitê Executivo do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos

Bolsista do CNPq

Reflexões sobre critérios diagnósticos para níveis

categóricos mais baixos e sobre designação de

horizontes  

João Bertoldo de Oliveira.  

Considerações iniciais.

O SiBCS é um sistema multicategórico tendo sido

hierarquizado até o quarto nível compreendendo, portanto,

as seguintes categorias:

Ordem,

Subordem,

Grande Grupo e

Subgrupo.

É intenção contudo, de estruturá-lo até o sexto e último

nível, o de série, passando naturalmente pelo quinto, o de

família.

O Conceito de série.

A série é uma classe de solos com filiação direta e

ascendente com outras classes de níveis categóricos mais

elevados.

Assim, uma série está filiada à uma das classes de uma

determinada família a qual por sua vez está filiada a uma

das classes de um determinado sub-grupo, e assim por

diante.

Ordem

Subordem

Grande Grupo

Subgrupo

Família

Série

Filiação hierárquica

A série constituirá, no SiBCS o nível categórico mais

baixo, representando, portanto, a classe mais homogênea

dentro deste sistema.

Esta hierarquia em seis níveis categóricos acompanha a do Soil Taxonomy

O estabelecimento dos critérios diferenciadores entre classes de

solos é uma ação totalmente artificial e subjetiva, criado pela

mente do homem.

Para as classes de solos até a categoria de subgrupo encontramos

no SiBCS os critérios identificadores de cada classe, o mesmo não

se dá ao nível de família e de série pois, tais categorias, ainda não

estão estruturadas

Os propósitos das séries são essencialmente pragmáticos e as

taxa são intimamente relacionadas com o uso interpretativo

do sistema de classificação, sendo, portanto, essencial eleger

atributos de importância agrícola (e não agrícola).

As diferenças entre séries estão relacionadas com as

diferenciações entre horizontes sendo sua significância

refletida na natureza ou no grau de expressão de um ou mais

horizontes

Natureza dos horizontes:

-Composição incluindo mineralogia,

-Estrutura

-Consistência

-Textura

-Cor quando acessória à outra(s) propriedade(s).

Grau de expressão

-Espessura do(s) horizonte(s)

-Contraste entre horizontes ou subhorizontes

-Natureza dos limites entre horizontes

-Profundidade de ocorrência do atributo

-Quantidade do(s) constituinte(s) (concreções, matacões, calhaus, plintita).

-Para os sódicos e sálicos teores de Na+ e sais.

-etc.

Alguns atributos já empregados em categorias superiores

devido sua grande importância agronômica poderão ser

retomados a nível de série.

Pode-se pensar também em atributos que não foram utilizados em níveis categóricos mais altos.

Por exemplo, a presença de mudança textural abrúpta nos ESPODOSSOLOS.

Vejamos exemplos de alguns atributos aplicáveis no nível de série

Contato lítico

Contato lítico: (pouco interesse nos solos abaixo, pois contato lítico dentro dos 50 cm iniciais)

- NEOSSOLOS LITÓLICOS

- CHERNOSSOLOS RÊNDZICOS Líticos

- CAMBISSOLOS HÁPLICOS Ta Eutróficos liticos

- LUVISSOLOS CRÔMICOS Órticos líticos , etc.

Esses solos geralmente estão situados em declives acentuados,

dificuldade mapeamento, custo de detalhamento.

Contato lítico entre 50-120cm de profundidade (???)

- ARGISSOLOS AMARELOS Eutróficos lépticos (100cm)

- CHERNOSSOLOS ARGILÚVICOS Órticos lépticos (100cm)

- NEOSSOLOS REGOLÍTICOS Eutróficos lépticos (120cm),

etc.

Como a seção de controle para esse caso é de 50-

120cm é interessante estabelecer critérios que diminuam a amplitude de variação da classe.

Por exemplo:

50-75 50-80

75-100 ou 80-100

>100 >100

Horizonte Litoplíntico (bancada laterítica)

PLINTOSSOLOS PÉTRICOS Litoplínticos típicos: horizonte lipoplíntico ocorre dentro 40cm da superfície ou imediatamente abaixo do hor. A ou E.

Igualmente aos líticos

PLINTOSSOLOS PÉTRICOS Litoplínticos arênicos: horizonte lipoplíntico ocorre entre 50-100cm

Igualmente aos lépticos:

50-75cm 50-80cm

ou

75-100cm 80-100cm

Ortstein

Exclusivo dos ESPODOSSOLOS: Dentro de 150cm da

superfície do solo.

ESPODOSSOLOS FERROCÁRBICOS Órticos dúricos

Seção de controle espessa. Quais critérios? A cada 50cm?

ESPODOSSOLOS........Hiperespessos

Horizonte B espódico após 200cm da superfície.

Perfil GB-50 Bh 400cm!

Conveniente estabelecer parâmetros que reduzam amplitude dos hiperespessos.

Duripã

Duripã

ARGISSOLOS ACINZENTADOS Eutróficos duripânicos: 200cm

Conveniente estabelecer parâmetros que reduzam amplitude dos duripânicos.

Menor interesse nos PLANOSSOLOS NÁTRICOS?

PLANOSSOLOS NÁTRICOS Sálicos duripânicos : 120cm

PLANOSSOLOS NÁTRICOS Órticos duripânicos: 120 cm

PLANOSSOLO NÁTRICO (Solonetz-Solodizado) com duripã abaixo do Btn

O Perfil 16-VRCC: porosidade total respectivamente de 19% e 17% nos horizontes Btn1 e Btn2.

Mudança textural abrúpta/Horizonte Plânico

Mudança textural abrúpta42cm

0 cm

ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO típico

Podzólico Vermelho-Amarelo abrúptico

Horizontes A + E de textura arenosa. Podem apresentar espessuras variadas.

Implicações:

Erosão

Volume água disponível

Fisiologia

Mudança textural abrúpta ocorre à profundidades variadas:

7 cm (PLANOSSOLO-Perfil BA-310)

> 2 m (ARGISSOLO, IAC, São Paulo)

Bt

E

E

Bt

Mudança textural abrúpta ocorre à profundidades variadas.

A

35cm

60 cm

Típico Arênico

A

60 cm

90 cm

ARGISSOLOS VERMELHO-AMARELOS arênicos

A+E

A+E

A+E

0 cm

110 cm

0 cm

160 cm

0 cm

> 200 cm

Bt

Bt

Bt

Areia

Areia

Areia

Perfis de ARGISSOLOS espessoarênicos

NEOSSOLO QUARTZARÊNICO ?

< 25cm e 25-50cm nos típicos?

50-75cm e 75-100cm nos arênicos/

100-150cm 150-200cm > 200cm nos espessoarênicos?

O problema dos PLANOSSOLOS NÁTRICOS

A espessura dos horizontes A + E acima do horizonte plânico com caráter sódico (horizonte nátrico) tem grande importância

agronômica

A + E

Não se tem conhecimento de A + E nos PLANOSSOLOS

NÀTRICOS (Solonetz-Solodizados) tão espessos como nos

ARGISSOLOS.

Maioria A + E < 25cm; mas há registro de até 130cm :

Perfil PI-90.

Reduzir amplitude início Bt ?

Típicos: >25cm < 25cm?

Arênicos 50-75cm 75-100cm?

Mudança textura abrúpta não é usada na classe dos ESPODOSSOLOS.

Não seria o caso de usar esse atributo no nível de série?

Exemplo: Perfil 224. Margem Direita do Rio São Francisco Horizonte % argila transiçãoA1      6A21    1A22    1 abrúpta e planaB21h  17

Fragipã

Fragipã (100-120cm)

ESPODOSSOLOS CÁRBICOS Órticos fragipânicos

NEOSSOLOS REGOLÍTICOS Psamíticos fragipânicos

NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS Órticos fragipânicos

Fragipã iniciando a 150cm

A importância do fragipã na reserva hídrica dos solos do semi-árido.

Predominantemente solos de textura areia ou média.

Jacomine (1970) assinala o sucesso da fruticultura em solos com fragipã, especialmente em Sergipe.

0-50 cm ? 50-100 cm? >100 cm?

Caráter Salino CE 4-7 dSm-1

Caráter Sálico CE > 7 dSm-1

Classes de salinidade (Dijkerman, 1981)

Condutividade elétrica Classe Efeito nas plantas

(dSm-1)

0-2 Não salino Negligenciáveis

2-4 Ligte salino Produtividade culturas muito

sensíveis afetada

4-8 Modte salino Produtividade muitas culturas

restringida

8-16 Altate salino Sómente culturas tolerantes

> 16 Extremate salino Sómentes poucas culturas muito

tolerantes

Caráter Solódico PSS 6-15%

Caráter Sódico PSS > 15%

Designação de horizontes

A problemática de identificação do horizonte B textural formado por lamelas

ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico arênico.

Antigo Podzólico Vermelho-Amarelo Distrófico abrúptico

Perfil IAC-1377 Serra de São Pedro, Piracicaba, SP

Lamelas

Lamelas descontínuas no “pedon”

Lamelas contínuas no “pedon”

A

E1

Bt

Argila %

3

2

19

E2 2

Perfil coletado e descrito neste canto

A

E1

2E2

3E3

5E5

6E6

78E

A

2E23E3

4E44E4

5E5

6E6

E1

8Bt 7B7

Mesmo perfil anterior descrito em duas secções verticais distintas e distinguido os horizontes interlamelas

Será considerado como B textural a ocorrência de lamelas, de textura franco arenosa ou mais fina que, em conjunto, perfaçam 15 cm ou mais de espessura, admitindo-se que entre as mesmas´possa ocorrer material de textura areia franca

Conceito de B textural formado por lamelas

A

Bt formado

por lamelas.

Bt1?

Bt2?

Possibilidade 1: considerando que o Bt formado por lamelas se estenda entre (a) e (b)

(a)

(b)

Deixou de ser E passou a Bt

A

Bt1

Horizonte E?

Horizonte?

Possibilidade 2: considerando que o Bt formado por lamelas se estenda entre (a) e (b)

(a)

(b)

Os saprolitos

saprolito

Solo

Regolito

Por ser material relativamente pouco intemperizado

é comum (nem sempre) o saprolito apresentar

significativos teores de minerais primários fácilmente

intemperizáveis, notadamente K+, além de constituir

importante reserva de água para as plantas.

Ele tem portanto, grande interesse agrícola especialmente quando situado a pouca profundidade

Cr = saprolito

80 cm

Areia fina:

15% Feldspatos

10% MicasLUVISSOLO CRÔMICO Órtico (Bruno Não Cálcico)

O solo (+ saprolito) como ambiente depurador tem especial interesse em Engenharia Ambiental

Solo

SaprolitoFiltro

Diferentemente da pedologia e da geologia não há

um programa de mapeamento sistemático de

saprolito mostrando sua distribuição espacial

e dados (químicos, físicos, mineralógicos) que o

caracterize e identifique frente a um referencial de

classificação.

Há algumas proposições classificar estádios de intemperismo

Rocha sã Rocha muito alterada

Rocha coerente Rocha incoerente

Resistência muito fraca Muito resistente

Facilidade de escavação: Baixa Extremamente alta

Saprolito pode (e geralmente é o comum) ter várias camadas

Cr1 A1

Cr2 E

Cr3 Solo Bt1

Cr4 Bt2

Cr5 B3

Conjunto de atributos e horizontes de diagnóstico

LUVISSOLO CROMICO

Órtico

Como estabelecer critérios diagnósticos para os Saprolitos?

Taxonomia Buol:

Não satisfaz plenamente,especialmente solos profundos.

Não orienta como caracterizar morfológica, física e químicamente os saprolitos.

O saprolito, em especial os resultantes de rochas sedimenta-res, apresenta várias camadas com morfologia distinta (cor, coesão, fraturamento, feição de determinados minerais pri-mários notadamente micas e feldspatos) as quais apresentam permeabilidade, capacidade de retenção de água e condições químicas (reserva de nutrientes) bastante diversas entre si.

Urge estabelecer

Caracterização morfológica e análises distintas da empre-gadas para horizontes pedogenéticos: teor em minerais primários intemperizáveis, teor de K+  lábil, grau de fra- turamento da rocha, textura, permeabilidade, etc.

Participação de geólogos, mineralogistas, engenheiros civís.

Participação das Universidades e Instituições de Pesquisa

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