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VINICIUS CANDIDO DA SILVA VISCARDI
TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO
CENOGRAFIA DE TELENOVELA
Campo Grande-MS
2014
VINICIUS CANDIDO DA SILVA VISCARDI
TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO
CENOGRAFIA DE TELENOVELA
Trabalho Final de Graduação, apresentado ao Curso Superior em Tecnologia em Design de
Interiores pelo Centro Universitário Anhanguera de Campo Grande Unidade I
Orientador: Prof. Esp. Octavio Ferreira Loureiro de Almeida
Campo Grande-MS
2014
RESUMO
Este projeto cujo objetivo apresentar a importância do design de interiores nas
estruturas arquitetônicas tele novelísticas. Visando o avanço tecnológico atribuído para
este ramo que se inicia com propostas novas para o desenvolvimento de novas
pesquisas elaborado para este curso.
Tornando-se encantador com as novas tendências e projetos elaborados onde
grandes obras possam ser vista e assim o seu receptor maravilhado como que possa
vim conhecer e tornando-se publico o seu trabalho cenográfico.
Com o objetivo de mostrar o trabalho de um cenógrafo sendo assim citando as
diversas outras profissões que compõem um projeto cinematográfico de telenovelas,
detalhando as curiosidades de um set de gravações, tipos de revestimentos,
iluminação, estrutural e dentre outros. Desde então os primeiros paços iniciais de um
projeto real até a conclusão final, exprimindo todo um detalhe de uma gravação interna
e externa, cinematográfica.
Palavras-Chave: Ambiente Cênico; Iluminação; Revestimento;
ABSTRACT
This project aimed to present the importance of interior design in the architectural
structures novelísticas tele. Aiming technological advancement assigned to this branch which
starts with new proposals for the development of new research prepared for this course.
Making it Lovely with new trends and elaborate designs where great works can be seen
and so amazed your receiver as you can come to know and become public their work
theatrically.
With the aim of showcasing the work of a set designer thus citing several other
professions that make up a film project of telenovelas, detailing the curiosities of a set
recordings, types of coatings, lighting, structural and others. Since the first initial spaces of a
real project to final completion, expressing a whole detail of an internal and external, film
recording.
Keywords: Scenic Environment; lighting; coating;
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 e 02 – Fotos demonstrativa de Radio novelas ........................................08
Figura 03 – Revista Sétimo Céu, “Trama do Destino” nº 40 -1976 .........................10
Figura 04 – Revista editora BLOCH “O Fantástico Jaspion”, 1º edição 1989 .........10
Figura 05 – Sétimo céu, Editora Bloch – Nº 14 – junho de 1965 ............................10
Figura 06 – Cenógrafos projetando e executando ..................................................15
Figura 07 – Montagem da cidade cenográfica ........................................................16
Figura 08 – Montagem do ambiente interno ............................................................16
Figura 09 – Vista aérea de uma cidade cenografia .................................................17
Figura 10 e 11 – Cidade cenográfica da novela Passione, que reproduz Toscana na
Itália ..........................................................................................................................17
Figura 12 – Cenográfica gravação interna da novela “Viver a vida”, TV Red Globo
..................................................................................................................................18
Figura 13 – Cenográfica gravação interna da novela “Rebelde”, TV Red Record
..................................................................................................................................18
Figura 14 e 15 – Gravação externa novela Ribeirão do Tempo
..................................................................................................................................20
Figura 16 e 17 – Cenografia da novela “Suave Veneno”
..................................................................................................................................25
Figura 18 e 19 – Cenografia da novela “A vida como ela é”
..................................................................................................................................26
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .........................................................................................................06
2 CENOGRAFIA ......................................................................................................07
3 HISTORIA DAS TELENOVELA ...........................................................................08
3.1 A Telenovela ......................................................................................................08
3.2 A Radio Novela ..................................................................................................09
3.3 A Fotonovela ......................................................................................................10
4 A TELENOVELA NO EXTERIOR .........................................................................12
5 A TELENOVELA NO BRASIL ..............................................................................14
6 A PROPAGANDA NA TELENOVELA .................................................................14
7 O PAPEL DO CENÓGRAFO NA TELENOVELA ................................................15
8 ELEMENTOS CÊNICOS QUE COMPÕE UM SET DE GRAVAÇÃO ..................21
8.1 Iluminação ..........................................................................................................21
8.2 Revestimento .....................................................................................................24
9 Estudo de caso ......................................................................................................25
9.1 Construção do espaço cenográfico ....................................................................25
9.2 O cenário de a “vida como ela é”........................................................................26
10 PROPOSTA ........................................................................................................27
10.1 Briefing do Cliente ............................................................................................27
10.2 Propostas do Ambiente ....................................................................................28
11 CONCLUSÃO .....................................................................................................29
12 REFERENCIA BIBLIOGRAFICAS .....................................................................30
INTRODUÇÃO
Nos últimos anos a cenografia e a telenovela vêm ganhando seu espaço no
mercado televisivo desde os primeiros cenários épicos, a partir do teatro, onde se
permitiu criar sua própria identidade visual e especifica.
Seu conceito histórico iniciou-se através do radio onde suas narrativas percorreram
as fotonovelas juntas dando uma forte importância ao processo criativo televisivo. Com
o avanço da tecnologia foram se modernizando e se aperfeiçoando e hoje chegam até
as telas da TV em contato com o publico de uma forma interativa, e assim cada vez
mais as pessoas querem saber mais como e o porquê de tudo, buscando detalhes em
um ambiente cenográfico.
Com tudo isso o processo foto novelístico contribui muito para o desenvolvimento
da novela e da cenografia, a partir deste movimento narrativo a cenografia toma outro
rumo, e despertando nas emissoras televisivas a paixão por criar historias e
transforma-las em realidades e como um paço reproduzi-las chegando mais próximo da
realidade e mostrando ao telespectador de forma interativa e dinâmica as obras
cenográficas.
O cenógrafo como um todo o seu trabalho e esforço cujo seu papel não é exposto
assim como o do ator, mas sendo ele o responsável por todo o processo de criação
desde um projeto a execução da obra tanto na criação de um projeto quanto na pratica
para que tudo fique perfeito aos olhos do publico, dando vida a imaginação, criando
então as cidades cenográficas onde um todo é uma ficção, mas com intuito de chegar
próximo da realidade.
2 CENOGRAFIA
A cenografia surgiu com o teatro, nascendo através da necessidade dos homens,
de contar historias e permitindo a criação da arte coletiva, da transformação humana: a
cena. A sociedade primitiva procurava se comunicar com grupos distintos, através da
dança, musica, produzindo então ritmos cenográficos.
Sendo então um laço de criatividade, começaram a incorporar elementos
significativos assim como altares, flores e vestes na qual tinham grandes significados.
Então a partir dai o teatro estabelece uma comunicação entre os homens, assim sua
dinâmica visual ficou marcada pela cenografia.
Portanto a partir desta narrativa a cenografia percorre vários períodos, passando
pelo teatro grego, neste período fica-se marcada pelas suas estruturas teatrais onde
seu formato era de grande porte, o anfiteatro era envolvido por mais de 20.000
pessoas, embora na idade média fosse comum as encenações nas ruas, igrejas e
carroças, caracterizando uma grande variedade de espaços teatrais permitindo a
exploração de palcos e plateias.
No renascimento ficou marcada pelos efeitos criados em peças teatrais como
efeitos de voo de anjos e aparecimento de nuvens, além de maquinas adaptadas para
barulhos e trovões e chuva utilizadas em peças como as batalhas navais, que era
comum naquela época. Pois ainda nesta época desenvolveu-se o sistema da caixa
preta, o uso da perspectiva em cenários. Pois assim o enotécnicos e maquinistas se
tornaram grandes ilusionistas, utilizaram e vivenciaram a influência da física e da
mecânica na encenação.
Nesta época, na Itália o teatro teve uma participação maior, pois a partir do século
XVII, que passou-se a se desligar da perspectiva em camadas, abrindo espaço para a
utilização da profundidade. No século XVIII, as pinturas que compõem os cenários se
tornam mais realistas, pois os mesmos passaram a ser constituídos por objetos de
cenas. Pois unindo no mesmo espaço cênico peças construídas e peças pintadas.
Porem, nessa época, o cenógrafo chega a ficar bem próximo do formato de um
decorador, cujos cenários passaram de paisagens para interiores, na qual não eram
pintados e sim feitos. Desenvolveu-se a ideia de que a cada espetáculo ter um cenário
pensado exclusivamente pra si.
Contudo isso no séc. XIV a perfeiçoa ao realismo, apontando uma grande atenção
ao cenário, á luz, som e aos adereços, objetos e figurinos. Para combater ao exagero
do barroco do século anterior, retira-se do palco tudo que é de exagero e busca uma
nova volumetria baseando-se no bidimensionamento dos cenários, pintados, mas
resgatando o tridimencionalismo do palco. Porem nesta época cria se um ciclorama, e
aperfeiçoam-se nos estudos de claro e escuro, cheios e vazios, dando dinamismo e
volume às formas. Contudo exigindo do ator a ser mais dinâmicos e buscar alternativas
a declamação estética.
“Cenografia, transporta do espaço teatral, não apresentou rupturas
devido a sua natureza hibrida e matemática como forma de
expressão. Os novos experimentos cênicos encontram expressão
efetiva na televisão”. Urssi (2006).
3 HISTORIAS DAS TELENOVELAS
3.1 A Telenovela
Como característica própria os pilares da telenovela atual começaram a ser
estabelecido na antiga Idade Media, sobretudo no século XI. Nesse momento as obras
antigas eram lidas e interpretadas. Esse arquétipo só deu-se a partir das Canções de
Gesta poesias épicas que passar a existir no fim do século XI e do inicio do século XII,
antes do aparecimento da poesia Lírica dos trovadores e dos mais antigos romances
em verso. Durante a Idade Média passar a existir também os Saraus, encontros na
maioria das vezes na corte onde se liam os textos seguidos de musicas e as Novelas
de Cavalaria.
A telenovela ganha reconhecimento, sendo influenciada pelos conceitos
renascentistas. Tendo como destaque neste período a obra de Giovanni Boccaccio
(1313-1375) o Decameron, que é a junção de cem novelas narradas por dez pessoas,
abrigadas em uma casa de campo para resistirem aos horrores da Peste Negra.
Para se entender melhor a importância da telenovela, precisa-se também
abranger o conceito de folhetim, que passa a surgir a partir do século XIX. O folhetim é
um feitio de publicação seriada, de obras literárias do gênero prosa e ficção ou
romance, publicado em periódicos, jornais e revistas.
“O folhetim nada mais é do que o teatro móvel que vai buscar o
espectador em vez de espera-lo”. Almeida (2009, p. 3) apud Ortiz,
(1991, p. 56).
Segundo Ana Carla Fiirst (2011, p. 21) “Desta forma, folhetim acompanhou as
mudanças sociais e estruturais do século, mudando personalidades e temas, até ir para
as revistas, formando as fotonovelas. Dai para exibição nas matines do cinema e
radio”.
“Os mistérios de Paris que marcou decisivamente a produção da
ficção diária, momento de sedução para o leitor, que chega a
confundir realidade e ficção”. Fiirst (2011).
3.2 As Radionovelas
As radionovelas brasileiras começaram a serem produzidas a partir dos anos
1930, sobretudo nas rádios Record (SP) e Mayrink Veiga (RJ).
Segundo Roberta de Almeida (2009, p.4) apud Ferraretto, (2000), a radionovela
só começou a ser exibido ás 9h30 do dia 1º de junho de 1940, quando foi ao ar uma
das primeiras radionovela “Em busca da felicidade”. A história fundamenta num
triangulo amoroso, sendo de autoria do cubano Leandro Bianco. Embora nesta década
destaca-se, a radionovela “Direito de amar” (1951), transmitida pela radio nacional.
Embora o sua audiência fosse tão grande que, em seu horário de transmissão, as ruas
ficavam vazias tudo para que não pudessem perder um só capitulo da radionovela.
Sendo assim as radionovelas eram ricas em suas sonoplastias, pelo simples fato
de não serem reproduzidas em imagens a cores, isso exigia que as pessoas
imaginassem e criassem em suas mentes os cenários e a construção dos
personagens, na qual as entendiam pelos sons reproduzidos pelas vozes que
interpretavam sendo transmitidas pelo radio.
Foto 1 e 2 – Fotos demonstrativa de Radio novelas.
< http://www.teledossie.com.br/radio-novela-outra-paixao-nacional/>
<http://www.abraconacional.org/oficina-no-ceara-traz-de-volta-a-magia-das-radionovelas-para-
estudantes/>.
3.3 As Fotonovelas
Considerando como um subgênero da literatura, as fotonovelas são de
característica narrativa de cujo texto verbal e fotográfico. Na qual as historias são
narradas em quadrinhos e cada um destes quadrinhos corresponde a uma foto que
vem acompanhada por uma mensagem textual, e eram geralmente publicadas em
revistas, livros ou pequenos trechos editados em jornais, contudo suas origens são
bem antecedentes.
De acordo com, Angeluccia Bernardes Habert (1974) e Vagner Baldasso (2010)
as fotonovelas tiveram seu inicio por volta da década de 40 na Itália, após a II guerra
mundial, chamadas de fotoromanzi ou fumetti este ultimo nome era usado para definir
os quadrinhos, se referindo ao espaço das falas parecendo com fumaça. Sua origem
foi determinada pela crescente popularização do cinema e pela fama dos atores. Com
tudo a perfeição técnica da fotografia e o difícil acesso de um publico em geral ao
cinema e a existência ou limitada à transmissão da televisão, esses fatores foram
importantes para o surgimento das fotonovelas. Sendo assim os iniciadores das
fotonovelas na Itália foram Stefano Reda e Damiano Damiani, que começaram a
publicar em revistas e adaptações de filmes de sucesso.
“O neorrealismo em voga na Itália determinou as descrições
quotidianas e a temática urbana e realista presente nas
fotonovelas. Os iniciadores da fotonovela em Itália foram Stefano
Reda e Damiano Damiani que começaram por publicar em revistas
adaptações de filmes de sucesso (o chamado cine-romance que
adaptou obras como O Conde de Monte Cristo, O Monte dos
Vendavais, Ana Karennina, e A Dama das Camélias). Essas
primeiras fotonovelas eram protagonizadas por atores populares e
as revistas tentavam realçar um determinado tipo de imagem do
ator em questão”. Baldasso (2010) apud Galucho, (2008).
Embora o sucesso das fotonovelas fosse tão grande que motivou a popularização
do cinema nas décadas de 1940 em diante, que crescia cada vez mais porem fosse
difícil o acesso para o publico em geral. Pois devido a isso muitos artistas do cinema
foram titulados a participar de fotonovelas, aproveitando a fama dos mesmos. E desde
então as grandes revistas de fotonovelas publicadas se disseminaram por diversos
países. A partir das suas primeiras origens na Itália por volta da década de 40,
seguindo então, França (1949), Luxemburgo e Bélgica. Na Espanha a fotonovela surge
nos finais dos anos 60 e conta com um publico bastante abrangente. E mais tarde
chega à África do Norte, sendo assim, a maior parte das revistas eram traduções dos
originais italianos. E no Brasil por volta dos anos 60 á 80.
“Considerada um subgênero da literatura, a fotonovela é uma narrativa
mais ou menos longa que une texto verbal e fotografia. É uma forma de
arte sequencial que cujo texto e imagens com objetivo de narrar historias
dos mais variados gêneros e estilos. São em geral, publicadas no formato
de revistas, e livros ou de pequenos trechos editados em jornais e
revistas. O narrador desempenha um papel importante na fotonovela uma
vez que, para além de elucidar o leitor sobre a ação, anuncia também
juízos de valor, ilações de teor moral, justificações sobre o
comportamento das personagens e controla a ação, retardando-a e
alongando-a. Os planos e os enquadramentos utilizados nas fotografias
são quase sempre do cinema”. Almeida (2009) apud Harbert, (1974 p.
33).
Foto 3 – Foto novela revista Sétimo Céu, “Trama do Destino” nº 40 -1976.
Foto 4 – Foto novela revista editora BLOCH “O Fantástico Jaspion”, 1º edição 1989.
Foto 5 – Sétimo céu, Editora Bloch – Nº 14 – junho de 1965.
< http://asfotonovelas.blogspot.com.br/>.
4 A TELENOVELA NO EXTERIOR
A partir do séc. XX surgem do termo as soap operas americanas, séries
radiofónicas dos anos 30 que retratavam um melodrama doméstico, dirigido ao público
feminino, nomeadamente às donas de casa.
O nome Soap Opera é de gênero televisivo bastante popular e é principalmente
nos Estados Unidos e também na Inglaterra e na Austrália. Surgiu, de acordo com o
Online Etymology Dictionary, em 1939. Porem nessa época, a grande parte dos
patrocinadores desses programas eram fabricantes de sabão. Eis então o nome Opera
de Sabão.
A soap opera e as telenovelas brasileiras são muito parecidas, pois sendo assim
que as telenovelas são conhecidas como Spanish Soap Opera, porem ambas possuem
algumas características diferentes umas das outras.
Uma das características da soap opera é que ao contrario das telenovelas elas
são feitas para ir ao ar indefinidamente, pois sendo assim quando uma começa não é
determinado o tempo em que ira terminar, alguma dessa soap opera já estão á
décadas no ar, e que ainda passam nos dias de hoje. Como por exemplo, a Days of
Our Lives (1965), que já tem mais de 11.776 capítulos. Dentre estes se destacam
General Hospital (1963), As the world turns (1956-2001), The bold and the beautiful
(1987), The young and the restless (1973).
Com o começo da televisão, ouve se então a queda do folhetim e a partir dai deu
se a despertar o interesse de países da América latina como o Brasil, a Venezuela,
México e Cuba, os novos importadores o modelo. É a partir deles que a telenovela
ganha novas características e tornando-se um género autónomo, se diferenciando do
formato americano, que lhe serviu de fonte de inspiração.
5 A TELENOVELA NO BRASIL
A partir-se dos anos 1950, a televisão brasileira desenvolveu-se e deu-se início a
ser considerado o razoável instrumento de integração nacional. Porém as primeiras
novelas também copiavam os esquemas das radionovelas, tanto na forma quanto no
contexto em si. Pois quando foi ao ar Sua Vida me Pertence, original de Walter Forster
em 1951, pela rede de televisão Tupi, e a partir dai então se deu o primeiro protótipo da
telenovela no Brasil, sendo exibindo dois capítulos por semana. Sendo assim as
produções latinas, Mexicanas, Argentinas e cubanas eram as fundamentais
referencias, com grandes adaptações.
Em 1965 o primeiro acontecimento de audiência foi O Direito de Nascer, exibida
pela TV Tupi, que marca a ascensão do gênero. A partir deste momento telenovela
tornou-se então uma paixão nacional conquistando um publico televisivo. Foi a partir
destes princípios incentivou os empresários de TVs a investirem mais na telenovela.
Entre as décadas de 1960-1970, a novela Beto Rockfeller, de Bráulio Pedroso,
que fez descontração e atualidade. Portanto com o aprimoramento dos recursos
técnicos as emissoras de TV deram inicio as produções de novelas constantemente.
Ainda nesse período Janete Clair dar-se inicio as produção de novelas na TV
Globo, a emissora a tenta as mudanças na mídia televisiva, Janet Clair reescreveu
Véu de Noiva que foi sucesso nas radionovelas, sendo assim a novela foi um sucesso
em 1969, embora nesta década O Bem Amado, de Dias Gomes, sucesso a cores,
levando aos brasileiros a primeira telenovela a cores da TV.
No final dos anos 70, com a falência da TV Tupi, a TV Bandeirantes entra na
concorrência e lança Cara a Cara, de Vicente Sesso, que reunia astros da TV Tupi e da
Globo. E como destaque, Cassiano Gabus Mendes novelista da TV Globo, traz como
principais novelas Anjo Mau e Locomotivas, que por sua vez dando ênfase em seu
contexto, cria um perfil único ideal para as novelas das sete.
Em 1975 começam as produções das novelas dos horários da seis na TV Globo,
normalmente adaptações de clássicos da literatura. Trazendo então Gilberto Braga
com algumas de suas obras como Helena, Senhora, Escrava Isaura e Dona Xepa.
Sendo assim uma de suas obras que também marcou historia foi novela do
horário das oito Dancin’ Days, sendo então um marco na telenovela nacional, que
influenciou inclusive a abertura de diversas discotecas pelo Brasil.
Na década 80, a Rede Bandeirante começa a investir em novas teledramaturgias,
pois sem grandes resultados esperados, o SBT passa a importa novelas latinas e
chega a produzir alguns ti, porem todos inferiores em produção de textos. Contudo o
surgimento da TV Manchete, novas produções surgem, mas com pouca repercussão.
Sendo então de maior audiência a novela Dona Beja escrita por Wilson Aguiar Filho e
Carlos Heitor Cony, mesmo assim a Globo continuava na liderança da audiência. E ao
se tratar de temas polêmicos Silvio de Abreu escreve Vale Tudo. Mas é com a novela
Roque Santeiro, que foi um dos maiores sucessos da dramaturgia nacional, escrita por
Dias Gomes e Aguinaldo Silva, que os anos 1980 a tinge seu ibope, pelo fato de que
nos anos 1975 a novela tenha sido vetada pela censura pois anos depois volta com
nova produção e conquista todo o pais.
A década de 1990 ficou marcada pelo fato da guerra de audiência, ou seja, se o
telespectador não gostasse da trama e trocasse de canal, a obra era ajustada ao gosto
do telespectador, pois foi o caso de O Dono do Mundo, de Gilberto Barros, em 1991 e o
mesmo em Torre de Babel, de Silvio de Abreu, em 1998. Pois ainda em 1990 a novela
Pantanal, de Benedito Ruy Barbosa, abala os pilares da rede Globo, sendo um sucesso
absoluto, sendo exibida na rede Manchete, mas de volta a rede Globo Benedito Ruy
Barbosa, escreve algumas novelas de maiores êxitos da década de 90, como Renascer
(1993) e o rei do Gado (1996).
Nos anos 2000, o SBT traz novas versões nacionais de telenovelas estrangeiras
principalmente Mexicanas, após o sucesso de Chiquititas, assim como a coprodução
com a emissora de TV da Argentina Telefe, lança novelas como Picara Sonhadora,
Esmeralda, Amigas e Rivais e dentre outras de grandes sucessos.
Ainda nos anos 2000, a Globo por sua vez continua liderando o seu quadro de
grande sucesso de ser a maior produtora de telenovelas no Brasil, contando com
autores consagrados como Glória Perez com o sucesso extraordinário com a novela O
Clone (2000), América (2005), Caminho das Índias (2009) e Salve Jorge (2012).
Portanto a telenovela ainda esta ligada ao folhetim, pois as suas estruturas ainda
são das antigas radionovelas.
“A telenovela brasileira expressa por si só que e tem sua própria
historia; entretanto, a telenovela é uma incógnita em sua ficção.
Não há ainda como classificar corretamente o que vem a ser esse
gênero fantasioso e de grande popularidade entre os brasileiros”
Almeida (2009) apud Fernandes (1994, p.27).
6 A PROPAGANDA NA TELENOVELA
As telenovelas possuem uma forte característica mercadológicas pela empatia que
se constitui entre o publico e as personagens. O merchandising que cada vez mais vem
sendo usado na telenovela, sendo cada vez mais introduzidos em anúncios e na
maioria das vezes nada discretos, tanto durante as cenas quanto nas vinhetas de
aberturas, como em Bambolê e Top Model. Também são usadas ações não
comercializadas para casos de informar o telespectador sobre problemas imediatos, de
utilidade publica.
Como o caso na novela O Rei do Gado, escrita por Benedito Ruy Barbosa, como
exemplo a Rede Globo, em vários momentos lembrou de que há produtos para vacinar
o gado contra a febre aftosa. O fato de divulgar esses tipos de mensagens educativas
em rede nacional é de caráter educativo, é de fato prevenir de doenças e combate ao
consumo de drogas, isso é exemplo de um avanço da teledramaturgia brasileira, na
qual a telenovela não tem como objetivo de educar, mas de interagir.
De acordo com o blog “Como surgiu a Telenovela?” o autor de telenovelas não tem
o dever de inserir em sua novela anúncios publicitário.
Pois o fato de maior identificação com o telespectador com os personagens, na
qual na vida real todos nós vamos ao caixa eletrônico, compramos livros, escovamos
os dentes em fim fazemos uma serie de coisas etc. Portanto espera-se que o autor use
essas introduções com critérios definidos, de forma que não interfira no roteiro que
pode afetar no roteiro da trama.
7 O PAPEL DO CENÓGRAFO NA TELENOVELA
De acordo com uma analise feita por Ana Carla Fiirst (2001) é o cenógrafo quem
cria e projeta os cenários, de acordo com uma analise feitas as sinopses das
personagens. No entanto a partir deste momento o cenógrafo com uma lista contendo
o perfil das personagens, sendo responsável por elaborar o orçamento junto aos
diretores de núcleo e a produção. O cenógrafo acompanha os gastos para cumprir o
previsto nos orçamentos que já foi aprovado, e inspecionar a cada detalhe e ver se
está de acordo com os projetos feitos por ele e ambientações, que são necessárias nas
cenas.
Juntamente com o diretor da trama e os assistentes de direção de arte, o cenógrafo
é quem aprova os locais onde serão gravadas as senas da externas. E é o cenógrafo
que orienta a equipe responsável pela montagem no método de composição do espaço
cênico.
Entretanto com aproximadamente quatro meses começam as atividades
cenográficas, no período em que não há atores escalados para a trama. Portanto ai é
com o ator ao receber o roteiro se adaptar conforme o seu personagem da trama.
Visto que a televisão é considerada uma indústria cinematográfica, o cenógrafo
juntamente com sua equipe técnica tem que se adaptar ao budget (Orçamento). A
partir deste momento é decidido o tamanho dos cenários e as situações dentro do
estúdio de gravação, em colocação do roteiro de gravação.
Porém o prazo é de curta duração, sendo assim o trabalho é realizado por
produção cenográfica e diretores de fotografia (iluminação). Na qual ao todo somam
em torno de 15 a 20 pessoas para a elaboração do projeto e para que junto ao diretor
possa ser aprovado.
No entanto todos os sets de gravação são arquitetados em estúdios, tudo isso
devido pelo fato que as cenas externas são demoradas a serem gravadas, por devido
alguns detalhes técnicos não estarem prontas.
“Pois eles passam dias visitando lojas em diferentes bairros de SP
e RJ, e até cidades do interior, atrás de raridades. Tudo para o
ambiente ficar com o perfil exato do personagem”. Fiirst (2011).
Já o cenotécnico é quem vai orientar nas etapas da construção e no acabamento,
inclusive nos detalhes das cidades cenográficas, e ajuda o cenógrafo, quanto ao prazo
estabelecido e a escolha dos materiais, que a produção já possui em acervo.
O iluminador por sua vez dá palpite em todas as cenas, e o produtor de artes
responsável pelos detalhes da marcação das cenas.
Foto 6 – Cenógrafos projetando e executando.
< Fiirst, 2011, pg. 32 apud Alencar, 2004, pg. 74>.
Ainda com um processo cultural cinematográfico Ana Carla Fiirt (2011) faz
referências à cidade cenográfica, cuja qual é levar ao público aquilo que há de mais
esplêndido sendo executado por profissionais e utilizando recursos sofisticados.
Sendo assim permitindo o uso de aparelhos de ultima geração, que permitem ser
feita as cidades cenográficas, porém palpáveis e com efeitos incríveis de iluminação.
As equipes de trabalho são formadas por diversos profissionais que juntos leva
para os olhos dos telespectadores um cenário de forma real a entreter.
Pois por algumas transformações na Rede Globo a produção de telenovelas passa
a ganhar grandes investimentos, sendo assim, à primeira cidade cenográfica, foi da
novela Redenção.
Com as sinopses em mãos, os diretores comunicam as equipes de produção, e daí
então começa o processo de criação na qual eles criam as ilusões, a partir dos
pedacinhos de isopor, paredes de papelão e até mesmo cidades de madeira. Com tudo
isso a produção é a principal evolução da história, que vai se passar em capítulos,
trazendo entretenimento ao publico brasileiro.
Contudo isso os ambientes são baseados na discrição da figura dramática dos
personagens, dependendo do papel do personagem no contexto, serão a quantidade
de cenários projetados para se passar as cenas gravadas com eles. Com tudo isso o
perfil do personagem, é muito importante pra que seja definido como será montado de
acordo com as suas características. Todo um papel de uma telenovela ao passar pelas
mãos de um cenógrafo é feito um anteprojeto e um orçamento, na qual depois, mais
tarde será discutido se realmente será aprovado ou não.
Quando caso for confirmado, já estarão prontas as ideias que irão dar vida a
imaginação transformando em realidade, pois sendo assim serão realizadas e
mostradas em maquetes físicas cenográficas e eletrônicas.
A partir desse exato momento a equipe de produção e execução de cenários,
sendo tudo aprovado artisticamente e cronogramado em ritmo industrial, Até então,
tudo é restringido a desenhos e projetos. Então os cenógrafos conduzem os projetos
contendo as seguintes plantas e análises de orçamentos, para aprovação final.
Foto 7 – Montagem da cidade cenográfica.
Foto 8 – Montagem do ambiente interno.
< Fiirst, 2011, pg. 41 apud Alencar, 2004, pg. 75>.
Normalmente a equipe de cenográfica chega a ter 15 cenógrafos, além dos
assistentes desenhistas, projetistas, figuristas e o pessoal da arte e efeitos de
iluminação. Sendo determinados os locais onde serão contadas as histórias, surgem os
“projetos especiais”, na qual tem um projeto específico dentro dos gerais, a partir daí
surgem às cidades cenográficas.
Foto 8 – Vista aérea de uma cidade cenografia.
< Fiirst, 2011, pg. 30 apud Alencar, 2004, pg. 70>.
Os cenários são ricos em detalhes tanto na parte frontal fachadas, portões, porta,
ruas e carros, porém, por de traz de toda essa estrutura, e toda trabalhada em madeira,
contendo aparelhos de áudio, vídeo e um grande fluxo de pessoas.
Tendo com ênfase a novela Passione que nos mostra um pouco de detalhe da
estrutura cenográfica na qual a equipe se organiza pra focar somente no que vai
aparecer para o publico, procurando chegar o mais perto do real e intercalada às cenas
com a do país ou cidade toda que foi gravada.
Foto 10 e 11 – Cidade cenográfica da novela Passione, que reproduz Toscana na Itália.
<http://www.justlia.com.br/2010/06/visita-ao-projac-e-detalhes-da-novela-ti-ti-ti/>
Portanto, o processo de cenografia e montagem é o planejamento da obra, as
cenas devem estar distribuídas em internas e externas. Geralmente 70% em estúdio e
30% em externas, lembrando que independente se as cidades cenográficas e os
ambientes estiveram a céu aberto são consideradas tomadas externas. Geralmente o
quando tem alguma gravação externa para fazer isso atribui aos profissionais de
efeitos especiais. Porém, como o já de costume durante os meses de gravação os
cenários já são montados para conservar e aproveitar o espaço.
Foto 12 – Cenográfica gravação interna da novela Viver a vida,TV Red Globo.
<http://wp.clicrbs.com.br/noveleiros/2009/09/22/gravacao-de-novela-no-leblon-irrita-
moradores/?topo=52,1,1,,186,e186 >.
Foto13 – Cenográfica gravação interna da novela Rebelde, TV Red Record.
<http://entretenimento.r7.com/rebelde/fotos/detalhes/invada-os-bastidores-da-novela-atraves-das-lentes-
dos-atores-20120425-3.html>.
Já quando tudo estivera pronto e depois que a novela estreia, ela continua sendo
escrita pelo autor, sendo gravada diariamente, assim também como mostram nos
programas de televisão como o programa Vídeo Show, porém sendo então na maioria
das vezes necessário que o autor mude o roteiro da trama para ganhar audiência ou
até mesmo quando sempre acontece nos finais da novela.
Sendo assim na maioria das vezes quando se é necessário alguns ajustes técnicos
na hora da edição e sonorização aí então é preciso que a equipe técnica entre em ação
para encontrar uma solução antes de ir ao ar.
Depois de todo o processo de gravação, a cena é editada, sobrepondo efeitos
especiais, sonoros e se caso legendas, essa etapa aproximadamente demora dez
horas na mesa para concluir um capitulo de 45 minutos.
“Estudos revelam que é mais caro armazenar e manter um cenário
do que construir um novo quando preciso (...). Depois de algum
tempo guardado, o cenário tem de ser inteiramente recuperado.
Por isso, o ideal é que se preveja a utilização na novela seguinte,
do material que está acabando”. Fiirst (2011, p.44) apud Alencar
(2004, p.80).
Com tudo o que foi falado Lorena de Oliveira um breve discurso à revista online
editora abril, conta que as madeiras são substituídas por cimento em refletores que
imitam a luz do sol, sendo assim ela ainda conta que a medida é um dos materiais mais
utilizados na montagem dos cenários. Para imitar a parede de alvenaria, utilizam uma
com cada de massa corrida ou e outra tinta. E por de traz das paredes, do lado de fora.
Mais madeiras para manter o cenário em pé.
Também a mesma relata que quando vemos as cenas do cenário, onde
apresentam a ser dia ensolarado, na realidade é um refletor, que fica acima do cenário,
onde os olhos não alcançam, há vários holofotes para iluminar o ambiente e painéis
brancos para rebater a luz e garantir maior suavidade com a gravação. Sendo até
então a maior parte da decoração dos cenários é de verdade como: Mesas, sofás,
armários, talheres, tudo e montado no cenário poucas horas antes da gravação. O
contra regra permite que os objetos permaneçam no mesmo lugar.
Quanto às falas e o som do ambiente é captado por um microfone direcional, ele é
segurado por um técnico acima da cabeça dos atores. Como o microfone é muito
sensível, é proibido até cochichar dentro do estúdio. Ainda no estúdio, são utilizados
três tipos de câmeras, numero ideal para conseguir tomadas diferentes e garantir
ângulos que deem profundidade ao cenário. As câmeras podem correr nos trilhos ou
ficar em graus.
Também cita que os personagens que em algumas gravações aparecem como
pessoas, carros, animais, bicicletas em fim são devidamente colocados ali e não estão
ali por acaso. Os figurantes podem até ser selecionados entre as pessoas que estão na
rua, mas é necessário que eles assinem um papel permitindo a sua imagem na
televisão.
Ao todo as gravações externas são executadas durante a madrugada ou ao longo
que o dia amanhece assim o diretor evita pegar o horário de tráfico, ou seja, horário
defluxo de pessoas e carros. Prevenindo também da poluição sonora, e também eles
sempre estão atentos à meteorologia para que evite gravar em baixo de chuva. Para
uma gravação na rua é necessário solicitar uma autorização a prefeitura, ao
departamento da policia militar sendo assim para evitar certos tipos de constrangimento
e essas áreas são isoladas até mesmos de pedestres e carros tudo isso para o uso das
gravações externas.
Foto14 e 15 - Gravação externa novela Ribeirão do Tempo.
<http://entretenimento.r7.com/ribeirao-do-tempo/fotos/confira-fotos-dos-bastidores-das-gravacoes-na-
cidade-cenografica-20100722-2.html>.
O diretor das novelas acompanha as gravações dentro de um furgão que fica
estacionado próximo a gravação, e através de fones se comunica com a equipe de
produção assim como no estúdio de gravação, também são utilizadas três câmeras na
rua melhor números de elementos possível em cena, às maquinas podem se fixadas
sobre trilhos ou em graus.
Fora dos estúdios contém barulhos e como na maioria das vezes não de para
conter, os atores usam microfones escondidos, possibilitando uma captura melhor do
som e caso algum dialogo não saia como esperado, os atores podem dublar eles
mesmos em um estúdio. Como o tempo de gravação nas externas e curto caso não
pode ser modificada antes da gravação é utilizado então a computação gráfica que
permite fazer as alterações desejada.
“A televisão, assim como o cinema acabou incorporando elementos
dos outros meios já estabelecidos como o radio, a imprensa e o
teatro. O desenvolvimento de características próprias permitiu a
criação de uma identidade visual estilizada e especifica; os
programas e, os filmes publicados e a cenografia da telenovelas
foram se distanciando, conceitualmente e tecnicamente os outros
meios. O cinema e a televisão modelou uma nova sociedade em
um mundo editado e fragmentado ”. Nelson Jose Urse (2006).
8 ELEMENTOS CÊNICOS QUE COMPÕEM UM SET DE GRAVAÇÃO
De forma descritiva e analítica, o cenário não tem uma forma estrutural concreta a
ser seguido, devido aos mesmos se adaptarem ao espaço e de acordo às
necessidades de uma empresa televisiva.
Portanto Ricardo Fugii (2007) em uma entrevista realizado pela revista Luz e Cena
relata que em relação aos estúdios mais novos da rede Record é o grande pé direito de
15 metros de altura, havendo uma área livre da ponta do refletor ao chão, de 10
metros. Sendo que os antigos estúdios tinham o pé direito de 6 metros de altura.
Assim como Ana Carla Fiirst (2001) relata que em A Favorita da TV Globo (2008) a
casa de Augusto Cézar interpretado pelo ator José Mayer, na qual a casa se situava na
floresta, tendo como características era toda trabalhada com laminas madeira de
demolição, e enormes janelas de vidro como formato de uma cúpula. Porem foi
construído de acordo com as normas sustentáveis pelo diretor de arte, Mario Monteiro.
Tendo como características internas constituída de uma cozinha integrada, mezanino,
dois quartos, banheiro, e um escritório que provavelmente o pé direito de 8 metros.
“Espaços muito pequenos dificultam tomadas panorâmicas da
cena, pois, a abertura focal (área de beam e field de abertura de
lente - onde beam é o menor campo de zoom da máquina e field é
o maior) dos equipamentos deve conseguir abranger os elementos
cênicos, fundos, atores, etc. Além disso, se o que chamamos de pé
direito (altura do set) for muito baixo, surgirão dificuldades nas
montagens de estruturas elétricas e de suporte de iluminação,
ocorrerá também um aumento na temperatura interna do estúdio,
devido é claro, aos equipamentos de iluminação ali instalados. No
caso de sets pequenos, devemos ter a preocupação de utilizar
lâmpadas com potências menores, até mesmo para proporcionar
conforto no trabalho dos atores, âncoras, etc. Na especificidade de
cursos à distância, poderíamos também resolver problemas de
estrutura e de pé direito baixo com a montagem lateral de
iluminação chave (key light) e de preenchimento (Fill light) em
plano médio (luminárias em tripés) e de luminárias de contra-luzes
(back light) também laterais, essas apenas um pouco mais altas”.
Perez (2004, pg 2).
8.1 Iluminação
De acordo com Lighting Designer Valmir Perez (2004) professor do Instituto de
Artes da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), um bom sistema de
iluminação, é quando as luzes de um set de gravação sendo externa ou interna, porem
corrigidas para um padrão admissível, pelo fato que nossos olhos conseguem bem
ligeiramente compensar as cores que vemos no mundo real, entretanto com as
câmeras isso fica sendo mais complicado. Dados importantes do trabalho de
iluminação é a correção da temperatura de cor.
Porém não só apenas em correção de temperatura de cores, mas também os
filtros difusos de iluminação, polarizadores. Sendo assim um bom posicionamento de
câmeras, iluminação e elementos de cena faz uma enorme diferença no resultado final.
Porém dependendo do espaço e os equipamentos a ser utilizados, deve-se resolver
com opiniões distintas. De forma geral correspondem-se na maioria das vezes as
técnicas mais simples, sobretudo em ambientes de estúdios pequenos.
Segundo a revista Luz e Cena (2007), Editora Musica e Tecnologia, a luz principal
que ilumina o personagem é a chamada de Key-Light, na qual se encontra presente em
quase todas as gravações, porém entende-se que não necessariamente o uso da luz-
chave é usada pelo fato que o importante em uma telenovela é o personagem e sua
fala, portanto não existe uma regra a ser seguida pelo fato de que a luz-chave pode ser
dispensada, assim como em uma situação de suspense ou até mesmo tensão.
Entretanto é notório lembrar que iluminação luz-chave secundaria ou como pode se
dizer de preenchimento Fill-Light. Luz menos forte do que a Key-Light, 10% a menos,
sua função é exatamente para preenchimento, sem extinguir as sombras criadas pela
luz principal, sendo assim a luz de preenchimento tem a função de iluminar os cenários
e os objetos ali presentes.
Ambas são posicionadas em um ângulo de 90º, em relação ao personagem da
trama, e são frontais e postas em lados opostos. Portanto atrás do personagem fica
posicionada a terceira luz básica, a contra luz, Back-Light.
“Em telenovelas o personagem é mais importante, tendo seu
contorno ressaltado. Portanto neste caso, a contraluz serve para
dar volume e profundidade, para que na tela da televisão, que é em
2D (bidimensional), a imagem não fique chapada mas com aspecto
em 3D (tridimensional), como é a realidade”. Luz e Cena (2007)
Visto que Sérgio Tortori (2007), diretor de fotografia responsável pela novela Sinhá
Moça e especial fim de ano Elis, ambos da TV Globo. Portanto esquema de três pontos
de luz, não predomina na iluminação dos personagens, somente na iluminação dos
cenários das telenovelas, aderindo à luz de pano de fundo e a luz de cenário.
Lembrando que uma telenovela é gravada por mais de uma câmera ao mesmo tempo,
visto que não há um ponto fixo para luz, o que é eficaz para o esquema básico de
Iluminação. Ainda que a importância da fotografia na novela é criar a sua identidade
sociocultural.
“As únicas normas que existem dentro de um estúdio de gravação
estão voltadas à segurança. Não podem existir normas na arte.
Posicionamento de câmeras, etc. embora alguns conceitos de
iluminação são utilizados para se obter uma boa imagem, como é o
caso da iluminação de três pontos, onde utiliza-se uma luz chave
(key light), uma luz de preenchimento (fill light) e uma contra-luz
(back light)”. Perez (2014)
8.2 Revestimento
De acordo com a revista Casa de Novela, Viviane Pontes relata que na novela das
seis, da TV Rede Globo Amor Eterno Amor, o ambiente que era uma sala pequena da
personagem Teresa (Rosi Campos) era tudo de cor marrom e bege, porem o
revestimento era em pisos laminados modernos, pelo fato de ser de fácil aplicação e os
preços acessíveis para um diverso público.
Na qual reproduzindo um belo aspecto de madeira natural e quanto a sua limpeza
é de fácil manutenção. Entretanto quanto à durabilidade desses tipos de pisos não são
muito resistentes, caso molhados incham e não voltam à forma original.
Foto 16 – Piso Laminado realça cenário da novela “Amor eterno amor”.
< http://extra.globo.com/casa/construcao/casa-de-novela-piso-laminado-realca-cenario-de-amor-eterno-
amor-4337427.htm>.
“Pisos muito claros e brilhantes podem provocar reflexos de
contra-luzes (back light) na lente das câmeras e reflexos no
set, nos atores e nos elementos. Aconselha-se a utilização
de pisos de material emborrachado ou carpetes de tons
escuros, geralmente pretos, cinzas, azuis, enfim cores frias.
Cores vivas e quentes podem apresentar problemas de
radiosidade (reflexão colorida) indesejada. Já o som, se
comportará melhor nesses materiais que absorvem mais as
ondas sonoras”. Perez (2004, pg 2).
“Devem manter-se preferivelmente fechadas durante as
gravações e, é claro, com tapumes e cortinas que evitem a
entrada de luzes externas. Isso se deve ao fato de que as
luzes externas tem temperaturas de cor diferente das
lâmpadas e, o mais importante, é que a luz natural muda
muito rapidamente, o que faria com que uma gravação longa
tivesse luzes diferentes.. Mas para que isso não transforme
o estúdio em um "forno" devido às altas temperaturas da
iluminação, aconselha-se também a utilização de ar-
condicionado, porém, com tubulação vinda de uma central
externa ao set. Ar-condicionado e captação de som não
combinam, inclusive se a ligação elétrica do som e do
equipamento de ar estiverem conectadas num mesmo
quadro de distribuição elétrica. Outro inconveniente na
abertura de portas e janelas é a facilitação de entrada de
ruídos no estúdio que influencia negativamente uma boa
captação de som”. Perez (2004, pg 2).
9 ESTUDO DE CASO
9.1 Construção do espaço cenográfico
De acordo com uma analise introdutória Nelson José Hurssi (2006) cenários
televisivos são projetados separadamente para que as câmeras passem a ter facilidade
para mudar de posição pelo ambiente cenográfico, para as gravações. Sendo assim a
circulação técnica simboliza dobro ou triplo do espaço ocupado pelo cenário.
A curta profundidade de campo da televisão permite ao cenário, soluções mais
utilizadas que o teatro. Atualmente, a cenografia televisiva também é construída com
materiais reais para melhor situar os atores em seu ambiente dramatúrgico, mesmo só
a vendo a necessidade de verdade da “verdade cênica” no olhar onisciente das
câmeras.
Os cenários televisivos, especialmente para as telenovelas em ângulo aberto acima
de 90º, em relação às paredes do fundo de cena, permitindo a circulação e o
posicionamento apropriado para as câmeras.
O cenário deve proporcionar espaço aos atores para se movimentarem em uma
atuação livre e integro, como movimentos diagonais. A marcação ideal para um ator
em cenas é feita por duas câmeras, assim possibilitando um interesse maior para o
espectador.
Foto17 e 18 – Cenografia da novela “Suave Veneno”, com o posicionamento das
câmeras, TV Globo dec. 80. Cena
“A” cenário correto e cena “B” incorreto.
<Urssi, 2006, p.64>
Este estudo de caso permitiu-me a concretizar o modo de como posicionar as
câmeras der forma correta. Contribuindo para o modo como eu irei adequar ao meu
projeto de estudo.
9.2 O cenário de a “vida como ela é”
A telenovela se passa nos finais da década de 50 e no inicio da década de 60,
Mário Monteiro (2001) relata que o cenário da telenovela A vida como ela é era
extremamente neutro, todo composto com cores pastéis. A luz era de estilo cinema,
aquele evento assinalado, mas continuamente sem cor nenhuma, aproximadamente no
preto e branco, para ser capaz de valorizar os figurinos criados por Marília Carneiro.
Em relação ao cenário, pode não ser atraente ao vivo, mas obtém-se muito
encanto na tela da TV, por devido ao enquadramento. Na Vida como ela é, foi muito
utilizado este recurso, porem às vezes foram montados cerca de 20 cenários dentro do
estúdio. Sendo assim eram sets pequenos. Mário Monteiro ainda cita que se recorda
que os cenários eram em “L” e continha uma penteadeira com um espelho que refletia
em uma parede que não existia, na qual eles criaram um fundo pintado. Admirando o
cenário no estúdio, não tinha encanto nenhum, mas no ar sua composição tornava um
universo real.
“Estamos em uma sociedade de “performance”, na qual nada pode ser
imaginado, pensando ou realizando em que o seja em forma de
espetáculo. A cenografia atende á dramaturgia de muitos espaços, e para
o cenógrafo todo e qualquer espaço é palco.” (Nero, 2010,p.25 apud
Fiirst, 2011, p. 15).
Foto19 e 20 – Cenografia da novela “A vida como ela é”.
< Daniel Filho, 2001, p.261>
De acordo com este precedente foi notório a relação que ele estabelece, visando
que os espaços cênico de teledramaturgia são produzidos em “L”, na qual dar-se-á
entender que possui um angulo de 90º.
10 PROPOSTA
O objetivo proposto é de acordo com o personagem, criar um cenário na qual
exprima características próprias, sendo o espaço cênico baseado na década de 70,
com ênfase na novela Dancing Days, realizando uma releitura, como se fosse fazer a
novela, sendo de maneira introdutória, colher o máximo de informações possíveis
daquela época e adapta-la ao nosso dia-a-dia.
Portanto será realizado um Briefing de acordo com as características da
personagem principal da trama, sendo assim reproduzir os ambientes em plantas
layout e elevação, e para melhor visualização, plantas humanizadas 3D, será feito uma
replica do ambiente projetado em forma de maquete.
Junto a isso, conclui-se que o espaço cênico de será de aproximadamente 60m²,
pelo seguinte fato de não haver uma origem de espaço e nem uma regra especifica do
tamanho real de um espaço cenográfico de telenovelas, perante a esses argumentos,
justifica-se a analise conclusiva dada as respectivas fontes de pesquisa como
argumentação.
10.1 Briefing do cliente
Meu cliente é uma emissora de televisão que pretende produzir uma
teledramaturgia, uma releitura da novela Dancing Days, na qual visa reproduzir os
cenários de acordo com a característica da personagem principal da trama. Uma vez
que a personagem eu uma pessoa simples, batalhadora, que ao decorre da trama ela
passa por momentos conturbados.
Entretanto no final da trama, a mesma se encontra em um estado oposto ao inicio
da teledramaturgia. Casa-se com um homem de posses sem perder sua essência
simples e batalhadora.
10.2 Proposta do ambiente
São três ambientes cênicos dentro de um set de filmagem (Estúdio de gravação),
em um ângulo de 90º num todo 60m² todo trabalhado em moldura em gesso com
alguns pontos de iluminação em lâmpadas de “spots”, na qual cujo objetivo é trazer um
ambiente acolhedor, harmônico e romântico, para que a personagem possa desfrutar
de bons momentos juntamente com amigos e familiares.
Primeiro ambiente é um “hall” de entrada cuja finalidade receber amigos e
familiares. Composto por um aparador todo trabalhado em detalhes MDF no estilo
“Vintage” e sobre o sobre tudo um a composição de quadros, entretanto um painel em
“Cobogó”, a parede com textura “marmoriato” roxo.
Segundo ambiente é uma sala de estar, para que a personagem possa acolher
seus amigos e familiares e que este cenário estima ser um ambiente para conversas,
possui um conjunto de sofás estilo anos 70, com finalidade dividir o segundo e o
terceiro cenário proponho um aparador com pernas e bancada em “painel” com um
fundo vazado para se colocar “puffs”, dando ao ambiente com características no estilo
“vintage”.
Terceiro ambiente é uma sala de TV, uma vez que a personagem é romântica, pois
o cenário foi pensado e de acordo com o caráter físico, pois é composta por um sofá
retrátil, tapete para ajudar na acústica, uma raque com painel nas cores predominante
do estilo “vintage”, na qual o ambiente será útil para momentos com amigos e
familiares para o caso de um cinema em casa, utilizando na parede a textura
“marmorato” bege.
Observações gerais: Foi proposto o piso vinílico, quadriculado inspirado nos pisos
das discotecas dos anos 70, e o revestimento em papel de parede estilo tijolo a vista,
para proporcional um ambiente estilo retro e para fazer composição com o estilo
predominante “vintage”.
11 CONCLUSÃO
A cenografia cuja suas origens narrativas, têm os seus pilares de origem teatral,
pois logo se geminou com a telenovela, formando um contexto único, sendo uma
dependendo da outra. Hoje em dia a cenografia é um ramo profissional muito
abrangente, na qual permite que o cenógrafo dê vida a ficção através do processo de
criação tele dramatúrgico.
Objetivo deste estudo de projeto foi conhecer como é criado o espaço cenográfico,
de modo que permita a criação de diversos cenários. Esses espaços são criados e
elaborados por profissionais cenógrafos, pois com diversas formas e estilos,
proporcionando designs diferentes e inovadores, permitindo levar para fora das telas da
TV seu conceito arquitetônico de acordo com o contesto da teledramaturgia.
12 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Anexo – I
Perspectiva - Parte de traz do Set de gravação
Perspectiva Ângulo Superior
Perspectiva – Ângulo Aberto
Perspectiva – Hall de Entrada
Perspectiva – Sala de Estar
Perspectiva – Sala de TV
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