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USO E DESCARTE CORRETO DE PILHAS E BATERIAS: UMA CAMPANHA PARA CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL
Uara Sarmenghi Cabral, Bianca Langa Scalzer, Jaqueline Vassoler Vassoler, Marcela
Caldeira Santos (Faculdades Integradas de Aracruz; FAACZ)
Resumo: Com o crescimento tecnológico, o uso de aparelhos eletrônicos dependentes de pilhas e baterias se tornou indispensável na rotina da sociedade. Entretanto, os refugos produzidos pelo consumo desse tipo de resíduos perigosos devem ser monitorados e tratados com bastante cautela, visto que seu descarte inadequado pode contaminar o meio ambiente e causar sérios danos a saúde. Este artigo mostra o trabalho realizado por alunos do curso de engenharia química das Faculdades Integradas de Aracruz quanto à conscientização da comunidade ao seu redor sobre o descarte adequado de pilhas e baterias.
Palavras-chaves: Gestão de resíduos; pilhas; baterias; conscientização
ISSN 1984-9354
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INTRODUÇAO
No momento em que se percebem grandes influências de fatores técnicos, científicos e
ainda de informações, associados ao crescimento da indústria, das cidades e o crescimento do
consumo no mercado industrial é necessário entender que a colaboração da população como um
todo faz parte de um contexto propício para um desenvolvimento sustentável. O planeta já está em
estado de alerta pela destruição causada pelo homem, o qual está ciente uma mudança obrigatória,
e não lenta, de suas atitudes.
Com a criação de produtos modernos, pilhas e baterias passaram a ser utilizadas com maior
frequência, tomando duas vertentes. Se por um lado estes dispositivos são considerados soluções
para muitas situações da rotina de residências, empresas e escolas devido a produtos requisitados
no mercado, por outro, elas podem ser causa de um grande problema ambiental. As primeiras
preocupações acerca do perigo oferecido pelo descarte inadequado de pilhas e baterias começaram
no final da década de 70, devido ao use de metais pesados perigosos em grandes quantidades na
fabricação de algumas, tendo pilhas que chegavam a conter até 30% do peso total de mercúrio
(Hg), elemento muito perigoso para a vida. Até a década de 1980, normalmente eram utilizadas
para o uso doméstico as baterias em forma de bastonetes, principalmente de Zn-C, as quais,
quando exauridas, eram descartadas como resíduo domiciliar, o que causou grande preocupação
para estudiosos principalmente em países da Europa. (REIDLER; GÜNTHER, 2002).
De acordo com Espinosa e Tenório (2004), o primeiro país da América Latina a ter uma
legislação para regular o rejeite de pilhas e baterias foi o Brasil, com a Resolução do Conselho
Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) 257/1999. A partir da publicação dessa resolução, a
preocupação com o descarte de resíduos passou a ser tratada com mais seriedade, tendo em vista a
necessidade de regular o descarte desse tipo de resíduo, dado o perigo que ele representa para a
população e ao ambiente. Além de tentar conscientizar a população sobre os perigos que o rejeito
desse tipo de material pode oferecer (ESPINOSA; TENÓRIO, 2004).
O Ministério do Meio Ambiente (MMA) vem desenvolvendo uma legislação que possa
tratar questões referentes à geração e tratamento de resíduos das mais diferentes naturezas. Então,
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posteriormente à resolução 257 viu-se a necessidade de alterações nos limites máximos de metais
como mercúrio, chumbo e cádmio, como a Resolução CONAMA 401/2008, para as pilhas e
baterias comercializadas no Brasil. Além disso, com o passar dos anos os critérios e padrões de
gerenciamento ambiental também foram sofrendo adequações. A lei 9.605/1998, colabora também
com informações sobre questões ligadas ao meio ambiente, dispondo sobre sanções penais e
administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente.
Entretanto, o principal marco quanto a regulamentação do descarte de pilhas e baterias se
deu com a lei 12.305/2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, integrada com a
Política Nacional do Meio Ambiente, articula-se com a Política Nacional de Educação Ambiental
e com a Política Federal de Saneamento Básico. A referida lei objetiva reduzir o volume e a
periculosidade de resíduos sólidos, priorizando a não geração, a redução, a reutilização, a
reciclagem, o tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos
rejeitos (MMA, 2010). A logística reversa citada na resolução mencionada passou a ser
obrigatória e é definida como:
Instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por
um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a
coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para
reaproveitamento em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra
destinação final ambientalmente adequada. (LEI 12.305/2010).
Diversos estudos mostram que a contaminação chega até a população quando pilhas e
baterias são descartadas incorretamente. Dessa forma elas podem ser amassadas ou estourarem,
deixando vazar o líquido tóxico de seus interiores. Essa substância se acumula na natureza, e
geralmente não são biodegradáveis, contaminando o solo. Os metais que constituem as pilhas e
baterias podem causar disfunções digestivas e do sistema respiratório, lesões renais e no pâncreas,
e até mesmo câncer. Portanto, é imprescindível que a população esteja ciente do perigo que esses
materiais podem causar, pois a saúde, já que as formas de contágio são desde o contato direto,
passando pela inalação ou pela ingestão de água ou alimentos contaminados. (REIDLER,
GUNTHER, 2000; CERCLA 2002; ESPINOSA; TENÓRIO, 2004).
Quando descartadas corretamente, em pontos de coleta autorizados, elas são encaminhadas
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para destinação adequada. Essa prática reduz a possibilidade de contaminação e posteriores
problemas causados pela disseminação das substâncias tóxicas presentes nas pilhas e baterias.
Para tanto, é recomendável a implantação de programas de educação ambiental e de informações
para a população. Para que esses programas apresentem uma eficiência satisfatória, é preciso que
se garanta o envolvimento de todos os atores ligados ao tema. Algumas ações que podem fazer
parte desse programa são: divulgar os locais disponíveis para a coleta desses resíduos; divulgar os
cuidados básicos para prolongar a vida das baterias; pesquisar novas tecnologias para reciclagem
desses resíduos; efetuar maior controle sobre as empresas recicladoras e sobre a disposição final
das pilhas e baterias usadas; aumentar a fiscalização quanto à aplicação da lei 12.305/2010, que
trata de questões relacionadas à Política Nacional de Resíduos Sólidos (Reidler, Gunther, 2000;
MMA,2010).
Para incluir o tema dentro da grade curricular do curso de engenharia química das
Faculdades Integradas de Aracruz (FAACZ), foi então proposto aos alunos do 2° período do
curso, que elaborassem uma campanha de conscientização quanto ao uso e descarte corretos de
pilhas e baterias. Dessa forma, coube aos alunos definir desde o público alvo até a forma de
abordagem que seria realizada. Também é parte integrante do trabalho a análise da legislação
vigente, sendo de suma importância conhecer os aspectos legais do assunto, sendo parte da
preparação a uma possível abordagem e também pré-requisito, já que se trata de uma atividade de
extensão.
O objetivo desse trabalho é descrever as atividades desenvolvidas pelos alunos do curso de
engenharia química das FAACZ, nos últimos anos, que possui além de cunho social, um caráter
informativo sobre o uso e descarte correto de pilhas e baterias, promovendo ao corpo discente a
possibilidade de interagir com a comunidade onde está inserida a Instituição de Ensino e também
agregar valor ao conteúdo programático da disciplina do curso em andamento. Atividades práticas
colaboram com a formação do profissional, de forma a permitir o contato com a sociedade e
demais profissionais.
METODOLOGIA
O projeto em questão foi implementado na disciplina de Química Geral II em 2011 e se
manteve durante os dois anos posteriores, com intenção de continuidade. Desde então vem sendo
desenvolvido pelas turmas de 2° período de Engenharia Química das FAACZ. Nos três anos em
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que foi realizada a campanha (2011, 2012 e 2013), obrigatoriamente os alunos precisaram
desenvolver um nome, definir um público alvo e ações que permitissem a eles alcançar resultados
positivos, ou seja, que a população estivesse consciente da necessidade do descarte correto destes
dispositivos após o uso. Ao final da campanha os resultados foram apresentados para professores,
colaboradores da faculdade e alguns convidados.
Como pode ser visto na Tabela 1, foram desenvolvidas ações diversas que nortearam as
campanhas, para cada ano, incluindo panfletos desenvolvidos pela equipe de marketing,
questionários aplicados, e eventos promovidos.
Tabela 1: Ações desenvolvidas pelos alunos durante a campanha de conscientização
2011 2012 2013
Nome da
campanha
FAACZ
ECOCIENTE DESTINO CERTO
NA PILHA
CERTA
Ações
Levantamento,
estudo e análise da
legislação vigente
sobre o tema;
Coleta de dados e
entrevista com
moradores da zona
rural e urbana dos
municípios que
sofrem impacto das
FAACZ;
Elaboração e
aplicação de
questionário para
alunos do ensino
fundamental dos
municípios de
Aracruz e
Linhares;
Implantação de
postos de coleta
desses resíduos;
Desenvolvimento de
página em site de
relacionamento para
divulgação da
campanha;
Panfletagem nas
escolas de
interesse no
estudo;
Palestra com o
biólogo Elber dos
Reis Tesch,
proprietário da
empresa ES
Ambiental,
especializada em
Panfletagem, com
folheto informativo
e masquote, na
Praça São João
Batista, no Centro
da cidade de
Aracruz;
Produção de caixa
mascote para
coleta de pilhas e
baterias (para
promover atração
por parte dos
alunos);
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reciclagem de
equipamentos
eletrônicos;
Divulgação:
panfletagem em
locais de grande
circulação, tiragem
na Rádio Nova
Onda (local) e
postagens em redes
sociais;
Divulgação da
campanha em um
blog,
desenvolvido
pelos alunos;
Os anexos mostram panfletos e questionários desenvolvidos pelos alunos para a realização
da campanha para cada um dos anos em que aconteceram. Para evitar um trabalho
demasiadamente extenso, nem todos os documentos estão expostos, apenas alguns que servem
como exemplo de como aconteceram as campanhas. Também foram feitos registros fotográficos e
por filmagem. Algumas fotos são mostradas no anexo.
Para efeito de registro acadêmico do trabalho, os alunos desenvolveram relatórios e
realizaram uma apresentação para mostrar como desenvolveram as atividades e também os
resultados alcançados e conhecimentos obtidos.
RESULTADOS
Como a cada ano houveram ações diferenciadas, os resultados serão apresentados em
ordem cronológica, ou seja, iniciando com os dados obtidos em 2011 e finalizando com os
diagramas de 2013.
Ano 2011
O ponto de partida foi colocar pontos de coleta na cidade, depois fazer pesquisas,
panfletagens e conscientização da população sobre o descarte inadequado desses produtos.
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Algumas dificuldades foram encontradas inicialmente, como por exemplo: coletar, porém onde
descartar?
Através de uma pesquisa, houve contato com a empresa ES Ambiental, de Linhares, que
instalou um ponto de coleta de pilhas e baterias na portaria das Faculdades Integradas de Aracruz.
O recipiente colocado também é adequado para descarte de resíduos eletroeletrônicos, e a empresa
se responsabiliza pela destinação final destes. A Figura 1 mostra parte do material coletado no
ponto de coleta das FAACZ, e em outros pontos nos municípios onde se passou a campanha.
Como forma de apoio ao projeto e também uma palestra de conscientização para os alunos,
ministrada pelo biólogo Elber dos Reis Tesch.
Figura 1: Resíduo eletroeletrônico, pilhas e baterias recolhidas durante a campanha
Foram entrevistadas 15 empresas em Linhares, dessas 8 (53,33%) não recebem pilhas e
baterias usadas, já as outras 7 (46,67%) recebem, portanto, são um ponto de coleta. Das empresas
que recebem pilhas e baterias usadas, 4 (57,15%) não as recebem frequentemente, as outras 3
(42,85%) empresas possuem uma frequência no recebimento.
Foram entrevistadas
20 empresas em Aracruz, dessas 12
(60%) não recebem pilhas e
baterias usadas, já as outras 8 (40%)
recebem, portanto, são um ponto de
coleta. Das empresas que recebem pilhas
e baterias usadas, 2 (25%) não as
recebem frequentemente, as outras 6
(75%) possuem uma frequência no
recebimento.
Os motivos pelos quais as empresas não recebem as pilhas são:
• Não sabem para onde mandar após recolher;
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• Não há procura dos clientes para a devolução.
Foram entrevistadas 100 pessoas em Linhares, dessas 76 (76%) fazem o descarte das pilhas
e baterias em lixo comum, já as outras 24 (24%) pessoas procuram um lugar apropriado para o
descarte. Das 76 pessoas que fazem o descarte incorreto, 66 (86,14%) o realizam sabendo, as
outras 10 (13,86%) pessoas o realizam por falta de conhecimento.
Foram entrevistadas 100 pessoas em Aracruz, dessas 74 (74%) fazem o descarte das pilhas
e baterias em lixo comum, já as outras 26 (26%) pessoas procuram um lugar apropriado para o
descarte. Das 74 pessoas que fazem o descarte incorreto, 64 (86,14%) o realizam sabendo, as
outras 10 (13,86%) pessoas o realizam por falta de conhecimento.
Os principais motivos alegados pelas pessoas que descartam pilhas e baterias usadas em
um lixo comum, mesmo sabendo que não é o correto são:
• A falta de conhecimento de um ponto de coleta;
• Falta de lugar apropriado;
• Comodidade e praticidade;
• Muitos alegaram que ate juntam em uma sacola separada, mas colocam junto ao lixo
comum, por não saberem um local certo para deixá-las.
Foram entregues 570 panfletos, todas as pessoas que os receberam foram orientadas sobre
o assunto e informadas que a FAACZ estava com ponto de coleta não só de pilhas e baterias, más
também de eletroeletrônicos. A figura 2 mostra o ponto de coleta instalado na portaria da FAACZ,
desde 2011.
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Figura 2: Ponto de coleta de resíduos eletroeletrônicos, incluindo pilhas e baterias, instalado pela empresa ES AMBIENTAL, parceira da FAACZ nas campanhas de
conscientização sobre uso e descarte de pilhas e baterias
Ano 2012
Com a realização do questionário apresentado, visitaram-se 34 residências diferentes, localizadas
nas zonas rural e urbana. Com os resultados, foi possível plotar os gráficos comparativos
demonstrados a seguir, no gráfico 1. As perguntas utilizadas no questionário foram:
1- Você sabe quais perigos o mal uso de pilhas e baterias podem acarretar?
2- Você descarta suas pilhas e baterias no lixo doméstico?
3- Existem pontos de coleta próximos a sua casa?
4- Alguma pilha ou bateria já explodiu? Se sim, quais as providências você tomou ao
descartá-las?
5- Você faz uso de pilhas e baterias recarregáveis?
6- Existem produtos que necessitam de pilhas e baterias em sua residência?
Gráfico 1: Resultado do questionário aplicado nas localidades de Aracruz, João Neiva e Colatina
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Com os dados do gráfico 1, foi possível fazer uma comparação entre a zona rural e a
urbana, podendo observar que independente do local, a instrução das pessoas quanto ao descarte
de pilhas e baterias, não apresentou diferenças significativas.
Posteriormente, com a observação de que a sociedade não possui consciência de como
descartar corretamente os dispositivos em questão, realizou-se uma campanha de panfletagem que
surtiu grande efeito na população abordada, já que muitos aderiram à campanha e se
comprometeram a realizar o descarte adequadamente e até mesmo apresentando novas ideias para
uma maior mobilização.
O Facebook também foi utilizado como meio de divulgação, onde criou-se uma página
encaminhada aos usuários para que pudessem colaborar divulgando a ação pela rede. A ação
surtiu efeito positivo, pois houve participação de internautas curtindo as publicações.
Ano 2013
Através de questionamentos realizados nas salas de aula com as crianças das escolas onde
se visitadas pela campanha no ano de 2013, nos municípios de Aracruz e Linhares, percebeu-se
que mesmo com a pouca idade (entre 6 e 8 anos) elas conheciam bastante sobre o uso de pilhas e
baterias, mas não tinham conhecimento sobre os riscos que essas poderiam causar. Com uma
análise das respostas obtidas nessa visita inicial, percebeu-se que o assunto em questão é muito
pouco abordado em escolas. Para verificar o acesso dessas crianças à informação, foram enviados
questionários aos pais, para que respondessem sobre os mesmos assuntos antes abordados na sala
de aula, com os filhos.
O questionário foi aplicado em três escolas diferentes, sendo duas privadas (A e B) e uma
pública (C), como mostra o gráfico 2. O número de entrevistados corresponde a um total de 43
alunos e seus responsáveis. Para melhor entendimento dos dados seguem os resultados a seguir:
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Gráfico 2: Resultados dos questionários aplicados aos alunos e seus responsáveis no ano de
2013.
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É importante ressaltar que praticamente todos os entrevistados responderam que usam
pilhas e/ou baterias, o que condiz com o esperado. Já sobre o conhecimento do local correto para
descarte de pilhas e baterias, os entrevistados da escola B mostraram praticamente o mesmo
número de respostas sim e não, o que causa uma certa preocupação. Também pode ser observado
um comportamento prejudicial ao meio ambiente e à própria saúde quando se verifica que em
muitas casas esses dispositivos são descartados no lixo comum ou armazenados em caixas,
deixando-os guardados, mesmo sem utilidade. Estando esse possivelmente ligado ao fato de não
haver conhecimento sobre os riscos que o descarte de maneira inadequado pode vir a trazer à
sociedade, do ponto de vista ambiental e mesmo da saúde da fauna e da flora. A figura 3 mostra a
participação dos alunos do curso de engenharia química numa das escolas onde foi realizada a
ação da campanha de conscientização no ano de 2013.
Figura 3: Alunos da FAACZ apresentando a campanha a alunos de uma escola de Linhares e o recipiente desenvolvido para recolhimento das pilhas e baterias que
permaneceu nas escolas por 15 dias.
Ficou evidente com os resultados mostrados que regionalização e o grau de instrução
influenciam bastante no comportamento da comunidade quanto ao descarte de pilhas e baterias,
assim como quanto ao conhecimento sobre as consequências causadas pelo manuseio incorreto
desses dispositivos. A pesquisa possibilitou perceber o quanto é grande a falta de informação e
conscientização dos estudantes tanto de escolas da rede pública como estudantes de escolas da
rede privada sobre o uso, cuidados e descarte de pilhas e baterias. Pode-se observar também que
nas cidades onde se realizou o projeto, existem poucos pontos de coletas para pilhas e baterias o
que acaba fazendo a população descartar em locais inadequados.
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CONCLUSÃO
Como resultado do projeto, pode-se perceber que há interesse da comunidade em apoiar
iniciativas de caráter ambiental, entretanto, muitas vezes ao não existem incentivos para a
divulgação da informação, como questões legais. Estas não são se fácil acesso, e por isso precisam
ser levadas de alguma forma até a sociedade, seja pela mídia, pela escola, ou ainda por
campanhas. É necessário se criar uma mudança de hábito, em diversos níveis, quanto ao uso e
descarte de pilhas e baterias, a fim de se adaptar a Lei 12.305/2010.
Ao longo dos anos, percebeu-se que a realização desse projeto em redes educacionais ajuda
na conscientização da sociedade, na escola e na casa dos alunos, colaborando com a diminuição
dos impactos ambientais. Com foco nas crianças, é possível ter a opção de crescer com esse
conhecimento adequado e passar para outras pessoas, propagando assim o que foi aprendido.
Enquanto Instituição de Ensino Superior (IES) é imprescindível a aplicação do conhecimento
adquirido em sala na forma de serviço à comunidade que está ao seu redor.
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