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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
CIÊNCIA E ENGENHARIA DOS MATERIAIS
ANA CAROLINA MARÇAL PIRES FERREIRA LUCAS
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
DIAGNÓSTICO DE CONTAMINAÇÃO POR DERIVADO DE PETRÓLEO NO SOLO E NA ÁGUA SUBTERRÂNEA EM UM TERMINAL AQUAVIÁRIO: estudo de caso
na cidade de Natal/RN
Natal/RN, Março de 2017
ANA CAROLINA MARÇAL PIRES FERREIRA LUCAS
DIAGNÓSTICO DE CONTAMINAÇÃO POR DERIVADO DE PETRÓLEO NO SOLO E NA ÁGUA SUBTERRÂNEA EM UM TERMINAL AQUAVIÁRIO: estudo de caso
na cidade de Natal/RN
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Ciência e Engenharia dos
Materiais da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, para a obtenção do título de
Mestre em Ciência e Engenharia dos Materiais.
Orientadores: Prof. Dr. Marcus Antonio de
Freitas Melo e Co-orientador: Prof. Dr. Djalma
Ribeiro da Silva.
Natal/RN, Março de 2017
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Central Zila Mamede
Lucas, Ana Carolina Marçal Pires Ferreira. Diagnóstico de contaminação por derivado de petróleo no solo e na água subterrânea em um terminal aquaviário: estudo de caso na cidade de Natal/RN / Ana Carolina Marçal Pires Ferreira Lucas. - 2017. 106f.: il. Mestrado (Dissertação) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Tecnologia, Programa de Pós-graduação em Ciência e Engenharia dos Materiais. Natal, RN, 2017. Orientador: Prof. Dr. Marcus Antonio de Freitas Melo. Coorientador: Prof. Dr. Djalma Ribeiro da Silva. Coorientador: Profª. Drª. Carina Gabriela de Melo e Melo Barbosa. 1. Indicativos de contaminação - Dissertação. 2. Compostos orgânicos voláteis - Dissertação. 3. Cromatografia gasosa - Dissertação. I. Melo, Marcus Antonio de Freitas. II. Silva, Djalma Ribeiro da. III. Barbosa, Carina Gabriela de Melo e Melo. IV. Título. RN/UF/BCZM CDU 504
Dedico este trabalho aos meus pais.
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, Marçal e Verônica, e meus irmãos, Maximiano e Ana Catarina, pelo
apoio e incentivo de sempre.
Agradeço ao meu noivo André, por todo companheirismo.
Ao Programa de Pós-Graduação em Ciência e Engenharia dos Materiais pela
oportunidade.
Aos professores Dr. Djalma Ribeiro, Dr. Marcus Melo, Drª. Carina Gabriela de Melo
e Drª Thayse Pires pela orientação e contribuição acadêmica.
Aos funcionários do NUPPRAR.
Ao IDEMA e toda a equipe do setor de Posto de Combustíveis que tornaram
possível a realização deste trabalho.
LUCAS, Ana Carolina Marçal Pires Ferreira - Diagnóstico de contaminação por
derivado de petróleo no solo em um terminal aquaviário: estudo de caso na cidade
de Natal/RN. Dissertação de Mestrado, UFRN, Programa de Pós-Graduação em
Ciência e Engenharia dos Materiais.
Orientador: Prof. Dr. Marcus Antonio de Freitas Melo
RESUMO: As Unidades de Terminais Aquaviários tem como função principal
receber, armazenar e distribuir petróleo, derivados e combustíveis renováveis
líquidos, garantindo o abastecimento dos mercados nacional e internacional. A
grande movimentação logística gerada pela exploração, beneficiamento,
armazenagem, transporte e comercialização do petróleo e seus derivados vem
gerando preocupações relacionadas à sua potencialidade de contaminação do
ambiente. Por causa dos inúmeros acidentes com derramamento de combustíveis,
os quais ocasionam contaminações de solos e águas por hidrocarbonetos derivados
de petróleo, torna as pesquisas neste contexto um desafio para os profissionais que
atuam na área, em função da complexidade de interações que ocorrem no solo e na
água. O Terminal, objeto de estudo, está localizado na cidade de Natal-RN e ocupa
uma área de 110.000 m2. O estudo visa avaliar a contaminação do solo e água
subterrânea por derivados de petróleo na bacia do tanque 1430-04, caracterizando a
presença de substâncias com potencial de contaminação através de dados obtidos
pela coleta de amostras do solo e água distribuídas para análise dos parâmetros
TPH fracionado, BTEX, VOC, SVOC e Metais. Como também, a análise dos
parâmetros físicos do solo (granulometria, porosidade total e efetiva, densidade de
partículas e total do solo, umidade natural) e fração de carbono orgânico. As
análises químicas das amostras de solo não apresentaram concentrações dos
parâmetros analisados (TPH, BTEX, VOC, SVOC e Metais). Nas amostras de água
subterrâneas foram detectadas concentrações de benzeno, além de xilenos e TPH.
Para os metais, foram detectados concentrações de chumbo, além do ferro. Já para
os metais dissolvidos apenas o chumbo apresentou concentrações acima dos
valores de investigação. Todos os resultados das análises químicas foram
comparados com os valores da Resolução 420 do CONAMA de 2009.
Palavras-chaves: Indicativos de contaminação, Compostos Orgânicos Voláteis,
hidrocarbonetos de petróleo, cromatografia gasosa.
LUCAS, Ana Carolina Marçal Pires Ferreira - Diagnóstico de contaminação por
derivado de petróleo no solo em um terminal aquaviário: estudo de caso na cidade
de Natal/RN. Dissertação de Mestrado, UFRN, Programa de Pós-Graduação em
Ciência e Engenharia dos Materiais.
Orientador: Prof. Dr. Marcus Antonio de Freitas Melo
ABSTRACT: The Aquaviários Terminal Unit's main function is to receive, store and
distribute oil, oil products and liquid renewable fuels, ensuring the supply of domestic
and international markets. The great logistic movement generated by the exploration,
processing, storage, transportation and commercialization of oil and its derivatives
has generated worries related to its potential contamination of the environment.
Because of the numerous accidents with fuel spills, which cause contamination of
soils and waters by oil-derived hydrocarbons, research in this context makes it a
challenge for professionals working in the area, due to the complexity of interactions
occurring in the soil and in the water. The Terminal, object of study, is located in the
city of Natal-RN and occupies an area of 110,000 m2. The aim of this study is to
evaluate soil and groundwater contamination by petroleum by-products in the 1430-
04 basin, characterizing the presence of substances with potential contamination in
soil and groundwater through the collection of soil and water samples for the analysis
of TPH fractional parameters, BTEX, VOC, SVOC and metals. As well as the
analysis of soil physical parameters (particle size, total and effective porosity, particle
density and total soil, natural moisture) and organic carbon fraction. The chemical
analyzes of soil samples did not present concentrations of the analyzed parameters
(TPH, BTEX, VOC, SVOC and metals). Concentrations of benzene were detected in
the groundwater samples, in addition to xylenes and TPH. For metals, concentrations
of lead were detected in addition to iron. For dissolved metals, only lead had
concentrations above the values investigated. All results of the chemical analyzes
were compared with the values of CONAMA Resolution 420/2009.
Keywords: Contamination indicatives, Volatile Organic Compounds, petroleum
hydrocarbons, gas chromatography.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Detector de Ionização por chama – FID. .................................................. 24
Figura 2 Regiões da chama (H2/X2 e ar). .............................................................. 25
Figura 3 Classes granulométricas do solo. ............................................................. 27
Figura 4 Diferentes fases presentes nas zonas insaturada e saturada .................. 38
Figura 5 Contaminação por hidrocarbonetos de combustíveis em subsuperfície...40
Figura 6 Fluxograma para gerenciamento de áreas contaminadas........................44
Figura 7 Medição de VOC em ponto de malha de soil gás screening. ................... 53
Figura 8 Sondagem a trado com utilização de camisa e bomba balde ................. .55
Figura 9 Instalação dos poços de monitoramento. ................................................. 57
Figura 10 Vista aérea do Terminal em estudo ......................................................... 66
Figura 11 Modelo Hidrogeológico conceitual do Sistema Aquífero Dunas...............70
Figura 12 Distribuição granulométrica das amostras do solo .................................. 71
Figura 13 Mapa potenciométrico ............................................................................. 73
Figura 14 Localização das sondagens e dos poços instalados na área. ................. 75
Figura 15 Pluma de contaminação do benzeno em água subterrânea .................... 88
Figura 16 Pluma de contaminação do TPH em água subterrânea .......................... 89
Figura 17 Pluma de contaminação de xileno detectado em água subterrânea ........ 89
Figura 18 Pluma de contaminação de chumbo total em água subterrânea ............. 90
Figura 19 Pluma de contaminação de chumbo dissolvido em água subterrânea .... 91
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Fontes de Ionização para Espectrometria de Massas. ........................... 26
Tabela 2 Processos do gerenciamento de áreas contaminadas ........................... 42
Tabela 3 Classificação das áreas contaminadas. .................................................. 43
Tabela 4 Características das amostras de solo enviadas ao laboratório para a
determinação dos parâmetros físicos e fração de carbono orgânico ........................ 55
Tabela 5 Características das amostras de água subterrânea ................................ 59
Tabela 6 Metodologias utilizadas para as análises químicas dos parâmetros
correlacionados das amostras coletadas de água subterrânea e solo. .................... 61
Tabela 7 Resultados dos ensaios realizados nas amostras de solo deformadas. . 70
Tabela 8 Resultados dos ensaios realizados nas amostras de solo indeformadas 71
Tabela 9 Resultados das cotas topográficas, níveis d`água e cargas hidráulicas..72
Tabela 10 Condutividade hidráulica nos poços ensaiados. ..................................... 73
Tabela 11 Velocidade estimada para o fluxo das águas subterrâneas. ................... 74
Tabela 12 Amostras de solo enviadas ao laboratório para análises químicas. ........ 76
Tabela 13 Resultados analíticos de VOC nas amostras de solo (mg/Kg). ............... 77
Tabela 14 Resultados analíticos de SVOC nas amostras de solo (mg/Kg). ............ 78
Tabela 15 Resultados analíticos de BTEX e TPH fracionado nas amostras desolo.79
Tabela 16 Resultados analíticos de Metais nas amostras de solo (mg/Kg)..............80
Tabela 17 Resultados analíticos de VOC nas amostras de água subterrânea........82
Tabela 18 Resultados analíticos de SVOC nas amostras de água subterrânea.....83
Tabela 19 Resultados analíticos de BTEX e TPH nas amostras de água.................85
Tabela 20 Resultados analíticos de Metais nas amostras de água subterrânea.....86
LISTA DE SIGLAS
AP Área Potencial de Contaminação
AS Área Suspeita de Contaminação
AC Área Contaminada
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
ART Anotação de Responsabilidade Técnica
BTEX Benzeno, Tolueno, Etil-Benzeno, Xileno
CF/88 Constituição da República Federativa do Brasil de 1988
CETESB Companhia Estadual de Tecnologia de Saneamento Básico e
Controle de Poluição das Águas
CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente
CE Condutividade Elétrica
EPA Environmental Protection Agency
GPS Sistema de Posicionamento Global
GAC Gerenciamento de Áreas Contaminadas
GC/MS Cromatografia Gasosa com Espectrômetro de Massa
IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis
IDEMA Instituto de Defesa do Meio Ambiente NATAL RN LEGISLAÇÃO
LNAPL (Light Non-Aqueous Phase Liquid) Fase Líquida Não Aquosa Leve
LDL Low Density Lipoproteins
LQ Limite De Quantificação
LD Limite de Detecção
MPE Extração Multifásica
NA Nível De Água
NAPL (Non-Aqueous Phase Liquid) Fase Líquida Não Aquosa
OD Oxigênio Dissolvido
PETROBRAS Petróleo Brasileiro S.A.
PPM Partes por Milhão
PID Detector de Foto-Ionização
PM Poço de Monitoramento
pH Potencial Hidrogenionico
QFS Qualidade Física do Solo
RSL Regional Screening Level
ST Sondagem de Investigação
SVOC Compostos Orgânicos Semivoláteis
SAAC Sistemas de Armazenamento Aéreos de Combustíveis
SGS Soil Gas Survey
SASC Sistema de Armazenamento Subterrâneo de Combustível
TRANSPETRO Petrobras Transporte S.A
TPH Hidrocarbonetos Totais de Petróleo
UTM Universal Transversa de Mercato
USEPA United States Environmental Protection Agency
VOC Compostos Orgânicos Voláteis
VROM Lista Holandesa de Valores de Qualidade do Solo e da Água
Subterrânea
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 15
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................... 19
2.1 A transpetro ................................................................................................ 19
2.2 Legislação pertinente ...................................................................................... 19
2.3 Critérios de avaliação do solo e água subterrânea ....................................... 22
2.3.1 Análises químicas ........................................................................................... 22
2.3.2 Cromatografiagasosa ...................................................................................... 22
2.3.3 Malha de Soil Gas Survey ............................................................................... 23
2.3.4 Detecção por ionização em chama -FID ......................................................... 23
2.3.5 Detecção por fotoionização -PID ..................................................................... 25
2.3.6 Cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas(GC-MS) .......... 25
2.4 Solo ................................................................................................................... 26
2.4.1 Os contaminantes no solo ............................................................................... 29
2.5 Águas subterrâneas ......................................................................................... 32
2.5.1 Aquíferos ......................................................................................................... 32
2.5.2 Os contaminantes nas águassubterrâneas ..................................................... 33
2.5.3 Poço de monitoramento do lençol freático ....................................................... 33
2.6 Combustíveis derivados de petróleo .............................................................. 34
2.6.1 Óleo Diesel ..................................................................................................... 34
2.6.2 Características dos contaminantes presentes nos combustíveis fósseis ......... 35
2.6.2.1 TPH .............................................................................................................. 35
2.6.2.2 VOC ............................................................................................................. 35
2.6.2.3 HPA ............................................................................................................. 36
2.6.3 Origens e consequências de contaminação da subsuperfície ......................... 36
2.6.4 Dinâmica dos hidrocarbonetos em subsolo ..................................................... 37
2.7 Gerenciamento de áreas contaminadas –CETESB ........................................ 41
3 ESTADO DAARTE ...................................................................................... 46
4 METODOLOGIA .......................................................................................... 50
4.1 Avaliação preliminar ........................................................................................ 50
4.1.1Caracterização doempreendimento.................................................................. 51
4.1.2Caracterização da área deinteresse ................................................................. 52
4.1.3Caracterização do entorno doempreendimento ................................................ 52
4.2 Avaliação confirmatória ................................................................................... 53
4.2.1Metodologia de perfuração e locação dos pontos de leitura deVOC´s ............. 53
4.2.2 Sondagens de Investigação ............................................................................ 54
4.2.3 Amostragem de solo ....................................................................................... 55
4.2.4 Instalação de poços de monitoramento ........................................................... 57
4.2.5 Amostragem da água subterrânea e medições dos parâmetros físico-químicos.....................................................................................................................58
4.2.6 Procedimento de coleta de amostras do solo e água ................................ 61
4.2.7 Métodos utilizados para análises química do solo e água ......................... 61
4.2.7.1 Métodos ....................................................................................................... 61
4.2.8 Ensaios de permeabilidade ............................................................................. 62
4.2.9 Levantamento topográfico e medições de nível d`água................................... 63
5 RESULTADOS EDISCUSSÕES ........................................................................... 66
5.1 Avaliação preliminar ........................................................................................ 66
5.1.1Caracterização doempreendimento.................................................................. 66
5.1.2Caracterização da área de interesse ................................................................ 68
5.1.3Caracterização do entorno da área de interesse do empreendimento.............. 68
5.1.4Caracterização do meio físico .......................................................................... 69
5.2 Avaliação confirmatória ................................................................................... 71
5.2.1Sondagem de investigação .............................................................................. 71
5.2.2Resultados obtidos para o solo ........................................................................ 76
5.2.3Resultados obtidos para a água subterrânea ................................................... 82
6 CONCLUSÕES ..................................................................................................... 93
7 RECOMENDAÇÕES ............................................................................................ 96
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 98
14
CAPÍTULO 1:
INTRODUÇÃO
15
1 INTRODUÇÃO
O petróleo está a cada dia sendo mais explorado e tem sido um recurso
energético gerador de divisas para a economia de países e nações, a exemplo do
Brasil, mas, também, difusor de impactos ambientais negativos. As etapas que
envolvem a produção de petróleo desde a perfuração de poços até o refino, direta
ou indiretamente, têm causado alterações ao meio ambiente. É um combustível
fóssil que apresenta muitas utilidades e aplicações, além do uso na indústria
automobilística. Ele se caracteriza por ser matéria-prima e/ou constituinte de
diversos produtos como plásticos, calçados e cosméticos. Apresenta também grande
potencial energético, já que grande parte da produção de energia global é baseada
nesse combustível. Entretanto, a utilização do petróleo não apresenta apenas
aspectos positivos, visto que ele possui alto potencial de aspectos e impactos
ambientais que são resultantes de sua exploração e produção industrial, sendo
capaz de causar a morte de animais e plantas, além de comprometer a qualidade do
solo, do ar e das águas.
No século XX, as companhias multinacionais cresceram exponencialmente,
formaram verdadeiros impérios monopolizando todas as zonas produtoras de
petróleo espalhadas pelo mundo, mas concentradas basicamente no Oriente Médio.
A supremacia dessas companhias ficou conhecida como o grupo das “sete irmãs”;
Exxon, Chevron, Móbil, Texano, Gulf, British Petroleum e Shell. O investimento em
novas tecnologias proporcionava o aumento da qualidade e rendimento do petróleo.
Os Estados Unidos detinham 50% da produção mundial e se viram ameaçados com
o desenvolvimento notável de produção no Oriente médio. As atividades
exploratórias se intensificaram com novos projetos de brocas e técnicas de
perfuração que alcançaram a profundidade de 1000 metros no início do século XX.
Esse avanço tecnológico permitiu maiores experiências offshore. Essas experiências
foram muito proveitosas já que as plataformas continentais possuíam grande
quantidade de matéria orgânica sedimentada e, por conseguinte petróleo.
O petróleo tinha e tem um grande poder econômico e nos anos 70 os preços
dele aumentaram drasticamente o que tornou viável descobertas em novos lugares,
entre eles no Mar do Norte e no México, enquanto os Estados Unidos viam suas
grandes reservas se extinguirem, e precisavam de novas descobertas para suprir
suas necessidades. Nas décadas de 80 e 90 foi possível a consolidação da
16
tecnologia que diminuiu os custos da prospecção e produção em 60% (THOMAS et
al., 2004).
No caso dos solos, o impacto por hidrocarbonetos, que pode afetar, inclusive,
os recursos hídricos subterrâneos, depende não só do tipo de contaminante, como
também do tipo de solo envolvido (i.e., argiloso, siltoso ou arenoso) (BAPTISTA,
2007).
A partir dos anos 90, o interesse no estudo sobre a qualidade do solo
aumentou consideravelmente, o que se comprova com o crescente número de
trabalhos indexados em periódicos internacionais acerca da qualidade do solo
(KARLEN, 1997; DORAN; PARKIN, 1996).
O suprimento hídrico da Cidade de Natal é feito, em sua maior parte (70%),
por águas subterrâneas, e o restante (30%) são águas importadas das Lagoas de
Jiqui e Extremoz, ambas situadas na periferia da cidade (SERHID, 2005). As águas
subterrâneas constituem o recurso mais viável e seguro para o suprimento das
populações com água potável (ibid, 2005).
Para caracterizar a qualidade do solo são utilizados métodos diretos e
indiretos de investigação ambiental em área com histórico ou potencial de risco
ambiental. Os métodos são: Geofísica, Malha de Soil Gas Survey, Malha de
Sondagens com amostragem de solo e Instalação de Poços de Monitoramento e
Amostragem de Água Subterrânea. Os resultados obtidos são comparados a valores
de referência de normas e legislações, como também a um estudo de Análise de
Risco a Saúde Humana. Caso seja confirmada contaminação na área, o Plano de
Recuperação da Área Degradada deve conjugar as técnicas de remediação in situ e
off site.
O presente trabalho apresenta um estudo de caso de contaminação no solo e
na água subterrânea por derivado de petróleo em um Terminal aquaviário na cidade
de Natal-RN. O Relatório de Avaliação Ambiental Preliminar realizada no Terminal
identificou e caracterizou os riscos potenciais de passivos ambientais, classificando
as áreas internas como Áreas Potenciais (AP), Áreas Suspeitas (AS), Áreas
Contaminadas (AC). Através do estudo de avaliação foram identificadas 18 (dezoito)
áreas potenciais que possam ter causado alteração na qualidade do solo e/ou água
subterrânea e, 04 (quatro) áreas suspeitas de contaminação.
As bases teóricas abordadas foram: Contaminação do solo e da água
subterrânea por derivados de petróleo na seqüência apresentou as etapas da
17
avaliação de passivo ambiental em um terminal: preliminar, confirmatória e
detalhada; bem como um levantamento bibliográfico sobre trabalho envolvendo
terminais aquaviários de combustíveis.
O trabalho teve como objetivo caracterizar a presença de substâncias com
potencial de contaminação no solo, situado na região da bacia na qual estava
localizado o TQ 1430-04, contendo óleo diesel e com capacidade total de
armazenamento de 8.835 m3. As amostras de solo e água subterrânea foram
coletadas e distribuídas para análises dos parâmetros TPH fracionado, BTEX, VOC,
SVOC e Metais. Como também, a análise dos parâmetros físicos do solo
(granulometria, porosidade total e efetiva, densidade de partículas e total do solo,
umidade natural) e fração de carbono orgânico. Esta dissertação trata
especificamente das fases: preliminar, confirmatória e detalhada da investigação de
passivo ambiental em um terminal aquaviário em Natal.
18
CAPÍTULO 2:
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
19
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 A Transpetro
Em novembro de 1995, a Emenda Constitucional nº 9 mudou o setor
petrolífero brasileiro, permitindo que atividades, até então sob exploração exclusiva
da União, pudessem ser exercidas por outras empresas além da Petrobras. Essa
flexibilização começou a ser regulamentada pela Lei nº 9.478/97, conhecida como
Lei do Petróleo. A partir de então, qualquer empresa, independentemente da origem
de seu capital, desde que constituída sob as leis brasileiras, pode realizar atividades
de exploração, produção, transporte, refino, importação e exportação do petróleo.
Essa lei estabeleceu que a Petrobras poderia criar subsidiárias ou se associar a
outras empresas nacionais e estrangeiras, majoritária ou minoritariamente, para
exercer suas atividades dentro e fora do país.
A Lei do Petróleo determinou à Petrobras, que fosse constituída subsidiária
para operar e construir seus dutos, terminais marítimos e embarcações para
transporte de petróleo, seus derivados e gás natural. Assim, em 1998, em
cumprimento ao artigo 65 da Lei do Petróleo, a Petrobras criou a Petrobras
Transporte S.A. - Transpetro. As atividades previstas para a subsidiária incluem o
transporte e o armazenamento de granéis, petróleos, derivados e gás utilizando
dutos, terminais ou embarcações próprias ou de terceiros; o transporte de sinais,
dados, voz e imagens associadas as suas atividades, e a construção e a operação
de novos dutos, terminais e embarcações (TRANSPETRO, 2009).
O petróleo é transportado dos campos de produção por oleodutos ou por
navios para os terminais da Transpetro. De lá, segue até as refinarias. Após o refino,
uma parcela dos derivados é novamente transportada pelos dutos até os terminais,
para, em seguida, ser entregue às distribuidoras que abastecerão o mercado. Pelos
oleodutos da empresa também são transportados combustíveis alternativos líquidos,
como o etanol, o que coloca o Brasil na liderança mundial no refino de combustíveis
mais limpos e eficientes (TRANSPETRO, 2009).
2.2 Legislação pertinente
O constituinte de 1988 teve o mérito de conferir status constitucional à
20
proteção do meio ambiente. Trata-se de um processo de confluência, pelo qual mais
de um terço dos Estados do planeta alteraram suas respectivas constituições,
incorporando valores ambientais. Cada Estado adaptou sua lei fundamental em
função das suas próprias peculiaridades, revelando, de certa forma, sua visão sobre
meio ambiente, proteção e conservação do seu território. Isso porque as relações
entre as sociedades humanas e o ambiente que as cercam são frutos da cultura,
possuindo, cada grupo, formas peculiares de se relacionar com a natureza, que
podem ou não ser sustentáveis (LEUZINGER; VARELLA, 2008).
O direito fundamental ao meio ambiente equilibrado, direito difuso, de terceira
geração, decorre diretamente do direito à vida, em sua acepção qualidade de vida.
Ao contrário dos direitos fundamentais individuais e sociais, traz como principais
características a transindividualidade, tendo por destinatário todo o gênero humano,
sua desvinculação de critérios patrimoniais e o abandono da idéia tradicional de
direito subjetivo, que demanda a individualização de um titular (BARROSO, 1996).
Outra peculiaridade do direito ao meio ambiente equilibrado, conforme posto
na Carta Federal de 1988, é a coincidência entre seus titulares e os destinatários da
obrigação de manter o ambiente hígido, na medida em que a Constituição Federal
reparte esse dever entre o Poder Público e a sociedade. Criou a CF/88, assim, uma
função, chamada de função ambiental, consubstanciada na obrigação, cometida ao
Estado e aos integrantes do corpo social, de preservação do ambiente natural
(BENJAMIN, 1993).
No plano concreto, nestes últimos vinte anos, a proteção da biodiversidade se
estruturou a partir de três grandes vertentes: proteção de espécies naturais e de
ecossistemas; controle da biossegurança; e controle do acesso aos recursos
genéticos e conhecimentos tradicionais a eles associados (LEUZINGER; VARELLA,
2008).
O conceito de meio ambiente deve ser globalizante, “abrangente de toda a
natureza, o artificial e original, bem como os bens culturais correlatos,
compreendendo, portanto, o solo, a água, o ar, a flora, as belezas naturais, o
patrimônio histórico, artístico, turístico, paisagístico e arquitetônico (SILVA, 2004).
Cabe à Constituição Federal, como norma fundamental, traçar o conteúdo, os
rumos e os limites da ordem jurídica. A inserção do meio ambiente em seu texto,
como realidade natural e, ao mesmo tempo, social, deixa manifesto do constituinte o
escopo de tratar o assunto como res maximi momenti, isto é, de suma importância
21
para a nação brasileira. É por isso que, direta ou indiretamente, explícita ou
implicitamente, vamos localizar na norma constitucional os fundamentos da proteção
ambiental e do incremento da sua qualidade (MILARÉ, 2009).
O texto supremo captou com indisputável oportunidade o que está na alma
nacional – a consciência de que é preciso aprender a conviver harmoniosamente
com a natureza - traduzindo em vários dispositivos aquilo que pode ser considerado
um dos sistemas mais abrangentes e atuais do mundo sobre a tutela do meio
ambiente (MILARÉ, 2009).
Para Casirini (2010) a Resolução 420 do CONAMA de 2009 é produto das
discussões de grupos distintos de especialistas, nas esferas federais e estaduais,
respectivamente, mas que partiram de uma minuta inicial comum, elaborada pela
CETESB. Ela reflete a prática de prevenção e controle da contaminação do solo por
substâncias químicas antropogênicas e o gerenciamento de áreas contaminadas
praticados pela CETESB (Lei Estadual n° 15.577). Teve como base as práticas
adotadas em outros países, notadamente na Alemanha.
Em termos conceituais, estabelece a sistemática de prevenção e controle da
contaminação do solo e da água subterrânea por substâncias químicas
antropogênicas e gerenciamento de áreas contaminadas, baseada nos seguintes
preceitos (CASIRINI, 2010):
a) Estabelecimento de três valores orientadores para a prevenção e o controle
da contaminação de solos e águas subterrâneas: referência de qualidade
natural; prevenção da perda das funções do solo e intervenção para
reabilitação de áreas contaminadas;
b) Licenciamento, monitoramento e fiscalização de fontes com potencial de
contaminação do solo e das águas subterrâneas;
c) Avaliação de qualidade, com base em amostragem e análise química do solo
e das águas subterrâneas por métodos padronizados e comparação dos
resultados com os valores orientadores;
d) Estabelecimento de metodologia de identificação, diagnóstico e reabilitação
das áreas contaminadas;
e) Definição de critérios para gerenciamento dos casos;
f) Definição de responsabilidades da iniciativa privada e do Poder Público em
suas diversas esferas e competências;
g) Criação de uma lista oficial de áreas contaminadas e divulgação de
22
informações, que deverão ser enviadas pelos órgãos estaduais de Meio
Ambiente para um portal institucional operacionalizado pelo IBAMA.
2.3 Critérios de avaliação do solo e água subterrânea
2.3.1 Análises químicas
A avaliação da qualidade das amostras do solo e de água subterrânea deve
ser realizada comparando os resultados das substâncias químicas de interesse com
os valores de referencia estabelecidos em legislação do âmbito estadual e nacional
(ABNT NBR 15515-2: 2011).
Devem ser utilizados para avaliação da qualidade do solo e da água
subterrânea, os valores estabelecidos pela Resolução 420 do CONAMA de 2009 e,
os resultados das análises químicas deverão ser comparados com o cenário mais
restritivo existente na área investigada e vizinhança.
Na ausência de padrões de qualidade nacionais, deve-se optar por comparar
os resultados com a lista de valores apresentados pela RSL de 2011, devido à
atualização constante dos dados.
2.3.2 Cromatografia gasosa
A cromatografia gasosa é um método físico-químico de separação, que se
baseia pela distribuição da amostra entre a fase estacionária e a fase móvel gasosa.
As substâncias a serem analisadas por essa técnica são gases ou substâncias
volatilizáveis, termicamente estáveis. (COLLINS et al., 2011; LANÇAS 1993).
A cromatografia gasosa é uma excelente técnica quantitativa, com um bom
poder de resolução e baixos limites de detecção, apresentando resultados que
variam de picogramas a miligramas. A detecção dos compostos pode ser realizada
utilizando-se diversos tipos de detectores. Eles se dividem em detectores universais,
sensíveis a qualquer substância, detectores seletivos, sensíveis apenas a alguma
classe de substâncias e detectores específicos, sensíveis a um ou alguns elementos
(COLLINS et al., 2011).
23
2.3.3 Malha de Soil Gas Survey
Durante as etapas de investigação ambiental, é possível prever a ocorrência
de gases e/ou vapores, como o metano, por exemplo, no solo avaliando as
atividades históricas e/ou atuais da área em questão. Para identificar se há presença
de gases e vapores provenientes da biodegradação de matéria orgânica
depositada/armazenada ou de contaminação diversa, é realizado um diagnóstico
ambiental com recursos específicos para a investigação de gases e vapores na
região não saturada (acima do nível d’água).
Inicialmente, por meio de uma malha de soil gas survey (SGS), pode-se
mapear a distribuição da massa de gás e/ou vapor de interesse. Identificada à
presença de gases e/ou vapores, as concentrações apresentadas na SGS orientam
de forma qualitativa a instalação dos poços de monitoramento de vapores para
coleta das substâncias químicas de interesse, a fim de avaliar quantitativamente e
de forma tridimensional a dispersão das plumas de gases e vapores e a identificação
dos compostos presentes na área de estudo.
Para garantir a qualidade da amostragem em relação às condições
hidráulicas dos poços de gás instalados, testes são realizados para verificação de
possíveis vazamentos.
2.3.4 Detecção por ionização em chama - FID
A detecção por ionização de chama (DIC ou FID, do inglês Flame Ionization
Detector) nos últimos anos é um dos detectores mais utilizado para análise de
hidrocarbonetos de petróleo (TPH) e aplicações da cromatografia em geral (SAARI,
2009; SKOOG, 2009).
Esse detector é bastante utilizado devido a sua alta sensibilidade, largo
intervalo de resposta e baixo nível de ruído, robustez e de fácil utilização (SKOOG,
2009).
O detector FID consiste de uma pequena difusão de hidrogênio/ar e o gás
make-up, formando uma chama no final do queimador. Quando moléculas eluídas
da coluna são queimadas na chama, espécies carregadas eletricamente são
formadas, produzindo uma corrente, que flui da extremidade da chama para o
eletrodo coletor (Figura 1).
24
A coleta dos portadores de cargas (corrente) é convertida em voltagem,
amplificados, filtrados para remoção de ruído de alta freqüência e por fim convertidos
em sinal digital (HARRIS, 2012).
O sinal digital chamado de cromatograma é proporcional ao número de
átomos de carbono na molécula, reduzidos na chama.
Figura 1 - Detector de Ionização por chama – FID
.
Fonte: adaptação de LINDE.
O detector de ionização por chama responde ao número de átomos de
carbono (e hidrogênio) que entram no detector por unidade de tempo, portanto é um
dispositivo sensível à massa ao invés de sensível à concentração (SKOOG, 2009).
Os processos envolvidos no mecanismo de ionização iniciam na ponta do
queimador, em diferentes regiões da chama (Figura 2). Na região rica em
hidrogênio, os átomos de carbono se degradam, formando um grupo de carbono
simples. No encontro dos dois fluxos de gases (H2/X2 e ar), o oxigênio disponível na
mistura reage com o grupo formado na primeira região (SKOOG, 2009).
25
Figura 2 - Regiões da chama (H2/X2 e ar)
Fonte: adaptação de GROB; BARRY.
2.3.5 Detecção por fotoionização - PID
O detector de fotoionização (PID, do inglês Photoionization Detector) utiliza
radiação ultravioleta (UV), proveniente de uma lâmpada de hidrogênio (10,2 eV) ou
argônio (11,7 eV) para ionizar as moléculas eluídas da coluna (LANÇAS, 1993).
Cada substância possui um potencial de ionização característico, portanto o
composto que apresenta um potencial de ionização menor do que a fonte de UV é
ionizada (HARRIS, 2012).
Quando a molécula absorve a energia suficiente, dissocia-se formando um
íon molecular e em um elétron.
É um detector que apresenta alta sensibilidade para compostos
monoaromáticos. Não sendo destrutivo, é um detector excelente para ser conectado
em série, com outros detectores como, por exemplo, o FID (LANÇAS, 1993).
O sistema de detecção PID em série com FID foi utilizado para quantificar as
amostras de benzeno, tolueno, etilbenzeno e xilenos (BTEX).
2.3.6 Cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas (GC-MS)
A cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas (CG-MS ou
EM) é uma ferramenta muito utilizada na identificação, elucidação estrutural e
quantificação de componentes em misturas orgânicas (HARRIS, 2012). Essa técnica
tem sido bastante estudada, criando novas formas de acoplamento, como o GC ou
26
LC MS/MS e GCxGC/MS, aumentando cada vez mais a sensibilidade
dos equipamentos.
No sistema de detecção por GC-MS os analitos eluídos da coluna capilar são
transferidos para uma câmara de ionização do espectrômetro, pela linha de
transferência. Na câmara o eluente sofre bombardeamento por uma fonte ionizante,
geralmente por impacto de elétrons (Tabela1) formando íons moleculares e/ou
fragmentos. A câmara é mantida sob vácuo para que os íons formados não colidam
com outras moléculas neutras que não foram ionizadas (SKOOG, 2006).
Tabela1 - Fontes de Ionização para Espectrometria de Massas
Fonte de Ionização Método de Ionização Íon Formado
Impacto de Elétrons (EI) Elétrons energéticos Íon molecular [M.]
Ionização Química (CI) Íons gasosos reativos Molécula protonada [M+]
Fonte: adaptação de Skoog (2006).
Os íons ao sair da câmara entram no analisador de massa, normalmente
quadrupolar, onde são separados pela razão massa/carga (m/z), através de um
campo eletromagnético (COLLINS, 2011). Os íons selecionados no espectrômetro
são capturados pelo multiplicador de elétrons e detectados. O sinal analítico é
processado na forma de um espectro de massas (HARRIS, 2012).
A espectrometria de massas acoplada à cromatografia gasosa é uma das
técnicas mais sensíveis e versáteis para análise de compostos orgânicos voláteis e
termicamente estáveis. Pode-se obter o espectro de massas de cada composto
(modo SCAN ou de varredura) permitindo a sua identificação. Também se pode
aumentar a sensibilidade e, assim, promover a quantificação e a seletividade do
processo usando o método SIM (Single Íon Monitoring) ou monitoramento seletivo
de íons no qual apenas alguns íons específicos de determinados compostos são
monitorados, aumentando a detecção do equipamento (HARRIS, 2012).
2.4Solo
O solo é uma mistura complexa de compostos inorgânicos e orgânicos,
formado pela ação de agentes físicos, químicos e biológicos. No solo, a ação desses
agentes cria secções horizontais aproximadamente paralelas, denominadas de
27
camadas, os quais lhes conferem características próprias (LUCHESE et al., 2001;
EMBRAPA, 2009).
Os constituintes inorgânicos recebem a denominação de areias, argilas e
siltes segundo sua granulometria. A fração areia com partículas de diâmetro médio
de 0,03 a 2,0 mm é constituída principalmente de quartzo; a fração silte, de 0,002 a
0,063 mm, é também composta de quartzo além de minerais silicatados primários e
secundários; e, a fração argila, com diâmetro médio inferior a 0,002 mm, é
constituída de silicatos secundários e de alumino - silicatos. A proporção destas
três frações varia amplamente em solos naturais e a textura destes é dada de
forma mais ou menos arbitrária pela proporção relativa das frações que
apresentam. A textura afeta as propriedades do solo como a condutividade
hidráulica e a retenção de umidade, tendo, portanto, efeito importante na
capacidade de transporte e retenção de metais. A Figura 3 apresenta um diagrama
ternário com a classificação usual adotada internacionalmente para textura de
solos (COELHO, 2011).
Figura 3 - Classes granulométricas do solo
Fonte: adaptação de COELHO (2011).
O desenvolvimento de horizontes naturais no solo é afetado por cinco
fatores principais: o tipo de rocha original intemperizada, a topografia, o clima a
28
atividade biológica e o tempo. À medida que se dá a ação do intemperismo
camadas de solo são formadas em maior profundidade e estas apresentam
diferenças de pH, características mineralógicas, quantidade de matéria
orgânica,etc. (COELHO, 2011).
O efeito do intemperismo e da oxidação dos minerais do solo é
particularmente importante quando se trata de entender os mecanismos de
transporte de metais. Os vários compostos metálicos presentes na fase sólida ou
em solução aquosa, produtos da lixiviação natural de constituintes do solo ou da
contaminação superficial são lixiviados e convertidos em novas substâncias
enquanto prosseguem sua migração. Minerais de ocorrência superficial no solo são
oxidados e metais dissolvidos são transportados pela água presente no solo
(COELHO,2011). De forma simplificada, pode-se dizer que a oxidação de minerais
e a lixiviação dos metais que os constituem ocorre na denominada zona de
oxidação, que se estende desde a superfície do solo até o nível do lençol freático.
Em verdade, até uma profundidade na qual o potencial de oxidação seja
suficientemente alto para viabilizar o processo. À medida que a solução aquosa
contendo metais move-se para baixo, atinge a zona denominada de transição ou
de enriquecimento. Nesta região seus constituintes podem precipitar ou serem
adsorvidos. Mais adiante em profundidade, a solução alcança a denominada zona
de redução onde à oxidação não define mais os mecanismos de equilíbrio entre as
fases do solo (SOARES, 2005).
Um horizonte impermeável denominado zona dura (“hardpan”) ocorre
ocasionalmente na zona de transição durante o processo de formação natural dos
solos. O termo é genérico e descreve uma camada argilosa, relativamente dura e
impermeável produzida como resultado da forte agregação de partículas de solo
pela precipitação de materiais relativamente insolúveis como a sílica, o óxido de
ferro, carbonato de cálcio e matéria orgânica. A zona dura tem às vezes o papel de
um isolante mecânico, que afeta a migração dos metais, dificultando o acesso da
água e do oxigênio a camadas de maior profundidade e definindo o início da zona
de redução (SOARES, 2005).
O comportamento de migração de metais no solo como descrito acima é
comum no processo de formação de muitos depósitos minerais e ocorre
naturalmente em solos subjacentes a unidades de disposição de rejeitos de
mineração. A compreensão dos mecanismos envolvidos nesta migração pode,
29
portanto, ser útil para a previsão da contaminação do solo nessas unidades
(SOARES, 2005).
2.4.1 Os contaminantes no solo
As preocupações relacionadas ao potencial de contaminação de solos e
águas por vazamento/derramamento de combustíveis vêm crescendo, sendo
diversas as origens: acidentes envolvendo o transporte de combustíveis por navios,
caminhões ou dutos e principalmente devido a vazamentos provenientes de tanques
de armazenamento subterrâneos, os quais estão sujeitos a fortes processos
corrosivos (SPILBORGHS, 1997).
Os problemas gerados pela contaminação do solo e da água subterrânea por
hidrocarbonetos são vários tais como a existência de riscos à segurança das
pessoas e das propriedades, riscos à saúde pública e dos ecossistemas e restrições
ao desenvolvimento urbano e imobiliário. A ocorrência de vazamentos de
hidrocarbonetos confere perigo constante de incêndio ou explosão nos locais
atingidos. Vapores de derivados de petróleo podem explodir sem ignição prévia ao
atingirem concentrações da ordem de 14.000 ppm no ar, quando a mistura de
combustível mais comburente é suficiente para que haja combustão espontânea.
Além disso, alguns VOC (Compostos Orgânicos Voláteis) presentes na composição
da gasolina e do óleo diesel são cientificamente comprovados como carcinogênicos.
Dentre os hidrocarbonetos aromáticos Benzeno, Tolueno, Etilbenzeno e Xilenos,
coletivamente conhecidos como BTEX o benzeno é considerado o mais tóxico,
podendo em exposições crônicas causar danos à medula óssea, leucemia e câncer
de fígado. O valor estimado da dosagem mínima letal (LDL) para humanos é de 194
mg Kg-1 (MARIANO, 2006).
O solo é o meio no qual os hidrocarbonetos aromáticos, em caso de
vazamento de combustíveis, podem ficar retidos/sorvidos ou através do qual os
compostos percolam no subsolo. Três propriedades definem a migração dos
hidrocarbonetos aromáticos na subsuperfície: a capacidade de retenção do solo, a
viscosidade do fluido e o volume vazado do combustível. De modo geral, quando
ocorre um vazamento, os contaminantes tendem a descer pela influência da
gravidade e das forças capilares. Se o volume vazado na subsuperfície for pequeno
em relação à capacidade de retenção do solo e a pluma de contaminação não tiver
30
atingido o nível d’água, a massa de contaminantes tenderá a ficar retido. Se o
volume do vazamento superar a capacidade de retenção do solo, a contaminação
avançará até atingir o nível d’água. Dependendo da densidade do material vazado,
os contaminantes poderão se acumula sobre o nível d’água (fase livre) ou descer até
encontrar um estrato menos permeável, onde então ficará acumulada (USEPA,
1996).
Portanto, observa-se que os solos possuem, naturalmente, diversos
microorganismos com atividades metabólicas variadas e que são capazes de
degradar eficientemente diferentes contaminantes, como o petróleo e seus
derivados. Contudo, em alguns casos, a contaminação de solos por estas
substâncias tem se tornado uma problemática, principalmente, devido à dificuldade
de reabilitar a área contaminada. Estes problemas têm ocorrido, pois uma das
principais dificuldades envolvendo a descontaminação dessas matrizes está
relacionada, entre outros fatores, à presença dos argilominerais. Estes
argilominerais, quando presentes em quantidades elevadas no solo contaminado,
podem reduzir consideravelmente a eficiência do processo de biorremediação
(ANDRADE, 2010).
Sabe-se que os solos argilosos, de modo geral, apresentam baixa
permeabilidade, o que pode comprometer significativamente tanto a difusão de
oxigênio, que é o elemento fundamental ao processo aeróbico de degradação, bem
como a incorporação de nutrientes.
De modo geral, deve-se salientar que cada técnica de tratamento é
dependente de vários fatores, a saber: 1) condições físicas, químicas e biológicas do
local contaminado; 2) concentração do contaminante e; 3) tempo requerido para a
degradação ou a remoção do composto alvo, conforme a técnica empregada
(ANDRADE, 2010).
É evidente que a estrutura dos solos também exerce influências significativas
sobre as características físico-químicas. Dependendo da estrutura, mesmo que os
solos sejam argilosos, eles podem ter permeabilidades elevadas. Os latossolos
argilosos, por exemplo, que ocupam extensas áreas no Brasil, apresentam
comumente estrutura granular e, desta forma, elevada permeabilidade (ANDRADE,
2010).
Além da presença de argilominerais, muitos compostos orgânicos apresentam
como características físico-químicas, baixa solubilidade em água, elevada afinidade
31
pela matéria orgânica do solo, como os ácidos húmico e fúlvico e,
conseqüentemente, baixa taxa de transferência de poluentes da fase sólida para a
aquosa. Sendo assim, devido principalmente às características hidrofóbicas, esses
contaminantes tendem a se adsorverem nos colóides do solo dificultando a ação de
microorganismos e, por conseguinte, inviabilizando a técnica de biorremediação.
Portanto, outra limitação da biorremediação surge devido à baixa disponibilidade de
contaminantes orgânicos, como os HPA e outros hidrocarbonetos de petróleos
(SCHWARZENBACH et al., 1993).
Doran e Parkin (1996 apud STEFANOSKI et al., 2013) classificam os atributos
físicos do solo como intermediários e permanentes. Exemplos dos primeiros,
alteráveis pelo tipo de manejo do solo, são: densidade do solo, resistência à
penetração, permeabilidade, aeração, agregação, porosidade e umidade do solo.
Textura do solo, mineralogia, densidade de partículas e cor, podem ser elencadas
como atributos físicos permanentes, inerentes às propriedades de cada solo e que
servem para classificá-lo pedologicamente. Em geral, os atributos físicos
intermediários são os mais utilizados como indicadores da QFS, por estarem sujeitos
às maiores alterações, em função dos sistemas de manejo.
Conforme Singer e Ewing (apud STEFANOSKI et al., 2013),os atributos mais
utilizados como indicadores de QFS deveriam ser aqueles que consideram a
profundidade efetiva de enraizamento, porosidade total, distribuição e tamanho dos
poros, distribuição do tamanho das partículas, densidade do solo, resistência do solo
à penetração das raízes, intervalo hídrico ótimo, índice de compressão e
estabilidade dos agregados.
De acordo com Aguiar (apud STEFANOSKI et al., 2013), a estrutura pode ser
avaliada pela densidade do solo, macro e microporosidade, estabilidade de
agregados, resistência à penetração e infiltração da água no solo.
Consoante Reinert (apud STEFANOSKI et al., 2013), a estrutura é avaliada
pelos atributos que lhe dão forma, isto é, densidade do solo; geometria, tamanho e
continuidade de poros; infiltração; retenção de água e aeração.
A granulometria do solo é um importante parâmetro para controlar os
processos de degradação. A maioria das reações abióticas inclui a hidrólise, a
desidrogenação, a oxidação e a polimerização. Estas reações ocorrem
constantemente com as transformações microbianas ao longo do perfil do solo.
A matéria orgânica, a composição mineralógica e as frações granulométricas
32
do solo podem influenciar na distribuição, disponibilidade e biodegradação de
contaminantes orgânicos no solo. A capacidade de sorção (adsorção + absorção) do
solo determina a capacidade de disponibilidade dos contaminantes no solo. Na
adsorção, a substância adere à superfície da matriz sólida geralmente por atração
elétrica entre íons (geralmente cátions) e cargas elétricas desta superfície, e a
absorção ou sorção hidrofóbica, a substância se difunde dentro do próprio sólido da
matriz porosa através da difusão (SILVA, 2005).
A forte tendência de sorção dos poluentes orgânicos no solo deve-se à baixa
solubilidade na fase aquosa. Para compostos apolares manterem-se na fase aquosa
do solo é necessária a ação de um cosolvente para solubilizá-los, ou que as
moléculas de água rompam as pontes de hidrogênio entre si. Para romper as pontes
é necessário um valor energético muito elevado, portanto os poluentes orgânicos
são forçados a deslocar-se para região de maior hidrofobicidade do solo (matéria
orgânica e a superfície mineral), na ausência de solventes (JACQUES, 2005; SILVA,
2005).
2.5 Águas subterrâneas
Água subterrânea é toda a água que ocorre na subsuperfície, preenchendo os
espaços vazios no solo. As águas subterrâneas originam-se principalmente pela
infiltração e precipitação das águas da chuva. Pode ser advindo também de
escoamentos superficiais. A composição da água é constantemente modificada
pelas interações com os constituintes minerais do solo e das rochas. Durante o
processo de infiltração, uma parcela da água sob a ação da força de adesão ou de
capilaridade fica retida nas regiões mais próximas da superfície do solo, constituindo
a zona insaturada ou não saturada. Grande parcela das águas atinge estratos mais
profundos (zona saturada) da subsuperfície sob a ação da gravidade e capilaridade.
2.5.1 Aquíferos
O aquífero é uma formação geológica com suficiente permeabilidade e
porosidade interconectada para armazenar e transmitir quantidades significativas de
água amplamente utilizado por uma parcela da população brasileira (AREZON,
2004). Existem essencialmente dois tipos de aqüíferos:
33
a) Aquífero Livre ou aquífero não confinado: É uma formação geológica
permeável e parcialmente saturada de água. É limitado apenas na base por
uma camada impermeável, permitindo a superfície freática movimentar-se
para cima e para baixo. O nível da água no aquífero está em contato direto
com a pressão atmosférica;
b) Aquífero confinado: formação geológica permeável e completamente saturada
de água. É limitado no topo e na base por camadas relativamente
impermeáveis. A pressão da água no aquífero é superior à pressão
atmosférica.
2.5.2 Os contaminantes nas águas subterrâneas
Segundo Corseuil e Marins, (apud ANJOS, 2012) os combustíveis derivados
do petróleo são pouco solúveis em água. Em um vazamento de combustível, este
inicialmente estará presente no subsolo como líquido de fase não aquosa (NAPL).
Em contato com a água subterrânea se dissolverá parcialmente. Os hidrocarbonetos
monoaromáticos, possuem maior solubilidade em água e, portanto, são os
contaminantes que primeiro atingirão o lençol freático. Os hidrocarbonetos
poliaromáticos por serem hidrofóbicos, tendem a se adsorver ao material particulado
em suspensão, tendendo a sedimentar em águas subterrâneas.
De acordo com Guedes, (apud ANJOS, 2012) as águas subterrâneas
geralmente possuem ótima qualidade para consumo humano, principalmente em
depósitos arenosos. Este tipo de depósito, contudo é altamente vulnerável à
contaminação por efluentes domésticos, químicos ou de qualquer espécie. Estes
depósitos possuem alta condutividade hidráulica, permitindo que vírus e bactérias
atinjam as águas subterrâneas rapidamente, quando os efluentes são lançados no
solo.
2.5.3 Poço de monitoramento do lençol freático
São poços que permitem verificar a existência de produto em fase livre na
superfície da água subterrânea (no máximo à 6 metros de profundidade). Este
método requer a instalação de poços de monitoramento em lugares estratégicos, no
solo adjacente ao tanque e às tubulações. Portanto, antes de se iniciar a construção,
34
devem-se verificar quais normas regulamentam a construção e a instalação de
tanques na região. Além disso, é necessário fazer uma avaliação do local para
determinar o tipo de solo, a profundidade da água subterrânea, a direção do fluxo e
geologia geral do local. Os poços de monitoramento devem ser localizados em
planta podendo ser (NBR 13895/1997).
A preexistência de poços de monitoramento no empreendimento não
desobriga a realização da malha de SVOC e instalação de poços de amostragem de
água nas anomalias constatadas. Nas amostras de água deverão ser determinados
os seguintes parâmetros: BTXE e HPA. Deverão ser mantidos a título de “poços de
monitoramento”, aqueles cujas amostras (água ou solo) positivarem, até que se
proceda à avaliação de risco e, se necessário a remediação. Os poços cujas
amostras negativarem deverão ser preenchidas com materiais não contaminados e
tamponados com lacre de argamassa de concreto (3:1) com espessura mínima de
25 cm. A análise de uma série de parâmetros indicará ou não (atenuação natural) a
necessidade de medidas de intervenção. Se o terreno for submetido a tratamento, o
poço deverá ser mantido até a finalização das operações.
2.6 Combustíveis derivados de petróleo
Nos combustíveis líquidos, os compostos que causam maior preocupação
são os compostos aromáticos, pois possuem grande estabilidade em suas
ligações. Compostos como: benzeno, tolueno, etilbenzeno e xilenos, devido a
estas ligações químicas orto meta e para, são mais solúveis e mais tóxicos entre
os demais existentes na composição dos combustíveis (MARQUES et al.,2005).
2.6.1 Óleo Diesel
O óleo diesel é uma mistura complexa, composta de aproximadamente 40%
de n- alcanos, 40% de iso e cicloalcanos, 20% de hidrocarbonetos aromáticos e
pequena porcentagem de isoprenóides, enxofre, nitrogênio e compostos oxigenados
(PETRÓBRAS, 2011). Contudo, a composição de um óleo diesel específico
dependerá da fonte do petróleo, do método de produção e dos processos de
destilação.
O óleo diesel é um produto inflamável, tóxico, volátil e ligeiramente mais
35
denso do que o querosene, destilado na faixa de 250 à 400ºC (ANP, 2007).
2.6.2 Características dos contaminantes presentes nos combustíveis fósseis
A gasolina e o óleo diesel são produtos petrolíferos complexos que consistem
principalmente de parafinas, olefinas, naftalenos e hidrocarbonetos aromáticos - a
composição exata do combustível varia de acordo com sua origem. Os compostos
BTEX, HPA, e TPH podem ser utilizados como parâmetros de contaminação do solo
e da água subterrânea.
2.6.2.1TPH
Total de Hidrocarbonetos de Petróleo é um termo usado para descrever uma
grande família de várias centenas de compostos químicos que originalmente vem do
petróleo bruto. Existe tantos compostos químicos diferentes no petróleo, que não é
prática medi-los separadamente, sendo mais útil medir a quantidade total de TPH
em uma área contaminada.
Alguns produtos químicos presentes no TPH podem afetar o sistema nervoso,
causando dores de cabeça e tonturas. Os produtos químicos que podem ser
encontrados em TPH são combustíveis, hexano, óleos minerais, benzeno, tolueno,
xileno, naftaleno, fluoreno, assim como outros produtos de petróleo e componentes
da gasolina e diesel. No entanto, é provável que as amostras de TPH conterão
apenas alguns, ou uma mistura desses produtos químicos.
2.6.2.2 VOC
Produtos de petróleo envolvem misturas de diferentes Compostos Orgânicos
Voláteis, que podem representar um risco para as águas subterrâneas após um
derrame para a zona insaturada. Os VOC são contaminantes típicos do óleo diesel e
da gasolina encontrados na zona insaturada do solo e geralmente afetam em
primeiro lugar esta zona, antes de atingir o aquífero subjacente. Embora os VOC
possam ser atenuados na zona não saturada, eles constituem risco à saúde, pois
podem atingir o lençol freático através da difusão rápida da fase vapor ou do
transporte na fase aquosa por meio de processos de transporte, incluindo advecção
aquosa em água de recarga, difusão das fases aquosas e gasosas, e de dispersão
36
mecânica.
2.6.2.3HPA
Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos é um grupo de moléculas orgânicas
compostas por anéis de benzeno fundidos, sendo classificados como compostos
orgânicos hidrofóbicos. Os HPA tendem a persistir no meio ambiente e podem ser
encontrados no solo, sedimentos, água e ar devido a uma distribuição generalizada
por fontes de contaminação natural e antropológica. Eles podem se associar
rapidamente como sedimentos, em função de sua natureza hidrofóbica e da baixa
solubilidade em água.
Sua presença em matrizes ambientais é de grande preocupação por causa de
sua alta toxicidade, efeitos cancerígenos e persistência no meio ambiente. Por essa
razão, foram listados pela USEPA e pela Comunidade Europeia como poluentes
ambientais prioritários e têm sido objeto de uma investigação detalhada por mais de
30 anos.
2.6.3 Origens e conseqüências de contaminação da subsuperfície
Segundo a Normatização vigente, o SAAC deve possuir área coberta, piso
impermeável, permanente apoio em berço ou sapata posicionada acima do nível do
solo de modo a possibilitar a realização de inspeções. A bacia de contenção
revestida por material não combustível, que impeça a filtração de produto vazado
para o solo, atendendo à NBR pertinente no que se refere ao dimensionamento,
disposição dos tanques, comandos e válvulas, também são exigências. Além disso,
alarme antitransbordamento, medidor de nível e sistema de recalque de produto
inflamável posicionado em local isolado, fora do limite de enchimento da bacia de
contenção, atendendo à classificação elétrica da área, comprovado por laudo
técnico, acompanhado da ART.
As principais causas de vazamentos relacionados aos sistemas de
armazenamento aéreos de combustíveis (SAAC), como também aos sistemas de
armazenamento subterrâneos de combustíveis (SASC) são:
a) Os tanques são freqüentemente instalados sem nenhum cuidado, podendo
provocar algum tipo de dano nas paredes;
b) Os tanques normalmente não sofrem nenhum tipo de manutenção,
37
permitindo, assim, que a corrosão se instale e comprometa a integridade do
material.
c) Tanques que ficam em contato direto com o solo também irão corroer mais
rapidamente por causa da umidade e precipitação;
d) Quando os tanques ficam vazios ou parcialmente vazios, o lado de dentro do
tanque pode corroer rapidamente;
e) Os SASC/SAAC são freqüentemente instalados sem a proteção catódica, e
detectores de vazamentos;
f) Os tanques são normalmente construídos de parede simples, sem
revestimento com material anti-corrosivo;
g) Quando os tanques são instalados em solos pedregosos e são cobertos com
enchimentos reiterados ou com entulhos de construção, permitem rachaduras
por pedras, que se expandem dentro de poucos anos;
h) Oscilações do nível freático provocam condições mais favoráveis para a
corrosão dos tanques e suas conexões quando são instalados na altura ou
abaixo do nível freático. Água subterrânea com pH ácido pode acelerar a
corrosão do tanque.
2.6.4Dinâmica dos hidrocarbonetos em subsolo
Segundo, GUIGUER (2000), os hidrocarbonetos ao serem liberados para o
ambiente através de vazamentos em tanques migram verticalmente pela zona não
saturada sob a influência das forças gravitacional e capilar. Alguma expansão
horizontal também ocorrerá devido à atração das forças capilares O termo forças
capilares refere-se às forças que influenciam o movimento dos hidrocarbonetos em
fase líquida pelos interstícios do solo ou poros. Essas forças dependem de:
a) Caso o solo esteja molhado com água ou com hidrocarbonetos em fase
líquida;
b) As propriedades físicas e químicas dos hidrocarbonetos em fase líquida;
c) As características do solo.
O escoamento dos hidrocarbonetos em meio saturado sempre é bifásico por
serem compostos orgânicos que apresentam baixa miscibilidade em água.
A fase composta pelos hidrocarbonetos recebe a denominação de NAPL
(non-aqueous phase liquid) ou fase líquida não aquosa.
38
De acordo com a densidade do hidrocarboneto existem dois tipos de NAPLs:
a) LNAPL (light non-aqueous phase liquid ou fase líquida não aquosa leve)
caracterizada por possuir densidade menor que a água. Os hidrocarbonetos
com essa característica estão comumente associados com a produção, refino
e distribuição de produtos do petróleo, por exemplo, a gasolina, o óleo diesel
e o querosene.
b) DNAPL (dense non-aqueous phase liquid ou fase líquida não aquosa densa)
caracterizada por possuir densidade maior que a água. Os hidrocarbonetos
com essa característica estão relacionados principalmente às atividades
industriais, onde são utilizados, por exemplo, hidrocarbonetos clorados, PCBs
(bifenilas poli-cloradas), antraceno, pireno, 1,1,1-TCE e fenol. O transporte
dos hidrocarbonetos no solo é caracterizado pela formação de quatro fases
distintas que regulam o processo de migração do produto: fase líquida
residual, fase líquida livre, fase dissolvida e fase vapor (Figura 4).
Figura 4 - Diferentes fases presentes nas zonas insaturada e saturada
Fonte: GUIGUER, (2000).
Ainda, segundo Guiguer (2000), a partição entre as fases é determinada pelos
fenômenos da dissolução, volatilização e adsorção. A fase líquida residual pode
39
existir no solo como resíduos líquidos relativamente imóveis, adsorvidos ou retidos
entre os sólidos do solo. O líquido livre não residual que passa pelo solo é chamada
de fase líquida livre, que quando atinge o nível d’água subterrâneo passa a flutuar
sobre o mesmo. Hidrocarbonetos em fase dissolvida podem estar presentes na
superfície sólida do solo formando películas, ou na água do solo; quando atingem o
nível d’água subterrâneo formam a chamada pluma de contaminação. Os
hidrocarbonetos em fase de vapor podem existir como componentes do vapor do
solo, podendo também se condensar e adsorver-se na superfície sólida ou dissolver-
se na água do solo.
O transporte da LNAPL através das zonas não saturadas e saturadas
depende da quantidade de hidrocarbonetos liberados ao meio. Um pequeno volume
de LNAPL flui pela zona não saturada até atingir o estado de saturação residual, em
razão do desenvolvimento de um sistema de quatro fases como resultado da entrada
de LNAPL nesta zona, com a seguinte ordem de grau de molhabilidade: água >
LNAPL > ar (FERREIRA; ZUQUETTE, 1998).
A água de infiltração dissolve os componentes solúveis presentes na LNAPL,
tais como o benzeno, o tolueno e os xilenos, e os transporta até a zona saturada.
Esses contaminantes formam uma pluma que se distribui por difusão e advecção.
Muitas das substâncias tendem a ser voláteis, assim o gás sofre partição de modo
que uma parte fica retida no solo e outra migra para o ar, sendo transportados para
outras partes do aqüífero por difusão molecular. Os voláteis movem-se
primeiramente pela zona saturada e finalmente entram na camada superficial do solo
onde, dependendo das condições físico-químicas retornam para a fase líquida por
condensação. Esses processos são responsáveis pelo transporte de contaminantes
através de áreas bastante extensas (FERREIRA; ZUQUETTE, 1998). Quando um
grande volume de hidrocarbonetos é liberado, estes se deslocam no sentido da
franja capilar próximo à zona saturada. Os componentes solúveis da LNAPL
atravessam adiante ultrapassando os componentes menos solúveis. No topo da
franja capilar, onde a água satura um grande volume de poros, o material acumulado
causa uma redução na permeabilidade relativa da LNAPL. Impedida de mover-se
para baixo, a LNAPL tende a se espalhar sobre o topo da franja capilar. O acúmulo
de um volume suficiente de LNAPL no topo da franja capilar faz com que a mesma
comece a fluir na mesma direção da água subsuperficial. Em razão de sua baixa
densidade, a LNAPL flutua próxima ao nível da água subsuperficial, na zona de
40
capilaridade. Por causa desses mecanismos alguns produtos tais como a gasolina,
querosene e alguns outros óleos são encontrados como produtos livres sobre o topo
da franja capilar (FERREIRA; ZUQUETTE, 1998).
Os grandes derrames geram um fornecimento contínuo de hidrocarbonetos
para a zona não saturada, favorecendo uma condutividade hidráulica progressiva e
contínua e formando uma depressão de interface zona saturada – LNAPL, onde os
hidrocarbonetos se acumulam. No caso de remoção ou esgotamento da fonte de
contaminação, os hidrocarbonetos presentes na zona não saturada continuam a
migrar para níveis mais profundos, estacionando quando a concentração de
hidrocarbonetos atinge o nível de saturação residual e não pode mais avançar. Caso
contrário, continua a mover-se para baixo recarregando a depressão localizada
sobre o nível da água subsuperficial, produzindo um espalhamento lateral maior
sobre a franja capilar. A Figura 5 ilustra o caminho percorrido pelo combustível
liberado de um tanque subterrâneo até atingir a franja capilar e a formação de uma
pluma de contaminação.
Figura 5 - Contaminação por hidrocarbonetos de combustíveis em subsuperfície
Fonte: USEPA.
41
2.7Gerenciamento de áreas contaminadas –CETESB
No Brasil, as diretrizes para o gerenciamento de áreas contaminadas foram
criadas pela CETESB baseadas em experiências de países como Estados Unidos,
Alemanha e Holanda (FEAM, 2010). A partir dessas análises foram elaborados e
disponibilizados a lista de valores orientadores de qualidade do solo e o manual de
gerenciamento de áreas contaminadas, que contém normas técnicas e
procedimentos (ibid, 2010).
Uma área contaminada é caracterizada principalmente pela presença de
substâncias químicas no solo e nas águas subterrâneas, geralmente decorrentes de
atividades humanas.
Essas substâncias podem ser constituídas de resíduos depositados,
acumulados, armazenados, enterrados ou infiltrados de forma planejada ou
acidental no solo (FEAM, 2010).
Nas áreas identificadas no levantamento, os contaminantes podem estar
presentes no solo, no ar, nos sedimentos ou nas águas superficiais e subterrâneas,
podendo ser transportados por esses meios, propagando-se por diferentes vias,
alterando suas características e gerando impactos negativos e riscos á saúde
humana e ao meio ambiente, isto significa que nem todas as áreas contaminadas
representam risco. Ele só existirá se as concentrações de contaminantes excederem
determinados limites considerados aceitáveis e se existirem receptores sensíveis
(FEAM, 2010).
Para a CETESB (2010d), o gerenciamento de áreas contaminadas (ACs) visa
minimizar os riscos a que estão sujeitos a população e o meio ambiente por meio de
um conjunto de medidas que assegurem o conhecimento das características dessas
áreas e dos impactos por elas causados, proporcionando os instrumentos
necessários à tomada de decisão quanto às formas de intervenção mais adequadas.
42
Tabela2 - Processos do gerenciamento de áreas contaminadas
Processos do Gerenciamento de áreas
contaminadas
Descrição
Processo de identificação de áreas
contaminadas
• Definição da região de interesse;
• Identificação de áreas
potencialmente contaminadas;
• Avaliação preliminar;
• Investigação confirmatória.
Processo de recuperação de áreas
contaminadas
• Investigação detalhada;
• Avaliação de risco;
• Investigação para remediação;
• Projeto de remediação;
• Remediação;
• Monitoramento Fonte: CETESB (2010d).
A metodologia utilizada no gerenciamento de áreas contaminadas (GACs), do
órgão ambiental do estado de São Paulo, baseia-se em uma estratégia constituída
por etapas seqüenciais, em que a informação obtida em cada etapa é a base para a
execução da etapa posterior (CETESB, 2010d). Dessa forma, a CETESB definiu
dois processos que constituem a base do gerenciamento de ACs denominados:
processo de identificação e processo de recuperação, apresentados na Tabela2.
De acordo com CETESB (2010d), nas etapas do processo de identificação, as
áreas em estudo podem ser classificadas como áreas AP, AS ou AC, conforme
apresentado na Tabela3.
43
Tabela3 - Classificação das áreas contaminadas
Classificação das áreas
contaminadas
Descrição
(APs)
São aquelas onde estão sendo ou foram desenvolvidas atividades potencialmente contaminadoras, isto é, onde ocorre ou ocorreu o manejo de substâncias cujas características físico-químicas, biológicas e toxicológicas podem causar danos e/ou riscos aos bens a proteger.
Classificação das áreas
contaminadas
Descrição
(ASs)
São aquelas nas quais, durante a realização da etapa de avaliação preliminar, foram observadas falhas no projeto, problemas na forma de construção, manutenção ou operação do empreendimento, indícios ou constatação de vazamentos e outros. Essas constatações induzem a suspeitar da presença de contaminação no solo e nas águas subterrâneas e/ou em outros compartimentos do meio ambiente.
(ACs)
É a área ou terreno onde há comprovadamente contaminação, confirmada por análises, que pode determinar danos e/ou riscos aos bens a proteger localizados na própria área ou em seus arredores.
Fonte: CETESB (2010d).
Para o CETESB (2010d), as informações obtidas nessas etapas devem ser
armazenadas no Cadastro de Áreas Contaminadas do órgão ambiental, elemento
central do gerenciamento de ACs, e que servem para controle, planejamento
ambiental e urbanístico da região de interesse.
A priorização das áreas, para aplicação dos procedimentos, deve seguir os
seguintes critérios: características da fonte de contaminação (tipo de contaminante e
tamanho da fonte de contaminação), as vias de transporte dos contaminantes e a
importância dos bens a proteger (CETESB, 2010d). A metodologia para o
gerenciamento de ACs da CETESB é apresentada de forma esquemática na Figura
6, em que mostra seqüência das etapas do gerenciamento e o posicionamento das
diferentes etapas de priorização.
44
Figura 6 - Fluxograma para gerenciamento de áreas contaminadas
Fonte: CETESB (2010d).
45
CAPÍTULO 3:
ESTADO DA ARTE
46
3 ESTADO DAARTE
Cordazzo et al. (2000) propôs um modelo com a respectiva solução numérica
bidimensional para o problema do derramamento de contaminante na região
saturada do solo (lençol freático), em volumes finitos, com modelo de
biodegradação de 1ª ordem, adaptado para a situação da gasolina brasileira,
considerando a influência do etanol na biodegradação dos constituintes BTEX
(benzeno, tolueno, etilbenzeno exileno) da gasolina e no fenômeno de
cossolvênciado etanol na gasolina, assumindo que a solubilidade dos compostos
hidrofóbicos na água que aumenta log-linearmente. O efeito de sorção (retardo da
pluma) da gasolina também foi considerado no modelo pelo autor, supondo uma
sorção linear. A equação de transporte resolvida numericamente levou em
consideração a dispersão, advecção, sorção e a biodegradação dos compostos
BTEX, bem como do etanol. O autor também resolveu numericamente o campo de
velocidades da água subterrânea, através das equações de Darcy, possibilitando
que regiões com diferentes permeabilidades sejam levadas em consideração.
Bezerra (2011), com o objetivo de se determinar os compostos voláteis BTEX
em águas subterrâneas de postos de gasolina, implementou o método de
determinação de compostos voláteis por purge and trap e espectrometria de
cromatografia de massa (GC-MS). A validação do método foi realizada através do
estudo de seletividade, linearidade, sensibilidade, exatidão, precisão, LD, LQ e
robustez. Para se investigar a contaminação do aquífero da bacia do Rio Lucaia,
Salvador, Bahia, por compostos derivados de petróleo devido a vazamentos de
tanques combustíveis, foi determinada em amostras de águas subterrâneas, as
concentrações de BTEX, sulfato nitrato e ferro (II).
Forte et al. (2007) investigou a contaminação de aqüífero por hidrocarbonetos
em um estudo de caso na Vila Tupi, Porto Velho, em Rondônia. Identificando
hidrocarbonetos de petróleo, derivados de uma fuga de tanque subterrâneo de
combustível, por um gel de sílica/éter de petróleo, método de particionamento
gravimétrico, e pela análise cromatográfica das amostras coletadas em poços
perfurados em um posto de gasolina e em casas na localidade. Os dados obtidos de
amostras de água coletadas dos poços de monitoramento distribuídos na área
estudada e de poços de abastecimento de residências da Vila Tupi são oriundos do
posto revendedor de combustíveis localizado próximo à Vila, única fonte potencial de
47
contaminação por estes compostos nas proximidades. O teor de benzeno
encontrado na amostra de água do poço de uma residência da Vila Tupi, ultrapassou
o valor fixado pela Portaria do Ministério da Saúde 518/04 para potabilidade, valor
usado pela CETESB para intervenção em uma área contaminada.
Manenti et al. (2007) estudaram a aplicação de Barreiras Reativas
Permeáveis (BRP) na redução da contaminação por vazamentos em tanques de
combustíveis. No qual confeccionaram um sistema de barreira reativa permeável
(BRP) em escala laboratorial utilizando solo, areia, carvão ativado e pedrisco para a
redução das concentrações de BTEX, por adsorção pelo carvão ativado. As
concentrações do percolado, em diferentes tempos, foram obtidas e submetidas a
análises de cromatografia gasosa. Os resultados apresentaram elevada eficiência de
redução dos BTEX nas primeiras 48 horas, principalmente o etilbenzeno e os
xilenos.
Mariano (2006) propôs um estudo de diversos aspectos relacionados à
técnica de biorremediação de solos e águas subterrâneas contaminados com
hidrocarbonetos. A partir de amostras de solo e água subterrânea coletadas em
diferentes postos de combustíveis, avaliou-se a biorremediação natural da água
subterrânea em local onde ocorreu vazamento de óleo diesel, mediante o
monitoramento de indicadores geoquímicos durante 2 anos. Diferentes técnicas de
biorremediação (bioestimulação com a adição de nutrientes e de um surfactante e
bioaumento (injeção de microrganismos)) foram comparadas quando aplicadas
isoladas e em conjunto a solos contaminados com óleo diesel e comparou-se a
capacidade de diferentes microrganismos em biodegradar óleo diesel comercial e
intemperizado. Conciliando a biorremediação com a prática atual no gerenciamento
ambiental de reutilização de resíduos, avaliou-se o efeito da adição da vinhaça na
biorremediação de solos e águas subterrâneas contaminados com óleo diesel e
investigou-se a capacidade de diferentes culturas de bactérias em utilizarem óleo
diesel intemperizado como matéria prima para produção de biossurfactante.
Coelho (2011) propôs avaliar a contaminação do solo de um determinado
posto de serviços e revenda de combustíveis na Cidade de Natal, RN, por meio da
quantificação de metais pesados como Cádmio, Cobre, Cromo, Niquel, Chumbo e
Zinco, do teor de carbono orgânico total (COT) e da matéria orgânica utilizando
técnicas distintas como espectrometria de emissão óptica com fonte de plasma
indutivamente acoplado (ICP OES), analisador de COT e análise gravimétrica
48
respectivamente. E ainda caracterizar o solo por meio de análise granulométrica.
49
CAPÍTULO 4:
METODOLOGIA
50
4 METODOLOGIA
Para atender ao objetivo deste trabalho, de caracterizar a presença de
substâncias com potencial de contaminação por derivado de petróleo na bacia do
tanque 1430-04, através da coleta de amostras do solo e da água subterrâneas
distribuídas para análise dos parâmetros TPH fracionado, BTEX, VOC, SVOC e
Metais, como também, a análise dos parâmetros físicos do solo (granulometria,
porosidade total e efetiva, densidade de partículas e total do solo, umidade natural) e
fração de carbono orgânico, tomou-se um caso real de contaminação em um
terminal aquaviário no Estado do Rio Grande do Norte.
As informações coletadas sobre o terminal de estudo, faz parte da
investigação de passivo ambiental, decorrente de vazamentos ou derrames de
combustíveis e/ou lubrificantes, através da avaliação preliminar (Fase I) e a
investigação confirmatória e detalhada (Fase II) de contaminação por
hidrocarbonetos derivados de petróleo. A empresa de campo responsável pela
execução da investigação de passivo ambiental acompanhou todo o processo,
levantando todas as informações pertinentes sobre o histórico operacional e
ambiental da área, analisando as diversas licenças vigentes de operação e vistoria
detalhada de toda a área, contemplando a observação de indícios visuais de
contaminação em solo (com possibilidade de contaminação do aquífero local) e de
práticas operacionais que porventura possam ter gerado contaminação do solo e/ou
água subterrânea, além do estudo detalhado do entorno do terminal para
caracterização do uso e ocupação do solo e identificação de bens a proteger
externos a unidade. A coleta das amostras foi realizada por um laboratório
responsável pelas análises químicas qualitativas e quantitativas do solo.
4.1 Avaliação preliminar
A avaliação preliminar objetiva relatar a atual situação do empreendimento,
objeto de estudo, e identificar práticas atuais e/ou passadas associadas às
instalações e/ou operações que venham representar riscos potenciais de passivos
para a unidade.
De acordo com o Manual de Gerenciamento de Áreas Contaminadas
(CETESB, 2001), a Avaliação Ambiental Preliminar visa documentar a existência de
51
evidências ou fatos que levem a suspeitar de eventual contaminação (especialmente
quanto à alteração da qualidade do solo e da água subterrânea), identificar as áreas
com potencial de contaminação e classificá-las em AP ou AS.
Esta avaliação não inclui a coleta de amostras de solo e de água subterrânea
e condução de análises químicas para verificar a presença de contaminação, mais
sim levantar informações pertinentes sobre o histórico operacional e ambiental da
área estudada, analisar as diversas licenças vigentes para a unidade e realizar
vistoria detalhada de toda a área, contemplando a observação de indícios visuais de
contaminação em solo com possibilidade de contaminação em aquífero local.
A metodologia adotada inclui as seguintes etapas:
a) Caracterização geral das propriedades, incluindo a inspeção visual do seu
perímetro completo, identificação das situações e/ou procedimentos que
possam resultar em potenciais ambientais (solo e água) para as atuais e
futuras operações no local;
b) Investigação do histórico de uso da propriedade através da análise de
documentos e entrevistas com os funcionários antigos do local que conheçam
as atividades anteriormente realizadas;
c) Identificação de áreas na propriedade onde eventualmente haja ou tenha
havido instalações e/ou operações e práticas que possam representar riscos
potenciais de passivo ambiental;
d) Avaliação visual dos usos do solo circundantes em um raio de até 200 m,
para identificação de atividades vizinhas que possam ter afetado ou
apresentam risco potencial para a qualidade ambiental na propriedade;
e) Interpretação de fotografias aéreas para identificar detalhes do histórico;
f) Avaliação quanto à necessidade de ações adicionais e/ou emergenciais para
minimização, mitigação e/ou eliminação do passivo ou condução de novas
investigações, caso necessário;
g) Classificação das áreas identificadas em AP e AS;
h) Elaboração do modelo conceitual de contaminação inicial.
4.1.1 Caracterização do empreendimento
Devem ser realizados levantamentos e entrevistas com pessoas
suficientemente informadas sobre a área, podendo ser o proprietário do
52
empreendimento, o proprietário do terreno, funcionários atuais e antigos e vizinhos,
entre outros visando à obtenção das informações relacionadas a seguir.
As informações a serem obtidas são:
a) Histórico das construções da área, considerando as principais melhorias,
demolições e reformas realizadas;
b) O histórico da operação com combustíveis na área;
c) As operações atuais com combustíveis;
d) Os sistemas de drenagem existentes na área (água pluvial e esgoto);
e) As características e situação (em uso ou desativado) dos tanques e das linhas
de combustíveis;
f) A movimentação média mensal de combustíveis, por produto;
g) A distribuição dos sistemas de abastecimento de combustíveis (áreas fonte);
h) Os eventos de vazamento, as medidas tomadas e os relatórios emitidos;
i) As plantas da construção e o layout da área;
j) Os diagramas esquemáticos do sistema de abastecimento de combustíveis;
k) Informações sobre o revestimento e sobre ensaios de permeabilidade
eventualmente realizados nas bacias de contenção;
l) Identificação do tipo de material empregado na impermeabilização das bacias
de contenção.
4.1.2 Caracterização da área de interesse
A caracterização da área de interesse leva em conta os seguintes bens a
proteger: o solo e água subterrânea. Para isto, deve ser realizado um levantamento
geológico e hidrogeológico do local onde se insere o empreendimento, a
permeabilidade e o potencial de corrosão do solo, sentido de fluxo das águas
subterrâneas e identificação das áreas de recarga; bem como das possíveis
interferências das atividades com corpos d’água superficiais e subterrâneos.
4.1.3 Caracterização do entorno do empreendimento
O estabelecimento do raio do entorno a partir dos limites do terminal deve ser
baseado na Norma da ABNT NBR15.515-1 de 2007, a qual estabelece raio mínimo
de 200 m a partir da fonte potencial, neste caso, o Terminal em estudo.
53
Em função das características de ocupação residencial do entorno do
terminal, não foi realizada vistoria completa do entorno dentro da distância de 200 m
dos limites do Terminal.
4.2 Avaliação confirmatória
4.2.1 Metodologia de perfuração e locação dos pontos de leitura de VOC´s
O método de investigação proposto é constituído por uma avaliação de gases
do solo a partir da qual são locados pontos de sondagem para avaliação do solo e
da água subterrânea. Os pontos de sondagem devem ser locados junto às
anomalias observadas na avaliação de gases do solo. Em cada sondagem deve ser
coletada uma amostra de solo e instalado um poço de monitoramento limitado à
profundidade a 15 m ou até atingir o nível d água. Em cada poço instalado deve ser
coletada uma amostra de água subterrânea para análise química (Figura 7).
Figura 7 - Medição de VOC em ponto de malha de soil gás screening
Fonte: cedido pelo IDEMA.
A perfuração foi realizada por meio de métodos seguros compatíveis com as
condições da área.
54
A leitura dos VOC´s no solo foi realizada por meio de um dos seguintes
procedimentos:
a) A sonda era constituída de um tubo aberto de pequeno diâmetro (25 mm ou
menor) acoplado a uma mangueira de material plástico (nylon ou teflon). A
sonda foi cravada 1,5 m abaixo da superfície do terreno, sendo parcialmente
retirada (aproximadamente 25 cm) para realização das leituras por meio de
analisadores de gases adaptados à mangueira.
b) Perfuratriz com broca de 16 mm de diâmetro, sonda metálica de 10 mm de
diâmetro, com 16 perfurações de 3 mm de diâmetro cada nos últimos 40 cm
de sua extremidade inferior, e mangueira de material plástico (nylon ou
teflon).
O piso e o solo subjacente foram perfurados até a profundidade de 1,0 m,
sendo, imediatamente após a retirada da perfuratriz, introduzida a sonda e realizada
a medição por meio de analisadores de gases adaptados à mangueira.
Os analisadores de gases foram mantidos, operados e calibrados de acordo
com as recomendações do fabricante contidas no manual do equipamento. Antes de
se efetuar cada leitura foi verificada a leitura do zero do equipamento.
Ao final de cada medição de gases, os furos foram preenchidos com uma
calda de cimento ou bentonita umedecida, evitando assim que o produto derramado
atingisse o subsolo por meio desses furos.
4.2.2 Sondagens de Investigação
As sondagens de investigação (ST) possibilita a descrição do perfil litológico
do subsolo local, a verificação da ocorrência de resíduos ou produtos químicos, à
leitura de vapores orgânicos in situ e a coleta de amostras de solo para análises
químicas, conforme as especificações da ABNT NBR 15.492/2007 “Sondagem de
reconhecimento para fins de qualidade ambiental – Procedimento” (ABNT, 2007) e
do Manuel de Gerenciamento de Áreas Contaminadas (CETESB, 2001).
Nas sondagens manuais foi utilizada bomba balde para aprofundar e limpar o
revestimento de aço.
As descrições litológicas das sondagens realizadas na área baseiam-se na
Norma da ABNT NBR 6502/1995 “Rochas e solos: terminologia” (ABNT, 1995).
Todos os resíduos gerados durante as perfurações foram adequadamente
55
armazenados no depósito provisório de resíduos e devidamente identificados, para
posterior destinação adequada ambientalmente.
Figura 8 - Sondagem a trado com utilização de camisa (revestimento de aço) e bomba balde
Fonte: cedido pelo IDEMA.
4.2.3 Amostragem de solo
Iniciada a sondagem, após a medição do VOC in situ, a cada 1,00 m
perfurado, as amostras de solo para a realização de análises laboratoriais atendeu
os seguintes critérios:
a) Para os metais foi selecionada uma amostra no horizonte superficial (0,1 a 0,2
m) e outra no horizonte mais próximo a franja capilar (9,0 a 10,0 m);
b) Para os compostos orgânicos (TPH fracionado, SVOC e VOC) foi selecionada
uma amostra na profundidade em que foi constatada a maior concentração de
VOC ou, na ausência de VOC, no horizonte superficial (0,1 a 0,2 m) e a outra
amostra na profundidade mais próxima a franja capilar (9,0 a 10,0 m).
As amostras coletadas foram divididas em alíquotas. Estas foram
acondicionadas em sacos plásticos, sendo imediatamente lacrados, os torrões foram
desagregados com as mãos e, após 10 minutos em repouso, novamente agitadas e
submetidas à verificação do analisador de gases, utilizando o equipamento PID com
56
lâmpada de 10,2 ev.
As amostras foram coletadas diretamente no trado manual, pois as
características do solo local (areia) inviabilizaram a utilização de liners.
Adicionalmente, com o objetivo de fornecer subsídios técnicos para melhor
caracterizar o meio físico local, foram coletadas 01 (uma) amostra de solo
indeformada e 02 (duas) amostras deformadas: 01 (uma) amostra na zona não
saturada e 01 (uma) na zona saturada, provenientes das litologias predominantes
identificadas na área.
A coleta da amostra indeformada foi realizada através de amostrador do tipo
Uhland e as coletas das amostras deformadas seguiram as orientações descritas na
ABNT NBR 9604 “Abertura de poços e trincheiras de inspeção em solo, com retirada
de amostras deformadas e indeformadas: procedimentos” /ABNT, 1986) e no
Capítulo 6300 do Manual de Gerenciamento de Áreas Contaminadas (CETESB,
2001).
As amostras deformadas foram enviadas para análise de granulometria e
fração de carbono orgânico e as amostras indeformadas para determinação de
densidade, umidade natural, porosidade total e porosidade efetiva.
A Tabela 4 mostra as características das amostras enviadas ao laboratório
para a determinação dos parâmetros físicos e fração de carbono orgânico.
Tabela 4 - Características das amostras de solo enviadas ao laboratório para a determinação dos parâmetros físicos e fração de carbono orgânico
Identificação da amostra
Zona (saturada/não
saturada)
Descrição de campo
Parâmetros
AMOSTRA DEFORMADA
ST-76 ADZNS (5,0 m)
Zona não saturada
Areia média/fina amarelada
Granulometria e fração de carbono orgânico ST-76 ADZS (9,0 m) Zona saturada
Areia média/fina amarelada
AMOSTRA INDEFORMADA
ST-76 AI (5,0 m) Zona não saturada
Areia média/fina amarelada
Densidade, umidade natural, porosidade total e efetiva
Fonte: cedido pelo IDEMA.
57
4.2.4 Instalação de poços de monitoramento
Após a execução das sondagens, foram instalados 04 (quatro) poços de
monitoramento, o PM-93, PM-94, PM-93 e o PM-94.
A metodologia de instalação dos poços de monitoramento seguiu as
recomendações da ABNT NBR 15495-1 “Poços de monitoramento de águas
subterrâneas em aqüíferos granulares – Parte 1: Projeto e Construção (ABNT,
2007)”.
De acordo com o procedimento adotado, a sondagem é realizada até atingir a
profundidade de instalação, que varia de acordo com as características da área. Em
seguida, o conjunto revestimento-filtro é acoplado um ao outro com auxílio de luvas
e, colocados de forma a evitar esforço para atingir a profundidade desejada (Figura
9).
Os poços de monitoramento foram construídos com tubo Eagle Pipe, com
diâmetro interno de 2” (duas polegadas) e as ranhuras do tubo-filtro apresentam
0,25 mm de abertura.
Após a colocação dos tubos no furo de sondagem e a finalização de todo o
acabamento necessário, a extremidade superior (boca) do poço de monitoramento é
protegida por uma tampa de vedação (cap de pressão), que permite o travamento
com cadeado. Na parte inferior do filtro acoplado, um tampão fixo e rosqueável, com
o intuito de evitar a penetração de material sólido por sua extremidade inferior.
Após a inserção do tubo geomecânico no poço colocou-se o pré-filtro,
material que ocupa o espaço anular entre a parede de perfuração e o próprio filtro,
composto de areia graduada quartzosa arredondada do tipo perolizada, pré-lavada,
própria para construção de poços de monitoramento, com granulometria variando
entre 1,0 mm à 2,0 mm até aproximadamente 0,6 m acima da ranhura do filtro.
Durante este procedimento realizou-se o desenvolvimento do poço de
monitoramento, visando o ajuste do pré-filtro conforme a ABNT NBR 15495-1 “Poços
de monitoramento de águas subterrâneas em aqüíferos granulares – Parte 2:
Desenvolvimento” (ABNT, 2008).
A água remanescente do desenvolvimento foi armazenada em bombonas
plásticas e posteriormente o efluente foi descartado adequadamente.
Em seguida, realizou-se a instalação do selo anular de bentonita, com o
objetivo de vedar o espaço no entorno do tubo de revestimento, acima do pré-filtro,
58
evitando a contaminação do poço causada por líquidos percolados pela seção
anular. Acima do selo instalou-se a proteção sanitária (argamassa de cimento acima
do material de preenchimento) e a laje de proteção (piso de cimento ao redor da
câmara de calçada, construído com um pequeno declive a fim de evitar a entrada de
águas superficiais).
Cabe ressaltar que a proteção sanitária dos poços foi realizada entre 0,6 m e
0,7 m acima do nível do solo, para facilitar a localização dos poços na área e por se
tratar de área de bacia de contenção.
Figura 9 - Instalação dos poços de monitoramento
Fonte: cedido pelo IDEMA.
4.2.5 Amostragem da água subterrânea e medições dos parâmetros físico-químicos
As metodologias e critérios de amostragem seguiram a ABNT NBR 15874
“Amostragem de água subterrânea em poços de monitoramento – método de purga”
(ABNT, 2010), assim como Manual de Gerenciamento de Áreas Contaminadas
(CETESB, 2001).
Foi realizada uma campanha de amostragem de água subterrânea da área de
estudo, através do método de baixa vazão (low flow sampling).
59
Basicamente, o método consiste em coletar as amostras de água subterrânea
com o auxílio de bombas de vazão controlável, de maneira que seja causado um
rebaixamento mínimo na coluna d`água no poço. Desta maneira, a renovação da
água ocorre numa vazão próxima a capacidade de produção do poço, permitindo a
coleta de uma amostra representativa do aquífero com baixa concentração de
sólidos em suspensão e mínima volatilização da amostra.
Os equipamentos utilizados para amostragem foram uma bomba de bexiga de
aço inox, medidor multi-parâmetro, cilindro de ar comprimido com regulador de
pressão e manômetro, painel controlador de ar comprimido eletrônico, medidor de
interface água-óleo, célula de fluxo e mangueiras descartáveis de teflon ou
polietileno.
Durante a purga, foram monitorados o nível d`água (NA) e os parâmetros
físico-químicos indicadores de qualidade: temperatura (ºC), condutividade elétrica
(CE), potencial hidrogeniônico (pH), potencial redox (Eh) e oxigênio dissolvido (OD).
A estabilização do nível d`água e dos parâmetros indicadores é utilizada para
determinar o momento em que a água de formação é acessada, eliminando a
possibilidade de coleta de água estagnada no poço e na região de pré-filtro. A
condutividade elétrica e o oxigênio dissolvido são os parâmetros mais confiáveis
para determinação da estabilização, por serem mais sensíveis a possíveis
interferências (ABNT, 2010).
O procedimento em campo para avaliação da estabilização dos parâmetros
físico-químicos foi calcular as variações de acordo com a primeira medição após a
estabilização do nível d`água para os parâmetros de condutividade elétrica e
oxigênio dissolvido.
Os critérios utilizados em campo foram (ABNT, 2010):
a) temperatura: ± 0,5 ºC
b) pH: ± 0,2 unidades
c) condutividade: ± 5,0 % das leituras
d) oxigênio dissolvido: ± 10% ou 0,2 mg/L (o que for maior)
e) potencial de oxiredução: ± 20 mV
O tempo para amostragem de cada poço depende diretamente dos fatores
necessários para o controle de rebaixamento do nível d`água, estabilização dos
parâmetros indicadores, características construtivas dos poços e litologia local.
Após a estabilização dos parâmetros em cada poço, a mangueira do
60
polietileno acoplada a bomba é desconectada da célula de fluxo e a água bombeada
é transferida aos frascos destinados ao armazenamento das amostras, sempre
atentando-se para que o tubo de descarga não entrasse em contato com o interior
do frasco.
Visando garantir a qualidade dos trabalhos de amostragem de água
subterrânea, adicionalmente foram coletados 02 (duas) amostras de controle de
qualidade: branco de campo e branco de equipamento, as quais foram identificadas
respectivamente como PM-93BC e PM-93BE. Também foi coletada uma amostra
duplicata do PM-93, chamada de PM-93D.
A Tabela5 abaixo resume as características das amostras de água
subterrânea enviadas ao laboratório.
Tabela5 - Características das amostras de água subterrânea
Identificação da
amostra
Parâmetros analisados
Parâmetros físico-químicos medidos
in situ
T (°C)
CE (µS/cm)
pH Eh
(mV) OD
(MG/L)
Turbidez
(NTU)
PM-93 TPH, BTEX, VOC, SVOC, METAIS
26,67 138 6,25 -115,3 1,76 23
PM-94 TPH, BTEX, VOC, SVOC, METAIS
36,39 183 6,37 -170,4 1,13 16
PM-93 TPH, BTEX, VOC, SVOC, METAIS
30,63 132 6,09 -128,8 7,19 122
PM-94 TPH, BTEX, VOC, SVOC, METAIS
29,56 135 6,13 -135,9 1,15 133
PM-93BC TPH, BTEX, VOC, SVOC, METAIS
- - - - - -
PM-963BE TPH, BTEX, VOC, SVOC, METAIS
- - - - - -
PM-93D TPH, BTEX, VOC, SVOC, METAIS
30,63 132 6,09 -128,8 7,19 122
Fonte: cedido pelo IDEMA.
61
As propriedades físico-químicas das amostras coletadas nos poços de
monitoramento indicaram a água subterrânea com temperatura variando entre 26,67
°C e 36,39 °C, sendo que os valores de temperatura da água subterrânea estão
interligados a média anual da temperatura atmosférica local.
As medições de pH apresentaram valores entre 6,09 (PM-93) e 6,37 (PM-94)
caracterizando o meio como neutro.
A condutividade elétrica variou entre 132 µS/cm (PM-93) e 183 µS/cm (PM-
94), lembrando que a condutividade elétrica é determinada pela presença de íons
dissolvidos que se dissociam em ânions e cátions.
O potencial de oxido-redução (Eh) variou entre -115 mV (PM-93) e -170 mV
(PM-94). O Eh quantifica a existência de agentes oxidantes ou redutores em um
líquido, sendo que neste caso é possível observar que a maioria dos poços
apresentou valores negativos de Eh, o que indica um ambiente propício a reações
de redução.
As medições de oxigênio dissolvido (OD) indicaram valores entre 1,13 mg/L e
7,19 mh/L. O nível de OD na água depende de fatores químicos, físicos e
bioquímicos, tendo sua solubilidade limitada na água que se apresenta diretamente
proporcional a pressão atmosférica e inversamente proporcional a temperatura e
salinidade.
4.2.6 Procedimento de coleta de amostras do solo e água
As amostras selecionadas de solo e água foram acondicionadas em frascos
fornecidos pelo laboratório responsável pelas análises químicas. Imediatamente
após a coleta, as amostras foram armazenadas em coolers com gelo visando a
preservação das amostras na temperatura aproximada de 4 ºC, para posterior
entrega ao laboratório.
Não foram enviadas para o laboratório amostras na qual foram realizadas as
medições de gases em campo.
4.2.7 Métodos utilizados para análises química do solo e água
4.2.7.1 Métodos
A Tabela 6 mostra as metodologias utilizadas para as análises químicas das
62
amostras coletadas de água subterrânea e solo.
Tabela 6 - Metodologias utilizadas para as análises químicas dos parâmetros correlacionados das amostras coletadas de água subterrânea e solo
PARÂMETRO METODOLOGIA
VOC E BTEX Cromatografia gasosa por fotoionização/ionização de chama (CG-FID/PID).
SEMIVOLÁTEIS E HPAS
Cromatografia gasosa por espectro de massa (CG-MS).
TPH – GRO Cromatografia gasosa por ionização de chama (CG-FID)
METAIS TOTAIS Cromatografia gasosa por plasma acoplado indutivamente (ICG-ICP)
Fonte: acervo pessoal.
4.2.8 Ensaios de permeabilidade
Visando a determinação das condutividades hidráulicas da área de estudo,
foram realizados 04 (quatro) ensaios de permeabilidade do tipo Slug Test e Bail
Teste nos poços de monitoramento PM-93, PM-94, PM-93 e PM-94.
O slug test consiste basicamente no lançamento de um tarugo, objeto sólido
usado como matéria prima para a laminação, com volume conhecido no poço em
estudo e a observação da subida do nível d`água e o tempo de recuperação do nível
estático inicial.
Ao final deste ensaio, foi realizado o bail test, que consiste na retirada do
tanque gerando rebaixamento no nível d`água do poço, como acompanhamento da
recuperação do nível inicial obtendo-se assim, também um valor de condutividade.
O registro das informações foi realizado com transdutor de pressão, o qual
tem como objetivo medir e analisar a taxa com que o volume é drenado através do
aqüífero para a obtenção da condutividade hidráulica nos horizontes litológicos que
atravessam a seção filtrante.
Os dados dos testes de slug e bail são analisados usando as equações que
regem o fluxo da água subterrânea, considerando que o aqüífero é homogêneo,
isotrópico, infinito e sua espessura se mantém constante durante os ensaios (Pede,
2004).
Os dados obtidos em campo foram analisados segundo a metodologia
63
proposta por Hvorslev (1951), resumida na seguinte expressão:
Onde,
K = condutividade hidráulica (cm/s)
r = raio do poço do monitoramento (cm)
R = raio de perfuração do poço de monitoramento (cm)
Le = comprimento do filtro do poço de monitoramento (cm)
T0 = tempo que a carga da água no poço leva para elevar-se ou cair a 37 % do seu valor inicial
Para obtenção do gradiente hidráulico (i) foi utilizada a distância entre todos
os poços onde houve ensaio de permeabilidade. A partir da determinação do sentido
do fluxo de água subterrânea e do gradiente hidráulico obtidos com a elaboração do
mapa potenciométrico, juntamente com os dados de condutividade hidráulica e o
valor de porosidade efetiva, calcula-se a velocidade do fluxo subterrâneo utilizando a
seguinte equação:
Onde,
V = velocidade do fluxo subterrâneo (m/ano)
K = condutividade hidráulica (cm/s)
i = gradiente hidráulico (m/m)
ne = valor de porosidade efetiva (admensional)
4.2.9 Levantamento topográfico e medições de nível d`água
O principal objetivo do levantamento topográfico foi demarcar com precisão,
em coordenadas UTM os pontos de sondagens (amostragens do solo) e os poços de
monitoramento (amostragens de água subterrânea). Destaca-se que para os poços
de monitoramento foram levantadas as cotas absolutas para auxiliar na elaboração
do mapa potenciométrico local.
64
A metodologia utilizada parte de uma linha-base, representada por 02 (dois)
pontos de apoio Geodésico, materializados no terreno através de um receptor GPS e
coordenadas, UTM, do modelo elipsoidal SIRGAS 2000 ZONA 25. A partir dos
pontos de apoio Geodésico, são transportadas coordenadas e cotas, por meio da
Estação Total, para a realização do levantamento planialtimétrico dos pontos
topográficos de apoio, pontos de sondagens, poços de monitoramento e dos pontos
detalhamento da área.
A tomada das profundidades dos níveis d`água e eventuais espessuras de
fase livre sobrenadante foram efetuadas em todos os poços de monitoramento
existentes na área de estudo por meio de um medidor de interface óleo/água
eletrônico.
Ressalta-se que não foi encontrada fase livre nos poços monitorados. As
cotas topográficas e as profundidades do nível d`água dos poços foram utilizadas
para o cálculo das cargas hidráulicas necessárias para a confecção do mapa de
fluxo das água subterrâneas da área em estudo.
65
CAPÍTULO 5:
RESULTADOS E DISCUSSÕES
66
5 RESULTADOS EDISCUSSÕES
5.1 Avaliação preliminar
5.1.1 Caracterização do empreendimento
O Terminal fica localizado na cidade de Natal-RN e ocupa uma área de
110.000 m2. A propriedade é cercada em toda sua extensão e possui uma portaria.
As vias de acesso aos processos e instalações são todas asfaltadas e a unidade
opera desde 1936.
A área ocupada pelo Terminal é arrendada da Força Aérea Brasileira e da
Marinha do Brasil, e, internamente, é dividida em duas áreas principais (sem limites
físicos), uma área operada pela TRANSPETRO, e a outra área operada, no
passado, pela BR DISTRIBUIDORA, não mais presente.
O Terminal ocupa uma área relativamente plana, com declividade baixa,
menor que 10º, e situa-se em uma península formada pelas presenças do Oceano
Atlântico a leste, aproximadamente, 250 m, e o Rio Potengi a oeste,
aproximadamente 300 m.
A pavimentação do Terminal é predominantemente constituída por
paralelepípedos, sendo que nas plataformas de carregamento e descarregamento
rodoviário, bem como na Conferência, o piso é de concreto, plano com diferença de
nível entre a área de circulação e as bacias de contenção dos tanques. Os interiores
de todas as bacias e tubovia não são pavimentados, sendo a superfície composta
por aterro arenoso com cobertura vegetal rasteira contínua, as bacias possuem
canaletas perimetrais de concreto que conduzem o efluente para uma antiga caixa
separadora de água e óleo que atualmente funciona como caixa coletora de água e
óleo.
O piso das ruas internas e pátios é intertravado e permeável.
Apenas as áreas administrativas, oficinas, carregamento e descarregamento
tem piso concretado.
O terminal encontra-se desativado e partes de suas instalações foram
desmontadas e removidas.
Em 2008, foi realizado um estudo de passivo ambiental na área que abrangia
o pátio de descarga de diesel e as bacias dos tanques 1430-03, 1430-04, 1144602,
67
188003, 8313001 e 8313002. O objetivo da investigação foi definir se havia
alteração da qualidade de solo e água subterrânea quanto aos padrões de
referencia de qualidade.
O referido estudo identificou uma área com cerca de 113,00 m² de solo
contaminado, um volume de aproximadamente 283,8 m³, áreas com concentração
de cádmio, cromo, cobre, e TPH acima do limite permitido próximas ao tanque 1430-
04, concentrações de arsênio na água subterrânea, concentrações de chumbo na
água subterrânea na bacia dos tanques 143003, 143004, 1144602 e próximo ao
tanque de água 188003, concentrações de TPH nas áreas dos tanques 1430-03 3
1144602 e ocorrência de cobre e cromo na água subterrânea próxima
respectivamente próxima a descarga de diesel e armazém de resíduos.
Figura 10 - Vista aérea do Terminal em estudo
Fonte: Google Earth.
68
5.1.2 Caracterização da área de interesse
A área de interesse objeto deste estudo é a bacia do tanque 1430-04,
localizado no Parque de Tanques da Área da Marinha, para caracterizar a presença
de substâncias com potencial de contaminação proveniente de atividades
operacionais, como também, a respeito do comprometimento da qualidade ambiental
no Terminal e suas adjacências, além de caracterizar localmente o meio físico.
Com relação à área de estudo na bacia do tanque 1430-04, foi constatada a
existência de 01 (um) tanque aéreo de óleo diesel com capacidade para 8.835 m3
em operação.
O piso da bacia deste tanque é pleno e não pavimentado, possui cobertura
vegetal e predominantemente arenoso. Há uma canaleta perimetral de concreto
interna a bacia que conduz o efluente para a bacia de águas oleosas. O tanque
ocupa uma área de aproximadamente 1.600 m2 inserida na bacia que tem
aproximadamente 2.600 m2.
Em sua área foram instalados 04 (quatro) poços de monitoramento PM-03,
PM-04, PM-93 e PM-94.
5.1.2.1Caracterização do entorno da área de interesse do empreendimento
O objetivo desta caracterização é o reconhecimento da ocupação do solo e
das atividades desenvolvidas nas imediações da bacia do tanque 1430-04 do
Terminal, objeto de estudo, avaliando como potenciais receptores podem estar
expostos a uma eventual contaminação do solo e água subterrânea.
O levantamento preliminar foi realizado num raio de 500 m a partir da área da
bacia do tanque 1430-04 e mostrou que, a partir dos limites do Terminal Aquaviário,
tem-se áreas residenciais e comerciais, a Oeste o Rio Potengi e a Leste a Praia do
Forte.
Ressalta-se que o mesmo está inserido em uma região com alta
concentração de residências o que aumenta a quantidade de receptores para área
em estudo. No local existem trabalhadores e residentes de todas as idades, que
podem estar expostos aos riscos inerentes às atividades desenvolvidas no Terminal.
69
5.1.3 Caracterização do meio físico
O limite da área de estudo está estabelecido no contexto da bacia sedimentar
costeira a leste do Estado do Rio Grande do Norte. Esta bacia é composta por
sedimentos terciários-quaternários do grupo Barreiras que estão sobrepostos a
rochas carbonáticas cretáceas e, em grande parte, recobertos por dunas. Em termos
litológicos, os sedimentos Barreiras são formados por arenito finos e argilosos na
porção superior e arenitos mais grosseiros na porção inferior. As dunas são areias
finas, homogêneas e esbranquiçadas (CABRAL et al., 2009).
Os sedimentos terciários-quaternários guardam um sistema hidráulico único
denominado Sistema Aquífero Dunas-Barreira. Esse sistema comporta-se, no geral,
como livre, porém, localmente, pode desenvolver condições de semiconfinado
(MELO, 1995).
A espessura dos sedimentos Dunas/Barreiras é de 90 m, como espessura
saturada efetiva de cerca de 40 m. Os parâmetros hidrodinâmicos obtidos para o
sistema na porção sul de Natal (Melo, 1998):
a) condutividade hidráulica variando de 8,5 x 10-5 a 3,1 x 10-4 m/s;
b) transmissividade de 3,1 x 10-3 a 1,2 x 10-2 m2/s;
c) porosidade específica de 10%.
Em condições naturas, as água subterrâneas na região de Natal são de
excelente qualidade, muito embora áreas expressivas da cidade já estejam
contaminadas por nitrato (teores acima de 45 mg/L NO3 ou 10 mg/L N-NO3)
(RIGHETTO e ROCHA, 2005).
A leste do Terminal, aproximadamente 300 m em linha reta, encontra-se o Rio
Potengi, enquanto que a leste, aproximadamente 250 m em linha reta, encontra-se o
Oceano Atlântico.
70
Figura 11 - Modelo Hidrogeológico conceitual do Sistema Aquífero Dunas/Barreiras na Região de Natal/RN
Fonte: MELO, 1995.
A geomorfologia é caracterizada pela presença de terrenos com suaves
ondulações constituídas por sedimentos Plio-Pleistocênicos da Formação de
Barreiras, por terraços interrompidos em algumas localidades de maneira abrupta
por falésias ao longo da costa e por barrancos em margens fluviais; as Terras Baixas
que correspondem aos estuários, aos mangues, aos vales fluviais e aos terraços
fluviais e de praia; e as Colinas elevadas que são campos de dunas, fixas ou
móveis, atingindo até 120 m de altura. Os campos de dunas são compostos por
areias quartzosas, de cores, branca, amarela e avermelhada e possuem direção SE-
NW, obedecendo à predominância dos ventos atuantes na região.
Com relação ao clima, a área estudada apresenta clima do tipo As (quente e
úmido) tropical chuvoso com verão seco, com precipitação pluviométrica em torno de
1.500 milímetros anuais, e temperatura oscilando entre 30 ºC e 24 ºC. O período de
chuvas compreende os meses de março a julho, enquanto as menores taxas de
precipitação são registradas nos meses de setembro a dezembro.
Os ventos atuantes na região de Natal são os alísios, de direção
predominantemente sudeste, oriundos do Oceano Atlântico; com pouca intensidade
a noroeste, sendo responsáveis pelo clima moderado da cidade, com uma media de
4,2 m/s. As menores velocidades são registradas nas estações úmidas,
compreendidas entre 2,9 m/s nos meses de Março a Abril, e a 5,4 m/s na estação
71
seca, ocorrido no mês de Setembro a Novembro, apresentando conseqüentemente
maiores valores. A umidade relativa do ar varia muito pouco, sendo 74% na estação
da seca e máxima de 84% na estação úmida. A média anual é de 79,3%.
5.2 Avaliação confirmatória
5.2.1 Sondagem de investigação
As descrições litológicas das sondagens realizadas na área da bacia do
tanque 1430-04 permitiram caracterizar o seguinte perfil:
a) Aterro:
- Areia pouco argilosa, granulometria média a grossa, marrom;
- Areia pouco argilosa, granulometria média a fina, com seixos, marrom;
b) Litologias:
- Areia, granulometria média a fina, amarela.
A tabela 7 e a tabela 8 apresentam, resumidamente, os resultados das
análises físicas e fração de carbono orgânico das amostras de solo deformadas e
indeformadas.
Tabela7 - Resultados dos ensaios realizados nas amostras de solo deformadas
Identificação
da amostra
FOC (%)
Densida
de partícula(g/cm
3)
Granulometria
Areia (%)
Silte (%)
Argila
(%) Muito grossa
grossa média fina Muito fina
Total
ST-76/ ADZNS (5,0 m)
0,21 2,47 0 12,1 58,5 22,0 2,7 95,3 4,3 0,4
ST-76/ ADZS (9,0 m)
0,47 2,50 0 16,2 63,3 18,1 0 97,6 1,5 0,9
Fonte: cedido pelo IDEMA.
72
Tabela8 - Resultados dos ensaios realizados nas amostras de solo indeformadas
Identificação
da amostra
Densidade
volumétrica
(%)
Densidade
volumétrica
(%)
Densidade
volumétrica
(%)
Densidade
total
do solo
(g/cm3)
Umidade
natural
(%)
Porosidade
total (%)
Porosidade
efetiva(%)
De Água De Ar De Solo
ST-76/AI
(5,0 m)
10
15
75
1,31
22
28,6
15,3
Fonte: cedido pelo IDEMA.
A Figura 12 mostra o comportamento da amostra de solo com relação a sua
distribuição granulométrica.
Figura 12 - Distribuição granulométrica das amostras do solo
Fonte: acervo pessoal.
Os resultados dos ensaios realizados nas amostras coletadas apresentaram
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0,001 0,01 0,1 1 10
Per
cen
tual
Pass
an
te A
cum
ula
do (
%)
Diâmetro (mm)
ST 01 ADZNS (5 m)
ST 02 ADZS (9 m)
73
para zona não saturada um total de 95,3 % de areia em sua composição, e para
zona saturada um total de 97,6 % de areia, caracterizando um solo arenoso,
corroborando com as descrições dos horizontes litológicos efetuadas em campo
durante a realização das sondagens.
A granulometria varia de areia grossa a muito fina predominando a areia
média com 58,8% na zona não saturada e 63,3 % na zona saturada.
Há presença de silte e argila, porem em porcentagens muito baixas.
Com base nesses resultados e nas descrições realizadas em campo é
possível afirmar que a hidrogeologia local consiste em um aquífero livre, composto
por substratos predominantemente arenosos, com nível d`água variando de 10,91 m
(PM-94) a 11,89 m (PM-93), conforme dados obtidos durante o monitoramento de
acordo com a Tabela 9.
Tabela 9 - Resultados das cotas topográficas, níveis d`água e cargas hidráulicas dos poços
Poço Cota topográfica
(m)
Nível d`água (m) Carga hidráulica
(m)
PM-03 37,280 11,89 25,390
PM-04 37,300 10,91 26,390
PM-93 37,603 11,19 26,413
PM-94 37,557 11,18 26,377
Fonte: cedido pelo IDEMA.
Através da interpolação dos valores de carga hidráulica da área do tanque
área da BR, foi elaborado um mapa potenciométrico do local, Figura 13, o qual
ilustra que o sentido preferencial do fluxo subterrâneo é de oeste para leste, em
direção ao mar.
74
Figura 13- Mapa potenciométrico
Fonte: cedido pelo IDEMA.
Para elaboração do mapa potenciométrico foi desconsiderado o valor de
carga hidráulica obtido para o PM-93, pois se encontrava destoante dos demais e
poderia resultar em interpretações equivocadas.
Com relação aos ensaios de permeabilidade, a Tabela10 apresenta os
valores de condutividade hidráulica (K) obtidos para os poços de monitoramento
ensaiados.
Tabela10 - Condutividade hidráulica nos poços ensaiados
Poço Litologia na seção
filtrante
Condutividade hidráulica
(cm/s)
PM-03 com tarugo Aréia média/fina
amarelada
3,90 x 10-2
PM-03 sem tarugo 7,12 x 10-2
PM-04 com tarugo Aréia média/fina
amarelada
3,16 x 10-2
PM-04 sem tarugo 3,09 x 10-2
PM-93 com tarugo Aréia média/fina
amarelada
1,52 x 10-2
PM-93 sem tarugo 4,77 x 10-2
PM-94 com tarugo Aréia média/fina
amarelada
4,60 x 10-2
PM-94 sem tarugo 7,96 x 10-2
Fonte: cedido pelo IDEMA.
75
Os ensaios de permeabilidade realizados nos poços de monitoramento
apresentaram condutividade hidráulica na ordem de 10-2, cujos resultados são
coerentes com as litologias identificadas nas seções filtrantes, caracterizadas por
horizontes arenosos.
A Tabela11 apresenta os dados da condutividade hidráulica e as velocidades
de fluxo da água subterrânea estimadas para o local.
Tabela11 - Velocidade estimada para o fluxo das águas subterrâneas
Poço K (cm/s) i (%) ne (%) V (cm/s) V (m/ano)
PM-03 7,12E-02
7,33E-04
15,30
3,41E-04 107,57
PM-04 3,09 E-02
1,48E-04 46,69
PM-93 4,77E-02
2,29E-04 72,07
PM-94 7,96E-02
3,18E-04 120,26
Fonte: cedido pelo IDEMA.
Essas velocidades calculadas são aparentes, pois as direções entre os poços
considerados não são paralelos ao fluxo, ou perpendiculares às curvas
equipotenciais, direção na qual a velocidade calculada é a máxima em virtude do
maior gradiente hidráulica.
Para o cálculo da velocidade de fluxo, foram considerados somente os
valores relativos à retirada do tarugo (slug), pois os dados relativos à inserção do
tarugo são válidos somente se a porção do filtro encontrar-se totalmente saturada
(poço afogado). Caso não se encontre, a água fluirá do poço para zona do aquífero,
resultando em valores superestimados de condutividade hidráulica (Pede, 2004).
A velocidade calculada que varia de 46,69 a 120,26 m/ano com média de
86,85 m/ano, mostra-se concordante com o perfil litológico encontrado na área
(arenoso) atrelado com os baixos valores de gradiente hidráulico no âmbito do
tanque.
Cabe ressaltar que essa velocidade de deslocamento é calculada para a água
subterrânea. Como a velocidade depende diretamente das propriedades do fluido
(densidade e viscosidade) e das propriedades dos processos de transporte de
76
contaminantes (atenuação natural, advecção, difusão, dispersão, adsorção e
decaimento), uma pluma de fase dissolvida, por exemplo, pode apresentar
velocidade diferente da água subterrânea.
5.2.2 Resultados obtidos para o solo
A malha de voláteis foi construída de forma a ter um espaçamento
aproximado de 5 (cinco) metros próximo às fontes de possíveis contaminações
primárias, contemplando toda a área da bacia do tanque 1430-04.
Foram realizadas 04 (quatro) sondagens de investigação (ST-76, ST-77, ST-
78 e ST-79) na área da Bacia do Tanque 1430-04, utilizando-se trado manual com
diâmetro de 04 polegadas totalizando 43,70 m perfurados.
As sondagens foram realizadas nas áreas que apresentaram as maiores
concentrações de VOC, obtidas durante a execução da malha de VOC conforme
Figura 14.
Figura 14– Localização das sondagens e dos poços instalados na área
Fonte: cedido pelo IDEMA.
77
Os maiores valores de VOC foram detectados na sondagem ST-76 e ST-78,
sendo que a maior concentração foi obtida na profundidade de 5 e 8,00 m,
respectivamente.
A Tabela 12 mostra as características das amostras de solo enviadas ao
laboratório para as análises químicas.
Tabela 12 - Amostras de solo enviadas ao laboratório para análises químicas
Sondagem Identificação da
amostra/profundidade da coleta
Nível da
franja capilar
VOC Parâmetros analisados
ST-76
ST-76 (0,2 m)
9,0 m
-
ST-76 (5,0 m) 28,0 TPH, SVOC, VOC
ST-76 (9,0 m) - TPH, SVOC, VOC E
METAIS
ST-77
ST-77 (0,2 m)
9,0 m
-
ST-77 (7,0 m) 8,0 TPH, SVOC, VOC
ST-77 (9,0 m) - TPH, SVOC, VOC E
METAIS
ST-78
ST-78 (0,2 m)
10,0 m
-
ST-78 (8,0 m) 25,3 TPH, SVOC, VOC
ST-78 (10,0 m) - TPH, SVOC, VOC E
METAIS
ST-79
ST-79 (0,2 m)
10,0 m
-
ST-79 (2,0 m) 0,9 TPH, SVOC, VOC
ST-79 (10,0 m) - TPH, SVOC, VOC E
METAIS
Fonte: cedido pelo IDEMA.
(-) medição não realizada devido à amostra ser rasa/úmida.
As Tabelas a seguir apresentam os resultados analíticos das amostras de
solo para os parâmetros VOC, SVOC, BTEX, TPH fracionado e metais,
respectivamente, bem como a comparação com os padrões de qualidade utilizados:
CONAMA (2009), Lista Holandesa (2009) e RSL - USEPA (2011).
78
Tabela13 - Resultados analíticos de VOC nas amostras de solo (mg/Kg)
Parâmetros analisados
LD –
Limite de Detecção (mg/Kg)
LQ – Limite
de Quantificação
(mg/Kg)
ST-76 ST-77 ST-78 ST-79 Valores de investigação
CONAMA 420 (2009) (mg/Kg)
RSL - USEPA (2011)
(mg/Kg)
Lista Holandesa
(2009) (mg/Kg)
0,2 m
9,0 m
0,2 m
9,0 m
0,2 m
1,0 m
0,2 m
1,0 m
Diclorodifluorometano 0,001 0,005 N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. - - - Clorometano 0,001 0,005 N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. - - - Cloreto de vinila 0,001 0,005 N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. - - - Bromometano 0,001 0,005 N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. - - - Cloroetano 0,001 0,005 N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. - - - Triclorofluormetano 0,001 0,005 N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. - - - 1,1-dicloroeteno 0,001 0,005 N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. - - - Diclorometano 0,001 0,005 N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. - - - Trans-1,2-dicloroeteno
0,001 0,005 N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. - - -
Dibromometano 0,001 0,005 N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. - - - 1,2-dicloropropano 0,001 0,005 N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. - - - Tricloroeteno 0,001 0,005 N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. - - - 1,3-diclorobenzeno 0,001 0,005 N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. - - - 1,4-diclorobenzeno 0,001 0,005 N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. - - - p-isopropiltolueno 0,001 0,005 N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. - - - 1,2-diclorobenzeno 0,001 0,005 N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. - - - n-butilbenzeno 0,001 0,005 N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. - - -
Fonte: cedido pelo IDEMA.
ND: não detectado. CONAMA 420: Resolução nº 420 de 2009 que dispõe sobre critérios e valores orientadores da qualidade do solo quanto à presença de substancias química e estabelece diretrizes para o gerenciamento ambiental de áreas contaminadas por essas substancias em decorrência de atividade antrópicas. Lista Holandesa de 2009: valores de intervenção considerando-se um teor de argila de 25% e de matéria orgânica de 10%. RSL: Regional Screening Levels de 2011.
79
Tabela14 - Resultados analíticos de SVOC nas amostras de solo (mg/Kg)
Parâmetros
analisados
LD –
Limite de
Detecção
(mg/Kg)
LQ – Limite
de
Quantificação
(mg/Kg)
ST-76 ST-77 ST-78 ST-79 Valores de
investigação
CONAMA
420 (2009)
(mg/Kg)
RSL -
USEPA
(2011)
(mg/Kg)
Lista
Holandesa
(2009)
(mg/Kg)
6,0
m
9,0
m
7,0
m
9,0
m
8,0m
1,0
m
2,0m
10,0
m
Antraceno 0,005 0,020 N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. - - -
Benzo(a)antraceno 0,005 0,020 N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. - - -
Benzo(k)flouranteno 0,005 0,020 N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. - - -
Benzo(g,h,i)pirileno 0,005 0,020 N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. - - -
Benzo(a)pireno 0,005 0,020 N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. - - -
Criseno 0,005 0,020 N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. - - -
Dibenzo(a,h)antraceno 0,005 0,020 N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. - - -
Fenantreno 0,005 0,020 N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. - - -
Fluoranteno 0,005 0,020 N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. - - -
Indeno(1,2,3- 0,005 0,020 N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. - - -
c,d)pireno 0,005 0,020 N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. - - -
Naftaleno 0,005 0,020 N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. - - -
Fonte: cedido pelo IDEMA.
ND: não detectado. CONAMA 420: Resolução nº 420 de 2009 que dispõe sobre critérios e valores orientadores da qualidade do solo quanto à presença de substancias química e estabelece diretrizes para o gerenciamento ambiental de áreas contaminadas por essas substancias em decorrência de atividade antrópicas. Lista Holandesa de 2009: valores de intervenção considerando-se um teor de argila de 25% e de matéria orgânica de 10%. RSL: Regional Screening Levels de 2011.
80
Tabela15 - Resultados analíticos de BTEX e TPH fracionado nas amostras de solo (mg/Kg)
Parâmetros
analisados
LD –
Limite de
Detecção
(mg/Kg)
LQ – Limite
de
Quantificação
(mg/Kg)
ST-76 ST-77 ST-78 ST-79 Valores de
investigação
CONAMA
420 (2009)
(mg/Kg)
RSL -
USEPA
(2011)
(mg/Kg)
Lista
Holandesa
(2009)
(mg/Kg)
6,0
m
9,0
m
7,0
m
9,0
m
8,0m 1,0
m
2,0m 10,0
m
Benzeno 0,001 0,005 N.D N.D N.D N.D N.D N.D N.D N.D - - -
Tolueno 0,001 0,005 N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. - - -
Etilbenzeno 0,001 0,005 N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. - - -
Xilenos 0,001 0,005 N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. - - -
TPH GRO - - N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. - - -
TPH DRO + ORO
- - N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. - - -
TPH ORO - - N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. - - -
TPH Total (alifáticos + aromáticos)
- - N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. - - -
Fonte: cedido pelo IDEMA.
ND: não detectado. CONAMA 420: Resolução nº 420 de 2009 que dispõe sobre critérios e orientadores da qualidade do solo quanto à presença de substancias química e estabelece diretrizes para o gerenciamento ambiental de áreas contaminadas por essas substancias em decorrência de atividade antrópicas. Lista Holandesa de 2009: valores de intervenção considerando-se um teor de argila de 25% e de matéria orgânica de 10%. RSL: Regional Screening Levels de 2011.
81
Tabela16 - Resultados analíticos de Metais nas amostras de solo (mg/Kg)
Parâmetros
analisados
LD – Limite de Detecção (mg/Kg)
LQ – Limite de
Quantificação (mg/Kg)
ST-76 ST-77 ST-78 ST-79 Valores de investigação
CONAMA 420 (2009) (mg/Kg)
RSL - USEPA (2011)
(mg/Kg)
Lista Holandesa
(2009) (mg/K
g)
6,0 m 9,0 m 7,0 m 9,0 m 8,0m 1,0 m 2,0m 10,0 m
Arsênio 0,100 0,250 0,914 0,627 0,571 1,509 N.D N.D N.D N.D 150 - -
Bário 0,100 0,500 0,913 1,017 1,002 1,061 4,542 0,887 1,617 0,968 750 - -
Chumbo 0,100 0,500 6,022 0,539 5,175 N.D 8,394 0,526 10,608 N.D 900 - -
Cobre 0,050 0,250 5,785 0,390 0,836 0,352 3,184 0,328 2,156 0,343 600 - -
Cromo III
0,400 2,000 13,896 N.D 18,596 2,061 12,133 N.D 21,876 N.D 400 - -
Cromo total
0,250 0,500 13,896 1,635 18,596 2,061 12,133 1,106 21,876 1,477 - 5,6 -
Ferro total
0,500 2,500 180,513 618,686 200,538 1250,543 190,138 360,592 238,118 591,72
7
- 720000 -
Manganês
0,250 0,500 11,499 0,906 3,973 3,097 16,088 0,635 5,815 0,575 - 23000 -
Vanádio 0,100 0,500 21,679 1,537 25,648 2,717 19,137 1,028 32,141 1,202 1000 - -
Zinco 0,250 0,500 5,561 2,304 7,766 3,746 15,884 1,640 12,638 1,516 2000 - -
Fonte: cedido pelo IDEMA.
ND: não detectado. CONAMA 420: Resolução nº 420 de 2009 que dispõe sobre critérios e orientadores da qualidade do solo quanto à presença de substancias química e estabelece diretrizes para o gerenciamento ambiental de áreas contaminadas por essas substancias em decorrência de atividade antrópicas. Lista Holandesa de 2009: valores de intervenção considerando-se um teor de argila de 25% e de matéria orgânica de 10%. RSL: Regional Screening Levels de 2011.
82
Para o VOC, SVOC, BTEX e TPH fracionado, não foram detectadas concentrações
desses compostos acima dos limites de detecção do laboratório.
Para os metais analisados, todos apresentaram resultados abaixo dos valores
de intervenção, não comprometendo a qualidade do solo.
5.2.3 Resultados obtidos para a água subterrânea
As tabelas a seguir apresentam os resultados analíticos das amostras de
água subterrânea para os parâmetros VOC, SVOC, TPH fracionado e metais,
respectivamente, bem como a comparação com os padrões de qualidade
utilizados:CETESB (2005), CONAMA (2009), USEPA (2011) E VROM (2009).
83
Tabela 17 - Resultados analíticos de VOC nas amostras de água subterrânea (mg/L)
Parâmetros analisados
LD – Limite de Detecção (mg/Kg)
LQ – Limite de
Quantificação (mg/Kg)
PM-03 PM-04 PM-93 PM-93
(Réplica) PM-94
PM-93 (Branco
de campo)
PM-93 (Branco de
equipamento)
Valores orientadores
para água subterrânea (CETESB,
2005) (mg/Kg)
Valores de investigação do CONAMA
(2009) (mg/Kg)
RSL – USEPA (2011)
(mg/Kg)
Valores de intervenção
Lista Holandesa
(2009) (mg/Kg)
clorofórmio
0,0010 0,00100 N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. 0,02565 0,04007 0,2 0,2 0,00019 ne
Bromodiclorometano 0,0010 0,00100 N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. 0,0024 0,00405 ne ne 0,00012 ne
1,3,5-trimetilbenzeno 0,0010 0,00100 N.D. N.D. 0,0275 0,04152 N.D. N.D. N.D. ne ne 0,087 ne
1,2,4-trimetilbenzeno 0,0010 0,00100 N.D. N.D. 0,00108 0,12107 N.D. N.D. N.D. ne ne 0,010 ne
Fonte: cedido pelo IDEMA.
ND: não detectado. CONAMA 420: Resolução nº 420 de 2009 que dispõe sobre critérios e valores orientadores da qualidade do solo quanto à presença de substancias química e estabelece diretrizes para o gerenciamento ambiental de áreas contaminadas por essas substancias em decorrência de atividade antrópicas. Lista Holandesa de 2009: valores de intervenção considerando-se um teor de argila de 25% e de matéria orgânica de 10%. RSL: Regional Screening Levels de 2011. ne: valores não estabelecidos na lista de referência.
84
Tabela18 - Resultados analíticos de SVOC nas amostras de água subterrânea (mg/L)
Parâmetros analisados
LD – Limite de Detecção (mg/Kg)
LQ – Limite de Quantificação (mg/Kg)
PM-03 PM-04
PM-93 PM-93 (Réplica)
PM-94 PM-93 (Branco
de campo)
PM-93 (Branco
de equipamento)
RSL – USEPA (2011)
(mg/Kg)
Valores de intervenção
Lista Holandesa
(2009) (mg/Kg)
Antraceno 0,000005 0,000020 N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. - -
Benzo(a)antraceno 0,000005 0,000020 N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. - -
Benzo(k)flouranteno 0,000005 0,000020 N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. - -
Benzo(g,h,i)pirileno 0,000005 0,000020 N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. - -
Benzo(a)pireno 0,000005 0,000020 N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. - -
Criseno 0,000005 0,000020 N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. - -
Dibenzo(a,h)antraceno 0,000005 0,000020 N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. - -
Fenantreno 0,000005 0,000020 N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. - -
Fluoranteno 0,000005 0,000020 N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. - -
Indeno(1,2,3- 0,000005 0,000020 N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. N.D. - -
Fonte: cedido pelo IDEMA.
ND: não detectado.
CONAMA 420: Resolução nº 420 de 2009 que dispõe sobre critérios e valores orientadores da qualidade do solo quanto à presença de substancias química e estabelece diretrizes
para o gerenciamento ambiental de áreas contaminadas por essas substancias em decorrência de atividade antrópicas.
Lista Holandesa de 2009: valores de intervenção considerando-se um teor de argila de 25% e de matéria orgânica de 10%.
RSL: Regional Screening Levels de 2011.ne: valores não estabelecidos na lista de referência.
85
Tabela19 - Resultados analíticos de BTEX e TPH fracionado nas amostras de água (mg/L)
Parâmetros analisados
LD – Limite de Detecção (mg/Kg)
LQ – Limite de Quantificação (mg/Kg)
PM-03 PM-04 PM-93 PM-93 (Réplica)
PM-94 PM-93 (Branco
de campo)
PM-93 (Branco
de equipamento)
Valores orientadores para água subterrânea (CETESB, 2005)
(mg/Kg)
Valores de investigaçã
o do CONAMA
(2009) (mg/Kg)
RSL – USEPA (2011)
(mg/Kg)
Valores de intervençã
o Lista Holandesa
(2009) (mg/Kg)
Benzeno 0,0001 0,0010 0,0115 N.D. 0,0373 0,0310 0,0155 N.D. N.D. 0,005 0,005 0,00039 0,030
Tolueno 0,0001 0,0010 0,0018 N.D. 0,0031 0,0018 0,0360 N.D. N.D. 0,700 0,700 0,860 1,0
Etilbenzeno 0,0001 0,0010 N.D. N.D. 0,0139 0,0036 N.D. N.D. N.D. 0,300 0,300 0,0013 0,150
Xilenos 0,0001 0,0010 0,0064 N.D. 0,8552 0,4236 0,0137 N.D. N.D. 0,500 0,500 0,190 0,070
Total HC aromáticos 0,0001 0,0010 0,0719 N.D. 1,3708 1,0181 0,1506 N.D. N.D. ne ne ne ne
Total HC alifáticos 0,0719 N.D. 2,7799 2,3612 2,2123 N.D. N.D. ne ne ne ne
TPH GRO 0,7028 N.D. 3,9270 2,9811 2,3629 N.D. N.D. ne ne ne ne
TPH DRO + ORO N.D. N.D. 0,2236 0,3963 N.D. N.D. N.D. ne ne ne ne
TPH ORO N.D. N.D. 0,0309 0,0418 N.D. N.D. N.D. ne ne ne ne
TPH Total (alifáticos + aromáticos)
N.D. N.D. 4,1507 3,3793 2,3629 N.D. N.D. 0,6000 ne ne ne
Fonte: cedido pelo IDEMA.
ND: não detectado. CONAMA 420: Resolução nº 420 de 2009 que dispõe sobre critérios e valores orientadores da qualidade do solo quanto à presença de substancias química e estabelece diretrizes para o gerenciamento ambiental de áreas contaminadas por essas substancias em decorrência de atividade antrópicas. Lista Holandesa de 2009: valores de intervenção considerando-se um teor de argila de 25% e de matéria orgânica de 10%. RSL: Regional Screening Levels de 2011. ne: valores não estabelecidos na lista de referência.
Valores acima da lista de referência. 0,
0
0
0
0
86
Tabela20 - Resultados analíticos de Metais nas amostras de água subterrânea (mg/L)
Parâmetros analisados
LD – Limite de Detecção (mg/Kg)
LQ – Limite de Quantificação (mg/Kg)
PM-03 PM-04 PM-93 PM-93 (Réplica)
PM-94 PM-93 (Branco
de campo)
PM-93 (Branco de
equipamento)
Valores orientadores
para água subterrânea
(CETESB, 2005) (mg/Kg)
Valores de investigaçã
o do CONAMA
(2009) (mg/Kg)
RSL – USEPA (2011)
(mg/Kg)
Valores de intervenção
Lista Holandesa
(2009) (mg/Kg)
Chumbo 0,0003 0,010 0,013 0,027 0,044 0,026 0,066 N.D. N.D.
0,010
0,010
ne
0,075
Chumbo dissolvido 0,010 N.D. 0,013 N.D. 0,019 0,018 N.D. N.D.
Ferro total 0,001 0,050 0,524 0,453 0,422 0,347 9,851 N.D. N.D. 0,300 2,450 11 ne
Ferro total dissolvido
0,050 0,426 0,442 0,342 0,312 1,262 N.D. N.D.
Fonte: cedido pelo IDEMA.
ND: não detectado. CONAMA 420: Resolução nº 420 de 2009 que dispõe sobre critérios e orientadores da qualidade do solo quanto à presença de substancias química e estabelece diretrizes para o gerenciamento ambiental de áreas contaminadas por essas substancias em decorrência de atividade antrópicas. Lista Holandesa de 2009: valores de intervenção considerando-se um teor de argila de 25% e de matéria orgânica de 10%. RSL: Regional Screening Levels de 2011. ne: valores não estabelecidos na lista de referência.
Valores acima da lista de referência.
0,
0
0
0
0
87
a) VOC
Foram detectados traços de alguns, porém todos abaixo dos limites de
intervenção e investigação do CONAMA (2009).
Com relação às amostras de branco de campo e branco de equipamento,
foram detectados os compostos clorofórmio e bromodiclorometano acima do limite
de intervenção. Ressalta-se que diversos estudos sobre a formação de compostos
denominados como trialometanos (clorifórmio, bromofórimio, bromodiclorometano e
dibromodiclorometano) em água foram realizados. Os trialometanos ocorrem
principalmente na água potável, como produtos resultantes da reação entre
substâncias químicas que se utilizam no tratamento oxidativo (cloro livre) e matérias
orgânicas (ácido húmico e fúlvicos) naturalmente presentes na água.
Ressalta-se ainda, que a água utilizada para a amostragem dos brancos foi
obtida da rede publica de abastecimento e deionizada num sistema de tratamento
com resina de troca iônica, garantindo apenas a remoção de cátions e ânions.
Assim, possibilitando na detecção de concentrações de compostos orgânicos
voláteis, como o clorofórmio, não havendo relação com as amostras de água
subterrânea da área. Tal fato é evidenciado nos resultados das amostras analisadas,
onde nenhum apresentou o referido composto.
Na amostra da réplica (PM-93D), foi detectada a concentração do composto
1, 2, 4 – trimetilbenzeno acima do RSL da EPA.
b) SVOC
Foram detectados traços de 2,4 – dimetilfenol nas amostras dos poços PM-93
e PM-93D. Para este composto não existe padrões de qualidade nacional, porém as
concentrações obtidas estão abaixo dos valores estabelecidos pela USEPA (2011).
c) BTEX e TPH
Para os parâmetros BTEX, foram identificados concentrações de benzeno nas
amostras de água subterrânea provenientes dos poços PM-03, PM-93, PM-93D e
PM-94, acima dos valores de intervenção do CONAMA (2009). Também foram
identificadas concentrações de xilenos totais no PM-93 acima dos valores de
intervenção e investigação.
Para o parâmetro de TPH fracionado, foram identificadas concentrações
desses compostos no PM-93, PM-93D e no PM-94 acima dos valores de intervenção
88
descritos no “Procedimento para Identificação de Passivos Ambientais em
Estabelecimentos com SASC/SAAC (2007)”.
d) Metais
Foram detectadas concentrações de chumbo total nos poços PM-03, PM-04,
PM-93, PM-93D e no PM-94 acima dos valores de intervenção do CONAMA 420
(2009), além de ferro total no PM-94.
Para os metais dissolvidos, foram detectados concentrações de chumbo nos
poços PM-04, PM-94 e PM-93D acima dos valores de intervenção do CONAMA 420
(2009). Os demais metais dissolvidos permaneceram abaixo do limite dos valores de
intervenção do CONAMA 420 (2009).
Conforme Tabela 17 e Tabela 18 não foram detectados as concentrações de
VOC e SVOC acima dos respectivos valores utilizados para comparação.
De acordo com a Tabela19 foram identificados concentrações do composto
benzeno nos poços PM-03, PM-93 e PM-94, de xilenos no PM-93 e TPH nos poços
PM-93 e PM-94. Para compreender a amplitude das concentrações detectadas,
foram elaboradas plumas de contaminação para o composto benzeno, ver Figura 15,
e TPH fracionado, ver Figura 16, além de um layout demonstrando a concentração
de xilenos detectada Figura 17.
De acordo com a Figura 15 referente ao composto orgânico benzeno, foi
verificado uma pluma de contaminação abrangendo parcialmente a área do tanque
1430-04, estendendo-se para fora da bacia à jusante.
Figura 15 - Pluma de contaminação do benzeno em água subterrânea
Fonte: cedido pelo IDEMA.
89
Quanto à Figura 16, referente ao composto TPH total, foi identificada uma
pluma de contaminação abrangendo os poços PM-93 e PM-94, os quais estão
localizados na área do tanque. A pluma prevalece parcialmente na área da bacia do
tanque.
As plumas de benzeno e TPH total não estão delimitadas em quase todas as
direções, em relação ao tanque (área fonte).
Figura 16 - Pluma de contaminação do TPH em água subterrânea
Fonte: cedido pelo IDEMA.
Figura 17 - Pluma de contaminação de xileno detectado em água subterrânea
Fonte: cedido pelo IDEMA.
90
Na Figura 17 é apresentando o layout da área, destacando a concentração de
xilenos detectada no PM-93.
Para o metal chumbo (total e dissolvido), conforme a Tabela20 detectou-se
concentrações na maioria dos poços de monitoramento acima dos valores
preconizados pelo CONAMA (2009), além do ferro total no PM-94.
As concentrações de chumbo detectadas nas análises química restringiram-
se a jusante da área do tanque (possível área fonte), estabelecendo-se na direção
do fluxo subterrâneo, indicando uma alteração da qualidade ambiental no local.
A Figura 18, indicativa do metal de chumbo total, foi constatada uma pluma de
contaminação, no qual compreende toda área do tanque e suas adjacências. A
pluma de chumbo total não está delimitada em todas as direções.
Figura 18 - Pluma de contaminação de chumbo total em água subterrânea
Fonte: cedido pelo IDEMA.
Na Figura 19, referente ao metal chumbo dissolvido, foi detectada uma pluma,
abrangendo a porção sudeste da área do tanque e suas adjacências, indicando que
para este metal, após o processo de filtragem em campo, houve uma redução
significativa. A pluma de chumbo dissolvido não se encontra delimitada na porção
sudeste.
91
Figura 19 - Pluma de contaminação de chumbo dissolvido em água subterrânea
Fonte: cedido pelo IDEMA.
Com relação à concentração de ferro total supracitada, a mesma caracteriza-
se pontualmente e, levando em consideração que o resultado de ferro dissolvido
está abaixo do limite de intervenção do CONAMA 420, o poço não apresenta
alteração da qualidade ambiental na área do tanque para este composto. O alto
valor detectado no poço (9,851 mg/L) pode estar associado a colóides e sólidos em
suspensão, visto que o valor da turbidez elevado medido na amostragem foi de 133
NTU e, logo após sua filtragem em campo, obteve-se uma amostra realmente
significativa com a real concentração do composto.
.
92
CAPÍTULO 6:
CONCLUSÕES
93
6 CONCLUSÕES
O Terminal Aquaviário de Natal compreende diversas instalações constituindo
uma unidade de distribuição e logística da TRANSPETRO e de Tanques da BR
Distribuidora, tendo como principal objetivo o armazenamento e redistribuição de
combustíveis provenientes de petróleo, óleo vegetal, alcoóis hidratado e anidro.
A área da bacia do tanque 1430-04 faz parte do Terminal, e possui um tanque
aéreo responsável pelo recebimento e armazenamento de óleo diesel. O pavimento
da área da bacia é composto por grama, o que favorece a infiltração de possíveis
contaminantes no solo.
Foram identificados como bens a proteger: o solo, a água subterrânea e a
água superficial da Praia do Forte e do Rio Potengi, localizados respectivamente a
leste a oeste da área de estudo, os quais constituem-se também, como vias
potenciais de transporte de contaminantes, através da infiltração e dispersão no solo
e da dispersão nas águas subterrâneas e superficial.
O solo da área de interesse apresenta mais de 95 % de areia e é composto
predominantemente por um aterro de areia pouco argilosa (granulometria média a
fina de cor marrom, com seixos) e por um horizonte predominantemente arenoso
(areia de granulometria média a fina, cor amarela).
A hidrogeologia local apresenta um nível d`água variando entre 10,91 m a
11,89 m nos poços de monitoramento, onde a condutividade hidráulica encontra-se
predominantemente na ordem de 10-2 cm/s, apresentando gradientes hidráulicos
relativamente baixos, com velocidade variando de 46,69 m/ano a 120,26 m/ano e
sentido de fluxo preferencial predominante de sudoeste para nordeste.
As propriedades físico-químicas indicaram uma temperatura variando entre
26,67 °C e 36,39 °C, condizente com a média anual da atmosférica local, enquanto
que o pH apresentou valores entre 6,09 e 6,37, caracterizando o meio ligeiramente
ácido.
Não foi constatada a presença de contaminação visual nas sondagens
realizadas na área e não foi detectada fase livre nos poços de monitoramento
preexistentes e nos poços instalados.
Nas amostras de solo, nenhum ponto avaliado apresentou concentrações
acima dos valores estabelecidos na lista de referência adotada para os compostos
orgânicos analisados (VOC, SVOC, BTEX e TPH fracionado).
94
Em relação aos metais, todas as concentrações encontradas estão abaixo
dos limites de investigação e intervenção utilizados neste estudo, e estão
relacionados a composição natural do substrato local.
Nas amostras de água subterrâneas foram detectadas concentrações de
benzeno nas amostras de água subterrânea provenientes dos poços PM-93, PM-93,
PM-93D e PM-94, além de xilenos no PM-93 e TPH no PM-93, PM-93D e PM-94,
todos acima dos limites de intervenção utilizados neste estudo.
Para os metais, foram detectados concentrações de chumbo nos poços PM-
93, PM-94, PM-93, PM-93D e PM-94, além do ferro no PM-94 acima dos valores de
investigação do CONAMA 420 (2009).
Já para os metais dissolvidos apenas o chumbo apresentou concentrações
acima dos valores de investigação do CONAMA 420 (2009) nos poços: PM-94
(0,013 mg/L), PM-93D (0,019 mg/L) e no PM-94 (0,015 mg/L).
Cabe ressaltar que as concentrações de metais totais estão associados aos
colóides e materiais particulados suspensos, o que reflete exatamente a abundância
geral do metal no corpo d`água, enquanto que os metais dissolvidos são filtrados
durante a amostragem como objetivo de identificar a concentração exata dos metais
presentes na água subterrânea, sem qualquer associação com partículas e
sedimentos que compõem o aquífero.
95
CAPÍTULO 7:
RECOMENDAÇÕES
96
7 RECOMENDAÇÕES
Sugere-se para trabalhos futuros:
a) Realizar a avaliação de risco a saúde humana para a definição das
concentrações e metas específicas para a área;
b) A complementação da Investigação Ambiental Detalhada com instalação de
poços de monitoramento nas áreas da Marinha e da Aeronáutica após
removido todo solo impregnado com borra oleosa;
c) Análises químicas das águas dos poços de captação;
d) Delimitar as plumas de contaminação verificadas por meio da instalação de
poços de monitoramento e poços multinível;
e) Realizar avaliação de risco a saúde humana para áreas com contaminação de
metais.
97
CAPÍTULO 8:
REFERÊNCIAS
98
REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6502/1995. Rochas e solos: terminologia. Rio de Janeiro, 1995. ______. NBR 15.492. Sondagem de reconhecimento para fins de qualidade ambiental – Procedimento. Rio de Janeiro, 2007. ______. NBR 15515. 1 Passivo ambiental em solo e água subterrânea, Parte 1: Avaliação preliminar. Rio de Janeiro, 2008. ANDRADE, J.A. Otimização da reação de Fenton visando aplicações na remediação in-situ e ex-situ de águas subterrâneas. São Paulo, 2010. ANJOS, R. B. Avaliação de HPA e BTEX no óleo e água subterrânea, em postos de revenda de combustíveis: estudo de caso na cidade de Natal-RN. Dissertação em Engenharia do Petróleo. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Natal, 2012. ANP - Agência Nacional de Petróleo. Brasil, 1998. AREZON, A. Ensaios ecotoxicológicos no monitoramento da qualidade de águas subterrâneas. Tese de Doutorado. Instituto de Biociência da Universidade do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2004. BAPTISTA, S. J. Avaliação do emprego de biossurfactante na biorremediação de solos contaminados com óleo diesel. Tese de Doutorado. Escola de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2007. BARROSO, L. R. O direito constitucional e a efetividade de suas normas. Rio de Janeiro, 2006. BENJAMIN, A. H. Função ambiental. In: Dano ambiental: prevenção, reparação e repressão. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1993. BEZERRA, P. G. Contaminação de águas subterrâneas por BTEX na bacia do rio Lucaia, Salvador, Bahia, 2011. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria 518 de 25 de março de 2004. Brasília, 2005. BRASIL. Ministério de Meio Ambiente. Resolução CONAMA nº 237 de 19 de dezembro de 1997. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, 2005. BRASIL. Ministério de Meio Ambiente. Resolução CONAMA nº 420 de 28 de dezembro de 2009. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, 2005. CABRAL,et AL. Comportamento do nitrato em poços do aquífero Dunas/Barreiras nas explorações Dunas e Planalto. Natal, 2009.
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