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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE AGRONOMIA E ZOOTECNIA
CURSO DE ZOOTECNIA
AMANDA BRUNO NOGUEIRA BORGES RIBEIRO
MANEJO DE COCHO EM CONFINAMENTO DE BOVINOS DE CORTE
CUIABA
2017
AMANDA BRUNO NOGUEIRA BORGES RIBEIRO
MANEJO DE COCHO EM CONFINAMENTO DE BOVINOS DE CORTE
Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em Zootecnia da Universidade Federal de Mato Grosso, apresentado como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Zootecnia.
Orientador: Prof. Dr. Nelcino Francisco de Paula
CUIABA
2017
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus pelo dom da vida, por ter me dado forças pra chegar até
aqui, me dando saúde, amparo e nunca ter se esquecido de mim, sei que me ama
imensamente.
Aos meus pais Kátia e Júlio, por todo amor, dedicação e esforço para que eu
pudesse ter o melhor e chegar até aqui. Meus irmãos, Lucas e Thayana, por todo
carinho.
À minha tia Hélida, pela amizade, companheirismo, por sempre acreditar em
mim e me amar como se fosse sua filha.
Ao meu namorado Helio Leonio, por todo carinho, amor e incentivo.
Às minhas amigas de graduação Anna Flávia Plothow, Ana Pê e Isabela
Bianchi e aos meus amigos Fellype Sant’Ana, Rodrigo Pengo, Frederick Colhado e
Xará, pelas risadas, noites do pijama, estudos, incentivo, cervejas, estágios, por
compartilharem segredos, por tornarem a faculdade mais leve. Sem vocês não teria
a mínima graça!
À Isis Scatolin de Oliveira que sempre esteve disposta a ajudar, passar seus
conhecimentos nas horas mais inusitadas (como na hora da ordenha) e até mesmo
tirar dúvidas na madrugada. Obrigada pelos tempos vividos na fazenda.
À todos meus professores que contribuíram para minha formação acadêmica,
por transmitirem aquilo que sabem, principalmente meu orientador Nelcino Francisco
de Paula, que além de professor, é um grande amigo. Obrigada por confiar em mim.
Aos membros da banca examinadora, Rogério Zanette e Leni Rodrigues, que
prontamente aceitaram ao meu convite e puderam contribuir com suas experiências
para minha formação acadêmica.
Por fim, pela oportunidade que a Fazenda Maringá 3 proporcionou,
contribuindo com minha formação profissional.
RESUMO
Com o aumento da população mundial e o consequente crescimento na demanda
por alimentos faz com que se tenha uma maior procura por produtos de origem
animal, entre eles, a carne bovina. Com a necessidade de mais animais para
atender essa procura, é imprescindível que cada vez mais se potencialize os meios
de produção. O confinamento é uma alternativa estratégica com a finalidade de,
produzir novilhos precoces, reduzir a lotação das pastagens na seca, obter maior
rendimento de carcaça entre outros. Dessa forma, objetivou-se descrever o manejo
de cocho realizado em confinamento durante o estágio curricular obrigatório que
ocorreu na Fazenda Maringá 3, localizada no município de Vila Bela da Santíssima
Trindade – MT, sob supervisão da empresa Novanis Animal Ltda, no período de 12
de outubro de 2016 a 30 de novembro de 2016. De 2010 para cá, a Fazenda
começou a cultivar soja, tendo até o momento 2.400 ha plantados. Um pouco da
soja é utilizada na terminação de bovinos em confinamento e o restante para
comercialização. A propriedade está subdividida em quatro fazendas: Sede,
Fazenda Nova, Retiro e Serra. A Sede é o local onde se situa o confinamento e o
escritório geral. As outras três fazendas são especializadas em cria e recria dos
animais a pasto. O estágio foi de sua importância, pois permitiu aprimorar os
conhecimentos na área de nutrição de bovinos de corte, sendo importantes para
concretizar a formação profissional e como início propulsor para a inserção no
mercado de trabalho.
Palavras-chave: confinamento, manejo de cocho, ruminantes.
SUMÁRIO
LISTA DE ILUSTRAÇÕES ........................................................................................ 7 LISTA DE TABELAS ................................................................................................. 8 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 9 2. OBJETIVO ...........................................................................................................10 3. REVISÃO .............................................................................................................11
3.1 Custo arroçoamento .........................................................................................11 3.2 Importância do Manejo de Cocho ....................... Error! Bookmark not defined. 3.3 Protocolo de adaptção ......................................................................................11 3.4 Distúrbios digestivos .........................................................................................12 3.5 Leitura de Cocho ..............................................................................................14 3.6 Comportamento dos animais ............................................................................14
4. RELATÓRIO DE ESTÁGIO ................................................................................16
4.1 Histórico ...........................................................................................................16 4.2 Infraestrutura ....................................................................................................17
4.2.1 Centro de Manejo .......................................................................................17 4.2.2 Área de Confinamento ................................................................................18 4.2.3 Estocagem dos alimentos ..........................................................................18 4.2.4. Distribuição de água ..................................................................................18 4.2.5 Oficina ........................................................................................................18 4.2.6 Sistema de gestão Integrada ......................................................................19
5. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS E DISCUSSÃO ...............................................20
5.1 Recepção dos animais e processamento .........................................................20 5.1.1 Manejo nutricional do confinamento ...........................................................21 5.1.2 Determinação da matéria seca dos volumosos ..........................................22
5.2 Período de adaptação à dieta ..........................................................................23 5.3 Manejo de cocho e leitura de cocho .................................................................24 5.4 Rodeio sanitário ...............................................................................................26
6. CONCLUSÕES ....................................................................................................27 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................28 REFERÊNCIAS .........................................................................................................29
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1. Consumo dos lotes.......................................................................................... 12
Figura 2. Município de Vila Bela da Santíssima Trindade.............................................. 15
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Relatório de movimentação dos animais no
Confinamento............................................................................................................ 20
Tabela 2. Dieta de adaptação utilizada no confinamento da fazenda Maringá
3................................................................................................................................. 20
Tabela 3. Dieta de crescimento utilizada no confinamento da fazenda Maringá
3................................................................................................................................. 21
Tabela 4. Dieta de terminação utilizada no confinamento da fazenda Maringá
3................................................................................................................................. 21
Tabela 5. Número de dias em cada dieta em função do peso
corporal...................................................................................................................... 23
Tabela 6. Ingestão de matéria seca (%PV) de acordo com o período confinado (dias)
e raça......................................................................................................................... 23
Tabela 7. Percentual fornecido em cada trato de acordo com o
horário....................................................................................................................... 24
Tabela 8. Notas de escore de cocho utilizadas na Fazenda Maringá 3.................. 24
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1. INTRODUÇÃO
A participação efetiva do agronegócio no cenário econômico brasileiro vem
sendo destaque há alguns anos por ser um dos responsáveis por manter o saldo da
balança comercial positivo em tempos de crise. A pecuária teve participação de 30%
no PIB do agronegócio em 2015, em especial a bovinocultura de corte tem
contribuído no PIB, correlacionando-se positivamente aos números do país em
efetivo bovino e exportação de carne (ABIEC,2015).
A terminação de bovinos de corte em confinamento é uma ferramenta de
grande importância para a gestão da empresa pecuária quando se almeja atingir
maiores patamares de produtividade, já que permite menor pressão de pastejo,
planejamento de abates, redução da idade ao abate, obtenção de carne de melhor
qualidade em período de maior escassez, retorno mais rápido do capital de giro
investido na engorda e aproveitamento de coprodutos da agroindústria na
alimentação animal (PEIXOTO et al., 1989)
Dentre as ferramentas imprescindíveis nos confinamentos de bovinos de
corte, destaca-se o manejo de cocho. Esta técnica de manejo alimentar, por meio do
planejamento e do controle do fornecimento da dieta, objetiva reduzir variações no
consumo de ração por bovinos confinados (VASCONCELOS, 2005). Uma dieta bem
balanceada e ajustada as demandas nutricionais pontuais de um rebanho
possibilitam primeiramente ausência de doenças e distúrbios metabólicos em
confinamento.
Em decorrência da importância do confinamento no cenário atual da pecuária
de corte brasileira, e visando consolidar os conhecimentos adquiridos, optou-se por
realizar o estágio no confinamento da Fazenda Maringá 3, localizado no município
de Vila Bela da Santíssima Trindade, estado de Mato Grosso.
Neste trabalho foram descritas as atividades realizadas nesta empresa
pecuária no período de 12 de outubro de 2016 até o dia 30 de novembro de 2016,
com carga horária de 40 horas semanais. O estágio foi supervisionado pela
Zootecnista Andrielle Abreu de Oliveira.
10
2. OBJETIVO
Objetivou-se com o estágio acompanhar todas as atividades que envolvem o
confinamento de bovinos de corte, especialmente sobre o manejo de cocho.
11
3. REVISÃO
3.1 Custo arroçoamento
Nos confinamentos de bovinos de corte, os investimentos são altos,
principalmente quando se trata de nutrição. Estima-se que os custos com o
arraçoamento representem 70% do custo total da produção de carne, sendo deste,
2/3 referente ao custo do alimento concentrado (RESTLE e VAZ, 1999). Por isso, se
faz necessário a adoção de técnicas que busquem maior eficiência na utilização dos
alimentos. O manejo de cocho utilizado de forma incorreta resulta em perdas por não
maximizar a eficiência alimentar (VASCONCELOS, 2011).
Dentre as ferramentas imprescindíveis nos confinamentos de bovinos de
corte, destaca-se o manejo de cocho. Esta técnica de manejo alimentar, por meio do
planejamento e do controle do fornecimento da dieta, objetiva reduzir variações no
consumo de ração por bovinos confinados (VASCONCELOS, 2005). Uma dieta bem
balanceada e ajustada as demandas nutricionais pontuais de um rebanho
possibilitam primeiramente ausência de doenças e distúrbios metabólicos em
confinamento.
3.3 Protocolo de adaptação
Animais que chegam ao confinamento devem passar primeiramente por um
protocolo de adaptação à dieta, para que ocorram mudanças e estabilização da
população microbiana ao alto teor de concentrado. Na chegada ao confinamento os
animais tendem a reduzir a ingestão de matéria seca nas primeiras duas semanas
de cocho, por preferirem dietas com umidade e textura semelhantes aos alimentos
que ingeriam anteriormente. Este é o período de maior risco para ocorrência de
acidose (CERVIERI et al., 2009).
O objetivo com protocolos de adaptação às dietas com alta inclusão de
concentrado em confinamentos é diminuir ou prevenir casos de distúrbios
metabólicos, os quais são o segundo maior problema de saúde de bovinos
confinados no Brasil (MILLEN et al., 2009).
A maior inclusão de concentrado na dieta requer que tanto a formulação das
dietas quanto o manejo alimentar sejam observados, pois riscos associados a maior
ingestão de energia (principalmente amido) podem comprometer a saúde dos
animais (PARRA, 2011).
12
3.4 Distúrbios digestivos
Nos Estados Unidos, os distúrbios digestivos são a segunda maior causa de
morbidade e mortalidade em bovinos confinados, sendo a acidose ruminal o
distúrbio mais comum e melhor conhecido (Owens et al., 1998; Nagaraja e
Lechtenberg, 2007). A acidose metabólica, junto com o aumento das endotoxinas,
pode causar aumento dos mediadores inflamatórios e ruminite clínica, laminite,
polioencefalomalácia e abscessos hepáticos (KREHBIEL e HOLLAND, 2010).
Acidose ruminal é uma doença metabólica geralmente aguda, causada pela
ingestão de grãos ou outros alimentos altamente fermentáveis em grandes
quantidades. Caracteriza-se por perda do apetite, desidratação, diarreia, depressão
e, quando não é efetuado o tratamento curativo, pode levar à morte. A doença
também é conhecida como: Indigestão Aguda por carboidratos em ruminantes,
sobrecarga aguda por grãos, impactação ruminal aguda, sobrecarga ruminal,
acidose láctica, indigestão tóxica e indigestão ácida (OGILVIE, 2000).
O timpanismo é uma doença metabólica de animais ruminantes também
conhecida por meteorismo ruminal, caracterizada pela distensão acentuada do
rúmen e retículo, devido à incapacidade do animal em expulsar os gases produzidos
através dos mecanismos fisiológicos normais, que acarreta um quadro de dificuldade
respiratória e circulatória, com asfixia e morte do animal. Está associada a fatores
que impedem o animal de eliminar gases produzidos durante a fermentação ruminal.
Já a laminite é um processo inflamatório das estruturas sensíveis da parede
do casco que resulta em dor, claudicação intensa e mudanças estruturais do
mesmo. As principais complicações são: úlceras de sola, erosão de talão, doença da
linha branca, hemorragia de sola e fissura (GREENOUGH, 1997). As afecções de
casco têm basicamente quatro causas principais: os fatores nutricionais, ambientais,
sanitários e genéticos. Essa patologia é tida como pouco comum em bovinos e,
quando se manifesta, normalmente está associada a um regime alimentar com altas
proporções de concentrados e baixa qualidade e quantidade de fibras, sendo
portanto mais comum em animais confinados, animais de exposição e gado leiteiro.
Algumas raças ou linhagens parecem ser mais susceptíveis ao problema, talvez
devido às características de conformação de casco herdadas pelo animal (DIAS &
MARQUES, 2001).
Quando há ingestão excessiva de grãos, ocorre um aumento na produção de
ácido láctico no trato digestivo, com destruição de grande número de bactérias e
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liberação de suas toxinas. A acidose ruminal provoca uma lesão na mucosa ruminal
com aumento de sua permeabilidade, levando a uma endotoxemia e acidose
sistêmica, que resulta em vasoconstrição periférica, com redução do fluxo sangüíneo
às lâminas do casco (MANUAL MERCK, 1991).
Embora alguns bovinos possuam a capacidade de consumir grandes
quantidades de amido e sem apresentar efeitos adversos, mudanças graduais no
rúmen de um ambiente de digestão de fibra para a digestão do amido são desejáveis
para a saúde e bom desempenho de animais confinados (PARRA, 2011).
É importante ressaltar ainda, que ao utilizar dietas de alto concentrado, torna-
se interessante a adoção de aditivos alimentares como antibióticos ionóforos,
capazes de selecionar os microrganismos desejáveis para potencializar a
fermentação dos componentes, além de estabilizar o pH ruminal e melhorar a
eficiência alimentar (ORTOLAN, 2005).
Quando o animal diminui o consumo, está tentando limitar a fermentação
excessiva no rúmen, com isso há restauração do pH para níveis aceitáveis
(VASCONCELOS, 2011). No momento em que o pH retorna a níveis adequados, o
bovino retorna ao consumo normal, o que desencadeia uma nova produção
excessiva de ácidos no rúmen, fazendo com que o ciclo se repita (figura 1).
Figura 1. Consumo dos lotes.
Fonte: Dados gerados pelo TGC.
O comportamento ingestivo dos bovinos também é determinado por sinais
não biológicos. Por exemplo, os animais aprendem a se dirigir ao cocho quando o
caminhão tratador passa em frente ao mesmo. Também criam aversão a
determinados alimentos e respondem a alterações das condições climáticas
(PRITCHARD e BRUNS, 2003).
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Os principais métodos de arraçoamento adotados nos confinamentos são os
seguintes: sistema com sobras, onde se permite sobras no cocho; e sistema de
cocho limpo, onde não se permite sobras no cocho. Segundo Owens (2007), o
manejo de cocho para ambos os métodos de arraçoamento envolve três fatores
básicos: leitura de cocho; comportamento ingestivo; e registro da oferta e do
consumo de ração.
3.5 Leitura de Cocho
A leitura de cocho consiste numa avaliação da quantidade de sobras de ração
na linha de cochos antes do primeiro trato, que normalmente ocorre pela manhã.
Leituras de cocho adicionais podem ser realizadas à noite (VASCONCELOS, 2005).
Os escores de cocho servem para indicar possíveis ajustes na quantidade de ração
a ser fornecida aos piquetes durante o dia (FERREIRA, 2011), e assim evitar
desperdícios, ou falta de alimento.
Com base nas notas da leitura de cocho, pode-se aumentar ou diminuir
percentualmente a quantidade de ração oferecida. O aumento não deve ultrapassar
10% do trato do dia anterior e reduções superiores a 10% podem ser realizadas com
o objetivo de estimular os animais a consumirem toda ração fornecida
(VASCONCELOS, 2011).
A observação de dados, como por exemplo, tipo de dieta que os animais
estão consumindo, dias de cocho, consumo de matéria seca, curva de consumo,
mudança de temperatura, notas anteriores de cocho, entre outros, são de extrema
importância, pois garantem uma decisão de nota mais concreta e objetiva
(VASCONCELOS, 2011).
3.6 Comportamento dos animais
Outro ponto importante no manejo de cocho é a observação do
comportamento dos animais; pois dependendo do alimento ou do manejo adotado
pode haver mudanças no padrão de comportamento ingestivo dos bovinos (FISHER
et al., 2002), os quais podem resultar em desempenho animal insatisfatório. Um bom
exemplo é o fornecimento demasiado de alimento, o que pode permitir que o animal
selecione o alimento de sua preferência e assim ingira ração desbalanceada.
Num bom manejo de cocho, o fornecimento dos tratos deve ser sempre no
mesmo horário, permitindo que se crie uma rotina de alimentação por parte dos
15
animais e haja melhor eficiência animal. Por exemplo, se houver atraso no trato, os
animais quando enfim tratados consumirão com voracidade em razão de estarem
muito famintos, podendo ser acometidos por distúrbios digestivos e reduzir o
consumo de ração posteriormente, o que certamente afetará o ganho de peso.
Segundo Horton (1990), quando o vagão tratador chega ao piquete o ideal seria que:
25% dos animais estivessem na linha de cocho esperando; 50% estivessem se
dirigindo para o cocho; e 25% estivessem se levantando, deitados ou mesmo
ruminando.
O manejo de cocho inclui a manutenção dos registros de dados atualizados.
Este procedimento tem como objetivo auxiliar o leitor de cocho numa tomada de
decisão precisa, uma vez que informações atualizadas na produção de bovinos de
corte confinados são primordiais para o sucesso da operação. Leituras de cocho
bem feitas significam economia de alimento aliado a desempenho eficiente dos
bovinos.
16
4. RELATÓRIO DE ESTÁGIO
4.1 Histórico
O estágio ocorreu na Fazenda Maringá 3, localizada no município de Vila Bela
da Santíssima Trindade (Figura 1), estando em uma latitude 15º00'29" sul e a
uma longitude 59º57'02" oeste, encontrando-se a uma altitude de 198 metros. A
fazenda está na Rodovia MT-199, km 70 Zona Rural.
Figura 2. Localização do Município de Vila Bela da Santíssima Trindade
Fonte: WIKIPÉDIA, 2017.
A fazenda tem como principal atividade a bovinocultura de corte, com rebanho
de 20.743 cabeças. A produção de bovinos é a pasto com terminação no
confinamento, isso para que eles não passem por uma dieta restritiva no período de
seca, causando o efeito sanfona.
A propriedade rural está divida em: Sede, Retiro, Serra e Fazenda Nova. A
Sede é onde está instalado o confinamento, alguns animais a pasto e o escritório. As
demais são especializadas em cria e recria a pasto, com suplementação.
Desde 2010, a Fazenda começou a cultivar soja, tendo até o momento 2.400
ha plantados. Parte da soja é utilizada na terminação de bovinos em confinamento e
o restante para comercialização.
Fazem parte da equipe de colaboradores cerca de 90 pessoas, estando
divididos nas 4 fazendas e em diversas funções.
17
O estágio ocorreu no confinamento, com ínicio no dia 12 de outubro de 2016
até o dia 30 de novembro de 2016, com carga horária de 40 horas semanais,
totalizando 302 horas. A responsável pela supervisão do estágio foi a Zootecnista
Andrielle Abreu de Oliveira, que trabalha na empresa Novanis Animal LTDA como
assistente técnica.
4.2 Infraestrutura
A propriedade conta com uma área de 6.987 ha e 20.743 cabeças (sendo
4.514 confinadas). Está situada a 80 km do município de Vila Bela da Santíssima
Trindade e não possui pavimentação.
Uma fração da terra (aproximadamente 2.600 ha) destina-se ao cultivo de
milho para a produção de silagem que é ofertada como volumoso aos animais
confinados. Na segunda safra é cultivado o sorgo, que também servirá para a
produção de silagem.
Na sede, onde é cultivado milho e sorgo, trabalha-se com integração lavoura-
pecuária. O milho com a Brachiaria brizantha cv. Xaraés e o sorgo junto com o
capim Brachiaria ruziziensis.
Cada área de pastagem possui saleiros, aguadas (artificiais) e cocho para
suplementação.
Os animais oriundos da fazenda, são todos da raça Nelore. Porém, alguns
animais confinados são mestiços (Nelore x Gir x Holandês), que foram obtidos
através de compras.
A Fazenda possui também alojamento para os funcionários solteiros e casa
para os funcionários casados. Conta com uma horta, refeitório e um campo de
futebol para os funcionários.
4.2.1 Centro de Manejo
O curral de manejo é onde se executa as seguintes tarefas: apartação dos
animais para formação dos lotes, vacinação, marcação (a ferro e brinco), pesagem
dos animais, embarque e desembarque, cura de ferimentos, entre outros.
O confinamento conta com um curral de manejo convencional, com brete
pneumático, que proporciona economia de tempo no manejo, aplicações eficientes
de medicamentos, marcações sem borrões e a facilidade no cuidado sanitário.
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4.2.2 Área de Confinamento
A área de cada piquete do confinamento é de 2.000 m² (50 x 40 m), com
capacidade de abrigar 10.000 animais. Durante o estágio, o confinamento possuia
4.514 cabeças, sendo 1.756 da raça Nelore, 1.907 mestiços e 851 novilhas Nelores.
Além dos animais confinados para abate, o confinamento abriga também, 2.492
bezerros “resgate”, para não passarem fome no período da seca por falta de pasto,
recebem uma dieta simulando um pasto de boa qualidade.
Os currais estão ordenados de forma linear (contendo 4 linhas ao total) e
identificado pelas letras: A, B, C e D. Cada curral possui um número (1 ao 61), tem
disposição de bebedouros conjugados e cocho frontal (0,33 m linear/cabeça). Alguns
currais possuem calçamento na base dos bebedouros, para minimizar a formação de
lama e somente alguns possuem sombra oriunda da plantação de eucalipto ao redor
do confinamento.
4.2.3 Estocagem dos alimentos
Perto do confinamento há um galpão, que tem por objetivo estocar alimentos,
máquinas e equipamentos (tratores com vagões misturadores e distribuidores
acoplados, e pá carregadeira) que são utilizados para a distribuição do trato para os
animais confinados. No galpão há cinco boxes para a estocagem com capacidade
de 2.000 t cada.
Existem três silos trincheiras, onde armazenam as silagens de milho e sorgo
com capacidade de armazenar 8.000 t cada. Há também três silos cilíndricos
verticais com capacidade de 80.000 sacas cada.
4.2.4. Distribuição de água
A captação de água é proveniente do Rio Guaporé através do bombeamento
de água. A água captada é armazenada em dois grandes reservatórios, um deles
com a capacidade de 500.00 litros e outro com capacidade de 1.000.000 litros. Em
seguida, a água dos reservatórios é distribuída por gravidade para os bebedouros do
confinamento.
4.2.5 Oficina
A fazenda conta também com uma oficina onde são armazenadas peças e
ferramentas, possui um reservatório para combustível e ocorre a manutenção de
maquinários.
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4.2.6 Sistema de gestão Integrada
A Fazenda Maringá 3 utiliza o Sistema de Gestão Integrada (SGI), que tem
como função unificar os dados e consequentemente facilitar o manejo no
confinamento. O software utilizado é o TGC (Tecnologia e Gestão de Confinamento),
que foi desenvolvido para gerenciamento de gado em confinamento, possibilitando o
controle individual dos animais dia a dia.
Através desse software, pode-se obter relatórios e gráficos diários, custo dos
animais dia a dia, controle financeiro diário, fluxo de abate de lote e individual, mapa
do gado, leitura de cocho, trato previsto x realizado, consumo de lote kg/cab, dentre
outros.
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5. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS E DISCUSSÃO
A Fazenda Maringá 3, por ser uma grande propriedade rural, proporciona ao
aluno conhecer várias áreas dentro da fazenda, desde o manejo no dia-a-dia dos
animais a pasto até a preparação do solo para o cultivo da soja. Apesar das diversas
atividades realizadas na fazenda, o foco permaneceu no manejo de cocho dos
animais confinados.
5.1 Recepção dos animais e processamento
No confinamento chegam animais durante o ano todo, porém no período da
seca, o fluxo da entrada dos animais aumenta consideravelmente devido a escassez
de forragem. No mês de outubro foi possível acompanhar a chegada de alguns
bezerros (que futuramente irão para o confinamento) e observar as atividades
desenvolvidas na recepção.
Faz-se a contagem dos animais, em seguida ocorre à verificação dos
documentos (minuta de transporte e guia de trânsito animal – GTA). A conferência
era realiza pela Zootecnista da fazenda.
Após o desembarque, os bezerros eram alocados em piquetes e era ofertado
apenas silagem de milho e água, a fim de minimizar o estresse promovido pela
viagem.
Todos os bezerros eram pesados individualmente, brincados (identificados),
lançada as informações no software (TGC) e cadastrado no SISBOV (apenas
animais rastreados podem entrar na Cota Hilton). Os animais destinados ao abate
para produção de “High Quality Beef” – HQB deverão ser brincados até a desmama
ou no máximo até os 10 (dez) meses de idade. Animais registrado/rastreado pelo
SISBOV ganham R$ 2,00 a mais por arroba e Cota Hilton R$ 2,00 a R$ 4,00 reais
por arroba (depende do cenário da carne). Ou seja, R$ 2,00 reais por ser rastreado,
mais R$ 2,00 a R$ 4,00 por arroba pela Cota Hilton.
Tanto os animais Nelore quanto os mestiços (Nelore x Gir x Holandês) eram
recriados a pasto e terminados no confinamento. Os da raça Nelore permaneciam
por cerca de 120 dias e os mestiços por 180 dias.
Na Tabela 1, encontra-se o número de animais presentes no confinamento
até o término de estágio (outubro de 2016).
21
Tabela 1. Relatório de movimentação dos animais no– Confinamento. RAÇA: NELORE
CATEGORIA ENTRADAS VENDAS MORTES PASTO SALDO ATUAL BOI INTEIRO 5.636 3.594 2 1 1.982 NOVILHA 730 0 0 0 730 BEZERRO 370 298 0 0 70 Subtotal 1 6.736 3.892 2 1 2.782
RAÇA: MESTIÇO
BOI INTEIRO 4.498 2.762 3 1 1.732 BEZERRO 904 902 0 0 0 Subtotal 2 5.402 3.664 3 1 1.732
TOTAL GERAL 12.138 7.556 5 2 4.514
Fonte: Elaborado pela autora, 2017.
5.1.1 Manejo nutricional do confinamento
A formulação das dietas é feita pelo Zootecnista Rafael Cervieri (Nutribeef
Nutrição Animal). As rações são formuladas de acordo com a categoria animal e
disponibilidade de insumos na região, afim de que se torne viável. Posteriormente, é
calculada uma meta de consumo de cada lote de animais, para que possa atingir um
resultado satisfatório.
Além da dieta, o confinamento é monitorado diariamente para acompanhar
melhor o consumo e alguma ocorrência.
Os ingredientes das rações são compostos por volumosos, concentrados
proteicos, concentrados energéticos e um núcleo (Tabela 3). Os núcleos minerais
são compostos por enxofre, fosfato bicálcico, cloreto de sódio, cálcio, magnésio,
potássio, ferro, zinco. Na tabela abaixo, podemos observar os ingredientes inseridos
nas diferentes dietas.
Tabela 2. Dieta de adaptação utilizada no confinamento da fazenda Maringá 3.
INGREDIENTES %MS
Silagem de milho 43,87%
Milho seco moído 33,77%
Torta de algodão 11,10%
Farelo de soja 8,60%
Uréia 0,77%
Núcleo Novanis 1,90%
Fonte: Elaborado pela autora, 2017.
22
Tabela 3. Dieta de crescimento utilizada no confinamento da fazenda Maringá 3.
INGREDIENTES %MS
Silagem de milho 29,90%
Milho seco moído 47,05%
Caroço de algodão 3,72%
Torta de algodão 10,45%
Farelo de soja 5,82%
Ureia 0,97%
Núcleo Novanis 2,08%
Fonte: Elaborada pela autora, 2017.
Tabela 4. Dieta de terminação utilizada no confinamento da fazenda Maringá 3.
INGREDIENTES %MS
Silagem de milho 17,15%
Milho seco moído 59,70%
Caroço de algodão 13,26%
Torta de algodão 6,45%
Ureia 1,18%
Núcleo Novanis 2,26%
Fonte: Elaborada pela autora, 2017.
Os ingredientes são colocados no vagão misturador (que possui uma balança
acoplada) com uma pá carregadeira e em seguida é feito a mistura e a distribuição
nas linhas de cocho.
5.1.2 Determinação da matéria seca dos volumosos
Uma vez na semana fazia-se análise de matéria seca da silagem de milho e
era utilizado o método do microondas, com intuito de tornar a ração dos animais
mais condizente com a realidade dos insumos utilizados. Deve-se fazer a análise,
pois o consumo de matéria seca (CMS) está relacionada com a capacidade de
consumo dos alimentos dos animais.
Coletava-se 5 amostra de diferentes pontos da silagem de milho e misturava
para obter uma amostra homogênea. Em seguida era retirado 100 gramas da
23
amostra e colocado em um recipiente (peso conhecido). O recipiente era colocado
no microondas juntamente com um copo de água para evitar que a amostra entre
em combustão durante o uso do aparelho. Utilizava-se 3 minutos no primeiro ciclo,
pesava a amostra e o prato, mais 2 minutos e pesava novamente, até o peso se
estabilizar. Com isso, por meio do cálculo abaixo, se obtinha a matéria seca (%):
Peso da amostra úmida (PU) = (Peso do recipiente (g) + Peso da amostra úmida
(g)) - Peso do recipiente(g)
Peso da amostra seca (PS) = (Peso do recipiente (g) + Peso da amostra seca (g)) -
Peso do recipiente (g)
% de umidade = (PU - PS) / PU x 100
% de matéria seca = (100) - (% de umidade)
5.2 Período de adaptação à dieta
Quando chegam ao confinamento, os animais podem não se adaptar a nova
rotina, ambiente, estrutura e convívio social, o que, pode acarretar em animais
refugo de cocho, que apresentam isolamento dos outros animais, menor consumo
de ração e água. Com a queda do consumo, o animal começa a perder peso, fica
debilitado e com imunidade baixa. Os animais refugo de cocho são retirados do
piquete e são alocados no piquete enfermaria (piquete com capim a vontade e
suplementação no cocho). Quando melhora é observada, o animal é retornado para
o confinamento.
Para que esses animais não sintam tanto e mantenham seu ganho de peso
constante, é indispensável que haja um período de adaptação à dieta, até mesmo
para mudar a microbiota ruminal (que apresenta a maioria das bactérias celulolíticas
devido a dieta a pasto) a fim de que haja crescimento das bactérias amilolíticas.
O período de adaptação ao cocho durava cerca de 10 dias. Nos 5 primeiros
dias, os animais receberam apenas silagem de milho, e nos dias seguintes, uma
dieta com 20% de concentrado.
Após o período de adaptação dos animais, era fornecida a dieta de
crescimento com 50% de volumoso por aproximadamente 50 dias. Em seguida, era
fornecida a dieta de terminação com 31% de volumoso por 60 dias, mas podendo
chegar a ter apenas 26%. O número de dias em cada fase varia de acordo com o
peso que o animal entra no confinamento (tabela 5).
24
Tabela 5. Número de dias em cada dieta em função do peso corporal.
Dias
Peso de entrada (kg) Crescimento Adaptação
Entre 210 e 300 50 10
Entre 300 e 330 40 10
Entre 330 e 360 30 10
Entre 360 e 400 23 10
Acima de 400 14 10
Fonte: Elaborada pela autora, 2017.
O fornecimento da dieta era de acordo com a raça do animal, seu ganho
médio diário (GMD) e quantidade de dias no cocho (Tabela 6). Quando os animais
atingiam um ápice no consumo de matéria seca, com o passar do tempo, o consumo
ia diminuindo e em seguida se estabilizava. É de suma importância conhecer a curva
de ingestão dos animais para a interpretação das leituras de cocho e adequado
manejo alimentar.
Tabela 6. Ingestão de matéria seca (%PV) de acordo com o período confinado (dias) e raça.
Dias IMS%
Nelore Mestiço
0-5 1,7 1,8
6-20 2,0 2,0
21-40 2,5 2,3
41-60 2,7 2,5
61-80 2,4 2,3
81-120 2,0 2,0
120-180 - 1,8
Fonte: Elaborado pela autora (2017).
5.3 Manejo de cocho e leitura de cocho
No confinamento o manejo de cocho adotado foi o de dieta à vontade, com
trato dividido em 5 horários do dia (Tabela 7). A recomendação para esse sistema
era que nunca deixasse o cocho vazio, fornecendo alimentação em pequenas
25
quantidades para que a dieta não perdesse suas características, devido à
fermentação e exposição ao tempo, e também, evitando desperdícios.
Tabela 7. Percentual fornecido em cada trato de acordo com o horário
Trato Horário Porcentagem da
ração diária (%)
Acumulado do dia
(%)
1º 7:00 25 25
2º 9:00 20 45
3º 13:00 10 55
4º 15:00 20 75
5º 17:00 25 100
Fonte: Elaborado pela autora, 2017
O manejo de cocho iniciava às 6:00 h com a leitura de cocho antes do 1º
trato. Atribuía-se notas (Tabela 8) e em seguida lançava no TGC para ser calculado
o fornecimento da dieta ao longo do dia, baseado no GMD.
Tabela 8. Notas de escore de cocho utilizadas na Fazenda Maringá 3.
Escore Quantidade de
ração no cocho
Comportamento
animal
Trato diário
0
Cocho vazio.
Maioria dos animais está à espera do trato na linha de cocho/ podem
apresentar agressividade
moderada.
Correção de + 5%
no fornecimento
0,5
Cocho sem sobra (mas percebem-se
animais à espera do trato).
50% dos animais estão na linha de
cocho e os demais estão em pé se
dirigindo para a linha de cocho.
Correção de + 2,5%
no fornecimento
1
Cocho com pouca ração (situação
ideal, dependendo da fase).
25% dos animais permanecem na
linha de cocho, 50% estão se dirigindo a linha e os demais estão deitados.
Manter oferta
anterior
26
1,5
Cocho com sobras (camada fina de
alimento).
Animais com comportamento
normal e tranquilos/ 20% dos animais
aguardam na linha
de cocho, 50% estão
se levantando e se
dirigindo e os demais
permanecem
deitados.
Correção de - 2,5%
no fornecimento
2
Cocho com sobras mais elevadas.
Animais ainda deitados, tranquilos/
50% dos animais permanece
descansando e ruminando, 15% estão na linha de
cocho e os demais em outras atividades.
Correção de - 5% no
fornecimento
3
Cocho com sobras
excessivas.
Animais ainda deitados, tranquilos. Verificar bebedouro
Correção de - 10%
no fornecimento
Fonte: Adaptado de HORTON (1990).
5.4 Rodeio sanitário
Todos os dias era feito a vistoria dos animais confinados, duas vezes na parte
da manhã e duas a tarde, com intuito de encontrar alguma anormalidade, por
exemplo: refugo de cocho, animal doente, animal que pulou a cerca para outro lote,
etc.
A ronda era feita pelos peões da fazenda, que repassavam as informações
para a Zootecnista. Caso algum animal estivesse doente, ele era retirado do piquete,
levado até o curral e recebia medicação. O peão anotava em uma ficha o brinco do
animal, a data e a medicação. As anotações eram passadas para zootecnista, que
lançava as informações no TGC.
27
6. CONCLUSÕES
O manejo de cocho é de suma importância para um bom desempenho no
confinamento e na rentabilidade do produtor. Essa prática tem por objetivo a redução
da variabilidade do consumo alimentar dos animais e redução no desperdício de
ração.
O programa de manejo de cocho evita oscilações de consumo e/ou consumo
exagerado em currais de confinamento e assim preserva-se os animais de distúrbios
metabólicos.
Estima-se que os custos com o arraçoamento representem 70% do custo total
da produção de carne. Por esta razão, se faz necessário a adoção de técnicas que
busquem maior eficiência animal na utilização do alimento.
28
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao término da realização do estágio curricular na Fazenda Maringá 3, pode-se
observar o quanto é importante a experiência prática adquirida na fazenda para a
completa formação acadêmica do profissional em Zootecnia.
O auxílio dos profissionais da fazenda e situações do confinamento de
bovinos de corte, permitiu o incremento do conhecimento teórico-prático na
graduação em Zootecnia.
A realização do estágio permitiu aprimorar os conhecimentos na área de
Nutrição de bovinos de corte, sendo importantes para concretizar a formação
profissional e como início propulsor para a inserção no mercado de trabalho. Além
disso, o estágio mostrou que o mais difícil não é lidar com os animais, e sim com
pessoas. No estágio, também, é proporcionado o amadurecimento pessoal,
considerando o convívio com diferentes pessoas e o fato de compartilhar as mais
diversas experiências profissionais.
29
REFERÊNCIAS
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Perfil da pecuária no Brasil: Relatório anual 2016. São Paulo, [S. l.: s.n., 2015].
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