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UNIVERSIDADE DO MINDELO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS, SOCIAIS E JURÍDICAS
LICENCIATURA EM
CIÊNCIA POLÍTICA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS
A COMUNICAÇÃO POLITICA NA WEB 2.0: ESTUDO
DE CASO SOBRE OS PERFIS E PÁGINAS DO PRESIDENTE
DA REPUBLICA JORGE CARLOS FONSECA E DO PRIMEIRO
MINISTRO JOSE MARIA NEVES NO FACEBOOK.
Lo-Ruama Esther Cabral Rocha
MINDELO, 2014
A Comunicação Politica na Web 2.0: Estudo de caso sobre os perfis e páginas do Presidente da Republica
Jorge Carlos Fonseca e do Primeiro-ministro José Maria Neves no Facebook
i
Departamento de Ciência Humanas, Sociais e Jurídicas
Licenciatura em Ciência Politica e Relações Internacionais
TÍTULO DA MONOGRAFIA:
A Comunicação Politica na Web 2.0: Estudo de caso sobre os perfis e
páginas do Presidente da Republica Jorge Carlos Fonseca e do
Primeiro-ministro José Maria Neves no Facebook
AUTORA: LO-RUAMA ESTHER CABRAL ROCHA
ORIENTADOR: NUNO ANDRADE FERREIRA
Mindelo, 2014
A Comunicação Politica na Web 2.0: Estudo de caso sobre os perfis e páginas do Presidente da Republica
Jorge Carlos Fonseca e do Primeiro-ministro José Maria Neves no Facebook
ii
Autora: Lo-Ruama Esther Cabral Rocha
Titulo: A Comunicação Politica na Web 2.0: Estudo de caso sobre os perfis e
páginas do Presidente da Republica Jorge Carlos Fonseca e do Primeiro-ministro
José Maria Neves no Facebook
Declaração de Originalidade
Declaro que esta monografia é o resultado da minha investigação pessoal e
Independente. O seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão
devidamente mencionadas no texto, nas notas, nos anexos e na bibliografia.
A Candidata,
Lo-Ruama Esther Cabral Rocha
Mindelo, 19 de Setembro de 2014
“Trabalho apresentado à Universidade
do Mindelo como parte dos requisitos
para obtenção do grau de Licenciatura
em Ciência Politica e Relações
Internacionais”.
A Comunicação Politica na Web 2.0: Estudo de caso sobre os perfis e páginas do Presidente da Republica
Jorge Carlos Fonseca e do Primeiro-ministro José Maria Neves no Facebook
iii
Á minha mãe Lóide Rocha e ao meu pai Ildo Rocha
A Comunicação Politica na Web 2.0: Estudo de caso sobre os perfis e páginas do Presidente da Republica
Jorge Carlos Fonseca e do Primeiro-ministro José Maria Neves no Facebook
iv
Agradecimentos
Agradeço a Deus, porque até aqui sempre me ajudou e sempre ajudará.
Aos meus pais Ildo Rocha e Lóide Rocha, por acreditarem sempre em mim e por
ajudarem-me a construir mais um dos grandes momentos da minha, o meu amor e a
minha gratidão vão muito além do que eu posso expressar por meras palavras.
Aos familiares e amigos, que de uma forma ou de outra contribuíram para que esta
etapa fosse mais um sucesso. Ao meu namorado Ivan por todo o incentivo e apoio.
Ao meu orientador Nuno Andrade Ferreira, pelo apoio, paciência e empenho.
Aos meus colegas e professores que de alguma forma, contribuíram para o meu
crescimento académico.
A Comunicação Politica na Web 2.0: Estudo de caso sobre os perfis e páginas do Presidente da Republica
Jorge Carlos Fonseca e do Primeiro-ministro José Maria Neves no Facebook
v
Resumo
No presente trabalho procuramos entender mais sobre o conceito da Web 2.0,
pois apesar de esta fazer parte do quotidiano da nossa sociedade, são poucosos que
conhecem a sua evolução. A Web 2.0 trata-se de um espaço em que a
interactividade é uma das peças chave. Essa característica introduz
desenvolvimentos em conceitos como cidadania e democracia e marca um virar de
página na comunicação e no marketing político.
Esta monografia procura ainda, através de um estudo de caso, perceber de que
forma é que os progressos introduzidos pela Web 2.0 são sentidos na forma como
se opera a comunicação política em Cabo Verde.
Palavras-chave: Web 2.0, Comunicação Politica, Marketing Politico Digital
A Comunicação Politica na Web 2.0: Estudo de caso sobre os perfis e páginas do Presidente da Republica
Jorge Carlos Fonseca e do Primeiro-ministro José Maria Neves no Facebook
vi
Abstract
In this work we try to understand more about the concept of Web 2.0 in spite of
taking part of the daily life of our society very few people know its evolution Web 2.0 is
a space where the interactivity is one of the main parts. This characteristic introduces
development concepts such as citizenship and democracy and marks a turning point in
communication and political Marketing.
This monograph tries, through a study of case understand how the introduced
progresses by Web 2.0 are felt in the way the political communication in Cape Verde
operates.
Key words : Web 2.0; Political communication; Digital political Marketing.
A Comunicação Politica na Web 2.0: Estudo de caso sobre os perfis e páginas do Presidente da Republica
Jorge Carlos Fonseca e do Primeiro-ministro José Maria Neves no Facebook
vii
Índice
Agradecimentos ............................................................................................................... iv
Resumo ............................................................................................................................. v
Abstract ............................................................................................................................ vi
Índice dos Gráficos ........................................................................................................... x
INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 1
Objectivo Geral ............................................................................................................. 2
Objectivo Específico ..................................................................................................... 3
Hipóteses: ...................................................................................................................... 3
METEDOLOGIA ......................................................................................................... 3
CAPITULO I .................................................................................................................... 4
I- A Web 2.0 e a Comunicação Política ........................................................................... 4
1. A Web 2.0 ................................................................................................................. 4
1.2. Conceito Web 2.0 .................................................................................................. 5
1.3. A Interactividade na Web 2.0 ................................................................................ 7
2.A Comunicação Politica/ Imprensa e a Web 2.0 ........................................................... 8
2.1.A internet e a comunicação política ........................................................................ 9
2.2.Vantagens da utilização da Web 2.0 e o caso particular da comunicação política:
.................................................................................................................................... 10
2.3.As desvantagens da utilização da Web 2.0 na comunicação politica: .................. 11
3.O Impacto da Web 2.0 ................................................................................................. 12
4.Cidadania e Democracia Vs. Cidadania 2.0 e Democracia 2.0 ................................... 14
4.1.Cidadania e cidadania digital ................................................................................ 14
4.3.Democracia ........................................................................................................... 16
5. Marketing Politico e a Web 2.0 ............................................................................... 18
5.1.A Distinção entre Marketing Politico e Marketing Eleitoral ................................ 18
5.2. A Campanha Eleitoral / Marketing Político de Barack Obama na Web 2.0........ 19
A Comunicação Politica na Web 2.0: Estudo de caso sobre os perfis e páginas do Presidente da Republica
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viii
Capitulo II ....................................................................................................................... 22
II-O Impacto da Web 2.0 na comunicação Politica de Cabo Verde. .............................. 22
1.A Web 2.0 em Cabo Verde .......................................................................................... 22
1.2. Breve contextualização sobre a internet/Web 2.0 em Cabo Verde: ................ 22
1.2.A interactividade na Web 2.0 em Cabo Verde: .................................................... 24
1.3. A Web 2.0 e a comunicação política: a imprensa _ Cabo Verde ......................... 25
2. A Cidadania 2.0 vs Democracia 2.0 em Cabo Verde ................................................. 26
2.1. Cidadania 2.0 ....................................................................................................... 26
2.2. A Democracia 2.0 ................................................................................................ 26
3.O Marketing Politico em Cabo Verde ......................................................................... 27
CAPITULO III ............................................................................................................... 30
III. A comunicação política na Web 2.0, estudo de caso sobreos perfis e páginas do
Presidente da Republica Jorge Carlos Fonsecae o Primeiro-ministro José Maria Neves
.................................................................................................................................... 30
Introdução ao estudo de caso ...................................................................................... 30
1. Estudo de caso ............................................................................................................ 30
2.1. Perfil do Presidente da República e do Primeiro-ministro .................................. 30
2.1. Perfil do Presidente da Republica ............................................................................ 31
2.2. Perfil do Primeiro-ministro ...................................................................................... 31
2.3. Publicações feitas por outro ................................................................................. 32
2.3.2. Publicações feitas por outro no perfil do Primeiro-ministro ............................. 33
2.4. Publicações: Texto ............................................................................................... 34
2.4.1. Publicações: Texto: Fotos: Vídeos Presidente da Republica ............................ 34
2.4.2. Publicações: Texto: Fotos: Vídeos Primeiro-ministro ...................................... 34
2.5. Publicações: Likes; Comentários; Partilhas ......................................................... 35
2.6Publicações:Likes; Comentários; Partilhas do Primeiro-ministro ......................... 36
2.7. Publicações: Pessoal; Profissional ....................................................................... 37
2.8.Publicações: Pessoal; Profissional Primeiro-ministro .......................................... 37
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Jorge Carlos Fonseca e do Primeiro-ministro José Maria Neves no Facebook
ix
3. Página do Presidente da Republica ............................................................................. 38
4. Página do Primeiro-Ministro ...................................................................................... 40
5. Análise comparativa dos dados mais relevantes do perfil do Presidente da Republica
e do Primeiro-ministro .................................................................................................... 42
6.Análise comparativa das publicações feitas nas páginas do Presidente da Republica e
do Primeiro-ministro ...................................................................................................... 46
Conclusão ....................................................................................................................... 50
Bibliografia ..................................................................................................................... 53
Anexo A .......................................................................................................................... 56
Entrevista ao assessor de impressa do Presidente da Republica Jorge Carlos Fonseca:
António Miranda (7 de Maio de 2014) ....................................................................... 56
Anexo B .......................................................................................................................... 59
Entrevista ao assessor de impressa do Primeiro-ministro de Cabo Verde José Maria
Neves: Abdul kuanda Simas(11 de Abril de 2014) .................................................... 59
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x
Índice dos Gráficos
Gráfico 1 : Publicações feitas pelo próprio: Presidente da Republica ............................ 31
Gráfico 2: Publicações feitas pelo próprio: Primeiro-ministro ....................................... 31
Gráfico 3: Publicações feitas pelo Preidente da Republica: Outro ................................. 32
Gráfico 4: Publicações feitas pelo Primeiro-ministro: Outro ......................................... 33
Gráfico 5 : Publicações: Texto: Fotos; Vídeos e pessoal: Presidente da Republica....... 34
Gráfico 6: Publicações: Texto: Fotos; Vídeos e pessoal: Primeiro-ministro ................. 34
Gráfico 7 : Publicações: Likes; Comentários; Partilhas do Presidente da Republica .... 35
Gráfico 8: Publicações: Likes; Comentários; Partilhas do Primeiro-ministro ................ 36
Gráfico 9: Publicações: Pessoal; Profissional do Presidente da Republica .................... 37
Gráfico 10: Publicações: Pessoal; Profissional do Primeiro-ministro ............................ 37
Gráfico 11: Publicações: Profissionais ........................................................................... 38
Gráfico 12: Publicações: Texto; Fotos; Vídeos .............................................................. 39
Gráfico 13: Publicações: Likes; Comentários; Partilhas ................................................ 39
Gráfico 14: Publicações: Profissional ............................................................................ 40
Gráfico 15: Publicações: Texto: Fotos Vídeos ............................................................... 41
Gráfico 16: Publicações: Likes; comentários; Fotos ...................................................... 41
Gráfico 17: Publicações feitas pelo Presidente da Republica ......................................... 42
Gráfico 18: Publicações feitos pelo Presidente da Republica e...................................... 43
Gráfico 19: Publicações feitas pelo Presidente da Republica ......................................... 43
Gráfico 20: Publicações feitas pelo Presidente da Republica ......................................... 44
Gráfico 21: Publicações feitas pelo Presidente da Republica ......................................... 44
Gráfico 22: Publicações feitas pelo Presidente da Republica ......................................... 45
Gráfico 23: Publicação feitos nas páginas: Profissional ................................................. 46
Gráfico 24: Publicações feitas nas páginas: Fotos.......................................................... 46
Gráfico 25 : Publicações feitas nas páginas: Vídeo ........................................................ 47
Gráfico 26: Publicação feitos nas páginas: Comentários ............................................... 48
Gráfico 27 : Publicações feitas nas páginas: Partilhas ................................................... 48
Gráfico 28: Publicações feitas, nas páginas: Likes ......................................................... 49
A Comunicação Politica na Web 2.0: Estudo de caso sobre os perfis e páginas do Presidente da Republica
Jorge Carlos Fonseca e do Primeiro-ministro José Maria Neves no Facebook
1
INTRODUÇÃO
Desde o aparecimento da internet e posteriormente a sua evolução para Web
2.0, muitas foram as alterações que aconteceram na sociedade. Do dia-a-dia da
sociedade civil, até questões políticas e eleitorais, actualmente quase tudo é feito
utilizando as plataformas da Web 2.0. Neste trabalho pretendemos falar sobre o
impacto que as ferramentas da Web 2.0 tiveram e têm na comunicação política
cabo-verdiana. Qual é o impacto da Web 2.0 na comunicação política de Cabo
Verde?
Ao longo deste trabalho daremos a conhecer um pouco mais sobre a Web 2.0,
pois apesar de ser muito utilizada actualmente são poucos os que a conhecem, bem
como as vantagens e desvantagens que a mesma traz à nossa sociedade. Falaremos
também de outros pontos que a mesma tem evoluído como é o caso da cidadania,
Democracia, comunicação Politica, passando também pelo Marketing Politico e
eleitoral, que graças a interactividade (a peça chave da Web 2.0) tem causado
grande impacto na nossa sociedade. Por último, faremos a análise deste impacto na
sociedade Cabo-verdiana, através de um estudo de caso com dados recolhidos nas
páginas e perfis do Presidente da Republica Jorge Carlos Fonseca e do Primeiro-
ministro José Maria Neves e entrevistas complementares feitas aos assessores dos
mesmos.
O presente estudo tem o propósito de analisar se os impactos que a Web 2.0
tem tido, em outras partes do mundo, na esfera política, são de algumas formas
aplicáveis ao caso cabo-verdiano. Como estudante do Curso Ciência Politica e
Relações Internacionais, a ideia de fazer um trabalho sobre a Web 2.0 e a
comunicação politica surgiu-nos a partir da experiência bem sucedida do presidente
dos Estados Unidos da América, nas eleições presidenciais norte-americanas de
2008, criando assim uma nova forma de se fazer o marketing politico e eleitoral,
utilizando as ferramentas da Web 2.0 e inspirando muitos candidatos a cargos
políticos a fazerem o mesmo, em actos eleitorais subsequentes.
O marketing político e eleitoral tem na internet espaços onde a informação
chega a milhões de pessoas ao mesmo tempo, a um custo reduzido, e que pode ser
A Comunicação Politica na Web 2.0: Estudo de caso sobre os perfis e páginas do Presidente da Republica
Jorge Carlos Fonseca e do Primeiro-ministro José Maria Neves no Facebook
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consultada a qualquer hora, ou em qualquer lugar. A interactividade é a
característica principal da Web 2.0, permitindo às pessoas, para além de receberam
informações, interagirem com as mesmas, dando as suas opiniões, debatendo ideias,
etc.
A Web 2.0, graças às suas ferramentas, quebrou barreiras a nível geográfico, e
ligou o mundo através da sua rede. A interactividade e a troca de ideias que antes
eram feitas num grupo específico de pessoas, hoje podem ser feitas com milhões de
pessoas pelo mundo.
Neste contexto surge uma série de questionamentos relacionados com o
impacto da Web 2.0 na sociedade civil cabo-verdiana e na comunicação política da
mesma: Qual é o impacto da Web 2.0 em Cabo Verde? Será que podemos falar
numa cidadania 2.0? E de Democracia 2.0? Será que os Políticos de Cabo Verde já
estão cientes das vantagens da Web 2.0? E será que já utilizam as ferramentas da
Web 2.0 e se sim, como o fazem?
Ao longo deste trabalho pretendemos responder às questões acima
mencionadas, tendo em vista os seguintes objectivos: mostrar o impacto da Web 2.0
nos outros países, principalmente a nível da comunicação política; analisar o
impacto que a mesma tem tido em Cabo Verde. Para alcançar este objectivo vamos,
em primeiro lugar, caracterizar e definir o conceito e o impacto da Web 2.0 e a sua
aplicabilidade a nível internacional. E em segundo lugar, procuraremos demonstrar
as mudanças que a mesma tem causado na cidadania, democracia e imprensa. Num
terceiro momento, procuraremos: dar a conhecer mais sobre a relação entre
comunicação política e a Web 2.0. Finalmente, aplicaremos os conceitos antes
trabalhados à realidade cabo-verdiana, com base num estudo de caso, desenvolvido
de foram qualitativa e quantitativa.
Objectivo Geral
Conhecer e compreender o que é a Web 2.0, e quais as contribuições que a
mesma traz para a comunicação politica através das suas ferramentas.
A Comunicação Politica na Web 2.0: Estudo de caso sobre os perfis e páginas do Presidente da Republica
Jorge Carlos Fonseca e do Primeiro-ministro José Maria Neves no Facebook
3
Objectivo Específico
Conhecer, compreender e analisar o uso das ferramentas da Web 2.0 em Cabo
Verde na comunicação e marketing político.
Analisar as páginas e perfis do Presidente da Republica Jorge Carlos Fonseca e
do Primeiro-ministro José Maria Neves no Facebook.
Hipóteses:
1. A Web 2.0 tem tido um grande impacto a nível político em Cabo Verde em
Cabo Verde.
2. A Web 2.0 é utilizada como meio de comunicação e marketing político em Cabo
Verde.
3. Os políticos Cabo-verdianos reconhecem as vantagens que a Web 2.0 coloca ao
dispor dos mesmos.
METEDOLOGIA
Para a realização deste trabalho utilizamos a técnica de pesquisa qualitativa e
quantitativa. Na quantitativa onde usamos fontes bibliográficas (internet) e fontes
secundárias. Para abordagem qualitativa recorremos ao estudo de caso que consistiu na
recolha de dados nas páginas e perfis do Facebook do Presidente da Republica Jorge
Carlos Fonseca e do Primeiro-ministro José Maria Neves. Os dados são sobre as
publicações e tipos de publicações feitas ao longo do ano de 2013, e o objectivo é
demonstrar a frequência com que os mesmos utilizam, esta rede social, analisar a
interactividade e a comunicação entre estes e os seus seguidores. Por outro lado,
complementando esta análise, e devido a inexistência de bibliográficas foram feitas
entrevistas aos assessores de imprensa do Presidente da República e do Primeiro-
Ministro, como forma de sabermos se existe ou não em Cabo Verde o uso da Web 2.0
como meio de comunicação e marketing político.
A Comunicação Politica na Web 2.0: Estudo de caso sobre os perfis e páginas do Presidente da Republica
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4
CAPITULO I
I- A Web 2.0 e a Comunicação Política
1. A Web 2.0
Actualmente a Internet ocupa um lugar especial em relação aos restantes meios
de comunicação, devido às características dinâmicas e versáteis que facilitam o dia-
a-dia de quem a utiliza. Em poucos anos, a Internet evoluiu e foi capaz de atingir e
ligar mais pessoas do que a televisão, telefone, rádio entre outros meios que a
antecederam,
1“It took 74 years for the telephone to penetrate and diffuse to a
population of 50 million. Similarly, it took radio 38 years, the computer 16
years and television 13 years. The Internet penetrated 50 million people in
just 4 years” (Mann et.al, 2000:13).
Fazendo uma análise destes dados podemos constatar o grande impacto que a
internet causou na vida dos indivíduos em várias áreas das suas vidas. A internet
ultrapassou os limites que os outros meios não conseguiram ultrapassar, por
exemplo, quebrou muitos limites que existiam a nível geográfico. A distância
deixou de ser um problema e a comunicação passou a ser mais fácil, bem como a
troca ou procura de informações, e até mesmo partilha de conhecimento.
A forma como cada pessoa utiliza a Internet e as finalidades que cada uma quer
obter, fazem com que esse mundo virtual evolua a cada dia, para se adaptar às
necessidades de quem o utiliza. O Objectivo desde trabalho não é de forma alguma
sobrepor ou desvalorizar os mass media, mas sim mostrar o impacto e as
transformações que a mesma trouxe na vida do cidadão e como esta tem vindo a
1Tradução livre
“Demorou 74 anos para o telefone penetrar e difundir á uma população de 50 milhões. O mesmo
aconteceu também com á rádio que levou 38 anos o computador 16 anos e a televisão 13 anos. A internet
por sua vez em apenas 4 anos chegou á 50 milhões de pessoas” (, Mann et .al, 2000).
A Comunicação Politica na Web 2.0: Estudo de caso sobre os perfis e páginas do Presidente da Republica
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5
influenciar o eleitorado, tornando-o melhor informado, até porque, apesar de todas
essas vantagens que a mesma detém, os mass media ainda continuam, e continuarão
a ter o seu lugar na sociedade, tal como veremos mais a frente.
Perante todas estas vantagens e o número de pessoas que estão ligadas por este
mundo virtual, empresas, instituições tanto públicas como privadas, têm marcado
presença neste mundo, destacando-se sobretudo os eleitos político se também os
candidatos, que vêm utilizando este meio como forma de relacionamento directo
com o seu eleitorado, fazendo campanhas online.
Esta experiência, tem trazido resultados positivos, pelo que o seu número de
“adeptos” tem aumentado a cada eleição e a cada ciclo político.
1.2. Conceito Web 2.0
O que é a Web 2.0? A palavra Web 2.0 foi utilizada pela primeira vez por
O'Reilly, em Outubro de 2004, para designar a segunda geração de comunidades e
serviços utilizando a Web como plataforma. A Web 2.0 seria o ponto de encontro
de redes sociais ou outros espaços na Internet que permitiriam às pessoas interagir e
partilhar conteúdos a uma escala global.
Portanto, a Web 2.0 não se refere a um novo tipo de Web mas sim a uma
revolução da mesma. A Web 2.0 veio facilitar e aumentar a quantidade de
informações de diversos tipos, bem como a velocidade com que esta chega ao
receptor, permitindo que o mesmo interaja com o conteúdo recebido, ao contrário
do que acontece na televisão, rádio, jornais etc. Podemos portanto afirmar que a
palavra-chave da Web 2.0 é a interactividade.
A primeira geração da Internet teve como principal atributo a enorme
quantidade de informação disponível e a que todos podíamos aceder. No
entanto, o papel do utilizador nesses cenários era o de mero espectador da
acção que se passava na página que visitava, não tendo autorização para
alterar ou reeditar o seu conteúdo. (Araújo et. al.,cit in Coutinho 2007)
A Comunicação Politica na Web 2.0: Estudo de caso sobre os perfis e páginas do Presidente da Republica
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6
Antes do aparecimento da Web 2.0, a World Wide Web era muito parecida
com a televisão, ainda que com as naturais distâncias. Apenas recebíamos a
informação e não era possível interagir com a mesma, a não ser através do nosso e-
mail. Quando O´Reilly usou esta palavra pela primeira vez e posteriormente outras
pessoas começaram a utilizá-la, muitos foram contra esse nome, pois segundo os
críticos então deveríamos ter também TV 2.0 devido às mudanças que houve na
mesma ao longo dos tempos; é o que acontece sempre que é inserido no mundo
uma nova conceito, produto, ou qualquer coisa nova.
A Web 2.0 tem ao dispor dos utilizadores ferramentas que podem ser usadas
online: como por exemplo o Facebook, Twitter, Wikipedia etc., e ferramentas que
podem ser usadas off-line como por exemplo o PicsART fotos. As ferramentas são
muitas e com finalidades diferentes, cujos objectivos são proporcionar mais
interactividade entre as pessoas e facilitar o dia-a-dia das mesmas.Por exemplo:
Actualmente através das ferramentas da Web 2.0, estudantes, cientistas e outros
profissionais do mundo todo podem trocar informações através de conferências
electrónicas. As vantagens e os resultados obtidos dependem dos objectivos de
quem o utiliza.
Contudo, segundo Tavares et.al (2013): (…) “há quem fale num excesso de
informação na Internet”. Quando a mesma surgiu, esta foi uma das primeiras
preocupações e enquanto se tentava resolver este problema a informação na mesma
só aumentava e até hoje não foi possível controlar o conteúdo que é colocado a
cada minuto ou mesmo segundo. Isto significa que, em linha, é colocado todo o tipo
de conteúdo, “bom” e “mau”, o que torna premente a necessidade dos cidadão
serem preparados e dotados das ferramentas necessárias para que saibam distinguir
entre boa informação e má informação.
Devemos, porém, reconhecer o grande contributo que trouxe à nossa actual
sociedade e enaltecer a forma como esta mudou radicalmente a vida de quem a usa
e nela se movimenta. A realidade acima descrita tornou a sociedade em que
vivemos numa sociedade mediatizada. Ter um equipamento electrónico ligado à
internet é algo imprescindível para muitos. É muito difícil hoje em dia na nossa
sociedade viver sem se estar conectado a uma ferramenta da Web 2.0. As próprias
estruturas sociais, que temos hoje leva-nos a estar sempre conectados.
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A cada dia mais serviços e até coisas simples como a compra de uma peça de
vestuário podem ser feitos comodamente na nossa casa, utilizando a Internet.
Muitos bens ou produtos só podem mesmo ser adquiridos online, devido à
inexistência de loja física, uma opção bastante comum e muito escolhida entre os
novos empresários. Informações sobre qualquer assunto a qualquer minuto podem
ser encontradas online Ora, tudo isto são mudanças que transformaram a nossa
sociedade numa sociedade mediatizada.
“As ferramentas de comunicação disponibilizadas na internet e
voltadas para as redes sociais virtuais têm-se configurado em uma das
principais responsáveis pela criação e manutenção dos relacionamentos
pessoais e profissionais da actualidade.” (Tavares,2013)
O mundo hoje em dia está ligado e poucos são aqueles que insistem em ficar
fora desta mudança. Nos países com mais dificuldades de acesso, os governos têm
investido em praças com acesso à rede. Reconhece-se hoje que é quase impossível
não só para as pessoas mas para o próprio Estado e empresas não estar dentro das
“redes”.
1.3. A Interactividade na Web 2.0
A Web 2.0 veio para simplificar a vida e ao mesmo tempo ajudar os indivíduos
a estarem mais atentos sobre aquilo que acontece e não só. Hoje em dia, a maior
parte da população encontra-se ligada à esta nova forma de partilhar opiniões ou
espaços de debate sobre qualquer assunto. A Web 2.0 proporciona conhecimento e
também lugares para pôr em prática ou mesmo aumentar o conhecimento que já
adquirimos.
Com a Internet, as pessoas deixam de ser meras consumidoras de
conteúdos de massa e passam a ter o poder de interferir directamente no que
está sendo veiculado. Embora no passado já houvesse uma possibilidade
mínima de interacção entre os indivíduos e os meios de comunicação de
massa, é com a Web 2.0 que a interacção efectiva se concretiza (Araújo
et.al, 2009).
Estamos a falar, portanto, sobre a interacção na rede onde podemos encontrar
pessoas com interesses ou objectivos em comum sem no entanto estarem próximas.
Se antes desta evolução da Web 2.0 as pessoas tinham um meio específico onde
interagiam, por exemplo, um determinado grupo de amigos e teriam de estar
A Comunicação Politica na Web 2.0: Estudo de caso sobre os perfis e páginas do Presidente da Republica
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próximas fisicamente para isto acontecer, muitas vezes isso implicava
deslocamentos para lugares muito longe, actualmente; apesar do contacto virtual
não substituir o contacto face a face, as ferramentas da Web 2.0 ajuda-nos a fazer
isso de forma mais cómoda com quem desejarmos, abrindo portas para estarmos
próximos de milhões de pessoas espalhadas pelo mundo, reduzindo a necessidade
de deslocamentos através de comunidades virtuais.
Segundo Da Silva V.U. (2009)
A sociedade está perante uma nova forma de interacção. É o avanço da
tecnologia dando uma nova vertente à forma como as pessoas se reuniam
para trocarem ideias e estarem juntas. Tudo isso é possível através da
relação de confiança que existe e são construídas dentro destas redes que se
apresenta como um dos pontos fundamentais. Essa confiança que existe
entre os utilizadores permitem aos mesmos se conhecerem, saberem dos
gostos e interesses um do outro e inclusivamente através daquilo que se
partilha pode-se saber com que tipo de pessoas está-se a lidar.
Quando falamos de interacção na rede, falamos daquilo que é permitido fazer
numa rede onde o indivíduo pode publicar ideias, fotos, vídeos, mensagens,
comentar ou partilhar aquilo que quiser. Como já antes dissemos, estes espaços
também são usados por empresas, associações e entidades governamentais que se
aproveitam desta interactividade, no meio do seu público-alvo para transmitirem
aquilo que querem que chegue até ao público. Temos o exemplo do presidente dos
Estados Unidos Barack Obama que através da boa utilização destes meios acabou
não só por ser muito conhecido e apoiado mas também deu um passo decisivo para
o sucesso da campanha eleitoral de 2008, nos EUA.
2.A Comunicação Politica/ Imprensa e a Web 2.0
A comunicação é uma peça chave na carreira de qualquer político e ao longo
dos tempos, vários foram os recursos utilizados para alcançar este objectivo de
passar a mensagem ao potencial eleitorado, tentando sempre impactar o maior
número possível de eleitores no menor curto espaço de tempo possível.
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Devido a este e outros factores, como por exemplo o nível de audiência e
alcance de pessoas, os meios de comunicação estiveram desde sempre aliados ao
político. A procura de mais eficiência na comunicação fez com que o jornalismo
evoluísse e adapta-se ao discurso político e as suas exigências.
2.1.A internet e a comunicação política
Com o aparecimento da Internet e a sua evolução, as pessoas passaram a estar
cada vez mais ligadas ao mundo, através das novas tecnologias. Aos poucos, a
Internet, que no início era utilizada principalmente por empresas, chegou ao grande
público e transformou-se, primeiro, num instrumento onde aspessoas obtinham
informações e, depois, num espaço interactivo.
As várias vantagens, que a Web 2.0, trouxe consigo fizeram com que cada vez
mais pessoas a procurassem como um meio de obter informações; o público deixou
de ser um mero espectador do que acontecia nos mass media para, através das
ferramentas da Web 2.0, participar no processo criativo. Perante toda esta
transformação, e perante a perda do monopólio por parte da comunicação social
tradicional, houve a necessidade do sector se adaptar a estes novos meios, criando
novas formas de transmitir a informação. Hoje em dia, quase todos os jornais, rádio
e televisões já se renderam às vantagens e à grande amplitude que a Internet
possibilita na difusão de conteúdos.
Nuno Francisco (2013) afirma que neste espaço não mediado definiram-se
novas fronteiras, abriu-se o espaço para a interactividade, colocou-se a internet e as
redes sociais ao serviço da acção política.
Nenhum dos meios de comunicação anterior à Internet deixa de ser menos
importante. Cada um deles, apesar dos seus prós e contras, deixa de ser importante
para a vida política e social de um país; nenhuma deixa de ser menos importante
que o outro, nenhuma deles até agora conseguiu sobrepor-se ao outro; cada uma
tem a sua eficácia e dinâmica distinta.
A Comunicação Politica na Web 2.0: Estudo de caso sobre os perfis e páginas do Presidente da Republica
Jorge Carlos Fonseca e do Primeiro-ministro José Maria Neves no Facebook
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2.2.Vantagens da utilização da Web 2.0 e o caso particular da
comunicação política:
O usuário passou a usar o computador menos e os arquivos que o mesmo deseja
guardar podem ficar através dessas ferramentas criadas com base na Web 2.0
guardadas na própria rede, podendo ser consultados a qualquer momento ou em
qualquer lugar.
A Web 2.0 com as várias ferramentas de comunicação, as ditas redes sociais,
veio revolucionar a comunicação, de forma geral. A esta “revolução” não foi
indiferente a comunicação política
Ninguém hoje em dia fica indiferente às possibilidades que se abrem com
instrumentos como o Facebook e o Twitter, apenas para mencionar alguns dos mais
conhecidos.
De uma maneira geral podemos dizer que as vantagens são:
A produção, partilha ou troca de que conhecimento, permitindo a quem a
utiliza um leque muito grande de informações, sendo esta uma das suas
características, quer seja por fotos, como também através de vídeos, textos, etc.
Graças às suas ferramentas qualquer usuário poderá partilhar o conteúdo que quiser,
a qualquer hora e em qualquer lugar, desde que o mesmo esteja conectado à rede.
Tudo isto é feito com baixos custos, utilizando as ferramentas da Web 2.0.
A Web 2.0 tem ainda a vantagem de estar ao dispor a qualquer hora e a
qualquer momento para quem procura utilizar as suas ferramentas para não só
comunicar, trocar ou procurar informações, mas também para prestação de
serviços, como pagamentos de contas etc. A Web 2.0 pode ser utilizada por
qualquer pessoa que tenha as mínimas noções da informática e dos seus programas,
as suas ferramentas, na maioria, são de fácil compreensão.
Falando agora sobre as vantagens a nível politico podemos dizer que os
políticos, assim como outras figuras públicas de outros quadrantes, nomeadamente
actores e músicos, não poderiam fugir a este fenómeno, sendo que hoje essas redes
A Comunicação Politica na Web 2.0: Estudo de caso sobre os perfis e páginas do Presidente da Republica
Jorge Carlos Fonseca e do Primeiro-ministro José Maria Neves no Facebook
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sociais, muito particularmente o Facebook, são uma ferramenta imprescindível de
comunicação e marketing.
O político tem uma ferramenta poderosa ao seu dispor, onde pode expor as
suas ideias e pensamentos, sem passar pelo crivo muitas vezes redutor da
comunicação social que nos dá uma visão “recortada” das coisas, pelo prisma desta
ou daquela circunstância ou tema que considera mais importante.
Do ponto de vista do consumidor (eleitor) permite um acesso mais fácil aos
conteúdos e informações e maior acessibilidade na partilha desses conteúdos. A
possibilidade de interacção directa, entre o eleito e eleitor, que até então eram
mantidos na maioria das vezes à distância.
2.3.As desvantagens da utilização da Web 2.0 na comunicação politica:
Um das potenciais desvantagens prende-se com o possível excesso de
informalidade da linguagem e do registo, relacionada com a própria natureza dos
meios da Web 2.0. A presença nas plataformas sociais não impede a necessidade
desse, ter na retaguarda um site para informações mais detalhadas e melhor
trabalhadas.
Outra desvantagem é como controlar o excesso de informação e aparição que
pode por vezes ser prejudicial, no sentido de que as informações podem perder-se
no grande vácuo da Internet, com tantas informações.
Outro aspecto menos bom é que o excesso e um trabalho menos cuidado pode
constituir mais uma arma para o “inimigo”, no sentido em que estes poderão
explorar o que se diz ou o que se faz, por vezes é difícil encontrar esse equilíbrio
entre o que é necessário dizer e mostrar e o que é excessivo.
Podemos ainda destacar o excesso de informações e aparições prejudiciais à
imagem, a dificuldade para manter a interactividade (dando resposta a tantas
solicitações), e ainda, o perigo de ser usado contra o utilizador o conteúdo que é
postado.
A Comunicação Politica na Web 2.0: Estudo de caso sobre os perfis e páginas do Presidente da Republica
Jorge Carlos Fonseca e do Primeiro-ministro José Maria Neves no Facebook
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Diante dessas desvantagens da Web 2.0, poderíamos então afirmar que esta em
um dado espaço de tempo estaria condenada ao fracasso? Reparemos no seguinte:
A Web 2.0 tem desvantagens, mas que podem ser ultrapassadas:
- O excesso de informação depende da escolha que é feita pelo usuário.
- A forma como usamos a internet influencia no que encontramos; saber utilizar a
internet de forma correcta, procurando aquilo que queremos em lugares apropriados
facilita muito e impede que encontremos aquilo que não queremos ver ou fazer; a
interactividade não existe apenas para trocar ideias ou outras coisas mas também
para nos ajudar a informar sobre aquilo que queremos. No mundo virtual
encontramos todo o tipo de pessoas e conteúdo tal como acontece no mundo real; o
que deveremos fazer e saber é procurar estar no meio onde sentimos melhor e onde
encontramos aquilo que procuramos.
- Aos políticos e ao seu Staff espera-se que saibam usar as ferramentas online com
engenho, com “conta, peso e medida”, evitando pecar por excesso ou por defeito na
informação disponibilizada e na presença em linha. A presença online exige
estratégia e planificação e não pode ser feita de forma amadora.
Podemos concluir que as vantagens em se usar as ferramentas da Web 2.0 vão
muito além das desvantagens que foram aqui apresentadas. Cada um é responsável
pelo retorno daquilo que procura ou faz na Web 2.0. Portanto, a Web 2.0 é uma
ferramenta poderosa que está ao dispor de todos e cabe a cada um utiliza-la de
forma a mais sábia possível a fim de evitar desgostos futuros.
As desvantagens que provêm da Web 2.0, se analisarmos com atenção, podem,
na sua maioria, ser evitadas, se da Internet for feito um uso correcto e responsável.
3.O Impacto da Web 2.0
Depois de tudo que já lemos sobre a Web 2.0 anteriormente neste trabalho, já
não nos surpreendemos com o enorme impacto que a mesma tem tido nas
sociedades ligadas entre si por esta rede que é Internet e que tem quebrado muitas
A Comunicação Politica na Web 2.0: Estudo de caso sobre os perfis e páginas do Presidente da Republica
Jorge Carlos Fonseca e do Primeiro-ministro José Maria Neves no Facebook
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barreiras a nível social, económico e até cultural. Após o surgimento das redes
sociais houve um aumento dos utilizadores da Internet, devido às inúmeras
vantagens que as mesmas agregam e que já explorámos anteriormente.
O impacto tem sido positivo na medida em que tem quebrado barreiras em
diversas áreas da vida do ser humano.
É nas redes socais que encontramos o maior número de pessoas em relação às
restantes ferramentas da Web 2.0.Em 2013 o Facebook, por exemplo, teria cerca de
1,2 mil milhões de utilizadores.
O Facebook é a rede social com mais utilizadores, sendo a interactividade uma
das principais responsáveis, ou seja, a forma como as pessoas interagem na mesma;
O utilizador é que escolhe como prefere utilizá-lo; pode ser de uma forma mais
passiva, apenas como observador, e opinando sobre assuntos que lhes interessam,
ou pode também ser muito activo, lançando debates, confrontando ideias etc. Outra
importante características desta rede é a possibilidade de escolher como e com
quem queremos interagir.
Para mostrar o grande impacto que a Web 2.0 tem tido na sociedade
relembremos o caso do Brasil. Segundo os dados recolhidos no Twitter e no
facebook nas foi através das mesmas que começaram e foram organizadas
manifestações e revoltas em torno de diversos assuntos. É o caso da manifestação
contra a subida dos preços dos tarifários dos autocarros, no dia 6 de Junho de 2013;
as pessoas começaram a partilhar, trocar e debater sobre o tema nas redes sociais
como o Twitter (muito utilizado no Brasil) e o Facebook. Durante os protestos,
vários foram os posts feitos nas redes sociais desde mensagens, fotos e vídeos.
Casos parecidos com o do Brasil já teriam acontecido na Grécia e na Turquia. Esses
movimentos podem ser consultados a qualquer momento nestas mesmas redes.
A Primavera Árabe – cuja análise mereceria um trabalho, por si – é outro
exemplo paradigmático do uso das redes sociais como forma de mobilização
popular.
Tendo e conta o que já lemos, podemos constatar o grande impacto que a Web
2.0 tem trazido para o nosso meio. Muito mais que um meio de comunicação e
partilhas, também tem sido um meio para mobilizar as pessoas e consciencializá-las
A Comunicação Politica na Web 2.0: Estudo de caso sobre os perfis e páginas do Presidente da Republica
Jorge Carlos Fonseca e do Primeiro-ministro José Maria Neves no Facebook
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sobre os seus direito e deveres, e outras vertentes da sociedade, como por exemplo
a cidadania e a democracia, ou melhor, Democracia 2.0 e Cidadania 2.0, ambas
evoluíram, pois ambas também estão presente na Web 2.0. baseando-se nos
mesmos princípios mas em outros moldes.
4.Cidadania e Democracia Vs. Cidadania 2.0 e Democracia 2.0
4.1.Cidadania e cidadania digital
Podemos de facto afirmar que existe uma cidadania digital? Será que esta existe
mesmo ou apenas é uma ferramenta utilizada pela cidadania? Para esta reflexão é
necessário dar a conhecer os conceitos e as características dadas às mesmas para
que se possa fazer uma análise consciente e procurar respostas plausíveis.
Segundo alguns autores, a palavra cidadania surgiu na Grécia antiga, do século
V ao século VI a.C.; esta foi uma tentativa de Aristóteles para desenvolver o
conceito. A cidadania encontrava-se associada a homens livres, excluindo mulheres
e escravos. Actualmente, a cidadania está associada à igualdade de valores
essenciais ao ser humano, conotação bem diferente da antiguidade mas que não
deixa de ser o ponto de partida para a sua evolução.
A cidadania não é apenas individual mas também colectiva, ou seja, esta
reconhece o indivíduo na sociedade em que o mesmo está inserido, isto apesar de
parecer um pouco confuso apenas demonstra a dualidade da palavra cidadania.
A cidadania é, assim, um conjunto de direitos e deveres ligado à sociedade nas
suas vertentes tanto social como política e cívicas; o indivíduo tem o direito e o
dever de participar em todas as vertentes da sociedade onde está inserido e a
sociedade, nesse caso os dirigentes, deve criar todas as condições para que isso
aconteça, pois ela é responsável pela preparação do cidadão para que este esteja
apto a exercer a cidadania.
Portanto, de acordo com o que já foi acima mencionado, não se consegue ter
cidadania sem o indivíduo, segundo Aristóteles: “O homem é um ser social…” e
este não consegue viver sem estar inserido num colectivo/sociedade; a cidadania é a
chave para se estar envolvido/inserido num meio colectivo, pois a ela implica a
interacção e participação na vida social.
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Ora sendo a cidadania a interacção e participação do cidadão na sociedade, esta
encontra na Web 2.0 ferramentas que a ajudam a alcançar o seu objectivo; resta
saber, no entanto, se a partir deste ponto começa-se a falar de uma cidadania digital
ou se a Internet é apenas uma ferramenta utilizada porque ajuda o individuo a
interagir e a participar na sociedade. Com a evolução da Internet e através das
ferramentas que esta coloca à disposição através da Web 2.0, a interactividade e a
participação em assuntos colectivos tem sido facilitada.
A Internet permitiu o acesso a um extenso manancial de informação e
facilitou uma rápida comunicação (assíncrona e síncrona) a baixo custo. É o
símbolo de uma nova Era, a Sociedade da Informação e do Conhecimento.”
a Sociedade em Rede, entre outras nomenclaturas. (Neves, 2010)
Com tanta interactividade e participação na Web 2.0, será possível falar em
cidadania digital? Recordamos que ao interagirmos na Web 2.0 fazemos isso
virtualmente; se desconsiderarmos a necessidade de se estar presente fisicamente
para se fazer esta interactividade e, aceitando que se pode fazer isto sem a
necessidade de se estar próximo fisicamente, podemos falar sim em cidadania
digital.
Segundo Neves (2010) O digital faz parte do físico, ou seja, actualmente
milhões de pessoas têm a necessidade ou querem estar ligadas à internet no seu dia-
a-dia a qualquer momento.Com o avanço das tecnologias, é fácil se sentir próximo
da pessoa sem se estar lá. A tecnologia não substitui o contacto visual mas reduz
consideravelmente esta necessidade.
A cidadania digital é o uso da internet com normas adequadas e responsáveis.
Não se pode dizer que seja diferente da cidadania apenas uma evolução da mesma,
pois podemos reparar que apesar de estarem inseridos em ”universos” diferentes
são praticamente iguais tendo sofrido ligeiras alterações para adaptar-se ao novo
espaço, no caso à Internet.
Informações retiradas do site Miúdos seguros.net nos mostram que embora
sendo um mundo virtual, a etiqueta e a boa educação são pontos fulcrais. Sabemos
que já existem recursos e, em certos países, meios e leis para punir quem não utiliza
os espaços virtuais da melhor forma possível.
A Comunicação Politica na Web 2.0: Estudo de caso sobre os perfis e páginas do Presidente da Republica
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Tal como acontece na cidadania na sua forma mais pura, onde encontramos
direitos e deveres para os cidadãos, na cidadania digital também encontramos
direitos e deveres dados aos cidadãos. Todo o cidadão tem direito a informação de
igual forma que os outros. Há que ter em conta também a responsabilidade sobre o
que se partilha e quando se utilizam obras publicadas na internet da forma menos
correcta; em muitos lugares isto também fica sujeito a coimas, apesar de, como já
foi dito anteriormente, estas leis não existirem em todos os países.
4.3.Democracia
É na Grécia que vamos encontrar os primeiros passos da democracia; autores
como Platão e Aristóteles, grandes filósofos da antiguidade, foram os mestres do
pensamento político social. Na sua obra «A República», Platão deixa bem claro que
no regime democrático o governo teria as suas atenções voltadas para o povo, sendo
este o detentor do poder.
Tudo o que é feito na Web 2.0, para além de ter um baixo custo, proporciona
um espaço onde o cidadão é livre para se expressar, e onde a censura é muitas vezes
difícil de ser praticada, sendo este um estimulante para o aumento da participação,
principalmente na vida política.
[...] a democracia por intermédio da internet e as ferramentas da Web2.0, como
as redes sociais virtuais, revelam uma nova área para a política, sendo capaz de
integrar dinamicamente com sociedade e políticos. [...] (Tavares cit. Al. Ospina e
Acosta 2010)
As redes sociais têm tido um papel muito importante nesta nova fase da
democracia, pois são estas que têm unido a sociedade com os políticos. Através da
Web 2.0 a distância foi encurtada não só a nível geográfico mas também entre
classes sociais e profissionais. Hoje em dia através da mesma as pessoas estão mais
perto dos políticos, podendo entrar em contacto com os mesmos a qualquer
momento utilizando uma rede social em que o politico/partido etc., esteja presente.
Para Tavares cit. in Harto de Vera (2006):
A Comunicação Politica na Web 2.0: Estudo de caso sobre os perfis e páginas do Presidente da Republica
Jorge Carlos Fonseca e do Primeiro-ministro José Maria Neves no Facebook
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(…) O impacto proporcionado pela democracia 2.0 permite o fortalecimento da
política em comunidade e um relacionamento estreito entre representantes e
representados, tendo como foco as intenções dos eleitores através de feedback.
É claro que a Democracia 2.0 não poderá substituir a Democracia
representativa e nem é esta a sua intenção. A Democracia representativa continuara
a existir pois permanecera a necessidade de se ter encontros e mediações físicos. A
Democracia online seria mais uma ferramenta para o cidadão informar, exprimir a
sua opinião ou dúvidas, e estar melhor preparado para participar na Democracia
representativa.
Neste sentido podemos concluir que a internet vem impactando positivamente
a democracia, pois através dela foram criados espaços que permitem às pessoas
dialogaram e estar informadas sobre assuntos que lhes interessam, principalmente a
nível político.Com a entrada dos políticos na Web 2.0, as pessoas passaram, muito
mais do que a acompanhar campanhas políticas, a participar nas mesmas, e a serem
importantes colaboradores. Através da Web 2.0 os cidadãos também passaram a
estar em maior contacto com o resto da sociedade e com os assuntos políticos, tudo
isso cria cenários ideais para o surgimento de novos movimentos e de eleitores mais
bem informados.
Essas redes sociais funcionariam como canais de informação, em que o homem
é inserido nessa sociedade contemporânea, através de inputs e outputs de
informação, podendo relacionar-se com os governos de uma maneira interactiva e
dinâmica, e não somente recebendo informações oriundas desses meios de
comunicação. Além disso, segundo Castells (1999) as redes sociais permitem uma
interacção de „iguais‟, de grupos que se identificam, independentes de seu espaço
ou tempo .
Portanto, a democracia só teve ganhos nessa sua nova vertente como
Democracia 2.0, porque através da interactividade que existe neste ambiente, em
conjunto com as vantagens que advêm da mesma; o político e os eleitores estão
cada vez mais próximos, permitindo assim uma sociedade digital com cidadãos
melhor informados e com opiniões formadas.
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4. Marketing Politico e a Web 2.0
A comunicação é parte essencial da política e a necessidade de fazê-la chegar
ao maior número de pessoas é extremamente importante, por isso sempre houve a
preocupação de usar os mass media para alcançar esse objectivo. E é neste contexto
que se começa a utilizar a Web 2.0 como um dos aliados para se fazer esta
comunicação/marketing político.
Reconhece-se hoje mais que nunca a importância de se fazer o Marketing Politico e
o Marketing eleitoral. Mas independente do sentido que se dê ao Marketing, este
sempre terá a sua base. Segundo Araújo et.al (2010), os seus quatro componentes
essenciais são: produto, preço, praça e promoção, conhecidos por 4P's. Portanto
definindo o Marketing tradicional será:
“ (…) A área do conhecimento que engloba todas as actividades concernentes à
relação de troca, orientadas para a satisfação dos desejos e necessidades dos
consumidores, visando alcançar determinados objectivos de empresas ou indivíduos
e considerando sempre o meio ambiente de actuação e o impacto que essas relações
causam no bem-estar da sociedade” (Araújo et.al cit.in. CASAS, 2001).
O Marketing tradicional, pode-se ajustar às mais diversas áreas desde do
comercial, passando pelo marketing político, sem perder a sua base, pois esta
simplesmente adapta-se para alcançar o objectivo de quem o utiliza. Como por
exemplo, o marketing político e o marketing eleitoral, apesar de terem finalidades
diferentes, ambos possuem a mesma base, ou seja, ambos se baseiam nos 4P´s do
Marketing tradicional.
5.1.A Distinção entre Marketing Politico e Marketing Eleitoral
O marketing político é voltado para a construção de uma imagem de longo
prazo. Utiliza as mesmas técnicas do marketing eleitoral, só que com uma visão
mais ampla. Já o objectivo do marketing eleitoral é angariar o maior número de
votos para ganhar uma eleição, com data marcada.(…)A diferença fundamental é,
portanto, uma questão de tempo (Araújo et.al, 2010).
A Comunicação Politica na Web 2.0: Estudo de caso sobre os perfis e páginas do Presidente da Republica
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Nesta diferenciação estes autores fazem uma transposição do marketing
tradicional para o marketing o político onde teremos como produto o candidato, o
voto será o preço, a praça a conveniência, e a promoção a comunicação. O
marketing político não trabalha sozinho mas sim em parceria, como já foi dito do
marketing eleitoral, com as qualidades do candidato. O marketing político ajuda o
eleitor a conhecer o candidato e a decidir também sobre o seu voto. Não queremos
dizer que esta seja a única forma mas é uma das mais importantes, e nem afirmar
que esta seja uma fórmula mágica para a vitória mas se bem conjugada e trabalhada
com o Marketing eleitoral terá grandes hipóteses de vencer ao contrário do
candidato que não o fez.
O marketing político é essencial para um candidato e isso implica que dada a
sua importância se faça um estudo profundo para conhecer aqueles que deverão ser
atingidos pela mensagem e consequentemente o voto. O marketing político tem de
estar onde o povo está. Não é o povo que deve ir atrás do mesmo mas sim o
contrário. É nesta óptica que o marketing começa a utilizar a Web 2.0 como uma
ferramenta de trabalho e de divulgação das suas ideias e a resposta tem sido
positiva e com grande adesão.
Concluindo, o marketing político feito na Web 2.0 traz benefícios que muitas
vezes chegam a suprir qualquer desvantagem ou desgosto que possam advir da
mesma. Um exemplo disso é a eleição de 2008 nos E.U.A. feito pelo Presidente
Barack Obama.
5.2. A Campanha Eleitoral / Marketing Político de Barack Obama na
Web 2.0
A campanha Eleitoral de Barack Obama, em 2008, foi uma das campanhas
mais marcantes da história dos E.U.A, não só porque era a primeira vez que víamos
um negro como chefe de Estado norte-americano, mas também pela forma
inovadora como a mesma foi conduzida.
A grande novidade residiu na utilização da Web 2.0, como forma de divulgar a
campanha eleitoral e não como mais um media, servindo como uma ponte de
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ligação directa entre o candidato e o potencial eleitor e tornando-se posteriormente
como um exemplo para as campanhas eleitorais ocorridas em outras partes do
mundo.(…) Esta campanha nos ensinou as diversas formas de usar a Web 2.0 a
nosso favor e tornou-se uma referência em marketing político digital e estratégias
eleitorais. (Araújo et.al, 2010).
Apesar de não ter sido o primeiro a utilizar a Internet numa campanha eleitoral,
este trouxe inovação, utilizando todo o potencial que as ferramentas da Web 2.0
colocam ao dispor de qualquer um de nós.
Obama focou-se na natureza viral, democrática e interactiva da Web. As suas
acções basearam-se no princípio de que elas deveriam ser feitas onde as pessoas
estão e não onde se gostaria que estivessem (Araújo et.al, 2010).
O resultado final da campanha dá-nos uma noção de como a Web 2.0 pode ser
uma ferramenta poderosa nas mãos de quem a utiliza de forma sábia e responsável.
A campanha eleitoral de Obama chegou a milhões de pessoas em diversas partes
dos E.U.A. e do mundo, envolvendo e apaixonando as pessoas, através de ideias e
atitudes inovadoras, e principalmente pela proximidade que havia entre o candidato
e o eleitorado. Como prova disso temos os milhões de dólares doados a favor da
campanha sem que se tenha feito qualquer tipo de apelo de forma directa. Tudo isso
graças aos investimentos feitos nas redes sociais como o Facebook e o YouTube,
com vários vídeos, mensagens e fotos publicados diariamente. Foi igualmente
criada a própria rede social,2
Mybarckobama.com, que juntou um número
significativo de seguidores.
Praticamente todas as ferramentas da Web 2.0 foram utilizadas durante esta
campanha, desde os tradicionais e-mails, passando pelas redes sociais. Todas as
potencialidades de cada ferramenta foram aproveitadas, tanto para fazer campanha
como também para monitorizar a mesma, graças à interactividade permitida nestas
redes. Qualquer medida positiva era imediatamente aplaudida. Qualquer medida
negativa era criticada e por, isso, poderia ser melhor explicada ou corrigida.
2 Podemos consultar o site: http://www.barackobama.com/#get-the-facts
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Segundo (Araújo et.al, 2010).a campanha eleitoral de Barack Obama nas redes
sócias começou muito antes da abertura da mesma, meses antes do anúncio oficial
da candidatura muitas pessoas já conheciam o agora presidente dos E.U.A, e
durante a campanha isso intensificou-se. Mesmo depois de ter ganho, o staff de
Obama continuou com o seu marketing político, agora através dos meios oficiais da
Casa Branca.
Posteriormente vários foram os políticos que se renderam às vantagens da Web
2.0, e a utilizam ao seu favor tanto durante as campanhas como também no dia-a-
dia. Estar presente em pelo menos um das redes sociais é algo necessário e útil para
a comunicação política e em vários países, inclusive Cabo Verde.
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Capitulo II
II-O Impacto da Web 2.0 na comunicação Politica de Cabo
Verde.
1.A Web 2.0 em Cabo Verde
As plataformas da Web 2.0 já fazem parte do dia-a-dia do cidadão cabo-
verdiano. Principalmente na camada mais jovem, hoje em dia é muito difícil
encontrar um jovem Cabo-verdiano que não utiliza pelo menos uma das
ferramentas da Web 2.0. Há cada vez mais empresas e instituições publicas ou
privadas que utilizam estas ferramentas da Web 2.0, a fim de usarem as vantagens
da mesma ao seu favor. Neste contexto iremos analisar o impacto que a mesma tem
tido nestas ilhas, e tentar aplicar os temas anteriormente abordados como: a
Cidadania 2.0, a Democracia 2.0, a Web 2.0 e a comunicação Politica, entre outros
á nossa realidade.
Esta aplicação será feita com base naquilo que foi recolhido durante o trabalho
de campo que se baseou na observação dos perfis e páginas do Presidente da
Republica Jorge Carlos Fonseca, e do Primeiro-ministro José Maria Neves, cujo
resultado e a análise serão apresentados mais adiante, e também as entrevistas feitas
aos respectivos assessores, entrevistas essas que podem ser consultadas,
integralmente, no anexo 1 e 2, desde trabalho.
1.2. Breve contextualização sobre a internet/Web 2.0 em Cabo
Verde:
Por ser um tema novo e sendo a bibliografia sobre a Web 2.0 em Cabo Verde
inexistente, procuramos aplicar e identificar os aspectos positivos e negativos que
provêm da mesma, tentando através do estudo de caso sobre a utilização da Web
2.0 por parte dos políticos cabo-verdianos dar a entender o impacto e a amplitude
que as mesma tem tido sobre a sociedade destas ilhas.
Quando a Internet chegou a Cabo Verde era muito limitada, e nem todos tinham
acesso à mesma sem falar que era muito lenta. Eram poucos os privados que tinham
esse “luxo”. A maioria das pessoas usavam a internet em cyber-cafés, ou no local
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de trabalho, caso trabalhassem num lugar que tinha a necessidade de ter Internet, e
mesmo assim a mesma encontrava-se muito restrita e nem todos os funcionários
tinham acesso à mesma. O custo de se ter ou utilizar a Internet em Cabo Verde era
muito elevado.Aos poucos, com os investimentos feitos, e principalmente com a
entrada da concorrência, as pessoas passaram a ter mais acesso à Internet, havendo
lugares como universidades, praças digitais entre outros, onde o acesso é gratuito.
Estas evoluções aconteceram no espaço de dez anos.
3Fonte: ANAC, 2013
Segundo os dados da ANAC (Agencia Nacional das Comunicações) o número
de utilizadores aumentou durante o ano de 2013, principalmente o número de
usuários da internet móvel, de acordo com o gráfico podemos ver, que este
representa cerca de 75,5%, o que segundo a mesma agência demonstra que este é
um dos serviços mais dinâmicos, continuando a análise do gráfico, verificamos que:
A 3G representada pela cor lilás representa cerca de 90%, seguida pela ADLS com
7,7%, é de realçar que desde o aparecimento da 3G o uso da internet via ADSL
diminuiu bastante, talvez por ser mais prático, pois 3G permite aos usuários usar a
internet em telemóveis ou tablets, á qualquer momento ou lugar. A 3G ou banda
larga móvel representa cerca de 212,745 assinantes em que cerca de 78% utilizam
os terminais móveis.
Graças a estas mudanças hoje em dia temos um grande número de cabo-
verdianos dentro e fora do país ligados pelas redes da Internet. Estando cada vez
mais próximos uns dos outros, interagindo e obtendo informações das ilhas, da
3 Dados recolhidos do Site da ANAC (Agencia Nacional de Comunicação) Ano ,2013 Disponível em:
http://www.anac.cv/index.php?option=com_content&view=article&id=59&Itemid=56&lang=en#twoj_fr
agment1-4
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diáspora e do mundo, através das ferramentas da Web 2.0, nomeadamente as redes
sócias, como o Facebook, YouTube, Google +, etc.
1.2.A interactividade na Web 2.0 em Cabo Verde:
A interactividade é a peça chave do sucesso da Web 2.0.Foi graças a essa
oportunidade de interagirmos com a informação que circula na rede que os
usuários, começaram a opinar e a debater sobre diversos assuntos, a informar e a se
informar sobre assuntos ligados a cultura, politica, sociedade, etc. Em Cabo Verde
este impacto não deixou os cabo-verdianos indiferentes, que aos poucos começaram
a aderir às redes sociais.
Graças a estas ferramentas os cabo-verdianos tem estado mais próximos do que
nunca da sua diáspora, ligando-se através das suas plataformas, pais, filhos, avós,
primos etc. Hoje em dia, nestas redes, encontramos grandes, pequenas e médias
empresas cabo-verdianas, que descobriram na Web 2.0 um espaço ideal para a
divulgação ou ampliação dos seus negócios, produtos/ serviços, e não só. A cultura
e o turismo também têm feito um bom proveito destas ferramentas, o mesmo se
aplicando a outras tantas áreas presentes na nossa sociedade.
Os políticos cabo-verdianos, bem como os partidos já marcam presença neste
espaço, mas ainda as potencialidades da Web 2.0 não estão sendo totalmente
aproveitadas.
(…)Hoje em dia é inadmissível que uma instituição ou uma figura pública como
por exemplo o Presidente da República não tenha pelo menos uma página numa
rede social, segundo o assessor de impressa”(Informação verbal)4.
Ainda não tivemos casos de revoltas populares, feitas através da Web 2.0 em
Cabo Verde, como as que foram criadas a partir do Facebook em países como o
Brasil, Turquia ou Grécia, mas já temos casos de petições para impedir, por
exemplo, a construção de um quebra-mar na zona do Algodoeiro, na ilha do Sal ,
petição essa que obteve mais de 5000 assinaturas online até agora.
4Entrevista concedida pelo assessor do Presidente da Republica António Miranda Entrevista I.
[Maio,2014]. Entrevistador: Lo-Ruama Rocha
São Vicente, 2014. 1 Arquivo .mp3 (10min.). A entrevista na íntegra encontra-se transcrita
A Comunicação Politica na Web 2.0: Estudo de caso sobre os perfis e páginas do Presidente da Republica
Jorge Carlos Fonseca e do Primeiro-ministro José Maria Neves no Facebook
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Também temos o caso da requalificação da Praia da Laginha, na ilha de São
Vicente, obra que teve grande repercussão na rede social Facebook. O governo teve
de dar explicações a sociedade civil, mostrando o estudo realizado. Várias pessoas
exprimiram a sua indignação, revolta ou apoio à causa, tanto nos seus próprios
perfis pessoais, como em páginas e até mesmo no perfil do Primeiro-Ministro, José
Maria Neves. Apesar de não se ter alcançado o objectivo de impedir as alterações
na praia da Laginha, estes conseguiram expressar as suas opiniões, falar dos seus
direitos, e expressar-se sem medo de qualquer tipo de censura ou punição.
Nas observações feitas durante a recolha de dados do nosso estudo de caso – que
em seguida apresentamos em detalhe – constatámos que a maioria dos cabo-
verdianos estão conscientes dos seus direitos e deveres e que os espaços
interactivos na Web 2.0, são os espaços ideais para discutirem ou opinarem sobre
qualquer assunto sem serem censurados, sem terem intermediários etc.
Assinalamos contudo que alguns usuários, claramente não a maioria, usa as
redes sociais como forma de veicular informações falsas, levantar boatos e proferir
insultos, habitualmente ao abrigo de um perfil falso.
Como assinala o assessor do Presidente da República, na entrevista que nos
concedeu, não é a plataforma que define o sucesso da comunicação “o sucesso ou
não depende directamente de quem a utiliza. O sucesso advém da forma e da
dinâmica de quem a utiliza”. (informação verbal)5
1.3. A Web 2.0 e a comunicação política: a imprensa _ Cabo Verde
Em Cabo Verde, como aconteceu nos restantes países antes da chegada da
Internet, a comunicação era feita através das rádios, alguns jornais e pela televisão.
Durante algum tempo e ainda hoje a rádio é um importante veículo de
comunicação, visto que em muitos lugares ainda não há sinais da televisão, e em
outros o sinal nem sempre chega nas melhores condições. O certo é que estes foram
os meios de comunicação mais utilizados pelas pessoas antes e mesmo depois da
chegada da Internet ao país. Hoje, apesar todas as vantagens que a mesma traz para
5Entrevista concedida pelo assessor do Presidente da Republica António Miranda Entrevista I.
[Maio,2014]. Entrevistador: Lo-Ruama Rocha
São Vicente,2014. 1 Arquivo .mp3 (10min.). A entrevista na íntegra encontra-se transcrita
no Anexo A desta monografia.
A Comunicação Politica na Web 2.0: Estudo de caso sobre os perfis e páginas do Presidente da Republica
Jorge Carlos Fonseca e do Primeiro-ministro José Maria Neves no Facebook
26
nossa sociedade, e da facilidade de acesso a mesma e das mudanças que fez e
continua a fazer na vida dos cabo-verdianos esta ainda se encontra muito limitada e
muito cara, para o poder de compra de muitos cabo-verdianos, o que tem impedido
a completa universalização do serviço.
Os políticos cabo-verdianos, no caso o Presidente e o Primeiro-ministro, estão
conscientes de que a Web 2.0 é uma ferramenta poderosa, principalmente para a
comunicação política e que de facto, após a campanha de Barack Obama, as
ferramentas da Web 2.0 foram vistas como um dos meios de se comunicar e
interagir com o publico em geral e saberem o que o mesmo tem a dizer sobre eles.
2. A Cidadania 2.0 vs Democracia 2.0 em Cabo Verde
2.1. Cidadania 2.0
A cidadania também tem marcado presença nestes ciberespaços, abertos a
debates, trocas e partilhas. Os cidadãos graças às vantagens da Web2.0 sentem-se
mais à vontade para exercer a sua cidadania, pois a Internet contribui no sentido de
termos cidadãos mais bem informados e consequentemente dispostos a exercerem a
cidadania. Em Cabo Verde esta cidadania começa-se aos poucos a ser feita através
da Web 2.0 embora sejam poucos, mas já se nota. Talvez por esta experiência com
as ferramentas da Web 2.0 serem recentes, mas aos poucos a adesão a esta forma
evoluída de se fazer cidadania vai ganhando adeptos.
2.2. A Democracia 2.0
Será que podemos falar em democracia 2.0 em Cabo Verde?
Aos poucos as redes sociais foram fazendo parte da vida dos cabo-verdianos.
Hoje em dia é difícil encontrar um cidadão que não esteja conectado à rede, aos
poucos estes têm usado as vantagens destas redes sociais, como já foi referido, e o
mesmo se aplica à Democracia. Os cabo-verdianos já usam os ciberespaços para
dialogar e debater sobre assuntos diversos.
Por exemplo, no Facebook existem vários grupos, onde as pessoas discutem
sobre diversos assuntos trocam ideias, fotos etc. Inclusivamente grupo onde o
A Comunicação Politica na Web 2.0: Estudo de caso sobre os perfis e páginas do Presidente da Republica
Jorge Carlos Fonseca e do Primeiro-ministro José Maria Neves no Facebook
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assunto é a politica. Nestes grupos encontramos muitos assuntos ligados à politica,
e onde as pessoas livremente expressam as suas ideias, e tal como acontece em
outras partes do mundo, não correm o risco de serem censurados, pois na internet
todos são livres para debater sobre qualquer assunto.
A dinâmica e a comunicação entre as pessoas têm sido dois elementos chave
para o sucesso da Democracia na rede. Analisando o impacto da mesma posso
chegar à conclusão, que ainda há muito por fazer neste sentido, precisa-se ter uma
presença mais constante e assídua dos representantes políticos, precisa-se criar
pontos de debate mais frequentes e os mesmos políticos devem envolver-se mais e
participarem mais desses mesmos debates, interagindo mais com quem realmente
entende e procura esse meio.
Por outro lado, a população precisa também envolver-se e dar mais atenção
àquilo que é debatido, e responder de forma clara e educada. Ao passarmos por
grupos online, onde decorrem debates políticos, podemos observar que
constantemente aparecem indivíduos, muitas vezes anónimos, que dificultam ou
destroem o debate.
3.O Marketing Politico em Cabo Verde
Será que podemos falar em Marketing Politico digital em Cabo Verde?
Devemos reconhecer que em Cabo Verde o Marketing Politico na Web 2.0 já
deu os seus primeiros passos. Neste mundo virtual, a comunicação é essencial para
todo o político, em qualquer circunstância em que o mesmo se encontre, quer como
dirigente de um cargo político, como também na forma de candidato a um qualquer
cargo político. É claro que ainda há muito para explorar, apesar de haver políticos e
partidos cabo-verdianos que já usam estas ferramentas da Web 2.0, estas têm muito
mais vantagens a oferecer aos políticos e partidos. Tal como acontece hoje em dia
nos outros países, as ferramentas da Web 2.0 já começam a ganhar espaço no seio
da comunicação política. Durante estes últimos anos temos vistos várias pessoas
ligadas à política a utilizarem os seus perfis ou criando páginas, como forma de
estarem mais próximos, das pessoas e saber o que estas pensam ou esperam do
mesmo.
A Comunicação Politica na Web 2.0: Estudo de caso sobre os perfis e páginas do Presidente da Republica
Jorge Carlos Fonseca e do Primeiro-ministro José Maria Neves no Facebook
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Nos casos do Presidente da República e do Primeiro-Ministro, quem gere as
suas páginas são os seus assessores de impressa, que em entrevista falaram sobre
este trabalho e como o fazem, passando também pelas desvantagens que advêm do
uso desta ferramenta em Cabo Verde para a comunicação política. Barack Obama
como já foi mencionado neste trabalho, em entrevista, o assessor de impressa do
Presidente da Republica, António Miranda, afirma que:
“A criação de uma página nas redes sociais faz parte do plano de marketing de
qualquer instituição actualmente, e estas são utilizadas sobretudo para difundir
informação e estar em contacto com outras entidades.” (informação verbal)6
Em Cabo Verde a ferramenta da Web 2.0 mais usada é o Facebook. Nesta rede
social encontramos vários políticos cabo-verdianos, bem como os partidos políticos
com perfis ou páginas, mas é de realçar que muitas dessas páginas não são
regularmente actualizadas. É nesta mesma rede social que podemos encontrar as
páginas e perfis do Presidente da Republica, Jorge Carlos Fonseca, e o Primeiro-
ministro, José Maria Neves, que fazem parte do estudo de caso, que iremos analisar
mais à frente. Estes são os que estão presentes com maior frequência nas redes
sociais, mas para além destes casos também podemos encontrar o Presidente da
Câmara Municipal da Praia e presidente do Movimento para a Democracia
(oposição), Ulisses Correia e Silva, entre outros presidentes, ministros e deputados.
Em Cabo Verde tal com acontece em outras partes do mundo o marketing
ajuda o eleitorado a conhecer melhor o candidato, portanto ele é essencial para
qualquer candidato político, pois ajuda a construir a sua imagem a longo prazo, e
isso é feito através da comunicação com o eleitorado. Em Cabo Verde, ainda não se
pode falar de marketing político eleitoral, pois este ainda não foi feito, apesar de já
se ter feito alguma divulgação durante as campanhas anteriores, mas que demonstra
ser irrelevante e quase nulo diante de tudo aquilo que se pode fazer utilizando estas
plataformas da Web 2.0. O que temos actualmente é somente o marketing político
digital, onde os assessores dos políticos tentam estar mais próximos dos eleitores e
principalmente da diáspora. Ambos os assessores políticos em entrevista afirmam
6Entrevista concedida pelo assessor do Presidente da Republica António Miranda Entrevista I.
[Maio,2014]. Entrevistador: Lo-Ruama Rocha
São Vicente, 2014. 1 Arquivo .mp3 (10min.). A entrevista na íntegra encontra-se transcrita
no Anexo A desta monografia.
A Comunicação Politica na Web 2.0: Estudo de caso sobre os perfis e páginas do Presidente da Republica
Jorge Carlos Fonseca e do Primeiro-ministro José Maria Neves no Facebook
29
que o principal motivo da utilização destas ferramentas foi para criar uma linha de
comunicação entre o político e a população. Segundo o assessor de impressa de
José Maria Neves, Abdul K. Simas:
``Fazer com que a nossa mensagem chegue ao maior numero possível de
pessoas e esperar que a mesma as influencia. Por enquanto é isso” (Informação
Verbal)7
As vantagens apontadas pelos mesmos não são diferentes das que já foram
mencionadas. Os assessores acrescentam que, tendo Cabo Verde uma diáspora
significativa, esta é a forma encontrada para um contacto permanente com esses
cidadãos residentes fora do território nacional.
Do lado das desvantagens e obstáculos, e segundo o assessor do Primeiro-
Ministro, estas vão desde a equipa muito reduzida para se fazer este trabalho,
passando pelos problemas da própria rede de Internet no país, até a problemas com
quem vê esta aproximação entre o político e a sociedade civil com uma forma mais
prática e directa de pedir ajuda, colaboração, etc.
“Outros problemas que temos são que muitas vezes as pessoas utilizam
este veículo para pedir ajuda, como por exemplo para pedir bolsas de estudo.
As paginas e os perfis não são os locais mais apropriados para se fazer isso,
existem normas, existe um processo para se fazer isso e muitas vezes isso não
é bem aceite ou entendido pelas pessoas que nos seguem” (Informação
Verbal)8
O marketing político digital em Cabo Verde está a dar os seus primeiros passos
e esta no bom caminho para alcançar e tirar partido das vantagens a Web 2.0.
Contudo, os assessores e os políticos Cabo-Verdianos, precisam alargar mais os
seus objectivos. Estes estão, aliás, conscientes pois estes estão conscientes de que a
Web 2.0 pode ser uma poderosa arma na sua estratégia de comunicação.
7Entrevista concedida pelo assessor do Primeiro-ministro Abdul Kuanda Simas. Entrevista II. [Abril,
2014]. Entrevistador: Lo-Ruama Rocha.
São Vicente,2014. 2 arquivo .mp3 (14min.). A entrevista na íntegra encontra-se transcrita
no Anexo B desta monografia.
8Entrevista concedida pelo assessor do Primeiro-ministro Abdul Kuanda Simas. Entrevista II. [Abril,
2014]. Entrevistador: Lo-Ruama Rocha.
São Vicente,2014. 2 arquivo .mp3 (14min.). A entrevista na íntegra encontra-se transcrita
no Anexo B desta monografia.
A Comunicação Politica na Web 2.0: Estudo de caso sobre os perfis e páginas do Presidente da Republica
Jorge Carlos Fonseca e do Primeiro-ministro José Maria Neves no Facebook
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CAPITULO III
III. A comunicação política na Web 2.0, estudo de caso sobre os perfis e
páginas do Presidente da Republica Jorge Carlos Fonseca e o Primeiro-
ministro José Maria Neves no Facebook
Introdução ao estudo de caso
O estudo de caso que se segue tem por objectivo dar a conhecer o uso da Web
2.0 em Cabo Verde na comunicação política. Para isso analisaremos o perfil e as
respectivas páginas do Presidente da Republica, Jorge Carlos Fonseca, e do Primeiro-
ministro, José Maria Neves. Estes foram por nós escolhidos para fazer parte deste
estudo por serem os que utilizam com maior frequência as ferramentas da Web 2.0.
No caso do Presidente da República, está presente no Facebook, Twitter, Linkedln, e
Google+.Enquanto que, o Primeiro-ministro está presente no Facebook e YouTube. O
estudo foi feito no Facebook pois esta é a ferramenta que ambos possuem e que com
frequência actualizam, com fotos, mensagens e vídeos, fazendo uma análise de todas as
publicações feitas no perfil e nas páginas de ambos durante o ano de 2013, observando
quem fez as publicações (próprio, publicações feitas pela assessoria ou outros - feitas
pelos amigos ou seguidores da página ou perfil), analisando também o número de
gosto/likes, comentários e partilhas feitos nas publicações. Por último procurou-se
classificar que tipo de publicação foi feito (texto, foto ou vídeo). Apresentamos os
dados em gráficos, fazendo uma análise em primeiro lugar separadamente, e depois
cruzando-os e fazendo as comparações entre os mesmos.
1. Estudo de caso
2.1. Perfil do Presidente da República e do Primeiro-ministro
Começamos a nossa comparação com os dados recolhidos dos perfis pessoais do
Presidente da Republica e o Primeiro-ministro de Cabo Verde. A recolha de dados
baseou-se no número de publicações feitas pelos próprios, no sentido de saber com
que frequência os mesmos usam os seus perfis pessoais e constatamos que ambos
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Próprio PM
estão frequentemente ligados à Internet e sempre partilham informações com os seus
seguidores.
2.1. Perfil do Presidente da Republica
Gráfico 1: Publicações feitas pelo próprio: Presidente da Republica
2.2. Perfil do Primeiro-ministro
Gráfico 2: Publicações feitas pelo próprio: Primeiro-ministro
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No gráfico 1 que representa que representa a interactividade do Presidente da
República podemos ver que esta se mantém constante, excepto no mês de Maio onde
houve uma diminuição da mesma.
Fazendo a análise do gráfico 1, podemos ver que no mês de Março, o mês em
que o primeiro-ministro visitou os EUA a convite do presidente Barack Obama, houve
muita interactividade através de fotos e mensagens e os seguidores estiverem sempre
envolvidos, comentando, partilhando etc. Nos restantes meses houve períodos, como
por exemplo o mês de Janeiro, onde a interactividade não foi tão significativa quando
comparada aos restantes meses. Mas podemos ver que durante todos os meses houve
partilha de informações diversas.
O que nos leva à conclusão que a nível de partilha de informações na Web 2.0,
quem está à frente é o Primeiro-ministro de Cabo Verde, sendo o que mais utiliza a
ferramenta da Web 2.0, o Facebook.
2.3. Publicações feitas por outro
Gráfico 3: Publicações feitas pelo Presidente da Republica: Outro
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2.3.2. Publicações feitas por outro no perfil do Primeiro-ministro
Gráfico 4: Publicações feitas pelo Primeiro-ministro: Outro
Nestes dois gráficos recolhemos dados sobre o número de pessoas que partilham
informações nos perfis de ambos, em nenhum dos casos é permitido escrever
directamente no mural e por isso as partilhas que foram feitas, surgiram através de
identificações feitas em fotos, mensagens ou vídeos.
No que toca ao gráfico 3 referente ao Presidente da República, observamos o
seguinte: a interactividade é muito baixa, poucos foram aqueles que partilharam
informações no mural do Presidente, através de identificações.
Cruzando os dados de ambos os gráficos reparamos que há mais interactividade
na página do Primeiro-Ministro, e tal como aconteceu anteriormente o mês de Março foi
o mês em que houve mais interactividade, pelo motivo anteriormente mencionado.
Durante a recolha de dados podemos observar que as publicações feitas por outras
pessoas são algumas vezes comentadas pelo próprio Primeiro-ministro, ou em outros
casos assinaladas através de “gostos”.
Da nossa análise, percebemos que o mesmo acontece no mural do Presidente da
República, mas não de forma tão frequente. O que nos leva a concluir que o primeiro-
ministro interage muito mais com os seus seguidores.
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2.4. Publicações: Texto
2.4.1. Publicações: Texto: Fotos: Vídeos Presidente da Republica
Gráfico5: Publicações: Texto: Fotos; Vídeos e pessoal: Presidente da Republica
2.4.2. Publicações: Texto: Fotos: Vídeos Primeiro-ministro
Gráfico 6: Publicações: Texto: Fotos; Vídeos e pessoal: Primeiro-ministro
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Nos Gráficos 5 e 6 foram recolhidos dados sobre o tipo de publicação e sua
categorização, nos perfis do P.M. e P.R., durante o ano de 2013. Ou seja, pretende-se
saber que tipo de formato é utilizado pelos objectos de estudo.
Comecemos pelos textos ou mensagens publicados nos murais, sobre assuntos
tanto profissionais como pessoais. Ao compararmos, podemos ver que não existe uma
diferença muito significativa entre os gráficos em relação aos dados referentes aos
textos públicos. Podemos afirmar que a frequência com que os mesmos publicam textos
é praticamente igual. O que já não acontece em relação às fotos: o Presidente da
República tem mais fotos publicadas principalmente durante o mês de Dezembro. Ora
se o Presidente Republica publica mais fotos do que o Primeiro-ministro no que diz
respeito aos vídeos, a análise comparativa dos gráficos permite-nos perceber que o
número de vídeos partilhados pelo Presidente da República, é tão insignificante que
quase não aparece no Gráfico. Já no caso do Primeiro-ministro, os dados referentes aos
vídeos partilhados são bem visíveis. Acrescentamos que uma boa parte desses vídeos
são partilhas feito do canal do You Tube, denominado de PMTV, outra ferramenta
muito usada pelo mesmo, o que o leva a ter uma certa vantagem em ambos.
2.5. Publicações: Likes; Comentários; Partilhas
Gráfico 7: Publicações: Likes; Comentários; Partilhas do Presidente da Republica
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2.6Publicações:Likes; Comentários; Partilhas do Primeiro-ministro
Gráfico 8: Publicações: Likes; Comentários; Partilhas do Primeiro-ministro
Nestes gráficos foram analisados a interactividade, o impacto que o conteúdo
partilhado causa nos seguidores de cada um. Lembrando que esta interactividade é feita
através de comentários, gostos e partilhas.
Fazendo uma análise entre os gráficos podemos dizer que o Primeiro-ministro
tem mais interactividade no seu perfil pessoal, sendo que o número de likes/gostos,
comentários e partilhas feitas no perfil do Primeiro-ministro é de longe muito superior
àqueles feitos no perfil do Presidente Republica. Isso já seria de esperar, pois quanto
mais interactividade, mais as pessoas se sentem motivadas a participarem, aumentando
o sentimento de proximidade à figura pública, o que faz com que muitos passem a ser
mais admirados. Esta é, aliás, uma das vantagens que a interactividade na Web 2.0 traz
para a comunicação política na Web 2.0, e que deve ser explorada o máximo
Portanto, podemos concluir que existe sim muita interactividade, principalmente
na página do Primeiro-ministro mas que ainda é pouca perante as grandes oportunidades
que a Web 2.0 nos proporciona. A interactividade com os seguidores é uma das peças
chave para o sucesso do político que usa estas ferramentas.
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2.7. Publicações: Pessoal; Profissional
Gráfico 9: Publicações: Pessoal; Profissional do Presidente da Republica
2.8.Publicações: Pessoal; Profissional Primeiro-ministro
Gráfico 10: Publicações: Pessoal; Profissional do Primeiro-ministro
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Durante a recolha de dados tivemos o cuidado de analisar cada publicação a fim
de sabermos que tipo de publicações o Presidente da República e o Primeiro-ministro
publicam, ou seja, se as fotos, vídeos mensagens ou textos são de teor pessoal ou
profissional.
No caso do Presidente da República, partilha com maior frequência assuntos
profissionais. Novembro foi o mês com mais actividades na página, destacando-se as
publicações a propósito dos encontros com a comunidade cabo-verdiana em Luanda e
diversos, outros encontros e reuniões que teve durante o mês em Cabo Verde. É também
na pagina do Presidente da Republica que encontramos informações, fotos e inclusive
mensagens da Dr.ª. Lígia Fonseca, de viagens ou trabalhos realizados como primeira-
dama de Cabo Verde.
Já o Primeiro-ministro partilha frequentemente assuntos pessoais e profissionais
sendo que há meses, como por exemplo o mês de Agosto, onde publicou mais sobre
assuntos pessoais, pois encontrava-se de férias.
3. Página do Presidente da Republica
Gráfico 11: Publicações: Profissionais
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Gráfico 12: Publicações: Texto; Fotos; Vídeos
Gráfico13: Publicações: Likes; Comentários; Partilhas
Começamos a análise pela página do Presidente da República e pelas
publicações profissionais feitas na maioria pelo assessor de imprensa do mesmo,
António Miranda, que publica com alguma regularidade, informações como a agenda do
Presidente da República, bem como fotos das viagens em serviço e mensagens do
Presidente à população, que algumas vezes são partilhados do perfil do Presidente ou
vice-versa. Não há qualquer registo de mensagens, fotos de carácter pessoal, na página
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do Presidente da República, (como textos, vídeos, fotos pessoais etc.). A página é
estritamente profissional.
Podemos observar que durante todos os meses do ano 2013 a página foi
actualizada, mas há meses em que as actualizações da página foram insignificantes. O
Presidente da República, segundo o assessor, sempre que possível partilha informações
na página. A interactividade nesta página é muito pouca se levarmos em conta o número
de pessoas que a mesma poderá atingir, e podemos constatar isso através do número de
Likes, comentários e partilhas, pelo que há muito para fazer e aproveitar nesta
ferramenta que é o Facebook.
Recordamos que o presidente também esta presente em outras ferramentas como
Linkedln, Twitter e Google+, em que a interactividade e a frequência com que são
actualizados não são maiores, pelo contrário.
4. Página do Primeiro-Ministro
Gráfico 14: Publicações: Profissional
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Gráfico15: Publicações: Texto: Fotos Vídeos
Gráfico 16: Publicações: Likes; comentários; Fotos
A página do Primeiro-ministro também é estritamente dedicada a assuntos
profissionais, publicados pelo assessor de imprensa do mesmo e que partilha
informações como fotos, mensagens, discursos proferidos pelo Primeiro-Ministro
através da ferramenta Soundcloud e vídeos da PMTV, através do canal do You Tube,
fotos das viagens em trabalho, etc.
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Podemos observar que em comparação ao perfil há menos interactividade, tal
como aconteceu na página do Presidente da República, apesar de que em termos de
aproveitamento das ferramentas e vantagens da Web 2.0, o Primeiro-ministro e sua
equipa esta mais à avançada, e as informações na página são actualizadas com maior
frequência. O número de likes, comentários e partilhas é pouco para uma página com
milhares de seguidores.
5. Análise comparativa dos dados mais relevantes do perfil do
Presidente da Republica e do Primeiro-ministro
Gráfico17: Publicações feitas pelo Presidente da Republica
e o Primeiro-ministro, nos perfis: Pessoal
No gráfico 17 podemos observar os dados referentes a publicações pessoais
feitas no perfil de ambos mas desta feita estão cruzados para nos dar a noção da
diferença entre esses mesmos dados. Podemos observar que apesar de termos meses
onde o Presidente da República partilhou mais informações de carácter pessoal,
globalmente, o Primeiro-ministro é quem vai a frente com mais publicações pessoais.
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Gráfico 18: Publicações feitos pelo Presidente da Republica e
pelo Primeiro-ministro em seus perfis: Profissional
Neste gráfico podemos constatar que o Presidente da República utiliza o seu
perfil do Facebook maioritariamente para partilhar mensagens fotos e vídeos
profissionais muito mais que o Primeiro-ministro que contém muita informação pessoal
sobre o seu dia-a-dia no seu perfil e menos informação de carácter profissional.
Gráfico 19: Publicações feitas pelo Presidente da Republica
e pelo Primeiro-ministro nos perfis: Texto
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Fotos PR
No Gráfico 19 constamos que ambos não têm diferença em termos de números
de publicações de texto, excepto no mês de Setembro onde houve poucas publicações de
texto.
Gráfico 20: Publicações feitas pelo Presidente da Republica
e pelo Primeiro-ministro, nos perfis: Comentários
Gráfico21: Publicações feitas pelo Presidente da Republica
e pelo Primeiro-ministro, em seus perfis: Fotos
A Comunicação Politica na Web 2.0: Estudo de caso sobre os perfis e páginas do Presidente da Republica
Jorge Carlos Fonseca e do Primeiro-ministro José Maria Neves no Facebook
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Partilhas PM
Partilhas PR
Gráfico 22: Publicações feitas pelo Presidente da Republica
e pelo Primeiro-ministro nos perfis: Partilhas
A nível de comentários feitos nas páginas podemos observar que o Primeiro-
Ministro esteve sempre à frente durante todo, o ano o que nos leva a concluir pela
existência de mais interactividade no perfil do mesmo em relação ao Presidente da
Republica. O Primeiro-ministro interage muito mais com os seus seguidores do que o
Presidente da Republica, que também o faz mas em número muito mais reduzido.
A comparação entre os vídeos não foi feita pois em relação ao Presidente da
Republica os dados recolhidos ao serem cruzados com os do Primeiro-ministro mostram
ser irrelevantes, sendo que quem mais partilha vídeos tanto de carácter pessoal como
profissional (PMTV) é o Primeiro-ministro. As partilhas feitas das publicações do
Primeiro-ministro são sempre maiores, o que mostra um maior interactividade e
interesse das pessoas pelo que o mesmo publica.
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Jorge Carlos Fonseca e do Primeiro-ministro José Maria Neves no Facebook
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Texto PM
Texto PR
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Foto PM
Foto PR
6.Análise comparativa das publicações feitas nas páginas do Presidente
da Republica e do Primeiro-ministro
Gráfico 23: Publicação feitos nas páginas: Texto
Gráfico24: Publicações feitas nas páginas: Fotos
A Comunicação Politica na Web 2.0: Estudo de caso sobre os perfis e páginas do Presidente da Republica
Jorge Carlos Fonseca e do Primeiro-ministro José Maria Neves no Facebook
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Vídeo PM
Vídeo PR
Gráfico 25: Publicações feitas nas páginas: Vídeo
Agora fazemos uma comparação dos dados referentes às páginas do Presidente
da República e do Primeiro-ministro e começaremos pelos textos publicados, onde
podemos dizer que em relação às publicações do tipo texto de cada página, de certa
forma, estas estão equilibradas, entre ambos, nos meses de Janeiro, Fevereiro, Março,
Abril e Maio, mas nos restantes meses, por exemplo, no mês de Junho, a diferença é
maior, pois há mais publicações feitas na página do Primeiro-ministro. Em contra
partida, no mês de Julho a página com mais publicações foi a página do Presidente da
Republica.
No gráfico 24, referente a fotos, verificamos o mesmo que aconteceu em relação
aos textos, ou seja, há um equilíbrio nos 4 primeiros meses do ano e nos meses de
Setembro, Outubro e Dezembro, e no mês de Maio não há qualquer publicação de fotos,
na página do Primeiro-ministro. Em contra partida, no mês seguinte, mês de Julho, a
página do Primeiro-ministro, publicou mais fotos.
Mais uma vez, em termos de vídeo, o Presidente da Republica fica atrás pelos
motivos já mencionados.
A Comunicação Politica na Web 2.0: Estudo de caso sobre os perfis e páginas do Presidente da Republica
Jorge Carlos Fonseca e do Primeiro-ministro José Maria Neves no Facebook
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Comentários PM
Comentários PR
Gráfico26: Publicação feitos nas páginas: Comentários
Gráfico 27: Publicações feitas nas páginas: Partilhas
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Jorge Carlos Fonseca e do Primeiro-ministro José Maria Neves no Facebook
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Likes PM
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Gráfico 28: Publicações feitas, nas páginas: Likes
Nestes gráficos podemos observar a interactividade existente nas páginas dos
objectos de estudo, os dados referentes ao número de likes, comentários e partilhas
representados nos gráficos 26, 27 e 28 nos permitem isso. O que acontece nas páginas é
diferente do que acontece em relação à interactividade nos perfis. Aqui reparamos que
os dados recolhidos da página do Primeiro-ministro são maiores, com uma maior
interactividade na mesma.
Chegando ao fim desta análise podemos constatar que dentro das ferramentas da
Web 2.0 quem tem mais popularidade e é mais seguido é Primeiro-ministro, José Maria
Neves, tanto no perfil como na sua página. Alguns dos principais motivos já foram
mencionados durante esta análise, mas ainda acrescentamos a actualização e presença
frequente nesta rede.
O marketing político também está presente nas páginas e perfis dos objectos de
estudo mas este precisa de ser mais explorado. Ao longo desta análise e também das
entrevistas reparáramos que existe uma consciencialização das vantagens que a Web 2.0
pode oferecera todos, mas falta investir mais, em recursos técnicos e humanos, para que
os resultados sejam mais efectivos.
A Comunicação Politica na Web 2.0: Estudo de caso sobre os perfis e páginas do Presidente da Republica
Jorge Carlos Fonseca e do Primeiro-ministro José Maria Neves no Facebook
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Conclusão
O presente trabalho procurou, no primeiro capítulo, enquadrar a Web 2.0,
falando sobre o seu conceito e mostrar o impacto que a mesma tem tido na sociedade
civil, principalmente na vertente política, começando pelo seu conceito, passando pela
sua evolução, e falando sobre uma das suas características principais que é a
interactividade, que agregou à internet vantagens que hoje nos permite, partilhar e obter
conhecimentos e não só.
Se antes eram poucos os que podiam partilhar informações nesta rede, hoje em
dia qualquer pessoa com acesso á rede pode partilhar informações, receber e procurar,
por aquilo que deseja de forma simples, prática e sem sair de casa. Toda esta
interactividade só foi possível graças às ferramentas da Web 2.0 como: Facebook,
Twitter, Google +, You Tube entre outros, que muito mais que partilhas de
conhecimentos, também quebraram as barreiras geográficas que nos mantém, longe de
familiares, amigos etc. Graças a estas ferramentas, hoje em dia podemos estar ligados
uns aos outros sem muitos custos.
A internet evoluiu e consigo evoluiu a Cidadania e a Democracia, que passaram
a estar presentes nestas ferramentas da Web 2.0, adaptando-se às novas exigências, que
esta evolução trouxe, passando nós a falar de Cidadania 2.0 e Democracia 2.0. O que
aconteceu foi uma evolução conceptual, e não uma nova forma de se fazer Cidadania e
Democracia.
A comunicação também foi afectada por esta transformação, que ao longo dos
tempos teve de se adaptar. A Internet, através das suas ferramentas, proporciona aos
usuários formas simples e a baixo custo de comunicar e de receber informações, sem
precisar na maioria das vezes de pagar por isso.
Todo este impacto não passou despercebido à classe política e a partir de 2008
que o uso da Web 2.0 passou a ser feito de forma constante, tendo o pontapé de saída
sido dado pelo presidente dos Estados Unidos, então candidato, Barack Obama.
A repercussão e o sucesso da sua campanha serviram de inspiração a outros
candidatos. Hoje em dia muitos políticos criam contas nas redes sociais afim de estarem
A Comunicação Politica na Web 2.0: Estudo de caso sobre os perfis e páginas do Presidente da Republica
Jorge Carlos Fonseca e do Primeiro-ministro José Maria Neves no Facebook
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mais próximos da população, para assim comunicarem e fazerem o marketing político/
eleitoral.
Perante estas evoluções e novos meios de comunicação política e marketing
político/eleitoral, procurámos saber até que ponto a Web 2.0 tem impactado a
população cabo-verdiana, ao nível da concretização de conceitos como Cidadania e
Democracia. Foi neste sentido que surgiram as questões a que ao longo deste trabalho
procurámos responder. Qual é o impacto da Web 2.0 em Cabo Verde? Será que
podemos falar numa cidadania 2.0? E de Democracia 2.0? Será que os Políticos de
Cabo Verde já estão cientes das vantagens da Web 2.0? E será que já utilizam as
ferramentas da Web 2.0 e se sim, como o fazem?
Todas estas questões foram respondidas, com base no estudo de caso e das
entrevistas feitas aos assessores de imprensa do Presidente da Republica e do
Primeiro-ministro.
Quanto à primeira questão constatamos que actualmente em Cabo Verde existe
um despertar para as vantagens que a Web 2.0 pode trazer para a nossa sociedade. Aos
poucos, pessoas, políticos, empresas e instituições vão aderindo a esta nova forma de
comunicação e marketing. Falando mais concretamente dos políticos, constatamos que
há um grande número de políticos, deputados e partidos políticos que estão presentes
nas diversas ferramentas da Web 2.0. Portanto, concluímos que o impacto tem sido
positivo e que aos poucos as pessoas têm-se adaptado à mesma. Ainda assim, as
potencialidades da Web 2.0, bem como o proveito de todas as suas vantagens, estão
longe de ser alcançadas. Precisa-se investir mais para se obter melhores resultados.
No que toca à Cidadania e Democracia 2.0, constatamos que já há grupos e
pessoas dispostas a fazê-lo online, e que já existem grupos ou outros meios onde
decorrem debates e pessoas que constantemente participam nas mesmas, mas ainda há
uma falta de informação sobre o que é a Democracia 2.0 e a Cidadania 2.0. Faltam
incentivos e precisa-se desenvolver mais esta vertente.
Os políticos cabo-verdianos, no caso do Presidente da República bem como do
Primeiro-ministro, já estão conscientes tanto das vantagens e desvantagens da presença
nas ferramentas online assinaladas, e têm usado os meios ao seu alcance com uma certa
A Comunicação Politica na Web 2.0: Estudo de caso sobre os perfis e páginas do Presidente da Republica
Jorge Carlos Fonseca e do Primeiro-ministro José Maria Neves no Facebook
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frequência e com o objectivo não só de comunicar mas também de estarem mais
próximos da opinião pública.
O trabalho na Web 2.0 já começou e verificamos durante o estudo de caso que se
começam a dar alguns passos na área da comunicação e marketing políticos associados
à Web 2.0. Porém, os resultados obtidos são muito reduzidos perante todas as
potencialidades que a Web 2.0 nos oferece. É preciso investir-se mais nesta parte do
marketing político, ter mais pessoas a trabalhar, estar mais presente, partilhar mais
conteúdos e faze-lo de forma mais sistemática, obedecendo a uma estratégia e não
apenas fruto do acaso.
É preciso investir na educação, ainda mais nas infra-estruturas que levam a
Internet até aos cidadãos. Cabo Verde, como todos os países tem muito a ganhar ao
investir não só num marketing político como no marketing eleitoral, visto que a Web
2.0, além de reduzir os custos, também quebra barreiras geográficas e ajuda o político a
estar mais perto do eleitorado.
Em Cabo Verde começamos a sentir os efeitos da Web 2.0, e aos poucos os
cidadãos vão-se consciencializando sobre a sua importância, o estudo muito mais que
analisar a Web 2.0 em Cabo Verde também teve o objectivo de incentivar futuros
trabalhos de investigação sobre esta matéria.
Humildemente, procurámos dar um primeiro passo numa área que, entre nós, e
como já por diversas vezes assinalámos, está apenas numa fase embrionária.
A Comunicação Politica na Web 2.0: Estudo de caso sobre os perfis e páginas do Presidente da Republica
Jorge Carlos Fonseca e do Primeiro-ministro José Maria Neves no Facebook
53
Bibliografia
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Disponivel em
<http://www.anpad.org.br/admin/pdf/2013_EnANPAD_APB873.pdf>[consultado em
11/2/2014.]
Principais sites consultados
www.areasprotegidas.gov.cv
www.miudossegurosna.net
www.facebook.com
www.twitter.com
www.youtube.com
www.linkelink.com
www.google+.com
www.Mybarackobama.com
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Anexo A
Entrevista ao assessor de impressa do Presidente da Republica Jorge Carlos
Fonseca: António Miranda (7 de Maio de 2014)
1) Como surgiu esta ideia de se fazer o Marketing Politico na Web 2.0?
A criação de uma pagina nas redes sociais faz parte do plano de marketing de
qualquer instituição actualmente, e estas a utilizando sobretudo para difundir
informação e estar em contacto com outra entidades. A Criação de uma pagina na rede
social trata-se de uma movimentação global que existe actualmente, para a divulgação
de informação, não tem nada haver com o politico a, b, ou c .Esta partiu de casos em
que a utilização da Web 2. Foi um sucesso pelo que seria inadmissível não estar
presente nela também.
2) Inspiraram-se em algum político em particular?
Não inspiramos em nenhum politico em particular partimos do estudo de casos
de sucessos de vários políticos foi um aglomerado de casos bem sucedidos e por isso
achamos por bem trazer isso para nos.
3) Que objectivos pretendem alcançar?
O nosso objectivo é essencialmente estar perto das pessoas dar a elas a
oportunidade de comunicarem com o Presidente da República. Queremos criar
condições para que os cabo-verdianos e cabo-verdianas estejam em contacto com ele, e
as redes sociais é um dos meios para se fazer isso.
4) Quais são as vantagens de se o Marketing politico na Web 2.0 em cabo
verde?
As vantagens são: Rapidez na comunicação e na transferência de dados e
ficheiros e isso ajuda muito no nosso trabalho
5) E quais são as desvantagens?
A Comunicação Politica na Web 2.0: Estudo de caso sobre os perfis e páginas do Presidente da Republica
Jorge Carlos Fonseca e do Primeiro-ministro José Maria Neves no Facebook
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Não tenho nenhuma em mente.
6) Qual é a melhor ferramenta da Web 2.0 para se fazer este Marketing
Politico?
Todas as plataformas têm as suas vantagens de acordo com a forma e o objectivo
de quem a utiliza, para mim em particular, não é a plataforma que define o sucesso da
comunicação pois esta depende de quem a utiliza. O sucesso advém da forma e da
dinâmica de quem a utiliza.
7) As ferramentas da Web 2.0 permitem uma grande interactividade entre
quem partilha a informação e quem a recebe, e isto pode acontecer em segundos.
Como lidam com esta interactividade? Qual é o método utilizado?
No Facebook colocamos diversos informações sobre o dia-a-dia do presidente da
republica, dentro as quais a sua agende para que as pessoas possam acompanhar a sua
rotina, é claro que não partilhamos tudo pois existem assuntos, do dia-a-dia de um
presidente que não podemos divulgar. Também respondemos todas as mensagens que
nos são enviadas.
8) Entram em diálogo através do chat ou fóruns?
Constantemente. Dependendo da disponibilidade tentamos sempre estar nesse
lugares.
9) Existe alguma forma de moderação nos comentários? Se sim, como e
quando o fazem?
Por norma não censuramos e mas se houver casos flagrantes de desrespeito a
moral e bons costumes simplesmente eliminamos mas a moderação ali é no sentido no
sentido de facilitar a comunicação.
10) Quem gere os conteúdos partilhados?
A presidência da república tem uma assessoria que é responsável tanto pela
imagem do presidente como pela comunicação, portanto que gere os conteúdos é a
própria assessoria, mas o presidente sempre que quiser ou sempre que tenha
disponibilidade para isso pode também entrar na página. Mas o perfil pessoal é gerido
pelo próprio.
A Comunicação Politica na Web 2.0: Estudo de caso sobre os perfis e páginas do Presidente da Republica
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11) A personalidade política interfere/participa na gerência dos conteúdos
publicados?
A assessoria é que cuida disso, mas o presidente sempre pode caso tiver
disponibilidade pode também participar a vontade.
12) Em quais plataformas da Web 2.0 estão presentes?
Estamos presentes no facebook, Linkedln, twitter e Google+.
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Anexo B
Entrevista ao assessor de impressa doPrimeiro-ministro de Cabo Verde José
Maria Neves:Abdul kuandaSimas(11 de Abril de 2014)
1) Como surgiu esta ideia de se fazer o Marketing Politico na Web 2.0?
Ser assessor é sobretudo fazer Marketing, nos tentamos mostrar e realçar o feito o
que não significa que não seja credível, tentamos contrabalançar os efeito negativos que
possam vir a advir ou qualquer coisa do tipo. E a Web 2.0 é uma aliada, ela nos ajuda
muito nesse sentido, porque as redes sociais são um meio de comunicação actualmente
muito poderoso. Antes tínhamos um site do Primeiro-ministro mas devido a alguns
problemas tivemos que bloqueá-lo, então a partir dai começamos a utilizar o Facebook.
2) Inspiraram-se em algum político em particular?
Digamos que de ser forma Barack Obama foi a minha inspiração, não quero
personalizar isso mas a ideia ou proposta de se criar uma página para o Primeiro-
ministro partiu de mim, e foi muito bem aceite pelo mesmo e ate serviu de fonte de
inspiração para ele criar o seu próprio perfil pessoal posteriormente. E a repercussão foi
estrondosa.
3 ) Que objectivos pretendem alcançar?
Fazer com que a nossa mensagem chegue ao maior numero possível de pessoas e
esperar que a mesma as influencia. Por enquanto é isso.
4) Quais são os projectos futuros?
Como já tinha dito, tínhamos um site que foi bloqueado, devido á alguns
problemas e o nosso objectivo é voltar a coloca-lo no ar, é que num site temos mais
controlo da informação etc, já esta quase pronto e pretendemos coloca-lo no ar, no
próximo mês. (Maio)
5) Quais são as vantagens de se o Marketing politico na Web 2.0 em cabo
verde?
A Web 2.0 é uma faca de dois cumes pode ser boa no sentido que nos aproximas
das pessoas e vice-versa, permite também comunicar as actividades do seu dia-a-dia
A Comunicação Politica na Web 2.0: Estudo de caso sobre os perfis e páginas do Presidente da Republica
Jorge Carlos Fonseca e do Primeiro-ministro José Maria Neves no Facebook
60
enquanto primeiro-ministro de uma forma interactiva sobretudo com a nossa diáspora,
pois a maioria dos que nos seguem nas redes sociais são emigrantes. Outra vantagem é
que podemos expor as nossas ideias na totalidade, sem passar pelos editores da
comunicação social, porque muitas vezes o que acontece é que o discurso ou opinião
não é passado na totalidade (soundbite), e muitas vezes sequer é noticiado ou publicado
por se achar que aquilo que foi feito não é importante, etc… Na Web 2.0 podemos
expor as nossas ideias livremente.
6) E quais são as desvantagens?
A primeira desvantagem é o carácter pouco formal do Facebook, muitas vezes o
primeiro-ministro cai na tentação de expressar as suas opiniões pessoais por exemplo a
politica e ai começa o problema da credibilidade, e da natureza do veículo em si, pois o
Facebook tem um carácter pessoal e ao mesmo tempo não é institucional, comparado
por exemplo a um site. Basta ver que, por algumas vezes um ou outro pensamento que o
PM coloca na sua página pessoal constitui matéria para polémica com a oposição. O
excesso de liberdade é bom por um lado, mas por outro lado atrapalha também. Uma
outra desvantagem é a equipa reduzida que trabalha nisso, ou seja só eu, as vezes tenho
um apoio de um colega meu, mas a maior parte do trabalho que o faz sou, e isso
dificulta muito principalmente na interacção, e isso as vezes não é bem aceito ou
entendido por parte das pessoas.
Outro problema que temos é que muitas vezes as pessoas utilizam este veículo,
para pedir ajuda, como por exemplo para pedir bolsas de estudo, as paginas e os perfis
não são os locais mais apropriados para se fazer isso, existe normas, existe um processo
para se fazer isso, e muitas vezes isso não é bem aceito ou entendido pelas pessoas que
nos seguem.
7) Qual é a melhor ferramenta da Web 2.0 para se fazer este Marketing
Politico?
Cada uma tem a sua particularidade, mas neste momento acho que é o facebook.
8) Como surgiu a ideia da criação da PMTV?
A ideia da PMTV também foi minha, e surgiu na época em que estávamos
eufóricos com os Tubarões azuis, e então eu sugeri ao primeiro-ministro que
A Comunicação Politica na Web 2.0: Estudo de caso sobre os perfis e páginas do Presidente da Republica
Jorge Carlos Fonseca e do Primeiro-ministro José Maria Neves no Facebook
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transmitíssemos a recepção dos mesmos em directo, quando anunciamos isso no
Facebook, a reacção das pessoas foi muito positivo e isso nos incentivou a continuar.
Actualmente solicitamos o serviço de uma agência de produção, trabalham a noticia,
montam as peças e eu publico.
9) Entram em diálogo através do chat ou fóruns?
Na medida do possível, mas como já disse o facto de ser só eu a fazer isso, nem
sempre há tempo para tal. Outro problema que temos é que muitas vezes as pessoas
utilizam este veículo, para pedir ajuda, como por exemplo para pedir bolsas de estudo,
as paginas e os perfis não são os locais mais apropriados para se fazer isso, existe
normas, existe um processo para se fazer isso, e muitas vezes isso não é bem aceito ou
entendido pelas pessoas que nos seguem.
10) Existe alguma forma de moderação nos comentários? Se sim, como e
quando o fazem?
Tentamos sempre estar atentos aquilo que ao feedback das pessoas que nos
seguem. Nem sempre apagamos os comentários, são raras as vezes que isso acontece,
não porque a pessoa discordou ou qualquer outra coisa mas é porque muitas vezes esta
ofendeu a pessoa ou a instituição, mas isso não acontece sempre, aliás é muito raro. De
resto desde de que seja dentro do respeito a pessoa pode opinar a vontade, pois eu tento
seguir a personalidade do Primeiro-ministro na questão de liberdade de expressão, em
que ele defende que deve-se ter um diálogo aberto, sem rivalidades, e que cada um é
livre para defender os seus pontos de vista.
11) Quem gere os conteúdos partilhados?
Os conteúdos partilhados na páginasão gerida por mim, o assessor de imprensa,
e nem sempre o primeiro-ministro temconhecimento de tudo aquilo que eu publico. E o
perfil pessoal é gerido exclusivamente pelo próprio, por isso as é muito difícil controlar
o conteúdo que ele publica, e que depois é mal interpretado pela comunicação ou pela
oposição, etc , o que leva á situações que eu já mencionei…
12) A personalidade política interfere/participa na gerência dos conteúdos
publicados na página?
A Comunicação Politica na Web 2.0: Estudo de caso sobre os perfis e páginas do Presidente da Republica
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Não. Quem escolhe, escreve, publica etc, sou eu. O primeiro-ministro nem
sempre tem conhecimento daquilo que vou publicar ou não.
13) Em quais plataformas da Web 2.0 estão presentes?
Neste momento estamos presentes no Facebook, YouTube e utilizamos a
ferramenta Soundclound para publicar os decursos/ entrevistas do presidente no
Facebook.
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