universidade de mogi das cruzes aline alves da … · as técnicas e recursos terapêuticos...
Post on 27-Nov-2018
221 Views
Preview:
TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES
ALINE ALVES DA SILVA ROSANA ALVES DA SILVA
A ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DA DEPRESSÃO PÓS - PARTO
MOGI DAS CRUZES 2012
UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES
ALINE ALVES DA SILVA ROSANA ALVES DA SILVA
A ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DA
DEPRESSÃO PÓS - PARTO
Monografia apresentada ao Programa de Pós-Graduação da Universidade de Mogi das Cruzes, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Especialista em Acupuntura.
Orientadores: Profª. Luiz B. Leonelli e
Profº. Bernadete Nunes Stolai
MOGI DAS CRUZES 2012
ALINE ALVES DA SILVA
ROSANA ALVES DA SILVA
ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DA DEPRESSÃO PÓS-PARTO
Monografia apresentada ao Programa de Pós-Graduação da Universidade de Mogi das Cruzes, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Especialista em Acupuntura.
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________________________________
Profº Luíz B. Leonelli Universidade de Mogi das Cruzes
Profª Bernadete Nunes Stolai
Universidade de Mogi das Cruzes
Profª Romana Souza Franco
Universidade de Mogi das Cruzes
AGRADECIMENTOS
A “Deus” por estar sempre presente na nossa vida, e tornar tudo possível,
por ter renovado nossas forças a cada dia, para ultrapassarmos os obstáculos e
conquistar mais essa vitória em nossas vidas.
Aos nossos pais que nos incentivaram e apoiaram em todos os momentos
difíceis.
Aos nossos professores pelo apoio, amizade e contribuições de grande valia
para o desenvolvimento deste trabalho.
“É graça divina começar bem. Graça maior persistir na caminhada certa. Mas
graça das graças é não desistir nunca” (Dom Hélder Câmara).
RESUMO
A Depressão Pós-Parto (DPP) é o segundo transtorno pós-parto com prevalência de 12 a 19% de acordo com trabalhos nacionais. A terapêutica baseia-se em psicoterapia, medicamentos, acupuntura, massoterapia, eletroconvulsoterapia entre outros. Porém a acupuntura tem sido utilizada para o tratamento da depressão com resultados favoráveis, pois aumenta os níveis de serotonina e evita efeitos colaterais dos antidepressivos tricíclicos. Além disso, estudos demonstram que a acupuntura reage fisiologicamente no organismo liberando substâncias como endorfina no cérebro. Este estudo buscou através de levantamento de dados uma revisão bibliográfica científica por meio de revistas, artigos, livros e dissertações de mestrado, com os objetivos de compreender os tratamentos da DPP, identificar os efeitos da acupuntura e revisar os motivos que levam a DPP. Esta patologia corresponde a um transtorno mental importante e muito recorrente nas puérperas. Para a Medicina Tradicional Chinesa (MTC), a DPP esta relacionada a uma deficiência de sangue causada pelo esforço e perda de sangue durante o parto. Quando a deficiência de sangue se prolonga outras condições podem aparecer como a predisposição de yin e ao vazio do coração levando a uma depressão e ansiedade mais severa e se apresentar além de depressão, comportamento obsessivo ou psicótico, o padrão é sangue estagnado. Através desta pesquisa pode-se visualizar melhor os benefícios da acupuntura como tratamento na DPP, pois trata corpo e mente, sendo um tratamento muito promissor. Palavras-chave: acupuntura, depressão pós-parto.
ABSTRACT
Postpartum Depression (PPD) is the second postpartum disorder with a prevalence of 12 to 19% according to national studies. The therapy is based on the psychotherapy, medication, acupuncture, massage therapy, electroconvulsive therapy among others. However acupuncture has been used for the treatment of depression with favorable results, it increases the levels of serotonin and avoids side effects of tricyclic antidepressants. Furthermore, studies show that acupuncture reacts physiologically in the body by releasing chemicals like endorphins in the brain. This study sought to survey data through a literature review by scientific journals, articles, books, dissertations and master's degrees, in order to understand the treatment of PPD, to identify the effects of acupuncture and review the reasons why the DPP. This condition corresponds to a mental disorder important and recurrent in postpartum women. For Traditional Chinese Medicine (TCM), the DPP is a deficiency of blood caused by stress and blood loss during delivery. When the blood deficiency extends other conditions may appear as the predisposition of yin and emptiness of the heart leading to a more severe depression and anxiety and perform as well as depression, obsessive behavior or psychotic, the default is stagnant blood. Through this study we can better see the benefits of acupuncture as a treatment in the DPP, as this body and mind, being a very promising treatment.
Keywords: acupuncture, postpartum depression
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.............................................................................................. 9
2 METODOLOGIA.......................................................................................... 11
3 TEORIA DA MEDICINA CHINESA.............................................................. 12
3.1 DEFINIÇÃO DE ACUPUNTURA........................................................... 12
3.2 TEORIA YIN E YANG............................................................................ 13
3.3 CINCO ELEMENTOS............................................................................ 14
3.4 TEORIA DOS ZANG FU........................................................................ 18
3.5 CANAIS DE ENERGIA PRINCIPAIS..................................................... 18
4 BASES CIENTÍFICAS DA ACUPUNTURA................................................. 20
5 DEPRESSÃO PÓS-PARTO......................................................................... 22
5.1 ETIOLOGIA............................................................................................ 23
5.2 EPIDEMIOLOGIA................................................................................... 24
5.3 QUADRO CLÍNICO................................................................................ 24
5.4 A ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DA DPP.................................... 25
5.5 TRATAMENTOS PELA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA............ 27
6 CONCLUSÃO............................................................................................... 32
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 33
ANEXO........................................................................................................... 36
AGRADECIMENTOS
A “Deus” por estar sempre presente na nossa vida, e tornar tudo possível,
por ter renovado nossas forças a cada dia, para ultrapassarmos os obstáculos e
conquistar mais essa vitória em nossas vidas.
Aos nossos pais que nos incentivaram e apoiaram em todos os momentos
difíceis.
Aos nossos professores pelo apoio, amizade e contribuições de grande valia
para o desenvolvimento deste trabalho.
“É graça divina começar bem. Graça maior persistir na caminhada certa. Mas
graça das graças é não desistir nunca” (Dom Hélder Câmara).
9
1 INTRODUÇÃO
Tornar-se mãe é um ritual de transição e envolve uma reorganização interna,
ruptura de vínculos e de papéis, podendo resultar em quadros de depressão
puerperal, sendo o puerpério um período no qual a autoconfiança da mulher
encontra-se em crise (MERIGHI et al., 2006).
O segundo transtorno pós-parto mais importante é a depressão de moderada
a severa, sendo o primeiro transtorno a psicose pós-parto. A depressão pós-parto
(DPP) se inicia insidiosamente depois da segunda ou terceira semana após o parto
(GUARIENTO, 2001, p.540).
O período gravídico puerperal envolve mudanças biológicas, psicológicas e
sociais, e a puérpera tem que reintegrar-se às funções de casa mesmo estando
vulnerável tanto física como psicologicamente, necessitando assim de ajuda dos
familiares e dos profissionais da saúde dando continuidade aos cuidados depois do
parto (MERIGHI et al., 2006).
Segundo Ruschi et al (2007), os sintomas psiquiátricos em mulheres após o
parto são freqüentes, pois este momento é marcado por alterações hormonais e
mudanças no caráter social, na organização familiar e na identidade feminina. Relata
ainda que a prevalência da DPP é de 12 a 19% segundo trabalhos nacionais.
O quadro clínico da DPP corresponde a um quadro de depressão maior com
início em quatro semanas após o parto, e os sintomas devem estar presentes no
mínimo por duas semanas e devem representar uma alteração do funcionamento
anterior da parturiente (GUARIENTO, 2001, p.540).
Vidal (2009), diz ainda que para a psiquiatria o parto atua como fator
desencadeante de transtornos de humor, que em nada diferem, quanto ao curso,
evolução e tratamento, daqueles que se iniciam fora desse período. E mesmo entre
os quadros psicóticos, a prevalência maior será a de síndromes depressivas e
maníacas, sendo mais raros o delírio, a esquizofrenia e os transtornos psicóticos
agudos e transitórios.
O tratamento deve ser preconizado para abreviar o sofrimento materno e
minimizar o impacto familiar (ANDRADE, 2006).
A terapêutica baseia-se em métodos semelhantes aos usados para
transtornos depressivos estes métodos são: psicoterapia, medicamento, acupuntura,
10
massoterapia, eletroconvulsoterapia e internamento em casos especiais (SANTOS
et al. , 2009 e CAMACHO et al., 2006).
A acupuntura tem sido empregada no tratamento da depressão com
resultados favoráveis. Segundo um estudo feito por Manber et. al. (2004), o
tratamento realizado com acupuntura teve resultados positivos para o quadro
depressivo durante a gravidez.
As técnicas e recursos terapêuticos tradicionais utilizados na DDP como: a
psicoterapia, os fármacos, fitoterapia, DO IN, massoterapia, também trazem
benefícios no tratamento contra a DPP, também são amplamente utilizados.
Este trabalho tem como objetivos compreender os tratamentos da depressão
pós-parto, identificar os efeitos da acupuntura neste quadro clínico e revisar os
motivos que levam a depressão perinatal.
11
2 METODOLOGIA
Trata-se de um estudo realizado através de revisão bibliográfica da literatura
científica, disponível em livros e dissertações de mestrado de bibliotecas
universitárias, artigos científicos nacionais e internacionais de importantes revistas
científicas, em sites de confiança como Bireme, Scielo, Med Line, Lilacs, PubMed,
Cochrane Library, Web Science, entre outras.
12
3 TEORIA DA MEDICINA CHINESA
A Medicina Tradicional Chinesa (MTC) tem sua origem na Filosofia Taoísta,
considerada uma das colunas da cultura e civilização chinesa, junto ao
Confucionismo e do Budismo (DORIA, 2010).
Segundo a autora supracitada, é da concepção Taoísta certas regras e leis
que existem na natureza as quais nem sempre estão lineares, e que o ser humano
deveria estudá-las por fazer parte dela, e trazer para si a realidade mais essencial.
Esta filosofia diz que ou o ser humano se harmoniza com a natureza ou será
condenado a uma vida sem consciência.
A MTC tem suas concepções voltadas muito mais ao estudo dos fatores
causadores da doença, sua maneira de tratar, conforme os estágios da evolução do
processo de adoecer, e principalmente formas de prevenção da doença. Por isso a
MTC enfatiza os fenômenos precursores das alterações funcionais e orgânicas que
provocam o aparecimento de sintomas e sinais, sendo estes os fatores de
desequilíbrio da energia interna induzido pelo meio ambiente ou pela má
alimentação (origem externa), emoções, fadigas (origem interna) (YAMAMURA,
2009, p.LIV).
Sendo assim a MTC, vê o ser humano como um todo, ou seja, o seu aspecto
psicofisiológico. Em outras palavras busca sempre o equilíbrio entre o corpo e a
mente, sempre em harmonia para desta forma manter a saúde e a integridade do ser
humano (DORIA, 2010).
A MTC possui várias terapêuticas como a alimentação, ervas, massagem,
exercícios e a acupuntura, que serão descritas adiante (KUREBAYASHI et al. ,
2009).
3.1 DEFINIÇÃO DE ACUPUNTURA
A acupuntura é uma técnica desenvolvida na China há mais de cinco mil
anos, sendo que a mesma visa tratar doenças através do equilíbrio das energias
circulantes no corpo, pois acredita-se que um organismo equilibrado não adoece
(VECTORE, 2005).
13
Segundo Kurebayashi et al (2009), a acupuntura é uma técnica antiga que
objetiva diagnosticar doenças e promover a cura pela estimulação de pontos de
acupuntura.
Esta técnica baseia - se na existência de acupontos, distribuídos ao longo de
doze linhas imaginárias, denominadas meridianos (coração, fígado, baço-pâncreas,
pulmão, estomago, rim, circulação - sexo, intestino delgado, vesícula biliar, intestino
grosso, bexiga e triplo aquecedor), que percorrem o corpo no sentido vertical e
quando são estimulados promovem benefícios à saúde (VECTORE, 2005).
Na MTC o universo e o ser humano estão submetidos às mesmas influências,
sendo partes integrantes do Universo como um todo. Esta teoria esta apoiada em
três pilares básicos: a teoria do Yang/Yin, dos Cinco Elementos, e dos Zang Fu
(YAMAMURA, 2009, p.XLIII).
3.2 TEORIA YIN E YANG
Este é o conceito mais importante na MTC, representa o desenvolvimento de
todos os fenômenos no universo, sendo o resultado de uma interação de dois
estágios opostos que contêm ambos os aspectos, em diferentes graus de
manifestação, num movimento cíclico e relativo (VECTORE, 2005).
Yamamura (2009, p.XLIV) relata que o Yang e Yin são os princípios
essenciais à existência de tudo o que existe no Universo. O Yang somente pode
existir na presença do Yin, e vice versa, e é esta dualidade que determina a origem
de tudo na Natureza, incluindo a vida.
A MTC baseia-se no equilíbrio dessas duas forças no corpo humano, sendo a
doença vista como um rompimento desse equilíbrio. Tal desequilíbrio destrói as
atividades fisiológicas normais do corpo, transformando se em processos
patológicos (DORIA, 2010).
Assim a MTC visa diagnosticar precocemente as alterações do equilíbrio
Yang e Yin, e a terapêutica é dirigida no sentido de restabelecer-se esse equilíbrio
energético no corpo humano (YAMAMURA, 2009 p. XLVI).
14
3.3 CINCO ELEMENTOS
A teoria dos cinco elementos ou movimentos constitui a base da MTC, e foi
elaborada por filósofos chineses para explicar o comportamento da natureza e dos
seres vivos (VECTORE, 2005).
A concepção dos Cinco Movimentos baseia-se na evolução dos fenômenos
naturais, em como os vários aspectos que compõem a Natureza geram e dominam
uns aos outros (YAMAMURA, 2009 p. XLVI).
Os elementos sucedem-se ininterruptamente, cada um tendo origem no que
lhe sucede: Fogo dá origem a Terra, Terra dá origem ao Metal, Metal da origem a
Água, a Água da origem a Madeira que dá origem ao Fogo (DORIA, 2010).
Assim as leis da geração e da dominância são os dois princípios básicos dos
Cinco Elementos. A lei da geração estabelece que cada movimento gera o
movimento seguinte esta relação é conhecida como regra mãe-filho e a lei da
dominância estabelece que cada movimento apresenta dominância sobre o
movimento que sucede (Figura1), isto é, aquele que ele gerou, este principio é
conhecido como regra avô-neto (YAMAMURA, 2009, p.XLVII).
O processo de adoecimento que envolve os cinco elementos são
especificados como: princípio da contradominância e a dominação excessiva. A
contradominância é uma situação que ocorre quando um movimento se torna
excessivo e volta-se contra aquele que normalmente o domina: “o neto volta-se
contra o avô” (Figura 1). Na dominação excessiva das doenças, as relações
patológicas se instalam quando ocorrem desequilíbrios no ciclo da dominância. Uma
fase com excesso de energia pode exercer uma superdominância, enfraquecendo a
fase dominada, em lugar de apenas controla-la (YAMAMURA, 2009, p.XLIX).
Portanto, se as leis que regulam a relação entre os elementos forem
respeitadas, a saúde do organismo será mantida, e se houver ruptura ou
descontinuidade nesses relacionamentos que mantêm o sistema em equilíbrio,
ocorrerá a doença. A terapêutica da MTC oferece recursos para a regulação
energética (DORIA, 2010).
De acordo com a autora supracitada, na MTC os desequilíbrios são
decorrentes das emoções:
15
Raiva: diz respeito a ressentimento, fúria contida, irritabilidade, frustração, ódio,
indignação, amargura, sendo que quaisquer desses sintomas podem afetar o
Fígado.
Alegria: pode ser interpretada como uma crise, pois não é um estado saudável,
exemplo: enxaqueca causada por boas notícias repentinas afetam o Coração.
Tristeza: representada pelo Pulmão (Zang), causando sintomas de Depressão.
Preocupação: estudo excessivo, pensar demais acaba debilitando o Baço
causando cansaço.
Medo: debilita o Qi (Energia) do Rim fazendo a descida do Qi (Energia), exemplo:
sensação de calor na face e a sudorese noturna (Quadro 1).
A autora supracitada ainda diz que cada um dos doze Meridianos Principais
relaciona-se a um dos cinco elementos. Quatro Meridianos estão associados ao
elemento Fogo, enquanto os outros elementos estão associados a dois Meridianos
cada um (Fig. 1).
O pensamento chinês não separa o corpo da mente, considerando o indivíduo
como um todo, de maneira global, onde as características psíquicas de indivíduo
orientam o terapeuta para o diagnóstico concomitante do estado físico e psíquico do
paciente. Por isso o tratamento do corpo físico repercute no estado psíquico
(DORIA, 2010).
16
Cinco Movimentos
Elementos Água Madeira Fogo Terra Metal
Zang
(órgão)
Rins Fígado Coração Baço/Pâncreas Pulmão
Fu
(vísceras)
Bexiga Vesícula
Biliar
Intestino
Delgado
Estômago Intestino
Grosso
Relação
Yang/Yin
Yin
máximo
Yang do Yin
Yang
Máximo
Equilíbrio
Yang/yin
Yin do
Yang
Energia
Frio
Vento
Calor
Umidade
Secura
Estação /
Ano
Inverno Primavera Verão Centro Outono
Cores
Preto
Azul-
esverdeado
Vermelho
Amarelo
Branco
Sabor
Salgado
Ácido/Azedo
Amargo
Doce
Picante
Emoção
Medo
Raiva
Alegria
Preocupação
Tristeza
Órgãos
sent.
Orelhas
Olhos
Língua
Boca
Nariz
Função
Sensorial
Audição
Visão
Fala
Paladar
Olfato
Sons
Gemidos Grito Riso Cantoria Choro
Tecidos Ossos Tendões Vasos
Sanguíneos
Carne
(Músculos)
Pele
Quadro 1.Correspondência dos Cinco Elementos
Fonte: YAMAMURA (2009, p.LI).
17
Geração
Dominância
Figura 1. Cinco elementos – Lei Geração e Dominância
Fonte: YAMAMURA (2009 p. XLVIII).
Contradominância
Figura 2. Superdominâcia e Contradominância respectivamente.
Fonte: JACQUES (2001).
FOGO
MADEIRA TERRA
METAL ÁGUA
FOGO
MADEIRA TERRA
METAL ÁGUA
18
3.4 TEORIA DOS ZANG FU
A MTC denomina de Zang Fu o estudo dos Órgãos e Vísceras sob três
aspectos: energético, funcional e orgânico. As vísceras são estruturas tubulares e
ocas que têm função de receber, transformar, assimilar, alimentos e eliminar os
dejetos. Os órgãos têm a função de armazenar a essência dos alimentos
proporcionando o dinamismo físico, visceral e mental. Tal função gera a energia do
Shen que constitui no exterior a manifestação da energia do interior (YAMAMURA,
2009, p LIII,).
Os Órgãos (Zang) são: Coração (Xin), Pulmão (Fei), Fígado (Gan),
Baço/Pâncreas (Pi), e Rins (Shen). As Vísceras (FU) são: Bexiga (Pangguang),
Intestino Grosso (Da Chang), Intestino Delgado (Xiao Chang), Estômago (Wei) e
Vesícula Biliar (Dan) (YAMAMURA, 2009, p. LIII).
Os aspectos energéticos dos Órgãos e Vísceras, conhecidos como Zang Fu
são reconhecidos pela integridade do corpo ou seja, para a MTC uma alteração do
estado mental significa um desequilíbrio energético do Órgão correspondente, por
isso para adequar o tratamento energético, é necessário achar a origem da
alteração energética. Com a intensificação das alterações energéticas vão surgindo
alterações funcionais sendo detectadas por exames laboratoriais e complementares
(YAMAMURA, 2009, p. LIV).
O conceito de Órgãos e Vísceras da MTC difere daquele da medicina
ocidental, pois, representam além dos conceitos da fisiologia ocidental , a integração
dos fenômenos energéticos que agem tanto nas manifestações somáticas como
psíquicas (YAMAMURA, 2009, p. LVII).
3.5 CANAIS DE ENERGIA PRINCIPAIS
Os canais de energia ou meridianos estão diretamente relacionados aos Zang
Fu, sendo que por ele circulam o Qi e o Xue, ligando o interior ao exterior e exterior
ao interior. Durante a gestação o embrião forma-se à custa da Energia Ancestral
Essencial, que origina os esboços energéticos dos Zang Fu (Órgãos e Vísceras).
19
Neste período fetal, o Qi dos Órgãos e das Vísceras se exteriorizam formando os
Canais de Energia ou Meridianos (YAMAMURA, 2009, p.3,).
Os canais de Energia são divididos em três categorias: Principais, Curiosos e
Distintos. Os canais Principais são formados por doze Canais, sendo 6 canais Yin e
6 Yang ou seja 12 Meridianos: Pulmão (P), Intestino Grosso (IG), Estômago (E),
Baço-Pancrêas (BP), Coração (C), Intestino Delgado (ID), Bexiga (B), Rins (R),
Circulação – Sexo (CS), Triplo Aquecedor (TA), Vesícula Biliar (VB), Fígado (F)
(DORIA, 2010).
Os canais de Energia Curiosos são oito onde, 4 canais são Yang : Du Mai,
Daí Mai, Yang Mai e Yin Wei e 4 canais são Yin: Ren Mai, Chong Mai, Yin Qiao Mai
e Yin Wei. Estes canais estão relacionados com as Vísceras Curiosas (útero,
medulas óssea e espinal e encéfalo) (YAMAMURA, 2009, p. 4).
Já os canais de Energia Distintos estão relacionados com os canais de
Energia Principais e distribuem Yong Qi e o Wei Qi (YAMAMURA, 2009, p. 4).
20
4 BASES CIENTÍFICAS DA ACUPUNTURA
No séc. XX a técnica de acupuntura começou a ser investigada
cientificamente, buscando explicar seu mecanismo de ação. Em 1972, Han Jisheng
descobriu que acupuntura induzia o encélafo e a medula espinhal a produzir uma ou
mais substâncias capazes de modificar o limiar da dor (aumentando os níveis de
serotonina (VECTORE, 2005).
Segundo Yamamura (2009, p. LIX), a escola científica procura descrever que
o estímulo dos pontos de acupuntura sistêmica ou auricular transmite-se por via
nervosa ou fibra A delta e C, isso ocorre porque os pontos situam-se próximos a
nervos periféricos.
Vectore (2005) diz ainda que o efeito da acupuntura pode ser explicado por
que ao estimular os pontos de acupuntura as fibras C reagem a estímulos mais
suaves e as fibras A delta reagem a estímulos mais fortes, esse estímulo chega ao
sistema nervoso central. Da medula espinhal, o estímulo vai para a região reticular
acima do tronco cerebral dirigindo-se a várias regiões do cérebro, principalmente ao
hipocampo (área da memória) e hipotálamo (área que controla o Sistema Nervoso
Autônomo e Sistema Hormonal). Ao realizar todo este trajeto ocorre a liberação de
endorfina (analgésico) pelo cérebro. A substância precursora da beta endorfina, a
pró opiome lanocortina, libera o cortisol (antiinflamatória).
Para Yamamura (2009), os efeitos combinados da ação do Qi nos canais de
energia quando estimulados, agem sobre o sistema autônomo e sobre o sistema
nervoso central, desencadeando várias reações como: analgésicas, hipoalgicas,
hiper ou hipofunção das estruturas orgânicas.
A pesquisa sobre a reação fisiológica da acupuntura mais realizada, é sobre a
liberação de substâncias de endorfinas no cérebro, que e um subtipo de
neuropeptídio chamado opióide, substância capaz de promover analgesia. Esta
descoberta ocorreu na década de 70, e vem avançando no entendimento dos seus
efeitos no cérebro (MENEZES et al., 2010).
Segundo Medeiros et al (2009), estudos histológicos mostraram que os
pontos de acupuntura possuem uma concentração fibrilar neural, uma rede capilar
vem desenvolvida e uma concentração aumentada de mucopolissacarídeos. Tais
21
dados demonstraram a diferença na estrutura dos pontos de acupuntura, mostrando
sua especificidade no tratamento.
Segundo Vectore (2005), estudos têm mostrado a capacidade da acupuntura
em modificar neuroquimicamente o sistema límbico (relacionado às emoções),
aumentando o nível de serotonina, por isso a acupuntura é indicada para o
tratamento de depressões e alguns quadros de esquizofrenia, evitando os efeitos
colaterais dos antidepressivos tricíclicos.
22
5 DEPRESSÃO PÓS-PARTO
O período puerperal tem início após o parto, sendo dividido em três fases: o
imediato, o tardio e o remoto. A primeira fase correspondente ao período do 1º ao
10º dia pós-parto, durante o qual se desenrolam todas as modificações necessárias
ao retorno do funcionamento do organismo da mulher ao estado anterior à gravidez,
o tardio que vai do 11º dia ao 25º dia onde se desenrolam todas as manifestações
involutivas de recuperação e regeneração da genitália materna, seguindo do remoto,
com término impreciso, na dependência da lactação, normalmente em torno de 6
semanas, permeados por processos físicos, sociais e psicológicos, inerentes à
maternidade (ALMEIDA, 2005).
O parto é uma experiência marcada por sentimentos de ansiedade,
expectativas, realizações e projeções. Esta fase é denominada puerpério, momento
em que a instabilidade emocional e a vulnerabilidade feminina estão susceptíveis a
síndromes psiquiátricas como a depressão (SANTOS et al., 2009).
Segundo Guariento (2001), a passagem do período gravídico para o
puerperal exige adaptações às mudanças fisiológicas, psicológicas e socioculturais
da mulher, e a depressão é especificada como transtorno do humor.
Para Ruschi et al. (2007), os sintomas psiquiátricos pós parto ocorrem por
alterações hormonais e mudanças no caráter social, na organização familiar e na
identidade feminina.
Segundo Camacho et al. (2006), o afastamento ou separação da criança, pela
necessidade de que seja cuidada por outro, pode dificultar ainda mais o
estabelecimento de vínculos afetivos e fortalecer a sensação de inadequação
materna. E diz ainda que a história pregressa de depressão, presença de sintomas
depressivos na gravidez e história familiar de transtornos do humor e de ansiedade
também têm sido identificadas como fatores de risco para transtornos no puerpério.
O tratamento deve ser preconizado para abreviar o sofrimento materno e
minimizar o impacto familiar (ANDRADE, 2006).
Depressão no uso habitual pode significar tanto um estado afetivo normal,
quanto um sintoma ou síndrome que inclui alterações de humor, cognitivas,
psicomotoras e vegetativas. A DPP é um transtorno mental que provoca alterações
emocionais, cognitivas, comportamentais e físicas (SANTOS et al, 2009).
23
A tristeza materna é um transtorno autolimitado, com início nas duas
primeiras semanas após o parto, com incidência de 50% a 80%, podendo ser
considerada um fator de risco para depressão no primeiro ano após o parto
(RUSCHI et al. ,2007)
O Ministério da Saúde relata a presença de impulsos suicidas em mães com o
diagnóstico de DPP e que levou a 97 mortes por suicídio associado à patologia em
questão (ARRAIS, 2005).
5.1 ETIOLOGIA
A etiologia da Depressão Pós-Parto é multideterminada, com uma
combinação de fatores psicológico, psicossocial, obstétrico, hormonal e hereditário
(SANTOS et al.,2009).
Os níveis de estrógeno e progesterona são maiores em mulheres em período
gestacional, podendo ocorrer alterações de humor comum nesta fase. A queda
destes hormônios no pós-parto estaria envolvido na etiologia da depressão
puerperal (CAMACHO et al., 2006).
Alguns riscos também são citados por Santos et al. (2009), como
prematuridade, intercorrências neonatais, má formação congênita do bebê,
complicações gravídicas com partos de risco podem levar ao quadro de DPP.
A depressão pós-parto tem uma etiologia multifatorial e certos fatores
preditores devem ser destacados como: historia familiar de depressão, gravidez não
desejada, depressão perinatal prévia, alterações do sono no periparto entre outros,
devem aumentar a vigilância e se necessário recomendar terapia preventiva nos
casos mais graves, como história de negligência grave, ideação suicida e infanticida
(VERAS et al., 2008).
Camacho et al. (2006), aponta também os fatores: idade inferior a 16 anos,
história de transtorno psiquiátrico prévio, conflitos conjugais, estado civil e posição
social. Outros fatores de risco também foram apontados como personalidade
vulnerável (pouco responsáveis ou organizadas), sexo do bebê (oposto ao
desejado), suporte emocional deficiente, entre outros.
24
5.2 EPIDEMIOLOGIA
Trabalhos nacionais apontam a prevalência de depressão pós-parto com uma
variação entre 12 e 19% de casos. Esses dados são compatíveis com a literatura
internacional, de 10 a 20% (RUSCHI et al., 2007).
Camacho et al. (2006), relata que um estudo detectou 17% das gestantes
com sintomas na gestação tardia, 18% no puerpério imediato e 13% entre a sexta e
a oitava semanas do puerpério e também no sexto mês do puerpério.
A DPP ocorre em 10% a 15% das puérperas em países desenvolvidos
ocidentais e a maioria dos casos se resolve espontaneamente em 3 a 6 meses, mas
o tratamento deve ser preconizado para abreviar o sofrimento materno (ANDRADE
et al, 2006).
No Brasil encontrou-se uma frequência de 13,4% de DPP em uma amostra de
puérperas de nível socioeconômico elevado e em São Paulo a prevalência de DPP é
de 37,1% em média (ARRAIS, 2005).
5.3 QUADRO CLÍNICO
A depressão pode ser de moderada a severa, sendo que o quadro clínico da
DDP corresponde a um quadro de depressão maior com início em quatro semanas
após o parto. Os sintomas devem permanecer no mínimo por duas semanas
afetando a vida da puérpera. Os sintomas são: humor deprimido, insônia ou
hipersônia, fadiga ou perda de energia, sentimento de inutilidade, culpa excessiva,
pensamento recorrente de morte, dificuldade de concentração e tentativa de suicídio
(SANTOS et al., 2009 e GUARIENTO, 2001).
Segundo Ruschi et al (2007), para ser diagnosticada como DDP a puérpera
deve ter no mínimo cinco sintomas: humor deprimido, anedonia, mudança de peso
ou apetite ou outro já citados.
Camacho et al. (2006), chama a atenção para o fato de que muitas mulheres
com depressão perinatal não revelam seus sintomas com receio de possível
estigmação, diz ainda que as mulheres sentem-se culpadas por não estarem felizes
num momento de alegria.
25
Em casos mais graves pode ocorrer ideação suicida, envolvendo
pensamentos obsessivos de violência contra o bebê e agitação psicomotora intensa
(CAMACHO et al, 2006 e ANDRADE et al., 2006).
O diagnóstico pode ser efetivado através da Escala de Depressão Pós Parto
de Edimburgo (Anexo A), a mais utilizada para identificar os sintomas depressivos
manifestados após o parto, traduzida em 24 idiomas (RUSCHI et al, 2007).
5.4 A ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DA DPP
A DPP geralmente tem início lento e a investigação clínica deve ser realizada,
pois episódios não tratados podem se tornar severos. Por isso são indicados
tratamento tanto farmacológico quanto psicoterapêutico (GUARIENTO, 2001).
Vectore (2005) mostra que abordagens alternativas em quadros de DPP
apresentou a acupuntura como tratamento alternativo, mostrando que a técnica tem
sido importante aliada ao tratamento.
Santos et al. (2009) também cita que a acupuntura no tratamento da DPP tem
sido utilizada como forma terapêutica, onde são empregados técnicas da MTC onde
não só a acupuntura sistêmica é empregada e sim todo um conjunto como: a
massagem, orientação nutricional e a farmacopéia chinesa. Esta terapêutica pode
estimular um processo auto-regulatório corporal gerando equilíbrio energético,
promovendo a cura.
Estudos científicos atuais envolvendo a acupuntura evidenciam três fatores
essenciais na técnica: as reações imunes e inflamatórias são mobilizadas quando
qualquer área da pele é suficientemente estimulada; a estimulação periférica neural
ocorre quando os pontos são estimulados mecanicamente, eletricamente,
quimicamente ou termicamente; e por último o componente psicológico é um fator
importante no tratamento com acupuntura (VECTORE, 2005).
A DPP responde muito bem ao tratamento com Acupuntura e ervas chinesas
em um curto período. Na perspectiva chinesa o estado deprimido do Qi e do Sangue
após o parto pode ter uma correspondência em nível mental com alguma depressão
(MACIOCIA, 2000, p.535-536).
26
A circulação de energia nos diversos canais de energia pode ser dificultada
por fatores externos ou interno, ocorrendo bloqueios, estagnações de energia e de
Xue (sangue), dando origem a processos álgicos ou de mau funcionamento dos
Órgãos e Vísceras e dos tecidos. A acupuntura visa restabelecer a circulação da
Energia (Qi) nos canais de energia e dos Órgãos e das Vísceras e, com isso, levar o
corpo a uma harmonia de energia e de matéria (YAMAMURA, 2009, LVII).
Manber et al (2004), relata que mulheres gestantes com depressão
submetidas a acupuntura, tiveram uma resposta de 63% de melhora após 12
sessões de acupuntura comparadas a grupos - controle com tratamento não
direcionado aos sintomas de depressão, onde concluíram que a acupuntura contribui
para a melhora do quadro depressivo.
Um estudo realizado por Weier et al (2004), discute várias alternativas ou
terapias complementares para o tratamento de DPP. Entre as técnicas pesquisadas,
a acupuntura apresentou evidências positivas no tratamento.
Estudos realizados por Kurebayashi et al (2009), citam que o tratamento com
acupuntura em pacientes com depressão, ansiedade, insônia entre outros tiveram
resultados favoráveis.
A acupuntura tem um grande potencial terapêutico no tratamento da
depressão, onde em estudo realizado demonstrou redução significativa da patologia.
O mesmo autor relata que a eletroacupuntura de frequência baixa (4Hz) leva à
ativação do núcleo arqueado do hipotálamo anterior com um aumento de
proopiomelamelanocortine, um precursor de hormônios como o adrenocorticotrófico
e beta endorfina (VÁZQUEZ et al., 2011).
Vectore (2005), relata que um estudo feito com acupressão (Do In) no ponto
Extra 1 por dez minutos obteve uma redução nos escores relacionados ao stress
verbal e o efeito da inserção de agulhas no ponto C7 também foi satisfatório na
redução do stress psicológico.
Um estudo específico para tratamento da Depressão realizado com 33
pacientes indicou que 64% das pacientes que receberam acupuntura mostrou
remissão completa e melhoraram significante. O mesmo autor relata que o
mecanismo de ação em eletroacupuntura é a estimulação da liberação de
noripinefrina no sistema nervoso central, a concentração de norepinefrina foram
significante elevados em pacientes deprimidos e melhorou após um período de 6
semanas de eletroacupuntura (BENDA et al., 2008).
27
A MTC explica a DPP como deficiência de sangue causado pelo esforço e a
perda de sangue no momento do parto. O coração abriga a mente e governa o
sangue, o sangue do coração fica deficiente, a mente fica sem residência e se torna
deprimida. No que diz respeito à mente, a mãe tem sensação de incapacidade em
reagir, chora em demasia, perde a libido e em seguida se sente culpada e com raiva
devido a esse comportamento instável (MACIOCIA, 2000, p. 528).
O mesmo autor refere que, quando a deficiência de sangue se prolonga
outras condições podem aparecer, em casos de predisposição de deficiência de yin,
em conjunto com a deficiência de sangue pode se iniciar uma deficiência de yin e ao
vazio do coração, sendo que esse estado pode levar a uma depressão e ansiedade
mais severa com manifestações como insônia, inquietude mental e agitação.
Em casos onde a mulher se apresenta além de deprimida, confusa, com
comportamento obsessivo, fóbico e (em casos extremos) psicótico, o padrão é
sangue estagnado, sendo assim um grande risco á mãe e a criança, pois
manifestações como agressividade, alucinações, desilusões, tendência ao suicídio e
pensamentos destrutivos contra a criança podem aparecer (MACIOCIA, 2000, p.
529).
5.5 TRATAMENTOS PELA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA
Como já foi relatado anteriormente a MTC é um conjunto de terapias, que
inclui técnicas de massagem como: Fitoterapia, Massoterapia, Do In, Tui-Na,
Shiatsu. Tai-Chi-Chuan e a Acupuntura com uma gama de técnicas de tratamento
(SANTOS, 2009).
A Fitoterapia ou medicina herbácea está relacionada ao uso das ervas
medicinais sobre diversas formas, tais como: chás, banho, compressas, óleos,
extratos, inalações, como também, suprir a necessidade de certas substâncias e
energias sutís que atuarão como princípios ativos para a harmonização psicofísica.
A fitoterapia foi descoberta pelos antigos egípcios, pelos gregos e mais tarde pelos
romanos, vigorando assim desde 2.300 aC (NUÑEZ, 2002).
Na DPP as ervas são usadas de acordo com o padrão encontrado por
exemplo:
28
Deficiência de Sangue do Coração utiliza-se Fu Shen San: recomenda-se esta
fórmula para palpitações, ansiedade e comportamento confuso após o parto. Esta
fórmula é composta por Ren Shen e Huang Qi (tonificam o Qi e fortalecem o Qi
original); Shu Di Huang, Bai Shao, Dang Gui e Huai Niu Xi (nutrem o Sangue); Rou
Gui (esquenta o Interior, entra no Coração e encoraja a geração do Qi e do Sangue);
Fu Shen,Hu Po e Long Chi (acalmam a Mente).
Deficiência do Yin do Coração utiliza-se Ren Shen Dang Gui Tang: recomenda-se
esta fórmula para promover a geração de Sangue e Yin. É composta por Ren Shen
(tonifica o Qi Original), Dang Gui, Bai Shao e Shu Di Huang (nutrem o Sangue), Mai
Men Dong (nutre o Yin), Rou Gui (promove a geração do Qi e do sangue.
Estase do Sangue utiliza-se Xiao Tiao Jing Tang: recomenda-se esta formula para
o sangue que é tanto deficiente como estase rebelando para cima para incomodar o
coração, causando psicose pós-natal. É composta por Bai Shao e Dang Gui (nutrem
o sangue), Mo Yao e Hu Po (também acalma a mente), Rou Gui (promove a geração
do Qi e Sangue), Xi Xin (ajuda abrir orifícios da mente) e She Xiang (abre os orifícios
da mente) (MACIOCIA, 2000, p.530).
A Massoterapia consiste em toques aplicados pelo corpo, obtendo
relaxamento, equilíbrio energético e até mesmo, o aflorar de material psíquico
reprimido. As técnicas mais conhecidas são o Tui-Na, o Shiatsu e o Do-In. O Do-In é
uma forma de tratamento por pressão digital nos pontos de acupuntura e que pode
ser feita pela própria pessoa. Pode ser usada em qualquer lugar e por qualquer
pessoa que tenha conhecimento. Na prática este tratamento pode ser realizado
como um método de primeiros socorros, devido sua eficácia (NUÑEZ, 2002).
O Taí-Chi-Chuam consiste em uma arte marcial chinesa que alia gestos
suaves e respiração especiais à filosofia orienta e desse modo, promove o bem estar
e a manutenção da saúde. O Lian Gong foi criado pelo médico ortopedista Dr
Zhuang Yuen Ming, na China, em 1919, é uma ginástica terapêutica individualizada,
de origem chinesa, que movimenta a energia Ki em 18 terapias, tanto para o
tratamento e prevenção de dores no corpo, como também para a longevidade
(NUÑEZ, 2002).
Tais terapias provocam estimulação de partes do corpo responsáveis pela
produção dos nossos próprios remédios internos (SANTOS et al., 2009).
As técnicas de inserção de agulhas têm a finalidade de promover a
mobilização, a circulação e o fortalecimento das energias humanas, bem como a
29
expulsão de Energias Perversas que acometem o indivíduo (YAMAMURA, 2009, p.
LVII).
De acordo com o padrão, já mencionado, de cada paciente pode-se fazer a
escolha da terapêutica a ser aplicada. No caso de acupuntura sistêmica a escolha
de pontos para o tratamento da DPP deve ser feito a partir do fechamento do
padrão. Os padrões são: Deficiência do sangue do coração é marcado com
manifestações clínicas como: depressão pós-natal, fadiga, ansiedade moderada,
insônia, choro fácil, sensação de culpa, perda da libido, memória pobre, palpitações.
Língua pálida e fina, pulso rugoso e fraco no lado esquerdo, especialmente nas
posições média e frente. O princípio do tratamento é nutrir o sangue, fortalecer o
coração e levantar o ânimo. Utilização dos Pontos: C5 e B15 tonificam o Qi do
coração; C7, VC14 e VC15 nutrem o coração e acalmam a mente; VG20 levanta o
ânimo e alivia a depressão; F8 nutre o sangue do fígado; VC4, com cones de moxa,
nutre o sangue e fortalece o útero; E36 e BP6 nutrem o sangue; VG19 acalma a
mente (mais eficaz junto com o VC15); CS6 acalma a mente e levanta o ânimo.
Deficiência do yin do coração é marcado por manifestações clínicas como
depressão pós-natal, insônia (acordando frequentemente durante a noite),
inquietude mental, sensação de culpa, exaustão, hipogalactia, palpitações, perda da
libido, sensação de calor à noite, sudorese noturna. Língua vermelha sem
revestimento, com uma rachadura do Coração e pulso flutuante – vazio. O principio
do tratamento é nutrir yin, tonificar o coração e acalmar a mente. Utilização dos
Pontos: C7, CS7, VC14 e VC15 acalmam a mente e nutrem o coração; C5 tonifica o
coração; VC4, F8 e BP6 nutrem o yin; VG19 e VG24 acalmam a mente.
Estase do sangue do coração é marcado por manifestações clínicas como:
depressão pós-natal, comportamento maníaco, xingar pessoas, comportamento
agressivo, desilusões, alucinações, pensamentos suicidas, destrutivos, falta de
vínculo com o bebê. Língua púrpura e pulso em corda e ou rápido. O princípio do
tratamento é revigorar o sangue, eliminar a estase, dominar o Qi rebelde no canal
Chong mai, acalmar a mente e abrir os orifícios da mente. Utilização dos Pontos:
CS7 e VC14 acalmam a mente, abrem os orifícios da mente e nutrem o coração;
BV17 e VB18 abrem os orifícios da mente; VG24 acalma a mente; B15 limpa o
coração e acalma a mente; BP4 e CS6 regulam o canal Chong mai revigorar o
sangue e dominam o Qi rebelde; F3 revigora o sangue, domina o Qi rebelde e o
30
sangue no canal Chong mai; R1 acalma a mente e domina o Qi rebelde; B17 e BP10
revigoram o sangue e eliminam a estase (MACIOCIA, 2000, p. 530).
Um estudo realizado por Vázquez et al. (2011), em um grupo de pacientes
com depressão, utilizou os pontos Shen men (C7), Shen Shu (B23), Xin Shu (B15),
Nei Guan (CS6), San Yin Jiao (R6) e Tai Yang (M CP 9) bilaterais. Estes pontos
foram estimulados com eletroacupuntura de baixa frequência (4Hz) por 30 minutos
duas vezes por semana, durante seis semanas. Os resultados foram favoráveis
porque mostrou uma redução significativa na sintomatologia depressiva.
Manber et al. (2004), realizaram estudo em pacientes com depressão durante
a gravidez, onde utilizaram pontos de acupuntura específicos para depressão
segundo o padrão de desarmonia de cada paciente, de acordo com a MTC. As
sessões tinham duração de 25 minutos e realizadas duas vezes por semana,
durante quatro semanas e foram excluídos pontos proibidos ou não recomendados
durante a gravidez. As taxas observadas revelou uma redução significadamente
maior na severidade dos sintomas de depressão em relação ao grupo controle. Tal
estudo comprovou que a acupuntura levou a resultados favoráveis na sintomatologia
da depressão e houve poucos efeitos colaterais.
Pesquisadores investigaram o tratamento da depressão com acupuntura e
outras desordens emocionais, mostrando eficácia do tratamento em episódios
depressivos e ansiedade generalizada por meio do agulhamento em pontos como
CS6, C7, VC6 e B62 (VECTORE, 2005).
Em estudo realizado por Manber et al. (2002), o tratamento de acupuntura
específico produziu uma redução significativa do sintoma no final do tratamento, bem
como a redução da gravidade dos sintomas, independentemente avaliada por uma
entrevista clínica e por auto-avaliação, foi significativamente maior para o grupo
específico do que para o grupo não específico. A redução da depressão na
pontuação de observada no grupo específico, no entanto, não foi significativamente
maior do que no grupo de controle sem tratamento nesta pequena amostra.
Outros autores afirmam que o tratamento com acupuntura levou a redução
dos sintomas da depressão. Neste estudo a seleção dos pontos de acupuntura,
juntamente com freqüência e modalidade de tratamento foram bastante variável ou
seja, de acordo com o padrão de cada paciente. Em sete pacientes foram
empregados acupuntura corporal, enquanto dois utilizaram uma combinação de
acupuntura auricular e corporal. A estimulação elétrica foi empregada em três
31
estudos, a estimulação manual em um. O número de pontos de acupuntura
selecionados por sessão variou de 2 a 13, com uma média de 5,7 pontos, porém
não foram mencionados pelos autores (LEO, 2006).
Para Vázquez et al. (2011), dentro da perspectiva da acupuntura, a
depressão é tratada como método de nutrir o coração e acalmar a mente, regulando
a energia e o sangue. Ele diz ainda que a acupuntura é uma alternativa para a
sintomatologia da depressão por sua ação sobre os sistemas monoaminérgico no
cérebro que age como antidepressivo, e que o efeito da acupuntura e
eletroacupuntura na depressão maior têm resultados semelhantes ao uso de drogas
antidepressivas. A relação de hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) e cortisol
sugerem que a eletroacupuntura ativa o eixo hipotalâmico hipofisário adrenal (HPA)
e passar por este mecanismo pode modular o efeito sobre o sistema de depressão e
estresse, bem como a influência da acupuntura em diferentes sistemas de
neurotransmissores, tais como β-endorfinas, monoaminas noradrenalina e
serotonina.
A importância da compreensão pela própria paciente sobre sua doença e
suas causas para chegar a um diagnóstico correto foi apontado por Eisenbrueh
(1983), para que haja uma intervenção correta no tratamento. Segundo este autor a
acupuntura obteve melhor resultado que a medicina ocidental.
32
6 CONCLUSÃO
O objetivo deste estudo foi compreender os tratamentos da depressão
puerperal, identificar os efeitos da acupuntura e rever os motivos a DPP. A partir
desses objetivos foram analisadas publicações científicas onde observou-se que a
DPP tem grande prevalência, cerca de 12 a 19% segundo dados nacionais. Os
motivos que levam a DPP pode ser uma combinação de fatores psicológicos,
psicossocial, obstétrico, hormonal e hereditário. A DPP pode ser de moderada a
severa e os sintomas são: humor deprimido, insônia ou hipersonia, fadiga, culpa e
até tentativa de suicídio.
A acupuntura segundo dados levantados, tem mostrado resultados favoráveis
no tratamento da DPP. Sendo assim, a acupuntura tem grande potencial terapêutico
no tratamento, levando a redução significativa da patologia. Estudos mostram que a
estimulação dos pontos de acupuntura específicos para depressão liberam
noripinefrina no Sistema Nervoso Central, que em pacientes depressivos tem altas
concentrações. Houve redução significativa na sintomatologia da depressão quando
efetuado eletroacupuntura de baixa frequência (4hz) por 30 minutos nos pontos C7,
B23, B15, CS6, R6 e Tai Yang (M CP9), durante seis semanas e duas vezes por
semanas.
A depressão, segundo a MTC, é tratada através dos métodos de nutrir o
coração e acalmar a mente, regulando a energia e o sangue. Assim, age sobre os
sistemas monoaminérgicos no cérebro que como antidepressivo. Além disso, a
relação de hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) e cortisol sugerem que a
eletroacupuntura ativa o eixo hipotalâmico hipofisário adrenal (HPA), também
interfere nos sistemas de neurotransmissores, tais como B- endorfinas,
monoaminas, noradrenalina e serotonina.
Através desta pesquisa pode-se visualizar melhor os benefícios da
acupuntura como tratamento na DPP, pois trata corpo e mente, sendo um
tratamento muito promissor.
Este estudo permitiu agregar novas informações e entender o potencial da
acupuntura no tratamento da DPP, mesmo havendo dificuldade de levantamento
bibliográfico sobre o assunto e protocolos de tratamentos, sugerindo futuras
pesquisas de campo.
33
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, M. S. Assistência de enfermagem à mulher no período puerperal: uma análise das necessidades como subsídios para a construção de indicadores de gênero. 2005. 168 p. Tese (Doutorado em Programa Interunidades) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005. ANDRADE, L. H. S. G.; VIANA, C. M.; SILVEIRA, C. M. Epidemiologia dos transtornos psiquiátricos na mulher. Revista de Psiquiatria Clínica, São Paulo, v.33, n.2, p. 43-54, 2006. ARRAIS, A. R. As Configurações subjetivas da depressão pós-parto: para além da padronização patologizante. 2005. 158 p. Tese (Doutorado em Psicologia) – Universidade de Brasília, Distrito Federal, 2005. BENDA, W., LAKE J., BAUER, B. A. Depression (Complementary / Alternative Medicine). Philadelphia, 2008. Disponível em: <http://pier.acponline.org/physicians/alterantive/camdz418/camdz418.html. Acesso em: 26 set. 2011. CAMACHO, R. S.; CANTINELLI, F. S. ; RIBEIRO, C. S.; CANTILINO, A.; GONSALES, B. K.; BRAGUITONI, E. ; JUNIOR, J. R. Transtornos psiquiátricos na gestação e no puerpério: classificação, diagnóstico e tratamento. Revista de Psiquiatria Clínica, São Paulo, v.33, n. 2, p. 92-102, 2006. DORIA, M. C. S. O uso da acupuntura na sintomatologia do stress. 2010.143 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia como Profissão e Ciência) – Pontifícia Universidade Católica, São Paulo, 2010. EISENBRUEH, M. Wind illnes’s or somatic depression? A case study in psychiatric anthropology. The British Journal of Psychiatry, United States, v. 143, n. 4, p. 323-326, Nov. 1983. GUARIENTO, A. ; MAMEDE, J. A. V. Medicina Materno-Fetal. 2 ed. São Paulo: Ateneu, 2001. JACKES, L. M. Medicina Tradicional Chinesa – Idéias e Conceitos. Anais Seminário Nacional da Ciência e da Tecnologia- Caderno de Resumos. Universidade Federal Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2001. KUREBAYASHI; L. F. S.; FREITAS, G. F. F., OGUISSO, T. Enfermidades tratadas e tratáveis pela acupuntura segundo percepção de enfermeiras. Revista Escola de Enfermagem da USP, São Paulo, v. 43, n. 4, p. 930 – 936, 2009. LEO; R. J.; JUNIOR; J. S. A. L. A Systematic review of randomized controlled trials of acupuncture in the treatment of depression. Journal of Affective Disordens, USA, v.34, n.2, p. 350-360, jun. 2006.
34
MACIOCIA, G. Obstetrícia e Ginecologia em Medicina Chinesa. 1ª ed. São Paulo: Roca, 2000. MANBER, R., SCHNYER, R. N., ALLEN, J. J.; RUSH, A. J., BLASEY, C. M.
Acupuncture: a promising treatment for depression during pregnancy . Journal of Affective Disorders. USA. v. 83, n.1, p. 89-95, Nov.,2004. MANBER, R., ALLEN, J. J. B.; MORRIS, M. M. Alternative Treatments for Depression: Empirical Support and Relevance to Women. Journal Clinic Psychiatry. Stanford, v.63, n.7, p.628-640, 2002. MEDEIROS, R., SAAD, M. Acupuntura: efeitos fisiológicos além do efeito placebo. Revista O Mundo da Saúde. São Paulo, v. 33, n. 1, p. 69-72, 2009. MENEZES, C. R. O., MOREIRA, A. C. P., BRANDÃO, W. B. Bases neurofisiológica para compreensão da dor crônica através da Acupuntura. Revista Dor, Bahia, v.11, n.2, p. 151-168, 2010. MERIGHI, M. A. B.; GONÇALVES, R.; RODRIGUES, I. G. Vivenciando o período puerperal: uma abordagem compreensiva da Fenomenologia Social. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília, v.59, n.6, p. 775-779, Nov ∕ Dez. 2006. NUÑEZ, H. M. F.; Terapias alternativas / complementares: o saber e o fazer das enfermeiras do Distrito Administrativo – 71. 2002. 152 f. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2002. RUSCHI, G. E. C.; SUM S. Y. ; MATTAR, R.; FILHO, A. C.; ZANDONADE, E. ; LIMA, V. J. Aspectos epidemiológicos da depressão pós-parto em amostra brasileira. Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, v.29, n.3, p. 274 -280, set. ∕ dez, 2007. SANTOS, C. M. T.; ALMEIDA G. O.; SOUZA T. S. Depressão Pós-Parto: Revisão da Literatura. Revista Psicologia em Foco, Aracaju; v.3, n.2, p.1-13, jul ∕ dez, 2009. SILVA, A. L. P.; O Tratamento da ansiedade por intermédio da acupuntura: um estudo de caso. Revista Psicologia: ciência e profissão, Brasília, v.30, n.1, p. 1-9, mar. 2010. VÁSQUEZ, R. L.; MACÍAS L. G.; BERLANGA C.; AEDO F. J. Revista Salud Mental, México; v.34, n.1, jan./fev., 2011. VECTORE, C. Psicologia e acupuntura: primeiras aproximações. Revista Psicologia:Ciência e Profissão, Brasília; v. 25, n. 2, p. 266-285, jun. 2005. VERAS, A. B.; NARDI, A. E. Depressão na Mulher. Revista Brasileira de Medicina, São Paulo; v.65, n.6, p.153-163, jun. 2008. VIDAL, M. Humor no Puerpério e o Risco de Violência na Relação Mãe – Bebê. Revista Baiana de Saúde Pública, Bahia, v. 33, n. 4, p. 522 -533, out/dez, 2009.
35
WEIER, K. M.; BEAL, M. W. Complementary therapies as adjuncts in the treatment of postpartum depression. Journal Midwifery Womens Health. EUA, v. 49, n. 2, p. 96- 104, apr/ mar 2004. YAMAMURA, Y. Acupuntura Tradicional: A arte de inserir. 2 ed. rev. e ampl. São Paulo: Roca, 2009.
36
ANEXO A- Escala de Edimburgo
37
Instruções. Você teve há pouco tempo um bebê e nós gostaríamos de saber como
você está se sentindo. Por favor, marque a resposta que mais se aproxima do que
você tem sentido NOS ÚLTIMOS SETE DIAS, não apenas como você está se
sentindo hoje.
Aqui está um exemplo já preenchido:
Eu tenho me sentido feliz:
Sim, todo o tempo.
Sim, na maior parte do tempo.
Não, nem sempre.
Não, em nenhum momento.
Esta resposta quer dizer: "Eu me senti feliz na maior parte do tempo" na última
semana.
Por favor, assinale as questões seguintes do mesmo modo.
Nos últimos sete dias:
1. Eu tenho sido capaz de rir e achar graça das coisas.
Como eu sempre fiz.
Não tanto quanto antes.
Sem dúvida menos que antes.
De jeito nenhum.
2. Eu sinto prazer quando penso no que está por acontecer em meu dia-a-dia.
Como sempre senti.
Talvez menos do que antes.
Com certeza menos.
De jeito nenhum.
3. Eu tenho me culpado sem necessidade quando as coisas saem erradas.
Sim, na maioria das vezes.
Sim, algumas vezes.
38
Não muitas vezes.
Não, nenhuma vez.
4. Eu tenho me sentido ansiosa ou preocupada sem uma boa razão.
Não, de maneira alguma.
Pouquíssimas vezes.
Sim, alguma às vezes.
Sim, muitas vezes.
5. Eu tenho me sentido assustada ou em pânico sem um bom motivo.
Sim, muitas vezes.
Sim, algumas vezes.
Não, muitas vezes.
Não, nenhuma vez.
6. Eu tenho me sentido esmagada pelas tarefas e acontecimentos do meu dia-a-dia.
Sim. Na maioria das vezes eu não consigo lidar bem com eles.
Sim. Algumas vezes não consigo lidar bem como antes.
Não. Na maioria das vezes consigo lidar bem com eles.
Não. Eu consigo lidar com eles tão bem quanto antes.
7. Eu tenho me sentido tão infeliz que tenho tido dificuldade de dormir.
Sim, na maioria das vezes.
Sim, algumas vezes.
Não, muitas vezes.
Não, nenhuma vez.
8. Eu tenho me sentido triste ou arrasada.
Sim, na maioria das vezes.
Sim, muitas vezes.
Não muitas vezes.
Não, de jeito nenhum.
39
9. Eu tenho me sentido tão infeliz que tenho chorado.
Sim, quase todo o tempo.
Sim, muitas vezes.
De vez em quando.
Não, nenhuma vez.
10. A idéia de fazer mal a mim mesma passou por minha cabeça.
Sim, muitas vezes, ultimamente.
Algumas vezes nos últimos dias.
Pouquíssimas vezes, ultimamente
Nenhuma vez.
As respostas são classificadas com 0, 1, 2 e 3 pontos, de acordo com a
severidade crescente dos sintomas. As perguntas assinaladas com (*) são
classificadas do modo inverso (3, 2, 1 e 0). O resultado final é obtido pela soma da
classificação obtida em cada questão. A somatória dos pontos perfaz escore de 30,
sendo considerado de sintomatologia depressiva valor igual ou superior a 12, como
definido na validação da escala.
top related