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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
QSMS: PEÇA FUNDAMENTAL NO PROCESSO PRODUTIVO
Por: Denisio Caetano Ferreira
Orientador
Prof. Nelsom Magalhães
Rio de Janeiro
2012
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
QSMS: PEÇA FUNDAMENTAL NO PROCESSO PRODUTIVO
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Engenharia de Produção
Por: . Denisio Caetano Ferreira
3
AGRADECIMENTOS
A todos os professores do curso de
Engenharia de Produção – AVM/
UCAM, que desde o primeiro até o
último dia de aula, se mostraram
incansáveis na busca pela perfeição
em transmitir todo seu conhecimento,
na certeza de estar formando futuros
profissionais altamente capacitados.
4
DEDICATÓRIA
Dedico primeiramente à Deus que me
permitiu chegar até aqui, e a minha
família, pela paciência, compreensão,
especialmente nos momentos de
ausência ao longo desta jornada. Credito
a ela todos os êxitos de minha vida.
5
RESUMO
A proposta desta pesquisa é exemplificar como o QSMS tem papel
fundamental para o alcance de metas, e tem papel de garantir a eficácia de
uma organização, reduzindo e prevenindo perdas e riscos associados à sua
atividade, seja ela qual for, reduzindo passivos previdenciários, ambientais e
de produção.
O presente estudo observará a atual conjuntura no que tange as
alterações da legislação, o aumento do rigor nas fiscalizações, e a escassez de
recursos pessoais e materiais para gerenciar as possíveis contingências. A
proposta de estudo em gestão de QSMS, é mostrar como este pode ser um
eficaz mecanismo de otimização do processo produtivo como um todo, a fim
de evitar perdas físicas e financeiras, além da melhoria da rentabilidade do
negócio e o aumento nos níveis de satisfação dos colaboradores e clientes,
cmo um dos parâmetros que servirão de base para controle e
acompanhamento dos indicadores.
Palavras-chave: qualidade, segurança, meio ambiente e saúde.
6
METODOLOGIA
O problema proposto surge de uma demanda das grandes Companhias,
que atualmente estão buscando conhecimento para a aplicação de
metodologias para gerenciamento de temas que até algum tempo pouco se
ouviam falar. Durante muito tempo o principal foco das companhias era a
rentabilidade que um determinado projeto ou produto poderia gerar. Hoje, tão
importante quanto avaliar o retorno financeiro de um investimento, é prever e
gerenciar todas as possíveis perdas e passivos que podem ser gerados em
detrimento das atividades desenvolvidas. A contemporaneidade do tema,
tornou fácil a coleta de informações através de: revistas especializadas,
manuais, livros, entre outros. O contato direto com dia-a-dia do Setor de
QSMS interagindo diretamente com o Setor de Produção, também contribuiu
incomensuravelmente para aquisição de subsídios que dão base ao
desenvolvimento da pesquisa em questão. O presente estudo delimita-se ao
seguimento da construção civil pesada e das grandes indústrias, onde tenho
como ponto de partida a padronização e a alta gestão da empresa Delta
Construção, da qual faço parte e venho progressivamente adquirindo
conhecimento teórico e expertise em gestão.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - A importância do Sistema de
Qualidade nas corporações 10
CAPÍTULO II - Aumentando a produtividade através
do Gerenciamento de Segurança 22
CAPÍTULO III – Gestão Ambiental como ferramenta
de prevenção de perdas e
Responsabilidade Social 38
CAPÍTULO IV – Trabalho e Saúde nas corporações 53 CONCLUSÃO 61
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 66
ANEXOS 71
8
INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, a sociedade tem passado por diversas transformações,
o que tem provocado impacto em algumas áreas tais como: ambientais,
sociais, econômicas, políticas e culturais. A transformação deste conjunto, fez
com que mudanças comportamentais ocorressem de forma acelerada, fator
este que tem influenciado diretamente na dinâmica das corporações.
Essas transformações levaram as organizações a vislumbrar um modelo
de gestão, e pensarem numa forma de operacionalizá-lo em conjunto com os
objetivos da administração geral.
A globalização industrial, fez com este modelo de gestão ganhasse
destaque e se tornasse um recurso estratégico frente a competição de
mercado. Esta pressão de mercado forçou a adoção de uma nova postura
empresarial ante aos concorrentes que se tornaram cada vez mais agressivos,
não se esquecendo de que cada vez mais a mídia está atenta aos fatos e
ocorrências pertinentes às grandes corporações. Decisões gerenciais
precipitadas ou não amadurecidas, podem culminar em erros de estratégia que
podem afetar a imagem de uma empresa com uma tal proporção que sua
marca poderá ser por muito tempo estigmatizada por um “deslize” cometido.
A Gestão de QSMS (Qualidade, Segurança, Meio Ambiente e Saúde) tem
como missão melhorar o “Sistema de Gestão Integrado”, garantindo às
empresas o controle de perdas materiais e pessoais através de uma
metodologia planejada, disciplinada e sistêmica. Através do presente estudo
será demonstrado que a “melhoria contínua”, muito citada no que tange a
Qualidade, está presente nos demais desdobramentos (Segurança, Meio
Ambiente e Saúde), e se caracteriza por consistir em um processo (contínuo) e
não em um programa (com início, meio e fim).
9
A busca pela excelência na Gestão em Qualidade, Segurança, Meio
Ambiente e Saúde (QSMS), passou a ser um paradigma estratégico das
corporações que buscam um diferencial, a fim de garantir sua participação em
um mercado cada vez mais acirrado e dominado por uma sociedade cada vez
mais exigente.
As análises dos indicadores de desempenho em qualidade, segurança e
meio ambiente das principais empresas que operam no segmento industrial de
grande porte, construção civil pesada e usinas provam que os gestores não
tem conseguido manter uma redução significativa das taxas de acidentes e das
perdas materiais ao longo dos anos, e que as falhas humanas continuam
representando uma parcela significativa das causas destes desvios. A proposta
deste trabalho, é dissertar sobre a necessidade de se considerar a questão
“fator humano” e Gestão de QSMS como peças fundamentais no processo
produtivo.
10
CAPÍTULO I
A IMPORTÂNCIA DO SISTEMA DE QUALIDADE NAS CORPORAÇÕES
O CONCEITO
Segundo a Norma pode-se definir que um Sistema de Gestão da
Qualidade entende-se como: o grau no qual um conjunto de características
inerentes, satisfaz a requisitos, tendo como entendimento de características, as
propriedades diferenciadoras, podendo estas serem dos mais diferentes tipos.
Fonte: ABNT NBR ISO 9000:2005
1.1 – O ser humano e o conhecimento
Até o século XVII, as atividades de produção de bens eram
desempenhadas por artesãos. Com inúmeras especializações e
denominações, essa classe abarcava praticamente todas as profissões liberais
então existentes: pintores, escultores, marceneiros, vidraceiros, sapateiros,
arquitetos, armeiros e assim por diante. O mestre artesão, proprietário de uma
oficina, recebia aprendizes, geralmente membros da família ou, então, jovens
talentosos da região, para estudarem o ofício.
Estes permaneciam na oficina por um período de até quinze anos,
aprendendo a dominar as técnicas da profissão. Auxiliavam o mestre em seus
trabalhos, realizando tarefas que eram posteriormente inspecionadas com
cuidado. Quando suficientemente qualificados, eram registrados e poderiam,
só então, exercer o ofício de forma autônoma. Os artesãos uniam-se em
corporações de ofício, que tinham papel semelhante à dos atuais sindicatos e
11
conselhos profissionais (CREA, CREFITO, OAB,): regulamentar a profissão,
impedir o seu exercício ilegal, e conter a concorrência desleal dos outros
profissionais. Para registrarem-se, os candidatos ao ofício eram submetidos a
um exame em que sua habilidade era cuidadosamente avaliada.
Do ponto de vista da qualidade, os bons artesãos eram capazes de
realizar tarefas com elevado grau de complexidade e possuiam total domínio e
habilidade com relação ao ciclo de produção, já que negociavam com o cliente
o serviço a ser realizado, executavam estudos, testes, selecionavam os
materiais e as técnicas mais adequadas, construiam o bem e o entregavam.
Cada bem produzido era personalizado e incorporava inúmeros detalhes
solicitados pelo cliente, com isso, o número de variações era muito ilimitado.
O conceito de produção em massa seria criado com o objetivo de
conseguir custos reduzidos por unidade produzida, e conseqüentemente
ampliação do mercado, permitindo o acesso de pessoas de classes mais
baixas a inúmeros produtos antes escassos. Estas mudanças no modo de
Produção permitiriam, também, modificar a percepção e o tratamento da
“qualidade” nos processos de execução.
12
1.2 - Histórico da Qualidade na indústria
O homem que até então era simplesmente um artesão, passa a ser um
operário coadjuvante da máquina. A produção passaria a ser padronizada e o
número de opções colocadas à disposição do cliente era limitado. O trabalho é
rotineiro e padronizado e o trabalhador perde o contato com o cliente e com a
visão global dos objetivos da empresa. Iniciava-se o processo de divisão do
trabalho entre aqueles que pensam (gerentes, administradores, engenheiros) e
aqueles que executam (operários).
A necessidade de estruturar as indústrias e de dar-lhes uma padronização
adequada, melhorando a eficácia e a produtividade, levou a diversos estudos
sobre o seu funcionamento, o seu papel na economia e a sua administração.
Os principais economistas políticos dos séculos XVIII e XIX ocuparam-se,
eventualmente, desses temas. Nesta época também, foram dados os primeiros
passos para a criação dos sistemas de medidas e das normas industriais. Mas
foi no início do século XX, com os trabalhos de Fayol e de Taylor, que o
conceito de “Administração Moderna” consolidou-se. A metodologia adotada
por Fayol e de Taylor, tem até hoje, uma profunda influência na maneira como
as organizações operacionalizam e se estruturam, principalmente no que
tange visão sobre a Qualidade.
O francês Henry Fayol (1841-1925) era engenheiro de minas e, dedicou-
se desde o início de sua carreira às atividades gerenciais, estas com grandes
êxitos. Em 1916 Fayol publicou a obra “Administração Industrial e Geral”, que
daria origem a escola de administraçao clássica, na qual defendia a
estruturação da empresa em seis funções básicas: técnica, comercial,
financeira, contábil, administrativa e de segurança. Fayol ainda subdividiu as
atividades administrativas em: prever, organizar, comandar, coordenar e
controlar. Posteriormente lançou os conceitos de unidade de comando (cada
funcionário tem apenas um supervisor), unidade de direção (cada equipe tem
apenas um líder e um plano de trabalho), centralização (concentração da
13
autoridade no topo da hierarquia) e cadeia escalar (organização hierárquica da
empresa), distinguindo as funções de linha e as funções de assessoramento.
Criador da administração científica, Frederick Winston Taylor (1856-
1915),foi operário, capataz e engenheiro. Dedicou-se a estudar a organização
das tarefas e os tempos e movimentos gastos por um operário em sua
execução, entre o final do século XIX e início do século XX. Taylor idealizou
também diversos modos de remuneração que premiassem os profissionais
mais produtivos, pois acreditava que se o operário fosse estimulado pelo
dinheiro, encontraria no salário a sua razão de trabalhar. Defendeu a
otimização do espaço de trabalho e o treinamento do operário. Na obra
“Princípios da Administração Científica”, Taylor enfatiza a estruturação global
da empresa e defende a aplicação dos princípios da supervisão funcional, da
padronização de procedimentos, ferramentas e instrumentos, do estudo de
tempos e movimentos, do planejamento de tarefas e de cargos e dos sistemas
de premiação por eficiência. Formalizou os conceitos de divisão do trabalho,
de especialização profissional e de administração pela exceção.
14
1.3 – O Sistema de Gestão da Qualidade
A Gestão da Qualidade é uma das principais bases da Engenharia de
Produção. A Qualidade tem papel importante tanto no âmbito organizacional,
como na governança ou requisito de ingresso em cadeias produtivas e, é
também utilizada como mecanismo regulador do comércio entre países, sob a
forma de barreiras técnicas.
Excelência operacional e gerencial passa a ser requisito para competição
em nível global. Esta demanda, fez com que as grandes Companhias
enxergassem a área de Qualidade como um aspecto crítico. No processo de
inovação, a qualidade também contribui para o desenvolvimento de novos
produtos e serviços, por meio de suas técnicas de controle da qualidade off
line, que dão suporte ao desenvolvimento de produtos robustos e confiáveis.
Apesar da área de Qualidade já estar consolidada, a constante evolução
dos processos produtivos, assim como a crescente importância do setor de
serviços na matriz macroeconômica e o aumento de complexidade das cadeias
produtivas têm lançado novos desafios aos pesquisadores e as grandes
Companhias para criação e adequação dos modelos, ferramentas e técnicas
dessa área. É importante ressaltar, que a abordagem de gestão com enfoque
na sustentabilidade e responsabilidade social complementa o cenário de
desafios que pode ser estudado por meio da Gestão da qualidade.
A área da Qualidade, embora tenha forte embasamento na área de teoria
dos sistemas, adota didaticamente a subdivisão em Gestão e Engenharia da
Qualidade. Essa segmentação remete ao repertório central de modelos,
ferramentas e técnicas utilizados nas análises. O Quadro 1 apresenta os
tópicos principais de pesquisa nessas duas subáreas.
15
Tabela 1 – Temas principais: Gestão e Engenharia da Qualidade
Gestão da qualidade Engenharia da qualidade 1. Gestão da qualidade total 1. Controle estatístico de processo 2. Modelos de excelência em gestão 2. Otimização experimental de produtos e
processos (DOE) 3. Qualidade em Serviços 3. Manutenção e Confiabilidade 4. Modelos Normativos (ISO 9000, 14000, 22000 .)
4. Seis sigma e lean sigma
5. Gerenciamento de processo e reengenharia
5. Técnicas quantitativas aplicadas à melhoria da Qualidade
6. Planejamento da qualidade na gestão do projeto do produto
6. Aplicação de ferramentas, métodos e práticas no projeto de produtos
Fonte: NBR ISO 9001, 2000
Segundo Shewhart, estatístico que desenvolveu os conceitos básicos da
moderna engenharia da qualidade e os descreveu através do livro Economic
Control of Quality of Manufactured Products, controlar um processo produtivo,
significa estabelecer um ciclo de observação do processo, e ajustá-lo
continuamente, eliminando-se os desvios quando estes ocorressem. Para isto,
Shewhart desenvolveu cartas de controle, gráficos em que são lançados
valores medidos em amostras retiradas da produção e que mostram se o
processo está sob controle. Estes valores coletados deverão comportar-se, em
termos de grandeza e freqüência, de forma compatível com uma distribuição
normal, isto demonstrará se o processo está realmente sob controle. Se estes
valores forem muito afastados da média esperada, estes deverão ocorrer
raramente. Por outro lado, qualquer tendência que não seja explicável como
uma ocorrência aleatória compatível com a distribuição normal deverá ser
objeto de análise, pois indicará que alguma causa bem definida está tirando o
processo de controle.
Quando um processo está sob controle, as causas identificáveis para
desvios sistemáticos são totalmente eliminadas. Apenas variações aleatórias
persistem. O processo está, então,em sua melhor qualidade dentro de fatores
de custo razoáveis, este método denomina-se Controle Estatístico de
Processos (CEP).
16
A utilização do CEP como ferramenta oferece inúmeras vantagens no que
diz respeito a controle da qualidade, é relativamente simples de ser elaborado,
podendo ficar a cargo do próprio operador de um equipamento ou executor de
um serviço. Proporciona um ajuste contínuo do processo, mantendo-o sob
controle. Permite uma visão gráfica do andamento do processo e propicia
avaliação de sua capacidade. Além disso, o seu custo é geralmente inferior ao
de uma inspeção por amostragem executada no produto já acabado.
Outro importante conceito introduzido por Shewhart foi o ciclo de Melhoria
Contínua. Ele defendia uma abordagem sistematizada para a solução de
qualquer problema na empresa. O modelo de Shewhart baseia-se na execução
cíclica e sistemática de quatro etapas na análise de um problema: planejar
(plan, P), etapa em que se planeja a abordagem a ser dada, definem-se as
variáveis a serem acompanhadas e treinam-se os recursos (profissionais)
envolvidos no problema; executar (do, D), etapa em que o processo em estudo
é acompanhado e medidas são coletadas; examinar (check, C), etapa da
verificação dos dados coletados e da análise dos problemas identificados e de
suas causas e ajustar (act, A), etapa de agir sobre as causas, corrigi-las ou
eliminá-las, para em seguida reiniciar o ciclo com uma nova etapa de
planejamento.
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1.4 - Dos primórdios à certificação: ISO: 9000 e sua família
ISO é a sigla da Organização Internacional de Normalização (International
Organization for Standardzation), com sede em Genebra, Suíça e que cuida da
normalização/ normatização em nível mundial. Estas normas são aplicáveis
aos mais diversos segmentos, variando de normas e especificações de
produtos e matérias-prima, em todas as áreas (construção civil, fábricas,
usinas nucleares, .). O que tornou a ISO bastante popular, foi a série 9000,
que são as normas que tratam do Sistema de Gestão e Garantia da Qualidade
nas empresas.
Em 1987 a ISO editou a série 9000 com o objetivo de estabelecer critérios
para a implantação de Sistemas de Garantia de Qualidade. A primeira versão
criou uma estrutura de 3 normas sujeitas à certificação: a ISO 9001, ISO 9002
E ISO 9003. A ISO 9000 funcionava como uma espécie de guia para seleção
da norma mais aplicada ao segmento da empresa. A ABNT (Associação
Brasileira de Normas Técnicas) emitiu a primeira versão (tradução) da série no
Brasil, e batizou esta como série NBR 19000. Em 1994 houve revisão da
série, mas sem grandes novidades ou alterações, foi feita uma pequena
ampliação e alguns esclarecimentos com relação aos seus requisitos,
mantendo a mesma estrutura base, três normas sujeitas a certificação.
Posteriormente a ABNT revisou as normas brasileiras, e passou a utilizar o
nome “série NBR ISO 9000”, em conformidade com outros países que já
utilizavam nomenclatura parecida para suas versões nacionais (na Alemanha
por exemplo esta se chamava DIN ISO 9000). No ano de 2000 houve uma
reformulação total da série, além das alterações estruturais, passou-se a
adotar apenas a ISO 9001, como requisito para certificação, esta mudança
teve como foco o Gerenciamento de Processos.
Atualmente as grandes corporações aderiram às certificações, ao final
todo este longo processo, é preciso contratar uma companhia certificadora,
esta irá realizar uma auditoria a fim de verificar se a empresa atende aos
18
requisitos da norma. Estas companhias certificadoras são entidades
independentes e autorizadas para realizar auditorias (autorizações
normalmente expedidas por órgãos ligado ao governo, como o INMETRO –
Instituto Nacional de Metrologia). Cada país possui um órgão semelhante ao
INMETRO, que autoriza as companhias certificadoras a realizar auditorias. Ao
analisar a autenticidade do certificado de uma empresa, deve-se observar
estampado o selo do órgão que emitiu a autorização, estes são chamados
órgãos de acreditação.
Obter a certificação ISO 9000 significa que uma empresa possui um
sistema gerencial voltado para a qualidade e que atende aos requisitos de
normatização internacional. Apesar de não haver obrigatoriedade das
empresas em possuírem tal certificado, muitas acabam aderindo devido a
exigência de mercado. As grandes companhias passaram a dar preferência
aos fornecedores que possuem certificado ISO 9000, como forma de reduzir
seus custos de inspeção, pois se o mesmo possui um processo bem
estruturado, conseqüentemente existe um bom sistema que controla a
qualidade, o que aumenta a confiabilidade no momento da aquisição de um
produto ou serviço por seus clientes. Esta prática iniciou-se principalmente
entre as grandes empresas estatais e privadas (Petrobras, Eletrobrás, Vale,
Furnas, entre outras), e se estendendo a outras organizações de “menor”
porte. Ainda hoje os objetivos divergem quando o tema é certificação, pois
outros segmentos de mercado que não fornecem diretamente para as grandes
empresas, acabaram adotando a ISO como ferramenta de marketing, pois
possuir um sistema com reconhecimento de uma entidade independente é
uma forma de promoção. Outras empresas ao implantar a ISO, têm claros os
objetivos, e realmente vislumbram a possibilidade de redução de custos e
otimização dos processos.
Atualmente é comum encontrar empresas certificadas na área da
qualidade, inclusive no ramo da construção civil, um setor deficiente em vários
fatores como o desperdício de material, mão de obra desqualificada, geração
19
de enormes quantidades de resíduos sólidos e sobretudo altos índices de
acidente do trabalho.
Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a construção
civil é o setor que apresenta os maiores números de acidentes de trabalho.
Paralelamente, a busca da certificação nas normas ISO 14001 e na OHSAS
18001, (referentes a sistemas de gestão em meio ambiente e saúde e
segurança ocupacional respectivamente) cresce a cada dia, seja por
exigências do mercado de maneira geral, por consciência social e moral ou
pelo conhecimento dos benefícios gerados com a implantação destes
sistemas.
É possível ser feita separadamente a gestão de qualidade, segurança,
meio ambiente e saúde, porém, existe uma série fatores que podem contribuir
de forma negativa para o sucesso da gestão. Um dos riscos é ter de gerenciar
um sistema extremamente complexo e muitas vezes confuso, sem contar com
os custos de manutenção, pois envolve contratação de mão-de-obra
20
1.5 – A corrida pela “Qualidade Total”
A gestão da qualidade total pode ser definida como um conjunto integrado
e sistêmico de procedimentos que visam coordenar as ações das pessoas de
uma organização, com o objetivo de se melhorar continuamente a qualidade
de produtos e de serviços, a qualidade dos processos e a qualidade de vida na
organização, dentro de um enfoque preventivo. Pode ser desenvolvida de
inúmeras formas, embora as várias implementações incluam, usualmente,
diversos elementos comuns: procedimentos de planejamento e de
desdobramento de diretrizes para as várias áreas da empresa, um sistema de
informações e de documentação sobre processos, procedimentos de feedback
para aproveitar a análise dos dados na melhoria da qualidade, procedimentos
de acompanhamento e de treinamento de recursos humanos para a qualidade,
métodos e técnicas de prevenção e de controle da qualidade, auditorias
preventivas ou avaliativas e procedimentos para o acompanhamento das
expectativas e da satisfação do cliente e de feedback dessas informações a
todas as operações da empresa.
A partir dos anos 80, três abordagens distintas a respeito da gestão da
qualidade evoluíram e se consolidaram. No Japão era dada ênfase à formação
do homem, à organização do local de trabalho, ao trabalho em equipe e à
criação de um ambiente de fidelidade mútua entre a empresa e o profissional,
marcado pela estabilidade no emprego e pela resistência à sindicalização, com
o objetivo de alcançar elevado grau de competitividade do seu produto no
mercado.
Nos EUA, o tratamento da qualidade desenvolveu-se a partir das
indústrias bélica e nuclear e foi fortemente inflenciado pelas exigências de
segurança dessas aplicações. O estudo das falhas de segurança nessas
áreas levou à conclusão de que estas eram provocadas, em boa parte dos
casos, por problemas de natureza sistêmica. A visão norte americana ficou
centrada em assegurar que o sistema da qualidade fosse consistente e
confiável, garantindo que o produto final atendesse às especificações
21
estabelecidas. Tal abordagem denominava-se, então, de Garantia da
Qualidade.
A postura européia enfatizou, por sua vez, a relação fornecedor-cliente
pelo lado da certificação dos fornecedores. Tal orientação decorria das
necessidades de unificação do mercado comum europeu, que criava
oportunidades de mercado nos vários países da comunidade. Assim, por
exemplo, uma empresa grega poderia fornecer produtos para parceiros
alemães, britânicos ou italianos. Para tal, em vez de necessitar de uma
certificação de cada cliente, a empresa seria auditada uma única vez, por
auditores independentes qualificados, dentro de critérios padronizados
descritos nas normas ISO-9000. Essa certificação era aceita em todos os
países da CEE e representava um requisito para acesso a esses mercados.
No Brasil não houve uma tendência predominante. As empresas do setor
automobilístico e de auto-peças adotaram preponderantemente o modelo
norte-americano. Já no setor siderúrgico, diversas empresas implantaram
projetos de orientação japonesa. A certificação ISO-9000, por sua vez, tornou-
se a coqueluche dos anos 90 e foi bastante procurada por empresas do setor
eletro-eletrônico, de informática e de serviços.
22
CAPÍTULO II
AUMENTANDO A PRODUTIVIDADE ATRAVÉS DO GERENCIAMENTO DE SEGURANÇA
O CONCEITO
Por definição Segurança do Trabalho é: “o conjunto de medidas
técnicas, educacionais, médicas e psicológicas, empregadas para prevenir
acidentes, quer eliminando as condições inseguras do ambiente, quer
instruindo ou convencendo as pessoas da implantação de práticas preventivas”
e “é o conjunto de atividades relacionada com a prevenção de acidentes e com
a eliminação de condições inseguras de trabalho” (CHIAVENATO, 1997,p. 448)
2.1 – Contextualização sobre o cenário de Segurança Ocupacional no Brasil
Dentro das perspectivas dos direitos básicos do trabalhador em usufruir
de uma boa e saudável qualidade de vida, na medida em que não se pode
dissociar os direitos humanos e a qualidade de vida, observa-se,
gradativamente, o aumento da preocupação com as condições do trabalho. A
priorização dos meios de produção em detrimento da própria saúde humana é
fato que, infelizmente, vem sendo experimentado ao longo da história da
sociedade moderna. Atualmente é fato comprovado que é possível conciliar
economia e saúde no trabalho. As doenças aparentemente modernas (stress,
neuroses e as lesões por esforços repetitivos), já há séculos vem sendo
diagnosticadas.
23
Os problemas relacionados com a saúde intensificaram-se a partir da
Revolução Industrial. As doenças ocupacionais aumentam em proporção a
evolução e a potencialização dos meios de produção, com as deploráveis
condições de trabalho e da vida nas grandes metrópoles
A OIT - Organização Internacional do Trabalho, em 1919, com o advento
do Tratado de Versalhes, objetivando uniformizar as questões trabalhistas, a
superação das condições subumanas do trabalho e o desenvolvimento
econômico, adota seis convenções destinadas à proteção da saúde e à
integridade física dos trabalhadores (limitação da jornada de trabalho, proteção
à maternidade, trabalho noturno para mulheres, idade mínima para admissão
de crianças e o trabalho noturno para menores).
No início da década de 70, o Brasil é o detentor do título de campeão
mundial de acidentes. E, em 1977,o legislador dedica no texto da CLT -
Consolidação das Leis do Trabalho, por sua reconhecida importância Social,
capítulo específico à Segurança e Medicina do Trabalho. Trata-se do Capítulo
V, Título II, artigos 154 a 201, com redação da Lei nº 6.514/77
A indústria da construção é um setor muito relevante no crescimento da
economia de um país. De acordo com a Pesquisa Anual da Indústria da
Construção de 2004, 109.003 empresas de construção eram responsáveis
pela ocupação formal de 1.579.021 funcionários, produzindo um valor bruto
acima dos R$ 95 bilhões. Deste valor, 35,2% corresponde à participação do
segmento da construção pesada (PAIC, 2004, pág 1).
A Tabela 1 compara a quantidade de acidentes liquidados ocorridos no
geral e no setor específico da construção no Brasil em 2005. Dos 528.134
acidentes, 28.532 eram relativos à indústria da construção (MINISTÉRIO DA
PREVIDÊNCIA SOCIAL, 2005, pág 7).
24
Tabela 2 – Acidentes de trabalho liquidados no Brasil
Fonte: Ministério da Previdência Social (2005)
No Brasil as Normas Regulamentadoras (NR’s) reúnem requisitos
mínimos necessários à prevenção de acidentes e doenças do trabalho. O
Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) determina o cumprimento obrigatório
das NR por toda empresa pública ou privada que seja regida pela
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Um setor de Segurança do Trabalho em uma empresa compõe-se de
uma equipe multidisciplinar composta por Técnico de Segurança do Trabalho,
Engenheiro de Segurança do Trabalho, Médico do Trabalho e Enfermeiro do
Trabalho. Estes profissionais formam o que chamamos de SESMT - Serviço
Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho. Também
os empregados da empresa constituem a CIPA - Comissão Interna de
Prevenção de Acidentes, que tem como objetivo a prevenção de acidentes e
doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível
permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da
saúde do trabalhador.
Acidente de trabalho é aquele que acontece no exercício do trabalho a
serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional
podendo causar morte, perda ou redução permanente ou temporária, da
capacidade para o trabalho.
Equiparam-se aos acidentes de trabalho:
25
1) o acidente que acontece quando você está prestando serviços por
ordem da empresa fora do local de trabalho.
2) o acidente que acontece quando você estiver em viagem a serviço
da empresa.
3) o acidente que ocorre no trajeto entre a casa e o trabalho ou do
trabalho para casa.
4) doença profissional: são as doenças provocadas pelo tipo de
trabalho.
5) doença do trabalho: são as doenças causadas pelas condiçoes do
trabalho.
26
2.2 – Legislação básica e enquadramento das empresas
O Seguro Acidente do Trabalho - SAT tem sua base constitucional
estampada no inciso XXVIII do art. 7º, Inciso I do art. 195 e inciso I do art. 201,
todos da Carta Magna de 1988, garantindo ao empregado um seguro contra
acidente do trabalho, às expensas do empregador, mediante pagamento de
um adicional sobre a folha de salários, com administração atribuída à
Previdência Social. A base infra-constitucional da exação é a Lei nº 8.212/91,
que estabelece em seu art. 22, II: “Art.22 – A contribuição a cargo da empresa
destinada à Seguridade Social, além do disposto no art. 23, é de:
II - para o financiamento do benefício previsto nos arts. 57 e 58 da Lei
8.213/91, de 24 de julho de 1991, e daqueles concedidos em razão do grau de
incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do
trabalho, sobre o total das remunerações pagas ou creditadas, no decorrer do
mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos:
a) 1% (um por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante
o risco de acidentes do trabalho seja considerado leve;
b) 2% (dois por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante
o risco de acidentes do trabalho seja considerado médio;
c) 3% (três por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante
o risco de acidentes do trabalho seja considerado grave”.
A atividade preponderante da empresa, para fins de enquadramento na
alíquota de grau de risco destinada a arrecadar recursos para custear o
financiamento dos benefícios concedidos em razão de maior incidência de
incapacidade laborativa decorrente de riscos ambientais, é aquela que ocupa,
na empresa, o maior número de segurados empregados e trabalhadores
avulsos.
O enquadramento das atividades da empresa é de responsabilidade da
própria empresa como, também, estabelece o Decreto nº 3.048/99, em seu
27
art.202, § 4º, que a empresa o faça de acordo com a Relação de Atividades
Preponderantes e correspondentes graus de risco, prevista em seu Anexo V,
obedecidas as seguintes disposições
a) a empresa com estabelecimento único e uma única atividade
enquadrar-se-á na respectiva atividade;
b) a empresa com estabelecimento único e mais de uma atividade
econômica para enquadrar-se simulará o enquadramento em cada uma delas,
prevalecendo como preponderante aquela que tenha o maior número de
segurados empregados e trabalhadores avulsos;
b1) para fins de enquadramento não serão considerados os empregados
que prestam serviços em atividades-meio, assim entendidas aquelas
atividades que auxiliam ou complementam indistintamente as diversas
atividades econômicas da empresa, como, por exemplo, administração geral,
recepção, faturamento, cobrança, .;
c) a empresa com mais de um estabelecimento e diversas atividades
econômicas procederá da seguinteforma:
c1) enquadrar-se-á, inicialmente, por estabelecimento, em cada uma das
atividades econômicas existentes, prevalecendo como preponderante aquela
que tenha o maior número de segurados empregados e trabalhadores avulsos
e, em seguida, comparará os enquadramentos dos estabelecimentos para
definir o enquadramento da empresa, cuja atividade econômica preponderante
será aquela que tenha o maior número de segurados empregados e
trabalhadores avulsos, apurada dentre todos os seus estabelecimentos;
c2) na ocorrência de atividade econômica preponderante idêntica (mesmo
CNAE), em estabelecimentos distintos, o número de segurados empregados e
trabalhadores avulsos dessas atividades será totalizado para definição da
atividade econômica preponderante da empresa;
28
d) apurando-se, no estabelecimento, na empresa ou no órgão do poder
público, o mesmo número de segurados empregados e trabalhadores avulsos
em atividades econômicas distintas, será considerado como preponderante
aquela que corresponder ao maior grau de risco.
29
2.3 – A normatização no âmbito da Segurança Ocupacional
O berço das normas de sistemas de gestão foi a Grã-Bretanha, através
da fundação da British Standard (BS) em 1901. Em 1996, o órgão publicou a
norma BS-8800, que trata de sistemas de gestão em SSO. Em 1999 surgiu a
Occupational Health and Safety Management Systems - OHSAS 18001,
esclarecida na seqüência pela OHSAS 18002 (BENITE, 2004). Este conjunto
de normas é o mais atual e completo no âmbito dos sistemas de gestão da
segurança e saúde no trabalho.
Um dos instrumentos que pode reduzir o número de acidentes de trabalho
é um sistema de gestão. Segundo a norma britânica BS 8000, sistema de
gestão é um conjunto de pessoas, recursos e procedimentos que interagem de
forma organizada, visando realizar uma tarefa ou atingir um resultado. Um
sistema integrado de gestão em SSO, qualidade e meio ambiente é um
conjunto de ferramentas interrelacionadas, que busca:
1) melhorias no ambiente de trabalho e na SSO (Segurança e Saúde
Ocupacional) do trabalhador;
2) melhorias na qualidade dos serviços e produtos oferecidos ao
cliente;
3) diminuição da poluição e a preservação do meio ambiente em
geral.
Na Tabela 2, Benite (2004) resume os principais objetivos dos sistemas de gestão:
Tabela 3 – Objetivos dos sistemas de gestão
Fonte: BENITE, 2004, pág. 36
30
Na norma OHSAS 18001 consta o princípio da melhoria contínua do
PDCA (Planejar, Desenvolver, Controlar e Agir). Conforme descrito no capítulo
anterior, o PDCA precedeu o sistema de gestão, pois defende que a
associação entre correção, prevenção e prognóstico são meios de aprendizado
e melhorias para as organizações (CERQUEIRA, 2006, pág 38). Para Benite
(2004), o ciclo de melhoria contínua pode ser descrito conforme a Figura 1.
Normas como a International Organization for Standartization (ISO) e a
Occupational Health and Safety Management Systems (OHSAS) auxiliam na
gestão de empresas, ao conciliar os interesses econômico-financeiros ao
impacto decorrente das atividades, no âmbito da SSO (Saúde e Segurança
Ocupacional) e do ambiente.
Existem aspectos que dificultam a aplicação de ferramentas de qualidade
na construção civil: caráter nômade; ineditismo de cada obra; impossibilidade
da produção em cadeia; mão de obra geralmente pouca qualificada e de
caráter eventual; intempéries; tradicionalismo; ineficaz definição de
responsabilidades, orçamentos, prazos, .
Os benefícios financeiros de uma gestão em segurança e saúde
ocupacional não se resumem à redução dos custos diretos dos acidentes,
englobando a diminuição do índice de absenteísmo, o aumento da
produtividade propiciado por um ambiente de trabalho mais seguro e a
crescente credibilidade da empresa perante o mercado, favorecida pela
preocupação ambiental.
A efetividade do sistema de gestão de saúde e segurança ocupacional já
foi comprovada: em Pernambuco, uma empresa da construção civil de grande
porte reduziu em 97% os riscos de acidentes do trabalho, e os gastos com o
passivo de segurança do trabalho passaram de R$ 305 mil (2003) para R$ 18
mil (2005) (BARKOKÉBAS et al., 2007, pág 54). A promoção da segurança do
trabalho deve ser encarada como uma obrigação moral, pois evita riscos à
própria empresa, aos trabalhadores e familiares, resultando em um menor
custo econômico e social.
31
A OHSAS 18001 define requisitos para a implantação de um sistema de
gestão de SSO, permitindo que as empresas controlem os riscos de acidentes
e doenças do trabalho. Conforme a OHSAS 18001 (1999), são deveres da
política da empresa:
1) apropriação segundo a natureza e a escala dos próprios riscos;
2) comprometimento com a melhoria contínua;
3) atendimento de, no mínimo, a legislação vigente de SSO;
4) documentação, implementação e manutenção;
5) divulgação a todos os funcionários;
6) disposição para as partes interessadas;
7) análise crítica periódica.
A organização deve estabelecer e manter objetivos de SSO, para que se
avaliar analisar criticamente os resultados obtidos (BENITE, 2004, pág 28).
Paralelamente, deverá haver uma sistemática para a identificação contínua
dos perigos e avaliação dos riscos. O planejamento em SSO deve ser pró-
ativo e não reativo, conforme Cruz (1998) demonstra na Figura 3.
32
Figura 1 – Planejamento em Segurança e Saúde Ocupacional
Fonte: CRUZ ,1998, pág 56
A sistematização proposta pela OHSAS 18001 (1999) prevê a
identificação de perigos e riscos bem como a definição de processos de
redução ou eliminação. Além disso, o registro de cada ação possibilitará
futuras consultas a tais documentos.
Para monitorar o desempenho em SSO de uma empresa, Benite (2004)
propõe:
Ø acontabilização, taxa de gravidade e custos dos acidentes;
Ø inspeção e avaliação ergonômica nos locais de trabalho, máquinas
e equipamentos;
Ø auditorias internas e externas;
Ø avaliação de eficácia dos treinamentos realizados;
Ø monitoramento de saúde ocupacional através de exames médicos
periódicos.
33
Finalmente, a OHSAS 18001 (1999) define a análise crítica como última
etapa a ser implantada no sistema de gestão. A alta administração das
organizações deve analisar criticamente o sistema de gestão em SSO, visando
garantir sua conveniência, adequação e melhoria contínua. A possibilidade de
revisão da política, objetivos ou outros elementos compromete a empresa com
o processo de melhoria contínua.
34
2.4 – Qualidade e Segurança do Trabalho: as duas faces de uma mesma moeda
Finalmente, O Gerenciamento de Segurança com foco no comportamento
e a melhoria contínua da qualidade estão intimamente relacionadas, talvez tão
intimamente que se constituam, essencialmente, os dois lados da moeda.
Esforços de melhoria da qualidade minimizam a variabilidade na qualidade do
produto. Esforços da gerência de segurança minimizam a freqüência e a
severidade de acidentes (eventos não planejados e não desejados) que
lesionam pessoas.
Os princípios básicos que atuam no processo de melhoria da qualidade
atuam também no processo de gerência da segurança com foco no
comportamento. Isto por que ambos os processos são baseados em
metodologia científica. Oito princípios de melhoria contínua se aplicam
diretamente na prevenção de acidentes quando baseadas no comportamento:
1) Tenha consciência de propósito.
2) Implemente um processo, não um programa.
3) Faça certo da primeira vez.
4) Não culpe os empregados.
5) Especifique padrões em termos operacionais.
6) Use medição dos fatores “upstream” para avaliar o desempenho.
7) Melhore o processo, não os resultados “downstream”.
8) Use técnicas estatísticas para distinguir as variações de causa comum
daquelas de causa especial.
Os princípios 1 e 2 lidam com a mesma questão mas com enfoque
diferentes. Ao longo dos anos, os gerentes tem abordado a segurança como
uma série de programas de curto prazo. Esta prática tem resultado na perda
de credibilidade co a cosciência de propósito da segurança, pela força de
trabalho.
35
O que é necessário em segurança é um processo de melhorias contínuas
que não comece e pare.
Tomando as providências necessárias para fazer as coisas certas na
primeira vez (princípio 3) claramente se aplica a qualidade e a segurança. O
oposto do princípio 4. Culpar os empregados por suas lesões, é um erro muito
comum da gerência em segurança.
Os princípios de 5 a 8 representam a aplicação da metodologia científica
às duas áreas, da qualidade e da segurança. Os gerentes, algumas vezes,
tem dificuldade em ver como o princípio 5 pode ser completado. Métodos da
ciência comportamental, entretanto, permitem objetivos comportamentais
observáveis em termos operacionais.
Os processos de abordagem da qualidade e da segurança são tão
complementares que, quando elas atuam em uma instalação, elas tendem a
reforçar uma à outra. O esforço da segurança ganha força do esforço da
qualidade e vice versa. Por outro lado a análise mais detalhada entre estes
dois métodos nos sugere que se usarmos uma abordagem de processo
baseada ou em qualidade ou em segurança, isoladamente, corremos o risco
de enviar uma inconsistente mensagem para a força de trabalho, desta forma
perdendo a eficácia no processo onde se estiver trabalhando.
A melhoria contínua na segurança traz a abordagem sistêmica do controle
estatístico de processo (SPC) na focalização de taxas de acidentes previsíveis.
Muitos profissionais de segurança sabem que determinada instalação gera
com alguma certeza um certo número de lesões por causa da “natureza do
negócio” e seguramente, a cada ano, acontece aproximadamente aquele
número de acidentes. Os gerentes da instalação poderiam alegar que os
processos que produzem as lesões estão sob controle estatístico por que o
número de lesões está dentro das especificações previstas. Mas, como W.
Edward Deming salientou, um determinado processo pode estar produzindo
10% de defeitos ou mesmo 100% de defeitos e mesmo assim estar sob
36
controle estatístico, situação esta inaceitável, pois pessoas continuam se
lesionando, o que gera grande desgaste e mal estar para ambas as partes
(empresa e empregado).
Em termos de SPC, os processos (atividades) são “Upstream” (Prática,
pesquisa e trabalho duro) e os seus resultados são “Downstream” (Perícia,
novo produto e melhor remuneração). A melhoria contínua da qualidade,
baseada em controle estatístico de processos, não é guiada por defeito de
produtos (fatores “Downstream”) mas pela medição de fatores “Upstream” de
produção que sejam preditivos de defeitos.
Um fato básico no que diz respeito à segurança deve sempre ser
reforçado: exposições sistemáticas ao risco e ao perigo já aconteceram antes
do acidente propriamente dito. Todo acidente é resultado de uma seqüência
de comportamentos de risco e atitudes inseguras tomadas anteriormente.
Quando se adota o gerenciamento de segurança com ênfase no
comportamento, o comportamento do empregado é visto como a parte final do
caminho para a maioria dos acidentes. Esta parte final do desenrolar do
acidente é uma única espécie de causa levantada pela análise médica da
lesão ou da doença. A segurança comportamental está em completa
concordância com o ponto de vista de Deming, de que a gerência é
responsável pela maioria dos problemas do local de trabalho e, portanto, é
responsável por suas soluções.
No processo contínuo de melhoria da segurança, a palavra
comportamento assume o significado técnico que difere do seu uso no dia-a-
dia. Por exemplo, quando se diz: “ um prisioneiro recebeu liberdade
condicional por bom comportamento !” ou “aquela criança estava bem
comportada no restaurante!” ou “o comportamento do seu amigo ontem na
festa foi impróprio!”. Em todos os exemplos anteriores a palavra
COMPORTAMENTO está diretamente associada a ações que são socialmente
aceitáveis ou inaceitáveis. A abordagem de segurança com foco no
comportamento, está estritamente ligada ao fato de que estes comportamentos
37
possam ser observados e “mensurados”, com o objetivo deter situações
críticas nos locais de trabalho.
38
CAPÍTULO III
GESTÃO AMBIENTAL COMO FERRAMENTA DE PREVENÇÃO DE PERDAS
O CONCEITO
“A humanidade tem capacidade de atingir o desenvolvimento
sustentável, ou seja, de atender às necessidades do presente sem
comprometer a capacidade das futuras gerações de atender às próprias
necessidades.”
Fonte: Nosso futuro comum: relatório de Brundtland, 1990, pág 32
3.1 – A questão Ambiental: dos primórdios à atualidade
As primeiras ações concretas relacionadas a temática ambiental,
começaram a despontar no início da década de 70, por parte do Governo, em
detrimento à Conferência de Estocolmo (1972), quando foi criada a Secretaria
Especial de Meio Ambiente (SEMA). Por mais de uma década, esse órgão
federal, em conjunto com outras agências de controle ambiental pioneiras da
esfera estadual, encarregaram-se de atividades ligadas ao controle da poluição
e à proteção da vida selvagem. Naquela época, a legislação ambiental dava
seus primeiros passos ao coibir a poluição industrial. Já anos 80, ocorreu de
maneira mais concreta a institucionalização e regulamentação da questão
ambiental. Nesta época, a gestão ambiental consolidou-se no Brasil, à partir do
surgimento de importantes instrumentos legais como: a Lei 6938/81, que
estabeleceu a Política Nacional de Meio Ambiente – PNMA e a Resolução
CONAMA 001/86, relativa à obrigatoriedade de Estudo de Impacto Ambiental –
EIA, para algumas atividades produtivas). Surgiram ainda nesta década,
algumas instituições engajando-se na questão ambiental, como o BNDES
39
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que passou a
analisar as implicações ambientais dos projetos submetidos à sua carteira de
financiamento, exigindo que estes atendessem a requisitos legais e se
adequassem conforme com os instrumentos de licenciamento ambiental. O
MPF (Ministério Público Federal) e as ONGs (Organizações Não-
Governamentais) ambientalistas tiveram papel muito importante, pois através
de suas diversas ações em defesa do meio ambiente, desempenharam um
papel fundamental que passou a influenciar positivamente, tanto as ações do
Governo como a gestão ambiental nas corporações.
A partir dos anos 90, surgiram novas iniciativas em torno da causa
ambiental. Foi nesta época que se realizou na cidade do Rio de Janeiro
conferência ECO 92, realizada entre 3 e 14 de junho de 1992 no Rio de
Janeiro, tendo como seu principal objetivo, a busca por meios de conciliar
o desenvolvimento sócio-econômico com a conservação e proteção
dos ecossistemas da Terra. A Conferência do Rio de notoriedade ao conceito
de desenvolvimento sustentável e contribuiu para uma conscientização mais
ampla de que os danos ao meio ambiente eram majoritariamente de
responsabilidade dos países desenvolvidos. A partir de então conclui-se que o
tratamento da questão ambiental não poderia ser responsabilidade
exclusivamente do Governo, esta até então, era considerada como uma
externalidade negativa dos processos produtivos.
Conseqüentemente, além das ações do Governo, do MPF e das ONGs,
houve o engajamento dos setores produtivos, tanto na defesa dos seus
próprios interesses através dos diversos fóruns de decisão ( a exemplo do
Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA e Conselhos Estaduais de
Meio Ambiente – COEMAs), como na busca de soluções práticas para os seus
problemas ambientais. Esse entendimento traduziu-se em uma nova
percepção dos setores produtivos da relação entre “negócios e meio
ambiente”, traduzidos em: internalização de externalidades negativas; redução
dos custos de produção; otimização do uso dos recursos naturais; minimização
da geração de resíduos e comercialização de produtos recicláveis de e
40
processos mais “limpos”. A temática da gestão ambiental passou a ser
visualizada de uma forma mais ampla, e pouco a pouco, vem incorporado
conceitos de prevenção da poluição e dos processos produtivos mais limpos.
Ainda no anos 80 com base na abordagem da Auto-Regulação, surgiram os
programas voluntários de gestão ambiental. Inicialmente mais setorizados, e
com o objetivo de estabelecer diretrizes e códigos de conduta para as
empresas, esses programas evoluíram até a criação das normas internacionais
sobre Sistemas de Gestão Ambiental – SGA’s (ex: BS 7750, ISO 14001,
EMAS).
Surgiram no final dos anos 90, simultaneamente, na esfera da
regulamentação, novos instrumentos legais relativos, tanto à responsabilidade
ambiental (ex: Lei de Crimes Ambientais – Lei 9605/98) quanto à introdução da
cobrança pelo uso de recursos naturais, em uma abordagem baseada em
Instrumentos Econômicos, que incorpora o “princípio do usuário-pagador” (ex:
Política Nacional de Recursos Hídricos - Lei 9433/97). Diante desse novo
contexto, o início do atual milênio caracteriza-se por um cenário marcado pelo
desafio da construção de um enfoque ainda mais inovador, para o trato dos
impactos ambientais negativos dos processos produtivos. Esse desafio pode
ser superado pela criação de oportunidades, para o fortalecimento dos
conceitos de prevenção da poluição e de produção limpa, através da sua
incorporação nas políticas públicas e nos instrumentos de regulamentação
ambiental. Assim, tendo em vista a necessidade de se definir estratégias para
que a Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA) venha a incorporar esses
conceitos, este artigo tem como objetivo fomentar o processo de discussão
sobre o estabelecimento de diretrizes e instrumentos para a formulação de
políticas públicas ambientais, focadas na produção limpa.
41
3.2 – As indústrias e a “Produção Limpa”
A expressão “Produção Limpa” surgiu de campanhas ambientalistas da
Greenpeace, na década de 80. Ganhou destaque através das atividades do
Programa das Nações Unidas para o Meio-Ambiente (PNUMA), que deram
início a uma série de ações, em vários países, sob a denominação de
Produção Mais Limpa (Cleaner Production). Hoje em dia as universidades, os
institutos de pesquisas, as organizações governamentais e não
governamentais, buscam novas alternativas para o modelo industrial gerador
de efluentes, lixo, resíduos, produtos e processos com potencial poluidor para
o homem e o meio ambiente. Nos últimos anos o setor de produção de bens e
serviços tem procurado eliminar resíduos, produtos e processos causadores de
danos à saúde humana e ao ambiente. Mais recentemente, as recomendações
passaram a incluir a economia de água e de energia como auxiliares na
redução do potencial poluidor.
A Produção Mais Limpa tem como principais objetivos, o uso de conceitos
que aumentem a eficiência e controlem o agente poluidor na fonte, reduzindo
ou evitando riscos para a população e ao ambiente em geral. A proposta é que
o sistema de produção industrial adote o estudo do produto e processo, com o
emprego de técnicas de avaliação do ciclo-de-vida. Assim, poderão ser
implementadas melhorias ambientais expressivas. A Produção Limpa vai mais
longe e representa um estágio de excelência para a indústria que deseja
aumentar seu grau de responsabilidade social e ambiental, a partir da adoção
de quatro grandes princípios:
1) precaução (melhor estar seguro do que arrepender-se depois)
2) prevenção do resíduo na fonte (é mais barato prevenir do que
curar)
3) integração total da produção (visão holística), com base na
avaliação do ciclo de vida
4) e participação democrática, traduzida pelo direito de acesso
público às informações sobre os riscos de produtos e processos
para o homem e o ambiente.
42
Os sistemas de produção industrial exigem recursos: materiais (o que dá
origem à fabricação dos produtos), energia (usada para transportar e processar
os materiais), água e ar. Os sistemas de produção atuais são lineares e com
freqüência usam substâncias nocivas e recursos finitos em vastas quantidades
e ritmo acelerado.
Figura 2: Estrutura linear da economia industrial
Recursos não-renováveis ou renováveis de forma não sustentável
Matérias-primas
Resíduos perigosos
Fabricação
Resíduos perigosos
Produtos tóxicos de vida curta
Montanhas de resíduos tóxicos
Resíduos perigosos
Fonte: QSMS Delta Construção, 2011, pág: 02
O objetivo da Produção Limpa é atender as necessidades de produtos de
forma sustentável, isto é, usando com eficiência materiais e energia
renováveis, não-nocivos e, conservando ao mesmo tempo a biodiversidade. Os
sistemas de Produção Limpa são circulares e usam menor número de
materiais, menos água e energia. Os recursos fluem pelo ciclo de produção e
consumo em ritmo mais lento. Os princípios da Produção Limpa tem como
premissa, o questionamento da necessidade real do produto e a busca por
outras soluções e formas pelas quais essa necessidade poderia ser satisfeita
ou reduzida. Desta maneira as organizações conseguirão:
1) Aumentar a vantagem econômica e competitiva da empresa.
2) Racionalizar o uso de insumos.
3) Reduzir os desperdícios.
4) Minimizar a geração de resíduos, diminuindo os impactos
ambientais.
43
5) Aumentar a competitividade, atualizando a empresa de acordo
com as exigências do mercado.
6) Adequar os processos e produtos em conformidade com a
legislação ambiental.
7) Permitir a obtenção de indicadores de eficiência.
8) Documentar e manter os resultados obtidos.
9) Promover e manter a boa imagem da empresa, divulgando a
ecoeficiência da produção e a qualidade dos produtos oferecidos.
Produção Mais Limpa significa a aplicação contínua de uma estratégia
econômica, ambiental e tecnológica integrada aos processos e produtos, a fim
de aumentar a eficiência no uso de matérias-primas (água e energia), através
da não geração, minimização ou reciclagem de resíduos gerados, com
benefícios ambientais e econômicos para os processos produtivos.(Definição:
UNIDO)
44
3.3 – Conflito histórico: Meio Ambiente versus Capitalismo
As profundas discussões em torno de aspectos do trabalho e da produção
e suas conseqüências e impactos passam a ter na sociedade moderna o
capitalismo científico como princípio, dotado de tecnologia e exploração
especialmente a partir do século XIX com o crescimento acelerado da indústria
de máquinas e subseqüentes inovações científicas. Estas muito contribuem ao
desenvolvimento e conseqüente reprodução do sistema, caracterizando,
assim, a velocidade inerente ao próprio capitalismo que direta ou indiretamente
passa a reger a vida social, como um todo, por meio tanto da exploração
trabalhista, como também, e principalmente, através dos diferentes valores
social e historicamente introjetados que aos poucos alteram as relações
humanas entre si (BRAVERMAN, 1977, pág. 72) e com o meio social e
ambiental correspondente. Nessa interação, o liberalismo defende como
pensamento justificador da classe burguesa e seu gradativo aumento de poder
junto ao modo de produção capitalista, a não intervenção do Estado na
economia, ideologia esta que não só impulsiona como protagoniza o acelerado
crescimento da produtividade e dos lucros com base em mecanismos
desenvolvimentistas que acabam por excluir grande parcela da população
desprovida de propriedade privada, aspecto fundamental que no período
diferenciava sobremaneira as classes sociais e o prestígio que exerciam
perante o sistema produtivo. A abrangência do então capitalismo monopolista,
onde o Estado passa a intervir na economia visando a distribuição, ao menos
eqüitativa, dos resultados deste como um mecanismo de organização
capitalista (SANTANA,1996, pág 28)..
O relacionamento entre a economia capitalista e os problemas ambientais
obriga-nos a recolocar teoricamente a questão ambiental. As primeiras
aproximações ao estudo da questão ambiental provém da ecologia. A ecologia
surge como uma área da biologia para estudar a inter-relação dos organismos
e comunidades e organismos com o meio-ambiente. As considerações mais
avançadas da ecologia incorporam o ser humano e assim a ecologia passa a
45
se converter em uma ciência interdisciplinar que pretende estabelecer uma
conexão entre as ciências físico-naturais e as ciências sociais.
As relações sociais capitalistas geram tendências de comportamento com
o meio ambiente que lhes são particulares. Um olhar superficial pode não ver
esta especificidade devido ao resultado geral da poluição e depredação
abranger todas as sociedades humanas, independentemente de sua
especificidade histórica. Mas diferem tanto na causa quanto na forma,
amplitude e ritmo com que se apresentam. A produção capitalista implica
tendências exclusivas. A tendência exclusiva mais geral é a produção
ilimitada. Uma dos alertas, do movimento ambientalista, que tem sido dirigida à
sociedade moderna, é seu crescimento ilimitado e o seu consumo
desenfreado.
O crescimento ilimitado da sua produção seria a causa de uma poluição e
depredação também ilimitadas e segundo alguns autores de uma sobrecarga
ao Planeta. Mas esta tendência ilimitada à produção não é uma conseqüência
natural da espécie humana e sim particular da produção capitalista.
A tendência à produção ilimitada é o resultado direto e necessário de uma
organização econômica que gira em torno da produção de lucro e não da
satisfação das necessidades. Por isso, é impossível entender a crise ambiental
sem partir da compreensão da dinâmica econômica da sociedade capitalista.
A tendência exclusiva mais grave do capitalismo é a geração de população
excedente. Aqui, a diferença em relação às outras formas de organização
econômica não é só de grau , mas quanto ao maior aumento, ou ritmo mais
rápido, senão de essência. Não tem existido organização econômica na
história da humanidade que gere população excedente como algo “natural” e
necessário.
Essa restrição que exercem as classes favorecidas ou proprietárias sobre
as desfavorecidas não tem comparação nas outras espécies de seres vivos. É
como se um grupo de pássaros se encarregasse de tirar as asas dos
46
pombinhos de outros grupos de sua mesma espécie ao nascer para deixá-los
impossibilitados de acessar os meios de vida. Ou como se um grupo de gatos
se encarregasse de mutilar as garras de outros grupos, deixando-os indefesos
frente ao meio ambiente. Também aqui as relações sociais se antepõem e
terminam as relações ecológicas. A ecologia humana, para ser conseqüente,
deve se converter em ecologia política.
O desenvolvimento econômico da produção capitalista tem assim, como
ponto base de partida, sua centralidade na acumulação de riqueza através do
trabalho humano, já que as modernas tecnologias vigentes ainda não
dispensam totalmente a mão-de-obra do homem no meio produtivo, a
diferença é que agora, o foco principal é sua inteligência para fiscalizar, ajustar
e fazer funcionar determinada máquina. Com a interferência estatal ou não, a
forma pela qual o homem, segundo Marx, transforma a si mesmo, aos outros e
principalmente a natureza que o cerca, se intensifica conforme o
desenvolvimento do modo de produção capitalista e suas exigências
produtivas numa relação contínua de exploração no suprimento de suas
necessidades, reinventadas a cada dia pelo próprio capital (ANDERY, 1996). A
possibilidade criada pelo homem de não só controlar mas principalmente de
transformar e adaptar o meio natural conforme o intenso desejo da produção,
acarretou histórica e dinamicamente intensos impactos ambientais ao longo
tempo relativamente imperceptíveis, se tomados como base os “bons e
compensatórios” resultados alcançados.
47
3.4 – As organizações e os passivos ambientais
O passivo ambiental significa os danos causados ao meio ambiente,
representando assim, a responsabilidade e obrigação por parte de uma
empresa, em reparar os danos com aspectos ambientais. Uma empresa tem
Passivo Ambiental quando ela agride, de algum modo ou ação, o meio
ambiente, e não dispõe de nenhum plano de emergência para sua
recuperação, aprovado oficialmente ou de sua própria decisão.
Passivo Ambiental representa toda e qualquer obrigação de curto e longo
prazo, destinadas única e exclusivamente a promover investimentos voltados
às ações relacionadas à eliminação ou mitigação dos impactos negativos
causados ao meio ambiente, inclusive percentual do lucro do exercício, com
destinação compulsória, direcionado a investimentos na área ambiental.
Deve-se ressaltar que os passivos ambientais, não têm origem apenas
em fatos de conotação tão negativa. Eles podem ser originários de atitudes
ambientalmente responsáveis como os decorrentes da manutenção de sistema
de gerenciamento ambiental, os quais requerem profissionais para a sua
operacionalização. Tais sistemas exigem ainda a aquisição de recursos, tais
como: Máquinas, equipamentos, instalações para funcionamento. Na maioria
dos casos, isto será feito na forma de financiamento direto dos fornecedores
ou por meio de instituição de crédito. Esses são os passivos que devem dar
origem aos custos ambientais, já que são inerentes à manutenção normal do
processo operacional da companhia. Existem três tipos de obrigações
decorrentes do passivo ambiental:
1. Legais ou Implícita
Legal – quando a entidade tem uma obrigação presente legal como
conseqüência de um evento passado, que é o uso do meio ambiente (água,
solo, ar, .) ou a geração de resíduos tóxicos. Esta obrigação legal é surge de
um contrato, legislação ou outro instrumento de lei.
48
Implícita – é a que surge quando uma entidade, por meio de práticas do
passado, políticas divulgadas ou declarações feitas, cria uma expectativa
válida frente a terceiros e, por conta disso, assume um compromisso.
2. Construtivas
São aquelas que a empresa propõe-se a cumprir espontaneamente,
excedendo as exigências legais. Pode ocorre quando a empresa estiver
preocupada com sua reputação na comunidade em geral, ou quando está
consciente de sua responsabilidade social, usa os meios para proporcionar o
bem-estar da comunidade.
3. Justas
Refletem a consciência de responsabilidade social; ou seja, a empresa
cumpre em razão de fatores éticos e morais.
Passivos ambientais estão diretamente associados à aplicação da
legislação ambiental, não apenas por se tratarem de danos ambientais cuja
obrigação de restauração ou recuperação recai sobre o ordenador primário da
ação ou sobre o proprietário do empreendimento que causou a degradação,
mas também por sua interferência com a qualidade ambiental, que é dever do
Estado e responsabilidade de todo cidadão (Art. 225 – CF 88).
Justifica-se, portanto, o levantamento dos passivos ambientais existentes nos
empreendimentos e a preparação de um plano geral de redução e eliminação
dos passivos ambientais.
49
3.4.1 – Fatos recentes acerca de Passivos ambientais
Os meios de comunicação tem papel importante no que diz respeito a
noticiar os fatos ocorridos. O setor petrolífero em especial, envolvem
processos que requerem um rigor maior no que tange a Gestão Ambiental e
seus componentes. Os riscos de vazamento de óleo são grandes, é preciso
uma Análise Preliminar de Risco (APR) bem estruturada, onde todos os
eventos possam ser detalhadamente previstos. A exemplo da multinacional
americana Chevron, que recentemente se envolveu em um grave acidente
ambiental na Bacia de Campos, outras empresas têm negligenciado as
conseqüências desastrosas que a falta de uma Gestão Ambiental mal
estruturada podem causar. O “Anexo 1” permitirá a visualização rápida de
algumas reportagens acerca do tema.
50
3.5 – O Sistema de Gestão Ambiental e a ISO 14001
Companhias dos mais diversos segmentos estão cada vez mais
preocupadas em praticar e demonstrar um desempenho ambientalmente
correto, controlando através de indicadores o impacto de suas atividades,
processos produtivos, produtos ou serviços no meio ambiente, levando em
consideração a política adotada e seu alinhamento junto aos objetivos
ambientais. Esta prática se insere no contexto de uma legislação cada vez
mais restritiva e exigente, do desenvolvimento de políticas econômicas, e de
outras ações que tem por objetivo estimular a proteção ao meio ambiente e de
uma crescente preocupação das partes interessadas em relação às questões
ambientais e ao desenvolvimento sustentável.
Muitas organizações têm adotado “controles estatísticos” ou “auditorias”
ambientais a fim de avaliar seu desempenho. No entanto, somente os
“controles” e “auditorias” podem não ser suficientes para proporcionar a uma
organização a garantia de que seu desempenho não apenas atende, mas
continuará a atender, aos requisitos legais e aos de sua própria política. Para
que sejam eficazes, é necessário que esses procedimentos sejam conduzidos
dentro de um sistema de gestão estruturado e integrado ao conjunto das
atividades de gestão.
As normas Internacionais de gestão ambiental têm por objetivo prover às
organizações os elementos de um sistema de gestão ambiental eficaz,
passível de integração com outros requisitos de gestão, de forma a auxiliá-las
a alcançar seus objetivos ambientais e econômicos. Assim como outras
Normas Internacionais, essas normas não foram concebidas para criar
barreiras comerciais não-tarifárias, nem para ampliar ou alterar as obrigações
legais de uma organização. Esta Norma especifica os requisitos de tal sistema
de gestão ambiental, tendo sido redigida de forma a aplicar-se a todos os tipos
e portes de organizações e para adequar-se a diferentes condições
geográficas, culturais e sociais. O sucesso do sistema depende do
comprometimento de todos os níveis hierárquicos de gestão, especialmente da
51
alta administração. O Sistema de Gestão Ambiental permite a organização
estabelecer e avaliar a eficácia dos procedimentos implantados e a definir uma
política e objetivos ambientais, a fim de, atingir a conformidade com eles e
demonstrá-la a terceiros.
A ISO 14001 é uma norma internacionalmente aceita que define os
requisitos para estabelecer e operar um Sistema de Gestão Ambiental. A
norma reconhece que organizações podem estar preocupadas tanto com a sua
lucratividade quanto com a gestão de impactos ambientais. A ISO 14001
integra estes dois motivos e provê uma metodologia altamente funcional para
conseguir um Sistema de Gestão Ambiental efetivo.
Segue abaixo, alguns dos elementos de gestão descritos pela
NBR ISO 14001:
1 - Documentação do sistema de gestão ambiental
A organização deve estabelecer e manter informações, em papel ou em
meio eletrônico, para:
a) descrever os principais elementos do sistema de gestão e a interação
entre eles;
b) fornecer orientação sobre a documentação relacionada
2 - Controle de documentos
A organização deve estabelecer e manter procedimentos para o controle
de todos os documentos exigidos por esta Norma, para assegurar que:
a) possam ser localizados (rastreabilidade)
b) sejam periodicamente analisados, revisados quando necessário e
aprovados, quanto à sua adequação, por pessoal autorizado;
52
c) as versões atualizadas dos documentos pertinentes estejam
disponíveis em todos os locais onde são executadas operações essenciais ao
efetivo funcionamento do sistema de gestão ambiental;
d) documentos obsoletos sejam prontamente removidos de todos os
pontos de emissão e uso ou, de outra forma, garantidos contra o uso não-
intencional;
e) quaisquer documentos obsoletos retidos por motivos legais e/ou para
preservação de conhecimentos sejam adequadamente identificados.
A documentação deve ser legível, datada (com datas de revisão) e
facilmente identificável, mantida de forma organizada e retida por um período
de tempo especificado. Devem ser estabelecidos e mantidos procedimentos e
responsabilidades referentes à criação e alteração dos vários tipos de
documentos.
3 - Controle operacional
A organização deve identificar aquelas operações e atividades associadas
aos aspectos ambientais significativos identificados de acordo com sua
política, objetivos e metas. A organização deve planejar tais atividades,
inclusive manutenção de forma a assegurar que sejam executadas sob
condições específicas através:
a) do estabelecimento e manutenção de procedimentos documentados,
para abranger situações onde sua ausência possa acarretar desvios em
relação à política ambiental e aos objetivos e metas;
b) da estipulação de critérios operacionais nos procedimentos;
c) do estabelecimento e manutenção de procedimentos relativos aos
aspectos ambientais significativos identificáveis de bens e serviços utilizados
pela organização, e da comunicação dos procedimentos e requisitos
pertinentes a serem atendidos por fornecedores e prestadores de serviços
53
CAPÍTULO IV
TRABALHO E SAÚDE NAS CORPORAÇÕES
O CONCEITO
“Saúde é o estado de completo bem-estar físico, mental e social e não
apenas a ausência de doença.”
Fonte: Organização Mundial de Saúde (OMS), 1948
“Toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a
saúde e o bem-estar próprios e de sua família, incluindo alimentação,
vestuário, habitação, cuidados médicos e serviços sociais indispensáveis, e
direito à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice
ou outros meios de subsistência em circunstâncias fora de seu controle”.
Fonte: Declaração Universal dos Direitos Humanos, 1948, Artigo 25, parágrafo
1
4.1 - Primeiras ocorrências
O trabalho é um fenômeno universal e um componente estruturante da
vida social, embora seu status na história da sociedade ocidental seja marcado
por ambigüidades. Partindo da Grécia antiga, observa-se que não existia uma
noção global e abstrata de trabalho (MIGEOTTE, 2005, pág 63),
correspondente à noção contemporânea do mesmo, que abrange o exercício
de ocupações lucrativas que podem se constituir em fonte de prazer e de
realização.
54
Uma vez que a maior parte da vida de um adulto é dedicada ao trabalho,
sua importância se relaciona ao significado psicossocial que desempenha nas
sociedades ocidentais contemporâneas, visto ser uma das mais abrangentes
formas de expressão e afirmação do homem no mundo físico e social, sendo a
principal de suas atividades (MALVEZZI, 2004, pág 38).
Os primeiros registros de ocorrência de uma investigação apurada da
relação entre trabalho e doença iniciou na modernidade. Dos primeiros estudos
que estabeleceu uma relação entre determinadas atividades laborais e
determinadas doenças data de 1700, quando o médico italiano Bernardino
Ramazzini publicou a obra intitulada “As Doenças dos Trabalhadores”, em que
apresentou o estudo de patologias de quarenta e algumas categorias
profissionais, enfatizando a importância de correlacionar o tipo de trabalho
exercido pelo seu paciente, para melhor compreender sua doença: “quando
estiver na cabeceira da cama de seu paciente, não se esqueça de perguntar-
lhe onde trabalha, para saber se na fonte de seu sustento não se encontra a
causa de sua enfermidade” (RAMAZZINI, 1700/1985).
55
4.2 - O completo bem estar
O conceito de saúde como “completo bem estar físico, psíquico e social”
pode apresentar caráter utópico e uma visão estática, que são suas principais
limitações. O “completo bem estar” é um ideal, válido enquanto meta, porém
inatingível enquanto realidade; concretamente as pessoas apresentam
limitações da saúde física, psíquica e social. Sendo difícil definir e alcançar o
completo bem estar, ocorre o estabelecimento de parâmetros de normalidade,
por comparação com os que estão próximos, embora o “normal” não signifique
“saudável”.
Na década de oitenta ampliaram-se os estudos antropológicos em saúde,
analisando mais detalhadamente fatores culturais e psicossociais, mostrando a
importância da dimensão simbólica na constituição cultural da doença. Foi
estabelecida a diferenciação de doença como fenômeno biológico (disease) e
a experiência com a doença (ilIness), destacando-se a importância da
dimensão subjetiva (NUNES, 1999; MACHADO, 2004). As pesquisas em
antropologia da saúde mostram a importância de analisar a relação e
justaposição de categorias como doença e sofrimento, para apreender
dimensões culturais e psicológicas fundamentais que foram ofuscadas pelo
pesado reducionismo do paradigma biomédico, tal como as doenças
relacionadas ao trabalho.
Um Sistema de Gestão de Segurança e Saúde Ocupacional (SGSSO) é
capaz de promover um ambiente de trabalho seguro e saudável. Gerenciar o
espectro de riscos relacionados ao pessoal no ambiente de trabalho permite
que uma organização controle os custos com seguros e que aumente o
desempenho de suas operações existentes. Um ambiente de trabalho seguro
e saudável, deve ter como princípio a criação de uma estrutura que permita a
identificação e o controle consistente dos riscos associados à saúde e
segurança dos funcionários, que reduza o potencial de acidentes, que auxilie
na conformidade à legislação e melhore o desempenho operacional como um
todo.
56
4.3 - As boas práticas de saúde
Indiscutivelmente, funcionários saudáveis produzem mais, faltam menos
e geram menos gastos com planos de saúde e perda de tempo nos processos
produtivos. Mesmo que uma corporação não tenha grandes recursos físicos e
financeiros para aplicar no bem-estar dos seus empregados, existem algumas
práticas que podem ser adotadas como forma de valorização a saúde dos
trabalhadores.
A prática de exercício físico deve ser adotada, e para isso, se faz
necessário transformar o espaço corporativo em um espaço ativo.
Considerando a execução de reformas e adequações, é interessante a
construção de um espaço para guarda de bicicletas. As instalações sanitárias
(banheiros e vestiário) devem ser oferecidas aos funcionários, independente
da legislação que os obriga, mas a fim de estimular a prática de exercício e
atividades no intervalo para almoço. Café da manhã e seminários são
oportunidades para ajudar os funcionários a aprender mais sobre hábitos
saudáveis. É válida a participação de especialistas, palestrantes convidados
que possam discorrer sobre temas, como manter hábitos saudáveis em
viagens e maneiras rápidas de lidar com o estresse. Havendo uma flexibilidade
maior de tempo, é interessante a contratação de um profissional de educação
física para aulas na hora do almoço. Os programas de incentivo que oferecem
prêmios (financeiros ou não) aos funcionários que mantêm hábitos saudáveis,
são válidos, e uma boa maneira de fazer isso é subsidiar integralmente o plano
de saúde dos funcionários que batem algumas metas, como taxa de açúcar no
sangue e pressão saudáveis.
A causa do estresse pode estar ligada a doenças do coração, pressão
alta e distúrbios do sono. No trabalho, pode levar a improdutividade,
insatisfação com a atividade desenvolvida e absenteísmo. Considere oferecer
57
auxílio a funcionários que tenham problemas financeiros, estresse ou
depressão. E encoraje os empregados a fazer pausas durante o dia para
caminhar, conversar com um colega ou tomar um ar fresco do lado de fora do
prédio.
58
4.4 - LER e DORT
Denomina-se Lesão do Esforço Repetitivo ou simplesmente LER, a
lesão causada pelo desempenho de atividade repetitiva e continua, tais como
tocar piano, dirigir caminhões, fazer crochê, digitação . Na prática trata-se de
um "acidente ", sendo que a doença resultante pode ser caracterizada com
diferentes nomes como : síndrome do túnel do Carpo, tendinites, tenosinovites,
. Alguns autores referem-se a Lesão Traumática Cumulativa como um
sinônimo da LER.
A LER é uma lesão relacionada com a atividade desempenhada pela
pessoa, e em alguns casos pode ser entendida como uma doença
ocupacional. Esta ocorre sempre que houver incompatibilidade entre os
requisitos físicos da atividade ou tarefa e a capacidade física do corpo
humano. Alguns fatores de risco contribuem para a ocorrência desta lesão,
dentre eles: movimentos repetitivos, postura incorreta, içamento de pesos
excessivos . A LER, instala-se lentamente no organismo humano e muitas
vezes passa despercebida ao longo de toda uma vida de trabalho e quando
esta é percebida já existe um severo comprometimento da área afetada.
A ergonomia é a ciência que estuda a adaptação do meio ambiente
(ocupacional ou não) às características psicofisiológicas ou particularidades do
corpo humano. Os resultados das pesquisas realizadas no campo da
ergonomia é que permitem o desenvolvimento de projetos e adoção de
medidas apropriadas para mitigar a exposição do homem e sua saúde ao
realizar atividades suas atividades laborais ou de lazer.
Fatores Humanos o organismo humano possui características peculiares
que devem ser levadas em consideração no projeto de sistemas para seu uso.
Estes fatores podem ser classificados em:
Psicológicos: capacidade de aprendizagem, mudança de comportamento,
motivação, ansiedade, estresse , capacidade de desenvolver hábitos ;
59
Fisiológicos: acuidade visual, audição, comprimento dos braços e pernas,
limitações musculares, sensibilidade ao calor e ao frio .
A sigla D.O.R.T. significa Distúrbio Osteo-muscular Relacionado ao
Trabalho, tem como principais causas e características:
• Fadiga neuro-muscular muscular devido ao trabalho realizado numa
posição fixa (trabalho estático) ou commovimentos repetitivos principalmente
de MMSS;
• Falta de tempo de recuperação pós-contração e fadiga (falta de
flexibilidade, ritmo elevado de trabalho);
• Quadro clínico variado: dor, formigamento, dormência, choque,
peso, fadiga precoce;
• Desconfortos ortopédicos: tendinite, tenossinovite, sinovite, peritendinite,
em particular de ombros, cotovelos, punhos e mãos; epicondilite, tenossinovite
estenosante (DeQuervain), contratura de Dupuytren, dedo em gatilho, cisto,
STC, STUInar (nível de cotovelo), síndrome do desfiladeiro torácico, ;
• Presença ou não de quadros mais generalizados: síndrome
miofascial, mialgia, síndrome tensão do pescoço, distrofia
simpático-reflexa / síndrome complexa de dor regional.
No Brasil, bem como em vários outros países, a Lesão do Esforço
Repetitivo é considerada uma doença ocupacional e, portanto equivalente a
um "acidente do trabalho” e como tal sua ocorrência deve ser reportada aos
órgãos competentes. A Norma Regulamentadora de número 17 (NR 17)
estabelece várias recomendações ergonômicas relativas ao ambiente do
trabalho.
60
61
CONCLUSÃO
O Sistema de Gestão Integrado é a combinação de processos,
procedimentos e práticas adotadas por uma organização, para implementar
suas políticas e atingir seus objetivos de forma mais eficiente do que por meio
de múltiplos sistemas de gestão. Direcionado para processos é a gestão que
permite integrar de forma mais eficiente, nas operações do dia-a-dia das
empresas, os aspectos e objetivos da qualidade, do desempenho ambiental,
da segurança e saúde ocupacional e da responsabilidade social.
A adoção do Sistema de Gestão Integrado como elemento estratégico,
vem da necessidade de implementação de ações que partam do princípio de
que a melhoria do desempenho humano nas organizações é fator
preponderante. Mas isto não pode ocorrer de forma isolada, pois envolve os
mais variados níveis de decisão: operacionais, gerenciais e organizacionais.
Todos estes deverão interagir de forma participativa com este Sistema de
Gestão Integrado, de forma a acompanhar todo progresso conseguido,
minimizando os esforços e maximizando os resultados. A implantação de todo
SGI em QSMS requer mudanças significativas nos conceitos gerais da
empresa; deve haver disposição e participação de todos especialmente da alta
administração, além de uma grande organização das tarefas (PACHECO
JÚNIOR, 1995, pág 52)
Conclui-se que a busca pela incorporação dos fatores humanos a todo o
ciclo de vida do processo produtivo e em todos os níveis hierárquicos de
decisão, como forma de redução da probabilidade de ocorrência de desvios, é
o grande desafio a ser enfrentado pelas indústrias de grande porte, para a
obtenção da excelência em Gestão de QSMS, tão necessária à garantia de
sobrevivência do negócio.
62
ANEXO 1
Chevron pode pagar R$ 260 milhões em multas novembro 22, 2011 em GWI
Petrolífera norte-americana deve receber mais multas por vazamento na Bacia de Campos, além dos R$
50 milhões aplicados pelo Ibama.
A Chevron pode pagar cerca de R$ 260 milhões em multas por causa do vazamento de óleo na bacia de
Campos. Até agora a empresa já foi multada em R$ 50 milhões -o valor máximo permitido pela
legislação- pelo Ibama.
Uma outra notificação no valor de 10 milhões de reais poderá ser aplicada se o órgão ambiental brasileiro
constatar que a companhia não cumpriu adequadamente o plano de emergência previsto em contrato,
afirmou nesta segunda-feira a jornalistas o presidente do Ibama, Curt Trennepohl.
Além disso, a Agência Nacional de Petróleo (ANP) estuda autuar a empresa com outras multas, que
podem custar à empresa cerca de R$ 100 milhões.
Fonte: site http://greenwideinitiative.com/chevron-pode-pagar-r-260-milhoes-em-multas/
Multa por vazamento de óleo no RS pode chegar a R$ 50 milhões
Empresa já iniciou o trabalho de limpeza e contenção do óleo nas praias afetadas
O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis)
pode multar em até R$ 50 milhões a empresa Transpetro pelo vazamento de óleo no mar
de Tramandaí, no Rio Grande do Sul, da última quinta-feira (26).
Operação causa vazamento de óleo em Tramandaí (RS)
Os técnicos realizam uma avaliação no local, nesta sexta-feira (27), para analisar a
dimensão do vazamento, que pode chegar a 3,5 km de extensão. Ainda não há
informações sobre a quantidade de óleo derramada e um laudo do Ibama deverá auxiliar
nesse cálculo.
Fonte: site http://noticias.r7.com/cidades/noticias/multa-por-vazamento-de-oleo-no-rs-pode-chegar-a-r-50-
milhoes-20120127.html
63
Vazamento de óleo no Ceará não causou danos ambientais, diz Ibama Cerca de 15 litros de óleo vazaram de plataforma da Petrobras em março. Quantidade de óleo foi pequena e não causou dano ambiental, diz Ibama. André TeixeiraDo G1 CE
Comente agora
Furo no oleoduto que leva óleo da plataforma Atum 2 para a Plataforma Xaréu 3 fez vazar 15,6 litros de óleo (Foto: Thiago Gaspar/Agência Diário) O vazamento de óleo cru em uma plataforma da Petrobras no Ceará não causou danos ambientais à fauna ou à flora marítimas, segundo o coordenador de emergências ambientais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Carlos Alberto Maia. Na segunda-feira (2), a Petrobras havia informado o Ibama sobre vazamentos em plataformas do Ceará e do Rio Janeiro. No Ceará, segundo Carlos Alberto, um furo no oleoduto que leva óleo da plataforma Atum 2 para a Plataforma Xaréu 3, no litoral deParacuru fez vazar 15,6 litros de óleo. "É um quantidade pequena, que não causou danos ambientais", diz Carlos Alberto. O Ibama no Ceará ainda não recebeu informações sobre o motivo do acidente que furou o oleoduto entre as duas plataformas, distante cerca de 30 quilômetros uma da outra.
64
• Ibama diz que Petrobras reportou vazamentos de óleo no RJ e Ceará
O acidente ocorreu em 30 de março, por volta das 13h. Segundo relatório da Petrobras enviado ao Ibama, foi realizado um plano de emergência individual que dispersou o óleo vazado na superfície do mar. "Não foi preciso o uso de barreiras de contenção por conta da pouca quantidade de óleo, mas a mancha foi dispersada no mar", diz o coordenador do Ibama.
Fonte: http://g1.globo.com/ceara/noticia/2012/04/vazamento-de-oleo-no-ceara-nao-
causou-danos-ambientais-diz-ibama.html
65
ANEXO 2
GLOSSÁRIO
QSMS: qualidade, segurança, meio ambiente e saúde.
PPRA: programa de prevenção de riscos ambientais.
PCP: planejamento e controle da produção
COEMA: Conselhos Estaduais de Meio Ambiente
SGI: sistema de gestão integrado.
ISO: International Organization for Standardzation
ABNT: associação brasileira de normas técnicas.
NBR: norma brasileira
MTE: ministério do trabalho e emprego.
PCMSO: programa de controle médico e saúde ocupacional.
CREA: conselho regional de engenharia e arquitetura
OHSAS: Occupational Health and Safety Assessment Services
OIT: organização internacional do trabalho
SSO: segurança e saúde ocupacional
EIA: estudo impactos ambientais
RIMA: relatório de impactos ao meio ambiente
PNMA: Política Nacional de Meio Ambiente
CLT: Consolidação das Leis do Trabalho.
NR: normas regulamentadoras
CONAMA: Conselho Nacional de Meio Ambiente
LER: Lesão do Esforço Repetitivo
DORT: Distúrbio Osteo-muscular Relacionado ao Trabalho
APR: Análise Preliminar de Risco.
66
BLIOGRAFIA CONSULTADA
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70
WEBGRAFIA CONSULTADA
<http://www.bsibrasil.com.br>. Acesso em 07 de abril de 2012. http://www.fiesp.com.br/download/legislacao/medicina_trabalho.pdf
DE CICCO, Francesco. Sistemas integrados de gestão – Agregando valor aos sistemas ISO 9000. Nov. 2000. Disponível em: http://www.qsp.com.br/artigo.html>. Acesso em 07 de abril de 2012.
MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL. Acidentes do Trabalho. Disponível em: <http://www.mpas.gov.br>. Acesso em 07 de abril de 2012. MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL. Comunicação de acidente de trabalho - Manual. Disponível em: <http://www.mpas.gov.br>. Acesso em 07 de abril de 2012. Fonte: http://www.vanzolini.org.br/areas/desenvolvimento/producaolimpa/ L o s l í m i t e s d e l d e s a r r o l l o s u s t e n t a b l e, M o n t e v i d e o , E d i c i o n e s d e l a B a n d a O r i e n t a l , 1 9 9 9 .
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ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
A IMPOTÂNCIA DO SISTEMA DE QUALIDADE
NAS CORPORAÇÕES 10
1.1 - O ser humano e o conhecimento 10
1.2 – Histórico da Qualidade na indústria 12
1.3 - O Sistema de Gestão da Qualidade 14
1.4 – Dos primórdios à certificação: ISO 9000 e
sua família 17
1.5 – A corrida pela “Qualidade Total” 20
CAPÍTULO II
AUMENTANDO A PRODUTIVIDADE ATRAVÉS
DO GERENCIAMENTO DE SEGURANÇA 22
2.1 – Contextualização sobre o cenário de Segurança
Ocupacional no Brasil 22
2.2 – Legislação básica e enquadramento das empresas 26
2.3 – A normatização no âmbito da Segurança Ocupacional29
2.4 – Qualidade e Segurança do Trabalho: as duas faces
de uma mesma moeda 34
CAPÍTULO III
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GESTÃO AMBIENTAL COMO FERRAMENTA DE
PREVENÇÃO DE PERDAS E
RESPONSABILIDADE SOCIAL 38
3.1 – A questão ambiental: dos primórdios à atualidade 38
3.2 – As indústrias e a Produção Limpa 41
3.3 – Conflito histórico: Meio ambiente versus Capitalismo 44
3.4 – As organizações e os passivos ambientais 47
3.4.1 – Fatos recentes acerca de passivos ambientais 49
3.5 – Sistema de Gestão Ambiental e a ISO 14001 50
CAPÍTULO IV
TRABALHO E SAÚDE NAS CORPORAÇÕES 53
4.1 – Primeiras ocorrências 53
4.2 – O completo Bem Estar 55
4.3 – As boas práticas de Saúde 56
4.4 – LER e DORT 58
CONCLUSÃO 61
ANEXOS 62
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 66
ÍNDICE 71
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