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1

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

INSTITUTO DE PESQUISA SÓCIO-PEDAGÓGICAS

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

ATUAÇÃO DA PSICOMOTRICIDADE NA

SÍNDROME DE STURGE WEBER

Por: Adriana Barboza Pires

Orientador:

Prof. Ms. Marco A. Larosa

Rio de Janeiro

2001

2

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

INSTITUTO DE PESQUISA SÓCIO-PEDAGÓGICAS

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

ATUAÇÃO DA PSICOMOTRICIDADE NA

SÍNDROME DE STURGE WEBER

Apresentação de Monografia ao

Conjunto Universitário Cândido

Mendes como condição prévia para

a conclusão do Curso de Pós-

Graduação “Lato Sensu” em

Psicomotricidade por Adriana

Barboza Pires

II

3

AGRADECIMENTOS

A Deus por fortalecer-me nos

momentos mais difíceis, ao meu

noivo pela paciência e compreensão,

minha cunhada pela disponibilidade,

a Silvana pela força e incentivo e

minha família pelo apoio e carinho.

III

4

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a todas as

famílias dos portadores da

Síndrome, que esta sirva de grande

ajuda e aos profissionais de

Psicomotricidade que busquem cada

vez mais solucionar tais problemas

através de informações precisas

para o tratamento adequado.

IV

5

RESUMO

O presente estudo tem como objetivo mostrar a atuação prática

da psicomotricidade nos indivíduos portadores da Síndrome de Sturge Weber,

procurando através dos seus conceitos, teorias e práticas por meio da

reeducação psicomotora para sanar os problemas encontrados nestes

indivíduos. Sabendo da dificuldade de tratar indivíduos com síndrome fez

despertar a vontade de investigar sobre esta síndrome em especial, e procurar

relatar como a psicomotricidade iria intervir neste casos.

Assim levanta-se o seguinte problema: Como a Psicomotricidade

pode ajudar a esses portadores?. Foram enfocados conceitos e práticas,

educação reeducação e terapia psicomotora, elementos básicos, relação

terapeuta X família, problemas acometidos pela Síndrome. Embasada na

literatura existente, foram analisados e observados todos os aspectos

envolvidos na Síndrome através da prática.

Finalmente a vivência prática com um portador da síndrome pode

fornecer dados significativos para a pesquisa e comprovar principalmente

vários aspectos encontrados na literatura, permitindo canalizar melhor da

pratica da Psicomotricidade.

V

6

METODOLOGIA

Pesquisa Bibliográfica especifica, explorativa, a partir de coleta de

dados análise crítica e interpretação das contribuições teóricas sobre o tema

proposto, bem como das observações ao longo da prática profissional. Foi

utilizado também exame neurológico evolutivo, com o objetivo de observar,

avaliar e comparar as condições motoras do indivíduo visto suas deficiências

advindas da síndrome no decorrer do presente ano para conclusões finais.

VI

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8

CAPITULO I 10

CAPITULO II 16

CAPITULO III 31

CONCLUSÃO 37

BLIBLIOGRAFIA CONSULTADA 37

ANEXOS 39

INDICES 42

FOLHA DE AVALIAÇÃO 43

8

INTRODUÇÃO

Ao iniciarmos qualquer estudo envolvendo o ser humano é

preciso ver o mesmo como um todo. É um desafio desde muito tempo entender

o corpo humano para os homens. Mesmo assim a curiosidade impulsiona-os a

buscar mais informações sobre o mesmo. As doenças que afetam o corpo

muita das vezes são invisíveis aos olhos humanos. E através de alguns

sintomas observados é que podemos associar e diagnosticar. O conjunto

destes sintomas apresentados em uma doença e que a caracterizam é

denominada Síndrome.

As síndromes em sua maioria são complexas e algumas muitas

vezes raras, tornando assim difícil de ser logo detectada. No mundo existem

milhares de síndromes que só são de conhecimento dos médicos especialistas,

estudiosos, portadores e familiares. A sociedade convive com estas pessoas e

muitas das vezes sequer observam. Ainda encontramos algumas síndromes

com maior incidência por isso mais conhecida.

Atualmente com o avanço tecnológico e interessa por parte dos

cientistas muitas doenças vem sendo estudada e divulgada pelos meios de

comunicação. Sendo que no passado não havia este interesse e pouco recurso

para estudos, prejudicando aos portadores de doenças, que sem ajuda

acabavam morrendo. E por este motivo questionamos o porque hoje há uma

abertura maior para o estudiosos do que antes?

Pode até não encontrar resposta se pensarmos que antigamente

a estrutura da sociedade era diferente. Onde se vivia uma vida, alimentação e

clima mais saudáveis. O que não é visto hoje, apesar de todo avanço

tecnológico e científico. Contudo as doenças demoravam a surgir mais como

agora.

9

Em decorrência desta mudanças as pessoas estão mais

vulneráveis e cientes diante dos problemas. Tendo também maiores

informações e incentivos de prevenção de doenças. Encontramos também

ainda uma população carente cujo o interesse é o menor e o acesso as

informações é precário.

Objetivando compreender, avaliar e colaborar para a solução de

alguns problemas apresentados em uma específica Síndrome abordada nesta

pesquisa. Pretendemos na Síndrome de Sturge Weber que acomete o cérebro

e tem por características uma mancha na face se expandindo para a parte do

olho e levando em conta que se tratando das questões do cérebro todo o

desenvolvimento é afetado ajudando no tratamento onde seguiremos e

detalharemos o caminho da Psicomotricidade que visa relacionar o movimento

inconsciente e consciente do indivíduo de um limite de espaço e tempo com

relação ao outro. Permitindo uma educação , reeducação e reintegração social.

10

CAPÍTULO I

CONHECENDO A

SÍNDROME DE STURGE WEBER

11

1.1 Histórico Para entendermos melhor a Síndrome de Sturge Weber

iniciaremos buscando toda a história de descoberta e os seus respectivos

autores.

Inicialmente foi descrita por Schirmer em 1860 observou a

presença de buftalmo (ampliação dos revestimentos dos olhos) em pessoas

com angioma facial.

Em 1879, Sturge descreveu a ocorrência de ataques epiléticos,

tendo Weber mais a frente, completando a existência de hemangioma coroidal

e a ocorrência de hemeplegia contra lateral.

Em 1923, Dimitri demonstrou o padrão giriforme da calcificação.

E a partir deste ano o nome dada a Síndrome apesar de ter sido desmembrada

por mais de um pesquisador, foi o de Síndrome de Sturge Weber também

conhecida como Angiomatose encefalo trigeminal.

1.2 Manifestações Clínicas

A causa da Síndrome ainda é desconhecida, mas percebe-se

outros acontecimentos, como o Glaucoma que podem ser a conseqüência de

um angioma coroidal. Forma-se uma tríade de características mais marcantes

que são: Angioma Facial (ou mancha facial do vinho); Angioma meníngeo

homofacial (crescimento excessivo de embarcações de sangue na superfície

do cérebro) e Anomalias do córtex cerebral responsável pela eplepsia.

O lobo occipital é afetado com muita frequência mas as lesões

podem comprometer os lobos temporal , parietal ou todo o hemisfério cerebral.

12

Detalharemos cada uma para melhor compreensão e analise.

¬ Angioma Facial (mancha portuária do vinho)

A mancha é uma lesão lisa que varia de cor , de rosa claro a roxo

profundo. É causada por uma mal formação capilar afetando abaixo da

superfície da pele.

Estas se encontram tipicamente envolvendo a pele da face na região

que corresponde ao trajeto do nervo trigêmeo, podendo estender-se a porção

superior do tronco e dos membros superiores. As lesões vasculares podem

ainda envolver a mucosa oral e os lábios.

Para este tipo de mancha (angioma) atualmente existe tratamento que é

feito para a retirada da mancha. Ë feito a laser, desenvolvida no decorrer dos

últimos 10(dez) anos. Remove a mancha de adultos e crianças (desde dos 6

meses de idade). A resposta do tratamento depende do indivíduo, tipo da pele

e a dose da energia solar.

¬ Anomalias do Córtex cerebral

São responsáveis pela epilepsia, que é uma manifestação neurológica

comum, começando no primeiro ano de vida com convulsões motoras focais,

generalizadas ou parciais complexas. Freqüentemente resistentes aos

anticonvulsivantes, as convulsões motoras focais, a hemiparesia e a

hemeatrofia são contra-laterais ao nervo facial.

Com o início das convulsões antes de dois anos de idade e a

epilepsia resistente, o prognóstico para estes indivíduos são: maior

probabilidade de comprometimento intelectual, tornando-se marcante com a

idade.

13

Os anticonvulsivantes não curam a epilepsia mas é usado para

controlar as convulsões. Não obtendo resultado com medicamento existe uma

alternativa que é a cirurgia que em alguns casos, para a parte afetada do

cérebro pode ser de grande valor.

Outra possibilidade de amenizar as convulsões é através de uma

dieta, descoberta por um pai tentando solucionar o problema da sua filha.

A dieta é uma proteína, com baixo teor de hidrato de carbono

projetada para tratar a epilepsia nas crianças, cujo o nome é dieta de

Ketogenic. Utilizada desde de 1920 comprovando a ajuda no controle das

convulsões. O alvo da dieta é aumentar a entrada diária da gordura que pode

ser conseguida aumentando a quantidade de gordura animal (creme e

manteiga). O índice da proteína (por exemplo: ovos, carne, peixe, queijo) na

dieta, é controlada com cuidado para assegurar de que a criança receba doses

adequadamente para permitir o crescimento normal. O restante das calorias

vem dos hidratos de carbono (açúcar, pão, bolos, biscoito).

Todas as quantidades de proteínas, hidratos e gordura são

calculados pelo nutricionista. Procurando Ter o cuidado de manter o

crescimento normal da criança, não deixando que se torne obesas.

A dieta pode ser usada para todas as crianças exceto aquelas

que não toleram produtos derivados do leite, mesmo que o nutricionista monte

uma dieta de acordo com o gosto de cada criança.

¬ Angioma Meníngeo Homofacial

O comprometimento é comum sendo mais freqüente o envolvimento da

região parieto-occipital. Podendo ocorrer retardo mental e crises convulsivas.

14

O hemangioma meníngeo é ipsilateral à mancha e pode causar

hemiparesia. As lesões intracranianas se calcificam, podendo ser detectadas

através de tomografia computadorizada.

¬ Glaucoma

Entendemos por Glaucoma a toda pressão excessiva no olho, acima do

nível do normal, causado por uma configuração acima do líquido aqueso

chamado humour aqueus. Aproximadamente 30% dos portadores afetados

pelo glaucoma. A bufttalmia, que é mais comum que o glaucoma, decorre da

hipertensão intraocular pré-natal. Sendo que a buftalmia desenvolve-se até o

terceiro ano de vida, quando o globo ocular é submetido a pressões de

20mmHg ou mais.

O tratamento para este tipo de alteração é realizado com base em cada

caso. Quanto a possível causa do aumento da pressão intra ocular, está no

aumento da pressão venosa episcleral, há preferência pelo tratamento

medicamento tópico.

Na falha no tratamento medicamentoso, indica-se a cirurgia filtrante que

tem sido muito indicada.

Em pesquisas realizadas com portadores no período de julho 95 a março

98, percebeu-se que dentre estas a resposta positiva para alguns tratamentos

acontecem através de :

Ü Gama-braquiterapia para os hemangiomas que envolvem a

mácula, os de grande espessura e os que estão associados ao

deslocamento seroso da retina.

Ü A radioterapia (braquiterapia) reduz o deslocamento de

retina, reabsorve o fluído sub-retiniano, reduz a espessura do

hemangioma coroidal e redução dos níveis da pressão intra

ocular.

15

Ressaltando também que qualquer forma de terapia tem pouco ou

nenhum impacto na preservação da visão de olhos que já desenvolveram a

buftalmia.

1.3 Classificação

Roach recentemente propôs uma classificação clínica da

Síndrome, que são:

Ü TIPO 1 – Angiomas da face e lepto meninge; podendo Ter

o glaucoma. O angioma intracraniano deve ser documentado

histologicamente ou por achados radiológicos típicos. Convulsões

de pressunção na criança com um nevo típico;

Ü TIPO 2 – Angioma na face, mas sem evidências ou

doenças intracraniano, podendo Ter glaucoma;

Ü TIPO 3 – Angioma leptomeníngeo, mas sem nevo na face;

podendo ter glaucoma.

16

CAPÍTULO II

ATUAÇÃO DA PSICOMOTRICIDADE

NA SÍNDROME

17

2.1 - CONCEITO

Para se entender a atuação da psicomotricidade na síndrome de

Sturge Weber é preciso conhecer o que vem a ser a psicomotricidade .

A motricidade é a possibilidade neurofisiológica de realizar

movimento. E implica na concepção de movimento organizado e integrado em

função das experiências vividas pelo indivíduo, adquirindo sua execução numa

forma resultante e característica de sua individualidade.

A psicomotricidade é um diálogo verbal e corporal que junta os

dados objetivos explícitos aos dados afetivos sensíveis. Simplificando melhor é

a relação entre o pensamento e a ação envolvendo a emoção.

Começando a entender este conceito é fácil compreender quando

observa-se o desenvolvimento de uma criança. A descoberta do mundo não

acontece por si própria, pois é pela sua mãe que se inicia. Através da

amamentação atinge a 1ª relação pelo corpo.

Essa relação acontece pela boca na qual são passadas as

impressões de umidade, calor, frio, sequidão além da certeza de afeto, amor e

reconhecimento. Logo depois, todo o corpo é fragmentado progressivamente

até os 03 anos, onde se dá a configuração total, a umidade do corpo e ela se

sente inteira. É primordial a criança vivenciar cada etapa para ter um

desenvolvimento sem dificuldades.

Portanto o desenvolvimento psicomotor também é acompanhado

pelos mecanismos psicoafetivo e psicológico, o que de certo modo, seria o

ponto de encontro que chamamos psicomotricidade.

18

2.2 – Importância das obras no estudo da psicomotricidade.

A psicomotricidade foi idealizada a partir de vários estudos feita

por vários estudiosos. A contribuição de cada um ajudou a enriquecer mais

este campo, é necessário saber como cada obra pôde contribuir para o estudo

da psicomotricidade.

Ü WALLON O primeiro estudioso é o francês Wallon ou Henri Wallon, médico e

professor, foi o precursor e o pioneiro praticamente da psicomotricidade. Iniciou

seus estudos através das debilidades motoras nos deficientes mentais,

caminhando assim para os estudos da reeducação psicomotora.

Chama a atenção para o desenvolvimento biológico, onde o movimento

é a única expressão e o primeiro instrumento do psiquismo. Entender as

atitudes da criança é perceber a trama do ambiente no qual está inserida.

Segue alguns estágios do desenvolvimento da criança que denomina como:

Impulsório emocional (00 a 01 ano); Sensório motor projetivo (até 03 anos);

Personalismo (03 a 06 anos); Categorial (inicia-se aos 06 anos) e Adolescência

(nova definição do pensamento). Enfim Wallon diz que o aspecto afetivo vem

com qualquer movimento onde a evolução tônica e corporal constitui o início da

comunicação verbal, “ que chama de” diálogo tônico.

Ü VYGOTSKY

Vygotsky era professor e afirmava que quanto mais aprendizado maior o

desenvolvimento. Desde o nascimento a criança é inserida em um mundo

social e sua visão de mundo formava-se com a interação de adultos a crianças

experientes. A mudança e variação do ambiente social influencia no

desenvolvimento.

19

Para Vygotsky o pensamento e a linguagem são processos

interdependentes desde o início da vida. A formação do pensamento é

despertado pela vida social e constante comunicação estabelecida entre

crianças e adultos, onde o resultado seria a assimilação da experiência.

Ü PIAGET

Foi Piaget um dos autores que mais estudou as inter-relações entre a

motricidade e a percepção, através de uma experimentação. Buscou descobrir

como a lógica qualitativa mental da criança se transforma em lógica adulta. O

equilíbrio é o alicerce da teoria de Piaget há um desenvolvimento contínuo com

trocas entre o organismo e o meio ambiente. Considera que a motricidade

interfere na inteligência, antes da aquisição da linguagem.

Cada etapa da evolução depende de uma maturação o que levará

paralelamente a um desenvolvimento cognitivo irreversível. Este

desenvolvimento é um processo espontâneo apoiado no biológico e alcançado

através de constantes desequilíbrios e equilíbrios de forma contínua e

caracterizado por fases através das quais a criança constrói estruturas

cognitivas.

Mostra também que o movimento constrói um sistema de esquemas de

assimilação, e organiza o real a partir de estruturas espaço temporais e

causais.

As percepções e os movimentos, ao estabelecerem relação com o meio

exterior, elaboram a função simbólica que gera a linguagem o que dá origem a

representação e ao pensamento.

Piaget realça a importância da motricidade na formação da imagem

mental e na representação imagética. O vivido, integrado pelo movimento e

portanto, introjetado no corpo do indivíduo, reflete todo um equilíbrio cinético

com o meio, que, valorizando as representações psicológicas do mundo, dando

lugar a linguagem.

20

As etapas de evolução foram nomeadas por Piaget como: Sensório -

Motor (00 a 02 anos); Pré - operatória (02 a 07 anos); Operatória Concreta (07

a 11 anos) e Operatória Normal (de 12 anos em diante).

Ü FRUNET

Estudioso francês que possui algumas semelhanças a Vygotsky, onde a

criança é centro das atenções adquirindo as regras para sua própria

experiência. Baseou-se em atividades evolutivas chamada de pedagogia do

bom senso.

Considera a valorização de livre expressão da criança como

necessidades vitais do ser humano: criar, expressar, comunicar, viver em

grupo, sucesso, agir, descobrir e se organizar. Desenvolveu atividades

evolutivas observando o interesse das crianças e estabeleceu o trabalho como

motor da ação educativa.

Ü GESTALT

É um termo surgido na Alemanha traduzido como sendo a configuração

da percepção que torna-se o ponto de partida como centro desta teoria. O

estímulo do meio fornece uma resposta do indivíduo, surgindo o processo

perceptivo.

O que é como o indivíduo percebe, são dados importantes para a

compreensão de como se processa a Aprendizagem e o Comportamento

decorrente dela. Portanto o desenvolvimento do movimento será de acordo

com a percepção do espaço não só físico como emocional deste indivíduo.

Ü LÚRIA

Estudioso que procurou observar o cérebro em movimento procurando

perceber e associar o comportamento e o corpo em si. Para Lúria o cérebro é

21

um sistema de zonas de colaboração e concentração, caracterizado pela

consistência e estabilidade das suas interações e pela variedade e plasticidade

dos seus componentes.

As formas mais elaboradas de atividades mentais tem como origem os

termos sócio histórico e cultural (como Vygotsky). Dividi o cérebro em três

unidades funcionais básicas, são estruturas hierarquizadas e consistem em

pelo menos três zonas corticais organizadas verticalmente uma sobre as

outras.

A primeira unidade mantém o tônus necessário do córtex e do corpo.

Entra em atividade no desenvolvimento intra uterino e desempenha papel

decisivo no parto e nos primeiros processos de maturação motora e no conforto

tátil vinculativo.

A segunda unidade recebe e processa as informações que chegam e

iniciam-se um pouco mais tarde, onde, no desenvolvimento intra uterino

desempenhando um papel de transação entre o organismo e o meio, entre o

espaço intra corporal e extra corporal.

A terceira unidade atua como mecanismo de programação e de

verificação para assegurar a natureza intencional do comportamento. Depende

das outras duas unidades e irá atuar reunificando em termos de plasticidade de

condutas cada vez mais conscientizadas e corticalizadas.

2.3 – Elementos Básicos da Psicomotricidade

ESQUEMA CORPORAL

É uma fase onde a criança percebe seu corpo, os seres e as coisas que

a cercam em função do seu eu. Sua personalidade se desenvolverá graças a

tomada de consciência de seu corpo, de seu ser, das possibilidades de agir e

22

transformar o mundo à sua volta. A criança quando se sente bem com seu

corpo é capaz de situar seus membros uns em relação aos outros fará uma

transposição de suas descobertas localizando objetos, pessoas,

acontecimentos em relação a si e, depois, entre eles.

Esta noção do corpo relaciona-se com os aspectos emocionais e

com as necessidades biológicas como também a atividade motora. A

expressão do corpo pode mostrar uma disposição ou indisposição na relação

com coisas ou pessoas.

Quando percebe-se perturbações ocasionadas por fatores

afetivos sendo em crianças ou adultos, a psicomotricidade a ser trabalhada

fixa-se em levar o indivíduo a viver seu corpo e depois conhecer (seu corpo).

Vale a pena salientar que o conhecimento do corpo é sentido por duas formas:

Interna (tocando em seu próprio corpo) e Externo ( vendo cada parte do corpo

no outro ou no espelho).

Para finalizar este primeiro elemento, após viver e conhecer o

corpo a criança vai orientar-se, saber as diversas posições que pode tomar e

irá movimentar seu corpo organizadamente no espaço.

LATERALIDADE

É a dominância de um lado em relação ao outro levando-se em conta a

força e a precisão, onde durante o crescimento naturalmente se define uma

dominância lateral. Definindo a mão que irá escrever, qual o pé mais ágil etc.

Esta dominância se dá mais ou menos aos 06 anos de idade. Quando

encontramos crianças que não possuem uma dominância ou são forçadas a

usar a mão que não é a de sua dominância podemos ter algumas dificuldades

a nível da aprendizagem; dificuldade em coordenar seus movimentos,

equilíbrio, grafia e estruturação espacial.

23

ESTRUTURAÇÃO ESPACIAL

É como a criança se orientará, se estruturará diante do mundo exterior,

partindo inicialmente do seu eu referencial e depois a outros objetos e pessoas

em relação uns com os outros.

A estruturação integra-se na nossa vida e envolve o corpo – espaço –

tempo, formando um conjunto. Esta noção é adquirida pela criança no

cotidiano, como exemplo: jogar papel no lixo, ir ao banheiro, reconhecer seu

brinquedo, reconhecer seu sapato, movimentar-se na rua e etc.

ORIENTAÇÃO TEMPORAL

Como o nome já demonstra é orientar-se no tempo. Essa noção é muito

abstrata e por isso se torna mais difícil para compreensão das crianças; pois

não são palpáveis.

Quando a criança inicia sua fala e usa as noções do tempo,

normalmente troca as palavras como: “Amanhã eu fui na festa”; ou “Ontem eu

vou na festa”.

Sendo estimulada bem cedo através de jogos e sempre usando os

termos antes, depois, hoje, ontem, cedo de mais, amanhã e outros, perceberá

mais rápido a identificar este tempo imediato.

Existe dois tipos de tempo que é interessante relatar, são eles:

• Sujetivo – É aquele que depende da atividade que a pessoa está

fazendo. (É quando se faz algo com prazer e parece que tempo passou

muito rápido e quando se faz algo “chato” e parece que o tempo não

passa).

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• Objetivo – É o tempo matemático, que na vida é utilizado em maior

número que o tempo subjetivo.

Ex.: 01 hora = 60 minutos ; hora das refeições; hora do recreio; hora de

ir para escola etc.

Com as noções de espaço, tempo e domínio dos gestos a criança terá

os três fundamentos da escrita.

Segundo Bastos e Ferreira de Sá a escrita supõe:

Ü Uma direção gráfica: onde escrevemos horizontalmente da esquerda

para direita;

Ü As noções de em cima e em baixo, de direita e esquerda, de oblíquas e

curvas;

Ü A noção de antes e de depois, sem estes a criança não inicia seu gesto

no lugar correto;

Os exercícios de pré escrita e de grafismo são necessários para

aprendizagem das letras e dos números. Onde a criança vem adquirir o

domínio do gesto, do instrumento, a percepção e a compreensão da imagem a

reproduzir.

Portanto os elementos básicos da psicomotricidade dão início a um

grande da aprendizagem. A escrita que se deve ser impulsionada e incentivada

pelos educadores, não esquecendo que o desenvolvimento integrado dessas

etapas psicomotoras, construída pela vivência, experiência de forma fluida e

global, tornado a criança um ser criativo, questionador e transformador pronto

para integrar-se com o mundo.

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2.4 – Diferentes áreas de atuação da Psicomotricidade

A psicomotricidade é trabalhada em alguns momentos, que

dividimos em :

Ü Educação Psicomotora

Ü Reeducação Psicomotora

Ü Terapia Psicomotora

EDUCAÇÃO PSICOMOTORA

Segundo Vayer, a educação psicomotora é uma ação pedagógica

e psicológica, que faz uso de alguns meios da educação física, objetivando

normalizar ou melhorar o comportamento da criança.

Normalmente a educação psicomotora é encontrada nas escolas,

com as primeiras etapas da criança que é o pré-escolar. O professor deve

obter neste processo: a consciência do próprio corpo, domínio do equilíbrio, o

controle e a eficácia das diversas coordenações globais e parciais; controle da

inibição voluntária e da respiração; a organização do esquema corporal e

orientação no espaço; estruturação espaço – temporal e maiores possibilidades

de adaptação ao mundo exterior.

Sendo assim a educação psicomotora é muito importante nas

aprendizagens escolares. Onde o educador irá adaptar exercícios a cada

criança de acordo com a idade, seguindo as etapas de aquisição.

Na verdade os primeiro educadores são os pais que no dia a dia

dispõe de momentos privilegiados para estimular a criança. Os professores dão

um suporte maior para o melhor desenvolvimento da criança.

26

REEDUCAÇÃO PSICOMOTORA

A reeducação psicomotora é uma atividade terapêutica que

através do movimento, objetiva a correção das alterações do desenvolvimento

psicomotor, facilitando o controle mental sobre a atividade motora e

desenvolver a capacidades psíquicas.

Iniciar a reeducação o mais cedo possível é primordial para que a

criança não assimile esquemas errados. A idade de início varia de 18 a 24

meses para crianças que acusam atraso motor, sendo também possível

estender-se para crianças maiores e até jovens de 16 ou 17 anos.

A qualidade do relacionamento entre o reeducador e a criança é

estabelecida com o decorrer do tempo, onde os primeiros encontros são de

grande importância e podem provocar reação de simpatia e confiança o que

torna o trabalho bem mais fácil.

A reeducação deve acontecer quando se evidenciar na criança

perturbações psicomotoras que são classificados em:

1. Atraso no desenvolvimento motor = A criança não consegue subir uma

escada ou andar para trás;

2. Grandes déficits motores = Sintoma: Hemiplegia ( a criança não move as

pernas ou tem muita dificuldade de fazê-lo);

3. Perturbações do equilíbrio = É a criança que cai com regularidade, anda

com os pés afastados;

4. Perturbações da coordenação = Criança com habilidades manuais

inadequados;

27

5. Perturbações da sensibilidade = Refere-se a criança que não repete

gestos demonstrados, ou faz somente diante de um espelho, deixa cair objetos

e é relativamente sensível ao contato ao calor.

6. Perturbação do esquema corporal = A criança não conhece partes do

corpo, não situa bem seus membros ao gesticular, não coordena seus

movimentos.

7. Perturbação da lateralidade = São crianças que possuem dificuldade em

reconhecer direita e esquerda, espelha números e letras, é desajeitada.

8. Perturbações da estrutura espacial = Há dificuldade em termos espaciais

( em cima, do lado , etc.) não se orienta bem, confunde “p” com “b”, “06” com

“09”, “u” com “n”, não tem memória espacial e não tem organização espacial.

9. Perturbações da orientação temporal = A criança é incapaz de distinguir

o que é último; não percebe o que demora e o que vai depressa sente

dificuldades em correr, não organiza seu tempo.

10. Perturbações afetivas = A criança não consegue exprimir seus desejos e

sentimentos, não suporta nenhum tipo de contato corporal.

A reeducação depende também do meio que vive a criança

(escola, casa, rua), não esquecendo que a criança deve sentir-se apoiada,

ajudada por todos que a cercam.

Normalmente a sessão de reeducação é feita individualmente, só

feita em grupo quando a criança estiver preparada. Há uma relação muito forte

por a necessidade de ser individual.

O local que é realizado as sessões deve ser amplo para os

exercícios motores, ser um ambiente alegre e sem muitos estímulos para não

desviar a atenção das crianças.

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Dentre os aspectos relacionais na reeducação vale ressaltar

(reforçar) a relação terapêutica em reeducação psicomotora. Existem dois

eixos diferentes que não se excluem mutuamente que são:

X Reeducação psicomotora como técnica de condicionamentoå

Constituída em torno de certa técnica que consiste em eliminar no

sujeito os mecanismos e hábitos cuja aquisição deu lugar ás

perturbações que o conduziram á reeducação. Trata-se portanto de

efetuar aprendizagens e resolver os problemas patogênicos, de

condicionar o sujeito a um comportamento adaptado à sua

personalidade e ao seu meio. Esse condicionamento elabora-se a partir

e exercícios apropriados de ritmos, deslocamentos e realizações

motoras acuradas, com base num reconhecimento do corpo. O

importante é a progressão do sujeito através da sucessiva compreensão

de dificuldades crescentes, adaptadas às sua problemática, e resolução

das mesmas A apresentação do exercício, seu aspecto lúdico, a

presença encorajadora e gratificante do terapeuta permitiram estimular a

criança. Os fenômenos relacionais em ação em toda a terapia investem-

se na progressão metodológica da reeducação: A criança relata no

exercício as tensões que experimenta a respeito do terapeuta, suas

resistências são vencidas pela repetição e o encadeamento de

exercícios, sua afeição participa em sua aplicação.

X A reeducação, atitude essencialmente relacional å o aspecto relacional

e afetivo da relação terapêutica pode ser o elemento determinante da

dinâmica da cura. O terapeuta lhe proporá, antes de tudo, o meio de

construir, num contexto, lugar e tempo privilegiados, um diálogo e uma

comunicação .que lhe faltavam, essa relação será instaurada pelo canal

da comunicação corporal, de tal maneira que a criança restabelece seu

corpo como pivô central de suas relações com os outros, reabilita a sua

gestualidade como meio de expressão e assume sua atitude e suas

posturas sob o olhar do terapeuta. As realizações motoras são agora

29

secundárias, simples suporte da relação. A progressão da cura será

identificada á progressão da relação afetiva e das projeções fantasmicas

da criança na pessoa do terapeuta. É possível localizar grandes

momentos, mais ou menos constantes: fase de agressividade, a qual

corresponde à tomada de contato, fase de identificação (fornecendo o

terapeuta o modelo de um Ego Ideal) e fase de aquisição de autonomia

(liquidação dos fenômenos de transferências). O corpo continua sendo;

de qualquer modo, o centro das preocupações terapêutica mas a

situação patológica é despida de dramatismo: não se corre o risco,

desse modo, de fixar a sintomatologia da criança nem de medicalizar o

seu problema.

Quanto a relação terapeuta X família é muito importante pois

depende desta união para que a reeducação obtenha êxito. Visto que a família

só encaminha seu filho a uma reeducação quando, por um motivo ou outro,

fracassou em seu papel educativo.

Nem sempre é fácil admiti-lo é freqüentemente um desafio que a

mãe apresenta a criança. O Corpo da criança é como sintoma das relações

familiares e dos problemas dos pais. Há uma tendência que aparece com

freqüência, onde a criança permite um equilíbrio familiar, manifestando

corporalmente através de um deficiência os conflitos do meio. O sintoma é

necessário ao equilíbrio do casal de pais sendo que ao perceberem a

progressão da criança afastam-na da reeducação.

Contudo a técnica terá um papel a desempenhar, tranqüilizar os

pais e permitir levar as eventualidades da comunicação entre o reeducador e

os pais parecem lugar neutro, com o objetivo de não colocar em evidência o

equilíbrio da família ou a problemática pessoal de cada um de seus membros.

30

TERAPIA PSICOMOTORA

É uma linha seguida por alguns estudiosos como Desobreau,

Lapierre e outros onde existe o trabalho relacional com movimentos

espontâneos (brincar, jogar...) com uma abordagem tônico emocional, onde os

sentimentos, desejos e fantasmas são a expressão simbólica do corpo,

decodificada. Existe a procura em melhorar as estruturas psíquicas

responsáveis pela transmissão, execução e controle do movimento através de

um melhor reconhecimento espaço temporal com base numa maior

disponibilidade corporal.

É uma terapia que atinge a pessoa na sua totalidade, melhorando

a atenção, representação e relacionamento. Procura através do

desenvolvimento uma organização mental.

31

CAPÍTULO III

DESCRIÇÃO E ANÁLISE DA PESQUISA

32

3.1 - Descrição

O inicio desta pesquisa se dá no momento que um indivíduo

procura auxílio. Normalmente estes indivíduos portadores da síndrome são

encaminhados muito novos, sendo assim seu responsável que inicialmente é o

mediador no atendimento inicial.

Este início é marcado com um entrevista com responsável para

verificar o real problema e o porquê da busca. O segundo momento não é

realizado com o responsável e sim com o próprio portador da síndrome,

buscando um relacionamento ideal e logo após uma avaliação motora com o

objetivo de perceber suas dificuldades e então traçar um plano terapêutico para

melhor atendê-lo baseado na reeducação psicomotora, inicia-se assim o

atendimento.

Este atendimento é realizado duas vezes na semana com

duração de 30 (trinta) a 40 (quarenta) minutos.

A relação com a família é muito importante e não é deixada de

lado, há uma troca de informações a medida que surge a necessidade. Não

esquecendo, também, que este indivíduo é inserido dentro de uma

comunidade, tudo isto é levado em consideração e fazem parte das

orientações dada à família dada pela terapeuta. Assim a escola se mantém

nesta, lista e a troca não pode deixar de existir.

Dado os primordes do atendimento à um indivíduo portador da

síndrome é importante relatar um caso que fez parte do ínicio desta pesquisa e

ajudou a correlacionar os achados bibliográficos com a prática propriamente

dita.

33

3.2 – Relato do Caso

GVP, com 13 anos de idade cronológica, cursando o segundo ano

do ensino fundamental, portador da síndrome Sturge Weber, conhecida desde

o nascimento procurou atendimento de psicomotricidade através do seu

responsável. No relato do responsável ao terapeuta diz Ter muitas crises

convulsivas desde bebê, apresenta uma hemeparesia esquerda, uma mancha

que cobre o hemisfério esquerdo. Atualmente não apresenta mas convulsões e

não toma remédios anti-convulsivantes, apresentou melhora, devido a sua fé

religiosa, iniciou sua fala aos quatro anos; demorou a andar (mais ou menos

aos 2 anos); assiste programas infantis.

Na observação do terapeuta percebeu-se que: apresenta

comprometimento no lado esquerdo, usa palmilhas pois possui uma diferença

de 2,5cm; não equilibra-se direito; não consegue se abaixar e possui uma

postura inadequada. Quanto a visão, segundo relato do responsável e

diagnosticado pelo especialista, GVP, possui vista direita com 4 graus de

miopia e vista esquerda quase sem visão. Possui hipermetropia e

Astigmatismo. Quanto ao comportamento é calmo, porém tem o temperamento

forte, a relação com o pai é boa sendo que a mãe diz Ter mais paciência. É um

adolescente com grande capacidade de armazenar informações; é

dependente, possui um quarto só para ele; vive uma rotina dentro de casa que

não consegue mudar, faz sempre as mesmas coisas e quando solicitado a

mudar se recusa.

Após o relato do responsável iniciamos uma avaliação através de

um exame neurológico evolutivo onde percebemos:

• Quanto ao perigo estático : Não permanece por tempo determinado na

ponta de pé encostada no calcanhar com olhos fechados e nem abertos; não

realiza provas onde deve ficar parado com os pés juntos; não consegue ficar

parado sobre um pé só e se recusa a agachar reclamando ter dor.

34

• Equilíbrio dinâmico : Sobe e desce escada com apoio alternando os pés e

quando tenta tirar o apoio das mãos, não alterna os pés.

• Coordenação Apendicular : Não obteve muitas dificuldades apenas quando

foi pedido para opor cada dedo ao polegar nas duas direções (duas mãos),

sentiu dificuldade com a mão direita.

• Coordenação Tronco Membros e Persistência Motora : Não demonstrou

grande dificuldade.

• Tono Muscular : Músculos dos membros e do tronco em repouso de braços

bom, tanto direito quanto esquerdo; Balanço passivo dos membros superiores -

bom no membro direito e um pouco tenso no membro esquerdo; Balanço

passivo dos membros inferiores - bom no membro esquerdo , mais solto e mais

tenso no membro direito. Apresenta tronco flácido por ser um pouco “gordinho”

.

A avaliação total não pode ser realizada pois o paciente recusou-

se a fazer o restante da avaliação e mostrou-se muito irritado. Portanto, não foi

forçado e paramos por alguns meses até o próprio pegar mais confiança nas

terapeutas.

Visto isto, iniciamos a terapia trabalhando nas observações

iniciais quanto a melhora do equilíbrio, através de brincadeiras e jogos lúdicos,

onde o paciente mostrava-se muito bem. Trabalhamos esquema corporal

embora não apresentasse grandes dificuldades com relação a isto; lateralidade

e atividades que envolviam a movimentação do corpo.

Explorando sempre em todas as atividades a movimentação do

hemisfério esquerdo afetado, sinalizando a utilização da mão esquerda. As

atividades são de formas variadas desde pinturas a tinta a corte e colagem,

jogos com bola diversificadas, brinquedos de encaixe etc.

35

O atendimento à GVP foi acompanhado durante sete meses,

infelizmente foi interrompido por seus pais por motivos pessoais. Mas a

melhora no quadro foi muito significativa onde podemos perceber realmente

como a psicomotricidade auxiliou as dificuldades apresentadas e muito mais

com a relação a socialização deste no próprio meio.

36

CONCLUSÃO

A Síndrome de Stuger Weber acomete e delimita o

desenvolvimento dos indivíduos portadores. A tecnologia atual possibilita

minimizar as seqüelas e tornar a vida destes não só quantitativa como

qualitativamente melhor.

A intervenção de outros profissionais se faz necessário o que

permite uma troca de informações e maior auxílio para estes. A família assume

um papel primordial e é através dela que junte com a equipe o tratamento tem

um bom êxito. A Psicomotricidade é o termo empregado para uma concepção

de movimento organizado e integrado em função das experiências vividas pelo

sujeito, adquirindo sua execução uma forma resultante e característica de sua

individualidade.

A atuação da Psicomotricidade dentro da Síndrome Sturge Weber

foi comprovada através da prática mesmo sem um resultado total e sim parcial.

O pouco tempo resultou grandes melhoras quanto ao equilíbrio, materialidade e

socialização deste corpo com o meio externo. Sendo assim, esta pesquisa abre

margem para um aprofundamento maior e mais amplo que pode ser efetuada

numa continuação futura.

37

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

AJURIAGUERRA, J. de. Manual de Psiquiatria Infantil -2ª edição.- Rio de

Janeiro. Editora Barcelona, 1983.

BASTOS, Filho Audir; FERREIRA Maria Claúdia. Psicomovimentar . Campinas

São Paulo, Editora Papirus, 2001.

CAMBIER, J; MASSOM, M. H. Dehen . Neurologia. 2ª edição Editora Masson

Atheneu. São Paulo , 1988.

FERREIRA, de Matos Alberto Carlos & Thompson, Rita & Mousinho, Renata.

Psicomotricidade. São Paulo.: Editora Lovise, 2001.

FONSECA, Vitor da. Psicomotricidade. São Paulo: Editora Martins Fontes,

1983.

FONSECA, Vitor da. Psicomotricidade: Filogenese, Ontogenese e Retrogenese

2ª edição. Porto Alegre : Editora Artes Médicas, 1998.

PICO, L. ; Vayer, P. Educação Psicomotora e Retardometal. 4ª edição.

São Paulo: Editora Manole, 1988.

ROWLAND, Lewis P. Merrit, Tratado de Neurologia. 7ª edição. Rio de Janeiro.

Editora Guanabara Koogan. 1986.

VECCHIATO, Mauro. Psicomotricidade Relacional e Terapia. Porto Alegre.

Editora Artes Médicas, 1989.

WEIL, Pierri ; TOMPAKON, Roland. O Corpo Fala: a linguagem silenciosa da

comunicação não-verbal. 47ª edição. Petropólis: Editora Vozes, 1999.

38

Internet Site: http://www.sturge-weber.com. Sturge Weber Foundation. E.U.A.

1987.

Internet Site: http://www.hcanc.org.br/acta/acta2k_10.html . Hospital do Câncer.

São Paulo.1998.

Internet Site: http://www.sthephiescorner.com. Sthephies Comer. E.U.A.

Maio 2000.

39

ANEXOS

40

Anexo I

TRATAMENTO DO HEMANGIOMA A LASER

41

Anexo II

EXAME NEUROLÓGICO EVOLUTIVO

42

INDICE

Agradecimento 3

Dedicatória 4

Resumo 5

Metodologia 6

Sumário 7

Introdução 8

Capítulo I

Conhecendo A Síndrome De Sturge Weber 10

1.1 Histórico 11 1.2 Manifestações Clínicas 11 1.3 Classificação 15 Capítulo II

Atuação da Psicomotricidade na Síndrome de Sturge Weber 16 2.1 Conceito 17 2.2 A Importância de outras obras no estudo da psicomotricidade 18 2.3 Elementos básicos da psicomotricidade 21 2.4 Diferentes Áreas de atuação da psicomotricidade 25 Capítulo III

Descrição e Análise Da Pesquisa 31 3.1 Descrição 32 3.2 Relato de caso 33 Conclusão 36 Bibliografias Consultada 37 Anexo 39 Indices 42 Folha De Avaliação 43

43

FOLHA DE AVALIAÇÃO

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES Instituto de Pesquisa Sócio-Pedagógicas

Pós-Graduação “ Latu Sensu”

ATUAÇÃO DA PSICOMOTRICIDADE NA

SÍNDROME DE STURGE WEBER

Data de Entrega: 05/01/2002

Avaliado por: _____________________________ Grau ____________.

Rio de Janeiro, de de 2002.

________________________________________________ Coordenador do Curso

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