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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A OBESIDADE E O SEDENTARISMO INFANTIL NO MUNDO
MODERNO
Por: Julio Leandro dos Santos
Orientador
Prof. Nelsom de Magalhães
Rio de Janeiro
2015
DOCUMENTO PROTEGID
O PELA
LEI D
E DIR
EITO AUTORAL
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A OBESIDADE E O SEDENTARISMO INFANTIL NO MUNDO
MODERNO
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Administração em Saúde
Por: Julio Leandro dos Santos
3
AGRADECIMENTOS
Aos amigos e familiares, aos
Professores, a Biblioteca Nacional e a
Faculdade.
4
DEDICATÓRIA
Dedico ao meu pai (in memorian), a
minha mãe e a todos que acreditam no
meu potencial.
5
RESUMO
Este trabalho acadêmico teve como objetivo encontrar encontras os
motivos que levam pessoas bem informadas a permitirem que seus filhos
sofram desse mal do mundo moderno, a obesidade infantil. Pais e
responsáveis que mergulham na correria do dia a dia de tal forma, que deixam
a atenção e o cuidado aos filhos em segundo plano e ainda exercem má
influência quanto a saúde e a alimentação.
Nos capítulos, baseado em publicações de diversos e importantes
autores, foi procurado mostrar em detalhes tudo que refere ao assunto de uma
maneira simples, sem uso de linguagem técnica ou gráficos dispensáveis. No
primeiro capítulo, é explicado o que é exatamente o problema da obesidade
nas crianças, assim como são apresentados suas causas, consequências e de
que forma podemos combater esse mal. No segundo capítulo, é explicado e
exemplificado como o sedentarismo contribui de forma considerável para
causar o problema de excesso de gordura e peso corporal nas crianças, mas
também as formas de se estimular a prática de exercícios. No terceiro e último
capítulo, é mostrado de que a forma a mídia e a publicidade em geral
influenciam a criança a levar uma vida desregrada, de má alimentação e
sedentarismo, assim como é e deve ser o papel do governo, dos pais,
sociedade e dos próprios anunciantes nisso tudo.
As informações contidas no estudo são bem atualizadas para permitir
que o leitor esteja a par da situação atual, mas também há referências a
informações mais antigas justamente para poder ser feita uma comparação
entre períodos diferentes.
6
METODOLOGIA
A metodologia de trabalho deste estudo teve como base a busca de
conhecimento através de pesquisa bibliográfica, mas também foi encontrado
importante conteúdo na internet, em sites especializados no assunto. Outra
fonte que agregou bem ao estudo, foi o documentário “Muito além do peso” de
2012 (https://www.youtube.com/watch?v=Ko-hmTp594Y) , já exibido na
televisão e agora disponível na web.
7
8
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - A obesidade infantil 09
CAPÍTULO II - A influência do sedentarismo 21
CAPÍTULO III - O incentivo da mídia aos maus hábitos 30
CONCLUSÃO 39
ANEXO 40
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 41
BIBLIOGRAFIA CITADA 42
WEBGRAFIA 45
ÍNDICE 46
FOLHA DE AVALIAÇÃO
9
INTRODUÇÃO
Em função do crescente número de casos de crianças que estão acima
do seu peso ideal, para tentar encontrar uma resposta para esse problema
de saúde.
No mundo moderno, onde tudo precisa ser rápido, onde há em muitas
vezes um imediatismo e cobrança exagerados, muitas pessoas se entregam
demais as suas obrigações profissionais e deixam em segundo plano ou até
esquecem mesmo de cuidar de algo essencial para a saúde e o bem estar,
como por exemplo, a alimentação. Os filhos dessas pessoas, acabam sendo
afetados diretamente por isso, pois devido a falta de tempo e aos maus
hábitos dos pais, criam vícios que são complicados de serem superados.
Como os pais e responsáveis por essas crianças sofrem com a falta de
tempo até para conviverem com elas, elas crescem não tendo a cultura de
prepararem o próprio alimento e nem de prática de exercícios físicos. Criam
o hábito de serem consumidores freqüentes de fast food* e de alimentos
totalmente industrializados, que possuem altíssimas taxas de açúcar,
gorduras saturadas, sal, conservantes, entre outras substâncias que
futuramente e em alguns casos até de forma rápida, criam problemas sérios
de saúde e como se tratam de crianças, o efeito é ainda pior por que elas
podem levar esse estilo de vida para a fase adulta.
Com o advento da tecnologia e seu rápido avanço e popularização, com
seus computadores, tablets*, celulares e vídeo games, esse problema tende
a continuar crescendo, pois estimula a criança a ficar parada e a se
alimentar mal. Tudo nos leva a crer que continuando da forma que está
esse problema pode virar uma verdadeira epidemia do mundo moderno.
É necessária uma mudança de postura e atitude, de pais, governo e
sociedade como um todo para mudar esse quadro.
10
CAPÍTULO I
A OBESIDADE INFANTIL
A obesidade infantil ocorre quando uma criança está acima do peso
normal para sua idade e altura. Os problemas vão muito além da estética,
esses quilos a mais podem causar complicações que a criança pode levar para
a vida adulta, mesmo que a obesidade seja revertida nesse tempo. Doenças
como hipertensão, colesterol alto e depressão são algumas das conseqüências
da obesidade infantil não tratada. Além disso, temos que lembrar uma questão
importante e muito atual, o bullying*, que é a perseguição que crianças e até
adultos fazem com a criança que está visivelmente acima do peso. Isso pode
causar sérios problemas emocionais e na formação da personalidade e ainda
fazer com que o problema da obesidade se torne ainda mais grave porque a
tendência é a pessoa se isolar.
De acordo com Fisberg (2005); Mello; Luft; Meyer (2004), a obesidade
pode ser classificada de duas formas: 1- endógena* ou primária, que deriva de
problemas hormonais, como: alterações do metabolismo tireoidiano,
hipotálamo - hipofisário, tumores como o craniofarigeoma e as síndromes
genéticas; 2- exógena* ou nutricional ou secundária, derivada do desequilíbrio
entre a ingestão e o gasto calórico, devendo ser manejada como orientação
alimentar, especialmente mudanças de hábito e otimização da atividade física.
Para Guedes e Guedes (1997), a obesidade infantil tem crescido nas
últimas décadas no mundo inteiro, constituindo-se um fator de grande
preocupação na área da saúde pública.
Atualmente, a obesidade infantil é a doença nutricional que mais cresce
no mundo, o que resulta no aumento da prevalência de obesidade infanto-
juvenil. Ser obeso nessa faixa de idade, pode resultar em graves problemas na
vida adulta, tais como doenças respiratórias, coronarianas, hipertensão,
complicações ortopédicas e diabetes.
Para Soares (2003), a obesidade infantil atinge na maior parte dos
casos crianças de classe média alta que, além de terem um conforto que
11
contribui para o sedentarismo, tem hábitos alimentares nada saudáveis, pois
estão acostumados a consumir frequentemente pizzas, refrigerantes,
hambúrgueres e outras guloseimas.
Mas, segundo Silva (2005), ainda assim a obesidade infantil também
atinge crianças de baixa renda, que não possuem acesso as mesmas
guloseimas que as crianças das classes sociais mais abastadas, mas, todavia,
encontram outras mais baratas e de grande teor calórico como pipocas,
biscoitos, bombons, enfim entre comprar frutas e outros alimentos com preço
mais elevado, os pais delas optam pela opção mais barata.
No Brasil, mesmo com algumas regiões ainda sofrendo com o problema
crônico da fome, temos hoje aproximadamente cerca de três milhões de
crianças com idade inferior a dez anos sofrendo com obesidade. A taxa de
crianças obesas que pertencem as classes média e alta no Brasil, já está
quase nos níveis das crianças americanas.
De acordo com Bergamin Filho (2008), a obesidade já é uma pandemia
que atinge mais um bilhão de pessoas em todo o mundo e que nos últimos 30
anos, triplicou o número de crianças com sobrepeso e obesidade.
Com o avançar da idade, a tendência é haver um declínio no gasto
energético médio diário, porém, o consumo energético continua o mesmo ou
até aumenta, esse desequilíbrio é fator determinante no aumento dos índices
de obesidade na infância e adolescência. Existe exceção apenas nas
populações infantis expostas a problemas de desnutrição.
Fatores comportamentais e sociais, como o aumento dos compromissos
estudantis, a disponibilidade da tecnologia, a redução dos espaços livres nos
centros urbanos e até o aumento da insegurança, reduzem as oportunidades
de lazer e de uma vida fisicamente ativa de uma criança, fazendo com que
haja uma migração para atividades sedentárias e em lugares fechados.
Antigamente se brincava muito na rua de casa mesmo. Podemos lembrar que
se brincava de pique, queimado, polícia e ladrão e até mesmo futebol quase
todos os dias em casa ou na escola, soa meio saudosista todas essas
lembranças, mas é extremamente verdadeira e uma associação perfeita para
explicar o problema da obesidade nas crianças dos dias atuais. Hoje em dia,
12
essas brincadeiras físico-ativas, quase não se praticam mais. É praticamente,
cada um na sua casa, ligados na TV a cabo ou na internet.
Ilustração de infância com brincadeiras ao ar livre, coisa rara hoje em dia.
(Fonte: http://gospelinfantil.blogspot.com.br/)
Como a obesidade infantil, na fase adulta, pode provocar alterações
metabólicas diversas que contribuem para o aparecimento de doenças
cardiovasculares (coronariopatias, hipertensão arterial, trombose venosa),
diabetes mellitus, afecções* pulmonares, renais, biliares e alguns tipos de
neoplasias, dentre outras enfermidades, podemos dizer que essa condição
clínica caminha a passos largos para ser a mais importante causa de doença
crônica no mundo.
“A obesidade não é uma questão estética. É uma questão
de vida ou morte, literalmente. E de vida não sempre com
qualidade, frequentemente com sequelas e limitações
impostas pela doença. E, por mais que se fale e esclareça,
13
a solução parece ainda longe” (BERGAMIM FILHO, DR.
JACOB, 2008, p.2).
1.1 - Causas
São vários os fatores que podem levar uma criança a ter obesidade.
Os mais comuns são: fatores genéticos, má alimentação, sedentarismo, eles
isoladamente ou combinados. Além disso, a obesidade infantil pode também
ser decorrente de alguma condição médica, como por exemplo, doenças
hormonais ou então uso de medicamentos a base de corticóides, que são um
grupo de hormônios esteróides produzidos pelas glândulas suprarrenais.
Mesmo sendo uma doença com influência genética, nem todos os pais e
mães com obesidade, terão filhos com esse problema, assim como pais e
mães dentro do peso podem gerar filhos com obesidade. Isso porque a
obesidade infantil, como todos nós sabemos, está ligada diretamente com os
hábitos alimentares da criança, da família e de todos que convivem com ela,
assim como a não realização de atividades físicas.
Para Rosenbaum (1998), o que explicaria esse crescente aumento do
número de indivíduos obesos são às mudanças no estilo de vida e os maus
hábitos alimentares.
O consumo de alimentos inadequados cumulado ao sedentarismo tem
relação direta com o surgimento de doenças precoces no país. Dentre essas
enfermidades, a obesidade infantil vem tomando proporções preocupantes
passando a ser reconhecia nas últimas três décadas como epidemia brasileira.
(BATISTA FILHO M, 2003, p.19)
14
O consumo frequente de fast food* causa obesidade.
(Fonte: https://tathianegois.wordpress.com/seminario-integrador-2/)
Na visão de Guedes e Guedes (1997), vários fatores são importantes
no aumento do índice de obesidade, entre eles podemos citar, a herança
genética, o meio ambiente em que se vive, os fatores sócio-econômicos, os
fisiológicos, os metabólicos, os psicológicos, bem como gênero, a idade e o
padrão de distribuição de gordura corporal.
Dessa maneira, a alimentação da criança e a quantidade e qualidade
do exercício físico que ela pratica, são fatores determinantes para o surgimento
da obesidade, ainda que exista histórico familiar com o problema.
1.1. 1 – Fatores Genéticos
Um histórico familiar de obesidade pode levar uma criança a
desenvolver o problema, uma vez que a doença tem influência genética e os
maus hábitos alimentares também podem ser passados de pai para filho,
levando em conta a convivência entre eles.
De acordo com Bouchard (2003), foram identificados setenta supostos
genes* da obesidade e existem fortes evidências da ligação direta de oito
15
deles com a obesidade, a influência da hereditariedade na obesidade gira em
torno de 25% a 40% dos casos.
A importância do fator genético fica clara quando percebemos que
nossa vontade de comer e de se exercitar, tem uma base genética e a
tendência de se manifestar independente do ambiente em que vivemos, desde
de que tenhamos acesso aos diversos tipos de alimentos. Desse modo,
crianças que convivem com familiares que ingerem quantidades excessivas de
alimentos, podem incorporar esse hábito, pela simples imitação.
A maioria das crianças na faixa de 6 a 10 anos de idade, tem pais com
até 40 anos. Isso pode não parecer relevante, mas é. Foi na infância de quem
tem essa faixa de idade, que tudo começou com a popularização dos
hambúrgueres maiores e mais gordurosos e ainda com o consumo de
refrigerantes cada vez em maior quantidade. A dieta desses pais foi tão ruim
quanto a de seus filhos hoje em dia, ou ainda pior devido a menor informação
do que realmente se estava consumindo. Com a influência desses pais, os que
não se conscientizaram ainda, é que muitas dessas crianças acabam sofrendo
com a obesidade.
De acordo com Viunisk (1999), em algumas crianças a queima de
calorias é menor em relação a outras, por que há uma variação na secreção
das substâncias e hormônios que regulam o processo de queima de gordura.
Quando essas crianças são submetidas a dieta de baixas calorias, a taxa do
metabolismo cai por causa da restrição calórica.
1.1. 2 – Fatores de Risco
Certos fatores podem contribuir e muito para o aumento do risco de
obesidade em crianças e adolescentes, como por exemplo; dieta
desequilibrada, com consumo farto de fast foods*, alimentos industrializados e
congelados, refrigerantes, doces e frituras, fatores psicológicos como estresse
ou tédio, podem fazer as crianças comerem mais do que o normal.
Segundo Bergamin Filho (2008), obedecer ao período correto de
amamentação dos bebês pode representar uma considerável diminuição no
16
risco de a criança sofrer de obesidade. Para ele, bebês que passam a se
alimentar com mamadeira antes do terceiro mês de vida, têm maior IMC
(Índice de massa corporal) e ainda pregas cutâneas mais grossas do que os
que foram amamentados apenas no peito em período superior.
1.2 – Consequências
As conseqüências, algumas delas muito difíceis de serem reparadas
em alguns casos, da obesidade numa criança são:
• Na saúde
• Na auto - estima
• No crescimento
• No desenvolvimento psicossocial
Além de ter o risco de levar o problema para a fase adulta, uma criança
com sobrepeso ou obesa, acaba não levando uma vida normal, se comparada
a outra criança com peso dentro do ideal. Em algum momento, numa
brincadeira por exemplo, essa criança vai sentir um cansaço maior e mais
rápido que as outras, dependendo do excesso de peso, vai sentir dores nos
joelhos e articulações e em casos extremos até quedas de pressão e
desmaios. Com o crescimento e ao longo da vida, o excesso de peso pode
acarretar outras dificuldades, como menor índice de emprego, timidez e
problemas de relacionamento com o sexo oposto.
A pessoa com peso excessivo sofre ou impõe a si mesma restrições em
aspectos importantes da vida, como ir a escola, mudar de emprego, comprar
roupas ou até mesmo procurar os serviços de saúde. Tudo isso está associado
a maior incidência de depressão.
Campos (1995), salienta que a família de indivíduos com obesidade
exógena* apresenta como características: excesso de ingestão alimentar,
sedentarismo, relacionamento intra familiar complicado, desmame precoce,
17
substituições de refeições por lanches e dificuldades nas relações
interpessoais
Outro ponto, talvez ainda mais relevante, por que além de abalar
diretamente a confiança e o convívio social, a criança também pode levar para
a vida adulta, é o do “Bullyng”. A perseguição, implicância e preconceito que a
criança que tem de obesidade pode sofrer, por ser considerada “diferente”.
A entidade International Obesity Task Force, informa uma estatística
assustadora. No mundo, cerca de 22 milhões de crianças abaixo dos 5 anos
de idade estão com obesidade ou sobrepeso, crianças que já passam ou logo
passarão por essas situações.
De acordo com Soares (2003), 70% dos adultos obesos já foram
crianças obesas em maior ou menor grau.
1.3 - Diagnóstico
Os especialistas que podem diagnosticar e tratar a obesidade infantil
são:
• Pediatra
• Endocrinologista
• Nutrólogo
• Nutricionista
É importante os pais estarem preparado para a consulta para poder
facilitar o diagnóstico do profissional de saúde e evitar perda de tempo.
Assim, é recomendado que o responsável pela criança chegue à consulta
com informações como:
• Lista com todos os sintomas e a quanto tempo eles surgiram
18
• Histórico médico, incluindo outras condições médicas que o paciente
tenha e medicamentos ou suplementos que ele usa com regularidade
• Um caderno e caneta para anotar perguntas para fazer ao médico ou
médica e as informações importantes que serão passadas
• Uma lista com as refeições que a criança faz durante a semana
Para saber se uma criança está acima do peso ou com obesidade
propriamente dita, é preciso fazer a conta do IMC (índice de massa corporal).
Para adultos, normalmente as medidas são específicas: IMC entre 18,5 e 25 é
considerado normal, enquanto acima de 25 já representa sobrepeso e além de
30 já é obesidade. Porém, para crianças, essas faixas não se aplicam, e
podem inclusive causar a falsa ilusão de criança está saudável, quando na
verdade ela já pode estar com o quadro de obesidade.
As faixas de IMC para as crianças mudam de acordo com a idade e o
sexo, e para orientar os médicos existem tabelas da OMS, Organização
Mundial de Saúde, onde o cálculo pode ser feito.
Mas, o IMC, não considera fatores como quantidade de massa
muscular (massa magra) e a estrutura física da criança, lembrando que o
crescimento pode variar muito de uma pessoa para outra. Assim, para
determinar se o peso da criança está afetando sua saúde, o médico pode
avaliar outros tópicos, como:
• História familiar de obesidade e problemas de saúde relacionados
com o peso, como diabetes
• Hábitos alimentares da criança
• Nível de atividade física que a criança faz
Segundo Viuniski (1999), em crianças, o diagnóstico de obesidade é
possível ser realizado visualmente. Ele deixa claro que não basta esse
procedimento visual para dizer se há obesidade ou não, mas o aspecto físico
dá base sólida para quase nunca errar.
19
O médico ou médica pode solicitar também exames de sangue para
verificar desequilíbrios hormonais, glicemia de jejum e colesterol total e frações
1.4 - Tratamento
Para Bergamin Filho (2008), a obesidade infanto-juvenil é hoje em dia
uma doença que está presente em todos os países do mundo e que nem
sempre quando diagnosticada, é levada a sério. A criança que tem obesidade
é atualmente ainda confundida com criança “fortinha”, “fofinha” e outros
apelidos.
O tratamento da obesidade é complexo e multidisciplinar. Não existe
tratamento apenas a base de medicamentos em longo prazo, todos vão
envolver mudanças, ás vezes radical, no estilo de vida das crianças e até dos
seus pais.
Há diversas opções para tratamento da obesidade infantil e sobrepeso.
Quanto maior o grau de excesso de peso, maior a gravidade da doença. As
crianças devem ser abordadas individualmente e de acordo com a idade, uma
vez que cada uma pode apresentar diferentes fatores que aumentam seu risco
para obesidade.
Para crianças e adolescentes que estão acima do peso ou com
obesidade leve, sem risco de desenvolver outras doenças, pode ser
recomendada apenas a manutenção, pois o crescimento pode fazer com que
eles entrem numa faixa de IMC saudável, sem ter a necessidade de
emagrecer.
Já para os que estão com obesidade instalada e iminente risco de
desenvolver outras doenças, a perda de peso é recomendada. Esse
emagrecimento deve ser lento e constante, e os métodos são os mesmos
adotados para os adultos, ou seja, adotar uma dieta saudável praticar
exercícios físicos. O sucesso no resultado depende em grande parte do
compromisso dos pais em ajudar seus filhos a fazerem essas mudanças.
20
Outra parte que pode ajudar bastante é a escola. As cantinas escolares
quase em toda sua totalidade, só oferecem alimentos gordurosos ou
industrializados. Salgadinhos fritos em óleo na hora, biscoitos ricos em sal e
açúcar, refrigerantes, bolos e outros, são as opções que as crianças tem para
se alimentarem nos intervalos das aulas, principalmente das escolas
particulares. Nas públicas ainda há a opção da merenda balanceada. É difícil,
mas é preciso uma mudança na cultura da escola e dos alunos para mudar
esse cenário.
1.4.1 – Adotar alimentação saudável
Os pais são os que compram o alimento para a casa, preparam e
decidem quando e quanto será ingerido. Mesmo pequenas mudanças de
hábitos, podem fazer grande diferença na saúde da criança. Por isso, parte
importante do tratamento é:
• Investir nas frutas, legumes e verduras
• Dar preferência, quando possível, aos alimentos integrais
• Evitar alimentos como refeições prontas e biscoitos. Eles são
ricos em açúcar, sódio e gorduras
• Limitar o consumo de bebidas adoçadas, incluindo os sucos
industrializados. Essas bebidas são muito calóricas e oferecem
pouco ou nenhum nutriente.
• Reduzir o número de vezes em que a família toda vai comer
fora, principalmente em fast-foods*. Quase todas as opções do
cardápio são ricas em gordura e caloria.
• Servir porções adequadas. Se a criança não conseguiu comer
todo o prato, não se pode forçar a terminar.
É importante se preocupar também com o que a criança come
quando está fora de casa, na escola por exemplo. Como citado anteriormente,
as crianças que estudam em escolas particulares, quase em sua totalidade,
21
não tem opção de alimentos saudáveis. A única maneira de se evitar que ela
consuma esses alimentos prejudiciais é fazendo com que ela desde muito
pequena tenha o hábito de levar o próprio lanche de casa. Dessa forma, será
possível criar lanches atrativos, saborosos e que realmente alimentam, como
sanduíches e sucos.
1.4.2 – Medicamentos
Para os casos mais graves de obesidade infantil, podem ser
prescritos medicamentos específicos. Mas, o tratamento farmacológico não é
frequentemente recomendado para crianças e adolescentes, a não ser que ele
seja portador de alguma doença que necessite de tratamento com remédios,
como distúrbios da tireóide ou colesterol alto.
Porém, os medicamentos não substituem a adoção de hábitos
saudáveis, como dieta e prática de exercícios.
1.4.3 – Cirurgia
A cirurgia bariátrica pode ser uma opção segura e eficaz para
alguns adolescentes extremamente obesos e que não tiveram sucesso na
perda de peso com tratamentos convencionais. Mas, como qualquer outro tipo
de cirurgia, há risco de complicações. Além disso, os efeitos a longo prazo no
crescimento e desenvolvimento, são em boa parte ainda desconhecidos.
Mesmo assim, a cirurgia de perda de peso, não garante que a
criança vai perder o excesso de peso, nem mesmo que o peso ideal será
mantido depois. Também não substitui a necessidade de se seguir uma dieta
saudável e um programa de exercícios físicos regulares.
22
CAPÍTULO II
A INFLUÊNCIA DO SEDENTARISMO
Nos dias atuais, com o apelo da tecnologia, que está acessível a quase
todas as classes sociais, a maioria das crianças mudaram totalmente suas
formas de lazer, preferindo passar horas por dia em atividades sedentárias
dentro do casa ou em condomínios fechados. O acesso facilitado aos meios
eletrônicos, faz com que a criança nem tenha interesse em experimentar uma
rotina de brincadeiras ao ar livre. O computador, o tablet*, o vídeo game e a
televisão, que com seus canais por assinatura exclusivamente infantis,
bombardeiam os pequenos com programação 24 h de desenhos animados, se
tornaram verdadeiras babás virtuais das crianças.
Segundo Guedes e Guedes (1997), grandes levantamentos
populacionais sugerem estreita relação entre a prevalência de obesidade e de
sobrepeso e o tempo que é dedicado para ficar diante da televisão.
Vídeo game, exemplo de longos períodos em uma atividade sedentária
(Fonte: http://www.versaomulher.com.br/video-game-maleficios-e-beneficios/)
23
Como se não bastasse a falta de interesse da criança moderna na
atividade física, outro fator que influencia nesse problema, é a violência
urbana. A insegurança das cidades faz com que os pais tenham receio de
deixarem as crianças brincarem na rua e indiretamente as incentivam a ficarem
em casa em atividades quase estáticas, vendo nisso uma maneira mais fácil e
segura de entreter a criança.
Assim, Silva e Malina (2003) exprimem que: presente em praticamente
todo lar brasileiro, a TV é uma forma de lazer acessível a praticamente todas
as camadas da população e, por vezes, substitui a atividade física por
ausência de segurança (ou percepção de segurança) nos locais públicos de
lazer, principalmente nos grandes centros urbanos.
Há uma associação real e imediata entre sedentarismo e obesidade, até
por que, crianças sedentárias e obesas se tornarão adultos sedentários e
obesos se nada for feito para impedir essa continuidade ou for feito de maneira
incorreta. Dessa forma, é necessário criar o hábito de uma vida ativa na
infância e na adolescência para reduzir o risco de obesidade e doenças
cardiovasculares na vida adulta, além de melhorar os níveis de aptidão física.
2.1 – Consequências do sedentarismo
Uma criança que passa quase o dia inteiro sentada, sem correr e se
exercitar, coisa muito comum hoje em dia, pode sofrer consequências sérias
na sua saúde e desenvolvimento. Se para um adulto, a pouca ou nenhuma
atividade física já é prejudicial, podemos imaginar os efeitos que o
sedentarismo pode causar numa criança que está uma fase de crescimento. A
vida sedentária pode provocar atrofia das fibras musculares, perda de
flexibilidade articular e até comprometimento de alguns órgãos. No caso das
crianças, o problema é aumentado quando elas além de praticarem pouca ou
nenhuma atividade física, também o hábito de consumir em excesso balas,
24
chocolates, salgadinhos, refrigerantes, pizzas e outros alimentos muito
calóricos, dos quais elas não vão queimar essas calorias.
“A inatividade física, indiretamente avaliada pelo número de horas
assistindo televisão, é significativamente associada à obesidade”
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE ENDOCRINOLOGIA E METABOLISMO, 2005,
p. 4)
2.2 – Como combater o sedentarismo infantil
Sabemos o quanto é difícil competir com a influência que a tecnologia
exerce sobre as crianças, mas para os pais e responsáveis tentarem resolver o
problema do sedentarismo infantil, o ideal em primeiro lugar é conversar com a
criança. Se ela não gostar de brincar ao ar livre, procurar entender o motivo
disso e tentar argumentar o quanto isso pode ser divertido e bom para ela.
Contar um pouco das brincadeiras que se praticava na infância a pouco tempo
e tentar despertar o interesse dela, claro que depende também se outras
crianças da vizinhança ou família também tiverem esse interesse, para
poderem brincarem juntas.
Então, é importante descobrir se a criança tem colegas de aula que
gostem de jogar futebol, vôlei, andar de skate, andar de bicicleta ou outras
brincadeiras que exercitem o corpo. Nas horas livres ou nos finais de semanas,
pesquisar locais próximos a residência, como parques, jardins e praças, onde
seria possível a prática dessas atividades. Se houver outras crianças brincando
no local, procurar fazer amizade com os pais delas e saber se o local é seguro.
Caso não haja um bom local público para a criança brincar, tem a
alternativa de matriculá-la em alguma atividade paralela a escola, como
escolinha de futebol, aulas de natação, judô e outros esportes. Esses clubes
ou instituições possuem profissionais qualificados, e além de a criança se
divertir e gastar energia, ela pode desenvolver diversas habilidades que um
novo esporte pode proporcionar.
25
Se com essas atitudes você tiver sucesso nas mudanças da rotina do
sedentarismo do seu filho, sobrinho ou afilhado, com certeza mais tarde a
criança vai se lembrar do seu empenho em fazer ela melhorar e vai ser grata.
Essas atividades físicas, além de saudáveis para o corpo, também são ótimas
para a saúde mental e o convívio social dela com outras crianças.
2.3 – A importância da atividade física
Em crianças, a prática regular de atividades ou exercícios físicos, tem
importante contribuição na melhora do perfil metabólico do organismo, tendo
importante papel no combate ao sedentarismo e consequentemente na
obesidade infantil. É comprovado que uma criança fisicamente ativa tem
grande probabilidade de também se tornar um adulto que busca levar uma vida
mais saudável física e mentalmente. Observando isso pela visão da medicina
preventiva e saúde pública, a promoção e incentivo a prática regular de
atividade física na infância e na adolescência, acaba estabelecendo uma boa
base e estrutura para a redução da ocorrência do sedentarismo na idade
adulta, contribuindo assim para uma melhor qualidade de vida.
Por outro lado, é importante destacar que a prática regular de exercícios
físicos, não significa necessariamente o envolvimento em atividades em
esportes de competição, é preciso conscientizar as crianças e adolescentes
que uma caminhada simples já é suficiente para trazer benefícios para a
saúde.
Segundo Alves (2003), ser fisicamente ativo desde a infância apresenta
muitos benefícios, não só na parte física, mas também nas esferas sócio e
emocional, e ainda permite um melhor controle das doenças crônicas na vida
adulta. Além disso, a atividade física regular melhora o desenvolvimento motor
da criança, ajuda no seu crescimento e estimula a participação futura em
programas de atividade física. É indiscutível a enorme importância de se sair
da inércia*, pois além do ganho físico, há um aumento na auto-estima da
pessoa.
26
É bem comum hoje em dia, se trocar os horários de lazer, no qual se
poderiam praticar atividades físicas e divertidas e onde se poderia interagir
com outras crianças da comunidade, por outras atividades “modernas”,
sedentárias e em muitos casos individuais. Esse cenário precisa deixar de ser
comum.
De acordo com Souza Junior (2008), a importância da educação física,
não está somente no combate ao sedentarismo, mas, naquelas aulas
ministradas principalmente no nível de ensino fundamental, melhorando o
comportamento dos alunos em vários aspectos sociais, como
responsabilidade, relacionamento com os pais, autoconfiança, assiduidade às
aulas e diminuição do uso de drogas.
2.3.1 – As atividades ideais para as faixas de idade
Talvez, mais importante do que a própria atividade, é ter o
conhecimento da atividade ideal de acordo com a idade da criança.
Especialistas dão as dicas de como incluir a criança conforme a faixa etária:
• De 6 meses a 1 ano: Estimular com brinquedos que emitam
sons; brincar de esconder e encontrar objetos (uma boneco por
exemplo, que possa ser escondido embaixo de um travesseiro);
cantar músicas gesticulando e incentivando o bebê a imitar, de
preferência falando o nome do bebê; pôr brinquedos em volta
para que ele se mova para alcançá-los.
• De 1 a 3 anos: Atividades que visem o equilíbrio, a flexibilidade
e a independência, como teatro de fantoches e dança com as
músicas preferidas da criança.
• De 3 a 5 anos: Atividades que permitam correr, pular, chutar,
agarrar ou dançar. Exemplo: pega-pega, esconde-esconde,
estátua, brincadeiras com bola.
27
• De 5 a 8 anos: Brincadeiras que desafiem a criança e que
também envolvam correr, pular, dançar. Exemplo: amarelinha,
corrida de sacos, carrinho de mão, dança das cadeiras.
• De 8 a 14 anos: É uma faixa onde o ideal é a criança praticar
um esporte. Exemplo: natação, vôlei, futebol ou artes marciais.
Os pais devem dar o máximo possível de opções de
modalidades para que a criança escolha a que ela mais gostar.
2.4 – O papel da escola
A escola tem um papel muito importante, não só na luta contra a
obesidade infantil, mas também no combate efetivo contra o sedentarismo. A
educação física escolar, que infelizmente em muitas escolas foi
completamente deixada de lado, é fundamental, pois a criança passa boa
parte do dia no ambiente escolar. Cabe aos pais e responsáveis cobrarem dos
educadores e da escola, que seus filhos tenham oportunidade de praticar
exercícios físicos regulares. A prática de atividades físicas na escola é ainda a
melhor maneira de estimular a criança a ser ativa e ficar afastada do
sedentarismo e das doenças ligadas a obesidade, além ser uma ótima forma
de se integrar e disciplinar os alunos.
Para Mattos (2000), a escola é um espaço para o desenvolvimento de
estratégias de promoção de atividade física e de educação para a saúde e,
neste contexto, a Educação Física Escolar surge como importante ferramenta,
pois muitas crianças e jovens vêem nela uma das melhores oportunidades de
aproximação às práticas de atividades físicas, principalmente para classes
sociais menos favorecidas.
2.4.1 – O professor
28
Vivemos no momento onde os hábitos de vida saudáveis e a prática de
atividades físicas não são, na maioria dos casos, presentes na vida das
crianças.
De acordo com Darido (2004), este retrato da realidade atual esclarece
que os professores de educação física devem atuar conscientemente sobre a
responsabilidade de interferir na redução desse quadro negativo, por meio de
discussões nas aulas de Educação Física, levantando questões sobre saúde e
bem-estar físico e mental, mostrando aos alunos a relevância da prática
regular de atividade física para a conquista da qualidade de vida, dando aporte
para que o aluno pratique atividade física com prazer e não por exigência,
formando de maneira simultânea cidadãos críticos e conscientes, preparando-
os para utilizar seus conhecimentos dentro e fora da escola.
Segundo Piccolo (1993), O principal papel do professor, através de
suas propostas, é o de criar condições aos alunos para se tornarem
independentes, participativos e com autonomia de pensamento e ação. Dessa
forma, poderá se pensar numa Educação Física realmente comprometida com
a formação integral do indivíduo.
2.5 – Os bons exemplos
Os atletas são ótimos exemplos no qual as crianças podem se espelhar.
Numa olimpíada, por exemplo, é comum os atletas de esportes até então
pouco divulgados nas TVs abertas, ganharem destaque quando obtém um
bom resultado que seria inesperado frente a outros atletas de potências
olímpicas, mas principalmente ganharem status de herói quando conquistam
uma medalha.
Para uma criança que pratica um esporte regularmente, isso é excelente
por que ao ver um Brasileiro no pódio, isso a estimula a continuar levando uma
vida esportiva e a querer chegar lá como ele. Já para a criança sedentária, que
não liga muito para esportes ou atividades físicas, talvez seja ainda mais
importante, pois um acontecimento como esse mexe de alguma forma com ela
e se os pais ou responsáveis estimularem o interesse da criança para aquele
29
esporte ou outro, com certeza vai despertar a curiosidade dela e quem sabe
até fazer com que ela queira realmente praticar um esporte regularmente.
Atletas como Cesar Cielo despertam na criança a vontade de praticar esportes.
(Fonte: http://esporteinterativo.com.br/brasil-de-ouro/longe-do-auge-fisico-cesar-cielo-e-ouro-nos-50m-borboleta-e-prata-nos-50m-livre-em-charlotte/)
2.5.1 – Incentivo do governo
O governo deveria se preocupar bem mais com a questão do
sedentarismo na infância, até por que ele é aliado ou leva a obesidade e
consequentemente a custos financeiros para o sistema de saúde do governo
no futuro, como por exemplo, a cirurgia bariátrica que a pouco tempo passou a
ser oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Custos esses que seriam
perfeitamente evitáveis, se houvesse uma postura mais séria de incentivo ao
esporte. Mas, ao contrário de países desenvolvidos onde há um incentivo e
toda uma estrutura séria para a prática esportiva já nas escolas primárias, no
Brasil isso ainda é um sonho. Somente os alunos das escolas particulares
mais caras têm essa oportunidade.
30
2.5.2 – A participação da TV
Os canais de televisão aberta, que ainda são o maior veículo de
comunicação no Brasil, deveriam ter uma maior participação na divulgação de
outros esportes que não somente o futebol. A maioria das competições dos
chamados “esportes olímpicos” só são transmitidas pelos canais por
assinatura. Dessa forma, fica mais complicado estimular uma criança avessa a
prática de esportes a querer experimentar uma mudança.
Os canais por assinatura exclusivamente infantis, poderiam
também reservar um espaço na programação de desenhos e seriados, para
incentivar a criança a prática esportiva.
31
CAPÍTULO III
O INCENTIVO DA MÍDIA AOS MAUS HÁBITOS
O poder de convencimento da mídia, seja ela televisiva ou mesmo
eletrônica, na maioria dos adultos já é grande, imagina numa criança. Os
profissionais e grandes empresários responsáveis pelo conteúdo das
propagandas sabem disso e também sabem como realmente despertar o
interesse de uma criança para um produto, seja ele qual for. Dessa maneira,
tomando por base o número de horas que as crianças Brasileiras passam
diante da televisão hoje em dia, podemos perceber o poder de influência que a
mídia tem sobre elas quando se trata do consumismo infantil.
Para Feilitzen (2002), os indivíduos constroem o significado dos
conteúdos midiáticos, embasados pela orientação do ambiente onde vivem,
bem como pela organização de sua vida sob os ditames considerados aceitos
pelo seu núcleo social. Ou seja, as crianças acabam copiando o
comportamento das outras e aceitando facilmente o que é oferecido pela
publicidade, por não terem ainda a personalidade formada.
Através do conhecimento da ciência, sabemos que uma criança de até
oito anos de idade não tem o conhecimento e nem o poder de persuasão* das
publicidades oferecidas a ela.
Segundo o Instituto Alana (2009), Até aproximadamente os oito anos de
idade, elas misturam fantasia e realidade. Por exemplo, uma criança com
quatro anos, quando está assistindo ao seu desenho favorito na TV e ocorre
uma interrupção pelos intervalos comerciais, ela não entende que o programa
acabou e iniciou-se um intervalo, para ela tudo faz parte. E mesmo depois que
consegue fazer tal distinção, é só quando ela está próxima dos 12 anos de
idade que tem condições de compreender o caráter persuasivo da publicidade.
Existem diversas definições sobre o assunto. Uma delas de Buckingham
(2007), é a seguinte: “Atribui-se às mídias um super poder capaz de governar
32
comportamentos, moldar atitudes, construir e definir a identidade das crianças.
[...] as preocupações têm levado a exigências de maior proteção à criança, na
forma de mais rigidez na censura e na regulamentação das mídias” (p.209).
Toda essa influência da mídia junto ao público infantil, talvez seja o
maior fator causador do aumento galopante da obesidade infantil, não só no
Brasil, mas também no mundo. A frequência com que as crianças ficam diante
da TV, aliada ao conteúdo das propagandas que são veiculadas, é uma
mistura explosiva.
As cores, as músicas, os sabores, os personagens, os “brindes”, tudo
isso é um chamariz muito grande para elas. As propagandas de redes de fast
food* e de refrigerantes são ótimos exemplos disso, tudo é pensado para
chamar e prender a atenção das crianças e fazer com que elas desejem
aquele produto. Os pais e responsáveis tem um trabalho árduo para convencê-
las a mudar de opinião.
Para Rizzato Nunes, Desembargador do Tribunal de Justiça, quando
personagens queridos pelas crianças do cinema ou de desenhos animados,
são oferecidos como parte integrante de produtos alimentícios que só causam
mal, sem dúvida isso é algo para ser proibido (MUITO ALÉM DO PESO, 2012).
Um passo importante para amenizar isso, foi o acordo cooperativo,
firmado em 2009 pela Associação Brasileira de Indústria de Alimentação –
ABIA em conjunto com a Associação Brasileira de Anunciantes – ABA e ainda
vinte e quatro empresas do ramo alimentício, para limitar a publicidade de
alimentos e bebidas para menores de doze anos, oferecendo um marketing
responsável, assim como o incentivo a uma alimentação saudável.
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE INDÚSTRIAS DE ALIMENTAÇÃO, 2013).
Dessa forma, vemos que o próprio mercado percebeu o tamanho da influência
da mídia em relação ao crescimento da obesidade infantil.
33
3.1 – A persuasão da publicidade
Temos o conhecimento de que a publicidade comercial é o mais
importante instrumento de divulgação de produtos e serviços da sociedade
capitalista, pelo seu forte poder de influência sobre a maioria dos
consumidores. Observando isso, é importante estar sempre atento para as
estratégias usadas tendo como alvo o público infantil.
É importante salientar, que o Estado, a sociedade e todos os demais
responsáveis pelas crianças e adolescentes, tem o dever de proteger o público
infantil contra a publicidade abusiva.
A persuasão* começa quando as empresas de publicidade se utilizam
de imagens de personagens exclusivamente do universo infantil, não só na
publicidade televisiva ou eletrônica, mas também nas embalagens dos
produtos. Aproveitam-se assim, da vulnerabilidade da criança diante da
mensagem de mídia comercial para aplicar essas estratégias visando
despertar o desejo de consumo na criança.
Para Chagas (2006) a criança desde muito cedo é vista e tratada como
consumidor e não como um cidadão que ainda está em desenvolvimento. A
publicidade tendo como alvo a infância usando a televisão como meio, tem
influência vital na formação dos valores e atitudes necessários ao
consumismo, principalmente sobre as crianças menores. Não é a toa que a
grade da programação da TV é construída com a área comercial das
emissoras.
De acordo com Vivarta (2013) a grande maioria das publicidades de
alimentos está ligada às redes de fast foods*. Um exemplo típico é uma
famosa rede Norte-Americana que numa estratégia de marketing, vincula seus
produtos a personagens exclusivos e colecionáveis em formato de brindes,
com a ideia de atrair as crianças à compra do produto não pela sua qualidade
nutricional e sim pelo seu “prêmio”, transportando os pequenos para um
mundo da fantasia de forma lúdica e de relação afetiva da criança com a
lanchonete. Dessa forma ela desperta e cria uma certa ligação e fidelidade da
criança com ela. Assim, ainda Vivarta: no caso do marketing voltado à criança,
34
o objetivo é mobilizar as fantasias infantis, fazendo com que ela deseje com
tanta intensidade o produto ou serviço, a ponto de convencer seus pais de que
precisa dele para sentir-se feliz. O marketing objetiva conhecer a fundo as
particularidades psicológicas das crianças, com o propósito único de persuadi-
las. (VIVARTA, 2013, p.113).
Segundo o documentário Muito além do peso (2012), em cada lata de
refrigerante, há sete colheres de açúcar. Essa informação as famosas marcas
não passam, mas sabem fazer belos comercias musicais que atraem a
atenção e ficam na memória principalmente das crianças. O mesmo trabalho
jornalístico, alerta para um detalhe que passa desapercebido para a maioria
das pessoas. Na tabela nutricional dos restaurantes fast food*, não consta a
palavra açúcar, ela é substituída pela palavra carboidrato, ou seja, mais uma
forma de ludibriar o consumidor.
Ainda no documentário, para se ter uma ideia do poder da publicidade
até com os pais, o pediatra Fábio Ancona Lopez diz: “Há relatos de que mães
dão refrigerantes na mamadeira para crianças com menos de um ano, com
certeza a mãe faz isso por que não tem noção do quanto é prejudicial, ela
imagina se aquilo tem uma propaganda que chama tanto a atenção e se está
associado a saúde, bem estar e sucesso, não tem nenhum motivo para que ela
não de aquilo para seu filho pequeno.
3.2 – A busca por um controle oficial
A televisão apesar de ser um meio de comunicação licenciado pelo
governo é financiada pela publicidade. É, sem dúvida, um dos principais meios
estimuladores de consumo e a publicidade a usa para alcançar as mais
diversas faixas etárias, com um aumento significativo nos produtos voltados
para o público infantil de uns anos para cá.
Muito já se discutiu em relação a um controle maior do conteúdo do que
é exibido, inclusive muitas opiniões a favor de regras mais claras ou um limite
de até onde a publicidade pode ir. A televisão é um serviço de relevância
35
pública e sua atividade regrada em razão de ser uma concessão pública, isso a
torna integrante da rede de proteção integral, que é formada pela família,
sociedade e estado.
“Além de exibir conteúdo com finalidade educativa e
cultural, a TV deve respeitar limites adequados ao
saudável desenvolvimento de crianças e adolescentes. Se
não os fizer, os concessionários e demais integrantes da
rede de comunicação televisiva podem sofrer sanções
administrativas e judiciais (civis e penais) além de
estabelecidas no Estatuto da Criança e do Adolescente”
(PEREIRA JÚNIOR, ANTONIO JORGE, 2011, p.105)
Por isso, é extremamente importante a fiscalização por parte da rede de
proteção integral em relação a programação do que é exibido pela mídia. Ao
mesmo tempo, regular o conteúdo do que é transmitido não é fácil, é preciso
haver um equilíbrio, um entendimento entre sociedade e publicidade para que
se garanta o princípio da liberdade de expressão e para que a discussão não
evolua para um caminho de arbitrariedade ou censura.
Para Vivarta (2013), a autorregulamentação publicitária no Brasil é hoje
fiscalizada pelo CONAR – Conselho de Autorregulamentação Publicitária, o
qual tem o direito de apenas recomendar e fiscalizar, não atingindo sua alçada
o poder de repreensão. Quanto aos direitos das crianças e adolescentes a
atuação do CONAR se restringe ao Código Brasileiro de Autorregulamentação
Publicitária tendo em vista o cuidado com a vulnerabilidade do público infantil.
3.2.1 – O que diz o Estatuto da Criança e do Adolescente
Com a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente, a
preocupação com a exibição de conteúdos inadequados foi pacificada pelo
artigo 254, abarcando a intervenção do Estado na regulamentação, controle e
fiscalização da propaganda. Mas, mesmo após essa normatização, atualmente
se percebe forte ascensão da mídia em relação à publicidade de produtos
36
voltados para crianças e adolescentes, fato que tem tomado proporções
preocupantes no Brasil e no mundo. Entre as diversas influências da
propaganda tanto nas relações biofísicas e psíquicas das crianças e
adolescentes, há de se destacar a atual preocupação com a saúde dos
pequenos enfatizando a publicidade de alimentos prejudiciais e causadores
dos altos índices atuais de obesidade infantil, que vem a ser um dos
crescentes problemas de saúde pública brasileira.
De acordo com Veronese (2003), dessa maneira, percebemos
que o Estatuto da Criança e do Adolescente e a Constituição Federal também,
enxergam a criança e o adolescente como cidadãos merecedores de direitos
próprios e especiais pela simples motivo de ainda serem pessoas em
desenvolvimento que necessitam de uma proteção especial e diferenciada.
3.3 – As medidas de proteção
O Conanda (Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do
Adolescente), composto por entidades da sociedade civil e ministérios do
governo federal, através da resolução 163 publicada no Diário Oficial em 4 de
abril de 2014, considerou abusiva toda publicidade direcionada a crianças. A
partir desta data a propaganda para o público infantil pode continuar existindo,
mas a mensagem tem que ser direcionada aos adultos. O fato de a criança
ainda não ter a capacidade de diferenciar a propaganda da programação
normal é uma das bandeiras dos que defendem a medida.
Entre outras questões, o texto declara como abusiva, portanto ilegal,
toda forma de direcionamento de publicidade e comunicação mercadológica à
criança com a intenção de persuadi-la para o consumo de qualquer produto ou
serviço. Exemplo disso são o uso de linguagem infantil, efeitos especiais e
excesso de cores, trilhas sonoras de músicas infantis ou cantadas por vozes
de criança, ou a participação de celebridades ou personagens com apelo ao
público infantil.
37
O ainda muito comum uso de bonecos ou similares e promoções com
distribuição de prêmios ou de brindes colecionáveis também são considerados,
conforme a resolução, como propagandas abusivas.
Ainda de acordo com o documento, as propagandas voltadas às
crianças e aos adolescentes, a partir da publicação da resolução, não poderão
induzir, mesmo implicitamente, sentimento de inferioridade, caso o produto ou
serviço não seja adquirido. Também não será permitido que a influência do
anúncio leve a criança ou o adolescente a constranger seus responsáveis ou a
conduzi-los a uma posição socialmente inferior.
Para o Conanda, a publicidade infantil fere o que está previsto na
Constituição Federal, no Estatuto da Criança e do Adolescente e no Código de
Defesa do Consumidor. (Fonte: http://www.brasil.gov.br/cidadania-e-
justica/2014/04/resolucao-proibe-propaganda-abusiva-voltada-a-criancas-e-
adolescentes)
De acordo com Mendes (2009), o Senador Tião Viana (PT/ AC), propôs
um projeto de lei (n° 25/2003) determinando que a propaganda comercial de
alimentos não poderiam utilizar diálogos no imperativo que induzam
diretamente o seu consumo, não poderia estimular seu consumo exagerado,
também não poderia atribuir a esses produtos propriedades nutricionais que
ainda não foram comprovadas cientificamente e tampouco poderiam incluir a
participação de crianças e adolescentes. Além disso, a propaganda deveria ter
de forma falada e escrita, advertência sobre as consequências do consumo
excessivo dos alimentos anunciados.
3.4 – O papel dos pais
Os pais também têm a sua parcela de culpa, não buscam controlar ou
limitar o período em que a criança fica diante desse verdadeiro bombardeio de
informação distorcida. Com a vida corrida que muitos deles levam, é muito
mais cômodo deixar a criança estática diante a televisão do que parar um
pouco para reparar o conteúdo do que é oferecido a ela. Pelo contrário, nos
38
momentos em que saem para se divertir, um cinema, por exemplo, as crianças
já têm na mente o que vão pedir e diante da insistência delas os pais cedem e
acabam comprando tudo que elas querem.
Segundo McNeal (2000), as crianças hoje são consideradas
consumidoras de todos os tipos de produtos e serviços. Elas representam o
mercado primário de consumidores que usam seu próprio dinheiro de acordo
com seus desejos e ainda influenciam o gasto do dinheiro dos seus pais em
benefício próprio, por isso os pais devem estar atentos e serem firmes para
não ceder a esses pedidos, por que o mercado de consumo têm como alvo as
crianças e vão estar sempre buscando seus objetivos.
Ainda no exemplo do cinema, podemos reparar que na maioria dos
cartazes e displays* de divulgação dos filmes infantis, há sempre muita cor,
formas e algum tipo de incentivo a alimento industrializado. Sem contar que
esse material de divulgação dos filmes, muitas vezes está ao lado de onde se
vende os lanches e geralmente existe alguma promoção do filme que a criança
deseja ver atrelada a um determinado produto.
É preciso que os pais ajam de forma real e eficaz, é preciso impor
limites a esse consumismo e maus hábitos alimentares das crianças,
começando pelo tempo que a criança vê TV. Não adianta querer vetar a
vontade do consumo dos alimentos que causam obesidade infantil no
momento em que a criança está diante de um paraíso do consumo deles, num
shopping por exemplo. É necessário mais conversa e mais participação na vida
delas, parar e sentar um pouco pra ver TV com os filhos e nesse momento
intervir quando houver alguma publicidade de alimentos prejudiciais.
Para Vuiniski (1999), a mídia tem uma grande parte de culpa no
sofrimento emocional dos jovens obesos. A propaganda cultua o tempo todo a
boa forma física por um lado e pelo outro oferecem alimentos cada vez mais
calóricos. Num comercial de chocolate, por exemplo, é possível vermos
pessoas em ótima forma na praia, comendo um alimento altamente calórico.
Essa associação daquele alimento com saúde e vivacidade é que mexe com a
cabeça de uma criança.
É uma tarefa difícil, todos nós sabemos que o incentivo ao consumo
desses alimentos vem também de outros lados, não só da televisão. O próprio
39
convívio com alguns coleguinhas de escola acaba sendo mais um meio para a
criança achar que o consumo desses alimentos diariamente é normal. Mas, se
o responsável começar desde bem cedo a orientar a criança, incentivar e
oferecer os alimentos naturais como frutas, sucos, ela vai se acostumar e
apreciar essas opções. Por isso, é preciso começar logo cedo esse estímulo
antes que o pequeno se vicie nos sabores fortes, cores vibrantes e aromas
fabricados dos industrializados.
Outro papel importante dos pais é conhecer o valor nutricional dos
alimentos que compra para a família. As informações nutricionais nos rótulos
dos produtos nos países desenvolvidos já existem há muito tempo, no Brasil
essa obrigação que as empresas alimentícias têm existe há poucos anos. Foi
uma conquista importante, mas muita gente ainda não tem esse hábito.
Deveria ter por que conhecer exatamente o que se vai consumir é primordial,
principalmente quando se há crianças envolvidas. É preciso deixar a preguiça
de lado e ler as letras miúdas, pois ali tem informações importantes que podem
ajudar e muito no combate a obesidade infantil ou para quem não tem o
problema, na manutenção da saúde das crianças.
Quando se trata da saúde e do bem estar, ainda mais dos mais
vulneráveis como as crianças, temos que pensar em todos os detalhes, tudo
onde podemos fazer o melhor, não se pode vacilar. Todos nós sabemos que o
exemplo vem de cima, no caso dos filhos, o exemplo vem dos pais e como já
falado anteriormente, a criança vai ser um espelho dos adultos que vivem ao
seu redor. Com bons hábitos alimentares e comportamentais, estaremos
contribuindo para uma população mais saudável no presente e no futuro e
consequentemente para cidadãos melhores.
40
CONCLUSÃO
Não há como esconder ou maquiar o crescimento da obesidade infantil
no Brasil. O tempo em que se via uma criança gordinha como sendo referência
de saúde e boa alimentação ficou muito para trás, já está mais do que
comprovado e divulgado de que essa característica é justamente o contrário.
Não existe mais espaço para desculpas por que hoje em dia a informação está
até na palma da mão e todos, mesmos os menos informados, tem o
conhecimento das causas e consequências da obesidade numa criança, assim
como evitá-la e combatê-la.
Todos os envolvidos, pais, escola, governo, sociedade em geral,
precisam de fato assumir a responsabilidade e encarar o problema de frente.
Todos precisam ter a percepção exata da gravidade do excesso de gordura,
saber exatamente que o mal não é só o lado estético e sim principalmente tudo
a que a obesidade infantil pode levar inclusive para a vida adulta.
A má alimentação e o sedentarismo muita vezes hábitos dos pais,
passam para os filhos de forma cada vez mais rápida e comum, independente
de classe social ou nível cultural. É preciso acabar com essa continuidade o
quanto antes.
A mídia, outro envolvido importante no crescimento da obesidade
infantil, sempre se aproveitou das condições peculiares das crianças de serem
mais vulneráveis para bombardeá-los com publicidade incentivando maus
hábitos alimentares e consumismo. Entretanto, a uma luz no fim do túnel, pois
já há avanços num controle disso e muito se tem discutido num controle
melhor do que é exibido nas propagandas para o público infantil.
Há muito ainda a se fazer, mudar velhos hábitos ligados a fortes
sabores, aromas, conforto e comodidade não é tarefa fácil, mas estamos
caminhando para fazer com que tenhamos crianças mais saudáveis e ativas.
41
42
ANEXO 1
Verbetes
Afecções: qualquer alteração patológica do corpo.
Bullyng: são agressões intencionais, verbais ou físicas, feitas de maneira
repetitiva, por um ou mais alunos contra um ou mais colegas. O
termo bullying tem origem na palavra inglesa bully, que significa valentão,
brigão.
Display: peça de propaganda, cartaz ou suporte rígido, geralmente exposto em
ponto de venda para divulgar algum produto ou serviço
Endógena: que se forma no interior, que parte do interior para o exterior.
Exógena: aquilo que é de origem externa, devido a causas externas
Fast food: Significa comida rápida em inglês, é um tipo de comida, geralmente
lanches, para quem não tem tempo para preparar ou precisa consumir em
curto tempo.
Genes: é um segmento de DNA ou ADN (ácido desoxirribonucléico), molécula
responsável pelas características herdadas geneticamente. Os genes
transmitem todas as características herdadas de geração para geração em
todas as espécies de seres vivos.
Inércia: sem ação ou atividade, ausência de reação.
Persuasão: que demonstra convicção ou capacidade de convencer.
Tablet: é um tipo de computador portátil, de tamanho pequeno, fina espessura
e com tela sensível ao toque.
43
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de maio de 2015.
https://www.youtube.com/watch?v=Ko-hmTp594Y. Acesso em: 20 de junho de
2015.
http://www12.senado.gov.br/jornal/edicoes/2014/04/29/medida-proibe-publicidade-dirigida-ao-publico-infantil. Acesso em: 24 de junho de 2015.
48
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I 9
A OBESIDADE INFANTIL
1.1 – CAUSAS 12
1.1.1 – FATORES GENÉTICOS 13
1.1.2 – FATORES DE RISCO 14
1.2 – CONSEQUÊNCIAS 15
1.3 – DIAGNÓSTICO 16
1.4 – TRATAMENTO 18
1.4.1 – ADOTAR ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL 19
1.4.2 – MEDICAMENTOS 20
1.4.3 – CIRURGIA 20
CAPÍTULO II 21
A INFLUÊNCIA DO SEDENTARISMO
2.1 – CONSEQUÊNCIAS DO SEDENTARISMO 22
2.2 – COMO COMBATER O SEDENTARISMO INFANTIL 23
2.3 – A IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE FÍSICA 24
2.3.1 – AS ATIVIDADES IDEAIS PARA AS FAIXAS
DE IDADE 25
2.4 – O PAPEL DA ESCOLA 26
2.4.1 – O PROFESSOR 26
49
2.5 – OS BONS EXEMPLOS 27
2.5.1 – INCENTIVO DO GOVERNO 28
2.5.2 – A PARTICIPAÇÃO DA TV 29
CAPÍTULO III 30
O INCENTIVO DA MÍDIA AOS MAUS HÁBITOS
3.1 – A PERSUASÃO DA PUBLICIDADE 32
3.2 – A BUSCA POR UM CONTROLE OFICIAL 33
3.2.1 – O QUE DIZ O ESTATUTO DA CRIANÇA
E DO ADOLESCENTE 34
3.3 – AS MEDIDAS DE PROTEÇÃO 35
3.4 – O PAPEL DOS PAIS 36
CONCLUSÃO 39
ANEXO 40
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 41
BIBLIOGRAFIA CITADA 42
WEBGRAFIA 45
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