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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PRÓ – REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
CURSO DE PÓS – GRADUAÇÃO LATU SENSU
EM SUPERVISÃO ESCOLAR
PROJETO “A VEZ DO MESTRE”
“ CICLO DE AVALIAÇÃO CONTINUADA”
FRANCISCA DA PAZ ARAÚJO SILVA
Orientador: Prof° Fabiane Muniz
Rio de Janeiro, Março de 2003
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PRÓ – REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
CURSO DE PÓS – GRADUAÇÃO LATU SENSU
EM SUPERVISÃO ESCOLAR
PROJETO “A VEZ DO MESTRE”
“O CICLO DE AVALIAÇÀO CONTINUADA”
FRANCISCA DA PAZ ARAÚJO SILVA
Trabalho Monográfico apresentado
Como requisito para obtenção
do grau de Especialista em
Supervisão Escolar
Agradecimentos
Agradeço primeiramente a Deus, por ter me dado inteligência e força de
vontade, ajudando-me a superar os momentos dificíes, e alcançar mais essa
vitória no caminho que estou trilhando.
Muitas pessoas me auxiliaram no desenvolvimento desta monografia, e não
posso deixar de lhes agradecer, pois sem elas não teria os conhecimentos que me
fizeram chegar aqui.
Gostaria de agradecer à minha orientadora Fabiane Muniz, pois foi quem
me ajudou muito no desenvolvimento deste trabalho, me incentivando nas leituras
na minha capacidade de realizar este estudo monográfico.
Às colegas Rosineide, Paula e Neide, entre outras, que agüentaram minhas
inquietações no decorrer da monografia, e me alegraram com sua sincera
amizade.
Enfim, agradeço a todos, professores, colegas e familiares, que me
ajudaram nessa busca por conhecimentos e por solucionar questionamentos
durante o decorrer da graduação.
PARA REFLETIR . . .
“Só aprende aquele que se apropria do aprendido.
Transformando-o em aprendido, com o que pode, por isso
Mesmo, reinventa-lo; aquele que é capaz de aplicar o
aprendido-aprendido. Em situações existenciais
concretas.
(PAULO FREIRE )
RESUMO
Avaliação tornou-se uma oportunidade para o aluno ler, refletir,
relacionar, operar mentalmente e demonstrar que tem recursos para
abordar situações complexas.
Avaliar a aprendizagem está profundamente relacionado com o processo do
ensino e, portanto, deve ser conduzido como mais um momento em que o aluno
aprende. Pode se tornar um momento privilegiado, porque diante de tudo o que a
tradição vem associando à prova , o aluno coloca suas energias em busca de
sucesso, normalmente associando uma boa nota. Se essa é a cultura
estabelecida , por que não aproveita-la e transformar a avaliação em mais um
momento de construção de conhecimento com eficácia e eficiência.
SUMÁRIO
Introdução .........................................................................................................................p.07 Capítulo 1 – Funções da Avaliação....................................................................................p.13
1.1 – Características da avaliação...........................................................................p.15 1.2 – Diagnóstico e Avaliação................................................................................p.16
1.3 – Avaliar com Eficácia e eficiência..................................................................p.19 1.4 – Avaliação: Mito e Desafio.............................................................................p.22
Capítulo 2 – Análise de dados............................................................................................p.24 2.1 – Uma nova Visão da Avaliação.....................................................................p. 28
2.2 – Análise das Entrevistas..................................................................................p.35 2.3 – Delineando Relatórios de avaliação..............................................................p.45
Conclusão -.........................................................................................................................p.51 Bibliografia - .....................................................................................................................p.56 Anexos - ............................................................................................................................p.57
Introdução
Com o advento da atual Lei de Diretrizes e bases da Educação Nacional -Lei 9.394/96 –
tornou-se imprescindível um ajuste de todos os sistemas de ensino às novas exigências nela
contidas.
Procurando atender à determinação legal, algumas instituições de ensino promovem
algumas mudanças : adequaram disposições já existentes e criaram outras necessárias à
implementação da nova legislação, reformularam o regimento escolar, regulamentaram a
progressão parcial, rediscutiram a proposta curricular e, principalmente, repensaram a avaliação.
Diante desses novos princípios, a função da escola se modifica e a prática pedagógica
passa a considerar cada vez mais aluno-professor-comunidade-sociedade como parceiros na
incorporação de novos conhecimentos, na compreensão das constantes transformações e na
absorção de novas idéias e de novos comportamento A presente pesquisa, dentro dos limites
impostos a esta produção, tem como finalidade discutir um dos aspectos mais significativos de
processo ensino-aprendizagem, que é AVALIAÇÃO, aqui entendida como parte integrante e
essencial do processo de construção do conhecimento pelo aluno, em interação com as
estratégias propostas pelo professor.
A classe trabalhadora do Brasil sempre lutou para que seus filhos pudessem estudar.
Tanto lutou, que hoje, o governo tem a obrigação de assegurar por lei, pelo menos oito anos de
escola para todos . Este é o direito garantido pela Constituição. No entanto, os filhos dessas
famílias pouco usufruem desse direito. Apesar da garantia constitucional a universalização da
escola pública no país, é uma meta distante. Vagas para todos que tem idade para freqüentar a 1ª
série do primeiro grau, para aqueles que querem uma escolaridade básica, quando adultos,
ensino de baixa qualidade, são objetivos ainda de serem cumpridos em nossa sociedade.
Além disso, dos que conseguem a escola pública, poucos permanecem. Isto porque é
muito grande a taxa de “fracasso escolar”. É o caso das crianças com baixo rendimento em turmas,
aprovadas sempre com médias mínimas, passando de ano “de raspão “, como se diz. Grande
número de reprovações. A taxa de evasão e repetência na 1ª série do primeiro grau é enorme no
país. Essa taxa é alta em todas as séries do primeiro grau, em todos os estudos. Além da
reprovação, outro problema é o da evasão.
No estudo do Rio de Janeiro, escolas da prefeitura resolveram adotar a aprovação
automática no 1º ano do ciclo ao 3º ano do ciclo de alfabetização para reduzir a evasão.
Repetência Zero. Esta é a meta da Secretaria Municipal de Educação, que este ano
começou a mudar o sistema de promoção nas escolas públicas no Rio, com o fim da
reprovação de todos, cerca de 90 mil alunos que cursarem a 1ª série de ensino fundamental. A
aprovação automática para a 2ª serie é uma medida com qual a secretária Carmem Moura espera
reduzir o índice de evasão e repetência que ainda considera alto apesar de estarem diminuindo,
como revelam dados do novo Anuário Estatístico na cidade do Rio de Janeiro 95/97 e da
Secretaria de Educação para entrar em vigor, a proposta será submetida ao Conselho Municipal de
Educação, órgão presidido pela secretaria (Jornal O Globo, 18 de janeiro de 1999).
Os professores sentem dificuldades, com a aprovação automática, pois os alunos não
CAPÍTULO 1 – FUNÇÕES DA AVALIAÇÃO
Iniciarei minha monografia com perguntas sortidas sobre o processo de avaliação,
vejamos: Por que avaliar? Quem avalia e o que é avaliado? A avaliação deve medir ou
diagnosticar o aluno ? De que instrumental a escola dispõe na avaliação para auxiliar o aluno em
seu processo de aprender seus conteúdos escolares?
A avaliação encontra-se em qualquer fase do processo ensino-aprendizagem,
desempenhando diferentes funções Professor como classificador julga o produto que o aluno
apresenta nas provas e trabalhos, detectando suas dificuldades. Sob este aspecto a avaliação é
apenas uma forma do aluno mostrar o que aprendeu. Esta avaliação é concentrada no erro do
aluno, não propiciando que o professor descubra com o aluno , o porquê do seu trabalho, as
provas não estão adequadas , é através dos “porquês”, das contribuições necessárias, seja
encontradas pelos alunos, que pode-se resolver o problema da reprovação.
Encontra-se professor como diagnosticador, aquele que julga o produto apresentado pelo
aluno, combinando com a observação do dia a dia, para uma reavaliação do planejamento dos
recursos utilizados e para uma auto-avaliação. Neste caso, a avaliação é programada com
antecedência de forma que o aluno possa preparar-se diminuindo as ameaças que as “provas
surpresas representam.
O diagnóstico do trabalho escolar envolve a atitude respeitosa estimulada do professor,
permitindo ao aluno que refaça seu aprendizado, dando oportunidade para que ele faça
autocrítica, essencial a qualquer processo de aprendizagem cientifica.
Os assuntos que são discutidos e abordados em sala de aula não possuem sentido e
relação com a vida do estudante a ponto de conseguir despertar seu interesse e participação,
levando a cola como garantia de nota e conseqüentemente aprovação.
Já o diagnóstico do trabalho escolar pode revelar que esforços didáticos estão sendo
dirigidos para superação das dificuldades apresentadas na aprendizagem o que inclui a
aceitação do aluno real que se tem, sem que se descuide do rigor técnico e científico na
reorientação constante do trabalho docente e discente.
Dos três elementos que compõem a compreensão constitutiva da avaliação Luckesi, o que
coloca mais poder na mão do professor é a tomada de decisão. A atual prática escolar estipulou
como função do ato de avaliar a classificação e não o diagnóstico.
Segundo Luckesi (l984, p.10), o educando como sujeito humano é histórico, contudo, julgando e classificado, ele ficará , para o resto da vida no modelo escolar vigente, estigmatizado, pois as anotações e registros permanecerão, em definitivo nos arquivos e nos históricos escolares e transformaram-se em documentos legalmente definidos.
A avaliação educacional escolar assumida como classificatória torna-se deste modo, um
instrumento autoritário do desenvolvimento de cada um, possibilitando a uns o acesso e
aprofundamento no saber, a outros a evasão do meios do saber.
Outro uso autoritário da avaliação escolar é a sua transformação em mecanismo
disciplinador de condutas sociais. É uma prática comum no meio escolar, utilizar o expediente de
avançar os alunos o poder e o veredicto da avaliação, caso a ordem social da escola” ou da sala
de aula seja infringida. De instrumento de diagnóstico para o crescimento e avaliação passa a ser
instrumento que ameaça os alunos pelo medo.
Em função de estar no bojo de uma pedagogia que traduz aspirações de uma sociedade
delimitadamente conservadora ela exacerba a autoridade oprime o educando, impedindo o seu
crescimento.
1.1 – Características da avaliação.
Os questionamentos que envolvem a avaliação incidem sobre quem se avalia, para quê
porquê se avalia.
A verdadeira avaliação deveria se caracterizar como é, até que ponto está alcançando os
fins a que se propuseram junto ao aluno.
Numa visão onde a qualidade é levada como base para o desenvolvimento do ensino, a
avaliação alcança três pontos chaves: conhecer julgar e atuar para a transformação que se ligam
e interpenetram. Nela o aluno desempenha o papel de construtor de seu conhecimento, elabora
seus próprios conceitos que estão sempre ligados a um contexto social.
O professor é apenas um promotor de situações que induzia a uma discussão e à reflexão.
Numa aplicação quantitativa a avaliação exerce a função de controle social, agindo como
uma classificatória apenas para indicar um grau, nota ou pontuação, em que o aluno estará sendo
avaliado por conceitos, a serem alcançados pela aquisição de conteúdos cumulativos prontos e
indiscutíveis a um questionamento.
Há outros enfoques da avaliação do ensino. Por exemplo: a avaliação objetiva e a
qualitativa.
Na avaliação objetiva o ato de avaliar significa medir o êxito do ensino em termos de
quitação de conteúdos. A avaliação se limita a verificar qual é o rendimento acadêmico do aluno.
Nesta ânsia o professor direcionou suas atividades na busca de instrumentos fidedignos e válidos,
a obediência, as normas , as técnicas e estatísticas. Com este procedimento a avaliação
evidenciava que o objetivo de educação era apenas a autoridade acadêmica onde o aluno estaria
acumulando os valores culturais da sociedade.
A li ã lit ti b i id d d ã d d d
Neste sentido, instigamos os educadores ao debate à reflexão das
seguintes questões problematizadoras:
.Qual a perspectiva de aluno desejamos formar ao final dos cinco anos do primeiro
segmento? (Ciclo de Alfabetização à 4ª série.) que objetivos gerais podemos definir para este
primeiro segmento nas áreas da linguagem, da matemática, da ciência e da integração social?
. Considerando os pressupostos básicos do Ciclo de Alfabetização, quais objetivos
de ensino deverão ser desenvolvidos pelos educadores da 2ª série, especialmente, junto aos
educandos?
Propomos também a problematização de alguns pontos junto aos professores do segundo
segmento do primeiro grau que perpassam pela visão que os educadores têm de sua área de
conhecimento (disciplina) na formação do educando:
. Qual é a natureza de cada área?
. Como ela contribui para a compreensão crítica da realidade em que os seus
objetivos no processo de aquisição e construção de conhecimentos em cada série?
Após estas reflexões, far-se-á necessária a seleção dos conteúdos, dimensionando a
profundidade que deverão ser abordados em cada série, desde a pré-escola até a 8ª série do lº
grau.
Sugerimos que, nesta fase do planejamento, os educadores pertencentes aos dois
segmentos realizem estas reflexões conjuntamente, criando, desde já , condições para que ao
longo do ano o programa possa ser discutido continuamente e, mediante a própria necessidade do
grupo, reconstruí-lo.
Um dos temas mais polêmicos nas escola e fora dela é a avaliação do processo ensino-
aprendizagem. Há, entretanto, algumas amarras nas práticas avaliativas dos educadores e de
natureza regimental) ver regimento das escolas municipais) anacrônicos à escola que estamos
construindo, pois se baseiam em um sistema de avaliações escolares adquiridas pelos educandos.
Nada, porém, nos impede de revermos, reformularmos o atual regimento e construirmos
junto aos educadores novas posturas para práticas avaliativas, considerando:
. A avaliação do processo educativo como sendo contínuo, objetivando a
obtenção de informações para análise e interpretação da ação educativa;
. A avaliação como processo possibilita diagnosticar os avanços e as
dificuldades que se apresentam, tanto no processo de ensino como no processo de aprendizagem.
Estas considerações pressupõem, como já destacamos, a mudança das práticas
avaliativas refletidas em seu caráter democrático e de coerência, possibilitando aos educadores e
educandos se verem e reverem na ação educativa.
1.3 – Avaliar com eficácia e eficiência.
A li di id i f
CAPÍTULO 2 – ANÁLISE DE DADOS
Se consideramos que a Escola Pública oficial do Estado do Rio de Janeiro vem
caminhando historicamente dentro de um processo de crise, vamos encontrar a sua Reformulação
total a partir das medidas tomadas como conseqüência da atual Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional, Lei 9.394/96 que embora de caráter nacional, acarretou especialmente para o
nosso Estado do Rio de Janeiro um avanço total de qualidade de ensino na medida em quer os
recursos destinados ao cumprimento de seus dispositivos foram completamente insuficiente
para tal.
Se, por um lado, com o advento da Lei acima referida a questão da democratização do
ensino foi parcialmente atendida com a construção de novas escolas e o acesso a 1ª a 8ª série,
se tornou automático na Rede Oficial (acesso esse até então exclusivo à Rede Particular),
perdeu-se por outro lado, a qualidade do ensino, o que vem nos mostrar até a validade,
seguinte quadro:
Existência ainda de um grande contingente de crianças que sequer tem a possibilidade
de ver o seu ingresso garantido em uma Escola Pública devido à grande distorção existente
em o número de vagas oferecidas e a população escolar emergente, fruto de uma alta taxa de
natalidade, característica de países subdesenvolvidos e o descaso do próprio aparelho estatal
em relação à analise desse fato.
Um sentimento de inadequação de um grande número de indivíduos que conseguem o
ingresso na Escola , porém após alguns anos de tentativa de se adaptar a ela, tem a sua
continuidade interrompida caracterizada por freqüentes fracassos , o que leva a um processo de
desestímulo e que vai definir um deserção futura.
Na verdade, não se trata de achar ”culpados” pelo fracasso escolar, mas entender que
essa questão, para ser resolvida precisa começar a ser encarada de outro modo. É preciso
compreender que era, pela sua grandeza, não pode ser encarada como uma questão individual,
mas social, coletiva. Ela ultrapassa a vida de cada aluno e mesmo de cada escola. É necessário
que analise e se desmitifique essa idéia, que ainda hoje é muito comum em nossa sociedade. Esse
é o primeiro passo para que possamos perceber que os problemas da escoa pública só vão
começar a se desenvolver na medida em que se desenvolva um processo em que todos os
interessados na melhoria de qualidade do ensino possam discutir seus problemas e apontar
possíveis soluções . É o primeiro passo para que se possa entender a necessidade de
fortalecera participação popular na discussão das questões que dizem respeito ao bom
funcionamento das escolas.
Proporcionar a todas as crianças e jovens o acesso a permanência na escola básica,
provendo-lhes uma sólida e duradoura formação cultural e cientifica é dever da sociedade,
particularmente do poder público. Entendo a escolarização necessária sendo aquela capaz de
proporcionar a todos os alunos, em igualdade de condições, o domínio do conhecimento
sistematizado e desenvolvido de suas capacidades intelectuais requerida para a comunidade dos
estudos série a série para as tarefas sociais e profissionais.
Questionamos se o poder público tem cumprido suas responsabilidades na manutenção
de um ensino de qualidade ,pois ao analisarmos a atual situação educacional do pais
encontramos antigos problemas como por exemplo, o processo escolar que se evidencia pelo
grande número de reprovação e evasão nas séries iniciais ao longo dos anos resultado da
1 – O que você achou da aprovação automática ? Quais as vantagens e
desvantagens?
Professor A - “Na minha opinião, a aprovação automática só deveria
acontecer até a primeira série, porque não se reprova o aluno que esta em
fase de alfabetização. Neste processo o educador esta sempre buscando
alternativas que venha contribuir e proporcionar momentos que levem a reflexão e
tomadas de decisões que nos conduzam a uma educação inovadoras e
progressistas.
Professor C - “Vantagens “ Alguns alunos dependem de um tempo maior
para aprender, apesar de ter competência o bastante, e com a aprovação
automática se desenvolvem melhor em outra série. Desvantagem - Alguns alunos
são aprovados sem aprender, então quando se chega em determinada série
ficam isolados, por não acompanhar os demais. Seu futuro vai depender do
professor que o acompanhar.
Professor D - A única vantagem é a de que o número de vagas
aumenta, pois não há repetentes em contra-partida o aluno chega sem base no
ensino fundamental e é empurrado de uma série para outra.
2- Como chegaram os alunos ao final do ciclo, comprando com os do
ensino tradicional?
Professor A - Os alunos que são educados na linha construtivistas
chegam ao final do ciclo, mas questionadoras e crítica sobre tudo que ocorre ao
seu redor. Contudo os educadores que são educados com o método tradicional
chegam com mais conhecimentos científicos porém menos críticas.
Professor B – “Particularmente, não concordo, porque os alunos passam para série
seguinte sem dominar a leitura, escrita e cálculos.
Professor B - Devido a falta de compromisso dos pais, devido a
influência dos métodos aplicados e a falta de comprometido dos professores (de
alguns)encontramos no final do 1º e 2º ano do ciclo de alfabetização alunos que
não tem nenhum domínio , o que é grave.
Professor C - No ensino tradicional as salas de aula não tinham tantos
alunos que não dominassem a leitura, no entanto, creio que, a evasão era bem
maior e os alunos não tinham a criatividade de hoje. Hoje não há tanta evasão,
mas existe uma grande defasagem na leitura e na escrita.
3 - Você, quanto professor da escola tradicional, utiliza os métodos da
escola construtivista?
Professor A - Sim, até porque não sou professora tradicionalista.
Professor B - Sim, misturo o método tradicional com a proposta
construtivista.
Professor C - Nós professores, precisamos aproveitar tudo o que é do
interesse nosso e dos alunos, não há um único método, nem uma única forma de
ensinar.
Professor D - Utilizo métodos construtivistas, pois traz para a sala de aula
a realidade do aluno, mas desde que utilize outros métodos como suporte.
Professor A - Sim, porque o professor acompanhar as dificuldades e
avanços de seus alunos, a partir daí planejar estratégias e ações para alcançar
seus objetivos, metas e obter êxito ao processo ensino-aprendizagem.
4 - Você, concorda com a avaliação contínua ? vantagem e desvantagem?
Professor B - Sim, a avaliação deve ser feita diariamente para que
possamos ver avanços e dificuldades dos alunos.
Professor C - A avaliação é contínua , o professor em todo momento
está verificando a aprendizagem do seu aluno, ele não precisa de prova.
Professor D - Concordo com a avaliação contínua e a utilizo, pois
acredito que o aluno deva ser continuamente avaliado e não somente provado.
Não vejo desvantagens.
Professor A - A avaliação deve ser
contínua, porque o professor tem que está
consciente dos fins da educação e suas transformações, para que os seus
objetivos não fique aquém dos tempos atuais e fora do contudo da qual ele está
inserido.
Professor B - A avaliação deve ser contínua. Acho que deveria ter notas e
relatório( sendo mais simplificados).
Professor C - A avaliação deve ser contínua e deve ter um significado.
Para que avaliar? Avalia-se quando se conhece algo e deseja diagnostica-lo. A
avaliação deve ser um ato acolhedor, integrativo e inclusivo, não um ato de
exclusão.
Professor D - A avaliação deve ser contínua, analisando-se o aluno sob
todos os aspectos.
5 - Como deve ser uma avaliação?
2 º GRUPO
As respostas nesse grupo foram feitas de uma maneira mais elaborada. A
freqüência das turmas entrevistas é boa, tendo em vista um número baixo de
alunos faltosos, desistentes, evadidos e retidos. Esses casos já foram
considerados, resultado do ano letivo de 20 de dezembro de 2002.
Os alunos apresentam dificuldades na leitura e na escrita, aprendendo a
escrever primeiro do que ler, sentem dificuldades na leitura, precisamos serem
incentivados para que realmente leiam.
OBSERVAÇÕES DAS TURMAS
TURMA 101 - Professora: Débora
Numero de alunos 28
Aprovados : 27
Desistente : 01
TURMA 102 - Professora: Rosangela
Número dos alunos : 22
Aprovados : l9
Desistente: 03
TURMA 201 - Professora Viviane
Número dos alunos: 27
Aprovados : 26
Desistente : 1
Retido: 01
TURMA 202 - Professora: Valquiria
Número de alunos :31
Aprovados : 28
Desistente : 01
Retidos : 91
Transferido : 01
TURMA 203 - Professora: Fernanda
Número de alunos 31
Aprovados : 25
Desistente: 02
Retidos : 04
2° grupo
1- A aprovação automática trouxe benefício para os alunos? Quais ?
⊗ Professora da Turma 101 – Particularmente não sou a favor da aprovação
automática devido alguns mecanismos, mas tenho que admitir que trouxe “alguns“ benefícios para
os alunos. As notas não são o único canal que o professor oferece como forma de comunicação,
além disso a formação de ciclo é um dos benefícios para que o aluno tenha oportunidade e
expectativa de sucesso e motivação, para garantir a melhoria de condições de aprendizagem.
⊗ Professora da Turma 102 - Na minha opinião a aprovação automática não
modifica em nada quanto o rendimento escolar dos alunos.
⊗ Professora da Turma 201 - Não, pois no momento atual em que os alunos em
geral estão desmotivados, a aprovação automática tende a cooperar para esta desmotivação e
também os alunos têm dificuldades nas séries seguintes à aprovação.
⊗ Professora da Turma 202 - Para que os alunos que realmente tem interesse de
aprender sim, pois com a aprovação automática as turmas tem se tornado muito heterogêneas,
precisando o professor dar apoio aos alunos com grau de aprendizagem diferentes, os alunos
tem se tornado mais independentes e críticos.
⊗ Professora da Turma 203 - Sim, serviu para levantar a auto-estima dos mesmos.
2 - Através da aprovação automática há uma melhora no rendimento escolar dos
alunos ?
⊗ Professora da Turma 101 - Depende da maneira da qual vem –se trabalhando, da
motivação intríseca, pois a aprendizagem não depende exclusivamente do aluno em fase de ciclo
de alfabetização, depende da demanda pedagógica, do responsável que contribui com uma
participação ativa e compromissada afim de garantir o sucesso desse aluno. Para que haja essa
melhora no rendimento escolar é necessário que exista uma relação de confiança e respeito
mútuo entre professor, aluno e responsável.
⊗ Professora da Turma 102 - Acho que a aprovação automática é apenas um
“paliativo”, não resolve realmente os problemas da aprendizagem.
⊗ Professora da Turma 201 - A melhora , creio
eu, não se dá devido a este tipo de aprovação e sim a uma propensão de certos alunos a
renderem mais.
⊗ Professora da Turma 202 - Depende da atuação do professor e do interesse do
aluno. O professor precisa ter um discurso político e crítico voltado para transformação e melhora
educacional e sua prática deve esta coerente com o mesmo.
⊗ P f d T 203 Si
Analisando as entrevistas posso constatar que as preocupações que
envolvem pais, sistema de ensino, professores e alunos são centrados na
aprovação ou não do educando. Os professores concordam que há pontos falhos
na avaliação e que ela precisa ser repensada. Utilizando um modelo de avaliação
continuada, percebem que este processo é demorado e precisa ser melhor
esclarecido para que sua aplicação seja eficaz. Como algo novo, recebeu a
resistência de alguns professores que se intimidam em concretizar métodos que
não dominam com rapidez e analisam apenas os pontos negativos desta nova
proposta de avaliação.
Querem alcançar uma resolução adequada e analisam, discutem e até
“avaliam” uma das soluções apresentadas. A promoção automática, apavorando,
só pelo significado, como avaliar? Sem os costumeiros testes, provas, etc. e a
situação do aluno? Passará sem saber, já são desinteressados, agora então!
Estas dúvidas têm a sua razão de existirem, pois a proposta não foi tão bem
trabalhada. O tempo transcorre e veremos o monstro da promoção transformar-se,
tendo a conotação de uma avaliação continuada, ou seja; um processo de
acompanhamento de todas as etapas do discente durante um período letivo e ao
chegar a uma determinada etapa ele sofrerá uma avaliação para sua ascensão ao
período seguinte.
Explicando melhor as séries terminaram e agora temos dois blocos. Os
antigos C.A, 1ª e 2ª passaram a ser a 1ª fase onde o aluno ao terminá-la terá uma
avaliação geral do seu desenvolvimento, nos anos anteriores com a consulta de
seus registros. Se não estiver apto permanecerá ainda algum tempo para o
aperfeiçoamento de suas capacidades, se estiver passará à 2ª etapa – 3ª e 4ª
antigos – onde terá outra avaliação para prosseguir. A SEE tem planos de
estender a avaliação continuada para todo o ensino Fundamental Médio – antigo
1º e 2º graus – assim, o aluno terá a chance de desenvolver-se desde os níveis
básicos, finalizando no antigo 2º grau, o nível superior seria uma opção do aluno.
Bem, temos a teoria, mas a mesma sempre esbarra com a realidade e barreira
impostas pelos mais variados motivos, como foi constatado nas entrevistas.
2.3- Delineando relatórios de avaliação
De acordo com os professores, os relatórios de avaliação são preenchidos
bimestralmente com finalidade de avaliar, sob todos os aspectos analisados, o
nível de desempenho e rendimento do aluno respeitando a sua individualidade.
Neste modelo de avaliação, esses relatórios substituem valores quantitativos por
qualitativos, procurando desenvolver uma avaliação completa dos educadores.
O registro da história das crianças, no processo avaliativo, não pode
significar apenas memória como função bancária, ou seja, há que se pensar no
significado desse registro para além da coleta de dados ou informações. Por outro
lado, em avaliação , não há como nos baseamos apenas na memória, porque ela
muitas vezes falha. A memória pode ser precária, generalista. Ela não é rigorosa e
nem sempre se aprofunda.
Para que uma criança vai à escola? Não temos dúvidas em responder, para apropriar-
se dos códigos lingüísticos e numéricos presentes na sociedade letrada em que vive, alargar sua
dimensão cultural, social e política, a fim de que se possa definir novas formas de participação
nesta sociedade.
De que instrumental a escola dispõe para auxiliar o aluno em seu processo de
aprender os conteúdos escolares? Não hesito em apontar como um deles a avaliação, desde que
ela de distancie da postura classificatoria e seja instrumento que pesquise e diagnostica o
estágio de aprendizagem em que se encontra o aluno e possibilita a sua progressão.
Nesse sentido, os relatórios de avaliação representam a análise e a
reconstituição da situação vivida pela criança na interação com o professor. Eles
representam, ao mesmo tempo, reflexo, reflexão e abertura a novos possíveis. Ao
objetivar, através do relatório, o seu entendimento sobre o processo vivido pela
criança , o educador se reconhece como participe desse processo co-responsável
pela história constituída por ela. Elaborar o relatório de acompanhamento da
criança equivale, assim, ao educador assumir conscientemente seu compromisso
com ela, e abrir-se à colaboração da própria criança , dos pais e de outros
educadores no processo avaliativo.
Por outro lado, relatório de avaliação podem configurar-se em elos
significativos entre a percepção do professor e suas interações pedagógicas, à
medida em que representam uma ruptura com cotidiano mecânico e rotineiro, que
impede a reflexão. O relatório estende-se para além da observação enquanto
constatação, como diz Madalena Freire (l989).
É preciso também insistir que a natureza de um relatório de avaliação
diverge radicalmente da visão estática e constatativa da avaliação classificatória,
porque o seu sentido não é o de apontar o que a criança “é ou não capaz de
fazer”, e “quais as atitudes e hábitos da instituição “ na direção de uma verificação
e classificação de suas capacidades.
Relatórios de avaliação têm por objetivo historicizar os caminhos que cada
um vem percorrendo em busca de conhecimento do mundo e desenvolvimento de
valores pessoais, retratando , assim, a dinamicidade de sua ação de conhecer.
Os próprios relatórios têm o sentido dinâmico de estabelecer elos entre
Segundo Vygotsky, valoriza-se a linguagem escrita, porque é mais reflexiva que a
linguagem oral. Através da fala, organizamos o nosso pensamento. A escrita representamos a
nossa fala, exige re-organizaçào do pensamento, uma maior reflexão e conexão entre as idéias
defendidas. Através da escrita, o educador pode distanciar-se de si mesmo e refletir sobre essas
idéias “corporificadas”, analisando-as, interpretando-as, analisando os “quadros “ali esboçados, no
sentido de encontrar outras respostas para situações vividas ou melhores caminhos a percorrer.
momentos do trabalho pedagógico de um professor ou vários professores, criando
um álbum da vida da criança e permitindo aos pais e professores melhor
compreende-la e ajuda-la em termos de suas possibilidades e limites. Nesse
sentido não há lugar para listas de comportamento e/ou critérios uniformes de
desempenho, para classificações conceituais desses comportamentos ou para
elaboração de relatórios a partir de roteiros pré-fixados. Serão as próprias
crianças, na sua singular interação com objeto de conhecimento e com o
educador, no seu próprio tempo o circunstâncias que constituirão o conteúdo de
cada relatório.
A partir de estudos realizados em torno dessa questão , em virtude da
acessoria pedagógica e professores e instituições de educação infantil, passei a
acompanhar a elaboração de relatórios de avaliação de vários professores,
tomando por referência, algumas questões, que procurarei explicitar a partir de
relatórios que me foram encaminhados para análise.
Delineio as seguintes questões no sentido de um encaminhamento a alma
prática de elaboração de relatórios de avaliação numa perspectiva mediadora.
Para a criança, o relatório de avaliação é o registro que historiciza o seu
processo de construção de conhecimento e que constitui a sua identidade. Ele
provoca o olhar reflexivo do professor sobre seus desejos, interesses, conquistas,
possibilidades e limites, tornando-o participe de sua caminhada. Ele é um
instrumento socializador de suas conquistas históricas, favorecendo o surgimento
de outros olhares reflexivos sobre sua história, tornando-a singular para muitas
outras pessoas e, ao mesmo tempo, contextualizando o seu processo evolutivo e
natural desenvolvimento.
“A observação é uma ação estudiosa da realidade. Estudo quando tendo uma pauta,
quando eu direciono o meu olhar. Quando observo eu ordeno, seleciono, diagnostico, classifico
questões. É uma ação altamente reflexiva. É diferente do que registrar mecanicamente tudo o que
vê ou estar ali, olhando “(p.3)
Não se pode admitir um professor que, ao assumir uma turma de criança
numa instituição, não conheça nada do que se passou com elas no ano anterior
ou não constitua o histórico delas para o próximo professor. Assim não se
compreende como certas informações entregam registros de avaliação para os
pais, sem guardar cópias na escola para historicizar o processo da criança e
servir de orientação para os próximos professores.
Dessa forma, a avaliação exige sistematização sob a forma de registros
significativos. Os objetivos norteadores da análise do desenvolvimento da criança
transparecem no relatório ? Essa primeira pergunta aborda a questão dos
objetivos efetivamente perseguidos pelo professor no trabalho pedagógico que
deveriam ser pontos referenciais na análise do “desenvolvimento” de uma
criança. Ou seja objetivos sócio-afetivos e cognitivo, em termos do
desenvolvimento intelectual e moral das crianças, se sobrepõem em importância a
atividade que elas realizam, por exemplo, os assuntos trabalhados.
Relatórios de avaliação não podem reduzir seu significado ao cumprimento de uma
função burocrática das instituições e, nem mesmo a satisfazer os pais em sua necessidade de
conhecer ou controlar o trabalho que a instituição realiza com seus filhos. Os relatórios de
avaliação alcançam o seu significado primeiro à medida em que ultrapassam a função
burocrática, para expressar com objetividade e riqueza o processo vivido por alunos e professores
no processo educativo. O que lhes dá fundamento é o cotidiano da criança acompanhado pelo
professor através de anotações de suas descobertas, de suas falas, de conquistas que venha
fazendo nas diferentes áreas do desenvolvimento.
Dessa forma, como analisar o desenvolvimento de uma criança
ausentando-se o professor dessa história que ele ajudou a constitui? A avaliação
mediadora encerra a dinâmica do processo educativo, no sentido do
encaminhamento, da análise do potencial da criança, do retrato de sua evolução
ao longo de um período, da qual o professor é responsável e participe.
Privilegia-se, ao longo do relatório, o caráter evolutivo do processo de
desenvolvimento da criança?
Todas as manifestações e reações de uma criança articulam-se a
esquemas de pensamento já construídos e são, ao mesmo tempo, prenúncios de
novos entendimentos. Cada etapa de sua vida é altamente significativa e
procedente às próximas conquistas, representando, então, um momento
qualitativamente diferente. Podemos dizer que ela está sempre no seu melhor
momento enquanto ser inacabado, buscando gradativamente respostas precisas
e coerentes para suas questões.
Para compreender efetivamente a criança, é necessário recorrer às
condições s concretas de sua existência e de suas vivências da instituição,
acompanhando a crescente e evolutiva capacidade de adaptação às
necessidades exteriores. Não há sentido algum em processos avaliativos que se
Percebe-se o caráter mediador do processo avaliativo ?
Essa questão refere-se ao papel do professor na avaliação. Numa visão classificatória, ele
é aquele que julga imparcial e objetivamente a “maior ou menor capacidade” das crianças de
realizar as atividades que organiza. Eles coloca de fora do processo avaliativo, apontando os
níveis de desempenho delas a partir de certos critérios e em determinadas situações, procurando
ser neutro, e evitando apontar referências ao seu próprio trabalho do professor. Interpretações ou
expressões de sentimentos.
O papel do professor muda radicalmente numa outra perspectiva de avaliação, à medida
em que toma consciência do compromisso com o processo de aprendizagem, participando da
caminhada das crianças através da proposição de atividades junto com elas, do diálogo, do afeto,
enfim de constantes intervenções pedagógicas.
destinem a fazer descrições estáticas e comparativas das crianças a partir de
critérios uniformes, tratando a criança que não se enquadra no padrão
estabelecido como inferior ou incapaz.
Processo avaliativos destinam-se a relatar para onde a criança se
encaminha, quais são as suas potencialidades, confiando no seu processo
permanente de aprendizagem. O que quer dizer que nenhum juízo feito sobre ela
pode ser considerado definitivo ou absoluto frente à história do seu conhecimento.
Não há como a relatar o que a criança “é ou como ela faz, porque no minuto
seguinte, ela “já é ou faz diferente”. Assim o processo avaliativo precisa ensaiar o
movimento do ainda não é “. Ou ainda é”. Enunciando o principio dialético do
conhecimento: toda a descoberta da criança está relacionada à conquista
anteriores e são prenúncio de novas conquistas. (Obs. Modelos de relatórios em
anexo)
CONCLUSÃO
Todavia, voltar a cursar uma série com o desgaste emocional de perder sua
turma e parte de sua identidade, e ficar vendo as mesmas questões apresentadas
no mesmo jeito pelos professores, pode ser bem mais deseducativo do que
promotora de aprendizagem.Com as sucessivas e desestimulantes retenções
dos alunos no percurso escolar, estes encontram outros meios de inserir-se no
social, ou de colocar-se neste contra essa estrutura. A não-promoção tem sido,
A avaliação tem sido tradicionalmente usada na escola para orientar a organização
de turmas, dentro de um modelo educacional que pressupõe uma única competência básica a
ser dominada por todos os alunos em um mesmo período de tempo. Quem não o fizesses seria
apartado da turma e impedido de mover-se para a série seguinte (pró-mover-se).Esta retenção do
aluno na série que cursou durante determinado período escolar termina, no imaginário que ainda
existe nas escolas, fazendo o aluno sentir-se como alguém reprovado, no sentido de rejeitado,
condenado, censurado, com sérias conseqüências para a auto-estima e futuras aprendizagem.
assim, a maior aliada da evasão escolar e, portanto, da exclusão do direito à
Educação que toda sociedade ousa garantir.
O intuito da progressão continuada baseia-se nestas considerações. Ele
foi previsto na LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional ( Lei
9.394/96 artigo 32 parágrafo segundo) e normalizado pela Deliberação 9/97 do
Conselho Estadual de Educação de São Paulo. Seu caráter inovador necessita
ser discutido para elucidar sua compreensão pelos educadores e pais,
estimulando-os a sair da redoma das concepções sobre a educação escolar ainda
existente nas escolas, embora pouco conscientes por parte dos atores sociais
envolvidos e que são extremamente cristalizadas.
A presença da progressão continuada leva os professores a analisar suas
concepções sobre o papel e as finalidades do ensino fundamental na sociedade
Brasileira contemporânea e o significado do processo de aprendizagem de seus
alunos. Para muitos professores, diretores e famílias, herdeiros da tradição criada
pela estrutura elitista e excludente da escola brasileira, a organização escolar em
ciclos, os quais, por definição, não comportam retenções em seu interior, não
pode ser produtiva para a aprendizagem dos alunos. Contudo, dados de
pesquisas têm apresentado que as aprendizagens se fazem por espirais e que
mesmo que algumas aquisições fiquem prejudicadas por um certo período se
desenvolve o complexo processo de ensino, a não-retenção dos alunos na
progressão continuada pode permitir mais avanço do que quando é defendido um
ritmo homogêneo e linear de domínio de conteúdos escolares.
Assim a progressão não se alia forma alguma com possível rebaixamento
do ensino, antes envolve pensar sempre em diversas formas de prover
aprendizagem essenciais, com o domínio de habilidades e atitudes de busca de
novas informações e conhecimentos, de cooperação etc., através de um projeto
consistente de trabalho pedagógico elaborado e desenvolvido em equipe.
Há desta forma um pensar pedagógico que valoriza o aprendido enquanto
investiga que outras circunstâncias na vida escolar atuariam sobre os alunos,
levando-os a avançar em seu aprendizado escolar. Para tanto faz-se mister que a
organização escolar realize continuas avaliações parciais da aprendizagem e
recuperações paralelas durante todos os períodos letivos, dado que o
compromisso da escola com a aprendizagem dos alunos só termina quando
todos os recursos para que eles aprendam foram usados.
Para cada aluno com baixos aproveitamento escolar em relação à turma, a
escola precisa colocar à disposição dos pais e órgãos de supervisão os resultados
de suas avaliações (muito menos notas ou menções, mas principalmente
considerações sobre as dificuldades de aprendizagem do aluno), seus
desempenhos em relação grupo e todas as providências adotadas na busca da
recuperação de sua aprendizagem.
Se uma escola enviou todos os esforços para que o aluno aprenda, através
de recuperação continuas e paralelas, e isto não ocorreu, cumpre investigar o que
estaria acontecendo com este aluno nesta escola e que o tornou impossibilitado
de aprender, e propor alternativas de ação pedagógica para garantir sua
aprendizagem. É muito difícil, todavia, imaginar que um aluno esteja sem
aproveitamento algum, tendo freqüentado aulas coordenadas por seus
professores. Se situações como esta são comuns em uma determinada escola, há
que se refletir sobre o que se passa com a proposta de trabalho pedagógica da
mesma e buscar soluções para os problemas nela vividos.
Os alunos que precisam de mais tempo para aprender e os com
dificuldades específicas, mas que já avançaram mesmo que seja um pouco sua
aprendizagem, não podem ser prejudicados com a perda da turma de amigos que
lhe dão apoio emocional. No regime de progressão continuada, aquele que, nas
séries de um ciclo, exceto a última, apresenta um aproveitamento escolar
insuficiente em relação que foi estabelecido, é classificado para a série seguinte
acompanhado por um conjunto de medidas pedagógicas – estudos
suplementares já durante as férias de verão e recuperação paralelas pelo tempo
que se fizer necessário, dentro do projeto pedagógico da escola – que lhe
garantam a apropriação dos conhecimentos sistematizados que a escola escolheu
trabalhar.
Observados os progressos feitos, ainda que pequenos, e especialmente as
condições em que estes foram feitos, pose-se planejar os próximos passos,
exigindo novas atitudes do aluno, da família e, inclusive, da escola. Não se
coloca assim a aprovação sem critérios, sem um diagnóstico pedagógico, sem
um sério plano de trabalho a ser vencidos nos anos posteriores, mera promoção
automática.
Ao final de cada ciclo, uma avaliação de desenvolvimento e da
aprendizagem dos alunos pode considerar eventualmente a necessidade de
básicos propostos para o ciclo e que um aluno ainda não dominou, por um
período de até um ano escolar.
Quanto ao argumento de que muitos alunos não aprendem pois
apresentam atitudes de não-envolvimento com a aprendizagem e mesmo
indisciplina, é necessário considerar quantos são estes, que dinâmica os orienta e
em que série trabalham. Atravessariam eles alguma situação individual de risco
maior gravidez indesejada, uso de drogas, problemas no emprego ou em casa?
Estariam sendo as atividades propostas suficientemente interessantes para os
desafiar ? Diante de provocações s que são por vezes observadas na relação que
estabelece entre o professor e seus alunos, particularmente os mais velhos, ao
invés de pensar em revidar com fortes punições, cabe aos educadores refletir de
que forma pedagogicamente válida lidar com os conflitos cotidianos de autoridade
existente na escola, e que aparecem sob forma de desobediência as orientações.
De modo a aprofundar o conceito de cidadania não só do aluno mas também do
professor?
Em relação a outro segmento do alunado que tem sido lembrado quando
se discute a progressão continuada, os alunos faltosos, é fundamental modificar o
entendimento do significado da presença estudantil nas atividades escolares.
Embora a LDB considere que a frequência do aluno a um mínimo de 75% das
aulas é obrigatória para a promoção do mesmo, isto não que dizer que faltar até
25% das atividades escolares seja um direito do aluno antes,qualquer falta à
escola de ensino fundamental de certa forma fere o direito da sociedade de ter
seus cidadãos sendo educados. Assim, cumpre-se trabalhar para eliminar o
grande número de ausência as atividades escolares, conscientizando os alunos
das conseqüências que suas faltas às aulas lhe acarretariam, cabendo ao Poder
Público zelar pela freqüência da criança ou adolescente ao ensino fundamental
(ECA, artigo 54, parágrafo terceiro).
Na hipótese de reiteração de faltas injustificadas, o aluno faltoso está
obrigatoriamente sujeito às medidas estabelecidas pelo Estatuto da Criança e do
Adolescente (artigos 98, 101, 136), cabendo ao dirigente da unidade escolar
comunicar o fato ao Conselho Tutelar para as devidas providencias (ECA –
Estatuto da Criança e do Adolescente, artigo 56). Daí a importância de medidas de
recuperação de ausência através da realização de tarefas varias para evitar uma
medida de exclusão escolar incompatível com o principio constitucional do direito
à educação fundamental. Entretanto, esgotadas todas as medidas tutelares e de
recuperação de ausência concentradas ou distribuídas ao longo do ano letivo, o
aluno permanece classificado na mesma serie, podendo, contudo, ser submetido a
procedimento de reclassificação no inicio do próximo ano letivo, se demonstrar
desempenho pedagógico compatível com o prosseguimento de estudos na serie
seguinte.
Todos os pontos apresentados representaram o compromisso de buscar
novas formas de trabalho pedagógico mais adequadas ao presente contexto
cultural que vem cercando a escola e trabalhar para a criação de novos motivos
escolares para todos os alunos, dentro de um projeto político-educacional de
construir uma escola realmente nova.
Bibliografias
A conclusão, portanto é que apenas do término da pesquisa, a avaliação foi o objeto de
constantes questionamentos e reflexões. Tudo op que foi discutido certamente não foi em vão. A
caminhada para a avaliação ideal ainda é longa. Os resultados desta pesquisa como um todo não
pode ser encerrados visto que a pesquisa não de destinou a isso. As questões analisadas
serviram para questionar posturas avaliativas que servem ou não à democratização do ensino.
Ainda que os resultados não tenham sido positivos em sua totalidade e que ainda hoje haja
grande resistência à mudança na prática avaliativa, a pesquisa oportunizou momentos para refletir
e repensar as posturas de muitos professores frente a avaliação.
Esperamos ver a avaliação continuada ser levada a sério pelos seus idealizadores e não
apenas um acerto de contas em pacote educacional passageiro e avassalador, em vez de
construtivo. Para poder receber os devidos créditos e confiança do professorado atuante.
Avaliar a aprendizagem está profundamente relacionado com processo do ensino e,
portanto, deve ser conduzido como mais um momento em que o aluno aprende. Pode se tomar
um momento privilégio, porque diante de tudo o que a tradição vem associando à prova.
Portanto, se o aluno coloca suas energias em busca do sucesso, normalmente
associando a uma boa nota. Se essa é a cultura estabelecida, por que não aproveita-la e
transformar a avaliação em mais um momento de construção de conhecimento......
ALVES, Nilda e VILLORDI, Raquel(ORG.). Mútiplas Leituras da Nova LDB – Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394/96). Rio de Janeiro: Quality/Dunya, 1997.
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HOFFMAN, Jussara. Avaliação: Um Estado de Alerta Permanente Sobre o Significado da
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SILVEIRA, Fernando. Avaliação do Ensino: Ao Enfoques Objetivo e Qualitativo.
VASCO, Moretto. Prova um Momento Privilegiado de Estudos. Fev/95: Duque de Caxias.
PRÓ – REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
CURSO DE PÓS – GRADUAÇÃO LATU SENSU
EM SUPERVISÃO ESCOLAR
Roteiro das entrevistas:
1- A aprovação automática trouxe benefícios para os alunos? Quais?
2- Através da aprovação automática há uma melhora no rendimento escolar dos alunos?
3- Os professores sentem quais dificuldades encontradas por seus alunos após avaliados?
4- Podemos acreditar que esta é a melhor forma de fazer com que seus alunos continuem na escola?
5- O quê você acha da aprovação automática? Vantagens e desvantagens?
6- Como chegam os alunos ao final do ciclo, comparando com os alunos do ensino tradicional?
7- Você, enquanto professor da escola tradicional, utiliza os métodos da escola construtivista?
8- Você, concorda com a avaliação contínua? Vantagens e desvantagens?
9- Como deve ser uma avaliação?
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