unidade ii – visão geral do poder legislativo augusto henrique lio horta, msc
Post on 31-Dec-2015
11 Views
Preview:
DESCRIPTION
TRANSCRIPT
“Leis, como salsichas, deixarão de inspirar respeito na proporção em que saibamos como elas são feitas.”
Otto Von Bismarck
?????????
Aspectos teóricos e históricos do Poder Legislativo
O Poder Legislativo no Brasil é exercido pelo Congresso Nacional formado por duas casas legislativas. Sistema Bicameral.
Inspiração no Congresso Norte-americano, que por sua vez tem origem no Parlamento Inglês.
Câmara dos Lordes (Nobreza)Câmara dos Comuns(Burguesia)
Senado (Federação)Casa dos Representantes (Distritos)
Aspectos teóricos e históricos do Poder Legislativo
Sistema Bicameral
Câmara
Congresso NacionalCâmara + SenadoArt. 48 e 49 + Competencias Legislativas da União e + §3º, art. 57
Senado
Art. 51 Art. 52
Aspectos teóricos e históricos do Poder Legislativo
A lógica do bicameralismo brasileiro é a especialização funcional entre a manutenção e equilíbrio da federação (Senado) e a representação proporcional das forças políticas atuantes preferidas pelo povo (Câmara)
O sistema bicameral permite que se estabeleçam freios e contrapesos internos ao Legislativo (paridade e regra da revisão).
Aspectos teóricos e históricos do Poder Legislativo
Tipos de Legislativo:
Bicameral
Unicameral
No nível federal adota-se o Legislativo bicameral.
Nos Estados (Assembléias) e Municípios (Câmaras de Vereadores) o legislativo Unicameral.
Poder Legislativo: Composição
Órgãos Legislativos (Casas): Congresso Nacional, Senado Federal (ou da República) e Câmara dos Deputados.
Titulares:
a) Senado: 81 Senadores da República (3 senadores por UF e Distrito Federal, número fixado pela CR)
b) Câmara : 513 Deputados Federais ( número fixado pela Lei Complementar 78/93)
Órgãos Deliberativos de Direção: Mesa do Congresso Nacional, Mesa da CD e Mesa do Senado
Órgãos Especiais : Comissões Permanentes e Temporárias e
Órgãos Fiscalizadores: Comissões Parlamentares de Inquérito e Tribunal de Contas da União (Órgão de Controle Externo)
Poder Legislativo: Composição da Mesa CN
Órgãos Deliberativos de Direção: Mesa do Congresso Nacional
Art. 57, §5º
Poder Legislativo: Composição da Mesa CD e SF
Órgãos Deliberativos de Direção: Mesa da Câmara e do Senado Federal
Art. 57, §4º
Eleição realizada a partir de 1º de fevereiro do primeiro ano da legislatura, para mandato de dois anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subseqüente.
Poder Legislativo: Paridade entre as Casas
Modo de exercício do Poder Legislativo:
Sistema Bicameral Paritário ou igualitário
O Sistema Paritário significa que quanto ao processo legislativo não existe hierarquia entre as Casas Legislativas, uma vez que a aprovação de normas primárias (exceto resoluções internas a cada Casa) depende da concordância do SF e da CD. As Casas agem reciprocamente como Iniciadora e Revisora e podem, de modo independente uma da outra, encerrar o processo legislativo.
O SF tem competências privativas mais extensas e atuação política destacada no sistema de freios e contrapesos mas nem por isso pode ser considerado “superior” à CD. (ex. suspensão de lei declarada incostitucional, julgamento do Presidente da República, as “sabatinas”)
Poder Legislativo: Composição CD
A CD é composta de “representantes do povo”, eleitos pelo sistema proporcional em cada Estado e Território e no DF (art. 45)
Sistema proporcional é caracterizado pela existência de uma relação entre o número de eleitores de uma unidade federativa e o número de deputados que representará cada uma na CD (cada estado e o DF é uma circunscrição eleitoral.)
A CR determina que nenhuma unidade federativa terá menos de 8 ou mais que 70 deputados federais ( art. 45, §1º). “One man one vote”??
Efeito do sistema proporcional: a formação da CD expressa a adesão dos eleitores a cada partido político. “Colorido partidário”. A proporcionalidade pretende distribuir em proporção as correntes ideológicas e garantir que as minorias participem do processo legislativo.
Poder Legislativo: Composição CD
Segundo informações obtidas no Portal G1. Apenas para fins ilustrativos.
Poder Legislativo: Composição CD
No Sistema proporcional não basta que um candidato a deputado obtenha o maior número de votos para ser eleito. A eleição do deputado dependerá do número total de votos do Partido.
Consequência: no sistema brasileiro, não se vota no candidato, mas no PARTIDO
Procedimento:
1) Determinação do número de vagas de cada estado: cálculo obtido pela proporção entre número total de cidadãos (brasileiros natos ou naturalizados) e o número total de cadeiras, fixado pela Lei Complementar em 513 (esse número varia pode variar entre 8 e 70). O número de vagas de cada estado é determinado pela Lei Complementar.
Poder Legislativo: Composição CD2 – Cálculo dos votos válidos. Votos Válidos = Total de votos obtidos na eleição – votos brancos e nulos
3 – Cálculo do Quociente Eleitoral
QE = Nº de votos válidos Nº de vagas de cada UF
O partido que não alcançar número igual ou superior ao QE não elege nenhum deputado. Logo, os partidos pequenos dependem das coligações, já que em muitos estados não alcançam o quociente eleitoral.
3 – Cálculo do Quociente partidário
QP = votos de cada partido ou legenda QE
Resultado é o número de deputados que a Legenda (Partido ou coligação) vai eleger.
Poder Legislativo: Composição CD4 – Distribuição de vagas internas aos partidos. Faz-se uma lista de deputados mais votados por partidos e atribui-se aos que obtiverem melhor votação individual, pela ordem, as vagas. Os candidatos do partido que alcançarem o quociente eleitoral, mas não o número de cadeiras destinadas ao partido, transferem aos mais votados os seus votos.
5 – Eventuais sobras são calculadas pelo sistema de médias.
Consequência = “Deputados puxadores”. Se um deputado atrai votos para seu partido, pode ser que o segundo colocado ocupe uma vaga com menos votos que candidatos não eleitos de outros partidos
Exemplo de aplicação QE e QP, Médias1. NC = Número de Cadeiras = 92. NTV = Número Total de Votos = 3000VBN = Votos Brancos e Nulos = 300VV = Votos Válidos = NTV – VBN = 2700
3. QE = Quociente eleitoral = VV/NC
QE = 2700/9 = 300
Determinação do mínimo de votos para um partido eleger um candidato. Não se aplica ao candidato
4. QP = Quociente Partidário = VV/QE
QPx = 700/300 = 2,3 = 2 vagasQPa = 800/300 = 2,6 = 2 vagasQPy = 200/300 = 0,6 = 0 vagaQPb = 1000/300 = 3,3 = 3 vagas
Determinação do número de vagas por partido. Os candidatos as preencherão na ordem crescente de votação.
Votação Partido “x” (19 candidatos) = 700Votação Coligação “a”(34 candidatos) = 800Votação Partido “y” (12 candidatos) = 200Votação Coligação “b” (40 candidatos) = 1000
5. Vaga por média = Vm = Votação Partido/ NC + 1
7/9 vagas = distribuição de vagas de “sobras”, por média
Vm x = 700/3 = 233,3Vma = 800/3= 266,6 (1ª vaga)Vmb = 1000/4 = 250
Vm x = 700/3 = 233,3Vma = 800/4 (3+1ª vaga de sobra) = 200Vmb = 1000/4 = 250 (2ª vaga)
Exemplo de aplicação QE e QP, Médias
Resultado
Leituras Possíveis:
Votamos, na verdade, em Partidos, não em candidatos
Votos nulos não são insignificantes. “terceirização da ação política”
Partidos Pequenos precisam se coligar
Poder Legislativo: Composição Senado
Representantes dos Estados e do DF eleitos pelo sistema majoritário simples, em número fixo de três para cada UF (art. 45)
No sistema majoritário simples é considerado eleito o(s) candidato(s) que obtiver(em) a maior votação (não segue o princípio da maioria absoluta adotado para o Executivo nem tampouco a necessidade de filtragem em dois turnos)
Cada partido político indica um candidato por vaga.
Efeito do sistema majoritário: a formação do Senado reflete apenas indiretamente a adesão dos eleitores à ideologia partidária , dado que sempre haverá três senadores para cada UF.
São realizadas eleições de 4 em 4 anos, alternando-se a escolha de 1 ou 2 senadores (art. 46,§2º)
Poder Legislativo: Composição SuplênciaNas eleições majoritárias para Senadores elege-se uma “chapa” composta por um Senador e dois suplentes que não desempenham quaisquer funções, apenas exercendo o mandato no caso de afastamento do titular (geralmente para exercer cargo de ministro, secretário estadual ou chefe de missão diplomática temporária).
O suplente também assume o mandato nos casos de renúncia, morte ou cassação do titular.
Efeitos: pouca evidencia nas eleições majoritárias levam aos chamados senadores “sem-votos” (diretos).
A suplência no caso da Câmara dos Deputados é feita pelo candidato mais votado não ocupante de vaga (“primeiro de fora”)
Regras constitucionais aplicáveis:
a) O suplente será convocado nos casos de vaga (cassação, renúncia ou morte), de investidura em funções previstas no art. 56, I ou de licença superior a cento e vinte dias. (Art. 56, §1º)
b) Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á eleição para preenchê-la se faltarem mais de quinze meses para o término do mandato. (Art. 26, § 2º)
Poder Legislativo: Poderes Constitucionais do CN
Para atuar no sistema de freios e contrapesos e em especial cumprir a função fiscalizatória, a CR garantiu ao CN determinados poderes
Poderes Convocatórios (art. 50)
Requisitórios (petitórios com sanção pela negativa?) (art. 50 §2º)
Investigatório ( art. 58,§3º) CPI
Poder Legislativo: Atribuições
Notas: Norma constitucional reguladora da delegação: Art. 68A aprovação de emenda é exclusiva do CN, não a iniciativa
Poder Legislativo: Critério de deliberação
Considerando-se que o CN é um órgão composto por diversos titulares a Constituição determina como regra para a deliberação a maioria de votos, com a presença de no mínimo a maioria absoluta. (art. 47)
Maiorias:
Simples: deliberações com no mínio ½ + 1 dos votos dos presentes.
Maioria absoluta: deliberações com no mínio ½ + 1 dos votos dos presentes, sendo necessária a presença de no mínimo ½ + 1 do total de votantes
Maioria Qualificada: razão especial entre total de votantes e número mínimo para deliberação
Nota: A expressão “½ + 1” é tecnicamente equivocada (½ pessoa?). O adequado é referir-se a “primeiro número inteiro superior à metade...”
Poder Legislativo: Critério de deliberação
* Exemplo hipotético, pois a sessão não se instalaria sem a presença da maioria absoluta
Poder Legislativo: Estatuto do Congressista art. 53
O estatuto do Congressista é composto de normas que tratam de três matérias:
a) Imunidade
b) Proibições
c) Perda do mandato
Poder Legislativo: Estatuto do Congressista Imunidade
As imunidades atribuídas aos Congressistas visam à proteger o exercício da atividade parlamentar, não à pessoa.
Proteção ao livre exercício do mandato
Freio à (re)ação de outros Poderes. Contrapeso às imunidades do Presidente da República
Tem função republicana, embora haja disfunções...
Poder Legislativo: Estatuto do Congressista - Proibições
Notas: 1 - É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no regimento interno, o abuso das prerrogativas asseguradas a membro do Congresso Nacional ou a percepção de vantagens indevidas. (Art. 55, §1º) 2 - A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa levar à perda do mandato terá seus efeitos suspensos até as deliberações finais de que tratam os §§ 2º e 3º. (Art. 55, §4º). Conforme Art. 1º, do Decreto Legislativo nº 16/94, a renúncia de parlamentar sujeito à investigação por qualquer órgão do Poder Legislativo, ou que tenha contra si procedimento já instaurado ou protocolado junto à Mesa da respectiva Casa, para apuração das faltas a que se referem os incisos I e II do art. 55 da Constituição Federal, fica sujeita à condição suspensiva, só produzindo efeitos se a decisão final não concluir pela perda do mandato.Sendo a decisão final pela perda do mandato parlamentar, a declaração da renúncia será arquivada.
top related