uma visão para o urbanismo o plano-síntese · 2019. 11. 24. · “a sociedade hipertexto” de...
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Sara Sucena, arq.
Prof. Aux. Universidade Fernando Pessoa
Inv. MDT/CEAU-FAUP
8.Novembro.2019
FAUP | CEAU | MDT
O Plano-SínteseUma visão para o Urbanismo
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https://ec.europa.eu/futurium/en/urban-agenda
Uma Visão para o Urbanismo: O Plano-Síntese Sara Sucena
Os desafios UE
https://ec.europa.eu/futurium/en/urban-agenda
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“A sociedade hipertexto” de F. Ascher
ASCHER, F. (2010). Novos princípios do urbanismo. Lisboa: Livros Horizonte, p.47, 59. (Ed. orig. 2001)
O hipertexto é o processo que permite, clicando
sobre uma palavra de um texto, aceder a essa
mesma palavra numa série de outros textos. Num
hipertexto cada palavra pertence simultaneamente
a vários textos; em cada um deles participa na
produção de sentidos diferentes interagindo com
outras palavras do texto, mas segundo sintaxes que
eventualmente variam de um texto para outro.
Os indivíduos deslocam-se real ou virtualmente em
universos sociais distintos que eles articulam em
configurações diferentes para cada um. Eles
formam um hipertexto (…).
Uma Visão para o Urbanismo: O Plano-Síntese Sara Sucena
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O neologismo «pós-moderno» tinha um mérito: o de colocar em relevo uma
mudança de curso (…). Desenvolvimento do consumo e da comunicação de
massas, declínio das normas autoritárias e disciplinares, impulso da
individualização, consagração do hedonismo e do psicologismo, perda da fé no
futuro revolucionário, desinteresse pelas paixões políticas e pelos militarismos (…).
(…)
Este tempo acabou. Hipercapitalismo, hiperclasse, hiperpoder, hiperterrorismo,
hiperindividualismo, hipermercado, hipertexto, o que é que já não é «hiper»?
“Os tempos hipermodernos” de G. Lipovetsky
LIPOVETSKY, G. e CHARLES, S. (2011). Os tempos hipermodernos. Lisboa: Edições 70, p.54, 55, 56. (Ed. orig. 2004)
(…)
É colocada em órbita uma segunda modernidade desregulamentada e
globalizada, sem opostos, absolutamente moderna, assente essencialmente em
três axiomas constitutivos da própria modernidade: o mercado, a eficácia
técnica, o individualismo.
Uma Visão para o Urbanismo: O Plano-Síntese Sara Sucena
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regulamento
plano [visão]
incerteza
rigidez
Investimento/poder
privado
Investimento/poder
público
futuro(ultra)passado
desenho
projecto
flexibilidade
certeza
As dicotomias do “Plano”: A complementaridade, o Plano-Síntese
“Em suma, o repto de um planeamento agora mais defensivo dos nossos medos,
que queremos que seja estratégico, integrado, sinérgico, balístico, sustentável,
esbarra com as dificuldades de conciliação com as reais ou aparentes pulsões
contrárias da própria sociedade, numa dialéctica, que se tem traduzido no desejo
de voltar a impor uma nova ordem descendente mas sem reprimir as manifestações
das pulsões ascendentes, obviamente mais aleatórias e fragmentadas. A ordem
terá que ser encontrada neste contexto de contradições.”
(Portas, 2008: 77)
Uma Visão para o Urbanismo: O Plano-Síntese Sara Sucena
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As dicotomias do “Plano”: A complementaridade, o Plano-Síntese
Uma Visão para o Urbanismo: O Plano-Síntese Sara Sucena
incertezacerteza
plano/visão
projecto
regulamento
desenho
futuro
passado
Investimento/poder
privado
Investimento/poder
público
rigidez
flexibilidade
PLANO-
SÍNTESE
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regulamento
plano/visão
incerteza
rigidez
Investimento/poder
privado
Investimento/poder
público
futuro
passado
desenho
projecto
flexibilidade
certeza
As dicotomias do “Plano”: A complementaridade, o Plano-Síntese
Uma Visão para o Urbanismo: O Plano-Síntese Sara Sucena
> Eixo IDENTIDADE© Sara Sucena
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regulamento
plano/visão
incerteza
rigidez
Investimento/poder
privado
Investimento/poder
público
futuro
passado
desenho
projecto
flexibilidade
certeza
As dicotomias do “Plano”: A complementaridade, o Plano-Síntese
Uma Visão para o Urbanismo: O Plano-Síntese Sara Sucena
> Eixo VALORES/RECURSOS© Sara Sucena
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regulamento
plano/visão
incerteza
rigidez
Investimento/poder
privado
Investimento/poder
público
futuro
desenho
projecto
flexibilidade
certeza
As dicotomias do “Plano”: A complementaridade, o Plano-Síntese
Uma Visão para o Urbanismo: O Plano-Síntese Sara Sucena
© Sara Sucena
passado
> Eixo COMUNICAÇÃO
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regulamento
plano/visão
incerteza
rigidez
Investimento/poder
privado
Investimento/poder
público
futuro
passado
desenho
projecto
flexibilidade
certeza
As dicotomias do “Plano”: A complementaridade, o Plano-Síntese
> Eixo PROGRESSÃO© Sara Sucena
Uma Visão para o Urbanismo: O Plano-Síntese Sara Sucena
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Investimento/poder
privado
Investimento/poder
públicoregulamento
plano/visão
incerteza
rigidez
futuro
desenho
projecto
flexibilidade
certeza
As dicotomias do “Plano”: A complementaridade, o Plano-Síntese
passado
> Eixo AFIRMAÇÃO na CRIATIVIDADE
Uma Visão para o Urbanismo: O Plano-Síntese Sara Sucena
© Sara Sucena
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regulamento
plano/visão
incerteza
rigidez
Investimento/poder
privado
Investimento/poder
público
futuro
passado
desenho
projecto
flexibilidade
certeza
As dicotomias do “Plano”: A complementaridade, o Plano-Síntese
> Eixo FINAL/CONCLUSÃO
Uma Visão para o Urbanismo: O Plano-Síntese Sara Sucena
© Sara Sucena
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As lições de Nuno Portas…
> Sobre as certezas e as incertezas do plano. E a geometria variável…São as “certezas” (estruturas duradouras) que importa desenhar com convicção, em vez daspreocupações com as incertezas temporais e diferenças quantitativas das múltiplas intervençõesparcelares que só as estruturas consistentes podem suportar. (…) Geometria variável, portanto,em vez de um só perímetro: mais extensos os traçados que ligam, menos a predefinição do que éligado, sempre sujeita a maior incerteza. (Portas, 2007:106, 107)
O Plano-Síntese: a construção de uma visão
> Sobre a regulação variável. E plano vs projecto…É o plano de “determinação variável” (isto é, não homogéneo no grau de vinculação eregulação) (…). A concretização formal que caracteriza um projecto qualquer apoia-se nolevantamento da indeterminação do respectivo programa, enquanto um plano, ao contrário, éum instrumento para lidar com a indeterminação sem ter que a levantar prematuramente.(…) O plano territorial de arquitectura variável (…) pode induzir uma orientação projectual daqualidade urbana, um traçado que servirá de referencial (…). (Portas, 1994:66-7, sublinhado doautor)
Uma Visão para o Urbanismo: O Plano-Síntese Sara Sucena
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As lições de Nuno Portas…
> Sobre o desenho e o regulamento do planoO (…) problema, o da adaptatividade dos níveis e técnicas da regulação – nestes casos daregulamentação – haverá que separar, privilegiar e experimentar os elementos maisestruturantes – (…) o traçado da infra-estrutura e do espaço colectivo e os limites ecológicos –os traçados que são determinantes para outras ocupações a licenciar (estas mais sensíveis àconjuntura) (…) (Portas, 2008:80, sublinhado do autor)
> Sobre a flexibilidade e a tipologia do planoDe facto, a flexibilização das interdependências escalares é um problema que resulta da diversaespecificidade dos territórios urbanizados (…).Estas novas tendências conduziram (….) a formas“híbridas” (ou menos legisladas) que conjugam estratégia, programa, regulação e projecto eque dão pelo nome de programas ou projectos menos urbanos. (Portas, 2008:79-80)
> Sobre o tempo do plano(…) o princípio da retroacção, ou da reflexividade, além de estar no centro do pensamento e daciência contemporânea, é a mais potente e óbvia resposta ao desafio do factor tempo (…).(Portas, 2008:81)
O Plano-Síntese: a construção de uma visão
Uma Visão para o Urbanismo: O Plano-Síntese Sara Sucena
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As lições de Nuno Portas…
> Sobre a transdisciplinaridade“Há décadas que andamos atrás dos acontecimentos que, sistematicamente, nos ultrapassam,fingindo que os estamos a ordenar, multiplicando estratégias, planos, normativas, etc. (…)Em parte, porque resistimos ou demoramos a perceber o sentido das mudanças, em parte,porque cada especialidade resiste à obrigação urgente da reflexividade em conjunto com osque lhe são complementares (…).
(…) nos tempos que correm (…), a legitimação última de cada competência disciplinar tradicionaljá não é só a do diploma académico de origem, mas antes a do desempenho efectivo que seimpõe a capacidade para a resposta aos problemas novos e incertos (…) com todos os riscosque os processos transdisciplinares também comportam. (Portas, 2007:258)
> Sobre o plano inteligenteOs planos (…) não podem ser inertes ou congelados porque senão deixamos de os respeitar. Têmde ser inteligentes – isto é, aprenderem com cada mudança significativa – senão, para queservem? (Portas, 2008:78, 79)
O Plano-Síntese: a construção de uma visão
Uma Visão para o Urbanismo: O Plano-Síntese Sara Sucena
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- ASCHER, François (2010). Novos princípios do urbanismo seguido de novos compromissos urbanos: um
léxico. Lisboa. Livros Horizonte.
- LIPOVETSKY, Gilles e CHARLES, Sébastien (2011). Os tempos hipermodernos. Lisboa: Edições 70. (Ed.
orig. 2004)
- PORTAS, Nuno (2012). “Notas sobre a experiência dos PDM” (1994). In: Os Tempos das Formas, vol. II: A
Cidade Imperfeita e a Fazer. Guimarães. EAUM, pp.59-67.
- PORTAS, Nuno (2012). “A regulação urbanística da arquitectura” (2007). In: Os Tempos das Formas, vol.
II: A Cidade Imperfeita e a Fazer. Guimarães. EAUM, pp.103-109.
- PORTAS, Nuno (2012). “Património Paisagístico: os caminhos da transversalidade” (2007). In: Os Tempos
das Formas, vol. II: A Cidade Imperfeita e a Fazer. Guimarães. EAUM, pp.255-261.
- PORTAS, Nuno (2012). “Evolução e desenvolvimento do sistema territorial” (2008). In: Os Tempos das
Formas, vol. II: A Cidade Imperfeita e a Fazer. Guimarães. EAUM, pp.75-85.
Bibliografia:
Uma Visão para o Urbanismo: O Plano-Síntese Sara Sucena
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