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TUMORES
DE MASTÓCITOS
Rafael Fighera
Serviço de Consultoria Diagnóstica Veterinária
Laboratório de Patologia Veterinária
Hospital Veterinário Universitário
Universidade Federal de Santa Maria
CLASSIFICAÇÃO DO MASTOCITOMA
CUTÂNEO CANINO
Classificação do mastocitoma
Método de Bostock (1973)
Sistema de Graduação de Patnaik (1984)
Proposta Classificatória de Kiupel (2011)
Classificação do mastocitoma
Método de Bostock (1973)
Sistema de Graduação de Patnaik (1984)
Proposta Classificatória de Kiupel (2011)
Classificação do mastocitoma*
Método de Bostock
Mastocitoma bem diferenciado (Grau III)
Mastocitoma intermediário (Grau II)
Mastocitoma anaplásico (Grau I)
*Bostock 1973. The prognosis following surgical removal
of mastocytomas in dogs. Journal of Small Animal Practice, v.14, p.27-41.
Classificação do mastocitoma
Existem problemas relacionados com o
Método de Bostock?
Classificação do mastocitoma
Existem problemas relacionados com o
Método de Bostock?
A classificação baseia-se basicamente na morfologia celular,
principalmente na relação núcleo-citoplasmática.
A extensão do envolvimento da pele não é um critério utilizado.
Tumores de baixo grau foram equivocadamente descritos como
menos diferenciados e vice-versa.
Classificação do mastocitoma
Método de Bostock (1973)
Sistema de Graduação de Patnaik (1984)
Proposta Classificatória de Kiupel (2011)
Classificação do mastocitoma*
Sistema de Graduação de Patnaik
Mastocitoma bem diferenciado (Grau I)
Mastocitoma intermediário (Grau II)
Mastocitoma pouco diferenciado (Grau IIII)
*Patnaik, Ehler & MacEwen 1984. Canine cutaneous mast cell tumor: morphologic
grading and survival time in 83 dogs. Veterinary Pathology, v.21, p.469-474.
Classificação do mastocitoma*
Sistema de Graduação de Patnaik
(critérios a serem avaliados)
1) Extensão do envolvimento na pele
2) Celularidade e morfologia celular
3) Índice mitótico
4) Reação estromal
5) Outros critérios menos importantes
Mastocitoma grau I (36% dos casos)
Tumor confinado a derme, principalmente entre os folículos
Ausência de infiltração subcutânea e muscular
Baixa celularidade
Mastócitos arranjados em linhas ou em pequenos grupos
Mastócitos bem diferenciados (monomorfismo)
Células redondas
Citoplasma abundante
Grânulos intracitoplasmáticos abundantes
Núcleos únicos e redondos
Cromatina condensada e ausência de nucléolos
Mitoses ausentes
Mastócitos separados por pouco estroma colagenoso
Edema e necrose ausentes ou mínimos
Classificação do mastocitoma
Mastocitoma grau II (43% dos casos)
Tumor não confinado a derme superficial, afeta a derme profunda
Presença de infiltração subcutânea a muscular
Alta celularidade
Mastócitos arranjados em grupos
Mastócitos bem diferenciados (pleomorfismo leve)
Células redondas, ovais ou fusiformes
Citoplasma menos abundante
Grânulos intracitoplasmáticos abundantes ou escassos
Núcleos únicos ou duplos e redondos ou indentados
Cromatina esparsa e nucléolo único
Mitoses infrequentes (0-2/cga)
Mastócitos separados por variável estroma fibrovascular
Edema e necrose
Classificação do mastocitoma
Mastocitoma grau III (20% dos casos)
Tumor não confinado a derme superficial, afeta a derme profunda
Presença de infiltração subcutânea a muscular
Alta celularidade
Mastócitos arranjados em pacotes
Mastócitos menos diferenciados (pleomorfismo acentuado)
Células redondas, ovais ou fusiformes
Citoplasma escasso
Grânulos intracitoplasmáticos pouco óbvios
Núcleos únicos, duplos ou múltiplos, redondos ou indentados
Cromatina vesicular e um a múltiplos nucléolos
Mitoses frequentes (3-6/cga)
Mastócitos separados por marcado estroma fibrovascular
Edema, necrose e hemorragia
Classificação do mastocitoma
*Kiupel 2004. The use of KIT and tryptase expression patterns as prognostic
tools for canine cutaneous mast cell tumors. Veterinary Pathology, v.41, p.371-377.
“O comportamento dos mastocitomas cutâneos em
cães é altamente variável e a nossa capacidade
em prognosticar é dificultada pela grande
quantidade de tumores de Grau II
no Sistema de Graduação
de Patnaik (1984).”
Graduação do mastocitoma*
Classificação do mastocitoma
Existem problemas relacionados com o
Sistema de Graduação de Patnaik?
Classificação do mastocitoma
Existem problemas relacionados com o
Sistema de Graduação de Patnaik?
Variação na graduação histológica entre patologistas.
Pode não haver associação entre os graus e o prognóstico.
Classificação do mastocitoma
Existem problemas relacionados com o
Sistema de Graduação de Patnaik?
Variação na graduação histológica entre patologistas
Pode não haver associação entre os graus e o prognóstico
Graduação do mastocitoma*
*Northrup et al. 2005. Variation among pathologists in histologic grading of canine cutaneous
mast cell tumors. Journal of Veterinary Diagnostic Investigation, v.17, p.245-248.
Patologista Grau I Grau II Grau III
1 3 39 18
2 7 32 21
3 8 36 16
4 9 41 10
5 10 29 21
6 10 33 17
7 19 32 9
8 24 20 16
9 32 15 13
10 37 15 8
Graduação do mastocitoma*
*Northrup et al. 2005. Variation among pathologists in histologic grading of canine cutaneous
mast cell tumors. Journal of Veterinary Diagnostic Investigation, v.17, p.245-248.
Patologista Grau I Grau II Grau III
1 3 39 18
2 7 32 21
3 8 36 16
4 9 41 10
5 10 29 21
6 10 33 17
7 19 32 9
8 24 20 16
9 32 15 13
10 37 15 8
Graduação do mastocitoma*
*Northrup et al. 2005. Variation among pathologists in histologic grading of canine cutaneous
mast cell tumors. Journal of Veterinary Diagnostic Investigation, v.17, p.245-248.
Consenso médio entre os patologistas foi de 50,3%.
Isso foi atribuído:
1) aos diferentes sistemas de classificação (SC)
alguns desses SC incluem infiltração subcutânea no Grau I
alguns desses SC incluem presença de mitoses no Grau I
2) a subjetividade na aplicação desses SC
3) a heterogeneidade dos tumores
Não é possível fornecer um “grau correto” para cada tumor,
devido à falta de um padrão ouro.
A utilização de um único SC pode via a melhorar essa variação.
Graduação do mastocitoma*
Patologista Grau I Grau II Grau III
1 12 60 28
2 10 60 30
3 8 60 32
4 13 63 23
5 20 52 28
6 3 73 23
7 17 62 22
8 8 78 13
9 7 50 43
10 28 42 30
*Northrup et al. 2005. Variation among pathologists in histologic grading of canine cutaneous
mast cell tumors with uniform use of a single grading reference. Journal of Veterinary
Diagnostic Investigation, v.17, p.561-564.
Graduação do mastocitoma*
Patologista Grau I Grau II Grau III
1 12 60 28
2 10 60 30
3 8 60 32
4 13 63 23
5 20 52 28
6 3 73 23
7 17 62 22
8 8 78 13
9 7 50 43
10 28 42 30
*Northrup et al. 2005. Variation among pathologists in histologic grading of canine cutaneous
mast cell tumors with uniform use of a single grading reference. Journal of Veterinary
Diagnostic Investigation, v.17, p.561-564.
Consenso médio entre os patologistas foi de 62,1%.
A utilização de um único SC diminui significativamente,
mas não elimina a variação entre os patologistas.
Isso foi atribuído:
1) a subjetividade em estabelecer o grau
2) a dificuldade em determinar algumas características desse SC
3) a heterogeneidade dos tumores
*Northrup et al. 2005. Variation among pathologists in histologic grading of canine cutaneous
mast cell tumors with uniform use of a single grading reference. Journal of Veterinary
Diagnostic Investigation, v.17, p.561-564.
Graduação do mastocitoma*
Graduação do mastocitoma*
“A aplicação de um sistema de classificação que se
baseie na graduação histológica do mastocitoma
não terá efeito prognóstico a menos que
critérios mais específicos sejam criados
para estabelecer os graus
intermediários.”
*Northrup et al. 2005. Variation among pathologists in histologic grading of canine cutaneous
mast cell tumors. Journal of Veterinary Diagnostic Investigation, v.17, p.245-248.
*Northrup et al. 2005. Variation among pathologists in histologic grading of canine cutaneous
mast cell tumors with uniform use of a single grading reference. Journal of Veterinary
Diagnostic Investigation, v.17, p.561-564.
Graduação do mastocitoma*
Consenso médio entre os patologistas foi de 64,1%:
Grau I: 63,1%
Grau II: 63%
Grau III: 74,6%
*Kiupel et al. 2011. Proposal of 2-tier histologic gradind system for canine
cutaneous mast cell tumors to more accurately predict biological behavior.
Veterinary Pathology, v.48, p.147-155.
“A falta de consistência na utilização do Sistema de
Graduação de Patnaik (1984) combinada a falta
de significância prognóstica em diferenciar
mastocitomas de graus I e II são
motivos que levam a revisão
da classificação atual.”
*Kiupel et al. 2011. Proposal of 2-tier histologic gradind system for canine
cutaneous mast cell tumors to more accurately predict biological behavior.
Veterinary Pathology, v.48, p.147-155.
Graduação do mastocitoma*
Classificação do mastocitoma
Existem problemas relacionados com o
Sistema de Graduação de Patnaik?
Variação na graduação histológica entre patologistas
Pode não haver associação entre os graus e o prognóstico
“Nesse estudo não se encontrou associação entre invasividade
e sobrevida dos cães com mastocitomas dos três graus do
Sistema de Graduação de Patnaik (1984), sugerindo
que um mastocitoma no tecido subcutâneo não
necessariamente indica pior prognóstico.”
*Kiupel et al. 2005. Impact of tumour depth, tumour location and multiple
synchronous masses on the prognosis of canine cutaneous mast cell tumours.
J Vet Med A Physiol Pathol Clin Med, v.52, p.280-286.
Graduação do mastocitoma*
Classificação do mastocitoma
Método de Bostock (1973)
Sistema de Graduação de Patnaik (1984)
Proposta Classificatória de Kiupel (2011)
Classificação do mastocitoma*
Proposta Classificatória de Kiupel
Mastocitoma de baixo grau
versus
Mastocitoma de alto grau
*Kiupel et al. 2011. Proposal of 2-tier histologic gradind system for canine
cutaneous mast cell tumors to more accurately predict biological behavior.
Veterinary Pathology, v.48, p.147-155.
Classificação do mastocitoma*
Proposta Classificatória de Kiupel
(pontos de corte para definição do grau)
Pelo menos um dos seguintes achados:
≥7 mitoses/10cga (contagem iniciada em campo com mais mitoses)
≥3 multinucleadas/10 cga (definida pela presença de ≥3 núcleos)
≥3 núcleos atípicos/10 cga (indentação, segmentação etc...)
Cariomegalia (em pelo menos 10% das células neoplásicas)
*Kiupel et al. 2011. Proposal of 2-tier histologic gradind system for canine
cutaneous mast cell tumors to more accurately predict biological behavior.
Veterinary Pathology, v.48, p.147-155.
Outros métodos de classificação
do mastocitoma
Morfometria de Strefezzi (2003)
Imuno-histoquímica de Kiupel (2004)
Método de Thompson (2011)
Outros métodos de classificação
do mastocitoma
Morfometria de Strefezzi (2003)
Imuno-histoquímica de Kiupel (2004)
Método de Thompson (2011)
Morfometria
Morfometria nuclear (citologia e histologia)*
Morfometria nuclear (citologia) **
*Strefezzi et al. 2003. Morphometry of canine cutaneous mast cell tumors.
Veterinary Pathology, v.40, p.268-275.
**Strefezzi et al. 2009. Nuclear morphometry in cytopathology: a prognostic indicator for
canine cutaneous mast cell tumors. Journal of Veterinary Diagnostic Investigation,
v.21, p.821-825.
Outros métodos de classificação
do mastocitoma*
Outros métodos de classificação
do mastocitoma
Morfometria de Strefezzi (2003)
Imuno-histoquímica de Kiupel (2004)
Método de Thompson (2011)
Imuno-histoquímica com c-kit
Padrão I
Padrão II
Padrão III
Outros métodos de classificação
do mastocitoma*
*Kiupel 2004. The use of KIT and tryptase expression patterns as prognostic
tools for canine cutaneous mast cell tumors. Veterinary Pathology, v.41, p.371-377.
*Kiupel 2004. The use of KIT and tryptase expression patterns as prognostic
tools for canine cutaneous mast cell tumors. Veterinary Pathology, v.41, p.371-377.
Imuno-histoquímica com c-kit
Mastócitos não neoplásicos
não são imunomarcados com anticorpo anti-c-KIT no citoplasma
são levemente imunomarcados com anticorpo anti-c-KIT na MP
Mastócitos neoplásicos
Padrão I : IM + na MP e IM – no citoplasma
IM +++ na MP e IM mínima no citoplasma
Padrão II: IM +++ no citoplasma (na forma de agregados focais)
IM +++ no citoplasma (na forma de pontilhado)
Padrão III: IM +++ no citoplasma (difusa)
Outros métodos de classificação
do mastocitoma*
*Kiupel 2004. The use of KIT and tryptase expression patterns as prognostic
tools for canine cutaneous mast cell tumors. Veterinary Pathology, v.41, p.371-377.
Padrão I : 42%
Padrão II: 43%
Padrão III: 13%
Desses casos: 17% eram de Grau I
72% eram de Grau II
11% eram de Grau III
Outros métodos de classificação
do mastocitoma*
Outros métodos de classificação
do mastocitoma
Morfometria de Strefezzi (2003)
Imuno-histoquímica de Kiupel (2004)
Método de Thompson (2011)
Classificação dos mastocitomas subcutâneos de Thompson
Mastocitoma circunscrito
Mastocitoma infiltrativo
Mastocitoma combinado (circunscrito e infiltrativo)
*Thompson et al. 2011. Canine subcutaneous mast cell tumor: characterization and
prognostic indices. Veterinary Pathology, v.48, p.156-168.
Outros métodos de classificação
do mastocitoma*
Classificação do mastocitoma*
Classificação dos mastocitomas subcutâneos de Thompson
Mastocitoma circunscrito (17% dos casos)
Mastocitoma infiltrativo (53% dos casos)
Mastocitoma combinado (29% dos casos)
*Thompson et al. 2011. Canine subcutaneous mast cell tumor: characterization and
prognostic indices. Veterinary Pathology, v.48, p.156-168.
Painel para mastocitomas
Análise de proliferação celular
Imuno-histoquímica (Ki67)
Determina o número de células neoplásicas em proliferação
Técnica de AgNORs
Determina a velocidade da proliferação
Imuno-histoquímica (PCNA)
Determina a fase do ciclo celular
Avaliação de resposta à terapia
PCR para o gene de c-Kit
Determina a resposta a terapia com inibidores
da tirosina-quinase
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