trabalho tcc dia 14 de novembro de 2013
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SOCIEDADE EDUCATIVA E CULTURAL AMÉLIA LTDA – SECAL
SOLANGE F. B. SUCHORONCZEKTIAGO GADONSKI
A CONTABILIDADE COMO FERRAMENTA DE APOIO PARA
A ANÁLISE DE CUSTOS DE PRODUÇÃO:
Um Estudo de Caso Desenvolvido em uma Empresa
Metal-Mecânica de Ponta Grossa - PR
PONTA GROSSA2013
SOLANGE F. B. SUCHORONCZEKTIAGO GADONSKI
A CONTABILIDADE COMO FERRAMENTA DE APOIO PARA
A ANÁLISE DE CUSTOS DE PRODUÇÃO:
Um Estudo de Caso Desenvolvido em uma Empresa
Metal-Mecânica de Ponta grossa - PR
Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito para obtenção do Grau de Bacharel em Ciências Contábeis da Sociedade Educativa e Cultural Amélia Limitada - SECAL.
Orientador (a): Me. Jocimar D. Prado
PONTA GROSSA
2013
SOLANGE F. B. SUCHORONCZEKTIAGO GADONSKI
A CONTABILIDADE COMO FERRAMENTA DE APOIO PARA
A ANÁLISE DE CUSTOS DE PRODUÇÃO:
Um Estudo de Caso Desenvolvido em uma Empresa
Metal-Mecânica de Ponta Grossa - PR
Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito para obtenção do Grau de Bacharel em Ciências Contábeis da Sociedade Educativa e Cultural Amélia Limitada - SECAL.
Banca Examinadora:
________________________
Prof. Me. Jocimar D. Prado
Instituição: Secal
________________________
Prof. Silvana Martinazzo
Instituição: Secal
________________________
Prof. Patricia Tozetto
Instituição: Secal
Ponta Grossa, 25 de Outubro de 2013.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus, pelo dom da vida e por sempre iluminar nossos caminhos
com as escolhas certas.
Aos professores, por todo o auxílio que nos deram no momento em que precisamos,
em especial ao nosso orientador, prof. Me. Jocimar D. Prado, que foi de extrema
importância para a conclusão deste trabalho.
Aos nossos familiares, pelo amor, carinho e compreensão.
“Não foi de um salto que os grandes homens
chegaram à culminância do êxito, mas sim
trabalhando e velando enquanto os outros
dormiam”.
James Allen
SUCHORONCZEK, Solange Faustin Broniski; GADONSKI, Tiago. A contabilidade como ferramenta de apoio para a análise de custos de produção: Um estudo de caso desenvolvido em uma empresa metal-mecânica de Ponta Grossa – PR. 77. p. 2013. Trabalho de conclusão do curso em bacharel em Ciências Contábeis da Sociedade Educativa e Cultural Amélia Limitada – SECAL.
RESUMO
Com o avanço tecnológico e a crescente complexidade dos sistemas de produção, em muitas indústrias os custos indiretos vêm aumentando continuamente, tanto em valores absolutos quanto em termos relativos, comparativamente aos custos diretos. O cenário atual competitivo onde as empresas estão inseridas exige dos gestores um maior cuidado em relação à importância das questões relativas aos custos. Essa preocupação decorre principalmente nas empresas industriais, onde a busca por um custo reduzido faz toda a diferença para a formação do preço de venda. Nesse sentido, o objetivo desse trabalho é analisar e determinar o custo de fabricação de uma estante de aço em uma empresa metal- mecânica situada na cidade de Ponta Grossa (Pr.). A pesquisa classifica-se como exploratória e descritiva e como técnica de pesquisa foi utilizada o estudo de caso. Para atingir o objetivo proposto foram levantados todos os custos diretos e indiretos envolvidos no processo produtivo, através de um mapeamento destes, abrangendo todas as etapas do processo produtivo. Como principal contribuição ao final do trabalho, pôde-se notar a importância da Contabilidade de custos como ferramenta de auxílio na tomada de decisão, pois através do custo apurado, é possível determinar o preço de venda, sabendo-se exatamente a margem de lucratividade que deverá ser aplicada.
Palavras chave: Custos, Processo Produtivo, Competição.
SUCHORONCZEK, Solange Faustin Broniski; GADONSKI, Tiago. Accounting as a support tool for the analysis of production costs: A case study conducted in a company-metal mechanics Ponta Grossa - PR. 77. p. In 2013. Work completion of the course Bachelor of Science in Accounting Society Educational and Cultural Amelia Limited - SECAL.
ABSTRACT
With the advancement of technology and the increasing complexity of production systems, in many industries the indirect costs are increasing steadily, both in absolute and in relative terms compared to direct costs. The current competitive scenario where companies operate, requires greater care managers regarding the importance of issues relating to costs. This concern arises mainly in industrial enterprises, where the search for a reduced cost makes all the difference to the training of the sales price. Accordingly, the aim of this work is to analyze and determine the cost of manufacturing a steel shelf in a metalworking company located in the city of Ponta Grossa (PR). The research is classified as exploratory and descriptive and as a research technique used was the case study. To reach that goal were raised all direct and indirect costs involved in the production process, through a mapping of these, covering all stages of the production process. As the main contribution to the end of the work, it was noted the importance of cost accounting as a tool to aid in decision making, as determined by the cost, it is possible to determine the selling price, knowing exactly what the profitability margin should be applied.
Keywords: Costs, Production Process, Competition.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Contabilidade financeira, de custos e gerencial.......................................20
Figura 2 - Os subsistemas do sistema de informações contábeis............................22
Figura 3 - Custo fixo..................................................................................................26
Figura 4 - Custo fixo unitário.....................................................................................26
Figura 5 - Custos variáveis.......................................................................................27
Figura 6 - Custo variável unitário..............................................................................27
Figura 7 - Custo semifixo..........................................................................................28
Figura 8 - Custo semivariável...................................................................................29
Figura 9 - Custeio por absorção sem departamentalização.....................................31
Figura 10 - Custeio variável......................................................................................33
Figura 11 - Custeio ABC...........................................................................................34
Figura 12 - Custeio RKW..........................................................................................35
Figura 13 - Etapas da produção................................................................................45
Figura 14 - Prateleiras em bruto sendo transportadas pela Monovia Aérea.............46
Figura 15 - Colunas penduradas na Monovia Aérea................................................47
Figura 16 - Prateleiras saindo molhadas da cabine..................................................48
Figura 17 – Prateleiras secas, prontas para receber a pintura.................................48
Figura 18 - Prateleiras com pintura molhada saindo da cabine de pintura...............49
Figura 19 - Prateleiras com pintura seca saindo da estufa.......................................50
Figura 20 – prateleiras sendo retiradas da Monovia aérea.......................................50
Figura 21 - Colunas retiradas da Monovia................................................................51
Figura 22 - Prateleiras sendo embaladas na máquina seladora...............................51
Figura 23 – Prateleiras embaladas, seguindo para expedição.................................52
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Matéria-prima (chapa de aço) consumida em quilo...............................52
Quadro 2 – Matéria-prima consumida em valores....................................................54
Quadro 3 – Mão de obra direta e indireta.................................................................55
Quadro 4 – Energia consumida no mês....................................................................56
Quadro 5 – Água consumida no mês........................................................................57
Quadro 6 – Tinta consumida durante 01 mês..........................................................58
Quadro 7 – Parafusos, porcas e sapatas consumidos no mês de julho/2013..........59
Quadro 8 – Soda Cáustica utilizada no mês.............................................................61
Quadro 9 – Depreciação das máquinas....................................................................62
Quadro 10 – EPIS utilizados no mês........................................................................63
Quadro 11 – Mapeamento global sintetizado...........................................................65
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Matéria-prima Consumida por Quilo no Setor de Estantes....................53
Gráfico 2 – Matéria-prima Consumida em Valor.......................................................54
Gráfico 3 – Mão de Obra Direta e Indireta................................................................56
Gráfico 4 – Energia Elétrica Utilizada no Setor de Estantes.....................................57
Gráfico 5 – Água Consumida no Setor de Estantes.................................................58
Gráfico 6 – Tinta Consumida no Setor de Estantes..................................................59
Gráfico 7 – Kit de Parafusos, Porcas e Sapatas Utilizados na Montagem...............60
Gráfico 8 – Soda Cáustica Utilizada no Processo Produtivo....................................61
Gráfico 9 – Depreciação das Máquinas do Setor de Estantes.................................62
Gráfico 10 – Epi’s Utilizados pela Mão de Obra Direta.............................................64
Gráfico 11 – Custo unitário de cada estante.............................................................66
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................12
1.1 PROBLEMA DE PESQUISA................................................................................13
1.2 OBJETIVOS DA PESQUISA...............................................................................13
1.3 JUSTIFICATIVA.................................................................................................. ..........14
1.4 METODOLOGIA.......................................................................................................... ..15
1.5 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO...............................................................................15
2 EMBASAMENTO TEÓRICO..................................................................................16
2.1 CONTABILIDADE................................................................................................16
2.2 PRINCÍPIOS CONTÁBEIS..................................................................................17
2.3 A CONTABILIDADE DE CUSTOS, A CONTABILIDADE FINANCEIRA E A ......CONTABILIDADE GERENCIAL..........................................................................18
2.3.1 Da Contabilidade Financeira à de Custos....................................................19
2.3.2 Da Contabilidade de Custos à Contabilidade Gerencial.............................19
2.3.3 Os Sistemas de Informações.........................................................................21
2.4 TERMINOLOGIAS APLICADAS NA CONTABILIDADE DE CUSTOS................23
2.5 CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS..............................................................................25
2.5.1 Com relação aos Produtos, eles podem ser Diretos ou Indiretos.............25
2.5.2 Com relação ao volume de produção, eles podem ser Fixos, Semifixos, .........Variáveis ou Semivariáveis...................................................................................25
2.5.3 Outras definições importantes sobre Custos..............................................29
2.6 MÉTODOS DE CUSTEIO....................................................................................30
2.6.1 Outros métodos de custeio...........................................................................36
2.6.2 Métodos de custeio para controle de estoque.............................................37
2.7 DEPARTAMENTO...............................................................................................38
2.8 MÉTODOS DE RATEIO......................................................................................40
3 METODOLOGIA.....................................................................................................41
3.1 TIPOS DE PESQUISAS......................................................................................41
3.1.1 Classificação das Pesquisas.........................................................................41
3.2 LOCAL DE PESQUISA ...............................................................................................43
3.3 COLETA DE DADOS...........................................................................................43
4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO SOBRE OS DADOS.....................................45
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................67
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................68
ANEXOS....................................................................................................................70
ANEXO A – Desbobinadeira......................................................................................71
ANEXO B - Guilhotina...............................................................................................72
ANEXO C – Estamparia e Dobra...............................................................................73
ANEXO D – Pintura...................................................................................................74
ANEXO E – Embalagem............................................................................................75
ANEXO F – Expedição..............................................................................................76
12
1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho trata das questões relativas aos custos, que na
atualidade são de extrema importância na questão econômica das indústrias, pois o
ambiente competitivo em que elas se encontram, tem levado os administradores a
buscarem sempre a redução dos custos, facilitando dessa maneira a gestão do
negócio. Quando a questão é reduzir custos, é de fundamental importância saber
exatamente tudo o que envolve o processo produtivo.
Segundo Schier (2006), Contabilidade de custos é uma técnica utilizada para
identificação e mensuração dos custos dos produtos em todo o processo produtivo,
aquisição de mercadorias para revenda e custos para prestação de serviços, além
de uma forma para proporcionar seu controle.
Na terminologia de custos industriais, existe diferença entre: gasto,
investimento, custo direto, custo indireto, custo fixo, custo variável, despesa,
desembolso, perda normal e perda anormal, os quais refletem direta ou
indiretamente no preço final.
De acordo com Schier (2005), gasto são sacrifícios financeiros que a
empresa está disposta a pagar para obter algum produto ou serviço. Investimento
são gastos ativados em função de sua vida útil ou de benefícios atribuídos a futuro
período. Custo direto é o gasto relativo à bem ou serviço utilizado diretamente na
produção de outros bens e serviços. Custo indireto é o valor gasto que não está
atrelado diretamente ao produto. Custo fixo é o custo que permanece constante
dentro de determinada capacidade instalada, não se alterando com as modificações
na quantidade produzida.
Custo variável é o custo que acompanha o crescimento do volume de
produção na mesma proporção. Despesa é todo gasto para se conseguir uma
receita; todo produto vendido e todo serviço ou utilidade transferidos provocam
despesas. Desembolso é o pagamento resultante de uma aquisição efetuada à vista
ou de uma obrigação assumida anteriormente. Perda normal são os gastos
incorridos nos processos produtivos ou de geração de receitas. Perda anormal são
bens ou serviços consumidos de forma anormal e involuntária, por exemplo:
incêndios, inundações e greve.
13
Uma das classificações importantes na contabilidade de custos é a que
divide os materiais em diretos e indiretos, porque material, é o elemento mais
importante do custo industrial, que se constitui em matéria-prima e matéria
secundária.
A contabilidade de custos exerce duas funções de relevante importância:
auxílio ao controle e à tomada de decisões. No que tange ao controle, a
contabilidade de custos fornece dados para o estabelecimento de padrões. Quanto à
tomada de decisões, contribui de forma efetiva, por meio das informações que
disponibiliza, para a administração do preço de venda, para a opção de realização
ou não de compras, pela produção ou não de produtos.
1.1 PROBLEMA DE PESQUISA
Determinar o custo de fabricação de um produto da indústria metal-
mecânica.
1.2 OBJETIVOS DA PESQUISA
O objetivo do presente trabalho é determinar o custo unitário de fabricação
da estante de aço, onde serão alocados todos os custos diretos e indiretos
envolvidos no processo produtivo.
Os objetivos específicos são:
1- Apresentar um mapeamento dos custos envolvidos no processo de fabricação do
produto.
2- Determinar o custo do produto fabricado.
3- Levantar os custos e ratear aos produtos.
14
1.3 JUSTIFICATIVA
Segundo Martens (org.) (2009), a contabilidade de custos contribui de forma
efetiva, por meio das informações que disponibiliza, para administrar preço de
venda; optar pela compra ou não; produzir ou não etc.
Tradicionalmente, a contabilidade de custos focou em determinar o custo do estoque e dos bens produzidos. Os custos eram classificados em categorias funcionais, e a determinação dos custos de manufatura consumia muito esforço. Enquanto ainda é importante saber o custo de bens produzidos, o contador de hoje precisa fornecer ainda mais informações. As empresas precisam de informações acuradas de custos para integrar o desenvolvimento do produto, produção, marketing e serviços pós-venda [....]. (HANSEN e MOWEN, 2001, p.28)
Para Hansen e Mowen (2001), a função do contador é primordial para
fornecer informações relacionadas a custos, pois elas são essenciais dentro de uma
organização, tanto para a produção como também para o marketing e pós-venda.
De acordo com Martins (2003), a contabilidade de custos passou a ser
encarada como uma nova missão, a gerencial, isso se deve ao crescimento das
empresas, pois aumentou a distância entre administrador, ativos e pessoas
administradas.
Com essa visão dos conhecimentos mencionados, a contabilidade de custos
servirá de apoio para os administradores elaborarem o preço de venda, baseado no
custo apurado de cada produto.
O presente trabalho poderá servir como um instrumento para os gestores da
empresa na tomada de decisões relacionadas a custos, pois através do custo
apurado, é possível determinar com exatidão o valor a ser vendido, sabendo-se
exatamente a margem que deverá ser aplicada.
15
1.4 METODOLOGIA
O referido trabalho se classifica como Pesquisa exploratória e descritiva.
Conforme Gil (2002), o maior objetivo da pesquisa exploratória é
proporcionar familiaridade com o problema, torná-lo mais explícito. Na pesquisa
descritiva, o principal objetivo é a descrição das características de determinada
população ou fenômeno. Também se utilizou de um estudo de caso.
De acordo com Gil (2002), a técnica do estudo de caso consiste na análise
profunda e exaustiva de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e
detalhado conhecimento.
A coleta de dados foi efetuada através do levantamento de documentos
dentro da própria empresa escolhida, levando-se em consideração a facilidade de
acesso às informações.
Conforme Lakatos e Marconi (2001), o levantamento de dados implica em
variadas fontes, que podem sugerir hipóteses e orientações para outras fontes de
coleta.
Os dados foram analisados pelo método quantitativo elaborando-se quadros
para uma melhor análise.
1.5 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
O presente trabalho está organizado da seguinte forma:
No capítulo 2 apresenta-se todo o embasamento teórico da pesquisa.
No capítulo 3 define-se a metodologia que direcionou a pesquisa.
No capítulo 4 fazem-se as apresentações e discussões dos dados.
No capítulo 5 têm-se as considerações finais e conclusão do trabalho.
16
2 EMBASAMENTO TEÓRICO
2.1 CONTABILIDADE
Ao se definir contabilidade, define-se pelo essencial, pois deixaria de existir
se os fenômenos não ocorressem.
De acordo com Sá (1999, p.42) “Contabilidade é a ciência que estuda os
fenômenos patrimoniais, preocupando-se com realidades, evidências e
comportamentos dos mesmos, em relação à eficácia funcional das células sociais”.
Segundo Sá (1999), cientificamente o estudo visa conhecer as relações que
existem entre os fenômenos patrimoniais observados, visa conhecer verdades que
sejam válidas para todos os lugares, em qualquer que seja a época, em quaisquer
empresas.
Para Marion (1998), contabilidade é o instrumento que fornece o máximo de
informações úteis para a tomada de decisões dentro e fora da empresa. Com o
passar do tempo o governo começa a utilizar-se dela para arrecadar impostos e
torná-la obrigatória para a maioria das empresas.
Hansen e Mowen (2001) ao descrever a evolução da contabilidade: as
raízes da contabilidade se estendem profundamente na história do ser humano. As
primeiras ferramentas, criadas de 5.000 a 10.000 anos atrás, incluem pedras com
pontinhos vermelhos e pequenos pacotes de lama ressecada com escrita cuneifone
do lado externo.
Com o desenvolvimento do comércio até o final do século XV, as transações
se tornaram mais complexas e foram exigidos sistemas contábeis mais sofisticados.
A maioria dos procedimentos de contabilidade interna e de custeio do
produto, usados nos séculos XX, foi desenvolvida entre 1880 e 1925. Algum esforço
para melhorar a utilidade gerencial dos sistemas de custos convencionais ocorrem
nas décadas de 1950 e 1960.
Os dois avanços significativos são relacionados à tecnologia da informação.
Um está intimamente ligado à manufatura integrada por computador. O segundo de
maior importância fornece as ferramentas necessárias; a disponibilidade de
computadores pessoais, softwares de planilhas eletrônicas e pacotes gráficos.
De acordo com Iudícibus (2000), o acompanhamento da evolução do
patrimônio líquido das entidades de qualquer natureza constitui-se no fator mais
17
importante da evolução da disciplina contábil. O grau de desenvolvimento das
teorias contábeis e de suas práticas está diretamente associado ao grau de
desenvolvimento comercial das sociedades ou nações.
No caso brasileiro, uma característica atual do estágio de desenvolvimento
da Contabilidade é paradoxal; a qualidade das normas contábeis à disposição ou
editadas por órgãos governamentais é claramente superior. Nossa legislação
historicamente adianta-se sempre em relação aos homens que irão utilizá-la e isto é
mais sentido no campo contábil.
Segundo Iudícibus (2000), uma vez estabelecidos os objetivos da
Contabilidade e delineados os dois postulados fundamentais, seguem-se,
naturalmente, os princípios e as normas que qualificam e delimitam o campo de
aplicação dos princípios em certas situações.
2.2 PRINCÍPIOS CONTÁBEIS
O Conselho Federal de Contabilidade (CFC), de acordo com a Resolução
CFC 750/93 (atualizada pela resolução CFC 1.282/10), resolve já no 1º art., o qual
muda a denominação dos princípios, antes chamados de Princípios Fundamentais
de Contabilidade, e agora recebem o nome de “Princípios de Contabilidade”,
considerando que está nomenclatura simplificada deixa claro para o entendimento
dos usuários e profissionais dessa ciência. Com base nos princípios contábeis,
serão apresentados abaixo, os princípios de Entidade, Continuidade, Oportunidade,
Registro pelo valor original, Competência e Prudência.
a) Princípio da Entidade: Este Princípio, diz que, o patrimônio é objeto da
contabilidade, sem a qual não se pode realizar o objetivo da mesma, a escrituração.
Pertence a entidade e em nenhum momento confundir-se-á com o sócio que o
formou.
b) Princípio da Continuidade: pressupõe que, a empresa passa a ter vida
própria onde pretende atingir seu objetivo principal (lucro), através do seu objeto
social (sua atividade econômica).
18
c) Princípio da Oportunidade: Refere-se que, os registros dos fatos contábeis
no ativo (bens e direitos) e no passivo (obrigações), deverão ser contabilizados no
momento em que ocorrem.
d) Princípio do Registro pelo Valor Original: Art. 7º. Observa-se que no
Princípio do Registro pelo Valor Original, os elementos patrimoniais devem ser
contabilizados pelo valor de aquisição, em moeda corrente do país, ou seja, o valor
que está no documento fiscal. Art. 8º(Revogado pela Resolução CFC nº. 1.282/10).
O Princípio da Atualização Monetária foi revogado e os possíveis efeitos
monetários passam a ser tratados dentro do Princípio do Registro pelo Valor
Original.
e) Princípio da Competência: Art. 9º. Que no princípio da competência, o
registro das receitas e despesas, deve ser contabilizado, no momento em que elas
ocorrem independentemente do pagamento ou recebimento.
f) Princípio da Prudência: Art.10º. Demonstra que o Princípio da Prudência,
específica que, deve-se registrar um menor valor para o ativo e o maior valor para o
passivo.
2.3 A CONTABILIDADE DE CUSTOS, A CONTABILIDADE FINANCEIRA E A
CONTABILIDADE GERENCIAL
De acordo com as classificações da contabilidade, abaixo serão definidas a
Contabilidade de Custos, a Contabilidade Financeira e a Contabilidade Gerencial
segundo Hansen e Mowen (2001).
A contabilidade de custos tenta satisfazer objetivos de custeio para a
contabilidade financeira e gerencial. Quando a contabilidade de custos é usada para
cumprir com um objetivo da contabilidade financeira, ela mensura e avalia custos de
acordo com os PCGA, quando usada para propósitos internos, a contabilidade de
custos fornece informações de custos sobre produtos, serviços e outros detalhes
que podem ser de interesse para a gerência.
19
A gestão de custos produz informações para usuários internos,
especificamente, a gestão de custos identifica, coleta, mensura, classifica e relata as
informações que são úteis para os gestores para determinar quanto algo custa.
A contabilidade financeira é dedicada a fornecer informações para usuários
externos, incluindo investidores e bancos. Esses usuários acham as informações
úteis nas tomadas de decisões financeiras.
A contabilidade gerencial se preocupa especificamente com a forma como
informações sobre custos e outras informações financeiras e não financeiras devem
ser usadas para o planejamento, controle e tomada de decisão.
2.3.1 Da Contabilidade Financeira à de Custos
A análise dos custos consistia em fazer uma contagem dos estoques do
período, com as compras feitas no mesmo, assim diminuindo do total as
mercadorias que ainda não tinham sido vendidas.
Segundo Martins (2010, p.19) “até a revolução industrial (século XVIII),
quase só existia a Contabilidade financeira (ou geral), que, desenvolvida na era
mercantilista, estava bem estruturada para servir as empresas comerciais”.
Nota-se, que com o surgimento das indústrias, com a revolução industrial,
surge á contabilidade de custos industriais, que no seu início eram utilizados os
mesmos métodos e critérios, das empresas comerciais.
2.3.2 Da Contabilidade de Custos à Contabilidade Gerencial
A Contabilidade de Custos, com o passar das décadas, e com o avanço da
industrialização e da competitividade, passou a exercer duas funções de enorme
importância: auxílio ao controle e na tomada de decisões.
Conforme Martins (2010) a primeira preocupação dos contadores, era de
fazer da Contabilidade de custos uma maneira de resolver problemas dos estoques
e do resultado, não de, a utilizarem como uma ferramenta para a administração.
Desta forma Souza (2008, p.16) diz que “repousam nos ombros dos
administradores e da equipe encarregada de obter, compilar e relatar os custos, a
responsabilidade pelo fracasso ou os méritos pelo sucesso do empreendimento”.
20
A figura 1 dá uma ideia de como se situam a Contabilidade Financeira, a de
Custo e a Gerencial – além do sistema de orçamento – no contexto de um Sistema
de Informação (SI):
A figura 1 – demonstra que todas as áreas citadas acima, dependem umas
das outras, elas se interligam entre si, as informações passam mais precisas de
departamento para departamento, dentro de um sistema de informação.
A contabilidade é uma parte da administração. Sua função básica é a de assessorar as decisões. Não pode ser encarada simplesmente como um mero conjunto de princípios e de técnicas de registros de operações já estruturadas, como se fosse um receituário médico. O contador, para exercer bem a sua atividade, deve considerar-se e ser considerado como um membro de uma equipe administrativa. Somente assim ele se verá com as mesmas preocupações de quem tomará uma decisão qualquer. Estará consciente das oportunidades, incertezas, riscos, responsabilidades, limitações e outras circunstâncias, que envolvem a tomada de decisão. Somente quando se colocar nesta posição, ser-lhe-á possível buscar, organizar dados e propiciar aos seus pares no corpo diretivo do empreendimento, informações capazes de possibilitar uma decisão pelo melhor curso de ação, face às opções disponíveis. (SOUZA, 2008, p.18)
Segundo Souza (2008), observa-se a importância da Contabilidade dentro
das empresas, independente do ramo, por mais simples que sejam, necessitam de
seus relatórios e informações, podendo ser utilizada como ferramenta de
21
planejamento, avaliação de desempenho e controle da organização pelos seus
administradores.
O contador deve fazer parte do quadro administrativo para exercer melhor a
sua atividade, pois assim terá uma visão mais aprofundada do que precisa ser feito.
2.3.3 Os Sistemas de Informações
O sistema de informações da gestão de custos e o sistema de informações
da contabilidade financeira fazem parte do sistema total de informações contábeis.
Os relatórios tanto da contabilidade financeira como da gerencial são
frequentemente derivados do mesmo banco de dados.
[...] O sistema contábil deve ser projetado para fornecer tanto os lucros totais quanto os lucros de produtos individuais. Aqui, o ponto-chave é a flexibilidade – o sistema contábil dever ser capaz de fornecer dados diferentes para propósitos diferentes. O contador de custos precisa ser capaz de desenvolver um sistema contábil que pode transpor as necessidades dos usuários internos e externos. (HANSEN e MOWEN, 2001, p.29)
Um sistema de informações contábeis é aquele que consiste de partes
manuais e de computador, inter-relacionadas, usando processos como coletar,
registrar, resumir, analisar e gerenciar dados para fornecer informações aos
usuários.
Cada uma dessas partes inter-relacionadas é um sistema em si, e, portanto
é chamado de um subsistema do sistema de informações contábeis. Alguns
processos também podem ser modelos formais de decisão.
Como qualquer sistema, um sistema de informações contábeis usa
processos para transformar entradas em saídas que satisfazem os objetivos gerais
do sistema.
O sistema de informações de controle operacional é um subsistema de
gestão de custos projetado para fornecer feedback oportuno referente ao
desempenho dos gestores e outras atividades pertinentes ao seu planejamento e
controle de atividades.
22
As informações sobre o custo de produtos tem um papel nesse processo,
mas, sozinhas, não são suficientes, a qualidade, preços acessíveis e baixos custos
para operar e manter o produto também são importantes para os clientes.
Um segundo objetivo é melhorar os lucros ao fornecer esse valor, pois
produtos bem projetados e de qualidade, podem ser oferecidos somente se estes
também oferecerem um retorno aceitável para o proprietário da empresa.
Desta forma, é apresentada abaixo (figura 2) a qual ilustra os vários
subsistemas do sistema de informações contábeis, já melhor explicitados no texto
acima.
Nota-se com a figura acima que a contabilidade financeira, a contabilidade
de custos, a gestão de custos e o controle operacional estão interligados dentro do
sistema de informações contábeis.
23
2.4 TERMINOLOGIAS APLICADAS NA CONTABILIDADE DE CUSTOS
As terminologias aplicadas na contabilidade de custos são: Gastos,
investimentos, custo, despesas, desembolso e perdas, conforme Padoveze (2009).
• Gastos: São todas ocorrências de pagamentos ou recebimentos de ativos,
custos ou despesas. Ou seja, gastos são sacrifícios financeiros que a
empresa tem que bancar, para obter um produto ou serviço, através do
pagamento no ato (desembolso), ou no futuro. Só passa a existir o gasto a
partir do momento que é contabilizada a dívida ou a saída financeira para a
aquisição de um produto ou serviço.
• Investimentos: São os gastos efetuados em ativo ou despesas e custos que
serão imobilizados ou diferidos. São gastos ativados em função de sua vida
útil ou benefícios futuros.
• Custo: É todo gasto utilizado no processo de industrialização do produto,
quando se está relacionado à produção de um bem.
São os gastos, não investimentos, necessários para fabricar os produtos da empresa. São os gastos efetuados pela empresa que farão nascer os seus produtos. Portanto, podemos dizer que os custos são os gastos relacionados aos produtos, posteriormente ativados quando os produtos objeto desses gastos forem gerados. De modo geral são os gastos ligados à área industrial da empresa. (PADOVEZE, 2009, p. 314)
Conforme Megliorini (2012), diferente da indústria que fabrica seus produtos,
empresa comercial, apenas comercializa, deste modo se considera custos, os
gastos com a compra de mercadorias para revenda, nas empresas comerciais. Já
sob a ótica de uma empresa prestadora de serviços, o autor diz que serão
chamados custos, os gastos utilizados para a execução dos serviços.
Custos é o montante de recursos utilizados para a obtenção de outros recursos. Os sacrifícios ocorridos referem-se ao dinheiro aplicado em estoques, transformação de materiais, remuneração de pessoas que contribuam para a produção de bens e serviços que serão vendidos. Em contabilidade o sacrifício ocorrido, no momento da aquisição ou utilização é representado pela atual ou futura redução de disponibilidades financeiras.(SOUZA, 2008, p. 33)
24
Nota- se, que o conceito da palavra custo é muito amplo, em relação a uma
empresa do ramo comercial, chama-se CMV (custo das mercadorias vendidas), já
em uma indústria, é CPV (custo do produto vendido), e, em uma empresa de
prestação de serviços denomina-se, CSP (custo dos serviços prestados).
• Despesas: São bem ou serviços, consumidos diretamente para obtenção de
receita. A despesa não está diretamente ligada ao produto, ou seja, não
estão envolvidas na fabricação do produto. Despesas são os gastos
necessários para vender e enviar os produtos. De modo geral, são os gastos
ligados às áreas administrativas e comerciais. O custo dos produtos, quando
vendidos, transforma-se em despesas.
• Desembolso: São os atos financeiros de pagar uma dívida, um serviço ou
um bem ou direito adquirido. É a execução financeira dos gastos e
investimentos da empresa. O desembolso é à saída de dinheiro do caixa ou
do banco, independentemente, de ter ocorrido o gasto, é o momento do
pagamento.
• Perdas: São fatos ocorridos em situações excepcionais que fogem à
normalidade da empresa. São considerados não operacionais e não fazem
parte dos custos de produção dos produtos.
As perdas estão ligadas a algo, como desperdícios de matéria prima no
processo produtivo. Elas podem ser de natureza normal, porque fazem parte
do processo produtivo, as empresas buscam diminuir o máximo este tipo de
perda, porque acabam influenciando nos seus custos.
Temos também as perdas anormais, que são causadas por fatos não
esperados. Como por exemplo: greve, incêndio e falhas na produção, são
situações involuntárias, mas nenhuma empresa está livre de que isso possa
ocorrer.
25
2.5 CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS
2.5.1 Com relação aos Produtos, eles podem ser Diretos ou Indiretos
Custos diretos são aqueles, que podem ser identificados de forma clara,
direta e objetiva, estão ligados diretamente ao produto. Por exemplo: matéria-prima,
mão- de- obra direta. A empresa sabe quanto de matéria-prima será utilizado no
processo produtivo, e ela sabe quanto é o salário do empregado, dessa forma
consegue relacionar de forma direta ao produto.
Custo diretos são os custos que podem ser fisicamente identificados para um segmento particular sob consideração. Assim, se o que está sob consideração é uma linha de produtos, então os materiais e a mão de obra envolvidos em sua manufatura seriam ambos custos diretos. (PADOVEZE, 2009, p.330)
Custos indiretos são os chamados “CIFs”, custos que não se consegue
relacionar de forma direta ao produto, eles necessitam de cálculos ou rateios, para
serem alocados aos produtos de forma indireta. Exemplos: depreciação de
equipamentos, aluguel da fabrica, energia elétrica que não pode ser relacionada
diretamente ao produto.
Custos indiretos, são aqueles que para serem considerados nos custos de cada unidade produzida, requerem algum cálculo, proporcionalidade, ou seja; “algum artifício” que permita que tais custos possam ser absorvidos pelos diversos produtos fabricados. (SOUZA, 2008, p.35)
Os custos indiretos são calculados na forma de rateio para compor o custo
do produto.
2.5.2 Com relação ao volume de produção, eles podem ser Fixos, Semifixos,
Variáveis ou Semivariáveis
Custos fixos são aqueles que independem da quantidade produzida, ou o
quanto se vendeu de produtos, ou quanto de serviço foi prestado, o custo fixo será o
mesmo. Entretanto quanto mais for produzido, menor será o seu custo fixo unitário.
26
Segundo Leone (1998, p.84) “custos fixos, são os custos que não variam
com atividade realizada dentro de uma faixa determinada de volume”.
A figura 3 - representa o comportamento do custo fixo, em qualquer volume
de produção, se a empresa produzir 10 toneladas ou não produzir nada o custo é o
mesmo.
A figura 4 - demonstra que o custo fixo não começa na quantidade zero, mas
na primeira unidade, pois nesse volume de produção, é ela que absorve todo o
custo.
27
Custos variáveis são aqueles custos, que se alteram em função da variação
da produção, em um determinado momento podem subir ou diminuir, vai depender
do volume do processo produtivo.
Conforme Souza (2008, p.36) “são os custos que variam em proporção
direta às mudanças no volume ou nível de atividade, dentro de um intervalo
relevante”.
A figura 5 - demonstra que, no custo variável, é igual por unidade produzida,
porém quanto mais produzo, maior é o custo variável total. Exemplo, para a empresa
fabricar uma estante de aço, ela gasta X de matéria prima, já para produzir 100
estantes, o custo com matéria prima terá uma variação.
28
Figura 6 – Custo Variável unitário Custos Custo variável unitário
0 quantidade 10 t
Fonte: Adaptado de Megliorini (2012, p.12)
A figura 6 - demonstra que, o custo variável unitário não começa em zero, mas na primeira unidade, pois, na quantidade zero não ocorrem custos variáveis.
Custos semifixos segundo Iudícibus e Marion (2001, p.63) “são os custos
que tendem a permanecer os mesmos em montante de dinheiro sobre certa
amplitude de atividade, mas que aumentam quando a produção excede certos
limites”.
.
Na figura 7 - observa-se, que uma parte é fixa, já a partir do momento em
que a empresa resolve expandir sua produção para 15 toneladas, desta forma,
29
tendo que contratar mais funcionários e adquirir novas máquinas etc. Os custos fixos
serão maiores e permanecerão constantes nesse novo estágio.
Custos semivariáveis conforme Iudícibus e Marion (2001, p.63) “são os
custos de manufatura que são um tanto sensíveis às mudanças na produção, mas
que não mudam proporcionalmente aos aumentos e às diminuições no volume”.
A figura 8 - demonstra que, em seu valor, uma parcela é fixa e outra variável,
isto é tem um comportamento de custo fixo até certo momento e depois se
comportam como custo variável.
2.5.3 Outras definições importantes sobre Custos
Segundo Ribeiro (2002), as seguintes expressões técnicas de custos são
classificadas como custo primário, custo de transformação, custos dos produtos em
elaboração, custo de produção, custo dos produtos acabados, custo dos produtos
acabados no período e custo dos produtos vendidos:
• Custo Primário: Compreende os gastos com MP (Matérias-Primas) mais os
gastos com MOD (Mão-de-obra-Direta). Não é o mesmo que custo direto
que é mais amplo.
30
• Custo de Transformação: São custos necessários à transformação dos
materiais diretos em produtos acabados. Compreende à soma da MOD
(Mão-de-obra-Direta) com os CIFs (Custos Indiretos de Fabricação).
• Custo dos Produtos em Elaboração: Correspondem aos custos apropriados
dos produtos que estão em fase intermediária de produção.
• Custo de Produção: Corresponde ao total dos custos incorridos no período,
mais o estoque inicial de produtos em elaboração. Encontra-se o custo de
produção pela seguinte fórmula: materiais diretos (MD) + mão-de-obra-direta
(MOD) + custos indiretos de fabricação (CIF).
• Custo dos Produtos Acabados: Corresponde ao custo de produção menos o
estoque final de produtos em elaboração.
• Custo dos Produtos Acabados no Período: São os gastos incorridos na
fábrica dentro do período.
• Custo dos Produtos Vendidos: É o valor relacionado aos gastos, aplicados
na fabricação dos produtos que foram vendidos. O custo dos produtos
vendidos (CPV) é determinado pela seguinte fórmula: custo de produção
(CP) + estoque inicial de produtos acabados (EIPA) - estoque final de
produtos acabados (EFPA) + estoque inicial dos produtos em processo
(EIPP) – estoque final de produtos em processo (EFPP) = custo dos
produtos vendidos (CPV).
2.6 MÉTODOS DE CUSTEIO
Custeio significa Apropriação de Custos.
Existe Custeio por Absorção, Custeio Variável, Custeio ABC e Custeio RKW,
Segundo Martins (2003).
O custeio por absorção é o método derivado da aplicação dos princípios de
contabilidade geralmente aceitos. Consiste na apropriação de todos os custos de
31
produção aos bens elaborados, e só os de produção; todos os gastos relativos ao
esforço de produção são distribuídos para todos os produtos ou serviços feitos.
Para Martins (2003), o custeio por absorção é válido tanto para fins de
Balanço Patrimonial e Demonstração de Resultados como também, na maioria dos
países, para Balanço e Lucro Fiscais. O Imposto de Renda costumeiramente o usa,
no Brasil é utilizado obrigatoriamente com pequenas exceções.
No Custeio por Absorção, a depreciação dos equipamentos e outros
imobilizados amortizáveis utilizados na produção deve ser distribuída aos produtos
elaborados; portanto, vai para o ativo na forma de produtos, e só vira despesa
quando da venda dos bens.
32
A figura 9 representa um esquema de custeio por absorção sem
departamentalização.
Custeio Variável, devido aos problemas vistos com relação à dificuldade
trazida pela apropriação dos custos Fixos aos produtos e em função da grande
utilidade do conhecimento do Custo Variável e da Margem de Contribuição, nasceu
uma forma alternativa para custeamento.
33
Para Martins (2003), no Custeio Variável, só são alocados aos produtos os
custos variáveis, ficando os fixos separados e considerados como despesas do
período, indo diretamente para o Resultado; para os estoques só vão, como
consequência, custos variáveis.
Do ponto de vista decisorial, verifica-se que o Custeio Variável tem
condições de propiciar muito mais rapidamente informações vitais à empresa;
também o resultado medido dentro do seu critério parece ser mais informativo à
administração, por abandonar os custos fixos e rata-los contabilmente como se
fossem despesas, já que são quase sempre repetitivos e independentes dos
diversos produtos e unidades.
Mas os Princípios Contábeis hoje aceitos não admitem o uso de
Demonstrações de Resultados e de Balanços avaliados à base do Custeio Variável;
por isso, esse critério de avaliar estoque e resultado não é reconhecido pelos
Contadores, pelos Auditores Independentes e tão pouco pelo Fisco.
Mas essa não aceitação do Custeio Variável não impede que a empresa o
utilize para efeito interno, ou mesmo que o formalize completamente na
Contabilidade durante todo o período.
O custeio variável é utilizado dentro das organizações para fins gerenciais,
pois proporcionam relatórios internos que são de suma importância para o controle
interno, auxiliando os administradores e os colaboradores nas tarefas diárias da
empresa.
A figura abaixo esboça um esquema simplificado do custeio variável, onde
nota-se que todos os custos variáveis, os custos fixos, as despesas fixas e as
despesas variáveis são calculados e enviados para uma DRE, onde é apresentado o
resultado líquido.
34
Conforme Martins (2003), o Custeio Baseado em Atividades, conhecido
como ABC (Actívity-Based Costing), é uma metodologia de custeio que procura
35
reduzir sensivelmente as distorções provocadas pelo rateio arbitrário dos custos
indiretos.
O ABC pode ser aplicado, também, aos custos diretos, principalmente à
mão- de-obra direta, e é recomendável que o seja; mas não haverá, neste caso,
diferenças significativas em relação aos chamados “sistemas tradicionais”. A
diferença fundamental está no tratamento dado aos custos indiretos.
Com o avanço tecnológico e a crescente complexidade dos sistemas de
produção, em muitas indústrias os custos indiretos vêm aumentando continuamente,
tanto em valores absolutos quanto em termos relativos, comparativamente aos
custos diretos. Porém a utilidade do Custeio Baseado em Atividades (ABC) não se
limita ao custeio de produtos.
Portanto para Martins (2003), o ABC é considerado uma poderosa
ferramenta a ser utilizada na gestão de custos. O ABC é um instrumento muito útil
da Contabilidade de Custos no sentido de que o Custeio por Absorção apresente
custos por produtos que tenham sentido mais lógico e não sejam distorcidos por
rateios tantas vezes muito arbitrários.
A figura 11 demonstra que no custeio ABC tem direcionadores dos recursos
dentro das atividades para um melhor controle.
36
Custeio RKW, com fundamento na ideia do uso de custos para fixar preços
nasceu, no início do século XX, uma forma de alocação de custos e despesas
muitíssimo conhecida no nosso meio brasileiro por RKW (abreviação de
Reichskuratorium für Wirtschaftlichtlceit).
Trata-se de uma técnica disseminada originalmente na Alemanha (por um
órgão que seria semelhante ao nosso antigo CIP — Conselho Interministerial de
Preços), que consiste no rateio não só dos custos de produção como também de
todas as despesas da empresa, inclusive financeiras, a todos os produtos.
A apropriação dos custos indiretos de produção; ou seja, tudo com base na
alocação dos custos e despesas aos diversos departamentos da empresa para
depois ir-se procedendo às várias séries de rateio de forma que, ao final, todos os
custos e despesas estejam recaindo exclusivamente sobre os produtos. Com esse
rateio, chega-se ao custo de produzir e vender.
A figura 12 demonstra um esquema do custeio RKW.
Figura 12 - Custeio RKW
Fonte: Adaptado de Martins (2003, p.158)
37
2.6.1 Outros métodos de custeio
Segundo Hansen e Mowen (2001), os métodos de custeio de produtos e
serviços podem ser: Custeio por Ordem e Custeio por processo.
Custeio por Ordem: As empresas que operam em indústrias por ordem
produzem uma ampla variedade de produtos ou serviços que geralmente são bem
distintos uns dos outros. Os produtos customizados, ou feitos sob encomenda, se
encaixam nessa categoria, assim como os serviços que variam de cliente para
cliente. Alguns exemplos de processos por ordem são as construtoras, fábrica de
móveis, gráficas e oficinas mecânicas.
A característica-chave do custeio por ordem é que o custo de um serviço é
diferente do custo de outro serviço e deve ser separadamente monitorado.
Para os sistemas de produção por ordem, os custos são acumulados por
ordem de serviço. Essa atribuição de custos é chamada de um sistema de
acumulação (custeio) por ordem. Em uma empresa, quando o serviço é completado,
o custo unitário pode ser obtido pela divisão dos custos totais de manufatura pelo
número de unidades produzidas.
Tanto o sistema manual quanto o automatizado requerem o mesmo tipo de
dado de forma a acumular custos e rastrear o progresso de uma ordem. Um sistema
de custo por ordem deve ser capaz de identificar a quantidade de materiais diretos,
mão-de-obra direta e CIF consumidos para cada ordem. Isso pode ser satisfeito pelo
uso de requisições de materiais para o material direto, cartão ponto para a mão-de-
obra direta e taxas predeterminadas para os CIF.
Custeio por Processo: Um sistema operacional por processo é responsável
por uma ou mais operações que trazem um produto mais próximo ao estágio final,
ou seja, é uma série de operações que são ligadas ao desempenho de um objetivo
específico.
Em cada processo, podem ser necessárias entradas de materiais, mão-de-
obra e CIF, após se completar um processo específico, os produtos parcialmente
completados são transferidos para outro processo.
Um exemplo é o fabricante de um produto de vitaminas e minerais, essa fa-
bricação consiste em três processos: coletar, encapsular e envasilhar, também
tendo quatro atividades ligadas: carregamento, contagem, tapagem e embalagem.
38
Os fluxos de custo para um sistema de custo por processo são basicamente
similares aos do sistema de custeio por ordem. Existem duas diferenças-chave: O
sistema de custo por ordem acumula os custos de produção por ordem, e o sistema
de custo por processo acumula os custos de produção por processo. Para as
empresas de manufatura, o sistema de custo por ordem usa uma única conta de
produtos em processo. Quando as unidades são acabadas por um processo, os
custos de manufatura são transferidos da conta de um departamento de processo
para a conta do próximo processo, o último processo transfere os custos para os
produtos acabados.
2.6.2 Métodos de custeio para controle de estoque
Ainda Segundo Hansen e Mowen (2001), os métodos de Custeio podem ser:
Método de Custeio da Média Ponderada e Custeio padrão.
Método de Custeio da Média Ponderada: Esse método não rastreia a
produção e os custos do período anterior separadamente da produção e custos do
período corrente, mas ele coleta custos do estoque inicial e a produção equivalente
que o acompanha e os trata como se eles pertencessem ao período corrente. A
produção e os custos de manufatura do período anterior no estoque inicial de
produtos em processo são incorporados à produção e aos custos de manufatura do
período corrente.
O método da média ponderada funde os custos do período anterior com os
custos do período corrente simplesmente com a adição dos custos de manufatura do
estoque inicial dos produtos em processo aos custos de manufatura incorridos
durante o período corrente.
Custeio Padrão: Para determinar o custo padrão de unidade para uma
entrada específica é preciso tomar duas decisões; quanto de entrada deve ser
usado por unidade de produção e quanto deve ser pago pela quantidade de entrada
que será consumida. A decisão sobre a quantidade produz padrões de quantidade, e
a decisão sobre o preço produz padrões de preço.
Os padrões de preços são de responsabilidade conjunta do pessoal de
operações, compras e contabilidade. O departamento de operações determina a
qualidade das entradas requeridas; os departamentos de pessoal e de compras tem
a responsabilidade de adquirir a quantidade e a qualidade de entrada requisitada
39
com o preço mais baixo. O departamento de contabilidade é responsável pelo
registro dos padrões de preço e em preparar os relatórios que comparam o
desempenho real com o padrão.
Os tipos de padrões são classificados como ideais ou atingíveis:
Padrões ideais são os padrões que exigem máxima competência e somente
podem ser atingidos se tudo funcionar perfeitamente.
Os padrões atingíveis podem ser alcançados sob condições operacionais
eficientes. São permitidas algumas quebras normais, habilidades não tão perfeitas,
eles são exigentes, mas atingíveis. Dos dois tipos, o padrão atingível oferece mais
benefícios, pois, por mais que sejam desafiadores, são atingíveis, e o nível de
desempenho dos indivíduos é mais alto.
O sistema de custo padrão é adotado por melhorar o planejamento, o
controle e a medida do desempenho. Ao desenvolver o preço por unidade e os
padrões de quantidade, uma variação total pode ser decomposta em uma variação
de preço e uma variação de consumo ou eficiência.
2.7 DEPARTAMENTO
Departamento é uma divisão da empresa sobre o qual um gerente ou
supervisor tem autoridade para desempenhar uma atividade específica.
De acordo com Ribeiro (2002, p. 182) “Departamento é a menor unidade
administrativa de uma empresa, para efeito de acumulação dos Custos Indiretos de
Fabricação”.
Pelo sistema de inventário periódico, todos os custos diretos e indiretos de
fabricação são atribuídos de uma só vez e englobadamente para toda a produção do
período, não se conhecendo o custo unitário dos produtos fabricados.
Através do sistema de inventário permanente, os custos diretos e indiretos
de fabricação são atribuídos a cada produto, sendo feitos os controles através de
relatórios.
Pela atribuição dos custos diretos é possível conhecer os valores dos gastos
com materiais, mão-de-obra e gastos gerais de fabricação, os quais incidem
diretamente no custo dos produtos.
40
No rateio dos custos indiretos, os materiais, a mão-de-obra e os gastos
gerais de fabricação cuja incidência nos produtos seja de identificação difícil, são
rateados por meio de critérios estimados.
As atividades administrativas e de produção de uma empresa industrial
poderão estar divididas em: Administração geral, almoxarifado, manutenção,
recrutamento de pessoal, projetos, corte, usinagem, montagem e acabamento. No
custo departamental os custos indiretos de fabricação são atribuídos aos produtos
por departamentos.
Para Ribeiro (2002), existem dois tipos de departamentos em uma empresa
industrial sendo: Departamentos produtivos e departamentos de serviços:
• Os Departamentos produtivos: Compostos por homens e máquinas, são os
responsáveis pela fabricação dos produtos. Em relação aos produtos, são
nesses departamentos que são gerados os custos diretos e indiretos.
• Os departamentos de serviços: São compostos por homens e máquinas,
geralmente apenas homens, que prestam serviços para toda a empresa,
assim os custos gerados nesses departamentos são considerados diretos
em relação aos departamentos, mas indiretos em relação aos produtos. Para
se ratear esses custos é preciso inicialmente transferi-los entre os
departamentos, aí se procede ao rateio para cada produto.
A contabilidade de Custos considera cada departamento como sendo um
centro de custos para efeito de cálculo dos custos indiretos de fabricação.
Segundo Ribeiro (2002, p. 182) “Centro de Custos é a unidade mínima
utilizada para acumulação dos Custos Indiretos de Fabricação”. É comum a criação
de um centro de custos para acumular os gastos comuns a todos os departamentos
da fábrica, como: Aluguéis, água, energia elétrica, telefones, etc.
A margem de erro é bem menor na atribuição dos Custos indiretos aos
produtos quando se adota o custo departamental.
41
2.8 MÉTODOS DE RATEIO
O rateio é utilizado para se calcular os custos indiretos de fabricação de um
determinado produto.
De acordo com Crepaldi (1998), rateio pode ser definido como: Alocação de
custos indiretos aos produtos em fabricação. Exemplo: depreciação de máquinas
rateada segundo o tempo de utilização (h/m) por produto.
Os rateios podem ser reduzidos de acordo com algumas práticas:
• Alguns gastos irrelevantes não necessitam ser rateados, pois não precisam
justificar o trabalho envolvido.
• O resultado do exercício é lançado diretamente cujo rateio dos gastos sejam
extremamente arbitrário.
De acordo com Ribeiro (2002), os gastos com aluguel, água, energia elétrica
e depreciação que sejam comuns a todos os departamentos devem ser rateados
com base em critérios definidos por cada empresa.
Os departamentos produtivos terão subcontas para custos diretos e para
custos indiretos. Cada departamento poderá ter uma conta específica para receber
por transferência os custos indiretos de outros departamentos.
É necessária a transferência dos saldos das subcontas que registraram os
custos indiretos de cada departamento para uma conta sintética que englobe os
referidos custos, pois isso facilitará o rateio de cada departamento para os demais.
Para se conhecer o custo dos produtos acabados, basta transferir os saldos
das contas que registraram os materiais, a mão-de-obra e os gastos gerais de
fabricação de cada produto para a conta sintética custo em formação do respectivo
produto.
42
3 METODOLOGIA
A metodologia se refere à forma como funciona o conhecimento científico.
De acordo com Andrade (2001 p. 129), “Metodologia é o conjunto de
métodos ou caminhos que são percorridos na busca do conhecimento”.
Segundo Parra Filho e Santos (2003), a busca do conhecimento tem sido a
preocupação maior do ser humano. O avanço científico depende de um trabalho
desenvolvido mediante a utilização de métodos que permitam separar sempre o
verdadeiro do falso.
3.1 TIPOS DE PESQUISAS
Os tipos de pesquisas podem ser: Pesquisa Exploratória, Descritiva,
Explicativa, Bibliográfica, Documental, Experimenta, Pesquisa de Campo, Pesquisa
Básica, Pesquisa Aplicada, Quantitativa e Qualitativa. As pesquisas também se
diferem quanto à natureza, quanto à forma de abordagem, quanto aos objetivos e
quanto aos procedimentos técnicos, segundo Gil (2002).
3.1.1 Classificação das Pesquisas
Quanto à natureza:
• Pesquisa Básica: objetiva gerar conhecimentos novos úteis para o avanço da
ciência sem aplicação prática prevista. Envolve verdades e interesses universais.
• Pesquisa Aplicada: objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática dirigida à
solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais.
Quanto à forma de abordagem:
• Pesquisa Quantitativa: considera que tudo pode ser quantificável, o que significa
traduzir em números, opiniões e informações para classificá-los e analisá-los.
Requer o uso de recursos e de técnicas estatísticas.
43
• Pesquisa Qualitativa: considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real
e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a
subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números.
Quanto aos Objetivos:
• Pesquisa Exploratória: O maior objetivo é proporcionar familiaridade com o
problema, torná-lo mais explícito. O principal objetivo é o aprimoramento de
ideias.
• Pesquisa Descritiva: O principal objetivo é a descrição das características de
determinada população ou fenômeno.
• Pesquisa Explicativa: Este tipo de pesquisa é a que mais aprofunda o
conhecimento da realidade, porque explica a razão, o porquê das coisas. É o tipo
mais complexo, pois o risco de cometer erros é muito grande.
Quanto aos procedimentos técnicos:
• Pesquisa Bibliográfica: É desenvolvida com base em material já elaborado,
constituído principalmente de livros e artigos científicos. Esse tipo de pesquisa
procura explicar um problema a partir de referências teóricas publicadas em
documentos. A pesquisa bibliográfica constitui geralmente o primeiro passo de
qualquer pesquisa científica.
• Pesquisa Documental: Esse tipo de pesquisa vale-se de materiais que não
recebem ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de
acordo com os objetivos da pesquisa.
• Pesquisa Experimental: Consiste em determinar um objeto de estudo, selecionar
as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo, definir as formas de controle e
de observação dos efeitos que a variável produz no objeto.
44
• Pesquisa de Campo: A pesquisa de campo apresenta muitas semelhanças com
o levantamento, mas se distinguem em vários aspectos, pode-se dizer que o
levantamento tem maior alcance e o estudo de campo maior profundidade. No
estudo de campo, o pesquisador realiza a maior parte do trabalho pessoalmente.
• Estudo de Caso: Consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos
objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento.
O presente trabalho utilizou-se das seguintes técnicas de pesquisa:
Pesquisa aplicada, bibliográfica, documental, explicativa, exploratória e de um
estudo de caso. Foi efetuado através do método quantitativo para coleta e
informações de dados, para se atingir os objetivos traçados.
O primeiro passo para a realização desse trabalho, constituiu em uma
pesquisa bibliográfica previamente apontada pelo professor orientador, onde foram
consultados vários livros sobre contabilidade de custos, manuais de contabilidade e
também através de pesquisas pela internet.
A próxima etapa foi fazer um estudo de campo, levantando-se os dados e
informações necessárias para fazer um mapeamento dos custos, para que assim se
chegasse ao custo unitário do produto fabricado.
3.2 LOCAL DE PESQUISA
A presente pesquisa foi realizada em uma indústria metal-mecânica, cujo
ramo é a produção de móveis de aço, localizada na cidade de Ponta Grossa -
Paraná. Essa indústria foi escolhida levando-se em consideração a facilidade de
acesso às informações.
3.3 COLETA DE DADOS
A coleta de dados foi efetuada através de levantamento de documentos na
própria empresa escolhida.
Conforme Lakatos e Marconi (2001), o levantamento de dados implica em
variadas fontes, que podem sugerir hipóteses e orientações para outras fontes de
coleta. É o primeiro passo de qualquer pesquisa científica, devendo ser documental.
45
A pesquisa documental está restrita a documentos, pode ser feita no momento em
que o fato ocorre ou depois.
Também foi realizada uma observação sistemática de todo o processo
produtivo, visando coletar o máximo de informações a respeito das etapas de
produção.
46
4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO SOBRE OS DADOS
O processo de produção das estantes se inicia com o desbobinamento das
chapas de aço em uma máquina chamada desbobinadeira (ANEXO A). Em seguida
as mesmas são cortadas em outra máquina chamada guilhotina (ANEXO B); na
sequência são dobradas e estampadas (estamparia) em uma máquina chamada
perfiladeira (ANEXO C), originando os produtos acabados que são as prateleiras e
as colunas. Cada estante é composta de 06 prateleiras e 04 colunas. Após esses
processos, as prateleiras e as colunas são pintadas e secas (ANEXO D), seguindo
para a máquina de embalagem (ANEXO E), onde são encaminhadas para a
expedição (ANEXO F), conforme demonstra o esquema da figura 13.
Figura 13 - Etapas da produção
Fonte: Elaborado pelos autores
Os estágios de acabamento são três (tratamento, pintura e secagem), eles
são realizados através de um equipamento chamado Monovia aérea, onde as peças
são transportadas em suportes de ferro contendo ganchos pequenos e grandes.
Todos os estágios correspondem a 01 ciclo de produção.
47
• 1º Estágio – Tratamento: As prateleiras são penduradas em um suporte de aço
contendo 02 ganchos grandes e 12 ganchos pequenos, cada prateleira utiliza 02
ganchos pequenos, com capacidade máxima para 06 prateleiras por ciclo,
conforme demonstra a figura 14.
Figura 14 - Prateleiras em bruto sendo transportadas pela Monovia Aérea.
Fonte: Obtida da observação no local
As colunas também são penduradas em outro suporte com capacidade para
no máximo 20 colunas por ciclo, as peças são colocadas na monovia aérea, que as
direciona para as demais cabines, conforme representa a figura 15.
48
Figura 15 – Colunas penduradas na Monovia Aérea
Fonte: Obtida da observação no local
Ainda no 1º estágio, as prateleiras e as colunas permanecem na Monovia
Aérea, onde são lavadas com sabão e água quente a 45º, seguindo posteriormente
para uma estufa de secagem a uma temperatura de 180º, conforme representam as
figuras 16 e 17.
49
Figura 16 – Prateleiras saindo molhadas da cabine.
Fonte: Obtida da observação no local
Figura 17 – Prateleiras secas, prontas para receber a pintura.
Fonte: Obtida da observação no local
50
• 2º Estágio – Pintura: Nesse estágio, as prateleiras e as colunas continuam sendo
transportadas pelo mesmo equipamento, já estão todas limpas e secas, prontas
para receber a pintura, elas seguem para uma cabine de pintura onde um robô
realiza a pintura automaticamente em todas as peças, sendo retocadas por um
pintor, conforme demonstra a figura 18.
Figura 18 - Prateleiras com pintura molhada saindo da cabine de pintura.
51
Fonte: Obtida da observação no local
3º Estágio – Secagem: Após o término dos processos de tratamento e pintura, a
monovia continua transportando as prateleiras e as colunas para o estágio final,
a secagem, onde as peças seguem para outra estufa, agora a uma temperatura
de 220º, conforme representa a figura 19.
Figura 19 - Prateleiras com pintura seca saindo da estufa.
52
Fonte: Obtida da observação no local
Após a conclusão dos 03 estágios, as prateleiras e as colunas estão prontas,
elas são retiradas da Monovia, conforme representam as figuras 20 e 21.
53
Figura 20 – prateleiras sendo retiradas da Monovia aérea
Fonte: Obtida da observação no local
54
Figura 21 - Colunas retiradas da Monovia
Fonte: Obtida da observação no local
Após serem retiradas da Monovia, as peças seguem para a embalagem e
expedição, conforme demonstram as figuras 22 e 23.
Figura 22 - Prateleiras sendo embaladas na máquina seladora
55
Figura 23 – Prateleiras embaladas, seguindo para expedição.
Fonte: Obtida da observação no local
Atualmente são produzidos três modelos de estantes, sendo: XX 3000, XY
4200 E XZ 6000, todos os modelos são compostos de 06 prateleiras e 04 colunas.
A título de demonstrar os custos envolvidos, abaixo são representados
quadros com o mapeamento de todos os custos diretos e indiretos atrelados à
produção.
Fonte: Obtida da observação no local
56
Quadro 1 – Matéria-prima (chapa de aço) consumida em quiloMATÉRIA- PRIMA CONSUMIDA NO MÊS DE JULHO
MOD ESTANTESQUANTIDADE PRODUZIDA
PESO UNITÁRIO
PESO TOTAL
XX 3000 8.061 UN. 12,02 KG 96.893,22 KG
XZ 4200 3.415 UN. 15,44 KG 52.727,60 KG
XZ 6000 4.420 UN. 23,51 KG 103.914,20 KG
TOTAL 15.896 UN. 253.535,02 KG
Fonte: Elaborado pelos autores O quadro 1 descreve a quantidade de matéria-prima ( chapa de aço)
consumida em quilos durante o mês de julho/13, referente a cada modelo de
estante, perfazendo o total de 253.535,02 quilos.
57
Gráfico 1 – Matéria-prima Consumida por Quilo no Setor de Estantes
XX 3000 XY 4200 XZ 6000
96.893,22 KG
52.727,60 KG
103.914,20 KG
MATÉRIA-PRIMA POR QUILO
TOTAL 253.532,02 KG
O gráfico 1 demonstra o quanto foi consumido de matéria-prima em quilos,
para fabricar cada modelo de estante, sendo que a XX 3000 consumiu 96.893,22
quilos, já a XY 4200 consumiu 52.727,60 quilos e a XZ 6000 consumiu 103.914,20.
Quadro 2 – Matéria-prima consumida em valores
MATÉRIA-PRIMA CHAPA DE AÇO
MODELO DE ESTANTES
QUANTIDADE PRODUZIDA
VALOR UNIT. KG CHAPA DE AÇO
VALOR UNITÁRIO POR ESTANTE
VALOR QUANT. PRODUZIDA
Fonte: Elaborado pelos autores
58
XX 3000 8.061 UN. R$ 2,73 R$ 32,8146 R$ 264.518,49
XY 4200 3.415 UN. R$ 2,73 R$ 42,1512 R$ 143.946,35
XZ 6000 4.420 UN. R$ 2,73 R$ 64,1823 R$ 283.685,77
TOTAL 15.896 UN. R$ 692.150,61
Fonte: Elaborado pelos autores
O quadro acima demonstra a quantidade de chapa consumida em valores
no mês de julho, referente a cada estante produzida, totalizando o valor de R$
692.150,61.
Gráfico 2 – Matéria-prima Consumida em Valor
O gráfico 2 explica o quanto a indústria gastou em reais de matéria-prima
no mês de julho/13, para serem fabricados os três modelos de estantes de aço,
sendo que do total gasto de R$ 692.150,61; foram para o modelo XX 3000 um
montante de R$ 264.518,49; para o modelo XY 4200 foi de R$ 143.946,35 e para o
modelo XZ 6000 um total de R$ 283.685,77 .
Fonte: Elaborado pelos autores
59
Quadro 3 – Mão de obra direta e indiretaMÃO DE OBRA DIRETA NO SETOR
NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS
SALÁRIOS UNITÁRIOS
SALÁRIOS TOTAIS
GUILHOTINA 6 R$ 890,00 R$ 5.340,00
PERFILADEIRA 3 R$ 890,00 R$ 2.670,00
DOBRADEIRA 1 R$ 890,00 R$ 890,00
PRENSA 1 R$ 890,00 R$ 890,00
PINTURA 7 R$ 890,00 R$ 6.230,00
EMBALADEIRA 5 R$ 890,00 R$ 4.450,00
EXPEDIÇÃO 5 R$ 890,00 R$ 4.450,00
TOTAL 28 R$ 24.920,00
SALÁRIO DOS ENCARREGADOS
ENCARREGADOS 3 R$ 2.200,00 R$ 6.600,00
TOTAL 3 R$ 6.600,00
TOTAL GERAL 31 R$ 31.520,00
Fonte: Elaborado pelos autores O quadro 3 representa o cálculo da mão de obra direta e indireta envolvidos
no processo produtivo. A mão de obra direta foi calculada por setor, mas em relação
aos produtos foi rateada, pois a empresa não controla a produção em horas dos
funcionários.
Gráfico 3 – Mão de Obra Direta e Indireta
60
Fonte: Elaborado pelos autores
O gráfico 3 esboça o quanto foi gasto com mão de obra no setor de
estantes, sendo que para mão de obra direta foi de R$ 24.920,00 e mão de obra
indireta foi de R$ 6.600,00; somando um total de R$ 31.520,00 em salários.
Quadro 4 – Energia consumida no mês
ENERGIA ELÉTRICA CONSUMIDA NO MÊS DE JULHO DE 2013
MODELO ESTANTES
QUANTIDADE EM kWh
VALOR UNITÁRIO
VALOR TOTAL
XX 3000 50.655,75 kwh 0,08 R$ 4.052,46
XY 4200 20.858,25 kwh 0,08 R$ 1.668,66
XZ 6000 27.811,00 kwh 0,08 R$ 2.224,88
TOTAL R$ 7.946,00
Fonte: Elaborado pelos autores O quadro 4 indica a quantidade de energia elétrica consumida no mês em
kwh, sendo calculado a R$ 0,08 kwh, totalizando R$ 7.946,00.
Gráfico 4 – Energia Elétrica Utilizada no Setor de Estantes Fonte: Elaborado pelos autores
MOD MOI
R$ 24,920.00
R$ 6,600.00
SALÁRIOS
TOTAL R$ 31.520,00
61
O gráfico 4 ilustra, como foi rateado a energia elétrica para os três modelos
de estantes fabricadas no setor no mês de julho/13, o critério de rateio utilizado foi
pela quantidade produzida de cada modelo, sendo 51% para o modelo XX 3000,
21% para o modelo XY 4200 e 28% para o modelo XZ 6000.
Quadro 5 – Água consumida no mês
ÁGUA CONSUMIDA NO MÊS DE JULHO DE 2013
MODELO ESTANTES
QUANTIDADE EM m ³
VALOR
unitárioVALOR TOTAL
XX 3000 35,19 m³ R$ 4,78 m ³ R$ 168,21
XY 4200 14,49 m³ R$ 4,78 m³ R$ 69,26
XZ 6000 19,32 m³ R$ 4,78 m³ R$ 92,35
TOTAL 69 m³ R$ 329,82
Fonte: Elaborado pelos autores O quadro 5 esboça a quantidade em metros cúbicos de água consumida
durante o mês de julho/13.
Gráfico 5 – Água Consumida no Setor de Estantes
R$ 4.052,46 51%
R$ 1.668,66 21%
R$ 2.224,88 28%
XX 3000 XY 4200 XZ 6000
ENERGIA ELÉTRICA
TOTAL R$ 7.946,00
62
35,19 m³ 14,49 m³ 19, 32 m³XX 3000 XY 4200 XZ 6000
R$168.21
R$69.26
R$92.35
ÁGUA
O gráfico 5 especifica quanto foi gasto de água no setor de estantes, este foi
rateado para cada modelo, sendo para a XX 3000 R$ 168,21; XY 4200 R$ 69,26 e
a XZ 6000 R$ 92,35; em um total gasto de 69 m³.
Quadro 6 – Tinta consumida durante 01 mês
RATEIO DA TINTA CONSUMIDA NO MÊS DE JULHOPERCENTUAL 51% 21% 28% 100%
MOD ESTANTES XX 3000 XZ 4200 XZ 6000
TINTA EM KG 31.756,71 13.076,29 17.435,05 62.268,05 KG
TINTA EM VALOR
R$ 276.283,38 R$ 113.763,72 R$ 151.684,94 R$ 541.732,04
VALOR DA TINTA - R$ 8,70 KG
Fonte: Elaborado pelos autores O quadro 6 representa a quantidade de tinta consumida em um mês por
cada estante, sendo calculado a R$ 8,70 o quilo da tinta, totalizando R$ 541.732,04.
Gráfico 6 – Tinta Consumida no Setor de Estantes
Fonte: Elaborado pelos autores
63
31.756,71 KG51%13.076,29 KG
21%
17.435,05 KG28%
XX 3000 XY 4200 XZ 6000
RATEIO DA TINTA
TOTAL 62.268,05 KG
O gráfico 6 ilustra em percentual o rateio feito na tinta nas estantes de aço e
também mostra quantos quilos foram consumidos por cada modelo, sendo XX 3000
31.756,71 KG; XY 4200 13.076,29 KG e o modelo XZ 6000 consumiu 17.435,05 KG.
Quadro 7 – Parafusos, porcas e sapatas consumidos no mês de julho/2013
KIT (PARAFUSOS, PORCAS E SAPATAS) UTILIZADOS NO MÊS DE JULHO
MODELO ESTANTE
QUANT KITVALOR
UNITÁRIOVALOR TOTAL
XX 3000 9.588 R$ 3,74 R$ 35.859,12
XY 4200 3.948 R$ 3,74 R$ 14.765,52
XZ 6000 5.264 R$ 3,74 R$ 19.687,36
TOTAL 18.800 R$ 70.312,00
Fonte: Elaborado pelos autores O quadro 7 demonstra a quantidade em valores de parafusos, porcas e
sapatas consumidos no mês, sendo R$ 35.859,12 para o modelo XX 3000, R$
14.765,52 para o modelo XY 4200 e R$ 19.687,36 para o modelo XZ 6000,
perfazendo o total de R$ 70.312,00.
Fonte: Elaborado pelos autores
64
Gráfico 7 – Kit de Parafusos, Porcas e Sapatas Utilizados na Montagem
QUANT 9.588 QUANT 3.948 QUANT 5.264XX 3000 XY 4200 XZ 6000
R$ 35,859.12
R$ 14,765.52
R$ 19,687.36
KIT DE PARAFUSOS, PORCAS E SAPATAS
TOTAL 18.800 KIT
O gráfico 7 explica quantos kit foram utilizados na montagem das estantes
de aço, para o modelo XX 3000 foi 9.588 Kit, a um custo de R$ 35.859,12; o modelo
XY 4200 utilizou 5.264 Kit, com um custo de R$ 14.765,52 e o modelo XZ 6000
utilizou 5.264 Kit, a um custo de R$ 19.687,36, o total de Kit utilizados foram 18.800.
Quadro 8 – Soda Cáustica utilizada no mês
SODA CÁUSTICA UTILIZADA NO MÊS DE JULHO
MODELO ESTANTE
QUANTIDADEVALOR DO
KGVALOR TOTAL
Fonte: Elaborado pelos autores
65
XX 3000 204 KG R$ 2,82 R$ 575,28
XY 4200 84 KG R$ 2,82 R$ 236,88
XZ 6000 112 KG R$ 2,82 R$ 315,84
TOTAL 400 KG R$ 1.128,00
Fonte: Elaborado pelos autores
O quadro 8 representa a quantidade em quilos e valores de soda cáustica
utilizada no mês, sendo calculada a R$ 2,82, totalizando R$ 1.128,00.
Gráfico 8 – Soda Cáustica Utilizada no Processo Produtivo
204 KG 84 KG 112 KGXX 3000 XY 4000 XZ 6000
R$0.00
R$100.00
R$200.00
R$300.00
R$400.00
R$500.00
R$600.00
R$700.00
R$575.28
R$236.88
R$315.84
SODA CÁUSTICA
TOTAL 400 KG
O gráfico 8 demonstra a quantidade utilizada em quilos da soda cáustica no
processo de fabricação, sendo para que o mod. XX 3000 utilizou 204 KG, o mod. XY
4200 utilizou 84 KG e o mod. XZ 6000 utilizou 112 KG de um total de 400 KG.
Quadro 9 – Depreciação das máquinas
DEPRECIAÇÃO DO MÊS DE JULHO DE 2013
Fonte: Elaborado pelos autores
66
MÁQUINA NÚMERO DE MÁQUINAS
DEPRECIAÇÃO UNITÁRIA
DEPRECIAÇÃO TOTAL
DESBOBINADEIRA 1 R$ 333,00 R$ 333,00
GUILHOTINA 1 R$ 252,00 R$ 252,00
PERFILADEIRA 1 R$ 1.000,00 R$ 1.000,00
MONOVIA 1 R$ 1.091,00 R$ 1.091,00
EMBALADEIRA 1 R$ 350,00 R$ 350,00
TOTAL 5 R$ 3.026,00
Fonte: Elaborado pelos autores
O quadro 9 demonstra o valor de depreciação mensal de cada máquina no
setor das estantes.
Gráfico 9 – Depreciação das Máquinas do Setor de Estantes
O gráfico 9 demonstra a depreciação das máquinas do setor de estantes de
aço no mês de julho/13, a depreciação da desbobinadeira teve o percentual de 11%,
a guilhotina foi 8%, a perfiladeira foi 33%, a monovia foi 36% e da embaladeira foi
de 12%. O mesmo também demonstra em valores de cada máquina, o método de
depreciação utilizado é o linear, sendo o total de cada valor de depreciação dividida
por 12 meses, sendo: R$ 333,00 para a desbobinadeira, R$ 252,00 para a
Fonte: Elaborado pelos autores
67
guilhotina, R$ 1.000,00 para perfiladeira, R$ 1.091,00 para monovia e R$ 350,00
para a embaladeira, totalizando R$ 3.026,00.
Quadro 10 – EPIS utilizados no mês
RATEIO EPIS UTILIZADOS NO MÊS DE JULHO DE 2013
NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS
BASE DO RATEIO
VALOR TOTAL
GUILHOTINA 6 21% R$ 152,78
PERFILADEIRA 3 11% R$ 80,03
DOBRADEIRA 1 3,50% R$ 25,46
PRENSA 1 3,50% R$ 25,46
PINTURA 7 25% R$ 181,88
EMBALADEIRA 5 18% R$ 130,95
EXPEDIÇÃO 5 18% R$ 130,95
TOTAL 28 100% R$ 727,50
Fonte: Elaborado pelos autores
O quadro 10 esboça em percentual e valores, o rateio feito dos Epi’s
utilizados pela mão de obra direta no mês de julho/13, sendo rateado para os
modelos de estantes, o critério de rateio utilizado foi pela quantidade produzida de
estantes, sendo o valor total de Epi’s R$ 727,50.
Gráfico 10 – Epi’s Utilizados pela Mão de Obra Direta
68
R$ 371,02 51%
R$ 152,78 21%
R$ 203,70 28%
XX 3000 XY 4200 XZ 6000
O gráfico 10 representa os EPIS – equipamentos de proteção individual de
segurança, sendo rateados do número de funcionários de cada setor pela
quantidade produzida de cada estante, sendo 51% para o modelo XX 3000, 28%
para o modelo XY 4200 e 21% para o modelo XZ 6000.
Quadro 11 – Mapeamento global sintetizado
MAPEAMENTO DOS CUSTOS DAS ESTANTES DE AÇO
QUANTIDADE PRODUZIDA
8061 3415 4420 15896
TOTAL R$ 727,50
Fonte: Elaborado pelos autores
RATEIO EPI’S
69
CUSTO DIRETO XX 3000 XY 4200 XZ 6000 TOTAL
MATÉRIA-PRIMA R$ 264.518,49 R$ 143.946,35 R$ 283.685,77 R$ 692.150,61
MÃO DE OBRA DIRETA
R$ 12.709,20 R$ 5.233,20 R$ 6.977,60 R$ 24.920,00
TOTAL DE CUSTO DIRETO
R$ 277.227,69 R$ 149.179,55 R$ 290.663,37 R$ 717.070,61
MAPA DE RATEIO DOS CIFS
XX 3000 XY 4200 XZ 6000
CUSTOS INDIRETOS 51% 21% 28% 100%
SALÁRIOS ENCARREGADOS
R$ 3.366,00 R$ 1.386,00 R$ 1.848,00 R$ 6.600,00
ENERGIA ELÉTRICA R$ 4.052,46 R$ 1.668,66 R$ 2.224,88 R$ 7.946,00
ÁGUA R$ 168,21 R$ 69,26 R$ 92,35 R$ 329,82
TINTA R$ 276.283,32 R$ 113.763,72 R$ 151.684,96 R$ 541.732,00
KIT PARAFUSOS PORCAS E SAPATAS
R$ 35.859,12 R$ 14.765,52 R$ 19.687,36 R$ 70.312,00
SODA CÁUSTICA R$ 575,28 R$ 236,88 R$ 315,84 R$ 1.128,00
DEPRECIAÇÃO R$ 1.543,26 R$ 635,46 R$ 847,28 R$ 3.026,00
EPIS R$ 371,02 R$ 152,78 R$ 203,70 R$ 727,50
TOTAL DE CUSTOS INDIRETOS
R$ 322.218,67 R$ 132.678,28 R$ 176.904,37 R$ 631.801,32
MODELOS XX 3000 XY 4200 XZ 6000
CUSTOS DIRETOS R$ 277.227,69 R$ 149.179,55 R$ 290.663,37
CUSTOS INDIRETOS R$ 322.218,67 R$ 132.678,28 R$ 176.904,37
CUSTOS TOTAIS R$ 599.446,36 R$ 281.857,83 R$ 467.567,74
QUANTIDADES PRODUZIDAS 8061 3415 4420
CUSTO UNITÁRIO DE FABRICAÇÃO R$ 74,36 R$ 82,54 R$ 105,78
Fonte: Elaborado pelos autores
O quadro 11 representa todos os custos diretos e indiretos sintetizados,
onde foram calculados a matéria-prima, a mão de obra direta, a mão de obra
indireta, a energia elétrica, a água, a tinta, o kit ( parafusos, porcas e sapatas), a
soda cáustica, a depreciação e os epis, totalizando R$1.348.871,93; chegando ao
custo unitário de fabricação de cada estante produzida, sendo o modelo XX 3000 –
R$ 74,36, modelo XY 4200 – R$ 82,54 e modelo XZ 6000 – R$ 105,78.
70
44%
R$ 82,54 21%
35%
XX 3000 XY 4200 XZ 6000
CUSTO UNITÁRIO
TOTAL R$ 1.348.871,93
R$ 105,78
R$ 74,36
O gráfico 11 representa o custo unitário de cada estante, sendo R$ 74,36 o
modelo XX 3000, R$ 82,54 o modelo XY 4200 e R$ 105,78 o modelo XZ 6000. Os
percentuais demonstrados no gráfico foram calculados sobre os custos totais que foi
de R$ 1.348.871,93 em relação a cada modelo de estante produzida.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Devido à evolução econômica e ao aumento da competitividade, as
indústrias passaram a buscar a minimização dos custos, com o intuito de poder
acompanhar este mercado cada vez mais exigente. O maior desafio de ser um bom
concorrente é saber administrar o seu negócio.
Fonte: Elaborado pelos autores
Gráfico 11- Custo Unitário dos Modelos de Estantes
71
No atual cenário empresarial, de acirrada competição global e crescente
guerra de preços, os empresários são obrigados a adotar novas tecnologias para
aumentar a competitividade e aprimorar o processo produtivo para evitar
desperdícios e reduzir os custos.
O planejamento e controle da produção são atividades extremamente
operacionais. A preocupação com a boa qualidade dos produtos reduz custos de
retrabalho, refugo e devoluções, e gera consumidores satisfeitos.
Atualmente o desafio da produção é atender a demanda, produzindo com o
menor custo possível e obtendo a maior lucratividade. Usualmente são utilizados
como critérios competitivos: custos, qualidade e inovação. Nesse contexto, a maior
preocupação dos contadores de custos é a de aprimorar adequadamente os custos
diretos e indiretos aos produtos e/ou centros de custos. Cada empresa adota um
sistema de produção para realizar as suas operações e produzir seus produtos da
melhor maneira possível e, com isso, garantir sua eficiência e eficácia.
De acordo com a proposta do presente trabalho, pode-se afirmar que os
objetivos foram atingidos, pois o mapeamento efetuado demonstrou o custo de
fabricação de cada estante, bem como todo o processo envolvido na produção e
também os critérios de rateio utilizados na empresa.
Conclui-se com a realização deste trabalho, que alocando devidamente
todos os custos diretos e indiretos, é possível determinar o custo de fabricação de
cada produto produzido, onde esse custo representa o valor mais próximo da
realidade, podendo ser apurado corretamente a sua lucratividade.
A contabilidade de Custos é uma excelente ferramenta de auxílio à tomada
de decisões dentro de uma organização. A identificação do custo do produto
possibilita gerir a sua eficiência. Salientamos que neste trabalho não foi abordado o
preço de venda, somente o custo de fabricação.
REFERÊNCIAS
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72
CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO ESTADO DO PARANÁ. Resolução CFC n.º 1282/10. De 28 de maio de 2010. Atualiza e consolida dispositivos da Resolução CFC n.º 750/93, que dispõe sobre os Princípios Fundamentais de Contabilidade.
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GIL, Antonio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
HANSEN, Don R; MOWEN, Maryanne M. Gestão de Custos. 1. ed. São Paulo: Pioneira, 2001.
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______________. Contabilidade de Custos. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
______________. Contabilidade de Custos. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
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PARRA FILHO, Domingos; SANTOS, João Almeida. Metodologia Científica. 6 ed. São Paulo: Futura, 2003.
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SCHIER, Carlos Ubiratan da Costa. Custos Industriais. Curitiba: Ibpex, 2005. SCHIER, Carlos Ubiratan da Costa. Gestão de Custos. Curitiba: Ibpex, 2006.
73
SOUZA, Luiz Eurico de. Fundamentos de Contabilidade Gerencial. Curitiba: Juruá, 2008
74
ANEXOS
75
ANEXO A – Desbobinadeira
F
onte: Obtida da observação no local
76
ANEXO B - Guilhotina
F
onte: Obtida da observação no local
77
ANEXO C – Estamparia e Dobra
F
onte: Obtida da observação no local
78
ANEXO D – Pintura
F
onte: Obtida da observação no local
79
ANEXO E – Embalagem
F
onte: Obtida da observação no local
80
ANEXO F – Expedição
F
onte: Obtida da observação no local
81
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