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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
FACULDADE DE EDUCAÇÃO - CURSO DE PEDAGOGIA
DISCIPLINA: EDUCAÇÃO PARA GESTÃO DE PROJETOS SÓCIO-AMBIENTAIS
PROFESSORA: LUIZA DE MIRANDA E LEMOS
TURMA: 3 – 7º PERÍODO
ALUNOS:
BRUNO ALVES DA SILVA – 2008.2.04572.11
CAROLINE ALVES DA COSTA – 2008.2.05604.11
ELAINE ROSE DA SILVA – 2008.2.03743.11
GISELLE MELLO DOS SANTOS - 2008.2.04610.11
LAIO LOPES –
PEDRO CAMILO –
SAMUEL PEREIRA – 2008.2.04926.11
PROJETO:
QUINTAIS PRODUTIVOS: AGROECOLOGIA, CONSERVAÇÃO AMBIENTAL E
SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NO CAMPUS FIOCRUZ DA MATA
ATLÂNTICA
Trabalho apresentado como requisito parcial para a disciplina de Estágio de formação de professores para anos iniciais do ensino fundamental para crianças, jovens e adultos I da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ.
PROJETO
Quintais Produtivos: Agroecologia, conservação ambiental e segurança alimentar e
nutricional no Campus Fiocruz da Mata Atlântica.
1. INTRODUÇÃO
A escolha se deu, primeiramente, pelo fato de um integrante do nosso grupo de
estudos trabalhar no projeto desenvolvido no âmbito da Restauração, gestão e educação
ambiental, proporcionando uma maior acessibilidade ao local.
Além da acessibilidade às informações, o Projeto nos chamou a atenção por
promover parceira entre a própria Instituição de pesquisa – FIOCRUZ – e os moradores,
desenvolvendo e divulgando (através de pequenos cursos livres) métodos para a
sustentabilidade das famílias locais.
Apesar de estar localizado no Rio de Janeiro, o local da nossa visita nos remete a
cidades do interior onde as pessoas são extremamente cordiais. Esta cordialidade nos
permitiu entrar em seus quintais para ver de perto como é feito o plantio de legumes, frutas,
verduras e hortaliças sem o acréscimo de fertilizantes ou qualquer outro produto químico.
2. BREVE DESCRIÇÃO SOBRE O LOCAL
» INFORMAÇÕES SOBRE O LOCAL:
Entidade responsável: Campus Fiocruz da Mata Atlântica – Campus Jacarepaguá I
Endereço: Jacarepaguá, comunidades localizadas no entorno do Campus Fiocruz da Mata
Atlântica (área da antiga Colônia Juliano Moreira).
Contato: (21) 3885-1693
Equipe executora:
Além da contribuição de todas as equipes do Projeto de Implantação do Campus
Fiocruz Mata Atlântica (PICFMA) para a elaboração desta proposta, a equipe a seguir está
comprometida com sua execução (até o momento):
Lucia Santana – bióloga, ET Educação e Gestão Ambiental
Flavia Soares – coordenação ET Desenvolvimento Local e Núcleo de
Convívio
Mônica Dias – antropóloga PV ENSP
Robson Patrocínio – ET Desenvolvimento Local
Técnico agrícola – ET Educação e Gestão Ambiental
Assistente social – Núcleo de Convívio PICFMA
Educador social – Núcleo de Convívio PICFMA
Bolsa para multiplicador local
» HISTÓRICO: QUANDO E PORQUE FOI INAUGURADO. PROJETOS DESENVOLVIDOS
A relação da Fiocruz com o local começou em 2003, quando recebeu o chamado
Setor 1 (o maior e mais bem preservado), com cessão precária. Em 2007 a cessão foi
consolidada por 50 anos e dois anos depois teve início o processo de doação definitiva da
área à Fiocruz, com previsão de conclusão ainda para 2011 – para isso ainda falta a
regularização fundiária e urbana das populações que moram no perímetro do CFMA, que
está sendo feita. O Programa de Implantação do Campus Fiocruz da Mata Atlântica é um
programa interdisciplinar de implementação de um modelo de ocupação que prioriza a
preservação, a proteção e a recuperação dos patrimônios ambiental e cultural, consolidando
um território saudável e sustentável.
Os moradores dessa região vivenciam problemas sociais e econômicos gerados pela
ausência de políticas públicas nas áreas de alimentação, saúde, educação, moradia e
saneamento básico. A maioria dos moradores possui residências com situação fundiária
irregular, com construções inacabadas e elevada densidade média (mais de quatro pessoas)
por domicílio (Iplan, 1997). As taxas de desemprego na região são muito altas e a maioria
dos chefes de família não possui emprego com vínculo formal. A vulnerabilidade à
insegurança alimentar e nutricional se manifesta de forma recorrente em meio a essas
famílias, devido à dificuldade de acesso aos alimentos - em razão dos baixos níveis de
renda familiar - e a tendência a hábitos alimentares em geral com baixa qualidade
nutricional, em geral carentes de vitaminas e sais minerais. Além disso, a cultura política
na região é por relações de clientelismo e assistencialismo e a sociabilidade comunitária
negativamente afetada pelo poder do tráfico de drogas e grupos de extermínio, dificultando
formas ativas de associação comunitária orientadas para o enfrentamento dos problemas
vivenciados coletivamente. Apesar disso, famílias e algumas organizações desenvolvem
estratégias próprias e emancipadoras para fazer frente às carências alimentares e
nutricionais, como as ações no campo da educação alimentar e a adoção de práticas
agrícolas nos quintais (Monteiro, Mendonça, Silva e Figueiredo)1.
O pressuposto adotado por este projeto é que a promoção de uma produção
agroecológica enquanto estratégia para o autoconsumo e trocas solidárias, pode contribuir
para a segurança alimentar e nutricional, o fortalecimento do tecido social e uma cidadania
ativa das famílias envolvidas. Além disso, o uso sustentável da terra contribui para inibir
processos de impermeabilização do solo e adensamento de moradias que comprometam a
qualidade de vida urbana.
As oficinas para produção e transição do modelo de manejo ocorrem em áreas
abertas no próprio campus e, se autorizado pelas famílias, nos quintais dos próprios
participantes em sistema de rodízio. Dentre as oficinas, citamos:
Plantio orgânico;
Banco de mudas e sementes;
Conservação e recuperação do solo (adubos verdes, cobertura com palha,
compostagem, adubação orgânica, uso de espaços alternativos);
Controle de pragas (plantas sadias, alimentação adequada do solo, controle
biológico, consorciamento de culturas, uso de defensivos naturais, plantas
medicinais);
Infra-estrutura (para evitar o uso de insumos externos);
Alimentação animal (produção de ração animal, silagem, feno);
Adaptação de maquinários;
Diversificação de culturas (desenvolvimento integral da propriedade,
produção animal e vegetal).
1 MONTEIRO, D., MENDONÇA, M. M., SILVA, R.M., FIGUEIREDO, S.C. Agricultura na cidade e a busca da segurança alimentar e nutricional: Reflexões a partir da zona oeste do município do Rio de Janeiro – artigo extraído do site: HTTP://WWW.ASPTA.ORG.BR/PROGRAMAS-DE- AGRICULTURA-URBANA/PARCEIROS-LOCAIS/ARTIGO%20AGRICULTURA%20NA%20CIDADE %20REVISTA%20GIS.PDF
» DEMANDA SOCIAL:
225 famílias das comunidades localizadas no campus Fiocruz da Mata Atlântica
(setor 1 da antiga Colônia Juliano Moreira): Caminho da Cachoeira, Sampaio Corrêa, Viana
do Castelo, Fincão e Faixa Azul.
Podemos caracterizar o território da Colônia Juliano Moreira atualmente como uma
região ocupada por assentamentos urbanos informais, em processo de crescimento e com
situações de vulnerabilidade socioambiental. A regularização fundiária e urbanística
associada aos investimentos públicos em urbanização e infra-estrutura com a execução
efetiva do PAC Colônia permitirão o reconhecimento de direitos ao mesmo tempo em que
irão passar a exigir o pagamento por serviços públicos (água, luz) e impostos, com a
perspectiva de valorização econômica do território.
» LOCALIZAÇÃO / ACESSO:
O Campus Fiocruz da Mata Atlântica (CFMA), localizado no bairro de Jacarepaguá
- Zona Oeste do Rio de Janeiro, possui em seus limites 50% da área de preservação
permanente do Parque Estadual da Pedra Branca (PEPB), atuando enquanto uma zona de
amortecimento da pressão urbana. A temática central do campus é a relação entre
biodiversidade e saúde, atuando na Promoção da Saúde de modo associado à
sustentabilidade segundo o conceito Cidades Saudáveis e Sustentáveis – o que implica
contribuir para ações coordenadas entre múltiplos atores locais: moradores, movimentos
sociais, cooperativas populares, escolas, empresas e instituições de ensino, pesquisa e
assistência, além de setores do governo.
Vale destacar que este campus situa-se em um dos setores em que foi dividido o
território da Colônia Juliano Moreira (CJM), instituição destinada à internação psiquiátrica.
Criada em 1912 e desativada nos anos 90, do século XX, com a Reforma Psiquiátrica vem,
aos poucos, esvaziando os pavilhões e criando novos dispositivos terapêuticos. Esta
desativação culminou em um processo de municipalização, que se iniciou em 1996, com o
objetivo de atender às demandas de descentralização das ações de saúde e a consolidação
do SUS, reordenando o território da Colônia em seis setores: Setor 1: com cessão de uso
para a implantação do Campus Fiocruz da Mata Atlântica; Setor 2 e 5 - sob a gestão da
Secretaria Municipal de Saúde; Setores 3, 3A e 3B sob a gestão da Secretaria Municipal de
Habitação, Setores 4 e 4 A - geridos pelo Exercito Brasileiro; Setor 6 - Centro Nacional de
Referência em Pneumologia Professor Hélio Fraga (CRPHF).
» ESPAÇO GEOGRÁFICO:
O Campus Fiocruz da Mata Atlântica (CFMA) está localizado onde no passado
também foi originalmente uma fazenda com grande produção agrícola e que tinha o açúcar
como principal fonte de receitas. Uma área de 5 milhões de metros quadrados – uma área
um pouco maior que o principal campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ), na Ilha do Fundão – situada em Curicica, na região de Jacarepaguá, na Zona Oeste
do Rio de Janeiro.
3. PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
» FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O modelo de agricultura ecológica a ser construído deve atender os atores sociais
locais com participação dos técnicos e pesquisadores na orientação e assistência técnica,
priorizando 3 vertentes:
Ambiental – através de práticas de restauração e conservação do solo degradado,
plantio de orgânicos, adubação verde, uso de biofertilizantes, controle de pragas e
doenças utilizando plantas alelopáticas2, consórcio e rodízio de culturas, técnicas de
manejo adequadas à região;
Empoderamento – resgate e valorização do saber empírico das comunidades,
incentivo à prática de mutirões, associativismo e trocas solidárias para a melhoria da
qualidade de vida e geração de renda;
Segurança Alimentar e Nutricional – incentivo ao consumo de alimentos cultivados
em sistema agroecológico, sem uso de defensivos ou inseticidas, acesso a alimentos
diversificados e de qualidade, estímulo ao aproveitamento integral dos alimentos e
seus nutrientes.
2 Plantas alopáticas são aquelas que auxiliam na prevenção de doenças e pragas e contribuem para a fertilidade do solo.
Importante destacar as cinco diretrizes gerais da Segurança Alimentar e
Nutricional (SAN) no nível municipal: i) produção de alimentos em bases socialmente
eqüitativas e ambientalmente sustentáveis; ii) abastecimento alimentar e acesso a uma
alimentação de qualidade; iii) educação alimentar e organização dos consumidores; iv)
estimular a participação da sociedade civil na formulação e implementação da política de
segurança alimentar e iniciativas não governamentais; v) universalizar e assegurar a
qualidade de programas alimentares com caráter suplementar ou emergencial para grupos
específicos (Costa e Maluf, 2001). Portanto, incorporar a ótica da segurança alimentar e
nutricional a programas e projetos de promoção do desenvolvimento rural sustentável
envolve articular ações de produção, distribuição e consumo de alimentos, aos hábitos
alimentares e aspectos nutricionais.
» OBJETIVOS:
Objetivo geral – promover a segurança alimentar e nutricional junto às famílias que
residem no campus Fiocruz da Mata Atlântica (CFMA) mediante a construção de um
modelo participativo de produção agroecológica aliado à conservação do meio ambiente. no
qual seja priorizado o diálogo e a valorização do saber popular, tendo em vista a ocupação
sustentável dos quintais, o autoconsumo e a melhoria da qualidade de vida.
Objetivos Específicos – A) Fomento à ocupação sustentável dos quintais nas
comunidades localizadas no CFMA mediante a produção urbana de alimentos, plantas
medicinais e ornamentais em bases socialmente eqüitativas e ambientalmente sustentáveis,
considerando questões de biodiversidade e saúde e o processo de regularização fundiária,
B) Estimular a troca solidária e o autoconsumo da produção dos quintais, ampliando o
acesso regular a alimentos saudáveis, diversificados e sem uso de agrotóxicos pelas
comunidades localizadas na área do CFMA.
» METODOLOGIA DESENVOLVIDA / PRÁTICAS PEDAGÓGICAS:
A metodologia adotada é a participativa baseada no princípio que os próprios atores
sociais são os que melhor conhecem suas demandas e, portanto, devem contribuir na
definição da pauta de ações de pesquisa, desenvolvimento e inovação, cabendo aos técnicos
e pesquisadores acompanhar e aperfeiçoar a condução do trabalho, identificando questões
mais complexas que necessitem de maior investigação e atenção.
A abordagem é dialógica, partindo do conhecimento dos atores sociais, técnicos e
pesquisadores, para propiciar a construção coletiva de novos conhecimentos na área de
agroecologia e saúde.
Vale sinalizar que a elaboração deste projeto incluiu uma discussão prévia
interdisciplinar entre as equipes sobre questões que envolvem biodiversidade, saúde e o
processo de regularização fundiária, para aperfeiçoamento da proposta preliminar e o
nivelamento de informações da equipe técnica envolvida, que é necessariamente
interdisciplinar.
Vale destacar alguns conceitos importantes neste projeto:
A Agroecologia nasce no início do século XX em um contexto de surgimento de
formas de agricultura alternativas a partir de descobertas da química e biologia. Adota um
enfoque sistêmico, tendo como unidade de análise o agroecossistema3 para proporcionar as
bases científicas (princípios, conceitos e metodologias) para apoiar o processo de transição
do atual modelo de agricultura convencional para estilos de agriculturas sustentáveis
(Caporal e Costabeber, 2000a; 2000b; 2001, 2002).
O enfoque agroecológico parte do conhecimento local que, integrado ao
conhecimento científico, dará lugar à construção e expansão de novos saberes
socioambientais, alimentando assim, permanentemente, o processo (Gliessman, 2000).
De forma resumida, a agricultura sustentável sob o ponto de vista agroecológico, é
aquela que, tendo como base uma compreensão holística dos Agroecossistemas, é capaz de
atender, de maneira integrada, aos seguintes critérios: a) baixa dependência de inputs
comerciais; b) uso de recursos renováveis localmente acessíveis; c) utilização dos impactos
benéficos ou benignos do meio ambiente local; d) aceitação e/ou tolerância das condições
locais, antes que a dependência da intensa alteração ou tentativa de controle sobre o meio
ambiente; e) manutenção a longo prazo da capacidade produtiva; f) preservação da 3 Agroecossistema é a unidade fundamental de estudo, nos quais os ciclos minerais, as transformações energéticas, os processos biológicos e as relações sócio-econômicas são vistas e analisadas em seu conjunto. Sob o ponto de vista da pesquisa agroecológica, seus objetivos não são a maximização da produção de uma atividade particular, mas a otimização do agroecossistema como um todo, o que significa a necessidade de uma maior ênfase no conhecimento, na análise e na interpretação das complexas relações existentes entre as pessoas, os cultivos, o solo, a água e os animais (Altieri, 1989).
diversidade biológica e cultural; g) utilização do conhecimento e da cultura da população
local; h) produção de mercadorias para o consumo interno e para a exportação (Gliessman,
1990).
Como enfoque científico e estratégico de caráter multidisciplinar, a Agroecologia
apresenta a potencialidade para fazer florescer novos estilos de agricultura e processos de
desenvolvimento rural sustentável que garantam a máxima preservação ambiental,
respeitando princípios éticos de solidariedade sincrônica e diacrônica.
A agricultura urbana, ou seja, aquela desenvolvida no meio urbano tende a ser
diversificada, com cultivo de diversas espécies numa mesma área, como estratégia de
maximização dos pequenos espaços disponíveis e como reflexo dos conhecimentos
agrícolas herdados das áreas de agricultura familiar e dos quintais rurais que têm como
princípio a diversificação produtiva. Nos espaços urbanos, são comuns pequenas parcelas
com diferentes cultivos, frutíferas, medicinais, cereais, hortaliças e ornamentais e ainda
algumas criações animais para fins alimentares. Além disso, muitas vezes são cultivadas
espécies e variedades não encontradas facilmente nos mercados, reflexo de hábitos culturais
trazidos de outras regiões e mantidos no meio urbano (Monteiro, Mendonça, Silva e
Figueiredo)4. As práticas agrícolas em quintais precisam em geral se adaptar e criar
alternativas à algumas questões limitantes, como a restrição de espaço e a baixa qualidade
das terras, mas apresenta funções que extrapolam a produção de alimentos, como
alimentação e saúde (acesso a alimentos frescos e de qualidade sem utilização de produtos
químicos), forma de ocupação (prazer/gosto de plantar e o cultivo como forma de terapia) e
formas de resgatar conhecimentos populares e sociabilidades perdidas no meio urbano
(troca de mudas, sementes, alimentos e conhecimentos com os parentes e vizinhos).
Famílias socialmente marginalizadas nas cidades mobilizam sua inteligência criativa
para desenvolver estratégias de sobrevivência ajustadas aos novos contextos de
precariedade e de privação de direitos elementares aos quais está submetido, entre eles o de
4 MONTEIRO, D., MENDONÇA, M. M., SILVA, R.M., FIGUEIREDO, S.C. Agricultura na cidade e a busca da
segurança alimentar e nutricional: Reflexões a partir da zona oeste do município do Rio de Janeiro – artigo extraído do site:
HTTP://WWW.ASPTA.ORG.BR/PROGRAMAS-DE-AGRICULTURA-URBANA/PARCEIROS-LOCAIS/ARTIGO%20AGRICULTURA %20NA%20CIDADE%20REVISTA%20GIS.PDF
se alimentar de maneira saudável e equilibrada e a despeito de sua minúscula expressão em
termos espaciais, os quintais domésticos representam verdadeiros redutos para o exercício
de práticas de produção alimentar ainda bastante presentes nas referências culturais dessas
populações. Do ponto de vista dos impactos na alimentação, a produção de alimentos na
cidade não supre, e dificilmente têm potencial para suprir, na totalidade, as necessidades
nutricionais dos moradores. No entanto, a produção local é uma forma de acesso aos
alimentos distinta dos mecanismos de mercado e assistencialistas, comuns no contexto
urbano. O cultivo de uma diversidade de plantas nos espaços existentes nas cidades
fortalece as alternativas locais para o enfrentamento da fome e da má nutrição, ampliando a
produção e o consumo de alimentos saudáveis, principalmente em comunidades que
vivenciam situações de sérias carências socioeconômicas. Do ponto de vista econômico, a
produção na cidade contribui para a renda familiar, através da diminuição de gastos com
alimentação e possível comercialização de excedentes e existem exemplos neste sentido em
vários países para o enfrentamento de situações de insegurança alimentar e nutricional
(Monteiro e Mendonça, 2004).
Destaca-se ainda o conceito de agricultura familiar, referido a um “conjunto
bastante numeroso e diversificado de unidades familiares rurais, nas quais as atividades são
realizadas essencialmente pelos membros da própria família, ainda que possam recorrer ao
trabalho de terceiros de forma eventual ou permanente, porém, dentro de limites que
preservam sua característica principal de obter o essencial da reprodução da família do
trabalho dos seus próprios membros. As unidades familiares podem ser conduzidas por
pequenos proprietários, arrendatários, parceiros (meeiros), assentados e posseiros”. (Costa e
Maluf, 2001).
» PROPOSTAS PEDAGÓGICAS NA PERSPECTIVA DA INCLUSÃO:
Um projeto em andamento é o Desenvolvimento Comunitário e Educação para a
Sustentabilidade, que promove atividades para capacitação, geração de emprego e renda,
conscientização ambiental, de apoio ao processo de regularização fundiária das ocupações
existentes no local, buscando a melhoria da qualidade de vida da população de baixa renda.
Entre as ações desenvolvidas pelo projeto está a capacitação de jovens para a
conservação ambiental, ações de recuperação ambiental (nas matas, encosta e rios),
implantação de sistemas de coleta seletiva de lixo, formação de jovens agentes ambientais,
além dos eventos ambientais (informação, mobilização, pesquisas e monitoramento) junto
às comunidades.
» Qual a formação do responsável pelo desenvolvimento da (s) atividade(s) /projeto(s)?
Robson Patrocínio, Coordenador Social, (Assistente Social); e Lucia Santana, na
Coordenação Ambiental, (Mestranda em agricultura orgânica /UFRRJ) entendendo que a
equipe é multidisciplinar.
» Existe Pedagogo na Instituição? Em caso afirmativo, quais as atribuições deste profissional?
Não existe Pedagogo na equipe.
» Considerando a formação em Pedagogia, qual (is) contribuição (ões) o grupo levaria para a Instituição?
Uma proposta de metodologia que ampliasse o projeto de forma a levá-lo para
regiões próximas ao local, não somente aos moradores do entorno do CFMA. Ou seja,
maior divulgação e promoção das idéias do projeto para que o público externo a região
buscasse se informar dos objetivos e vantagens, executando em suas residências, escolas,
empresas, etc. a proposta de desenvolvimento sustentável e a questão da Segurança
Alimentar, ainda tão pouco discutida e conhecida na sociedade.
» Material Didático:
Descrição do material didático utilizado. O material didático está compatível com o público que o projeto/atividade pretende alcançar?
São utilizados nos processos de análise e monitoramento do plantio e circuito de
produção, ressaltando que utilizamos uma metodologia participativa no sentido de
possibilitar um diálogo qualificado em espaços públicos.
Material utilizado: fichas técnicas resumidas (1 página, frente e verso) contendo os
objetivos, material e ferramentas necessárias, como fazer, como manter e gerenciar os
cuidados, incluindo um esquema ilustrativo ou fotos, que tem a finalidade de servir como
manual prático para gestão processos, técnicas ou sistemas instalados.
O material utilizado vai de acordo com as necessidades e finalidades do projeto
sendo, de forma objetiva, totalmente compatível.
» Financiamento:
O projeto recebe recursos da CSDT (COOPERAÇÃO SOCIAL PARA O
DESENVOLVIMENTO TERRITORIALIZADO), recursos esses originados de EDITAL
interno da FIOCRUZ.
Existem espaços para a comercialização de material (is)? Qual (is) espaço (s)? Qual (is) material (is)?
A comercialização dos materiais é realizada, principalmente, durante a Feira Anual do Campus Fiocruz Mata Atlântica (CFMA). O evento gratuito busca agregar unidades da Fiocruz, Instituições governamentais e não-governamentais, Movimentos Sociais e Eclesiais de base da região de Jacarepaguá, a comunidade local e do entorno.
Durante a Feira há divulgação de pesquisas e projetos socioambientais da Fiocruz e de parceiros, informações sobre saúde, ambiente, desenvolvimento local, alimentação saudável, controle de vetores, tecnologias sustentáveis, cultura, assistência social, regularização fundiária e cidadania.
Porém, no caso do Projeto “Quintais Produtivos” os alimentos (verduras, frutas, hortaliças e legumes) podem ser adquiridos durante as visitações simples aos quintais dos produtores.
» CONCLUSÃO
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ALTIERI, M. Agroecologia: As bases científicas da agricultura moderna. Rio de Janeiro:
ASPTA-FASE, 1989.
CAPORAL F. R.; COSTABEBER, J. A. Agroecologia: enfoque científico e estratégico
para apoiar o desenvolvimento rural sustentável. Porto Alegre: EMATR/RS-ASCAR, 2002.
COSTA, Christiane & MALUF, Renato. Diretrizes para uma política municipal de
segurança alimentar e nutricional. São Paulo, Polis, 2001.
GLIESSMANN, S.R. Agroecologia: Processos ecológicos em agricultura sustentável.
Editora da Universidade – UFRGS, 4ª. Edição, 2009.
MONTEIRO, D., MENDONÇA, M. M., SILVA, R.M., FIGUEIREDO, S.C. Agricultura
na cidade e a busca da segurança alimentar e nutricional: Reflexões a partir da zona oeste
do município do Rio de Janeiro – artigo extraído do site:
http://www.aspta.org.br/programas-de-agricultura-urbana/parceiros-locais/artigo
%20agricultura%20na%20cidade%20revista%20GIS.pdf
MONTEIRO, D; MENDONÇA, M. M. Quintais na cidade: a experiência de moradores da
periferia do Rio de Janeiro. Revista Agriculturas: experiências em agroecologia, Rio de
Janeiro, v.1, n.0, p.29-31, set.2004.
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