trabalho de psicoterapias dinamicas do grupo da ana arrais - margaret mahler

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Psicoterapias dinâmicas

Margaret Mahler

Docente: Professora Salomé Santos

Discentes: Ana Isabel Arrais nº7239

Ana Rita Fonseca nº7266

Data de apresentação: 25 de Novembro de 2010

Índice

• Biografia de Margaret Mahler

• Mahler como teórica de transição

• Preocupações centrais de Mahler

• Perspectiva conceptual de Mahler

• Terapia de Mahler

• Caso clínico: Violet

Índice:

Desde as descrições ousadas e criteriosas de Melanie Klein,

diversos outros teóricos expandiram e modificaram a teoria das

relações objectais. Dentre os mais proeminentes estão

Margaret Mahler, Heinz Kohut, John Bowlby e

Mary Ainsworth (Feist & Feist, 2008).

Biografia de Margaret Mahler

Breve Biografia de Margaret Mahler:

Nasceu a 10 de Maio de 1897 em Sopron,

Hungria, numa familia judia

(Palombo,Bendicsen, & Koch , 2009).

Até aos 16 anos Mahlerevitou espelhos e cresceu

a pensar que não era feminina nem atractiva (Palombo, Bendicsen &

Koch, 2009)

Aos 16 anos foi para Budapeste para viver com a

tia para estudar(Palombo,

Bendicsen & Koch, 2009)

Graduou-se em medicina

pela Universidade de Viena em 1923 (Feist & Feist, 2008)

Breve Biografia de Margaret Mahler:

Casa em 1936 com Paul Mahler

(Palombo, Bendicsen & Koch, 2009)

Em 1938, mudou-se para

New York, onde ocupou a posição

de consultora para o

Atendimento Infantil do New

York StatePsychiatric

Institute (Feist & Feist,2008)

Em 1948 trabalha em estudos clínicos

sobre a infância (normal e

patológica)(Palombo, Bendicsen & Koch,

2009)

Em1950 funda a enfermaria

terapêutica no Albert Einstein

College ofMedicine

(Palombo, Bendicsen & Koch, 2009)

Em 1950 pesquisa sobre síndromes

infantis e psicoses infantis(Palombo, Bendicsen & Koch,

2009)

Breve Biografia de Margaret Mahler:

Após ter trabalhado com crianças atingidas de

psicose grave e ter praticado a reconstrução com base em psicanálises,

Mahler baseia os seus trabalhos na observação de

mães e de bebés normais (Palombo, Bendicsen &

Koch, 2009)

Entre 1955 e 1974 foi

professora de psiquiatria clínica no

AlbertEinstein

College ofMedicine (Feist& Feist,2008)

Em 1961 deu consultas duas

vezes por semana com

AnnaFreud(Palombo, Bendicsen &

Koch, 2009)

Morreu em 1985

(Palombo, Bendicsen & Koch, 2009)

Muitas das suas obras

continuam a constituir uma

fonte de informação

para clínicos e pesquisadores (Feist & Feist,

2008).

MargaretMahler como teórica de transição

Mahler como teórica de transição

Modelo Pulsional

Modelo relacional

• A tarefa do teórico desenvolvimental psicanalítico é de elaborar um

mapa da passagem da criança de um estado informe para um outro

dotado de forma (Greenberg & Mitchell, 1983/2003).

•A abordagem desenvolvimental inicial de Freud, era organizada em

torno do desenvolvimento maturativo dos estádios libidinais.

•A resolução do complexo de Édipo representava o ponto de separação e

de individuação (Greenberg & Mitchell, 1983/2003).

Mahler como teórica de transição

•Contudo, esta parece deixar de fora muito

do que é crucial no desenvolvimento precoce.

Mahler como teórica de transição

• Hartmann introduziu várias

inovações no modelo da pulsão.

•Este introduziu conceitos como

adaptação e meio em média

expectável relativamente ao qual os

processos adaptativos são gerados

(Greenberg & Mitchell, 1983/2003).

Mahler como teórica de transição

•Este estava a mover o modelo pulsional

numa direcção que atribuía às relações com os

outros um papel explicativo.

•Mahler foi a mais influente seguidora da

estratégia de Hartmann (Greenberg &

Mitchell, 1983/2003).

•Mahler foi a teórica que moveu o quadro de

Hartmann, fornecendo uma especificação e

personificação do «meio em média

expectável» (Greenberg & Mitchell,

1983/2003).

Mahler como teórica de transição

• Mahler redefiniu o meio para o fazer

coincidir com a pessoa especifica da mãe.

•Mahler especificou também a

«capacidade de adaptação» esboçada por

Hartmann.

•Mahler, seguindo Hartmann, organiza a

sua teoria em torno das capacidades

adaptativas da criança pequena

(Greenberg & Mitchell, 1983/2003).

Mahler como teórica de transição

•Utilizando o quadro esquemático de Hartmann, Mahler realça o aspecto

pessoal das relações de objecto.

• O mapa desenvolvimental de Mahler baseia-se na relação entre o Eu e

os seus objectos, mas é suportada por princípios derivados da teoria

pulsional clássica (Greenberg & Mitchell, 1983/2003).

Mahler como teórica de transição

• Mahler utiliza o termo simbiose com dois referentes diferentes. Este

conceito funciona como o seu meio de adaptação teórica.

• Conceito que retrata ambiguidade, por um lado denota uma relação

actual entre bebé e mãe, por outro pode dar conta de um evento intra-

psíquico, fantasia.

Mahler como teórica de transição

• Esta ambiguidade possibilita a

Mahler estabelecer os seus

conceitos relacionais no

contexto da teoria pulsional

existente (Greenberg & Mitchell,

1983/2003).

Mahler como teórica de transição

•Os aspectos diádicos tanto da

simbiose como da separação-

individuação movem a teoria na

direcção de uma consideração de

um leque mais alargado de

transacções nos primeiros tempos

de vida (Greenberg & Mitchell,

1983/2003).

Mahler como teórica de transição

• Como tal, encontramos

Mahler a desempenhar

um papel de transição

fundamental na evolução

do pensamento

psicanalítico (Greenberg

& Mitchell, 1983/2003).

Mahler como teórica de transição

Preocupações centrais de MargaretMahler

Bebé Limites Individuação

MÃE

Preocupações centrais de Margaret

Mahler:

•A criança nasce num mundo, que é

confuso para si (Greenberg &

Mitchell,1983/ 2003).

• Em relativamente pouco tempo,

o bebé, em certos limites, estrutura

o mundo (Greenberg & Mitchell,

1983/2003).

Preocupações centrais de Margaret

Mahler:

•Mahler preocupou-se essencialmente com o

nascimento psicológico do individuo.

Preocupações centrais de Margaret

Mahler:

• Para Mahler, o nascimento

psicológico de um individuo

inicia-se durante as

primeiras semanas de vida

pós-natal e continua

aproximadamente pelos três

anos seguintes (Greenberg &

Mitchell, 1983/2003).

Preocupações centrais de Margaret

Mahler:

Perspectiva conceptual de Margaret Mahler

(Feist & Feist, 2008)

Perspectiva conceptual de Mahler:

Mahler defende que para o bebé alcançar o nascimento psicológico e

a individuação, passam por :

Três estádios

Quatro sub-estádios

Perspectiva conceptual de Mahler:

Para que existamLimites /

Individuação

Autismo

Normal

Simbiose

Normal

Separação-

Individuação

Diferenciação

Exploração / fase prática

Reaproximação

Desenvolvimento de

complexas funções cognitivas

Autismo normal:

Perspectiva conceptual de Mahler:

1º grande estádio

• Vai desde o nascimento até às 3

ou 4 semanas de idade.

Perspectiva conceptual de Mahler:

1º grande estádio

•Não tem qualquer consciência do agente que presta cuidados maternos

(Mahler, 1968).

•Não diferencia de modo nenhum as suas próprias tentativas de apaziguamento

das tensões das que lhe vêm dos cuidados da mãe (Golse, 1985/2005).

Perspectiva conceptual de Mahler:

1º grande estádio

• À medida que as crianças gradualmente percebem que não podem

satisfazer suas próprias necessidades, começam a reconhecer a sua

cuidadora primordial e a buscar um relacionamento simbiótico com

ela, uma condição que leva a uma simbiose normal, o segundo estádio.

Perspectiva conceptual de Mahler:

2º grande estádio

• Simbiose normal:

Perspectiva conceptual de Mahler:

2º grande estádio

Criança

Mãe

Perspectiva conceptual de Mahler:

2º grande estádio

• Simbiose normal:

• O termo simbiose foi escolhido

para descrever aquele estado

indiferenciado de fusão com a mãe.

• O aspecto essencial da simbiose é

constituído pela fusão

omnipotente, psicossomática ou

ilusória com a representação da

mãe (Mahler,1979/1982).

Perspectiva conceptual de Mahler:

2º grande estádio

Fase simbiótica normal:

• Vai desde a 4ª ou 5ª semana de

vida até ao 4º ou 5º mês de idade.

• Crise maturativa fisiológica na

qual o bebé mostra maior

sensibilidade à estimulação externa

(Greenberg & Mitchell, 1983/2003).

Perspectiva conceptual de Mahler:

2º grande estádio

Fase simbiótica normal:

• A criança comporta-se e opera como se ela e a mãe fossem um sistema

omnipotente (Feist & Feist, 2008).

• Caracterizada por uma estimulação mútua entre criança e mãe (Feist &

Feist, 2008).

Perspectiva conceptual de Mahler:

2º grande estádio

• Relações de objecto:

• a fase autistica é «anobejctal»,

• a fase simbiótica é «pré-objectal» (Mahler, Pine, & Bergman, cit. por

Mahler, 1979/1983).

•Ambas se situam na época do narcisismo primário de Freud.

Perspectiva conceptual de Mahler:

1º e 2º grande estádio

• Os seus conceitos de psicose autista e simbiótica referem-se a uma

perturbação na relação com a figura cuidadora (Mahler , Ross e DeFries,

1949; Mahler, 1952; Mahler e Gosliner,1955, cit. por Mahler, 1979/1983).

Perspectiva conceptual de Mahler:

1º e 2º grande estádio - Psicoses

•Autismo - enfatiza-se a aparente

satisfação auto-suficiente (Mahler,

1979/1983).

Perspectiva conceptual de Mahler:

1º e 2º grande estádio - Psicoses

• Caso de criança autista• No caso de Violet, os seus pais eram muito jovens quando esta nasceu. Amãe, que crescera na casa da avó, brutalmente sádica, sentia-seprofundamente abandonada pelos próprios pais. Além da avó, houvera umtio materno que morrera pouco depois do casamento dos pais de Violet. Talmorte causara a Mrs. V. pesadelos periódicos. Lutando para desviar aatenção desses sonhos, ocorreu a Mrs. V. que um filho poderia ocupá-latotalmente. Ao relatar esta fantasia, a associação imediata de Mrs. V. foique o seu pai lhe dera uma boneca quando estava com 3 anos. Ameninazinha representava uma outra boneca, desta vez com vida. Setesemanas após o nascimento de Violet, Mrs V. tornou-se profundamentedeprimida. A partir desse momento o relacionamento da mãe com o bebealterou-se bruscamente. Houve, desse modo, uma alternância de extremos.Tal padrão de comportamento, com tonalidades de sentimento fortementecontrastantes, não poderia ser sintetizado e integrado nem mesmo por umego completamente estruturado, muito menos pelo ego rudimentar de umbebé. Violet enquanto mamava, pelo menos durante os primeiros meses,parecia envolver a mãe com os olhos e sorria; por volta dos 8 ou 9 meses amenina vocalizava. Todos esses sinais de busca de contacto socialinterromperam-se ou foram desaparecendo lentamente até aos 15 meses(Mahler, 1979/1983).

• Psicoses simbióticas infantis – a primitiva relação simbiótica mãe-filho

é observada mas não avança, como tal, a representação mental da mãe

permanece, ou de modo regressivo, funde-se com o self do bebé (Mahler,

1979/1983).

Perspectiva conceptual de Mahler:

1º e 2º grande estádio - Psicoses

• Caso de criança simbiótica

• No caso de Benny, a mãe era intrometida, sufocante, asfixiantementecarinhosa, apressava-o para se individuar a passos rápidos sem lhe daroportunidade de desembaraçar-se gradativamente de uma simbiosereciprocamente parasitária. Benny, na sua primeira visita ao centro foiarrastado. Revelava extrema angustia, agarrando-se à mãe, mas logo queesta tentava acalmá-lo este procurava afastar-se com violência empurrando-a. Agarrado à mãe, emitia gritos agudos de aflição, apertando-se contra amãe, fundido o seu corpo com o dela. A impressão que provocava era de umasíndrome simbiótico-psicótica clássica, num menino de 3 anos e meio.Benny não tinha uma boa linguagem.

•Durante o tratamento este menino progrediu consideravelmente emdirecção da percepção e do envolvimento com outrem, começando a falar. Noentanto, a cada novo progresso no desenvolvimento da individuação,sobrevinha uma regressão ao estado de pânico agudo (Mahler, 1979/ 1983).

• Durante o segundo ano de

vida a criança passa

gradualmente de um estado

quase vegetativo para o de

uma separação individual.

Perspectiva conceptual de Mahler:

3º grande estádio

• Separação individuação

Perspectiva conceptual de Mahler:

3º grande estádio

Criança Mãe

• Mahler mantém interesse na

dependência emocional da mãe

(Mahler,1979/1982).

• As experiências percursoras da

personalidade são derivadas da fase

simbiótica normal

(Mahler,1979/1982).

Perspectiva conceptual de Mahler:

3º grande estádio – estudos que deram origem

•A compreensão de fenómenos simbióticos

pareciam exigir que fossem seguidos até

uma fase posterior do relacionamento mãe-

bebé, ou seja, até a fase de separação-

individuaçao.

•Mahler investigou os fenómenos da

emergência do bebé da relação simbiótica

(Mahler, 1979/1982).

Perspectiva conceptual de Mahler:

3º grande estádio – estudos que deram origem

• A sua pesquisa na fase de separação-individuação

consistia num estudo sistemático de mães medianas com os

seus bebés normais (Mahler, 1979/1982).

Perspectiva conceptual de Mahler:

3º grande estádio – estudos que deram origem

• No seu estudo, Mahler formulou duas hipóteses principais:

• enquanto no autismo primário há um triste mundo gelado entre o sujeito e

o objecto humano

• na psicose de tipo simbiótico, ao contrário, há fusão, dissolução e falta de

diferenciação entre o self e o não self (Mahler,1979/1982).

•Considerava-as como dois extremos das perturbações da identidade.

Perspectiva conceptual de Mahler:

3º grande estádio – estudos que deram origem

• Com o seu estudo defende

que a evolução óptima das

funções parciais do ego do

bebe é facilitada ou retardada

pelas atitudes conscientes e,

mais particularmente,

inconscientes da mãe (Mahler,

1979/1982).

Perspectiva conceptual de Mahler:

3º grande estádio – estudos que deram origem

•Este estudo, refere que o processo de

separação criança-mãe é pré-requisito

para a individualização normal

(Mahler, 1979/1983).

Perspectiva conceptual de Mahler:

3º grande estádio – estudos que deram origem

• Contrastando com as situações de separação traumática, a separação-

individuação normal acontece em situações de aptidão desenvolvimental para

o funcionamento independente (Mahler, 1979/1983).

Perspectiva conceptual de Mahler:

3º grande estádio – estudos que deram origem

• Separação-individuação:

• Vai do 4º ou 5º mês de idade até por

volta dos 30, 36 meses de idade (Feist &

Feist, 2008).

• As crianças tornam-se

psicologicamente separadas das suas

mães, alcançam um senso de

individuação (Feist & Feist, 2008).

Perspectiva conceptual de Mahler:

3º grande estádio

• Esta fase é crucial no que diz respeito ao ego e desenvolvimento de

relações de objecto, o medo característico desta fase consiste em ansiedade

de separação (Mahler,1979/1983).

• O bem sucedido resultado desse processo de individuação é uma imagem

estável do self (Mahler, 1979/1983).

Perspectiva conceptual de Mahler:

3º grande estádio

• Separação individuação

Perspectiva conceptual de Mahler:

3º grande estádio

• Caracteriza-se por 4 subfases que ocorrem em todas as crianças normais:

•1) Diferenciação (5/6meses aos 10 meses)

•Diminuição da dependência corporal da mãe (Mahler, 1979/1983).

•Mais tarde, começa a procurar para além da órbita mãe-criança.

•Descriminação sensorial mais clara entre Eu e objecto (Greenberg &

Mitchell, 1983/2003).

Perspectiva conceptual de Mahler:

3º grande estádio

•2) Período de exploração/ou fase de prática

(10 meses aos 14 meses)

• Aumenta regularmente o desempenho

das suas habilidades motoras.

• Exploração do seu ambiente em

expansão (Mahler, 1979/1983).

Perspectiva conceptual de Mahler:

3º grande estádio

• 3) Reaproximação (14-22meses)

• Vai dominando a locomoção;

• Compreende estar autorizado a

separar-se da mãe (Mahler,

1979/1983).

• Passa por um período de alteração

rápida das funções autónomas do ego

(Greenberg & Mitchell, 1983/2003).

Perspectiva conceptual de Mahler:

3º grande estádio

• 3) Reaproximação (14-22meses)

• Algumas crianças parecem transitoriamente dominadas pelo temor à

perda objectal, ou seja, manifestam ansiedade de separação.

• Através do processo de reaproximação, o sentimento de identidade

começa a consolidar-se.

Perspectiva conceptual de Mahler:

3º grande estádio

•4) Desenvolvimento de complexas funções

cognitivas ou de constância do objecto libidinal

(22- 36meses)

• Estabelecimento de representações

mentais do self distintamente separadas

das representações do objecto abrem

caminho para a constância objectal

(Mahler, 1979/1983).

Perspectiva conceptual de Mahler:

3º grande estádio

• Adaptação e defesa:

• Na fase de separação-individuação,

o processo adaptativo é determinado

pela interacção entre bagagem

congénita e amadurecida da criança e

os estímulos e respostas recebidos da

sua mãe (Mahler, 1979/1982).

Perspectiva conceptual de Mahler:

3º grande estádio

• Adaptação e defesa:

• A experiência da criança no decorrer

do tempo, baseada no seu impulso e

dotação do ego, conduz a adaptações

mais ou menos bem sucedidas.

• O seu estilo adaptativo contribui

para os traços de carácter, assim como

para condutas defensivas (Mahler,

1979/1982).

Perspectiva conceptual de Mahler:

3º grande estádio

• Quando não se consegue atingir o

estádio de separação-individuação,

pode ocorrer uma fusão ou

dissociação do self.

Perspectiva conceptual de Mahler:

3º grande estádio - Psicose

Caso de separação-individuação:

Sara, um bebé bem dotado e afectuoso, ingressou com a sua mãe nogrupo quando estava na segunda metade do 1º ano de vida. Testadaaos 11meses, demonstrou estar 2 meses além do seu nível de idadecronológica. As suas comunicações eram facilmente compreendidaspor todos os observadores. A sua mãe, no entanto, emboraespecialmente atenta, mostrava peculiar incapacidade paracompreender e responder aos sinais do bebe, não indo ao encontro dassuas necessidades á medida que este progredia na sua individuação.A interpretação do código pela mãe era modificada conforme a suaimpressão de ser a criança uma continuação de si mesma ouindivíduo distinto. Esta mãe, continuaria a resistir a separaçãoainda que afirmando-a altamente valiosa (Mahler,1979/1983).

• A descrição de Mahler das fases

autista, simbiótica e de separação-

individuação desenha um mapa

desenvolvimental a partir da

perspectiva das relações de objecto

(Greenberg & Mitchell,

1983/2003).

Perspectiva conceptual de Mahler:

Conclusão dos 3 grandes estádios

• Mais tarde Margaret Mahler chegou

à conclusão de que a fase autista

normal que tinha proposto antes não

existia.

Perspectiva conceptual de Mahler:

Terapia usada por

Margaret Mahler

• Na avaliação de crianças psicóticas em

idade escolar, muitos factores devem ser

tidos em conta para o propósito do

diagnostico dinâmico e também para saber

que abordagem terapêutica deve ser

começada (Mahler, 1968).

Terapia usada por Margaret Mahler

• O primeiro esforço terapêutico nos dois tipos de psicose infantil é envolver a

criança numa “experiencia simbiótica correctiva”.

• Requer um longo período de tempo para alcançar e consolidar.

•É útil para a terapia pois ajuda a determinar se a síndrome é primeiramente

autista ou simbiótica (Mahler, 1968).

Terapia usada por Margaret Mahler - objectivos

• O tratamento de uma criança autista tem o objectivo de:

•tentar uma aproximação com esta através de objectos inanimados.

•O tratamento de uma criança simbiótica tem o objectivo de:

•deixar a criança começar a testar a sua própria entidade, fornecendo-

lhe apoio (Mahler, 1968).

Terapia usada por Margaret Mahler - objectivos

•O tratamento de uma criança psicótica tem o objectivo de:

• Restauração ou estabelecimento de uma maior integridade na imagem

corporal;

• O desenvolvimento simultâneo de relações com objectos;

• A restauração da maturação perdida ou distorcida e

• O desenvolvimento das funções do ego (Mahler, 1968).

Terapia usada por Margaret Mahler - objectivos

• Terapia centrada na mãe – criança – terapeuta:

•A mãe deve estar treinada para assumir e manter a experiência simbiótica

correctiva que viu ser desenvolvida pelo terapeuta. Esta aprendizagem

emocional - intelectual é estabelecida pela mãe nas suas sessões individuais

com a super-visão de um psiquiatra e assistente social.

Terapia usada por Margaret Mahler

Terapia usada por Margaret Mahler:

Dois estádios

Estádios da

Terapia usada

por Mahler

1) Estádio introdutório

2) Estádio do tratamento propriamente dito

•1) Estádio introdutório:•Fase inicial:

•A tarefa do terapeuta é começar com o estabelecimento de uma forma de

contacto, uma forma primitiva de comunicação com a criança psicótica.

•Concebemos o terapeuta como parte do objecto em que a criança começa a

usa-lo como uma extensão de si próprio.

•Gradualmente ao terapeuta é permitido o conhecimento das necessidades

da criança mais activamente.

Terapia usada por Margaret Mahler:

Dois estádios

• 1) Estádio introdutório:

•Segunda fase:

• Na segunda etapa desta fase, o terapeuta conduz a mãe até ao mesmo tipo

de relação que teve com a criança.

•Depois do estádio inicial, o terapeuta coloca a mãe no processo de

tratamento de uma maneira mais activa.

•Esta relação vai influenciar a criança na medida em que esta fica acessível

às suas necessidades e avalia o amor como gratificante (Mahler,1968).

Terapia usada por Margaret Mahler:

Dois estádios

•2) Estádio do tratamento propriamente dito:

• o terapeuta conduz a criança e segue o seu desenvolvimento desde a

mãe como relação de objecto até um investimento mais diferenciado.

• O terapeuta forma aqui uma ponte entre preocupações psicóticas e

reinvestimentos da mãe (Mahler, 1968).

Terapia usada por Margaret Mahler:

Dois estádios

•2) Estádio do tratamento propriamente dito:

• Durante a segunda parte do tratamento há uma grande

diferença entre o objecto e o self.

• Estas mudanças levam à habilidade para se diferenciar

(Mahler,1968)

Terapia usada por Margaret Mahler:

Dois estádios

• Durante o tratamento, crianças

autistas são capazes de estabelecer uma

relação simbiótica com o terapeuta em

pouco tempo(Mahler,1968).

• O desenvolvimento de uma relação

simbiótica com a mãe e terapeuta pode

ser acompanhada por jorros marcantes

de desenvolvimento de funções do ego

(Mahler, 1968).

Terapia usada por Margaret Mahler:

Conclusão

Caso clínico:Violet

Nome: Violet

Descrição: é uma criança autista, não

fala e ignora completamente todos os que arodeiam.

Caso clínico – Violet - identificação

1)Estádio introdutório do processo terapêutico:Primeira fase:

Caso clínico – Violet - Terapia

Durante o processo terapêutico a terapeuta tentou estabelecer contactocautelosamente e indirectamente. Ela nunca abordou Violet no seu campovisual, sentava-se atrás oferecendo o seu corpo como almofada e deixava acriança usar os seus braços como se fosse uma extensão do seu corpo. Passadoalgum tempo a criança começou a encostar-se à terapeuta e gradualmente

deixou que a terapeuta lhe desse comida.

1)Estádio introdutório do processo terapêutico:Primeira fase:

Caso clínico – Violet - Terapia

O contacto físico iniciado pelo terapeuta e que a criança foi aprendendo foi feitoinicialmente através de bolas de sabão. Violet levantava a camisola e permitia aoterapeuta soprar as bolinhas de sabão na sua barriga, sensação que lhe davabastante prazer. A terapeuta começou a acompanhar as actividades cantandomúsicas familiares. Depressa a música ficava associada à actividade, associaçãoque oferecia a possibilidade de prazer assim como a repetição o que permitiu umaestrutura inicial de linguagem que devagar se tornou mais variada e com mais

sentido.

1)Estádio introdutório do processo terapêutico:Primeira fase:

Caso clínico – Violet - Terapia

Como nenhum outro meio físico podia ser usado para estabelecer contacto acanção numa voz baixa e calmante parecia diminuir alguma da intensidadeda sua auto-destruição. Este comentário contem a verbalização da sensação eemoção da criança e ao mesmo tempo enfatiza e atmosfera libidinal criada peloterapeuta e pela mãe. “ AI como dói”, “Não magoes a Violet. Ela é uma boarapariga” “ Tu estás chateada com a Violet mas nós não queremos que te

magoes porque te amamos.”

1)Estádio introdutório do processo terapêutico:

Segunda fase:

Caso clínico – Violet - Terapia

Depois da terapeuta acompanhar estas mudanças iniciais (depois de a criançacomeçar a aceitar o principio da mãe), a terapeuta comanda a mãe até à mesmarelação estabelecida com a criança com o objectivo de restabelecer a relaçãosimbiótica com o objecto original, a mãe (estádio que se perdeu ou que ficou

gravemente perturbado na criança psicótica).

1)Estádio introdutório do processo terapêutico:

Segunda fase:

Caso clínico – Violet - Terapia

A redescoberta da mãe é cautelosa mas continuamente fomentada pela terapeuta,que funciona como catalisador deste processo. Nesta fase a intuitiva percepção doterapeuta do nascimento destes sentimentos tanto na mãe como na criança e otiming para os trazer de volta são de grande importância.

Caso clínico – Violet - Terapia

2) Estádio do tratamento propriamente dito:

Depois do estádio inicial em que se estabeleceu contacto com a mãe e a criança e tendosido criado um ambiente benigno para as duas, a terapeuta introduziu a mãe noprocesso de tratamento de forma mais activa perguntando-lhe durante as sessões detratamento como era a sua vida em casa. Tal foi difícil mas uma vez que a mãe aceitouincluir a sua vida em casa no processo terapêutico levou a que a criança e a mãe setornassem mais activas no processo e que tivessem uma relação mais forte uma com a

outra.

Caso clínico – Violet - Terapia

2) Estádio do tratamento propriamente dito:

Devido ao seu talento musical Violet era capaz de demonstrar a sua participaçãoatravés da música. Conforme a música que tocava no piano a mãe conseguiaperceber quais eram os seus sentimentos. Assim ocorreu uma reconciliação com

a mãe e a relação ficou mais próxima e positiva .

Caso clínico – Violet - Terapia

2) Estádio do tratamento propriamente dito:

Assim durante o segundo estádio da terapia Violet comunicava através do piano dediversas maneiras. Através do seu particular processo primário de processamentoatravés da música, ela agora exprimia conflitos intrapsiquicos mais complexos. Porexemplo, quando não queria que a sua relação com a terapeuta acabasse tocava amesma música de forma tão continua e repetitiva que parecia que a musica não

tinha fim.

Caso clínico – Violet - Terapia

2) Estádio do tratamento propriamente dito:

Mais tarde começou a tocar duetos com a mãe e com a terapeuta, ela indicava qual acanção que iam tocar. Como a terapeuta tinha mais dificuldade em acompanhá-la acriança parava e pacientemente mostrava-lhe como o deveria fazer. Contrastante coma sua imitação prévia das outras pessoas enquanto tocava piano, agora parecia quehavia um sentido de self e de objecto de amor que estavam separados. Enquanto queumas vezes a criança usava o piano para comunicar, particularmente nos duetos,

outras vezes tratava o piano como se este estivesse vivo abraçando-o ou batendo-lhe.

Caso clínico – Violet - Terapia

2) Estádio do tratamento propriamente dito:

Passado um ano, depois do balançar autista ter sido alterado e a relação com o objectorestabelecida ela deu à criança um presente, um cão de peluche que se chamava “cãoalegre”, uma vez que há muito tempo que era uma das poucas palavras que tinha noseu vocabulário. A terapeuta também lhe tinha chamado ocasionalmente “raparigaalegre”. Violet usava essa frase quando se sentia feliz mas também quando se sentiainfeliz, dizendo estas palavras para expressar que se queria sentir feliz, para se sentirmelhor quando se sentia mal. Assim o “cão alegre” tornou-se a sua primeira posse deamor (Mahler, 1968)

Conclusão

• A força da teoria de Mahler está na sua elegante

descrição do nascimento psicológico, com base em

observações empíricas que ela e os seus colegas realizaram

a respeito da interacção mãe-filho (Feist & Feist, 2008).

Referências Bibliográficas

•Feist, J., & Feist, G.J. (2008). Teorias da personalidade. Brasil: McGrawHill

•Golse, B. (2005). O desenvolvimento afectivo e intelectual da criança. (E.Pestana, Trad.). Lisboa:

Climepsi. (Original publicado em 1985).

•Greenberg, J.R. & Mitchell, S.A. (Eds.). (2003). Relações de objecto na teoria psicanalitica.

(D.Dantas, Trad.). Lisboa: Climepsi. (Obra original publicada em 1983)

•Mahler, M. (1968). On human symbiosis and the vicissitudes of individuation. Volume I: Infantile

Psychosis. Nova Iorque: International Universities Press.

•Mahler, M. (1983). As psicoses infantis e outros estudos. (H.M. Souza,Trad.). Porto Alegre: Artes

Médicas. (Obra original publicada em 1979)

• Mahler, M. (1982). O processo de separação-individuação. (H.M. Souza,Trad.).Porto Alegre: Artes

Médicas. (Obra original publica em 1979)

•Palombo, J., Bendicsen, H.K., & Koch, B.J. (2009). Guide to psychoanalytic developmental

theories. Nova Iorque: Springer.

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