trabalho de conclusÃo de curso -...
Post on 18-Oct-2018
226 Views
Preview:
TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DE SAÚDE
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
(T.C.C.)
CURITIBA 2008
Tiago Vaz Carcereri
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Medicina Veterinária Faculdade de Ciências Biológicas e de Saúde da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para obtenção do título de Médico Veterinário. Orientadora Acadêmica : Prof. Michele S. Frehse OrientadoresProfissionais :Antonio Carlos do
Nascimento Michelle Gandra
CURITIBA
2008
Reitor Prof˚. Luiz Guilherme Rangel Santos Pró-Reitor Admistrativo Sr. Carlos Eduardo Rangel Santos Pró-Reitora Acadêmica Profª. Carmem Luiza da Silva Pró-Reitor de Planejamento Sr. Afonso Celso Rangel dos Santos Pró-Reitora de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão Profª. Elizabeth Tereza Brunini Sbardelin Secretário Geral Prof˚. Bruno Carneiro da Cunha Diniz Diretor da Faculdade de Ciências Biológicas e da Sa úde Prof˚. João Henrique Faryniuk Coordenador do Curso de Medicina Veterinária Profª. Ana Laura Angeli
CAMPUS BARIGUI Rua. Sydnei Antônio Rangel Santos 238 - Santo Inácio CEP : 82.010-330 - Curitiba – Paraná Fone: (41) 3331-7700
TERMO DE APROVAÇÃO
Tiago Vaz Carcereri
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Este trabalho de Conclusão de Curso foi julgado e aprovado para obtenção do título
de Médico Veterinário no Curso de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do
Paraná.
Curitiba, 21 de Novembro de 2008.
Medicina Veterinária Universidade Tuiuti do Paraná
Orientadora: Profa. Michele Salmon Frehse
Universidade Tuiuti do Paraná
Profa. Beatriz Calderari Vianna
Universidade Tuiuti do Paraná
Prof. Welington Hartmann
Universidade Tuiuti do Paraná
DEDICO
A todos meus familiares, em especial aos meus Pais, Paulo Roberto Carcereri
e minha Mãe Alair Vaz Carcereri, e meu irmão Alysson Roberto Vaz Carcereri
pela realização do meu sonho e por acreditarem em meu potencial, foram eles
que presenciaram todas minhas fases e meus sacrifícios aonde muitas vezes
eu chegava em casa cansado e nervoso e eles tinham que me encorajar com
suas palavras me dando ânimo para continuar em minha luta pelo meu sonho,
foram eles que me sustentaram me dando forças para seguir em frente.
Aos mestres pela paciência e dedicação de repassarem os conhecimentos
nesta caminhada.
E em especial a Deus por me iluminar e me manter com os pés no chão para
que este meu sonho fosse concretizado.
AGRADECIMENTOS
Tenho a oportunidade de agradecer a todos que de alguma forma
tornaram possível a minha formação no curso de Medicina Veterinária.
Em especial a meu Pai, Paulo Roberto Carcereri, minha mãe, Alair Vaz
Carcereri e meu Irmão, Alysson Roberto Vaz Carcereri, pelo amor
incondicional, pela amizade, atenção, paciência e por ter abdicado de seus
sonhos para tornar o meu possível.
A todos os Professores do curso que além de conhecimentos teórico e
prático, de alguma maneira me ensinaram a importância da ética e bom caráter
para me tornar um profissional responsável.
Em especial a professora Michele S. Frehse pela sua paciência, atenção
e dedicação durante a orientação do meu trabalho.
Aos Médicos Veterinários Antonio Carlos do Nascimento e Welington
Hartmann que além de conhecimento, carinho e atenção, indicaram o local do
meu estágio supervisionado obrigatório, onde pude aplicar meus
conhecimentos e adquirir novos, sendo muito proveitoso.
A todos os veterinários e funcionários que conheci durante o Estágio
Supervisionado, pela atenção e auxílio no que me foi necessário para uma boa
realização do estágio.
A todos os meus amigos de turma que sempre participavam das alegrias
durante o curso e estavam dispostos a ajudar nos momentos de dificuldades.
O meu muito obrigado.
APRESENTAÇÃO
Este Trabalho de Conclusão de Curso (T.C.C.) apresentado ao Curso de
Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde da
Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para obtenção do título
de Médico Veterinário, é composto de um Relatório de Estágio , no qual são
descritas as atividades realizadas durante o período de 03 de agosto de 2008 a
17 de outubro de 2008, período este em que estive na Clinica Veterinária
Gandra e no Centro Rural Universitário da fazenda UTP localizada no
município de São José dos Pinhais, cumprindo estágio curricular.
LISTA DE ABREVIATURAS
HCE: Hiperplasia Endometrial Cística
DER: Desvio Regenerativo a esquerda
CRU: Centro Rural Universitário
SID: Uma vês ao dia
BID: Duas vezes a dia
TID:Três vezes ao dia
IV: Intra Venoso
IM: Intra muscular
VO: Via oral
OSH: Ovariosalpingohisterectomia
Kg: Quilograma
TPC: Tempo de preenchimento Capilar
FC: Freqüência cardíaca
FR: Freqüência Respiratória
ALT:Alanina Aminotransferase
AST: Aspartato aminotransferase
mg: miligrama
ml: mililitro
MPA: Medicação pré anestésica
Fig: Figura
PO: Via oral
HPB: Holandesa Preta e Branca
UTP: Universidade Tuiuti do Paraná
DAE: Deslocamento de Abomaso para esquerda
DAD: Deslocamento de Abomaso para Direita
LA: Longa Ação
N°: Número
UI/KG: Unidades Internacionais por quilograma
mg/Kg: Miligrama por Kilo grama
BPM: Batimentos por minuto
MPM: Movimentos por minuto
FA: Fosfatase alcalina
AST: Aspartato
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1- RECEPÇÃO CLINICA VETERINÁRIA GANGRA...........................19
FIGURA 2- CONSULTÓRIO 1...........................................................................20
FIGURA 3- CENTRO RURAL UNIVERSITÁRIO DA FAZENDA UTP...............21
FIGURA 4- RECEPÇÃO....................................................................................21
FIGURA 5- SECRETARIA.................................................................................22
FIGURA 6- BIBLIOTECA...................................................................................22
FIGURA 7- FARMÁCIA......................................................................................23
FIGURA 8- INTERNAÇÃO DE ROTINA E PÓS-OPERATÓRIO.......................23
FIGURA 9- CENTRO CIRÚRGICO...................................................................24
FIGURA 10- LABORATÓRIO DE PATOLOGIA CLÍNICA.................................24
FIGURA 11- LABORATÓRIO DE REPRODUÇÃO...........................................25
FIGURA 12- RADIOLOGIA................................................................................25
FIGURA 13- SALA DE NECROPSIA.................................................................25
FIGURA 14 – OVARIOSALPINGOHISTERECTOMIA (OSH) CÃO DA RAÇA
PIT BULL ATENDIDO NA CLÍNICA VETERINÁRIA GANDRA.........................41
FIGURA 15 – OSH CÃO DA RAÇA PIT BULL ATENDIDO NA CLÍNICA
VETERINÁRIA GANDRA...................................................................................41
FIGURA 16 – ÚTERO REPLETO DE CONTEÚDO..........................................42
FIGURA 17 – TRANSFIXAÇÃO E LIGADURA DO COTO UTERINO...............42
FIGURA 18 – RUPTURA ESPLÊNICA (IATROGÊNICA), ESPLENECTOMIA
TOTAL...............................................................................................................43
FIGURA 19- BOVINO FÊMEA APRESENTANDO PROBLEMAS
CONGÊNITOS DE LOCOMOÇÃO EM MEMBROS ANTERIORES..................57
FIGURA 20: BOVINO FÊMEA APRESENTANDO LESÃO UNILATERAL EM
CÓRNEA............................................................................................................58
FIGURA 21- PACIENTE NO PÓS OPERATÓRIO............................................59
FIGURA 22- PROLAPSO RETAL......................................................................60
FIGURA 23- NECROPSIA.................................................................................61
FIGURA 24- LESÕES ULCERATIVAS MULTIFOCAIS.....................................61
FIGURA 25- LESÃO APROXIMADAMENTE DE 8,00cm x 4,0cm, LOCALIZADA
NA REGIÃO DA CURVATURA MENOR DO CORPO DO ABOMASO.............62
FIGURA 26- ÚLCERA PERFURADA EM ABOMASO......................................62
FIGURA 27- EXTRAVASAMENTO DE CONTEÚDO ALIMENTAR (PRESENÇA
DE GRÃOS DE MILHO E PASTAGENS) PARA A CAVIDADE ABDOMINAL
(PERITONITE).................................................................................................63
FIGURA 28- ADERÊNCIA DE TODOS OS ÓRGÕS ABDOMINAIS DEVIDO A
GRANDE DEPOSIÇÃO DE FIBRINA SOBRE A MAIORIA DOS MESMOS....64
FIGURA 29- CONTEÚDO SEROSANGUINOLENTO......................................64
FIGURA 30 -POSICIONAMENTO NORMAL DO ABOMASO...........................68
FIGURA 31-DESLOCAMENTO DO ABOMASO...............................................68
FIGURA 32- DISTENSÃO DA FOSSA PARALOMBAR ESQUERDA...............70 FIGURA 33- ROLAMENTO DA VACA DEVOLVENDO O ABOMASO Á SUA
POSIÇÃO ANÂTOMICA....................................................................................75
FIGURA 34- ANIMAL EM DECÚBITO DORSAL E IDENTIFICAÇÃO DO
ABOMASO PELA PERCUSSÃO E AUSCUTAÇÃO.........................................76
FIGURA 35- ANIMAL EM DECÚBITO DORSAL E ESVAZIAMENTO DO
ABOMASO COM INVASÃO MINIMA DO ABDOME.........................................77
FIGURA 36- ACESSO PARAMEDIANO VENTRAL PROPORCIONANDO UMA
FIXAÇÃO DO ABOMASO COM INVASÃO MÍNIMA DO ABDOME EM
DECÚBITO DORSAL.........................................................................................78
FIGURA 37- ABOMASOPEXIA PELO FLANCO ESQUERDO..........................79
FIGURA 38- OMENTOPEXIA PELO FLANCO DIREITO..................................80
FIGURA 39- INCISÃO VERTICAL NA FOSSA PARALOMBAR DIREITA........80
FIGURA 40 – ANTISSEPSIA COM ÁLCOOL IODADO E ANESTESIA EM “L”
INVERTIDO, COM LIDOCÁINA.........................................................................84
FIGURA 41- INCISÃO DA PAREDE ABDOMINAL, PELE E TECIDO
SUBCUTÂNEO..................................................................................................85
FIGURA 42- INCISÃO DO PERITÔNIO............................................................85
FIGURA 43- REALIZAÇÃO DO ESVAZIAMENTO DO GÁS DO ABOMASO
ATRAVÉS DE UMA CÂNULA PROVIDA DE AGULHA, 40 x 16 COM LIQUIDO
PARA OBSERVAR A SAÍDA DO GÁS..............................................................86
FIGURA 44- LIQUIDO PARA OBSERVAR A SAÍDA DE GÁS..........................86
FIGURA 45- REPOSICIONOU-SE O ABOMASO NA SUA POSIÇÃO
ANATÔMICA......................................................................................................87
FIGURA 46- PONTO DE FIXAÇÃO DO OMENTO PARA OMENTOPEXIA.....88
FIGURA 47- SUTURA SIMPLES INTERROMPIDA COM CATGUT CROMADO
N° 4 ( OMENTOPEXIA) ............................... .....................................................88
FIGURA 48- FIXAÇÃO POR INTERMÉDIO DE SUTURA SIMPLES
INTERROMPIDA COM CATGUT CROMADO N°4, O ABOMASO FOI FIXADO
PELO OMENTO NA PAREDE ABDOMINAL (OMENTOPEXIA).......................89
FIGURA 49- RÁFIA DA MUSCULAR COM CATGUT CROMADO N°4 COM
SULTAN............................................................................................................90
FIGURA 50- RÁFIA DO SUBCUTÂNEO COM CUSHING................................90
FIGURA 51- RÁFIA DA PELE COM WOLF (NYLON).......................................91
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 – Atividades desenvolvidas e/ou acompanhadas no período de
realização do Estágio Curricular Supervisionado na área de Clínica Médica e
Cirúrgica de Pequenos Animais, na Clinica Veterinária Gandra Curitiba –
Paraná, no período de 03 de agosto a 15 de setembro de 2008......................26
TABELA 2 – Exames complementares referentes aos atendimentos clínicos
realizados durante o Estágio Curricular , na Clinica Veterinária Gandra Curitiba
– Paraná, no período de 03 de agosto a 15 de setembro de 2008...................26
TABELA 3 - Atendimentos Clínicos acompanhados durante o Estágio
Curricular na área de Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos , na Clínica
Veterinária Gandra Curitiba – Paraná, no período de 03 de agosto a 15 de
setembro de 2008..............................................................................................27
TABELA 4 – Intervenções Cirúrgicas acompanhadas durante o Estágio
Curricular na Clinica Veterinária Gandra Curitiba – Paraná, no período de 03 de
agosto a 15 de setembro de 2008.....................................................................28
TABELA 5- Atividades desenvolvidas e/ou acompanhadas no período de
realização do Estágio Curricular Supervisionado na área de Clínica de Grandes
Animais no Centro Rural Universitário da Fazenda UTP, Curitiba - PR , no
período de 17 de setembro a 17 de outubro de 2008........................................28
TABELA 6 - Exames complementares referentes aos atendimentos clínicos
acompanhados durante o Estágio Curricular na Área de Clínica de Grandes
Animais no Centro Rural Universitário da Fazenda UTP,Curitiba - PR, no
período de 17 de setembro a 17 de outubro de 2008........................................29
TABELA 7- Atendimentos Clínicos acompanhados durante o Estágio Curricular
na área de Clínica de Grandes Animais no Centro Rural Universitário da
Fazenda UTP, Curitiba – PR, no período de 17 de setembro a 17 de outubro de
2008...................................................................................................................29
TABELA 8 – Intervenções Cirúrgicas acompanhadas durante o Estágio
Curricular na Área de Clínica de Grandes Animais no Centro Rural Universitário
da Fazenda UTP, Curitiba – PR, no período de 17 de setembro a 17 de
outubro de 2008.................................................................................................30
RESUMO
No presente trabalho estão descritas as atividades realizadas durante o
período de estágio curricular de 03 de agosto a dia15 de setembro de 2008 na
Clínica Veterinária Gandra e de 17 de setembro a 17 de outubro de 2008 no
Centro Rural Fazenda UTP, com descrição dos mesmos. Será feita uma
revisão de literatura de alguns casos clínicos acompanhados durante este
período de estágio tais como: Piometra Canina, Úlcera de abomaso e
Deslocamento de abomaso
Palavras chaves: Piometra canina, Úlcera de Abomaso, Deslocamento de
abomaso
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO........................................................................................................18
2. DESCRIÇÃO DOS LOCAIS DE ESTÁGIO................. ...........................................19
2.1 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS....................... ..................................................26
3. TERIOGENOLOGIA..................................... .........................................................31
3.1 PIOMETRA CANINA.............................................................................................31
3.1.1 RELATO DE CASO............................................................................................39
3.1.2 CONCLUSÃO / DISCUSSÃO DO CASO ..........................................................43
4. GASTRINTESTINAL................................. ..............................................................46
4.1 ÚLCERAS ABOMASAIS ......................................................................................46
4.1.1 RELATO DE CASO............................................................................................57
4.1.2 CONCLUSÃO / DISCUSSÃO .................................................................65
5.GASTRINTESTINAL.................................. ..............................................................66
5.1 DESLOCAMENTO DE ABOMASO.......................................................................66
5.1.1 RELATO DO CASO............................................................................................83
6. CONCLUSÃO /DISCUSSÃO............................ ..................................................... 92
7. CONCLUSÃO....................................... ..................................................................95
8. REFERÊNCIAS ......................................................................................................96
18
1. INTRODUÇÃO
O Estágio Curricular Supervisionado na área de Clínica e Cirurgia de
Pequenos Animais foi realizado na Clínica Veterinária Gandra na Av:
Presidente Afonso Camargo N° 4123 em Curitiba – Par aná, no período de 03
de agosto a 15 de setembro de 2008, totalizando 240 horas, sendo realizado
sob supervisão da Médica Veterinária Michele Gandra.
O Estágio Curricular na área de Grandes Animais foi realizado no Centro
Rural Universitário da Fazenda UTP, São José dos Pinhais, no período de 17
de setembro a 17 de outubro de 2008, totalizando 184 horas. Este foi realizado
sob a supervisão da Médico Veterinário Antonio Carlos do Nascimento.
19
2. DESCRIÇÃO DOS LOCAIS DE ESTÁGIO
A Clínica Veterinária Gandra encontra-se na Av: Presidente Afonso
Camargo N° 4123 em Curitiba, Paraná. Esta oferece s erviço 24 horas,
realizado por cinco veterinários, distribuídos em seus respectivos turnos e
auxiliados por estagiários curriculares, extracurriculares e por funcionários. A
estrutura física da clínica dispõe de sala de espera com recepção ( Fig 1), dois
consultórios ( Fig 2), internação para doenças não infecto-contagiosas e para
doenças infecto-contagiosas, além de um centro cirúrgico, sala de esterilização
de materiais cirúrgicos e sala de plantonistas.
FIGURA 1- RECEPÇÃO DA CLINICA VETERINÁRIA GANDRA
FONTE: www.veterinariagandra.com
20
FIGURA 2- CONSULTÓRIO 1
FONTE: www.veterinariagandra.com
O Estágio Curricular na área de Grandes Animais foi realizado no Centro
Rural Universitário da Fazenda UTP, Curitiba - PR , no período de 17 de
setembro a 17 de outubro de 2008, totalizando 184 horas.
Este foi realizado sob a supervisão da Médico Veterinário Antonio Carlos
do Nascimento.
O Hospital Veterinário está situado no Campus Universitário da cidade
de São José dos Pinhais(Fig 3) e oferece atendimento a população,da própria
cidade e de cidades vizinhas.
O Hospital Veterinário desta instituição possui uma estrutura física
composta por recepção (Fig 4), secretaria( Fig 5), Biblioteca( Fig 6), farmácia, (
Fig 7), internação de rotina e pós-operatório, ( Fig 8), centro cirúrgico, ( Fig 9),
laboratório de patologia clínica, ( Fig 10), laboratório de reprodução( Fig 11),
radiologia( Fig 12). Durante o período de estadia no Centro Rural Universitário
da Fazenda UTP, foi possivel acompanhar os atendimentos conduzidos pelos
21
Médicos Veterinários Antonio Carlos do Nascimento, Welington Hartmann,
João Ari Gualberto Hill, Neide Tanaka, Beatriz Calderari Vianna e Elza Ciffoni.
FIGURA 3- CENTRO RURAL UNIVERSITÁRIO DE FAZENDA UTP
FONTE: UTP, Carcereri 2008
FIGURA 4- RECEPÇÃO
FONTE: UTP, Carcereri 2008
22
FIGURA 5- SECRETARIA
FONTE: UTP, Carcereri 2008
FIGURA 6- BIBLIOTECA
FONTE: UTP, Carcereri 2008
23
FIGURA 7- FARMÁCIA
FONTE: UTP, Carcereri 2008
FIGURA 8- INTERNAÇÃO DE ROTINA E PÓS-OPERATÓRIO
FONTE: UTP, Carcereri 2008
24
FIGURA 9- CENTRO CIRÚRGICO
FONTE: Tiago Vaz Carcereri
FIGURA 10- LABORATÓRIO DE PATOLOGIA CLINICA
FONTE: UTP, Carcereri 2008
25
FIGURA 11- LABORATÓRIO DE REPRODUÇÃO
FONTE: UTP, Carcereri 2008
FIGURA 12- RADIOLOGIA
FONTE: UTP, Carcereri 2008
FIGURA 13- SALA DE NECROPSIA
FONTE: UTP, Carcereri 2008
26
2.1 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
TABELA 1 – Atividades desenvolvidas e/ou acompanhadas no período de
realização do Estágio Curricular Supervisionado na área de Clínica e Cirurgia
de Pequenos Animais, na Clinica Veterinária Gandra Curitiba – Paraná, no
período de 03 de agosto a 15 de setembro de 2008.
____________________________________________________________
ATIVIDADES NÚMEROS DE CASOS %
____________________________________________________________
Atendimentos Clínicos 90 88,23
Procedimentos Cirúrgicos 12 11,76
____________________________________________________________
TOTAL 102 100
_____________________________________________________________
Fonte: Prontuários da Clinica Veterinária Gandra, 2008
TABELA 2 – Exames complementares referentes aos atendimentos clínicos
realizados durante o Estágio Curricular , na Clinica Veterinária Gandra Curitiba
– Paraná, no período de 03 de agosto a 15 de setembro de 2008.
_____________________________________________________________
EXAMES NÚMERO DE EXAMES %
______________________________________________________________
Exame Radiográfico 15 19,73
Colheita de sangue 30 39,47
Raspado de Pele 36 47,36
Biopsia de pele 02 2,6
Colheita de urina 03 3,9
______________________________________________________________
TOTAL 76 100
Fonte: Prontuários da Clinica Veterinária Gandra, 2008
27
TABELA 3 - Atendimentos Clínicos acompanhados durante o Estágio
Curricular na área de Clínica e Cirurgia de Pequenos , na Clinica Veterinária
Gandra Curitiba – Paraná, no período de 03 de agosto a 15 de setembro de
2008.
_______________________________________________________________
DIAGNÓSTICO PRESUNTIVO NÚMERO DE CASOS %
Infectologia
Cinomose 3 3,3
Parvovirose 3 3,3
Ortopedia
Displasia coxofemoral 1 1,1
Fratura de pelve 1 1,1
Fratura de rádio e ulna 3 3,3
Gastrinterologia
Enterite Aguda 3 3,3
Dermatologia
Sarna demodécica 3 3,3
Dermatite alérgica a picada de pulga 1 1,1
Picada por aranha marrom 1 1,1
Oncologia
Tumor venéreo transmissível 1 1,1
Neoplasia mamária 2 2,2
Urologia/ Nefrologia
Insuficiência renal crônica (IRC) 1 1,1
Otologia
Otite externa ceruminosa 5 5,5
Imunizações 63 70
______________________________________________________________ TOTAL 90 100 _______________________________________________________________ Fonte: Prontuários da Clinica Veterinária Gandra, 2008.
28
TABELA 4 – Intervenções Cirúrgicas acompanhadas durante o Estágio
Curricular na Área de Clínica e Cirurgia de Pequenos Animais, na Clinica
Veterinária Gandra Curitiba – Paraná, no período de 03 de agosto a 15 de
setembro de 2008.
_____________________________________________________________
INTERVENÇÕES CIRÚRGICAS NÚMERO DE CASOS %
_____________________________________________________________
Biópsia excisional de nódulo cutâneo 1 6,2
Ressecção da cabeça do fêmur 1 6,2
Orquiectomia 6 37,5
Ovariosalpingohisterectomia 5 31,2
Esplenectomia total 3 18,7
_______________________________________________________________ TOTAL 16 100 ______________________________________________________________ Fonte: Prontuários da Clinica Veterinária Gandra, 2008. TABELA 5- Atividades desenvolvidas e/ou acompanhadas no período de
realização do Estágio Curricular Supervisionado na área de Clínica de Grandes
Animais no Centro Rural Universitário da Fazenda UTP,Curitiba - PR , no
período de 17 de setembro a 17 de outubro de 2008.
_______________________________________________________________
ATIVIDADES NÚMEROS DE CASOS %
_______________________________________________________________
Atendimentos Clínicos 13 54,1
Procedimentos Cirúrgicos 11 45,8
_______________________________________________________________
TOTAL 24 100
_______________________________________________________________
Fonte: Prontuários do Centro Rural Universitário da Fazenda UTP, Curitiba -
PR , 2008.
29
TABELA 6 - Exames complementares referentes aos atendimentos clínicos
acompanhados durante o Estágio Curricular na Área de Clínica de Grandes
Animais no Centro Rural Universitário da Fazenda UTP,Curitiba - PR , no
período de 17 de setembro a 17 de outubro de 2008.
EXAMES NÚMERO DE CASOS %
Exame citológico 3 21,4
Exame radiográfico 6 42,8
Exame Ultrassonográfico 5 35,7
_______________________________________________________________
TOTAL 14 100
_______________________________________________________________
Fonte: Prontuários do Centro Rural Universitário da Fazenda UTP, Curitiba -
PR , 2008.
TABELA 7- Atendimentos Clínicos acompanhados durante o Estágio Curricular
na área de Clínica de Grandes Animais no Centro Rural Universitário da
Fazenda UTP,Curitiba - PR , no período de 17 de setembro a 17 de outubro de
2008.
SISTEMA ACOMETIDOS NÚMERO DE CASOS %
_______________________________________________________________
Teriogenologia
Palpação (Diag. Prenhes) 3 23,0
Gastrienterologia
Deslocamento de abomaso 2 15,3
Prolapso retal 2 15,3
Úlcera de abomaso 1 7,6
30
Ortopedia
Abscesso de membro posterior 2 15,3
Dermatologia
Sarcóides 1 7,6
Oncologia
Melanoma 1 7,6
Necropsia 2 15,3
_______________________________________________________________
TOTAL 13 100
_______________________________________________________________ Fonte: Prontuários do Centro Rural Universitário da Fazenda UTP,Curitiba - PR , 2008. TABELA 8 – Intervenções Cirúrgicas acompanhadas durante o Estágio
Curricular na Área de Clínica de Grandes Animais no Centro Rural Universitário
da Fazenda UTP, Curitiba - PR, no período de 17 de setembro a 17 de outubro
de 2008.
___________________________________________________________
INTERVENÇÕES CIRÚRGICAS NÚMERO DE CASOS %
___________________________________________________________
Rafia de ferida incisa 4 36,3
Desmotomia 1 9,0
Osteossíntese 1 9,0
Amputação de cauda 2 18,1
Fixação do S peniano 1 9,0
Deslocamento de abomaso 2 18,1
____________________________________________________________
TOTAL 11 100
____________________________________________________________ Fonte: Prontuários do Centro Rural Universitário da Fazenda UTP,Curitiba - PR , 2008.
31
3. TERIOGENOLOGIA
3.1 PIOMETRA CANINA
Piometra é um distúrbio do diestro mediado por hormônios (FELDMAN,
2004). É o acúmulo de material purulento dentro do útero (FOSSUM, 2005).
Deve-se suspeitar de piometra em qualquer cadela ou gata que não tenha sido
esterilizada(ARNOLD, 2006).
A doença é causada por uma infecção bacteriana dentro do útero que
resulta em bacteremia e toxemia que variam de discreta a intensas, envolvendo
risco de vida(OLIVEIRA, 2007). Cadelas de mais idade comumente
desenvolvem uma condição denominada hiperplasia endometrial cística (HEC)
(FELDMAN,2004). A piometra que ocorre em fêmeas idosas (com mais de 7
anos) decorre da longa e repetida estimulação pela progesterona na fase lútea,
com maior freqüência em fêmeas nulíparas (MARTINS et al., 2002). Acredita-
se que esta condição resulte de uma resposta exagerada a anormal do
endométrio à exposição crônica e repetida á progesterona. A HEC predispõe a
cadela a piometra. Pode ocorrer piometra grave, que envolve risco de vida sem
hiperplasia endometrica cística(OLIVEIRA, 2007). Entretanto é extremamente
rara a ocorrência de piometra em uma cadela que não seja submetida a
influencia da progesterona; isto é, a piometra sempre se desenvolve durante o
diestro. A única exceção a esta regra ocorre quando a progressão lenta da
infecção e término do diestro antes que o diagnostico tenha sido confirmado
(JOHNSON, 2004). A piometra ocorre geralmente varias semanas após o estro
(ou seja, em gatas, 1 a 4; em cadelas, 4 a 8), ou após injeções contra
cruzamentos indesejados ou administração exógenas de estrógenos ou
progestágenos (ALVES, 2007). Sobre a Progesterona, Hiperplasia Endometrial
cística e infecção podemos relatar que nas cadelas normais, durante 9 e 12
32
semas após o estro, a uma elevação na concentração plasmática de
progesterona para níveis acima de 2 ng/ml. A progesterona mandem o
crescimento endometrial e a secreção glandular e, ao mesmo tempo, suprime a
atividade do miométrio, permitindo um acumulo de secreções glandulares
uterina. Tais secreções proporcionam um excelente ambiente para crescimento
bacteriano o crescimento bacteriano é aumentado ainda mais pela inibição da
resposta leucocitária dentro do útero (BECK, 2007). As infecções bactérias
associadas a piometra são causadas por bactérias normais da vagina. Por
tanto, a piometra resulta da combinação da fase ovariana ( progesterona) do
ciclo estral com um endométrio anormal, que permite um crescimento
excessivo de bactérias normalmente isoladas desta área de anatomia. A
hiperplasia endometrial cística (HEC) induzida pela progesterona tipicamente
precede o desenvolvimento de piometra em cadelas com idade superior a 6
anos. Embora a piometra seja bem identificada e comumente encontrada em
cadelas com 6 anos de idade, esta população tem menos probabilidade de
desenvolver HEC. Quando a hiperplasia patologia se torna progressiva e
cística, o espessamento endometrial é conseqüência do aumento no tamanho
e no numero de glândulas endometriais. As células epiteliais da célula
possuem citoplasma hipertrófico e transparente. O estroma torna-se
edematoso, e um infiltrado celular inflamatório invariavelmente esta presente.
Algumas vezes a HEC resulta do acúmulo de líquido dentro do lúmen uterino.
Um útero repleto de liquido estéril é comumente referido como hidrometra ou
mucometra, e a densidade do liquido determina sua descrição. A piometra é a
seqüela mais comum da HEC.com muito menos freqüência a HEC é a causa
de infertilidade e / ou da endometrite crônica. A confirmação do diagnostico de
HEC é difícil, visto que tal distúrbio em geral não esta associado com sinais
33
clínicos, a menos que o conteúdo uterino se torne infectado e a piometra se
desenvolva (FELDMAN,2004). A piometra é diagnosticada com base na
ocorrência dos sinais clínicos durante o diestro ou após a administração
exógena de progesterona, pela presença de corrimento vulvar séptico e pela
identificação de aumento de volume uterino por radiografias e ultra-sonografia
abdominais. Devem ser realizados hemograma completo, perfil bioquímico
sérico e urinálise para a detecção de anormalidades metabólicas associadas a
sepse e a avaliação da função renal (NELSON COUTO, 2001).
A contaminação por bactérias (e não e proliferação) bacteriana do útero
parece ser um fenômeno normal durante o pro estro e o estro (SANTOS,
2007). As fontes de bactérias são a flora normal da vagina. Estas bactérias
penetram pela cérvix para o interior do útero durante o proestro e o estro.
Doença uterina ou significativa ou algum outro fator de predisposição
(administração de progesterona ou estrogênio) favorece o aparecimento de
piometra na cadela, porque bactérias contaminam o útero de cadelas normais
sem haver desenvolvimento de piometra. A bactéria associada a piometra é
escherichia coli. Com tudo, estafilococos, estreptococos, klebesilla,
pseudômonas, proteus, hemophilus, pasteurella, serratia e outras bactérias
foram isoladas do útero de cadelas com piometra. Todas estas bactérias, em
isolados únicos ou múltiplos, foram identificadas no trado vaginal de cadelas
saudáveis normais (JOHNSON,2004).
As concentrações suprafisiológicas de estrogênio resultantes da
administração exógena (P. ex: injeções para acasalamento indesejáveis)
durante o estro e o diestro aumenta incrivelmente o risco de desenvolvimento
de piometra. Por esta razão, a administração de estrogênio para evitar a
gravidez é fortemente desencorajada (FELDMAN , 2004)
34
A Cadela Idosa com idade superior a 7 ou 8 anos é predisposta à HEC
e piometra subseqüente. Esta parece ser uma síndrome relacionada a idade
(JOHNSON,2004). No entanto na Cadela Mais Jovem é improvável que a HEC
seja a causa de piometra na maioria das cadelas com idade inferior a 6 anos.
Não ocorreu a espociçao repetida crônica á progesterona nessas cadelas. Com
tudo, ha uma forte correlação entre a incidência de piometra em cadelas jovens
e a administração de estrogênio por veterinários para evitar gravidez. Se uma
cadela cruzada indevidamente não for de valor como reprodutora a OSH deve
ser recomendada. Se for de valor é preferível conduzir a gravidez indesejada
até o termo ou induzir abortamento com prostaglandinas do que administrar
estrogênio (FELDMAN, 2004).
Na Anamnese de Piometra de cérvix Aberta encontramos secreção
vaginal e cérvix aberta (COUTO; NELSON, 1998; GILBERT; NOTHLING;
OETTLE, 1999).
Os sinais relatados pelo proprietário dependeram da patência da cérvix,
um sinal obvio em cadelas com piometra de cérvix aberta e uma corrimento
sanguinolento e mucopurulento proveniente da vagina (PRESTES et al., 1991).
O corrimento em geral é observado pela primeira vez de 4 a 8 semanas após o
término do estro. A piometra foi diagnosticada tão precocemente quanto no
final do cio (estro) e até de 12 a 14 semanas mais tarde. Outras características
comum incluem letargia, depressão inapetência/anorexia, poliúria, polidipsia,
vômito e diarréia. A piometra de cérvix aberta pode ser detectada rapidamente
por proprietários experientes (FELDMAN, 2004). A temperatura retal pode estar
normal ou aumentada em decorrência da infecção uterina, infecção bacteriana
secundária, sepse ou toxemia (FELDMAN; NELSON, 2001; JOHNSON, 2004).
Deve-se observar o aumento de volume uterino, palpações abdominais devem
35
ser realizadas com cautela, pois existe risco de ruptura uterina (FELDMAN;
NELSON, 2001; GILBERT, 1992). Observa-se o aumento de volume uterino
pela palpação cuidadosa e a confirmação deve ocorrer por meio da radiografia
ou ultrassonografia (FELDMAN; NELSON, 2001; GILBERT, 1992). Piometra de
Cérvix Fechada se caracteriza pela distensão abdominal e cérvix fechada
(COUTO; NELSON, 2001; GILBERT; NOTHLING; OETTLE, 1989).
Se comparada as cadelas portadoras de piometra de cérvix aberta, a
cadela com piometra de cérvix fechada tem mais sinais clínicos preocupantes
no período que é feito o diagnóstico (BECK, 2007). Isto se deve a ausência de
um sinal facilmente identificado e precoce de um problema sério, ou seja, o
corrimento vaginal purulento observado no caso de infecção com cérvix aberta.
Os proprietários notam o início insidioso de manifestações que quase sempre
incluem depressão, letargia, inapetência, polidipsia com ou sem poliúria e com
perda de peso. Tais problemas, em associação com sepse e toxemia, podem
resultar em desidratação que piora progressivamente, choque, coma e,
eventualmente, morte (FELDMAN, 2004).
Ao Exame físico pode-se constatar que as anormalidades por ocasião do
exame físico que são compatíveis com piometra incluem depressão,
desidratação, febre, aumento palpável do útero e corrimento sanguinolento a
mucopurulento proveniente da vagina se a cérvix estiver aberta a temperatura
retal pode estar aumentada, normal ou diminuída. Em casos de sepse ou
toxemia, pode evoluir para o choque, taquicardia, tempo de preenchimento
capilar prolongado, pulsos femorais fracos e temperatura retal subnormal
(COSTA 2007). O aumento uterino pode ser óbvio bem como se grande parte
do material purulento for drenado, o útero pode estar flácido ou impalpável.
Alem disso, a facilidade ou não de palpação de aumento uterino é influenciada
36
pelo tamanho e pelo peso da cadela, e grau de relaxamento abdominal. Não se
deve fazer palpação muito intensa, a fim de evitar ruptura uterina. Um útero
palpável é considerável anormal na cadela não gestante em fase de diestro.
Mesmo se impalpável a doença pode ter como causa inflamação e infecção
maciças do útero.
O diagnóstico definitivo torna-se um desafio quando a história clínica não
é esclarecedora , quando há corrimento vulvar, embora o útero não seja
palpável, quando nenhum corrimento vaginal é observado, quando o
proprietário notou apenas polidipsia ou poliúria (rara) ou quando a cadela foi
previamente” castrada”, ainda que os sinais clínicos e a clínica sugere piometra
(JOHNSON, 2004). A piometra é diagnosticada com base na ocorrência dos
sinais clínicos durante o diestro ou após a administração exógena de
progesterona, pela presença de corrimento vulvar séptico e pela identificação
de aumento de volume uterino por radiografias e ultra-sonografia abdominais.
Devem ser realizados hemograma completo, perfil bioquímico sérico e urinálise
para a detecção de anormalidades metabólicas associadas a sepse e a
avaliação da função renal (NELSON COUTO, 2001).O hemograma é um
exame muito significativo, podendo indicar anemia normocítica normocrômica
não regenerativa de grau leve a moderado, sendo que isso ocorre devido a um
efeito supressor das toxinas bacterianas na medula óssea e também devido à
perda de hemácias que migram para o local da infecção por diapedese
(COUTO; NELSON, 2001; FELDMAN; NELSON, 1996). O volume globular
pode estar aumentado devido à desidratação (JOHNSON, 1995). O
leucograma, em alguns casos de piometra aberta, pode apresentar-se normal,
enquanto que em casos de piometra fechada esse exame pode estar alterado,
37
apresentando uma leucocitose por neutrofilia com desvio à esquerda e
neutrófilos tóxicos (JOHNSON, 2004).
Com relação à urinálise, é importante ressaltar o cuidado que se deve
ter com a colheita da urina, principalmente nos casos de piometra aberta, já
que pode ocorrer contaminação. Quando for realizada a cistocentese, deve-se
cuidar para não puncionar o útero, podendo desencadear uma futura peritonite
(JOHNSON, 2004). A proteinúria sem piúria e a hematúria podem ser vistas na
piometra, sendo que isso ocorre devido à glomerulonefrite por deposição de
imunocomplexos (FELDMAN; NELSON, 1996). Pelo exame bioquímico,
observa-se hiperproteinemia devido à hiperglobulinemia ou devido à
desidratação. A uréia e a creatinina podem estar aumentadas, indicando o
comprometimento renal, pela deposição dos imunocomplexos em glomérulos,
devido a grandes quantidades de endotoxinas da infecção pela E. coli ou
resultante da desidratação ou choque séptico, o que leva à azotemia renal,
devido a menor perfusão dos glomérulos. O animal pode apresentar acidose
metabólica, em decorrência de alterações no equilíbrio ácido básico. As
enzimas hepáticas, fosfatase alcalina (FA) e aspartato (AST) amino transferase
podem estar alteradas devido à lesão em hepatócitos pela endotoxemia ou
diminuição da circulação no fígado pelo quadro de desidratação (FELDMAN;
NELSON, 1996; HARVEY, 1998). As cadelas com suspeita de piometra devem
ser submetidas ao exame de raio X abdominal para confirmação do
diagnóstico, contudo esse teste não diferencia um aumento de volume uterino
devido à piometra ou devido a uma gestação inicial, antes da calcificação fetal
(FELDMAN; NELSON, 1996; HARVEY, 1998). O diagnóstico diferencial deve
ser realizado com vaginites, que podem ocorrer em qualquer fase do ciclo
estral e acometem animais de diversas idades; abortamentos; piometra de
38
coto, que ocorre em cadelas que foram castradas, mas em que permaneceram
resquícios dos ovários e segmentos do corpo do útero; massas vaginais e
gestação (GILBERT, 1992; PRESTES et al., 1991). O diagnóstico de escolha é
o ultra-som, pois com ele pode-se avaliar o tamanho e a espessura do útero e
presença de secreção no lúmen uterino.
Ao ultra- som, a piometra aparece como uma estrutura tubular com
fluído anecóico ou hipoecóico (FELDMAN; NELSON, 1996; HARVEY, 1998).
O tratamento deve ser imediato e agressivo, já que a sepse e/ou a
endotoxemia podem se desenvolver em qualquer momento, se já não
estiverem presentes (JOHNSON, 1995). Para tanto, é indicada a fluidoterapia
intravenosa para melhorar a função renal, para manter a perfusão tecidual
correta e para correção de déficits eletrolíticos existentes (GILBERT, 1992;
JOHNSON, 1995). Também deve ser administrado um antibiótico de amplo
espectro de ação até que sejam conhecidos os resultados dos testes de
susceptibilidade aos antibióticos (GILBERT, 1992; JOHNSON, 1995). É sabido
que a ovariosalpingohisterectomia (OSH) é o tratamento de eleição para a
piometra, mas, caso o proprietário tenha interesses reprodutivos,
evidentemente essa não poderá ser realizada (FELDMAN; NELSON, 1996;
GILBERT, 1992; JOHNSON, 1995).
O tratamento medicamentoso é justificável caso o proprietário tenha
interesse reprodutivo da cadela acometida (FELDMAN; NELSON, 1996;
GILBERT, 1992; JOHNSON, 1995). Após essa modalidade de tratamento da
piometra, devem-se cobrir as cadelas no primeiro estro e assim, continuar por
todos os estros até obtenção do número de crias desejado ou até que ocorra
recorrência da piometra, onde então a ovariosalpingohisterectomia (OSH)
deverá ser considerada (GILBERT, 1992; JOHNSON, 1995).
39
3.1.1 RELATO DE CASO
Foi atendida na Clinica Veterinária Gandra Curitiba, Paraná no dia 03 de
agosto de 2008 a paciente Luna, espécie canina, raça Pit Bull, 6 anos, 35kg.
Na anamnese o proprietário relatou que sua cadela apresentava tremores
musculares, vômito, diarréia, polidipsia, apatia, arqueamento de coluna, a
cadela não era castrada e garantiu que a mesma não havia cruzado. Ao exame
físico foi observado, temperatura retal de 39.8ºC, FC 80 bpm,FR 25 mpm,
anorexia, mucosas levemente pálidas, TPC prolongado, dor abdominal á
palpação e aumento do útero com conteúdo palpável.
Diante da anamnese e exame físico, a suspeita inicial foi de piometra. O
paciente foi internado e submetido a fluidoterapia endovenosa, com ringer
com lactato com intuito de estabilizar a paciente enquanto aguardava os
resultados dos exames complementares.
Os exames complementares realizados foram, hemograma, o
qual revelou leucocitose com desvio regenerativo a esquerda (DER) leve,
neutrofilia, linfocitose, monocitose e eosinopenia absolutas, dosagem de
ALT, AST, uréia e creatinina, as quais se apresentaram dentro dos
parâmetros normais, além do exame de ultrassonografia que revelou
imagem anecóica sugestivo de conteúdo líquido no útero, indicando piometra.
Os demais órgãos não apresentaram nenhuma alteração.
A Suspeita diagnóstica foi de Piometra fechada, os Diagnósticos
Diferenciais foram de Metrite e Hidrometra. O Tratamento Pré – Operatório
após a confirmação da suspeita, foi administrado enrofloxacina 2,5%, por
via subcutânea, na dose de 5 mg/Kg, e cetoprofeno 1%, por via
subcutânea, na dose de 0,2 mg/Kg.
40
No dia seguinte, a cadela foi submetida à ovariosalpingohisterectomia
conforme (FIG 14,15) onde o protocolo anestésico Optou-se pela anestesia
dissociativa, onde foi administrado o seguinte protocolo Acepromazina ( 1% )
na dose de 0,2mg/kg e a utilizada foi 0,7ml IM, Atropina 1% para MPA. A
indução e manutenção com Midazolan (0,05mg) dose recomendada 0,22mg/kg
e utilizada 1,5 ml/I.V e Cloridrato de cetamina (50mg) dose recomendada
10mg/kg e a utilizada 7ml IV. Depois de feita a anestesia, intubação,
antissepsia, colocação dos campos cirúrgicos, a cirurgia começou com uma
incisão na linha Alba,após entrada no peritônio foi localizado o útero, e
realizado a OSH (Ováriosalpingohisterectomia)( FIG.15,16,17 ) durante este
procedimento ocorreu a ruptura do baço (iatrogênico ), sendo então decidido
realizar a esplenectomia total do órgão (FIG.18).
No Pós- Operatório utilizou-se enrofloxacina na dose de 5 mg/Kg, SID,
PO, durante 15 dias, Amoxicilina com clavulanato na dose de 12,5 mg/Kg,
BID, PO, durante 7 dias e cetoprofeno, SID, PO, na dose de 0,2 mg/Kg
durante 3 dias. Além disso, recomendou-se limpeza da incisão com solução
fisiológica e Rifamicina tópica, SID e uso de colar elizabetano, 24 horas por
dia e repouso até a retirada dos pontos com 10 dias depós operatório.
41
FIGURA 14- OVARIOSALPINGOHISTERECTOMIA (OSH) CÃO DA RAÇA PIT
BULL ATENDIDO NA CLÍNICA VETERINÁRIA GANDRA
Fonte:Clinica veterinária Gandra,2008.
FIGURA 15 – OSH CÃO DA RAÇA PIT BULL ATENDIDO NA CLÍNICA
VETERINÁRIA GANDRA
Fonte:Clinica veterinária Gandra, 2008.
42
FIGURA 16 - ÚTERO REPLETO DE CONTEÚDO
Fonte:Clinica veterinária Gandra, 2008.
FIGURA 17 – TRANSFIXAÇÃO E LIGADURA DO COTO UTERINO
Fonte:Clinica veterinária Gandra, 2008.
43
FIGURA 18 – RUPTURA ESPLÊNICA (IATROGÊNICA), ESPLENECTOMIA
TOTAL
Fonte:Clínica veterinária Gandra, 2008.
3.1.2 CONCLUSÃO / DISCUSSÃO DO CASO
A cadela relatada tinha 6 anos de idade, dado que está de acordo
com alguns autores (PRESTES et al., 1991; GILBERT, 1992; JOHNSON,
1997; NASCIMENTO; SANTOS, 2003), porém discorda de Niskanen e
Thrusfield (1998) que citaram piometra pode estar presente em cadelas
de qualquer idade, desde que elas já tenham apresentado o estro.
Em relação à vida reprodutiva da cadela em questão, que já havia tido
uma cria, e ao contrário do que Dow, (1958), Geoffrey (1979)
observaram em seus trabalhos e concordando com que Gilbert (1992)
citou, a relação da piometra com fêmeas nulíparas não existe. Segundo
Dow (1958) e Geoffrey (1979), as fêmeas que apresentam pseudociese
44
são mais predispostas a apresentarem piometra.Contudo,Gilbert
(2000).mencionou que não há predisposição de piometra em cadelas que
apresentam pseudociese anteriormente, uma vez que este fenômeno é
comum de ocorrer no final do diestro. Conforme Johnson (1997) citou, a
maioria das cadelas com piometra levam em torno de dois meses após o
estro para começarem a apresentar os sinais clínicos característicos desta
patologia, pois é nesta época que, geralmente as concentrações de
progesterona se encontram elevadas. Foi notório neste relato, que a cadela
em questão começou a apresentar os sinais clínicos em torno de 50 dias após
o estro.
O exame físico demonstrou presença de dor a palpação abdominal,
distensão abdominal, febre e ausência de secreção vaginal. A literatura cita
que na piometra fechada estes achados são mais fáceis de perceber
(NELSON; COUTO, 2006;GEOFFREY, 1979).
Com relação aos exames complementares,concordando com a
paciente relatada, Geoffrey (1979) citou que geralmente os leucócitos
sanguíneos estão na faixa de 50.000/ml em cadelas com piometrite. A
ultrassonografia mais uma vez, demonstrou ser um método bastante
eficaz para o diagnóstico de piometra. Johnston (2001) e Alvarenga et
al.(1995) citam que a imagem ultrassonográfica não é influenciada pela
presença de fluido abdominal, portanto fornece informações quanto a
forma e ao tamanho uterino . Neste relato, a ultra-sonografia foi muito útil
para verificar, através do diâmetro uterino fornecidos por ela, o grau de
comprometimento da doença no animal.
Em relação ao tratamento, a cadela do caso recebeu fluidoterapia
endovenosa e antibiótico ainda no pré-operatório, conforme indica a literatura
45
(GILBERT, 1992; FELDMAN; NELSON, 1996; JOHNSON, 1997). Foi
realizada a ovariosalpingohisterectomia, que é o tratamento de escolha
para a piometra, caso o proprietário não dê preferência em manter a
vida reprodutiva da cadela. (PRESTES et al., 1991; GILBERT, 1992;
FELDMAN; NELSON, 1996; JOHNSON, 1997).
Diante do relato de caso pode-se concluir que:
- Diante de uma anamnese e um exame clínico bem feitos, junto
com os resultados dos exames complementares adequados, é uma
doença de diagnóstico relativamente fácil.
- O tratamento deve ser rápido e agressivo para prevenir sepse,
sendo a fluido e a antibioticoterapia, associada à
ovariosalpingohisterectomia, o protocolo de eleição para obtenção de êxito no
tratamento da piometra.
- A opção pela ovariosalpingohisterectomia,visto que a fêmea
recuperou-se rapidamente após intervenção cirúrgica.
46
4. GASTRINTESTINAL
4.1 ÚLCERAS ABOMASAIS
Pode-se classificar ulcera como uma escavação na mucosa produzida
por necrose de coagulação e que se aprofunda pela muscular da mucosa
(BOABAID 2008).
A úlcera abomasal é uma afecção que acomete bovinos de todas as
idades. Em bovinos jovens em confinamento, úlceras de abomaso são
freqüentemente múltiplas, variam de 2 a 4 cm de diâmetro e são mais comuns
durante os primeiros 45 dias do período de engorda de inverno
(MACHADO,2008). Cerca de 1% de bovinos adultos normais têm úlceras por
ocasião do abate enquanto que em bovinos confinados, a prevalência é de
3,6%, ocorre normal-mente também em vacas leiteiras no pós-parto durante
as primeiras lactações devido ao stress do parto e a nutrição rica em grãos
(Araújo, 2007). Em touros adultos, apresenta-se em situações de estresse
como transporte e procedimentos cirúrgicos. Elas geralmente são múltiplas,
rasas, de 2 a 25 mm de tamanho e têm formas ovais ou estrelada. Ocorrem
mais freqüentemente no fundo e no corpo do abomaso e são encontradas com
menor freqüência no antro e duodeno, além das úlceras já citadas por
(RADOSTITS et al., 2002; SMITH 2006) podem existir uma associação entre
a fertilização das pastagens e a apresentação de úlceras abomasais em
vacas leiteiras durante o verão (RADOSTITS et al., 2002). Contudo, existem
relatos da apresentação de úlceras abomasais por agentes infecciosos como
Clostridium perfringens, Clostridium sordelli, Campylobacter jejuni,
Lactobacillus spp e Helicobacter pylori (BRAUN et al., 1997; MILLS et al.,
1990; VATN et al., 2000). Assim como medida preventiva geral das úlceras
47
abomasais se recomenda evitar o fornecimento de dietas muito ricas em
grãos, mudanças bruscas na alimentação, e principalmente evitar o estresse
do manejo ou qualquer processo que venha a tornar mais sensível ou que
provoque lesão na mucosa gástrica que propicie a difusão de íons hidrogênio
para a mucosa e submucosa,favorecendo a ação da pepsina sobre a mucosa
abomasal (RADOSTITS, 2002).
Úlceras com sangramento são encontradas mais freqüentemente em
vacas com menos de 4 anos de idade, durante os meses de fevereiro, março,
agosto e setembro, durante o mês pós-parto (75%) e em animais com doenças
intercorrentes como metrite, mastite e Cetose (Araújo,2007) elas geralmete se
apresentam com margens macias e hiperêmicas e freqüentemente ocorrem
numa mucosa difusamente congesta. Úlceras que já estão presentes por algum
tempo, não apresentam o halo hiperêmico, têm margens endurecidas e são
mais profundas. A cratera da úlcera pode ser coberta por uma
pseudomembrana fibrinopurulenta cinza ou marrom (BOABAID 2008).
As úlceras abomasais perfurantes podem ser observadas nos touros,
nas novilhas mais velhas e nas vacas em ordenha, em qualquer estagio de
lactação e gestação (REBBHUN 2000). Elas são mais comuns nas vacas
durante as 6 primeiras semanas de lactação. Como a síndrome clinica
podem variar dependendo do tamanho e do número de perfurações. As
ulceras perfurantes que provocam peritonite localizada nos bovinos,
produzem uma síndrome semelhante a reticoloperitonite traumática
(REBBHUN 2000). Ocorre um vazamento agudo de conteúdo abomasal,
mais ele é detido por aderências fibrinosas e o abomaso torna-se aderente
ao peritônio parietal e o omento. A vaca fica anorética apresenta-se febril
48
(39,44 a 40,56 °C) apresenta hipomotilidade ou esta se ruminais e, ainda
apresenta dor abdominal. Fica relutante a se mover e a palpação profunda
do abdome ventral localiza uma área dolorida do abdome ventral, até a
direita da linha média. Nos bezerros, encontram-se os mesmos sinais, mas o
timpanismo ruminal é mais comum secundarimante a uma paralisia visceral,
devido a peritonite localizada (SILVA, 2002). As vezes,alguns bovinos
afetados rangem seus dentes. A localização anatômica da dor é feita com
mais facilidade nos casos agudos. Nos caos abdominais subagudos ou
crônicos, a dor pode ser difícil de localizar, tornando dificultosa a
diferenciação dessa síndrome de uma reticuloperitonite traumática. Sabendo-
se que a vaca tem um imã em seu reticulo (seja por anammnese ou por
confirmação com uma bussola).Os sintomas podem variar bastante,
dependendo do tamanho da perfuração e da quantidade resultante de
peritonite localizada. Os bovinos e os bezerros afetados por ulcera que
causam peritonite difusa são muito diferentes, na apresentação inicial, dos
com peritonite localizada (REBBHUN, 2000). O vazamento maciço do
conteúdo abomasal impede a localização da infecção. Os sinais incluem
anorexia, estase completa do pré estomago e do trato gastrointestinal distal,
febre (40 a 41,39 °C),por algumas horas, pele e ext remidades frias,
desidratação, relutância em se mover, ronco ou gemido audível e cada
respiração, dor abdominal generalizada, elevação de freqüência de pulso
para 100 a 140 por minuto, depressão severa e progressão para o decúbito.
Basicamente, o animal se encontra em estado de choque séptico (SILVA,
2002). O curso inteiro da doença pode ser super agudo, com morte dentro de
6 horas, ou pode-se estender para até 36 a 72 horas ou mais, se
proporcionado um suporte médico. Podem-se classificar as úlceras
49
abomasais hemorrágicas pela extensão da hemorragia abomasal. As úlceras
abomasais com sangramento ligeiro são as mais difíceis de diagnosticar,
pois os sinais não são característicos. Os bovinos assintomáticos, com
sangramento suave, podem eliminar intermitentemente, coágulos sanguineos
parciamente digeridos, gordurosos e pequenos no estrume (REBBHUN,
2000). Nos bovinos sintomáticos, os mesmos mostram dor abdominal crônica
suave rangimento periódico dos dentes, apetite caprichoso e sangue oculto
intermitente no estrume. Tais animais sintomáticos parecem interessados no
alimento, mais param de comer após alguns meses, como se estivessem
sentindo um desconforto abdominal. O diagnóstico definitivo é difícil de ser
realizado por eliminação de outros doenças mais paracentese abdominal e
sangue oculto fecal positivo. Os bovinos com úlceras abomasais
hemorrágicas que causam a maior hemorragia possuem temperaturas
normais, mais mostram melena e anorexia parcial a completa. Quanto a
anorexia completa e a depressão severa se tornam aparentes, a vaca
geralmente exibe todos os sinais principais de perda sanguínea maciça.
Estes Sinais abrangem membrana mucosa pálida, freqüência cardíaca
elevada de 100 a 140 por minuto, com pulso fraco, respirações rápidas e
rasas, fraqueza e extremidades frias pode-se detectar um odor adocicado,
típico de sangue digerido, ao redor do períneo e da cauda sujos com melena
(REBBHUN, 2000). O diagnóstico, em geral, requer somente um exame
físico se a melena for óbvia. Podem-se realizar hematócrito, proteínas
séricas total, avaliação do estado de hidratação e teste de sangue oculto
fecal para propósitos auxiliares. Embora a maioria das úlceras abomasais
sejam hemorrágicas ou perfurantes, ocasionalmente, um animal demonstra
sinais compatíveis tanto comum a perfuração como com um sangramento.
50
Os deslocamentos abomasal de longa duração predispõem tanto uma
perfuração como a um sangramento (REBBHUN, 2000). A distensão crônica
do abomaso deslocado contribui para um esticamento ou uma ruptura da
mucosa abomasal. Além do mais, a exposição constante da mucosa
comprometida a grandes quantidades de ácido clorídrico retido propaga a
ulceração. A hemorragia resulta de múltiplas erosões e ulcerações da
mucosa que se pode aprofundar para causar a maior hemorragia da sub
mucosa ou uma perfuração clara. Os sinais são anorexia, paralisia visceral
parcial a completa, melena, febre, elevação da freqüência cardíaca e dor
abdominal (BOABAID, 2008). Pode-se encontrar deslocamento abomasal e a
dor abdominal será mais intensa quando exercida uma preção na região do
deslocamento. Ainda pode haver sinais de pneu mo peritônio e febre,
ocorrendo uma perfuração (REBBHUN, 2000).
Melhor auxílio laboratorial para o diagnóstico das úlceras perfurantes
causadores de peritonite localizada é a paracentese abdominal, que de mostra
tipicamente aumento do numero de leucócitos (acima de 5.000 a 6,000 por
mm3 ) e de proteínas ( superior a 3g/dl ) embora fosse útil ver as bactérias
livres ou nos macrófagos, bem com neste fluido, estas raramente se encontram
presentes, pois a vaca tem uma capacidade enerente de “deter” a peritonite
localizada com fibrina. As contagens sanguineas completas e a bioquímica
sérica raramente são úteis na confecção de um diagnóstico. De modo
semelhante, nos bovinos afetados por úlceras perfurantes que originam
peritonite difusa, á paracentese abdominal confirma o diagnostico (REBBHUN,
2000).
Coleta-se, com facilidade uma grande quantidade de exsudato
inflamatório. Os sólidos totais e a proteína total sempre se encontram elevados
51
(mais de 3g/dl de proteínas), mas com a contagem de leucócitos pode ficar
surpreendentemente baixa( menos de 10.000 UI), em alguns casos agudos.
Essa contagem baixa, apesar da peritonite maciça obvia, pois a vaca possui
litros de exsudato no abdome. No leucograma, encontra-se habitualmente uma
neutropenia com desvio á esquerda e a albumina sérica, bem como os valores
de proteínas totais, ficam baixos, devidos a perda de proteínas na cavidade
peritoneal (REBBHUN, 2000).
Em bovinos sob suspeita de úlceras abomasais hemorrágicas, os testes
de sangue oculto fecais, o hematócrito e a proteína total constituem os
principais auxílios laboratoriais.
O diagnóstico da ulceração abomasal se baseia nos sinais clínico
e na paracentese abdominal. Obviamente, sem uma cirurgia de laparotomia
exploratória ou uma necropsia, não se confirma o diagnóstico da ulceração
abomasal (REBBHUN, 2000).
O tratamento das úlceras abomasais perfurantes formadoras de
peritonite localizada requer alterações dietéticas e terapias médicas. Deve-se
manter a vaca sem silagem, sem milho de umidade alta e sem concentrados
finamente triturados de 5 a 14 dias, ou até que ocorram evidencias clínicas de
melhora. Deve-se substituir a alimentação por uma dieta mais fibrosa, que
inclua feno de alta qualidade. Se a Cetose se tornar um fator complicante ao se
retirarem os alimentos ricos em energia, pode-se oferecer criteriosamente
grãos de bezerros grosseiros ou aveia intera (Araújo, 2007). A terapia médica
inclui repouso em baia ou gaiola, antibióticos de largo aspectro por 7 dias a 14
dias ( ou ate que se encontre o paciente normotérmico por 48 horas) para
controlar a peritonite, protetores antiácidos orais (REBBHUN, 2000).
52
Os únicos agentes terapêuticos controversos são as drogas protetoras
antiácidas, pois elas se diluem rapidamente no rumem e podem ter somente
um pequeno efeito de curta duração no pH abomasal. Havendo outras
complicações (hipocalcemia ou Cetose) durante o curso da doença, deve-se
tratá-las sintomaticamente. Contra indicam-se os corticosteróides e os AINEs,
pois podem contribuir para uma ulceração adicional com forme já observado
por (REBBHUN, 2000), especialmente com fenilbutazona ou flunixin
meglumine. A maioria dos pacientes requer 5 a 14 dias para recuperação; o
tratamento dietético deve continuar até que a vaca se recupere por completo
até a normorexia. O tratamento da ulceração abomasl com peritonite difusa é
difícil e sem sucesso, devido a peritonite séptica maciça. A única terapia
possível inclui níveis altos de antibióticos de largo espectro, fluidos
intravenosos contínuos destinados especificamente ao estado ácido-básico e
eletrolítico atual do animal, corticosteróides iniciais, se presente um choque, e a
vaca não estiver prenhe, antiácidos orais e outros drogas de suporte, caso for
necessário (REBBHUN, 2000). Pode-se considerar uma lavagem peritoneal.
Alguns bovinos e bezerros sobrevivem a esse problema, e as aderências
abdominais maciças constituem uma seqüela esperada. Em razão do estado
semelhante a um choque, a maioria dos bezerros e dos bovinos fica acidótica,
ao invés de alcalótica; esse fato é importante,quando o clinico considera fluidos
intravenosos apropriados. Sendo lactantes, essas vacas geralmente secam
para o restante da lactação. O consenso entre os clínicos experientes nesse
problema é que as úlceras abomasais perfurantes são melhores tratadas
medicamente, não cirurgicamente, a menos que exista um deslocamento de
abomaso intercorrente (REBBHUN, 2000). Existem muitas razões para essa
opinião. Uma delas é que se formam , com rapidez, aderências fibrinosas no
53
abdome da vaca, portanto, mesmo com uma incisão abdominal para-mediana
direita, pode ser difícil expor ou explorar suficientemente o abomaso, para
sobre-suturar ou resseccionar, cirurgicamente, a área afetada. Uma outra razão
é que as ulcerações podem ser múltiplas e a ressecção de todo o abomaso
atingido impossível. Na peritonite difusa, o estado semelhantemente a um
choque geralmente resulta na morte da vaca durante a cirurgia. Os únicos
casos que podem ser considerados para cirurgia são aqueles com historias
super agudas ou as vacas que não responderam a terapia médica. Essas
últimas se estabilizam tipicamente por 24 a 72 horas, mas depois tornam a
desenvolver febre, estase ruminal, dor abdominal aguda e sintomas de
vazamento abomasal adicional, como se as aderências fibrinosas não
fechassem adequadamente a perfuração. Os bezerros com sinais superagudos
de peritonite difusa devido a úlceras perfurantes grandes tem sofrido cirurgias.
A terapia médica para choque, junto com tal cirurgia, resultou em poucos
sobreviventes (REBBHUN, 2000).
Em geral, pode-se tratar facilmente as úlceras abomasais com somente
um sangramento ligeiro, através de alteração da dieta, conforme o descrito no
tratamento das ulceras perfurantes e de administração de protetores
antiácidos ou adstringentes orais (RIET-CORREA, 1998). Devem-se tratar as
doenças inflamatórias ou metabólicas intercorrentes, quando presentes. As
úlceras abomasais com hemorragia constituem risco ao paciente e devem ser
tratadas por meios médicos e dietéticos. Usam-se o tratamento dietético e os
protetores antiácidos orais, conforme o descrito no tratamento das ulceras
perfurantes (REBBHUN, 2000). A principal decisão terapêutica médica é a
necessidade ou não de uma transfusão de sangue completo. Se as
membranas mucosas estiverem pálidas, a freqüência de pulso ficar maior que
54
100 por minuto e a freqüência respiratória se elevar, usualmente se torna
necessária uma transfusão sanguínea, para permitir tempo para que a vaca
compense e responda a sua anemia por perda sanguínea a medida que a
úlcera cicatriza. Como em qualquer situação de perda de sangue maciça , a
transfusão de sangue completo constitui o único tratamento que estabilizará a
vaca se a perda sanguínea for severa. Os clínicos devem, sempre, basear a
necessidade de transfusão nos sinais clínicos de palidez aumento de
freqüência cardíaca e aumento da freqüência respiratória em tais casos. Como
os tipos sanguineos múltiplos presentes nos bovinos tornam improvável uma
reação de transfusão, não se faz comparação cruzada (REBBHUN, 2000). É
comum uma transfusão ser suficientemente para estabilizar uma vaca ate o
tratamento dietético e medico auxiliar na cicatrização da ulceração abomasal. A
vaca também possui uma medula óssea muito responsiva a perdas
sanguíneas; ela tende a se auto corrigir e se estabilizar rapidamente, quando
uma transfusão melhora a situação critica. Em borá seja incomum, alguns
bovinos exigem duas ou mais transfusões, nos primeiros poucos dias de
tratamento. Para úlceras hemorrágicas e perfurantes, o exame físico deve
confirmar a presença ou ausência de um deslocamento esquerdo ou direito. Os
anti-histamínicos bloqueadores de H² não são comumente utilizados na terapia
da úlcera abomasal em bovinos. Embora primariamente devido a custos, há
ausência de dados parra que comprovem a eficácia desse produtos nos
estômagos dos ruminantes (abomaso).
O prognostico de bovinos e bezerros com úlceras abomasais perfurantes
causadoras de peritonite localizada é bom, realizada com um tratamento
dietético e médico, mas se torna grave e, se a temperatura corporal começar a
55
cair e for subnormal, ele geralmente morre dentro de 12 a 36 horas (RIET –
CORREA, et al 1998).
É importante prosseguir com os antibióticos de largo espectro até que a
peritonite se encontre sob controle. Quando totalmente recuperada há 7 a 14
dias, essas vacas não tem a tendência de ulceração recorrente e retornaram
ao rebanho como animais produtivos. Os casos mais difíceis são as vacas com
o útero gravídico grandes. Estas tem dificuldade para formar aderências efetiva
ao redor da perfuração. Além disso, o útero gravídico pode forçar o abomaso
mais cranialmente no interior do abdome, para que se posicione contra o
diafragma. Portanto, se ocorrerem úlceras perfurantes em uma vaca seca, o
abomaso pode permanecer nessa posição, que seria considerada anormal
numa vaca lactante. Tais vacas podem mostrar apetites variáveis quando
oferecidas rações intensivas após o parto. Por estas razões vacas em estado
avançado de prenhês podem apresentar um curso mais crônico, podem ficar
mais propensas a episódios múltiplos de ulceração e podem desenvolver, em
seqüência, peritonite ou abscessos omentais. Assim, possuem em prognostico
somente mau a razoável (REBBHUN, 2000).
O prognóstico dos bovinos com úlceras abomasais perfurantes que
causam peritonite difusa é grave (THOMSON,1990). A maioria resulta em
morte. Alguns animais podem estar normais a noite e morrerem “subitamente”
na manha seguinte. Outros vivem o bastante para serem diagnosticado, mais
morrem dentro de 24 a 48 horas, apesar da terapia de suporte os raros
sobreviventes podem ficar com aderência abdominais maciças, não obstante
as várias semanas de antibióticos de largo espectro antes da estabilização.
Perde-se a lactação atual (se a vaca estiver sendo ordenhada) (REBBHUN,
2000). Logo, só os bovinos leiteiros extremamente valiosos justificam um
56
tratamento intensivo. O prognóstico dos bovinos com ulcerais abomasais
hemorrágicas é bom, desde que se diagnostique a infecção antes de se
desenvolver uma anemia severa. A terapia dietética e médica, conforme o
citado anteriormente resulta em cura dentro de 7 a 14 dias (THOMSON,1990).
Mesmo nestes animais que exigem transfusão sanguínea, o prognostico
é bom, se o clinico e o proprietário realizarem tratamento efetivo.
O prognóstico dos bovinos afetados por úlceras hemorrágicas e
perfurantes é mau. Como estes casos tente a ser crônicos ou negligenciados,
ou a envolver um deslocamento abomasal intercorrente, as lesões podem ser
severas.
57
4.1.1 RELATO DE CASO
No dia 20 de julho de 2008, no Centro Rural Universitário da Fazenda UTP,
situada no Município de São José dos pinhais, Paraná, foi recebido uma
bovino fêmea que apresentava problemas congênitos de locomoção em
membros anteriores,(Fig.19), assim como lesão unilateral em córnea(Fig.20).
FIGURA 19- BOVINO FÊMEA APRESENTANDO PROBLEMAS
CONGÊNITOS DE LOCOMOÇÃO EM MEMBROS ANTERIORES.
Fonte: Centro Rural Universitário da Fazenda UTP, 2008.
58
FIGURA 20: BOVINO FÊMEA APRESENTANDO LESÃO UNILATERAL EM
CÓRNEA
Fonte: Centro Rural Universitário da Fazenda UTP, 2008.
Foi mantido confinado por 8 meses. Após este período a paciente foi
submetida a um procedimento cirúrgico de fixação do côndilo medial de radio e
ulna com placa,após rececção de cunha , a cirurgia foi realizada com êxito,
mais, no entanto; o animal permaneceu em decúbito lateral onde o mesmo não
conseguia levantar-se sem ajuda( Fig 21).
59
FIGURA 21- PACIENTE NO PÓS OPERATÓRIO
Fonte: Centro Rural Universitário da Fazenda UTP, 2008.
O animal foi medicado com antibiótico penicilina na dose 10.000 UI/Kg
(Pencivet plus®) flunixin meglumine (Banamine®). Duas semanas após o
procedimento cirurgico o paciente apresentou piora do quadro, mesmo com
ajuda não conseguiria permanecer em estação. Estava se alimentado de rolão
( milho, sabugo e palha triturados) silagem de milho, alfafa e água ad libitum.
Ao exame clinico foi constatado que a paciente apresentava-se apática,
pelagem fosca e arrepiada; abdome direito tenso e abaulado; mucosas
normocoradas; FC 60 bpm, ausculta pulmonar sem alterações dignas de nota;
percussão pulmonar som claro; movimento ruminal constante e superficial com
6 mpm por minuto; conteúdo líquido com presença de leve timpanismo;
temperatura retal 38,5°C, fezes escassas, extensa á rea com som metálico
oriundo do rúmen; prolapso de reto devido a tenesmo conforme (Fig 22).
60
FIGURA 22- PROLAPSO RETAL
Fonte: Centro Rural Universitário da Fazenda UTP, 2008.
A suspeita clinica foi de timpanismo por decúbito prolongados. A paciente veio
a óbito dez dias após o procedimento cirúrgico, onde foi encaminhada a
necropsia( Fig 23).
61
FIGURA 23- NECROPSIA
Fonte: Centro Rural Universitário da Fazenda UTP, 2008.
Na abertura da cavidade abdominal, revelou abomaso apresentando lesões
ulcerativas multifocais que apresentavam cor amarronzada e bordas elevadas
(Fig.24).
FIGURA 24- LESÕES ULCERATIVAS MULTIFOCAIS.
Fonte: Centro Rural Universitário da Fazenda UTP, 2008.
62
Uma das áreas media aproximadamente 6,00cm x 2,5cm e outra
aproximadamente 8,00cm x 4,0cm, localizadas na região da curvatura menor
do corpo do abomaso onde não se observou vasos hemorrágicos em
nenhuma úlcera, sendo que o aspecto das bordas das mesmas, indicavam
cronicidade (Fig.25, 26).
FIGURA 25- LESÃO APROXIMADAMENTE DE 8,00cm x 4,0cm, LOCALIZADA
NA REGIÃO DA CURVATURA MENOR DO CORPO DO ABOMASO
Fonte: Centro Rural Universitário da Fazenda UTP, 2008.
FIGURA 26- ULCERA PERFURADA EM ABOMASO
Fonte: Centro Rural Universitário da Fazenda UTP, 2008.
63
Porém não se observou fluidos sanguinolentos ou sangue total. Uma delas
mostrou ruptura total de parede causando extravasamento de conteúdo
alimentar (presença de grãos de milho e pastagens) para a cavidade
abdominal (peritonite) (Fig.27).
FIGURA 27- EXTRAVASAMENTO DE CONTEÚDO ALIMENTAR (PRESENÇA
DE GRÃOS DE MILHO E PASTAGENS) PARA A CAVIDADE ABDOMINAL
(PERITONITE)
Fonte: Centro Rural Universitário da Fazenda UTP, 2008.
Observou-se aderência de todos os órgãos abdominais devido a grande
deposição de fibrina sobre a maioria dos mesmos e ao redor de um litro de
conteúdo serosanguinolento.(Fig. 28,29)
64
FIGURA 28- ADERÊNCIA DE TODOS OS ÓRGÕS ABDOMINAIS DEVIDO A
GRANDE DEPOSIÇÃO DE FIBRINA SOBRE A MAIORIA DOS MESMOS
Fonte: Centro Rural Universitário da Fazenda UTP, 2008.
FIGURA 29- CONTEÚDO SEROSANGUINOLENTO
Fonte: Centro Rural Universitário da Fazenda UTP, 2008.
65
Segundo os achados patológicos a causa mortis foi a peritonite difusa
provocada pelas úlceras abomasais.
Como diagnostico definitivo pode-se concluir o caso como de Úlcera
crônica perfurada de abomaso, causando uma peritonite fibrinosanguinolenta
difusa.
4.1.2 CONCLUSÃO / DISCUSSÃO
Na necropsia ficou evidente a presença de peritonite localizada em toda região.
(BOABAID, 2008).O tipo de alimento oferecido também pode causar
impactação de omaso e de abomaso. Dirksen, (1981) afirma que o alimento
muito picado pode causar obstrução do omaso, sendo chamado de
"enfermidade do alimento curto". Tem-se observado impactação de omaso em
alguns casos de raiva e de intoxicação pela coerana (Cestrum laevigatum), que
não se aplicam ao caso em questão. A úlcera de abomaso não é freqüente em
animais criados semi-intensivamente ou extensivamente sendo mais freqüente
em animais sujeitos ao estresse (Whitlock, 1999). Borges et al, (1996) somente
observaram úlcera de abomaso em bovinos criados intensivamente. Nesse
caso é possível que o estresse induzido pela escassez de alimento de boa
qualidade possa ter interferido no processo.
66
5. GASTRINTESTINAL
5.1 DESLOCAMENTO DE ABOMASO
O deslocamento de abomaso é uma síndrome multifatorial onde a atonia
abomasal é um pré-requisito absoluto para a sua ocorrência (BREUKINK,
1991). O gás produzido pela fermentação microbiana distende o abomaso e
provoca o deslocamento. A alimentação com altos níveis de concentrado para
bovinos leiteiros resulta em redução da motilidade abomasal e aumento no
acúmulo de gás abomasal (SARASHINA, 1991). Existe uma hipótese em que o
lado do deslocamento está relacionado com o tamanho do rúmen, que é,
rúmen pequeno, deslocamento para esquerda, rúmen grande, deslocamento
para direita (SANTOS, 2008).
Alguns fatores que influenciam a incidência de deslocamento são:
Tamanho da cavidade abdominal, estágio de gestação e talvez fatores
externos como transporte, exercício, cirurgia anterior e stress (BREUKINK,
1991). A herdabilidade desta patologia foi estimada em aproximadamente 28%
(URIBE, 1995). Segundo (SANTOS, 2008) o abomaso é o quarto
compartimento dos estômagos dos ruminantes. É análogo ao estômago dos
monogástricos. Consiste de uma região pilórica, fúndica e corpo. Normalmente
ventralmente a linha média (SANTOS, 2008).
Cranialmente o abomaso é relacionado ao omaso e retículo através de
uma banda de músculo liso (REBHUN, 2000). O abomaso é altamente irrigado
recebendo sangue arterial pelas artérias gástrica esquerda e gastrepiplóica. Os
troncos ventrais e dorsais lançam ramos nervosos (parassimpático) para o
abomaso enquanto os linfonodos celíaco e mesentérico cranial e plexos
nervosos do mesentério servem de sítio para sinapse dos neurônios pré-
ganglionares do sistema nervoso simpático.
67
Com o avanço da gestação, o útero ocupa uma porção cada vez maior
da cavidade abdominal, começando a deslizar sob as projeções caudais do
rúmen, reduzindo em um terço seu volume ao final da gestação. Isso também
força o abomaso para a frente e para o lado esquerdo, apesar de o piloro
continuar a se estender pelo abdôme para o lado direito (HABEL, 1981). Após
o parto, o útero se retrai em direção à entrada da cavidade pélvica, que sob
condições normais, permite ao abomaso voltar à posição original.
Durante o deslocamento do abomaso para a esquerda, a sua
extremidade pilórica desliza sob o rúmen para o lado esquerdo. Três fatores
são considerados responsáveis por permitir que o abomaso se mova para o
lado esquerdo. Primeiro, o rúmen precisa deixar de ocupar o lado esquerdo
vazio com a retração do útero. Se o rúmen se movesse para a posição
anatômica na superfície ventral esquerda do abdome, o abomaso não seria
capaz de deslizar sob ele (CAMERON, 1998). Segundo (Santos, 2008), o
omento ligado ao abomaso precisa se estirar para permitir o movimento do
abomaso para o lado esquerdo. Esses dois fatores representam as
oportunidades para o deslocamento. Um terceiro fator necessário para a
ocorrência do deslocamento do abomaso é a atonia (HABEL, 1981). Em geral,
os gases produzidos no abomaso (da fermentação da ração ou do CO2
liberado quando o bicarbonato do rúmen encontra o HCl do abomaso) são
expelidos de volta ao rúmen devido às suas contrações. Acredita-se que tais
contrações ficam comprometidas nas vacas que desenvolvem o deslocamento
do abomaso para o lado esquerdo. Não se conhece a causa dessa atonia do
abomaso (CONSTABLE, 1992) (Fig.30,31).
68
FIGURA n°30 – POSICIONAMENTO NORMAL DO ABOMASO
n°31 DESLOCAMELTO DO ABOMASO
n° 30 n° 31
Fonte: www.limousin.com.br
A função do abomaso consiste em posterior digestão do substrato
degradado parcialmente pelo rúmen, retículo e omaso. O abomaso é um
produtor de ácido clorídrico (HCl) e pepsinogênio e tem o pH fisiológico de 3.
Alguns fatores podem diminuir a motilidade abomasal: Distensão
anormal do rúmen, retículo ou omaso; úlceras; ostertagiose; baixo pH; tamanho
de partículas e conteúdo de fibra da dieta; conteúdo de aminoácidos, peptídeos
e gordura no líquido duodenal; alta concentração de ácidos graxos voláteis e
produção aumentada de histamina pelo rúmen. Outros fatores como
endotoxemia, hiperinsulinemia, hipocalemia, stress, alcalose metabólica,
hipocalcemia, prostaglandinas, ausência de exercícios, altas concentrações de
gastrina no sangue e acetonemia (MYERS & MCGAVIN, 2008).
A ocorrência do deslocamento de abomaso para esquerda ou direita é
comumente encontrada em animais de grande porte e de alta produção leiteira
após o parto. Aproximadamente 90% dos casos ocorrem até seis semanas
após o parto (HUNTER,1975). Nos EUA a incidência da doença está associada
69
aos meses de inverno, provavelmente associado à maior inatividade dos
animais ou maior concentração de partos (RADOSTITS, 2000). Em Ontário,
Canadá a incidência de deslocamento de abomaso em animais em lactação é
de 2% (GEISHAUSER, 1997). Conforme ( Temuco, 2007) aproximadamente
24% dos rebanhos tiveram pelo menos um caso de deslocamento de abomaso
para esquerda durante um período de três anos. A prevalência desta doença
varia de rebanho para rebanho dependendo da localização geográfica, práticas
de manejo, clima,entre outros fatores. Das desordens dos vólvulos abomasais
o deslocamento de abomaso para esquerda é predominante com 85% até
95,8% das ocorrências (TRENT, 1990).
No Rio Grande do Sul os dados relativos à prevalência desta patologia
são desconhecidos. Segundo relato de médicos veterinários com experiência
nesta patologia, a ocorrência é maior no período inicial de inverno e final de
primavera. Uma das possíveis explicações para esta observação é a de que
nestes períodos as pastagens de inverno e verão, respectivamente, ainda não
estão estabelecidas gerando um déficit de fibra na dieta destes animais
(KWANG-HO JANG, 2003).
Nos fatores predisponentes do deslocamento de abomaso pode existir
uma relação direta entre o balanço energético negativo no pré-parto refletindo
um aumento na concentração de ácidos graxos não esterificados e a
ocorrência de deslocamento de abomaso para esquerda (CAMERON, 1998).
Vacas alimentadas com dietas altamente energéticas (>1,65 Mcal de energia
líquida/kg de matéria seca) durante o período seco tornam-se obesas o que
pode resultar em um declínio no consumo de matéria seca no momento do
parto. Durante os meses de verão a ingestão de matéria seca também ficara
comprometido sendo um fator predisponente (Goff et al., 1996). Rebanhos com
70
um equivalente adulto de alta produção (>7000 kg) estão associados com um
maior índice de deslocamento de abomaso (RADOSTITS, 2000).
A cetose diagnosticada antes do deslocamento de abomaso também
ocasiona redução no consumo de matéria seca, reduz o preenchimento
ruminal, reduzindo a motilidade dos demais estômagos e potencialmente, a
motilidade do abomaso. Um volume ruminal pequeno oferece menor
resistência para o deslocamento de abomaso (CAMERORON, 1998).
O fornecimento de altos níveis de concentrado (grãos) aumenta a
passagem ruminal o que causa um aumento na concentração de ácidos graxos
voláteis o que inibe a motilidade do abomaso. O grande volume de metano e
dióxido de carbono encontrados no abomaso após a ingestão de grãos podem
ficar retido no abomaso, causando sua distensão e deslocamento
(RADOSTITS, 2000).(Fig 32)
FIGURA 32- DISTENSÃO DA FOSSA PARALOMBAR ESQUERDA
Fonte: Centro Rural Universitário da Fazenda UTP, 2008.
71
Sugere-se que o estágio avançado de prenhez, com um volume uterino
aumentado ocupe uma porção do espaço do rúmen e, logo após o parto, com a
saída do terneiro e fluídos existe uma predisposição anatômica para o
abomaso deslocar-se. Manter um volume ruminal normal é uma ferramenta
importante para prevenir o deslocamento de abomaso.
Existem doenças associadas que predispõem ao deslocamento de
abomaso que resultam em anorexia e inapetência, resultando em uma
diminuição do volume ruminal. Úlceras abomasais, cetose e lipidose hepática
são doenças normalmente associadas com deslocamento de abomaso
(TEMUCO, 2007).
A cetose é a doença que mais comumente está associada com
deslocamento de abomaso (KWANG-HO JANG, 2003). As concentrações
sanguíneas da enzima aspartato transaminase (AST) e β-hidroxibutirato foram
determinadas em vacas leiteiras nas primeiras duas semanas pós-parto com a
intenção de prever o diagnóstico de deslocamento de abomaso
(GEISHAUSER, 1997). A hipocalcemia também é uma patologia predisponente
ao deslocamento de abomaso. Os níveis sanguíneos de cálcio afetam
diretamente a motilidade do abomaso. A motilidade abomasal está normal 1,2
mmol cálcio total/L, abaixo deste valor não existe motilidade. Em um estudo
com 510 vacas leiteiras todos aqueles animais diagnosticados com
hipocalcemia 12 horas pré-parto (<7,9 mg/dL) tiveram 4,8 vezes mais chances
de desenvolver um deslocamento de abomaso (MASSEY, 1993).
Atividades anormais dos animais como pular um no outro durante o estro
pode estar associado com a ocorrência de deslocamento de abomaso. Alguns
casos esporádicos podem ocorrer em terneiras e touros e raramente em
bovinos de corte. A retenção de placenta, mastite, metrite ocorrem
72
normalmente com o deslocamento de abomaso, mas uma relação de causa-
efeito não foi estabelecida.
A importância da perda econômica relacionada ao deslocamento inclui
perda na produção de leite durante o período de convalescência e o custo da
cirurgia (MASSEY, 1993). Desde o parto até sessenta dias após o diagnóstico
da doença as vacas leiteiras com esta patologia produziram 557 kg menos do
que os animais sem deslocamento de abomaso, sendo que, 30% das perdas
ocorreram antes do diagnóstico. Vacas com deslocamento de abomaso foram
duas vezes mais suscetíveis a outras doenças do que os animais sem a
doença (DETILLEUX, 1997).
O abomaso, repleto de gás, desloca-se por debaixo do rúmen e pela
parede abdominal esquerda, normalmente lateralmente ao baço e o saco
dorsal do rúmen (GEISHAUSER, 1997).
Primeiramente a região fúndica e a curvatura maior se deslocam o que ,
por sua vez, desloca o piloro e o duodeno. O deslocamento invariavelmente
resulta no rompimento do omento maior ligado ao abomaso. Existe uma
interferência na função esofágica devido à rotação de todos os estômagos o
que impede a passagem normal da ingesta (GEISHAUSER, 1997). A obstrução
da porção deslocada é incompleta permitindo uma certa passagem de fluído
sendo que o deslocamento raramente é gravíssimo. Em alguns casos a porção
deslocada do abomaso fica presa entre o retículo e o diafragma (deslocamento
de abomaso anterior). Resulta-se em estado de inanição severa e
comprometimento na digestão e movimento da ingesta. Uma alcalose
metabólica leve com hipocloremia e hipocalemia são comuns devido,
provavelmente, à atonia abomasal e contínua secreção de ácido hipoclorídrico
73
e prejuízo no fluxo para o duodeno. Úlceras abomasais podem ocorrer em
casos prolongados (SANTOS, 2008).
Os animais normalmente apresentam hiporemia acompanhado por uma
diminuição progressiva da produção de leite. Freqüentemente os animais
apresentam uma queda brusca no consumo de grãos enquanto ainda
continuam consumindo forragens (MYERS & MCGAVIN, 2008).
Cetose pode ocorrer em diversos níveis de gravidade. As fezes
apresentam-se moles e reduzidas sendo que períodos de diarréia ocorrem
normalmente. Na inspeção do abdome, este apresenta a parede lateral
esquerda “colabada” pois o rúmen encontra-se deslocado medialmente. A
temperatura retal, freqüências cardíaca e respiratória encontram-se normais na
maioria dos casos (MYERS & MCGAVIN, 2008).
Pode ocorrer uma arritmia cardíaca provocada pela alcalose metabólica
mas assim que a correção do deslocamento é realizada a freqüência cardíaca
volta aos parâmetros normais. Os movimentos ruminais apresentam-se
diminuídos em sua freqüência e intensidade. Ao exame de palpação retal uma
sensação de esvaziamento da porção superior direita do abdômen pode ser
observada. A ruptura do abomaso pode ocorrer e ocasionar morte súbita
(MYERS & MCGAVIN, 2008).
Nos casos de deslocamento de abomaso para esquerda o diagnóstico
pode ser realizado através da auscultação e percussão do flanco esquerdo
localizando-se o som metálico característico de “ping” (SANTOS, 2008). A
maioria dos deslocamentos podem ser encontrados no meio de uma linha
imaginária estabelecida entre a tuberosidade coxal esquerda e o cotovelo
74
esquerdo. O tamanho e a localização do “ping” varia de acordo com a
quantidade de gás contido, a pressão exercida sobre o abomaso pelo rúmen e
também pelo tamanho do animal. O “ping” pode estar localizado deste a nona
costela até a fossa paralombar esquerda. Caso exista dúvida na origem do
“ping” entre rúmen, cavidade abdominal ou abomaso pode-se realizar uma
aspiração do líquido e do gás presente na região e mensurar o pH que deve
diferenciar entre rúmen (pH 6-7) e abomaso (pH 2-3) (SANTOS, 2008).
Nos casos de deslocamento de abomaso para direita as técnicas de
diagnóstico são as mesmas do deslocamento de abomaso para esquerda.
Deve-se ter o cuidado de diferenciar quaisquer outras patologias que possam
provocar o “ping” no flanco direito. A mais comum é a dilatação e/ou torção do
ceco que, através da palpação retal pode ser diferenciada (SANTOS, 2008).
No hemograma de animais com deslocamento de abomaso para
esquerda não existe uma alteração drástica nos valores de referência. Pode
haver uma leve hemoconcentração, elevação dos valores de hemoglobina e
proteínas totais. Uma leve alcalose metabólica com hipocloremia e hipocalemia
podem estar presentes. Em animais com lipidose hepática, lipoproteína,
plasmáticas estão em valores diminuídos. Os valores reduzidos de
apoliproteína- B-100 (apo-100) e apoliproteína A-1(apoA-1) indicam aqueles
animais mais suscetíveis à cetose e deslocamento de abomaso para esquerda
(OIKAWA, 1997).
Em animais com deslocamento de abomaso para direita ou vólvulo
ocorre uma hemoconcentração e diversos níveis assim como uma alcalose
metabólica, hipocloremia e hipocalemia (CONSTABLE, 1991).
O principal objetivo do tratamento do deslocamento de abomaso para
esquerda, direita ou vólvulo é a de, retornar o abomaso à sua posição
75
anatômica, corrigir o balanço eletrolítico do animal e desidratação, providenciar
tratamento apropriado para doenças associadas.
Uma das alternativas de tratamento clinico é o rolamento da vaca
devolvendo o abomaso à sua posição anatômica não estabelecendo,
entretanto, uma fixação do mesmo no local desejado (Fig 33).
FIGURA 33 – ROLAMENTO DA VACA DEVOLVENDO O ABOMASO Á SUA
POSIÇÃO ANÂTOMICA
Fonte: STERNER; GRYMER, 1984
Neste caso, a recorrência da patologia é muito provável. O impacto na
produção de leite será maior devido ao período de recuperação mais lento. Por
estes motivos o método cirúrgico é o mais indicado. As possíveis alternativas
cirúrgicas existentes para retornar o abomaso à sua posição anatômica original
é de técnica cirúrgica aberta e fechada. Na técnica cirúrgica fechada o animal é
colocado em decúbito dorsal e o abomaso é identificado por auscultação e
percussão conforme (Fig 34).
76
FIGURA 34- ANIMAL EM DECÚBITO DORSAL E IDENTIFICAÇÃO DO
ABOMASO PELA PERCUSSÃO E AUSCUTAÇÃO
Fonte: STERNER; GRYMER, 1984.
As suturas são colocadas através da parede abdominal com agulhas
curvas em “C”. A técnica da sutura de Toggle pin é muito similar exceto pelo
fato da colocação de dois toggles de plástico auto-retentores no lúmen do
abomaso através de uma agulha em forma de trocáter e suturados juntos
(BARLETT, 1995). Nenhuma das técnicas permitem a identificação exata do
local de fixação do abomaso e existe a possibilidade de extravasamento de
líquido abomasal no abdome. Estes processos devem ser realizados apenas
em animais com deslocamento de abomaso para esquerda. Algumas outras
complicações destas técnicas podem ser a fixação de outras estruturas como
rúmen, intestino ou fixar o abomaso em uma posição errônea. A escolha da
técnica a ser utilizada deve ser aquela em que o cirurgião esteja mais
habituado e que se sinta mais confortável realizando uma vez que, todas elas,
77
apresentam os mesmos resultados e período de recuperação. O acesso
paramediano ventral proporciona o esvaziamento do abomaso e
posteriormente a fixação excelente do abomaso com invasão mínima do
abdome mas a posição em decúbito dorsal compromete a ventilação do
animal.(Fig 35,36)
FIGURA 35- ANIMAL EM DECÚBITO DORSAL E ESVAZIAMENTO DO
ABOMASO COM INVASÃO MINIMA DO ABDOME
Fonte: TURNER; McILWRAITH, 2002.
78
FIGURA 36- ACESSO PARAMEDIANO VENTRAL PROPORCIONANDO UMA
FIXAÇÃO DO ABOMASO COM INVASÃO MÍNIMA DO ABDOME EM
DECÚBITO DORSAL
Fonte: TURNER; McILWRAITH, 2002.
79
A abomasopexia pelo flanco esquerdo é utilizada para visualizar uma
porção do abomaso no animal em estação (TURNER & MCILWRAITH, 2002)
(Fig 37).
FIGURA 37- ABOMASOPEXIA PELO FLANCO ESQUERDO
Fonte: TURNER; McILWRAITH, 2002.
A colocação das suturas na região paramediana ventral direita deve ser
feita cuidadosamente para evitar a fixação de outras estruturas ao mesmo
tempo na sutura. A omentopexia pelo flanco direito é uma técnica bem aceita
mas deve-se ter cuidado pois muita força é disposta sobre o omento no
momento da sutura (Fig 38).
80
FIGURA 38- OMENTOPEXIA PELO FLANCO DIREITO
Fonte: TURNER; McILWRAITH, 2002.
A variação na posição da omentopexia pode permitir um deslocamento
de abomaso para direita. Os deslocamentos de abomaso para a esquerda
também podem ser corrigidos pela incisão no flanco direito. Este acesso
também permite uma melhor exploração da cavidade abdominal (GHELLER,
2006) (Fig. 39).
FIGURA 39- INCISÃO VERTICAL NA FOSSA PARALOMBAR DIREITA
Fonte: TURNER; McILWRAITH, 2002.
81
Todos os animais com deslocamento de abomaso ou vólvulo
apresentam algum déficit eletrolítico. Potássio e cálcio são importantes para a
manutenção da função muscular e deve ser mantido em níveis normais. Pode-
se prever que algum grau de hipocloremia e alcalose metabólica estarão
presentes. A composição do fluído administrado pode ser ajustado conforme o
perfil bioquímico destes animais. Soluções isotônicas salinas e Ringer são
comumente utilizadas e funcionam bem (REBHUN, 1995). O volume de líquido
a ser administrado vai depender do grau de desidratação do animal. A
hidratação oral pode ser utilizada após o procedimento cirúrgico mas não é
substituível à administração endovenosa quando o animal apresenta um grau
de desidratação igual ou maior que 8%. Combinações de NaCl e KCl podem
ser oferecidos em líquidos pela via oral a vontade. Em um exame sorológico
deve-se obter valores aceitáveis de potássio de 4.5mEq/L (REBHUN, 1995). A
utilização de antimicrobiano fica à critério do médico veterinário que deve levar
em consideração o tempo do procedimento, antissepsia no pré-operatorio, local
onde o procedimento foi realizado e forma de manipulação que foi realizada no
procedimento (GHELLER, 2006).
A técnica da acupuntura também pode ser utilizada na correção do
deslocamento de abomaso para esquerda. Considerou-se que a metodologia
de eletroacupuntura foi capaz de solucionar dez entre dose casos de
deslocamento de abomaso. Sendo considerada uma técnica segura, barata e
prática para a correção desta patologia em bovinos leiteiros (KWANG-HO,
2003).
82
Como se trata de uma doença multifatorial o controle e a prevenção
devem ser feitas através da identificação, quando possível, dos fatores
predisponentes. O fator principal a ser considerado é o manejo nutricional do
rebanho. Deve-se evitar animais obesos no estágio final de gestação e garantir
um manejo efetivo de cocho neste período. Evitar os animais em balanço
energético negativo proporcionando dieta adequada (OIKAWA, 1997). Garantir
aos animais uma fonte de fibra efetiva para que o rúmen possa estar sempre
repleto tornando-se, portanto, uma barreira física para o deslocamento de
abomaso. A dieta no período final de gestação deve conter no mínimo 17% de
fibra bruta evitando também uma acidose ruminal pelo incremento na ingestão
de grãos neste período. As dietas de transição devem ser adequadas
reduzindo as chances de indigestão. Todas as doenças que ocorrem no
período pós parto devem ser imediatamente solucionadas (metrite, mastite,
retenção de placenta). Qualquer fator que esteja levando a problemas de
hipocalcemia deve ser corrigido (GHELLER, 2006).
83
5.1.1 RELATO DO CASO
No dia 17/09/08 foi atendido no Centro Rural Universitário da Fazenda
UTP, a paciente, espécie bovina,raça holandesa (HPB),4 anos produzindo em
média 35 litros de leite diário. Na Anamnese o funcionário relatou que a
paciente apresentou, queda brusca na produção de leite, apatia, anorexia,
fezes reduzidas de volume e amolecidas, arqueamento dorsal das costelas e
olhos profundos. O animal havia parido há cerca de um mês (parto eutócico). A
uma semana notou-se uma diminuição da produção leiteira, hiporemia e
normodipsia (alimentação de transição) Unifeed (palha,concentrado e silagem
de milho).
Ao Exame Físico pode-se constatar que a paciente apresentava-se
alerta e em boa condição corporal; detectou-se uma protuberância na porção
craniolateral da fossaparalombar esquerda (caudalmente à última costela);
mucosas normocoradas ; TPC 2 “; frequências cardíaca e respiratória normais;
sem alterações à auscultação; temperatura retal 38,1ºC; linfonodos normais à
palpação; pulso forte, desidratação leve; diminuição da contratilidade ruminal;
à auscultação e percussão do abdóme esquerdo identificou-se a presença de
som “ping”, restrita à porção craniolateral da fossa paralombar esquerda; não
foram realizados exames complementares. Suspeita Diagnóstica de
Deslocamento de abomaso a esquerda (DAE) e Diagnósticos Diferenciais:
timpanismo ruminal e pneumoperitonite. No Tratamento foi realizado o
procedimento cirúrgico de omentopexia pelo flanco direito. O animal
apresentava-se calmo e como tal não se efetuou nenhum tipo de sedação,
garantindo-se no entanto uma adequada contenção permaneceu em estação.
84
Efetuou-se anestesia local em “L” invertido, com lidocaína (num total de
40ml), e realizou-se uma antissépsia do local a ser realizada a incisão
utilizando povidona iodada (Betadine®) (Fig 40).
FIGURA 40 – ANTISSEPSIA COM ALCOOL IODADO E ANESTESIA EM “L”
INVERTIDO, COM LIDOCÁINA
Fonte: Centro Rural Universitário da Fazenda UTP, 2008.
Em seguida incidiu-se a parede abdominal, seccionando-se as seguintes
estruturas: pele e tecido subcutâneo, músculo oblíquo externo, músculo oblíquo
interno, músculo. transverso do abdome (Fig. 41) e peritônio (Fig. 42).
85
FIGURA 41- INCISÃO DA PAREDE ABDOMINAL, PELE E TECIDO
SUBCUTÂNEO
Fonte: Centro Rural Universitário da Fazenda UTP, 2008
FIGURA 42- INCISÃO DO PERITÔNIO
Fonte: Centro Rural Universitário da Fazenda UTP, 2008.
86
Foi então possível identificar o abomaso deslocado, encontrando-se este
comprimido entre o rúmen e a parede abdominal. Foi realizado o esvaziamento
do gás do abomaso através de uma cânula provida de agulha 40 x 16. (Fig
43,44)
FIGURA 43- REALIZAÇÃO DO ESVAZIAMENTO DO GÁS DO ABOMASO
ATRAVÉS DE UMA CÂNULA PROVIDA DE AGULHA, 40 x 16 COM LIQUIDO
PARA OBSERVAR A SAÍDA DO GÁS
Fonte: Centro Rural Universitário da Fazenda UTP, 2008. FIGURA 44- LIQUIDO PARA OBSERVAR A SAÍDA DE GÁS
Fonte: Centro Rural Universitário da Fazenda UTP, 2008.
87
Reposicionou-se o abomaso em sua posição anatômica, isto é,
ventralmente a nível da linha média, empurrando cuidadosamente o órgão
neste sentido ( Fig. 45).
FIGURA 45- REPOSICIONOU-SE O ABOMASO NA SUA POSIÇÃO
ANATÔMICA
Fonte: Centro Rural Universitário da Fazenda UTP, 2008.
Uma vez na sua posição anatômica, fixou-se, por intermédio de sutura
simples interrompida com catgut cromado n°4, o abom aso foi fixado pelo
omento na parede abdominal (omentopexia) (Fig. 46, 47, 48)
88
FIGURA 46- PONTO DE FIXAÇÃO DO OMENTO PARA OMENTOPEXIA
Fonte: Centro Rural Universitário da Fazenda UTP, 2008.
FIGURA 47- SUTURA SIMPLES INTERROMPIDA COM CATGUT CROMADO
N° 4 ( OMENTOPEXIA)
Fonte: Centro Rural Universitário da Fazenda UTP, 2008.
89
FIGURA 48- FIXAÇÃO POR INTERMÉDIO DE SUTURA SIMPLES
INTERROMPIDA COM CATGUT CROMADO N°4, O ABOMASO FOI
FIXADO PELO OMENTO NA PAREDE ABDOMINAL (OMENTOPEXIA)
Fonte: Centro Rural Universitário da Fazenda UTP, 2008.
Antes da rafia da cavidade abdominal foi administrado 15 ml de ceftiofur
(Excenel® RTU) na cavidade abdominal. Foi Administrado 20ml de flunixin
meglumine (Finadyne®) por via IM. Finalmente, procedeu-se à rafia das
diferentes camadas, muscular com categute cromado n°4 com sultan, (Fig. 49)
subcutâneo com cushing ( Fig. 50) e pele com Wolf (nylon) n° 3 (Fig. 51).
90
FIGURA 49- RÁFIA DA MUSCULAR COM CATGUT CROMADO N°4 COM
SULTAN
Fonte: Centro Rural Universitário da Fazenda UTP, 2008.
FIGURA 50- RÁFIA DO SUBCUTÂNEO COM CUSHING
Fonte: Centro Rural Universitário da Fazenda UTP, 2008.
91
FIGURA 51- RÁFIA DA PELE COM WOLF (NYLON)
Fonte: Centro Rural Universitário da Fazenda UTP, 2008.
No pós operatório imediato foi colocado na incisão spray de cloridrato
de tetraciclina (Terramicina®) de modo a evitar a infecção da ferida cirúrgica. A
vaca demonstrava já interesse pelo alimento. A situação clínica do animal
evoluiu favoravelmente. No Pós-operatório foi utilizado repelente e cicatrizante
na ferida com um spray a base de sulfadiazina prata, alumínio e cipermetrina,
bem como a administração de penicilina na dose de 10.000 UI/Kg por via
intramuscular profunda durante três dias. A sutura foi removida após 3
semanas.
92
6. CONCLUSÃO / DISCUSSÃO
No estágio supervisionado no Hospital Veterinário da UTP em Curitiba –
PR durante o período de 17 de setembro a 17 de outubro de 2008, foi
diagnosticado 1 deslocamentos de abomaso para a esquerda que esta
relacionada a animais com altas produções de leite, animais confinados
ingerindo grandes quantidades de concentrado e silagem de milho, parto
gemelar, retenção de placenta e ainda parto distócico confirmado por TURNER
& MCILWRAITH (2002). O animal acometido, tinha em sua alimentação
grandes quantidades de concentrado e silagem de milho, ficando este em
confinamento ou semi-confinamento e não tendo muito contado com pastagem,
concordando com BLOOD & RADOSTITS (1991). Como descrito por
MARQUES (2003), a fermentação de alimentos decorrentes de dietas ricas em
grãos e pobres em forragem pode promover o aparecimento de ácidos graxos
voláteis no abomaso, ocorrendo o acúmulo de gás.
O animal acometido com esta doença tinha parido a poucos dias e
apresentava hipocalcemia, estando de acordo com GRYMER (1980), a maioria
dos casos de deslocamento de abomaso, cerca de 70%, tem ao menos uma ou
outra doença presente antes que a doença seja diagnosticada, como uma
infecção uterina, por exemplo. A queixa principal foi que o animal havia parado
de comer e diminuído a produção de leite drasticamente, sendo os principais
sinais clínicos observados e citados por MCGAVIN & CARLTON (1998), os
quais incluíam anorexia, perda de peso, desidratação e fezes escassas.
Quando diagnosticado, os sinais acima citados foram observados dor
abdominal como levantar e deitar repetidas vezes concordando com MCGAVIN
& CARLTON, 1998.
93
No animal com deslocamento para a esquerda, foi observado uma
protuberância da parede abdominal esquerda e o arqueamento dorsal das
costelas abdominais, como também uma elevação na parte anterior da fossa
paralombar esquerda, quando o abomaso estava com grande quantidade de
gás que condiz com DIRKSEN, GRÜNDER & STÖBER, (1993).
O diagnóstico foi realizado através da história clínica do animal, e por
fim, a auscultação abdominal juntamente com a percussão, onde foram
auscultados sons metálicos como um sibilo agudo e estes, são
patognomônicos como descrito por MCGAVIN & CARLTON (1998). Com esses
dados foi confirmado o diagnóstico de deslocamento de abomaso, porém
foram imprescindíveis a auscultação e percussão do lado esquerdo e direito,
para saber qual o lado do deslocamento.
O tratamento indicado consistiu em cirurgia e para tanto a técnica
utilizada foi a omentopexia. Os veterinários deram preferência a omentopexia
por ser uma técnica mais segura, sem riscos de causar peritonite, como a
abomasopexia segundo TURNER & MCILWRAITH (2002). Os procedimentos
foram realizados com o animal em estação e o flanco direito foi realizada
tricotomia e antissepsia, logo após efetuou-se anestesia em “L” invertido, com
lidocaína . Em seguida incidiu-se a parede abdominal, seccionando-se as
seguintes estruturas: pele e tecido subcutâneo, músculos oblíquo externo,
oblíquo interno, transverso do abdômen e peritônio. O abomaso foi esvaziado
com o uso de uma sonda mamária fixada a um dreno, sendo esta técnica
descrita por TURNER & MCILWRAITH (2002). O omento foi tracionado e
realizada sutura simples interrompida em dois planos, com categute cromado
nº 4, sendo depositadas através do peritônio e do músculo abdominal
94
transverso, fixando assim o omento a parede abdominal direita conforme
descrito por TURNER & MCILWRAITH (2002).
Na sutura do peritônio e do músculo abdominal transverso foi suntan e
utilizou-se categute cromado nº 4 de acordo com os autores TURNER &
MCILWRAITH (2002). A sutura realizada deve ser do padrão contínua, porém
alguns dos autores utilizavam a sutura festonada, incorporando o omento a
mesma. As camadas dos músculos oblíquos abdominais externo, interno e a
fáscia subcutânea foram suturadas com categute cromado nº 4. A sutura da
pele foi realizada com fio de nylon padrão wolf, sendo retirados com 10 dias os
pontos segundo TURNER & MCILWRAITH (2002).
No pós-operatório, foi utilizado e recomendado o uso de repelente e
cicatrizante no local da ferida com um spray a base de sulfadiazina prata,
alumínio e cipermetrina, bem como a administração de penicilina na dose de
10.000 UI/Kg por via intramuscular profunda durante três dias. A alimentação
de concentrado foi suspensa e forragem foi fornecida a estes animais durante
dois dias em média.
95
7. CONCLUSÃO
O estágio curricular obrigatório é uma etapa importante no curso de
Medicina Veterinária, onde colocamos em prática os conhecimentos que
aprendemos na faculdade, adquirimos novos ensinamentos e experiências,
para que no futuro possamos olhar para trás e ver como foi importante a
formação acadêmica. É no estágio obrigatório que adquirimos prática,
conhecimentos e confiança para trabalhar no mercado.
A faculdade me proporcionou uma formação profissional, com bons
professores, ótimas instalações e aulas práticas, contudo, no estágio curricular
conhecer instituições reconhecidas e profissionais competentes que estão
trabalhando há muito tempo, me ensinaram conhecimentos diversos em várias
áreas e pude adquirir confiança e maturidade para diagnosticar e tratar, as
mais diferentes afecções.
Como profissional, viso trabalhar de acordo com as normas éticas e
valores morais que meus professores me ensinaram, fazendo da medicina
veterinária uma profissão de grandes realizações e descobertas.
96
8. REFERÊNCIAS
ARNOLD ;SOUZA, J.G.M.; TILLMANN, M.T.; SILVA, P.L.S.; ANTUNES, T.
A.;MENDES. T.C.; Piometra em Animais de Companhia: Um desafio Patológico
Clínico. In: Anais do XV Congresso de Iniciação Científica (Pelotas, Brasil)2006.
BOABAID in Pesquisa Veterinária Brasileira. Conidiobolomicose em ovinos
no Estado de Mato Grosso vol.28 N°.1 Rio de Janeiro Janeiro, 2008
BRAUN, The occurrence of spiral-shaped bactéria in the abo masum of
cattle. Schweizer Archiv Tierheilkunde , v.139, n.11, p.507-516, 1997.
MILLS, et al. Laboratory findings associated with abomasal
ulcers/tympany in range calves. Journal Veterinary Diagnostic Investigation,
v.2, n.3, p.208-212, 1990.
BREUKINK, H. J.: Abomasal displacement: Etiology, pathogenesis,
treatment and prevention. Bovine Prat. 26:148-153, 1991.
BORGES, J, R,J et al. “Doenças do abomaso em bovinos importados e
“POI” no Estado do Rio de Janeiro, Brasil” in: XV Congresso Pan-
americano de Ciências Veterinárias, Campo Grande, MS, outubro de 1996.
97
Cameron, R. E. B. et al.Metabolic Predictors of Displaced Abomasum in Dairy Cattle Journal Dairy. Science, 81, 132, 1998. COSTA, R.G.; ALVES, N.D.; NOBREGA, R.M.; CARVALHO, C.G.; QUEIROZ,
I.V.; COSTA, T.H.M.; PEREIRA, R. H. M.; SOARES, H.S.; FEIJO, F.M.C.
Identificação dos Principais Microrganismos Anaerób ios Envolvidos em
Piometras de Cadelas. Acta Scientiae Veterinariae, n.35, p. 650-651, 2007.
Constable, P.D. et al. Effect of Erythromycin and Gentamicin on Abomasal Emptying Rate in Suckling Calves, American College of Veterinary Internal Medicine 14 Fevereiro vol 22 issue 1 Pages 196 – 201;2008
Constable, P.D. et al. New aspects in the pathogenesis of abomasal
displacement Journal American Veterinary Medical Association., 198, 2077,
1991.
ETTINGER, S.J. O Sistema Reprodutivo . In:Tratado de Medicina Interna
de Pequenos Animais. São Paulo: Manole, 1998. p.1878-1881.
Detilleux, J.C. et al. Journal. Dairy Science., 80, 121, 1997.
DIRKSEN, G. Indigestiones en el bovino . Konstanz: Schnetztor-Verlag
GmbH, p. 76. 1981.
FELDMAN, E.C., NELSON, R.W. Canine and Feline Endocrinology and Reproduction. 3 ed. Phyladelphia, W.B. Saunders Company, 785 p
98
Geishauser, T. et al. Indicadores hematológicos, bioquímicos e ruminais
no diagnóstico do deslocamento de abomaso à esquerd a em vacas
leiteiras do Sul do Brasil, Journal Dairy Science, v.80, 3188, 2008.
Geishauser, T. et al. An evaluation of milk ketone tests for the predicti on of
left displaced abomasum in dairy cows , Journal of Dairy Science 80:3188-
3192, 1997.
HABEL, R. E. et al.: Volvulus of the bovine abomasums and omasum.
Journal American Veterinary Association. 179:447-455, 1981.
Kwang - ho Jang Electroacupuncture and Moxibustion for Correction o f
Abomasal Displacement in DairyCattle . Journal Veterinary Science. 4(1), 93-
95. 2003.
Massey, C. D. et al. Left displacement of the abomasum in dairy cattle: recent developments in epidemiological and etiological aspects, Journal American Veterinary Medical Association, 203, 852. 1993.
Oikawa, S. et al. (1997) Am. J. Vet. Res., 58, 121.
Radostits, O. M. Veterinary Medicine . 9th edition. W.B. Saunders 2000.
Rebhun, W. C. Diseases of dairy cattle . Williams & Wilkins 1995.
REBBHUN, W, C.Doenças do gado leiteiro p.159 á 164 Ed, Roca, 2000.
99
Riet-Correa, F., Schild, A. L., Méndez M.C. Doenças de Ruminantes e Eqüinos .
Pelotas, Editora Universitária – UFPel, p. 551. 1998.
Sarashina, T. et al. The monitoring, prevention and treatment of sub-acu te
ruminal acidosis Japan Journal Veterinary Science., 52, 371, 1991.
Trent, A.M: Surgery of the bovine abomasums . Vet. Clin. North. Am. Food
Anim. Pract. 6:399-448, 1990.
Uribe, H. A. et al.: Genetic parameters for common health disorders of
Holstein cows. Journal Dairy Science. 78:421-430, 1995.
Santos, Ciencia Rural., Ocorrência de deslocamento de abomaso à
esquerda em vacas da Raça Holandesa vol.38, no.5, p.1483-1485. 2008.
SANTOS, W.B.; MESQUITA, E. T.; VIEIRA, R.M. R.; OLEJ, B.; COUTINHO;
AVEZUM, A. Arquivo Brasileiro de Cardiologia, Proteína C-Reativa e Doença
Cardiovascular. As Bases da Evidência Científica , v.80, n.4, p.452-6, 2003.
SILVA, Deslocação de abomaso novos conceitos in Congresso de ciências
Veterinária, out p. 39 a 62 2002
Morphol.; Temuco XXII CONGRESSO BRASILEIRO DE ANATOMÍA E XXVII
CONGRESO CHILENO DE ANATOMÍA, VIII CONGRESO DE ANAT OMÍA,
v.25 n.1, 145-234, 2007.
100
St. JEAN, G.; ANDERSON, D. Abomasal impactations in cattle . In: Howard &
Smith, Curent Veterinray Therapy: Food animal practice 4. Philadelphia:
Saunders, p. 532-533. 1999.
MYERS & MCGAVIN. Aspectos Genéticos e Ambientais da Curva de
Lactação de Vacas da Raça Guzerá. Revista Brasileira de Zootecnia Serial .
vol.37 p.1516-3598 n.5, 2008.
WHITLOCK, R. Vagal indigestion. In: Howard & Smith, Curent Veterinray
Therapy: Food animal practice vol 4 Philadelphia: Saunders, 1999. p. 517-522
WHITLOCK, R . Abomasal ulcers. In: Howard & Smith, Curent Veterinray
Therapy: Food animal practice 4 . Philadelphia: Saunders
Thomson R. Título do capítulo. Patologia Veterinária Especial . Editora Manole
Ltda., São Paulo, p. 753. 1990
NELSON, R. W.; COUTO,C. GUILHERMO; Medicina Interna de Pequenos
Animais Cap. 102 2ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan p.1012 - 1014.
1998.
FOSSUM T, W. Cirurgia em pequenos animais. Segunda edição . Editorial
Inter-Médica. Buenos Aires, República Argentina. P. 1492. 2004.
OLIVEIRA, K.S. Complexo Hiperplasia Endometrial Cística. . Acta Scientiae
Veterinariae, n.35, p. 270-272, 2007.
101
MARTINS, L. R. et al. Correlação entre a ocorrência de piometra em
cadelas nulíparas e multíparas submetidas ou não ao tratamento com
anticoncepcionais . In: MOSTRA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA,
6., 2002, Botucatu. Anais… Botucatu: UNESP, 2002.
PRESTES, N. C. et al. A Piometra canina: aspectos clínicos, laboratoriais e
radiológicos . Semina, Londrina, v. 12, n. 1, p. 53-56, 1991.
GILBERT, R. O Diagnosis and treatment of pyometra in bitches and queens.
The Compendium on Continuing Education for the Prac ticing
Veterinarian, Lawrenceville, v. 14, n. 6, p. 777 -783, 1992.
RADOSTITS, W. K. Perca na produção leiteira devido a cetose in Tratado
de Medicina Veterinária , v. 01. n. 02 p. 115 – 245, 2002.
RIET-CORREA, SILVA et al. Condiobolomicose em ovinos no Estado de
Mato Grosso. Pesquisa Veterinária Brasileira. vol.28 N°.1 Rio de
Janeiro Janeiro, 2007
ARAÚJO et al. Título do artigo. Revista Brasileira Higienizaçao Sanidade
Animal . v. 01. n. 02, p. 01 – 13, 2007.
VALDIVIA, MACHADO et al, Isolation of Clostridium perfringens type D
from a suckling calve with ulcerative abomasitis. In: Revista de medicina
veterinária. V.34 n 2 V.34 nº2 2002/ 2008
top related