trabalho comparativo escora metálica e escora de madeira
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JONAS DANIEL SMANIOTTO
ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ESCORAS DE MADEIRAS E
ESCORAS METÁLICAS EM OBRAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL
SINOP-MT
2012
1
JONAS DANIEL SMANIOTTO
ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ESCORAS DE MADEIRAS E
ESCORAS METÁLICAS EM OBRAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL
Trabalho de conclusão de curso apresentado para banca examinadora como um dos requisitos para obtenção de grau no curso de graduação em Engenharia Civil da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT).
Orientador (a): KÊNIA ARAÚJO DE LIMA
SINOP-MT
2012
2
ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ESCORAS DE MADEIRAS E
ESCORAS METÁLICAS EM OBRAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL
BANCA EXAMINADORA
________________________________
Prof. Kênia Araújo de Lima
Professora Orientadora
UNEMAT – Campus Universitário de Sinop
________________________________
Prof. Phelipe Brustolon Phillips
Professor Avaliador
UNEMAT – Campus Universitário de Sinop
________________________________
Prof. Wagner Bragante
Professor Avaliador
UNEMAT – Campus Universitário de Sinop
SINOP/MT, 18/05/2012
3
ATESTADO DE ÉTICA
Eu, Jonas Daniel Smaniotto, atesto para os devidos fins que os dados
e informações constantes neste trabalho intitulado: Estudo comparativo entre
escoras de madeiras e escoras metálicas em obras de construção civil são
verídicos segundo as fontes utilizadas e originais segundo a abordagem e
tratamento dado aos mesmos por mim, e que a obra em suas partes constituintes e
no seu todo são de minha autoria. Assim, eximo de qualquer responsabilidade a
professora orientadora, o Coordenador de Monografia, o Coordenador do curso de
Engenharia Civil e os demais participantes da Banca de Defesa de autoria e de
veracidade dos dados e informações apresentadas que possam existir neste
trabalho.
Sinop, 18 de Maio de 2012.
__________________________
Jonas Daniel Smaniotto
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ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ESCORAS DE MADEIRAS E ESCORAS
METÁLICAS EM OBRAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL
DEDICO o presente trabalho
primeiramente a Deus pela via.
Aos meus pais Arnoldo e Neli pelo
exemplo de vida e educação que me
proporcionaram.
Ao meu irmão Marcos pela ajuda e
compreensão durante todos esses anos.
Aos meus outros irmãos Moacir, Noeli e
Dione pelo apoio e incentivo.
E de modo especial a minha filha Manuela
e minha esposa Querlei, a quem dedico
esta conquista com a mais profunda
admiração, respeito, carinho e orgulho,
dizendo-lhes que este título não é meu e
sim, nosso. Amo vocês.
5
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, agradeço a Deus, pelo dom da vida, por estar sempre comigo
e ter dado a chance de concluir mais uma etapa da minha vida.
Aos meus pais, pela educação que me concederam na formação do meu
caráter.
Ao meu irmão Marcos, que não mediu esforços para ajudar, direta e
indiretamente, na conclusão deste curso de formação superior.
Aos meus irmãos Moacir, Noeli e Dione que, mesmo estando distantes,
ajudaram de uma forma ou de outra com simples palavras de incentivo e conforto.
À professora Kênia Araújo de Lima, minha orientadora, que sempre
prontamente aceitou este encargo, auxiliando-me com toda dedicação na construção
deste trabalho.
Aos meus amigos e colegas de classe que me ajudaram e estiveram sempre
comigo.
Agradeço a todos que fizeram parte da minha vida durante esta caminhada e
que, de uma forma ou de outra, colaboraram para a realização deste.
Por fim, faço um agradecimento especial a minha esposa Querlei e minha
filha Manuela, pela paciência e carinho, compreendendo minhas ausências e
mudanças de humor e, mesmo assim, sempre se fizeram presentes em todos os
momentos que precisei.
6
"Há homens que lutam um dia e são bons. Há outros que lutam um ano e são
melhores. Há os que lutam muitos anos e são muito
bons. Porém, há os que lutam toda a vida.
Esses são os imprescindíveis."
Bertolt Brecht.
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Smaniotto, Jonas Daniel. Estudo comparativo entre escoras de madeiras e escoras metálicas em obras de construção civil – Sinop/MT. 2012. 62 f. Monografia de Conclusão de Curso – UNEMAT – Universidade do Estado de Mato Grosso, Campus Sinop, 2012.
RESUMO
O presente trabalho abrange o tema em torno dos escoramentos metálicos, a fim de realizar uma comparação com os escoramentos em madeira. A construção civil, a partir da década de 90, despertou para a agilização e modernização dos processos, procurando remover o estigma de setor atrasado. Nestes últimos anos tem havido grande apelo à sustentabilidade em todos os setores empresariais. A discussão sobre a utilização dos escoramentos se insere neste contexto para avaliar a sustentabilidade na produção da madeira frente à produção do aço, que são os componentes das escoras utilizadas na construção civil. Há uma tendência ao reflorestamento da madeira utilizada na construção civil com vistas ao desenvolvimento sustentável. O objetivo geral é comparar os escoramentos metálicos aos de madeira com relação ao custo-benefício na construção civil. Esta é uma pesquisa bibliográfica que explora as fontes impressas e online, em forma de artigos científicos, dissertações, notícias dos meios de comunicação. Como resultados desse estudo apontaram que 70% das construções utilizam a madeira, havendo, então um amplo mercado potencial para os escoramentos metálicos. As escoras de madeira e metálicas apresentam ambas as vantagens e desvantagens, mas as metálicas só perdem no aspeto custo, que pode ser contornado com a possibilidade de alugá-las durante a construção. Sendo assim, as metálicas sobressaem-se às de madeira sob o aspeto de segurança, da facilidade do transporte, da montagem e da desmontagem, do pequeno espaço ocupado nos canteiros de obras, no ganho de tempo. Palavras-Chave: Construção Civil; Desenvolvimento Sustentável; Escoramentos
Metálicos.
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Smaniotto, Daniel Jonas. Comparative study between struts of wood and metal anchors for construction works - Sinop / MT. 2012. 61 f. Course Conclusion Monograph - UNEMAT - State University of Mato Grosso Sinop Campus, 2012.
ABSTRACT
This work includes the subject around the metal bracing in order to make a comparison with the shoring wood. The construction, from the 90s, raised for the improvement and modernization of processes, seeking to remove the stigma ofbackward sector. In recent years there has been widespread call for sustainabilityin all business sectors. The discussion on the use of shoring is inserted in this context to assess the sustainability of wood production in front of the steel production, which are components of the props used in construction. There is a tendency to reforestation of the wood used in construction with a view to sustainable development The overall objective is to compare the metal timbershoring in relation to the cost-effective construction. This is a literature that explores the online and printed sources in the form of scientific articles, dissertations and news media. The results of this study showed that 70% of the buildings use wood, there is then a large potential market for the metal shoring.The struts of wood and metal have both advantages and disadvantages, but the metal only lose the cost aspect, which can be circumvented with the possibility ofrenting them during construction. Thus, the metal stand to the wood under theaspect of safety, ease of transport, assembly and dismantling, small footprint at construction sites, gain time. Keywords: Construction, Metal Shoring; Sustainable Development.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Estrutura em madeira .................................................................................... 24
Figura 2: The Green Building, África do Sul (madeira reflorestada) ............................. 26
Figura 3: Estrutura de uma cobertura em madeira ....................................................... 27
Figura 4: Tirantes e espaçadores para solidarização ................................................... 31
Figura 5: Pontalete metálico extensível e forcado para caibros ................................... 33
Figura 6: Detalhes da escora metálica (encaixes, apoios, regulagens) ....................... 33
Figura 7: Escoramento laje 25 cm espessura maciça .................................................. 35
Figura 8: Escoramentos e fôrmas mistas ..................................................................... 36
Figura 9: Escoramentos e fôrmas mistas (preponderância de madeira) ...................... 36
Figura 10: Escoramentos e fôrmas mistas (preponderância de metal) ........................ 37
Figura 11: Escoramento misto – detalhe do teto .......................................................... 37
Figura 12: Escoras andaimes ....................................................................................... 39
Figura 13: Escoras em eucalipto .................................................................................. 39
Figura 14: Escoramento metálico ................................................................................. 41
Figura 15: Planta Baixa Residência Unifamiliar ............................................................ 45
10
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Vantagens e desvantagens da madeira ...................................................... 24
Quadro 2: Comparação entre estruturas de madeira e concreto armado .................... 27
Quadro 3: Especificações técnicas e origem das escoras metálicas ........................... 34
11
LISTA DE ABREVIATURAS
CBIC: Camara Brasileira da Indústria da Construção.
LEED: Liderança em Energia e Design Ambiental.
GBC: Gree Building Cauncil.
ABNT: Associação Brasileira de Normas Técnicas.
SISFLORA: Sistema de Comercialização e Transporte de Produtos Florestais.
SEMA: Secretaria de Estado de Meio Ambiente.
IBAMA: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis.
MT: Mato Grosso
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SUMÁRIO
1.INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13
2.PROBLEMÁTCA.................................................................................................... 15
3.OBJETIVOS ........................................................................................................... 16
3.1Objetivo geral ....................................................................................................... 16
3.2 Objetivos específicos........................................................................................... 16
4.JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 17
5.METODOLOGIA .................................................................................................... 18
6.CONSTRUÇÃO CIVIL E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ........................ 19
6.1.Utilização de madeira em larga escala na construção civil ................................. 23
7.FUNDAMENTOS PARA FÔRMAS E ESCORAMENTOS ..................................... 28
7.1.Material das fôrmas na construção civil ............................................................... 30
7.2.Utilização de fôrmas de madeira ......................................................................... 30
7.3.As escoras metálicas........................................................................................... 32
8.COMPARAÇÃO ENTRE ESCORAS DE MADEIRA E METÁLICAS .................... 38
8.1.Argumentos para o uso do escoramento metálico .............................................. 40
8.2.Modo executivo ................................................................................................... 42
8.2.1 Modo executivo em escoras de madeiras ........................................................ 42
8.2.2 Modo executivo em escoras metálicas ............................................................. 43
9.ESTUDO DE CASO ............................................................................................... 45
9.1.Estudo dos custos entre escoras de madeiras e escoras metálicas ................... 46
9.1.1.Quantidade de escoramento por metro quadrado de laje construída ............... 46
9.1.2. Comparativo de preços e custos ..................................................................... 47
9.2.Estudo de sustentabilidade sob uso de escoras metálicas e de madeiras .......... 49
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 54
SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ....................................................... 56
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 57
ANEXO A – GLOSSÁRIO NA ÁREA DE EXECUÇÃO DE FÔRMAS ...................... 60
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1. INTRODUÇÃO
Esse trabalho e estudo de caso tratam do tema “Escoramentos Metálicos”,
procurando comparar a utilização de escoramentos metálicos e de madeira na
construção civil, com relação a custos, a custo-benefício, durabilidade, segurança,
qualidade.
A construção civil até a década de 80 e início de 90 conviveu com o estigma
de ser o setor mais atrasado economicamente. Desde então a indústria da
construção civil encabeçada por grandes empresas do setor tem procurado
modernizar os processos e para isso tem recorrido às novas tecnologias da
comunicação e da informação.
Paralelamente a esse despertar do setor para a agilização e modernização
dos processos está à necessidade premente de conciliar o desenvolvimento com a
responsabilidade ambiental, o que tem se traduzido na Construção Sustentável.
A discussão sobre a utilização dos escoramentos metálicos vem,
justamente, neste contexto, pois a extração de madeira nativa tem que ser contida e
a exploração tem que ser certificada mediante o compromisso de repor à natureza
aquilo que ela oferece ao homem.
Primeiramente, utilizava-se basicamente madeira e bambus (taquara) como
forma de escoramentos em construção de obras civis. Com o passar dos anos,
devido aos avanços tecnológicos, estudos mais aprofundados, novas tendências de
mercado, procura de novas alternativas, escassez e dificuldades destes materiais,
fez com que a construção civil procurasse outras maneiras e materiais para fazer
escoramentos, foi quando se começou a utilização de escoras metálicas.
Mesmo com o surgimento de escoras metálicas, no Brasil, a grande maioria
das construções civis que necessitam de escoramentos é feitas através de escoras
de madeiras.
No canteiro de obra, a execução de escoramentos geralmente eram
atribuições de mestres de obras e/ou encarregados de carpintaria. Este
procedimento geralmente resultava em desperdício de material e de mão de obra. O
caráter empírico destes serviços implicava em duas situações: ou as escoras
ficavam superdimensionadas com conseqüente aumento de consumo de materiais
(madeira) e mão de obra ou eram subdimensionadas, agravando assim o risco de
14
acidentes nas obras.
Estes desperdícios eram visíveis nos travamentos e escoramentos, pois
eram utilizados quase sempre em quantidades acima das necessárias, já que
dependiam da confiança em que os executores adquiriam conforme fossem
instalando os mesmos, ou seja, experiência profissional.
Devido à grande competitividade no setor da construção civil, o Brasil tem
vivido um intenso movimento pela melhoria da qualidade e racionalização dos
processos construtivos, buscando inovação na utilização de diversos materiais,
técnicas construtivas, alta produtividade, aliada a redução de custos, praticidade e
agilidade nas etapas de execução na obra e potencialização dos lucros. O
escoramento metálico constitui uma ferramenta muito importante para viabilizar a
concretização destes objetivos propostos.
15
2. PROBLEMÁTICA
A problemática abordada neste trabalho resume-se na escolha mais
adequada do tipo de escoramento a ser utilizado em obras da engenharia civil, a fim
de, conscientizar tanto os profissionais da área de construção civil como os órgãos
públicos e fiscalizadores de qual e o porquê da comparação entre escoramentos de
madeira e escoramentos metálicos.
Este assunto, além de ter problemática na área da Engenharia Civil, é um
assunto de fundamental importância na questão de meio ambiente
(sustentabilidade).
Contudo, o problema de pesquisa que norteou esse trabalho foram os
seguintes: Quais as vantagens na utilização dos escoramentos metálicos na
construção civil? Qual o custo-benefício em utilizar o escoramento metálico em
lajes? Quais os benefícios de sustentabilidade gerados por estes dois tipos de
escoramentos?
16
3. OBJETIVOS
3.1 Objetivo geral
Fazer o estudo comparativo entre o uso de escoramento de madeiras e
escoramentos metálicos em obras da engenharia civil.
3.2 Objetivos específicos
Comparar a viabilidade econômica entre escoras de madeiras e
metálicas em obras da engenharia;
Comparar as vantagens e desvantagens entre estes tipos de
escoramentos;
Comparar a praticidade, agilidade e manuseio numa obra da
engenharia civil entre os escoramentos propostos;
Comparar a quantidade de escoras utilizadas numa mesma obra da
engenharia civil;
Comparar a segurança existente entre a utilização de ambos os tipos
de escoramentos propostos;
Comparar a “limpeza” do canteiro de obras numa obra escorada por
madeira e outra escorada por metal;
Comparar o tempo de execução do escoramento entre um tipo de
escora e outra, e;
Comparar o reaproveitamento das peças utilizadas nos escoramentos
seja ela de madeira ou metálica.
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4. JUSTIFICATIVA
A quase insignificante quantidade de obras que utilizam escoras metálicas
como meio de escoramento, foi um dos fatores que levaram essa sugestão a servir
como objeto de estudo, além da preocupação com a preservação do meio ambiente
e principalmente pela praticidade, agilidade, manuseio e tempo de execução nos
escoramento em uma obra de construção civil.
A complexidade na execução de montagem, a busca pela melhoria na
qualidade dos serviços de projeto e execução, a falta de abordagem científica às
questões de escoramentos, serem uma prática muito utilizada nas obras de
construções civis, porém com pouca pesquisa sobre o assunto e a industrialização e
racionalização da construção civil devido ao surgimento de novos produtos
relacionados à área, levaram a optar por este assunto sobre escoramentos na
construção civil.
Após os estudos comparativos sobre a utilização de escoras metálicas e ou
escoras de madeiras, espera-se repassá-los os profissionais da área, às
construtoras de engenharia civil, bem com as Prefeituras Municipais, à SEMA
(Secretaria de Estado do Meio Ambiente) e ao IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), a fim de conscientizar estes órgãos
e instituições a criarem projetos e incentivos, sejam eles fiscais, financeiros,
logísticos, entre outros, para as empresas e ou profissionais que aderirem este
quesito aqui proposto.
18
5. METODOLOGIA
Esse trabalho foi feito em duas etapas:
A primeira etapa foi desenvolvida através de várias pesquisas bibliográficas
para desenvolver e aprimorar vários conceito sobre escoramentos, construção civil,
modos executivos, tipo de escoramentos existentes, tendencias de mercado entre
outros estudos relacionados e assuntos afins.
A segunda etapa desse trabalho foi desenvolvida atraves de estudos de
caso. Esse estudo de caso foi desenvolvido através de visitas na fabrica de escoras
metálicas na cidade de Cachoeirinha no estado do Rio Grande do Sul, bem como
várias vistas em obras que utilizam escoramento metálico tanto naquela cidade
como em Sinop/MT. Além dessas visitas, também obteve-se vários depoimentos de
profissionais do ramo de engenharia civil (Engenheiros Civils, Arquitetos, Mestres de
Obras e Pedreiros) a fim de obter dados mais concretos quanto a quantidade de
escoramentos utilizados em escoramentos de lajes, vantagens e desvantagens e o
modo executivo destes escoramentos.
Para finalizar esse estudo de caso, dispomos de dados referentes as
quantidades, metragens e tipos de obras que foram realizadas na cidade de
Sinop/MT no ano de 2011. Esses dados foram fornecidos pela Prefeitura Municipal
de Sinop, mais precisamente, pela Secretária de Obras do muncípio.
19
6. CONSTRUÇÃO CIVIL E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Segundo dados da Câmara Brasileira da Industria da Construção (CBIC -
2007), o desenvolvimento sustentável é buscado com grande força pelo mercado da
construção civil, pois em 2007, o setor era “responsável por 40% da energia
consumida no planeta (24,7% só de edifícios na América Latina), 25% de madeira e
16% de água”.
As empresas que atuam no mercado têm procurado se adequar rapidamente
para otimizar sua produção em um ambiente de valorização do ambiente e
manutenção do desenvolvimento, ou seja, do desenvolvimento sustentável.
Há um amplo mercado para as escoras metálicas, pois a madeira ainda
ocupa a grande maioria dos escoramentos das obras em todo o Brasil. Algumas
vantagens das escoras metálicas sobre as de madeira são o visual clean;
durabilidade quando as escoras são feitas de aço; menor desgaste natural;
especificação sobre qual a capacidade suportada pela escora; facilitação do encaixe
e do ajuste.
“Desenvolvidas especialmente para grandes obras de engenharia, como estádios e hidrelétricas, o sistema de encaixe rápido pelas suas características multidirecionais é uma solução para a formação de andaimes de fachadas, escoramentos, torres móveis, escadas de acesso, coberturas provisórias e edificações com múltiplas aplicações industriais. É um equipamento utilizado para obras com formas irregulares, onde o andaime comum não chega. “Geralmente são grandes obras que necessitam desse tipo de equipamento pelas características diferenciadas de cada empreendimento”. (INOVAÇÃO, 2011, p. 1)
Sustentabilidade é um termo usado para definir ações e atividades humanas
que visam suprir as necessidades atuais dos seres humanos, sem comprometer o
futuro das próximas gerações. Ou seja, a sustentabilidade está diretamente
relacionada ao desenvolvimento econômico e material sem agredir o meio ambiente,
usando os recursos naturais de forma inteligente para que eles se mantenham no
futuro. Seguindo estes parâmetros, a humanidade pode garantir o desenvolvimento
sustentável.
Sustentabilidade é também definida por Leonardo Boff como algo mais do
que um conceito, é, na verdade um comprometimento com o Planeta Terra, num
sentimento solidário que congrega todos os povos para assegurar o futuro das
20
novas gerações.
A década de 60 foi uma década marcada pelo conflito de interesses entre
preservacionistas e desenvolvimentistas, originando o que alguns autores
denominam de questões ambientalistas ou ambientais. A questão ambiental pode
ser considerada um dos mais importantes desafios que o mundo dos negócios vem
enfrentando nos últimos anos.
Bertolino (2007) afirma que a humanidade tem se defrontado com um dos
maiores desafios que é o de encontrar estratégias e tecnologias que possibilitem o
desenvolvimento socioeconômico das regiões e nações concomitante à preservação
da extraordinária biodiversidade necessária à sobrevivência humana. Tal desafio
travestiu-se de uma questão ambiental ou questão ecológica em voga desde que
homem iniciou as modificações do meio ambiente para suprir suas necessidades.
Para Steer (apud CAMPOS; SELIG, 2005) o conflito da questão
ambientalista existiu enquanto as políticas desenvolvimentistas eram caracterizadas
como as que propunham o incremento da atividade humana em oposição à
preservacionista que buscava restringir esta atividade.
“O mesmo autor coloca que, nos últimos anos, porém, a noção de “meio ambiente como fator restritivo” deu lugar à noção de “meio ambiente como parceiro”. Dessa forma, simpatizantes da linha desenvolvimentista conscientizaram-se de que é ineficaz querer aumentar as rendas e o bem-estar, sem levar em conta os custos dos danos causados ao meio ambiente. Por sua vez, os preservacionistas convenceram-se de que a solução de muitos problemas - especialmente os dos países em desenvolvimento - consiste em acelerar, em vez de retardar, o aumento de rendas e, paralelamente, adotar políticas ambientais adequadas”. (CAMPOS; SELIG, 2005, p. 135)
A consciência ambiental não surgiu repentinamente, ela foi surgindo
paulatinamente no decorrer da história, instalando-se entre os seus agentes
personificados em indivíduos, em governos, em organizações internacionais e em
entidades da sociedade civil.
Nos últimos anos, a noção de "meio ambiente como fator restritivo" deu lugar
à noção de "meio ambiente como parceiro". Desta forma, simpatizantes da linha
desenvolvimentista conscientizaram-se de que é ineficaz querer aumentar as rendas
e o bem-estar, sem levar em conta os custos dos danos causados ao meio
ambiente. Por sua vez, os preservacionistas convenceram-se de que a solução de
muitos problemas, especialmente os dos países em desenvolvimento, consiste em
21
acelerar, em vez de retardar, o aumento de rendas, e paralelamente, adotar políticas
ambientais adequadas”. (STEER apud CAMPOS; SELIG, 2005, p. 136)
Bertolino (2007) divide o surgimento dessa preocupação ambiental em três
etapas, conforme a disseminação das questões ambientais e o debate em torno
delas.
A primeira etapa atribui parte dos problemas ambientais ao comportamento
humano. Ignorância, negligência, dolo e indiferença têm influenciado na maneira de
viver do homem, tanto como produtor, quanto como consumidor de bens e serviços.
Ele degrada o Meio Ambiente para sustentar suas necessidades e a degradação é
punida pelos órgãos competentes com ações de ordem reativa, corretiva e
repressiva, tais como proibições e multas”.
Na segunda etapa, o problema ambiental é considerado como uma ação com
maiores efeitos de degradação, por ser generalizado e atingir maiores esferas. A
ausência de uma gestão mais eficiente com controle dos recursos constitui a
principal causa da desenfreada degradação do ambiente natural.
A terceira etapa é a que estamos vivenciando atualmente, quando se tenta
travar a degradação com a criação e implantação de áreas protegidas que são
medidas insuficientes para interromper a situação do desmatamento e degradação
ambiental no Brasil.
Desde a Eco 92, quando ocorreu no Rio de Janeiro a Conferência das
Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a sociedade brasileira foi
despertada para agir mais veementemente pela preservação dos recursos naturais e
dar garantias de um ambiente saudável para as gerações futuras. (BERTOLINO,
2007)
Há um desafio sério com o qual terão que se defrontar os especialistas de
amplos setores e a sociedade em geral: a sustentabilidade será alcançada se
percorrermos o caminho contrário, de volta ao passado para buscar o valor do
campo, da natureza e da harmonização com o planeta, mas sem perder as
conquistas tecnológicas, cognoscitivas e de bem-estar.
“É toda uma mudança de mentalidade, de valores, pois a era consumista imposta nos anos 50 gerou uma desconsideração do campo, como reino da ignorância, da pobreza, do analfabeto, quando, na verdade, foi uma ideologização manipuladora para gerar consumo inveterado e criação de novas necessidades para a alavancagem do capitalismo exacerbado”. (NUNES, 2011, p. 1)
22
A sociedade dos países desenvolvidos tem questionando os valores
materialistas que a seduziram e procuram agora mudar seu estilo de vida, mas
exigem do Estado a tomada de medidas efetivas no controle da poluição.
Em um passado recente, as empresas não estavam preocupadas com as
estratégias ecológicas, adotavam uma postura defensiva e reativa no que concerne
às leis de proteção ao meio ambiente. Porém, face à pressão do consumidor e
ganância por crescimento econômico, as empresas estão agindo proativamente, e,
em muitos casos, antecipando-se à própria legislação.
O marketing ecológico passou a ser a bandeira do compromisso e
obrigatoriedade que as empresas se impuseram rumo à modernidade e à
competitividade. Assim, elas têm procurado adequar seus produtos e serviços às
exigências da preservação do meio ambiente, utilizando racionalmente os recursos
naturais, eliminando os poluentes e, mais recentemente, procurando aderir às
certificações (selos verdes) para ganhar credibilidade e expandir seus negócios.
Para regulamentar o setor da Construção com sistemas, equipamentos e
materiais mais sustentáveis, tem surgido no mercado diversas certificações, dentre
as quais algumas conhecidas como selos.
O mercado de certificações e construções sustentáveis tem crescido
também no Brasil, demonstrando que o país está em sintonia com a onda
globalizante que faz de todos os países um amplo mercado concorrencial. Segundo
Lipinski (2011), os selos que têm tido mais destaque ultimamente nesse ramo da
construção sustentável são o LEED (do GBC), o AQUA (da Fundação Vanzolini), o
Selo Azul da Caixa e o Procel Edifica.
“A maioria deles, como o LEED, ainda é estrangeiro, e mesmo os brasileiros como o Selo Azul da Caixa, que é baseado em normas do país, acompanham o contexto de selos internacionais, como a BREEAM, primeira certificação inglesa. Apesar disso, de acordo com Silvana Silvestre, especialista em arquitetura sustentável, “estudos vêm sendo feitos para iniciar a adaptação das categorias à realidade brasileira”. O Selo Procel Edifica, por exemplo, é baseado nas zonas bioclimáticas brasileiras. Segundo o GBC, temos hoje em dia 355 edificações registradas – que buscam obter algum selo – e 36 certificadas”. (LIPINSKI, 2011, p. 2)
A sustentabilidade está na moda, mas espera-se que haja seriedade na
concessão dos selos verdes, das certificações, porque a sociedade tem se
23
habituado a adquirir produtos e serviços das empresas certificadas.
Em 2010, o Brasil alcançou o 5.º lugar no ranking dos países com maior
número de certificações para construções sustentáveis, o Leed (Liderança em
Energia e Design Ambiental, na sigla em inglês). Foram 23 selos verdes que o
Green Building Council Brasil emitiu, colocando o País na quinta posição, logo atrás
dos Estados Unidos, dos Emirados Árabes Unidos, do Canadá e da China.
“Além dos empreendimentos que já ganharam o selo verde, outros 211 terminaram 2010 em processo de certificação, entre eles estádios de futebol, shopping centers, bairros e escolas. Para 2011, a expectativa é de que 35 empreendimentos sejam certificados e outros 300 estejam em processo de certificação no Brasil. Tem ocorrido um aumento da construção sustentável, em que empreendimentos reutilizam a água, usam novas tecnologias de aquecimento e geração de energia, reduzem a quantidade de lixo gerado e usam materiais ecologicamente corretos nas obras. De 1986 a 2006, apenas 500 empreendimentos eram considerados ecologicamente corretos em todo o mundo. Em 2010, eram mais de 100 mil edifícios comerciais e quase 1 milhão de residências. Numa construção certificada, o consumo de energia é 30% menor, em média, e o de água cai entre 30% e 50%”. (BRASIL, 2011)
O prédio sustentável apresenta as seguintes características principais
colhidas junto aos especialistas do setor: menos consumo de água; painéis solares
para aquecimento e geração de energia, Prédio desmontável (Laje alveolar, viga
pré-moldada), paredes secas (lã de vidro ou rocha, chapas de gesso acartonado,
montante, fita de para isolamento), sol entra, calor sai (vidro de alto desempenho,
energia solar transmitida, energia refletida), sem ar condicionado (brise metálico),
lixo reciclável, aposenta-se o bate-estacas, só se utiliza concreto usinado.
(BONFIGLIOLI, 2010)
6.1 Utilização de madeira em larga escala na construção civil
A madeira, historicamente, vem sendo usada desde as civilizações primitivas
ocidentais e orientais, independentemente do grau de desenvolvimento delas. Isto
perdurou até o século XVIII, época em que ocorreu a Revolução Industrial na
Inglaterra. (UTILIZAÇÃO, 2009)
24
“(...) como grande potência impõe a arquitetura em metal. Com a invenção do betão armado os técnicos de nível superior concentraram esforços no estudo do novo material, desprezando a utilização da madeira. O uso da madeira como constituinte principal da estrutura de edificações, não é posta em pé de igualdade com o betão ou com o metal, contudo tem se mostrado vantajosa, principalmente devido aos seguintes fatores: (UTILIZAÇÃO, 2009, p. 1)
Figura 1: Estrutura em Madeira
Fonte: (Casa e Construção, ed. 2009)
O quadro 1 abaixo demonstra as vantagens e desvantagens relativas às
propriedades da Madeira.
Quadro 1: Vantagens e Desvantagens da Madeira
PROPRIEDADES DA MADEIRA
VANTAGENS
Elevada resistência mecânica (tração e compressão)
Baixa massa específica
Boa elasticidade
Baixa condutibilidade térmica
Isolante dielétrico
Baixo custo
Encontra-se em grande abundância
Facilmente cortada nas dimensões exigidas
Material natural de fácil obtenção e renovável
DESVANTAGENS
Higroscopiscidade (absorve e devolve umidade)
Combustibilidade
Deterioração
Resistência unidirecional
Retratilidade (alteração dimensional, de acordo com a umidade e a temperatura)
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Ansitropia (estrutura fibrosa, propriedade direcional)
Limitação dimensional (tamanhos padronizados)
Heterogeneidade na estrutura
Fonte: (Costa, Ed. 2008)
Há várias justificativas para a utilização da madeira na maioria das
construções, pois além da carpintaria ser um tipo de mão-de-obra de fácil
treinamento, há outras razões para o seu uso em grande escala, dentre as quais
destacamos as seguintes:
O uso de equipamentos e complementos pouco complexos e relativamente
baratos (serras manuais e mecânicas, furadeiras, martelos etc.); boa resistência a
impactos e ao manuseio (transporte e armazenagem); ser de material reciclável e
possível de ser reutilizado e por apresentar características físicas e químicas
condizentes com o uso (mínima variação dimensional devido à temperatura, não-
tóxica etc.). As restrições ao uso de madeira como elemento de sustentação e de
molde para concreto armado se referem ao tipo de obra e condições de uso, como
por exemplo: pouca durabilidade; pouca resistência nas ligações e emendas;
grandes deformações quando submetida a variações bruscas de umidade; e ser
inflamável”. (FIGUEIREDO, 2000, p. 2)
Outra característica a ser destacada para o uso da madeira em Construções
é a sua durabilidade, pois mesmo na arqueologia ocorrem constantes descobertas
de peças antigas construídas ou moldadas em madeira: embarcações, esculturas,
utensílios domésticos, armas, instrumentos musicais, elementos de construções, etc.
A resistência ao ataque de xilófagos1 em deteminadas espécies de madeiras
utilizadas em estruturas, a exemplo do Jatobá que apresenta tal resistência que o
inseto xilófago só a ataca quando demonstra sinais de apodrecimento e fica
fragilizada.
A segurança da madeira por ser imune à oxidação como os metais, também
conta positivamente para a sua utilização em grande escala na Construção Civil e
outras, tais como a naval.
“A madeira não oxida. O metal quando é sujeito a altas temperaturas pela ocorrência de fogo deforma-se, perdendo a função estrutural. Naturalmente,
1 “Os besouros xilófagos ou “besouros de casca” são conhecidos desta forma por se utilizarem da
madeira como fonte de alimento”. (COSTA, 2009)
26
se o ferro do betão armado não estiver com o recobrimento adequado, este também perde a função estrutural quando submetido a alta temperatura em caso de incêndio fogo. A madeira na natureza já desempenha uma função estrutural. Depois de serrada, quando utilizada como estrutura de uma edificação ela funciona como um elemento pré-moldado, de fácil montagem e que não passou pôr processos de fabricação que determinem sua resistência. O que determina a resistência da madeira é apenas a sua espécie”. (UTILIZAÇÃO, 2009, p. 3).
Figura 2: The Green Building, África do Sul (madeira reflorestada)
Fonte: (Casa e Construção, ed. 2009)
A manutenção é outra característica positiva da madeira, quando são
tomadas determinadas medidas de precaução com o intuito de preservá-la:
Pode-se evitar o apodrecimento precoce da madeira com alguns detalhes de
projeto, tais como, evitar pontos de condensação de água; aplicar
impermeabilizantes nos encaixes e nos apoios; utilizar a madeira sempre 20 cm ou
mais acima do solo; deixar espaço livre entre o assoalho e o solo para ventilação;
deixar espaço livre entre o forro e a cobertura, também para ventilação.
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Figura 3: Estrutura de uma cobertura em madeira
Fonte: (Casa e Construção, ed. 2009)
Uma construção em madeira propicia economia de energia quando
comparada a uma estrutura com dimensões semelhantes construída com outros
materiais:
“Na construção da estrutura de um pavilhão com as mesmas dimensões utilizando como material estrutural: madeira, concreto armado, ferro e alumínio. Comparando a energia despendida desde a fabricação dos materiais até o final da obra verifica-se que se gatou: Madeira – 1 unidade Concreto armado – 6 unidades Ferro – 16 unidades Alumínio – 160 unidades
Quadro 2: Comparação entre Estruturas de Madeira e Concreto Armado
ESTRUTURAS EM MADEIRA CONCRETO ARMADO Materiais Madeira, pregos,
parafusos Cimento, madeira (descartável), pregos, parafusos, arame, areia, brita, água, acabamentos diversos
Mão-de-obra Carpinteiros Carpinteiros, armadores de ferro
Equipamentos Serra circular, furador, grampos
Serra circular, furador, tesoura de cortar ferro, chave de dobrar ferro, betoneira, vibrador, etc.
Fonte: Utilização, 2009
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7. FUNDAMENTOS PARA FÔRMAS E ESCORAMENTOS
Para a escolha do tipo de escoramento há que se levar em conta inúmeros
aspetos que incluem a segurança e a qualidade da construção. Segundo Farinha
(2005) há algumas características ideais e essenciais para serem observadas
quanto às fôrmas e escoramentos para que cumpram as funções idealizadas.
“Simplicidade – os sistemas de fôrmas e escoramentos devem desempenhar as suas funções e, ao mesmo tempo, ser simples o suficiente para que as operações de fabricação, montagem, desmontagem e transporte sejam realizadas da maneira mais fácil possível. Estanqueidade – quando a operação de concretagem da estrutura há a possibilidade de perda de perda de finos pelas emendas das peças das fôrmas causando as “bicheiras”, que comprometem a qualidade do concreto. Tais problemas podem ser evitados se o sistema de fôrmas for suficientemente estanque de modo a não permitir essa perda de finos, que se faz perigosa, em relação à situação final da peça, inclusive quanto à sua resistência final”. (FARINHA, 2005, p. 11)
Até mesmo para garantir a segurança aos trabalhadores, há que se ter uma
fôrma que ofereça resistência. Com respeito à economia, há que se pensar sempre
no reaproveitamento do material, pois o custo inicial é alto e vai sendo diluído nos
reaproveitamentos seguidos.
“Resistência – este requisito se refere à função estrutural do sistema de fôrmas de servir de suporte ao concreto fresco, necessitando, dessa maneira, de resistência pra suportar não somente os esforços aplicados à superfície da fôrma em contato com o concreto, como também o seu peso próprio e os esforços atuantes durante a execução referentes aos operários e equipamentos empregados nos serviços que antecedem a concretagem. Reaproveitamento – sendo o custo dos sistemas de fôrmas de valor significativo na execução da estrutura, é desejável que o número de reaproveitamentos dos conjuntos de fôrmas seja o mais elevado possível, para que ser consiga diluir os custos iniciais de sua fabricação no transcorrer da execução da estrutura, além de maximizar o espaço dentro de canteiros pequenos”. (FARINHA, 2005, p. 11)
Para garantir uma desforma rápida e perfeita, a fôrma tem que ter uma
aderência mínima e tem que manter-se firme para não gerar deformações na
superfície o que demandaria trabalho e material extra.
“Baixa aderência – a fôrma em contato com o concreto não deve aderir ao mesmo, o que causaria dificuldades na desforma e imperfeição da
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superfície de concreto, além da dificuldade de reaproveitamento dos jogos, potencializando uma perda generalizada na economia da obra e no tempo de trabalho previsto. Rigidez – para que a estrutura possua as formas e dimensões de seus elementos especificados em projeto, é necessário que o sistema de fôrmas não sofra deformações excessivas sob a ação das cargas atuantes durante a execução da estrutura. Da rigidez das peças componentes da fôrma dependem o nivelamento da laje e a planicidade das superfícies dos elementos estruturais”. (FARINHA, 2005, p. 12)
O aspeto da estabilidade da fôrma é muito importante tanto como quesito de
segurança quanto para uma cura perfeita. Ela também deve permitir um lançamento
uniforme, sem pontos de estrangulamento.
“Estabilidade – a estabilidade da fôrma é desejável em decorrência da necessidade de segurança quando das operações de montagem das armaduras, concretagem dos elementos estruturais e, posteriormente, durante o período de cura do concreto em que a fôrma deve permanecer estável até o momento da desforma, garantindo assim condições de segurança para a execução da estrutura. Possibilitar correto Lançamento e Adensamento do Concreto - a operação de concretagem não deve ser dificultada pela fôrma, que não pode oferecer obstáculo à utilização do vibrador e à passagem do concreto. Recomenda-se que em locais de difícil concretagem seja prevista a utilização de janelas de concretagem ou outras técnicas de lançamento do concreto que facilitem o seu correto lançamento e adensamento”. (FARINHA, 2005, p. 12)
Os responsáveis devem posicionar de forma correta a armadura para
garantir uma colocação perfeita dos elementos estruturais o que vai propiciar maior
durabilidade com boa proteção da armadura.
“Possibilitar correto Posicionamento da Armadura – uma das funções da fôrma é de servir de apoio para o posicionamento das armaduras. Dessa maneira, a fôrma deve estar na posição correta para não comprometer essa operação que irá influenciar no comportamento dos elementos estruturais, caso esse posicionamento não seja adequado. “Este requisito se relaciona diretamente com a durabilidade da estrutura, pois o incorreto posicionamento das barras da armadura, em decorrência de imperfeições da fôrma, pode comprometer o recobrimento dessa armadura, deixando-a mais exposta a agentes agressivos (FARINHA, 2005, p. 13)
A textura da superfície do concreto é muito importante para garantir um bom
acabamento e economia de material em um piso, teto, parede ou coluna, portanto é
essencial que este objetivo seja atingido.
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“Permitir Textura Prevista – a textura superficial do concreto prevista no projeto arquitetônico será garantida pelo sistema de fôrma, cujas peças que entram em contato direto com o concreto devem possuir um revestimento adequado para permitir obtenção da textura superficial requerida e para garantir uma adequada durabilidade da fôrma, bem como proporcionar a manutenção das características superficiais do concreto ao longo de toda a execução da estrutura. Percebe-se, pelo número de requisitos do sistema de fôrmas, que seu projeto é complexo, pois deve-se levar em consideração o atendimento desses requisitos compatibilizando-os com os investimentos necessários para a execução da fôrma. Necessita-se, dessa maneira, de uma metodologia de projeto para se identificar os requisitos que devem ser atendidos, de acordo coma s particularidades do projeto e procurar soluções que tenham por objetivo atender a esses requisitos com um custo compatível com o nível de investimento previsto para o empreendimento”. (FARINHA, 2005, p. 14)
7.1 Material das fôrmas na construção civil
Segundo Figueiredo (2000), as fôrmas são “estruturas provisórias,
geralmente de madeira, destinadas a dar forma e suporte aos elementos de
concreto até a sua solidificação”. Atualmente, associados à madeira tem-se utilizado
fôrmas metálicas e mistas que combinam componentes de madeira com peças de
metal, com “plásticos, papelão e pré-moldados”. O autor reconhece que a
participação do engenheiro é essencial para dimensionar “as fôrmas e escoramentos
provisórios considerando os planos de montagem e desmontagem e o
reaproveitamento na mesma obra”.
“Na construção civil, sempre foi certo consenso deixar para que encarregados e mestres ficassem responsáveis pela definição das fôrmas, acreditando-se no critério adotado para dimensionamento prático fosse suficiente para garantir a estabilidade das estruturas provisórias. Pouca atenção foi dispensada para os custos decorrentes da falta de um rigor maior no trato das fôrmas. Atualmente, com o alto custo da madeira, a necessidade de maior qualidade (controle tecnológico dos materiais), a redução das perdas (materiais e produtividade da mão-de-obra), redução de prazos de entrega (competitividade) etc”. (FIGUEIREDO, 2000, p. 1)
7.2 Utilização de fôrmas de madeira
A madeira tem diversas propriedades que a destacam de outros materiais,
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tornando-a muito mais atraente para sua utilização na Construção Civil.
O tipo de madeira para as tábuas utilizadas na confecção das formas deve
oferecer a resistência necessária para suportar o concreto sem ceder.
Para moldar o concreto aparente, recomenda-se a utilização de chapas
compensadas resinadas em lugar das tábuas porque propiciam um melhor
acabamento e por terem um custo inferior.
A solidarização tanto de chapas compensadas qaunto de tábuas é obtida
com a utilização de acessórios específicos desenvolvidos para essas finalidades e
prestam grande contributo para a inércia das fôrmas.
“Os complementos e acessórios são utilizados para reforçar e sustentar (solidarizar) os painéis de tábuas e de chapas compensadas e podem ser peças únicas de madeira ou metálicas ou, ainda, conjuntos de peças de madeira e metal, como por exemplo: guias, talas de emenda, cunhas, placas de apoio, chapuzes, gravatas, escoras (mão-francesa), espaçadores, estais, tirantes etc. Nos casos das peças de madeira, pode-se usar: sarrafos de ½”x2”; ripas de 1”x2”, 1”x3”; caibros de 2”x3”, 3”x4”, 2”x4”, 4”x5”; pontaletes de 2”x2”, 3”x3”, 4”x4” etc”. (FIGUEIREDO, Ed. 2000)
Figura 4: Tirantes e Espaçadores para solidarização
Fonte: (Figueiredo, Ed. 2000)
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O Brasil ainda não possui normas específicas para as especificações a
serem seguidas para o escoramento, mas para os cálculos são seguidas várias
normas da ABNT, mas é possível que em breve haja uma regulamentação para
essas atividades.
“Situação que deve mudar a médio prazo, pois a Abrasfe - Associação Brasileira das Empresas de Sistemas de Fôrmas e Escoramentos vem estudando, em parceria com empresas do setor, uma norma que englobe todos os procedimentos necessários para locação dos equipamentos, como procedimentos de montagem, especificações dos materiais, cálculos das cargas atuantes nos equipamentos, estocagem das peças e segurança no manuseio”. (ESCORAMENTO, 2011, p. 5)
No item seguinte, abordaremos sobre a utilização das escoras metálicas
com relação às vantagens dos usuários que as adotam.
7.3 As escoras metálicas
As escoras metálicas, além de agilizar a concretagem das lajes, sendo mais
rápidas para a montagem do sistema de escoramento, são reutilizáveis por muitos
anos. Além disso, há mais segurança pois cada escora realmente suporta o peso
indicado nela, evitando acidentes, atrasos e garantindo a qualidade da sua obra.
(Escoras Metálicas, 2012)
“As escoras metálicas são pontaletes tubulares extensíveis com ajustes a cada 10 cm, com chapas soldadas na base para servir como calço. Podem ter no topo também uma chapa soldada ou uma chapa em U para servir de apoio as peças de madeira (travessão ou guia). Os mesmos cuidados dispensados ao escoramento de madeira devem ser adotados para os pontaletes metálicos, tais como: usar placas de apoio em terrenos sem contrapiso, as cargas devem ser centradas e os pontaletes aprumados”. (FIGUEIREDO, 2000, p.3)
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Figura 5: Pontalete Metálico Extensível e Forcado para caibros
Forcado p/ caibros
ex
ten
sív
el
H
Altura (H) variando de
1,80m a 3,30 m
Fonte: (Figueiredo, 2000) Figura 6: Detalhes da Escora metálica (encaixes, apoios, regulagens)
Fonte: (Escoras, 2012)
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Quadro 3: Especificações técnicas e origem das escoras metálicas
Fonte: (Escoras Metálicas, 2012)
Modelos com sistema patenteado de acoplamento da rosca garantem maior
segurança, pois a rosca fica apoiada no tubo além do cordão de solda normalmente
utilizado.
“• Escoras com alta capacidade de compressão de carga. • Regulagem de altura na flauta de 10 em 10 cm. • Compatível com a maioria dos sistemas de escoramento (intercambialidade). • Melhor relação custo benefício do mercado. • Rosca quadrada e luva de ajuste em aço 1020: - melhor encaixe, maior limpeza (fácil desforma) e maior desistência a espanar/escorrer a rosca. - Facilidade de reparos e manutenção. • Pintura epóxi de alta resistência a corrosão. • Sapata reforçada de 4,75 mm de espessura com estampagem de nervura.
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• Sistema inteligente de proteção da rosca que impede a entrada de sujeira e concreto, garantindo maior durabilidade para a escora”. (Escoras Metálicas, 2012, p. 2)
Figura 7: Escoramento Laje 25 cm espessura maciça
Fonte: (Escoras, 2012)
O que tem sido muito comum é o uso compartilhado de escoramentos
mistos, pois mesmo com a utilização do escoramento metálico, o uso do
madeiramento ainda é muito recorrente.
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Figura 8: Escoramentos e fôrmas mistas
Fonte: (Escora Metálicas, 2012)
As fôrmas levam componentes de painéis de madeira e os travamentos e os
escoramentos em metal, que oferecem alta durabilidade quando conservados em
condições ideais; já as peças em madeira oferecem durabilidade restringida a uma
obra em particular ou quando muito com aproveitamento de determinadas peças
para outras construções.
Figura 9: Escoramentos e fôrmas mistas (preponderância de madeira)
Fonte: (Figueiredo, 2000)
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Figura 10: Escoramentos e fôrmas mistas (preponderância de metal)
Fonte: (Figueiredo, 2000) Figura 11: Escoramento misto – Detalhe do teto
Fonte: (Escora Metálicas, 2012)
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8. COMPARAÇÃO ENTRE ESCORAS DE MADEIRA E METÁLICAS
No planejamento de uma obra, o orçamento geral da construção é um item
essencial tanto para buscar recursos junto a uma instituição bancária quanto para
construir com recursos próprios e nesse momento é preciso listar todos os materiais,
todos os serviços que vão ser necessários.
A opção por escoramentos de madeira ou metálicos passa por uma outra
questão: um proprietário autônomo, que irá construir sua casa própria preferirá, por
questões orçamentárias adquirir a madeira que fica um pouco mais em conta ou
alugar as escoras metálicas do que comprá-las. Já um construtor que tem
necessidade constante desses materiais poderá optar pelo escoramento metálico
pelo seu reaproveitamento em inúmeras obras que vá executar.
Em questão de valores para aquisição, os escoramentos metálicos superam
em muito as escoras de madeiras, que custam em média R$ 1,00 por metro linear.
Abaixo estão os preços praticados nas escoras e andaimes metálicos.
“Dimensões e preço (FOB) por unidade: - 1.70m 3.00m a partir de R$ 48,00 - 2.00m 3.50m a partir de R$ 55,00 - 2.20m 4.00m a partir de R$ 70,00 OBSERVAÇÕES: - Pedido mínimo de 100 escoras. - Para pedidos acima de 100, considere sempre múltiplos de 50. Exemplo: 150, 200, 250 etc - Entregamos para todo o Brasil - Outras dimensões disponíveis sob encomenda”. (ANDAIMES METÁLICOS, 2012, p. 1)
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Figura 12: Escoras Metálicas
Fonte: (Escoras Metálicas, 2012)
Figura 13: Escoras em Eucalipto
Fonte: (Scambo, 2008)
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O preço diferenciado entre o escoramento metálico e o de madeira é que
tem feito com que, apesar dos apelos constantes pelo desenvolvimento sustentável,
a construção civil tenha optado pela madeira e aplacado sua consciência utilizando
madeira de reflorestamento com destaque ao eucalipto.
8.1 Argumentos para o uso do escoramento metálico
Segundo Munin (2011), a sustentabilidade é mais do que um assunto, um
debate, ela já não é modismo nem um produto de consumo e sim uma premência
para salvar o meio ambiente.
“Como toda mudança gera desconfiança e apreensão, não será diferente neste caso. Porém, se voltarmos um pouco na história, veremos que ocorreram mudanças em diversos setores, produtos, normas e legislações, que acarretaram quebra de paradigmas e conceitos e que hoje fazem parte do cotidiano de cada um de nós e não mais conseguimos conviver sem eles. É o caso da tão conhecida ISO 9000, que causou semelhante apreensão inicialmente e apostas em seu desuso, mas que hoje em dia, aplicada de forma correta, tem se tornado uma excelente ferramenta para manutenção da qualidade, bem como para melhoria contínua de produtos, processos e serviços”. (MUNIN, 2011, p. 1)
A sustentabilidade é utilizar hoje o que precisamos sem “comprometer a
possibilidade de as gerações futuras atenderem a suas próprias necessidades”,
afirma Munin (2011). Há uma responsabilidade que devemos assumir sobre o ciclo
completo de vida dos produtos utilizados na Construção Civil, onde a grande parte
das empresas não encontrou formas de atender ao mercado consumidor que exige
mudanças concretas de postura para enfrentar o grande problema do efeito estufa e
aquecimento global.
Mendes (2010) também relembra a questão ambiental que está atrelada à responsabilidade ambiental em um ambiente que as empresas também devem assumir posturas sustentáveis, trabalhando com produtos que estejam respeitando em todo o seu ciclo de produção a sintonia com as boas práticas para preservar o planeta.
“E essa questão avança cada dia mais sobre as empresas ligadas à construção civil, dejetos de obras, uso consciente de materiais, reaproveitamento de materiais e tudo ligado diretamente ou indiretamente as questões de preservação de nosso planeta.
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Destaca-se ai o Escoramento Metálico (Cimbramento), que cada dia mais tem seu uso coroado em diversos tipos de obras, dado ao fácil sistema de utilização que emprega peças de encaixe metálico que se adequam as necessidades de altura, proporcionando uma montagem rápida e segura, tendo em vista a não necessidade de corte de madeiras que depois, dificilmente terão utilidades em um novo projeto”. (MENDES, 2010, p. 1)
O apelo que a empresa Andaimes e Escoramentos 3A faz é no sentido que
os seus produtos (andaimes e escoramentos metálicos) podem aplacar a exploração
de madeira e contribuir, assim, com a sociedade no sentido de caminhar no sentido
do desenvolvimento sustentável com práticas empresariais sustentáveis e utilizarem
produtos ambientalmente corretos.
Figura 14: Escoramento Metálico
Fonte: (Escoramento Metálico, 2011)
A construção civil tem evoluído para trilhar o caminho para a industrialização
de processos, buscando alta produtividade, aliada a redução de custos, etapas de
execução na obra e potencialização do lucro. O escoramento metálico constitui uma
ferramenta importante para viabilizar a concretização destes objetivos.
O escoramento metálico substitui vantajosamente a madeira nas obras pois
42
possibilita redução de resíduos e uma prática mais sustentável.
Segundo Araújo (2008), a Construção Sustentável toma como referência
todo o seu entorno e o preserva conscientemente, “de forma a atender as
necessidades de edificação, habitação e uso do homem moderno, preservando o
meio ambiente e os recursos naturais, garantindo qualidade de vida para as
gerações atuais e futuras”.
Os princípios da moderna construção sustentável são autossuficiência e
autossustentabilidade como estágio mais elevado da sustentabilidade, pois é capaz
de manter-se a si mesma, tornando-se autônoma ao atender suas próprias
necessidades, gerar e reciclar seus próprios recursos no local em que foi
implantada.
8.2 Modo executivo
O escoramento é projetado e construído de modo a absorver todos os
esforços atuantes sem sofrer alterações e deformações, inclusive aquelas
decorrentes do processo de concretagem. Devem-se evitar apoios em elementos
sujeitos a flexão, bem como, deve se adotar contraventamentos para obtenção da
rigidez necessária.
Quando o terreno natural apresenta boa consistência, o escoramento pode
ser apoiado diretamente sobre o mesmo. Caso o terreno natural não tenha a
capacidade de suporte necessária, o escoramento deverá ser apoiado em
pranchões ou peças de madeiras.
8.2.1 Modo executivo em escoras de madeiras
O dimensionamento dos escoramentos de madeiras deve ser feito de acordo
com as normas brasileiras para madeiras. A madeira utilizada deve ser de primeira,
isentas de deformações, defeitos, irregularidades ou pontos frágeis.
Os escoramentos podem ser executados com barrotes de madeira de
segunda qualidade (seção de 5,0 x 5,0 cm) ou com escoras de eucaliptos com
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diâmetro geralmente superior a 10,0 cm.
O espaçamento e dimensões exatas entre cada escora são definidas pelo
projetista do projeto, geralmente é feito de forma empírica, ou seja, baseado na
“experiência” do projetista ou do mestre de obras. Todas as escoras devem ser
contraventadas entre si.
As emendas de topo em peças comprimidas devem ficar junto a um nó de
contraventamento, para evitar a deformação de um ponto anguloso. Nas peças
comprimidas, devem-se usar ligações com entalhes.
As peças verticais do escoramento devem ser apoiadas diretamente sobre
materiais de grande resistência como o aço, concreto, pedra, etc. Quando
assentadas sobre material irregular ou menos resistente, como solos de aterros,
alvenaria de tijolo, etc, devem ser apoiadas em peças de madeira dura para distribuir
a carga.
O nivelamento das formas é feito através da utilização de calços de madeira,
tipo cunhas, colocada sobre as escoras.
8.2.2 Modo executivo em escoras metálicas
A montagem de um sistema de escoramento com escoras ajustáveis em
uma edificação geralmente seguem a seguinte sequencia:
1º Passo: Preparação dos painéis de viga = os painéis laterais de vigas são
fabricados pelo setor da carpintaria com as gravatas pregadas conforme o projeto.
2º Passo: Preparação dos painéis de pilares = os painéis de pilares também
são montados pelo setor da carpintaria, geralmente com sarrafos de reforços que
também servirão para emenda das chapas. São montados parcialmente através de
aprumadores para os trabalhos de armação.
3º Passo: Colocação das gravatas de pilar = as gravatas são colocadas e
pregadas no painel lateral do pilar. O seu travamento é feito através da pressão das
cunhas.
4º Passo: Prumo dos Pilares = os pilares são aprumados e utilizando-se
aprumadores, de cantoneira metálica, milimetricamente regulável.
5º Passo: Montagem das formas de vigas = os painéis laterais e os fundos
são ligados entre si através de gravatas pregadas ou firmadas através de cunhas de
44
pressão. Feito isso, a forma deve ser colocada na posição correta.
6º Passo: Colocação das escoras principais = as escoras principais são
posicionadas e mantidas na posição vertical, muitas vezes utiliza-se um tripé para
facilitar que a escora permaneça na posição vertical.
7º Passo: Ajuste na altura = na extremidade superior das escoras é colocado
os forcados que tem a função de sustentação e alinhamento das vigas principais.
Através do tubo da escora e o seu pino é fixada a altura aproximada.
8º Passo: Colocação das vigas principais = as vigays principais são
colocados sobre os forcados, transpassando-as até o comprimento necessário.
9º Passo: Colocação das vidas transversais = as vigas secundárias são
transpassadas e assim simplesmente ajustadas à largura necessária.
10º Passo: Nivelamento = após todo esse processo anteriormente destacado
é procedido à colocação das escoras intermediárias cujas quantidades e
espaçamentos dependem do peso a ser suportado. As escoras devem ser
contraventadas visando-se conferir maior rigidez ao conjunto. Por fim, é verificado o
nivelamento das vigas e lajes, a firmeza das cunhas e a estanqueidade das formas.
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9 ESTUDO DE CASO
Neste Estudo de Caso demonstra-se a comparação de CUSTOS entre a
utilização de Escoras de Madeiras e Escoras Metálicas, bem como um estudo de
Sustentabilidade ao ser referir da utilização de escoras metálicas.
Os estudos foram feitos, tomando-se como base uma casa com 250 metros
quadrados de laje e com espessura de 12 cm de concreto, conforme figura 15 logo
abaixo.
Figura 15: Planta Baixa – Residência Unifamiliar
Fonte: (JMS Engenharia, 2012)
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9.1 Estudo dos custos entre escoras de madeiras e escoras metálicas
Para fazer o estudo de custos entre as escoras de madeiras e escoras
metálicas, levou-se em consideração a quantidade de escoramento por metro
quadrado de laje construída e o comparativo de preços e custos por peças de
escoramentos.
9.1.1. Quantidade de escoramento por metro quadrado de laje
construída
Escoras de Madeira: Num escoramento de laje com escoras de
madeira, conforme várias informações e depoimentos de profissionais da área que
atuam na construção civil, na grande maioria das vezes, os engenheiros projetistas
utilizam o espaçamento de 70 cm entre cada peça de escoras, apesar de que isso
depende muito da espessura da laje, quantidade de carga e sobrecarga, entre
outros, porém, em média, utiliza-se o espaçamento acima.
Utilizando-se este espaçamento, tem-se uma proporção de 1:0,5 ou seja,
uma escora de madeira abrange em média 0,50 metros quadrados (laje, caixaria,
etc). Sendo assim, o cálculo da quantidade de escoras de madeiras é:
Dessa forma, para calcularmos a quantidade de escoras de madeira, será:
A = Metragem da casa= 250,00 m²
Amad = Área média abrangente por escora de madeira= 0,50 m²
Quantidade de Escoras de Madeira: A * Amad
Quantidade Escoras Madeira: 250 * 0,50
Quantidade Escoras de Madeira: 500 unidades de escoras de madeira.
Obs.: Conforme dito anteriormente, chegou-se a estes dados mencionados
acima, somente após várias informações, depoimentos e esclarecimentos de alguns
engenheiros civis, arquitetos, técnicos em edificações e trabalhadores da construção
civil que possuem longos anos de atuação na área da construção civil.
Escoras Metálicas: Já num escoramento de laje com escoras
metálicas, utiliza-se um espaçamento de 90 cm entre cada peça de escora, também
47
pode variar de acordo com a espessura da laje, quantidade de carga e sobrecarga,
entre outros, porém, em média, utiliza-se o espaçamento mencionado acima.
Utilizando-se este espaçamento, tem-se uma proporção de 1:0,8 ou seja,
uma escora metálica cobre em média 0,80 metros quadrados de laje (laje, caixaria,
etc).
Dessa forma, para calcularmos a quantidade de escoras metálicas, será:
A = Metragem da casa= 250,00 m²
Amet = Área média abrangente por escora metálica= 0,80 m²
Quantidade de Escoras de Metálica: A * Amet
Quantidade Escoras Metálicas: 250 * 0,80
Quantidade Escoras Metálicas: 313 unidades de escoras metálicas
Portanto, necessita-se de 187 peças de escoras de madeiras a mais,
contudo, pode-se dizer que ao utilizar escoras metálicas nessa obra, economiza-se
37% em peças para escoramentos.
Obs.: Estes dados mencionados acima foram retirados através de um
programa de software da construção civil (Autodesk). Este programa roda com os
dados do projeto estrutural de uma edificação delimitando todos os pontos e
quantidades de escoras metálicas que devem ser executadas na obra.
9.1.2. Comparativo de preços e custos
Medidas padrão de uma escora de madeira: 5,0 cm x 5,0 cm x 300,0 cm.
Preço médio de compra da escora de madeira com qualidade de segunda:
R$ 1,00/metro linear, ou seja, R$ 1,00 x 3,00m (comprimento/altura da escora) = R$
3,00 por cada escora de madeira.
Preço médio de aluguel da escora metálica: R$ 0,18/dia, ou seja, R$ 5,40
/mês (0,18 x 30).
Escora Madeira:
Quantidade escoras de madeira = 500 unidade
Valor Compra unidade de escoras de Madeira = R$ 3,00
48
Valor Total= 500 * 3,00
Valor Total de Compra Escoras de Madeiras: R$ 1.500,00.
Escora Metálica:
Quantidade escoras metálicas = 313 unidade
Valor Aluguel Diário unidade de escoras Metálicas = R$ 0,18
Tempo Aproximado de Escoramento Metálico = 30 dias
Valor Total= 313 * 0,18 * 30
Valor Total de Aluguel Escoras Metálicas: R$ 1.690,20.
Obs.: Aproximadamente, o tempo de montagem das caixarias (10 dias) e cura
do concreto da laje (28 dias), levariam no total 38 dias, porém, em geral, é muito
difícil que um engenheiro civil, arquiteto ou trabalhadores de construção civil, deixe
todas as peças de escoras durante os 28 dias, desta forma, leva-se em conta que o
cliente utilize o serviço de aluguel de escoras metálicas por um prazo de 30 dias em
média.
Portanto, a diferença de custo entre escoras de madeiras e escoras metálicas
resultou em R$ 190,20 a menos se forem utilizar escoras de madeiras, contudo,
pode-se dizer que as escoras de madeiras, num primeiro momento, são cerca de
11,2% mais baratas do que as escoras metálicas.
Deve-se levar em conta mais algumas outras considerações importantes que
devem ser inseridas e incrementadas ao cálculo feito acima:
- Frete de Entrega: geralmente as madeireiras/serrarias apenas fabricam
(desmembramento de madeira) as peças de escoras de madeiras, ficando o custo
do frete por conta dos seus clientes. Conforme consultas a alguns freteiros, o preço
de frete gira em torno de R$ 30,00.
- Frete de Entulho: provavelmente essas escoras de madeiras após as suas
utilizações vão virar lixo e/ou entulho de construção, que necessitarão ser
encaminhadas ao depósito do lixão do município, consequentemente isso gera um
custo de frete ou custo de uma caçamba de entulho. Conforme consultas a
empresas de locação de caçamba de entulho, o preço gira em torno de R$ 80,00;
- Mão de obra: com o uso de escoras metálicas, pode-se, seguramente,
reduzir a quantidade de mão de obra, pois não há necessidade de ficar
ajustando/calçando as mesmas, com isso, nem que seja somente no período de
49
concretagem da laje, pode-se reduzir um funcionário. Levando-se em consideração
que um servente de pedreiro receba cerca de R$50,00 a diária, em 10 dias (período
necessário para fazer a caixaria com os devidos escoramentos), o mesmo custa
cerca de R$500,00.
Obs.: O cliente poderá deixar de contratar um ajudante durante estes 10 dias
ou até mesmo direcionando o mesmo a outro serviço.
Diante disto, estes custos extras podem chegar ao valor de R$ 610,00.
Portanto, após analise das considerações descritas acima, percebe-se e
conclui-se que o custo da escora metálica fica mais econômico que o escoramento
feito por madeiras, isso apenas analisando CUSTOS.
9.2 Estudo de sustentabilidade sob o uso de escoras metálicas e de
madeiras
Ao falar sobre a Sustentabilidade no caso comparativo entre Escoras de
Madeiras e Escoras Metálicas, além de tudo o que já foi dito anteriormente, usando
dados específicos do nosso município (Sinop/MT) no que tange à quantidade de
alvarás de construção, metragem quadrada total de área total construída e
principalmente a metragem quadrada de construções com lajes no ano de 2011.
Conforme planilha com dados construtivos (metragem quadrada, quantidade
de alvarás de construção, tipos de construções, etc.) do município de Sinop/MT no
ano de 2011 (enviado via e-mail) através da Secretaria Municipal de Obras, em
nome do Fiscal de Obras, Sr. Luiz da Penha Araújo, foram emitidos 2.034 alvarás de
construção, totalizando 413.920,91 metros quadrados de áreas construídas, sendo
99.040,61 metros quadrados destinados a construções com lajes de concreto
(residencial e/ou comercial).
Diante destes dados onde cerca de 99.000,00 m² (metros quadrados) de
área construída foram em residências e/ou comércios com lajes de concreto no ano
de 2011, foram feitos os seguintes “cálculos” quanto à sustentabilidade:
De acordo com a legislação em vigor, o diâmetro mínimo de corte de uma
50
árvore adulta e considerada produtiva é de 50 cm (0.5 m). O diâmetro mínimo de
corte é estabelecido por espécie comercial manejada, podendo variar de espécie
para espécie. Para efeito de cálculos, considerou o diâmetro hipotético de 50 cm,
que é o mínimo preconizado pelo Decreto Estadual nº 1.862, de 24 de Marco de
2009, em seu Artigo 8º, § 1º.
Para o parâmetro “altura” a legislação não preconiza um valor mínimo a ser
adotado. Para efeito de cálculos, está considerando-se a altura hipotética de 10
metros de altura, valor este considerado mediano e comum para o parâmetro
denominado altura de uma árvore na nossa região.
Conhecendo-se os parâmetros variáveis “diâmetro” e “altura” de uma árvore,
podemos partir para o cálculo do volume do toro de uma árvore, sem considerar o
seu desdobramento e/ou transformação em madeira serrada. Para isto, estaremos
considerando o fator de forma 0,7 para cálculo de volume médio preconizado pelo
Decreto Estadual nº 1.862, de 24 de Março de 2009, em seu Artigo 20, § 1º.
De acordo com o Decreto Nº 1.375, de 03 de Junho de 2008, no seu Art. 1º,
considera-se toro a parte ou uma seção de uma árvore que foi abatida, transportada
para uma esplanada e repicada. De acordo com o Decreto Nº 1.375, de 03 de Junho
de 2008, Art. 3º, § 2º, o cálculo de medição do toro pelo método geométrico deverá
seguir aos parâmetros do Manual de Procedimentos de Estocagem, Medição e
Fiscalização de Produtos Florestais produzido pelo Ministério Público do Estado de
Mato Grosso em maio de 2008.
Dessa forma, para calcularmos o volume do toro de uma árvore abatida,
será:
d = Diâmetro: 50 cm = 0.5m
h = Altura: 10 m
f = Fator de Forma: 0.7
G = Área basal ((π*d2)/4) = ((π*0. 52)/4) = 0.19635
Volume: G * h * f
Volume: ((π*d2)/4) * h * f
Volume: ((π*0. 52)/4) * 10 * 0.7
Volume: 1.37444 m3
As peças de madeiras que são utilizadas para escoramento de lajes e afins
51
podem ser conceituadas de acordo com o Decreto Nº 1.375, de 03 de Junho de
2008, no seu Art. 5º, letra “a” como sendo madeira serrada, ou seja, a madeira que
foi submetida ao processo de serragem por serra fita ou serra circular, sendo
desdobrados em tábuas, caibros, pontaletes ou vigas.
A tora de madeira para se transformar em madeira serrada sofre um
processo de transformação industrial, denominado de desdobramento, ou seja, a
tora bruta foi processada (desdobrada) e transformada em madeira serrada. Este
processo industrial mecanizado, por mais aprimorado que seja, ocasiona perdas
significativas na transformação do produto final. Através da utilização dos índices de
transformação praticados no Sistema de Comercialização e Transporte de Produtos
Florestais (SISFLORA), a transformação de uma tora de madeira em madeira
serrada (caibro para escoramento) gera um desconto de índice padrão de 45%,
considerado como perda no processo industrial de transformação. Para efeito de
cálculo, consideraremos o percentual correspondente a 45%.
Dessa forma, uma árvore na condição de toro bruto, com diâmetro de 50 cm,
altura de 10 metros, volume de 1.37444 m3 (metros cúbicos) após sofrer a
transformação pelo processo industrial de desdobro e aplicação do índice padrão de
45% de desconto, apresentará um volume de 0.75594 m3 (metros cúbicos) de
madeira serrada na tipologia de caibro para escoramento de madeiras.
Para a quantificação da volumetria da madeira serrada, consideramos o que
preceitua o Decreto Nº 1.375, de 03 de Junho de 2008, no seu Art. 6º, onde a
medição de madeira serrada para a obtenção do volume é obtida pela multiplicação
de três grandezas, sempre respeitando o princípio matemático de se multiplicar
grandezas iguais, observada a seguinte fórmula:
VEscora: E * L * C
Onde:
VEscora: volume da escora e/ou peça em m3 (metros cúbicos);
E: Espessura da escora e/ou peça, em metro;
L: Largura da escora e/ou peça em metro;
C: Comprimento da escora e/ou peça.
Para efeito do calculo demonstrativo, consideraremos uma escora e/ou peça
individual como apresentando as seguintes dimensões:
E: 5 cm = 0.05m;
L: 5 cm = 0.05m;
52
C: 320 cm = 3.2 m.
Dessa forma o volume de uma escora e/ou peca individual será:
VEscora: E * L * C
VEscora: 0.05 * 0.05 * 3.2
VEscora: 0.0080 m3
Através do conhecimento das variáveis calculadas acima, pode-se
seguramente afirmar que uma árvore na modalidade de toro de madeira, após
passar pelo processo industrial de desdobramento poderá gerar cerca de 95 escoras
de madeiras, nas dimensões nominais de uso na construção para escoramento.
Se for utilizado uma escora de madeira para cada 0.50 m2 (metros
quadrados) de área construída de laje, conforme mencionado acima, pode-se
afirmar que uma árvore pode atender a 47,5 m2 (metros quadrados) de área
construída com lajes de concreto.
Com os dados fornecidos pela Prefeitura Municipal de Sinop, onde, no ano
de 2011, foram construídas cerca de 99.000 m2 (metros quadrados) de lajes de
concreto e sabendo-se que a proporção da quantidade de escoras de madeira é de
1:0,5, temos que, seria necessário aproximadamente 198.000 peças de escoras de
madeiras para fazer o escoramento das laje construídas no ano de 2011.
Contudo, sabendo-se que cada peça de escora de madeira possui 0,0080
m3 (metros cúbicos) de madeira, seria necessário um total de 1.584,00 m3 (metros
cúbicos) de madeiras (0,008 x 198.000) somente para a fabricação de peças de
escoras de madeiras utilizadas na construção dos 99.000 m2 (metros quadrados) de
lajes de concreto no município de Sinop no ano de 2011.
De posse de todas essas informações (Secretaria de Obras do Município de
Sinop em nome do Fiscal de Obras Sr. Luiz da Penha Araujo e do Engenheiro
Florestal Sr. Marcos Luciano Smaniotto), concluí-se que só para as construções com
lajes de concreto no ano de 2011 em Sinop, seria necessário o corte de
aproximadamente 2.095 árvores (1.584,00 m3 / 0.75594 m3).
Esta quantidade árvores subtraídas da floresta, sem dúvida alguma, seria
reduzido significativamente, até mesmo, zerando, caso fosse utilizado escoras
metálicas ao invés de escoras de madeira.
Nota-se e conclui-se o grande impacto que isso deixaria de causar em
nossas florestas que muito estão sendo desmatada, isso sim seria uma maneira real
de sustentabilidade.
53
No contexto amplo da sustentabilidade, principio este tão comentado
atualmente, a utilização das escoras metálicas seria a evolução do sistema
convencional, as escoras de madeira, garantindo dessa forma uma perfeita relação
custo/benefício, além de ajudar ao meio ambiente, pois reduz o uso de madeira nas
obras. Em relação aos sistemas usuais com madeira, o sistema de escoramento
metálico tem como principais características o menor impacto ao meio ambiente,
maior aproveitamento dos recursos naturais renováveis; menor desperdício e
geração de resíduos e/ou entulhos no canteiro de obras, entre outros. Com o uso do
escoramento metálico, é possível reaproveitar o material no re-escoramento de
outras lajes e afins inúmeras vezes, de forma ecologicamente correta, tendo em
vista a não necessidade de corte de madeiras que dificilmente terão utilidade em um
novo projeto.
Nesse sentido, a utilização regular e continuada das escoras metálicas na
indústria da construção civil proporcionaria o corte de menor quantidade de árvores,
possibilitando dessa forma um ganho real ao setor e para a sociedade, pois evita-se
que árvores sejam derrubadas e utilizadas em apenas uma obra, passando a
construção civil a adotar práticas empresariais sustentáveis e utilizar produtos
ambientalmente corretos.
A menor utilização de madeira para o uso na construção civil na condição de
escoramento, não significaria um processo de desaceleração da economia do setor
madeireiro, que é tão importante para a nossa região. O intuito da utilização do
escoramento metálico seria proporcionar um maior grau de utilização da madeira,
visto que este recurso natural renovável esta se tornando cada vez mais escasso, na
esfera mundial.
Nesse sentido atribui-se a utilização do escoramento metálico em
substituição ao escoramento por madeiras, visando um maior grau de utilização da
madeira existente em nossa região, podendo dessa forma gerar um maior valor
agregado na comercialização deste recurso natural renovável denominado madeira.
54
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao final dessa pesquisa sobre Escoramentos podem-se tecer algumas
considerações sobre o tema bastante relevante para os investimentos na construção
civil no Brasil.
Procurando fazer uma comparação entre os escoramentos metálicos e os de
madeira vê-se que prevalece na construção civil pelo Brasil a utilização da madeira.
No entanto, o forte apelo do mercado consumidor consciente da necessidade de
interromper a degradação da natureza e zelar pela qualidade de vida do planeta,
garantindo-a para as novas gerações tem empurrado o setor para o viés do
desenvolvimento sustentável.
Nesse contexto, os Escoramentos Metálicos ganham à dianteira e nota-se
que há ampla oferta desses equipamentos, inclusive com empresas que se dispõem
a entregá-los por todo o Brasil, se o pedido for acima de certa quantidade.
No aspecto de segurança, os escoramentos metálicos também saem na
frente, pois a madeira corre o risco de ceder, principalmente porque não traz as
especificações quanto ao peso suportado.
Outro aspecto é a facilidade do transporte, da montagem e da
desmontagem, da pequena ocupação em canteiros de construção com pouco
espaço.
O grande vilão ainda é o preço, pois enquanto o metro de uma escora de
madeira é à volta de R$ 3,00, uma escora metálica alugada mensalmente custa em
média de R$ 5,40/mês restando a opção, para usos esporádicos, pela locação do
equipamento pelo tempo necessário para cada fase da construção.
Tomando-se como base estes valores mencionados acima (Escora de
Madeira R$ 3,00 para comprar uma peça e Escora Metálica R$ 5,40 para alugar por
um período de 30 dias) constata-se que o custo é de 11,2% mais econômica para
utilização de escoras de madeiras, porém, ao levarem-se várias outras
considerações importantes como as despesas extras (frete, entulho, mão de obra,
etc.), prova-se que a escora metálica é mais vantajosa também no quesito
financeiro, além das demais vantagens descriminadas acima.
O estigma de ser atrasado, antiquado já está se dissipando na construção
civil que agora entra em nova fase de buscar ser mais amiga do ambiente e de se
55
desenvolver; o setor tem evoluído para trilhar o caminho para industrializar
processos, com vistas à alta produtividade com redução de custos, ganho de tempo
e potencialização do lucro.
Neste sentido, o escoramento metálico poderá contribuir e muito para
alavancar o setor, tanto em custo-benefício quanto em desenvolvimento sustentável.
56
SUGESTÃO PARA TRABALHOS FUTUROS
Como sugestão para trabalhos futuros, sugere-se dar sequencia em estudos
mais aprofundados sobre a sustentabilidade e a quantidade exata de escoramentos
metálicos e de madeiras utilizados em lajes treliçadas, maciças e ou nervuradas.
Acompanhar e relatar a diferença na execução em obras que utilizam os
dois tipos de escoramentos.
Elaborar um programa para elaboração de “Projetos de Escoras” afim de
facilitar a elaboração dos projetos de escoramento e dar maior credibilidade e
conscientização pela mudança de escoras de madeiras por escoras metálicas.
57
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60
ANEXO A – GLOSSÁRIO NA ÁREA DE EXECUÇÃO DE FÔRMAS
Assoalhos – ou tablados, são os painéis das fôrmas de madeira para as lajes.
Caixaria – são as fôrmas das vigas, pilares e blocos feitos de madeira.
Contraventamento – são reforços de madeira feitos nos escoramentos colocados
de forma inclinada, para evitar deslocamentos horizontais.
Espaçadores – são peças de plástico ou argamassa usados para evitar que a
armadura encoste na fôrma e garanta o espaçamento mínimo na concretagem.
Espaçamento – é a distância máxima entre os gastalhos (gravatas, costelas) nos
painéis.
Distanciadores – são peças colocadas no interior das fôrmas para garantir as
dimensões definidas no projeto. Podem ser de plástico, metal, madeira ou
argamassa.
Galgas – peças de metal, plástico ou argamassa usadas para evitar o
estrangulamento interno das fôrmas.
Garfo – são escoras de madeira duplamente travadas que servem de apoio para as
fôrmas de vigas.
Gastalhos (gravatas) – são as peças curtas de madeira ou metal utilizadas para dar
solidarização aos painéis. Podem ser de ripas de madeira ou peças metálicas.
Gravatas – o mesmo que gastalho, é a nomenclatura adotada no canteiro. São as
peças de reforço dos painéis de vigas e pilares para resistir ao esforço provocado
por ocasião do lançamento do concreto.
Guias – soa as peças que suportam os travessões ou em alguns casos em
substituição aos travessões. São de madeira (caibros de 3”x4” ou tábuas de 1”x12”).
Janelas de inspeção – são as aberturas deixadas na parte inferior das fôrmas de
pilares, vigas altas e paredes de CA, para a execução da limpeza antes da
concretagem.
Montantes – são peças de reforço de gravatas usados em pilares, geralmente
ligados entre si por meio de tirantes (arames retorcidos, vergalhões, rosqueáveis
etc). São de madeira (caibros de 3”x3” ou 3”x4”) ou metálicos (fôrmas moduladas).
Mosquitos – são pequenas peças de madeira feitas de chapa de compensados
(2x2 cm) usadas como anteparo na fixação de pregos para facilitar sua retirada no
momento da desfôrma.
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Romaneio – tipo de lista de conferência geralmente emitida pelo fornecedor de
madeira (madeireira) ou de fôrmas prontas.
Tirantes – são peças de reforço contra esforços decorrentes do empuxo do
lançamento do concreto, são feitas de arame retorcido, barras de aço, peças
metálicas com chapas e pontas rosqueáveis.
Travejamento – reforços nas escoras para evitar a flambagem das peças.
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