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TEXTO 1: A HISTÓRIA DA FORMAÇÃO DO PENSAMENTO SOCIOLÓGICO BRASILEIRO

SociologiaProfessor: Paulo Melo

1. O DESENVOLVIMENTO DA SOCIOLOGIA NO BRASIL A Sociologia brasileira começa a “engatinhar” a

partir da década de 1930, vindo a se fortalecer nas décadas seguintes;

Antes da década de 1930 muitos ensaios sociológicos sobre o Brasil foram elaborados por historiadores, políticos, economistas, etc. No entanto, na maioria destes trabalhos, os autores apresentavam a tendência de escrever sobre raça, civilização e cultura, mas não tentavam explicar a formação e a estrutura da sociedade brasileira.

O Modernismo, a formação de partidos (sobretudo o partido comunista) e os movimentos armados de 1935, contribuíram para o desenvolvimento da Sociologia.

De acordo com o sociólogo brasileiro Otávio Ianni (1926-2003), a implantação da Sociologia no Brasil como ciência, pode ser dividida em fases ou em geração de autores, destacamos aqui três delas, as quais se complementam:

FASE LITERÁRIA: A primeira geração da Sociologia brasileira seria composta por aqueles autores que se preocuparam em fazer estudos históricos sobre a nossa realidade, com um caráter mais voltado à Literatura do que para a Sociologia.

Destaca-se o autor Euclides da Cunha e sua obra “Os Sertões”.

O livro “Os Sertões” é um clássico da literatura brasileira e trata-se de um ensaio sociológico sobre a Guerra de Canudos, que aconteceu no interior da Bahia, a partir de 1895.

Canudos era um vilarejo situado no sertão norte da Bahia, lugarejo pobre, longe da capital do país, Rio de Janeiro e do estado, Salvador. Na República Velha, a descentralização do poder fez surgir o coronelismo, que oprimia a população tanto quanto o período imperial. Os impostos aumentaram, a República não beneficiou em nada as camadas mais pobres do Brasil, surgindo alguns movimentos rurais de resistência ao governo, como em Canudos e Contestado e muitos movimentos urbanos, como o tenentismo, revolta da chibata, revolta da vacina, greves, manifestações, etc.

Forças federais estacionadas na vizinha cidade de Monte Santo, da qual partiriam os comboios da segunda expedição contra Canudos.

Uma das raríssimas fotos de Canudos íntegra, antes dos ataques que iriam destruí-la. Um modo de viver que contrastava com o resto do sertão. Há mais registros fotográficos do exército e das forças legais.

Num acampamento do Exército brasileiro, à espera do ataque ao arraial. Os soldados da fotografia estão na hora do rancho.

Nas campanhas militares contra Canudos, reuniram-se forças do Exército e tropas estaduais baianas com o poderio bélico crescente.

O leito seco do rio Vaza-Barris ilustra os gravíssimos períodos de estiagem que afligiam o Nordeste na época das peregrinações.

Nas grandes cidades, a imprensa recorria às charges para retratar o "fanático" e a repressão militar a ele.

Mulheres e crianças se entregam aos soldados da quarta expedição militar contra Canudos: fraqueza, fome, doenças e principalmente, medo.

A Igreja de Antônio Conselheiro foi destruída a tiros de canhão. A maioria dos canudenses presos foi degolada. A Igreja Católica considerava Conselheiro um herege. Por isso não houve problemas de bombardear seu templo.

Antônio Conselheiro morto. Foi encontrado em cova rasa, vestindo sua túnica azul e sandálias. Esta é a única fotografia que se tem dele. Canudos deveria ser motivo de vergonha ao exército brasileiro.

As ruínas da igreja, atualmente. Só ficam visíveis quando baixa muito o nível das águas do açude de Cocorobó, que inundou toda a região

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