teoria da contabilidade

Post on 08-Nov-2015

5 Views

Category:

Documents

1 Downloads

Preview:

Click to see full reader

DESCRIPTION

tudo sobre a contabilidade

TRANSCRIPT

  • VIII Encontro Latino Americano de Iniciao Cientifica e IV Encontro Latino Americano de Ps-Graduao Universidade do Vale do Paraba

    999

    TEORIA DA CONTABILIDADE

    Mauro Aparecido da Silva 1 Jonas Comin de Campos 2

    1-Faculdade de Cincias Sociais Aplicadas FCSA Universidade do Vale do Paraba. Av. Shishima Hifumi 2911 Urbanova, 12244-000 So Jos dos Campos, SP.

    e-mail1: silva-mauro@bol.com.br 2-Instituto de Pesquisas& Desenvolvimento IP&D Universidade do Vale do Paraba.

    Av. Shishima Hifumi 2911 Urbanova, 12244-000 So Jos dos Campos, SP. e-mail2: comin@uol.com.br

    Palavras-chave: Contabilidade, Empresa, Usurio. rea do Conhecimento: IV Cincias Sociais Aplicadas Resumo: O artigo estuda e investiga a Teoria da Contabilidade, sua evoluo e suas tendncias. O escopo analisar a relao existente, em especial enfocar a importncia das Informaes Contbeis e os usurios delas, sempre ciente do processo de normatizao e harmonizao de Normas e Princpios Contbeis. A Contabilidade vista como um componente social desde os primrdios, uma vez que se vincula sociedade acabando a evolurem juntas. Por outro lado, por ser uma cincia social, a Contabilidade sofre influncias do meio em que opera e deve ser adaptada ao contexto das mudanas scio-poltico-econmicas, sem prejudicar seu propsito que atender bem a todos os usurios da Informao Contbil.

    INTRODUO

    A Contabilidade um dos conhecimentos mais antigos que surgiu pela necessidade prtica do prprio gestor do patrimnio. O propsito era conhecer, controlar, medir resultados, obter informaes sobre produtos mais rentveis, fixar preos e analisar a evoluo de seu patrimnio.

    Dessa forma, o gestor passou a criar rudimentos de escriturao que atendessem a tais necessidades.

    Ao longo dos sculos, muitas tentativas foram sendo elaboradas at que o mtodo das partidas dobradas princpio de que para todo dbito em uma conta existe simultaneamente um crdito, da mesma maneira que a soma do dbito ser igual ao do crdito, sendo a soma dos saldos devedores igual a soma dos saldos credores mostrou-se o mais adequado, produzindo informaes teis e capazes de atender a todas as necessidades dos usurios para gerir o patrimnio.

    Com a formao de companhias, a Contabilidade passou a interessar a grupos maiores de pessoas acionistas, financiadores, banqueiros, fornecedores, rgos pblicos, empregados -, alm da sociedade em geral, uma vez que a vitalidade das empresas tornou-se assunto de relevante interesse social.

    A Contabilidade formatou-se de acordo com o ambiente no qual fora operada. Como os povos tm histrias, valores e sistemas polticos diferentes, ela ganhara padres diferenciados de desenvolvimento financeiro-contbil.

    No Brasil, a Contabilidade difere-se dos demais pases pela diversidade, pois os sistemas e mtodos contbeis so impares. Enquanto em alguns pases como os Estados Unidos da Amrica (EUA), a informao financeira dirigida principalmente s necessidades dos investidores e dos credores. A utilidade da deciso aparece como critrio para julgar sua qualidade. Por outro lado, em vrios pases Sul-Americanos, est designada primeiramente para assegurar que o montante apropriado do imposto de renda seja arrecadado pelo governo.

    A Lei n 6.404/76 contempla no Brasil o tratamento tributrio, porm est mais ligada proteo dos credores da entidade. J na Europa e sia, a Contabilidade designada para auxiliar no cumprimento das polticas macroeconmicas, tais como o alcance de uma taxa pr-determinada de crescimento na economia nacional.

    Percebe-se que a Contabilidade possui vrios modelos e padres, mediante as caractersticas dos pases. No entanto, de qualquer forma tem uma dinmica e uma maleabilidade muito grande, adaptando-se perfeitamente em qualquer contexto scio-econmico-cultural em que esteja inserida.

    OBJETIVOS

    Desenvolver o raciocnio contbil,adquirindo uma viso ampla da teoria da Contabilidade, pela sua fundamentao.

    Sendo que o objetivo geral interpretar e analisar os fenmenos da Contabilidade, de tal modo a permitir a sua adequada anlise, avaliao, classificao e

  • VIII Encontro Latino Americano de Iniciao Cientifica e IV Encontro Latino Americano de Ps-Graduao Universidade do Vale do Paraba

    1000

    reconhecimento, de acordo com os princpios e convenes contbeis.

    METODOLOGIA

    A abordagem indutiva partiu de uma leitura investigativa por meio de obras literrias e artigos divulgados em sites , a fim de se obter maior embasamento terico-prtico sobre o tema.

    1. CONCEITOS

    Num estudo realizado por (RODRIGUES, 2004), h evidncias de que o termo Contabilidade de origem Ibrica.

    Ficou definido no Primeiro Congresso de Contabilidade, realizado no Rio de Janeiro que Contabilidade a cincia que estuda e pratica as funes de orientao e controle relativo aos atos e aos fatos da administrao econmica (AIROSA NETTO, 1980).

    Vrias foram as doutrinas sobre Contabilidade. Na viso de (MIRANDA, 2004), trata-se da cincia que estuda e controla o patrimnio, objetivando represent-lo graficamente, evidenciar suas variaes, estabelecer normas para sua interpretao, anlise e auditagem, alm de ser utilizado como instrumento bsico para a tomada de decises de todos os setores direta ou indiretamente envolvidos com a empresa.

    Corroborando com, (ALMEIDA, 1996) diz que mediante o registro, a demonstrao expositiva e as revelaes de fatos ocorridos no patrimnio das entidades, o escopo da Contabilidade oferecer informaes acerca da composio do patrimnio, suas variaes e o resultado econmico decorrente da gesto da riqueza econmica.

    De modo geral, na Contabilidade o objeto sempre ser o Patrimnio de uma entidade, definido como um conjunto de bens, direitos e obrigaes para com terceiros, pertencentes a uma pessoa fsica ou a um grupo de pessoas (RODRIGUES, 2004).

    No Brasil, a Estrutura Conceitual Bsica da Contabilidade, inicialmente elaborada pelo Instituto de Pesquisas Contbeis, Atuariais e Financeiras (IPECAF) e incorporada ao conjunto de pronunciamento do Instituto Brasileiro de Contadores (IBRACON) em 22 de novembro de 1985, define a Contabilidade como "um sistema de informaes e avaliao destinada a prover seus usurios com demonstraes e anlise de natureza econmica, financeira, fsica e de produtividade, com relao entidade objeto de contabilizao.

    2. ESCOLAS DE CONTABILIDADE

    No entanto, acredita-se que as doutrinas contbeis foram introduzidas por diversas escolas conforme o perfil da poca em que eram delineadas.

    2.1 Escola italiana

    Surgiu entre os sculos XIII e XIV, ganhando repercusso por toda a Europa com a obra do Frei Luca Pacioli La Summa de Arithmetica, Proportioni et Proportionalit . Vrias foram as correntes de pensamento contbil derivadas da Escola Italiana, dentre as mais relevantes (RODRIGUES, 2004):

    Contismo define a Contabilidade como a cincia das contas. O termo Conta Capital era visto como a dvida da empresa para com o capitalista;

    Personalismo enfatiza a relao jurdica entre as pessoas como propsito da Contabilidade. A Contabilidade passou a ser considerada como informacional sobre a gesto das entidades;

    Controlismo limita a cincia em funo do controle das entidades, mediante critrios de convenincia econmica. Desenvolveu princpios sistmicos que informavam acerca do patrimnio, dos inventrios, das avaliaes de bens, dos oramentos e das demonstraes contbeis;

    Neocontismo acentua a cincia como sendo o estudo da anlise patrimonial e dos fenmenos decorrentes da gesto empresarial. Concentrou-se na teoria materialista ou positivista das contas. Sua maior contribuio foi a separao entre passivo e situao lquida no balano;

    Aziendalismo define Contabilidade como a cincia da administrao da entidade. O resultado era considerado o mais importante fenmeno econmico da empresa;

    Patrimonialismo v a cincia como estudo da esttica, da dinmica e da revelao patrimonial.

    2.2 Escola americana

    Surgiu juntamente com as grandes corporaes no incio do sculo XX. Caracterizou-se pelo aspecto prtico no tratamento de problemas econmico-administrativos, com limitadas construes tericas as quais tiveram origem em entidades ligadas a profissionais da classe contbil (RODRIGUES, 2004).

    A Escola Americana transformou-se numa das mais importantes e influentes no mundo, ditando regras para o tratamento de questes ligadas Contabilidade de Custos, Controladoria, Anlise das Demonstraes Contbeis, Gesto Financeira, Controle Oramentrio etc. Foram estabelecidos dois

  • VIII Encontro Latino Americano de Iniciao Cientifica e IV Encontro Latino Americano de Ps-Graduao Universidade do Vale do Paraba

    1001

    objetivos gerais, quanto ao fornecimento de informaes sobre os(as):

    Recursos econmicos e obrigaes da entidade;

    Mudanas nos recursos da entidade, visando fomentar a qualificao das informaes aos diversos usurios.

    2.3 Escola alem

    Na concepo de (MEDRADO, 2004), a Escola Alem derivada em parte das crescentes necessidades dos usurios das informaes contbeis nos vrios setores da sociedade entre o final do sculo XIX e incio do XX. Essa evoluo ocorreu mediante fatores como:

    Desenvolvimento dos mercados financeiros;

    Acelerao crescente da concentrao das companhias;

    Expanso dos grupos empresariais;

    Crises sociais dos perodos de guerra e ps-guerra.

    A criao de grandes empresas, como as multinacionais ou transnacionais, por exemplo, que requerem grandes capitais, de muitos acionistas, foi o primeiro motivo do estabelecimento das teorias e prticas contbeis. A idia era permitir uma correta interpretao das informaes, por acionistas ou outros interessados, em qualquer parte do mundo (CONTABILIDADE, 2004).

    Acima de tudo, a Escola Alemanha significou uma importante contribuio ao processo de comunicao contbil.

    2.4 Escola neopatrimonialista

    Consiste em uma nova corrente cientfica que se aplicou na direo de classificar e reconhecer, especialmente as relaes lgicas que determinam a essncia do fenmeno patrimonial das dimenses ocorridas.

    O Neopatrimonalismo enfatiza a razo dos acontecimentos dos fatos, ou seja, qual a verdadeira influncia dos fatores que produzem a transformao da riqueza ambientes interno e externo que envolvem os meios patrimoniais (RODRIGUES, 2004).

    3. HISTRICO

    3.1 Os primrdios da Contabilidade

    A Contabilidade to antiga quanto a prpria civilizao. H fortes evidncias de que ela surgiu 6.000 anos a.C., dos povos Babilnicos, Fencios, Egpcios, Gregos, Cretenses, Romanos etc. A cincia passou por um perodo: poca Emprica (6.000 a 1.202 a.C.) que se caracterizou pela ausncia de sistematizao dos registros e pela ausncia dos estudos de natureza cientfica e metodolgica.

    Numa obra, (SANTOS, 2004) afirma que a Contabilidade surgiu das necessidades que as pessoas tinham de controlar aquilo que possuam, gastavam ou deviam. Procura constante de sempre encontrar uma maneira simples de aumentar suas posses. Logo, com as primeiras administraes, apareceu a necessidade dos registros.

    Durante um longo perodo a Contabilidade foi vista como arte da escriturao mercantil do povo Sumrio, o qual utilizava tcnicas especficas que foram sendo aperfeioadas e especializadas, sendo algumas delas aplicadas at os dias de hoje. Conforme o enriquecimento gradual do homem, era imposto o estabelecimento de tcnicas para controlar e preservar seus bens.

    A priori, a Contabilidade era utilizada para anotar a medio, o transporte e a comercializao de trigo que acontecia entre os rios Tigres e Eufrates, na regio da Mesopotmia. Pesquisas de (VIANA, 1997), apontam hierglifos desenhos como figuras de pastores registrando suas ovelhas por meio de pedrinhas.

    Na Babilnia, a escriturao era realizada em tbuas de argila. Os templos j possuam escritrios prprios DUB-SAR e o chefe de escriturao era DUB-SARMAG ou PA-DU-SAR . Com a inteno de evitar adulteraes, criaram o Selo do Sigilo do Templo. marcando uma nova fase de evoluo no controle e nas administraes. Perodo este em que apareceram o Dirio e o Memorial. No Imprio Mdio, (SANTOS, 2004) relata que foi encontrado um livro escriturrio, o Livro de Contas da Corte Real, em que era feito o registro dirio da entrada de bens.

    At o aparecimento da moeda a evoluo da cincia Contbil foi lenta. Na poca da barganha troca pura e simples de mercadorias -, os negociantes anotavam as obrigaes, os direitos e os bens perante terceiros, porm, obviamente, tratava-se de um mero elenco de inventrio fsico, sem avaliao monetria.

    Entretanto, foi o Egito que revolucionou a humanidade e, por seguinte, a evoluo da Contabilidade, tanto pelo amor Escrita quanto pela revoluo de todas as cincias.

    3.2 Atividades mercantis na Europa

  • VIII Encontro Latino Americano de Iniciao Cientifica e IV Encontro Latino Americano de Ps-Graduao Universidade do Vale do Paraba

    1002

    Foi na Europa que a Contabilidade atingiu a fase adulta e madura. Cidades como Veneza, Gnova, Florena e Pisa fervilhavam de atividade mercantil, econmica e cultural a partir do sculo XIII. poca essa em que Luca Pacioli escreveu o famoso Tractus de Computis et Scripturis exposio da Contabilidade mais completa e rica em detalhes de todos os tempos.

    3.3 Contabilidade moderna

    A partir de 1920, a ascenso econmico-cultural da regio norte-americana, com o surgimento das gigantescas corporaes, aliado ao formidvel desenvolvimento do mercado de capitais e ao extraordinrio ritmo de desenvolvimento que os EUA experimentaram e seguem ainda. Constituram-se em avano das teorias e das prticas contbeis vindo a influenciar de forma global todo o mundo, inclusive a prpria Itlia que muito fez pela Contabilidade na Europa.

    3.4 O ensino de Contabilidade

    Era reconhecida a importncia do ensinamento de Contabilidade e Administrao em Portugal Aula do Comrcio criada pelo Marqus de Pombal em 1759, durante o reinado de D. Jos I. Sua finalidade era formar cidados competentes para a organizao de negcios. Em 1970, Coimbra ganhava o curso de Contabilidade.

    Posteriormente, com a entrada em vigor do Decreto-Lei 327/76 de 06/05, os Institutos Comerciais de Lisboa, Coimbra e Porto do lugar aos Institutos Superiores de Contabilidade e Administrao, cuja orgnica se encontra plasmada no Decreto-Lei n 443/85, de 24/10, escolas que vieram a ser integradas no subsistema Politcnico do Ensino Superior.

    Obviamente, a Contabilidade mudou ou fora transformada da gua para o vinho no passar dos tempos, virando profisso.

    4. A CONTABILIDADE NO BRASIL

    A cincia contbil surgiu no Brasil com aulas lecionadas na matria de Comrcio da Corte, na Escola de Comrcio lvares Penteado primeira instituio escolar especializada no ensino da Contabilidade do pas.

    De maneira geral, a Contabilidade no pas sofreu influncia da Escola Italiana at a Lei das Sociedades Annimas, quando os norte-americanos comearam a ser fonte de inspirao aos brasileiros. Depois de 1920, as firmas comerciais ou industriais j tinham seus Guarda-Livros homem bem intencionado, mas de pouca formao tcnica. Essa pessoa fazia toda Contabilidade e controle financeiro

    da empresa, como escriturao, correspondncias, contratos, destratos, preenchimento de cheques, pagamentos e recebimentos (MOURA, 2004).

    Com a instalao do Curso de Cincias Contbeis e Atuariais pela Universidade de So Paulo (USP) em 1946, o Brasil ganhou seu primeiro ncleo efetivo de pesquisa contbil de grande relevncia Contabilidade. Todavia, doutrinas desenvolvidas na Itlia, Frana, Espanha, Portugal e Argentina deixaram riquezas metodolgicas.

    5. ESTRUTURA CONCEITUAL DA CONTABILIDADE

    Significa a composio e o arcabouo, sendo fundamental e hierrquico. Segundo (RODRIGUES, 2004), os estudiosos Sprouse e Moonitz de certa forma hierarquizaram vrios conceitos, Mattessich denominava todos os Conceitos Fundamentais, Anthony admitiu a diferena entre Princpios e Convenes; no Brasil o Conselho Federal de Contabilidade classifica-os em Princpios Fundamentais de Contabilidade.

    Evidente que a necessidade de hierarquizao existe, mas visando no quais so aquelas doutrinas que seriam mais ou menos importantes. O objetivo da hierarquizao deve pregar o melhor entendimento da evoluo e do entrelaamento dos vrios conceitos. O corpo de doutrinas deve ser sempre integral e articuladamente observado, independente de hierarquia, caso contrrio a estrutura ruiria. Justificando: uma falha de consistncia de perodo para perodo tem quase a mesma gravidade como o no exato cumprimento da realizao da Receita ou Despesa.

    A hierarquia existe, para caracterizar bem que certos conceitos, pela sua amplitude e abrangncia social, possuem caractersticas de condicionar outras doutrinas. Isto sob o ponto de vista filosfico.

    Certos teoremas so constataes sobre o ambiente ou cenrio em que a Contabilidade atua e constituem a razo de ser de vrios outros conceitos que se seguem. Seriam considerados de uma maior hierarquia. Outros que complementam a aplicao dos demais.so considerados de menos hierarquia.

    De acordo com (IUDCIBUS, 2004), os Princpios Fundamentais de Contabilidade classificados em trs categorias bsicas:

    Postulados Ambientais da Contabilidade axiomas;

    Princpios Contbeis teoremas;

    Restries aos Princpios Fundamentais ou Convenes corolrios (dedues ou conseqncias).

  • VIII Encontro Latino Americano de Iniciao Cientifica e IV Encontro Latino Americano de Ps-Graduao Universidade do Vale do Paraba

    1003

    5.1 Postulados ambientais da Contabilidade

    Numa explanao da Teoria da Contabilidade, (MEDRADO, 2004) fala que os Postulados Ambientais solenemente enunciam condies sociais, econmicas e institucionais dentro dos quais as Cincias Contbeis atuam, inserindo no mais amplo feudo da Sociologia Comercial e do Direito, bem como da Economia e outras cincias. Apesar disso, a Contabilidade predispe assumir esta ou aquela postura, embora o condicionamento no seja to restrito quanto se possa imaginar.

    Para (MIRANDA, 2004), os Postulados Contbeis so a empresa e a continuidade. Em outras palavras, premissas ou constataes bsicas, no sujeitas a verificao axiomas.

    Identificado como uma proposio ou uma observao de certa realidade no sujeita a verificao e constituem a lei maior da Contabilidade, uma vez que definem o ambiente scio-poltico-econmico no qual deve atuar, o seu objeto de estudo e existncia no tempo (MOURA, 2004). Entre os principais Postulados Ambientais esto:

    Entidade contbil d vida e personalidade prpria, determinando que o patrimnio de toda e qualquer unidade econmica que manipula recursos econmicos, independente da finalidade de gerar ou no lucros, de ser pessoa fsica ou jurdica, de direito pblico ou privado. Jamais deve ser confundido com a riqueza patrimonial de seus scios ou acionistas, ou sofrer reflexes das variaes nela verificadas;

    Continuidade entidade um empreendimento em andamento com a inteno de existncia indefinida, ou por tempo de durao indeterminado. Devendo sobreviver aos seus prprios fundadores e ter seu patrimnio avaliado pela sua potencialidade de gerar benefcios futuros, e no pela sua capacidade imediata de ser til somente empresa.

    5.2 Princpios fundamentais de Contabilidade

    Representam a resposta da disciplina contbil aos Postulados verdadeira postura filosfica-prtica. Os Princpios so constitudos pelo ncleo central da estrutura contbil. Delimitam como o profissional ir se posicionar diante da realidade scio-econmico-institucional admitida pelos Postulados.

    O Brasil foi um dos primeiros pases a reconhecer oficialmente os Princpios Fundamentais, tendo o Conselho Federal de Contabilidade, em 1981 por meio da Resoluo CFC n 530/81, identificado 16 Princpios Fundamentais de Contabilidade, atualmente reduzidos, pela Resoluo n 750/93 em apenas seis.

    Por outro lado, o (IBRACON, 1994) aponta como Princpios Fundamentais da Contabilidade no Brasil:

    Custo original como base de valor ativos incorporados pelo preo pago para adquiri-los ou fabric-los, mais todos os gastos necessrios para coloc-los em condies de gerar benefcios para a empresa. Permitindo-se na contabilizao: amortizaes, depreciaes e clculo da quota de exausto dos ativos que ocasionaram diminuies de valor, pelo uso, decurso do tempo ou obsolescncia;

    Realizao da receita e confrontao das despesas produtos ou servios transferidos ao cliente, muitas vezes com o ponto de venda;

    Denominador Comum Monetrio de natureza essencialmente financeira est associado qualidade de evidenciar a composio patrimonial de bens, direitos e obrigaes de vrias categorias, homogeneizando-os por meio da mensurao monetria;

    Competncia receitas e despesas atribudas aos perodos de sua ocorrncia, independentemente de recebimento e pagamento.

    Numa obra, (SANTOS, 2004) complementa dizendo que os Princpios so inerentes prpria Cincia Contbil e existem independentemente do desejo ou da escolha por parte de todos aqueles envolvidos pesquisadores, doutrinadores ou profissionais.

    Os Princpios precisam ser identificados e respeitados para que a Contabilidade possa atingir os objetivos colocando disposio dos usurios, informaes contbeis teis e relevantes, capazes de suprir as necessidades dos que delas tm carncia.

    5.3 Convenes contbeis

    Na viso de (ALMEIDA, 1996), as Convenes ou Restries, como a prpria denominao indica, representam, dentro do direcionamento geral dos Princpios, certos condicionamentos de aplicao, numa ou noutra situao prtica. Qualificam e delimitam o campo de atuao dos Princpios em certas situaes.

    Nesta perspectiva, (IUDICBIUS, 2004) esclarece que as Convenes so objetivas e tm a funo de indicar a conduta adequada que deve ser observada no exerccio da Contabilidade. Tambm so chamadas de restries aos Princpios:

    Conveno da objetividade ao exercendo seu papel de forma objetiva com

  • VIII Encontro Latino Americano de Iniciao Cientifica e IV Encontro Latino Americano de Ps-Graduao Universidade do Vale do Paraba

    1004

    imparcialidade nos negcios, o profissional sempre se baseia em documentos que comprovam a ocorrncia do fato administrativo;

    Conveno da materialidade a fim de se evitar perda de recursos e tempo da empresa, as informaes so relevantes, justas e adequadas, considerando a relao custo versus benefcio a ser gerada;

    Conveno da consistncia (uniformidade) para facilitar sua interpretao e sua anlise, os relatrios so elaborados conforme o contedo das informaes consistentes;

    Conveno do conservadorismo (prudncia) ao manter uma conduta mais conservadora em relao aos resultados, o profissional evita projees distorcidas. prefervel ter expectativa de prejuzo e a entidade apresentar resultados positivos. Desta forma, caso haja duas opes igualmente vlidas opta-se sempre por aquela que acusa um menor valor aos ativos e s receitas, como o maior valor aos passivos e s despesas.

    6. NORMAS CONTBEIS

    Nos pases onde a Contabilidade no tida como cincia, mas como uma arte ou mtodo, os princpios e as normas podem ser tomados como sinnimos. Segundo Franco (apud MOURA, 2004), os Princpios so caracterizados como "imutveis em quaisquer circunstncias de tempo ou local", enquanto as normas "evoluem e se modificam de acordo com o desenvolvimento econmico, a evoluo tecnolgica e as prprias condies individuais e especficas de cada entidade em que as normas so aplicadas".

    As Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC) estabelecem regras de conduta profissional e procedimentos tcnicos previstos a Resoluo CFC n 560/83, de 28 de outubro de 1983, em consonncia com os Princpios Fundamentais de Contabilidade. (MIRANDA, 2004) destaca que as NBC classificam-se em Profissionais e Tcnicas com numerao seqencial:

    Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC-P) estabelecem regras de exerccio profissional;

    Normas Brasileiras de Contabilidade Tcnicas (NBC-T) determinam doutrinas, regras e procedimentos aplicados de Contabilidade.

    As NBC podem ser detalhadas por meio de Interpretaes Tcnicas (IT). Como por exemplo: o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) pode emitir Comunicados Tcnicos (CT) quando ocorrerem situaes decorrentes de atos governamentais que afetam transitoriamente as NBC. A inobservncia de

    NBC constitui infrao disciplinar, sujeita s penalidades previstas nas alneas c, d e e do artigo 27 do Decreto-Lei n 9295, de 27 de maio de 1946, aplicvel ao Cdigo de tica Profissional do Contabilista.

    7. CONCLUSO

    A Contabilidade nasceu com o compromisso e a necessidade de bem informar. Seu progresso passou por fases conforme a evoluo dos povos, suas literaturas e doutrinas. No entanto, apenas no sculo XX os estudiosos tiveram a preocupao de identificar e formalizar de maneira prtica e objetiva os princpios que regem a Contabilidade, bem como fixar normas e regras para sua aplicao ntegra e efetiva.

    As cincias Contbeis concentram-se no clculo e na apresentao do lucro lquido resultante de regras especficas de realizao e vinculao num balano que se relaciona com o perodo corrente a perodos futuros.

    Em suma, o escopo principal da Contabilidade e dos relatrios dela emanados fornecer informao econmica relevante para que cada usurio possa tomar suas decises com segurana. Tendo em vista que as Informaes Contbeis devem ser elaboradas rigorosamente de acordo com as normas vigentes, estas subordinadas aos Princpios Contbeis.

    Em outras palavras, a preposio especfica das Cincias Contbeis o seu usurio, interno e externo. Pouca importncia ter uma informao contbil se a utilidade a que se destina for nula.

    Como toda cincia, a Contabilidade necessidade de mudanas para acompanhar a evoluo da economia, ampliando sua quantidade e dando maior confiabilidade nas informaes hoje vista como sistema de informaes e aprimoramento das demonstraes. Mesmo assim, a funo essencial da Contabilidade no se alterou ao longo do tempo.

    Para atender as necessidades dos usurios seria imprescindvel um estudo de modelo decisrio de cada tipo de tomador de deciso, sabendo-se que a informao contbil disponvel poder tambm influenciar no modelo de decises do usurio.

    A moderna Contabilidade deve ser estruturada visando ser um instrumento de informao, deciso e controle, fornecendo informaes capazes de atender plenamente os objetivos dos usurios.

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    AIROSA NETTO, Marcos Antnio. Contabilidade. In: Grande Enciclopdia de Organizao e Administrao Empresarial, Contabilidade e

  • VIII Encontro Latino Americano de Iniciao Cientifica e IV Encontro Latino Americano de Ps-Graduao Universidade do Vale do Paraba

    1005

    Prtica Comercial. v. 2. So Paulo: Nova Brasil, 1980.

    ALMEIDA, M. C. Curso bsico de contabilidade: introduo metodologia da contabilidade. So Paulo: Atlas, 1996.

    ANDERSEN, A. Normas e prticas contbeis no Brasil. So Paulo: Atlas, 1997.

    ARAJO, Dirceu Carneiro de. Conceito de contabilidade. In: Gesbanha. Disponvel em: http://www.gesbanha.pt/cont/conthis/cont_his.htm. Acesso em: 21 jun. 2004.

    CREPALDI, S.A. Curso de contabilidade: resumo e teoria. So Paulo: Atlas, 1995.

    Estrutura conceitual bsica da contabilidade. In: Fibiapino. Disponvel em: http://www.geocities.yahoo.com.br/fibiapino/estruturaconceitual.htm. Acesso em: 21 jun. 2004.

    FLORENTINO, Amrico M. Teoria da contabilidade. So Paulo: FGV, 1996.

    FRANCO, H. Contabilidade geral. 23 ed. So Paulo: Atlas, 1999.

    IBRACON. Princpios contbeis. 2 ed. So Paulo: Atlas, 1994.

    Introduo s Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC). In: Portal de Contabilidade. Disponvel em: http://www.portaldecontabilidade.com.br/nbc/normascontabilidade.htm. Acesso em: 21 jun. 2004.

    Histria da contabilidade. In: Contabilidade. Disponvel em: http://www.historia/contabil.chetianas.com.br/histori.htm. Acesso em: 21 jun. 2004.

    IUDICBIUS, Srgio de. Teoria da contabilidade. 7 ed. So Paulo: Atlas, 2004.

    Lei n 6404, de 15 de dezembro de 1976.

    MEDRADO, Thiago Augusto Dures.Teoria da contabilidade. In: FUMEC. Disponvel em: http://www.fumec.com.br. Acesso em: 18 mai. 2004.

    MIRANDA, Daniela. Conceitos e tipos de contabilidade. In: SERCONTEL. Disponvel em: http://www.pessoal.sercontel.com.br/carneiro/contal. Acesso em: 21 jun. 2004.

    MOURA, Iraildo Jos Lopes de. A histria da contabilidade. In: Iraildo. Disponvel em: http://www.iraildo.cjb.net. Acesso em: 18 mai. 2004.

    O frum de estudos contbeis. In: Larrante. Disponvel em: http://www.ususarios.cultura.com.br/larrante/A%20%20Contabilidade.htm. Acesso em: 21 jun. 2004.

    RODRIGUES, Mrcia.Teoria da contabilidade. In: FUMEC. Disponvel em: http://www.fumec.com.br. Acesso em: 18 mai. 2004.

    SANTOS, Lourival Arantes. A histria da contabilidade. In: Dirio Econmico. Disponvel em: http://www.diarioeconomico.com/edicon/noticias. Acesso em: 21 jun. 2004.

    VIANA, Cibilis da Rocha. Teoria geral da contabilidade. So Paulo: Sulina, 1997.

    WALTER, M. A. Contabilidade bsica. So Paulo: Saraiva, 1996.

    Principal objetivo da contabilidade: informaes contveis. In: Milnio. Disponvel em: http://www.milenio.com.br/siqueira/tr158.htm

    . Acesso em: 21 jun. 2004.

top related