tema 3: epidemiologia a dinâmica da saúde (processo saúde-doença) na população

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TEMA 3:

EPIDEMIOLOGIA

A dinâmica da saúde (processo saúde-doença) na população

3.1 – A EPIDEMIOLOGIA NOS SERVIÇOS DE SAÚDE

EPIDEMIOLOGIA POPULACIONAL

EPIDEMIOLOGIA DESCRITIVA

EPIDEMIOLOGIA APLICADA AO PLANEJAMENTO

AVALIAÇÃO DE QUALIDADE EM SAÚDEAvedis Donabedian desenvolveu um quadro conceitual fundamental para o entendimento da avaliação de qualidade em saúde, a partir dos conceitos de estrutura, processo e resultado, classicamente considerados uma tríade, que corresponde às noções da Teoria Geral de Sistemas: input-process-output. ESTRUTURA - recursos físicos, humanos, materiais e financeiros necessários para a assistência médica. Inclui financiamento e disponibilidade de mão-de-obra qualificada.PROCESSO - atividades envolvendo profissionais de saúde e pacientes, com base em padrões aceitos. A análise pode ser sob o ponto de vista técnico e/ou administrativo.RESULTADO - produto final da assistência prestada, considerando saúde, satisfação de padrões e de expectativas.

Os sete pilares da qualidade segundo Donabedian:

EFICÁCIA - capacidade de a arte e a ciência da medicina produzirem melhorias na saúde e no bem-estar. Significa o melhor que se pode fazer nas condições mais favoráveis, dado o estado do paciente e mantidas constantes as demais circunstâncias. EFETIVIDADE - melhoria na saúde, alcançada ou alcançável nas condições usuais da prática cotidiana. Ao definir e avaliar a qualidade, a efetividade pode ser mais precisamente especificada como sendo o grau em que o cuidado, cuja qualidade está sendo avaliada, alça-se ao nível de melhoria da saúde que os estudos de eficácia têm estabelecido como alcançáveis. EFICIÊNCIA - é a medida do custo com o qual uma dada melhoria na saúde é alcançada. Se duas estratégias de cuidado são igualmente ficazes e efetivas, a mais eficiente é a de menor custo.

OTIMIZAÇÃO - torna-se relevante à medida que os efeitos do cuidado da saúde não são avaliados em forma absoluta, mas relativamente aos custos. Numa curva ideal, o processo de adicionar benefícios pode ser tão desproporcional aos custos acrescidos, que tais "adições" úteis perdem a razão de ser. ACEITABILIDADE - sinônimo de adaptação do cuidado aos desejos, expectativas e valores dos pacientes e de suas famílias. Depende da efetividade, eficiência e otimização, além da acessibilidade do cuidado, das características da relação médico-paciente e das amenidades do cuidado. LEGITIMIDADE - aceitabilidade do cuidado da forma em que é visto pela comunidade ou sociedade em geral. EQÜIDADE - princípio pelo qual se determina o que é justo ou razoável na distribuição do cuidado e de seus benefícios entre os membros de uma população. A eqüidade é parte daquilo que torna o cuidado aceitável para os indivíduos e legítimo para a sociedade.

INDICADORES DE SAÚDE

• ESTRUTURA

• PROCESSOS

• RESULTADOS:

• INDICADORES GERAIS

Avaliação de saúde (nível de saúde)

Planejamento

Monitoramento (resultados gerais)

• INDICADORES ESPECÍFICOS

Avaliação de saúde (problemas de saúde)

Planejamento

Monitoramento (específicos)

Medidas de ocorrência de doença/agravo

População suscetível à doença é chamada de população em risco.

Prevalência e incidência

Prevalência = Número de casos em uma população definida em um certo tempo

Incidência = Número de casos novos que ocorrem em um certo ponto período em uma população específica

Mais úteis quando convertidos em taxas

Taxa (ou coeficiente) de Prevalência:

Número de casos na população de risco X 10n

População de risco

Fatores q influenciam a tx de prev.:

Severidade da doença (se mata muito, tx cai)

Duração da doença (se dura pouco, tx cai)

Número de casos novos (se muitos contraem, tx sobe)

Útil na avaliação de doenças crônicas em geral (DM2, Hipertensão). Útil na avaliação das necessidades e no planejamento dos serviços de saúde.

Taxa de Incidência:

Número de casos novos na população de risco X 10n

População de risco no tempo de avaliação ou estudo

Útil na avaliação de doenças agudas e eventos em geral (pneumonia, dengue, AVC, IAM). Útil na avaliação de riscos e para o planejamento dos serviços de saúde.

INDICADORES GERAIS:

EXPECTATIVA DE VIDA

EXPECTATIVA DE VIDA SAUDÁVEL (HALE)

Principais indicadores do nível de saúde

ANOS POTENCIAIS DE VIDA PERDIDOS

Idade padrão – idades em que ocorreram os óbitos x número de óbitos por idade

Útil para a avaliação do nível de saúde em geral e para a avaliação do impacto de patologias/agravos na expectativa de vid

TAXAS DE MORTALIDADE POPULACIONAL

(Fundamental para a saúde pública: avaliação, planejamento, monitoramento)

Fórmula genérica:

Número de óbitos em determinada população no período x 10n

População de risco no período

Taxa de Mortalidade geral (TMG)

Número de óbitos em determinada população no período x 1000

População no período

Pouco específica, sujeita à influência da estrutura demográfica da população

Taxas de Mortalidade por faixa etária:

Mais específicas, podem indicar riscos específicos de óbito por faixa etária.

Taxa de Mortalidade infantil:

Número de óbitos em menores de um ano no período x 1000

Número de nascidos vivos no período

(Riscos pré-natais, parto, e primeiro ano de vida)

Taxa de Mortalidade materna:

Número de óbitos maternos* no período x 100000

Número de nascidos vivos no período

*Óbitos relacionados à gravidez, parto ou puerpério (casos ocorridos em mulheres que estiveram grávidas até 12 meses antes do óbito)

Riscos pré-natais e Riscos no parto

Taxa de Mortalidade neonatal:

Número de óbitos em menores de 28 dias no período x 1000

Número de nascidos vivos no período

Taxa de Mortalidade neonatal precoce:

Número de óbitos em menores de 07 dias no período x 1000

Número de nascidos vivos no período

Riscos pré-natais: Anomalias congênitas. DHEG, ITU, vulvovaginites, anemia, doenças maternas >> Prematuridade e/ou anóxia.

Riscos no parto: Distócia e Período expulsivo prolongado, hemorragia >> anóxia

Taxa de Mortalidade neonatal tardia:

Número de óbitos em lactentes de 07 a 28 dias no período x 1000

Número de nascidos vivos no período

Taxa de Mortalidade pós-neonatal :

Número de óbitos em lactentes de 29 dias a 01 ano no período x 1000

Número de nascidos vivos no período

Riscos do lactente: abandono, desnutrição, pneumonia, diarréia

INDICADORES ESPECÍFICOS:

MEDIDAS DE FREQUÊNCIA DAS DOENÇAS/AGRAVOS

• PREVALÊNCIA

• INCIDÊNCIA

MEDIDAS DE GRAVIDADE DE DOENÇAS/AGRAVOS

• Letalidade

Mede a severidade de uma doença/agravo (muito usada em epidemias, em controle de infecção hospitalar)

Taxa de letalidade =

Número de óbitos devidos ao problema no período x 100

População que contraiu a doença no período

Mortalidade por patologias/agravos: Mede o impacto da doença/agravo, em termos de óbitos, na população (Fundamental para a saúde pública: avaliação, planejamento, monitoramento)

Taxa de mortalidade por patologias/agravos =

Número de óbitos devidos ao problema no período x 10n

População de risco no período

Mortalidade proporcional por patologias/agravos =

Número de óbitos devidos ao problema no período x 100

Número total de óbitos

Morbidade hospitalar por patologias/agravos: Mede o impacto da doença/agravo, em termos de internações, na população (Fundamental para a saúde pública: avaliação, planejamento, monitoramento) Taxa de internações por patologias/agravos =

Número de internações devidos ao problema no período x 10n

População de risco no período

Morbidade hospitalar proporcional por patologias/agravos =

Número de internações devidos ao problema no período x 100

Número total de internações

INTERNAÇÕES POR CONDIÇÕES SENSÍVEIS À ATENÇÃO AMBULATORIAL

Por imunização (Sarampo, Coqueluche, Difteria etc.)

Por atenção básica à saúde infantil (Entero-infecções e desidratação, IVAS, pneumonia, asma etc.)

Por atenção básica às patologias crônicas (Hipertensão, ICC, angina, Diabetes, DPOC etc.)

Saúde mental

MONITORAMENTO (ESPECÍFICOS)

Planejamento

CONCEITOS SINTÉTICOS PARA DEFINIÇÃO DE PROBLEMAS DE SAÚDE PRIORITÁRIOS:

Magnitude

Extensão da presença da doença/agravo na população (prevalência/incidência)

Transcendência

Magnitude x impacto: letalidade, mortalidade, internações, consultas, afastamentos, incapacidades (carga de doenças), percepção social

Suscetibilidade

Possibilidade de controlar ou eliminar o problema com recursos disponíveis ou disponibilizáveis

Níveis de Aplicação de Medidas Preventivas e Estratégias de Prevenção

•Prevenção Primária

Estratégias para prevenir a exposição ao fator de risco (ex: tabagismo; stress) ou para promover sua cessação (tratamento para deixar de fumar).

•Prevenção Secundária

Diagnóstico Precoce: rastreamento(screening) para identificar a doença num estágio inicial e então melhorar o seu prognóstico (aumentar a probabilidade de cura ou prolongar o tempo de sobrevida) Ex: papanicolau para detecção precoce de cãncer de cérvix uterino

•Prevenção Terciária

Prevenção de incapacidade através de medidas destinadas à reabilitação. Ex: o processo de reeducação e readaptação de pessoas com defeitos após acidentes ou devido a seqüelas de doenças.

Reducing Risks, Promoting Healthy LifeTHE WOR LD HE ALTH R E PORT 2002, OMS

Risco e Vulnerabilidade: a Cadeia do Risco

Vulnerabilidade

Risco + realização do risco

Respostas ao risco

Resultados esperados (relativo a um indicador definido

de estado de bem estar)

Epidemiologia das doenças transmissíveis

Uma doença infecciosa ou transmissível é aquela causada pela passagem de um agente infeccioso especifico ou de sua toxina de uma pessoa ou animal infectado para um hospedeiro suscetível.

Características do AGENTE INFECCIOSO

Infectividade: Capacidade do agente invadir o tecido e produzir infecção no hospedeiro

Dose infectiva: Quantidade (inóculo) requerida para causar infecção

Patogenicidade: capacidade de produzir a doença

Virulência: Medida de gravidade da doença

Características da TRANSMISSÃO

Direta (transferência rápida do agente etiológico, sem a interferência de veículos) ou indireta

Vias de penetração ou portas de entrada

Entende-se por veículo o ser animado ou inanimado que transporta um agente etiológico.

Transmissão indireta por veículo animado (ou vetor) é aquela que se dá por meio de um artrópode que transfere um agente infeccioso do reservatório ou fonte de infecção para um hospedeiro suscetível.

As doenças infecciosas que são transmitidas em condições normais de

animais para o homem são denominadas zoonoses.

Características do hospedeiro

• Suscetibilidade: situação de uma pessoa ou animal que se caracteriza pela ausência de resistência suficiente contra um determinado agente patogênico que a proteja da enfermidade na eventualidade de entrar em contato com esse agente.

• Resistência: conjunto de mecanismos específicos e inespecíficos do organismo que servem de defesa contra a invasão ou multiplicação de agentes infecciosos, ou contra os efeitos nocivos de seus produtos tóxicos. Os mecanismos específicos constituem a imunidade humoral e os inespecíficos abrangem os desempenhados por vários mecanismos, entre eles: pele, mucosa, ácido gástrico, cílios do trato respiratório, reflexo da tosse, imunidade celular.

• Imunidade: resistência usualmente associada à presença de anticorpos específicos (imunidade humoral) que têm o efeito de inibir microrganismos específicos ou suas toxinas responsáveis por doenças infecciosas particulares.

Período prodrômico

É o período que abrange o intervalo entre os primeiros sintomas da doença e o início dos sinais ou sintomas que lhe são característicos e, portanto, com os quais o diagnóstico clínico pode ser estabelecido. Pródromos são os sintomas indicativos do início de uma doença.

Período de transmissibilidade

Período de transmissibilidade (ou período de contágio) é o intervalo de tempo durante o qual uma pessoa ou animal infectados eliminam um agente biológico para o meio ambiente ou para o organismo de um vetor hematófago, sendo possível, portanto, a sua transmissão a outro hospedeiro.

Portador é o indivíduo que não apresenta sintomas clinicamente reconhecíveis de uma determinada doença transmissível ao ser examinado, mas que está albergando (e eliminando) o agente etiológico respectivo.

EPIDEMIA: é a elevação de casos de uma doença acima do esperado para um determinado período e local

ENDEMIA: é a ocorrência de uma doença de forma regular em determinada população ao longo do tempo.

PANDEMIA: quando uma doença afeta simultaneamente pessoas de vários países, pertencentes a mais de um continente, atingindo essas comunidades em número claramente excessivo se comparado ao normal esperado.

CARACTERÍSTICAS DA AIDS NO MUNDO HOJE

Em 2005 :

•2.8 milhões de pessoas morreram devido à AIDS

•4.1 milhões foram infectados com HIV

•38.6 milhões viviam com HIV

A progressão da epidemia se dá em velocidade constante nos últimos anos

10% da população mundial vive na África sub-Saariana, mas aproxidamente 64% dos portadores do vírus (25 milhões) vivem na região.

15% (5,7 milhões) vivem na Índia

Nessas regiões a transmissão é primariamente devida ao contato heterossexual, e mais mulheres do que homens estão contaminadas.

PAUPERIZAÇÃO, HETEROSSEXUALIZAÇÃO E

FEMINIZAÇÃO

Depois da África sub-Saariana o Caribe é a região de maior prevalência da AIDS.

Alguns países da Ásia como a Tailândia e o Camboja também apresentam prevalência muito alta.

Nessas regiões a transmissão está relacionada principalmente ao comércio sexual.

Nos Estados Unidos 70% de todos os casos de são de negros e hispânicos.

ESTIMATIVAS DO HIV E AIDS (UNAIDS)

Número de pessoas que vivem com o HIV:

620 000 [370 000 – 1 000 000]

Taxa de prevalência del VIH en adultos de 15 a 49 anos: 0.5 [0.3 – 1.6%]

Mortes por AIDS: 14 000 [8300 – 21 000]

Portadoras grávidas que recebem tratamento preventivo: 57.6%

•Gastos públicos: US$ 385 534 000

•Portadores que recebem terapia antirretroviral: 83.0%

AIDS NO BRASIL

TENDÊNCIAS DA EPIDEMIA NO BRASIL

INCIDÊNCIA: 18 CASOS NOVOS POR 100 MIL HAB/ANO

Estabilização ou queda da velocidade nas regiões sul e sudeste, aceleração nas demais regiões

Estabilização em homossexuais, usuários de drogas e na faixa etária entre 13 e 29 anos. aceleração em heterossexuais, mulheres e maiores de 40 anos

Estabilização de óbitos em cerca de 6,4 óbitos por 100 mil habitantes. Crescimento de óbitos nas regiões norte e nordeste e em negros e pardos

TENDÊNCIAS DA EPIDEMIA EM MINAS GERAIS

ESTABILIZAÇÃO: QUEDA NA INCIDÊNCIA A PARTIR DE 2003

INTERIORIZAÇÃO: QUASE TODAS AS CIDADES MINEIRAS JÁ TÊM CASOS DIAGNOSTICADOS

Municípios de Minas com maior número de casos de AIDS 1982/2005

Belo Horizonte 6.601Juiz de Fora 1.803Uberlândia 1.151Contagem 1.036Uberaba 1.000

Betim 604Ribeirão das Neves 449

Governador Valadares 388Araguari 297

Poços de Caldas 293Santa Luzia 274

Ipatinga 267Itajubá 213

Pouso Alegre 210Ituiutaba 195

No Brasil e no mundo, a violência expressa nos índices de mortalidade pela doença supera os dados atribuídos à “violência” contemporânea (homicídios, guerras atuais, etc.). Cerca de 1,9 milhões de pessoas morrem ao ano por tuberculose no mundo; destas, cerca de 98% nos países dominados e 350.000 em associação a HIV/Aids.

No Brasil e no mundo, a violência expressa nos índices de mortalidade pela doença supera os dados atribuídos à “violência” contemporânea (homicídios, guerras atuais, etc.). Cerca de 1,9 milhões de pessoas morrem ao ano por tuberculose no mundo; destas, cerca de 98% nos países periféricos e 350.000 em associação a HIV/Aids.

Situação da doença no Brasil

Desde a década de 80, após a introdução de novos esquemas de curta duração, a tuberculose vem apresentando uma média anual de 85 mil casos. O modelo de controle adotado, com a centralização da assistência, os tratamentos mais longos, com o mínimo de seis meses, e a explosão populacional nas periferias das grandes cidades sem condição sanitária adequada, entre outros fatores, contribuíram para essa conjuntura. Outro aspecto importante é a associação com a Aids, o que tem estimulado seu crescimento em todo o mundo. No Brasil, cerca de 25,5% dos pacientes portadores do vírus HIV apresentam a tuberculose como doença associada.

O estado campeão é o Rio de Janeiro, com uma alarmante taxa de incidência de 89,32 contra uma média nacional de 47,2 por 100.000 habitantes. E na cidade do Rio de Janeiro, são as comunidades, como Rocinha, Maré as que apresentam maiores índices, conjugando pobreza, acesso inadequado aos serviços de saúde, além de baixa adesão ao tratamento e epidemia HIV/Aids.

Situação da Dengue no Brasil - 2007

FORAM NOTIFICADOS APROXIMADAMENTE 500 MIL CASOS,

COM APROXIMADAMENTE 140 ÓBITOS.

TAXA DE LETALIDADE = 0,028% OU, 3 ÓBITOS PARA 10 MIL CASOS

Epidemiologia aplicada aos exames diagnósticos

Diagnóstico:É realizado mediante um indicador ou variável diagnóstica e um valor desse indicador (Ponto de corte) que classifica os indivíduos em duas categorias mutuamente excludentes.

Nem todas as crianças desnutridas que têm o peso abaixo do ponto de corte estão desnutridas; nem todas as crianças desnutridas têm peso abaixo desse valor. Isto porque o indicador peso não é uma indicador perfeito de desnutrição Peso = indicadorPonto de corte = o valor do peso abaixo do qual toda criança será classificada como desnutrida.

Ex. Para crianças desnutridas: método de diagnóstico = valor de peso corporal da criança

Critérios de validade de um teste diagnóstico

Confiabilidade/Reprodutibilidade/Repetibilidade:Refere-se à concordância ou consistência de resultados quando o exame se repete em condições similares e se interpreta sem conhecimento prévio dos resultados.

Validade ou acurácia:Uma medição é válida se é apropriada para a questão que se esta pesquisando ou se mede corretamente ou que se propõe.A validade informa se os resultados representam a “verdade” ou o quanto se afastam dela.

A validade de um teste diagnóstico pode ser avaliada através do cálculo da Sensibilidade e Especificidade, para o diagnóstico correto de um evento clínico e também sua capacidade preditiva.

Quando avaliamos um teste diagnóstico 4 situações são possíveis:

1.Resultado Verdadeiro Positivo (VP) o teste é positivo ⇒e o indivíduo tem a doença

2. Resultado Falso positivo (FP) o teste é positivo ⇒e o indivíduo não tem a doença.

3. Resultado Falso Negativo (FN) o teste é negativo⇒e o indivíduo tem a doença.

4. Resultado Verdadeiro Negativo(VN) o teste é negativo ⇒e o indivíduo não apresenta doença.

Passos

1. Seleção de um teste de referência (padrão ouro) que separe corretamente indivíduos doentes de sadios. Este teste deverá fornecer sempre a resposta correta em indivíduos doentes e sadios.2. Escolha de um grupo de pacientes que segundo o padrão separe os indivíduos livres da doença e com a doença.3. Cálculo dos resultados concordantes e discrepantes.

Sensibilidade: Proporção de indivíduos com a doença que são identificados corretamente pelo teste. Indica o quão bom é um teste em identificar a doença em questão.

Especificidade: Proporção de indivíduos sem a doença que são identificados corretamente pelo teste. Indica o quão bom é um teste em identificar indivíduo sem doença em questão.

Valor preditivo positivo (VPP): É a proporção de verdadeiros positivos entre todos os indivíduos com teste positivo. É usado para ajudar a predizer qual a probabilidade de se ter a doença se o resultado do teste for positivo. É também conhecido como probabilidade pós-teste ou probabilidade posterior de se ter a doença.

Valor preditivo negativo (VPN): É a proporção de verdadeiros positivos entre todos os indivíduos com teste positivo. É usado para ajudar a prever qual a possibilidade de não se ter a doença se o resultado do teste for negativo. É também conhecido como probabilidade pós-teste ou probabilidade posterior de não apresentar a doença.

BIÓPSIAPOSITIVO NEGATIVO

NOVO TESTE

POSITIVO

A 65

Verdadeiros positivos

B 70

Falsos Positivos

NEGATIVO

C 35

Falsos Negativos

D 30

Verdadeiros Negativos

Resultados do desempenho de um novo teste diagnóstico para câncer de mama em 200 mulheres com nódulo mamário único.

SENSIBILIDADE = a / a + cVerdadeiro-positivos / (Verdadeiro-positivos + Falso-negativos)

ESPECIFICIDADE = d / b + dVerdadeiro-negativos / (Verdadeiro-negativos + Falso-positivos)

VALOR PREDITIVO POSITIVO = a / a + bVerdadeiro-positivos / (Verdadeiro-positivos + Falso-positivos)

VALOR PREDITIVO NEGATIVO = d / c + dVerdadeiro-negativos / (Verdadeiro-negativos + Falso-negativos)Exemplificando:

Sensibilidade= 65/ 65 + 35 = 0,68Especificidade= 30 / 70 + 30 = 0,3Valor Preditivo Positivo= 65 / 135 = 0,48 Valor Preditivo Negativo= 30 / 65 = 0,46

SENSIBILIDADE Quanto maior a sensibilidade de um teste, maior a chance de detectar a doença.são indicados quando o risco de não diagnosticar a doença acarreta importantes conseqüências para o doenteTestes altamente sensíveis excluem um determinado diagnóstico. Afastar doenças em fase inicial do diagnósticoÚteis no rastreamento (screening) de doenças em grupos populacionaisO resultado negativo é mais útil: melhor VPN

ESPECIFICIDADEQuanto maior a especificidade de um teste, maior a chance de que pessoas sem a doença sejam excluídas pelo teste.Freqüentemente usados para confirmar a presença da doença.mais úteis quando seu resultado é positivo.Necessários quando resultados falso-positivos podem levar o paciente a tratamento ou conduta desnecessários e, às vezes, de risco para o paciente.Confirmar um diagnóstico sugerido por outros dadosO resultado positivo é mais útil: melhor VPP

Para um mesmo teste, quanto maior a prevalência maior o VPP e menor o VPN

VALORES PREDITIVOS E PREVALÊNCIA(4)

A sensibilidade e a especificidade não dependem da prevalência da doença. Já os valores preditivos dependem da prevalência da doença em estudo, conforme pode ser observado pelas equações abaixo:

Epidemiologia Clínica

Estudos Epidemilógicos

• Transversal

A avaliação é realizada em um único momento

• Foto

• Longitudinal

A avaliação é realizada pelo menos em dois momentos diferentes– Filme

Epidemiologia Clínica

? Exposição Doença

? Exposição Sem doença

Estudos Caso -controle

Epidemiologia Clínica

Estudo de Caso- Controle

• Pessoas com uma determinada doença são comparadas com outras pessoas sem esta doença, em relação a determinadas exposições: – Insuficiência Cardíaca x Sem Insuficiência

• HAS

Conterno LO Epidemiologia Clínica

Estudo de Coorte

Exposição ?DoençaSem exposição ? Doença

Conterno LO Epidemiologia Clínica

Estudos de Coorte

• Pacientes com uma determinada exposiçaõ, são seguidos durante um período e, comparados com outros pacientes sem esta exposição, para se verificar se desenvolvem um determinado desfecho:

• Pacientes com HAS e sem HAS– quantos desenvolvem ICC ?

Conterno LO Epidemiologia Clínica

Tran sversa l L on g itu d in a l

S em com p araçã o

D esc rit ivos

G ru p os d e com p araçã o

A n a lít icos

O b servac ion a is E xp erim en ta is

E s tu d os E p id em io ló g icos

Conterno LO Epidemiologia Clínica

L on g itu d in a is G ru p o d e com p araçã o

A va liaçã o em d o is m om en tos

P rosp ec tivo R etrosp ec tivo

C aso -C on tro le C oorte

E s tu d os ob servac ion a is

Conterno LO Epidemiologia Clínica

Terapêutica

• Grupo de indivíduos com ICC– Recebem diurético, inibidor da ECA

• Grupo de indivíduos com ICC– Recebem diurético, inibidor da ECA

+ aldosterona

• Comparar a melhor resposta nos dois grupos

Conterno LO Epidemiologia Clínica

Terapêutica

• Ensaio clínico:– Controlado

• Randomizado

–Duplo cego

–Prospectivos e com grupo de comparação

–Avaliação da efetividade terapêutica

Epidemiologia Clínica

Ensaios Clínicos Randomizados e Controlados

• Existem dois grupos:

• Um recebe o tratamento em estudo e o outro é o controle

• Pacientes são alocados aleatoriamente em cada grupo

• Pode avaliar o efetividade real do tratamento

Epidemiologia Clínica

L on g itu d in a isP rosp ec tivos

Tem g ru p os d e com p araçã o

O p esq u isad or in te rfe re n a rea lid ad e

E s tu d os E xp erim en ta is

Epidemiologia Clínica

Revisões

• As questões médicas são estudadas mais de uma vez em diferentes locais

• Os resultados de diferentes estudos podem ser contraditórios

• Os estudos individuais não conseguem chegar a conclusões definitivas

Conterno LO Epidemiologia Clínica

Revisão Narrativa

• O especialista decide quais os artigos ou informações são mais relevantes

• Sujeita a viés de seleção

• Grande interferência da subjetividade do autor

• Em geral não são consideradas boa evidência

Epidemiologia Clínica

Revisão Sistemática• Utiliza uma metodologia científica

reprodutível

• Combina resultados de diferentes estudos

• Autor deixa claro os critérios de pesquisa e seleção

• Faz avaliação crítica de cada estudo incluído

• Possibilita a generalização dos achados

• Estimativas mais precisas

Epidemiologia Clínica

Força da Evidência

• Ia: Evidência obtida de meta-análise de ensaios clínicos randomizados e controlados

• Ib: Evidência obtida de pelo menos um ensaio clínico randomizado e controlado

• IIa: Evidência obtida de pelo menos um ensaio clínico bem controlado sem randomização

Epidemiologia Clínica

Força da Evidência

• II b: Evidência obtida de pelo menos outro tipo de estudo quase-experimental bem feito

• III: Evidência obtida de estudos descritivos bem feito, como coorte, caso-controle e de correlação

• IV: Evidência baseada em comitês de especialistas ou opinião baseada na experiência clínica

Epidemiologia Clínica

Guidelines baseados em evidências

São recomendações desenvolvidas de forma sistematizadas, que tem como objetivo ajudar os médicos sobre os cuidados adequados à saúde para circunstâncias clínicas específicas.

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