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Res.3.666/2002 MAPPAD
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Resolução nº 3666, de 02 de agosto de 2.002. Aprova o Manual de Processos e
Procedimentos AdministrativosDisciplinares da Polícia Militar de Minas Gerais
(MAPPAD/PM), para primeira edição.
O CORONEL PM COMANDANTEGERAL DA POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS, no uso de
suas atribuições previstas nos incisos VI e XI do artigo 6º do R100, aprovado pelo Decreto n o
18.445, de 15Abr77,
RESOLVE:
Art. 1º Aprovar o Manual de Processos e Procedimentos AdministrativosDisciplinares da Polícia
Militar de Minas Gerais (MAPPAD/PM), que acompanha esta Resolução, para 1 a edição.
Art. 2º Esta Resolução entra em vigor em 04 de agosto de 2002.
Art. 3º Revogamse as disposições em contrário, especialmente a Resolução nº 1.102, de
23Dez82, que aprova as “Normas de Elaboração de Sindicância na Polícia Militar e Formulários, a
Resolução nº 3.235, de 29Nov95 que aprova as modificações para o Manual de Sindicância–
MASIN/PM, MTP1–2–PM, para Segunda edição e a Resolução nº 3056, de 18Abr94, que regula
os procedimentos a serem seguidos por ocasião das exclusões com baixa do serviço ex officio, nos termos do Art. 146, V, a) e exclusão disciplinar, nos termos do Art. 146, IV, ambas do Estatuto de
Pessoal da Polícia Militar.”
ComandoGeral, em Belo Horizonte, 02 de agosto de 2002.
(A) ÁLVARO ANTÔNIO NICOLAU, CORONEL PM
COMANDANTEGERAL.4
Capítulo I DO PROCESSO E PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO
Seção I Da definição
Art. 1º A Administração Pública, para registro de seus atos, controle de conduta de seus agentes
e solução das controvérsias administrativas, utiliza diversos Procedimentos, que recebem a
denominação comum de Processo Administrativo.
§ 1º Processo é o conjunto de atos coordenados para obtenção de decisão sobre uma
controvérsia no âmbito judicial ou administrativo.
§ 2º Procedimento é o modo de realização do Processo, ou seja, o rito processual. O Processo,
portanto, pode realizarse por diversos Procedimentos, conforme a natureza e o objeto da questão
a ser decidida, importante ressaltar que não existe Processo sem Procedimento, porém nem todos
os Procedimentos administrativos constituem um Processo.
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§ 3º Processo AdministrativoDisciplinar – configura, como é de se observar, uma categoria
especial do gênero Processo, sendo o meio de apuração e punição de faltas graves dos servidores
públicos e demais pessoas sujeitas ao regime funcional de determinados estabelecimentos da
Administração.
§ 4º Procedimento AdministrativoDisciplinar é o que a Administração utiliza para apurar as faltas
ou irregularidades que o funcionário público pratica no exercício de suas funções. O Processo
Disciplinar, entretanto, é sempre necessário para a imposição da pena de demissão ao funcionário
estável, conforme disposto no inciso II, do Art. 41, da Constituição Federal.
Seção II Dos princípios do Processo Administrativo
Art. 2º O Processo Administrativo apresenta os seguintes princípios norteadores:
I – Legalidade Objetiva – exige que o Processo Administrativo seja instaurado com base e para preservação da lei. Todo Processo Administrativo há que embasarse em uma norma legal,
específica, sob pena de invalidade.
II – Oficialidade – ainda que provocado por particular, a movimentação do Processo Administrativo cabe à Administração, sob pena de responsabilidade para o Administrador público.
III – Verdade Material – a Administração pode valerse de quaisquer provas, desde que obtidas licitamente, em busca da verdade material (real). É a busca da verdade real sobre os fatos.
IV – Informalismo – quando a Lei impõe determinada formalidade aos ritos processuais estes deverão ser atendidos, sob pena de nulidade do Procedimento. O princípio do informalismo
dispensa forma rígida para o Processo Administrativo, salvo se expressamente prevista em norma
específica.
V – Garantia de Defesa – decorre dos princípios constitucionais insculpidos na Constituição Federal de 1988, notadamente nos incisos LIV e LV, do Art. 5º (ampla defesa, contraditório e o devido
processo legal).
Seção III Das Fases do Processo Administrativo
Art. 3º O Processo Administrativo apresenta, em regra, cinco fases distintas:
I – Instauração – é a apresentação escrita dos fatos e a indicação do direito que ensejam o Processo. No caso do Processo AdministrativoDisciplinar.7 formalizase pela portaria ou pelo
despacho inicial da autoridade competente. Consubstanciase pelo requerimento ou petição. É
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essencial que a peça inicial descreva os fatos, com detalhes suficientes, de modo a delimitar o
objeto da controvérsia e permitir a plenitude da defesa.
II – Instrução – é a fase de elucidação dos fatos, com a produção de provas. As deficiências da instrução, que influenciarem na apuração da verdade dos fatos, pode ensejar a nulidade do
Processo ou do julgamento.
III – Defesa – é a garantia constitucional impostergável, sob pena de invalidação do Processo. Compreende a ciência da acusação, a oportunidade para oferecer e contestar provas e até mesmo
o acompanhamento do devido Processo legal.
IV – Relatório – é a síntese do que foi apurado nos autos constituindose em peça informativa e opinativa, sem efeito vinculante para a Administração.
V – Julgamento – é a decisão motivada, proferida pela autoridade competente, sobre o objeto do Processo, com base na acusação, na defesa e nas provas existentes nos autos.
Capítulo II DA INSTRUÇÃO NOS PROCESSOS E PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS
DISCIPLINARES
Seção I Da definição
Art. 4º Instrução é o trabalho de investigação propriamente dito, durante o qual o Encarregado
colherá os elementos necessários à comprovação da autoria e cabal elucidação das circunstâncias
em que se deu o ato ou fato irregular.
Parágrafo único A Instrução constituise, em regra de:
I – Libelo acusatório (notificação inicial do acusado);
II – Audição do acusador e/ou vítima;
III – Audição do acusado;
IV – Inquirição de testemunhas;
V – Acareação e reinquirição, sempre que cabível;
VI – Utilização de técnicas de interrogatório;
VII – Reconhecimento de pessoa ou coisa, quando pertinente;
VIII – Documentos;
IX – Perícias e exames;
X – Degravações, quando necessárias;
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XI – Investigação preliminar alusiva à denúncia anônima;
XII – Elaboração de carta precatória;
XIII – Outras medidas.
Seção II Do libelo acusatório
Art. 5º Em relação ao libelo acusatório deverá ser observado o seguinte:
I Ao receber o encargo, o Encarregado providenciará a notificação do Acusado entregandolhe o
libelo acusatório, conforme modelo existente neste Manual, tirandose fotocópia da portaria ou
despacho e demais peças acusatórias, que deverão.8 ser entregues contrarecibo ao acusado,
cientificandoo de que terá, ao final da apuração, um prazo de cinco dias úteis para apresentar suas
razões escritas de defesa;
II Tal medida permitirá ao Acusado que conheça a acusação que pesa em seu desfavor desde o
início dos trabalhos. Poderá, inclusive, por ocasião da abertura de vistas para defesa, apresentar
provas ou indicar testemunhas, para serem inquiridas nos autos ou outras medidas pertinentes.
Seção III Da audição do acusador e/ou vítima
Art. 6º Observarseá o seguinte:
I A primeira pessoa a ser formalmente ouvida num Processo/Procedimento, quando houver, será
o acusador e/ou vítima, por questão de lógica processual, pois, em tese, não haverá Procedimento
apuratório a ser desencadeado, sem que haja um fato de natureza acusatória que o origine.
II É fundamental que o Encarregado explore bem o acusador e/ou vítima, durante sua audição,
colhendo detalhes a respeito dos fatos, para que possa subsidiar as demais audições e
Procedimentos subseqüentes. Deve, ainda, alertar ao acusador sobre a necessidade de dizer
apenas a verdade do que souber, sob pena de ser responsabilizado das acusações inverídicas que
vier a fazer.
Seção IV Da audição do acusado
Art. 7º Serão adotadas as seguintes providências:
I O Acusado deverá, preferencialmente, ser ouvido após a audição do acusador e/ou vítima e
coletadas outras provas preliminares alusivas ao fato, objetivandose dar maior conhecimento e
poder de argumentação ao Encarregado, por ocasião de sua oitiva.
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II O Acusado deverá ser notificado da coleta de seu termo de declarações, com pelo menos 48
horas de antecedência. Recomendase fazêlo por ocasião da entrega do libelo acusatório, no
início dos trabalhos.
III Na audição do Acusado e demais pessoas, as orientações alusivas à oitiva de testemunhas e o
emprego de técnicas de interrogatório devem ser observados no que couber.
Seção V Da inquirição de testemunhas
Art. 8º Será regida pelas seguintes normas:
I As testemunhas, assim como as demais pessoas do Procedimento, apuratório/Processo
Administrativodisciplinar, deverão ser ouvidas em período compreendido entre 07:00 e 18:00
horas.
II Não poderão ser ouvidas por mais de 4 horas consecutivas, sendolhes facultado descanso de
meia hora, sempre que tiverem de prestar declarações além daquele tempo, devendo tal
circunstância constar no seu termo de inquirição.
III Se o depoimento não ficar concluído até às 18:00 horas, será encerrado, para prosseguimento
no dia seguinte, em hora determinada pelo Encarregado; não sendo útil o dia seguinte, a inquirição
poderá ser adiada para o primeiro dia que o for, salvo caso de urgência, solicitação da testemunha
ou situação especial, em que o termo prosseguirá normalmente.
IV Qualquer pessoa poderá ser testemunha, observadas as restrições legais.
V Caberá ao Encarregado apreciar os depoimentos, levando em consideração os antecedentes
morais e penais das testemunhas, sua idade e interesse na apuração, suas relações com o
acusado e com o ofendido, a verossimilhança dos fatos relatados e as contradições de suas
narrativas.
VI A testemunha deve declarar seu nome completo, nacionalidade, naturalidade, idade, filiação,
estado civil, profissão, residência, posto ou graduação, número de polícia e Unidade em que serve,
se militar, se é parente e em que grau de parentesco em relação ao acusado ou ofendido, quais
suas relações com quaisquer deles, e relatar o que sabe ou tem razão de saber a respeito do fato e
circunstâncias que com ele tenham pertinência.
VII O Encarregado deverá, sempre que possível, solicitar um documento de identificação da
pessoa a ser ouvida, procurando confirmar a veracidade da qualificação que está fazendo.
VIII As testemunhas serão inquiridas separadamente, de modo que uma não ouça o depoimento
da outra.
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IX A testemunha não poderá eximirse da obrigação de depor, salvo se for ascendente,
descendente, afim em linha reta, cônjuge, ainda que separado judicialmente ou divorciado, ou
irmão do Acusado, bem como pessoa que com ela tenha vínculo de adoção, salvo quando não for
possível, por outro modo, obter prova do fato e de suas circunstâncias, situação em que deverá ser
ouvida como informante.
X A testemunha prestará o compromisso de dizer a verdade do que souber e lhe for perguntado.
Este compromisso não será, entretanto, deferido aos doentes e deficientes mentais, aos menores
de quatorze anos, nem às pessoas que não tenham obrigação de depor. Serão, assim, ouvidas na
condição de informantes.
XI As pessoas que devem guardar segredo em razão de função, ministério, ofício ou profissão
ficam desobrigadas de depor, salvo se quiserem prestar depoimentos e não forem impedidas
legalmente.
XII Não será permitida à testemunha a manifestação de suas apreciações pessoais, salvo quando
inseparáveis da narrativa do fato.
XIII No curso do Processo/Procedimento, seu Encarregado poderá expedir carta precatória à
autoridade militar superior do local onde a testemunha estiver servindo ou residindo, a fim de
notificála ou inquirila, ou designar militar que a inquira, obedecendo às normas de hierarquia, se a
testemunha também for militar.
Juntamente com a precatória, o Encarregado enviará cópia de documentos relevantes que deram
origem à Processo/Procedimento e da portaria que lhe determinou a abertura e os quesitos
formulados, além de outros dados que julgar necessários, observandose as demais exigências
para expedição de carta precatória e modelo anexo a este Manual.
XIV As testemunhas ouvidas num Processo/Procedimento serão enumeradas pela ordem de
inquirição, recebendo cada uma o ordinal correspondente.
XV O Encarregado deverá colocar em prática todas as técnicas de investigação, procurando,
antes da audição, formar um quadro amplo, relacionando as perguntas mais convenientes a serem
feitas às testemunhas, evitando simplesmente transcrever um relato.
XVI O Encarregado deve mostrar à testemunha os pontos em que ela se contradiz e convidála a
desfazer tais conflitos, caso ocorram. Com tal Procedimento evitarseá acareações ou coleta de
novo Termo de Inquirição.
XVII Um interrogatório bem conduzido poderá levar ao esclarecimento total de um fato delituoso.
XVIII A expressão “aos costumes disse nada”, constante na qualificação da testemunha, significa
que esta é idônea e não tem parentesco, amizade profunda, intimidade, inimizade, nem qualquer
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outro impedimento que possa tornar seu depoimento suspeito, inverídico ou incorreto. Caso
contrário escrevese: “aos costumes disse ser irmão do Acusado (ou da vítima, etc.), ou
simplesmente: “declarou ser esposa do Acusado”, ou outra situação específica qualquer”.
XIX Em tais casos, ou mesmo em se tratando de menores de 14 anos ou deficientes mentais, a
testemunha será ouvida como informante, sem a obrigação de prestar o compromisso:
“Testemunha não compromissada na forma da lei, prometeu informar o que souber e lhe for
perguntado”, e ao seu depoimento se dará valor restrito, de acordo com o interesse (ou
capacidade) que possa ter no caso.
XX A testemunha menor de 14 anos, deverá ser ouvida acompanhada do responsável legal (pai,
tutor, curador ou outro), que também assinará o termo. Sendo maior de 14 anos, dispensase a
presença do responsável legal (pai, tutor, curador ou outro), ficando, contudo, facultada a sua
presença para acompanhar o depoimento.
XXI Se a testemunha for superior hierárquico do Encarregado, este poderá ouvila, ficando a
critério do superior a escolha e definição do dia, da hora e local da audição, dentro do prazo
regulamentar, ou poderá prestar esclarecimentos, através de ofício, respondendo a todos os
questionamentos do Encarregado. Neste caso, seu depoimento deverá ser juntado aos autos, com
a lavratura do respectivo Termo de Juntada, esclarecendose a circunstância no relatório.
XXII Se a testemunha, vítima ou acusador, no decorrer de seu depoimento, disser algo que, de
alguma forma o comprometa penal ou disciplinarmente, deverá o Encarregado chamar duas
testemunhas que ouvirão a leitura do ato e assinarão logo abaixo, no Termo de Declarações ou no
de Inquirição de Testemunha. Medida semelhante deverá ser adotada quando ocorrer declaração
de crime ou grave acusação disciplinar em relação ao Acusado.
XXIII Toda pessoa que for ouvida nos autos deverá ser previamente qualificada.
XXIV O Encarregado deverá selecionar as testemunhas que, efetivamente, conheçam sobre os
fatos do Procedimento que está sendo apurado.
XXV Numa apuração, em regra, o número de testemunhas a ser inquirida deverá, sempre que
possível, não ser inferior a três e nem ultrapassar a oito, pois a qualidade deve preponderar sobre a
quantidade.
Seção VI Da Acareação e da Reinquirição
Art. 9º A acareação e a reinquirição regerseão pelos seguintes dispositivos:
I Em caso de divergências entre as testemunhas, ou entre estas e o ofendido ou o acusador, o
Encarregado providenciará a devida “acareação”, para esclarecimentos dos pontos divergentes.
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II Se nenhum resultado positivo advier dessa acareação, restará ao Encarregado, pelo menos, a
oportunidade de concluir sobre qual dos depoimentos ou qual das pessoas merece fé e
consideração, ou qual lhe parece mais verdadeiro, o que poderá ser constatado pela maneira da
pessoa se expressar, pelo nervosismo ou insegurança, pelas atitudes de cada testemunha, quando
confrontadas, o que não servirá de prova, mas pode ajudar a firmar convicção na busca da verdade
material.
III A acareação deverá ser redigida em termo próprio (Termo de Acareação), acompanhada e
assinada por duas testemunhas idôneas.
IV Face ao constrangimento que geralmente provoca, devese evitar a acareação, realizandose,
preferencialmente, a reinquirição ou tomada de declarações complementares das pessoas ouvidas
anteriormente nos autos.
V A acareação deve, em regra, ser realizada entre dois indivíduos, mas, nas situações
necessárias, poderá ser realizada entre um maior número de pessoas, mas recomendase não
ultrapassar de três ao mesmo tempo.
Seção VII Do Reconhecimento de pessoa ou coisa
Art. 10 Quando houver necessidade de se proceder ao reconhecimento de pessoa ou coisa,
adotarseá o seguinte Procedimento:
I A pessoa que tiver de fazer o reconhecimento será convidada a descrever as características da
pessoa que será reconhecida;
II A pessoa a ser reconhecida será colocada, se possível, ao lado de outras que com ela tiver
qualquer semelhança, convidandose a apontála, aquele que houver de fazer o reconhecimento;
III Se houver razão para recear que a pessoa chamada para o reconhecimento, por efeito de
intimidação ou por outra influência, não diga a verdade em face da pessoa a ser reconhecida, o
Sindicante providenciará para que a primeira não seja vista pela segunda;
IV Do ato será lavrado termo pormenorizado, subscrito pelo Encarregado, pela pessoa chamada
para fazer o reconhecimento e por duas testemunhas presenciais;
V Se várias forem as testemunhas chamadas a efetuar o reconhecimento, cada uma deverá fazê
lo em separado, evitandose qualquer comunicação entre elas. Se forem várias as pessoas que
tiverem de ser reconhecidas, o Procedimento será feito, individualmente para cada uma;
VI No reconhecimento de coisa, procederseá de acordo com as instruções acima, no que for
aplicável;
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VII O reconhecimento de pessoas e coisas é amparado na legislação processual penal brasileira,
comum e militar;
VIII O Código de Processo Penal Militar, em seus artigos 368 e seguintes, disciplina o aspecto
legal do reconhecimento de pessoas e coisas, tratandose de norma processual consubstanciada
no ordenamento jurídico federal;
IX Não se discute a validade do citado ordenamento legal, mormente quando se trata de aplicálo
em Procedimentos préprocessuais, traduzidos pelo Inquérito Policial Militar e o
Processo/Procedimento, os quais guardam várias características comuns, destacandose, dentre
outras, a formalização dos atos praticados nas diversas diligências levadas a efeito, com vistas à
elucidação dos fatos;
X O militar que se negar a participar do reconhecimento, sob a alegação de se achar
constrangido, ou por qualquer motivo injustificado, comete, em tese, o crime de recusa de
obediência, previsto no artigo 163, do Código Penal Militar, o que poderá redundar em sua prisão
em flagrante, se necessário. Antes de se tomar referida medida deve o Encarregado procurar
alertar ao Acusado, preferencialmente na presença de testemunhas, sob as possíveis
conseqüências de sua recusa;
XI Ocorrendo a situação do item anterior, sugerese alertar o militar que estiver prestes a adotar
tal atitude acerca do risco e das conseqüências de seu comportamento, com o intuito de se
manterem intactas a disciplina e a hierarquia no âmbito da Polícia Militar.
Seção VIII Dos documentos
Art. 11 Consideramse documentos quaisquer escritos, instrumentos ou papéis, públicos ou
particulares. As fotocópias de documentos devem ser autenticadas pelo titular da seção de origem
do documento ou pelo próprio Encarregado, à vista do documento original.
Art. 12 Se o Encarregado tiver notícia da existência de documento relativo a ponto relevante do
Processo/Procedimento, providenciará sua juntada aos autos, sempre que possível.
Art. 13 Poderá, igualmente, solicitar às repartições ou estabelecimentos públicos as certidões ou
cópias autênticas necessárias à prova do fato.
Art. 14 O Encarregado poderá, ainda, juntar aos autos fotos, plantas, croquis, recortes de jornais
e outros documentos, de acordo com o caso, desde que sejam úteis à apuração.
Seção IX Das Perícias e Exames
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Art. 15 Nos casos em que forem necessários exames e perícias, será observado o seguinte:
I A perícia tem por objetivo examinar tecnicamente e emitir laudo sobre os vestígios materiais
deixados pelo fato irregular alusivo às pessoas ou coisas que, por sua ligação com o objeto da
apuração, possam servirlhe de prova. Pode ser solicitada pelo Encarregado ou por quaisquer das
partes, mas, salvo no caso de exame de corpo de delito, pode ser negada, se reputada
desnecessária ao esclarecimento da verdade, devendo o Encarregado justificar e fundamentar seu
ato;
II O Encarregado formulará os quesitos que entender necessários, podendo fazêlo, também, o
acusado ou seu defensor, se assim desejar. Os quesitos devem ser específicos, simples e de
sentido inequívoco, mas não podem ser indutivos nem conter implícita a resposta;
III As perícias serão, sempre que possível, feitas por 2 peritos especializados no assunto ou com
habilitação técnica;
IV Os peritos descreverão minuciosamente o que examinarem e responderão com clareza aos
quesitos formulados, que serão transcritos no laudo. As respostas poderão ser fundamentadas, em
seqüência a cada quesito;
V Os peritos poderão solicitar da autoridade competente a apresentação de pessoas,
instrumentos ou objetos que tenham relação com o fato, assim como os esclarecimentos que se
tornem necessários à orientação da perícia;
VI Havendo divergências entre os peritos, serão consignadas no auto de exame as declarações e
respostas de um e de outro, ou cada um redigirá separadamente seu laudo, e a autoridade
nomeará um terceiro para decidir a controvérsia;
VII No caso de inobservância de formalidades ou no caso de omissão, obscuridade ou
contradição, a autoridade militar fará sanar a irregularidade. Poderá igualmente, sempre que
entender necessário, providenciar ouvir os peritos, para quaisquer esclarecimentos;
VIII Sempre que conveniente e possível, os laudos de perícias ou exames serão ilustrados com
fotografias, microfotografias, desenhos ou esquemas, devidamente rubricados pelos peritos;
IX Em atenção à natureza do exame e em se tratando de perito ad hoc a autoridade militar marcará prazo razoável, que poderá ser prorrogado, para a apresentação do laudo;
X As perícias, exames e outras diligências que, para fins probatórios, tenham de ser feitos em
quartéis, estabelecimentos ou repartições militares ou civis, devem ser precedidas de comunicação
aos respectivos comandantes, diretores ou chefes, além de se observar às exigências legais
pertinentes;
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XI Os laudos periciais e documentos externos deverão ser solicitados pelo Encarregado no início
dos trabalhos, salvo se não houver previsão legal de sua juntada, visando reduzir os prazos dos
Procedimentos;
XII O Encarregado poderá ainda juntar aos autos fotos, plantas, croquis recortes de jornais e
outros documentos, de acordo com o caso, desde que sejam úteis à apuração.
Parágrafo único Caso persistam dúvidas o Encarregado pelo Processo/ Procedimento
administrativo poderá contatar informalmente com o Instituto de Criminalística ou equivalente, conforme o caso. Salientase que os contatos formais deverão ser realizados através da Corregedoria da Polícia Militar.
Seção X Das degravações
Art. 16 Degravação é o ato de passar para a forma escrita a gravação de conversa entre duas ou
mais pessoas, ou mesmo a gravação de uma fala individual.
Art. 17 Pode ser oriunda de uma conversa entre o Encarregado e outra(s) pessoa(s) ou sem o
seu envolvimento na conversa, sobre fato que interesse à apuração. É necessário que a(s) parte(s),
seja(m) cientificada(s) de que a conversa será gravada, o que não ocorre com conversas públicas,
a exemplo, de notícias ou entrevistas concedidas através de rádio ou televisão.
Art. 18 Um documento de degravação deve conter a identificação do autor da fala e, no caso de
diálogo, à medida que houver mudança de locutor, mudase o nome do autor no texto,
individualizando cada fala. Deve constar, também, no documento de degravação, a datahora em
que houve a transmissão ou em que a conversa foi gravada e o órgão e/ou agente responsável
pela degravação (fonte).
Art. 19 O texto deve conter exatamente o inteiro teor da(s) fala(s), sem comentários, acréscimos
ou reduções por parte do Encarregado pela degravação. Caso haja partes da fala que não sejam
compreendidas claramente, o Encarregado deixará esta parte em branco, constando a
impossibilidade, podendo destacar as partes do texto que mais interessem ao fim a que se destina.
Art. 20 A degravação de assuntos sigilosos fica vinculada às normas próprias do Sistema de
Inteligência da PMMG, que deverão ser observadas pelo Encarregado do Processo/Procedimento
AdministrativoDisciplinar.
Seção XI Da denúncia anônima
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Art. 21 Denúncia anônima, para fins deste manual, é a produção de um documento sem
identificação de autoria
Art. 22 A denúncia anônima, perante a Administração Pública, não pode ser desconsiderada por
absoluto, pois ela legitima a autoridade a exercer o poder/dever de verificar a sua veracidade, haja
vista tratarse de uma forma de conhecimento de possível irregularidade.
Art. 23 Diante da denúncia anônima cabe à autoridade competente verificar em caráter informal,
discreto, através de entrevistas e levantamentos preliminares, com objetivo de coletar alguma prova
documental, testemunhal ou outra, referente ao fato. Devese ter, entretanto, o cuidado para não
expor o “denunciado” a qualquer tipo de constrangimento.
Art. 24 Obtendo, em decorrência dos levantamentos preliminares, alguma informação escrita e
legítima sobre o fato denunciado anonimamente, estará a autoridade competente legitimada a
determinar que se proceda um Processo/Procedimento administrativodisciplinar ou Inquérito
Policial Militar, conforme o caso.
Art. 25 No Procedimento AdministrativoDisciplinar a ser instaurado, depois de confirmada,
preliminarmente, a veracidade dos fatos, não deve constar que sua origem decorreu de denúncia
anônima.
Seção XII Da carta precatória
Art. 26 Carta precatória é o documento que tem por objetivo requisitar diligência que deva ser
cumprida em localidade diferente daquela que foi instaurado o Procedimento Administrativo
Disciplinar, que poderá ser solicitada por carta, telegrama, email ou outro meio de comunicação
disponível.
Art. 27 A carta precatória visa, entre outros motivos, dar celeridade aos feitos e atender ao
pressuposto da economia processual.
Art. 28 A carta precatória deve conter no mínimo, os seguintes elementos:
a) a indicação da autoridade deprecada (aquela que providenciará cumprimento da carta
precatória) e da deprecante (aquela que expede carta precatória);
b) a designação dos lugares, de onde e para onde é expedida;
c) o inteiro teor da documentação de origem e do respectivo despacho;
d) os quesitos a serem respondidos.
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Art. 29 A redação do conteúdo da carta precatória deverá ser a mais clara possível e os quesitos
a serem respondidos pela autoridade deprecada devem ser articulados de forma ordenada para
facilitar ao máximo seu cumprimento.
Capítulo III DA SINDICÂNCIA REGULAR
Seção I Da definição
Art. 30 Sindicância Regular é o Procedimento Administrativo utilizado pela autoridade
competente, para apurar, de maneira rápida e padronizada, atos e fatos indicativos de
irregularidades, que envolvam servidores da Instituição antecedendo a outras providências cíveis,
criminais ou administrativas.
Art. 31 A Sindicância Regular quanto a sua dinâmica, possui duas etapas distintas: a
investigatória e a acusatória.
§ 1º Na Sindicância, reúnemse todos os elementos informativos para determinar a verdade em
torno das irregularidades suscitadas.
§ 2º Em que pese, originariamente, a Sindicância ter caráter inquisitorial, há casos em que dela
decorre a aplicação de punição, transformando sua natureza de apuratória em acusatória. Desta
forma, em sendo ela de natureza acusatória ou punitiva, ou seja, se a partir dela for aplicada qualquer tipo de sanção, deverá ser regida pelo contraditório e pela ampla defesa, para que seja
válida a sanção aplicada.
§ 3º A Sindicância Regular possui as mesmas fases do Processo Administrativo, devendo ser
observado o seguinte:
I na instauração, a portaria, além de constituir a autoridade Sindicante, deverá delimitar os fatos a serem apurados, individualizar o acusado, identificar o denunciante, se for o caso. O fato imputado
deverá constituir, em tese, infração disciplinar;
II a Portaria que contiver acusação alusiva à falta de natureza disciplinar deverá, sempre que
possível, conter termos que a identifique com a falta específica descrita no Código de Ética e
Disciplina dos Militares do Estado de Minas Gerais, de forma a não gerar dúvida da acusação que
está sendo imputada ao Sindicado;
III na fase instrutória, será promovida a notificação do sindicado; tomada de depoimentos; as acareações; se necessária às investigações; a coleta de provas; a juntada de documentos; o
interrogatório do acusado, e outras providências visando a efetiva apuração dos fatos. Até o
término desta fase a Sindicância não poderá ser acompanhada pelo sindicado ou seu defensor
constituído, haja vista ser fase exclusivamente apuratória;
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IV na fase de defesa, que antecede ao relatório, o Sindicante abrirá vistas dos autos ao sindicado ou a seu defensor constituído, pelo prazo regulamentar, fazendo constar, efetivamente as
acusações que pesam em desfavor do sindicado, findo o qual devolverá os autos, apresentando as
razões escritas de defesa;
V na fase seguinte, denominada relatório, o Sindicante fará um minucioso exame de todo o apurado, fazendo, imparcialmente, o cotejo dos argumentos e das razões de defesa, com as provas
colhidas nos autos, apresentando parecer final conclusivo, com proposta consubstanciada no bojo
do Procedimento. Se na conclusão, além da falta disciplinar, se configurar também um ilícito penal,
deverá a autoridade Sindicante propor, ainda, a remessa dos autos ao Ministério Público ou à
Justiça Militar Estadual, conforme a natureza do delito cometido (se crime comum ou militar). Nesta
fase é importante esclarecer que o Sindicante deverá argumentar todos os pontos alinhavados pela
defesa, sob pena de invalidar a Sindicância.
Nesta fase é importante esclarecer que o Sindicante deverá argumentar todos os pontos
alinhavados pela defesa, sob pena de invalidar a Sindicância;
VI a fase final é a do julgamento, em que a autoridade administrativa competente proferirá a decisão, concordando total ou parcialmente com os argumentos contidos no relatório ou
discordando do parecer do Sindicante, e do Conselho de Ética e Disciplina Militar da Unidade,
fazendose tomar as demais providências necessárias;
VII a etapa investigatória iniciase com a instauração da portaria e encerrase com a instrução, que antecede a notificação formal do Sindicado. Até a tomada desta providência, a Sindicância era
estritamente apuratória, pois visa buscar a verdade real dos fatos, para consolidar uma posterior
acusação concreta e objetiva contra o militar investigado;
VIII concluída essa etapa da Sindicância, e nada de irregular tiver sido aflorado contra o militar,
deverá o Encarregado concluir o Procedimento, com relatório e parecer conclusivo, propondo
arquivamento dos autos e outras providências administrativas, quando for o caso. Caso, contrário
não elaborará relatório/parecer e providenciará notificação do Sindicado;
IX a etapa acusatória da Sindicância Regular só será iniciada se aflorar, em tese, acusação de transgressão disciplinar contra o militar, mediante prova testemunhal, documental ou outra,
cabendo ao Encarregado providenciar a notificação, que servirá para a formalização do “libelo
acusatório”, constando as acusações que pesam em desfavor do sindicado, preenchendo o
impresso próprio, notificandoo, de que poderá acompanhar, diretamente ou através de defensor
constituído, todos os atos procedimentais;
X se, após a fase de instrução, não se vislumbrar a prática de transgressão disciplinar, não será
necessária a abertura de vista ao sindicado, pelo que o encarregado deverá encerrar os trabalhos
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com o relatório, sugerindo o arquivamento dos autos. Em hipótese contrária, deverá ser observado
o seguinte:
a) notificar o(s) sindicado(s) envolvido(s), com antecedência mínima de 48 horas, conforme modelo
inserido neste manual. No documento de notificação deverá conter, obrigatoriamente, todos os
elementos indispensáveis para que não ocorram questionamentos futuros sobre o cerceamento de
defesa, dentre eles: entrega de cópia da portaria ou do despacho e demais peças acusatórias, que
será entrega contrarecibo ao acusado; data e hora da primeira audiência; a comunicação de que
poderá constituir defensor e que este poderá comparecer a todos os atos do Procedimento em
pauta, bem como a informação de que poderá apresentar o rol de testemunhas de defesa no dia da
audiência, além de outras providências julgadas necessárias;
b) abrir vistas ao sindicado ou defensor, conforme modelo inserido neste manual, para
apresentação de suas razões escritas de defesa. Os autos serão entregues contrarecibo ao
acusado ou ao seu defensor, no original ou em fotocópias autenticadas, a critério do Sindicante.
XI nas diligências posteriores a serem desenvolvidas após a entrega das razões escritas de
defesa, principalmente as requeridas pelo Sindicado, o militar e/ou seu defensor constituído
poderão se fazer presentes e participar, efetivamente, do Procedimento apuratório até o seu
término;
XII nesta etapa poderão ser ouvidas novas testemunhas ou reinquirir as já existentes nos autos,
coleta de novo termo de declarações de sindicado ou outras pessoas, acareações, juntada de
documentos, elaboração de perícias e de outras providências exigidas em cada caso concreto;
XIII após tomar todas as providências complementares e permanecendo a imputação de
responsabilidade disciplinar ao Sindicado, inclusive por novas faltas afloradas na apuração, será
aberto visas dos autos ao militar ou ao seu defensor constituído, acompanhado de termo formal
contendo as acusações que pesam em desfavor do Sindicado, para que, no prazo regulamentar,
apresente as suas razões escritas de defesa;
XIV somente após a formada todas essas providências é que o Encarregado elaborará o seu
relatório/parecer, apresentando sugestões à autoridade competente;
XV na etapa acusatória observarseá, no que couber, as orientações alusivas à elaboração do Processo AdministrativoDisciplinar Sumário.
Art. 32 A instauração de Sindicância não pode ser dispensada:.
I quando se verificar dificuldades na rápida coleta de provas que definam a responsabilidade ou a
autoria de práticas irregulares;
II quando se pretender avaliar a correta intensidade ou conseqüências de uma infração;
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III quando a complexidade da natureza disciplinar dos fatos impedirem uma tomada de decisão
rápida e segura.
Art. 33 São requisitos fundamentais da Sindicância para obtenção de equilíbrio entre seu
conteúdo e forma:
I – Clareza – é dela que decorrem informações mais precisas para composição do relatório final, bem como a disposição coerente e lógica das provas obtidas;
II – Brevidade – é realização da apuração de forma rápida, a fim de que a autoridade delegante possa determinar, incontinente, providências cabíveis, impedindo a continuidade de um mal nocivo
à disciplina, à ordem ou ao bom andamento dos serviços administrativos ou operacionais;
III – Objetividade – as investigações devem aterse à irregularidade questionada, sem adentrar em questões paralelas, a menos que também constituam fatos conexos com o objeto da apuração em
curso.
Seção II Da competência para Instauração
Art. 34 São autoridades competentes para determinar a instauração de Sindicância, as
mencionadas no incisos de I a VI, do art 45, do Código de Ética e Disciplina dos Militares do Estado
de Minas Gerais (CEDM).
§ 1º A Sindicância será iniciada de ofício ou por determinação de autoridade superior competente,
através de portaria, para Sindicância Regular, ou de despacho, para Procedimento Sumário.
§ 2º O Sindicante deverá ser sempre oficial ou Subten/Sgt de maior posto/graduação ou mais
antigo que o sindicado.
Seção III Da Instauração
Art. 35 Quanto ao sigilo do ato ou fato objeto da apuração, a Sindicância classificase em pública
ou reservada.
Art. 36 A Instauração constituise na autuação da Portaria e demais documentos recebidos pelo
Sindicante, conferência de seus conteúdos e demais providências preliminares, visando um efetivo
planejamento do trabalho que passará desenvolver.
Art. 37 Quando o fato a ser investigado envolver sindicados de organizações diferentes, a
Portaria poderá ser elaborada de maneira conjunta, inclusive a apuração poderá ser realizada por
Encarregados integrantes das referidas instituições ao mesmo tempo.
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Parágrafo único A solução do Procedimento será também conjunta, mas as medidas
administrativas decorrentes ficarão a cargo de cada autoridade competente do órgão em que os
Sindicados pertencerem.
Seção IV Da Instrução
Art. 38 O militar Encarregado, tão logo receba a portaria ou determinação para instaurar a
Sindicância, deverá adotar, sempre que cabível, em ordem de prioridade, as seguintes
providências:
§ 1º Na etapa apuratória:
I – fazer a autuação dos documentos de origem;
II – ouvir preferencialmente, na seqüência, o ofendido, o Sindicado, a(s) testemunha(s), os
informantes e outras pessoas;
III – proceder ao reconhecimento de pessoas e/ou coisas, se necessário;
IV – fazer acareações, quando for o caso;
V – determinar que se proceda ao exame de corpo de delito e a outros exames e perícias;
VI – determinar a avaliação e a identificação da coisa subtraída, desviada, destruída, danificada ou
da qual houve apropriação indébita;
VII – proceder às buscas e apreensões em dependências do quartel;
VIII – outras diligências investigatórias que o caso requerer.
§ 2º Na etapa acusatória:
I – notificar o sindicado com a entrega do libelo acusatório;
II – desenvolver diligências requeridas pela defesa ou exigidas pelas circunstâncias fáticas;
III – abrir vistas ao acusado ou ao seu defensor, para apresentação das razões escritas de defesa;
IV– analisar os fatos apurados e fazer seu relatório conclusivo;
V – remeter os autos da Sindicância à autoridade delegante, através de ofício, para solução.
§ 3º A autoridade competente para decidir, após análise/parecer dos autos pelo Conselho de Ética
e Disciplina dos Militares da Unidade (CEDMU), fará publicar a solução da Sindicância em boletim,
determinando:
a) arquivamento, se não constatar irregularidade;
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b) punição disciplinar, se ficar apurado que algum servidor da Corporação cometeu transgressão
disciplinar;
c) ressarcimento ao erário público, se houver dano praticado por servidor, desde que este concorde
em indenizar, extrajudicialmente, o montante pecuniário relativo aos danos;
d) encaminhamento de cópia dos autos às outras autoridades civis ou militares, para conhecimento
ou adoção de medidas administrativas, cíveis e/ou criminais, quando for o caso;
e) remessa da Sindicância Regular à Justiça Militar Estadual nos termos da alínea “a” do Art. 28,
do Código de Processo Penal Militar (CPPM), se a Sindicância estiver completa e bem elaborada,
com autoria e materialidade definidas, devendo seu Encarregado, no relatório, tipificar o delito
militar, em tese, cometido pelo(s) Sindicado(s). Não estando, ainda, definidas a autoria e a
materialidade da infração penal militar ou houver necessidade de diligências complementares, o
Procedimento subsidiará a Portaria de Inquérito Policial Militar (IPM), que deverá ser instaurada,
com base na alínea “f”, do Art. 10, do CPPM.
§ 4º A autoridade poderá retornar os autos ao Sindicante para proceder a correções,
complementações ou outras medidas que julgar necessárias.
Art. 39 O Sindicante deverá, na apuração, adotar os seguintes procedimentos:
I citar, na metade superior da capa frontal dos autos, os nomes e postos ou graduações do
Encarregado e do(s) sindicado(s), assim como o objeto da Sindicância;
II na metade inferior, fazer o termo de autuação da respectiva portaria e outros documentos de
origem;
III autuados os documentos, será feito o Termo de Abertura, que é sempre utilizado para iniciar a
Sindicância;
IV antes da tomada de declarações/depoimentos do(s) ofendido(s), sindicado(s) ou
testemunha(s), será feito um Termo de Assentada;
V quando o registro de uma oitiva, declaração ou depoimento, constituir a primeira atividade
investigatória da Sindicância, o Termo de Abertura, no qual se explicitará tal providência, substituirá
o de Assentada;
VI para audição de várias pessoas, tantas quantas forem ouvidas num mesmo dia e local, o
Sindicante lavrará apenas um Termo de Assentada. Em caso de audição de apenas um
declarante/depoente, a Assentada será inclusa no próprio Termo de Declarações/Depoimentos;
VII se qualquer pessoa, após a audição, não puder ou não quiser assinar o respectivo termo, o
Sindicante deverá providenciar uma pessoa idônea, para assinálo “a rogo” do interessado,
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devendo tal circunstância ser narrada no fecho do mencionado ato, com ela assinando duas
testemunhas dessa circunstância;
VIII os termos de declarações ou depoimentos deverão ser redigidos da maneira mais semelhante
possível à forma verbalizada pelo declarante/depoente;
IX na inquirição de testemunhas ou tomada de termos de declarações em que houver coleta de
informação que comprometa gravemente o sindicado, deverá, ao final, ser o termo lido na presença
de duas testemunhas, que, também, o assinará;
X a Sindicância deverá ser datilografada ou digitada em espaço dois e suas folhas numeradas, no
alto e à direita de cada página, em ordem crescente, a partir da capa frontal;
XI a Sindicância, reunidas todas as suas peças, terá as páginas numeradas e rubricadas pelo
Sindicante, devendo seu verso ser bloqueado com linhas verticais ou com a expressão “em
branco”, neste último caso, sempre que ali nada houver sido escrito. Será rubricada e numerada
com o mesmo número do anverso acompanhado da letra “v”, no verso que tiver sido utilizado;
XII utilizandose o verso da folha, deverá este receber a mesma numeração do anverso seguida
da letra “v” (ex.: Fl. 08v).
XIII no caso de militar ou funcionário público em geral, a requisição e/ou solicitação para depor
deverá ser dirigida, através de ofício, ao Comandante ou Chefe do depoente. Sempre que viável
poderá o Encarregado estabelecer contatos informais com a autoridade competente, visando o
atendimento da solicitação sem formalização do ofício;
XIV qualquer pessoa que prestar depoimento ou declaração nos autos deverá rubricar todas as
folhas do termo, por medida de segurança, além de assinálo ao final,. O relatório deverá ser,
também, rubricado pelo Sindicante, que o assinará ao final. Devese, ainda, atentar para não deixar
assinaturas soltas em páginas isoladas;
XV nos termos de declarações e depoimentos deverão ser registradas apenas as respostas dadas
pelas pessoas ouvidas. Nos casos em que houver evasiva à pergunta formulada verbalmente,
deverá haver, também, registro formal da respectiva pergunta. Se, porventura a pessoa negar
responder à pergunta formulada deverá o Sindicante fazer registrar cada uma das perguntas, com
a respectiva manifestação do auscultado. (ex.: “nada tenho a declarar”; “nego responder à
pergunta”; “só manifesto em juízo”; etc);
XVI após a leitura do termo, se for verificado algum engano, farseá, antes de seu encerramento,
a retificação necessária, escrevendose a expressão “em tempo” e procedendose às retificações
pertinentes;
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XVII ao final dos trabalhos de apuração, verificandose que a testemunha militar cometeu algum ato que caracterize transgressão disciplinar conexa ao objeto da apuração, deverá o Sindicante
notificar o militar especificando as faltas que pesam em seu desfavor, ouvilo novamente como
acusado, em termos de declarações, desconsiderando a oitiva anterior;
XVIII a medida descrita no parágrafo anterior da notificação do sindicado, no início da etapa
acusatória. Nesse caso, o procedimento passa a ter mais de um sindicado, o que implica em prazo
em dobro para apresentação das razões escritas de defesa e ao asseguramento de todos os
direitos e garantias ao novo acusado na Sindicância;
XIX durante os trabalhos de apuração, surgindo falta disciplinar que não seja objeto da
Sindicância ou que com ele não tenha conexão, o Encarregado deverá comunicar o fato à parte,
que será objeto de outro Procedimento, a cargo da autoridade competente, narrando tal
circunstância no relatório, se necessário;
XX havendo motivos de impedimento ou suspeição para realização dos trabalhos caberá ao
Encarregado manifestarse, formalmente, a respeito do fato, sob pena de ser responsabilizado;
XXI o militar Encarregado da Sindicância, tão logo receba determinação para apurar os fatos,
deverá agir com celeridade, tomando, em regra, as seguintes medidas práticas:
a) preparar um roteiro de trabalho que possibilite adequar o seu tempo destinado à apuração dos
fatos, conciliandoo com as demais atividades profissionais que lhe forem atribuídas. Esse roteiro
não será peça do Procedimento e servirá apenas para organizar a pauta de desenvolvimento dos
trabalhos apuratórios, estabelecendose as necessárias prioridades. As datas e atividades previstas
no roteiro de trabalho variarão de acordo com as especificidades de cada fato a ser apurado;
b) dirigirse ao local, providenciando para que não se alterem o estado e a situação das coisas,
enquanto necessário;
c) marcar local e data para tomada de declarações e depoimentos;
d) colher todas as provas que sirvam para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias.
XXII a rapidez com que o Sindicante se põe a campo para desincumbirse de suas tarefas confere
à Sindicância um de seus mais importantes princípios: a oportunidade;
XXIII ao receber a ordem (portaria ou despacho), o militar Encarregado da Sindicância deve lavrar
sua Autuação em capa própria;
XXIV para início dos trabalhos da Sindicância, o Encarregado fará um Termo de Abertura,
relatando as providências tomadas, tais como:
a) audição de pessoas;
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b) juntada de documentos;
c) intimações;
d) ofícios (cópias).
XXV o Termo de Abertura deverá ter a mesma data da Autuação;
XXVI para a testemunha compromissada lavrarseá “Termo de Inquirição”, seguido da ordem
numérica do referido depoente. Ex.: “Termo de Inquirição da Primeira Testemunha” ou
simplesmente “Primeira Testemunha”. Em se tratando de testemunha que não presta o
compromisso legal lavrarseá “Termo de Informações”;
XXVII para o sindicado, acusador, vítima, e outras pessoas ouvidas nos autos, exceto as
testemunhas compromissadas, lavrarseá “Termo de Declarações”;
XXVIII na Sindicância não é necessária a figura do escrivão e os termos de data, despacho,
recebimento, certidão e conclusão, comuns num Inquérito Policial, que está sempre mudando de
mãos entre Encarregado e Escrivão;
XXIX poderá ser designado, como escrevente, militar de qualquer posto ou graduação, desde que
mais moderno que o Sindicante, devendo ser observado o seguinte:
a) recomendase designar Tenente ou Aspirante nos casos em que o Sindicado seja Oficial;
b) nos casos mais complexos, a juízo da autoridade delegante, recomendase que o escrevente
designado seja, no mínimo, Sargento da ativa;
c) a designação de escrevente, bem como o compromisso de manter o sigilo dos trabalhos, são
verbais, podendo seu nome, facultativamente, figurar na capa da Sindicância;
d) todos os termos ou outras peças dos autos, quando houver escrevente, terminarão da seguinte
forma: “para constar, mandei lavrar este termo que assino”;
Art. 40 Se no decorrer da Sindicância, o Encarregado verificar a existência de indícios contra
militar de posto ou graduação superior ao seu, ou então mais antigo, deverá encerrar a apuração,
com relatório do que tiver apurado, e suscitar seu impedimento à autoridade delegante, a fim de
que outro militar seja designado para prosseguila.
§ 1º Na situação do caput, a autoridade delegante, ao receber a Sindicância com o relatório fará análise preliminar e determinará, via de conseqüência, o prosseguimento das apurações por outro
militar, sem necessidade de nova portaria, na esfera de suas atribuições. Se o envolvido for
superior hierárquico ou mais antigo que a autoridade delegante, os autos deverão ser remetidos a
quem o militar for diretamente subordinado, visando o prosseguimento da apuração;
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§ 2º Nos demais casos em que se fizer necessária a substituição do Encarregado ou tomar outras
medidas administrativas correlatas, devese procurar manter sempre a Portaria original.
Seção V Das peças que devem compor a Sindicância Regular
Art. 41 Uma Sindicância Regular dificilmente será idêntica a outra em virtude das peculiaridades
de cada caso. Assim, peças que aparecem em uma podem não existir em outra, e a ordem delas
nem sempre será a mesma.
Art. 42 São peças que normalmente aparecem em uma Sindicância Regular, na seguinte ordem:
1) autuação (na capa da Sindicância);
2) portaria;
3) anexos à Portaria;
4) termo de abertura;
5) termo de declaração da vítima, quando houver;
6) termo(s) de declarações do(s) sindicado(s);
7) termo(s) de inquirição(ões) da(s) testemunha(s);
8) termo(s) de declarações de outras pessoas envolvidas, quando houver;
9) assentada(s);
10) termo de juntada;
11) nomeação de defensor, quando constituído pelo sindicado;
12) termo de abertura de vistas, contendo o libelo acusatório;
13) razões escritas da defesa prévia;
14) diligências complementares (audição de pessoas, juntada de documentos, etc);
15) razões finais de defesa (escrita);
16) relatório;
Parágrafo único A Sindicância Regular será encaminhada através de ofício de remessa para
solução da autoridade delegante.
Art. 43 Antes da solução do Procedimento pela autoridade competente, toda documentação
deverá ser encaminhada para o CEDMU, para análise e parecer pertinentes.
Seção VI Peças que podem surgir na Sindicância Regular
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Art. 44 Além das peças comuns à Sindicância Regular, existem outras que se relacionam
diretamente com cada fato a ser apurado e diligências a serem efetuadas.
Art. 45 São peças eventuais da Sindicância Regular:
I termo de degravação;
II termo de acareação;
III carta precatória;
IV auto de reconstituição;
V termo de reconhecimento de pessoa ou coisa;
VI auto de exame de sanidade;
VII auto de exame de corpo de delito (direto e/ou indireto);
VIII auto de exame datiloscópico;
IX auto de exame de embriaguez;
X auto de exame pericial (outras perícias);
XI termo de compromisso de perito ad hoc;
XII procuração;
XIII auto de avaliação;
XIV auto de busca e apreensão (precedido de mandado judicial);
XV termo de restituição;
XVI outros.
Seção VII Da defesa
Art. 46 Terminada a fase de Instrução, com juntada de todas as provas à Sindicância Regular, o
Encarregado observará os seguintes aspectos:
I antes do relatório final, o Sindicante abrirá vistas ao Sindicado, por 5 dias úteis, para que
apresente suas razões escritas de defesa;
II o Sindicante deverá especificar, no termo de abertura de vistas, as faltas disciplinares que
pesam em desfavor do Sindicado, conforme modelo existente neste Manual;
III se houver mais de um Sindicado, o prazo para entrega das razões escritas de defesa será de
10 dias úteis;
IV os prazos destinados à defesa não serão computados no prazo regulamentar do Sindicante.
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§ 1º As razões escritas de defesa poderão ser apresentadas pelo próprio interessado ou seu
representante legalmente constituído.
§ 2º Sendo realizadas quaisquer novas diligências ou juntados documentos novos aos autos,
posteriormente à apresentação das razões escritas de defesa, nova abertura de vistas deverá ser
dada ao acusado ou ao seu defensor, no mesmo prazo regulamentar.
§ 3º Caberá ao Encarregado esclarecer ao Sindicado as acusações da faltas disciplinares às
quais deve o Sindicado se defender.
§ 4º A defesa deva ocorrer antes do relatório, mas, para que o sindicado possa exercêla em sua
plenitude, é necessário que ele saiba, efetivamente, do que está sendo acusado. Para tal, após a
instrução e, no termo de abertura de vistas, o encarregado deverá formalizar uma “acusação
administrativa” (libelo acusatório), onde constará sinteticamente o fato apurado, fazendo a
individualização do imputado, indicando qual foi a transgressão disciplinar, em tese, cometida, com
o seu enquadramento no CEDM.
§ 5º Sendo o Sindicado regularmente notificado, e não comparecendo às audiências marcadas
pelo Encarregado ou, recebendo os autos para apresentação das razões escritas de defesa, não o
faz no prazo regulamentar, será declarada a sua revelia, em termo próprio, conforme modelo
constante do anexo deste Manual.
§ 6º Nos casos descritos no parágrafo anterior, a providência deverá ser adotada com
formalização do ato, na presença de duas testemunhas, correndo o Procedimento normalmente,
sem a presença do militar, procurando o Sindicante, efetivamente, buscar a verdade real dos fatos
investigados.
§ 7º Se o Sindicado apresentar motivo justificado pela inobservância do prazo, deve o Sindicante
renovarlhe o prazo regulamentar para que apresente suas razões escritas de defesa.
§ 8º Os autos serão entregues ao acusado ou a seu defensor, no original ou fotocópias, a critério
da Administração. Sendo mais de um acusado, recomendase deixar os autos na
Secretaria/Ajudância, para vistas aos Sindicados, podendo eles, caso queiram, extrair cópias do
que julgarem necessário para subsidiar suas defesas. Documentos de difícil ou demorada
restauração não devem ser entregues no original (ex. Cheques/Notas Promissórias/Duplicatas,
etc.), por questões de segurança.
§ 9º Caberá ao Sindicante, efetivamente, oferecer todas as condições para o exercício da ampla
defesa e do contraditório no Procedimento ao qual se encontra Encarregado.
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§ 10 Caso o militar necessitar de qualquer informação ou certidão, esta lhe será fornecida
gratuitamente, obedecendo ao contido no inciso XXXIV, alíneas “a” e “b”, do Art. 5º , da
Constituição Federal.
§ 11 Fotocópias de autos completos poderão ser fornecidas, às expensas do interessado, sempre
sob os cuidados da Administração.
§ 12 Quando o militar tiver constituído advogado ou lhe for nomeado defensor, os autos deverão
ser repassados ao advogado/defensor, mediante recibo, e com prazo previamente estipulado.
Seção VIII Do Relatório
Art. 47 A Sindicância será encerrada com um minucioso relatório, em que o Encarregado
mencionará as diligências feitas, as pessoas ouvidas, análise das razões escritas de defesa e os
resultados obtidos, com a indicação do dia, hora e lugar em que ocorreu ou teria ocorrido o ato ou
fato objeto da apuração.
§ 1º O relatório constituise de uma síntese descritiva dos fatos, trabalhos, sua natureza, provas e
conclusões sobre a existência ou não de transgressão disciplinar ou crime, quando for o caso.
§ 2º O Sindicante deverá considerar, formalmente, todos os pontos abordados pela defesa,
concordando ou discordando, fundamentadamente, de cada um deles.
§ 3º O relatório será encerrado com uma conclusão, em que o Sindicante indicará:
a) a existência de crime militar com a respectiva tipificação legal, propondo remessa da Sindicância
à Justiça Militar Estadual (JME), nos termos da alínea “a” do Art. 28, do Código de Processo Penal
Militar (CPPM) ou sua transformação em.Inquérito Policial Militar, nos termos da alínea “f”, do Art.
10, do CPPM, conforme o caso;
b) a existência de transgressão disciplinar, especificandoa, propondo o enquadramento do(s)
sindicado(s) ou outras medidas administrativas;
c) a existência de crime militar e de transgressão disciplinar, propondo as medidas preconizadas
nos itens anteriores;
d) a existência de crime comum, propondo a remessa dos autos ao Ministério Público;
e) a inexistência de crime ou transgressão disciplinar, propondo neste caso, o arquivamento dos
autos.
f) a submissão do sindicado a Processo AdministrativoDisciplinar ou Processo Administrativo
Disciplinar Sumário ou outras medidas que o caso requerer.
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§ 4º A Sindicância deverá ser confeccionada em apenas uma via Caberá à Administração,
entretanto, extrair as fotocópias que se fizerem necessárias.
§ 5º O relatório deverá conter parecer final conclusivo contendo as opiniões pessoais do
Sindicante, em forma de sugestões.
§ 6º O Sindicante deve apontar e especificar as faltas disciplinares afloradas nos autos e procurar
adequar, no relatório, a sua redação aos respectivos enquadramentos específicos do Código de
Ética da Instituição.
§ 7º Nos casos em que aflorar cometimento de crime militar, o Encarregado deverá tipificálo no
relatório, de acordo com o Código Penal Militar, nos moldes exigidos para a elaboração do Inquérito
Policial Militar.
§ 8º Sempre que existirem indícios de crime, comum ou militar, praticados pelos sindicados,
mesmo na aparente circunstância de excludente de ilicitude, deve a autoridade delegante, após
solucionar o procedimento, remeter os autos à Justiça Militar Estadual ou ao Ministério Público da
Comarca, conforme a natureza do delito, sob pena de incorrer, em tese, na prática de crimes
tipificados nos artigos 319, 322ºu 324 do Código Penal Militar.
§ 9º Quando se tratar de prática de crime contra a pessoa, sendo a ação legítima, referida
circunstância deverá ser constada em Termo de Declaração de Legitimidade da Ação, separada do
Procedimento, com publicação em boletim, não devendo, em hipótese alguma, ser mencionada nos
relatório ou solução da Sindicância.
Seção IX Da Solução
Art. 48 A autoridade delegante, ao receber os autos da Sindicância, darlhe á solução,
determinando:
I remessa da Sindicância à Justiça Militar Estadual, se estiver completa e bem elaborada ou
determinará a instauração de IPM, em caso de existência de indícios de crime de natureza militar,
cuja autoria e/ou materialidade, ainda, não estiverem efetivamente definidas;
II enquadramento disciplinar do Sindicado, quando for o caso;
III adoção de outras medidas administrativas;
IV arquivamento dos autos.
Art. 49 A autoridade competente para decidir a Sindicância deverá solucionála no prazo máximo
de 10 dias úteis..
Telefone: (31) 33521272 apostila@apostilasdamasceno.com
Res.3.666/2002 MAPPAD
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Art. 50 A não ser nos casos de ocorrência de indícios de crime comum ou militar, ou ainda, nos
casos em que outras providências judiciais devam ser implementadas, a autoridade delegante,
após adoção das medidas administrativas decorrentes, determinará seu arquivamento.
Art. 51 Sempre que existirem indícios de crime, comum ou militar, praticados pelos sindicados,
mesmo na aparente circunstância de excludente de ilicitude, deve a autoridade delegante, após
solucionar o procedimento, remeter os autos à Justiça Militar Estadual ou ao Ministério Público da
Comarca, conforme a natureza do delito, sob pena de incorrer, em tese, na prática de crimes
tipificados nos artigos 319, 322ºu 324, do Código Penal Militar.
Art. 52 A Sindicância será arquivada na pasta do militar de maior precedência hierárquica e
fotocópia da portaria, do relatório e da solução nas pastas dos demais militares envolvidos.
Parágrafo único No caso de remessa da Sindicância a outros órgãos, cópia dos autos em inteiro
teor, deverá ser arquivada na pasta funcional do sindicado mais antigo.
Art. 53 Quando, com base na Sindicância, for nomeado e convocado um Processo Administrativo
Disciplinar ou Processo AdministrativoDisciplinar Sumário, a Sindicância deverá ser juntada à
respectiva portaria de instauração, não podendo o Sindicado ser punido, de imediato, pelas faltas
que tiver cometido.
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