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As últimas coisas

Uma introdução à escatologiaSofrimento Esperança Glória

Misael Nascimento © 2018

“”

–Misael Nascimento, PPD, 14.2,67

Como isso [a glorificação] se dará? Depois desta vida, nossas almas serão levadas imediatamente

até Cristo e aguardarão a ressurreição, em estado de bem-aventurança consciente. Após a volta de Cristo (na consumação dos séculos), nossas almas serão novamente unidas a nossos corpos ressurretos, que serão semelhantes ao corpo

glorioso do Redentor

1. Antes da ressurreição: O estado intermediário

O erro dos adventistas e testemunhas de Jeová: Aniquilação

O erro católico-romano: Purgatório

O erro espírita: Necromancia e reencarnação

O entendimento correto do estado intermediário

O destino da alma já está absolutamente definido quando a pessoa morre

No céu há comunhão com cristo, consolação, plenitude de alegria e delícias perpetuamente

No inferno há tormento eterno administrado “diante dos santos anjos e na presença do Cordeiro”

O estado da alma após a morte e antes da ressurreição é incorpóreo, mas consciente e sensível

2. Pouco antes da ressurreição:Início de dores, anticristo e tribulação

O sermão escatológico de Jesus (Mc 13.1-37)

Jesus prepara seus seguidores para a destruição do templo Cumprir sua missão até a consumação do reino

Situação imediata (destruição do templo, no ano 70) A igreja ao longo das eras

A consumação, no fim dos tempos

Chamado à perseverança no “princípio das dores” (v. 3-8) Perseguição; os que aguentarem serão salvos (v. 9-13)

Depois disso, a partir de Marcos 13.13, tudo piora antes de melhorar; chegará a grande tribulação

A grande tribulação (Mc 13.19) Cumprida na Guerra dos Judeus (67-70)

Se aplicam aos últimos dias, antes de seu retorno em glória Virá “o abominável da desolação” (Mc 13.14)

[O anticristo]

A grande tribulação (Mc 13.19) Cumprida na Guerra dos Judeus (67-70)

Se aplicam aos últimos dias, antes de seu retorno em glória Virá “o abominável da desolação” (Mc 13.14)

Hendriksen:Jesus prenuncia “a profanação final

do anticristo de tudo o que é sagrado”

Anticristo (antichristos) : Apenas nas epístolas de João (1Jo 2.18,22; 4.3; 2Jo 7)

Anti = “em vez de”; “em lugar de” Antichristos significa um Cristo substituto ou um

adversário declarado de Cristo (Hoekema)

1João 2.18-26; 2Ts 2.1-12

Anticristos O anticristo

Indivíduos que, de tempos em tempos, em todas as gerações entre a primeira e segunda

vinda de Jesus Cristo, renegam Deus e sua salvação

“O homem da iniquidade, o filho da perdição” “O iníquo é a última e mais elevada revelação do homem (humanidade) em sua inimizade para

com Deus” (Ridderbos)

Tipos do anticristo “Uma pessoa escatológica” (Hendriksen)

Quem é essa pessoa? Quem é o anticristo?

O papado? Um imperador romano? Satanás?

A besta de Apocalipse 13? “Só sabemos o bastante para dizer que Paulo se referia à

suprema encarnação do mal e que isso ocorrerá no fim dos tempos, quando haverá uma grande apostasia da igreja e

quando o mal será forte” (Morris)

+ Quatro coisas:

1. Ele se manifestará assim que for retirado aquele que

o detém (2Ts 2.7) 2. Os tessalonicenses sabiam

quem era aquele que o detém (2Ts 2.6)

3. Ele será aniquilado na vinda de Cristo (2Ts 2.8) 4. Ele enganará a muitos

(2Ts 2.9-10)

O que impede a manifestação do anticristo?

O império romano? A pregação do evangelho? O Espírito Santo? A igreja? O princípio da ordem?

“Paulo não faz alusão a fenômenos ou acontecimentos históricos específicos, mas sim que, em linguagem apocalíptica, ele fala dos fatores sobrenaturais que

determinam o refreamento das últimas coisas” (Ridderbos)

“É, provavelmente, mais seguro dizer que não sabemos quem é aquele que detém o homem da iniquidade. A

menção que Paulo faz do impedidor, entretanto, indica que a revelação completa da pessoa aqui descrita não

acontecerá até que esse impedimento, seja lá o que for, tenha sido removido” (Hoekema)

Nós aguardamos um aumento do mal que chegará a um ponto quase insuportável, marcado por todo tipo de

falsidade espiritual (falsos cristos e anticristos) A culminação disso será o aparecimento do anticristo

A vinda de Cristo e a vigilância dos crentes

Marcos 13 é um lembrete para que nos preparemos Cristo voltará como “Filho do Homem [...] nas nuvens, com

grande poder e glória” (Mc 13.26) Um dia ouviremos que “o reino do mundo se tornou

de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos” (Ap 11.15)

3. Depois da ressurreição:A consumação

1

2

3

4. As últimas coisas e o milênio

Mil anos em Apocalipse 20

Satanás é preso “por mil anos” (v. 1-2) Sua influência enganosa sobre as nações é restringida “até

se completarem os mil anos” (Ap 20.3) Os que não são marcados com o número da besta

participam da “primeira ressurreição” e reinam com Cristo “durante mil anos” (Ap 20.4-6)

Ao “se completarem mil anos”: Satanás é solto e incita as nações contra “o acampamento

dos santos e a cidade querida”, mas é “consumido” por “fogo do céu” e lançado no “lago de fogo e enxofre”, a fim

de sofrer tormento eterno (Ap 20.7-10)

Milenarismo — quiliasmo Chilioi = “mil”

É sinônimo de apocalipsismo,milenarismo (ou milenismo) e adventismo

Quatro afirmações:

Jesus vem buscar somente os crentes (rapto) Apenas os crentes são ressuscitados (primeira ressurreição)

Estes ficam com o Senhor no céu durante sete anos, desfrutando das “bodas do Cordeiro”

Na terra, 3 anos e meio de paz e prosperidade; 3 anos e meio culminando na grande tribulação

Alguns sugerem que, nesse período, o Espírito Santo (“aquele que o detém”) será retirado da terra e a

possibilidade de salvação será pelas obras No auge da grande tribulação, Cristo voltará de forma

visível a todos com sua igreja e Satanás será preso

Jesus estabelecerá um reino literal, com duração de mil anos, sediado em Jerusalém, a fim de cumprir as

promessas do AT feitas aos judeus Os crentes glorificados, que participaram da primeira

ressurreição, morarão na cidade de Jerusalém flutuante no céu; os outros seres humanos morarão na terra,

desfrutando do reino milenar de Cristo

No fim dos mil anos Satanás será solto e marchará contra Jerusalém com muitos seguidores, mas será vencido

definitivamente por Cristo. A partir daí ocorrerá a segunda ressurreição (dos os que não participaram da primeira)

Ocorrerá o juízo final registrado em Apocalipse 20.11-15 Os inconversos são lançados no lago de fogo e enxofre e

os convertidos desfrutam da Nova Jerusalém, que descerá do céu para a nova terra (Ap 21.1—22.21)

As teorias sobre o milênio são úteis?

Concepções milenaristas surgiram antes do primeiro século

Jesus não menciona a palavra “milênio”

Em nenhum lugar de seu sermão (em Mc 13) nosso Senhor ensina explicitamente sobre um reino milenar

“O milenarismo (a doutrina do reino de mil anos) procede desde os primeiros séculos depois de Cristo, ainda que o futuro de Israel não desempenhasse um papel relevante naquela doutrina. Sob a influência de Agostinho [...]

esta ideia perdeu bastante sua influência”(Meint R. van den Berg)

Credos Apostólico e Niceno:nenhuma menção do milênio

Igreja luterana: não crê em um milênio literal

Calvino rejeitou a crença em um reino milenar literal

Turretini: Quiliasmo grosseiro e quiliasmo moderado

Oito razões para rejeitar a ideia de um milênio literal:

1. O advento de Cristo está ligado ao juízo final

2. Cristo há de permanecer no céu até a restituição de todas as coisas

3. O fim do mundo seria conhecido

4. A condição dos santos é inconsistente com isso

5. Os últimos tempos excluem esse tipo de reino

6. Nem Cristo nem os apóstolos mencionam este reino

7. Isso nos retrai do anseio pelo céue nos traz de volta à terra

8. O reino de Cristo não é deste mundo

A crença em Genebra um século depois de Calvino, era contrária ao quiliasmo

O entendimento de Calvino sobre Apocalipse 20 é contrário ao dos quiliastas

Muito do que se lê e ouve sobre um milênio literal se encaixa melhor na categoria de ficção

O pré-milenismo

Quiliasmo — pré-milenismo ou pré-tribulacionismo

Jesus voltará antes do milênio e da grande tribulação Dispensacionalismo

Abraçado por igrejas que assumem um sistema de doutrina que, grosso modo, preconiza que Deus interage de

modos absolutamente distintos — por meio de diferentes dispensações — com o povo judeu (Israel) e

gentio (a igreja do NT)

Essa interpretação é publicada em livros e filmes e abraçada por muitos evangélicos atuais

Quatro problemas: 1. É inconsistente consigo mesma

2. Desrespeita o modo como o NT ilumina o AT 3. Desconsidera o gênero literário do Apocalipse

4. Assume o quiliasmo como cristão

“O quiliasmo não tem uma origem cristã, mas judaica e persa” (Bavinck)

“As crenças milenaristas” penetraram no Cristianismo “a partir do judaísmo e de outras fontes” (Corsini)

O pós-milenismo

O milênio de Apocalipse 20.6-7 não é literal e encaixa-se no fim da era presente

Cristo retornará após este “milênio”e haverá tribulação moderada

Nesse ínterim o Cristianismo marcará a cultura e ganhará terreno — o reino de Deus será estabelecido por este

aumento gradativo e eficiente da influência cristã na sociedade

O mundo se abrirá para o evangelho e haverá aprimoramento espiritual, social e cultural

— Uma antropologia otimista —

O amilenismo

Amilenismo é o entendimento de que o milênio de Apocalipse 20 não é literal e se cumpre na era

presente da igreja

Nesse ínterim o Cristianismo marcará a cultura e ganhará terreno — o reino de Deus será estabelecido por este

aumento gradativo e eficiente da influência cristã na sociedade

O mundo se abrirá para o evangelho e haverá aprimoramento espiritual, social e cultural

— Uma antropologia otimista —

A figura do anjo que “segura” e “prende” Satanás (v. 1-2) demonstra que a liberação da ação demoníaca na terra é

controlada por Deus (cf. Ap 9.1-12)

Satanás é preso por “mil anos” (v. 2). O número “mil” não deve ser interpretado literalmente. Trata-se de um período de tempo que

só Deus conhece

Os mil anos, que [...] começaram na primeira vinda de Cristo, estão ainda em curso e equivalem aos “três anos e meio” durante os quais as testemunhas da terceira cena [Ap 11.3-12] pregam no

mundo, e a mulher sobrevive no deserto [Ap 12.5-6]

“A compreensão do milênio não pode ser alcançada independentemente do estudo do resto do livro,

quiçá do resto das Escrituras” (Wilcock)

A compreensão simbólica do milênio é consistente tanto com o AT, quanto com a revelação do evangelho

no NT

A leitura pré-milenista exige que os textos do AT, o sermão de Jesus sobre as últimas coisas e as pontuações escatológicas das epístolas sejam artificialmente

“encaixadas” em Apocalipse 20

O entendimento amilenista é beneficiado pela Teologia Bíblica, “aquele ramo da teologia exegética que lida com o processo de autorrevelação de Deus registrada na Bíblia”

A perspectiva amilenista respeita a forma como, no Apocalipse, os números são símbolos

Satanás é preso por “mil anos” (Ap 20.2). Enquanto durar esta restrição, Satanás não tem liberdade total para “enganar as nações”

Satanás foi desbancado no início do ministério terreno de Jesus. O reino foi inaugurado. O Rei chegou e “amarrou o valente”. Os “bens” do valente podem ser agora “saqueados” (Mc 3.22-27; cf. Mt 12.28-29; Lc 11.20-22)

De acordo com o NT, o dragão foi amarrado e perdeu seu poder de engano sobre as nações. Estas agora podem ser alcançadas pelo evangelho da glória de Deus (Mt 28.18-20; 2Co 4.3-6; 1Tm 1.11)

“Toda vez que vemos a igreja acrescida de um novo convertido, sabemos que a incapacidade de Satanás de enganar as nações está sendo

novamente proclamada” (Wilcock)

Satanás está amarrado, não inativo. Ele ainda pode fazer algumas coisas, mas sempre sob a soberania de Deus

Esta restrição é tão severa que o poder demoníaco foi colocado sob a autoridade da igreja (cf. Lc 10.17-19)

Isso será assim “até se completarem os mil anos” (v. 3)

O fim dos “mil anos” equivale ao término desta “era da igreja”

A partir de então, o poder satânico será acentuado, pois as restrições impostas ao dragão serão retiradas

zzz [05:07]

Os amilenistas não recusam a ideia de um milênio, e sim de um milênio literal, tal como proposto pelos

quiliastas

Considerações finais

Esta exposição combina com a CFW (XXXII.1)

O corpo dos homens, depois da morte, volta ao pó e vê a corrupção; mas a alma deles (que nem morre nem dorme),

tendo uma substância imortal, volta imediatamente para Deus que a deu.

A alma dos justos, sendo então aperfeiçoada em santidade, é recebida no mais alto dos céus, onde

contempla a face de Deus em luz e glória, esperando a plena redenção do corpo deles; a alma dos ímpios é

lançada no inferno, onde permanecerá em tormentos e em trevas espessas, reservada para o juízo do grande

dia final.

Além desses dois lugares destinados às almas separadas de seus respectivos corpos, a Escritura não reconhece

nenhum outro lugar

Os teólogos de Westminster (17º século) não adotaram a crença no estabelecimento de um reino milenar literal,

entre o retorno de Cristo e o juízo final.

As últimas coisas

Uma introdução à escatologiaSofrimento Esperança Glória

Misael Nascimento © 2018

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