sequência didática ii

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Gênero Discursivo Conto MaravilhosoUtilizamos as sequências didáticas em Língua Portuguesa para ensinar os alunos a dominar um gênero textual de forma gradual, passo a passo. Ao organizar uma sequência didática, o professor pode planejar etapas do trabalho com os alunos, de modo a explorar diversos exemplares desse gênero, estudar as suas características próprias e praticar aspectos de sua escrita antes de propor uma produção escrita final.Outra vantagem desse tipo de trabalho é que leitura, escrita, oralidade e aspectos gramaticais são trabalhados em conjunto, o que faz mais sentido para quem aprende.

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    PROGRAMA DE INTERVENO PEDAGGICA ANOS FINAIS / SRE - CURVELO

    Introduo

    Relembrando...

    As sequncias didticas so um conjunto de atividades ligadas entre si, planejadas para ensinar um

    contedo, etapa por etapa. Organizadas de acordo com os objetivos que o professor quer alcanar para a

    aprendizagem de seus alunos, elas envolvem atividades de aprendizagem e de avaliao.

    Utilizamos as sequncias didticas em Lngua Portuguesa para ensinar os alunos a dominar um

    gnero textual de forma gradual, passo a passo. Ao organizar uma sequncia didtica, o professor pode

    planejar etapas do trabalho com os alunos, de modo a explorar diversos exemplares desse gnero, estudar as

    suas caractersticas prprias e praticar aspectos de sua escrita antes de propor uma produo escrita final.

    Outra vantagem desse tipo de trabalho que leitura, escrita, oralidade e aspectos gramaticais so trabalhados

    em conjunto, o que faz mais sentido para quem aprende.

    Para realizar as sequncias didticas preciso ter alguns conhecimentos sobre o gnero que se quer

    ensinar e conhecer bem o grau de aprendizagem que os alunos j tm desse gnero. Isso necessrio para

    que seja organizada de tal maneira que no fique nem muito fcil, o que desestimular os alunos porque no

    encontraro desafios, nem muito difcil, o que poder desestimul-los a iniciar o trabalho e envolver-se com

    as atividades. Outra necessidade desse tipo de trabalho a realizao de atividades em duplas e grupos, para

    que os alunos possam trocar conhecimentos e auxiliar uns aos outros.

    Devido ao sucesso da primeira apostila de Sequncias Didticas, elaborada em Julho de 2012, nos

    propomos a dar continuidade ao trabalho, utilizando aqui, novos gneros textuais. Nossa inteno dar

    suporte aos professores de Lngua Portuguesa e a apostila apenas uma sugesto. Cada professor pode e

    deve acrescentar, retirar, modificar as atividades para adequ-las a sua turma e sua realidade.

    Para organizar o trabalho com um gnero textual em sala de aula, sugerimos a seguinte sequncia

    didtica:

    1. Apresentao do gnero.

    2. Partir do conhecimento prvio dos alunos.

    3. Contato inicial com o gnero textual em estudo.

    4. Produo do texto inicial.

    5. Ampliao do repertrio sobre o gnero em estudo, por meio de leituras e anlise de textos do

    gnero.

    6. Produo do texto final.

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    PROGRAMA DE INTERVENO PEDAGGICA ANOS FINAIS / SRE - CURVELO

    Conto Maravilhoso

    O conto tem origem antiga. Liga-se ao desejo de contar e ouvir histrias inerente natureza humana

    e manifesta-se precocemente na Histria. Vem das narrativas orais dos antigos povos nas noites de luar,

    passa pelas narrativas dos bardos gregos e romanos, pelas lendas orientais, pelas parbolas bblicas, pelas

    novelas medievais italianas, pelas fbulas francesas e chega at ns, em livros, como hoje o conhecemos.

    Em sua trajetria, o conto vestiu-se de inmeras roupagens, resultando numa riqueza de tipos de

    difcil classificao. comum encontrarmos antologias que renem contos por nacionalidade: o conto

    brasileiro, o conto russo, o conto francs, etc.; ou por regies: o conto brasileiro do Norte, do Sul, etc.; ou

    por subgneros: contos maravilhosos, fantsticos, de terror, de mistrio, policiais, de amor, de fico

    cientfica, ou por outras classificaes: o conto tradicional, o conto moderno, o conto contemporneo, etc.

    Os contos de fadas clssicos Cinderela, Branca de Neve, Chapeuzinho Vermelho esto entre as primeiras histrias que conhecemos na infncia. Com sua magia e seus prodgios, lanaram sobre

    ns um encantamento inesquecvel, capaz de durar a vida inteira. Todos terminam com a frase e viveram felizes para sempre na qual acreditamos piamente. Seu otimismo, a constante vitria dos bons sobre os maus, o triunfo dos humildes sobre os orgulhosos nos infundem esperana. No entanto, os contos de fadas

    so muito mais que as simples realizao de nossas fantasias. Seus heris e heronas conquistam a felicidade

    s depois de superar muitos obstculos e enfrentar duras tribulaes.

    Ao cruzar a fronteira do Era um vez..., entramos num mundo em que como nos sonhos, a realidade se transforma. De repente os animais falam, e como o Gato de Botas, ainda so muito mais espertos que os

    seres humanos.

    Paralelamente a esse mundo em que tudo parece estar de pernas para o ar, os contos de fadas renem

    elementos vitais, eternos, mgicos, que tem o dom de transformar uma abbora em carruagem ou de fazer

    uma princesa dormir durante cem anos. No plano da imaginao basta pensar em algo para concretiz-lo.

    O conto maravilhoso ou de fadas, caracteriza-se por iniciar-se pela expresso Era uma vez... e por

    apresentar inicialmente uma falta ou algum malfeito praticado por algum; quase sempre termina bem; pode

    ou no ter interferncia de seres encantados (fadas, bruxas, duendes); apresenta quase sempre algumas

    situaes tpicas, como o heri ou a herona distanciar-se do lar, adentrar uma floresta ou bosque, cair numa

    armadilha, lutar contra um vilo, venc-lo, etc.

    Caractersticas:

    Fatos que acontecem no passado.

    Tempo impreciso.

    Narrador observador.

    Aes conforme as caractersticas que as personagens representam. (heri bom / vilo mau)

    Contm um ensinamento.

    Organizao do Texto (ver apostila de Sequncias Didticas I pg.3)

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    PROGRAMA DE INTERVENO PEDAGGICA ANOS FINAIS / SRE - CURVELO

    Pequetito

    Era uma vez um casal que s depois de muito esperar e pedir aos deuses conseguiu ter um filho. O

    menino nasceu com sade e era bem bonito, mas nunca cresceu, e por isso recebeu o nome de Pequetito.

    Quando chegou a hora de mand-lo conhecer o mundo, seus pais lhe deram uma agulha para lhe

    servir de espada, uma cuia de comer arroz para ser seu barco e um par de palitos para fazer as vezes de

    remos.

    Assim equipado, Pequetito partiu, navegando at a capital, Quioto, onde foi ter ao casaro de uma

    famlia que se encantou com ele e o convidou para morar ali.

    Um dia Pequetito viajou com a filha de seus anfitries, uma linda jovem que gostava muito dele. No

    caminho um ogro os atacou, dizendo que queria raptar a moa. Primeiro vai ter que lutar comigo!, o corajoso rapaz exclamou, brandindo a agulha.

    O ogro riu, agarrou-o e sem perda de tempo o engoliu.

    L no estmago do ogro, Pequetito o espetou tanto com sua agulha que o malvado papo o cuspiu

    fora. Assim que se viu livre, o moo lhe furou os olhos com a agulha. O ogro gritou de dor e correu,

    deixando cair um pequeno objeto de metal. um martelo mgico que realiza desejos, a jovem explicou. Ento me d uma martelada, para ver se me faz crescer, o rapaz falou. A filha de seus anfitries lhe martelou a cabea com toda a fora... e Pequetito se transformou num samurai alto e garboso, com quem ela

    logo se casou. Livro: Volta ao mundo em 52 histrias. Narrao de Neil Philip. Ilustrao de Nilesh Mistry. 2 edio. 2010

    Atividades

    1. Com relao ao gnero e a sua estruturao, responda: a) Qual o gnero textual? b) Qual o tipo discursivo? c) Qual o domnio discursivo desse gnero? d) Qual a sua finalidade/funo scio-comunicativa/para que serve/objetivo? e) Quais so as principais caractersticas? f) Qual o pblico-alvo desse texto?

    2. Qual o tema e o assunto do texto?

    3. O que Pequetito recebeu antes de viajar pelo mundo?

    4. Por que motivo ele recebeu esses objetos?

    5. Em que pas e poca se passa a histria?

    6. Nas frases abaixo encontre o significado das palavras em destaque:

    a) Um dia Pequetito viajou com a filha de seus anfitries... (l. 8) _________________________

    b) ... o corajoso rapaz exclamou, brandindo a agulha. (l. 9,10) _________________________

    c) ...se transformou num samurai alto e garboso... (l. 16) _________________________

    7. Nos trechos abaixo coloque O para opinio e F para fato:

    a) ( ) O menino nasceu com sade... (l.2)

    b) ( ) ...e era bem bonito (l.2)

    c) ( ) ... um ogro os atacou... (l.9)

    d) ( ) ... o moo lhe furou os olhos com a agulha. (l.13)

    e) ( ) ... uma linda jovem que gostava... (l.8)

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    PROGRAMA DE INTERVENO PEDAGGICA ANOS FINAIS / SRE - CURVELO

    8. Que ideia expressam as palavras destacadas nas frases abaixo:

    a) ... depois de muito esperar e pedir aos deuses conseguiu ter um filho. (l.1) __________ / __________

    b) ... nasceu com sade e era bem bonito... (l.2) _____________

    c) ... mas nunca cresceu, e por isso recebeu o nome de Pequetito. (l.2) _____________ / _____________

    d) Quando chegou a hora de mand-lo conhecer o mundo... (l.3) _____________

    e) ... um par de palitos para fazer as vezes de remos. (l.4) _____________

    f) ...onde foi ter ao casaro... (l.6) _____________

    g) ... o convidou para morar ali. (l.7) _____________

    h) Pequetito o espetou tanto com sua agulha... (l.12) _____________

    i) Ento me d uma martelada... (l.15) _____________

    j) ... com quem ela logo se casou. (l.16,17) _____________

    9. Qual a consequncia para Pequetito ao derrotar o ogro?

    10. As palavras destacadas nas frases abaixo se referem a que/quem:

    a) Quando chegou a hora de mand-lo conhecer o mundo... (l.3) _____________

    b) ... seus pais lhe deram uma agulha... (l.3) _____________

    c) ... uma cuia de comer arroz para ser seu barco... (l.4) _____________

    d) ... uma famlia que se encantou com ele... (l.7) _____________ / _____________

    e) ... uma linda jovem que gostava muito dele. (l.8) _____________ / _____________

    f) No caminho um ogro os atacou... (l.8,9) _____________

    g) ... dizendo que queria raptar a moa. (l.9) _____________

    h) ... o corajoso rapaz exclamou... (l.10) _____________

    i) ... Pequetito o espetou tanto com sua agulha que o malvado papo o cuspiu... (l.12) _____________ / ____________ / ____________

    11. Analise as situaes abaixo: a) Se a personagem da histria fosse do gnero feminino, como ficaria esta frase: O menino nasceu com

    sade e era bem bonito... por qu? b) No caminho um ogro os atacou, dizendo que queria raptar a moa. Essa frase apresenta aes narradas

    no passado, como ficaria se fosse narrada no presente do indicativo?

    12. Qual o conflito gerador do enredo?

    13. Das informaes abaixo, relativas ao texto, qual a principal?

    a) O menino nasceu com sade e era bem bonito... (l.10)

    b) No caminho um ogro os atacou... (l.8,9)

    c) Pequetito se transformou num samurai alto e garboso... (l.16)

    d) O ogro gritou de dor e correu... (l.13)

    14. Nas frases abaixo, explique o sentido da pontuao usada pelo autor: a) Primeiro vai ter que lutar comigo! Aspas:__________________ Exclamao: _________________

    b) A filha de seus anfitries lhe martelou a cabea com toda a fora... Reticncias: __________________

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    PROGRAMA DE INTERVENO PEDAGGICA ANOS FINAIS / SRE - CURVELO

    Produo Inicial

    O conto que voc acabou de estudar se parece com algum outro que voc j tenha lido ou que algum

    j tenha contado a histria para voc?

    Bom, agora sua vez de usar a criatividade! Escolha um Conto Maravilhoso que voc conhea bem a

    histria e faa como o autor. Reconte, de acordo com sua realidade, mas prevalecendo a essncia e as

    caractersticas do conto escolhido. No se esquea do ttulo!

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    PROGRAMA DE INTERVENO PEDAGGICA ANOS FINAIS / SRE - CURVELO

    O prncipe adormecido

    Era uma vez um rei que tinha uma filha que era toda a sua alegria e, quando precisou partir para a

    guerra, ficou muito preocupado com a princesa. Percebendo sua aflio, ela lhe disse: V em paz, meu pai, e volte em paz. Estarei aqui, esperando por voc. Depois que o rei partiu, a princesa passava os dias junto janela, bordando um leno para ele. Uma

    tarde uma guia dourada se aproximou da janela e falou: Borde, Alteza! H de se casar com um morto. O que quer dizer com isso?, ela perguntou, espantada. Monte em meu dorso e saber, a guia respondeu, carregando-a para um lugar muito distante, onde a deixou perto de um poo.

    A princesa desceu no poo e l no fundo encontrou um prncipe que jazia na cama, tendo a seu lado

    uma placa: Se tiver piedade de mim, vele-me por trs meses, trs semanas e trs dias. Quando eu espirrar, diga: Deus o abenoe e lhe d longa vida!. Ento acordarei e me casarei com voc. A princesa sentou cabeceira do jovem e velou-o por trs meses e trs semanas. Todos os dias, ao

    despertar, encontrava uma bandeja de comida e gua, mas nunca via ningum.

    Certa manh escutou uma moa perguntando: Quem precisa de empregada?. Mais que depressa, chamou-a: Ei, olhe para baixo!. Como a jovem parecia bondosa, contratou seus servios e lhe contou tudo sobre o prncipe adormecido.

    As duas passaram o dia conversando, e noite a moa falou: Agora v dormir. Ficarei velando e, se ele espirrar, eu a acordarei. Assim que a princesa adormeceu, o rapaz espirrou, e a criada pronunciou as palavras decisivas:

    Deus o abenoe e lhe d longa vida!. O jovem acordou e abraou, no cabendo em si de felicidade.

    Voc me libertou de um encantamento e ser minha esposa. Pouco depois viu a princesa dormindo no cho e perguntou: Quem ?. minha empregada, a moa explicou. Deixe a coitadinha dormir em paz e, de manh, mande-a cuidar dos gansos. Quando a princesa despertou, a criada lhe disse: O prncipe acordou e falou que quer se casar comigo e que de hoje em diante voc tem que cuidar dos gansos. Naquela tarde o rapaz reuniu as duas e perguntou a cada uma delas que presente gostaria de ganhar.

    Uma coroa de diamantes, a empregada declarou. A pedra do moinho da pacincia, a corda do carrasco e o faco do aougueiro, respondeu a princesa. O prncipe lhes deu o que queriam e logo mais, noite, passou perto do quarto da guardadora de

    gansos e ouviu a pobrezinha contando seus infortnios aos objetos que ganhara.

    O que devo fazer?, ela perguntou a cada um, no fim do relato. Tenha pacincia, a pedra do moinho respondeu. Corte a garganta, o faco sugeriu. Enforque-se!, aconselhou a corda. Nesse momento o prncipe entrou correndo no quarto. No faa nada disso!, gritou. Voc minha verdadeira noiva, e a outra moa no passa de uma mentirosa. ela que deve morrer na forca! No, a princesa falou. Ela quis me prejudicar, mas deixe-a ir embora. Apenas me leve para a casa de meu pai e se case comigo.

    Livro: Volta ao mundo em 52 histrias. Narrao de Neil Philip. Ilustrao de Nilesh Mistry. 2 edio. 2010

    Atividades

    1. Qual o tema e o assunto do texto?

    2. Por que a princesa saiu da casa de seu pai?

    3. O que a princesa fazia para passar os seus dias?

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    PROGRAMA DE INTERVENO PEDAGGICA ANOS FINAIS / SRE - CURVELO

    4. A princesa cumpriu a promessa que fez ao seu pai quando ele foi para a guerra? Justifique.

    5. Nas frases abaixo encontre o significado das palavras em destaque:

    a) Monte em meu dorso e saber... (l. 7) _________________________

    b) ... encontrou um prncipe que jazia na cama... (l. 9) _________________________

    c) ... ouviu a pobrezinha contando seus infortnios... (l. 32) _________________________

    6. Nos trechos abaixo coloque O para opinio e F para fato:

    a) ( ) ... a princesa passava os dias junto janela... (l.4)

    b) ( ) ... ficou muito preocupado com a princesa. (l.2)

    c) ( ) ... velou-o por trs meses e trs semanas. (l.12)

    d) ( ) Como a jovem parecia bondosa... (l.15)

    e) ( ) Deixe a coitadinha dormir em paz... (l.25)

    7. Que ideia expressam as palavras destacadas nas frases abaixo:

    a) ... quando precisou partir para a guerra... (l.1) __________

    b) ... uma guia dourada se aproximou da janela e falou: (l.5) _____________

    c) ... onde a deixou perto de um poo. (l.7,8) _____________

    d) ... l no fundo encontrou um prncipe... (l.9) _____________

    e) ... se tiver piedade de mim... (l.10) _____________

    f) ... ento acordarei e me casarei com voc. (l.11) _____________/ ______________

    g) ... mas nunca via ningum. (l.13) _____________

    h) ... como a jovem parecia bondosa... (l.15) _____________

    i) ... pouco depois viu a princesa... (l.22) _____________

    j) ... ficou muito preocupado com a princesa. (l.2) _____________

    k) Apenas me leve para casa... (l.39) _____________

    8. Qual foi a consequncia para princesa por ter sado de perto do prncipe e dormido?

    9. As palavras destacadas nas frases abaixo se referem a que/quem:

    a) Estarei aqui esperando por voc... (l.3) _____________

    b) ... ela perguntou, espantada. (l.6) _____________

    c) ... tendo a seu lado uma placa: (l.9,10) _____________

    d) Deus o abenoe e lhe d longa vida! (l.11) _____________

    e) ... mande-a cuidar dos gansos. (l.25) _____________

    f) O prncipe acordou e falou que quer se casar comigo... (l.26,27) _____________

    g) O prncipe lhes deu o que queriam... (l.31) _____________

    h) ela que deve morrer na forca. (l.38) _____________

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    10. Analise as situaes abaixo: a) Se a personagem da histria fosse do gnero masculino, como ficaria esta frase: A princesa desceu

    cabeceira do jovem e velou-o por trs meses... por qu? b) Neste trecho a seguir, A princesa desceu no poo e l no fundo encontrou um prncipe que jazia na

    cama, tendo a seu lado uma placa: (l.9,10), encontram-se aes ocorridas no passado, se mudssemos para o presente do indicativo, sofreria alterao? Como ficaria a frase? Justifique.

    11. Qual o conflito gerador do enredo?

    12. Das informaes abaixo, relativas ao texto, qual a principal?

    a) ... a princesa passava os dias junto janela, bordando um leno para ele. (l. 4)

    b) ... a princesa desceu no poo e l no fundo encontrou um prncipe que jazia na cama... (l. 9)

    c) ... o jovem acordou e abraou, no cabendo em si de felicidade. (l. 21)

    d) ... o prncipe lhes deu o que queriam... (l. 31)

    13. Nas frases abaixo, explique o sentido da pontuao usada pelo autor:

    a) Agora v dormir. Ficarei velando e, se ele espirrar, eu a acordarei (l. 17, 18) Aspas _____________.

    b) No faa nada disso! (l. 37) Exclamao ________________.

    c) O que devo fazer? (l. 33) Interrogao _________________.

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    PROGRAMA DE INTERVENO PEDAGGICA ANOS FINAIS / SRE - CURVELO

    A alma e o corao da baleia Era uma vez um corvo muito bobo e convencido que voou para bem longe e foi parar no mar. Exausto de tanto bater as asas, procurou um lugar para descansar, mas no avistou nenhum pedao de terra

    no meio de toda aquela gua. Vou morrer afogado, suspirou, j sem foras para continuar voando. Nesse exato momento uma enorme baleia subiu tona, e o corvo, sem pensar duas vezes, mergulhou

    naquela bocarra aberta.

    Foi parar na barriga da baleia, onde, para seu espanto, deparou-se com uma casa muito limpa e

    confortvel, bem iluminada e quentinha.

    Uma jovem estava sentada na cama, segurando uma lanterna. Fique vontade, disse ela amavelmente. Mas, por favor, nunca toque em minha lanterna. O corvo, feliz da vida, prometeu que jamais faria tal coisa.

    A moa parecia inquieta. A todo instante se levantava, ia at a porta e voltava a sentar na cama.

    Algum problema?, o corvo perguntou. No..., ela respondeu. s a vida... A vida e o ar que se respira. O corvo estava morrendo de curiosidade. Assim, quando a jovem foi at a porta, resolveu tocar na

    lanterna para ver o que acontecia. E aconteceu que a moa caiu estatelada na sua frente e a luz se apagou.

    O mal estava feito. A casa ficou fria e escura, o cheiro de gordura e sangue deixou o corvo enjoado.

    Inutilmente ele procurou a porta para sair dali e, cada vez mais nervoso, comeou a se coar de tal modo que

    arrancou todas as penas. Agora que vou morrer congelado, choramingou, tremendo at os ossos. A moa era a alma da baleia, que a impelia para a porta toda vez que enchia os pulmes de ar. Seu

    corao era a lanterna acesa.

    Quando o corvo a tocou, a chama se extinguiu. Agora a baleia estava morta e guardava em seu

    interior o pssaro intrometido.

    Depois de muito chorar e pensar, o corvo finalmente conseguiu sair das escuras entranhas e sentou

    no dorso daquele imenso defunto.

    Ensebado, sujo, depenado, era uma tristssima figura.

    A baleia morta ficou flutuando no mar at que desabou uma tempestade e as ondas a empurraram

    para a praia. Quando a chuva parou, alguns pescadores saram para trabalhar e viram a baleia. O corvo

    tambm os viu e se transformou num homenzinho feio e estropiado.

    Ento, em vez de confessar que se intrometera onde no fora chamado e destrura algo de belo que

    no conseguira compreender, ps-se a gritar: Eu matei a baleia! Matei a baleia!. E assim se tornou um grande homem entre seus pares.

    Livro: Volta ao mundo em 52 histrias. Narrao de Neil Philip. Ilustrao de Nilesh Mistry. 2 edio. 2010

    Atividades

    1. Qual o tema e o assunto do texto?

    2. Por que o corvo estava exausto?

    3. Onde e como o corvo encontrou abrigo?

    4. O corvo cumpriu a promessa que fez moa de jamais tocar em sua lanterna? Justifique.

    5. O que aconteceu com o corvo depois que ele tocou na lanterna?

    6. Qual a relao que existe entre a moa e a baleia?

    7. Nas frases abaixo encontre o significado das palavras em destaque:

    a) ... mergulhou naquela bocarra aberta. (l.5) ______________.

  • 12

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    b) ... caiu estatelada na sua frente... (l.15) ______________.

    c) ... ensebado, sujo, depenado... (l.25) ______________.

    d) ... transformou num homenzinho feio e estropiado. (l.28) ______________.

    8. Nos trechos abaixo coloque O para opinio e F para fato:

    a) ( ) ...um corvo muito bobo e convencido que voou para bem longe... (l.1)

    b) ( ) foi parar na barriga da baleia... (l.6)

    c) ( ) uma jovem estava sentada na cama... (l.8)

    d) ( ) ...transformou num homenzinho feio... (l.28)

    e) ( ) ...sentou no dorso daquele imenso defunto... (l.23,24)

    f) ( ) ...alguns pescadores saram para trabalhar... (l.27)

    g) ( ) ... uma casa muito limpa e confortvel... (l.6,7)

    9. Que ideia expressam as palavras destacadas nas frases abaixo:

    a) ... mas no avistou nenhum pedao de terra... (l.2) __________.

    b) foi parar na barriga da baleia, onde, para seu espanto, deparou-se... (l.6) __________.

    c) ...bem iluminada e quentinha... (l.7) __________ / _____________.

    d) ...disse a ela amavelmente... (l.8,9) __________.

    e) ...quando a jovem foi at a porta... (l.14) __________.

    f) ...ele procurou a porta para sair dali e, cada vez mais nervoso... (l.17) __________ / ___________.

    g) ...ento, em vez de confessar que se intrometera... (l.29) __________.

    10. Qual foi a consequncia para o corvo depois de ter tocado na lanterna?

    11. As palavras destacadas nas frases abaixo se referem a que/quem:

    a) ... deparou-se com uma casa... (l.6) ___________.

    b) ... disse ela amavelmente... (l.8,9) ___________.

    c) ... prometeu que jamais faria tal coisa... (l.9,10) ___________.

    d) a todo instante se levantava... (l.11) ___________.

    e) ... ele procurou a porta para sair... (l.17) ___________.

    f) quando o corvo a tocou... (l.21) ___________.

    g) ... as ondas a empurraram para a praia. (l.26,27) ___________.

    h) o corvo tambm os viu e se transformou... (l.27,28) ___________.

    12. Analise a frase abaixo: a) Se a personagem da histria fosse do gnero feminino, como ficaria esta frase: Ensebado, sujo,

    depenado, era uma tristssima figura... (l.25) por qu?

    13. Qual o conflito gerador do enredo?

  • 13

    PROGRAMA DE INTERVENO PEDAGGICA ANOS FINAIS / SRE - CURVELO

    14. Das informaes abaixo, relativas ao texto, qual a principal?

    a) ... um corvo muito bobo e convencido que voou para bem longe. (l.1)

    b) ... uma enorme baleia que subiu tona... (l. 4)

    c) ...uma jovem sentada na cama, segurando uma lanterna... (l. 8)

    d) ...a casa ficou fria e escura... (l. 16)

    15. Nas frases abaixo, explique o sentido da pontuao usada pelo autor:

    a) Vou morrer afogado. (l.3) ____________.

    b) No... (l.12) ____________.

    c) s a vida... (l.12) ____________.

    d) Eu matei a baleia! (l.30) ____________.

    16. No trecho ... seu corao era a lanterna. (l.19,20) encontra-se: a) Uma personificao b) Uma metfora c) Uma ironia d) A suavizao de uma idia

    17. Que sentido o autor quis ressaltar com o uso do diminutivo na frase ...bem iluminada e quentinha

    (l. 7) e na frase ...se transformou em um homenzinho feio... (l. 28).

  • 14

    PROGRAMA DE INTERVENO PEDAGGICA ANOS FINAIS / SRE - CURVELO

    Produo Final

    No ltimo conto, A alma e o corao da baleia, o autor utiliza a metfora para ligar partes da baleia a

    objetos inanimados. O uso dessa figura da linguagem d ao texto muita expressividade e beleza.

    Elabore um conto onde um animal, assim como no texto anterior, tambm possua caractersticas ligadas

    s partes do seu corpo e a objetos inanimados. Utilize toda a sua criatividade! Voc capaz.

    No se esquea do ttulo!

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    PROGRAMA DE INTERVENO PEDAGGICA ANOS FINAIS / SRE - CURVELO

    Conto de Terror

    O conto de terror um subgnero e caracteriza-se por apresentar uma ao que se desenvolve em

    lugares distantes, o que confere narrativa um tom estrangeiro; os ambientes retratados so sombrios, noturnos, macabros, mrbidos, povoados por indivduos melanclicos, pessimistas, sem perspectivas,

    decadentes. As personagens entregam-se a todo tipo de vcios e apresentam, geralmente, narrador-

    protagonista.

    A narrativa se estrutura de forma a criar expectativa e suspense; os temas abordados so fantsticos,

    privilegiando os satnicos: violncia, assassinatos, incestos, vinganas, doenas, necrofilia.

    O terror, por sua vez, traz o sentimento muito intenso de medo, em que o indivduo j no consegue

    pensar de forma racional.

    Um conto de terror uma narrativa ficcional que visa provocar sentimentos aterrorizantes no leitor.

    Geralmente est vinculado s temticas, como morte, espritos malignos e bestas sobrenaturais.Pode ter um

    fim moralizante, isto , assustar o leitor para que este evite adotar certas condutas ou determinado atos.

    Os contos de terror a seguir so do autor Edgar Allan Poe, escritor, poeta, editor e crtico literrio.

    Conhecido por suas histrias que envolvem o mistrio e o macabro, Poe foi um dos primeiros escritores

    americanos de contos e considerado o inventor do gnero fico policial, tambm recebendo crdito por

    contribuio ao emergente gnero de fico cientfica. Ele foi o primeiro escritor americano conhecido a

    tentar ganhar a vida atravs da escrita por si s, resultando em uma vida e carreira financeiramente difcil.

    Ele nasceu em Boston, Massachusetts.

    Organizao do Texto (ver apostila de Sequncias Didticas I pg.3)

    Que tal fazermos

    uma pesquisa para

    conhecermos

    melhor esse autor?

  • 16

    PROGRAMA DE INTERVENO PEDAGGICA ANOS FINAIS / SRE - CURVELO

    Silncio

    Escuta disse o demnio, pousando a mo sobre a minha cabea. O pas de que te falo um pas lgubre, na Lbia, s margens do rio Zaire. E ali no h repouso nem silncio. As guas do rio, amarelas e

    insalubres, no correm para o mar, mas palpitam sempre sob o olhar ardente do Sol, com um movimento

    convulsivo. De cada lado do rio, sobre as margens lodosas, estende-se ao longe um deserto sombrio de

    gigantescos nenfares, que suspiram na solido, erguendo para o cu os longos pescoos espectrais e

    meneando tristemente as cabeas sempiternas. E do meio deles sai um sussurro confuso, semelhante ao

    murmrio de uma torrente subterrnea. E os nenfares, voltados uns para os outros, suspiram na solido. [...]

    Era noite e a chuva caa enquanto caa, era gua, mas quando chegava ao cho era sangue! E eu

    estava na plancie lodosa, por entre os nenfares, vendo a chuva que caa sobre mim. E os nenfares

    voltados uns para os outros suspiram na solenidade da sua desolao.

    De repente apareceu a lua atravs do nevoeiro fnebre vinha toda carmesim! E o meu olhar caiu

    sobre um rochedo enorme, sombrio, que se erguia a borda do Zaire, refletindo a claridade da lua; era um

    rochedo sombrio sinistro de uma altura descomunal!

    Sobre o seu cume estavam gravadas algumas letras. Caminhei atravs dos pntanos de nenfares, at

    a margem para ler as letras gravadas na pedra; mas no pude decifr-las. Ia voltar quando a lua brilhou mais

    viva e mais vermelha; olhando outra vez para o rochedo distingui s caracteres. E esses caracteres diziam:

    desolao.

    Levantei os olhos; na crista do rochedo estava um homem de figura majestosa. Pendia-lhe dos

    ombros a antiga toga romana, cobrindo-se at aos ps. Os contornos da sua pessoa no se distinguiam, mas

    as feies eram as da divindade porque brilhavam atravs da escurido da noite a do nevoeiro. Tinha a fronte

    alta e pensativa, os olhos profundos e melanclicos. Nas rugas do semblante, liam-se as legendas da

    desgraa e da fadiga o aborrecimento da humanidade e o amor da solido. Escondi-me no meio dos

    nenfares para ver o que aquele homem fazia ali.

    E o homem assentou-se no rochedo, deixou pender a cabea sobre a mo e espraiou a vista pela

    soledade, contemplou os arbustos buliosos e as grandes rvores primitivas; depois, ergueu os olhos para o

    cu e para a lua carmesim. Eu observava as aes do homem escondido no meio dos nenfares e o homem

    tremia na solido. Todavia a noite avanava e ele continuava assentado sobre o rochedo. [...]

    Ento invoquei os elementos e uma tempestade horrorosa sobreveio. E o cu tornou-se lvido pela

    violncia da tempestade e a chuva caa em torrente sobre a cabea do homem e as ondas do rio

    transbordavam e o rio espumava enfurecido e os nenfares suspiravam com mais fora, e a floresta debatia-

    se com o vento, e o trovo ribombava e os raios flamejavam, e o rochedo estremecia.

    Irritei-me e amaldioei a tempestade, o rio e os nenfares, o vento e a floresta, o cu e o trovo. E na

    minha maldio os elementos emudeceram e a lua parou na sua carreira, e o trovo expirou e o raio deixou

    de faiscar, e as nuvens ficaram imveis e as guas tornaram a repousar no seu imenso leito, e as rvores

    cessaram de se agitar, e os nenfares no suspiraram mais e na floresta no se tornou a ouvir o mnimo

    murmrio, nem a sombra de um som no vasto deserto sem limites. Olhei para os caracteres escritos no

    rochedo e os caracteres diziam agora: Silncio.

    Volvi outra vez os olhos para o homem, e o seu rosto estava plido de terror. De repente, levantou a

    cabea, ergueu-se sobre o rochedo e ps o ouvido escuta. Mas no se ouviu nem uma voz no deserto

    ilimitado. E os caracteres gravados no rochedo diziam sempre: Silncio. E o homem estremeceu e fugiu e

    para to longe fugiu que jamais o tornei a ver. [...]

    Mas jamais se ouviu uma histria to espantosa como esta! Foi o demnio que me contou, assentado

    ao um lado, na solido do tmulo. Quando acabou de falar, desatou a rir e como no pudesse rir com ele,

    amaldioou-me. Ento o lince, que vive eternamente no tmulo, saiu do seu esconderijo e veio deitar-se aos

    ps do demnio, olhando-o fixamente nas pupilas.

    Edgar Allan Poe

  • 17

    PROGRAMA DE INTERVENO PEDAGGICA ANOS FINAIS / SRE - CURVELO

    Atividades

    1. Com relao ao gnero e a sua estruturao, responda: a) Qual o gnero textual? b) Qual o tipo discursivo? c) Qual o domnio discursivo desse gnero? d) Qual a sua finalidade/funo scio-comunicativa/para que serve/objetivo? e) Quais so as principais caractersticas? f) Qual o pblico-alvo desse texto?

    2. Qual o tema e o assunto do texto?

    3. Onde e quando acontece a histria e como o autor descreve o cenrio?

    4. A que ou quem se pode atribuir a imagem ou figura representada pelo personagem do homem?

    5. O que provavelmente levou o demnio a se enfurecer?

    6. Nas frases abaixo encontre o significado das palavras em destaque:

    a) ...deserto sombrio de gigantescos nenfares... (l. 4,5) ______________.

    b) ...erguendo para o cu os longos pescoos espectrais... (l. 5) ______________.

    c) ...meneando tristemente as cabeas sempiternas. (l. 6) ______________ / _____________.

    d) ...vinha toda carmesim... (l. 11) ______________.

    e) ...a antiga toga romana, cobrindo-se at aos ps... (l. 19) ______________.

    f) ...espraiou a vista pela soledade... (l. 24,25) ______________ / _____________.

    g) ...E o cu tornou-se lvido... (l. 28) ______________.

    h) ...deixou pender a cabea sobre a mo... (l. 24) ______________.

    7. Nos trechos abaixo coloque O para opinio e F para fato:

    a) ( ) ...ali no h repouso nem silncio. (l. 2)

    b) ( ) Sobre o seu cume estavam gravadas algumas letras... (l. 14)

    c) ( ) Caminhei atravs dos pntanos de nenfares... (l. 14)

    d) ( ) Tinha a fronte alta e pensativa, os olhos profundos... (l. 20)

    e) ( ) Escondi-me no meio dos nenfares... (l. 21,22)

    f) ( ) ...contemplou os arbustos buliosos e as grandes rvores... (l. 25)

    g) ( ) ...invoquei os elementos e uma tempestade... (l. 28)

    h) ( ) ...ele continuava assentado sobre o rochedo... (l. 27)

    8. Que ideia expressam as palavras destacadas nas frases abaixo:

    a) ...ali no h repouso nem silncio. (l. 2) _______________.

    b) ...mas palpitavam sempre... (l. 3) _______________.

    c) ...e chuva caa enquanto caa... (l. 8) _______________ / _______________.

    d) ...para ler as letras gravadas na pedra... (l. 15) _______________.

  • 18

    PROGRAMA DE INTERVENO PEDAGGICA ANOS FINAIS / SRE - CURVELO

    e) ...a lua brilhou mais viva e mais vermelha... (l. 15,16) _______________.

    f) ...porque brilhavam atravs da escurido da noite... (l. 20) _______________.

    g) Todavia a noite avanava... (l. 27) _______________.

    h) Ento invoquei os elementos... (l. 28) _______________.

    i) ...nem a sombra de um som no vasto deserto sem limites. (l. 36) _______________.

    j) Quando acabou de falar, desatou a rir... (l. 43) _______________.

    9. Qual a consequncia da invocao dos elementos feita pelo demnio?

    10. As palavras destacadas nas frases abaixo se referem a que/quem:

    a) E do meio deles sai um sussurro confuso... (l. 6) _______________.

    b) ...que se erguia a borda do Zaire... (l. 12) _______________.

    c) Sobre o seu cume estavam gravadas... (l. 14) _______________.

    d) ...mas no pude decifr-las. (l. 14) _______________.

    e) Pendia-lhe dos ombros... (l. 18,19) _______________.

    f) ...eram as da divindade... (l. 20) _______________.

    g) ...espantosa como esta... (l. 42) _______________.

    h) ...como no pudesse rir com ele... (l. 43) _______________.

    i) ...saiu de seu esconderijo... (l. 44) _______________.

    j) ...olhando-o fixamente... (l. 45) _______________.

    k) ...ele continuava assentado sobre o rochedo... (l. 27) _____________.

    11. Qual o conflito gerador do enredo?

    12. Das informaes abaixo, relativas ao texto, qual a principal?

    a) As guas do rio... palpitam sempre sob o olhar ardente do Sol... (l. 2,3)

    b) Era noite e a chuva caa... (l. 8)

    c) E o homem assentou-se no rochedo... (l. 24)

    d) Ento invoquei os elementos e uma tempestade horrorosa sobreveio... (l. 28)

    13. Nas frases abaixo, explique o sentido da pontuao usada pelo autor:

    a) ... disse o demnio, pousando a mo sobre a minha cabea. ... Travesso: ______________.

    b) ... mas quando chegava ao cho era sangue! Exclamao: ______________.

    c) ... suspiram na solido. [...] Colchetes com reticncias: ______________.

    d) E esses caracteres diziam: Dois pontos: ______________.

    14. Explique o uso da letra maiscula da palavra em destaque, a borda do Zaire...:

  • 19

    PROGRAMA DE INTERVENO PEDAGGICA ANOS FINAIS / SRE - CURVELO

    Produo Inicial

    Apresentamos a seguir o incio de dois contos de escritores brasileiros. Leia-os e escolha um deles para

    dar continuidade narrativa. No se esquea de que se trata de um Conto de Terror, sendo assim, preciso

    despertar sentimentos aterrorizantes no leitor. Mos a obra! Os fragmentos no contm ttulo, use sua

    criatividade para escrever um ttulo bem original!

    1.

    2.

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    Eles esto do lado de fora, sabem que estou aqui, j verifiquei todas as entradas dzias de vezes, eles no podem entrar com as barreiras que eu coloquei, os observo pela janela sem que eles percebam, um deles percebe meu vulto pela

    janela, mas no demonstra nenhuma reao, eles sabem que no tem para onde eu ir, sabem que estou preso na minha

    prpria armadilha, uma questo de tempo para eles vencerem e tempo o que eles mais tm.

    Corro pela casa, deve haver alguma sada! Nos filmes sempre h um sada...

    http://mscontos.blogspot.com.br/2010/10/casa-amarela.html

    Ouvi primeiro o rudo de cascos pisando a grama, mas continuei deitado de bruos na esteira que havia estendido ao lado da barraca. Senti nitidamente o cheiro acre, muito prximo. Virei-me devagar, abri os olhos. O cavalo erguia-se

    interminvel minha frente. Em cima dele havia uma espingarda apontada para mim e atrs da espingarda um velhinho de

    chapu de palha, que disse logo o seguinte: [...]

    (Wander Pirolli. Crtica da razo pura. In: talo Moriconi, org. Os cem melhores contos brasileiros do sculo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000.)

  • 20

    PROGRAMA DE INTERVENO PEDAGGICA ANOS FINAIS / SRE - CURVELO

    O corao delator

    verdade! Nervoso, muito, muito nervoso mesmo eu estive e estou; mas por que voc vai dizer que

    estou louco? A doena exacerbou meus sentidos, no os destruiu, no os embotou. Mais que os outros estava

    aguado o sentido da audio. Ouvi todas as coisas no cu e na terra. Ouvi muitas coisas no inferno. Como

    ento posso estar louco? Preste ateno! E observe com que sanidade, com que calma, posso lhe contar toda

    a histria.

    impossvel saber como a ideia penetrou pela primeira vez no meu crebro, mas, uma vez

    concebida, ela me atormentou dia e noite. Objetivo no havia. Paixo no havia. Eu gostava do velho. Ele

    nunca me fez mal. Ele nunca me insultou. Seu ouro eu no desejava. Acho que era seu olho! , era isso! Um

    de seus olhos parecia o de um abutre - um olho azul claro coberto por um vu. Sempre que caa sobre mim o

    meu sangue gelava, e ento pouco a pouco, bem devagar, tomei a deciso de tirar a vida do velho, e com

    isso me livrar do olho, para sempre.

    Agora esse o ponto. O senhor acha que sou louco. Homens loucos de nada sabem. Mas deveria ter-

    me visto. Deveria ter visto com que sensatez eu agi com que precauo , com que prudncia, com que dissimulao, pus mos obra! Nunca fui to gentil com o velho como durante toda a semana antes de mat-

    lo. E todas as noites, por volta de meia-noite, eu girava o trinco da sua porta e a abria, ah, com tanta

    delicadeza! E ento, quando tinha conseguido uma abertura suficiente para minha cabea, punha l dentro

    uma lanterna furta-fogo bem fechada, fechada para que nenhuma luz brilhasse, e ento eu passava a cabea.

    Ah! O senhor teria rido se visse com que habilidade eu a passava. Eu a movia devagar, muito, muito

    devagar, para no perturbar o sono do velho. Levava uma hora para passar a cabea toda pela abertura, o

    mais frente possvel, para que pudesse v-lo deitado em sua cama. Aha! Teria um louco sido assim to

    esperto? E ento, quando minha cabea estava bem dentro do quarto, eu abria a lanterna com cuidado ah!, com tanto cuidado! , com cuidado (porque a dobradia rangia), eu a abria s o suficiente para que um raiozinho fino de luz casse sobre o olho do abutre. E fiz isso por sete longas noites, todas as noites meia-

    noite em ponto, mas eu sempre encontrava o olho fechado, e ento era impossvel fazer o trabalho, porque

    no era o velho que me exasperava, e sim seu Olho Maligno. E todas as manhs, quando o dia raiava, eu

    entrava corajosamente no quarto e falava Com ele cheio de coragem, chamando-o pelo nome em tom cordial

    e perguntando como tinha passado a noite. Ento, o senhor v que ele teria que ter sido, na verdade, um

    velho muito astuto, para suspeitar que todas as noites, meia-noite em ponto, eu o observava enquanto

    dormia.

    Na oitava noite, eu tomei um cuidado ainda maior ao abrir a porta. O ponteiro de minutos de um

    relgio se move mais depressa do que ento a minha mo. Nunca antes daquela noite eu sentira a extenso

    de meus prprios poderes, de minha sagacidade. Eu mal conseguia conter meu sentimento de triunfo. Pensar

    que l estava eu, abrindo pouco a pouco a porta, e ele sequer suspeitava de meus atos ou pensamentos

    secretos. Cheguei a rir com essa ideia, e ele talvez tenha ouvido, porque de repente se mexeu na cama como

    num sobressalto. Agora o senhor pode pensar que eu recuei mas no. Seu quarto estava preto como breu com aquela escurido espessa (porque as venezianas estavam bem fechadas, de medo de ladres) e ento eu

    soube que ele no poderia ver a porta sendo aberta e continuei a empurr-la mais, e mais.

    Minha cabea estava dentro e eu quase abrindo a lanterna quando meu polegar deslizou sobre a lingueta de

    metal e o velho deu um pulo na cama, gritando:

    Quem est a? Fiquei imvel e em silncio. Por uma hora inteira no movi um msculo, e durante esse tempo no o

    ouvi se deitar. Ele continuava sentado na cama, ouvindo bem como eu havia feito noite aps noite prestando

    ateno aos relgios fnebres na parede.

    Nesse instante, ouvi um leve gemido, e eu soube que era o gemido do terror mortal. No era um

    gemido de dor ou de tristeza ah, no! era o som fraco e abafado que sobe do fundo da alma quando sobrecarregada de terror. Eu conhecia bem aquele som. Muitas noites, meia-noite em ponto, ele brotara de

    meu prprio peito, aprofundando, com seu eco pavoroso, os terrores que me perturbavam. Digo que os

    conhecia bem. Eu sabia o que sentia o velho e me apiedava dele embora risse por dentro. Eu sabia que ele

    estivera desperto, desde o primeiro barulhinho, quando se virara na cama. Seus medos foram desde ento

    crescendo dentro dele. Ele estivera tentando fazer de conta que eram infundados, mas no conseguira.

    Dissera consigo mesmo: "Isto no passa do vento na chamin; apenas um camundongo andando pelo

    cho", ou " s um grilo cricrilando um pouco". , ele estivera tentando confortar-se com tais suposies;

  • 21

    PROGRAMA DE INTERVENO PEDAGGICA ANOS FINAIS / SRE - CURVELO

    mas descobrira ser tudo em vo. Tudo em vo, porque a Morte ao se aproximar o atacara de frente com sua

    sombra negra e com ela envolvera a vtima. E a fnebre influncia da despercebida sombra fizera com que

    sentisse, ainda que no visse ou ouvisse, sentisse a presena da minha cabea dentro do quarto.

    Quando j havia esperado por muito tempo e com muita pacincia sem ouvi-lo se deitar, decidi abrir

    uma fenda uma fenda muito, muito pequena na lanterna. Ento eu a abri o senhor no pode imaginar com que gestos furtivos, to furtivos at que afinal um nico raio plido como o fio da aranha brotou da fenda e caiu sobre o olho do abutre.

    Ele estava aberto, muito, muito aberto, e fui ficando furioso enquanto o fitava. Eu o vi com perfeita

    clareza - todo de um azul fosco e coberto por um vu medonho que enregelou at a medula dos meus ossos,

    mas era tudo o que eu podia ver do rosto ou do corpo do velho, pois dirigira o raio, como por instinto,

    exatamente para o ponto maldito.

    E agora, eu no lhe disse que aquilo que o senhor tomou por loucura no passava de hiperagudeza

    dos sentidos? Agora, repito, chegou a meus ouvidos um rudo baixo, surdo e rpido, algo como faz um

    relgio quando envolto em algodo. Eu tambm conhecia bem aquele som. Eram as batidas do corao do

    velho. Aquilo aumentou a minha fria, como o bater do tambor instiga a coragem do soldado.

    Mas mesmo ento eu me contive e continuei imvel. Quase no respirava. Segurava imvel a

    lanterna. Tentei ao mximo possvel manter o raio sobre o olho. Enquanto isso, aumentava o diablico

    tamborilar do corao. Ficava a cada instante mais e mais rpido, mais e mais alto. O terror do velho deve

    ter sido extremo. Ficava mais alto, estou dizendo, mais alto a cada instante! est me entendendo? Eu lhe disse que estou nervoso: estou mesmo. E agora, altas horas da noite, em meio ao silncio pavoroso dessa

    casa velha, um rudo to estranho quanto esse me levou ao terror incontrolvel. Ainda assim por mais alguns

    minutos me contive e continuei imvel. Mas as batidas ficaram mais altas, mais altas! Achei que o corao

    iria explodir. E agora uma nova ansiedade tomava conta de mim o som seria ouvido por um vizinho! Chegara a hora do velho! Com um berro, abri por completo a lanterna e saltei para dentro do quarto. Ele deu

    um grito agudo um s. Num instante, arrastei-o para o cho e derrubei sobre ele a cama pesada. Ento sorri contente, ao ver meu ato to adiantado. Mas por muitos minutos o corao bateu com um som

    amortecido. Aquilo, entretanto, no me exasperou; no seria ouvido atravs da parede. Por fim, cessou. O

    velho estava morto. Afastei a cama e examinei o cadver. , estava morto, bem morto. Pus a mo sobre seu

    corao e a mantive ali por muitos minutos. No havia pulsao. Ele estava bem morto. Seu olho no me

    perturbaria mais.

    Se ainda me acha louco, no mais pensar assim quando eu descrever as sensatas precaues que

    tomei para ocultar o corpo. A noite avanava, e trabalhei depressa, mas em silncio. Antes de tudo

    desmembrei o cadver. Separei a cabea, os braos e as pernas.

    Arranquei trs tbuas do assoalho do quarto e depositei tudo entre as vigas. Recoloquei ento as

    pranchas com tanta habilidade e astcia que nenhum olho humano nem mesmo o dele poderia detectar algo de errado. Nada havia a ser lavado nenhuma mancha de qualquer tipo nenhuma marca de sangue. Eu fora muito cauteloso. Uma tina absorvera tudo - ha! ha!

    Quando terminei todo aquele trabalho, eram quatro horas ainda to escuro quanto meia-noite. Quando o sino deu as horas, houve uma batida porta da rua. Desci para abrir com o corao leve pois o que tinha agora a temer? Entraram trs homens, que se apresentaram, com perfeita suavidade, como oficiais

    de polcia. Um grito fora ouvido por um vizinho durante a noite; suspeitas de traio haviam sido

    levantadas; uma queixa fora apresentada delegacia e eles (os policiais) haviam sido encarregados de

    examinar o local.

    Sorri pois o que tinha a temer? Dei as boas-vindas aos senhores. O grito, disse, fora meu, num sonho. O velho, mencionei, estava fora, no campo. Acompanhei minhas visitas por toda a casa. Incentivei-os

    a procurar procurar bem. Levei-os, por fim, ao quarto dele. Mostrei-lhes seus tesouros, seguro, imperturbvel. No entusiasmo de minha confiana, levei cadeiras para o quarto e convidei-os para ali

    descansarem de seus afazeres, enquanto eu mesmo, na louca audcia de um triunfo perfeito, instalei minha

    prpria cadeira exatamente no ponto sob o qual repousava o cadver da vtima.

    Os oficiais estavam satisfeitos. Meus modos os haviam convencido. Eu estava bastante vontade.

    Sentaram-se e, enquanto eu respondia animado, falaram de coisas familiares. Mas, pouco depois, senti que

    empalidecia e desejei que se fossem. Minha cabea doa e me parecia sentir um zumbido nos ouvidos; mas

    eles continuavam sentados e continuavam a falar. O zumbido ficou mais claro continuava e ficava mais

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    claro: falei com mais vivacidade para me livrar da sensao: mas ela continuou e se instalou at que, afinal, descobri que o barulho no estava dentro de meus ouvidos.

    Sem dvida agora fiquei muito plido; mas falei com mais fluncia, e em voz mais alta. Mas o som

    crescia - e o que eu podia fazer? Era um som baixo, surdo, rpido muito parecido com o som que faz um relgio quando envolto em algodo. Arfei em busca de ar, e os policiais ainda no o ouviam. Falei mais

    depressa, com mais intensidade, mas o barulho continuava a crescer. Levantei-me e discuti sobre ninharias,

    num tom alto e gesticulando com nfase; mas o barulho continuava a crescer. Por que eles no podiam ir

    embora? Andei de um lado para outro a passos largos e pesados, como se me enfurecessem as observaes

    dos homens, mas o barulho continuava a crescer. Ai meu Deus! O que eu poderia fazer? Espumei vociferei xinguei! Sacudi a cadeira na qual estivera sentado e arrastei-a pelas tbuas, mas o barulho abafava tudo e continuava a crescer. Ficou mais alto mais alto mais alto! E os homens ainda conversavam animadamente, e sorriam. Seria possvel que no ouvissem? Deus Todo-Poderoso! no, no? Eles ouviam! eles suspeitavam! eles sabiam! - Eles estavam zombando do meu horror! Assim pensei e assim penso. Mas qualquer coisa seria melhor do que essa agonia! Qualquer coisa seria mais

    tolervel do que esse escrnio. Eu no poderia suportar por mais tempo aqueles sorrisos hipcritas! Senti

    que precisava gritar ou morrer! e agora de novo oua! mais alto! mais alto! mais alto! mais alto! Miserveis! berrei No disfarcem mais! Admito o que fiz! Levantem as pranchas! aqui,

    aqui! so as batidas do horrendo corao!

    Edgar Allan Poe

    Atividades

    1. Qual o tema e o assunto do texto?

    2. Onde e quando acontece o crime?

    3. No princpio, como autor se sente e descreve seus atos?

    4. Quais argumentos o autor utiliza para provar a sua sanidade mental?

    5. H pertinncia entre o ttulo e as aes ocorridas na histria? Justifique.

    6. Com base na frase ... a doena exacerbou meus sentidos... (l. 2) e na temtica do conto narrado, qual doena possivelmente o autor se refere?

    7. Qual a consequncia para o homem do crime que ele cometeu?

    8. Quem so as personagens? Cite uma caracterstica que voc atribuiria a cada uma delas.

    9. Qual o conflito gerador da histria?

    10. Por que o homem demorou sete dias para finalmente matar o velho?

    11. O que motivou o homem a cometer o crime?

    12. O narrador acredita ter cometido um crime perfeito e nos chama a ateno para os detalhes de forma a nos induzir a acreditar nos fatos narrados. Voc concorda com o pensamento do autor a

    respeito do crime? Justifique.

    13. Nas frases abaixo encontre o significado das palavras em destaque: (H. 4.1)

    a) ...no os destruiu, no os embotou. (l. 2) ___________________.

    b) ...extenso de meus prprios poderes, de minha sagacidade. (l. 31,32) _________________.

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    c) ...deslizou sobre a lingueta de metal... (l. 38,39) _________________.

    d) ...Ele estivera tentando fazer de conta que eram infundados... (l. 50) ___________________.

    e) ...o senhor no pode imaginar com que gestos furtivos... (l. 57,58) _________________.

    f) ...um vu medonho que enregelou at a medula... (l. 61) ___________________.

    g) ...como faz um relgio quando envolto em algodo... (l. 65,66) ___________________.

    h) ...uma tina absorvera tudo... (l. 89) ___________________.

    i) ...arfei em busca de ar... (l. 110) ___________________.

    j) ...levantei-me e discuti sobre ninharias... (l. 111) ___________________.

    k) ...espumei vociferei xinguei... (l. 114,115) ___________________.

    l) ...seria mais tolervel do que esse escrnio... (l. 119,120) ___________________.

    14. Nos trechos abaixo coloque O para opinio e F para fato: (H. 9.2)

    a) ( ) ...ouvi todas as coisas no cu e na terra. (l. 3)

    b) ( ) ...levava uma hora para passar a cabea toda pela abertura. (l. 19)

    c) ( ) ...seus olhos parecia o de um abutre - um olho azul claro. (l. 9)

    d) ( ) ...eu soube que era o gemido do terror mortal. No era um gemido de dor ou de tristeza. (l. 44,45)

    e) ( ) ...um rudo to estranho quanto esse me levou ao terror incontrolvel. (l. 73)

    f) ( ) ...afastei a cama e examinei o cadver. (l. 80)

    15. Que ideia expressam as palavras destacadas nas frases abaixo: (H. 8.4)

    a) ...nervoso, muito, muito nervoso mesmo... (l. 1) _____________.

    b) ...e com isso me livrar do olho... (l. 10,11) _____________.

    c) ...mas deveria ter-me visto... (l. 12,13) _____________.

    d) ...quando tinha conseguido uma abertura suficiente para minha cabea... (l. 16) _____________.

    e) ...punha l dentro uma lanterna... (l. 16,17) _____________.

    f) ...ento sorri contente, ao ver meu ato to adiantado... (l. 77,78) _____________.

    g) ...eu entrava corajosamente no quarto... (l. 25,26) _____________.

    h) ...seu quarto estava preto como breu... (l. 35) _____________.

    i) ...o mais frente possvel, para que pudesse v-lo deitado em sua cama... (l. 19,20) _____________.

    j) ...e ele talvez tenha ouvido, porque de repente se mexeu na cama... (l. 34) _____________.

    16. As palavras destacadas nas frases abaixo se referem a que/quem: (H. 24.4)

    a) ...no os destruiu, no os embotou. (l. 2) _____________.

    b) ...ela me atormentou dia e noite... (l. 7) _____________.

    c) ...ele nunca me insultou... (l. 8) _____________.

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    d) ...antes de mat-lo... (l. 14,15) _____________.

    e) ...e a abria, ah, com tanta delicadeza... (l. 15,16) _____________.

    f) ...eu a movia devagar... (l. 18) _____________.

    g) ...eu a abria s o suficiente para que... (l. 22) _____________.

    h) ...ento o senhor v que ele teria que ter sido... (l. 27) _____________.

    i) ...chamando-o pelo nome em tom cordial... (l. 26) _____________.

    j) ...ele brotara do meu prprio peito... (l. 46,47) _____________.

    k) ...seus medos foram desde ento crescendo dentro dele... (l. 49,50) _____________.

    l) ...e com ela envolvera a vtima... (l. 54) _____________.

    m) ...ento eu a abri... (l. 57) _____________.

    n) ...e a mantive ali por muitos minutos... (l. 81) _____________.

    o) ...levei-os , por fim, ao quarto dele... (l. 98) _____________.

    p) ...mas ela continuou e se instalou... (l. 106) _____________.

    q) ...e arrastei-a pelas tbuas... (l. 115) _____________.

    17. Das informaes abaixo, relativas ao texto, qual a principal? (H. 3.1)

    a) ...Eu gostava do velho. Ele nunca me fez mal... (l. 7,8)

    b) ...tomei a deciso de tirar a vida do velho, e com isso me livrar do olho... (l. 10,11)

    c) ...homens loucos de nada sabem... (l. 12)

    d) ...eu sabia o que sentia o velho e me apiedava dele... (l. 48)

    18. Nas frases abaixo, explique o sentido da pontuao usada pelo autor: (H 24.4)

    a) ...com que sensatez eu agi com que precauo ... (l. 13) Travesso: _____________.

    b) ...com cuidado (porque a dobradia rangia)... (l. 22) Parnteses: _____________.

    c) ... Quem est a?... (l. 40) Travesso: _____________.

    d) ... verdade! (l. 1) Exclamao: _____________.

    e) ... ai meu Deus! (l. 114) Exclamao: _____________.

    f) ... eles sabiam! (l. 118) Exclamao: _____________.

    g) ...miserveis! (l. 122) Exclamao: _____________.

    h) ...O que eu poderia fazer? (l. 114) Interrogao: _____________.

    19. Analise a situao abaixo: a) Se a personagem da histria fosse do gnero feminino, como ficaria esta frase: ... nunca fui to gentil

    com o velho como durante toda a semana antes de mat-lo.... Por que houve alterao?

    20. Nas frases Preste ateno! e ... o senhor pode at pensar que eu recuei, mas no..., o que podemos interpretar a partir dessas expresses?

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    Sombra

    Vs que me ledes por certo estais ainda entre os vivos; mas eu que escrevo terei partido h muito

    para a regio das sombras. Por que de fato estranhas coisas acontecero, e coisas secretas sero conhecidas,

    e muitos sculos passaro antes que estas memrias caiam sob vistas humanas. E, ao serem lidas, algum

    haver que nelas no acredite, algum que delas duvide e, contudo, uns poucos encontraro muito motivo de

    reflexo nos caracteres aqui gravados com estiletes de ferro. O ano tinha sido um ano de terror e de

    sentimentos mais intensos que o terror, para os quais no existe nome na Terra. Pois muitos prodgios e

    sinais haviam se produzido, e por toda a parte, sobre a terra e sobre o mar, as negras asas da Peste se

    estendiam. Para aqueles, todavia, conhecedores dos astros, no era desconhecido que os cus apresentavam

    um aspecto de desgraa, e para mim, o grego Oinos, entre outros, era evidente que ento sobreviera a

    alterao daquele ano 794, [...]. O esprito caracterstico do firmamento, se muito no me engano,

    manifestava-se no somente no orbe fsico da Terra, mas nas almas, imaginaes e meditaes da

    Humanidade. ramos sete, certa noite, em torno de algumas garrafas de rubro vinho de Quios, entre as

    paredes do nobre salo, na sombria cidade de Ptolemais. Para a sala em que nos achvamos a nica entrada

    que havia era uma alta porta de feitio raro e trabalhada pelo artista Corinos, aferrolhada por dentro. Negras

    cortinas, adequadas ao sombrio aposento, privavam-nos da viso da lua, das lgubres estrelas e das ruas

    despovoadas; mas o ressentimento e a lembrana do flagelo no podiam ser assim excludos.

    Havia em torno de ns e dentro de ns coisas das quais no me possvel dar conta, coisas materiais

    e espirituais: atmosfera pesada, sensao de sufocamento, ansiedade; e, sobretudo, aquele terrvel estado de

    existncia que as pessoas nervosas experimentam quando os sentidos esto vivos e despertos, e as

    faculdades do pensamento jazem adormecidas. Um peso mortal nos acabrunhava. Oprimia nossos ombros,

    os mveis da sala, os copos em que bebamos. E todas se sentiam opressas e prostradas, todas as coisas

    exceto as chamas das sete lmpadas de ferro que iluminavam nossa orgia. Elevando-se em filetes finos de

    luz, assim que permaneciam, ardendo, plidas e imotas. E no espelho que seu fulgor formava sobre a

    redonda mesa de bano a que estvamos sentados, cada um de ns, ali reunidos, contemplava o palor de seu

    prprio rosto e o brilho inquieto nos olhos abatidos de seus companheiros. No obstante, ramos e estvamos

    alegres, a nosso modo [...], e bebamos intensamente, embora o vinho purpurino nos lembrasse a cor do

    sangue. Pois ali havia ainda outra pessoa em nossa sala, o jovem Zoilo. Morto, estendido a fio comprido,

    amortalhado, era como o gnio e o demnio da cena. Mas ah! No tomava ele parte em nossa alegria! Seu

    rosto, convulsionado pela doena, e seus olhos, em que a Morte havia apenas extinguido metade do fogo da

    peste, pareciam interessar-se pela nossa alegria, na medida em que, talvez, possam os mortos interessar-se

    pela alegria dos que tm de morrer. Mas embora eu, Oinos, sentisse os olhos do morto cravados sobre mim,

    ainda assim obrigava-me a no perceber a amargura de sua expresso. [...]. Mas, pouco a pouco, minhas

    canes cessaram e seus ecos, ressoando ao longe, entre os reposteiros negros do aposento, tornavam-se

    fracos e indistintos, esvanecendo-se. E eis que dentre aqueles negros reposteiros, onde ia morrer o rumor das

    canes, se destacou uma sombra negra e imprecisa, uma sombra tal como a da lua quando baixa no cu, e

    se assemelha ao vulto dum homem: mas no era a sombra de um homem, nem a de um deus, nem a de

    qualquer outro ente conhecido. E, tremendo um instante entre os reposteiros do aposento, mostrou-se afinal

    plenamente sobre a superfcie da porta de bano. Mas a sombra era vaga, informe, imprecisa, e no era

    sombra nem de homem, nem de deus, [...]. E a sombra permanecia sobre a porta de bronze, por baixo da

    cornija arqueada, e no se movia, nem dizia palavra alguma, mas ali ficava parada e imutvel. Os ps do

    jovem Zoilo, amortalhado, encontravam-se, se bem me lembro, na porta sobre a qual a sombra repousava.

    Ns, porm, os sete ali reunidos, tendo avistado a sombra no momento em que se destacava dentre os

    reposteiros, no ousvamos olh-la fixamente, mas baixvamos os olhos e fixvamos sem desvio as

    profundezas do espelho de bano. E afinal, eu, Oinos, pronunciando algumas palavras em voz baixa,

    indaguei da sombra seu nome e lugar de nascimento. E a sombra respondeu: Eu sou a SOMBRA e minha morada est perto das catacumbas de Ptolemais, junto daquelas sombrias plancies infernais que orlam o

    sujo canal de Caronte. E ento, todos sete, erguemo-nos, cheios de horror, de nossos assentos, trmulos, enregelados, espavoridos, porque o tom da voz da sombra no era de um s ser, mas de uma multido de

    seres e, variando suas inflexes, de slaba para slaba, vibrava aos nossos ouvidos confusamente, como se

    fossem as entonaes familiares e bem relembradas dos muitos milhares de amigos que a morte ceifara.

    Edgar Allan Poe

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    Atividades

    1. Qual o tema e o assunto do texto?

    2. Nas frases abaixo encontre o significado das palavras em destaque:

    a) ... era evidente que ento sobreviera a alterao daquele ano.... (l. 9, 10) ______________________.

    b) O esprito caracterstico do firmamento. (l. 10) ______________________.

    c) ... manifestava-se no somente no orbe fsico da Terra.... (l. 11) ______________________.

    d) ... em torno de algumas garrafas de rubro vinho de Quios.... (l. 12) ______________________.

    e) ... e trabalhada pelo artista Corinos, aferrolhada por dentro. (l. 14) ______________________.

    f) ... privavam-nos da viso da lua, das lgubres estrelas.... (l. 15) ______________________.

    g) ... e a lembrana do flagelo no podiam ser assim excludos. (l. 16) ______________________.

    h) Um peso mortal nos acabrunhava. Oprimia nossos ombros.... (l. 20) ____________ /____________.

    i) Elevando-se em filetes finos de luz.... (l. 22, 23) ______________________.

    j) ... assim que permaneciam, ardendo, plidas e imotas. (l. 23) ______________________.

    k) E no espelho que seu fulgor formava.... (l. 23) ______________________.

    l) ... contemplava o palor de seu prprio rosto.... (l. 23, 24) ______________________.

    m) ... embora o vinho purpurino nos lembrasse a cor do sangue. (l. 26, 27) ______________________.

    n) Morto, estendido a fio comprido, amortalhado. (l. 27, 28) ______________________.

    o) ... tornavam-se fracos e indistintos, esvanecendo-se. (l. 34) ______________________.

    p) E eis que dentre aqueles negros reposteiros.... (l. 34) ______________________.

    q) ... por baixo da cornija arqueada e no se movia. (l. 39,40) ______________________.

    r) ... minha morada est perto das catacumbas de Ptolemais.... (l. 46) ______________________.

    s) ... erguemo-nos, [...], trmulos, enregelados, espavoridos.... (l. 47, 48) ____________ /___________.

    t) ... variando suas inflexes, de slaba para slaba.... (l. 49) ______________________.

    u) ... muitos milhares de amigos que a morte ceifara. (l. 50) ______________________.

    3. O texto nos d algumas pistas para que possamos nos situar em um momento histrico especfico narrado pelo autor. Qual seriam essas pistas e esse momento?

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    4. As informaes da questo anterior nos auxiliam a compreender melhor o texto? Justifique.

    5. Sintetize o texto com suas palavras, da maneira como voc o compreendeu.

    6. O que deu origem a toda perturbao narrada no texto?

    7. Qual o significado podemos atribuir s palavras gregas Oinos e Zoilo? Qual relao elas tm com o conto?

    8. O que a personagem Sombra foi fazer no salo? Podemos fazer analogia a algum outro personagem?

    9. Na frase ... terei partido h muito para a regio das sombras., que sentido o autor atribui a expresso em destaque?

    10. Que ideia expressam as palavras destacadas nas frases abaixo:

    a) Por que de fato estranhas coisas acontecero, e coisas secretas sero conhecidas. (l. 2) ____________.

    b) ... e muitos sculos passaro antes que estas memrias caiam sob vistas humanas. (l. 3) ___________.

    c) Para aqueles, todavia, conhecedores dos astros.... (l. 8) _____________________.

    d) ... quando os sentidos esto vivos e despertos.... (l. 19) _____________________.

    e) ... na medida em que, talvez, possam os mortos interessar-se. (l. 30) _____________________.

    f) ... onde ia morrer o rumor das canes... (l. 34, 35) _____________________.

    g) ... mostrou-se afinal plenamente sobre a superfcie da porta... (l. 37, 38) _____________________.

    11. Porque os seguintes substantivos comuns foram grafadas com a primeira letra maiscula: Peste (l. 7),

    Humanidade (l. 12), Terra (l. 11) e Morte (l. 29)?

    12. Nas frases abaixo, explique o sentido da pontuao usada pelo autor: (H. 24.4)

    a) ...obrigava-me a no perceber a amargura de sua expresso [...] (l. 32) Colchetes e trs pontos:

    ____________________________________________________________________________.

    b) Eu sou a SOMBRA e minha morada est perto das catacumbas de Ptolemais, junto daquelas sombrias

    plancies infernais que orlam o sujo canal de Caronte. (l. 46, 47) Aspas:

    ____________________________________________________________________________.

    13. O conto que voc acabou de estudar comea de maneira diferente. Voc considera comum os textos comearem com o narrador j morto? H algum texto que voc conhea que comece assim?

    14. Voc acredita que o protagonista Oinos e os outros seis personagens esto vivos ou mortos no momento do velrio? Cite pistas textuais que comprovem a sua opinio.

    15. No segundo pargrafo o autor inicia uma descrio, nela apenas as chamas das sete lmpadas no se enquadram no aspecto sombrio, fnebre e escuro do ambiente. O que a luz das lmpadas e o nmero

    sete representam no contexto?

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    Produo Final

    Escreva um conto que subverta a estrutura convencional do gnero (assim como o anterior) ou que se

    aproprie da estrutura de outro gnero textual. Voc pode, por exemplo, iniciar o seu conto pelo clmax ou

    pelo desfecho ou empregar a estrutura do e-mail, da carta pessoal, da pgina do dirio, etc. Tenho certeza de

    que seu conto vai ficar um horror (no bom sentido, claro!). Mos a obra! E no se esquea do ttulo.

    __________________________________

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    Mito

    Mitos so narrativas utilizadas pelos povos antigos (como os gregos e romanos) para explicar fatos

    da realidade e fenmenos da natureza, as origens do mundo e do homem, que no eram compreendidos por

    eles. Os mitos se utilizam de muita simbologia, personagens sobrenaturais, deuses e heris. Todos estes

    componentes so mistura dos fatos reais, caractersticas humanas e pessoas que realmente existiram.

    Um dos objetivos do mito transmitir conhecimento e explicar fatos que a cincia ainda no havia

    explicado. A maneira de colocar em ao o mito atravs dos ritos, em cerimnias, danas, sacrifcios e

    oraes.

    Eles ensinam que os deus foram criados pelo Cu e pela Terra para comandar o Universo e todos os

    seres que nele habitavam. De incio, o Universo era o Caos, que a ao divina transformou num sistema

    organizado. Atravs dos mitos, gregos e romanos encontravam respostas para suas inquietaes. O conjunto

    dessas histrias recebeu o nome de mitologia.

    Espao e Tempo:

    Em geral, o espao mtico um lugar sagrado, que se caracteriza por se opor ao habitado pelos seres

    humanos. O espao sagrado do Olimpo uma referncia constante nos mitos gregos. O tempo mtico est

    relacionado ao tempo das origens. Expressa o passado distante e narra fatos separados por um intervalo de

    tempo muito grande.

    Caractersticas:

    Os gregos acreditavam que para assuntos srios e personagens sublimes (deuses, heris, nobres)

    deveriam usar uma linguagem elevada, ou seja, culta. A linguagem informal era prpria da comdia, que,

    em geral, se ocupava de assuntos banais e tinha como personagens representantes do povo.

    De acordo com a mitologia grega, os deuses governavam o universo de sua morada construda no

    Olimpo, onde Zeus, o deus dos deuses, era o soberano. Zeus armado com seus raios, comandava o mundo e

    os homens e era respeitado por todos. Dois deuses importantes eram seus irmos: Poseidon, o deus do mar,

    que carregava seu tridente para bater nas guas, convulsionando as ondas, e Hades, senhor da morte que

    reinava num mundo subterrneo.

    Nos episdios mitolgicos h sempre a presena de um deus, ainda que ele possa no ser a

    personagem principal. Conhea alguns deuses da mitologia grega e os elementos a que esto associados.

    Afrodite: ao amor e beleza.

    Apolo: beleza, poesia, msica.

    Ares: guerra.

    Artemis: caa.

    Atena: sabedoria e serenidade.

    Cronos: ao tempo.

    Dioniso: cultura da uva, ao vinho e ao teatro.

    Eros: ao amor e paixo.

    Hefestos: ao fogo e ao trabalho.

    Hera: ao casamento.

    Hermes: ao comrcio e s comunicaes.

    Os principais seres mitolgicos da Grcia Antiga eram:

    - Heris: seres mortais, filhos de deuses com seres humanos. Exemplos: Hrcules e Aquiles.

    - Ninfas: seres femininos que habitavam os campos e bosques, levando alegria e felicidade.

    - Stiros: figura com corpo de homem, chifres e patas de bode.

    - Centauros: corpo formado por uma metade de homem e outra de cavalo.

    - Sereias: mulheres com metade do corpo de peixe, atraam os marinheiros com seus cantos atraentes.

    - Grgonas: mulheres, espcies de monstros, com cabelos de serpentes. Exemplo: Medusa

    - Quimera: mistura de leo e cabra que soltava fogo pelas ventas.

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    A rvore de cabea para baixo

    (Uma histria da Costa do Marfim)

    Nos primrdios da vida, o Criador fez surgir tudo

    no mundo. Ele criou primeiro o baob, e s depois

    continuou a fazer tudo existir.

    Mas ao lado do baob havia um charco. O Criador

    havia plantado o primognito bem perto de uma regio

    alagadia. Sem vento, a superfcie daquelas guas ficava

    lisa como um espelho. O baob se olhava, ento, naquele

    espelho d'gua. Ele se olhava, se olhava e dizia

    insatisfeito:

    -Por que no sou como aquela rvore?

    Ora achava que poderia ter os cabelos mais

    floridos, as folhas, talvez, um pouco maiores.

    O baob resolveu, ento, se queixar ao Criador, que

    escutou por uma, duas horas as suas reclamaes. Entre

    uma queixa e outra, o Criador comentava:

    -Voc uma rvore bonita. Eu gosto muito de voc. Me deixe ir, pois preciso continuar meu trabalho.

    Mas o baob mostrava outra planta e perguntava: Por que suas flores no eram assim to cheirosas? E

    sua casca? Parecia mais a pele enrugada de uma tartaruga. E o Criador insistia:

    -Me deixe ir, voc pra mim perfeito. Foi o primeiro a ser criado e, por isso, tem o que h de melhor

    em toda criao.

    Mas o baob implorava:

    -Me melhore aqui, e um pouco mais ali...

    O Criador, que precisava fazer os homens e outros seres da frica, saa andando. E o baob o seguia

    onde quer que ele fosse. Andava pra l e pra c. (E por isso que essa rvore existe por toda frica.)

    O baob no deixava o Criador dormir. Continuava e continuava, e continuava sempre a implorar

    melhorias.

    Justo a rvore que o Criador achava maravilhosa, pois no era parecida com nenhuma outra, nunca

    ficava satisfeita! At que, um dia, o Criador foi ficando irritado, irritado, mas muito irritado, pois no tinha

    mais tempo pra nada. Ficou irado mesmo. E a ento se virou para o baob e disse:

    -No me amole mais! No encha mais a minha pacincia. Pare de dizer que na sua vida falta isso ou

    aquilo. E cale-se agora.

    Foi ento que o Criador agarrou o baob, arrancou-o do cho e o plantou novamente. S que... dessa

    vez, foi de ponta-cabea, para que ele ficasse de boca calada.

    Isso explica a sua aparncia estranha; como se as razes ficassem em cima, na copa. Parece uma

    rvore virada de ponta-cabea!

    At hoje dizem que os galhos do baob, voltados para o alto, parecem braos que continuam a se

    queixar e a implorar melhorias para o Criador. E o Criador, ao olhar para o baob, enxerga a frica.

    (http://alunalarissa.blogspot.com.br/2012/04/arvore-de-cabeca-para-baixo.html)

    Atividades

    1. Com relao ao gnero e a sua estruturao, responda: a) Qual o gnero textual? b) Qual o tipo discursivo? c) Qual o domnio discursivo desse gnero? d) Qual a sua finalidade/funo scio-comunicativa/para que serve/objetivo? e) Quais so as principais caractersticas? f) Qual o pblico-alvo desse texto?

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    PROGRAMA DE INTERVENO PEDAGGICA ANOS FINAIS / SRE - CURVELO

    2. Qual o tema e o assunto do texto?

    3. De que forma a personagem baob sentia-se e por qu?

    4. De acordo com o mito, o Baob uma rvore predominante em qual regio?

    5. Aps ler atentamente esta histria, que lio possvel retirar?

    6. Por que o Criador chamava o baob de primognito?

    7. Quais as justificativas o Criador apresentava para que o baob gostasse de sua aparncia?

    8. Qual a consequncia para o baob por sua insistncia?

    9. Nas frases abaixo encontre o significado das palavras em destaque:

    a) ... Mas ao lado do baob havia um charco... (l. 4) ______________________.

    b) ... Nos primrdios da vida... (l. 1) ______________________.

    c) ... O baob no deixava o Criador dormir... (l. 25) ________________________.

    10. Que ideia expressam as palavras destacadas nas frases abaixo:

    a) Me deixe ir, pois preciso continuar meu trabalho. (l. 16) ______________________.

    b) Por que suas flores no eram assim to cheirosas? (l. 17) _______________ / ___________________.

    c) Entre uma queixa e outra... (l. 14,15) ______________________.

    d) ... por isso, tem o que h de melhor em toda criao. (l. 19,20) ______________________.

    e) Mas o baob implorava... (l. 21) ______________________.

    f) ... e um pouco mais ali... (l. 22) _______________ / ___________________.

    g) ... na sua vida falta isso ou aquilo... (l. 30, 31) ______________________.

    h) ... para que ele ficasse de boca calada... (l. 33) ______________________.

    11. As palavras destacadas nas frases abaixo se referem a que/quem:

    a) Ele criou primeiro o baob... (l. 2) ______________________.

    b) Ele se olhava... (l. 8) ______________________.

    c) E o baob o seguia... (l. 23) ______________________.

    d) ... arrancou-o do cho... (l. 32) ______________________.

    e) ... para que ele ficasse de boca calada... (l. 33) ______________________.

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    PROGRAMA DE INTERVENO PEDAGGICA ANOS FINAIS / SRE - CURVELO

    12. Nas frases abaixo, explique o sentido da pontuao usada pelo autor:

    a) ... e dizia insatisfeito: (l. 8, 9) Dois pontos: _____________________________________.

    b) - Por que no sou como aquela rvore? (l. 10) Ponto de interrogao: _________________________.

    c) - Voc uma rvore bonita. (l. 16) Travesso: _____________________________________.

    d) - No me amole mais! (l. 30) Exclamao: _____________________________________.

    e) S que... dessa vez... (l. 32) Reticncias: _____________________________________.

    f) Isso explica a sua aparncia estranha; (l. 34) _____________________________________.

    13. Nos trechos abaixo coloque O para opinio e F para fato:

    a) ( ) Mas ao lado do baob havia um charco. (l. 4)

    b) ( ) Eu gosto muito de voc. (l. 16)

    c) ( ) O baob no deixava o criador dormir. (l. 25)

    d) ( ) ...voc pra mim perfeito. (l. 19)

    e) ( ) ... arrancou-o do cho e o plantou novamente. (l. 32)

    f) ( ) ... a superfcie daquelas guas ficava lisa como um espelho. (l. 6, 7)

    g) ( ) Isso explica sua aparncia estranha... (l. )

    14. Das informaes abaixo, relativas ao texto, qual a principal?

    a) - Voc uma rvore bonita. (l. 16)

    b) - Por que no sou como aquela rvore? (l. 10)

    c) ... pois no era parecida com nenhuma outra, nunca ficava satisfeita! (l. 27, 28)

    d) No encha mais a minha pacincia. (l. 30)

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    Produo Inicial

    Voc j ouviu falar de Orfeu? Na mitologia grega, Orfeu era um poeta que encantava a todos com a

    msica que extraa da lira, um instrumento de cordas muito usado na Antiguidade. Conhea, por meio do

    resumo que segue, uma parte da trgica histria de Orfeu.

    O mito de Orfeu

    Orfeu nasceu nas vizinhanas do Olimpo, frequentado pelas

    musas. Ele era excelente poeta, cantor e msico, sendo considerado o

    inventor da ctara. Passava o dia cantando ao som de sua lira, a qual

    aumentou de sete para nove cordas.

    Seu canto era to melodioso que, ao ouvi-lo, os homem mais

    brutais ficavam sensibilizados, as feras mais ferozes vinham repousar

    a seus ps mansamente, os pssaros pousavam nas rvores, os rios

    suspendiam seu curso e as rvores formavam coros de dana.

    Devido a sua fraqueza fsica, Orfeu participou da expedio dos

    Argonaut

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