roger nishyama - teses.usp.br · posteriores. para isso, o articulador bio-art eva plus foi...
Post on 12-Feb-2019
217 Views
Preview:
TRANSCRIPT
ROGER NISHYAMA
Avaliação das guias condilar e incisal em função da curva de compensação e
da altura das cúspides - Releitura das Leis de Articulação de Hanau
São Paulo
2011
ROGER NISHYAMA
Avaliação das guias condilar e incisal em função da curva de compensação e
da altura das cúspides - Releitura das Leis de Articulação de Hanau
Tese apresentada à Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Doutor em Ciências Odontológicas Área de Concentração: Prótese Dentária Orientador: Prof. Dr. Atlas Edson Moleros Nakamae
São Paulo
2011
Nishyama R. Avaliação das guias condilar e incisal em função da curva de compensação e da altura das cúspides - Releitura das Leis de Articulação de Hanau. Tese apresentada à Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Doutor em Ciências Odontológicas. Aprovado em:
Banca Examinadora
Prof(a). Dr(a)._____________________Instituição: ________________________
Julgamento: ______________________Assinatura:________________________ Prof(a). Dr(a)._____________________Instituição: ________________________
Julgamento: ______________________Assinatura:________________________
Prof(a). Dr(a)._____________________Instituição: ________________________
Julgamento: ______________________Assinatura:________________________
Prof(a). Dr(a)._____________________Instituição: ________________________
Julgamento: ______________________Assinatura:________________________
Prof(a). Dr(a)._____________________Instituição: ________________________
Julgamento: ______________________Assinatura:________________________
Aos meus Pais, Nancy e Jorge,
a quem devo tudo o que sou,
e sem eles nada disso seria possível
AGRADECIMENTOS
À Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo, na pessoa de
seu diretor Prof. Dr. Rodney Garcia Rocha e da chefe do Departamento de Prótese
Profa. Dra. Tomie Nakakuki de Campos.
À Comissão de Pós-Graduação da Faculdade de Odontologia da USP,
presidida pelo Profa. Dra. Marina Helena Cury Gallottini de Magalhães e a
Coordenadora do Programa Profa. Dra. Dalva Cruz Laganá.
Ao meu orientador, Prof. Dr. Atlas Edson Moleros Nakamae, responsável por
grande parte do meu crescimento pessoal e profissional. Sempre transmitindo
confiança, conhecimento e credibilidade.
À minha primeira orientadora, Profa. Dra. Regina Tamaki, por começar a guiar
meus passos na carreira acadêmica e sempre se fazer presente.
Aos Professores da Disciplina de Prótese Total da Faculdade de Odontologia
da USP, Profa. Dra. Maria Cecília Miluzzi, Prof. Dr. Roberto Nobuaki Yamada e Prof.
Dr. Vyto Kiausinis pelo apoio e conhecimentos transmitidos.
Aos meus colegas de Pós-graduação e, em especial aos meus amigos Jun e
Reinaldo, que certamente tornaram esse trabalho menos árduo.
A todos os meus amigos da Disciplina de Prótese Total da Faculdade de
Odontologia da USP, em especial ao Hyun, Flávio, Carol, Danilo, Juliana, Tatinha,
Karin, Sanmy, Victor e Wallace.
Ao Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer, em especial ao Dr.
Jorge Vicente Lopes da Silva e também à Tatiana Al-Chueyr Pereira Martins e ao
Gustavo Paschoal por toda ajuda no desenvolvimento desse trabalho.
Aos funcionários do Departamento de Prótese Dentária da Faculdade de
Odontologia da USP.
Às funcionárias do Serviço de Pós-Graduação da Faculdade de Odontologia
da USP, Alessandra Moreira de Lima, Cátia Tiezzi dos Santos e Nair Natsuko
Tanaka.
À Bibliotecária Vânia Martins Bueno de Oliveira Funaro e demais funcionários
do Serviço de Documentação Odontológica da Faculdade de Odontologia da USP.
À minha irmã Daniela, aos meus tios Tata, Rose e Mero, vô e vó, por todo
apoio.
A todos que de alguma forma contribuíram para a realização desse trabalho,
Minha eterna gratidão.
Que os vossos esforços desafiem as impossibilidades, lembrai-vos de que as grandes coisas do homem foram
conquistadas do que parecia impossível. Charles Chaplin
RESUMO
Nishyama R. Avaliação das guias condilar e incisal em função da curva de compensação e da altura das cúspides - Releitura das Leis de Articulação de Hanau [tese]. São Paulo: Universidade de São Paulo, Faculdade de Odontologia; 2011.
Este estudo teve como objetivo avaliar a variação das guias sagitais (guia condilar e
guia incisal), em função do plano de orientação (curvatura e inclinação) e da altura
das cúspides, no movimento protrusivo mandibular, in vitro, buscando as relações
entre esses fatores, tanto de forma analógica como digital. No estudo analógico
foram avaliadas as inclinações das guias condilares, inclinações da guia incisal,
proeminência da curva de compensação e inclinação do plano oclusal. Para isso
foram utilizados planos de orientação prototipados com a proeminência da curva de
compensação pré definidas por calotas de esferas de 7, 8 ou 9 polegadas de
diâmetro. Para cada proeminência da curva de compensação haviam 3 inclinações
antero-posterior também pré definidas em: planos iniciais, ou planos 0, planos com
um aumento da inclinação de 5 graus em relação ao primeiro, ou plano +5, e planos
com uma inclinação 5 graus menor que o primeiro, ou plano -5. Com um par planos
de orientação montados no articulador não arcon Bio-art EVA Plus ajustou-se as
guias condilares e incisal, após isso foi aumentada a inclinação da guia condilar e
observadas as alterações necessárias nos outros três fatores, inclinação da guia
incisal, proeminência da curva de compensação e inclinação do plano oclusal, cada
uma em seu determinado momento, para se restabelecer o ajuste do articulador.
Esse procedimento foi repetido alterando-se cada um dos outros 3 fatores gerando
assim 6 condições experimentais analógicas. No estudo digital foram avaliadas as
inclinações das guias condilares, inclinações da guia incisal, proeminência da curva
de compensação, inclinação do plano oclusal e altura das cúspides dos dentes
posteriores. Para isso, o articulador Bio-art EVA Plus foi reproduzido no programa
Adobe Photoshop CS3 juntamente com os planos de orientação e as simulações de
cúspides e de dentes anteriores. Da mesma forma que o estudo analógico iniciou-se
com os planos de orientação em posição e o articulador com as guias condilares e
guia incisal ajustadas; foi aumentada a inclinação da guia condilar e observado no
movimento de protrusão o comportamento dos outros 4 fatores, cada um em um
determinado momento, para o restabelecimento da oclusão bilaterla balanceada.
Esse procedimento foi repetido com cada um dos outros 4 fatores gerando assim 10
condições experimentais virtuais. Os resultados permitiram concluir que existe uma
relação entre a inclinação da guia condilar, inclinação da guia incisal, proeminência
da curva de compesação, inclinação da curva de compensação e altura das
cúspides, na obtenção da oclusão bilateral balanceada, e esta relação comprova as
descritas por Hanau em seus estudos.
Palavras-chave: Oclusão dentária. Prótese total. Projeto auxiliado por computador.
Permeabilidade dentinária. Articuladores dentários. Articulação temporomandibular.
ABSTRACT
Nishyama R. Evaluation of condylar guidance and incisal guidance according to the compensating curve and cusp heights. A review of Hanau’s laws of articulation [thesis]. São Paulo: Universidade de São Paulo, Faculdade de Odontologia; 2011.
The objective of this in vitro study was to evaluate the variation of the saggital
guidances (condylar guidance and incisal guidance) according to plane of orientation
(prominence and inclination) and cusp heights during mandibular protrusive
movements. The relationship between afore mentioned factors were assessed
through both analogical and digital methods. In the analogical study, the inclination of
condylar guidance and incisal guidance, prominence of compensating curve and the
inclination of the occlusal plane were evaluated. In order to do so, prototyped guiding
planes with compensating curve’s prominence pre-defined by spheres of 7, 8 and 9
inches of diameter were used. For each compensating curve’s prominence, there
were also 3 pre-defined antero-posterior inclinations: initial planes (plane 0), planes
with a 5-degree inclination increase (plane +5) and planes with a 5-degree inclination
decrease (plane -5). A pair of guiding planes was mounted on a non-arcon Bio-art
EVA Plus articulator and condylar and incisal guidances were adjusted. As the
condylar guidance was increased, the changes necessary to reestablish the
articulator’s adjustment were observed for the other three factors: incisal guidance’s
inclination, prominence of compensating curve and occlusal plane’s inclination. This
procedure was repeated altering each one of the other three factors resulting in 6
analogical experimental conditions. In the digital study, condylar guidance inclination,
incisal guidance inclination, compensating curve prominence, occlusal plane
inclination and posterior teeth’s cusp heights were evaluated. In order to do so, the
Bio-art EVA Plus articulator, guiding planes and simulations of the cusps and anterior
teeth were reproduced in the Adobe Photoshop CS3 program As performed at the
analogical study, the guiding planes were put into position and the condylar and
incisal guidances were adjusted. The condylar guidance inclination was increased
and the changes in the other 4 factors were observed in the protrusive moment so
that the bilateral balanced occlusion could be reestablished. This procedure was
repeated with each one of the 4 factors resulting in 10 virtual experimental
conditions. The results showed that there is a relationship between the condylar
guidance inclination, incisal guidance inclination, prominence of the compensating
curve and the cusp heights when achieving bilateral balanced occlusion and the
results obtained in the current study is in accordance with those obtained by Hanau.
Keywords: Dental occlusion. Complete denture. Computer-aided design. Dental
articulators. Temporomandibular Joint.
LISTA DE FIGURAS
Figura 4.1 – Modelos montados em articulador não-arcon.......................................41 Figura 4.2 – Planos de orientação digitalizados .......................................................42 Figura 4.3 – Planos de orientação com as diferentes curvaturas, 7pol em vermelho,
8pol em verde e 9pol em azul...............................................................43 Figura 4.4 - Planos de orientação com as diferentes inclinações: original em verde,
com 5 graus a menos em vermelho e com 5 graus a mais em azul.....44 Figura 4.5 - Planos prototipados montados no articulador.......................................45 Figura 4.6 - articulador com as guias sagitais individualizadas para os planos
prototipados ..........................................................................................45 Figura 4.7 - Planos protopipados em posição no articulador, simulando movimento
de protrusão, com as guias sagitais individualizadas...........................47 Figura 4.8 – Guia condilar aumentada e perda de contato entre os planos de
orientação .............................................................................................47 Figura 4.9 – articulador com planos de orientação e guias sagitais ajustadas.........48 Figura 4.10 - aumento da proeminência da curva de compensação do plano de
orientação e perda de contato entre os planos.....................................49 Figura 4.11 - articulador com planos de orientação com inclinação do plano oclusão
5 graus menor que o plano original e guias sagitais ajustadas ............50 Figura 4.12 - aumento da inclinação dos planos oclusais e perda de contato do pino
incisal com a mesa incisal ....................................................................51 Figura 4.13 - Ramo inferior, haste, guia incisal e guia condilar do articulador...........52
Figura 4.14 – Inclusão do ramo superior, pino incisal e esfera condilar do articulador52 Figura 4.15 – Plano de orientação superior em posição.............................................53 Figura 4.16 – Planos superior e inferior posicionados ................................................53 Figura 4.17 - Primeiro molar superior posicionado ....................................................54 Figura 4.18 - Intercuspidação dos dentes posteriores ...............................................55 Figura 4.19 - Simulação dos dentes anteriores, incisivo superior em vermelho e
inferior em verde ...................................................................................56 Figura 4.20 - Seleção da ferramenta free transform ..................................................57 Figura 4.21 – Posicionamento do ponto de fulcro da seleção na região mais anterior e
superior dos planos de orientação........................................................57 Figura 4.22 – Alteração no inclinação do plano oclusal..............................................58 Figura 4.23 – Incisivos em topo a topo .......................................................................59 Figura 4.24 - Dentes posteriores com contato em pontas de cúspides .....................59 Figura 4.25 - Guia condilar desajustada ....................................................................60 Figura 4.26 - Guia incisal desajustada .......................................................................61 Figura 4.27 - Guia condilar ajustada ..........................................................................61 Figura 4.28 – guia incisal ajustada..............................................................................62 Figura 4.29 – articulador ajustado...............................................................................63
Figura 4.30 – Guia condilar aumentada.....................................................................64 Figura 4.31 - Perda de contato dos dentes posteriores devido ao aumento da
inclinação da guia condilar....................................................................65 Figura 4.32 - aumento da proeminência da curva de compensação .........................66 Figura 4.33 - interferência das cúspides dos dentes posteriores...............................67 Figura 4.34 - inclinação inicial dos planos de orientação...........................................68 Figura 4.35 – aumento da inclinação dos planos de orientação.................................68 Figura 4.36 – perda de contato dos dentes incisivos anteriores.................................69 Figura 4.37 – articulador ajustado com a guia incisal inicial .......................................70 Figura 4.38 - inclinação da guia incisal aumentada, a letra A indica a inclinação inicial
da guia incisal a letra B indica a inclinação da guia incisal aumentada70 Figura 4.39 - perda de contato dos dentes posteriores..............................................71 Figura 5.1 - Planos protopipados com 9 polegadas de diâmetro de curvatura do
plano oclusal e as guias sagitais individualizadas................................72 Figura 5.2 - Guia condilar aumentada e perda de contato entre os planos de
orientação .............................................................................................73 Figura 5.3 – aumento da proeminência da curva de compensação e
restabelecimento do contato entre os planos de orientação ................74 Figura 5.4 – planos de orientação com o plano oclusal medindo 5 graus a menos de
inclinação em relação ao plano original montados no articulador ........75 Figura 5.5 – aumento da guia condilar e perda de contato entre os planos de
orientação .............................................................................................76
Figura 5.6 - aumento da inclinação dos planos oclusais restabelecendo o contato entre os planos de orientação...............................................................77
Figura 5.7 - articulador com os planos de orientação posicionados e guias sagitais
ajustadas...............................................................................................78 Figura 5.8 - aumento da guia condilar do articulador e perda de contato entre os
planos de orientação.............................................................................78 Figura 5.9 - diminuição da guia incisal devolvendo o contato entre os planos de
orientação .............................................................................................79 Figura 5.10 – articulador com planos de orientação com curvatura de 8 pol de
diâmetro e inclinação 5 graus maior que a inclinação do plano original e guias sagitais ajustadas........................................................................80
Figura 5.11 – aumento da curvatura do plano de orientação e perda de contato entre
os planos...............................................................................................81 Figura 5.12 – diminuição da inclinação do plano oclusal restabelecendo o contato
entre os planos .....................................................................................82 Figura 5.13 - articulador ajustado com planos com curvatura oclusal de 9 polegadas
de diâmetro ...........................................................................................83 Figura 5.14 - articulador com planos com curvatura oclusal de 7 polegadas de
diâmetro e perda de contato na região anterior....................................84 Figura 5.15 - inclinação da guia incisal aumentada devolvendo o contato dos planos84 Figura 5.16 - articulador com planos de orientação com inclinação do plano oclusão
5 graus menor que o plano original ......................................................86 Figura 5.17 – aumento da inclinação dos planos oclusais e perda de contato do pino
incisal com a mesa incisal ....................................................................87 Figura 5.18 – restabelecimento do contato da mesa incisal com aumento da
inclinação da guia .................................................................................87
Figura 5.19 – A guia condilar aumentada ...................................................................90 Figura 5.20 - Perda de contato dos dentes posteriores devido ao aumento da guia
condilar .................................................................................................90 Figura 5.21 - cúspides posteriores posicionadas na nova curvatura .........................91 Figura 5.22 - aumento da inclinação dos planos de orientação devolvendo o contato
dos dentes posteriores..........................................................................93 Figura 5.23 - interferência dos dentes incisivos .........................................................94 Figura 5.24 – guia incisal corrigida .............................................................................95 Figura 5.25 – perda de contato das cúspides ............................................................96 Figura 5.26 – distância entre as cúspides superiores e inferiores .............................97 Figura 5.27 - aumento das cúspides restabelecendo a oclusão bilateral balanceada97 Figura 5.28 - aumento da proeminência da curva de compensação .........................99 Figura 5.29 - interferência das cúspides dos dentes posteriores.............................100 Figura 5.30 - perda de contato dos dentes anteriores .............................................100 Figura 5.31 – Diminuição da inclinação dos planos de orientação...........................101 Figura 5.32 – aumento da inclinação da guia incisal em azul...................................103 Figura 5.33 – Interferência das cúspides dos dentes posteriores.............................104 Figura 5.34 - diminuição das cúspides dos dentes posteriores ...............................105
Figura 5.35 - inclinação inicial dos planos de orientação.........................................106 Figura 5.36 - aumento da inclinação dos planos de orientação...............................107 Figura 5.37 - perda de contato dos dentes anteriores .............................................107 Figura 5.38 – aumento da inclinação da guia incisal ................................................108 Figura 5.39 – interferência das cúspides dos dentes posteriores.............................110 Figura 5.40 – diminuição da altura das cúspides......................................................110 Figura 5.41 - articulador ajustado com a guia incisal inicial .....................................112 Figura 5.42 - inclinação da guia incisal aumentada, a letra A indica a inclinação inicial
da guia incisal a letra B indica a inclinação da guia incisal aumentada112 Figura 5.43 - perda de contato dos dentes posteriores............................................113 Figura 5.44 - aumento da altura das cúspides .........................................................113 Figura 6.1 – representação gráfica das leis de articulação de Hanau. Destaque para
o aumento da inclinação da guia condilar e como essa alteração influencia os demais fatores. Imagem modificada do artigo original ..118
Figura 6.2 – representação gráfica das leis de articulação de Hanau. Destaque para
o aumento da proeminência da curva de compensação e como essa alteração influencia os demais fatores. Imagem modificada do artigo original ................................................................................................119
Figura 6.3 – representação gráfica das leis de articulação de Hanau. Destaque para
o aumento da inclinação do plano de orientação e como essa alteração influencia os demais fatores. Imagem modificada do artigo original ..121
Figura 6.4 - representação gráfica das leis de articulação de Hanau. Destaque para
o aumento da inclinação da guia incisal e como essa alteração influencia os demais fatores. Imagem modificada do artigo original ..122
LISTA DE QUADROS
Quadro 4.1 - medidas da curvatura do plano oclusal (calotas esfériacas de com, 7pol, 8pol e 9pol de diâmetro) em polegadas e da inclinação do plano de orientação em relação ao plano original........................................42
Quadro 4.2 - condições experimentais analógicas obtidas pela combinação dos 4
fatores analisados...............................................................................46 Quadro 4.3 - fatores variáveis nas condições experimentais digitais ......................63 Quadro 5.1 - CEA1, após o aumento da inclinação da guia condilar foi aumentada a
proeminência da curva de compensação para se restabelecer a oclusão bilateral balanceada ..............................................................74
Quadro 5.2 - CEA2, após o aumento da inclinação da guia condilar foi aumentada a
inclinação do plano de orientação para se restabelecer a oclusão bilateral balanceada............................................................................77
Quadro 5.3 - CEA3, após o aumento da inclinação da guia condilar foi diminuída a
inclinação da guia incisal para se restabelecer a oclusão bilateral balanceada .........................................................................................79
Quadro 5.4 - CEA4, após o aumento da proeminência da curva de compensação
foi diminuída a inclinação do plano de orientação para se restabelecer a oclusão bilateral balanceada ...........................................................82
Quadro 5.5 - CEA5, após o aumento da proeminência da curva de compensação
foi aumentada a inclinação da guia incisal para se restabelecer a oclusão bilateral balanceada ..............................................................85
Quadro 5.6 - CEA6, após o aumento da inclinação dos planos de orientação foi
aumentada a inclinação da guia incisal para se restabelecer a oclusão bilateral balanceada............................................................................88
Quadro 5.7 - Resumo dos resultados obtidos nas condições experimentais
analógicas para obtenção de uma oclusão bilateral balanceada. Os sinais “+” representam um aumento e o sinal “-” diminuição do fator. A cor vermelha representa os fatores relacionados na coluna e a cor
azul o fator relacionado na linha. Os resultados destacados em cinza foram aferidos a partir das condições experimentais analógicas .......89
Quadro 5.8 - CED1, após o aumento da inclinação da guia condilar foi aumentada a
proeminência da curva de compensação para se restabelecer a oclusão bilateral balanceada ..............................................................92
Quadro 5.9 - CED2, após o aumento da inclinação da guia condilar foi aumentada a
inclinação do plano de orientaçao para se restabelecer a oclusão bilateral balanceada............................................................................93
Quadro 5.10 - CED3, após o aumento da inclinação da guia condilar foi diminuída a
inclinação da guia incisal para se restabelecer a oclusão bilateral balanceada .........................................................................................95
Quadro 5.11 - CED4, após o aumento da inclinação da guia condilar foi aumentada a
altura das cúspides para se restabelecer a oclusão bilateral balanceada .........................................................................................98
Quadro 5.12 - CED5, após o aumento da proeminência da curva de compensação
foi diminuída a inclinação dos planos de orientação para se restabelecer a oclusão bilateral balanceada ....................................102
Quadro 5.13 - CED6, após o aumento da proeminência da curva de compensação
foi aumentada a aumentada a inclinação da guia incisal para se restabelecer a oclusão bilateral balanceada ....................................103
Quadro 5.14 - CED7, após o aumento da proeminência da curva de compensação
foi diminuída a altura das cúspides para se restabelecer a oclusão bilateral balanceada..........................................................................105
Quadro 5.15 - CED8, após o aumento da inclinação do plano de orientação foi
aumentada a inclinação da guia incisal para se restabelecer a oclusão bilateral balanceada..........................................................................109
Quadro 5.16 - CED9, após o aumento da inclinação do plano de orientação foi
diminuída a altura das cúspides para se restabelecer a oclusão bilateral balanceada..........................................................................111
Quadro 5.17 - CED10, após o aumento da inclinação da guia incisal foi aumentada a altura das cúspides para se restabelecer a oclusão bilateral balanceada .......................................................................................114
Quadro 5.18 - Resumo dos resultados obtidos nas condições experimentais digitais
para obtenção de uma oclusão bilateral balanceada. Os sinais “+” representam um aumento e o sinal “-” diminuição do fator. A cor vermelha representa os fatores relacionados na coluna e a cor azul o fator relacionado na linha. Os resultados destacados em cinza foram aferidos a partir das condições experimentais virtuais .....................115
LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS
3D três dimensões
ATM articulação temporomandibular
CAD computer aided design
CAM computer aided manufactory
CEA condição experimental analógica
CED condição experimental digital
g gramas
GHz gigahertz
mL mililitro
mm milímetro
OC oclusão central
PO ponto de oclusão
pol polegadas
RC relação central retrusiva
s segundos
V volts
W watts
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 22 2 REVISÃO DA LITERATURA ......................................................................... 24 3 PROPOSIÇÃO ............................................................................................... 37 4 MATERIAL E MÉTODOS .............................................................................. 38
4.1 MATERIAL .................................................................................................. 38
4.2 MÉTODOS .................................................................................................. 40
4.2.1 Método analógico................................................................................... 40
4.2.1.1 Aumento da inclinação da guia condilar ............................................... 46
4.2.1.2 Aumento da proeminência da curva de compensação ......................... 48
4.2.1.3 Aumento da inclinação do plano de orientação .................................... 49
4.2.2 Método Digital ........................................................................................ 51 4.2.2.1 Aumento da inclinação da guia condilar ............................................... 64
4.2.2.2 Aumento da proeminência da curva de compensação ......................... 65
4.2.2.3 Aumento da inclinação do plano de orientação .................................... 67
4.2.2.4 Aumento da inclinação da guia incisal .................................................. 69
5 RESULTADOS .............................................................................................. 72
5.1 MÉTODO ANALÓGICO .............................................................................. 72
5.1.1 Aumento da inclinação da guia condilar ............................................. 72
5.1.2 Aumento da proeminência da curva de compensação ...................... 80
5.1.3 Aumento da inclinação do plano de orientação ................................. 85
5.2 MÉTODO DIGITAL ..................................................................................... 89
5.2.1 Aumento da inclinação da guia condílica............................................ 89
5.2.2 Aumento da proeminência da curva de compensação ...................... 98
5.2.3 Aumento da inclinação do plano de orientação ............................... 106
5.2.4 Aumento da inclinação da guia incisal .............................................. 111
6 DISCUSSÃO ................................................................................................ 116
7 CONCLUSÃO .............................................................................................. 126 REFERÊNCIAS .............................................................................................. 127
22
1 INTRODUÇÃO
O advento de novas linhas de pensamento e de novas técnicas preventivas,
além da evolução dos materiais odontológicos, não evitam que parte da população
continue perdendo seus dentes chegando à condição de edêntulos totais. A perda
dental ocorre por vários motivos, ainda hoje. Seja por falta de conhecimento, falta de
recursos para o tratamento adequado, por patologias ou acidentes.
Tal fato mostra a necessidade de um contínuo aprimoramento para a
reabilitação de pacientes desdentados totais. O tratamento desses pacientes não
visa apenas o restabelecimento da função mastigatória, mas também uma
reconstituição muito mais complexa, envolvendo fonética, estética, preservação dos
rebordos alveolares, culminando com conforto físico e mental, fundamentais à
reintegração social do paciente. A busca desses objetivos engloba inúmeros fatores
e dentre eles, a oclusão.
Alguns autores preconizam a oclusão bilateral balanceada nas próteses totais
bimaxilares (Meyer, 1934; Saizar, 1972; Koyama, 1976), a fim de se obter a
estabilidade e a biomecânica adequada.
Segundo Saizar (1972), o conceito de oclusão bilateral balanceada foi
introduzido por Bonwill em 1878. A oclusão bilateral balanceada consiste em
promover um mínimo de três contatos, dois entre dentes posteriores, sendo um de
cada lado, e o ultimo na região anterior, em qualquer movimento contactante
realizado.
Buscando elucidar os elementos que interferem em uma oclusão bilateral
balanceada, em 1926, Hanau, enunciou as Leis de articulação balanceada que
expressam as relações recíprocas dos fatores mais significantes que influem na
intercuspidação para obter o equilíbrio da articulação: guia condilar; guia incisal;
altura das cúspides; curva de compensação, e plano de orientação. Essas leis foram
revisadas e discutidas por autores como Trapozzano (1963), Boucher (1963) e Levin
(1978), que não concordaram com todos fatores enunciados por Hanau (1926) e
nem com a influência desses fatores na obtenção de uma oclusão bilateral
balanceada.
Essa discussão advém do fato de se poder alterar algum(ns) componente(s)
partícipes da oclusão, mantendo o esquema oclusal adequado. A vantagem de se
23
poder alterar tais componentes permite: o uso de dentes com formas oclusais
distintas; alterar a estética através da quantidade de sobremordida vertical; alterar a
curva de compensação prevendo futuras alterações comuns em virtude da
reabsorção óssea, dentre outros motivos clinicamente importantes.
Várias pesquisas já foram realizadas no Departamento de Prótese da
Universidade de São Paulo com a finalidade de elucidar dúvidas oriundas da
terapêutica reabilitatória através de próteses totais. Dentre elas, pode-se destacar as
que englobam a oclusão e as relações maxilomandibulares como: Tamaki (1960),
Dolce Filho (1979), Yamada MCM (1984), Yamada RN (1984), Gomes (1988),
Kiausinis (1990), Tamaki (1993), Nakamae (1996), Tamaki (1998), Hatushikano
(2002), Cabrera (2003), Mazini (2003), Hatushikano (2006), Furuyama (2006).
A falta de um consenso sobre as variáveis que influenciam a obtenção da
oclusão bilateral balanceada em prótese total reflete a carência de estudos objetivos
quanto à mecânica da oclusão, ou, por assim dizer, da própria cinesiognatologia.
A evolução da informática e de outras tecnologias, de modo geral, levam os
curiosos a revisitarem os campos do conhecimento não devidamente esclarecidos
no intuito de passar a limpo as verdades e os primórdios conceituais da área em
questão.
24
2 REVISTA DA LITERATURA
Bonwill (1878) foi o primeiro autor a se referir a curva de compensação
descrevendo-a de forma sucinta como uma curva vertical que começa no primeiro
molar, ainda que se mostre levemente no primeiro pré molar.
Christensen (1905) estudou a importância da curva de compensação na
obtenção da oclusão bilateral balanceada. Ele demonstrou que, durante o
movimento de protrusão, arcadas que não possuíam uma curva de compensação
perdiam o contato dos dentes posteriores. Mais tarde essa perda de contato dos
dentes posteriores no movimento de protrusão recebe o nome de fenômeno de
Christensen.
Gysi (1910) publicou um artigo com suas idéias sobre os movimentos
mandibulares. Sua idéias foram sintetizadas em quatro leis:
1. Em todos os movimentos da mandíbula, em cada momento, os pontos que a
compõe giram segundo um ponto instantâneo de rotação;
2. Todos os pontos da mandíbula estão no mesmo regime de cinemática; as
trajetórias do côndilo e as das cúspides, descritas pelo eixo virtual geométrico
instantâneo de rotação, são em forma de arco de um círculo;
3. As guias condílicas, as vertentes de articulação e a guia incisal se orientam
no espaço, de modo que os vetores resultantes pertencem ao eixo
instantâneo de rotação.
4. Os fatores variáveis fundamentais do sistema arquitetônico configurado pelo
aparelho dentário, do qual depende a coordenação morfofuncional, são:
4.1 A angulagem da guia condílica;
4.2 A angulagem das vertentes de articulação;
4.3 A altura das cúspides;
4.4 A relação entre overbite e overject;
4.5 A angulagem dos eixos longitudinais dos dentes.
Baseado na teoria do triangulo equilátero de Bonwill (1878) e na teoria do
centro de rotação fixa de Christensen (1905), Monson (1920) define a curva de
compensação como uma calota de esfera de 8 polegadas de diâmetro com centro
na crista galli, essa teoria foi denominada de Teoria Esférica. Considerando a curva
25
de compensação como uma calota de esfera, o autor admite uma mesma curvatura
no sentido antero-posterior e no sentido vestíbulo-lingual.
Hanau (1926) comentou que na análise de centenas de próteses totais, três
anos após sua instalação, 95% foram julgadas insatisfatórias pelos dentistas que as
confeccionaram ou por colegas. Dessas julgadas insatisfatórias, mais da metade
tinha como centro do problema uma deficiência na obtenção da articulação
balanceada. Buscando elucidar os fatores que influenciavam essa articulação o
autor enunciou as leis de articulação balanceada composta por nove fatores que
combinados produziram trinta e seis leis. Os fatores que deveriam ser considerados
eram: inclinação horizontal do côndilo; curva de compensação; guia incisal protusiva;
plano de orientação; inclinação vestibulolingual do eixo dos dentes; trajeto condilar
sagital; guia incisal sagital; alinhamento dental, e altura relativa das cúspides.
Combinando cuidadosamente os nove fatores descritos o autor os reduziu para
cinco fatores: guia condilar; curva de compensação; altura relativa das cúspides;
guia incisal, e plano de orientação, anunciando assim a quina de articulação. As
trinta e seis leis inicialmente enunciadas também foram reduzidas e passaram a
formar dez leis fundamentais. Sendo elas:
1. Um aumento da inclinação da guia condilar aumenta a proeminência da curva
de compensação;
2. Um aumento da inclinação da guia condilar aumenta a inclinação do plano de
orientação;
3. Um aumento da inclinação da guia condilar diminui a inclinação da guia
incisal;
4. Um aumento da inclinação da guia condilar aumenta a altura das cúspides
progressivamente para posterior;
5. Um aumento da proeminência da curva de compensação diminui a inclinação
do plano de orientação;
6. Um aumento da proeminência da curva de compensação aumenta a
inclinação da guia incisal;
7. Um aumento da proeminência da curva de compensação diminui a altura das
cúspides progressivamente para posterior;
8. Um aumento da inclinação do plano de orientação aumenta a inclinação da
guia incisal;
26
9. Um aumento da inclinação do plano de orientação diminui a altura das
cúspides, por igual, ou um pouco menos;
10. Um aumento da inclinação da guia incisal aumenta a altura das cúspides
progressivamente para anterior.
Gysi (1926) comentou esse artigo de Hanau (1926) e ficou surpreso, pois,
mesmo trabalhando de forma independente, as conclusões obtidas por ambos eram
muito semelhantes expressadas por termos diferentes.
Preocupado em obter uma oclusão balanceada e funcional, Meyer (1934)
descreveu o seu método de confecção das Próteses Totais, através do qual
procurava conseguir que todas as cúspides opostas tocassem com igual pressão
quaisquer que fossem as direções excursivas da mandíbula durante os movimentos
fisiológicos. Para isso, determinava a trajetória percorrida pelos dentes durante os
movimentos mandibulares, isto é, estabelecida a curva de compensação própria de
cada indivíduo nos roletes de cera, fisiologicamente, e com base nas mesmas
realizava a montagem dos dentes. A experiência levou o autor às seguintes
conclusões:
1. Nas próteses totais bimaxilares, os contatos de balaceio devem ser previstos
nas excursões extremas da mandíbula para assegurar o balanceio, qualquer
que seja o intervalo do percurso;
2. A correta curva oclusal do paciente deve ser conhecida e registrada para que
as próteses possam ser construídas com balanceio adequado;
3. O balanceio oclusal proporciona estabilidade da prótese por mais tempo.
Schuyler (1935) relatou que o stress anormal ou excessivo é uma das
principais causas da destruição dos tecidos de suporte, dos dentes naturais e dos
rebordos desdentados. Dentre os fatores que influem na desarmonia oclusal dos
arcos dentais, natural ou artificial, apontou como fundamentais: a inclinação da face
palatina dos dentes anteriores superiores, a inclinação da guia ocluso-lingual dos
dentes posteriores inferiores e a vestíbulo-oclusal dos dentes posteriores superiores.
Tamaki (1960) idealizou um aparelho que permitia imprimir ao plano de cera
uma curva de compensação prévia ao desgaste de Paterson, baseado em
radiografias periapicais, onde verificava-se a angulação da guia condilar. Neste
estudo, o autor comparou as curvas de compensação resultantes do desgaste de
Paterson em planos de orientação confeccionados com curvas iniciais variadas:
baseados no aparelho em questão, com 40 graus de inclinação, com 20 graus de
27
inclinação, com inclinação nula e com inclinação arbitrária. Os resultados mostraram
que a curva de compensação obtida pelo desgaste de Paterson se aproxima da
curvatura individual inicial do plano de cera, quando utilizou-se o aparelho calibrado
baseado no método radiográfico de mensuração da angulação da guia condilar. Nos
demais casos, o desgaste de Paterson apresentou uma eficiência mínima, sendo
que nos casos de inclinações nula e arbitrária a curva obtida não correspondia à
curva de compensação do paciente.
Trapozzano (1963) avaliou as Leis de articulação propostas por Hanau (1926)
e declarou que dos cinco fatores variáveis considerados pelo autor, apenas três
eram necessários para obtenção da articulação balanceada. Esses fatores foram
chamados de fatores finais de articulação, e seriam: guia condilar, guia incisal e
altura das cúspides, renomeados por inclinação condilar, ângulo da guia incisal e
ângulo da cúspide. O primeiro fator final de articulação é a inclinação condilar,
inerente ao paciente e que não poderia ser modificada pelo cirurgião dentista,
definida pela inter-relação do formato dos componentes da articulação
temporomandibular, pela ação dos músculos sobre a mandíbula, pela limitação dos
movimentos causada pelos ligamentos inseridos na mandíbula e pelo método
utilizado para registrar essa inclinação. O segundo fator é o ângulo da guia incisal.
Sobre esse fator, o cirurgião dentista possuiria grande controle, sendo limitado
apenas pela relação dos rebordos, formato do arco, conformação geral do rebordo,
espaço inter-rebordos e o desejo estético e fonético do paciente. O terceiro e último
fator considerado pelo autor é o ângulo da cúspide, onde mais importante que a
altura das cúspides seria sua angulação. O autor ressalta que a relação harmônica
entre esses três fatores é essencial para a obtenção da articulação balanceada.
Portanto, na apresentação das suas leis eliminou a inclinação do plano de
orientação devido à sua grande variabilidade e a dificuldade de se estabelecer um
parâmetro para esse fator, não podendo levar em consideração apenas sua
inclinação. O fator curva de compensação seria desnecessário, pois ela é formada
pelo resultado harmônico da relação entre o ângulo da guia incisal, a guia condilar e
a angulação das cúspides.
Partindo dos fatores finais de articulação foram enunciadas as leis:
1. Mantendo a guia condilar constante:
1.1 Um aumento no ângulo da guia incisal aumenta o ângulo das cúspides
progressivamente em direção ao ângulo da guia incisal.
28
1.2 Uma diminuição no ângulo da guia incisal diminui o ângulo das cúspides
progressivamente em direção ao ângulo da guia incisal.
2. Mantendo a guia incisal constante:
2.1 Um aumento do ângulo da guia condilar aumenta o ângulo das cúspides
progressivamente em direção a ângulo da guia condilar;
2.2 Uma diminuição do ângulo da guia condilar diminui o ângulo das cúspides
progressivamente em direção a ângulo da guia condilar.
O autor conclui dizendo que a guia condilar do paciente, uma vez
determinada não é passível de alteração, com isso ela sempre é mantida constante
e apenas o ângulo da guia incisal e o ângulo das cúspides são passiveis de
alterações.
Boucher (1963) analisando o trabalho de Trapozzano (1963) e de Hanau
(1926) usa o termo oclusão balanceada no lugar de articulação balanceada, dizendo
que esse termo é mais exato e mais simples para relatar uma relação especifica das
relações maxilomandibulares. Na sua análise o autor relata que a quina de
articulação descrita por Hanau (1926) é muito complexa, devido ao grande número
de possibilidades para alterações. Sobre o trabalho de Trapozzano (1963) o autor
discorda da variação de posição do plano oclusal, afirmando que o plano oclusal
deve ser restabelecido na mesma posição dos dentes naturais. Também fala da
importância da curva de compensação, permitindo a obtenção da oclusão
balanceada alterando a altura das cúspides sem alterar a forma dos dentes
artificiais. O conceito de Boucher (1963) é:
1. Existem três fatores fixos: plano oclusal, guia incisal e guia condilar;
2. A angulação das cúspides é mais importante que a altura das mesmas;
3. A curva de compensação permite um aumento efetivo da altura das cúspides
sem mudar a forma dos dentes.
Tamaki, em 1964, teve como objetivo verificar se eram constantes o arco
gótico e o ponto oclusal traçados por um mesmo paciente. Constatou que a falta de
concordância entre dois arcos góticos faz acreditar nas opiniões de autores que
combatem a RC. Além disso, a constância dos pontos oclusais em duas tomadas de
oclusão central sucessivas faz ver com otimismo o método.
29
Um fator que concorre para suspeitar que a desarmonia entre a RC e OC já
vem desde de antes da extração total dos dentes, é a existência de grande número
de distúrbios da ATM, como a afirma Sheppard (1956).
Saizar (1972) disse que a articulação balanceada total, pode ser conseguida
em praticamente todos os casos em que as relações intermaxilares são mais ou
menos normais e em que se utilizam dentes anatômicos. Nos casos com
irregularidades das relações intermaxilares, muitas vezes pode não se conseguir o
balanceio total. Nestes casos, deve-se procurar propiciar o máximo de contatos do
lado ativo para facilitar a eficácia mastigatória, e um ponto, pelo menos, no lado de
balanceio, para manter o equilíbrio da prótese.
Kohno (1972) encontrou correlações entre a trajetória condilar e a trajetória
incisal. Classificou a trajetória condilar em dois tipor: translacional e rotacional. A
trajetória translacional ocorre quando a trajetória condilar e a guia incisal são
praticamente paralelas, com isso durante o movimento de protrusão o côndilo
apenas translada ou translada com um mínimo de rotação. Já durante a trajetória
rotacional o côndilo rotaciona no sentido do fechamento mandibular ou no sentido
oposto. Quando a guia anterior é mais íngreme que a trajetória condilar, durante o
movimento retrusivo, o côndilo rotaciona no sentido do fechamento mandibular. Se a
guia anterior for mais plana que a trajetória condilar, o côndilo gira no sentido
oposto.
Dawson (1974) estabeleceu que não existe uma relação entre a guia anterior
e a trajetória condilar. O autor considera a trajetória condilar imutável e que a guia
anterior pode sofrer variações sem interferências, com isso conclui que a guia
anterior pode ser determinada livremente pelo operador.
Koyama (1976) considera que, se os movimentos mandibulares são
corretamente registrados e um articulador com alta capacidade de ajuste é usado, a
oclusão balanceada pode ser conseguida como norma. Contudo, se o registro dos
movimentos mandibulares for incorreto ou o articulador selecionado apresentar
capacidade de ajuste limitado, a função e a estabilidade podem ser comprometidas
por erros na oclusão.
Para se obter uma articulação balanceada em prótese total, com dentes
anatômicos, nos termos considerados por Hanau (1926) parece implícito que há
necessidade do uso de um articulador adaptável que permite os ajustes dos
30
dispositivos às condições individuais do paciente. Fica evidente que a calibragem do
articulador é um dos passos importantes no êxito do trabalho. Existem muitas
técnicas, dispositivos e artifícios criados pelos diferentes autores para obter dados
do paciente, necessários para ajustar o articulador, pois influi decididamente nos
resultados finais dos trabalhos. Assim, Tamaki, em 1976, estudou
comparativamente os resultados dos registros das trajetórias sagitais dos côndilos,
do guia incisal, ângulos de Bennett, ângulos de Fischer e distância intercondilar
obtidos através de três técnicas de ajustes do articulador: baseada na curva de
compensação obtida com o desgaste de Paterson; técnica orientada por registros
obtidos por “mordidas”; técnica utilizando o arco facial de calibragem TT, concluindo
que as três técnicas de registro determinaram valores diferentes para os mesmos
dados.
Levin (1978), reavaliando as Leis de articulação de Hanau (1926) e os
estudos de Trapozzano (1963) e Boucher (1963), concorda com Boucher (1963)
sobre a necessidade da curva de compensação e que o plano oclusão deve estar
posicionado em uma única localização, a posição anatômica. Portanto o plano de
oclusão é um fator fixo. Nesse estudo o autor enuncia quatro fatores essenciais para
uma oclusão balanceada:
1. A guia condilar é fixa e registrada a partir do paciente;
2. A guia incisal é usualmente obtida pelos requisitos fonéticos e estéticos do
paciente;
3. A curva de compensação é o fator mais importante para obtenção da oclusão
balanceada;
4. As cúpides devem ter a inclinação necessária para obtenção da oclusão
balanceada, mas essa pode ser obtida através da curva de compensação.
Hvanov (1980) fez um estudo clinico comparativo com trinta pacientes
edentados completos, onde foram confeccionadas duas próteses totais bimaxilares
para todos os pacientes, seguindo-se o protocolo da Disciplina de Prótese Total da
FOUSP. Estes pacientes foram divididos em três tipos: tipo I quando as posições de
OC e RC coincidiam, tipo II quando a posição de OC ficava deslocada da RC mas se
localizava na linha mediana antero-posterior e tipo III – quando a posição de OC fica
deslocada da RC e também da linha mediana, isto é, quando apresentava, segundo
Tamaki, oclusão excêntrica. As próteses bimaxilares, uma em oclusão habitual e
31
outra em RC, foram comparadas no que diz respeito a sensação de conforto e
estética. A conclusão desse estudo foi de que toda reabilitação deve sempre ser
executada em OC e não em RC.
Tamaki (1983) definiu a articulação balanceada como aquela que em
qualquer movimento mandibular, de lateralidade ou de protrusão, há sempre, no
mínimo, três pontos de contatos: um ponto na região anterior e dois nas regiões
posteriores. Essa articulação auxilia na estabilidade da prótese e lhe dá maior
eficiência funcional. Falou também sobre a importância da curva de compensação
devido ao fato do côndilo realizar o movimento de Walker, ou seja, no movimento de
protrusão o côndilo se movimenta para frente e para baixo. Para compensar esse
movimento para baixo é necessária essa compensação feita através da curvatura
ântero-posterior, evitando-se assim o fenômeno de Christensen.
As posições de RC e OC são importantes na restauração oclusal: é a chave
não só do estudo da articulação temporomandibular, mas também, do planejamento
do tratamento. Segundo pesquisa em desdentados completos os achados mostram:
a coincidência de RC e OC em 15% dos casos; 23% dos casos não coincidiam
embora se situassem na linha mediana e em 62% dos casos restantes a OC, além
de não coincidir com a RC, estava com desvio lateral. Desse modo, a execução do
trabalho protético deve ser iniciada depois de verificada a relação entre as posições
de relação central e de oclusão, a fim de se selecionar a técnica de reconstrução ou
de ajuste oclusal mais adequada (Tamaki, 1983).
Yamada MCM (1984) demonstrou que o eixo terminal de rotação pode ser
eficazmente determinado através de arcos faciais cinemáticos (tanto o TT quanto o
di Pietro) que obtiveram praticamente os mesmos resultados, tanto na comparação
entre 25 pacientes dentados, como nos 25 desdentados. A correta determinação do
eixo terminal de rotação é essencial para a montagem correta do articulador e a
posição precisa do pantógrafo.
Hvanov (1986) comparou a curva de compensação dos planos de orientação
oriunda do desgaste de Paterson com a curva fisiológica formada pela abrasão dos
dentes de próteses totais após um longo período de uso. Estas duas curvas
mostraram-se coincidentes e a curva de compensação dos planos de orientação
mostrou-se relacionada aos movimentos condilares dos pacientes.
32
Kiausinis (1987) comparou os resultados clínicos de três das técnicas de
determinação das relações maxilomandibulares no plano horizontal na confecção
das próteses unimaxilares: pela posição de oclusão habitual; pelo fechamento da
boca com pressão do mento, e pelo fechamento da boca com levantamento da
língua, utilizando-se de um dispositivo intra oral ou ainda de um extra oral.
Constatou que os resultados dão indícios de que o comportamento das 3 técnicas se
assemelham, visto que as mesmas, identificaram as 3 categorias de relacionamento
entre RC e Oclusão.
Segundo Tamaki e Tamaki (1987), a posição espacial dos modelos no
articulador tem sido uma constante preocupação dos protesistas. Em seu trabalho
contatou-se que há diferenças entre os pontos condilares marcados com base na
média anatômica à 12mm do tragus sobre a reta tragus-canto externo do olho e com
os pontos de emergência do eixo terminal de rotação com e sem pressão no mento.
Utilizando o articulador totalmente ajustável TT, programado segundo as
guias condilares e incisais de pacientes dentados, Uemura (1994) comprovou que a
curva de compensação obtida indiretamente, através de abrasão simulando o
desgaste de Paterson nos modelos dentados dos pacientes, mostrou-se
clinicamente semelhante à curva de compensação do arco dental natural. Os
modelos montados no articulador apresentaram 87,5% de contatos entre os modelos
com arco dental natural e a curva de compensação conformada pela abrasão
simulada no articulador.
Lucia (1964, apud Contin, 1997) veio trazer grande luz para os profissionais
preocupados com a melhor posição dos côndilos dentro das cavidades articulares. A
utilização do jig, em todos os casos clínicos nos registros em RC, elimina os
contatos dos dentes posteriores, que tentariam desviar os côndilos do seu eixo
terminal de rotação, pelos contatos em vertentes. Porém, nos casos onde os
côndilos estejam em posições aprendidas pela musculatura dolorida ou articulações
desarranjadas, antes do uso do jig, é importante que o paciente utilize um
desprogramador de maior duração que a simples eliminação temporária dos
contatos em dentes posteriores, proporcionada pelo jig.
Hobo (1997) define oclusão bilateral balanceada como aquela que contém
todos os dentes contactando em máxima intercuspidação e durante os movimentos
33
mandibulares excêntricos. O autor considera que esse tipo de oclusão é ideal para a
reabilitação por próteses totais.
Tamaki (1998) avaliou a capacidade do articulador TT projetar lateralidade
com relacionamento cúspide-sulco entre os dentes posteriores de próteses totais em
cera. O estudo contou com 33 pacientes, onde se aplicou a medida corretiva durante
os ajustes dos articuladores. Assim, o autor procedeu a um aumento do ângulo de
Bennett, permitindo uma laterotrusão do articulador. Cada grau aumentado
correspondia a 0,2 mm de laterotrusão. A manobra de mudança de inclinação dos
ângulos do articulador permitiu um efetivo contato entre os dentes posteriores da
maneira acima mencionada.
Para Okeson (2000), a fim de se obter uma relação oclusal ideal é necessário
analisar cuidadosamente as articulações temporomandibulares e os dentes
anteriores, pois são essas estruturas que controlam o movimento da mandíbula. O
autor divide os fatores que influenciam na morfologia oclusal em: determinantes
verticais e determinantes horizontais. Os determinantes verticais da morfologia
oclusal são: guia condilar, guia incisal, plano de oclusão, curva de Spee e
movimento mandibular de translação lateral. Analisando esses fatores o autor
concluiu:
1. Quanto maior a angulação da guia condilar, mais alta as cúspides posteriores;
2. Quanto maior o trespasse vertical, mais altas as cúspides posteriores;
3. Quanto maior o trespasse horizontal mais baixas, as cúspides posteriores;
4. Quanto mais paralelo o plano à guia condilar, mais baixas as cúspides
posteriores;
5. Quanto mais aguda a curva de Spee, mais baixas as cúspides mais
posteriores;
6. Quanto maior o movimento de translação lateral, mais baixas as cúspides
posteriores;
7. Quanto mais superior o movimento de rotação do côndilo no movimento de
translação lateral, mais baixas as cúspides posteriores;
8. Quanto maior o deslocamento no movimento de translação lateral; mais
baixas as cúspides posteriores.
Hatushikano (2002) estudou o comportamento dos movimentos
maxilomandibulares horizontais em pacientes edentados completos utilizando o
34
dispositivo extra-oral, fixando-se sobre a plataforma uma folha de papel carbono
com fita adesiva. Os dados foram obtidos através do escaneamento dos corpos de
prova (papel carbono com o traçado do arco gótico) para a transferência das
imagens a um microcomputador, onde se realizou a medição. A análise dos dados
foi realizada nos registros dos movimentos de lateralidade Centrífuga e de Bennett e
na distância obtida entre as posições de retrusão e de oclusão. Da análise das
angulações obtidas através dos movimentos de lateralidade de Bennett e de
lateralidade centrífuga concluiu-se que o ângulo da lateralidade centrífuga tende a
ser maior do que o ângulo da lateralidade de Bennett em cerca de 50% dos casos e
o ângulo da lateralidade Centrífuga tende a ser semelhante ao ângulo da
lateralidade de Bennett em cerca de 50% dos casos.
Cabrera (2003) estudou em um ambiente virtual as discrepâncias na
dimensão vertical em diferentes posições do eixo terminal de rotação, após diminuir
a dimensão vertical. Foi observado que em todas as simulações, ao se variar o eixo
terminal de rotação surgem discrepâncias oclusais.
Borocz et al. (2004) acredita que através de algoritmos numéricos é possível
reproduzir os contatos oclusais e o ângulo da rotação da articulação
temporomandibular, simulando assim os movimentos em um articulador virtual.
O Dicionário de Termos Protéticos (2005) define os termos utilizados por
Hanau da seguinte forma:
1. Guia condilar: guia mandibular gerada pelo côndilo e o disco articular através
a fossa glenóide;
2. Curva de compensação - curva anteroposterior (no plano medial) e curva
latero-lateral (no plano frontal) onde o alinhamento da superfície oclusal e
guia incisal do dente antificial é utilizado para a confecção da oclusão
balanceada;
3. Guia incisal - influência das superfícies contactantes dos dentes anteriores
superiores e inferiores nos movimentos mandibulares. Parte do articulador
que mantem o ângulo da guia incisal.
4. Plano oclusal - plano médio formado pelas superfícies incisal e oclusal dos
dentes.
5. Altura relativa das cúspides - distância perpendicular entre a ponta de
cúspide e o sua base
35
Busch e Kordass (2006) escanearam os modelos da maxila e mandíbula
edêntulos em 3D e com o auxilio de um programa CAD/ CAM projetaram a
montagem dos dentes anteriores de uma prótese total, servindo de sugestão
estética e funcional para a montagem dos dentes artificiais posteriormente.
Hatushikano (2006) utilizou uma pua dupla para identificar a localização exata
do eixo vertical de rotação real da mandíbula. O autor estudou 22 arcos góticos de
pacientes edentados totais e com o auxílio de um programa de editoração de
imagens foi possível localizar os eixos de cada paciente. O autor concluiu que o eixo
localizava-se com maior freqüência na região ântero-lateral e póstero-medial na
lateralidade de Bennett e com maior freqüência na região póstero-medial na
lateralidade centrífuga, regiões essas, com referência no côndilo de trabalho.
Segundo Yamaguchi (2006) e Guarnieri (2006) na acrilização de próteses
totais superiores, há uma alteração dimensional da resina acrílica. Esta alteração,
foi analisada com corpos de prova montados em articular totalmente ajustável TT a
nível condilar, demonstrando que variando-se as marcas comerciais, tipos de
prensagem e os ciclos de polimerização, a contração leva a uma desadaptação do
estojo condilar tanto na parede superior como na posterior refletindo uma
desarmonia oclusal e/ou articular.
Furuyama (2006) avaliou a relação entre a rotação de lateralidade do
articulador semi-ajustável com a trajetória dos sulcos de trabalho e balanceio de
dentes artificiais em pacientes edentados totais. O autor avaliou 30 pacientes
edentados totais e fotografou os planos de orientação e os dentes artificiais
montados no articulador semi-ajustável. Utilizando um programa de editoração de
imagens por computador, foi possível simular a lateralidade do articulador e
mensurar a coincidência entre a angulação da trajetória do movimento com a
anatomia dos dentes artificiais. Em 98% dos casos não houve coincidência entre o
sulco de trabalho do primeiro molar inferior artificial e a trajetória do arco formado
pelo eixo de rotação vertical da lateralidade mandibular no articulador semi-
ajustável.
Segundo Misch (2007), a curva de compensação evita interferências nos
movimentos de lateralidade e protrusão, além de propiciar uma estética adequada.
Essa curva possui um raio médio de 4pol e está relacionada ao tamanho do crânio,
podendo variar de 3pol a 5pol de raio.
36
Segundo Dawson (2008) a curva de Spee se refere à curvatura ântero-
posterior das superfícies oclusais, iniciando na ponta do canino inferior, seguindo as
pontas de cúspides dos dentes posteriores inferiores. Essa curva é formada na
média por uma calota de esfera com raio de 4pol e está diretamente relacionada ao
eixo condilar e à trajetória condilar no movimento de protrusão. Esse autor considera
que a guia anterior é, depois da relação cêntrica, o fator mais importante na
restauração da estabilidade oclusal.
A prototipagem rápida representa um recurso inovador na área da pesquisa
devido à sua capacidade de construir formas complexas de maneira rápida e
precisa. A partir de um modelo sólido, ou seja, tridimensional, mas digital, sua
“cópia” ou “impressão” em modelo analógico é considerada a prototipagem rápida.
Oliveira (2008) avaliou o uso de prototipagem rápida em 40 pesquisas de 18
diferentes áreas do conhecimento obtendo benefícios em todos os projetos,
principalmente pela construção de peças independente de sua complexidade.
37
3 PROPOSIÇÃO
Avaliar a variação das guias sagitais (guia condilar e guia incisal), em função do
plano de orientação (curvatura e inclinação) e da altura das cúspides, no movimento
protrusivo mandibular, in vitro, buscando as interrelações entre esses fatores, tanto
de forma analógica como digital. Caso ocorram essas interações, de que forma elas
se comportam.
38
4 MATERIAL E MÉTODOS
Foram elencados todo o material utilizado no estudo e depois descrito os
métodos.
4.1 MATERIAL
• espátula de gesso;
• molde mestre de edentado total em silicone laboratorial da ODP141;
• gesso tipo IV salmon Durone IV - Dentisply Indústria e Comércio Ltda;
• gesso pedra tipo III – Asfer Indústria Química Ltda, São Caetano do Sul, SP;
• proveta graduada 50mL;
• balança Marte AS 5500 – Marte Balanças e Aparelhos de Precisão Ltda, São
Paulo, SP;
• misturador a vácuo Polidental – Polidental Industria e Comércio Ltda, São
Paulo, SP.
• vibrador de gesso Super;
• modelo funcional laboratorial de gesso tipo IV da Disciplina de Prótese Total I
da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo;
• vacum form Sta-Vac – Buffalo Dental Mfg. Co. Inc., Syassel, NY;
• placas de acetato quadradas (130x130x2mm) – Ultradent (EUA);
• micro motor odontológico LB2000 – Beltec, Araraquara, SP
• mandril para disco de carburundum;
• disco de carburundum;
• broca de tungstênio Edenta 1508 – Edenta AG Dentalprodukte, Suíça;
• mandril para tira de lixa;
• lixa d’água norton t223 grão 280;
• cera rosa 7 – Epoxiglass Indústria e Comércio de Produtos Químicos Ltda,
Diadema, SP;
• espátula 7;
• espátula 31;
39
• espátula 36;
• espátula Lê cron;
• faca de legumes;
• lamparina a álcool;
• isqueiro;
• manequim da Disciplina de Prótese Total I da Faculdade de Odontologia da
Universidade de São Paulo;
• articulador não arcon Bio-art EVA Plus – Bio-art Equipamentos Odontológicos
Ltda, São Carlos, SP;
• arco facial profissional Bio-art – Bio-art Equipamentos Odontológicos Ltda,
São Carlos, SP;
• mesa incisal ajustável Bio-art – Bio-art Equipamentos Odontológicos Ltda,
São Carlos, SP;
• câmera digital Nikon Coolpix 4500;
• câmera digital SLR Nikon D5000;
• objetiva AF-S VR Micro Nikkor 105 f/2.8 IF-ED;
• flash R1C1 Wireless Close-up Speedlight System;
• tripé remote control tripod VCT-D680RM;
• tubo de PVC 1,5pol;
• joelho 90º de PVC;
• conexão em “T” de PVC;
• adesivo plástico para PVC;
• folha de EVA azul de 2mm de espessura;
• garra metálica de crachá;
• fita de nylon;
• luminária com garra;
• lâmpada incandescente 60W 127V Osram;
• paquímetro Mitutoyo;
• computador iMac Core 2 Duo, 2,66GHz, 20pol;
• Adobe Photoshop CS3;
• Nikon Câmera Control Pro 2;
• Scanner Handyscan 3D EXAscan;
• Impressora SinterStation HiQ;
• Software CAD.
40
4.2 MÉTODOS
4.2.1 Método analógico
Diversos passos técnicos descritos a seguir seguem a filosofia da Disciplina
de Prótese Total I da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo, de
sigla ODP141, e, para efeito de concisão textual, serão referidos doravante como:
conforme ODP141.
Utilizou-se os modelos funcionais edentulos da maxila e da mandíbula da
ODP141, vertidos em gesso tipo IV.
Confeccionou-se as bases de prova superior e inferior com o auxilio do
vacuum former sobre os modelos funcionais. O acetato em plastificador a vácuo foi
escolhido em detrimento da resina acrílica pois esta redunda em contínua contração,
levando a uma desadaptação da base sobre o modelo. O modelo foi posicionado no
centro do aparelho de vácuo e plastificou-se a placa de acetato de 2mm até
observar-se uma concavidade de cerca de 20mm na placa. A haste superior do
aparelho é baixada formando o vácuo e conformando a placa de acetato no modelo
funcional.
A base de prova foi recortada com disco de carburundum e foi dado o
acabamento com a broca de tungstênio e lixa d’água.
Construiu-se o plano de cera conforme ODP141, com altura na região anterior
de 20mm, na região posterior de 6mm e espessura de 12mm. A dimensão vertical
de oclusão (DVO) e a relação maxilomandibular foram dadas pelo manequim
laboratorial da ODP141.
Os modelos funcionais, juntamente com os planos de cera, foram montados
no articulador semi-ajustável não-arcon Bio-art EVA Plus. Foi escolhido esse
articulador devido sua semelhança ao articulador Hanau 96h2. A busca por tal
semelhança se deveu ao fato de a proposta deste trabalho em muito se assemelhar
ao estudo de Hanau (1926) conduzido com aparelho de sua autoria, ou seja com
recursos semelhantes. O modelo superior foi montado com o auxílio do arco facial
centralizando-se o mesmo no articulador e reproduzindo sua inclinação antero-
top related