rod&custom samples
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MERCURY 1938-2010
HOT RODO PRIMEIRO HOT ROD MONTADONO BRASIL COM CARROCERIANOVA FABRICADA EM AÇOE MOTOR FORD RACING
A HISTÓRIA DA MARCA QUECONQUISTOU FÃS INCONDICIONAIS
PELO MUNDO AFORA E QUE ENCERRASUAS ATIVIDADES ESTE ANO!
COBERTURA COMPLETA
E MAIS:
MERCURY MERRODER 1949KAWASAKI VULCAN CHOPPER
DEAN DEFFRIES: O MAGO DE HOLLYWOODSEMA SHOW 2010
CLASSIC
COBERTURA COMPLETA: CONFIRA COMO FOI O 3º ENCONTRO BRASIL CURITIBA ROADSTERS E TAMBÉM O 1º HOT STYLE
VEJA A COBERTURA COMPLETA DO PASSEIO QUEREUNIU UMA LEGIÃO DE RODDERS RUMO A CURITIBA
2º ROD & CUSTOMROAD TOUR
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FASTBACKCOM MOTOR V8 FORD MOTORSPORTS DE 340CV,CÂMBIO TREMEC, RODAS DE 18”, SUSPENSÃOTRASEIRA TIPO TRI-LINK E PINTURA ESPECIAL,ESTE PONY CAR É UM MONSTRO NAS RUAS
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COBERTURA COMPLETA: VI ENCONTRO NACIONAL DO CLUBE DO MUSTANG E III ABC EXPOCAR SÃO CAETANO DO SUL
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Por Claudia Cardinale Fotos Bruno Guerreiro
ALTERAÇÃO DE CILINDRADA, CARROCERIA ARTESANAL E PEÇAS DE ALUMÍNIO EXCLUSIVAS CONSTITUEM A SÍNTESE DE UM AUDACIOSO ROADSTER CRIADO NO INTERIOR DE SÃO PAULO
Projeto em
FAMÍLIA
PROJETO FORD 29
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Apesar de muitos não concorda-
rem com o ditado “filho de peixe,
peixinho é” torna-se quase que
impossível não mencioná-lo em
histórias como a de Gustavo Lourenço pro-
prietário deste Ford Roadster Highboy 1929,
a mais recente criação da equipe de profis-
sionais da oficina Retrorides By Lourenço,
localizada na cidade de Campinas, SP.
Encantando com a dedicação de seu
pai, José Alberto Lourenço, fundador da
oficina e que a mais de trinta anos atua
no segmento de street machines e hot
rods (como é o caso do Opel Olympia 1951
participante do 1º Rod & Custom Road
Tour), Gustavo, que desde criança sem-
pre esteve envolvido com projetos auto-
motivos, decidiu que era hora de realizar
um antigo sonho de família: montar um
hot da década de 20, utilizando-se de pe-
ças de alumínio usinadas (billet) com ex-
clusividade dentro da própria Retrorides.
“O desejo de valorizar ainda mais a
capacidade e os produtos desenvolvidos
por nós, brasileiros, sempre esteve nos
planos da oficina e eu me sinto muito
feliz por poder concretizar essa idéia.”,
disse Gustavo. Contando sempre com a
ajuda do irmão Rodrigo e da experiência
e presença constante de José, o projeto,
de tão especial, tornou-se o mais novo
cartão de visitas da oficina.
A participação da Retrorides no
XV Encontro Paulista de Autos Antigos,
ocorrido entre os dias 16 e 21 de abril últi-
mo em Águas de Lindóia, SP (vide maté-
ria nesta edição) foi um bom “termôme-
tro” para avaliar a excelente reação do
publico no tocante ao Roadster.
Extremamente elogiado e fotografa-
do, o carro despertou o fascínio de milha-
res de visitantes que estiveram no local.
Porém, apesar de gratificante, a tarefa de
construir a máquina não foi nada fácil: fo-
ram necessários 14 meses de muita dedi-
cação e paciência para finalizar o veículo.
ZOOMIES CASEIROSTudo começou pelo chassi, denominado
Pro-Street pela Retrorides. Ele foi de-
senhado por computador, com o auxílio
do softwear AutoCAD, e cortado a laser
em chapas de aço carbono 3/16. Recebeu
suspensão dianteira independente, que
conta com estrutura tubular, bandejas ar-
tesanais inferiores e superiores, além de
amortecedores do tipo coil over da mar-
ca QA1. Na parte traseira foram utilizados
braços longitudinais paralelos (ladder
bars), fixados no chassi e no diferencial
Dana 44 (item “herdado” de um Maverick
V8), com relação de 3,07:1. As peças dos
sistemas de suspensão também foram
produzidas pela Retrorides.
O motor é um Ford 302 V8, de 4952
cm3 que, segundo Gustavo, foi retirado
de um Mustang 1973. Preparado, ele con-
ta hoje com um kit Eagle, cuja utilização
permitiu alterar a cilindrada para 5690
cm3 ou 347 polegadas.
Isso foi possível com o uso de vira-
brequim de 86,36 mm (contra 76,2 mm
do 302) e bielas de 137,16 mm (contra
129,286 do 302) forjados. Além disso, os
dutos de admissão e escape dos cabeço-
tes foram retrabalhados, para possibilitar
um melhor fluxo dos gases, enquanto as
válvulas de fábrica foram substituídas por
outras de aço inox, sendo que as de ad-
missão tem 51,3 mm (contra 43,7 mm das
originais) e 40,6 mm (contra 38,1 mm das
originais). A taxa de compressão não foi al-
terada Naturalmente, com o cabeçote mo-
dificado, o carburador original deu lugar a
um quadrijet Holley de 750 CFM, monta-
do sobre um coletor de admissão Weiand
Stealth. Bobina de ignição MSD, cabos de
velas Ford Racing, scoop de três borbole-
tas Summit Racing, radiador dimensiona-
do, ventoinha elétrica e sistema de polias
Poli-V em alumínio, cuja fabricação tem a
assinatura da própria oficina (tal como as
tampas de válvulas), complementam o tra-
balho. Com todas essas mudanças o carro
só utiliza gasolina Premium e, de acordo
com Gustavo, proporcionaram ao hot uma
potência em torno de 300 cv.
Vale citar que os coletores de escapa-
mento, do tipo zoomies, foram feitos na
própria Retrorides, empregando tubos de
duas polegadas de aço carbono cromado.
Este item era muito utilizado pelos drags-
ters de motor traseiro da década de 60,
pois colaborava para dissipar, por inter-
médio dos gases oriundos da combustão,
a fumaça levantada pelos enormes pneus
Mickey Thompson montados nas rodas
do eixo de tração.
Nos hot rods, porém, a função dos
coletores zoomies é meramente estéti-
� Praticamente tudo
neste projeto recebeu a
assinatura da Retrorides,
caso dos coletores de
escape tipo Zoomies,
peça muito utilizada pelos
dragsters da década de 60.
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� Alguns dos detallhes desse hot: carroceria
de fibra de vidro, portas alisadas, faróis
Autoloc, colete de radiador de Ford 32 e
quadro de parabrisa tipo Duvall em alumínio
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As motos chopper nasceram
praticamente da mesma ma-
neira que os hot rods, tendo
como maiores responsáveis
por essa criação os soldados que retorna-
vam da Segunda Grande Guerra e customi-
zavam suas próprias máquinas.
Basicamente eram Harley-Davidson e
Indian, que posteriormente receberiam o
nome chopper, pois eram retiradas todas
as peças “desnecessárias” das motos (daí o
significado da palavra), tais como os enor-
mes bancos que davam lugar a diminutos
selins. Outra alteração que se tornou popu-
lar foi o alongamento da suspensão dian-
teira. Muitos destes “bikers” substituíam
a roda dianteira por modelos com banda
mais fina e faziam o contrário com o trasei-
ro. Tais alterações se transformaram numa
marca registrada das choppers.
Mas somente com o lançamento do
filme Easy Riders em 1969 é que as motos
ao estilo chopper ganharam visibilidade.
Assim, as pessoas que assistiram ao filme,
no mundo inteiro, foram em busca de má-
quinas americanas usadas para fazer suas
próprias choppers. Por essa mesma época
surgiram alguns profissionais que começa-
ram a se dedicar a esse tipo de customiza-
ção. Atualmente Arlen Ness é considerado
um dos magos da montagem dessas motos.
O INÍCIOA Harley-Davidson é provavelmente a mais
famosa fabricante de motos do mundo,
além de ser sinônimo de chopper. A empre-
sa, criada em 1903 por Bill Harley e Arthur
Davidson, começou a produzir em um bar-
racão nos fundos da casa de um dos sócios,
em Wisconsin, onde até hoje se encontra o
prédio administrativo da empresa.
No mesmo ano William Davidson se
juntou à empresa e, no ano seguinte, o trio
abriu sua primeira revenda, que em pouco
tempo comercializou três motos. Em mea-
dos de 1905, em Chicago, a marca venceu
uma corrida de 15 milhas, além de ter con-
tratado seu primeiro funcionário. Sempre
inovando, produziu o primeiro catálogo
com motos já registrado no mundo em
1906. Além disso, durante a Primeira Guer-
ra Mundial, o primeiro soldado americano
a entrar em território alemão pilotava um
HD com side car.
Willie G. Davidson foi o responsável
pela criação da moto que deu novo fôlego
à fábrica de Wisconsin. Conhecido como
Willie G., ele credita às motos HDs o fato de
ter se tornado um designer, o que lhe per-
mitiu projetar, em 1985, o modelo Heritage
Softail. Aliando a moderna tecnologia com
detalhes dos anos 1950 (como cromados,
tanques grandes e outros itens de apelo
retrô), a Heritage Softail foi um dos maio-
res sucessos da empresa e ainda desperta
a admiração dos entusiastas da marca HD.
ESCOLA ANTIGAA motocicleta que ilustra esta matéria foi
customizada pela Lucky Friends Choppers
Garage, oficina localizada em Sorocaba,
no interior de São Paulo. Aficionados pela
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Alguns dos detalhes desta Harley
Customizada foram criados pela
equipe da oficina Lucky Friends
com exclusividade para este
projeto. O estilo Old School é uma
das marcas registradas tanto nas
motocicletas quanto nos veículos
customizados por eles. Alguns
toques de irreverência também
marcam estes automóveis!
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Kustom Culture (cultura custom), Flavio
Luz, Marcos Maria, Alexandre “Boy” e
Meira, amigos de longa data, decidiram
montar juntos uma oficina própria. E não
poderiam ter feito melhor!
Segundo Flavio a ideia só surgiu depois
que a moto de um amigo foi enviada para
uma oficina da capital e por lá ficou mais
de dois anos. Como o trabalho não era fi-
nalizado, o grupo decidiu assumir o projeto,
que foi concluído em pouco tempo. Depois
dessa moto outras se seguiram e os amigos
decidiram construir alguns hot rods. Até o
momento eles finalizaram cinco motos e
também três hot rods, mas já existem ou-
tros projetos em andamento, que em breve
devem ir para as ruas.
O estilo old school de customização
é uma espécie de marca registrada da
Lucky Friends, e nesta HD não poderia
ser diferente. A moto, que originalmen-
te era um modelo Heritage Softail Clas-
sic 1999, chegou à oficina como havia
saído da fábrica, mas logo foi desmon-
tada e o serviço, iniciado. Tudo come-
çou com a remoção das espadas que
seguravam o para-lama traseiro, sendo
este último substituído por outro da
Chica Custom Cycles, oficina california-
na especializada nesse tipo de transfor-
mação. Já o para-lama dianteiro sim-
plesmente foi removido.
Flavio manteve a mecânica origi-
nal, que conta com motor V2 de 1450
cc carburado, o qual desenvolve 56 cv
a 5.000 rpm, possibilitando à Heritage
Sftail Classic, equipada com câmbio de
cinco marchas, desenvolver mais de
150 km/h (em tempo: a empresa pas-
sou a fabricar a moto com injeção ele-
trônica em 2001). O filtro de ar original
deu lugar a um modelo feito pela Lucky
Friends, e a suspensão dianteira é ori-
ginal, mas foi pintada de preto e rece-
beu um farol menor, para adequar-se
ao estilo old school.
Flavio decidiu substituir a roda dian-
teira por uma raiada de 21”, “calçada”
com pneu Metzeler Marathon faixa bran-
ca. A roda traseira deu lugar a outra
igualmente raiada, mas 16”, que também
Da combinação de cores às pedaleiras, todos os detalhes foram criteriosamente pensados para tornar o conjunto da moto o mais harmônico possível!
90 ROD & CUSTOM
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ganhou Marathon. O sistema de freios foi
mantido sem nenhuma alteração e é a
disco ventilado nas duas rodas.
Um dos destaques mais interessantes
dessa moto é o tanque de combustível da
Old School Customs, o que ganhou bocal
de combustível do tipo quick lock fuel.
A escolha da combinação das cores se
baseou em tons militares: tanto o verde
(que recebeu acabamento com verniz
fosco) e o creme (de verniz brilhante) são
tonalidades utilizadas pelo exército ame-
ricano. Ambas as tintas são da marca 2K,
e o detalhe final da pintura ficou por con-
ta da faixa vermelha que divide as duas
cores principais, combinando com a tinta
empregada nas duas rodas da moto.
Como o estilo pedia um novo sistema
de exaustão, a equipe da Lucky Friends de-
senvolveu um escapamento tipo drag bike
envolto por termotape, reduzindo assim a
emissão do calor gerado nos tubos do es-
capamento. As pedaleiras são originais das
HDs da década de 1950 e caíram como uma
luva para este projeto, conferindo um visu-
al muito bacana à moto.
Flavio e seus amigos produziram um
guidão exclusivo para essa Harley e fabri-
caram também os retrovisores e suportes
com a marca da oficina. Os retrovisores
foram produzidos cortando duas bolas de
bilhar de número 8 e adicionando peque-
nos espelhos. Os suportes foram cortados
a laser e ganharam o naipe de espadas.
O banco do tipo selim, com molas cro-
madas, foi criado pelo ateliê Punk Art Cou-
ros, que utilizou a combinação do couro e
da manta mexicana, detalhe marcante que
chama muito a atenção de quem vê essa
motocicleta. Outro detalhe interessante
são os piscas. Eles ficam escondidos logo
acima do final dos tubos de escapamento.
Já a placa, a luz de freio e a lanterna têm
um mecanismo que permite recolher todo
o conjunto, dispositivo este que pode se
muito útil, dependendo da situação.
Tal como esta, quatro outras máquinas
estão em fase de produção. Fica, portan-
to, uma amostra do que está por vir, mui-
to embora outras surpresas ainda devem
acontecer. Afinal, os velhos amigos estão
ficando cada vez mais ousados e isso, com
toda certeza, irá se refletir nas próximas
motos da Lucky Friends. Duvida? Pois em
breve você poderá isso conferir nas pági-
nas revista Rod & Custom.
A mecânica original ganhou acessórios com a marca LF, já o banco tem acabamento com manta mexicana
O conjunto do guidão e retrovisores foi totalmente produzido pela equipe da própria oficina
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AGRADECIMENTOSModelo: Kate FrazãoIntegrante do Grupo Sexy BombTchesco Produções (11) 9336-6451Maquiagem: Janice SoaresCorsets: Madame Sherwww.madamesher.com/ptSapatos: Pasku Boots and Shoeswww.pasku.com.brCalça jeans: Impacto Modas(11) 4368-9741Camisas: acervo redação
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GRANDES NOMES ED “BIG DADDY”
IRREVERENTE E BONACHÃO, ED “BIG DADDY” ROTH FOI UM DOS GRANDES NOMES DO MOVIMENTO RODDER E MARCOU ÉPOCA POR SEUS PERSONAGENS E CARROS DE ESTILO OUSADO
Berverly Hills, Los Angeles, viu
nascer, em 4 de março de 1932,
um dos ícones da cultura hot ro-
dder: Ed Roth. Seu pai, imigrante
alemão, trabalhava como motorista para fa-
mílias abastadas, mas perdeu o emprego na
grade depressão. Assim, os Roth tiveram de
se mudar para uma casa simples, localizada
em Bell, bairro para pessoas de baixa renda.
O lar austero e o pai fascinado por mili-
taria marcaram a infância de Ed e seu irmão
Gordon. Autodidata, Ed revelou grande habili-
dade na montagem de miniaturas e no manu-
seio de kits de química. Aos 14 anos comprou
um Ford cupê dos anos 30 em que realizou
diversas modificações, visando maiores velo-
cidades. Argumentava com o pai que as fazia
para “aumentar a segurança”.
Graduou-se na Bell High Scholl em 1949,
entrou no East Los Angeles Junior College e,
dois anos depois, ingressou na USAF como
cartógrafo. Foi mandado para a África, com
a missão de documentar OVNIS, e passou a
desenhar carros. De volta aos EUA, casou-
se, empregou-se como vitrinista na Sears e
começou a personalizar automóveis.
Em 1955 apenas Von Dutch, Dean Je-
ffries e Larry Watson faziam pinstriping nos
EUA. Para pintar um carro “inteiro” eles co-
bravam US$ 10, US$ 7 e US$ 5. Roth entrou
nesse ramo no ano seguinte, cobrando US$
4 por scalops e flamas. Associou-se então a
“Baron” Crozier e Tom Kelly e criou o Crazy
Painters. Seu primeiro hot dessa fase, feito
em 1958, foi o Little Jewel, um Ford Modelo
A Tudor 1930 com motor Oldsmobile V8.
GORDO, VERDE E SUARENTOEle deixou o Craizy Painters em 1959 e fun-
dou o Roth Studios em Maywood, subúrbio
de Los Angeles (lá trabalharam Ed Newton,
Robert Williams e Dave Mann). As camise-
tas com monstros grotescos surgiram ali.
Das vendas delas e de outras mercadorias,
como cópias de capacetes alemães da II
Guerra Mundial, a empresa se sustentou no
início de suas atividades.
Em dado momento Ed lembrou-se de
uma foto em que Henry Ford, com um ma-
chado, golpeando uma carroceria de fibra
de soja reforçada com plástico. Conheceu,
então, um rodder chamado Shadoff, que
utilizava fibra de vidro em seu speedster.
Com tal produto Ed construiu o Excaliber,
futuro Outlaw, que utilizava o motor 331 V8
(5.424 cm3) do Cadillac 1949 e tinha inúme-
ras peças cromadas (ele teve de vender o
Little Jewel para finalizar seu acabamento).
Dessa época é também Rat Fink. O rato
gordo, verde, cabeludo, suarento e de olhos
injetados (o oposto de Mickey Mouse, que
não suportava) era detestado pelas mães,
mas adorado por seus filhos, logo se tor-
O paizão dos CUSTOMIZAPor Rogério Ferraresi Fotos Divulgação
Excaliber/Outlaw Globe Hopper,
90 ROD & CUSTOM
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nando um ícone entre a criançada. No ano
seguinte, com o chassi encurtado de um
Oldsmobile 1955, Ed criou o Beatnik Ban-
dit. A carroceria era de fibra e o motor um
Rocket 330 V8, com blower Cragar 4-71.
Este hot, inspirado nas idéias de Joe Hen-
ning (redator de Rod & Custom) tinha uma
característica interessante: o teto transpa-
rente de Plexiglass.
A idéia surgiu por intermédio do DIDia
150, dream car do cantor Bobby Darrin, mas
Ed não sabia como fazer a peça do tamanho
necessário. Teve de comprar uma placa de
acrílico plano, fixá-la em um aro metálico e
esquenta-la em um forno de pizzaria, der-
retendo o material e fazendo a cupula com
o visual das naves de ficção científica. Isso
chamou a atenção da Revell (cujos “marke-
teiros” criaram o apelido “Big Daddy”), que
lançou kits para montar dos carros de Ed. A
empresa pagava dois centavos de dólar por
kit vendido, sustentando o Roth Studios até
o fim da década de 60.
CINEMA NA PRAIAEm 1963 Ed apresentou o Mysterion, com
dois motores Ford 406 V8 (6.653 cm3)
montados paralelamente, duas caixas auto-
máticas e diferencial duplo, com dois con-
juntos de coroa e pinhão no mesmo eixo
(era baseado nos dragsters bimotores da
época). Ele também deu início a sua car-
reira musical, lançando discos de surf rock
através da banda Mr. Gasser & the Weirdos.
No mesmo ano o jornalista Tom Wolfe
foi enviado à Califórnia pela revista Esqui-
re para escrever sobre a febre de carros
customizados. Captou o material, mas não
sabia como começar a matéria. Resolveu
fazer uma carta a seu editor, Byron Dobell,
que a publicou na íntegra sob o título “There
Goes (Varoom! Varoom!) That Kandy-Ko-
lored (Thphhhhhh!) Tangerine-Flake Stre-
amline Baby (Rahghhh!) Around the Bend
(Brummmmmmmmmmmmmmm)...”. O
texto originou o chamado “New Journa-
lism”, que revolucionou todas as reda-
ções do mundo.
“Roth é muito habilidoso com o aerógra-
fo e (...) teve a idéia de desenhar um cartum
(...) na camiseta de um garoto. E aí começa-
ram as camisetas Weirdo. A típica camiseta
Weirdo segue um padrão de desenho que
poderia ser chamado de ‘versão Bosch da
revista Mad’, procurando ser o mais grotes-
co possível, mostrando um cara que parece
o Frankenstein, com o queixo quadradão
movido a vapor e tudo o mais, com um sor-
riso bizarro no rosto, dirigindo um hot-rod.
(...). Essas camisetas sempre tem uma frase
escrita com letras enormes, normalmente
algo rebelde ou pelo menos alienado. Coisas
como ‘A MÃE ESTÁ ERRADA’ e ‘NASCIDO
nando um ícone entre a criançada. No ano
seguinte, com o chassi encurtado de um
Oldsmobile 1955, Ed criou o Beatnik Ban-
kit vendido, sustentando o Roth Studios até
o fim da década de 60.
lored (Thphhhhhh!) Tangerine-Flake Stre-
amline Baby (Rahghhh!) Around the Bend
(Brummmmmmmmmmmmmmm)...”. O
ZADORES
Tweedy Pie
91ROD & CUSTOM
58-60 A Hist Mestres da Customizacao Ed Roth 2.indd 9158-60 A Hist Mestres da Customizacao Ed Roth 2.indd 91 07/10/10 18:43:3007/10/10 18:43:30
PARA PERDER’. ‘Um adolescente sempre
tem ressentimento da autoridade adulta’,
me disse Roth. ‘Essas camisetas são como
uma tatuagem, com a diferença de que eles
podem tirar tal tatuagem na hora em que
enjoarem dela’”, escreveu Tom Wolfe em
sua reportagem.
Seguiu-se a construção do Surfite, em
1964. O minicarro utilizava chassi e mecâ-
nica do Mini Morris, levava uma prancha de
surf e apareceu, no ano seguinte, em um
filme da “Turma da Praia”, Beach Blanket
Bingo (“Folias na Praia”), com Annette Fu-
nicello e Frankie Avalon. Outro carro de
1964 (quando os kits da Revell já vendiam 3
milhões de unidades por ano), foi o Tweedy
Pie, um Ford Modelo T 1920 originalmente
montado por Bob Johnston. Ed alargou a
carroceria e trocou o motor Ford flathead
por um Chevrolet V8 small block.
Em setembro a revista Car Craft co-
locou em sua capa outra criação de Ed, o
Orbitron. Inspirado nos dragsters slingshot,
começou a ser construído em junho, com
motor Chevrolet 283 V8. Tinha TV, rodas
Cragar, pedal de acelerador Moon, alavan-
ca de cambio Hurst e três faróis coloridos
primários (vermelho, verde e azul) que,
quando ligados e focados em conjunto, pro-
duziam luz branca.
MORMOM NO FINALEm 1965 Ed fez o Road Agent, seu pri-
meiro carro de motor traseiro. Contava, na
frente, com um sistema de suspensão que
empregava barras de torção do Fusca e
eixo rígido de Ford V8. O motor era do Che-
vrolet Corvair, arrefecido a ar e de seis cilin-
dros. Foi capa da revista Rod & Custom do
mês de abril. Na sequência surgiu o Rotar,
ou “Roth Air Car”. O monoposto em forma
de delta tinha dois motores Triumph de 650
cm3 e um colchão de ar, que o permitia tra-
fegar em solo firme e na água. As quilhas
inferiores eram de madeira e o “leme” tra-
seiro foi moldado em um dos rabos de peixe
do Cadillac 1959 de Ed.
Fanático pela série de TV Familia Adda-
ms Ed decidiu fazer, em 1966, o Druid Prin-
cess, um hot gótico para Gomes e seus
parentes. Era uma enfeitada carruagem
medieval com motor Chrysler 383 V8
(6.276 cm3), blower GMC, rodas Cragar SS
e pneus Firestone Indy. O carro não figurou
na série, mas foi capa de Rod & Custom em
janeiro de 1967. Nessa época Ed começou
a ser ostilizado por veteranos da II Guerra
Mundial devido aos símbolos germânicos de
suas criações. Isso o levou a fazer camise-
tas com desenhos enaltecendo os soldados
americanos que combatiam no Vietnã.
Ainda em 1967, simpático aos Hell´s
Angels, Ed construiu seu primeiro triciclo,
o Mail Box, com motor Crosley de quatro
cilindros. Fez ainda o Mega Cycle, antes
batizado por Willians como “Captain Pepi’s
Motorcycle & Zeppelin Repair”. Tinha motor
Buick V6 e carregava uma Harley Davidson
XLCH. Ed só montou seu primeiro triciclo
VW, o American Beetle, em 1968. Tinha mo-
tor de Fusca 1957 e garfo de moto Honda,
cujos tubos ganharam cinco libras de chum-
bo para equilibrar a distribuição de pesos.
Tal direcionamento ocorreu devido ao surgi-
mento dos hippies. Ed percebeu que as pes-
soas estavam mais interessadas em gastar
dinheiro com instrumentos musicais do que
com carros e, segundo ele, os Beatles foram
os grandes culpados por este fenômeno.
Entre 1967 e 1970 foi editor da revista
Choppers Magazine mas, neste último ano,
o Roth´s Studio foi invadido e teve todo
seu acervo roubado, levando Ed, desiludido,
a desistir do mesmo e de seu cargo na re-
vista. Voltou a fazer pinstripes e, em 1974,
convertido ao mormonismo, lamentou ter
criado monstros para crianças e ter incitado
corridas ilegais. Retornou aos triciclos, em
1976, com o Great Speckled Bird e o Secret
Weapon. Fez ainda, para George “The Bush-
master” Schreiber, o dragster Yellow Fang,
que atingiu 204 mph.
Parou por mais 10 anos e então cons-
truiu um triciclo com motor Buick V6, o
Asphalt Angel. No ano seguinte surgiu o
American Cruiser, triciclo com motor V8, e
o Globe Hopper, com mecanica VW 1.8, de
Porsche 914 (veículo que o próprio Ed uti-
lizou em sua viagem ao Alasca). Com um
motor Honda Acura criou o LA Zoom em
1989, mas voltou a empregar o small block
Chevrolet (350 V8) ao fazer o Beatnik Ba-
ditt II, em 1995, mesmo ano de um triciclo
com motor Honda de 600 cm3, o Rubber
Ducky. Seu último projeto foi o Stealth
2000, com motor Geo Metro (V4 de 1.300
cm3), montado dois anos antes de sua mor-
te, ocorrida em 4 de abril de 2001.
� Com “balde” de fibra de vidro, o Mysterion tinha dois motores
Ford V8, duas caixas automáticas e diferencial duplo, enquanto o
Little Jewell era um hot rod de aspecto mais tradicional
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As motos customizadas estão
ganhando espaço entre os
aficionados pelo estilo, princi-
palmente as Harley Davidson.
Nos EUA e em alguns países da Europa a
customização de motos é comum e, aqui
no Brasil, principalmente nas grandes ci-
dades, estão surgindo algumas empresas
especializadas neste tipo de serviço.
Em São Paulo, a Johnnie Wash foi
umas das pioneiras. Seu proprietário,
Ricardo Medrano, começou customi-
zando suas próprias HD, mas, quando
elas ficavam prontas, sempre surgiam
amigos querendo comprá-las. Daí, em
meados de 2004, nasceu a empresa, lo-
calizada em um amplo espaço no bairro
da Vila Olímpia, em São Paulo, SP.
OFICINA PAULISTA CRIA UMA MÁQUINA EXCLUSIVA E DE ESTILO AGRESSIVO PARTINDO DE UMA HARLEY DAVIDSON FX STD
Por Roberto Cardinale Fotos Marcello GarciaMOTO CHOPPER
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Ricardo tem uma área reservada
para a prestação de serviços mais sim-
ples (troca de filtros e de óleo, lavagem
e substituição de pastilhas de freios),
além de um bar temático no qual os
clientes podem tomar uma boa cerveja
enquanto esperam por suas motos. Mas
é no galpão ao lado do bar que fica a ofi-
cina propriamente dita. Nesse local ele
dá asas a imaginação, criando e execu-
tando, com a ajuda de outros profissio-
nais, incríveis máquinas de duas rodas,
caracterizadas por linhas limpas e sem
o uso de adereços excessivos.
Com ampla experiência neste mer-
cado, atualmente Ricardo está em seu
36º projeto. Porém, não é apenas nas
HD que ele desenvolve suas idéias,
mesmo porque já modificou, por exem-
plo, uma Garinni, sempre obtendo ex-
celentes resultados.
POTÊNCIA E ESTILOA máquina cujas fotos ilustram esta
matéria é uma HD FX STD fabricada
em 2008. Logo que chegou à Johnnie
Wash, ela foi desmontada por comple-
to. “Seu proprietário comprou a moto
e nos enviou diretamente da conces-
sionária, sendo que sua idéia era, basi-
camente, de customizá-la ao estilo rat
rod, com chassi rígido. Foram inúmeras
reuniões com o proprietário até que eu
pudesse desenvolver um projeto com
visual limpo e elegante que, afinal de
contas, é a marca registrada da nossa
empresa”, explica Medrano.
Inicialmente o motor V2 de 1580cc
ganhou um sistema de injeção totalmen-
te redesenhado e teve seu corpo de bor-
boletas e também o coletor de admissão
refeito. O módulo de comando foi repro-
gramado e, para otimizar a captação
do ar pelo corpo de borboletas, Ricardo
substituiu o filtro de ar original por um
modelo esportivo, possibilitando ao mo-
tor “respirar” melhor.
O sistema de escapamento foi redi-
mensionado e teve suas curvas de saída
alteradas. A bitola dos tubos também foi
aumentada para facilitar a saída dos ga-
ses de exaustão e suportar a nova potên-
cia do motor que hoje conta com cerca
de 15 cv (SAE) a mais.
“Fizemos algumas melhorias no sis-
tema de freios, tanto na roda dianteira
quanto na traseira. Neste último caso te-
mos agora a pinça de freio junto à coroa,
dando um visual mais limpo à moto. Tal
solução é muito utilizada nos projetos de
custom bikes americanas, embora ainda
seja raro de se ver no Brasil”.
A suspensão dianteira original
foi removida e em seu lugar a Jo-
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hnnie Wash instalou um sistema do
tipo springer, com amortecedor de
retorno. Sistema bastante utilizado
nas motocicletas americanas, espe-
cialmente nas HD. O nome Springer,
inclusive, vem de “spring” (que signi-
fica mola), pois as molas deste tipo de
suspensão ficam aparentes.
As transmissões primária e secun-
dária, foram modificadas para rece-
ber a suspensão traseira que também
foi customizada para comportar o
pneu Avon Road Runner 230X70X15,
“calçado” em uma roda de aço inox.
Os raios são do mesmo material, en-
quanto o cubo é de alumínio, com
acabamento em pintura eletrostática
preta. A roda dianteira, naturalmen-
te, também foi feita com mesmos ma-
teriais, embora empregue um pneu
Avon 200X70X15.
SONHO REALIZADOO tanque de combustível em nada pare-
ce o original, pois foi moldado e ganhou
duas cavidades côncavas. Outra modifi-
cação interessante diz respeito aos para-
lamas: o dianteiro foi retirado e o traseiro
produzido artesanalmente pela equipe da
Johnnie Wash. Desenvolvido por Ricardo,
o banco tem revestimento em couro e
apresenta duas molas em sua base, para
dar um pouco mais de conforto nas via-
gens pelas estradas do Brasil.
As pedaleiras e os retrovisores (assim
como o guidão), foram criados exclusiva-
mente para este projeto e, como os cubos,
receberam pintura eletrostática na cor pre-
ta. E por falar nisso, originalmente a moto
era prateada, mas, como o projeto de custo-
mização pedia uma cor mais escura, Ricar-
do optou por utilizar tinta da PPG na tona-
lidade PureBlack, com verniz série 800 da
mesma marca. Motor, suspensão e o chassi
seguiram a mesma tendência, só diferen-
ciando-se pelo acabamento acetinado.
Enfim, o objetivo inicial, montar uma
HD com visual limpo elegante, foi atingi-
do sem grandes dificuldades. Vale citar,
inclusive, que uma das coisas bacanas
nos projetos desenvolvidos pela Johnnie
Wash é a “cumplicidade” dos clientes,
que acompanham todos os passos da
customização. E não poderia ser diferen-
te, mesmo porque a montagem dessas
máquinas, sem sombra de dúvidas, faz
parte da realização do sonho dessas pes-
soas, o qual deve ser vivido plenamente
em todos os sentidos.
Agora é só aguardar o próximo pro-
jeto desta incrível equipe dirigida por
Ricardo Medrano, cujos frutos, com toda
certeza, irão chamar muita atenção pelas
extensas estradas do nosso País.
Os pneus Avon Road Runner, com faixas brancas, são um dos detalhes de luxo da moto que, entretanto, apresenta um visual propositalmente despojado
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AGRADECIMENTOSModelo: Pâmela Paola Prado Egydio Maquiagem: Janice SoaresCorsets: Madame Sherwww.madamesher.com/ptSapatos: Cisi Calçadoswww.cisicalcados.com.brCalça: Denuncia Jeanswww.denunciajeans.com.brCamisa: acervo redação
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