roda de leitores

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RODA DE LEITORES

Janeiro/2014

Marta Epiphanio

Prefeitura de IndaiatubaSecretaria Municipal de Educação

Objetivos:

• Vivenciar Rodas de Leitores com diferentespropósitos

• Conhecer e refletir a respeito de boas práticas para otrabalho com as Rodas de Leitura em sala de aula

• Revisitar as características de uma indicação literária

• Discutir a respeito dos objetivos das Rodas deLeitores

• Conhecer brevemente um dos trabalhos da autoraLuzia de Maria “O Clube do Livro – Ser leitor: quediferença faz” a respeito da importância da leitura navida das pessoas

Roteiro de trabalho:

- Vivenciar uma Roda de Leitores com o propósito de ouvir a leitura de uma bela história escolhida pela formadora, apreciá-la e conhecer seu autor- Vivenciar uma Roda de Leitores para conhecer uma nova história- Indicar uma leitura- Café- Refletir e elencar os propósitos das Rodas de Leitores trabalhados no encontro de hoje

Na primeira Roda de Leitores deste encontro iremos...

- Conhecer um pouco da história de um conhecido

autor e das características de sua obra

- Conhecer e apreciar uma de suas belas histórias

Fernando Sabino

Durante a adolescência, foi locutor de programa de rádio Pila no Ar e começou a colaborar regularmente com artigos, crônicas e contos em revistas da cidade, conquistando prêmios em concursos.No início da década de 1940, começou a cursar a Faculdade de Direito e ingressou no jornalismo como redator da Folha de Minas. O primeiro livro de contos, Os grilos não cantam mais, foi publicado em 1941, no Rio de Janeiro quando o autor tinha apenas dezoito anos, e sendo que alguns contos do livro foram escritos quando Fernando Sabino tinha apenas quatorze anos.Tornou-se colaborador regular do jornal Correio da Manhã, onde conheceu Vinicius de Moraes, de quem se tornou amigo. Esportista, bateu diversos recordes de nado de costas, sua especialidade, tornando-se campeão sul-americano dessa modalidade em 1939.Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1944. Depois de se formar em Direito na Faculdade Federal do Rio de Janeiro em 1946, viajou com Vinicius de Moraes aos Estados Unidos, onde morou por dois anos em Nova Iorque com sua primeira esposa Helena Sabino e a primogenita Eliana Sabino.

O encontro marcado, uma de suas obras mais conhecidas, foi lançada em 1956, ganhando edições até no exterior, além de ser adaptada para o teatro. Sabino decidiu, então (1957), viver exclusivamente como escritor e jornalista. Iniciou uma produção diária de crônicas para o Jornal do Brasil, escrevendo mensalmente também para a revista Senhor.Em 1960, Fernando Sabino publicou o livro O homem nu, pela Editora do Autor, fundada por ele, Rubem Braga e Walter Acosta. Publicou, em 1962, A mulher do vizinho, que recebeu o Prêmio Fernando Chinaglia, do Pen Club do Brasil.

Em 1966, fez a cobertura da Copa do Mundo de Futebol para o Jornal do Brasil. Fundou, em 1967, em conjunto com Rubem Braga, a Editora Sabiá, onde publicou livros de Vinicius de Moraes, Paulo Mendes Campos, Otto Lara Resende, Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, Cecília Meireles e Clarice Lispector, entre outros.Publicou O grande mentecapto em 1979, iniciado mais de trinta anos antes. A obra, que lhe rendeu o Prêmio Jabuti, e acabaria sendo adaptada para o cinema, com direção de Oswaldo Caldeira, em 1989, e também para o teatro. Em julho de 1999, recebeu da Academia Brasileira de Letras o prêmio Machado de Assis pelo conjunto de sua obra.

Em 1995, a Editora Ática relança a seleção, revista e aumentada, de "A Vitória da Infância", com a qual Fernando Sabino reafirma sua determinação ao longo da vida inteira de preservar a criança dentro de si. Ou, como ele mesmo escreveu: "Quando eu era menino, os mais velhos perguntavam: o que você quer ser quando crescer? Hoje não perguntam mais. Se perguntassem, eu diria que quero ser menino".

Faleceu em sua casa em Ipanema (zona sul no Rio de Janeiro), vítima de T.A.F (trauma abdominal fechado) no fígado, às vésperas do 81º aniversário. A pedido, o epitáfio é o seguinte: "Aqui jaz Fernando Sabino, que nasceu homem e morreu menino

Obras:• Os grilos não cantam mais - contos (1941, Pongetti)• A marca - novela (1944, José Olympio)• A cidade vazia - crônicas sobre Nova York (1950, O Cruzeiro)• A vida real - novelas (1952, Editora A Noite)• O encontro marcado - romance (1956, Civilização Brasileira)• O homem nu - crônicas (1960, Editora do Autor)• A mulher do vizinho - crônicas (1962, Editora do Autor)• A companheira de viagem - crônicas (inclusive crônicas de

viagens) (1965, Editora do Autor)• A inglesa deslumbrada - crônicas (inclusive crônicas de

viagens) (1967, Sabiá)• Gente - crônica sobre personalidades com quem Fernando

Sabino teve contato (1975, Record)• Deixa o Alfredo falar! - crônicas (1976, Record)• O Encontro das Águas - crônicas sobre uma viagem à cidade

de Manaus/AM (1977, Record)

• O grande mentecapto - romance (1979, Record)• A falta que ela me faz - crônicas (1980, Record)• O menino no espelho - romance (1982, Record)• O Gato Sou Eu - crônicas (1983, Record)• Macacos me mordam (1984, Record)• A vitória da infância (1984, Editora Nacional)• A faca de dois Gumes - novelas (1985, Record)• O Pintor que pintou o sete (1987, Berlendis & Vertecchia)• Martini Seco (1987, Ática)• O tabuleiro das damas - autobiografia literária (1988, Record)• De cabeça para baixo - crônicas de viagens (1989, Record)• A volta por cima - crônicas (1990, Record)• Zélia, uma paixão - biografia (1991, Record)• O bom ladrão - novela (1992, Ática)• Aqui estamos todos nus (1993, Record)• Os restos mortais (1993, Ática)• A nudez da verdade (1994, Ática)• Com a graça de Deus (1995, Record)

• O outro gume da faca - novela (1996, Ática)• Um corpo de mulher (1997, Ática)• O homem feito novela (originalmente publicada no volume A

vida real, cf. acima) (1998, Ática)• Amor de Capitu - recriação literária (1998, Ática)• No fim dá certo - crônicas (1998, Record)• A chave do enigma (1999, Record)• O galo músico (1999, Record)• Cara ou coroa? (2000, Ática)• Duas novelas de amor - novelas (2000, Ática)• Livro aberto - Páginas soltas ao longo do tempo - crônicas,

entrevistas, fragmentos, etc. (2001, Record)• Cartas perto do coração - correspondência com Clarice Lispector

(2001, Record)• Cartas na mesa - correspondência com Paulo Mendes Campos,

Otto Lara Resende e Hélio Pellegrino (2002. Record)• Os caçadores de mentira (2001, Rocco)• O buquê de flores [1934],(Livro crônicas vol1)

O Homem Nu

Ao acordar, disse para a mulher:

— Escuta, minha filha: hoje é dia de pagar a prestação da televisão, vem aí o sujeito com a conta, na certa. Mas acontece que ontem eu não trouxe dinheiro da cidade, estou a nenhum.— Explique isso ao homem — ponderou a mulher.

— Não gosto dessas coisas. Dá um ar de vigarice, gosto de cumprir rigorosamente as minhas obrigações. Escuta: quando ele vier a gente fica quieto aqui dentro, não faz barulho, para ele pensar que não tem ninguém. Deixa ele bater até cansar —amanhã eu pago.

Pouco depois, tendo despido o pijama, dirigiu-se ao banheiro para tomar um banho, mas amulher já se trancara lá dentro.

Enquanto esperava, resolveu fazer umcafé. Pôs a água a ferver e abriu a porta deserviço para apanhar o pão. Como estivessecompletamente nu, olhou com cautela para umlado e para outro antes de arriscar-se a dar doispassos até o embrulhinho deixado pelo padeirosobre o mármore do parapeito.

Ainda era muito cedo, não poderiaaparecer ninguém.

Mal seus dedos, porém, tocavam o pão, a porta atrás de si fechou-se com estrondo, impulsionada pelo vento.

Aterrorizado, precipitou-se até a campainha e, depois de tocá-la, ficou à espera, olhando ansiosamente ao redor. Ouviu lá dentro o ruído da água do chuveiro interromper-se de súbito, mas ninguém veio abrir. Na certa a mulher pensava que já era o sujeito da televisão. Bateu com o nó dos dedos:

— Maria! Abre aí, Maria. Sou eu — chamou, em voz baixa.

Quanto mais batia, mais silêncio fazia lá dentro.

Enquanto isso, ouvia lá embaixo a porta do elevador fechar-se, viu o ponteiro subir lentamente os andares... Desta vez, era o homem da televisão!

Não era. Refugiado no lanço da escada entre os andares, esperou que o elevador passasse, e voltou para a porta de seu apartamento, sempre a segurar nas mãos nervosas o embrulho de pão:

— Maria, por favor! Sou eu!

Desta vez não teve tempo de insistir: ouviu passos na escada, lentos, regulares, vindos lá de baixo... Tomado de pânico, olhou ao redor, fazendo uma pirueta, e assim despido, embrulho na mão, parecia executar um ballet grotesco e mal ensaiado. Os passos na escada se aproximavam, e ele sem onde se esconder. Correu para o elevador, apertou o botão. Foi o tempo de abrir a porta e entrar, e a empregada passava, vagarosa, encetando a subida de mais um lanço de escada. Ele respirou aliviado, enxugando o suor da testa com o embrulho do pão.

Mas eis que a porta interna do elevador se fecha e ele começa a descer.

— Ah, isso é que não! — fez o homem nu, sobressaltado.

E agora? Alguém lá embaixo abriria a porta do elevador e daria com ele ali, em

pêlo, podia mesmo ser algum vizinho conhecido... Percebeu, desorientado, que

estava sendo levado cada vez para mais longe de seu apartamento, começava a

viver um verdadeiro pesadelo de Kafka, instaurava-se naquele momento o mais

autêntico e desvairado Regime do Terror!

— Isso é que não — repetiu, furioso.

Agarrou-se à porta do elevador e abriu-a com força entre os andares, obrigando-o

a parar. Respirou fundo, fechando os olhos, para ter a momentânea ilusão de que

sonhava. Depois experimentou apertar o botão do seu andar. Lá embaixo

continuavam a chamar o elevador. Antes de mais nada: "Emergência: parar".

Muito bem. E agora? Iria subir ou descer? Com cautela desligou a parada de

emergência, largou a porta, enquanto insistia em fazer o elevador subir. O

elevador subiu.

Maria! Abre esta porta! — gritava, desta vez esmurrando a porta, já sem nenhuma cautela. Ouviu que outra porta se abria atrás de si.Voltou-se, acuado, apoiando o traseiro no batente e tentando inutilmente cobrir-se com o embrulho de pão. Era a velha do apartamento vizinho:

— Bom dia, minha senhora — disse ele, confuso. — Imagine que eu...

A velha, estarrecida, atirou os braços para cima, soltou um grito:

— Valha-me Deus! O padeiro está nu!

E correu ao telefone para chamar a radiopatrulha:

— Tem um homem pelado aqui na porta!

Outros vizinhos, ouvindo a gritaria, vieram ver o que se passava:

— É um tarado!

— Olha, que horror!

— Não olha não! Já pra dentro, minha filha!

Maria, a esposa do infeliz, abriu finalmente a porta para ver o que era. Ele entrou como um foguete e vestiu-se precipitadamente, sem nem se lembrar do banho. Poucos minutos depois, restabelecida a calma lá fora, bateram na porta.— Deve ser a polícia — disse ele, ainda ofegante, indo abrir.

Não era:

era o cobrador da televisão

O Processo é um romance de autoria do escritor Franz Kafka. O autor havia mantido o livro inacabado quando entregou os originais em 1920, depois de sua morte, seu amigo Max Brod editou o livro por considerá-lo um romance completo. O livro foi publicado em 1925. No ano de 1915, Franz Kafka, morando sozinho, aprofundou-se no trabalho do livro. Nesta obra Kafka expõe boa parte de seus próprios conflitos emocionais, medos e atos nas entrelinhas dos significados presentes na história.Kafka considerava “O processo”, obra publicada postumamente, uma história inacabada. O livro relata a história do bancário Josef K. que acorda numa manhã (no dia de seu aniversário) cercado por guardas e por um oficial para ser detido, no intuito de responder um processo no qual nada lhe é explicado a respeito. Josef K. , inicialmente não reconhece ser um homem alvo de processo pelo mesmo não ser verdadeiramente justificado nas devidas razões, nem os guardas se apresentam com algum documento ou indiciamento.

Mesmo sem conhecer os motivos pelo qual está sendo processo, acaba se envolvendo com o ambiente do judiciário, com as pessoas relacionadas, vivendo um tormento cada vez mais profundo. Há passagens no livro que seguem o encadeamento racional da história enquanto que outras passagens são descritas como visões e sonhos do próprio Josef K.A justiça no livro é descrita como uma instituição enfraquecida, desestruturada e enfadada de burocracia. Uma instituição que exige conhecimento pessoais entre o judiciário para se conseguir algum benefício.Nos estudos acadêmicos e literários o livro oferece um estudo reflexivo sobre as condutas jurídicas, sobre o estado de direito e a concepção de conflito interno a que um homem pode estar submetido.

Escolha um livro e volte para a Roda!!!

Por que você escolheu este livro?

Você indicaria essa leitura? Por quê?

Redigindo uma indicação literária

Quais o propósitos de leitura vivenciados nessas “Rodas”?

Ao realizar esta Roda de Leitura ou deLeitores, oferecemos a oportunidade de:

• Mostrar os diferentes motivos que levam oleitor a selecionar uma leitura

• Mostrar como pode se realizar a indicaçãode uma leitura (na oralidade ou na escrita)

LEITURA É CONTEÚDO

Os conteúdos de leitura:

Procedimentos

Comportamentos

Capacidades

Por que é importante ler para os alunos?

Alunos que têm oportunidade de participar das práticas de leitura em contextos extra-escolares – ou seja, filhos de pais que utilizam a leitura no seu dia-a-dia – desenvolvem comportamento de leitor

Aqueles que não vivem em contextos letradosnecessitam da escola, mais do que os outros, para ter oportunidade de conhecer e participar das práticas sociais de leitura

Ao se ler para os alunos eles:

• Testemunham comportamentos de leitor

• Aprendem sobre os diferentes propósitos da leitura

• Compartilham práticas de procedimentos de leitura

Comportamentos de leitor

Ligados a interação:

• Compartilhar com outros informações prévias e relevantes a respeito do que será lido, para melhor entendimento do texto

• Confrontar opiniões e/ou pontos de vista

• Defender sua interpretações e tentar compreender as dos outros

• Questionar-se acerca das intenções e opiniões dos autores

Comportamentos de leitor

• Relacionar os textos lidos com experiências vividas

• Evocar outros textos a partir de um texto lido

• Estar atento a beleza de certas expressões ou de fragmentos do texto

• Conhecer e apreciar a obra de um autor, lendo diversos textos de sua autoria

• Recomendar a colegas leituras que tenham despertado maior interesse

Propósitos leitores

Se referem ao objetivo da leitura:

• Selecionar um texto sobre um tema conhecido

• Construir critérios próprios para selecionar o que lê

• Ler para estudar, por prazer, para buscar informações...

Procedimentos leitores

Dizem respeito ao uso do texto:

• Tomar nota de informação que deseja conservar

• Voltar a ler trechos anteriores, esforçando-se por compreender algo que não tenha entendido

• Grifar

Estratégias de leitura:

Recursos para construir significado ao que se lê:

• Seleção

• Antecipação

• Inferência

• Verificação

Metas para o professor• Compreender a função da escola na formação de indivíduos

leitores;• Compreender a importância de assegurar no planejamento e

na rotina diária a realização frequente e regular da leitura feita por ele;

• Compartilhar seu próprio comportamento leitor e os propósitos da leitura com os alunos

• Preocupar-se com a qualidade dos textos a serem lidos aos alunos;

• Organizar o tempo didático, garantindo uma leitura diária• Inserir um “canto de livros” na sala;• Garantir o rodízio de um pequeno acervo para que tenham

livros na sala de aula e possam levá-los para casa.

Creche – São Paulo

A leitura na sala de aula

São Bernardo - SP

Educação Infantil – São Paulo

São Pedro

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