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ResumoEste trabalho tem por objetivo apresentar uma proposta de pesquisa que se dispõe a investigar o  trabalho dos educadores sociais em espaços sócio-assistenciais geridos pela política de Assistência Social do Município de Porto Alegre, em especial da Alta Complexidade do Sistema Único de Assistência Social(SUAS)e sua articulação com o sistema de garantias de direitos das crianças e adolescentes  previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA - Lei Federal 8069 de 1990) a partir do trabalho de  educação em espaços não escolares, problematizando a construção do sujeito educador que trabalha em espaços de proteção oferecendo cuidado e suplência das funções parentais.INTRODUÇâOAcredita-se que o é um tema instigante verificar quais as relações  e  efeitos do exercício da atividade laboral no âmbito da alta complexidade e seu impacto  na constituição subjetiva do ser trabalhador  envolvido na execução da política pública. Os  trabalhadores da assistência social   exercem função laboral em espaços de acolhimento institucional vem-se atravessados pela extinção da categoria “monitor” e o advento da categoria “Educador Social”. É mister que atualmente o trabalhador da assistência social depara-se com  com constantes desafios no que tange a complexificação da tarefa a ser cumprida e a demanda crescente para um certo tipo de envolvimento subjetivo necessário ao tipo de trabalho previsto.

TRABALHO EM ABRIGOSO homem transforma a natureza e se transforma a si próprio através do trabalho.  Para Marx (1987, pg 35), a força do trabalho de um homem consiste na individualidade viva deste homem e a essência deste homem está no trabalho que produz.Hanna Arendt afirma que através do trabalho, o homem cria coisas, dirigindo a transformação da natureza pela satisfação das necessidades vitais do ser humano  daquela transformação que se dá sobre a natureza e dá origem ao fabrico de coisas que vão responder ao desejo desse ser, emprestando-lhe, assim, caráter de permanência. É a diferença entre homo faber e animal laborandus. (Arendt, 1995, pg 149). Assim, através do trabalho o homem cria coisas, além da satisfação das necessidades vitais: comida, abrigo, segurança... Há uma transformação que responde ao desejo do ser humano, conferindo ao trabalhador uma outra dimensão - a de ser desejante.O trabalho em abrigos, que pressupões alem das tarefas a serem cumpridas, rotinas a serem atendidas, que o sujeito “educador-social” ocupe-se da construção da subjetividade de crianças e adolescentes oriundas, muitas vezes, de uma história de fracasso de cuidados de sua família de origem e envolve a possibilidade das crianças e adolescentes poderem encontrar referenciais de cuidado e formar vínculos afetivos efetivos.

BibliografiaARENDT, H.. A condição humana. Rio de Janeiro:  Forense Universitária 1995.BIANCONI, M. L. and CARUSO, F.. Educação não-formal. Cienc. Cult. [online]. 2005, v. 57, n. 4, pp. 20-20. ISSN 0009-6725.BOFF L. Saber cuidar. Ética do humano – compaixão pela terra. Petrópolis: Vozes; 2000. 96pBRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é educação. São Paulo: Brasiliense, Coleção Primeiros Passos, 28o ed., 1993HEIDEGGER, M. Ser e tempo. Petrópolis, Vozes, 1995.MARX, Karl (1987). Trabalho assalariado e capital, São Paulo, Editora Acadêmica. KAHLMEYER-MERTENS  R. S. Cuidado, educação e singularidade: idéias para uma filosofia da educação em bases Heideggerianas . Princípios, UFRN, CCHLA  v. 15, n. 24, jul./dez. 2008, Natal (RN)

EDUCAÇÃO e EDUCADOR SOCIALA educação ajuda a pensar tipos de homens, mais do que isso, ela ajuda a criá-los,através de passar uns para os outros o saber que o constitui e legitima. Produz o conjunto de crenças e idéias, de qualificações e especialidades que envolvem as trocas de símbolos, bens e poderes que, em conjunto constroem tipos de sociedades (Brandão p. 11). A Educação Social em espaço não-escolar designa   um processo com várias dimensões  tais como o espaço de construção de cidadania,  trabalho educativo, espaços de conviência entre outros. As práticas da educação não-formal se desenvolvem usualmente em espaços não escolares, no bojo de programas sociais e assistenciais,  executados pelo poder público ou ONGs (Gohn,  2003).

CUIDADOPara Heiddger o cuidado (em alemão, Sorge) é  traço constitutivo da existência humana. O conceito de cuidado ligado ao modo de ser do indivíduo no mundo faz com que o conceito de cuidado ganhe relevância ao penar o homem em sua relação com o mundo e com os outros.O homem que se empenha a cada instante em cuidar de de sua existência, o faz, conforme Kahlmeyer-Mertens,  em um processo de “singularização”, apontando o modo de ser do indivíduo, mediante o esforço continuado de compreensão de seu ser e do ser das coisas em geral.Boff, a partir de Heidegger, afirma que o  cuidar não é a ocupação, no sentido do um uso das coisas no cotidiano e das tarefas; também não é a  preocupação que indica o comportamento com ou para o outro mas “qualquer gesto que expresse zelo, assistência, tutela ou responsabilidade por alguém ( ...) seria preocupação em vista de Cuidado, educação e singularidade” (p.217)

Educador Social: Trabalhar e Cuidar em espaços  sócio-assistenciais

Mirela de CintraLicenciatura em Psicologia - Pesquisa em Educação

CONCLUSÃOO cuidador passa a denominar-se educador-social e os espaços educativos passam a ser compreendidos como espaços de circulação das crianças, dos adolescentes, dos adultos e de suas famílias. Espera-se que o Educador Social em espaços de acolhimento institucional possa oferecer relações afetivas e individualizadas, além de executar rotinas que permitam que o serviço cumpra sua função de proteção e acolhimento institucional. portanto é um trabalho que envolve mais do que tarefas a serem cumpridas e exige do Educador Social um trabalho que lida diretamente com a suplência das funções parentais aliada a papel preponderante na construção da subjetividade dos sujeitos atendidos.

NUCRIAD Núcleo de Estudos e Defesa dos Direitos de Crianças e Adolescentes Um outro agir é necessário

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