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Reserva de Forragem para a Seca:

Produção e Utilização de silagem

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA

Magno José Duarte Cândido magno@ufc.br

Prof. Departamento de Zootecnia/CCA/UFC Fortaleza, 14 a 16 de junho de 2011

2

Roteiro 1. IMPORTÂNCIA DA ENSILAGEM NOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO ANIMAL NOS TRÓPICOS MAGNO

6

2. FORRAGEIRAS INDICADAS PARA ENSILAR SOCORRO 7

3. PLANEJAMENTO E DIMENSIONAMENTO MAGNO 8

3.1. PLANEJAMENTO E DIMENSIONAMENTO DA ÁREA 8

3.2. PLANEJAMENTO E DIMENSIONAMENTO DOS SILOS 8

3.3. PLANEJAMENTO E DIMENSIONAMENTO DO MAQUINÁRIO A SER UTILIZADO 8

4. O PROCESSO DE ENSILAGEM WILLIAM 9

4.1. CORTE E PRÉ-SECAGEM 9

4.2. COMPACTAÇÃO E FECHAMENTO DO SILO 9

4.3. TIPOS DE SILO 9

4.4. MAQUINÁRIO UTILIZADO 9

5. USO DE ADITIVOS E BIOQUÍMICA DO PROCESSO DE ENSILAGEM NEUMAN 10

6. QUALIDADE E VALOR NUTRITIVO DE SILAGENS ELZÂNIA 11

7. PERDAS NA PRODUÇÃO E UTILIZAÇÃO DE SILAGENS ANA CLARA 12

7.1. PERDAS DURANTE O CORTE E A PRÉ-SECAGEM (SE HOUVER) 12

7.2. PERDAS DURANTE O ENCHIMENTO DO SILO 12

7.3. PERDAS DURANTE O ARMAZENAMENTO 12

7.4. PERDAS NO SILO APÓS SUA ABERTURA 12

7.5. PERDAS DURANTE O FORNECIMENTO 12

8. UTILIZAÇÃO DE SILAGENS NA ALIMENTAÇÃO ANIMAL NEUMAN 13

9. AVALIAÇÃO ECONÔMICA DA PRODUÇÃO E DA UTILIZAÇÃO DE SILAGENS RODRIGO GREGÓRIO 14

3

Conceitos

-Ensilagem – Técnica de conservação de forragens por meio de uma fermentação anaeróbia, ou seja, sem a presença do oxigênio.

-Silagem – Qualquer forrageira ou mistura de forrageiras que sofrido um processo de ensilagem.

-Silo – Local onde é produzida e armazenada a silagem.

4

Primeiros relatos da ensilagem

Pinturas encontradas no Egito mostraram

que os habitantes daquela região conheciam

a técnica no período de 1.000 a 1.500 aC’.

http://marcosveterinario.blogspot.com/2010_08_01_archive.html

As primeiras fontes seguras sobre a ensilagem das forragens provêm

de papiros egípcios, os quais relatam o processo entre os anos de 1500

- 1000 anos a.C., usando a planta inteira de cereais (Foto 1). Silos tipo

torre, parcialmente enterrados, da época de 1200 a.C. foram

encontrados em escavamentos arqueológicos próximo da cidade de

Cartago (Tunísia - norte da África).

6

6

Importância da

ensilagem

8

8

Época chuvosa - época seca

9

9

VANTAGENS DA ENSILAGEM

Alimento nutritivo e palatável durante o

todo o ano;

Existência de grande número de

aditivos para garantir melhor qualidade

da silagem;

10

10

VANTAGENS DA ENSILAGEM

Guardar a forragem com todas suas

características nutritivas por longos

tempos (2 a 3 anos). Grande quantidade

de alimento (MS) em pouco espaço;

As operações de preparo e utilização

podem ser totalmente mecanizadas;

11

11

VANTAGENS DA ENSILAGEM

Possibilita a manutenção de um maior

número de animais/ha na propriedade,

potencializando a produção por área

ocupada;

Formulação de rações melhor

balanceadas com menor utilização de

concentrados;

12

12

VANTAGENS DA ENSILAGEM

A silagem elimina algumas substâncias

indesejáveis presentes na forragem (ácido

cianídrico);

É uma técnica que não exige grandes

investimentos e está ao alcance de

pequenos produtores;

13

13

VANTAGENS DA ENSILAGEM

Permite através de confinamento, ofertar

animais bem nutridos em épocas de

melhor preço;

Permite transferir alimentos produzidos

em épocas favoráveis para períodos de

carência de forragem etc.;

Alta aceitabilidade.

14

14

FATORES LIMITANTES DA ENSILAGEM

Perdas devido à má compactação da

silagem;

Difícil comercialização e transporte:

geralmente só é usada na propriedade

onde é produzida ou próximo dela;

15

15

FATORES LIMITANTES DA ENSILAGEM

Poder aquisitivo de criadores e custo

de máquinas máquinas de aluguel

(prática + eficiente);

Ausência de tradição cultural para

realização desta prática;

16

16

FATORES LIMITANTES DA ENSILAGEM

É em geral menos palatável e >

exigências durante a confecção em

relação ao feno;

Sempre há perdas de elementos

nutritivos.

18

18

Plantas para ensilar

Milho

Sorgo

Capim elefante

Girassol

Milheto

Cana-de-açúcar

Canarana

Gramíneas tropicais em geral

19

O processo de ensilagem

Corte, picagem, depósito, compactação e vedação.

A planta deve ser colhida em estádio que

apresente razoável rendimento de massa verde,

teor protéico desejável e teor não muito elevado de

fibra (4).

O teor de matéria seca da forragem ensilada deve estar ao redor de 30 a 35% (5).

20

O processo de ensilagem

A preservação deve-se à fermentação anaeróbica, causada pela ação de microrganismos sobre os açúcares presentes nas plantas, produzindo ácidos, principalmente o ácido lático, reduzindo o pH até valores próximos de 4 (1) (4) (9).

O excesso de umidade favorece o aparecimento de bactérias do gênero Clostridium, produtoras de ácido butírico (4).

21

Qualidade da silagem

Teor de matéria seca à ensilagem

umid. redução lenta no pH (WOOLFORD, 1984)

Clostridia ác. láctico ác. butírico (JASTER, 1995)

pH

A.A.s amônia

Valor nutritivo

MS dificulta compactação

atividade bact. lácticas

(McDONALD, et al., 1991;

OLIVEIRA, 1998)

fermentação

22

Qualidade da silagem

bactérias lácticas ác. láct. e acét. pH até nível inibitório

(Van SOEST, 1994)

pH = 4,0 estabilidade anaeróbia (McDONALD, 1991)

pH

Tx. pH é de suma importância queda pH multip. Clostridia

(WOOLFORD, 1984)

Função:

teor de umidade do material (JOHNSON et al., 1966)

conc. CHOs pront. fermentáveis (FAIRBAIRN et al., 1992)

rápida expulsão do O2 (KEARNEY e KENNEDY, 1962)

adeq. popul. lactobacilos

poder tampão da cultura ensilada (MEESKE et al., 1993)

23

Fases da produção de silagem

24

25

Perfil típico de uma silagem de sorgo de boa qualidade (valor obtido em

silagem de milho*)

Características de uma boa ensilagem

Variável Concentração

(% MS)

Teor de matéria seca 32-35 a

PH <4,2 b

Teor de ácidos orgânicos:

Ácido láctico >3,0 b

Ácido acético <2,5 b

Ácido propiônico* <0,5 c

Ácido butírico <0,2 b

Compostos nitrogenados não-protéicos: (% N Total)

N amoniacal <8 c,d,e

a OLIVEIRA (1998);

b NOGUEIRA (1995),

c VILELA (1998);

d ZAGO (1999),

e HENDERSON

(1993).

26 Produção de silagem

27

Produção de silagem

28 Alimentação dos rebanhos Produção de silagem

29

O processo de ensilagem

30

O processo de ensilagem

31

Tipos de silos

Silos horizontais:

trincheira

superfície (com ou sem paredes laterais)

Silotubo (‘silobag’)

Silos verticais:

cisterna

aéreo

meia-encosta

silo cincho

32 Tipos de silos

33 Tipos de silos

34 Tipos de silos

35 Tipos de silos

36

http://brownrigg.co.nz/cropping/feed-crops/maize-silage/

Tipos de silos: silotubo

37 Tipos de silos

Silo aéreo

38 Tipos de silos

Silo de meia-encosta

http://www.aprece.org.br/site/?prefeitura=69&acao=fotosevideos&subacao=listar&categ

oria=860

Figura – Silo cincho

Tipos de silos: silo cincho

http://www.aprece.org.br/site/?prefeitura=69&acao=fotosevideos&subacao=listar&categ

oria=860

Figura – Silo cincho

Tipos de silos: silo cincho

http://www.aprece.org.br/site/?prefeitura=69&acao=fotosevideos&subacao=listar&categ

oria=860

Figura – Silo cincho

Tipos de silos: silo cincho

http://www.aprece.org.br/site/?prefeitura=69&acao=fotosevideos&subacao=listar&categ

oria=860

Figura – Silo cincho

Tipos de silos: silo cincho

43 Tipos de silos: silo cincho

Silo cincho em uso

44

O processo de ensilagem

45

Métodos de ensilagem mais utilizados

Silagem de planta inteira;

Silagem de grãos úmidos;

Silagem de parte superior da planta.

46 Métodos de ensilagem mais utilizados SILAGEM DE GRÃOS ÚMIDOS;

Vantagens

- Não há transporte da propriedade para a cooperativa ou fábrica de

rações e vice-versa (passeio do milho).

- A colheita é antecipada em 3 a 4 semanas (permite segunda safra).

- Ocorrem menores perdas por ataque de fungos, ratos, carunchos e

traças.

- Possui maior digestibilidade e, conseqüentemente, melhora o

desempenho animal.

- Tem alta concentração de energia, ideal para balancear com alimentos

protéicos

- Seu custo independe do preço de mercado, atrelando o produtor

apenas a sua eficiência na lavoura. Fonte: REHAGRO

http://www.rehagro.com.br/siterehagro/publicacao.do?cdnoticia=60

47 Métodos de ensilagem mais utilizados

SILAGEM DE GRÃOS ÚMIDOS;

Desvantagens

- Não possui flexibilidade de comercialização em relação ao grão

seco;

- Os silos devem ser adequadamente dimensionados para evitar

perdas após a abertura: deterioração rápida após aberto;

- Não pode ser usado com silo de superfície, a não ser o silotubo.

Costa et al. (1999)

48

Idade ideal da planta no momento do corte

sorgo: grão no estádio leitoso

http://www.cati.sp.gov.br/Cati/_produtos/SementesMudas/catissorgo.php

49

Idade ideal da planta no momento do corte

sorgo: grão no estádio farináceo duro

http://paulofrange.blogspot.com/2011/04/vereador-paulo-frange-comemora-mais-um.html

http://www.fao.org/ag/AGP/AGPC/doc/silage/silage_israel/fig5.htm

Figure . The effect of stage of maturity of corn (position of the milk line) on silage quality

Idade ideal da planta no momento do corte

Milho: estádios da linha do leite no grão

http://oregonstate.edu/instruct/dce/ans312/four/silage_trans.htm

Figure 9.21 illustrates the various milk lines

Idade ideal da planta no momento do corte Milho: estádios da linha do leite no grão

52

Determinação da MS na prática

Pega-se 1 amostra de 200 g de peso fresco, coloca-se no

forno de microondas, em potência máxima por 5 minutos,

junto com um copo com ¾ de água;

Retirar, pesar, revirar o material e colocar seguidas vezes

conforme a sequência:

5’(já mencionada acima); 4’; 4’; 3’; 3’; 2’; 2’; 1’; 1’

Repetir o processo ao longo dessa sequência somente até

que o peso se mantenha constante (não há necessidade de

continuar após ficar constante, pode até queimar a

forragem e o microondas), quando chama-se peso seco

53

Determinação da MS na prática

% de Matéria Seca = 100 – % de umidade

PF = peso fresco

PS = peso seco

Obs: descontar o peso do prato e cuidar para que a água do copo não evapore.

PF % de umidade

(PF – PS) = x 100

54 Determinação da MS na prática

55 Determinação da MS na prática

56 Determinação da MS na prática

57 Determinação da MS na prática

58 Determinação da MS na prática

59 Picagem da forragem

60 Picagem da forragem

61

Picagem da forragem

62

Picagem da forragem

63

Enchimento dos silos

O enchimento dos silos deve ser no menor tempo

possível;

Colocam-se camadas uniformes com cerca de 35

cm de maneira que fiquem inclinadas em direção

da entrada do silo;

A compactação pode ser realizada com trator;

A última camada deve ter forma abaulada;

64 Compactação da forragem no silo

65 Compactação da forragem no silo

http://www.duboisag.com/catalog.php?lang=en&product_id=437

Vedação dos silos

A vedação deve ser feita com lona plástica e algum

material sobre a mesma para proteger do sol e da

presença de animais.

67

Abertura dos silos

Após cerca de 21 dias do fechamento do

silo, a silagem está pronta e, enquanto não

for aberto pode se conservar por até 2 a 3

anos

68

Características de uma boa silagem

Coloração viva

Ausência de odores

Temperatura ambiente

Ausência de mofo ou bolores

Ausência de efluentes

69 Qualidade da silagem

Silagem do capim-paraíso

70 Qualidade da silagem

71 Qualidade da silagem

72 Qualidade da silagem

73 Qualidade da silagem

74

Uso de aditivos

Para melhorar a fermentação e/ou para melhorar o valor

nutritivo;

Aplicado com bomba ou espalhado após cada camada do

material colocado no silo, de maneira uniforme.

Aditivos: uréia, cana-de-açúcar, polpa cítrica peletizada,

ácido fórmico, formol, mistura de formol com ácido

fórmico; pirossulfito de sódio, inoculantes microbianos,

resíduos agroindustriais.

75

LIMITAÇÕES PARA A ENSILAGEM DO CAPIM

ELEFANTE

-Alto teor de umidade

-Alto poder tampão

-Baixos teores de carboidratos solúveis

Uso de aditivos na silagem

76

ALTERNATIVAS PARA SE MELHORAR A

ENSILABILIDADE DO CAPIM ELEFANTE

Adição de subprodutos: caju, abacaxi, maracujá, urucum,

manga, banana, goiaba, acerola, graviola, melão, coco...

-Elevado teor de matéria seca

-Bons teores de substratos para fermentação

-Bom valor nutritivo

Uso de aditivos na silagem

77 Uso de aditivos na silagem

Alimento MS MM MO PB

NIDN

(%NT)

NIDA

(%NT) EE CT CNF FDN Hemic FDA CEL LIG Autor(es)

Subproduto do abacaxi 84,7 6,8 93,2 8,4 38,4 16,3 1,2 71,4 40,7 30,7 25,9 5,3 Lousada Jr. et al. (2005); Rogério (2005); Ferreira (2005)

Subproduto da acerola 89,7 13,8 63,1 8,6 54,5 33,5 20,5 Vasconcelos et al. (2002)

Subproduto da acerola 85,1 10,5 39,3 26,5 71,9 17,2 54,7 35,1 20,1 Lousada Jr. et al. (2005)

Subproduto da acerola 82,4 17,4 74,2 14,3 60,0 39,3 40,8 Rogério (2005)

Subproduto da banana 89,7 7,0 93,0 8,7 11,3 73,0 49,8 18,6 Clementino (2008)

Subproduto da manga 93,0 3,7 96,3 6,3 5,7 84,4 31,8 17,7 Clementino (2008)

Subproduto da manga 90,8 6,9 5,8 33,7 23,1 Sá et al. (2004)

Subproduto da manga 94,6 94,3 6,1 55,9 20,7 5,8 82,5 21,3 61,2 26,1 35,2 Teles (2006)

Subproduto do urucum 89,1 6,3 93,8 14,5 7,2 72,1 50,0 26,1 Clementino (2008)

Subproduto do urucum 85,1 14,6 2,9 55,9 32,5 23,4 Gonçalves et al. (2004)

Subproduto do urucum 92,9 92,9 16,6 34,9 12,2 7,2 69,2 26,7 42,4 20,2 22,3 Teles (2006)

Pedúnculo de caju 89,4 14,8 6,1 Fonseca Filho e Leitão (1996)

Pedúnculo de caju 86,0 94,8 8,7 64,2 51,1 5,3 80,8 49,3 31,5 5,1 26,5 Teles (2006)

Média 88,7 11,3 53,1

Capim-elefante 22,0 88,5 5,0 48,7 16,2 3,9 79,6 2,3 77,3 29,2 48,1 Teles (2006)

Capim-elefante 16,8 88,1 5,6 63,8 20,7 4,3 78,2 1,6 76,6 29,0 47,6 Teles (2006)

Capim-elefante 19,4 87,8 5,4 45,4 14,9 3,8 78,6 1,2 77,4 29,4 48,0 Teles (2006)

Média 19,4 5,3 77,1

78

Tabela - Composição químico-bromatológica do capim-elefante

e do bagaço de caju in natura antes da ensilagem

Fonte: Ferreira et al. (2004)

Uso de aditivos na silagem

79 Uso de aditivos na silagem

80 Uso de aditivos na silagem

81 Uso de aditivos na silagem

82 Uso de aditivos na silagem

83 Uso de aditivos na silagem

84 Uso de aditivos na silagem

85 Uso de aditivos na silagem

86 Uso de aditivos na silagem

Fonte: Gonçalves et al. (2006)

Subproduto do urucum

87 Uso de aditivos na silagem

88 Uso de aditivos na silagem

89

SILAGEM DE CAPIM-ELEFANTE + SUBPRODUTO DO URUCUM

Uso de aditivos na silagem

90

silagem de capim-elefante + 14% de subproduto do maracujá

Uso de aditivos na silagem capim-elefante:

16,7% MS, 6,5% PB, 79,7% FDN, 46,9% FDA e 3,4% EE

subproduto do maracujá:

83,3% MS, 12,% PB, 56,4% FDN, 49,0% FDA e 1,0% EE

91 Uso de aditivos na silagem

Uréia:

Objetivo: melhorar o valor nutritivo da silagem;

A maioria dos trabalhos tem sido feita com níveis de uréia de 0,5 a 1,0% do material

ensilado e, nestas condições, a recuperação tem sido acima de 70% (PEREIRA, 1975).

PEREIRA & COELHO DA SILVA (1976) aumento no teor de proteína bruta da silagem.

Outros trabalhos tem apresentado efeito benéfico da adição de uréia no material a ensilar

sobre a digestibilidade da matéria seca. Entretanto, o teor de proteína bruta era de 5,3%

(GONÇALVES et al., 1978). Assim, a adição de nitrogênio não protéico aumenta o teor de

nitrogênio da silagem e o coeficiente de digestibilidade da proteína bruta, e pode aumentar

a digestibilidade da matéria seca, se o nível de nitrogênio da dieta testemunha estiver

comprometendo a fermentação rumina (COELHO DA SILVA, 1984).

Adição de uréia durante a ensilagem de capins: problemas de fermentação, um vez que

estas forrageiras apresentam baixos teores de matéria seca e carboidratos solúveis, quando

comparadas com as forrageiras gramíferas milho e sorgo (VILELA, 1984; COELHO DA

SILVA, 1984).

92 Uso de aditivos na silagem

* Melaço:

rico em carboidratos de fácil fermentação

Este composto tem sido adicionado puro ou diluído em água nas proporções de 3:1 ou 2:1.

aplicação de 3% de melaço

Comparando a adição de 1 e 4% de melaço na produção de silagens de gramíneas tropicais

GONZALES & TEUNISSEN (1967) concluíram que 4% seria o nível mais indicado para

silagens de Digitaria decumbens, Echinochoa polystachya e Hyparrhenia rufa.

Alguns aditivos e suas proporções:

- uréia: 0,5% (na ensilagem de milho ou capim-elefante),

- melaço: 3 a 5% (na ensilagem de capim-elefante) ou

- fubá: 3 a 5% (na ensilagem de capim-elefante)

93 DIMENSIONAMENTO DA ÁREA PLANTADA, SILO E REBANHO

Cálculo da densidade da silagem:

Silagem = 450 kg/m3 x 33/100 MS = 148 kg MS/m3

94

Piquete: 10000 m2 ou 1,0 ha

Prod = 10000 kg MS – 15% perdas na ensilag = 8500

kg MS 33/100 = 25757 kg MN silagem

Volume do silo: 25757 kg MN silagem 450 kg MN/m3

= 54,73 m3

Rebanho:

1 vaca 450 kg PV x 3,5/100: Cons=15,75 kg MS/dia

+ 5% sobra = 16,5 kg MS/(vaca x d) 33/100 = 49,5 kg

MN forrag/vaca x d

25757 kg MN silag/ha 49,5 kg MN silag/vaca x dia =

520 vacas-dia só com volumoso ou

1040 vacas-dia com 50% volumoso

DIMENSIONAMENTO DA ÁREA PLANTADA, SILO E REBANHO

95

Piquete: 10000 m2 ou 1,0 ha

520 vacas-dia só com volumoso ou

1040 vacas-dia com 50% volumoso

Rebanho de 26 vacas

1,0 ha = 520 vacas-dia ÷ 26 vacas = 20 dias

10,0 ha = 5200 vacas-dia ÷ 26 vacas = 200 dias

1,0 ha = 54,73 m3 10,0 ha = 547,3 m3

DIMENSIONAMENTO DA ÁREA PLANTADA, SILO E REBANHO

96

Tamanho dos silos (Cardoso & Silva, 1995)

Altura do silo trincheira: 1,5 a 3,0 m

Altura do silo de superfície: 1,2 a 1,5 m

O comprimento mínimo (C) de um silo-trincheira ou de

superfície = 0,15 m de camada removida/dia x 200 dias = 30 m

Volume do silo (m3) = Superf seção trapezoidal x C

S = (B + b) x A

2

547,3 m3 = S x 30 m S = 18,24 m2 (seção muito grande)

DIMENSIONAMENTO DA ÁREA PLANTADA, SILO E REBANHO

97

Tamanho dos silos (Cardoso & Silva, 1995)

Altura do silo trincheira: 1,5 a 3,0 m

Altura do silo de superfície: 1,2 a 1,5 m

O comprimento mínimo (C) de um silo-trincheira ou de

superfície = 0,15 m de camada removida/dia x 200 dias = 30 m

2ª tentativa: duplicar o comprimento para reduzir a área:

Volume do silo (m3) = Superf seção trapezoidal x C

S = (B + b) x A

2

547,3 m3 = S x 60 m S = 9,12 m2

S = (B + b) x A = 9,12 m2 9,12 m2 = (B + b) x 1,5 m

2 2

B + b = 12,16 m

DIMENSIONAMENTO DA ÁREA PLANTADA, SILO E REBANHO

98

B + b = 12,16 m (Cardoso & Silva, 1995)

Como a largura do topo (B) deve ter 0,5 m a mais que a largura

do fundo (b) para cada metro de altura (A) do silo, então é

possível escrever que B = b + 0,5 A e, usando-se esta

expressão, pode-se continuar o cálculo assim:

B + b = 12,16 m

b + 0,5 A + b = 12,16 m

2b + 0,5 x 1,5 = 12,16 m

2b + 0,75 = 12,16 m

2b = 12,16 - 0,75 = 11,41 m

e portanto b = 5,71 m.

Retornando à expressão anterior B + b = 12,16 m e

substituindo-se o valor de b, tem-se que B + 5,71 m= 12,16 m e,

B = 12,16 m – 5,71 m = 6,45 m

Assim, o silo deverá ser de 6,45 m de largura do fundo, 5,71 m

de largura no topo, 1,5 m de altura e 60 m de comprimento.

Se considerado muito largo para o terreno, então para diminuir

este tamanho basta aumentar o comprimento (C), por exemplo,

ou então a altura (A) ou então fazer dois silos em vez de um.

No cálculo das dimensões do silo de superfície as mesmas

fórmulas se aplicariam, entretanto, na prática, a largura da base

(B) e a altura (A) vão depender da largura da lona disponível.

Para obter-se a quantidade de silagem necessária varia-se o

comprimento do silo (C). Por exemplo, se a lona preta

disponível tiver 8 m de largura, o silo de superfície deverá ter no

máximo 5 m de base (B), 1,5 m de altura (A) e 4 m de topo (b),

para que a lona possa cobri-lo e haja sobra lateral para prendê-

la ao solo.

Para calcular a quantidade de silagem de um silo de superfície

pode-se estimar que em 1 m3 há 400 kg de silagem. Assim, um

silo de superfície com as dimensões ditas anteriormente e 10

metros de comprimento poderá armazenar 27 toneladas de

silagem.

DIMENSIONAMENTO DA ÁREA PLANTADA, SILO E REBANHO

99

IMPORTÂNCIA DOS CONTROLES DE CUSTO E ZOOTÉCNICOS

INVESTIMENTOS:

CERCA

ESTÁBULO

CAPINEIRA

PASTAGEM

COCHO

SALEIRO

S.DE IRRIGAÇÃO

CUSTEIO:

CONCENTRADO

ENERGIA

MÃO-DE-OBRA

IMPOSTOS

JUROS

FERTILIZANTES

COMBUSTÍVEL

100

CONCEITOS BÁSICOS DE ECONOMIA

Renda bruta da atividade, RBA (R$/mês) = produção total em kg PV x preço de

venda

Custo operacional efetivo da atividade, COE (R$/mês) = despesas com

operações (manutenção de instalações e máquinas) + despesas com mão-de-

obra contratada + despesas com insumos (alimentação, medicamentos,

energia);

Custo operacional total da atividade, COT (R$/mês) = COE + outros custos

operacionais (mão-de-obra familiar, depreciação de instalações e máquinas);

Custo total da atividade, CT (R$/ano) = COT + outros custos fixos

(remuneração do capital investido em animais, instalações, máquinas e terras).

Remuneração capital = taxa juros 6%

Margem bruta da atividade, MB (R$/mês) = RBA - COE;

Margem líquida da atividade, ML (R$/mês) = RBA - COT;

Lucro da atividade (R$/mês) = RBA - CT;

101

Considerações finais

Utilização de silagem pode ser uma opção viável como reserva para a alimentação na estação seca.

O milho é a cultura que mais versátil e também a mais usada para o desenvolvimento de outros métodos de silagem.

Planejamento e tomada de todos os cuidados nas diversas etapas são fatores essenciais para o sucesso na produção da silagem.

O uso de aditivos é uma estratégia válida, embora o seu uso dependerá do custo-benefício que será oferecido.

102

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