repressão e resistência

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Oposição ao Estado Novo

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A 19 de Maio de 1954, em Baleizão, a GNR investiu sobre um grupo de camponesas que reivindicavam um aumento de salário. Do confronto resultou a morte com três tiros de Catarina Eufémia, com 26 anos, mãe de três filhos. Desde então este nome passou a ser símbolo da resistência e da luta contra a ditadura.

Gravura de Dias Coelho

Em Fevereiro de 1949, por não terem sido asseguradas condições mínimas de democraticidade, num comício em Lisboa, Norton de Matos anuncia a desistência da sua candidatura às "eleições" para a Presidência da República.

Óscar Carmona é de novo "eleito" presidente da República, apesar da idade avançada (morre em Abril de 1951, com 81 anos).

Em Julho de 1948, o General Norton de Matos, figura destacada da I República, candidata-se à presidência da República.

Do seu programa fazem parte os seguintes aspectos:

-Defesa de uma democracia parlamentar;

-Amnistia para os presos políticos;-Encerramento do campo do

Tarrafal;-Abolição da censura;-Liberdade de associação política e

sindical;-Liberdade de propaganda política e

religiosa.

Grande manifestação de apoio ao “General sem medo”, no Porto (Maio de 1958).

Em Fevereiro de 1958, Humberto Delgado

candidata-se à presidência da República.

A sua campanha constituiu um sobressalto

político para o regime.

Multidão aguardando o General Humberto Delgado junto à Estação de S. Bento, no Porto, para o comício a realizar na cidade (14 de Maio de 1958).

A multidão saiu à rua para aplaudir Humberto Delgado. Aqui uma imagem da praça junto à

Igreja dos Congregados.

Chegada triunfal de Humberto Delgado à Estação de Santa Apolónia (16 de Maio de 1958), após o gigantesco comício no Porto.

Ao chegar a Lisboa, Humberto Delgado é intimado pela polícia a parar a sua marcha.

Comício de Humberto Delgado em Chaves (22 de Maio de 1958).

No dia 3 de Janeiro de 1960, evadem-se do forte de Peniche dez militantes comunistas, entre os quais Álvaro Cunhal. Contam com a

colaboração de um militar da GNR.

1961, ano de um forte abalo no regime fascista

21 de Janeiro - assalto ao paquete Santa Maria, baptizado de «Santa Liberdade» por Henrique Galvão

4 de Fevereiro - início da insurreição em Angola, começa a guerra colonial

De 11 a 13 de Abril - tentativa frustrada de golpe de estado liderada pelo general Botelho Moniz, ministro da Defesa

10 de Novembro – desvio de um avião da TAP para lançar panfletos sobre Lisboa e outros locais do país

12 de Novembro - antes e depois das eleições, realizam-se manifestações contra a farsa eleitoral. Em Almada, um manifestante é morto a tiro pela polícia.

18 de Dezembro - a União Indiana invade e integra no seu território os enclaves Goa, Damão e Diu.

19 de Dezembro - o artista plástico José Dias Coelho é detectado pela brigada da PIDE e assassinado a tiro na rua que hoje tem o seu nome.

Exclusivo:

A bordo do Santa Maria

A fantástica aventura de Galvão e dos piratas da

revolução.

O "Santa Maria" largou de Lisboa a 9 de Janeiro de 1961 para uma

viagem à América Central. Entre os passageiros embarcados, contava-se um grupo de 20

membros da DRIL - Direcção Revolucionária Ibérica de

Libertação - organismo constituído por opositores aos regimes de

Franco e Salazar, cujo comandante era o capitão

Henrique Galvão, que embarcou clandestinamente no "Santa Maria" um dia depois, em Curaçau, com

mais três elementos da DRIL.

«O palácio flutuante (o Santa Maria) era o ‘primeiro pedaço da pátria libertada’» - disse o jornalista Dominique Lapierre, do Paris Match, em entrevista a Henrique Galvão.

Santa Liberdade

DRIL

Direcção Revolucionária

Ibérica de Libertação

"Vou para onde me empurraram: para a revolta.”

Henrique Galvão

A 2 de Fevereiro, o "Santa Maria" fundeou no porto brasileiro do Recife, procedendo ao desembarque dos passageiros e tripulantes. Os rebeldes entregaram-se às autoridades brasileiras, obtendo asilo político, ao mesmo tempo que o "Santa Maria" voltava à posse da Companhia Colonial de Navegação.

O "Santa Maria" largou do Recife a 7 de Fevereiro. Entrou no Tejo, embandeirado em arco, a 16, e atracou em Alcântara.

A 4 de Fevereiro de 1961, elementos do MPLA tentam, em Luanda, assaltar a Casa de Reclusão Militar, o quartel da PSP e a delegação da Emissora Nacional. Durante esse

dia e os seguintes, as forças militares e policiais massacraram mais de três mil civis “indígenas”.

É o início da guerra colonial.

Botelho Moniz, Ministro da Defesa de Salazar, em Abril de 1961,

protagonizou um golpe de estado palaciano que, segundo alguns

historiadores, contava com o apoio dos EUA interessados na mudança

de orientação da política portuguesa, na linha de uma nova política anticolonialista do governo

norte-americano. Esta tentativa golpista só falhou

devido à demasiada ingenuidade e inabilidade dos seus protagonistas e

à pronta intervenção de Salazar. 

A 10 de Novembro de 1961 foi desviado um avião da TAP, da linha Lisboa-Casablanca. A “Operação Vagô”, dirigida por

Hermínio da Palma Inácio, lançou panfletos sobre Lisboa e outras localidades, denunciando a “burla das eleições”

legislativas que se realizariam a 12 de Novembro.

Palma Inácio e o comandante

do avião desviado, José Marcelino, 45 anos depois.

Rasando a cidade de Lisboa, voando a cerca de 100 m de altitude, evitando assim os radares e os dois caças Sabre com ordem de interceptar e abater o avião, caso este não aterrasse

em solo português (ordem que os pilotos dos caças não cumpriram), o avião segue sempre a baixa altitude passando pelo

Barreiro, Setúbal, Beja e Faro, enquanto os companheiros de Palma Inácio, ajudados pelo Comissário e por duas Hospedeiras,

enchiam os céus de Portugal com os 100 000 folhetos.

Tropas indianas ocupam Goa.

A 18 de Dezembro de 1961, a União Indiana invade e integra no seu território os enclaves Goa, Damão e Diu.

Nesse dia, pelas oito horas da noite, cinco agentes da PIDE saltaram de um automóvel,

perseguiram-no, cercaram-no, na então Rua da Creche, em

Alcântara, e que hoje tem o seu nome, e dispararam dois tiros.

José Dias Coelho foi assassinado a tiro, em 19 de

Dezembro de 1961.

A agência do Banco de Portugal na Figueira da Foz foi assaltada a 17 de Maio

de 1967, no que foi uma das acções mais mediáticas da

oposição à ditadura.O assalto, organizado pela LUAR e dirigido por Palma

Inácio, destinava-se a financiar a organização. Os quatro assaltantes

fugiram de automóvel para o aeródromo de Coimbra,

onde se apoderaram de uma avioneta. No automóvel

deixaram uma metralhadora e 4 pistolas de plástico.

Crise académica – Coimbra, 1969.

Coimbra viveu a segunda grande crise académica, com a qual muitos professores se mostraram solidários. O Ministro da

Educação, José Hermano Saraiva seria substituído por Veiga Simão.

Comício da Oposição Democrática, Aveiro, 1969.

Sinal de alguma liberalização do regime marcelista, são permitidas reuniões de opositores, embora, muitas delas

acabem com a intervenção das forças policiais.

III Congresso da Oposição Democrática em Aveiro – 1973.

Em Abril de 1973, o III Congresso da Oposição Democrática levou a Aveiro mais de três mil pessoas que transbordaram do

Cineteatro Avenida. O governo de Marcelo Caetano enviou a polícia de choque para reprimir os opositores ao regime.

Comício da CDE (Comissão Democrática Eleitoral), em 1973.

Estando os partidos políticos proibidos, restava aos cidadãos associarem-se em Comissões Eleitorais para concorrerem à Assembleia Nacional.

A 19 de Abril de 1973, numa reunião da Acção Socialista Portuguesa (ASP), realizada perto de Bona, é fundado o Partido Socialista. Entre os fundadores encontram-se Mário Soares, Maria Barroso, Tito de Morais, Raul Rego, Rui Mateus, António Arnaut e Jorge Campinos.

Partido Socialista – Abril de 1973

O Patriarcado emite uma nota em que condena quer a «Vigília da Capela do Rato» quer a repressão policial que se lhe seguiu. Mais tarde o Patriarca demite o Padre Alberto Neto, responsável pela Capela do Rato.

Um grupo de católicos iniciou, em 30 de Dezembro de 1973, uma vigília e uma greve de fome pela Paz. Uma força da polícia de choque,

comandada pelo capitão Maltez

Soares, entra na Capela do Rato prende setenta

pessoas, entre as quais se contam

destacadas figuras da oposição.

Um forte aparato policial é montado no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, onde se realiza, a 29 de Março de 1974, o 1.º Encontro da Canção Portuguesa, durante o qual foram entregues os prémios atribuídos no ano anterior pela Imprensa. Participam no festival, entre outros, José Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Manuel Freire, José Jorge Letria e José Carlos Ary dos Santos. A canção Grândola, de José Afonso, é entoada em coro pelo público que enchia o Coliseu e, no fim, milhares de pessoas gritam «abaixo a repressão!».

Cantores de intervenção: Vitorino, Fausto, Zeca Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Manuel Freire, José Jorge Letria, José Barata Moura.

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