relatório escola profissional de desenvolvimento rural de ... · níveis de classificação dos...
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Relatório
Escola Profissional de
Desenvolvimento Rural
de Abrantes
AVALIAÇÃO EXTERNA DAS ESCOLAS
Área Territorial de Inspeção
do Sul
2015 2016
Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Abrantes
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1 – INTRODUÇÃO
A Lei n.º 31/2002, de 20 de dezembro, aprovou o sistema de avaliação dos estabelecimentos de educação
pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, definindo orientações gerais para a autoavaliação e para a
avaliação externa. Neste âmbito, foi desenvolvido, desde 2006, um programa nacional de avaliação dos
jardins de infância e das escolas básicas e secundárias públicas, tendo-se cumprido o primeiro ciclo de
avaliação em junho de 2011.
A então Inspeção-Geral da Educação foi
incumbida de dar continuidade ao programa de
avaliação externa das escolas, na sequência da
proposta de modelo para um novo ciclo de
avaliação externa, apresentada pelo Grupo de
Trabalho (Despacho n.º 4150/2011, de 4 de
março). Assim, apoiando-se no modelo construído
e na experimentação realizada em doze escolas e
agrupamentos de escolas, a Inspeção-Geral da
Educação e Ciência (IGEC) está a desenvolver
esta atividade consignada como sua competência
no Decreto Regulamentar n.º 15/2012, de 27 de
janeiro.
O presente relatório expressa os resultados da
avaliação externa da Escola Profissional de
Desenvolvimento Rural de Abrantes, realizada
pela equipa de avaliação, na sequência da visita
efetuada entre 2 e 4 de maio de 2016. As
conclusões decorrem da análise dos documentos
fundamentais da Escola, em especial da sua
autoavaliação, dos indicadores de sucesso
académico dos alunos, das respostas aos
questionários de satisfação da comunidade e da
realização de entrevistas.
Espera-se que o processo de avaliação externa
fomente e consolide a autoavaliação e resulte
numa oportunidade de melhoria para a Escola,
constituindo este documento um instrumento de
reflexão e de debate. De facto, ao identificar
pontos fortes e áreas de melhoria, este relatório
oferece elementos para a construção ou o
aperfeiçoamento de planos de ação para a
melhoria e de desenvolvimento de cada escola,
em articulação com a administração educativa e
com a comunidade em que se insere.
A equipa de avaliação externa visitou o Centro
Exploração Agrícola – Herdade da Murteira, o
Centro-Escola – Mouriscas e o Núcleo de Pastelaria e Restauração – Edifício Millenium (Abrantes).
A equipa regista a atitude de empenhamento e de mobilização da Escola, bem como a colaboração
demonstrada pelas pessoas com quem interagiu na preparação e no decurso da avaliação.
O relatório da Escola apresentado no âmbito da
Avaliação Externa das Escolas 2015-2016 está disponível na página da IGEC.
ESCALA DE AVALIAÇÃO
Níveis de classificação dos três domínios
EXCELENTE – A ação da escola tem produzido um impacto
muito consistente na melhoria das aprendizagens e dos
resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares.
Os pontos fortes predominam na totalidade dos campos em
análise, em resultado de práticas organizacionais
consolidadas, generalizadas e eficazes. A escola distingue-se
pelas práticas exemplares em campos relevantes.
MUITO BOM – A ação da escola tem produzido um impacto
consistente na melhoria das aprendizagens e dos resultados
dos alunos e nos respetivos percursos escolares. Os pontos
fortes predominam na totalidade dos campos em análise, em
resultado de práticas organizacionais generalizadas e
eficazes.
BOM – A ação da escola tem produzido impacto na melhoria
das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos
respetivos percursos escolares. A escola apresenta uma
maioria de pontos fortes nos campos em análise, em
resultado de práticas organizacionais eficazes.
SUFICIENTE – A ação da escola tem produzido um impacto
reduzido na melhoria das aprendizagens e dos resultados dos
alunos e nos respetivos percursos escolares. As ações de
aperfeiçoamento são pouco consistentes ao longo do tempo e
envolvem áreas limitadas da escola.
INSUFICIENTE – A ação da escola tem produzido um impacto
muito reduzido na melhoria das aprendizagens e dos
resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares.
Os pontos fracos sobrepõem-se aos pontos fortes na
generalidade dos campos em análise. A escola não revela
uma prática coerente, positiva e coesa.
Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Abrantes
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2 – CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA
A Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Abrantes (EPDRA) está inserida na Herdade da
Murteira com cerca de 64 hectares, na freguesia de Mouriscas, do concelho de Abrantes e assume-se
como o principal polo de formação de matriz essencialmente rural da região. Foi avaliada, no primeiro
ciclo de avaliação externa das escolas, em fevereiro de 2011.
No ano letivo de 2015-2016, a população escolar é de 196 formandos dos cursos profissionais de nível 4:
71 do curso de Técnico de Produção Agrária (três turmas); 64 do curso de Técnico de Gestão Equina
(três turmas); 31 do curso de Técnico de Turismo Ambiental e Rural (três turmas), seis do curso de
Animador Sociocultural (uma turma) e 24 do curso de Técnico de Restauração, variante Cozinha/
Pastelaria (três turmas). Acrescem 26 alunos que frequentam os cursos vocacionais de ensino básico: 15
no curso de Agricultura, Equitação e Silvicultura (uma turma) e11 no curso de Pastelaria, Panificação e
Transformação (uma turma).
Os alunos são provenientes de 11 distritos distintos com predominância para o de Santarém, havendo
também formandos da Região Autónoma dos Açores. Os 12% de origem estrangeira são
predominantemente oriundos de países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP),
designadamente de Angola, Cabo Verde e S. Tomé e Príncipe.
No que respeita à ação social escolar, 76% não beneficiam de auxílios económicos, mas de apoios
concedidos, no âmbito do Programa Operacional Potencial Humano (POPH), a nível de alimentação,
transporte e alojamento. Em regime de internato estão 28 alunas e 72 alunos, na residência masculina
no Centro-Escola, na residência feminina (T0 rurais) e em quartos arrendados na freguesia. Em relação
às tecnologias de informação e comunicação, uma elevada percentagem de alunos possuem computador
com ligação à internet – 96% nos cursos vocacionais e 97% nos profissionais.
Os dados da formação académica dos pais e das mães dos alunos dos cursos vocacionais mostram que
10% têm habilitação de nível secundário, desconhecendo-se a percentagem dos que têm formação
superior. No que diz respeito aos dos cursos profissionais, 12% possuem habilitações de nível superior e
18% o ensino secundário. Quanto à sua ocupação profissional, 15% no caso dos do ensino básico e 27%
no dos do secundário exercem atividades de nível superior e intermédio.
A prestação do serviço educativo é assegurada por 50 docentes, dos quais 38% pertencem aos quadros e
52% lecionam há 10 ou mais anos, o que indica reduzida estabilidade profissional e uma experiência
pouco expressiva. Quanto aos não docentes, totalizam 36 trabalhadores (26 assistentes operacionais,
nove assistentes técnicos e um técnico superior responsável pela Herdade). A Escola conta também com
os serviços de uma psicóloga a tempo parcial.
3 – AVALIAÇÃO POR DOMÍNIO
Considerando os campos de análise dos três domínios do quadro de referência da avaliação externa e
tendo por base as entrevistas e a análise documental e estatística realizada, a equipa de avaliação
formula as seguintes apreciações:
3.1 – RESULTADOS
RESULTADOS ACADÉMICOS
As várias estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica e a direção procedem
regularmente à análise dos resultados por formando, por turma e por disciplina, considerando os valores
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globais e percentuais de indicadores como os módulos em atraso e as taxas de sucesso, entre outros.
Todavia, este procedimento não está focalizado nos processos e não estabelece indicadores orientados
para a qualidade do ensino, das aprendizagens e da formação profissional.
Os cursos de educação e formação Tipo 2, ministrados nas áreas de Produção Agrícola e Animal e de
Hotelaria e Restauração, concluídos entre 2011 e 2015, registam taxas médias de conclusão de 69% no
curso de Operador de Máquinas Agrícolas, 77% no de Operador Agrícola (Fruticultura/Viticultura), 78%
no de Tratador/Desbastador de Equinos e 81% no de Padeiro/Pasteleiro.
Nos cursos profissionais do ensino secundário, tendo como referência os anos de termo de cada ciclo de
formação, após a última avaliação externa, todos apresentam taxas de conclusão com uma tendência
descendente, à exceção do de Técnico de Recursos Florestais e Ambientais. Registam-se taxas médias de
conclusão de 27,4% – Técnico de Recursos Florestais e Ambientais, 46,2% – Técnico de Produção
Agrária, 49,3% – Animador Sociocultural, 50,9% – Técnico de Gestão Equina, 55,6% – Técnico de
Proteção Civil, 59,6% – Técnico de Turismo Ambiental e Rural e 83,3% – Técnico de Higiene e
Segurança do Trabalho e Ambiente.
As taxas médias de conclusão anual de todos os cursos (50,2% em 2011; 45,6% em 2012; 58,9% em 2013;
51,4% em 2014; 42,9% em 2015) mostram ser inferiores às registadas na anterior avaliação externa.
Assim sendo, se se considerar que dos 401 formandos que iniciaram os respetivos cursos, apenas 198
(49,4%) os concluíram no respetivo ciclo de formação, dado que desistiram ou não terminaram o
respetivo curso por terem módulos em atraso, verifica-se a premência de uma atuação mais consistente
por parte da Escola no sentido de motivar os jovens para a importância de obterem uma qualificação
profissional no prazo previsto para a sua conclusão.
As taxas médias de desistência são elevadas, com valores de 43,2% (2011), 31,1% (2012), 23,9% (2013),
21,5% (2014) e 41% (2015). Apesar disso os cursos de Técnicos de Gestão Equina, de Turismo Ambiental
e Rural e de Recursos Florestais e Ambientais apresentam uma tendência descendente. Ao invés, as
taxas de não conclusão, decorrentes de módulos em atraso, embora registem valores bastante inferiores,
são particularmente elevadas nos cursos de Técnicos de Gestão Equina (60% – 2012; 29,2% – 2013; 20%
– 2014 e 2015), de Produção Agrária (28,6% – 2013; 64,7% – 2014) e de Turismo Ambiental e Rural (25%
– 2015).
Considerando que estes cursos, enquanto oferta formativa do ensino secundário, estão vocacionados
para a qualificação profissional, privilegiando a sua inserção no mercado de trabalho, reconhece-se que
nesta Escola este propósito tem, em parte, sido conseguido, uma vez que se regista uma tendência
ascendente nas taxas de empregabilidade, entre 2011 e 2015. Dos 198 formandos que concluíram os
respetivos cursos, 122 (61,6%) ficaram empregados, mas destes, apenas 93 (47%) na respetiva área de
educação e formação, traduzindo, pelo contrário, neste indicador, uma tendência descendente ao longo
do mesmo período. O prosseguimento de estudos tem sido uma opção assinalável, uma vez que 76
formandos (38,4%) escolheram essa via, sendo de assinalar os cursos de Técnico de Gestão Equina e de
Produção Agrária, aqueles que, em média, registam as taxas de prosseguimento de estudos mais
elevadas, respetivamente de 47% e 48,4%.
RESULTADOS SOCIAIS
Os formandos são incentivados a participar na vida escolar sendo corresponsabilizados pela organização
de eventos e feiras como a EPDRA – Janela para a Vida, para promover e divulgar a oferta formativa,
com impacto no meio local. Sublinha-se ainda a existência de outras atividades da responsabilidade da
associação de estudantes, devidamente enquadradas no plano anual, como sejam os torneios desportivos
e a EPDRA Tradição que engloba a venda de cabazes para angariação de fundos e organização de uma
garraiada ou de festas de finalistas.
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A educação para o bem-estar físico, social e mental assume algum relevo, no âmbito da dinamização do
Programa de Apoio à Promoção e Educação para a Saúde. São desenvolvidas ações de sensibilização e
debates interativos em áreas como a higiene oral ou o consumo de substâncias psicoativas, sendo
também de destacar a organização de uma Caixa de Interesses que permite dar resposta às dúvidas dos
jovens, designadamente, no domínio da sexualidade e dos afetos. Os projetos de sustentabilidade
ambiental estão no cerne no plano de atividades, no seio do qual são promovidos valores e a mudança de
atitudes face ao ambiente, através de campanhas como o Ponto Eletrão e iniciativas com alguma
expressão junto dos formandos como o EPDRA ECOPeddypaper, e outras, que concorrem para o
exercício de uma cidadania consciente e dinâmica, face às problemáticas ambientais.
A adesão ao programa Parlamento dos Jovens bem como a dinamização de assembleias de delegados de
turma com a direção fazem parte da estratégia de formação pessoal e social dos formandos e
incrementam o envolvimento destes nos órgãos de decisão. No entanto, este é um aspeto ainda a carecer
de reforço, como evidencia a sua inclusão no Plano de Melhorias. A diversidade de modalidades
oferecida pelo Desporto Escolar patenteia a atenção dedicada à promoção de estilos de vida saudáveis,
contribuindo positivamente para o desenvolvimento de competências e valores sociais.
Os formandos revelam conhecer o regulamento interno, em particular os aspetos que dizem respeito aos
seus direitos e deveres. Os orientadores educativos/diretores de turma têm desenvolvido um bom
trabalho ao nível da divulgação das regras de comportamento, o que se tem repercutido na prevenção da
indisciplina. As situações de natureza disciplinar não assumem especial significado nos cursos
profissionais e o número de procedimentos instaurados tem sido residual, embora se denote uma
tendência para aumentarem. Os episódios disciplinares adquirem, de facto, maior expressão nas turmas
dos cursos de educação e formação e vocacionais, mas têm sido tratados de forma atempada e
diferenciada, visando a responsabilização dos alunos e a sua participação nas atividades da Escola,
assim como a implicação dos respetivos pais e encarregados de educação.
Sublinha-se a organização de um almoço temático africano, a aplicação de um inquérito por questionário
e a elaboração de cartazes com vista a promover a reflexão no âmbito da diferença ou discriminação. No
entanto, atendendo a que uma parte considerável dos formandos tem proveniências diversas ao nível do
território nacional e que, pelas ofertas formativas que frequentam, os oriundos dos PALOP estão
essencialmente adstritos ao Centro-Escola, a integração adequada destes jovens carece de uma
estratégia mais concertada e consistente, que promova o reconhecimento e a valorização da diversidade
como oportunidade e como fonte de aprendizagem para todos, no respeito pela multiculturalidade.
No âmbito do Observatório da Empregabilidade, é efetuado regularmente o acompanhamento do
percurso dos formandos após concluírem a sua formação na Escola. Para o efeito, os serviços
administrativos fazem o tratamento estatístico dos dados recolhidos relativos às taxas de
empregabilidade e de prosseguimento de estudos, com vista à tomada de decisões sobre a oferta
formativa.
RECONHECIMENTO DA COMUNIDADE
As respostas aos questionários de satisfação, aplicados no âmbito da presente avaliação externa,
evidenciam um elevado grau de satisfação relativamente à generalidade dos serviços prestados e à
qualidade da formação. Os trabalhadores destacam positivamente, entre outros, a abertura da Escola ao
exterior e a disponibilidade da direção. Os pais e encarregados de educação gostam que os seus
educandos frequentem esta Escola e sublinham a disponibilidade dos diretores de turma/orientadores
educativos e a boa ligação que estes estabelecem com as famílias. Os alunos, por seu turno, são o público
genericamente menos satisfeito, mas referem conhecer as regras de comportamento e os critérios de
avaliação e destacam a qualidade do ensino e o facto de aprenderem com as experiências que fazem. Os
menores índices de satisfação destes elementos prendem-se, essencialmente, com o conforto das salas de
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aula, a qualidade das refeições, a participação em clubes e projetos e a fraca aceitação das suas
sugestões.
Na perspetiva de promover a melhoria do sucesso educativo e de valorizar o sucesso, a Escola instituiu,
entre outras medidas, o Dia do Diploma, com distinção anual dos alunos e formandos selecionados no
âmbito do quadro de valor e do quadro de excelência numa cerimónia pública. A representação da
Escola em diferentes iniciativas e eventos não só na região como fora dela é atribuída aos formandos dos
vários cursos que mais se evidenciaram pelas suas competências técnicas e pessoais.
A Câmara Municipal de Abrantes assume que a EPDRA complementa a estratégia que a autarquia tem
para o desenvolvimento do concelho não só no setor agropecuário, domínio em que se constitui uma
mais-valia e uma referência, mas também no setor do turismo e, mais recentemente, de uma forma
inovadora, dando o seu contributo para o projeto “Bairro Convida”, que visa a alteração de dinâmicas
sociais da cidade. Neste âmbito, a Escola contribui para a revitalização do bairro onde dinamiza o
restaurante de aplicação do curso de Técnico de Restauração variante Cozinha/Pastelaria e desenvolve
formação no formato de workshops temáticos abertos à comunidade. São ainda de salientar as
colaborações dos formandos de diferentes cursos em eventos promovidos pela edilidade e que lhes
permite aplicar as competências adquiridas em contextos reais.
É de sublinhar que a EPDRA assume como marca distintiva da sua oferta formativa a atribuição de
certificações extracurriculares como sejam a Licença de Condução de tratores agrícolas, em parceria
com a Direção Regional de Agricultura de Lisboa e Vale do Tejo. Proporciona, igualmente, formação de
complemento curricular aos formandos do curso de Técnico de Gestão Equina de forma a poderem obter
o grau I e II de Treinadores de Equitação, Guias de Turismo Equestre e Auxiliares de Equitação
Terapêutica evidenciando, dessa forma, a forte articulação entre a Escola e o mundo do trabalho e a
capacidade de se impor na comunidade e captar formandos.
A Viagem Cultural na EPDRA, o EPDRA OUT com a colaboração em espetáculos como o “Diz Fernando
Pessoa”, os Passeios Micológicos, a elaboração do Livro do Azeite e a participação na Semana da
Educação, Igualdade e Cidadania representam algumas das formas que a Escola encontrou para, em
parceria com organismos regionais, se promover e mobilizar a sociedade local em torno do seu projeto
educativo, enquanto se fomenta como entidade educativa, formativa e cultural com capacidade de
intervenção social.
Em síntese, a ação da Escola tem produzido um impacto consistente na melhoria das aprendizagens e
dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. Os pontos fortes predominam na
totalidade dos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais generalizadas e eficazes.
Tais fundamentos justificam a atribuição da classificação de MUITO BOM no domínio Resultados.
3.2 – PRESTAÇÃO DO SERVIÇO EDUCATIVO
PLANEAMENTO E ARTICULAÇÃO
O planeamento pedagógico é efetuado por áreas de especificidade e, embora considere os conteúdos, os
objetivos, as estratégias, as modalidades de avaliação e os recursos, não patenteia a articulação entre as
diferentes componentes de formação. Da mesma forma, não contempla os ritmos de aprendizagem dos
alunos e dos formandos, os perfis de desempenho e as saídas profissionais de cada um dos cursos, de
modo a assegurar o desenvolvimento de um currículo integrado. A articulação modular entre disciplinas
e componentes de formação não norteia nem está patente no planeamento, apesar de existir essa
prática, ainda que de modo informal e pontual, entre alguns docentes, principalmente da componente de
formação técnica.
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O desenvolvimento de projetos como o Empreender na EPDRA, o de Valorização do Figo ou Ciência num
Fio de Azeite evidenciam uma articulação dos conteúdos das diversas disciplinas das componentes de
formação sociocultural, científica e técnica dos cursos. Estas iniciativas constituem, no entanto, uma
dimensão que necessita de um desenvolvimento mais consistente e alargado a outros projetos e
atividades integradoras.
A coerência entre o ensino e a avaliação não é percetível no planeamento, apesar da previsão das
diferentes modalidades, da utilização de variados instrumentos e da previsibilidade da sua alteração
face a dificuldades diagnosticadas. Nesta perspetiva, a não existência de tempos comuns de trabalho
entre docentes e de alguma falta de assunção das competências dos diretores de curso, quanto ao
acompanhamento e avaliação dos respetivos cursos, condicionam uma maior intencionalidade e
sequencialidade modular, tendo por base os perfis de desenvolvimento e saídas profissionais.
O trabalho colaborativo entre docentes é realizado pontualmente, em particular na dinamização de
projetos, no planeamento de atividades interdisciplinares e na partilha de algumas práticas científicas e
pedagógicas. Todavia, é necessário potenciar a sua utilização para a articulação pedagógica e para a
sequencialidade modular patenteando-as não só no planeamento como na prática docente, de modo a
que estas duas dimensões tragam impactos nas e para as aprendizagens, na aquisição de competências
dos formandos e que se traduza na melhoria dos resultados académicos.
Os planos de formação são monitorizados pelos diretores de curso, orientadores educativos/diretores de
turma e direção, com recurso a plataformas informáticas, pelo que é assegurado o seu cumprimento.
Os orientadores educativos/diretores de turma mostram grande disponibilidade às solicitações e
procedem à avaliação qualitativa modular e progressão registada em cada disciplina e elaboram um
relatório descritivo sucinto a identificar o perfil de evolução de cada formando, o que permite fornecer-
lhes regularmente e aos respetivos pais e encarregados de educação informação da progressão das suas
aprendizagens e indicação precisa das atividades de recuperação ou de enriquecimento.
A organização e desenvolvimento da formação em contexto de trabalho obedecem a um plano de
trabalho individual, elaborado pelos professores orientadores e tutores das entidades de acolhimento.
Estes planos fazem parte integrante dos contratos de formação subscritos pela Escola e pelos formandos
e preveem objetivos, conteúdos, programação, formas de monitorização e direitos e deveres dos
intervenientes, entre outros. A sua realização na Escola, nos três anos do ciclo de formação (práticas
simuladas modulares), e em entidades públicas e privadas protocoladas, no 2.º e no 3.º ano (estágio)
potencia a consolidação de conhecimentos adquiridos na componente técnica, o acréscimo de
competências na área de educação e formação e de capacidades no âmbito da saúde e segurança no
trabalho.
A conceção e o desenvolvimento dos projetos elaborados pelos formandos, individualmente ou em grupo,
no âmbito da prova de aptidão profissional, revelam ligação com o contexto de trabalho e a integração de
saberes e competências.
PRÁTICAS DE ENSINO
A ação da EPDRA, em termos formativos, desenrola-se em torno do saber e do saber fazer, sendo o seu
principal objetivo a preparação efetiva dos formandos para a integração no mercado de trabalho. Assim
sendo, a generalidade dos docentes envolve ativamente os alunos propondo a concretização de tarefas
mais estimulantes como sejam trabalhos de grupo e de pesquisa ou apresentações orais. A Herdade e as
suas valências: adega, lagar/casa do alambique, núcleo pecuário, entre outras, assumem-se como
laboratórios abertos onde os formandos desenvolvem trabalhos, que favorecem a realização de
aprendizagens significativas.
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Na mesma linha de ação, as visitas de estudo a explorações agrícolas, a empresas e locais de
reconhecido interesse criam situações de aprendizagem em contexto real, motivam e promovem a
mobilização de saberes interdisciplinares. As parcerias estabelecidas com a Junta de Freguesia de
Mouriscas e com a Câmara Municipal de Abrantes favorecem a utilização dos equipamentos educativos
e culturais existentes na região quer pela realização de visitas e pela dinamização de atividades, por
exemplo na Associação Comunitária de Apoio à Terceira Idade de Mouriscas quer pela participação em
projetos como o “Abrantes 100”, integrado na comemoração dos cem anos da cidade.
As aulas de apoio, os workshops, as conferências e colóquios, os planos de recuperação de faltas e de
módulos são algumas medidas que evidenciam a importância dedicada à promoção do sucesso escolar,
embora ainda sem os resultados almejados, o que deverá suscitar uma reflexão em torno das causas de
insucesso inerentes aos processos de ensino e de aprendizagem, de modo a potenciar uma maior
adequação das respostas encontradas.
Apesar de alguns docentes diferenciarem as estratégias de ensino em função dos interesses e das
necessidades dos formandos e dos projetos e atividades práticas em que estão envolvidos no âmbito dos
respetivos cursos, do plano anual e dos projetos da EPDRA, a pedagogia diferenciada carece de maior
consistência e regularidade, sobretudo nas disciplinas da componente sociocultural e científica.
A formação em contexto de trabalho, visando a inserção socioprofissional dos formandos, é realizada em
empresas e instituições, sempre que possível, próximo das áreas de residência dos mesmos, escolhidas
em articulação com os professores orientadores, sendo de sublinhar que a inexistência de critérios para
a sua distribuição pelas diversas entidades de acolhimento é um aspeto a merecer a reflexão por parte
dos responsáveis de modo a garantir a transparência e a equidade do processo.
A resposta dada aos alunos com necessidades educativas especiais assenta sobretudo no empenho
pessoal de cada docente, uma vez que a Escola não dispõe de qualquer técnico especializado para o
efeito, nem de professores com formação neste domínio, mantendo-se o constrangimento identificado
aquando da última avaliação externa. Ainda assim os cerca de 40 alunos e formandos com necessidades
especiais beneficiam de um trabalho pautado pela adequação às suas especificidades, concertada entre
docentes e famílias, sob a orientação da psicóloga.
As parcerias realizadas com o CRIA – Centro de Recursos para a Inclusão de Abrantes e com a CLDS
3G – Contrato Local de Desenvolvimento Social põem em evidência o empenho e o investimento
realizados para garantir o apoio mais ajustado possível aos jovens com necessidades educativas
especiais. O trabalho desenvolvido é, globalmente, favorecedor da sua inclusão, da socialização e da
autonomização. Apesar disso, as taxas globais de sucesso registadas para estes alunos nos cursos de
educação e formação (44%) e formandos nos profissionais (68%), no ano letivo de 2014-2015, apontam
para a necessidade de uma reflexão aprofundada sobre as causas explicativas da situação e a respetiva
intervenção.
As atividades dinamizadas pela biblioteca escolar promovem a leitura com a organização de concursos e
outras atividades e complementa o trabalho realizado em sala de aula, mostrando-se particularmente
vocacionada para a dinamização de projetos integradores e relevantes do ponto de vista artístico e
cultural, contribuindo para a formação integral dos jovens. É de sublinhar a disponibilização do acesso a
este espaço aos domingos à tarde para dar resposta aos formandos que estão em regime de internato, o
que denota o empenho dos responsáveis com as questões do bem-estar e da capacitação dos jovens para
o seu autodesenvolvimento. De igual modo, salienta-se a promoção de atividades no Jardim de Infância
e na Escola Básica de Mouriscas, muitas vezes em articulação com os formandos do curso de Animador
Sociocultural, como forma de, por um lado, superar a inexistência deste recurso nesses estabelecimentos
e, por outro, aproveitar a oportunidade de os formandos desempenharem tarefas adequadas ao perfil de
desenvolvimento do seu curso.
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A Escola dispõe de tecnologias de informação e comunicação, nomeadamente computadores e a
plataforma Moodle, que são utilizados sobretudo nas disciplinas da componente técnica, na formação em
contexto de trabalho e na prova de aptidão profissional. No entanto, a desejável interação da
informática com outros domínios do conhecimento é muito ténue, não se registando evidências do
estímulo dos alunos à utilização de ferramentas indutoras e facilitadoras da sua autoaprendizagem, nas
diferentes áreas do saber, que constituem o currículo dos cursos ministrados.
A “inexistência de práticas institucionalizadas de supervisão da atividade letiva”, identificada como um
ponto fraco na última avaliação externa, foi alvo da atenção dos responsáveis, estando, desde o presente
ano letivo a realizar-se alguma observação de aulas entre pares. Dada a recente implementação desta
medida, positiva do ponto de vista do reforço do trabalho colaborativo, ainda não é possível garantir que
tenha permitido uma reflexão geradora de melhorias na prática docente, nas aprendizagens e nos
resultados. Trata-se, portanto, de uma área que poderá continuar a ser alvo de desenvolvimento.
MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DO ENSINO E DAS APRENDIZAGENS
A avaliação diagnóstica é utilizada geralmente no início de cada módulo com o objetivo de adequar o
planeamento aos ritmos de aprendizagem dos formandos. Por sua vez, a avaliação formativa, na maioria
das disciplinas, carece de maior sistematicidade de modo a: reajustar e potenciar a diferenciação de
estratégias; estimular o desenvolvimento global do formando; informá-los e/ou aos respetivos
encarregados de educação sobre os seus progressos, dificuldades e resultados obtidos; promover o
sucesso, contribuindo para a redução do número de módulos em atraso e, ainda, incrementar a sua
autoestima. Apesar disso, os instrumentos utilizados são diversificados (apresentações orais, trabalhos
escritos, relatórios, testes, entre outros) e adequados às características das disciplinas/módulos.
Os critérios de avaliação, embora não constem das planificações, estão inscritos no projeto curricular de
Escola 2015-2016 e definidos para cada departamento nos domínios do saber e saber fazer (cognitivo,
conhecimentos e capacidades) e do saber ser e saber estar (atitudes e valores). Estes critérios mais não
são do que ponderações para cada um dos domínios e não têm em consideração, na generalidade, a
especificidade dos perfis de desempenho e as capacidades transversais de cada curso, tendo em conta as
aprendizagens e os projetos profissionais.
A avaliação da formação em contexto de trabalho é realizada nos três anos do ciclo de formação, na
Escola (práticas simuladas) e nas entidades de acolhimento (estágio), no intuito de desenvolver
competências técnicas, relacionais e organizacionais que contribuam para o perfil de desenvolvimento
dos técnicos a formar. O apuramento das classificações anuais e final estão previstas no respetivo
regulamento e preveem ponderações para cada um dos anos. Nos 2.º e 3.ºs anos os tutores avaliam os
formandos, tendo por base 20 parâmetros que estão associados a uma escala de avaliação. No entanto,
não estão definidos descritores que balizem o desempenho em cada um deles, tal como sucede com a
avaliação do relatório por parte do professor orientador.
De igual forma, os parâmetros para avaliar o relatório e a apresentação da prova de aptidão profissional
estão associados a uma classificação mas não estão sustentados em descritores, pelo que a subjetividade
coloca em questão a equidade dos juízos avaliativos de todos os intervenientes.
A monitorização do desenvolvimento do currículo incide na verificação do cumprimento dos conteúdos
programáticos e da carga horária dos diferentes módulos, com ajustamento dos horários dos docentes e
das turmas. No entanto, este procedimento não recai na análise e reflexão da prática docente, de modo a
que se perceba da necessidade e da importância de aplicação das diferentes modalidades de avaliação,
nomeadamente formativa, e que se traduza na reformulação/adequação das planificações aos ritmos de
aprendizagem dos formandos, aspeto que deve merecer a atenção dos responsáveis.
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As medidas educativas e ou atividades de recuperação adotadas para as situações de dificuldades em
atingir os objetivos são pouco diversificadas e não se têm revelado eficazes, sobretudo se se atender ao
número de formandos com módulos em atraso, entre 40% (2011) e 57% (2015), o que impõe a sua
recuperação nas épocas ordinárias e extraordinárias previstas para esse fim. Esta ineficácia traduz-se
não só no número de provas a serem realizadas nos meses de outubro, fevereiro, maio e julho, como é
indiciadora de práticas docentes que não favorecem os diferentes estilos de aprendizagem, a avaliação
formativa e a diferenciação pedagógica.
As medidas implementadas pela Escola no combate à desistência e ao abandono, bem como à
diminuição de módulos em atraso e de formandos que não concluem os respetivos cursos no ciclo de
formação não têm sido eficazes. Os fatores identificados não são sustentados por uma análise e reflexão
profundas da prestação do serviço educativo associadas à criação e reformulação de planos de ação
nestas áreas, em resultado do processo de autoavaliação da organização.
Em suma, a ação da Escola tem produzido impacto na melhoria das aprendizagens e dos resultados dos
alunos e nos respetivos percursos escolares. Apresenta uma maioria de pontos fortes nos campos em
análise, em resultado de práticas organizacionais eficazes, o que justifica a atribuição da classificação de
BOM no domínio Prestação do Serviço Educativo.
3.3 – LIDERANÇA E GESTÃO
LIDERANÇA
Os documentos estruturantes, nomeadamente o projeto educativo e o plano anual de atividades,
apresentam-se articulados entre si e definem claramente a ação educativa da EPDRA orientada para o
fazer para aprender, realçando uma missão e visão direcionadas para o desenvolvimento local e
regional, através da constituição de parcerias estratégicas, da dinamização de projetos nacionais e
internacionais e de um forte incentivo ao empreendedorismo. Na conceção do primeiro documento
denota-se o cuidado de hierarquizar e calendarizar os objetivos como forma de facilitar a avaliação da
respetiva consecução, estando, desta forma, superado o ponto fraco assinalado na anterior avaliação
externa.
A visão e a atuação do diretor estão assentes na noção de que a sustentabilidade da Escola depende,
essencialmente, da qualidade dos técnicos que forma e da sua aceitação pelo mercado de trabalho. Estão
também orientadas para o desenvolvimento rural sustentável, nos domínios da agricultura e do
turismo, promovendo o ensino inclusivo e empreendedor, a prestação de serviços à comunidade,
tornando sustentável o espaço rural, valorizando-o e projetando-o a nível regional, nacional e
internacional.
As atividades constantes do plano anual, estrategicamente programadas, formam um conjunto coerente
e operacionalizam os objetivos do projeto educativo, com vista a fomentar, entre outros, a qualidade
educativa, a sustentabilidade social e ambiental e o empreendedorismo.
A Escola tem vindo a adaptar-se aos novos tempos, respeitando a sua marca identitária de matriz
agrária e alargando o leque de formação a novos públicos, como os provenientes dos PALOP, e
ambicionando, também, dar formação na área agrícola a adultos ativos.
O diretor, apoiado por uma equipa empenhada e dedicada, protagoniza uma liderança que se
consubstancia num eixo de orientação, assente em princípios humanistas. Exerce-a numa perspetiva de
grande abertura e diálogo permanente, o que promove relações de proximidade e um bom ambiente de
trabalho, patenteado pelas lideranças intermédias. Evidencia, também, empenho no bem-estar das
pessoas e conhecimento sobre as particularidades de cada elemento da comunidade escolar. A este nível
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sobressai o facto de o Plano de Melhorias contemplar atividades direcionadas para a promoção dos
canais de comunicação e para a auscultação das necessidades dos alunos e encarregados de educação.
O conselho geral tem dado o seu contributo para o funcionamento da Escola. Este órgão poderá, no
entanto, assumir um maior dinamismo e implicação nas questões relacionadas com a avaliação da
eficácia do trabalho desenvolvido, designadamente no que diz respeito à reflexão crítica sobre os
resultados e as medidas de promoção do sucesso escolar delineadas pelo conselho pedagógico.
No que toca à mobilização da comunidade, é de sublinhar a forte ligação ao mundo laboral, às empresas
e o desenvolvimento de projetos inovadores, como Ciência num Fio de Azeite, premiado pela Fundação
Ilídio Pinho ou a criação de um modelo de uso sustentado de recursos hídricos. Também a presença
habitual em feiras, exposições e certames como a Expoégua, a Expoflorestal, a Bolsa de Turismo de
Lisboa, a Feira da Doçaria, entre tantos outros, têm contribuído para a divulgação da Escola e para a
construção de uma muito boa imagem junto da comunidade, potenciando dinâmicas empreendedoras, e
fazendo dela uma referência não só na região, mas também a nível nacional. É ainda de destacar a
adesão a projetos no âmbito do Programa Erasmus+, que proporcionam aos jovens experiências
internacionais muito enriquecedoras nas áreas específicas de cada curso.
GESTÃO
Os critérios de constituição das turmas, de elaboração de horários e de distribuição de serviço são
discutidos e aprovados em sede própria, constando dos documentos orientadores, o que contribui para a
transparência e satisfação da comunidade educativa com as práticas de gestão.
A distribuição do serviço docente privilegia a continuidade pedagógica, respeitando, contudo, as
especificidades intrínsecas aos respetivos cursos e a necessidade de os flexibilizar, sempre que
necessário, por força do cumprimento da carga horária, da formação em contexto de trabalho, da
orientação e acompanhamento da prova de aptidão profissional e outros aspetos, o que põe em evidência
a capacidade dos responsáveis para fazer adaptações permanentes e uma gestão criteriosa de recursos.
A organização do serviço do pessoal não docente tem como critérios as competências dos trabalhadores,
a experiência e a adequação à função requerida. Atende-se, também, às suas preferências quer em
termos de horário quer em termos de tarefas, promovendo-se alguma rotatividade, entre os vários polos
e serviços da Escola.
O desenvolvimento profissional, habitualmente desenvolvido em parceria com o Centro de Formação
A23, tem também sido alvo da atenção da direção que proporciona a flexibilização dos horários de
trabalho de modo a permitir a frequência de formação genericamente ajustada às necessidades
pedagógicas, organizacionais e funcionais dos trabalhadores. No entanto, verifica-se a premência de
desenvolver ações direcionadas especificamente para o ensino profissional, designadamente para a
avaliação e para a gestão modular do currículo, no sentido de potenciar a motivação e mobilização do
pessoal docente para novas formas de organização pedagógica, reforçando os impactos nas práticas dos
professores e nos resultados.
Os recursos físicos e materiais são geridos ponderadamente, numa lógica de sustentabilidade e de
racionalidade económica, solucionando-se, com base no empenho e dedicação dos profissionais,
condicionalismos como as distâncias entre os polos e espaços escolares, a degradação do Centro-Escola, e
investindo-se na melhoria das condições de trabalho através da recuperação de uma sala polivalente,
adaptada para atividades gímnicas e desportivas, e do bar/sala de alunos, por exemplo.
É de sublinhar a proatividade da direção na capitalização da vasta rede de parceiros, na partilha de
equipamentos, infraestruturas ou recursos humanos e na candidatura a fundos comunitários de
desenvolvimento da agricultura que têm permitido, entre outras melhorias, a construção de um lagar e
de uma adega na Herdade da Murteira.
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A generalização da utilização das tecnologias de informação e comunicação tem sido um elemento
facilitador da comunicação interna e externa. Mostra-se globalmente eficaz a utilização do correio
eletrónico, das plataformas Moodle e e-schooling, entre outros, que permitem registos da organização
administrativa e pedagógica. Sublinha-se o espaço NETESCOLA pela mais-valia de que se reveste na
facilitação do acesso dos encarregados de educação à gestão da vida escolar dos respetivos educandos.
Até 2014 foi prática a publicação de um jornal trimestral – A Folha, devidamente divulgado a toda a
comunidade educativa e disponível na página da Escola na internet, que possibilitava uma informação
sistematizada, o desenvolvimento da criatividade e do espírito crítico e a promoção da sua imagem e
práticas junto da comunidade. Atualmente esses objetivos são prosseguidos pela atualização da página
do Facebook e do blogue da biblioteca escolar, que permitem, também, uma maior interação com os seus
seguidores.
AUTOAVALIAÇÃO E MELHORIA
O domínio da autoavaliação denotava, na anterior avaliação externa, “inexistência de mecanismos
explícitos de monitorização sistemática das ações implementadas, ou a implementar, condicionando a
existência de ciclos de autoavaliação regulares”. Assim, a direção nomeou uma nova equipa que deu
início a um trabalho baseado no modelo Common Assessment Framework-Education. Os trabalhos
foram entretanto interrompidos e, por força da mobilidade docente, em 2014-2015 foi constituído um
novo grupo de trabalho, com seis docentes e dois não docentes. Alguns destes elementos frequentaram
uma formação on-line sobre o referido modelo, que consideraram ser manifestamente insuficiente,
assumindo este aspeto como um constrangimento ao desenvolvimento sustentado das tarefas.
Em setembro de 2015 foi apresentado o único relatório de autoavaliação produzido nos últimos cinco
anos, que indica os pontos fortes e fracos decorrentes da análise de documentos estruturantes, de atas
dos diversos setores e dos questionários de satisfação aplicados à comunidade educativa e às entidades
de acolhimento. A partir deste documento, em abril de 2016 foi desenhado um plano de melhorias,
devidamente estruturado, que prioriza onze ações, algumas delas já em fase de desenvolvimento. No
entanto, para além da multiplicidade de aspetos privilegiados, o enfoque restringe-se ao domínio da
gestão, sem incidir em áreas específicas da prestação do serviço educativo.
A atual equipa contemplou como ação de melhoria a consolidação do processo de autoavaliação, o que se
sublinha como positivo e prevê complementar e alargar a metodologia adotada a outros procedimentos e
instrumentos, designadamente o EQAVET – Quadro de Referência Europeu de Garantia da Qualidade
para a Educação e Formação Profissional com vista a monitorizar, avaliar e melhorar a eficiência da
oferta de educação e formação profissional e a qualidade das práticas de gestão.
Reconhece-se que foram dados alguns passos, sobretudo no que toca à conceção e à maturação de um
projeto que se pretende abrangente e consequente. A motivação, o envolvimento e o empenhamento não
só dos elementos da equipa na condução da autoavaliação, mas também dos professores, dos técnicos e
de todos os trabalhadores, em geral, o grau de satisfação dos alunos e respetivos encarregados de
educação, o bom ambiente educativo, o reconhecimento da qualidade da sua formação qualificante e o
bom relacionamento com a comunidade local e outros parceiros sociais são pontos fortes que têm
permitido que a EPDRA tenha vindo a realizar um progresso sustentado.
No entanto, impõe-se uma reflexão e análise críticas dos processos de ensino e de aprendizagem, que
analisados à luz dos resultados académicos, possam potenciar os impactos na melhoria das
aprendizagens. De igual forma, o estabelecimento de parcerias e protocolos com instituições do ensino
superior facilita encontrar caminhos de ação que possibilitem resolver algumas das ameaças que afetam
a Escola.
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Em conclusão, a ação da Escola tem produzido um impacto consistente na melhoria das aprendizagens e
dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. Os pontos fortes predominam na
totalidade dos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais generalizadas e eficazes.
Tais fundamentos justificam a atribuição da classificação de MUITO BOM no domínio Liderança e
Gestão.
4 – PONTOS FORTES E ÁREAS DE MELHORIA
A equipa de avaliação realça os seguintes pontos fortes no desempenho da Escola:
A grande abertura e a interação com a comunidade pela adesão a projetos concelhios, nacionais
e internacionais e pela concretização de iniciativas mobilizadoras da comunidade que
evidenciam o trabalho realizado pela Escola;
O reconhecimento, por parte de diferentes instituições locais e regionais e das entidades
empresariais parceiras, da qualidade do serviço educativo e formativo prestado, com reflexos
positivos na inserção dos formandos no mercado de trabalho;
A atuação dos orientadores educativos/diretores de turma no acompanhamento da vida escolar
e dos progressos dos alunos ao longo do ciclo de formação, reconhecido pelos pais e encarregados
de educação;
O planeamento estruturante, objetivo e articulado entre si, que espelha claramente uma visão
estratégica centrada na sustentabilidade da Escola assente na qualidade da formação técnica
dos jovens e na satisfação das entidades de acolhimento;
O estilo de liderança do diretor e dos elementos da sua equipa, onde se destaca a abertura, o
diálogo que promove relações de proximidade e um bom ambiente de trabalho favorecedores da
mobilização da comunidade em torno do projeto educativo;
A rede de parcerias estratégicas que viabilizam respostas contextualizadas às necessidades dos
formandos e da Escola, tornando-a sustentável, valorizando-a e projetando-a a nível regional,
nacional e internacional.
A equipa de avaliação entende que as áreas onde a Escola deve incidir prioritariamente os seus esforços
para a melhoria são as seguintes:
Valorização do caráter sistemático e contínuo da avaliação diagnóstica e formativa de modo a
potenciar a diferenciação de estratégias e a adequação do planeamento aos ritmos de
aprendizagem dos formandos, promovendo o sucesso educativo;
Definição de critérios de avaliação estabelecendo descritores de desempenho relativos às
aprendizagens e aos projetos profissionais, tendo em consideração a sua dimensão integradora e
a necessária objetividade, credibilidade, equidade e transparência do processo;
Diversificação das medidas de promoção do sucesso escolar e de atividades de recuperação para
as situações de formandos com dificuldades em atingir os objetivos modulares, de forma a
aumentar a eficácia das mesmas, na melhoria das taxas de conclusão;
Focalização da autoavaliação nos processos de ensino e de aprendizagem de modo a garantir a
evolução da capacidade de autorregulação da Escola.
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07-07-2016
A Equipa de Avaliação Externa: Carla Bernardes, João Calado e Paulo Cruz
Concordo.
À consideração do Senhor Inspetor-Geral da Educação e Ciência, para homologação.
A Chefe de Equipa Multidisciplinar da Área Territorial de Inspeção do Sul
Filomena Nunes Aldeias
2016-08-04
Homologo.
O Inspetor-Geral da Educação e Ciência
Por delegação de competências do Senhor Ministro da Educação
nos termos do Despacho n.º 5477/2016, publicado no D.R. n.º 79,
Série II, de 22 de abril de 2016
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