reflexão crítica final
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Luís Arezes – Reflexão crítica “A Literacia da Informação na Escola do séc. XXI: como trabalhar com a BE” 1
“A Literacia da Informação na escola do século XXI:
como trabalhar com a biblioteca escolar” Oficina de Formação online
(b-learning Moodle do CENFIPE)
Formadora: Maria Raquel Medeiros Oliveira Ramos
12 de novembro de 2013 a 04 de fevereiro de 2014 EB António Feijó – Ponte de Lima (sessões presenciais)
Formando: Luís Manuel Meira Arezes
Luís Arezes – Reflexão crítica “A Literacia da Informação na Escola do séc. XXI: como trabalhar com a BE” 2
1. Motivos de interesse na ação de formação
Como é óbvio, a temática da “Literacia da Informação na Escola do séc. XXI” é
extremamente pertinente e mais oportuna se afigura quando surge a oportunidade de
trabalhar uma abordagem do assunto na perspetiva do contributo que a Biblioteca Escolar
pode e deve proporcionar neste âmbito.
Daí que a motivação substancial que justificou o desejo de realizar esta oficina de
formação online tenha sido de cariz profissional, demandando uma valorização que me habilite
a um desempenho sempre mais capaz das tarefas de professor bibliotecário em que acabo de
ser investido, para mais um mandato de quatro anos.
Esta é, de facto, uma problemática extremamente pertinente, tantos são os desafios
educativos que a Literacia da Informação coloca à escola e à BE/CRE.
Nas últimas décadas, assistimos a um crescimento exponencial de informação que
deixou de ser um privilégio de um número restrito de iluminados para passar a estar ao
alcance de quase todos. É o admirável mundo novo da Sociedade da Informação, baseada
num paradigma também ele completamente novo, que o Livro Verde para a SI em Portugal
(1997) equacionou, há já alguns anos.
Neste contexto, à escola coloca-se um desafio extremamente arrojado, mas
determinante para o futuro: o de preparar as novas gerações, equipando-as com as chamadas
competências ou “habilidades de informação”, de tal forma que sejam capazes, ao longo da
vida, de saber procurar, nos diversos suportes, a informação de que necessitam, de saber
recolhê-la, avaliá-la, compreendê-la e tratá-la, tendo em vista a produção crítica de nova
informação que responda a situações novas, comunicando-a de uma forma eficaz, ética e
socialmente responsável.
Esta é a ferramenta fundamental para a vida que a instituição escolar deve facultar aos
estudantes, isto é, ajudá-los a “saber aprender”. Trata-se, aliás, de um desígnio tanto mais
urgente e inadiável quanto é verdade que a esmagadora maioria dos nossos alunos revela
“As habilidades de informação – isto é, aquelas que
permitem ao indivíduo procurar a informação de que precisa,
apoderar-se dela, manipulá-la e utilizá-la, produzir afinal nova
informação – são a verdadeira pedra de toque para a literacia dos
nossos dias”.
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graves lacunas no que à Literacia da Informação diz respeito, conforme o provou,
cientificamente, o estudo coordenado por Armando Malheiro, da Universidade do Porto, "A
literacia informacional no Espaço Europeu do Ensino Superior: estudo da situação das
competências da informação em Portugal" (2010).
Perante esta situação, caracterizada por uma postura acrítica das fontes, em que o
“copy-paste” é utilizado sem qualquer pudor, a grande questão que se coloca é o que devemos
nós – profissionais da educação e professores bibliotecários – fazer para modificar este
cenário. Como desenvolver nos estudantes a chamada competência referencial (obter,
selecionar, tratar e sintetizar informação)? De que forma podemos contribuir para alterar este
quadro de (i)literacia da informação, ajudando os alunos no processo árduo da construção do
conhecimento?
Foi, portanto, com o objetivo de encontrar alguma luz que me facultasse horizontes
novos nesta matéria que me propus realizar a formação. Desejei refletir e amadurecer, de uma
forma orientada, a questão da Literacia da Informação, porque, indiscutivelmente, este é um
assunto urgente e inadiável para mim, seja enquanto bibliotecário, seja enquanto docente de
Português (Grupo 300).
Para além do interesse da temática, a competência da formadora e a confiança nela
depositada, fruto do trabalho em sintonia desenvolvido ao longo de anos, foi outro motivo que
em muito reforçou a minha apetência pela ação de formação.
2. Apreciação crítica das vertentes teórica e prática
Apesar de bastante trabalhosa, a ação revelou-se muito útil e produtiva, porque se
centrou numa componente eminentemente prática, fazendo apelo à elaboração de tarefas
que se traduziram na construção de materiais, a utilizar na atividade docente e no trabalho da
BE/CRE.
Esta abordagem – partindo do enquadramento teórico para a construção de guiões
práticos – acabou, mais uma vez, por se revelar extremamente vantajosa, contribuindo para
que a oficina se transformasse num desafio estimulante.
A exemplo de formações anteriores ministradas por Raquel Ramos, as tarefas exigiram
uma articulação perfeita entre estas duas vertentes, pois partiam sempre de uma reflexão
cuidadosa da bibliografia obrigatória proposta, para depois se avançar para o trabalho prático,
em alguns casos realizado em parceria com colega(s).
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No meu caso pessoal, assinei a construção de duas tarefas partilhadas, no âmbito de
uma abordagem colaborativa do trabalho solicitado, uma com a colega Cristina Pacheco e
outra com o Jorge Rocha. Esta metodologia foi muito positiva, sobretudo porque, numa
formação em regime de b-learning, ajudou a combater o isolamento físico, potenciou ainda
mais a troca de ideias e contribuiu para aprofundar a reflexão e para desvendar novas e mais
rápidas possibilidades práticas.
Em síntese, considero que o equilíbrio entre a fundamentação teórica e a dimensão
prática constitui a grande mais-valia deste tipo de formação. De facto, o trabalho implicou,
numa primeira fase, um enquadramento teórico da(s) temática(s) nuclear(es) em análise, para,
numa segunda fase, se avançar para o exercício prático, aprendendo fazendo, isto é,
elaborando tarefas que exigiam uma pesquisa, reflexão e aplicação dos conteúdos em causa.
Além disso, os formandos foram também desafiados a tecer comentários a trabalhos
dos colegas e a oferecer contributos para o debate, o que potenciou o carácter dinâmico e
interativo da ação.
Finalmente, a formadora mostrou-se sempre compreensiva, disponível e atenta, nunca
se poupando a esforços, nem regateando palavras de aplauso e de incentivo ao trabalho. Aliás,
os relatórios sobre as tarefas desenvolvidas em cada sessão são o testemunho disso mesmo,
merecendo um justo reconhecimento as suas considerações no que diz respeito ao elogio da
qualidade dos trabalhos e do empenho e dedicação dos formandos.
3. Trabalho realizado
A ação decorreu ao longo de dez sessões, com as primeira, sexta, sétima e décima a
serem presenciais (EB António Feijó, em Ponte de Lima). Todas as outras aconteceram em
regime de formação online, com suporte na plataforma de Moodle do Cenfipe:
http://moodle.espl.pt/login/index.php.
Na 1.ª sessão, presencial (2 H), realizada no dia 12 de novembro, esteve presente o
diretor do Cenfipe que, para além das boas vindas, falou da estrutura do relatório final e
anunciou o ciclo de conferências 2014 “A ESCOLA DA GERAÇÃO DIGITAL: Desorientação,
Criatividade e Inovação”, promovido pelo Centro de Formação, em colaboração com a
Coordenação Interconcelhia da Rede de Bibliotecas Escolares.
A formadora, por sua vez, depois da apresentação do grupo, tendo em vista um melhor
conhecimento recíproco, deu conta dos objetivos, conteúdos, tarefas/trabalhos a realizar
durante a oficina, critérios de avaliação e calendarização das sessões. Num segundo momento,
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Raquel Ramos orientou uma reflexão sobre “A Literacia da Informação no séc. XXI – Um
Desafio para as Escolas” e cada formando tratou de criar um blogue que servisse de suporte ao
seu portefólio digital da ação de formação.
Todo o trabalho realizada até à sessão nove está devidamente registado no blogue –
http://portefolio-arezes.blogspot.pt/ –, pelo que me dispenso de ser repetitivo.
A última sessão é presencial e está agendada para o próximo dia 4 de fevereiro. Tem em
vista a apresentação do portefólio digital e a avaliação da ação de formação.
4. Dificuldades sentidas e perspetivas de superação
A ação decorreu ao longo de quase três meses, o que permitiu uma gestão equilibrada
do tempo, havendo condições para uma reflexão serena dos temas em análise e para a
realização das tarefas práticas. Neste domínio, a formadora mostrou-se, mais uma vez,
inexcedível, ao mostrar maleabilidade na gestão do calendário, por ocasião de um período de
intensa atividade docente, na primeira quinzena de dezembro.
Quanto ao trabalho propriamente dito, foi gratificante e não me senti confrontado com
grandes dificuldades. Os problemas maiores surgiram nas sessões em que se trabalharam
ferramentas da Web 2.0, tais como o Movie Maker, mas o facto de esta sessão ter sido
presencial ajudou em muito a “aprender como fazer”, merecendo realce a preciosa interação
com o grupo e com a formadora e ainda o trabalho colaborativo com a colega Cristina Pacheco
5. Apreciação global da ação de formação e implicações
Considero muito positivo o balanço final da ação, uma vez que me proporcionou uma
reflexão consistente sobre os desafios pedagógicos e educativos que a problemática da
Literacia da Informação coloca à escola e à Biblioteca Escolar que, cada vez mais, é chamada a
ser uma estrutura potenciadora de novas dinâmicas e favorecedora da mudança de
paradigma.
Os trabalhos práticos desenvolvidos pelos diferentes formandos constituem um
excelente manancial de recursos que já estão a ser aproveitados e continuá-lo-ão a ser no
futuro, em sessões de trabalho com os alunos. Aliás, não posso deixar de referir o especial
interesse de muitas “tarefas” elaboradas pelas colegas da Educação Pré-escolar e do 1.º Ciclo
que serão muito úteis e proveitosas no trabalho que, como professor bibliotecário, me
proponho implementar, em articulação com as docentes destes níveis de ensino.
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Na sequência desta formação e dos contributos positivos que me facultou, não tenho
qualquer dúvida de que o meu trabalho de promoção da Literacia da Informação será cada vez
mais consistente e sustentado, tendo em vista o favorecimento da autonomia e um forte
investimento, por parte dos alunos, no seu processo de construção do conhecimento,
ajudando a formar cidadãos críticos, com responsabilidade ética, dispostos a aprender ao
longo da vida.
As implicações/melhorias far-se-ão sentir, preferencialmente, na prestação de serviços
da BE/CRE, que, cada vez mais, está empenhada em ser um fator de mudança e um polo
dinamizador da promoção da Literacia da Formação.
Nesse sentido, tomei a iniciativa de, em sede de Conselho Pedagógico, chamar a
atenção para a importância de o Agrupamento de Escolas de Ponte da Barca se comprometer
no favorecimento de uma cultura institucional promotora da Literacia da Informação. Foi, por
isso, constituída uma comissão com a missão de elaborar um “Manual de Procedimentos”, isto
é, um conjunto de recomendações, tendo em vista a uniformização no âmbito desta aposta
estratégica.
O documento, da minha responsabilidade, vai ser discutido e aprovado na próxima
reunião do Conselho Pedagógico e começa com uma recomendação muito clara: “As
diferentes estruturas de coordenação educativa e de supervisão pedagógica, a Biblioteca
Escolar e os docentes em geral devem, de uma forma articulada e colaborativa, implementar
um trabalho sistemático, com o objetivo de desenvolver nos alunos práticas de Literacia da
Informação”.
Aponta-se ainda o modelo de pesquisa The Big 6 como referencial a adotar pelo
Agrupamento, chama-se a atenção para a relevância da pesquisa orientada e definem-se
regras para as referências e para a elaboração de uma bibliografia. Para todos estas matérias
são disponibilizados tutoriais da autoria da BE/CRE, dando-se um sinal claro do novo
paradigma em implementação e da cultura de trabalho colaborativo que se pretende.
Tudo isto porque – reafirmámo-lo, novamente – um estudante com autonomia e
capacidade de construir o seu próprio conhecimento, respeitando os direitos autorais, é,
seguramente, um aluno mais bem apetrechado, que oferece mais garantias de sucesso
escolar, e um cidadão equipado com as ferramentas que lhe auguram sucesso pessoal,
profissional e cívico. Em síntese, é, com certeza, um espírito lúcido, uma mente criativa, uma
pessoa com autonomia e valor(es), um Homem com futuro…
É este, aliás, o desígnio do Agrupamento de Escolas de Ponte da Barca: “Transformar
Vidas, Alimentar Sonhos, Projetar Carreiras…”.
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Daí que não tenha qualquer dúvida em afirmar que este tipo de formação foi e
continuará a ser muito pertinente e oportuno, não só para se cumprir a formalidade da
certificação de competências TIC, mas, sobretudo, pelo manancial de informação e de
oportunidades que divulga, pelos novos horizontes que rasga e pelas implicações pedagógico-
didáticas que desencadeia.
A partir de agora, sei, com mais segurança, o que devo fazer e com quem devo
trabalhar. Em nome da Literacia da Informação.
6. Autoavaliação
O balanço que faço desta oficina de formação é excelente, uma vez que se
concretizaram as minhas expectativas, conseguindo uma sólida valorização pessoal e
profissional.
Considero extremamente gratificante a qualidade do meu desempenho, não só em
termos de participação atempada, ativa e positiva em todas as sessões e no “forum café”, mas
também ao nível do empenho e da dedicação que coloquei na elaboração dos trabalhos
individuais e em grupo – no caso com os colegas da Escola Básica e Secundária de Ponte da
Barca, Cristina Pacheco e Jorge Rocha –, nos comentários às tarefas de outros formandos, na
redação desta reflexão crítica e na construção do portefólio digital.
Em síntese, tal como é meu hábito nestas circunstâncias, termino parafraseando
Fernando Pessoa: é claro que valeu a pena! Até porque o admirável mundo novo da promoção
da Literacia da Informação não é coisa pequena. Bem pelo contrário! Constitui um enorme
desafio para a Biblioteca Escolar, no contexto da escola do séc. XXI…
Ponte da Barca, 31 de janeiro de 2014.
O formando,
Luís Manuel Meira Arezes
(Professor bibliotecário do Grupo 300)
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