redação descomplicada

Post on 17-Feb-2015

940 Views

Category:

Documents

76 Downloads

Preview:

Click to see full reader

TRANSCRIPT

Carlos Pimentel

1ª. edição2010

Gerente editorial: Rogério Carlos Gastaldo de Oliveira

Assistente editorial e preparação de texto: Kandy Saraiva

Auxiliar de serviços editoriais: Andréia Pereira

Revisão: Pedro Cunha Jr. (Coord.)/Setsuko Araki/Ivani Cazarim

Licenciamento de textos: Maria Angela de Aguiar Faustino

Gerente de arte: Nair de Medeiros Barbosa

Projeto gráfico/Diagramação/CapaUlhôa Cintra Comunicação Visual e Arquitetura Ltda.

Ilustrações:Marceleza

Pimentel, CarlosRedação descomplicada / Carlos Pimentel. - -

São Paulo : Saraiva, 2010.

Bibliografia.ISBN 978-85-02-09298-3

1. Português - Redação 2. Redação técnicaI. Título.

08-02452 CDD-808.0469

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Índice para catálogo sistemático:1. Redação : Português 808.0469

Copyright © Maria das Graças A. N. Pimentel, 2008Direitos desta edição:Saraiva S/A Livreiros EditoresTodos os direitos reservados

Rua Henrique Schaumann, 270 - Pinheiros - CEP 05413-909 - São Paulo-SPTel.: PABX (0**11) 3613-3000 - Fax: (0**11) 3611-3308 - Televendas: (0**11) 3613-3344Fax Vendas: (0**11) 3611-3268 - Atendimento ao Professor: (0**11) 0800-0117875Endereço Internet: www.editorasaraiva.com.br - E-mail: atendprof@editorasaraiva.com.br

sumário

• Falta de hábito de escrever

• Insegurança — O medo de errar

• Limitação do vocabulárioFicha de apoio: Tipos de vocabulário

• Limitação culturalFicha de apoio: Biblioteca básica

• Falta de inspiração

• Falta de criatividade

• Raciocínio desordenadoFicha de apoio: O mapa mentalFicha de apoio: O processo de criação

EXERCÍCIOSO vocabulárioCultura geralVocabulário & cultura

1. os bloqueios

2. tipologia textual

Narração• Elementos que constituem a narração

• Tipos de narrativa

• Tipologia da narrativa

• Narrativa ficcional

• Narrativa não-ficcionalContoCrônicaResenhaFábulaParábola

Ficha de apoio: O e-mail

Descrição

• O que pode ser descrito

• Tipos de descriçãoAmbiente (subjetiva)Personagem (subjetiva)Descrição objetiva

Dissertação

• Elementos que constituem a dissertação

• Estrutura da dissertaçãoExemplo de dissertação

Ficha de apoio: O parágrafo

Argumentação• Elementos que caracterizam a argumentação

• Tipos mais comuns de evidência

EXERCÍCIOSNarraçãoDescrição

DissertaçãoArgumentação

GramáticaFicha de apoio: Os conectivos

EXERCÍCIOS

Problemas de estilo

3. a redação e a gramática

4. a redação e o estilo

Os graus de perfeiçãoFicha de apoio: O que o candidato deve saber sobre a redação?Ficha de apoio: Dicas para redigir sua dissertação

5. as redações quanto ao grau de perfeição

As instruções• Elementos que precisam ser observados

6. as instruções nas redações de concursos e vestibulares

Vestibulares

Concursos públicos

Gabaritos

Bibliografia

7. redações de concursos e vestibulares –temas para treinamento

• Falta de hábito de escrever• Insegurança – O medo de errar• Limitação do vocabulário• Limitação cultural• Falta de inspiração• Falta de criatividade• Raciocínio desordenado• Exercícios

1. os bloqueios

São raras as pessoas que não têm problemas para redigir.Todos nós temos os nossos bloqueios, entraves que atrapal-ham o nosso processo criativo e nos impedem de passar parao papel as nossas idéias. Os bloqueios são muito mais fáceis devencer do que imaginamos e, uma vez vencidos, descobrimosque redigir é tão simples e natural quanto respirar. Neste capí-tulo você descobrirá quais são os principais bloqueios e comovencê-los.

Capí

tulo

1•

Os b

loqu

eios

FALTA DE HÁBITO DE ESCREVER • Pratique

• Escreva paradesabafar

• Escreva paraexercitar suacidadania

• Deixe a escrita fluir

• Passe portodos osgêneros

Escrever é praticar. Habitue-se a escrever algumaslinhas todos os dias, só assim você aprimorará oseu processo de redação.

Escreva como catarse, como terapia, como forma de exorcizar seus monstrinhos interiores. Passepara o papel seus problemas pessoais, suas desi-lusões amorosas, suas frustrações. No mínimo, nomínimo, você economizará o dinheiro do analista.

Escreva como exercício de cidadania. Mostre suaindignação. Mande cartas e e-mails para jornais erevistas contestando os absurdos cometidos pelosnossos representantes. Defenda por escrito os seusdireitos de consumidor: querem aumentar estupida-mente o preço da passagem de ônibus? Escreva paraos órgãos competentes. Aquele televisor caríssimoquebrou logo na primeira semana? Escreva para olojista, para o fabricante, para o órgão de Defesa doConsumidor. Você provavelmente não irá mudar omundo com suas palavras, mas certamente o trans-formará em um lugar bem mais movimentado.

Use a escrita automática. Escreva durante cincoou dez minutos sobre o que lhe vier à cabeça,sem preocupação com gramática ou estilo. Sim-plesmente escreva, deixe as palavras saírem.Quando terminar, aí sim, será a hora de pôr or-dem no caos.

Pratique todos os gêneros de redação. Faça disser-tações, narrações; escreva contos e crônicas; es-truture sua autobiografia; escreva biografias depessoas próximas; elabore crônicas e artigos parajornais; faça poemas e letras de música.

>>

• Descubra ocrítico que há em você

• Não temacopiar osmestres

• Faça todos osconcursos evestibularesque puder

Torne-se um crítico literário, musical, cinemato-gráfico. Ouviu um CD interessante? Faça a suacrítica sobre ele. Assistiu a um bom filme? Colo-que no papel a impressão que ele lhe causou. Leuum bom livro? Conte a sua história por escrito,justificando o porquê de recomendá-lo ao leitor.

Não se envergonhe de imitar os seus autores pre-diletos. Se você gosta de um poeta como Viniciusde Moraes, de um cronista como Aldir Blanc, deum jornalista como Diogo Mainardi, inspire-seneles para escrever, imite-lhes o estilo. Com otempo, é claro que você deve ir se liberando, bus-cando seu próprio estilo, mas no primeiro momentoé saudável e recomendável seguir os mestres.

Faça todas as redações de concursos e vestibula-res que puder, principalmente as dos concursos evestibulares nos quais você tem interesse. Peça aamigos e professores que corrijam o que você es-creveu e apontem suas falhas. Dê prêmios a vocêmesmo quando escrever textos perfeitos (uma re-dação nota dez merece aquela camisa que vocêviu no shopping). Obrigue-se a reescrever seustextos quantas vezes se fizerem necessárias, atéchegar à perfeição.

>>

INSEGURANÇA – O MEDO DE ERRAR • Conviva bem

com suas limitações

Fomos habituados a entender que, para ser perfei-ta, a redação tem de ser gramaticalmente perfeita.Como poucos conhecem gramática o suficiente, amaior parte das pessoas sente-se insegura ao es-crever. Reconheça as suas limitações e escrevaapesar delas... Mas lute sempre para superá-las.

>>

REDACAO_P3.qxd 30/6/08 3:3 PM Page 14

Capí

tulo

1•

Os b

loqu

eios

• Ao escrever,não pense nagramática

• Revise sempre seutexto

• Escrever éexercitar

• Escrever bemleva tempo

Enquanto estiver escrevendo, não pense na gra-mática. Quando você pára para pensar se “cons-ciência” é com “s”, “c” ou “ç”, interrompe o flu-xo do pensamento; quando você se detém parapensar na presença ou não de uma vírgula, inter-rompe novamente o fluxo do pensamento; quan-do você pára para “brigar” com uma regra deconcordância, suas idéias correm o risco de ficardesarticuladas.Escreva do jeito que achar que é, do jeito que apalavra lhe vier à cabeça, mas depois de terminara redação – e só depois de terminar a redação –não deixe de pesquisar a grafia correta, verifiquea existência da vírgula, busque a concordânciaperfeita.

A revisão é fundamental. Revise os aspectos gra-maticais (não confie totalmente no corretor orto-gráfico), revise o vocabulário, revise o estilo, revi-se os objetivos do texto. Não se preocupe se a re-visão levá-lo a escrever tudo novamente... o obje-tivo é esse mesmo.

O medo de escrever cria um estranho círculovicioso. Você escreve pouco porque acha queassim errará menos, e fatalmente errará cada vezmais porque escreve pouco. Escrever é trabalhobraçal, processo de ensaio e erro. Quanto maisvocê escrever, melhor você escreverá.

Não tenha a pretensão de escrever um texto per-feito logo na primeira tentativa. Nem você nemninguém conseguirá fazê-lo. Escrever bem levatempo... às vezes a vida inteira.

>>

>>

REDACAO_P3.qxd 30/6/08 3:3 PM Page 15

• Tenhapaciência ededicação

Escrever é uma arte e, como todas as artes, exigepaciência e dedicação. Talvez você precise escre-ver várias e várias vezes o seu texto até que elefique perfeito. Se isso ocorrer, não desanime. Só através do trabalho persistente se chega à perfeição.

>>

LIMITAÇÃO DO VOCABULÁRIO • Procure achar

as palavrasexatas paraexpressarseus pensamentos

• Habitue-se aler

• Selecione asua leitura

Às vezes as pessoas têm a mente repleta de gran-des idéias, mas faltam as palavras para concreti-zá-las, dar vida a elas. Isso gera a frase que todoprofessor ouve centenas de vezes na vida, ao fa-zer uma pergunta a seus alunos: “Eu sei o que é,mas não sei explicar”.

A leitura de bons textos, sejam eles livros, revis-tas, jornais, artigos de internet, é o melhor meiode ampliar o vocabulário. Quanto mais você ler,maior será o seu vocabulário e maior será a suacapacidade de expressão. Se você começar a lerdiariamente, a leitura se tornará um hábito quevocê jamais perderá.

É importante ler aquilo de que se gosta, ler peloprazer, uma vez que dar prazer é uma das funçõesda leitura. Mas é importante também ler para ad-quirir conhecimento, cultura. O ideal é procurarequilibrar prazer, cultura e informação. Leia aque-le best-seller do qual todos estão falando, mas leiatambém os clássicos; leia um livro de auto-ajuda,mas leia também o último do Saramago. Com otempo e o hábito, todos os livros, independente-mente do grau de dificuldade, proporcionarão omesmo prazer.

>>

REDACAO_P3.qxd 30/6/08 3:3 PM Page 16

Capí

tulo

1•

Os b

loqu

eios

• Leia paraaprender

• Brinque comas palavras

Uma boa leitura tem de ser acompanhada por umbom dicionário. O dicionário não é, como se dizdepreciativamente, “o pai dos burros”. Ao contrá-rio, ele é o pai dos inteligentes, dos que não têmpreguiça de pensar e pesquisar. Quando encontraruma palavra desconhecida, recorra imediatamenteao dicionário. Saiba que a palavra consultada eaprendida dificilmente desaparecerá da sua mente.

Há muitas formas de ampliar o vocabulário brin-cando com o sentido das palavras, explorando-lheo aspecto lúdico. Um bom exemplo são as pala-vras cruzadas, um jeito excelente de ampliar o vocabulário e exercitar a mente; outra forma é o trabalho com os sinônimos: escolher deter-minadas palavras dentro de um contexto e subs-tituí-las por outras que dêem o mesmo sentido,ou o sentido mais próximo possível.

>>

FIQUE ATENTO!

Lembre-se de que um vocabulário limitado deixa a redaçãorepetitiva, monótona, cansativa. Há dois casos muito comunsnas redações que ilustram o que estamos afirmando: o uso dosconectivos “onde” e “mas”. “Onde” é um conectivo que deve serusado para indicar lugar, mas aparece nas mais diversas situa-ções. Já a conjunção adversativa “mas” é usada com inacreditá-vel freqüência. Nos dois casos, o problema está no vocabulário li-mitado. Vejamos alguns exemplos:

REDACAO_P3.qxd 30/6/08 3:3 PM Page 17

1. Estamos às vésperas da Copa, onde ninguém fala em outracoisa, o Brasil agora só pensa em futebol.O “onde” acima é fruto da limitação vocabular. O autor poderiadizer “e ninguém fala em outra coisa” ou “agora ninguém falaem outra coisa”, mas caiu no “onde”, que acha que funcionaquase como uma “palavra-tampão”, usada no lugar de qualquerconectivo de que o autor não recorde ou que não conheça.

2. O Brasil vive um momento delicado, mas isso vai passar, por-que há muitas coisas erradas, mas o governo vem fazendo opossível para acertar.A repetição do “mas” deixa claro o desconhecimento de outrasalternativas, como “porém”, “no entanto”, “entretanto” etc.

FICHA DE APOIO

Tipos de vocabulário

• Vocabulárioda língua falada oucoloquial

• Vocabulárioda línguaescrita

É adquirido ao longo da nossa vida social pormeio dos amigos, dos colegas de escola, de pes-soas com as quais conversamos no nosso dia-a-dia. Não é um vocabulário rico, pois as palavrasusadas na conversação não apresentam um graumuito elevado de variação.

Ao escrever, nossa preocupação com as palavras éobviamente maior que ao falar. As palavras fala-das desaparecem no tempo; as escritas se eterni-zam, daí a preocupação — no mais das vezes atéinconsciente — de elaborar mais profundamenteo texto escrito que a mensagem falada. O vocabu-lário da língua escrita é, então, bem mais amplo erico que o da língua falada.

>>

REDACAO_P3.qxd 30/6/08 3:3 PM Page 18

top related