recados de mãe -resumo de leitura1
Post on 04-Jul-2015
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Ficha de Leitura
Titulo: Recados da Mãe
Autor: Maria Teresa Maia Gonzalez
Editora: Babel
Breve resumo:
O livro conta-nos a vida de duas irmãs que perderam a mãe, quando tinham dez e
seis anos de idade. Clara era a irmã mais velha e Leonor a mais nova.
Os pais estavam separados e, com a morte da mãe, tiveram que permanecer algum
tempo em casa do pai. Os contactos com o pai tinham diminuído porque este vivia
com outra senhora que tinha dois filhos adolescentes. O pai estabeleceu contactos
com a avó materna e decidiram que as crianças passariam a residir nos arredores de
Coimbra, numa quinta antiga pertencente à família da mãe; antes viviam em Lisboa.
A ida para a quinta foi no início das férias grandes do Verão. O tempo livre facilitou
as brincadeiras das duas no jardim da quinta. As noites eram mais difíceis porque
lembravam-se da mãe e Leonor, a mais nova, chorava e fazia muitas perguntas à
irmã mais velha. Para ultrapassarem as saudades, Clara dizia à Leonor que em
sonhos falava com a mãe, descrevia-a e transmitia os recados da mãe.
Na quinta, Clara e Leonor iam à Igreja com a avó e esta dava-lhes lições de
catequese e ensinava-as a rezar. Clara era a mais rebelde e só se mostrava interessada
e atenta às explicações da avó sobre a vida dos santos.
No entanto, Clara não simpatizava nada com a avó Matilde, entrando várias vezes
em conflito com ela. Recordava-se que a mãe não tinha ligação com a família desde
o tempo em que tinha deixado Coimbra para ir viver para Lisboa com o namorado, o
pai de quem se tinha separado.
Com o início do novo ano lectivo foi necessário ir às compras a Coimbra. A avó
levou as duas netas para comprarem as coisas para que pudessem dar entrada no
colégio de Santa Isabel daquela cidade, como alunas internas. A estas compras a avó
chamou de “enxoval”, nome que deixou Clara bastante preocupada, ao ponto de
planearem a fuga da quinta. Pois “enxovalhar” é humilhar, significado retirado do
dicionário pela Clara. Valeu o facto de a avó explicar que se tratava de duas palavras
com sons e escrita igual mas com significados diferentes, palavras homónimas…
No dia da apresentação no colégio a avó acompanhou as netas. Conversou com a
directora e, algum tempo depois despediu-se das duas, com um leve beijo na testa
(sinal de respeito).
Clara e Leonor foram então acompanhadas por uma freira que lhes indicou o quarto
que a partir daquele dia iriam ocupar no colégio. O silêncio daquele lugar perturbava
Leonor, sentindo-se por vezes oprimida. O mesmo não acontecia com Clara que
desde os primeiros momentos se sentiu atraída pela capela. De aluna excelente,
passou a ser apenas razoável, estudando pouco mais do que o indispensável para ter
notas positivas. Deixou de ser uma menina comunicativa e passou a comportar-se de
forma muito discreta. Mas com a irmã manteve-se sempre atenta e preocupada com o
que pudesse entristecer Leonor. No colégio, as duas irmãs questionavam-se por que
motivo haveria tantas raparigas a viver num sítio onde não tinham a família e
pensavam no pai que quase não as visitava, aumentando assim, cada vez mais, a
distância entre eles.
Nas conversas de ambas, era sempre lembrada a mãe e a ambição do futuro era que
nunca se separassem uma da outra e tivessem uma grande casa pintada de cor-de-
rosa.Depois de alguns meses no colégio, Clara e Leonor tinham já autorização para
passarem os fins-de-semana em casa da avó, onde brincavam e contavam histórias.
Passaram-se os anos e, quando Leonor tinha catorze anos e não fazia ideia do que
queria ser um dia mais tarde, Clara tinha já feito a sua escolha.
Com vinte e um anos, depois de completar os estudos, em Agosto, Clara comunicou à
avó e à irmã que queria ser missionária, e brevemente iria viajar para África, para
ajudar crianças órfãs, em Moçambique ou noutro país onde pudesse ser útil.
A avó ficou desanimada com a escolha de Clara pois tinha-lhe planeado o futuro como
Professora. Leonor revoltou-se com a notícia, pensando que o facto de terem
frequentado um colégio de freiras tivesse tido influência para aquela decisão, mas
depressa concluiu que era a vocação da irmã.
Leonor ficou a viver na quinta que era da avó Matilde e pintou a casa de cor-de-rosa
para concretizar os sonhos de infância das duas irmãs.
Clara, após a ida para Moçambique, veio a Portugal apenas uma vez, para ser
madrinha da primeira filha adoptiva de Leonor.
O livro termina com uma carta de Clara a dizer que viria para o casamento da afilhada
e conta a sua felicidade ao ser missionária.
Opinião fundamentada:
De início o livro deixa-nos tristes com a triste morte da mãe de duas irmãs, mas é um
motivo para continuarmos a ler e percebermos o que acontece à narradora, a irmã de
seis anos.
Trata-se de um livro que apresenta várias maneiras de ultrapassar o sofrimento e a perda
da mãe. Clara e Leonor tiveram a sorte de ter na família quem as acolhesse em casa e as
protegesse.
O livro também nos dá a importância do sentimento dos sonhos e de como podemos ser
felizes num mundo imaginário para suportar a realidade ou fugir de um problema real.
É um livro que descreve problemas reais, sem finais felizes.
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