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Universidade de Brasília (UnB)
Faculdade de Comunicação (FAC) Departamento de Jornalismo
Disciplina Campus Multimídia
Projeto e processo de desenvolvimento coletivo de veículo jornalístico digital
multiplataforma
Coordenação: Prof. Dr. Zanei Ramos Barcellos e Vivien Doherty Luduvice1
Brasília, 2017 11 Este trabalho foi feito coletivamente pela turma de Jornalismo Multimídia do 1º semestre de 2017,
integrada pelos seguintes alunos: Ana Claudia Gonçalves Mascarenhas, Ana Luisa Araujo Moura, Daniel Marques Vieira, Danielle Ferreira de Assis, Eduarda Esposito de Souza, Felipe de Oliveira Moura, Fernanda Carvalho Ferrarezi, Isabela Alves Graton, Isabella Coelho Veloso, Julyana Cunha Gomes Paranhos Neris, Karolyne Antunes de Souza, Kaue Ferreira Lucheta Scarim, Larissa de Jesus Silva, Loranny Silva Costa de Castro, Lucas de Almeida Rodrigues Fonseca, Marcelo Cardoso de Souza, Mariana de Salles Moreira Borges, Mateus Souza Maia, Neyrilene Raquel de Souza da Costa, Nícolas Tribuzy de Mello Rodrigues, Paulo Henrique da Silva Gomes, Pedro Henrique Mendes Gomes, Priscilla Ferreira Miranda Rodrigues, Rodrigo Zuquim Pintoni, Thays Rocha Martins, Victor Lima Gomes, Vivien Doherty Luduvice; com a colaboração do Prof. Ms. Fernando Molina.
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1 INTRODUÇÃO
A evolução tecnológica historicamente impactou o jornalismo, cuja própria
existência está diretamente vinculada a uma invenção emblemática, a prensa de
tipos móveis. Da mesma forma, o motor à vapor, a energia elétrica, o telégrafo, o
telefone, a fotografia, o rádio e a televisão assim como outros evoluções
tecnológicas emblemáticas transformaram o jornalismo possibilitando-lhe novos
formatos de apresentação e/ou servindo-lhe como suportes, como novas
plataformas; porém nenhuma delas promoveu impacto tão significativo e
transformações tão rápidas quanto a internet, difusa e popularizada a partir da
segunda metade da década de 1990. A rede mundial de computadores impactou o
jornalismo de tal forma que as formatações até então praticamente cristalizadas de
jornais, revistas, rádio e telejornais foram impelidas à transformação. A internet, ela
própria, possibilitou uma infinidade de novos formatos jornalísticos, alguns
inteiramente novos, outros híbridos com já existentes, e as ininterruptas e rápidas
evoluções das tecnologias infotelecomunicacionais em curso abrem a cada
momento mais e mais possibilidades à produção e difusão de notícias.
A Pesquisa Brasileira de Mídia (PBM) de 2016, por exemplo, na qual são
retratados hábitos de consumo de mídia da população brasileira considerando
dados socioeconômicos como renda, região e escolaridade, comprova o
crescimento na busca pela informação em meios digitais, em especial via aparelhos
de celulares, apontados como dispositivo de acesso a internet por 90% dos
brasileiros conectados. É importante notar que 67% dos entrevistados da mesma
pesquisa consideraram o celular como meio de lazer e entretenimento, da mesma
forma que 67% (não necessariamente os mesmos) citaram a internet como uma
forma de busca por notícias e atualidades.
Outros levantamentos recentes revelam que o número de brasileiros com
mais de dez anos de idade que usam o celular para acessar a rede chega a 81,5
milhões, que o acesso às redes sociotécnicas é o principal motivador à navegação
na web e que a leitura de jornais e revistas é outro dos principais desencadeadores
de acessos, quer por celular ou outro meio (CETIC.BR, 2015). Da mesma forma, a
Pesquisa Nacional Por Amostragem de Domicílios (Pnad) (IBGE, 2016), revela que
em 2014 o smartphone já estava presente em 80,4% dos lares conectados no
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Brasil, contra 76,6% de presença de computadores fixos. Os dados mostram
portanto que celular passou a ser o aparelho mais usado no País para o acesso à
internet. A análise do cruzamento destas informações evidencia aos pesquisadores
e veículos de comunicação a emergência de uma nova plataforma para o consumo
de notícias e que o smartphone desponta como meio de acesso ao noticiário e
como plataforma jornalística, além de servir aos próprios jornalistas como
instrumento de trabalho suficiente, em alguns casos, para todas as fases do fazer
jornalístico (BARCELLOS, GONZATO, BOZZA, 2014).
Esta difusão exponencial do uso de telefones celulares com acesso à
internet no Brasil e do consumo de notícias por meio deles, portanto, os tornam
canal significativo de distribuição de produtos jornalísticos e determinam aos meios
de comunicação a formatação de conteúdos em consonância com a nova
plataforma, ao mesmo tempo que demandam a criação de processos de produção
específicos usando-os instrumento de trabalho.
A trajetória das evoluções tecnológicas recentes relacionadas ao jornalismo
têm sido acompanhadas pelo Campus Online, jornal laboratório digital da
Faculdade de Comunicação/Jornalismo da Universidade de Brasília (FAC/UnB). O
jornal é produzido pelos alunos sob orientação de professores em disciplina do
quinto semestre denominada Campus Multimídia.
O presente trabalho descreve o processo didático de criação de um veículo
jornalístico multiplataforma inovador, totalmente alocado na web, tendo como
plataformas algumas redes sociotécnicas e de um site, para consumo preferencial
pelo smartphone, ao mesmo tempo que detalha o veículo planejado, a ser
produzido no mesmo semestre pela mesma turma composta no primeiro semestre
de 2017.
A seguir, apresentam-se, de forma mais completa, os objetivos do projeto.
1.1 OBJETIVOS
Objetivo geral:
Criar, produzir e manter com trabalho em redação virtual convergente um
veículo jornalístico multiplataforma para mobiles baseado em redes sociais e site
jornalístico.
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Objetivos específicos:
● Exercitar o uso de dispositivos móveis como ferramenta de trabalho;
● Inovar na formatação de veículos jornalísticos digitais;
● Criar processos de produção jornalística inovadores;
● Exercitar o trabalho em redação virtual convergente;
● Criar narrativas próprias para as redes sociais e sites jornalísticos com
recepção preferencial em mobiles;
● Implementar a formação de equipes de trabalho e grades horárias para
veículos de comunicação digitais inovadores;
● Produzir um projeto escrito;
● Abastecer com conteúdos o veículo criado por seis semanas em caráter
experimental;
● Produzir artigo relatando a experiência.
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2 METODOLOGIA E DELIBERAÇÕES INICIAIS
O processo de concepção do Campus Online se deu inteiramente nas aulas
da disciplina Campus Multimídia da graduação em Jornalismo e teve como preceito
didático a metodologia ativa. Entende-se que a
[...] aprendizagem ativa ocorre quando o aluno interage com o assunto em estudo – ouvindo, falando, perguntando, discutindo, fazendo e ensinando – sendo estimulado a construir o conhecimento ao invés de recebê-lo de forma passiva do professor. Em um ambiente de aprendizagem ativa, o professor atua como orientador, supervisor, facilitador do processo de aprendizagem, e não apenas como fonte única de informação e conhecimento (BARBOSA; MOURA, 2013, p. 55).
A metodologia ativa é, portanto, a percepção dos alunos da sua participação
na construção e desenvolvimento do aprendizado e que eles sejam os principais
agentes deste processo. Assim, o aprendizado será incorporado de maneira não
arbitrária e não literal pelo senso cognitivo individual, mas de forma natural, sem
depender da área de estudo e possibilitando a livre associação e aplicação dos
conhecimentos à vida prática (MOREIRA; MASINI, 2001).
A elaboração do projeto se deu através de aulas teóricas participativas,
dialogadas, com imediata aplicação na formulação do projeto, em atividades
diversificadas na sala de aula e fora dela, abrangendo a turma toda, pequenos
grupos e individualmente, incluindo pesquisas autônomas decisivas para a
compreensão e análise de características a serem implementadas a posteriori nas
diversas fases da produção do produto jornalístico em criação, e exercitando
dinâmicas que seriam necessárias mais tarde na produção de notícias.
Os debates partiram de reflexão histórica acerca razão do registro de
conhecimento pelo homem, buscando-se entender via debates como se deu essa
esta evolução até a revolução atual que questiona a cultura da escrita e que,
consequentemente, abre mais espaço às narrativas e pensamentos não lineares, a
exemplo da hipertextualidade, conceito inicialmente abordado por Ted Nelson na
década de 1960 que considerava a possibilidade da edição de dados armazenados
em computadores de forma a interconectá-los e assim não só organizá-los mas
também unificar ideias, dar-lhes sentido, o que resultaria em modo de pensar.
Para Nojosa (2007), o início da era digital marca a passagem da rigidez do
texto à fluidez do hipertexto. As narrativas digitais avançam para além das da
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oralidade e escrita, pois não determinam sentidos de mesma mensagem, mas
ampliam significados. São os nós interligados por conexões abrindo multiplicidade
de possibilidades de caminhos de leituras escolhidos livremente pelo receptor.
Diferentes leitores ao percorrer diferentes leituras terão diferentes mensagens. O
receptor agora pode até interferir na construção da mensagem, retirando-se da
passividade a que estava restrito no jornalismo pré-digital. Com base em Levy
(1996), defende-se que no jornalismo digital, até certo ponto, a função de editar
corresponde à de hipertextualizar:
Com efeito, hierarquizar e selecionar áreas de sentido, tecer ligações entre essas zonas, conectar o texto a outros documentos, arrimá-lo a toda uma memória que forma como que o fundo sobre o qual ele se destaca e ao qual remete, são outras tantas funções do hipertexto informático (LÉVY, 1996, p. 37).
A multimidiatização possível, recomendável e útil ao jornalismo digital, assim
como as diferentes possibilidades de leitura proporcionadas pelo hipertexto
evidenciam-se no verbete do glossário de Berk e Devlin. O verbete deixa entrever a
existência de a intencionalidade no estabelecimento dos múltiplos caminhos, mas
também a possibilidade de criação (pelo leitor) de novos caminhos.
Hipertexto: a tecnologia de leitura e escrita não-seqüenciais. O termo hipertexto refere-se a uma técnica, uma estrutura de dados e uma interface de usuário. [...] Um hipertexto (ou hiperdocumento) é uma coleção de textos, imagens e sons – nós – ligados por atalhos eletrônicos para formar um sistema cuja existência depende do computador. O usuário/leitor caminha de um nó para outro, seguindo atalhos estabelecidos ou criando outros novos. (BERK; DEVLIN, 1991, p. 543)
Outro conceito fundamental discutido em profundidade no processo de
elaboração do projeto foi o de narrativa transmídia, uma vez que o transmeadia
storytellig é formato recorrente na comunicação digital e está incorporado ao
processo de produção jornalística online. O conceito foi apresentado por Jerkins
(2008), que viu necessidade de rediscuti-lo mais tarde devido a apropriações e usos
considerados por ele inadequados. O conceito foi consolidado em 2011 da seguinte
forma: Transmedia storytelling represents a process where integral elements of a fiction get dispersed systematically across multiple delivery channels for the purpose of creating a unified and coordinated entertainment experience. Ideally, each medium makes it own unique contribution to the unfolding of the story (JERKINS, 2011).
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Como se nota, o conceito foi cunhado para narrativas ficcionais, mas, nem
sempre com o aval de Jerkins, foi apropriado por pesquisadores de várias áreas da
comunicação, incluindo-se o jornalismo, e assumiu conotações diferenciadas.
Scolari (2011), foi dos que vislumbrou o uso do termo também no jornalismo.
[…] ha llegado el momento de expandir la mirada analítica e incorporar en nuestros estudios transmediáticos otras tipologías discursivas, desde el discurso publicitario hasta el periodístico, pasando por el político o el género documental (SCOLARI, 2011).
Assim como estes, outros conceitos foram pesquisados e discutidos em
pequenos grupos e levados apresentados em plenárias para rediscussões,
comparações e confrontos na aulas iniciais da disciplina, sempre com a perspectiva
de implementá-los no veículo em gestação.
2.1 CRONOGRAMA E CONTEÚDOS
As aulas da disciplina na fase de desenvolvimento do projeto obedeceram ao
cronograma apresentado resumidamente no Quadro 1, que traz uma data apenas
como vaga referência temporal na distribuição qualiquantitativa dos assuntos dentro
do semestre letivo; traz também o assunto proposto e discorrido inicialmente pelo
professor com aval prévio da turma, e ainda exercício prático, tomada de decisão
e/ou de produção antecipada de peça necessária à etapa de realização/produção
de conteúdos, tais como manuais de redação e de estilo, templates e logomarcas.
Quadro 1 – Temas das aulas e aplicação imediata
Data Tema da aula Descrição da atividade e aplicação imediata
15/3 Conceitos relacionados
Trabalho em grupo de pesquisa na rede, apresentação, diferenciação e correlação entre os conceitos de multimídia, transmídia, crossmidia, hiperlink, hipermídia
17/3 Hipertexto/Processo de produção de jornais
Apresentação pelo professor do conceito de hipertexto e debate sobre sua aplicabilidade no jornalismo. Apresentação pelo professor do processo de produção de jornais impressos diários com derivações aos rádio e telejornais.
20/3 Reunião de abertura Discussão sobre como seria a reunião de abertura de trabalhos de um jornal diário, quem dela participaria, quais as pautas do dia. Simulação de uma reunião de abertura e debates sobre a aplicabilidade e peculiaridades desta
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reunião aos veículos digitais.
22/3 Funções dos jornalistas e formatação de Radações*
Apresentação pelo professor de formatos de Redações de jornais impressos e identificação das principais funções/cargos dos jornalistas com derivações para o radio e telejornalismo. Debate sobre as possibilidades de distribuição de funções no veículo jornalístico a ser criado a partir da quantidade de alunos da turma, suas preferências e necessidades de produção.
24/3 Redações convergentes
Apresentação de vídeo descritivo de uma Redação jornalística convergente. Discussão sobre o assunto e sobre as possibilidades de produtos jornalísticos que poderiam ser produzidos pela turma. Questionamentos críticos sobre a integração de diferentes plataformas.
27/3 Formatos inovadores de webjornalismo. Definição do formato do produto a ser criado
Apresentação de vários veículos jornalísticos laboratoriais desenvolvidos anteriormente pelo professor. Debate para vislumbre de possibilidades de narrativas jornalísticas digitais inovadoras. Definição do público-alvo, visão e objetivos do veículo a ser criado. Definição do nome do veículo: Campus Online.
29/3 Redação virtual**. Formatação multiplataforma.
Explanação sobre o que é uma Redação Virtual. Exercício prático de jornalismo em Redação Virtual. Decisão pelo uso das plataformas Twitter, Instagram, Facebook e site.
31/3 Texto para webjornalismo
Hipertextualização de matérias jornalísticas. Multimidiatização. Exercício em Redação Virtual de elaboração de matéria única com autoria múltipla por todos os alunos da turma.
3/4 Redação de propostas de plataformas
Turma forma cinco grupos (site, Facebook, Twitter, Instagram e radioescuta), debate os tipos de narrativas possíveis nas suas respectivas plataformas e começa a elaboração de um projeto específico para cada uma delas.
5/4 Elaboração de fluxogramas e organogramas
Equipes debatem internamente e elaboram fluxogramas da futura produção de matérias para cada plataforma e organogramas com as funções e hierarquia dos jornalistas necessários a produzi-las.
7/4 Definição das equipes. Redes, radioescuta, métrica
Escolha dos editores chefes de cada plataforma e distribuição dos alunos entre elas, em acordo com os planejamentos anteriores. Consolidação da necessidade da equipe de radioescuta e criação da função de métrica.
10/4 Projeto de plataforma com grade horária
Cada equipe complementa seus projetos e elabora uma grade horária de trabalho contemplando todas as funções necessárias a cada plataforma.
12/4 Montagem de redação virtual
Cada plataforma discute e elabora seu processo virtual de comunicação interna, de fluxo de trabalho e arquivamento de material (textos, vídeos, áudios etc.).
14/4 Planejamento de divulgação
Reunião geral para a elaboração de estratégia de divulgação. Distribuição de tarefas. Criação de vídeo, press-releases, cartazes, banners etc.
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17/4 Teste de plataformas
Todas as plataformas e radioescuta aplicam na prática os projetos elaborados por três dias.
19/4 Feedback dos testes As equipes relatam o resultado dos testes práticos e discutem os ajustes necessários.
21/4 Pendências Tempo dedicado à resolução de pendências gerais e mais específicas relacionadas à navegação do site.
24/4 Reunião geral Última reunião antes do início das atividades públicas do veículo.
26/4 a 16/6
Prática Veículo no ar com produção ininterrupta.
19/6 a 23/6
Relatórios e feedback
Equipes comparam o trabalho realizado com o previsto nos projetos, redigem relatórios, apresentam resultados e debatem com toda a turma.
* Lugar onde trabalham os redatores. Instalações físicas (edifício ou sala e equipamentos) onde são redigidas as informações e serem publicadas. (RABAÇA C. A.; BARBOSA, G. Dicionário de Comunicação. Rio de Janeiro: Codecri, 1978.) ** Conceito a ser apresentado, adiante, neste trabalho. FONTE: Os autores (2017).
2.1.1 Dinâmicas e principais direcionamentos
Em todas as aulas, nas práticas e tomadas de decisões foram valorizados o
protagonismo dos estudantes que, após exposições ou solicitações iniciais do
professor, revezavam-se espontaneamente na liderança conforme as questões que
emergiram. Assim, os próprios alunos propuseram soluções, definiram tarefas e a
quem caberia realizá-las. A realização, em geral, contou com participações
voluntárias e respeitou as aptidões e habilidades individuais.
O Quadro 2 descreve as principais decisões norteadoras e caracterizadoras
do projeto conferindo-lhe identidades editorial e gráfica. Descreve também o
processo de decisão.
Quadro 2 – Caracterização do produto e processo de decisões
Decisão Descrição Processo
Multiplataforma O veículo não seria baseado ou centralizado em um site, mas descentralizado em quatro plataformas (site, Instagram, Facebook, Twitter) com o mesmo valor e cada uma produziria notícias diferentes com equipes
Discussões com base em estatísticas que mostram os acessos às redes sociais, o uso do smartphone, os motivos que levam ao acesso à internet, e em artigos sobre jornalismo digital. Levantamento das características e
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próprias, com grade horária de inserções e de trabalho adequados. Valorização das peculiaridades de cada plataforma com criação de narrativas adequadas.
ferramentas acopladas em cada plataforma e vislumbre de seu uso para narrativas jornalísticas.
Nome Manutenção do nome tradicional Campus Online embora se estivesse criando um veículo novo, multiplataforma.
A decisão coletiva teve como argumento as vantagens de um nome conhecido e consagrado pelos 50 anos do jornal laboratório impresso, origem do Campus Online já existente.
Linha editorial Notícias isentas sobre a vida universitária na UnB.
Constatação de que a UnB tem público alvo potencial de cerca de 50 mil pessoas entre estudantes, funcionários e professores, público que aumenta significativamente ao se computar também seus familiares e agregados.
Trabalho sinérgico
As quatro plataformas trabalhariam de forma independente, porém sinérgica. A depender do valor noticia, um mesmo assunto poderia ser coberto por mais de uma ou até por todas as plataformas simultaneamente, em trabalho colaborativo, mas formatadas diferentemente para cada plataforma. Nestes casos poderia haver chamadas e linkagens de uma para outra e racionalização de pessoal na cobertura bem como troca de conteúdos brutos.
Estatísticas sobre uso do smartphone, motivadores de acesso à internet e uso das redes sociais aliadas a constatações empíricas, pesquisas e estudos que demonstram que os veículos de comunicação usam mais as redes para linkagem de seus conteúdos, mas pouco produzem e formatam especificamente para elas e para acesso via smartphone.
Formatação preferencial para smartphone
Todas as plataformas produziriam conteúdos formatados para serem acessados pelo smartphone.
Estatísticas nacionais e internacionais que mostram o exponencial crescimento do uso do smartphone em geral e deste para acesso às redes sociais, busca por informações em geral e notícias.
Conselho Editorial
Formação de um Conselho Editorial integrado pelo editor-chefe de cada plataforma, pelo chefe da equipe de radioescuta e pelo professor.
Constatação da necessidade de coordenação de todo o trabalho, das coberturas e da existência de hierarquia nas Redações. Optou-lhe pelo Conselho como forma de descentralizar as decisões, e democratizar o trabalho pois os editores-chefes trariam a visão de todos os integrantes das suas respectivas plataformas.
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Reformatação do site e nova identidade visual
O site teria uma nova identidade visual e novo esquema de navegabilidade para marcar as mudanças e atender às necessidades emergentes da nova proposta.
Grupo voluntário com mais habilidade nas áreas de programação visual e construção de sites assumiu as tarefas e buscou orientação com professores das áreas. De tempos em tempos, o grupo submetia os resultados à apreciação e tomada de decisões por toda a turma. As questões mais disputadas foram decididas em votação.
FONTE: Os autores (2017). Outra decisão importante foi que o veículo trabalharia de forma ininterrupta
nos períodos da manhã, tarde e noite, cobrindo até notícias em tempo real e
mesmos com entradas ao vivo via smartphone, se necessário. Desta forma, como
as aulas na Redação do Campus restringiam-se às manhãs das segundas, quartas
e sextas, optou-se pela produção descentralizada, usando-se computadores fixos e
mobiles, em redação mista entre a física e a virtual. Entende-se Redação Virtual
como: Local do ciberespaço onde os jornalistas trabalham de forma suficiente e sinérgica sem necessitar de espaço físico compartilhado. Assim, paradoxalmente, pode-se dizer que a produção jornalística se dá de forma dispersa, sem reunir os profissionais no mesmo espaço físico, mas centralizada e/ou coordenada, no mais das vezes concomitante, em um “lugar” do ciberespaço que se torna também ambiente de destino da produção, onde é processada e de onde é distribuída para o consumo. (BARCELLOS, GONZATTO, BOZZA, 2014, P. 85)
Para que o trabalho viesse a bom termo, cada plataforma planejou sua forma
de comunicação virtual, a forma de envio de material, os horários e processos de
trabalho, as narrativas próprias de cada uma e as formas de conexão entre as
plataformas entre si, com o Conselho Editorial e com a Radioescuta. A elaboração
dos projetos e processos de cada plataforma ou grupos de trabalho coube a cada
um dos grupos e está detalhada no capítulo a seguir, em textos também elaborados
pelos seus próprios integrantes.
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3. CARACTERIZAÇÃO DAS PLATAFORMAS E GRUPOS DE TRABALHO Conforme informado, o Campus Online ficou composto por quatro equipes
de produção de conteúdos (Twitter, Facebook, Instagram e site) e outros dois
grupos: Conselho Editorial e Radioescuta. A elaboração dos projetos e
caracterização de cada plataforma e delineamento do trabalho dos dois grupos
coube a equipes de trabalho temporárias formadas por alunos que não
necessariamente iriam integrá-los na fase de produção de conteúdos. A
coincidência dos integrantes dos grupos de elaboração do projeto com os de
produção só se deu nas últimas aulas/reuniões da fase final do período de criação,
quando houve a escolha/definição dos staffs de cada plataforma. O processo de
escolha dos integrantes das equipes que iriam trabalhar na produção de conteúdos
de cada plataforma e dos dois grupos foi realizado por consenso e respeitando as
aptidões e vontades de cada um. Para tanto, realizou-se um sorteio inicial para
estabelecer a ordem de manifestação pela qual todo aluno optaria por uma
plataforma ou Radioescuta observando as vagas nela existentes. Após este
processo, os integrantes de cada plataforma e da Radioescuta, em comum acordo,
escolheram seu editor chefe e sua própria função. Os editores chefes escolhidos
passaram a integrar o Conselho Editorial.
A soma da necessidade de pessoal das plataformas superou os 27
integrantes da turma, porém, graças a entendimento anterior, os editores chefes
poderiam recorrer ao trabalho voluntário de alunos de Jornalismo de períodos
precedentes. Neste sentido, um grupo de representantes do 5º período percorreu
as salas de aula apresentando vídeo ou outros materiais de divulgação e obteve
número de candidatos superior às funções de repórteres vagas. Houve
necessidade de um teste de seleção envolvendo a produção de uma matéria
jornalística. Decidiu-se que o trabalho dos voluntários se restringiria ao
cumprimento de pautas sob a supervisão direta dos editores chefes das
plataformas, para que desta forma não se perdesse a linha editorial estabelecida e
se obedecesse aos demais princípios decididos em conjunto pela turma.
Considerou-se que esta prática seria vantajosa aos alunos externos como aplicação
prática dos conhecimentos obtidos em disciplinas relacionadas à produção de rádio,
TV e jornal, e como preparação prévia a sua atuação na disciplina Campus
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Multimídia.
Na sequência, apresentam-se os projetos de atuação do Conselho Editorial,
Radioescuta e das quatro plataformas, elaborados pelos alunos e que refletem suas
pesquisas e levantamentos sobre as ferramentas oferecidas pelos aplicativos,
possibilidades de narrativas inovadoras, necessidade de pessoal, fluxo de trabalho,
horário de trabalho, horários de cobertura e outros aspectos. A reprodução dos
projetos respeitou os textos originais e o tempo verbal no futuro, por se tratar de
projetos, elaborados de forma coletiva dentro das equipes de trabalho, sendo,
portanto, de autoria coletiva dos 27 alunos.
3.1 CONSELHO EDITORIAL
Em respeito ao definido por toda a Redação do Campus Multimídia, o
Conselho Editorial do veículo será o seu órgão máximo de decisão, tanto sobre
assuntos de linha editorial, pautas e demais temas que digam respeito ao conjunto
das plataformas e editorias do Campus Online.
O Conselho será composto pelo editor chefe de cada plataforma (Site,
Twitter, Facebook, Instagram e Rádio-Escuta) e pelo secretário de redação, no
caso o professor. Esses integrantes serão responsáveis pela tomada de decisões
sobre questões editoriais, de pessoal, de horários e qualquer outro relacionado ao
veículo Campus Online.
Uma das principais funções no dia a dia é a coordenação das pautas,
decisão de quais assuntos serão cobertos pelo veículo, se a cobertura será de uma
ou mais plataforma, como cada uma realizará a cobertura e se haverá colaboração
entre jornalistas de diferentes plataformas em determinadas cobertura, assim como
decidirá sobre a troca ou cessão de materiais brutos de uma a outra(s)
plataforma(as).
Como representantes das plataformas, caberá aos editores chefes a função
de representar os demais integrantes nas suas reivindicações, sugestões de pauta
etc., assim como fazer chegar a eles as decisões e demandas do Conselho.
Haverá uma reunião presencial semanal fixa e quantas outras forem
necessárias, e o Conselho estabelecerá uma forma de comunicação online que
mantenha o grupo permanentemente conectado para várias tomadas de decisões
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no dia a dia, no horário e situação que forem necessários. Desta forma, o veículo
poderá reagir imediatamente a qualquer notícia que ocorra de forma inesperada ou
a qualquer eventualidade técnica ou administrativa.
A decisão por se montar um Conselho Editorial em vez de um único editor
chefe para o veículo foi para privilegiar decisões coletivas, diminuindo assim a
centralização e personalização, minimizando a possibilidade de erros, e dividindo a
responsabilidade em decisões graves ou polêmicas.
3.2 RADIOESCUTA
Função antiga no jornalismo, a radioescuta tem por objetivo rastrear e captar
os principais e mais recentes acontecimentos do dia. Com a posse da informação, o
profissional deve selecionar as que podem se tornar boas pautas para o veículo e
repassá-las aos editores, repórteres e/ou produtores da redação. No passado, a
função era exercida por um ou mais profissionais que ouviam a frequência de rádio
da polícia e bombeiros para saber das ocorrências mais recentes. Hoje a função de
escutar as faixas policiais está praticamente abolida, mas a radioescuta
modernizou-se e, com este ou outro nome, é formada nas redações por um grupo
de jornalistas atentos ao noticiário dos demais veículos, dos concorrentes, das
rádios de notícias, dos telejornais, dos jornais e revistas semanais de notícias, a fim
de resumi-las e repassar em formato dinâmico boletins informativos aos principais
tomadores de decisão nas redações, como editores, editores chefes etc. Estes
boletins podem conter além do resumo das notícias, a valorização dada em tempo,
espaço, manchetes, número de páginas e outras pelos veículos que a publicaram.
O Campus Online resolveu adotar a função de radioescuta. Os profissionais
que ficarem responsáveis pela área terão o papel de rastrear os fatos passíveis de
se tornarem noticiosos através dos veículos de comunicação da própria
universidade, órgãos oficiais, redes sociais, entidades da comunidade acadêmica,
cartazes de divulgação e, claro, do próprio leitor e dos veículos de comunicação da
grande imprensa do Distrito federal que frequentemente noticiam a unversidade.
Sob posse das informações, os profissionais deverão fazer uma seleção da
notícia e encaminhá-las permanentemente por meio digital aos editores chefes das
plataformas. Devido à importância da função e seu papel crucial no entrosamento
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entre as diferentes plataformas, um dos membros da radioescuta terá status de
editor chefe e deverá participar da reunião de abertura dos trabalhos do do dia, ou
“abre”, realizada em todas as manhãs presencial ou virtualmente.
A radioescuta também ficará responsável por elaborar e gerir um controle de
todas as pautas, sugeridas e executadas, de todas as plataformas. O controle será
feito por meio de uma planilha compartilhada entre todos os editores chefes e o
responsável pela Métrica (ver explicações sobre a função na sequência), que
também preencherá a planilha com dados levantados relativos a cada pauta
executada. Dois integrantes da radioescuta ficarão responsáveis por fazer as
rondas e distribuir as sugestões de pauta, e um integrante fará a gestão da planilha,
mantendo-a completa e atualizada. Um dos integrantes fará parate do Conselho
Editorial com editor chefe. O fluxo do trabalho da Radioescuta está resumido na
Figura 1.
Figura 1 – Fluxograma dos procedimentos diários da Radioescuta
FONTE: Os autores (2017).
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3.2.1 Métrica
A turma de Campus Multimídia decidiu em conjunto, em discussão em aula,
que seria necessário haver acompanhamento das estatísticas de todas as
plataformas utilizadas no projeto, sendo elas Facebook, Twitter, Instagram e site.
Sabe-se que as redes sociais, em geral, têm ferramentas que apresentam diversas
estatísticas a elas relacionadas, assim como existem outros softwares e aplicativos
gratuitos de aferir movimentações em sites.
Sendo assim, foi considerado adequado que um aluno assumisse
exclusivamente essa tarefa. Estipulou-se, ainda, que a escolha deste aluno
recaísse sobre alguém interessado pelo assunto e já tivesse certa experiência na
análise desse tipo de estatística. O responsável pela seção que passou ser
denominada de “Métrica” deveria acompanhar as postagens em todos as
plataformas e apresentá-las periodicamente aos editores chefes a fim de que estes
pudessem avaliar a repercussão de cada conteúdo publicado, o volume de
seguidores das páginas, o alcance das postagens, as curtidas e comentários e,
desta forma, balizassem sua ações e decisões editoriais. A Seção 3.4 deste
trabalho mostra alguns gráficos de métricas gerados pelos Facebook.
Mais tarde decidiu-se alocar a Métrica junto à Radioescuta, porém
mantendo-se a dedicação exclusiva do aluno dedicado à função.
3.3 PLATAFORMA TWITTER
Criado em 2006 por Jack Dorsey, Evan Williams, Biz Stone e Noah Glass, o
Twitter atualmente se configura como uma das mídias sociais mais populares do
mundo. Com um formato de miniblog, a rede permite que os usuários compartilhem
informações, geralmente pessoais, em textos curtos de no máximo 140 caracteres,
os quais são conhecidos como tuítes. Esses, por sua vez, são dispostos em uma
linha do tempo personalizada para cada conta, de acordo com as pessoas, marcas
e instituições que forem seguidas pelo usuário.
O formato do Twitter permite um grande engajamento entre os internautas,
com ferramentas que facilitam a interação em tempo real. Através das “menções”,
os usuários podem responder tuítes, conversar com outros perfis e trocar ideias
entre si de maneira pública. As conversas privadas não ficam de fora: assim como
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no Facebook, aqueles que se seguem mutuamente podem enviar “mensagens diretas” particulares para se comunicar.
Seguindo a tendência multimídia das redes sociais, o Twitter oferece muito
espaço para conteúdos imagéticos e audiovisuais, tendo em vista que a
informalidade e a fácil assimilação também constituem suas características. Através
do aplicativo Periscope a ele associado, por exemplo, os “tuiteiros” conseguem
produzir e assistir conteúdos ao vivo, que são compartilhados no microblog.
Por fim, blogueiros, jornalistas e pessoas públicas podem ainda realizar
enquetes para saber a opinião de seus seguidores sobre determinado assunto e
fazer uso do “moments”, ferramenta na qual os usuários fazem um apanhado de no
máximo dez tuítes sobre um certo tema, com um título e uma breve explicação,
para tratar de algum assunto mais complexo.
Para monitorar os alcances e gerenciar as contas, o Twitter disponibiliza
algumas plataformas, como o TweetDeck, que permite acompanhar várias contas
de uma só vez e programar tweets; o Twitter Counter, para acompanhar o
crescimento dos seguidores; e o Twenty Feet, que, além de seguidores, permite
monitorar estatísticas e gráficos sobre as postagens.
3.3.1 Campus e Twitter
O perfil oficial das versões anteriores do Campus Online no Twitter possui
2.207 seguidores, os quais são em sua maioria pessoas ligadas à Universidade de
Brasília (UnB). Dentre eles, estão principalmente estudantes, Centros Acadêmicos
e perfis institucionais da Universidade, como UnBTV, Editora UnB e Biblioteca da
UnB.
A linguagem atualmente utilizada é formal, dando destaque às manchetes
das matérias produzidas, com um link para o site. Além disso, a maioria dos tuítes
vem acompanhada de uma imagem relacionada à reportagem. A forma como a
plataforma é utilizada pouco difere de outros perfis jornalísticos e, ao seguir esse
modelo, não abre espaço para interações e deixa de aproveitar o potencial da rede.
Além disso, a falta de uma linguagem específica não deixa claro quem é seu
público-alvo, dificultando a comunicação com os seguidores.
Segundo o Censo da Educação Superior de 2015, realizado pelo Instituto
18
Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), a média de idade dos
estudantes universitários do Brasil é de 21 anos, em sua maioria mulheres. Essas
pessoas estão adaptadas a uma dinâmica imediatista e de fácil compreensão, o
que não é contemplado pela conta do Campus no Twitter atualmente.
Para se encaixar no objetivo do novo projeto do Jornal Laboratório, que se
propõe a produzir conteúdos para a comunidade acadêmica, o Twitter do Campus
terá um público-alvo bem definido e direcionado majoritariamente aos alunos da
UnB, embora inclua professores, funcionários e seus familiares. Desse modo, será
necessária uma reestruturação completa do perfil, com adequação da linguagem e
conteúdos da plataforma ao público e à nova proposta de não ser mais apenas uma
“porta de entrada” ao site, mas de ter produzir e publicar conteúdos próprios, de
forma inovadora.
3.3.2 Campusito
Seguindo uma tendência do Marketing, as redes institucionais devem buscar
a construção de um laço forte com seus consumidores e leitores, mostrando maior
personalidade. Isso promove empatia com a marca, uma vez que as partes
conseguem se identificar, consequentemente traduzindo em um maior engajamento
(GRUZD e WELLMAN, 2014). Essas posturas mais humanas demonstram
generosidade, humildade, flexibilidade, maturidade, humor, humanidade e falhas
das empresas e instituições (PIMENTA, 2014).
Desse modo, decidiu-se criar um personagem para representar o Campus
Twitter, o qual será chamado de Campusito. É através de sua voz que o perfil irá se
comunicar, incorporando e transmitindo informações jornalísticas em primeira
pessoa para o público. O nome foi escolhido por ser relevante, curto e original;
assim, é facilmente lembrado e encontrado (MARKETING NO TWITTER: O GUIA
DA ROCKCONTENT, 2017).
A ideia de criar um personagem foi inspirada em mascotes de empresas,
como o Pinguim da Ponto Frio. Esse possui, em seu Twitter, uma personalidade e
um tom de voz muito bem definidos: ao mesmo tempo que faz a publicidade da
marca, anuncia produtos e resolve problemas, ele descreve ações cotidianas, como
almoçar e dormir, que geram reações positivas nos internautas. “A gente não busca
número de seguidores, porque consideramos uma estratégia ultrapassada. O que
19
nós queremos é estabelecer diálogo, nos relacionar com as pessoas e gerar
engajamento”, disse o diretor de Marketing da Loja em entrevista à Época Negócios
(2012, disponível em: <https://glo.bo/1i5WqyW>. Acesso em: 12, abr. 2017)
No caso do Campusito, o personagem retratará o cotidiano de um estudante
típico da Universidade de Brasília: as filas e o cardápio do Restaurante
Universitário, os ônibus, as polêmicas do movimento estudantil, as áreas de lazer e
descanso (como o Ceubinho2, os MASCs3 e a Biblioteca Central) e as atividades
culturais (batalha da escada4, happy hours5), assim como vivências nos estágios
profissionais, experiências de projetos de pesquisa e outras situações específicas
da vivência universitária.
Tuítes relacionados a prestações de serviços e datas importantes para os
alunos (trancamento de disciplinas, concessão de créditos em língua estrangeira,
editais de assistência etc.) também farão parte do repertório do Campusito. Dessa
maneira, o Twitter deixa de ser uma ferramenta de compartilhamento das
produções de outras plataformas, como o site, para ser uma rede independente,
com conteúdo próprio e função determinada.
A frase que convida o usuário do microblog a compartilhar suas ideias traduz
o objetivo da rede: descrever o que está acontecendo com “você” em determinado
momento. Pensando nisso, a ideia que se projeta para o Campus Twitter é de um
jornalista próximo e íntimo das pessoas e de suas rotinas, de uma maneira pessoal
e sem formalidades.
Através do Campusito, será possível se conectar com os internautas por
meio de menções, “replies”, curtidas, retweets e mensagens diretas. Com
perguntas, enquetes e uma linguagem que fará os seguidores se identificarem com
o personagem, o Campus Twitter pretende aproximar os que leem dos que
escrevem.
3.3.3 Estratégias de engajamento
Algumas das estratégias para aumentar o engajamento e o número de
2 Local de transitação e comércio dentro do Instituto Central de Ciências (ICC) 3 Prédios destinados ao comércio de livros, alimentos, etc. 4 Evento de rap que acontece semanalmente no teatro de arena da UnB 5 Eventos de descontração e integração promovidos pelas entidades estudantis da UnB
20
Editor-chefe
Repórter 1 Repórter 2 Repórter 3
seguidores incluem tuitar perguntas que são fáceis de serem respondidas; pedir
para os seguidores escolherem entre duas coisas (essa forma funciona,
principalmente, quando eles têm de escolher entre retuitar ou favoritar); postagem
de fotos e vídeos (que são assistidos na própria plataforma); o uso de slides pelo
SlideShare (podendo conter coisas como listas ou informações sobre como fazer
algo); retuitar algumas menções de engajamento com os assuntos abordados,
causando assim uma ideia maior de proximidade; atualizações rápidas de notícias e
eventos em primeira mão, já que muitos usuários usam a plataforma como meio de
se manterem informados; “live tweets”, ou seja, tuitar em tempo real com
comentários sobre um evento ou notícia que está sendo pautado na rede, usando
hashtags para ampliar o alcance; o uso de memes, que é bastante valorizado na
rede; tuitar mais entre 8h e 19h, pois é o horário de maior fluxo na rede; tuitar nos
finais de semana; dar dicas sobre um assunto e comentar assuntos de hashtags
que estão populares na rede.
3.3.4 Organograma
O Campus Twitter terá dois tipos de cargo e precisará de quatro pessoas:
um editor-chefe e três repórteres. Cada repórter será responsável por um tema fixo,
o qual cobrirá todos os dias; além disso, toda semana o editor chefe vai distribuir
pautas de outros temas. Eles serão hierarquicamente distribuídos conforme está na
Figura 2: Organograma das funções na Plataforma Twitter. FONTE: Os autores (2017).
21
3.3.5 Horários de publicação
As postagens serão feitas de acordo com o horário de pico da pauta (Quadro
3). As fixas são: Restaurante Universitário (RU), Mobilidade e Serviços. Os outros
temas vão ser postados nos intervalos.
Quadro 3 – Assuntos e horários preferenciais de publicação.
Manhã Tarde Noite
RU 11h30 - 12h 12h - 13h30
Mobilidade 7h - 8h 12h -13h 18h - 19h
Serviço 8h - 11h 14h - 17h
Outros 8h - 11h 14h - 17h 19h - 21h
FONTE: Os autores (2017). 3.3.6 Horários de trabalho
Uma vez que os repórteres estão divididos de acordo com as pautas fixas,
os horários de trabalho corresponderão aos horários de pico demonstrados no
Quadro 4. Como a tarefa do editor chefe é coordenar os repórteres e as postagens,
ele não terá horário fixo e ficará atento o dia todo, exercendo também a função de
repórter (por isso aparecem quatro repórteres no Quadro 4.
Quadro 4 – Horário semanal de trabalho dos repórteres da Plataforma Twitter
Segunda a Sexta Final de Semana
7h Repórter 1
8h - 10h59 Repórter 1 e 2 Plantão*
11h Repórteres 1, 2, 3 Plantão
12h - 13h59 Repórter 1 e 2 Plantão
14h - 17h59 Repórter 3 Plantão
18h Repórter 2
19h - 22h Repórter 3
*Plantão: R1, R2 e R3, dependendo da disponibilidade. FONTE: Os autores (2017).
22
3.3.7 Processo de produção de conteúdos
O processo de trabalho do Campus Twitter seguirá a seguinte dinâmica
descrita na Quadro 5:
Quadro 5 – Sequência do processo de produção da Plataforma Twitter
1 Reunião interna entre editora-chefe e repórteres
2 Reunião do Conselho Editorial com todos os editores chefes
3 Editora-chefe distribui pautas aos repórteres
4 Repórteres fazem apuração e postagens de preferência em tempo real
5 Repórteres programam os tuítes que vão entrar ao vivo
6 Controle de redação: editora-chefe analisa o engajamento e interage com os seguidores
FONTE: Os autores (2017).
3.4 PLATAFORMA FACEBOOK
O Facebook foi fundado em 2004 por Mark Zuckerberg e hoje tem mais de
1,5 bilhão de usuários, sendo que mais de dois terços desses utilizam o serviço
diariamente. A ferramenta se tornou uma das maiores fontes de informações da
modernidade. Não só pelo número de pessoas que atinge, mas também pela
praticidade do uso. Os meios de comunicação utilizam a rede social,
massivamente, para divulgar seus conteúdos noticiosos.
Ainda que a audiência seja grande, a maioria dos veículos não exploram o
potencial da plataforma e suas funcionalidades. Cria-se assim o padrão jornalístico
para o Facebook: publicação de chamadas das notícias com links para o site do
jornal. Com o intuito de extrair o máximo dos recursos oferecidos, a plataforma
Facebook do Campus Online pretende inovar e dar novos propósitos aos
mecanismos disponíveis. A seguir, serão apresentadas algumas das ferramentas
do Facebook e o uso que o Campus pretende fazer delas.
a) Feed de Notícias - É o espaço onde todas as publicações de seu interesse
são disponibilizadas e podem ser postadas. Este “desejo” é analisado pelo
23
Facebook a partir das curtidas de um perfil e das pessoas que interagem
com ele. Além disso, quanto maior o engajamento com o post, mais ele fica
evidenciado no Feed de Notícias.
b) Lives - Recurso para transmissões ao vivo. Vídeos feitos desta forma geram
dez vezes mais engajamento e são assistidos, em média, por três vezes
mais tempo, segundo o Facebook. Após o fim de uma transmissão, o
conteúdo continua disponível na página em que foi publicado originalmente.
• Como vamos usar? O Campus utilizará esse mecanismo para noticiar o
que está acontecendo agora, o hardnews, além de programas especiais.
Sempre priorizando assuntos de grande relevância para o nosso público-alvo
prioritário. Exemplos: Jornal semanal com as notícias que mais impactaram
(âncora com repórteres espalhados), pingue-pongues com especialistas,
serviços (filas, notícias do RU, trânsito, protestos etc).
c) Stories - Recurso que permite o compartilhamento de vídeos e fotos,
disponibilizando-os para o público por apenas 24 horas. Os conteúdos só
são salvos manualmente.
• Como vamos usar? O Campus vai utilizar para notícias diárias, efêmeras,
que perdem seu valor depois de um dia. Exemplos: Chamadas para notícias
do dia, dados externos (Waze, Moovit, Dftrans etc), prints e vídeos curtos.
d) Mosaico – Conjunto de fotos e vídeos.
• Como vamos usar? O Campus vai utilizar essa ferramenta para matérias
mais visuais, diluindo o texto nas legendas das fotos ou/e vídeos. Exemplos:
Cobertura de eventos, especiais, etc.
e) Canvas - Originalmente criado para fazer anúncios publicitários, permite que
se crie conteúdo multimídia de fácil visualização para smartphones. É
possível fazer inúmeras composições usando fotos, vídeos, botões, links,
textos e carrossel de imagens.
• Como vamos fazer? O Campus utilizará essa ferramenta para matérias
completas e exclusivas para smartphones. Nesse caso, pode ser
disponibilizado links para a leitura em outra plataforma. Exemplos: Matérias
do dia a dia, factual, com fotos, vídeos e hiperlinks.
f) Notas – Parecido com o Canvas, este recurso tem menos possibilidades
multimídia, porém mais opções textuais. Disponível tanto para smartphones
24
quanto para desktops.
Como vamos fazer? O Campus utilizará essa ferramenta para matérias
completas com texto, aspas, fotos e vídeos incorporados de outras plataformas.
Exemplos: Matérias do dia a dia, factual, com fotos, vídeos e hiperlinks.
3.4.1 Métrica do Facebook
O Facebook, a partir do Facebook Analytics, fornece uma série de gráficos
para que as informações e o crescimento de uma página possam ser estudados e
acompanhados. Com os dados fornecidos, a abordagem da página pode sempre
ser atualizada e melhorada.
Figura 3 – Gráfico de resumo das atividades de página do Fecebook
FONTE: Os autores (2017).
Em gráficos gerais e de fácil compreensão, pode ser analisado o
crescimento na interação que o público tem com a página, seja envolvendo ações,
visualizações, curtidas em postagens, envolvimento com o que é publicado ou a
análise de quantas pessoas são alcançadas pelo conteúdo que produziremos.
Além disso, a partir de gráficos como o da Figura 5, os melhores horários
para postagens são semanalmente atualizados. Essa atualização, por sua vez, é
25
feita a partir dos momentos do dia em que o público da página é mais alcançado
pelo que se publica, de acordo com o dia da semana e a hora do dia.
Figura 4 - Gráfico dos horários de maior acesso do público
FONTE: Os autores (2017).
O público da página também pode ser acompanhado a partir do
envolvimento, sexo e idade (Figura 5).
Figura 5 - Gráfico de segmentação de público por sexo e idade
FONTE: Os autores (2017).
26
Outro ponto importante de mensuração é o alcance, ou seja, quantas
pessoas possuem contato com as publicações da página de alguma forma. A partir
dos picos desse alcance, podem ser identificados conteúdos e tipos de publicação
que mais são transmitidos e replicados.
Figura 6 - Gráfico de mensuração do contato do público com a publicação
FONTE: Os autores (2017).
Por último, as próprias reações do público com relação a cada postagem
podem ser analisadas e servir de base para entender com quem o Campus fala. O
público gostou? Que reações são mais frequentes?
Figura 7 - Gráfico de mensuração da reação do público
FONTE: Os autores (2017).
27
Repórter tarde/noite
Repórter tarde/noiteRepórter
manhã
Editor-chefemanhã
Editor-chefetarde/n
oite
Repórter manhã Repórter
tarde/noite
3.4.1 Dinâmica de produção de conteúdos na plataforma
Para a plataforma Facebook do Campus Online, ao menos três postagens
exclusivas para a própria mídia devem ser feitas todas as manhãs, três todas as
tardes e uma à noite. Neste número, entram lives, textos, stories e todas as formas
de postagem que o Facebook fornece.
Para tanto, a plataforma Facebook contará com revezamento de dois
jornalistas na função de editor chefe e cinco repórteres. Os editores têm igual poder
hierárquico, com a diferença que o da manhã participa da reunião de “abre”, e o da
tarde participa da de fechamento6. Já os repórteres se dividem entre manhã e
tarde/noite, segundo o organograma da Figura 8:
Figura 8 - Organograma das funções dos jornalistas na plataforma Facebook
FONTE: Os autores (2017).
Haverá, no mínimo, três posts no turno da manhã e outros quatro na
tarde/noite. Eles se dividem em lives corriqueiras, prints de serviços, coberturas do
Restaurante Universitário (RU) e pautas livres. Essas serão decididas em reuniões
de pautas e entregues aos repórteres pelo editor do turno. O “Campus Face” deixa
aberta a possibilidade do surgimento de novas pautas que deverão ser feitas no
momento em que a notícia ocorrer, também coordenadas pelos editores chefes. A
organização da produção mínima e seus horários seguem as tabelas que integram
o Quadro 6:
6 Esta reunião foi abolida do projeto, uma vez que o Conselho Editorial permaneceu conectado
virtualmente 24 horas ao dia.
28
Quadro 6 – Horários de postagens e conteúdos das matérias
Segunda a Sexta
6h Serviço
11h Post Livre
11h30 - 13h RU
16h Canvas
17h - 22h Post livre e Livre
FONTE: Os autores (2017).
Cada função terá uma carga horária de seis horas. Porém, esse tempo
refere-se apenas à disponibilidade do profissional, não quer dizer que estará
trabalhando durante todo o período. Os horários serão decididos entre o editor e o
repórter, seguindo a base descrita na tabela do Quadro 7:
Quadro 7 – Tabela dos horários de trabalho
Editor chefe manhã Repórter manhã Editor chefe tarde/noite Repórter tarde/noite
7h - 13h 8h-13h 13h-19h 13h-19h FONTE: Os autores (2017).
As pautas serão distribuídas pelos editores chefes, mas poderão ser
sugeridas e decididas em conjunto. A dinâmica de postagem e edição segue a
sequência delineada no Quadro 8.
Quadro 8 – Fluxo da produção de conteúdos
Pauta Repórter e editores fazem sugestões de possíveis pautas.
Edição O editor-chefe faz as postagens de serviço todos os dias.
Canvas A “matéria Canvas” finalizada pelo repórter é enviada para o editor chefe que a publica.
Linha Direta As demais matérias são publicadas pelo repórter e o editor chefe faz as alterações em tempo real.
Interação O editor chefe responde os comentários das publicações e cuida das interações de modo geral.
FONTE: Os autores (2017).
29
3.4.1.1 Ferramenta de produção Canvas
Apesar de a ferramenta disponibilizada pelo Facebook publicar textos que
são acessíveis unicamente via smartphone, a criação e publicação devem ser feitas
através de um computador pessoal. Para criar um Canvas é necessário clicar no
botão de compartilhamento de vídeo ou foto e escolher a última opção.
O Canvas do Campus Online padronizou um modelo com fundo branco e
cabeçalho com o logotipo do veículo; título em cor amarela, fonte sans-serif corpo
16 e fundo vermelho da mesma cor do logo; corpo da matéria com alinhamento
central, fonte de tamanho 15 e cor cinza escuro. No fim da matéria, há o botão de
mais notícias na cor vermelha padrão, que redireciona para a página inicial do
Campus Online (fonte tamanho 18 e de cor branca). Em “Ferramentas” também há
a possibilidade de ligar o redirecionamento para a página do Campus se o usuário
de smartphone continua a puxar o Canvas para baixo. As fotos são colocadas
através da ferramenta Carrossel, que cria uma apresentação de fotos.
A produção de conteúdos para postagens do tipo Canvas seguirão o
seguinte modelo básico:
- Conter no mínimo duas fotos;
- vídeo curto - por volta de 20 segundos - com aspas de personagens da
matéria;
- texto da matéria com dois parágrafos de quatro linhas ou três de 3 linhas;
3.4.1.2 Modelo de redação virtual
A redação virtual do Facebook se organizará a partir do Trello. O aplicativo
será dividido por áreas: controle de produção, cronograma de postagem e fluxo de
produção.
A área de controle de produção disponibilizará a cada repórter todo o
conteúdo produzido por ele durante a semana. E, consequentemente, abrigará tudo
o que for produzido pela editoria no período.
Já no cronograma de postagens estarão abrigadas as pautas previstas para
a semana, capturadas através das sugestões da Radioescuta para cada dia. A área
não coibirá, porém, o envio de pautas “quentes” aos repórteres que estiverem de
30
plantão no período.
Por fim, o fluxo de produção cordenará todo processo de produção da
plataforma. Lá, os editores vão colocar as pautas a serem produzidas no dia, as
encaminhará a determinado repórter e receberá o conteúdo a ser editado e
publicado na página da rede social.
3.4.1.3 Relacionamento com o público e com as demais plataformas
O Facebook, além de produzir seu conteúdo exclusivo e que explore as
potencialidades narrativas do aplicativo, compartilhará e divulgará os produtos
feitos nos outros veículos, como os especiais do site, fotos do Instagram. Nestes
casos, as interações com o público também serão feitas pelo editor chefe, mas em
momentos pontuais: quando o Campus for mencionado ou se referirem diretamente
a ele. As respostas deverão ser educadas e honestas, sempre prezando a busca
pela verdade. A linguagem deve trazer unidade às outras mídias.
OBS.: Muitas das informações e construções de gráficos presentes nesta
seção (3.4) foram obtidas ou auxiliadas nos sites Statista (2017), Facebook
Analytics (2017), assim como presentes na próprio site do Facebook (2017).
Preferiu-se não referenciar durante o texto ou nas figuras e quadros para evitar o
excesso de informações e assim facilitar a compreensão. Entretanto sites estão
referenciados nas Referências completas deste trabalho. 3.5 PLATAFORMA SITE
O projeto tem como objetivo desenvolver o portal “Campus Online”,
plataforma pertencente à Faculdade de Comunicação (FAC) da Universidade de
Brasília (UnB). Criado há mais de 10 anos, o jornal laboratorial tem por objetivo
informar a comunidade acadêmica da UnB, simular situações do mercado de
trabalho aos estudantes de jornalismo e experimentar inovações nas formas de
executar a cobertura midiática. Nos últimos anos, o portal foi o grande foco da
disciplina Campus Multimídia, na qual cada turma gerenciava o site, publicava as
notícias e reportagens produzidas e fazia as alterações que julgasse necessárias
para o melhor andamento da disciplina.
Para o primeiro semestre de 2017, a disciplina visa ampliar o horizonte do
31
fazer jornalístico na web. Se outrora o enfoque era basicamente o site e as redes
sociais eram usadas mais para divulgá-lo, a turma agora passará a produzir
conteúdos exclusivos para o Facebook, Twitter e Instagram, e focar a cobertura do
factual e do tempo real nesses tipos de mídia.
Essa parte do projeto visa expor, especificamente, as novas ideias a serem
aplicadas no Campus Online, que, com nova logomarca, navegação e webdesign
em desenvolvimento, tenderá a priorizar a produção de conteúdos especiais, ao
mesmo tempo em que deverá estar interligado, de forma hipertextual, às diversas
mídias que serão utilizadas pela equipe. 3.5.1 Narrativa
O portal do Campus Online irá priorizar a produção de materiais mais
aprofundadas e focando em conteúdo multimídia. Serão duas frentes principais de
trabalho: por um lado, o portal servirá para aprofundar temas da cobertura cotidiana
do veículo; por outro, produzirá como carro-chefe especiais semanais, no estilo
revista.
Por ser multimídia, essa plataforma terá como foco a integração entre os
mais diversos tipos de produção, como vídeo, foto, infografia e áudio, além do texto
escrito.
3.5.2 Plataformas
A intenção é que o portal funcione, também, como um hub em que as
demais mídias sejam convergidas - e que, assim, concentre o conjunto da produção
também das outras mídias, formando um “banco” de informações e coberturas do
Campus Online como um todo:
a) Redes sociais: incorporação de posts e vídeos do Facebook e Twitter
dentro das matérias; agregar linhas do tempo das redes sociais na home
do portal;
b) Vídeo: utilizar o Youtube para postar entrevistas e vídeos mais
trabalhados sobre as pautas, incorporando dentro das matérias;
c) Infografia: Infogram (ou outras opções como Live Gap Charts) para
mapas, gráficos, dados etc.;
32
d) Áudio: SoundCloud para entrevistas em áudio e/ou podcasts.
3.5.3 Estética e layout
Os padrões de estética, o layout e a logomarca do Campus Online serão
atualizados para representar essa nova fase da plataforma, diferenciando-a do que
era no outro semestre. A proposta é ter um slideshow na home do site para dar
movimento e hierarquizar a produção, além de galeria de imagens, vídeos e áudios
para disponibilizar todos conteúdos efetuados tanto para esta quanto para as outras
plataformas.
3.5.4 Editorias
A divisão por editorias será apenas no conteúdo, para facilitar a vida do leitor
que desejar material segmentado. Para fim de produção, os repórteres poderão ser
pautados em qualquer assunto:
a) Cultura: Embora óbvio, é necessário explicitar que a UnB será o foco
maior a ser observado para matérias deste cunho, sem com isso
abandonar temas que não estejam neste universo prioritário;
b) Comunidade: Editoria que substitui a anterior: “sociedade”. Responsável
por abarcar a comunidade acadêmica e o “entorno” dos campi: Ceilândia,
Darcy Ribeiro, Gama e Planaltina.
c) Esporte: Esta editoria ficaria responsável pelas pautas que envolvem o
esporte universitário. O que inclui competições entre os próprios alunos
da UnB, como projetos desenvolvidos pela universidade no âmbito
esportivo, por exemplo, o Centro de Excelência em Saltos Ornamentais,
parceria entre UnB, Ministério do Esporte e CBDA
d) Especiais: As reportagens produzidas com maior grau de profundidade e
forem designadas para as edições de fins de semana serão encaixadas
nesta editoria.
e) Opinião: Através da criação da editoria de Opinião, convidaremos
especialistas de várias áreas de estudo da UnB para escreverem artigos
aprofundando determinados temas trabalhados na cobertura jornalística.
33
Além da valorização da opinião acadêmica, conseguiremos abrir um
espaço de pesquisa nos temas que foram abordados nos artigos.
f) Ombudsman: Um doutorando ou aluno de semestres anteriores, que
tenha participado do Campus Online, para analisar a produção de
conteúdo em todas as plataformas do Campus Digital. O ombudsman
terá um espaço para expor sua opinião sobre o que foi produzido,
discorrendo sobre tudo o que foi analisado, nos dando um feedback do
que podemos melhorar e o que abordamos corretamente.
3.5.4.1 Funções dos editores
O site contará com o trabalho de repórteres e de alguns e editores, cujas
funções serão apresentadas a seguir:
a) Editor chefe: É o responsável pelo veículo. É o representante do
Conselho Editorial e repassa o que foi decidido para os editores internos.
Supervisiona, coordena e resolve problemas no andamento dos
trabalhos nas áreas do site, sempre em contato com os editores. Além
disso, será o responsável, junto com o Editor de Site e Mídia, por colocar
o “Bom dia UnB7” no ar, já que está por dentro de tudo o que foi discutido
no Conselho Editorial do Campus Digital e os editores estarão ocupados
começando os trabalhos em suas esferas de trabalho;
b) Editor diário: O responsável por essa função tem por atribuição sugerir,
coordenar e distribuir as pautas a serem cumpridas pelos repórteres
designados para a cobertura do “factual” e de matérias ao longo dos
dias. Deve estar em constante contato com o editor-chefe de maneira a,
se necessário, alterar a programação instantânea;
c) Editor de especiais: Responsável pelas matérias especiais produzidas
pelo site. Deve coordenar a reunião de abertura dos especiais, que serão
realizadas às segundas-feiras, assim como as reuniões de fechamento,
às sextas-feiras. Deve acompanhar a produção dos especiais no dia a
dia, trocando informações com os repórteres, auxiliando na resolução de
7 Programete diário transmitido em streaming a ser apresentado diariamente pela manhã chamando
para as principais materias que já estão no ar no site, Facebook, Instagram e Twitter e as que estão em produção no dia pelas quarto plataformas. O nome consolidado foi Campus Café.
34
problemas. Informar o editor-chefe sobre o andamento da produção; e
d) Editor de Site e Mídia: Responsável por selecionar e ordenar a
distribuição das matérias no site “Campus Online”, além de todos os
serviços necessários para o bom funcionamento da página, bem como
tratar as imagens e vídeos das pautas diárias, mas, sobretudo das
matérias especiais, que exigem um maior cuidado em suas edições.
Será responsável, junto com o Editor-chefe, por produzir e colocar no ar
o “Bom Dia UnB”.
3.5.5 Contato com o público
Criar espaço para que os usuários se inscrevam em uma newsletter a ser
enviada semanalmente, no sábado ou domingo, preferencialmente. Ela vai ser um
veículo de divulgação direta da cobertura mais aprofundada a ser lançada no fim de
semana, além de resumir o que o Campus noticiou na semana que passou e trazer
uma perspectiva do que noticiará na semana seguinte. Além disso, poderia trazer
conteúdos exclusivos, como análises e infográficos.
Uma plataforma que pode ser utilizada é o E-goi (<https://www.e-
goi.com.br/pt_br>), ferramenta que permite enviar newsletter para até 5001
contatos sem custos. Ela funciona online e disponibiliza templates prontos para uso,
mas também permite que o usuário crie seu modelo do zero. Além disso, o Joomla,
sistema que passou a ser usado no site do Campus Online, possui plugins
específicos para esta função, os plugins podem ser conferidos e testados
acessando o seguinte endereço:
<https://extensions.joomla.org/extensions/extension/marketing/newsletter>.
O site contará com um espaço onde os leitores poderão enviar suas
sugestões de pauta e denúncias diretamente para a Rádioescuta da Redação.
Além disso, o site contará com espaço para fazer seus comentários diretamente
onde o conteúdo foi postado. Também poderiam ser feitas críticas e elogios sobre a
nossa forma de cobrir e produzir os conteúdos.
35
3.5.6 Organograma, fluxograma, funções e grade horária
A Figuras 9 e os Quadro 8, 9, 10, 11 e 12 apresentam respectivamente o
organograma da hierarquia das funções dos jornalistas no portal, o fluxograma da
produção de conteúdos, os horários das principais atividades e postagens
semanais, os horários dos editores e repórteres da cobertura diária, e os horários
do editor e repórteres das coberturas especiais.
Figura 9 – Organograma de hierarquia e funções
FONTE: Os autores (2017).
Quadro 8 - Etapas da produção das matérias diárias
Etapa Atividade
1 Reunião de abertura e pauta
2 Streaming
3 Apuração e cobertura
4 Edição
5 Post
FONTE: Os autores (2017).
Editor-chefe
Editor de especiais
Editor diário Editor de mídia
Repórter RepórterRepórterRepórter RepórterRepórter
36
Quadro 9 - Etapas da produção do especial
Etapa Atividade
1 Reunião de pauta
2 Apuração e cobertura
3 Edição
4 Reunião de fechamento
5 Postagem
FONTE: Os autores (2017).
Quadro 10 – Grande horária de postagens e principais atividades
Segunda a Quarta Quinta Sexta Final de Semana
8h Reunião Reunião - Especial Reunião - Fechamento do
Especial
Especial
10h Streaming Streaming Streaming e Avaliação da
Semana
15h Post 1 Post 1 Post 1
19h Post 2 Post 2 Post 2
FONTE: Os autores (2017). Quadro 11 – Grande horária semanal dos editores e repórteres da cobertura diária
Segunda Terça Quarta Quinta Sexta
8h às 12h Repórter 1, Editor-chefe, diário e site
Estagiário 1, Editor-chefe, diário e site
Repórter 1, Editor-chefe, diário e site
Estagiário 2, Editor-chefe, diário e site
Repórter 1, Editor-chefe, diário e site
12h às 16h Repórter 2, Editor-chefe, diário e site
Estagiário 3, Editor-chefe, diário e site
Repórter 2, Editor-chefe, diário e site
Estagiário 4, Editor-chefe, diário e site
Repórter 1, Editor-chefe, diário e site
16h às 20h Editor diário Editor diário Editor diário Editor diário Editor diário
FONTE: Os autores (2017).
37
Quadro 12– Grande horária semanal dos editores e repórteres da cobertura especial
Segunda a Quinta Sexta Final de semana
8h às 20h Todos os repórteres, editor especial
Todos os repórteres, editor especial, editor
do site
Editor do site
FONTE: Os autores (2017).
3.5.5 Questões técnicas e de navegabilidade8 A disciplina Campus Multimídia do curso de jornalismo da Faculdade de
Comunicação da Universidade de Brasília, coordenada em 2017 pelo professor
Zanei Barcellos, traz na sua ementa que se trata de:
Laboratório de produção jornalística multimídia. Vivência de rotinas produtivas típicas de redação multiprofissional: elaborar pautas, apurar informações, redigir e editar textos para divulgação em portal de notícias e dispositivos móveis, com o uso de diversos recursos. Podcast, radioweb, webtelejornalismo. Redação de conteúdo jornalístico multimídia. Ferramentas de webdesign e de softwares de edição de audio e video.
Em consonância com ela, o presente projeto estabeleceu, pelo consenso
entre alunos e professor, o objetivo, como citado na Introdução deste trabalho, de
“criar, produzir e manter com trabalho em redação virtual convergente um veículo
jornalístico multiplataforma para mobiles baseado em redes sociais e site
jornalístico”. O projeto de veículo em desenvolvimento na disciplina prevê produção
de conteúdos para as plataformas Instagram, Facebook, Twitter e Site.
Foi para esta última que entramos em um compacto processo pedagógico e
de produção. A missão: colocar no ar um Sistema de Gerenciamento de Conteúdo
(CMS - Content Management System), contemplando diretivas de design e
editoriais já desenvolvidas e aprovadas para compor o veículo Campus Online.
Compacto porque foi rápido, pedagógico porque promoveu aprendizado, de
produção porque atendeu a uma demanda real de trabalho.
8 Esta seção foi escrita pelo Prof. Ms. Fernando Molina, a quem o grupo de alunos responsável pela
reforma do site recorreu para implementar nova apresentação gráfica e reformar sua navegabilidade dentro da nova proposta.
38
A demanda era bastante simples, num primeiro momento. Os elementos do
design seriam contemplados dentro do possível, e por possível entendeu-se aquilo
que poderíamos implementar atendendo os requisitos de:
a) ser um recurso gratuito;
b) estar no no alcance do conhecimento já dominado pelo grupo ou no de
uma pesquisa que este grupo pudesse realizar, assimilar e trabalhar com o novo
conhecimento.
Assim, uma lista paralela de anotações foi ganhando forma e volume na
medida em que avançávamos: a de coisas a corrigir e a wish list, contendo
alterações no que já estava sendo utilizado ou novas funcionalidades a serem
implementadas, como veremos em breve.
Os elementos centrais do projeto gráfico apresentado pelos estudantes que
puderam ser incorporados foram a logomarca, a fonte e a cor predominante da
página. Uma vez desenvolvida e evoluída a concepção e uma vez tendo a equipe
se apropriado do contexto e da cultura do sistema de gerenciamento de conteúdos,
é de se esperar também alterações no projeto editorial e gráfico.
O projeto editorial planejado para o estágio inicial do Campus Online
contemplava um menu principal, um slide para os destaques, chamadas para as
últimas matarias (ordem cronológica), acesso ao Twitter e ao Facebook, menu
principal, um slideshow para os destaques, chamadas para as últimas matérias
(Figura 9). Para trabalhar na instalação do CMS e estruturação da arquitetura da
página foi designado um grupo de quatro alunos. A missão deste grupo era
acompanhar a implementação do projeto e se apropriar da gestão da página do
Campus Online, de acordo com as diretrizes e dinâmica da disciplina.
39
Figura 9 – “Boneco” da homepage do site
FONTE: Os autores (2017).
Para trabalhar na instalação do CMS e estruturação da arquitetura da página
foi designado um grupo de quatro alunos. A missão deste grupo era acompanhar a
implementação do projeto e se apropriar da gestão da página do Campus Online,
de acordo com as diretrizes e dinâmica da disciplina.Uma série de quatro encontros
presenciais e algumas poucas mensagens trocadas pelo Whatsapp foi o suficiente
para realizarmos a tarefa de colocar o veículo no ar. Como mencionado, os
inevitáveis ajustes e adaptações, bem como as funcionalidades que passaram a ser
desejadas (uma vez que a compreensão do grupo ganha uma outra dimensão)
aconteceram, como em todo processo saudável, e serão tratados mais adiante.
40
Figura 10 – Homepage do site já em operação
FONTE: Reprodução da homepage do Campus Online (2017, acesso em: 5, mai, 2017).
3.5.5.1 A plataforma e as extensões
Em função do histórico da FAC (Faculdade de Comunicação), foi adotado o
CMS Joomla! para este projeto. O sistema acabara que lançar sua versão 3.7, com
uma série de novidades, e atenderia muito bem os requisitos do projeto.
Um projeto de CMS utiliza as funcionalidades nativas do sistema,
complementadas pelos chamados plugins e componentes, que estendem as
possibilidades de organização editorial e dos serviços prestados pelo canal. De
maneira básica, podemos compreender os plugins como scripts mais simples e
41
específicos, enquanto os componentes são mais complexos e desenvolvem
diversas tarefas. O plugin do Twitter, por exemplo, faz unicamente trazer os últimos
posts daquele serviço, enquanto para a seção Agenda temos diversas
funcionalidades, como cadastro, calendário, categorias dos eventos, formas de
exibição etc.
As demandas identificadas no desenho original do Campus Online podem
ser organizadas conforme o Quadro 15, no tocante a funcionalidades nativas ou
extensões:
Quadro 15 – Seções, utilidade editorial, tipo de funcionalidade
Seção O que faz Nativo / Extensão
Menu principal abas com chamadas para as categorias nativo
Slide show área de destaque, com imagem, chamada e link para matéria
extensão
Feed do Twittter traz os últimos posts de determinada conta do Twitter extensão
Feed do FaceBook traz os últimos posts de determinada conta do FB extensão
Mais notícias traz as últimas postagens que não foram destaque nativo
Agenda sistema de cadastro e exibição de agenda de eventos extensão
Destaques apresenta número pré-determinado de chamadas para matérias em destaque
nativo
Contatos formulário de envio de mensagem (não utilizado) nativo
Dados estatísticos organiza dados sobre visitações à página extensão
Framework facilita o desenvolvimento do leiaute do projeto extensão
FONTE: Os autores (2017).
Seguindo o princípio da utilização de freeware, extensões gratuitas, as
demandas do projeto foram encaminhadas conforme o Quadro 16:
Ainda na fase de testes, já foi possível verificar alterações no projeto original
do Campus Online. Por hora, apenas as listaremos, para fins de registro:
a) Chamadas - Ao invés de termos apenas os títulos das últimas,
digamos, quatro matérias publicadas, temos duas categorias de
exibição na primeira página. Uma traz o chamado “Destaque”, com
título, foto e chamada; a outra, o “Mais notícias”, lista o título das
42
últimas publicações, excetuando as que foram destaque.
Importante observar que ambos recursos poderiam filtrar de uma
ou mais categorias de assuntos em específico, bem como para
todas, obedecendo, por exemplo, a ordem cronológica;
b) Contatos - O grupo decidiu abrir mão do sistema nativo de
contatos, que permite enviar mensagens para setores específicos
da Redação. A opção adotada, mais simples e talvez mais
indicada para a atual fase do projeto, foi a publicação de um
endereço de email para quem quisesse submeter uma sugestão de
pauta para a redação;
c) Redes sociais - O link para as redes está disponível nos ícones que
ficam na parte superior da tela. As matérias poderão ter os ícones
para que o usuário compartilhe determinado post em sua rede
social, mas isso será abordado em sessão futura desse registro,
quando falarmos da wish list (lista de desejos), ou seja das
implementações e melhorias desejadas para o projeto.
d) Twitter - Ao invés de link direcionando para a página Twitter da
disciplina (@campusito), temos os últimos posts daquela conta
sendo exibido no Campus Online;
e) Facebook - a equipe não identificou um plugin gratuito que
realizasse a mesma tarefa que o do Twitter. Foi para o wish list.
Quadro 16 – Demandas editoriais, nome do plugin, extensão utilizada
Demanda Nome https://extensions.joomla.org/e
xtension
Slide show DJ-ImageSlider /dj-imageslider
Feed do Twittter Custom Twitter Display Widget /custom-twitter-display-widget
Feed do FaceBook não foi encontrado plugin gratuito com essa funcionalidade
-
Agenda ICAgenda /icagenda
Dados estatísticos Nice Google Analytics /nice-google-analytics/
Framework Gantry www.gantry.org
FONTE: Os autores (2017).
43
3.5.5.2 Providências e rotinas
Ao iniciar um projeto como este, independente do CMS que se adota,
inaugura-se um processo de prazo indeterminado, ou seja, que atravessa os
períodos letivos. Ele se constrói com decisões das diversas ordens, num processo
acumulativo, constituindo assim o que chamo de a inteligência editorial da
organização, no caso, a disciplina.
Para que o bastão seja passado e conduzido com sucesso, ou seja, para
que o projeto continue no seu processo evolutivo através dos semestres, algumas
providências são fundamentais, como a documentação, por exemplo.
O presente texto é um esforço neste sentido e certamente terá
desdobramentos, cujos formatos serão definidos na medida em que o projeto
evolui. Um tutorial sobre as funcionalidades, por exemplo, certamente será
desenvolvido de forma diferente ao do registro das muitas senhas e cadastros
realizados nos diversos serviços que compõem o quadro de trabalho da disciplina.
Há também questões de fundo como o credenciamento dos usuários, em
suas diversas categorias, e sua efetiva atualização. Este ponto, assim como todos
os demais, são encaminhados em consonância com as definições estratégicas e
editoriais da disciplina. Queremos acessar os trabalhos dos alunos no futuro?
Queremos manter o cadastro dos alunos que passaram pela disciplina? Queremos
ter um banco de imagens funcional? Estas e várias outras respostas são
fundamentais para se moldar a estrutura como um todo, com o objetivo de
sustentar o projeto em regime contínuo e permanente, proporcionando o
aprofundamento das pesquisas e trabalhos, bem como a maturação do veículo
como tal.
4.5 PLATAFORMA INSTAGRAM
O instagram é uma rede social online focada na distribuição de imagens para
as mais diversas funções como entretenimento, empreendedorismo, informações,
lazer, etc. Criada por Kevin Systrom e Mike Krieger em 2010, a rede social passou
por diversas adaptações tecnológicas e funcionais.
De acordo com o apelo estético que o instagram tem, a proposta de uso da
44
plataforma para o Campus Online é explorar ao máximo o caráter visual das pautas
sugeridas. Com base em pesquisa foi possível notar que o instagram é uma rede
social muito utilizada como ferramenta de busca para entretenimento e conteúdos
simples, dinâmicos e interativos. É utilizado também para divulgar o trabalho de
fotojornalismo de diversos veículos grandes, como The New York Times e Chicago
Tribune, que possuem o intuito de contar histórias por meio das fotos postadas.
É necessária a programação e definição de postagens recorrentes através
de um plano de comunicação mensal, como datas comemorativas, séries
etc, proposto pela editoria, incluindo análise e procura de conteúdo diversificado
condizente com as propostas e editoria do jornal respeitando as necessidades
estéticas e do público-alvo da plataforma.
Para isso, o público será respondido por inbox quando necessário e existe a
possibilidade de reposts, principalmente dentro de séries da mídia. A plataforma irá
explorar ao máximo o caráter visual das pautas sugeridas, observando a
versatilidade da rede social e o potencial de atuar como difusor da informação e
abordar pautas mais frias nesta rede, trabalhando também com a reformulação da
abordagem de pautas quentes (hard news), de forma mais reflexiva e dinâmica.
Dentro das ferramentas que utilizaremos estão o stories, que será utilizado
para realizar o making off do Campus, o live, que permitirá a transmissão de vídeos
ao vivo, a galeria de fotos, que será utilizada para cobertura de notícias e matérias
jornalísticas e os vídeos, que deverão ser breves e direto 4.5.1 Ferramentas do Instagram e propostas de utilização
4.5.1.1 Stories
A ferramenta chamada Stories, que permite postar vídeos curtos,
boomerangs e fotos que ficarão disponíveis no perfil por apenas 24 horas será
utilizada para realizar o making of do próprio Campus Online, para que o público
veja um pouco do trabalho da equipe e saiba mais sobre o veículo. Desse modo,
será uma ferramenta importante para mostrar, de forma descontraída, o dia-a-dia
da redação além de funcionar como um modo de divulgar o produto.
Além disso, será utilizada durante a cobertura de eventos para divulgá-los e
45
também durante campanhas sociais importantes que necessitam de visibilidade
(como campanha de doação de agasalhos ou doação de sangue). E por fim,
propõe-se que a ferramenta seja utilizada para a divulgação de breaking news, ou
seja, quando se tem alguma notícia urgente e de extrema importância que
necessita ser reportada.
Essas propostas de utilização levam em conta o grande alcance da
ferramenta Stories, visto que ela costuma ser utilizada por muitos usuários do
instagram e figura como uma das partes mais importantes da rede social,
alcançando aqueles usuários que estão sempre online e engajados. Também deve-
se lembrar que esta é uma ferramenta mais dinâmica e descontraída, visto que seu
conteúdo dura apenas 24 horas, sendo ideal para a função de making of e para a
divulgação do próprio veículo. A possibilidade de engajamento com o público é
outro fator importante, pois os seguidores podem sempre responder às fotos e aos
vídeos postados através da Stories com perguntas, comentários e questionamentos
que podem ser facilmente respondidos através da mesma ferramenta.
4.5.1.2 Live
A ferramenta Live, que permite a transmissão de vídeos ao vivo no perfil do
instagram é ideal para a cobertura de eventos, como palestras e debates, visto que
pode alcançar aqueles leitores que não puderam comparecer, mas buscam saber o
que está acontecendo em tempo real, e para a divulgação de serviços imediatos,
como uma transmissão sobre a fila do RU ou do 110. Além disso, pode ser utilizada
em certas circunstâncias para divulgação de breaking news, se for possível para o
repórter transmitir ao vivo.
Deve-se levar em consideração que esta ferramenta possui características
semelhantes à função de vídeo da Stories, pois ambas possibilitam um
engajamento com o público que pode comenta e reagir ao conteúdo postado e
ambas transmitem conteúdo audiovisual no perfil, sem pertencer à galeria como um
vídeo. No entanto, a Live possui caráter mais imediato por ser ao vivo e pode
possibilitar maior alcance, visto que quando se inicia alguma transmissão uma
notificação é enviada aos seguidores.
Portanto, muitas vezes ambas podem ser utilizadas para os mesmos
46
propósitos, como divulgar um evento ou reportar uma notícia urgente, mas de
formas diferentes. É importante ressaltar que há diferenças entre a transmissão de
um vídeo gravado ao vivo ou pré gravado, mesmo que com pouca antecedência,
sendo assim fica a cargo do jornalista identificar qual situação seria mais adequada
para a utilização da ferramenta Live ou Stories.
4.5.1.3. Boomerang
A ferramenta Boomerang, que possibilita a criação de uma espécie de foto
animada que repete um movimento em looping, pode ser utilizada para
complementar alguma matéria postada através de outra ferramenta ou para
divulgação de campanhas e eventos.
Por possibilitar a criação de um conteúdo descontraído pode ser utilizada
para evitar a postagem exclusiva de fotos quando se trata de matérias do dia-a-dia,
diversificando assim a galeria do perfil.
4.5.1.4 Fotos
A galeria de fotos, ferramenta mais importante do perfil do instagram, será
utilizada para a cobertura das notícias e matérias jornalísticas, levando sempre em
conta o perfil da rede social. Ou seja, por ser um recurso visual deve-se haver um
cuidado com o tratamento dado à imagem e com a utilização de recursos estéticos.
Ao postar fotos no perfil há também a possibilidade de se adicionar uma
série de imagens, formando uma espécie de galeria ou álbum formando um
conjunto de fotos em um mesmo post. Essa ferramenta é ideal para a cobertura de
eventos ou para postar várias fotos de uma mesma série sobre uma reportagem ou
diversas fotos da mesma campanha, com o intuito de dar visibilidade em um
mesmo post a todas elas.
A ferramenta de fotos do Instagram possibilita também a utilização de texto
nas legendas que complementa a história contada através da linguagem visual
imagética e deve se adequar ao estilo de texto das redes sociais, ou seja deve ser
conciso e informal.
47
4.5.1.4 Vídeos Os vídeos postados no perfil do Instagram devem ser breves e diretos,
sendo assim, essa é a ferramenta ideal para a explicação de temas e curiosidades
de forma rápida e simples. Um exemplo desse tipo de uso de vídeos é o perfil
NowThisNews que posta pequenos vídeos informativos, que apresentam belas
imagens e textos curtos para divulgar fatos interessantes.
Essa ferramenta, portanto, deve ser utilizada para transmitir as informações
de uma matéria de forma interativa e direta possibilitando uma maior diversidade de
conteúdo audiovisual.
Observação: Todas as ferramentas devem realizar o melhor uso possível
dos recursos técnicos fotográficos e visuais, como enquadramento, edição,
manipulação das imagens e formato. De preferência de acesso fácil pelo celular,
como aplicativos especializados e gratuitos.
4.5.2 Planejamento da produção de conteúdos
Para elaborar um planejamento de produção, recorreu-se às estatísticas do
Sprinklers (2017) que realizou o comportamento dos usuários de redes sociais em
2015 e conseguiu chegar aos “horários nobres” de cada uma delas.
Apesar de não haver muitas variações, os melhores horários para postagens
no Instagram são entre 11h e 14h, no intervalo do almoço, e, a noite entre 18h às
22h. Já os melhores dias, são quintas e sextas-feiras. A pesquisa também revelou
que os segmentos mais acessados no Instagram, são comércio, varejo, beleza e
higiene.
Sites noticiosos como o Estadão, Folha de São Paulo e Correio Braziliense,
costumam apenas reproduzir fotografias para linkar a matérias. Na plataforma
Instagram do Campus Online, a proposta é fazer uma produção independente das
outras três plataformas.
Para isso, a equipe concluiu que postagens especiais sejam feitas nos dias
de melhor acesso. Isso também vale para postagens fora do factual que merecem
destaque. Nesses casos é interessante pensar nos horários nobres. As coberturas
factuais não precisam seguir os horários de maior acesso. A depender do valor
48
notícia do assunto, devem ser postadas imediatamente.
Figura 11 – Melhores dias e horários para postagens, segundo Sprinklers
FONTE: Os autores (2017).
Os estudos incluíram coleta, observação e discussão interna do grupo sobre
formatos de publicações jornalísticas de grandes veículos nacionais e
internacionais. Entre eles, apresenta-se alguns:
a) Behind the Scene NYC (Figura 12): uso das galerias como forma de
cobertura de eventos e a possibilidade de aprofundamento visual em
um assunto. Atenção para a identidade visual do perfil caracterizada
pelos filtros e tonalidades semelhantes nas publicações.
b) Folha de São Paulo (Figura 13): o perfil funciona como uma galeria de
fotografias fotojornalísticas, porém adaptadas com edição atrativa e
adaptação ao tamanho que é permitido pela plataforma.
c) This Is: vídeos informativos e curtos sobre assuntos diversos, como
cultura, arte, economia, social, porém caracterizados pelo cuidado
estético e fácil compreensão. Uma nova forma de aprofundar com
rapidez alguma temática e se classifica com alternativa para divulgação
de eventos culturais;
49
d) Steal The Look: o perfil do blog de moda no instagram traz inovações
no quesito de uso das ferramentas, em especial, no stories onde são
linkadas matérias que são redirecionadas para o site. Além de ser
usado para postagem de bastidores se torna uma forma de interação e
aproximação com o público, podendo haver marcações e
agradecimentos.
Figura 12 – Exemplos de cobertura de eventos
FONTE: Os autores (2017).
Levando em consideração os dados da pesquisa apresentada e as
observações e discussões baseadas nas publicações de grandes veículos no
Instagram, a plataforma propõe a programação de postagens que está no Quadro
13 ao longo da semana, sendo as postagens factuais as relacionadas às notícias
corriqueiras do dia a dia, as especiais sobre assuntos nos quais se vai investir com
50
mais profundidade e melhor tratamento gráfico, e as notas programadas serão
produzidas antecipadamente e oferecidas ao leitor nos fins de semana.
Figura 13 – Exemplo de fotojornalismo
FONTE: Os autores (2017).
Para realizar a produção dos conteúdos previstos, a equipe de jornalistas
mínima necessária sugerida deverá ter cinco integrantes, sendo um editor chefe,
um editor gráfico (com habilidade em ilustração), dois repórteres fotográficos e um
repórter redator. A hierarquia na equipe será achatada e centralizada no editor
chefe, elo entre a plataforma e as demais via Conselho Editorial.
Quadro 16 – Horários de postagens de notícias
Segunda a Sexta Final de Semana
11h-14h Postagem factual Nota programada
18h-22h Postagem factual
FONTE: Os autores (2017).
51
Figura 14 – Organograma da hierarquia de funções
FONTE: Os autores (2017).
As funções dos jornalistas:
a) Editor chefe - Faz ronda, pesquisa de pautas e tendência, articula com
outras editorias, coordena o banco de imagens, monitora a produção,
distribui as pautas;
b) Editor gráfico: edita os vídeos e fotos, produz artes, legenda, monitora a
aplicação da identidade visual;
c) Fotógrafos: produzem fotos e vídeos, cobrem eventos;
d) Repórter: levanta dados, faz entrevistas, produz os textos, pesquisa pautas.
O processo de produção de conteúdos, por sua vez, obedecerá à dinâmica
explicitada pela sequência do Quadro 16.
Quadro 16 – Sequência do processo de produção
Etapas Atividade Responsável
1 Reunião de Pauta Editor chefe, editor gráfico, fotógrafos, repórter
2 Distribuição de tarefas Editor chefe
3 Apuração e produção Repórter e fotógrafos
4 Postagem Editor chefe
5 Acompanhamento e postagem Editor chefe FONTE: Os autores (2017).
E, finalmente, os jornalistas da plataforma seguirão a planilha de horários de
trabalho e de postagens mostrada no Quadro 17.
Editora chefe Editora gráfica
Fotógrafa Fotógrafa Repórter
52
Quadro 17 – Horários de postagem e de trabalho
Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Final de
Semana
8h30- 9h30 Reunião de Apuração
Repórter Apuração
Repórter 2 Apuração
Repórter 1 Apuração
Repórter 3 Apuração
9h30 - 11h Repórter 1 produção
Repórter produção
Repórter 2 produção
Repórter 1 produção
Repórter 3 produção
11h - 14h Repórter 1 postagem
Repórter 3 postagem
Repórter 2 postagem
Repórter 1 postagem
Repórter 3 postagem
Programada
14h - 17h Repórter 2 produção
Repórter 1 produção
Repórter 3 produção
Repórter 2 produção
18h - 22h Repórter 2 postagem
Repórter 1 postagem
Repórter 3 postagem
Repórter 2 postagem
Especial postagem
Obs.: Programação sujeita a alterações. Os editores estão ativos em todo o processo.
FONTE: Os autores (2017).
53
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