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Programa de promoção da

saúde do trabalhador (PPST)

Prescrição de Atividade Física e orientações relacionadas à saúde do trabalhador

Prof. Giuliano Mannrich Drando. em Eng. Produção - UFSC

Mestre em Ciência do Movimento Humano – UDESC

Especialista em Fisiologia Humana – UVA

Especialista em Fisioterapia Esportiva - SONAFE

Programa de promoção

da saúde do trabalhador

(PPST)

idéias

Saúde conceito

Doença conceito

Diferença entre atividade física e saúde.

De onde nasce a emanda na empresa por um programa de atividade física e saúde (AET).

Efetividade dos programas PPST

SAÚDE X DOENÇA

Saúde “Estado de bem estar físico, mental e social do indivíduo ”

(Organização Mundial de Saúde) Há uma harmonia entre os fenômenos vitais →

metabolismo, crescimento, reprodução, capacidade de reação e regulação, movimentação e adaptação ao meio. Doença É a perturbação da saúde mal estar causado por distúrbio físico, mental ou social Perde-se a harmonia dos fenômenos vitais

SAÚDE

X

DOENÇA

Homem vitruviano - Da Vinci

Homeostasia = Equilíbrio

Manutenção da constância

do “meio interno”

SAÚDE

Definição de Saúde

1970 – ausência de doença;

OMS – Saúde é o completo bem-estar físico, mental e social;

Aurélio – Saúde é o estado do indivíduo cujas funções orgânicas, físicas e mentais se acham em estado normal;

Maletta – Saúde é o resultado do equilíbrio dinâmico entre o indivíduo e o seu meio ambiente.

Direito Conquistado

Constituição da Republica Federativa do Brasil

Da Seguridade Social

Art. 196 – “A saúde é um direito de todos e um dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas …”

Art. 200 – “Ao Sistema Único de Saúde compete:

… executar as ações de saúde do trabalhador …

… Contribuir na melhoria do meio ambiente, nele incluindo o do trabalho …

Conceitos de Doença

Luis Pasteur (França) – “Teoria da Unicausualidade”, descoberta dos micróbios (única causa das doenças);

Incapacidade para explicar a ocorrência de uma série de outros agravos à saúde do homem.

Conhecimentos epidemiológicos complementam esta teoria, considerando-se a multicausalidade como determinante da doença e não apenas a presença exclusiva de um agente.

Passa-se a considerar saúde e doença como estados de um mesmo processo, composto por fatores biológicos, econômicos, culturais e sociais.

Realidade Mundial

The World Health Report – Geneva, WHO - 2014

Causas mais comuns:

sedentarismo

Estilo de Vida Inadequado

Estresse

Doenças do Coração

Doença periférica vascular

Regulação da Pressão Arterial

Principal processo responsável pelo

envelhecimento celular

Qualidade de Vida

Qualidade de Vida

Tornou-se lugar-comum, no âmbito do setor saúde, repetir, com algumas variantes, a seguinte frase: “saúde não é doença, saúde é qualidade de vida”.

Quanto mais aprimorada a democracia, mais ampla é a noção de qualidade de vida, o grau de bem-estar da sociedade e de igual acesso a bens materiais e culturais (Olga Matos, 1999).

Qualidade de vida é uma noção eminentemente humana, que tem sido aproximada ao grau de satisfação encontrado na vida familiar, amorosa, social e ambiental e à própria estética existencial. Pressupõe a capacidade de efetuar uma síntese cultural de todos os elementos que determinada sociedade considera seu padrão de conforto e bem-estar.

Qualidade de Vida

Qualidade de Vida no Trabalho

A busca pela Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) e a implementação de ações visando melhorias para as pessoas, não pode ser considerada como um custo nas planilhas das organizações, uma vez que os custos com afastamentos e ações trabalhistas são maiores do que uma medida preventiva.

Zelar pelo bem-estar e segurança dos indivíduos é de suma importância para assegurar uma maior produtividade e qualidade no trabalho e maior satisfação na vida familiar e pessoal.

Qualidade de Vida no Trabalho

“A QVT baseia-se em uma visão integral das pessoas, que é o chamado enfoque biopsicossocial. O enfoque biopsicossocial das pessoas origina-se da medicina psicossomática, que propõe a visão integrada, ou holística, do ser humano” (MAXIMIANO, 2000, p.498).

Vasconcelos (2001, pg. 25), apud França “A construção da qualidade de vida no trabalho ocorre a partir do momento em que se olha a empresa e as pessoas como um todo, o que chamamos de enfoque biopsicossocial.

Para Davis e Newstrom (2001), a proposta de QVT é desenvolver um ambiente de trabalho que seja tão bom para as pessoas como para saúde econômica da organização. Para tanto, é necessário que haja um enriquecimento no trabalho, de forma a deixá-lo mais desafiador.

Fatores que sofrem influência

direta na satisfação e na QVT

Significado da tarefa, dar importância ao trabalho desempenhado pelo individuo na organização e suas conseqüências.

Feedback, a resposta por parte dos superiores é vital para o aperfeiçoamento constante dos trabalhadores

Autonomia, pois a partir do momento que a pessoa tem autonomia para tomada de decisões, ela passa a se sentir peça importante dentro da organização.

Igualdade de oportunidade, desenvolver políticas claras de crescimento profissional, conforme o cargo desempenhado.

Compensação justa e adequada, pagar salário compatível com a função.

Integração social na organização, tratar a pessoa de forma igualitária sem distinção de raça, credo e cor.

O trabalho e o espaço total de vida.

Análise do Trabalho

Visão da Revolução Industrial do

Homem no Trabalho

Desde as revoluções industriais (séculos XVIII-XIX):

as empresas se preocupavam apenas com a produção;

os esforços eram apenas em proporcionar uma maior quantidade produzida e a melhorar os meios de produção para aumentar a participação no mercado.

O ser humano mero coadjuvante no processo produtivo,

condições precárias de trabalho, as longas jornadas diárias

exploração de trabalho infantil,

o tratamento desumano e os freqüentes acidentes faziam parte da vida dos trabalhadores e eram vistos com naturalidade por quem trabalhava.

Introdução – concepção do trabalho

Idéia atual,

Modificação do homem no processo de produção:

mero executor capital humano PENSANTE

TAREFA PRESCRITA ? ATIVIDADE REAL

Necessidade de reeducação e viabilidade da demanda exigida pelas empresas aos trabalhadores, nos processos produtivos e a viabilidade de cumpri-las.

(Berthet M., Vintage D., 2003)

Ideal de equilíbrio entre o

esforço do trabalho e a saúde

Programas de Promoção a

Saúde do Trabalhador (PPST)

Programa de promoção da saúde do

trabalhador (PPST)

Objetiva, antes de tudo, fomentar a QV do trabalhador, dentro e fora do ambiente de trabalho, através de atividades e programas idealizados e gerenciados de acordo com as características do trabalho, da empresa.

Benefícios

Empregado:

Diminuição na fadiga muscular;

Melhora da condição física e social;

Correção dos vícios posturais;

Melhora da disposição;

Prevenção de LER/DORT;

Redução de níveis de estresse;

Benefícios

Empresa:

↓ do N. de acidentes de trabalho;

↓ de gastos com serviços médicos;

↓ do absenteísmo;

↑ da produção e lucro na empresa;

↑ da satisfação do empregado

Como desenvolver um programa

de promoção da saúde?

O planejamento de um programa de promoção da saúde consiste em uma série de decisões, desde as mais gerais e estratégicas até aquelas mais específicas, relacionadas aos detalhes operacionais.

O sucesso da intervenção depende diretamente do planejamento, já que o plano elaborado estabelece os objetivos e metas do programa, orienta as ações de todos os envolvidos e define o aporte de recursos.

PLANEJAMENTO OBJETIVOS METAS

Resumidamente o PPST propõe:

Identificação

Intervenção

Estruturação

Avaliação

Identificação

Aplicação de questionários: Características do trabalhador;

Características do ambiente;

Características da tarefa;

AET?

Avaliações Testes físicos;

Medições

Estruturação e Intervenção

Criação e aplicação dos Programas e Atividades:

Programas de Ginástica Laboral (GL);

Programa de Condicionamento Físico;

Programa de Ergonomia; *

Programa de Retorno ao trabalho;

Programa de Gerenciamento do estresse;

Estruturação e Intervenção

Programa de Atendimento ao dependente químico;

Programa Antitabagismo;

Palestras e informações sobre QV e QVT.

Ginástica Laboral

1925- Polônia- Ginástica de Pausa

Japão: 1928- Japão – Correios

Após 2ª Guerra Mundial – Rádio Taissô

Brasil: 1969 – executivos nipônicos

1990 - difusão

Ginástica Laboral

Combate ao sedentarismo;

Prevenção de LER/DORT;

Melhoria da integração social;

↓ Acidentes de trabalho.

Ginástica Laboral

Conjunto de exercícios físicos realizados no próprio local e horário de trabalho, de curta duração.

Exercícios físicos: alongamento das estruturas musculares e articulares envolvidas nas tarefas ocupacionais, com finalidade de aquecimento ou compensação.

Ginástica Laboral

Ginástica Preparatória

Ginástica Compensatória (ou Corretiva)

Ginástica Relaxante

Ginástica Laboral

Prevenir de LER/DORT

Combater:

Sedentarismo,

Estresse,

Depressão,

Ansiedade

Melhorar:

Flexibilidade,

Força,

Coordenação,

Agilidade,

Sensação de fadiga ao fim da jornada de trabalho

Evidências

UETUKI, 1990:

↑ 13,24% na produção

PAPINI, 2006:

↑ Manutenção (MTT), mas não atinge a

recomendação

Sem GL: tende a ser mais sedentário (2x)

Programa de Condicionamento Físico

Realizado fora do horário de trabalho;

Instalações e atividades na própria na empresa;

Convênios;

Prêmios e benefícios;

Programa de Condicionamento Físico

Combate o sedentarismo;

Melhora aptidão física;

Melhora desempenho no trabalho;

Melhora disposição

Emagrecimento;

Prevenção de doenças

Evidências

No Brasil:↓ absenteísmo e ↑produção

(Ministério da Saúde, 2002)

USA: melhora do cond. Físico

↓ absenteísmo e ↑produção

Verifica Massa Corporal – 4x/ano

Se não engordou = U$25

Se mantém o ano todo = 1 dia de folga

Ergonomia

Ergon (=trabalho) e nomos (=lei natural)

Bernardino Ramazzini

1970, De Morbis Artificum

Murrel

1948 , Ergonomic Research Society

Ergonomia

Ergonomia ou humans factors

Interação do ser humano com outros elementos de um sistema

Projeto e avaliação de tarefas, trabalhos, produtos, ambientes e sistemas, a fim de torná-los compatíveis com as necessidades, habilidades e limitações das pessoas

Ergonomia - Bases

Disciplinas:

Antropometria;

Biomecânica;

Engenharia;

Psicologia;

Fisiologia.

Ergonomista: psicologia; engenharias; ciências da saúde.

+ Grau de mestre/ doutor/ especialista

Ergonomia

Ergonomia física;

Ergonomia cognitiva;

Ergonomia organizacional.

etapas

Fig. Esquema geral da metodologia de análise ergonômica do trabalho

Fonte: Adaptado de Santos et all (1995, p. 39)

Intervenção Ergonômica

Palestras e Informações

Estímulo → Comportamentos

Intervenções simples

Informação clara

Lugares estratégicos

Datas comemorativas:

10/03- dia nacional de combate ao sedentarismo

29/09- dia mundial do coração

27/10- dia nacional de controle à obesidade

Avaliação

Verificar se os propósitos do PPST estão sendo cumpridos;

Manter, modificar e extinguir;

Questionários;

Conversas informais;

Comparação pré/pós intervenção

PROGRAMAS DE PROMOÇÃO DA SAÚDE

NAS EMPRESAS REALMENTE FUNCIONAM?

Os programas de promoção da saúde, quando planejados e desenvolvidos adequadamente, podem melhorar a qualidade de vida e o estado de saúde de seus participantes e, consequentemente, trazer benefícios para a empresa onde foram desenvolvidos, como aumento da produtividade e redução do gasto com o benefício de assistência à saúde

(Aldana, 2001; Baicker et al., 2010).

No entanto, O’Donnell (2013) ressalta que, em muitos desses estudos, existe o que pode ser chamado de “viés de confirmação”: os autores acreditam que os programas de promoção da saúde são efetivos e, ainda que não intencionalmente, selecionam para a revisão de literatura artigos científicos que confirmem essa crença. Ainda segundo O’Donnell (2013), isso pode gerar uma visão distorcida da realidade, já que, conforme suas estimativas, 90% das ações desenvolvidas nas empresas não são bem sucedidas.

Assim, talvez, a reposta mais adequada à pergunta apresentada no título desta seção seja “sim, alguns programas realmente funcionam”. A questão crucial, portanto, é determinar quais características tornam um programa de promoção da saúde capaz de gerar os resultados dele esperados.

PROGRAMAS DE PROMOÇÃO DA SAÚDE

NAS EMPRESAS REALMENTE FUNCIONAM?

Um fator determinante da efetividade de um programa de promoção da saúde é a estratégia de intervenção.

Os programas com melhores resultados são aqueles que, além de informar, são capazes de incentivar, motivar e criar ferramentas e oportunidades para que as mudanças aconteçam. Esses são os programas que funcionam (O’Donnell, 2005).

PROGRAMAS DE PROMOÇÃO DA SAÚDE

NAS EMPRESAS REALMENTE FUNCIONAM?

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