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professorasonia.com.br
Professora Sônia A. Souza Cotrim
Centro de Ensino Médio 02 de Ceilândia
Vanguardas
Europeias
Pré-Modernismo
Não constitui uma escola literária, mas um período
de transição para o modernismo.
Realismo
Naturalismo
Parnasianismo
Simbolismo
Pré-
Modernismo
1902
Os Sertões
Canaã
1922
Semana
de Arte
Moderna
Modernismo
Os estilos que marcaram o final do séc. XIX
Realismo, Naturalismo, Parnasianismo e Simbolismo
ainda estavam no gosto do público.
Pré-Modernismo
Um Período Sincrético
Centelhas de renovação artística incendeiam o
ambiente, que se prepara para a grande
renovação de 1922.
Pré-Modernismo
Que Brasil é este? É o Brasil desigual...
Rural Urbano
civilizado
politizado
refinado
Retrógrado
Brutalizado
Fanatizado
Tema de Euclides da Cunha
Pré-Modernismo
O Brasil Caipira
anacrônico
inerme/indefeso
analfabeto
Tema de Monteiro Lobato
obtuso/rude
Urupês (Jeca Tatu) Cidades Mortas
Pré-Modernismo
O Brasil da Marginalização Urbana
O negro O funcionário público Os alcoólatras
Lima Barreto Subúrbio
Pré-Modernismo
Brasil: Terra de Canaã
Com a abolição da escravatura, o Brasil passou a importar mão-de-obra
estrangeira. Surgem os conflitos de adaptação e questões raciais.
Graça Aranha: Canaã
Revolução de Canudos (Bahia, 1896-97);
O Ciclo do Cangaço (NE, 1900);
O Misticismo do Pe. Cícero (Ceará, 1911-15);
Revolução do Contestado (Santa Catarina, 1914);
O Ciclo da Borracha (Amazônia, 1870-1920);
A Revolta da Vacina (Rio, 1904);
A Revolta da Chibata (Rio, 1910);
Greves dos operários (São Paulo, 1917);
República da Espada (1889-1894);
República do Café-com-leite (1894-1930).
Pré-Modernismo
Brasil Republicano – conflitos e contrastes
Pré-Modernismo
Um País Oligárquico (poder é exercido por um grupo restrito de pessoas)
Rural
São Paulo
(interior)
Aristocracia
Urbana
Minas Gerais
São Paulo
(capital)
Rio de Janeiro
A literatura popular e suburbana de Lima Barreto.
• A proposta modernizadora de Graça Aranha.
• As manifestações polêmicas de Monteiro Lobato.
• A erudição assombrosa de Euclides da Cunha.
• A poesia escatológica de Augusto dos Anjos.
Pré-Modernismo
Um Período Sincrético
No geral, o Pré-Modernismo é uma literatura de Crítica
Social.
Pré-Modernismo
Uma Radiografia Crítica do Brasil
Mostra o Brasil real, com seus Conflitos Político-Sociais.
Desmistifica o Romantismo e seu Nacionalismo Ufanista.
Portanto, um Nacionalismo Crítico-Amargo.
"A urbs monstruosa, de barro, definia bem a civitas sinistra do erro. O
povoado surgia, dentro de algumas semanas já feito ruínas. Nascia
velho. Visto de longe, desdobrado pelo cômoros, atulhando as
canhadas, cobrindo área enorme, truncado nas quebradas, revolto
nos pendores - tinha o aspecto perfeito de uma cidade cujo solo
houvesse sido sacudido e brutalmente dobrado por um terremoto.”
página 11 – livro de Português
CARACTERÍSTICAS DO PRÉ-MODERNISMO
• RUPTURA COM O PASSADO
• DENÚNCIA DA REALIDADE BRASILEIRA
• REGIONALISMO
• TIPOS HUMANOS MARGINALIZADOS
• LIGAÇÃO COM FATOS POLÍTICOS, ECONÔMICOS E
SOCIAIS CONTEMPORÂNEOS
Pré-Modernismo
Euclides da Cunha
Pré-Modernismo
Obras:
•Os Sertões
•Peru Versus Bolívia
•Contrastes e confrontos
•À Margem da História
• Engenheiro
• Militar
• Jornalista
O autor
• Engenheiro, sociólogo, jornalista e historiador.
• Até a Campanha de Canudos, Euclides da Cunha foi um defensor incondicional do novo regime.
• Chegou a Canudos em 1897, como repórter do jornal O Estado de S. Paulo.
A obra
• 1902
• Divida em “A terra”, “O homem” e “A luta”
• Mostrou que todos os reveses sertanejosestão ligados à terra, desde a opressãosemifeudal do latifúndio até a ignorância eo isolamento a que esta parte do Brasilsempre esteve condenada. E evidenciouque nada supera a principal calamidade dosertão: a seca.
O sertanejo"O sertanejo é, antes de tudo, umforte. Não tem o raquitismoexaustivo dos mestiços do litoral. Asua aparência, entretanto, noprimeiro lance de vista, revela ocontrário(...). É desgracioso,desengonçado, torto. Hércules-Quasimodo (...) é o homempermanentemente fatigado (...)Entretanto, toda essa aparência decansaço ilude (...) No revés ohomem transfigura-se . (...) e dafigura vulgar do tabaréu canhestroreponta, inesperadamente, oaspecto dominador de um titãacobreado e potente, numdesdobramento surpreendente deforça e agilidade extraordinárias.”
Livro de Português – página 16
Significado da obra
• “Dois Brasis”: um litorâneo e outro interiorano.
• cidades litorâneas = polos de desenvolvimento político eeconômico
• interior = condições de atraso econômico que subjugavamsuas populações à fome e à miséria.
OS SERTÕES, de Euclides da Cunha
(relato sobre a Guerra de Canudos)
➢ Linguagem cientificista
➢ Teorias deterministas (o homem é fruto do meio em que vive)
Obra dividida em três partes :
✓ A terra
✓ O homem
✓ A luta
Rendição dos conselheiristas em 2 de outubro de 1897.
Livro de português – página 10
O Conselheiro exumado após 13 dias do sepultamento.
“Fechemos este livro. Canudos não serendeu. Exemplo único em toda a história,resistiu até ao esgotamento completo.Expugnado palmo a palmo, na precisãointegral do termo, caiu no dia 5, aoentardecer, quando caíram os seus últimosdefensores, que todos morreram. Eram quatroapenas: um velho, dois homens feitos e umacriança, na frente dos quais rugiamraivosamente 5 mil soldados. (...) Caiu oarraial a 5. No dia 6 acabaram de o destruirdesmanchando-lhe as casas, 5.200,cuidadosamente contadas.”
Afonso Henriques de Lima Barreto
“Mulato, desorganizado, incompreensível e incompreendido”
(Lima Barreto, por ele mesmo)
(1881 – 1922)
Uma literatura afiada e muitas pedras no meio do caminho
Lima Barreto
Pré-Modernismo
Romances principais:
•Recordações do Escrivão Isaías Caminha
•Triste Fim de Policarpo Quaresma
•Clara dos Anjos
• Mestiço humilde
• Nasceu e morreu no Rio de
Janeiro
• Funcionário público e jornalista
• Envolveu-se com o alcoolismo
• Duas vezes recolhido ao hospício
UM PRÉ – MODERNO REBELDE
• Recordação do escrivão Isaías Caminha (1909)
Denuncia o preconceito racial.
É um livro com aspectos notadamente biográficos.
• Clara dos Anjos (1948)
Romance inacabado.
Temática = preconceito racial
Triste Fim de Policarpo Quaresma (1916)
Melhor e mais conhecido romance do autor.
Protagonista: Policarpo Quaresma
Patriotismo desmedido
O triste fim = perda de todos os ideais, quando percebe que dedicou sua vida a uma causa inútil.
Marcas comuns em seus textos
• A crítica aos comportamentos sociais marcados pela hipocrisia (aparência)
• Subúrbio carioca - os pobres, os boêmios e osarruinados.
• Foi severamente criticado pelos seuscontemporâneos parnasianos por seu estilodespojado, fluente e coloquial, que acabouinfluenciando os escritores modernistas.
• Para ele, o escritor tinha uma função social.
Monteiro Lobato (1882-1948)
Pré-Modernismo
• Escritor polêmico.
• Criticava o atraso do país, mas se
colocou contra o Modernismo.
• Criticado por preconceito.
•Escreveu literatura infantil e
literatura “para adulto”.
Monteiro Lobato
• Extraordinária figura de intelectual e homem de ação(escritor + editor + empresário + fazendeiro),polemista de mão cheia, errando e acertando com amesma ênfase, Monteiro Lobato é um dos grandesnomes da Literatura Brasileira do início do século XX.
A polêmica do petróleo
• “O escândalo do petróleo” (1936)= Na luta peladefesa das reservas naturais brasileiras, que vinhamsendo inescrupulosamente exploradas por grandesempresas multinacionais, denuncia o jogo deinteresses que envolvia a extração do petróleo e oenvolvimento das autoridades brasileiras com osinteresses internacionais.
Obras principais
Urupês (1919)
Ideias de Jeca Tatu (1918)
Cidades Mortas (1919)
Negrinha (1920)
Mundo da Lua (1923)
O Macaco que se Fez Homem (1923)
O Choque das Raças
Literatura Infantil:
Reinações de Narizinho
Viagem ao Céu
O Saci
Caçadas de Pedrinho
Hans Staden
Histórias do Mundo para Crianças
Memórias de Emília
Emília no País da Gramática
Aritmética de Emília
Geografia de Dona Benta
Serões de Dona Benta
O Poço do Visconde
Histórias de Tia Nastácia
O Pica-pau Amarelo
A Reforma da Natureza
O Minotauro
Fábulas
URUPÊS
Esse livro de contos, considerado por
muitos a obra-prima de Monteiro Lobato,
foi lançado em 1918.
São vários contos retratando aspectos da
realidade brasileira nos quais denuncia,
numa linguagem vigorosa, o drama da
exclusão social.
JECA TATU
JECA TATU
• “Raça a vegetar de cócoras, incapaz de evolução, impenetrável ao progresso.”
• “Vive apenas do que a natureza esparrama pelo mato.(...) Seu grande cuidado é espremer todas as conseqüências da lei do menor esforço.”
• “Cultiva a deusa Cachaça, divindade que entre eles ainda não encontrou heréticos.”
LITERATURA INFANTIL
• Monteiro Lobato foi um dos primeiros autores de literaturainfantil em nosso país e em toda a América Latina.
• Na produção infantil Lobato aproveita para transmitir àscrianças valores morais, conhecimentos sobre nosso país,nossas tradições, nossa língua.
• Pode-se afirmar que o escritor nacionalizou o imaginárioinfantil do país.
LOBATO: PATERNALISMO OU PRECONCEITO?
• Especialistas em educação infantil veem hoje comreserva alguns dos valores transmitidos pelaliteratura infantil de Lobato, especialmente notratamento dado à negra e serviçal Nastácia.
LOBATO: PATERNALISMO OU PRECONCEITO?
• “ – Cale a boca! [...] Você só entende de cebolas ealhos e vinagres e toicinhos. Está claro que nãopoderia nunca ter visto fada porque elas nãoaparecem para gente preta. Eu, se fosse Peter Pan,enganava Wendy dizendo que uma fada morresempre que vê uma negra beiçuda...
LOBATO: PATERNALISMO OU PRECONCEITO?
• - Mais respeito com os velhos, Emília! – advertiu Dona Benta. – Não quero que trate Nastácia desse modo. Todos aqui sabem que ela é preta só por fora.
Graça Aranha (1866/ 1931)
Foi juiz no Maranhão e no Espírito Santo.
Participou do movimento modernista,
como doutrinador.
Não é considerado modernista porquesua única obra "modernista", A viagem
maravilhosa, é feita em um estilo
extremamente artificial. Morreu logoantes de publicar sua autobiografia, O
meu próprio romance, de 1931. Imagem
: G
raça A
ranha, 1904 / F
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Públic
o
Obras principais:
Canaã (1902/ romance)
Estética da Vida (1921/ ensaio)
Espírito Moderno (1925/ ensaio)
A Viagem Maravilhosa (1927/ romance)
Augusto dos Anjos
Pré-Modernismo
• Poesia da solidão e da
decomposição humano-psicológica
• Sincretismo: parnasianismo +
naturalismo + simbolismo
Obra:
•Eu
Augusto dos Anjos
Pré-Modernismo
Augusto dos Anjos (1884/ 1914)
Formou-se em direito, mas foi
sempre professor de Literatura.
Publicou apenas um único livro de
poesias, Eu. Sua obra é
cientificista, profundamente pessimista. Trabalhou, assim como
parnasianos e simbolistas, com
sonetos e verso decassílabo.
PESSIMISMO
Aproximação de Schopenhauer na poesia de
Augusto dos Anjos
EU, de AUGUSTO DOS ANJOS
➢Linguagem cientificista-naturalista
➢Emprego de palavras não-poéticas
➢Pessimismo e angústia em facedos problemas e distúrbiospessoais
Versos ÍntimosLivro de Português -página 24
Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão — esta pantera —
Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera!
O homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija !
Psicologia de um vencidoLivro de Português -página 24
Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênesis da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.
Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.
Já o verme — este operário das ruínas —
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,
Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há-de deixar- me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!
O DEUS VERME
Livro de Português -página 25
Fator universal do transformismo.
Filho da teleológica matéria,
Na superabundância ou na miséria,
Verme - é o seu nome obscuro de batismo.
Jamais emprega o acérrimo exorcismo
Em sua diária ocupação funérea,
E vive em contubérnio com a bactéria,
Livre das roupas do antropomorfismo.
Almoça a podridão das drupas agras,
Janta hidrôpicos, rói vísceras magras
E dos defuntos novos incha a mão...
Ah! Para ele é que a carne podre fica,
E no inventário da matéria rica
Cabe aos seus filhos a maior porção!
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