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Pontifícia Universidade Católica de Minas GeraisInstituto de Educação Continuada – IEC
Curso de Especialização: Sistema de Proteção Social no Brasil –
Seguridade Social e Trabalho
POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASILPOLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL
Consuêlo Rodrigues da SilvaConsuêlo Rodrigues da Silvaconsilva@gmail.com
Sexta-feira, 05 de março de 2010
Apresentação baseada em “Política de Saúde Política de Saúde no Brasilno Brasil”, de autoria da assistente social
Maria Inês de Souza Bravo, Cap. 5 do livro
SERVIÇO SOCIAL E SAÚDE: SERVIÇO SOCIAL E SAÚDE: Formação e Trabalho ProfissionalFormação e Trabalho Profissional,,
organizado por Ana Elizabeth Mota e cols. , da ABEPSS, com apoio do
Ministério da Saúde e da OPS-OMS na organização e na publicação pela editora
Cortez.
A QUESTÃO DA SAÚDE NO BRASIL:da prática liberal à intervenção do Estado
Século XVIII – assistência médica liberal e filantrópica.
Século XIX – iniciativas no campo da saúde pública (vigilância do exercício profissional e realização de campanhas limitadas).
Final do Século XIX – saúde como reivindicação do movimento operário.
A QUESTÃO DA SAÚDE NO BRASIL:da prática liberal à intervenção do Estado
Século XX – Década de 30, intervenção estatal: conquista de direitos na área da saúde pela classe trabalhadora.
“ A saúde emerge como questão social no Brasil no início do Século XX, no bojo da economia capitalista exportadora cafeeira ... refletindo a emergência do trabalho assalariado”. (Braga e Paula, 1986, p. 41-2)
A QUESTÃO DA SAÚDE NO BRASIL:da prática liberal à intervenção do Estado
1923: Reforma Carlos Chagas- foram colocadas as questões de higiene e saúde do trabalhador, sendo tomadas medidas que se constituíram no embrião do sistema previdenciário brasileiro, a saber:
A QUESTÃO DA SAÚDE NO BRASIL:da prática liberal à intervenção do Estado
19231923- Criação das Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAPs), conhecida como Lei Lei Elói Chaves.Elói Chaves.
- financiamentofinanciamento: União, empregadores e empregados.
- as Caixas eram organizadas por empresaspor empresas
Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAPs), segundo a Lei Elói Chaves:Lei Elói Chaves:
GestãoGestão:
- os presidentes das caixas eram nomeados pelo presidente da República.
- patrões e empregados participavam patrões e empregados participavam paritariamenteparitariamente da administração das CAPs.
CAIXAS DE APOSENTADORIAS E PENSÕES (CAPs), segundo a LEI ELÓI CHAVES:LEI ELÓI CHAVES:
BENEFÍCIOSBENEFÍCIOS: - assistência médicaassistência médica curativa, - fornecimento de medicamentosmedicamentos,- aposentadoriaaposentadoria por tempo de serviço, por
velhice e por invalidez,- pensãopensão para dependentes,- auxílio funeralauxílio funeral.
CAIXAS DE APOSENTADORIAS E PENSÕES (CAPs), LEI ELÓI CHAVESLEI ELÓI CHAVES
Os primeiros na conquista desses direitos foram os ferroviáriosferroviários (1923) e em seguida os marítimos marítimos (1926).
As demais categorias: após 1930.
A A INTERVENÇÃO DO ESTADO INTERVENÇÃO DO ESTADO
NA SAÚDE: NA SAÚDE:
1930 A 1964 1930 A 1964
A INTERVENÇÃO DO ESTADO NA A INTERVENÇÃO DO ESTADO NA SAÚDE: 1930 A 1964SAÚDE: 1930 A 1964
Mudanças na sociedade brasileira:Mudanças na sociedade brasileira: - processo de industrialização;- processo de industrialização; - redefinição do papel do Estado;- redefinição do papel do Estado; - surgimento das políticas sociais;- surgimento das políticas sociais; - aceleração da urbanização;- aceleração da urbanização; - ampliação da massa trabalhadora.- ampliação da massa trabalhadora.
A INTERVENÇÃO DO ESTADO NA SAÚDE: A INTERVENÇÃO DO ESTADO NA SAÚDE: 1930 A 19641930 A 1964
A política de saúde formulada nesse período era de caráter nacional, organizada em dois subsetores:
- saúde públicasaúde pública e - medicina previdenciáriamedicina previdenciária.
Segundo Braga e Paula (1986), as principais alternativas adotadas para a saúde pública no período de 1930 a 19401930 a 1940, foram:
- ênfase nas campanhas sanitáriascampanhas sanitárias;
- coordenação dos serviços estaduais de saúde em 1937 pelo Departamento Nacional de Departamento Nacional de SaúdeSaúde;
- interiorização das ações para as endemias endemias ruraisrurais;
SAÚDE PÚBLICA, 1930 a 1940 1930 a 1940 (segundo Braga e Paula, 1986)
Criação dos serviços de combates a endemias:
1937 – Serviço Nacional de Febre AmarelaFebre Amarela
1939 – Serviço de MaláriaMalária do Nordeste
1940 – Serviço de MaláriaMalária da Baixada Fluminense.
SAÚDE PÚBLICA, 1930 a 1940 1930 a 1940 (segundo Braga e Paula, 1986)
1941 – Reorganização do Departamento Nacional de Saúde:
Incorporação dos serviços de combate às endemias e o controle da formação dos técnicos em Saúde Pública.
Na Medicina Previdenciária:
Criação dos IAPs – Institutos de Aposentadorias e Pensões.
Neste período, demarcou-se a diferençadiferença entre “previdênciaprevidência” e “assistênciaassistência”, que antes não havia.
Na Medicina Previdenciária:
Até 1964, a assistência médica previdenciária era fornecida basicamente pelos serviços próprios.
A POLÍTICA DE SAÚDE NA A POLÍTICA DE SAÚDE NA DITADURA MILITAR DITADURA MILITAR
Modelo de
privilegiamento do produtor privadoprivilegiamento do produtor privado
A POLÍTICA DE SAÚDE NA A POLÍTICA DE SAÚDE NA DITADURA MILITAR DITADURA MILITAR
O enfrentamento da “questão social” no período 1964 / 1974:
- O Estado intervém utilizando o binômio repressão- assistência.
- Política assistencial ampliada, burocratizada e modernizada pela máquina estatal
Política de saúde na ditadura militar.POLÍTICA ASSISTENCIAL AMPLIADA
OBJETIVOS:
- aumentar o poder de regulação sobre a regulação sobre a sociedadesociedade;
- suavizar as tensõessuavizar as tensões sociais;- busca de legitimidade para o regimelegitimidade para o regime
militar;- mecanismo de acumulação do capitalacumulação do capital.
A POLÍTICA DE SAÚDE NA A POLÍTICA DE SAÚDE NA DITADURA MILITAR DITADURA MILITAR
1966
Unificação dos Institutos de Aposentadorias e Pensões
IAPs.
A POLÍTICA DE SAÚDE NA A POLÍTICA DE SAÚDE NA DITADURA MILITAR DITADURA MILITAR
Segundo Jaime Oliveira e Sônia Fleury Teixeira (1987, pag. 207) foi implantado neste período o modelo de privilegiamento privilegiamento do produtor privadodo produtor privado de serviços de saúde, com as seguintes características:
A POLÍTICA DE SAÚDE NA A POLÍTICA DE SAÚDE NA DITADURA MILITAR DITADURA MILITAR
Oliveira e Fleury Teixeira (1987, pag. 207)
- Extensão da cobertura previdenciáriaExtensão da cobertura previdenciária de forma a abranger a quase totalidade da população urbana, incluindo, após 1973, os trabalhadores rurais, empregadas domésticas e trabalhadores autônomos;
A POLÍTICA DE SAÚDE NA A POLÍTICA DE SAÚDE NA DITADURA MILITAR DITADURA MILITAR
Oliveira e Fleury Teixeira (1987, pag. 207)
Ênfase na prática médica curativaÊnfase na prática médica curativa, individual, assistencialista e individual, assistencialista e especializadaespecializada, e articulação do Estado com os interesses do capital internacional, via indústrias farmacêuticas e de equipamento hospitalar;
A POLÍTICA DE SAÚDE NA A POLÍTICA DE SAÚDE NA DITADURA MILITAR DITADURA MILITAR
Oliveira e Fleury Teixeira (1987, pag. 207)
Criação do complexo médico-industrialcomplexo médico-industrial, responsável pelas elevadas taxas de acumulação de capital das grandes empresas monopolistas internacionais na área de produção de medicamentos e de equipamentos médicos;
A POLÍTICA DE SAÚDE NA A POLÍTICA DE SAÚDE NA DITADURA MILITAR, DITADURA MILITAR,
Oliveira e Fleury Teixeira (1987, pag. 207)
Interferência estatal na previdênciaInterferência estatal na previdência, desenvolvendo um padrão de organização da prática médica orientada para a lucratividade do setor saúde, propiciando a capitalização da medicina e privilegiando o privilegiando o produtor privado desses serviçosprodutor privado desses serviços;
A POLÍTICA DE SAÚDE NA A POLÍTICA DE SAÚDE NA DITADURA MILITAR, DITADURA MILITAR,
Oliveira e Fleury Teixeira (1987, pag. 207)
Organização da prática médica em moldes compatíveis com a expansão do capitalismo no Brasil, com a diferenciação do atendimento em relação à clientela e das finalidades que esta prática cumpre em cada uma das formas de organização da atenção médica.
A POLÍTICA DE SAÚDE DA A POLÍTICA DE SAÚDE DA DÉCADA DE 1980:DÉCADA DE 1980:
CONSTRUÇÃO DO PROJETO CONSTRUÇÃO DO PROJETO DE DE
REFORMA SANITÁRIAREFORMA SANITÁRIA
ANOS 80:ANOS 80:
Democratização política e
Crise econômica prolongada (a “década perdida”)
A política de saúde nos anos 80:a construção do projeto de Reforma Sanitária
A participação de novos atoresnovos atores na discussão da proposta para o setor saúdeproposta para o setor saúde:
- profissionais de saúde;
- movimento sanitário, representado pelo Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (CEBES);
A política de saúde nos anos 80:a construção do projeto de Reforma Sanitária
A participação de novos atoresnovos atores na discussão da proposta para o setor saúdeproposta para o setor saúde:
- partidos políticos
- movimentos sociais urbanos
A política de saúde nos anos 80:a construção do projeto de Reforma Sanitária
AS PRINCIPAIS PROPOSTAS
DISCUTIDAS POR ESSES
SUJEITOS COLETIVOS.
A política de saúde nos anos 80:a construção do projeto de Reforma Sanitária
1986- discussão preparatória para a Oitava Conferência Nacional de Saúde, em Brasília, cujo temário era:
I – Saúde como direito à personalidade e à cidadania;
II – Reformulação do Sistema Nacional de Saúde;
III – Financiamento do setor saúde.
A política de saúde nos anos 80:a construção do projeto de Reforma Sanitária
- Oitava Conferência Nacional de Saúde
- A Reforma Sanitária e a Assembléia Nacional Constituinte.
A política de saúde nos anos 80:a construção do projeto de Reforma Sanitária
Principais propostas da Plenária Nacional pela Saúde, representando o movimento sanitário, aprovadas pela Assembléia Nacional Constituinte:
- O direito universal à Saúde e o dever do Estado, acabando com discriminações existentes entre segurado/não segurado, rural/urbano;
A política de saúde nos anos 80:a construção do projeto de Reforma Sanitária
Propostas da Plenária Nacional pela Saúde, aprovadas pela Assembléia Nacional Constituinte:
As ações e Serviços de Saúde passaram a ser considerados de relevância pública,cabendo ao poder público sua regulamentação, fiscalização e controle;
A política de saúde nos anos 80:a construção do projeto de Reforma Sanitária
Propostas da Plenária Nacional pela Saúde,aprovadas pela Assembléia Nacional Constituinte:
Constituição do Sistema Único de Sistema Único de SaúdeSaúde integrando todos os serviços públicos em uma rede hierarquizada, regionalizada, descentralizada e de atendimento integral, com participação da comunidade;
A política de saúde nos anos 80:a construção do projeto de Reforma Sanitária
Propostas da Plenária Nacional pela Saúde,aprovadas pela Assembléia Nacional Constituinte
A participação do setor privado no sistema de saúde deverá ser complementar, preferencialmente com as entidades filantrópicas, sendo vedada a destinação de recursos públicos para subvenção às instituições com fins lucrativos.
A política de saúde nos anos 80:a construção do projeto de Reforma Sanitária
Propostas da Plenária Nacional pela Saúde,aprovadas pela Assembléia Nacional Constituinte Os contratos com entidades
privadas prestadoras de serviços far-se-ão mediante contrato de direito público, garantindo ao Estado o poder de intervir nas entidades que não estiverem seguindo os termos contratuais;
A política de saúde nos anos 80:a construção do projeto de Reforma Sanitária
Propostas da Plenária Nacional pela Saúde,aprovadas pela Assembléia Nacional Constituinte
Proibição da comercialização de sangueProibição da comercialização de sangue e seus derivados.
A CONSOLIDAÇÃO DO
PROJETO DE SAÚDE VOLTADO PARA O MERCADO.
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