plantas silvestres - as cores das flores ao ritmo do tempo de filomena galego

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Plantas Silvestres - as cores das flores ao ritmo do tempo de Filomena Galego

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Plantas Silvestres As cores das flores, ao ritmo do tempo, nos campos do

Alentejo

Textos e fotografias de Filomena G. Coelho

2

Filomena G. Coelho

fgalego.ebsis@gmail.com

Viana do Alentejo

Fevereiro de 2014

3

Índice

Introdução.................................................................4

Nos meses de Inverno… ..................................................5

As cores das flores ......................................................7

Margaça-de-inverno ....................................................11

Saramago.................................................................14

Erva-azeda ..............................................................19

Calêndula –brava ........................................................22

Grizandra ................................................................24

Silene ....................................................................28

Cada planta com sua flor! ..............................................31

Moda Primavera/Verão nos campos do Alentejo ......................37

Bibliografia ..............................................................38

4

A pensar nas pessoas que percorrem os campos nas suas

caminhadas e passeios, foi feita uma recolha fotográfica e uma

identificação de algumas espécies de plantas, acompanhando as

cores das flores, ao longo dos meses de Inverno, nos campos de

Viana do Alentejo.

5

Nos meses de Inverno...

De Dezembro a Março, os campos desta região têm como cor base o

verde, mas muitos ficam cobertos de plantas em flor onde predominam as

cores branca, laranja ou amarela e pequenos salpicos de cor-de-rosa.

Escolhi seis espécies de plantas que, pela área que ocupam ou pelo

colorido das suas flores, dão mais nas vistas nesta região durante os meses

de Inverno. No entanto, a época de floração destas plantas pode ser

antecipada ou prolongar-se para além destes meses, dependendo de

factores que afectam o desenvolvimento das plantas, tais como a humidade,

a temperatura e a luz.

Para que as plantas tenham nome, foi feita uma identificação,

indicando-se o nome vulgar por que são conhecidas (quando o têm) e sempre

que possível, o nome científico da família, género e espécie. É apresentada

uma descrição morfológica muito simples e as fotografias, que são de minha

autoria, destacam sobretudo as cores das flores.

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Estas plantas espontâneas são, quase todas, consideradas ervas

infestantes. A sua propagação resulta, em grande parte, da destruição da

flora da região e do posterior e sucessivo abandono dos campos de cultivo.

A algumas delas são reconhecidas propriedades cosméticas ou medicinais.

Sobre isso não faço grandes considerações, pois as plantas podem estar

contaminadas com pesticidas, parasitas deixados pelos animais ou por

poluentes atmosféricos e o seu uso incorrecto pode causar graves

problemas de saúde. A utilização das plantas pode melhorar a saúde de

algumas pessoas e noutras desencadear reacções alérgicas.

7

As cores das flores

8

O branco das flores da margaça-de-inverno e do saramago.

9

Nesta altura do ano, os vários tons de amarelo nos campos resultam,

sobretudo, das cores das flores da grizandra, da erva-azeda, e da calêndula.

10

As flores das silenes salpicam os campos de cor-de-rosa.

11

Margaça-de-inverno

Durante o Inverno, o branco que faz a planície parecer coberta de

neve, deve-se sobretudo a uma planta silvestre que pertence à família

Asteraceae, espécie Chamaemelum fuscatum (Brot.) Vasc., e que é

vulgarmente conhecida por margaça-de-inverno. Encontra-se espalhada por

toda a região, preferindo os solos húmidos e mesmo encharcados.

É uma planta herbácea de folhas muito recortadas, flores dispostas

num capítulo, com as flores

centrais férteis de cor amarela

e as periféricas liguladas de cor

branca (não são pétalas).

Esta erva anual, com

aroma semelhante ao da

camomila, é muito amarga (o

gado que pasta nos campos não a

come) e pode ter alguns usos

cosméticos e medicinais.

12

Não é uma flor mas uma inflorescência! As flores mais pequenas de

cor amarela e corola tubular (em forma de tubo) formam o disco central e

as outras, menos numerosas, de cor branca, dispostas em volta, têm corola

ligulada (em forma de língua). Esta inflorescência chama-se capítulo.

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A margaça-de-inverno predomina neste campo, junto ao Santuário de Nossa

Senhora D’Aires, em Viana do Alentejo.

14

Saramago

Algumas das manchas brancas nos campos, devem-se às flores desta

planta, que pertence à família Brassicaceae e à espécie Raphanus

raphanistrum L., cujo nome vulgar é saramago.

15

É uma erva anual, muito vulgar na região, tanto nos campos cultivados

como nos incultos, sendo também frequente na berma dos caminhos.

As suas flores são muito características, pois têm quatro pétalas de

unha comprida, de cor branca ou amarelada, dispostas em cruz e com

nervuras bem visíveis, azuladas ou arroxeadas. Embora seja considerada

uma planta infestante, já foi utilizada como planta comestível, mas

actualmente o uso para tal fim é nulo.

16

Saramago em flor, nos campos entre Viana do Alentejo e Oriola.

17

Campo onde sobressaem as flores do saramago, em Viana do Alentejo.

18

O saramago encontra-se, com muita frequência, na berma dos caminhos.

19

Erva-azeda

A cor amarelo enxofre, que salpica o verde dos campos, é devida em

parte, às flores de uma planta cujo nome científico é Oxalis pes-caprae L. e

por aqui é chamada

azeda, erva-azeda ou

trevo-azedo mas que é

também conhecida

vulgarmente por erva-

canária ou erva-pata.

É uma planta

vivaz que possui um

caule subterrâneo

(bolbo) que fica no

solo, quando a parte

aérea da planta morre.

20

Todos os anos desenvolve um caule ascendente e subterrâneo com muitos

bolbilhos.

Não se trata de um

trevo, embora as suas

folhas, com um longo

pecíolo e compostas por

três folíolos, possam à

primeira vista ser

semelhantes. As suas

flores de um amarelo

intenso têm cinco sépalas

verdes e cinco pétalas

amarelas que fecham ao

anoitecer. Reproduz-se muito facilmente e cresce em locais como muros,

junto ao tronco das oliveiras, na berma dos caminhos, nos campos, nas

hortas e até nos quintais e nos jardins.

É muito procurada pelos insectos, sobretudo pelas borboletas e pelas

abelhas. A seiva que se acumula na planta é rica em ácido oxálico que, em

grande quantidade, é muito perigoso para a saúde.

Originária da África do Sul, foi introduzida como planta ornamental

mas rapidamente escapou ao controle e é considerada uma espécie invasora.

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Erva-azeda em flor, em Viana do Alentejo.

22

Calêndula-brava

É uma erva anual que pertence à família Asteraceae, cujo nome

científico é Calendula arvensis L. e que vulgarmente é conhecida, entre

outros nomes, por calêndula-brava, erva-vaqueira, maravilhas-bastardas ou

boas-noites.

Esta planta surge nos campos de

cultivo, na berma dos caminhos e nos

terrenos baldios. Tem um cheiro

agradável, muito semelhante ao da sua

parente maravilhas-de-jardim, sendo-lhe

reconhecidas propriedades cosméticas e

medicinais.

As flores da calêndula-brava,

dispostas num capítulo são todas de cor

amarela ou alaranjada. Só se mostram em

toda a sua plenitude quando a luz solar incide sobre elas.

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Inflorescência da calêndula-brava.

24

Grizandra

Nesta altura do

ano, o tom amarelo que

domina nos campos

deve-se, em grande

parte, às flores duma

erva anual que cresce

nos campos incultos e na

bermas dos caminhos. O

seu nome vulgar é

grizandra mas não é,

por aqui, muito utilizado

(é das tais plantas a que

chamam ervas e ficam

assim baptizadas).

Esta planta que

pertence à família

Brassicaceae e à

espécie Diplotaxis

catholica (L.) DC. é uma

das mais abundantes na

região, nesta época do ano.

As suas folhas

verdes são muito recortadas

e as da base estão dispostas

em forma de roseta. As

flores são pequenas, de um

amarelo intenso, têm quatro

sépalas e quatro pétalas,

dispostas em cruz. O fruto

é uma síliqua.

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Flores e frutos da grizandra.

26

Grizandra em flor nos campos de Viana do Alentejo.

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Grizandra em flor, nos campos entre Viana do Alentejo e Aguiar.

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Silene

Na região, conheço três espécies de silenes. Mas o rosa, que salpica o

verde dos campos, deve-se sobretudo às flores da Silene colorata Poiret.

Esta erva anual não tem nome vulgar por aqui. Apenas algumas pessoas,

muito idosas, disseram que lhes chamavam catarinotas.

As suas flores têm

pétalas bífidas cor-de-rosa

mas que também podem

surgir com uma cor mais

esbranquiçada.

As pétalas ficam

enroladas durante a

exposição solar intensa,

mas, desde o entardecer

até às primeiras horas da manhã ou nos dias de sol encoberto e chuva,

mostram-se em toda a sua elegância e beleza.

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Silene colorata Poiret, num dia de céu nublado.

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Plantas em flor, onde se destaca o cor-de-rosa das flores das silenes.

Viana do Alentejo, no mês de Fevereiro.

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Cada planta com sua flor!

Qual é a planta qual é ela?

F.G.C.

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F.G.C.

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F.G.C.

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Moda Primavera/Verão nos campos do Alentejo

Nos meses de primavera, os campos do Alentejo transformam-se num

arco-íris e iremos partir à descoberta de novas plantas…

Primavera nos campos de Aguiar.

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F.G.C.

Bibliografia

http://www.invasoras.uc.pt

BELIZ, J. Malato e CADETE, António - Catálogo das Plantas Infestantes

das Searas de Trigo Volume 1, Lisboa, Edição da Empresa Pública de

Abastecimento de Cereais, 1978

COELHO, Filomena G. - Plantas Espontâneas da Região de Viana do

Alentejo, Viana do Alentejo, 1995 (não publicado).

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