personalidade de atletas devoleibol: rela
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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA
Caroline Tavares da Silva
PERSONALIDADE DE ATLETAS DE VOLEIBOL: RELA<;AO
COM SUAS ESPECIALIDADES DENTRO DE QUADRA
Curitiba
2007
Caroline Tavares da Silva
PERSONALIDADE DE ATLETAS DE VOLEIBOL: RELA9AO COMSUAS ESPECIALIDADES DENTRO DE QUADRA
Projeto apresentado ao curso de Educa~ao Fisicada Faculdade de Ciencias Biol6gicas e Sallde daUniversidade Tuiuti do Parana, como requisito paraaprova~ao da disciplina de Trabalho de Conclusaode Curso.Orientador: Prof' Mestre Beatriz Lillian Dorigo.
Curitiba
2007
TERMO DE APROVAf;AO
Caroline Tavares da Silva
PERSONALIDADE DE ATLETAS DE VOLEIBOL: RELAf;AO COMSUAS ESPECIALIDADES DENTRO DE QUADRA
Este trabalho de conclusao de curso foi julgado e aprovado para obten~ao do titulo delicenciatura Plena, do curso de Educa~ao Fisica da Universidade Tuiuti do Parana.
Curitiba, 06 de junho de 2007.
Curso de Educa<;:ao Fisica
Tuiuti do Parana
AGRADECIMENTOS E DEDICATORIAS
-4. A DEUS
Obrigado Senhor por permitir que eu tenha chegado ao final de mais uma
jornada em minha vida. Obrigada pelo am or, forc;:a, grac;:a e inspirac;:ao que vem
de Ti.
•.. A FAMILIA
A voces que sempre estiveram por perto pra me incentivar a ir em frente, me
deram forc;:as nos momentos dificeis, estiveram dispostos a doar um pouco de
suas vidas para que a minha pudesse ser abenc;:oada, e acima de tudo me deram
todo 0 amor necessario em minha vida. Pai, mae, Douglas e Gerson, nada disso
seria posslvel sem voces ao meu lado. Obrigada por tudo .
•.. AOS AMIGOS
Presentes em todos os momentos, nas aulas, nas longas horas para fazer um
trabalho, nos estudos, e nas longas conversas no intervalo, a voces que
compartilharam suas vidas comigo e fizeram da graduac;:ao um tempo magico.
Com certeza cad a um tem hoje um lugar cativo em meu corac;:ao.
..•..AOS MESTRES
Sempre dispostos a repartir um pouco de seu conhecimento, de maneira a
tomar seus alunos excelentes professores, muito obrigado.
•.. EM ESPECIAL
A professora Mestra Beatriz LIlian Dorigo, orientadora desse trabalho, voce foi
essencial para que 0 trabalho ficasse tao bom. Ao amigo Fabio Heitor Alves
Okazaki, pacientemente dedicou seu tempo para auxiliar na parte estatlstica.
RESUMO
PERSONALIDADE DE ATLETAS DE VOLEIBOL: RELA9AO COM SUASESPECIALIDADES DENTRO DE aUADRA
Caroline Tavares da SilvaOrientadora: Professora Beatriz Lilian Dorigo
Faculdade de Ciencias Biol6gicas e SaudeUniversidade Tuiuti do Parana
o objetivo deste trabalho e analisar 0 perfil de personalidade das atletas deVoleibol da categoria infanto - juvenil, comparando-o com as posk,oes que estasatletas jogam na quadra. A pesquisa tem carater descritivo e correlacional do tipoquestionario e comparativa. A populayao foram as atletas de voleibol feminino queparticiparam da IV Taya Parana de Voleibol, realizada em Curitiba, de 2 a 5 denovembro de 2006. A amostra se constituiu de 54 atletas de seis equipes, sendoduas equipes gauchas, uma equipe carioca, uma equipe catarinense e 1 equipeparanaense. Como instrumento foi utilizado, um questionario de dados pessoais eum teste intitulado "Pesquisa de Tipos Psicol6gicos Jungianos" de Wheelwright,M.D.Os testes foram analisados juntamente com uma psic6loga, no tratamentoestatfstico utilizou-se estatfstica descritiva com media e distribuiyao de frequencia.Para verificar a relayao entre 0 perfil de personalidade e a posiyao da jogadora,utilizou-se uma correlayao de Spearman Rho com um nivel de significancia dep<0,05. A partir dos resultados encontrados observou-se que existe uma tendenciade as atletas serem sensitivas, intuitivas e extrovertidas, e esta tendencia se repeteda analise por posiyao. Na analise estatfstica descobriu-se que nao existe nenhumarelayao entre a personalidade e a posiyao da atleta, 0 que indica que estas variaveisfuncionam independentemente.
Palavras - chaves: Voleibol, Psicologia do Esporte, Personalidade, Tipospsicol6gicos de Jung.
carolvolei@gmail.com
SUMARIO
1. INTRODU9AO.......................................................................................... 9
1.1 JUSTIFICATIVA......................................................................................... 9
1.2 PROBLEMA................................. 11
1.3 OBJETIVOS.............................................................................................. 11
1.3.1 Objetivo Geral 11
1.3.2 Objetivos Especificos....... 11
2. REVISAO DE LlTERATURA..................................................................... 12
2.1 HISTORICO DO VOLEIBOL...................................................................... 12
2.2 PSICOLOGIA DO ESPORTE.................................................................... 14
2.3 PERSONALIDADE.................................................................................... 17
2.3.1 A TIPOLOGIA DE JUNG........................................................................... 20
2.4 PSICOLOGIA DO ESPORTE NO BRASIL................................................ 28
3. METODOLOGIA........................................................................................ 31
3.1 TIPO DE PESQUISA............................................................................. 31
3.2 POPULAQAO E AMOSTRA.................................................................... 31
3.2.1 Populac;:ao.................................................................................................. 31
3.2.2 Amostra..................................................................................................... 31
3.3 INSTRUMENTO........................................................................................ 32
3.4 COLETA DE DADOS................................................................................ 32
3.5 TRATAMENTO DE DADOS..................................................................... 33
4. APRESENTA9AO E DISCUSSAO DE RESULTADOS........................... 34
4.1 PERFIL GERAL DA PERSONALIDADE DE ATLETAS DE VOLEIBOL... 37
4.2 CORRELAC;OES. 38
4.3 LEVANT ADORES.. 40
4.4 ATACANTES 45
4.5 LiBEROS..... .. 49
5. CONCLUSAO............................................................................................ 55
REFERENCIAS......................................................................................... 58
LISTA DE GRAFICOS
GRAFICO 1- MOTIVO QUE LEVOU A PRATRICA DA MODALIDADE............ 36
GRAFICO 2- PERFIL GERAL DAS PERSONALIDADE DE ATLETAS DEVOLEIBOL.... 38
GRAFICO 3- FUN<;:OES PENSAMENTO E SENTI MENTO DASLEVANTADORAS........................................................................ 40
GRAFICO 4- FUN<;:OES SENSA<;:AO E INTUI<;:AO DAS LEVANATADORAS 43
GRAFICO 5- ATITUDE DAS LEVANTADORAS . . 45
GRAFICO 6- FUN<;:OES PENSAMENTO E SENTI MENTO DASATACANTES............ 46
GRAFICO 7- FUN<;:OES SENSA<;:AO E INTUI<;:AO DAS ATACANTES.......... 47
GRAFICO 8- ATITUDE DAS ATACANTES....................................................... 48
GRAFICO 9- FUN<;:OES PENSAMENTO E SENTI MENTO DAS LiBEROS..... 50
GRAFICO 10- FUN<;:OES SENSA<;:AO E INTUI<;:AO DAS LiBEROS................ 51
GRAFICO 11- ATITUDE DAS LiBEROS............................................................. 53
TABELA 1-
TABELA 2-
TABELA 3-
TABELA 4-
TABELA 5-
TABELA 6-
TABELA 7-
LIST A DE TABELAS
CORRELAC;;Ao ENTRE AS VARIAvEIS................... 39
FUNC;;OES PENSAMENTO E SENTI MENTO DASLEVANTADORAS........................................................................ 40
FUNC;;OES SENSAC;;Ao E INTUIC;;Ao DAS LEVANTADORAS 42
ATITUDE DAS LEVANTADORAS 44
FUNC;;OES PENSAMENTO E SENTIMENTO DASATACANTES................................ 45
FUNC;;OES SENSAC;;Ao E INTUIC;;Ao DAS ATACANTES.......... 47
ATITUDE DAS ATACANTES . 48
TABELA 8- FUNC;;OES PENSAMENTO E SENTI MENTO DASLlBEROS.................................................. 49
TABELA 9- FUNC;;OES SENSAC;;Ao E INTUIC;;Ao DAS LlBEROS................ 50
TABELA 10- ATITUDE DOS LiBEROS............................................................. 52
1. INTRODU<;Ao
PERSONALIDADE DE ATLETAS DE VOLEIBOL: RELA<;Ao COM
SUAS ESPECIALIDADES DENTRO DE QUADRA
1.1 JUSTIFICATIVA
Desde 1895, ana de sua criac;ao, 0 Voleibol tem passado por grandes
mudanc;as em todos os sentidos. 0 jogo se tornou mais rapido, mais dinarnico e com
a nova regra de pontos corridos, qualquer erro culrnina ern ponto para 0 adversario,
o que muitas vezes deixa 0 atleta em uma verdadeira pressao psicol6gica.
o voleibol e urn jogo, on de cada equipe pode ter seis atletas em quadra, e 0
objetivo e derrubar a bola na quadra adversaria 0 que culmina em 1 ponto. Para
vencer a partida a equipe deve vencer no rninirno tres sets de 25 pontos cada um,
antes que a equipe adversaria 0 facta.
Antigamente os pontos aconteciarn depois de a equipe adversaria alcanc;ar
uma vantagem, sirnplificando, a equipe teria que derrubar a bola na quadra
adversaria duas vezes consecutivas para fazer apenas urn ponto. 0 que tornava 0
jogo rnais lento, e os pontos nao eram todos decisivos.
Com a mudanc;a na disputa dos pontos a responsabilidade e a pressao sobre
os atletas aumentararn, a perfeic;ao passou ser algo essencial nos atletas, com isso
as func;oes na quadra passaram a ser mais especializadas, a prova disso e a criac;ii.o
do libero, um jogador especializado em recepc;ao e defesa.
o erro passa agora a ser algo quase imperdoavel, ja que cada atleta tem sua
especialidade e treina especificamente por horas a fio visando exercer sua fun<;:ao
perfeitamente na quadra evitando 0 ponto do adversario.
Vendo 0 voleibol sob esse panorama, a prepara<;:ao psicologica se torna
essencial, po is se 0 atleta nao for tambem psicologicamente bom, dificilmente
conseguira atingir sua maxima performance frente a situa<;:oes de grandes pressoes
e responsabilidades, ja que no voleibol cad a ponto e decisivo na partida.
De acordo com Weinberg e Gould (2001), profissionais que trabalham com
atletas ou desportistas pod em ser mais efetivos quando conhecem a personalidade
de seus atletas, que esta intimamente ligada com seus desempenhos,
comportamentos e escolhas, e e importantlssimo conhece-Ia para melhorar a
efetividade do ensino e 0 treinamento das pessoas as quais convivemos.
A avalia<;:ao da personalidade de um atleta e apenas um aspecto do
psicodiagnostico esportivo que levanta aspectos particulares do atleta e sua rela<;:ao
com a modalidade escolhida, com 0 objetivo de determinar 0 nivel de
desenvolvimento de fun<;:oes e capacidades do atleta visando diagnosticar seu
desempenho esportivo (RUBIO, 2002).
Segundo Rubio (2002), esse conhecimento propicia chegar-se a
caracteristicas pessoais ou do grupo que oferecem informa<;:oes importantes para a
sele<;:ao dos atletas, mudan<;:a de processo de treinamento, individualiza<;:ao do
mesmo, escolha de estrategia, tatica e conduta em uma competi<;:ao, otimizando os
estados psiquicos.
11
1.2 PROBLEMA
Qual a rela<;:ao entre a personalidade de atletas infanto-juvenis feminino de voleibol e
sua especialidade na quadra?
1.30BJETIVOS
1.3.1 Objetivo Geral
Analisar 0 perfil de personalidade de atletas de Voleibol da categoria infanto juvenil,
que jogam em diferentes posi<;:oes.
1.3.2 Objetivos Especfficos
• Tra<;:ar0 perfil das atletas de voleibol;
Identificar qual 0 motivo que levou as atletas a pratica dessa modalidade;
• Tra<;:ar0 perfil de personalidade das atletas de voleibol;
Comparar os perfis entre as posi<;:oes de liberos, levantadoras e atacantes;
Verificar a rela<;:ao que existe entre as caracteristicas do perfil de personalidade.
2. REVISAo DE LlTERATURA
2.1 HISTORICO DO VOLEIBOL
De acordo com a Grande Enciclopedia de Consultas e Pesquisas, 0 Voleibol e
um jogo que se realiza numa quadra dividida transversalmente ao meio por uma rede
que separa as equipes e essas impulsionam uma bola para a quadra adversaria
batendo-Ihe com as maos, com 0 objetivo de derrubar a bola, no campo adversario.
Ainda conforme a E. Barsa (1981) citado por Borg (1992) Voleibol "e a modalidade de
esporte, praticada par duas equipes de seis jogadores, que consiste em arremessar
[SIC] a bola com as maos, de um lado para 0 outro da quadra, sobre uma rede, sem
permitir que ela toque 0 solo".Esse esporte tem caracteristica como trabalho em equipe
e boa comunicar;:ao (NOCE, 2001).
Segundo Duarte (1996), 0 voleibol surgiu no ana de 1895, na cidade de Holyoke,
em Massachusets nos Estados Unidos. No principio era chamado de minonete, nome
dado por seu idealizadar, William C. Morgan, que criou esse jogo a pedido dos
associ ados mais idosos da Associar;:ao Crista de Mor;:os (ACM) que achavam 0
basquetebol, entao no auge, muito energico e cansativo para praticar em suas horas de
lazer depois do trabalho.
Era praticado com uma camara de bola de basquete, que era muito pes ada e,
por isso, Morgan solicitou a firma A.G. Spalding & Brothers a fabricar;:ao de uma bola
\1
para 0 referido esporte (SITE DA CBV, 2007). Sua rede era uma rede de tenis a
elevada a uma altura de 1,83 m de altura. Nao tinha limites de jogadores e nem de
"toques" dados pelas equipes.
Sua pratica ficou restrita a Holyoke por algum tempo. Depois devido a um jogo
demonstrayao ficou conhecido em Springfield, e em seguida foi difundido a todo mundo
pela rede de ACM'S. Em Springfield, 0 Dr. A.T. Halstead sugeriu que 0 seu nome fosse
trocado para volley ball, tendo em vista que a ideia basica do jogo era jogar a bola de
um lado para outro, par sobre a rede, com as maos. (SITE DA CBV, 2007).
Em 1900, 0 esporte chegou ao Canada (primeiro pais fora dos Estados Unidos),
sen do depois desenvolvido em outros paises, como a China, Japao (1908), Filipinas
(1910), Mexico entre outros paises europeus, asiaticos, africanos e sui americanos
(SITE DA CBV, 2007).
Na America do Sui, 0 primeiro pais a conhecer 0 voleibol foi 0 Peru, em 1910, atraves
de uma missao govemamental que tinha como objetivo organizar a educayao primaria
do pais. Desta maneira 0 voleibol chegou ao Brasil entre 1916, e em 1917 na cidade de
Sao Paulo tambem atraves das ACM'S, (SITE DA CBV, 2007),
o jogo inventado por Morgan, foi admitido nos jogos olimpicos em 1964, em
Toquio, A Federayao Intemacional de Voleibol (FIVB) foi criada em 20 de abril de 1947
em Paris, tendo como seu primeiro diretor Paul Libaud que era frances. A
Confederayao Brasileira de Voleibol foi criada em 16 de agosto do ana de 1954,
exatamente 10 anos antes de se tomar um esporte olimpico.
o voleibol e jogado por duas equipes, cada uma com 6 jogadores em quadra e
seis reservas. Cada equipe podera dar 3 toques na bola impulsionando-a para a quadra
adversaria, com 0 objetivo de derruba-Ia na mesma.
14
Para vencer a partida a equipe deve vencer 3 sets ambos de 25 pontos. Se
houver empate em 2 a 2 sets na partida, acontece 0 quinto set, chamado tie- break, e
vence a equipe que alcanl{ar 15 pontos primeiramente.
A bola pode tocar em qualquer parte do corpo do jogador, sem que isso
represente qualquer tipo de falta. Quando a bola estiver em jogo nao e permitido que
nenhuma parte do corpo dos jogadores encostem-se a rede, se isso acontecer
proporciona um ponto para a equipe adversaria. 0 saque agora pode "queimar", ou
seja, tocar na rede antes de cair na quadra adversaria (SITE DA CBV, 2007).
2.2 PSICOLOGIA DO ESPORTE
A Psicologia no Esporte e a transposi~ao da teoria e da tecnica das variasespecialidades e correntes da Psicologia para 0 contexto esportivo, seja no quese refere a aplica~ao de avalia~6es para a constru~ao de perfis, seja no uso detecnicas de interven~ao para a maximiza~ao do rendimento esportivo (FEIJO,2000, citado por RUBIO 2002).
A Psicologia do Esporte estuda 0 indivfduo praticante de atividade ffsica e
esportiva, podendo esta ser competitiva ou nao. Esses estudos abrangem praticas de
intervenl{ao, processos de avalial{ao, analise de comportamento social que se mostra
na situal{ao esportiva na visao de quem pratica ou assiste a mesma. Assim como a
compreensao das relal{oes entre atletas, tecnicos, dirigentes, mfdia e patrocinadores,
nao sendo apenas uma Psicologia de rendimento e sim uma Psicologia Social no
Esporte (RUBIO, 2002).
Essa ciencia tem duas ramifical{oes importantes nas suas funl{oes: a psicologia
clfnica do esporte, que tratam atietas com transtornos emocionais graves como
15
depressao, tendencias suicidas, transtornos alimentares, abuso de substancias; e a
psicologia educacional do esporte que visa educar os atletas e praticantes de exercicios
sobre habilidades psicologicas e seu desenvolvimento. Ambas as ramifica~6es exigem
profissionais que ten ham profundo conhecimento e dominic das ciencias do esporte e
da psicologia (WEINBERG e GOULD, 2001).
Normalmente a Psicologia do Esporte e estudada visando dois objetivos:
entender os efeitos de fatores psicologicos sobre 0 desempenho fisico ou motor ou
entender os efeitos da participa~ao em atividades fisicas sobre 0 desenvolvimento
psicologico, a saude e 0 bem - estar (WEINBERG e GOULD, 2001).
As pesquisas sobre Psicologia do Esporte iniciaram-se ha aproximadamente um
sEkulo, estudando primeiramente aspectos proximos a fisiologia, os chamados
condicionamentos reflexos.
Na Grecia antiga foram investigadas fun~6es motoras e de percep~ao, at raves
dos estudos sobre 0 corpo e a alma, realizadas por filosofos como Aristoteles. Os
filosofos neste tempo estudaram as rela~6es do corpo e da alma, que hoje sao
conhecidos como os estudos sobre sensa~ao e resposta motora. (SCOPEL et.all,
2006).
Na epoca do Renascimento, as atividades corporais passaram a ser vistas como
fundamentais para a forma~ao do jovem, tudo isso em virtude do lIuminismo. Foi neste
clima que a Psicologia conseguiu solidificar-se mais como ciencia. (BARRETO, citado
por SCOPEL et. all, 2006).
Os primeiros estudos sobre percep~ao cinestesica foram realizados no ana de
1879, com Wundt, sendo relacionadas depois com 0 desempenho esportivo na Europa
enos Estados Unidos. (BARRETO, citado por SCOPEL et. all, 2006).
16
Outros autores tambem contribufram com seus estudos na area esportiva. Ivan
Pavlov com sua Teoria dos Reflexos Condicionados proporcionou um maior
entendimento das quest6es relacionadas ao estresse competitivo. Skinner, a partir da
"Teoria do Refon;:o" fez-se compreender melhor os comportamentos psicomotores,
assim como os princfpios do comportamento operante ou condicionamento
instrumental. Gordon Allport deu sua contribuir;:ao enfatizando a necessidade de se
pensar 0 ser humano na sua individualidade. (SCOPEL et. all,2006).
Mas cii'mcia que estuda as pessoas e seus comportamentos em atividades
esportivas e ffsicas, surgiu com forr;:a em 1895 na America do Norte com Triplett, que
que ria entender porque motivo ciclistas pedalavam mais rapido quando estavam em
grupo ou ate mesmo em dupla, do que quando se encontravam sozinhos. Desde entao
foram realizadas inumeras pesquisas tentando descobrir 0 melhor desempenho de um
atleta em determinadas situar;:6es (WEINBERG e GOULD, 2001).
Num segundo momenta da Psicologia do Esporte, encontramos a figura de
Coleman Griffith, 0 primeiro norte - americana a dedicar-se a essa ciencia, considerado
hoje 0 pai da Psicologia do Esporte (KROLL e LEWIS, 1970 citado por WEINBERG E
GOULD,2001).
Griffith, desenvolveu 0 primeiro laborat6rio de psicologia do esporte em 1925,
publicou 25 artigos de pesquisa sobre 0 assunto entre 1921 e 1931, conduziu estudos
sobre equipes de beisebol, desenvolveu perfis psicol6gicos de varios jogadores da
epoca e escreveu os ciassicos, Psychology of Coaching e Psychology of Athletics, nos
anos de 1926 e 1928 respectivamente. Pela qualidade e riqueza de suas pesquisas e
conhecimento Coleman era considerado um hom em a frente do seu tempo
(WEINBERG e GOULD, 2001).
17
Outro hom em importante para 0 desenvolvimento cientffico desse ramo da
psicologia loi Franklin Henry. Uma de suas ac;:6es mais importantes loi a lormac;:ao de
varios prolessores de educac;:ao ffsica que se tornando professores universitarios
iniciaram pesquisas sistematicas sobre 0 assunto, auxiliando a expansao da ciencia do
esporte e do exercfcio como e conhecida hoje (WEINBERG e GOULD, 2001).
Aspectos como motivac;:ao, personalidade, agressao, violencia, lideranc;:a, bem-
estar psicol6gico, tem side pesquisado ao longo dos anos, pois como ha um grande
equilibrio tecnico alcanc;:ado por atletas e equipes de alto rendimento, acredita-se que
os aspectos ernocionais e psicol6gicos sao 0 lorte diferencial em momentos de grande
decisao (WEINBERG e GOULD, 2001).
Hoje a psicologia do esporte esta em 61 paises auxiliando atletas, equipes e
tambem praticantes de atividades ffsicas.
2.3 PERSONALIDADE
"Conjunto de atitudes e comportamentos habituais da pessoa, ante as diversas
situac;:6es que a vida Ihe apresenta" (HURTADO, 1991 cilado por WALTER, 1992).
[...] personalidade eo elemento estavel e solido da conduta de uma pessoa. E 0conjunto de habitos, atitudes e tra90s caracteristicos, que determina 0ajustamento de uma pessoa em seu ambiente. E a unidade integrada de um serhumano, isto e; 0 conjunto de suas caracteristicas permanentes comotemperamento, constitui9ao, inteligencia e carater, fazendo-o, com estesatributos, diferente de outro ser humano.(PARISI, 1983 citado por BORG,1992).
18
"E 0 modo habitual pelo qual 0 indivfduo pensa, sente, tala e atua para satisfazer suas
necessidades no meio fisico e social".(KERTESZ, 1987 citado por DESCHAMPS et. all.)
Segundo Weinberg e Gould (2001), personalidade e a soma das caracterfsticas
que tornam uma pessoa unica. E uma intera<;ao da hereditariedade com 0 meio, que e
manifesta at raves do comportamento (D' ANDREA, 2000).
A personalidade e uma unidade individual, pois assim como nao existem
pessoas identicas tambem nao existem personalidades identicas. Ela e temporal
(nasce, cresce e morre) com 0 indivfduo, mas passa por um processo de
desenvolvimento onde sofre influencias do meio onde esta inserida, ou seja, pelas
situa<;6es e experiencias que a pessoa enfrenta em sua vida. E representada por uma
integra<;:ao dinamica que tem como resultados a<;6es e comportamentos individuais de
acordo com os estfmulos recebidos (D' ANDREA, 2000).
De acordo com os estudos de D' Andrea (2000), a personalidade procura
adaptar-se ao meio que esta vivendo atraves de um processo de desenvolvimento,
onde sao considerados varios fatores como: os dados biopsicologicos herdados, 0 meio
que e uma integra<;:ao das condi<;:6es ambientais, sociais e culturais das quais 0
indivfduo esta exposto.
Vendo sob esta otica, personalidade segundo D' Andrea (2000), " [...] e a
resultante psicofisica da intera<;:ao da hereditariedade com 0 meio, manifestada atraves
do comportamento, cujas caracteristicas sao peculiares a cada pessoa." Ainda
analisando os estudos de D'Andrea (2000), a constitui<;ao da personalidade se da por
meio de duas estruturas basicas: 0 genotipo e 0 paratipo.
19
o gen6tipo baseia-se em caracteristicas individuais hereditarias que podem ou
nao se desenvolver com 0 meio. Faz parte dessa estrutura 0 temperamento que e uma
tendencia que 0 indivfduo tem de reagir a certos estfmulos vindo do ambiente.
o paratipo e constitufdo atraves de caracterfsticas adquiridas por influencias
sofridas pelo meio. Af se encontra 0 carater que e 0 conjunto de form as
comportamentais mais elaboradas e determinadas pel as influencias ambientais, sociais
e culturais que 0 indivfduo usa para adaptar-se ao meio. (D' ANDREA, 2000).
Conforme Weinberg e Gould (2001), a personalidade dividi-se em tres nfveis que
embora separados se relacionam entre si. 0 primeiro nfvel e 0 nucleo psicol6gico, onde
se encontra as atitudes, valores, interesses e motiva«oes, cren«as sobre si mesmo e 0
seu valor. Ele e a pe«a central da personalidade, pois e a mais profunda, e 0 eu real,
nao aquilo que se quer que pensem que e. 0 segundo nfvel sao as respostas tfpicas,
que sao bons indicadores do nucleo psicol6gico, pois sao as formas e maneiras que
cad a indivfduo ajusta-se ao ambiente, ou como responde ao mundo que esta a sua
volta. 0 terceiro nfvel e 0 comportamento relacionado ao desempenho de papeis que se
baseia em como e percebida a situa«ao social que se desempenha. Eo 0 aspecto da
personalidade que mais varia, pois 0 comportamento muda dependendo do papel que
se desempenha porque situa«oes diferentes exigem papeis diferentes.
20
2.3.1 A TIPOLOGIA DE JUNG
Em qualquer grupo onde pessoas estejam envolvidas, vamos encontrar
problemas de relacionamento, e isso nao e diferente em uma equipe de voleibol. Esses
conflitos surgem em funifao da individualidade de cada pessoa, sua maneira de pensar
e agir. Entao atraves da tipologia individual e de grupo podemos conhecer aspectos da
personalidade de cad a um, que e uma grande ferramenta para facilitar e melhorar 0
relacionamento interpessoal entre os atietas. (MATARAZZO, citado por SCOPEL et. all.,
2005). Por esta razao a Tipologia de Jung e um forte instrumento da Psicologia do
Esporte nos esportes.
A Tipologia de Jung surgiu a partir dos estudos sobre 0 consciente e 0
inconsciente, realizados por Sigmund Freud e Carl Gustav Jung (SCOPEL et. all,2006).
o modelo de Jung fala sobre a energia psfquica e a maneira como cada
indivfduo se orienta no mundo, habitual ou preferencialmente (SHARP, citado por
SCOPEL et. all,2006).
Segundo Franz e Hillman (1971), existem quatro tipos de funifoes psicologicas
descritas por Jung: duas funifoes racionais (pensamento e sentimento), e duas
irracionais (percepifao e intuiifao). Em relaifao a essas funifoes existem dois tipos de
atitudes que cada tipo pode adotar: a extrovertida onde a libido flui na direifao do objeto
com uma reaifao contraria, secreta e inconsciente voltada para 0 sujeito; e a introvertida
onde se tem a impressao de que existe um objeto opressor que quer constantemente
afetar 0 indivfduo, onde este tem 0 impulso de afastar-se do objeto de maneira
continua.
21
Segundo Zacharias (2000, citado por SCOPEL et. all, 2006) 0 tipo introvertido
dirige sua atenltao para um mundo interior onde ele coloca as impress6es que ele tem
sobre-o mundo externo. E introspectivo prefere a companhia dos livros a das pessoas,
reflete antes de agir e sao geralmente retraidos perto de pessoas mais intimas. Ja 0
extrovertido dirige sua atenltao para 0 mundo externo, gosta de agir e se expressa
melhor fa lando do que escrevendo, gosta mais de ouvir do que ler, e impulsivo frente ao
mundo precisado experimentar as coisas e as situalt6es gosta de mudanltas, podendo
ser agressivo ou impensado. Gosta de arriscar e sempre tem uma resposta imediata
para qualquer situaltao.
Individuos que sao do tipo pensamento, tomam decis6es pelo caminho logico e
impessoal, na sua avalialtao estao presentes os pros e os contras da mesma situaltao,
visando buscar um padrao objetivo da verdade. Eo organizado e utiliza a logica em seus
julgamentos com padr6es universais e coerentes. Por esta razao mostra-se muitas
vezes frio em seus julgamentos. Os individuos do tipo sentimento sempre buscam
opini6es pessoais deles mesmos ou de terceiros para tomar decis6es, mesmo que
essas nao tenham logica ou coerencia alguma. Sempre leva em conta 0 que ele ou as
outras pessoas sentem em relaltao a determinadas situaltoes, por esse tipo de atitude e
avalialtao mostra-se receptiv~ e e muito bom pra lidar com as pessoas (ZACHARIAS,
2000 citado por SCOPEL et. all, 2006).
Por volta de um ana ou de um ana e meio de idade, pode-se perceber a
diferencialtao dos tipos (introvertida ou extrovertida) na crianlta. Enquanto 0
desenvolvimento da funltao principal pode comeltar a ser observada por volta da idade
do Jardim de Infancia, com a tendencia de se fazer aquilo que onde se e bom e evitar
coisas das quais tem-se dificuldade. Essa tendencia, chamada de "aptidoes" e
22
refon;:ada pela atitude familiar que valoriza aquilo que e bom na crianc;:a e incentiva para
que esta continue. Esse processo e normal e acaba por ajudar a desenvolver a func;:ao
interior. (FRANZ E HILLMAN, 1971).
Existem tambem os tipos distorcidos, que forc;:ados pelo ambiente em que vivem
se veem na necessidade de exercer outra func;:ao. Isso e prejudicial, pois 0 individuo
dificilmente chegara no seu potencial maximo, pois nao desenvolveu sua func;:ao des de
o principio. (FRANZ E HILMAN,1971).
De acordo com Franz e Hillman (1971), a func;:ao inferior esta geralmente ligada a
uma grande carga de emoc;:ao e uma grande concentrac;:ao vital, pois quando 0
individuo consegue voltar-se para sua func;:ao inferior descobrira um novo potencial de
vida contido nele mesmo. Mas quando se tenta deixar vir a tona sua func;:ao inferior a
func;:ao superior tenta tomar as redeas e traze-Ia ao controle da func;:ao principal,
frustrando a func;:ao inferior.
Conforme Zacharias (2000, citado por SCOPEL et. all, 2006) quem utiliza a
func;:ao intuic;:ao busca informac;:6es atraves da observac;:ao inconsciente visando
possibilidades futuras, mas a preocupac;:ao dele nao e aquilo que ele percebe no
momento. Ele interessa-se pelos significados, relac;:6es e possibilidades futuras. Tem
uma visao geral e nao se atenta aos detalhes daquilo que observa. Procura sempre
novas soluc;:6es para os problemas. Tem atitudes imprevisiveis devido a sua intuic;:ao. E
muito util em situac;:6es onde se necessita avaliar algo sem dados suficientes e prefere
planejar a executar. 0 sensitivo prefere receber informac;:6es a partir dos seus orgaos
do sentido para compreender a situac;:ao, interessa-se pelo imediato e real, sao praticos
e realistas. Observa os detalhes, tem facilidade para lidar com coisas que necessitem
23
precisao e cuidados, gosta de manter tudo funcionando, prefere execuyao a
planejamento, necessitando de dados concretos para conseguir avaliar uma situayao.
Agora de acordo com os estudos de Franz e Hillman (1971) sobre os tipos
psicol6gicos de Jung, caracterizaremos cada tipo. Lembrando que as funyoes
combinadas com tipos, resultam em oito tipos. Primeiramente analisaremos os quatro
tipos irracionais:
> 0 Tipo Perceptiv~ Extrovertido: Intuiyao Introvertida Inferior
Esse tipo tem a funyao especializada de sentir e relacionar-se com objetos externos de
uma forma concreta e pratica. Eo um mestre em perceber detalhes, observam todas as
coisas, cheiram tudo, 0 bom gosto geralmente esta presente. Esses individuos dao a
impressao de serem desalmados, devido ao fato de nao transmitirem nenhum
sentimento e nao pensarem muito, pois acreditam que todas as coisas que cheguem
pr6ximo da intuiyao sao fantasias e nao devem ser levadas em considerayao, para ele
s6 importam os fatos concretos.
A intuiyao inferior e geralmente egocemtrica, tem com frequencia uma atitude
negativa, auto depreciativa; transmite uma grande quantidade de conteudos cheios de
significados, mas s6 aparece nesse tipo par um dado instante, quando algo 0 leva para
sua intuiyao, e em poucos instantes tudo volta ao normal.
> 0 Tipo Perceptivo Introvertido: Intuiyao Extrovertida Inferior
Extremamente sensivel, absorve tudo nos mais intimos detalhes, onde cada um eintimamente absorvido. A impressao vem do objeto para 0 sujeito, 0 que da a
impressao desses individuos serem muito lentos. Mas 0 que acontece na verdade e
24
que a realtao interna caminha por baixo, 0 que faz a realtao extern a se manifestar em
atraso, pois ainda esta absorvendo tudo que 0 ambiente venha oferecer nos minimos
detalhes.
A intuiltao inferior desse tipo apresenta caracteristicas misteriosas, assustadoras e
fantasticas, mas sua preocupaltao esta voltada no mundo exterior coletivo e impessoal.
Para eles 0 futuro e suas possibilidades nao contam, 0 que interessa e 0 aqui e agora.
Acreditam que 0 curso da vida sempre se manter 0 mesmo, nao percebendo que as
coisas podem mudar. Quando suas fantasias brotam tem dificuldade de assimila-Ias por
causa da precisao e lentidao da funltao consciente (FRANZ E HILLMAN, 1971).
> 0 Tipo Intuitivo Extroverlido: Sensaltao Introverlida Inferior
A intuiltao e a funltao pela qual n6s imaginamos as coisas; e a capacidade de intuir 0
que ainda nao e visiveis possibilidades futuras ou potencialidades ainda nao realizadas
(FRANZ, 1971}.
Sempre um passo a frente, 0 intuitivo extroverlido aplica essa capacidade para
perceber futuros desenvolvimentos exteriores no seu redor. Sao irnprecisos e vagos,
pois precisam analisar as coisas vagamente sem se preocupar com os fatos muito de
perlo. Raramente desfruta daquilo que planta, pois nao espera as coisas se
consolidarem para dar retorno, logo abandona aquilo que criou. Nao cuida do seu cor po
e de suas necessidades fisica, por exemplo, nao consegue perceber quando esta
cansado, ou quando esta com fome.
Sua funltao inferior e lenta, pesada e cheia de emoltoes. Pel a sua introversao eafastada do mundo exterior e dos seus diferentes aspectos, tendo uma conotaltao
mistica e simb6lica.
25
> 0 Tipo Intuitivo Introvertido: Sensagao Extrovertida Inferior
Tem a capacidade de pressentir 0 futuro, fazendo premonig6es certas sobre
situag6es futuras ainda nao vistas. Na linguagem psicol6gica isto quer dizer que "[ ...J ele
conhece os lentos processos que ocorrem no inconsciente coletivo, as mudangas
arquetipicas, e que os comunica a sociedade".(FRANZ E HILLMAN, 1971}.
Sua fungao inferior tem dificuldade em perceber as necessidades do corpo e em
controlar seus apetites. Tambem tem dificuldade em perceber a precisao dos fatos, ele
e tao inconsciente que e capaz de contar mentiras espantosas inocente mente, pois
nao consegue perceber as coisas que estao logo a sua frente. Isso acontece devido asua dificuldade em observar os fatos e sua falta de concentragao nas situag6es
externas. Sua sensagao inferior e muito intensa, mas desaparece muito rapidamente do
campo da conscii'mcia.
Dando continuidade a analise dos estudos de Franz e Hillman (1971) sobre os tipos
psicol6gicos, iremos falar agora sobre os quatro tipos racionais que sao:
> 0 Tipo Pensativo Extrovertido: Sentimento Introvertido Inferior
o tipo pensativo extrovertido coloca ordens claras a respeito de situag6es exteriores,
mas a enfase sempre estara colocada no objeto e nao na ideia; 0 elemento subjetivo
permanece em segundo plano na sua personalidade. Ele e capaz de ter relag6es
sentimentais com pessoas ou ideais, mas essas nunca faraD parte do seu cotidiano,
nao permitindo que este sentimento forte aflore, 0 que pode levar 0 individuo a passar
sua vida toda resolvendo problemas e expondo as coisas claramente e s6 no fim de sua
vida ira se perguntar por qual motivo viveu. Entao caira na sua fungao inferior.
26
Por outr~ lade "[ ...] eles exercem uma influ€mcia oculta muito forte sobre a sociedade
que as rodeia, pois tem maneiras secretas de estabelecer valores".Apesar de nao se
perceber seu sentimento comanda 0 seu futuro e tambem 0 dos outros.
Sao extremamente fieis aos seus sentimentos embora os outros individuos ten ham
que se aproximar para saber disso, pois exteriormente nao aparentam ter um
sentimento tao forte. Esses tipos sao incapazes de conceber que outros individuos
tenham outra opiniao a nao ser a deles, pois eles mesmos nao questionam aquilo que
acreditam ser correto.
> 0 Tipo Pensamento Introvertido: Sentimento Extrovertido Inferior
Eo do tipo que gosta de esciarecer as ideias, acredita que se comevarmos algo
errado jamais se chegara a lugar nenhum. Ele sempre ira atras da ideia subjetiva,
procurando saber 0 papel do sujeito no processo.
Seu sentimento esta vinculado com objetos extern os e este sentimento forte, leal e
caloroso deixa-se fluir na direvao do objeto. Tem julgamentos muito definidos, nao
existindo um meio termo. Mas esse sentimento pode ser facilmente envenenado pelas
pessoas que vivem a sua volta.
Seu sentimento inferior e totalmente sem controle, 0 que as vezes da a impressao
dessas pessoas serem pegajosas.
> 0 Tipo Sentimental Extrovertido: Pensamento Introvertido
Esse tipo se adapta fazendo uma avaliavao dos objetos exteriores e relaciona-se
adequadamente com eles, e capaz de analisar 0 lade positiv~ e 0 negativo das coisas
de maneira adequada tendo poucas ilus6es sobre as coisas e as pessoas, sao bem
27
ajustados, envolvem-se bem com todos. Esse tipo faz as pessoas ao seu redor
sentirem-se maravilhosas, criando um ambiente agradavel.
Sentem com muita objetividade a situa9ao das outras pessoas, sente a importancia
do que deve ser feito e faz. Tem bom gosto para escolher companheiros e amigos, mas
nao foge do convencional, pois se preocupa com 0 pensamento da sociedade sobre
ele. Nao gosta de pensar, principalmente sobre quest6es profundas, como filosofia ou
questionamentos sobre a vida. Na verdade ele pensa, mas tem julgamentos muito
criticos e negativos, podendo se revelar a pessoa mais fria do mundo, af e 0 ponto
chave onde a fun9ao superior se manffesta e 0 controle da fun9ao superior fracassa.
(FRANZ E HILLMAN, 1971).
Quando aparecem esses pensamentos negativos 0 tipo sentimental extrovertido
odeia estar sozinho, entao procura ligar 0 radio ou encontra outras pessoas, por
exemplo, acreditando que se simplesmente esquecer esse pensamento ele se dissipara
e nao mais 0 afetara. Mais isso e exatamente 0 contrario do que acontece, pois se ele
nao tomar consciencia desses pensamentos ai sim eles influenciarao nao somente sua
vida mais a vida daqueles que 0 rodeiam.
Como adotam a fuga para nao pensarem sobre seus questionamentos e filosofar
sobre suas vidas sozinho, 0 tipo sentimental extrovertido se sente extremamente
acuados quando encontram alguma pessoa que sabem pensar, assumindo uma
postura fanatica pelo simples fato de nao terem argumentos para se firmar naquilo que
pensam, pois nao pensaram sobre 0 assunto.
28
> 0 Tipo Sentimental Introvertido: Pensamento Extrovertido Inferior
Ele adapta-se a vida, utilizando como ferramenta principalmente a sentimento, mas
de maneira muito introvertida. Tem uma escala diferenciada de valores, mas nao as
expressam, deixando que estes os afetem intimamente. Mesmo nao se expressando
muito, esse tipo exerce uma influencia positiva a sua volta, estabelecendo padroes e
valores; sente interiormente a fato que tem maior importancia.
Interessam-se muito por grande numero de fatos exteriores, apesar de sua
personalidade consciente nao se movimentar muito.
"0 pensamento extrovertido inferior tem as mesmas tendencias negativas a tomar-se
tir<3nico, obstinado e inflexiveis, e, por isso, nao muito adaptado ao seu objetivo,
caracteristicas comuns a todas as func;:oes inferiores" (FRANZ E HILLMAN, 1971).
2.4 PSICOLOGIA DO ESPORTE DO BRASIL
Conforme Rubio (2002), a Psicologia do Esporte no Brasil surgiu na decada de
50, em meio ao clima de amadorismo e fair-play que a esporte vivia na epoca. Apenas
a futebol constituia uma excec;:ao, pais era profissionalizado no Brasil e em outros
paises desde de 1920, e este era uma paixao nacional 0 que fazia sua relac;:ao com a
publico ser bastante singular.
Mas a iniciativa aconteceu em virtude da atuac;:ao e estudos de Joao Carvalhaes,
experiente em psicometria, ele esteve presente na comissao tecnica da selec;:ao
29
brasileira de futebol campea em 1958 na Suecia e trabalhou mais de 20 anos na equipe
do Sao Paulo Futebol Clube.
Entao a partir dai foram sendo arquivadas muitas informagoes sobre atletas e
equipes que praticavam esportes ou alguma atividade fisica, 0 que resultou uma grande
demanda de produgao academica na area da Psicologia do Esporte nas tres decadas
seguintes.
A Sociedade Brasileira de Psicologia Esportiva, da Atividade Ffsica e da
Recreagao a SOBRAPE, foi fundada em 1979, sob a presidencia do professor Benno
Becker Junior (SCOPEL et. all, 2006).
A partir da decada de 80, psic610gos brasileiros foram buscar formagao
especffica em outros pafses e passaram a se organizar em grupo de estudos, que
influenciou 0 usa de instrumentos de avaliagao e tecnicas de intervengao utilizadas em
outros pafses, tudo fruto de suas "formagoes estrangeiras".
Como 0 esporte brasileiro tem aspectos muito especfficos que influenciam na
vida dos atietas, esses instrumentos e tecnicas foram sendo adaptados e adequados as
condigoes culturais, esportivas e institucionais que os atletas brasileiros encontravam
em seu cotidiano.
Nesse periodo antes da decada de 90, a Psicologia do Esporte se preocupava
com aspectos de psicodiagn6stico esportivo e construgao de perfis a partir dos dados
obtidos.
Segundo Barreto (citado por SCOPEL et. all,2006), afirma que os esportes mais
beneficiados, mas ainda muito timidamente pela Psicologia do Esporte no Brasil, sao 0:
futebol, a ginastica olfmpica feminina, a natagao, 0 tiro ao alvo, a corrida de fundo, 0 jiu-
jitsu, 0 vale - tudo, 0 golfe, 0 tenis e 0 hipismo.
Hoje uma area que tem ganhado grande for<;:ae a Psicologia Social do Esporte
que ultrapassa as relayoes somente com 0 atleta e vai buscar a fundo a influencia dos
pais, do meio, da torcida, da midia, na performance do atleta (RUBIO, 2002).
3. METODOLOGIA
3.1 TIPO DE PESQUISA
Esse trabalho caracteriza-se como sendo pesquisa descritiva e correlacional tipo
Questionario e comparativa. Segundo Thomas e Nelson (2002), pesquisa descritiva do
tipo questionario e um tipo de pesquisa onde a informa<;:ao e obtida pedindo-se aos
individuos que respondam as quest6es, em vez de observar seu comportamento.
3.2 POPULA<;:Ao E AMOSTRA
3.2.1 Popula<;:ao
A popula<;:ao desse trabalho foram as atletas do sexo feminino que participaram
da VI Ta<;:aParana de Voleibol, realizada na cidade de Curitiba no periodo de 2 a 5 de
novembro de 2006.
3.2.2 Amostra
A amostra desse trabalho foram atletas que jogam na categoria infanto juvenil
feminina, de 5 clubes, sendo 1 equipe do estado do Parana, 1 equipe do estado do Rio
de Janeiro, 1 equipe de Santa Catarina e 2 equipes do Rio Grande do Sui (A e B).
3.3INSTRUMENTO
Foi utilizado um questionario com dados pessoais, e um teste intitulado
"Pesquisa de Tipos Psicol6gicos Jungianos" escrito por Wheelwright, M.D., que e
composto por 81 quest6es fechadas sobre situac;:6es comuns do cotidiano, onde 0
at leta deveria escolher uma das opc;:6es (A ou B) para dar sua resposta. Em cada
questao 0 at leta deveria refletir sobre aquilo que laria ou gostaria de fazer nas situac;:6es
apresentadas.
3.4 COLETA DE DADOS
A coleta loi leita dia 4 de novembro de 2006, durante a VI Tac;:a Parana de
Voleibol. Antes da aplicac;:ao do teste foi conversado com 0 tecnico responsavel por
cada equipe, explicando 0 objetivo do trabalho que iria ser realizado a partir dos
questionarios respondidos por suas atletas. Houve resistencia de apenas um dos
tecnicos, pois este nao era conhecido, e somente aceitou participar da pesquisa, com 0
acordo de no ana seguinte entregar-Ihe os resultados do teste para 0 mesmo. Depois
y"
da autorizac;:ao do tecnico, reuniram-se as atletas da equipe que tambem receberam
uma explicac;:ao sobre 0 trabalho assim como orientac;:6es para responder 0
questionario.
o questionario loi entregue para cada atleta, que deveria ser respondido de
acordo com as orientac;:6es dadas pelo aplicador. Uma das orientac;:6es dadas loi 0
alerta de que seria imprescindivel que a atleta especilique a posic;:ao que joga (ex:
libero, levantador ou atacante). As atletas de uma mesma equipe loram avaliadas ao
mesmo tempo e no mesmo ambiente, supervisionadas pelo aplicador e na presenc;:ade
seu tecnico.
3.5 TRATAMENTO DE DADOS
Os dados loram analisados juntamente com uma psicologa.
No tratamento estatistico loi utilizada estatistica descritiva com medida e
distribuic;:aode Irequencia, para cada um dos itens de perfil de personalidade de acordo
com as posic;:6es de jogo. Para verificar a relac;:ao entre os itens do perfil de
personalidade loi aplicada uma correlac;:ao de Spearman Rho, com um nivel de
signilicancia de p<O,05.
4. APRESENTAC;AO E DISCUssAo DOS RESULTADOS
De acordo com 0 questionario respondido pelas atletas, pode-se tragar 0 perfil
das atletas da categoria infanto juvenil que participaram da VI Taga Parana de
Voleibol.
Sao meninas de quatro diferentes estados sendo eles: Parana, Santa
Catarina, Rio Grande do Sui e Rio de Janeiro, com idade variando entre 14 a 17
anos e com um tempo de pratica da modalidade que varia de 11 meses a 9 anos.
No quadro abaixo se verifica 0 motivo que levou essas garotas a praticarem a
modalidade.
QUADRO 1 - MOTIVO QUE LEVOU A PRATICA DA MODALIDADE.
Motivo Quantidade %Parentes 15 22,73Amigos 8 12,12Esporte sem violencia 1 1,52Gostava da modalidade 27 40,91Busca de uma atividade fisica 4 6,06Professor de Educagao Fisica 1 1,52Lazer 2 3,03
-
Eram favorecidas pela altura 3 4,55Busca de saude 2 3,03Busca de novas amizades 1 1,52Queria praticar outra modalidade e nao conseguiu 1 1,52
-
Nenhum 1 1,52Total 66 100-
No quadro acima verifica-se que 40,91% das atletas iniciou a pratica do
35
voleibol porque jil gostavam da modalidade, isso e muito positivo po is indica que
essas meninas procuraram algo que realmente era do interesse delas, sem
influencias ou press6es e provavelmente, estarao satisfeitas como pessoas e como
atletas jil que fazem algo que se identifica com elas.
A influencia de parentes como pais, irmaos, primos, etc, tambem foi bastante
citada (22,73%), pois essas atletas conviviam com parentes que jil praticaram a
modalidade. Essa influencia pode ser positiva quando 0 individuo estando neste
meio conhece e gosta, mas passa a ser negativa quando 0 individuo se ve
pressionado a trilhar 0 mesmo caminho que seus pais ou irmaos, por exemplo.
Tambem tivemos a influencia de amigos que jil praticaram a modalidade (12,12%),
ou que achavam que a colega levava jeito e incentivaram a procurar um clube.
Assim como a influencia dos parentes, a influencia dos amigos pode ser positiva ou
negativa, isto vai variar se a pessoa quer realmente aquilo para ela.
Oepois aparecem motivos como a busca de uma atividade fisica (6,06%),
atletas que procuraram a modalidade, po is eram favorecidas pela altura (4,55%),
lazer e busca de saude, ambos com 3,03% cada um, e tambem busca de novas
amizades, frustrayao em outra modalidade esportiva e nenhum motivo especifico,
cada um com 1,52% do total de motivos citados.
No grafico abaixo podemos visualizar melhor a disposiyao dos dados
explanados acima:
Motivo que levou a Pratica da Modalidade100
90
80
70
ro 60::JC
50Q)<.)Cii 40D..
30
20
10
0
---
I----I----I-----
l .-- ..linha 23
D Parenles• Amigos
o Esperte sem 00-lllncia
o Gosto pela moda-lidade
• Alividade fisica• Professor de Edu-
cac;:clo Fislca
• Lazer
Gratico 1- Motivo que levou a Pratica da Modalidade
DAitura
• Saude• Novas amizades• Tentativa frustrada
em outra modali-dade
o Nenhum
36
37
4.1 PERFIL GERAL DA PERSONALIDADE DAS ATLETAS DE VOLEIBOL
10090
80
70CO 60~C
50(J)u'-(J) 40CI...
30
20
Perfil Geral de Personalidade
10o
D PENSAMENTO• SENTIMENTOD ColunaDD SENSA<;AO.INTUI<;AO
TIPOS
Grafico 2 - Perfil Geral de Personalidade das Atletas de Voleibol.
No grafico acima pode-se observar que a maioria das atletas que participaram
da amostra tem como maneira de passar as informa90es recebidas, a fun9ao
sentimento (59,26%), 0 que quer dizer que essas atletas sempre buscam opinioes
pessoais delas mesmas ou das pessoas em redor para tomar decisoes, mesmo que
essas opinioes nao tenham 16gica nenhuma, sempre levam em conta 0 sentimento
das pessoas frente a situa90es que aparecem, mostando-se receptivo e de 6timo
relacionamento interpessoal. Para atletas esse tipo tem 0 ponto positivo de um bom
relacionamento interpessoal, que e necessario, po is deve-se saber lidar com a
individualidade das pessoas para que 0 grupo se entenda, mas um dos pontos
38
negativos deste tipo e que ele busca opinioes e nao avaliayoes de fatos concretos, 0
que pode levar a uma tomada de decisao errada durante 0 jogo.
Se falando da mane ira com que essas atletas percebem as informayoes do
ambiente, 55,26% sao do tipo intuiyao, que determina que este tipo de atleta tem
como base um observayao inconsciente se preocupando com as ayoes futuras,
muitas vezes nao se atentando ao que esta acontecendo no momento, 0 que e
prejudicial ao atleta, po is ele deve estar atento ao que esta acontecendo,
observando os detalhes para tentar preyer ayoes futuras do adversario. Por outro
lado ele e muito bom para avaliar situayoes onde nao ha dados suficientes para isso,
e acha a soluyao para 0 problema devido a sua intuiyao. Tambem e imprevisivel em
suas ayoes, 0 que pode favorecer a equipe em uma hora de sufoco, po is ele acha a
soluyao do problema, executa 0 que necessita ser feito de maneira imprevisivel,
surpreendendo assim a equipe adversaria.
Em relayao a atitude mais de 80% e do tipo extrovertido, 0 que e excelente
para um atleta, po is 0 extrovertido dirige toda sua atenyao ao mundo externo, ou
seja as situayoes que estao ocorrendo a sua volta gosta de agir e sempre tem uma
resposta imediata a qualquer situayao. Ele gosta de mudanyas, mas um aspecto que
pode se tornar prejudicial e que ele muitas vezes pode se tornar agressivo e
impensado.
4.2 CORRELA<;:OES
Utilizando a correlayao de Spearman Rho, com um nivel de significancia de
39
p<O,05, foram cruzados os dados dos tipos encontrados com as posic;:5es de jogo
das atletas, e tambem da variaveis entre si, para observar se existe alguma relac;:ao
entre as variaveis.
TABELA 1 - CORRELA<;:AO ENTRE AS VARIAvEIS.
Chrrchtiolli
R'CDN-'L IJW(]CN AlllillE FGiCASpeanmrls rho RtOCNIL G:mlat i::n Cbeffiaet1 1,000 .019 -,000 -.043
Sg. (2- toiled) ,890 ,563 ,757N 54 54 54 54
IRIWlCN Gmlat 01 Cbefliaet1 ,019 1,000 ,071 -,193Sg. (2-tniled) ,!flO ,609 ,162N 54 54 54 54
AIJTlL£ Gmbt i::n Cbeffiaert -,IBO ,071 1,000 ,067Sg. (2- toiled) ,:63 ,609 .632N 54 54 54 54
tur~arrel:ttmC@ljaert -,013 -,193 ,067 1,000Sg. (2-tailed) ,757 ,162 ,632N 54 54 54 54
Como se pode observar na tabela acima nao existe correlac;:ao entre nenhuma
entre as variaveis, determinando que essas funcionam de maneira independente.
o principal objetivo deste trabalho era verificar se a posic;:ao de jogo tinha algo
em comum com a personalidade da atieta e pode-se perceber que essa relac;:ao nao
existe.
Isso pode acontecer pelo fato de nao ser a atleta que escolhe a posic;:ao que
ira jogar e sim seu tecnico, levando em considerac;:ao alguns fatores, como talento,
altura, visao de jogo e ate mesmo a necessidade que a equipe apresenta.
Vivendo no meio do voleibol conheci muitas atletas que eram excepcionais
em suas func;:5es, porem queriam realmente jogar em uma outra posic;:ao, po is
gostavam ou se identificavam mais. 0 que demonstra na pratica que nem sempre a
personalidade influencia em todos os aspectos.
40
Agora se ira a disculir os dados por pOSi<;:80de jogo observando a incidEmcia
dos lipos em cada pOSi<;:80.
4.3 LEVANTADORES
• Maneira com que passam as informa<;:oes
TABELA 2 - FUN~OES PENSAMENTO E SENTI MENTO DAS LEVANTADORAS.
\lind Gmul<ti\efregll:nc)' furent ~rrent Ferrent
\{llil 1,00 3 42,9 42,9 42,92,00 4 57,1 57,1 100,0Total 7 100,0 100,0
Pensamento / Sentimento
ro 70+-----------------------::JC 60~---------------------Q)
~ 50+-------------&
30
20
10
Pensamento Sentimento
GRAFICO 3 - FUN~OES PENSAMENTO E SENTI MENTO DAS LEVANTADORAS.
41
Pode-se observar que na tabela 3 que observa as funyoes pensamento e
sentimento das levantadoras, 42,9% das atletas agem utilizando a funy80
pensamento, enquanto 57,1 % utilizam - se da funy80 sentimento.
Analisando a responsabilidade do levantador dentro de uma partida, de armar
o jogo deixando seus atacantes na melhor condiy80 para efetuar 0 ponto, seria
melhor, que a funy80 pensamento agisse com mais enfase, pois pessoas do tipo
pensamento tomam decisoes pelo caminho 16gico e impessoal, analisando os pr6s e
os contras das situayoes, utilizando pad roes coerentes para isso, mostrando-se
muitas vezes frio em suas decisoes. 1550 seria excelente para um levantador devido
o grande volume de informayoes que ele deve absorver do jogo para executar sua
funy80, como: bloqueio da equipe adversaria, movimento da jogadora meio-de -rede
da outra equipe, condiy80 dos atacantes de sua equipe durante 0 jogo, alem de
cruzar mentalmente as jogadoras de sua equipe e da equipe adversaria nas
passagens na rede visando obter maior probabilidade de ponto de sua equipe.
Observando desta 6tica 0 levantador deve ter frieza para analisar todas essas
variaveis do jogo, sem se deixar influenciar por fatores externos, como torcida, por
exemplo, para alcanyar seu melhor desempenho.
As atletas do tipo sentimento buscam informayoes e opinioes pessoais delas
ou de outras pessoas para tomar alguma decis80, importando-se como as outras
pessoas se sentir80 em relay80 a decis80 tomada. Esse aspecto torna a vida de um
levantador um pouco confusa dentro de uma partida, po is ele necessita tomar
decisoes coerentes vindas de analise de informayoes concretas e n80 se opinioes e
sentimentos. Exemplificando, se um levantador for pensar em como 0 atacante se
sente ap6s ter cometido uma serie de erros, e continuar insistindo nele para fazer 0
42
ponto dando sempre uma nova chance para que se sinta melhor na partida, muito
provavelmente sua equipe levara uma serie de pontos seguidos que podem ou nao
ser recuperados durante 0 jogo, podendo levar a equipe ate a perda do set,
enquanto uma mudanya de atitude fria visando analise de jogo, poderia mudar a
trajetoria da partida.
Mas 0 tipo sentimento nao e de todo ruim, pois esse tipo e receptivo e muito
bom de relacionamento interpessoal, 0 que dentro de um jogo e bom, pois esse
atleta recebera retroalimentayao de sua performance pela efetividade de seus
atacantes, sem que isso seja uma ofens a ou uma bronca, nao 0 desestabilizando
dentro do jogo; e a facilidade em seus relacionamentos proporcionara uma maior
linha de comunicayao entre ele e seus companheiros de equipe, 0 que afetara numa
rapida organizayao da equipe apos erros ou uma sequencia dos mesmos.
Maneira com que percebem as informayoes.
TABELA 3 - FUN<;:OES SENSA<;:Ao E INTUI<;:Ao DAS LEVANTADORAS.
fw\Old Ciumhti\C
I:feg~ [-. furent R':ra:nt R:rrent1,00 1 14,3 14,3 14,32.00 4 57.1 57,1 71.43.00 2 28.6 28,6 100,0Total 7 100,0 100.0
43
Sensac;ao / Intuic;ao100
90
80
70co:::J 60CCll
50uQ)Cl... 40
30
20
10
0Sensa9ao Intui9ao Equilibrio
GRAFICO 4 - FUNyOES SENSAyAO E INTUlyAO DAS LEVANTADORAS.
Em relayao a maneira com que as levantadoras percebem as informayoes do
ambiente, 14,3% apresentam funyao sensayao, 57,1% funyao intuiyao e 28,6%
encontram-se em um equilibrio entre as duas funyoes.
o atleta que tem a funyao sensayao predominante recebe as informayoes
atraves dos orgaos do sentido, sao praticos e realistas, interessam-se pelo imediato
e 0 real, observam detalhes e gostam da execuyao com precisao e cuidados. Esse
tipo de atleta nao e tao interresante para uma hora delicada de um jogo
principal mente 0 levantador, que as vezes necessita arriscar um pouco mais em um
momenta critico para obter sucesso. Embora esse tipo de atleta seja aquele que vai
entrar em quadra e fazer 0 que necessita ser feito, ele e previsivel em suas ayoes e
nao vai alem da analise superficial da partida.
44
Aquele que possui a fun<;ao intui<;ao predominantemente e aquele atleta que
possui atitudes imprevisiveis, pois percebe at raves da observa<;ao inconsciente, ele
pensa nas a<;6es futuras e esta sempre calculando um passo a frente, nao se
atentando nos pequenos detalhes daquilo que esta executando ou observando. Isso
pode tornar-se perigoso dentro da partida, po is ele pela ansia de pensar nas a<;6es
futuras pode nao executar a a<;ao presente com perfei<;ao, 0 que para um levantador
pode ser fatal ja que e ele quem analisa as situa<;6es para deixar sua equipe em
condi<;ao de superioridade frente a equipe adversaria, mas possui um aspecto
positiv~ que e a imprevisibilidade, po is num momento de aperto dentro do jogo ele,
surpreendendo a equipe adversaria pode definir a partida.
o ideal claro e que 0 atleta se encontre num nivel muito pr6ximo ao equilibrio
assim como os 25,6% da amostra, que possui 0 fator imprevisibilidade, alem da
execu<;ao cuidadosa e detalhista de suas a<;6es.
• Atitude
TABELA 4 - ATITUDE DAS LEVANTADORAS
AllltDE\a lid GmUative
Fregte!]9' !ercent !ercent !ercert\aId 1,00 7 100,0 100,0 100,0
45
Atitude100
90
80
rn 70::JC 60Q)
~ 50Q)0..
40
30
20
10
0
--------c--f--c--f--f--c--c--c--c--f--c--
Extrovertido Introvertido
GRAFICO 5 - ATITUDE DAS LEVANTADORAS
Em relac;:ao a atitude 100% apresentam perfil extrovertido, onde 0 individuo
dirige sua atenc;:ao ao mundo externo, e impulsivo frente as situac;:oes, e ousado,
pois gosta de mudanc;:as, tendo uma res posta imediata a qualquer problema. Ou
seja, e aquele atleta que esta sempre atento ao que esta acontecendo no jogo, e
tem soluc;:oes para momentos delicados durante a partida.
4.4 ATACANTES
• Maneira com que passam as informac;:oes.
TABELA 5 - FUNC;OES PENSAMENTO E SENTIMENTO DAS ATACANTES.
\Illid CiJlluhti\e-~~Ferrenl Perrenl Il:rrenl\lllij 1,00 15 3a5 38,5 38,5
2,00 24 61,5 61,5 100,0Total 39 100,0 100,0
46
Pensamento / Sentimento
70+---------------------60 +-------------1
30
20
10
Pensamento Sentimento
GRAFICO 6 - FUNC;OES PENSAMENTO E SENTI MENTO DAS ATACANTES.
Na maneira com que passam as informac;:6es, 38,5% sao do tipo pensamento,
o que e muito interessante para atacantes que necessitam de frieza para resolver a
partida. Diferentemente do levantador que ira "armar" a jogada para que os
atacantes fac;:am 0 ponto, os atacantes necessitam executar esse ac;:ao de maneira
mais perfeita possivel, po is ao contrario disso 0 trabalho do levantador foi em vao.
Todos os momentos de uma partida sao decisivos, mas existem instantes como fim
de set ou do jogo que requerem uma frieza maior do atleta. Por exemplo, quando a
partida esta 13 x 14 para a equipe adversaria no tie-break e e necessario fazer 0
ponto para se permanecer vivo na partida, 0 atacante necessita ser frio 0 suficiente
afastando de si a influencia de fatores externos e voltar sua atenc;:ao para aquele
ponto, nao deixando a ansiedade tomar conta, nao permitindo que esta venha a
atrapalhar sua avaliac;:ao das situac;:6es de jogo e a sua tranquilidade de executar a
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ac;:aocorretamente.
Das 39 atacantes 61,5% sao do tipo sentimento 0 que pode atrapalha-Ias
durante a partida devido a grande preocupac;:ao que este tipo tem com a avaliac;:ao
das outras pessoas sobre si mesmo, 0 que pode deixar insegura e pensando no que
as companheiras de equipe, tecnico, adversarias, pais, torcida, iraQ achar de sua
performance, ocasionando em uma perda do foco principal durante 0 jogo.
• Maneira com que passam as informac;:oes.
TABELA 6 - FUN~OES SENSA~Ao E INTUI~Ao DAS ATACANTES.
\lltid O.mul<ti~fu:_q~ fuo::nt R:rrent fuo::nt
\(llij 1,00 16 41,0 41,0 41,02,00 21 53,8 53,8 94,93,00 2 5,1 5.1 100,0Total 39 100,0 100,0
Sensa<;ao / Intui<;ao100,------------------------90+---------------- ----80+------------------------
70+------------------------
3020
10
o
rn 60+------------------------~C 50 -1--------Q)
~Q) 40 -1--..,.-->--_0...
Sensa<;aa Intui<;aa Equilibria
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GRAFICO 7 - FUNQOES SENSAQAo E INTUIQAO DAS ATACANTES.
Em relayao a maneira com que percebem as informayoes vindas do
ambiente, 41 % sao do tipo sensayao, enquanto 53,8 % sao do tipo intuiyao e 5,1 %
se encontram em equilibrio entre as duas funyoes.
Para uma atacante e bom que alcance um equilibrio entre as funyoes, po is ela
necessita de informayoes da partida vinda tanto dos senti dos, quanto da observayao
inconsciente para execuyao perfeita de sua funyao.
• Atitude
TABELA 7-ATITUDE DAS ATACANTES
AlIJU)E\l!tid Gnruhthe
fre!;juetJc)' furent Ihren! Ferrenl\{Jlij 1.00 30 76,9 76,9 76,9
2,00 6 15,4 15,4 92,33,00 3 7,7 7,7 100,0Total 39 100,0 100,0
Atitude100
90
80
70
<ii 60:::JCQ) 50~Q) 400...
30
20
10
0Extrovertido Introvertido Equilibrio
49
GRAFICO 8 - ATITUDE DAS ATACANTES
No quesito atitude encontra-se 76,9 % com atitude extrovertida, 15,4% com
atitude introvertida, e 7,7 % num equilibrio entre as duas fun<;:6es. Os extrovertidos
encontram-se num padrao adequado para atletas, enquanto os introvertidos
provavelmente terao problemas dentro do grupo, pois para ele e dificil expor-se
perante as pessoas, ja que ele se retrai perto dos mais intimos. Considerando que
as garotas passam muito tempo com as colegas de equipe, estas devem ter
liberdade de a<;:aoumas com as outras dentro de quadra e uma atleta introspectiva,
ira s6 armazenar as informa<;:6es recebidas do ambiente dentro dela, nao as
expondo e nem as resolvendo 0 que a levara a perder 0 foco da partida, pois ele nao
resolveu a a<;:aop~ssada, entao estara presa nela ate que esta se resolva.
As atletas que se encontram no equilibrio sao privilegiadas, pois alE~mde ter
as caracteristicas de a<;:aodo extrovertido, tem a caracteristica de pensar antes de
agir do introvertido, 0 que pode ser de grande valia dentro da partida.
4.5 Liberos
Maneira com que passam as informa<;:6es.
TABELA 8- FUN<;:OES PENSAMENTO E SENTI MENTO DAS liBEROS.
\6 lid GUTUlahelfegOO1Cy furent Percent Rrrent
\{}li:I 1,00 4 50,° SO,O 50,02,00 4 50,° 50,0 100,0Total 8 100,0 100,0
50
Pensamento / Sentimento100,------------------------90+------------------------80+------------------------70+------------------------60+-----------------------50+--.-----.------40
30
2010
Pensamento Sentimento
Fun<;8o Racional
GRAFICO 9 - FUN<;:OES PENSAMENTO E SENTI MENTO DAS liBEROS.
Na forma com que passam as informa<;6es vindas do ambiente, encontra-se
um equilibrio de 50% para a fun<;ao pensamento e sentimento. 0 que indica que a
metade das liberos da amostra tem como fun<;8o racional 0 pensamento onde
predomina a tomada de decis6es pelo caminho 16gico, organiza<;80 e frieza em suas
a<;oes. A outra metade tem como fun<;ao principal 0 sentimento onde predomina a
busca de opini6es pessoais, a preocupa<;ao com 0 sentimento da outras pessoas,
receptividade e bom relacionamento com as pessoas.
Ambos os perfis tem caracteristicas imporlantes para um libero como a tomada
de decis6es e a frieza do tipo pensamento, ou a receptividade e bom relacionamento
do sensitivo.
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• Maneira com que percebem as informa<;:oes.
TABELA 9 - FUN<;:OES SENSA<;:Ao E INTUI<;:Ao DAS LiBEROS.
\l!id wnul<ti-.eIfegOO1CY fua:nt ~ra:nt R:ra:nt
\a III 1,00 3 37,5 375 37,52.00 5 62, 5 62,5 100,0Total 8 100,0 100,0
Sensagc30 / Intuigc30100
908070
ro 60::JCQJ 50uQ; 400...
3020
100
Sensa900 Intui900
GRAFICO 10 - FUN<;:OES SENSA<;:Ao E INTUI<;:AO DOS liBEROS.
Na maneira com que recebem as informa<;:oes do ambiente, encontra-se 37,5
% de tipo sensa<;:ao e 62,5 do tipo intui<;:ao.
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o intuitivo esta visando a90es futuras, 0 que nao e ruim para um libero ja que
ele deve preyer e antecipar suas a90es, mas para isso ele deve estar atento aos
minimos detalhes da situa9ao presente para fazer uma avalia9ao correta, e esta e
uma caracteristica que 0 intuitivo nao tem, pois ele nao esta atento aos detalhes das
a90es que acontecem no presente a sua volta, entao provavelmente ele deixara
alguns detalhes importantes da partida passarem desapercebidos.
Ja 0 sensitivo interessa-se pelo imediato e real, e percebe essas informa90es
atraves dos 6rgaos do sentido, gostam de manter as coisas funcionando, e de
trabalhar em coisas que necessitem de precisao, isso e excelente para um libero ja
que ele deve ser extremamente preciso em suas a90es, afinal de contas ele e um
jogador especialista no passe e na defesa. Porem 0 sensitivo tem dificuldades de
avaliar situa90es que nao contem dados concretos, 0 que em algum momenta do
jogo pode atrapalhar, porque algumas vezes as situa90es nao serao concretas e
estaticas no jogo.
Atitude
TABELA 10 - ATITUDE DAS LIBEROS
XIIIIDE\litid Wm.llai\e
fi'eCIuency: Ferrent F\;!rrent Fcrrent\alii 100 7 87,5 87,5 87,5
2,00 1 12,5 12,5 100,0Total 8 100,0 100,0
100
90
80
70
ro 60:::JC
50Q)uQ; 400...
30
20
10
0
53
Atitude
Extrovertido Introvertido
GRAFICO 11 - ATITUDE DAS LIBEROS.
Atitude
individuos introvertidos.
Na atitude, encontra-se 87,5% de individuos extrovertidos, e 12,5% de
o extrovertido esta voltado para 0 mundo externo, 0 que e excelente pois e
realmente e importante.
necessario que se esteja ao maximo ligado ao jogo, canalizando sua atenc;;ao ao que
As atletas que se encontram no tipo introvertido tem um serio problema de
exteriorizar suas ac;;6ese pensamentos, po is e introspectivo e retraido, evitado que
ele venha a comandar e ser um lider na quadra. Ele tambem sempre esta voltado
para seu mundo intern~, e faz impress6es sobre 0 que observa do mundo externo.
Isso pode vir a atrapalhar, pois muitas vezes suas avaliac;;6es sao err6neas e
acabam deixando-o mais retrafdo ainda. E tambem ele e aquele atleta que
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dificilmente consegue separar suas dificuldades da vida cotidiana, das
responsabilidades que tem na quadra, e isso pode vir a afeta-Io em algum momento
da partida.
o libero tem uma func;:ao importante dentro da equipe, que e proporcionar
volume de jogo. Suas ac;:oes devem ser precisas, sua analise e tomada de decisoes
rapidas, ele e um lider, pois tem a responsabilidade de organizar 0 fundo de quadra
da equipe, achando soluc;:oes para os eventuais problemas que podem acontecer no
sistema de recepc;:ao, de defesa e ate mesmo em erros de marcac;:ao de bloqueio,
pois e em relac;:ao a este que sera determinada a posic;:ao defensiva da equipe.
Alem de todas essas func;:oes ele tambem deve estar muito atento, po is deve
sempre que possivel "Iiberar" as atacantes para sua ac;:aoe fazendo a cobertura.
Observando a func;:ao do libero podemos dizer que seria bom que a atleta que
estivesse nesta func;:ao fosse convicto de suas ac;:oes, lider, frio, e deve ter uma
excelente leitura do jogo a fim de perceber e antecipar da equipe adversaria.
Entao e interessante que ele tenha a func;:ao pensamento agindo de maneira
mais enfatica, analisando as situac;:oes do jogo e estando sempre atento a elas, na
maneira de perceber as informac;:oes ele poderia se encontrar em equilibrio, po is a
percepc;:ao do ambiente e muito importante, entao seria de grande ajuda que ele
percebesse essas informac;:oes de diversos meios, aliando a percepc;:ao pelos
sentidos e a observac;:ao inconsciente.
/'
5. CONCLUSAO
A partir dos resultados encontrados pode-se perceber que existe uma
tendencia de as atletas serem sensitivas na maneira de passar as informa~6es,
intuitivas na maneira de perceber esta informa~ao do ambiente, e extrovertidas na
atitude.
Isso significa que sao bons para lidar com as pessoas devido a grande
preocupa~ao que tem com 0 sentimento dos outros, sempre buscam opini6es
pessoais, mesmo que essas sejam incoerentes e sempre levarao em conta 0 que
ele e os outros pensam. Na hora de captar as informa~6es do ambiente (situa~6es
de jogo) estao mais atentas a visao geral e nao aos detalhes do que esta
acontecendo, pois estao sempre pensando, mas a~6es futuras e no que ira
acontecer depois e seu significado. Tem atitudes imprevisfveis, preferem planejar a
executar e e util para analisar situa~6es onde nao se contem dados suficientes para
se chegar a uma conclusao. Na atitude, ou seja, na maneira de expressar todo esse
montante de informa~6es essas atletas se mostram extrovertidas, ou seja, sao
impulsivas, estao ligadas ao mundo extemo, gosta de arriscar, sempre tem
respostas imediatas a qualquer situa~ao, mas podem mostrar-se muitas vezes
agressivas e impensadas.
No perfil por posi~ao encontramos a mesma tendencia, SENTI MENTO /
INTUIGAO / EXTROVERSAO, apenas no perfil dos liberos encontramos uma unica
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diferen~a do que dos outros perfils, observou-se um equilibrio entre a fun~ao
pensamento e sentimento. 0 que pode ser excelente, pois alem do relacionamento
pessoal muito bom elas terao analises e atitudes permeadas por decis6es concretas
e coerentes devido a expressarem suas informa~6es de forma pensada e utilizando
o raciocinio e analise correta da situa~ao, com base em fatos concretos.
Entao se pode concluir por analise estatistica que a rela~ao da variavel
personalidade com a posi~ao de especialidade da jogadora e inexistente. Isso pode
ser consequencia da forma com que as atletas sao escolhidas por seu treinador para
exercer determinada fun~ao dentro da equipe, que acontece por criterio tecnico, ou
tambem com 0 motivo que levou a pessoa a pratica da modalidade.
Observou-se aqui que os tres motivos mais citados para a pratica da modalidade
foram:
./ Gosto pela modalidade (40,91 %);
./ Influencia de parentes (22,73%) e
./ Influencia de amigos (12,12%).
Em rela~ao ao perfil das atletas, descobriu-se que:
./ A idade varia de 14 a 17 an os de idade nesta a categoria e
./ 0 tempo de pratica dessas atletas varia de 11 meses a 9 anos.
o que relata uma amostra muito heterogenea, apesar de todas as atletas
jogarem na mesma categoria, e e surpreende, po is 0 resultado do perfil de
personalidade foi muito homogeneo em todas as posi~6es.
Sugerem-se novos estudos aliando a analise da personalidade com scouting
57
de a90es de jogo para identificar qual perfil de personalidade e mais eficiente no
jogo, podendo assim tra9ar um perfil "ideal" para atletas de voleibol nas diferentes
fun90es exercidas em quadra.
Tambem seria interessante fazer uma adapta9ao do questionario utilizado,
inserindo situa90es de jogo nas perguntas, 0 que toma mais pr6xima a investiga9ao
da realidade que se quer pesquisar.
y
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