personalidade de atletas devoleibol: rela

59
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Caroline Tavares da Silva PERSONALIDADE DE ATLETAS DE VOLEIBOL: RELA<;AO COM SUAS ESPECIALIDADES DENTRO DE QUADRA Curitiba 2007

Upload: vuonghanh

Post on 15-Nov-2018

240 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: PERSONALIDADE DE ATLETAS DEVOLEIBOL: RELA

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA

Caroline Tavares da Silva

PERSONALIDADE DE ATLETAS DE VOLEIBOL: RELA<;AO

COM SUAS ESPECIALIDADES DENTRO DE QUADRA

Curitiba

2007

Page 2: PERSONALIDADE DE ATLETAS DEVOLEIBOL: RELA

Caroline Tavares da Silva

PERSONALIDADE DE ATLETAS DE VOLEIBOL: RELA9AO COMSUAS ESPECIALIDADES DENTRO DE QUADRA

Projeto apresentado ao curso de Educa~ao Fisicada Faculdade de Ciencias Biol6gicas e Sallde daUniversidade Tuiuti do Parana, como requisito paraaprova~ao da disciplina de Trabalho de Conclusaode Curso.Orientador: Prof' Mestre Beatriz Lillian Dorigo.

Curitiba

2007

Page 3: PERSONALIDADE DE ATLETAS DEVOLEIBOL: RELA

TERMO DE APROVAf;AO

Caroline Tavares da Silva

PERSONALIDADE DE ATLETAS DE VOLEIBOL: RELAf;AO COMSUAS ESPECIALIDADES DENTRO DE QUADRA

Este trabalho de conclusao de curso foi julgado e aprovado para obten~ao do titulo delicenciatura Plena, do curso de Educa~ao Fisica da Universidade Tuiuti do Parana.

Curitiba, 06 de junho de 2007.

Curso de Educa<;:ao Fisica

Tuiuti do Parana

Page 4: PERSONALIDADE DE ATLETAS DEVOLEIBOL: RELA

AGRADECIMENTOS E DEDICATORIAS

-4. A DEUS

Obrigado Senhor por permitir que eu tenha chegado ao final de mais uma

jornada em minha vida. Obrigada pelo am or, forc;:a, grac;:a e inspirac;:ao que vem

de Ti.

•.. A FAMILIA

A voces que sempre estiveram por perto pra me incentivar a ir em frente, me

deram forc;:as nos momentos dificeis, estiveram dispostos a doar um pouco de

suas vidas para que a minha pudesse ser abenc;:oada, e acima de tudo me deram

todo 0 amor necessario em minha vida. Pai, mae, Douglas e Gerson, nada disso

seria posslvel sem voces ao meu lado. Obrigada por tudo .

•.. AOS AMIGOS

Presentes em todos os momentos, nas aulas, nas longas horas para fazer um

trabalho, nos estudos, e nas longas conversas no intervalo, a voces que

compartilharam suas vidas comigo e fizeram da graduac;:ao um tempo magico.

Com certeza cad a um tem hoje um lugar cativo em meu corac;:ao.

..•..AOS MESTRES

Sempre dispostos a repartir um pouco de seu conhecimento, de maneira a

tomar seus alunos excelentes professores, muito obrigado.

•.. EM ESPECIAL

A professora Mestra Beatriz LIlian Dorigo, orientadora desse trabalho, voce foi

essencial para que 0 trabalho ficasse tao bom. Ao amigo Fabio Heitor Alves

Okazaki, pacientemente dedicou seu tempo para auxiliar na parte estatlstica.

Page 5: PERSONALIDADE DE ATLETAS DEVOLEIBOL: RELA

RESUMO

PERSONALIDADE DE ATLETAS DE VOLEIBOL: RELA9AO COM SUASESPECIALIDADES DENTRO DE aUADRA

Caroline Tavares da SilvaOrientadora: Professora Beatriz Lilian Dorigo

Faculdade de Ciencias Biol6gicas e SaudeUniversidade Tuiuti do Parana

o objetivo deste trabalho e analisar 0 perfil de personalidade das atletas deVoleibol da categoria infanto - juvenil, comparando-o com as posk,oes que estasatletas jogam na quadra. A pesquisa tem carater descritivo e correlacional do tipoquestionario e comparativa. A populayao foram as atletas de voleibol feminino queparticiparam da IV Taya Parana de Voleibol, realizada em Curitiba, de 2 a 5 denovembro de 2006. A amostra se constituiu de 54 atletas de seis equipes, sendoduas equipes gauchas, uma equipe carioca, uma equipe catarinense e 1 equipeparanaense. Como instrumento foi utilizado, um questionario de dados pessoais eum teste intitulado "Pesquisa de Tipos Psicol6gicos Jungianos" de Wheelwright,M.D.Os testes foram analisados juntamente com uma psic6loga, no tratamentoestatfstico utilizou-se estatfstica descritiva com media e distribuiyao de frequencia.Para verificar a relayao entre 0 perfil de personalidade e a posiyao da jogadora,utilizou-se uma correlayao de Spearman Rho com um nivel de significancia dep<0,05. A partir dos resultados encontrados observou-se que existe uma tendenciade as atletas serem sensitivas, intuitivas e extrovertidas, e esta tendencia se repeteda analise por posiyao. Na analise estatfstica descobriu-se que nao existe nenhumarelayao entre a personalidade e a posiyao da atleta, 0 que indica que estas variaveisfuncionam independentemente.

Palavras - chaves: Voleibol, Psicologia do Esporte, Personalidade, Tipospsicol6gicos de Jung.

[email protected]

Page 6: PERSONALIDADE DE ATLETAS DEVOLEIBOL: RELA

SUMARIO

1. INTRODU9AO.......................................................................................... 9

1.1 JUSTIFICATIVA......................................................................................... 9

1.2 PROBLEMA................................. 11

1.3 OBJETIVOS.............................................................................................. 11

1.3.1 Objetivo Geral 11

1.3.2 Objetivos Especificos....... 11

2. REVISAO DE LlTERATURA..................................................................... 12

2.1 HISTORICO DO VOLEIBOL...................................................................... 12

2.2 PSICOLOGIA DO ESPORTE.................................................................... 14

2.3 PERSONALIDADE.................................................................................... 17

2.3.1 A TIPOLOGIA DE JUNG........................................................................... 20

2.4 PSICOLOGIA DO ESPORTE NO BRASIL................................................ 28

3. METODOLOGIA........................................................................................ 31

3.1 TIPO DE PESQUISA............................................................................. 31

3.2 POPULAQAO E AMOSTRA.................................................................... 31

3.2.1 Populac;:ao.................................................................................................. 31

3.2.2 Amostra..................................................................................................... 31

3.3 INSTRUMENTO........................................................................................ 32

3.4 COLETA DE DADOS................................................................................ 32

3.5 TRATAMENTO DE DADOS..................................................................... 33

4. APRESENTA9AO E DISCUSSAO DE RESULTADOS........................... 34

4.1 PERFIL GERAL DA PERSONALIDADE DE ATLETAS DE VOLEIBOL... 37

Page 7: PERSONALIDADE DE ATLETAS DEVOLEIBOL: RELA

4.2 CORRELAC;OES. 38

4.3 LEVANT ADORES.. 40

4.4 ATACANTES 45

4.5 LiBEROS..... .. 49

5. CONCLUSAO............................................................................................ 55

REFERENCIAS......................................................................................... 58

Page 8: PERSONALIDADE DE ATLETAS DEVOLEIBOL: RELA

LISTA DE GRAFICOS

GRAFICO 1- MOTIVO QUE LEVOU A PRATRICA DA MODALIDADE............ 36

GRAFICO 2- PERFIL GERAL DAS PERSONALIDADE DE ATLETAS DEVOLEIBOL.... 38

GRAFICO 3- FUN<;:OES PENSAMENTO E SENTI MENTO DASLEVANTADORAS........................................................................ 40

GRAFICO 4- FUN<;:OES SENSA<;:AO E INTUI<;:AO DAS LEVANATADORAS 43

GRAFICO 5- ATITUDE DAS LEVANTADORAS . . 45

GRAFICO 6- FUN<;:OES PENSAMENTO E SENTI MENTO DASATACANTES............ 46

GRAFICO 7- FUN<;:OES SENSA<;:AO E INTUI<;:AO DAS ATACANTES.......... 47

GRAFICO 8- ATITUDE DAS ATACANTES....................................................... 48

GRAFICO 9- FUN<;:OES PENSAMENTO E SENTI MENTO DAS LiBEROS..... 50

GRAFICO 10- FUN<;:OES SENSA<;:AO E INTUI<;:AO DAS LiBEROS................ 51

GRAFICO 11- ATITUDE DAS LiBEROS............................................................. 53

Page 9: PERSONALIDADE DE ATLETAS DEVOLEIBOL: RELA

TABELA 1-

TABELA 2-

TABELA 3-

TABELA 4-

TABELA 5-

TABELA 6-

TABELA 7-

LIST A DE TABELAS

CORRELAC;;Ao ENTRE AS VARIAvEIS................... 39

FUNC;;OES PENSAMENTO E SENTI MENTO DASLEVANTADORAS........................................................................ 40

FUNC;;OES SENSAC;;Ao E INTUIC;;Ao DAS LEVANTADORAS 42

ATITUDE DAS LEVANTADORAS 44

FUNC;;OES PENSAMENTO E SENTIMENTO DASATACANTES................................ 45

FUNC;;OES SENSAC;;Ao E INTUIC;;Ao DAS ATACANTES.......... 47

ATITUDE DAS ATACANTES . 48

TABELA 8- FUNC;;OES PENSAMENTO E SENTI MENTO DASLlBEROS.................................................. 49

TABELA 9- FUNC;;OES SENSAC;;Ao E INTUIC;;Ao DAS LlBEROS................ 50

TABELA 10- ATITUDE DOS LiBEROS............................................................. 52

Page 10: PERSONALIDADE DE ATLETAS DEVOLEIBOL: RELA

1. INTRODU<;Ao

PERSONALIDADE DE ATLETAS DE VOLEIBOL: RELA<;Ao COM

SUAS ESPECIALIDADES DENTRO DE QUADRA

1.1 JUSTIFICATIVA

Desde 1895, ana de sua criac;ao, 0 Voleibol tem passado por grandes

mudanc;as em todos os sentidos. 0 jogo se tornou mais rapido, mais dinarnico e com

a nova regra de pontos corridos, qualquer erro culrnina ern ponto para 0 adversario,

o que muitas vezes deixa 0 atleta em uma verdadeira pressao psicol6gica.

o voleibol e urn jogo, on de cada equipe pode ter seis atletas em quadra, e 0

objetivo e derrubar a bola na quadra adversaria 0 que culmina em 1 ponto. Para

vencer a partida a equipe deve vencer no rninirno tres sets de 25 pontos cada um,

antes que a equipe adversaria 0 facta.

Antigamente os pontos aconteciarn depois de a equipe adversaria alcanc;ar

uma vantagem, sirnplificando, a equipe teria que derrubar a bola na quadra

adversaria duas vezes consecutivas para fazer apenas urn ponto. 0 que tornava 0

jogo rnais lento, e os pontos nao eram todos decisivos.

Com a mudanc;a na disputa dos pontos a responsabilidade e a pressao sobre

os atletas aumentararn, a perfeic;ao passou ser algo essencial nos atletas, com isso

as func;oes na quadra passaram a ser mais especializadas, a prova disso e a criac;ii.o

do libero, um jogador especializado em recepc;ao e defesa.

Page 11: PERSONALIDADE DE ATLETAS DEVOLEIBOL: RELA

o erro passa agora a ser algo quase imperdoavel, ja que cada atleta tem sua

especialidade e treina especificamente por horas a fio visando exercer sua fun<;:ao

perfeitamente na quadra evitando 0 ponto do adversario.

Vendo 0 voleibol sob esse panorama, a prepara<;:ao psicologica se torna

essencial, po is se 0 atleta nao for tambem psicologicamente bom, dificilmente

conseguira atingir sua maxima performance frente a situa<;:oes de grandes pressoes

e responsabilidades, ja que no voleibol cad a ponto e decisivo na partida.

De acordo com Weinberg e Gould (2001), profissionais que trabalham com

atletas ou desportistas pod em ser mais efetivos quando conhecem a personalidade

de seus atletas, que esta intimamente ligada com seus desempenhos,

comportamentos e escolhas, e e importantlssimo conhece-Ia para melhorar a

efetividade do ensino e 0 treinamento das pessoas as quais convivemos.

A avalia<;:ao da personalidade de um atleta e apenas um aspecto do

psicodiagnostico esportivo que levanta aspectos particulares do atleta e sua rela<;:ao

com a modalidade escolhida, com 0 objetivo de determinar 0 nivel de

desenvolvimento de fun<;:oes e capacidades do atleta visando diagnosticar seu

desempenho esportivo (RUBIO, 2002).

Segundo Rubio (2002), esse conhecimento propicia chegar-se a

caracteristicas pessoais ou do grupo que oferecem informa<;:oes importantes para a

sele<;:ao dos atletas, mudan<;:a de processo de treinamento, individualiza<;:ao do

mesmo, escolha de estrategia, tatica e conduta em uma competi<;:ao, otimizando os

estados psiquicos.

Page 12: PERSONALIDADE DE ATLETAS DEVOLEIBOL: RELA

11

1.2 PROBLEMA

Qual a rela<;:ao entre a personalidade de atletas infanto-juvenis feminino de voleibol e

sua especialidade na quadra?

1.30BJETIVOS

1.3.1 Objetivo Geral

Analisar 0 perfil de personalidade de atletas de Voleibol da categoria infanto juvenil,

que jogam em diferentes posi<;:oes.

1.3.2 Objetivos Especfficos

• Tra<;:ar0 perfil das atletas de voleibol;

Identificar qual 0 motivo que levou as atletas a pratica dessa modalidade;

• Tra<;:ar0 perfil de personalidade das atletas de voleibol;

Comparar os perfis entre as posi<;:oes de liberos, levantadoras e atacantes;

Verificar a rela<;:ao que existe entre as caracteristicas do perfil de personalidade.

Page 13: PERSONALIDADE DE ATLETAS DEVOLEIBOL: RELA

2. REVISAo DE LlTERATURA

2.1 HISTORICO DO VOLEIBOL

De acordo com a Grande Enciclopedia de Consultas e Pesquisas, 0 Voleibol e

um jogo que se realiza numa quadra dividida transversalmente ao meio por uma rede

que separa as equipes e essas impulsionam uma bola para a quadra adversaria

batendo-Ihe com as maos, com 0 objetivo de derrubar a bola, no campo adversario.

Ainda conforme a E. Barsa (1981) citado por Borg (1992) Voleibol "e a modalidade de

esporte, praticada par duas equipes de seis jogadores, que consiste em arremessar

[SIC] a bola com as maos, de um lado para 0 outro da quadra, sobre uma rede, sem

permitir que ela toque 0 solo".Esse esporte tem caracteristica como trabalho em equipe

e boa comunicar;:ao (NOCE, 2001).

Segundo Duarte (1996), 0 voleibol surgiu no ana de 1895, na cidade de Holyoke,

em Massachusets nos Estados Unidos. No principio era chamado de minonete, nome

dado por seu idealizadar, William C. Morgan, que criou esse jogo a pedido dos

associ ados mais idosos da Associar;:ao Crista de Mor;:os (ACM) que achavam 0

basquetebol, entao no auge, muito energico e cansativo para praticar em suas horas de

lazer depois do trabalho.

Era praticado com uma camara de bola de basquete, que era muito pes ada e,

por isso, Morgan solicitou a firma A.G. Spalding & Brothers a fabricar;:ao de uma bola

Page 14: PERSONALIDADE DE ATLETAS DEVOLEIBOL: RELA

\1

para 0 referido esporte (SITE DA CBV, 2007). Sua rede era uma rede de tenis a

elevada a uma altura de 1,83 m de altura. Nao tinha limites de jogadores e nem de

"toques" dados pelas equipes.

Sua pratica ficou restrita a Holyoke por algum tempo. Depois devido a um jogo

demonstrayao ficou conhecido em Springfield, e em seguida foi difundido a todo mundo

pela rede de ACM'S. Em Springfield, 0 Dr. A.T. Halstead sugeriu que 0 seu nome fosse

trocado para volley ball, tendo em vista que a ideia basica do jogo era jogar a bola de

um lado para outro, par sobre a rede, com as maos. (SITE DA CBV, 2007).

Em 1900, 0 esporte chegou ao Canada (primeiro pais fora dos Estados Unidos),

sen do depois desenvolvido em outros paises, como a China, Japao (1908), Filipinas

(1910), Mexico entre outros paises europeus, asiaticos, africanos e sui americanos

(SITE DA CBV, 2007).

Na America do Sui, 0 primeiro pais a conhecer 0 voleibol foi 0 Peru, em 1910, atraves

de uma missao govemamental que tinha como objetivo organizar a educayao primaria

do pais. Desta maneira 0 voleibol chegou ao Brasil entre 1916, e em 1917 na cidade de

Sao Paulo tambem atraves das ACM'S, (SITE DA CBV, 2007),

o jogo inventado por Morgan, foi admitido nos jogos olimpicos em 1964, em

Toquio, A Federayao Intemacional de Voleibol (FIVB) foi criada em 20 de abril de 1947

em Paris, tendo como seu primeiro diretor Paul Libaud que era frances. A

Confederayao Brasileira de Voleibol foi criada em 16 de agosto do ana de 1954,

exatamente 10 anos antes de se tomar um esporte olimpico.

o voleibol e jogado por duas equipes, cada uma com 6 jogadores em quadra e

seis reservas. Cada equipe podera dar 3 toques na bola impulsionando-a para a quadra

adversaria, com 0 objetivo de derruba-Ia na mesma.

Page 15: PERSONALIDADE DE ATLETAS DEVOLEIBOL: RELA

14

Para vencer a partida a equipe deve vencer 3 sets ambos de 25 pontos. Se

houver empate em 2 a 2 sets na partida, acontece 0 quinto set, chamado tie- break, e

vence a equipe que alcanl{ar 15 pontos primeiramente.

A bola pode tocar em qualquer parte do corpo do jogador, sem que isso

represente qualquer tipo de falta. Quando a bola estiver em jogo nao e permitido que

nenhuma parte do corpo dos jogadores encostem-se a rede, se isso acontecer

proporciona um ponto para a equipe adversaria. 0 saque agora pode "queimar", ou

seja, tocar na rede antes de cair na quadra adversaria (SITE DA CBV, 2007).

2.2 PSICOLOGIA DO ESPORTE

A Psicologia no Esporte e a transposi~ao da teoria e da tecnica das variasespecialidades e correntes da Psicologia para 0 contexto esportivo, seja no quese refere a aplica~ao de avalia~6es para a constru~ao de perfis, seja no uso detecnicas de interven~ao para a maximiza~ao do rendimento esportivo (FEIJO,2000, citado por RUBIO 2002).

A Psicologia do Esporte estuda 0 indivfduo praticante de atividade ffsica e

esportiva, podendo esta ser competitiva ou nao. Esses estudos abrangem praticas de

intervenl{ao, processos de avalial{ao, analise de comportamento social que se mostra

na situal{ao esportiva na visao de quem pratica ou assiste a mesma. Assim como a

compreensao das relal{oes entre atletas, tecnicos, dirigentes, mfdia e patrocinadores,

nao sendo apenas uma Psicologia de rendimento e sim uma Psicologia Social no

Esporte (RUBIO, 2002).

Essa ciencia tem duas ramifical{oes importantes nas suas funl{oes: a psicologia

clfnica do esporte, que tratam atietas com transtornos emocionais graves como

Page 16: PERSONALIDADE DE ATLETAS DEVOLEIBOL: RELA

15

depressao, tendencias suicidas, transtornos alimentares, abuso de substancias; e a

psicologia educacional do esporte que visa educar os atletas e praticantes de exercicios

sobre habilidades psicologicas e seu desenvolvimento. Ambas as ramifica~6es exigem

profissionais que ten ham profundo conhecimento e dominic das ciencias do esporte e

da psicologia (WEINBERG e GOULD, 2001).

Normalmente a Psicologia do Esporte e estudada visando dois objetivos:

entender os efeitos de fatores psicologicos sobre 0 desempenho fisico ou motor ou

entender os efeitos da participa~ao em atividades fisicas sobre 0 desenvolvimento

psicologico, a saude e 0 bem - estar (WEINBERG e GOULD, 2001).

As pesquisas sobre Psicologia do Esporte iniciaram-se ha aproximadamente um

sEkulo, estudando primeiramente aspectos proximos a fisiologia, os chamados

condicionamentos reflexos.

Na Grecia antiga foram investigadas fun~6es motoras e de percep~ao, at raves

dos estudos sobre 0 corpo e a alma, realizadas por filosofos como Aristoteles. Os

filosofos neste tempo estudaram as rela~6es do corpo e da alma, que hoje sao

conhecidos como os estudos sobre sensa~ao e resposta motora. (SCOPEL et.all,

2006).

Na epoca do Renascimento, as atividades corporais passaram a ser vistas como

fundamentais para a forma~ao do jovem, tudo isso em virtude do lIuminismo. Foi neste

clima que a Psicologia conseguiu solidificar-se mais como ciencia. (BARRETO, citado

por SCOPEL et. all, 2006).

Os primeiros estudos sobre percep~ao cinestesica foram realizados no ana de

1879, com Wundt, sendo relacionadas depois com 0 desempenho esportivo na Europa

enos Estados Unidos. (BARRETO, citado por SCOPEL et. all, 2006).

Page 17: PERSONALIDADE DE ATLETAS DEVOLEIBOL: RELA

16

Outros autores tambem contribufram com seus estudos na area esportiva. Ivan

Pavlov com sua Teoria dos Reflexos Condicionados proporcionou um maior

entendimento das quest6es relacionadas ao estresse competitivo. Skinner, a partir da

"Teoria do Refon;:o" fez-se compreender melhor os comportamentos psicomotores,

assim como os princfpios do comportamento operante ou condicionamento

instrumental. Gordon Allport deu sua contribuir;:ao enfatizando a necessidade de se

pensar 0 ser humano na sua individualidade. (SCOPEL et. all,2006).

Mas cii'mcia que estuda as pessoas e seus comportamentos em atividades

esportivas e ffsicas, surgiu com forr;:a em 1895 na America do Norte com Triplett, que

que ria entender porque motivo ciclistas pedalavam mais rapido quando estavam em

grupo ou ate mesmo em dupla, do que quando se encontravam sozinhos. Desde entao

foram realizadas inumeras pesquisas tentando descobrir 0 melhor desempenho de um

atleta em determinadas situar;:6es (WEINBERG e GOULD, 2001).

Num segundo momenta da Psicologia do Esporte, encontramos a figura de

Coleman Griffith, 0 primeiro norte - americana a dedicar-se a essa ciencia, considerado

hoje 0 pai da Psicologia do Esporte (KROLL e LEWIS, 1970 citado por WEINBERG E

GOULD,2001).

Griffith, desenvolveu 0 primeiro laborat6rio de psicologia do esporte em 1925,

publicou 25 artigos de pesquisa sobre 0 assunto entre 1921 e 1931, conduziu estudos

sobre equipes de beisebol, desenvolveu perfis psicol6gicos de varios jogadores da

epoca e escreveu os ciassicos, Psychology of Coaching e Psychology of Athletics, nos

anos de 1926 e 1928 respectivamente. Pela qualidade e riqueza de suas pesquisas e

conhecimento Coleman era considerado um hom em a frente do seu tempo

(WEINBERG e GOULD, 2001).

Page 18: PERSONALIDADE DE ATLETAS DEVOLEIBOL: RELA

17

Outro hom em importante para 0 desenvolvimento cientffico desse ramo da

psicologia loi Franklin Henry. Uma de suas ac;:6es mais importantes loi a lormac;:ao de

varios prolessores de educac;:ao ffsica que se tornando professores universitarios

iniciaram pesquisas sistematicas sobre 0 assunto, auxiliando a expansao da ciencia do

esporte e do exercfcio como e conhecida hoje (WEINBERG e GOULD, 2001).

Aspectos como motivac;:ao, personalidade, agressao, violencia, lideranc;:a, bem-

estar psicol6gico, tem side pesquisado ao longo dos anos, pois como ha um grande

equilibrio tecnico alcanc;:ado por atletas e equipes de alto rendimento, acredita-se que

os aspectos ernocionais e psicol6gicos sao 0 lorte diferencial em momentos de grande

decisao (WEINBERG e GOULD, 2001).

Hoje a psicologia do esporte esta em 61 paises auxiliando atletas, equipes e

tambem praticantes de atividades ffsicas.

2.3 PERSONALIDADE

"Conjunto de atitudes e comportamentos habituais da pessoa, ante as diversas

situac;:6es que a vida Ihe apresenta" (HURTADO, 1991 cilado por WALTER, 1992).

[...] personalidade eo elemento estavel e solido da conduta de uma pessoa. E 0conjunto de habitos, atitudes e tra90s caracteristicos, que determina 0ajustamento de uma pessoa em seu ambiente. E a unidade integrada de um serhumano, isto e; 0 conjunto de suas caracteristicas permanentes comotemperamento, constitui9ao, inteligencia e carater, fazendo-o, com estesatributos, diferente de outro ser humano.(PARISI, 1983 citado por BORG,1992).

Page 19: PERSONALIDADE DE ATLETAS DEVOLEIBOL: RELA

18

"E 0 modo habitual pelo qual 0 indivfduo pensa, sente, tala e atua para satisfazer suas

necessidades no meio fisico e social".(KERTESZ, 1987 citado por DESCHAMPS et. all.)

Segundo Weinberg e Gould (2001), personalidade e a soma das caracterfsticas

que tornam uma pessoa unica. E uma intera<;ao da hereditariedade com 0 meio, que e

manifesta at raves do comportamento (D' ANDREA, 2000).

A personalidade e uma unidade individual, pois assim como nao existem

pessoas identicas tambem nao existem personalidades identicas. Ela e temporal

(nasce, cresce e morre) com 0 indivfduo, mas passa por um processo de

desenvolvimento onde sofre influencias do meio onde esta inserida, ou seja, pelas

situa<;6es e experiencias que a pessoa enfrenta em sua vida. E representada por uma

integra<;:ao dinamica que tem como resultados a<;6es e comportamentos individuais de

acordo com os estfmulos recebidos (D' ANDREA, 2000).

De acordo com os estudos de D' Andrea (2000), a personalidade procura

adaptar-se ao meio que esta vivendo atraves de um processo de desenvolvimento,

onde sao considerados varios fatores como: os dados biopsicologicos herdados, 0 meio

que e uma integra<;:ao das condi<;:6es ambientais, sociais e culturais das quais 0

indivfduo esta exposto.

Vendo sob esta otica, personalidade segundo D' Andrea (2000), " [...] e a

resultante psicofisica da intera<;:ao da hereditariedade com 0 meio, manifestada atraves

do comportamento, cujas caracteristicas sao peculiares a cada pessoa." Ainda

analisando os estudos de D'Andrea (2000), a constitui<;ao da personalidade se da por

meio de duas estruturas basicas: 0 genotipo e 0 paratipo.

Page 20: PERSONALIDADE DE ATLETAS DEVOLEIBOL: RELA

19

o gen6tipo baseia-se em caracteristicas individuais hereditarias que podem ou

nao se desenvolver com 0 meio. Faz parte dessa estrutura 0 temperamento que e uma

tendencia que 0 indivfduo tem de reagir a certos estfmulos vindo do ambiente.

o paratipo e constitufdo atraves de caracterfsticas adquiridas por influencias

sofridas pelo meio. Af se encontra 0 carater que e 0 conjunto de form as

comportamentais mais elaboradas e determinadas pel as influencias ambientais, sociais

e culturais que 0 indivfduo usa para adaptar-se ao meio. (D' ANDREA, 2000).

Conforme Weinberg e Gould (2001), a personalidade dividi-se em tres nfveis que

embora separados se relacionam entre si. 0 primeiro nfvel e 0 nucleo psicol6gico, onde

se encontra as atitudes, valores, interesses e motiva«oes, cren«as sobre si mesmo e 0

seu valor. Ele e a pe«a central da personalidade, pois e a mais profunda, e 0 eu real,

nao aquilo que se quer que pensem que e. 0 segundo nfvel sao as respostas tfpicas,

que sao bons indicadores do nucleo psicol6gico, pois sao as formas e maneiras que

cad a indivfduo ajusta-se ao ambiente, ou como responde ao mundo que esta a sua

volta. 0 terceiro nfvel e 0 comportamento relacionado ao desempenho de papeis que se

baseia em como e percebida a situa«ao social que se desempenha. Eo 0 aspecto da

personalidade que mais varia, pois 0 comportamento muda dependendo do papel que

se desempenha porque situa«oes diferentes exigem papeis diferentes.

Page 21: PERSONALIDADE DE ATLETAS DEVOLEIBOL: RELA

20

2.3.1 A TIPOLOGIA DE JUNG

Em qualquer grupo onde pessoas estejam envolvidas, vamos encontrar

problemas de relacionamento, e isso nao e diferente em uma equipe de voleibol. Esses

conflitos surgem em funifao da individualidade de cada pessoa, sua maneira de pensar

e agir. Entao atraves da tipologia individual e de grupo podemos conhecer aspectos da

personalidade de cad a um, que e uma grande ferramenta para facilitar e melhorar 0

relacionamento interpessoal entre os atietas. (MATARAZZO, citado por SCOPEL et. all.,

2005). Por esta razao a Tipologia de Jung e um forte instrumento da Psicologia do

Esporte nos esportes.

A Tipologia de Jung surgiu a partir dos estudos sobre 0 consciente e 0

inconsciente, realizados por Sigmund Freud e Carl Gustav Jung (SCOPEL et. all,2006).

o modelo de Jung fala sobre a energia psfquica e a maneira como cada

indivfduo se orienta no mundo, habitual ou preferencialmente (SHARP, citado por

SCOPEL et. all,2006).

Segundo Franz e Hillman (1971), existem quatro tipos de funifoes psicologicas

descritas por Jung: duas funifoes racionais (pensamento e sentimento), e duas

irracionais (percepifao e intuiifao). Em relaifao a essas funifoes existem dois tipos de

atitudes que cada tipo pode adotar: a extrovertida onde a libido flui na direifao do objeto

com uma reaifao contraria, secreta e inconsciente voltada para 0 sujeito; e a introvertida

onde se tem a impressao de que existe um objeto opressor que quer constantemente

afetar 0 indivfduo, onde este tem 0 impulso de afastar-se do objeto de maneira

continua.

Page 22: PERSONALIDADE DE ATLETAS DEVOLEIBOL: RELA

21

Segundo Zacharias (2000, citado por SCOPEL et. all, 2006) 0 tipo introvertido

dirige sua atenltao para um mundo interior onde ele coloca as impress6es que ele tem

sobre-o mundo externo. E introspectivo prefere a companhia dos livros a das pessoas,

reflete antes de agir e sao geralmente retraidos perto de pessoas mais intimas. Ja 0

extrovertido dirige sua atenltao para 0 mundo externo, gosta de agir e se expressa

melhor fa lando do que escrevendo, gosta mais de ouvir do que ler, e impulsivo frente ao

mundo precisado experimentar as coisas e as situalt6es gosta de mudanltas, podendo

ser agressivo ou impensado. Gosta de arriscar e sempre tem uma resposta imediata

para qualquer situaltao.

Individuos que sao do tipo pensamento, tomam decis6es pelo caminho logico e

impessoal, na sua avalialtao estao presentes os pros e os contras da mesma situaltao,

visando buscar um padrao objetivo da verdade. Eo organizado e utiliza a logica em seus

julgamentos com padr6es universais e coerentes. Por esta razao mostra-se muitas

vezes frio em seus julgamentos. Os individuos do tipo sentimento sempre buscam

opini6es pessoais deles mesmos ou de terceiros para tomar decis6es, mesmo que

essas nao tenham logica ou coerencia alguma. Sempre leva em conta 0 que ele ou as

outras pessoas sentem em relaltao a determinadas situaltoes, por esse tipo de atitude e

avalialtao mostra-se receptiv~ e e muito bom pra lidar com as pessoas (ZACHARIAS,

2000 citado por SCOPEL et. all, 2006).

Por volta de um ana ou de um ana e meio de idade, pode-se perceber a

diferencialtao dos tipos (introvertida ou extrovertida) na crianlta. Enquanto 0

desenvolvimento da funltao principal pode comeltar a ser observada por volta da idade

do Jardim de Infancia, com a tendencia de se fazer aquilo que onde se e bom e evitar

coisas das quais tem-se dificuldade. Essa tendencia, chamada de "aptidoes" e

Page 23: PERSONALIDADE DE ATLETAS DEVOLEIBOL: RELA

22

refon;:ada pela atitude familiar que valoriza aquilo que e bom na crianc;:a e incentiva para

que esta continue. Esse processo e normal e acaba por ajudar a desenvolver a func;:ao

interior. (FRANZ E HILLMAN, 1971).

Existem tambem os tipos distorcidos, que forc;:ados pelo ambiente em que vivem

se veem na necessidade de exercer outra func;:ao. Isso e prejudicial, pois 0 individuo

dificilmente chegara no seu potencial maximo, pois nao desenvolveu sua func;:ao des de

o principio. (FRANZ E HILMAN,1971).

De acordo com Franz e Hillman (1971), a func;:ao inferior esta geralmente ligada a

uma grande carga de emoc;:ao e uma grande concentrac;:ao vital, pois quando 0

individuo consegue voltar-se para sua func;:ao inferior descobrira um novo potencial de

vida contido nele mesmo. Mas quando se tenta deixar vir a tona sua func;:ao inferior a

func;:ao superior tenta tomar as redeas e traze-Ia ao controle da func;:ao principal,

frustrando a func;:ao inferior.

Conforme Zacharias (2000, citado por SCOPEL et. all, 2006) quem utiliza a

func;:ao intuic;:ao busca informac;:6es atraves da observac;:ao inconsciente visando

possibilidades futuras, mas a preocupac;:ao dele nao e aquilo que ele percebe no

momento. Ele interessa-se pelos significados, relac;:6es e possibilidades futuras. Tem

uma visao geral e nao se atenta aos detalhes daquilo que observa. Procura sempre

novas soluc;:6es para os problemas. Tem atitudes imprevisiveis devido a sua intuic;:ao. E

muito util em situac;:6es onde se necessita avaliar algo sem dados suficientes e prefere

planejar a executar. 0 sensitivo prefere receber informac;:6es a partir dos seus orgaos

do sentido para compreender a situac;:ao, interessa-se pelo imediato e real, sao praticos

e realistas. Observa os detalhes, tem facilidade para lidar com coisas que necessitem

Page 24: PERSONALIDADE DE ATLETAS DEVOLEIBOL: RELA

23

precisao e cuidados, gosta de manter tudo funcionando, prefere execuyao a

planejamento, necessitando de dados concretos para conseguir avaliar uma situayao.

Agora de acordo com os estudos de Franz e Hillman (1971) sobre os tipos

psicol6gicos de Jung, caracterizaremos cada tipo. Lembrando que as funyoes

combinadas com tipos, resultam em oito tipos. Primeiramente analisaremos os quatro

tipos irracionais:

> 0 Tipo Perceptiv~ Extrovertido: Intuiyao Introvertida Inferior

Esse tipo tem a funyao especializada de sentir e relacionar-se com objetos externos de

uma forma concreta e pratica. Eo um mestre em perceber detalhes, observam todas as

coisas, cheiram tudo, 0 bom gosto geralmente esta presente. Esses individuos dao a

impressao de serem desalmados, devido ao fato de nao transmitirem nenhum

sentimento e nao pensarem muito, pois acreditam que todas as coisas que cheguem

pr6ximo da intuiyao sao fantasias e nao devem ser levadas em considerayao, para ele

s6 importam os fatos concretos.

A intuiyao inferior e geralmente egocemtrica, tem com frequencia uma atitude

negativa, auto depreciativa; transmite uma grande quantidade de conteudos cheios de

significados, mas s6 aparece nesse tipo par um dado instante, quando algo 0 leva para

sua intuiyao, e em poucos instantes tudo volta ao normal.

> 0 Tipo Perceptivo Introvertido: Intuiyao Extrovertida Inferior

Extremamente sensivel, absorve tudo nos mais intimos detalhes, onde cada um eintimamente absorvido. A impressao vem do objeto para 0 sujeito, 0 que da a

impressao desses individuos serem muito lentos. Mas 0 que acontece na verdade e

Page 25: PERSONALIDADE DE ATLETAS DEVOLEIBOL: RELA

24

que a realtao interna caminha por baixo, 0 que faz a realtao extern a se manifestar em

atraso, pois ainda esta absorvendo tudo que 0 ambiente venha oferecer nos minimos

detalhes.

A intuiltao inferior desse tipo apresenta caracteristicas misteriosas, assustadoras e

fantasticas, mas sua preocupaltao esta voltada no mundo exterior coletivo e impessoal.

Para eles 0 futuro e suas possibilidades nao contam, 0 que interessa e 0 aqui e agora.

Acreditam que 0 curso da vida sempre se manter 0 mesmo, nao percebendo que as

coisas podem mudar. Quando suas fantasias brotam tem dificuldade de assimila-Ias por

causa da precisao e lentidao da funltao consciente (FRANZ E HILLMAN, 1971).

> 0 Tipo Intuitivo Extroverlido: Sensaltao Introverlida Inferior

A intuiltao e a funltao pela qual n6s imaginamos as coisas; e a capacidade de intuir 0

que ainda nao e visiveis possibilidades futuras ou potencialidades ainda nao realizadas

(FRANZ, 1971}.

Sempre um passo a frente, 0 intuitivo extroverlido aplica essa capacidade para

perceber futuros desenvolvimentos exteriores no seu redor. Sao irnprecisos e vagos,

pois precisam analisar as coisas vagamente sem se preocupar com os fatos muito de

perlo. Raramente desfruta daquilo que planta, pois nao espera as coisas se

consolidarem para dar retorno, logo abandona aquilo que criou. Nao cuida do seu cor po

e de suas necessidades fisica, por exemplo, nao consegue perceber quando esta

cansado, ou quando esta com fome.

Sua funltao inferior e lenta, pesada e cheia de emoltoes. Pel a sua introversao eafastada do mundo exterior e dos seus diferentes aspectos, tendo uma conotaltao

mistica e simb6lica.

Page 26: PERSONALIDADE DE ATLETAS DEVOLEIBOL: RELA

25

> 0 Tipo Intuitivo Introvertido: Sensagao Extrovertida Inferior

Tem a capacidade de pressentir 0 futuro, fazendo premonig6es certas sobre

situag6es futuras ainda nao vistas. Na linguagem psicol6gica isto quer dizer que "[ ...J ele

conhece os lentos processos que ocorrem no inconsciente coletivo, as mudangas

arquetipicas, e que os comunica a sociedade".(FRANZ E HILLMAN, 1971}.

Sua fungao inferior tem dificuldade em perceber as necessidades do corpo e em

controlar seus apetites. Tambem tem dificuldade em perceber a precisao dos fatos, ele

e tao inconsciente que e capaz de contar mentiras espantosas inocente mente, pois

nao consegue perceber as coisas que estao logo a sua frente. Isso acontece devido asua dificuldade em observar os fatos e sua falta de concentragao nas situag6es

externas. Sua sensagao inferior e muito intensa, mas desaparece muito rapidamente do

campo da conscii'mcia.

Dando continuidade a analise dos estudos de Franz e Hillman (1971) sobre os tipos

psicol6gicos, iremos falar agora sobre os quatro tipos racionais que sao:

> 0 Tipo Pensativo Extrovertido: Sentimento Introvertido Inferior

o tipo pensativo extrovertido coloca ordens claras a respeito de situag6es exteriores,

mas a enfase sempre estara colocada no objeto e nao na ideia; 0 elemento subjetivo

permanece em segundo plano na sua personalidade. Ele e capaz de ter relag6es

sentimentais com pessoas ou ideais, mas essas nunca faraD parte do seu cotidiano,

nao permitindo que este sentimento forte aflore, 0 que pode levar 0 individuo a passar

sua vida toda resolvendo problemas e expondo as coisas claramente e s6 no fim de sua

vida ira se perguntar por qual motivo viveu. Entao caira na sua fungao inferior.

Page 27: PERSONALIDADE DE ATLETAS DEVOLEIBOL: RELA

26

Por outr~ lade "[ ...] eles exercem uma influ€mcia oculta muito forte sobre a sociedade

que as rodeia, pois tem maneiras secretas de estabelecer valores".Apesar de nao se

perceber seu sentimento comanda 0 seu futuro e tambem 0 dos outros.

Sao extremamente fieis aos seus sentimentos embora os outros individuos ten ham

que se aproximar para saber disso, pois exteriormente nao aparentam ter um

sentimento tao forte. Esses tipos sao incapazes de conceber que outros individuos

tenham outra opiniao a nao ser a deles, pois eles mesmos nao questionam aquilo que

acreditam ser correto.

> 0 Tipo Pensamento Introvertido: Sentimento Extrovertido Inferior

Eo do tipo que gosta de esciarecer as ideias, acredita que se comevarmos algo

errado jamais se chegara a lugar nenhum. Ele sempre ira atras da ideia subjetiva,

procurando saber 0 papel do sujeito no processo.

Seu sentimento esta vinculado com objetos extern os e este sentimento forte, leal e

caloroso deixa-se fluir na direvao do objeto. Tem julgamentos muito definidos, nao

existindo um meio termo. Mas esse sentimento pode ser facilmente envenenado pelas

pessoas que vivem a sua volta.

Seu sentimento inferior e totalmente sem controle, 0 que as vezes da a impressao

dessas pessoas serem pegajosas.

> 0 Tipo Sentimental Extrovertido: Pensamento Introvertido

Esse tipo se adapta fazendo uma avaliavao dos objetos exteriores e relaciona-se

adequadamente com eles, e capaz de analisar 0 lade positiv~ e 0 negativo das coisas

de maneira adequada tendo poucas ilus6es sobre as coisas e as pessoas, sao bem

Page 28: PERSONALIDADE DE ATLETAS DEVOLEIBOL: RELA

27

ajustados, envolvem-se bem com todos. Esse tipo faz as pessoas ao seu redor

sentirem-se maravilhosas, criando um ambiente agradavel.

Sentem com muita objetividade a situa9ao das outras pessoas, sente a importancia

do que deve ser feito e faz. Tem bom gosto para escolher companheiros e amigos, mas

nao foge do convencional, pois se preocupa com 0 pensamento da sociedade sobre

ele. Nao gosta de pensar, principalmente sobre quest6es profundas, como filosofia ou

questionamentos sobre a vida. Na verdade ele pensa, mas tem julgamentos muito

criticos e negativos, podendo se revelar a pessoa mais fria do mundo, af e 0 ponto

chave onde a fun9ao superior se manffesta e 0 controle da fun9ao superior fracassa.

(FRANZ E HILLMAN, 1971).

Quando aparecem esses pensamentos negativos 0 tipo sentimental extrovertido

odeia estar sozinho, entao procura ligar 0 radio ou encontra outras pessoas, por

exemplo, acreditando que se simplesmente esquecer esse pensamento ele se dissipara

e nao mais 0 afetara. Mais isso e exatamente 0 contrario do que acontece, pois se ele

nao tomar consciencia desses pensamentos ai sim eles influenciarao nao somente sua

vida mais a vida daqueles que 0 rodeiam.

Como adotam a fuga para nao pensarem sobre seus questionamentos e filosofar

sobre suas vidas sozinho, 0 tipo sentimental extrovertido se sente extremamente

acuados quando encontram alguma pessoa que sabem pensar, assumindo uma

postura fanatica pelo simples fato de nao terem argumentos para se firmar naquilo que

pensam, pois nao pensaram sobre 0 assunto.

Page 29: PERSONALIDADE DE ATLETAS DEVOLEIBOL: RELA

28

> 0 Tipo Sentimental Introvertido: Pensamento Extrovertido Inferior

Ele adapta-se a vida, utilizando como ferramenta principalmente a sentimento, mas

de maneira muito introvertida. Tem uma escala diferenciada de valores, mas nao as

expressam, deixando que estes os afetem intimamente. Mesmo nao se expressando

muito, esse tipo exerce uma influencia positiva a sua volta, estabelecendo padroes e

valores; sente interiormente a fato que tem maior importancia.

Interessam-se muito por grande numero de fatos exteriores, apesar de sua

personalidade consciente nao se movimentar muito.

"0 pensamento extrovertido inferior tem as mesmas tendencias negativas a tomar-se

tir<3nico, obstinado e inflexiveis, e, por isso, nao muito adaptado ao seu objetivo,

caracteristicas comuns a todas as func;:oes inferiores" (FRANZ E HILLMAN, 1971).

2.4 PSICOLOGIA DO ESPORTE DO BRASIL

Conforme Rubio (2002), a Psicologia do Esporte no Brasil surgiu na decada de

50, em meio ao clima de amadorismo e fair-play que a esporte vivia na epoca. Apenas

a futebol constituia uma excec;:ao, pais era profissionalizado no Brasil e em outros

paises desde de 1920, e este era uma paixao nacional 0 que fazia sua relac;:ao com a

publico ser bastante singular.

Mas a iniciativa aconteceu em virtude da atuac;:ao e estudos de Joao Carvalhaes,

experiente em psicometria, ele esteve presente na comissao tecnica da selec;:ao

Page 30: PERSONALIDADE DE ATLETAS DEVOLEIBOL: RELA

29

brasileira de futebol campea em 1958 na Suecia e trabalhou mais de 20 anos na equipe

do Sao Paulo Futebol Clube.

Entao a partir dai foram sendo arquivadas muitas informagoes sobre atletas e

equipes que praticavam esportes ou alguma atividade fisica, 0 que resultou uma grande

demanda de produgao academica na area da Psicologia do Esporte nas tres decadas

seguintes.

A Sociedade Brasileira de Psicologia Esportiva, da Atividade Ffsica e da

Recreagao a SOBRAPE, foi fundada em 1979, sob a presidencia do professor Benno

Becker Junior (SCOPEL et. all, 2006).

A partir da decada de 80, psic610gos brasileiros foram buscar formagao

especffica em outros pafses e passaram a se organizar em grupo de estudos, que

influenciou 0 usa de instrumentos de avaliagao e tecnicas de intervengao utilizadas em

outros pafses, tudo fruto de suas "formagoes estrangeiras".

Como 0 esporte brasileiro tem aspectos muito especfficos que influenciam na

vida dos atietas, esses instrumentos e tecnicas foram sendo adaptados e adequados as

condigoes culturais, esportivas e institucionais que os atletas brasileiros encontravam

em seu cotidiano.

Nesse periodo antes da decada de 90, a Psicologia do Esporte se preocupava

com aspectos de psicodiagn6stico esportivo e construgao de perfis a partir dos dados

obtidos.

Segundo Barreto (citado por SCOPEL et. all,2006), afirma que os esportes mais

beneficiados, mas ainda muito timidamente pela Psicologia do Esporte no Brasil, sao 0:

futebol, a ginastica olfmpica feminina, a natagao, 0 tiro ao alvo, a corrida de fundo, 0 jiu-

jitsu, 0 vale - tudo, 0 golfe, 0 tenis e 0 hipismo.

Page 31: PERSONALIDADE DE ATLETAS DEVOLEIBOL: RELA

Hoje uma area que tem ganhado grande for<;:ae a Psicologia Social do Esporte

que ultrapassa as relayoes somente com 0 atleta e vai buscar a fundo a influencia dos

pais, do meio, da torcida, da midia, na performance do atleta (RUBIO, 2002).

Page 32: PERSONALIDADE DE ATLETAS DEVOLEIBOL: RELA

3. METODOLOGIA

3.1 TIPO DE PESQUISA

Esse trabalho caracteriza-se como sendo pesquisa descritiva e correlacional tipo

Questionario e comparativa. Segundo Thomas e Nelson (2002), pesquisa descritiva do

tipo questionario e um tipo de pesquisa onde a informa<;:ao e obtida pedindo-se aos

individuos que respondam as quest6es, em vez de observar seu comportamento.

3.2 POPULA<;:Ao E AMOSTRA

3.2.1 Popula<;:ao

A popula<;:ao desse trabalho foram as atletas do sexo feminino que participaram

da VI Ta<;:aParana de Voleibol, realizada na cidade de Curitiba no periodo de 2 a 5 de

novembro de 2006.

3.2.2 Amostra

Page 33: PERSONALIDADE DE ATLETAS DEVOLEIBOL: RELA

A amostra desse trabalho foram atletas que jogam na categoria infanto juvenil

feminina, de 5 clubes, sendo 1 equipe do estado do Parana, 1 equipe do estado do Rio

de Janeiro, 1 equipe de Santa Catarina e 2 equipes do Rio Grande do Sui (A e B).

3.3INSTRUMENTO

Foi utilizado um questionario com dados pessoais, e um teste intitulado

"Pesquisa de Tipos Psicol6gicos Jungianos" escrito por Wheelwright, M.D., que e

composto por 81 quest6es fechadas sobre situac;:6es comuns do cotidiano, onde 0

at leta deveria escolher uma das opc;:6es (A ou B) para dar sua resposta. Em cada

questao 0 at leta deveria refletir sobre aquilo que laria ou gostaria de fazer nas situac;:6es

apresentadas.

3.4 COLETA DE DADOS

A coleta loi leita dia 4 de novembro de 2006, durante a VI Tac;:a Parana de

Voleibol. Antes da aplicac;:ao do teste foi conversado com 0 tecnico responsavel por

cada equipe, explicando 0 objetivo do trabalho que iria ser realizado a partir dos

questionarios respondidos por suas atletas. Houve resistencia de apenas um dos

tecnicos, pois este nao era conhecido, e somente aceitou participar da pesquisa, com 0

acordo de no ana seguinte entregar-Ihe os resultados do teste para 0 mesmo. Depois

Page 34: PERSONALIDADE DE ATLETAS DEVOLEIBOL: RELA

y"

da autorizac;:ao do tecnico, reuniram-se as atletas da equipe que tambem receberam

uma explicac;:ao sobre 0 trabalho assim como orientac;:6es para responder 0

questionario.

o questionario loi entregue para cada atleta, que deveria ser respondido de

acordo com as orientac;:6es dadas pelo aplicador. Uma das orientac;:6es dadas loi 0

alerta de que seria imprescindivel que a atleta especilique a posic;:ao que joga (ex:

libero, levantador ou atacante). As atletas de uma mesma equipe loram avaliadas ao

mesmo tempo e no mesmo ambiente, supervisionadas pelo aplicador e na presenc;:ade

seu tecnico.

3.5 TRATAMENTO DE DADOS

Os dados loram analisados juntamente com uma psicologa.

No tratamento estatistico loi utilizada estatistica descritiva com medida e

distribuic;:aode Irequencia, para cada um dos itens de perfil de personalidade de acordo

com as posic;:6es de jogo. Para verificar a relac;:ao entre os itens do perfil de

personalidade loi aplicada uma correlac;:ao de Spearman Rho, com um nivel de

signilicancia de p<O,05.

Page 35: PERSONALIDADE DE ATLETAS DEVOLEIBOL: RELA

4. APRESENTAC;AO E DISCUssAo DOS RESULTADOS

De acordo com 0 questionario respondido pelas atletas, pode-se tragar 0 perfil

das atletas da categoria infanto juvenil que participaram da VI Taga Parana de

Voleibol.

Sao meninas de quatro diferentes estados sendo eles: Parana, Santa

Catarina, Rio Grande do Sui e Rio de Janeiro, com idade variando entre 14 a 17

anos e com um tempo de pratica da modalidade que varia de 11 meses a 9 anos.

No quadro abaixo se verifica 0 motivo que levou essas garotas a praticarem a

modalidade.

QUADRO 1 - MOTIVO QUE LEVOU A PRATICA DA MODALIDADE.

Motivo Quantidade %Parentes 15 22,73Amigos 8 12,12Esporte sem violencia 1 1,52Gostava da modalidade 27 40,91Busca de uma atividade fisica 4 6,06Professor de Educagao Fisica 1 1,52Lazer 2 3,03

-

Eram favorecidas pela altura 3 4,55Busca de saude 2 3,03Busca de novas amizades 1 1,52Queria praticar outra modalidade e nao conseguiu 1 1,52

-

Nenhum 1 1,52Total 66 100-

No quadro acima verifica-se que 40,91% das atletas iniciou a pratica do

Page 36: PERSONALIDADE DE ATLETAS DEVOLEIBOL: RELA

35

voleibol porque jil gostavam da modalidade, isso e muito positivo po is indica que

essas meninas procuraram algo que realmente era do interesse delas, sem

influencias ou press6es e provavelmente, estarao satisfeitas como pessoas e como

atletas jil que fazem algo que se identifica com elas.

A influencia de parentes como pais, irmaos, primos, etc, tambem foi bastante

citada (22,73%), pois essas atletas conviviam com parentes que jil praticaram a

modalidade. Essa influencia pode ser positiva quando 0 individuo estando neste

meio conhece e gosta, mas passa a ser negativa quando 0 individuo se ve

pressionado a trilhar 0 mesmo caminho que seus pais ou irmaos, por exemplo.

Tambem tivemos a influencia de amigos que jil praticaram a modalidade (12,12%),

ou que achavam que a colega levava jeito e incentivaram a procurar um clube.

Assim como a influencia dos parentes, a influencia dos amigos pode ser positiva ou

negativa, isto vai variar se a pessoa quer realmente aquilo para ela.

Oepois aparecem motivos como a busca de uma atividade fisica (6,06%),

atletas que procuraram a modalidade, po is eram favorecidas pela altura (4,55%),

lazer e busca de saude, ambos com 3,03% cada um, e tambem busca de novas

amizades, frustrayao em outra modalidade esportiva e nenhum motivo especifico,

cada um com 1,52% do total de motivos citados.

No grafico abaixo podemos visualizar melhor a disposiyao dos dados

explanados acima:

Page 37: PERSONALIDADE DE ATLETAS DEVOLEIBOL: RELA

Motivo que levou a Pratica da Modalidade100

90

80

70

ro 60::JC

50Q)<.)Cii 40D..

30

20

10

0

---

I----I----I-----

l .-- ..linha 23

D Parenles• Amigos

o Esperte sem 00-lllncia

o Gosto pela moda-lidade

• Alividade fisica• Professor de Edu-

cac;:clo Fislca

• Lazer

Gratico 1- Motivo que levou a Pratica da Modalidade

DAitura

• Saude• Novas amizades• Tentativa frustrada

em outra modali-dade

o Nenhum

36

Page 38: PERSONALIDADE DE ATLETAS DEVOLEIBOL: RELA

37

4.1 PERFIL GERAL DA PERSONALIDADE DAS ATLETAS DE VOLEIBOL

10090

80

70CO 60~C

50(J)u'-(J) 40CI...

30

20

Perfil Geral de Personalidade

10o

D PENSAMENTO• SENTIMENTOD ColunaDD SENSA<;AO.INTUI<;AO

TIPOS

Grafico 2 - Perfil Geral de Personalidade das Atletas de Voleibol.

No grafico acima pode-se observar que a maioria das atletas que participaram

da amostra tem como maneira de passar as informa90es recebidas, a fun9ao

sentimento (59,26%), 0 que quer dizer que essas atletas sempre buscam opinioes

pessoais delas mesmas ou das pessoas em redor para tomar decisoes, mesmo que

essas opinioes nao tenham 16gica nenhuma, sempre levam em conta 0 sentimento

das pessoas frente a situa90es que aparecem, mostando-se receptivo e de 6timo

relacionamento interpessoal. Para atletas esse tipo tem 0 ponto positivo de um bom

relacionamento interpessoal, que e necessario, po is deve-se saber lidar com a

individualidade das pessoas para que 0 grupo se entenda, mas um dos pontos

Page 39: PERSONALIDADE DE ATLETAS DEVOLEIBOL: RELA

38

negativos deste tipo e que ele busca opinioes e nao avaliayoes de fatos concretos, 0

que pode levar a uma tomada de decisao errada durante 0 jogo.

Se falando da mane ira com que essas atletas percebem as informayoes do

ambiente, 55,26% sao do tipo intuiyao, que determina que este tipo de atleta tem

como base um observayao inconsciente se preocupando com as ayoes futuras,

muitas vezes nao se atentando ao que esta acontecendo no momento, 0 que e

prejudicial ao atleta, po is ele deve estar atento ao que esta acontecendo,

observando os detalhes para tentar preyer ayoes futuras do adversario. Por outro

lado ele e muito bom para avaliar situayoes onde nao ha dados suficientes para isso,

e acha a soluyao para 0 problema devido a sua intuiyao. Tambem e imprevisivel em

suas ayoes, 0 que pode favorecer a equipe em uma hora de sufoco, po is ele acha a

soluyao do problema, executa 0 que necessita ser feito de maneira imprevisivel,

surpreendendo assim a equipe adversaria.

Em relayao a atitude mais de 80% e do tipo extrovertido, 0 que e excelente

para um atleta, po is 0 extrovertido dirige toda sua atenyao ao mundo externo, ou

seja as situayoes que estao ocorrendo a sua volta gosta de agir e sempre tem uma

resposta imediata a qualquer situayao. Ele gosta de mudanyas, mas um aspecto que

pode se tornar prejudicial e que ele muitas vezes pode se tornar agressivo e

impensado.

4.2 CORRELA<;:OES

Utilizando a correlayao de Spearman Rho, com um nivel de significancia de

Page 40: PERSONALIDADE DE ATLETAS DEVOLEIBOL: RELA

39

p<O,05, foram cruzados os dados dos tipos encontrados com as posic;:5es de jogo

das atletas, e tambem da variaveis entre si, para observar se existe alguma relac;:ao

entre as variaveis.

TABELA 1 - CORRELA<;:AO ENTRE AS VARIAvEIS.

Chrrchtiolli

R'CDN-'L IJW(]CN AlllillE FGiCASpeanmrls rho RtOCNIL G:mlat i::n Cbeffiaet1 1,000 .019 -,000 -.043

Sg. (2- toiled) ,890 ,563 ,757N 54 54 54 54

IRIWlCN Gmlat 01 Cbefliaet1 ,019 1,000 ,071 -,193Sg. (2-tniled) ,!flO ,609 ,162N 54 54 54 54

AIJTlL£ Gmbt i::n Cbeffiaert -,IBO ,071 1,000 ,067Sg. (2- toiled) ,:63 ,609 .632N 54 54 54 54

tur~arrel:ttmC@ljaert -,013 -,193 ,067 1,000Sg. (2-tailed) ,757 ,162 ,632N 54 54 54 54

Como se pode observar na tabela acima nao existe correlac;:ao entre nenhuma

entre as variaveis, determinando que essas funcionam de maneira independente.

o principal objetivo deste trabalho era verificar se a posic;:ao de jogo tinha algo

em comum com a personalidade da atieta e pode-se perceber que essa relac;:ao nao

existe.

Isso pode acontecer pelo fato de nao ser a atleta que escolhe a posic;:ao que

ira jogar e sim seu tecnico, levando em considerac;:ao alguns fatores, como talento,

altura, visao de jogo e ate mesmo a necessidade que a equipe apresenta.

Vivendo no meio do voleibol conheci muitas atletas que eram excepcionais

em suas func;:5es, porem queriam realmente jogar em uma outra posic;:ao, po is

gostavam ou se identificavam mais. 0 que demonstra na pratica que nem sempre a

personalidade influencia em todos os aspectos.

Page 41: PERSONALIDADE DE ATLETAS DEVOLEIBOL: RELA

40

Agora se ira a disculir os dados por pOSi<;:80de jogo observando a incidEmcia

dos lipos em cada pOSi<;:80.

4.3 LEVANTADORES

• Maneira com que passam as informa<;:oes

TABELA 2 - FUN~OES PENSAMENTO E SENTI MENTO DAS LEVANTADORAS.

\lind Gmul<ti\efregll:nc)' furent ~rrent Ferrent

\{llil 1,00 3 42,9 42,9 42,92,00 4 57,1 57,1 100,0Total 7 100,0 100,0

Pensamento / Sentimento

ro 70+-----------------------::JC 60~---------------------Q)

~ 50+-------------&

30

20

10

Pensamento Sentimento

GRAFICO 3 - FUN~OES PENSAMENTO E SENTI MENTO DAS LEVANTADORAS.

Page 42: PERSONALIDADE DE ATLETAS DEVOLEIBOL: RELA

41

Pode-se observar que na tabela 3 que observa as funyoes pensamento e

sentimento das levantadoras, 42,9% das atletas agem utilizando a funy80

pensamento, enquanto 57,1 % utilizam - se da funy80 sentimento.

Analisando a responsabilidade do levantador dentro de uma partida, de armar

o jogo deixando seus atacantes na melhor condiy80 para efetuar 0 ponto, seria

melhor, que a funy80 pensamento agisse com mais enfase, pois pessoas do tipo

pensamento tomam decisoes pelo caminho 16gico e impessoal, analisando os pr6s e

os contras das situayoes, utilizando pad roes coerentes para isso, mostrando-se

muitas vezes frio em suas decisoes. 1550 seria excelente para um levantador devido

o grande volume de informayoes que ele deve absorver do jogo para executar sua

funy80, como: bloqueio da equipe adversaria, movimento da jogadora meio-de -rede

da outra equipe, condiy80 dos atacantes de sua equipe durante 0 jogo, alem de

cruzar mentalmente as jogadoras de sua equipe e da equipe adversaria nas

passagens na rede visando obter maior probabilidade de ponto de sua equipe.

Observando desta 6tica 0 levantador deve ter frieza para analisar todas essas

variaveis do jogo, sem se deixar influenciar por fatores externos, como torcida, por

exemplo, para alcanyar seu melhor desempenho.

As atletas do tipo sentimento buscam informayoes e opinioes pessoais delas

ou de outras pessoas para tomar alguma decis80, importando-se como as outras

pessoas se sentir80 em relay80 a decis80 tomada. Esse aspecto torna a vida de um

levantador um pouco confusa dentro de uma partida, po is ele necessita tomar

decisoes coerentes vindas de analise de informayoes concretas e n80 se opinioes e

sentimentos. Exemplificando, se um levantador for pensar em como 0 atacante se

sente ap6s ter cometido uma serie de erros, e continuar insistindo nele para fazer 0

Page 43: PERSONALIDADE DE ATLETAS DEVOLEIBOL: RELA

42

ponto dando sempre uma nova chance para que se sinta melhor na partida, muito

provavelmente sua equipe levara uma serie de pontos seguidos que podem ou nao

ser recuperados durante 0 jogo, podendo levar a equipe ate a perda do set,

enquanto uma mudanya de atitude fria visando analise de jogo, poderia mudar a

trajetoria da partida.

Mas 0 tipo sentimento nao e de todo ruim, pois esse tipo e receptivo e muito

bom de relacionamento interpessoal, 0 que dentro de um jogo e bom, pois esse

atleta recebera retroalimentayao de sua performance pela efetividade de seus

atacantes, sem que isso seja uma ofens a ou uma bronca, nao 0 desestabilizando

dentro do jogo; e a facilidade em seus relacionamentos proporcionara uma maior

linha de comunicayao entre ele e seus companheiros de equipe, 0 que afetara numa

rapida organizayao da equipe apos erros ou uma sequencia dos mesmos.

Maneira com que percebem as informayoes.

TABELA 3 - FUN<;:OES SENSA<;:Ao E INTUI<;:Ao DAS LEVANTADORAS.

fw\Old Ciumhti\C

I:feg~ [-. furent R':ra:nt R:rrent1,00 1 14,3 14,3 14,32.00 4 57.1 57,1 71.43.00 2 28.6 28,6 100,0Total 7 100,0 100.0

Page 44: PERSONALIDADE DE ATLETAS DEVOLEIBOL: RELA

43

Sensac;ao / Intuic;ao100

90

80

70co:::J 60CCll

50uQ)Cl... 40

30

20

10

0Sensa9ao Intui9ao Equilibrio

GRAFICO 4 - FUNyOES SENSAyAO E INTUlyAO DAS LEVANTADORAS.

Em relayao a maneira com que as levantadoras percebem as informayoes do

ambiente, 14,3% apresentam funyao sensayao, 57,1% funyao intuiyao e 28,6%

encontram-se em um equilibrio entre as duas funyoes.

o atleta que tem a funyao sensayao predominante recebe as informayoes

atraves dos orgaos do sentido, sao praticos e realistas, interessam-se pelo imediato

e 0 real, observam detalhes e gostam da execuyao com precisao e cuidados. Esse

tipo de atleta nao e tao interresante para uma hora delicada de um jogo

principal mente 0 levantador, que as vezes necessita arriscar um pouco mais em um

momenta critico para obter sucesso. Embora esse tipo de atleta seja aquele que vai

entrar em quadra e fazer 0 que necessita ser feito, ele e previsivel em suas ayoes e

nao vai alem da analise superficial da partida.

Page 45: PERSONALIDADE DE ATLETAS DEVOLEIBOL: RELA

44

Aquele que possui a fun<;ao intui<;ao predominantemente e aquele atleta que

possui atitudes imprevisiveis, pois percebe at raves da observa<;ao inconsciente, ele

pensa nas a<;6es futuras e esta sempre calculando um passo a frente, nao se

atentando nos pequenos detalhes daquilo que esta executando ou observando. Isso

pode tornar-se perigoso dentro da partida, po is ele pela ansia de pensar nas a<;6es

futuras pode nao executar a a<;ao presente com perfei<;ao, 0 que para um levantador

pode ser fatal ja que e ele quem analisa as situa<;6es para deixar sua equipe em

condi<;ao de superioridade frente a equipe adversaria, mas possui um aspecto

positiv~ que e a imprevisibilidade, po is num momento de aperto dentro do jogo ele,

surpreendendo a equipe adversaria pode definir a partida.

o ideal claro e que 0 atleta se encontre num nivel muito pr6ximo ao equilibrio

assim como os 25,6% da amostra, que possui 0 fator imprevisibilidade, alem da

execu<;ao cuidadosa e detalhista de suas a<;6es.

• Atitude

TABELA 4 - ATITUDE DAS LEVANTADORAS

AllltDE\a lid GmUative

Fregte!]9' !ercent !ercent !ercert\aId 1,00 7 100,0 100,0 100,0

Page 46: PERSONALIDADE DE ATLETAS DEVOLEIBOL: RELA

45

Atitude100

90

80

rn 70::JC 60Q)

~ 50Q)0..

40

30

20

10

0

--------c--f--c--f--f--c--c--c--c--f--c--

Extrovertido Introvertido

GRAFICO 5 - ATITUDE DAS LEVANTADORAS

Em relac;:ao a atitude 100% apresentam perfil extrovertido, onde 0 individuo

dirige sua atenc;:ao ao mundo externo, e impulsivo frente as situac;:oes, e ousado,

pois gosta de mudanc;:as, tendo uma res posta imediata a qualquer problema. Ou

seja, e aquele atleta que esta sempre atento ao que esta acontecendo no jogo, e

tem soluc;:oes para momentos delicados durante a partida.

4.4 ATACANTES

• Maneira com que passam as informac;:oes.

TABELA 5 - FUNC;OES PENSAMENTO E SENTIMENTO DAS ATACANTES.

\Illid CiJlluhti\e-~~Ferrenl Perrenl Il:rrenl\lllij 1,00 15 3a5 38,5 38,5

2,00 24 61,5 61,5 100,0Total 39 100,0 100,0

Page 47: PERSONALIDADE DE ATLETAS DEVOLEIBOL: RELA

46

Pensamento / Sentimento

70+---------------------60 +-------------1

30

20

10

Pensamento Sentimento

GRAFICO 6 - FUNC;OES PENSAMENTO E SENTI MENTO DAS ATACANTES.

Na maneira com que passam as informac;:6es, 38,5% sao do tipo pensamento,

o que e muito interessante para atacantes que necessitam de frieza para resolver a

partida. Diferentemente do levantador que ira "armar" a jogada para que os

atacantes fac;:am 0 ponto, os atacantes necessitam executar esse ac;:ao de maneira

mais perfeita possivel, po is ao contrario disso 0 trabalho do levantador foi em vao.

Todos os momentos de uma partida sao decisivos, mas existem instantes como fim

de set ou do jogo que requerem uma frieza maior do atleta. Por exemplo, quando a

partida esta 13 x 14 para a equipe adversaria no tie-break e e necessario fazer 0

ponto para se permanecer vivo na partida, 0 atacante necessita ser frio 0 suficiente

afastando de si a influencia de fatores externos e voltar sua atenc;:ao para aquele

ponto, nao deixando a ansiedade tomar conta, nao permitindo que esta venha a

atrapalhar sua avaliac;:ao das situac;:6es de jogo e a sua tranquilidade de executar a

Page 48: PERSONALIDADE DE ATLETAS DEVOLEIBOL: RELA

47

ac;:aocorretamente.

Das 39 atacantes 61,5% sao do tipo sentimento 0 que pode atrapalha-Ias

durante a partida devido a grande preocupac;:ao que este tipo tem com a avaliac;:ao

das outras pessoas sobre si mesmo, 0 que pode deixar insegura e pensando no que

as companheiras de equipe, tecnico, adversarias, pais, torcida, iraQ achar de sua

performance, ocasionando em uma perda do foco principal durante 0 jogo.

• Maneira com que passam as informac;:oes.

TABELA 6 - FUN~OES SENSA~Ao E INTUI~Ao DAS ATACANTES.

\lltid O.mul<ti~fu:_q~ fuo::nt R:rrent fuo::nt

\(llij 1,00 16 41,0 41,0 41,02,00 21 53,8 53,8 94,93,00 2 5,1 5.1 100,0Total 39 100,0 100,0

Sensa<;ao / Intui<;ao100,------------------------90+---------------- ----80+------------------------

70+------------------------

3020

10

o

rn 60+------------------------~C 50 -1--------Q)

~Q) 40 -1--..,.-->--_0...

Sensa<;aa Intui<;aa Equilibria

Page 49: PERSONALIDADE DE ATLETAS DEVOLEIBOL: RELA

48

GRAFICO 7 - FUNQOES SENSAQAo E INTUIQAO DAS ATACANTES.

Em relayao a maneira com que percebem as informayoes vindas do

ambiente, 41 % sao do tipo sensayao, enquanto 53,8 % sao do tipo intuiyao e 5,1 %

se encontram em equilibrio entre as duas funyoes.

Para uma atacante e bom que alcance um equilibrio entre as funyoes, po is ela

necessita de informayoes da partida vinda tanto dos senti dos, quanto da observayao

inconsciente para execuyao perfeita de sua funyao.

• Atitude

TABELA 7-ATITUDE DAS ATACANTES

AlIJU)E\l!tid Gnruhthe

fre!;juetJc)' furent Ihren! Ferrenl\{Jlij 1.00 30 76,9 76,9 76,9

2,00 6 15,4 15,4 92,33,00 3 7,7 7,7 100,0Total 39 100,0 100,0

Atitude100

90

80

70

<ii 60:::JCQ) 50~Q) 400...

30

20

10

0Extrovertido Introvertido Equilibrio

Page 50: PERSONALIDADE DE ATLETAS DEVOLEIBOL: RELA

49

GRAFICO 8 - ATITUDE DAS ATACANTES

No quesito atitude encontra-se 76,9 % com atitude extrovertida, 15,4% com

atitude introvertida, e 7,7 % num equilibrio entre as duas fun<;:6es. Os extrovertidos

encontram-se num padrao adequado para atletas, enquanto os introvertidos

provavelmente terao problemas dentro do grupo, pois para ele e dificil expor-se

perante as pessoas, ja que ele se retrai perto dos mais intimos. Considerando que

as garotas passam muito tempo com as colegas de equipe, estas devem ter

liberdade de a<;:aoumas com as outras dentro de quadra e uma atleta introspectiva,

ira s6 armazenar as informa<;:6es recebidas do ambiente dentro dela, nao as

expondo e nem as resolvendo 0 que a levara a perder 0 foco da partida, pois ele nao

resolveu a a<;:aop~ssada, entao estara presa nela ate que esta se resolva.

As atletas que se encontram no equilibrio sao privilegiadas, pois alE~mde ter

as caracteristicas de a<;:aodo extrovertido, tem a caracteristica de pensar antes de

agir do introvertido, 0 que pode ser de grande valia dentro da partida.

4.5 Liberos

Maneira com que passam as informa<;:6es.

TABELA 8- FUN<;:OES PENSAMENTO E SENTI MENTO DAS liBEROS.

\6 lid GUTUlahelfegOO1Cy furent Percent Rrrent

\{}li:I 1,00 4 50,° SO,O 50,02,00 4 50,° 50,0 100,0Total 8 100,0 100,0

Page 51: PERSONALIDADE DE ATLETAS DEVOLEIBOL: RELA

50

Pensamento / Sentimento100,------------------------90+------------------------80+------------------------70+------------------------60+-----------------------50+--.-----.------40

30

2010

Pensamento Sentimento

Fun<;8o Racional

GRAFICO 9 - FUN<;:OES PENSAMENTO E SENTI MENTO DAS liBEROS.

Na forma com que passam as informa<;6es vindas do ambiente, encontra-se

um equilibrio de 50% para a fun<;ao pensamento e sentimento. 0 que indica que a

metade das liberos da amostra tem como fun<;8o racional 0 pensamento onde

predomina a tomada de decis6es pelo caminho 16gico, organiza<;80 e frieza em suas

a<;oes. A outra metade tem como fun<;ao principal 0 sentimento onde predomina a

busca de opini6es pessoais, a preocupa<;ao com 0 sentimento da outras pessoas,

receptividade e bom relacionamento com as pessoas.

Ambos os perfis tem caracteristicas imporlantes para um libero como a tomada

de decis6es e a frieza do tipo pensamento, ou a receptividade e bom relacionamento

do sensitivo.

Page 52: PERSONALIDADE DE ATLETAS DEVOLEIBOL: RELA

51

• Maneira com que percebem as informa<;:oes.

TABELA 9 - FUN<;:OES SENSA<;:Ao E INTUI<;:Ao DAS LiBEROS.

\l!id wnul<ti-.eIfegOO1CY fua:nt ~ra:nt R:ra:nt

\a III 1,00 3 37,5 375 37,52.00 5 62, 5 62,5 100,0Total 8 100,0 100,0

Sensagc30 / Intuigc30100

908070

ro 60::JCQJ 50uQ; 400...

3020

100

Sensa900 Intui900

GRAFICO 10 - FUN<;:OES SENSA<;:Ao E INTUI<;:AO DOS liBEROS.

Na maneira com que recebem as informa<;:oes do ambiente, encontra-se 37,5

% de tipo sensa<;:ao e 62,5 do tipo intui<;:ao.

Page 53: PERSONALIDADE DE ATLETAS DEVOLEIBOL: RELA

52

o intuitivo esta visando a90es futuras, 0 que nao e ruim para um libero ja que

ele deve preyer e antecipar suas a90es, mas para isso ele deve estar atento aos

minimos detalhes da situa9ao presente para fazer uma avalia9ao correta, e esta e

uma caracteristica que 0 intuitivo nao tem, pois ele nao esta atento aos detalhes das

a90es que acontecem no presente a sua volta, entao provavelmente ele deixara

alguns detalhes importantes da partida passarem desapercebidos.

Ja 0 sensitivo interessa-se pelo imediato e real, e percebe essas informa90es

atraves dos 6rgaos do sentido, gostam de manter as coisas funcionando, e de

trabalhar em coisas que necessitem de precisao, isso e excelente para um libero ja

que ele deve ser extremamente preciso em suas a90es, afinal de contas ele e um

jogador especialista no passe e na defesa. Porem 0 sensitivo tem dificuldades de

avaliar situa90es que nao contem dados concretos, 0 que em algum momenta do

jogo pode atrapalhar, porque algumas vezes as situa90es nao serao concretas e

estaticas no jogo.

Atitude

TABELA 10 - ATITUDE DAS LIBEROS

XIIIIDE\litid Wm.llai\e

fi'eCIuency: Ferrent F\;!rrent Fcrrent\alii 100 7 87,5 87,5 87,5

2,00 1 12,5 12,5 100,0Total 8 100,0 100,0

Page 54: PERSONALIDADE DE ATLETAS DEVOLEIBOL: RELA

100

90

80

70

ro 60:::JC

50Q)uQ; 400...

30

20

10

0

53

Atitude

Extrovertido Introvertido

GRAFICO 11 - ATITUDE DAS LIBEROS.

Atitude

individuos introvertidos.

Na atitude, encontra-se 87,5% de individuos extrovertidos, e 12,5% de

o extrovertido esta voltado para 0 mundo externo, 0 que e excelente pois e

realmente e importante.

necessario que se esteja ao maximo ligado ao jogo, canalizando sua atenc;;ao ao que

As atletas que se encontram no tipo introvertido tem um serio problema de

exteriorizar suas ac;;6ese pensamentos, po is e introspectivo e retraido, evitado que

ele venha a comandar e ser um lider na quadra. Ele tambem sempre esta voltado

para seu mundo intern~, e faz impress6es sobre 0 que observa do mundo externo.

Isso pode vir a atrapalhar, pois muitas vezes suas avaliac;;6es sao err6neas e

acabam deixando-o mais retrafdo ainda. E tambem ele e aquele atleta que

Page 55: PERSONALIDADE DE ATLETAS DEVOLEIBOL: RELA

54

dificilmente consegue separar suas dificuldades da vida cotidiana, das

responsabilidades que tem na quadra, e isso pode vir a afeta-Io em algum momento

da partida.

o libero tem uma func;:ao importante dentro da equipe, que e proporcionar

volume de jogo. Suas ac;:oes devem ser precisas, sua analise e tomada de decisoes

rapidas, ele e um lider, pois tem a responsabilidade de organizar 0 fundo de quadra

da equipe, achando soluc;:oes para os eventuais problemas que podem acontecer no

sistema de recepc;:ao, de defesa e ate mesmo em erros de marcac;:ao de bloqueio,

pois e em relac;:ao a este que sera determinada a posic;:ao defensiva da equipe.

Alem de todas essas func;:oes ele tambem deve estar muito atento, po is deve

sempre que possivel "Iiberar" as atacantes para sua ac;:aoe fazendo a cobertura.

Observando a func;:ao do libero podemos dizer que seria bom que a atleta que

estivesse nesta func;:ao fosse convicto de suas ac;:oes, lider, frio, e deve ter uma

excelente leitura do jogo a fim de perceber e antecipar da equipe adversaria.

Entao e interessante que ele tenha a func;:ao pensamento agindo de maneira

mais enfatica, analisando as situac;:oes do jogo e estando sempre atento a elas, na

maneira de perceber as informac;:oes ele poderia se encontrar em equilibrio, po is a

percepc;:ao do ambiente e muito importante, entao seria de grande ajuda que ele

percebesse essas informac;:oes de diversos meios, aliando a percepc;:ao pelos

sentidos e a observac;:ao inconsciente.

Page 56: PERSONALIDADE DE ATLETAS DEVOLEIBOL: RELA

/'

5. CONCLUSAO

A partir dos resultados encontrados pode-se perceber que existe uma

tendencia de as atletas serem sensitivas na maneira de passar as informa~6es,

intuitivas na maneira de perceber esta informa~ao do ambiente, e extrovertidas na

atitude.

Isso significa que sao bons para lidar com as pessoas devido a grande

preocupa~ao que tem com 0 sentimento dos outros, sempre buscam opini6es

pessoais, mesmo que essas sejam incoerentes e sempre levarao em conta 0 que

ele e os outros pensam. Na hora de captar as informa~6es do ambiente (situa~6es

de jogo) estao mais atentas a visao geral e nao aos detalhes do que esta

acontecendo, pois estao sempre pensando, mas a~6es futuras e no que ira

acontecer depois e seu significado. Tem atitudes imprevisfveis, preferem planejar a

executar e e util para analisar situa~6es onde nao se contem dados suficientes para

se chegar a uma conclusao. Na atitude, ou seja, na maneira de expressar todo esse

montante de informa~6es essas atletas se mostram extrovertidas, ou seja, sao

impulsivas, estao ligadas ao mundo extemo, gosta de arriscar, sempre tem

respostas imediatas a qualquer situa~ao, mas podem mostrar-se muitas vezes

agressivas e impensadas.

No perfil por posi~ao encontramos a mesma tendencia, SENTI MENTO /

INTUIGAO / EXTROVERSAO, apenas no perfil dos liberos encontramos uma unica

Page 57: PERSONALIDADE DE ATLETAS DEVOLEIBOL: RELA

56

diferen~a do que dos outros perfils, observou-se um equilibrio entre a fun~ao

pensamento e sentimento. 0 que pode ser excelente, pois alem do relacionamento

pessoal muito bom elas terao analises e atitudes permeadas por decis6es concretas

e coerentes devido a expressarem suas informa~6es de forma pensada e utilizando

o raciocinio e analise correta da situa~ao, com base em fatos concretos.

Entao se pode concluir por analise estatistica que a rela~ao da variavel

personalidade com a posi~ao de especialidade da jogadora e inexistente. Isso pode

ser consequencia da forma com que as atletas sao escolhidas por seu treinador para

exercer determinada fun~ao dentro da equipe, que acontece por criterio tecnico, ou

tambem com 0 motivo que levou a pessoa a pratica da modalidade.

Observou-se aqui que os tres motivos mais citados para a pratica da modalidade

foram:

./ Gosto pela modalidade (40,91 %);

./ Influencia de parentes (22,73%) e

./ Influencia de amigos (12,12%).

Em rela~ao ao perfil das atletas, descobriu-se que:

./ A idade varia de 14 a 17 an os de idade nesta a categoria e

./ 0 tempo de pratica dessas atletas varia de 11 meses a 9 anos.

o que relata uma amostra muito heterogenea, apesar de todas as atletas

jogarem na mesma categoria, e e surpreende, po is 0 resultado do perfil de

personalidade foi muito homogeneo em todas as posi~6es.

Sugerem-se novos estudos aliando a analise da personalidade com scouting

Page 58: PERSONALIDADE DE ATLETAS DEVOLEIBOL: RELA

57

de a90es de jogo para identificar qual perfil de personalidade e mais eficiente no

jogo, podendo assim tra9ar um perfil "ideal" para atletas de voleibol nas diferentes

fun90es exercidas em quadra.

Tambem seria interessante fazer uma adapta9ao do questionario utilizado,

inserindo situa90es de jogo nas perguntas, 0 que toma mais pr6xima a investiga9ao

da realidade que se quer pesquisar.

Page 59: PERSONALIDADE DE ATLETAS DEVOLEIBOL: RELA

y

Refen§ncias Bibliograficas

D'ANDREA, F.F.; Desenvolvimento da personalidade: enfoque psicodimanico, 14ed. Rio de Janeiro: Bertrand, 2000.

DESCHAMPS, S, R. e ROSE JUNIOR, D,; Os aspectos psicol6gicos dapersonalidade e da motivar;:ao no voleibol masculino de alto rendimento.

DUARTE, 0; Todos os esportes do mundo, Sao Paulo, 1996.

FRANZ, M. e HILLMAN J.; A Tipologia de Jung. Sao Paulo: Cultrix, 1971.

GUILHERME, A. Voleibol a beira da quadra, 4.ed. Belo Horizonte: Minas TenisClube, 2001.

LOPES, M,; SAMULSKI, D. e NOCE, F. Analise do perfil ideal do treinador devoleibol das seler;:oes brasileira juvenis, Revista Brasileira de Ciencia e Movimento,Brasilia, 12(4): 51-55,2004.

NOCE, F. Caracteriza<;:ao Geral e Psicologia do Voleibol: considera<;:oes sobre asnovas regras. Motus Corporis, Rio de Janeiro, 8(1): 75-82,2001.

RUBIO, K, Origens e evolur;:ao da Psicologia do Esporte no Brasil. RevistaBibliogrMica de Geograffa y Ciencias Sociales, 7(373), 2002.

SCOPEL, E.J.; BARTILOTTI,C.; CRUZ,R.M. 0 Esporte e a Tipologia Jungiana, 2006

SCOPEL, E.J., LEWANDOVSKI, D. C. E ANDRADE, A. A Tipologia Jungiana e suacontribuir;:ao para 0 Esporte. Revista Digital- Buenos Aires, Ano 10, n°, 90, 2005,

SITE DA CBV, www.cbv.com.br. aces so em mar<;:ode 2007.

THOMAS, J; e NELSON J, Metodos de pesquisa em atividade ((sica, 3 ed. PortoAlegre: Artmed, 2002.

WEINBERG, R.S. e GOULD D,; Fundamentos da psicologia do esporte e doexerc(cio, 2 ed. Porto Alegre: Artmed, 2001.