pensar e aplicar no mercado: o projeto 24h

8/14/2019 Pensar e Aplicar no Mercado: O Projeto 24h

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A base oficial do Ministrio da Educao (MEC) revela que no Brasil h 314cursos de Jornalismo (2006). A pesquisa de Caldas et all ainda salienta que

Na dcada de 90 observou-se um crescimento de 26,8% dos cursos,com a criao de 84 cursos novos e que, de 2000 at hoje, estecrescimento praticamente duplicou, passando para 53,5%, com osurgimento de 168 cursos de Jornalismo (2006).

Aliado a essas estatsticas h outros dois fatores determinantes da qualidade deensino e aprendizagem: o tempo disponvel para os estudos, que vem diminuindo a cadaano letivo, especialmente para alunos de instituies privadas; e a maior autonomia na

recepo paralela e acrscimo de informaes. Esses fatores demandam um repensarsobre os processos educativos na Comunicao Social (HERNANDZ 1998, 2000). Da surge importncia de projetos que aliem o pensar ao fazer.

Tal afirmao suportada tambm pelo matemtico e educador Seymour Papert,que defende que a inovao e a aprendizagem raramente brotam somente dos livros edos conhecimentos ou aulas tradicionais, mas sim que necessitam de experimentao eutilidade:

Vision does not mean prophesy or blueprint. Nor does it mean hand-waving assertions that being connected will change everything. Visionis a mindset with two characteristics: it refuses to be bound byassumptions that what has been always will be; and it is willing tobring hard work and rigorous, tough-minded thinking to bear onelaborating alternatives. (s/d)

O projeto 24 horas traduz o pensar e aplicar para o campo da Comunicao Sociale das Cincias Sociais Aplicadas. Iniciativa dos cursos de Comunicao Social da

Faculdade Juscelino Kubitschek (JK)/Anhanguera, visa valorizar a produo tcnica-profissional nas reas de jornalismo, publicidade e propaganda e relaes pblicas.Trata-se de um evento com periodicidade anual e durao de 24h, durante um final desemana. A idia colocar os alunos em uma situao profissional, com clientes e tarefasreais, em um ambiente competitivo e que premie o melhor trabalho em cada rea. Ouseja: pensar e aplicar os conhecimentos, as habilidades e as competncias profissionaisno mercado.

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Seus objetivos so: 1) Proporcionar aos alunos uma experincia muito semelhanteao ambiente de mercado; 2) Promover a competitividade saudvel e a experimentao

produtiva junto aos alunos; 3) Estreitar o relacionamento com o mercado nas reas deJornalismo, Publicidade e Propaganda e Relaes Pblicas; 4) Possibilitar aosparticipantes uma oportunidade para testar seus conhecimentos por meio de atividadesprticas, onde o aprendizado acontece de maneira vivencial; 5) Promover o uso denovas tecnologias para o aprendizado; 6) Modernizar modos de fazer educao; 7)Desenvolver capacidades cognitivas de ordem superior; 8) Transformar informaesativamente; 9) Incentivar os seus participantes a terem uma postura ativa na busca pelo

conhecimento e 10) Desenvolver a capacidade de compreenso, cooperao, processodecisrio e criatividade na resoluo de problemas.

Ele est dividido em trs categorias Jornalismo, Publicidade e Propaganda eRelaes Pblicas correspondentes s principais reas da comunicao. Cadacategoria possui caractersticas prprias, destinadas a testar os conhecimentos,habilidades e competncias dos alunos na soluo de problemas e situaes do dia-a-diaprofissional de cada rea.

Na categoria de Jornalismo, h o que se decidiu batizar de Pulitzer 24h. O Pulitzer conhecido mundialmente por ser a maior premiao para profissionais de jornalismonos Estados Unidos. Jornalistas de todo o pas inscrevem matrias em diversossegmentos, e a melhor em cada rea leva o prmio, considerado um Oscar no meio jornalstico. De forma semelhante, no Pulitzer 24h os alunos participaro de umacompetio na qual a melhor cobertura de determinada pauta comunicada aos inscritos

somente no dia do evento ser premiada. A avaliao das matrias ser feita porprofissionais do mercado, que traro suas experincias e competncias para enriqueceras dos alunos.

Para organizar a competio, os alunos organizam-se em equipes com trs a cincointegrantes, podendo cada equipe contar com o apoio de um professor-tutor. As equipesconcorrem entre si pela produo da melhor reportagem em profundidade sobre tema aser divulgado no dia de abertura do evento, utilizando no mnimo trs meios decomunicao dentre os seguintes: 1) Televiso, 2) Rdio, 3) Jornalismo on-line, 4)

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Jornal impresso e 4) Revista. Para os meios eletrnicos, foram determinados os critriosde adequao da linguagem ao meio, durao da matria, tcnica e criatividade. Para os

impressos, alm desses critrios, contam tambm a objetividade, qualidade das fontes,profundidade da matria, destaques e acessrios.

Por ser realizado em grupos, o trabalho permite desenvolver a unio, aorganizao coletiva e anlise de culturas. Alm disso, so incorporados elementosessenciais para odevir jornalstico, como o processo decisrio, criatividade, esttica,competncia e tica.Essas caractersticas permitem, tanto ao educador quanto aoeducando, uma viso crtica das prticas cotidianas, alm do aperfeioamento dashabilidades necessrias profisso.

H ainda outro aspecto que favorece a formao e o aprendizado, que aintegrao dos educandos do curso, uma vez que favorecida a equipe que possuiintegrantes de vrios perodos letivos distintos. Esse favorecimento deve-se variedadede meios de comunicao abordados e necessidade de cada equipa em trabalharsimultaneamente em diversas frentes cobertura, gravaes, filmagem, edio,

editorao, fotografia etc. Embora possvel, alunos de um mesmo perodo letivo tendema possuir certa homogeneidade em seu comportamento e em suas preferncias, causadaem grande parcela por possurem os mesmos professores e, por conseguinte, as mesmasreferncias pedaggicas. Por outro lado, ao misturar integrantes de vrios perodosletivos, o grupo ganha em heterogeneidade e em criatividade, devido existncia demodelos e referncias diferentes.

Essa abordagem j demonstrou bons resultados prticos: at o momento em queesse relato foi finalizado, as expectativas de inscries de equipes no 24h j haviamsido superadas em 60%, isso somente na categoria Jornalismo.

Por todos esses aspectos, a dialogicidade freiriana, essncia da prtica daliberdade nos processos educacionais, consolidada, tanto no que tange a um refletir demundo quanto a sua prtica essencial na segurana e visibilidade de mercado por partedos alunos de Jornalismo. O estudante torna-se, assim, sujeito de sua prpria destinao

histrica.

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Referncias

Livros

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1978.

________________________. Pedagogia da autonomia: saberes necessrios prticaeducativa. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1999.

__________________________. Pedagogia da esperana. Rio de Janeiro, Paz e Terra,1998.

__________________________. Educao como prtica da liberdade. Rio de Janeiro,Paz e Terra, 1996.

HERNANDZ, Fernando, VENTURA, Montserrat.A organizao do currculo porprojetos de trabalho . Porto Alegre: Artes Mdicas, 1998.

HERNANDZ, Fernando.Transgresso e mudanas na educao: os projetos detrabalho . Porto Alegre: ArtMed, 1998.

________________________.Cultura visual, mudana educativa e projeto de

trabalho . Trad. Jussara H. Rodrigues. Porto Alegre: Artes Mdicas Sul, 2000.Artigos

CALDAS, G., GONALVES, E., CAPRINO, M., SANTOS, M.Ensino deJornalismo: cenrio e perspectivas. In : ENDECOM 2006 Frum Nacional emDefesa da Qualidade do Ensino de Comunicao, 2006. ECA/USP, So Paulo.

PAPERT, Seymour M., CAVALLO, David.Entry point to twenty first centurylearning: a call for action at the local and global level. s/d. Disponvel em:http://learning.media.mit.edu/learninghub.html. Acesso em 15/10/2008.